acadÉmico 205

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Gata na Praia regressa ao Tivoli de Portimão Academia eufórica vive semana intensa campus Página 04 Estudantes revelam os nomes que gostariam de ver no Enterro da Gata inquérito Página 06 Fábio Vidrago (andebol) em entrevista ao ACADÉMICO tutorUM Página 08 Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 205 / ANO 10 / SÉRIE 5 QUARTA-FEIRA, 05.MAR.14 academico.rum.pt facebook.com/jornal.academico twitter.com/jornalacademico Sala de cinema: “A grande beleza”: Cultivando a mente e a vaidade cultura Página 16 SCBraga/AAUM falha assalto à liderança perante o Sporting desporto Página 18 Presidente da ACBraga defende maior mobilidade entre centro e campus local Página 02 Rui Reis, o “óscar” da investigação, em exclusivo ao ACADÉMICO ACADÉMICO EM PDF

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Page 1: ACADÉMICO 205

Gata na Praia regressa ao Tivoli de Portimão

Academia eufóricavive semana intensa

campus

Página 04

Estudantes revelam os nomes que gostariam de ver no Enterro da Gata

inquérito

Página 06

Fábio Vidrago (andebol) em entrevista ao ACADÉMICO

tutorUM

Página 08

Jornal Oficial da AAUMDIRECTOR: Vasco Leão

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA205 / ANO 10 / SÉRIE 5

QUARTA-FEIRA, 05.MAR.14

academico.rum.pt facebook.com/jornal.academico

twitter.com/jornalacademico

Sala de cinema: “A grande beleza”: Cultivando a mente e a vaidade

cultura

Página 16

SCBraga/AAUM falha assalto à liderança perante o Sporting

desporto

Página 18

Presidente da ACBraga defende maior mobilidade entre centro e campus

local

Página 02

Rui Reis,o “óscar” da

investigação,em exclusivo ao

ACADÉMICO

ACADÉMICO EM PDF

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05.M

AR

.14 // AC

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NO PONTOEM ALTA EM BAIXO

Investigação na UMINHOTem talvez em Rui Reis o expo-ente máximo a nível de reconhe-cimento. Mas os resultados que saem dos laboratórios da UMi-nho são motivo de orgulho para toda a comunidade académica. Assume-se, pois, esse trunfo com um grande sorriso quando se vende a imagem no exterior.

UMinho palco de confrontosJá por muitas vezes puxei o fut-sal ao topo deste barómetro. Desta vez escolho o tema pelos piores motivos. A violência cons-tatada no último fim de semana no Braga/AAUM vs. Sporting foi lamentável. Tempo para deixar fora dos pavilhões aqueles que nada fazem pelo bem do futsal.

Posição regional da UMinhoPor culpa das forças políticas vi-gentes ou de outros factores, o certo é que a UM nunca teve uma centralidade tão acentuada na es-tratégia regional. Naturalmente que se tornava impossível se nem da autarquia bracarense vinha o exemplo. Positivos para a UM os “tempos de mudança” locais.

FICH

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FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // quarta-feira, 05 março 2014 / N205 / Ano 10 / Série 5 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // REDACÇÃO: Adriana Carvalho, Adriana Couto, Alexandre Rocha , ana Pinheiro, Ana Rita Carvalho, bárbara Araújo, Bárbara martins, Bruno Fernandes, Catarina Hilário, Cátia Silva, César Carvalho, Clara Ferreira, Cláudia Fernandes, Daniel mota, Dinis Gomes, Diogo Pardal, Francisco Gonçalves, Inês Carrola, Joana Videira, João Araújo, João Pereira, Judite Rodrigues, Marta Roda, márcia Pereira e Sara Ferreira, Sara Silva, Tomás soveral. // COLABORADORES: Elsa Moura, José Reis e Lara Antunes // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: [email protected] //TIRAGEM: 2000 exemplares // IMPRESSÃO: GráficaAmares // Depósito legal nº 341802/12

redação

[email protected]

Na passada semana o Cabi-do de Cardeais procedeu à entrega dos bens recolhidos durante a “Campanha do Agasalho”, a favor do Proje-to SA da Junta de Freguesia de S. Victor - Braga.Recorde-se que o Cabido de Cardeais da Universida-de do Minho promoveu a “Campanha do Agasalho“, que teve como principal ob-jetivo recolher roupas e aga-salhos entre a comunidade académica.Os alunos e comissões de praxe foram incentivados a participar nesta recolha solidária, tendo a comissão organizadora incentivando a que todos os alunos procu-rassem, nos seus armários e gavetas, roupas, em bom estado, que já não fossem usadas pelos mesmos, mas que entregando-as à inicia-tiva solidária, pudessem ser bastante úteis a alguém ca-renciado.

e contributo do Cabido de Cardeais. De facto, é assim que se faz cidadania e se desmontam as ideias de que a praxe é algo que só humi-

lha e desonra as pessoas. Há bons e felizes exemplos de provas solidárias e que merecem ser divulgados”, sublinhou o autarca.

Todos os bens de vestuário foram entregues na Junta de Freguesia de S. Victor, para reverter em prol do Projeto S.A. Aquando da entrega, a Papa da Academia Minhota, Maria Canelas, fez questão de realçar a participação dos cursos e dos alunos, como forma solidária de todos trabalharem pela causa co-mum. A representante do Cabido de Cardeais entre-gou à Junta de Freguesia de S. Victor, “10 caixotes e 4 sacos grandes com roupa” que, em conjunto, consti-tuíram uma enorme enco-menda solidária. “O facto de hoje ajudarmos alguém, além de ser recompensador, do ponto de vista huma-no, é, ainda, uma forma de mostrar que os alunos são sensíveis a quem passa di-ficuldades, e que, se algum dia, um de nós passar por momentos de privação, sabe que conta com a solidarieda-de da academia e do Cabido de Cardeais”, salienta a nota divulgada pelo Cabido.

Sensibilizado pela boa von-tade e pela causa, Ricardo Silva, presidente da junta de freguesia de S. Vitor, agradeceu “generosa ação

cabido de cardeais volta a exultar espírito solidário

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PÁGINA 03 // 05.MAR.14// ACADÉMICO

LOCAL

sara silva

[email protected]

O presidente da Associação Comercial de Braga (ACB), Domingos Macedo Barbo-sa, defendeu, no passado dia 26, a necessidade de se criar uma maior mobilidade entre a periferia, particular-mente o campus de Gualtar, e o centro histórico da cida-de.Durante a iniciativa “Pe-queno Almoço com...” pro-movida pelos Transportes Urbanos de Braga (TUB), Domingos Macedo Barbosa deixou bem claro que, na sua opinião, o sistema de transportes bracarense não satisfaz. “ Temos uma po-pulação em Braga que não conhece a cidade de Braga, conhece a Universidade e a periferia”, afirmou, atri-buindo tal facto a uma ca-

rência de transportes que liguem convenientemente o centro da cidade ao campus de Gualtar. “O comércio não pode aproveitar 20 mil pes-soas que se movimentam na

presidente da acbraga defende maior mobilidade entre centro da cidade e campus

periferia” acrescentou.Para combater essa ten-dência de gravitação dos estudantes da UMinho uni-camente em torno do cam-pus, o presidente da ACB

sugeriu uma reformulação do sistema de transportes da cidade, o que poderia passar por implementar um novo meio de transporte “mais silencioso, com uma

marcha mais lenta”. Esta medida, na sua perspetiva, traria inúmeras vantagens ao comércio local e poderia contribuir para a revitaliza-ção do centro de Braga.Indo ao seu encontro, Da-niela Soares, aluna do 1º ano de Ciências da Comu-nicação considera tais ideias “ótimas”, pois com elas be-neficiariam tanto alunos, que passariam a “usufruir mais do centro de Braga que é tão bonito”, como “a pró-pria cidade [que] renovaria”. Na mesma linha, Natália Sousa, aluna do último ano do curso de Psicologia, de-fendeu que um novo meio de transporte poderia facili-tar e incentivar a mobilidade entre o centro e o campus, uma vez que, segundo o que ouve, muitos estudantes não o fazem por receio de serem assaltados ao deslocarem-se a pé.

