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1 Impactos Qualitativos da Autoavaliação na Instituição Universidade Veiga de Almeida (UVA) Eixo III - Indicadores e instrumentos de autoavaliação Roberto Guimarães Boclin (Universidade Veiga de Almeida) Eliane Gomes Santos (Universidade Veiga de Almeida) Marcos Moreira Braga (Universidade Veiga de Almeida) Resumo A partir da criação do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior-SINAES, a avaliação institucional ganhou destaque nas instituições. Este trabalho mostra uma experiência na gestão da avaliação e os impactos qualitativos das ações da Comissão Própria de Avaliação-CPA/UVA na era SINAES. A Universidade Veiga de Almeida construiu, de forma cuidadosa e compartilhada, um projeto de avaliação com adaptações para o instrumento oficial do INEP, correspondendo aos 10 indicadores do SINAES/MEC, considerando o núcleo básico e comum, o núcleo de temas optativos e a documentação, dados e indicadores. O modelo do projeto que será apresentado no trabalho é dinâmico e poderá ser acrescido na medida do aprimoramento do sistema de coleta e processamento de informações. Teve como base o pressuposto de que a avaliação tem estreita relação com a pesquisa. O processo foi desenvolvido a partir de 2005 em duas frentes principais: a de levantamentos documentais de informações já produzidas pela Universidade e a da consulta direta, através da aplicação de questionários, aos diferentes segmentos da comunidade interna e externa. Os resultados foram apresentados em um relatório que destacou os dados obtidos e as análises decorrentes provocando recomendações para que fossem adotadas decisões importantes de gestão. Alguns resultados dessas ações foram a criação do Processo Seletivo para contratação de Coordenadores e Diretores (inovação); a criação da Casa de Comunicação e das oficinas de jornalismo e propaganda; a restruturação do NPJ (Núcleo de Prática Jurídica) e do Curso de Direito; os currículos de todos os cursos com duas disciplinas eletivas para reforço do conhecimento profissional, foram aprimorados; e o desenvolvimento do Ensino a Distância e das disciplinas on-line. Em 2007, em todos os campi da Universidade, a avaliação foi relativa ao desempenho Docente e a aspectos institucionais sob o ponto de vista dos Discentes. Na visão dos alunos o resultado foi bastante satisfatório no seu conjunto, o Corpo Docente foi muito bem

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Impactos Qualitativos da Autoavaliação na Instituição

Universidade Veiga de Almeida (UVA)

Eixo III - Indicadores e instrumentos de autoavaliação

Roberto Guimarães Boclin (Universidade Veiga de Almeida)

Eliane Gomes Santos (Universidade Veiga de Almeida)

Marcos Moreira Braga (Universidade Veiga de Almeida)

Resumo

A partir da criação do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior-SINAES, a

avaliação institucional ganhou destaque nas instituições. Este trabalho mostra uma

experiência na gestão da avaliação e os impactos qualitativos das ações da Comissão

Própria de Avaliação-CPA/UVA na era SINAES. A Universidade Veiga de Almeida

construiu, de forma cuidadosa e compartilhada, um projeto de avaliação com adaptações

para o instrumento oficial do INEP, correspondendo aos 10 indicadores do

SINAES/MEC, considerando o núcleo básico e comum, o núcleo de temas optativos e a

documentação, dados e indicadores. O modelo do projeto que será apresentado no

trabalho é dinâmico e poderá ser acrescido na medida do aprimoramento do sistema de

coleta e processamento de informações. Teve como base o pressuposto de que a

avaliação tem estreita relação com a pesquisa. O processo foi desenvolvido a partir de

2005 em duas frentes principais: a de levantamentos documentais de informações já

produzidas pela Universidade e a da consulta direta, através da aplicação de

questionários, aos diferentes segmentos da comunidade interna e externa. Os resultados

foram apresentados em um relatório que destacou os dados obtidos e as análises

decorrentes provocando recomendações para que fossem adotadas decisões importantes

de gestão. Alguns resultados dessas ações foram a criação do Processo Seletivo para

contratação de Coordenadores e Diretores (inovação); a criação da Casa de

Comunicação e das oficinas de jornalismo e propaganda; a restruturação do NPJ

(Núcleo de Prática Jurídica) e do Curso de Direito; os currículos de todos os cursos com

duas disciplinas eletivas para reforço do conhecimento profissional, foram aprimorados;

e o desenvolvimento do Ensino a Distância e das disciplinas on-line. Em 2007, em

todos os campi da Universidade, a avaliação foi relativa ao desempenho Docente e a

aspectos institucionais sob o ponto de vista dos Discentes. Na visão dos alunos o

resultado foi bastante satisfatório no seu conjunto, o Corpo Docente foi muito bem

