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J U N , J U L | 2 0 0 9 A n o 2 - 6 ª E d i ç ã o E n t i d a d e d e C a r á t e r S o c i a l e F i l a n t r ó p i c o JUN, JUL | 2009 Ano 2 - 6ª Edição Entidade de Caráter Social e Filantrópico especial Meio Ambiente

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Revista Visão Seleta

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JUN, JUL | 2009Ano 2 - 6ª Edição

Entidade de Caráter Social e Filantrópico

JUN, JUL | 2009Ano 2 - 6ª Edição

Entidade de Caráter Social e Filantrópico

especialMeio Ambiente

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Presidente: Gabriel Moreira dos Santos 1º vice Presidente: Amilton Nantes Coelho 1º Secretário: Milton Rosa Sandim1º Tesoureiro: Alfredo José de ArrudaDiretor: Vilson de FreitasAssessor Jurídico: João Maciel NetoJornalistas responsáveis: Nádia Bronze /DRT 141 MSMirella Bernard /DRT 121 MSDesigner Gráfico: Alex Freitas Responsável Gráfico: Alexandre BelchiorProdução e comercial: Marcia RodriguesRevisão: Valéria Valli Seffrin

Tiragem: 2.000 exemplaresImpressão: Gráfica Seleta Rua Pedro Celestino, 3283 Bairro São FranciscoCEP: 79002 -320 | Fone: 67 3356 -1525

Fale Conosco: [email protected]

Vilson de FreitasDiretor da Revista

Expediente

EditorialUm dos maiores desafios da atual gestão da S::S::C::H:: foi, sem dúvida, o de “colocar a casa em ordem”, como costuma dizer o nosso presidente, Gabriel Moreira dos Santos. Sabemos que os desafios existem para dar um sabor ainda mais especial às conquistas. Dentro de tantas vitórias conseguidas durante esta administração, apresentamos aos leitores o exemplar de Aniversário da Revista Visão Seleta, realizada através do esforço coletivo da equipe, bem como dos empresários e colaboradores que acreditam e apoiam nosso trabalho. A vocês, nosso abraço e agradecimento.

Para comemorar trazemos uma edição especial enfocando o tema “Meio Ambiente”. Pareceu-nos imprescindível abordar o assunto, já que a chamada ambiental está em todos os meios de comunicação. Apresentamos informações gerais, mas priorizamos as sugestões de pequenas ações práticas que podem fazer a diferença. Costumamos usar o clichê: “cada um tem que fazer a sua parte”. É mesmo um chavão, mas é a mais pura verdade. Este também é o seu mundo e é preciso cuidar dele.

Ainda nesta edição temos uma entrevista com o deputado Youssif Domingos; o trabalho especial realizado na AMA – Associação de Pais e Amigos do Autista; e mostramos a XI Semana Antidrogas, cujo objetivo foi conscientizar os jovens sobre os danos causados pelo uso de drogas lícitas e ilícitas, álcool e tabaco. Esta edição está disponível também no endereço eletrônico: www.seletams.com.br/revista.

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ÍndiceEntrevistaYoussif Domingos Página 4

AMAConvivendo com o AutismoPágina 8

CapaEspecial Meio AmbientePágina 10

EducaçãoGibitecaPágina 24

Ação SocialProjeto contribui para integração de jovens carentesPágina 28

Semana Nacional AntidrogasDomingo no ParquePágina 32

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Entrevista

Youssif Domingos

Youssif Domingos

Líder do governo na Assembleia Legislativa, com vasta experiência na vida pública, Youssif Do-mingos é o entrevistado da Revista Visão Seleta. O parlamentar fala sobre importantes projetos sugeri-dos e aprovados pela Casa visando melhorias para a sociedade sul-mato-grossense. O deputado opina ainda sobre questões polêmicas, critica e aponta as dificuldades do poder público, volta às origens e de-monstra sua verdadeira paixão pela política.

O senhor tem desenvolvido projetos em diver-sas frentes para Campo Grande, como educação, esporte, infraestrutura, trânsito, entre outros. Um exemplo é a sincronização nos semáforos da ci-dade. Isso resolve o problema do trânsito na Ca-pital? Quais são os desafios mais urgentes para Mato Grosso do Sul?

Há diversos problemas em todas as frentes. A solicitação da sincronização dos semáforos, por exemplo, não é uma solicitação individual. Todos os deputados estão atentos a isso. Os últimos dados re-velaram que Campo Grande hoje é a capital que mais mata gente no trânsito urbano. Ela é campeã em mortes por acidente de trânsito. Então, a sincroniza-

ção é apenas uma de tantas medidas que devem ser adotadas pelo poder público municipal para resolver o problema. Chegamos a números que fizeram com que Campo Grande chegasse, vergonhosamente, a esta situação. Por isso a ação tem tudo a ver com a atividade parlamentar.

E quanto aos outros projetos, como a revita-lização da pista do Autódromo Internacional de Campo Grande?

Campo Grande não tem uma cultura de manu-tenção do esporte. O poder público só se movimenta na questão esportiva quando é convocado para de-terminadas situações. Já tivemos aqui um hipódro-mo, que era um dos mais movimentados do Brasil, e acabou. Tínhamos um parque relacionado aos clubes de futebol, que fez com que nossos times disputas-sem os melhores campeonatos do país, e acabou. En-tão tentamos resgatar essa cultura, que é importante do ponto de vista do esporte e da economia. Depois que se investiu tanto para fazer um autódromo, não queremos deixar que ele vire um ‘elefante branco’. Nesse caso específico, o governador se comprome-teu a fazer a recuperação do local. Ele movimenta milhares de reais, é transmitido para o Brasil inteiro. Queremos que o que foi construído no ano de 2001 não se transforme em mais uma obra que foi deixada de lado pelo poder público. Isso é inadmissível.

Mais recentemente foi aprovado um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que torna mais transparente a realização de concurso público no MS, pois modifica a Constituição Estadual, tornan-do obrigatória a convocação dos candidatos apro-vados. O que o levou a elaborar o projeto?

Milhares de sul-mato-grossenses fazem con-curso público para Câmaras, Prefeituras e Estado. São oferecidas vagas, as pessoas estudam, gastam dinheiro e tempo, passam nas provas, são aprova-das e não são chamadas. Não faz sentido. Para mim, isso é má fé do poder público. Tem-se que oferecer

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um número de vagas para aqueles que vão ser efe-tivamente chamados e contratados. Se for neces-sário contratar mais gente, deve-se fazer um novo concurso, até porque isso não é de graça. O poder público não tira um centavo dos cofres para realizar concursos. Ele cobra. E o dinheiro cobrado custeia a empresa que vai fazer o concurso público. O pró-prio Supremo Tribunal Federal, na grande maioria das decisões, tem dito que se a administração públi-ca ofereceu vagas ela é obrigada a convocar. É um direito do aprovado. Essa medida é uma emenda à Constituição e moraliza os concursos públicos.

Desde que assumiu o mandato, o senhor vem solicitando a implantação de um Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), no Mato Grosso do Sul. Qual a importância da criação de um cen-tro como esse em Campo Grande?

Os Cefets são centros de ensino que têm o ob-jetivo de formar profissionais em todos os setores da economia. São considerados locais de referência na formação profissional no Brasil. O Governo Federal tem um planejamento de instalar Cefets em vários estados. Estamos pedindo, através de nossos parla-mentares federais, que o Cefet venha a ser instalado em Campo Grande para dar oportunidade de uma melhor formação para nossos jovens. Das pessoas de 18 a 24 anos, apenas 13% têm acesso ao ensi-no superior. As outras não têm acesso sequer a uma formação técnica. Daí a necessidade de um centro de formação técnica.

Outra batalha foi a implantação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou as irregularidades nas tarifas cobradas pela Enersul. Quais as providências tomadas? O que o senhor achou do resultado?

Em termos de CPI, a da Enersul foi a maior conquista que a Assembleia Legislativa já teve. Em 32 anos de Estado e em 30 anos de instalação da Assembleia, é a primeira vez que uma CPI se en-

cerra com um resultado concreto para a sociedade. Em 2007, 2008 e 2009 não tivemos o aumento da tarifa. Não vamos nos intimidar com a história de que esses três anos vão gerar uma hecatombe em 2011. A formação da planilha de reajuste da ener-gia elétrica se faz com determinados dados que são apurados ao longo do ano, como a variação do dólar e a demanda. Quem pode garantir que o dólar não estará mais baixo? Quem pode garantir que outras hidroelétricas no país não vão fazer com que haja um estoque maior de energia? A partir de uns cinco ou seis anos o país não vai precisar mais comprar energia da Bolívia. Então há uma série de elementos que nos dão a confiança de que em 2011 não vai ha-ver a explosão anunciada pelo presidente da Enersul. Eu acho que é mais uma precaução, uma cautela, do que a venda de uma situação catastrófica. Até acho que está agindo de boa fé com relação a este caso. Por isso acredito que o congelamento dos preços foi uma grande conquista para a sociedade. Se não fos-sem todos os parlamentares, indistintamente, apura-rem este caso, nós estaríamos com aquela aplicação indevida na tarifa de 55%, em 2003. Foi uma grande vitória.

