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Cerezo Barredo, Mural da catedral de S. Félix de Araguaia, Brasil

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Texto de apoio para alunos do ensino secundário

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Page 1: Estética2

Cerezo Barredo, Mural da catedral de S. Félix de Araguaia, Brasil

Page 2: Estética2

2. A dimensão estética - análise e compreensão da experiência estética

Companhia Nacional de Bailado Contemporâneo

Page 3: Estética2

Sumário O problema da definição da natureza da arte Teorias acerca da arte

  arte como imitação (mimesis)

  arte como expressão (expressivismo)

  arte como forma significante (formalismo)

Page 4: Estética2

Gustav Klimt, O Beijo (1862 -1918)

Problema

O que distingue os objectos artísticos dos objectos que não são arte?

O que é a arte?

Page 5: Estética2

Há imensas formas de arte (escultura, música, pintura, literatura, teatro, ópera, dança, fotografia, arquitectura, e cinema)

O que é que todas têm em comum?

Um dos objectivos fundamentais da Estética é responder à pergunta:

O que faz com que um objecto possa ser considerado obra de arte?

O termo estética procede do grego aísthesis (sensação),

Milo, Vénus, deusa do amor (130 a. C.)

Page 6: Estética2

A estética é a área de investigação que analisa a experiência estética em geral, discutindo problemas relativos à beleza (teoria do belo), ao gosto (teoria do gosto) e à natureza da arte (filosofia da arte)

Chagall, Vitrais

Page 7: Estética2

Estudaremos três respostas

Teorias sobre a natureza da arte

Page 8: Estética2

A tese defendida pela teoria da arte como imitação, é uma das teorias mais antigas

Afirma que

uma obra é arte quando é produzida pelo Homem como imitação da Natureza e da acção

Miguel Ângelo, A Criação, Capela Sistina, Vaticano

Page 9: Estética2
Page 10: Estética2

O conceito fundamental é mimesis (imitação da acção)

Para Aristóteles, todas as formas e obras de arte são imitações, mas cada uma distingue-se de todas as outras por usar

  meios diferentes: cores e figuras (pintura), ritmo (dança), harmonia (música), palavras (literatura)

  modos diferentes de usar os meios: os meios referidos podem ser usados de modo vário: por exemplo, o ritmo na música, na poesia ou na dança

  imitar coisas diferentes: no teatro, enquanto a tragédia imita as acções dos heróis, a comédia imita as acções dos Homens comuns. (Texto 1)

Page 11: Estética2

As obras de arte imitam alguma coisa?

Page 12: Estética2

Objecções O que é que a pintura abstracta não figurativa imita? A música ou a literatura também são imitações?

A teoria da arte como imitação prolongou-se no tempo e foi aceite pelos que consideravam a arte como uma espécie de espelho que reflectia a imagem da natureza, fixando-a numa forma artística

A. Warhol, Beethoven, Pink Book

Page 13: Estética2

V. Kandinsky, Amarelo, vermelho, azul

O que é que esta pintura imita?

Page 14: Estética2

O escritor russo L. Tolstoi, no livro O que é a arte?, concebe a arte como uma

forma de expressão

Segundo a concepção expressivista, uma obra é arte quando expressa e comunica intencionalmente um sentimento vivido pelo artista e quando provoca no público esse mesmo sentimento Leon Tolstoi (1828 – 1919)

Page 15: Estética2

Assim, segundo o expressivismo de Tolstoi,

• só é arte, a obra que expressa uma emoção sentida pelo artista que é partilhada pelo seu público

• não há arte se o público não sente qualquer emoção ou quando as emoções do artista e do público não são idênticas

Eduard Munch, O grito

Page 16: Estética2

Mondrian, Composição em Vermelho, Amarelo e Azul

É fácil encontrar exemplos de expressão emocional na poesia, na ópera ou no teatro, mas há obras e formas de arte que seriam excluídas à luz do expressivismo.

Exemplos: Obras de arquitectura, e inúmeras manifestações da arte contemporânea (a música de Cage, as obras de Mondrian e Vasarely, que exploram os efeitos visuais da composição, ou a Pop’Art.

Page 17: Estética2

Victor Vasrely, Ambigu-B, 1970

O artista expressa

emoções vividas ou

explora os

efeitos visuais

da composição?

Page 18: Estética2

Do ponto de vista do público

Estando alegres, podemos perceber a tristeza do artista A comunicação criador/público não exige comunhão de sentimentos.

