2ª aula teórica - 25-02-2015

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1 BIOQUÍMICA CLÍNICA 2ª Aula Teórica 25-02-15

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  • 1

    BIOQUMICA CLNICA

    2 Aula Terica

    25-02-15

  • 2

    Sumrio mbito e objectivos da Bioqumica Clnica

    Fases pr-analtica e analtica

    Factores fisiolgicos que afectam a composio dos fluidos biolgicos Amostra biolgica obteno e conservao Metodologias Mtodos fsicos e fsico-qumicos Seleco e avaliao dos mtodos Padres primrios e secundrios Interpretao de resultados Conceito de valores de referncia Controlo de qualidade

  • 3

    mbito

    Muitas das doenas humanas resultam: - de um metabolismo anormal - de uma perturbao na actividade celular normal Dessa situao podero advir modificaes caractersticas e significativas do perfil bioqumico dos fluidos corporais

    A aplicao da anlise bioqumica a diversas espcies qumicas (ies inorgnicos/molculas orgnicas), presentes

    nos fluidos biolgicos constitui o

    mbito da Bioqumica Clnica

  • 4

    Objectivos

    Definir as concentraes normais dos analitos presentes nos vrios fluidos biolgicos, estudando - a sua origem - metabolismo - estabelecer as alteraes na doena, Tendo em vista..

  • 5

    Objectivos

    Tendo em vista - o diagnstico - confirmar ou rejeitar - o prognstico seguir o doente na evoluo da doena e no caminho para a cura - o acompanhamento teraputico monitorizao e deteco de efeitos colaterais ao tratamento - a preveno da doena deteco da doena antes que ela se manifeste (rastreio de diabetes, hipercolesterolmia)

  • 6

    A Bioqumica Clnica um ramo do conhecimento

    multidisciplinar e altamente dinmico que assenta em duas vertentes:

    - analtica - quantitativa

    - interpretativa avaliando (aceitando ou no) os resultados obtidos

  • 7

    Mas a determinao da concentrao de um determinado analito, num indivduo saudvel a qualquer altura no tempo, depende de muitos factores que podem ser agrupados em trs categorias:

    - Caractersticas qumicas do componente (algumas molculas podero ser instveis fora do seu envolvimento celular)

    - Factores endgenos do indivduo (idade, gnero, obesidade)

    - Factores exgenos (hora, exerccio, alimentao)

    A influncia dos factores exgenos condiciona a variabilidade intraindividual

  • 8

    E muitos clnicos consideram a doena a NICA causa possvel de obteno de resultados anormais. No entanto, muitos factores para alm da doena podem afectar a composio dos fluidos biolgicos

    Ou seja, os testes bioqumicos esto dependentes de factores

    - pr-analticos

    - analticos

    Pr-analticos

    controlveis

    no controlveis

  • 9

    Factores pr-analticos Factores controlveis

    - postura e imobilizao

    - exerccio e treino fsico

    - variao circadiana

    - influncia dos alimentos

    - administrao de medicamentos

    A estandartizao das condies de colheita:

    - a preparao do doente

    - obteno e conservao da amostra,

    tende a minimizar as variveis que podem alterar os resultados

  • 10

    Factores pr-analticos

    Factores no controlveis, como influncias biolgicas, ambientais e alteraes cclicas de grande durao, incluem:

    - gnero

    - idade (RN, criana, adulto, idoso)

    - factores genticos (origem tnica, grupo de sangue)

    - doena (febre, trauma cirrgico)

    - medicamentos (diurticos, anticonvulsivantes)

    - factores de risco (obesidade)

    INQURITO

  • 11

    Assim, haver

    Fase pr-analtica

    - preparao do doente antes e durante a colheita

    - colheita

    - conservao da amostra

  • 12

    Por outro lado,

    os resultados obtidos sero utilizados pelo mdico no diagnstico e tratamento. Os mtodos analticos devem ser, por isso, realizados com grande preciso e sensibilidade

    Ser necessrio o uso de mtodos analticos apropriados, bem como de instrumentao e equipamento adequados

    O Laboratrio - qualidade assegurada

    - metodologias especficas e precisas

    - capacidade de dar resultados seguros em tempo til

  • 13

    Fase analtica

    A funo do laboratrio consiste na execuo de anlises qualitativas e quantitativas aos fludos do organismo:

    sangue,

    urina,

    LCR,

    bem como a fezes, tecidos, clculos e outros materiais

  • 14

    Fase analtica

    Ou seja, para se analisar os metabolitos nos fluidos ou tecidos ser necessrio conhecer os princpios e fundamentos bsicos que afectam o processo analtico, incluindo:

    - soluto e solvente

    - unidades de medida

    - tcnicas bsicas de laboratrio

    - higiene e segurana no laboratrio clnico

    - metodologias adequadas

  • 15

    Fase analtica

    A garantia de um elevado nvel de qualidade no laboratrio baseia-se no

    compromisso entre todos os elementos do sistema: factores pr-analticos, analticos e ps-analticos

    Assim, a fidedignidade de um valor analtico obtido depende, em relao fase

    analtica, da verificao da linearidade do mtodo, sua preciso, reprodutibilidade, o uso e qualidade dos calibradores e dos procedimentos de calibrao usados

    Mtodos (NRSCL) National Reference System Clinical Laboratory

    - Definitivos (utiliza instrumentao muito sofisticada)

    - Referncia (usados por qualquer laboratrio)

    - Rotina (de uso comum)

  • 16

    Fase analtica

    Mtodos (NRSCL) National Reference System Clinical Laboratory

    Mtodos definitivos - so os mtodos com parmetros de qualidade mais elevados

    - so usados para validar os mtodos de referncia e os materiais de referncia primrios

  • 17

    Fase analtica

    Mtodos (NRSCL) National Reference System Clinical Laboratory

    O que so mtodos de referncia e materiais de referncia primrios?

