prospectiva en américa latina, evolución y desafíos

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Organizadores Dalci Maria dos Santos Lélio Fellows Filho

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Antología coordinada por Dalci María Dos Santos y Lélio Fellows Filho, investigadores brasileños. El texto se encuentra en portugués.

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OrganizadoresDalci Maria dos SantosLélio Fellows Filho

Prospectiva na América Latina

Rua Eng. Alpheu José Ribas Sampaio, 3-40

Jd. Infante Dom Henrique | CEP 17012-631 | Bauru, SP

Fone/fax (14) 3313-7968 | www.canal6.com.br

Copyright© Canal 6, 2009

Prospectiva na América Latina: Evolução e desafi os / Organizadores: Dalci Maria dos Santos e Lélio Fellows Filho. - - Bauru, SP: Canal6, 2009.

266 p. il. ; 23 cm.

Inclui bibliografi a.ISBN 978-85-7917-003-4 1. Prospectiva. 2. Prospectiva Tecnológica. 3. Política de

Ciência e Tecnologia. 4. Estudos do Futuro. I. Santos, Dalci M. II. Filho, L.F. II. Título.

CDD: 320

P9663

Prospectiva na América Latina

Evolução e desafi os

Dalci Maria dos SantosLélio Fellows Filho

(org.)

1ª Edição - 2009

Sumário

Apresentação........................................................................................................ 15

Presentación ........................................................................................................ 17

Los autores .......................................................................................................... 19

Introdución ......................................................................................................... 25

Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en ArgentinaManuel Marí .................................................................................................. 29

Prospectiva Tecnológica en BoliviaCésar Villagómez Villarroel .......................................................................... 57

A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho ............................................. 79

La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia Frances Wilson Bronfman .......................................................................... 113

La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque ............................... 143

La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos de Integración Latinoamericana

Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre ........................................... 185

Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas… Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

Guillermina Baena Paz ............................................................................... 209

Estado del arte de la Prospectiva en el PerúFernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado ............................... 235

Praxis de La Prospectiva en Venezuela Hechos, Reflexiones y Estrategias

Freddy Blanco ............................................................................................... 251

Apresentação

Pensar sobre futuro sempre foi a grande questão da humanidade, e continu-ará sendo já que quanto mais se avança nessa área, mais aumenta a certeza que a distância até a verdade sobre o futuro está cada vez maior.

Mas, longe de nos desanimar essa constatação nos faz cada vez mais sermos impelidos a trabalhar para diminuir as incertezas, avaliarmos os riscos das decisões e produzirmos resultados que nos fazem crer que adotamos a direção acertada.

O conceito de “construção do futuro” que utilizamos nesse trabalho é aquele que nos afasta da inatingível verdade sobre a definição do futuro que teremos, mas nos habilita a confrontar hipóteses e situações e, desse modo, elaborar um conjunto de condições que nos permite estar mais bem preparados para esse ina-tingível futuro imprevisível.

Não é a busca dessa verdade inalcançável que nos move, porém o exercício de formularmos hipóteses articuladas com desejos representativos das forças sociais dos nossos países. Esse sim, viável e tecnicamente construído é o objeto das aná-lises, reflexões, cálculos e formulações dos que se dedicam a esse apaixonante ofí-cio, não prever, mas construir as condições que nos fazem antecipar um conjunto de possibilidades e, ao elegermos algumas delas, trabalhar, de modo articulado, para que algo próximo a elas seja parte do futuro em que viveremos.

Com esse espírito e consciência, vários estudiosos, acadêmicos e cidadãos em geral se envolveram em vários estudos e trabalhos realizados nos países ibero-americanos com o objetivo de produzir elementos para a “construção de futuro” dos países da região.

16 Apresentação

Agradecimentos e reconhecimentos também são parte de qualquer constru-ção, ao CYTED e ao CNPq que patrocinaram os trabalhos da RIAP, aos orga-nismos signatários do Programa que colaboraram durante o período de atuação da RIAP, e em particular, aos autores dos artigos que também são os principais interlocutores que deram vida à RIAP, a eles, a um só tempo, construtores e razão de ser da RIAP, nossos mais profundos agradecimentos.

Esse livro é, antes de tudo, um tributo a essa consciência e crença, e busca consolidar a idéia de que se o Futuro é imprevisível, seja ele qual for, nos encon-trará melhor preparados se levarmos a frente e, de modo cada vez mais intenso, os casos e estudos nele relatados.

Lélio Fellows Filho Coordenador Geral

Red Iberoamericana de Prospectiva y Vigilância Tecnológica – RIAP Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnologia para el Desarrollo – CYTED

Presentación

Pensar sobre el futuro siempre ha sido la gran cuestión de la humanidad y continuará siendo ya que cuanto más se avanza en esa área, más aumenta la cer-teza que a la distancia hasta la verdad sobre el futuro será cada vez mayor.

Pero lejos de desanimarnos esta constatación, cada vez más estamos obli-gados a trabajar para disminuir las incertidumbres, evaluando los riesgos de las decisiones y produciendo resultados que nos hacen creer que adoptamos la direc-ción correcta.

El concepto “construcción de futuro” que utilizamos en este trabajo es aquél que nos aparta de la intangible verdad sobre la definición de futuro que tenemos, pero nos habilita para confrontar hipótesis y situaciones y de ese modo elaborar un conjunto de condiciones que nos permitan estar más preparados para ese in-tangible futuro imprevisible.

No es la búsqueda de esa verdad inalcanzable la que nos mueve, pero sí el ejercicio de formularmos hipótesis articuladas con deseos representativos de las fuerzas sociales de nuestros países. Esa verdad, viable y técnicamente construida, es objeto de análisis, reflexiones, cálculos y formulaciones de quienes se dedican a este apasionante oficio, no predecir, sí construir las condiciones que nos hagan anticipar un conjunto de posibilidades y elegir algunas de ellas, trabajar de modo articulado para que algo próximo a ellas sea parte del futuro que viviremos.

Con ese espíritu y conciencia, varios estudiosos, académicos y ciudadanos en general se involucrarán en varios estudios y trabajos realizados en los países iberoamericanos con el objeto de producir elementos para la “construcción del futuro” en los países de la región.

18 Presentación

Los agradecimientos y reconocimientos también son parte de cualquier construcción, al CYTED y al CNPq que patrocinaron los trabajos de la RIAP, a los organismos firmantes del Programa que colaboraron durante el periodo de actuación de la RIAP y, en particular, a los autores de los artículos, quienes tam-bién son los principales interlocutores que dieran vida a la RIAP. A ellos, quienes al mismo tiempo, fueron constructores y razón de ser de la RIAP, nuestro más profundo agradecimiento.

Este libro es, antes que todo, un tributo a esa conciencia y creencia que busca consolidar la idea de que si el futuro es imprevisible, sea cual fuera, nos encon-trará mejor preparados si llevamos al frente y, de modo cada vez más intenso, los casos y estudios en él relatados

Lélio Fellows Filho Coordenador Geral

Red Iberoamericana de Prospectiva y Vigilância Tecnológica – RIAP Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnologia para el Desarrollo – CYTED

Los autores

Cesar Villagomez Villarroel

Ingeniero Industrial por la Universidad Mayor de San Simón, Master en Ad-ministración de Empresas por la Universidad Privada Boliviana (UPB) y Docto-rante en Economía y Administración de Empresas de la Universidad de Sevilla. Actualmente es Decano de la Facultad de Ingeniería y Arquitectura de la UPB, Director de la Fundación “Promoción e Investigación de Productos Andinos” (PROINPA), Docente de “Gestión de la Innovación Tecnológica” en programas de postgrado, Vicepresidente de la Red Internacional para la Educación de Inge-nieros (RIEI) y representante de la Red Iberoamericana de Prospectiva y Vigilan-cia Tecnológica en Bolivia.

Dalci Maria dos Santos

Matemática, Mestre em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais – (UFMG), Doutoranda em Ciências, pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). É analista em Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Desen-volvimento Científico e Tecnológico (CNPq). É membro da World Future Society (WFS) e da World Future Studies Federation (WFSF). Trabalha com prospectiva em ciência e tecnologia há cerca de 10 anos, tendo coordenado vários estudos e publicado cerca de 40 publicações entre capítulos de livros e artigos em perió-dicos nacionais e internacionais especializados no tema. Atua desde 2003 como

20 Los autores

coordenadora adjunta da Rede Iberoamericana de Prospectiva e Vigilância Tec-nológica - RIAP.

Emilio García Capote

Ingeniero en Telecomunicaciones por la Universidad de La Habana. Profesor Adjunto de la Universidad de La Habana. Miembro Titular de la Academia de Ciencias de Cuba. Vicedirector y Analista en el Observatorio Cubano de Ciencia y Tecnología. Coordinador de la Red Cubana de Prospectiva.

Frances Wilson Bronfman

Economista de la Universidad de Chile con estudios de Postgrado en Econo-mía en Bordeaux-Francia. Dirigió, en calidad de Coordinadora del Programa de Prospectiva Tecnológica de Chile (en convenio con el BID) 11 estudios de Pros-pectiva y es coautora del libro “ Visualizando el Futuro: La experiencia Chilena en Estudios de Prospectiva”. Participo hasta el 2007 en el desarrollo de la Estrate-gia de Innovación para Chile como asesora del Consejo Nacional de Innovación. Actualmente es miembro del Centro de Gestión de la Innovación de la Universi-dad Alberto Hurtado (UAH) y representante de la RIAP en Chile.

Fernando Ortega San Martín

Ingeniero Metalúrgico y Siderúrgico por la Universidad de Lima, Bachiller en Ingeniería Industrial por la Universidad Nacional Federico Villarreal, Magís-ter en Administración por la Universidad del Pacífico, Doctorando en Adminis-tración por la Universidad Ricardo Palma. Actualmente desempeña el cargo de Director de Prospectiva e Innovación Tecnológica del Consejo Nacional de Cien-cia, Tecnología e Innovación Tecnológica (CONCYTEC) del Perú, y se encuentra encargado de su Secretaría General.

21Los autores

Freddy Blanco Hernández

Sociólogo de la Universidad Central de Venezuela (UCV), con postgrado en Planificación Global del Instituto Venezolano de Planificación (IVEPLAN), Diplomado en Gerencia de Proyectos de la Universidad Católica Andres Bello (UCAB) y en Prospectiva y Estrategia por la Universidad Simón Bolívar (USB); Profesor de Postgrado de la (UCAB); con ocho (8) años de experiencias en estu-dios prospectivos, miembro de la World Future Studies Federation (WSFS) y de la Red Iberoamericana de Prospectiva y Vigilancia (RIAP). Actualmente es Pro-fesional de la Coordinación de Prospectiva Tecnológica de la Fundación Instituto de Ingeniería.

Francisco Mojica

Licenciado en Letras de la Universidad de Franche-Comté (Besançon, Fran-cia), Magíster en Ciencias de la Educación y Doctor en Ciencias Humanas de la Universidad de París V “René Descartes” (Sorbona). Fue “stagiaire” en el LIPSOR (“Laboratoire d’Investigation en Prospective, Stratégie et Organisation”) bajo la dirección de Michel Godet, en París. Es miembro de la “World Future Society”, de la “World Future Studies Federation” y de la “Asociation Futuribles Interna-tional” Es autor del libro “La Construcción del Futuro”, editado por la Universi-dad Externado de Colombia y el Convenio Andrés Bello. Fue condecorado por el Gobierno de Francia con las “Palmas Académicas”. Actualmente es Director del “Centro de Pensamiento Estratégico y Prospectiva” y del Doctorado en “Ciencias de la Administración” de la Universidad Externado de Colombia.

Guillermina María Eugenia Baena Paz

Licenciada en Ciencias de la Información, Doctora en Estudios Latinoame-ricanos y Maestra en Administración Pública. Pertenece al Sistema Nacional de Investigadores como Investigador Nacional II. Es miembro de la World Future Society y la World Future Studies Federation. Ha publicado artículos especiali-zados, treinta libros, ha participado en nueve libros colectivos. Actualmente es profesora investigadora de la Coordinación de Ciencia Política y del posgrado en

22 Los autores

la Facultad de Ciencias Políticas y Sociales de la UNAM, coordina el Seminario Permanente de Estudios Prospectivos la serie Working Papers sobre Prospectiva, dirigió la revista Prospecti...va construyendo futuros (www.nodofuturomexico.org) y es Secretaria General del Capítulo Iberoamericano de la World Future Studies Federation.

Irene Lezcano Lastre

Licenciada en Ciencias Biológicas, Especialista en Microbiología, Universi-dad de La Habana, Cuba. Maestra en Ciencias de las Aguas. Profesor Adjunto de la Universidad de la Habana. Invitada permanente al Consejo Directivo de la Academia de Ciencias de Cuba. Directora y Analista del Observatorio Cubano de Ciencias y Tecnología.

Javier Medina Vasquez

Psicólogo y Magíster en Administracion de Empresas, Universidad Del Va-lle, (Colômbia), Doctor en Ciencias Sociales, énfasis en Previsión Humana y So-cial, Pontificia Universidad Gregoriana, Roma. Director del Instituto Nacional de Prospectiva, Innovación Y Gestión Del Conocimiento. Ex-Jefe del Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica e Industrial, Colciências, en Colombia. Ex-Director de la Oficina de Planeación y Desarrollo Institucional de la Universida-de del Valle. Fundador e ex-Director del Grupo de Investigación en Previsíon y Pensamiento Estrategico. Actualmente es Profesor Titular, Facultad de Ciencias de la Administración, de la Universidad Del Valle, Director de la Oficina de In-vestigaciones y Postgrados de la Facultad de Ciencias de la Administración. Há publicado alrededor de 70 publicaciones entre libros, capítulos y articulos en re-vistas nacionales e internacionales, y documentos cientificos y institucionales.

Lélio Fellows Filho

Engenheiro Metalúrgico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil. É analista em ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Desenvolvi-

23Los autores

mento Científico e Tecnológico (CNPq). Trabalha com prospectiva em ciência e tecnologia há cerca de dez anos, tendo publicado vários artigos em periódicos especializados. É membro da World Future Society (WFS) e da World Future Studies Federation (WFSF). Desde 2003, é Chefe da Assessoria Técnica do Centro de Gestão e Estudos (CGEE) e Coordenador da Rede Iberoamericana de Prospec-tiva e Vigilância Tecnológica (RIAP).

Manuel Mari

Licenciado en Filosofía por la Universidades de Alcalá de Henares (Madrid) y em Sociologia por la Universidad Católica de Lovaina (Bélgica), con estudios de Economía por la misma Universidad, especialidad planificación del desarrollo; há dirigido el área de política científica y tecnológica de la Oficina de Ciência y Tecnología de la OEA. Actualmente es Consultor de la Dirección de Planes y Pro-gramas de la Secretaría de Ciencia, Tecnología e Innovación Productiva (SECyT) de Argentina y Coordinador Técnico de su programa de Prospectiva.

Sandro Paz Collado

Master en Ciencias en Ingeniería Industrial, con especialización en Sistemas de Calidad, Universidad de Puerto Rico, Mayagüez. Especialista en Control Esta-dístico de Procesos y Métodos Estadísticos aplicables a diversos sectores. Docente de la Pontificia Universidad Católica del Perú. Representante de la PUCP ante el Consorcio de Investigación en Prospectiva y la Red Alfa SELF RULE. Consultor en temas de estadística, control de calidad, optimización y prospectiva.

Introdución

“En verdad, afortunado es quien conoce la indicación de los caminos de acceso y de las fechas determinadas.”

(El Morya)

La preocupación por el porvenir es inherente a la vida humana, la recupera-ción del porvenir es inherente al estudioso del futuro...

Recuperar las utopías y los ideales, pensar, anticiparse a los acontecimientos, desenmarañar, debatir y construir el futuro es esencial para la región latinoame-ricana, en la cual, las economías inestables y en diferentes estados de desarrollo requieren de la reflexión del conocimiento colectivo hacia la búsqueda de la cons-trucción de mejores alternativas para enfrentar los desafíos futuros, tendiendo a un desarrollo más equilibrado para un avance de la democracia, de los derechos humanos y de la calidad de vida.

La advertencia de Wendel Bell es contundente: el cambio se acelera y el tiem-po se acorta, estamos en peligro de ser atrapados por un mundo del futuro que no deseamos, un mundo que puede ser tan hostil hasta el punto de desquiciar la vida humana.

El presente lo tenemos entre las manos como el agua que se escurre rápida-mente, somos producto del pasado y somos proyecto para el futuro.

Está permitido soñar con una región socialmente más equilibrada, formada de países amigos, con ideales comunes. Movidos por ese sueño, los prospecti-vistas, los interesados en el futuro, entre pensadores, intelectuales, empresarios, representantes del poder público y miembros de la sociedad civil, venimos reali-

26 Introdución

zando esfuerzos en el sentido de incidir en el futuro con las preocupaciones dia-rias, entendiendo que las acciones de hoy, construirán el mundo del mañana.

Como diría Arthur C. Clark, a menos que inventemos un mejor futuro, no tenemos ninguno, de ninguna clase.

Por eso nuestro empeño en conocer el pasado, el pasado es el presente que se manifiesta en lo que somos, en lo que conocemos, en lo que seleccionamos, pero de ninguna manera tenderemos a ser conformistas, porque tenemos que enten-der el pasado sin quedar prisioneros de su rigidez.

Este libro es resultado del esfuerzo de la Red Iberoamericana de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica, RIAP, en el ámbito del Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarrollo, CYTED, iniciada en 2003, cuyos ob-jetivos principales fueron, en primer lugar, la necesidad de dar relevancia a la ampliación de debates y foros de discusiones sobre cuestiones esenciales para la sociedad, para las cuales los estudios de futuro y la prospectiva científica y tecnológica, pueden aportar información y conocimiento para la generación de estrategias y para la búsqueda de soluciones. En segundo lugar, la necesidad de reflexionar urgentemente sobre cómo dar forma y realidad a los estudios pros-pectivos y de futuro, ofreciendo espacios donde se compartan experiencias pros-pectivas e identificación de percepciones y posibilidades futuras, de tal forma que se pueda promover la integración de los diferentes países, en el marco iberoame-ricano y, en tercer lugar, la necesidad de crear una dinámica entre los diversos países que comprende la región en torno a los estudios prospectivos, proponer la búsqueda de un marco de referencia común y la promoción de la aproximación entre la ciencia, la tecnología y la innovación.

A lo largo de las siguientes páginas, el lector podrá navegar por las experien-cias de nueve países: Argentina, Brasil, Bolivia, Colombia, Cuba, Chile, México, Perú, Venezuela y conocerá las opiniones y datos históricos que permean la discu-sión sobre el futuro en cada uno de ellos. El lector se enfrentará con las inquietudes de la región en cuanto a los caminos futuros, direcciones, tendencias, confusiones, relaciones y alternativas, abordando cuestiones centrales para la sustentabilidad futura, bien como los análisis de las oportunidades y probabilidades de ocurrencia de eventos previstos o imaginados, así como también, de la manera de mantener prendida la llama del futuro como una variable del presente.

Es significativo que en todos los artículos esté presente la preocupación sobre la manera en que la región se ha conducido con los estudios prospectivos, así como sobre la validez de este abordaje como instrumento de apoyo en la toma de decisio-nes y en la formulación de las políticas públicas. ¿Serán los principios de la prospec-

27Introdución

tiva suficientes para consolidar o ser el instrumento más eficaz para promover el desarrollo de la región? ¿Y para promover el pensamiento sobre el futuro?

Nuestra región ¿encontrará su futuro? Decía Nietzsche: el hombre de más larga memoria es el de mayor futuro. La

memoria de los pueblos es el mito. Cuando se pierde el mito, la memoria se di-suelve y la actitud ante el futuro se reduce a un mero esperar.

En prospectiva no podemos esperar cualquier cosa que pueda suceder sin que nosotros podamos evitarlo. Pero estamos guarecidos en el todavía y es posi-ble reflexionar de manera colectiva en los futuros que podemos construir.

Este libro presenta un conjunto de experiencias de naturaleza nacional, de modo que lleva a los lectores a comprender la realidad de la prospectiva en la re-gión latinoamericana y la importancia de la planeación a mediano y largo plazos. Su esencia es destacar la necesidad de estudiar el futuro de manera que se pueda anticipar y conducir hacia un futuro deseado. No solamente por la importancia de construirlo, sino también porque el futuro es la morada de los sueños y de las posibilidades, como dice Baena “los prospectivistas son de filiación definida en la búsqueda de concretar los sueños y fijar en ellos las redes de la esperanza. Por ello algunos prospectivistas le llaman la ciencia de la esperanza. Mientras la esperan-za permanezca, tendremos la posibilidad de buscar nuevos caminos para edificar una nueva forma de vida, en el inmenso espacio de la creatividad que tiene a la imaginación como límite.”

Los autores

Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina1

Manuel Marí

1. Introducción

Argentina ha sido pionera en América Latina en el desarrollo de estudios prospectivos, a partir del famoso proyecto “Modelo Mundial Latinoamericano” o “Modelo Bariloche” (1969-70), una respuesta al Informe del Club de Roma “Los límites al crecimiento”. Sin embargo, su director, Amílcar Herrera, debió emigrar poco después, y a partir de entonces, son esporádicas las ocasiones en que se han desarrollado estudios de prospectiva (global o tecnológica) en el país.

Se puede atribuir esta situación, a varios factores: uno de ellos, la alternancia en el poder de regímenes militares, una de las causas principales de la inestabili-dad política en el país. Paradójicamente, han sido los gobiernos militares quienes en más de una ocasión han tratado de implementar Planes de Largo Plazo, para lo que han echado mano de estudios de futuro. Uno de los gurúes de la prospec-tiva, Herman Kahn, fue invitado por la sangrienta dictadura de Videla, en 1977, a asesorar uno de dichos planes. Tal vez esta utilización de planes y estrategias de futuro por parte del estamento militar han contribuido en parte al desprestigio de la prospectiva.

1 El presente capítulo está basado, para los puntos 2.1 a 2.9 , que refieren la experiencia histórica argentina en Prospectiva, en el documento del autor “Prospectiva Tecnológica: Algunas reflexiones sobre la experiencia latinoamericana”, ponencia presentada en las I Jornadas de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica, organizadas por CYTED en Santa Cruz de la Sierra, Bolivia, en marzo de 2003. El capítulo representa las opiniones del autor, y no refleja necesariamente la visión de la institución a la que pertenece.

30 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

Otro factor, sin duda relacionado con el anterior, han sido las persistentes crisis económicas y la decadencia que ha venido sufriendo el país en los últimos cincuenta años. Estas crisis han sido además acompañadas por intentos de supe-ración fallidos, caracterizados por los economistas del “establishment” y de los organismos internacionales como políticas del “stop and go” y que han acostum-brado a los políticos e intelectuales argentinos a un peligroso cortoplacismo.

Un ejemplo de las dificultades de la prospectiva en Argentina: la revista “The Economist” encargó en 1998 a los mejores centros económicos del país una previ-sión de las tendencias macroeconómicas hasta 2010; esta proyección fue utilizada en el año 2000 por la SECyT en su intento de iniciar un Programa de Prospectiva, a través del Observatorio de Prospectiva Tecnológica (OPTE), creado en el mar-co del Programa Regional de ONUDI iniciado en 1999. Las cuatro proyecciones económicas predijeron la persistencia sin problemas hasta 2012 del régimen de convertibilidad (y de paridad cambiaria entonces vigente, de 1 dólar =1 peso) y un crecimiento moderado de la economía, entre 2,5% y 4%. Estas predicciones fueron hechas justamente en el año en que comenzó la peor crisis económica de la historia argentina, que culminó en el fracaso y abandono de la convertibilidad.

Otro ejemplo: al comienzo de la gestión actual a cargo de la Secretaría de Ciencia, Tecnología e Innovación Productiva (SECyT) que planteó la necesidad de iniciar estudios de Escenarios y un ejercicio de Planificación Estratégica, en octubre de 2003, ya iniciada la recuperación económica después de la crisis de 1998-2002, se encomendó a un economista de prestigio de la CEPAL que desa-rrolllara escenarios macroeconómicos para el período 2003-2008. Planteó dos escenarios: uno de crecimiento moderado (3%) y otro de crecimiento acelerado (4-4,5%). A través de un modelo macroeconómico, se predijo como inviable el de crecimiento acelerado, por restricciones externas, y se recomendó como factible el de crecimiento moderado, el que, se dijo, no podría disminuir el desempleo, en aquel momento superior al 20% de la PEA. La realidad una vez más dejó mal parado al experto: la economía creció al 9% en los últimos tres años y se prevé para 2007 un crecimiento apenas inferior. Y esto ha ocurrido con expansión del comercio exterior (ciertamente ayudado por la coyuntura internacional) y supe-ravit de las cuentas fiscales, mientras que el desempleo descendió a la mitad (de 20% a 10% aproximadamente).

A pesar de estas dificultades, la Argentina, bajo la dirección de la SECyT ha optado en ciencia y tecnología por una estrategia que implica el desarrollo de visiones y estudios de futuro. Recientemente, el Gabinete Ministerial Científico y Tecnológico (GACTEC) ha aprobado el Plan Estratégico de Ciencia, Tecnología

31Manuel Marí

e Innovación “Bicentenario” (2006-2010) en el que Prospectiva y Planificación están plenamente integradas. Presentaremos las características de esta iniciativa al final de este capítulo. Antes, desarrollaremos la experiencia argentina en Pros-pectiva, desde el trabajo pionero de Amílcar Herrera y la Fundación Bariloche que mencionamos al principio, hasta los meritorios intentos hechos en distintas ocasiones por expertos e instituciones, que lamentablemente, no tuvieron conti-nuidad, ni otro efecto, por cierto no menor, que el de la formación de una canti-dad nada desdeñable de prospectivistas, los que constituyen en estos momentos la mayor riqueza del país en el área, y son prenda de futuras posibilidades.

2. Antecedentes

2.1. Inicios de la prospectiva, los estudios de futuro y la planifi cación estratégica

Según Miguel Angel Gutiérrez2, el primer antecedente, aunque indirecto, de preocupación por visiones de futuro en el país estuvo dado por la creación de un Consejo de Postguerra durante la presidencia de Juan Domingo Perón (entre 1945 y 1955), cuya misión era preparar al país para la Tercera Guerra Mundial. En ese período se creó un Ministerio de Planeamiento y una Secretaría de Pla-neamiento Estratégico. Sin embargo, su acción consistió en “una evaluación de la factibilidad política y económica de futuros deseados más que una investigación de como alcanzarlos”. De esa visión estratégica surgió la llamada Tercera Posi-ción Ideológica y la vinculación de Argentina con el Movimiento de Países No-Alineados. Sin embargo, nada de las metodologías de análisis de futuro relacio-nadas con desarrollos científicos y tecnológicos parecen haber sido considerados en las instancias mencionadas.

2 Estudio de futuros en Argentina, Transparencias (documento en pdf), 2006

32 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

2.2. El Modelo Mundial Latinoamericano (Modelo Bariloche) y su respuesta al Club de Roma

El primer trabajo de envergadura propiamente prospectivo realizado en Argentina y en América Latina fue el llamado Modelo Mundial Latinoameri-cano o Modelo Bariloche. Consistió en un modelo de simulación numérica y se basó en un escenario normativo (una sociedad igualitaria y no consumista); di-fiere por tanto de los modernos estudios de Prospectiva basados en Escenarios, aunque no por ello ha perdido su vigencia. Tiene además el mérito de haber sido pionero en su género.

La idea del Modelo surgió en una reunión realizada en 1970 en Río de Janei-ro, auspiciada por el Club de Roma, para discutir el informe del mismo Club, “Li-mits to Growth”, publicado posteriormente en 1972. En dicha reunión, un grupo de latinoamericanos cuestionó los supuestos básicos del Informe y encargó a la Fundación Bariloche3 la construcción de un modelo sobre supuestos distintos. Se constituyó un comité compuesto por Carlos A. Mallmann, Jorge Sábato, Enrique Oteiza, Amílcar O. Herrera, Helio Jaguaribe y Oswaldo Sunkel, que esbozó las lí-neas generales del Proyecto. Los cuatro primeros expertos elaboraron un primer documento con las hipótesis y variables que se utilizarían en el modelo, el que fue aprobado por el Comité. La elaboración del modelo y el Informe final, titulado “Catástrofe o Nueva Sociedad, Modelo Mundial Latinoamericano”4, fue dirigida por Amílcar Herrera. Fue auspiciada por IDRC y el equipo de trabajo lo consti-tuyeron, además de Amílcar Herrera, Hugo D. Scolnik, Graciela Chichilnisky, Gilberto C. Gallopin, Jorge E. Hardoy, Diana Mosovich, Enrique Oteiza, Gilda L. de Romero Brest, Carlos E. Suárez y Luis Talavera.

El Modelo Bariloche partió de un supuesto antagónico al del “Limits to Growth”, que era un análisis de tendencias y mostraba los límites al crecimien-to impuestos por el ambiente físico; para el Modelo Bariloche, en cambio, los

3 La Fundación fue creada en 1963 en San Carlos de Bariloche, donde estaba radicada una de las sedes de la Comisión Nacional de Energía Atómica (CNEA) por científicos y empre-sarios argentinos para contribuir a la realización de actividades de investigación, creación, capacitación, asistencia técnica y difusión. Llevó a cabo programas interdisciplinarios de investigación aplicada y desarrollo tecnológico en: exploración y explotación de recursos mineros, conservación del medio ambiente, economía de la energía, computación e infor-mática, educación superior, problemas socio-económicos del desarrollo y modelos matemá-ticos de simulación. La Fundación Bariloche incluía también un Programa de Prospectiva que produjo el El Modelo Mundial Latinoamericano.

4 IDRC (International Development Research Center), Ottawa, Canada, 1977

33Manuel Marí

problemas más importantes que afronta el mundo moderno no son físicos sino sociopolíticos, y están basados en la desigual distribución del poder tanto inter-nacional como dentro de los países. En consecuencia, no pretendió predecir ten-dencias a partir de la realidad actual, sino proponer una meta final, un escenario deseado o imagen de sociedad ideal: una sociedad igualitaria, no consumista, ba-sada en el uso y gestión de los bienes de producción decidida comunitariamente. Fue por tanto un escenario normativo, que a través de un modelo matemático de simulación mostró la viabilidad del mismo.

El Modelo Bariloche no pretendió minimizar el problema del agotamiento de los recursos. Simplemente, quiso cambiar el eje del mismo, poniéndolo en las estructuras sociopolíticas. Con el correr de los años y a raíz de los trabajos del Pro-yecto “Prospectiva Tecnológica en América Latina” (PTAL), Amílcar Herrera se hizo mucho más sensible a los límites físicos al crecimiento, sin dejar de acentuar, por supuesto, los límites del modelo socio-económico. Por ejemplo, en su presen-tación en un Seminario en memoria a Jorge Sábato a los 10 años de su muerte, en Buenos Aires en 1992, pocos años antes de su fallecimiento, arguyó fuertemente que el planeta no podría contener un crecimiento del mundo subdesarrollado que lo acercara a los niveles de vida de los países desarrollados de hoy.

El Modelo Bariloche, además de su valor intrínseco, creó una escuela de técnicos que se expandieron por toda América Latina. En particular, su modelo inspiró la creación de un modelo económico de simulación de Largo Plazo, adop-tado por Naciones Unidas. Este modelo sirvió para el desarrollo de modelos de Planificación de Largo Plazo y para la formación de técnicos, en particular en Venezuela (CENDES) y el Perú (Instituto Nacional de Planificación). Se destacan las figuras de Oscar Varsavsky y Benjamín Zacarías.

2.3. El Proyecto Piloto de Transferencia de Tecnología de la OEA y la Inteligencia Tecnológica

Aunque se trata de un Proyecto latinoamericano auspiciado por la Orga-nización de Estados Americanos (OEA), mencionamos este Proyecto por haber tenido su origen en la experiencia de la Comisión de Energía Atómica de Ar-gentina (CNEA) y la Red creada en torno a ella de Centros Latinoamericanos de metalurgia. Fue dirigido por el Dr. Ing. Carlos Martínez Vidal, sucesor de Jorge Sábato en la Dirección de Metalurgia de la CNEA e impulsor junto con él de las

34 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

ideas de la Escuela de Pensamiento Latinoamericano en Ciencia y Tecnología desde finales de los 1950.5

El objetivo del proyecto era la búsqueda, selección, adaptación y cuando fue-ra necesario generación de tecnologías en sectores específicos en América Latina: siderurgia, petroquímica, industria química, etc. Una parte importante de sus es-fuerzos estuvo dirigida a crear una metodología y una base de conocimientos que permitiera orientar la búsqueda de tecnologías por parte de las empresas. Para ello, se utilizaron técnicas de evaluación y predicción tecnológica (Technology Forecasting), para lo que se contó con el asesoramiento de expertos europeos como E. Jantsch, P. F. Teniere-Buchot y Pierre Gonod, entre otros. Por otro lado se creó el concepto de “inteligencia tecnológica”6, hoy día de vital importancia para la Prospectiva y para la Vigilancia Tecnológica.

2.4. El Proyecto PTAL (Prospectiva Tecnológica de América Latina)

Uno de los subproductos del Modelo Bariloche (ver punto 2.1) fue la crea-ción por parte del mismo Amílcar Herrera, del Núcleo de Política Científica y Tecnológica en el Instituto de Geociencias de la Universidad Estadual de Cam-pinas (Campinas, São Paulo). Dentro de las orientaciones del Núcleo, se destacó el lanzamiento del Proyecto Prospectiva Tecnológica en América Latina (PTAL), en 1983. El proyecto fue financiado por la Universidad de las Naciones Unidas (UNU), a la que se unió después el IDRC de Canadá.

Si bien el proyecto fue dirigido desde Brasil y fue propiamente un proyecto latinoamericano, se menciona aquí por haber tenido su origen e inspiración en el Modelo Bariloche y por la participación de expertos argentinos en él.

El Comité Consultivo del proyecto estuvo compuesto por Fernando Henrique Cardoso, Leonel Corona, Celso Furtado, Gilberto Carlos Gallopín (también ar-gentino), José Agustín Silva Michelena y Theotonio dos Santos, bajo la dirección de Amílcar Herrera, en el recientemente creado Núcleo de Política Científica y Tecnológica del Departamento de Geociencias de la Universidad de Campinas.

5 Ver C. Martínez Vidal y M. Marí, La Escuela de Pensamiento Latinoamericano en Ciencia, Tecnología y Desarrollo, en la revista virtual CTS+I, nº 4, de la OEI (www.oie.es).

6 Ver el documento ”Reflexiones sobre ‘Inteligencia Tecnológica’ y ‘Diplomacia Técnica”, de Carlos Martínez Vidal.

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En el proyecto participaron las instituciones argentinas CEUR (Centro de Estudios Urbanos), de Buenos Aires, para el área de la dimensión urbana del cambio tecnológico, bajo la coordinación de Pablo Gutman, y GASE (Grupo de Análisis de Sistemas Ecológicos), de Buenos Aires, bajo la dirección de Gilberto Gallopin, que coordinó el área de Medio Ambiente y Desarrollo.

A diferencia del Modelo Bariloche (modelo normativo de simulación para mostrar la viabilidad de la sociedad ideal propuesta desde el punto de vista de los recursos naturales y el medio ambiente físico), el proyecto PTAL trabajó con varios escenarios posibles. Dos de ellos fueron calificados de inviables: uno ten-dencial y otro reformista. Únicamente se encontró como viable el escenario nor-mativo, o deseable: el llamado escenario de desarrollo endógeno. Su viabilidad, con todo, dependería de que la transformación deseada fuera desarrollada en forma armónica y homogénea entre los países del norte y del sur. Por este motivo, el escenario deseable se planteó como tal no sólo para América Latina, sino para todo el mundo.

Finalmente, el Proyecto planteó una estrategia para llegar al escenario ideal. En este sentido, se lo podría caracterizar como “prospectiva estratégica”. Dentro de la estrategia científica y tecnológica, el Proyecto dedicó una gran cantidad de esfuerzos al análisis de los impactos y las oportunidades que ofrecen las nuevas tecnologías, a las que se veía como factores importantes de cambio, al igual que los movimientos sociales.

2.5. El proyecto Alta Tecnología América Latina 2000 (ATAL 2000)

Este proyecto, iniciado en 1987 con el apoyo de la OEA a partir de la iniciativa del Ministerio de Ciencia y Tecnología de Brasil y de COLCIENCIAS, de Colom-bia, contó con la participación de la Secretaría de Ciencia y Tecnología (SECyT), Argentina, aunque por lo que se dirá a continuación, no se pudieron realizar prác-ticamente actividades en el país. El proyecto pretendía incentivar las acciones de cooperación entre los países de América Latina para el monitoreo de las tenden-cias de la investigación y la producción en el campo de cinco altas tecnologías (informática, comunicaciones, biotecnología, nuevos materiales y química fina). La idea básica del proyecto había sido lanzada por el Secretario de Ciencia y Tec-nología del Ministerio de Brasil, Dr. Luciano Coutinho, quien había realizado va-rios estudios años antes en la Universidad de Campinas, financiados también por

36 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

la OEA, sobre el impacto de las nuevas tecnologías en América Latina. La idea del Dr. Coutinho era la de crear redes de “antenas” en América Latina que recogieran los desarrollos recientes y las ideas sobre desarrollos futuros en el campo de las nuevas tecnologías, que habían empezado a preocupar a la región desde 1983.

El proyecto pretendía ser complementario al PTAL (ver punto 2.3), de ca-rácter más académico, mientras que ATAL 2000 buscaba la colaboración entre los organismos nacionales de Ciencia y Tecnología. La OEA contribuyó con un fondo semilla para facilitar la constitución de la red entre los cinco países que ini-cialmente iban a formar parte de la misma: además de los dos citados, Argentina, México y Venezuela. Se financiaron varias reuniones para formular el proyecto, y se publicaron cuatro documentos sobre tendencias futuras en Microelectrónica, Biotecnología, Nuevos Materiales y Comunicaciones.

El proyecto fue interrumpido en 1990. Los comienzos de la onda de neolibe-ralismo que hicieron estragos en la región, también hicieron perder interés en la Prospectiva Tecnológica. El CPCT (Centro de Política de Ciencia y Tecnología) del MCT de Brasil había sido desmantelado a raíz de la asunción del Presidente Collor de Melo, y suspendidas todas las actividades en Prospectiva de la Direc-toría de Planejamento e Gestão del CNPq, que había emprendido poco antes la reorientación de sus trabajos “Avaliação e Perspectivas em Ciencia e Tecnolo-gía”. Estos trabajos, que se realizaban periódicamente desde 1972, iban a reci-bir un enfoque de escenarios, para hacerlos más funcionales a una planificación de largo plazo. En Colombia ocurrió algo similar: un cambio de autoridades en COLCIENCIAS desmanteló también el grupo de Prospectiva, que había llegado a desarrollar importantes proyectos e iniciativas, particularmente a nivel de re-giones, como Antioquia XXI y otro esfuerzo similar en Cali. Lo mismo ocurrió con el proyecto en Argentina. Venezuela asumió la conducción del proyecto en el Ministerio de Ciencia y Tecnología y CONICYT, pero ante el desinterés de los países participantes del proyecto y de la propia OEA, canalizó sus esfuerzos en el área de Prospectiva a través del Programa COLCYT, de SELA.

2.6. La reunión internacional sobre América Latina

y el proceso de cambio tecnológico-industrial

Buenos Aires, 13-17 de marzo de 1989

Esta reunión, que pretendía iniciar un esfuerzo de cooperación latinoameri-cana similar al del proyecto ATAL 2000, sufrió el mismo destino que este. Pro-

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movida por la OEAy el Gobierno argentino, sus conclusiones fueron paralizadas a raíz de los cambios de gobierno en los principales países de la región, que ini-ciaron la década neoliberal de los 1990.

La reunión tuvo una amplia participación de expertos y autoridades de Amé-rica Latina, en particular de MERCOSUR y el Grupo de los Ocho. Si bien no se en-cuentra en la agenda de la Reunión el concepto de Prospectiva Tecnológica, estuvo dominada por el tema de los cambios en las tecnologías avanzadas. Por otro lado, entre las recomendaciones se encuentra una acción concertada para el desarro-llo de estas tecnologías, en particular “la realización de estudios cuantitativos de predicción tecnológica que ayuden a medir la dimensión del impacto que sobre la economía latinoamericana tendrán las nuevas tecnologías... En los estudios corres-pondientes habría que incluir, en un lugar importante, un análisis técnico – cuanti-ficado producto por producto – de los 15 ó 20 principales rubros de exportación de América Latina y su correspondiente predicción tecnológica”. La reunión también insistió en el concepto de inteligencia tecnológica (ver punto 2.2).

Como se dijo antes, esta reunión no tuvo los efectos esperados, fundamen-talmente debido al cambio de gobierno en Argentina y otros países, pero también a la desaparición general del interés por los estudios de Prospectiva, que hemos constatado en el punto anterior, como consecuencia de la agudización de la onda neoliberal que empezaba a comienzos de los 1990.

2.7. El Proyecto de Escenarios Regionalizados de América Latina

Bajo la inspiración y con la colaboración de Ricardo Petrella, Director del Pro-yecto FAST, de la Unión Europea, se realizó en los comienzos de los años 1990 un proyecto sobre Escenarios Regionalizados en América Latina. Participaron de él ex-pertos de Argentina (el Prof. Mario Albornoz, quien fue director del Proyecto, Car-los Mallman y Leonardo Vaccarezza, de la Universidad de Buenos Aires), de Chile (Dr. Mario Waisbluth, de CINDA), de Brasil (Prof. Henrique Rattner, de la USP, y Hebe Vessuri de UNICAMP) y de Venezuela (Prof. Isabel Licha, de CENDES).

Este fue el primer proyecto latinoamericano con una concepción moderna de la prospectiva, basada en la construcción de Escenarios. El objetivo del Pro-yecto fue constituir una red de Centros de Prospectiva, realizar un análisis se-cundario de los escenarios ya construidos en los últimos años y de los debates en curso en el seno de la región, reflexionar sobre las temáticas centrales y variables

38 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

que serían incluidas en futuros escenarios y, finalmente, realizar un análisis, en forma cualitativa, de futuros escenarios alternativos de América Latina. Se tomó particular atención a las concepciones, imágenes y expectativas que se forman de sí mismos los países de la región, a las posibilidades de integración y a la coope-ración con Europa.

El ejercicio final fue remitido a la Comisión de la Comunidad Europea, para formar parte de sus estudios de prospectiva. Fue acompañado de un análisis macroeconómico cuantitativo, preparado por la Comisión Económica de las Naciones Unidas para Europa. Lamentablemente este estudio no tuvo mayor re-percusión por la crisis, ya señalada en varias ocasiones, de los estudios de Pros-pectiva en la región.

2.8. El grupo de Buenos Aires y el grupo de Lisboa

A raíz de la participación del Dr. Ricardo Petrella en el proyecto recién mencio-nado de Escenarios Regionalizados, se propuso una colaboración entre el Grupo de Lisboa, creado por Petrella, con la participación de académicos y empresarios del mundo desarrollado y diversos grupos argentinos interesados en la materia.

En el marco de esta colaboración y a sugerencia del Dr. Petrella, se constituyó en 1996 el Grupo de Buenos Aires, que pretendía ser un grupo latinoamericano con objetivos similares al del Grupo de Lisboa. El Grupo de Lisboa tiene como objetivo principal el análisis de las consecuencias económicas, sociales y políti-cas del fenómeno de la globalización, entre ellas los problemas de diferencias en la distribución del ingreso, las diferencias crecientes entre el Primero y el Tercer Mundo, los problemas de gobernabilidad y la presión sobre los recursos naturales y el Medio Ambiente. Según el Grupo, que está conformado por personalidades académicas, empresariales y políticas (a la manera del Club de Roma), es necesa-rio contribuir a la generación de contratos globales en cada uno de los proble-mas mencionados. Estos “contratos” se conciben en el sentido del Contrato Social rousseauniano, es decir, consensos sociales (“civilizatorios”) en torno a la necesi-dad de soluciones viables a esos problemas. Pero al mismo tiempo, deberían llevar a “contratos”, es decir a negociaciones globales particulares, del tipo de la Agenda XXI en el área del Desarrollo Sustentable y el Medio Ambiente, que el Grupo de Lisboa considera como un modelo de las negociaciones globales a apoyar.

Uno de los aspectos en los que insiste el Grupo de Lisboa es que estos contra-tos deben ser globales, es decir, deben llevar a algún tipo de entendimiento entre

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el Primero y el Tercer Mundo. Justamente, la sugerencia del Grupo de Petrella en el sentido de constituir un Grupo latinoamericano (el Grupo de Buenos Aires) diferente al Grupo de Lisboa, radicaría en que el Primer Mundo tiene una res-ponsabilidad primaria en la generación de los problemas surgidos de la globaliza-ción y de la instauración del nuevo orden mundial (el Consenso de Washington). La óptica de América Latina y del Tercer Mundo es por tanto distinta y debe tener sus propias estrategias.

El Grupo de Buenos Aires se constituyó formalmente en 1996, con la coordi-nación del Prof. Mario Albornoz, del Grupo REDES, Coordinador de la Red Ibe-roamericana e Interamericana de Indicadores en Ciencia y Tecnología (RICYT/CYTED/OEA). En la reunión inicial se difundió la versión española del libro ma-nifiesto del Grupo de Lisboa, “Límites a la competitividad”7.

El Grupo de Buenos Aires, como el Grupo de Lisboa, tenía como objetivo central la movilización de esfuerzos para posibilitar los “contratos globales” mencionados. En este sentido, la Coordinación del Grupo REDES participó en las actividades del Grupo de Lisboa, en particular en su iniciativa para un “Contrato Mundial del Agua”, prepa-rada en varias reuniones de expertos internacionales y hecha pública en la Exposición Universal de Lisboa en septiembre de 1998, bajo el auspicio de un Comité dirigido por el Dr. Mario Soares, Primer Ministro de Portugal.

Como base de su objetivo central de movilización en torno a la necesidad de negociaciones y contratos globales y para la mejor fundamentación de los mis-mos, el Grupo de Buenos Aires, como el Grupo de Lisboa, tenía como una ac-tividad connatural a sus fines la del análisis prospectivo en torno a los grandes problemas de la globalización. Más que la realización de estudios por sí mismo, el Grupo buscaba involucrar en sus actividades e iniciativas a expertos y centros que hagan estudios prospectivos orientados a los mismos fines, constituyendo redes de estudios prospectivos con esa orientación. Lamentablemente las activi-dades del Grupo de Buenos Aires quedaron paralizadas desde 1999, a raíz de la inestabilidad política e institucional argentina, no habiéndose podido iniciar la incorporación de otros miembros latinoamericanos.

7 Publicado por la Universidad Nacional de Quilmes, 1996.

40 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

2.9. Participación argentina en las iniciativas de ONUDI: “Iniciativa regional para el desarrollo del pronóstico tecnológico en América Latina” (IPROTEC)

Santa Cruz 1996 y conformación del “Proyecto Latinoamericano de Prospectiva Tecnológica”, Trieste 1999

La primera iniciativa (IPROTEC) fue lanzada por ONUDI en 1996, en una reunión celebrada en Santa Cruz de la Sierra y consistía en un vasto proyecto de estudios y capacitación en Prospectiva para toda la región latinoamericana. El proyecto no prosperó por problemas internos del organismo.

Tres años después, ONUDI lanzó un nuevo Proyecto Regional, sobre bases distintas y con el financiamiento del gobierno italiano. Se convocó a una gran Reunión en Trieste, en diciembre de 1999, donde se reunieron representantes de la academia, la industria y el gobierno de casi todos los países de América Latina. ONUDI invitaba de esta forma a la creación de consorcios entre los tres tipos de instituciones, para lanzar ejercicios de Prospectiva, con participación de todos los interesados (stakeholders), según el modelo de los ejercicios iniciados en los últimos años del siglo en muchos países de la OCDE, que presentaron sus expe-riencias en la reunión. Para el Proyecto, UNIDO proporcionaría la coordinación regional, asesoramiento metodológico y el intercambio con las experiencias de los países de la OCDE, además de apoyos eventuales como organización de reunio-nes y contratación de consultores.

Para iniciar el proyecto en Argentina, se realizó un convenio entre ONUDI y la SECyT, con apoyo de la Jefatura de Gabinete. ONUDI proporcionó apoyo de expertos internacionales en metodologías de prospectiva, y también apoyó la contratación de expertos locales, como había hecho con los demás países partici-pantes. En Argentina se realizaron las siguientes actividades:

Un análisis de las metodologías utilizadas y de los resultados obtenidos • en los principales ejercicios de PT llevados a cabo en 13 países (publica-ción “Antecedentes internacionales sobre PT”, SeTCIP, 2000). Dos Seminarios con el apoyo de ONUDI• para presentar las experien-cias de España y Austria. Se convocó a una Comisión Consultiva, para la selección de temas y sec-• tores a incluir en los ejercicios de Prospectiva de 2001.

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Se elaboraron algunos documentos de trabajo sobre • metodologías de Prospectiva, para el uso de la Comisión y de los expertos que colabora-ran en los ejercicios subsiguientes.

Se realizaron algunos estudios sobre el contexto económico y social de la Argentina de los próximos años, necesarios para ubicar el desarrollo tecno-lógico futuro:

Dinámica Demográfica• en Argentina, Mercosur y el Mundo. Análisis comparativo de • proyecciones macroeconómicas y sectoriales. Argentina 2000-2012. En este estudio se compararon las proyecciones de cuatro de los centros de estudios económicos más prestigiosos del país, los que se discutieron en un Seminario. Como se comentó en la introducción, estas proyecciones perdieron todo sentido a raíz de la crisis económica. Se realizó un • Seminario Social, para analizar la evolución previsible de la problemática social en el plazo 2000-2012. Estas previsiones que-daron también totalmente desfasadas por la crisis desatada en 2001 y agravada por la devaluación descontrolada que tuvo lugar en el primer trimestre de 2002. Finalmente, se realizó un Seminario con participación de • expertos tec-nólogos, para definir los sectores en los que se realizarían estudios de Prospectiva: estos sectores fueron: Biotecnología (fundamentalmente agroalimentaria), Industria textil y Química Fina. También se propuso una análisis de un tema más global, el futuro de la Tecnología, la Edu-cación y el Trabajo en Argentina. Los estudios sobre los sectores Textil y Químico debieron ser postergados por falta de presupuesto. El Proyecto sobre Biotecnología en Alimentos fue cancelado al terminar la finan-ciación de ONUDI, cuando sólo se había avanzado en contactar a las instituciones de gobierno, técnicas y empresariales interesadas. Sólo se realizó, parcialmente, el estudio sobre “Tecnología, Educación y Traba-jo en Argentina 2010”.

Este estudio, de carácter global, aunque se pretendía aplicarlo al análisis de algunos sectores específicos (automotriz, servicios financieros, química/petro-química), tuvo como objetivo analizar los impactos que las nuevas tecnologías han introducido en los procesos de trabajo, así como las nuevas calificaciones y

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competencias requeridas por la “nueva economía” dentro de un país dependiente como la Argentina. Este estudio debería ayudar a definir los requerimientos del sector educativo para adecuarse a dichas demandas.

Por falta de presupuesto, el trabajo se hizo únicamente con el personal de la Dirección de Planes y Programas de la SECyT, en base a datos del INDEC: se ana-lizó la situación actual en lo referido al nivel educativo de la población empleada y las calificaciones requeridas por las empresas y se inició un ejercicio de elaboración de escenarios para el año 2012. Estos escenarios debían someterse a consideración de un panel de expertos en el tema a comienzos de 2002, cuando la crisis institu-cional obligó a interrumpir el proyecto.

A comienzos de 2002, el Proyecto Regional fue interrumpido bruscamente, aparentemente por cambios de políticas en ONUDI.

Debido a su crisis política y económica, Argentina sólo había podido apro-vechar muy marginalmente el apoyo de ONUDI, como sí lo habían hecho otros países (Brasil, Uruguay, Venezuela).

3. Situación actual en Argentina

A lo largo del presente capítulo, se ha mostrado el interés con que surgió en Argentina la Prospectiva, que llevó a investigadores argentinos a liderar proyectos latinoamericanos. Este inicio auspicioso contrasta con la ausencia de proyectos de prospectiva en los últimos años y con los fracasos en las últimas iniciativas reseñadas.

En el momento en que se redacta este libro, no es aventurado decir que se asiste a un renacer de los estudios de Prospectiva en Argentina. Este interés se puede apreciar en varias iniciativas:

las que surgen del proyecto de planificación estratégica de la Secretaría • de Ciencia, Tecnología e Innovación (SECyT) y de su participación en la Red Iberoamericana de Prospectiva (RIAP) de CYTED; la participación en el proyecto Millennium a través del Centro Latino-• americano de Globalización y Prospeciva (CeLGyP), como nodo latino-americano del proyecto;

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la presencia de una cohorte de prospectivistas bien formados, la mayor • parte de los cuales se desempeña en actividades académicas, pero que constituyen una garantía para futuros proyectos de prospectiva.

