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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 4874 • Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015 10 PATACAS PUB Centrais Págs. 14 e 15 Fusão artística de “Elementos” cativou turistas e deu mais colorido às Ruínas de S. Paulo Simpatia e pragmatismo marcam encontro histórico entre Xi Jinping e Ma Ying-jeou FOTO JTM Cristina Morais promete manter rumo do Fórum Pág. 4 Equipa bilingue do BOC ajuda a derrubar barreiras nos negócios ADVOGADO ÁLVARO RODRIGUES EM ENTREVISTA AO JTM “Falta conhecimento sobre Direito de Macau” Págs . 2 e 3 Pág. 7 Caridade sem quebras Pág. 5 FOTO JTM BAZAR “LANÇA” CARITAS PARA NOVO PROJECTO DE APOIO A IDOSOS Feira de barcos de luxo atrai mais público e marcas Pág. 8 Sin Fong Garden vai ser reconstruído O impasse em torno do Sin Fong Garden foi superado, depois do plano de reconstrução do edifício ter reunido finalmente o apoio de todos os proprietários, revelou Wong Man Sang, representante dos condomínios. Segundo o canal chinês da TDM, o projecto já foi en- tregue à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transpor- tes (DSSOPT) através da “Empre- sa Social”, construtora escolhida para levar a cabo a reconstrução do edifício onde foram detectados problemas estruturais em Outubro de 2012. O mesmo representante explicou que o projecto prevê a manutenção da estrutura original, utilizando, porém, mais estacas para consolidar toda a obra. O vice-presidente da Associação de Conterrâneos de Jiangmen, Cham Po Sam, renovou a promessa da associação de assegurar 60% dos custos de reconstrução e assegurou que, após a aprovação do projecto pela DSSOPT, as obras poderão ar- rancar rapidamente. Arquitecto destaca valor patrimonial de Hotel Lisboa e EPM Pág. 9 Viviana Chan Em Cantão

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Page 1: Administrador 4874 10 PATACAS Equipa bilingue do BOC ajuda ... · rumo do Fórum Pág. 4 Equipa bilingue do BOC ajuda a derrubar barreiras nos negócios ADVOGADO ÁLVARO RODRIGUES

Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 4874 • Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015 10 PATACAS

PUB

Centrais Págs. 14 e 15

Fusão artística de “Elementos”cativou turistas e deu maiscolorido às Ruínas de S. Paulo

Simpatia e pragmatismo marcam encontro histórico entre Xi Jinping e Ma Ying-jeou

FOTO

JTM

Cristina Morais promete manter rumo do Fórum Pág. 4

Equipa bilingue do BOC ajuda a derrubar barreiras nos negócios

ADVOGADO ÁLVARO RODRIGUES EM ENTREVISTA AO JTM

“Falta conhecimento sobre Direito

de Macau” Págs. 2 e 3

Pág. 7

Caridade sem quebras

Pág. 5

FOTO

JTM

BAZAR “LANÇA” CARITAS PARA NOVO PROJECTO DE APOIO A IDOSOS

Feira de barcos de luxo atrai mais público e marcas Pág. 8

Sin Fong Garden vai ser reconstruídoO impasse em torno do Sin Fong Garden foi superado, depois do plano de reconstrução do edifício ter reunido finalmente o apoio de todos os proprietários, revelou Wong Man Sang, representante dos condomínios. Segundo o canal chinês da TDM, o projecto já foi en-tregue à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transpor-tes (DSSOPT) através da “Empre-sa Social”, construtora escolhida para levar a cabo a reconstrução do edifício onde foram detectados problemas estruturais em Outubro de 2012. O mesmo representante explicou que o projecto prevê a manutenção da estrutura original, utilizando, porém, mais estacas para consolidar toda a obra. O vice-presidente da Associação de Conterrâneos de Jiangmen, Cham Po Sam, renovou a promessa da associação de assegurar 60% dos custos de reconstrução e assegurou que, após a aprovação do projecto pela DSSOPT, as obras poderão ar-rancar rapidamente.

Arquitecto destacavalor patrimonial de Hotel Lisboa e EPM Pág. 9

Viviana ChanEm Cantão

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02 JTM | LOCAL Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Redacção: Inês Almeida, Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando, Raquel Carvalho, Pedro André Santos e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

Inês Almeida

Apesar de considerar que a justiça de Macau tem evoluído e conseguido responder às necessidades de um território em constante desenvolvimento, Álvaro Rodrigues acredita que persistem problemas como a morosidade e alguma falta de qualidade, pelo facto de alguns magistrados ainda serem “bastante jovens”. Em entrevista ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, o advogado defende que, para contrariar essa tendência, é necessário um maior investimento na formação, que implica ainda salários mais competitivos para os professores universitários da área do Direito

A UCTM ensina maioritariamente Direito da China e o de Macau é

apenas residual no currículo, portanto, como é que podem formar advogados ou juristas

ou outros licenciados de qualidade? Não conseguem,

não é possível. O currículo deles não serve

A justiça continua a ser lenta e, em alguns casos, de fraca qualidade, mas penso que tem acompanhado o

desenvolvimento de Macau

Perante as críticas feitas durante a abertura do Ano Judiciário, como vê a justiça em Macau?-A justiça em Macau está a evoluir. É adminis-

trada por magistrados, alguns deles ainda bastante jovens, que ainda se estão a formar e essa formação decorre lentamente. Mas tem-se vindo a registar, de facto, uma evolução visível pelo facto de os magis-trados ganharem no dia-a-dia a sua experiência e tentarem dar o seu melhor. Às vezes é preciso ter al-guma paciência, porque nem tudo é bom. Há bons magistrados, há magistrados menos bons, como acontece em todas as profissões, incluindo a nossa, da advocacia. Por isso, por vezes, é preciso ter um bocadinho de paciência mas as coisas irão resolver--se. -Quais são os principais problemas a que ainda é preciso fazer face para que a justiça de Macau fun-cione melhor?-A justiça continua lenta. Por exemplo, sabemos que há processos na Primeira Instância e também na Se-gunda Instância que demoram muito a serem deci-didos. Há também alguns problemas em termos da qualidade. Portanto, temos aqui dois problemas. Um deles é o facto de a justiça ser lenta, funcionar com uma certa morosidade, e depois, em alguns casos, a qualidade não é a desejável ou pelo menos não é muito boa. Isso está relacionado, claro, com a inexpe-riência ou pouca experiência dos magistrados. -Considera que a justiça tem conseguido acompa-nhar o desenvolvimento económico e social do ter-ritório?-A justiça tem respondido às necessidades de Macau, mesmo com todos os problemas que acabei de refe-rir. Continua a ser lenta e, em alguns casos, de fraca qualidade, mas penso que tem acompanhado o de-senvolvimento de Macau.-De que forma é que se pode combater os proble-mas que persistem no sector?-É preciso formar mais e bons magistrados, tanto aqueles que trabalham para o Ministério Público como os juízes. É preciso apostar mais na formação. Repare-se que a maioria dos magistrados são forma-dos em duas instâncias. Primeiro temos a instância universitária em que, pelo menos na Universidade de Macau (UM), a qualidade não é má, mas sabe-mos que há outra Universidade aqui em Macau que ministra o curso de Direito e que a qualidade não é assim muito boa, como tem sido publicamente dis-cutido. Aliás, não temos neste momento nenhum magistrado nem nenhum advogado licenciado nessa Universidade. Continuamos a ter licenciados, magis-trados, na Universidade de Macau onde a qualidade de ensino é melhor. Claro que eu sou suspeito porque tirei a minha licenciatura na UM, mas quanto a mim, a qualidade não é má, embora pudesse melhorar.-Quando aponta para o curso de Direito de menor qualidade refere-se à Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (UCTM)...- Sim. Basta olhar pra o currículo deles para chegar à conclusão de que o curso não tem qualidade, aqui em

ADVOGADO ÁLVARO RODRIGUES EM ENTREVISTA AO JORNAL TRIBUNA DE MACAU

“É preciso formar mais e bons magistrados”

Macau. Praticamente não aprendem ou não ensinam Direito de Macau. A UCTM ensina maioritariamente Direito da China e o de Macau é apenas residual no currículo, portanto, como é que podem formar ad-vogados ou juristas ou outros licenciados de quali-dade? Não conseguem, não é possível. O currículo deles não serve. O curso devia ser mais centrado no Direito de Macau.-Os estágios são iguais para quem chega à Asso-ciação dos Advogados proveniente da UM e da UCTM?-O estágio é igual para todos. Fazem um exame de admissão como os candidatos que nos chegam da Universidade de Macau. Se passarem nesse exame de admissão frequentam o estágio, cujo currículo é igual para todos. Não há nenhuma distinção entre li-cenciados pela UM ou pela UCTM. Primeiro têm um exame de acesso, que é universal, independentemen-te de serem da Universidade “A” ou “B”. Depois, há uma componente teórica, através de módulos em vários ramos do Direito, que são ministrados tanto por professores da área do Direito como por advo-gados e magistrados judiciais. Há ainda uma com-ponente prática que decorre tanto no escritório do patrono como através de práticas nos tribunais. Há uma parte no tribunal que é de assistência, outra que é realmente prática, isto é, de fazerem julgamentos em processos que podem intervir na qualidade de advogado-estagiário e depois na produção de peças processuais, pareceres e outros trabalhos que os pa-tronos distribuem nos respectivos escritórios. -Que características devem ter os licenciados quan-do saem de uma universidade em Macau para esta-rem aptos a exercer funções?-Têm que ter sobretudo disponibilidade para apren-der e para trabalhar e continuar a estudar. Só isso. Eles da universidade não saem formados como ad-vogados ou como magistrados. Os cursos de advo-cacia e de magistratura são depois ministrados pela Associação dos Advogados e pelo Centro de Forma-ção Jurídica e Judiciária respectivamente. Os jovens têm que sair da universidade mentalizados de que ainda têm muito a aprender, de que a aprendizagem é contínua. Há uma componente que é geral, outra que varia de pessoa para pessoa. Há candidatos que são mais práticos, outros mais teóricos, e às vezes de-pende das características de cada um. Há estagiários que se adaptam e aprendem com mais facilidade e outros a quem custa mais um bocadinho, mas a re-ceita é a mesma: disponibilidade para aprender, es-

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015 JTM | LOCAL 03

tudar e trabalhar e depois conseguir os objectivos.-Em que área é preciso investir para melhorar a qualidade do ensino do Direito em Macau?-Deviam contratar-se mais e melhores professores e também pagar-lhes um salário melhor porque há uma certa convicção de que a carreira académi-ca é muito mal remunerada em todo o mundo e Macau não foge à regra. Por isso, é uma carreira pouco atrac-tiva, precisamente por não ser uma profissão bem remunerada. Ora, para o melhoramento da qualidade de en-sino um dos requisitos essenciais é ter bons professores, bons formadores e mantê-los motivados. Para isso é pre-ciso que sejam melhor remunerados, porque neste momento temos algu-mas pessoas que podiam estar no en-sino mas não estão, preferindo exercer advocacia ou outras profissões melhor remuneradas. A contratação de pro-fessores poderia ser feita quer em Ma-cau, quer no exterior, desde que sejam pessoas qualificadas. Pode-se contra-tar aqui, em Portugal, na China ou em Hong Kong, desde que sejam pessoas que conheçam o Direito de Macau e estejam dispostas a ensinar. -Um dos obstáculos ao melhor fun-cionamento da justiça, igualmente reiterado na abertura do Ano Judi-ciário, está relacionado com as infra--estruturas. Quais são os principais problemas?-(risos) Acho que já é hora de haver instalações mais condignas para os tri-bunais e para os serviços do Ministé-rio Público. O Governo disse que está atento a esta situação e que a vai resol-ver. Esperemos que resolva num curto espaço de tempo. Temos o Tribunal de Primeira Instância a funcionar num edifício comercial, o que não é assim muito condigno, mas o Governo já dis-se que está a estudar e que vai resolver o problema. Vamos esperar que assim seja. Não creio que as instalações afec-tem o desenrolar dos julgamentos, eles decorrem com normalidade, sem inci-dentes, mas devem haver instalações condignas para a administração da jus-

tiça e isso não se compagina com o fun-cionamento dos tribunais num edifício comercial, por exemplo.-Houve um aumento significativo do número de processos pendentes do ano passado para este. O que é que pode estar na origem da tendência?-Macau cresceu. Há um aumento sig-nificativo no número de processos que não é acompanhado pelo aumento do número de magistrados para tra-balhar. É preciso formar mais e bons magistrados. Abriu agora um curso de magistratura e concorreram 218 para frequentar esse curso mas não chega-ram a preencher as vagas disponíveis. Mesmo que o Governo queira formar mais magistrados parece que não há, pelo menos em Macau, indivíduos com qualidades suficientes para entrar num curso de magistratura. Eram 21 vagas e só entraram 14 candidatos porque os restantes foram a exame e chumbaram. Alguma coisa está mal. Muitas dessas pessoas licenciaram-se em universida-des portuguesas, porque agora há um conjunto de pessoas que se formaram em Portugal que depois vieram cá, fi-zeram exames de admissão e chumba-ram. Às vezes, mesmo que o Governo queira formar mais e bons magistrados não há pessoas disponíveis. Falta co-nhecimento sobre Direito de Macau. Há alguns candidatos que chumbam logo em testes psicotécnicos e em tes-tes de conhecimentos linguísticos, mas o resto das avaliações é sobre Direito de Macau. -Em geral, como avalia os recursos hu-manos da área da justiça?-Há algumas queixas, principalmente dirigidas aos juristas ou alguns juristas da Função Pública, de que a qualida-de não é boa. Da minha experiência, o que posso dizer é que algumas dessas críticas são justas porque efectivamen-te há juristas na Administração Pública cuja qualidade de serviço que prestam deixa muito a desejar, mas também temos bons juristas a trabalhar para o Governo. A alguns falta competência e experiência no Direito de Macau. Alguns têm um conhecimento muito limitado do Direito de Macau. Devia

apostar-se mais na formação contínua porque ainda vamos a tempo de formá--los. A Administração deve criar cursos específicos para continuar a formar es-ses juristas porque muitas vezes o pro-blema não é a falta de vontade. Muitos deles são muito esforçados e querem aprender, por isso, tem que se propor-cionar oportunidades para que isso aconteça. Parece que há uma vontade de proporcionar essas formações. Uma pessoa que trabalha na Função Pública tem que aprender a área de Direito que está a praticar. Deviam ser desenhadas formações para cada área e escolher-se candidatos para frequentar as forma-ções nas respectivas áreas.-A maioria dos que ingressam agora na carreira, enquanto estagiários, são de língua materna chinesa. Como vê essa tendência?- Muitos dos que estão a ingressar ago-ra no curso de estágio são de língua materna chinesa mas formados em Portugal. Há gente muito competente, com muita vontade de aprender. São pessoas muito estudiosas e acho que serão excelentes profissionais no futu-ro. São muito “verdes” ainda, muito jovens e vão precisar de muito apoio mas são pessoas com potencial. Falta--lhes experiência. A universidade ensi-na muito pouco. É agora na prática que têm que aprender mais e melhor. -Visto que cerca de 80% dos novos profissionais são de língua materna chinesa, o português está a perder campo no Direito?-Está a perder e vai perder cada vez mais. À medida que aumenta o núme-ro de profissionais de língua materna chinesa, a tendência é escolherem usar a sua língua materna em detrimento da língua portuguesa. Isso é uma reali-dade. Não tenhamos ilusões, porque o português, no dia-a-dia, não digo que tenda a desaparecer, mas será muito menos utilizado do que a língua chi-nesa como é natural, porque estamos na China. É natural que esta tendên-cia possa provocar alguns constrangi-mentos mas temos que ser realistas e a realidade é que estamos na China, por-tanto, temos que nos munir de colegas

chineses que dominem a língua portu-guesa e a língua chinesa e, se tal não for possível, pelo menos ter bons tra-dutores para nos ajudar. Não podemos é acreditar que a língua portuguesa vai continuar a ser utilizada como era on-tem ou anteontem.-Os tradutores que trabalham nesta área são competentes?-Muitos são excelentes profissionais e são pessoas que nós, advogados de lín-gua materna portuguesa, temos que ter sempre em conta no exercício da nossa profissão. Eles são os nossos auxiliares. Sem eles, como temos acesso às peças que nos chegam em chinês? Ou des-pachos judiciais que chegam aqui em chinês? No geral, nos tribunais temos excelentes tradutores e nos nossos es-critórios também. -Há algo que devesse ser melhorado na tradução no ramo da justiça?-O que não temos e devíamos ter mais é tradução das doutrinas, nomeada-mente das portuguesas, isto é, ma-nuais. Devia haver mais traduções de manuais de referência do Direito por-tuguês. Uma das coisas mais impor-tantes na formação são os manuais. Normalmente são usados manuais portugueses ou produzidos localmente por advogados ou formadores e juízes chineses que têm produzido alguma doutrina, mas não era mau se investis-sem mais na tradução de manuais do Direito português.-Portanto, há uma crescente necessi-dade de tradutores?-Acho que sim. A procura na área da tradução jurídica é muito superior à oferta, em Macau. -A Secretária para a Administração e Justiça está a preparar uma reforma no sector que vai abarcar o funciona-mento dos tribunais. Em que é que ela deveria incidir?-Na área da administração da justiça já referi que era preciso formar mais e melhores magistrados no sentido de evitar a morosidade e aumentar a qua-lidade das decisões judiciais. Quanto à reforma no funcionamento dos tribu-nais, não sei, até porque eles não fun-cionam mal.

