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35 Introdução Cristo é, realmente, único como Deus e Salvador? Dizer que só Jesus salva é entendido como uma mensa- gem de intolerância e arrogância. A armação “Jesus é Senhor” oi anun- ciada num contexto de pluralismo do Império Romano, caracterizado pelo helenismo, judaísmo e deuses romanos. “Quem Deus é” infuenciará e de- terminará o conteúdo e método da missão cristã. A unicidade de Cristo não é algo que nós reivindicamos, mas algo que Ele reivindicou para Si mesmo (veja João 14.6, 8.12, 11.25, 10.36, 5.17-18). Apresentamos e deendemos unicidade para Cris- to, e não para o cristianismo e suas ormas institucionalizadas. O que é único acerca de Jesus Cristo? Por que missões? 1) A razão para a ação missionária do cristão e igreja A singularidade da pessoa de Jesus Podemos dizer que Cristo é único em seu nascimento, em seus ensinos, em seus milagres, em sua  vida peculiar, em sua morte, em sua ressurreição e em sua ascensão. Sem dúvida, a vida de Jesus e seus ensi- nos oram singulares. Desaou seus oponentes com uma pergunta (veja João 8.46). Sua pureza moral deixou seus inimigos sem ação. Devido a sua impecabilidade, Jesus é o nos- Estudo Cristo, a razão para azer missões “Faço tudo isso por causa do evangelho, para também ser participante dele” (1Co 9.23) Pr. Tomé Antônio Fernandes missionário da JMM so advogado (1João 2.1 e 3.5), e oi um cordeiro sem mácula (1Pe 1.19, 2.22-24, 2Co 5.21). Os seguidores de outras religiões, certamente, encon- trarão paralelos em seus proetas e escritos acerca dessas áreas. No entanto, há algo sem paralelo na história humana e das religiões. É a pessoa de Jesus. O Evangelho não é simplesmente uma ideologia, um corpo de doutrinas ou um conjunto de códigos, regras, regulamentos. O Evangelho não é uma proposta hu- mana. Se assim osse, seria mais um sistema religioso em pé de igualdade com o islamismo, budismo, hinduís- mo, espiritismo e outros “ismos”. O Evangelho é uma Pessoa. Pes- soa que é o Criador do mundo. Cris- to é Eterno. Não tem começo e não tem m. Faz parte da harmonia da essência de Deus na Trindade. Ele é a Palavra pelo qual Deus construiu o mundo. Veja Gênesis 1. Essa Palavra se ez carne em Belém, no 1º Natal (João 1.1-14). É uma Pessoa singular. Não tem paralelo na história religio- sa e humana. Ele é ontologicamen- te peculiar. Tinha duas naturezas em uma só personalidade. Por isso, só Jesus é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14.6). A sua ontologia explica a sua unicidade em matéria de salvação. Só Ele podia unir Deus e o ser humano, antes separados pelo pecado. A realidade das duas natu- rezas de Cristo, e a consciência do Deus Trino, não são ruto de espe- culação humana, de mentes místicas e desengajadas da história, mas re- sultado da revelação de Deus. Nos- so conhecimento de Deus é um co- nhecimento revelado. A Bíblia não é um livro acerca das religiões, mas o registro da atividade da revelação de Deus na história. A grande mensa- gem de Jesus não oi somente sobre o amor ou sobre a paz. Ele alou disso e de outros temas cruciais. Sua gran- de mensagem oi Ele próprio. Neste sentido, é peculiar . “Cristo pregou-se a si mesmo”. Veja as grandes arma- ções no Evangelho de João sobre o “Eu Sou” – a luz do mundo, o pão da vida, a videira verdadeira, a res- surreição e a vida entre outros. Veja Mateus 11:28: “Vinde a MIM…e Eu  vos aliviarei”. Ele é o Rei que tem dig- nidade, Único em pessoa e, também, na missão e nos ensinos. Uma cris- tologia baseada na doutrina da Trin- dade é a base da reivindicação cristã para a unicidade e universalidade do evangelho de Cristo. 2) O escopo da ação missionária Seja co-participante do Reino, proclamando Jesus aos conns da Terra Ação missionária é estar en-  volvido com o amor de Deus pelo mundo. Paulo se envolveu apaixo- nadamente com o plano de Deus na história. A Igreja em Corinto oi re- sultado desta ação missionária. Pau-