Todo hace esperar que las actividades de Prospectiva Tecnológica tomarán un lugar preponderante en la planificación y en las actividades de diagnóstico de Argentina; un aliciente importante para esto ha sido y parece que lo seguirá siendo el impulso que se ha dado a la Prospectiva Tecnológica en los países de la OCDE y la creación de la Red Iberoamericana de Prospectiva.

Los ejercicios actuales de Prospectiva se apartan de las metodologías de es-tudios de futuro de los pioneros (Club de Roma, Modelo Bariloche de Amílcar Herrera) y de las de escenarios globales, tanto de aquellas basadas en análisis de tendencias como de los escenarios ideales normativos. Los ejercicios de pros-pectiva actuales son más específicos, pragmáticos y orientados en el sentido del “Technology Foresight” anglosajón o, como se ha puesto en uso actualmente, las “Technology Future Analysis” (TFA)8. Sin embargo, como herramienta funda-mental de la planificación no pueden prescindir de estar insertos en una visión de futuro y en objetivos de desarrollo sustentable, sin lo cual no pasarían de ser un ejercicio mental de pronóstico.

3.1. La prospectiva tecnológica en la SECYT a partir de 2003

Como se dijo en el punto anterior, al final de 2001, con motivo del estallido de la crisis política y económica del país, se abandonaron los estudios de prospectiva en la SECyT. Al comenzar la gestión actual en dicho organismo, en Mayo de 2003, la Argentina recién estaba emergiendo de la crisis. Las elecciones presidenciales de ese año habían debido ser adelantadas; la economía había empezado a crecer ape-nas tres trimestres antes, después de haber retrocedido casi 25% en los cuatro años anteriores, pocos podían predecir las tasas chinas de crecimiento que vendrían entre 2003 y 2007 (alrededor del 9% anual); la dispersión política que habían mos-trado las elecciones de marzo de 2003 (el actual Presidente Kirschner, en segundo

8 Technology Future (o Futures) Analysis (TFA) debería traducirse “Análisis del futuro (o futuros) de la tecnología”, o en forma más libre “Análisis de las tecnologías del futuro” y no la que suele usarse de “tecnologías de análisis del futuro”.

44 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

lugar, había obtenido apenas 22% de los votos) no permitía plantear escenarios de futuro muy confiables. Sin embargo, la gestión que se hizo cargo de la Secretaría de Ciencia, Tecnología e Innovación Productiva, apuntó enseguida a la necesidad urgente de plantear escenarios para el Largo Plazo y a partir de ello formular un Plan Estratégico. Esto se hizo en una forma original, de manera que se ha conse-guido integrar y alternar en forma iterativa planificación y prospectiva.

Todo el proceso de planificación estratégica se inició con algunos estudios previos (las “Bases del Plan Estratégico”); entre ellos cabe destacar la discusión de algunos escenarios de contexto para el mediano plazo (2015), en áreas de par-ticular importancia para el desarrollo de la ciencia y la tecnología: escenarios mundiales, demográficos, macroeconómicos, de empleo, medioambientales. Los escenarios fueron preparados por expertos y discutidos por los miembros de la Comisión Permanente del Plan, entre los que se contaban directivos de los ins-titutos tecnológicos, empresarios y representantes de organismos de gobierno. Para preparar estos trabajos se contó con el apoyo metodológico del Instituto de Estudios Prospectivos de la Unión Europea, con la que la SECyT firmó un convenio, por el que formó parte como Miembro Asociado de la Red Europea de Estudios Prospectivos – ESTO. A partir de los escenarios de contexto se planteó un escenario de desarrollo deseado y se propusieron en grandes rasgos los desa-fíos y objetivos de la política científica y tecnológica argentina, a nivel global y a nivel de los principales sectores productivos y sociales del país.

Esta visión de futuro dio lugar a la preparación del Plan Estratégico pro-piamente dicho, el Plan Estratégico de Ciencia, Tecnología e Innovación “Bicen-tenario” (2006-2010), así denominado para conmemorar el Bicentenario de la Revolución de Mayo de 1810 (fecha en la que se inició el proceso de autonomía que llevó posteriormente a la independencia argentina). El Plan fue aprobado en diciembre de 2006 por el Gabinete Científico Tecnológico (GACTEC, de nivel ministerial), dirigido por el Jefe de Gabinete del Gobierno nacional, donde pro-dujo gran repercusión por ser el primer Plan Estratégico con visión de futuro dentro del sector público. El Plan tiene dos características principales: se define la meta de inversión en ciencia y tecnología para el 2010 del 1% del PBI (la meta tantas veces propuesta y siempre pospuesta por Argentina, como por otros mu-chos países de la región); esta meta es ahora Ley, gracias a la sanción reciente de la Ley de Financiamiento Educativo, que incluye al sector ciencia y tecnología y que permitirá cumplirla.

Otra característica novedosa: las prioridades de investigación están orien-tadas, además de áreas temáticas y tecnológicas, a lo que el Plan llama “Áreas-

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Problema-Oportunidad”, nueve en un comienzo. Estas áreas y líneas específicas de investigación prioritarias, han sido definidas por medio de Convenios con Secretarías de Estado responsables por los respectivos sectores productivos y so-ciales: es decir, responden a la demanda social, canalizada a través del gobierno, no a la mera oferta académica, como ocurre con cierta frecuencia.

Finalmente, dado que se considera al Plan no como un documento acabado, sino como una etapa en un proceso, se ha planteado su actualización a través de un nuevo Plan Estratégico Bicentenario (BIS) (2008-2016), esta vez para conme-morar el Bicentenario de la Independencia efectiva (en 1816). Y para esta actua-lización se ha iniciado un nuevo ejercicio de Prospectiva, de mayor envergadura que los estudios iniciales a los que se hizo mención más arriba. El título del ejerci-cio es “2020: Escenarios y Estrategias en CTI”. El título, ilustra bien a las claras la integración que se trata de conseguir entre los dos aspectos de las políticas de las que se quiere dotar al sector: una visión de futuro y la planificación estratégica.

El ejercicio se va a orientar a las “Áreas-Problema-Oportunidad” definidas por el Plan; hasta ahora se ha iniciado en cuatro áreas:

Escenarios globales macroeconómicos y geopolíticos• , en los que debe-rá insertarse la Argentina hasta 2020. Este ejercicio está dirigido por el Dr. Carlos Moneta, quien fue Secretario Ejecutivo de SELA, experto en relaciones internacionales y asesor de la Cancillería argentina; hasta la fecha se han desarrollado escenarios mundiales, escenarios de Asia, con especial énfasis en China e India y escenarios europeos, se terminará con escenarios latinoamericanos y del MERCOSUR. Escenarios agroalimentarios• . Este estudio está dirigido por el Dr. Martín Piñeiro, exDirector del Instituto Interamericano de Ciencias Agrícolas (IICA), director de varios proyectos internacionales sobre investigación agrícola y miembro del CGIAR (Consultative Group on International Agricultural Research, que apoya a 15 organizaciones de investigación de todo el mundo, entre ellas el IFPRI y que analiza continua-mente las tendencias mundiales en investigación y tecnología agrícolas). Este ejercicio de Escenarios está trabajando en varios campos, utilizando una metodología de paneles y consultas por correo electrónico. Los campos de estudio son: familias de tecnologías (biotecnología, recursos natu-rales, agroindustria, producción primaria y biocombustibles), estudios prospectivos de doce cadenas agroalimentarias centrales para el país y, finalmente las que se han llamado “Incertidumbres (“drivers” o factores

46 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

de cambio): China/India (sobre todo el primero como fuente de deman-da para exportaciones argentinas), los países de la exURSS como com-petidores de Argentina en commodities, Biocombustibles (como posible cambio de la especialización productiva argentina), la política agraria europea y el papel de MERCOSUR como posible importador de alimen-tos procesados. Previamente a estos trabajos se hizo una recopilación de la información existente en organismos internacionales (USDA, FAO, OCDE, IFPRI) acerca de las tendencias en el comercio internacional de alimentos. Estas tendencias se contrastarán (en forma cualitativa) con los resultados que arrojen las consultas sobre tecnologías, sectores y factores de incertidumbre. Hay un intercambio constante entre el grupo encar-gado de los Escenarios globales y el de los Escenarios agroalimentarios, especialmente en temas de común interés (particularmente las llamadas “Incertidumbres”), como son el futuro de China y de la Unión Europea como fuente de demanda, el de Rusia y países limítrofes como posibles competidores en la exportación de granos, el futuro de la Energía en lo que se refiere a los biocombustibles, y el futuro del MERCOSUR. Escenarios de la tecnología industrial• . En este sector se ha combina-do un análisis exploratorio transversal de 12 tecnologías genéricas de interés para toda la industria, con un ejercicio más profundizado del sector químico (en particular, los subsectores Petroquímica, Química Fina y Farmacia). Los estudios sobre tecnologías se han realizado en base a documentos encargados a expertos, los que han sido sometidos a consultas por parte de un grupo pequeño de especialistas y se refieren a tecnologías que se pueden agrupar en Tecnologías de la Información y Comunicaciones para la Industria, Tecnologías de Materiales y Nano-tecnología, y Tecnologías de Gestión (en gran parte determinadas por las tecnologías de la información). El estudio sobre el sector Químico y Petroquímico está organizando una consulta DELPHI que deberá estar concluida a mitad de 2007. Escenarios de la Educación Superior• : Esta área es también de gran in-terés, tanto por la actual crisis de la Educación Universitaria en Argen-tina como porque la reactivación económica actualmente en curso está demandando, por parte del sector productivo, profesiones que actual-mente la universidad no puede proveer en cantidad y calidad suficiente. El estudio se realiza en colaboración entre la SECyT y la Secretaría de Políticas Universitarias del Ministerio de Educación.

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Participación en la Red Iberoamericana de Prospectiva (RIAP)• : El co-mienzo de las actividades recién mencionadas coincidió con la creación de la Red. CYTED invitó a formar parte de ella a un representante de la SE-CyT, en virtud de la participación de la institución en esfuerzos anteriores iniciados en la región, como el proyecto de ONUDI. A partir de entonces, los esfuerzos de la SECyT han ido acompañados de su participación en la Red, lo que ha servido indudablemente para potenciar las actividades. Esta participación ha tenido lugar no sólo en las actividades oficiales de la Red, como Seminarios Internacionales, sino también y principalmente, hasta ahora, a través de colaboraciones entre miembros de los distintos países. Así, por ejemplo, Argentina fue invitada a participar, junto con otros miembros de la Red, en el proyecto de la Unión Europea “Scope 2015”, coordinado por el Instituto PREST, de la Universidad de Manches-ter. Otro ejemplo de colaboración ha sido la invitación a miembros de la Red de Colombia y Brasil a cursos dictados en Argentina.

3.2. CELGyP, Centro Latinoamericano de Globalización y Prospectiva (CELGyP), nodo Latinoamericano del Proyecto Millennium

Se creó en 1996, bajo la dirección del reconocido experto Horacio Godoy, fallecido prematuramente un año después. CELGyP se creó como el nodo latino-americano de Millennium, el proyecto del American Council de la Universidad de Naciones Unidas. En los últimos años se crearon los nodos de Brasil, Méxi-co, Colombia y Venezuela (posiblemente sea creado en 2007 un nuevo nodo en Chile), pero CELGyP sigue siendo nodo para el resto de Latinoamérica. El actual director de CELGyP es el Dr. Miguel Angel Gutiérrez.

El Proyecto Millennium no está dedicado especialmente a la Prospectiva Tecnológica, aunque tiene a la Ciencia y la Tecnología como uno de sus temas principales y realizó un estudio específco sobre Futuros Desarrollos en Ciencia y Tecnología, con un Delphi cuyos resultados se encuentran en el trabajo “State of the Future 2002”.9

CELGyP ha traducido en varias ocasiones los informes anuales del Proyecto “State of the Future” al español y los ha difundido. También promueve la partici-

9 Ver la página del Informe, www.Stateofthefuture.org

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pación de expertos argentinos en los Delphi realizados por Millennium. Periódi-camente, los directores de Millennium, Dres. Theodore Gordon y Jerome Glenn, particularmente el último, han presentado los Informes anuales en universidades e instituciones públicas del país, SECyT entre ellas. También está apoyando a diversas intituciones, como la Subsecretaría de Gestión Pública, y promoviendo la creación de cursos de Prospectiva en Universidades. Han apoyado también la creación del Centro de Estudios Prospectivos de la Universidad de Cuyo, en Men-doza (ver más adelante). El Director del Centro, Miguel Angel Gutiérrez, dirige el Seminario de Estudios de Futuro en la Maestría de Inteligencia Estratégica, dic-tada conjuntamente por la Secretaría de Inteligencia del Estado (SIDE) y la Uni-versidad Nacional de La Plata, en la Facultad de Ciencias Jurídicas y Sociales de esta última. También dicta cursos sobre Futuros en la Escuela Superior Técnica del Ejército, en la Maestría en Gestión Tecnológica y en la maestría de Relaciones Internacionales del Mercosur en el Chaco.

En el marco del proyecto Millennium corresponde mencionar al experto ar-gentino en Prospectiva, Eduardo Balbi: fue codirector de CELGyP hasta hace unos dos años y ha seguido colaborando con Millennium en otros países. En la UCES dirige el Instituto de Estudios Estratégicos. Es presidente de la ONG “Es-cenarios y Estrategias”, una red que posee 19 centros en la región. Es profesor en posgrados de universidades argentinas y latinoamericanas y ha realizado nume-rosos cursos, seminarios y conferencias.

3.3. Otras iniciativas y grupos especializados en Argentina - Fundación Bariloche

Conocida porque en ella se llevó a cabo el Proyecto Prospectivo Modelo Mundial Latinoamericano, mencionado en el punto 2, ha llevado a cabo desde entonces programas interdisciplinarios de creación e investigación aplicada y de-sarrollo tecnológico en: exploración y explotación de recursos mineros, conser-vación del medio ambiente, economía de la energía, computación e informática, educación superior, problemas socio-económicos del desarrollo y modelos mate-máticos de simulación. Entre sus trabajos más recientes se puede mencionar:

Elaboración de la Prospectiva Energética de los Países del CONO SUR• . Encargado por OLADE (Organización Latinoamericana de Energía)

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Estudio Energético Integral del Perú, encargado por la Oficina Técnica • de Energía del Ministerio de Energía y Minas del Perú (OTERG/MEM), como bases para el Plan Energético 2002-2015. Estudio sobre la metodología para la evaluación de la demanda potencial • de gas combustible en Colombia, encargado por el gobierno de dicho país, para la construcción de una serie de modelos matemáticos para la simu-lación y estimación de la demanda potencial futura de gases combustibles en la República de Colombia. El horizonte del Estudio fue el año 2015. Estudio Energético Integral de la Provincia de Mendoza• , encargado por el Gobierno de la Provincia de Mendoza, la Comisión Europea (DGX-VII) y la Secretaría de Energía de la Nación – Programa de Estudios Energéticos Regionales, incluyendo un diagnóstico y la prospectiva de la demanda de Energía utilizando el modelo LEAP. Estudio Energético Integral de la Provincia de Buenos Aires• , encargado por la Comisión Europea Dirección General de Energía – DGXVII, la Secretaría de Energía de la Nación Programa de Estudios Energéticos Regionales, y el gobierno de la provincia de Buenos Aires. Incluye un diagnóstico y las proyecciones de la demanda de energía. Estudio Energético Integral de la Región NORESTE (NEA) de la Repúbli-• ca Argentina, encargado por la Comisión Europea – Dirección General de Energía – DGXVII, por la Secretaría de Energía de la Nación (SE) – Programa de Estudios Energéticos Regionales, y los gobiernos de las provincias del NEA.

El Grupo REDES. Ya se ha mencionado la participación del Grupo REDES y la de su Director, Prof. Mario Albornoz, en 1990, en el Proyecto de Escenarios Regionalizados de América Latina y en la relación con el Grupo de Lisboa (ver puntos 2.7 y 2.8). También había participado en el inicio del Proyecto de ONUDI, en 1996. En 2000 y 2001 realizó un ejercicio DELPHI en el marco del Proyecto de la OEA “Estudio Comparado de las Políticas Públicas de Ciencia, Tecnología e Innovación en el Mercosur: Identificación de oportunidades y estrategias”. El Grupo REDES también realizó en 2000 un Delphi sobre prioridades científicas y Tecnológicas para la Red de Ciencia y Tecnología (RECyT) del MERCOSUR.

El Grupo REDES tiene también la coordinación regional de la Red Ibero-americana de Indicadores de Ciencia y Tecnología de CYTED (RICYT).

Universidad de Buenos Aires (UBA). Existió un grupo de trabajo en el Cen-tro de Estudios Avanzados (CEA), dirigido por el Dr. Carlos Mallmann, físico

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nuclear, quien había participado en proyectos de Prospectiva, ya desde el trabajo pionero del Modelo Bariloche junto con Amílcar Herrera. El grupo desarrolló trabajos en Prospectiva Tecnológica en Energía y Transporte, así como en Medio Ambiente, este último en relación con el Grupo de Análisis Complejo, también del CEA. Carlos Mallmann es autor de numerosos artículos en que a partir de los ciclos de Largo Plazo de Kondratieff ha propuesto ideas originales acerca de la repetición de ciclos históricos.

En diciembre de 2006 se ha creado, también en la UBA, en la Facultad de Ciencias Sociales, el Centro de Estudios del Futuro. Forman el equipo del Cen-tro, entre otros, Víctor Bronstein, su Director (ingeniero y especialista en siste-mas complejos) y Julio Neffa (especialista en Tecnología y Empleo, tema sobre el que preparó Escenarios para el Plan Estratégico de SECyT). Los temas de interés del Centro son: el futuro de la educación, el empleo, el orden político internacio-nal, el desarrollo tecnológico, los recursos naturales, las energías y la salud.

Otros organismos públicos con actividades prospectivas son: la Dirección de Prospectiva Tecnológica de la Secretaría de Energía (Ministerio de Economía), que preparó Informes sobre Prospectiva Energética hasta 2003; la Comisión Na-cional de Energía Atómica (CNEA), que tiene un grupo especializado en pros-pectiva energética y el INTA (Instituto Nacional de Tecnología Agrícola), que a raíz de la formulación de su Plan Estratégico, está interesado en iniciar estudios de prospectiva, en particular en prospectiva regional.

La Universidad de Cuyo, Mendoza, creó hace cuatro años un Centro de Estudios Prospectivos en la Facultad de Ciencias Políticas y Sociales, bajo la di-rección del Dr. Luis Ragno, con el apoyo de CELGyP y del Proyecto Millennium. Tiene acuerdos con diversas municipalidades, y coopera con los Institutos de Energía, de Medio Ambiente, Desarrollo Social y de Salud de la Universidad; organizó en agosto de 2006 la Jornada de Escenarios Globales de Energía, coaus-piciado con el Proyecto Millennium. Con el apoyo de Millennium se plantea una maestría conjunta con Chile.

Aunque propiamente orientado a elaborar un plan estratégico, se puede mencionar la iniciativa del Foro Estratégico para el Desarrollo Nacional, dado que tiene una clara orientación de construcción de futuros para la ciencia y la tecnología argentinas. Promovido por una iniciativa privada, es auspiciado por la SECyT, y constituye una iniciativa paralela al Plan Bicentenario de la misma. El Foro Estratégico es además patrocinado por el Consejo Nacional de Investigacio-nes Científicas y Técnicas y lo apoya un grupo de instituciones y empresas entre las cuales están la Comisión Nacional de Energía Atómica, el INTI, la Comisión

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Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), Metrogas, Alcatel, Dow, Telefóni-ca, Telecom, Siemens, Gas Natural, BioSidus, Roman, Telefé e IMPSA.

Círculo Da Vinci: Fue formado en 2005 y agrupa a varios prospectivistas, entre los que se encuentran Miguel Angel Gutiérrez, del proyecto Millennium, y Edgardo Arrivillaga, con el propósito de coordinar consultorías y organizar cursos. Tienen una página web, www.circulodavinci.com.ar (La Web latinoa-mericana de estudios de futuro, ciencia y escenarios previsibles), donde se publi-can ocasionalmente artículos relacionados con la Prospectiva. Temas de interés: recursos naturales y desarrollo urbano.

Han proliferado además otras instituciones que ofrecen Cursos y Semina-rios de Prospectiva de muy distinto tipo, como el Instituto Internacional para el Pensamiento Complejo (creado y presidido por Edgar Morin) de la Universidad del Salvador, el Consejo Federal de Inversiones (CFI, organización de las provincias argentinas) que está promoviendo Seminarios Regionales de Prospectiva, etc.

3.4. Otros expertos en prospectiva, especializados en temáticas cercanas a la ciencia y la tecnología

Gilberto C. Gallopin, Asesor Regional de Desarrollo Sostenible y Asenta-mientos Humanos de la CEPAL, hasta 2006. Colaboró en el Modelo Mundial Latinoamericano, de la Fundación Bariloche, y en el proyecto Prospectiva Tec-nológica para América Latina (PTAL), habiendo publicado en el libro El futuro ecológico de un continente (1995), los principales resultados de las investigaciones acerca del medio ambiente y desarrollo que formaron parte del proyecto PTAL. En la CEPAL publicó numerosos trabajos sobre sostenibilidad ambiental y dis-tribución espacial de la pobreza, en muchos de ellos desde un punto de vista prospectivo.

Bernardo Herrero, Coronel del Ejército, Director del Programa Internacio-nal de capacitación del Instituto de Inteligencia de las Fuerzas Armadas, donde se dictan cursos de Prospectiva Tecnológica. Dicta cursos de Prospectiva también en la Universidad Católica Argentina (UCA) y recientemente organizó un Curso sobre Prospectiva para el sector agrícola auspiciado por AACREA, la Asocia-ción que nuclea a los poderosos Centros Regionales de Experimentación Agrícola (CREA) formados por empresarios rurales sobre una base regional.

Jorge Beinstein: Doctor de Estado en Ciencias Económicas (Universidad de Franche Comté – Besançon, Francia), especialista en pronósticos económicos, ha

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sido durante los últimos veinticinco años consultor de organismos internaciona-les (como SELA-COLCyT, donde coordinó el programa de Prospectiva entre 1988 y 1993, OEA y otros) y gobiernos; dirigió numerosos programas de investigación y fue titular de cátedras de economía internacional y prospectiva tanto en Europa como en América Latina. Actualmente es profesor titular de las cátedras libres “Globalización y Crisis” en las universidades de Buenos Aires y Córdoba (Argen-tina) y de La Habana (Cuba), y Director del Centro de Prospectiva y Gestión de Sistemas (Cepros).

4. Conclusiones

Como se dijo al principio, Argentina, pionera en estudios de Prospectiva en América Latina, por diversos motivos, que han llevado a la prevalencia de una mentalidad cortoplacista entre sus políticos, empresarios e investigadores, aban-donó durante largo tiempo este campo de estudios. Se aprecia en la actualidad un revivir de la problemática después de varios intentos fallidos, la Secretaría de Ciencia y Tecnología ha iniciado en 2006 un programa de prospectiva, “2020: Escenarios y Estrategias en Ciencia, Tecnología e Innovación”, enmarcado dentro de su Plan Estratégico. Al mismo tiempo, otras instituciones han reiniciado o dado mayor publicidad a sus esfuerzos en este campo y hay una buena cantidad de prospectivistas formados en los últimos años. Existe, pues, el potencial para un florecimiento de los estudios de prospectiva en el país: el cortoplacismo está siendo cada vez más criticado, al menos en el discurso público. El estudio de Prospectiva de la SECyT ha sido recibido con gran entusiasmo y participación, tanto por académicos como por empresarios y por el mismo gobierno. Están pro-liferando los cursos de Prospectiva en instituciones públicas y académicas.

Sin embargo, mucho de esto no pasa del terreno del discurso. Es difícil que las instituciones comprometan recursos para estudios de prospectiva. Se arguye que hay escasez de recursos, lo cual es más que discutible, dada la relativa bonan-za económica actual. Más real parece el hecho de que existe todavía el prejuicio, que dio origen hace dos décadas al declinar de los estudios de prospectiva, de que estos no son más que elucubraciones (o ciencia ficción) sin solidez cientí-fica. Este prejuicio se dirige también contra los estudios sociales en general y es parte del cortoplacismo mencionado (“necesitamos hechos, no estudios”). El actual ejercicio de la SECyT ha debido empezar por ello con una metodología un

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tanto heterodoxa, basada más en paneles de expertos que en otras técnicas más formalizadas de prospectiva, hacia las que sigue habiendo bastante desconfianza, en gran parte por desconocimiento. Sin embargo, se ha propuesto realizar un ejercicio Delphi en el estudio del sector químico, lo que puede servir también como un ejercicio testigo.

Tanto académicos como instituciones prefieren atenerse a leer estudios de prospectiva hechos en el exterior, que a realizarlos ellos mismos o encargarlos a expertos locales. Se arguye que la comunidad científica local es muy reducida como para que pueda darse una consulta amplia y confiable. Sin embargo, la participa-ción en las pocas encuestas y ejercicios Delphi hecha en los últimos años suele ser elevada, con porcentajes de respuesta superiores a los de países desarrollados.

Otro hecho que, a nuestro juicio, atenta contra la posibilidad de los estudios de prospectiva, es la falta de espíritu de colaboración entre las instituciones y centros del país. Cada uno busca su propia sobrevivencia y sus propias iniciativas de impacto y es difícil conseguir acuerdos para actividades conjuntas. La SECyT está promoviendo este espíritu de trabajo colaborativo, en general, con nuevos instrumentos de financiación para proyectos en red de I+D entre varias institu-ciones, pero esto todavía no se ha dado en el campo de la Prospectiva. Por eso se da la paradoja de una buena cantidad de prospectivistas y muy pocas actividades conjuntas entre ellos, cuando no abierta hostilidad.

Es necesario un esfuerzo de todos: el sector público (como está tratando de hacerlo la SECyT) puede hacer mucho para promover tanto la prospectiva como el trabajo conjunto de los prospectivistas con que cuenta el país. Es de esperar que las recientes iniciativas tengan este resultado. También será importante el éxito y la difusión de las iniciativas actuales para impulsar tanto en el sector público como en el privado la demanda por los estudios prospectivos.

La participación en la Red Iberoamericana de Prospectiva, en particular a través de proyectos conjuntos, puede constituir un aliciente muy importante para la consolidación de los estudios prospectivos en Argentina, por la ocasión que daría para la participación de expertos e instituciones argentinos en proyectos latinoamericanos de prospectiva.

54 Prospectiva y Prospectiva Tecnológica en Argentina

5. Referências

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HERRERA, Amílcar (1977), Catástrofe o Nueva Sociedad, Modelo Mundial Lati-noamericano, IDRC (International Development Research Center), Ottawa, Ca-nada.

HERRERA, Amílcar, (1994), Las Nuevas Tecnologías y el Futuro de América La-tina - Riesgo y oportunidad, ed. Siglo XXI, México.

MARÍ, Manuel (2003), Prospectiva Tecnológica: Algunas reflexiones sobre la ex-periencia latinoamericana, ponencia presentada en las I Jornadas de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica, organizadas por CYTED en Santa Cruz de la Sierra, Bolivia, en marzo de 2003.

MARTÍNEZ VIDAL, CARLOS y MARÍ, Manuel (2005), “La Escuela de Pensa-miento Latinoamericano en Ciencia, Tecnología y Desarrollo”, revista virtual CTS+I, nº 4, OEI (www.oie.es).

MARTÍNEZ VIDAL, Carlos (1973), Reflexiones sobre ‘Inteligencia Tecnológica, documento interno, OEA, Washington, D.C.

MARTÍNEZ VIDAL, Carlos (1973), Diplomacia Técnica, documento interno de OEA, Washington, D.C.

MCT/CNPq (1988-1989), O futuro hoje. Avaliaçao e Perspectivas em ciencia e tecnologia, Brasilia.

OEA (1989), Reunión Internacional sobre América Latina y el proceso de cambio tecnológico-industrial (Buenos Aires, 13-17 de marzo de 1989), Ponencias de la Reunión (mimeo).

ONUDI (1997), Iniciativa regional para Desarrollo del Pronóstico Tecnológico en América Latina (IPROTEC) (primer borrador, 15.04.1997, mimeo).

PETRELLA, Ricardo (1996), Límites a la competitividad, Univ. Nacional de Quil-mes, Buenos Aires, Argentina.

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SECyT (2005), Bases para un Plan Estratégico de Mediano Plazo en Ciencia, Tec-nología e Innovación (2005-2015), SECyT, Buenos Aires.

SECyT (2001), Proyecto de Prospectiva Tecnológica. Documentos Preliminares SECyT.

THE ECONOMIST INTELLIGENCE UNIT (1998), Argentina to 2010 (cap. 9, “The forecasts, 1999-2010: beyond economic reform”), The Economist, 1998.

Prospectiva Tecnológica en Bolivia

César Villagómez Villarroel

1. Introducción

Tomando como una primera aproximación a Prospectiva la definición plan-teada como, “el arte y/o la ciencia para estudiar y prever el futuro”, encontramos desde las culturas milenarias que habitaron el Alto Perú, hoy Bolivia, el interés por conocer lo que depara el futuro. Salvando las distancias con los gestores en materia de Prospectiva, encontramos en la cultura andina desde tiempos ances-trales hasta nuestros días a los yatiris, personajes que hacían y todavía hoy rea-lizan lecturas del futuro en hojas de coca y recurriendo a cartas. Las caracterís-ticas de estos intentos por conocer el futuro son que aquellas lecturas no tienen ninguna base científica y que no están encaminadas a la acción sino por razones culturales a una espera pasiva de ese futuro sea bueno o malo. Aquí se encuentra una diferencia fundamental con lo que hoy se entiende por Prospectiva, ya que aquellos intentos no implicaban o implican la construcción de un escenario fu-turo deseado.

Volviendo a tiempos más recientes, tras la revisión de trabajos publicados sobre Prospectiva Tecnológica en Latinoamérica, la revisión de las experiencias en cuanto a asimilación de la Prospectiva Tecnológica y con el único objetivo de contextualizar la evolución de la Prospectiva en Bolivia se identifican fases claramente diferenciadas incluso cronológicamente por las cuales transitan los países iberoamericanos.

58 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

1.1. Fases del desarrollo de la prospectiva en latinoamérica

Se identifican tres fases que son:

Difusión y Popularización de la Prospectiva;• Aplicación de la Prospectiva en la Implementación de los Sistemas Na-• cionales de Innovación; Aplicación de la Prospectiva Tecnológica por diversos de Sectores In-• dustriales.

La primera fase en Latinoamérica denominada Difusión y Popularización de la Prospectiva se presenta aproximadamente hasta 1990, las características son:

Organización de Seminarios y Talleres, casi en su totalidad financiados • por organismos internacionales; Utilización de terminología de transición, tal como previsión en lugar • de prospectiva;Asociación de la previsión más a la corriente norteamericana del • Pronóstico;Escasa participación de los sectores gubernamental y empresarial;• Esfuerzos individuales y aislados de personas o de instituciones • académicas.

La segunda fase denominada de Aplicación de la Prospectiva en la Imple-mentación de los Sistemas Nacionales de Innovación se presenta aproximada-mente entre 1991 y 1999, se caracteriza por:

Emprendimientos gubernamentales para apoyar la implementación de • los Sistemas Nacionales de Innovación, mediante la elaboración de Pla-nes para lo cual se realizan estudios de Prospectiva Tecnológica; Creación de organismos en algunos casos estatales, en otros casos privados • o mixtos que realizan estudios de prospectiva, con diversas denominacio-nes pero con el objetivo común de canalizar las iniciativas nacionales;Escasa participación del sector empresarial;• Se establece la diferencia entre Prospectiva y Pronóstico y por onde se • presta especial atención a la corriente francesa de la Prospectiva.

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La tercera fase denominada Aplicación de la Prospectiva Tecnológica por diversos Sectores Industriales se presenta aproximadamente a partir del año 2000 y está caracterizada por:

Sistemas Nacionales de Innovación consolidados, con fuertes interre-• laciones entre los actores, elementos o entornos identificados y princi-palmente con una estructura institucional y legal que permite apoyar proyectos innovadores; Realización de estudios de Prospectiva Tecnológica en nivel Nacional, • para Regiones de un determinado país o estudios que pueden involucrar a más de un país latinoamericano;Realización sistemática de estudios sectoriales en nivel de clusters y/o de • cadenas productivas; Consolidación de consultoras que tanto en su entorno como en nivel • de otros países que se encuentran situados en algunas de las dos fases previas, operan para difundir lo que es la Prospectiva Tecnológica y otras herramientas complementarias tales como Vigilancia Tecnológi-ca, mediante talleres de capacitación o con el desarrollo de proyectos específicos; Desarrollo Industrial debido entre otras razones a las innovaciones de • producto, proceso y gestión que se generan a partir de anteriores estra-tegias implementadas tras la realización de estudios prospectivos.

Si bien es posible situar a los países latinoamericanos en alguna de las fases mencionadas, en este trabajo solo mencionaremos el caso de Bolivia que está es-tancada en la primera fase denominada Difusión y Popularización de la Pros-pectiva, pese a que en el país se presentaron en los años 90 todas las condiciones y oportunidades que se dieron en otros países latinoamericanos tales como Ar-gentina, México, Colombia y Venezuela que si pudieron despegar y avanzar hacia una segunda o tercera fase. La razón principal por la que Bolivia ha quedado estancada es la inexistencia o la fragilidad de un incipiente Sistema Nacional de Innovación que no permite coordinar un programa de trabajo a largo plazo y menos la interrelación entre sus diversos actores.

60 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

2. Retrospectiva

La experiencia boliviana de mediados y finales de los años 90 se puede consi-derar muy rica en cuanto a difusión de Prospectiva Tecnológica ya que se llevaron a cabo eventos internacionales de carácter académico que marcan los primeros intentos por difundir la temática y por conocer en vivo las experiencias de otros países. Se detallan a continuación tres de esas experiencias: el Seminario Inter-nacional sobre Previsión y Pronóstico Tecnológico, el Grupo de Coordinación conformado y el Taller Internacional sobre Previsión Tecnológica.

2.1. Seminario Internacional sobre “Previsión y Pronóstico” Tecnológico

El primer antecedente sobre Prospectiva Tecnológica registrado en Bolivia es el Seminario Internacional sobre “Previsión y Pronóstico” Tecnológico realizado en la ciudad de Santa Cruz de la Sierra en diciembre de 1996 con el auspicio de la Organización de las Naciones Unidas para el Desarrollo Industrial (ONUDI), el apoyo del Centro Iberoamericano de Formación y del Centro Internacional de Ciencias y Tecnologías Avanzadas y la organización de la Academia Nacional de Ciencias de Bolivia y la Universidad Autónoma Gabriel René Moreno. Este taller de expertos en Previsión Tecnológica se planteó con los siguientes propósitos:

Analizar críticamente las actividades de Prospectiva Tecnológica reali-• zadas en la región a partir de experiencias adquiridas en proyectos in-ternacionales; Comparar las experiencias latinoamericanas en cuanto a estudios de • Prospectiva Tecnológica con las experiencias japonesas y europeas. Efectuar un relevamiento de las metodologías utilizadas a nivel inter-• nacional;Generar una masa crítica de personas que puedan ejecutar este tipo de • estudios; Crear un proyecto regional que responda a los acelerados y necesarios • procesos de inserción e integración. Que entre sus acciones pueda ana-lizar las recomendaciones de reuniones técnicas de foros como CYTED, MERCOSUR, Grupo Andino, en cuanto a la evolución de las tecnolo-gías, políticas científicas, tecnológicas y de innovación.

61César Villagómez Villarroel

2.1.1. Grupo de Coordinación

Como experiencia piloto y tomando una recomendación del Seminario In-ternacional anteriormente presentado, se conformó un Grupo de Coordinación que estuvo compuesto por distinguidas personalidades de Argentina, Bolivia, Brasil, México y Venezuela que con el apoyo de ONUDI, el Programa Iberoame-ricano de Ciencia y Tecnología para el Desarrollo, la Comisión Interministerial de Ciencia y Tecnología de España y la Agencia de Evaluación trabajó durante el año 1997, aunque a fines de ese año fue disuelto. Esta es la primera experiencia de trabajo a nivel regional en el campo específico de la Prospectiva Tecnológica.

Se puede afirmar que esta experiencia nacida en Bolivia no tuvo la trascen-dencia que se esperaba a nivel nacional ya que no existió una escuela de forma-ción de líderes en Prospectiva Tecnológica, principalmente por el escaso invo-lucramiento de universidades y del sector gubernamental. Sin embargo fue un catalizador de otros emprendimientos regionales de trabajo en red, tal es el caso del Proyecto: “Mejoramiento en las Políticas de Ciencia y Tecnología en el Siste-ma Interamericano, mediante la Implementación de un Programa de Pronósti-co-Previsión Científica y Tecnológica en el Contexto Público y Privado” que fue ejecutado el año 1999 por la oficina de Ciencia y Tecnología de la Organización de Estados Americanos, entendiendo que la Prospectiva se constituía en una prioridad para la región. Dos actividades se desarrollaron en el marco de dicho proyecto, el primero consistió en la participación de un grupo de ocho expertos de la región en un curso sobre previsión realizado en la Universidad de Manches-ter en Inglaterra y la segunda actividad consistió en un Taller de Trabajo sobre Previsión Tecnológica que se organizó en Bolivia.

2.2. Taller sobre Previsión Tecnológica

En octubre de 1999 organizado por la Academia Nacional de Ciencias y la Universidad Mayor de San Simón y con el apoyo financiero de la Oficina de Ciencia y Tecnología de la Organización de Estados Americanos se desarrolló en la ciudad de Cochabamba un Taller de Expertos sobre Previsión Tecnológica. Asistieron expertos de Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Colombia, Costa Rica, España, Jamaica, Uruguay, Venezuela y Reino Unido. Las conclusiones de las de-liberaciones de aquel evento se presentan a continuación:

62 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

Recomendación para que en futuros documentos y eventos de la región • sobre esta temática, se utilice la palabra prospectiva en lugar de previsión y que se añada a la palabra prospectiva las palabras científica y tecnológica; Destacar la importancia que tiene para los países de la región el dotarse • de capacidades de Prospectiva Científica y Tecnológica, como instru-mento para la definición de políticas gubernamentales, empresariales y académicas; Identificar a los actores de la Prospectiva, entre ellos tomadores de deci-• siones económicas y políticas, gerentes de prospectiva para el proceso de toma de decisiones, gerentes de prospectiva para la ejecución de estudios, operadores, usuarios finales a nivel de gobierno, empresa y academia; Capacitar de manera específica a cada grupo de actores mediante cur-• sos, talleres, seminarios y pasantías. Desarrollar un intenso programa de comunicación. Declarar prioritaria la creación de una Red Temática CYTED, dentro del subprograma de Gestión Tecnológica; Probablemente se tengan otras iniciativas regionales en diversos países • iberoamericanos como preámbulo a la conformación de la Red Iberoame-ricana de Prospectiva Tecnológica (RIAP), pero se puede afirmar que en el evento de Cochabamba se plantó una semilla que germinó el año 2003; En las actividades descritas de lo que se puede considerar el pasado en Bo-• livia, se debe destacar la participación de un actor fundamental que fue la Academia Nacional de Ciencias de Bolivia y especialmente del Dr. Carlos Aguirre Bastos, presidente de dicha institución durante varios años.

3. Presente

Para estudiar el presente es necesario introducir dos elementos de análisis, por un lado la situación actual de la economía en Bolivia y por otro lado la evolu-ción y situación actual del Sistema Boliviano de Innovación así como el Sistema Boliviano de Tecnología Agropecuaria. Estos elementos nos permiten explicar el por qué de la situación actual y como proyectar el futuro o los desafíos de la Prospectiva Tecnológica en Bolivia. Este planteamiento es parte de una hipótesis no demostrada que a mayor nivel de desarrollo y consolidación del Sistema Na-cional de Innovación se tiene una mayor utilización sistemática de herramientas

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de Gestión de la Innovación y la Tecnología, entre ellas Vigilancia Tecnológica y Prospectiva Tecnológica.

En lo que respecto al Sistema Boliviano de Innovación en esta sección de planteará su evolución hasta el presente y el procedimiento seguido el año 2003 para la elaboración del Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación.

3.1. Situación Actual de la Economía en Bolivia

La economía boliviana ha experimentado un cambio a partir del enero de 2006, cuando Evo Morales asume el gobierno con un inédito triunfo electoral con el 54% de la votación. La denominada “recuperación de los recursos natu-rales” se ha constituido en un pilar de la nueva política económica, que se ha re-flejado en la “nacionalización” de los hidrocarburos traducido en un incremento significativo de los impuestos a las empresas transnacionales por la explotación de dichos recursos, generando mayores ingresos para el país que explica la mayor parte del nivel record de Reservas Internacionales de alrededor de 4.000 millo-nes de dólares. El mayor ingreso del país, no solamente del sector hidrocarburos sino también de la minería y remesas que llegan del extranjero debido a la alta migración que se ha dado en los años recientes, ha generado una mayor liquidez en la economía que, junto a otros factores tales como la subida de precios de alimentos en los mercados internacionales y mayor gasto público, se traduce en presiones sobre el nivel general de precios superando a la fecha las metas inicia-les del gobierno respecto a la inflación para este año. Aunque aún no se tienen disponibles cifras oficiales sobre el crecimiento real de la economía, la insuficien-te inversión extranjera directa por la aparente inseguridad jurídica y los efectos de “El Niño” sobre la producción podrían determinar que, a pesar del favorable contexto internacional con precios altos para las materias primas, el crecimiento de la economía de este año sea similar o inferior al del año pasado y ubicarse en alrededor de 4.5%.

Hace tres años, en 2004, la inflación anual fue de 4.6%; en cambio a julio del presente año la inflación acumulada alcanza a 6.4%, lo que se refleja en un mayor costo de vida. A su vez, el año 2004, la estructura del crecimiento de la economía tenía un componente importante en la industria manufacturera que incluía las crecientes exportaciones a EE UU a través de un acuerdo de preferencias arance-larias denominado ATPDEA y se negociaba un tratado de libre comercio (TLC) con ese país del norte; actualmente, prácticamente se ha cerrado la posibilidad

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de dicho TLC y el crecimiento tiende a concentrase más en sectores intensivos en capital como el sector de hidrocarburos. Con la minería ocurre un hecho pa-radójico, a pesar de los precios internacionales altos de los minerales y mayores exportaciones en valor, con información preliminar se observa que el sector de la minería no muestra crecimiento en términos reales.

En ese contexto, recientemente el gobierno creó el Banco de Desarrollo Pro-ductivo con fondos que ascienden a 60 millones de dólares, insuficiente desde todo punto de vista, pero que se espera muevan la economía boliviana. Otro fenómeno que se da es que la inversión pública tiende a aumentar por los mayores recursos percibidos por el país, aunque lamentablemente esto no tienen relación directa, al menos a mediano plazo, con actividades que promuevan la innovación tecnoló-gica y la utilización sistemática de herramientas de Gestión de la Innovación y la Tecnología tales como Vigilancia Tecnológica y Prospectiva Tecnológica.

3.2. Sistema Boliviano de Innovación

En 1977 se crea en Bolivia el Sistema Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico (SINDECYT), que al no contar con brazos operativos no realizó ac-ciones para buscar que las interrelaciones del triángulo de Sábato (modelo to-davía hoy vigente en Bolivia) sean fuertes. Con un rezago de 20 años respecto a varios países de la región, recién en 1991 se crea el Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (CONACYT), pasando a ser el órgano superior del SINDECYT y encargado de definir la política y las herramientas generales de los distintos as-pectos de ciencia y tecnología. Se crea también el Fondo Nacional de Ciencia y Tecnología que sin embargo nunca llegó a operar, lo cual significa que nunca se pudieron encaminar fondos públicos o privados para incentivar la investigación pura o aplicada y el desarrollo experimental y crear los incentivos necesarios para que la vinculación universidad – empresa pueda darse. En la figura 1 se presenta el modelo del Sistema Boliviano de Innovación que todavía hoy en día se caracte-riza por la desarticulación entre los sectores de gobierno, universidad y empresa y por la escasez de elementos dinamizadores que faciliten las interrelaciones del triángulo. El gobierno debió ser el promotor de la interacción universidad-sector productivo, creando incentivos para las universidades y para las empresas inno-vadoras, no lo hizo y tampoco está pudiendo hacerlo ahora que las condiciones del mercado han cambiado.

65César Villagómez Villarroel

El año 2001 se promulga la ley 2209, después de 25 años de iniciar su trata-miento. Esta ley declara como prioridad nacional y de interés público el fortaleci-miento de las capacidades científicas, tecnológicas y de innovación. Sin embargo su reglamentación no ha sido aprobada hasta la fecha, lo que ha dificultado su implementación, la consecución de fondos provenientes de la cooperación inter-nacional y la posibilidad de destinar fondos del tesoro general de nación.

Figura 1 - Modelo Básico de Sistema Nacional de Innovación

Como consecuencia de ello se tienen escasos elementos dinamizadores de carácter temporal entre los que se pueden citar:

Concurso de Proyectos en Ciencia, Tecnología e Innovación aplicados a • la Industria; Concurso de Ideas Emprendedoras con apoyo de la Corporación Andina • de Fomento (CAF); Proyectos concursables en el marco del Fondo de Mejoramiento de la • Calidad de la Educación Superior (FOMCALIDAD) ejecutado con fon-dos del Banco Interamericano de Desarrollo.

Por otro lado a la fecha se encuentran en proceso de consolidación tres ele-mentos dinamizadores o estructuras de interfaz de carácter permanente y que debieran permitir una mayor transferencia de tecnología y aplicación de Pros-pectiva Tecnológica, estas estructuras son:

66 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

Parque Industrial Santibáñez; • Incubadora de Empresas con el apoyo del Programa Andino de Compe-• titividad (PAC) de la CAF; Cluster de las Oleaginosas. •

3.3. Elaboración del Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación

Paralelamente al trabajo de lograr consensos respecto al reglamento de la ley 2209, el Ministerio de Educación de Bolivia bajo la tuición de la Dirección Ge-neral de Ciencia y Tecnología dependiente del entonces Viceministerio de Edu-cación Superior, Ciencia y Tecnología comenzó a trabajar en la elaboración de la Estrategia Nacional de Ciencia y Tecnología. Para ello se emplearon U$ 150000 provenientes de un fondo no reembolsable del Banco Interamericano de Desa-rrollo en el marco del Convenio de Cooperación Técnica BID ATN/SF-7233 BO, contrato que se suscribió en noviembre de 2000 y el proyecto aprobado consistía en el fortalecimiento del Sistema Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación mediante el establecimiento de relaciones de integración y concertación entre los sectores estatales, académicos y productivos, con el propósito de mejorar la competitividad y productividad de los agentes del sector real de la economía que permita insertarse favorablemente al país en el contexto de los desafíos de la glo-balización económica.

El trabajo se inició en diciembre de 2002 con un Seminario organizado por el Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (CONACYT), contando como faci-litador con un experto en Prospectiva Tecnológica del “Centro de Pensamiento Estratégico y Prospectiva” de la Universidad Externado de Colombia y en el cual participaron funcionarios de organismos de gobierno, docentes e investigadores de universidades del país y representantes del sector empresarial. El seminario de desarrolló en tres lineas centrales:

Escenarios futuros en América Latina a partir de las reglas de juego del • entorno mundial; Concepto y corrientes de la prospectiva; • Taller de simulación y apropiación del modelo prospectivo. •

67César Villagómez Villarroel

El taller de simulación y apropiación del modelo prospectivo se diseñó con la intención de responder las siguientes cuatro preguntas:

¿Cuáles son los sectores económicos en los que Bolivia tiene mayores • ventajas comparativas para el futuro? ¿Cuáles son las variables clave que determinan el desarrollo del país? • ¿En que escenarios de futuro se podrá encontrar el país, veinte años • adelante? ¿Qué estrategias es necesario poner en práctica para lograr el mejor es-• cenario?

Para responder a estas preguntas en el taller se propuso difundir y enseñar la utilización de las siguientes técnicas prospectivas con el software correspondiente:

Ábaco de Regnier; • Árboles de Competencia; • Análisis Estructural; • Matriz de Impactos Cruzados; • Matriz Importancia y Gobernabilidad (IGO). •

Con la capacitación indicada y un plan de aplicación de prospectiva tecnoló-gica para el estudio, un grupo de consultores bolivianos y personal de la Direc-ción Nacional de Ciencia y Tecnología del Ministerio de Educación, iniciaron la tarea de elaboración del Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación para el quinquenio 2004-2009. Se comenzó por la determinación de los sectores eco-nómicos en los que Bolivia tiene mayores ventajas comparativas para el futuro, luego se incorporó al equipo de consultores a un especialista en cada uno de esos sectores para elaborar sendos estudios de prospectiva científica y tecnológica. Los estudios específicos realizados fueron los siguientes:

Prospectiva Científica y Tecnológica en Agricultura y Ganadería del • Oriente y el Chaco; Prospectiva Científica y Tecnológica en Agricultura y Ganadería para el • Occidente de Bolivia; Prospectiva Científica y Tecnológica del Medio Ambiente y los Recursos • Naturales del Oriente;

68 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

Prospectiva Científica y Tecnológica del Medio Ambiente y Recursos • Naturales del Occidente; Prospectiva Científica y Tecnológica en la Industria Manufacturera de • Bolivia; Prospectiva Científica y Tecnológica en Minería; • Prospectiva Científica y Tecnológica en Hidrocarburos, Gas y Energía; • Prospectiva Científica y Tecnológica en Transportes y Vialidad; • Prospectiva Científica y Tecnológica en Informática en Bolivia. •

En la etapa de ejecución se puede afirmar que los estudios básicamente con-sistieron en diagnósticos elaborados a partir de Talleres realizados en diversas ciudades del país, organizados por sectores económicos priorizados y con la participación de actores de las distintas cadenas productivas identificadas para cada sector, desde los productores hasta los industrializadores y especialistas de universidades, estudios que se denominaron de “recuperación de información”. Como ejemplo de la ejecución de los estudios, en el caso de la “Prospectiva Cien-tífica y Tecnológica en la industria manufacturera de Bolivia”, se partió de un do-cumento base elaborado por el consultor especialista a cargo del estudio sectorial quien hizo la presentación correspondiente. A partir de ello como metodología se segmentaron a los industriales participantes en cuatro grupos de acuerdo a la naturaleza de su industria, teniendo los siguientes cuatro grupos:

Industrializadores de materias primas nacionales que exportan; • Industrializadores de materias primas nacionales que producen para el • mercado interno; Industrializadores con alta dependencia de insumos importados que ex-• portan; Industrializadores con alta dependencia de insumos importados que • producen para el mercado interno.

A cada grupo se incorporaron un grupo seleccionado de expertos, personali-dades clave, expertos de las universidades y del sector financiero. En cada grupo por consenso se procedió al llenado de un formulario informativo, para ello fue importante la participación y apoyo de los expertos. Las fortalezas y debilidades identificadas por cada grupo se llevaron a una plenaria de donde surgieron las conclusiones del taller y las alternativas de acción que fueron sistematizadas pos-teriormente por el equipo de consultores.

69César Villagómez Villarroel

Revisando el procedimiento empleado, se concluye que se recurrió al método prospectivo más simple que es el Dictamen de un grupo de expertos, conside-rando como una desventaja la influencia que pudieron ejercer algunos expertos sobre el resto de los componentes del grupo.

En la elaboración del documento inicial del Plan Nacional de Ciencia, Tec-nología e Innovación, que luego contó con otros especialistas que adecuaron el trabajo a la realidad boliviana, no se pueden encontrar más evidencias de la apli-cación rigurosa de la Prospectiva Tecnológica, aunque se debe resaltar el hecho que se haya partido por primera vez en un proceso de planificación con un plan de aplicación de la Prospectiva Científica y Tecnológica, tal como ocurrió en el período 1990-2002 en otros países de la región que actualmente se encuentran en la segunda o tercera fase de desarrollo de la Prospectiva Tecnológica. Este hecho es considerado positivo en un entorno de permanentes improvisaciones y se constituyó en una interesante señal de que el país quería avanzar tomando con seriedad los estudios de futuro e intentando construir un futuro posible y deseado saliendo de la visión de corto plazo que fue la característica en este tipo de emprendimientos.

3.4. Estructura del Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación 2004-2009

En la estructura del Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación lanza-do y publicado el año 2004, que nunca pudo comenzar a operar por no contarse con los fondos necesarios y previstos para su funcionamiento, destaca seis programas sectoriales que recogen las demandas de investigación e innovación en los sectores económicos identificados con anticipación y que fueron priorizados en función a las capacidades científico-técnicas existentes. Estos seis programas sectoriales son:

Programa Sectorial Agropecuario;• Programa Sectorial en Medicina y Salud; • Programa Sectorial en Medio Ambiente, Recursos Naturales y Bio-• diversidad; Programa Sectorial Ciencia y Tecnología para la Producción Industrial ;• Programa Sectorial en Minería y Energía; • Programa Sectorial en Ordenamiento Territorial, Transporte, Vialidad • y Vivienda.

