museu de lamego | apontamentos setembro 2015

30
APONTAMENTOS setembro 2015 www.museudelamego.pt 100 ANOS [1917-2017]

Upload: museu-de-lamego

Post on 23-Jul-2016

212 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Newsletter mensal do Museu de Lamego. Em setembro destaque para dois cartazes relativos às Festas de Nossa Senhora dos Remédios, datados de 1937 e 1939, respetivamente.

TRANSCRIPT

APONTAMENTOS setembro 2015

ww

w.m

use

ud

ela

me

go

.pt

100 ANOS[1917-2017]

dest

aque

Essa caraterística - que é das mais marcantes da sua

personalidade - granjear-lhe-ia o reconhecimento e

um cada vez maior protagonismo na sociedade

lamecense, onde viria a ocupar os mais variados

cargos e funções em praticamente todas as iniciativas

culturais que se desenrolavam na cidade na primeira

metade do século passado.

Pela amplitude de meios que envolvia, essa

participação teve o seu expoente máximo na

colaboração nas festas da cidade que anualmente se

realizam em honra da padroeira. João Amaral

colabora regularmente na realização das Festas dos

Remédios entre c.1906 e 1945. De início,

relativamente discreta, a sua participação limitava-

se à decoração de alguns andores da procissão “do

Triunfo”, passando, a partir da segunda década do

século XX, como membro de várias comissões

organizadoras, a assumir novas responsabilidades,

quer concebendo vários projetos de iluminação e

abarracamento da avenida dos Combatentes (atual

Dr. Alfredo de Sousa), quer decorando carros

alegóricos, quer organizando cortejos folclóricos e

etnográficos, quer ainda fazendo parte do júri de

diversos concursos que animavam o programa.

Paralelamente, foi o autor de numerosos cartazes,

Um dos núcleos da exposição “O gentilíssimo e talentoso João Amaral”, que o Museu de Lamego

dedica ao seu primeiro diretor, corresponde a um longo período que tem o seu início c.1900,

quando este artista regressa definitivamente a Lamego até ao seu desaparecimento, em 1955.

Destina-se este núcleo, a evidenciar o muito operoso espírito de João Amaral, que em Lamego

se desdobrou num sem número de atividades de caráter essencialmente cultural e educativo,

que refletem o espírito de um cidadão atento e interveniente, que colocava os seus recursos e

talento ao serviço da comunidade de que fazia parte.

Os cartazes das Festas dos Remédios de 1937 e 1939

4 | APONTAMENTOS

Cartaz Festas dos Remédios de LamegoJoão Amaral, 1937Impresso na Litografia Nacional do Porto Proveniência: coleção de Adriano Guerra (pertenceu ao Dr. Acácio Mendes)

Cartaz Festas dos RemédiosJoão Amaral, 1939Impresso na Litografia Nacional do PortoProveniência: coleção de Fernando Cabral

5 | APONTAMENTOS

entre eles, os dois exemplares em exposição, em

destaque nesta edição dos apontamentos.

Ambos se revestem do maior significado, por

constituírem os únicos objetos em exposição que

testemunham o trabalho de J. Amaral no domínio das

artes gráficas, e por terem sido produzidos no

período que medeia entre 1946-1940, durante o qual

mais estreitamente colaborou na organização das

festas dos Remédios, revelando uma disponibilidade

a que não será alheio o facto de o Museu Regional de

Lamego, de que era diretor desde 1917, se encontrar

encerrado durante a mesma altura, devido às

importantes obras de beneficiação e ampliação do

edifício, promovidas pelo Estado Novo.

Por último, mas não menos importante, o facto de a

sua execução coincidir com a mudança de rumo que

orientou a organização das festas que, a partir de

1936, passam a incluir um cuidado programa cultural,

que contava com um especial patrocínio do regime,

que encontrou nas festas e romarias um sistema

eficaz de difusão e propaganda do pensamento

estado-novista que defendia uma ideia de progresso

assente em valores nacionalistas, corporativistas,

historicistas e de amor pela pátria.

No ano seguinte, no anúncio das festividades,

arredada qualquer referência à vocação religiosa,

apregoava-se uma patriótica parada regionalista das

nossas possibilidades presentes e futuras, um

admirável documentário cinematográfico do que

somos e podemos ser, do que valemos e podemos

valer (Jornal Beiradouro, ano III, n.º 105, 17-07-1937,

p. 1), a que a organização do “Cortejo Folclórico

Regional” e da “Exposição Agrícola e de Indústrias

Domésticas Rurais”, ou as apresentações do Teatro do

Povo precedidas por inflamados discursos em louvor

6 | APONTAMENTOS

do Estado Novo e de Oliveira Salazar, davam

expressão máxima.

