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Plano estratégico de captação de recursos para o

FMMA do município de Querência – MT

Abril, 2017

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Harmonia Consultoria Socioambiental

Av. Presidente Vargas, 1744

Santarém – Pará – Brasil

(93) 99159-8911

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Trabalhamos na busca do desenvolvimento sustentável,

apoiando os parceiros estratégicos na construção e execução

de propostas inovadoras para seus territórios de atuação

Equipe técnica

HARMONIA CONSULTORIA SOCIOAMBIENTAL

Nicia Coutinho

Contato

[email protected]

55 (93) 99159-8911

IPAM – INSTITUTO DE PESQUISA AMBIENTAL DA AMAZÔNIA

Cecília Gonçalves Simões

Marcelo Stabile

Thais Bannwart

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APRESENTAÇÃO

Este documento é referente ao plano estratégico de captação de recursos para o

município de Querência, incluindo estruturas e formas de captação, planejamento,

lista de fontes e proposta de projeto executivo para a captação de recursos em fontes

externas, com foco no plano de restauração florestal em Áreas de Preservação

Permanente (APPs), conforme discutido no âmbito do “Projeto Querência +: Paisagens

Sustentáveis”.

Este produto apresenta de forma preliminar, uma análise das principais demandas da

sociedade, os “gaps” de financiamento em relação ao orçamento público da

secretaria municipal de meio ambiente de Querência, formas de atuação via Fundo

Municipal de Meio Ambiente FMMA, um levantamento de potenciais financiadores e

fontes de recursos para o desenho final do Plano de Captação de longo prazo, à

medida que a estratégia para um plano de recuperação florestal seja consolidado.

Por último, é apresentado um planejamento financeiro para execução da estratégia

de curto prazo em uma fase piloto de 3 anos e uma estratégia de médio prazo para

um período de 14 anos.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6

CAPÍTULO 1 – MUNICÍPIO EM NÚMEROS ......................................................................... 8

CAPÍTULO 2 – PROJETO QUERÊNCIA +: PAISAGENS SUSTENTÁVEIS .................. 12

CAPÍTULO 3 - ANÁLISE FUNDO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE (FMMA) ....... 13

CAPÍTULO 4 – PLANO ESTRATÉGICO DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS .................. 16

4.1 REGULARIZAÇÃO MUNICIPAL .......................................................................................... 17

4.2 PLANO DE RESTAURO ......................................................................................................... 19

4.3 FORTALECIMENTO DA GESTÃO PÚBLICA DE MEIO AMBIENTE ........................... 23

CAPÍTULO 5 - DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS REALIZADOS E DOS PROJETOS

INSTALADOS EM QUERÊNCIA ........................................................................................... 25

CAPÍTULO 6 - FONTES DE RECURSOS COMPLEMENTARES AO MUNICÍPIO ...... 29

CAPÍTULO 7 - CENÁRIO PARA O PLANO DE CAPTAÇÃO – Estratégia para

recuperação de APP ............................................................................................................. 37

CAPÍTULO 8 – CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PLANO DE CAPTAÇÃO .................. 43

ANEXOS .................................................................................................................................... 49

INTRODUÇÃO

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Este relatório corresponde a uma avaliação das demandas sociais, econômicas e

ambientais levantadas no âmbito das discussões realizadas entre membros da

sociedade civil presentes no Fórum Multi-Setorial de Querência, o Conselho Municipal

de Meio Ambiente (CMMA) a e Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente,

refletidas em seus resumos executivos, com objetivo de identificação preliminar de

nichos de atividades que deveriam ser financiadas no médio prazo, o qual no primeiro

momento foi definido como foco as ações de restauração florestal em áreas de APPs.

Na identificação e organização dessas necessidades e “gaps” foram utilizados ainda

dados encontrados no Plano Estratégico Municipal de Querência 2015-2035, a

proposta orçamentária municipal em especial para a Secretaria de Agricultura e Meio

Ambiente e os inputs apresentados pela equipe técnica, como orientadores de

prioridades.

Especificamente, o relatório analisa as informações levantadas, o que faz parte do

processo inicial de se desenvolver um Plano Estratégico para a captação de recursos.

Esta é uma ferramenta fundamental para que o município se mobilize em direção a

um desenvolvimento de longo prazo, alcançando novos patamares de

desenvolvimento sustentável com responsabilidade socioambiental, garantindo o

acesso a mercados e consolidando as bases de crescimento econômico.

O estudo será direcionado pela análise dos resultados preliminares da iniciativa do

Fórum Multissetorial, criado através do “Projeto Querência +: Paisagens Sustentáveis”, e

que tem dentre os objetivos a discussão da regularização ambiental do município.

Esse tipo de análise, além de direcionadora, é muito relevante para identificação de

fontes de receita específicas para um financiamento de longo prazo, aliando a

preservação ambiental, o desenvolvimento econômico e a justiça social.

Neste trabalho, além da organização da demanda do município com base na análise

das informações levantadas, foi feito um levantamento das principais fontes de

potenciais financiadores para composição de recursos para o financiamento da

estratégia. Para as ações descritas neste plano de captação, há chamadas públicas

federais, editais de fundações privados, entre outros que podem compor fontes de

recursos para o envio de projetos.

Por fim, apresenta-se um plano de captação de recursos para a execução da

estratégia de regularização ambiental do município de Querência, considerando a

execução no âmbito do Fundo Municipal de Meio Ambiente de Querência em

parceria com o Núcleo técnico de restauro (a ser criado) e organizações não

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governamentais atuantes no território. Vale ressaltar que essa análise não se esgota

nesse momento, mas representa o primeiro passo em direção ao Plano de captação

de longo prazo para o município.

CAPÍTULO 1 – MUNICÍPIO EM NÚMEROS

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Segundo dados preliminares do último censo do IBGE (2010), o município de Querência

atingiu a marca de 13.033 mil habitantes em 2010. E de acordo com projeções do IBGE,

é estimado para 2016 uma população de 16.061 habitantes.

Do total apresentado no último censo em 2010, 7.061 mil vivem na área rural e 5.972 mil

na área urbana. A renda per capita média de Querência cresceu 105,28% nas últimas

duas décadas, passando de R$306,35 em 1991 para R$489,58 em 2000 e R$628,89 em

2010. A taxa média de crescimento foi de 59,81% no primeiro período e 28,46% no

segundo. E é possível observar que os índices de extrema pobreza vêm decaindo

(medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$

70,00, em reais de agosto de 2010), passando de 32,66% em 1991 para 17,36% em 2000,

e para 9,22% em 2010.

Quanto às receitas de despesas orçamentárias, o município apresenta um panorama

em equilíbrio, com receita estimada para o ano de 2014 de aproximadamente R$ 58

milhões, e conta com despesas em torno de R$ 47 milhões.

Figura 1 – Despesas e receitas orçamentárias município de Querência, MT.

Fonte:IBGE, ano 2014

Para o ano de 2017, o município conta com um orçamento de R$ 76 milhões, previsto

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pelo Plano Plurianual(PPA) de 2013/2017. Desse montante, R$ 1.666.000 foram

destinados para a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, que também aglutina os

setores de Indústria, Comércio e Turismo. Ou seja, o valor destinado, que corresponde a

aproximadamente 2,59% da despesa orçamentária municipal, deve ser distribuído

entre as principais atividades produtivas do município, afetando a capacidade de

investimento para o incremento do desempenho desses setores.

O PIB total em 2013 apresentou o resultado um pouco acima de R$ 850 milhões, sendo

que o setor de Agropecuária equivale a mais de 45% do total. Historicamente, a

principal fonte de renda do município é proveniente da Agropecuária, em especial a

cultura da soja e do arroz e a criação de gado de corte.

Produto Interno Bruto do Município - 2013

Em R$ mil %

Agropecuária R$387.376,95 45%

Indústria R$45.464,63 6%

Serviços1

R$266.561,80 31% Administração e Serviços Públicos

R$66.136,26 8% Impostos

R$88.812,88 10% TOTAL

R$854.352,53 100%

Tabela 1 : Produto Interno Bruto dos Municípios

Fonte: IBGE, 2013

Conforme constatado nos demonstrativos acima, dos setores que compõem o PIB

municipal, o agronegócio caracteriza-se como a principal fonte de renda de

Querência. No início, o extrativismo madeireiro desempenhava papel central na

economia local, mas atualmente Querência conta com grandes áreas de lavouras

que somam 320 mil hectares de soja, 100 mil hectares de milho safrinha além de

plantações de seringa e pupunha.

Grandes grupos de investidores escolheram a região para a instalação de silos de

armazenamento de grãos, revendas e escritórios administrativos de Multinacionais de

commodities agrícolas (Cargill, Bunge, ADM, Amaggi, Louis Dreyfus, Ceagro - Grupo

Losgrobos) assim como empresas Nacionais (Grupo Sinagro, Uniagro, Fertilizantes

Tocantins, Caramuru Alimentos, Dalcin Laboratório de Análise de Solos, Grupo Rural,

AgroAmazônia, Grupo SLC Agrícola, Grupo Itaquerê, a loja CB Agrícola). Outrtas

empresas nacionais também escolheram Querência para abrir uma unidade, tais

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como Cotrimaq e, Sachet do ramo de construção civil, e Grupo Gazin no ramo de

eletrodomésticos. No setor de alimentação abriu suas portas uma Pizzaria D´Italia e

ainda uma nova unidade do Grupo Machry Supermercado. No setor Bancário,

Querência conta com 4 agências bancárias: Banco do Brasil, Bradesco, Sicredi e o

Banco Rabobank. Todas apostam na expansão econômica de Querência.

Embora seja um município jovem, Querência é um grande produtor de soja e milho. Na

safra de 2013/2014, por exemplo, 1,1 milhão de toneladas de soja e 467 mil toneladas

de milho (IMEA, 2014) foram ali produzidos, o que representa aproximadamente 4,2%

da produção de soja e 3% da produção de milho do estado. Já a atividade pecuária,

deixou de ser a principal atividade agrícola em Querência, e tem retraído nos últimos

10 anos, com a maioria da conversão de áreas de pasto tendo sido destinadas para

plantação de soja. Todavia, ainda há uma área significativa de pasto com baixa

lotação (0,75 cabeças/hectare) (IBGE/PPM; INPE/TerraClass, 2014) que poderiam ser

ocupados com culturas anuais, tais como a soja e o milho.