70 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

Adicionalmente el Plan cuenta con 3 programas horizontales que contem-plan actividades transversales a todos los programas sectoriales y que en general tienen una cobertura del sector científico y tecnológico.

El Plan contempla los siguientes programas horizontales:

Programa de fomento a la investigación en ciencias básicas, económicas, • sociales, y humanidades; Programa de formación, especialización y movilidad de investigadores y • técnicos para la investigación; Programa de difusión y popularización de la ciencia y la tecnología. •

Finalmente el Plan contiene tres programas movilizadores que reúnen una serie de iniciativas para provocar cambios de actitud y cambios culturales en re-lación a actividades de investigación e innovación. Los programas movilizadores contemplados en el Plan son:

Programa movilizador para la articulación de un Sistema Nacional de • Innovación en Bolivia; Programa movilizador para el fomento de la innovación tecnológica en • la empresa; Programa movilizador para el desarrollo de las tecnologías y la sociedad • de la información.

3.5. Plan de Desarrollo Nacional

Tras el cambio de gobierno en 2006 las nuevas autoridades gubernamentales, especialmente del Ministerio de Planificación del Desarrollo y del recientemente creado Viceministerio de Ciencia y Tecnología decidieron dejar sin efecto el Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación, pese al tiempo y los recursos que en su momento se invirtieron, y en su lugar lanzaron el Plan Nacional de Desarrollo que incluye al Plan Boliviano de Innovación que plantea los siguientes objetivos:

Contribuir al desarrollo a través de la generación de conocimientos y • tecnología y su aplicación en los procesos productivos y en la solución de los grandes problemas nacionales; Desarrollar la nueva matriz productiva nacional, mediante procesos de • innovación que vinculen el sector científico tecnológico y el productivo;

71César Villagómez Villarroel

Incorporar los saberes locales y el conocimiento indígena al campo de co-• nocimientos científicos para su valoración y aplicación en el desarrollo; Desarrollar una cultura científica a través de la extensa difusión de la • ciencia, tecnología e innovación para promover la apropiación del cono-cimiento en el marco de la inclusión y la reciprocidad.

En la Figura 2 se presenta el modelo emergente de Sistema Boliviano de Inno-vación (SBI), que independientemente de que sea bueno o malo implica volver a co-menzar e implica salir de manera teórica y forzada del modelo básico del triángulo de Sábato en el que en la práctica se encuentra operando el Sistema Boliviano de In-novación. En el nuevo modelo aparece una entidad gestora de recursos financieros denominada Sistema Nacional de Financiamiento del Desarrollo que será operado a partir de un Banco de Tecnología. Otra diferencia con los sistemas tradicionales está en que ya no habla de la empresa sino de espacios productivos, haciendo refe-rencia a las tradicionales empresas privadas, pero incluyendo a las empresas comu-nitarias y las empresas públicas, sector que a la fecha es prácticamente inexistente. Otra característica es que como articulaciones del sistema plantea las estructuras de interfaz (EDI) sin definir cuales serán y por tanto sin posibilidad de asegurar que estas puedan convertirse en mecanismos de transferencia de tecnología en el proceso de consolidar las interrelaciones entre los actores del SBI.

Figura 2 - Nuevo Modelo del Sistema Boliviano de Innovación

72 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

3.6. Sistema Boliviano de Tecnología Agropecuaria

Después de un análisis del funcionamiento de los sistemas en Bolivia, se pue-de afirmar que lo único que ha estado funcionando como sistema en Bolivia es el Sistema Boliviano de Tecnología Agropecuaria (SIBTA), creado el año 2001 al margen del Sistema Boliviano de Innovación bajo la tutela del Ministerio de Agricultura, Ganadería y Desarrollo Rural (MAGDER), en reemplazo del Ins-tituto Boliviano de Tecnología Agropecuaria (IBTA) que fue cerrado en 1998, aquejado de múltiples problemas tales como el divorcio entre el trabajo de sus investigadores y las reales demandas que provenían del sector productivo rural. El SIBTA que es un sistema orientado por la demanda y con enfoque de cadena productiva, es considerado un sistema realmente innovador y creativo, que plan-tea la implementación de dos tipos de proyectos: los Proyectos de Innovación Tecnológica Aplicada (PITAs), que son proyectos de validación y transferencia de tecnología y los Proyectos de Investigación Estratégica Nacional (PIENs), que son proyectos de investigación. Para la gestión de los PITAs se constituyeron cuatro fundaciones privadas con la denominación Fundación para el Desarrollo Tecnológico Agropecuario (FDTA) correspondientes a cuatro macroecoregiones del país: Altiplano, Valles, Trópico Húmedo y Chaco. El SIBTA ha permitido la aparición y potenciamiento en cuanto a capacidades tecnológicas y formación de recursos humanos de instituciones oferentes que concursan para resolver proble-mas planteados por los demandantes, que son los productores.

Con el último cambio de gobierno en Bolivia, se comenzó a evaluar el trabajo del SIBTA y recientemente se ha determinado crear en su lugar el Instituto Nacio-nal de Investigación Agropecuaria y Forestal (INIAF) que comenzaría a operar a partir de enero de 2008. Se pretende mantener la cobertura geográfica del SIBTA y solamente se incluye una quinta macroecoregión que es la Amazonía.

4. Prospectiva Económica y Social 2000-2010

La Unidad de Análisis de Políticas Sociales y Económicas (UDAPE), unidad descentralizada del Ministerio de Planificación del Desarrollo, llevó a cabo el estudio “Bolivia: Prospectiva Económica y Social 2000-2010”. El trabajo publi-cado en la serie “Cuadernos de Futuro” de abril de 2002 y editado por el equipo Informe de Desarrollo Humano en Bolivia, muestra tres escenarios de evolución

73César Villagómez Villarroel

de la pobreza en Bolivia en el mediano plazo, “escenario tendencial”, “escena-rio moderado” y “escenario optimista”. La construcción de estos escenarios se realizó tomando como referencia algunos estudios de programación financiera del Fondo Monetario Internacional y proyecciones del Banco Central de Bolivia, trabajando en un contexto de consistencia macroeconómica. Dichos escenarios de cambios en la economía no son suficientes para modificar de forma sustancial la estructura productiva de Bolivia y por ende reducir los índices de pobreza en los niveles deseados, el estudio marca un horizonte que debe tomarse en cuenta a la hora de fijar metas y políticas nacionales.

Si bien el estudio de UDAPE no es una aplicación rigurosa de la Prospectiva ya que sigue más la línea del Pronóstico, tiene la virtud de mostrar que en un país con una economía muy deteriorada y una sociedad convulsionada, es posible la aplicación de la Prospectiva a ámbitos económicos, sociales y políticos como un medio para visualizar una luz al final del túnel. Por otro lado muestra que tras un trabajo de difusión bueno o malo de los años 90, se está dando una apropiación de la terminología, la cual se espera que tenga un efecto multiplicador.

4.1. Estudio Prospectivo al 2020 sobre la Educación Superior

Considerando la realidad actual que implica el trabajo en redes internacio-nales, se destaca el estudio iniciado a finales del año 2005 por el Convenio An-drés Bello - CAB y el Instituto Colombiano para el Desarrollo de la Ciencia y la Tecnología. COLCIENCIAS, con el tema “Estudio Prospectivo al 2020 sobre la Educación Superior para la Transformación Productiva y Social con Equidad en los Países del Convenio Andrés Bello”. El estudio contó con la participación de un número significativo de académicos bolivianos y se desarrolló con la apli-cación de la técnica Delphi, con un primer cuestionario sobre la relación entre educación superior y transformación productiva y una segunda parte con diez cuestionarios sobre diversos tipos de tecnologías emergentes en áreas de espe-cialidad tales como energía, medio ambiente, agricultura y alimentos, tecnología de la información y las comunicaciones, Manufactura y Materiales, Medicina, Espacio, Transporte, Tecnologías Sociales. En esta primera etapa participaron 503 expertos de la región y proporcionó las bases para la construcción preliminar de tres escenarios de la educación superior para la transformación productiva, social y equidad en los países del Convenio Andrés Bello, denominados “avance lento”, “avance intermedio” y “avance acelerado”. Actualmente en la segunda eta-

74 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

pa de realización se ha definido la participación de un grupo menor de expertos que se reunieron recientemente para formular, elaborar y depurar los escenarios de futuro, las políticas públicas de estado, las estrategias y las acciones priori-zadas al 2020 de la educación superior para la transformación productiva y so-cial con equidad en los países del Convenio Andrés Bello que son Bolivia, Chile, Colombia, Cuba, Ecuador, España, México, Panamá, Paraguay, Perú, República Dominicana y Venezuela.

5. Desafi os - Perspectiva de La Prospectiva

El desafío urgente y por ello la primera etapa consiste en crear en Bolivia un espacio donde se pueda desarrollar y debatir el pensamiento sobre el futuro. Este espacio puede ser una Red de Información y Difusión con caracter nacional pero con buenas articulaciones a nivel internacional, que entre otras acciones pueda crear un foro de opinión para salir en el plazo más breve posible de la cultura orientada al corto plazo. En tal sentido es necesario concientizar a las instancias pertinentes del gobierno, tales como el Ministerio de Planificación del Desarrollo y el Viceministerio de Ciencia y Tecnología, entidades empresariales tales como Cámara Nacional de Industrias y Cámaras Departamentales de Industrias e in-cluso instancias universitarias, respecto a las grandes ventajas que podría traer el planteamiento de sus estrategias a partir de estudios de Prospectiva.

En una segunda etapa, con el apoyo del gobierno, se deben identificar 3 o 4 sectores importantes para el desarrollo del país, a priori se podrían mencionar a los sectores de minería, forestación, agricultura y agropecuaria. Se tiene que inducir a estos sectores para que organicen su propio desarrollo sectorial en base a estudios de Prospectiva Tecnológica. En esto el principal desafío es lograr que los actores de estos sectores puedan trabajar en equipo.

Recién en una tercera etapa se recomienda la organización formal de Ofici-nas o Observatorios de Prospectiva Tecnológica, es decir una vez que se ha he-cho un trabajo sostenido de difusión a través del espacio de pensamiento pros-pectivo y las acciones concretas de los sectores inducidos a trabajar en equipo en estudios de Prospectiva.

Esta Oficina que puede ser de carácter mixto (con participación del gobierno y el sector privado) debe generar las políticas y realizar la medición de resultados o del impacto logrado por la aplicación de estudios de Prospectiva Tecnológica.

75César Villagómez Villarroel

5.1. Formación Permanente de Recursos Humanos

Con la intención de difundir el pensamiento prospectivo y capacitar recursos humanos que puedan acceder a puestos clases en instancias gubernamentales, empresariales y universitarios, tal como ocurre en México y Colombia, es nece-sario que en Bolivia se oferte algún programa de postgrado que brinde formación avanzada en Prospectiva Tecnológica y complementada con temas afines. Es pro-bable que esta actividad se de naturalmente como parte de la tercera etapa.

5.2. Misión de la Red Iberoamericana de Prospectiva Tecnológica (RIAP)

Como ente regional compuesto por un selecto grupo de expertos en Prospec-tiva Tecnológica de Iberoamérica y con experiencias reales de aplicación de estu-dios de Prospectiva, la Red Iberoamericana de Prospectiva Tecnológica (RIAP) en el marco de su objetivo general que es “propiciar el avance del conocimiento y de las capacidades regionales para desarrollar la Prospectiva Tecnológica como instrumento para la formulación de políticas y estrategias gubernamentales, ins-titucionales y empresariales”, está llamado a constituirse en el principal aliado de Bolivia para popularizar los estudios de Prospectiva Tecnológica, mediante un apoyo en las tres etapas planteadas y la implementación de los cursos de forma-ción permanente de recursos humanos.

En ese marco una acción inmediata que se puede implementar en el primer semestre del año 2008 es la organización, conjuntamente con una universidad lo-cal, de un Seminario Taller de alcance nacional donde se presenten experiencias recientes de aplicación de Prospectiva Tecnológica y las herramientas usuales y en una segunda parte el análisis de la convergencia de diversas tecnologías de-nominadas NBIC en referencia a la nanotecnología, biotecnología, tecnologías cognitivas y las tecnologías de la información y la comunicación. El objetivo in-mediato sería el de concientizar y capacitar en la realización de estudios de Pros-pectiva a líderes de los distintos elementos del Sistema Boliviano de Innovación, entre ellos el sector gubernamental, sector empresarial y sector de infraestructu-ra científica-tecnológica, incluyendo al sector financiero.

76 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

5.3. Relanzamiento del Sistema Boliviano de Innovación

Aunque el Plan de Desarrollo Nacional ya se ha lanzado y el Sistema Bolivia-no de Innovación esta dando sus primeros pasos, el comenzar de nuevo siempre representa una oportunidad para tener una clara lectura del futuro a 10 o 20 años y replantear las acciones para alcanzar un futuro deseado, por tanto se plantea la necesidad de que se recurra a estudios de Prospectiva Tecnológica que permitan implementar acciones coherentes para articular el Sistema Boliviano de Innova-ción considerando que actualmente se tiene una coyuntura de precios internacio-nales favorable para productos tradicionales bolivianos, un fondo de desarrollo productivo que está comenzando a operar, fondos de inversión pública que están en incremento y que pueden orientarse de manera estratégica para generar condi-ciones para emprendimientos innovadores y la consolidación de nuevos mecanis-mos de transferencia de tecnología tales como incubadoras de empresas, parques tecnológicos, clusters, ferias tecnológicas, oficinas de transferencia de resultados de investigación con acceso irrestricto a banco de datos de patentes, etc.

Para generar el plan Bolivia 2020 es importante recurrir a un estudio de pros-pectiva metodológicamente bien estructurado, para lo cual se tiene que buscar financiamiento internacional de organismos tales como la Corporación Andina de Fomento (CAF) con el Programa Andino de Competitividad, Organización de Naciones Unidas para el Desarrollo Industrial (ONUDI), la Organización de Estados Americanos y otros.

5.4. Nuevo Sistema Boliviano de Tecnología Agropecuaria

La implementación de un Nuevo Sistema Boliviano de Tecnología Agrope-cuaria debe constituirse una oportunidad para crear un INIAF moderno, que rescate todo lo bueno del sistema anterior, que aprenda de lo que ya se ha re-corrido y de lo ya han hecho otros países iberomericanos y en la definición del plan de acción por los próximos 10 o 20 años, se realice un trabajo minucioso y sistemático que vaya más allá del análisis de la situación actual que usualmente se realiza mediante análisis DOFA y que incluye consultas a nivel de los produc-tores, centros de investigación nacionales e internacionales, comercializadores y otros actores de las cadenas productivas. El sector agropecuario en Bolivia se considera estratégico ya que el país está considerado entre los ocho países más ricos del mundo en biodiversidad y cuenta con innumerables ventajas comparati-

77César Villagómez Villarroel

vas que mediante acciones de un sistema de tecnología agropecuaria fuerte y con objetivos claros, deben ser transformadas en ventajas competitivas, aunque pese a ser un país megadiverso, por diversas razones, Bolivia es uno de los países con menor desarrollo humano y económico.

Se propone entonces la realización de un estudio de Prospectiva Tecnológi-ca como una forma de definir los campos de acción y las líneas de investigación presente partiendo de un escenario deseado para el año 2020, que incluya la Bio-tecnología. Se recomienda la aplicación de la técnica Delphi de tal manera que el consenso al que se llegue incluya a expertos más allá de nuestras fronteras y que conozcan nuestra realidad, situación totalmente factible dado que se han tenido alrededor de 100 organismos de cooperación internacional en el país, principal-mente europeas y norteamericanas que cuentan con expertos de gran nivel que han trabajado en el país. Para ello se sugiere recurrir a formularios que se puedan llenar en línea mediante acceso a internet en cualquier lugar del mundo. Este es-tudio debe ser coordinado aunque no necesariamente ejecutado por el Ministerio de Desarrollo Rural, Agropecuario y Medioambiente. Es importante la experien-cia de la institución que ejecute el estudio y la elección del moderador.

6. Referencias

ACADEMIA NACIONAL DE CIENCIAS DE BOLIVIA. (1999), Memoria del Ta-ller de Trabajo sobre Previsión Tecnológica. Cochabamba.

AGUIRRE, C.; KAUFMANN, F. (2001), La Pequeña y Mediana Empresa y la In-novación en Bolivia: Un Análisis Empírico, VIII Seminario Latino-Iberoameri-cano de Gestión de Tecnología, Valencia.

ESCORSA, P.; Valls, J. (2001), Tecnología e Innovación en la Empresa: Dirección y Gestión, Editorial Alfaomega, Bogotá.

FERNÁNDEZ DE LUCIO, I. Et. Al. (1997), Variables a Considerar en el Análisis de los Sistemas Nacionales de Innovación. CYTED, Cuadernos de Gestión Tec-nológica, Sao Paulo.

GODET, M. (2000), La Caja de Herramientas de la Prospectiva Tecnológica, Cua-derno N° 5 del Laboratorio de Investigación en Prospectiva y Estrategia, Paris.

78 Prospectiva Tecnológica en Bolivia

MINISTERIO DE EDUCACIÓN. (2004), Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación 2004-2009. Dirección General de Ciencia y Teconología: Bolivia.

MINISTERIO DE PLANIFICACIÓN DEL DESARROLLO. (2006), Plan Nacio-nal de Desarrollo. Bolivia.

PROGRAMA DE LAS NACIONES UNIDAS PARA EL DESARROLLO. (2000), Bolivia: Prospectiva Económica y Social 2000-2010. Informe Nacional sobre De-sarrollo Humano en Bolivia, Cuaderno de Futuro N° 10: La Paz.

MINISTERIO DE AGRICULTURA, Ganadería y Desarrollo Rural. (2001), Siste-ma Boliviano de Tecnología Agropecuaria, Plan Plurianual 2001-2005. La Paz.

VILLAGOMEZ, C. (2002), Nuevas Perspectivas de la Vinculación Universidad-Empresa en Bolivia. Memorias del Seminario Internacional: “La Formación de los Ingenieros y la Acreditación de Carreras de Ingeniería en Francia y el MER-COSUR”, Buenos Aires.

VILLAGOMEZ, C. (2006), Mecanismos de Transferencia de Tecnología en el Sis-tema Boliviano de Innovación. Memorias del XVII Congreso Latinoamericano sobre Espíritu Empresarial, Panamá.

A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta de Construção

de um Sistema Nacional de Inovação

Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho

1. Sobre o início das atividades de pensar, debater e construir o futuro no Brasil

Tentar contar a história da prospectiva no Brasil requer um olhar amplo e de-talhado no passado buscando indícios de sementes e experiências. Durante muito tempo, projetos e estudos estratégicos envolvendo um olhar de longo prazo para o futuro possivelmente ficaram confinados em escritórios, gabinetes e em processos de tomada de decisão de natureza sigilosa, por isso seus registros não são fáceis de localizar. O que se pode recuperar é que o impulso inicial envolvendo o debate destas idéias chega ao Brasil, a partir dos pioneiros do pensamento latino ameri-cano em ciência, tecnologia e sociedade, tais como Amílcar Herrera, Jorge Sábato, Oscar Varsavsky, Helio Jaguaribe e outros. Estes pensadores defendiam a busca de modelos alternativos para pensar e relacionar a ciência, a tecnologia e a socieda-de, ao mesmo tempo em que buscavam construir novos caminhos que pudessem tornar as idéias defendidas pela democracia em realidades sociais. A questão do futuro emergia naturalmente na discussão do planejamento a longo prazo.

Deve-se ao Prof. Amílcar Herrera1, a criação do primeiro núcleo de pensa-mento prospectivo em política de ciência e tecnologia no Brasil. Em 1979, Herrera veio para o Brasil, a convite da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, para criar o Instituto de Geociências – IG. Mais tarde, foi também responsável

1 Dagnino, R., Velho, L. Tributo ao Professor Herrera. Jornal da Unicamp. Ed. 302. 19 a 25/09/2005. Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/

setembro2005/ ju302pag02.html. Acesso em 21/08/2007.

80 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta

de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

pela criação do Departamento de Política Científica e Tecnológica – DPCT, onde atuou como professor por mais de 15 anos difundindo suas idéias.

Nessa época, os debates versavam sobre a necessidade de novos contratos sociais entre a ciência e a sociedade e indicavam a necessidade de mudança nos padrões vigentes, buscando escapar do modelo linear de ciência para incorpo-rar uma visão mais complexa dos inter-relacionamentos científicos e sociais e definir outras prioridades. Discutia-se que o Estado, ao apoiar novas trajetórias tecnocientíficas, deveria se tornar o tradutor dos interesses da sociedade a partir de demandas em ciência e tecnologia que fossem socialmente orientadas. (Dagni-no, 2002). Este período foi profícuo em reflexões acerca da relação entre ciência, sociedade e o processo de desenvolvimento científico e tecnológico, como um processo social, em estreita conexão com a qualidade de vida.

Conforme Salles-Filho (2002), é na década de 70 que surge no Brasil o pri-meiro documento oficial de política explícita de Ciência e Tecnologia, o Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - I PBDCT, parte integrante do Plano Nacional de Desenvolvimento - I PND (1972-1974), e do Programa de Metas e Bases para a Ação do Governo. Este documento buscava definir de forma explícita os rumos do desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro. Assim, o I PND visava fortalecer o poder de competição nacional em setores prioritários, concentrar recursos em prioridades tecnológicas claras, acelerando os processos de transferência de tecnologia e fortalecer a infra-estrutura tecnológica e a capa-cidade de inovação da empresa nacional, pública e privada.

Entretanto, foi o II PBDCT (1976), integrado ao II PNB (1974-1979), que trou-xe inovações como a criação do Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - SNDCT, e do Programa Nacional de Pós-graduação - PNPG. O II PBDCT buscou ampliar a oferta de ciência e tecnologia e criar condições para a estruturação do SNDCT, atribuindo ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, a tarefa de coordenação geral. Na opinião de Salles-Filho (2003), este PBDCT mostrava, pelo menos no papel, que havia forte harmonia entre o planejamento maior do país e o planejamento de C&T.

Assim como os anteriores, o III PBDCT, aprovado para o período 1980-1985, foi um detalhamento do tema ciência e tecnologia, no capítulo VI do III Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND). Para Salles-Filho (2003), o III PBDCT representou uma perda na capacidade de planejamento sistêmico. Entretanto, não se pode esquecer que o III PBDCT teve características diferentes dos outros pois foi direcionado a programas, projeto e prioridades, deu origem às Ações Programadas em Ciência e Tecnologia, com orçamento e revisão anuais, visando

81Dalci Maria dos Santos y Lélio Fellows Filho

reorientar os recursos disponíveis e identificar alternativas viáveis para os cami-nhos do processo de desenvolvimento.

Conforme Buarque (1998), o Brasil inicia alguma atividade em estudos de futuro e prospectiva, com conteúdos teórico e metodológico, no final da década de 70. Este autor cita como exemplo, o estudo realizado em 1977, pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - IUPERJ, do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política, da Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro. Este estudo teria resultado em uma pesquisa sobre estudos do fu-turo e um manual de técnicas de previsão teria sido elaborado. Quase na mesma época, em 1979, Henrique Rattner lança o livro “Estudos do Futuro – Introdução à antecipação tecnológica e social”.

Por outro lado, ao longo do tempo, as atividades do planejamento estratégico clássico experimentaram uma expansão de seus limites de atuação e análise, na medida em que passaram a levar em conta os novos desafios trazidos pelos avanços da ciência e da tecnologia e buscaram se adequar aos requisitos da competitivida-de. No ambiente privado, as empresas, em função do aumento das pressões exóge-nas, buscando uma forma apropriada de se relacionar com esse novo ambiente, se viram diante da necessidade de visualizar futuros possíveis e prováveis, de modo a garantir a sua sobrevivência e competitividade. (Moritz & Pereira, 2005) Confor-me Marcial & Grumbach (2002), o objetivo principal não seria visualizar o futuro, mas sim preparar as organizações para enfrentar o ambiente competitivo.

Conforme citado por Buarque (1998), a técnica de elaboração de cenários foi bas-tante utilizada a partir da segunda metade da década de oitenta, por empresas brasi-leiras. Foram elaborados cenários pela Petrobras, em 1989, pela Eletrobrás, em 1987, pela Eletronorte com o estudo “Cenários Energéticos da Amazônia”, em 1988; pela Sudam, com “Macrocenários da Amazônia”, em 1990 e pela Secretaria de Assuntos Estratégicos – SAE, com o estudo “Cenários Brasil 2020”, em 1998. Estas empresas, operando em segmentos com longos períodos de maturação sentiram a necessidade de antecipar-se às incertezas e fazer frente ao aumento crescente da complexidade.

No início da década de noventa, a primeira organização pública brasileira a adotar o enfoque prospectivo sistêmico em seu processo de planejamento estra-tégico foi a Empresa Brasileira de Agropecuária – Embrapa, quando buscava um marco conceitual para a análise do ambiente externo à organização e a determi-nação de estratégias que poderiam produzir as mudanças institucionais deseja-das. Os conceitos de agronegócio e de cadeias produtivas foram então utilizados e os novos modelos incluiam todos os agentes da cadeia produtiva sob estudo, caracterizando subsistemas do negócio agrícola. O enfoque da cadeia produtiva

82 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta

de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

demonstrou sua utilidade para organizar a análise e aumentar a compreensão dos macro processos complexos da produção, examinar o desempenho dos sistemas, determinar oportunidades, gargalos e indicadores e incorporar metodologias al-ternativas para análise das diversas dimensões da cadeia. (Castro et al, 2002).

Em âmbito governamental pode-se dizer que atividades de planejamento de longo prazo em ciência e tecnologia reemergem no Brasil cerca de 12 anos atrás (1995-2007) quando o Presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso (Cardoso, 1999) iniciou um processo de reconhecimento da importância destes elementos para fortalecer e orientar o processo de inovação. A idéia central era sincronizar a política de ciência e tecnologia com as outras políticas do Governo Federal, em particular com as políticas educacionais, lançando um olhar para a qualidade do sistema de educação como um todo e, por outro lado, buscando a participação do setor pro-dutivo, para a redefinição das prioridades de pesquisa e focalizando-as para buscar vencer e eliminar os principais problemas sociais e econômicos do Brasil.

A partir daí vieram sendo fortalecidas as atividades de planejamento, envol-vendo monitoramento, acompanhamento e avaliação, com esforços de identifica-ção e uso de indicadores apropriados, bem como, a preocupação com o longo pra-zo, com ênfase em estudos prospectivos e nos direitos de propriedade intelectual como mecanismos e ferramentas de grande poder, que em ação conjunta, teriam o potencial de promover o processo de inovação e o desenvolvimento social e eco-nômico brasileiro.

Eventos que influenciaram o renascimento das idéias de prospectiva que mar-caram esta etapa deste processo são a criação (recriação)2 do Conselho de Ciência e Tecnologia (CCT), em 1985, e a realização do Projeto Brasil 2020, em 2000.

2 Conforme o site do Ministério de Ciência e tecnologia - MCT, “o primeiro CCT foi criado pelo Decreto nº 75.241, de 16 de janeiro de 1975, como órgão consultivo do então Conselho Na-cional de Pesquisa – CNPq, criado em maio de 1974 que, posteriormente, foi denominado Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, mantendo a mesma sigla. Subordinado, àquela época, à Secretaria de Planejamento da Presidência da República (SE-PLAN/PR), e embora definido como órgão superior de coordenação da política de ciência e tecnologia, a capacidade de atuação deste CCT foi prejudicada pelo frágil ordenamento hie-rárquico, pelo envolvimento predominante em ações tradicionais de fomento à ciência, e pelo excesso de preocupação da agenda com questões de curto prazo. Sem solução de continuidade, a segunda versão do CCT vigorou a partir de 1985, reativada pelo novo Ministério da Ciência e Tecnologia. A gestão ministerial da C&T, criada com o governo da Nova República, deu alento aos aspectos financeiros e operacionais, mas não se conseguiu corrigir as deficiências de coor-denação registradas na experiência anterior. Por motivos semellhantes, também este CCT não obteve o êxito desejado, enquanto instância responsável pelo planejamento científico e tecno-lógico, na missão de articular a política de C&T com as demais políticas de desenvolvimento do País.” Disponível em http://www.cnpq.gov.br/cct/antecedentes. Acesso em 12/03/2007.

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Embora o foco no futuro não apareça de modo explícito nos debates, a ques-tão da exploração da fronteira do conhecimento científico e tecnológico e a busca de uma dinâmica alternativa capaz de atender às necessidades sociais e de infra-estrutura adequada à realidade latino-americana continua a ecoar nos meios po-lítico, acadêmico e científico. Questionamentos de Dagnino (2002) incluiam:

“Como construir outro modelo de desenvolvimento científico e tecnológico? Como enfrentar o desafio da democratização econômica? Como gerar condições tecnológicas para satisfazer necessidades sociais? Como promover o desenvolvimento eco-nômico a partir da exploração do mercado interno? Como tirar proveito das nossas vantagens comparativas agregando valor ao que podemos produzir para o mercado externo possibilitan-do um cenário de democratização econômica?”

E prossegue Sardenberg (2002), enquanto Ministro da Ciência e Tecnologia, em seu objetivo de reorganizar o sistema de pesquisa e inovação brasileiros bus-cando o delineamento de um sistema nacional de inovação que contemplasse as complexas relações entre ciência, sociedade e tecnologia:

“Inovação, entendo, é a introdução no mercado, de novos pro-dutos, processos ou mesmo serviços. Associar esse tema aos as-pectos da C&T é ter clareza de que o avanço do conhecimento tem para nós importância fundamental, porque além de sua feição civilizatória de compreensão do mundo e de aprendi-zado, representa a possibilidade de melhorar a qualidade de vida do povo, de conquistar mercados, de expandir as possi-bilidades do desenvolvimento, de gerar melhores empregos.”, e complementa: “o papel dos sistemas nacionais de inovação torna-se verdadeiramente estratégico, pois são eles os promo-tores da articulação dos f luxos de conhecimento e de tecnolo-gia entre empresas, universidades, institutos de pesquisa e a própria sociedade.”

84 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta

de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

1.2. O Conselho de Ciência e Tecnologia – CCT

O novo Conselho de Ciência e Tecnologia-CCT, recriado pela Lei nº 9.257/96, foi estabelecido na forma de duas comissões: i) Prospectiva, Informação e Coo-peração Internacional e, ii) Desenvolvimento Regional. Na primeira comissão floresceram as discussões sobre o futuro do sistema de ciência, tecnologia e ino-vação, e foram objeto de debates, as incertezas e dúvidas sobre as direções e as op-ções a seguir na promoção do desenvolvimento do país, e – se evidencia o desejo de conhecer e de construir o melhor caminho para o futuro – renascendo assim, no setor público federal brasileiro, as sementes da prospectiva, como uma luz no futuro para dar suporte à tomada de decisão governamental. Naquele momento, era missão e competência do CCT, enquanto órgão consultivo de assessoramento superior do Presidente da República:

“Propor a política de Ciência e Tecnologia do País, como fonte e parte integrante da política nacional de desenvolvimento; for-mular, em sincronia com as demais políticas governamentais, planos, metas e prioridades nacionais referentes à Ciência e Tecnologia, com as especificações de instrumentos e de recur-sos; efetuar avaliações relativas à execução da política nacional de Ciência e Tecnologia; e opinar sobre propostas ou programas que possam causar impactos à política nacional de desenvolvi-mento científico e tecnológico, bem como sobre atos normativos de qualquer natureza que objetivem regulamentá- la.”

O CCT foi formalmente instalado em 17 de agosto de 1996, pelo então Presi-dente da República do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, que ressaltou, nessa ocasião, a importância do conhecimento como promotor da qualidade de vida e como instrumento das políticas de desenvolvimento. Em 02 de novembro de 1996, o CCT realizou seu primeiro painel, para discutir as políticas públicas do país e preparar a discussão sobre as políticas futuras do governo federal como um todo (o Plano Pluri-anual 1996/1999) e, em particular, a política de ciência e tec-nologia. Nessa ocasião, ganhou destaque o tema tecnologias do futuro e o papel da informação como instrumento vital para a transformação do País.

A Comissão de Prospectiva, Informação e Cooperação Internacional – CPICI realizou várias reuniões ao longo dos anos. Já na primeira reunião, realizada em 13 de março de 1997, foi proposta a realização de um estudo prospectivo para o Brasil,

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com horizonte temporal em 2010, seguindo os moldes do projeto francês “Tecnolo-gias Chave”3, com o objetivo de identificar tópicos tecnológicos prioritários de ciên-cia e tecnologia em temas setoriais de modo a orientar as decisões do CCT. O objeti-vo final seria fazer com que o MCT e todo o setor público estivessem envolvidos no pensar o futuro e em definir prioridades e estratégias de ação futura, no presente.

Uma segunda reunião, realizada em 05 de maio de 1997, discutiu os termos de referência para o estudo prospectivo, considerou questões de planejamento tais como custos, prazos de realização, formas de contratação entre outras. Uma terceira reu-nião, realizada em 05 de fevereiro de 1998, envolveu a discussão sobre desenvolvimen-to e sobre sistemas nacionais de inovação, destacou a importância da realização de es-tudos prospectivos continuados, a cada 5 anos, para garantir a construção da agenda do CCT. A quarta reunião, realizada em 03 de setembro de 1998, envolveu discussões sobre o andamento do projeto “Estudo Prospectivo da Ciência e Tecnologia no Brasil - Tecnologias Chave”. A proposta era de contratação do estudo em Janeiro/Fevereiro de 99, com prazo de execução de 18 meses. Tudo parecia caminhar bem.

Entretanto, nova reunião do Conselho do CCT se deu somente em 26 de maio de 1999. Na ocasião nada foi mencionado acerca do estudo prospectivo e se ressaltou a importância da missão da política de ciência e tecnologia no Brasil e a responsabi-lidade de sua coordenação pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, principalmente no que se refere à promoção do desenvolvimento científico e tecnológico nacional. Entre as preocupações expressas na ocasião, destacaram-se a inserção da C&T como uma dimensão essencial das políticas de desenvolvimento do país, a urgência de se aumentar fortemente a participação do setor produtivo nas atividades de P&D, e a necessidade de se construir um novo padrão de financiamento do setor.

Neste sentido, um grande desafio seria articular o sistema de C&T com as de-mandas da sociedade a partir de objetivos setoriais, envolvendo a expansão e con-solidação da base acadêmica de C&T nacional para a viabilização e constituição de um efetivo Sistema Nacional de Inovação. Estavam germinando as sementes que iriam resultar nos Fundos Setoriais de C&T4 atualmente existentes. Naquele

3 O projeto francês Technologies-clés é uma iniciativa do governo francês, executada pelo Ministère de l’Économie, des Finances et de l’Índustrie, Direction Générale des En-teprises. Este ministério lança periodicamente um estudo prospectivo que visa identificar quais serão as tecnologias importantes para a indústria francesa em um horizonte temporal de 5 a 10 anos. O primeiro estudo foi realizado em 1995, o segundo em 2000 e o terceiro em 2006, Technologies-clés 2010. Disponível no site http://www.industrie.gouv.fr/techno_cles_2010/html/sommaire.html. Acesso em 20/06/2008.

4 Do site do Ministério da Ciência e Tecnologia: “Os Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia, criados a partir de 1999, são instrumentos de financiamento de projetos de pesquisa, desen-

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de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

momento, para a definição de políticas setoriais específicas e ações mobilizadoras nacionais, os setores estratégicos selecionados e escolhidos foram biotecnologia e biologia molecular, aeroespacial e defesa, meteorologia, hidrologia e mudanças climáticas, tecnologia da informação, agronegócios, energias renováveis, fontes alternativas e meio ambiente, com foco especial na Amazônia. Um novo conjunto de prioridades estava sendo esperado como resultado do estudo prospectivo sobre Tecnologias Chave, encomendado pelo CCT.

O estudo prospectivo sobre tecnologias chave nos moldes desenhados ini-cialmente pelo CCT não foi concretizado. A chamada atraiu muitos interessados e, ao final, foram selecionadas 04 propostas. Conforme consta do relatório final do programa ProspeCTar5, houve contestação dos resultados e o processo so-freu atrasos. Com a demora, a fonte de financiamento foi extinta e, em 2000, o processo foi interrompido e formalmente cancelado pelo Ministro da Ciência e Tecnologia. No período que se segue, o CCT parece encerrar suas atividades.

Em 11 de setembro de 2003, o CCT é reinstalado pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva que, em seu discurso, reafirma o compromisso do governo em valo-rizar a ciência e tecnologia e em investir cada vez mais em pesquisa no país.

O atual CCT é presidido pelo Presidente da República e o ministro da Ciência e Tecnologia é seu Secretário. O Decreto Nº 4.838 de 11/09/03, alterou o Decreto Nº 3.681 de 05/12/00, e assim o CCT passou a 26 membros, sendo composto de 13 ministros de Estado (além do Ministro da Ciência e Tecnologia, os Ministros Chefe da Casa Civil; Chefe do gabinete de segurança institucional da Presidencia da República; das Comunicações; da Defesa; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; da Educação; da Fazenda; da Integração Nacional; do Plane-jamento, Orçamento e Gestão; das Relações Exteriores; da Saúde e Secretário de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República), oito

volvimento e inovação no País. Há 16 Fundos Setoriais, sendo 14 relativos a setores específi-cos e dois transversais. A criação dos Fundos Setoriais representa o estabelecimento de um novo padrão de financiamento para o setor, sendo um mecanismo inovador de estímulo ao fortalecimento do sistema de C&T nacional. Seu objetivo é garantir a estabilidade de recur-sos para a área e criar um novo modelo de gestão, com a participação de vários segmentos sociais, além de promover maior sinergia entre as universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. Os Fundos Setoriais constituem ainda valioso instrumento da política de integração nacional, pois pelo menos 30% dos seus recursos são obrigatoriamente dirigidos às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, promovendo a desconcentração das atividades de C&T e a conseqüente disseminação de seus benefícios”. Disponível em http://www.finep.gov.br/fundos_setoriais/fundos_setoriais_ini.asp. Acesso em 20/06/2008.

5 O relatório final do Programa ProspeCTar encontra-se disponível no endereço: http://ftp.mct.gov.br/cct/Prospectar/Relatorio_3/capa.htm . Acesso em 20/06/2008.

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representantes dos produtores e usuários de ciência e tecnologia e seus suplentes, e cinco representantes de entidades de caráter nacional representativas dos seto-res de ensino, pesquisa, ciência e tecnologia.

1.3. O Projeto Brasil 2020

Em 1998, de certo modo, em paralelo a essa discussão, se inicia o projeto Bra-sil 2020 na Secretaria de Assuntos Estratégicos – SAE, da Presidência da Repú-blica. O Brasil 2020 foi a primeira experiência em planejamento governamental integrado no Brasil nos anos recentes.

Executado em 1998, coordenado pela SAE, teve como principal responsável, o então Secretário da SAE, Embaixador Ronaldo Sardenberg, que, posteriormen-te, viria a ser Ministro da Ciência e Tecnologia.

O Projeto Brasil 2020 caracterizou-se por ser um exercício de diálogo, em mol-des abertos, participativos e inovadores, objetivando facilitar a reflexão acerca das primeiras décadas do século XXI, um exercício para estimular o debate sobre “o país que queremos ser e o que devemos fazer para transformar essa visão em reali-dade” (Sardenberg, 2001), e, mesmo sem um sentido claro e uma orientação precisa para investimentos públicos, esta experiência representou um exercício de reflexão na busca de delinear linhas gerais para o futuro do Brasil. (Almeida, 2004).

Os cenários foram construídos com base em ampla consulta a especialistas, entrevistas e seminários e também em uma ampla base de informações nacionais e internacionais. Foram utilizados diversos recursos metodológicos para seleção dos elementos formadores dos diferentes cenários, assim como para análise de consistência das diferentes hipóteses.

Os cenários exploratórios, denominados Abatiapé, Baboré e Caeetê6, foram considerados bons instrumentos para reduzir o nível das incertezas e resultaram

6 Conforme Buarque, “os cenários exploratórios se diferenciaram basicamente, pela com-binação de taxas de crescimento e políticas (sociais, regionais e ambientais), que levam a diferentes resultados em termos de emprego, renda per capita, concentração de renda, qua-lidade de vida, concentração espacial da economia e qualidade ambiental. Os três cenários da SAE — adotando nomes aleatórios em língua indígena para representar as letras A, B e C — são: Abatiapé, que combina estabilidade política e econômica com a modernização econômica num quadro internacional favorável, mas com limitadas políticas e, portanto, resultados sociais modestos, concentração regional e impactos ambientais negativos; Ba-boré, que registra menores taxas de crescimento mas com melhor distribuição de renda e reforço do mercado interno, contando com dificuldades externas, apresentando resultados

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de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

de uma montagem técnica sobre variáveis plausíveis, mantendo como pressupos-tos, em todos os cenários, as questões de soberania, unidade e integridade terri-toriais, o regime democrático de direito, a convivência multirracial, a unidade linguística e a garantia de cidadania. (Sardenberg, 1999)

Para a elaboração do cenário desejado, denominado Diadorim, foi realizada uma ampla consulta das percepções e aspirações nacionais para o futuro do Bra-sil em um horizonte de longo prazo. O cenário desejado constituiria a “imagem-objetivo para a definição das ações necessárias e adequadas para impulsionar a mudança na realidade brasileira” (Sardenberg, 1999) e, a base para iniciar a construção de um projeto nacional de inserção estratégica envolvendo um pacto político e social, uma agenda para o Brasil 2020.

O projeto Brasil 2020 finalizou suas atividades com a realização do se-minário Brasil 2020 – Visões Estratégicas para um Cenário Desejável. Neste seminário foram enfocadas e debatidas questões relativas ao desenvolvimento político e a democracia, o desenvolvimento social e humano e o desenvolvi-mento econômico em bases sustentáveis. Os painéis de debates envolveram três eixos distintos e complementares, a saber: I. desenvolvimento político e futuro da democracia: sistema representativo, sistema federativo, democracia e globalização; II. desenvolvimento social e humano sustentável: redução da pobreza e eliminação da miséria, correção dos desníveis regionais, cidadania e direitos humanos; III. desenvolvimento econômico e sustentável: educação e qualificação para o trabalho, competitividade e qualificação estratégica e financiamento do desenvolvimento.

A visão sobre o futuro desejado pela sociedade brasileira foi assim sintetiza-da: (Sardenberg, 1999)

“No ano 2020, o Brasil deverá ser uma nação desenvolvida com equidade social, alta qualidade de vida e elevado nível edu-cacional. Apresentará uma inserção competitiva no contexto internacional de modo a ocupar uma posição de destaque na economia mundial, com a conservação de sua soberania e des-

sociais e regionais melhores e desempenho ambiental melhor; finalmente, Caaetè, que com-bina continuidade do processo de reformas estruturais com “lenta e desigual maturação das iniciativas políticas” freiando a retomada dos investimentos e do crescimento da economia. Este cenário é prejudicado pelo “quadro internacional, marcado por forte recrudescimento do protecionismo e do processo de fragmentação, situação hipoteticamente prevista para ocorrer em meados da primeira década do novo milênio” (SAE, 1997, pag. 39).

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frutando uma economia sólida e dinâmica. Deverá ter uma cidadania forte, uma sociedade organizada e participativa, alicerçada em elevada consciência política. O sistema político será estável e desenvolvido, com a democracia profundamente enraizada. O Brasil deverá contar com um estado regulador que promova o desenvolvimento econômico e social, proteja o meio ambiente e garanta os direitos humanos. A identidade cultural deverá estar reforçada como síntese de múltiplas civi-lizações, com a valorização das diversidades de etnias, gêne-ros, credos e regiões. Os ecossistemas estarão conservados, com os recursos naturais e a biodiversidade aproveitados de forma sustentável graças à capacitação nas tecnologias relevantes. O espaço nacional estará distribuido de forma equilibrada, com a redução dos desníveis regionais e sociais, bem como com o equacionamento da questão agrária.”

O projeto Brasil 2020 foi um interessante exercício de reflexão buscando delinear visões de futuros para o Brasil. Aparentemente, não houve espaço de continuidade para melhor aproveitamento dos resultados naquele momento po-lítico brasileiro, o que também, aparentemente, não permitiu dar seguimento à tarefa de pensar o futuro coletivamente. Ainda assim, durante o projeto, o pensar e debater o futuro foram amplamente exercitados, com forte envolvimento das comunidades empresarial, governamental, acadêmica e civil.

2. O presente da prospectiva na última década

A partir do ano 2000, uma verdadeira revolução parece se apoderar do setor de ciência e tecnologia brasileiro promovida, em parte, pelo entusiasmo causado pela possibilidade de um crescimento significativo dos recursos disponíveis para as atividades de ciência, tecnologia e inovação, prometidos pelos novos Fundos Setoriais que estavam sendo criados, e; por outro lado, pelo intenso movimento liderado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em busca de uma nova insti-tucionalidade para o setor de C&T, ação conduzida com empenho pessoal pelo então Ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg e seu secretário executivo, Carlos Américo Pacheco.

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de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

De fato, o núcleo dinâmico e promissor de todo o processo foi o estabeleci-mento dos Fundos Setoriais de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnoló-gico. A Lei da Inovação, a Conferência Nacional e outras iniciativas foram parte das ações de promoção das transformações desejadas para o setor de C&T, que inseriu definitivamente o elemento inovação como um dos seus principais eixos. (Sardenberg, 2002)

Em meio a este movimento, na prospectiva, as sementes que germinaram a partir do CCT resultaram na criação do Programa ProspeCTar, no Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT, e de alguma forma, também no Programa Brasileiro de Prospectiva Tecnológica Industrial – PBPTI, no Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, em uma parceria com a UNIDO, em seu programa Foresight for Latin America.

Um momento importante desta fase se deu em setembro de 2000, com a reali-zação do Seminário Internacional “Estudos Prospectivos em Ciência e Tecnologia: Experiências Internacionais”, que deu início à ação prospectiva do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Programa ProspeCTar. Este seminário envolveu diversos especialistas internacionais e visou disseminar na sociedade brasileira o conhe-cimento sobre a teoria e a prática de estudos prospectivos, em particular aqueles estudos de expressão nacional, buscando contribuir para estimular o – pensar estrategicamente – o futuro do Brasil. Projetos nacionais em prospectiva de pa-íses convidados, tais como a Alemanha, Austrália, Coréia, França e Japão foram relatados, detidamente analisados e debatidos nos diferentes grupos, de modo a subsidiar o detalhamento das diretrizes e metodologias a serem selecionadas para o estudo brasileiro.

Em nível governamental, estes programas foram as primeiras iniciativas formais em prospectiva no país; a primeira, uma ação de caráter nacional, voltada a buscar prioridades em ciência e tecnologia para orientação quanto a investimentos públicos e, a segunda, uma ação voltada à análise de cadeias produtivas destinada a apoiar a formulação das políticas setoriais voltadas para o setor privado.

Ao final do ano 2000, o setor de C&T encontrava-se revitalizado sob a pro-messa de novos horizontes, pleno de mudanças e propostas. No MCT, além da criação do programa ProspeCTar, se iniciou o projeto Diretrizes Estratégicas – DECTI7 que resultou, em 2001, na realização da 2ª Conferência Nacional de Ci-

7 O projeto DECTI – Diretrizes Estratégicas para Ciência, Tecnologia e Inovação no Horizonte de 10 Anos - DECTI, foi lançado pelo Ministro Ronaldo Sardenberg, em 2001, e se inseriu no

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ência, Tecnologia e Inovação – CNCTI, e na publicação dos Livros Verde e Bran-co da Ciência, Tecnologia e Inovação. Neste contexto, também se deu a criação do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE, em setembro de 2001.

O Livro Verde de C,T&I (2001) apresentou o caminho percorrido pelo sis-tema de C&T brasileiro nos ultimos 50 anos, as iniciativas transformadoras e as oportunidades para o futuro. Além disso, mostrou que há uma consciência clara das demandas mais prementes e que já existem muitas iniciativas encaminhadas, no curto prazo. (Silva e Melo, 2001)

A 1ª Conferência caracterizou-se como um espaço aberto de diálogo e apro-ximação dos diversos atores interessados no desenvolvimento da ciência e tecno-logia no Brasil como um motor para impulsionar a mudança econômica e social, envolvendo todos os segmentos da sociedade que esperam que o país alcance um padrão de desenvolvimento compatível com suas potencialidades. “É significati-vo que a Conferência, para além de ratificar a importância da C&T, haja incor-porado a inovação na definição do projeto nacional. No essencial, é a disposição de apresentar propostas no campo da CT&I, para a construção do futuro do País que transparece nas memórias da conferência e no Livro Branco que dela resul-tou.” (Sardenberg, 2002)

O Livro Branco (2002) com horizonte temporal em 2012, propõe as linhas de uma política nacional de ciência e tecnologia de longo prazo. O principal de-safio apresentado neste documento consiste em consolidar um sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação que permitirá ao País gerar as condições para ampliar a base de conhecimento transformando-a em geração de riqueza, desen-volvimento sustentável e qualidade de vida.

conjunto de ações e atividades de reorganização do setor de ciência e tecnologia. Este Projeto teve como objetivo fortalecer parcerias com os diversos setores da sociedade para viabilizar um projeto nacional de longo prazo e inserir Ciência, Tecnologia e Inovação no desenvolvi-mento social, econômico e cultural do País. Nessa ocasião, ressaltou-se a importância de um direcionamento estratégico de médio prazo, para fazer face ao aumento de recursos que ha-via sido previsto com a chegada dos Fundos Setoriais. Como finalidade, este projeto se propôs a incorporar a temática da Ciência, Tecnologia e Inovação à agenda da sociedade brasileira, propiciar as condições para sua participação na Sociedade do Conhecimento e mobilizar seus diferentes segmentos para colaborar no fortalecimento do setor. Este projeto foi desenhado para operar ao longo de quatro eventos importantes, a 2ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação - II CNCTI, realizada de 18 a 21 de setembro de 2001, foi organizada em torno de 5 grandes temas: No caminho do futuro; Qualidade de Vida; Desenvolvimento Econômico; Desafios em C&T e Inovação ou Desafios Estratégicos e Desafios Institucionais.

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de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

2.1. O Programa ProspeCTar

O Programa ProspeCTar surge a partir das discussões e decisões tomadas pelo CCT, ocorridas nos anos anteriores, e do aumento da percepção da necessidade de mirar o futuro, a médio e longo prazos. No ano 2000, após a realização do Se-minário Internacional, o Programa ProspeCTar foi rapidamente implementado, a partir de uma metodologia utilizando instituições âncoras e, ao mesmo tempo, de-senvolvendo um sistema de informações eletrônico que permitisse a realização de consulta eletrônica do tipo Delphi. A sua coordenação ficou a cargo da Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia – CCT, sob a responsabi-lidade do Prof. Helio Guedes de Campos Barros, então secretário do CCT.

A metodologia desenhada para embasar o estudo foi submetida à crítica de especialistas de diferentes universidades e, a partir daí, formou uma rede institu-cional a partir das quatro universidades que passaram a colaborar com o estudo: Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (Instituto de Economia); Univer-sidade de São Paulo - USP (Núcleo de Política e Gestão Tecnológica); Universida-de Estadual de Campinas - UNICAMP (Grupo de Estudos sobre a Organização da Pesquisa e da Inovação/Departamento de Política Científica e Tecnológica) e a Universidade Católica de Brasília (Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação/Diretoria de Pesquisa).

Este estudo caracterizou-se como um exercício prospectivo de âmbito nacio-nal, conduzido em três fases (rodadas) a partir do uso do método Delphi. Con-forme os fundamentos téoricos do método, se esperava consolidar a opinião de um grande número de pessoas que responderiam mais de uma vez, a um mesmo questionário, recebendo, posteriormente os resultados do questionário anterior para avaliar as opiniões já emitidas e, validar ou rejeitar suas respostas, de acordo com o conjunto maior das opiniões.

Os temas e tópicos objeto da consulta foram selecionados por instituições de pesquisa e desenvolvimento do governo federal, que foram denominadas “Institui-ções Âncora”, convidadas a se tornarem parceiras na coordenação das ações, bem como para a elaboração das questões tecnológicas a serem colocadas sob consulta. A tabela abaixo apresenta os temas e as instituições âncora que os representaram.