Já é hora de haver instalações mais condignas para os tribunais e para os serviços do Ministério

Público. O Governo disse que está atento a esta situação e que a vai resolver. Esperemos que resolva

num curto espaço de tempo

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 201504 JTM | LOCAL

A nova coordenadora do Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum colocou no topo da agenda do organismo a organização em 2016 da 5ª Conferência Ministerial. Pretendendo manter uma linha de “continuidade” com o trabalho da antecessora, mostra-se confiante de que, com a colaboração dos colegas, “vai dar conta do recado”

CRISTINA MORAIS VAI SEGUIR LINHA DE “CONTINUIDADE”

Conferência Ministerial é prioridade do Fórum

Liane Ferreira

Geocapital defende banco articulado com estratégia do FórumJorge Ferro Ribeiro, presidente do conselho de administração da Geocapital, voltou a defender que Macau deveria ter um banco de investimento com uma “vocação clara” para promover a cooperação económica com os países lusófonos. “Um banco que incorpore o conceito estratégico, político, económico e financeiro do Fórum [para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa] é indispensável. Para nós é uma prioridade”, afirmou, em entrevista à Rádio Macau. Em 2010, Ferro Ribeiro já tinha avançado essa hipótese mas, segundo o “Business Daily”, o plano tem sido travado pela Autoridade Monetária. Para a Geocapital, que já tem participações em bancos africanos, em Macau o projecto envolveria uma parceria com uma instituição chinesa. “Na estrutura accionista desse banco, além da Geocapital, tem que haver uma instituição chinesa que partilhe o projecto estratégico da ligação de Macau aos países de língua portuguesa”, disse Ferro Ribeiro. Relativamente à ausên-cia de São Tomé e Príncipe do Fórum, onde apenas tem estatuto de observador por manter relações com Taiwan, o investidor defende que é preciso fazer um “esforço muito grande” para integrar o país como membro de pleno direito. Além disso, con-sidera que a Guiné Equatorial também de-veria integrar o grupo do Fórum, uma vez que já faz parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

RELATÓRIO INTERCALAR DO JOGO PRONTO ATÉ FINAL DO ANO

Lionel Leong “ainda procura” novo director da DICJO Secretário para a Economia e Finanças não confirma Paulo Martins Chan como novo director da Inspecção e Coordenação de Jogos, garantindo que ainda está à “procura” do sucessor de Manuel Neves. No final do ano ou início de 2016 deverá ser apresentado o relatório intercalar do sector do jogo, elaborado pela Universidade de Macau

A nomeação do substituto de Manuel Neves como di-rector da Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) não é um processo encerrado, garantiu Lionel Leong,

não confirmando o nome do magistrado Paulo Martins Chan para o cargo.

“Como já tinha dito, ainda estou à procura. Ainda há pro-cedimentos administrativos a decorrer, por isso para já ainda não está definido. Assim que estiver, iremos divulgar”, disse o Secretário para a Economia e Finanças, à margem da cerimó-nia de tomada de posse da nova coordenadora do Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum Macau.

Reiterando declarações anteriores, Lionel Leong afirmou que se não encontrar um substituto até 25 de Novembro, data da aposentação de Manuel Neves, o subdirector Leong Man Ion passará a ocupar a liderança da DICJ provisoriamente. Recorde-se que Lionel Leong já afirmou que o novo director deve ser uma pessoa com “conhecimento das leis e bilingue ou trilingue para manter a comunicação com as operadoras de jogo”.

Questionado sobre o impacto de diversas mudanças de pessoal na sua tutela, o Secretário frisou que o “Governo da RAEM tem a sua própria estrutura e a mobilidade normal das pessoas não é motivo para influenciar toda a máquina”. “Há

colegas que por razões pessoais ou em idade de aposentação querem mudar a sua vida e nós respeitamos”, afirmou.

Destacando que o Governo deseja a manutenção de uma equipa estável, Lionel Leong disse compreender que, com o tempo e desenvolvimento, também aumentem as exigências para qualquer cargo.

O responsável pela pasta da Economia e Finanças adian-tou ainda que no final de Setembro chegou à sua tutela o es-tudo preliminar feito pela Universidade de Macau ao sector do jogo, encontrando-se o conteúdo a ser analisado. Assim, espera apresentar a versão final do relatório intercalar ao sec-tor no final do ano ou início de 2016.

Lionel Leong voltou a frisar que, apesar das quebras nas receitas do jogo, os saldos das contas públicas continuam “po-sitivas”, apesar de ainda não se ter chegado ao final do ano. “Portanto, em princípio, acho que temos condições para con-tinuar (com os cheques pecuniários)”, disse.

No que diz respeito a um possível aumento do imposto de circulação automóvel, o Secretário afirmou apenas que “serve para suportar os transportes públicos colectivos e é uma me-dida muito importante”, mas continua em estudo, devendo ainda ser ouvida a opinião da sociedade.

L.F.

Iniciou-se um novo capítu-lo no Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente

do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Por-tuguesa com a tomada de posse da nova coordenadora, Cristina Morais. Na cerimónia de toma-da de posse, Cristina Morais indicou que a organização da 5ª Conferência Ministerial é a “principal prioridade para o próximo ano”, embora o evento ainda não tenha data marcada. Recorde-se que o encontro ante-rior decorreu em Novembro de 2013.

A conferência não é o úni-co item na agenda, já que vão continuar a ser organizados colóquios para representantes de países lusófonos. “Este ano foram realizados seis, e para o ano ainda vamos decidir quais os temas, de acordo com os tó-picos com mais interesse para os países de língua portuguesa”, afirmou.

Salientando que vai “dar continuidade aos trabalhos da

coordenadora cessante e não há planos para se fazerem altera-ções de momento”, Cristina Mo-rais afirmou que será dada prio-ridade aos assuntos comerciais e económicos e à cultura.

Relativamente à alegada fal-

ta de interesse de empresários de Macau em investir nos países de língua portuguesa, Cristina Morais ressalvou que se trata de uma questão que, “natural-mente, não depende apenas do Fórum Macau”. A nova coorde-

nadora, que tem uma carreira li-gada ao comércio e relações eco-nómicas externas, recordou que o Fórum tem organizado e co-laborado em várias actividades com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de

Macau, Direcção dos Serviços de Economia (DSE) e Direcção dos Serviços de Turismo, coope-ração que pretende manter no futuro.

Cristina Morais admite que o novo cargo representa um “grande desafio” que encara de “forma positiva”. “Vou envidar todos os esforços em colabora-ção com os colegas do Fórum e do Secretariado Permanente para dar conta do recado”, asse-gurou.

No seu discurso, confessou sentir-se “honrada” pela no-meação, identificando “sobre-tudo um enorme sentido de res-ponsabilidade”.

Por seu lado, o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, destacou o “espí-rito repleto de entusiasmo, zelo, dedicação e profissionalismo”, da coordenadora, que cumpriu de “forma excelente as missões que lhe foram confiadas”.

Entre outros cargos, Cristi-na Morais exerceu funções de chefia no Departamento de Re-lações Económicas Externas da DSE e assistente do chefe da De-legação do Governo da RAEM em Bruxelas.

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015 JTM | LOCAL 05

Os empresários lusófonos estão a beneficiar da rede de contactos do Banco da China em Macau, através da equipa bilingue criada pela instituição com vista à promoção de negócios entre o Continente chinês e os países lusófonos. Nesse âmbito, uma delegação de empresários lusófonos de Macau deslocou-se a Cantão para participar num encontro com centenas de empresas internacionais

INSTITUIÇÃO SERVIU DE INTERMEDIÁRIA EM GRANDE ENCONTRO DE EMPRESÁRIOS

Equipa bilingue do BOC fomenta negócios entre China e lusofonia

Viviana Chan*Em Cantão

A “network” do Banco da China (BOC) está a contri-buir para estimular os ne-

gócios entre a China Continental e os países lusófonos, como se viu na mais recente iniciativa da insti-tuição, envolvendo a participação numa sessão de bolsa de contactos para promover a cooperação em-presarial durante a Feira Interna-cional de Cantão.

Empresários lusófonos sediados em Macau, membros da Associação de Jovens Empresários Portugal--China (AJEPC), foram convidados para o evento com objectivo de en-contrar parceiros na China, fruto do trabalho da equipa que a sucur-sal do BOC em Macau constituiu este ano com sete profissionais, seis dos quais falam português.

Durante o evento, realizado no Hotel Langham Place, em Can-tão, centenas de empresários, na sua maioria chineses, participaram num encontro inspirado no concei-to de “matchmaking”, sentando-se em mesas onde podiam encontrar parceiros da mesma área.

Ao mesmo tempo, a organiza-ção disponibilizou dois intérpretes por mesa para ajudar os empresá-rios que sentissem dificuldades em termos linguísticos. Com a comu-nicação facilitada, os empresários tiveram também a oportunidade de trocar de parceiros de diálogo ao longo do evento.

Integrado na delegação de Ma-cau, Fernando Pereira, director de operações da “Virtualmente”, companhia da área da tecnologia e informação, apontou a lusofonia como um elemento atractivo para captar clientes chineses.

Sublinhando que Portugal tem registado muitos avanços na área de internet nos últimos anos, Fer-nando Pereira defende que, embora o sector da informática tenha pros-perado muito no Interior da China, precisa sempre de algumas adapta-ções para se expandir para os países ocidentais. Nesse contexto, acredita que as empresas que possuem van-tagens multi-culturais conseguirão atrair clientes no Continente.

Além disso, segundo explicou ao JORNAL TRIBUNA DE MA-CAU, em termos de estratégia de

Banco da China juntou centenas de empresas

Fernando Pereira

Paulo Covas

Raquel Carvalho Neto e Inês Sequeira da AJEPC

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conquista de negócios na China, é mais vantajoso para a empresa apresentar-se como sendo de Ma-cau, em vez de Portugal.

“Macau tem uma proximidade da China e uma imagem de con-fiança”, o que favorece a credibili-dade junto dos clientes, disse, reco-nhecendo no entanto que a língua continua a ser uma das principais dificuldades.

A companhia portuguesa “Bran-co Carvalho Neto”, da área alimen-tar, também participou no encon-tro empresarial com o objectivo de encontrar grandes distribuidores chineses no evento. O director de vendas, Paulo Covas, mostrou-se optimista quanto à expansão de ne-gócios na China, referindo que as expectativas são sempre boas numa altura em que a economia chinesa atravessa uma fase de abranda-mento. Embora parte do desen-volvimento da China esteja “esta-cionário”, em princípio “será uma questão passageira”.

Na perspectiva do mesmo res-ponsável, Macau em si é, de facto, uma plataforma para as empresas dos países lusófonos entrarem no mercado da China. Em relação à barreira linguística, Paulo Covas acha que já não é um problema. “Hoje em dia, na comunidade in-ternacional e nas ligações comer-ciais, praticamente toda a gente fala inglês”, notou.

Por sua vez, Raquel Carvalho Neto, também membro da AJEPC, promoveu junto das empresas chi-nesas o programa de atribuição de “vistos dourados”, que prevê a concessão de vistos a cidadãos es-trangeiros que pretendam investir em Portugal, nomeadamente no sector imobiliário.

Destacando o facto de haver cada vez mais chineses interessa-dos em viver na Europa, Raquel Carvalho Neto explicou que, na qualidade de consultora, a AJEPC quis aproveitar esta oportunidade para divulgar as informações rela-cionadas com esse programa.

Embora lamentando a ausência de algumas empresas cuja presen-ça esta prevista no “matchmaking”, Raquel Carvalho Neto destacou a participação de muitos empresá-rios que querem exportar os seus produtos para outros países.

* O JORNAL TRIBUNA DE MACAU viajou a convite da

sucursal de Macau do Banco da China

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 201506 JTM | LOCAL

Liane Ferreira

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LIVRO DESTINADO A CIDADÃOS PORTUGUESES É GRATUITO E BILINGUE

Um guia para apoiar duas comunidadesDestinado aos portugueses que emigram para a RAEM e aos portadores de passaporte português de origem chinesa, o “Guia do Cidadão Português em Macau” pretende servir de apoio às duas comunidades, evitando “obstáculos burocráticos”

Um ano após o anúncio do pro-jecto, o escritório de advogados MdME apresentou na sexta-feira

o “Guia do Cidadão Português em Ma-cau”, livro editado em português e chinês que poderá ser útil a quem vive em Por-tugal e Macau.

“Serve de base aos cidadãos portu-gueses de origem chinesa que foram poucas vezes a Portugal e não conhe-cem o regime fiscal, como registar a sua situação civil, sentenças de divórcio, por exemplo”, afirmou Gonçalo Mendes da Maia, sócio da MdME, um dos escritórios de advocacia parceiros na iniciativa.

Ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, o advogado declarou que existem diver-sos cidadãos de origem chinesa que “não sabem exercer os direitos” e têm curiosi-dade sobre o regime jurídico português, pelo que o guia será benéfico também para eles.

No mesmo sentido, Vítor Sereno, côn-sul-geral de Portugal para Macau e Hong Kong, destacou o conteúdo relativo ao registo civil e funcionamento do serviço consular como “bastante útil” para esses cidadãos.

Gonçalo Mendes da Maia sublinhou também que o objectivo principal é servir

de apoio aos cidadãos portugueses que pretendem vir trabalhar para a RAEM.

Nesse sentido, Nuno Galvão Teles, sócio gerente da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva e Associados (MLG-TS), o outro escritório envolvido na inicia-tiva, salientou que o manual é muito prá-tico e pretende dar resposta às perguntas “mais práticas do dia a dia” do emigran-te. “Para que a sua vida [do emigrante] seja facilitada, não tenha tantos obstácu-los burocráticos e que possa até ter uma concepção das dificuldades que vai ter e

de como ultrapassá-las, mesmo antes de chegar a Macau”, afirmou.

Segundo explicou, a MLGTS pretende com este guia “fazer uma contribuição, ajuda e apoio, em conjunto com o Consu-lado e MdME, à comunidade portuguesa em Macau”, por ser política do escritório contribuir com acções de responsabili-dade social nos países ou regiões onde trabalha, para assim contribuir para as comunidades locais e melhor se integrar na sociedade.

“Quanto mais informação o nosso

concidadão tiver antes de dar aquele pas-so difícil que é emigrar, muito melhor. Este guia vai ser de grande utilidade”, disse Vítor Sereno.

O objectivo, anunciado no ano passa-do, de publicar o livro noutros países de língua portuguesa mantém-se, com Gon-çalo Mendes da Maia a sublinhar que ci-dadãos portugueses que emigram para Angola e Moçambique ou Timor-Leste têm as mesmas necessidades. Apesar dos representantes da MdME e MLGTS reite-rarem o seu interesse em levar o guia a outros países, ainda não existe uma data definida para o fazer, pois também de-pende do Governo português.

“Daquilo que me compete como re-presentante da República Portuguesa já disse à tutela que tínhamos feito esta par-ceria. Vou enviar o produto final e depois teria todo o gosto que isto fosse replicado noutros lugares não só com este escritó-rio mas com outros”, afirmou Vítor Sere-no, para quem a iniciativa é um caso de “pioneirismo a nível mundial”.

De acordo com Gonçalo Mendes da Maia, o guia foi oferecido pelos dois es-critórios de advogados ao Estado Por-tuguês, tendo o projecto nascido de um desafio colocado pelo Cônsul. No espaço de 20 dias chegarão 3.000 cópias do guia a Macau, encontrando-se já disponíveis 100 exemplares.

