barros, joÃo de, 1496 - 1570 dialogo/ de joaquim de/ barro...

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BARROS, JOÃO DE, 1496 - 1570 DIALOGO/ DE JOAQUIM DE/ BARROS COM DOUS. 1540 . Wl, 3, 4 )

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BARROS, JOÃO DE, 1496 - 1570

DIALOGO/ DE JOAQUIM DE/ BARROS COM DOUS. 1540 .

W l , 3 , 4 )

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DIÁLOGO

Pay. Antonio filho. Caterina filha.

m

é dia de fejta em que os negocios do officio me dam togar a ter oras próprias; querouos declarar a theorica deffe moral jogo em que ambos ejludaes: porque ninguém pode ser bom pratico delle, senã for theortco, quanto mais que per a conhecer as peças nam baftam duas lições que de mytendes ouvido. E tu, Caterina, guarda bem na memoria o que differ: porque a ti mais Á .ut Antonio conwm andar bem defira nelle, por ra%í ,n o* Á ue a diante sã1 rás. E primeiro que entremos a efta matéria moral:

nerouos di%er o que me moueo tratar de uir>nd em modo de jogo. V?nd> os antigos filofofos que gelaram o bem co

aa mu*,

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»&» L I ^ Í L O G O DEM« müu, quam rudos e frios os homens apãauam em conheci mento de si me/mo, e no fim per a qucj . .im criados, poeti do sua felicidade em cof r-" finitas a tempo terminada" nam somente com seus À eceitos lhe quiferam demoflrar que a sua naturr . ue i nam tinha perfeiçam, V que al gwn bem que nellu auia, eram huas pofendaspermeyo das quaes podia alcança, "Jgum efiando per a i f f o autos: mas ainda teueram tanto ejtudo em o dar dejtes preceitos, que muitos buficaram artificio como perpetuamente lhe ficaffe

a memoria efta doutrina de bem uiuer. Donde algum uie ram inuentar'%) compoer os antigos prouerbios: que sam huas maximas de moralfdqfofia, a que nós chamamos exent pios. Outros como J/ópo querendo/b chegar a coufas mate riaesV fameliares a nós: compoferam fabulas. Outros ao modo de Homero V Apideo, pintaram as duas partes da uida autiuaVcontemplatiua, em asfiçÕes de suas obras. Outros tratara a Et inca Economica e Politica; que é o regimento da peffoa, da cafa,Vda republica, ao modo de Xenofom: pintando em el rej Ciro to dal as perfeições que deue ter hum-,príncipe, pera bem gouernar eftas tres cou-fas. (Antonio.) > nropofito pintaria o filofofo Cébe-tes a sua tc d, drludesX) uicios: porque depois qvn no grego lii aqiHIa ficam affi me ficaram na memoria s imagemíL tencia das uiriudes pintadas como se uirr hua comeaui reprefwtada de uiuas figui\ (P / ) . Efjt

Ar

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'PRECEITOS M O . ' ^ , «< seu fundamento: uendo que as palauras nuas, «aw

era ajeito tarn efya \ como a pintura por ser material a ' ^is familiar da memoria, E snUn% quanta força tem as

coufas materiaes (nefta parte) ac rca de nós, que sendo Christo nojfo redemptor a me/ma abeao. In V eloquencia, ejcolheo arteficio maferial per a nos decla-ar sua doutrina: . poendoa em comparações e semelhanças como huas confe-quencias palpaues 1) materiaes per a nos leuantar o enten-dimento d efperitualidade que em si continha. (Caterina.) Parece que a effe fim de nos ejpertar á contemplaçam V memoria da uirtnde ordenou eftas peças materiaes com çue eft amos jogando. (Pay.) Affi é, porque defejando eu imitar os antigos filofofos em \elo: fa\ia efta pintura de palauras D figuras: E que nam seja de mão tam douta como a de Cebetes, sejam como hua arte memoratina de bõos coftumes: pera que tu V Antonio teu irmão tenhaes algua noticia defte nome uirtude. A qual arte e jogo, tu Caterina ás de áprefentar á ;ffante dona Maria no f f a se nhora: pera que quando for defocupada da uerdadeira fi lojofia Chriftãa perque eftuda, que sam os autos e obras da Rajnha sua madre, como porpaf/i mande ante si jugar efte jogo. E efta é e causa po qu~. ' f f e que a tí co 'dvh i andar bem defira nelle: pois as de dar ra\am ijji da theorica como da pratica. (Caterina j i signifi-cação dos nomes e officio deftas peças defejo eu saber: pt^c

aaij me

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^ O / w / Í O G O D E t H

me ficarem mais claras. (Pay.) Ajji se fará. V v. modo d

jproceder será e/te. Como em sumh j trataremos das

uirtudes moraes o ner/y^rario com que poffas alcançar

significaçam V offici que pedes das peças: D no fim as

reduziremos a JJJQ -go, T) será o mais breve que pof-

jiuel for. Porque as pejjbas que am de jugar atite sua al

ie%a, por serem u r]aro sangue: nam terám ajji defocu

pada a memoria, que se queiram dar a copridas regras.

Áffi que tomada por fundamento breuidade, o exordio seja

e/te. Segundo os antigos filofofos, a uida está repartida

em ires partes: em deleitofa que é natural dos brutos, em

moral própria dos homens D contemplatiua que conuem

aos anjos. E como a natureza humana fica em meyo da

bruta D angélica: tanto mais participa de httma quanto

menos se chega a outra. E neftes tres modos de aida, po-

feram duas felicidades: a que os filofofos chamaram summo

bem, V os nojfos theologos fruiçam diuina. Huma que com

pele á uida moral e politica, que autiua, D outra a uida

angélica que é a contemplatiua; V na vida deleitofa que

é natural aos brutos, dijferam auer felicidade. (Cateri

na.) EJfe sn ** bem alguns meios deite ter com que se

poffa alu r >? , ay.) Sy tem, e]fa é a matéria do nof

fo jogo. (Caterina.) Como se chama? (Pay.) Virtua

t * alu em nós outras que sam naturae $*• f' ms, l itieiluaes, com ueremos. (Caterina.) Que cgd

ée

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PRECEITOS M O K ^ Í . ée ainade moral, pois di\ ser matéria defte jogo? (Pay.) Á dejinçam da t.i. rude em genero ée hua D em efpecia cada hua delias tem a sua. A de fincam em genero dizem ser hii habito dalma gerado, das boas obras que fademos:

*

V nam somente de hua, mas de nnita: efeitos a meudo. E porque minha tençam ée per fabrica material dar nos doctrina moral per a nos melhor ficar em a memoria: que ro pintar hua aruore em que uejaes a ordem V procejjo das uirtudes V dos seus ejtremos, D de que princípios na cem, V finalmente que fructo se confegue delias. E os no mes de todas uam em latim pela mageftade da aruore: IX adiante delia as tornamos outra ue\ repetir na mefma ot* ciem, com sua significaçam ao pé em linguagem.

aaiij

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^ B I Ó L O G O £>£*«

FOELICITÁS HUMANA

Felicidade humana

Exce/fus Deffectus Exceffo Deffalecimento

Fides Ckaritas Efperança

Fé Caridade Spes

Malícia 12. Prudeníia Simplicitas malicia prudência simplicidade.

Crudelitas n. Juftitia Mollicies crueldade jujtiça brandura.

Audat'2 7" Fortitudo Temiditas ou/adia fortaleza fraqueja.

Intcmprrantiã g. Temperantia Infenfibüitas

intemperv""" temperança inferi fibüidade.

odigalitas 8. IJberalitas Avuritia

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SNStf 'PRECEITOS M O R ^ Í .

prodigalidade ditas

rude\a Inflaiio preJuncam

Ambitio ambicam

>

Ira

ira

Arrogantia

a^rogancia

Adulado adalacam >

Scurrilitas

chocar raria

liberalidade 7. Manificentia,

magnificência 6. Magnanimi) as

magnanimidade 5. Modeftia

modeftia 4. Manfuetudo

manfidam 3. Veritas

verdade 2. Affabilitas

affabilidade t v

1. Comitas graça

avareza. Pufillitas pouquidade.