Outro assunto do momento é a demarcação de terras proposta pelos povos indígenas. Qual é a sua opinião sobre o assunto?

Sou favorável à demarcação de terras indígenas,

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mas mediante pagamento com indenização ao pro-prietário da terra.

Este seria o mesmo conceito para a sua opi-nião sobre o sistema de cotas para os negros?

Ainda não tenho uma opinião formada sobre as cotas porque esta é uma questão extremamente polêmica. Assim como o país tem uma dívida com os índios, a cota para os negros têm que ser discutidas com seriedade. Não podemos ficar no discurso de ter que resgatar uma dívida sem mostrar os meca-nismos para isso. Não vejo problema em viabilizar o acesso para a universidade, seja pública ou privada. A cota seria apenas uma oportunidade para o negro ingressar na faculdade, mas sair de lá e ser um bom profissional é problema dele, como de qualquer ou-tra pessoa. Não é um assunto fácil.

O senhor tem uma vasta experiência no cam-po político. De onde surgiu essa veia política?

A veia política veio do meu pai. Quando ele mi-litava no antigo MDB (Movimento Democrático Bra-sileiro), fazíamos parte de um partido que fazia opo-sição ao regime militar. Minha participação começou junto ao meu pai com o MDB. Ele depois ajudou a fundar o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) no Es-tado por solicitação do ex-ministro da Saúde do pre-sidente João Goulart, Wilson Fadul. A ideia era ga-rantir que Brizola fosse governador do RJ. Para isso, era preciso que o PDT estivesse formado em nove estados. Isso era muito difícil, pois quando voltou do exílio, Brizola ainda tinha aquela marca de comunis-ta, reacionário, incendiário. Meu pai, por motivo de gratidão ao ex-ministro que, inclusive, foi médico do meu avô, não tinha como negar. E foi aí que come-cei, acompanhando meu pai. Depois fui convidado pelo Dr. Juvêncio (da Fonseca) para ser secretário de habitação, presidente da EMHA (Empresa Muni-cipal de Habitação); fui candidato a vice-prefeito do Dr. Loester em 1992; depois disputei a eleição em 1996, e continuei.

O que é a política para o senhor?A política é a coisa mais fácil de criticar e mais

difícil para se praticar. A administração pública é algo muito complexo. Temos leis que engessam a nossa participação, não podemos tudo, mas o povo acha que podemos. Aqui não é diferente de nenhum lugar do mundo, então a burocracia é um entrave muito grande. Sempre digo que quem sabe como se faz a administração pública está fora dela e quando é da administração, não sabe o que fazer. Tenho que falar a verdade doa a quem doer, mas a política é uma paixão.

desde que preservados os direitos de propriedade. Este é um problema que deve ser solucionado o mais breve possível. Se houver boa vontade do Governo Federal e da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) vamos conseguir resolver esta questão sem que haja todos os problemas que estão sendo anunciados de que o MS vai perder milhões de hectares. O deputado Pedro Kemp sempre coloca, com muita propriedade, que a grande maioria das etnias já está contemplada. E eu concordo com ele, quando aponta que o fato de não termos resolvido a questão das demarcações é um grande fator impeditivo para o desenvolvimento do Estado. Enquanto esse conflito não se soluciona, não evoluímos. O governador (André Puccinelli), ao contrário do que muita gente imagina, está fazendo a intermediação entre os indígenas e a classe produ-tora. Inclusive já existe parcela da classe produtora predisposta a ceder parte das suas terras para poder acomodar os índios. Se cada um ceder um pouco é possível solucionar. Agora, simplesmente tirar a ter-ra de quem a recebeu através de título justo, honesto e de boa fé, eu não concordo. Daí nós vamos criar dois “Brasis”: o Brasil dos índios e o dos não-índios. Somos todos ou não iguais perante a lei? Querer res-gatar uma dívida histórica com os indígenas é justo,

Youssif Domingos

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Reprodução

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Nelson Vieira, Mauricio de

Souza e o presidente da

Seleta Gabriel Moreira dos

Santos

Semana Nacional Antidrogas

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COMAD promove oficina de Política Pública

O Conselho Municipal Antidrogas (COMAD) re-alizou na capital uma oficina sobre Política Pública, como parte da programação da Semana Antidrogas. O evento teve a participação do presidente da Seleta, Gabriel Moreira dos Santos e da funcionária Luci-meire Melo, membros do Conselho.

A oficina teve a participação do presidente do COMAD do município de Chapadão do Sul, Maurício de Souza que explanou aos presentes o trabalho de-senvolvido no município. Conforme o presidente, os trabalhos tiveram início em 2005 com a conscienti-zação e a elaboração de um anteprojeto de Lei. “Nós fizemos parcerias com entidades da sociedade civil organizada, poder público, poder legislativo, minis-tério público e poder judiciário e assim demos início aos nossos trabalhos”.

Com a aprovação da Lei Nº. 638, de 28 de agosto de 2007, criou em Chapadão do Sul, o Sis-tema Municipal de Política Pública sobre Drogas, Conselho Municipal Antidrogas e o Fundo Municipal Antidrogas. Em dezembro do mesmo ano foram no-meados os conselheiros do município. “A partir daí não paramos mais. Foram várias reuniões de trabalho e começamos com as atividades práticas, entre elas a 1ª Semana Municipal Antidrogas, a 1ª caminha-

da contra as drogas, atendimento nas escolas, entre outros”, destaca o presidente. Ele explica ainda que em Chapadão do Sul são trabalhados quatro eixos: a prevenção,o tratamento e recuperação, a reinserção social e a repressão.

Mauricio também é diretor do Centro de Recu-peração Gileade, que atende 30 pessoas do sexo mas-culino, com idades entre 14 e 55 anos. No local os pacientes recebem todo tratamento necessário para a recuperação. “Temos diversos profissionais, de diver-sas áreas como médicos, agrônomos, advogados, den-tistas, enfim oferecemos tudo para que os internos se recuperem e principalmente se ressocialize”.

Ele ressalta que a participação da família é de extrema importância no processo de recuperação. “Não há recuperação sem a participação da família. Nós tentamos restabelecer o vínculo familiar que foi quebrado e isso é muito importante”.

O Gileade foi criado em 2000 e possui parcerias com prefeituras, universidades e empresas. O centro de recuperação atende pacientes de todo Estado.

Informações podem ser obtidas pelos telefones (67) 3562-4172, ou pelo e-mail [email protected] ou [email protected]

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AMA

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Convivendo com o Autismo

A Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA) é a única entidade em

Mato Grosso do Sul a atender exclusivamente jovens autistas, buscando

proporcionar a eles um ambiente terapêutico onde possam procurar a

melhor maneira possível de se relacionarem com o mundo

Uma doença misteriosa cuja causa é desco-nhecida e para a qual a cura ainda não foi descober-ta. Os autistas apresentam deficiências nas áreas da comunicação, interação social e comportamento, podendo ter problemas mentais associados. O au-tismo ou Transtorno Invasivo de Desenvolvimento (TID) é um distúrbio do desenvolvimento neuroló-gico que pode ocorrer em qualquer camada social e econômica, manifestando-se, tipicamente, antes dos três anos de idade, mais comumente em meninos. Por ser uma síndrome, ou seja, apresentar um con-junto de sintomas, há diversas formas de autismo com graus de comprometimento que podem variar do mais severo ao mais brando, como o autismo clássico ou síndrome de Kanner até a síndrome de Asperger.

O diagnóstico não pode ser fechado durante os

primeiros anos de vida, mas especialistas defendem que mesmo antes do primeiro ano da criança já po-dem ser notadas características autistas. As pessoas que possuem esta síndrome precisam de acompa-nhamento contínuo e atendimento integral, além de uma forte participação da família e da sociedade. A Associação de Pais e Amigos dos Autistas (AMA) é a única entidade credenciada no Mato Grosso do Sul para o atendimento exclusivo de portadores de TID como autismo, transtorno de Rett, de Asperger, de-sintegrativo da infância e psicose infantil. Fundada em 26 de abril de 1990, a AMA oferece acompa-nhamento multidisciplinar para cerca de 45 jovens de três a 20 anos em regime de escola clínica. Sua sede possui especialidades como fonoaudiologia, assistência social, terapia ocupacional, fisioterapia, pedagogia, psicologia e aulas de música.

