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forma Edição Especial 222 VISITA A ROMA BARROCO - RENASCIMENTO - ARQUITETURA - PINTURA - ESCULTURA forma REVISTA Outubro - Ano 2012

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Page 1: Revista forma   visita a roma

forma

Edição Especial 222

VISITA A ROMA

BARROCO - RENASCIMENTO - ARQUITETURA - PINTURA - ESCULTURA

formaREVISTA

Outubro - Ano 2012

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forma

A EQUIPE:

Carol Fernandes

Thati Cordeiro

Gláriston Oliveira

Sylvia Letícia

FACULDADES INTEGRADAS PITÁGORASHISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA IIICOORDENADORA PAULA ALCÂNTARAPROFESSORA VIVIANE MARQUES

13 Galeria Borghese

15 Borromini Francesco

17 Igreja de San Carlo alle Quattro Fontane

21 Caravaggio Michelangelo

23 Rapaz com cesto de Frutas

25 Bernini Lorenzo

27 O Mito de Apolo e Daphne

31 Bramante Donato

3337

Catedral de Tampietto

Vicelli Tiziano

39 Amor Sagrado e Profano

SUMÁRIO

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CARTA AO LEITOR

Essa é uma Edição Especial da Revista Forma que organiza uma visita a Roma, em particular a Galeria Borghese.Visitas fascinantes que relacionam as artes Renascentistas e Barrocas.A reutilização da arte clássica e a aplicação da perspectiva dão ao Renascimento suas formas típicas.O Barroco põe acima da apreensão da lógica a procura da surpresa, do efeito.As obras selecionadas para esse ‘tour’ por Roma direcionam o olhar do leitor em relação a importância histórica que elas representam, em especial por serem disseminadoras dos temas Renascentismo e Barroco.

A EQUIPE

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GALERIA BORGHESE

O Galleria Borghese é um dos museus de Roma. Contém a extraordinária coleção de obras de arte recolhidas pelo Cardeal Scipione Borghese (1576-1633) e outros membros desta poderosa família ao longo de três séculos. Inclui obras universalmente conhecidas dos melhores artistas do Renascimento e do Barroco, como: Rafael, Ticiano, Caravaggio, Bernini, Rubens, Domenichino.O Museu está localizado no parque de Villa Borghese, segunda maior de Roma, cheia de atrações para os turistas e romanos.

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Arquiteto e escultor italiano, Francesco Castelli, mais conhecido por Francesco Borromini, nasceu em 1599, em Bissone, na Lombardia, e morreu a 2 de setembro de 1667, em Roma.Borromini era um gênio rebelde, emocionalmente perturbado.Mesmo em construções de dimensões modestas, Borromini combinava formas nunca antes articuladas, de uma maneira extraordinária. A estranha justaposição de superfícies côncavas e convexas fazia suas paredes parecerem vivas. Foi um grande conhecedor da arquitetura clássica. Reivindicava o direito de interpretar livremente os motivos herdados da grande arquitetura romana recusando o que ele considerava ser uma mera cópia desses monumentos; pensamento barroco, que foi largamente seguido pelas gerações vindouras e o seu exemplo espalhou-se por toda a Europa.

BARROCO - ARQUITETURA

FRANCESCO

BORROMINI,

(Por Carol Fernandes)

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FRANCESCO BORROMINI

A pequena casa conventual que os frades Trinitários ergueram no cruzamento de Quattro Fontane, em Roma, foi desenhada pelo arquiteto Francesco Borromini (1599-1667).Os trabalhos foram iniciados no verão de 1634, no corpo que fica perpendicular à via das Quattro Fontane que continha algumas dependências conventuais e um refeitório, localizado no piso térreo, junto à fachada voltada para jardim.

O pequeno claustro de dois pisos, construído entre 1635 e 1636, apresenta uma revolucionária dinâmica plástica introduzida pelos ângulos convexos das esquinas que definem uma forma octogonal irregular. Os remates das colunas do piso térreo alternam arcos com entablamentos retos, enquanto no piso superior um entablamento une todas as colunas.

A planta da igreja, com uma forma aproximadamente oval, teve como base um tradicional esquema cruciforme. De facto, a elipse (construída com base em dois triângulos equiláteros opostos) foi apertada nos extremos, num processo de distorção elástica que sugere uma cruz grega e que forma uma sequência alternada de superfícies côncavas e convexas que modelam as paredes e dilatam o espaço.

