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1 RELATÓRIO DE AUDITORIA INDEPENDENTE DE CONTAS ANUAIS Aos Accionistas da Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A.: Relatório sobre as contas anuais Auditámos as contas anuais anexas da Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A. (adiante designada por “a Sociedade”), que englobam o balanço de 31 de dezembro de 2015, a conta de custos e proveitos, o estado de alterações no património líquido, o estado de fluxos de caixa e o relatório das contas anuais correspondentes ao exercício anual terminado na data indicada. Responsabilidade dos Administradores com relação às contas anuais Os Administradores são responsáveis pela formulação das contas anuais anexas, de forma a expressar a imagem fiel do património, da situação financeira e dos resultados da Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A., em conformidade com o quadro normativo de informação financeira aplicável à entidade em Espanha, que se identifica na nota 1-b do relatório anexo, e de controlo interno que considerem necessário para permitir a preparação das contas anuais livres de incorrecção material, devido a fraude ou erro. Responsabilidade do auditor A nossa responsabilidade é de expressar uma opinião sobre as contas anuais anexas baseada na nossa auditoria. Realizámos a nossa auditoria de acordo com a normativa reguladora da auditoria de contas vigente em Espanha. A citada normativa exige que sejam cumpridos os princípios de ética, bem como que planifiquemos e executemos a auditoria com a finalidade de obter a segurança razoável de que as contas anuais não incorram em incorrecções materiais. Uma auditoria requer a aplicação de procedimentos para obter evidência de auditoria sobre os valores e a informação revelada nas contas anuais. Os procedimentos escolhidos dependem da escolha do auditor, incluindo a valoração dos riscos de incorrecção material das contas anuais, devido a fraude ou erro. Ao realizar as referidas valorações do risco, o auditor tem em conta o controlo interno relevante para a realização por parte da entidade das contas anuais, para desenhar os procedimentos da auditoria que sejam adequados em função das circunstâncias, e não com a finalidade de expressar uma opinião sobre a eficácia do controlo interno da entidade. Uma auditoria, também inclui a avaliação da adequação das políticas contabilísticas aplicáveis e de razoabilidade das estimativas contabilísticas realizadas, bem como a avaliação da apresentação das contas anuais tomadas no seu conjunto. Consideramos que a evidência de auditoria que obtivemos proporciona uma base suficiente e adequada para a nossa opinião de auditoria. Opinião Na nossa opinião, as contas anuais anexas expressam, em todos os aspectos significativos a imagem fiel do património e da situação financeira da Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A., a 31 de dezembro de 2015, assim como os resultados e fluxos de caixa relativos ao exercício anual terminado na referida data, em conformidade com o quadro normativo de informação financeira resultante da aplicação e, em particular, com os princípios e critérios contabilísticos contidos na mesma. Parágrafo de ênfase Chamamos atenção para a Nota 1-a das contas anuais anexas, onde se realça que as relações entre a Sociedade e as demais instituições do Grupo e associados dão lugar a que se realizem transacções no âmbito de uma estratégia global do Grupo (veja-se a Nota 26). As contas anuais do exercício em 2015 anexas devem interpretar-se tendo em conta esta circunstância. Esta questão não modifica a nossa opinião. Relatório sobre requerimentos legais e reguladores O relatório de gestão anexo, do exercício de 2015 contem as explicações que os administradores consideram oportunas sobre a situação da sociedade, a evolução dos seus negócios e sobre outros assuntos não formando parte integrante das contas anuais. Verificámos que as informações

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RELATÓRIO DE AUDITORIA INDEPENDENTE DE CONTAS ANUAIS Aos Accionistas da Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A.: Relatório sobre as contas anuais

Auditámos as contas anuais anexas da Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A. (adiante designada por “a Sociedade”), que englobam o balanço de 31 de dezembro de 2015, a conta de custos e proveitos, o estado de alterações no património líquido, o estado de fluxos de caixa e o relatório das contas anuais correspondentes ao exercício anual terminado na data indicada. Responsabilidade dos Administradores com relação às contas anuais Os Administradores são responsáveis pela formulação das contas anuais anexas, de forma a expressar a imagem fiel do património, da situação financeira e dos resultados da Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A., em conformidade com o quadro normativo de informação financeira aplicável à entidade em Espanha, que se identifica na nota 1-b do relatório anexo, e de controlo interno que considerem necessário para permitir a preparação das contas anuais livres de incorrecção material, devido a fraude ou erro. Responsabilidade do auditor A nossa responsabilidade é de expressar uma opinião sobre as contas anuais anexas baseada na nossa auditoria. Realizámos a nossa auditoria de acordo com a normativa reguladora da auditoria de contas vigente em Espanha. A citada normativa exige que sejam cumpridos os princípios de ética, bem como que planifiquemos e executemos a auditoria com a finalidade de obter a segurança razoável de que as contas anuais não incorram em incorrecções materiais. Uma auditoria requer a aplicação de procedimentos para obter evidência de auditoria sobre os valores e a informação revelada nas contas anuais. Os procedimentos escolhidos dependem da escolha do auditor, incluindo a valoração dos riscos de incorrecção material das contas anuais, devido a fraude ou erro. Ao realizar as referidas valorações do risco, o auditor tem em conta o controlo interno relevante para a realização por parte da entidade das contas anuais, para desenhar os procedimentos da auditoria que sejam adequados em função das circunstâncias, e não com a finalidade de expressar uma opinião sobre a eficácia do controlo interno da entidade. Uma auditoria, também inclui a avaliação da adequação das políticas contabilísticas aplicáveis e de razoabilidade das estimativas contabilísticas realizadas, bem como a avaliação da apresentação das contas anuais tomadas no seu conjunto. Consideramos que a evidência de auditoria que obtivemos proporciona uma base suficiente e adequada para a nossa opinião de auditoria. Opinião Na nossa opinião, as contas anuais anexas expressam, em todos os aspectos significativos a imagem fiel do património e da situação financeira da Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A., a 31 de dezembro de 2015, assim como os resultados e fluxos de caixa relativos ao exercício anual terminado na referida data, em conformidade com o quadro normativo de informação financeira resultante da aplicação e, em particular, com os princípios e critérios contabilísticos contidos na mesma. Parágrafo de ênfase

Chamamos atenção para a Nota 1-a das contas anuais anexas, onde se realça que as relações entre a Sociedade e as demais instituições do Grupo e associados dão lugar a que se realizem transacções no âmbito de uma estratégia global do Grupo (veja-se a Nota 26). As contas anuais do exercício em 2015 anexas devem interpretar-se tendo em conta esta circunstância. Esta questão não modifica a nossa opinião. Relatório sobre requerimentos legais e reguladores

O relatório de gestão anexo, do exercício de 2015 contem as explicações que os administradores consideram oportunas sobre a situação da sociedade, a evolução dos seus negócios e sobre outros assuntos não formando parte integrante das contas anuais. Verificámos que as informações

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contabilísticas contidas no referido relatório de gestão concordam com a das contas anuais do exercício de 2015. O nosso trabalho como auditores limita-se a verificar o relatório de gestão com o alcance referido neste mesmo parágrafo e não inclui a revisão de informação diferente à obtida a partir dos registos contabilísticos da sociedade. DELOITTE, S.L. Inscrita no R.O.A.C. Nº S0692 Rafael Orti Baquerizo 17 de fevereiro de 2016

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Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A. Contas Anuais e Relatório de Gestão correspondentes ao exercício anual concluído no dia 31 de Dezembro de 2015

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Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A.

Relatório correspondente ao exercício anual concluído no dia 31 de Dezembro de 2015

1. Apresentação da Sociedade, enquadramento jurídico e outras informações

a) Apresentação da Sociedade

A Financiera El Corte Inglés E.F.C. S.A. (adiante designada por “a Sociedade”) foi constituída no dia 27 de Novembro de 1995, sob a denominação social de Financiera El Corte Inglés Entidad de Financiación, S.A., e figura inscrita no Registo de Estabelecimentos Financeiros de Crédito do Banco de Espanha com o número de código 8.805.

A Assembleia Geral e Extraordinária de Acionistas celebrada no dia 4 de Novembro de 1996 aprovou, em cumprimento do estabelecido no R.D. 692/1996, de 26 de Abril, sobre o regime jurídico dos estabelecimentos financeiros de crédito, a transformação da Sociedade em estabelecimento financeiro de crédito e a mudança da sua denominação social para a atual, assim como a modificação do seu objetivo social, passando a ser este o da atividade própria de um estabelecimento financeiro de crédito, circunscrito às seguintes atividades principais:

1. As de empréstimo e crédito, incluindo crédito ao consumo, crédito hipotecário e o financiamento de transações comerciais.

2. As de “factoring”, com ou sem recurso, e as atividades complementares da mesma, tais como as de investigação e classificação dos clientes, contabilização de devedores e, em geral, qualquer outra atividade que tenda a favorecer a administração, avaliação, segurança e financiamento dos créditos constituídos no contexto do comércio nacional ou internacional, que lhes sejam cedidos.

3. A emissão e gestão de cartões de crédito.

4. A concessão de avais e garantias e assunção de compromissos similares.

Dada a atividade a que se dedica a Sociedade, esta não possui responsabilidades, despesas, ativos, nem provisões e contingências de natureza ambiental que possam ser significativos em relação ao património, à situação financeira e aos resultados da mesma. Por este motivo não se inclui, no presente relatório de contas anuais, qualquer exposição específica a respeito de questões ambientais.

A 31 de Dezembro de 2013, a Sociedade achava-se integrada no Grupo El Corte Inglés, cuja sociedade dominante, El Corte Inglés, S.A., participava, direta e indiretamente, na totalidade do seu capital social, sendo esta sociedade a que formulava contas anuais consolidadas.

No dia 7 de Outubro de 2013, os acionistas da Sociedade acordaram a venda de 13.923.000 ações da Sociedade, representando 51% do seu capital, à instituição financeira Santander Consumer Finance, S.A. A conclusão deste acordo estava dependente da obtenção das pertinentes autorizações das autoridades reguladoras e de concorrência, que se obtiveram no primeiro trimestre do 2014, pelo que a venda se

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tornou efetiva durante o exercício de 2014. Deste modo, a Sociedade deixou de ser considerada como dependente do Grupo El Corte Inglés, para passar a ser dependente do Grupo Santander Consumer Finance.

As contas anuais do Grupo Santander Consumer Finance, S.A. do exercício 2015 foram formuladas na reunião de seu Conselho de Administração celebrada no dia 12 de Fevereiro de 2016, encontrando-se pendentes de aprovação pela Assembleia Geral de Acionistas.

As relações existentes entre a Sociedade e as demais entidades do Grupo e associadas dão lugar a que se realizem transações no âmbito de uma estratégia global do Grupo (veja-se Nota 26). As contas anuais do exercício 2015 anexas, devem interpretar-se tendo em conta esta circunstância.

O domicílio social da Sociedade encontra-se na calle Hermosilha, 112, 28009 de Madrid, e o seu Número de Identificação Fiscal é o A-81322448. A Sociedade desenvolve a sua atividade no território espanhol, contando com uma sucursal em Portugal, cuja informação financeira se integra dentro da incluída no presente relatório. Os ativos desta sucursal em 31 de Dezembro de 2015 representam 2,05% dos ativos da Sociedade (2,16 % dos ativos em 31 de Dezembro de 2014).

A Sociedade iniciou a sua atividade no dia 1 de Junho de 1996, comercializando um produto de crédito denominado “Plano Pessoal de Pagamento”, que consiste no financiamento ao comprador para a aquisição com pagamento diferido de toda a classe de bens e serviços nos estabelecimentos comerciais das empresas que integram o Grupo El Corte Inglés, em particular El Corte Inglés, S.A., Hipercor, S.A. e Viajes El Corte Inglés, S.A. A conta a pagar pela importância destas compras de bens e serviços encontra-se no documento “Otros pasivos financieros” [Outros passivos financeiros] do balanço anexo (veja-se Nota 12), sendo o seu vencimento à vista. Desde de 1 de maio de 1997, a Sociedade incorporou um novo produto de crédito na sua carteira, ao tornar-se titular dos cartões de crédito El Corte Inglés, S.A. emitidos desde essa data, encarregando-se da gestão e administração dos mesmos. Além disso, a Sociedade passou a ser titular praticamente da totalidade dos cartões anteriormente emitidos por El Corte Inglés, S.A., mediante sucessivas transferências. A Sociedade conta com diversas modalidades de financiamento aos seus clientes associadas aos formatos anteriormente descritos.

Nos dias 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a Sociedade não conta com agentes a quem seja aplicável a Circular 4/2010 do Banco de Espanha.

b) Quadro normativo

As contas anuais da Sociedade correspondentes ao exercício 2015 foram formuladas pelos seus Administradores, na reunião do Conselho de Administração celebrada no dia 16 de Fevereiro de 2016, de acordo com o estabelecido na Circular 4/2004 do Banco de Espanha, de forma que mostram a imagem fiel do património e da situação financeira da Sociedade ao dia 31 de Dezembro de 2015 e dos resultados das suas operações, das mudanças no seu património líquido e dos fluxos de caixa gerados durante o exercício anual concluído nessa data. Estas contas anuais foram preparadas a partir dos registos de contabilidade da Sociedade.

As contas anuais da Sociedade correspondentes ao exercício 2014 foram aprovadas pela Assembleia Geral de Acionistas celebrada a 10 de Junho de 2015, e depositadas no Registo Mercantil de Madrid. As contas anuais do exercício 2015 encontram-se pendentes de aprovação pela Assembleia Geral de Acionistas. Não obstante, o Conselho de Administração da Sociedade estima que as referidas contas anuais serão aprovadas sem alterações.

No dia 29 de Novembro de 2013, foi aprovado o Real Decreto-lei 14/2013, de 29 de Novembro, de medidas urgentes para a adaptação do direito espanhol ao regulamento da União Europeia em matéria

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de supervisão e solvência de instituições financeiras. Este Real Decreto-lei estabelece que os estabelecimentos financeiros de crédito deixarão de ser consideradas instituições de crédito a partir do dia 1 de Janeiro de 2014, mas que continuarão a estar sujeitos ao regime jurídico aplicável antes dessa data, até à aprovação da legislação específica que lhes corresponda.

No dia 27 de Abril de 2015 foi aprovada a Lei 5/2015, de fomento do financiamento empresarial (LFFE) que contempla no seu Título II (artigos 6 a 14), o regime jurídico dos estabelecimentos financeiros de crédito, que entrou em vigor no dia 29 de Abril de 2015. Em tudo o que não esteja previsto pela Lei de fomento do financiamento empresarial, as IFC reger-se-ão pelo regulamento sobre instituições de crédito, correspondendo ao Banco de Espanha a função supervisora das IFC. Em particular, aplicar-se-á às IFC o regulamento sobre participações significativas, idoneidade e incompatibilidades de altos cargos, governança corporativa e solvência contida na Lei 10/2014, de 26 de Junho, de ordenação, supervisão e solvência de instituições de crédito, assim como o regulamento de transparência, mercado hipotecário, regime de falência e prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo prevista para as instituições de crédito. Em todo caso, resultará de aplicação às IFC o disposto na disposição adicional terceira da Lei 3/2009, de 3 de Abril, sobre as modificações estruturais das sociedades comerciais, sobre o regime aplicável às operações de cessão global ou parcial de ativos e passivos entre instituições de crédito.

A Circular 4/2004 do Banco de Espanha, de 22 de Dezembro, requere, com carácter geral, que as contas anuais apresentem informação comparativa. Neste sentido e, de acordo com a legislação comercial, os Administradores da Sociedade apresentam, para efeitos comparativos, cada uma das rubricas do balanço, da conta de ganhos e perdas, da demonstração dos fluxos de caixa, da demonstração de alterações no património líquido e do relatório, para além dos números do exercício 2015, das correspondentes ao exercício anterior, obtidas por distribuição da referida Circular. Por conseguinte, os números correspondentes ao exercício 2014, que figuram neste Relatório, apresentam-se, única e exclusivamente, para efeitos comparativos.

Os principais princípios e políticas contabilísticos e critérios de avaliação que foram aplicados na preparação das contas anuais da Sociedade no exercício 2015 acham-se indicadas na Nota 2.

Nas contas anuais do exercício 2015 foram ocasionalmente utilizadas estimativas realizadas pela Direção da Sociedade, ratificadas posteriormente pelos seus Administradores, para quantificar alguns dos ativos, passivos, rendimentos, despesas ou compromissos que se acham registados nelas. Basicamente, estas estimações referem-se a:

- Perdas por imparidade de determinados ativos (veja-se Notas 2-e, 5 e 6);

- Pressupostos usados no cálculo atuarial dos passivos e compromissos por indemnizações por despedimento (veja-se Notas 2-m e 13) e,

- Vida útil dos ativos materiais e intangíveis (veja-se Notas 2-f, 2-g, 7 e 8).

Apesar destas estimativas se terem realizado em função da melhor informação disponível à data do encerramento do exercício 2015 sobre os factos analisados, acontecimentos futuros poderão obrigar a revê-las (em alta ou em baixa) de maneira significativa em próximos exercícios, o que, em caso de ser preciso, se fará conforme o estabelecido na Norma Décima Nona da Circular 4/2004 do Banco de Espanha (de forma prospetiva, reconhecendo os efeitos da revisão da estimativa que, nesse caso, poderão produzir-se na correspondente conta de ganhos e perdas dos exercícios afetados).

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c) Recursos próprios e gestão do capital

No dia 26 de Junho de 2013, o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia aprovaram o Regulamento número 575/2013 sobre os requisitos prudenciais das instituições de crédito e das empresas de investimento, com entrada em vigor no dia 1 de Janeiro de 2014, e a Diretiva 2013/36/UE relativa ao aceso à atividade das instituições de crédito e à supervisão prudencial das instituições de crédito e empresas de investimento.

Este novo regulamento europeu sobre solvência, conhecido como CRR/CRD IV, introduz regras mais exigentes para o controlo da solvência das instituições de crédito e respetivos grupos, supõe a revogação de todas as normas do atual regulamento de recursos próprios do Banco de Espanha (Circular 3/2008 e Circular 7/2012) que resultem incompatíveis com a mesma e implicará a implantação do Acordo de capital de Basileia III com um calendário de transição progressiva até que se alcance a sua implantação total, prevista para o dia1 de Janeiro de 2019.

Até ao dia 31 de Dezembro de 2013, a Circular 3/2008 do Banco de Espanha, de 22 de maio, dirigidas a instituições de crédito, sobre a determinação e controlo dos recursos próprios mínimos (daqui em diante, a “Circular 3/2008”) e as suas posteriores modificações, regulava os requisitos de capital das instituições de crédito, tanto a nível individual como consolidado. Por conseguintes, a partir do dia 1 de Janeiro de 2014 foram revogadas as disposições da Circular 3/2008 que iam contra o citado regulamento europeu.

Enquanto os regulamentos da União Europeia são de aplicação imediata desde a sua entrada em vigor, as Diretivas devem ser transpostas para a ordem jurídica espanhola, pelo que o Governo de Espanha e o Banco de Espanha publicaram normas de âmbito nacional, com o objetivo de adaptar ou transpor as referidas normas.

No dia 29 de Novembro de 2013 foi publicado o Real Decreto-lei 14/2013, de medidas urgentes para a adaptação do direito espanhol ao regulamento da União Europeia em matéria de supervisão e solvência de instituições financeiras, que incorpora parcialmente no Direito espanhol a Diretiva 2013/36/UE. O seu objetivo principal é adaptar, com carácter urgente e antes de 1 de Janeiro de 2014, o ordenamento jurídico espanhol às alterações regulamentares europeias, a fim de dotar os supervisores e as instituições financeiras das garantias legais necessárias para que operem de acordo com o Regulamento 575/2013 e realizar as adaptações substantivas da Diretiva 2013/36/UE. O referido Real Decreto-lei revoga, entre outras normas, com efeito desde 1 de Janeiro de 2014, o Título I do Real Decreto-lei 2/2011, de 18 de Fevereiro, para o reforço do sistema financeiro, ainda que estabeleça na sua Disposição transitória primeira que o Banco de Espanha, até 31 de Dezembro de 2014, poderá impedir ou restringir qualquer distribuição dos elementos de capital de nível 1 que tenham sido contabilizados para cumprimento dos requisitos mínimos de capital principal estabelecidos, quando essas distribuições, acumuladas ao longo do ano 2014, superam em termos absolutos o excesso de capital principal relativo ao mínimo legalmente exigido a 31 de Dezembro de 2013 e, para além do mais, coloquem em risco o cumprimento dos requisitos de capital adicional mencionados.

O Banco de Espanha publicou a Circular 2/2014, de 31 de Janeiro, dirigida às instituições de crédito, sobre o exercício de diversas opções regulatórias contidas no Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Junho de 2013, sobre os requisitos prudenciais das instituições de crédito e das empresas de investimento, e pelo qual se modifica o Regulamento (UE) número 648/2012. O seu objetivo é definir, de entre as opções que o Regulamento atribui às autoridades competentes nacionais, quais vão ter de cumprir os grupos consolidáveis de instituições de crédito e as instituições de crédito espanholas integradas ou não num grupo consolidável, de forma imediata, desde a entrada em vigor do novo quadro regulamentar de solvência, e com que alcance.

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Adicionalmente, foi publicada a Lei 10/2014, de 26 de Junho, de ordenação, supervisão e solvência de instituições de crédito, cujo objetivo principal é adaptar o ordenamento jurídico espanhol às alterações normativas que se impõem no âmbito internacional e da União Europeia, continuando a transposição iniciada pelo Real Decreto-lei 14/2013, de 29 de Novembro, reformula num único texto as principais normas de ordenação e disciplina de instituições de crédito.