Píiptlanimitas pufilanimidade.

Honoris vacuitas sem honra.

Irce pactmas brandura.

Diffimulaiio diffimulaçam,

Contentio

contencam. >

Rufticitas

bruteza.

Principium spontaneum. § .. Principium electionis. principio spontaneo. C kprinápio de eleyçam. | t

Principiam confultationis. ^ ^Principium voluntarium.

principio de confultaçam. ^ ^principio, volwtario.

HOMO a ali ij

Homem

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DIALOGO D E m

J/ées aqui tres ordens defiguras humanas nefta moral ar uore: hua per o meyo que fax o toro delia, e as outras duas que ficam em logar de folhas. Ás doçc do meyo que uam por logar maciço V suftancial, sam as uirtudes de que auemos de tratar, meyos com que se alcança o summo bem: e as outr duas ordens sam dons efiremos, os quaes affieftam situados, que cada dousficam oppoftos e contrairos a hua uirtude.(Ca terina.)Ofruyto defta ar uore deue ser aqnellafigura que ef íâ fio cume delia, e tem a letra que .dt\, Fcélicilas humana,? porque diffe que os meyos com que se alcançavam eram, as uirtudes. (Puy) Bem seníifte o proceffb delias: cá de uêr tude em uirlude se confegue o fruto, que ée a felecidade. (Caterina.) E aquellas Ires figuras donde ella nace, que se chmtã, Fiães, Charitas mm sam cilas as virtu des theol v - * porque na cartinha que compos por onde meus irmãos e eu aprendemos a ler{ me lembra afiarem hw ires uirindes com as quatro que esíam abaixo delias a >m chamam car deães. (Pay). Afjtê, nu ; acri de fias tr.j

theologaes

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:PRECEITOS HO R U . èheologaes nam se podem dar preceitos humanos, por serem iiirtudes infujas que se nam sobmetem a elles, como e/tas Jo%e moraes, que sam hábitos dalma gerados de bem obrar, que e/tá em noffo poder, como adiante uerás. Po/eram/e ao pé da Felicidade, a denotar, que em a filofofia chrif' t aã sam a forma de no ff os autos: D não se pode confeguir fruito meritorio onde ellas nam concorrem. (Caterina). E as c/o?e de que á de tratar tem em nós proprio logar, pois effoutras nos vem de fora? (Pa/). Si, as potencias dalm1 éo sojeito delias. (Caterina). Quaes sam effas potencias. (Pay).Segundo a diuifam que lhe osfilofofos derã,daspoten cias dalma huas sam naturaes, outras sevfetiuas. outras ape, tetinas, V outras inteleituaes: a natural V senfual como nam sam sojeito da uirtude, nam seruem aqui. Apotençia apetiti ua se parte em duas, em apetitiua que segue o intendimento, a que chamam uontade, que os brutos nam tem: V em apetiti ua que segue os sentidos, a que chamãsenfualidade, de que el les participam. E ejte apetite senjitiuo ainda tem outra diui sam: cá se parte cm potencia iracibile, D em potencia concu bicibile: a primeira nos fa~x apartar das boas coufas, V a se guda seguir as deleitoJ'as. As potencias inteleituaes que é o intendimento efpeculatiuoV pratico: eftas -aremos, cá iamfa:{on tanto a nojfo propofito saber a diuisam delias.

E somente hua das uirtudes de que auemos de tratar que éc a Prudência j ej'tá no entendimento: a qual uirtude y

priamenU

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DIALOGO DE m priamente é intèleitual quanto d ejfencia, mas por fa^am da matéria acerca de que trata lhe chamam morai, Affi que o logar das uirtudes sam eftas quatro potencias, V nellas eftam repartidas per e/ta maneira. A prudência no

" intendimento. Jufticia na nontade, Fortaleza, manfidam. manificencia, "ü mananimidade, eni a potencia iracibile. Temperança. Leberalidade, Modeftia, Uerdade, Afabili

dade, T) graciofidade em a potencia concupicibile. (Anto mo). Tem eftas potencias em o corpo humanoproprio logar como as outras dos cinco sentidos? (Pay). PI atam, e Guie no com os seus se ca ces lhe deram eftes: cerebro a racional, o coraçam ã iracibile,1) o fígado á concupicibile.(Antonio). Pois ao homem é iam natural coufa ter effes membrosnel les eftam as potencias,1) nas potencias as uirtudes, natural coufa nos será ser uirtuofos?(Pay).Nam sesegiieeffa tua con clufam, porque (segundo Ariftotêles) ai uirtudes nam sam em nós naturaes nem menos contra natureza. Porque bem como a potencia iracional quanto á sua natureza te remo ta da ra\am,' D quanto a eftar anta pera obedecer a ella, se pode chamar racional: affi nós em quanto efiamos au tos pera obrar uirtude, podemos dizer serem naturaes em nós., V eftas z<> <xeram per coftume de bem obrar como iiifte

• - . * Cf (/

em a sua clifinçam. Affi que per efta diuifam das poten

cias dalma, podes entender a repartie am das virtudes: V

u>'.tes sam os seus soj eitos, V que membros dc corpo tem por

ms

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PRECEITOS M O R W . «c inftrumentos. (Caterina). Qiie denotam em e/ta aruore os efcriptos per cima dos uicios qne di%em, exeffus defectus? f.?ay). Os extremos da uirtude por ij]o ouueram e/le nome, porque ou pecam per muyto ou per pouco: V aos primei ros chamam uicios per exeffo T) aos segundos per defecto. (Caterina). Quaes deftes uicios sam máis contrairos á uirtude, os per exeffo ou per defecto? (Pa/). Em alguas uirtudes mais contrario lhe é o exeffo que o defecto, V em outras menos: D ifio uem de duas caufas, hua por pari-da natureza das mejmas uirtudes, e outra da no f f a. Du parte da uirtude, o que lhe é menos semelhante lhe é mais

mtrairo: affi como a intemperança á temperança. Da noffaparte aquelles efiremos sam mais contrairos á uirtu de: aos quaes segundo natureza do nojjfò apetite senfetiuo>. n.:tis nos inclinamos. E porque ifio sente muyto á pratica do jogo: lá uerás em os eftremos denotado per afta letra, m, aquelles que á uirtude sam mais contratos. (Antonio). Que denota o corpo humano as mãos epées do qual se con uertem em quatro raives de que nace efta aruore moral? (Pay). Como alma nam tem figura eftá ella sinificada por e/te corpo humano. Eporque as mãos V pée°- sam inf trumentos com que ella obra, conuerteufe aq ' em quatro • uixes correfpondentes a ef/cs quatro princípios: Efponta neo, de Confuitaçam, de Eleiçam, c'0 Voluntário: os quaes mm autos iníerLres dal ma, donde procedem os exteriores,

que

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W DIALOGO DE que sam as uirludes ou uicios que ms debuxados. Per o principio efpontaneo somos mouidos determinadamente af fi per a bem como per a mal: quer seja pojjiuel quer impof Jiiiel: o qual principio é tam proprio em nós como em os brutos, porque nam se lemita propriamente com eleiçam, mas é hum mouimento impituofo que prefupõem apetite T) nam ra\am. O principio da conjultaçam: é hua inquiri çã da ra\am que e/tá debaixo de nofjo poder. Per o prin cipio da eleiçam somos determinadamente mouidos pera ef zolher as cou/as: V équa/i hum fim da conjultaçam,. Q prin cipio da uontade (nam tomando e/ta uontade per a poten cia ajji- nomeada) é hu auto interior a que podemos cha mar (a mingoa de uocabulos) querer regulado per cônsul taçam T) eleiçam. E defíe dijciirfo interior em que eflá querer coufultar, enleger e determinar em os autos exterio res, nace o liure arbítrio que nos fa\ obrar Uuremente: o qual e/tá sinificado por aquelle minimo que ao pé da ar uore dá a mão á uirtude da graciofidade, como que quer subir de uirtude em uirtude té receber a coroa que lhe of ferece a Felicidade que e/tá era a mavor altura de/ta amo re. E pera uos ficarem mais claros eftcs quatro princípios, pois sam rajs de todalas obras, quero poer exemplo do dif curfo deli es. Eu me moui a uos dar doutrina de uirtudes, nef te primeiro auto entra o principio efpontaneo, que sem for ca algua f u j movido; T) em inquirir T) bíifcar o modo que