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Introdução

Cristo é, realmente, único comoDeus e Salvador? Dizer que só Jesussalva é entendido como uma mensa-gem de intolerância e arrogância. Aarmação “Jesus é Senhor” oi anun-

ciada num contexto de pluralismodo Império Romano, caracterizadopelo helenismo, judaísmo e deusesromanos.

“Quem Deus é” infuenciará e de-terminará o conteúdo e método damissão cristã. A unicidade de Cristonão é algo que nós reivindicamos,mas algo que Ele reivindicou para Simesmo (veja João 14.6, 8.12, 11.25,10.36, 5.17-18). Apresentamos e

deendemos unicidade para Cris-to, e não para o cristianismo e suasormas institucionalizadas. O queé único acerca de Jesus Cristo? Porque missões?

1) A razão para a ação

missionária do cristão e igreja

A singularidade da pessoa de JesusPodemos dizer que Cristo é

único em seu nascimento, em seusensinos, em seus milagres, em sua

 vida peculiar, em sua morte, em suaressurreição e em sua ascensão. Semdúvida, a vida de Jesus e seus ensi-nos oram singulares. Desaou seusoponentes com uma pergunta (vejaJoão 8.46). Sua pureza moral deixouseus inimigos sem ação. Devido asua impecabilidade, Jesus é o nos-

EstudoCristo, a razão para azer missões“Faço tudo isso por causa do evangelho, para também ser participante dele” (1Co 9.23)

Pr. Tomé Antônio Fernandes – missionário da JMM 

so advogado (1João 2.1 e 3.5), e oium cordeiro sem mácula (1Pe 1.19,2.22-24, 2Co 5.21). Os seguidores deoutras religiões, certamente, encon-trarão paralelos em seus proetas eescritos acerca dessas áreas.

No entanto, há algo sem paralelona história humana e das religiões. Éa pessoa de Jesus. O Evangelho nãoé simplesmente uma ideologia, umcorpo de doutrinas ou um conjuntode códigos, regras, regulamentos. OEvangelho não é uma proposta hu-mana. Se assim osse, seria mais umsistema religioso em pé de igualdadecom o islamismo, budismo, hinduís-mo, espiritismo e outros “ismos”.

O Evangelho é uma Pessoa. Pes-soa que é o Criador do mundo. Cris-to é Eterno. Não tem começo e nãotem m. Faz parte da harmonia daessência de Deus na Trindade. Ele éa Palavra pelo qual Deus construiu omundo. Veja Gênesis 1. Essa Palavrase ez carne em Belém, no 1º Natal(João 1.1-14). É uma Pessoa singular.Não tem paralelo na história religio-sa e humana. Ele é ontologicamen-

te peculiar. Tinha duas naturezasem uma só personalidade. Por isso,só Jesus é “o caminho, a verdade ea vida” (João 14.6). A sua ontologiaexplica a sua unicidade em matériade salvação. Só Ele podia unir Deus eo ser humano, antes separados pelopecado. A realidade das duas natu-rezas de Cristo, e a consciência doDeus Trino, não são ruto de espe-

culação humana, de mentes místicase desengajadas da história, mas re-sultado da revelação de Deus. Nos-so conhecimento de Deus é um co-nhecimento revelado. A Bíblia não éum livro acerca das religiões, mas o