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015 JTM | LOCAL 07

INSTITUIÇÃO PRECISA DE VOLUNTÁRIOS PARA NOVO PROJECTO

Caritas quer incentivar idosos a integrar actividades fora de casaO secretário-geral da Caritas estima que o Bazar organizado este fim-de-semana resultará em donativos na ordem dos sete milhões de patacas, sendo que, apesar das quebras nas receitas, as operadoras de jogo não cortaram nos donativos. Os fundos deverão ser utilizados para um novo projecto com o objectivo de incentivar os idosos a integrar mais actividades fora de casa. Este ano, o evento incluiu pela primeira vez uma iniciativa que visa integrar trabalhadores não-residentes na comunidade local

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JTMInês Almeida

O bom tempo que se fez sentir ao longo do fim--de-semana contribuiu

para que milhares de pessoas acorressem à zona do Lago Nam Van onde decorreu o Bazar de Caridade da Caritas, com mais de 90 barracas de jogos, comidas e bebidas. “Esperamos 40.000 visitantes como no ano passado. São essas as nossas estimativas”, garantiu Paul Pun ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Quanto aos donativos, o se-cretário-geral da Caritas frisou que deverão situar-se a um ní-vel próximo da edição anterior. “Se conseguirmos angariar mais um ou dois milhões, atingimos sete. No ano passado juntámos 7,6 milhões. Este ano não es-peramos angariar mais do que isso”, admitiu Paul Pun, ontem à tarde.

Entre os montantes angaria-dos contam-se também os dona-tivos das operadoras de jogo que mantiveram o valor do apoio financeiro, apesar das quebras sentidas no sector desde Junho de 2014. “As operadoras conti-nuam a ser fortes apoiantes do Bazar. Apesar de as receitas do jogo estarem a baixar, os apoios mantêm-se”.

Os fundos conseguidos de-verão ser utilizados num pro-jecto que tem como propósito incentivar e proporcionar aos mais idosos a oportunidade de integrarem mais actividades fora de casa. “Estamos a planear ter um serviço para ir buscar os idosos a casa, aqueles que já não conseguem mover-se com tanta facilidade, sobretudo os que vi-vem em edifícios mais antigos e já não podem descer escadas. Há pessoas que, se ninguém as for buscar, não têm como parti-cipar em algumas actividades”,

alertou Paul Pun, acrescentando que para a concretização do pro-jecto, mais do que fundos, são necessários voluntários. “Que-remos encorajar os idosos a inte-grar mais actividades mas, para isso, é preciso haver alguém que os vá buscar a casa. Já temos um veículo que pode servir para o transporte para os idosos, mas precisamos de voluntários”.

Durante o Bazar não houve recrutamento de voluntários, assegurou, pelo facto de os vi-sitantes “estarem mais interes-sados em divertir-se e em jogar jogos com as crianças”. Ainda assim, ao integrarem o evento os visitantes “ficam mais familia-rizados com o nosso trabalho e, quando lhes pedirmos apoio ou

fundos adicionais para alguns projectos, poderão estar mais disponíveis a fazê-lo”.

Para o secretário-geral o apoio da comunidade é fulcral para a actividade da Caritas, independentemente dos donati-vos recebidos, motivo pelo qual o Bazar continua a ter lugar há 46 anos. “Já muita gente nos aconselhou a simplesmente pe-dir donativos às pessoas mais endinheiradas. Acredito que há quem estivesse disponível a fa-zer donativos mais avultados, mas queremos que as pessoas percebam o que fazemos e que doem, não importa quanto. O que tem significado é a partici-pação”, afirmou Paul Pun, rela-tando que há quem vá ao Bazar

acompanhado dos filhos, pes-soas mais idosas e até dos ani-mais de estimação.

Orçamento depende de défice de lares

Após ter dito recentemente que a Caritas Macau precisaria de 20 milhões de patacas para 2016, Paul Pun mostra-se con-fiante de que conseguirá pelo menos 16 milhões, que não são “o ideal”. Porém, ressalva, trata--se apenas de uma estimativa das necessidades futuras. “Te-mos um serviço de autocarros para levar as pessoas ao hospi-tal, por exemplo. Este projecto não é financiado pelo Governo. Além disso, alguns asilos apre-sentam um défice e é preciso

controlá-lo. Um dos lares já tem um défice de três milhões, mas tudo depende de como esta-remos no próximo ano. Talvez nenhum lar apresente défice or-çamental”.

A prioridade do controlo do défice deixa de lado o desen-volvimento de projectos novos a curto prazo, mas Paul Pun indica uma prioridade. “Temos que dar prioridade ao trabalho comunitário que não é financia-do pelo Governo e gostaríamos de dar formação aos voluntários que trabalham na linha contra o suicídio. Têm que saber como atender chamadas, ouvir e res-ponder”.

Integrar trabalhadores não-residentes

Esta edição do Bazar da Ca-ritas trouxe uma novidade: a “Cultural Integration Tour”, um evento que tem como objectivo integrar mais os trabalhadores não-residentes na comunidade local. “Assim, os cidadãos de Macau podem saber mais sobre as diferentes culturas e vice--versa. A harmonia não é apenas não nos incomodarmos com a presença do outro, é também importante criar espaço para os outros na nossa vida”, afirmou Paul Pun.

No seu discurso de abertura do evento, o secretário-geral fri-sou ainda que “alguns trabalha-dores exercem funções em casa de residentes pelo que passam muito tempo juntos e isto é uma forma de ficarem mais próxi-mos, de se poderem conhecer e interagir”.

A iniciativa inaugurada ontem vai decorrer entre No-vembro e Dezembro, incluin-do seminários sobre a vida em Macau, além de uma feira de integração cultural desenhada “para promover a harmonia en-tre culturas”.

Questão dos “filhos maiores” sem avançosA Associação para a Reunião Familiar, que desde 22 de Outubro mantém um “acampa-mento” de protesto no Largo do Senado, encontrou-se na sexta-feira com representantes do Governo para debater o ponto de situação da questão dos chamados “filhos maiores”, nascidos no Continente, que, apesar dos pais serem residentes permanentes de Macau, não foram autorizados a fixar residência no território por terem idades superiores à pre-vista nos regulamentos locais. Segundo a “Ou Mun Tin Toi”, representantes da associação e o deputado Chan Meng Kam reuniram-se com a Secretária para Administração e Justiça, Sónia Chan, e a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, O Lam, para pedirem a criação de um grupo especializado para resolver o problema dos “filhos maiores”. Porém, o Exe-cutivo limitou-se a garantir que continua a esforçar-se para apresentar o problema ao Go-verno Central, esperando que os dois lados mantenham os canais de comunicação aber-tos. Para já, a associação mantém o protesto no Largo do Senado, onde diz estar autorizada a permanecer até 15 de Novembro pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais.

L.F.

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Bazar da Caritas atraiu milhares de pessoas à zona do Lago Nam Van

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 201508 JTM | LOCAL

5ª-FEIRA INTERNACIONAL DE EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO DE IATES

Barcos de luxo atraem mais público e marcasA Doca dos Pescadores foi até ontem o ponto de encontro de vários barcos luxuosos, provenientes de vários países e territórios. De acordo com a organização, tem-se assistido a um aumento de visitantes, marcas e barcos

Macau acolhe SIGGRAPH Asia em 2016 Macau vai ser palco em 2016 da próxima edição da SIGGRAPH Asia, “a maior e mais prestigiosa convenção e exposição de computação gráfica e técnicas in-teractivas da Ásia”, anunciou o Instituto de Promoção do Comércio e do Inves-timento de Macau (IPIM), acrescentando que o evento deverá juntar mais de 5.000 profissionais do sector. O certame tem por objectivo promover e desen-volver as tecnologias de software e hardware destinadas à computação gráfi-ca e produção de desenhos animados, incluindo animação computadorizada, imagens flutuantes, aplicações interactivas para medias, e simpósios. A edição deste ano decorreu na cidade japonesa de Kobe, entre 2 e 5 de Novembro, e contou com a presença da vogal executiva do IPIM, Irene V. K. Lau.

Terminou ontem a quinta edição da Feira Inter-nacional de Exportação e Importação de Iates que este ano ocupou 30 mil metros quadrados

na Doca dos Pescadores. Nick Waubeb, representante da Nam Kwong, grupo que integra o núcleo de or-ganizadores, garante que o certame tem registado, a cada nova edição, “mais visitantes, mais marcas e mais barcos”.

Em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MA-CAU, Nick Waubeb acrescentou que esse crescimento resulta de um “reforço na divulgação do evento” e “crescente interesse por parte dos expositores que es-colhem Macau como um local privilegiado para exibi-rem os seus produtos”.

De entre as três dezenas de marcas conceituadas, o mesmo responsável destacou a “Navetta 28”, da com-panhia Starships, desde logo por ser um dos maiores barcos presentes na feira.

Para além dos luxuosos e majestosos barcos e ia-tes, um junco com 50 anos atracou na Doca dos Pesca-dores para participar no certame, destacando-se dos demais.

“O nosso barco é antigo, não é um super iate ou um veleiro e é por isso que acaba por surpreender e diferenciar-se dos outros”, disse Bibito Henrique, só-cio da recém-criada empresa “Macau Sailling”.

O antigo junco de pesca de camarão navegou para a Doca dos Pescadores directamente de Hong Kong, pois é lá que tem estado atracado, apesar de estar a ser utilizado nas viagens de recreio entre Macau e Hong Kong.

“O barco está sediado em Hong Kong porque não temos espaço em Macau. A marina da Doca dos Pes-cadores ainda não tem licença, e estamos à espera que a lei seja aprovada. A China já tem tudo preparado, a marina pronta, os serviços de fronteiras já têm tudo operacional à espera que Macau se decida”, contou.

Sobre a participação no certame, Bibito Henrique lamentou apenas que o local onde o barco foi coloca-do não tivesse ajudado à captação de “curiosos”. O feedback da feira “ainda não é aquilo que gostáva-mos que fosse mas já se começa a ver mais visitantes e mais animação”, acrescentou.

A par da Feira Internacional de Exportação e Im-portação de Iates, decorreu o V Salão Automóvel de Macau, no Venetian. Numa área de exposição de 65 mil metros quadrados, apresentaram-se 92 das mais competitivas construtoras automóveis, com cerca de 400 modelos. Números que, segundo a organização, deverão representar um recorde.

Já no Aeroporto decorreu a 4a Exposição de Avia-ção Comercial. As três iniciativas que decorreram em simultâneo permitiram assim captar várias marcas internacionais, com o intuito de criar um evento com-petitivo e prestigioso.

C.A.

Junco deu nas vistas entre barcos e iates luxuosos

Salão automóvel apresentou cerca de 400 modelos

Organização garante que iates geram crescente interesse

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• • • BREVES

TUI confirma demissãode guarda da PSPO Tribunal de Última Instância (TUI) deu razão ao Secretário para a Segurança no caso da demissão de um guarda do Corpo da Polícia de Segurança Pública que não compareceu no serviço durante cinco dias sem qualquer justificação. De acordo com uma nota do TUI, a lei refere que se trata de uma infracção disciplinar a ausência ilegíti-ma durante cinco dias seguidos ou 10 inter-polados num ano.

Mestres da medicina chinesadão formação em MacauQuatro grandes mestres da medicina tradi-cional chinesa e três conhecidos médicos da mesma área estão desde ontem em Macau para quatro sessões que têm como objectivo melhorar a qualidade dos serviços no sec-tor. O programa incluiu uma conversa com os mestres, uma palestra de transmissão de experiências clínicas, uma sessão sobre aconselhamento de saúde e orientação clí-nica. Vai decorrer ainda um workshop in-titulado “estudo clínico da medicina tradi-cional e ortopedia em medicina tradicional chinesa”.

FAOM apresenta queixa por difamação “online”A Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) fez um denúncia na Polí-cia Judiciária por difamação online. Segun-do Cheang Chong Sek, presidente da direc-ção, cibernautas publicaram informações difamatórias nas redes sociais acusando a FAOM de trair o interesse dos operários. O mesmo responsável frisou que este tipo de acto não é tolerável. As informações ale-gadamente difamatórias estão relacionadas com o financiamento para a construção de um edifício da FAOM e o uso de dinheiros públicos.

Polytec não convenceproprietários do Pearl HorizonA Polytec, construtora do complexo Pearl Horizon, reuniu-se com compradores de apartamentos na sexta-feira numa tentativa de apaziguar os recentes protestos. Segun-do a imprensa de língua portuguesa, como justificação para o atraso na obra, a constru-tora apontou o relatório de avaliação do im-pacto ambiental pedido pelo Executivo. A explicação não satisfez os proprietários que se exaltaram no encontro.

Trocas sino-lusófonas caíram 25% até SetembroAs trocas comerciais entre a China e os paí-ses de língua portuguesa caíram 25,45% para 76,47 mil milhões de dólares até Se-tembro. Dados dos Serviços de Alfândega da China divulgados pelo Fórum Macau indicam que, nos primeiros nove meses do ano, a China comprou aos países lusófonos bens avaliados em 47,81 mil milhões de dó-lares (menos 31,06%) e vendeu produtos no valor de 28,66 mil milhões (menos 13,76%). O Brasil manteve-se como o principal par-ceiro económico da China, com o volume das trocas a atingir 55,6 mil milhões de dó-lares (menos 18,51%), seguindo-se Angola com 15,5 mil milhões (menos 44,9%). Com Portugal o comércio bilateral desceu 6,39% para 3,3 mil milhões de dólares, numa ba-lança comercial favorável à China que ven-deu bens na ordem de 2,19 mil milhões de dólares (menos 5,89%) e comprou produtos avaliados em 1,18 mil milhões de dólares (menos 7,30%).

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015 JTM | LOCAL 09

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JOSÉ MANUEL FERNANDES DESTACA VALOR DE ARQUITECTURA DO SÉCULO XX

Hotel Lisboa e EPM são “edifícios valiosos”O encontro patente na arquitectura entre a componente chinesa e portuguesa é “a alma de Macau”, considera José Manuel Fernandes, advertindo porém que, entre a construção frenética e megalómana e a herança do Património Mundial, a cidade enfrenta “um crescimento muito desequilibrado”. Além disso, o professor catedrático e arquitecto apela à valorização de edifícios como o Hotel Lisboa e a EPM

O Albergue SCM recebeu no sába-do o professor José Manuel Fer-nandes para orientar o seminário

“Arquitectura e Urbanismo Contempo-râneos em Portugal – os dias de hoje”, durante o qual foram comentados 30 projectos com a assinatura de arquitectos portugueses desenvolvidos entre 2008 e 2015, em Portugal, Ilhas Atlânticas e paí-ses africanos de língua portuguesa.

Tendo em conta que o encontro visou discutir a importância desses edifícios num contexto contemporâneo, José Ma-nuel Fernandes deu enfâse a uma pri-meira ressalva. “Independentemente de ser ou não ser em Portugal, o que está em causa é o valor das cidades. A impor-tância de relacionar a arquitectura com o urbanismo resulta do valor que se dá a uma determinada cidade onde existe ur-banismo e um conjunto de arquitecturas. Isso fortalece a ideia da cidade para as pessoas que a usam. Porquê? Porque as cidades começaram a ganhar um prota-gonismo incrível”, sublinhou.

Ao mesmo tempo, o contexto de crise a que se assiste actualmente espelha-se na arquitectura, o que define o conceito de urbanismo contemporâneo. “É impor-tante discutir isto. Por um lado, porque estamos a falar de uma arquitectura de crise em que as coisas têm de ser mais baratas e bem feitas. Por outro lado, há uma grande diversidade. A ideia é mos-trar que a diversidade ajuda a constituir a totalidade e a corresponder a todas as ne-

cessidades. Estas cidades, que crescem de uma maneira avassaladora, têm cada vez mais exigências”, explicou ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

José Manuel Fernandes aponta Ma-cau como um exemplo claro dessa evo-lução “não no sentido de desorganização mas num crescimento que não pára” e é “muito desequilibrado”.

“Da Ponte Nobre de Carvalho já não se consegue ver a cidade de fora porque já estamos envolvidos, à volta do Lago Nam Van, numa estrutura urbana que está a engolir a cidade que, por sua vez,

já foi engolida”, ilustrou.Entre construções megalómanas que

vão ocupando a extensão do território, José Fernandes acredita, no entanto, que a “alma e coração” de Macau estão sal-vaguardados e “as pessoas têm que reco-nhecer que Macau é único”. “A alma de Macau é essa coisa extraordinária de ter uma componente europeia, por via de Portugal, e uma componente chinesa. O encontro em Macau é único”.

Assumindo que a “matriz política e administrativa” do território encara esse reconhecimento, José Manuel Fernandes

nota ainda assim que “é preciso que o Governo reconheça a arquitectura do sé-culo XX como património”.