No exercício 2015, foi publicado o Real Decreto 84/2015, de 13 de Fevereiro, o qual põe em prática a Lei 10/2014, de 26 de Junho, de ordenação, supervisão e solvência de instituições de crédito, e que tem por objetivo não só a culminação da aplicação regulamentar da Lei 10/2014, de 26 de Junho, como também a reformulação num único texto daquelas normas com a categoria regulamentar de ordenação e disciplina de instituições de crédito, pelo que reformula num único texto, por um lado, as disposições em matéria de instituições de crédito do Real Decreto 216/2008, de 15 de Fevereiro, de recursos próprios das instituições financeiras - que devem continuar vigentes após a entrada em vigor do Regulamento (UE) n.º 575/2013, de 26 de Junho de 2013, e da Diretiva 2013/36/UE, de 26 de Junho de 2013 - e, por outro, o Real Decreto 1245/1995, de 14 de Julho, sobre a criação de bancos, atividade transfronteiriça e outras questões relativas ao regime jurídico das instituições de crédito.

Por último, no passado dia 10 de Fevereiro de 2016, entrou em vigor a Circular 2/2016, de 2 de Fevereiro, do Banco de Espanha, dirigido às Entidades de Crédito, sobre supervisão e solvência. Esta norma, destinada a completar a adaptação do ordenamento jurídico espanhol à Diretiva 2013/36/UE e ao Regulamento 575/2013, revoga a Circular 3/2008 do Banco de Espanha anteriormente mencionada.

Tudo isto constitui o regulamento em vigor que regula os recursos próprios mínimos que devem manter as instituições de crédito espanholas, tanto a título individual como a nível consolidado, a forma como devem ser determinados os ditos recursos próprios, assim como os distintos processos de auto-avaliação do capital que devem realizar e a informação de carácter público que devem remeter ao mercado.

Corresponderá ao Banco de Espanha a função supervisora das IFC em conformidade com o estabelecido pelo Título III a Lei 10/2014, de 26 de Junho, de ordenação, supervisão e solvência de instituições de crédito, com as adaptações que, se for caso disso, regulamentariamente se determinem. Esta competência estender-se-á a qualquer escritório ou centro, dentro ou fora do território espanhol, e, na medida em que o cumprimento das funções encomendadas ao Banco de Espanha o exija, às sociedades que se integrem no grupo dos IFC.

O regulamento sobre solvência aplicável às IFC é o estabelecido na Lei 10/2014, de 26 de Junho, e a sua normativa de execução, com as particularidades que se prevejam regulamentariamente, não se aplicando às IFC, concretamente, as seguintes disposições:

- O art.º 30 da Lei 10/2014, de 26 de Junho, nem a parte sexta do Regulamento (UE) nº 575/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Junho de 2013, sobre os requisitos prudenciais das instituições de crédito e das empresas de investimento, e pelo qual se modifica o Regulamento (UE) nº 648/2012.

- A respeito daquelas IFC que tenham a condição de PME, em conformidade com o previsto na Recomendação 2003/361/CE da Comissão, de 6 de maio de 2003, a obrigação de manter uma reserva de conservação de capital, ou uma reserva de capital anticíclico, previstas nos arts. 44 e 45 da Lei 10/2014, de 26 de Junho.

A Sociedade deve cumprir certos requisitos de recursos próprios de 8% sobre os seus ativos ponderados.

No dia 31 de Dezembro de 2015 e 2014, e durante esses exercícios, os recursos próprios contabilizáveis da Sociedade excediam os requeridos pelo regulamento em vigor.

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Os recursos próprios da Sociedade aos dias 31 de Dezembro de 2015 e 2014 são abaixo apresentados em detalhe:

Milhares de Euros 2015 2014

Recursos básicos: 211 948 209 848

Capital 163 800 163 800 Reservas 50 564 47 862 Outras deduções dos recursos próprios básicos (2 416) (1 814)

Recursos de 2ª categoria 13 120 12 835

Recursos a efeitos gerais de solvência 13 120 12 835 Total recursos próprios contabilizáveis 225 068 222 683

Total recursos próprios mínimos 106 940 105 771

d) Factos posteriores

Por motivo da transposição ao ordenamento jurídico espanhol da Diretiva 2013/36/EU (“CRD IV’), a Sociedade, na sua qualidade de estabelecimento financeiro de crédito, perde a condição de instituição de crédito e, portanto, não pode beneficiar do regime do “Passaporte Comunitário”, o que impede a Sociedade de operar em Portugal por meio de uma Sucursal. No dia 5 de Fevereiro de 2015, a Sociedade apresentou perante o Banco de Portugal o pedido de autorização para constituir uma nova sociedade, detida a 100% por Financiera El Corte Inglés E.F.C. S.A., e à qual pertencerão todos os ativos e passivos que continha a Sucursal. Durante o exercício 2015 e em Janeiro de 2016 foram obtidas as autorizações requeridas, procedendo-se à sua inscrição na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa, no dia 1 de Fevereiro de 2016, tendo sido comunicado o início de atividade ao Banco de Portugal no dia 2 de Fevereiro de 2016.

Adicionalmente, no dia 16 de Fevereiro de 2016, o Conselho de Administração da Sociedade acordou a distribuição de um dividendo devido ao resultado a 31 de Dezembro de 2015 no valor de 52 milhões de euros, que se efetivou no dia 26 de Fevereiro de 2016.

Entre o dia 1 de Janeiro de 2016 e a data de formulação destas contas anuais não se produziu nenhum facto adicional aos indicados nos parágrafos anteriores que tenha um efeito significativo nessas contas anuais, nem na informação contida nas mesmas.

2. Princípios e políticas contabilísticos e critérios de avaliação aplicados

Na preparação destas contas anuais aplicaram-se os seguintes princípios e políticas contabilísticos e critérios de avaliação:

a) Definições e classificação dos instrumentos financeiros

i. Definições

Um “instrumento financeiro” é um contrato que da origem a um ativo financeiro numa entidade e, simultaneamente, a um passivo financeiro ou instrumento de capital noutra entidade.

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Um “instrumento de capital” é um negócio jurídico que evidencia uma participação residual nos ativos da entidade que o emite uma vez deduzidos todos os seus passivos.

Um “derivado financeiro” é um instrumento financeiro cujo valor se altera conforme as alterações de uma variável observável de mercado (tal como uma taxa de juro, de câmbio, o preço de um instrumento financeiro ou um índice de mercado, incluindo as notações de risco de crédito), cujo investimento inicial é muito pequeno em relação a outros instrumentos financeiros com resposta similar às alterações nas condições de mercado, e que se liquida, geralmente, numa data futura.

Os “instrumentos financeiros híbridos” são contratos que incluem simultaneamente um contrato principal, diferente de um derivado, em conjunto com derivado financeiro, denominado derivado embutido, que não é transferível individualmente, e que tem o efeito de que alguns dos fluxos de caixa do contrato híbrido variam da mesma maneira que faria o derivado embutido considerado isoladamente.

Os direitos e obrigações surgidos como consequência de planos de benefícios para os empregados não são tratados, para efeitos de contabilidade, como um instrumento financeiro (veja-se a secção “m” desta mesma Nota).

ii. Classificação dos ativos financeiros para efeitos de avaliação

De modo geral, os ativos financeiros, para efeito da sua avaliação, foram incluídos na categoria de “Empréstimos”. Esta categoria inclui os ativos financeiros que não sendo negociados num mercado ativo nem sendo obrigatório avaliá-los pelo seu justo valor, os seus fluxos de caixa são de importância determinada ou determinável e nos quais se recuperará todo o desembolso realizado pela Sociedade, excluídas as razões imputáveis à solvência do devedor. Ou seja, engloba o financiamento prestado a terceiros com origem nas atividades típicas de crédito e empréstimo realizadas pela Sociedade e as dívidas contraídas com a Sociedade pelos compradores de bens e pelos usuários dos serviços que prestam.

iii. Classificação dos ativos financeiros para efeitos de apresentação

Os ativos financeiros acham-se apresentados no balanço, agrupados nas diferentes categorias em que são classificados para efeitos da sua gestão e avaliação (veja-se secção ii. anterior), salvo caso correspondam a “Caixa e depósitos em Bancos Centrais”, sendo estes exibidos de forma independente.

Os ativos financeiros são agrupados em função da sua instrumentação, nas seguintes rubricas do balanço:

- Caixa e depósitos em Bancos Centrais: saldos em numerário e saldos devedores no Banco de Espanha e demais Bancos Centrais.

- Depósitos ou créditos: saldos devedores de todos os créditos ou empréstimos concedidos pela Sociedade, assim como outros saldos devedores de natureza financeira a favor da Sociedade, tais como cheques a cargo de instituições de crédito, cauções pagas em numerário, dividendos passivos exigidos, comissões por garantias financeiras pendentes de cobrança e saldos devedores por transações que não tenham a sua origem em operações e serviços bancários como a cobrança de rendas e similares.

- Depósitos em instituições de crédito: créditos de qualquer natureza em nome de instituições de crédito.

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- Crédito aos clientes: abrange os restantes saldos devedores de todos os créditos ou empréstimos concedidos pela Sociedade.

iv. Classificação dos passivos financeiros para efeitos de avaliação

Os passivos financeiros apresentam-se agrupados nas diferentes categorias em que se classificam para efeitos da sua gestão e avaliação.

Os passivos financeiros da Sociedade correspondem a passivos financeiros a custo amortizado que respondem às atividades típicas de captação de fundos das instituições financeiras, qualquer que seja a sua forma de instrumentalização e o seu prazo de vencimento.

v. Classificação dos passivos financeiros para efeitos de apresentação

Os passivos financeiros apresentam-se no balanço agrupados nas várias categorias em que se classificam para efeitos de sua gestão e avaliação.

Os passivos financeiros apresentam-se, conforme a sua instrumentação, nas seguintes rubricas:

- Depósitos de instituições de crédito: depósitos de qualquer natureza, incluindo os créditos e operações do mercado monetário em nome de instituições de crédito.

- Depósitos dos clientes: instrumentos de dívida titularizados emitidos pelo fundo de titularização (veja-se alínea c) desta nota).

- Outros passivos financeiros: incluiu o montante das obrigações a pagar com natureza de passivos financeiros não incluídas noutras rubricas.

b) Avaliação e registo dos ativos e passivos financeiros

De um modo geral, os instrumentos financeiros registam-se inicialmente no seu justo valor que, salvo evidência em contrário, será o seu custo de aquisição. Os instrumentos não avaliados por seu justo valor com alterações em ganhos e perdas são ajustados com os custos de transação. Posteriormente, e por ocasião de cada encerramento contabilístico, procede-se à sua avaliação de acordo com os seguintes critérios:

i. Avaliação dos ativos financeiros

Os "Empréstimos” são avaliados pelo seu “custo amortizado”, utilizando-se na sua determinação o método de “taxa de juro efetiva”. Por “custo amortizado” entende-se o custo de aquisição de um ativo ou passivo financeiro corrigido (para mais ou para menos, segundo seja o caso) pelos reembolsos de capital e a parte imputada sistematicamente à conta de ganhos e perdas na diferença entre o custo inicial e o correspondente valor de reembolso no vencimento. No caso dos ativos financeiros, o custo amortizado inclui, para além disso, as correções ao seu valor motivadas pela imparidade que tenham experimentado.

A “taxa de juro efetiva” é o tipo de atualização que iguala exatamente o valor inicial de um instrumento financeiro com os fluxos de caixa estimados durante a vida estimada do instrumento financeiro, a partir de suas condições contractuais, mas sem considerar perdas por risco de crédito futuras. Para os instrumentos financeiros com taxa de juro fixa, ou taxa de juro efetiva coincide com a taxa de juro contratual estabelecida no momento da sua aquisição mais, se for caso disso, as comissões que, por sua natureza, sejam assimiláveis a uma taxa de juro. Nos instrumentos financeiros com taxa de juro variável,

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ou taxa de juro efetiva coincide com a taxa de rendimento vigente para todos os conceitos até a próxima revisão da taxa de juro de referência.

Os juros gerados por estes instrumentos registam-se no capítulo “Juros e rendimentos equiparados” da conta de ganhos e perdas em anexo. As possíveis perdas por imparidade sofridas por estes valores registam-se de acordo com o disposto na Nota 2-e.

As importâncias pelas quais figuram registados os ativos financeiros representam, em todos os aspetos significativos, o nível máximo de exposição ao risco de crédito da Sociedade em cada data de apresentação das demonstrações financeiras.

ii. Avaliação dos passivos financeiros

Os passivos financeiros avaliam-se, geralmente, através do seu custo amortizado, tal como este foi definido anteriormente.

iii. Registo de resultados

Por norma geral, as variações no valor contabilístico dos instrumentos financeiros registam-se com contrapartida na conta de ganhos e perdas; diferenciando entre as que têm a sua origem nos juros acumulados (que se registam nos capítulos “Juros e rendimentos equiparados” ou “Juros e custos equiparadas” consoante o caso), as originadas pela imparidade na qualidade de crédito dos ativos, que se registam no capítulo “Perdas por imparidade de ativos financeiros (líquido)”; e as que correspondem a outras causas, que se registam, pelo seu valor líquido, no capítulo “Resultado de operações financeiras (líquido)” da conta de ganhos e perdas.

c) Baixa no balanço dos ativos e passivos financeiros

O tratamento contabilístico das transferências de ativos financeiros está condicionado pelo grau e a forma como que se transferem a terceiros os riscos e lucros associados aos ativos que se transferem:

1. Se os riscos e lucros se transferem substancialmente a terceiros - caso das vendas incondicionais, das vendas com acordo de recompra por seu justo valor na data da recompra, das vendas de ativos financeiros com uma opção de compra adquirida ou de venda emitida profundamente out of the money, das titularizações de ativos em que aquele que transfere não retém financiamentos subordinados nem concede nenhum tipo de melhoria do risco de crédito aos novos titulares e outros casos similares -, dá-se baixa do activo financeiro transferido no balanço, reconhecendo-se simultaneamente qualquer direito ou obrigação retido ou criado como consequência da transferência.

2. Se se retêm substancialmente os riscos e lucros associados ao ativo financeiro transferido - caso das vendas de ativos financeiros com acordo de recompra por um preço fixo ou pelo preço de venda acrescido de juros, dos contratos de empréstimo de valores em que o mutuário tem a obrigação de devolver os mesmos ativos ou similares, e outros casos análogos -, não se dá baixa do activo financeiro transferido no balanço e continua a ser valorizado com os mesmos critérios utilizados antes da transferência. Pelo contrário, reconhecem-se contabilisticamente:

- Um passivo financeiro associado de importância igual à da retribuição recebida, que se avalia posteriormente pelo seu custo amortizado.

- Tanto os rendimentos do ativo financeiro transferido (mas do qual não se deu baixa)) como as despesas do novo passivo financeiro.

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3. Se nem se transferem nem se retêm substancialmente os riscos e lucros associados ao ativo financeiro transferido - caso das vendas de ativos financeiros com uma opção de compra adquirida ou de venda emitida que não está profundamente in the money nem out of the money, das titularizações em que aquele que transfere assume um financiamento subordinado ou outro tipo de melhorias do risco de crédito por uma parte do ativo transferido -, e outros casos semelhantes, distingue-se entre:

- Se aquele que transfere não retém o controlo do ativo financeiro transferido: dá-se baixa no balanço e reconhece-se qualquer direito ou obrigação retido ou criado como consequência da transferência.

- Se aquele que transfere retém o controlo do ativo financeiro transferido: continua a reconhecê-lo no balanço por uma importância igual à sua exposição às mudanças de valor que possa experimentar e reconhece um passivo financeiro associado ao ativo financeiro transferido. A importância líquida do ativo transferido e o passivo associado será o custo amortizado dos direitos e obrigações retidos, se o ativo transferido se avalia pelo seu custo amortizado, ou pelo justo valor dos direitos e obrigações retidos, se o ativo transferido se avaliar pelo seu justo valor.

De acordo com o referido, só se dá baixa dos activos financeiros no balanço quando se tenham extinguido os direitos sobre os fluxos de caixa que geram ou quando se tenham transferido substancialmente a terceiros os riscos e lucros que estejam implícitos. De forma similar, só se dá baixa dos passivos financeiros no balanço quando se tenham extinguido as obrigações que geram ou quando são adquiridos (quer seja com a intenção de cancelá-los, quer seja com a intenção de recolocá-los de novo).

Não obstante, dada a operacionalidade da Sociedade, praticamente a totalidade das suas operações classificadas como investimentos de créditos vence, periodicamente, no último dia de cada mês, pelo que se dá baixa da mesma no seu balanço, em cada fim do mês, a remessa correspondente a essas operações, exceto a correspondente a clientes classificados como duvidosos.

d) Compensação relativa a instrumentos financeiros

Os ativos e passivos financeiros são objeto de compensação, isto é, de apresentação no balanço pelo seu valor líquido, apenas quando a Sociedade tem tanto o direito, exigível legalmente, de compensar as importâncias reconhecidas nos citados instrumentos, como a intenção de liquidar a quantidade líquida, ou de realizar o ativo e proceder ao pagamento do passivo de forma simultânea.

e) Imparidade do valor dos ativos financeiros

i. Definição

Um ativo financeiro considera-se que está com imparidade (e, consequentemente, corrige-se o seu valor contabilísticos para refletir o efeito da sua imparidade) quando existe uma evidência objetiva de que se tenham produzido eventos que dão lugar a um impacto negativo nos fluxos de caixa futuros que se estimaram no momento da formalização da transação.

Por regra geral, a correção do valor contabilísticos dos instrumentos financeiros por causa da sua imparidade efetua-se na conta de ganhos e perdas do exercício no qual tal imparidade se manifesta. As recuperações das perdas por imparidade previamente registadas, no caso de se verificarem, reconhecem-se na conta de ganhos e perdas do exercício no qual a imparidade deixa de existir ou se reduz.

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Consideram-se em situação irregular os saldos sobre os quais existem dúvidas razoáveis que levem a questionar a sua recuperação integral e/ou a cobrança dos juros correspondentes nas quantias e datas inicialmente acordadas, uma vez tidas em conta as garantias recebidas pela Sociedade para tratar de assegurar (total ou parcialmente) o êxito das operações. O montante dos ativos financeiros cujas condições tenham sido renegociadas encontra-se detalhado na Nota 28.

Quando se considera remota a recuperação de qualquer importância registada, esta elimina-se do balanço, sem prejuízo das atuações que a Sociedade possa levar a cabo para tentar conseguir a sua cobrança, porquanto não se tenham extinguido definitivamente os seus direitos, seja por prescrição, perdão ou outras causas.

ii. Instrumentos de dívida avaliados ao seu custo amortizado

A importância das perdas por imparidade sofridas por estes instrumentos é igual à diferença entre os seus respetivos valores contabilísticos e os valores atuais dos seus fluxos de caixa futuros estimados, que se apresentam diminuindo os saldos dos ativos que corrigem.

Na estimativa dos fluxos de caixa futuros dos instrumentos de dívida devem ter-se em consideração:

- A totalidade dos montantes que está previsto obter-se durante a vida restante do instrumento.

- Os diferentes tipos de risco a que está sujeito cada instrumento, e

- As circunstâncias nas quais previsivelmente se produzirão as cobranças.

Posteriormente, estes fluxos de caixa atualizam-se à taxa de juro efetiva do instrumento (se o seu tipo contratual for fixo) ou à taxa de juro contratual efetiva na data da atualização (quando esta for variável).

No que se refere especificamente às perdas por imparidade que têm por causa a materialização do risco de insolvência dos obrigados a pagar (risco de crédito), um instrumento de dívida sofre de imparidade por insolvência quando é evidente uma degradação na capacidade de pagamento por parte do obrigado, seja por evidente atraso de pagamento ou por razões distintas desta.

O processo de avaliação das possíveis perdas por imparidade leva-se a cabo:

- Individualmente, para todos os instrumentos de dívida significativos e para os que, não sendo significativos, não são suscetíveis de ser classificados em grupos homogéneos de instrumentos de características similares: tipo de instrumento, sector de atividade do devedor e área geográfica da sua atividade, tipo de garantia e antiguidade das importâncias vencidas.

- Coletivamente, nos outros casos. Estabelecem-se classificações distintas das operações devido à natureza dos obrigados ao pagamento, situação da operação e tipo de garantia com que conta e antiguidade do atraso de pagamento, fixando-se para cada um destes grupos de risco as perdas mínimas por imparidade (“perdas identificadas”).

Adicionalmente às perdas identificadas, constitui-se uma provisão pelas perdas inerentes dos instrumentos de dívida classificados como risco normal, tendo em conta a experiência histórica de imparidade e as outras circunstâncias conhecidas no momento da avaliação. Para estes efeitos, as perdas inerentes são as perdas sofridas à data do fecho das demonstrações financeiras, calculadas com procedimentos estatísticos, que estão pendentes da atribuição a operações concretas. O Banco de Espanha, com base na sua experiência e na informação que tem do sector bancário espanhol,

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determinou alguns parâmetros para a quantificação das perdas por imparidade inerentes. A Sociedade realiza uma análise periódica das perdas por imparidade inerentes dos instrumentos da sua carteira de créditos, tomando em consideração a natureza das operações realizadas e a sua experiência histórica de imparidade e, com base nos resultados obtidos, a partir dos quais mantem registada a correspondente provisão por perdas inerentes à carteira de crédito (“cobertura genérica”).

O conjunto das coberturas existentes a todo momento é a soma das correspondentes às perdas por operações específicas e às perdas por imparidade inerentes à carteira de crédito.

O reconhecimento na conta de ganhos e perdas dos juros acumulados interrompe-se para todos os instrumentos de dívida qualificados individualmente estando depreciados, assim como para aqueles para os quais se tenham calculado coletivamente as perdas por imparidade por haver montantes vencidos com uma antiguidade igual ou superior a três meses. Estes juros reconhecem-se como rendimentos quando se percebem, como uma recuperação da perda por imparidade.

f) Ativos materiais

Este capítulo do balanço inclui a o valor das instalações, mobiliário, equipamentos de informática e maquinaria propriedade da Sociedade, que se classificam, em função do seu destino, como imobilizado material de uso próprio.