registro da atividade da revelação deDeus na história. A grande mensa-gem de Jesus não oi somente sobreo amor ou sobre a paz. Ele alou dissoe de outros temas cruciais. Sua gran-de mensagem oi Ele próprio. Nestesentido, é peculiar. “Cristo pregou-sea si mesmo”. Veja as grandes arma-ções no Evangelho de João sobre o“Eu Sou” – a luz do mundo, o pãoda vida, a videira verdadeira, a res-

surreição e a vida entre outros. VejaMateus 11:28: “Vinde a MIM…e Eu

 vos aliviarei”. Ele é o Rei que tem dig-nidade, Único em pessoa e, também,na missão e nos ensinos. Uma cris-tologia baseada na doutrina da Trin-dade é a base da reivindicação cristãpara a unicidade e universalidade doevangelho de Cristo.

2) O escopo da ação

missionáriaSeja co-participante do Reino,

proclamando Jesus aos conns daTerra

Ação missionária é estar en-  volvido com o amor de Deus pelomundo. Paulo se envolveu apaixo-nadamente com o plano de Deus nahistória. A Igreja em Corinto oi re-sultado desta ação missionária. Pau-

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lo não insistia em seus direitos, casoisto osse um tropeço ao Evangelho(conra 1Coríntios 9.1-15). Na par-te seguinte do texto, em 1Coríntios9.16-27, o assunto é a missão. Missão

denota propósito, alvo e sentido de vida. Ligado à missão, os versículos19 e 20, enquadravam-se dentro dalei judaica a m de ganhar os judeus.Contudo, seu alvo era muito maisamplo. Ganhar, também, os gentios(9.21). Não mandava os pais gentioscircuncidarem seus lhos (9.22). No

  verso 23, Paulo diz que azia tudoisso por causa do Evangelho para serco-participante dele.

Paulo apresenta aqui o mode-lo encarnacional como método detestemunho. Por cinco vezes Paulousa a expressão “tornei-me”. Seguiuo exemplo de Jesus, que “se ez car-ne e habitou entre nós” (João 1), ese ez “escravo de todos, judeu paracom os judeus, para os da Lei comose estivesse sujeito à Lei, para os sem

Lei tornei-me como sem Lei e racopara os racos”. O escopo da missãode Paulo era bem amplo.

A paixão de Paulo era de glori-car a Deus sendo co-participante

do progresso e extensão do Rei-no (1Coríntios 9.23 e Colossenses1.24). Daí as ênases: “ai de mimse não pregar o Evangelho” (9.16);“tornei-me” para com os judeus, um

 judeu; “assim corro .... assim esmur-ro...”. A mensagem de Jesus é de ex-clusividade ideológica, mas não so-ciológica. O Evangelho é para todosos povos, nações, tribos e línguas.

Glorique a Deus sendo co-

participante na extensão do Evange-lho de Cristo de diversas maneiras.Que “para o louvor de Tua glória,

  vem Senhor, Tua história escreveratravés de nossa vida”, seja a nossaoração.

Conclusão

A universalidade do Evangelho é

por causa da singularidade da pessoade Cristo. Não existe possibilidadede salvação sem Cristo (João 14.6,Atos 4.12, 1Timóteo 2.5-6). Temosde entender que Evangelho do Reino

é uma coisa e Religião, qualquer queela seja, é outra coisa. O Deus dasSagradas Escrituras é o Deus Trino,centralizado em Jesus Cristo, ondea encarnação, cruz e ascensão pos-suem um caráter decisivo universal.

Preguemos o Evangelho. O serhumano e o mundo precisam conhe-cê-Lo. O que é de real valor na vida eexistência humana é o conhecimen-to de Deus que vem pelo Evangelho.

Sem isso, a vida e a história são trági-cas e redutoras. Foi Jesus quem per-guntou: “que adianta o ser humanoganhar o mundo inteiro e perder asua vida?”. Contudo, antes de pregarprecisamos entender quem é Jesus esua singularidade. Levemos Cristo eo Deus das Sagradas Escrituras aosextremos da Terra!