nijjo

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P ÈSCEITO S MOR w . nifío teriajtra acofultaça, & tio è leger eflegr na ou iro fefegueaeleiçã: gr acqitar todos tjles tres autos co determinar d óbratç o derradeiro dos iteriores nejledif curfo aquecbamamos uoíütario* JD ode por fere liiires Cr na forçados, como de quatro elemêtos nace o líure arbítrio: como bits fadeflintos dos outros ? quando tíiudares ea Etbicade <Jkrijloteles o uerascopiofa-mete.^Affí ciue temos fabido nacçrefla aruoremordl dc quatro princípios dãlmaliures:& delles naçe obrar uirtude ou uicio? çy da uirtude a felicidade^ dos ui-cios bruta eleiçam 7 er ijlo bailepera declaraçã delia i^ánónio fPois deu adifinçam da uirtude emgçnero7

wdifjeque todas alinham própria,fca agora faber a que cada bua tem: er ajjy je tem própria matçria oudrjc eflas uirtudes exercitam ? ca fegundo os nomes d d!as er dosfeuó eflremos parece terê diferentes oíei-tos. (Pay) Bem te lembra fie do que falecia pera de claraçãda uirtudetpor que(fegundo ^írijloteles)em as autiuos ciências as canjas particulares tem mayór cçrte?a que as mriuerfaes:<&» id parece que udsfentín-do algtía couja da uirtude poü [abes requerei oqueco ue pera perfeito cohecimeto delia .E quero começar da jirtnde mais alta na ordem dc/la nófía druore; dan doprimeiroadí{inçam7i^ dt fídiremosacçna de. qut matçria trata* U mm em efía d:uorc ,odolos nomes

"• das

o

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^ DT^fLOGO DE m ãas uirtudes cr uicios com as mais partes delia em Ia• iim por amagefláde que cmfí tem, poflo que nefla prática os tratemos em linguagem. rPrudençiaç bum habito dalma autiuo, qu& encaminha todalas outras moraes uirtudes a feus propríos fijs,Trata a cerca das coufas e particular:ca ejle ç o feu oficio yaphcar as uni" uerfães rçrfras aos particulares n.gócios 7 & de mo-

Jlrar como deuemos feguiro bemfogir c r fofrer o maUIufliça ç bum habito per o qual os homêes fé defpoem a obrar,& querem cr fazem coufas inflas• Trata a cerca das coufas queasleyes reitamente cott jlituê cr uçda> Fortaleza ç hua uirtude que faz aqui d temiam fer temerofodehonefla mórte?nem feefpan tar das coufas que defubito podem a contecerjrazett do a mefma morte:& cfleço feu oieito « Temperança çbummeyo antre as deleitações çytriflczas, cr tra-ta a cerca dejJas coufas,"Pero tem efla diferêça em no-mesitemperança a cçrca de beberycr auflinencia em ca mer^pudicicia^caflidáde, cr uirgindàde7em os autos ut tiçreos fegildo a diferença delles7 Liberalidade efla em dar cr receber:guardando oweyo em todas as circilf tancias dar azam 7 c r efle ç o feu oieito*. Magnificetia f bum meyo que guarda co reita razam agrãdeZa dos ffaflos cr defpejas,E poflo que ã matçriaêquefe exer cita feia ada líberalidáde?tem efla diferença que a libe

rahdade?

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R BC BITO S MO K m ralidddeejld em pequenascoifas tttagnijicecid em as grandes. Magnanimidade e bua uirtude com a (quando ella fo jfedina de grandes honrras) pode mos

jofrer ma deram êi e honrra ou iniuria ? boa ai/çrft fortunaefta ç a matéria em que apodemos exerci-tdr.ModefliaÇa que tabe chama amador de berra): chümeyolouuddo acercadas bomrastncãas:& efleç o (eu oieitoSP or q como a liberalidade ejld ê dar cr rt ceber pouca coufa, & a magnifcêcia ê as grades :ajji a modejlia efld eas borras meãas & amagnanimida de ê as grades* Ma fida çbüa uirtude que modera, aira pojío que imprôpriamête lhe da efe nome amingua de mcabulos:por que m uerddde efla uirtude ecuio lo-gar d nos tomamos:ç btí meyo antre mafídã £y= ira que jam osfeus extremos, a cerca de/las duas paixões trata. prtrdader^ífabiliddde gr Grácio)[idadejam tres uirtudes que trata a cerca da conuerjaçã humana per efla maneira, j/erdade çmrtudcperaqualafji em palauras como egraues feitos alguefe pode mamfeffar fe defii e/cofíder algtla coufa: ^r nefas partesfeacha» Afabilidade (a | tabê impropriamete der\í nome de amiz ddePpor aJemrfbãça cj co cila te):ç hua uirtude <f como a uerdadetrataa cerca das paíauras,peró icefa àifereça que êcoufas defuflaçia fe chama uerdade, & ias de folgar afabilidade * Afilai O' mais baixa uir~

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>w DIALOGO DE. mz tudedejla noffs aruore atnlgua de i/ocabulos lhe cba mentos Gracioftdáde? aq JArifloteks chama Etrapc Ua:& diz ferhítmeyo per oquãl algue fe pode mo* jÍrar gradofo em dizer com graça as coufasde pra~ Zer^aque chamamos homedepaçofem efcandolo* Ept ro que esla feia amatçria cr oieito acçrca de que ca-da Ima das uirtudes trata: ás de entender que tem duas partes,a bua chama matqria propinca c r a outra ma-> içria remota,(Cate. ) Sã entendo os termos; (V ayj '"Per os exeplos 6 entenderas:^ fortaleza trata a cçr ca de temores oufadias > como matqria propinca £T chegada:porque efles temores cr oufadias fam afei tos do animo? & acerca dos autos cr pirigos daguer-ta q matéria remota c r apartada, E omefmo podes fentir da temperança,aqual trata acerca das deleita-ções cr apetites como matqriapropinca: cr matqria remota fam acjucllas coujas c[ue prouôcam e/las delei-tações cr apetitesyComo comer, beber, cr outras cou-fas que daqui nãcem, Em aliberidáde matqria propin-ca q a cobiça de ter: cr remota oproprio dinheiro. E por que em todalas matqrias acqrca de que a uírtucc trata}auia ejlas duas partes >propinca& remôtaidifjq-ramos fílojofos que a uirtude liam fomente trataua acerca dos autos cr obras? mas acerca dos afeitos cr dejetos tem hmbraça de fias duas partesporque te,

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BC EITOS M O R ^ X m fçrucm muito ptm apmticado iogo, (Caterina) Em ajilójopa moralnam ã hí mais uirtudes ípe citas do Ze de que trata?((Pay)Sy.por que largo modo (jè» gundo osfilófofos qual quçr boa. defpofíçãç virtude, per o fá eram éflá diferençasse a biías própriamett chamaram virtudes como ãprudençía?iufliça?fortak Za7 teperãça*outras miniflras da uitude?como co

'j tlictílííct iudicatíua & cetera ? que miniflram ain-da a prudência* ^outras comoper(eueranát7 & co iinençia?preparaçoes perã auirtude, <&a outras [obre mrtudaas quaesjàm huasaqueelles chamam heróicas que compqtem a homees ia consumados em pureza de rnda..(Caterina) E deitas doze ã hi algilas maispri ápaes que outras?(7>ayOSy, ^Ãprudência, lu fíi-ca?Fortalcza7 Teperançata (piepodemos chamar cardeães, ( Caterina)Em que fam tilas mais princi-paesf("Pay) O uuçram eflã prímineçia por parte da m aí aia acçrca de que tratam*, £rporraza dofoieito m que ejlam?de queiâ falamos; & por parte do quefe requere pera bem obrar?queãdefer?prudete?iujla?for te?%7 temperadamente»(Caterina)E fta> quatro tê úüírcjípreçedençiatTayjTerA? tJprudeçia porfer guia que. ordena todalas outras virtudes aJatsfijs ç a« principal: ̂ pera apratka do nófio iugo uai dozeç onumero de iodas ? por qjte qn:ntçm efta confegue to-