DR

redação

[email protected]

Em Março, Braga irá rece-ber o primeiro Festival de Guitarra. O evento surgiu através de uma sociedade entre a Câmara Municipal de Braga e o Conservatório Calouste Gulbenkian, de forma a marcar cultural-mente a cidade e propor-cionar momentos de deleite musical a todos os amantes deste ofício.Vítor Gandarela, diretor do Festival, confessou que ha-verá várias abordagens ao longo do mês de Março. Al-guns concertos que “falam um pouco dos antecedentes históricos da guitarra”.O objetivo desta organiza-ção é, também, levar alunos de diferentes universidades e possibilitar o contacto e a troca de conhecimen-

e conversas informais que têm como alvo aproximar intérpretes e ouvintes, sob o véu deste tema. “Há uma componente de formação muito forte”, explicou. Será também convidado “um professor de referência no meio para trabalhar com alunos do conservatório e de outras academias - Pedro Mateo González”. Segundo André Pinheiro, aluno da U. Minho e mem-bro da banda “The White Knights”, “esta é uma boa iniciativa, pois no fundo to-dos os eventos relacionados com as artes são sempre uma mais-valia para a cida-de. Numa altura em que se fala tanto de “crise”, é bom saber que o Município apoia e dinamiza este tipo de ini-ciativas”.Também Guilherme San-tos, elemento de um grupo cultural da U. Minho, refere

ao ACADÉMICO que “se for um festival que estabeleça uma colaboração entre di-versas instituições, possivel-mente com a nossa universi-dade, e que consiga atrair a população, dando-lhe cultu-ra de qualidade, será bastan-te positivo para tornar Braga uma cidade mais viva.”Este será um caso anual, onde se espera bastante adesão, principalmente pela parte dos Bracarenses. Terá o custo de 6 mil euros e será comparticipado em 2500 euros pela autarquia.A ideia é realizar este espe-táculo em sítios “imprová-veis”, como o auditório Ade-lina Caravana, o Museu dos Biscainhos, a Capela da Pe-nha da França e o Theatro Circo. O Festival terá início a 5 de Março e prolongar-se--á até ao dia 22 do mesmo mês, com entrada gratuita na maioria dos eventos.

tos, na medida em que, paralelamente, decorrerão uma série de formações e

masterclasses, como um Workshop sobre “Elementos Idiomáticos da Guitarra”,

braga recebe 1º festival de guitarra

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PÁGINA 04 // 05.MAR.14 // ACADÉMICO

CAMPUS

clara ferreira

[email protected]

A Semana da Euforia mar-cou as noites de Braga e Guimarães ao longo de vá-rios dias.A atividade recreativa decor-re habitualmente no arran-que do segundo semestre e tem como principal objetivo “proporcionar a todos os es-tudantes momentos de di-versão e de descompressão” da época de exames, disse Celso Fernandes, responsá-vel do departamento recrea-tivo da AAUM em declara-ções ao ACADÉMICO.Esta semana de atividades fica marcada pelo conjunto de festas temáticas realiza-das nos estabelecimentos concessionários ou parcei-ros da AAUM e no já habi-tual Rally das Tascas. Este último, “realizado na terça feira, teve um balanço mui-to satisfatório: 63 equipas em Braga, 18 em Guima-rães, envolvendo no total 324 alunos. Os bares rece-beram os participantes da melhor forma, muito receti-

academia eufórica vive semana intensa

Informática defende que o rally das tascas “deveria ser mais barato de forma a que mais alunos possam partici-par”. Para além disso sugere também que “as atividades

relacionadas com desporto e cultura também podiam ser uma opção para a AAUM” e desta forma “inovar um pouco mais a semana da euforia”.

vos”, afirma Celso.Uma atividade que já é uma tradição da academia, e por isso “muito desejada pelos estudantes”, garantiu o res-ponsável. O departamento recreativo da AAUM aposta assim nesta semana, con-tando com a participação dos alunos que dizem vi-ver momentos marcantes e inesquecíveis na sua vida académica. Enquanto a ati-vidade contar com a forte adesão dos alunos dos cam-pi de Azurém e Gualtar, a AAUM vai continuar a proporcionar estes momen-tos aos estudantes nulma altura em que se preparam para mais um semestre de muito trabalho. A forte ade-são a mais uma edição da Semana da Euforia deixa a AAUM “muito satisfeita”. Em entrevista ao ACADÉ-MICO, dois alunos fizeram uma exposição da sua opi-nião. Tiago Pereira, aluno do 1º ano considerou que alguns dos eventos “foram pouco publicitados”, no entanto as atividades reali-zadas “correram dentro do

esperado”. Apesar de não ter criado grandes expetati-vas admite que viu “muito mais gente na UM nesses dias”. Já uma estudante da licenciatura em Engenharia

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CAMPUSPÁGINA 05 // 05.MAR.14 // ACADÉMICO

ana rita magalhães

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“UM Futuro- Pensar a Te-levisão” foi o tema do deba-te que reuniu, na passada quinta-feira, no salão nobre da Reitoria, os diretores de informação da TVI, SIC e RTP, José Alberto Carvalho, Alcides Vieira e José Ma-nuel Portugal. Estes profis-sionais debateram o estado atual da televisão portugue-sa e o seu futuro possível.Tratou-se de um evento raro, visto que não são mui-tas as vezes que os diretores dos referidos canais se jun-tam. Apesar de ser impos-sível prever o futuro, todos os convidados concordaram com o futuro da informação sobretudo no horário nobre, sublinhando a qualidade do serviço público como funda-mental. Quanto à duração de 1h e 30 minutos dos jor-nais noticiosos, José Alberto Carvalho afirmou que tal acontece dada a existência de matéria, caso contrário não existiriam três canais informativos. Opinião cor-roborada por Alcides Vieira: “O advento do cabo justifica cada vez mais programas de grande informação na [televisão] generalista”. Por seu turno, José Manuel Portugal considerou que ao desconstruir “um telejornal

teremos 15 ou 20 minutos de notícias”. O resto seriam assuntos de agenda ligados à atualidade para seduzir o público. A questão da centralização da informação foi um dos temas mais debatidos e me-nos consensual. O diretor de informação da SIC defen-deu que a “informação tem de refletir a realidade social, esteja ela onde estiver”. Me-nosprezou assim o facto de a maior parte dos canais terem sede em Lisboa, en-fatizando as tecnologias e as autoestradas como respon-

sáveis pelo encurtamento das distâncias. Já o diretor de informação da RTP não concordou, considerando que na prática o jornalismo ainda se encontra afastado das pessoas. “Quem está mais perto dos portugueses é a RTP”, acrescenta. Uma outra forma de proximida-de ao público é o chamado “jornalismo de cidadão”, designação que o represen-tante da TVI rejeita conside-rando-a “excessiva”. Em co-mum nos três oradores está a valorização do papel dos espectadores que captam as

imagens, por vezes muito fortes e marcantes. A era tecnológica na qual vivemos mudou a forma como se pratica o jornalis-mo. Tanto na TVI como na SIC a redação multimédia ganhou mais destaque, tendo as redações necessi-dade de se adaptarem. Nes-te contexto, surgem novos conceitos como o jornalis-mo online, em que alguns conteúdos são fechados e exclusivos. Quanto a esta questão, Alcides Vieira foi perentório: “Eu acho que o futuro do jornalismo está

uminho debateu o futuro da televisão

Nuno Gonçalves/UMDicas

pela seleção, pela qualidade, pela diferenciação e pela es-colha correta dos targets ”.No final do debate ficou a promessa da realização de um “Prós e Contras” [pro-grama da RTP, apresentado por Fátima Campos Ferrei-ra], em Braga.Esta iniciativa insere-se no programa das comemora-ções dos 40 anos da UM e é fruto de uma parceria do DN/JN com a nossa Acade-mia. O debate foi moderado pela pró-reitora, Felisbela Lopes e pelo diretor da No-tícias TV, Nuno Azinheira.