“Há um valor acarinhado que já está mundialmente reconhecido com Património da Humanidade, mas isso é o núcleo dos velhos tempos budistas, chineses e o núcleo das velhas igrejas católicas mais os largos e o Largo do Leal Senado. Depois, há a reabilitação dos muitos edifícios do século XIX e princípio do século XX para institutos ou bibliotecas, mas falta a modernida-de”, alertou.

Sobre essa lacuna, o arquitecto propõe considerar o Hotel Lisboa como um “edi-fício valioso”, dado que “tem uma arqui-tectura moderna com tradições chinesas incorporadas na fachada”.

Assim, é necessário proceder a uma avaliação de alguns edifícios de Macau, até porque “ajudam a fazer a transição entre os edifícios ‘pequenotes’, de dois andares, e os gigantes”, explica, ao notar que “falta essa gestão do período arqui-tectónico mais recente mas que já tem um valor histórico”.

“Há muita arquitectura de portugue-ses que trabalharam aqui nos anos 30 a 90 e que ainda não foi valorizada. Esses edifícios também têm de ser recuperados, como é o caso da Escola Portuguesa”, considerou, sobre um espaço que, no seu entender, representa “a melhor arquitec-tura dos anos 60 existente em Macau”.

C.A.

José Manuel Fernandes conduziu seminário no Albergue SCM

Sustentada no lema “unida-de e diversidade”, a quarta edição em Macau do “Uni-

tygate” contempla uma série de workshops e espectáculos de dança onde, para além do cru-zamento entre o tradicional e o contemporâneo, se pretende estabelecer uma ponte entre as culturas ocidental e oriental.

Face ao crescimento do pro-jecto, a Amalgama, companhia responsável pela organização, decidiu apostar na criação de uma associação local para que “se consigam dar novas e me-lhores condições”, e “as coisas aconteçam de forma cada vez mais dinâmica e alargada”. “Sinto as edições anteriores do Unitygate como um ensaio para algo que está na fase de levar um pontapé decisivo e crescer para a tal plataforma Europa--Ásia, África, América, ou seja, à escala universal”, explicou An-tónio Mil Homens, fotógrafo e membro da organização.

“Foi constituída uma asso-

ALBERGUE É O CO-ORGANIZADOR GERAL DO PROGRAMA PELA PRIMEIRA VEZ

“Unitygate” cria associação em MacauO programa de intercâmbio cultural “Unitygate” está de regresso a Macau até 17 de Novembro, com vários workshops e espectáculos com a dança a assumir-se como ponte entre culturas. Dado o crescimento progressivo, a plataforma sentiu necessidade de constituir uma associação para chegar a outras partes do mundo

ciação que reúne os responsá-veis de todas as associações que organizam desde o início esta plataforma e reúne todos aque-les que queiram vir a participar nela. Essa associação será sem-pre centrada em e a partir de Macau, e de Portugal também. Esperemos que o sonho inicial deste projecto, ‘dois territórios--semente’ possa ser um exemplo para o mundo na extensão da arte como um fio de ligação. Está na hora de construir um mundo melhor”, acrescentou Alexandra Battaglia, mentora e directora--geral da Companhia de Dança Amalgama.

Por outro lado, a edição des-te ano conta com a estreia do Albergue SCM como co-organi-zador geral, e que irá acolher o programa “Albergue Unitygate Arts Meetins”, no dia 17 de No-vembro, a partir das 19:00. De acordo com Alexandra Battaglia, trata-se de um programa “multi-cultural com exposição fotográ-fica e de multimédia, primeira

mostra de vídeo-arte e espetácu-lo de dança contemporânea ‘Re-flexos’, uma criação sino-lusa”, que assumem um significado muito especial.

“As peças sino-lusas são as pérolas do Unitygate, isto porque a plataforma nasceu ao pensar e desafiar artistas de Por-tugal e Macau a encontrarem-se num território neutro, a partir do zero, para que criassem uma obra”, explicou Alexandra Batta-glia, na conferência de imprensa de apresentação do intercâmbio.

A peça “Reflexos” junta dan-çarinos de Portugal, Macau e Taiwan e aborda “identidades, espelhos, reflexos, encontros”, girando em torno da procura pelo “eu” e “nós”.

A Fundação Rui Cunha, uma das entidades parceiras, abrirá as suas portas, no dia 13 de No-vembro, a partir das 19:00, para o “Open Arts Session”. Apresen-tado como um “modelo pioneiro de arte em Macau”, trata-se de um encontro de artistas da músi-

ca, poesia e dança, cuja intenção é incentivar o público a partici-par na viagem artística.

O programa de intercâmbio cultural também passará por Guangdong, com a apresentação da criação sino-lusa “Revival”, criada há dois anos, no Teatro GMDC. Para além de Guang-dong, o “Unitygate” vai estar ainda em Hong Kong, de 19 a 22 de Novembro, finalizando a

temporada deste ano em Taiwan entre os dias 26 e 29.

Uma vez que a organização quer reproduzir a aposta pelo intercâmbio cultural noutras culturas, já está confirmada a presença do “Unitygate” na Sué-cia, Índia e EUA em 2016.

“O Unitygate é o exemplo vivo de que a arte não tem fron-teiras”, resumiu Alexandra Bat-taglia. C.A.

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“Unitygate” promove workshops e espectáculos até ao dia 17

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 201510 JTM | LOCAL

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As Ruínas de São Paulo foram ontem à tarde palco de um espectáculo apresentado pelo grupo de artistas

lusófonos Macau Artfusion. Fazendo justi-ça ao nome, o colectivo integrou numa só

actuação danças, música e artes visuais. Centenas de turistas que passeavam nas redondezas tiveram a oportunidade de as-sistir à actuação denominada “Elementos” e de tirar fotografias.

Divididos em quatro grupos, os baila-rinos apresentaram-se pintados por forma a representar os quatro principais elemen-

ESPECTÁCULO INTEGRADO NO FESTIVAL FRINGE

O colorido dos “Elementos” nas Ruínas de São PauloO grupo Macau Artfusion apresentou ontem um espectáculo de dança nas Ruínas de São Paulo que despertou a atenção de centenas de turistas. Integrado no Festival Fringe, a actuação uniu a dança à música e artes visuais e teve como tema os quatro elementos fundamentais: terra, ar, fogo e água

Viviana Chan

NOVE CANDIDATURAS AO PRÉMIO DE ARTES PLÁSTICAS

Fundação Oriente quer “estimular” participação de artistasNove artistas locais candidataram-se ao Prémio Fundação Oriente/Artes Plásticas deste ano, mais dois do que no ano passado. Ana Paula Cleto, coordenadora da Delegação de Macau da Fundação Oriente, anunciou a intenção de divulgar o concurso em escolas de arte e associações, já que o aumento do número de propostas “enriquece não só os artistas como valoriza o prémio”

A Fundação Oriente e a associação Art for All Society (AFA) voltaram a unir esforços para a sexta edição do Salão de Outono que reúne uma mostra de 62 obras de 29 artistas locais, onde estão presentes modalida-

des como a fotografia, vídeo, pintura e escultura. Com a presença de artistas cada vez mais jovens, o Salão de Outono deste

ano apostou num “refrescamento” já que os candidatos tiveram de submeter trabalhos feitos, pelo, menos em 2014. Desde a arte abstracta à figurativa e do surrealismo ao realismo, a Casa Garden volta a acolher a exposição colectiva.

A série de cinco quadros pintados a óleo intitulada “La Vie en Rose” consa-grou Yung Lai Jing como a grande vencedora do “Prémio Fundação Oriente/Artes Plásticas 2015”. Para além de receber 50 mil patacas, a jovem artista vai viajar para Portugal onde participará numa residência artística que vai terminar com a exposição dos seus trabalhos no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.

Por outro lado, foram também atribuídas menções honrosas ao vídeo “Brea-the” realizado por Ao Hou Meng e ao trabalho fotográfico do jovem Lo Chong Hong, “Marquee”.

“Como gosto muito de viajar, este trabalho fotográfico fala sobre memórias, mais concretamente das minhas. É por isso que estas fotografias revelam alguns locais por onde passei mas sempre a partir da minha própria perspectiva do espaço”, explicou Lo Chong Hong, estudante de Artes Visuais no Instituto Poli-técnico de Macau, ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Apesar do número de artistas e obras seleccionadas se manter na mesma linha, uma vez que há a condicionante do espaço, as candidaturas ao Prémio de Artes Plásticas aumentaram de sete para nove, em relação à edição anterior. No entanto, Ana Paula Cleto reconhece que é importante reforçar a divulgação junto dos jovens artistas locais.

“Acho que deveríamos estimular mais a participação de artistas. Surgiu a ideia de fazermos um trabalho junto de algumas escolas de arte de Macau e as-sociações para passar a mensagem para que as candidaturas aumentem porque é importante e enriquece não só os artistas, como valoriza o prémio”, considerou a delegada da Fundação Oriente, em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015 JTM | LOCAL 11

actuação danças, música e artes visuais. Centenas de turistas que passeavam nas redondezas tiveram a oportunidade de as-sistir à actuação denominada “Elementos” e de tirar fotografias.

Divididos em quatro grupos, os baila-rinos apresentaram-se pintados por forma a representar os quatro principais elemen-

tos: vermelho para o fogo, verde para a ter-ra, azul para a água, branco para o ar.

De acordo com um porta-voz do grupo, o espectáculo teve por objectivo apresentar “uma simbiose entre a natureza e o ser hu-mano, uma realidade que se quer sentida, tocada ou percebida, ao confrontar o pú-blico com as características de cada um dos

elementos”. O espectáculo integrou-se na edi-

ção deste ano do Festival Frin-ge que começou no dia 1 deste mês. Segundo o Instituto para os Assuntos Cí-vicos e Municipais (IACM), o Fringe 2015 pretende mostrar ao público a liberdade que a arte pode simbolizar, além de “agu-

çar” a curiosidade dos espectadores. O Festival Fringe traz a Macau artistas

de diferentes partes do mundo para actua-ções em 17 locais diferentes, entre 1 e 15 de Novembro. Ao longo desta semana ainda vão decorrer pelo menos sete espectáculos protagonizados por artistas locais, de Tai-wan, Brasil e Portugal.

ESPECTÁCULO INTEGRADO NO FESTIVAL FRINGE

O colorido dos “Elementos” nas Ruínas de São PauloO grupo Macau Artfusion apresentou ontem um espectáculo de dança nas Ruínas de São Paulo que despertou a atenção de centenas de turistas. Integrado no Festival Fringe, a actuação uniu a dança à música e artes visuais e teve como tema os quatro elementos fundamentais: terra, ar, fogo e água

NOVE CANDIDATURAS AO PRÉMIO DE ARTES PLÁSTICAS

Fundação Oriente quer “estimular” participação de artistasNove artistas locais candidataram-se ao Prémio Fundação Oriente/Artes Plásticas deste ano, mais dois do que no ano passado. Ana Paula Cleto, coordenadora da Delegação de Macau da Fundação Oriente, anunciou a intenção de divulgar o concurso em escolas de arte e associações, já que o aumento do número de propostas “enriquece não só os artistas como valoriza o prémio”

A Fundação Oriente e a associação Art for All Society (AFA) voltaram a unir esforços para a sexta edição do Salão de Outono que reúne uma mostra de 62 obras de 29 artistas locais, onde estão presentes modalida-

des como a fotografia, vídeo, pintura e escultura. Com a presença de artistas cada vez mais jovens, o Salão de Outono deste

ano apostou num “refrescamento” já que os candidatos tiveram de submeter trabalhos feitos, pelo, menos em 2014. Desde a arte abstracta à figurativa e do surrealismo ao realismo, a Casa Garden volta a acolher a exposição colectiva.

A série de cinco quadros pintados a óleo intitulada “La Vie en Rose” consa-grou Yung Lai Jing como a grande vencedora do “Prémio Fundação Oriente/Artes Plásticas 2015”. Para além de receber 50 mil patacas, a jovem artista vai viajar para Portugal onde participará numa residência artística que vai terminar com a exposição dos seus trabalhos no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.

Por outro lado, foram também atribuídas menções honrosas ao vídeo “Brea-the” realizado por Ao Hou Meng e ao trabalho fotográfico do jovem Lo Chong Hong, “Marquee”.

“Como gosto muito de viajar, este trabalho fotográfico fala sobre memórias, mais concretamente das minhas. É por isso que estas fotografias revelam alguns locais por onde passei mas sempre a partir da minha própria perspectiva do espaço”, explicou Lo Chong Hong, estudante de Artes Visuais no Instituto Poli-técnico de Macau, ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Apesar do número de artistas e obras seleccionadas se manter na mesma linha, uma vez que há a condicionante do espaço, as candidaturas ao Prémio de Artes Plásticas aumentaram de sete para nove, em relação à edição anterior. No entanto, Ana Paula Cleto reconhece que é importante reforçar a divulgação junto dos jovens artistas locais.

“Acho que deveríamos estimular mais a participação de artistas. Surgiu a ideia de fazermos um trabalho junto de algumas escolas de arte de Macau e as-sociações para passar a mensagem para que as candidaturas aumentem porque é importante e enriquece não só os artistas, como valoriza o prémio”, considerou a delegada da Fundação Oriente, em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Considerando que o prémio representa uma grande oportunidade, Ana Paula Cleto acrescenta que “o objectivo é permitir que artistas locais entrem em contacto com outros”. “Colocamos os artistas em contacto com outros artistas, visitam ateliês, trocam impressões. Enfim, fazemos um programa de integração para que eles tenham acesso a outras formas de trabalhar a arte”, disse.

Graças à colaboração com a Galeria Arte Periféria, a vencedora deste ano terá a oportunidade de expor os seus trabalhos no CCB. “Esta colaboração com

a Galeria Arte Periférica permite aos artistas trabalhar no atelier, ter novas ideias e no fim da residência fazerem uma exposição no CCB. Penso que para um jo-vem artista que está aqui, que quase nunca saiu, ou pelo menos se saiu foi em turismo, é muito bom”, sublinhou.

Os trabalhos do 6º Salão de Outono estão patentes na Casa Garden até 28 de Novembro, todos os dias entre as 10:00 e as 19:00, excepto às segundas-feiras.

C.A.

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Yung Lai Jing venceu Prémio Artes Plásticas 2015 com as pinturas a óleo “La Vie en Rose” Salão de Outono apresenta 62 obras de 29 artistas

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 201512 JTM | LOCAL

• • • BREVES

Alexis Tam avisa Ubere agências de viagensO Secretário para os Assuntos Sociais e Cul-tura apelou a “todas as agências de viagens” para não colaborarem com a Uber, cuja activi-dade de transporte de passageiros classificou como “ilegal”, e garantiu que a fiscalização foi reforçada. “Imagine-se o que seria se todos usassem os seus carros para esse fim”, disse Alexis Tam ao Canal Macau, advertindo que, caso se verificasse esse cenário, “Macau fica-ria um caos”.

Procura de quadros qualificadosdeve crescer 30% no jogoO sector do jogo deverá registar um aumen-to de cerca de 30% na procura de gestores e quadros especializados nos próximos três anos, prevê um dos estudos encomendados a instituições de ensino superior de Macau pela Comissão de Desenvolvimento de Talentos. A procura também poderá subir 25% no retalho e duplicar no sector de convenções e exposi-ções. Segundo uma nota oficial, na hotelaria e restauração prevê-se a criação de cerca de 27 mil e 16 mil empregos, respectivamente.

Inspecções anti-tabagismoatingem média de 794 por dia Nos primeiros 10 meses deste ano, os Serviços de Saúde realizaram 241.515 inspecções sobre a lei anti-tabagismo, perfazendo uma média de 794 por dia. Foram multados 5.768 fuma-dores ilegais e detectados 32 casos de venda de produtos de tabaco que não satisfaziam as normas de rotulagem, bem como seis onde os estabelecimentos disponibilizavam tabaco por meios directamente acessíveis aos comprado-res. Nos casinos, foram acusados 368 indiví-duos que fumavam ilegalmente.

Macau pode aderir a grupoda comunicação lusófonaPromover a adesão como novos membros do Brasil e Macau foi uma das decisões tomadas na reunião anual da plataforma que junta as entidades reguladoras de comunicação lusó-fonas (PER). Do encontro, realizado na Cida-de da Praia (Cabo Verde) saiu ainda a propos-ta de completar o processo de adesão da PER como membro observador da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. A Guiné--Bissau vai acolher o próximo encontro da PER, em 2016.

