teologia e espiritualidade
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estudo sobre teologia e espiritualidade nos temo modernos.TRANSCRIPT
Teologia e espiritualidade: em busca de uma colaboração recíproca
Alfredo Sampaio Costa, SJ
“Busca de respostas à cerca das questões do estudo profundo da espiritualidade, o
interesse atual de estudiosos que visam os conceitos científicos da teologia sistemática e
sua colaboração para o que se chama hoje de uma teologia verdadeiramente espiritual”.
(p. 323 - 324)
A categoria de “encontro” como fundamente comum para entender a relação
espiritualidade-teologia
“Mark mcIntosh em seu livro “Mystical Theology. The Integrity of Spirituality
and Theology”, apresenta a espiritualidade como uma variável de possibilidades da
descoberta do ser humano com o divino, relacionando a questão de encontro da
teologia, afirmando que ambas deveriam ser a base para seu fundamento.” (p. 324 –
325)
“Pensar a espiritualidade em termos de um “encontro” é considerá-la com uma
forma de vida gerada e iniciada por um Outro. Para os escritores místicos Hadewijch a
experiência espiritual é apenas um subproduto da sua participação em Deus, uma
manifestação em termos da sua humanidade da presença e da atividade secreta de
Deus.” (p. 325)
“A teologia deve preservar transparência com este encontro com Deus no qual é
radicada sendo a expressão do entendimento da pessoa sobre o encontro, mantendo uma
abertura à espiritualidade, a impressão do encontro que transforma a vida da pessoa.”
(326)
A ambiguidade de um termo ao longo da história
“Nem sempre é fácil entender de que se está falando quando se fala de
“espiritualidade”, uma palavra cheia de significados. No Novo Testamento o termo
pneumatikós é entendido como Espirito de Deus, a pessoa espiritual no influxo do
Espirito Santo afastando-se das realidades materiais. A presença de Deus deserta o
sentimento da espiritualidade.” (327)
“O Cristianismo primitivo vivia a relação espiritual na comunidade, na liturgia
voltada para Deus em busca da construção do Corpo de Cristo, os teólogos patrísticos
mantiam essa unidade e os escolásticos seguiam este sentido.” (327 - 328)
“Nos séculos XVI e XVII o termo espiritualidade passou a significar as
disposições inferiores de uma pessoa, o Quietismo propunha algo como refinado, raro e
separado da vida cristã ordinária. Dionísio Areopagita apropria a “Teologia Mística”, se
referindo ao conhecimento revelado aos cristãos quando eles são transformados por
Deus, no ensino teórico sobre o processo da santificação da alma. A atitude da
modernidade com relação ao místico deveria ser o de querer eliminar o misticismo
como um elemento improdutivo muitas vezes rotulado como quietista, irracional e
oculto.” (329 – 330)
“O termo “Teologia espiritual” se intercambia com “Teologia ascético-mística”,
adquirindo maior popularidade, num enfoque amplo de experiências intimas dos fiéis
ultrapassando as religiões e as Culturas. A espiritualidade parece perder a sua voz
teológica e passa a ser vista como uma particularmente potente expressão da
subjetividade humana. Este enfoque é imensamente atraente: primeiro porque ele
permite o estudo da espiritualidade puramente em termos de ciências humanas. Depois
pelo fato de parecer muito moderno e ecumênico.” (330)
Problemas decorrentes da separação espiritualidade-teológica
“No Cristianismo primitivo, a espiritualidade se entendia dentro de uma matriz
comunitário-litúrgico. Com o passar do tempo com seu estudo se torna algo teológico
refinado e metodológico, o encontro com Deus passou a ser visto como algo místico.”
(331 – 332)
“Para Louth, a teologia é fruto da contemplação a espiritualidade é sua
preparação. Mas a separação de ambas viria da ideologia, das contrições e dos medos do
individuo. Vários pontos definem a separação de teologia e espiritualidade, a
experiência individual, o estudo cientifico são pontos dessa separação.” (332)
“As varias fontes espirituais disponíveis a teologia dificilmente podem ser
ignoradas para melhor compreensão da fé da comunidade cristã, não usar do
conhecimento da espiritualidade para os teólogos podem perder a habilidade de falar
sobre doutrinação do Cristianismo.” (333)
A integração histórica entre espiritualidade e teologia
“A preocupação da Espiritualidade é sempre com a “possibilidade, o modo ou os
meios da nossa união com Deus”, a teologia lhe coloca como sujeito ativo, no encontro
profundo do estudo do individuo doutrinado na vida cristã.” (333 – 3340)
“A dimensão da contemplação e ou amorosa da figura de Cristo, coo-participando
de sua vida sofrimentos e pregações, a busca dos segredos nas Escrituras, o uso do
termo “místico”, uma experiência interna do cristão para poder encontrar para por fim
encontrar Deus.” (334 - 335)
“Para os gregos, a palavra “místico” era utilizada para se referir à realidade divina
de Cristo. Para S. Paulo o termo era a vontade de Deus escondida, revelada em Cristo.
Deus se põe próximo à sua Criação” (335)
“A Igreja influenciada pelos primeiros cristãos que viviam a presença mística de
Cristo, participando dos mistérios como efeito da recriação de todos os membros do seu
Corpo.” (336)
Dionísio Areopagita: o papel da teologia é conduzir a comunidade dos fiéis à união
com Deus
“O fascínio do modo em que Dionísio estimulava o conhecimento da
espiritualidade, a mística empregada numa experiência extraordinária do individuo
como transcendental contextualiza a vida sacramental da comunidade.” (336 – 338)
“A Teologia Mística”, estruturada em seu trabalho, usa de figuras como sinais da
verdade de Deus que podemos encontrar no Cosmos, consistindo no discernimento da
presença escondida e tentativa de entender Deus. A teologia cumpre seu trabalho
quando é capaz de conduzir a comunidade dos fiéis para além do ponto onde as palavras
podem alcançar.” (339)
Máximo, o Confessor: papel da teologia é levar à divinização por meio de Cristo
Verbo de Deus
“São Máximo, tratou mais profundamente do estuda da Teologia Mística,
levantando dois pontos: o primeiro a cerca do conhecimento místico, o amor divino que
desenvolve o desapego das coisas e é capaz de discernir os princípios interiores. O outro
ponto trata do papel de Cristo na união com Deus, tendo como centro a Ressurreição de
Cristo, expressão fiel do Verbo encarnado, esse seria poder máximo da fé do crente.”
(340 – 341)
“Para os primeiros cristãos, o lugar que a Teologia ocupa é o que estabelece a
participação da comunidade em Cristo.” (342)
A descoberta da interioridade: espiritualidade como algo privado e particular
“A teologia mística esteve no começo ligada diretamente a doutrinação dos
mistérios de Deus, estava ligada com a Igreja diretamente. A experiência do encontro
com Deus era intima e limitada. Com o passar do tempo se tornou algo doutrinário
dogmático refinado. A intimidade do encontro com Deus ganhou características
amorosa uma devoção privada e particular.” (342 – 343)
“As expectativas do Fim muda a esperança de todas as coisas em Cristo na
direção de uma preocupação pelo destino do individuo. Para S. Bernardo de Claraval as
dimensões afetivas da experiência com Deus se tornam significativas, os sentimentos
importam a vida espiritual das pessoas. A analise psicológica dessa experiência se vlta
para o Eu interior, o discurso místico emerge da profundeza do entendimento do
individuo.” (344 – 345)