subjetividad extimidad

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    BOLETIM DE PESQUISA NELIC

    V 9 - N 14

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    DO COMEO AO FIM DO POEMA

    Alberto Pucheu

    BOLETIMDEPESQUISANELIC

    V9

    N

    14

    Artigos

    SUBJETIVIDADE,EXTIMIDADE

    RaulAntelo

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    Artigo Subjetividade Extimidade Raul Antelo Boletim de Pesquisa NELIC v. 9, n 14. 2009.2

    O que ler o argentino-brasileiro no latino-americano? ,

    segundo me parece, recolher um valor capaz de reconhecer, no

    absolutamente singular, a contingncia de uma leitura cujo gozo

    est voltado a captar o fora de sentido das construes

    nacionais. Em La extimidad del guin1 intentei um princpio de

    resposta a essa questo. Caberia hoje perguntar, alm do mais,

    de que modo o sujeito capta seu gozo irredutvel, singular,

    contingente e fora de sentido em um texto. Como o presente

    pode rearmar uma histria que, apesar de tudo, o constitui? H

    uma frmula, cunhada por Jacques-Alain Miller, em 2007, medir

    o verdadeiro com o real2, que pode nos ajudar, na medida em

    que, de fato, busca articular uma dialtica do sentido, mas

    tambm assinalar a borda de semblante que circunscreve oncleo de gozo. Ou seja, trata-se de uma leitura que no negao

    1 Cf. ANTELO, Ral. La extimidad del guin. In: Sociedad. Revista de la

    Facultad de Cincias Sociales de Universidad de Buenos Aires, n 22.

    Buenos Aires, primavera 2003, pp. 97-109, posteriormente recolhido em

    Crtica Acfala. Buenos Aires: Grumo, 2008.2 Cf. MILLER, Jacques-Alain. La passe bis. In: La cause freudienne, n 66,

    Navarin: Paris, 2007, pp. 209-213. A respeito da paixo do real que

    caracterizaria a histria contempornea, ver BADIOU, Alain. O sculo. Trad.

    brasileira. So Paulo: Idias & Letras, 2007. O conceito subjaz ao de

    acontecimento; ver, do mesmo autor, Lgicas de los mundos. El ser y el

    acontecimiento, 2. Trad. M. C. Rodriguez. Buenos Aires: Manantial, 2008.

    Redigido em espanhol, para ser apresentado, com o ttulo Oargentino-brasileiro: uma topologia da extimidade, no 2009Congress of the Latin American Studies Association, Rio deJaneiro, 11-14 de junho de 2009, este texto foi vertido aoportugus por Diego Cervelin, a quem sou extremamente

    grato.

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    uma relao de extimidade tal que possa cercar aquilo que no

    se pode traduzir, mas que, no entanto, instala o paradoxo de

    uma traduo que, apesar de tudo, preserva uma relao com ointraduzvel como tal, algo que supe estabelecer a diferena

    entre o verdadeiro e o real, elaborar a deriva do verdadeiro,

    medir aquilo que desempenhou a funo de verdade e que, do

    ponto de vista do real, dedica-se a velar esse real. Assim, avaliar

    o argentino-brasileiro no latino-americano seria medir overdadeiro com o real, na medida em que nos permitisse

    entrever um vazio o sacer, o oriental, o exter, o extremo, o

    estrangeiro, o louco, o feminino , um vazio que se situa no

    intervalo localizado entre o lugar do acontecimento e o lugar da

    verdade, ali mesmo onde Lacan situou a chave daimpossibilidade, ou seja, o ininterpretvel do buraco traumtico

    ou troumatique do inconsciente real.

    Disse antes que h uma satisfao que se obtm por

    identificao e que aquela onde ressoa o corpo enquanto

    imaginrio. Manifestou-se, tradicionalmente, como ensaio deinterpretao nacional, apontando para comunidades

    imaginadas homogneamente. Recordemos que a mesma

    palavra ensaio provm de exagium, medir, ponderar, ou seja,

    que o ensaio, especialmente o de interpretao do enigma

    nacional, se refere sempre a uma medida, agio, que remete ao

    conforto, quando no usura, ou seja, a um plus do gozo. Mas

    tambm vimos que h outra satisfao, a de medir o verdadeiro

    com o real e, nesse sentido, o ensaio, ao confrontar-se com oininterpretvel, com o fora de sentido e com a solido, seria um

    ex agio, seria uma fora, algo que busca o trao e compromete o

    corpo, as paixes, os humores e as secrees de quem escreve

    e de quem os encontra.