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/. ' »» DIULOOO DM. m, ias outras virtudes morãesJustka porfer hucompof to de toâaias uirtudes ê quanto ç uniuerf ítl?<&* êquan-to particular trata a cçrca das comutações cr deílri bniçoes das caujas?ê .que eflã todo otmyoáo dauida hw manatç afegunda êprecedtncia, er uai dez * Fortale-za por rejbonâer o feu numero ás ejpçcios que tem?ual cmpotpor que âhifortaleça ciuil?militar?per ira7per sfperanca,cr per inorançia. ^Atemperança uai qua-tro por ter outras tantas partes.fflfobrLdade ahfü-nencia?caflidade7&>pudecicia* LiberJidadç porque êjla m dar ç receber que fam duas partes uai dom; Mamfçeçia uai três, dom que correfpondea dons deitos que tê.Jf*fazer obras ê louuor de deos^ym be nefído darçpubrica? e r o tercçíro ftefobrejeua êgra áeza a liberalidade * Mananimidadt tem quatro oiei-tos ondefemojlra?honrra?defonrra7boa7 çrauerfa for tuna:^ outros tantos ualModqàta por tratar fo-mente depcquettas honrras uai domque ç amçtade me-nos | ama nanímidade * Manfídam uai outros dom: por corresponder a duas partes que tem a iracundia CG ira quielh ç?fadiou difícil, herdade por tratar de coujas er pdláuras 7 uai dous* Afabilidade ergra-áofídadepor tratarem açerm da boa Couerfaçam ual cada hiíafetuTèmais ejlas uirtudes outra caíidad!e f femperaapratka dcnopíogo^quã calidádt lhe

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RECEITOS MQRZ<f* m ãd mais ou menos ualiado que naturalmente tem: çy ejla calidãdefe chama intêfã ou remifíã„ Torga uir-tuderemiffa menos uai f aintefatquãdo osgrãos da in-têfttrefyaffã os grãos naturães y te a outra uirtude, pojío %perjuanaturezafeia demais dltogçnero, Quç ^ ro dizer f quado ãgraciófídãde(c{ç d mais baixa uir j tude na ordê das outras)tê, xxii) grãos ie intêfaa iü-! tãdo aefles hu que dia tê de ualiafam.xxiipj.ual mais f a uir tude da iuPxiça co.xij.graos de intenfam? & pre-l cede d êdousgrãos.Vor queaiuntando ejles.xy grãos ] dluflicadeintenfamadezque tem de ualia natural7) fam; xxij, tirados dos* xxiiip da graciofíddde ?ficam dom^per tantos excçde d lufliçaper ejle exem pío podes fentir as intenfoes cr remiffôes das uirtu-dcs.E quando os grãos do circulo onde efles dous aci dentes andam efcritos(como adiante uerãs)forêiguã-es aos grãos da ualia natural 7 quçro dizer que aos dez q têaiu(liça je acrccêtam outros acidctaes per de-moJlraçam>nãaqui intenfam ou remijfam: o* por que ijlo fçrue mais emapratica bafle o dito quanto a eílã pãrte>(\^fntonio)Quantoao que toca arfpnçiada virtude & asjttas ejpçcias <çy acidentes id minha ir-maa cr eu p temos dado amemoriatficanos agora fa-li tr que caminho auernos deleuar per a confeguir ellas uirtudes quado nos acharmos êas matérias acerca efe

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ftlULOGO ÜElmZ : quetratam. ('PayJ O niak certo caminho ç traba-lhar cada bü por apartar de fí todo uícío os afei-tos delle, cji ç amatçria propinca gr remota de q orafa Íamos tqfam os afeitos & obras ou os dejiíosgr ázosP

j ç mais comüt principalmete acpielles a q fomos mais incíinados?por jfogindo os eílremos a [am os meios: taremos tomar omeyo q çãuirtude^^Antonio) Co mo poderey conhecer qual dos uicios me ç mais cotraí rof(rPay)Ia êapintura daãruore uiHe quaesçraos excçjjos os defeitos9 &adíãte onde declarar os fini ficados díflaspçcas co que iugãestuos dírey cptál dos dom eflremos çmaís cotraíro â uirtude.^^quipor n Jp o der ao que te coue? tomarás diâ regrai aquelle id-eio çmais danofo-onãeâmayor atuarem ojeguir Zf? mayér dor eoleixar.E iílofe emeda aomódo da ãjt torta, f,tãtogrper tantas uezes ã torce pera parte co traira defua tortura?tç que toma melhor natureza/ quando dleíxamftca emeyo de duas torturas?hua na-tural gr outra artefiáal<^ffíipera cofe^nir a uirtn-ãe dafortaleza,por que fraquezaftu defeito ç mayor tdefa Jjie o excçffo?deuefe cadahü jffor tocado delia mprmídide inclinar tanto <gr per tantas wzes â oufa if^içfteoabitoíhefaçaperderoãcfeito ^ ficarem mty&âdíes dons diremos que ç virtude .{' 0An-

" tonioOJSmjfttyofè poderá i f f o milkrf c rt(Pay)

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^ P R E C E I T O S MO RUI Em a mocidade embuant o na a habit o de pecar, (Ca terinajPoisahi ã têpo?deueauerlogarfçPay) O lo gar mais coueniente ç antre os boos uirtuofost por que fuas obras nos efyçrtam cr couidamabetn obrar* (Caterina J ^yinißo modo pois tem tepoçy logarf (Pay) S y7eßguardando t odalas circußandas dapru ãendatpor que como iauiße?a uirtude trata a cerca das coufas em particular. (Antonio ) Logo particu lares preceitos deue ter t (Pay)Muytospreceitosfa efcritos de cãda bua das uirtudes aos quaes uos reme-totpor que Co eßesfracos princípios que{imitam drte, fera entrar è doutrina? ã poderey es coïtfeguir percuti-do daquelles que bêefcreueram delia + Pero por naß-cardesfem algü conhecimento defeust preceitos poerey aqui algum notados de muitos autores que achey reco legidos per Fabro tratando eßa matéria de uirtude, E por fua mageßade uam em latim ípor que tenbães graças ditos moraes pera dizer ao mudar das pe-cas ê apratica do iogo?ao modo dos que ioga as táuo-astos primeiros fam da uirtude em gçtiero cr os outros feguem fua própria uirtude*

T/ir tus,

Te ipfiim perfeito* B onurn infítum augeto?

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s» D J J I O G O BB Summopere uitium odito, jSïrtutemcolitOé Qfficium exercito% Medium teneto*. XJepidmmis* C ognofce teipjum* Virtuti te natum memento* jArtutem laudato* cÁuitvjs abjlineto*

WV Trudentia* dK

!Prudent em ducem dígito* Jpfo ut oculo utiton Vires tuas metitor* Finem cogitato* Teipfum cognofcito* Cum facias cr c»;// quo. Quando ubi cr quo modos Maius malum tnagh deuitato* pTohtptstum retia fugito* CW emtt muta conjïliunn Qpportunitatem expeãato*

SHP luflitia* fèe,

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RECEÍ^" itiam colíio*

Legibus ohjapdton JDemtt timeto* ]D cum juper orneia diligiîo * Troximosamato * 'Parentes honoraio * Benefaãorejlo, AÉ^uitatem feruato• Iniuflum ne imitator*. Ex leges] fugitOi. Age iitflafunU

Fortitudo• ^

MO RAI

"JP! í*i lPatrîam âefendito] jParcniistuetor*. Jflil temerariu$ attentate1 f f il timidus aggrediton p'bicjue medium teneto* ïgnofcas aUjsmulta?niltibL Audentes deus ipfe iuuaU Vin eji accidentia género fe ferrei

Twgerantia* bb iüf Ser

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H msr§ JJ U A u u u- u ^ ^

Senfuum illecebras reprimito* Qio temperate utiton Tottifobrius eilo*

caßus* Candor emßeruato* Intemperantíam fugita1 Temperantiam exerce-,

&& Liberalität*

Liberalis eßo* i^fliorum miferefcito, jEgetios nißtato, Sitientes potato. Famélicos pajeito * Captiuos redímito* J^udos operito* Jriofycs colligito. Mortuos fepelito* "Parta conjcruato* *Par:usneeßo+