    Mtodos de referncia so usados para validar os mtodos de rotina

    Os materiais de referncia primrios so:

    - substncias com uma gama de pureza de 99,98% que podem ser directamente pesados ou medidos para originar uma soluo de concentrao rigorosamente conhecida (IUPAC - International Union of Pure and Applied Chemistry)

  • 18

    Fase analtica

    Mtodos (NRSCL) National Reference System Clinical Laboratory

    Os materiais de referncia primrios so usados:

    - no desenvolvimento e validao dos mtodos de referncia

    - na calibrao dos mtodos definitivos e de referncia

    - na produo de materiais de referncia secundrios

  • 19

    Fase analtica

    Mtodos (NRSCL) National Reference System Clinical Laboratory

    Os materiais de referncia secundrios

    so compostos cuja concentrao determinada por anlise de uma sua alquota atravs de um mtodo de referncia (IUPAC - International Union of Pure and Applied Chemistry)

  • 20

    Fase analtica

    Mtodos (NRSCL) National Reference System Clinical Laboratory

    Os materiais de referncia secundrios so usados:

    - na produo de calibradores a usar nos mtodos de rotina Padres de referncia certificados (calibradores) - podem ser usados

    como padres de estabilidade reconhecida (primrios) - e para fixar valores para os materiais de controlo

  • 21

    Fase analtica

    Mtodos (NRSCL) National Reference System Clinical Laboratory

    Os materiais de controlo ou soros controlo so usados para monitorizar os mtodos de rotina - intervalo de valores

  • 22

    Fase analtica

    Mtodos

    Materiais de referncia

    Definitivos Rotina Referncia

    Materiais de controlo ou

    soros controlo

    Secundrios Primrios

    VALIDAO VALIDAO

    DEFINIR VALORES

    PRODUO

    MONITORIZAO PRODUO CALIBRADORES CALIBRAO

    DESENVOLVIMENTO E VALIDAO

    CALIBRAO

    VALIDAO

  • 23

    Fase analtica

    Padres Primrios ou materiais de referncia primrios

    - composio qumica bem definida

    - elevado grau de pureza preferencialmente em estado cristalino

    - MM elevada

    - estveis

    - termoestabilidade - para poderem ser levados, na estufa, a peso constante

  • 24

    Fase analtica

    Padres Primrios

    Para fins analticos:

    - glucose

    - ureia

    - c. rico

    - creatinina

    Ex Bilirrubina, protenas, colesterol, triacilgliceris (no so considerados padres primrios)

  • 25

    Fase analtica

    Seleco e avaliao do mtodo Tanto a metodologia como a instrumentao associada esto

    envolvidos na produo de um resultado analtico; desse modo, na escolha da componente instrumental necessrio ter em conta:

    - amostra (tipo e quantidade)

    - facilidade de execuo

    - testes executados/unidade de tempo

    - custo/amostra

    - frequncia da calibrao

    - espao que ocupa

    - preo e assistncia tcnica

  • 26

    Fase analtica

    Metodologia Mtodos fsicos:

    - densidade (urina)

    - espectometria directa (Bilirrubina)

    - potenciometria

    Mtodos fsico-qumicos os mais numerosos e em que para alm de uma reaco qumica, a deteco feita por mtodos fsicos:

    - absorvncia

    - fluorescncia

  • 27

    Fase analtica

    Metodologia As metodologias mais utilizadas so:

    - espectrofotomtricas (90%)

    - cromatogrficas

    - electroforticas

    - imunoqumicas

  • 28

    Fase analtica Depende:

    - correcta manipulao do equipamento

    - reagentes especficos

    - qualidade dos reagentes (pr-anlise)

    - qualidade da gua (I, II e III)

    - escolha do mtodo

    simples exacto (capacidade de det. o valor real)

    sensvel (limite de deteco)

    preciso (reprodutibilidade)

    especfico

    linear

  • 29

    Fase analtica Os testes laboratoriais so usados - deteco da doena - orientao e monitorizao do tratamento - monitorizao da progresso da doena No entanto, h falhas, nomeadamente, na identificao de

    alteraes presentes (falsos negativos) ou na identificao de alteraes no presentes (falsos positivos)