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Tabela 01 - Temas e Instituições Âncora

Temas Instituições ÂncoraAERONÁUTICA Centro Tecnológico da Aeronáutica - CTA

AGROPECUÁRIA (inclui floresta, pesca)

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA

ENERGIA (inclui biomassa)

Centro de Pesquisa da Petrobras - CENPES Centro de Pesquisa em Energia Elétrica - CEPEL

Centro Nacional de Energia Nuclear - CNEN

ESPAÇOAgência Espacial Brasileira - AEB

Instituto de Pesquisas Espaciais - INPE

MATERIAIS

Instituto Nacional de Tecnologia - INTCentro de Tecnologia Mineral - CETEM Instituto de Pesquisas Espaciais - INPE

Instituto Nacional de Tecnologia da Informação - ITI

RECURSOS HÍDRICOS (inclui transporte hidro-

viário interno)

Serviço Geológico do Brasil - CPRMAgência Nacional de Águas - ANA

SAÚDEInstituto do Coração – INCOR

Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ

TELECOMUNICAÇÃO/TECNOLOGIA DA

INFORMAÇÃO (inclui eletrônica)

Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações - CPqD

Instituto Nacional de Tecnologia da Informação - ITI

Programa Sociedade da Informação - SOCINFO

Fonte: Relatório fi nal do programa ProspeCTar. Acesso em 20/06/08 Disponível em http://ft p.mct.gov.br/cct/Prospectar/Relatorio_3/introducao.htm

A busca das informações essenciais para subsidiar os debates ficou sob a res-ponsabilidade das instituições âncora, afim de elaborar a lista inicial de tópicos para o tema sob sua coordenação. Os tópicos foram selecionados e levados aos consultantes na 1ª. Rodada. Novos tópicos foram incluídos após esta rodada e, após revisão da lista, o número de tópicos para consulta permaneceu o mesmo

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de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

na 2ª e 3ª rodadas. Após a finalização da consulta esperava-se a formação de con-sensos sobre tecnologias importantes e necessárias ao País, no futuro próximo e no futuro distante de até 20 anos.

A escolha dos respondentes à consulta também foi de responsabilidade das instituições âncoras, selecionando os participantes da 1ª rodada, a partir da Base Lattes do CNPq.

A tabela abaixo apresenta a agregação dos temas/subtemas/ tópicos tecnoló-gicos por rodada.

Tabela 02 – Agregação de temas/subtemas/tópicos tecnológicos por rodada

Temas 1ª Rodada 2ª e 3ª RodadasEspaço 8 134 125 8 191

Materiais 10 113 432 11 182Recursos Hídricos 116 139 442 11 218

Saúde 181 504 2.064 29 198Telecomunicações 17 230 319 17 221

Totais 374 1.652 5.150 118 1.605

Fonte: Relatório fi nal do programa ProspeCTar. Acesso em 20/06/08 Disponível em http://ft p.mct.gov.br/cct/Prospectar/Relatorio_3/introducao.htm

Conforme o relatório final do estudo (2002), uma das fragilidades identifi-cadas pela coordenação do estudo diz respeito ao perfil dos respondentes. Como naquela ocasião ainda não existia no País, uma base de dados do universo em-presarial, similar à base Lattes do CNPq, o resultado final da consulta melhor representa o pensamento acadêmico do que qualquer outra visão.

A 1ª. Rodada foi realizada de 23 de fevereiro a 19 de março de 2001 e visou complementar e consolidar a lista de tópicos apresentada, testar a metodologia e aprimorar a lista de participantes. A 2ª Rodada realizou-se de 10 de agosto a 11 de setembro de 2001 e, a 3ª. e última Rodada foi instalada em 10 de dezembro de 2001 e finalizada em 04 de fevereiro de 2002.

O programa ProspeCTar foi fundamental para:

promover a disseminação de conhecimentos sobre a teoria (conceitos, • conteúdos e metodologias existentes) e prática dos estudos prospectivos;

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estimular o desenvolvimento de atividades prospectivas capazes de re-• sultar na identificação de prioridades de investimento; permitir a identificação de novas áreas de pesquisa e novas aplicações • da pesquisa existente, e melhores orientações e decisões de investimento para o setor privado;articular parcerias e redes dentro da comunidade científica e desta com • os outros setores.

Em agosto de 2002, o ProspeCTar concluiu seu processo final de análise para fechar a experiência e preparar seu futuro, na rotina de planejamento de C&T. Conforme relatório final do estudo (2002), o ProspeCTar foi capaz de mo-bilizar as comunidades científica e empresarial a respeito da importância da construção de visões de futuro e da busca de tecnologias chave, divulgando e di-fundindo a prospectiva. Buscou demonstrar a importância da abordagem para apoiar as capacidades e competências públicas e privadas quanto a priorização de tecnologias, a geração de estratégias, a elaboração de políticas e a execução de métodos e metodologias.

Por outro lado, os problemas de institucionalização do programa, os atra-sos nos prazos de execução, a desinformação, o desinteresse e a desconfiança destacaram-se entre as fragilidades identificadas. A inexistência de uma base de dados empresarial equivalente à base Lattes do CNPq acabou limitando o univer-so de respondentes quase prioritariamente a academia e, aparentemente, o maior dispêndio de tempo e de negociações a cada passo do projeto se deu pelo fato do programa ProspeCTar ter sido criado sem dotação orçamentária específica.

Iniciado ao final de 2000, o programa ProspeCTar lançou a consulta Delphi entre o início de 2001 e 2002 e entregou relatório final em agosto de 2002. Neste intervalo, no sistema de C&T, foram enfatizadas as atividades do projeto DECTI e a criação de uma instância específica para a realização de estudos prospectivos. As-sim, as mudanças ocorridas no setor da ciência e tecnologia apontavam para outras soluções em prospectiva. Mas isso já é parte da história seguinte (ver ponto 2.3).

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de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

2.2. O Programa Brasileiro de Prospectiva Tecnologica Industrial (PBPTI)

Em fevereiro de 2000, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comér-cio Exterior -MDIC, por meio da Secretaria de Tecnologia Industrial, recebeu no Brasil uma missão da UNIDO (The United Nations Industrial Development Organization), para um encontro, no qual se consolidou a idéia e se promoveu a criação no Brasil de um Programa de Prospectiva Tecnológica Industrial sob a coordenação deste Ministério.

A idéia da UNIDO em apoiar atividades em prospectiva nos países da Amé-rica Latina, contudo, remonta a 1999, quando foi proposta a organização de um programa de foresight regional para a América Latina e Caribe, no encontro Summit of Industrial Technological Organizations ou the Southern Hemisphere em Montevidéo, Uruguay, em julho de 99.

A idéia floresceu e, em dezembro de 1999, foi realizado em Trieste, na Itália, o seminário Foresight initiative for Latin America, uma parceria entre a UNIDO, e o Centro Internacional para Ciência e Tecnologia – ICS, que, financiados pelo governo italiano, buscaram responder a demanda latino-americana por suporte em conhecimento e estratégia, para auxiliar governantes e outras autoridades a preparar e implementar exercícios de technology foresight visando melhorar o processo de tomada de decisão e de formulação de políticas.

O seminário foi dirigido a representantes da América Latina e Caribe e seu foco principal foi construir conscientização sobre os benefícios deste tipo de abordagem entre tomadores de decisão, em nível regional. A equipe da UNIDO ofereceu aos participantes um pacote de serviços em technology foresight, com metodologia desenhada para fazer face a abordagens integradas e multidisci-plinares. Nesta reunião, cerca de 30 representantes de países latino-americanos confirmaram o interesse em desenvolver uma ação de foresight na AL&C confir-mando a primeira proposta.

No Brasil, o Programa Brasileiro de Prospectiva Tecnológica Industrial - PBPTI foi então criado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior, de modo articulado com o Programa Fórum de Competitivi-dade, parte do “Brasil Classe Mundial”, programa integrante do “Avança Bra-sil” - Plano Plurianual 2000/2003, ficando sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Industrial -STI, sob a liderança do Chefe de Gabinete desta secretaria, o Sr. Carlos Manuel Pedroso Neves Cristo. Esta STI, em articulação com o Programa Fórum de Competitividade, sob a gestão da Secretaria de De-

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senvolvimento da Produção - SDP buscou estimular medidas a médio e longo prazos para as cadeias produtivas, e atuar sobre a capacidade do setor produtivo. O PBPTI teve como principal objetivo trabalhar sob o enfoque das cadeias pro-dutivas realizando avaliações das principais cadeias analisando a situação atual e buscando um futuro desejável e viável. Assim, foram iniciados os trabalhos de prospectiva a partir da seleção de 4 cadeias produtivas, a saber: Construção Civil, Madeira e Móveis, Têxteis e Confecções e Transformados de Plásticos. A meta foi atuar sobre a capacidade das principais cadeias produtivas, visualizar e modelar o seu futuro, considerando o horizonte de 2003-2013, de inserção competitiva no contexto globalizado, com infra-estrutura tecnológica de apoio e promoção da sustentabilidade.

A coordenação do Programa buscou desenhar uma metodologia única, en-volvendo a análise do ambiente institucional e organizacional, a identificação de necessidades e aspirações de cada segmento da cadeia e desta como um todo, a análise do desempenho e a identificação de fatores críticos, e o prognóstico do comportamento futuro ou seja, do desenvolvimento futuro da cadeia. Ao final, esperava-se que esta metodologia pudesse identificar as demandas tecnológicas importantes e orientação para a busca de inovações e demandas não tecnológi-cas, como ameaças e oportunidades.

O foco nas cadeias produtivas foi o diferencial deste programa. A metodolo-gia demonstrou seu potencial de explicitar a demanda, permitindo a priorização daquilo mais importante e estratégico para as empresas, para a sua operação e seu negócio. O conhecimento suficiente de todos os elos relevantes da cadeia fa-cilitou a identificação de tendências futuras e a projeção de perfis tecnológicos.

O desenho metodológico envolveu a elaboração de diagnósticos – envolven-do entrevistas e revisão da literatura – identificando fatores críticos para a mo-delagem da cadeia; de prognósticos – levantando os principais pontos ressaltados no diagnóstico para se construir a consulta Delphi; consulta Delphi – em duas rodadas objetivando identificar tendências tecnológicas bem como elaborar ce-nários; e a elaboração de recomendações e prioridades.

Para a execução das metas propostas, a coordenação do programa promoveu a capacitação de quatro grupos de trabalho, envolvendo pesquisadores em reno-madas instituições brasileiras, que se tornaram responsáveis pelo estudo pros-pectivo em cada uma das cadeias produtivas, conforme a seguir:

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de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

Tabela 03 - Cadeias produtivas selecionadas, instituições responsáveis e coordenadores

Cadeia Produtiva Instituição Coordenação

Construção Civil

Depto de Engenharia de Construção Civil

Escola Politécnica - USP

Dr. Alex Kenya AbikoDr. Orestes Marraccini

GonçalvesDr. Luiz Reynaldo de

Azevedo Cardoso

Madeira e Móveis

Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT

Divisão de Produtos Florestais.

Dr. Oswaldo Poffo Ferreira

Têxteis e Confecções

Serviço Nacional de Apren-dizagem Industrial / Centro de Tecnologia da Indústria

Química e Têxtil

Dr. Flávio da Silveira Bruno

Transformados de Plásticos

Sistema de Informações sobre a Indústria Química –

SIQUIM – Escola de Química – EQ - UFRJ

Dra. Adelaide de Souza Antunes

Fonte: Relatório MDIC em: http://www.mdic.gov.br/sitio/

Para finalização dos trabalhos com as quatro cadeias, o MDIC organizou, em parceria com o CGEE e o Programa de Gestão Ambiental da Universidade de São Paulo, Progesa-USP, e promoveu 2 eventos de divulgação e difusão dos resul-tados encontrados no estudo prospectivo. Os resultados do trabalho do PBPTI foram publicados e distribuidos no primeiro semestre de 2005, na série “O futuro da Indústria”, parceria entre o Instituto Euvaldo Lodi/IEL e a Confederação Na-cional da Indústria - CNI e, o programa, aparentemente, voltou a um momento de hibernação.

Aulicino (2005) ao analisar o uso do technology foresight no Brasil, buscando verificar como os procedimentos adotados no processo de elaboração destes estu-dos condicionam a sua efetividade como instrumento de formulação de políticas públicas para CT&I no contexto do desenvolvimento sustentável concluiu que,

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tanto para o programa brasileiro de prospectiva tecnológica industrial, quanto para os estudos em cada cadeia analisada, os processos de elaboração que foram conduzidos não produziram os resultados desejados, não sendo a prospectiva, neste caso, instrumento atuante na formulação das políticas de CT&I, como no caso da União Europeia e dos países que a integram.

Aulicino observa que as possíveis falhas nos resultados alcançados pelos estudos das cadeias produtivas no programa PBDTI são relacionadas à forma pela qual tais estudos foram concebidos e executados. Assim, ressalta que o processo foi pouco participativo e a faltou conhecimento generalizado sobre os conceitos, fins e objeti-vos dos estudos prospectivos, o que prejudicou o compartilhamento e o envolvimen-to dos diversos stakeholders. Também não ocorreu a formação de redes conforme esperado. O fato da metodologia não considerar o ‘desenvolvimento sustentável’ nos objetivos dos estudos prospectivos é uma crítica a mais que foi mencionada.

Entretanto, ressalta Aulicino, os resultados apresentados pelo estudo da Cadeia Produtiva de Transformados Plásticos, foram objeto de destaque dado pelo Forum de Competitividade na nota nº 29/05/QUI de 13/04/2005, que os utilizou para a previsão da demanda do setor. No caso da cadeia produtiva de Construção Civil, Aulicino afirma que os resultados alcançados pelo estudo contribuiram, embora de maneira indireta, para a geração de uma política pú-blica (Resolução BACEN 3.177) e uma lei federal (Lei 10.931 de 2004). Observa também que os três estudos indicam a importância e necessidade de capacitação tecnológica no país.

A contribuição deste Programa para o crescimento da prospectiva no Brasil tam-bém foi fundamental. Destacam-se como pontos importantes da atuação do PBPTI:

aumento da competência no processo de elaboração de estudos prospec-• tivos do país; aumento da interação entre representantes da academia, governo e setor • privado; promoção do conhecimento e da sensibilização da sociedade a respeito • da prospectiva tecnológica.

100 A História da Prospectiva no Brasil: ao Longo de uma Proposta

de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

2.3. O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE

Contextualizar o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE no âmbito do sistema de ciência e tecnologia brasileiro requer um breve olhar sobre o conjunto do setor de C&T brasileiro. Conforme já mencionado, desde o início do ano 2000, uma nova dinâmica se instaurou no meio da C&T brasileira, a partir do movimento gerado por seus dirigentes na busca de uma nova institucionalidade para o setor.

Esta reestruturação da pesquisa e da inovação, foi desenhada com base na gestão compartilhada e transparente e na busca de resultados, e foi baseada nos 14 fundos setoriais criados. Implicou na ampliação e racionalização da estrutu-ra do sistema nacional de C&T, com a incorporação ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) dos diversos institutos de pesquisa anteriormente vinculados ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq; a vinculação da Agência Espacial Brasileira – AEB, e da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN e a criação do CGEE e sua integração ao conjunto do sistema de C&T. Segundo o ministro Ronaldo Sardenberg (2002), em sua apre-sentação do Livro Branco de CTI, a criação do CGEE representa uma real mu-dança no método de gestão da C&T brasileira, agora também orientada por meio de estudos prospectivos e definição de grandes gargalos e oportunidades, bem como por atividades de acompanhamento e avaliação.

Barros (2000) pondera que, até o final dos anos 90, a estrutura de planeja-mento do MCT continuava indefinida e somente em 2000, após a transferência dos institutos de pesquisa do CNPq para o MCT, é que o Ministério recomeça seu ajuste e, a criação do CGEE consolida o conjunto institucional de suporte à prospectiva tecnológica, em conjunto com o MCT e o CCT.

Formalmente instalado durante a 1ª conferência, em setembro de 2001, o CGEE foi criado como uma instituição dedicada ao desenvolvimento científico e tecnológico com ênfase na promoção e execução de estudos prospectivos en-volvendo o setor privado e na promoção e execução de estudos de avaliação de estratégias e de impactos sócio-econômicos das políticas de programas e projetos (científicos e tecnológicos). De modo complementar, o Centro objetivava promo-ver e dinamizar interações entre os diversos setores, bem como realizar ativida-des de divulgação e difusão de projetos e experiências científicas e tecnológicas à sociedade. (Santos, 2005)

No que se refere a atividade prospectiva, o CGEE desenvolveu e adaptou um construto metodológico conceitual para orientar o processo de elaboração dos estudos prospectivos, com base nas principais experiências internacionais e con-

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siderando algumas premissas básicas relativas ao Brasil como suporte. Pode-se afirmar que a abordagem prospectiva e de estudos do futuro no CGEE recebeu, pelo menos no início, uma forte influência das idéias de foresight desenvolvidas na Inglaterra, e em parte da Europa, nos anos recentes.

Esta adaptação buscou combinar uma perspectiva comum de olhar as neces-sidades do presente e, ao mesmo tempo, manter um compromisso com as gera-ções futuras, com um olhar nos horizontes futuros de médio e longo prazos, de acordo com as idéias disseminadas pela abordagem. Uma vez que estas idéias são acerca de desenvolvimento de visões de futuro para guiar o dia-a-dia dos toma-dores de decisão, isso diz respeito a integrar o sucesso econômico, a qualidade ambiental e a equidade social de modo a alcançar o desenvolvimento sustentável, a competitividade e a criação de empregos (ou empregabilidade).

Nos seus primeiros anos (entre 2001 e 2005), o CGEE conduziu vários estu-dos prospectivos e buscou construir um modelo flexível que permitiu a seleção dos métodos e técnicas mais apropriados às características principais dos objetos sob estudo. Além disso, o Centro operou de maneira flexível e estimulou o desen-volvimento da competência nacional em prospectiva, através do envolvimento, em seus estudos, de consultores especializados, pesquisadores de universidades brasileiras, especialistas do meio empresarial e outros conhecedores das técnicas e métodos em prospectiva que, de modo geral, atuam como consultores e execu-tores dos exercícios prospectivos ou de parte destes.

Além disso, o CGEE cumpriu importante papel em parceria com o Núcleo de Assuntos Estratégicos – NAE8, órgão criado em dezembro de 2005, particular-mente no que se refere ao apoio e participação na execução dos estudos prospec-tivos em temas estratégicos, bem como no projeto Brasil 3 Tempos – BR3T e na elaboração dos estudos estratégicos publicados nos cadernos NAE (http://www.nae.gov.br/cadernosnae.htm).

Atualmente o CGEE9 concebe a sua atividade no âmbito de 4 macro-ativida-des a saber:

8 O Núcleo de Assuntos Estratégicos – NAE da Presidência da República, atualmente encon-tra-se subordinado ao Ministério Extraordinário de Assuntos Estratégicos pelo Decreto nº 6.217, de 4 de outubro de 2007, e realiza o trabalho antes executado pela Secretaria de Planejamento de Longo Prazo (SPLP), criada pela Medida Provisória nº 377, de 18 de junho de 2007. Disponível em http://nae.gov.br/site/ . Acesso em 20/06/2008.

9 Maiores informações podem ser encontradas em http://www.cgee.org.br. Acesso em 25/07/2008.

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de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

Estudos, Análises e Avaliações, envolvendo estudos com visão prospec-• tiva, avaliação estratégica e informação em C,T&I; Disseminação e Informação em C,T&I, envolvendo aquisição, tratamen-• to e disseminação da informação; Apoio à Gestão Estratégica do SNCTI, envolvendo articulação com o • Ministério da Ciência e Tecnologia e outras instâncias governamentais e empresariais objetivando a formação de consensos, além de prestar apoio à gestão de programas e projetos estratégicos em CT&I; e, Articulação, envolvendo intensa atividade de mobilização e cooperação • entre os diversos atores da sociedade.

2.4. O Núcleo de Assuntos Estratégicos - NAE

Criado pela Lei nº 11.204, de 5 de dezembro de 2005, o Núcleo de Assuntos Estratégicos - NAE, enquanto um órgão da Presidência da República teve a mis-são de assessorar o Presidente da República do Brasil, especialmente na gestão, análise e avaliação de assuntos de natureza estratégica; na formulação da con-cepção estratégica nacional e na articulação de centros de produção de conhe-cimento, pesquisa e análise estratégica; na preparação e promoção de estudos e elaboração de cenários exploratórios, bem como na elaboração, coordenação e controle de planos, programas e projetos de natureza estratégica.

Conforme sua missão, o NAE buscou subsidiar a tomada de decisões pela Presidência da República através do processamento de informações es-tratégicas, úteis para a tomada de decisão e trabalhou em sintonia com os diversos órgãos de governo. Suas atividades envolviam o desenvolvimento de estudos e atividades em prospectiva e análise e discussão de temas estra-tégicos de longo prazo, sempre em articulação com a comunidade científica. (NAE/SECOM/PR, 2004)

Estudos prospectivos de interesse, realizados pelo NAE, publicados nos “Ca-dernos NAE”, incluem Biocombustíveis, Mudanças do Clima, Nanotecnologia, Matriz Brasileira de Combustíveis, Reforma Política e o emblemático Projeto Bra-sil 3 Tempos – BR3T que buscou definir uma estratégia nacional de longo prazo para o Brasil.

Atualmente, o NAE foi absorvido pelo do Ministério Extraordinário de As-suntos Estratégicos, juntamente com a Fundação Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA. O NAE atual é composto por Gabinete e Chefia Executiva, órgãos

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de assistência direta e imediata ao Ministro, os departamentos de Planejamento de Longo Prazo e de Articulação com a Sociedade e órgãos específicos singulares.

O Decreto n° 6.217, de 4 de outubro de 2007, deu competência ao ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos para promover o planejamento nacional de longo prazo; discutir as opções estratégicas do país, considerando a situação presente e as possibilidades do futuro; articular com o governo e a sociedade a formulação da estratégia nacional e das ações de desenvolvimento nacional de longo prazo e elaborar subsídios para a preparação de ações de governo. Atual-mente este Ministério realiza estudo sobre o Plano Amazônia Sustentável (PAS) e sobre as iniciativas brasileiras para mudanças na relação capital e trabalho e sobre a estratégia nacional de defesa do Brasil.

2.4.1. O projeto Brasil 3 Tempos – BR3T: 2007, 2015 e 2022

O projeto Brasil 3 Tempos – BR3T, buscou estabelecer uma visão da nação Brasil, em suas múltiplas dimensões, definindo um conjunto de objetivos especí-ficos a serem alcançados pelo país em 3 horizontes temporais, 2007, 2015 e 2022. Nestes três marcos, diferentes significados: em 2007, iniciou-se um novo mandato de governo; em 2015, a realização da Conferência Mundial sobre os Desafios do Milênio; em 2022, o Brasil comemora 200 anos de independência.

Iniciado em 2004, este foi outro projeto que buscou definir objetivos estra-tégicos nacionais de longo prazo, de maneira similar ao Brasil 2020, da década de 80. O BR3T visou a construção de um pacto entre a sociedade brasileira e os estados em torno de valores, caminhos e soluções e visou também contribuir na criação de condições para a institucionalização do planejamento estratégico de longo prazo para o Brasil.

O projeto BR3T se utilizou de uma metodologia que envolveu múltiplos pas-sos assim como diversos métodos e técnicas de natureza prospectiva. Na pers-pectiva da sociedade do conhecimento, a premissa de convergir os esforços do Governo com os anseios da sociedade tornam o Projeto Brasil 3 Tempos um pro-jeto emblemático, cujos resultados deveriam ser amplamente divulgados e difun-didos na sociedade brasileira.

A impossibilidade de uma análise global do Estado Brasileiro levou o projeto Brasil 3 Tempos a dividir a realidade em sete dimensões: institucional, econômi-ca, sociocultural, territorial, do conhecimento, ambiental e global. O processo prospectivo se iniciou a partir das análises retrospectiva e de conjuntura que

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de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

buscaram identificar no passado as causas que conduziram o Brasil ao momento atual e, a partir dessas análises se identificam os chamados ‘fatos portadores de futuro’. Foram selecionados 1.300 fatos portadores de futuro, agrupados em 50 temas. Estes fatos foram então submetidos à consultas de especialistas, consultas do tipo Delphi, estudos de simulações e elaboração de cenários.

A metodologia do NAE10 utilizada para executar o BR3T foi dividida em ma-crofunções e sistemas multidisciplinares integrados para facilitar sua utilização. As macrofunções da metodologia foram: elaboração política; diagnóstico ambiental e temporal; solução estratégica; validação e avaliação e gestão do futuro. O desdobra-mento das macrofunções permitiu a estruturação da metodologia da forma abaixo:

conhecimento da conjuntura atual; • análise retrospectiva; • análise prospectiva (envolvendo a elaboração de cenários e consultas • tipo Delphi); planejamento da solução estratégica; • interação corretiva; e • construção do futuro. •

O principal resultado da consulta Dephi e dos exercícios de priorização foi a identificação do tema “qualidade da educação básica nas escolas públicas do Brasil” selecionado em primeiro lugar na lista de prioridades, como consenso, do ponto de vista da sociedade brasileira, após as 3 rodadas da consulta. Buscando se certificar deste resultado, outra consulta Delphi, mais específica, foi lançada visan-do a obtenção de maiores detalhes que pudessem confirmar essa prioridade. Os re-sultados confirmaram a existência de forte consenso nacional acerca da qualidade da educação básica e da necessidade de reestruturar este setor. (Gushiken, 2006)

Buscar conceber uma estratégia de longo prazo para o Brasil foi a principal aspiração do projeto BR3T. Ao perguntar sobre o percurso que o país deve per-correr para assegurar um futuro de prosperidade, ao buscar identificar os ris-cos e alternativas, bem como maneiras e estratégias para capturar e aproveitar as oportunidades, que no longo prazo, transformarão a sociedade brasileira, o BR3T levou a resultados que, de fato, indicaram para o surgimento de um novo modelo de desenvolvimento social, baseado no conhecimento, capaz de operar profundas

10 Cadernos NAE 01/2004: Projeto Brasil 3Tempos: 2007, 2915 e 2022. Nº 01/2004.Apresenta-ção. NAE/SECOM/PR, 2004. Disponível em http://www.nae.gov.br/. Acesso em 20/06/2008.

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mudanças na sociedade e de alterar significativamente a forma como o homem percebe e interage com meio ambiente, a sociedade, consigo e com o cosmos.

3. Um olhar a partir da academia e do setor privado

No terreno acadêmico, pode-se dizer que as primeiras ideias sobre pros-pectiva surgem na década de setenta, a partir de trabalhos de pesquisa sobre prospecção de futuros realizados por alguns pesquisadores brasileiros e de refe-renciais teóricos e metodológicos publicados, destacando-se, entre estes, o livro de Henrique Rattner, de 1979, “Estudos do Futuro - Introdução à antecipação tecnológica e social”.

Nas universidades brasileiras, a preocupação com o futuro e o exercício do debate sobre o futuro surgiu a partir de várias áreas do conhecimento. Pequenos núcleos de pensamento foram se instalando pouco a pouco, em grupos de estu-dos sobre ciência e tecnologia, e em gestão da tecnologia e da inovação, estando o pensamento sobre o futuro, hoje, presente em várias universidades, em cursos de Pós-Graduação em Administração, Engenharia de Produção, Engenharia Quí-mica, Sociologia, Ciência Política, Ciência da Informação e Gestão do Conheci-mento, entre outros.

Estes constituem uma base ainda pequena, porém forte, com cursos de mes-trado e doutorado, como por exemplo, o Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação - GEOPI11, do Instituto de Geociências, da Universidade Estadual de São Paulo, Unicamp; o Sistema de Informações sobre a Indústria Química, SIQUIM12 da Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e o Programa de Estudos do Futuro13 do Departamento de Admi-nistração da Faculdade de Economia e Administração – FEA, da Universidade de São Paulo – USP.

O Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação – Geopi, criado em 1995, é um grupo de pesquisa do Departamento de Política Cientí-fica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências da UNICAMP e reúne pesquisadores de diversas áreas acadêmicas. Seu trabalho é orientado por uma interpretação dinâmica do processo de inovação tecnológica. O GEOPI atua em

11 Ver mais em http://www.ige.unicamp.br/geopi/geopi.php. Acesso em 20/06/2008. 12 Ver mais em http://www.eq.ufrj.br/links/siquim/. Acesso em 20/06/2008.13 Ver mais em http://www.fundacaofia.com.br/profuturo/. Acesso em 20/06/2008.

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de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

basicamente em cinco áreas, a saber: Avaliação da pesquisa e avaliação institu-cional; Prospectiva tecnológica e definição de prioridades; Propriedade Intelec-tual e Transferência de Tecnologia; Financiamento da Pesquisa e da Inovação; e Organização de Redes.

O Programa de Estudos do Futuro, do Departamento de Administração da Faculdade de Economia e Administração – FEA, da Universidade de São Paulo – USP, realiza estudos e consultoria em planejamento estratégico, prospecctiva tecnológica, elaboração de cenários e análise e estruturação de modelos (ISM) para a solução de problemas complexos, entre outros.

O programa visa auxiliar instituições públicas e privadas e empresas em seus processos de planejamento e na geração de informação estratégica que as habilite a prever e lidar com as transformações do seu ambiente de negócios e tem se dedicado ao desenvolvimento e adaptação metodológica de técnicas prospectivas, principalmente para os setores de energia, transporte, telecomu-nicações e novas tecnologias.

O Sistema de Informação sobre a Indústria Química – SIQUIM é um grupo de pesquisa constituído no âmbito da Escola de Química (EQ) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O SIQUIM trata dados e gera informações para subsidiar a indústria química e setores correlatos. Para tanto, utiliza as bases de dados de setores e segmentos do Complexo Químico, como a Química Fina (Fármacos, Defensivos, Corantes, Pigmen-tos, Aditivos e Cosméticos), Petroquímica, Carboquímica, Alcoolquímica e de derivados de produtos naturais. A partir destas bases, o SIQUIM reali-za estudos prospectivos para as diferentes cadeias produtivas, fornecendo subsídios à formulação de políticas públicas para os setores produtivos e suporte à tomada de decisões por parte das empresas, com a construção de mapas de conhecimento.

Do lado empresarial, na década de oitenta, muitas empresas estatais e pri-vadas buscaram elaborar cenários tais como a Petrobras e a Eletronorte, entre outras. Essa demanda promoveu o surgimento de empresas de consultoria em-penhadas em desenvolver cenários e outras técnicas prospectivas, e contribuiu para fortalecer a prática de pensar o futuro. Basicamente inspiradas pelas idéias de Godet, empresas bem conhecidas no Brasil por atuar em prospectiva são a Brainstorming14 e a Macroplan15.

14 Ver mais em http://www.brainstorming.com.br/Home/ . Acesso em 19/06/2008. 15 Ver mais em http://www.macroplan.com.br/#default.asp. Acesso em 19/06/2008.

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A Macroplan atua nas áreas de estratégia, construção e análise de cenários e ge-renciamento de mudanças. Seu fundador, Claudio Porto, é co-autor dos livros Qua-tro Cenários para o Brasil 2005-2007 e Cinco Cenários para o Brasil 2001-2003.

A Brainstorming foi criada em 1996, com objetivo de disseminar um método de construção de cenários futuros, denominado “Método Grumbach”, e utiliza dois softwares especialmente desenvolvidos para facilitar o uso do método: Puma – sistema de planejamento estratégico e cenários prospectivos e, Lince – sistema de simulação e gestão do futuro. A metodologia para elaboração de planejamen-tos estratégicos que orientou o desenvolvimento do Sistema Puma encontra-se descrita em detalhes no livro “Prospectiva -A Chave para o Planejamento Estra-tégico” de autoria de Raul José Grumbach, Diretor da Brainstorming.

Tanto as atividades da empresa Macroplan quanto da Brainstorming têm contribuído para ampliar o crescimento e conhecimento da prospectiva no Bra-sil, na medida em que atuam de maneira consistente na promoção e realização de cursos de formação, na prestação de serviços especializados mas, principalmen-te, por seu referencial teórico e metodologia terem atraído o seu uso em trabalhos de teses de mestrado e doutorado. Marcial e Grumbach (2002) defendem a pros-pectiva como chave para o planejamento estratégico e o uso de cenários como arma para enfrentar o novo ambiente turbulento e competitivo.

4. Desafi os – o futuro do presente

A partir de uma visão do passado, pode-se perceber que a teoria e prática da prospectiva são atividades ainda emergentes no Brasil. Uma visão do futuro da prospectiva no Brasil poderá indicar um caminho de crescimento se existirem evidências de sucesso no que se refere à sua utilidade para apoiar os formuladores de políticas e tomadores de decisão.

A filosofia e a prática da prospectiva se expandiram no Brasil, a partir de ni-chos multidisciplinares nas universidades, de empresas de consultoria, e do setor público em geral, mas a volatilidade e incerteza inerentes ao futuro, não indicam garantias de consolidação para a área. Buarque (2000), ao discutir algumas ini-ciativas de realização de estudos prospectivos nos anos 80 e 90 no Brasil, ressalta que a utilidade destes estudos para o planejamento tem sido limitada devido as descontinuidades de orientação das instituições e, principalmente, pela excessiva instabilidade político-institucional do Brasil. Do ponto de vista governamental, atualmente, é o CGEE que busca dar continuidade aos estudos prospectivos pro-

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de Construção de um Sistema Nacional de Inovação

movendo a integração entre os diferentes grupos de pesquisa através de ações de divulgação, difusão e contratação de serviços especializados.

Por outro lado, a natureza multidisciplinar do tema faz com que os pontos de interesse das comunidades envolvidas nos estudos do futuro ainda sejam pouco coordenados e integrados e ainda existem numerosas preocupações sobre a ges-tão destes estudos. No entanto, à medida em que a sociedade do conhecimento e da informação se instala na vida comum do cidadão, e na sociedade, haverá crescente demanda por capturar, filtrar e selecionar a informação estratégica e de qualidade para guiar as decisões do presente e do futuro de cada um e do todo.

Um ponto importante a ser debatido e analisado diz respeito à identificação e constatação dos reais benefícios trazidos pela utilização deste conjunto de ferramen-tas quanto ao processo de tomada de decisão, ou seja, se o conhecimento e informa-ção gerados foram de fato úteis para auxiliar o processo de tomada de decisão. Quais são os fatos relevantes que demonstram e validam esses benefícios ou influências?

Além, disso, outros pontos permancem polêmicos e controversos no ramo de estudos do futuro, sejam de natureza filosófica, sejam em termos de seus mé-todos e técnicas, como por exemplo, a validade de pesquisas, a confusão existen-te entre estudos estratégicos e estudos prospectivos ou de futuro, e as questões inerentes à incerteza e à imprevisibilidade do futuro. Os modelos conceituais e teóricos elaborados no país são de bom nível, mas ainda faltam profissionais ha-bilitados para sua execução, conhecedores dos referenciais teóricos, dos métodos e técnicas diversos e de experiência em sua aplicação.

É possível dizer que o Brasil experimenta um grande crescimento deste tipo de atividade nos últimos anos e, esta tendência parece continuar a existir no fu-turo. O atual CCT foi reinstalado em 11 de setembro de 2003, pelo Presidente Luís Inácio Lula da Silva, que reafirmou seu compromisso de valorizar a ciência e tecnologia e em transformá-la em um agente de desenvolvimento nas ativida-des públicas e privadas do país. De acordo com esta declaração, a infra-estrutura pública brasileira está organizada para pensar estrategicamente e sobretudo para construir o futuro, a partir de um presente identificado e desejado.

Existe, contudo, a necessidade encorajar a sociedade – governo, academia, setor privado e sociedade civil organizada – a explorar o potencial das ferra-mentas, métodos e técnicas e a divulgar, difundir e buscar expandir a cultura do pensar adiante, antecipar-se e construir as rotas futuras e os caminhos para o planeta e para a sociedade humana.

Hoje, vive-se em um tempo em que as grandes certezas terminaram e com elas também estão se modificando rapidamente as grandes estruturas teóricas

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e materiais que sustentam a sociedade, por isso, mais do que antes, se necessita plantar as raízes da esperança e dos sonhos em um futuro que inicia sua constru-ção no momento presente, a partir das ações e atitudes individuais e coletivas.

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La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

Frances Wilson Bronfman1

1. Características generales y estructura

1.1. Antecedentes

Antes de la puesta en marcha del Programa Nacional de Prospectiva Tec-nológica (PPT) en Chile ya se habían llevado a cabo significativos esfuerzos por implementar experiencias en este campo. Así, en el ámbito público, durante los años anteriores se desarrollaron estudios y análisis puntuales que, si bien no esta-ban específicamente focalizados en una visión prospectiva, buscaban proveer de información relativa principalmente al diagnóstico y proyecciones del desarrollo de la innovación tecnológica en el país.

La iniciativa de incorporar los estudios de prospectiva como una herra-mienta de información de futuro fue asumida por el gobierno en 2001. En el contexto económico de ese entonces se destacaba el alto ritmo de crecimiento económico sostenido por el país durante las décadas anteriores. En efecto, entre 1985 y 1997, la economía chilena había crecido a una tasa promedio de 7,3% anual, una de las más altas del mundo y, entre 1983 y 2003, el Producto Interno Bruto del país se había incrementado en un 270%. Es decir, en esos veinte años prácticamente se cuadruplicó.

1 La autora agradece a sus colaboradores Álvaro Briones, Luis González y Maria Teresa Troncoso.

114 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

Sin embargo, Chile presentaba una deficiente distribución del ingreso, que se mantiene hasta la fecha: la relación entre el ingreso captado por el 10% más rico de la población y el 10% más pobre es cuatro veces mayor que en el promedio de los países desarrollados.

Los resultados económicos que mostraba Chile le permitieron entrar en el ranking de las economías dinámicas del mundo en los últimos 20 años. No obs-tante, todavía el 85% de sus exportaciones está constituido por productos pri-marios o manufacturas basadas en recursos naturales, en circunstancias que en los países más desarrollados estos productos representan el 25% de sus exporta-ciones. El crecimiento y la competitividad del modelo exportador asumido por nuestro país se ha basado fundamentalmente en lograr menores costos de pro-ducción, lo que sin duda tiene un techo en el tiempo.

En este contexto económico social marcado por un sostenido crecimiento con altas tasas de desigualdad en la distribución del ingreso, la estrategia de de-sarrollo aplicada desde 1990 se ha planteado el desafío de crecer más y distribuir mejor. Y, en ese marco, se han buscado respuestas para complejas interrogantes: ¿Cómo se aborda este desafío en las economías globalizadas? ¿Cómo colaboran las miradas de futuro en la sustentabilidad de las estrategias de crecimiento que asume el país?

La experiencia de otros países que han enfrentado situaciones similares, como Irlanda y más recientemente Finlandia, muestra que para sustentar el creci-miento económico es necesario incorporar aspectos que diferencian actualmente las capacidades competitivas de un país, esto es, que el valor agregado depende del contenido de conocimiento e información de los productos y servicios y de la eficiencia tecnológica y organizativa de la producción, distribución y gestión. El gran desafío para Chile era en 2001 y sigue siendo hasta la fecha, el aumento de los niveles tecnológicos y la generación y aplicación de conocimiento y procesa-miento de información. En otras palabras, mejorar la productividad total de los factores para su mejor contribución al crecimiento económico.

El retorno de la democracia en 1990 provocó un cambio institucional im-portante2, manifestado principalmente en la articulación de todas las actividades de innovación tecnológica en un “Programa de Ciencia y Tecnología”, puesto en

2 Aunque cabe destacar que las políticas que inspiraron a las nuevas instituciones no experi-mentaron una modificación severa con relación a las del período anterior, manteniéndose en lo esencial el autofinanciamiento de las instituciones de I+D como forma de incentivar su relación con el sector productivo y la concursabilidad de los fondos estatales destinados a financiar las actividades de I+D en el país.

115Frances Wilson Bronfman

marcha en 1992 y destinado a coordinar la gestión de los fondos y el desarrollo y actividades de los institutos públicos de investigación científica y tecnológica. Una vez cumplidos los objetivos de este programa en 1995, el gobierno generó uno nuevo denominado Programa de Innovación Tecnológica, que se ejecutó entre 1996 y 2000. Entre sus objetivos se contaban el incremento del rol de las empresas privadas en las actividades de innovación, el apoyo a acciones de trans-ferencia tecnológica de alto impacto y el fortalecimiento de la infraestructura tecnológica y de información. También se orientó a la investigación y desarrollo, hacia la innovación y modernización de las instituciones públicas y hacia el per-feccionamiento de los instrumentos relacionados con el impulso y difusión de la innovación tecnológica en Chile.

Estos programas e instrumentos detentaban una incuestionable legitimidad y fueron utilizados intensivamente por los sectores a los cuales estaban destinados, principalmente empresas e instituciones académicas de investigación. La propia experiencia acumulada durante el período había servido para detectar también algunas insuficiencias, cuya superación permitiría una substancial mejoría en el uso de los propios instrumentos a la vez que potenciaría las capacidades naciona-les de desarrollo económico.

Las insuficiencias se relacionaban con la dispersión y aún el desaprovecha-miento de recursos canalizados por los instrumentos, al no existir información que permitiera orientar las asignaciones correspondientes hacia aquellas activi-dades económicas que fueran a jugar un rol clave en el desarrollo económico nacional en el largo plazo, según el comportamiento que pudiera preverse de los mercados y de la evolución futura de la ciencia y la tecnología. Una situación equivalente afectaba al sector privado en su proceso de toma de decisiones, pues daba lugar a inversiones en investigación y desarrollo en áreas tecnológicas o pro-ductivas que, si bien eran económicamente pertinentes en el corto plazo, podían sufrir tempranas obsolescencias e inadecuaciones con relación a las necesidades productivas futuras del país.

En el sistema de innovación chileno las políticas son diseñadas primordial-mente por actores públicos. Aunque algunos programas cuentan con consejos ase-sores que consideran la opinión de actores privados, ello no se da a nivel agregado ni forma parte sistemática del diseño de las políticas de innovación como un todo.

En definitiva, la operatoria a ciegas respecto de ese futuro, tanto de los ins-trumentos públicos como de los procedimientos privados de toma de decisión, podía conducir a una desviación importante de recursos financieros y capacida-des nacionales hacia áreas de escaso o nulo valor estratégico para el crecimiento

116 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

económico en el largo plazo, afectando decisivamente la capacidad competitiva del país. Se requería entonces levantar información que permitiera apostar no por sectores, sino por actividades económicas y campos tecnológicos, aprovechando ventajas específicas, fueran estas geográficas, de articulación público, privada y académica, de fomento de clusters e investigaciones en recursos naturales en los que Chile presenta grandes oportunidades como la biología marina, entre otros.

En los inicios del programa, en 2001, si bien existía conciencia en algunos ám-bitos de la sociedad más ligados a la innovación sobre las nuevas exigencias de una economía informatizada y globalizada, también existían resistencias a fomentar explícitamente el rol de las políticas públicas en los procesos de innovación que debía asumir el país. El gran temor era al juicio ideologizado acerca de la “posible intervención en el mercado” y el hecho de que el gobierno democrático fuera iden-tificado como un propulsor de “ideas ligadas a la planificación central”.

Paulatinamente se ha ido aceptando el hecho que el estado no puede ser re-emplazado por las fuerzas del mercado en materia de innovación tecnológica, en particular por la naturaleza misma de la innovación. Los argumentos económi-cos que respaldan esta posición se pueden resumir en3:

“La insuficiente apropiabilidad de los beneficios, dado que el conoci-• miento tiene carácter de bien público”. Suele producirse un desincentivo a invertir en su generación y una tendencia a esperar aprovechar el cono-cimiento generado por otros sin incurrir en altos costos; Fallas de Información: Producida por los altos costos que implica ge-• nerar cierta información y la baja posibilidad de retener sus beneficios económicos. “Los innovadores pueden beneficiar a varios agentes, a una industria completa o a varias industrias. Más aún pueden ser rentables sólo si cuentan con una escala suficiente. El problema surge cuando por asimetrías de información, altos costos de transacción y desconfianzas, no se produce la coordinación necesaria entre los agentes, y se termina por duplicar esfuerzos o simplemente no emprender la innovación”; Externalidades de la red. Estas externalidades ocurren cuando el valor • de un bien para un agente se incrementa mientras más agentes consu-man dicho bien. Esto ocurre con muchas innovaciones tecnológicas,

3 Consejo Nacional de Innovación para la Competitividad: Hacia una Estrategia Nacional de Innovación. Enero 2007.

117Frances Wilson Bronfman

como por ejemplo en telecomunicaciones, donde un nuevo sistema de telefonía solo tiene valor si es útil para comunicarse con los demás; Los costos de transacción y comunicación pueden dificultar que se al-• cance la masa critica requerida para rentabilizar privadamente una in-novación con estas características; “Alta incertidumbre no cuantificable, intangibilidad de los activos y • mercados financieros incompletos”. La intangibilidad de los activos que genera la innovación y la incertidumbre acerca de sus resultados econó-micos, se traducen en que el financiamiento privado es insuficiente para este tipo de actividades.

En este contexto se validaba la necesidad nacional de producir información inteligente, que permitiera vencer incertidumbres y que dotara al país de la ven-taja competitiva de prever e incentivar a los agentes económicos hacia donde el mercado iba a conducir a la economía en el mediano y largo plazo. Que generara la capacidad, en definitiva, de prever el perfil productivo nacional futuro y sus requerimientos en el plano tecnológico; una ventaja que, de no ser utilizada, iba a ser concedida a los competidores internacionales de Chile.

En esas condiciones se decidió avanzar de manera sistemática, generando información permanente y accesible a toda la sociedad relativa a las orientaciones previsibles de la actividad económica nacional. También, acerca de los obstáculos que se podrían oponer al desarrollo nacional en esa dirección, las necesidades de cambios institucionales y decisiones económicas que el mismo desarrollo exigi-ría y los requerimientos tecnológicos al que podría estar asociado. El debate se trasladó desde la pregunta sí es “correcto y necesario intervenir en el mercado”, a “en qué y cómo intervenir”. Se requería de una herramienta metodológica capaz de entregar contundentes insumos de señales de futuro que a su vez fuera “neu-tra” en el debate político económico. El instrumento elegido para generar esa información fue la Prospectiva. Y las preguntas o las búsquedas se orientaron a la forma de hacer prospectiva de manera consistente con las necesidades de Chile en materia de innovación.

118 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

2. Estructura del programa

A partir de 2001 el estado puso en marcha un nuevo programa nacional, de-nominado Programa de Desarrollo e Innovación Tecnológica, tutelado como los anteriores por el Ministerio de Economía y con la misión de coordinar la gestión de los fondos públicos así como de implementar nuevas actividades vinculadas a la investigación y el desarrollo tecnológico en el país.

El programa se diseñó para ser ejecutado entre 2001 y 2005 y se basó en la colaboración entre cuatro instituciones: Ministerio de Economía, Corporación de Fomento de la Producción (CORFO), Ministerio de Agricultura y la Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica (CONICYT). Su objetivo, se-gún propia definición, fue contribuir al aumento de la competitividad apoyando la innovación y el desarrollo tecnológico en áreas estratégicas de la economía nacional. Para lograr esto último definió cinco áreas de operación: tecnologías de información y comunicaciones, biotecnología, producción limpia, fomento a la calidad y prospectiva tecnológica.

Las actividades de prospectiva (o prospectiva tecnológica), en tanto área de operación del Programa de Desarrollo e Innovación Tecnológica, fueron diseña-das originalmente para ser realizadas sólo durante el primer año de este progra-ma. Sin embargo y como un hecho de singular importancia en tanto expresión de una “cultura prospectiva” en el país, terminó por constituirse en una actividad permanente a lo largo de todo el período de ejecución del programa principal convirtiéndose a tal grado en uno de sus pilares que, como se consigna en su Memoria Innovar en Chile. Programa de desarrollo e innovación tecnológica 2001 – 2006, además del programa específico de prospectiva, “el trabajo de cada uno de los otros cuatro programas se diseñó incluyendo una ‘visión prospectiva’, esto es, planificando dentro de sus propias acciones algunas destinadas a investigar las mejores alternativas de desarrollo futuro para cada área”4.

El Programa de Prospectiva Tecnológica (PPT) se situó bajo la dependencia directa del Ministerio de Economía y fue respaldado por el más alto nivel insti-tucional del país. Lo inauguró oficialmente el Presidente de la República, junto con el Subsecretario de Economía, el Presidente de la Confederación de la Pro-ducción y el Comercio, máxima agrupación empresarial del país, y el Rector de la Universidad de Chile, principal universidad chilena. Su objetivo fue contribuir al aumento de la competitividad de la economía nacional mediante la generación

4 Edición de la Subsecretaría de Economía, Fomento y Reconstrucción, Santiago de Chile, 2005. P. 30.

119Frances Wilson Bronfman

de información sobre las actividades económicas que constituirán los ejes de esa competitividad en el futuro.

Según se reseña en el sitio Web del programa (www.ppt.cl), otro resultado que se esperaba obtener de este programa era la generación de amplios consensos entre el sector público, el sector privado, las instituciones abocadas a la investiga-ción y el desarrollo productivo, los consumidores y, en general, todos los actores del proceso económico. Este objetivo se alcanzó, en principio, con la participa-ción de representantes no oficiales de cada uno de estos estamentos en los diver-sos estudios realizados, que han congregado, en todos los casos, a varios cientos de expertos activamente participantes.

En el segundo semestre de 2006, la presidenta de la República, Michelle Ba-chelet, constituyó el actual Consejo Nacional de Innovación para la Competiti-vidad (www.consejodeinnovacion.cl) con el objeto de proponer acciones orien-tadas a relevar la importancia de la innovación para el desarrollo de Chile. El Programa de Prospectiva se integro a la Secretaría ejecutiva del Consejo Nacional de Innovación como un área natural de complementariedad en la prospección de sectores y/o actividades económicas.

El primer estudio prospectivo se realizó en 2001 y permitió identificar un conjunto de actividades económicas que tienen la potencialidad de constituirse en los pilares productivos sobre los cuales se sustentará la competitividad y el desarrollo económico del país a partir del año 2010. A este primer estudio siguie-ron otros destinados a aportar información en profundidad sobre el futuro de algunas de las actividades identificadas como estratégicas por él. Hasta 2006 se realizaron los siguientes estudios:

“Actividades Económicas Estratégicas para la Competitividad Internacio-• nal de Chile en 2010”, 2001; “Producción y Exportación de Vinos”, 2002;• “Industria de la Educación”, 2002; • “Industria de la Acuicultura”, 2003; • “Biotecnología aplicada a la Industria Hortofrutícola”, 2004-2005; • “Biotecnología aplicada a la Industria Forestal”, 2004-2005; • “Industria Chilena del Software”, 2004-2005; • “El Mercado Mundial de las Fuentes de Energía en 2025 y la Participa-• ción de Chile en él”, 2005; “Identificación de Estudios de Postgrado en Chile que Requerirá la In-• dustria de Alimentos Procesados de Origen Agrícola de Primera Trans-formación”, 2005-2006;

120 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

“Identificación de Estudios de Postgrado en Chile que Requerirá la In-• dustria Productos Pecuarios”, 2005-2006;“Estudio para la Región del Maule: Maule 2016”, 2006. •

3. Método y técnicas

3.1. El método o “experiencia” chilena

En el momento de comenzar la ejecución del programa chileno de prospec-tiva, el año 2001, existían muy limitadas experiencias anteriores en el ámbito de los estudios de prospectiva tanto en Chile como en el resto de América Latina. Prácticamente la totalidad de ellos, hasta donde alcanzaba la posibilidad de in-formación del equipo constituido en nuestro país para la ejecución del programa, refería a investigaciones focalizadas en tecnologías específicas de aplicación pun-tual en determinadas actividades económicas.

Dado que la prospectiva en Chile nace como uno de los componentes del Programa de Desarrollo e Innovación Tecnológica, se requería asumir un tipo de gestión prospectiva que fuera consistente con las necesidades del país en ma-teria de innovación, aceptando además que todo sistema de innovación requiere, implícita o explícitamente, políticas publicas, así como la intervención de institu-ciones orientadas al desarrollo de la innovación en tanto capital (o inversión) del proyecto país, y no exclusivamente motivadas a la obtención de ganancias a corto plazo. El tránsito hacia una sociedad que impulsa la innovación5, entendida ésta como el proceso continuo mediante el cual las empresas, el mundo académico, la investigación y el sector público crean, adaptan o adoptan tecnologías con el fin de cimentar sus ventajas comparativas, incluía necesariamente un esfuerzo conjunto público y privado. ¿Quiénes y cómo debían entonces ser convocados activamente a expresarse en este proceso de mirada innovativa de futuro?

El proceso creativo o de innovación económica del país debía ser capaz de integrar a todos sus actores, intentando con esto enriquecer los resultados que aportan las distintas miradas desde las diferentes actividades, así como propiciar que los resultados de este proceso fueran incorporados y asumidos tanto por par-

5 Hacia la Economía del Conocimiento: el camino para crecer con equidad en el largo plazo. Nicolás Eyzaguirre, Mario Marcel, Jorge Rodríguez, y Marcelo Tokman.