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CAMPUSPÁGINA 06 // 05.MAR.14 // ACADÉMICO

daniel vieira da silva

[email protected]

Está de regresso a Portimão a Gata na Praia.Neste ano de 2014 a As-sociação Académica da Universidade do Minho (AAUM) decidiu voltar à ci-dade algarvia de Portimão e reforçou a aposta no Tivoli da cidade para a semana da Gata na Praia. Recorde-se que o evento mobiliza cerca de 600 estudantes para solo algarvio na semana antes da Páscoa, numa atividade por muitos considerada ines-quecível. Este ano, dá-se o regresso às praias de Porti-mão que, na última vez que receberam os estudantes minhotos, passava o ano de 2009. Cinco anos vol-vidos, um regresso a “uma

gata na praia regressa a portimãocasa” que já recebeu duran-te alguns anos esta semana lúdico-desportiva. Todos os anos, centenas de estudan-tes participam nesta ativi-dade que agrega uma com-ponente desportiva muito

forte, com atividades duran-te toda a tarde no areal, com a componente lúdica e re-creativa, vivida nos espaços noturnos definidos. À noi-te, os temas escolhidos são seguidos “à risca” por cada

francisco gonçalves

[email protected]

A Escola de Direito da Universidade do Minho (EDUM), no âmbito das co-memorações do seu 20º aniversário, juntou à vol-ta da mesa académicos, magistrados, advogados e representantes políticos nacionais e estrangeiros, “numa reflexão transversal ao mundo jurídico” lê-se no programa oficial do Con-gresso Internacional subor-dinado ao tema «Direito na Lusofonia». Este congresso internacional realizou-se nos passados dias 19, 20, 21 e 22 de Fevereiro na EDUM e incluiu várias sessões ple-nárias, a que se seguiam várias sessões parciais, cada uma delas com um tema es-pecífico. O evento contou com cerca de 90 oradores dos vários países de língua oficial por-tuguesa e também da vizi-nha Espanha. A sessão de receção aos oradores deu-se

na quarta-feira, 19 de Fe-vereiro, no Largo do Paço e contou com a presença do reitor António Cunha. A sessão de abertura ocor-reu na quinta-feira seguinte, 20 de Fevereiro, na EDUM, à qual se seguiu a primeira sessão plenária com o tema “Direito, Língua e Cultu-ra”, conduzido pela docente da Faculdade de Direito da Universidade Nacional de Timor Leste, Maria Ângela Carrascalão e que teve como principais oradores Francis-co Puy Muñoz, da Faculdade de Direito da Universidade de Santiago de Compostela, e Paulo Ferreira da Cunha, da Faculdade de Direito da Universidade do Porto. No mesmo dia, o segundo painel versou sobre a “Justi-ça: Paradigmas e Desafios” e foram os seus oradores o Conselheiro Jubilado do Su-premo Tribunal de Justiça e Presidente do Conselho Geral da UMinho, Álvaro Laborinho Lúcio, e a Procu-radora-Geral da República,

Joana Marques Vidal, que, na sua reflexão sobre “O Ministério Público e a nova organização judiciária”, sa-lientou a celeridade da reso-lução de casos de pequena e média criminalidade, apon-tando um número: “sessen-ta por cento desses casos são resolvidos através de meios simplificados”, mas adianta que é preciso “introduzir outro modelo de organi-zação” quanto à resolução dos “casos de criminalidade complexa, violenta e econó-mico-financeira”.Segundo as estimativas, marcaram presença cerca de 300 participantes nes-te congresso, que segundo Sónia Silva, do Gabinete de Comunicação da EDUM, foi muito elogiado por todos os participantes e oradores como “extremamente rico e completo”. “O balanço foi tão positivo que já se está a pensar na segunda edição do Congresso, desta vez noutro país lusófono”, con-clui Sónia Silva.

um dos participantes e staff o que origina uma moldura original e divertida em cada noite de Gata na Praia.Este ano o evento realiza--se na semana de 12 a 17 de abril. O preço deverá che-

gar aos 150 euros, sendo que este valor cobre a viagem, alojamento, brunch e ain-da entrada nas noites deli-neadas pela organização. A AAUM promete novidades nos próximos dias.

estado do direito na lusofonia em discussão na edum

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CAMPUSPÁGINA 07 // 05.MAR.14 // ACADÉMICO

diogo pardal

[email protected]

A XVII edição da Gala dos Troféus Desportivos “O Mi-nhoto”, organizada pela DI-RENOR, decorreu no muni-cípio de Valença, no passado dia 24 de fevereiro. Entre os diversos vencedo-res nas várias categorias, o destaque vai para Júlio Fer-reira e a Universidade do Minho. O atleta do Sporting Clube de Braga, e também atleta de Taekwondo da AAUMinho, foi galardoado com o troféu de Artes Mar-ciais. Já a Universidade do Minho recebeu o troféu de Clube Desporto Escolar.Dos troféus recebidos na noite, cinco deles foram para a cidade de Braga, de entre os quais o de Ande-bol, ganho por Fábio Ma-galhães, jogador a atuar no Sporting Clube de Portugal, o da Associação de Clubes, entregue à Associação de Basquetebol de Braga, o de Dirigente Desportivo, ga-nho por Luís Teles, dirigen-te do ABC, e os já referidos

troféus de Artes Marciais e de Clube Desporto Escolar.Já a cidade de Barcelos con-tou com quatro troféus: o de Atletismo, ganho por Carlos Sá, o de Hóquei em Patins, ganho por Hélder Nunes, jogador a atuar no Futebol Clube do Porto, o de Árbi-tro, protagonizado por Rui Torres, juiz de hóquei em patins, e o de Grande Pré-mio Juiz Coletivo, entregue ao Basquetebol Clube de Barcelos.Viana do Castelo também recebeu quatro prémios: o de Ciclismo, ganho por David Vaz, o de Futebol Amador, recebido por Vítor Correia, atleta do S.C. Va-lenciano, o de Consagração, ganho por Luís Viana, ho-quista da Juventude de Via-na, e o de Clube Fomento Desporto Jovem, entregue à Escola Desportiva de Viana.A cidade de Guimarães também esteve envolvida na entrega dos prémios, so-mando igualmente quatro deles, de entre os quais o de Futebol Profissional , ga-nho por Vieirinha, atleta do Wolfsburgo da Alemanha, o de Voleibol, recebido por

Vítor Silva, jogador do Vitó-ria Sport Clube, o de Clube Desporto Escolar, entregue à Universidade do Minho (dividido com a cidade de Braga), e o de Evento, pelo evento Guimarães 2013, Ci-dade Europeia do Desporto.Os troféus de Desportos Motorizados, Futsal, Moda-lidades Diversas e Revelação foram para Vila Nova de Fa-malicão, com Miguel Barbo-sa (automobilismo), Patrícia Magalhães (jogadora do F.C. Vermoim), Bárbara Ribeiro (dança desportiva) e Paulo Oliveira (futebolista a atuar

no Vitória de Guimarães) a receberem os respetivos tro-féus. Na categoria de Basquetebol e Canoagem, Miguel Maria Cardoso, jogador de Ponte de Lima a atuar no Nanter-re de França, e Rui Lacerda, atleta do Clube Náutico de Ponte de Lima, venceram os respetivos prémios. Es-posende recebeu dois pré-mios, na categoria de Clube Ligação Desporto/Cultura, ganho pelo Centro Social da Juventude de Belinho, e também na categoria de Grande Prémio Júri Indivi-

dual, com Paulo Gonçalves, motociclista, a levar o troféu para casa.João Machado, natural de Cabeceiras de Basto, rece-beu o troféu de Desporto Adaptado, Diana Durães, atleta do Futebol Clube do Porto, recebeu o troféu de Natação, enquanto João Mi-guel Pinto, natural de Ca-minha, recebeu o prémio na categoria de Remo. Já o pré-mio de Treinador foi para Paulo Oliveira, natural de Vila Verde, treinador de ca-noagem no Sporting Clube de Portugal.

júlio ferreira e uminho/aaum recebem troféus na gala “o minhoto”

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PÁGINA 08 // 05.MAR.14 //ACADÉMICO

especial tutorUM

a minha carreira no andebol.

Quais foram os melhores momentos da tua carreira?

Já tive alguns bons momen-tos.Tenho representado Portugal

tomÁs soveral

[email protected]

Como concilias os estudos com a competição?Tenho andado mais ligado à competição. Optei por explo-rar mais o desporto, embora não queira deixar os estudos de lado.

Consegues descrever o teu dia-a-dia?