    Assim, h conceitos importantes como avaliadores de qualidade de um mtodo, ou mesmo de um laboratrio

    controlo de qualidade

  • 30

    Fase analtica/Vertente interpretativa Para qualquer parmetro bioqumico, os valores observados em

    pessoas distintas podem ser diferentes Para o mesmo indivduo, tambm se podem observar

    diferentes valores em perodos diferentes da sua vida Este fenmeno denomina-se de variabilidade e quantifica-se

    mediante o desvio padro (SD) e o coeficiente de variao (CV) dos valores que um parmetro bioqumico apresenta num indivduo ou numa populao

  • 31

    Fase analtica/Vertente interpretativa

    Metrolgica causas relativas ao processo de medio de grandezas e causas pr-analticas, relacionadas com obteno e manipulao das amostras biolgicas

    A variabilidade biolgica , com independncia da variabilidade analtica ou metrolgica, a responsvel por que numa pessoa no se observe o mesmo valor em funo do tempo (variabilidade biolgica intraindividual)

    e/ou que os valores mdios dessa grandeza possam ser diferentes entre as pessoas duma populao (variabilidade biolgica interindividual)

    variabilidade

    biolgica

    metrolgica

    variaes fisiolgicas

    doena

    variaes patolgicas iatrognica

  • 32

    Fase analtica/Vertente interpretativa

    O conhecimento de todas as causas de variabilidade fundamental para a correcta interpretao dos resultados observados nos doentes e para a definio de intervalos de referncia

  • 33

    Fase analtica/Vertente interpretativa A variabilidade analtica ou metrolgica a responsvel pelos

    resultados diferentes obtidos ao determinar repetidamente um parmetro bioqumico na mesma amostra

    A variabilidade analtica vai depender: - flutuaes aleatrias (impreciso) - alteraes sistemticas (inexactido) que constituem as duas principais caractersticas que definem

    a qualidade de um sistema de medio

  • 34

    Fase analtica/Vertente interpretativa Impreciso define-se como o CV dum conjunto de resultados obtidos em

    medies repetidas Impreciso mxima admissvel - impreciso de um sistema

    analtico que pode admitir-se sem invalidar a utilidade mdica dos resultados obtidos com esse sistema

    - deve ser inferior ou igual a metade do CV biolgico

    intraindividual

  • 35

    Fase analtica/Vertente interpretativa Inexactido - quantificao da variabilidade analtica devida a variaes

    sistemticas e define-se como a diferena numrica entre a mdia de um

    conjunto de resultados de medies repetidas e o valor verdadeiro da grandeza medida

    Como o valor verdadeiro da grandeza medida geralmente

    desconhecido, os estudos de inexactido fazem-se em relao a outro valor tomado convencionalmente como verdadeiro (referncia)

  • 36

    Vertente interpretativa Os conceitos de Sade e Doena so relativos

    Numa condio individual a interpretao de um resultado analtico de laboratrio, feita por comparao

    Valor normal termo obsoleto por ambiguidade, visto que pode ser expresso:

    - no sentido estatstico (cuja distribuio segue a normal distribuio gaussiana)

    - no sentido epidemiolgico (ex. normal que conc. srica dos TAG se situe entre 70 e 170 mg/dl e ser anormal se a conc. se apresentar fora desses limites comum, frequente, usual, tpico)

    - no sentido clnico (indicando valores associados a ausncia de doena ou risco de a desenvolver, em que valor normal considerado um sinal de sade no patolgicos, incuos)

  • 37

    Vertente interpretativa Conceito de Valor de referncia/intervalo de referncia

    Implantado em 1980, este conceito estabeleceu as bases cientficas para a interpretao dos dados de laboratrio

    - resulta de anlises quantitativas do analito em referncia, obtido a partir de um grupo de indivduos, seleccionados de acordo com critrios definidos

    definido um critrio de seleco que determina quem pode ser includo e quem deve ser excludo de um grupo de indivduos de referncia

    Exs de critrios de excluso: factores de risco, estados fisiolgicos especficos, uso de substncias farmacologicamente activas

  • 38

    Vertente interpretativa Conceito de Valor de referncia/intervalo de referncia

    Os limites superiores e inferiores no so absolutos (no implicam uma noo de normal/patolgico) mas indicam os valores a partir dos quais a probabilidade de significado clnico comear a aumentar

    Valor crtico refere-se a um resultado afastado o bastante dos limites de intervalo de referncia que indica morbilidade iminente

  • 39

    Vertente interpretativa

    O resultado de uma anlise provm de uma medio da concentrao de um analito numa amostra biolgica colhida ao doente. O aspecto semiolgico ocupa-se do significado clnico dos valores (sinais) assim obtidos, com a medio do analito. Estes sinais (resultados) revelam directa ou indirectamente as alteraes dos processos fisiopatolgicos que tm lugar durante uma doena.

  • 40

    Vertente interpretativa

    Valor semiolgico: A utilidade mdica de um analito est directamente relacionado com o seu valor semiolgico que : a quantidade ou grau de informao que se infere da medio do analito, em benefcio da preveno, diagnstico, prognstico ou controlo das doenas. Pode ser decomposto em: - valor diagnstico ou capacidade discriminante - valor prognstico - valor preditivo (calcula a probabilidade de um indivduo apresentar ou no uma doena em funo do resultado obtido num determinado teste)