121Frances Wilson Bronfman

te de sus gestores (expertos) como de sus usuarios. Convencido de esta necesidad, el equipo del programa de prospectiva asumió el desafío de invitar a todos los ac-tores sociales y económicos del país a sumarse activamente en la construcción de un diálogo organizado en materia de mirada económica futura, para bosquejar y realizar posteriormente un sueño colectivo. Detrás de esta decisión estaba el con-vencimiento de que toda innovación surge en un proceso de relaciones continuas, de conversaciones y prácticas compartidas, no sólo al interior de las empresas, sino también con otros actores externos como universidades, centros de investi-gación, usuarios, proveedores, etc. El proceso al cual se invitó, de construcción de una mirada de futuro mediante la prospectiva, no sólo era para desarrollar nuevas tecnologías, sino también, para visualizar nuevas formas de producir y de comunicar tanto en el país como en el mundo6.

Consecuentemente con estos requerimientos la gestión de la prospectiva en Chile debía ser capaz de trabajar con tres variables de manera simultánea: i) la participación experta de actores que compartieran realidades desde distintos puntos de vista de un mismo objeto de estudio; ii) la integración (o masividad en la encuesta) de todas las opiniones de los actores expertos independientemente de su dispersión geográfica7; y iii) la generación de consensos.

En ese contexto se buscó, desde el comienzo, ampliar el foco de los estudios que realizaría el programa, los cuales no obstante preocuparse de los temas rela-tivos a la investigación y el desarrollo tecnológico, no refieren exclusivamente a estos temas. Explícitamente, lo que persiguen es identificar la orientación futura completa de la actividad o tema estudiado, junto con los requerimientos y necesi-dades tecnológicas futuras de la misma y el conjunto de obstáculos de cualquier índole, aunque particularmente políticos e institucionales, que podrían oponerse a la materialización del futuro prospectado. También se identifican las acciones necesarias de realizar para superarlos.

Es así como conjuntamente con la búsqueda específica de la materia a pros-pectar se indaga además en aquellos aspectos considerados relevantes para la fu-tura materialización del objeto prospectado.

6 Los estudios integran una variada gama de temas que no solo se reducen a aspectos es-trictamente tecnológicos y productivos, sino también, estrategias de posicionamiento en mercados mundiales, imagen país, necesidades en ámbitos de educación y sociabilización del conocimiento, etc.

7 Lo que implicaba la búsqueda y construcción de grandes bases de datos y la realización de encuestas masivas que integraran a todos los expertos independientemente del lugar geo-gráfico donde se encuentren.

122 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

Con ello se procura identificar con precisión el espacio de las políticas pú-blicas en la materialización del objetivo del estudio. Algunos ejemplos de estos ámbitos son: i) detectar las necesidades futuras en la provisión de infraestructura para que el sistema opere; ii) identificar los aspectos de la institucionalidad gu-bernamental para que las transacciones ocurran de manera expedita y eficiente; iii) facilitar la coordinación necesaria para el encuentro entre actores, y iv) desa-rrollar o destrabar el mercado en aquellas áreas del sistema que estén impidiendo el desarrollo del proyecto futuro.

Un objetivo adicional explícito de los mismos estudios es el de constituirse en instrumentos que permiten generar consensos respecto a los objetivos a al-canzar en los diversos planos de la actividad estudiada, consenso que se espera lograr no sólo dentro del sector público sino también, y de manera principal, entre los sectores público y privado. La experiencia internacional muestra el éxito de procesos de desarrollo construidos en torno a proyectos colectivos, como los de Irlanda o Finlandia más recientemente, en los 90. En ambos casos se tomó una decisión a partir de consensos entre actores públicos y privados en torno a qué hacer y cómo hacer, lo que paulatinamente fue constituyendo una identidad eco-nómica y cultural, así como una voluntad de prosperar en colaboración publica -privada frente a los cambiantes desafíos que se imponen en materia de informa-ción tecnológica y conocimiento.

La búsqueda de generación de consensos y acuerdos entre los distintos actores facilita además la internalización de las miradas de futuro prospectadas dentro de las empresas, propiciando así un clima favorable para la investigación aplicada. Es sabido que la creación de infraestructura por sí sola no es suficiente para generar cambios innovadores en las conductas de los actores. Se requiere además inter-nalizar la necesidad del cambio prospectado, manejar información y generar las condiciones para los cambios culturales que dicho proceso involucra.

En función de estos requerimientos fue que prontamente se definió a la técni-ca de encuestas Delphi, aplicada en una modalidad on–line, como el instrumento principal del programa. Esta técnica facilita la participación masiva de prácti-camente todos los actores involucrados en una determinada actividad (empre-sarios, profesionales, técnicos, funcionarios públicos, académicos), a la vez que estimula la generación de consensos genuinos entre los encuestados, al garanti-zar un anonimato de los participantes que anula toda posibilidad de influencia o de inhibición en las opiniones de éstos generadas por las posiciones de autoridad

123Frances Wilson Bronfman

(política, moral o intelectual) de alguno de ellos8. Cabe destacar, además, que la aplicación de estas encuestas en la modalidad on–line por intermedio de Internet, permitió mantener un soporte informático de funcionamiento permanente, 24 horas al día, lo que facilitó las respuestas por parte de los encuestados que pudie-ron hacerlo vía e-mail o entrando directamente a un formulario personalizado en un sitio web habilitado para cada encuesta.

Los estudios, por otra parte, fueron diseñados concentrando los esfuerzos en el análisis prospectivo propiamente tal, lo que a diferencia de la mayoría de los estu-dios de prospectiva conocidos, significó asignarle una importancia prácticamente nula a la elaboración de diagnósticos, que no eran necesarios debido a la extensa información existente sobre la situación actual de los temas tratados. Fueron reem-plazados, entonces, por una evaluación personal que se presentó bajo la forma de un “artículo de opinión”, más bien controversial, firmado por uno o dos expertos de reconocida solvencia en el tema. Este “artículo de opinión” hizo las veces de introducción y estímulo a la participación de los expertos encuestados, que se sin-tieron interpelados –positiva o negativamente– por las opiniones allí vertidas.

El resultado de este procedimiento, el “método” o “experiencia” chilena en un sentido estricto, han sido estudios de prospectiva realizados en su totalidad en no más de cinco meses, con una participación masiva de expertos de todo el país, encuestados directamente en sus hogares u oficinas por intermedio de Internet. Estos estudios han tendido a tener como objeto el comportamiento económi-co futuro de actividades económicas completas, incluyendo por cierto dentro de las cuestiones a prospectar aspectos tecnológicos específicos. Entre los tópicos principales acerca de los cuales se buscan respuestas, se encuentran, como se ha dicho, las definiciones de políticas o acciones estatales y privadas tendientes a superar los escollos que se oponen a la materialización del futuro prospectado o que contribuyen a facilitar su plasmación.

Sin embargo, lo más importante con relación a la experiencia chilena de prospectiva probablemente sea el hecho que ha contribuido significativamente a la democratización de las decisiones, económicas y políticas, en ámbitos de actividad cruciales para el desarrollo económico futuro del país. Ello, debido a las temáticas que aborda y a las técnicas participativas que utiliza, así como por

8 En el caso chileno las encuestas Delphi fueron complementadas por talleres presénciales de expertos para validar los resultados obtenidos de las encuestas masivas o para profundizar aspectos particulares de los temas abordados en esas mismas encuestas.

124 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

la circunstancia de haberse constituido en un sistema principal de producción de proposiciones de políticas públicas y de acciones del sector privado.

3.2. Organización y funcionamiento

3.2.1. Características del equipo de trabajo

La experiencia de realización de estudios de prospectiva del tipo de los que se realizan en Chile ha llevado a una caracterización del equipo necesario para llevarlos a la práctica en la que destacan principalmente los atributos de multidis-ciplinariedad, trabajo en equipo y habilidad para el análisis y la síntesis.

La multidisciplinariedad de los equipos es indispensable toda vez que en su eje-cución estos estudios exigen la articulación de diferentes capacidades, entre las cua-les pueden mencionarse: los conocimientos generales sobre las temáticas a estudiar, usualmente de índole económica; el manejo de bases de datos complejas; el procesa-miento estadístico de grandes volúmenes de información; y la comunicación fluida y constante no sólo con los encuestados sino con la sociedad en general.

La condición anterior ha llevado finalmente a la constitución de un equipo estándar de trabajo integrado por los siguientes elementos:

Economistas• : Su función principal se orienta a la identificación de las temáticas específicas de estudio y su inserción en el contexto global de la economía y sociedad nacionales. Tienen la obligación de conducir los estudios y elaborar los informes finales; Ingenieros Informáticos• : Dedicados al manejo de las bases de datos, elaboración de las aplicaciones computacionales requeridas por cada en-cuesta y mantenimiento permanente de la plataforma computacional de operación de las encuestas Delphi; Expertos metodológicos• : Profesionales con experiencia en elaboración y procesamiento de encuestas y manejo estadístico de variables cualita-tivas y cuantitativas. Su función está concentrada principalmente en la elaboración de cuestionarios y procesamiento de respuestas de las suce-sivas “circulaciones” de las encuestas Delphi; Periodistas y/o comunicadores: • Mantienen una comunicación perma-nente con los encuestados ofreciendo asistencia en sus procedimientos

125Frances Wilson Bronfman

de contestación y son los encargados de traducir los informes finales de cada estudio en mensajes accesibles tanto a un público técnico como a la ciudadanía en general; Expertos temáticos• : Son expertos externos al equipo permanente, con-tratados en función de sus conocimientos y experiencias relativas al tema específico de estudio. Su función es asesorar la realización de cada estudio a lo largo de su completa ejecución, participando activamente en cada una de sus fases. Son, además, los responsables del “artículo de opinión” que precede e introduce a cada estudio.

Una vez satisfechos los atributos particulares de los integrantes del equi-po estándar de trabajo, todavía es imprescindible satisfacer dos condiciones de funcionamiento del mismo para garantizar un resultado eficiente a los estudios emprendidos. La primera de ellas dice relación con el dominio de un lenguaje común. Y puesto que la técnica principal utilizada en estos estudios es la de en-cuestas Delphi, todos los participantes en un estudio, incluidos aquellos que lo hacen puntualmente en calidad de expertos temáticos, deben capacitarse en el uso y aplicación de esta técnica.

Una segunda condición imprescindible es el dominio por parte de todos los miembros del equipo de trabajo y mientras dure la realización de un estudio es-pecífico, de la temática correspondiente a ese estudio. Esa condición se satisface con la participación de todos los integrantes del equipo en todas las actividades propias del estudio, desde la elaboración de los cuestionarios hasta el procesa-miento de las respuestas a los mismos y desde la evaluación y análisis del “artícu-lo de opinión” hasta la redacción del informe final.

Uno de los factores que garantizó la participación masiva de encuestados en los estudios de prospectiva realizados con arreglo al modelo chileno, fue la existencia de un sistema computacional de administración de encuestas Delphi especialmente adecuado a las necesidades de dichos estudios. Desde la perspec-tiva de su procesamiento, este Sistema de Administración de Banco de Encuestas Delphi permite analizar permanentemente el universo encuestado, desagregar las respuestas y establecer relaciones con otras bases de datos.

126 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

3.3. Estudios realizados

3.3.1. “Actividades Económicas Estratégicas para la Competiti-vidad Internacional de Chile en 2010”, año 2001

Objetivo En este primer estudio – desarrollado por el equipo chileno de prospectiva – el

objetivo fue identificar las actividades económicas en las que nuestro país podría sustentar, a partir de 2010, una competitividad internacional igual o superior a la que tenía en ese momento (2001).

Técnicas utilizadas El estudio se realizó por intermedio de un ejercicio inédito de participación

ciudadana nacional, democrática - todos los participantes pudieron expresar li-bremente sus opiniones - y experta - todos eran profundos conocedores de sus respectivos ámbitos de desempeño en en la vida social nacional. Participaron 167 chilenos que fueron convocados a identificar las actividades económicas en las cuales nuestro país debería comenzar a destinar, a partir de ese momento, sus mejores energías e iniciativas, privadas y estatales, de capitales y de políticas públicas, de educación y de creatividad.

Con este propósito se les invitó, primero, a expresar sus opiniones, que luego fueron ordenadas y clasificadas para presentárselas en una segunda circulación de preguntas en la cual se les solicitó calificarlas de acuerdo a dos criterios: Re-levancia, que fue definida como el grado de importancia de la actividad eco-nómica para el desarrollo y la competitividad internacional del país en 2010, y Viabilidad, definida a su vez como la posibilidad de implementar esa actividad económica durante la presente década.

El instrumento técnico principal fue una encuesta Delphi nacional, aplicada vía Internet. La composición de los participantes fue la siguiente: 10% de empre-sarios, 11% dirigentes de asociaciones empresariales, 25% profesionales del sector privado, 17% autoridades del sector público, 13% profesionales del sector público, 17% académicos, 7% por representantes de ONGs, organismos internacionales y fundaciones, lo que arroja un balance final de 46% de representantes del sector pri-vado, 30% del sector público y 24% de académicos e integrantes del tercer sector.

127Frances Wilson Bronfman

La encuesta se aplicó en dos circulaciones durante cinco meses. De manera previa a su realización se efectuaron entrevistas personales con actores represen-tantes de la vida económica y cultural del país, a objeto de sensibilizar a la sociedad sobre el tema a estudiar y recabar de ellos información útil que permitiera terminar de focalizar la temática en estudio. También de manera previa a la encuesta nacio-nal se realizó un taller participativo sobre la base de la técnica Delphi acelerada, con el fin de definir un número limitado de actividades económicas que pudieran ser sometidas a la reflexión y escrutinio masivo de esa encuesta nacional.

Resultados Se obtuvo una selección de actividades en las que el país puede confiar su

competitividad internacional en un horizonte de diez años, jerarquizadas según los criterios de relevancia y viabilidad. Aquellas calificadas como más relevantes y viables fueron ordenadas, a su vez, en cadenas productivas y clusters.

Las actividades que a continuación se presentan corresponden a aquellas que obtuvieron altos puntajes (en una escala de 0 a 10) tanto en relevancia como en viabilidad. Por lo tanto, el conjunto de estas actividades pueden ser consideradas en un nivel altamente similar de preferencia de los encuestados.

Actividades economicas ordenadas según relevancia y viabilidad

Producción y Exportación de Vinos;• Servicios e insumos de apoyo a la industria acuícola y pesquera;• Industria manufacturera del cobre;• Producción agrícola y agroindustrial con mayor valor agregado median-• te biotecnología, TICs y otras tecnologías;Producción y exportación de productos agrícolas amparados por con-• venios de liberalización comercial, tal como, Mercosur, TLC con EEUU, Comunidad Europea y otros;Industria Minera con Mayor Valor Agregado;• Producción de Bienes de Capital para la Minería;• Generación y Procesamiento de Contenido Multimedial;• Turismo de Intereses Especiales: Ecoturismo, Agroturismo, Turismo • Terapéutico, Otros;Diversificación de la Industria Acuícola;• Salmonicultura en Condiciones Sustentables;•

128 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

Producción y Exportación de Paltas y sus Derivados, Incorporando Va-• lor Agregado;Producción de Energías Renovables;• Industria de la Madera con Mayor Valor Agregado;• Producción de Compuestos Farmacéuticos Extraídos de Plantas Chilenas • Servicios para la Minería;• Producción de Software para responder tanto a la demanda nacional • como internacional;Educación on-line;• Exportación de Educación de Post-Títulos y Post-Grados para el Merca-• do Latinoamericano;Exportación de partes y piezas de las industrias metal mecánica y del plástico;• Industria Pesquera de Exportación con Mayor Valor Agregado;• Servicios Financieros que conviertan a Chile en un Centro Internacional;• Centro Logístico de Ventas por Internet y Centros de Llamados para • Empresas y Clientes;Gestión y Venta de Información Estadística proveniente de los Sectores • Público y Privado;Cultivo de Nueces y otros Frutos Secos en Ecosistemas donde actual-• mente existen sólo Especies Nativas.

A partir de este resultado se decidió realizar estudios que focalizaran la mi-rada prospectiva en actividades específicas inherentes a alguna de estas cadenas o clusters. Esos estudios fueron realizados durante los años sucesivos.

3.3.2. “Producción y Exportación de Vinos”, año 2002

Objetivo Identificar las características que tendrá la industria del vino chileno en el

año 2010, convertida en uno de los pilares de la competitividad internacional del país, junto con las principales acciones y estrategias que se debían seguir para lograr ese futuro deseado.

Técnicas utilizadas Se realizó mediante la aplicación de una encuesta Delphi nacional aplicada

vía Internet, en la que participaron 213 expertos de todo el país, cuyas caracte-

129Frances Wilson Bronfman

rísticas se ajustaron a la siguiente distribución: 79% sector privado, 10% sector público, 5% académicos, 4% ONGs y 2% otros.

Los resultados parciales y finales de la encuesta fueron validados en talleres de trabajo en los que participaron representantes del sector privado y del gobier-no. El estudio completo se realizó en cinco meses.

Resultados Produjo una visión sistémica de la industria chilena del vino en 2010 que

incluyó información prospectiva relevante en las siguientes áreas:

Estrategia de posicionamiento del país; • Prioridades de desarrollo de productos (variedades, valles y categorías);• Necesidades de desarrollo tecnológico; • Necesidades de capacitación y educación; • Prioridades de desarrollo de mercados; • Necesidades de promoción (atributos y actividades); • Acuerdos comerciales;• Requerimientos del marco regulatorio;• Prioridades de acción de las organizaciones gremiales;• Prioridades de acción del sector público.•

Entre los consensos más interesantes que relevó este estudio destaca la vo-luntad de la industria por desarrollar un “cepaje de bandera” por el cual el vino chileno sea reconocido y diferenciado en el mundo. La mayoría de los expertos participantes se inclinó por el Carmenere.

3.3.3. “Industria de la E – ducación: TIC aplicadas a la Educación”, año 2002

Objetivo Identificar oportunidades de negocios en 2010 para la industria de tecnologías

de información y comunicación, TIC, aplicadas a la educación. Junto con esta in-formación prospectiva, el estudio buscó identificar los requerimientos que debe-rían satisfacerse para asegurar el desarrollo de las actividades correspondientes.

130 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

Técnicas utilizadas Se realizó utilizando como instrumento principal una encuesta Delphi na-

cional, aplicada vía Internet, en la que participaron 147 expertos de todo el país, cuyas características se ajustaron a la siguiente distribución: ejecutivos y pro-fesionales del sector privado 40%, académicos 25%, representantes de ONGs y tercer sector 19% y profesionales del sector publico 16%.

Esta encuesta se desarrolló en dos circulaciones durante cuatro meses. Ade-más de la encuesta se realizaron tres talleres participativos durante el proceso.

Resultados Se identificaron 12 oportunidades de negocios:

Servicios de educación para completar la escolaridad; 1. Capacitación laboral a distancia para el mercado hispanohablante; 2. Producción de software educativos para el mercado hispanohablante; 3. Producción de contenidos multimediales para el mercado hispanohablante ;4. Servicios informatizados de gestión escolar y universitaria; 5. Educación de postgrado en Chile para estudiantes de Hispanoamérica 6. combinando modelos presenciales y a distancia; Servicio de educación extracurricular para desarrollar habilidades 7. transversales a nivel escolar; Servicio de educación continua a distancia; 8. Educación a distancia de carreras universitarias para el mercado hispa-9. nohablante; Portales y sitios educacionales con servicios especializados; 10. Servicio de certificación y acreditación para la educación; 11. Desarrollo, adaptación y/o arriendo de plataformas tecnológicas para la 12. educación.

Junto con ello, se identificó 37 requerimientos necesarios para lograr el desa-rrollo de estas oportunidades de negocios.

3.3.4. “Industria de la Acuicultura”, año 2003

Objetivo Identificar el escenario económico de la acuicultura en el año 2013 – dis-

tinguiendo entre salmónidos y no salmónidos - y el conjunto de acciones que conducen o se oponen a él.

131Frances Wilson Bronfman

Técnicas utilizadas Se realizó mediante una encuesta Delphi nacional, aplicada vía Internet, en

la que participaron 179 expertos de todo el país, cuyas características se ajusta-ron a la siguiente distribución: 53% sector privado, 33% académicos, 12% sector público y 2% otros.

La encuesta tuvo dos circulaciones y se prolongó durante cinco meses. Ade-más se realizaron dos talleres participativos. En el primero se sometió la versión preliminar de un artículo de opinión, elaborado por dos expertos temáticos, a la consideración de un grupo de representantes de los sectores público y privado. Sus sugerencias permitieron perfeccionar dicho artículo y elaborar los cuestiona-rios. En el segundo taller fueron presentados los resultados de la investigación al mismo grupo de personas, los cuales mediante su debate facilitaron la validación de los mismos.

Resultados El estudio proporcionó información prospectiva pormenorizada en las si-

guientes áreas:

Areas de información para salmónidos

Areas de información para no salmónidos

Crecimiento del producto a nivel mundial

Especies

Crecimiento del producto en Chile ComercializaciónTendencia de los precios Protección ambiental

Medidas para optimizar los precios CapacitaciónDesarrollo del mercado interno Marco regulatorioEstrategias de comercialización Fomento productivo

Imagen país asociada al salmón chileno

Amenazas

Estrategias de mercado InsumosSalmones transgénicos Desarrollo tecnológico

Infraestructura habilitante

Uno de los resultados más atractivos de este estudio fue el conjunto priori-zado de especies en cultivo que, además del salmón, serán determinantes para la competitividad internacional de nuestro país en la próxima década, en opinión

132 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

de los expertos participantes. Al respecto el abalón y la merluza concentraron las preferencias.

3.3.5. “Biotecnología aplicada a la Industria Hortofrutícola”, año 2004

Objetivo Identificar el escenario económico de la industria de la biotecnología aplica-

da a la hortofruticultura en el año 2018.

Técnicas utilizadas Se realizó teniendo como instrumento técnico principal una encuesta Delphi

nacional aplicada vía Internet, en la que participaron 178 expertos de todo el país conforme a la siguiente distribución: 36% académicos, 33% sector privado, 28% sec-tor público y 3% ONGs. Además de la encuesta nacional, que se aplicó durante cua-tro meses, se realizó un taller participativo que validó los resultados de la encuesta.

Resultados El estudio entregó información prospectiva relevante en las siguientes áreas:

Importancia de la biotecnología aplicada a la producción hortofrutícola • en 2018;Importancia de la biotecnología para la competitividad internacional de • la industria hortofrutícola en 2018; Ventajas comparativas de Chile para desarrollar biotecnología aplicada • a la industria hortofrutícola; Productos, procesos y/o servicios biotecnológicos necesarios de desarrollar; • Mejoramiento genético; • Desarrollo de productos transgénicos; • Identificación de futuros productos transgénicos chilenos de excelencia • mundial; Acciones a emprender por el sector público; • Acciones a emprender por el sector privado; • Acciones a emprender en conjunto por ambos sectores; • Medidas regulatorias; • Nuevas áreas temáticas para la educación. •

133Frances Wilson Bronfman

3.3.6. “Biotecnología aplicada a la Industria Forestal”, año 2004

Objetivo Identificar el escenario económico de la biotecnología aplicada a la industria

forestal en el año 2018.

Técnicas aplicadas El instrumento principal del estudio fue una encuesta Delphi nacional apli-

cada vía Internet, en la que participaron 124 expertos de todo el país de acuerdo a la siguiente distribución: 80% sector público, 18% sector privado y 3% acadé-micos. Además de la encuesta nacional, que se aplicó durante cuatro meses, se realizó un taller participativo que validó los resultados de ésta.

Resultados El estudio entregó información prospectiva relevante en las siguientes áreas:

Importancia de la biotecnología aplicada a la producción forestal en 2018; • Importancia de la biotecnología para la competitividad internacional de • la industria forestal en 2018; Ventajas comparativas de Chile para desarrollar biotecnología aplicada • a la industria forestal; Productos, procesos y/o servicios biotecnológicos necesarios de desarrollar; • Mejoramiento genético; • Productos de la industria forestal, con aplicación de biotecnología, con • mayor potencial de negocios futuros; Desarrollo de productos transgénicos; • Identificación de futuros productos transgénicos chilenos de excelencia • mundial; Acciones a emprender por el sector público; • Acciones a emprender por el sector privado; • Acciones a emprender en conjunto por ambos sectores; • Medidas regulatorias; • Nuevas áreas temáticas para la educación. •

134 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

3.3.7. “La Industria Chilena del Software”, año 2004

Objetivo Identificar el escenario económico de la industria del nacional del software

el año 2010.

Técnicas utilizadas Se realizó utilizando como instrumento técnico principal una encuesta Del-

phi nacional, aplicada vía Internet, en la que participaron 167 expertos de todo el país cuyas características se ajustaron a la siguiente distribución: 80% sector privado, 15% académicos y 5% sector publico.

La encuesta Delphi nacional se realizó en dos circulaciones y demoró cuatro meses en su realización. Además de esta encuesta se realizó un taller participati-vo que validó los resultados de la encuesta.

Resultados El estudio entregó información prospectiva relevante en las siguientes áreas:

Tendencias en el mercado mundial de software hacia el año 2010; • Actores relevantes y potenciales aliados estratégicos; • Mercados de destino; • Oportunidades de negocios para la industria chilena de software; • El desafío de aprovechar la oportunidad; • Acciones a emprender por el sector publico; • Acciones a emprender por el sector privado; • Acciones a emprender por las universidades; • Acciones a emprender en conjunto; • Liderazgo; • Imagen país asociada al software chileno;• Iniciativas creativas;• Nuevas áreas de conocimiento. •

135Frances Wilson Bronfman

3.3.8. “El Mercado Mundial de las Fuentes de Energía en 2025 y la Participación de Chile”, Año 2001.

Objetivo El estudio perseguía dar respuesta a dos interrogantes:

a) ¿En qué escenario mundial energético futuro – considerando como ho-rizonte el año 2025 – deberá desenvolverse la búsqueda de la seguridad en el suministro de energía para la economía chilena?; y

b) ¿Cuál es la manera más eficiente para Chile – desde el punto de vista de la seguridad del abastecimiento energético – de integrarse a ese escenario mundial futuro?

Técnicas utilizadas El estudio se dividió en dos etapas, cada una de las cuales aplicó sus propios

instrumentos técnicos. La primera de ellas, que tuvo como objeto específico de estudio el mercado mundial de energéticos en 2025, se realizó sobre la base de una encuesta Delphi on – line internacional, aplicada a 54 expertos representan-tes de 17 países según la siguiente distribución:

Estos expertos internacionales fueron consultados sobre la probabilidad de ocurrencia de un conjunto de escenarios.

136 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

La segunda etapa tuvo como objetivo el estudio de la participación de Chile en el mercado mundial de energéticos en 2025, considerando como escenario más probable aquel determinado en la primera etapa. Para ese efecto se utilizó como instrumento una encuesta Delphi on – line nacional, aplicada a 75 expertos representantes de la empresa privada, académicos, consultores privados, profe-sionales del sector público y empresas públicas ligadas al sector.

Estos expertos fueron consultados sobre un conjunto de posibles escenarios de integración de Chile al escenario mundial identificado en la primera etapa, solicitándoles su evaluación desde la perspectiva de la mayor eficiencia energética del país en 2025.

Resultados El estudio en sus dos etapas se realizó durante nueve meses y permitió iden-

tificar el escenario de más probable ocurrencia para el mercado internacional de energéticos en un horizonte de veinte años y la manera más eficiente – desde la perspectiva de la seguridad del abastecimiento energético - de integración de Chile a ese escenario.

3.3.9. “Identificación de Estudios de Postgrado en Chile que requerirá la Industria de Alimentos Procesados de Origen Agrícola de Primera Transformación y la Industria de Productos Pecuarios”, años 2005-2006

Objetivo Este estudio, que se realizó por separado para cada una de las industrias en

cuestión, buscó identificar los conocimientos que los profesionales universitarios que se desempeñan en ambas cadenas productivas debieran adquirir con el obje-to de que éstas puedan constituirse en pilares de la competitividad internacional en nuestro país, en un plazo de diez años.

Técnicas utilizadas Se realizó utilizando como instrumento técnico principal dos encuestas

Delphi nacionales, aplicadas vía Internet. En la de Alimentos Procesados de Origen Agrícola de Primera Transformación participaron 66 expertos de todo el país, cuyas características se ajustaron a la siguiente distribución: 55% sector

137Frances Wilson Bronfman

privado, 27% académicos, 12% sector publico y 6%, otras instituciones. En la de Productos Pecuarios participaron 74 expertos de todo el país, según la siguien-te distribución: 64% sector privado, 18% académicos, 14% sector público y 4% otras instituciones.

Ambas encuestas se realizaron en dos circulaciones y su ejecución se desa-rrolló durante cinco meses.

Resultados El estudio permitió identificar los conocimientos más urgentes de incorpo-

rar por los profesionales de ambas industrias.

3.3.10. “Estudio Prospectivo para la Región del Maule: Maule 2016”, Año 2006

Objetivo Identificar las actividades económicas estratégicas para el desarrollo de esta

región en un horizonte de diez años.

Técnicas utilizadas Participaron 250 expertos del más alto nivel de la región, dialogando “on-line”

en el marco de una encuesta Delphi. En su conjunto, este grupo de encuestados estuvo constituido en un 56% por representantes del sector privado, en un 6% por dirigentes de asociaciones empresariales, en un 19% por representantes del sector público, en un 19% por académicos y en un 1% por representantes de ONG.

Resultados El primer resultado del ejercicio fue la identificación de 54 actividades eco-

nómicas que, a juicio de los expertos regionales encuestados, serán aquellas en las cuales se sustentará el desarrollo competitivo de la Región del Maule en los próximos diez años.

A continuación, se solicitó a los expertos participantes calificar las actividades económicas propuestas según su relevancia y su viabilidad, obteniéndose al cruzar ambas variables un ranking de las actividades económicas más relevantes y viables, según la calificación de los propios encuestados. Por último, las actividades econó-micas seleccionadas fueron ordenadas en clusters y cadenas productivas.

138 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

4. Conclusiones

4.1. Utilidad del metodo chileno

El método chileno de prospectiva es una importante expresión del pensa-miento estratégico aplicado a la solución de problemas nacionales. En su ejecu-ción y no obstante emplear una mirada sistémica que abarca mucho más que la limitada focalización en temas estrictamente tecnológicos, se ha sabido eludir la tentación de ir más allá de lo que las técnicas prospectivas en un sentido estricto pueden aportar. Se ha preservado el espacio para la decisión ejecutiva de la au-toridad, que debe buscar la materialización de los consensos explicitados por la prospectiva mediante planes estratégicos a los que los estudios estratégicos sólo sirven de eficiente insumo.

En la práctica, se ha tratado de estudios prospectivos de carácter integral, orientados por la búsqueda de información acerca de la evolución futura de ac-tividades económicas en su totalidad. Con una mirada sistémica estos estudios han buscado identificar la orientación futura completa de las actividades estudia-das, junto con los requerimientos y necesidades tecnológicas futuras de cada una de ellas. También se ha identificado el conjunto de obstáculos políticos e institu-cionales que podrían oponerse a la materialización del futuro prospectado, y las acciones públicas y privadas necesarias para superarlos. Como se ha comentado antes, un objetivo explícito de los mismos estudios ha sido también el de consti-tuirse en instrumentos para el consenso sobre los diferentes temas prospectados, principalmente entre los sectores público y privado.

En esas condiciones es que, debido a las técnicas participativas que utiliza, así como por el hecho de ser esencialmente un sistema de producción de pro-posiciones de políticas públicas y de acciones del sector privado –que deberán luego traducirse en planes estratégicos en ambos sectores– el método chileno de prospectiva se ha constituido en un instrumento democrático de orientación de decisiones económicas y políticas en ámbitos cruciales de la actividad nacional.

A continuación se presentan algunas reflexiones que derivan de la aplica-ción, durante seis años, del método chileno de prospectiva y que pueden ser útiles a estudiosos y practicantes de la disciplina.

139Frances Wilson Bronfman

1. El Rol de la Autoridad Un elemento importante a considerar se relaciona con la participación de la

autoridad en los estudios de prospectiva. Puesto que se trata de estudios realiza-dos por el gobierno, debe tenerse presente que la posición de autoridad propia de éste podría llegar a inhibir o condicionar la participación de los expertos consul-tados. Debe evitarse, en consecuencia, que la manifestación de su presencia sea tal que inhiba o condicione la participación de los expertos. El objetivo ideal a alcanzar en este punto es que el gobierno respalde y garantice la calidad de los estudios, pero que no intervenga en tanto autoridad en la orientación práctica de los mismos, pues de ese modo sus frutos pueden resultar sesgados. La experien-cia chilena ha probado, en suma, que en la realización de estudios nacionales de prospectiva los gobiernos deben participar como promotores y garantes y, en la mayoría de los casos, también como actores, pero que no deben hacerlo en cali-dad de rectores de un modo que pueda influir en sus resultados.

En la ejecución práctica de los estudios resulta interesante constatar también que la colaboración de los expertos se ve estimulada por la importancia de la au-toridad que invita a participar. Mientras más alto es el rango de la autoridad que convoca, mayor es el sentimiento de importancia que el encuestado le asigna a su participación. En el caso de Chile esta participación ha sido solicitada siempre por un alto personero público (el Ministro o el Subsecretario de Economía) que se ha dirigido personalmente a cada experto solicitando su colaboración.

En la realización de estudios de prospectiva desde el ámbito público inter-vienen siempre por lo menos dos actores: la autoridad pública y los técnicos que los ejecutan directamente. En la definición de los temas a estudiar puede llegar a plantearse alguna tensión entre estos dos actores, confrontando de una parte la necesidad de la autoridad de incursionar en determinados temas en función de coyunturas políticas y, de otra, la propensión de los técnicos a realizar estudios de mayor interés académico aunque de un probable menor interés práctico. Es también una lección de la experiencia chilena la constatación de que una ade-cuada definición de los temas debe procurar equilibrar ambas tendencias y exige flexibilidad de parte de ambos actores.

Por otra parte, a fin de evitar que se generen expectativas equivocadas, es necesario dejar explícitamente establecido con la autoridad pública que encarga los estudios que la prospectiva ofrece fundamentalmente miradas de largo plazo, aunque para la materialización de éstas sugiera también tareas que deben poner-se en marcha a partir del presente.

140 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

En el mismo plano, los promotores de los estudios de prospectiva deben in-sistir permanentemente en la idea de que un estudio de esta naturaleza puede tanto revelar novedades, como también aportar visiones que validan una percep-ción existente. Pero, en ambos casos, ofrecerá resultados - visiones de futuro - validados por el consenso de expertos representantes de los distintos actores que participan de una determinada actividad y esa es su importancia principal.

2. Selección del Objeto de Estudio Entre los aprendizajes de utilidad práctica para el cultivo de la prospectiva,

emanados de la experiencia chilena, puede destacarse la valoración de la impor-tancia de la definición precisa del objeto de cada estudio eludiendo la tentación de abordar temas que, no obstante parecer interesantes o constituir una moda intelectual, eran inexistentes en el ámbito objetivo de la realidad nacional o con relación a los cuales era imposible o muy difícil identificar expertos. El riesgo que se evita al actuar de esta manera es el de desperdiciar recursos y energías públicas en la exploración de temas que carezcan de un efectivo interés social o que sim-plemente sean irrealizables.

3. Participación Masiva de Expertos Entre las principales conclusiones cabe destacar el hecho que la condición bá-

sica para lograr un grado de eficiencia adecuado en este tipo de estudios, en fun-ción de sus propios objetivos, es la participación en cada uno de ellos, en calidad de expertos, de la mayor cantidad de representantes de los principales actores pre-sentes en el ámbito social de la actividad que se está prospectando: gobierno, em-presarios, profesionales y técnicos, académicos, trabajadores. Ha sido esta partici-pación masiva y extendida la que ha terminado por garantizar no sólo la calidad de las previsiones de futuro y de la identificación de obstáculos a superar y tareas a realizar para alcanzarlo, sino el hecho que se haya llegado a tales conclusiones por la vía de un diálogo amplio y democrático que ha concluido en un consenso de los participantes, lo que convierte a ese futuro deseado en una tarea colectiva a alcanzar, desde sus diferentes posiciones, con la participación de todos ellos.

4. La Importancia de los Especialistas Temáticos Es de vital importancia trabajar con especialistas temáticos que apoyen la

elaboración de cada proyecto y asesoren su ejecución en cada tema específico a abordar. En este sentido, los técnicos en estudios de prospectiva deben evitar la tentación de creer que son también expertos en los temas que estudian.

141Frances Wilson Bronfman

5. La Selección de los Encuestados Los especialistas temáticos además son quienes elaboran o asesoran la elabo-

ración de la base de datos (la lista de expertos encuestados) con la que se realiza cada estudio. El éxito o el fracaso de éste dependerá siempre de la calidad de las personas que participan en él, por lo que los expertos que serán encuestados deben tener conocimientos comprobados sobre el tema y ser, en la medida de lo posible, individuos que tengan trayectorias y experiencias equivalentes en sus respectivas áreas de especialidad.

Uno de los elementos clave para asegurar la participación de los expertos es contar con un “soporte en línea” para cada encuesta, manteniendo así un contac-to permanente y personalizado con ellos, de modo de estimular su participación y resolver todas las dudas que pudieran planteárseles en el curso de la misma.

6. El Diseño Metodológico Resulta igualmente interesante la valoración de la importancia de tener una

idea completa de todo el proyecto antes de iniciar un estudio. En otros términos, la importancia de tener un diseño completo de cada fase del estudio y de la utili-dad de cada pieza de información a obtener en ella, soslayando la tentación de ex-plorar caminos de información sólo porque podían parecer interesantes aunque no fuesen de utilidad. El riesgo que se elude al actuar de este modo es el de arribar a callejones sin salida metodológicos en los que una gran cantidad de informa-ción inútil lleva al desperdicio de tiempo y energía en su procesamiento.

Junto con lo anterior, el diseño metodológico debiera incluir la posibilidad de actualización permanente de la información que provee cada estudio.

7. La Transdisciplinariedad del Equipo Técnico De gran importancia para el resultado de los estudios es, también, el carácter

transdisciplinario del equipo técnico que los desarrolla. Abordar las múltiples variables involucradas en la ejecución de cada uno de ellos requiere que diferen-tes disciplinas interactúen entre sí, se nutran y generen sinergia. Los profesionales que los ejecutan deben poseer la capacidad de trabajar en equipo, facilitando de ese modo la articulación de las diferentes competencias necesarias para hacerse cargo de una tarea compleja.

Esta cualidad del equipo técnico permite asumir eficazmente las labores más variadas dentro del proceso. En particular, durante la elaboración de las preguntas que conformarán el o los cuestionarios, y durante el procesamiento y análisis de resultados es importante valorar el hecho que se trata de un trabajo con el lengua-

142 La Prospectiva en Chile - Historia y Lecciones de una Experiencia

je, el que se enriquece en la interacción y precisión que aportan las diferentes dis-ciplinas. Ello permite sortear el riesgo de desperdiciar el formidable instrumento que es una encuesta Delphi, debido a que los encuestados pudieran llegar a no en-tender lo que se les estaba preguntando. Para alcanzar esta condición resultó muy importante la realización de aplicaciones “piloto” de las distintas encuestas.

5. Referencias

MINISTERIO DE ECONOMIA. Visualizando el Futuro: La Experiencia Chilena en estudios de Prospectiva. 2007

CONSEJO NACIONAL DE INNOVACIÓN PARA LA COMPETITIVIDAD: Ha-cia una Estrategia Nacional de Innovación. Chile Enero 2007.

MINISTERIO DE ECONOMIA DE CHILE. “Innovar en Chile”. Programa de desarrollo e innovación tecnológica 2001 – 2006. 2006

EYZAGUIRRE, Nicolás; MARCEL, Mario; RODRÍGUEZ, Jorge; TOKMAN, Marcelo. Hacia la Economía del Conocimiento: el camino para crecer con equi-dad en el largo plazo.

La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

1. Antecedentes: las etapas de la prospectiva en Colombia1

La historia de la prospectiva en Colombia está caracterizada por un constante proceso de aprendizaje. Al revisar las distintas etapas de evolución de los estudios del futuro en Colombia, es un hecho que con el tiempo aumentó el número de proyectos realizados, que éstos han escalado la jerarquía de las instancias decisorias y que se ha formado una masa crítica de personas en diferentes aspectos de la disciplina.

Colombia cuenta con una tradición en prospectiva desde finales de los años sesenta. Los primeros ejercicios fueron promovidos por Colciencias en 1969 con

1 Este documento ha sido escrito exclusivamente para el CYTED. Pero ha sido posible gracias a la cooperación de la Unión Europea mediante una beca de movilización, a través de la Red Alfa/SELF-RULE, y gracias al contexto facilitado por Colciencias y la Universidad del Valle. Se reconoce el apoyo de Ian Miles, Rafael Popper, Michael Keenan y Luke Georghiou del Instituto PREST de la Universidad de Manchester, y su orientación conceptual y metod-ológica. Así mismo, se agradece la provisión de las condiciones de trabajo a Yuli Villarroel, Coordinadora de la Red SELF-RULE, Juan Francisco Miranda y Alexis De Greiff, Director y Subdirector de Programas Estratégicos de Colciencias, y a Iván Ramos y Leonel Leal, Rector y Decano de la Facultad de Ciencias de la Administración de la Universidad del Valle. Una visión más completa de la prospectiva en Colombia y del Programa Nacional de Prospectiva está publicado en el Plan Estratégico del mismo, en Colciencias (2006). Otras publicaciones son Medina (2005 a y b).

Nótese la diferencia entre los conceptos de tradición prospectiva y Programa Nacional de Prospectiva PNP). Un país puede tener una rica tradición pero no un PNP, como el caso de México y Argentina. Otros países como Brasil, Chile, Colombia y Venezuela han tenido tanto tradición como PNP.

144 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

el proyecto “Operación Desarrollo” y el “Grupo Colombia año 2000” en los años setenta, cuyo propósito era fortalecer los estudios de largo plazo en el país. La corriente principal de la prospectiva ha estado ligada a la ciencia y la tecnología, en la cual Colciencias ha jugado un rol estelar, patrocinando iniciativas que han impulsado un número importante de experiencias relevantes en todo el país. Con el tiempo, década a década, ha ocurrido un proceso de diversificación, que ha producido la generación de una prospectiva territorial, una prospectiva educati-va, una prospectiva corporativa y una reflexión prospectiva acerca del futuro del país. (Ver Figura 1)

Este proceso ha estado sujeto a vaivenes institucionales, períodos de apoyo, confianza y desconfianza, inversión y desinversión, modas teóricas y metodo-lógicas, críticas constructivas y destructivas. Sin embargo, actualmente, la tra-dición colombiana en prospectiva es una de las más interesantes en el contexto latinoamericano e inclusive mundial. Existe un acumulado de alrededor de más de cien casos, compuesto por un conjunto heterogéneo de ejercicios e iniciativas nacionales, regionales y sectoriales. Debido a esta acumulación, la trayectoria co-lombiana en prospectiva es rica y respetada en América Latina. Es punto de refe-rencia en la zona Andina y su experiencia es comparable a la de los países líderes de Latinoamérica, tales como Brasil, México, Argentina, Chile y Venezuela.2

Este constante proceso de aprendizaje se debe a la confluencia de múltiples factores. Un país en constante conflicto como Colombia siempre ha buscado cons-truir opciones diferentes a la guerra. La sociedad civil, las universidades, la empre-sa privada, los alcaldes y los gobernadores, han emprendido procesos de reflexión de largo plazo con miras a contar proyectos de futuro que le permitan sobrevivir, crecer y desarrollarse en entornos inestables e inciertos. La prospectiva no surge en este contexto como una herramienta de predicción, sino como una disciplina para la construcción de alternativas de desarrollo humano y social para el país.

Sin pretender un análisis causal exhaustivo de este proceso, son relevantes los siguientes factores impulsores, que se desarrollan a continuación:

• El papel de Colciencias como Institución Bandera en el desarrollo de la prospectiva colombiana; • El valor del permanente contacto internacional;

2 Para comparar la tradición colombiana en el contexto de América Latina es importante ver: Medina & Popper (2007), Mari (2003), CYTED (2003), Leone (1999). Dentro del contexto internacional es fundamental ver: Keenan M, Butter M, Sainz de la Fuente G. and Popper R (2006). Pero sobre todo Georghiou, Harper, Miles & Keenan (2007).

145Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

• La existencia de universidades con vocación prospectiva y de una masa crítica de personas con buen nivel de formación teórico-práctica; • La distribución territorial y sectorial de las capacidades y la difusión de una cultura prospectiva.

Figura 1 . Momentos históricos de la prospectiva en Colombia

2. Factores impulsores del desarrollo de la prospectiva en Colombia

2.1 El papel de Colciencias en el desarrollo de la prospectiva colombiana

La tradición prospectiva en Colombia está íntimamente relacionada con la historia del Instituto Colombiano para el Desarrollo de la Ciencia y la Tecnolo-gía “Francisco José de Caldas” (Colciencias). El interés que Colciencias mantiene por los derroteros de largo plazo surge a finales de los años sesenta, y continúa a través de las distintas misiones que se han ocupado del papel de la ciencia y la tecnología en el desarrollo del país. Ilustra así mismo el papel pionero que ha te-nido la institución en la comprensión del cambio tecnológico y social del entorno

Colombia Siglo XXI,Destino Colombia,

Impulso ASCUNObservatorio Prospectivo U. de la Sabana, Primeros

Planes Estratégicos

Aplicación a Planes de Desarrollo Municipales yDepartamentales;Aplicación a PlanesdeOrdenamiento Territorial(1994-2007); CORPES.

Visita de Grandes Personalidades: Sakamoto (1975), Pierre Piganiol (1976), Aurelio Peccei, Eleonora Masini (1983); Michel Godet (1984), Pierre-Frédéric Ténière-Buchot (1985)

Prospectiva de la Educación Superior(1998-1991) – ICFESUnivalle 1986-2000

Prospectiva Regional:- Antioquia Siglo XXI;- Programa Ciudadano “El Cali que Queremos”- (1986-1992), Valle 2000

Papel de Colciencias:OperaciónDesarrollo,Grupo Colombiaaño 2000.

Emergencia de ProspectivaTerritorial:Respuestas sistemáticasEstudios del futuro Científicos

Prospectiva Cientifica y Tecnológica:Papel Impulsor De Colciencias

Primer Programa Nacional de Prospectiva (1986-2000).¿Hacia donde va Colom-bia? (1996-1998)

Diálogos de Hannover (2000), Agendas Regionales de Prospectiva (2001-2007)Programa Nacional de Prospectiva (2003-2007)

Prospectiva Corporativa

Prospectiva Educativa – Reflexión Nacional

Acumulación de la prospectiva en Colombia

Cámaras de Comercio, Gobiernos Regionales, Gobierno Nacional

1960 1970 1980 1990 2000 2007 +

Estudios Sectoriales,Planes Exportadores,

Empresas Públicas,Cadenas Productivas

Repensar Colombia;Colombia, un país por

construir; Plan Decenal de Educación, Planes Estratégi-

cos 20 universidades

Roi DNP.Programa

PlaneaciónEstratégica a

Largo PlazoVisión 2019

146 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

mundial, y el incremento de las capacidades nacionales de respuesta al cambio global (Colciencias, 2006).

Este liderazgo se ha desplegado desde dos puntos de vista, la prospectiva de carácter científico-tecnológico, y el apoyo a procesos prospectivos de carácter territorial, educativo, tecnológico-industrial y de reflexión global del país. En efecto, en los años setenta Colciencias promovió la visita de importantes figuras internacionales en la prospectiva. En 1986-1990 puso en marcha un programa de prospectiva, que produjo una importante reflexión sobre los problemas nacio-nales e impulsó las primeras iniciativas de prospectiva territorial participativa en Colombia: - Antioquia Siglo XXI y el Programa Ciudadano “Cali Que Quere-mos”. Luego llevó a cabo diferentes actividades desde 1990 hasta el año 2001. En-tre ellas se destacan el proyecto que produjo el libro “Hacia dónde va Colombia” y los “Diálogos Estratégicos”, que analizaron algunos de los temas tratados en los “Diálogos Globales” con ocasión de la Feria Mundial de Hannover del año 2000.

Igualmente, durante 2002-2007 Colciencias y el Servicio Nacional de Apren-dizaje (SENA) financiaron la elaboración de veintisiete (27) Agendas Regionales de Ciencia, Tecnología e Innovación, e impulsaron la creación y desarrollo del Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica e Industrial (PNPC), junto con la Organización de Naciones Unidas para el Desarrollo Industrial (ONUDI), la Corporación Andina de Fomento (CAF) y el Ministerio de Comercio, Industria y Turismo. El PNPC llevó a cabo treinta y dos ejercicios (32) en este período, generando un relevante proceso de desarrollo de capacidades nacionales en pros-pectiva y vigilancia tecnológica. De esta forma, en la presente década, median-te el impulso a las Agendas Regionales y al Programa Nacional de Prospectiva, Colciencias ha contribuido al desarrollo de cincuenta y nueve (59) experiencias recientes, que han consolidado el interés por la prospectiva en todas las regiones y han buscado influir en la toma de decisiones estratégicas nacionales, sectoriales y territoriales en materia de ciencia, tecnología e innovación.

El apoyo a este proceso se debe al liderazgo en nuevas dimensiones del pen-samiento que siempre ha caracterizado a la institución. Colciencias se ha distin-guido en Colombia por ser una entidad de alto nivel técnico, que pone a pensar al país mediante la promoción del debate público en áreas de interés estratégico para la nación. Colciencias es una entidad respetada por el mundo académico, empresarial y gubernamental. Sus iniciativas gozan de alta credibilidad y son emuladas positivamente por las universidades y las regiones. De este modo, el impulso a la prospectiva ha señalado un camino al país para producir reflexiones serias y estructuradas acerca del futuro.

147Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

En este sentido ha sido decisivo el papel que han jugado algunos directores de Colciencias. Entre ellos puede destacarse a Francisco Ospina Navia, Eduardo Aldana, Pedro Amaya, Clemente Forero, Fernando Chaparro, Margarita Garrido, María del Rosario Guerra, Felipe García y Juan Francisco Miranda. Igualmente es de destacar la forma como se ha buscado enriquecer la política pública nacional en ciencia y tecnología, a partir múltiples herramientas de análisis estratégico.

Finalmente, el papel de Colciencias ha sido fundamental para articular al país con dinámicas de pensamiento que han promovido diferentes organismos internacionales, tales como UNESCO, ONUDI, CEPAL, el Sistema Económico Latinoamericano, el Convenio Andrés Bello, la Comunidad Andina de Naciones, la Corporación Andina de Fomento, el Banco Mundial, el Banco Interamericano de Desarrollo, CYTED, entre otros. Colciencias ha sido una escuela para muchos dirigentes y ha sido un gran promotor y difusor de nuevas ideas que han renova-do el discurso acerca del desarrollo nacional, regional y local.

2.2. El valor del contacto internacional

La prospectiva de corte europeo y anglosajón tuvo una gran influencia en Colombia desde finales de los años sesenta. Muy pronto los comienzos de la pros-pectiva en Colombia se vieron fortalecidos con las misiones de ilustres prospec-tivistas, a saber: - el japonés Sakamoto en 1975; luego Pierre Piganiol en 1976; y posteriormente Pierre-Frédéric Ténière-Buchot, en 1985, quien asesoró uno de los primeros programas prospectivos para la Ciencia y Tecnología. En 1983, fue notoria la visita de don Aurelio Peccei, Presidente del Club de Roma, junto con Eleonora Masini, Secretaria de la World Futures Studies Federation, invitados por el propio Presidente de la República, Belisario Betancur.

En 1984, el Instituto Colombiano de Fomento a la Educación Superior (ICFES) invitó al profesor Michel Godet de CNAM, quien asesoró el grupo de universidades que tuvo a su cargo el “Estudio de Recursos Humanos para el Siglo XXI” y orientó el equipo de matemáticos de la Universidad Nacional que diseñó los primeros programas de software en prospectiva. A finales de los años ochenta se invitó a importantes científicos al Recinto de Altos Estu-dios de Quirama, en Medellín, para interactuar con los líderes del proceso de Antioquia Siglo XXI.

En 1994 se organizó también la visita de Hugues de Jouvenel, director de “Futu-ribles Internacional”. En 1996, el Instituto Colombiano de Fomento a la Educación

148 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Superior (ICFES) y el Instituto Colombiano de Crédito Educativo en el Exterior (ICETEX) financiaron cinco misiones de dirigentes educativos a Centros Interna-cionales de Prospectiva en Argentina, Estados Unidos, Italia, España y México.