Emitido alerta de segurançasobre viagens às MaldivasNa sequência de um alerta de segurança por parte do Consulado da China nas Maldivas, face ao estado de emergência imposto no país a 4 de Novembro durante 30 dias, o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo de Macau ape-lou aos residentes da RAEM que pretendam visitar aquele destino para seguirem de perto a evolução da situação e “avaliar criteriosamen-te os riscos de segurança”. Segundo os últimos dados, não há actualmente excursões de Ma-cau nas Maldivas.

Aberta exposição de mapas antigos na Biblioteca Sir Robert Ho TungCerca de 40 reproduções de mapas dos séculos XIII ao XX, cedidas pela Biblioteca da Univer-sidade de Ciência e Tecnologia (UCTM), inte-gram a exposição “Cartografia Global de Ma-cau” que ficará patente até 31 de Janeiro de 2016 na Biblioteca Sir Robert Ho Tung. Com entrada livre, a exposição pode ser vista de segunda-fei-ra a sábado, das 10:00 às 19:00, e aos domingos, das 11:00 às 19:00 (excepto feriados).

FUTEBOL DE MACAU

Papatudo defronta candidato Kin WaA equipa de matriz portuguesa Papatudo tem esta noite pela frente um adversário com dois paraguaios. Está em jogo um lugar nos quartos-de-final do campeonato secundário da Bolinha

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Se atendermos ao plantel das duas equipas, o Kin Wa é fa-vorito, porque investiu bastan-

te para tentar chegar à I Divisão da Bolinha, enquanto que o Papatudo tem ambições menos elevadas, em-bora apresente como principal arma a união do grupo.

É essa filosofia que se vai man-tendo no clube ao longo dos últimos anos e que tem feito com que a forma-ção orientada por Agostinho Caetano ultrapasse adversários, tentando ir o mais longe possível.

Esta noite, às 19:30, o Papatudo encontra pela frente o Kin Wa, numa partida de acesso aos quartos-de-fi-nal, por isso já numa fase adiantada da competição, autêntica maratona de 160 clubes inscritos, onde há um lote alargado de equipas que apos-tam claramente na subida de escalão.

O Kin Wa é um deles, tendo-se reforçado com os dois paraguaios do futebol de onze do Chao Pak Kei, Ismael Ortega e Ronald Cabrera, e ainda um africano, a que se juntam elementos de etnia chinesa já com ex-periência de I Divisão.

O Papatudo, que como se sabe ga-rantiu já este ano a subida à III Divi-são do “bolão”, apresenta como caras novas para esta edição da Bolinha, Rui Cid, o filipino Rodney e Custó-dio Antunes, mantendo-se no plantel jogadores como Vasco Bismarck, Rui Pires, Helder Beja, João Braga, Ale-xandre Bastos, Luis Monteiro, Daniel Eckardt, Ricardo Sá Carneiro.

Depois de ter eliminado nos de-zasseis-avos-de final o Tong Tat, por 1-0 (golo de João Braga), o Papatudo tem agora um “osso duro de roer”.

“O nosso adversário é o mais difí-cil, teoricamente, de todos os que de-frontámos até aqui. Trata-se de uma equipa, como se costuma dizer, de gente do futebol, bastante reforçada, ainda que o Tong Tat já não tivesse sido nada fácil”, começou por referir ao JORNAL TRIBUNA de MACAU o treinador do Papatudo, o professor Agostinho Caetano, antigo técnico do Sporting, tendo levado os leões a subir da III à II Divisão do futebol de onze.

E esta formação do Papatudo tem efectivamente vários ex-jogadores do Sporting de Macau, por isso com “bom trato de bola”, como são os casos, entre outros, de Rui Cid, João Braga, Rui Pires, Luis Monteiro, Ale-xandre Bastos, Helder Beja e o guar-da-redes Vasco Bismarck.

Um plantel que já actua em con-junto há alguns anos e que por isso tem conseguido bons resultados.

“Somos uma equipa que se pode considerar chata, que não é fácil bater, mesmo com limitações, porque todos os jogadores sabem perfeitamente o que devem fazer dentro do campo. E uma questão que eu considero fun-damental e que o clube não deve per-der, mesmo agora que vai para a III Divisão do futebol de onze - o espí-rito de grupo, de união, numa equi-

Vítor Rebelo

pa de amigos. Uma filosofia que tem dado frutos e que tem a ver também comigo. Essencialmente por isso é que eu estou com prazer nesta equipa, que pratica um futebol descontraído, sem pressão. E é nesta base que vamos ten-tando ganhar jogos e ir o mais longe possível”, sublinha Agostinho Cae-tano, que, recorde-se, já esteve como treinador adjunto de algumas equipas da II Divisão em Portugal, a última das quais o Caldas, onde igualmente foi orientador principal das camadas jovens.

Campanha invicta

O Papatudo não perdeu (nem em-patou…) um único desafio até esta altura do campeonato da Bolinha do escalão secundário e somente sofreu um golo, logo no primeiro encontro do grupo, somando 11 marcados.

É a única formação de matriz por-tuguesa ainda em prova, depois dos afastamentos de Casa de Portugal, Clube Atlético de Macau, Show di Bola, Sporting de Matos e Sport Co-mércio e Bigode.

Curiosamente, o Kin Wa, que esta noite defronta o Papatudo, afastou na eliminatória anterior o Clube Atlético, de Pedro Ribeiro e Castro, a quem ga-nhou por apenas 1-0, num tento apon-tado no derradeiro minuto, quando já se esperava que a decisão da partida fosse para os pontapés da marca de grande penalidade.

“Uma equipa joga aquilo que a ou-tra deixa jogar e pelo facto do nosso adversário de hoje ter de facto outros argumentos, nós vamos lutar até ao fim para ganhar, tentando ser, como disse atrás, uma equipa chata”, con-clui Agostinho Caetano, um professor de educação física na reforma, mas que colabora nas actividades despor-tivas extra-curriculares da Escola Por-tuguesa.

O treinador está já há alguns anos no Papatudo e diz que o grupo quase que nem precisa de um técnico: “Eles apanharam uma forma de jogar que quase que nem é necessário um trei-nador. É bom que a filosofia se man-tenha, não temos treinos formais, é apenas para descontrair”.

Difíceis de abaterUm dos mais antigos jogadores

do Papatudo, o guarda-redes Vasco Bismarck, está preparado para mais um confronto, afirmando que até ter-minar o jogo tudo é possível.

“Reconhecemos que este nosso adversário é bastante forte, mas até o jogo acabar temos as nossas hipó-teses. Há que ter sempre a ilusão de que se pode ganhar. Somos difíceis de abater, isso é verdade. Temos uma equipa que é de facto difícil para qualquer adversário, porque todos nós jogamos há muito tempo e isso dá bastante experiência. Entramos sempre para ganhar e queremos ir o mais longe possível em mais este campeonato de Bolinha”, salienta.

Bismarck está, entretanto, já a pensar na temporada de estreia na III Divisão do “bolão”. “Para nós é mais interessante o futebol de onze, mas eu tenho de reconhecer que a Bolinha é o futebol de Macau, porque tem mais gente nas bancadas a ver os jogos e é mais equilibrado, porque tem muitos jogadores do onze distribuídos por diversas equipas. Para nós este cam-peonato de sete serve também para testar outros novos jogadores para a III Divisão. Penso que conseguimos manter este grupo, que é basicamen-te o mesmo da IV Divisão”, destaca o guardião, que apenas sofreu um golo até esta altura no futebol em miniatu-re, logo a abrir a época, na vitória de 2-1 sobre Juventude.

Vasco vai ter provavelmente uma noite de trabalho no desafio desta noite, como já teve no confronto an-terior face ao Tong Tat.

O Papatudo marcou na primei-ra parte e soube segurar a preciosa vantagem, não obstante a reacção do Tong Tat, que esteve perto do empate nos segundos vinte e cinco minutos, mas não conseguiu ultrapassar a de-fesa da formação de Agostinho Cae-tano.

Para esta noite está também agen-dado mais um desafio dos dezasseis--avos-de final, 520 Sport Club-Wa Cheng (20:45). Amanhã disputam-se os jogos Tong Kuok Kei Lam-Sub 23 B (19:30) e Fu Si-Vui Chon (20:45).

Equipa do Papatudo é orientada por Agostinho Caetano, antigo técnico do Sporting de Macau

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015 JTM | DESPORTO 13

LIGA PORTUGUESA

Nacional ganha em GuimarãesO Nacional conquistou o primeiro triunfo fora de casa na I Liga portuguesa de futebol, ao derrotar o Vitória de Guimarães por 1-0, com um golo de Soares, em encontro da 10.ª jornada

O golo do avançado brasileiro, aos 36 mi-nutos, premiou a

equipa que se sentiu mais confortável durante os 90 mi-nutos e permitiu aos madei-renses subirem à 10.ª posição da tabela classificativa, com 11 pontos, e ultrapassarem os vimaranenses, que estão no 12.º lugar, com 10.

As duas equipas, que apre-sentaram uma alteração cada nos ‘onzes’ - Ricardo Valente substituiu João Pedro nos vi-maranenses, ao passo que Wi-llyan entrou para o lugar de Washington no meio-campo madeirense -, proporciona-ram uma primeira parte equi-librada, em que privilegiaram a consistência defensiva.

A toada calculista da par-tida desfez-se aos 36 minu-tos, com o golo do conjunto ‘alvinegro’: na sequência de um corte da defesa vitoriana, João Aurélio antecipou-se a Luís Rocha e cruzou, sobre Douglas, para Soares, que, na pequena área, cabeceou para a baliza deserta, tendo

• • • POLIDESPORTIVO

Oliveira vice-campeãoO português Miguel Oliveira (KTM) somou ontem no Grande Prémio da Comunidade Valenciana o sexto triunfo da temporada e terceiro consecutivo no Mundial de motociclismo de Moto3, mas falhou o tí-tulo mundial, porque o britânico Danny Kent ficou em nono e assim ganhou o título.

Os melhores na praiaPortugal foi o grande vencedor da Gala Internacio-nal do futebol de praia, que decorreu no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, recebendo a maioria dos prémios atribuídos, incluindo o de melhor jogador, entregue a Madjer. Numa noite que consagrou um ano em que Portugal se sagrou campeão do mundo e venceu ainda a Liga Europeia, a FPF e a selecção portuguesa encerraram a época com uma chuva de troféus, quer a nível individual, quer colectivo.

PSG reforça liderançaO Paris Saint-Germain goleou na recepção ao Tou-louse por 5-0, em encontro da 13.ª jornada da Liga francesa de futebol, e reforçou a liderança, aumen-tando para 13 pontos a vantagem sobre o trio de se-gundos classificados. O campeão gaulês não sentiu dificuldades para se impor ao penúltimo classifica-do, tendo desde cedo definido o rumo da partida, com um golo do internacional argentino Di Maria, aos seis minutos, e outro do internacional sueco Zla-tan Ibrahimovic, aos 18.

Bayern soma e segueO Bayern de Munique goleou por 4-0 o Estugarda, na 12.ª jornada da Liga Alemã de futebol, e o Wolfs-burgo perdeu por 2-0 em Mainz, resultado que com-promete o terceiro lugar dos ‘lobos’ na competição.

PREMIER LEAGUE

Chelsea de mal a pior O Chelsea sofreu a sétima derrota em 12 jornadas na Liga inglesa de futebol, ao perder no terreno do Stoke City por 1-0, numa partida em que o português José Mourinho, castigado, não pôde dirigir a equipa

apontado o seu quarto golo no campeonato.

O Vitória, que, até aí, tinha atacado sempre com cautelas, lançou-se em busca do empa-te nos minutos finais da pri-

meira parte e teve duas oca-siões claras para o conseguir: aos 43 minutos, Ricardo Go-mes, em posição privilegiada, permitiu o corte de João Auré-lio, e, aos 45, Tomané, isolado,

rematou para defesa de Rui Silva.

Sérgio Conceição procurou dinamizar o ataque vimara-nense, com a entrada de Ale-xandre Silva para o lugar de

Tozé, após o intervalo, mas o Nacional, jogando na expec-tativa, contrariou esse ímpeto e quase dilatou a vantagem, quando Nené Bonilha, só na área, rematou por cima (58 minutos), já depois de ter sido anulado um golo a Sal-vador Agra (50).

Académica deixazona de despromoção

O Estoril-Praia e a Acadé-mica empataram a um golo, no jogo de abertura da 10.ª jornada, disputado no Estoril.

O brasileiro Léo Bonati-ni colocou os ‘canarinhos’ em vantagem, aos 34 minu-tos, com o seu quinto golo no campeonato, mas Rabiola empatou a partida aos 71.

O Estoril-Praia somou o quarto encontro consecutivo sem vencer e mantém-se pro-visoriamente no oitavo pos-to, com 14 pontos, enquanto a Académica deixou, para já, a zona de despromoção, ao subir ao 16.º lugar, com seis pontos, depois de somar o quarto jogo sem perder.

Sem o técnico luso no banco, suspenso pela fede-ração por um jogo e sem sequer poder estar nas instalações do Estádio Britânia, os ‘blues’ foram

surpreendidos pelo tento do austríaco Marko Arnauto-vic, marcado aos 53 minutos.

Apenas aos 66 minutos, através de um remate ao poste do espanhol Pedro Rodriguez, o Chelsea con-seguiu a primeira oportunidade de golo digna desse nome e, apesar da pressão que impôs no final, só vol-tou a levar perigo à baliza de Butland por duas vezes, num remate de Hazard e num falhanço de Remy, que se desequilibrou quando podia ter rematado para o empate.

Com este desfecho, o Chelsea caiu para o 16.º posto, com apenas 11 pontos, enquanto o Stoke City ascendeu à 10.ª posição, com os mesmos 16 pontos de Watford e Crystal Palace, equipa que tem menos uma partida disputada.

Esta foi a terceira derrota consecutiva da equipa de Mourinho para o campeonato, depois dos desaires no reduto do West Ham (1-2) e na recepção ao Liverpool (1-3), e quarta nas derradeiras cinco rondas.

Nos outros encontros do fim de semana, destaque para o Newcastle City que foi vencer fora o primo-divi-sonário Bournemouth, três importantes pontos na fuga à descida e para o Manchester United que dificilmente venceu o West Bromwich Albion estando agora a um ponto do líder Manchester City cujo encontro com o Aston Villa se inicia apenas depois do fim desta edição. O Southampton obteve importante vitória no terreno do Sunderland, enquanto West Ham United empatou com o Everton. Nos outros encontros já disputados,

o Leicester City bateu o Watford por 2-1, e o Norwich City venceu o Swansea City por 1-0

A Liga inglesa é liderada pelo trio constituído por Manchester City, Arsenal e Leicester, todos com 25 pon-tos, embora as duas primeiras equipas só cumpram a jornada no domingo, respectivamente, no terreno do Aston Villa e na recepção ao Tottenham.

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 201514 JTM | ACTUAL

ENCONTRO HISTÓRICO DOS PRESIDENTES DA RPC E TAIWAN

Ambiente de muita simpatiamas cada um ficou na sua...

Manifestantes em Taipé contestam encontroCentenas de manifestantes enfurecidos concentraram-se ontem junto ao gabinete do presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, condenando o histórico aperto de mão ao líder da China, numa cimeira que aumentou os receios de que o rival gigante possa engolir a ilha democrática

Os presidentes chinês, Xi Jinping, e taiwanês, Ma Ying-Jeou, deram um aperto de mão his-tórico em Singapura, no arranque da primei-

ra cimeira desde a separação da China continental e de Taiwan, há 66 anos, após uma guerra civil.

Os dois sorriram e acenaram perante uma sala re-pleta de jornalistas num hotel em Singapura, antes de se retirarem para darem início a conversações priva-das. Esta foi a primeira reunião entre os líderes dos dois territórios desde 1949.

Os manifestantes revoltados tentaram invadir o Parlamento na capital Taipé, durante a noite e27 fo-ram detidos no aeroporto, acusando Taiwan de se estar a vender a Pequim, que está empenhado em ex-pandir sua influência.

Mais tarde, cerca de 500 manifestantes, represen-

tando vários grupos, incluindo agricultores, activis-tas de direitos humanos e ambientalistas, insurgi-ram-se contra o encontro informal que decorreu num hotel de Singapura e onde Ma disse ao líder chinês que os dois “já se sentiam como velhos amigos”.

“Como é que ele pôde... sem qualquer negociação ir encontrar-se com o líder do nosso inimigo? Acredi-to que isto está ao nível da traição”, disse o vice-pre-sidente da Associação de Professores Universitários de Taiwan, Lin Hsiu-Hsin.

Os manifestantes ficaram enfurecidos com os co-mentários de Xi de que os dois lados são “uma fa-mília” que nunca poderá ser separada, numa alusão à posição imutável de que Taiwan é uma província separada aguardando a reunificação.