Do ponto de vista do artista

Pode haver criação de obras de arte sem intenção de comunicar As obras criadas com tristeza não são necessariamente tristes É possível expressar na obra uma emoção diferentes da que sentimos

Objecções

Picasso, D. Quixote

Page 19: Estética2

Catedral de Reims, século XIII

A marca da arte está na capacidade para imaginar uma emoção e no talento para expressá-la

Catedral de Oakland (maqueta) Calatrava, século XX

Page 20: Estética2

Clive Bell, crítico de arte, propôs (1914) a teoria da forma significante (Texto 4)

Partiu de um pressuposto acerca da natureza da arte: uma obra de arte é um objecto que provoca emoções estéticas no seu público

Para tal, a obra tem de ter alguma característica especial. Clive Bell chama-lhe forma significante

P.Mondrian, New York City

Page 21: Estética2

A forma significante é uma característica da estrutura da obra que decorre da relação estabelecida entre as partes que a constituem

A teoria formalista é usada sobretudo para a pintura, onde a forma significante é definida como uma certa combinação de formas, linhas e cores

Bell considerou o critério aplicável a todas as formas de arte, mas não explicou como se aplicaria

Em vez disso, afirmou que essa propriedade indefinível seria reconhecida intuitivamente F. Leger, Woman with a cat

Page 22: Estética2

O que faz a singularidade da pintura (de Mondrian) é a harmonia entre as cores puras, as formas e dimensões de seus rectângulos? É isso a sua forma significante?

Composition with Gray and Light Brown

Page 23: Estética2

Usa um raciocínio incorrecto: define a forma significante a partir da emoção estética, e a emoção estética a partir da forma significante (erro lógico chamado petição de princípio ou argumento circular)

Pressupõe uma relação de causalidade entre a forma significante e emoção estética, que é precisamente o que deveria demonstrar

Ao fazer depender a definição da arte da intuição e da sensibilidade dos críticos, impede a sua refutação

Alfred Gockel, Swing to the Music II

Page 24: Estética2

O formalismo define obra de arte como o objecto que provoca emoções estéticas no seu público

A obra tem de ter alguma característica especial designada forma significante

Não clarifica o conceito de forma significante para cada uma das formas de arte

A teoria formalista baseia-se num raciocínio circular, pois define forma significante como aquilo que produz emoção estética e emoção estética como aquilo que a forma significante provoca.

Não explica por que razão as obras não provocam emoção em todas as pessoas

Faz depender a o juízo estético sobre o objecto da sensibilidade dos críticos

Por estas razões, a teoria da forma significante não fornece um critério aceitável para distinguir arte da não arte

Wasarely, Vega nor

Page 25: Estética2

É por isso que, para alguns autores, a arte é um conceito aberto

Conceito aberto é um conceito cujo significado vai sendo alargado, integrando novas características de modo a incluir na sua extensão novos objectos

Sendo assim, o conceito de arte terá de ajustar-se à evolução da própria arte, e ir integrando continuamente novas significações

Uma vez que no mundo da arte surgem constantemente obras originais que não se ajustam à concepção institucional da arte, é necessário um alargamento constante do conceito para incluir a inovação

S. Calatrava, Fundação Cidade das Artes e das Ciências

Page 26: Estética2

A capacidade de provocar emoções estéticas nos críticos sensíveis

A capacidade de comunicar e de suscitar a mesma emoção no público receptor

O grau de fidelidade da representação

Critério de apreciação do valor da arte

Um objecto dotado de forma significante que provoque no público receptor uma emoção estética

Expressão e comunicação intencional de um sentimento vivido pelo artista para provocar o mesmo sentimento no público receptor

Imitação da natureza ou das acções

O que é uma obra de arte?

Teoria da forma significante ou formalismo Clive Bell

Teoria da expressão ou expressivismo L. Tolstoi

Teoria da imitação Aristóteles

O problema da definição da natureza da arte

Teorias

Page 27: Estética2

• o conceito de forma significante não foi definido com rigor • baseia-se num raciocínio incorrecto • faz depender o valor da arte da sensibilidade dos críticos

Exclui do mundo da arte • a arquitectura, a música aleatória e manifestações da arte contemporânea • as obras de arte produzidas sem intenção de comunicar • as que não são expressam sentimentos vividos pelo artista • as que expressam sentimentos do artista mas não suscitam esses sentimentos no público • as que exprimem sentimentos imaginários • as que não exprimem sentimentos

• Há inúmeras obras de arte que nada imitam (obras musicais, arquitectura romance, pintura abstracta)

Objecções/ limitações

Teoria da forma significante ou formalismo Clive Bell

Teoria da expressão ou expressivismo L. Tolstoi

Teoria da imitação Aristóteles

O problema da definição da natureza da arte Teorias

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Ninguém está dispensado de responder Exercício

As respostas podem ser dadas: 1. On-line (através do “Moodle”) 2. Em papel (fornecido pelo professor)

O exercício será feito em sala de aula.