Neste momento, estou prati-camente como profissional, por isso, tenho dedicado mais tempo ao andebol. O meu dia-a-dia tem sido mui-to à volta dos treinos e da competição.Ainda assim, pretendo dar mais atenção aos estudos no futuro.

Porquê a necessidade de tira-res o curso?Serve para me sentir bem co-migo próprio e também para

me sentir mais social e cul-to. Também funciona como uma opção a mais, no caso de as coisas não correrem bem na vida desportiva.

Tem ajudado o facto de seres aluno/atleta?

Ajuda-me em vários momen-tos. Dá-me outras regalias, como poder fazer os exames noutras alturas e receber al-guma atenção especial por parte dos professores.

O que tens a dizer sobre o apoio que é dado aos atletas aqui na Universidade do Mi-nho?

Penso que tem sido excelen-te. É muito bom poder estu-dar e praticar um desporto através da Universidade, por isso, penso que a UM tem feito um grande trabalho.

Quais são as tuas metas fu-

Fábio Vidrago, de 25 anos, é atleta na modalidade de andebol na Universidade do Minho e a nível profissional alinha na equipa do ABC/UMinho. É natural de Braga e frequenta o 1º ano de Direito na Universidade do Minho.

turas?

O meu objectivo é chegar o mais longe possível, tanto nos estudos como no ande-bol. É muito importante sair daqui com um curso comple-to e também aproveitar bem

em vários escalões e este ano consegui o máximo ao ser chamado à seleção principal. E nos torneios universitários, já fui campeão europeu e vice-campeão mundial.Por isso, já tenho alguns tro-féus.

Costumas sair para bares ou discotecas?

Já saí mais, principalmente no meu ano de caloiro. Mas como tenho apostado mais no desporto, tenho deixado a vida nocturna um pouco de lado.

O que gostas de fazer nos teus tempos livres?Gosto de ir ao cinema, ouvir música, sair com os amigos e

divertir-me ao máximo.

Queres partilhar algum episódio caricato que tenha acontecido na tua carreira?Há sempre momentos diver-tidos, mas o que acho mais engraçado acontece quando nos deslocamos a torneios fora de Braga. As equipas têm sempre o hábito de trei-nar, assim que chegam, e, como tal, tentam sempre ir assistir ao nosso para verem como jogamos. A piada é que no nosso primeiro treino jo-gamos sempre futebol, por isso, não nos conseguem ob-servar.

o lado pessoal do atleta fábio vidrago

FÁBIO VIDRAGO

DR

DR

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PÁGINA 09 // 05.MAR.14 // ACADÉMICO

INQUÉRITO

O finalista da licenciatura em Ciências da Comuni-cação e futuro jornalista acredita que o cartaz não é o principal fator para a aflu-ência das pessoas ao recin-to do Enterro da Gata, no entanto o jovem estudante confessa que é importante a presença de um bom cartaz, dando o exemplo ocorrido no ano passado “Apesar de concordar que não é o prin-cipal fator que leva as pesso-as ao Enterro da Gata, acho que tem muita importância. Um exemplo: no ano passa-do, os Kaiser Chiefs, que são uma banda conceitua-da, arrastaram muita gente para o recinto, por isso os nomes contam.”Questionado sobre suges-tões para a organização deste ano, o aluno sublinha: “Acho que a AAUM fez um bom trabalho no ano passa-do e deve manter a aposta diversificada, para que to-dos os dias tenham estilos de música diferentes”. Ricardo revela que gostaria que os GNR se estreassem no cartaz do Enterro da Gata, bem como o retorno dos The Hives.

Eduarda é de acordo que um bom cartaz é uma grande ajuda para qualquer evento, “é a cara do evento”. A estu-dante, apologista de um car-taz chamativo, justifica-se “deve conter um tema me-diático. É crucial que consi-gam conjugar o orçamento com a qualidade dos artistas para que desta forma consi-gam fazer crescer o Enterro da Gata”.A estudante minhota con-fessa que gostaria de ver no cartaz para o ano de 2014 o artista Dengaz e Jimmy P e tece algums comentários em forma de sugestão para a melhoria do evento deste ano, “como sabemos o En-terro da Gata ocorre numa estação do ano em que as condições climatéricas po-dem não ser as melhores. Ano após ano temo-nos deparado com a chuva, por isso acho que deviam apos-tar em maiores zonas de co-bertura para que possamos usufruir tanto dos concer-tos como das várias ‘ativida-des’ que o Enterro nos dis-ponibiliza”.

O futuro economista realça a importância do cartaz no Enterro da Gata, “acho que o cartaz é preponderante para um bom enterro da gata, também para fazer va-ler o preço que se paga pelos bilhetes”. António, que gos-taria de ver os “nomes do costume” como os Xutos e Pontapés, Quim Barreiros, entre outros, afirma que gostaria que voltasse ao car-taz os Kaiser Chiefs e Deo-linda e também outros no-mes que ainda não pisaram o palco do Enterro da Gata, nomeadamente “Dj Vibe, Gogol Bordello, Orelha Ne-gra e Linda Martini que são nomes bons e dentro do or-çamento”. O estudante sugere à AAUM que continue a fa-zer o seu bom trabalho no que diz respeito ao cartaz deste evento universitário e realça: “A única sugestão que tenho é que o recinto continue a ter várias barra-cas com diferentes tipos de música para que as pesso-as continuem a divertir-se após os concertos”.

Estudante do último ano da licenciatura em Relações Internacionais, Eugénia Carvalho realça a importân-cia do cartaz do Enterro da Gata para os estudantes da academia, “penso que seja importante ter um cartaz do enterro chamativo para mo-tivar os estudantes da uni-versidade a participar neste grande evento da AAUM. Além disso, é uma semana que marca a vida estudantil dos jovens minhotos”.A estudante finalista acredi-ta falar por muitos estudan-tes, e apela à presença de alguns nomes nas monu-mentais festividades, “ado-rava ver Dealema, DJ Ride e Ninja Kore neste Enterro da Gata ’14, e acredito que muitos dos estudantes par-tilham da mesma opinião que eu”. Eugénia faz ainda uma su-gestão à AAUM para dina-mizar o evento, “podiam trazer para o recinto uma tenda de “body painting” de néon”.

EDUARDA BRAGA2º ANO //

EDUCAÇÃO BÁSICA

ANTóNIO REBORDÃO2º ANO //

ECONOMIA

EUGÉNIA CARVAlHO3º ANO //

RElAÇõES INTERNACIONAIS

bÁrbara araújo

[email protected]

Com o início do segundo semestre, a festa mais aguardada da academia ainda se encontra em fase de preparação. O Enterro da Gata aproxima-se e os estudantes aguardam as novidades que a AAUM irá lançar no novo cartaz, neste ano de 2014.

Desta forma, o ACADÉMICO foi à procura de sugestões por parte da comunidade estudantil minhota e das suas expectativas relativamente aos nomes que poderão surgir.

RICARDO COSTA3º ANO //

CIêNCIAS DA COMUNICAÇÃO

que nomes gostarias de ver no enterro da gata ’14?

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cidos neuronais, menisco, tendões, com materiais dife-rentes. Tudo isto é a medici-na regenerativa. Só para que se tenha uma ideia, trabalho atualmente com células es-taminais embrionárias atra-vés do banco público inglês. Somos reconhecidos inter-nacionalmente e temos esse privilégio, já que não há le-gislação em Portugal nesta matéria. È apenas uma das partes em que trabalhamos,

qual a abrangência do grupo de trabalho que coordena?O próprio nome o indica: Biomateriais, Materiais Biodegradáveis e Materiais Biométricos, materiais inte-ligentes, como um sistema vivo. É nestes domínios que atualmente agimos. Mas a nossa atividade é, clara-mente, na engenharia de tecidos humanos, atuando em vários domínios como o osso, cartilagem, pele, te-

ENTREVISTA

josé reis

[email protected]

A relação que tem com a ci-ência é muito forte na medi-da em que todos os dias faz ciência. Como o devemos entender, como cientista, in-vestigador, professor?