“Xi Jinping disse que nós pertencemos a uma Chi-

na. Conseguem aceitar isto?”, gritou entre a multidão Lee Ken-cheng, do partido ambientalista e cético a Pequim.

“Não”, gritaram os manifestantes.Também em Singapura, há relatos de que três

membros da União (anti-China) de Solidariedade de Taiwan (TSU) terem sido escoltados de um alojamen-to pela polícia.

Uma porta-voz da união anti-China em Taipé dis-se que o candidato Hsiao Ya-tan foi “levado pela po-lícia”, juntamente com dois dos seus assistentes.

No aeroporto de Songshan em Taipé, onde Ma fez um breve discurso aos jornalistas antes de embarcar no seu voo de regresso, os manifestantes tentaram queimar imagens dos dois líderes com ‘slogans’, ape-lidando Xi de “ditador chinês” e Ma de “traidor”.

Conta do banquete dividida a meio

O líder de Taiwan, Ma Ying-jeou ofereceu dois presentes a Xi jinping. Um deles foi uma escultura feita à mão de um pega-rabuda azul, espécie de ave que vive nas montanhas de Taiwan. De acordo com os media de Taiwan, Ma também ofereceu para o banquete, oito jarros de vinho de arroz de alta qualidade, também produzido em Taiwan. Os media chineses não adiantaram ainda os presentes dados pelo Presidente Xi a Ma. O banquete entre os dois líderes teve algumas complicações pouco habituais, uma vez que foi feito em “território neutro” e nenhum dos líderes queira ser menos ou mais que o outro. Foi assim decidido dividir a conta entre os dois.

O encontro histórico entre Xi Jinping e Ma Ying-jeou decorreu em Singapura, em ambiente de muita simpatia e pragmatismo sobre as difíceis relações entre os dois territórios. Nas declarações, contudo, verifica-se que cada um fica na sua. O “status quo” não mudou

Sorridentes, de mãos apertadas, posando longamente para os fotógrafos. Assim surgiram em

Singapura os presidentes da China e de Taiwan, num encontro histórico que durou menos de uma hora no ho-tel Shangri-La – propriedade dos des-cendentes de emigrantes chineses da província de Fujian, assinala o Diário de Notícias.

“Nós somos uma família. Não im-porta o muito por que já tenhamos passado dos dois lados do estreito, nada pode separar-nos”, disse Xi a Ma. “[Pedimos que haja um diálogo] que beneficie ambas as partes e redu-za a animosidade”, respondeu Ma a Xi, perante as centenas de jornalistas presentes.

Numa conferência de imprensa posterior à reunião, o ministro chi-nês para os assuntos relacionados com Taiwan, Zhang Zhijun, explicou que Xi e Ma se tinham comprometi-do a manter o chamado “consenso de 1992”, que fala na existência de “uma China”, embora ambos os territórios a interpretem de formas distintas.

No quadro das novas relações que agora poderá começar, salientou o jor-nal El País, passar-se-ia do não reco-nhecimento mútuo à não negação da

existência de ambos os governos. Re-jeitadas seriam, porém, quaisquer te-ses independentistas. “A nossa Cons-tituição não o permite”, declarou Ma, cujo partido nacionalista Kuomintang tem estado no poder em Taiwan, mas está ameaçado nas sondagens pelo Partido Democrático Progressista, a dois meses da realização de eleições presidenciais.

Embora os dois líderes o neguem, os analistas consideram que o tom de pragmatismo – e até de alguma ce-dência – tem que ver com o receio de Pequim em relação ao crescente sen-timento independentista em Taiwan. “Perante a iminente vitória da oposi-ção e o crescimento do apoio à inde-pendência, Xi adoptou uma postura pragmática. Mantendo como limite o consenso de 1992, concedeu um reco-nhecimento à República da China”, constatou Lee Chih Horng, investiga-dor do Instituto Longus, de Singapu-ra, citado também pelo El País.

Numa reacção ao encontro, a líder do Partido Democrático Progressista taiwanês, Tsai Ing-wen, declarou-se desiludida com o facto de o Presiden-te Ma Ying-jeou não ter referido a ne-cessidade de preservar a liberdade e a democracia na ilha. Favorita para as

eleições de Janeiro, a líder da oposi-ção taiwanesa disse ainda aos jorna-listas reunidos em Yunluin, Taiwan, que iria trabalhar em conjunto com o povo para corrigir os danos causados pelo encontro, noticiou a Reuters. Par-

tilhando o descontentamento de Tsai Ing-wen, centenas de manifestantes concentraram-se junto ao gabinete do presidente de Taiwan para condenar o aperto de mão deste ao presidente da China.

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015 JTM | ACTUAL 15

CRONOLOGIACronologia dos principais momentos nas rela-ções entre a China comunista e Taiwan, a ilha onde se refugiou em 1949 o antigo governo nacionalista (Kuomintang), depois da guerra civil chinesa ter acabado. O Kuomintang con-tinua a identificar-se como governante de toda a China, enquanto Pequim considera Taiwan uma província chinesa e não uma entidade politica soberana. Ambos os lados rejeitaram sempre uma divisão definitiva.

19491 de Outubro - Mao Zedong proclama a fundação da República Popular da China, em Pequim. O an-tigo governo nacionalista (Kuomintang), liderado por Chiang Kai-shek (1887-1975), refugia-se na ilha de Taiwan e proíbe qualquer ligação com a China comunista. Em dezembro, o Exército de Li-bertação Popular do Povo Chinês, do continente, faz a primeira de uma série de tentativas para re-cuperar as ilhas de Quemoy e Matsu, pertencen-tes a Taiwan.

1950 - Taiwan torna-se um aliado dos Estados Unidos na guerra contra a China na península Coreana.

197125 de Outubro - O assento no Conselho de Segu-rança da ONU, até então ocupado por Taiwan, é concedido a Pequim.

Março de 1979 - Washington restabelece as rela-ções diplomáticas com a China comunista. Peran-te a comunidade internacional, os Estados Unidos defendem a política de “uma só China”, reconhe-cendo apenas Pequim como o governo legítimo, mas salvaguardado o direito em manter relações económicas e militares estreitas com Taipei.

2 de Novembro de 1987 - Os taiwaneses são auto-rizados a visitar a China continental para encon-tros com familiares, abrindo o caminho ao comér-cio entre os dois lados. Em 1991, Taipei revoga as disposições que impõem o estado de guerra com a China comunista.

Junho de 1995 - Pequim suspende as negociações no sentido de normalizar as relações, em protesto contra a viagem do presidente Lee Teng-hui aos Estados Unidos.

1996 - A China dispara mísseis perto da costa de Taiwan, pouco antes das primeiras eleições presi-denciais na ilha, a 23 de Março, vencidas por Lee Teng-hui.

200529 Janeiro - São iniciados os primeiros voos dire-tos entre a China continental e Taiwan, onde em Março de 2000 o Kuomintang, partido relativa-mente pró-Pequim, perdeu o poder para Chen Shui-bian, mais cético em relação ao continente, e que foi reeleito em 2004. 14 de Março - Pequim ameaça “usar a força” se Tai-wan declarar a independência.29 de Abril - Reunião histórica em Pequim entre o então líder do Kuomintang Lien Chan e o ex-pre-sidente chinês Hu Jintao, a primeira a esse nível.

200812 de Junho - Pequim e Taipei retomam o diálogo, suspenso em 1995, após a vitória na eleição presi-dencial em Março do candidato do Kuomintang, Ma Ying-jeou, defensor de um estreitar dos laços com o continente, e que foi reeleito em 2012.4 de Novembro - Os dois lados assinam uma série de acordos na área económica para estabelecer ligações aéreas e promover o turismo.

29 Junho de 2010 - Pequim e Taiwan alcançam um acordo-quadro para a cooperação económica.

11 de Fevereiro de 2014-Pequim e Taipei concor-dam num diálogo entre os governos. O primeiro desde 1949.

Estarmos em vésperas de eleições em Taiwan, com as sondagens a prever a vitória do partido hostil

a Pequim, é a grande justificação para esta cimeira inédita Xi-Ma?

-A cimeira Xi Jinping-Ma Ying-jeou surpreende pelo timing. É difícil disso-ciá-la do período eleitoral que se vive em Taiwan. Numa manobra urgente, o Kuomintang (KMT) foi obrigado a substituir a sua candidata à presidência para combater a enorme vantagem que a rival do Partido Democrático Progres-sista (DPP) tem nas sondagens. Nesse contexto, Pequim vê com preocupação a possibilidade de uma força indepen-dentista reassumir o poder em Taiwan. O presidente da China arrisca-se a não ter outro interlocutor da família política de Ma até ao final dos seus mandatos em 2023. A confirmar-se uma derrota esmagadora do KMT, em Janeiro de 2016, o partido que dominou a ilha des-de 1949 corre o risco de passar à irrele-vância. Esse é um cenário desfavorável a Pequim, pois o KMT - pró reunifica-ção - é o interlocutor privilegiado do PCC. Foi com o KMT de Chiang Kai--shek que o PCC travou a guerra civil. A assinatura de um acordo de paz pode ser um passo no sentido da reaproxi-mação política.

Pequim estará a jogar na prevenção de um cenário que lhe seja hostil a par-tir do próximo ano, mas os efeitos po-dem ser contraproducentes. Foi, recor-de-se, o que aconteceu em 1995 quando tentou influenciar o desfecho das presi-denciais, ao disparar mísseis no Estreito de Taiwan. Os EUA foram obrigados a enviar a sétima esquadra para resfriar a tensão. Então, como agora, a maioria da população em Taiwan manifesta-se a favor do statu quo - nem independên-cia, nem reunificação.

-Ma, que como líder do KMT le-vou a normalização com a China con-tinental a níveis impensáveis anos antes, arrisca muito nesta cimeira a meses da sua partida?

-Há agora cerca de 900 voos sema-nais entre a China e Taiwan, mas essa aproximação não conduziu a um en-tendimento político entre os dois gover-nos. Na conferência de imprensa que deu para justificar o encontro, Ma falou no reconhecimento de Taiwan, mas é bom recordar que Pequim tem vindo a isolar a ilha no plano diplomático à luz da política de “uma só China”. Apenas 21 países reconhecem o governo em Taiwan. Esta cimeira reveste-se de uma enorme carga histórica e política. Se Ma não tiver tacto político a gerir este encontro poderá estar a fornecer argu-mentos ao DPP. Os protestos em Tai-wan já desceram à rua. A aproximação económica entre os dois lados do Estrei-to de Taiwan conheceu um incremento

CHINA

“Líder que conseguir reunificaçãocom Taiwan será herói como Mao”“A reunificação - unificação na versão de Pequim - é um desígnio sagrado para a elite política chinesa. Está consagrado na Constituição e suscita um sentimento nacionalista indiscutível em quase todos os chineses” explica Luis Cunha, ex-residente em Macau e autor do livro “China: Cooperação e Conflito na Questão de Taiwan”, para quem “o líder que conseguir a reunificação com Taiwan será um herói nacional só comparável a Mao Tsé-tung”.

Leonídio Paulo Ferreiraexponencial no consulado de Ma e está consolidada. O tecido empresarial de Taiwan transferiu-se em peso para a China graças às facilidades concedidas por Pequim. Mas isso fez com que o governo em Taipé tenha ficado refém do empresariado da ilha. É por exem-plo em Shenzhen, no Sul da China, que a taiwanesa Foxconn, maior fabricante mundial de componentes eletrónicos e de computadores, produz os iPhones e outros produtos da Apple. O “Made in Taiwan” desapareceu praticamente das superfícies comerciais. São agora as questões políticas que estão em jogo. Este encontro pode ser um verdadeiro game changer.

-Para Xi, é um passo para o sonho de reunificação sob a ideia de um país, dois sistemas, com Taiwan a imi-tar Hong Kong e Macau?

-Este é um grande salto em frente. Xi tem vindo a revelar-se um líder for-te e pró-activo. A imagem de Xi sairá reforçada deste encontro. É um passo ousado mas inteligente do ponto de vista estratégico. A fórmula de Deng Xiaoping, “um país, dois sistemas”, foi gizada a pensar em Taiwan. A reunifi-cação - unificação na versão de Pequim - é um desígnio sagrado para a elite política chinesa. Está consagrado na Constituição e suscita um sentimento nacionalista indiscutível em quase to-dos os chineses. O líder que conseguir a reunificação com Taiwan será um herói nacional só comparável a Mao Tsé-tung. No centenário da fundação do PCC (2021), Xi será ainda o líder máximo da China e uma possível reu-nificação com Taiwan, até essa data, se-ria um feito incomensurável para ele e para o Partido-Estado. De resto, a rela-ção entre os dois lados é cada vez mais assimétrica. A China nunca esteve tão forte e a posição de Taiwan nunca foi tão frágil. O poderio militar de Pequim cresce exponencialmente, fazendo com que Taiwan tenha vindo a perder capa-cidade para responder a uma possível invasão. Recorde-se que a China tem 1500 mísseis apontados a Taiwan e que nunca renunciou ao uso da força para resolver a reunificação. A lei anti-seces-são em vigor na China é cristalina.

-A América, garante de Taiwan, vê com bons olhos esta cimeira?

-Os EUA têm sido de facto o garan-te do statu quo em Taiwan. É também graças ao “Taiwan Relations Act” que Washington está comprometida com a defesa da ilha. A questão de Taiwan tem vivido à sombra da triangulação China-EUA-Taiwan. Ao estabelecer-se uma comunicação directa ao mais alto nível China-Taiwan, o vértice america-no poderá estar em causa. Nessa medi-da, a Administração americana acom-panhará de perto o momento histórico que se vive.

-Taiwan, com o seu desenvolvi-mento e uma democracia consolida-da, mostra o caminho da China ou

o que resultou na ilha não vale para 1400 milhões?

-Embora a China seja a segunda economia mundial, Taiwan desfruta de um rendimento per capita muito superior, até em virtude de ter ape-nas 23 milhões de habitantes. Depois da fuga para Taiwan, os nacionalistas instalaram uma ditadura na ilha, mas acabaram por abrir o caminho para a democracia. Foi um processo lento e difícil, mas hoje o sistema democrático em Taiwan está consolidado. Não é crí-vel que Pequim venha a inspirar-se em Taiwan para reformar o seu sistema político. O PCC não advoga o sistema das democracias parlamentares. Em sentido oposto, Pequim tenta atrair Taiwan para a reunificação oferecendo um alto grau de autonomia, que inclui-ria a preservação das forças armadas e a inclusão de alguns ministros de Taiwan no governo central. As novas gerações em Taiwan já não se identifi-cam com os mainlanders (a população que fugiu do continente para a ilha em 1949), que admitiam a reunificação desde que o regime chinês aceitasse a democratização.

-Num exercício de pura especu-lação histórica, como veriam Mao e Chiang esta cimeira?

-Em Agosto de 194,5 Mao visitou Chiang em Chongqing. Também esse foi um encontro histórico entre dois líderes que não se avistavam pessoal-mente há duas décadas. Em vez do entendimento desejável, do encontro resultou a guerra civil na China. A passagem do tempo acabou por apro-ximar o PCC e o KMT, uma espécie de irmãos separados à nascença e que chegaram a formar frentes unidas na China nacionalista. Os dois partidos têm ADN em comum o que facilita a comunicação, como se prova com o encontro Xi-Ma. Ambos veneram a memória de Sun Yat Sen, pai fundador da China moderna que é mencionado nas Constituições da China e Taiwan. Em Novembro de 1973, Mao, terá dito ao seu interlocutor americano, Henry Kissinger, que o governo chinês podia esperar 100 anos até ao retorno de Tai-wan à tutela da China continental. Xi não quererá esperar mais 58 anos.

A proverbial paciência chinesa pode afinal não ser infinita.

JTM/DN

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 201516 JTM | ACTUAL

COREIA DO NORTERi Ul-sol, uma das figuras mais antigas do regime norte-coreano, faleceu vítima de um câncer de pul-mão aos 94 anos, segundo informou ontem a agên-cia estatal de notícias “KCNA”, detalhando que um fu-neral de Estado será realizado no dia 11 e que será o líder norte-coreano, Kim Jong-un, o encarregado de presidir o comité funerário.

TIMORDois jogadores de futebol timorenses foram conde-nados a penas de 20 e 24 meses de prisão pelo seu papel numa conspiração que pretendia combinar o resultado de um jogo de futebol da edição deste ano dos Southeast Asian (SEA) Games. Orlando Marque Henriques Mendes, de 49 anos, e Moisés Natalino de Jesus, de 31, foram condenados respectivamente a 24 e a 20 meses de prisão pela sua participação na “conspiração criminosa”.