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devemos desenvolver este privilé-gio de várias maneiras e em váriasnecessidades da obra missionária,como por exemplo:

1. Amando Missões – A obra mis-sionária só se torna plenamentepossível quando o crente pode sen-tir, pelo mundo perdido, o mesmoamor unilateral e sacricial que Je-sus sentiu. Não podemos esquecerque missões só se tornou possívelporque Deus nos amou e nos enviouSeu lho ao mundo (João 3.16);2. Encorajando – Podemos azercontato pessoal com nossos missio-

nários e suas amílias com palavrasde encorajamento e estímulo atravésde cartas, e-mails, cartões, ou outrasmaneiras disponíveis em nossosdias. Paulo reconhecia o valor doencorajamento: “Por isso, irmãos,em todas as nossas diculdades e so-rimentos temos sido animados porcausa de vocês. A é que vocês têmoi o que nos animou” (1Tessaloni-censes 3.7);

3. Divulgando a obra – Pessoas pre-cisam conhecer a obra missionáriapara se envolver nos projetos queDeus tem desenvolvido através denossos missionários em várias partesdo Brasil e do mundo. Passe adianteas mensagens missionárias, estimulepessoas a conhecerem as necessida-des de oração e apoio, seja um divul-gador das coisas boas que Deus estáazendo, que azem o nosso coração

erver de alegria e regozijo espiritualpor Missões (Salmos 45.1);4. Orando em avor de Missões – Asorações intercessórias do povo deDeus em avor da obra de evangeli-

zação mundial têm sido uma verda-deira alavanca espiritual a serviço doavanço missionário no mundo. En-

 volva-se na intercessão missionária,pois a oração de um justo é poderosaem seus eeitos (Tiago 5.16);5. Oertando – Consagre seus bensa Deus através de oertas missioná-rias que representem a dimensão doseu amor em avor da evangelizaçãomundial. Compartilhe suas bênçãos

materiais e exerça a liberalidade cris-tã em avor dos povos e nações queainda não ouviram a mensagem deCristo, certo de que realmente “Deusama ao que dá com alegria” (2Corín-tios 9.7);6. Enviando missionários – Umamaneira de azer missões é ajudar aenviar alguém que esteja disponívelpara ir aos campos. Se por algummotivo você não pode ir pessoal-

mente ao campo, ajude alguém quepossa ir através do Projeto de Ado-ção Missionária (PAM). Dessa or-ma você responde de modo positivoà pergunta bíblica: “como irão se nãoorem enviados?” (Romanos 10.15);7. Indo – Quando Deus nos chamapara dedicar nossa vida nos camposmissionários Ele nos dá a oportuni-dade de testemunhar a pessoas quetalvez nunca ouvirão o Evangelho

de outra maneira. Como recusareste privilégio de levar a mensagemda vida eterna ao mundo com nos-sas próprias palavras e com nossaprópria vida? Por isso a Palavra nos

encoraja a atender ao chamado mis-sionário: “quão ormosos os pés queanunciam as Boas Novas” (Romanos10.15).

Estas possibilidades mostramque, na obra missionária, há espaçopara todos e para cada um participarcooperando com Deus. Ninguémtem motivo ou desculpa para carde ora.

ConclusãoNão podemos somente pensarna obra missionária como responsa-bilidade pessoal a ponto de nos es-tressarmos. Devemos azer o que es-tiver ao nosso alcance para avançarcom a mensagem até os conns daterra. Certamente, missões é minhatarea pessoal. É uma tarea inescu-sável, inadiável e intranserível. Éuma obra que não aceita desculpas

pessoais, que possa ser deixada paradepois, ou mesmo que eu possa dei-xar nas mãos de outros. Como cris-tãos, precisamos nos envolver diretaou indiretamente no projeto missio-nário que Deus nos deu em avor domundo. Este envolvimento deve serna plena convicção de que azer mis-sões não é somente uma responsabi-lidade, mas, sobretudo um privilégioque Deus me dá.