Sim, eu costumo dizer que, por mais responsabilidade que tenha a nível nacional ou internacional, eu sou

um cientista. O que eu gos-to, de facto, é da ciência e de descobrir coisas novas e potenciá-las a nível nacional e internacional, também através de boas publicações. É verdade que tenho vários “chapéus” e tento fazer o melhor possível em todos eles, coordenando um jor-nal científico e fazendo par-te de sociedades científicas. Mesmo assegurando todo o trabalho na Universidade,

onde sou vice-reitor para a investigação. Mas o que eu gosto mesmo de fazer é desenvolver trabalho como cientista, sem dúvida.

O investigador coordena um dos grupos mais galar-doados na área, o 3B’s. Um reconhecimento que lhe va-leu o ‘Óscar’ da área ainda recentemente. Atualmente, e para que percebamos qual o trabalho que desenvolve,

“É TRISTE HAVER MAIS RECONHECIMENTO DO NOSSO TRABALHO NO ESTRANGEIRO

DO QUE EM PORTUGAL”

Rui Reis volta a apontar o dedo ao financiamento da ciência no

nosso país

Marcos Pereira

RUI REIS

Rui Reis é um dos mais premiados investigadores portugueses na área dos biomateriais e medicina regenerativa. Lidera actualmente o grupo de investigação 3B’s, nas Caldas das Taipas, um grupo que

tem conseguido ser pioneiro em várias descobertas nesta área. O ACADÉMICO esteve à conversa, depois de ter recebido o Prémio Clemson para contribuições para a literatura científica.

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ENTREVISTAPÁGINA 12 // 05.MAR.14 // ACADÉMICO

mos investigadores treina-dos por nós.

A ligação ao mundo é outra das características notórias do Rui Reis...Lideramos um instituto de excelência com 22 parceiros em 13 países. Sou presiden-te da Sociedade Mundial de Tecidos e Engenharia Rege-nerativa. E todos estes car-gos mostram a penetração nesta área, porque a ciência é super global. Não adianta fazer ciência nas Taipas se não a soubermos comuni-car. Não é só patentear, é ne-cessário estar nos congres-sos, é preciso o chamado ‘show your face’, porque se não for conhecido não con-seguimos ir a lado nenhum. Temos que pensar na globa-lidade da ciência.

É fácil trabalhar nesta área em Portugal? De que forma lida com os nossos eleitos?É complicado, nalguns ca-sos. Por exemplo, na União Europeia há países que pro-íbem a utilização de células estaminais embrionárias, como em Portugal, por exemplo. Fui presidente da Sociedade que lidera esta matéria e tinha legislação para avançar com este pro-cesso. No entanto o Governo caiu e o projecto também. Temos que começar outra vez todo este processo. Mas sabemos que tudo isto tem a ver com as sensibilidades dos diferentes Governos, de direita ou de esquerda. Nal-guns casos tem a ver direta-mente com questões religio-sas. Mas o grande problema não é esse. É triste ver mais reconhecimento do nosso trabalho no estrangeiro do que em Portugal. Por exem-plo, quando fui à Coreia, os governantes locais vieram jantar comigo. Em Portugal isso é impossível. Na Coreia não me tratam de forma diferente porque gostam da minha cara, Certamen-te que eles acham que têm algo a ganhar, tomam to-das estas atitudes com um motivo. Aqui em Portugal é tudo muito enrolado, com primas donas que estão e não estão. Tenho este dis-curso há muito tempo mas não muda nada (risos). Mas o trabalho não precisa disto, precisa é de mais financia-mento nacional. Os valores

tal de investigadores nesta área. Em Portugal temos dificuldades em ter redes de contatos e colaboradores e assim, a médio prazo, há grandes vantagens em ter-

dos mais reconhecidos na área. Não esqueçamos que estamos a competir com grandes grupos americanos e japoneses mas na ciência escolhe-se muito com quem se quer trabalhar. Os inves-tigadores vêm com vontade de descobrir um novo local e de trabalhar com o Rui Reis, com qualquer um dos meus colegas. Temos estrutura científica e podemos traba-lhar com várias empresas. Só como exemplo, digo-lhe que fomos o laboratório com mais patentes no últimos anos e os investigadores vão falando sobre isto.

Mas este é um trabalho que não se conclui.E que se pode sempre me-lhorar. Organizamos mui-tos congressos, visitam-nos e ficam entusiasmados com a possibilidade de trabalharem connosco. A única dificuldade é quan-do existe a necessidade de procurar investimento para que possamos acolher os investigadores e continu-ar o nosso trabalho. O que é interessante ao longo do nosso trabalho é que fomos construindo uma rede de contatos interessante. Os in-vestigadores passam por cá, alguns ficam cá porque na-

moram, casam e gostam da vida de cá. Mas muitos re-gressam, para fazerem dou-toramentos noutros locais e conseguimos construir assim uma rede fundamen-

da nanotecnologia, da nano-medicina, das nanopartícu-las. É uma abordagem mul-tidisciplinar (risos).

Atualmente quantos inves-tigadores integram o grupo que lidera?Somos 130 pessoas no to-tal, de mais de 20 nacio-nalidades diferentes, 50 doutorados e apenas quatro docentes da Universidade do Minho. Chegam-nos in-vestigadores de vários paí-ses, da China à Índia, mas temos conseguido cativar investigadores dos EUA, Holanda, Inglaterra, Ale-manha, e muita gente do Brasil, Venezuela, Colôm-bia...

Até porque a ciência tem esta característica muito es-pecífica de ser ‘universal’...Certo. Mas não é assim tão universal existir um grupo em Portugal que consiga captar pessoas de tantas na-cionalidades (risos).

Qual é então o segredo do sucesso deste grupo de in-vestigação?Todos sabemos que um cientista quer desenvolver o seu curriculum, que é o mais importante. Quer ter formação e o centro é um Nuno Gonçalves

“A investigação precisa de ser mais financiada por fundos nacionais”

Marcos Pereira

Marcos Pereira

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da em boas revistas, muito citada por outros autores, e portanto é à custa disso que conseguimos fazer crescer os nossos grupos. Mas tam-bém podem ter um efeito importante na economia e gerar valor. Estamos numa área em que se podem gerar spin-offs, empresas, e tentar levar o investigador mesmo que depois não seja respon-sável pela gestão da empresa no dia a dia. Quando eu co-mecei a minha carreira em biomateriais foi em 1990, acabei a minha licenciatura em Engenharia Metalúrgi-ca e de Materiais e fui logo a seguir com a minha atual mulher para uma empresa holandesa que trabalhava em revestimentos de próte-ses ortopédicas. O primeiro contacto foi numa empre-sa em que tinhamos que arranjar módulos, embora fosse uma empresa que tra-balhava em tecnologia de ponta num pais extrema-mente desenvolvido mas ti-nha funcionários com uma formação média. Muitos deles nao tinham formação superior e portanto um dos nossos primeiros trabalhos foi arranjar maneira para que as pessoas que nao ti-nham treino conseguissem medir coisas que não per-cebiam muito bem. E foi a partir desse trabalho na em-presa e depois desse mestra-do que comecei a entender que havia muitas áreas dos materiais que são ainda hoje muito importantes, mas que estavam absolutamente saturadas. Havia muito es-tudo naquela área e o estu-do dos biomateriais tinham uma janela de oportunida-de. E assim foi. (risos).

soa que era da Faculdade de Engenharia do Porto, que achavam ser os melhores neste domínio, decidir con-tinuar a estudar no Minho. Falei com o professor Carlos Bernardo e com o atual rei-tor António Cunha, que foi depois quem acabou por as-sumir toda a orientação do meu trabalho, e foi assim que as coisas começaram.

Lembra–se dos primeiros tempos em que teve esse interesse pelos biomateriais, polímeros?

As áreas multidisciplina-res são aquelas que conse-guimos fazer coisas que de facto podem mudar alguma coisa. E hoje percebe-se isso com a evolução dos tempos. Não podemos fazer só ci-ência competitiva publica-

que temos são extremamen-te baixos quando compara-dos com os internacionais mas, a cada problema que nos criam com o centra-lismo da gestão científica em Portugal (em Lisboa) é quase como se nos espica-çassem a trabalhar mais, procurando financiamento no exterior. Não paramos por mais que nos possam chatear (risos).