En 1997 Colombia fue el fundador de la “Red Latinoamericana de Estudios Prospectivos”, la cual ha realizado hasta hoy nueve congresos continentales. Ac-tualmente la Red tiene nodos en México, Cuba, Venezuela, Colombia, Ecuador, Perú, Bolivia, Chile, Brasil, Uruguay y Argentina. La primera reunión tuvo lugar en el Campus de la Universidad de la Sabana, convocada por el Centro de Pros-pectiva Estratégica que, en esa época dirigía Francisco José Mojica. En 1998, el país hizo parte del “Proyecto Milenio” del “American Council” a su vez pertene-ciente a la Universidad de las Naciones Unidas, dirigido por Theodor Gordon y Jerome Glenn. La Universidad Externado de Colombia fue designada para tradu-cir y difundir en todo el mundo hispano la publicación anual de la investigación que se conoce con el nombre de “Estado del Futuro”.

En 1997-1998 Adam Kahane, ex miembro del grupo de Planificación de la Royal-Shell Company, asesoró al sector privado en un ejercicio de planeación por escenarios aplicado al conflicto colombiano, denominado “Destino Colombia”, el cual tuvo un interesante impacto mediático.

Desde 2002 y hasta la fecha, el Convenio Andrés Bello (CAB) y Colciencias emprendieron el Programa de Prospectiva Científica y Tecnológica para los paí-ses que hacen parte del CAB a saber: Bolivia Colombia, Cuba, Chile, Ecuador, España, México, Panamá. Paraguay, Perú, República Dominicana y Venezuela. Entre otras actividades comenzaron unl estudio de prospectiva regional para los doce 12 países mencionados, denominado “La educación superior para la trans-formación productiva y social con equidad”, el cual ha convocado a conocidos investigadores de América Latina, tales como Jorge Katz, Alfredo Costa-Filho, Jorge Uribe Edgard Moncayo, Jaime Acosta, y a los prospectivistas Francisco José Mojica, Raúl Trujillo, Fernando Ortega, Grisell Romero, Frances Wilson y Jean Paul Pinto, con la conducción de Henry Yesid Bernal del CAB y Javier Medina por parte de Colciencias, organismo de ciencia y tecnología elegido liderar técni-camente esta importante actividad (Gomez y Bernal, 2004).

Por su parte, el Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica e Industrial (PNPC) desde el año 2003 ha invitado a un importante grupo de expertos inter-nacionales, que han introducido nuevas perspectivas y herramientas prospecti-vas. Por ejemplo, para la consulta a expertos con el Instituto PREST de la Uni-versidad de Manchester, la inteligencia competitiva con Georgia Tech y Search Technologies de los Estados Unidos, TRIZ XXI e Iale Tecnología de España; la

149Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

prospectiva territorial con Progective de Francia, la prospectiva organizacional con LIPSOR-CNAM de Francia; el pronóstico tecnológico con George Washing-ton University; la prospectiva en cadenas productivas con EMBRAPA del Brasil; el diseño y evaluación de políticas públicas con ILPES-CEPAL de Naciones Unidas; y el desarrollo de herramientas informáticas con el Convenio Andrés Bello. Aquí ha sido decisiva la participación de figuras de talla mundial como Ian Miles, Mi-chael Keenan, Rafael Popper, Michel Godet, Fabienne Goux-Baudiment, William Halal, Alan Porter, Susan Cozzens, Jerome Glenn, Fernando Palop, José Miguel Vicente, Pere Escorsa, Edgar Ortegón, Antonio María Gómes de Castro, Susana Valle-Lima, entre otros.

Así las cosas, el contacto internacional ha permitido acercar al país a la fron-tera del conocimiento, interactuar con redes de primer nivel, difundir nuevas ideas, ampliar la visión del mundo y la conciencia acerca de los problemas glo-bales. El valor de este apoyo ha sido inmenso porque ha facilitado actualizar y enriquecer el repertorio de conceptos, métodos y herramientas prospectivas que se usan en el país.

Colombia es consciente del apoyo que este importante grupo de líderes mun-diales ha brindado y mantiene constante contacto con ellos, bien sea al invitarlos a conferencias y seminarios o al vincularlos a proyectos específicos. Sin lugar a dudas, esta influencia ha sido positiva y fructífera.

2.3. La existencia de universidades con vocación prospectiva

Este factor ha sido relevante para la asimilación del estado del arte inter-nacional de la prospectiva, la adaptación del conocimiento al contexto local, y el desarrollo de nuevo conocimiento en prospectiva, derivado de la aplicación práctica a ejercicios de desarrollo sectorial y territorial.

Luego de las visitas de las grandes personalidades de la prospectiva al país en los años setenta y ochenta, surgieron grupos de estudio interesados en desarro-llar cátedras en la materia. Pioneros que habían estudiado temas afines en uni-versidades del exterior impulsaron los primeros ejercicios sectoriales, y urbano-regionales en los años ochenta. Pero, en especial, a partir de los años noventa se construyeron fortalezas alrededor de algunos grupos de trabajo en universidades y centros de desarrollo tecnológico en varias regiones del país, especialmente en Antioquia, Valle del Cauca y Bogotá-Cundinamarca.

150 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Entre estas universidades de amplia trayectoria se encuentran: - la Pontifi-cia Universidad Bolivariana en Medellín, la Universidad Externado de Colombia – que tiene la única especialización en prospectiva del país – y la Universidad Nacional de Colombia, en Bogotá; y Universidad del Valle en Cali. Estas univer-sidades han liderado programas de formación e iniciativas de desarrollo regional y nacional que sirvieron de ejemplo al resto del país. Con el tiempo, alrededor de veinte (20) universidades en casi todas las regiones han producido Planes Es-tratégicos basados en prospectiva y planeación por escenarios. La Asociación Colombiana de Universidades (ASCUN) ha liderado la reflexión en la materia y periódicamente organiza seminarios y congresos sobre diferentes facetas de la prospectiva aplicada a la educación superior .

La tradición antioqueña ha tenido énfasis en la prospectiva tecnológica y en orden cronológico tuvo la primera gran influencia en la prospectiva colombiana. Sus principales líderes actuaron desde Medellín, fueron grandes difusores del co-nocimiento prospectivo y sirvieron como referentes nacionales, especialmente en los años ochenta. Entre ellos se destacan Joaquín Vallejo Arbeláez (QEPD), Gilber-to Echeverry Mejía (QEPD), Francisco Gustavo Restrepo, Augusto Uribe y Litto Ríos. La Pontificia Universidad Bolivariana creó tempranamente la Maestría en Gestión Tecnológica, la cual ha servido de semilla y núcleo para aglutinar a las nue-vas generaciones. En esta región se han llevado a cabo plicaciones importantes en el sector eléctrico, los servicios públicos, la planeación y ordenamiento territorial y el sector educativo. Ejercicios como Antioquia Siglo XXI (80 s), la Visión Antio-quia Siglo XXI (90 s), Planea (2005) y el Plan Estratégico de Medellín (20052007) han marcado pauta al nivel nacional. Actualmente, existen nuevos prospectivistas como Lucio Henao, Diego Gómez y Poveda, que tienen un manejo integral de la disciplina. En especial Gómez ha introducido innovaciones en materia de dinámi-ca de sistemas aplicada a la resolución de problemas nacionales. Compañías que son puntos de referencia nacional como el Centro de Desarrollo del Sector Eléc-trico Colombiano (CIDET), Empresas Públicas de Medellín, ISA e ISAGEN, han desarrollado capacidades a su interior. En la presente década, nuevas instituciones de educación superior han generado cursos y programas con base prospectiva, tales como EAFIT, la Universidad Nacional – sede Medellín – y Esumer.

En Bogotá la Universidad Nacional ha tenido cursos de prospectiva desde los años noventa. Pedro Amaya, ex Director de Colciencias, impulsó un grupo de trabajo que llevó a cabo el ejercicio “Colombia, un país por construir”. Alrededor de este grupo se han generado capacidades en la Facultad de Ingeniería y la Fun-dación Tecnos. Sus fortalezas radican en la vigilancia tecnológica, la inteligen-

151Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

cia competitiva y la prospectiva en el sector bio-agro industrial. Nuevas figuras como Marcela Sánchez y Oscar Castellanos lideran estas líneas de énfasis.

Por otra parte en Bogotá, la Universidad Externado de Colombia creó el “Centro de Pensamiento Estratégico y Prospectiva”, en enero de 2000, gracias a la incorporación de Francisco Mojica, quien desde el ICFES y la Universidad de la Sabana, había generado una importante ola de difusión de la prospectiva al nivel nacional en los años noventa. En 2002 entró en operación la “Especialización en Pensamiento Estratégico y Prospectiva”. La Especialización tiene como misión la formación de los colombianos en la actitud mental de hacer del futuro la razón de ser del presente. Ha convocado como docentes a muchos de los prospectivistas más importantes de América Latina, tales como Leonel Guerra Casanova, del Instituto Tecnológico de Monterrey; Francisco López Segrera de la Universidad Politécnica de Cataluña y presidente de la Red GUNI; Alvaro Briones y Luis Sal-vador González del “Programa de Prospectiva Tecnológica” de Chile; Fernando Ortega San Martin del Perú; Eduardo Raúl Balbi del Grupo EyE de la Argentina, Rafael Popper del Instituto PREST, Francisco Gustavo Restrepo de la Universidad Bolivariana de Medellín y Javier Medina Vásquez, de la Universidad del Valle. La Especialización ha formado cinco generaciones de prospectivistas colombianos y se encamina hacia la sexta promoción.

El Centro de Pensamiento de Pensamiento Estratégico y Prospectiva de la Universidad Externado de Colombia, clasificado en Conciencias en la catego-ría “A” tiene como misión la investigación y la docencia. Ha producido varias versiones de software libre como las herramientas “Igo” y “Ábaco” presencia-les y “on line”. Sus líneas de investigación se orientan a reconocer el compor-tamiento de las nuevas escuelas mundiales de prospectiva como el “foresight” británico y las propuestas húngaras, finlandesas y australianas. Ha realizado análisis de futuro en los campos de prospectiva empresarial, educativo, tec-nológico y territorial, con experiencias significativas en Colombia, Ecuador, Venezuela y México.

Finalmente, la Universidad del Valle, en Cali, realizó experiencias pione-ras en prospectiva territorial, tales como “El Valle 2000” (1982) y el Programa Ciudadano “Cali Que Queremos” (1987-1992). Profesores como Harold Ban-guero y Milton Mora introdujeron las primeras cátedras a finales de los años ochenta y principios de los años noventa. Luego, con base en la Facultad de Ingeniería y la Facultad de Administración, la Universidad del Valle lideró importantes procesos regionales, tales como la Estrategia Regional de Desa-rrollo del Occidente Colombiano (1996-1998), el Plan Estratégico de Ciencia

152 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

y Tecnología del Suroccidente (1997-1998), el Plan Maestro de Desarrollo In-tegral y Sostenible del Valle del Cauca (2002-2003) y la Agenda Prospectiva Regional del Valle del Cauca (2003-2005). La Universidad del Valle cuenta con fortalezas en prospectiva tecnológica, territorial, educativa y corporativa, ha incorporado cursos en las Maestrías de Gestión Tecnológica y Administración de Empresas, y lidera la participación de Colombia en la Red Alfa Self-Rule patrocinada por la la Comisión Europea. Por todas estas razones, Colciencias y el SENA escogieron a la Universidad del Valle para responsabilizarse de la Gerencia del Programa Nacional de Prospectiva durante 2002-2007, a cargo del profesor Javier Medina Vásquez.

La Universidad del Valle, con el apoyo de Colciencias, el SENA y el Convenio Andrés Bello, ha emprendido en 2007 la creación del Instituto Andino de Pros-pectiva, Innovación y Gestión del Conocimiento, el cual pretende constituirse en un punto de referencia regional de formación avanzada en el campo. Pero tam-bién brindará asesoría y soporte técnico en formación ejecutiva, construcción de sistemas regionales de innovación y servicios institucionales y empresariales. El Instituto impulsará a partir del 2008 un Programa Doctoral en Administra-ción, con énfasis en Prospectiva. Se espera contar con una vasta red nacional e internacional de expertos, y aprovechar la experiencia del Programa Nacional de Prospectiva para el beneficio de los países, sectores, regiones e instituciones interesadas en la formación científica en prospectiva.

En síntesis, la existencia de universidades con vocación prospectiva ha sido clave para la generación de una masa crítica de personas que se han dedicado a la disciplina y han impulsado diferentes iniciativas de desarrollo local y regional. En este proceso ha sido fundamental la formación doctoral de colombianos en el exterior, que han estudiado con líderes mundiales de la Prospectiva. También ha sido relevante una visión incluyente de las diferentes escuelas y tradiciones mundiales. Hoy en día en Colombia se conoce y se dominan metodologías y for-mas de intervención propias de la prospectiva francesa, el foresight anglosajón, la planeación por escenarios, la previsión humana y social, la dinámica de sistemas y los estudios de visiones.

La visión integral de la disciplina, la constante formación de nuevas genera-ciones, y la aplicación pragmática de la prospectiva a diferentes realidades, son tres de las principales características de la “escuela colombiana”.

153Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

2.4. La distribución territorial y sectorial de las experiencias y capacidades

Visto el panorama desde los años sesenta, tal y como se percibe en la figura siguiente, la prospectiva colombiana se caracteriza por el aumento creciente del número de ejercicios realizados, la descentralización y desconcentración de las entidades ejecutoras de los ejercicios, la diversificación de los tipos de prospectiva llevados a cabo, y más recientemente, por los intentos de creación de Programas y formas de organización que faciliten la institucionalización de la práctica pros-pectiva. A saber:

Ciclo 3: 2000-2007

Cambio

Tiempo

Cono

cim

ient

o

Fase Maduración

Fase Rápida Expansión

Fase: ImpulsoFase Sensibilización

Cambio

Ciclo 2: 1990-2000

Ciclo 1: 1969-1989

Figura 2. Cambio de Paradigmas en el Desarrollo de la Prospectiva Colombiana

Fuente: Adaptado de Medina (2007)

Desde finales de los años sesenta y en los años setenta, la actividad prospec-tiva en Colombia fue incipiente. Colciencias organizó las visitas periódicas de líderes internacionales y generó algunos documentos institucionales. Pero no se generaron impactos significativos en los territorios. Se trató de una fase inicial de sensibilización y formación inicial.

En los años ochenta, de la mano del proceso de transformación política del país, surgió la ley 11 y 12 de 1986 que promulgó la descentralización y la elec-ción popular de alcaldes. La prospectiva comenzó entonces a emplearse en dos

154 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

regiones motoras del desarrollo nacional, como Antioquia y el Valle del Cauca. Colciencias creó el Programa Nacional de Prospectiva en 1986-1990, el cual sir-vió de catalizador de las experiencias de Antioquia Siglo XXI y el “Programa Ciu-dadano Cali Que Queremos”. En este momento se avanza en forma significativa en la creación de una cultura prospectiva y en la escala de organización, puesto que ambos procesos citados tuvieron diferentes componentes metodológicos y temáticos. Por ejemplo, el “Cali Que Queremos” realizó a su interior veinte (20) escenarios sectoriales. Este hecho introdujo la necesidad de una mayor formación y profesionalización en prospectiva, pero también atrajo la atención de múltiples ciudades y regiones que buscaron imitar estos ejemplos de proyección territorial. Se trató de una fase de impulso que promovió la prospectiva científica pero tam-bién su aplicación al desarrollo territorial.

En los años noventa se afrontaron varios momentos. Aprincipios de la dé-cada, luego de la puesta en marcha de algunos ejercicios regionales, el pen-samiento neoliberal arrasó durante algunos años con cualquier iniciativa de cambio liderada por el Estado, bien sea al nivel nacional o regional. No obstan-te, rápidamente se produjo un desencanto con la capacidad del mercado para promover iniciativas de desarrollo, y el gobierno nacional introdujo la Ley 152 de 1994 que obligó a los municipios y departamentos a realizar Planes de De-sarrollo de mediano plazo (4 años). Factor, que sumado al desarrollo posterior de la ley de Ordenamiento Territorial, indujo a los alcaldes y gobernadores a interesarse de forma más profunda por la prospectiva. Al mismo tiempo, va-rias instituciones de la educación superior como el Instituto Colombiano para el Fomento de la Educación Superior (ICFES) y la Asociación Colombiana de Universidades (ASCUN) acompañaron a Colciencias en la difusión de la pros-pectiva aplicada al campo educativo. Se hizo un importante proceso de forma-ción teóricopráctica en las universidades y éstas se vincularon a un Proyecto Nacional de Formación de Recursos Humanos. Como resultado se obtuvo una “explosión desordenada” de iniciativas y ejercicios. Se trató de una fase de rápi-da expansión, y acumulación de prácticas de prospectiva científica, territorial y educativa. Además, surgieron aplicaciones pioneras al nivel empresarial y sec-torial. Y se efectuaron ref lexiones sobre el porvenir nacional, ligadas sobre todo al conflicto armado que vivía el país.

A comienzos de la presente década existía un acumulado de cerca de cin-cuenta (50) ejercicios dispersos en diferentes campos (Cfr. Mojica (2007 y 2006);

155Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

Medina y Ortegón, 1997; Henao, 2006; DNP, 2003)33 – Ver cuadro siguiente –. Aparte de las experiencias relacionadas con COLCIENCIAS, múltiples universi-dades, cadenas productivas y territorios habían trabajado y/o estaban trabajando en aplicaciones de la prospectiva. Pero también se reconocían debilidades en tor-no a la baja disponibilidad de capacidades en todo el territorio nacional, al lento reconocimiento del valor estratégico del tema en algunos círculos políticos y em-presariales, la difícil sostenibilidad de los procesos prospectivos en el tiempo – sobre todo en el ámbito político-institucional, y su bajo impacto en las decisiones públicas de las altas esferas del Estado.

Cuadro 1. Síntesis: Cincuenta principales ejercíciosy processos prospectivos colombianos

3 Es fundamental ver el Documento Territorial Nº 58 “Análisis de ejercicios prospectivos y estrategias para la construcción de futuro en Colombia “. Este documento presenta análisis de 27 ejercicios prospectivos, de los ámbitos nacional, sectorial, regional, departamental y metropolitano desarrollados en Colombia en los últimos años. Ver: www.dnp.gov.co. De igual manera es importante ver el libro titulado “La industria colombiana ante los desafíos del futuro”(2002), impulsado por el antiguo Ministerio de Desarrollo –hoy Ministerio de Comercio, Industria y Turismo – en conjunto con ONUDI. En este texto, se recogieron im-portantes experiencias empresariales.

1960-1980 1980-1990 1990-2000 2000-2007

Ciencia, Tecnologia, Innovación

OperaciónDesarrollo (1969)- Grupo Colombia Año 2000 (1970)

- Programa Nacional de la Ciencia y la Tecnologia (1986-1990)

- Colombia al Filo de la Oportunidad (1993-1993); - Planeación Estratégica en el Sistema Nacional de Ciencia y Tecnologia (1996-1997); - Conoci-miento, Innovación y Construcción de Sociedad: ¿Para Donde va Colombia? (1997-98)

- Diálogo Global Hannover – 2000. - Diálogos Estratégicos, 2001. - Agendas Regionales de Ciencia, tecnologia e Innovación (SENA - Colciencias). - Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica e Industrial; - Plan Nacional de Desarrollo Cientifico y Tecnológico 2007-2019.

Territorial - El Valle 2000 (1983)- Antioquia Siglo XXI (1986-88)- Programa Ciudada-no “Cali que quere-mos” (1988-1992)

-El Valle del Futuro (1990). Risaralda Siglo XXI, Caldas Siglo XXI (1990-1991),- Proyecto Agroindustrial Tolima Futu-ro 2010 (1991-94): - Misión Bogotá Siglo XXI (1994). - Estrategia Regional de Desarrollo del Occidente Olombiano - CORPES de Occidente (1996-98), Plan Caribe, Corpes de la Costa Atlantica (1997-1998). - Visión Antioquia Siglo XXI (1996-2000)

- Red Colombiana de Construcción de una Visión Nacional de Futuro desde los Territorios (DNP – 2003). - Plan Estratégico de Antioquia, Plan Maestro del Valle, Visión Risaralda 2017. Plan Estratégico del Área Metropolitana de Bucaramanga. Ecorregión del Eje Cafetero, Mesa de Planificación Regional Bogotá – Cundinamarca, Visión Huila Siglo XXI, Visión Cauca 2020, Planeta Valle.

Educativa - Prospectiva de la Educación Superior ICFES (1984)

- Determinación de Necesidades de Formación de Recursos Humanos al Año 2005 (1989-1994). El Plan Decenal de Educación, 1996-2005; Universidad Javeriana (1996-1997), - Observatorio del Futuro Universidad de la Sabana (1994-98)

- Planes Estratégicos Universidad Nacional, U. Del Valle, U. de Antioquia, U. del Norte, U. Javeriana, U. Industrial de Santander, U. EAFIT, U. Tecnológica de Pereira, Plan Decenal de Educación del Ministerio de Educación

Corporativa – Institucional

Instituto Colombiano de Petróleos, Sociedad de Agricultores de Colombia, Servicio Nacional de Aprendizaje, Em-presas Municipales de Cali; Coloquios Consejos Regionales de Competitivi-dad (Presidencia de la República)

- Plan Estratégico Exportados, 1999 – 2005; Competitividad del Sector Turismo, El Plan Estratégico del Progra-ma Nacional de Desarrollo Tecnológico Industrial y Calidad, El Plan de Expan-sión de Energia, el Plan Estratégico de Transporte, Agrovisión 2025.

Reflexión Nacional

- Colombia 2000 (1982)

- Colombia Siglo XXI (1990); - Destino Colombia (1997-98). Repensar Colom-bia (PNUD, 1998-1999)

- Colombia: Un País por Construir- Visión Colombia 2019

156 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Entre los principales factores limitantes del quehacer prospectivo se identificó que el conocimiento se encontraba disperso en el país. Se carecía de una autoridad y una política que regulara la actividad prospectiva. De esta forma, cada entidad po-día patrocinar su propio ejercicio y no existían políticas ni normas de calidad y de-sarrollo profesional de quienes se dedicaran a la prospectiva. Por tanto, no existían parámetros claros de los métodos, costos y tiempos necesarios para la realización de ejercicios.4 De otro lado, existía una gran dependencia de apoyo político-institu-cional. Finalmente, la carencia de una sistematización y gestión del conocimiento bien organizada, originaba el riesgo de desaparición del capital intelectual genera-do por las experiencias realizadas. Hacer ejercicios no garantizaba sistematizar un proceso de aprendizaje colectivo basado en la acumulación del conocimiento.5

En este contexto surgió la necesidad de organizar mejor la práctica prospectiva alrededor del concepto de Programa. De esta manera, el Programa buscaba mini-mizar el peso de los factores limitantes descritos, y buscar coherencia y convergen-cia del accionar institucional. El Departamento Nacional de Planeación y Colcien-cias emprendieron tres Programas relevantes, como se expresa en el cuadro 2.

4 El PNPC enfrentó este contexto durante todo su ciclo de vida. No fue diseñado para cambiar esta situación pero si ha contribuido para mejorar la articulación del conocimiento prospec-tivo en el país. En esencia, no se orientó a cambiarla porque la posición de poder para hacer-lo le corresponde al Departamento Nacional de Planeación, el cual mediante un Documento CONPES regule el quehacer Interministerial, Interregional e Interinstitucional.

5 En el documento de Ficha BEPIN del Departamento Nacional de Planeación (DNP) que dio origen al PNPC se establecieron las siguientes causas de la problemática a las cuales el Pro-grama debería dar respuesta:

• No se han recuperado, consolidado y sistematizado suficiente y adecuadamente las expe-riencias prospectivas llevadas a cabo en el país.

• Se requiere acceso permanente al nivel de la frontera del conocimiento al nivel mundial para mejorar la calidad y el rigor de los ejercicios prospectivos.

• Se carece de sinergia social e institucional para aumentar la escala de financiamiento de los ejercicios. Hoy en día cada sector, empresa o territorio busca hacer su ejercicio pro-spectivo particular. Se encuentra así la paradoja de que para proyectos de grandes alcances generalmente no hay recursos, pero realmente el país sí invierte estos mismos recursos en forma atomizada en pequeños ejercicios aislados, con impacto y alcance muy limitado.

• Falta apoyo político-institucional y vinculación efectiva de los procesos prospectivos con la toma de decisiones.

• Se requiere ganar credibilidad y relevancia en todos los públicos, no solamente en el públi-co empresarial, sino con las universidades y con la sociedad en general.

• Colombia requiere del desarrollo de un enfoque prospectivo que permita una mayor ca-pacidad de adaptación y de respuesta, en entornos inestables y conflictivos, de alta tensión e incertidumbre, que pueda ser apropiado, validado y mejorado por los actores interesados (empresarios, planificadores y diseñadores de política pública, trabajadores, formadores de talento humano y la comunidad en general).

157Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

Cuadro 2. Programas Prospectivos Recientes en la presente década

Tema deAplicación

Institución LíderPrograma Específico

Año Cobertura

Desarrollo regional

Departamento Na-cional de Planeación, Dirección de Desa-

rrollo Territorial

Planeación Estra-tégica de Largo

Plazo6

2002-2007

Desarrollo científico y

tecnológico en las regiones

Colciencias, Oficina de Regionalización

Agendas Regio-nales de Ciencia y

Tecnología2002-2007

Tecnológico e Industrial

Colciencias, Subdi-rección de Innova-ción y Desarrollo

Empresarial

Programa Nacio-nal de Prospecti-va Tecnológica e

Industrial

2003-2007

6Fuente: Elaboración propia

El Programa de Planeación Estratégica de Largo Plazo fue el nombre que la Dirección de Desarrollo Territorial del Departamento le otorgó al desarrollo de los estudios de prospectiva territorial y construcción de futuro. En este ámbito se

6 Al interior del DNP, la Dirección de Desarrollo Territorial —DDT— es la encargada de adelantar acciones en relación con finanzas públicas territoriales, fortalecimiento de la descentralización, desarrollo y ordenamiento territorial. Para ello desarrolla, en coordinación con las entidades respectivas, las orientaciones de política del Gobierno Nacional en el ámbito territorial, así como realizar su seguimiento, control y evaluación para formular recomendaciones de consoli-dación del proceso. Así mismo, la Dirección promueve la profundización y consolidación de un modelo de descentralización viable, la ampliación y mejoramiento de los servicios sociales, el fortalecimiento de la democracia y el apoyo a la resolución de conflictos. Sus ámbitos de acción son: Gestión Pública Territorial, Finanzas Públicas Territoriales, Ordenamiento y Desarrollo Territorial; y Evaluación y Seguimiento de la Descentralización. Los temas relacionados con estudios de prospectiva territorial y construcción de futuro se tratan como Planeación Estraté-gica de Largo Plazo. En este ámbito se abordan los temas de planificación, ordenamiento y de-sarrollo territorial con un enfoque de largo plazo. El objetivo general de la Sección de Análisis y Prospectiva del DDT del Departamento Nacional de Planeación, es coordinar estudios y/o investigaciones cuantitativas y cualitativas de carácter técnico, así como análisis prospectivos y retrospectivos referentes a la situación socioeconómica, demográfica y otras características de la población en condiciones de pobreza y marginación en el contexto nacional, con el fin de coadyuvar a la planeación, diseño, seguimiento y evaluación de estrategias, programas, proyec-tos y acciones para el desarrollo social. Ver www.dnp.gov.co

158 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

abordan los temas de planificación, ordenamiento y desarrollo territorial con un enfoque de largo plazo. Aquí se busca apoyar y coordinar, bajo demanda, estudios y/o investigaciones cuantitativas y cualitativas de carácter técnico, así como análisis prospectivos y retrospectivos referentes a la situación socioeconómica, demográfica y otras características de la población en condiciones de pobreza y marginación en el contexto nacional, con el fin de coadyuvar a la planeación, diseño, seguimiento y evaluación de estrategias, programas, proyectos y acciones para el desarrollo social. Es importante destacar el aporte de prospectivistas como Hernando González y José Oswaldo Espinosa. Y su intención de conformar una – Red Colombiana de Cons-trucción de una Visión Nacional de Futuro desde los Territorios (DNP, 2003).

Por su parte, el caso de las Agendas Regionales de Ciencia y Tecnología, es ilustrativo de la forma como la prospectiva ha contribuido para construir una plataforma de reflexión para organizar las prioridades del desarrollo científico y tecnológico en las regiones. Las veintisiete (27) Agendas se han constituido en un proceso significativo de movilización de los principales actores y las comu-nidades regionales, dirigido hacia la construcción de capacidades en la sociedad regional para la investigación, la ciencia, la tecnología y la innovación.

Las Agendas regionales de Ciencia, Tecnología e Innovación, apoyadas con re-cursos de Sena-Colciencias en forma paralela al Programa Nacional de Prospecti-va, se definen como un ejercicio-proceso de reflexión/concertación/programación de acciones, mediante las cuales los gobernantes y demás líderes regionales de CyT, establecen compromisos y planes de acción para promover, incentivar y acelerar el desarrollo científico-tecnológico en torno a los sectores estratégicos para el de-sarrollo regional. En la actualidad han formulado su Agenda de C,T+I los depar-tamentos de: Amazonas, Atlántico, Antioquia, Boyacá, Bogotá – Cundinamarca, Caldas, Caquetá, Casanare, Chocó, Guajira, Huila, Meta, Nariño, Norte de Santan-der, Putumayo, Risaralda, San Andrés Islas, Tolima y Valle del Cauca. Se consolidó una agenda regional para los departamentos de la región Norte Amazónico que comprende los departamentos de Guainía, Guaviare y Vaupés. Y se encuentran en proceso de formulación de Agenda los departamentos de Bolivar, Cauca, Santan-der, Sucre, Cesar, Córdoba, Magdalena y Quindío.7 Todo este proceso de desarrollo ha permitido fortalecer procesos de organización regional e identificar nuevos gru-pos interesados en la prospectiva, trabajando desde sus territorios.

7 Los departamentos de Arauca y Vichada formularán su agenda en el marco del acuerdo del Consejo Regional de la Orinoquía con el apoyo de la Universidad de los Llanos. Ver: www.colciencias.gov.co

159Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

Finalmente, de todo el recorrido histórico mencionado, por su impacto y aporte al desarrollo nacional, podrían destacarse las siguientes experiencias:

Cuadro 3. Principales diez ejercicios y Programas prospectivos en Colombia 1969-2007

Nombre Patrocinador Año

Programa Nacional de Prospectiva (alberga 32 ejercicios)

Colciencias – SENA 2003-2007

Agendas Regionales de Ciencia, Tecnología e Innovación

(contiene 27 Agendas)Colciencias – SENA 2001-2007

Colombia, un país por construir Universidad Nacional 1999-2002

Destino Colombia Empresa Privada 1997-1998

Estrategia Regional de Desarrollo del Occidente Colombiano

CORPES de Occidente 1996-1998

Visión Antioquia Siglo XXI ProAntioquia 1996-2000

Determinación de Necesidades de Formación de Recursos

Humanos al Año 2005

Instituto Colombiano de Fomento a la Educación

Superior (ICFES )1989-1994

Colombia Siglo XXI Confecámaras 1989- 1990

Programa Ciudadano “El Cali Que Queremos”

Cámara de Comercio de Cali – Universidad del

Valle1987-1992

Antioquia Siglo XXI Proantioquia 1986-1990

Fuente: Elaboración propia

160 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

3. Lecciones (2): El caso del Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica e Industrial (2003-2007)8

3.1 Identifi cación de áreas, alcance y posicionamiento

El PNPC trabaja bajo el liderazgo de Colciencias, con el copatrocinio de la Corporación Andina de Fomento y el Ministerio de Comercio, Industria y Tu-rismo, en la primera etapa (2003–2004) y del Servicio Nacional de Aprendizaje (SENA), durante la segunda etapa (2005–2007).

Su misión actual (2005-2007) es orientar las capacidades nacionales en Pros-pectiva y Vigilancia Tecnológica para el desarrollo de áreas estratégicas de la ciencia, la tecnología y innovación aplicadas a la economía del conocimiento, a través de la puesta en marcha de ejercicios concretos y exitosos al nivel sectorial, territorial y de las cadenas productivas, y de la Formación de Formadores, que sean líderes en términos de calidad, pertinencia, innovación, participación social y productividad.9

8 Este apartado sigue los lineamientos para la evaluación de ejercicios prospectivos, propues-to por Georghiou & Keenan (2004 – 2007). No obstante, no se constituye en una evaluación propiamente dicha.

9 Nótese que en el primer ciclo del PNPC se buscaba desarrollar las capacidades nacio-nales, mientras que en el segundo ciclo se pretendía orientar estas capacidades hacia el desarrollo de sectores estratégicos basados en conocimiento. El segundo ciclo exigió un mayor proceso de desarrollo de capacidades que el primer ciclo. Aquí se respondió a un debate al interior de Colciencias y de las instituciones vinculadas al PNPC. El tema de controversia era si la prospectiva era un fin en sí mismo o un medio para el desarrollo del país. En el segundo ciclo triunfó el enfoque de que la generación de capacidades nacio-nales debería servir como un medio para la transición de Colombia hacia una sociedad y una economía de conocimiento. En consecuencia, el nuevo enfoque exigió reorientar los procesos pedagógicos y gerenciales del PNPC. El proceso de reorientación fue asesorado por el Instituto PREST de la Universidad de Manchester. Ver Miles & Popper (2004). Una opinion autorizada sobre el PNPC es Miles (2005).

161Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

3.2. Objetivos

El PNPC tiene tres objetivos específicos:10

Contribuir al desarrollo de una visión de futuro de la transición del país • hacia una sociedad y una economía de conocimiento; Adelantar ejercicios de prospectiva y vigilancia tecnológica en sectores • estratégicos; Realizar un proceso de formación de formadores y apropiación social • del conocimiento prospectivo.

Figura 3. Esquema básico del PNPC: Objetivos y actividades principales

10 Los objetivos escogidos reflejan la amplitud del concepto de Prospectiva que se ha manejado. Para el PNPC la prospectiva es una disciplina que facilita la anticipación y construcción de futu-ros de la sociedad (Godet, .2004). Sirve como un instrumento que provee insumos calificados de información y conocimiento para la toma de decisiones estratégicas, vale decir, para aquellas que comportan impactos de mediano y largo plazo, tienen altos costos y efectos irreversibles para la sociedad. Esta disciplina de las ciencias sociales tiene alrededor de seis décadas de historia y una práctica ampliamente difundida en los países desarrollados y en vías de desarrollo. Consiste en un análisis sistemático y permanente de las alternativas de crecimiento y desarrollo de los países, territorios, sectores, clusters y empresas que buscan una mejor posición en la sociedad global basada en el conocimiento. Es una función básica de la planificación, al mismo nivel de la coor-dinación de políticas públicas, la concertación y la evaluación de planes, programas y proyectos.

Se basa en el procesamiento estructurado de información para identificar tendencias relevan-tes y factores de cambio en el entorno internacional; sirve para construir escenarios futuros acerca de la transformación productiva y social de los países. Por tanto, es un instrumento que se complementa con la vigilancia tecnológica, competitiva y económica del comportamiento de los mercados y facilita la comprensión de los movimientos estratégicos presentes y futuros de los competidores internacionales. La prospectiva es un instrumento para tomar mejores decisiones y construir democracia y sentido de la acción colectiva. Ver: Medina & Ortegón (2006). Visiones complementarias están en Self-Rule Network (2007) y Unido (2005).

Desarrollo de Visión de País,en la transición hacia sociedad

del conocimiento

Seis ejercicios para las nuevas áreas de CTI de Colciencias

Cuatro ejercicios para los Centros de Excelencia de

Colciencias

Cuatro ejercicios para Cadenas Productivas

Agricolas

Dos ejercicios demostrativos para

Agua y Energia

- Visión 2019 en CTI- Transformación Productiva (Análisis de Entorno, Delphi de sectores estratégicos, Análisis sectorial y territorial, Escenarios)

Ejercicios deprospectiva y

vigilancia tecnológica

Formación de Formadoresy Apropiación Social

de Conocimiento Prospectivo

Jornadas de Sensibilización

SeminariosInternacionales

Objetivos

162 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Para operacionalizar estos objetivos el PNPC maneja unaAgenda de Activi-dades (ejercicios, formación, sensibilización, generación de conocimiento) y una plataforma tecnológica (bases de datos, banco de métodos, casos y herramientas, sitio Web) para soportar los proyectos de construcción de visión de futuro en los sectores estratégicos.

3.3. Recursos

A la fecha el PNPC lleva cinco años de funcionamiento. Desde el año 2005 su presupuesto aproximadamente es de 1000 millones de pesos/año, suma equivalente a US 450,000 o 500.000, según la tasa de cambio. En cada etapa o ciclo la gerencia ha tenido un sello característico. En la primera etapa 2003-2004 se operó con base en una gerencia contratada mediante concurso público con la Universidad del Va-lle y el Centro Nacional de Productividad. Durante 2005-2007 la Gerencia ha sido contratada mediante convenio entre Colciencias y la Universidad del Valle.

El PNPC desarrolla actualmente una Agenda de Actividades prevista en su Plan Estratégico y cierra el ciclo comenzado en el año 2005, La Agenda ha sido financiada, con base en una ficha del Banco de Proyectos del Departamento Pla-neación Nacional (BPIN), mediante recursos de la nación y de la transferencia del SENA por la ley 344.

La Agenda de Actividades vincula a un importante grupo de instituciones nacionales e internacionales, entre las cuales hay Ministerios, Universidades, Centros de Desarrollo Tecnológico, Centros de Productividad, Incubadoras de Empresas, Empresas Públicas, Empresas y organismos internacionales. Las enti-dades involucradas en cada ejercicio cofinancian su participación de acuerdo con diversas modalidades de operación.11

11 En las convocatorias de 2003-2004 la regla de juego era que los consorcios participantes invirtieran al menos el 30% del costo total del ejercicio de sus propias fuentes de recursos. En los ejercicios de interés institucional de 2005-2007. Las entidades respaldaron su contra-partida mediante el tiempo de los equipos de trabajo. Por ejemplo, en el caso de la Visión 2019 y de los ejercicios de Prospectiva Científica de los Programas Nacionales y los Centros de Excelencia. En esta última situación, la contrapartida consistió en el tiempo dedicado por los funcionarios, Jefes de Programa, asesores o profesores vinculados a Colciencias y a las universidades que conforman los Centros de Excelencia. Pero este tiempo es muy difícil de cuantificar con exactitud, porque también involucra la consulta a expertos externos que respondían a inquietudes de los equipos de trabajo. Igualmente se compartieron gastos de logística e infraestructura.

163Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

La Agenda es soportada por un equipo de trabajo, compuesto por un Di-rector, una asesora, tres vigías, y una coordinadora logística y de comunicacio-nes. Este equipo, con sede en Colciencias en Bogotá, cuenta con el respaldo de asesores externos y grupos de trabajo por cada ejercicio en todo el país.12 Estos grupos de trabajo se denominan Grupos Instituciones Ancla y son el punto de referencia para hacer las tareas concretas y para canalizar el aprendizaje logra-do en cada ejercicio.

3.4. Procesos

Los procesos, métodos y grado de participación de los actores e institucio-nes dependen de los tres grandes objetivos del Programa. En este sentido, por ejemplo, el desarrollo de visiones exigió del PNPC el manejo de procesos de investigación e investigación-acción. En el caso de los ejercicios, el PNPC por lo general generó procesos de coordinación de la ejecución que realizaron las instituciones ancla. En el objetivo de formación de formadores, el PNPC desa-rrolló metodologías para el manejo de entrenamiento y difusión de resultados. Sin embargo, también existió relación e interdependencia de estos procesos. Un ejemplo es la capacitación que han recibido las instituciones ancla para la realización de los ejercicios de las cadenas productivas o los ejercicios de pros-pectiva científica, donde se combinan los procesos correspondientes.

12 El Equipo del PNPC está conformado por: Javier Medina, Jenny Marcela Sánchez Torres, Andrés León, Alexis Aguilera, Lina Marcela Landinez y Patricia León. Este equipo puede subcontratar consultores según la complejidad de los ejercicios. A este efecto se contó con el apoyo de consultores nacionales e internacionales.

164 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Cuadro 4. Descripción de los objetivos y procesos básicos del PNPC

Objetivo 1: Visión de la transformación productiva y social de Colombia hacia una socie-dad y una economía basada en el Conocimiento.

Contribuye a construir una visión compartida de futuro, en la que se definan políti-• cas públicas y estrategias que aceleren la transformación productiva y social del país. Se pretende mostrar el rol del desarrollo científico, tecnológico e innovativo en la creación de ventajas competitivas a partir de las capacidades nacionales; Esta visión sirve para orientar políticas públicas que mejoren la posición de Colombia • en una Sociedad y economía basada en el conocimiento. Un ejemplo práctico ha sido su aplicación a la Visión 2019 en Ciencia, Tecnología e Innovación 2020 y el Plan Na-cional de Desarrollo Científico-Tecnológico y de Innovación 2007-2019;La visión busca para dar sentido a los ejercicios del PNP, de modo que su aplicación a • sectores estratégicos contribuya a estimular el crecimiento de la economía colombiana, y a superar la tendencia a la desindustrialización y desagriculturización del país.

Objetivo 2: Ejercicios de prospectiva y vigilancia tecnológica

Esta estrategia busca la acumulación y aplicación de conocimiento nacional e inter-• nacional sobre Prospectiva y Vigilancia Tecnológica a través de ejercicios en sectores estratégicos para el país. Un ejercicio prospectivo puede producir diferentes tipos de productos y puede llevarse a cabo con distintos públicos estratégicos. Los ejercicios per-miten obtener resultados específicos, tales como identificar los productos y mercados promisorios para un sector, organización o territorio. Permiten comparar la plataforma tecnológica propia contra la de los competidores, establecer los perfiles y las brechas tecnológicas que les separan e identificar elementos de juicio para elaborar políticas pú-blicas, regulaciones y visualizar las necesidades de formación del talento humano;1313

La prospectiva y vigilancia tecnológica pueden aplicarse a diversos sectores per-• mitiendo beneficios tales como la articulación de las líneas de investigación de los diferentes centros de excelencia, la definición de lineamientos de política tecnológi-ca y científica desde instancias gubernamentales o la identificación de oportunida-des estratégicas para el sector empresarial; Los ejercicios se desarrollan con actores que pertenecen a diferentes sectores. Por • ejemplo: los ejercicios en los Centros de Excelencia reúnen el sector académico y empresarial; los ejercicios de las áreas de Colciencias, Fomipyme y del Ministerio de Agricultura involucran el sector gubernamental; los ejercicios demostrativos in-volucran actores de empresas públicas-estratégicas.

13 La distinción entre productos formales e informales de la prospectiva tecnológica marcará sello distintivo que puede tener un ejercicio. En términos de aplicaciones concretas a nivel de la empresa, los ejercicios y procesos prospectivos permiten hacer planificación en situa-ciones de incertidumbre, algo apropiado para entornos inestables y altamente conflictivos como los latinoamericanos. Igualmente, facilitan la gerencia de tecnologías emergentes, un tema vital para aprovechar oportunidades a lo largo de esta década. Así mismo, amplían las posibilidades para hacer una evaluación más completa del potencial de nuevos mercados y el desarrollo de nuevos productos, crear estrategias financieras innovadoras, encontrar aliados y promover el diseño y gestión de alianzas estratégicas al nivel global y realizar procesos de inteligencia anticipatoria (Cfr. Day, Shoemaker, 2006; Day, Shoemaker & Gunter, 2001).

165Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

Objetivo 3: Formación de formadores y apropiación social del conocimiento prospectivo

El desarrollo de capacidades en Prospectiva, Vigilancia Tecnológica e Inteligencia • Competitiva es una condición necesaria para que estas actividades se han realiza-das de manera sistemática y continua en las organizaciones colombianas;1414 La formación incluye fundamentos conceptuales, el manejo de programas y herra-• mientas especializadas en prospectiva y vigilancia tecnológica, pautas para la con-formación de unidades de inteligencia competitiva, la divulgación de conocimiento de frontera, el contacto con personalidades y líderes en el campo, y la promoción de mejores prácticas nacionales e internacionales;Los cursos y seminarios son abiertos y usualmente gratuitos para comunidades acadé-• micas, empresariales y gubernamentales. Se organizan bajo la Agenda de Actividades del Programa y cubren diferentes temas, como prospectiva en cadenas productivas, prospectiva científica y tecnológica, tecnologías de análisis de futuro, evaluación de políticas públicas en ciencia y tecnología, pensamiento económico contemporáneo.

Fuente: Adaptado de Plan Estratégico. Programa Nacional de Prospectiva (2006)

3.5. Paneles y temas

Durante 2005 y 2007 se cambió la escala y el enfoque anterior para la rea-lizacion de los ejercicios. Mientras en 2003-2004 se hicieron siete (7) ejercicios prospectivos sectoriales, subsectoriales y secto–territoriales, a través de dos (2) convocatorias públicas, y se impulso un ejercicio pionero de políticas públicas, en el nuevo período 2005-2007 se iniciaron veinticuatro (24) nuevos ejercicios: un (1) ejercicio de visión estratégica de país, tres (3) ejercicios de política pública y direccionamiento estratégico; dos (2) internacionales, doce (12) de prospectiva y vigilancia tecnológica científica y tecnológica, cuatro (4) de cadenas producti-vas y dos (2) ejercicios demostrativos. Actualmente están finalizando los últimos ocho ejercicios (Ver cuadros siguientes).

En el nuevo ciclo 2005-2007 se dejó de trabajar mediante convocatorias y se asumió la modalidad de ejercicios desarrollados por iniciativa institucional, de

14 La gestión y ejecución de un proyecto prospectivo es compleja y dinámica, puesto que debe responder por múltiples variables en el tiempo, muchas de los cuales están fuera del con-trol de los responsables del mismo. Por esta razón, los ejercicios y procesos prospectivos contemporáneos requieren una creciente especialización en su diseño y organización, de modo que se pueda desplegar efectivamente la capacidad y el poder de convocatoria téc-nico y político de la sociedad a través de los sistemas nacionales y regionales de innovación. Ver: Miles et al (2002).

166 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

carácter público. El PNPC recibió la solicitud de colaboración de Colciencias, el Ministerio deAgricultura y Desarrollo Rural – Banco Mundial, el Ministerio de Comercio, Industria y Turismo, el Departamento Nacional de Planeación e im-portantes empresas del sector público.

Para responder a estos requerimientos se configuró en la práctica una ti-pología heterogénea de ejercicios. Cada tipo agrupa un conjunto de ejercicios que conllevan conceptos diversos de alcance, duración, corresponsabilidad en la ejecución e implicaciones institucionales distintas. Es decir, que unos tipos de ejercicios estuvieron bajo la responsabilidad de ejecución directa por parte del equipo del PNPC, mientras que otros tipos fueron impulsados y coordina-dos por el equipo del PNPC, pero ejecutados por instituciones ancla.

De otro lado, cada tipo de ejercicios comportó un esquema metodológico diferente en términos de participación y uso de herramientas prospectivas. Cada tipo fue adecuado a las particularidades de los contextos de aplica-ción. Hubo ejercicios de gran alcance en la consulta a expertos, como los ejercicios delphi en el Direccionamiento Estratégico del Programa Nacional de Biotecnología (300 personas), en la identificación de Sectores Estratégi-cos para la Transformación Productiva (240 personas) y en la consulta sobre Tecnologías Emergentes, dentro del Estudio de Educación Superior para la Transformación Productiva, con el Convenio Andrés Bello (500 personas). Pero también existieron ejercicios de participación restringida, enfocada en el trabajo directo y personalizado con autoridades con poder de decisión, como los del Direccionamiento Estratégico del Fondo para la Pequeña y Me-diana Empresa del Ministerio de Comercio (Fomipyme), y la Visión 2019 sobre Ciencia, Tecnología e Innovación, llevada a cabo por Colciencias y el Departamento Nacional de Planeación.

La descripción, el alcance y los ejemplos concretos de los ejercicios se refieren en los cuadros siguientes:

167Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

Cuadro 5. Tipología de ejercicios del Primer Ciclo del PNP: 2003-2004

Tipo de Ejercicio Descripción Alcance Ejemplos

Convocatorias(7)

Estos ejercicios fueron realizados por distintos consorcios conformados por universidades, cen-tros de desarrollo tecno-lógico, incubadoras de empresas, observatorios, empresas y gremios, quienes ganaron en los concursos públicos por la calidad de sus pro-puestas.

En total participaron 51 consorcios de 13 ciuda-des del país, y ganaron 7 consorcios de 6 ciuda-des (Bogotá, Barranqui-lla, Bucaramanga, Cali, Cartagena y Medellín).

Sectoriales (3)

• Inicio: 2003• Fin: 2004

Ejercicios de exploración de oportunidades en sectores económicos: • Energía• Empaques y embalajes para alimentos• Lácteo

Secto-territoriales (4)

• Inicio: 2004• Fin: 2006

Exploran alternati-vas de desarrollo para sectores estratégicos de al-gunos territorios. • Turismo en Cartagena• Exportación de servicios de Salud en el Valle del Cauca• Fique en Santander • Cadena hortícola de la Sabana de Bogotá.

Política Pública y Direccionamiento

Estratégico(1)

Esfuerzo de aplicación de la prospectiva al di-seño de políticas y pla-nes con influencia en la decisión pública. Se res-ponde a mandatos insti-tucionales.

Programa Nacional de

Biotecnología de Colciencias Inicio:

• Inicio: 2003• Fin: 2005

Se introdujo la metodología del-phi en línea para la exploración de nichos estratégi-cos con expertos, la referenciación competitiva de políticas públi-cas, la vigilancia tecnológica y la participación di-recta del Consejo de Programa en el debate público correspondiente.

Fuente: Plan Estratégico. Programa Nacional de Prospectiva, 2006

168 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Cuadro 6. Tipología de Ejercicios del Segundo Ciclo del PNP: 2005-2007

Tipo de Ejercicio Descripción Alcance Ejemplos

Ejercicios internacionales (2)

Permiten aprender expe-riencias para transferir a los ejercicios colom-bianos, y posicionar al Programa colombiano de Prospectiva como ac-tor que tiene elementos para aportar en la escena internacional.

Global•Inicio: 2005• Fin: 2005

Latinoameri-cana

• Inicio: 2005 • Fin: 2007

SCOPE 2015 – Cooperación Europa – América Latina. Educación Superior para la Transformacion pro-ductiva y social con Equi-dad al 2020 en el Conve-nio Andrés Bello

Visión Estratégica de país (1)

Identifican nuevas politi-cas y estrategias de tran-sición de Colombia hacia una sociedad y una eco-nomía de conocimiento.

Nacional•Inicio: 2005 • Fin: 2007

Transformación productiva (Macroproyecto que contiene cuatro fases)

Política Pública y Direccionamiento

Estratégico (3)

Esfuerzo de aplicación de la prospectiva al di-seño de políticas y pla-nes con influencia en la decisión pública. Se res-ponde a mandatos insti-tucionales.

Nacional•Inicio: 2006• Fin: 2006

• Inicio: 2006• Fin: 2006

• Inicio: 2005• Fin: 2005

Visión 2019 en Ciencia, Tecnología e Innovación.Plan Nacional de Desarro-llo Cientifico – Tecnologico y de Innovacion 2019. Fon-do de Pequeña y Mediana empresa del Ministerio de Comercio (Fomipyme)

Prospectiva y Vi-gilancia Científica y tecnológica (12)

Construyen Agen-das de Investigación,

desarrollo tecnológico e innovación, en forma

participativa con los responsables de ejecutar

las políticas públicas

Sistema Nacional

de Ciencia y Tecnologia• Inicio: 2005

• Fin: 2007

Centros de Excelencia (5)Areas y Programas Na-cionales del Sistema Na-cional de Ciencia, de Colciencias (6)15

Identificación de Capaci-dades Nacionales (1)

Cadenas productivas (4)

Construyen Agendas de Investigación, desarrollo tecnológico e innova-ción mediante un enfo-que sistémico

Nacional• Inicio: 2005

• Fin: 2007

• Cacao; Acuicultura• Forestal; Derivados lácteos

Fuente: Plan Estratégico. Programa Nacional de Prospectiva, 2006 15

15 Estos son: Cinco (5) ejercicios con los Centros de Excelencia (Nuevos Materiales-Cenm, Pro-ductos Naturales y Aceites esenciales -Cenivam, Recursos Genéticos y Biodiversidad -Ciebreg, Tuberculosis -CIB); Cultura, paz y desarrollo (CINEP). Seis (6) ejercicios con los Programas Nacionales de Colciencias (Ciencias Sociales; Electrónica, Telecomunicaciones e Informática (ETI); Agroindustria (Agro) – ETI ; Biotecnología – Agro; Ciencias Básicas; Energía).

169Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

3.6. Productos y publicaciones

En el ciclo puesto en marcha en 2003-2004, se culminaron ocho (8) ejer-cicios, se organizaron tres (3) seminarios internacionales y tres (3) seminarios nacionales, en dos (2) ciudades del país. Se participó en ocho (8) eventos interna-cionales y se colaboró con cinco (5) Agendas Regionales de Ciencia y Tecnología. Se puso en operación el sitio Web como primera plataforma de intercambio de conocimiento del PNPC.