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EstudoBíblico

Missionário

“Faço tudo isso por causa do evangelho, para também ser participante dele” (1Co 9.23)

O tema “Por Cristo, vou até osconns da Terra” pode ser aborda-do a partir de vários textos bíblicos.Preerimos tomar Atos 1.8 e nele nosater, considerando, primeiramente,o “porquê” do ir. Cada ação deve ser

  justicada por uma razão séria, docontrário, cai-se no solo da casuali-dade.

Por que devo ir até os conns daTerra? A melhor resposta deve vir dapercepção do “propósito de Deus”. OUniverso é resultado do propósitobem denido, bem determinado doSenhor. Tudo o que existe maniestauma nalidade inteligente da partedo Criador. Assim, o ser humano é

o clímax desse propósito na ação deDeus, vindo a existir para “louvor deSua glória” (Eésios 1.6).

É inegável a realidade histórico-teológica da corrupção moral eespiritual da pessoa humana, a suaexperiência de pecado, que alienoua criatura do Criador, sem contudoinviabilizar a eetivação dos planosdivinos. A intervenção do diabo tra-zia em seu bojo tal intenção. O que o

diabo não poderia prever é que Deusnão se deixa surpreender. O adven-to da queda estava incluso na obracompleta e pereita de Deus: “eis quetudo era muito bom”. A Redenção érealidade constituinte do propósi-to divino na eternidade e não umaação emergencial, consequente doadvento do pecado (1Pedro 1.10-12

Por que devo iraté os conns da Terra?

Pr. Francisco Sanches – missionário da JMM 

e 20-21; Apocalipse 13.8).Do Éden à cruz, ainda que en-

rentando resvalos humanos, a per-severança divina move a história e,na sucessão de eventos, eetiva suanalidade, a redenção do homem

(Weltgeschichte e Heilsgeschichte*).Os séculos de preparação, no Anti-go Testamento, apontam uma tareauniversal do povo de Deus naqueladispensação que se projeta, maisexplicitamente, na revelação e nopacto da Nova Aliança, na qual opropósito divino eetiva a obra justi-cadora na pessoa de Jesus de Naza-ré, Senhor e Cristo (Lucas 24.44-49;Atos 10.37-43).

O Cristo, ressurreto dentre osmortos, incumbe, pois, sua Igreja, onovo Israel, o Israel da é, de tornar-se o agente histórico da continui-dade da História numa linearidadedirigida à sua consumação, que seráa maniestação em concreto de seupropósito eterno eito na pessoa deSeu Filho, Jesus Cristo (Eésios 1.10 e3.10 e 11; Mateus 28.20b).

A missão, o encargo dado pelo

Mestre, reveste-se de signicado erelevância transcendentes a qual-quer outro, pois implica na procla-mação da mensagem que nenhumaoutra instituição é capaz, ordenadae autorizada a azer: proclamar vidaem Jesus a todos os seres humanos(Lucas 24.47). A obra completa deCristo aniquilou a morte, maior pa-

  vor e humilhação do homem, e otrouxe à luz a vida e a imoralidade,maior anseio e realização do ho-mem (2Timóteo 1.8-10; Hebreus2.13 e 14).

À luz dessa realidade, o amor de

Deus aos homens há que ser anun-ciado a todos os povos da Terra,cada geração à sua geração, simul-taneamente, carecendo de execuçãopor parte da Igreja do Senhor JesusCristo, o que implica mandamento,carecendo e execução e, por con-sequência, da parte de cada crente.A Igreja é constituída de membros(pessoas regeneradas) e, somentequando cada membro desincumbir-

se da missão, a Igreja o terá eito atra-  vés de cada um desses seus mem-bros. Por isso, por Cristo, vou até osconns da Terra.

Mas, por que devo ir até os con-

fns da Terra?

1.1) Porque Cristo é a expressãomáxima do amor do Pai por mim epelo mundo (João 3.16; Romanos5.8; Gálatas 2.20).