Do interesse à formação

A ligação do Rui Reis à in-vestigação sempre foi algo que quis desde jovem ou foi algo que aconteceu de forma natural?O meu pai era professor universitário, era professor da faculdade de engenharia da Universidade do Porto, professor de Engenharia e de Química. E isso com todas as vantagens e des-vantagens, tal como o meu filho de 12 anos sabe exata-mente o que é um artigo, o que é uma citação, aquela coisa que muitos estudantes universitários não sabem porque nunca passaram por aqui. Quando tinha 7/8 anos também sabia o que era um projeto, o que era um artigo, o que era um livro cientifico. E sempre gostei e sempre disse que queria ser professor universitário. Não dizia que queria ser cien-tista. Não havia esta lógica, na altura não se usava esta

palavra. A ciência evoluiu brutalmente nos últimos anos. Só para que tenha uma ideia, o meu pai foi a primeira pessoa que se dou-torou na Faculdade de En-genharia do Porto com um doutoramento totalmente feito em portugal, porque as pessoas costumavam ir para Inglaterra ou França. Isso foi em 1982. É preciso perceber como as coisas evo-luíram nestes anos. Mas eu sabia o que era aquilo, cir-culava desde muito peque-no pela universidade. Mais tarde vim a perceber que se calhar eu queria ser pro-fessor universitário porque queria estar mais ligado à parte cientifica e da desco-berta. Nao gosto de dar au-las, mas às vezes é impossi-vel compatibilizar tudo isto, e se desse muitas aulas não conseguia fazer muitas das outras coisas que faço.

Mas esta veia tão vincada à investigação deve ser poste-rior...Sim. Como tirei um curso de engenharia metalurgica e de materiais, que era um curso bastante experimen-tal, comecei desde cedo a fa-zer experiências, a começar a publicar os meus primei-ros artigos e a ir a congres-sos, que foi uma coisa que sempre me agradou imen-so. Gosto muito de testar a qualidade do meu trabalho face a uma audiência que

pode criticar, que pode dizer se é bom ou mau. Sempre gostei muito disso. E depois tive a felicidade de fazer na altura um mestrado nacio-nal em engenharia de ma-teriais, em que entravam as seis principais universida-des portuguesas. Na altura ainda estava na Universida-de do Porto, mas fiz a par-te do estudo em polímeros aqui porque a Universidade do Minho era muito melhor neste domínio. Tudo isto me deu uma visão do que era a investigação na área. Entretanto percebi do que eu gostava era de polímeros e plásticos e mesmo sendo professor da Universidade do Porto pedi para me vir doutorar para a academia minhota. Na altura era uma coisa absolutamente estra-nhíssima (risos), uma pes-

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O investigador à conversa com o jornalista da RUM, José Reis Marcos Pereira

Marcos Pereira

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TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

ana pinheiro

[email protected]

Pela primeira vez, as vendas de smartphones no ano de 2013 ultrapassaram as dos telemóveis tradicionais. Se-gundo dados da IDC, dos 4,12 milhões de aparelhos enviados para as lojas, 52% eram smartphones. Os con-sumidores portugueses se-guem a tendência interna-cional, embora a um ritmo mais lento como declarou em comunicado o diretor geral da IDC Portugal, Ga-briel Coimbra: “O mercado está a evoluir, mas não se encontra maduro. Noutros países da Europa, como no caso do Reino Unido, em 2010 já se vendiam tantos smartphones como telefo-nes normais”. Para o diretor uma das ra-zões para este processo continuar lento é a crise, o decréscimo de consumo a

nível particular e a questão da educação. Acrescenta ainda que as pessoas com melhor nível de qualifica-ção adotam mais rápido as novas tecnologias e há uma parte exponencial da popu-

portugueses já preferem smartphones a telemóveis tradicionais

DR

lação que desconhece a rea-lidade dos smartphones.Em Portugal, assim como no resto do mundo, a mar-ca que lidera as vendas de smartphones é a Samsung, com uma quota de mercado

de 38%. Esta marca contém preços em vários patama-res, o que faz com que che-gue a vários níveis de consu-midores. Em seguida, vem a marca LG, com uma quota de 16%, depois a Apple com

9%.A quebra de compra de tele-móveis tradicionais deve-se também ao facto do menor número de telemóveis pos-tos à venda. Isto não signi-fica que tenha havido uma quebra de faturação, porque os smartphones são mais caros.Esta tendência mostra que por haver uma redução de modelos tradicionais nas lo-jas, os utilizadores mais in-decisos vão optar por com-prar um smartphone, que contém actualmente mais variedade do que os telemó-veis tradicionais.Os smartphones são hoje suportes de leitura, tanto de jornais e revistas, como de acesso às redes sociais. Segundo estimativas da IDC, em 2017 serão postos à venda em Portugal três milhões de smartphones e menos de um milhão de te-lemóveis tradicionais.

catarina hilÁrio

[email protected]

Whatsapp introduz chamadas de voz no segundo trimestre do ano

A notícia foi anunciada pelo co-fundador da empresa, Jan Koum, no passado dia 24. Du-rante um dos debates do Mo-bile World Congress, congresso que se realiza em Barcelona, o responsável anunciou pub-licamente que a aplicação de mensagens passaria a incluir chamadas de voz a partir deste mês. Mostrou-se muito orgul-hoso e garantiu que a recente aquisição da empresa What-sapp pelo Facebook não iria al-terar em nada a sua estratégia global ou a sua política de pri-vacidade.

Perfis do Twitter ajudam a pre-venir depressões pós-parto

Cientistas da Microsoft real-izaram um estudo que permite detectar depressões pós-parto antes do nascimento do bebé através dos perfis da rede so-

cial Twitter. O responsável pela investigação, Eric Horvitz, anali-sou o arquivo de mensagens de 100 mulheres: calculou o tempo despendido, com quem falavam e qual a linguagem usada. Criou ainda um software que analisa os “tweets” e consegue pre-

ver se as mensagens mostram sinais de depressão. O segundo estudo foi feito com dados re-colhidos de outra rede social, o Facebook, e mostram que as mudanças nos perfis e na uti-lização destes sites permitem diagnosticar futuros casos de depressão pós-parto.

lusa lança aplicação para An-droid e iPhone

Estão agora disponíveis apli-cações para tablet e ‘smart-phones’, Android e iOS (iPhone), depois de em 2012 ter sido lançada a aplicação para iPad. Podem ser descarregadas gratuitamente na loja da Google ou na loja da Apple e permitem a consulta de notícias breves, galerias de fotos e vídeos, sem custos. Apenas com uma assi-natura mensal (6,99€), trimes-tral (16,99€) ou anual (54,99) é que é possível aceder a outros conteúdos da agência. Só no último ano e meio, foram visu-alizados, através de iPad, cerca

de um milhão de textos, mais de 250 mil fotogalerias e mais de 100 mil vídeos.

Portugueses desligam o telemóvel em “roaming”

Segundo um estudo Eurobaró-metro publicado em Bruxelas, 40% dos portugueses que via-jam na EU, optam por desligar o telemóvel. Esse valor é bas-tante mais alto do que a média europeia, que se situa nos 28%. Apenas uma minoria dos por-tugueses faz chamadas (6%), recebe telefonemas (9%) ou envia mensagens (7%) fora do país. Umas das razões apon-tadas para tais resultados são as atuais estratégias tarifárias das empresas de telecomuni-cações, que desperdiçam mais de 300 milhões de utilizadores, facto que afecta também os criadores de aplicações. Neelie Kroes, comissária europeia para a Agenda Digital, diz que é ne-cessário eliminar as tarifas de “roaming”.

twittadas

DR

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Técnico comercial - M/FPorto

Perfil:- Formação Superior;- Idade até 35 anos; - Experiência de mínima de 2/3 anos na gestão de mercados export (preferencial);- Domínio da língua inglesa e francesa (expressão escrita e oral -obrigatório) e língua itali-ana e/ou alemã (preferencial);

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Perfil do candidato:- Engenharia e Gestão Indus-trial,- Gestão,- Matemática e Ciências da Computação, - Matemática Aplicada à Gestão ou,- Tecnologias de Informação de Gestão