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Anos sem diagnóstico“Meu marido e eu não conseguíamos entender o que o Guilherme tinha. A gente nem sabia o que era autismo. Eu já tinha duas filhas ‘normais’, por isso tinha experiência com crianças. Começamos a desconfiar por causa das crises de convulsões. Através de outro problema, o hamartoma*, nós descobrimos que ele tinha um comportamento autista. Até hoje, ele não foi diagnosticado autista por causa do hamartoma. Achamos que, com a cirurgia, ele melhoraria o comportamento (apa-rentemente autista), como os médicos passaram para a gente. Mas depois de vários exames, os médicos perceberam que a célula que causava o hamartoma, e que se encontrava no hipotálamo, não foi totalmente retirada. O hipotálamo fica bem no meio do cérebro. É uma cirurgia com muitos riscos. Então os médicos ainda não podem afirmar se meu filho é autista. Então ele ainda tem padrões de comportamento autista como bater palmas e hiperatividade. É muito difícil controlar a hipera-tividade dele, mesmo ele tomando seis tipos de medicamento. Quando ele tinha um ano e três meses, descobrimos o hamartoma, e desde então procuramos saber o diagnóstico correto. Com a experiência que eu tive aqui na AMA, sei que as outras crianças têm o mesmo comportamento do meu filho. Por isso, pra mim, ele é um autista, independentemente do hamartoma. Na AMA ele faz terapias e pretendemos descobrir se, no caso dele, as duas doenças estão associadas. Antes dele, eu nem sabia que existia a AMA. Eu procurei (a en-tidade) o mais rápido possível. Até então eu estava completamente perdida. Eu nunca tinha ouvido falar em autismo. Sou muito curiosa, então procu-rei informações na internet e tudo mais. Desde os três anos o Guilherme está fazendo terapia e está aprendendo muito na AMA”.

*Proliferação exagerada de elementos normais da pele ou de um tecido embrionário.

Mãe de Guilherme, de 7 anos, Rosalina Benites conta

que com pouco mais de um ano, o menino apresentou

características do autismo, mas que o marido e ela

sequer sabiam que a doença existia. Ela ainda luta para

conseguir um diagnóstico conclusivo dos médicos a

respeito da doença do filho

As coordenadoras da AMA, Helciane Marinho Silva e Julia Marilete Corrêa da Costa apontam que o responsável, ao desconfiar que a criança possa ter algum grau de

autismo, procure o médico. São comportamentos característicos dos autistas:

Equipe multidisciplinar da AMA

SERVIÇO: Associação de Pais e Amigos do Autista/MS: Rua Farroupilha, 435 - Vila Carvalho. Fone: (67) 3325-5135.

Endereço eletrônico: [email protected]. Funcionamento: segunda à sexta-feira das 7h às 11h e das 13h às 17h

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Especial Meio Ambiente

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Muito se ouve falar em aquecimento global, da crise ambiental, da poluição, da extinção das espécies, do desmatamento, mas tais interferências no meio am-biente parecem muito distantes da população em geral. Os povos já sofrem com esses problemas, no entanto parecem não se perturbar ou não saber o que fazer a respeito dessas dificuldades. Diante deste cenário que diferença faz as escolhas que fazemos? Sem pensar no todo, é realmente difícil imaginar que um gesto indi-vidual pode mudar o mundo. No entanto, inspirados pela Semana Mundial do Meio Ambiente, a equipe da Revista Visão Seleta resolveu mostrar aos leitores como pequenas atitudes práticas podem auxiliar, e muito, a preservar o lugar onde vivemos e onde viverão nossos filhos. Basta que haja iniciativa, boa vontade e um pouco de informação. As pequenas mudanças de hábito podem parecer complicadas em princípio, mas acabam modificando o cotidiano de cada um e propiciando o bem-estar de toda uma comunidade. Mesmo que seja para acompanhar as tendências, usar uma sacola sustentável, comer uma alimentação mais saudável, escolher objetos, roupas e móveis de baixo impacto ambiental, são atitudes cada vez mais freqüentes, seja por consciência ecológica, seja por modismo. Isto não importa desde que o ambiente seja poupado. A partir daí, o seu bom exemplo pode contagiar a todos. Ajudar na conservação da Terra é um compromisso, até por-que você faz parte dela!

Medidas práticas para melhorar o ambiente em que vivemos

Mudar

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Nada se perde,tudo se transforma

Dica: O Programa SESC Mesa Brasil disponibiliza uma cartilha com diversas receitas reutilizando e aproveitando integralmente os alimentos. Acesse:

http://www.mesabrasil.sesc.com.br.

Embora a Terra tenha recursos suficientes para alimentar toda a humanidade, a fome é uma realida-de que não podemos ignorar. Você sabia que, aproxi-madamente, 14 milhões de toneladas de comida vão para o lixo anualmente só no Brasil. Segundo o Insti-tuto Akatu, uma casa brasileira desperdiça, em mé-dia, 20% dos alimentos que compra semanalmente. Essa perda anual poderia alimentar 500 mil famílias. Muitas vezes, temos em casa uma série de sobras de comida e não sabemos o que fazer com elas, que aca-bam virando lixo. Mas não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar alimento.

Preparar um risoto com a sobra do arroz do jan-tar de ontem ou um molho incrementado com o resto do frango é um ato consciente de que os alimentos não podem ser jogados fora. Para evitar o desperdí-cio de alimentos é necessário um planejamento para que seja comprado apenas o suficiente. O consumidor deve dar preferência aos produtos “da época”, apro-veitando a melhor qualidade e o menor preço. Deve-se considerar a data de validade dos produtos, evitan-do a compra do que não poderá ser consumido antes do vencimento. A última dica, não menos importante, é sempre colocar no prato apenas o que realmente for comer! Já disseram a você, pelo menos uma vez, para não ter o olho maior que a barriga, não é? Controle-se! Só abuse da alegria!

Especial Meio Ambiente

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Vá de bicicletaTodos os veículos de comunicação falam em

aquecimento global e já são visíveis as alterações cli-máticas no planeta. Todos podem fazer algo para aju-dar a reduzir as emissões de CO2. Experimente andar a pé, de bicicleta ou utilizar os transportes públicos, em vez de dirigir, sempre que puder. A bicicleta aju-da o trânsito a fluir, ocupa menos espaço, economiza combustível, não polui o meio ambiente e ainda faz o corpo ficar em ordem! É só vantagem. Se você deixar o carro em casa duas vezes por semana, deixará de emitir 700 quilos de poluentes por ano.

Dica: “Uma Verdade Inconveniente” é um docu-mentário em que o ex-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, faz um alerta sobre os impactos devastadores do aquecimento global, é um importante instrumento para a discussão das mudanças climáticas que afetam o planeta. O filme estimula a reflexão sobre o papel dos governos, empresas e cidadãos para neutralizar os impactos negativos da emissão dos gases do efeito estufa e fortalecer o desenvolvimento com sustenta-bilidade ambiental.

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Os campo-grandenses e visitantes sabem que estão num lugar abençoado apenas num breve olhar... Até que chegam ao centro ou às praças da cidade. É notório o descaso de muitas pessoas com a quanti-dade de lixo que jogam nas ruas e calçadas. É aquele papelzinho de bala; os panfletos; bitucas de cigarro; a lata de refrigerante . Por mais que existam lixeiras espalhadas por todos os lugares, muitos insistem em jogar o lixo no chão. Dos veículos são jogados todos os tipos de sujeira.

No geral, as pessoas não costumam cuidar do que é público, como se o patrimônio público não fosse delas. Não é contraditório? Pode-se deduzir daí que é um problema cultural? O que falta é educação? Pare-ce haver várias explicações. O que se pode afirmar é que educação começa em casa, quando o adulto en-sina a criança que o lugar do lixo não é o chão, e se completa na escola, que deve auxiliar os jovens a ter consciência ecológica.

O lixo não pode ser descartado em qualquer local, principalmente nas vias públicas, uma vez que entope bueiros e causa enchentes. Não é preciso ir até grandes capitais, como São Paulo, para ver esse tipo de problema acontecer. Planeje-se, guarde o papel no bolso, leve para casa, coloque uma sacola no carro e descarte o lixo em casa. Ajude a limpeza pública. Faça a sua parte e todos notarão a diferença.