Idiíarem datorem díligit Dem*

Mt; Magnißceniuu <m

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G/í. p. y P R n c n n o8 M O R ^ *« Sanãa loca injíaurato* Deu temph bonoratov Ciarus magnijícus eílo jPamfieus nilfacito*

^ jMagnanimitat* têÇ,

Sempiiernís hcereto* Caduca contemnito* «Profberis nt extollitorv

depjcitor aducrjis* 7 lonorcm tie arrogato* Qciofus efjecaueto* Js/í? qiia ms de re dokas* 2 eaáinuideast. l^íolentiamodf.riSé 'Pietatemfcãa/e* JSccuiminiuris*

In dígniiattmodejímepCé In magijlratu te uirum monjlrato* Tropterhm^m mülumtyaritó*

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ï à B ï U L Q G Q DM m

Beneßcij accepti memento*

Sdutato ïibenter jSFeminem irrideto* Incopo fitos rïfus uitato tP romptior audito* Omnibus placeto* Doãiorem audito*

Litem oder is* FLefponde in tempore*

^ C omitas*

Depoßtum redde* J/eritatemfuIîîneto

Eademcfc facito

Dexter comißcfe uiuito Feßus recreato* locus caßus eflo* Commodus efio* < ..

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t) & -r ECEITO S MO R U . fiK T/ana ambitionem ejte cogitatól I^efe honorem dignus recufatQ ]NTefy uncparrogato* JSeeffiraris gloria* Cede magnis* JSdortalia cogita* JSefístmcjíeílam

Jylanfuetudo,

Mitis eflo> Iram cobiheto* JSdalis indulgere nólitol Licencia nepeccata crefcuto* JDefdioJusneeJlo• Inimicitíamfolue*. Parentes pacientia uinct• JracundíS moderare*

p^eriias*

Quidquidpromiferisfacito í^eritati ad b areio*.

»

jNe lo^uans adgratiam* ^Arcanum cela* Lucrm turpc rcs peftmal >

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DI^ÃLOGO

Qmnis obcotnitas abe/lo, Choreas aleafqueftigito*. 'Turpes facet ias uitato* JrliHriones damnato* S curras damnato«

J O is têdes uiílo afigura da druore moral como theórica da uirt ude^pera poderemos ientrar dpratica delia t quçreuos debuxar )as pçças do iogo? & declarar ofeu oficio.

jPor que ej?as per que ambos efluddes ainda Jam de-fdtuófàs&nam tam comparadas como conuêa cou fa que d de fer aprefentada ante aifantenóffa f mhora*

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sor *PRBCEITO S MOR W* ffirtudes* pactos perde feitos.

ilj, ! A T T \\ 11

wWcx* m oJJ/}

fãltld. <

Malícia.

ífprudentiay •Prudência,

5implícitasy

Simplicidade,

Jmdelitas, Crueldade,

Juslítia, XufticJL

Moílicies, Brandura*

Uudatia Oufadia«

? l7ortithlo?

Fortaleza» TémiditaSp

Fr ue7-»

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ZV D I ^ Í L O G O D B A *

Inícios jP er excçjÇo. Virtudes. Vicios per defeito.

Intmptrantia. Intemperança*

Tcmperantid, Temperança,

(ÍINSÊ de

Xnfetijibilitas, Infenfíbilidade,

*Prodígalíta$. Prodigalidade»

Liberalitas, Liberalidade,

^ A u a r i t i a 7

iluareza.

JR.llditdS? Rudeza»

Mdgnificcntid, Mamíicencia.

'pujillitas, Pouquidade»

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• ICIOS

' ^ P R E C E I T O S M O R ^ f .

'Perexcçfo* jSlrtüdts* J^icíos perde feito*

Frefun c-íiiii* Mananimidacic. 'PitfíllanimitdSy

Puffilanimidade*

Aínhitio. Rfíimcm ÏB,

JSdodeßia; Modeítia.

Honoris uacuitas, Semlionrra.

' ' ; > 111]

li l\ í í \ u U ' jj II

Ira. ir», a

JSianfùetudo7 Manfídam»

Jrç uacuitaSp Brandura*

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DE. a* Initios 7>erexcçJ?o, plrtudes*

cArrogantia., Arrogância,

p^eritas, Verdade.

• 7íáos per defeitos,

Diffimulatio 7 Diílimulacam»

i^Aduíatio? Aduíacam.

c/Íffabílüas, Àfabeíídadç.

Contention Geateiiçam«

Scurrílitas, Chocarraria,

G omitas, Graça»

JEiuilícitas? Bruteza.

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7>RECEITOS MQR^f. Sta táuoa que c a primeira peça finijica a ]n6ffaalma.,ca fegüdo Árijiotilésqcõmo

t1 bua tduoa rafa [em pintura. E bem como ' íI ** Jem nójja alma fe concçbê todalas nofjas

operaçoestafjim ejla tau o afe exercitam em modo de iogo.^Xqualtãuoa correfponde ao corpo humanoft nijicado pela alma:donde naceo a moral aruore que a trãs uiJJes. Os tres circulos comfeu mojlrador que ef-iam em meyo da tduoa 7 refpondtm is quatro raízes jgr princípios da aruore:efpontaneo,de confultaçam7

âeeUiçam7&' uohmtarioJDos quaes refultao liurt arbítrio quejepode entender por todaacompojlura circular7que liuremente rôdatbora as direitas obrado uirtudcybóra as uçfas cometendo uicios7<&porem pro pYiamenteo ta ojlrador Jçrue aqui de liure arbítrio* (Caterina)Qne denotam as letras O"' números que ejles círculos tem?('Pay )0 mayor circulo febem Co tares tem trinta (grfeys cdfastas, xij* da letragrojfa fã das.xij .uirtudes as quaes imita ao toro da aruore: com feus uicios a cada parte,de mangra que fica cada bua em meyo de dous* O nome de cada bua, ejíd eferí-to com as duas primeiras letras com qu efe eíle efcrçue em a eferitura latituuOs números que tem d cima em o circulo rnayçr, denotam quanta ç auirtude em a 6r dern dcllas f.i.ij.Hj.íiij.p, ri.&cetera* "Per o numero

% cc debaixo

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^ DIALOGO DE a* debaixo fe êtêdeáuaíia natural,como ualeraprudêáa xpjjufliça.x.fortakzajh çrfegudo atras uí fie. O nu mero cf cada hüdos uicíostêêcima?deiióta cjuato ena or de delles,guardado d das uirtudes a <f t, ufa cÕtra rios; Eno circulo debaixo cilas auat letras\ex*denóta feracjlleo excejjo&p eflafyUaba,de?odefeito>TJãtê numero deualia natural como a uirtude por j o uicio ç tapouco efy q Ih d na podemos ddr.Os números do cir culo fegundo cffe moue?faosgrdos aádêtdescflheddo ftajjo liure arbítrio,qnado manda qfegüdo o numero delles a uirtude ou uicio adep ascafas do tauolcimaos ([uaesgrdoschamamosítetifaou remiffãdencjfaso-brasyEds cafas dejles eirados .chamamos cafas dos au tosímores&matçríapropka:çrdsdotauoleiro/cs exteriores?cffimas tauclascõ fandamos7 j denotam a matçria remota, O circulo menor de todos q ejld re partido en.xippartes?chamafe círculo das paixões hu-manar,correJpondetes ao numero das do?e uirtudes: as qudesnãpodemos obrarfem algüa dejlas paixões• Efegüdo ella ajji recebe a obra a calidadePahtt da na turul çt tê;como uemos êorayo dofoi f toma acidc-tal cor fegüdo auidrãça per f pd(]a,( Antonio) Co mofe chama efjas paixões íPay)Ãnior?Od\o7 De feio, Auorrecimêto.Deleitaçam? Trifle^a, Efperã ça, Defefperaçam, Temor, Oufadia.lra, Mãfidan Enãteêbarda jíasduasJra er Mi rida ejlarêno

medeia.