O imobilizado de uso próprio apresenta-se pelo seu custo de aquisição, regularizado e atualizado, se for o caso, de acordo com as disposições legais aplicáveis, menos sua correspondente amortização acumulada e, se houver, as perdas por imparidade que resultam de comparar o valor líquido de cada elemento com sua correspondente importância recuperável.

A amortização calcula-se, aplicando o método linear, sobre o custo de aquisição dos ativos menos o seu valor residual. As dotações anuais para efeitos de amortização dos ativos materiais realizam-se com contrapartida no capítulo “Amortização” da conta de ganhos e perdas e, basicamente, equivalem às percentagens de amortização seguintes (determinadas em função dos anos da vida útil estimada, em média, dos diferentes elementos):

Taxa de Amortização

Anual Instalações 8-18 Mobiliário e equipamentos de escritório

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Equipamentos informáticos 25 Maquinaria 15

Por ocasião de cada encerramento contabilístico, a Sociedade analisa se existem indícios de que o valor líquido dos elementos do seu ativo material excede o seu montante correspondente recuperável, em cujo caso, reduz o valor contabilístico do ativo em causa até a um montante recuperável e ajusta os débitos futuros para efeitos de amortização em proporção ao seu valor contabilísticos ajustado e à sua nova vida útil remanescente, no caso de ser necessária uma nova estimativa da mesma.

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De forma similar, quando existem indícios de que se recuperou o valor de um ativo material, a Sociedade regista a reversão da perda por imparidade contabilizada em períodos anteriores e ajusta, em consequência, os débitos futuros para efeitos de amortização. Em caso algum, a reversão da perda por imparidade de um ativo pode representar o incremento de seu valor contabilísticos acima daquele que teria se não se tivessem reconhecido perdas por imparidade em exercícios anteriores.

Do mesmo modo, pelo menos no fim de cada exercício, procede-se à revisão das vidas úteis estimadas dos elementos do imobilizado material de uso próprio, com o objetivo de detetar possíveis alterações significativas nas mesmas. No caso de tal se verificar, as dotações à amortização correspondentes às novas vidas úteis ajustar-se-ão mediante a correção correspondente do débito a efetuar na conta de ganhos e perdas de exercícios futuros.

As despesas de conservação e manutenção dos ativos materiais de uso próprio entram nos resultados do exercício em que incorrem.

g) Ativo intangível

São ativos não monetários identificáveis (suscetíveis de ser separados de outros ativos), embora sem aparência física (listas de clientes, patentes, direitos de transferência, programas informáticos, entre outros conceitos), que surgem como consequência de um negócio jurídico ou que tenham sido desenvolvidos pela Sociedade. Apenas se reconhecem contabilisticamente aqueles ativos intangíveis cujo custo pode estimar-se de modo fiável e dos que a Sociedade estima ser provável obter benefícios económicos no futuro.

Os ativos intangíveis reconhecem-se inicialmente pelo seu custo de aquisição ou produção e, posteriormente, avaliam-se pelo seu custo menos, consoante o caso, a sua amortização correspondente acumulada e as perdas por imparidade que tenham sofrido.

Os ativos intangíveis podem ser de “vida útil indefinida” (quando, tendo por base análises realizadas de todos os fatores relevantes, se conclui que não existe um limite previsível do período durante o qual se espera que gerarão fluxos de caixa líquidos a favor da Sociedade) ou de “vida útil definida” (nos restantes casos).

Os ativos intangíveis de vida útil indefinida não se amortizam, se bem que, por ocasião de cada encerramento contabilístico, a Sociedade revê as suas respetivas vidas úteis remanescentes com o objetivo de se assegurar de que estas continuam a ser indefinidas ou, em caso contrário, de proceder em conformidade. Os ativos intangíveis com vida útil definida amortizam-se em função da mesma, aplicando-se critérios similares aos adotados para a amortização dos ativos materiais.

Os ativos intangíveis da Sociedade foram classificados como sendo de “vida útil definida” e amortizam-se em função da mesma, aplicando critérios similares aos adotados para a amortização dos ativos materiais.

Os débitos noas contas de ganhos e perdas pela amortização destes ativos registam-se no capítulo “Amortização”.

A Sociedade reconhece contabilisticamente qualquer perda que possa ter ocorrido no valor registado destes ativos com origem na sua imparidade, utilizando como contrapartida a rubrica “Perdas por imparidade dos restantes ativos - Fundo de comércio e outros ativos intangíveis” da conta de ganhos e perdas. Os critérios para o reconhecimento das perdas por imparidade destes ativos e, se for caso disso, das recuperações das perdas por imparidade registadas em exercícios anteriores são similares aos aplicados para os ativos materiais (veja-se Nota 2-f).

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Programas informáticos desenvolvidos pela própria Sociedade

Os programas informáticos desenvolvidos internamente reconhecem-se como ativos intangíveis quando, entre outros requisitos (basicamente, a capacidade para utilizá-los ou vendê-los), estes ativos podem ser identificados e poderá demonstrar-se a sua capacidade de gerar benefícios económicos no futuro.

As despesas ocorridos durante a fase de investigação reconhecer-se-ão diretamente na conta de ganhos e perdas do exercício em que se incluam, não podendo incorporar-se posteriormente no valor contabilísticos do ativo intangível.

h) Restantes ativos e Restantes passivos

O capítulo “Restantes ativos” inclui o saldo de todas as contas de regularização de ativo, exceto as correspondentes a juros, assim como ao montante dos restantes ativos não incluídos noutros capítulos.

O capítulo “Restantes passivos” inclui o saldo de todas as contas de regularização de passivo, exceto as correspondentes a juros, e ao montante dos restantes passivos não incluídos noutras categorias.

i) Provisões e passivos (ativos) contingentes

As provisões são obrigações atuais da Sociedade, que surgem como consequência de sucessos passados, que estão claramente especificadas segundo a sua natureza à data a que se referem as demonstrações financeiras, mas resultam indeterminadas no que se refere ao seu valor ou momento de cancelamento, por cujo vencimento, e para cancelá-las, a Sociedade espera desprender-se de recursos que incorporem benefícios económicos.

Os passivos contingentes são obrigações possíveis da Sociedade que surgem como consequência de sucessos passados, cuja existência está condicionada a que ocorram, ou não, um ou mais eventos futuros independentes da vontade da Sociedade. Inclui as obrigações atuais da Sociedade cujo cancelamento não é provável que origine uma diminuição de recursos que incorporem benefícios económicos ou cuja importância não possa ser quantificada com a fiabilidade necessária.

O balanço inclui aquelas provisões significativas que se estima que a probabilidade de que se tenha que atender a obrigação é maior que do contrário. Os passivos contingentes não se reconhecem no balanço, mas em caso de existirem, deve essa informação constar no Relatório.

As provisões (que se quantificam tendo em consideração a melhor informação disponível sobre as consequências do sucesso que têm na sua origem e são estimadas por ocasião de cada encerramento contabilístico) utilizam-se para fazer frente às obrigações específicas para que foram originalmente reconhecidas; procedendo-se à sua reversão, total ou parcial, quando estas obrigações deixam de existir ou diminuem.

As provisões classificam-se em função das obrigações abrangidas por:

- Fundo para pensões e obrigações similares: inclui a importância de todas as provisões constituídas para a cobertura das indemnizações por despedimento, incluindo os compromissos assumidos com o pessoal em pré-reforma e obrigações similares.

- Provisões para riscos e compromissos contingentes: inclui a importância das provisões constituídas para a cobertura de riscos contingentes, entendidos como aquelas operações nas quais a entidade garante obrigações de um terceiro, surgidas como consequência de garantias financeiras concedidas

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ou outro tipo de contratos, e de compromissos contingentes, entendidos como compromissos irrevogáveis que podem dar lugar ao reconhecimento de ativos financeiros.

Os ativos contingentes são ativos possíveis, surgidos como consequência de sucessos passados, cuja existência está condicionada e deve confirmar-se quando ocorram, ou não, eventos que estão fora do controlo da Sociedade. Os ativos contingentes não se reconhecem no balanço nem na conta de ganhos e perdas, mas devem contar no Relatório sempre e quando seja provável o aumento de recursos que incorporem benefícios económicos por esta causa.

j) Procedimentos judiciais e/ou reclamações em curso

Tanto os assessores legais da Sociedade como os seus Administradores consideram que o prejuízo económico que poderá derivar de procedimentos judiciais e/ou reclamações apresentadas por clientes, se for esse o caso, não terá um efeito significativo nas contas anuais.

k) Transações em moeda estrangeira

As diferenças de câmbio que se produzem ao converter os saldos denominados em moeda estrangeira à moeda funcional registam-se, geralmente, pelo seu valor líquido, no capítulo “Diferenças de câmbio (líquido)” da conta de ganhos e perdas; à exceção das diferenças de câmbio produzidas em instrumentos financeiros classificados pelo seu justo valor com alterações nos ganhos e perdas, que se registam na conta de ganhos e perdas sem as diferenciar do resto das variações que possa sofrer o seu justo valor. Durante os exercícios 2015 e 2014 não se verificaram diferenças de câmbio ao não existirem saldos denominados em moeda estrangeira.

l) Reconhecimento de rendimentos e despesas

Seguidamente, são resumidos os critérios mais significativos utilizados pela Sociedade para o reconhecimento dos seus rendimentos e despesas:

i. Receitas e despesas por juros e conceitos equiparados

De um modo geral, os rendimentos e despesas por juros e conceitos a eles equiparados reconhecem-se contabilisticamente em função do seu período de referência, por aplicação do método de juro efetivo.

ii. Comissões, honorários e conceitos equiparados

Estes rendimentos e despesas reconhecem-se na conta de ganhos e perdas segundo critérios distintos, de acordo com a sua natureza. Os mais significativos são:

- Os que têm a sua origem em transações ou serviços que se prolongam ao longo do tempo, e diferem durante a sua vida de tais transações ou serviços.

- Os que surgem na prestação de um serviço que se executa num ato singular, quando se realiza o ato singular que os origina.

iii. Receitas e despesas não financeiras

Reconhecem-se contabilisticamente de acordo com o princípio da especialização dos exercícios.

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iv. Cobranças e pagamentos diferidos no tempo

Reconhecem-se contabilisticamente pelo valor que resulta da atualização financeira das taxas de mercado aos fluxos de caixa previstos.

m) Outras retribuições a longo prazo

De acordo com a Convenção Coletiva do trabalho vigente, a Sociedade tem assumido o compromisso de premiar os empregados que optem pela possibilidade de reformar-se anteriormente à idade legal de reforma (65 anos e dos meses) tendo direito a ela.

A 31 de Dezembro de 2014, a Sociedade dispunha de uma provisão por fundos de pensões e obrigações similares, segundo o descrito na norma Trigésima Quinta, alínea D, da Circular 4/2004, do Banco de Espanha, que continha o passivo total acumulado, a esta data, pelos compromissos a favor dos trabalhadores, cujo cálculo se fundamentou em parâmetros atuariais e financeiros (veja-se Nota 13). No dia 31 de Janeiro de 2015, os referidos trabalhadores deixaram de ser empregados da Sociedade, pelo que a 31 de Dezembro de 2015 esta não mantém provisão por este conceito, por não haver nenhum empregado com direito a receber pensão de reforma (veja-se Notas 4 e 13).

O montante destes compromissos foi determinado no dia 31 de Dezembro de 2014, aplicando-se na sua quantificação, as seguintes hipóteses atuariais com imparcialidade e compatíveis entre si:

2014

Taxa técnica de juro anual 1,40% Tabelas de mortalidade GRM/F-95 Taxa anual de crescimento dos salários 1,00%

Estes compromissos foram reconhecidos na conta de ganhos e perdas da seguinte forma:

- O custo dos serviços do período corrente (entendendo-se como tal o incremento no valor atual das obrigações que se origina como consequência dos serviços prestados no exercício pelos empregados) na rubrica “Despesas de administração – Despesas de pessoal”.

- O custo por juros (entendendo-se como tal o incremento produzido para o exercício no valor atual das obrigações como consequência da passagem do tempo), no capítulo “Juros e custos equiparados”.

n) Indemnizações por despedimento

As indemnizações por despedimento registam-se quando se dispõe de um plano formal e detalhado no qual se identificam as modificações fundamentais que se vão realizar, e sempre que se tenha começado a executar esse plano ou se tenham anunciado publicamente as suas principais características, ou decorram factos objetivos da sua execução. Aquando do encerramento do exercício de 2015, não existe nenhum plano de redução de pessoal que torne necessária a dotação de uma provisão por este conceito.

o) Imposto sobre Rendimento

A despesa pelo Imposto sobre Rendimento do exercício calcula-se como o imposto a pagar respeitante ao resultado fiscal do exercício, ajustado pelo valor das variações produzidas durante o exercício nos ativos e passivos registados derivados de diferenças temporárias que se reconheçam na conta de ganhos

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e perdas, dos créditos por deduções e bonificações fiscais e das matérias coletáveis negativas, no caso de existirem.

Os ativos e passivos por impostos diferidos incluem as diferenças temporárias que se identificam como aqueles valores que se preveem pagáveis ou recuperáveis pelas diferenças entre os valores contabilísticos dos elementos patrimoniais e as suas correspondentes bases fiscais (“valor fiscal”). Os referidos valores registam-se aplicando a diferença temporária a que corresponda a taxa do imposto a que se espera recuperá-los ou liquidá-los.

O capítulo “Ativos fiscais” do balanço inclui a importância de todos os ativos de natureza fiscal, diferenciados em: “correntes” (importância a recuperar por impostos nos próximos doze meses) e “diferidos” (importância dos impostos a recuperar em exercícios futuros, incluindo os derivados de matérias coletáveis negativas ou de créditos por deduções ou bonificações fiscais pendentes de compensação, consoante o caso).

O capítulo “Passivos fiscais” do balanço inclui a importância de todos os passivos de natureza fiscal, exceto as provisões por impostos, que são divididos em: “correntes” (importância a pagar pelo Imposto sobre Rendimento relativo ao lucro tributável do exercício e outros impostos nos próximos doce meses) e “diferidos” (importância dos impostos sobre lucros a pagar em exercícios futuros).

Os ativos por impostos diferidos, os créditos por deduções e bonificações e matérias coletáveis negativas apenas se reconhecem no caso em que se considere provável que a Sociedade tenha, no futuro, lucros tributáveis suficientes sobre os quais possa torná-los efetivos. Os passivos por impostos diferidos reconhecem-se por todas as diferenças temporárias existentes.

Por ocasião de cada encerramento contabilístico, reveem-se os impostos diferidos registados (tanto ativos como passivos) com o objetivo de comprovar que se mantêm vigentes, efetuando-se as oportunas correções aos mesmos, de acordo com os resultados das análises realizadas.

p) Prazos residuais das operações e taxas de juro médias

Na Nota 25 deste Relatório apresenta-se em detalhe os vencimentos das partes que integram os saldos de determinadas rubricas dos balanços ao dia 31 de Dezembro de 2015 e 2014, assim como as taxas de juro anuais médias dos exercícios 2015 e 2014.

q) Demonstração de rendimentos e despesas reconhecidas

Na Demonstração de rendimentos e despesas reconhecidas apresentam-se os rendimentos e despesas gerados pela Sociedade como consequência da sua atividade durante o exercício, distinguindo aqueles registados como resultados na conta de ganhos e perdas do exercício e os outros rendimentos e despesas registados, de acordo com o disposto no regulamento vigente, diretamente no património líquido, distinguindo-se estes últimos, por sua vez, entre aquelas partes que poderão ser reclassificadas como resultados, de acordo com o disposto no regulamento aplicável, e as que não poderão.

Por conseguinte, nesta demonstração apresenta-se: i. O resultado do exercício.

ii. O montante líquido dos rendimentos e despesas reconhecidos transitoriamente como ajustes por

avaliação do património líquido.

iii. O montante líquido dos rendimentos e despesas reconhecidos definitivamente no património líquido.

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iv. O imposto sobre rendimento devido pelos conceitos indicados nas alíneas ii) e iii) anteriores.

v. O total dos rendimentos e despesas reconhecidos, calculados como soma das alíneas anteriores.

As variações verificadas nos rendimentos e despesas reconhecidos no património líquido como ajustes por avaliação são divididas em:

- Lucros (perdas) por avaliação: inclui o valor dos rendimentos líquidos das despesas originadas no

exercício, reconhecidos diretamente no património líquido. As quantias reconhecidas no exercício nesta rubrica mantêm-se nesta secção, embora no mesmo exercício se transfiram para a conta de ganhos e perdas ou se reclassifiquem noutra rubrica.

- Montantes transferidos para a conta de ganhos e perdas: inclui o valor dos ganhos ou perdas por

avaliação reconhecidas previamente no património líquido, embora no mesmo exercício, que se reconhecem na conta de ganhos e perdas.

- Montante transferido para o valor inicial dos itens cobertos: inclui a importância dos ganhos ou

perdas por avaliação reconhecidas previamente no património líquido, embora no mesmo exercício, que se reconheçam no valor inicial dos ativos ou passivos como consequência de coberturas de fluxos de caixa.

- Outras reclassificações: inclui o valor das transferências realizadas no exercício entre itens de

ajustes por avaliação conforme aos critérios estabelecidos no regulamento vigente.

As importâncias destes itens apresentam-se no seu valor bruto, indicando-se o seu respetivo efeito tributário na rubrica “Imposto sobre Rendimento” do estado.

r) Demonstração total de alterações no património líquido

Na Demonstração Total de alterações no património líquido apresentam-se todos os movimentos que se tenham produzido no património líquido, incluídas as que têm sua origem em alterações nos critérios contabilísticos e em correções de erros. Esta demonstração mostra, por conseguinte, uma conciliação do valor contabilísticos no início e no final do exercício de todas as rubricas que formam o património líquido, agrupando os movimentos, em função da sua natureza, nas seguintes rubricas:

- Ajustes por alterações em critérios contabilísticos e correção de erros: inclui as alterações no

património líquido que surgem como consequência da reexpressão retrospetiva dos saldos das demonstrações financeiras com origem em alterações nos critérios contabilísticos ou na correção de erros.

- Rendimentos e despesas reconhecidos no exercício: abrange, de modo agregado, o total das

rubricas registadas no estado de rendimentos e despesas reconhecidas anteriormente indicadas.

- Outras variações no património líquido: abrange o resto de rubricas registadas no património líquido, que podem ser aumentos ou diminuições do capital, distribuição de resultados, operações com instrumentos de capital próprios, pagamentos com instrumentos de capital, transferências entre rubricas do património líquido e qualquer outro incremento ou diminuição do património líquido.

s) Demonstrações de fluxos de caixa

Nas demonstrações de fluxos de caixa, utilizam-se as seguintes expressões nos seguintes sentidos:

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- Fluxos de caixa: entradas e saídas de dinheiro em caixa e de seus equivalentes, entendendo-se por equivalentes as investimentos a curto prazo de grande liquidez e baixo risco que alteram o seu valor.

- Atividades de exploração: atividades típicas das instituições de crédito, assim como outras atividades que não podem ser qualificadas como de investimento ou de financiamento.

- Atividades de investimento: as de aquisição, alienação ou disposição por outros meios de ativos a longo prazo e outras investimentos não incluídas em caixa e seus equivalentes.

- Atividades de financiamento: atividades que produzem alterações no tamanho e composição do património líquido e dos passivos que não são parte das atividades de exploração.

Para efeitos da elaboração da demonstração de fluxos de caixa, consideraram-se como “efetivo e equivalentes de efetivo” os saldos devedores à vista mantidos com instituições de crédito que se encontram registadas no rubrica “Empréstimos – Depósitos em instituições de crédito” do balanço, ascendendo o seu valor a 18 348 milhares de euros a 31 de Dezembro de 2015 (17 490 milhares de euros a 31 de Dezembro de 2014) - veja-se Nota 25.

3. Distribuição de resultados da Sociedade e Lucro por ação

a) Distribuição de resultados da Sociedade

A proposta de distribuição do rendimento líquido da Sociedade do exercício 2015 que o Conselho de Administração proporá à Assembleia Geral de Acionistas para sua aprovação, é a seguinte:

Milhares de Euros

Distribuição: Distribuição de dividendos 53 266

Lucro líquido do exercício 53 266

Adicionalmente, no dia 16 de Fevereiro de 2016, o Conselho de Administração da Sociedade acordou a distribuição de um dividendo por conta do resultado a 31 de Dezembro de 2015 no valor de 52. milhões de euros, que se efetivou no dia 26 de Fevereiro de 2016. O balanço contabilístico provisório que, conforme o estabelecido no artigo 277 do Texto Revisto da Lei de Sociedades de Capital, foi formulado pelo Conselho de Administração, manifestando a existência de liquidez suficiente para o pagamento dos referidos dividendos à conta, é o seguinte:

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Milhares de Euros Situação de

liquidez a 16 de Fevereiro

2016 Lucro antes de impostos a 31 de Dezembro de 2015

76 156

Estimativa do Imposto de Sociedades (22 890) Aplicação obrigatória a reservas - Dividendos pagos até a data -

Lucro distribuível 53 266

Dividendo por conta proposto 52 000

Liquidez a 16 de Fevereiro de 2016 680 000

Liquidez não disponível -

Liquidez disponível 680 000

Dividendo por conta proposto (52 000)

Diferença 628 000

b) Lucro básico por ação

O lucro básico por ação determina-se dividindo o resultado líquido do exercício entre o número médio ponderado das ações em circulação durante esse exercício, excluindo o número médio das ações próprias mantidas ao longo do mesmo.

De acordo com tal:

2015 2014

Resultado líquido do exercício (milhares de euros) 53 266 50 953 Número médio ponderado de ações em circulação (milhares de ações) 27 300 27 300

Lucro básico por ação (euros) 1,95 1,87

Ao não existir nenhum efeito diluidor, o lucro básico é coincidente com o lucro diluído.