Lixo na rua é sua responsabilidade

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Consumo sustentável

O que você pensa ao efetuar uma compra? Você pensa se precisa realmente daquele produto? Pensa na matéria-prima da embalagem? Pergunta-se no impacto social e ambiental da produção de deter-minado item? Você compra um novo porque é mais bonito, mesmo se o antigo estiver funcionando bem? Vivemos numa sociedade em que “ter” ou “aparentar ter” é muito mais importante que “ser”. Na loucura do consumismo, quase que todos os bens que hoje são imprescindíveis se transformam com rapidez em material descartável. O consumo consciente é, então, uma das formas de garantir a manutenção do mundo em que vivemos. Para tanto, de acordo com o sétimo princípio da Carta da Terra, faz-se necessário:

Dica: Assista na internet e envie para seus amigos o documentário “A História das Coisas” (Story of Stuff). De onde vem a para onde vão seus bens materiais? O vídeo responde de forma crítica a esta e muitas outras pergun-tas que todos os consumidores deveriam se colocar.

“7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.

a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sis-temas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.

b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento.

c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais saudáveis.

d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.

e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.

f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.”

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Ecobag: Moda que salva

Pilhas e baterias

Todos os setores da sociedade estão tentando, de alguma forma, colaborar para evitar os desastres que o aquecimento global pode causar no planeta. A moda não poderia ficar de fora e a tendência agora é a sacola de pano usada para evitar os sacos plásticos não-bio-degradáveis, chamadas ecobags. Essa moda começou em 2007, quando a designer inglesa Anya Hindmarch lançou uma bolsa com os dizeres: “I’m not a plastic bag”, ou seja, “Eu não sou uma sacola plástica”, tra-zendo a consciência ambiental para o mundo fashion. Desde então as eco-bags viraram hits! Até Louis Vuit-ton, Stella McCartney e Marc Jacobs lançaram seus modelos. Obviamente há uma expectativa comercial ao explorar o tema ecológico, mas é inegável que a venda de produtos que não agridam a natureza é uma atitude muito importante.

Aquela sacola da vovó que você achava ridícula pode virar uma boa alternativa ecológica nos dias de hoje. A idéia é recuperar aquele antigo costume de ir à feira, padaria e supermercado com sua própria sacola. Com tantos modelos no mercado, há até quem leve as bolsas retornáveis para os shoppings. A maior parte dos modelos é dobrável e cabe dentro da bolsa ou do porta-luvas. Fez compras? Mostre que está na moda e use a sua ecobolsa, evitando o uso das tão frágeis sacolinhas de plástico ou papel.

Para quem ainda não se deixou levar pela cons-ciência ambiental, pode pensar pelo lado que pesa mais para a maioria dos brasileiros: o bolso. Em todo produto comprado há incluso no preço o valor que as lojas têm para embalar o produto, ou seja, aquela saco-linha que você leva para casa não é de graça. No Bra-sil, são distribuídas um bilhão de sacolas plásticas por mês nos supermercados. Isso equivale a 66 sacolas por pessoa. Cada uma leva centenas de anos para se decompor. Você pode imaginar o resultado disso tudo indo para a natureza? Usar sacolas retornáveis é uma atitude de respeito à Terra. Que tal ser ecologicamente correto e ainda por cima estar na moda?!

O destino de pilhas e baterias usadas já foi defi-nido pelas autoridades, colocando como responsáveis pelo recolhimento o próprio comércio desses produ-tos. A determinação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aconteceu em 2008, dando um prazo de dois anos para que todos os pontos de ven-da desses materiais tivessem postos de coleta para receber os produtos descartados pelos consumidores. Hoje, a realidade ainda é outra.

A maioria das pessoas joga pilhas e baterias no lixo comum, até por não saber o que fazer com elas, ou seja, o consumidor precisa estar informado do prejuízo que esses produtos podem fazer ao meio ambiente se forem descartadas de maneira inadequa-da. A partir daí, ele criará o hábito de levar os mate-riais velhos até a caixa de coleta quando for comprar novos. Nas compras, adquira sempre baterias e pilhas recarregáveis, pois são menos nocivas.

Pilhas comuns e baterias de celular contêm substâncias químicas perigosas. Caso sejam descar-tadas de forma inadequada, liberam componentes tóxicos no ambiente, contaminando o solo, a água, a atmosfera. Essas substâncias também podem provo-car sérios danos ao homem, como disfunção renal, doenças cardíacas, dores de cabeça, anemia, distúr-bios digestivos, problemas pulmonares e depressão. Deve-se considerar que uma pilha pode durar entre 100 e 500 anos para ser absorvida. É da sua saúde que estamos falando.

Dica: Baterias de celulares podem ser levadas aos postos de venda dos aparelhos. Em Campo Gran-de, as pilhas podem ser entregues no Ibama, que fica na Rua Padre João Cripa, 753. Informações: (67) 3317-2607.

Especial Meio Ambiente

Repr

oduç

ão

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Cargas VivasMuitos animais silvestres, geralmente filhotes,

são tirados de seus habitats e vendidos como bichos de estimação ou para rinhas. O tráfico de animais sil-vestres é a terceira maior atividade ilegal e comercial do mundo, que perde apenas para o tráfico de drogas e de armas. Além de ilegal, a prática causa sofrimento e ameaça às espécies em extinção.

Informações da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) mostram que o tráfico de animais silvestres é o terceiro em volume no Brasil e a estimativa é que ele movimente até US$ 10 bilhões ao ano no mundo. Já os danos à natureza são incalculáveis. Entre os animais traficados, 70% são aves. De acordo com a Renctas, essa preferência não é só pela facilidade de captura e domesticação, mas pelo alto valor comercial, transporte fácil, além da comercialização de ovos e penas. Os bichos são co-locados em fundos falsos de porta-malas ou bancos, presos em gaiolas, caixotes, meias de náilon, tubos

Dica: Para denunciar casos de tráfico de animais silvestres, criadouros clandestinos e maus-tratos a animais silvestres, o Ibama disponibiliza a Linha Verde, serviço telefônico gratuito em todo o País, pelo número 0800-618080. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 8 às 18 horas. Outra opção é acessar o site do instituto: www.ibama.gov.br e relatar a denúncia pelo link Fale Conosco. Em Mato Grosso do Sul, a Polícia Militar Ambiental disponibiliza um telefone para receber denúncias de crimes ambien-tais: (67) 3314-4920 e a Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambiental e Atendimento ao Turista (DECAT) também, pelo fone (67) 3318-9000.

de PVC, latas de tinta, etc. A maldade não tem limite. De cada dez aves caçadas, nove morrem na captura, transporte ou cativeiro. O estudo mostra que 38 mi-lhões de espécimes são retirados de seus habitats por ano. Desses, apenas 10% chegam ao seu destino com vida, pois a maior parte morre de fome, sede, calor, asfixia ou outras condições estressantes.

Portanto, não adquira animais silvestres vendi-dos em feiras livres e outros lugares públicos, mesmo que fique triste com a situação do bicho. Isso apenas estimula o tráfico. Se ninguém compra, ninguém ven-de e ninguém caça. Quem quiser ter um animal dife-rente em casa, deve procurar criadouros autorizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Re-cursos Naturais Renováveis (Ibama). Quando decidir ter um animal de estimação, lembre-se que existem milhares de cães e gatos abandonados aguardando a chance de uma adoção. Eles são sempre as melhores opções.

Reprodução

Reprodução

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Visão Seleta Junho, Julho | 200918

Preciosa e Limitada

Por mais que três quartos da superfície da Ter-ra sejam cobertos por água, a maior parte dela não está disponível para o consumo, já que somente 2,5% é água doce. Além disso, a Organização das Nações Unidas (Unesco) alerta que a maior parte da água potável está congelada nos pólos e alto das monta-nhas glaciais e o que sobra é 0,04%. De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) de novembro de 2006, cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água tratada no mundo.

Tendo em vista essa realidade, é difícil imagi-nar que o Brasil seja um grande desperdiçador de água. Mas é verdade. Segundo o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), a indústria é a segun-da maior consumidora da água doce disponível no

País. A pecuária também demanda grandes quanti-dades de água. Contudo, o consumo doméstico no Brasil também é alto, o que se relaciona com a falta de conscientização da população.