No decorrer do processo histórico das atividades Agropecuárias em Querência, no

entanto, o setor gerou um forte impacto ambiental, principalmente sobre a vegetação

nativa, o solo e recursos hídricos. Assim, no final dos anos 2000, Querência foi inserida na

lista do IBAMA de municípios críticos da Amazônia. No entanto, uma rápida

mobilização popular permitiu que o município cumprisse com os critérios estabelecidos

pelo IBAMA, reduzindo o desmatamento para menos de 40% da média registrada

entre 2004 a 2007 e realizando o CAR em 80% da área agrícola. Essas conquistas

permitiram a remoção do município da lista em 2011. Desde então, a produção tem

aumentado e as colheitas de soja na região estão entre as maiores do estado.

O município conta com a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente que,

entre outras competências, é responsável por planejar, operacionalizar e executar a

política de desenvolvimento agrícola, desenvolvimento de projetos em parceria com

outras organizações na busca de alternativas que visem aperfeiçoar as

potencialidades locais, permitindo a auto-sustentação, o aumento da renda e ao

mesmo tempo melhorar a qualidade de vida do produtor rural, e orientar a

recuperação e o uso adequado do solo agrícola e dos recursos naturais, como um

todo, para a sustentação das atividades Agropecuárias. Esta última competência

caracteriza-se como o principal objeto de análise e fomento para este plano de

captação, demonstrando dessa forma a importância de uma interface direta junto a

esta secretaria e com o Conselho Municipal de Meio Ambiente.

Apesar do planejamento estratégico do município ter como objetivo sua consolidação

como polo de desenvolvimento regional sustentável, não há nenhuma meta que

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priorize ou desenvolva a regularização ambiental, que é fator chave para uma

produção acoplada ao desenvolvimento sustentável.

CAPÍTULO 2 – PROJETO QUERÊNCIA +: PAISAGENS

SUSTENTÁVEIS

O Projeto “Querência +: Paisagens Sustentáveis” tem por objetivo principal a promoção

do desenvolvimento sustentável do território municipal, catalisando ações para

melhorar a condição social, econômica e ambiental de Querência, especialmente

através da implementação no nível municipal, das políticas públicas socioambientais

desenvolvidas nas esferas estaduais e federais. Para isso, o projeto atua em três eixos

estratégicos: fortalecimento da gestão municipal, adequação ambiental e

fortalecimento da Agricultura Familiar.

Nesse sentido, o projeto contribuiu para a reativação do Conselho Municipal de Meio

Ambiente (CMMA), que foi muito proativo e bem sucedido no movimento de retirada

de Querência da lista dos maiores desmatadores da Amazônia. No âmbito do

Conselho, realizou-se capacitações com seus membros para elaborar um plano de

ação e ativar o Fundo Municipal de Meio Ambiente.

Além disso, o projeto apoia o Fórum Multissetorial, espaço criado para fomentar o

diálogo sobre os rumos que Querência quer tomar para promover melhorias

socioambientais, e articular os atores locais para desenvolver e implementar planos de

ações rumo a esses caminhos.

Ainda, o projeto promove o fortalecimento da agricultura familiar, auxiliando os

produtores familiares no diagnóstico de suas principais cadeias produtivas, na auto-

organização dos produtores para acessar mercados e insumos, e auxiliando-os a

encontrar soluções para os principais gargalos da Agricultura Familiar municipal.

Como forma de orientar as ações nos eixos estratégicos, o projeto desenvolveu um

diagnóstico do uso e ocupação do solo no município, que serve como ferramenta

base para identificar e orientar ações de melhorias socioambientais necessárias ao

território. Outros planos de ação que vem sendo desenvolvidas no âmbito do

“Querência +: Paisagens Sustentáveis”, em conjunto com o CMMA, Secretaria de

Agricultura e Meio Ambiente e atores engajados no Fórum Multi-Setorial, são:

a) Adequação legal com o código florestal em pequenas propriedades dos

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assentamentos, fomentando cadeias de produção e promovendo CAR;

b) Discussão com proprietários rurais sobre o melhor caminho para cumprir o Código

Florestal, começando com a recuperação de áreas de proteção permanente, e

desenvolvendo um plano para total cumprimento da legislação ambiental;

c) Elaboração de estratégias para remover embargos sobre terras públicas, que

afetam a capacidade do município de obter recursos do governo estadual e federal.

CAPÍTULO 3 - ANÁLISE DO FUNDO MUNICIPAL DE MEIO

AMBIENTE (FMMA)

O Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA) do município de Querência foi criado

através da lei municipal n. 743/2013, de 05 de Julho de 2013, tendo como finalidade

captar, gerenciar e aplicar recursos na proteção, conservação, e promoção da

qualidade ambiental, especialmente a execução de políticas públicas de Gestão

Ambiental das atividades de impacto local, incluindo ainda as metas da Agenda 21,

conforme determina o parágrafo único, do artigo 2, da referida lei de criação.

A lei define a fonte de receitas do fundo, bem como o destino da sua aplicação. No

entanto, foi identificado uma fragilidade quanto às normativas de funcionamento e

execução, por não existir um instrumento com a definição dessas questões. O conselho

trabalha na demanda pela criação de uma lei para regulamentação do Fundo, que

direciona as devidas disposições para que ele tenha diretrizes para entrar em

operação. A minuta de lei já foi discutida e está em fase de aprovação, será um

marco para o efetivo funcionamento do FMMA. Dentre as principais normas, cabe

mencionar a que determina que os recursos do fundo deverão ser mantidos em conta

corrente criada exclusivamente para este fim, sendo reconhecido o titular da

Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o seu gestor, que conjuntamente com o

Prefeito e com o Tesoureiro assinarão os respectivos atos de ordenamento e execução

de despesas. Esta é uma forma de minimizar as interferências de outras secretarias na

gestão dos recursos internalizados no fundo.

Governança

Conforme apresentado na lei de criação do fundo, a administração é de

responsabilidade do poder executivo municipal, de acordo com as diretrizes do

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Conselho Municipal de Meio Ambiente. Nas diretrizes do conselho, no artigo referente

às competências do Conselho, entre as diversas responsabilidades elencadas pode-se

assinalar algumas que são importantes na gestão do fundo, tais como:

- Formulação dos direcionamentos para a política municipal do meio ambiente,

inclusive para atividades prioritárias de ação do município em relação à

proteção e conservação do meio ambiente – os esforços podem ser

direcionados para o plano operacional, para captação e uso dos recursos do

fundo.

- Apresentar anualmente proposta orçamentária ao Poder Executivo Municipal,

assim como mecanismos de parcerias e convênios – assim como no item acima

- Decidir, juntamente com o órgão executivo de meio ambiente, sobre a

aplicação dos recursos provenientes do Fundo Municipal do Meio Ambiente.

Não obstante, a essas questões, é de suma importância que todas as normas e

procedimentos para governança, execução, operação, destinação, seleção de

projetos entre outros aspectos, sejam manualizados e normatizados, ou seja que

tenham seus fluxos, procedimentos e características desenhadas e apresentadas em

um manual de operações, para garantir a legalidade e segurança do uso dos recursos

aportados no FMMA de Querência.

Atualmente, a estrutura de governança do FMMA tem sua instância deliberativa

dentro do CMMA, composto por representantes das organizações da sociedade civil,

da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, do Sindicato Rural Patronal e do

Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Associações dos Assentamentos do município.

Sua instância gestora é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio

Ambiente sob coordenação do Secretário Municipal de Meio Ambiente. A execução

das ações, apesar do fundo ainda não ter iniciado sua fase executiva, prevê-se que

seja realizada através de propositores de propostas e projetos conforme demanda do

fundo, que poderão ser empresas prestadoras de serviços e fornecedores

(concorrências), Organizações da Sociedade Civil (repasses e seleção de projetos) e

Técnicos (processos seletivos). O esquema abaixo representa o desenho da estrutura

de governança atual do FMMA de Querência.

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Figura 2 – Governança FMMA Querência

Fonte: Elaborada pelo consultor

Aspectos operacionais e financeiros

O fundo atualmente encontra-se em fase de consolidação e não houve, até o

momento, captação e nem destinação de recursos. Este produto trata exatamente da

necessidade de se realizar um esforço para elaborar um planejamento estratégico

para captação de recursos.

Para tanto, serão considerados aspectos chave para a recepção e destinação dos

recursos provenientes deste plano e/ou de qualquer outro esforço de captação de

recursos que venham a constituir o FMMA Querência. Entre eles, normas para a

seleção, contratação e repasse de recursos, estratégia de financiamento e definição

de público alvo. Vale ressaltar que o objeto deste plano de captação é a

regularização ambiental do município, com foco na recuperação de áreas

degradadas em APPs. Assim, todos esses aspectos para internalização e execução dos

recursos serão considerados em vista do objetivo de aplicação dos recursos.

Quanto às técnicas de captação, para este plano serão apresentadas as fontes

indicadas na lei de criação do FMMA, bem como as oportunidades de financiamento

e o ambiente de negócios local. Ainda no aspecto financeiro, será considerado

também o montante necessário para o desenvolvimento da estratégia. Ressaltamos

ainda que, por se tratar de uma estratégia global para o território, teremos ainda

ConselhoMunicipalDeMeioAmbiente

CMMA

SecretariaMunicipalDeMeioAmbiente

FMMA

SociedadeCivil/ONG’sPrestadoresdeServiços

FornecedoresTécnicos

Instância

Delibera va

• Instânciamáximadecisória

• SupervisionaeacompanhaaimplementaçãodasaçõesdoFundo

• Priorizademandas,comvistasaatenderamissãodoFundo;

• Defineoplanejamentoestratégico,entreoutros

Instância

Gestora

• RealizaagestãooperacionalefinanceiradoFundo;

• AuxiliaasdemaisinstânciasnocumprimentodosprocessosefluxosdoFundo;

• Monitoraegaranteaboaexecuçãodosrecursos,entreoutros.