EUAOs Estados Unidos adaptam a sua “postura operacio-nal” para contrariar qualquer “agressão russa”, decla-rou ontem o secretário da Defesa norte-americano, Ashton Carter. “Adaptamos a nossa postura opera-cional e os nossos planos de emergência no trabalho que fazemos - nós próprios e com os nossos aliados - para dissuadir a Rússia de uma agressão e para contribuir para reduzir a vulnerabilidade dos nossos aliados e dos nossos parceiros”, afirmou Carter, na Califórnia.

COREIA DO NORTEO regime de Kim Jong-un pediu ao Japão que reco-nheça a existência de escravas sexuais norte-corea-nas durante a II Guerra Mundial, depois de Tóquio e Seul se terem comprometido a dialogar sobre este tema. Numa EM Seul, a Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, e o primeiro-ministro do Japão, Shin-zo Abe, comprometeram-se a tratar deste conflito histórico.

ANGOLAO Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que Angola só vai recuperar dos efeitos da queda do petróleo daqui a dois anos, e mesmo assim aponta riscos a esta previsão, nomeadamente uma nova descida nos preços. “A perspectiva é para uma recu-peração que vai começar em 2017, mas há riscos ne-gativos, incluindo uma descida mais acentuada nos preços do petróleo”, considerou Ricardo Velloso, que liderou a missão do FMI a Angola em Agosto deste ano.

GUINÉ-BISSAUA Policia Judiciária da Guiné-Bissau deteve nove sus-peitos da autoria de assaltos à mão armada nos últi-mos dias na capital do país, disse ontem aquela força de segurança à Lusa. Entre os suspeitos, todos rein-cidentes, estão reclusos evadidos da prisão de Man-soa, no centro do país, acrescentou. Nos últimos dias, Bissau tem sido palco de uma onda de criminalidade nalguns bairros, levando à intervenção das Forças Ar-madas que, através da Polícia Militar e do regimento dos Comandos, intensificaram as rusgas nocturnas.

PORTUGALInvestigadores das universidades de Aveiro, Coimbra e Porto procuram desvendar segredos da construção do Mosteiro da Batalha através de prospeções por georradar, resistividade eléctrica e ondas sísmicas, num trabalho que já permitiu “ver” mais sobre este monumento Património da Humanidade.

CHINAA cidade de Zibo, no leste da China, anunciou que vai restaurar e mostrar numa exposição a partir do pró-ximo ano 500 cavalos enterrados vivos junto a um imperador que reinou na zona há 2.500 anos. Segun-do relatou a agência Xinhua, os cavalos pertencem ao túmulo de Qi Jinggong, imperador do período da Primavera e Inverno (séculos VIII a V antes de Cristo). Os cavalos deviam acompanhar o imperador, segun-do as tradições funerárias da antiguidade chinesa.

VOLTA AOMUND

PORTUGAL

Costa convence PS eaproxima-se de BruxelasO documento aprovado, que inclui mais de 70 medidas negociadas com BE e PCP, tem metas do défice e da dívida melhoradas

João Pedro Henriques, Manuel Carlos Freire e Rui Pedro Antunes

De cinco mil, só apareceram 200 à manifestação da direita

A convocatória surgiu pelo Facebook e cinco mil pessoas confirmaram presença no evento, mas no sábado, às 15.30, hora marcada para o início da manifestação “Não a uma moção de rejeição” eram pouco mais de duas centenas os que gritavam palavras de ordem na Praça D. João I, no Porto. Eram sobretudo militantes de base do PSD, como Joana Valério, que organizou a iniciativa, que terça-feira estará presente em Lisboa na manifestação sob o mesmo lema marcada para a porta da Assembleia da República.

António Costa tinha ontem duelo marcado com Francisco Assis na comissão política do

PS, mas no sábado conseguiu agarrar o partido no órgão máximo entre con-gressos. O secretário-geral socialista viu o programa de governo – que in-cluiu mais de 70 medidas negociadas com PCP, Bloco e PEV – ser aprova-do quase sem oposição. E ainda exi-biu um documento que se aproxima das metas de Bruxelas: défice sempre abaixo dos 3% e queda mais rápida da dívida.

Se as metas inscritas forem cum-pridas, a Europa e a zona euro não têm razões para temer um executivo de António Costa. Depois de os socia-listas chegarem a acordo com o PCP, o Bloco de Esquerda e o PEV, as metas orçamentais melhoraram face ao pro-grama eleitoral.

Desde logo, com o PS o défice desce abaixo do previsto antes das eleições em três dos quatro anos da legislatura. A previsão para o défice de 2016 era de 3%, agora é de ape-nas 2,8%. Na dívida, as melhorias também são claras, com reduções su-periores ao previsto nos quatro anos (chega aos 112% no final da legislatu-ra, quando antes era de 117,9%).

Daí que o líder do PS tenha garan-tido no seu discurso que o programa de governo “é inteiramente compatí-vel com os compromissos internacio-nais de Portugal em matéria de Defe-sa e de participação na UE e na zona euro”. Para o socialista, “o que é a base e o guia e dá consistência” à ação governativa “não são os acordos” in-terpartidários, mas “o programa de governo”.

António Costa declarou que o acordo pós-eleitoral entre os partidos de esquerda “é tão legítimo” como o que PSD e CDS firmaram “na ante-rior legislatura”. Será que só “alguns [acordos pós-eleitorais] são legítimos e outros não?”, interrogou-se o líder socialista, perante a Comissão Nacio-nal do PS.

“Quero testemunhar que encon-trei nos três partidos [BE, PCP e Ver-

des] um espírito construtivo, leal, sério e responsável, de empenho efe-tivo no encontro de soluções”, disse António Costa, para quem é legítimo o PCP, o BE e os Verdes – no respeito pela sua identidade própria – parti-ciparem em manifestações contra a UE e a NATO e, ao mesmo tempo, apoiarem um programa de governo pró-europeu.

“Ninguém vai pedir ao PCP que faça o que o PP fez em 2002 para se aproximar do PSD” de Durão Bar-roso, pois “somos gente séria e sabe-mos que estamos a falar com gente séria, que não vende a sua identidade para um acordo de governo”, referiu António Costa. Após este discurso, o programa foi aprovado por uma larga maioria, com 163 votos a favor, sete contra e duas abstenções. Antó-nio Costa conseguiu assim minimi-zar os focos de contestação. Embora tenham existido.

Ao que o DN apurou, à porta fe-chada, António Costa não falou sobre as divergências com o PCP no acor-do político, preferindo dar ênfase ao acordo para o programa de governo.

Álvaro Beleza, ex-dirigente do PS, fez um discurso virado para a ma-croeconomia, considerando o progra-ma “despesista”, defendendo que é difícil manter o orçamento dentro das balizas do défice. Metas essas que se mostram ainda mais ambiciosas do que no programa eleitoral.

O dirigente e deputado João Ga-lamba respondeu a Beleza, assegu-rando que as metas serão cumpridas.

Também o ex-deputado Ricardo Gonçalves foi crítico, comparando o

governo de esquerda a um tuk-tuk. “Cheguei aqui a Lisboa e vi um tuk--tuk, o que me fez logo lembrar esse governo que a direcção do PS agora pretende formar com o apoio do PCP e Bloco de Esquerda. Tal como o tuk--tuk, esse governo também faz muito barulho, mete-se por todas as vielas, leva alguma gente a bordo e até é exó-tico (...) mas é puxado por uma moto-rizada”, disse o socialista.

Ainda assim, numa reunião que teve cerca de 40 intervenções, Costa conseguiu passar com distinção, não passando a imagem de um partido dividido.

Ontem, António Costa tinha o segundo teste noutro órgão do PS: a comissão política. E enfrentará aque-le que tem sido um dos seus maiores críticos: Francisco Assis.

Mas também para esse encontro Costa já está a cerrar fileiras, cha-mando pesos-pesados do partido. O histórico Manuel Alegre vai intervir para defender a solução de um go-verno PS apoiado pela esquerda no Parlamento.

Para já, António Costa está a ga-nhar o partido. No sábado, na inter-venção, Costa lembrou que se opõe ao conceito de “arco de governação” (formado por PS, PSD e CDS) desde a campanha para as primárias do PS, reconheceu ser “verdade que a estra-tégia proposta é um enorme desafio”.

Costa destacou: “Todos temos consciência de que estamos a falar de algo que significa mudar a correlação do sistema partidário tal como tem existido nos últimos 40 anos”.

JTM/Diário de Notícias

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015 JTM | OPINIÃO 17

“É nos momentos críticos que se testa a relação dos que mandam com os que são mandados. O caso dentro do caso Lai Man Wa não trará ninguém para a rua, não será motivo de manifestações, mas é mais uma pedra no sapato que há muito se tornou apertado”

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau”

e “Tribuna de Macau” 09/11/1995

HISTÓRIA DO TERRITÓRIO CONTADA EM VÍDEOA história da convivência de por-tugueses e chineses em Macau ao longo de quatro séculos vai ser re-gistada em vídeo ao abrigo de um protocolo ontem celebrado entre a TDM e a Comissão Territorial para as Comemorações dos Descobrimentos. De acordo com o documento ontem assinado por Maria Carmo Figuei-redo, em representação da TDM, e por Rui Sá Vaz, presidente da Co-missão Territorial de Macau para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses (CTMCDP), as duas partes acordam a realização de uma série de documentários vídeo sobre o impacto da civilização oriental no Extremo Oriente. “A CTMCDP e a TDM vão documentar a secular pre-sença portuguesa no Extremo Orien-te, abordando a troca de conceitos, experiências e tradições, de que re-sultou, nalguns casos, a criação de culturas específicas, como é o caso de Macau”, indica o protocolo. Os 12 programas previstos serão elabora-dos pela Teledifusão de Macau num espaço de três anos e a difusão dos primeiros documentários ocorrerá em Outubro de 1996. A TDM será responsável pelo fornecimento dos meios técnicos, coordenação do pro-jecto e concepção do guião de pro-gramas, que poderá ser, de acordo com o protocolo assinado por ambas as partes, revisto pela CTMCDP. A TDM irá ceder os programas realiza-dos ao Centro Científico e Cultural de Macau em Lisboa e às embaixadas de Portugal na região Ásia-Pacífico. O secretário-adjunto Salavessa da Costa, que presidiu à cerimónia, ma-nifestou o apoio da Administração de Macau à iniciativa e referiu que os objectivos principais são revelar os momentos de convivência ao lon-go da história de Macau para que o território pudesse ser o que é hoje. O secretário-adjunto, responsável pe-las áreas da Comunicação, Turismo e Cultura, indicou ainda que, após 1999, a população de Macau conti-nuará a dispor de um canal de rádio e televisão em língua portuguesa. Para Rui Sá Vaz, “o aproveitamento da técnica vai possibilitar a preparação do futuro, para que a população de Macau não esqueça as suas raízes”. Maria do Carmo Figueiredo indicou que o protocolo “terá um grande sig-nificado na divulgação da presença portuguesa em Macau”.

Doze dias de Adé em Lisboa, em 1960

Isabel Castro in “Hoje Macau”

Dito

“O nosso coração batia aceleradamente, à medida que o ‘Caravelle’ se aproximava de Lisboa, cidade de encantos

e maravilhas, conforme nos haviam descrito, mas que nunca víramos, apesar da grande ansiedade e do desejo

irresistível de a conhecer.”

Adé, “Doze dias em Lisboa”, 1960

Concluída uma visita de nove dias a países escan-dinavos, integrado num grupo de jornalistas da Ásia, José dos Santos Ferreira (Adé), que

chefiava então o bissemanário macaense “O Clarim”, foi contemplado com uma viagem adicional, a Lisboa, vendo concretizado um velho sonho sempre adiado. Foi assim que resumiu as impressões que colheu da capital portuguesa e dos encontros com familiares e amigos:

A viagem“O ‘Caravelle Jet’ da SAS, que nos levou de Copenha-

ga a Lisboa, está equipado com dois reactores ‘Rolls-Royce Avon’. Transportou 60 passageiros para a Alemanha Oci-dental, França, Espanha e Portugal, à velocidade média de 515 milhas à hora, ou sejam 825 quilómetros, à altitude aproximada de 30 mil pés.

Levantou voo do aeroporto de Copenhaga às 13.30 ho-ras e às 15 horas aterrava em Stuttgart, na Alemanha Oci-dental. Às 15.45 estava novamente em voo, com destino a Nice, onde aterrou às 17.10. Trinta e cinco minutos depois, lá estava outra vez descolado, aterrando em Madrid, às 19.35.

O nosso coração batia aceleradamente, à medida que o ‘Caravelle’ se aproximava de Lisboa, cidade de encantos e maravilhas, conforme nos haviam descrito, mas que nunca víramos, apesar da grande ansiedade e do desejo irresistível de a conhecer. Mais 55 minutos de voo, partido de Madrid, e eis-nos no aeroporto da Portela, na velha e sempre nova Lisboa, no coração dessa mimosa ‘menina’, capital do Por-tugal Europeu.”

Familiares e amigos“Se grande foi a alegria de pisarmos pela primeira vez o

solo da Pátria-Mãe, imensa foi também aquela que experi-mentámos ao vermos e abraçarmos parentes nossos, que já conhecíamos mas que nunca tínhamos visto, e amigos que há muitos anos não víamos.

O nosso primeiro contacto com Lisboa registou-se ime-diatamente na noite da chegada, graças à gentileza do ve-lho amigo José (Zézé) Sales da Silva que, no seu carro e em companhia do seu irmão, também nosso velho amigo Gustavo (Guta), nos levou a um passeio pela enorme e mo-vimentada capital do Portugal Europeu.

No dia imediato e nos dias que se lhe seguiram, não mais tivemos um momento de completa inactividade, tan-tos eram os amigos que nos quiseram cumular de atenções, levando-nos a agradáveis excursões e visitas a numerosos lugares históricos e centros de diversão, assim como a festas e suculentas refeições saídas da bela cozinha portuguesa.

É-nos impossível citar nesta despretensiosa crónica nomes de tantos amigos e conterrâneos e doutras pessoas mais que, pronta e atenciosamente, nos proporcionaram momentos de gratíssimas recordações, durante os nossos escassos doze dias de permanência em Lisboa. Todavia, em-bora a todos nos confessamos igualmente gratos, não pode-mos deixar de aqui mencionar, além dos nossos estimados tios Luís e Hermínia dos Santos Ferreira, os irmãos Sales da Silva já atrás citados, os nossos amigos de infância Ro-gério Monção Leão e Raúl Adelino Mascarenhas, e suas

esposas, os velhos amigos Francisco Freire Garcia e Sebas-tião Morais e os filhos deste, José e Virgínia, e os simpáti-cos casais Fernando e Lídia de Assunção Neves e Mr. And Mrs. S. Thomas.

Ao Sr. Dr. João da Costa Freitas, chefe da Repartição Política do Ministério do Ultramar, ficámos também a de-ver atenções e gentilezas que jamais esqueceremos.”

A cidade“Lisboa é, a nosso ver, uma grande cidade, onde se nota

um surto de progresso maravilhoso, que a torna dia a dia mais moderna e atraente. O seu movimento de tráfego é intensíssimo, chegando a dar a impressão de que já não cabem nas ruas da capital portuguesa as numerosas via-turas automóveis que nelas circulam a toda a hora do dia e da noite.

Achámos o custo de vida em Lisboa mais baixo que o doutras cidades europeias que visitámos, mas mais elevado que o de Macau, em determinados aspectos. Contudo, a vários residentes de Lisboa ouvimos queixar-se da carestia de vida que lá se vem fazendo sentir, lamúrias que não che-gámos a ouvir nas capitais dos países escandinavos, quan-to ao custo de vida de lá. A explicação desta diferença na maneira de encarar o custo de vida deve residir no facto de, na Escandinávia, os ordenados serem duma maneira ge-ral compensadoramente elevados, a todos permitindo vida desafogada e os maiores confortos, a despeito da carestia, enquanto em Lisboa os ordenados, na sua maior parte, não são por forma a permitir larguezas nem, em certos casos, as comodidades essenciais à própria existência.

No Solar da Hermínia, onde estivemos a convite do amigo Rogério Leão, tivemos o prazer de ouvir a exímia cantadeira do nosso fado, Hermínia da Silva, que levou a sua gentileza ao ponto de nos dedicar uma canção e de nos oferecer uma fotografia sua autografada.

Assistimos a um encontro de futebol no campo de Alva-lade, o Sporting contra o Baía, campeão brasileiro, que não chegou a impressionar-nos. Antes pelo contrário, guardá-mos deste encontro tristes recordações, pelas cenas de anti-desportivismo em que foi fértil.