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avaliado. Dentre os aspectos apontados foram revistos pelos gestores: a construção de

um Sistema de Informações Gerenciais voltada para discentes de modo eficiente e

prático; a informatização acadêmico-administrativa eficiente como estratégica

competitiva externa; a implantação de um Sistema de Comunicação Interna favorecendo

alunos e professores com os serviços acadêmicos; visitas a empresas e instituições

relacionadas com os cursos e treinamento permanente do pessoal envolvido. Em 2010 a

CPA e o Setor de Recursos Humanos implementou a Pesquisa de Clima que revelou

um bom grau de satisfação dos colaboradores com as decisões da gestão. Ao longo de

2011 a CPA produziu 11 relatórios de cursos de graduação e graduação tecnológica. O

Relatório final de 2011 encerrou-se no término da vigência do PDI (2007/2011). O

processo de avaliação prossegue e, em função dos resultados alcançados, verificou-se

que a posição, ora atingida com o IGC 4, é o resultado do grande impacto da

autoavaliação.

Palavras-chave: avaliação institucional, impactos qualitativos

Introdução As Instituições de Ensino Superior brasileiras, particulares, enfrentaram grandes

desafios na reformulação de suas prioridades devido às exigências da nova política

educacional e às novas condições do mercado. Buscando o desenvolvimento

sustentável, muitas IES desenvolveram seus planos estratégicos com planejamento a

curto, médio e longo prazo, o que propiciou a absorção das inovações, pois as antigas

tradições estavam arraigadas à velha cultura e resistentes às mudanças.

A Avaliação Institucional passou a ser uma grande aliada no diagnóstico das

instituições. Não se pode conceber a avaliação institucional sem pensar em mudança,

em dinâmica, porque a realidade social, política, organizacional, tecnológica e científica

mudam de forma acelerada a cada momento, exigindo atualização e renovação

constante. Belloni (1998) afirma:

Em meio a muitos retrocessos e avanços na prática, a avaliação

institucional demonstra grande potencial de transformação, estando

diretamente ligada à mudança e à melhoria se adequadamente

instrumentalizada, uma vez que se constitui um meio, uma ferramenta e não

em um fim.

Os instrumentos oficiais de avaliação, criados para pré-estabelecer padrões mínimos de

qualidade de ensino, transformaram a gestão interna das IES. As escolhas de

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coordenadores de curso e professores passaram a pautar-se nas referências do modelo

MEC/SINAES de avaliação, assim como as decisões acadêmicas, pedagógicas e

administrativas, devido ao alinhamento exigido entre as práticas como uma rede de

entrelaçamento de dados e ações.

Contudo, os recentes métodos de avaliação propostos e o modelo atual de avaliação

institucional, adotado pelo governo e introduzido nas IES, vêm encontrando

dificuldades em sua aplicação, devido à falta de conhecimento dos seus processos e do

uso adequado dos resultados. Para as IES, um grande objetivo a ser alcançado no

processo avaliativo é sua continuidade, a criação de uma cultura de avaliação. O maior

desafio é manter a qualidade do ensino e desenvolver uma cultura crítica alicerçada,

diante de uma realidade cada vez mais voltada para as exigências do mundo do trabalho.

É necessário que a comunidade acadêmica veja a avaliação institucional como uma

estratégia importante para todo o contexto de funcionamento da universidade.

Contudo, os recentes métodos de avaliação propostos e o modelo atual de avaliação

institucional adotado pelo governo e introduzido nas IES vem encontrando dificuldades

em sua aplicação, devido à falta de conhecimento dos seus processos e do uso adequado

dos resultados. Para as IES, um grande objetivo a ser alcançado no processo avaliativo é

sua continuidade, a criação de uma cultura de avaliação. A maior questão é manter a

qualidade do ensino e desenvolver uma cultura crítica alicerçada, diante de uma

realidade cada vez mais voltada para as exigências do mundo do trabalho. É necessário

que a comunidade acadêmica veja a avaliação institucional como uma estratégia

importante para todo o contexto de funcionamento da universidade. Nos espaços do

sistema de ensino no Brasil e no mundo, "o discurso que tem fundamentado a

necessidade de reformas educacionais contemporâneas vem fazendo apelo a excelência,

eficácia e eficiência, à competitividade e a outros aspectos da racionalidade econômica"

(Martins, 2002: p. 269). Percebe-se a invariável disposição de que a melhoria dos

sistemas educativos esteja atrelada aos indicadores de produtividade.