Pertencente aos herdeiros do Dr. Acácio Mendes,

advogado e político lamecense que, nesse ano,

presidia à comissão central das Festas, o cartaz desse

ano, de estética tipicamente nacionalista traduz

graficamente o sentimento bairrista e conservador, e

de o amor pela Pátria, de uma cidade que se

pretendia afirmar perante as demais, pela sua

ancestralidade e elevado valor patrimonial.

Através de uma linguagem depurada e simples, que

privilegia as formas geométricas e é facilmente

apreensível, João Amaral obtém uma composição

equilibrada e bem compartimentada em dois grandes

registos, onde sobressai, na parte superior, o velho

burgo medieval dominado pela torre do Castelo, com

as sineiras na cimalha, que nessa altura ainda

possuía, uma Anunciação, na parte inferior, na qual o

3 | APONTAMENTOS

Lamego (vista geral). Bairro Alto.

Postal antigo, onde é visível o trecho do bairro do castelo que é reproduzido no cartaz. Apesar da

esquematização e simplificação formal própria da linguagem gráfica, João Amaral revela uma preocupação pela “verdade”, visível no escalonamento e distribuição

de volumes do casario.

o anjo Gabriel e a Virgem surgem inseridos em arcos

góticos individualizados, sobre um friso arquitetónico

manuelino. O modelo para as duas figuras é retirado da

pintura do Museu de Lamego, com o mesmo assunto,

cujo autor é Vasco Fernandes, o célebre Grão Vasco,

considerado à época uma espécie de pintor-herói

nacional. O discurso nacionalista prossegue na

introdução de emblemática facilmente reconhecível,

como sejam o escudo coevo à fundação da

nacionalidade, ou os escudos com a cruz de Cristo e as

cinco quinas dispostos entre frisos decorativos

inspirados na arquitetura medieval e do tempo dos

descobrimentos, evocando épocas passadas de maior

glória, que se pretendia fazer renascer.

Do mesmo modo, o facto de todo o figurativismo do

cartaz ser monocromático, de cor azul, e desenhado

sobre uma retícula que sugere um painel de azulejos,

remete de imediato para essa importante tradicional

forma de arte decorativa portuguesa.

AnunciaçãoVasco Fernandes, 1506-1511

Museu de Lamego, inv. 15

8 | APONTAMENTOS

O cartaz de 1939 é, na forma e no conteúdo, bem

diferente do anterior. Concebido como se de um

cenário se tratasse, enquadrada por um arco próprio

da arquitetura efémera, é representada uma figura

feminina, que se pode conotar como uma alegoria à

Virgem: com a cabeça coroada e uma fiada de rosas,

próprias da iconografia mariana. Como pano de fundo,

a representação esquemática do Pátio dos Reis, no

escadório do Santuário de N. Senhora dos Remédios.

O conjunto revela claras tendências tardo-

românticas, de pendor decorativo, de exuberante

policromia, e de acentuado conteúdo cenográfico e

alegórico, usando uma linguagem mais erudita,

próxima de alguns trabalhos cenográficos e de

decoração executados por João Amaral noutras

circunstâncias.

Alexandra Falcão

10 | APONTAMENTOS

em

exp

osi

ção

Foi o primeiro Diretor do Museu de Lamego; foi uma

das figuras mais marcantes do século XX em Lamego;

foi artista, museólogo, investigador e bibliófilo; foi

um ilustre cidadão e agora “O gentilíssimo e talentoso

João Amaral” está de regresso ao seu museu, numa

exposição de homenagem que, ao mesmo tempo,

integra um conjunto de iniciativas que ao longo do

triénio 2015-2017 pretendem assinalar o centenário

da fundação do Museu de Lamego.

PATENTE ATÉ 30 DE SETEMBRO | entrada livre

O GENTILÍSSIMO E TALENTOSO JOÃO AMARAL

12 | APONTAMENTOS

itinerâ

nci

a

“Caminhos do Ferro e da Prata” é uma exposição que

reflete a construção da via-férrea do Douro e Minho,

numa coleção de fotografias reunidas num álbum

originalmente concebido para a sua apresentação

pública. De elevada qualidade técnica e artística,

“Caminhos do Ferro e da Prata” vai muito para além

dos interesses específicos do transporte ferroviário,

por toda a informação que reúne ao nível da

paisagem, da arquitetura, do traje ou dos costumes.

Ao todo são 65 imagens, na sua grande maioria em

fototipia, assinadas por Emilio Biel, Antiga Casa Fritz.

Numa ocasião festiva de grande significado, a

empresa dos caminhos-de-ferro terá promovido a

realização de um Álbum Fotográfico, certamente no

Inverno de 1887 em que se concluiu a Linha do Douro,

ao encontro com Espanha na ponte internacional.