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•hp "PRECEITOS MOR<jT. meadas èaaruorejma por uicio&outra poruirtudei porcjcomo ladijjçmos eflaa miguoade uocabulosfedo propriamete paixoes.(^AiitojTe e/fas paixões pro frio logarc'1, nós como o te as uirtudes ?(7Pay) Suo feu lagar ç o apetit&fenfetiuo:&poriffofam ellas pai xoesyos primeiras feyes efana cocupicibâe?& as ou-tras feyes ea iracibile,(^fnto,)Mais paixões deut mos ter q ejlas dozetporq eo dialogo qfez da uiciofa uergonba9me difje q naçra uir tu dermas propriamete paixa dalma.& q por denotar animo gêneroJoçra fá meie louuãda.çVay)^Affi enumero mais fam q ejlas do?e0p orq temos ainda ejlas çtquofZjélojGra ca, f/trgonba, Enueia, Indínaçãias quãesfe reduzem as ovarasrZLelo & Graça ao^Amor J/eraonba ao

— * o

temo n En uáa ã ira, In dinaçããtrifleza, (\^ftu) Que jtmtÇT oficio ç o fcuf(7>ay )Quado as obras fã pera beferuêejlas;^f nor^Defcio,<&>Deleitaçam.Go o amor qremos a çoufa9cS o Deffeio dbufcamos^co a dekitaçã ã pejfuymos.Se as obras fã pera malferut as tres cõtrairas a eflas,Odio ê efrer, ̂ Auorrecimièt o ê bufcar7<&trijleza e peffmr.Edas outras feyes f ejlS tia iraábikefpãça&defpaçãfe ordena pera be7&as outraf quatro pera mal O rdetiãfepera be7porq quaft do f> br eu eco ufas difcuhófas qfrfpãfrue a efpãça: er deffallecêdo delias a dcfefpaça.^ás outras te ejle refpeito?ou, nal epreJente?oupor "irfepor uir?ou 6

cc ii come-

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DI,XLOGO DE ** cometemos em que ctra a oufalia.ou fogimos delle em quefqrue o temor, Se o mal çperfente, tam bete dous refpeitos^ou nos moue a uingança em que eflã a Ira?

ou dej falecemos da natural ulgança q próprio da man fídanuE como das paixões je diuçrfíjicã todalas

c obras7conuem com diligencia enteder em quães nos de leitamos7ouéntrijliçemos?quães efperamosyquáes teme mosiporque per a a pratica do iogo uay muyto.Epor nam tfiardes ambos fazendo difcurfo com o intêdimê to das perdas & ganhos que tem eflas paixões 7ajji as pera bem como pera mal quado ingafes da uir tude ou uiáo:ao pç de cada bua per efla letra, b, que ues eferita no circulo debaixoJimficamos be7&perejla.manaU E eflas denotações nam uatnalijegüdo a diuije t que aqui fiz çmos,mas fegiido o que requerem a uirtude ou uicio quando fe mouemiporque nam ternos atti refpeito a mais que a tempo prejente7 &feça paixam dc bom ou maogçnero, <&cafí todas uam reduzidas ao amor como ao principal dõde toda las outras nacenu (y^fn tonio) 'Parece coufa imprópria nacer hü contrair o de avo er que fe na pode compadecer ódiofer filho do amor.(Pay)Pera jenteça de dous contrair os em hüjoieito bêuãs tu> mas iflo tem diuçrfos refpeitos per aqui o fentiras. Quando eu auorreço o uicio ç po-lo amor que tenha a uirtudeaj]i o diz ajentençu

de

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"PRECEITOS M O R ^ f . at de Horácio• O* boos auorreçerapecdr con amor da mrtude7<& os mãos co temor da pena? gr ejle temor ndce do amor que a fí mefmos tem, ^ í j f i que o amor ç fundamenta de todalas outras paixões7 gr teme fia

' ordftftantrejLPorqueo defeío eMriba 110amor7pre cçde ao auorrecímiento que ç feu contraimo qual fe ef força no Qã,o.^A efperançaper ejlefundameto prt cede d Defperaçam,& o Temor ã oufadia?lra d ma Jidam? JD eleitaçam d Trifleza* E porque a matçrid de fias paixões requçre mayor logar?por razada bre

- uidade q tomey por fundamento ?pera efle nèfjo iogo todo o conhecimento de/las paixões fçrue a eilejim? Quandofe mouer algtía tauola de uirtude com paixa ptrabe ganhaife çpera malpçrde? & ao cotrairo êos uiciosíP orepie quado eu faço algum co i^ímor, Defeio?Deleitaçatn?EfperançaPOujadia?MdfidaA por agraudre mais o uiáo?mayor pena mereço+cafc obrdfje co as paixões contraíras a ejlast como depois uirds êapratica ondeuay taxado o ganho & perda de cada Ma dejlaspártes*Têmais efles círculos o mo-jlrador que(como ia dijfçmos)propriamente frruea-cjuideliure arbítrio,E fegundo o qtteelle demójlrade pois (pie todos ró dam,afli andamos ca as tauoas (<pit fam os autos exteriores) tantas uezesfegundo fcus mo tdmcntosite quepafjdèts todalas cdfas do tauoleiro,

cc iij (a que

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D T ^ J L ü G O frf I*podemos chamar difcurfo da uída ) chegamos ás tres calas que ç o afento dafummafelicidade ? premio & galar dam das boas obras, Eejlas tres cãfas das uir iudes tbeologdes correfpondè as outras \.,t âmoremo ralEjU ejh tauokiro repartido em tres terços cada * # ãe.xij.cãfastoprimeiro reprefentaaprimeirapar-te dauida que ç a idade da puerícia, o fegundo aidade iuuenil c r o terceiro a idade da uelhiçeOu per outra maneiraÇftgüdo ^Ãriflotiles)atribuamos efíus tres partes a tres grãos da uirtude*ffxontmençia7tempem ça?&gráo heroico, Ou digamos Co os theSlogos o pri meiro feia dos principiantes e uirtude7o fegundo dos <f aproueitãnella cr o terceiro dos queiãfam conjunta dos.( ̂ Antonio)<^ACuiorefpeito chama primei', n ,rk gundo terceiro grão f(P ay refpeito de dous iu-gadorespoupor mâhor dizer dous exercidos: hücontê platino doutro autiuo?quefenelles reprefentaSPorcj de bua parte ejlarâ hü&da outra outro-o que tjteuçr d ma direita da felicidadefera d cotemplatiuo? cr da matçrta propinca.*cr ô dama efquer da o autiuo&da matériaemota.E refpeitatido o logar que cada hü te. nomeamos os terçoside maneira que o terço <ffor pri-meirogrão a hü fera ao outro terceiro ao cotraí-ro o contraíraprimeiras tres cãfas do primeiro terço de cada hü dos iugadoresje cbamã ~ãjas do naci

mento

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tw-PRECEITOS MO R U . mento ou da inockíayem tf entauolamos as tâuoas, fe gíído adíatc uerãs:& daly começamos mouer nóffos autos^merecendo obrando uirtude, c r defmereçêdo o-brãdu riçios.E as tres cãfas do terço deradeiroje cha maedfas da morte ou da penitêcia:pem da ly entrar ê a outra uida?êque ejld o merecimento dc no f f as obras q/c reprefenta per a fuma felicidade. Us tâuoas j V notam os autos exteriores fam uínte quatro: de que as xif reprefenta as uirtudes, cr corre!podem coaletra CT números aos autos interiores que ejlam em o mayór circião(como ia ulmos)aqueeUas obedece. Vorfqua âü o Purê arbítrio demójlra <f fe tnouaa prudecia em nós?andamos Co a tãuoa da prudeáatadenotar fpoe mos em obra aquelleauto interior de uirtude^ c r per ejte exeplo podes fentir os mouinmos das outras* Us Xij.q ficam reprefentam o; uícíos tf tã bê a efe modo adãfe Ó denota o líure arbítrio,(Untonio) Seelles fam.xxiiij. como tem.xij.tâuoas f(Pay)Effas*xij,tê xxiiij faces: & cada face tem büuicio. E bem como a ejles nãdçmos própria ualia por lhe dar menos poder*, CTfó mente Ibefant cocedidos os grãos acídêtaes: a f f i nam lhe fremos dar tduolaprópria mas mijlicaantre ãous^porqtãbêco o numero delles fora o togo dema~ w uícios cf uirtudes. Eejlas tauoas têacor caforme aos iãgadomtas braças copçtem ao cotemplatiuo. c r &s jpmasaoaií iuo, 3 porque anteporia mais retenha

cc iiij ejles

J<y

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D I ^ f L O G O £ > £ ^ efles prícipios mordes q nejlapdrte ç hu principal futt damentomam todalas tauoas polias na ordem que ui Jlc a nojja aruore moral adjiê ellas imita• forjí

tê dentro ydgiota os nomes de cada buatcífow por mais façil o poemos êlddm ao pç expoemos ê limuagê.E a letramu q cada hl dos uicios tem?denóta j v aquelie uicio mais contrairoa uirtude que o outro*. £ iflo baile quanto a expofíçam das pçças c/fy de feu ofciotagóra ueiamos apratica delias ççyem que ganha &pçrdem?&primeiramente como je entauolam;