Eng. Júnior Software M/F

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O Centro de Investigação em Ciências Sociais está a orga-nizar a sessão “Aprendizagens Empreendedoras no Ensino Superior”.O evento está organizado em três painéis:- Apresentação do projeto de investigação “Aprendizagens empreendedoras, cooperação e mercado de trabalho: Boas práticas no ensino superior” | Ana Paula Marques (Centro de Investigação em Ciências Sociais - Universidade do Mi-nho) - Quem aspira ser empreendedor? Um estudo nacional ao potencial dos estudantes universitários | Rita Moreira (Cen-tro de Investigação em Ciências Sociais - Universidade do Minho) - Etapas: um projeto de empreendedorismo social | Equipa Climb Decorre a 12 de março das 16.30h às 18.30h na Livraria Al-medina (Campus de Gualtar | Universidade do Minho).A entrada é LIVRE, ainda que sujeita a inscrição.Para inscrição e informações: [email protected]

>> 10 a 19 MARÇO ‘14Curso liderar e Gerir EquipasEdit Value Formação Empresarial Braga

AprendizagensEmpreendedoras

no Ensino SuperiorPainel II“Jovens de Futuro”

- Potencialidades do Jovens- Caminhos para um Futuro de Sucesso- Fatores distintivos da Ju-ventude de Hoje

Convidados:-Ivo Rainha (CV Sobre Ro-das)-José Neto (We Are Materia)-Ricardo Almendra (Fire-Map)

Painel I“Recursos Capitais e estraté-gias para o sucesso”

- Recursos Críticos ao Su-cesso- Percurso, Apoios e Esco-lhas- A importância da sustenta-bilidade dos projetos Convidados:- Ângela Pereira (Biobrássica)- António Vieira (Weproduc-tise)- Miguel Gonçalves (Spark Agency)

3ª edição do seminário“O Capital da Juventude”

Painel III“Sonhos da Juventude”

- A importância da defini-ção do Sonho- A Auto-motivação e a per-sistência- Sonho vs. objetivos

Convidados:- Miguel Araújo (Músico)- José Mendes (Vice Reitor)- Francisco Pereira (Fermen-tum)

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> 13 a 27 de MARÇO ‘14Curso Software de Gestão Primave-ra Profissional; Edit Value Formação Empresarial, Braga

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

> 19 MARÇO ‘14Seminário O Capital da Juventude Auditório B1, Campus de Gualtar

> 10 a 19 MARÇO ‘14lIFTOFF WORKING IDEASCampus de Gualtar

o evento, decorre a 19 de março e tem como principal objetivo debater quais os recur-sos e estratégias determinantes para o sucesso, abordar temáticas relacionadas com as potencialidades dos jovens de hoje, identificar o capital da juventude e perceber quem são os jovens de futuro e de que forma os sonhos e os projetos podem ser concretizados.

A participação é gratuita, mediante inscrição

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CULTURASALA DE CINEMAA grande beleza (2013)

brar a mesma odisseia artís-tica de “Persona” (Ingmar Bergman, 1966), prefere sim fazer-se sentir, encober-ta, nas festas faustosas, na pompa e circunstância dos personificados, na ilusão da felicidade que teima ser ela mesma, ainda que por caminhos menos ‘dignos’; e serve isto tudo o propósi-to vago que julga sem difa-mar, mas castiga sem se dar conta. O filme é assim, uma densa retrospectiva teórica, com vários aromas e várias referências – de Flaubert a Breton - com uma desca-rada crítica ao desígnio da grandeza, a mesma que se parece ambicionar em cada entrelinha e em cada plano. A posição de Jap Gambar-

della nunca parece ser mais do que a presença oculta do realizador. O brio, por muito que se disfarce nos excessos, do guião e das re-presentações, deita por terra as pretensões de reprimir a presunção da classe burgue-sa. A pseudo-intelectuali-dade é mais do que objecto de estudo, é caminho que se permite à confusão de ideias, e que para este tra-balho significavam tudo. Quando estas se perdem, perde-se também a função das imagens.No meio de tanta conversa ociosa, umas mais acesas que outras, da sonoplastia que choca de tão versátil, no meio da efemeridade de sensações, conotada inte-

ligentemente à busca pelo divino, pela ‘beleza’ da arte, acende-se um rastilho de fi-losofia que sabe bem conju-gar com o filme. A verdade é que este nos desperta um turbilhão de incertezas, de novas e velhas vontades, e ergue uma aura de fascínio por mérito próprio. As cons-tantes comparações com La Dolce Vita são a mais preguiçosa das argumenta-ções: Sorrentino sabe per-feitamente ser ele próprio, mesmo repescando as abor-dagens outrora já (tão bem) trabalhadas. O que ele não sabe é disfarçar as suas in-certezas sobre a causa mãe da grande bellezza. Prova-velmente procurou-a em demasia.

césar carvalho

[email protected]

Será este o culminar do novo despertar italiano para o cinema? A sê-lo, Pa-olo Sorrentino não parece embaixador digno de uma nova vaga que outrora, no auge do período neorrealis-ta, distinguiu nomes como Antonioni, Visconti, ou o seu estimado Fellini. “La grande bellezza” é um pro-dígio envolto numa brisa clássica, que não restem dú-vidas, mas não se consegue transformar na obra-mestra que tanto procura. Talvez o erro tenha sido esse.Jap Gambardella é um es-critor que nada escreve, que vive dos louros de um

romance com décadas, pre-ferindo arrastar-se na frivo-lidade das festas e da fama que obteve no seio intelectu-al de Roma. O verão é uma nova fase, de nostalgia e de busca em si mesmo. Toni Servillo é um novo Mas-troianni em plena crise exis-tencial. A cidade de Roma é, à imagem de “La Dolce Vita”, o palco da aristocracia decadente, hipócrita até nas suas próprias convicções, egocêntrica e superficial, mesmo a jeito do açoite satí-rico de Sorrentino. O cinis-mo que invade o espaço cul-tuado é o mesmo insinuado pelo abordagem do realiza-dor italiano. A ‘beleza’ que tanto se idealiza não é pro-funda ao ponto de nos lem-

Realizador:Paolo Sorrentino

Elenco: Toni Servillo, Carlo Verdone, Sabrina

Ferilli

Estreou em Portugal:20/02/2014

Nacionalidade: Italiano

Pontuação: 3,5/5

cultivando a mente e a vaidade

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5 - Wasteband de Patrícia Portela. Ed. Caminho. A escritora portuguesa mais importante, a mais inventiva e criativa, deste início de século. “o caso” Patrícia Portela é, tão só, o mais espantoso percurso literário.

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RUM BOXTOP RUM - 09 / 2014

28 FEVEREIRO

1 BECK - Blue moon

2 NORTON - Magnets

3 TEMPlES - Keep in the dark

4 ARCADE FIRE - Reflektor

5 PZ + dB - Cara de chewbaca

6 MÁRCIA - Menina

7 AU REVOIR SIMONE Somebody who

8 NOTWIST, THEClose to the glass

9 STEPHEN MAlKMUS & THE JICKS - lariat

10 CEO - Whorehouse

11 DEAD COMBOA bunch of meninos

12 METRONOMYI’m aquarius

13 DAMON AlBARNEveryday robots

14 RUSSIAN RED - Casper

15 DESTROYER - El rito

16 Clà - Rompe o cerco

17 CRYSTAl FIGHTERS You & I

18 lOCAl NATIVES - You & I

19 NOISERVToday is the same as yesterday, but yesterday is not today

20 PORTUGAl THE MAN Modern jesus

POST-IT

03 março > 07 março

DIABO NA CRUZVida de Estrada

JOAN AS POlICE WOMAN Holy City

SOHNArtifice

sérgio Xavier

[email protected]

O simples facto de Beck lançar um disco constitui, por si só, um acontecimento no universo da música pop. Se a isto acrescentarmos a longa pausa nas edições discográficas, é natural que a expectativa cresça, ou não estivessemos nós na presen-ça de um dos músicos mais versáteis e imprevisíveis da

actualidade. Neste aspecto o novo disco não traz nada de inédito na discografia de Beck. ‘Mor-ning Phase’ percorre cami-nhos já antes pisados pelo norte-americano, nomea-damente em ‘Sea Change’, obra editada em 2002, e que surpreendia na altura por apresentar uma faceta musi-cal mais serena e depurada, e resultado de uma experi-ência amorosa mal sucedi-

CD RUM

da. Mais um bom exemplo de que a dor de corno é um bom catalisador para a cria-ção de boas canções. No novo trabalho o ambien-te é bem mais desanuvia-do. Ainda que num registo calmo, não há espaço para grandes rasgos rítmicos, esta é uma banda sonora subtil e encantatória, de um músico que regressa aos ori-ginais depois de uma longa pausa, motivada por proble-

AGENDA CULTURALBRAGA

MÚSICA08 de marçoPistaEspaço TOCA

08 de fevereiroCauldron + Volture + Atomik Destruktor + WitchfyreEspaço TOCA

09 de marçoCati FreitasFNAC - BragaParque

TEATRO07 de marçoComo QueiramTheatro Circo

CIClO MÚSICA E lITERATURA07 de marçoVariações poético-musicais sobre Vitorino NemésioTheatro Circo

GUIMARÃES08 de marçoDead ComboCCVF

08 de marçoSensible SoccersCCVF (café concerto)

FAMALICÃO

08 de marçoTralhas MelódicasCasa das Artes

TEATRO07 e 08 de marçoCamilaCasa das Artes

LEITURA EM DIAPara ouvir de segunda a sexta (9h30/14h30/17h45) na RUM ou em podcast: podcast.rum.pt Um espaço de António Ferreira e Sérgio Xavier.