“Caminhos do Ferro e da Prata”, agora em

itinerância, resulta de um projeto do Museu de

Lamego de identificação e inventário de espólios

fotográficos familiares com referência ao Douro, em

mais uma iniciativa de abertura à comunidade e à

região. Este álbum, entre outros, conservou-se na

família duriense Mascarenhas Gaivão, herdado do

bisavô, Francisco Perfeito de Magalhães Meneses

Vilas-Boas, engenheiro dos caminhos-de-ferro à data

das imagens - 1887.

O Museu de Lamego apresenta até ao dia 29 de outubro, em Carrazeda de Ansiães, na sala de

Exposições Temporárias do CITICA, "Caminhos do Ferro e da Prata". A exposição, em

itinerância, reúne um conjunto de imagens sobre a construção da via-férrea do Douro e Minho

e é o resultado de um projeto mais vasto de inventário de espólios fotográficos familiares no

Douro.

CAMINHOS DO FERRO E DA PRATA

14 | APONTAMENTOS

ediç

ões

Testemunhos da cultura asiática de finais do século

XIX, “Memórias de Timor em Lamego” desenvolve-se

em torno de uma réplica miniatural em filigrana de

prata da casa tradicional de Lospalos, doada ao

museu pela família do General Lemos Pires, último

Governador português de Timor Leste.

A esta peça, exposta anualmente por ocasião da

independência de Timor (20 de maio) e do

desaparecimento do General (22 de maio), juntaram-

se em 2015 a doação ao museu do Comandante

Humberto Leitão e diversas peças gentilmente

cedidas pela família duriense Mascarenhas Gaivão,

legado de um dos seus antepassados, Cipriano Forjaz

de Sampaio, Governador da colónia entre 1891 e

1893.

Nesta publicação, destaque para a inclusão do fac-

símile de um inesperado caderno de capa preta, com

textos regulares, manuscritos, precioso registo da

correspondência oficial de um Governador acabado

de chegar a Timor, agora ao d i spor dos

investigadores, retrato elucidativo do estado em que

Cipriano Forjaz de Sampaio veio a encontrar a

colónia.

Ao longo de mais de cem página, são ainda

abordados, entre outros temas, a arquitetura

tradicional timorense, as marionetas de Java e a

comunidade chinesa em Timor.

Peças de artesanato tradicional timorense e de outras regiões do Oriente, como China ou

Indonésia, têm em comum o facto de todas serem oriundas de portugueses que regressaram de

Timor até Lamego. O resultado desta união foi “Memórias de Timor em Lamego“, primeiro sob

a forma de exposição e agora sob a forma de catálogo, prosseguindo o Museu de Lamego a sua

política editorial de privilegiar a disponibilização gratuita e universal de grande parte das suas

publicações.

MEMÓRIAS DE TIMOR EM LAMEGODisponível em www.museudelamego.pt

16 | APONTAMENTOS

17 | APONTAMENTOS

TÍTULO | Memórias de Timor em Lamego

DIREÇÃO | Luís Sebastian

TEXTOS | Georgina Pessoa

José Pessoa

Luís Sebastian

Manuela Vaquero

FOTOGRAFIAS | José Pessoa

Paula Pinto

DIGITALIZAÇÃO DE TEXTOS | Alexandra Pessoa

DESIGN GRÁFICO | Paula Pinto

EDIÇÃO | Museu de Lamego | Direção Regional de Cultura do Norte

DATA DE EDIÇÃO | Agosto de 2015

ISBN | 978-989-20-5971-6

um

ano.u

m tem

a

Não aparecendo mencionado na Bíblia, o episódio da

Natividade de Maria é relatado no texto apócrifo proto-

evangelho de Tiago, provavelmente escrito no primeiro

século. O texto não esclarece em que data ocorreu o

nascimento, sendo celebrado aleatoriamente pela Igreja a

8 de setembro, data em que, segundo os teólogos, o Sol

entra no signo Virgem.

Iconograficamente, ao longo do século XV, o intimismo e

realismo do ambiente doméstico que caraterizavam as

representações do tema, converteram-no mais numa cena

de género, do que religiosa. Essa tendência seria

combatida a partir do século XVI e, sobretudo, no século

XVII, na sequência do Concílio de Trento, passando as

representações a incluir ao redor de Maria, anjos músicos

cantores, que descem do Céu para celebrar e elevar ao

mundo divino o nascimento.

Gravada por Lamberecht Causé, pouco se sabe sobre a

biografia deste gravador, de possível origem flamenga,

com atividade documentada na primeira metade do século

XVIII.

De origem desconhecida, o Museu de Lamego possui

dedicada também ao ciclo da Virgem, uma segunda

gravura, figurando "El Desposorio", possivelmente

pertencente à mesma série e gravada também por Causé.