A Lei n°10.861, de 14 de abril de 2004, instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior - SINAES, tendo como objetivo dar continuidade e aprimorar o

processo de melhoria da qualidade da oferta de educação superior, orientar a sua

expansão, promover o aumento permanente da sua eficácia institucional, da sua

efetividade acadêmica e social e, especialmente, do aprofundamento dos seus

compromissos e responsabilidades sociais, tendo como princípios:

● Responsabilidade sócia l com a qualidade da educação superior;

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● Reconhecimento da diversidade do sistema;

● Respeito à identidade, à missão e à história das instituições;

● Globalidade, isto é, compreensão de que a instituição deve ser avaliada a partir

de um conjunto significativo de indicadores de qualidade, vistos em sua relação

orgânica e não de forma isolado;

● Continuidade do processo avaliativo.

A Universidade Veiga de Almeida (UVA) foi mapeando a qualificação de suas

forças e de suas fragilidades mais agudas de modo a subsidiar substancialmente o

Planejamento Estratégico da Universidade, com o máximo de eficiência e de otimização

de recursos. Em 9 de junho de 2004, por meio da Portaria 13 da Reitoria foi nomeada a

Comissão Própria de Avalição (CPA). A proposta metodológica elaborada por um

grupo de trabalho designado pela presidência da CPA fundamentou-se nas dez

dimensões estabelecidas no art.3° da Lei n°10.861, de 14 de abril de 2004, nos núcleos

indicados pelo SINAES e na adoção dos indicadores de desempenho.

A UVA, localizada na cidade do Rio de Janeiro, funciona em quatro campi, a saber:

Tijuca, Barra da Tijuca, Centro e Cabo Frio. Oferta dezenas de cursos de graduação,

pós-graduação, extensão presenciais e à distância, dispondo de centros de pesquisa e

laboratórios, com centenas de professores e funcionários, sempre trabalhando com a

capacitação dos recursos humanos, não só para o mercado de trabalho mas também para

a investigação científica como também a consciência de sua importância social e

econômica de seus cursos. A implantação de uma cultura de avalição, e sua condução

pela CPA da UVA, foi fundamental para conferir-lhe uma trajetória de realizações que

rendeu à UVA uma excelente avaliação tanto oficial quanto da população do Rio,

adjacências e até mesmo de outros Estados e Países.

Pretendemos evidenciar com este trabalho os impactos qualitativos baseado num

planejamento cuidadoso que levou em consideração a importância dos atores envolvidos

que escutou muitas vezes o silêncio destes para adotar medidas corajosas de mudança e

relatar a experiência da CPA a partir da era SINAES e da utilização dos indicadores e

instrumentos de avaliação.

Objetivos

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O objetivo deste trabalho foi apresentar a possibilidade de a autoavaliação promover um

suporte eficaz para a gestão de qualidade da IES em meio a tantas impossibilidades da

prática no dia a dia institucional. Ao longo deste, mostraremos que a construção de um

bom projeto de avaliação com adaptações para o instrumento oficial do INEP significou

um marco histórico em nossa instituição para os desdobramentos positivos e para os

acertos de rumo. Enfim, queremos compartilhar nossa experiência em avaliação e

analisar as práticas da CPA na era SINAES e como foram utilizados os resultados

obtidos.

Metodologia

Em 2005 a UVA escolheu a aplicação de um questionário aos alunos nas salas de aula.

O questionário impresso ficou à disposição do aluno por um período de 1(um0 semestre

letivo e em locais determinados em cada campus e pelo Site da Universidade. Nos anos

posteriores optou-se pelo uso exclusivo do Site, por meio do sistema do aluno e sistema

do professor. Em 2005 o universo abordado foi de 784 professores e de 11737 alunos.

Em 2007, 2010 e 2011 o universo passou para 13265, 14628 e16135 alunos,

respectivamente.

Na formulação do processo de autoavaliação da UVA foram previstas as etapas de

Desenvolvimento, Consolidação e Balanço Crítico.

Na etapa de Desenvolvimento da Autoavaliação foram previstos seminários de

sensibilização, acompanhamento e sustentação do processo.

Na elaboração do documento de autoavaliação adotou-se como âncora e referencial

básico o conjunto de indicadores de desempenho definidos para cada dimensão. O

processo foi desenvolvido em duas frentes principais: a de levantamentos documentais

de informações já produzidas pela Universidade e a da consulta, através da aplicação de

questionários aos diferentes segmentos da comunidade interna e externa. Os

questionários consolidaram as questões relativas a todas as dimensões da autoavaliação

que ainda não estavam cobertas pelo sistema de informações da Universidade. Além

disso, possuem módulos de itens comuns a todos os segmentos e módulos variáveis, de

pertinência específica a cada segmento. Chamamos os módulos comuns de

“estritamente institucionais” por se referirem às dimensões de gestão, clima,

comunicação interna e externa e infraestrutura. Com isso, cada segmento da

comunidade universitária pode realizar uma autoavaliação completa (abrangente das dez

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dimensões) e o conjunto dos questionários permitiu totalizar as respostas dos aspectos

“institucionais”, agregando os resultados dos diferentes segmentos de acordo com a

necessidade do momento.