Ao lavar as mãos em água corrente, uma pes-soa chega a gastar 18 litros de água. Escovando os dentes na mesma situação desperdiça até 12 litros de água. Por isso, uma mudança de hábito é es-sencial, tanto para o meio ambiente quanto para o bolso! Faça opções inteligentes: prefira chuveiro ao banho de banheira; feche a torneira ao se ensaboar; ao usar banheira ou lavar roupa reutilize a água para a descarga sanitária ou limpeza da casa.

Outra coisa, você já se perguntou por que as pessoas acham que usar a vassoura limpa menos que com a água? Qual é a grande dificuldade em se usar uma vassoura? A água, que é um bem tão pre-cioso, deve ser utilizada para lavar a calçada ou a rua? Pense nisso e engate uma conversa com aquele seu vizinho que lava a varanda todos os dias.

Especial Meio Ambiente

Page 19: Revista 06

Visão Seleta Junho, Julho | 2009 19

Amparado por lei, os crimes ambientais ainda são desconhecidos,

porém muito praticados. A falta de consciência da população é

considerada pelas autoridades o maior deles

Atenção, é crime! “Para 99% da sociedade não existe crime. Fala-

se muito em preservação, no coletivo, mas individu-almente quase nada se faz”, relata o delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista - Decat, Fernando Villa de Paula.

Está na Constituição Federal, a Lei 9.605, de 1998: “Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas pe-nas a estes cominadas, na medida da sua culpabilida-de, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sa-bendo da conduta criminosa de outrem, deixar de im-pedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la”.

Mas a realidade é outra. Segundo o delegado, na mentalidade das pessoas o interesse econômico so-brepõe a preservação ambiental. “A população ainda acredita que a geração de empregos é mais importan-te, e não percebe que essas atitudes estão acabando com o meio ambiente”. A Decat atua na Capital como órgão de repressão, que apura as denúncias que che-gam até a delegacia. “Em apenas três meses temos a instauração de mais de um inquérito por dia, fora as denúncias que não chegam até a delegacia”, afirma.

Entre as principais denúncias que chegam à De-cat estão a falta de licença ambiental, maus tratos a animais e poluição. Cada crime tem sua própria legis-lação e as penas vão de reclusão, de 1 a 4 anos, até pe-nas alternativas. “A falta de preservação é cultural. As pessoas não estão preocupadas. Algumas acham que uma delegacia especializada em proteção ambiental é perda de tempo, que deveríamos estar atrás de ban-didos. Talvez, se não existissem os crimes ambientais, estaríamos nas ruas”, aponta Fernando de Paula.

FISCALIZAÇÃO – Para tentar coibir os crimes ambientais, entidades de fiscalização ambiental e re-pressão a crimes se unem para potencializar as ações em flagrantes. Essa força tarefa une equipes da Secre-taria Municipal de Desenvolvimento Sustentável – Se-madur, que vão enviar os laudos técnicos para a Decat, além do apoio da Vigilância Sanitária do município. Além de responder por crime ambiental, o infrator será penalizado com multa que varia de R$ 1.300,00 a R$ 5.000,00. O delegado alerta: a Lei que dispõe sobre os Crimes Ambientais é acessível a todos. “Não existe desculpa, a Lei está aí, basta ter consciência e interesse em preservar o meio ambiente”.

QUEIMADAS, APAGUE ESSA IDEIA - Os nú-

meros são alarmantes. Nos quatro primeiros meses deste ano foram registrados cerca de 250 focos de incêndios em Campo Grande. Conforme informações do Corpo de Bombeiros são mais de 10 focos regis-trados por dia.

Segundo o tenente Pablo Diego Barros de Jesus, da assessoria de comunicação do Corpo de Bombei-ros, além de cometer um crime ambiental, a pessoa que provoca a queimada prejudica o meio ambiente e ainda impede que as viaturas atendam outras emer-gências. Danos a saúde e dificuldade na visibilidade dos motoristas são alguns dos problemas causados pelas queimadas. Só nos últimos três meses a Sema-dur já aplicou 61 multas por queimadas destinadas a empresas e proprietários de terrenos baldios. Os pro-blemas não são apenas para o meio ambiente. Prova disso é que os postos de saúde lotam com idosos e crianças, principalmente por problemas respiratórios.

É hora de apagar o foco! É hora de se cons-cientizar!

DICA: Se alguém estiver colocando

fogo em terrenos ou até mesmo em

lixo, denuncie. É um bem para o meio

ambiente e para sua saúde!

Disk - denúncia: (67) 3314 – 3562

Page 20: Revista 06

Especial Meio Ambiente

20 Visão Seleta Junho, Julho | 2009

“Aqueles que não sabem o que é a Poluição vão ficar sabendo daqui a instantes. Como o Teatro é sem-pre um jogo de faz-de-conta, também agora vamos fa-zer de conta que a Poluição é uma pessoa. (...) Vamos ver o que é a Poluição, os prejuízos que ela causa e serão vocês que decidirão através do julgamento que vamos realizar”. A partir daí, 10 crianças saem da pla-teia para fazerem parte do banco de jurados no palco. Este é o início do espetáculo “O Julgamento da Dona Poluição”, da Companhia Teatral Ator Domingos Ter-ras (Adote), com direção de Beth Terras.

A peça é uma sátira de um tribunal onde os ad-vogados, Dr. Intoxicado Fumarento (defesa) e Dr. Eco-lógico Ambiente (acusação), mostram de sua forma irreverente ao Juiz e ao corpo de jurados, através das testemunhas: D. Floresta Verde, D. Ribeira Fresca e Sr. Milionário Milhões, o quanto a poluição é prejudicial a saúde. O texto, do escritor português Fernando Pei-xoto, é encenado no ritmo do rap.

Beth Terras comenta que a história, por ser con-tada no estilo rap, faz com que as crianças decorem as músicas e entendam melhor a mensagem que o es-petáculo procura passar. “Temos uma ótima aceitação do público sobre o tema meio ambiente. Percebemos

que poucos espetáculos trabalham este assunto. É a nossa contribuição para que as pessoas tomem cons-ciência de cidadania”. A onda ecológica está até mes-mo no figurino dos atores que é todo feito de material reciclável.

No começo de junho, a Adote foi contatada pela empresa de biodiversidade ETH. Em parceria com a Prefeitura de Nova Alvorada do Sul, a Companhia fez 11 apresentações em diversos lugares, tanto na cida-de como na zona rural do município. “Ficamos muito felizes, pois vimos nos olhos das crianças que nunca tinham visto um espetáculo teatral uma alegria sem igual, elas mal piscavam para não perder sequer uma cena e para nossa surpresa até os adultos se diverti-ram e muito. Tanto que fizemos duas apresentações extras”, comemora a diretora.

Ela conta que, em quatro dias, três mil pesso-as assistiram ao espetáculo. “O Julgamento da Dona Poluição” foi ensaiado com a maioria dos alunos de teatro de Beth Terras: Bibi Pereira; Danny Fernanda; Diogo Adrianni; Ed Rodrigues; Guto Kelmer e pelos atores Jéssica Gulliver, Noêmiah Rodrigues e Tonny de Paula.

Com 30 anos de teatro na bagagem, Beth Terras dirige espetáculo

sobre o meio ambiente. Com o texto encenado em rap, O Julgamento

de Dona Poluição, de forma lírica, atrai crianças e adultos chamando à

conscientização sobre o tema

Meio ambiente cutural

Divulgação

Divulgação

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Fonte: Instituto AkatuFo

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21Visão Seleta Junho, Julho | 2009

Meio ambiente cutural Mato Grosso do Sul coleta mais de 1,5 mil toneladas de resíduos sólidos diariamente

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), de 2000, Mato Grosso do Sul coleta mais de 1,5 mil toneladas de resíduos sólidos diariamente. Apenas 44,7% desse material são destinados a aterros. O resto é destinado a aterros sa-nitários (11%), aos lixões (42%) e 0,88% acaba sendo depositado de outras formas. Conforme a Secretaria de Serviços e Obras Públicas de Campo Grande, cerca de 500 toneladas de resíduos são descarregadas dia-riamente no lixão da Capital. A população ainda não faz a separação dos dejetos.