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4. Remunerações e outros lucros do Conselho de Administração da Sociedade e da Alta Direção

Durante os exercícios 2015 e 2014, os membros do Conselho de Administração da Sociedade não receberam nem criaram nenhum tipo de remuneração (honorários e salários, pensões, etc.), com exceção das que recebem os membros do conselho que pela sua função executiva fazem parte da Alta Direção. Para além disso, não existem adiantamentos, créditos ou garantias concedidas, nem obrigações contraídas pela Sociedade em matéria de pensões ou seguros de vida com nenhum deles nem com anteriores membros do Conselho de Administração.

Em conformidade com o estabelecido nos artigos 229 e 231 da Lei de Sociedades de Capital, introduzidos pelo Real Decreto Legislativo 1/2010, de 2 de Julho, e redigido seguindo o estabelecido no nº dezassete do artigo único da Lei 31/2014 de 3 de Dezembro (entrada em vigor a 4 de Dezembro de 2014), os Administradores devem adotar as medidas necessárias para evitar incorrer em situações nas quais os seus juros, ou os de uma pessoa vinculada aos mesmos, seja por conta própria ou de outrem, possam entrar em conflito com o juro social e com os seus deveres para com a Sociedade.

Durante o exercício 2015, os membros do Conselho de Administração da Sociedade e as suas partes vinculadas, de acordo com a definição do Texto Revisto da Lei de Sociedades de Capital, não mantiveram participações no capital de sociedades com o mesmo, análogo ou complementário género de atividade que constitua o objetivo social da Sociedade. Para além disso, não realizaram nem realizam atividades por conta própria ou de outrem do mesmo, análogo ou complementário género de atividade que constitua o objetivo social da Sociedade. Além disso, os Administradores da Sociedade não comunicaram ao Conselho de Administração nenhuma situação de conflito de juro, direto o indireto, dos mesmos ou de pessoas vinculadas.

Os membros da Alta Direção da Sociedade receberam 1.235 milhares de euros, constituindo, basicamente, retribuições fixas e variáveis (1.034 milhares de euros no exercício 2014). As retribuições variáveis, em alguns casos, encontram-se sujeitas a um período de diferimento de três anos para serem recebidas, se for o caso, em efetivo e/ou em ações do Banco Santander, S.A., sempre que se cumpram determinadas condições

Além disso, um dos membros da Alta Direção vinha recebendo outras remunerações a longo prazo (veja-se Notas 2-m e 13), ascendendo o passivo acumulado por tais remunerações a 31 de Dezembro de 2014 a 42 mil euros. No dia 31 de Janeiro de 2015, o referido membro da Alta Direção deixou de ser empregado da Sociedade, sem que se tenham manifestado diferenças significativas entre os montantes pagos por Financiera El Corte Inglés, E.F.C. e o passivo registado.

A Sociedade não tem assumido nenhum compromisso por pensões e obrigações similares com os membros da Alta Direção. A 31 de Dezembro de 2015, os membros da Alta Direção não mantinham saldos com a Sociedade, nem se realizaram transações no exercício 2015 que não tenham sido discriminadas no presente relatório.

5. Depósitos em entidades de crédito

O saldo desta rubrica dos balanços abrange principalmente o saldo das contas correntes mantidas pela Sociedade em diversas instituições de crédito, todas elas denominadas em euros. Estas contas correntes não geraram juros durante os exercícios 2015 e 2014. Nesta rubrica inclui-se o contributo no valor de 6.645 milhares de euros que a Sociedade realizou durante o exercício 2015 para constituir a sociedade Financiera El Corte Inglés Sucursal em Portugal, S.F.C., S.A. (Nota 1-d). Esta rubrica inclui, além disso, o montante a receber por operações de factoring, que ascendia a 233 milhares de euros no dia 31 de Dezembro de 2015 (249 milhares de euros a 31 de Dezembro de 2014).

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Na Nota 25 mostra-se em detalhe o prazo de vencimento destes ativos à data do encerramento dos exercícios 2015 e 2014, assim como as suas taxas de juro anuais médias dos exercícios referidos.

A 31 de Dezembro de 2015 a Sociedade não apresenta correções de valor por imparidade sobre esta rubrica (2 milhares de euros ao 31 de Dezembro de 2014). Durante o exercício 2015 verificaram-se recuperações de 2 milhares de euros que se registaram ao abrigo do capítulo “Perdas por imparidade em ativos financeiros (líquido)” da conta de ganhos e perdas do exercício 2015 (por 208 milhares de euros durante o exercício 2014).

6. Crédito aos clientes

A seguir, indica-se a discriminação do saldo desta rubrica dos balanços, atendendo à modalidade e situação das operações, ao sector de atividade do beneficiário de crédito, à área geográfica da sua residência e à modalidade das taxas de juro das operações:

Milhares de Euros

2015 2014 Por modalidade e situação do crédito:

Crédito comercial 4 623 8 168 Outros devedores a prazo 707 926 673 936 Devedores à vista e vários 654 449 683 395 Ativos depreciados 104 658 128 944 1 471 656 1 494 443

Por sector de atividade do beneficiário de crédito:

Outros sectores residentes 1 435 682 1 456 301 Não residentes 35 974 38 142 1 471 656 1 494 443

Por área geográfica: Espanha 1 441 394 1 462 916 Resto da União Europeia 30 262 31 527 1 471 656 1 494 443

Por modalidade de taxa de juro: À taxa zero 1 078 475 1 096 559 A taxa de juro fixo 393 181 397 884 1 471 656 1 494 443

Menos: Ajustes por avaliação (133 263) (139 910) Dos quais:

Perdas por imparidade (133 263) (139 910)

1 338 393 1 354 533

Na Nota 25 mostra-se em detalhe o prazo de vencimento destes ativos à data do encerramento dos exercícios 2015 e 2014, assim como as suas taxas de juro anuais médias dos exercícios referidos.

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A 31 de Dezembro de 2015 e 2014 não existem ativos financeiros penhorados, nem garantias recebidas que possam ser penhoradas ou vendidas sem que se produza previamente o incumprimento do proprietário.

A 31 de Dezembro de 2015, os clientes da Sociedade mantinham como disponível de crédito por terceiros em cartões um saldo de 5 769 917 milhares de euros (5 961 674 milhares de euros a 31 de Dezembro de 2014 -veja-se Nota 17).

A seguir, inclui-se a distribuição do crédito aos clientes por tipo de contraparte e tipo de finalidade, valor líquido da imparidade correspondente, a 31 de Dezembro de 2015 e 2014:

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31 de Dezembro de 2015 Milhares de Euros

Total Sem garantia

real

Crédito com garantia real Exposição líquida Loan to value (a)

Da qual: Garantia

imobiliária

Da qual: Resto de garantias

reais

Inferior ou igual a 40%

Superior a 40% e inferior ou igual a

60%

Superior a 60% e inferior ou igual a 80%

Superior a 80% e inferior ou igual a

100%

Superior a 100%

Administrações públicas 2 2 - - - - - - -

Outras instituições financeiras 6 824 6 824 - - - - - - -

Sociedades não financeiras e empresários individuais

6 283 6 283 - - - - - - -

Dos quais: - - - - - - -

Construção e promoção imobiliária - - - - - - - - -

Construção civil - - - - - - - - -

Grandes empresas 4 371 4 371 - - - - - - -

PME e empresários individuais 1 912 1 912 - - - - - - -

Resto de famílias e instituições sem fins de lucrativos ao serviço das famílias

1 363 980 1 363 980 - - - - - - -

Dos quais: - - - - - - -

Fogos 4 614 4 614 - - - - - - -

Consumo 1 327 517 1 327 517 - - - - - - -

Outros fins 31 849 31 849 - - - - - - -

Subtotal 1 377 089 1 377 089 - - - - - - -

Menos: correções de valor por imparidade de ativos determinadas coletivamente

38 696

Total 1 338 393

Por memória

Operações refinanciadas e restruturadas

líquido de provisões

29 519

(a) Rácio que resulta da divisão do valor contabilísticos das operações a 31 de Dezembro de 2015 sobre o montante da última taxação ou avaliação disponível da garantia.

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31 de Dezembro de 2014 Milhares de Euros

Total Sem garantia

real

Crédito com garantia real Exposição líquida Loan to value (a)

Da qual: Garantia

imobiliária

Da qual: Resto de garantias

reais

Inferior o igual ao

40%

Superior ao 40% e inferior o igual ao

60%

Superior ao 60% e inferior o

igual ao 80%

Superior ao 80% e inferior o igual ao

100%

Superior ao 100%

Administrações públicas 1 1

Outras instituições financeiras 8 668 8 668 - - - - - - -

Sociedades não financeiras e empresários individuais

9 775 9 775 - - - - - - -

Dos quais:

Construção e promoção imobiliária - - - - - - - - -

Construção civil - - - - - - - - -

Grandes empresas 6 925 6 925 - - - - - - -

PME e empresários individuais 2 850 2 850 - - - - - - -

Resto de famílias e instituições sem fins de lucrativos ao serviço das famílias

1 360 564 1 360 564 - - - - - - -

Dos quais:

Fogos 6 247 6 247 - - - - - - -

Consumo 1 319 772 1 319 772 - - - - - - -

Outros fins 34 545 34 545 - - - - - - -

Subtotal 1 379 008 1 379 008 - - - - - - -

Menos: correções de valor por imparidade de ativos determinadas coletivamente 24 475

Total 1 354 533

Por memória

Operações refinanciadas e restruturadas

líquido de provisões

33.180

(b) Rácio que resulta da divisão do valor contabilísticos das operações a 31 de Dezembro de 2014 sobre o montante da última taxação ou avaliação disponível da garantia.

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Titularizações

No mês de Novembro do exercício 2013, a Sociedade levou a cabo uma operação de titularização de ativos, que consistia na cessão sucessiva dos montantes mensais a receber de determinadas operações de financiamento ao consumo da sua carteira de crédito ao fundo de titularização irlandês Secucor Finance 2013-I Limited, estando previsto o vencimento desta titularização para o mês de Novembro de 2020. Na data de 30 de Outubro de 2015, a Sociedade assinou uma Adenda ao contrato da referida titularização, regulando a ampliação desta Titularização, prevendo-se o vencimento para o mês de Novembro de 2023. Esta operação tem por finalidade de diversificar as fontes de financiamento da Sociedade. O referido fundo de titularização emitiu obrigações de alta qualidade de crédito por um valor nominal de 600.000 milhares de euros, assim como uma obrigação subordinada à cobrança das referidas obrigações, cujo valor varia em função dos direitos de crédito vendidos pela Sociedade mensalmente à Secucor Finance 2013-I Limited pelo valor de 364.390 milhares de euros a 31 de Dezembro de 2015 (396.841 milhares de euros no exercício 2014) (veja-se Nota 11).

A Sociedade adquiriu a obrigação subordinada anteriormente mencionada e, além disso, concedeu à Secucor Finance 2013-I Limited um empréstimo subordinado para a constituição do seu fundo de reserva no valor de 9.000 milhares de euros. Dadas as melhorias de crédito concedidas à Secucor Finance 2013-I Limited, a Sociedade não transferiu substancialmente o risco dos ativos titularizados, razão pela qual estes não foram excluídos do balanço a 31 de Dezembro de 2015 e 2014.

A seguir, mostra-se em detalhe os saldos registados no balanço a 31 de Dezembro de 2015 e 2014 associados com esta operação:

Milhares de Euros 2015 2014 Crédito aos clientes – Ativos transferidos para Secucor Finance 2013-I Limited 978 976 1 010 390 Depósitos dos clientes (Nota 11) 590 804 587 866 (1) Este montante refere-se ao valor líquido das provisões associadas à carteira de crédito

titularizada.

Estando a carteira titularizada formada, na sua maior parte, por ativos de taxa fixa com vencimento no curto prazo, e sendo as obrigações emitidas por Secucor Finance 2013-I Limited a taxa de juro variável, estimou-se que os justos valores dos ativos titularizados e do passivo associado a esta operação de titularização não difere significativamente dos valores que se encontram registados no balanço da Sociedade a 31 de Dezembro de 2015 e 2014.

Correções de valor por imparidade

O movimento que se produziu no saldo da conta “Perdas por imparidade” durante os exercícios 2015 e 2014, indica-se abaixo:

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Milhares de Euros 2015 2014 Saldo ao início do exercício 139 910 145 931 Dotações relativas a resultados do exercício: 43 704 43 428 Das quais:

Cobertura específica 29 483 35 582

Cobertura genérica 14 221 7 846

Recuperação de dotações com crédito a resultados (22 135) (22 924) Lucro líquido do exercício 21 569 20 503 Cancelamentos líquidos por crédito duvidoso (28 216) (26 524) Saldo no encerramento do exercício 133 263 139 910

Em função da forma da sua determinação: Cobertura específica 94 567 115 435

Cobertura genérica (Nota 2-e) 38 696 24 475

O valor contabilístico dos ativos financeiros que foram renegociados ascende a 29.519 milhares de euros a 31 de Dezembro de 2015 (33.179 milhares de euros a 31 de Dezembro de 2014).

Ativos financeiros vencidos e não depreciados

Segue-se a apresentação em detalhe dos ativos financeiros vencidos e não considerados como depreciados pela Sociedade a 31 de Dezembro de 2015 e 2014, classificados por classes de instrumentos financeiros:

Milhares de Euros 2015 2014

Instrumentos de dívida - Depósitos em instituições de crédito 2 24 Crédito aos clientes 3 552 5 389

A totalidade dos instrumentos de dívida vencidos e não considerados como depreciados pela Sociedade classificam-se no prazo de até três meses desde o seu vencimento.

Ativos depreciados

A seguir, mostra-se em detalhe aqueles ativos financeiros classificados como investimentos de crédito e considerados como depreciados por razão do seu risco de crédito, a 31 de Dezembro de 2015 e 2014, atendendo ao prazo decorrido desde o vencimento do valor em dívida, na referida data, mais antigo de cada operação:

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Milhares de Euros Com Saldos Vencidos e Devidos Entre

0 e 6 Entre 6 e 9

Entre 9 e 12

Mais de 12

Meses

Meses Meses Meses Total

Saldos a 31 de Dezembro de 2015 13 062 6 700 7 878 77 018 104 658 Saldos a 31 de Dezembro de 2014 18 577 9 283 9 000 92 084 128 944

A taxa de atrasos de pagamento, a 31 de Dezembro de 2015 e 2014, excluindo os ativos considerados como crédito duvidoso, ascendia a 7,11% e a 8,63% respetivamente.

Créditos de cobrança duvidosa

A seguir, mostra-se em detalhe o movimento verificado no saldo dos ativos financeiros classificados como investimentos de créditos e considerados como de cobrança duvidosa por razão de seu risco de crédito a 31 de Dezembro de 2015 e 2014:

Milhares de Euros 2015 2014 Saldo no início do exercício 111 874 95 349 Altas: Com débito a correções de valor por imparidade de ativos 28 216 26 524 Com débito direto na conta de ganhos e perdas 1 371 586 Produtos vencidos e não cobrados 1 853 1 254

Total altas 31 440 28 364 Baixas: Por recuperação em efetivo principal (4 950) (4 008) Por recuperação de produtos vencidos e não cobrados (477) (214) Por outros conceitos (914) (7 617)

Total baixas (6 341) (11 839) Saldo no fecho do exercício 136 973 111 874

Os ativos em suspenso recuperados durante o exercício 2015 ascenderam a 4.950 milhares de euros (4.008 milhares de euros no exercício 2014). Por sua vez, as amortizações diretas de créditos considerados como crédito duvidoso supunham 1.371 milhares de euros no exercício 2015 (586 milhares de euros no exercício 2014).

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7. f) Ativo material

O movimento que se produziu durante os exercícios 2015 e 2014 neste capítulo dos balanços, que está formado integralmente por imobilização de uso próprio, foi o seguinte:

Milhares de Euros

Instalações

Mobiliário e equipamentos de escritório

Equipamentos informáticos Maquinaria Total

Custo- Saldos a 1 de Janeiro de 2014 2 006 522 2 389 1 4 918 Adições 43 152 23 - 218 Retiradas (1 874) (233) (1 945) - (4 052) Saldos a 31 de Dezembro de 2014 175 441 467 1 1 084 Adições - 6 37 - 43 Retiradas (5) - (24) - (29) Saldos a 31 de Dezembro de 2015 170 447 480 1 1 098 Amortização acumulada - Saldos a 1 de Janeiro de 2014 (1 992) (436) (2 305) (1) (4 734) Dotações líquidas (10) (29) (27) - (66) Retiradas 1 873 224 1 944 - 4 041 Saldos a 31 de Dezembro de 2014 (129) (241) (388) (1) (759) Dotações líquidas (8) (26) (36) - (70) Retiradas 4 - 24 - 28 Saldos a 31 de Dezembro de 2015 (133) (267) (400) (1) (801) Ativo material líquido-

Saldos a 31 de Dezembro de 2014 46 200 79 - 325 Saldos a 31 de Dezembro de 2015 37 180 80 - 297

O custo dos ativos totalmente amortizados a 31 de Dezembro de 2015 ascendia a 622 milhares de euros (631 milhares de euros a 31 de Dezembro de 2014).

No exercício 2015, a Sociedade deu baixa de activos ativos cujo custo ascendia a 29 milhares de euros, obtendo uma perda no valor de 1 milhar de euros, que se registou no capítulo “Ganhos (perdas) na baixa de activos não classificados como não correntes em venda” da conta de ganhos e perdas do referido exercício. No exercício 2014, a Sociedade deu baixa de activos cujo custo ascendia a 4.052 milhares de euros, obtendo uma perda no valor de 11 milhares de euros, que se registou no capítulo “Ganhos (perdas) na baixa de activos não classificados como não correntes em venda” da conta de ganhos e perdas do referido exercício. A 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a Sociedade não mantinha compromissos significativos de compra de elementos de imobilizado material.

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8. g) Ativo intangível

A discriminação do saldo deste capítulo dos balanços é o seguinte:

Vida Útil Milhares de Euros Estimada 2015 2014

Com vida útil definida: Desenvolvimentos Informáticos 3 anos 8 718 7 225 Menos: Amortização acumulada (6 302) (5 411)

Total líquido 2 416 1 814

No exercício 2015 a Sociedade ativou um valor de 1.493 milhares de euros correspondente ao desenvolvimento de novas aplicações informáticas (761 milhares de euros em 2014). No exercício 2015 não se realizou retirada de ativos intangíveis (832 milhares de euros em 2014, os quais se encontravam totalmente amortizados).

A dotação à amortização acumulada do exercício 2015 ascendeu a 891 milhares de euros (609 milhares de euros no exercício 2014) e registou-se no capítulo “Amortização” da conta de ganhos e perdas.

9. h) Restantes ativos e Restantes passivos

A composição do saldo destes capítulos dos balanços é a seguinte:

Milhares de Euros Ativo Passivo 2015 2014 2015 2014

Despesas pagas antecipadamente 123 61 - - Despesas acumuladas por pagar - - 4 106 5 075 Outras periodificações - - 21 577 21 138 Outros conceitos 98 57 - - 221 118 25 683 26 213

O saldo da conta “Outras periodificações” do passivo do balanço abarca, fundamentalmente, as periodificações dos juros gerados nas campanhas especiais, em que os clientes atrasam o pagamento do bem adquirido durante uns meses sem custo algum para o cliente. Este custo é assumido, ou por os provedores, ou por outras sociedades do Grupo El Corte Inglés.

10. Depósitos em instituições de crédito

A composição do saldo desta rubrica do passivo dos balanços, atendendo aos critérios de classificação, a sua contrapartida, a sua natureza e a sua moeda, é a seguinte:

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Milhares de Euros 2015 2014

Classificação: passivos financeiros a custo amortizado 379 421 389 189 379 421 389 189 Contraparte: Entidades de crédito 379 421 389 189 379 421 389 189 Natureza: Contas a prazo 375 978 385 535 Outras contas 3 443 3 654 379 421 389 189 Moeda: Euro 379 421 389 189 379 421 389 189 Mais: Ajustes por avaliação 344 588

Dos quais: Juros acumulados 344 588

379 765 389 777

O saldo deste rubrica a 31 de Dezembro de 2014 continha o saldo disposto do financiamento outorgado por Santander Consumer Finance, S.A., que ascendia a 375.145 milhares de euros, assim como o empréstimo outorgado por Santander Consumer Finance, S.A., à sucursal em Portugal de um montante de 10.000 milhares de euros, e o saldo disposto de uma linha de crédito com o Banco Santander Totta, S.A. de uma importância de 390 mil euros. A Sociedade formalizou a 27 de Fevereiro de 2014 a apólice com o Santander Consumer Finance, S.A por uma importância máxima de 600 milhões de euros, cujo vencimento ocorreu no passado dia 27 de Fevereiro de 2015 e que foi renovada até 29 de Dezembro de 2015, data em que ocorreu seu cancelamento definitivo. Adicionalmente, a 27 de Fevereiro de 2014, a Sociedade formalizou uma linha de crédito com o Banco Santander, S.A por um montante máximo de 20 milhões de euros, cujo vencimento se deu a 27 de Fevereiro de 2015 e que foi renovada até o mês de Fevereiro de 2016, sem que exista saldo disposto na mesma, à data do encerramento dos exercícios 2015 e 2014.

O saldo deste, rubrica a 31 de Dezembro de 2015, é composto principalmente por dois empréstimos que a Sociedade formalizou com o Santander Consumer Finance, S.A. nos dias 21 de Dezembro e 31 de Dezembro de 2015 por importâncias de 250.000 e 100.000 milhares de euros, respetivamente. O vencimento do primeiro produzir-se-á a 1 de Fevereiro de 2016 e o vencimento do segundo se produzirá a 4 de Janeiro de 2016. A taxa aplicável é de 0,429 pontos percentuais e de 0,714 pontos percentuais respetivamente. Para além disso, o saldo compõe-se de uma série de contratos de empréstimo que a Sociedade formalizou com Santander Consumer Finance, S.A. por importância de 24.500 milhares de euros para a sucursal de Portugal. O vencimento destes empréstimos produzir-se-á nos quatro primeiros meses do exercício 2016 e a taxa aplicável situa-se em média nos 0,443 pontos básicos. Adicionalmente, a Sociedade dispõe de uma línea de crédito com Banco Santander Totta S.A., com um montante máximo ao dispor de 10.000 milhares de euros, dos quais 1.478 milhares encontram-se disponíveis a 31 de Dezembro de 2015. A taxa de juro aplicada a esta linha de crédito é a do Euribor mais 0,55 pontos básicos.