Instância

Executora

• Propõeeexecutaosprojetosdes nadosaatenderamissãodoFundo;

• Prestacontas,entreoutros.

ESTRUTURADEGOVERNANÇAFMMA

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outras formas de internalização de recursos que não somente pelo FMMA, em virtude

das limitações legais para a recepção dos mesmos via o mecanismo financeiro.

Quanto ao uso do recurso, o mesmo está diretamente relacionado à manualização e

normativa, discorrida no parágrafo anterior.

CAPÍTULO 4 – PLANO ESTRATÉGICO DE CAPTAÇÃO DE

RECURSOS

Como já citado anteriormente, para esta primeira fase denominada fase piloto,

apresenta-se o desenho de um plano estratégico de captação de recursos com o

objetivo de buscar a regularização ambiental, fazendo cumprir o novo Código

Florestal, a se iniciar pela recuperação de 300 hectares de áreas de preservação

permanente. Tendo em vista a capacidade de execução de recursos e a necessidade

de uma fase de captação de recursos iniciais, a fase piloto terá uma fase inicial que

contemplará a recuperação de 50 hectares conforme demonstrado no item 2. No

entanto, para que tenhamos um plano mais estruturado em termos de precificação,

destinação de fontes específicas e a previsão de uma base que garanta a sua

continuidade, três temáticas serão desenvolvidas através desta estratégia,

apresentadas conforme desenho abaixo:

Figura 3 - Desenho da estratégia de captação de Recursos – Querência

Fonte: Elaborado pelo consultor

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TEMÁTICAS

Com base em dados coletados junto a equipe técnica do “Projeto Querência +:

Paisagens Sustentáveis”, o planejamento estratégico do município, e Programa

Municípios Sustentáveis, observa-se a demanda por um documento que apresente

uma estratégia de captação para consolidação de um município polo de

desenvolvimento regional sustentável, com foco especial na regularização de seus

passivos ambientais, para tanto as temáticas a serem financiadas pelo plano seguem

abaixo:

4.1 REGULARIZAÇÃO MUNICIPAL

O município possui 242 autos de embargo por desmatamento ou uso ilegal de fogo,

onde apenas 25 foram realizados antes do ano de 2008 e outros 15 não possuem data

especificada no processo. Os 25 embargos realizados antes de 2008 compreendem um

total de 315 ha embargados que, para serem regularizados, podem ser compensados

em outras áreas sem necessidade de restauro no local. Porém, a maioria dos embargos

(202 embargos) foi realizada após 2008, e somam no mínimo 4.400 há (valor

subestimado por falta de informação no sistema de consulta pública do IBAMA). Para

esses embargos, não há a possibilidade de compensação do dano ambiental, e a

área desmatada pode apenas ser recuperada através de ações de restauro ou

regeneração natural. Neste grupo de embargos, a maioria dos produtores (149) são

Assentados da Reforma Agrária, enquanto proprietários rurais respondem por 36 dos

embargos. Ainda neste grupo se encontram 4 embargos aplicados sobre a Prefeitura

de Querência. Os embargos restantes (13) não possuem identificação no sistema de

consulta pública do IBAMA.

A regularização ambiental municipal depende diretamente da análise do Cadastro

Ambiental Rural (CAR), para que todas as propriedades rurais que possuem passivos

ambientais, estejam elas embargadas ou não, possam aderir ao Programa de

Regularização Ambiental (PRA) para que se regularizarem.

Entretanto, o Estado de Mato Grosso, que era pioneiro em Sistema próprio de cadastro

ambiental (SIMLAM), migrou para o SICAR, base nacional do CAR, o que gerou uma

enorme morosidade no processo de validação das informações ambientais dos

estabelecimentos rurais, uma vez que o sistema nacional ainda apresenta uma série de

dificuldades em sua operacionalização. Frente a isso, a Secretária Estadual de Meio

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Ambiente de MT (SEMA), decidiu retornar os cadastros para a esfera estadual, criando

o SIMCAR. Todo esse processo resultou na impossibilidade de regularização ambiental

por parte dos proprietários rurais cadastrados no CAR.

Outro problema que decorrerá do processo de adesão ao SICAR e posterior migração

para o SIMCAR, é que o processo de análise dos CAR indicará uma série de erros nos

cadastros, e os mesmos serão direcionados aos proprietários para a sua retificação.

Frente à complexidade da questão, é fundamental que os municípios sejam ativos no

processo de retificação para dar celeridade ao processo de análise e posterior adesão

ao PRA, viabilizando a regularização ambiental das propriedades rurais.

Porém, para que isso seja possível, os municípios necessitam de recursos financeiros e

humanos, equipamentos e capacitações para que possam desempenhar esse papel.

Por isso, é fundamental pensar em estratégias para a municipalização da retificação e

validação dos cadastros ambientais. Segue algumas ações estratégicas:

REGULARIZAÇÃO MUNICIPAL

Objetivo/Desafio Ações propostas

Acompanhar os assuntos sobre a regularização

ambiental e promover reuniões junto aos

órgãos responsáveis (IBAMA, INCRA, SEMA)

para esclarecimento de procedimentos de

legalização de terras.

Construção junto a SEMA, de acordos de

cooperação técnica, com definição dos

atividades e atores para o processo de

retificação e análise do CAR.

Promover a Regularização

ambiental do município

Implementação dos acordos de cooperação

técnica de retificação do CAR.

Promover o acompanhamento do processo de

regularização e realização de um encontro/

evento/ seminário de atualização, convidando

a SEMA para apresentar as ações do acordo

de cooperação técnica realizadas.

Tabela 2: Ações temática regularização municipal

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De acordo com a precificação construída, a captação de recursos para essa

temática apresenta um montante aproximado de R$ 330 mil, para a execução em 24

meses, conforme tabela abaixo:

Tabela 3 – Precificação temática regularização ambiental

4.2 PLANO DE RESTAURO

O plano de restauro é resultado das discussões levantadas no âmbito do Fórum

Multissetorial, onde os participantes apontaram a questão dos embargos como um dos

principais gargalos para a regularização ambiental do município. A partir dessa

discussão, o Fórum Multissetorial promoveu um encontro com IBAMA, SEMA/MT,

Ministério Público, poder público, Assentados da Reforma Agrária e proprietários rurais

para discutir as possibilidades de regularização.

A discussão entre as instituições e sociedade civil presentes no Fórum elucidou a

complexidade do processo de regularização ambiental do município, que depende

da análise e validação do CAR, da adesão ao PRA e da recuperação ou

compensação do passivo ambiental desses atores sociais. Por outro lado, o município

possui, aproximadamente, 3.000 hectares de APPs degradadas (APPDs), indicando um

caminho para se iniciar a regularização ambiental por iniciativa do próprio município.

Frente a isso, criou-se Grupo de Trabalho para pensar na elaboração de uma proposta

de recuperação de APPDs para encaminhar ao CMMA.

De maneira geral, o objetivo do Plano Municipal de Restauro de Áreas Degradadas de

Querência é de eliminar todo o passivo dessas áreas no município até o ano de 2030.

Portanto, deverão ser restaurados aproximadamente 3.000 ha de APPDs, contribuindo

para a meta de restauro de APPDs associadas a Estratégia Produzir, Conservar e Incluir

do Estado de Mato Grosso.

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Para atingir essa meta, será necessário estabelecer metas intermediárias, que

permitam a recuperação faseada dos 3.000 ha de APPDs, de acordo com a

disponibilidade de recursos, insumos e mão de obra.

A meta será aferida pela extensão de áreas em restauração e pelo número de

beneficiários envolvidos no processo. Assim, para atingir resultados significativos na

escala do município, é necessária a participação de propriedades de todos os

tamanhos:

● As grandes propriedades são importantes para gerar áreas significativas de

restauração;

● Nas pequenas propriedades (principalmente em assentamentos) as áreas de

restauração serão menores, mas será envolvido um maior número de

beneficiários.

Um elemento importante desta abordagem é a promoção de modelos e métodos de

restauração produtiva, que envolvam a geração de renda a partir do uso das áreas

em restauração, o que contribui para prevenir a ocorrência de novos desmatamentos.

Propriedades com APPDs em Querência:

Número Área (ha) Meta para os 4

anos iniciais (ha)

Até quatro módulos fiscais 162 201 30

4 a 15 módulos fiscais 100 171 71

Maior que 15 módulos fiscais 158 2510 200

Total 420 2882 301

Tabela 4: Propriedades com APP em Querência

Fonte: Levantamentos Ipam e ISA.

O Plano de Restauro propõe, como forma de operacionalizar o restauro, a instalação

de um Núcleo Técnico de Apoio à Restauração no município, com uma equipe de três

técnicos. EsteSendo o Núcleo ofereceria um leque de opções de serviços, tais como

será o responsável pela elaboração do diagnóstico das áreas a serem contempladas,

pelo planejamento do restauro, assim como pela sua implementação e

monitoramento. Neste sistema, propõe-se quePortanto, ao invés de cada produtor

contratar a mão de obra individualmente, remunerando a empreitada, o Núcleo

contaria com os técnicos em período integral, à base de salários fixos, reduzindo custos

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para os contratantes. O Núcleo Técnico poderia ser contratado diretamente pelo

CMMA, ou por meio de um projeto ou parceria. Entre as vantagens do Núcleo Técnico

estariam a redução de custos para os produtores, a qualidade da assistência técnica e

a possibilidade de ofertar serviços selecionados de acordo com a necessidade do

produtor, outros apoios, incluindotal como a capacitação de técnicos e produtores

para a restauração, conforme descrito da imagem a seguir:

Figura 3 – Desenho esquemático da estratégia de atuação do núcleo de restauro

Fonte: IPAM

Além disso, o Plano deve conter outros fatores que poderão ajudar a reduzir custos,

como o fortalecimento de uma rede de sementes no município, dos viveiros locais, que

podem vender mudas com preço reduzido, o trabalho em mutirão, empréstimo de

maquinário, etc.