Esses questionários foram testados num primeiro momento e tiveram sua formatação

ajustada à linguagem e às particularidades ou conveniências de cada segmento. Os

alunos assim como os professores, funcionários, coordenadores e administração

superior, responderam pelo Site. Outros recursos como grupos focais, entrevistas e

reuniões informais puderam ser utilizados quando necessário.

As análises dos dados foram feitas pelos resultados de cada indicador controlando-os

por curso e campus; além de outras análises mais focadas para aprofundar diagnósticos.

O levantamento documental forneceu as informações de nível declaratório e normativo;

os questionários, entrevistas e reuniões informais permitiram avaliar o nível

organizativo e de resultados.

As atividades da autoavaliação desenvolvidas pela CPA da IES, de acordo com a

orientação do SINAES/CONAES, implantada pela Lei 10861/2004, obedeceu ao

seguinte planejamento:

1 - Elaboração do projeto de autoavaliação;

2 - Seleção dos indicadores;

3 - Elaboração dos questionários;

4 - Pré-testes dos questionários e ajustes finais dos questionários;

5- Definição dos dados documentais da universidade e coleta desses dados junto aos

diversos setores da IES;

6 - Seminários de sensibilização e divulgação do processo;

7 - Aplicação dos questionários e processamento das respostas aos questionários;

8 - Análise dos indicadores resultantes dos questionários;

9 - Análise dos indicadores resultantes do levantamento documental;

10 - Versão preliminar do relatório da autoavaliação;

11 - Envio ao MEC do relatório final da autoavaliação; e

12 - Divulgação dos resultados.

Referencial Teórico

Os diversos entendimentos sobre a função da universidade são fatores de tensão

acadêmico-institucional, que se fazem presentes na polêmica sobre as concepções e

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modelos de avaliação, da produção acadêmica e, em especial, sobre os indicadores e

critérios utilizados para estimá-la. Mas que indicadores são esses? Como utilizá-los?

Para aqueles que pesquisam sobre o tema, é de grande utilidade apresentar um modelo

bem sucedido de projeto de avaliação, baseado em indicadores de desempenho,

conforme a seguintes citações: “Um indicador deve informar algo de importante sobre o

que está ocorrendo num domínio complexo, sendo mais eficaz, quando usado de modo

combinado com outros. Os melhores são elaborados para fornecer medidas que se

reforcem mutuamente ou que, associados, ilustrem com precisão um fato. (EWELL,

PETER and JONES, DEMIM, P.Indicators of “Good Pratice” In performancein

Funding Higher Education: A Critical Analysis of Tennessee’s Experience. Boulder,

Colorado: National Center for Education Management Systems. ED 310655. 176pp.

MF-01: PC-08,1986 apud BOCLIN,R,2006, p.42).

Os indicadores de qualidade utilizados nas avaliações educacionais são particularmente

úteis com relação a três objetivos principais: comparar performances; monitorar a

operação permanente; e verificar com clareza os efeitos de intervenção durante a

execução. (...) “Como qualquer instrumento de política, os sistemas de indicadores

institucionais não são uma panacéia. No nível mais amplo, sua utilização adequada

exige um planejamento cuidadoso bem como uma atenção significativa para o modo

como a informação resultante está alinhada aos valores e orientações da instituição.

Mais especificamente, construir bons indicadores exige uma atenção considerável para

com os estímulos e desestímulos específicos para a ação criados pelo sistema resultante

em todos os níveis da comunidade institucional”. (BOCLIN, 2006, p. 46).

Os modelos atuais de gestão universitária são produzidos para obter informações

rápidas devido às aceleradas mudanças. Essa necessidade gerencial demanda

indicadores que funcionem como instrumentos de gestão. Geralmente são utilizados

indicadores de natureza quantitativa que produzem grande número de formulários

estatísticos para controle prático e rápido.

Se o que se deseja é ampliar as questões internas no sentido de identificar problemas

que não aparecem em simples estatísticas, deve-se adotar uma filosofia mais ampla de

acordo com a complexidade universitária, identificando causas e efeitos e levando em

conta o ensino, a pesquisa e a extensão.

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Indicadores de qualidade são quocientes entre dados de variáveis, sempre buscando

uma função comparativa. Se o que se quer é levar em conta a qualidade, um dado

estatístico simples, não é tão simples assim. Pode ter complicações profundas nos

processos de decisão.