No dia 31 de Dezembro de 2015, a Sociedade dispunha de líneas de crédito por utilizar no montante de 28.522 milhares de euros (250.465 milhares de euros ao 31 de Dezembro de 2014).

Na Nota 25 deste Relatório mostra-se em detalhe o prazo de vencimento dos passivos à data do encerramento dos exercícios 2015 e 2014, assim como as taxas de juro anuais médias dos exercícios referidos.

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11. Depósitos dos clientes

Neste rubrica registra-se a importância das obrigações emitidas pelo fundo de titularização Secucor Finance 2013-I Limited no valor de 590.804 milhares de euros (veja-se Nota 6). Para além disso, encontram-se minorando a mencionada rubrica, as obrigações adquiridas pela Sociedade e o fundo de reserva constituído. Apresenta-se a seguir, em detalhe, esses saldos:

Milhares de Euros 2015 2014

Emissão Parcela “A” 600 000 600 000 Emissão Parcela “B” 364 390 396 841 Obrigações recompradas Tramo “B” (364 390) (396 841) Fundo de Reserva (9 000) (9 000) Despesas pagas acumuladas (196) (635) 590 804 587 866

12. Outros passivos financeiros

A seguir, presenta-se a composição do saldo desta rubrica dos balanços:

Milhares de Euros 2015 2014

Credores comerciais (*) 93 621 102 446 Contas de cobrança - Administrações Públicas 991 1 006 Outros conceitos 7 008 5 977

101 620 109 429

(*) Dos quais, a 31 de Dezembro de 2015 e 2014, correspondem a contas a pagar a entidades do Grupo El Corte Inglés 65 079 e 67 784 milhares de euros, respetivamente (veja-se Nota 26).

Informação sobre o período médio de pagamento a provedores. Disposição adicional terceira “Dever de Informação” da Lei 15/2010, de 5 de Julho

A Disposição adicional terceira da Lei 15/2010, de 5 de Julho, estabelece o dever de informação às sociedades comerciais de incluir de forma expressa no relatório de suas contas anuais seu período médio de pagamento a provedores e que o Instituto de Contabilidade e Auditoria de Contas (“ICAC”), mediante resolução, indicará as adaptações que resultem necessárias.

A resolução do ICAC de 29 de Janeiro de 2016, sobre a informação a incorporar no relatório das contas anuais em relação com o período médio de pagamento a provedores em operações comerciais, que foi publicada no Boletim Oficial do Estado o passado 4 de Fevereiro de 2016, desarrolha, entre outros aspetos, a metodologia que deve aplicar-se para o cálculo do período médio de pagamento a provedores. Em aplicação do disposto na Disposição Adicional Única dessa resolução, não se apresenta informação comparativa do exercício 2014 correspondente a este novo dever de informação.

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Para efeitos da adequada compreensão da informação contida nesta Nota, e de acordo com o disposto no regulamento aplicável, entendem-se por “provedores”, exclusivamente, aqueles fornecedores de bens e serviços à Sociedade cujo despesa se encontra contabilizada, principalmente, na rubrica “Despesas de administração – Outras despesas gerais de Administração” da conta de ganhos e perdas, não incluindo-se nesta Nota, portanto, informação sobre pagamentos em operações financeiras que constituem o objetivo e a principal atividade da Sociedade ou a provedores de imobilizado, que possam existir, os quais se realizaram, em todo caso, de acordo com os prazos estabelecidos nos correspondentes contratos e na legislação vigente.

Adicionalmente, deve-se assinalar que, em aplicação do disposto na mencionada resolução do ICAC se teve em conta somente operações de bens o serviços recebidos desde a entrada em vigor da Lei 31/2014 e que, dada a natureza dos serviços que recebe a Sociedade, se considerou como “dias de pagamento” para efeitos da elaboração desta informação, o período transcorrido entre a data de receção das faturas (que não apresenta diferenças relevantes relativamente às correspondentes datas das faturas) e a data de pagamento.

Apresenta-se a seguir, para o exercício 2015, a informação requerida no formato estabelecido pela resolução do “ICAC”:

Exercício 2015

Dias

Informação sobre o período médio de pagamento a provedores.

6,20

Rácio de operações pagas 6,09

Rácio de operações pendentes de pagamento 19,76

Milhares de Euros

Total pagamentos realizados 31 870

Total pagamentos pendentes 264

Se bem que, de acordo com a Lei 3/2014, de 29 de Dezembro, o prazo máximo de pagamento a provedores é de 60 dias, a Lei 11/2013, de 26 de Julho, estabeleceu o prazo máximo de pagamento em 30 dias, ampliável, por pacto entre as partes, a um máximo de 60 dias.

O período médio e os rácios de operações pagas e pendentes de pagamento que se incluem na tabela anterior foram calculados de acordo com as definições e a metodologia definida na Resolução de 29 de Janeiro de 2016 do “ICAC” anteriormente mencionada, sem prejuízo do qual, devido à publicação desta Resolução ser recente, e ser, portanto, escasso o tempo de que dispuseram entidades para sua elaboração, os processos, fontes de informação e procedimentos que a Sociedade aplicou para efeitos de sua elaboração serão objeto de revisão ao longo do próximo exercício.

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13. Provisões

a) Composição

A composição do saldo destes capítulos dos balanços é a seguinte:

Milhares de Euros 2015 2014

Fundos para pensões e obrigações similares - 71 Provisões para riscos e compromissos contingentes 1 774 2 623

1 774 2 694

No exercício 2015, a Sociedade registou recuperações líquidas à cobertura de riscos e compromissos contingentes no valor de 849 milhares de euros (368 milhares de euros de recuperação líquida no exercício 2014). Durante o exercício 2015, a Sociedade cancelou a importância incluída na secção “Fundos para pensões e obrigações similares” para despedimento de empregados que beneficiariam desta obrigação (veja-se Nota 4). A Sociedade cancelou esta importância registada na rubrica “Dotações a Provisões (Líquido)”.

b) Movimento

A seguir, mostra-se o movimento que se produziu na rubrica “Provisões - Fundos para pensões e obrigações similares”, durante os exercícios 2015 e 2014:

Milhares de Euros 2015 2014

Saldo no início do exercício 71 175 Dotação (Recuperação) com débito (abono) a resultados (71) (104) Das quais:

Custo financeiro (Nota 19) - 4

Despesas de pessoal (Nota 23) - 2

Recuperações com crédito a resultados (71) (110)

Saldo no encerramento do exercício - 71

14. Situação fiscal

O saldo da rubrica “Ativos fiscais – Correntes” dos balanços embarca, basicamente, as retenções e rendimentos por conta efetuados pela Sociedade nos exercícios 2015 e 2014.

O saldo da rubrica “Passivos fiscais – Correntes” dos balanços inclui o passivo correspondente aos Impostos sobre Lucros a pagar pela Sociedade, tanto em Espanha como em Portugal.

O saldo da rubrica “Ativos fiscais – Diferidos” ascende a 10 912 milhares de euros ao 31 de Dezembro de 2015 (7.281 milhares de euros ao 31 de Dezembro de 2014). Para além disso, esta rubrica abarca 10.843 milhares de

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euros que correspondem a importâncias antecipadas procedentes de coberturas genéricas por imparidade (6.952 milhares de euros ao 31 de Dezembro de 2014).

O movimento que se produziu no saldo da conta “Perdas por imparidade” durante os exercícios 2015 e 2014, indica-se abaixo:

Milhares de Euros 2015 2014

Saldo no início do exercício 7 281 4 911 Aumentos 3 883 2 370 Diminuições (*) (252) -

Saldo no encerramento do exercício 10 912 7 281

(*) Correspondem ao ajuste na presentação do imposto sobre o Imposto de Sociedade do exercício 2014.

Apesar de ainda não ter sido apresentada a declaração individual do Imposto sobre Sociedades correspondente ao exercício 2015, mostra-se de seguida a conciliação entre o resultado contável e o resultado para efeitos impositivos estimado correspondente a esse exercício, assim como ao exercício 2014:

Milhares de Euros 2015 2014 Resultado antes de impostos 76 156 71 260 Diferenças permanentes: Aumentos 50 49 Diminuições (1 363) (2 109) Diferenças temporárias: Aumentos 12 972 7 906 Diminuições (26) -

Base tributável (Resultado Fiscal) 87 789 77 106

Os aumentos por diferenças temporárias correspondem, fundamentalmente, à dotação de coberturas genéricas por imparidade de ativos levadas a cabo no exercício 2015. Além disso, a Sociedade registou despesas fiscais no exercício 2015 derivadas da atividade da sua sucursal em Portugal, no valor de 437 milhares de euros (494 milhares de euros no exercício 2014).

A discriminação da despesa com Imposto sobre Sociedades de Espanha dos exercícios 2015 e 2014 é o seguinte:

Milhares de Euros 2015 2014

Imposto corrente 26 336 23 132 Imposto diferido (3 883) (2 372) Total despesa por imposto 22 453 20 760

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A Sociedade mantem abertos à inspeção os últimos quatro exercícios de todos os impostos que lhe são aplicáveis. Devido às possíveis diferenças de interpretação que podem dar-se às normas fiscais, os resultados das inspeções que no futuro possam levar a cabo as autoridades fiscais para os anos sujeitos a verificação poderão dar lugar a passivos fiscais de carácter contingente, cuja importância não é possível quantificar de uma maneira objetiva. No obstante, na opinião dos Administradores da Sociedade, a possibilidade de que se materializem esses passivos contingentes é remota e, em qualquer caso, a dívida tributária que deles pudesse derivar-se não afetaria significativamente a estas contas anuais.

15. Capital

A 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o capital social da Sociedade estava representado por 27.300.000 ações, de 6 euros de valor nominal, totalmente subscritas e desembolsadas, e com idênticos direitos económicos e políticos.

No exercício 2013, o principal acionista da Sociedade era El Corte Inglés, S.A., que possuía uma participação do 99,99% de seu capital social.

No dia 7 de Outubro de 2013, os acionistas da Sociedade acordaram a venda de 13.923.000 ações da Sociedade, representando 51% do seu capital, à instituição financeira Santander Consumer Finance, S.A. A conclusão deste acordo estava dependente da obtenção das pertinentes autorizações das autoridades reguladoras e de concorrência, que se obtiveram no primeiro trimestre do 2014, pelo que a venda se tornou efetiva durante esse exercício (veja-se Nota 1).

No dia 31 de Dezembro de 2015 os principais acionistas da Sociedade eram Santander Consumer Finance, S.A., que tem uma participação do 51% de seu capital social, e El Corte Inglés, S.A. com os restantes 49%.

16. Reservas

a) Definições

O saldo da rubrica “Fundos próprios - Reservas” dos balanços inclui o montante líquido dos resultados acumulados (lucros o perdas) reconhecidos em exercícios anteriores na conta de ganhos e perdas que, na distribuição do resultado, se destinaram ao património líquido.

b) Composição

A composição do saldo desta rubrica, a 31 de Dezembro de 2015 e 2014, é mostrada a seguir:

Milhares de Euros 2015 2014

Reservas restringidas - Legal 32 760 30 058 Reservas de livre disposição- Reservas voluntárias 17 723 17 723 Outras reservas 81 81 50 564 47 862

Reserva legal

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De acordo com o Texto Reformulado da Lei de Sociedades de Capital, as entidades espanholas que obtenham no exercício económico lucros deverão conceder 10% do rendimento líquido do exercício à reserva legal. Estas doações deverão realizar-se até que a reserva alcance 20% do capital social. A reserva legal poderá utilizar-se para aumentar o capital social na parte de seu saldo que exceda do 10% do capital social já aumentado. A 31 de Dezembro de 2015 a Sociedade tem coberta a reserva legal.

17. Compromissos contingentes

Este capítulo das contas de ordem dos balanços abrange os saldos representativos de direitos, obrigações e outras situações jurídicas que no futuro possam ter repercussões patrimoniais, assim como aqueles outros saldos que necessários para refletir todas as operações realizadas pela Sociedade, ainda que não comprometam seu património.

A discriminação do saldo das contas de ordem dos balanços é o seguinte:

Milhares de Euros 2014 2014 Disponíveis por terceiros- Vendas a prazo concedidas e no dispostas 5 270 035 4 695 380 Disponíveis em cartões com cláusula de revogabilidade (Nota 6)

5 769 917 5 961 674

11 039 952 10 657 054

18. Juros e rendimentos equiparados

Este capítulo da conta de ganhos e perdas compreende os juros acumulados durante o exercício por todos os ativos financeiros cujo rendimento, implícito ou explícito, se obtém pela aplicação de taxa de juro efetiva, independentemente de sejam avaliados pelo seu justo valor. Os juros registam-se por seu montante bruto, sem deduzir, se for caso disso, as retenções de impostos realizadas na origem.

A totalidade dos juros e rendimentos equiparados acumulados pela Sociedade nos exercícios 2015 e 2014 corresponde a juros procedentes de investimentos de créditos.

19. Juros e custos equiparados

Este capítulo da conta de ganhos e perdas compreende os juros acumulados durante o exercício por todos os ativos financeiros cujo rendimento, implícito ou explícito, se obtém pela aplicação de taxa de juro efetiva, independentemente de sejam avaliados pelo seu justo valor.

Seguidamente, descrimina-se a origem dos juros e custos equiparados acumulados pela Sociedade nos exercícios 2015 e 2014:

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Milhares de Euros 2015 2014

passivos financeiros a custo amortizado 21 779 29 960 Custo por juros dos fundos de pensões (Nota 13) - 4 21 779 29 964

20. Comissões recebidas

Este capítulo da conta de ganhos e perdas compreende a importância de todas as comissões recebidas no exercício, exceto as que formem parte integral da taxa de juro efetiva dos instrumentos financeiros, que se incluem no capítulo “Juros e rendimentos equiparados”.

A discriminação do saldo deste capítulo dos balanços é o seguinte:

Milhares de Euros 2015 2014

Outros-

Por comercialização de produtos financeiros não bancários 3 098 3 091 Serviços de cobrança e pagamento 42 056 43 476 Outras comissões 20 577 20 146 65 731 66 713

21. Comissões pagas

Este capítulo da conta de ganhos e perdas recolhe a importância de todas as comissões pagas ou a pagar durante o exercício, exceto as que formem parte integral da taxa de juro efetiva dos instrumentos financeiros, que se incluem no capítulo “Juros e custos equiparados”.

A maior parte do saldo registado neste capítulo corresponde a comissões pagas no processo de devolução do IVA aos estrangeiros não residentes na U.E. que o solicitem.

22. Outras receitas de exploração

Este capítulo da conta de ganhos e perdas compreende, fundamentalmente, os rendimentos obtidos pela prestação de serviços de promoção de atividades de determinadas empresas do Grupo El Corte Inglés e a realização de inquéritos telefónicas e relatórios comerciais, entre outros conceitos.

23. Despesas de pessoal

Esta rubrica da conta de ganhos e perdas abrange todas as retribuições do pessoal ao serviço, efetivo ou ocasional, independentemente de sua função ou atividade, constituídas durante o exercício, qualquer que seja seu conceito, incluindo os custos dos serviços correntes por planos de pensões.

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a) Composição

Composição das despesas em pessoal é a seguinte:

Milhares de Euros 2015 2014

Salários e vencimentos 17 951 17 211 Indemnizações 92 14 Segurança Social 5 125 4 835 Dotações ao fundo para pensões e obrigações similares (Nota

13) - 2 Outras despesas de pessoal 151 62 23 319 22 124

b) Número de empregados

O número médio de empregados da Sociedade, distribuído por categorias profissionais, durante os exercícios 2015 e 2014, foi o seguinte:

2015 2014

Alta Direção 8 6 Direção 97 96 Atividade Serviços 380 346 Atividade Comercial 233 226 718 674

O número de empregados da Sociedade, à data do encerramento dos exercícios 2015 e 2014, distribuído por categorias profissionais e por sexo, é o seguinte:

2015 2014 Mulheres Homens Total Mulheres Homens Total

Alta Direção 3 5 8 3 4 7 Direção 35 66 101 34 65 99 Atividade Serviços 375 93 468 350 62 412 Atividade Comercial 120 136 256 120 143 263 533 300 833 507 274 781

Apesar disso, o Conselho de Administração da Sociedade achava-se composto, a 31 de Dezembro de 2015, por 7 membros, dos que 4 são homens e 3 são mulheres (7 membros, dos que 4 eram homens e 3 mulheres, a 31 de Dezembro de 2014).

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24. Outras despesas gerais de administração

A discriminação do saldo deste capítulo dos balanços é o seguinte:

Milhares de Euros 2015 2014

Comunicações 5 620 7 844 Informática 8 331 9 392 Serviços profissionais 7 748 8 054 Publicidade e propaganda 1 180 1 De imóveis, instalações e material 553 560 Cotas de associações 14 14 Outras despesas 1 974 2 041 25 420 27 906

O detalhe dos honorários pagos pela Sociedade a seu auditor o a empresas vinculadas ao auditor por controlo, propriedade comum ou gestão, presenta-se a seguir:

Milhares de Euros 2015 2014

Serviços de auditoria 58 57 Outros serviços de controlo (*) 11 11 69 68 Outros serviços - 12 69 80

(*) Corresponde, basicamente, à revisão limitada das demonstrações financeiras da sucursal em Portugal a 31 de Dezembro de 2015 e 2014.

25. p) Prazos residuais das operações e taxas de juro médias anuais

Seguidamente, presenta-se uma discriminação, por vencimentos, dos saldos brutos de determinadas rubricas dos balanços a 31 de Dezembro de 2015 e 2014, assim como suas taxas de juro médias anuais desses exercícios:

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41

2015 Milhares de Euros

À Vista Até 1 Mês

Entre 1 e 3 Meses

Entre 3 e 12 Meses

Entre 1 e 5 Anos

Mais de 5 Anos

Vto. não determina

do Total

Taxa de juro

média anual

Ativo:

Caixa e depósitos em Bancos Centrais - - - - - - - - 0% Depósitos em instituições de crédito

crédito (Nota 5) 18 348 158 72 - - - - 18 578 0%

Crédito aos clientes (Nota 6) 88 913 668 757 257 690 408 813 47 456 27 - 1 471 656 7,11% (2)

107 261 668 915 257 762 408 813 47 456 27 - 1 490 234

Passivo Depósitos de entidades de crédito (Nota 10) 4 921 5 800 364 000 4 700 - - - 379 421 (1)

Depósitos dos clientes (Nota 11)

- - - - 590 804 - - 590 804 2,51%

Outros passivos com vencimento (Nota 12)

- 991 - - - - - 991 0%

4 291 6 791 364.00 4 700 590 804 - - 971 216

(1) Os depósitos em instituições de crédito e os passivos financeiros foram contraídos a taxas de juro de mercado, estando na sua maior parte, referenciados ao Euribor.

(2) Taxa de juro média anual obtida considerando o saldo médio da totalidade da rubrica “Crédito aos clientes”.

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42

2014

Milhares de Euros

À Vista Até 1 Mês Entre 1 e 3 Meses

Entre 3 e 12 Meses

Entre 1 e 5 Anos

Mais de 5 Anos

Vto. não determina

do Total

Taxa de juro

média anual

Ativo:

Caixa e depósitos em Bancos Centrais - - - - - - - - 0% Depósitos em instituições de crédito

crédito (Nota 5) 17 490 196 53 - - - - 17 739 (1)

Crédito aos clientes (Nota 6) 103 203 693 188 244 537 399 768 53 683 64 - 1 494 443 8,12% (2)

120 693 693 384 244 590 399 768 53 683 64 - 1 512 182

Passivo

Depósitos de entidades

de crédito (Nota 10) 3 654 - 385 585 - - - - 389 189 (1)

Depósitos dos clientes (Nota 11)

-

-

-

-

- 587 866

- 587 866 2,84%

Outros passivos com vencimento (Nota 12)

- 1 006

- - - - - 1 006

3 654 1 006 385 585 - - 587 866 - 978 061

(1) Os depósitos em instituições de crédito e os passivos financeiros foram contraídos a taxas de juro de mercado, estando na sua maior parte, referenciados ao Euribor, com revisões trimestrais.

(2) Taxa de juro média anual obtida considerando o saldo médio da totalidade da rubrica “Crédito aos clientes”. A taxa de juro nominal nas operações de financiamento concedidas a clientes é de 18%.

26. Operações com vinculadas

a) Operações com sociedades do Grupo Santander Consumer Finance, ou sociedades associadas

A seguir, apresenta-se em detalhe os saldos mais significativos mantidos pela Sociedade com sociedades do Grupo Santander Consumer Finance ou associadas (Nota 1):

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Milhares de Euros

2015 2014

Ativo: Depósitos em instituições de crédito (Nota 5) 16 500 16 559 Crédito aos clientes (Nota 6) 43 46 Passivo: Depósitos de instituições de crédito (Nota 10)

376 248 386 102

Depósitos dos clientes (Nota 11) (*) 590 804 587 866 Outros passivos financeiros (Notas 1 e 12) 65 093 67 784 Resto de passivos 34 44 Ganhos e perdas: Débito - juros pagos 3 810 22 648 Comissões pagas 525 1 212 Outras despesas 17 201 16 747 Crédito - Juros e rendimentos equiparados 17 725 18 326 Comissões percebidas 39 791 40 594 Outras receitas de exploração 4 525 4 176 (*) Corresponde ao título adquirido pelo Santander Consumer Finance Benelux B.V. por um

montante de 600 milhões de euros líquidos, principalmente do fundo de reserva de importância de 9 milhões de euros concedido a Secucor Finance 2013-I Limited (veja-se Nota 6).