PLANO DE RESTAURO

Objetivo/Desafio Ações propostas

Criação e capacitação do núcleo técnico

de restauro

Seleção e contratação dos técnicos

Realizar capacitação técnica

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Implementação do PRAD

Realizar um diagnóstico ambiental

Definir a metodologia da restauração,

descrição do plano de restauração.

Mapear áreas prioritárias a ser restaurada

Escolha das espécies e aquisição de mudas

Identificar e selecionar APPs, a serem

recuperadas

Realização do restauro nas áreas selecionadas

(preparação da área, plantio e manutenção)

Monitoramento Realização de supervisão técnica -

Acompanhamento e supervisão das atividades

de implantação, manutenção e

monitoramento

Consolidação da governança da estratégia

de recuperação municipal

Tabela 5: Ações temática Plano de restauro

A projeção de precificação dessa ação está apresentada abaixo, onde para a fase

piloto, pretende-se focar no plantio de mudas e na técnica de muvuca, que consiste

em uma mistura de sementes de espécies diferentes que se planta de uma só vez, em

sistema de plantio direto. A técnica da semeadura direta para plantar árvores é

empregada por Agricultores e Povos Indígenas há séculos e foi incorporada pela

Campanha Y Ikatu Xingu, que o ISA e parceiros lançaram para recuperar os

fragmentos de atas Ciliares na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu em Mato Grosso.

Para esta temática a estratégia de captação se baseia em duas fases, uma fase piloto

composta por duas sub-fases: fase inicial e fase de consolidação, as quais possuem a

meta de restauro de 300 hectares, sendo a fase inicial responsável pelo restauro de 50

hectares. O valor total de captação para o restauro dos 300 hectares será de

aproximadamente R$ 2,7milhões, como ilustra a tabela abaixo:

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Tabela 6 – Precificação temática Plano de restauro fase piloto

Para a etapa inicial dessa fase piloto, o montante a ser captado será de

aproximadamente R$ 498.900,00 (Quatrocentos e noventa e oito mil e novecentos

reais), conforme tabela abaixo. Vale ressaltar que os valores estimados poderão ser

alterados caso haja mudança na metodologia de restauro a ser utilizada:

Tabela 7 – Precificação temática Plano de restauro etapa inicial da fase piloto

4.3 FORTALECIMENTO DA GESTÃO PÚBLICA DE MEIO AMBIENTE

O fortalecimento da gestão pública de meio ambiente tem como objetivo garantir

que a tomada de decisão pelos atores municipais seja continuada e articulada

segundo uma agenda de prioridades. Para isso, é preciso que o município possua

espaços permanentes para tais tomadas de decisão, assim como ações planejadas

que sejam independentes do período eleitoral entre a gestão municipal, que tem

duração de médio prazo (4 anos).

Dentre esses espaços, o do CMMA e do Fórum Multissetorial são os principais espaços

existentes no município com autonomia para a tomada de decisão. Além desses, a

OBJETIVOS LINHADEDESPESA und qtde valorunt VALORTOTALCriação e capacitação do núcleo técnico de restauro Materialdidático verba 1 2.500,00R$ 2.500,00R$

Despesasdeviagem/campo und 10 100,00R$ 1.000,00R$SUBTOTAL(A) 3.500,00R$

ImplementaçãodoPRAD Equipamentos verba 1 15.000,00R$ 15.000,00R$DespesasdepessoalPJ Mensal 24 2.000,00R$ 48.000,00R$

Custoscorrentes Mensal 24 1.600,00R$ 38.400,00R$

Custorestauro hec 50 6.800,00R$ 340.000,00R$SUBTOTAL(B) 441.400,00R$

Monitoramento DespesasdepessoalPJ Mensal 12 3.000,00R$ 36.000,00R$

Custoscorrentes Mensal 12 1.500,00R$ 18.000,00R$SUBTOTAL(C) 54.000,00R$

TOTAL 498.900,00R$

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Secretaria de Agricultura e Meio ambiente, que aglutina também as áreas de Indústria,

Comércio e Turismo, é uma instância que necessita de apoio para lidar com tamanhas

demandas de áreas diversas.

Considerando as áreas de agricultura e meio ambiente, para que a secretaria consiga

atender as demandas municipais, é importante um aumento de recursos humanos,

tecnológicos e financeiros. Ou seja, é importante que a secretaria conte com mais

técnicos de nível superior e médio com o perfil de extensão rural e florestal, e que todos

sejam capacitados para trabalhar com ferramentas que ampliem sua capacidade de

ação e monitoramento de áreas.

No curto prazo, o plano prevê ações iniciais de fortalecimento da gestão pública

ambiental, a qual determina a realização de ações prioritárias para iniciar um processo

contínuo de robustecimento.

MEIO AMBIENTE

Objetivo/Desafio Ações propostas

Reforçar o grupo de gestão

pública ambiental, conselho

municipal de meio ambiente

CMMA, Técnicos da Secretaria de

meio ambiente de Querência

Discutir o fortalecimento do CMMA (captação

de recursos)

Incentivar a participação ativa dos membros

envolvidos na gestão pública ambiental (termo

de adesão e compromisso)

Criar equipe técnica de apoio às ações do

CMMA

Elaboração de um plano ambiental

institucional estratégico para a SEMMA e

CMMA

Realizar módulos de capacitação técnica aos

servidores e outros atores envolvidos no

desenvolvimento dos programas e projetos

voltados a gestão pública ambiental

Acompanhar ações desenvolvidas

pela SEMA

Realizar reuniões, visitas técnicas para

acompanhamento de programas e ações

Tabela 8: Ações Temática Fortalecimento da Gestão Pública de Meio Ambiente

Para a realização dessa proposta de fortalecimento da gestão pública prevê-se um

custo de aproximadamente R$ 400.000,00 (Quatrocentos mil reais), distribuídos

basicamente em equipamentos, prestação de serviços, passagens, hospedagens e

alimentação, que na ausência e limitação de recursos poderão ser executados no

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decorrer de 5 anos. Abaixo a tabela apresenta os valores iniciais levantados:

Tabela 9: Precificação Temática fortalecimento da gestão pública ambiental

Para a fase piloto deste plano sugere-se a captação de R$ 80mil, distribuído conforme

tabela abaixo:

DESCRIÇÃO DESPESA QTDE VALOR UNT. VALOR TOTAL

Equipamentos Diversos 1 25.000,00 25.000,00

Capacitação em gestão de projetos Serviços 1 40.000,00 40.000,00

Material de consumo Alim/Comb. 1 15.000,00 15.000,00

TOTAL 80.000,00 80.000,00

Tabela 10: Precificação Temática fortalecimento da gestão pública ambiental (FASE PILOTO)

CAPÍTULO 5 - DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS REALIZADOS E

DOS PROJETOS INSTALADOS EM QUERÊNCIA

- O GRPAFF (Grupo de Restauração e Proteção a Água, Flora e Fauna)

O GRPAFF é uma organização não-governamental, de proteção e conservação do

meio ambiente, juridicamente constituída como associação civil de direito privado,

sem fins lucrativos, constituída por jovens, filhos de agricultores e pecuaristas do

município de Querência –MT e região. O GRPAFF tem por objetivo a Restauração e

Proteção da Biodiversidade e Recursos Hídricos do município de Querência-MT e

região.

Tipo de intervenção – Privada, destinada a produtores individuais.

Saiba mais http://grpaff.blogspot.com.br/p/fale-com-o-grpaff_3.html

- VIVEIROS

Além do viveiro de mudas do GRPAFF, Querência conta com o viveiro municipal e o da

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Associação Estrela da Paz, no Projeto de Assentamento Brasil Novo. O viveiro municipal,

administrado pela prefeitura, produz mudas para plantio na área urbana e de espécies

produtivas para a agricultura familiar, tal como o palmito de pupunha. Apesar de

contar com boa estrutura e 6 funcionários, que lhe permitem produzir cerca de 280 mil

mudas anualmente, o viveiro opera hoje muito abaixo de sua capacidade, mas com

potencial de apoiar fortemente a implementação do plano municipal de restauro.

Para tanto, serão necessários investimentos na compra de sementes e mudas, e na

capacitação dos viveiristas.

Já o viveiro da Associação Estrela da Paz apresenta estrutura mais precária e necessita

de investimentos em regularização de funcionamento, mediante o pagamento de

taxas necessárias para regularização no MAPA e Indea, em torno de R$ 1.000.

Atualmente, é capaz de produzir 10.000 mudas/ano, mas para aumentar sua

capacidade de produção, o viveiro necessitaria de investimentos em torno de R$

10.000.

- O PROJETO POTENCIALIZA

O Potencializa é uma das iniciativas que a Fundação André e Lucia Maggi

desenvolvido no Estado do Mato Grosso desde 2015, nos municípios de Campo Novo

do Parecis, Lucas do Rio Verde e Querência. O ponto de partida das ações do projeto

é a identificação do potencial humano nos locais em que atua. A partir disso, esforços

e parcerias são mobilizados para transformar o potencial em desenvolvimento real,

projetando novas perspectivas e realidades. Assim, o objetivo do Projeto Potencializa é

fomentar e dar suporte à organização de redes intersetoriais em cada território, para a

construção e implantação de uma agenda de desenvolvimento local. A agenda de

desenvolvimento local busca firmar ações e compromissos de curto, médio e longo

prazo para alcançar o desenvolvimento sustentável local.

Saiba mais em: http://fundacaoandreeluciamaggi.org.br/projeto-potencializa-

desenvolvimento-em-rede/#.WQEtY4jyvIU

- GRUPO RONCADOR

O Grupo Roncador vem discutindo a questão da sustentabilidade levada à sua

estratégia de negócios. Suas fazendas, localizadas nos biomas do médio Araguaia,

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apresentam inúmeras belezas naturais e uma rica biodiversidade transitando por seus

rios e florestas. Só na Agropecuária Roncador, em Querência, MT, há um conjunto de

mais de 100 nascentes de água, que garantem a riqueza da biodiversidade da fauna

e flora da região. Também conta com um rigoroso controle de áreas de preservação e

reservas legais, bem como das condições de trabalho de seus empregados.