DR

beckmorning phase

1 - Big Nate, o que é que podia correr mal? de lincoln Peirce. Ed. Arte Plural. Mais uma aventura do adolescente Nate, agora em BD, na escola e as primeiras paixões.

2 - O culpado de lisa Ballantyne. Ed. Porto Editora. A violência das crianças que faz advinhar uma carreira literária auspiciosa. A autora manipula com engenho as duas estórias, cujo centro é Daniel Hunter.

3 - A família Corleone de Ed Falco.O início da saga da família mafiosa, Os Corleone e Don Vito, mais celebrada de todos os tempos.

4 - Cartas a Um Jovem Jornalista de Juan luís Cebrián. Ed. Bizâncio.O famoso diretor do jornal mais importante espanhol, El País, deixa aqui indicações preciosas para futuros(as) jornalistas.

mas de saúde que o impe-diam inclusivamente de to-car. É um regresso saudado, em “Blue Moon” Beck canta (“I’m so tired of being alone / These penitent walls are

all I’ve known”), mas que também se saúda: não fal-tam grandes canções como o sinfónico ‘Wave’, ‘Waking Light’ ou o belíssimo ‘Heart is a Drum’.

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DESPORTO

Paulo Tavares: “ O SC Braga/AAUM em termos emocio-nais não se controlou.”

No final do jogo, o líder téc-nico do SC Braga/AAUM , Paulo Tavares, afirmou que a sua equipa “em termos emo-cionais não se controlou.”O treinador da equipa braca-rense apontou os erros come-tidos pelo SC Braga/AAUM como cruciais no resultado negativo do seu conjunto. “Não existimos defensiva-mente, e quando se faz isso contra uma equipa com a qualidade do Sporting as coisas ficam extremamente difíceis.”O técnico referiu que no in-tervalo tentou transmitir âni-mo aos seus jogadores, para que conseguissem encarar a

susana silva

[email protected]

O SC Braga/AAUM perdeu, este domingo, em casa frente ao Sporting por 3-6, em jogo da 20º jornada da Liga Sport-zone Futsal. Num jogo em que estava em causa a lide-rança da Liga, a desconcen-tração minhota acabou por entregar o jogo ao adversário.O Sporting não podia desejar melhor começo na partida. Logo aos 30 segundos, Caio Japa, sem marcação, contor-nou Pli e inaugurou o marca-dor. A equipa minhota, nos instantes seguintes, por duas vezes esteve perto de reesta-belecer a igualdade. Primei-ro, André Coelho cabeceou por cima, e depois foi a vez de Paulinho enviar a bola ao poste.À falta de acerto dos braca-renses, os “leões” responde-ram com golos. Aos 2 minu-tos, Pli não conseguiu suster o disparo do guarda-redes do Sporting, João Benedito, que subiu no terreno e num remate de boa execução co-locou o marcador em 0-2. Já com Beto em campo, por troca com Pli, Paulinho fez o terceiro para o Sporting quando o relógio assinalava sete minutos. Fábio Cecílio, dois minutos depois, teve tudo para fazer golo da equi-pa da casa, mas foi displicen-

te frente a João Benedito. Até ao intervalo, o SC Braga/AAUM apostou no 5x4. Mas não foi feliz: o resultado não sofreu mais alterações e o Sporting rumou aos balneá-rios a vencer por 0-3. No começo da segunda parte, pouco mudou. O SC Braga/AAUM continuou a cometer muitos erros e o Sporting soube tirar partido deles. Em cinco minutos, Caio Japa, Deo e Marcelinho colocaram os visitantes a ven-cer por uns expressivos 0-6 e

sc braga/aaum falha assalto à liderança perante o sporting

praticamente puseram fim às esperanças minhotas. Nos últimos dez minutos da partida, o SC Braga/AAUM, a jogar novamente em cinco para quatro, ainda conseguiu reduzir em três golos a des-vantagem. Tiago Brito, num grande remate, fez o primei-ro dos bracarenses. Os últi-mos dois golos couberam a Paulinho e a André Macha-do, este na conversão de uma grande penalidade, por falta de João Benedito sobre An-dré Coelho.

segunda parte de forma está-vel e equilibrada. “Foi muito difícil, a espaços consegui-mos algumas coisas, mas não há muito a dizer, o Spor-ting foi superior”, considerou no entanto o treinador. Paulo Tavares não deita a to-alha ao chão e quer corrigir os erros já no próximo jogo, frente ao Benfica. “Sábado, temos o Benfica para poder continuar com a esperança de lutar pelo 2º lugar. Temos de tentar vencer na casa do Benfica. É isso que vamos fazer”, rematou.O Sporting ocupa agora o pri-meiro lugar do Campeonato, ao passo que o SC Braga/AAUM é terceiro classifica-do, a dois pontos do segundo, o Benfica, com quem mede forças na próxima jornada.Pedro Benavente/ZEROZERO

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A Erasmus Welcome week termi-nou, e nós na ESN Minho gosta-ríamos e fazer um balanço geral sobre este evento.Muito esforço foi dispendido para proporcionar aos novos estudantes de Erasmus uma semana memo-rável, e nós não podíamos estar mais contentes.Achamos que o resultado é real-mente positivo.A ESN Minho organizou algumas actividades para receber os estu-dantes de intercâmbio, em ambas as cidades de Braga e Guimarães.

Algumas delas passavam por Jan-tares de Acolhimento e festa em bares como o B.A, Stephane ou o Insólito.Temos que destacar a atitude ale-gre dos novos estudantes, o bom espírito vivido nos jantares e os bons momentos partilhados nas festas.Saibam desde já: isto foi só início. Este próximo semestre vai ser fan-tástico.E confiem em nós: ESN Minho vai estar lá para vos ajudar a ter a me-lhor época das vossas vidas!

Erasmus Welcome Week has en-ded, and we at ESN Minho would like to make a general balance about this event. A lot of effort was put to give the new Erasmus stu-dents a week to remember, and we couldn’t be happier. We think that the outcome is really positive.ESN Minho organized some activi-ties to welcome the exchange stu-dents, in both cities of Braga and Guimarães. Some of them inclu-ded the Official Welcome Dinners,

and parties in bars such as B.A, Stephane and Insólito. We have to highlight the cheerful attitude of the newcoming stu-dents, the great spirit lived at the dinners and the good moments shared in the parties. Be assured: this was just the be-ginning.This next semester will be ama-zing. And trust us: ESN Minho will be there to help you have the best time of your life.

06 MarchFlag Party

11 MarchTuesday Sessions Surf Music

13 MarchBuddy Party

15 & 16 MarchTrip to Salamanca

17 MarchQuizz Erasmus

20 MarchFlower Power Party25 MarchErasmus Got Talent

28 MarchGlow Party

29 & 30 MarchTrip to Lisbon

• Os locais das festas serão atempadamente comunicadas

•The places of the parties will soon be communicated

Agenda ESN Minnho

ERASMUS WELCOME WEEK:

BALANCE

ERASMUS WELCOME WEEK:

BALANÇO

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