A 31 de Dezembro de 2015 e 2014, incluem-se os saldos mantidos com o Grupo Santander Consumer Finance e o Grupo o Corte Inglés (Nota 1).

b) Operações com membros do Conselho de Administração e da Alta Direção

A informação sobre os diferentes conceitos retributivos acumulados pelos membros do Conselho de Administração e da Alta Direção da Sociedade, e as operações realizadas com os mesmos, acham-se detalhados na Nota 4.

27. Justo valor dos instrumentos financeiros

Os critérios utilizados para determinar o justo valor dos ativos e dos passivos financeiros mostram-se a seguir:

- Como norma geral, a avaliação dos distintos ativos e passivos financeiros realiza-se atualizando os fluxos de caixa futuros descontados à curva de taxa de juro de mercado, incrementado no prémio de risco necessário para cobrir a perda esperada.

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- A maior parte dos ativos financeiros a que se aplica taxa de juro são de tipo fixo, tendo vencimentos inferiores a um ano. Portanto, seu justo valor no diferiria significativamente do registado nos balanços, ao igual que para o caso dos passivos financeiros a tipo fixo com vencimentos inferiores a um ano.

- Além disso, em relação aos passivos a taxa variável, estima-se que as variações de seu justo valor, como consequência de alterações na taxa de juro de mercado, não são significativas no que diz respeito aos montantes pelos quais figuram registados nos balanços.

A seguir, apresenta-se o justo valor dos instrumentos financeiros da Sociedade a 31 de Dezembro de 2015 e a 31 de Dezembro de 2014 para cada classe de ativos e passivos financeiros avaliados o justo valor, descriminados por classe de ativo e passivo financeiros nos seguintes níveis:

Nível 1: O justo valor foi determinado tomando sua cotação em mercados ativos, sem realizar nenhuma modificação sobre esses ativos.

Nível 2: O justo valor foi estimado tendo por base preços cotados em mercados organizados para

instrumentos similares, ou mediante a utilização de outras técnicas de avaliação nas quais todos os inputs significativos estão baseados em dados de mercado observáveis direta ou indiretamente.

Nível 3: O justo valor foi estimado mediante a utilização de técnicas de avaliação nas quais qualquer input

significativo não está baseado em dados de mercado observáveis. As causas porque podem existir diferenças entre o justo valor e o valor contável dos instrumentos financeiros são as seguintes:

- Nos instrumentos emitidos a taxa fixa, o justo valor do instrumento varia em função da evolução das taxas de juro de mercado. A variação é superior quanto maior seja a vida residual do instrumento.

- No caso dos instrumentos emitidos a taxa variável, o justo valor pode diferir do valor contabilístico, se as margens relativas à taxa de juro de referência tiverem variado desde a emissão do instrumento. Se a margem se mantém constantes, o justo valor coincide com o valor contabilizável apenas nas datas de reapreciação. No resto das datas existe risco de taxa de juro para os fluxos que já estão determinados.

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45

Ativos financeiros:

- A 31 de Dezembro de 2015.-

Milhares de Euros Valor

contabilístico Justo valor

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Caixa e Depósitos em Bancos Centrais - - - - -

carteira de negociação: - - - - - Valores representativos de dívida - - - - - Instrumentos de capital - - - - - Derivados de negociação - - - - -

Ativos financeiros disponíveis para a venda: - - - - - Valores representativos de dívida - - - - - Instrumentos de capital - - - - -

Empréstimos: 1 356 971 1 356 971 - 1 356 971 -

Depósitos em instituições de crédito 18 578 18 578 - 18 578 - Crédito à clientela 1 338 393 1 338 393 - 1 338 393 - Valores representativos de dívida - - - - -

Carteira de investimento a vencimento: - - - - -

Derivados de cobertura: - - - - -

1 356 971 1 356 971 - 1 356 971 -

- A 31 de Dezembro de 2014.-

Milhares de Euros Valor

contabilístico Justo valor

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Caixa e Depósitos em Bancos Centrais - - - - -

carteira de negociação: - - - - - Valores representativos de dívida - - - - - Instrumentos de capital - - - - -

Derivados de negociação - - - - - Ativos financeiros disponíveis para a venda: - - - - - Valores representativos de dívida - - - - - Instrumentos de capital - - - - -

Empréstimos: 1 372 272 1 372 272 - 1 372 272 - Depósitos em instituições de crédito 17 739 17 739 - 17 739 - Crédito à clientela 1 354 533 1 354 533 - 1 354 533 - Valores representativos de dívida - - - - -

Carteira de investimento a vencimento: - - - - -

Derivados de cobertura: - - - - -

1 372 272 1 372 272 - 1 372 272 -

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Passivos financeiros:

A 31 de Dezembro de 2015.-

Milhares de Euros Valor

contabilístico Justo valor

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Carteira de negociação: - - - - -

Derivados de negociação - - - - -

Passivos financeiros a custo amortizado: 1 072 189 1 072 189 - 1 072 189 - Depósitos de bancos centrais - - - - - Depósitos em instituições de crédito 379 765 379 765 - 379 765 -

Depósitos dos clientes 590 804 590 804 - 590 804 - Débitos representados por valores negociáveis - - - - - Passivos subordinados - - - - - Outros passivos financeiros 101 620 101 620 - 101 620 -

Derivados de cobertura: - - - - -

1 072 189 1 072 189 - 1 072 189 -

A 31 de Dezembro de 2014.-

Milhares de Euros Valor

contabilístico Justo valor

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Carteira de negociação: - - - - - Derivados de negociação - - - - -

Passivos financeiros a custo amortizado: 1 087 072 1 087 072 - 1 087 072 - Depósitos de bancos centrais - - - - - Depósitos em instituições de crédito 389 777 389 777 - 389 777 -

Depósitos dos clientes 587 866 587 866 - 587 866 - Débitos representados por valores negociáveis - - - - - Passivos subordinados - - - - - Outros passivos financeiros 109 429 109 429 - 109 429 -

Derivados de cobertura: - - - - -

1 087 072 1 087 072 - 1 087 072 -

28. Gestão de risco

a) Exposição ao risco de crédito associado

Estrutura, organização e métodos utilizados para a avaliação do risco de crédito

A Sociedade conta com uma política de gestão de risco de crédito que tem como finalidade a identificação, seguimento e gestão das exposições ao risco.

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Para conseguir este objetivo, a Sociedade dispõe de uma estrutura de admissão de riscos dotada de modelos específicos que combinam sistemas de decisão automáticos baseados em modelos especializados, com as decisões dos analistas de risco; e de sistemas de seguimento do risco que antecipam situações problemáticas. Neste sentido, a Sociedade, com plena consciência da importância que a gestão de risco tem para a obtenção de vantagens competitivas, está a desenvolver um conjunto de metodologias avançadas na gestão de risco, que implicam uma evolução substantiva em sua gestão.

Os princípios básicos na gestão diária do risco são os seguintes:

§ Envolvimento da Direção. A Direção da Sociedade considera que a gestão dos riscos inerentes à atividade desenvolvida deve começar no máximo nível de responsabilidade da organização, já que os órgãos de decisão da companhia devem desenvolver uma atividade de participação ativa na tomada de decisões relativas à gestão e controlo dos riscos de mercado.

§ Independência da função de riscos das unidades de negócio. O departamento de Controlo de Risco tem como objetivo promover as ferramentas de medição e controlo, assim como sua manutenção, e gerar as ferramentas de gestão necessárias para o desenvolvimento da atividade de cada uma das unidades de negócio implicadas. A área de Controlo de risco tem um carácter independente relativamente à função comercial (Negocio) e à função de gestão de risco (Comité de Crédito).

§ Gestão integral de risco. A identificação, quantificação, controlo e seguimento contínuo dos riscos deve permitir estabelecer uma relação entre a rentabilidade obtida pelas transações realizadas e os riscos assumidos. A Sociedade considera um aspeto fundamental na gestão de risco a integração da sua medição na gestão. Como tal, está realizando importantes esforços neste sentido, melhorando estas medições.

Na atualidade, cada tipologia de operações tem sua árvore própria e a análise faz-se em função das mesmas, estando as árvores, por tanto, perfeitamente integradas na gestão. No futuro, e dentro do marco de desenvolvimento para a adaptação a modelos avançados, ir-se-á dotar esta análise de uma base estatística, e ir-se-á avançar na tipologia de medições, pudendo perceber-se o risco más claramente.

§ Definição e avaliação de Metodologias. Desenvolvimento de modelos específicos para a medição do risco por tipo de operação através de um estudo pormenorizado que combina árvores de decisão, que incluem pontos de corte em términos de PD, com opinião de analistas especializados. Está-se em processo de implementação de metodologias avançadas de gestão de risco, que permitam acrescentar uniformidade, agilidade e objetividade à toma de decisões, incorporando todos os fatores de risco relevantes, tanto quantitativos como qualitativos.

§ Informação de gestão: geração, implantação e difusão de ferramentas avançadas de apoio à análise e decisão que facilitem a gestão do cliente e seus riscos.

§ Atuação proactiva no seguimento do risco: realizar as atuações pertinentes para prevenir o atraso no pagamento com suficiente antecedência.

§ Especial relevância do processo de supervisão e controlo com uma tipologia muito classificada e pormenorizada.

Existe na Sociedade uma estrutura de limites definida em função das características do cliente e da operação. O controlo dos mesmos realiza-se mediante modelos automáticos de avaliação. Essas ferramentas permitem automatizar a concessão de limites, se bem que em alguns casos a decisão final recaia sobre o Comité de Crédito, que pode complementar o parecer do scoring com critérios especializados qualitativos que asseguram uma melhor qualificação da qualidade de crédito do cliente. O processo de atribuição de limites, controlo dos mesmos e autorização de excedentes acha-se nos manuais de Admissão e Acompanhamento da Sociedade.

A função de risco de crédito da Sociedade estrutura-se nos seguintes departamentos:

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- Direção de riscos e recuperações, que engloba o Governo de Riscos e Recuperações e Controlo de Riscos.

- Controlo de risco: é o responsável por desenvolver os mecanismos de medição do Risco de Crédito, assim como de realizar o seguimento do risco e assegurar a correta utilização desses mecanismos. Seguidamente apresentam-se de forma detalhada e esquemática as tarefas encomendadas ao Departamento de Controlo de risco:

- Modelos de Incumprimento: definição da metodologia, segmentação da carteira e construção de modelos de incumprimento.

- Processos: desenho e supervisão, em colaboração com Comité de Crédito e Sistemas de Informação, da correta implementação nos processos dos modelos e regras de decisão.

- Calibração: segmentação e calibração dos modelos de incumprimento.

- Modelos de LGD e EAD: definição da metodologia, segmentação e construção dos modelos de LGD e EAD.

- Manutenção de modelos: desenho e desenvolvimento dos mecanismos de supervisão, manutenção e controlo de modelos.

- Modelo de Dados: supervisionar e desenhar, em colaboração com Sistemas de Informação, políticas de manutenção do modelo de dados de riscos.

- Reporting: desenho e continua adequação do reporting ao negócio, assim como apoio a Sistemas na implementação do mesmo.

- Capital: definição da metodologia de cálculo de capital, assim como a sua implementação e manutenção junto a Sistemas.

- Comité de Crédito: realiza as funções de admissão de operações e se encarrega das funções de seguimento da operativa concedida.

- Gestão de Clientes: o Departamento de Gestão de Clientes realiza as funções de recuperação das operações não cumpridas (1).

As funções do Comité de Direção (órgão mediante o qual se instrumentalizam as decisões do Conselho) em relação ao Risco de Crédito são as seguintes:

- Executar as políticas desenhadas pelo Conselho e realizar um adequado controlo de seu funcionamento.

- Analisar periodicamente os resultados obtidos pelas distintas áreas em função dos orçamentos, identificando os desvios e propondo medidas corretivas. A análise dos resultados deve realizar-se tendo em conta os riscos assumidos para a obtenção dos mesmos.

- Aprovar a designação dos recursos necessários para o controlo e gestão de riscos.

- Assegurar a existência e utilização de políticas, procedimentos, metodologias e sistemas que permitam medir e gerir os riscos.

1 Para efeitos desta Nota do Relatório incluem-se unicamente as funções que realizam Gestão de Clientes em relação com riscos. No entanto, nessa área também cumpre outras funções dentro da Sociedade (atendimento ao cliente, gestão de reclamações aos centros, etc.)

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- Dirigir e aprovar o sistema de delegação de facultades no que se refere à tomada e controlo de risco, e liderar a sua execução, que deverá contemplar, pelo menos, os seguintes aspetos:

o A estrutura de limites de risco.

o Regiões e negócios nos quais se quer operar de acordo com o nível de risco estabelecido.

o Os objetivos que se pretendem alcançar nos diferentes negócios em função dos riscos assumidos.

- Aprovar as linhas de risco e os excessos temporais de limites que sejam considerados de sua competência.

- Estabelecer as linhas de comunicação entre os distintos níveis da estrutura organizativa de riscos.

- Potenciar e manter um forte ambiente de controlo interno dentro da organização.

Carteira restruturada/refinanciada

No dia 28 de setembro de 2012, o Banco de Espanha emitiu a Circular 6/2012, estabelecendo as normas relativas à informação que as instituições de crédito espanholas devem divulgar nas suas contas anuais relacionadas com as operações de refinanciamento e restruturação. Com o termo geral de carteira restruturada/refinanciada, a mencionada Circular faz referência àquelas operações nas quais o cliente apresentou, ou se prevê que possa apresentar, dificuldades financeiras para atender a suas obrigações de pagamento nos termos contractuais vigentes e, por esse motivo, pode ser aconselhável cancelar e/ou inclusive formalizar uma nova operação. Além disso, essa Circular requer que as entidades descriminem nas suas contas anuais um resume de sua política de restruturação/refinanciamento.

Política de restruturações/refinanciamentos

A política de refinanciamento da Sociedade tem como princípio essencial, estar a todo momento focada na recuperação de todos os montantes devidos, o que no caso das operações de reconhecimento de dívida implica, em primeiro lugar, como seu nome indica, a necessidade de reconhecimento, por ambas partes, dos saldos que o cliente deve satisfazer perante a Sociedade, a fim de rescindir a sua dívida, e em nenhum caso tem como repercussão atrasar o reconhecimento de perdas na Sociedade derivadas da falta de pagamento de operações, tal e como se detalha a seguir

A renegociação de operações realiza-se nos seguintes âmbitos de atuação:

A renegociação de prazos e quotas de operações cujo pagamento não se acha em falta são renegociadas a pedido do cliente.

A renegociação de dívida de operações cujo pagamento se acha em falta, normalmente acordadas entre o cliente e a Sociedade, e que em geral implicam a formalização de um contrato de reconhecimento da dívida, em que se transferem ao cliente os saldos de dívida tanto vencida como pendente de vencer, e se chega a um compromisso de pagamento ajustado às possibilidades de cumprimento do cliente.

Enquanto que no primeiro caso a renegociação de contratos sem pagamentos em falta de clientes sem pagamentos em falta, não implica a assunção de nenhuma medida de classificação duvidosa do cliente, nem a sua incorporação em ficheiros externos de solvência patrimonial, no outro caso de renegociação de operações cujo pagamento se acha em falta, traz implícita a intervenção da conta do cliente, impedindo, portanto, que tenha lugar a ampliação de novos riscos sobre esse cliente.

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Todo o processo de renegociação cumpre os seguintes passos: a petição e acordo de renegociação, a formalização contratual prévia à autorização, a análise de intervenção da conta e finalmente o processo de seguimento de cobrança.

Em qualquer caso, a renegociação formalizada em reconhecimento de dívida não interrompe, como já foi assinalado, a classificação de risco dos saldos transferidos, nem as datas de pagamento em falta, nem os critérios de provisão, já que existe uma rastreabilidade entre as operações originais com pagamento em falta e a nova operação, e portanto estes mecanismos não interferem na gestão de risco e aspetos normativos regulatórios.

A renegociação em Reconhecimento de Dívida tem como objetivo a identificação da dívida que o cliente pode ter em várias operações com a Sociedade, pela qual se procura dar uma melhor visibilidade ao cliente do montante total endividado, harmonizar as quotas ao longo do período, quer dizer, ajustar a dívida a um único plano de pagamentos, e facilitar a gestão e comunicação entre as possíveis atuações futuras, incluindo, em caso de chegar a última instância, a ação de reclamação por via judicial, onde a presentação de uma única dívida reconhecida pelo cliente ajuda a agilizar todas as possíveis tramitações. Por todo isto, a renegociação tem como única finalidade buscar a melhor eficiência e organização do processo recuperatório dos saldos por pagar, sem interferir em outros aspetos normativos e/ou regulatórios.

Condicionado à avaliação da operativa de renegociação, a Sociedade conta com um sistema interno de acompanhamento especial, em que se identificam como operações especiais no que se refere à renegociação, as operações que modificaram as condições iniciais de financiamento, e cujo objetivo é avaliar a perda real destas operações.

Informação quantitativa requerida pela Circular 6/2012 de Banco de Espanha Mostra-se, a seguir, a informação quantitativa requerida pela Circular 6/2012, de Banco de Espanha em relação às operações restruturadas/refinanciadas vigentes a 31 de Dezembro de 2015. Neste sentido, a mencionada Circular define como:

Operação de refinanciamento: aquela que se concede ou se utiliza por razões relacionadas com dificuldades financeiras – atuais ou previsíveis – do titular para cancelar uma ou várias operações concedidas ao mesmo, ou pela qual se coloca a essas operações total ou parcialmente o fluxo de pagamentos, com o fim de facilitar aos titulares das operações canceladas ou refinanciadas o pagamento de sua dívida (de base e juros) que não possam, ou se preveja que não venham poder, cumprir a tempo e de acordo com as suas condições.

Operação restruturada: aquela em que, por razões económicas ou legais relacionadas com dificuldades financeiras, atuais ou previsíveis, do titular, se modificam suas condições financeiras com o fim de facilitar o pagamento da dívida (de base e juros), porque o titular não possa, ou se preveja que não vá a poder, cumprir a tempo e de acordo com essas condições, ainda quando essa modificação estivesse prevista no contrato.

Inclui-se a seguir uma apresentação detalhada das operações refinanciadas e restruturadas a 31 de Dezembro de 2015 e 2014, em função da classificação do risco de acordo com a Circular 4/2004 do Banco de Espanha, e do tipo de beneficiário de crédito:

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SALDOS VIGENTES DE REFINANCIAMENTOS E REESTRUTURAÇÕES A 31-12-2015

Milhares de Euros

Normal Substandard Duvidoso Total

Garantia hipotecária imobiliária plena

Resto de garantias reais Sem garantia real Garantia hipotecária

imobiliária plena Resto de garantias reais Sem garantia real

Cobertura

específica

Garantia hipotecária imobiliária plena

Resto de garantias reais Sem garantia real

Cobertura

específica

Nº operaçõ

es

Valor bruto

Nº operaçõ

es

Valor bruto

Nº operações

Valor bruto

Nº operaçõ

es

Valor bruto

Nº operaçõ

es

Valor bruto

Nº operaçõe

s

Valor bruto

Nº operaçõ

es

Valor bruto

Nº operaçõ

es

Valor bruto

Nº operações

Valor bruto

Nº operações

Valor bruto Cobertura específica

Administrações públicas - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Resto de pessoas coletivas e empresários individuais - - - - 23 15 - - - - - - - - - - - 37 73 60 60 88 60

Do qual: Financiamento à construção e promoção imobiliária - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Resto de pessoas singulares - - - - 42 479 21 957 - - - - - - - - - - - 44 515 49 056 41 522 86 994 71 013 41 522

Total - - - - 42 502 21 972 - - - - - - - - - - - 44 552 49 129 41 582 87 054 71 101 41 582

(*) Dos quais 3061 milhares de euros foram classificados como duvidosos no exercício 2015.

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52

SALDOS VIGENTES DE REFINANCIAMENTOS E REESTRUTURAÇÕES A 31-12-2014

(*) Dos quais 4219 milhares de euros foram classificados como duvidosos no exercício 2014.

Milhares de Euros Normal Substandard Duvidoso

Total Garantia hipotecária imobiliária plena

Resto de garantias reais

Sem garantia real Garantia hipotecaria

imobiliária plena Resto de garantias

reais Sem garantia real

Cobertura

específica

Garantia hipotecaria imobiliária plena

Resto de garantias reais

Sem garantia real

Cobertura

específica

Nº operaçõ

es

Valor bruto

Nº operaçõ

es

Valor bruto

Nº operações

Valor bruto

Nº operaçõ

es

Valor bruto

Nº operaçõ

es

Valor bruto

Nº operaçõe

s

Valor bruto

Nº operaç

ões

Valor bruto

Nº operaç

ões

Valor bruto

Nº operações

Valor bruto

Nº operações

Valor bruto Cobertura específica

Administrações públicas - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Resto de pessoas coletivas e empresários individuais - - - - 16 12 - - - - - - - - - - - 33 55 43 49 67 43 Do qual: Financiamento à construção e promoção imobiliária - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Resto de pessoas singulares - - - - 35 423 22 847 - - - - 5 246 25 - - - - 55 645 62 332 52 244 91 073 85 425 52 269

Total - - - - 35 439 22 859 - - - - 5 246 25 - - - - 55 678 62 387 52 287 91 122 85 492 52 312

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53

Informação sobre técnicas de atenuação e diversificação

A Sociedade no aplica técnicas de diversificação do Risco de Crédito, na medida em que a própria atividade da Sociedade a leva a ter uma carteira diversificada.

Além disso, no que respeita às garantias solicitadas nas operações de risco, só existem garantias de pessoas singulares, no caso de contratos de cartões de crédito e de plano de pagamento pessoal, ainda que não se tenham utilizado como técnicas de redução do risco no cálculo de capital regulatório, posto que não são admissíveis no Método Standard.