O Grupo Roncador possui diversos projetos no tocante à sustentabilidade, dentre eles,

o apoio ao Projeto Querência +:Paisagens Sustentáveis, e a LIGA DO ARAGUAIA em

parceria firmada com a TNC, The Nature Conservancy, com o apoio do IDH, The

Sustainable Trade Initiative, voltada ao apoio às atividades de intensificação

sustentável da pecuária e à regularização ambiental na região do Araguaia. Tal

parceria tem os seguintes objetivos (1) o apoio às atividades de intensificação; (2)

remoção de barreiras à adoção dessas práticas; (3) restauração e interligação de

fragmentos florestais; e (4) divulgação e replicação das lições aprendidas. Saiba mais:

http://www.gruporoncador.com.br/sustentabilidade

- FAZENDA TANGURO

A Fazenda Tanguro, localizada em Querência (MT), é uma das unidades do Grupo

André e Lucia Amaggi e, além da produção comercial de soja, é uma área para

desenvolvimento de pesquisa entre produção agrícola e conservação ambiental. A

fazenda é sede de uma equipe coordenada por pesquisadores do IPAM, que

desenvolvem atividades científicas sobre os aspectos ambientais relacionados à

produção de soja.

- ESTRATÉGIA PCI: PRODUZIR, CONSERVAR E INCLUIR

O Estado de Mato Grosso por meio do Governador Pedro Taques lançou na

Convenção do Clima (COP 21) realizada em Paris em dezembro de 2015, a “Estratégia:

Produzir, Conservar e Incluir”, que tem como o objetivo captar recursos para o Estado

de Mato Grosso objetivando a expansão e aumento da eficiência da produção

Agropecuária e Florestal, a conservação dos remanescentes de vegetação nativa,

recomposição dos passivos ambientais e a inclusão socioeconômica da Agricultura

Familiar e gerar a redução de emissões e sequestro de carbono de 6 GTonCO2,

mediante o controle do desmatamento e o desenvolvimento de uma economia de

baixo carbono.

Para a implementação da estratégia, ações elaboradas pelas secretarias

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coordenadoras dos eixos temáticos, realizar o acompanhamento da implementação

da estratégia e do cumprimento das metas, bem como a definição de sua estrutura

de governança e mecanismos de captação de recursos.

Saiba mais em: http://pci.mt.gov.br/

- ISA

O ISA é uma instituição que atua em toda a Bacia Hidrográfica do rio Xingu, Dentre as

ações promovidas por essa instituição, está a Campanha Y Ikatu Xingu, promovida

como estratégica para recuperar e proteger as nascentes e cabeceiras do Rio Xingu.

As ações da campanha articulam-se nas linhas de restauração florestal, planejamento,

gestão e ordenamento territorial e educação agroflorestal.

As ações de restaurações florestais tiveram inicio em 2006, e Querência é um dos 18

municípios de Mato Grosso que participaram da Campanha. Ao longo dos anos, a

Campanha contribui para a restauração de 520 hectares de APPDs e, em 2016 mais 75

hectares de APPDs foram colocados em processo de restauração, totalizando 595

hectares em processo de restauração somente no município de Querência.

Além disso, o ISA vem atuando em Querência juntamente com o IPAM desde 2015, na

implementação do “Projeto Querência +:Paisagens Sustentáveis”.

Para Mais informações: http://www.yikatuxingu.org.br/linhas-de-acao/acoes/

- IPAM

O IPAM possui atuação ativa no município a partir de 2015, com o “Projeto Querência

+: Paisagens Sustáveis”, que visa fortalecer o desenvolvimento socioambiental no

território do município. O projeto nasceu de uma demanda de atores locais, após a

saída do município da lista do IBAMA, dos município que mais desmataram a

Amazônia, e para que novos projetos fossem desenvolvidos para dar continuidade às

conquistas e melhorias socioambientais necessárias. O projeto visa o fortalecimento da

gestão ambiental municipal, da adequação ambiental e do fortalecimento da

Agricultura familiar.

Saiba mais em < https://www.facebook.com/querenciamais/>

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CAPÍTULO 6 - FONTES DE RECURSOS COMPLEMENTARES AO

MUNICÍPIO

Para o desenvolvimento deste plano serão consideradas as fontes referentes a 5

categorias de receitas, a saber:

✓ RECEITAS DE PRODUTORES (donos de área a restaurar) – neste caso, pessoas

físicas que estão no quadro de produtores com passivo e que efetuarão suas

contribuições em espécie. Essas serão consideradas neste documento como fonte de

pagamento por serviços subsidiados, ou seja, irão financiar parte da estratégia, e em

contrapartida receberão parte da sua área restaurada.

✓ DOAÇÃO

▪ Doações anônimas: doações de pessoas físicas ou jurídicas que não se

identificaram (normalmente porque fizeram doações diretamente na conta da

organização, sem identificação).

▪ Doações de pessoas físicas: doações em espécie de pessoas físicas;

▪ Doações de pessoas jurídicas: doações de empresas instaladas no município,

via doação direta de empresa ou fundações.

✓ CONVÊNIOS E SUBVENÇÕES

▪ Governo Federal: Convênios e subvenções provenientes da área federal;

▪ Governo Estadual: Convênios provenientes da área estadual.

✓ RECEITAS FMMA

▪ Transferências oriundas do Fundo Nacional do Meio Ambiente, como

decorrência de contratos de financiamento e transferências a fundo perdido;

▪ Os rendimentos e os juros provenientes de aplicações financeiras;

▪ Produto de ajustes firmados com outras entidades financeiras;

▪ Produto de arrecadações de taxas de licenciamento, parecer técnico, multas

e juros de mora sobre atos e infrações cometidas, do ponto de vista ambiental;

▪ Produto das parcelas de serviços e de outras transferências que o Município

tenha direito a receber por força da lei e de convênios, acordos ou contratos no setor;

▪ Produto de condenações de ações judiciais relativas ao meio ambiente;

✓ OUTRAS RECEITAS

▪ Doadores externos: neste este caso serão os recursos captados, via esforço de

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captação, através da participação em chamamentos públicos, via edital ou TdR, que

poderá ser captado via FMMA ou outra organização local envolvida na discussão.

RECEITA FONTE DE RECURSO FORMA DE CAPTAÇÃO

RECEITA DE

PRODUTORES

Produtores rurais - com passivo

ambiental, envolvidos da discussão

da estratégia, que pagarão pelo

restauração de sua área com

valores abaixo de mercado por

hectare, e conforme planejamento.

Esses produtores estão divididos em

pequenos, médios e grandes

produtores.

Captação direta, através de contratação

do núcleo de restauro para a realização dos

serviços acordados, será um contrato

bilateral, no qual produtor e núcleo terão

obrigações a cumprir. O instrumento legal

para contratação deverá ser definido.

DOAÇÃO

Produtores em geral

Captação feita através da apresentação da

estratégia de desenvolvimento do município

de Querência, para potenciais doadores,

faz-se necessário a elaboração de

ferramentas para captação, tais como,

apresentação em PPT, Folder, site, entre

outros. Deverá ainda ser feita rodadas de

apresentação direta aos possíveis doadores.

Empreendedores

Fundações

CONVÊNIOS E

SUBVENÇÕES

Fundo De Defesa De Direitos Difusos As instituições estaduais e municipais, assim

como as organizações da sociedade civil

que pretendem solicitar recursos públicos ao

CFDD deverão apresentar propostas de

trabalho diretamente no Portal de Convênios

do Governo Federal (SICONV), de acordo

com as orientações disponíveis no sitio

eletrônico do CFDD.

Período do processo de seleção

09 de maio a 07 de Junho de 2017.

Valores da proposta

Mínimo: R$ 100.000,00

Máximo: R$ 350.000,00

Fundo Nacional De Meio Ambiente O apoio do FNMA a projetos se dá por meio

de duas modalidades

Demanda Espontânea, por meio da qual

os projetos podem ser apresentados em

períodos específicos do ano, de acordo

com temas definidos pelo Conselho

Deliberativo do FNMA, divulgados por

meio de chamadas públicas; e

Demanda Induzida, por meio da qual os

projetos são apresentados em resposta a

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instrumentos convocatórios específicos,

ou outras formas de indução, com

prazos definidos e priorizando um tema

ou uma determinada região do país.

A submissão da proposta, assim como o

acompanhamento de um projeto aprovado,

é sempre feita através do SICONV . Bem

como a divulgação que é feita nos sites

desse Sistema e do Ministério de Meio

Ambiente.

RECEITAS

FMMA

Transferências São recursos arrecadados por um ente

federativo e transferido a outro(s). Parte

delas é chamada de transferências

constitucionais por estarem previstas na

Constituição Federal de 1988 e são uma

forma de aliviar as desigualdades

socioeconômicas entre os estados e

municípios brasileiros. Elas são automáticas e

dependem apenas da correta prestação de

contas.

A exemplo temos: i) Transferências federais,

entre outros o FPM – Fundo de Participação

dos Municípios e ITR – Imposto sobre a

Propriedade Territorial Rural, ii) Transferências

estaduais: ICMS Ecológico (será melhor

descrito em item abaixo)

Dotação orçamentária, orçamento

de outras secretarias e entes do

governo

Os fundos estaduais apresentados por

Tatagiba (2005), no “Panorama de fundos

socioambientais estaduais públicos”, mais de

90% têm prevista essa fonte em suas leis. Por

meio da articulação com diversos atores, o

FNMA tem conseguido dobrar sua execução

de recursos com o estabelecimento de

parcerias com outros ministérios e unidades

gestoras ao longo dos últimos três anos

(SAMPAIO et al., 2007), mostrando que é

viável exercer a transversalidade da gestão

ambiental por meio de um diálogo

orçamentário.