Uma leitura cuidadosa da Bíblianos revela, em toda a extensão deseu conteúdo, a grandeza do caráterde Deus, amando a pessoa humana,pacientemente buscando-a, perdo-ando-a, suportando seus erros, suasalhas, seus pecados. A história deIsrael é a história da bondade divi-na, de Sua longanimidade, como

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Pai amoroso, sempre cercando-o deatenção, cuidado, suprindo cada ne-cessidade.

Se quisermos deixar outros con-teúdos, bastam-nos os Salmos e o re-

gistro ali, de experiências sublimes.Mas quando chegamos ao NovoTestamento e lemos de Jesus, deSeus ensinos, de Suas ações, de Suaentrega por nós, temos de nos cur-

  var, adorar, agradecer pelo que hojetemos e somos. O impacto da gló-ria de Cristo em nossas vidas (João1.14), é tão orte que não podemosnegligenciar o privilégio do encar-go. Como Pedro e João, temos que

dizer: “Não podemos deixar de alardo que temos visto e ouvido” (Atos4.20).

1.2) Porque Cristo nos manda

ir

Na vida, durante nosso estágioterreno, somos sujeitos a muitas di-erentes autoridades em muitos di-erentes contextos, e obedecemos.Sabemos que tal disposição nos ga-

rante uma vida calma e tranquila. OSenhor Jesus nos concede a paz quepromana da nossa justicação pela

é nEle, conciliando-nos com Deus,azendo-nos lhos e herdeiros (João1.12; Romanos 5.1 e 2 e 8.14-17).

Encontramos registrados, noNovo Testamento, cinco vezes o

mandamento de ir; quatro vezesnos Evangelhos e uma vez em Atos.No Evangelho de João, Jesus arma:“Aquele que tem os meus manda-mentos e os pratica, esse é o que meama”; “Vós sois meus amigos se zer-des o que eu vos mando” (João 14.15e 21; 15.14). Obedecer ao Senhor Je-sus é honrá-Lo; é aceitar a honra quenos concede em dar-nos tão elevadoencargo.

1.3) Porque Cristo ê-lo, dei-

xando-nos Seu exemplo, esti-

mulando-nos a segui-Lo. Há uma série de registros dos

atos de Jesus que nos estimularamatuar no mundo. Dois desses re-gistros alam do “azer-se homem”(João 1.14; Filipenses 2.5-11). Nesteúltimo, o ato é descrito de manei-ra tão viva que já deu até ocasião a

um sistema teológico equivocado,chamado de “A morte de Deus”.No registro de Filipenses a tradu-

ção “sentimento” deve se entendidacomo “percepção”, “entendimento”(phroneite). Jesus ez tudo o que ezpor entender nossa condição, neces-sidade, e por se submeter à vontade

do Pai: do céu veio ao mundo, aondeo Pai O enviou; tornou-se a pessoaque o Pai queria que ele osse; ez aobra que o Pai queria que ele zesse,proclamando-a “consumada”. Ele nosestimula com Seus atos: “para quecomo eu z, assim, açais vós tam-bém” (João 13.14 e 15; 1Pedro 2.21).

O ministério abrangente de Jesusoi de total dinâmica (Mateus 9.35).Sua preocupação: as multidões ca-

rentes. Seu sentimento: a compaixão(splanchnon). Sua ação: azer o bem.Seu azer: com pereição. Sua dis-posição: obedecer o Pai (João 4.34 e13.49 e 50).

O discípulo segue o Mestre eempenha-se por repetir o Mestre.Jesus é o nosso Mestre. Por isso: porCristo, vou até os conns da Terra.

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( * ) Karl Löwith: Meaning in History(tradução inglesa do original ale-mão, 1949).