Quando se decide criar e utilizar indicadores de qualidade, deve-se colocar o

aperfeiçoamento contínuo acima dos rápidos ajustes para soluções instantâneas. A

aplicação desses indicadores deve ser continuada e comparativa, pois os ambientes são

diversos, os momentos diferentes e há grande diversidade.

O processo genuíno de autoavaliação deve levar em consideração os indicadores

internos e os externos, sendo que, deve-se dar maior ênfase aos indicadores internos

construídos com a participação dos atores e com a preocupação de fazer uma análise

histórica e comparativa das avaliações anteriores.

O autor , em seu livro Avaliação Institucional: Quem Acredita? afirma que “o modelo

de avaliação institucional baseado em informações mensuráveis de natureza qualitativa

e quantitativa, minimizando conclusões subjetivas, sendo contínuo na medida da

construção de uma política institucional interna de avaliação. Com certeza, esse modelo

formado por indicadores de desempenho, é o que mais se aproxima do ideal,

principalmente, para efeitos de gestão de qualidade que é tão primordial nos dias

atuais”. (BOCLIN, 2006).

O projeto da UVA teve como base os argumentos a favor e contra a singularidade e a

subjetividade muitas vezes vistos como uma diferença entre as abordagens qualitativas e

qualitativas. A distinção é importante para que um conjunto de indicadores não se

confunda com mensuração simples e, mais precisamente, com uma abordagem

docimológica, em que a medida é o preâmbulo da avaliação. A pesquisa é julgada em

função de sua validade interna , e a avaliação pela utilidade e credibilidade. O traço

comum é a busca do conhecimento para a compreensão dos fenômenos educacionais e a

solução dos seus problemas. A proposta ora apresentada se insere na intercessão da

pesquisa com a avaliação sendo a metodologia influenciada por estudos em inúmeras

áreas do conhecimento, tais como a psicologia, a estatística e a sociologia, ressalvando o

pressuposto de que a avaliação tem estreita relação com a pesquisa.

Em seguida, como exemplo, apresenta-se o projeto de autoavaliação institucional

utilizado por nossa Universidade com indicadores qualitativos e levantamento de dados

quantitativos, obedecendo às normas do Sistema Nacional de Avaliação – SINAES.

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Esse projeto contempla as dez dimensões do SINAES, e, como exemplo, foram

escolhidos os indicadores da dimensão 2- A Política de Ensino, Pesquisa, Extensão e

Pós-Graduação.

DIMENSÃO 2 - A Política de Ensino,Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão

NÚCLEO BÁSICO COMUM

- Concepção do currículo e avaliação de sua adequação às Diretrizes Curriculares, à Missão da Universidade, ao mercado profissional, às inovações na área e às necessidades e interesses dos alunos. - Métodos e práticas pedagógicas (inclusive uso de EaD) para a construção do conhecimento e formação do profissional; - Fatores de melhoria do ensino (qualificação docente, apoio ao estudante, à interdisciplinaridade, às inovações didático-pedagógicas e uso das novas tecnologias no ensino).

CONCEPÇÃO DO

CURRÍCULO

Coordenadores e professores que consideram a concepção do currículo baseada em pesquisa do conhecimento Coordenadores e professores que consideram a concepção do currículo baseada no mercado de trabalho

ADEQUAÇÃO

DO CURRÍCULO

% Coordenadores e % de professores que consideram a concepção do currículo adequada às Diretrizes Curriculares

% de Coordenadores e % de professores que consideram a concepção do currículo adequada aos Interesses dos Alunos

A POLÍTICA PARA O ENSINO

% de Coordenadores e % de professores que consideram a concepção do currículo adequada às Inovações na área

% de Coordenadores e de Professores que consideram a concepção do currículo adequada às finalidades profissionalizantes da Instituição (Missão)

SATISFAÇÃO COM O ENSINO

% Alunos satisfeitos com o curso (por curso e Campus)

% Alunos e Docentes satisfeitos com a Coordenação do Curso

% Coordenadores satisfeitos com suas equipes de professores

% Coordenadores satisfeitos com o sistema de avaliação do aprendizado dos alunos

% de Coordenadores e de professores satisfeitos com a distribuição das disciplinas pelos períodos do curso

% Alunos satisfeitos com as disciplinas

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% Alunos satisfeitos com congressos, palestras, seminários, eventos e visitas orientadas proporcionados pelo seu curso

Média global das respostas dos alunos e dos professores ao bloco das disciplinas, por curso e por campus

Média global das respostas dos alunos e dos professores ao bloco turma, por curso e por campus

Média global das respostas dos alunos ao bloco dos professores, por curso e por campus

MÉTODOS E PRÁTICAS

PEDAGÓGICAS

% de Docentes e de Alunos que declararam usar/ter seminários, congressos, palestras, conferências e visitas orientadas (atividades complementares) regularmente/sempre