A discriminação, a 31 de Dezembro de 2015 e 2014, da concentração de riscos da Sociedade por atividade e área geográfica das contrapartes, apresenta-se a seguir:

31 de Dezembro de 2015

Milhares de Euros

Total Espanha Resto da

União Europeia

América Resto do mundo

Entidades de crédito 18 578 11 861 6 717 - -

Administrações públicas 2 2 - - -

Das quais:

Administração Central 2 2 - - -

Resto - - - - -

Outras instituições financeiras 6 824 1 252 5 572 - - Sociedades não financeiras e empresários individuais

6 283 6 242 41 - -

Dos quais:

Construção e promoção imobiliária - - - - -

Construção civil - - - - -

Grandes empresas 4 371 4 351 20 - -

PME e empresários individuais 1 912 1 891 21 - -

Resto de famílias e instituições sem fins de lucrativos ao serviço das famílias

1 363 980 1 334 985 28 923 34 38

Dos quais:

Fogos 4 614 4 614 - - -

Consumo 1 327 517 1 298 712 28 733 34 38

Outros fins 31 849 31 659 190 - -

Subtotal 1 395 667 1 354 342 41 253 34 38

Menos: correções de valor por imparidade de ativos determinadas coletivamente

(38 696)

Total 1 356 971

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54

31 de Dezembro de 2014

Milhares de Euros

Total Espanha Resto da

União Europeia

América Resto do mundo

Entidades de crédito 17 739 17 700 39 - -

Administrações públicas 1 1 - - -

Das quais:

Administração Central 1 1 - - -

Resto - - - - -

Outras instituições financeiras 8 668 2 991 5 677 - - Sociedades não financeiras e empresários individuais

9 775 9 757 18 - -

Dos quais:

Construção e promoção imobiliária - - - - -

Construção civil - - - - -

Grandes empresas 6 925 6 907 18 - -

PME e empresários individuais 2 850 2 850 - - -

Resto de famílias e instituições sem fins de lucrativos ao serviço das famílias

1 360 564 1 330 040 29 916 349 259

Dos quais:

Fogos 6 247 6 245 2 - -

Consumo 1 319 772 1 289 513 29 659 344 256

Outros fins 34 545 34 282 255 5 3

Subtotal 1 396 747 1 360 489 35 650 349 259

Menos: correções de valor por imparidade de ativos determinadas coletivamente

(24 475)

Total 1 372 272

A discriminação, a 31 de Dezembro de 2015 e 2014, da concentração de riscos da Sociedade por atividade e área geográfica das contrapartes dentro do território espanhol, apresenta-se a seguir:

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55

Milhares de Euros

Comunidades Autónomas 31 de Dezembro de 2015

Andaluzia Aragão Astúrias Canárias Catalunha Galiza Madrid Múrcia Comunidade Valenciana

País Basco

Resto (*) TOTAL

Entidades de crédito

36

38 -

-

1 489

-

326

-

-

91

9 881

11 861

Administrações públicas - - -

-

-

-

-

-

- -

-

2

Outras instituições financeiras -

22 -

-

256

-

974

-

- -

-

1 252 Sociedades não financeiras e empresários individuais

173

543

15

486

630

93

3 582

309

166

37

208

6 242

Dos quais:

Construção e promoção imobiliária - - - - - - - - - - - -

Construção civil - - - - - - - - - - - -

Grandes empresas -

508

-

395

402

-

2 660

282 -

15

89

4 351

PME e empresários individuais

173

35

15

91

228

93

921

27

166

22

120

1 891

Resto de famílias e instituições sem fins de lucrativos ao serviço das famílias

271 053

35 961

34 940

88 914

150 471

59 837

330 005

43 384

141 561

34 980

143 878

1 334 984

Dos quais:

Fogos

630

118

107

216

453

302

1 353

227

618

257

333

4 614

Consumo

264 442

35 222

34 035

86 057

146 054

58 220

321 283

40 877

137 693

34 096

140 733

1 298 712

Outros fins

5 981

621

798

2 641

3 964

1 315

7 369

2 280

3 250

627

2 813

31 659

Subtotal

271 262

36 564

34 955

89 400

152 846

59 930

334 888

43 693

141 727

35 108 153 967

1 354 342

Menos: correções de valor por imparidade de ativos determinadas coletivamente (37 986)

Total 1 316 356

(*) Inclui a concentração de riscos por atividade das seguintes áreas geográficas: Baleares, Cantábria, Castela e Leão Castela-Mancha, Extremadura, Navarra, La Rioja e Ceuta e Melilha.

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56

Milhares de Euros

Comunidades Autónomas 31 de Dezembro de 2014

Andaluzia Aragão Astúrias Canárias Catalunha Galiza Madrid Múrcia Comunidade Valenciana

País Basco

Resto (*)

TOTAL

Entidades de crédito 16 48 - - 284 - 738 - - 14 16 600 17 700 Administrações públicas 1 - - - - - - - - - - 1 Outras instituições financeiras - 18

2 973

2 991

Sociedades no financeiras e empresários individuais 321 595 37 532 858 123 6 444 191 297 89 270 9 757 Dos quais:

Construção e promoção imobiliária - - - - - - - - - - - - Construção civil - - - - - - - - - - - - Grandes empresas 22 561 - 400 536 - 5 072 159 - 48 109 6 907

PME e empresários individuais 299 34 37 132 322 123 1 372 32 297 41 161 2 850

Resto de famílias e instituições sem fins de lucrativos ao serviço das famílias 267 873 35 763 34 356 88 584 151 925 58 444 333 865 41 861 140 994 34 861 141 514 1 330 040 Dos quais:

Fogos 926 96 139 359 460 493 2 177 248 575 318 454 6 245

Consumo 260 250 35 025 33 330 85 447 146 966 56 467 323 557 39 795 136 901 33 935 137 840 1 289 513

Outros fins 6 697 642 887 2 778 4 499 1 484 8 131 1 818 3 518 608 3 220 34 282

Subtotal 268 211 36 424 34 393 89 116 153 067 58 567 344 020 42 052 141 291 34 964 158 384 1 360 489

Menos: correções de valor por imparidade de ativos determinadas coletivamente

(24 400)

Total

1 336 089

(*) Inclui a concentração de riscos por atividade das seguintes áreas geográficas: Baleares, Cantábria, Castela e Leão Castela-Mancha, Extremadura, Navarra, La Rioja e Ceuta e Melilha.

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b) Exposição ao risco de mercado

A 31 de Dezembro de 2015, a Sociedade não apresenta qualquer exposição a riscos de mercado.

c) Exposição ao risco de juro

A Sociedade realiza análise de sensibilidade da margem financeira e do valor patrimonial perante variações das taxas de juro. Esta sensibilidade está condicionada pelos desfasamentos nas datas de vencimento e de revisão das taxas de juro das distintas rubricas do balanço. Em função do posicionamento da taxa de juro do balanço, e considerando a situação e perspetivas do mercado, são acordadas as medidas financeiras para adequar esse posicionamento ao desejado. Estas medidas podem abarcar desde a tomada de posições em mercados até à definição das características da taxa de juro dos produtos comerciais. As medidas usadas pela Sociedade para o controlo do risco de juro nestas atividades são o gap de taxas de juro e as sensibilidades da margem financeira e do valor patrimonial a variações nos níveis de taxas de juro. Gap de Taxas de Juro de Ativos e Passivos

A análise da gap de taxas de juro trata dos desfasamentos entre os prazos de reavaliação de massas patrimoniais dentro das rubricas, tanto do balanço (ativo e passivo) como das contas de ordem (fora de balanço). Facilita uma representação básica da estrutura do balanço e permite detetar concentrações de risco de juro nos distintos prazos. É, para além disso, uma ferramenta útil para as estimações de possíveis impactos de eventuais movimentos nas taxas de juro sobre a margem financeiro e sobre o valor patrimonial da Sociedade. Todas as massas, tanto dentro como fora do balanço, devem ser desagregadas de seus fluxos e colocadas no ponto de repreço / vencimento. Para o caso daquelas massas que não tem um vencimento contratual, utiliza-se o modelo interno do Grupo Santander de análise e estimativa das durações e sensibilidades das mesmas. Sensibilidade da Margem Financeira (NIM)

A sensibilidade da margem financeira mede a mudança no rendimento esperado para um prazo determinado (12 meses) face a uma deslocação da curva das taxas de juro.

Sensibilidade do Valor Patrimonial (MVE)

A sensibilidade do Valor Patrimonial é uma medida complementar à sensibilidade da margem financeira.

Mede o risco de juro implícito no valor patrimonial (recursos próprios) sobre a base da incidência que tem uma variação das taxas de juro nos valores atuais dos ativos e passivos financeiros.

Risco operativo

Define-se como o risco de perda resultante de deficiências ou falhas dos processos internos, recursos humanos ou sistemas, ou derivado de circunstancias externas. Trata-se de sucessos que têm uma causa originária puramente operativa, o que os diferencia dos riscos de mercado ou crédito.

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d) Exposição ao risco de liquidez

A Sociedade apoia a medição e o controlo de risco de liquidez mediante instrumentos buróticos e corporativos desenvolvidos pela área de Serviços Financeiros da Sociedade. Os resultados das mesmas são um conjunto de medidas e relatórios concretos utilizados no dia a dia assim como para informar ao Comité de Direção de Financeira da situação de liquidez da Sociedade. Os principais fatores que intervém na liquidez da Sociedade são:

- Evolução do ativo do balanço marcado pela cobrança de recibos mensais de compras realizadas mediante os produtos comercializados pela Sociedade.

- Evolução do passivo do balanço determinada pela obtenção de empréstimos bancários e linhas de crédito para o financiamento do investimento de crédito.

Atendendo a estes dois fatores, a medição do risco de liquidez realiza-se mediante a elaboração do Orçamento Financeiro da Sociedade. Este tem um horizonte temporal de um ano, coincidindo com o exercício contabilístico e é revisto semestralmente. Não obstante, está contemplada uma revisão trimestral do mesmo perante situações excecionais de liquidez. O pressuposto financeiro complementa um Relatório Diário de Tesouraria que detalha a situação diária da liquidez da Sociedade para o mês em curso e o seguinte. Esta medida abrange o movimento diário de rendimentos e pagamentos da Sociedade. Desta forma, obtém-se uma posição diária de liquidez que informa o nível de endividamento previsto pela Sociedade para o período analisado. Ambos os relatórios são submetidos a um processo de backtesting mensal ou diário, conforme adequado, com o objetivo de analisar os desvios entre o cenário base pressuposto e os valores realmente obtidos. De forma complementar, a cada seis meses reveem-se as previsões de venda dos centros comerciais e determina-se a proporção desta que terá como meio de pagamento o cartão de compra El Corte Inglés ou a Plano Pessoal de Pagamento. O objetivo principal é estabelecer com a suficiente antecedência e com a maior margem de manobra as necessidades operativas de financiamento da Sociedade.

Análise do GAP de liquidez

Na Nota 25 deste Relatório mostra-se em detalhe o prazo de vencimento dos passivos à data do encerramento dos exercícios 2015 e 2014, assim como as taxas de juro anuais médias dos exercícios referidos.

29. Serviço de atendimento ao cliente

Em conformidade com o estabelecido no artigo 17 da Ordem ECO/734/2004, de 11 de março, do Ministério de Economia, sobre os Departamentos e Serviços de Atendimento ao Cliente e Defesa do Cliente das Entidades Financeiras, resume-se a seguir o Relatório Anual apresentado pelo titular do Serviço perante o Conselho de Administração da Sociedade.

i. Resumo estatístico das queixas e reclamações atendidas e das decisões tomadas

Durante o exercício 2015 foram realizadas 26 reclamações no Serviço de Atendimento ao Cliente (no exercício 2014 realizaram-se 29 reclamações), das quais 25 foram consideradas admissíveis e 1 foi considerada inadmissível, informando-se por escrito o cliente dos motivos de sua inadmissão. Vinte e três das reclamações atendidas foram resolvidas a favor da Sociedade e duas delas foram resolvidas a favor do cliente, havendo-se informado em todos os casos os clientes das decisões adotadas, anexando a documentação solicitada. As

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quatro restantes foram tratadas através do Serviço de Reclamações de Banco de Espanha, havendo emitido a entidade supervisora decisão favorável à Sociedade em três dos expedientes e uma resolução favorável ao cliente.

Além disso, foram recebidos 2 expedientes através do Departamento de Conduta de Mercado e Reclamações do Banco de Espanha (um durante o exercício 2014), havendo emitido a entidade supervisora decisão favorável ao cliente. Em ambos os casos, procedeu-se à informação do Departamento de Legal de Financiera El Corte Inglés.

Cabe assinalar que, atendendo ao procedimento estabelecido na mencionada Ordem e, respondendo à vontade da Sociedade de dar o máxima atenção a seus clientes, foram tratadas e resolvidas pelos departamentos operativos da Sociedade um total de 9535 operações no exercício 2015 (5173 no exercício 2014), com um prazo médio de resolução de 12,8 dias, o que supõe uma melhora de 2 dias no prazo relativo ao ano anterior, e não sendo objeto de posterior tratamento pelo Serviço de Atendimento ao Cliente da Sociedade.

ii. Critérios gerais contidos nas decisões

Os princípios fundamentais que regem o Serviço de Atendimento ao Cliente são: atender a reclamação do cliente, analisar as causas dessa reclamação, e tomar as medidas preventivas e corretivas para que não se repita essa situação.

Os critérios de decisão utilizados pelo Serviço partem, fundamentalmente, do conhecimento dos especialistas do Serviço, que contam com profundos conhecimentos jurídicos e normativos sobre todos os aspetos que concernem a atividade desenvolvida pela Sociedade e com uma experiência comprovada na gestão de reclamações.

Além disso, nos supostos gerais, as decisões adotadas estão em conformidade com as cláusulas contractuais, as normas de transparência das operações e proteção dos clientes aplicáveis, os bons usos e práticas financeiras e regem-se pelo sentido das resoluções ditadas pelo Departamento de Conduta de Mercado e Reclamações do Banco de Espanha

iii. Recomendações ou sugestões derivadas de sua experiência, tendo em vista uma melhor consecução dos fins que informam sua atuação.

As medidas adotadas para a melhoria do serviço de atendimento ao cliente, premissa máxima da Sociedade, gerem-se dentro de uma solução informática integrada que permite que a totalidade do mesmo responda aos princípios de rapidez, segurança, eficácia, coordenação e acompanhamento, requeridos na Ordem, tal e como ficou constatado durante a ampla experiência da Sociedade no funcionamento deste sistema, existindo a definição de tratamento e atendimento personalizado como um motivo mais dentro da gestão. Além disso, o departamento de Auditoria Interna, visando garantir o correto funcionamento de todo o processo de reclamações, realiza revisões do mesmo com uma periodicidade variável em função da análise global de riscos da companhia, emitindo um relatório a partir do qual se adotam as medidas corretivas pertinentes. Por outro lado, o Serviço de Atendimento ao Cliente continua com seu trabalho de apresentar sugestões para a melhoria da qualidade e satisfação do cliente às distintas áreas da Sociedade.

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Financiera El Corte Inglés

Establecimiento Financeiro de Crédito, S.A. Relatório de Gestão do Exercício 2015

Evolução dos negócios e situação da Sociedade

Empréstimos:

O novo financiamento concedido a clientes através da Plano Pessoal de Pago (FPP) para a aquisição de bens e serviços nos estabelecimentos comerciais das empresas do grupo El Corte Inglés, S.A., ascenderam, durante o exercício, a 1 478 123 milhares de euros, o que supõe um incremento relativo ao exercício 2014 de 2,50%. O número de contratos de FPP formalizados durante o exercício 2015 ascenderam a 2 365 445, sendo o montante médio financiado por contrato de 618 euros.

A distribuição por prazos do financiamento novo concedido mediante FPP, é a seguinte:

Prazos Milhares de Euros %

Até 3 Meses

462 721

31,63

Mais de 3 meses, até 6 meses 238 298 16,29 Mais de 6 meses, até 12 meses 645 929 44,15 Mais de 12 meses, até 24 meses 95 975 6,56 Mais de 24 meses 20 102 1,37

Do mesmo modo, a distribuição do financiamento concedido a clientes, atendendo à empresa do grupo El Corte Inglés S.A. que originou a venda instrumentada na FPP, é a que se expõe a seguir:

Empresas Milhares de Euros

%

El Corte Inglés, S.A.

1 012 755

69,22

Hipercor, S.A. 112 460 7,69 Viajes El Corte Inglés, S.A. Outras empresas

304 461 33 349

20,81 2,28

Desde o 1 de maio de 1997, a Sociedade é a emissora do Cartão de Crédito “El Corte Inglés”. Este cartão é admitido como meio de pagamento de aquisições de bens e serviços nos estabelecimentos comerciais do El Corte Inglés, S.A., assim como nos das empresas de seu grupo, e incorpora, para além da modalidade de pagamento total no fim do mês sem juros, a modalidade de “Crédito Rotativo”, o pagamento diferido com juros sobre as quantidades dispostas, sendo, em ambos os casos e a todo o momento, de livre escolha pelo titular da mesma.

A importância dos bens e serviços adquiridos no exercício por clientes, mediante a utilização do Cartão de Crédito emitido pela entidade, ascendeu a 4 724 769 milhares de euros (excluindo PPP abrangido no contrato

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2

do cartão), correspondendo à modalidade de Crédito Rotativo a quantidade de 264 452 milhares de euros, sendo a distribuição por empresas a seguinte:

Empresas

Milhares de Euros

%

El Corte Inglés, S.A.

3 135 874

66,37

Hipercor, S.A. 579 063 12,26 Viajes El Corte Inglés, S.A. 162 090 3,43 Supercor, S.A. Eciga

152 517 99 291

3,23 2,10

Centro de Seguros, Correduría de Seguros, S.A., Grupo de Seguros El Corte Inglés

68 835

1,46

Telecor 44 393 0,94 Gestión de Puntos de Venta, S.A. 31 692 0,67 Seguros ECI Vida, Pensões e Reaseguros, S.A. Sfera Joven, S.A. Outras empresas

27 121 23 440

400 453

0,57 0,50 8,47

Na análise de atrasos de pagamento, a carteira duvidosa de balanço continua com a tendência iniciada no exercício 2010 e diminui significativamente em18,83%. Neste sentido, os processos tratados em assessoria jurídica diminuíram em cerca de 10 milhões de euros, assim como a diminuiu o resto de duvidoso em 14,3 milhões de euros. A carteira de processo judiciais registada em balanço ascende, a 31 de Dezembro de 2015, a 50384 milhares de euros (48,14% do total do saldo duvidoso a essa data).

Esta melhora do saldo duvidoso pressupõe que os comparativos dos rácios da carteira duvidosa relativa ao exercício 2014 melhorem, com um rácio de atrasos de pagamento (ativos duvidosos sobre o total da carteira), a passarem de 8,63% em 2014 a 7,12% em 2015.

Adicionalmente à evolução da taxa de atrasos de pagamento, a Sociedade aumentou o rácio de cobertura de duvidosos, situando-se por altura do encerramento de exercício em 127,33% (108,50% em 2014).

Titularizações

No mês de Novembro do exercício 2013, a Sociedade levou a cabo uma operação de titularização de ativos, que consistia na cessão sucessiva dos montantes mensais a receber de determinadas operações de financiamento ao consumo da sua carteira de crédito ao fundo de titularização irlandês Secucor Finance 2013-I Limited, estando previsto o vencimento desta titularização para o mês de Novembro de 2020. Na data de 30 de Outubro de 2015, a Sociedade assinou a extensão dessa Titularização, prevendo-se o vencimento para o mês de Novembro de 2023. Esta operação tem por finalidade de diversificar as fontes de financiamento da Sociedade. O referido fundo de titularização emitiu obrigações de alta qualidade de crédito por um valor nominal de 600 milhões de euros, assim como uma obrigação subordinada à cobrança das referidas obrigações, cujo valor varia em função dos direitos de crédito vendidos pela Sociedade mensalmente à Secucor Finance 2013-I Limited.

A Sociedade adquiriu a obrigação subordinada anteriormente mencionada e, além disso, concedeu à Secucor Finance 2013-I Limited um empréstimo subordinado para a constituição do seu fundo de reserva no valor de 9 milhões de euros. Dadas as melhorias de créditos concedidas à Secucor Finance 2013-I Limited, a Sociedade não transferiu substancialmente o risco dos ativos titularizados, razão pela qual estes não foram excluídos do balanço a 31 de Dezembro de 2015.

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3

A seguir, mostra-se em detalhe os saldos registados no balanço a 31 de Dezembro de 2015 associados com esta operação:

Milhares de Euros

Crédito aos clientes– Ativos transferidos para Secucor Finance 2013-I Limited 978 976 Depósitos dos clientes (Nota 11) 590 804

Estando a carteira titularizada formada, na sua maior parte, por ativos de taxa fixa com vencimento no curto prazo, e sendo as obrigações emitidas por Secucor Finance 2013-I Limited a taxa de juro variável, estimou-se que o justo valor dos ativos titularizados e do passivo associado a esta operação de titularização não difere significativamente do valor que se encontra registado no balanço da Sociedade a 31 de Dezembro de 2015.

Margem Financeira

Os rendimentos obtidos neste exercício pelo financiamento das operações de FPP ascendem a 74986 milhares de euros. No ano de 2015, o bom funcionamento das Campanhas Especiais conseguiu incrementar os rendimentos por este conceito em 4,3% relativamente ao exercício anterior.

Por outro lado, os custos de financiamento reduziram-se em 27,3% relativamente a 2014, motivado pela melhoria nas condições de financiamento (de 3,04% a 2,14%).

Comissões Líquidas

As comissões líquidas aumentaram em 2,3%, ao gerarem-se rendimentos de 58254 milhares de euros (56919 milhares de euros em 2014). Reduziram-se as comissões bancárias e, por outra parte, registaram-se menos ingressos em regime de viajantes.

Despesas de Exploração

As despesas de exploração ascendem a 49 700 milhares de euros (2% menos do que em 2014).