Visitámos ainda Cascais e Estoril, e a célebre Boca do Inferno, assim como Sintra, e depois Setúbal, Sesimbra e Portinho da Arrábida, que são bocados de Portugal dignos de ser visitados, sobretudo o último.

Adorámos o café de Lisboa, mas, confessamos, não nos agrada muito o ambiente dos Cafés. E se mais não vimos, não só da capital como de outros pontos interessantes da Metrópole, foi porque a oportunidade nos não sorriu, con-tentando-nos com aquilo que nos era dado apreciar, con-soante as nossas possibilidades ou graças às gentilezas dos amigos.

Lisboa, como todas as outras grandes cidades do Mundo, tem virtudes e também males e defeitos. Podendo qualquer visitante esquecer ou não dar atenção a estes, facilmente colocará Lisboa no rol das maiores capitais europeias, pois que muitos e bem grandes são os seus encantos.

Partimos de Lisboa, com destino a Macau, no dia 4 de Novembro corrente, já com imensas saudades e pena de lá sair, depois de doze dias de ‘verdadeiras férias’ e precisa-mente quando tínhamos começado a conhecer melhor e a gostar muito da cidade.”

Foi um relato assaz breve, mas esta deslocação a Lisboa ficou-lhe eternamente na memória e foi tema recorrente nas suas sempre agradáveis conversas e tertúlias com familiares e amigos.

* Presidente do Instituto Internacional de Macau.

Escreve neste espaço às 2.ªs feiras..

JORGE A.H.RANGEL*

FALAR DE NÓS

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 201518 JTM | LAZER

Gente Gira Envie as suas fotos para: [email protected]

E ainda

Festa de HalloweenEurica Ison e Gracinda Mou, não faltaram à festa , e

vestidas a rigor, do Dia das Bruxas na discoteca Pacha Macau, no Studio City.

Ellen éo Sol da casa

O domingo em família passou a ter outro significado desde há três meses. Tudo se deve a Ellen, uma bebé

muito sorridente que faz as delícias dos papás Eric Peres e Gisa Fialho.

Baptismodo

primeiro filhoÉden Mendonça, primeiro filho de

Ernesto Mendonça e Elaine Cheong, foi baptizado na Igreja de Nossa

Senhora do Carmo. Um momento de orgulho e felicidade para os pais.

Gisele Bündchen apresentouo seu livro de memóriasEm São Paulo, a mesma cidade onde, em Março passado, disse adeus às passerelles, num emotivo desfile durante a Semana da Moda, Gisele Bündchen apresentou o seu livro, que se chama simplesmente Gisele. A obra, da editora Taschen, é uma edição limitada, cujos preços variam entre os 500 e os 1500 euros, e reúne as imagens mais emblemáticas daquela que é considerada uma das mais icónicas manequins de sempre. Foi também a forma que Gisele Bündchen encontrou para assinalar os seus 20 anos de carreira. Vários fãs passaram a noite à porta do estabelecimento, só para garantirem um autógrafo da top model.

Amantede futebol(istas)Alessia Tedeschi, uma modelo italiana de 24 anos, é conhecida não só pela sua extrema beleza mas também pela sua “fixação” com o mundo masculino de futebol. Romances conhecidos com futebolistas, listam-se, Marco Borriello (avançado do Génova), Christian Vieri (internacional já retirado dos relvados) e Blerim Dzemaili (médio do Galatasaray). Dentro ainda deste meio não podemos deixar de fora Luigi Berlusconi, filho do proprietário do AC Milan.

Justin Bieber afastou-seda mãe por vergonha:«Ela estava desapontada»Justin Bieber veio a público falar sobre como mudou a relação com a sua mãe, Pattie Mallette, nos últimos dois anos. Em entrevista à revista Billboard, o cantor de 21 anos afirmou que o relacionamento entre os dois é inexistente. «Estava distante porque estava envergonhado. Nunca quis que a minha mãe ficasse desapontada comigo e sabia que ela estava», admitiu. Bieber tem consciência de que a série de situações conflituosas nas quais se envolveu o levou a afastar-se da sua mãe. «Passamos um tempo sem nos falar, e depois disso é preciso tempo para reconquistar a confiança», expressou. Mãe solteira, Pattie teve a estrela canadiana aos 17 anos e contou com a ajuda financeira dos pais para o criar numa casa em Ontário, no Canadá.

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015 JTM | ROTEIRO 19

CANAL MACAU13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Directo 17:45 Amor à Vida (Rastros de Mentiras) - Repetição 18:30 Contraponto (Repetição) 19:30 Paixões Proibidas 20:30 Telejornal 21:00 TDM Desporto 22:10 Amor à Vida (Rastros de Mentiras) 23:00 TDM News 23:30 Magazine Liga dos Campeões 2015/2016 00:05 Telejornal (Repetição) 00:40 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 MotoGP World Championship 2015: Main Race Grand Prix of Valencia 15:00 Roland Garros 2015 Best Match of the Day 16:00 KIA World Extreme Games 2015 17:00 UFC on Fox Sports 19:30 2015 AFC Cup Highlights 20:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 20:30 FOX SPORTS FC 21:30 Bundesliga 2015-16 Weekly Highlights 22:30 FOX SPORTS Central 23:00 MotoGP World Championship 2015: Main Race Grand Prix of Valencia

31 FOX SPORTS 212:00 Rugby World Cup 2015 13:30 Dream TV package AJ Bell London Triathlon 14:30 Rugby World Cup 2015 15:30 World Series of Darts 2015 Highlights 17:00 Rugby World Cup 2015 18:30 Great Run Series Great Birmingham Run 19:00 GC32 Racing Tour 19:30 Kite Masters 20:00 Lumberjacks 15 21:00 2015 AFC Champions League 2015 AFC Champions League 23:00 WGC - HSBC Champions 2015 Day 1 H/L 00:00 Great Run Series Great Birmingham Run 00:30 World Series of Darts 2015 Highlights

40 FOX MOVIES12:50 Total Recall 14:50 Mission: Impossible - Ghost Protocol 17:10 Premium Rush 18:45 Moneyball 21:00 The Amazing Spider-Man 23:20 The Tourist

41 HBO11:30 The Leisure Class 13:30 The Blind Side 15:40 Dolphin Tale 2 17:25 The Equalizer 19:30 Monster House 21:00 The Leftovers 22:00 Getting On 22:30 The Fast And The Furious 00:20 Labor Day

42 CINEMAX12:25 Good People 13:55 Dirty Harry 15:35 Hollywood 16:00 The Caine Mutiny 18:00 Hollywood 18:30 Kingpin 20:25 Mad Max 2: The Road Warrior 22:00 2 Guns 23:45 Pain & Gain

50 DISCOVERY12:30 Superhuman Showdown 13:25 Rampage! 14:20 Naked And Afraid XL 15:15 Treasure Quest: Snake Island 16:10 Manhunt 17:05 How Do They Do It? 18:00 Mythbusters 19:00 Manhunt 20:00 Survive That! 21:00 Deadliest Catch 22:00 Silver Rush 23:00 Catching Monsters 00:00 Survive That! 00:55 Deadliest Catch

51 NGC12:30 Seconds From Disaster13:25 Years of Living Dangerously Moving A Mountain 14:20 Strippers: Cars For Cash Off-Road Write Offs 15:15 Car SOS 16:10 Yukon Gold 18:00 The Numbers Game 19:00 Man V. Viral Leaf-Blower Swivel Chair 20:00 Ultimate Airport Dubai 21:00 Breakthrough Fighting Pandemics 22:00 Yukon Gold S3 Bedrock Blues 23:00 Yukon Gold S3 Financial Crisis 00:00 Cosmos

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Last Days Of The Nazis 15:00 The History Hustle 15:30 Hidden Cities Extreme 16:00 United Stuff Of America 17:00 Ancient Aliens 18:00 Ancient Discoveries 19:00 American Eats 20:00 Storage Wars 20:30 Storage Wars: Canada 21:00 Pawn Stars 22:00 Leepu & Pitbull 23:00 Kings Of Restoration 00:00 Pawn Stars

62 AXN11:55 Sherlock 13:40 Alias 14:55 Csi: Crime Scene Investigation 15:45 Blue Bloods 16:35 The Voice 17:25 Wipeout 18:15Csi: Cyber 19:10 Rv - Prod Year 2006 21:05 Csi: Cyber 22:00 Quantico 22:55 Csi: Cyber 23:50 Quantico 00:45 Caught On Camera

63 STAR WORLD12:35 Suburgatory 13:30 The Great Food Truck Race 14:25 Crazy Ex-Girlfriend I Hope Josh Comes To My Party! 15:20 Crazy Ex-Girlfriend I’m Going On a Date With Josh’s Friend! 16:15 It’s a Brad, Brad World Haute In Hollywood 17:10 Masterchef US 18:05 Suburgatory 19:00 Young & Hungry Young & Secret 19:30 Young & Hungry Young & Car-less 20:00 Melissa & Joey 21:00 Suburgatory 21:55 Young & Hungry Young & Secret 22:20 Young & Hungry Young & Car-less 22:50 Melissa & Joey 23:45 Masterchef US 00:40 Witches of East End

82 RTPI14:30 A Praça - Compacto 15:33 Agora Nós - Compacto 16:32 A Cidade na Ponta dos Dedos - Lisboa - Rio Maravilha 16:41 À Porta da História (Microprogramas) - Cândido de Oliveira 16:50 Poplusa - Fandango (Luís Varatojo e Gabriel Gomes) 17:46 Hora dos Portugueses (Diário) 18:00 3 às 10 - Directo 18:30 Decisão Nacional - Nova Geração de Emigrantes 19:02 Nelo & Idália 19:32 Bem-vindos a Beirais 20:17 Os Nossos Dias 21:00 Jornal da Tarde - Directo 22:12 Hora dos Portugueses (Diário) (R/) 22:25 Sociedade Recreativa 23:16 As Horas Extraordinárias 23:32 Palcos Agora - Teatro Rivoli e São João do Porto 00:00 Bem-vindos a Beirais (R/) 00:45 Os Nossos Dias (R/) 01:28 Zig Zag 02:00 Portugal em Directo - Directo 02:56 O Preço Certo - XXI Série 03:41 Zig Zag 04:00 Telejornal - Directo

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

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A programação é da responsabilidade das estações emissoras

21:00FOX MOVIES

The Amazing Spider-Man

CINETEATROS1 Spectre14:15 • 18:45 • 21:30

S2 Our Times14:15 • 16:45 • 19:15

TORRE DE MACAUSpectre13:15 • 16:00 • 18:45 • 21.30

GALAXYSpectre14:15 • 15:15 • 16:15 • 17:00 • 18:00 • 19:05 • 20:45 : 21:50 • 22:30

The Martian (3D)14:00 • 18:20

Sicario13:15

She Remembers, He Forgets13:05 • 15:10 • 18:45 • 23:45

Scouts Guide to the Zombie Apocalypse17:15 • 23:35

Our Times13:00 • 15:30 • 18:00 • 20:30 • 23:00

Bridge of Spies13:30

The Last Witch Hunter13:15 • 16:45 • 23:30

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20 JTM | ÚLTIMA Segunda-feira, 9 de Novembro de 2015 • Fecho da Edição • 22:00 horas

O encontro entre os Presidentes da China e de Taiwan foi histórico e, embora não se co-nheçam os desenvolvimentos futuros, é evi-dente que não vai deixar nada como dantes.

Foram os nacionalistas de Chiang Kai Shek e seus sucessores que proclamaram a estraté-gia dos “3 nãos”, em relação ao Continente Chinês, para evitar contactos comerciais, pes-soais e políticos com Pequim.

A China apropriou-se da estratégia políti-ca, mas deu-lhe diferente formulação: “não à independência de Taiwan”, ou “uma China, uma Taiwan” e “não à entrada de Taiwan em organizações internacionais onde se encon-tram apenas Estados”.

Enquanto candidato Ma Ying-jeou releu esta estratégia de outra forma: “não unifi-cação”, “não independência” e “não uso de força”.

Mas na realidade, Ma aumentou as trocas comerciais e contactos pessoais de um e outro lado do Estreito, e ganhou dois mandatos sem sobressaltos políticos criados por Pequim.

O passo agora dado pelos dois Presiden-tes em Singapura pode ser mais um avanço no sentido da aproximação política dos dois territórios. Ou, “a contrario sensu”, dar uma enorme força aos que na ilha nacionalista de-fendem a independência. Se calhar, mais que o Presidente Chen Shui-bian...

ENPASSANTJosé Rocha Diniz

“A contrario sensu”

Escolas Luso-Chinesas cumpriram tradição do São MartinhoA Escola Primária Luso-Chinesa da Flora voltou a acolher a celebração anual do São Martinho que, “como manda a tradição”, decorreu na sexta-feira anterior a 11 de Novembro, dia de S. Martinho. Com o apoio da Direcção para os Serviços da Educação e Juventude, a Festa do São Martinho juntou mais uma vez centenas de crianças das escolas luso--chinesas do território e teve este ano como tema “os telhados típicos portugueses”. Cada instituição de ensino instalou um “stand” com jo-gos para os mais pequenos, num animado convívio onde não faltaram bifanas e caldo verde. A Escola Portuguesa de Macau participou no evento com o Grupo de Folclore.

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Lídia Lourenço venceu“Cake International”Lídia Lourenço, directora da “Lina Lenço Dessert”, loja e estú-dio de design de bolos estabelecida em Macau desde Janeiro de 2014, conquistou a medalha de ouro na competição “Cake In-ternational”, realizada na cidade britânica de Birmingham. Pelo segundo ano consecutivo, Lídia Lourenço concorreu na catego-ria “internacional”, aberta apenas a não residentes da Grã-Bre-tanha, no âmbito da qual teve de criar um bolo que represen-tasse elementos de Macau, tendo a aposta recaído no guerreiro chinês Guan Gong. Além da felicidade de trazer para Macau uma medalha de ouro, Lídia Lourenço registou com muito agrado as palavras de enorme incentivo de grande mestres na arte de design de bolos que têm acompanhado a sua evolução.

80% dos eleitoresde Myanmar participaramem eleições históricasAs urnas de voto fecharam em Mynamar, no final de umas eleições legislativas históricas em que o partido da oponente Aung San Suu Kyi se assume como favorito, tendo participa-do no escrutínio 80% dos mais de 30 milhões de eleitores, segundo avançou a comissão elei-toral à agência AFP. Mais de 93 partidos polí-ticos apresentaram candidatos e milhares de pessoas votaram pela primeira vez, num país dominado desde 1962 pelos militares. Segundo a agência EFE, apesar de alguns erros nos colé-gios eleitorais, as eleições decorreram num am-biente de aparente tranquilidade, pelo menos em Yangun. “No geral, está a ser um processo ordenado, mas não isento de erros. Teremos que ter os dados de outras partes do país para saber se este comportamento é representati-vo”, disse em Yangun, ainda antes do fecho das urnas, o chefe da missão de observadores da União Europeia, Alexander Lambsdorff, lem-brando que nenhum país tem “eleições per-feitas”. Seja qual for o resultado, o Presidente de Myanmar, Thein Sein, prometeu respeitar a vontade do povo.

Sands perde mais uma “batalha”na disputa com Steven JacobsA disputa judicial entre a Sands China e Steven Ja-cobs, antigo CEO da em-presa que foi demitido em 2010, continuará a ser julgada em Las Vegas, de-pois do Supremo Tribunal do Nevada ter indeferido um recurso do grupo li-derado por Sheldon Adel-son, que entende que a competência jurisdicional do processo cabe a Macau. Segundo o “Las Vegas Review-Journal”, o Supremo corroborou a posição da juíza Elizabeth Gonzalez, do Tribunal Distrital do Condado de Clark, no sentido de ser “razoável exigir a comparência da Sands China num tribunal do Estado de Ne-vada”, porque, embora a empresa tenha sido constituída nas Ilhas Caimão e opere em Macau, é detida em 70% pela Las Vegas Sands. Porém, segundo a mesma publicação, a questão fundamental da ju-risdição será decidida no julgamento com início agendado para 27 de Junho. Além disso, o Supremo também negou um pedido da San-ds para transferir o caso para outro juiz. A operadora de jogo ques-tionou a “imparcialidade” da juíza Elizabeth Gonzalez, acusando-a de “hostilidade em relação aos réus”.

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Primeira neve em PequimA primeira queda de neve deste Inverno atingiu na sexta-feira a capital chinesa. A Cidade Proibida publicou uma série de fo-tos na sua conta de Weibo (versão chinesa de Twitter) para mostrar a paisagem única do Palácio Imperial coberto de neve.