En total, en el ciclo 2003-2007 se destaca:

La participación en dos (2) importantes ejercicios internacionales de la • Unión Europea y el Convenio Andrés Bello; La ejecución de veintidós (22) ejercicios que involucran a los Centros de • Excelencia en Ciencia y Tecnología del país, el Ministerio de Agricultura y Desarrollo Rural, Colciencias, el Departamento Nacional de Planea-ción y el Ministerio de Comercio, y varias instituciones y universidades de primer orden nacional y regional; El aumento en la cobertura a diecisiete (17) ciudades atendidas al nivel • nacional; El aumento en la escala de organización de eventos de transferencia al • Sistema Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación: la realización de cien (100) eventos, entre Jornadas y Conferencias de Prospectiva y Vigi-lancia Tecnológica; conferencias y Seminarios y Cursos de Formación; El contacto directo con los principales protagonistas de los centros y puntos • de referencia de prospectiva en Europa, Norteamérica y Latinoamérica; El diseño y realización, mediante procesos de cooperación internacio-• nal, de Cursos y Jornadas de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica, por solicitud de los Organismos Nacionales de Ciencia y Tecnología (ON-CYT) de Ecuador, Guatemala, El Salvador y Perú, en especial el curso sobre “Prospectiva y Decisión Pública” con el Convenio Andrés Bello; La participación por invitación en diez y nueve (19) eventos internacio-• nales de primer orden en Argentina (2), Austria (1), Bélgica (1), Brasil (3), Chile (3), Ecuador (1), España (1), Inglaterra (1), Perú (4), Venezuela (2); Se prepararon más de noventa (90) textos para publicación o como do-• cumentos de trabajo. Entre ellos: Libros y Manuales (5); Revista Ciencia & Tecnología (1) – 11 artículos. Artículos en libros o revistas interna-cionales (7); artículos en libros o revistas nacionales (6); artículos en

170 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

medios nacionales (10). Los más relevantes son – un (1) Manual de Pros-pectiva y Decisión Estratégica de gran alcance internacional, publicado por CEPAL; cuatro (4) libros, una (1) revista sobre los ejercicios del Pro-grama con once (11) artículos, seis (6) artículos en revistas indexadas o libros internacionales; cinco (5) artículos en revistas indexadas o libros nacionales, tres (3) artículos en separatas del Diario de enfoque empre-sarial “Portafolio”;16 La puesta en marcha de la Unidad de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica • e Inteligencia Competitiva de Colciencias; lo cual incluye el estudio para la selección y el proceso de compra e implantación de importantes herra-mientas informáticas para el servicio de todos los ejercicios del PNPC;17 La preparación de veintiséis (26) Guías Metodológicas para el manejo de • las herramientas del Programa de Vigilancia Tecnológica e Inteligencia Competitiva y la elaboración doce (12) Documentos de Trabajo para la conceptualización y apoyo de los diversos proyectos del Programa; La elaboración del Plan Estratégico del PNP, la reorganización adminis-• trativa y financiera del PNPC y la conformación del equipo de trabajo del Programa.

16 Actualmente se encuentran los siguientes textos en proceso de publicación (25) -Libros (6); -Colección Transformación Productiva, preparada con Fundación Agenda Colombia, Auto-res: Varios (5); -Colección “Ejercicios de vigilancia y prospectiva tecnológica” (14); Artículos libros en proceso de publicación (2).

17 En cuanto a hardware, se cuenta con un servidor en el cual se alojan las herramientas espe-cializadas y un servidor en el cual se instala un software especial para garantizar la seguri-dad del uso de las herramientas especializadas en forma remota. Se dispone de elaborados y costosos programas para el análisis de patentes y el análisis cienciometrico y semántico como Goldfire – Researcher, Matheo – Analyst y Vantage-Point. Mientras que para el aná-lisis prospectivo se cuenta con los programas de Calibrum, del Convenio Andrés Bello y del Laboratorio de Investigación en Prospectiva, Estrategia y Organizaciones (LIPSOR) lidera-do por el profesor Michel Godet.

Adicionalmente, la unidad cuenta con el programa TradeCAN de la CEPAL, que permite el análisis de la competitividad de las naciones a través de los flujos de bienes del comercio internacional. De igual manera se utilizan programas de software gratuito y servicios que permiten acceder a bases de datos, noticias de interés y bancos de expertos. Al respecto ver: Sánchez y Palop (2002).

171Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

3.7. Impactos

Los impactos del PNPC durante 2003-2007 siguen una línea de continuidad que se despliega en múltiples campos, a saber:

Diseño y elaboración de políticas públicas En especial se destaca el diseño, elaboración y publicación de cuatro (4) ejer-

cicios de importancia nacional, con la participación de decidores y Consejos de alto nivel, como fueron:

La Visión 2019 en Ciencia, Tecnología e Innovación y el Plan Nacional • de Desarrollo Científico-Tecnológico y de Innovación al 2019; El Direccionamiento Estratégico del Programa Nacional de Biotecnolo-• gía y del Fondo para la Pequeña y Mediana Empresa del Ministerio de Comercio, Industria y Turismo.

El ejercicio de la Visión 2019 sirvió como referente conceptual para el com-ponente de Ciencia, Tecnología e Innovación del Plan Nacional de Desarrollo 2007-2010 y el Plan Estratégico 2007-2010 de Colciencias, actualmente en pro-ceso de ejecución. A su vez, estos procesos, en conjunto con otras iniciativas, lograron que el Gobierno Nacional duplicara el presupuesto de Colciencias para la vigencia del año 2008.

Efecto multiplicador y presencia regional, nacional e internacional En total, al sumar ambos ciclos del PNPC, se ha colaborado en múltiples

actividades con cincuenta y nueve (59) organizaciones nacionales y cuarenta y cuatro (44) entidades y organismos internacionales, en diecisiete (17) ciudades colombianas y quince (15) ciudades internacionales. Lo más importante como acumulado de conocimiento lo representan las experiencias ejecutadas con quin-ce (15) instituciones ancla que realizaron ejercicios con el PNP.

172 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Cuadro 7. Cobertura de instituciones relacionadas con el PNPC Tipo de Institución Nº de Instituciones

Universidades 17Ministerios 3

Centros de Desarrollo Tecnológico 13Centros de Productividad 7Incubadoras de Empresas 2

Empresas Públicas 2Entidades Públicas 6

Empresas 8Fundaciones 1

Organismo Internacionales 44Total de Instituciones 103

Fuente: Programa Nacional de Prospectiva (2007)

Figura 4. Mapa de presencia nacional del PNPC

Barraquilla1. Bogotá2. Bucaramanga3. Cali4. Cartagena5. Ibagué6. Manizález7. Medellín8. Neiva9. Pereira10. Popayán11. Puerto Tejada12. Rionegro13. Roldanillo14. Santa Marta15. Tunja16. Valledupar17.

11111313 99

121244

14141010

77

88

151511

551717

33

1616

22

66

173Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

Figura 5. Mapa de presencia internacional del PNPC

ONCYT’s: Ecuador, Guatmala,El Salvador, Perú, Venezuela. Organismos internacionales: CAB, CAF, CAN CEPAL/ILPES. Proyectos Internacionales: Unión Europea – SCOPE 2015, CAB Educa-ción Superior para la transformación productiva. Centros: IPTS, CGEE, EMBRAPA, UFRJ, Instituto PREST, OPTI. Redes: SELF RULE (Brasil, Perú, Venezuela, España, Inglaterra, Finlândia, Hungría). Otros: AACREA, Consejo Federal de Inversiones de Argentina

Desarrollo institucional de la prospectiva La experiencia del PNPC ha contribuido a generar un interés por la aplicación

de la prospectiva en diversos contextos. Por ejemplo, en la Oficina de Planeación y Evaluación de Colciencias, la creación del Instituto Nacional de Prospectiva, la transferencia del modelo prospectivo del SENAI al SENA, y la creación en las regio-nes de nuevas organizaciones prospectivas o servicios prospectivos dentro de orga-nizaciones existentes (Antioquia, Valle del Cauca, Risaralda, Santander, Cauca).

Promoción del debate público Al promover el tema de transformación productiva y social, el PNPC se anticipó

al proceso de la elaboración del Plan de CT+I 2019 y a la política nacional de com-petitividad. Este aporte ha sido neurálgico para elaborar una estructura conceptual que ha sido central para las políticas de ciencia, tecnología e innovación, tanto al nivel de Colombia como de del Convenio Andrés Bello. Este desarrollo conceptual se realizó en contacto con la Corporación Andina de Fomento, CEPAL, y un impor-tante grupo de consultores contratados específicamente al efecto. De este modo, el PNPC ha aportado nuevos conceptos para el análisis del futuro del país.

GuatemalaEl Salvador

Equador

Perú

CAB

CEPAL/Ilpes

Argentina

EMBRAPA,CGEE,UFRJ

SELF RULE Red Eurolatina

CYTED

OPTICOTEC

IPTS - Unión EuropeaInstituto PREST

Universidaded de Manchester

Unión Europea

Bruselas

174 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Gerencia Se produjo un aumento significativo de recursos del PNPC y de recursos

apalancados por el PNPC mediante las modalidades de contratación y cofinan-ciación con las que se trabajó. Fue decisiva la consecución de recursos de la Ley 344, provenientes del Convenio SENA-Colciencias. También se creó el equipo del PNP y se completó la plataforma de intercambio de conocimiento.

Formación Se crearon las Jornadas de Sensibilización en Prospectiva y Vigilancia Tec-

nológica para públicos estratégicos. Se facilitó el desarrollo de Seminarios In-ternacionales en diferentes formatos, Cursos específicos para el manejo de he-rramientas informáticas; y se utilizaron videoconferencias al nivel nacional e internacional. Esto permitió la participación de un gran número de personas, que percibieron el nombre de Colciencias y las entidades patrocinadoras como instituciones líderes en este campo.18

Articulación y apropiación de conocimiento prospectivo El contacto permanente, el acompañamiento y la asesoría de líderes inter-

nacionales de la prospectiva y la vigilancia tecnológica facilitó que las entidades ancla utilizaran conceptos, métodos y herramientas de primer orden, para sus ejercicios en las regiones colombianas. Se aprendieron nuevas formas de inter-vención, entre otras: - la prospectiva en línea para consulta a expertos, la prospec-tiva en cadenas productivas, la inteligencia competitiva; la prospectiva territorial, la prospectiva organizacional; la combinación de prospectiva y evaluación de po-líticas públicas; y el desarrollo de nuevas herramientas informáticas.

Este conocimiento fue adaptado a las condiciones locales y reutilizado de múltiples maneras, tanto tácitas en el caso del aprendizaje de los consultores co-lombianos que participaron en los ejercicios, como codificadas, como en el caso de la elaboración de los Manuales para el manejo de las herramientas informáti-cas por parte del equipo del PNPC. Cabe mencionar, su aplicación al ejercicio del

18 Está por hacer el cálculo del número exacto de las personas vinculadas a los eventos del PNPC. En las Jornadas de Prospectiva y Vigilancia se trabaja con auditorios especializados de 30 a 50 personas. En los Seminarios se ha tenido participación de 200, 400, 600 perso-nas. Por ejemplo, en la lección inaugural de las actividades de capacitación del Proyecto de Prospectiva Tecnológica del Convenio Andrés Bello, realizada en Bogotá en el año 2005 con el profesor Michel Godet de LIPSOR de París, se transmitió una videoconferencia a ocho países, treinta y dos puntos de red y más de cinco mil personas.

175Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

Convenio Andrés Bello, y a la respuesta del Programa a las solicitudes de cursos y acompañamiento de los procesos prospectivos de los ONCYT de Ecuador, Gua-temala, El Salvador y Perú.

Aprendizaje colectivoLa importancia de las experiencias de aprendizaje facilitadas por el PNPC

radica no solo en la acumulación de diversas prácticas y metodologías apropiadas para diversos niveles de complejidad, sino también en el desarrollo de los con-tenidos específicos de cada tema. El aprendizaje adquirido en la práctica con el sector académico, gubernamental, empresarial y social muestra el potencial y las limitaciones que conlleva aplicar la prospectiva en entornos inestables, inciertos y conflictivos. Todo este aprendizaje es un patrimonio del país y su comprensión ha servido para apalancar otras experiencias de carácter multinacional, como es el proyecto de Prospectiva Tecnológica del Convenio Andrés Bello, donde Col-ciencias lidera el análisis de las relaciones entre la educación superior y la trans-formación productiva y social con equidad, en un ejercicio compartido con doce países signatarios del Convenio.

Producción Intelectual Es relevante el número de publicaciones realizadas y en proceso de finaliza-

ción, porque implican el grado de producción de conocimiento y la aceptación del mismo por parte de las instituciones que reconocen la calidad de estos trabajos. Además de la elaboración de los reportes de los ejercicios, en especial se destaca:

• La elaboración del Manual de Prospectiva y Decisión Estratégica con CEPAL-ILPES. La publicación del Plan Estratégico del Programa, y de varios libros y artículos en el plano nacional e internacional; • La preparación del Curso Internacional de Prospectiva y Decisión Estra-tégica para Políticas de Ciencia y Tecnología del Convenio Andrés Bello, realizado en 2006 en Quito (Ecuador), en 2007 en Lima (Perú) y en Cali (Colombia).

Cultura y Desarrollo prospectivo El PNPC ha consolidado un amplio panorama teórico y práctico acerca de

la puesta en escena de la prospectiva. Ha mostrado el valor de la prospectiva, entendida en una forma contemporánea, como una disciplina que facilita la anti-cipación y construcción de futuros de la sociedad.

176 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

El PNPC ha abierto un diálogo público que contribuye a construir una visión de futuro del desarrollo del país, a partir de la investigación, el desarrollo tecno-lógico y la innovación, por parte del gobierno nacional, los ministerios e institu-ciones públicas y privadas, los organismos de financiación, los gremios de la pro-ducción, las empresas, los trabajadores y la sociedad en general. Esta evidencia es una muestra del poder colectivo que se genera al compartir el conocimiento y aunar recursos para construir sentido en forma participativa, para crear direc-ción y significado en los sectores económicos y tecnológicos que lo necesitan.

Aumento de la Productividad Los grandes números del programa pueden verse en el próximo cuadro:

Cuadro 8. Principales productos del PNPC

Concepto 20 03 2004 2005 2006

2 0 07 (sept.

30)Total

Nuevos Ejercicios (Convocatorias – C; Centros de Ex-celencia – CE; Internacionales – I; Programas Col-ciencias – PC ; Cadenas Productivas –CP; demostra-tivos Servicios Públicos – DSP; Capacidades - C)

7 C 4 CE+ 2 I

6 PC + 4

CP

1CE2 SP1 C

28

Elaboración de políticas/ejercicios de Direcciona-miento Estratégico 1BT 1 FP 2

CTI 4

Ciudades Atendidas

• Nacionales 5 11 10 6

• Internacionales 5 5 7 6

Eventos de Formación

Participación en Seminarios Internacionales por Invitación 8 6 7 10 31

Organización de Seminarios Nacionales 3 3

Organización de Seminarios Regionales 3 3

Organización de Cursos de Alto nivel 6 11 12 29

Organización de Jornadas de Prospectiva Tecnológica 11 14 4 29

Organización de Jornadas de Vigilancia Tecnológica 10 11 14 35

Organización Mixtas de Jornadas de Prospectiva y Vigilancia tecnológica 5 5 2 12

Conversatorios 5 2 3 10

Fuente: Plan Estratégico. Programa Nacional de Prospectiva, 2007

177Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

4. Conclusiones y Desafíos: Hacia la institucionalización de la prospectiva

Es evidente el proceso de difusión que ha tenido la prospectiva en Colombia. Si bien se ha logrado un avance significativo en temas de ciencia y tecnología, educación superior y desarrollo territorial, este esfuerzo debe ser permanente y dista todavía de alcanzar un nivel óptimo. Falta permear más el desarrollo eco-nómico e institucional y asegurar mecanismos que provean calidad y desarrollo profesional de alto nivel, esto es, formación avanzada especializada, en Maestrías Científicas y Doctorados específicos en Prospectiva.

Este proceso de aprendizaje se ha logrado en aproximadamente cuarenta años y ha tenido varias etapas: - la etapa inicial de sensibilización 1969-1980; - la etapa de impulso en la década de los ochenta; -la etapa de rápida expansión en los años noventa; -y la etapa de maduración, en la presente década.

Cada etapa ha tenido logros satisfactorios. En todo el período, especialmente se ha alcanzado un eco importante en las universidades y los territorios. Colcien-cias ha sido la institución que ha mantenido el liderazgo histórico en el tema, con la virtud de renovar constantemente los enfoques, discursos y metodologías. Ha servido de institución bandera y catalizadora del aprendizaje nacional.

En las tres primeras etapas surgieron múltiples ejercicios y proyectos prospec-tivos dispersos. Bajo este enfoque, cada universidad y empresa interesada realizó su propio ejercicio. Existieron muy pocos programas que aglutinaran esfuerzos colectivos. Apenas el Programa Nacional de Prospectiva de Colciencias en 1986-1990 y el Programa Ciudadano “Cali Que Queremos” en 1987-1992 tuvieron este nuevo enfoque. Grandes proyectos como la “Formación de Recursos Humanos” del ICFES (1989-1994) y la Visión Antioquia Siglo XXI (1996-2000) tuvieron un alcance plurianual. Pero ambas categorías fueron entendidas como mecanismos transitorios ad-hoc, vale decir, para impulsar iniciativas a término fijo, que se di-solvían una vez presentaban los resultados esperados. Algunas entidades como la Asociación Colombiana de Universidades (ASCUN), los Gremios y especialmente las Cámaras de Comercio agrupadas en Confecamaras fueron animadoras de la reflexión prospectiva, pero no crearon programas institucionales a este fin. Lo relevante de estas tres primeras etapas fue la creación de una masa crítica de per-sonas formadas en la teoría y práctica de la prospectiva, que fueron protagonistas de importantes impactos en el desarrollo local, regional y sectorial.

En la presente década, en la fase de maduración, Colciencias y en menor me-dida el Departamento Nacional de Planeación, enfocaron la prospectiva de una

178 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

manera más amplia. En lugar de seguir un enfoque clásico, centrado en la obser-vación y análisis de cambios sociales y tecnológicos, entendieron la prospectiva como un instrumento propicio para la concertación interinstitucional y la toma de decisiones estratégicas. En este sentido fueron creados tres programas de ma-yor alcance, de los cuales las Agendas Regionales de Ciencia y Tecnología, y el Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica e Industrial (PNPC) lograron un alto desarrollo.

La experiencia del Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica e Indus-trial (PNPC) ha servido como un laboratorio intensivo de aprendizaje, para el impulso de los treinta y dos (32) ejercicios realizados, y para la gestión de proyec-tos y procesos prospectivos. Se demostró que es viable impulsar simultáneamente proyectos específicos bajo una coordinación interinstitucional, y contribuir al desarrollo de las capacidades nacionales.

Actualmente el PNPC, vigente desde el año 2003, se encuentra en su fase final, y está bajo evaluación por parte del Instituto PREST de la Universidad de Manchester. Con ello se pretende dar respuesta a preguntas acerca del impacto del PNPC y sus proyectos, la relación costo-efectividad del PNPC y el modo en el cual fue abordada la prospectiva. Las conclusiones de la evaluación contribuirán a dar lugar a una nueva forma de organización, mediante la creación del Instituto Andino de Prospectiva, Innovación y Gestión del Conocimiento.

Ahora bien, por su parte, al nivel del gobierno central, el Departamento Na-cional de Planeación (DNP), y el Ministerio de Hacienda, que son las entidades llamadas a pensar el largo plazo en el país, históricamente han mantenido un discreto interés en el tema. El DNP ha intentado un acercamiento más profundo a través del Programa de Planeación Estratégica de Largo Plazo al nivel territo-rial, y el esfuerzo de la Visión Colombia 2019. No obstante, estos avances que crean conciencia sobre la importancia de prepararse seriamente para el futuro, existe temor a afrontar la prospectiva en tanto disciplina, y se prefiere un enfoque instrumental, donde la prospectiva es una herramienta, confundida con otras herramientas de planeación estratégica y programación de inversiones.

Este panorama parece estar cambiando al nivel central. Recientemente al-gunas entidades del gobierno central están orientando recursos importantes ha-cia la prospectiva en el Plan Nacional de Desarrollo 2007-2010, tales como el Ministerio de Agricultura, el Ministerio de Comercio Exterior, Colciencias y el Servicio Nacional de Aprendizaje. Mientras las dos primeras entidades esperan desarrollar por su cuenta dieciséis (16) y cuatro (4) ejercicios, respectivamente, Colciencias y el Sena han apostado por la consolidación institucional.

179Javier Medina Vásquez y Francisco Mojica Sastoque

Actualmente, Colciencias ha conformado una nueva Oficina de Planeación Estratégica y Evaluación, la cual dará continuidad a la infraestructura y el equipo de trabajo entrenado por el Programa Nacional de Prospectiva. Por su parte, el SENA espera desarrollar un Macroproyecto de desarrollo de capacidades a su in-terior; el cual espera transferir el modelo prospectivo del SENAI del Brasil (Cruz et al 2005) y consolidar equipos de trabajo en las treinta y dos (32) oficinas regio-nales y los ciento catorce (114) centros de desarrollo tecnológico. Este Macropro-yecto seguramente tendrá a mediano plazo una gran influencia en el desarrollo sectorial, tanto al nivel económico como al tecnológico.

La nueva década por venir señala varios desafíos para la prospectiva, entre ellas perfeccionar los estándares de calidad, mejorar el desarrollo profesional de los prospectivistas, lograr un mayor impacto en las empresas privadas e institu-ciones públicas, y lograr un alto nivel de articulación con la comunidad interna-cional de prospectivistas.

Si bien, la experiencia del PNPC muestra avances significativos en la expe-riencia colombiana, falta un gran esfuerzo para lograr satisfacción total en los objetivos previstos:

Contribuir al desarrollo de una visión a largo plazo del país• , a partir de la sustentación de oportunidades y prioridades en áreas temáticas y/o sectores productivos de interés estratégico para Colombia en los campos de ciencia, tecnología e innovación, para la consolidación de ventajas competitivas nacionales; Profundizar la aplicación de la prospectiva y la vigilancia tecnológica al • desarrollo territorial, mediante ejercicios de fortalecimiento de cadenas productivas, clusters y sistemas regionales de innovación; Fortalecer la capacidad de formación de formadores de primer nivel en • Prospectiva y Vigilancia Tecnológica, y promover la apropiación social del conocimiento prospectivo en la comunidad en general, con base en la actuación de Universidades y Centros como agentes de cambio para multiplicar el radio de acción.

En este contexto, la Universidad del Valle, Colciencias, el SENA y el Conve-nio Andrés Bello esperan aprovechar la experiencia ganada y las redes creadas por el PNPC, aunar esfuerzos y consolidar este proceso alrededor del Instituto Andino de Prospectiva, Innovación y Gestión del Conocimiento. Su propósito cen-tral será liderar la formación avanzada en materia de Prospectiva y Vigilancia

180 La Prospectiva en Colombia - Antecedentes, Lecciones y Desafíos

Tecnológica en la región, con un enfoque amplio orientado a producir innovación y transformación del aparato productivo. Veinticinco (25) entidades nacionales han manifestado interés en trabajar asociadas al Instituto. Así se dará un nuevo paso hacia adelante en la evolución de la prospectiva en Colombia.

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La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos de Integración Latinoamericana

Emilio García Capote e Irene Lezcano Lastre1

1. Introducción

El pensamiento estratégico comporta la creación de una representación del futuro. Como esfuerzo científico interdisciplinario, la prospectiva dará instru-mentos para elaborar esas representaciones, pero es, por supuesto, mucho más que una “caja de herramientas”.

Es, sobre todo, una afirmación de ese futuro que queremos crear — que quere-mos inventar, como señaló en su momento Dennis Gabor (Gabor, 1964) —, combina-da con una vocación normativa y una voluntad de allegar los medios necesarios para llevar a cabo las acciones estratégicas que permitirán la realización de ese futuro.

Vistas así las cosas, no cabe la menor duda en afirmar que la conducción del proceso sociopolítico en Cuba a partir de 1959 ha revelado ser profundamente es-tratégica, manejando consecuentemente una firme visión prospectiva del desarro-llo de la sociedad, actualizada en respuesta a las variaciones sustanciales en el en-torno exterior, pero apoyándose siempre en principios que no se han declinado.

¿Cuáles son algunas de las ideas, cuáles las acciones y cuáles los caminos im-plicados en los actuales resultados? A identificarlos y situarlos en la esfera de las construcciones del futuro, en lo cual ha jugado, a partir de su creación, un impor-tante papel estimulador la pertenencia de nuestro país a la Red Iberoamericana de Prospectiva (RIAP), está dedicado este trabajo.

1 Observatorio Cubano de Ciencia y Tecnología. Los autores aparecen en orden alfabético de apellidos.

186 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos

de Integración Latinoamericana

2. Algunas cuestiones conceptuales e históricas

Existen, como es conocido, numerosas definiciones de lo que debe entender-se por prospectiva. Se acepta, en general, que es un conjunto de esfuerzos sistemá-ticos para examinar a largo plazo la interrelación futura de la ciencia, la tecnolo-gía, la sociedad y el medio ambiente natural. No se trata de pronosticar el futuro, sino de partir del supuesto de que hay varios futuros posibles y construibles, y no uno solo. La vigilancia se interesa por lo que está sucediendo y especialmente por las “señales débiles” de lo que comienza a suceder. La prospectiva incorpora decididamente la intuición ilustrada de los expertos en la exploración de campos relativamente amplios y trata de sistematizar la obtención de sus juicios.2

Técnicamente, la prospectiva puede considerarse como el resultado de la convergencia de tres tendencias previas: (i) el análisis de políticas; (ii) la direc-ción estratégica; (iii) los estudios de futuro; sigue utilizando, en gran medida, métodos y herramientas creados esencialmente en los años cincuenta y sesenta del pasado siglo para obtener valoraciones sobre cuestiones difíciles de analizar utilizando los métodos científicos de uso más frecuente (Gavigan, 2001, p. 99).

A principios del siglo XXI la Corporación RAND consideraba que Cuba se encontraba entre los países “proficientes” en materia de ciencia y tecnología.3 En este proceso, que nos ha llevado a no ser quizá tan proficientes como algunos de los países que nos acompañan en ese segundo escalón de la propuesta de la RAND – pero sí al menos a disponer de una cierta capacidad resolvente en esta esfera –, la sociedad cubana ha debido caminar un largo trecho en la búsqueda de las herramientas necesarias para implementar las acciones perspectivas necesa-rias para su materialización por etapas.4

2 Para enfoques recientes de estas cuestión pueden consultarse, entre otras referencias impor tantes, las siguientes: EFIWLC, 2003; Mojica, 2005; Medina y Ortegón, 2006.

3 Desde luego que “proficient” utilizado en el texto de la RAND (Wagner, Brahmakulan, Jackson, Wong y Yoda, 2001) puede traducirse como “proficiente” en español y la definición que la Real Academia Española da a este término, dicho de una persona, como que “va aprovechando algo”, puede reflejar, en el caso de Cuba, el contenido que la RAND asigna a esta categoría. Según el Task Force on Science, Technology and Development del Proyecto Milenio de las Naciones Unidas, la misma incluye países que tienen una capacidad promedio o por encima del promedio en materia de ciencia, tecnología e innovación; que pueden exhibir una capacidad de clase mundial en disciplinas o subcampos particu-lares; que han invertido en la creación de una base de ciencia y tecnología y que estas inversiones están empezando a dar resultados (Calestous y Lee, 2005).

4 Un análisis algo más detallado, aunque no exhaustivo, de las distintas aproximaciones a las consid-eraciones de futuro en Cuba a partir de 1959 puede encontrarse en García Capote, 2005. También es importante consultar Grobart-Sunshine, 2000.

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2.1. La década de los sesenta

En esta década Cuba se vio en medio de las polémicas respecto a los esfuerzos renovadores que, ante el evidente impacto de la ciencia y la tecnología en la pro-ducción de bienes y servicios – que se recogería bajo la rúbrica luego infinitamente repetida de “revolución científico-técnica” – , comenzaron a manifestarse para mejorar la efectividad de la planificación vigente en los países del entonces exis-tente campo socialista, denominada “centralizada” por las agencias internaciona-les. Las academias de ciencias de los países pertenecientes al Consejo de Ayuda Mutua Económica (CAME), en parte motu proprio y en parte como reacción ante estudios como el presentado en el hoy clásico libro de Eric Jantsch (Jantsch, 1967), dieron pasos para analizar la validez metodológica de tales estudios. En las con-diciones de un sistema de planificación incipiente, Ernesto Che Guevara insistirá, como ministro de Industrias, en la importancia de los planes perspectivos y en la indispensable diferenciación funcional para su elaboración (Guevara, 1966).

2.2. La década de los setenta

En los primeros años de esta década, considerada por varios autores como una época de renacer de los estudios del futuro (KIng, 1975), Cuba ingresa en la máxima entidad de integración socialista, el Consejo de Ayuda Mutua Económi-ca (CAME), en cuyo seno los debates sobre el perfeccionamiento de la planifica-ción habían llegado a considerar como uno de sus ejes principales precisamente la incorporación del progreso técnico en los procesos de desarrollo económico a partir del considerable potencial científico-técnico acumulado. Los esfuerzos por su renovación consignados en el Programa acordado en 1971 dieron un es-pacio relevante a lo que entonces se denominaba como planificación perspectiva o planificación a largo plazo y al correspondiente sistema de pronósticos del de-sarrollo de la ciencia y la técnica. (CAME, 1971; Glushkov, 1975; CAME, 1976). Otro estudio, hoy también clásico, The limits to growth, publicado a principios de la década, también sería discutido en las academias de ciencias de los países socialistas, lo que contribuiría a fundamentar la necesidad de los enfoques pros-pectivos (Meadows, Meadows, Randers y Behrens, 1972).

188 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos

de Integración Latinoamericana

2.3. La década de los ochenta

Desde los comienzos de la década, la voluntad política orientada al propósito humanista consustancial a la prospectiva de futuro del programa de salud cuba-na, concebido y lanzado desde fines de 1962, propicia directamente una firme incursión en una esfera de alta tecnología —la biotecnología—, que constituyó entonces una fuerte apuesta de futuro, hoy validada por el desarrollo ulterior de los acontecimientos (Castro, 1962, 2002).

Esta incursión encuentra un punto de partida sólido en las instituciones de in-vestigación biomédica que a impulsos del programa se habían venido creando reci-samente desde mediados de la década de los sesenta. (Castro, 1986; Herrera, 1996).5 Instituciones homólogas de la comunidad socialista no logran interesarse firme-mente en la propuesta de nuestro país para este proyecto de ruptura y las institucio-nes cubanas lo llevan adelante con una intensidad pionera en el Tercer Mundo.6

2.4. La década de los noventa y la generación de escenarios en Cuba

El derrumbe del socialismo en la URSS y en la Europa del Este, que fue el fac-tor externo de mayor impacto sobre Cuba en la década de los noventa, implicó un replanteo de los procederes y mecanismos para el planeamiento estratégico del desarrollo de la sociedad cubana, y un fuerte énfasis en el enfoque de escenarios para el análisis prospectivo.

5 Luis Herrera era entonces vicedirector del Centro de Ingeniería Genética y Biotecnología, en La Habana, y es actualmente su director general y miembro del Consejo de Estado de la República de Cuba. Es notable el énfasis puesto en Cuba en la biomedicina desde mediados de los años 60. En Gaudillière, 2002, hay un examen de la emergencia y consolidación de un acercamiento molecu-lar a los problemas médicos entre los microbiólogos, bioquímicos y fisiólogos franceses. Como explica el autor, este proceso alcanzó su culminación en 1965. Ese año, Jacques Monod, François Jacob y André Lwoff recibieron el premio Nobel de Fisiología y Medicina por el trabajo sobre el “lac opéron”, que explicaba los mecanismos moleculares que regulan la producción de proteínas.

6 El 3 de marzo de 1986 el propio Fidel Castro visita el famoso Instituto de Química Bioorgánica Shemiakin de la Academia de Ciencias de la URSS y en el anfiteatro del mismo ofrece una amplia información sobre los orígenes y estado del esfuerzo cubano en biotecnología. Al final de su inter-vención invita a los científicos soviéticos a trabajar en el Centro de Ingeniería Genética y Biotecnolo-gía, entonces a punto de ser inaugurado (Notas tomadas por uno de los autores de la transmisión de la TV cubana ese propio día 3 de marzo). En Muñoz, 2001, p. 55-56, hay una valoración breve pero suficientemente certera del esfuerzo biotecnológico cubano a 20 años de su lanzamiento formal.

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Para entonces, distintas acciones relacionadas con el uso de expertos en la construcción de representaciones prospectivas y estratégicas, existentes antes del derrumbe, habían creado bases y experiencias y van a confluir ahora en la adopción más amplia de enfoques y herramientas para el análisis de las nuevas situaciones que se presentan a la nación. Junto a los paneles de expertos y las encuestas Delphi, la construcción de escenarios a partir de esas valoraciones va a constituirse en ele enfoque preferido en la nueva situación.

En cuanto a herramientas, sin haber utilizado con anterioridad la denominación “mapeo contextual” (environmental scanning), que ha difundido la guía para la pros-pectiva regional preparada por la red FOREN de la Unión Europea (Gavigan y otros, ibidem), todos los ejercicios de expertos antes indicados concedieron obviamente una gran importancia al mismo, que es, como bien señala el mencionado informe, más un acercamiento o tratamiento (approach) que una técnica propiamente dicha.7

Al principio con las técnicas clásicas de acceso a la información y en la ac-tualidad a partir de búsquedas en la Internet y en bases de datos en línea, ha sido posible, en efecto, identificar sistemáticamente indicaciones de posibles desarro-llos futuros así como materiales e información de importancia.

Sin que se hayan superado del todo las dificultades inherentes a los esfuer-zos de integración de variables, quienes hemos tenido la oportunidad de haber participado en muchos de los ejercicios aquí rápidamente aludidos, podemos constatar no sólo la sólida asimilación de numerosas técnicas, sino sobre todo la consolidación del pensamiento anticipativo como tal, la voluntad de acción estra-tégica y los esfuerzos de movilización colectiva para la apropiación de conceptos y herramientas idóneas en las nuevas situaciones.

En la dinámica del desarrollo de los estudios de prospectiva, se ha ido arriban-do en Cuba a la convicción final de que la actividad en el dominio de la prospecti-va es algo eminentemente social, esencialmente político y no puede sino partir de los grandes ideales, de los principios que conforman la visión del futuro deseado.

Las rupturas verdaderas sobre las que nos alerta el enfoque de complejidad y de los sistemas autopoiéticos, las provocan las acciones de los líderes, para hacer realidad las cuales en ocasiones deben ejercer una “tracción paralela” respecto a los sistemas y mecanismos instituidos. Dentro de los esfuerzos de construcción

7 El uso del término environmental scanning ha sido criticado por Miguel Ángel Gutiérrez, del Cen-tro Latinoamericano de Globalización y Perspectiva de Buenos Aires, ya que puede sugerir, según este experto, investigaciones relacionadas con el medio ambiente natural. Gutiérrez utiliza “mapeo contextual”, que nos ha parecido apropiado. Un buen ejemplo de la utilización del environmental scanning en una vertiente del análisis prospectivo se puede encontrar en Kennedy, 1998.

190 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos

de Integración Latinoamericana

de futuro en Cuba, de “futuros urgentes”, en la atinada expresión de Agustín Lage (Lage, 2007),8 ha habido, precisamente buscando rupturas, asignaciones ma-sivas, a nuestra escala, de recursos concentrados en temas focales, el ejemplo más reciente de lo cual está en la creación de la Universidad de Ciencias Informáticas (UCI). Con ella toma forma un segundo esfuerzo cubano de importantes dimen-siones para acceder efectivamente a zonas de excelencia científica y tecnológica, generadoras de productos de alto valor agregado y de amplio uso social.9

Todos estos esfuerzos han ido mostrando en la práctica que la prospecti-vización de variables tecnológicas en sí ha ido perdiendo sentido y se ha hecho evidente la necesidad de unas representaciones integradas de lo tecnológico con lo social sensu lato y con lo ambiental. De lo que se trata es de monitorear inte-gralmente - instituciones, mercado, personas, firmas, medioambiente, no solo la tecnología -para una mayor efectividad interna y externa al recorrer el camino hacia el futuro que visualiza la prospectiva.

La utilización de paneles de expertos, técnicas Delphi y el enfoque de esce-narios constituyen hoy técnicas favoritas en el campo de la prospectiva en Cuba. Estas técnicas constituyen, junto con el mapeo contextual, herramientas perfec-tamente aplicables para allegar la materia prima de los escenarios; para la estimu-lación de la creatividad de los expertos se dispone de un conjunto considerable de herramientas específicas bien probadas en varias esferas, en particular, de las técnicas de brainstorming.

En general, es frecuente en el país la tendencia a la utilización del enfoque ela-borado y sucesivamente perfeccionado por Michel Godet. Las razones de esta pre-ferencia son varias y no dimanan solamente – y quizá ni siquiera en primer lugar – , como pudiera pensarse un tanto apresuradamente, de la orientación normativa asociable a un sistema sociopolítico dado, sino que importantes factores culturales – a los cuales no resultaría ajeno el esprit de clarté – han actuado fuertemente, sin

8 Agustín Lage es director general del Centro de Inmunología Molecular, en La Habana, y diputado a la Asamblea Nacional de la República de Cuba.

9 La puesta en marcha de la UCI, con más de 6000 estudiantes y 800 profesores en 2005, habili-tada con más de 6000 PC, unos 7500 puntos de red y 30 servidores de datos trabajando con un ancho de banda de 4 Mbytes, está acompañada de la creación inmediata de dos filiales universitarias territoriales y de acciones tales como la creación de politécnicos de informática con más de 30 mil estu-diantes en total, el uso intensivo de los medios audiovisuales en la educación, la renovación y ampliación de casi dos centenares de Joven Clubs de computación y la extensión de la red a 300 instalaciones, la introducción de la computación en la enseñanza primaria, secundaria y media, la formación emergente de profesores de computación para la educación y una producción intensa de software educativo.

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lugar a dudas, en esta observable inclinación hacia las orientaciones proceduales del LIPSOR,* “acriolladas” o “cubanizadas” en la medida necesaria.

3. Experiencias de aproximaciones al futuro

A mediados de la década de los noventa,10 uno de los primeros ejercicios de redacción “libre” de escenarios concebía, de manera normativa, un espacio tec-nológico y socio-político con el siguiente mínimo indispensable de eventos que, apoyados en el potencial científico-técnico nacional construido, obrarían hacia el mantenimiento de un escenario positivo (García Capote, 1994):11

Se intensifican el enfoque y las acciones ecológicas apropiadas que cons-• tituyen la base de un desarrollo sostenible y, particularmente, de una agricultura sostenible de mínimos insumos, planteo de avanzada ante la no viabilidad y hasta el fracaso de la llamada “revolución verde”; Se estructura – se arma, por así decirlo – el sistema nacional de innova-• ción tecnológica con todos los agentes del cambio social y tecnológico, profundizándose en la conciencia ganada al respecto, como paso supe-rior del modelo unilateralmente empujado por la ciencia; Se refuerza la conciencia acerca de la importancia del desarrollo terri-• torial y, en particular, de los espacios socioeconómicos locales, con la introducción en ellos de tecnologías apropiadas que aumentan su au-

10 Con anterioridad, hacia 1987, se había introducido por primera vez a escala apreciable en el país y con un proceso suficientemente formalizado, la aplicación de las técnicas Delphi a las perspectivas del desarrollo de la informática en la sociedad cubana. Analizado este esfuerzo a la luz de la experiencia desde entonces adquirida, es posible darse cuenta de que el elemento que muchos expertos consideran con razón como la clave del éxito en la utilización de la técnica Delphi —la forma en que se redactan las preguntas para los expertos— no parece hoy suficientemente elaborada. Pero este fue el ejercicio que marcó la introducción amplia de esta técnica entre nosotros. Cf. Oñate, Ramos y Díaz, 1988; Ramos, Díaz y Oñate, 1989. En adición, las proposiciones de este, por lo demás, loable esfuerzo se quedaban “cortas” además, comparadas con lo que se pretende con la Universidad de las Ciencias Informáticas, cuyas dimensiones juegan con el desafío descomunal de la informática.

11 Trasunto de ejercicio realizado con una docena de especialistas cubanos - ingenieros, economistas, sociólogos y matemáticos - del Departamento de Organización de la Ciencia del entonces existente Centro de Estudios de Historia y Organización de la Ciencia de la Academia de Ciencias de Cuba. Se trata de redacciones al estilo de las que utilizó frecuentemente Herman Kahn no solo en el tantas veces citado The year 2000, sino también en obras menos conocidas como, entre otras, Things to come. Thinking about the 70’s and 80’s (Kahn y Bruce-Briggs, 1972).

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de Integración Latinoamericana

tosustentación, lo que resulta más complicado y en ocasiones hasta no posible en escalas urbanas mayores; Se desarrollan definidamente la capacidad y cultura tecnológicas de la • empresa nacional; Se instala un servicio sistemático de monitoreo y evaluación de tecnolo-• gías promisoria a nivel internacional, lográndose un mejor ritmo en el proceso de introducción en el país; Se mantiene y amplía, sobre todo por la vía de la investigación básica, • una capacidad de comprensión de por dónde va la ciencia moderna, que complementa y se integra al monitoreo de tecnologías promisorias; Se continúan desarrollando por la entidad nacional de ciencia y técni-• ca las formas organizativas necesarias para posibilitar los eventos ante-riores, adaptando su propia organización a los nuevos requerimientos, trabajando sobre todo a partir de los programas, de los polos científico-productivos y del Forum Nacional de Ciencia y Técnica y recibiendo la cooperación del movimiento sindical.

Dos asunciones constantes o fijas de este escenario positivo, externas en cier-to modo a la ciencia y la tecnología en el sentido de que se mantienen por otros subsistemas sociales, aunque en total interconexión con ellas y recibiendo contri-buciones al mismo, han sido:

La cultura nacional cubana, resistente y a la vez abierta y flexible, viabi-• liza sin distorsiones excesivas irreversibles el proceso de cambio social y tecnológico en un amplio frente; Las acciones culturales apropiadas metabolizan con éxito el “ruido” en • el plano de las ideas generado por el efecto demostración de las activida-des de los nuevos factores introducidos en el ámbito nacional;El acendrado patriotismo y la identificación con el proyecto nacional • mantenido, permean y sostienen en su conjunto el intenso proceso so-cial y el estilo de desarrollo escogido.

¿Cómo se ha comportado este conjunto de estimaciones de expertos y cuál es su ajuste con los hechos?

En el ámbito de lo tecnológico, los factores históricos y actuales generan un escenario nacional muy peculiar, donde en distintos momentos se han combina-do y se combinan:

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Tecnologías tradicionales, como el laboreo agrícola manual, los molinos de • viento y la tracción animal, utilizadas en el sector interno de la economía, en el cual en ocasiones pueden alcanzar proporciones de importancia; Tecnologías apropiadas de base científica, como las que se apoyan en los • paneles solares, con baja densidad de capital y bajos consumos energéti-cos, para utilizar también en el sector interno de la economía12; Tecnologías agrícolas de alta productividad, como las utilizadas en el • cultivo del plátano (banano), con riego aéreo por microjet; Tecnologías de mecanización agrícola estándar de extensa utilización, • como la empleada en la cosecha de la caña de azúcar, con una prioridad en el uso del combustible disponible; Tecnologías más o menos modernas o modernizables en ciertos casos, • como las de la base productiva metal-mecánica, destinadas sobre todo a la sustitución de importaciones, sin pretender necesariamente una cali-dad internacional de todos sus productos; Tecnologías muy modernas generadas nacionalmente, como las utiliza-• das en la producción de fármacos exportables competitivos, utilizados al propio tiempo en el Sistema Nacional de Salud (SNS); Tecnologías muy modernas transferidas desde el exterior, como las em-• pleadas en el propio SNS, en la generación distribuida de electricidad en gran escala13 y en la rápida expansión de la red de telecomunicaciones14.

En el ámbito de lo social, Cuba es en la actualidad una sociedad caracteriza-da por un conjunto de favorables indicadores, que expresan, siempre de manera muy esquemática como es de esperar si de indicadores cuantitativos se trata, el resultado de un largo y sostenido esfuerzo por el desarrollo. Este esfuerzo, cuyo

12 El tratamiento de los paneles considerados como residuales sólidos una vez agotada la vida activa de los elementos necesarios para la producción de electricidad, constituye desde luego un problema que ya recibe la debida atención. Cf. Campello, 2004.

13 Se trata de la instalación de baterías de grupos electrógenos diesel y de fuel oil, sincronizados al Sistema Electroenergético Nacional (SEN). En 2006 se agregaron al SEN más de 1300 MW de potencia en grupos diesel, que pueden generar aproximadamente el 50% de la electricidad demandada por el país en el horario pico (Mayoral, 2007).

14 En el transcurso del proceso de modernización de las telecomunicaciones en el país, la Unión Inter-nacional de Telecomunicaciones (UIT) ha debido condenar la violación del espectro radio eléctrico nacional cubano por transmisiones no legales originadas en los Estados Unidos. Véase: MIC, 2007.

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inicio evidente es datable desde 1959, ha estado sostenido, no podía ser de otra manera, por una visión de futuro de decidida orientación humanista.

¿Cuáles son los elementos principales de esa situación? (Rodríguez, 2006; Barreiro, 2006; Martínez, 2006)15

La mayor equidad en la distribución del ingreso en América Latina; • Los servicios de educación primaria y secundaria de mayor calidad; • Los servicios de salud de mayor calidad; • Los indicadores más favorables de mortalidad infantil de menores de un • año y menores de cinco; El más bajo índice desempleo de la región• 16; La oferta de alimentos subsidiados que cubren no menos de la mitad de • las necesidades nutricionales; La atención médica primaria permanente y la remisión a servicios gra-• tuitos de alta tecnología; La atención asegurada y gratuita de la gestante y el menor de un año; • La formación educacional garantizada de más de nueve grados y el ac-• ceso a estudios superiores en cualquier lugar del país a todos los que quieran hacerlo.

Asimismo, la organización no gubernamental World Wild Fund (WWF) considera, y así lo dio a conocer en el transcurso de 2006, que Cuba es el único país del mundo que combina un alto desarrollo humano y una adecuada sosteni-bilidad ambiental (Martínez, ibidem).

En los procesos generadores de estos resultados pueden advertirse dos diná-micas: (i) la que viene de los expertos; (ii) la que viene del liderazgo político. Entre ellas se produce una tensión entre la urgencia de poner en práctica medidas “sufi-cientemente evidentes” y la posibilidad-necesidad de perfeccionarlas ex ante.

Probablemente puede decirse que en la práctica se ha alcanzado una solución “término medio”, donde las ideas provenientes de las visiones constructoras de futuro se analizan por expertos en interacción directa con los generadores de las mismas hasta alcanzar un grado razonable de detalle necesario para tener alguna

15 José Luis Rodríguez es vicepresidente del Consejo de Ministros y ministro de Economía y Planificación; Georgina Barroso es ministra de Finanzas y Precios; Osvaldo Martínez es pre-sidente de la Comisión de Asuntos Económicos de la Asamblea Nacional del Poder Popular.

16 De hecho, Cuba es un país sin desempleo, según las definiciones de la Organización Internacional del Trabajo (OIT).

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“certidumbre”, alguna apreciación de “viabilidad”, y se implementan entonces – se toman las decisiones ejecutivas – para luego ser validadas en la práctica.

En esta dinámica, un rasgo hasta cierto punto característico del estableci-miento de prioridades para el desarrollo de la investigación científica y la inno-vación tecnológica en estos años ha sido el encuentro de ideas y metas originadas en el impulso creativo del liderazgo político con colectivos capaces de reaccionar ágilmente respecto a ellas y coadyuvar con entusiasmo a su materialización a partir del apoyo que se les ha brindado en forma directa.

4. Desafíos - perspectiva de la prospectiva

4.1. Objetivos nacionales para la promoción de los trabajosde prospectiva

En los próximos años en la esfera de la actividad de prospectiva en Cuba se aspira a enfatizar los siguientes objetivos:

Fortalecer el aspecto institucional de los trabajos de prospectiva, convir-• tiéndolos cada vez más en un recurso útil para los decisores nacionales, globales, territoriales y comunitarios; Precisar, a estos fines, los proyectos que respondan a cuestiones estraté-• gicas del desarrollo de la sociedad cubana; Continuar desarrollando la actividad en régimen de asesoría científica, • intensificando la contribución de la Academia de Ciencias de Cuba y sus miembros titulares; Buscar las vías para propiciar la captación de los criterios de los actores • de base que construirán directamente los futuros deseados y estimular la participación de los mismos en los correspondientes ejercicios; Aumentar constantemente los conocimientos de los distintos actores • sociales en el ámbito nacional en lo que concierne a la prospectiva, sus fundamentos y aplicaciones, mediante la participación en cursos, entre-namientos y eventos que así lo ameriten; Organizar con este fin, anualmente, cursos de carácter nacional a dis-• tancia utilizando las facilidades de las redes electrónicas;

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Organizar de igual modo, bienalmente, cursos presénciales, con partici-• pación de autoridades reconocidas de otros países; Difundir los trabajos realizados por las instituciones nacionales me-• diante la edición de publicaciones electrónicas nacionales, la publicación en revistas de prestigio internacional y la presentación de ponencias en eventos nacionales e internacionales; Aumentar la visibilidad nacional e internacional de estas instituciones, • sobre la base del rigor de los trabajos realizados y de su difusión; Organizar bienalmente un Taller Internacional sobre Prospectiva y Vi-• gilancia Tecnológica, con el auspicio de las entidades que integran la Red Cubana de Prospectiva y la cooperación internacional; Ampliar y profundizar, a todos estos efectos, el trabajo de la Red Cubana • de Prospectiva; Cumplimentar las responsabilidades internacionales adquiridas en esta • esfera con la Red Iberoamericana de Prospectiva y el Convenio Andrés Bello, intensificando los vínculos con sus entidades constituyentes.

4.2. Enlace de los objetivos nacionales con los elementosde cooperación internacional

El alcance de estos objetivos debería lograrse en el marco de una sólida inte-racción con los actores del escenario en que se proyecta la Red Iberoamericana de Prospectiva. Para que el éxito en esta empresa, al igual que el éxito en las proyeccio-nes homólogas de los demás miembros de la Red, tribute efectivamente al avance integral de los trabajos de prospectiva en ese espacio, es necesario tener en cuenta, a nuestro juicio, un conjunto de elementos que presentaremos sucintamente.

Estos y otros elementos que seguramente podemos identificar de conjunto, constituirían, a nuestro juicio, un proyecto de plataforma para una elaboración creativa y una reelaboración de nuevas técnicas y procederes particulares para los ejercicios prospectivos, tareas estas últimas que, desde luego, deben tener tam-bién su lugar destacado en nuestra cooperación:

Dado que, como se ha señalado anteriormente en esta contribución, la 1. prospectiva es un accionar esencialmente político, habrá que buscar, desplegando un sentimiento profundamente cooperativo, aquellos ele-

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mentos que en este plano compartimos, y no enfatizar aquello en que pudiera no haber una coincidencia parcial o, eventualmente, total; En esta esfera, habrá que distinguir al menos entre 2. los ideales referentes al estado final y los ideales referentes a las vías y medios a aplicar para construir ese estado final.17 Por ejemplo, para Juárez “… la tendencia na-tural a mejorar la condición o el libre desarrollo de las facultades físicas y morales” era una definición de socialismo y esa tendencia resultaba en un estado de la sociedad en que se retribuiría “a cada cual, según su ca-pacidad y a cada capacidad según sus obras y su educación. Así no habrá clases privilegiadas ni preferencias injustas.”;18 Es muy probable que, en cuanto a los rasgos definitorios, un escenario 3. tal pueda ser sostenido como un ideal por un conjunto numeroso de actores sociales, aunque sobre las vías y medios para acceder a ese esta-do “final” habría todavía una diversidad considerable de opiniones – y hasta una dispersión en sentido estadístico; Para lograr un avance del enfoque prospectivo habrá que proceder en-4. tonces a lo que, sin temor a malas interpretaciones, podemos denominar una compatibilización de ideales, sin renuncia a principios y sin preten-siones de hegemonía; Hay que colegiar de manera taxativa las áreas de prioridad máxima para 5. el futuro en el espacio socioeconómico en que nos moveremos. Es evi-dente que hay “áreas claves” decisivas para la posibilidad de construir futuros productivos con equidad. La salud pública, la educación, la ener-gía, el ambiente natural, los sistemas agrarios, el porvenir de las cultu-ras autóctonas, la soberanía de los estados nacionales, son esferas que se evocan al respecto, y en las que la ciencia y la tecnología se entreveran con una gran variedad de factores y sería necesario reafirmarlas – estas áreas y probablemente otras más – como referencia estable para la con-centración de recursos integrados en los esfuerzos prospectivistas;

17 Final, naturalmente, solo en el sentido del horizonte temporal convencionalmente acordado para un ejercicio dado, ya que, como señala Salvador López Arnal comentando el pen-samiento del filósofo español Manuel Sacristán, no hay un Día del Juicio Final, la sociedad no termina(rá) jamás de transformarse (López Arnal, 2007).