Muitas embalagens e até lixo tóxico ainda são misturados e depositados na frente das casas, quan-do não jogados em terrenos baldios e nas margens dos córregos. Dados da Prefeitura de Campo Grande mostram que a maioria do lixo coletado na Capital é composta por matéria orgânica (63%) e 32% são ma-teriais recicláveis. Destes, a maioria dos resíduos são papéis (15%) e plásticos (12%). Informe-se e saiba o

Recicle, Reutilize

Dica: O site Rota da Reciclagem da empresa Tetra Pak (www.rotadareciclagem.com.br) mostra de forma didática e interativa como qualquer pessoa pode participar do processo de separação e entrega das embalagens longa vida para a reciclagem. Apresenta ainda onde estão localizadas as cooperativas de catadores, as empresas comerciais que trabalham com compra de materiais recicláveis e os pontos de entrega voluntária (PEV) que re-cebem embalagens.

que fazer com o seu lixo. Atenção: as embalagens de produtos químicos e remédios NÃO devem ser reutili-zadas. Os vidros que forem utilizados para conservas devem estar limpos e esterilizados.

Page 22: Revista 06

Visão Seleta Junho, Julho | 200922

Especial Meio Ambiente

Sim, Nós podemos

Nós somos os maiores beneficiados pela conservação do Planeta. Se não fizer por você, faça por seus filhos e netos! Eis outras dicas básicas:

• COZINHE MAIS NA PANELA DE PRESSÃOVocê pode cozinhar feijão, arroz, carne, peixe, macarrão, entre outros alimentos em panela de pressão de forma rápida e economizando 70% do gás.

• NÃO DEIXE A GELADEIRA ABERTAEvite abrir e fechar a geladeira constantemente. Essa atitude desperdiça muito mais energia.

• USE O VENTILADOR Um ventilador de teto, por exemplo, gasta 90% menos energia se comparado a um ar-condicionado.

• LIMPE O FILTRO DO AR-CONDICIONADOUm ar-condicionado sujo representa 158 quilos de gás carbônico a mais na atmosfera por ano.

• UTILIZE PILHAS E BATERIAS RECARREGÁVEISElas duram anos e podem ser recarregadas em torno de 1.000 vezes.

• PREFIRA LÂMPADAS FLUORESCENTES Lâmpadas fluorescentes gastam 60% menos energia que uma incandescente. Assim, você economizará 136 quilos de gás carbônico anualmente.

• ESCOLHA APARELHOS DE BAIXO CONSUMO Prefira os aparelhos com o selo do Procel (no caso de nacionais) ou Energia Star (no caso de importados).

• EVITE DEIXAR APARELHOS EM STAND BYA função de stand by de um aparelho usa cerca de 15% a 40% da energia consumida quando ele está em uso.

• RETIRE RAPIDAMENTE AS ROUPAS DA MÁQUINA As roupas esquecidas na máquina de lavar ficam muito amassadas, exigindo muito mais trabalho e tempo para passar, consumindo, assim, muito mais energia elétrica.

• GASTE ATÉ 15 MINUTOS NO BANHO Um banho de banheira consome até quatro vezes mais energia e água que o de chuveiro.

• FAÇA COMPOSTAGEMCerca de 3% do metano que ajuda a causar o efeito estufa é gerado pelo lixo orgânico doméstico. Aprenda a fazer compostagem: além de reduzir o problema, você terá um jardim saudável e bonito.

• USE PAPEL RECICLADOProduzir papel reciclado consome de 70 a 90% menos energia do que o papel comum. E poupa nossas florestas.

• PLANTE UMA ÁRVOREUma árvore absorve uma tonelada de gás carbônico durante sua vida. Plante árvores em seu jardim.

• EVITE OS CONGELADOSComida congelada, além de mais cara, consome até 10 vezes mais energia para ser produzida. É uma praticidade que nem sempre vale à pena.

• MANTENHA O CARRO REGULADOCalibre os pneus a cada 15 dias e faça uma revisão completa a cada seis meses ou de acordo com a recomendação do fabricante. Carros regulados poluem menos.

• FECHE A TORNEIRAQuando estiver escovando os dentes, fazendo a barba ou lavando o cabelo, deixe a torneira e o chuveiro desligados.

• ECONOMIZE CDs E DVDsUm CD leva cerca de 450 anos para se decompor e, ao ser incinerado, volta como chuva ácida, como a maioria dos plásticos. Utilize mídias regraváveis, como drives USB ou mesmo e-mail ou FTP para carregar ou partilhar seus arquivos. Hoje em dia, são poucos os arquivos que não podem ser disponibilizados virtualmente.

• DESLIGUE O COMPUTADORDesligue o computador sempre que for ficar mais de 2 horas sem utilizá-lo e o monitor, por até quinze minutos.

• ENSINE ÀS CRIANÇAS O VALOR DA ÁGUABrincadeiras com água passam a equivocada ideia de que ela seja um recurso infinito, justamente para quem mais precisa de orientação.

• EVITE PEDIR COMIDA PARA VIAGEM Dessa forma, você economiza as embalagens de plástico e isopor utilizadas.

• REGUE AS PLANTAS À NOITEAo regar as plantas à noite ou de manhãzinha, você impede que a água se perca na evaporação e também evita choques térmicos que podem agredir suas plantas.

• FREQUENTE RESTAURANTES NATURAIS/ORGÂNICOS Ainda que você não seja vegetariano, experimente! Assim estará incentivando o mercado de produtos orgânicos, livres de agrotóxicos e menos agressivos ao meio-ambiente.

• UTILIZE A ESCADAPara subir até dois andares ou descer três, que tal ir de escada? Além de fazer exercício, você economiza a energia elétrica dos elevadores.

• EVITE IMPRIMIR DESNECESSARIAMENTEPara cada 40 kg de papel, uma árvore é cortada.

• PARTICIPE DE AÇÕES VIRTUAIS A internet é uma arma poderosa na conscientização e mobilização das pessoas. Um exemplo é o Site Click Árvore, que planta árvores com a ajuda dos internautas.

DICA: Site Click Árvore (www.clickarvore.com.br) - Este é um programa de reflorestamento com espécies nativas da Mata Atlântica pela Internet. Cada clique corresponde ao plantio de uma árvore, custeado por empresas patrocinadoras e pela própria sociedade civil.

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Parabéns!!!

Parabéns!!!“O Clube União dos Sargentos cumprimenta toda a Diretoria da Seleta - Quadro de Campo Grande/MS - pelos resultados obtidos até agora e por todo programa que desenvolve de caráter social e filantrópico ao longo do tempo em prol dos mais necessitados. Parabéns! Parabéns também pelo primeiro aniversário da Revista Visão SELETA cuja qualidade reflete a competência da equipe da revista na escolha editorial das matérias e pela abrangência de temas que vêm sendo publicados.”

Angelo Spalanzani - Presidente da UBSSFA

A Ristec parabeniza a equipe da Revista Visão Seleta pelo seu bom gosto, imaginação, criação e tanta informação em seu primeiro ano que, com certeza, será o primeiro de muitos anos como uma revista de credibilidade e sucesso.

Parabéns!!!

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Educação

Visão Seleta Junho, Julho | 200924

Uma casa colorida, com paredes azuis, verme-lhas e amarelas. É nesse visual alegre que está a sede da Gibiteca, a biblioteca de gibi. Criada em 1995, tem como objetivo incentivar a leitura de crianças e adolescentes. Conforme o responsável pelo projeto, o psicólogo Ronilço Cruz de Oliveira a intenção é des-pertar o interesse pela leitura com os quadrinhos, que contém uma linguagem prática, colorida e com textos curtos, o que prende a atenção da criança, fazendo enriquecer a sua criatividade. “Quando iniciei o pro-jeto eram apenas 100 exemplares. Era o que tinha na época”, relata. Hoje são mais de 20 mil exemplares de gibis de diferentes tipos, e até internacionais.

Mas o acervo vai além dos gibis. Graças ao apoio de parceiros como Prefeitura Municipal de Campo Grande, Governo do Estado, Universidade Católica Dom Bosco – UCDB, Fundação Abrinq, Embaixadas da França e da Austrália, além de voluntários é que o pro-jeto cresceu e atualmente tem mais de 10 mil livros, dos mais diversos gêneros.

“Temos um espaço na Gibiteca, que funciona como sala de leitura, onde as crianças e adolescentes fazem pesquisas, participam do reforço escolar e descobrem nos livros o prazer pela leitura”, destaca Ronilço. No lo-cal são desenvolvidas a Ciranda da Leitura e as Oficinas de Redação, que vem contribuindo para o enriquecimen-to das atividades educacionais das crianças.

EXEMPLO – Quem pensa que o local atrai ape-nas as crianças e jovens está enganado. Aos 68 anos, aposentado, Seu João Moraes é um leitor assíduo. Ele trabalha como zelador da Gibiteca e mora em um quarto na sede.

Viver rodeado de livros despertou em Seu João o gosto pela leitura. “O que mais me interessa são os re-ligiosos. É muito bom ler, mantém a mente ocupada”. Ele relata ainda que através da Gibiteca já conquis-tou vários amigos. “Aqui posso conhecer gente nova e muitos ficam amigos de verdade, com isso tenho mais ânimo”.