IGREJA DE SAN CARLO ALLE QUATTRO FONTANE(Por Carol Fernandes)

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FRANCESCO BORROMINI

A nave é rodeada por quatro espaços curvos. Dois são semicirculares e definem o eixo maior do plano contendo, um deles, a entrada, e o outro a abside.

Dezasseis colunas, que respondem ao esquema canónico das ordens clássicas, articulam as paredes interiores e entre elas estruturam-se vários vãos retangulares e nichos que diluem a massa da alvenaria. Sobre as colunas, um forte entablamento unifica todas as unidades espaciais. Um conjunto de quatro arcos que ligam as colunas duas a duas suportam os pendentes sobre os quais se ergue o tambor da cúpula. Esta, retomando o desenho elíptico da nave, é decorada por uma complexa série de caixotões convergentes que lhe conferem carácter de membrana nervurada. No topo, um lanternim ilumina todo o espaço.

No final da sua vida, Borromini teve a oportunidade de concluir o edifício, do qual faltava executar a fachada da igreja e do convento sobre a Via del Quirinale. Este projeto apresentava como dificuldade fundamental a relação entre três elementos: a fonte de ângulo, no cruzamento das Quattro Fontane, o campanário e a frontaria da igreja.

Na fachada, o arquiteto retomou um tema recorrente na sua arquitetura, as ordens de diferente altura. O perfil curvo e fluido da parede divide-se em três partes, moduladas por colunas que constituem uma superestrutura organizada em dois pisos. Em cada registo, quatro grandes colunas de ordem compósita suportam a cornija e dão sentido ascensional à frontaria, entre estas, um sistema com colunas mais pequenas e entablamentos autónomos que emolduram as paredes. Óculos ovais recortam o plano curvo convexo dos dois tramos laterais. No plano central côncavo encontra-se a porta do templo, encimada por um nicho e uma estátua de S. Carlos Borromeo.

O segundo piso do alçado apresenta solução idêntica embora o tramo central seja convexo e contenha uma torre saliente com balaustrada. A cornija que remata a igreja é interrompida por um medalhão oval formando um frontão quebrado.

Com a morte do arquiteto a obra é suspensa e só mais tarde são completados os planos para o campanário e se constrói o segundo piso da fachada, cujos anjos, executados pelos escultores Antonio Fontana e Giovanni Dori, são colocados em 1576.

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Nascido em 29 de setembro de 1571 – Porto Ercole, comuna de Monte Argentario, foi um pintor italiano atuante em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. É normalmente identificado como um artista barroco, estilo do qual foi o primeiro grande representante.Em seus quadros, tanto os profanos quanto os religiosos, não utilizou outro modelo além da crua realidade, pintando seus personagens sem qualquer processo de idealização. Caravaggio teve uma vida turbulenta, devido ao seu temperamento violento e belicoso, que o levou à prisão por várias vezes.Em 1610, de volta a Nápoles, envolveu-se em outra briga e foi ferido. Livrou-se do ferimento mas aos 38 anos não se livrou da morte, nesse mesmo ano, em Porto Ercole, Toscana, vitimado pela fome e pela malária, quanto tentava regressar a Roma.

MICHELANGELO MERISI DA

CARAVAGGIO,

BARROCO - PINTURA

(Por Thati Cordeiro)

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A pintura data da época em que Caravaggio, recém-chegado em Roma de sua terra natal Milão, estava fazendo seu nome no competitivo mundo das artes romano. O modelo foi o amigo e companheiro do autor, o pintor siciliano Mario Minniti, de cerca de 16 anos de idade.

Em um nível a pintura é uma peça concebida para demonstrar a capacidade do artista para retratar tudo, desde a pele de um rapaz até a pele de um pêssego, passando pelas dobras do manto até a trama do cesto. Os frutos são especialmente requintados

O cesto contém um grande número de frutas, todas em

condição praticamente perfeitas, incluindo um pêssego bicolor

com um aspecto vermelho brilhante; quatro cachos de uva — dois

de uvas pretas, um de vermelha e um de brancas; uma romã madura

partida, expelindo suas sementes vermelhas; quatro figos, dois

deles bem maduros, pretos, ambos partidos e dois de cor clara;

duas nêsperas; três maçãs — duas vermelhas, uma ruborizada e

outra listrada, e uma amarela com uma depressão castanho-

avermelhada e uma cicatriz; dois ramos com peras pequenas, um

deles com cinco peras amarelas com a face vermelho brilhante e

a outra, meio escondida, com frutas amarelas e ruborizadas. Há

também folhas mostrando vários desarranjos: uma folha de

videira proeminente com manchas de fungos e outra com um massa

branca de ovos de inseto semelhante a de certa espécie de

mariposa, e folhas de pessegueiro com várias manchas.