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EstudoBíblico

Missionário“Faço tudo isso por causa do evangelho, para também ser participante dele” (1Co 9.23)

4° A causa que vale a pena

Pr. Josué Campanhã – Diretor da Sepal Brasil 

O dia 11 de setembro de 2001cou conhecido em todoo mundo como o maior

atentado terrorista da história dahumanidade. Aconteceu em NovaIorque, nos EUA. Além dos prédiosderrubados, cerca de 6 mil pessoasmorreram ou desapareceram. Mor-reram pela ação de terroristas que,motivados pela causa que achamcerta, mas que é certamente erra-da, jogaram aviões lotados contradois prédios. O atentado é um atocriminoso. Todos nós condenamosos atentados terroristas e temos atémedo deles.

No entanto, gostaria de refetirsobre um outro tipo de atentado.Em primeiro lugar ele não é um atocriminoso, mas talvez seja até umpouco pior. Depois, ele não é come-tido por terroristas com uma alsaesperança, mas é cometido por cris-tãos que têm esperança de uma vidaeterna. Este atentado não usa explo-sivos ou aviões seqüestrados, maspoderosas armas invisíveis comodesprezo, desinteresse e insensibili-dade. Trata-se do “atentado missio-nário” que muitos cristãos cometemsemanalmente.

Quando um terrorista descobrea alsa esperança que lhe é vendida,

 já é tarde demais e acabou morren-do por ela. O cristão, depois quedescobre a esperança de vida eterna,morre com ela, sem repartir com

os outros. O terrorista az qualquercoisa para arranjar dinamite e bom-bas, amarra-as ao corpo e explodetudo que or possível. O cristão pegaa Bíblia “dinamitada” que tem à suamão, e guarda-a bem guardada, commedo que ela aça estragos em sua

 vida e na vida das pessoas que estãoao seu redor.

O terrorista tem alvos especí-cos. Ele quer explodir prédios ematar pessoas. O crente muitas ve-zes não tem alvo. O máximo que eleaz é construir alguns prédios quesão chamados de “igreja” para se es-conder dentro deles. Talvez a únicacoisa em que o terrorista e o cristãosão iguais é que ambos podem ma-tar pessoas. O terrorista quer matarpessoas para deender sua causa. Ocristão pode matar algumas pessoaspor não propagar a sua causa.

Como disse acima, cerca de 6 milpessoas morreram naquele atentadoterrorista. Centenas de pessoas con-tinuam morrendo todas as sema-nas em várias partes do mundo ematentados terroristas. No entanto,milhares de pessoas morrem diaria-mente pelo mundo, por causa dos“atentados missionários” cometidospor milhares de cristãos. Um cristãocomete um “atentado missionário”quando deixa de azer aquilo queDeus está pedindo que ele aça pelaobra missionária. Um cristão come-te um “atentado missionário” quan-

do deixa de orar, contribuir, ir, pregarou ensinar todas as coisas que Jesusmandou.

Muitos também cometem “aten-tados missionários” quando despre-zam a obra missionária, são insensí-

  veis à necessidade de testemunharde Jesus ou simplesmente não seinteressam pela salvação de maispessoas. O resultado são milhares depessoas morrendo todos os dias, semesperança e sem Jesus, e que habita-rão o inerno eternamente. Isto sim,é um verdadeiro atentado, sem chan-ce de reação por parte dos atingidos.

Para debater a questão em grupo, esaber se você tem participado dos aten-tados missionários ao redor do mundo,responda às perguntas a seguir:

1) Diante da morte de pessoas porcausas que não valem à pena, qual asua reação?2) Pela causa de Cristo, pelo sacrií-cio que Ele ez, você entregaria a sua

 vida?3) Você tem orado por missões cons-tantemente?4) Ajuda a sustentar missionários?5) Obedece ao Ide de Jesus em sua

 vida?Se você respondeu “Sim” às per-

guntas, alegre-se, pois você está con-tribuindo para levar salvação a muitagente. No entanto, se você respon-deu “Não”, leia o estudo outra vez epense um pouco no assunto.