% de Docentes e de Alunos que declararam usar/ter trabalhos em grupo (projetos, pesquisas, apresentações, etc.) regularmente/sempre

% de Docentes e de Alunos que declararam usar/ter atividades multidisciplinares regularmente/sempre

% de alunos que já cursaram disciplinas on line

Coeficientes de correlação entre as respostas de Professores e Alunos sobre os métodos e práticas pedagógicas, por Curso

FATORES DE MELHORIA DO ENSINO

% de Docentes que declararam ter disposição para aprender e usar novas tecnologias educacionais regularmente ou sempre

Média global das respostas dos alunos, coordenadores e professores ao fator 1 professor, por curso, centro e campus

Média global das respostas dos alunos, coordenadores e professores ao fator 2 métodos de ensino, por curso, centro e campus

A POLÍTICA PARA O ENSINO

Média global das respostas dos alunos, coordenadores e professores ao fator 3 alunos (seleção, recuperação, avaliação), por curso e campus Média global das respostas dos alunos, coordenadores e professores ao fator 4 condições físicas, por curso, centro e campus

Média global das respostas dos alunos e professores ao fator 5 coordenação do curso Ranking dos 5 fatores para a melhoria do curso para os Coordenadores Professores e Alunos (por curso)

NUCLEO TEMAS

OPTATIVOS

- Adequação do sistema e da periodicidade das revisões curriculares - Adequação dos currículos e práticas pedagógicas ao perfil dos egressos

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REVISÕES CURRICULAR

ES

% Coordenadores que atualizaram currículo e/ou programas de disciplinas nos últimos dois anos (pelo total de cursos)

% Docentes satisfeitos com oportunidades de participar de revisões curriculares e ou programas das disciplinas

ADEQUAÇÃO

DO CURRÍCULO

AO PERFIL DO EGRESSO

% alunos concluintes satisfeitos com a congruência entre o que aprendeu e o que precisou para seu estágio

% alunos concluintes que se sentem habilitados a atuar profissionalmente na área em que se formou

% de alunos concluintes, de professores e de coordenadores satisfeitos com a relevância e com a carga horária atribuídas à Monografia ou TCC

A POLÍTICA

DE EXTENSÃO

NÚCLEO BÁSICO COMUM

- As atividades de extensão são consideradas estratégicas para a formação do conhecimento na Universidade? - A extensão universitária tem conceito bem definido? É entendida como atividades da comunidade acadêmica que levam suas competências para além da sala de aula, de forma integrada, planejada e coordenada? - Existe um órgão que se incumbe das ações de extensão? Qual a sua posição hierárquica? Que relações o órgão mantém com a graduação? - Existem convênios firmados com empresas para a oferta de cursos de extensão? Quais? Quantos?

% Alunos, Docentes e Funcionários satisfeitos com oportunidades de participar em ações de extensão universitária.

NÚCLEO DE TEMAS

OPTATIVOS

- Que programas são desenvolvidos dentro do escopo da extensão?

- As atividades de extensão oferecem tratamento preferencial a ex-alunos?

- Existem instalações adequadas a programas de extensão? Descreva-as. - As atividades de extensão têm orçamento prévio semestral ou por atividade ou ambos?

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POLÍTICA

DE

ENSINO,

PESQUISA

PÓS-

GRADUA

ÇÃO E

EXTENSÃO

NÚCLEO BÁSICO COMUM

- Quais são os Programas de Mestrado em operação?

- Quais as suas situações no sistema de avaliação da CAPES?

- Cursos Lato Sensu oferecidos entre ... a ...

- Área de conhecimento considerada prioritária para fins de Pós-Graduação - Cursos de Mestrado e Doutorado estão programados para (período)

% de Alunos satisfeitos com as oportunidades de participação em iniciação científica A 8

% de Professores que participaram de grupos de pesquisa e Iniciação Científica

% de Professores satisfeitos com as oportunidades de participação em grupos de pesquisa e/ou iniciação científica

NÚCLEO DE TEMAS OPTATIVOS

- Relação entre a Pós-Graduação e as pesquisas em andamento, por área do conhecimento, coordenador e ano de início;

- Pesquisas que obtiveram financiamento externo em ... a ....

DOCUMENTOS, DADOS

INDICADORES

Quadro dos Cursos segundo ano de criação e situação de autorização e reconhecimento pelo MEC => % cursos reconhecidos e % cursos autorizados

% cursos consolidados = +8 anos, captação estável, notas C ou melhor % cursos promissores = com até 5 anos de funcionamento, captação crescente ou estável, boa avaliação pelo MEC (Enade ingressantes, Conceitos comissões) Evolução dos resultados das avaliações de curso do MEC

ENSINO

Nº de professores do curso / Nº de alunos do curso Nº de disciplinas do curso / Nº de professores do curso Nº de alunos do curso / Nº de turmas do curso Quadro dos cursos por nº alunos, professores, disciplinas e turmas diurnas e nº turmas em cada campus (em.. e ...)