‘’RAPAZ COM CESTO DE FRUTAS’’

MICHELANGELO MERISI DA CARAVAGGIO

Ficha TécnicaData: 1593Gênero: PinturaTécnica: Óleo sobre TelaDimensões: 70cm x 67cmLocalização: Galleria Borghese, Roma

(Por Thati Cordeiro)

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Gian Lorenzo Bernini (Nápoles, 7 de dezembro de

1598 – Roma, 28 de novembro de 1680) escultor,

arquiteto e pintor italiano, foi um dos artistas

pioneiros da arte barroca.

É autor de inúmeras obras célebres, entre as

quais se destaca o baldaquino da basílica de São

Pedro em Roma. Além disso, pintou, fez gravuras

e escreveu para o teatro.

GIAN LORENZO

BERNINI,

BARROCO - ESCULTURA

(Por Gláriston Oliveira)

Page 14: Revista forma   visita a roma

O Mito de Apolo e Daphne é um dos mais recorrentes

em toda a Antiguidade e também um dos que apresentam

várias versões. Em todas elas, o ponto em comum é a fuga

de Daphne das investidas amorosas de Apolo, culminando

com a sua transformação em Loureiro.

Apolo – deus da música e das artes – sabendo de seus

atributos resolveu se vangloriar diante de Cupido,

proclamando possuir flechas mais poderosas que as do deus

do amor. Em desafio Cupido responde a Apolo que as flechas

deste são poderosas por poder ferir a todos, porém as dele

eram mais, porque podiam ferir até mesmo o próprio deus

Apolo. E assim lança-lhe no coração uma flecha com ouro na

ponta, gerando em Apolo a paixão pela bela ninfa Dafne, e

no coração desta, outra flecha com chumbo na ponta,

gerando na moça a repulsa por Apolo. Cansada das

perseguições do deus, Dafne pede a seu pai Peneu que a

transforme em uma planta, e assim sucedeu sua metamorfose

em Loureiro.

‘’O MITO DE APOLO E DAPHNE’’

GIAN LORENZO BERNINI

A Lenda

(Por Gláriston Oliveira)

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A estátua de Bernini se caracteriza pelo

movimento espiralado e pelo dramatismo da cena

representada, típico da representação desse período

que valorizava o ápice da ação, seu clímax. O momento

em que todo o drama se revela conferindo um ar teatral

à cena. Além disso, deve-se notar o extremo realismo

com que a obra foi dotada: as texturas das carnes, a

riqueza de detalhes e a construção dos rostos.

A obra não deixa espaço para moralismos, é

eminentemente sensual e inapropriada para decorar a

residência de um cardeal. No entanto presença deste

mito pagão na vila do Cardeal Borghese foi justificada

como sendo o retrato do triunfo da castidade sobre o

desejo. Um dístico moral composto em latim e gravado

na base da escultura diz: Aqueles que gostam de buscar

formas fugazes de prazer, no final só vão encontrar

folhas e frutos amargos em suas mãos.

Esculpida em mármore de Carrara a obra faz

parte do acervo da Galleria Borghese em Roma,

Itália. Data de 1623 e mede 2 metros e 43

centímetros.

‘‘O MITO DE APOLO E DAPHNE’’

A Obra

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Donato di Ângelo del Pasciuccio, mais conhecido por Donato Bramate, nascido no ano de 1477, em Urbino, na Itália foi um dos melhores arquitetos renascentistas. Donato Bramante estudou pintura e trabalhou em Milão .Andrea Montegna quem lhe passou conhecimentos sobra a arte clássica, que tornou-se sua grande paixão de imediato.Alcançou a fama através do seu trabalho sobre geometria de desenho e de perspectiva.Foi a catedral de Tampietto de S.Pietroin Montorio, uma das suas obras mais importantes

BRAMANTE, DONATO

RENASCIMENTO - ARQUITETURA

(Por Sylvia Letícia)

Page 17: Revista forma   visita a roma

O Pequeno Templo foi construído por Donato

Bramante, a pedido do Papa Júlio II, em 1502 e finalizado

em 1510. É todo feito em pedra, tem dimensões muito

reduzidas e localiza-se na Cidade do Vaticano.