Em meio aos livros ele relembra histórias e

GibitecaUm espaço alternativo de leitura e lazer. Desenvolvido há mais de 10 anos, projeto incentiva a leitura de crianças e jovens

Page 25: Revista 06

Visão Seleta Junho, Julho | 2009 25

Os interessados em conhecer a Gibiteca ou até mesmo ser um voluntário basta ligar nos

telefones: 365-3911 /9996-5748 ou ir até o endereço Rua Francisco Barbato, 180/220

Vila Jardim Oracilia

aprende novas. “Tem livros aqui sobre vários assun-tos, ao ler aprendemos muitas coisas e vemos que nunca é tarde para aprender”.

INOVAÇÕES – Para o segundo semestre, a Gibi-teca terá novidade. “Estamos em processo de instala-ção da sala de informática, onde as pessoas poderão ter acesso gratuito a internet e assim fazer pesquisas, trabalhos”, destaca Ronilço. Em parceria com a Pre-feitura Municipal e o Senai, a Gibiteca irá promover a inclusão digital de crianças e adolescentes. “Será uma nova fase do nosso projeto e acredito que com as parcerias que temos, com nossos voluntários será um sucesso”. Mesmo com a chegada da tecnologia a Gibiteca continuará desenvolvendo seu principal pa-pel: incentivar a leitura de crianças, jovens e claro, adultos também.

Na Gibiteca, crianças,

jovens e adultos encontram

livros, gibis, revistas, enfim é um

local onde a imaginação

voa alto, onde a cultura está

presente em todos os cantos

Page 26: Revista 06

Arraial da prefeitura

Visão Seleta Junho, Julho | 200926

Durante cinco dias, o Parque de Exposições Laucídio Coelho foi o palco da 7ª edição do Arraial de Santo Antonio. A festa realizada pela Prefeitura Municipal, por meio da Fundação Municipal de Cul-tura e com o apoio da Secretaria de Políticas e Ações Sociais e Cidadania (SAS) teve a presença de cerca de 100 mil pessoas, entre os dias 10 e 14 de junho.

A festa foi aberta com a tradicional missa, na Igre-ja São Judas Tadeu, seguida da procissão, em homena-gem a Santo Antonio. A procissão é uma homenagem a Santo Antonio que se tornou padroeiro de Campo Grande por um decreto do então prefeito André Puc-cinelli, no ano de 2002, para fazer jus à devoção do fundador da cidade, o mineiro José Antônio Pereira. Conta-se que a comitiva do fundador, saída de Monte Alegre, Minas Gerais, em fevereiro de 1875, com desti-no ao cerrado passou por muitas intempéries.

Com caráter social, o Arraial teve a participação de 70 entidades filantrópicas, que puderam comercia-lizar bebidas, comidas típicas, artesanatos, brechós e tiveram toda a renda revertida para própria entidade. Entre as entidades, a Seleta Sociedade Caritativa e Hu-manitária mais uma vez esteve presente.

“O evento foi uma oportunidade para a popu-lação demonstrar sua solidariedade. Felizmente as pessoas foram lá e consumiram produtos e alimentos vendidos pelas entidades parceiras do evento. Esse gesto contribuirá significativamente para que elas aprimorem seu trabalho junto à comunidade carente, através da renda arrecadada nos cinco dias do Ar-raial”, comemorou a primeira dama Antonieta Trad.

ATRAÇÕES – Uma festa recheada de atrações.

Assim foi o Arraial de Santo Antonio. Comidas e be-bidas típicas, artesanato feito por alunos dos cursos oferecidos pela Prefeitura, shows com duplas como Gilson e Junior, Matogrosso e Mathias, Tostão e Gua-rani, além das quadrilhas. Tudo oferecido gratuita-mente ao público.

Um dos principais atrativos foi o concurso de quadrilhas. Com muita criatividade, figurinos colo-ridos e animação os grupos deram um verdadeiro espetáculo.

Inspirados nos bonecos de pano, a Escola Mu-nicipal Consulesa Margarida Maksoud Trad, locali-zada no Estrela Dalva I, foi a grande vencedora do concurso. O prêmio foi no valor de R$ 1.000. O gru-po de alunos conseguiu cativar os jurados com core-ografias que fugiram do tradicional. Havia centenas de pessoas na torcida da escola, que cantavam junto com o grupo a letra das músicas. O resultado do pri-meiro lugar foi recebido com grande emoção.

Com a Quadrilha dos Pés de Moleque, o grupo da melhor idade, integrante do Centro de Convivên-cia do Idoso “Vovó Ziza”, garantiu o segundo lugar no concurso. O prêmio foi no valor de R$ 500. A anima-ção e disposição desses jovens da terceira idade fize-ram o público vibrar durante toda a apresentação.

Outro destaque da festa foi a queima da foguei-ra, de 50 metros, no dia 13, dia de Santo Antonio.

Para o prefeito Nelson Trad Filho, a festa res-gata a história de Campo Grande e tem o objetivo de ajudar as entidades filantrópicas, que revivem a tra-dicional festa junina que é uma tradição na Capital. “É uma festa da família que ajuda muita gente”.

7º Arraial de Santo AntonioSeleta participa do 7º Arraial de Santo Antonio. Em cinco dias de festa, Parque de Exposições recebeu mais de 100 mil pessoas

Denilson Secreta

Page 27: Revista 06

“Foi uma festa que serviu para demonstrar a união das entidades”, disse o prefeito Nelson Trad Filho ao ser homenageado durante o café de confra-ternização oferecida na sede da Seleta – Sociedade Caritativa e Humanitária pelas 70 entidades que par-ticiparam do 7º Arraial de Santo Antonio.

Para Iolete Vasconcelos de Paula, da Associação de Amparo à Família – projeto mais um, que comer-cializou em sua barraca acarajé, tapioca, espetinhos e refrigerantes, o resultado foi muito bom. “Vendi todos os meus produtos e gostei da participação do público”, comentou.

Segundo Ivonaldo Francisco dos Santos, da Fe-deração dos Deficientes Físicos de Mato Grosso do Sul, a festa além de proporcionar renda para a insti-tuição proporcionou a integração entre as entidades que prestam atendimento na Capital. “O que mais chamou minha atenção foi a organização e a parti-cipação do prefeito Nelson Trad Filho e da primeira dama Antonieta Trad”, disse.

Ao fazer uso da palavra, o prefeito Nelson Trad Filho agradeceu o trabalho de todos e lembrou que o Arraial de Santo Antonio já faz parte do calendário cultural de Campo Grande. “A cada ano que passa, vamos melhorar ainda mais a festa. É para o públi-co assistir aos shows e degustar a nossa culinária”, enfatizou.

Visão Seleta Junho, Julho | 2009 27

Entidades sociais homenageiam Prefeitura

Denilson Secreta

Denilson Secreta

Page 28: Revista 06

Desenvolvido há oito anos em Mato Grosso do Sul, o programa AABB Comunidade, uma parceria entre prefeituras e o Banco do Brasil, vem ao lon-go desses anos transformando a vida de crianças e adolescentes. Em Campo Grande o programa atende 120 alunos, com idades entre 06 e 18 anos.

Com o objetivo de contribuir para a inclusão social, permanência na escola e o desenvolvimento educacional de crianças e jovens, o programa ofe-rece aos alunos complemento educacional, aulas de dança, natação, futebol, artes e teatro, além de café da manhã, almoço, lanche e janta. As aulas são mi-

nistradas na sede da AABB, nos períodos matutino e vespertino, três vezes por semana.

Conforme o coordenador pedagógico do pro-grama em Campo Grande, Durval de Lima Ferreira, somente na região centro-oeste o programa já aten-deu mais de cinco mil alunos. “Durante todo esse tempo tivemos um bom retorno por parte dos alu-nos, com o programa conseguimos diminuir a vul-nerabilidade desses jovens e principalmente tirá-los das ruas e dos riscos que ela oferece”.

PARCERIA – Segundo Durval o projeto só é re-alizado graças as parcerias. A prefeitura de Campo

Projeto contribui para a integração de jovens carentes

Ação Social

Programa AABB Comunidade visa promover a inclusão social, permanência na escola e o desenvolvimento educacional de crianças e jovens. Só em Campo Grande o projeto atende 120 alunos e mais cinco mil em todo país

Page 29: Revista 06

Grande oferece ao projeto todo o corpo docente, as refeições, transporte, exames médicos. Em contra-partida o banco entra com a estrutura, uniformes e material pedagógico.