'

\ *

P ratiça do togo, m^

Ç o mofe d dentauolar;

T Qdalas.xxüpj* tduoas de cada hüdos iugadores Jeam dentauolar de quatro êquatro7 em as primei

ras tres cdfas a que chamamos da inccencia.Eper ejla maneira ficam repartidas em ires terços correfponden tes aos tres do dif:urfo dauida que tem o tauoíeiro, primeira reprefenta opúmeiro7a feguda o fegüdo cr a tercçira o tcrcçim E em cada hiíadefastres cdfas

fe afentam as uirtudes conformes a idade que reprefm ta^correfpondendo ao feu terço per ejla maneira, GraaoJídade?afabúíèide?Verdade?MãjUãlcafa*

Mede-

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P R E C E I T O S MQKZ*. ModçJlia?Mananimid<tde? JSÎanifïçencict ? Libera-idddev——— — • —-—— ij cãfa* Temptrdnça9Fonaleza7blUçafPrudenckM cdfa Jd cada bua fe afentáfobre o feu eilremo: em final que no efiado da innocençia àfmfualidãde ejlãfudita ã ra %am.E afãee mais contraíra ã uirtude ejiarê ^ _ otauoleiro por participar menos delia*

Regras geráes. f

P.P imciraSTodo ganho êoprimeiro terço âos prin-cipe kcs çfíngçlo? <&no fegundo dos proficientes do brado,& no terceiro dos confumados très uezts tan-to como cm o fingçlot& as perdas fçguem amtfrna rç-g** (ingqU?dobrada cr insurges tantav && Segunda; Tbdatauoatêbu de quatro aciden-tesPintenJamPremiffam?paixam pera bem ? paixam pê-ra mah<& tnuitdiuezes huatauoa tem duas partes def tas fegundo o demo fira olíurc arbítrio* Intenfaou remifjaênojfos autos : ç hu açidett que dá mayór ou menor calidãde auírtudeem feugçnçro doq dia naturalmke teperfua ualia^per ejlc cxeplo.mada o liurc arbítrio efa uirtude daprudeçia ande feus, xtj» grãos § tê de ordè,er tato* cãfas andai cr porque tê

'xij.grãosde ualianaturãl anda outra$<xí]>Zf}'por qut w'oshudor ?ocircuh das itttetifw jy remifocs de-

ccp nto-

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mcFirothxxiüj.potos? f ç o mayór numero jfaíi ejlãt dizemos q te.xij grãos de intêfã por qper tantos pS-tos excçde aos.xij.graos q tinha de fua uaíia natural. Efe demojlrar, vLpotos diremos.vigi aos de remijfa por lJper tatoi pontos na chega í ualia natural E fe 2:mánHrar.xij.naterãintenja nem remi(Ja7porfer igiuA numero ao da ualia natural: cr per ejle exemplo

jepódcentêder as intêfoes remijjões das outras uir tudcs.(\^ínto.)Eos uiçios tê efle acidente da intenja ou remifaf(PayjSy^pera e.fte nojfo iogo tem o cotrairo rcjpeito da uirtude:por 5 neíía as intcfJes ç ganho &nosuiáospda?nellas as remijfoes ganho ?

em auirtudeperdafpor q quado o uiçionãlçua muy-to feruor ê obrar & uay remij?amente?naç ta da nèf-fo er merece menos ciãpa.(Cate.)Seo uiçionatem ualia natural?acuio refieito tem intenja ou remifamt (Pay)^ío rejpeito dos números que tê de órdê: & quado os grãos do circulo das intêfoes ç igual aelles? napçrde nem ganha ao modo das uirtudes.Ç^nto.) E que efeito tem os outros dons acidêtes q difie dapai xãpem bem ou pera maU('Pay )Tm o efeito das in-trujões remifoesPaçêder ou reffriar mais ou menos qual quçr auto:<@r çbiízelo que faz diferentes colidi• des?ou pera bem ou pera mal?cotno uerãper efe ex em-(h j ora exemplificamos, Eu faço efle auto da pru*

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^'PRECEITOS MO ücX ** dençia cofeyes grãos de íntenfam9fe fôr co amor qç faixa pera hem?co ejla calidãde acreçento mais na uir tudeangrãos de merecimento gr tantos ganho* Efe for co odio7eíle deffa? aintenfam g r gãnhà nem perdetpor q quanto aintenfam açendeo tato refffou apaixaodio:afsi q podes dizer oqganha bupçrds o-tro< ("< Anto JE quãdo em auirtude ouuçr remiju ^1

paixa pera malt(7^ayjVçrde dobrado, por que co-mo ganbaita.xij,tetos,vt pela intenfam gr* vLporfer co fwrtaffiperde outros tantos porfer co remifam g r odio:<& per ejle exemplo da "Prudência enten-deras Jproceffo de todalas outras uirtudes; E a cerca dos meios tê fe aquélle refpeito a eíles tem nas mtenfoes Z<r remifíões: oque na uvrtude qganho ç nelles perda? gr onde ella na ganha nem perde?eíles outro Unto>

iPj.Rçgra? Quado o liurearbítrio em o circulo das uirtudes g r uiçios[ena determinar è q cãfa e(la:fã lha aquelle lanço> E em os outros dous círculos na fe entende efie falharfomente andaatáuola fem .os aci-dente: que nelles eflattn

Regras da uirtude*

3NP iÜj/Rçgra* Toda tauoa perafubirâfummafe íiciddde â de correr o difeurfj das.xxxpL clfas ? g r g

f m mWicritofrafgundo mandar cliure arbítrio* .

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w D I ^ Í L O G O D E * *

p.Rqgra toda uirtude pode ter tres monimmtos âous naturaes7 <&hu acidental:os naturaee famos dons números que cm fí tè? cr tãtas cãfas andarãto de-cima que q da ordem primeíro?depoís o debaixo queç da uaíia natural O mouimeto acidental[fira andar ta *ts <*ãfas adiante como tem grãos de intenfam:^ mais aji ntarã defóra tantos tentos ? &fe teuçr remiffam pqrde outros tantos* E nam tendo intenfam ou remif fa:andafomente osdous laços fem mais outra ganho*