Além da articulação com as unidades

gestoras de outras políticas setoriais, um

diálogo bem conduzido com o Legislativo

pode significar recursos para o meio

ambiente, provenientes do orçamento.

Desses diálogos, é possível identificar

interesses comuns do gestor ambiental e de

parlamentares com atuação

“ambientalista”. Para o atendimento destes

interesses (conservação da biodiversidade,

por exemplo), o parlamentar poderá

destacar recursos por meio de emendas

orçamentárias, enquanto o gestor

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operacionaliza as ações necessárias

Multas administrativas e sanções

judiciais.

Previstas na Lei 9.605/98 (de crimes

ambientais e infrações administrativas) e na

Lei 7.347/85 (que estabelece a Ação Civil

Pública e cria o Ministério Público e o FDD). O

art. 73 da Lei 9.605/98 estabelece que:

Os valores arrecadados em pagamentos de

multas por infração ambiental serão

revertidos ao Fundo Nacional do Meio

Ambiente, criado pela Lei 7.797, de 10 de

julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo

Decreto 20.923, de 8 de janeiro de 1932,

fundos estaduais ou municipais de meio

ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o

órgão arrecadador.

Três são as formas de se captar recursos:

Multas, Licenças e Termos de ajuste de

Conduta (TAC)

Fontes tributárias. O artigo 145 da Constituição Federal

estabelece que a União, os estados, o Distrito

Federal e os municípios poderão instituir os

seguintes tipos e tributos: impostos (ICMS

Ecológico, IPTU Ecológico, etc.); taxas, “em

razão do exercício do poder de polícia ou

pela utilização, efetiva ou potencial, de

serviços públicos específicos e divisíveis,

prestados ao contribuinte ou postos a sua

disposição”; contribuição de melhoria,

“decorrente de obras públicas”.

Doações Desde 1990, as doações também têm sido

importantes fontes de financiamento para o

meio ambiente no Brasil. Há quase um bilhão

de dólares de doações em negociação ou

em execução no Brasil. No MMA, doadores

aportaram recursos significativos para o

apoio a ações na Amazônia, Caatinga e

Mata Atlântica.

Entre as principais fonts de doação estão:

GEF

PNUMA

GEF/BIRD

PPG7

BID

KFW

Outros

Deve-se, nesses casos, ter atenção às formas

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de oferta desses recursos, que podem vir via

união e/ou estados, via acordos de

cooperação técnica, ou outros instrumentos

de intermediação.

Em anexo apresenta-se um quadro com as

principais fontes de doação e empréstimos.

ICMS Ecológico Se faz necessário verificar o repasse dos

recursos ao município e internalizá-los no

FMMA.

Através da lei complementar n. 73/2000, foi

instituído o ICMS Ecológico no Estado do

Mato Grosso, depois regulamentado pelo

Decreto Estadual n. 2.578/2001, e

implementado a partir de 2002.

A lei complementar n. 73, incluiu nos critérios

de cálculo para composição dos índices de

Participação dos Municípios no ICMS, dois

critérios ambientais, UC/TI e Saneamento

ambiental, que sofreram modificações

através da Lei complementar n. 157, a qual

redistribuiu valores, extinguiu e criou novos

critérios de cálculo, extinguindo o critério

saneamento ambiental e mantendo, apenas

o critério UC/TI com 5%.

OUTRAS

RECEITAS

Fundo Nacional de

Desenvolvimento Florestas

Os projetos a serem apoiados pelo FNDF

serão selecionados por meio de chamadas

públicas de solicitação de projetos, com

objetos e prazos específicos, amplamente

divulgados em edital. Após o recebimento e

análise das propostas, são definidos os

projetos e comunidades a serem atendidos.

Em seguida, realiza-se uma licitação pública

para contratação de fornecedores ou um

Termo de Cooperação com outro órgão

público federal para executar o serviço. Os

projetos contemplados serão monitorados e

avaliados.

Destaca-se que todo processo de seleção

de projetos será precedido de ampla

divulgação e para tal, serão utilizados os

sítios eletrônicos do Serviço Florestal Brasileiro,

Ministério do Meio Ambiente, dentre outros

sítios na internet, além de divulgação junto

às instituições parceiras, redes de instituições

e atores sociais com atuação na área

socioambiental e afins. Caso necessário,

para o exercício de 2017, serão realizadas

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oficinas para apresentação e divulgação

dos processos de seleção de projetos. Os

locais escolhidos serão aqueles com maior

potencial de aglutinação de instituições

proponentes.

Fundo Amazônia O Fundo Amazônia tem por finalidade

captar doações para investimentos não-

reembolsáveis em ações de prevenção,

monitoramento e combate ao

desmatamento, e de promoção da

conservação e do uso sustentável da

Amazônia Legal, nos termos do Decreto nº

6.527, de 1º de agosto de 2008.

O Fundo Amazônia apoia projetos nas

seguintes áreas:

• Gestão de florestas públicas e áreas

protegidas;

• Controle, monitoramento e fiscalização

ambiental;

• Manejo florestal sustentável;

• Atividades econômicas desenvolvidas a

partir do uso sustentável da vegetação;

• Zoneamento ecológico e econômico,

ordenamento territorial e regularização

fundiária;

• Conservação e uso sustentável da

biodiversidade; e

• Recuperação de áreas desmatadas.

O Fundo Amazônia pode utilizar até 20% dos

seus recursos para apoiar o desenvolvimento

de sistemas de monitoramento e controle do

desmatamento em outros biomas brasileiros

e em outros países tropicais.

Além da redução das emissões de gases de

efeito estufa, as áreas temáticas propostas

para apoio pelo Fundo Amazônia podem ser

coordenadas de forma a contribuir para a

obtenção de resultados significativos na

implementação de seus objetivos de

prevenção, monitoramento e combate ao

desmatamento e de promoção da

conservação e do uso sustentável das

florestas na Amazônia Legal.

Os projetos apoiados pelo Fundo Amazônia

devem observar as Diretrizes e Critérios do

Fundo Amazônia, estabelecidos pelo COFA,

as diretrizes do Plano de Prevenção e

Controle do Desmatamento na Amazônia

Legal (PPCDAM) e da Estratégia Nacional

Page 35: Plano estratégico de captação de recursos para o§ão_final.pdfFMMA do município de Querência – MT Abril, 2017 . 3 ... mas representa o primeiro passo em direção ao Plano

35

para REDD+ (ENREDD+).

A apresentação de projetos ao Fundo

Amazônia é feita por intermédio do envio de

Consulta Prévia:

A Consulta Prévia está organizada com base

nas características e informações da

entidade proponente e dos elementos

básicos do projeto, que deve ser preenchida

pelo próprio solicitante, sem a necessidade

de intermediários.

As Consultas Prévias são recebidas e

avaliadas pelo Departamento de Prioridades

do BNDES, que verifica a documentação

preliminar e a adequação do projeto às

diretrizes e critérios aplicáveis ao Fundo

Amazônia. Nesse momento também é feita

uma pré-avaliação da capacidade do

proponente de executar o projeto. Isso inclui

sua capacitação gerencial, seu histórico de

projetos realizados e a sua classificação

cadastral, entre outros aspectos.

Encaminhamento das Consultas Prévias

As solicitações de apoio devem ser enviadas

em duas vias impressas ao BNDES,

acompanhadas da versão eletrônica

gravada em CD ou pendrive, no endereço

abaixo:

Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social – BNDES

Área de Planejamento - AP

Departamento de Prioridades – DEPRI

Av. República do Chile, 100 - Protocolo –

Térreo 20031- 917 - Rio de Janeiro, RJ.

Financiamento privados Diversas organizações lançam editais

anualmente para financiamento de projetos

na área de sustentabilidade socioambiental

e seria interessante que os atores envolvidos

na estratégia pudessem conhecer e acessar

esses recursos. Vide abaixo alguns exemplos

recentes de financiamento de projetos:

Iniciativa Bio&Clima (Fundação Grupo

Boticário de apoio a Natureza) –R$300

mil

Programa Ecomudança (Itaú Unibanco

AS) – R$440 mil

Petrobrás ambiental (Petrobrás) – Até

R$3,6 milhões por projeto

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Tabela 11: Fontes de recursos para o plano de captação

Segue abaixo uma lista de potenciais

financiadores de projetos com os temas

associados já filtrados por nossa avaliação:

Brazil Foundation (Educação, Saúde,

Direitos Humanos, Cidadania e Cultura)

Fundação Banco do Brasil (Meio

ambiente e agroextrativismo)

Instituto HSBC Solidariedade (Educação ,

Meio ambiente e Geração de renda

para comunidade)

Fundação Cargill ( Desafios na

alimentação)

Fundação Semear (Responsabilidade

Social)

Fundação Boticário (meio ambiente)

Fundação Interamericana – IAF

CESE (Programa de pequenos Projetos)

É importante ressaltar que para acesso às

fontes de recursos, é importante ter atenção

aos prazos dos editais, bem como ter um

agente preparado para ajustar e submeter

as propostas para a fonte ofertante.

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CAPÍTULO 7 - CENÁRIO PARA O PLANO DE CAPTAÇÃO –

Estratégia para recuperação de APP

A proposta para esta estratégia de captação de curto prazo (fase piloto) é atuar em

duas frentes: 1. tratará a capitalização de uma carteira dentro do FMMA, no formato

de sinking fund, onde os recursos captados serão utilizados em sua totalidade e não

irão retornar ao fundo. A outra estratégia será uma captação direta via produtor, que

pagará um valor abaixo de mercado diretamente ao núcleo de restauro, pela sua

área restaurada ou serviços relacionados ao restauro. O desenho desta estratégia de

captação é composto por um ambiente de captação via produtores,

empreendedores locais, os programas em execução, receitas do FMMA e recursos

externos. Todas as fontes serão direcionadas ao plano estratégico de restauro e

destinadas posteriormente aos núcleos executivos da estratégia, neste caso

identificados pelo próprio FMMA, o Núcleo de restauro e as organizações com projetos

em execução no território. Alerta-se ainda para o fato que a proposta é que o FMMA

recepcionará os recursos e viabilizará o repasse do recurso para o núcleo de restauro,

respeitando as normas legais de contratação.

Figura 4: Desenho do cenário de captação no curto prazo

CAPTAÇÃOCURTOPRAZO

PLANOESTRATÉGICODERESTAURO

PRODUTOREMPREENDEDOR

ESLOCAIS

PROGRAMA/PROJETOEMEXECUÇÃO

RECEITASFMMAOUTROSRECURSOSEXTERNOS

NÚCLEODERESTAURO

FMMAQUERÊNCIA

ORGANIZAÇÕESCIVIS

Fontes

Execuçãodaestratégia

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ORIGEM

DESTINO

67%

PRODUTOR

DoaçãocondicionadaPagamento

33%

FMMAEmpreendedores,receitasdoFMMAeRecursosExternos

67%

CUSTOSPARAARESTAURAÇÃO

Insumos

Mãodeobrarestauração

33%

EXECUÇÃODOSPROGRAMAS

FortalecimentodaGestãoAmbiental

A origem e o destino do recurso deverá ter uma proporcionalidade quanto aos custos

do restauro e os programas de fortalecimento da gestão pública, sendo que deverão

ser priorizados o pagamento dos custos do restauro. Assim, as receitas provenientes da

captação via produtor, que fará doação condicionada ou pagamento de área a ser

restaurada, deverá pagar os custos com os insumos e mão de obra necessária para a

execução da estratégia, enquanto os outros recursos captados serão direcionados a

manutenção do programa e o fortalecimento da gestão pública ambiental, conforme

ilustra a figura 5. Vale ressaltar que os custos referentes ao pagamento do restauro

equivalem a 67% dos totais previstos neste plano de captação, ficando assim a

responsabilidade de captação neste mesmo percentual para os produtores.

Figura 5: Origem x Destino dos recursos captados

A projeção financeira dos montantes para composição dos recursos a serem

executados foram modelados conforme a meta de captação para implementação

da parte piloto no valor de R$ 3,5 milhões, no horizonte de quatro anos, com as metas

de execução de 100% do CAR do município analisado e a restauração de 300

hectares em APP iniciada. Abaixo apresentamos o resumo dos indicativos da

estratégia.

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Figura 6: Composição dos recursos e metas do plano de captação de Querência

Vale ressaltar que essa fase piloto, devido a necessidade de estruturação e

fortalecimento da estratégia de captação de recursos para o município de Querência,

deverá ser dividida em duas etapas, inicial e consolidação. A etapa inicial terá a

duração de dois anos e tem a meta de captar o valor de quase R$ 1milhão, para

iniciar o restauro de 50 ha, ter 100% do CAR concluído e iniciar o processo de

fortalecimento da gestão pública. A fase de consolidação duraria mais dois anos e

teria a totalidade das metas concluídas conforme a figura 5. Para tanto, a

capitalização do plano se dará de forma gradativa, considerando as fontes potenciais

e as capacidades locais de internalização dos recursos, bem como a divisão das duas

etapas da fase piloto. A tabela 12 demonstra a projeção de captação recursos para a

etapa inicial da fase piloto.

Tabela 12: Capitalização do plano de captação etapa inicial da fase piloto

SEM2/2017* SEM1/2018 SEM2/2018 SEM1/2019

DoaçãoouPagamento -R$ 150.481,80R$ 183.922,20R$ -R$ 334.404,00R$

Doaçãoempreendimento -R$ 29.260,35R$ 54.340,65R$ -R$ 83.601,00R$

Esforçodecaptação -R$ -R$ 37.156,00R$ 55.734,00R$ 92.890,00R$

Programasexistentes -R$ 343.693,00R$ -R$ -R$ 343.693,00R$

ReceitasFMMA(Multa,TAC,…) -R$ 11.146,80R$ 40.871,60R$ 22.293,60R$ 74.312,00R$

TOTAIS 534.581,95R$ 316.290,45R$ 78.027,60R$ 928.900,00R$

TOTAL

2ANOS

FONTEDE

RECURSOS

COMPOSIÇÃODOSRECURSOSEMETADECAPTAÇÃOCURTOPRAZO–4ANOS

METAS• 100%doCARanalisado

• Recuperação300hecdeAPP

MONTANTEDERECURSOS

• R$3,5milhões

FONTESPOTENCIAIS

• Produtoresrurais

• Empreendimentoslocais

• Programas/Projetosemexecução

• FMMA• Fontesexternas

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A Captação será realizada num primeiro momento para a etapa inicial da fase piloto,

a qual se iniciará em 2017. No segundo semestre deste ano, fica previsto o esforço de

internalização da estratégia delineada e a definição das formas de abordagens a

serem adotadas para cada fonte a ser atingida, bem como iniciar o processo de

estruturação do núcleo de restauro e da internalização dos recursos captados em seus

referidos destinos. Nos três semestres seguintes, consolida-se a captação conforme

ilustra o gráfico 2. Ressaltamos que está se considerando 100% da execução da

primeira temática deste plano de captação através dos recursos captados, via

organizações de apoio.

Gráfico 2: Captação por fonte de recursos etapa inicial da fase piloto

A capitalização da etapa de consolidação da fase piloto, se dará nos dois anos

seguintes, também de forma gradativa, e servirá de exercício para a fase de

captação da estratégia de médio prazo, com captação anual e nos percentuais

desenvolvidos para essa estratégia. Os valores estão apresentados na tabela a seguir:

Tabela 13: Capitalização do plano de captação etapa de consolidação da fase piloto

Para a estratégia de médio prazo, pouco será alterado no plano estratégico. Uma

pequena mudança se dá no âmbito do repasse do recurso, que ao prever o FMMA

com uma base fortalecida, considera o mecanismo apto a realizar os repasses para

que a execução seja realizada via projetos, considerando ainda a continuidade de

contratação ou repasse ao núcleo de restauro, conforme modelo abaixo:

R$-

R$50.000,00

R$100.000,00

R$150.000,00

R$200.000,00

R$250.000,00

R$300.000,00

R$350.000,00

SEM2/2017*SEM1/2018

SEM2/2018SEM1/2019

DoaçãoouPagamento

Doaçãoempreendimento

Esforçodecaptação

Programasexistentes

ReceitasFMMA(Multa,TAC,…)

DoaçãoouPagamento 67% 689.054,80R$ 1.033.582,20R$ 1.722.637,00R$Doaçãoempreendimento 8% 82.275,20R$ 123.412,80R$ 205.688,00R$

Esforçodecaptação 13% 133.697,20R$ 200.545,80R$ 334.243,00R$ReceitasFMMA(Multa,TAC,…) 12% 123.412,80R$ 185.119,20R$ 308.532,00R$

TOTAIS 100% 1.028.440,00R$ 1.542.660,00R$ 2.571.100,00R$

FONTEDE

RECURSOS

PERCENTUALDE

CAPTAÇÃOANO1 ANO2 TOTAL

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Figura 7: Desenho do cenário de captação no médio prazo

Em termos de projeções financeiras, foi estimado para o médio prazo o montante de

R$ 31,5 milhões para captação em 11 anos e com a meta de restauro iniciado em 3 mil

hectares de APP, conforme apresentado nas tabela 14 e 15 abaixo:

Tabela 14: Capitalização do plano de captação médio prazo (6 primeiros anos)

Tabela 15: Capitalização do plano de captação médio prazo (5 últimos anos)

A divisão dos recursos se dará via as fontes identificadas, a qual será crescente

(gráficos 3) conforme sejam apresentados os resultados de restauração e

ANO1 ANO2 ANO3 ANO4 ANO5 ANO6

DoaçãoouPagamento 1.266.300,00R$ 1.477.350,00R$ 1.688.400,00R$ 1.899.450,00R$ 2.110.500,00R$ 2.110.500,00R$Doaçãoempreendimento 151.200,00R$ 176.400,00R$ 201.600,00R$ 226.800,00R$ 252.000,00R$ 252.000,00R$

Esforçodecaptação 245.700,00R$ 286.650,00R$ 327.600,00R$ 368.550,00R$ 409.500,00R$ 409.500,00R$ReceitasFMMA(Multa,TAC,…) 226.800,00R$ 264.600,00R$ 302.400,00R$ 340.200,00R$ 378.000,00R$ 378.000,00R$

TOTAIS 1.890.000,00R$ 2.205.000,00R$ 2.520.000,00R$ 2.835.000,00R$ 3.150.000,00R$ 3.150.000,00R$

FONTEDE

RECURSOS

ANO7 ANO8 ANO9 ANO10 ANO11

DoaçãoouPagamento 2.110.500,00R$ 2.110.500,00R$ 2.110.500,00R$ 2.110.500,00R$ 2.110.500,00R$ 21.105.000,00R$Doaçãoempreendimento 252.000,00R$ 252.000,00R$ 252.000,00R$ 252.000,00R$ 252.000,00R$ 2.520.000,00R$

Esforçodecaptação 409.500,00R$ 409.500,00R$ 409.500,00R$ 409.500,00R$ 409.500,00R$ 4.095.000,00R$ReceitasFMMA(Multa,TAC,…) 378.000,00R$ 378.000,00R$ 378.000,00R$ 378.000,00R$ 378.000,00R$ 3.780.000,00R$

TOTAIS 3.150.000,00R$ 3.150.000,00R$ 3.150.000,00R$ 3.150.000,00R$ 3.150.000,00R$ 31.500.000,00R$

FONTEDE

RECURSOS

TOTAL

11ANOS

CAPTAÇÃOMÉDIOPRAZO

PRODUTOREMPREENDEDOR

ESLOCAISRECEITASFMMA

OUTROSRECURSOSEXTERNOS

NÚCLEODERESTAURO

FMMAQUERÊNCIA

ORGANIZAÇÕESCIVIS

Fontes

Execuçãodaestratégia

PLANOESTRATÉGICODERESTAURO

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fortalecimento da gestão ambiental pública. Alertamos ainda que para toda a

estratégia, o pagamento por serviços será responsável por 60% do financiamento do

plano de restauro, mas que mesmo assim ainda se preserva a premissa básica de um

custo de restauro menor que os preços praticados pelo mercado.