Evolução do nº de cursos e de matrículas de extensão de ... a ...

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POLÍTICA DE ENSINO, PESQUISA PÓS- GRADUA ÇÃO E EXTENSÃO

EXTENSÃO

Quadro dos cursos de extensão de ... a ... com o total dos alunos e os % de alunos Universidade, ex-alunos e alunos externos % de professores externos e de professores da Universidade nos cursos de extensão (pelo total de professores) de ... a ... Evolução do nº de participantes em Seminários, Eventos, Workshops promovidos pela Universidade por área de conhecimento de ... a ... % de conferencistas convidados por área de conhecimento de ... a ... Nº de conferencistas estrangeiros / Total de conferencistas (de ... a ...)

Relação de serviços prestados através de projetos, clínicas e de atendimento

Relação de convênios para atividades de extensão por Campus

PÓS-GRADUAÇÃ

O. E PESQUISA

Utilizar critérios e resultados de avaliações da CAPES para os Mestrados

Taxa de produtividade docente (no. publicações / no. docentes) por Programa de Pós-Graduação

% de alunos de iniciação científica por projeto de pesquisa, curso

Relação de pesquisas (IC e outras) realizadas fora do âmbito dos Mestrados (relacionar título, coordenador, equipe e datas de início e termino)

Evolução dos cursos e das matrículas de Especialização de ...a ...

% de alunos externos e de alunos e ex-alunos da Universidade nos cursos de Especialização (pelo total dos alunos de extensão) de ... a ...

Resultados e Discussões

A gestão da universidade, baseada nos resultados das avaliações anteriores, implantou

em 2011 o Projeto RENUVA que melhorou consideravelmente as instalações da UVA

com as seguintes medidas: Nova Entrada Principal, Revitalização da Praça de

Alimentação, Ar Condicionado nas Salas de Aula, Acessibilidade, Restauração da Vila

Universitária, Troca de Piso do 2º andar e Reforma da Sala 200, Instalações Sanitárias

do Bloco C (2º, 3º e 4º andares).

As ações, objetivos e metas descritas no Plano de Desenvolvimento

institucional-PDI da UVA obtiveram o sucesso pretendido pelo cuidadoso

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acompanhamento Avaliação Institucional e pelo levantamento periódico e sistemático

de indicadores de desempenho, sendo este fundamental para análises e recomendações.

Foram escolhidos indicadores com o mínimo de subjetividade possível para evitar

sobreposição e aproximar a avaliação ao máximo da realidade institucional.

Em seguida, alguns indicadores demonstraram a satisfação dos atores com as

medidas de melhoria adotadas pela gestão quanto às insatisfações apontadas pelas

avaliações anteriores.

Indicador: Concepção do Currículo Adequada ao Interesse dos Alunos (Valores

Percentuais) (Segmento: Professor)

Total: 938; Brancos: 594; Respostas: 1532; Universo: 2023; Participação: 75.7%

Nota % Histograma

1 0.5%

2 2.7%

3 16.5%

4 48.6%

5 31.7%

Legenda: 1=ruim 2=insuficiente 3=regular 4=bom 5=muito bom

Média: 4.08; Desvio: 0.79

Análise (ano 2010): O percentual total de 80,3% de Bom e Muito Bom,

superior em 16,22% ao resultado de 2005, mostra a satisfação dos professores com o

indicador retratando uma posição presente em todas as questões relacionadas com a

organização dos currículos e sua adequação à realidades da demanda.

Indicador: Adequação do currículo às diretrizes do MEC

(Segmento: Professor)

Total: 833; Brancos: 699; Respostas: 1532; Universo: 2023;Participação: 75.7%

Nota % Histograma

1 0.0%

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2 0.7%

3 12.5%

4 43.7%

5 43.1%

Legenda: 1=ruim 2=insuficiente 3=regular 4=bom 5=muito bom

Média: 4.29; Desvio: 0.70

Análise (ano 2010): À semelhança do indicador anterior o resultado é

satisfatório quanto à concepção do currículo estar adequada às diretrizes curriculares

presente em 86,8% das respostas, sendo 12,3% superior ao de 2005

Indicador: Satisfação com as Salas de Aula e Laboratórios (Valores percentuais)

(Segmento: Aluno)