18 Citado en Hart, 2006. Armando Hart, nacido en 1930, jurista, ministro de Educación (1959-1965), ministro de Cultura (1976-1997), es una de las más importantes figuras políticas cubanas de la segunda mitad del siglo XX. Ha publicado diversos libros y ensayos, entre los que deben citarse Cambiar las reglas del juego, 1983; Hacia una dimensión cultural del desarrollo, 1996, y Marx, Engels y la condición humana, 2005.

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de Integración Latinoamericana

No se trata solo, por supuesto, de estimar las vertientes predominantes de 6. un progreso técnico de fuentes exógenas para diferentes horizontes tem-porales. Ese progreso técnico en nuestro espacio – no puede obviarse esta verdad – tendrá frecuentemente, en efecto, fuentes exógenas que se crea-rán fuera de nuestras fronteras. Pero especial atención deberíamos dedi-car a la prospectivización de nuestras posibilidades de generación endóge-na, sacando las conclusiones que un apropiado ejercicio de retrodicción puede develar ya para un número de países de nuestra incumbencia; Al propio tiempo, hay que colegiar el análisis prospectivo de los impactos 7. que la – en muchos casos ineludible – imposición de la presencia de sistemas tecnológicos avanzados, va a producir en nuestras sociedades. De lo que se trata es, a nuestro juicio, de construir entornos sociopolíticos que permitan que incluso la importación masiva de equipos y sistemas tecnológicos sofis-ticados opere en la dirección del máximo bienestar social equitativo; El futuro, ya lo ha aclarado la prospectiva moderna, debe ser construido, 8. pero para ser construido tiene que ser deseado, y deseado intensamente. En relación con esto, parece pertinente analizar una caracterización quizá más fina de la llamada escuela “voluntarista” de la prospectiva, obviando el matiz “determinista” que el término así empleado evoca (Cf. Mojica, 1999). Una vez más nos parece procedente tomar como eje de la activi-dad prospectivista la afirmación gramsciana de que se prevé actuando.19 Y acompañarla de la afirmación de un clásico como Pierre Massé: “… no considero que sea imposible conciliar el acto de fe y el riesgo calculado”20;Para colegiar los aspectos anteriores, y seguramente otros elementos de 9. la perspectiva de la prospectiva, hay que asegurar una comunicación efectiva entre los participantes. No se trata solo, desde luego, de que la conexión electrónica como tal sea amistosa, segura y estable, sino de un compartir profundo de objetivos y no exclusivamente en lo que concierne a proce-deres técnicos y herramientas específicas. Esta comunicación tiene que

19 Las referencias a Antonio Gramsci utilizadas en este trabajo, tomadas de la compilación de los filósofos cubanos Gerardo Ramos y Jorge Luis Acanda (Ramos y Acanda, 1999), perte-necen a los Cuadernos de la Cárcel, conjunto de apuntes escritos en prisión a partir de 1926, que recogen las ideas, reflexiones y estudios del brillante político y pensador marxista hasta su muerte en 1937.

20 Massé, 1959, p. xviii. En Masini, 1993, hay una aproximación muy razonable a lo que la au-tora denomina “a constant dilemma in future studies between knowledge, on the one side, and desire and fear, on the other”

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construirse – resulta necesario practicar en esto la insistencia – sobre la base de un conjunto de ideales compatibilizados sobre el futuro; Está claro, por supuesto, que esta compatibilización no es una compati-10. bilización en abstracto, no es una compatibilización totalmente previa a todo ejercicio emprendido de forma cooperativa y que en parte surge del propio quehacer conjunto efectivo, pero parece indispensable una me-ditación sobre algunos supuestos de partida y una recapitulación de los puntos de convergencia y los puntos donde no todos pensamos igual.

5. La Red Iberoamericana de Prospectiva como estimuladora de acciones efectivas para el futuro de la prospectiva en Cuba

En el esfuerzo necesario para propiciar el enlace antes expuesto de los obje-tivos nacionales en esta esfera con los elementos de cooperación internacional, juega un papel decisivo nuestro accionar en el marco de la Red Iberoamericana de Prospectiva (RIAP).

El Observatorio Cubano de Ciencia y Tecnología fue una de las instituciones promotoras de la creación de RIAP en 2002. Su creación fue, a su vez, un factor inductor de gran importancia en la creación de la Red Cubana de Prospectiva, coordinada por el Observatorio, la cual quedó instalada con una conferencia magistral impartida precisamente por el Coordinador de la RIAP, doctor Lélio Fellows Filho, en La Habana, el 30 septiembre de 2003.

Desde su instalación, el Observatorio como entidad de proyección global en el país y la Red Cubana que el mismo promueve y coordina, atentos a las sugerencias e ideas provenientes de la RIAP y, al propio tiempo, nutriéndose de las decisio-nes estratégicas reales que hemos reseñado sintéticamente en el apartado anterior, fueron madurando su pensamiento en cuanto a posibilidades y vías de acción.

Como consecuencia de este proceso, a fines de 2006 se ratificaron los miem-bros que integraron originalmente la Red y se incluyeron nuevos miembros, has-ta alcanzar un total de 20 personas participantes y 12 instituciones nacionales. Se encuentra en análisis la incorporación ulterior de nuevos participantes. La composición actual de la Red aparece en el Anexo 1. Para la Red se ha destinado una ubicación en el sitio web del Observatorio.

200 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos

de Integración Latinoamericana

Conjuntamente con esta recomposición, se discutieron y aprobaron las nue-vas bases para el funcionamiento de la Red Cubana, cuya misión consensuada es propiciar el intercambio de información y experiencias en el uso de enfoques, metodologías y herramientas, así como la realización de ejercicios de prospectiva tecnológica con la participación de la comunidad científica y tecnológica cubana.

Son objetivos de la Red:

Contribuir, con la aplicación de la prospectiva tecnológica, a la gestión 1. de la investigación y la innovación tecnológica en el país; Propiciar la utilización de enfoques prospectivos para la definición de 2. las prioridades nacionales de la I+D, lo que puede servir como funda-mento a la elaboración de la agenda de ciencia y tecnología en Cuba; Promover la realización de ejercicios prospectivos en cuestiones de inte-3. rés para el país; Contribuir a la capacitación de personal en prospectiva tecnológica me-4. diante la realización de cursos, encuentros sistemáticos y talleres; Contribuir a la divulgación de los trabajos sobre prospectiva tecnológica 5. que se realicen en el país.

Las actividades fundamentales de la Red Cubana, que se mantiene abierta a la actividad multilateral de RIAP y al intercambio de experiencias con los colegas integrantes de la misma, se centrarán paulatinamente en 2007 en la realización de un taller nacional sobre conceptos y experiencias en prospectiva en Cuba; la impartición de un curso introductorio a la prospectiva, presencial y a distancia; la ubicación de trabajos de especialistas cubanos en la página web del Observa-torio; la organización en línea de un Foro sobre cuestiones actuales de la pros-pectiva y el comienzo de un trabajo preparatorio para un ejercicio de prospectiva sobre una problemática de interés común a los miembros de la Red.

6. Consideraciones fi nales

Lo hasta aquí expuesto permite, a nuestro juicio, hacer las siguientes consi-deraciones finales:

Nuestra visión del futuro dimana del esfuerzo por generar lo que Grams-• ci llamó “la nueva vida moral”, núcleo de toda revolución verdadera;

201Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre

No obstante la situación extremadamente difícil que se ha venido con-• frontando desde el derrumbe del campo socialista, la recuperación de la economía y la sociedad cubanas a partir de mediados de la década de los noventa confirma la validez de los escenarios identificados y de las decisiones estratégicas adoptadas; Con ello se ha estado dando forma al • triángulo griego frecuentemente evocado por Michel Godet: pensamiento anticipatorio, voluntad de ac-ción, movilización participativa (Godet, 1991). La aspiración a formarlo ha sido constante en la actitud ante los problemas de futuro en Cuba a partir de 1959 y se ha logrado en medida apreciable; La • voluntad política es el ingrediente principal de la visión prospectiva. Es con la voluntad de acción señalada por Godet, con la que se logra aquello que, como señalamos, entreviera Gramsci: “... se prevé en la me-dida en que se actúa, en que se realizan esfuerzos concientes...”. Así, los futuros son construibles; Sobre la base de los esfuerzos endógenos generados por esa voluntad na-• cional, la cooperación en el marco de la Red Iberoamericana de Prospec-tiva ha actuado y debe seguir actuando como un factor contribuyente de alto impacto en la consolidación de los enfoques académicos y aplicados en la esfera de la prospectiva en Cuba; La fructífera experiencia del trabajo de cooperación internacional lleva-• do a cabo gracias a la creación y funcionamiento de RIAP indica la ne-cesidad de buscar las formas efectivas para dar continuidad al esfuerzo realizado, en lo cual la consideración de acciones en el ámbito de esque-mas integracionistas recientes como la Alternativa Bolivariana para las Américas (ALBA) debe tener un lugar apropiado.

¿Que puede decirse para finalizar esta apretada excursión a la prospectiva en Cuba y a su vinculación con el ámbito científico, tecnológico y social? Solo recordar que cuando comparaba, precisamente, al científico y al político, ¿no sentenció acaso Max Weber que “Toda la experiencia histórica confirma la ver-dad de que el hombre no habría alcanzado lo posible si, una y otra vez, no hubiera tratado de alcanzar lo imposible”? (Weber, 1986). Y, sobre todo, no expresó Fidel Castro a Tomás Borges en 1992 que “luchar por una utopía es, en parte, cons-truirla?” (Castro, 1992).

202 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos

de Integración Latinoamericana

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206 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos

de Integración Latinoamericana

Anexo 1

Observatorio Cubano de Ciencia y Tecnología Miembros Red Cubana de Prospectiva

n. nombre organismo correo-e teléfono1

1Álvarez, Elena

Ministerio de Economia y Planificación (MEP)

[email protected], 57-5388

2Álvarez, Lilliam

Directora de Ciencias, Ministerio de Ciencia,

Tecnología y Medio Am-biente (CITMA)

[email protected]

860-8415

3César, Ismalia

Departamento Gestión de la Propiedad Intelectual, Centro Nacional de In-

vestigaciones Científicas (CNIC)

[email protected]

208-7589

4Figarola, Alfredo

Oficina Cubana de la Propiedad Industrial

(OCPI)[email protected] 866-0550

5Font, Marisela

Directora, Consultoría Delfos, Ministerio de la Informática y las Comu-

nicaciones (MIC)

[email protected]

207-6897

6García Brigos, Jesús

Instituto de Filosofía, CITMA

[email protected]

832-1887

7García Delgado, Beatriz

Jefa, Departamento Ges-tión de la Propiedad Inte-lectual, Centro Nacional de Investigaciones Cientí-ficas (CNIC)

[email protected]

208-7589

8García Rodríguez, María H.

Dirección de Análisis Macroeconómico, MEP

[email protected]

881-8954

207Emilio García Capote y Irene Lezcano Lastre

9González Bordón, José M.

Centro de Gerencia de Programas y Proyectos

(GEPROP),[email protected] 206-1506

10González, Rolando

Consultoría Delfos, Mi-nisterio de la Informática

y las Comunicaciones (MIC)

[email protected]

207-6897

11González, Jesús

Dirección de Tecnología e Innovación, CITMA

[email protected]

867-0612

12Guzmán, María V.

Jefa, Departamento Ges-tión de la Información,

Instituto Finlay, Consejo de Estado

[email protected]

272-7809

13Marrero, Maykel

Consultoría Delfos, Mi-nisterio de la Informática

y las Comunicaciones (MIC)

[email protected]

207-6897

14Olivé, Eunice

Dirección de Ciencias, Ministerio de Ciencia,

Tecnología y Medio Am-biente (CITMA)

[email protected] 860-8415

15Orozco, Eduardo

Director, Consultoría Biomundi, CITMA

[email protected]

271-2823

16Pérez Lariño, María T.

Dirección Ciencia y Téc-nica, Ministerio de Edu-cación Superior (MES)

[email protected]

55-2359

17Pérez Tre-to, Eolia

Departamento Gestión de la Propiedad Intelectual, Centro Nacional de In-

vestigaciones Científicas (CNIC)

[email protected]

208-7589

208 La Prospectiva en Cuba y su Vinculación con los Esfuerzos

de Integración Latinoamericana

18Ramos, Gisel

Departamento Gestión de la Propiedad Intelectual, Centro Nacional de In-

vestigaciones Científicas (CNIC)

[email protected]

208-7589

19Romeo, Eva

Oficina Cubana de la Propiedad Industrial

(OCPI)[email protected] 866-0550

20Velazco, María del C.

Directora Territorial CITMA,Provincia Villa-

[email protected]

042 202-300

Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas… Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

Guillermina Baena Paz

1. Introducción

Antes se le llamaba tener visión y parecía sólo privilegio de los grandes esta-distas que nos gobernaban, pronto algunos intelectuales célebres se constituyeron en el dínamo del futuro. Escritores como Alfonso Reyes, iniciaron la reflexión y luego filósofos, historiadores… El proceso ha durado muchos años.

Entender que podemos construir nuestro futuro nos ha costado tantos años que ha sido una lucha contra las estructuras rígidas y la formación positivista que encerraba en un solo tiempo y en un solo espacio la vida y su comprensión.

Apenas iniciando el año 2000 México despierta a la prospectiva con más intensidad, en medio de algunos que dicen ser, otros que quieren ser y los que sí son prospectivistas iniciamos el camino hacia delante, y en andar, la prospectiva se juega su prestigio en cada uno de los que creen en ella y en cada uno de los que mienten sobre ella. Entre los que esperamos que no tengan influencia para echar a perder o tener colonizado el futuro por quienes no tienen que ver en el asunto y que entre todos los demás podamos encontrar el mejor camino para todos, un camino de paz y seguridad humanas.

2. Retrospectiva: una historia del futuro

Nuestro sistema político mexicano era la envidia de muchos países gozába-mos de tan alta estabilidad que podíamos saber con un año de anticipación quien iba a ser el presidente de la República. Así no necesitábamos de la prospectiva.

210 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...

Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

A diferencia de la fuerte influencia que sufrieron países del cono sur, la co-rriente norteamericana influyó más en nosotros.

De alguna manera ha interesado para muchos sólo conocer el futuro, pero algunos prospectivistas mexicanos que han adquirido renombre internacional han hecho sus propias metodologías, técnicas, enfoques.

2.1. Antecedentes, la prehistoria de la prospectiva

Antonio Alonso (Esbozo de la evolución histórica de la prospectiva, docu-mento inédito) ha elaborado una interesante y exhaustiva recopilación de datos sobre la prospectiva en México, basados en su texto elaboramos el siguiente cua-dro de antecedentes:

año autor obra institución

1948 Rosa Menasanch (España) Hacia el futuro Pub. en México

1973 A. Beltrán del Rio

Un modelo de pronóstico ma-croeconómico para México (A Ma-croeconomic Forecasting Model for Mexico)

Tesis doct. U de Pensylvania EU

1975

Emilio Rosenblueth y un grupo de inte-lectuales, empre-

sarios y servidores públicos de prestigio

reconocido.

Inician formalmente en México los estudios de prospectiva con la creación de la Fundación Javier Ba-rros Sierra A.C. el primer centro de investigación del país dedicado a la prospectiva.

Fundación Barros Sierra

1975 L Kowslow El futuro de México (The Future of México).

Publicado en Arizona, Estados

Unidos.

1978 Joseph Hodara Publica su libro Los futuros de México.

Banamex e Insti-tuto de la Banca

1980 El Banco Nacional de México

Realiza una edición restringida de una obra titulada México en la dé-cada de los ochenta.

Editado por José Luis Silva en

México.

1980 Wladimir M Sachs Publica Diseño de un futuro para el futuro.

Fundación Javier Barros Sierra de

México

211Guillermina Baena Paz

1982 y 1983

Programa Universi-tario de Alimentos de la Universidad

Autónoma de México

Realiza un proyecto denominado “La alimentación del Futuro”. JM Vergara, Raúl Carvajal y colabo-radores publicarían un informe en dos volúmenes, titulado México: Alimentos año 2000.

PUAL UNAM

1984 Joseph Hodara

Se publica una nueva obra sobre el quehacer de la prospectiva titulado Los estudios del futuro: Problemas y métodos.

Instituto de Banca y Finanzas

A.C.

1985 Antonio Alonso C

Coordina y lanza el proyecto “Foro México 2010”, con un taller de tra-bajo denominado ”México 2010: Visiones desde el exterior”.Ge-rald O Barney; y Antonio Alon-so C coordinan el taller, en el que participan, entre otros, Donella H Meadows y Francisco Sagasti.

Fundación Javier Barros Sierra AC

1985 Antonio Alonso C

Publica el informe Escenarios na-cionales para el Sistema Nacional de Orientación Educativa, prepara-do para la Secretaría de Educación Pública.

1988 Gerald O Barney y Antonio Alonso C

Editan y publican el libro Estudios del Siglo 21.

Fundación Javier Barros Sierra A.C.

1989 Dolores Ponce y Antonio Alonso C

Editan y publican la obra México hacia el año 2010: Política interna, que forma parte de los resultados del proyecto ”Foro México 2010”.

Fundación Javier Barros Sierra A.C.

1989Federico Kuhlmann, Antonio Alonso C y

Alfredo Mateos

Publican el libro Comunicaciones: Pasado y futuros

1990 Luis Rubio F El futuro del sistema político mexi-cano.

Se publica en México

Estela Gutiérrez Garza

Edita y publica la obra La ocupa-ción del futuro: Flexibilización del trabajo y desregulación laboral.

Editado en México

Tomás Miklos y María Elena Tello

Se publica el libro Planeación pros-pectiva. Una estrategia para el di-seño del futuro.

Fundación Javier Barros Sierra

A.C.y Ed. Norie-gaLimusa

212 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...

Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

Empresarios del es-tado de Guanajuato,

México

Se constituye la “Fundación Gua-najuato Siglo XXI” y lanzan el proyecto “Guanajuato Siglo XXI”, para explorar los futuros de largo plazo de dicho estado (entre 1992 y 2020). Es coordinado por Carlos Flores Alcocer.

Antonio Alonso C

Coordina un estudio sobre los fu-turos energéticos de América Lati-na, cuyos resultados se publicaron en 1992 con el título de Energía para el mundo del mañana. Infor-me regional de América Latina y el Caribe (Energy for Tomorrow’s World. Latin America and the Ca-ribbean. Regional Report).

Fundación Javier Barros Sierra A.C

1994

Centro de Estudios Prospectivos de la Fundación Javier Barros Sierra de

México coordinado por Antonio Alonso

C.

Primer Congreso Mexicano sobre Prospectiva, titulado ”Los Futuros de México y el Mundo”. En dicho congreso, participan, entre otros, Mahdi Elmandjra (Marruecos), James Dator ; (E E UU), Richard A Slaughter (Reino Unido), Ervin Laszlo (Hungría) y Hazel Hender-son (Reino Unido).

Fundación Javier Barros Sierra

Tomás Miklos y va-rios colaboradores

Publican la obra Diagnóstico y prospectiva de la educación supe-rior.

H. Cámara de Diputados de

la LV legislatu-ra, Instituto de Investigaciones

Legislativas, Universidad Au-

tónoma Metropo-litana

Colegio de Ingenie-ros Civiles A.C.

Establece en su estructura orgánica un grupo formal de análisis conti-nuo sobre los futuros nacionales, que denomina “Grupo Prospecti-vo México Visión 2025”. Además, se crea en México el Centro de Estudios Estratégicos Nacionales AC, integrado por diversas orga-nizaciones de carácter académico y gremial, entre cuyos propósitos está realizar estudios sobre los fu-turos del país.

213Guillermina Baena Paz

1998

Asociación Civil ”Fomento Econó-mico de Chiapas

AC”, del estado de Chiapas, México.

Proyecto ”Chiapas Visión 2020”, apoyándose en el Centro de Estu-dios Estratégicos del Sistema Ins-tituto Tecnológico y de Estudios Estratégicos de Monterrey.

1999

Revista mexicana El Mercado de Valores Dedica su número

de diciembre al futuro, subtitulán-dolo ”Cambio de Siglo, una Visión

Prospectiva”.

SIN FECHA

Guillermo Abdel Musik Asali y Sergio

Medina González

Editan y publican el libro México 2020. Retos y perspectivas.

SIN FECHA Michael J Mazarr

Publica México 2005: Los retos del nuevo milenio (Mexico 2005: The

Challenges of the New Millen-nium), donde plantea cinco esce-

narios detallados para México

SIN FECHA

Enrique Ruelas y Antonio Alonso C

Ponen en marcha en México un proyecto titulado ”Futuroscopio de la Salud”, auspiciado por la Funda-ción Mexicana para la Salud.

La Fundación Javier Barros Sierra AC es, sin duda, el inicio de la historia de la prospectiva y su impulso en una primera época de oro.

Es en 1975 cuando un grupo de intelectuales, empresarios y servidores pú-blicos de prestigio reconocido, crean la Fundación Javier Barros Sierra AC, el primer centro de investigación del país dedicado exclusiva y sistemáticamente a la prospectiva.

El perfil de los impulsores de la Fundación corresponde a gente inquieta, brillante en su campo:

Victor L. Urquidi (muere el 25 de agosto de 2004), académico, economista, con muy alta incidencia en las decisiones del país por su respetabilidad y acciones. Siempre le inquietó el futuro y más tarde en 1991 fundaría la Sección Mexicana del Club de Roma (1991). De la Fundación Barros Sierra fue miembro del Consejo

214 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...

Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

Directivo en múltiples ocasiones. Impulsó el empleo de modelos econométricos y de simulación para explorar el futuro.

Emilio Rosenblueth (fallecido también), fue uno de los ingenieros de mayor prestigio nacional e internacional. Cuenta Antonio Alonso que en 1975 donó el monto de uno de los muchos premios que recibió como capital semilla para esta-blecer la Fundación Javier Barros Sierra, y más tarde, como subsecretario de Edu-cación Pública, apoyó la realización de múltiples estudios, colaborando siempre con la Fundación.

Al ingeniero Daniel Díaz Díaz, se le debe la idea de crear la Fundación Javier Barros Sierra quien la impulsó de manera importante cuando ocupó el cargo de Secretario de Obras Públicas.

El maestro Fernando Solana, miembro fundador de la Fundación Javier Ba-rros Sierra de la que ha sido miembro del Consejo Directivo y tanto desde la Secretaría de Educación Pública como desde BANAMEX y la Secretaría de Rela-ciones Exteriores (creó una Dirección de Prospectiva) impulsó a la prospectiva.

Jorge Elizondo Alarcón (ya fallecido), quien fuera director de la Fundación Javier Barros Sierra (entre 1996 y 2004) y como tal desarrolló diversos estudios de prospectiva, en particular sobre la educación.

Es indiscutible el impulso de la Fundación hacia la prospectiva a través de sus publicaciones, foros, eventos e investigaciones durante la década de los setentas.

La Fundación tenía un espléndido edificio con un centro de documen-tación y logró traer, a algunos prospectivistas que se volverían famosos en su campo. Fue el caso de la prospectivista italiana Eleonora Barbieri Masini quien escribe dentro de la Fundación un trabajo que titula La Pre-visión Humana y Social, el cual será fundamento de su propia visión de los estudios del futuro. Otros brillantes prospectivistas internacionales y nacionales se formaron y escribieron en la Fundación como Wladimir M Sachs, Gerald O Barney, Donella H Meadows y Francisco Sagasti, Tomás Miklos y María Elena Tello.

Aunque la década de los ochentas y de los noventas prácticamente hay una caída de la prospectiva, la Fundación sigue dando algunos pasos.

En 1994, tiene lugar el Primer Congreso Mexicano sobre Prospectiva, ti-tulado ”Los Futuros de México y el Mundo”. En dicho congreso, coordinado por Antonio Alonso C, participan, entre otros, Mahdi Elmandjra, James Allan Dator, Richard A Slaughter, Ervin Laszlo y Hazel Henderson

El libro Planeación prospectiva. Una estrategia para el diseño del futuro, de Tomás Miklos y María Elena Tello, distribuido por Limusa Noriega editores, es

215Guillermina Baena Paz

una reflexión sobre la prospectiva y sus métodos, y se ha vuelto un libro clásico de la prospectiva y lectura obligada para todos los que se acercan a esta actividad. Dos directores de la Fundación se han destacado en el campo profesional: Miklos y Antonio Alonso Concheiro.

Antonio Alonso C, es como actor a la prospectiva, lo que la FUNDACIÓN Barros Sierra. Reconocido internacionalmente no sólo por su prestigio profesio-nal sino por su calidad humana, ha coordinado innumerables estudios prospec-tivos y en sus tiempos de director de la Fundación coordinó, entre muchos otros, un estudio sobre los futuros energéticos de América Latina (empleando modelos logísticos de crecimiento y competencia para construir algunos escenarios base) y los resultados de un ejercicio delfos aplicados entre grupos de expertos de la región, cuyos resultados se publicaron en 1992 con el título de Energía para el mundo del mañana. Informe regional de América Latina y el Caribe (Energy for Tomorrow’s World. Latin America and the Caribbean. Regional Report).

Tomás Miklos se graduó como Ingeniero Químico en la Universidad Nacio-nal Autónoma de México y como Doctor en Ciencias, con especialidad en Mate-máticas, en la Sorbona. Realizó estudios de Psicología, Análisis Transaccional y Administración, obteniendo la Maestría en Psicoanálisis. Fue Director de la Fun-dación Barros Sierra y ha ocupado diversos cargos de dirección en Instituciones educativas de gobierno, nacionales e internacionales. Actualmente funge como Coordinador de Operaciones del Instituto Latinoamericano de la Comunicación Educativa (ILCE). Ha dado múltiples talleres, seminarios y cursos sobre prospec-tiva en muy diversas instituciones. Hoy su rama principal está en la educación.

La Fundación actualmente se encuentra con un perfil bajo y en etapa de re-definición de objetivos y modos de trabajo. Ha empleado múltiples enfoques y métodos de prospectiva. Probablemente en los próximos años se centrará más en la realización de talleres pequeños sobre temas de interés específicos y en la ela-boración de un delfos anual sobre los futuros de México. Sus “clientes” han sido muy variados (empresas, dependencias y organismos públicos federales y estata-les, instituciones de educación superior, etc. En algunas épocas han predominado estudios de prospectiva de campos específicos (educación, transportes, telecomu-nicaciones, energía, etcétera). Algunos de sus estudios han estado estrechamente vinculados con procesos de toma de decisiones y han sido tomados en cuenta por los decisores; sin embargo, en la mayoría de los casos el impacto directo de sus estudios ha sido relativamente bajo. Con excepción que en algún momento ha cumplido con una tarea importante en la formación de cultura prospectiva entre los decisores de alto nivel. (Antonio Alonso, entrevista, octubre del 2006).

216 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...

Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

3. El futuro es el presente …. un poco más tarde (Dator)

3.1. El entramado sistémico de la prospectiva – áreasy cobertura

Recién iniciado el Siglo 21 el impulso a la prospectiva se vuelve muy intenso. De 2000 a 2006 hay un trabajo constante y de alguna manera desde la academia y en algunas consultorías. El despegue acelerado será a partir del 2006.

En 2000 Julio Millán y Antonio Alonso coeditan el libro México 2030: Un nuevo siglo, un nuevo país, publicado por el Fondo de Cultura Económica, en el que expertos de diferentes campos construyen algunos escenarios sobre la posi-ble evolución de México a lo largo de los próximos treinta años.

El Centro de Estudios Estratégicos del Sistema Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Monterrey, México, publica su informe Chiapas Visión 2020. Construyendo nuestro futuro.

El Centro de Estudios Estratégicos Nacionales AC publica, en dos volúme-nes, su libro México 2010. Pensar y decidir la próxima década.

Un grupo de investigadores de la Universidad de Guadalajara, asesorados por Antonio Alonso realizaron el trabajo llamado Jalisco a futuro a partir de una gran consulta délfica. Además publicaron un suplemento sobre Prospectiva en la Revista de la Universidad de Guadalajara, Jalisco, que incluyó en su número de invierno 2002-2003 un Dossier sobre prospectiva, con artículos que introducen a su conocimiento, coordinado por Jorge Ramírez.

En noviembre del 2002 la Universidad de Guadalajara organiza el Congreso de la Red Latinoamericana de Prospectiva organizada originalmente por Axel Didrikson, Eduardo Balbi, Fabio Grobart, López Segrera y Francisco Mojica.

El congreso deja una semilla en el país que impactará en la Universidad Na-cional Autónoma de México, donde estábamos haciendo grandes esfuerzos por capacitarnos de manera autodidacta y estábamos por empezar un Seminario de Estudios Prospectivos. A partir de ese evento Eduardo Balbi, en ese entonces di-rector del Nodo Latinoamericano del Proyecto Millenium American Council /United Nations University, nos abrió la puerta a la prospectiva en Latinoamérica.

En 2003 se crea la Fundación México 2020; su propósito es crear una visión de largo plazo para México; su promotor y principal fundador es Carlos Medina Plascencia, quien este mismo año promueve en el Congreso una iniciativa para reformar la Ley Nacional de Planeación para que haga obligatorio para toda ad-

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ministración entrante la elaboración de una visión de largo plazo como marco de referencia de su Plan Nacional de Desarrollo.

En 2003 (mayo 30-junio 14), en el Instituto Tecnológico de México (ITAM) de la ciudad de México un curso titulado “Los Futuros de México y el Mundo”; lo imparte Georgina Sánchez.

A fines del 2003, el Capítulo Mexicano de la Sociedad Mundial del Futuro (WFS) organiza el Diálogo de Alto Nivel “Los futuros del mundo, alternativas para México”; entre los conferencistas invitados están, Wendell Bell, Clement Be-zold, Peter Bishop, Lynn Elen Burton, Joseph F Coates, Hazel Henderson, Celine Laisney, Wolfgang Michalski, Mario Molina, Graham Molitor, John L Petersen, Wendy Schultz y Jordi Serra.

A partir del 2004 la historia de la prospectiva en México ahora se enfatizaba hacia la academia. Lo primero era formar profesionistas de la prospectiva con mentalidad diferente, con actitud de cambio, rompiendo paradigmas, hasta en-tender el profundo significado del poder y de la libertad.

Poder para decidir el futuro que más deseamos, libertad para construirlo. La prospectiva concebida de esta manera tiene un alto potencial revolucionario.

3.2. Desde las consultorías

Adip Sabag estuvo en el Centro de Investigaciones Económicas, Adminis-trativas y Sociales (CIECAS) del Instituto Politécnico Nacional como director y desde ahí se tenía una área de Prospectiva dirigida por Arturo Montañana, la revista CIECAS y publicaciones. El mismo Montañana organizó el encuentro Prospectiva: política social y tecnocientífica en noviembre del 2004 del cual salió una publicación del mismo nombre.

El CIPAE (Centro Internacional de Prospectiva y Altos Estudios) de Puebla que hace trabajos prospectivos en varias instituciones de educación.

Analítica consultores dirigida por Antonio Alonso ha permanecido en el pa-norama de las consultorías en México como una de las más solicitadas.

Consultores Internacionales es otra consultoría que se creó y que ha trabaja-do para el gobierno y la iniciativa privada, instaurada por Julio Millán, quien en 1997 fundó el Capítulo México de la World Future Society y es su Presidente. El fue el motor organizador de un importante congreso sobre prospectiva celebra-do en México a finales de 2003 (Diálogo de Alto Nivel “Los futuros del mundo; alternativas para México) que reunió a un importante grupo internacional de

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Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

estudiosos de la prospectiva. Mantiene una sección sobre prospectiva en un im-portante programa noticioso (Monitor, con José Gutiérrez Vivó).

También desde hace algunos años, Arturo Montañana había formado con otros socios la consultoría llamada Prospectiva Económica y Social que hace tra-bajos de diversas características, en especial de métodos cuantitativos como se-ries de tiempo, que aplicó con diversos clientes. La virtud de Arturo Montañana es crear métodos en la prospectiva. Con su visión matemática, de ingeniero y de economista es un prospectivista que ha creado un conjunto de métodos de apli-cación a través de la programas de computadora, sumamente útiles.

La consultoría Asesores Internacionales en prospectiva a cargo de Georgina Sánchez quien también es miembro de la Sección Mexicana del Club de Roma.

La consultoría Intelligenza, antes Dypro, a cargo de Manuel Cervera tiene una rama de Prospectiva desde la construcción de una matriz de impactos cru-zados con un sistema vigía.

El Instituto de Investigaciones Sociales Asociación Civil, cuyo cliente princi-pal es la empresa Televisa, ha generado una Dirección de prospectiva a cargo de Mayra Herrera.

3.3. Prospectiva desde las Areas

Hoy en México todo el mundo habla de prospectiva, el problema es que todos se sienten prospectivistas, pensar en el futuro es de lo más fácil. De esta manera cualquier profesional se cree capacitado para ello, de ahí que en algunas oficinas donde se hacen estudios prospectivos, evaluación y estrategias, el curriculum vi-tae del encargado no contenga nada parecido a la prospectiva.

Pareció que el nuevo gobierno panista de Calderón en cuanto inició a hablar de una visión 2030, desató la fiebre de la Prospectiva se acumulan oficinas, uni-dades y hasta direcciones en diferentes secretarías del Gobierno Federal, también se manejan diversas áreas junto con las tradicionales, de prospectiva energética y tecnológica y científica, están la consular, la agraria, de salud, del sector alimen-tario, financiera, del medio ambiente.

Aquí es donde van a empezar los problemas…

219Guillermina Baena Paz

3.4. Prospectiva en la Educación

Tomás Miklos, se dedicó al área educativa, destacando su labor en nivel in-ternacional dentro del Instituto Latinoamericano de Comunicación Educativa. Otro brillante autor es Axel Didrikson desde la Universidad Nacional Autónoma de México generando proyectos para la Universidad del Futuro, además de su activa participación en congresos, eventos y programas de radio y televisión pro-moviendo la actividad.

La Universidad Iberoamericana tiene un Diplomado de Prospectiva política y formulación de escenarios, y El Instituto Tecnológico de Estudios Superiores de Monterrey, creó en el Campus Monterrey la Maestría Prospectiva Estratégica.

El Doctor Freddy Mariñez, comenta que en el año 2000 formaba parte de la División de Humanidades y Ciencias Sociales del Tecnológico. En el año 2003 cuando se crea la Escuela de Graduados en Administración Pública y Política Pú-blica (EGAP) se decide pasarla a esta escuela, razón por la cual se diseñó un nue-vo plan, el del 2004, orientado a las políticas públicas y administración pública.

El Instituto Superior de Estudios Prospectivos, dirigido por el maestro Adip Sabag imparte cursos sobre la especialidad. Adip Sabag, había estado en Francia y es uno de los pioneros que trabaja en prospectiva. Llegó a México con esa no-vedad, trabajó en la Universidad del Valle de México y logró que la prospectiva se instaurara como materia obligatoria en todas las carreras. Además dirigió un Centro de investigación del Instituto Politécnico especializado en prospectiva. Mantuvo una columna periódica sobre prospectiva en el Financiero, y ha impar-tido numerosos cursos y talleres sobre prospectiva en México.

El doctor Manuel Cervera, en el campo formativo diseñó e imparte el Curso de Fundamentos de Prospectiva Empresarial, Seminario El Futuro de la Em-presa y un Diplomado en Gestión Estratégica, con un enfoque totalmente pros-pectivo. Igualmente tengo desarrollada la metodología para la realización de talleres de análisis prospectivo, “que sin duda son mi herramienta de batalla”, concluyó Cervera.

En la Universidad Nacional Autónoma de México, hace cuatro años el con-cepto prospectiva era algo un tanto desconocido, para finales del 2005 la facultad de Ciencias Políticas y Sociales incorporó al Plan de estudios de Ciencia Política las asignaturas: Prospectiva Política, Construcción de escenarios I, Construcción de escenarios II y Técnicas de prospectiva social. En el Programa de Posgrado de la misma Facultad se imparte la asignatura: Laboratorio de estudios del Futuro.

220 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...

Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

El Seminario Permanente de Estudios Prospectivos en la Facultad de Cien-cias Políticas y Sociales de la UNAM, a cargo de la doctora Guillermina Baena Paz ha seguido trabajando, ahí se discuten y analizan temas de interés local, na-cional y mundial. Además, capacita en materia prospectiva a través de la exposi-ción y discusión de la literatura prospectiva.

Este grupo integra el Nodo Futuro México, el que a partir del 2005 pertenece a la Red Escenarios y Estrategias en América Latina. Como Nodo se tiene un grupo multidisciplinario con cerca de 200 profesores, investigadores y alumnos de diversas instituciones del Distrito Federal y de otros estados de la república Mexicana.

3.5. Prospectiva territorial

Arturo Montañana es quien en México ha desarrollado varias áreas de la prospectiva, modelos originales de métodos cuantitativos y en los últimos meses ha desarrollado la prospectiva territorial también con un modelo propio que le llama Geoprospectiva.

Su Sistema de Geo-Prospectiva incluye todos los modelos referidos al orde-namiento territorial:

Modelo para determinar las tendencias clave en unidades de paisaje y • territoriales; Modelo de órdenes clasificatorios de tendencias; • Modelo para determinar los escenarios probables, deseables y buenos; • Modelo para determinar el peso de los actores territoriales; • Modelo para el pronóstico y análisis de configuraciones territoriales; • Modelo para el análisis de acciones y determinar la apuesta política. •

3.6. En la politica

De ahí en fuera, los medios de comunicación y en particular algunos analis-tas políticos empezaron a ver la necesidad de incorporar el trabajo de escenarios a sus análisis. Y en los medios se empezó a oír mucho la palabra, que en la mayoría de los casos se reducía al análisis de coyuntura, no al de prospectiva.

221Guillermina Baena Paz

3.6.1. Desde la Cámara de Diputados

Prospectiva para la definición del futuro de México se llama la Comisión Especial de la Cámara de Diputados en México (integrada en febrero del 2004) que fue aprobada por segundo año consecutivo (El Universal, 18 de diciembre de 2006). Donde 22 diputados van a construir un México para cien años, bueno, todo puede ser posible…

4. Nuestras aportaciones: métodos, técnicas de aplicación específi ca

Aunque por lo general las consultorías tienen sus modelos propios o soft-wares propios hay quien se ha destacado por su originalidad, es el caso de Arturo Montañana ha sido quien más ha aportado a la prospectiva un conjunto de mo-delos originales dirigidos a formar una metodología propia, ellos son:

Sistema de pronósticos mediante la Generación de Modelos ARIMA; • Modelo de Análisis Causal de Series de Tiempo; • Sistema para la Generación de Modelos con Rezagos Distribuidos; • Modelo para la Generación de Indicadores Mediante Encuestas; • Sistema de Geo prospectiva con todos sus métodos. •

Manuel Cervera otro prospectivista que ha generado modelos propios comenta: observamos un interés y demanda creciente por la implementa-ción de sistemas vigías en las organizaciones. En México cada día más tiene aceptación la incorporación de Tableros de Mando que exhiben la situación actual, un sistema vigía incorpora la exploración y anticipación del futuro de la organización. La integración de un sistema vigía incluye todo el pa-norama prospectivo.

Se han elaborado: el Modelo General de Prospectiva Propositiva o Proactiva, Metodología y Software para el diseño de estrategias (análisis prospectivo), Meto-dología y Software para análisis de problemas (matriz de impacto cruzado), desa-rrollo de Sistema de Inteligencia y Dirección Prospectiva (sistema vigía prospectivo, aplicable tanto al sector público como privado), DOFA (Debilidades, Oportunida-des, Fortalezas y Amenazas) prospectivo y la identificación, evaluación y selección

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Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

de alternativas o proactives. Actualmente la consultoría está desarrolando una me-todología de Futuro Personal y una adaptación del juego de actores.

Aplicamos la prospectiva prácticamente en todas nuestras tareas: planeación estratégica, análisis y solución de problemas, desarrollo organizacional, cultura or-ganizacional, escenarios de negociación, desarrollo de competencias laborales, etc.

Guillermina Baena ha escrito un libro sobre Prospectiva política que está al alcance de todo público en la red. Ha contribuido a la formación del pensamien-to prospectivo con otro libro y con la intervención en los planes de estudio con materias de prospectiva y un seminario permanente de formación de profesores y profesionales en prospectiva en la Universidad Nacional Autónoma de México.

También se edita la revista electrónica internacional Prospecti... va cons-truyendo futuros, que a la fecha lleva once números. www.metadata.org.mx/subnodofuturomexico, que cuenta con la colaboración de prospectivistas ex-tranjeros y ahora se ha convertido en una revista internacional, contando con la participación de 10 países.

En la misma dirección tenemos tres libros electrónicos de consulta gratuita, uno titulado Prospectiva Política (2004), de la doctora Guillermina Baena y, dos libros colectivos e internacionales coordinados por la Doctora Guillermina Bae-na titulados: Seguridad Humana e infraestructura emocional (2005) y Seguridad humana y capital emocional (2007).

Como parte del material didáctico que se ha preparado desde la UNAM, se editó en 2005 el disco Compacto Materiales para el estudio del futuro I que recu-pera los cinco primeros números de la revista Prospecti…va construyendo futu-ros. Y en 2006, Materiales para el estudio del futuro II con otros cinco números de la revista (del 6 al 10).

En el año 2005, todo lo referente a Seguridad Humana nos fue encargado por el doctor Eduardo Balbi, Director de la Red Latinoamericana Escenarios y Estra-tegias. En ese año se logró inscribir en la Carta de derechos Humanos emergentes a la seguridad humana como principio y como derecho emergente.

Se elaboró una serie de 24 programas titulada Radio Futuro que se trasmitía desde Tepic, Nayarit por internet a todo el planeta.

Se han elaborado cinco cuadernos didácticos de la serie Working Papers en materia prospectiva: 1) Prospectiva para todos. Construcción de Escenarios, de Raúl Garduño; 2) Análisis Estadístico de Series de Tiempo. Manual de Aplica-ción del Sistema para la Generación de Escenarios, de Arturo Montañana 3) Teo-ría de Juegos y ciencia política, de Francisco Jiménez Ruiz, 4) Aplicaciones de la prospectiva a la política, de Guillermina Baena Paz y 5) Técnicas de prospectiva

223Guillermina Baena Paz

social. Estos mismos será reeditados por el Convenio Andrés Bello quien publi-cará cuatro más de la Serie.

Periódicamente se realizan talleres, cursos, encuentros internacionales y ela-boramos eventos como conferencias, mesas de análisis y seminarios para difun-dir la prospectiva y discutir temas y temáticas de interés nacional y mundial. Una buena parte de este trabajo es apoyado por el Programa de Mejoramiento de la enseñanza de la propia UNAM y la Dirección general de personal académico.

5. Prospectiva de la prospectiva

5.1. En el futuro pasaremos el resto de la vida…

Contribuir a la generación de la corriente crítica de la prospectiva caracterís-tica de América Latina, no sólo conocer futuros, ni conocer futuros para trans-formarlos desde una pirámide de mando, sino construir futuros como resultado de una reflexión conjunta, una América Latina constituida por un cerebro colec-tivo para la construcción de los diferentes futuros deseados.

Hablan los prospectivistas:

Para Montañana, el futuro de la prospectiva es como un campo de batalla y para nuestro país el más importante campo de batalla en nuestra época. Las pros-pectivas son géneros de pensamiento porque son consustanciales al ser humano, si se acepta con Tuan, que el ser humano es un ser que planifica su propia transforma-ción y que el germen de toda cultura humana se encuentra en ver lo que no se ve.

Para Manuel Cervera: La prospectiva tiene que hacer su propio análisis prospectivo (en casa del herrero azadón de palo); se tiene que buscar construir un futuro deseado para la misma y concretamente de su desarrollo en México. Para posicionarse requiere, divulgación, publicaciones, conferencias, estudios di-fundibles y una propuesta de valor para una escuela mexicana de prospectiva.

Es importante llevar a la prospectiva más allá de las ciencias sociales, forta-lecer la formación de especialistas, profundizar, innovar y crear herramental, así también estructura esfuerzos guiados por un horizonte claro. Impulsarla requie-re espíritu, vocación y servicio.

Para Víctor Batta: El futuro se ve difícil, porque todavía hay mucha ignoran-cia respecto a lo que es la prospectiva. En otros países se está desarrollando como

224 Sobre Futuros Incompletos y Esperanzas Continuas...

Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

Brasil, China, India, en México si se puede aspirar a jugar un papel diferente en la organización, tiene que fortalecer esa visión de largo plazo, pero habemos mu-chos que estamos trabajando con muchas ganas para desarrollar la prospectiva.

La prospectiva es una forma muy revolucionaria de investigar. Investigar el presente desde el futuro. Hay que seguir trabajando con visiones de futuro. Ex-plorando incluso el financiamiento, apoyos gubernamentales o privados.

Para Eric Fugarolas: lo importante es difundir una cultura prospectiva en México; capacitar profesionales en Prospectiva en el extranjero; crear lugares en los cuales se enseñe Prospectiva de alto nivel en México (diplomados, maestrías, doctorados); desarrollar nuevas formas de explorar el futuro (técnicas, métodos, conceptos, etc.); crear centros de investigación prospectiva en todo el país.

Los obstáculos principales para emplear ampliamente la Prospectiva en México son, para Fugarolas, entre otros: una cultura “inmediatista” de los crea-dores de estrategias y de los tomadores de decisión; soberbia de las organizaciones (gubernamentales, empresas, instituciones, etc.), la cual provoca un alejamiento de la realidad; carácter o personalidad intuitiva o impulsiva de los dirigentes de las organizaciones, para quienes la planeación les es ajena; desconocimiento del significado real y de la utilidad de la Prospectiva; desconfianza en los métodos y herramientas de la Prospectiva, ya que estos no son “científicos”; prospectivistas que no tienen preparación profesional adecuada en el área de la Prospectiva y ofrecen asesoría, consultoría y desarrollo de estudios prospectivos; falta de pros-pectivistas profesionales con estudios de postgrado (maestría, doctorado y de-más) en Prospectiva y en Futurismo.

Esta situación forma un círculo vicioso: al no tener suficiente demanda y no haber suficiente personal capacitado, no hay financiamiento adecuado, lo cual impide que se puedan desarrollar estudios prospectivos de alta calidad, y eso tiene un impacto negativo en los otros puntos, etc.

Para Antonio Alonso Concheiro: en general, como campo de estudio, la prospectiva tiene un futuro de importancia creciente. En la medida en que se intensifican los cambios, crece la incertidumbre y los sistemas y las decisiones se vuelven más complejas, la necesidad de realizar estudios de prospectiva se vuelve más evidente. Por otra parte, la prospectiva enfrentará en los próximos lustros grandes retos. Éstos serán tanto metodológicos (y de consolidación del campo como cuerpo de estudio), como de profesionalización (sin limitar la creatividad, pero separando a quienes hacen prospectiva de quienes dicen hacerla) y de difu-sión y divulgación adecuada de su quehacer y sus resultados.

225Guillermina Baena Paz

Soy optimista sobre los futuros de la prospectiva en México, dice Alonso. Creo que en los próximos dos lustros podría aumentar de manera importante la deman-da de estudios prospectivos. Empieza ya a haber una pequeña masa crítica de pro-fesionales dedicados a la prospectiva, aunque aún convendría hacer esfuerzos por profesionalizar el campo de la prospectiva en nuestro país. El número de cursos y núcleos de prospectiva en las instituciones de educación superior del país está al alza. Empieza a haber ya una literatura más o menos copiosa sobre prospectiva.

Si se considera que el objeto de estudio de la prospectiva es el futuro, ésta no puede ser una ciencia (su objeto de estudio existe sólo en el imaginario y no puede aplicársele el método científico). Si se considera que el objeto de estudio son nuestras imágenes (ideas, conceptos, formulaciones, etc.) sobre el futuro, la prospectiva podría ser una ciencia; sin embargo no ha sido éste el camino que ha seguido (análisis y experimentación sobre nuestras maneras de imaginar fu-turos), aunque haya algunos ejemplos de esfuerzos en dicha dirección. Aunque la prospectiva tiene un cuerpo metodológico cada vez más sólido y más sistema-tizado y un paradigma propio (véanse los esfuerzos de Richard Slaughter y de Wendel Bell), creo que aún dista de ser una ciencia. Indisciplina, sí. Arte, no (no tiene como propósito la recreación del mundo de manera única, ni la búsqueda de la armonía o la belleza, etc.), aunque en los muy buenos autores sus produc-tos escritos pueden aproximarse a la literatura (de hecho, la ciencia ficción es también herramienta de la prospectiva). En esa línea, quizá se asemeje más a la artesanía. Una manera de pensar y de hacer, sin duda. Un modo de ser, también, en particular en quienes se dedican a ella de tiempo completo.

¿Qué tenemos que hacer? Según Antonio Alonso Concheiro:

seguir promoviendo y divulgando la prospectiva (publicaciones, congre-1. sos, talleres, foros, etc.); en otras palabras crear una cultura de futuro en nuestro país (lo que obliga a esfuerzos descentralizados); reforzar los esfuerzos educativos en el campo de la prospectiva (cursos, 2. talleres, seminarios, etc.); vinculado con los dos anteriores, atraer a nuevo talento hacia la 3. prospectiva; crear más núcleos o centros de pensamiento prospectivo; por ejemplo, 4. promoviendo que la mayor parte de las instituciones de educación supe-rior cuenten con centros de prospectiva (y que la aplicasen a asuntos de interés local);

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Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

procurar que los trabajos de prospectiva que se realizan en México sean 5. cada vez más rigurosos (que el campo se profesionalice); contribuir a que se amplíe de manera sustantiva la literatura disponible 6. en español sobre prospectiva y sus aplicaciones (pe, impulsar más a la revista electrónica Prospecti…va); fortalecer a todas las asociaciones de profesionales de la prospectiva y a 7. aquellas de interesados en la prospectiva; ampliar las redes internacionales de las personas y organizaciones dedi-8. cadas a la prospectiva en México; evitar que prevalezcan diferencias, distanciamientos, conflictos, pugnas 9. por poder (mínimo), etc., entre los muy pocos que nos dedicamos a la prospectiva, y promover que entre nosotros prevalezca una actitud al-truista, de colaboración desinteresada; establecer algunos estímulos y reconocimientos para los mejores traba-10. jos y/o profesionales de la prospectiva.

Yo quisiera lograr - continúa - que cada vez más México fuese dueño de su futuro. Que los mexicanos pensásemos y repensásemos nuestro futuro con la misma intensidad que aplicamos a la historia y el mismo interés y preocupación que tenemos por el presente. Y quisiera poder seguir dedicándome al estudio y práctica de la prospectiva.

¿Qué podemos hacer? Como primer paso, colaborar unos con otros, co-municarnos más, pensar colectivamente en el futuro de la prospectiva. Y seguir tratando de hacer cada vez mejor lo que hacemos. Rápido, de manera eficaz y eficiente, con recursos modestos pero suficientes, y de manera compartida, fina-liza Alonso.

La opinión del Dr. Tomás Miklos sobre el futuro de la prospectiva en México y Latinoamérica se resume en estos párrafos:

“Habiendo tenido oportunidad tanto de participar como de dirigir múltiples y muy variados estudios de naturaleza prospectiva en este país, así como de com-partir otras muchas experiencias llevadas a cabo en América Latina por otros prospectivistas y de haber conocido de varias aplicaciones en otros continentes, me es hoy factible comentar que México y Latinoamérica han vivido épocas alter-nantes de gran aceptación y éxito en planeación prospectiva y de fracaso y olvido por razones múltiples, mayormente de orden político. En México, es pertinente, recordar la preeminencia que lograron importantes pioneros de la prospectiva, v.

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gr., Fernando Solana, Víctor Urquidí, Emilio Rosenblueth entre otros, así como organizaciones tan importantes como la Fundación Javier Barros Sierra, el Gru-po Tepoztlan, los capítulos mexicanos del Club de Roma y de la World Future Society. También vale la pena apreciar la gesta de iniciativas más recientes como México 2025, México 2030 y esfuerzos independientes elaborados por Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología, Cámara Nacional de la Industria de la Trans-formación, Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto Tecnológico de Monterrey, Comisión Nacional para el Desarrollo de Pueblos indígenas, Instituto Mexicano del Petróleo, