novaes, plantas e principios activos

8/7/2019 NOVAES, PLANTAS E PRINCIPIOS ACTIVOS

1/38

PRINCPIOS

ACTIVOS DAS

PLANTAS

MEDICINAIS


2/38

O emprego de plantas medicinais exige o conhecimento dessesgrupos para a avaliao das potencialidades teraputicas etxicas.

Metabolismo Vegetal:

Luz solar6 CO2 + 6 H2O C6H12O6 + O2

Os principais grupos so: alcalides, taninos, leos essenciais,saponinas, flavonides, antraquinonas, digitlicos, mucilagense substncias pcticas, resinas e leos fixos.


3/38

O processo sinttico primrio a fotossntese, por meio da qualas plantas verdes utilizam a energia solar para produo decompostos orgnicos (metablitos primrios: aucares,

aminocidos, cidos graxos, nucleotdeos e plmeros deles polissacardeos, protenas, lipdios, RNA e DNA). Essescompostos so essenciais para a sobrevivncia dos organismos.

Um grupo reduzido desses metablitos primrios serve comoprecursores para a sntese de outros compostos em reaescatalisadas enzimaticamente. Estes compostos so chamadosmetablitos secundrios (princpios ativos).

H trs principais precursores destes compostos: cidochiqumico (precursor de vrios compostos aromticos), acetato

(precursor de cidos graxos, polifenis, isoprenos,prostaglandinas, etc) e aminocidos (biossntese de alcalides).


4/38

Os metablitos secundrios so resultado da especializaocelular e que suas manifestaes durante certas fases dedesenvolvimento do organismo produtor se devem

expresso diferencial de genes (Gottlieb et al, 1996).


5/38


6/38

Alcalides

So bases orgnicas nitrogenadas, que possuem estruturamolecular bastante diversificada e, por isso, sua classificao

complexa.De todos os grupos de princpios ativos, os alcalides possuem

uma actividade biolgica mais pronunciada.

N

Isoquinolena

NIndol

NCH3

Tropano


7/38

Famlias onde so mais freqentes: Dicotiledneas

Apocynaceae, Papaveraceae, Leguminosae, Ranunculaceae,

Menispermaceae, Rubiaceae, Solanaceae, Berberidaceae,Punicaceae.

possvel que tenham funo regulatria do crescimento dovegetal ou de proteo.

actividade Farmacolgica: Os alcalides possuem actividade

farmacolgica muito varivel, dependendo das caractersticasespecficas de sua frmula estrutural, como por exemplo:actividade anticolinrgica (secura na boca, tontura, midrase),


8/38

adrenrgica (vaso constrico na circulao perifrica podendolevar a hipertenso, bronco-constrico), vasodilatadora,

antitussgena, analgsica, vermicida, anti-hipertensiva,antiangiosa, vasodilatador.

Absoro e Metabolizao: os alcalides so bem absorvidos por

via oral e so metabolizadas no fgado. Por terem ao biolgicapotente eles tm grande potencialidade txica, sendo necessriomuito cuidado em seu uso teraputico.

Exemplos: beladona, boldo, jaborandi, quina, ipeca, papoula,curare, tabaco, estramnio, etc


9/38


10/38

Taninos

So compostos fenlicos, em geral polifenis, de estrutura

qumica varivel.

So molculas grandes, por isso no so bem absorvidos pelotubo digestivo.

Causam uma sensao de desconforto na boca - saboradstringente.


11/38

Famlias onde so mais freqentes: Rosaceae, Leguminosae,Myrtaceae e Rubiaceae.

Ocorrncias nas plantas: em clulas jovens, uma vez que osfrutos verdes so ricos em taninos e os maduros perdem seusteores. Acredita-se que sua funo para o vegetal de proteo.

actividade Farmacolgica: Os taninos possuem actividadeantidiarrica, cicatrizante, antissptica, antimicrobiana, anti-hemorrgica e antiinflamatria.


12/38

A actividade antidiarrica deve-se reduo da actividadeperistltica do intestino por uma ao sedativa sobre amucosa.

A actividade cicatrizante devido formao de umapelcula protetora na regio lesionada, possibilitando a suareepitelizao.

A actividade antissptica e antimicrobiana se deve lesoestrutural de molculas da parede celular de protozorios,

fungos e bactrias.


13/38

A actividade anti-hemorrgica se deve precipitao deprotenas do plasma e ativao dos fatores da coagulaosangnea.

Exemplos: folhas e casca da goiabeira (Psydium guajava),usadas no tratamento da diarria.

Hamamelis (Hamamelis virginiana), possuiactividades antidiarrica, cicatrizante e antiinflamatria.Usada em cosmticos (diminuir oleosidade de pele ecabelos).

Barbatimo (Stryphnodendron barbatimao) casca -cicatrizante

Rom, antissptico da gargantaetc.


14/38


15/38

leos essenciais ou volteis

So compostos simples, em geral com estrutura cclica,chamados de terpenos, e seus derivados com as funes lcool,aldedo e cetona.So volteis (responsveis pelos odores das plantas) devido a

sua baixa massa molecular.Os leos essenciais ocorrem em muitas famlias do reino vegetal

e localizam-se em estruturas secretoras especializadas comoplos capilares (Lamianaceae), clulas parenquimaismodificadas (Piperaceae), tubos oleaginosos (Appiaceae) oucanais lisogneos ou esquisogneos (Pinaceae, Rutaceae).

So encontrados sob a forma de misturas complexas commuitos constituintes. Em geral h o predomnio de algunscompostos, que so responsveis pelas caractersticas de cada

leo essencial.


16/38

Principais componentes:

Terpenos: compostos obtidos pela condensao de unidades de5 tomos de carbono (isopreno)

CH3

CH2 = C- CH=CH2Monoterpenos: 2 unidades C5 (10 tomos C)

Sesquiterpenos: 3 unidades C5 (15 tomos C)Diterpenos: 4 unidades C5 (20 tomos C)

Fenilpropanides: compostos aromticos, na maioria fenlicos,

derivados biossinteticamente do cido Chiqumico, deconstituio C6-C3. Ex.: eugenol, cido cinmicos.

Famlias onde so mais freqentes: Labiatae, Rubiaceae,Rosaceae, Lauraceae, Umbelliferae e Compositae.


17/38


18/38

actividade Farmacolgica: Os leos essenciais possuemalgumas aes farmacolgicas clssicas, tais como aoantiespasmdica, digestiva, carminativa, expectorante,anestsica, analgsica, antissptica das vias respiratrias,

antiinflamatria, e sedativa.

Absoro e metabolizao: Os leos essenciais so muito bemabsorvidos por via oral, podendo tambm penetrar atravs da

pele. Podem ser metabolizados no fgado, conjugados com ocido glicurnico e excretados na urina.

Exemplos: alecrim, alfavaca, terebentina, funcho, canela,cnfora, eucalipto, hortel, marcela, melaleuca, arnica,camomila, gengibre, cidreira, melissa, mil folhas, camomila,valeriana, etc


19/38


20/38

Glicosdeos / Heterosdeos

So compostos por um acar ligado a uma substncia no-

glicdica chamada genina ou aglicona.

A aglicona a parte da molcula responsvel pelos seusefeitos farmacolgicos.

Os glicosdeos so classificados de acordo com ascaractersticas fitoqumicas da aglicona.

Principais tipos de glicosdeos: flavonides, digitlicos,saponnicos, antraquinnicos, glucosinolatos, cianogenticos,etc.


21/38

Heterosdeos Digitlicos ou cardiotnicos

So glicosdeos cuja aglicona um esteride.

Os principais glicosdeos deste tipo so os digitlicosextrados da dedaleira (Digitalis purpurea).Possuem dose teraputica prxima dose txica, devendo ser

usados com muito cuidado para evitar toxicidade.

43

21

O

O

OH

HO

56

7

89

10

11 1213

1415

1617

18

19

20 21

22

23


22/38


23/38

Heterosdeos Antraquinnicos

So substncias policclicas, com mais de 20 carbonos.

Ocorrem na babosa, cscara sagrada e sene.

Ao farmacolgica: no so bem absorvidos no intestino e

estimulam a mucosa e levando a uma ao laxativa.

Famlias onde so mais freqentes: Rubiaceae, Leguminosae,Rhamnaceae, Polygonaceae e Liliaceae.


24/38

12

34O

O87

6 5


25/38

Saponinas

So heterosdeos que apresentam a propriedade de emulsionarsubstncias lipossolveis, quando agitadas em soluoprovocam o aparecimento de espuma, pois diminuem a tenso

superficial da gua.Podem ser de natureza esteroidal, cuja aglicona um esteride(monocotiledneas, Famlias Liliaceae e Dioscoreaceae) ou

triterpncias, cuja aglicona um terpeno originado dacondensao de 6 unidades C5. (dicotiledneas, FamliasSapindaceae, Hipocastanaceae, Polygalaceae eCaryophilaceae).

Aes farmacolgicas mais comuns: actividade mucoltica,expectorante, diurtica, antissptica, antimicrobiana eestimulante (ginseng).Elas so absorvidas por via oral. No podem ser injetadas (via


26/38


27/38

Flavonides

O nome deriva de flavus, que significa amarelo, principalcor dos pigmentos.

H diversos sub-grupos, conforme a estrutura qumica dasagliconas.

Os flavonides com maior importncia teraputica so osderivados de flavonas.

Eles so bem absorvidos por via digestiva e sua toxicidade

baixa.

As isoflavonas tambm tem sido muito usadas atualmente(soja, red clover, etc) amenizar sintomas da menopausa eprevenir osteoporose


28/38

Aes farmacolgicas: as mais comuns so antiinflamatria, aestabilizadora do endotlio vascular, a antiespasmdica e aescardiocirculatrias.

Exemplos de flavonides: rutina (da Ruta graveolens ouarruda), a hesperidina (gnero Citrus, como laranja etangerina), com actividade protetora do endotlio vascular eantiinflamatria. Bilaboldeos (Ginkgo biloba), distrbioscognitivos e circulatrios.

O

O

2

34

5

67

8

AB


29/38


30/38

Heterosdeos Cianogenticos

So heterosdeos que por hidrlise liberam cido ciandrico(HCN). Os glicosdeos cianogenticos como os da mandiocabrava e folhas do pessegueiro so txicos, pois o cido ciandricoinibe a respirao celular ocasionando anxia.

CH

CN

O.C6H11O5

H2O

Enz.

CH O

+ HCN C6H12O6+


31/38

Mucilagens e substncias pcticas

So polissacardeos, ou seja, polmeros da glicose e outrasoses, formando macromolculas. As substncias pcticas so

polmeros de menor tamanho que as mucilagens, e possuemcaractersticas prprias.

A denominao mucilagem se deve ao aspecto gelatinoso que

estas substncias apresentam ao serem misturadas com a gua.

Distribuio: as mucilagens existem em algas e certos fungos enas famlias Rosaceae, Linaceae, Boraginaceae, Liliaceae,Plantaginaceae, Malvaceae e Tilaceae.


32/38

As mucilagens no so degradadas pelas enzimas

digestivas, nem absorvidas devido ao seu grandetamanho, assim aumentam o bolo alimentar e por issoatuam como laxativos, ou como reguladores do apetite.

Exemplos: glucomanan, retirado da raiz do Konjac(Amophophallus konjac) e alga denominada fucus (Fucusvesiculosus), usados como redutor do apetite.

As substncias pcticas ou pectinas existem em toda aplanta, mas principalmente nos frutos maduros, como ama (Pyrus malus), carambola (Averrhoa carambola) e

banana (Musa sp). Como as mucilagens, as pectinas noso absorvidas no tubo digestivo, e possuem actividadelaxante.


33/38

Resinas

As resinas so complexos de substncias heterogneas, em partedissolvidas em leos essenciais.

A base das resinas caracterizada pelas substncias resinosas,que so compostos com 25 ou mais tomos de carbono e seusderivados aldedos e cetonas, formando uma mistura que podeter 30 ou mais componentes diferentes.

As resinas podem ser subdivididas em: gomo-resinas, ltex oulacto-resina, leo-resinas e blsamo-resinas.


34/38

Gomo-resina usada em medicina mirra (Cammphora myrrha),indicada como cicatrizante, analgsica e antiinflamatria.

Lacto-resina: costumam ser muito txicas e raramente soempregadas com fins teraputicos. Cola nota utilizadapopularmente no tratamento do cncer.

leo-resina: leo de copaba (Copaifera sp) usadopopularmente como expectorante e anti-sptico urinrio.

Blsamo-resina: blsamo do Peru (Myroxylon pereirae)indicado como cicatrizante.


35/38

leos fixos (lipdeos)

De grande aplicao na fitocosmetologia, como hidratante,suavizante, etc


36/38

Os cidos graxos tpicos dos leos fixos pertencem geralmente a

srie acclica, saturada ou insaturada e monocarboxiladas, comcadeia normal e um nmero par de tomos de carbono.Portanto diferem essencialmente pelo tamanho da cadeia enmero e posies das insaturaes.

Exemplos:

LEO DE ABACATE (fruto - Persea americanaLauraceae),LEO DE AMNDOAS DOCE (amndoas Prunusamygdalus Rosaceae),LEO DE GERME DE TRIGO (embrio Triticum sativum Lank.Poaceae), LEO DE PRMULA

(sementes Oenothera biennis Scop. Onagraceae), LEO DEBORRAGEM (sementes Borago officinalis L. Borraginaceae),LEO DE ROSA MOSQUETA (sementes Rosa rubiginosa

Rosaceae),


37/38

LEO DE UVA (sementes Vitis vinifera), LEO DERCINO (sementes Ricinus comunis L. Euphorbiaceae),CERA DE ABELHA (cera purificada extrada da colmia de

Apis mellifera L.), CERA DE CARNABA (folhas Copernicia prunifera Arecaceae), LECITINA DE SOJA (sementes Glycine soja Fabaceae),MANTEIGA DE CACAU (sementes Theobroma cacao L. Sterculiaceae)


38/38

novaes, plantas e principios activos

Documents