Barra da Tijuca

Nota % Histograma

1 4.0%

2 9.6%

3 21.4%

4 41.3%

5 23.6%

Legenda: 1=ruim 2=insuficiente 3=regular 4=bom 5=muito bom

Cabo Frio

Nota % Histograma

1 8.5%

2 11.1%

3 23.7%

4 34.6%

5 22.1%

Legenda: 1=ruim 2=insuficiente 3=regular 4=bom 5=muito bom

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Tijuca

Nota % Histograma

1 23.2%

2 22.9%

3 28.8%

4 18.3%

5 6.8%

Legenda: 1=ruim 2=insuficiente 3=regular 4=bom 5=muito bom

Análise (ano 2010): 48.9% de satisfação nos 3 campi para os alunos Análise

Comparativa da avaliação do indicador nos últimos 5 anos mostra que houve um

acréscimo de 19.13% de satisfação para os alunos, embora ainda ocorram elevados

percentuais de insatisfação.

Os gráficos a seguir ilustram aspectos relacionados com as disciplinas on-line

que embora com uma evolução satisfatória ainda resultam em reduzida expressão

quantitativa.

Fonte: CPA/2005

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Evolução do Ensino On-Line

Considerações Finais

A questão da qualidade no ensino superior do setor privado assumiu uma figura

central devido à sua expansão nos últimos 30 anos e no contexto da nova legislação. O

Estado atribuiu à iniciativa privada a política de atendimento às demandas do mercado

com a finalidade de preservar para o ensino público a universidade de pesquisa, o que

de fato ainda não ocorreu na intensidade desejada e que possivelmente não seja nem

viável e muito menos desejável. Atualmente pouco mais de 10 universidades públicas

podem ser consideradas universidades de pesquisa. À instituição de ensino superior

privada coube atender à crescente demanda reprimida de concluintes do Ensino Médio,

com visíveis deficiências de formação básica.

Estabeleceu-se então um desvio conceitual de que o ensino superior privado é de má

qualidade embora o modelo de avaliação adotado pelo INEP/SINAES não favoreça

essas conclusões.

O PAIUB embora descontinuado reuniu inicialmente, condições de apontar com

mais correção o andar do ensino privado.

A Universidade Veiga de Almeida é sem dúvida uma percepção de distinção

decorrente do entendimento equitativo de que a qualidade pode ser construída dentro

das definições e dos referenciais de suas vocações e das declarações de suas missões

sociais e econômicas.

2003.2 840

2004.1 980

2004.2 1488

2005.1 1446

2005.2 2010

2006.1 1379

2006.2 2100

2007.1 3016

2007.2 3704

2008.1 4065

2008.2 3815

2009.1 4096

2009.2 5760

2010.1 5159

2010.2 5778

Alunos Ins c ritos

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

Alunos Inscritos

2003.22004.12004.22005.12005.22006.12006.22007.12007.22008.12008.22009.12009.22010.12010.2

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É prazeroso constatar a inserção de uma cultura de avaliação que expressa as

expectativas de seus atores, consumidores de seus cursos da qualificação dos seus

docentes e de suas indiscutíveis potencialidades.

Algumas indicações muito claras dos ganhos acadêmicos pela satisfação dos

professores com todas as questões relacionadas com a organização dos currículos e

destacam sua adequação à realidades da demanda. Em 2005 essas questões obtiveram

uma fraca avaliação por parte dos professores. A gestão fez ajustes e verificou-se que o

percentual de satisfação, que era em 2005 de 16,22%, passou em 2010 para 80,3% de

Bom e Muito Bom. Destacando este processo evolutivo aparece o resultado obtido em

2011, do IGC acumulado igual a 4, representando invejável indicador de desempenho

para uma universidade privada.

Os resultados apresentados pela CPA acabaram por fundamentar a revisão das

metas, contribuindo para a abertura de novo campus no Centro do Rio de Janeiro. Cada

nova avaliação expressa o diagnóstico do ano anterior que subsidia a melhoria do ano

em curso. Novas opções de desenvolvimento pessoal e acadêmico foram implantadas

tais como o curso de idiomas para todos os alunos com mais de 30 idiomas para

aprendizado on-line e os primeiros programas de mobilidade estudantil (intercâmbio)

foram iniciados e intensificados em 2013.

Referências

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e experiências. São Paulo, Cortez. 2000.

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gerencial brasileira na perspectiva internacional. São Paulo: Editora 34, 1998.

DIAS SOBRINHO, J. Avaliação: políticas educacionais e reformas da educação

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GADOTTI, Moacir. Avaliação institucional - necessidade e condições para a sua

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REVISTA .da Avaliação da Educação Superior ,Campinas, - Avaliação: As comissões

próprias de avaliação frente ao processo de regulação do ensino superior privado.

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RISTOFF, Dilvo I. Princípios do Programa de Avaliação Institucional, Campinas: INEP

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