O Pequeno Templo recorda o local de martírio de S.

Pedro e resume, na sua modesta escala, a procura de

harmonia e da ordem clássica da última parte do

Renascimento. Aí, o tambor central, ou cela, está

encimado por uma cúpula simples com um anel exterior de

colunas, conhecido por peristilo. O tambor fica dentro de

dezasseis colunas dóricas, proporcionadas de acordo com

os precedentes clássicos. O edifício tem uma unidade

simples, derivada de um sistema de proporções

harmoniosas

CATEDRAL DE TAMPIETTO; O PEQUENO TEMPLO

DONATO BRAMANTE

A Obra

(Por Sylvia Letícia)

Page 18: Revista forma   visita a roma

A simples cúpula de nervuras de Bramante inspirou a

forma da cúpula de S. Pedro, no Vaticano.

- Os nichos dentro da secção elevada do tambor vêm

da integração clássica da escultura na decoração dos

edifícios.

- O friso tem a clássica forma dórica de

ornamentação. Os tríglifos, painéis de três barras

verticais, surgem a intervalos geométricos, conforme a

posição das colunas.

- O diâmetro interior do tambor central é apenas de

quatro metros e meio. A manipulação de intervalos

geométricos e das proporções, juntamente com os

requisitos práticos de tamanho, leva à diminuição das

ordens clássicas ao seu limite.

Bramante decorou o friso com os temas do martírio

de S. Pedro e da liturgia da Igreja Cristã, num reacender

das heróicas imagens pagãs encontradas nos templos

clássicos.

- A simples e sólida ordem toscana é uma esguia

derivação romana da forma dórica, predominante na época

grega clássica.

- Os fustes de granito das colunas foram retirados

de um templo antigo e colocados em bases e capitéis de

mármore, consistentes com a ordem toscana. Bramante

utilizou uma forte ordem clássica apropriada ao sujeito

masculino do santuário.

CATEDRAL DE TAMPIETTO; O PEQUENO TEMPLO

Page 19: Revista forma   visita a roma

Ticiano Vecellio ou Vecelli, nascido em 1473 em Pieve di

Cadore, foi um dos principais representantes da escola

veneziana no Renascimento antecipando diversas

características do Barroco e até do Modernismo. Ele

também é conhecido como Tizian Vecellio De Gregorio,

Tiziano, Titian ou ainda como Titien.

Foi um dos mais versáteis pintores italianos, igualmente

bom em retratos ou paisagens, temas mitológicos ou

religiosos.

Se tivesse morrido cedo, teria sido conhecido como um

dos mais influentes artistas do seu tempo, mas como

viveu quase um século, mudando tão drasticamente seu

modo de pintar, vários críticos demoram a acreditar se

tratar do mesmo artista. O que une as duas partes de sua

obra é seu profundo interesse pela cor, sua modulação

policromática é sem precedentes na arte ocidental.

Ticiano Vecelli se aproximava dos cem anos quando a

peste negra apareceu em Veneza, matando o mestre em

27 de agosto de 1576. Enterrado na Basílica de Santa

Maria Gloriosa dei Frari, foi a única vítima da peste negra

a ser sepultada numa igreja, e repousa perto de sua

Madona de Ca'Pesaro.

VECELLI, TIZIANO

RENASCIMENTO - PINTURA

(Por Thati Cordeiro)

Page 20: Revista forma   visita a roma

Foi pintada para celebrar o casamento do veneziano Nicolò

Aurélio (vide brasão no sarcófago) com a jovem viúva Laura

Bagarotto.

A noiva vestida de branco, sentada ao lado de Cupido, é

ajudada pessoalmente por Vénus. A figura com o vaso de jóias

simboliza a “fugaz felicidade na terra” e a que segura a chama

ardente do amor de Deus simboliza a “felicidade eterna no céu”.

O título resulta de uma interpretação de meados do século

XVIII e que dá desta obra uma leitura moralista da figura nua,

considerando que o artista pretendeu assim exaltar o amor

terrestre e o amor divino. Na realidade, a filosofia Neoplatónica

do amor sagrado e profano em que Ticiano e o seu círculo

acreditavam, contemplando a beleza da criação, conduziu a uma

consciência da perfeição divina da ordem do universo.

‘‘AMOR SAGRADO E PROFANO’’

TIZIANO VICELLI

(Por Thati Cordeiro)

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