Existe também uma parceria com a PUC/SP. A universidade capacita a cada três meses o corpo docente, por meio de um curso a distância, além de fornecer a apostila para os professores.

O projeto atende crianças e adolescentes de vários bairros como Taquaral Bosque, Estrela Dalva, Danúbio Azul, entre outros. E para participar das ati-vidades o adolescente precisa estar estudando em

escola pública, ser de baixa renda e não ser filho de funcionário do banco. “Nossa luta diária é combater a evasão escolar, fazer com que esses jovens tenham perspectivas de vida”, afirma Durval.

E para os que trabalham com esses jovens o aprendizado é ainda maior. “Quando estamos com eles, trabalhando para que tenham um futuro melhor, aprendemos a dar valor no que temos. Muitos che-gam aqui sem nenhuma perspectiva e trabalhamos para que saiam daqui com uma visão de futuro”.

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O Quadro caçula da S::S::C::H:: - Badocaia come-morou seu segundo ano de fundação recepcionan-do os parentes seletianos que lá estiveram nos dias 24,25 e 26 de abril.

Que fique como exemplo o trabalho desenvol-vido pelos sócios daquelas cidades irmãs, pois em apenas dois anos de diplomação já apresentam fru-tos do trabalho executado: laboratório de informá-tica, que está em fase final de implantação, graças a valiosa colaboração do deputado estadual Onevan de Matos, que doou os computadores; escolinha de esportes com as modalidades de futebol, judô e kung fu, já em plena atividade; prédio com três salas, onde funcionarão a secretaria, laboratório de informática e cubículo.

Nestes dias festivos que contaram com a presença, entre outros do presidente nacional da

S::S::C::H:: - Grande Maioral em exercício – José Na-sario dos Santos; vice-presidente nacional em exer-cício, Par:: Adir Paes da Silva; presidente do Quadro de Campo Grande, Par:: Gabriel Moreira dos Santos; presidente do Quadro de Terenos, Par:: Eduardo Aramis da Costa Heretier; presidente do Quadro de Glória de Dourados, Par:: Luiz Alberto Coronel Niz; presidente do Quadro de Navirai, Par:: Adilson Nu-nes Jardim; presidente do Quadro de Dourados, Par:: Nivaldo Santana.

Nesta ocasião, aconteceu a iniciação de seis no-vos associados, que com certeza virão colaborar, em muito, com sua juventude e novas ideias nas obras desenvolvidas naquele Quadro.

Foram momentos inesquecíveis, de confraterniza-ção e exemplo de anfitrionismo, encabeçados pelo pre-sidente daquele Quadro, Par:: Aires Adures Noronha e

SeletaSocial

Quadro Binacional – Coronel Sapucaia (BR) e Capitan Bado (PY) exemplo de trabalho e pujança em busca do ideal seletiano

Por: Adir Paes da Silva : :

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por sua esposa, oradora do Departamento Feminino, Fábia Adures e pela diretora do Departamento Femi-nino, Noeli Moura não mediram esforços para tornar a estadia dos visitantes o mais agradável possível.

Enaltecemos também, todos os parentes e pa-rentas daquele Quadro promissor pelo trabalho exe-cutado com muita união.

Já ficou agendado o retorno para o dia 26 de

abril de 2010 ( ou data mais próxima) quando se co-memora a fundação daquele Quadro, e lá estaremos novamente, desfrutando da alegria seletiana que tão bem os brasileiros e paraguaios de Badocaia sabem oferecer, com muita festa, danças típicas, comida de boa qualidade, calor humano, tolerância, e a cima de tudo, união embasada no lema da sociedade: “Um Por Todos e Todos Por Um”.

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Semana Nacional Antidrogas

Domingo no ParqueA manhã do dia 21 de junho, domingo foi espe-

cial para centenas de crianças e jovens que estiveram no Parque das Nações Indígenas. Eles participaram do Projeto Orientando-se no Parque, desenvolvido pelo Comando Militar do Oeste, em parceria com o Centro de Orientação e Desportos de Aventura de Campo Grande (CODAC).

O evento que fez parte das comemorações da XI Semana Nacional Antidrogas, realizada pelos Conselhos Estadual e Municipal Antidrogas (CEAD /COMAD), teve a presença dos alunos do curso de Auxiliar Administrativo e de Escritório da Seleta, que

acompanhados da coordenadora pedagógica Valéria Seffrin e das professoras Izabel Sales e Norma Mar-tins participaram das atividades oferecidas.

Criado em 2004, o projeto é desenvolvi-do no Parque das Nações, onde está localizada a 1ª Pista Permanente de Orientação na América Latina e visa difundir o esporte para o público civil, em espe-cial para os estudantes.

PRÁTICA - Orientação é um esporte que utili-za a natureza como campo de jogo. O praticante tem que passar por pontos de controle marcados no terreno no menor tempo possível, com o auxílio de

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Domingo no Parqueum mapa topográfico e de uma bússola. Durante a prova, o orientador deverá encontrar os pontos de controle que são representados no terreno por pris-mas (uma espécie de bandeirola vermelha e branca), cuja área de localização está representada por um círculo no mapa.

Para entender a Orientação, todos os partici-pantes assistiram a uma palestra visando aprender ou reavivar o aprendizado sobre o esporte e conhe-cer mais sobre o Projeto Orientando-se no Parque. Em seguida, os atletas foram divididos por equipes e por faixas etárias, sendo realizada a largada para a

pista-escola. Os participantes que concluíram corre-tamente a prova receberam medalhas.

Oito adolescentes da Seleta receberam meda-lhas de 1º lugar; dez de 2º lugar e dez de 3º lugar.

ATRAÇÕES - Como complemento à programa-ção do Projeto Orientando-se no Parque foram rea-lizadas outras apresentações: rapel de helicóptero e salto de paraquedistas, executado pelos integrantes do Esquadrão Pelicano, sediado na Base Aérea de Campo Grande; e a apresentação da 14º Companhia de Polícia do Exército, com demonstrações de lutas e dos cães de guerra.

Reunidos no Parque das Nações Indígenas, na Capital,

crianças, jovens e adultos fizeram do domingo, 21, um dia

de lazer, aprendizado e conscientização

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Seleta recebe palestra do PROERD e Mesa de Conversação

Semana Nacional Antidrogas

Com o tema “Porque dizer não as drogas”, o sargento da Polícia Militar Jaime Gonçalves minis-trou uma palestra aos alunos do curso de Auxiliar Administrativo e de Escritório.

Instrutor e membro do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, o PROERD, o sargento reforçou aos adolescentes os perigos e danos que as drogas causam a saúde. “Muitos vão sair daqui com outras convicções, vão dar mais va-los à família e olhar os amigos com outros olhos”, ressalta.

O PROERD é desenvolvido pela Polícia Militar, desde de 1997, e tem como objetivo prevenir o uso de drogas. Trata-se de um programa educativo, que, através de 17 lições, aplicadas uma vez por semana aborda aspectos como: o reforço da auto-estima, a pressão dos colegas e da mídia para o uso de drogas, as gangues e a resolução de conflitos sem recorrer à violência. “Ao longo destes onze anos ele vem sendo muito bem recepcionado pela sociedade sul-mato-grossense, onde tem servido como uma das princi-pais ferramentas de interação com a comunidade, fa-cilitando e melhorando o relacionamento da Polícia

com o cidadão”, ressalta o sargento. Atualmente o programa é desenvolvido em 27 Escolas Municipais e 10 Escolas Estaduais na Capital.

MESA DE CONVERSAÇÃO – Ainda como parte das atividades da XI Semana Nacional Antidrogas, a Seleta recebeu diversos palestrantes para uma Mesa de Conversação. Voltada para os adolescentes, o evento teve como tema “Fatores de riscos e de prote-ção: uso de álcool e outras drogas”.

Entre os mediadores do evento, o vice-presi-dente do COMAD, Nelson Vieira de Souza, ressaltou que a Semana Nacional Antidrogas tem como ob-jetivo levar orientações e informações. “Queremos alertar principalmente aos jovens os danos que as drogas causam, não apenas a saúde, aos usuários, mas a toda família”.

Já a psicóloga Helena Gasparini, reafirma a importância dos jovens no trabalho de prevenção. “É preciso começar entre os jovens, que integram o grupo de risco. Temos que despertar a consciência crítica e alerta-los para os fatores de proteção como a religiosidade e a família. Mostrar a eles que não é preciso recorrer às drogas para fuga de problemas”.

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