PÍ, Regra/Toda tãuola de uirtude quefemouer copaixapera bem?tendo intenfam?ganba tato: *nto$ como forem os grãos delia tendo remif?ã? dejcon-tarfeã hu acidente per outro?fem mais ganho ou per-da * E nam tendo intenfam ou remiffam: por, razã do zelo pera be7ganha tatos tentos?como teuqr de grãos de natural ualia*

pij* R qgraStoda uirtude que femouer ca paixa pera malco remifam?tem duas perdasihüa ãa remifía CT outra do zelo pera mal P & pqrde tantos tentos quantos forem os grãos da remiftam * E tendo inten-

fam defeotafe hüacidetcpor outro: cr na tendo intett fam nem retnifiam, pqrde outros tantos tentos por ra-zam dapaixam pera mal quantos grãos tçuer de ua-lia natur ah

piij*Rqgr<tiTodauirtudequadofemouer pera ai

ê **ua

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W * P R E C TTC S M ORA ** giïa cãfaPacbando nellahua te dom meiosPpodeôs Ian car fora; & ganha t atos têtos como ãbostedegraoî de ordë?<& iflo je entende afjï dos feus próprios nicos como do outro iugador, M achado tres uicio s poerfed na câfa uazia que achar atras?fem daquelle laço parlar adiantepojîo que a inda tenha outro mouiment-

ix,R cgra.Toda uirtude que entrar em a pr ^J ra cãfa dofegundo terço?efiando ella defpeiadaP o q aly ganharfera dobrado pela primeira regra gçrah çyrnaú ganba+xvj .tentos por as.xij.cãfas da uidaque pa I .Ena primeira do deradeiro ganha tudo dobra

c ntais.xxüij.tentos das.xxíiij.cãfas quepafou.E entrado em cada büa delias cã [asfem ganho na mert recouf alguat&fe for com perda perde o ijiw ga-tibaua*

x.Rçgra.Dt/as uirtudes contei platina CT anti na podem ambas eflar em bua cãfa t peró fobreuindo outrajd fíngçla fe torna atras a cãfa dejocupada que mais perto achaK

xúToda uirtude que per tres toques de uiciosfor laçada da cãfa onde efleuertêtrarã emfua cãf' da ino cêcia quando o liure arbítrio mandar que entre* E iflo terã em penitencia do defeuido qtvne?êfe na guardar da contagiam tóque dos uiciosper ires iteres»

xyfRçgnuToda uirtude quando entrar ê a cãfa du

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DIU LO GO DE ^ íía fum ma felicidadefera com ejlas duas calidades7ui-tenfam cr zelo pera benuE riam tendo ejlas duas cali dãdes efperarã em as cafas da penitenciaÇfe o feu mo-mmenio â leuar tanto auantejte uir lanço q lhe de a-quelles dous acidentes. B entrado cÕellesganha tantos

como tem de nu meros 7afji da ordê como de ua-üa naturah.cforfer co os dous acidentes ç dobrado* Ganha mais.XXXPL tentos porrazam das,XXXPLca-

fas do dífeurfo qpafou:<çr mais hütriiifo q uallxxij* tentos que ç lançarfeu uicio fora do logo, *^.xiij*R çgra,ouigadorq primeiro recoíh :s uirtudes a cãfa da felicidade,alem do ordenado 7 ^m per efla rçgra acima quãdo mçtealgua uirtude^ganha maü o dobro:ççy mais tatas uirtudes quatas ao outro iugadorficarem porrecolher? tantos tentos quãtos pontos teuçre os f eus uicio s?

xüij.FL çgra.Toda uinud»<lue.f6r, mandada iu garfefor ia recolhida,a uirtude qíhe focçde ê ordem, andara emfeu logari&porêjeguiráfeus próprios nu meros yC nada uir tude em cuiologarfçrue.E nãauê do uirtnde que feia de numero menor cm órdê fera das mayórcs>

Rçgras dos uicios*

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tw "PRECEITOS MORU: a* Ois uimos as regras perque a uirtude

S ) merece cr defmerece: ueiamos açora o procejjo dos uíciosimitando regra a rç-

l B § l l l Í | r f t / ,

P rimeira rçgra.Todo uicío pode chegar co fetis mouimentos te as tres cãfas da penitencia cr ma^j$f E ejlefó ofício tem emfeu difcurfo, contrariar a uir-tude: cr os ganhos que tem7ç per a mericimento delia CT d fua conta fe affetitamPpera ofin do iogo,

r Rçgra7 Todo uicio pode ter dous mouimen tos h ítwãl^T outro acidental, o natural fam os grãos Ja ordem c r 0 acidental os grãos da remi ffam: CT tantas cãfas anda adiante quantas ouuçr nelles; E 1t Hs a conta das intenfoes da fua uirtude a me-tade dos tentos:porquepela fegunda rçgrageral ,a re miffam em os uicios ç merecimento.E tendo intenfam tem bufo mouimento;cr mafspqrde outros tantos ten tos como fam os grãos delia. Enam tendo algun de-lies duos acidentesftca no primeiro mouimento da ór ãem femganhar ou perder tentosv

iij.Rçgra* Todo uicio que andar comparam fera mal cr com remiffamganha a metade clejles do-us númerosy crf for o contrairo pçrde osnumçros per inteiro, E tendo grãos de intenfam copaixa pêra mãl? ou paixatn pera bem com remiff mydefcontafe

bua

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g» DIALOGO DE m hua cotija por ouirat&nam anda mais q o primeiro lanço femganhar untos.E nã tendo intcnfam nêremi ffam7fefor faixam per a ma%por raz a delia ganha ta tos tetos quatosforea mçtadedo numero q tê de arde: Crfiforpera be?pçrde outro tato^se ç ganho cê irai ro ao das uirtudes com ejles acidentes*.

iivj*R.çgrã*Toda tãuoa de uiáoque entrando em algua cdfa^achar nâta hÜauáous uiciosq a face mais contraíra a uirtuâe efxpera çima7 Ale entrar com a menos contraira?porraz<tm dcjla ualia que tem fo-ure aoutradança os outros dous uiciosfòra le to ma pojje da cãfa+E quãdo nella ejlçuer bü?qüt a face menos da no f f a. iam bem atenha p era cima como o que quqrentranpodem t-ílar iuntãs por fere ambas dehü gqnerchE namfendo ambos de hü gener ofempre o ui cio mfflòs-eotrairo a uirtude lança fora o outro mais contraíra^ganha ameíade dos pontos que tem de ordem, E iflo aJJi fe entende dos feus próprios uidos como do outro íugador^ achando tres uiçios poer

feã na cafa uazia que acharem mais pçrtofem pajpr adúue?poíto que tenha outro mo uimento,

p.Rçgra.Todo uicio que entrar na primeira ca fa dofeguudo terço ^r na primeira do derradeirotpçr de tanto quanto a uirtude ganha neílas duas cafaspe-

nona, 'larçgra

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^ PRECEITOS MQR^f. ^ pLR çgra.Todo uicio que for mandado iugar te do ia a uirtude ̂ triunfado dellefaíba?<&przrde tantos tentos quantos elle tem de ordem,

Piij.Regra.Todo uicio que for lançado fora da cafaper algüa uirtude7pçrde tantos quantos elle tem âeordem:er maisefperarãptraentrarem a cafa de feu nacimento te o liure arbítrio o mandar iugar quantasr uezes falhar tantos tentos ganha o outro iugadon

Regras perafin do iogo.

\Cabando qualquçrdos iugadores de reco lhertodalasjuasuirtudes a cafa da fum-

ff ma felicidadefenece o iogotem o qual abi Stres maneiras de ganho >^bu chama in-

tenfoes7a outro uirtudesca outro triunfos, ídû tri unfo uai duas uirtu4es& bua uirtude.xxxvl intífões: que je fazem per el las & per os ganhos do iogo(fegü do uimos em fuás regras ) ^Áiuntddos efles tresgçne-ros de tentos,a conta je faz per ejla maheira?nram o numero menor do maycr.fj.das intenjoes intêfoes7 das tãrttídes uirtudesdos triunfos triunfos. E o iuga-dor que per fim de fia diminuiezfe achar com mais pa-tos tejle leuarâ o preço do iogo7poispa (fou o curf o da

uida

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DIWL^GO DE niía com mais mçritos.E o preço delle fera per àfua pratica entendermos a guara que anda em nor ,£tntre a razam cr[enfualidadefPonjueauendo nelíè uião-ria de ganhar dinheiro:perdi fe o preço da uirtude, cr damos matçria a os uicíos.E quando virmos que ejle exercido que representaaEtbica?confçgue ofruito de nojfa tençam: entenderemos o cuidado a Econômica er ülythicafartes em que cohfifle toda ajilofofla moral

C Jtouuor de deos c da tiírgen Maria\ ^(ca\ } 0

Dialogo de? receitas mordes '.Imprimido en :a fa dcLuys Rodriguez liureiro dei Rey

nójjo fenbor aos.xxvij.do mes de Marco de

M.D,XL.

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X CVJ

CD

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