Dotação de Provisões

O esforço realizado para cobrir as perdas por imparidade de ativos ascende a 17 988 milhares de euros (16 873 milhares de euros em 2014).

As provisões específicas calculam-se conforme o Modelo de Falência, desenvolvido pela Sociedade com o fim de dar cumprimento ao contido na Circular 4/2004, de 22 de Dezembro, sobre Normas de Informação Pública e Reservada e Modelos de Estados Financeiros, Anexo IX, Secção III – A) 1.1.1 Ativos duvidosos por razão do atraso de pagamento do cliente. O objetivo básico de Modelo de Falência é o cumprimento do regulamento.

O rácio de cobertura situa-se em 127,33% (108,5% em 2014).

Resultados

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O rendimento antes de impostos ascendeu a 76 156 milhares de euros. Una vez deduzida a despesa correspondente ao imposto sobre lucros, de 22 890 milhares de euros, resulta um rendimento líquido de 53 266 milhares de euros.

O Conselho de Administração de Financiera El Corte Inglés E.F.C., S.A. propõe à Assembleia Geral de Acionistas a seguinte distribuição desse rendimento:

Milhares

de Euros

Distribuição: Distribuição de dividendos 53 266

Lucro líquido do exercício 53 266

Perspetivas

A prestação de serviços de financiamento desenvolvida pela Sociedade realiza-se com o fim de apoiar a atividade comercial do Grupo El Corte Inglés. É por tal que a atividade de crédito de Financiera El Corte Inglés está diretamente relacionada com a comercial desenvolvida pelo Grupo El Corte Inglés.

Ao longo de 2015, a economia espanhola foi consolidando a trajetória de recuperação que iniciou na segunda metade de 2013, num quadro de melhoria continuada das condições financeiras, aumento da confiança e evolução favorável do mercado laboral.

Neste cenário, o manutenção da investimento da Sociedade, que alcançou 6203 MM de €, unido à melhoria na despesa financeira e ao bom comportamento dos atrasos de pagamento, afetaram positivamente o resultado de 2015.

As perspetivas para 2016 realizaram-se sob a hipótese de um contexto económico de contínua recuperação do consumo, se bem que com uma taxa de desemprego ainda muito elevada. Estas hipóteses foram usadas para projetar um crescimento do investimento para o exercício 2016. Os atrasos de pagamento em 2015 reduziram-se significativamente, permitindo alcançar níveis muito baixos de mora. Para 2016 prevemos uma leve tendência de descida.

Código de boas práticas tributárias

A Sociedade continua a aderir ao citado código, havendo cumprido de forma adequada o contido no mesmo.

Outros aspetos

Quadros de Pessoal da Financiera El Corte Inglés

Os quadros de pessoal efetivo médio da Sociedade, no exercício 2015, ascende a 718 empregados, 674 em 2014, o que implica um incremento em média líquida de 44 pessoas.

O número médio de empregados da Sociedade, distribuído por categorias profissionais, é o seguinte:

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2015 2014

Alta Direção 8 6 Direção 97 96 Atividade Serviços 380 346 Atividade Comercial 233 226 718 674

A distribuição funcional por género, a 31 de Dezembro de 2015, é a seguinte:

Mulheres Homens

Alta Direção 3 5 Direção 35 66 Atividade Serviços 375 93 Atividade Comercial 120 136 533 300

Atividades de Investigação e Desenvolvimento.

Durante o ano de 2014, a entidade Financiera El Corte Inglés não apresentou nenhum projeto para a certificação de atividades de I+D, não obtendo nenhuma dedução sobre o imposto de Sociedades desse exercício que se tenha aplicado nas contas de 2015, se bem se tenha preparado para dar continuidade a esta linha de projetos, sobre os que tem previsto empreender novos desenvolvimentos, mantendo desta maneira o impulso alcançado nos últimos anos.

No quadro atual, a função financeira tem, cada vez mais, que estar acompanhada pela tecnologia e a inovação, pelo que a direção considera que a inovação é determinante e a firme aposta nos próximos anos da Sociedade. Este impulso que a direção está a dar à inovação faz com que os projetos de inovação desenvolvidos resultem num maior conhecimento do cliente e na preocupação de que a partir desse conhecimento se desenvolvam maiores vínculos de comunicação, aproximação e compreensão de suas necessidades, com a vontade de antecipar e adaptar-nos rapidamente ao desejos dos clientes num quadro cada vez mais dinâmico, marcado por um maior acesso de nossos clientes à tecnologia, ao conhecimento e à comunicação.

Ações próprias

Durante o exercício não se realizou nenhuma aquisição de ações próprias.

Factos posteriores e informação sobre o médio ambiente

Por motivo da transposição ao ordenamento jurídico espanhol da Diretiva 2013/36/EU (“CRD IV’), a Sociedade, na sua qualidade de estabelecimento financeiro de crédito, perde a condição de instituição de crédito e, portanto, não pode beneficiar do regime do “Passaporte Comunitário”, o que impede a Sociedade de operar em Portugal por meio de uma Sucursal. No dia 5 de Fevereiro de 2015, a Sociedade apresentou perante o Banco de Portugal o pedido de autorização para constituir uma nova sociedade, detida a 100% por Financiera El Corte Inglés E.F.C. S.A., e à qual pertencerão todos os ativos e passivos que continha a Sucursal. Durante o exercício

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2015 e em Janeiro de 2016 foram obtidas as autorizações requeridas, procedendo-se à sua inscrição na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa, no dia 1 de Fevereiro de 2016, tendo sido comunicado o início de atividade ao Banco de Portugal no dia 2 de Fevereiro de 2016.

Adicionalmente, no dia 16 de Fevereiro de 2016, o Conselho de Administração da Sociedade acordou a distribuição de um dividendo por conta do resultado a 31 de Dezembro de 2015 no valor de 52 milhões de euros, que se efetivou no dia 26 de Fevereiro de 2016.

Entre o dia 1 de Janeiro de 2014 e a data de formulação destas contas anuais não se produziu nenhum outro facto adicional que tenha um efeito significativo nestas contas anuais, nem na informação contida nas mesmas.

No que se refere a questões relativas ao meio ambiente, dadas as atividades a que se dedica a Sociedade, não geram nenhum impacto significativo no mesmo.

A gestão de risco em Financiera El Corte Inglés E.F.C., S.A.

A Sociedade, com plena consciência da importância que a gestão de risco tem para a obtenção de vantagens competitivas, está desenvolvendo um conjunto de metodologias avançadas na gestão de risco, que implicam uma evolução substantiva em sua gestão.

Todas as atividades em desenvolvimento integram-se dentro do âmbito das diretrizes fixadas por Basileia II, perseguindo a Sociedade como objetivo final, a melhoria da gestão e medição dos riscos, a adequação dos requisitos de capital aos riscos assumidos pela Sociedade e a otimização da relação entre risco assumido e rentabilidade.

Os principais pilares na gestão de risco são os seguintes:

§ Envolvimento da Direção: a Direção da Sociedade considera que a gestão dos riscos inerentes à atividade desenvolvida deve começar no máximo nível de responsabilidade da organização, já que os órgãos de decisão da companhia devem desenvolver uma atividade de participação ativa na tomada de decisões relativas à gestão e controlo dos riscos de mercado.

§ Independência da função de risco das unidades de negócio: O departamento de Controlo de risco tem como objetivo promover as ferramentas de medição e controlo, assim como sua manutenção, e gerar as ferramentas de gestão necessárias para o desenvolvimento da atividade de cada uma das unidades de negócio implicadas.

§ Gestão integral de risco. A identificação, quantificação, controlo e seguimento contínuo dos riscos deve permitir estabelecer uma relação entre a rentabilidade obtida pelas transações realizadas e os riscos assumidos.

§ Existência de modelos específicos com medição do risco por tipo de operação através de um estudo pormenorizado que combina árvores de decisão com opinião de analistas especializados. Está-se em processo de implementação de metodologias avançadas de gestão de risco, que permitam acrescentar uniformidade, agilidade e objetividade à toma de decisões, incorporando todos os fatores de risco relevantes, tanto quantitativos como qualitativos.

§ Informação de gestão: geração, implantação e difusão de ferramentas avançadas de apoio à análise e decisão que facilitem a gestão do cliente e seus riscos.

§ Atuação proactiva no seguimento do risco: realizar as atuações pertinentes para prevenir o atraso no pagamento com suficiente antecedência.

§ Especial relevância do processo de supervisão e controlo com uma tipologia muito classificada e pormenorizada.

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Gestão de risco de crédito

A Sociedade conta com uma política de gestão de risco de crédito que tem como finalidade a identificação, seguimento e gestão das exposições ao risco.

Processo de admissão do risco.

A Sociedade entende por processo de admissão a abertura de uma conta que, em processo posterior, será objeto de acompanhamento.

A concessão de operações contempla uma política diferenciada em função do produto solicitado. Na atualidade, as decisões de concessão de risco obtém -se do uso combinado de sistemas de decisão automáticos baseados em modelos especializados e as decisões dos analistas de risco.

A Sociedade, no processo de desenvolvimento de redesenho dos modelos para a adaptação a modelos avançados na gestão de risco, mantem o esquema de concessão do risco atual –com o binómio decisão automática/decisão do analista–, se bem que dota as decisões das árvores de um modelo estatístico em que basear suas decisões automáticas.

O estudo dos riscos realiza-se de forma centralizada no Comité de Crédito, independentemente do canal de entrada da operação (loja, oferta direta, telefone, etc.), se bem que na análise realizada este é um facto diferenciador.

Processo de acompanhamento do risco.

O seguimento das operações de créditos é o processo que se inicia imediatamente depois da formalização das operações, e cujo objetivo é detetar sintomas de alteração na qualidade de crédito do beneficiário de crédito relativamente ao momento em que se concedeu a operação.

O processo de acompanhamento do risco na Sociedade realiza-se mediante uma atribuição de limites, sendo este uma avaliação do risco do cliente. Este limite é considerado como uma medida de controlo não exclusiva, já que cada nova operação associada a uma conta já existente é analisada de forma automática por uma árvore cuja decisão se cruza com o limite existente, que se utiliza como um indicador de controlo e não de decisão. Esta atribuição de limites realiza-se mensalmente, mediante modelos automáticos de scoring, que permitem automatizar a concessão de limites, se bem que em alguns casos a decisão final recaia sobre o Comité de Crédito, que pode complementar o parecer do scoring com critérios especializados qualitativos que asseguram uma melhor qualificação da qualidade de crédito do cliente.

Os pilares fundamentais do processo de seguimento da Sociedade são os seguintes:

§ Revisão mensal dos limites.

§ Monitorização de contratos irregulares com consultas on-line dos analistas.

§ Pessoal especializado centralizado e constante.

Recuperações

Entende-se por cobrança de operações de créditos o processo que se inicia imediatamente depois da falta de pagamento de uma dessas operações, e cujo objetivo é regularizar a situação e recuperar os fundos emprestados. O importante volume de cartões contratados e de FPP que se assinaram tem como consequência um elevado número de recibos devolvidos cada mês. Este facto redunda na importância de ter um procedimento detalhado e eficiente para a gestão de recuperações.

A recuperação dos créditos com pagamento em falta forma parte fundamental da gestão de risco. O procedimento é de origem especializada, resultado da ampla experiência da Sociedade no mercado, obtendo elevados índices de cobranças nas primeiras semanas de falta de pagamento.

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O processo pelo que deve transcorrer um saldo com pagamento em falta está integrado dentro de uma solução informática que dirige de forma automática a cada gestor à ação seguinte a realizar, e que conta com um processo de marcação automática que agiliza as gestões.

O processo recuperatório passa por distintas fases que requerem uma estrutura de níveis dos analistas que, resultando infrutuosas, derivam na reclamação das mesmas por via judicial.

Gestão global de risco

§ Quantificação do risco

Atualmente, os processos de concessão e acompanhamento do risco contam com uma avaliação do mesmo baseada na interpretação do limite como nível de risco assumível por um cliente.

A Sociedade, no processo de desenvolvimento de redesenho dos modelos para a adaptação a modelos avançados na gestão de risco e, em seu processo de convergência com Basileia, para a quantificação dos elementos básicos do risco, como são as perdas esperadas e as não esperadas, tem em processo de desenho e desenvolvimento modelos de PD (probabilidade de incumprimento), de EAD (exposição a incumprimentos), de LGD (perda em caso de incumprimento) e de cálculo de PE (perda esperada) e capital económico.

§ Integração na gestão

A Sociedade considera um aspeto fundamental na gestão de risco a integração da sua medição na gestão. Como tal, está realizando importantes esforços neste sentido, melhorando estas medições.

Na atualidade, cada tipologia de operações tem sua árvore própria e a análise faz-se em função das mesmas, estando as árvores, por tanto, perfeitamente integradas na gestão. No futuro, e dentro do marco de desenvolvimento para a adaptação a modelos avançados, ir-se-á dotar esta análise de uma base estatística, e ir-se-á avançar na tipologia de medições.

Gestão de risco de mercado

A 31 de Dezembro de 2015, a Sociedade não apresenta qualquer exposição a riscos de mercado.

Gestão de risco de juro e liquidez

A Sociedade realiza análise de sensibilidade da margem financeira e do valor patrimonial perante variações das taxas de juro. Esta sensibilidade está condicionada pelos desfasamentos nas datas de vencimento e de revisão das taxas de juro das distintas rubricas do balanço.

Em função do posicionamento da taxa de juro do balanço, e considerando a situação e perspetivas do mercado, são acordadas as medidas financeiras para adequar esse posicionamento ao desejado. Estas medidas podem abarcar desde a tomada de posições em mercados até à definição das características da taxa de juro dos produtos comerciais.

As medidas usadas pela Sociedade para o controlo do risco de juro nestas atividades são o gap de taxas de juro e as sensibilidades da margem financeira e do valor patrimonial a variações nos níveis de taxas de juro.

Gap de Taxas de Juro de Ativos e Passivos

A análise da gap de taxas de juro trata dos desfasamentos entre os prazos de reavaliação de massas patrimoniais dentro das rubricas, tanto do balanço (ativo e passivo) como das contas de ordem (fora de balanço). Facilita uma representação básica da estrutura do balanço e permite detetar concentrações de risco de juro nos distintos prazos. É, para além disso, uma ferramenta útil para as estimações de possíveis impactos de eventuais movimentos nas taxas de juro sobre a margem financeiro e sobre o valor patrimonial da Sociedade.

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Todas as massas, tanto dentro como fora do balanço, devem ser desagregadas de seus fluxos e colocadas no ponto de repreço / vencimento. Para o caso daquelas massas que não tem um vencimento contratual, utiliza-se o modelo interno do Grupo Santander de análise e estimativa das durações e sensibilidades das mesmas.

O resume da análise de gaps de taxas de juro confecionado a partir dos dados a 31 de Dezembro de 2015, mostra-se a seguir:

GAP DE TAXAS DE JURO EXERCÍCIO 2015:

(*) No ativo não se inclui: ativos duvidosos, provisões, devedores à vista, ajustes da Circular 4/2004, do Banco de Espanha, carteiras titularizadas, nem subprime.

Vtos Derivados Vtos Derivados Simp. Acum.

Hasta 1 mes 669 - 711 - -42 -42

Entre 1 y 3 meses 255 - 264 - -9 -51

Entre 3 y 12 meses 401 - 5 - 396 345

Entre 1 y 5 años 42 - 0 - 42 387

Más de 5 años 0 - 0 - 0 387

Total 1.366 - 980 - 387 387

Año anterior 1.369 - 990 - 379 379

Variación -3 -10 8 8

Duración Vtos Derivados Vtos Derivados T. Activo T. Pasivo Variación

Mes actual 2,9 - 0,8 - 2,9 0,8 2,1

Año anterior 2,9 - 0,9 - 2,9 0,9 2,0

Variacion 0,0 - -0,1 - 0,0 -0,1 0,1

Plazo

Vencimiento

(Millones de €)

GapActivo Pasivo

Activo Pasivo

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Sensibilidade da Margem Financeira (NIM)

A sensibilidade da margem financeira mede a mudança no rendimento esperado para um prazo determinado (12 meses) face a uma deslocação da curva das taxas de juro.

Sensibilidade do Valor Patrimonial (MVE)

A sensibilidade do Valor Patrimonial é uma medida complementar à sensibilidade da margem financeira.

Mede o risco de juro implícito no valor patrimonial (recursos próprios) sobre a base da incidência que tem uma variação das taxas de juro nos valores atuais dos ativos e passivos financeiros.

Os níveis de sensibilidade NIM e MVE da Sociedade, em 31 de Dezembro de 2015, considerando um deslocamento positivo e paralelo da curva de taxas de juro de +100pb, são de -5,08 e -2,68 milhões de euros, respetivamente.

Risco de liquidez A Sociedade apoia a medição e o controlo do risco de liquidez mediante instrumentos buróticos e corporativos desenvolvidos pela área de Serviços Financeiros da Sociedade. Os resultados das mesmas são um conjunto de medidas e relatórios concretos utilizados no dia a dia assim como para informar ao Comité de Direção da situação de liquidez da Sociedade. Os principais fatores que intervém na liquidez da Sociedade são:

- Evolução do ativo do balanço marcado pela cobrança de recibos mensais de compras realizadas mediante os produtos comercializados pela Sociedade.

- Evolução do passivo do balanço determinada pela obtenção de empréstimos bancários e linhas de crédito para o financiamento do investimento de crédito.

Gap Acumulado: Balance Gap individual: Balance

FINANCIERA EL CORTE INGLÉS E.F.C.S.A.

GAP ESTÁTICO DE REPRECIACIÓN AL 31/12/15

-100

0

100

200

300

400

500

1M 3M 6M 12M 2 Y 3 Y 4 Y 5 Y >5 Y

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Atendendo a estes dois fatores, a medição do risco de liquidez realiza-se mediante a elaboração do orçamento financeiro da Sociedade. Este tem um horizonte temporal de um ano, coincidindo com o exercício contabilístico e é revisto semestralmente. Não obstante, está contemplada uma revisão trimestral do mesmo perante situações excecionais de liquidez. O pressuposto financeiro complementa um Relatório Diário de Tesouraria que detalha a situação diária da liquidez da Sociedade para o mês em curso e o seguinte. Esta medida abrange o movimento diário de rendimentos e pagamentos da Sociedade. Desta forma, obtém-se uma posição diária de liquidez que informa o nível de endividamento previsto pela Sociedade para o período analisado. Ambos os relatórios são submetidos a um processo de backtesting mensal ou diário, conforme adequado, com o objetivo de analisar os desvios entre o cenário base pressuposto e os valores realmente obtidos. De forma complementar, a cada seis meses reveem-se as previsões de venda dos centros comerciais e determina-se a proporção desta que terá como meio de pagamento o cartão de compra El Corte Inglés ou a Plano Pessoal de Pagamento. O objetivo principal é estabelecer com a suficiente antecedência e com a maior margem de manobra as necessidades operativas de financiamento da Sociedade.

Análise do GAP de liquidez

Na Nota 25 deste Relatório mostra-se em detalhe o prazo de vencimento dos passivos à data do encerramento dos exercícios 2015 e 2014, assim como as taxas de juro anuais médias dos exercícios referidos.

Informação sobre o período médio de pagamento a provedores.

Segundo se indica na Nota 12 da relatório incluída nas contas anuais, a Sociedade realizou nos exercícios 2015 e 2014 todos os pagamentos a fornecedores dentro do prazo máximo legal (60 dias).

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Diligência que levanta o Secretário do conselho de Administração da Financiera El Corte Inglés E.F.C., S.A., Don Fernando Garcia Solé, para fazer constar que os membros do Conselho de Administração com o objectivo da sua verificação por parte dos auditores e posterior aprovação pela Assembleia Geral de Accionistas, subscreveram as presentes Contas Anuais correspondentes ao fecho do exercicio de 31 de dezembro de 2015, ilustrativas do balanço, a conta de Custos e Proveitos, o Estado de Ganhos e Perdas Reconhecidos, o Estado de alteração do Património Liquido, o Estado de Fluxos de Caixa e da Memória e do Relatório de Gestão do exercicio de 2015, impressos por uma só face e cuja numeração se detalha seguidamente e se anexa.

Declaram, também, expressamente que até onde alcança o seu conhecimento, as Contas Anuais elaboradas conforme os principios de contabilidade aplicáveis oferecem a imagem fiel do património, da situação financeira e dos resultados da Sociedade tomado no seu todo e nos fluxos de caixa, junto com a descrição dos principais riscos e incertezas aos quais se enfrentam. Assinam todos e cada um dos senhores Conselheiros da Sociedade, cujos nomes e apelidos, junto da sua assinatura, constam seguidamente, pelo que certifica e dá fé. Em Madrid, 16 de Fevereiro de 2016,

O SECRETÁRIO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Ass: Fernando Garcia Solé

O PRESIDENTE Ass: Dimas Rodrigo Gimeno Alvarez Ass: Magda Salarich Fernández de Valderrama Ass: Mónica López Cea Ass: Inês Serrano González Ass: Rafael Barrio Calle Ass: Juan Hermoso Armada Ass: Matias Rodriguez Iniciarte

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ANEXO

As Contas Anuais da Financiera El Corte Inglés E.F.C., S.A., correspondentes ao exercício de 2015, ilustrativas do balanço, a conta de Custos e Proveitos, o Estado de Ganhos e Perdas Reconhecidos, o Estado de alteração do Património Liquido, o Estado de Fluxos de Caixa e da Memória e do Relatório de Gestão do exercicio de 2015, são compostas por 75 páginas de papel timbrado, impressas por uma única face referenciadas com a numeração OM4805106 até OM4805180, ambas inclusive, tendo estampado as assinaturas os membros do Conselho de Administração na folha de papel timbrado referenciada com a numeração OM2679678. Em Madrid, 16 de Fevereiro de 2016, Ass: Fernando Garcia Solé Secretário do Conselho de Administração