No mês que Lamego dedica a Nossa Senhora dos Remédios, a rubrica “Um Ano. Um tema”

destaca uma gravura representando o Nascimento da Virgem. Quis o calendário litúrgico que a

celebração destas duas festividades, relacionadas com o culto de Maria, coincidisse no dia 8 de

setembro, motivo que levou à escolha do tema da Natividade para a rubrica deste mês,

associando-se o Museu de Lamego às festas da cidade em honra da padroeira, que se prolongam

até ao próximo dia 9 de setembro.

UM ANO. UM TEMA | setembro

LEGENDA

"El Nacimiento de Maria"

Lamberecht Causé

Século XVIII

Tinta e papel

Museu de Lamego, inv. 935

Compra: Grupo de Amigos do Museu Regional de Lamego

18 | APONTAMENTOS

co

mu

nic

açã

o

Estamos no INSTAGRAM. Siga-nos também aqui!

http://instagram.com/museudelamego/

20 | APONTAMENTOS

co

mu

nic

açã

o

Também estamos no TRIPADVISOR!

Visite-nos e partilhe a sua experiência de visita. Diga-nos do

que mais gostou e no que podemos melhorar.

Até breve!

21 | APONTAMENTOS

www.facebook.com/museu.de.lamego

co

mu

nic

açã

o

Ainda não nos segue no FACEBOOK?

Até breve!

22 | APONTAMENTOS

loja

do

mu

se

u SUGESTÕES

De terça a domingo, das 9h30 às 18h00.

23 | APONTAMENTOS

va

le d

o v

aro

sa

24 | APONTAMENTOS

pu

blic

açõ

es

Ao todo são 600 páginas de história, com mais de 300

ilustrações, que além de reunirem as obras expostas

apresentam um conjunto de artigos sobre a abadia

cisterciense francesa desde o século XII até à

atualidade, como resultado dos últimos estudos

históricos e científicos realizados.

A presença das duas peças provenientes do Mosteiro

de São João de Tarouca nesta nova publicação

justifica-se a partir do momento em que os dois

mosteiros estão umbilicalmente ligados, na relação

estabelecida entre “abadia mãe” (Claraval) e

“abadia filha” (São João de Tarouca).

Ao mesmo tempo, a raridade deste achado,

descoberto durante as escavações arqueológicas

realizadas no Mosteiro de São João de Tarouca entre

1998 e 2007, reveste-se de uma importância

excecional, a partir do momento em que é o único

caso até agora comprovado arqueologicamente.

Datado do início do século XIII, foi encontrado entre

as argamassas da parede norte da Sala do Capítulo.

Trata-se de um anel em prata que apresenta um

conjunto de dezoito letras maiúsculas, cada uma

correspondente ao início de um verso completo,

Já considerada uma obra de referência no que diz respeito ao estudo e divulgação da História

da Ordem de Cister na Europa, "Clairvaux. L'aventure cistercienne" é o catálogo da exposição

com o mesmo nome (patente até 15 de novembro em Troyes, França) que reúne mais de 150

documentos e objetos raros cedidos por 37 instituições europeias. Entre as peças raras estão

um anel de oração e uma panela de barro, ambos provenientes do Mosteiro de São João de

Tarouca e parte integrante desta nova publicação sobre Cister.

Mosteiro de São João de Tarouca integra catálogo da exposição "Clairvaux. L'aventure cistercienne"

25 | APONTAMENTOS

sobre a qual, simbolicamente, foi edificado todo o

mosteiro.

Ligado provavelmente a um ritual de sagração e

esconjuro de espaços sagrados no período medieval,

ao anel, único em todo o mundo, junta-se uma

modesta panela de barro preto, encontrada na

parede oposta da mesma Sala do Capítulo, parecendo

simbolizar o diálogo entre o sagrado e o profano.

São estas relações entre os objetos e os seus

significados, entre os objetos e a vida monástica,

entre os objetos e os rituais sagrados que os

arqueólogos Ana Sampaio e Castro e Luís Sebastian

abordam na obra "C la i r vaux . L ' aventure

cistercienne".

26 | APONTAMENTOS

27 | APONTAMENTOS

Museu de Lamego

Largo de Camões

5100-147 Lamego

Tel: (+351) 254600230

E-mail: [email protected]

Site: www.museudelamego.pt

Facebook: www.facebok.com/museu.de.lamego

Horário

De terça-feira a domingo, das 9h30 às 18h00.

Encerra às segundas-feiras.

Gratuito no primeiro domingo do mês.

Serviço Educativo

Visitas orientadas/comentadas à exposição permanente e

exposições temporárias, mediante marcação prévia.

Biblioteca

De terça a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às

18h00, mediante contacto prévio.

Auditório

100 lugares

Loja

APONTAMENTOS setembro 2015100 ANOS

[1917-2017]

28 | APONTAMENTOS

ENCONTRE AS NOSSAS PUBLICAÇÕES

AGORA TAMBÉM NO CALAMÉO

http://pt.calameo.com/accounts/2789836