Gráfico 3: Captação por fonte de recursos médio prazo

Para a estratégia de longo prazo, estima-se o montante de aproximadamente R$ 415

milhões, considerando as mesmas técnicas de restauro. No entanto, é possível reavaliar

a melhor técnica de restauro, bem como prever um plano de restauro produtivo com

vistas a potencializar o ambiente de negócio favorável para o município de

Querência.

R$-

R$500.000,00

R$1.000.000,00

R$1.500.000,00

R$2.000.000,00

R$2.500.000,00

R$3.000.000,00

R$3.500.000,00

ANO1 ANO2 ANO3 ANO4 ANO5 ANO6 ANO7 ANO8 ANO9 ANO10 ANO11

ReceitasFMMA(Multa,TAC,…)

Esforçodecaptação

Doaçãoempreendimento

DoaçãoouPagamento

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CAPÍTULO 8 – CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PLANO DE

CAPTAÇÃO

O plano estratégico de captação de recursos do município de Querência foi

desenhado tendo como ponto central a utilização do Fundo Municipal de Meio

Ambiente. Nele deveriam ser concentradas as receitas para o financiamento da

estratégia. No entanto, observou-se no decorrer do processo de elaboração do

produto que outras fontes de recursos podem ser internalizadas, bem como outras

estratégias de execução a serem exploradas, sem que necessariamente sejam

efetivadas via a esfera pública.

Para tanto, o resultado apresenta uma estratégia para ser executada de forma que

envolva outros atores dos setor privado e social tanto na captação quanto na

execução e gestão dos recursos. Porém, algumas considerações se fazem necessárias

para análise e reflexão em torno desta proposta:

✓ Como podemos observar, este plano de captação de recursos não orienta

para a consolidação de fontes em um único instrumento financeiro. O

município de Querência possui hoje o Fundo Municipal de Meio Ambiente –

FMMA, que é um mecanismo financeiro público com gestão e fontes de

receitas determinadas em seus instrumentos legais. As receitas, uma vez

internalizadas no fundo, passam a ser recurso público com sistema de

governança e execução próprios da esfera governamental, o que por vezes

impossibilita e inviabiliza a execução e captação de recursos de fontes

externas, sendo estas, em alguns casos, extremamente resistentes ao repasse

para o ente público. Assim, sugere-se para a continuidade dessa estratégia no

médio prazo, colocar em discussão e análise a criação de um mecanismo

financeiro privado, que prevê uma gestão adaptativa, mais apropriado para a

recepção de diversas fontes e melhores mecanismos de controle para o

repasse e execução eficiente de recursos;

✓ Para os recursos captados e internalizados no FMMA, deve-se observar a

garantia de uma seguridade jurídica, para o uso efetivo do recurso nos

objetivos da captação, apresentando salvaguardas à fonte doadora que

possam assegurar que o recurso captado não sofra influências severas da

gestão pública, e que não estajam a mercê de ações de politicagem;

✓ Faz-se necessária a criação de sistemas de controle tendo como base a

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transparência na execução dos recursos direcionados à realização da

estratégia, proporcionando assim maior confiança a todos os atores envolvidos

direta e indiretamente com o desenvolvimento sustentável de Querência;

✓ Com o intuito de escalar a captação de recursos em nível local, propõe-se uma

aproximação, sensibilização e consolidação de parceria com os atores

estratégicos no desenvolvimento do agronegócio no município de Querência,

tais como: Sindicato de produtores, Associação empresarial, APROSOJA e

outras associações de classe que tenham relações com os empreendedores.

Essa aproximação pode se dar através da apresentação da estratégia em

rodadas de negócios, reuniões e eventos com os atores;

✓ Para a captação a nível local é importante ter muita atenção na abordagem

do tema junto aos possíveis doadores. É necessário um processo efetivo de

sensibilização para tocá-los quanto a importância da causa que será

trabalhada, apresentando os efeitos que sua execução poderá trazer para o

município e para os negócios dos empreendedores. Sugere-se uma visita inicial

ou um levantamento de informações relevantes sobre os possíveis benefícios

que uma iniciativa como esta poderá trazer aos negócios locais;

✓ Para o desenvolvimento do eixo temático “fortalecimento da gestão pública

ambiental”, além das ações de curto prazo previstas neste plano, é importante

nas estratégias de médio e longo prazo prever que as ações sejam contínuas.

Buscando por objetivo contribuir para a boa e regular aplicação dos recursos

públicos pelos gestores e técnicos, bem como o fortalecimento do CMMA, por

meio da capacitação técnica e fortalecimento da capacidade institucional

dos controles internos, com iniciativas que tornem efetivos os resultados deste

eixo temático;

✓ Para o eixo temático do “plano de restauro florestal”, chamamos a atenção

para que a distribuição dos recursos permita a equidade, conforme determina

o planejamento de curto, médio e longo prazo, em concordância com a

divisão de áreas e produtores;

✓ Grande parte da estratégia relacionada ao plano de restauro direciona a

aplicação no núcleo de restauro, que será composto pelos técnicos

responsáveis pelo andamento das atividades previstas no referido plano. Para

tanto, se faz necessário identificar a melhor forma de institucionalização desse

núcleo em pessoa jurídica, com capacidade de receber recursos via contratos

de repasse, prestação de serviços e contratos de apoio técnico e financeiro;

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ANEXOS

PRINCIPAIS FONTES DE EMPRÉSTIMOS E DOAÇÕES

As principais fontes de empréstimos e doações estão listadas abaixo, com os endereços

dos sítios eletrônicos onde poderão ser obtidos maiores detalhes:

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – www.iadb.org. Fundado em 1959,

é uma das principais fontes de financiamento multilateral para o desenvolvimento

econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe. Os empréstimos e

doações financiam o desenvolvimento econômico e social sustentável, por meio do

apoio a projetos para a redução da pobreza, de integração regional e de modernização

do Estado. O Banco também apóia operações de cooperação técnica em escala

nacional ou regional.

Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) – www.

bancomundial.org. É uma instituição financeira de caráter multilateral, criada em 1944,

juntamente com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Desde 1960, o BIRD direciona

a maior parte de seus recursos para os países em desenvolvimento. O Banco contribui

para programas de ajuste estrutural, mediante a imposição de metas macroeconômicas

aos países assistidos e vem condicionando a prestação de assistência financeira a

compromissos na área social. Em 2006, a avaliação realizada pelo Banco de suas ações

no Brasil indicou as seguintes prioridades para os próximos dois anos: investimento em

infra-estrutura, com prioridade para a esfera privada; aumento da sustentabilidade

ambiental; ajuste fiscal; desenvolvimento de capital humano e desenvolvimento

regional. Os empréstimos para estados estarão condicionados a ações, por parte dos

governos estaduais, que contribuam para: o equilíbrio fiscal; a reforma administrativa;

o desenvolvimento da capacidade institucional do setor público; a eficiência e a

transparência; o desenvolvimento sustentável; e o combate à pobreza. Investimentos

do Banco em municípios serão direcionados a consórcios ou projetos regionais.

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Corporação Andina de Fomento (CAF) – www.caf.com. É uma instituição financeira

multilateral que apoia o desenvolvimento sustentável de seus países acionistas,

incluindo o Brasil, e a integração regional. O CAF oferece empréstimos de curto, médio

e longo prazo; estruturação e financiamento de projetos sem recursos ou com

garantias limitadas; co-financiamento com instituições multilaterais; assessoria

financeira; garantias e avais; participações acionárias; serviços de tesouraria;

cooperação técnica e programas estratégicos. Alguns dos programas estratégicos do

CAF pertinentes aos fundos socioambientais são: apoio ao desenvolvimento produtivo,

social e ambientalmente sustentável nas regiões de fronteiras, conservação e uso da

biodiversidade e promoção do uso de energias renováveis.

Global Environment Facility (GEF) – www.gefweb.org. É uma organização financeira

independente, criada em 1991, com a finalidade de financiar programas e projetos para

a proteção do meio ambiente global. As áreas focais financiadas pelo GEF são:

diversidade biológica; mudança climática; águas internacionais; destruição da camada

de ozônio; degradação de terras e poluentes orgânicos persistentes. Em julho de 2007,

o GEF preparou um relatório com as Estratégias das Áreas Focais e de Programação

Estratégica para o GEF-4. A estratégia da nova fase do GEF prioriza abordagens mais

integradas para o desenvolvimento de capacidades, a gestão do conhecimento e o

envolvimento do setor privado em todas as áreas focais.

Japan Bank for International Cooperation (JBIC) – www.jbic.go.jp. O Banco do Japão

para a Cooperação Internacional financia e apoia projetos de desenvolvimento

econômico e social de países em desenvolvimento. Por meio de suas operações de

financiamento, Official Development Assistance (ODA), o JBIC oferece recursos para

apoiar projetos de infraestrutura socioeconômica, meio ambiente, desenvolvimento

social e capacitação de recursos humanos. O Banco financia 70% do custo total do

projeto.

KfW Bankengruppe (KfW) – www.kfw.de. O KFW apoia projetos de países em

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desenvolvimento nas áreas de infra-estrutura social e econômica, sistemas financeiros

e proteção ambiental. Na questão ambiental, o Banco apoia projetos de conservação e

manejo dos recursos naturais e energias renováveis. Além do apoio financeiro, o KfW

também ajuda com serviços de assessoria durante a fase de planejamento e no

monitoramento e avaliação final dos projetos. No Brasil, o KfW tem financiado projetos

de combate à pobreza e de conservação das florestas tropicais. Desde 1964, quando se

iniciou a cooperação financeira com o Brasil, o governo alemão já investiu € 1,3 bilhão

em projetos e programas localizados, principalmente, nas regiões Norte e Nordeste.

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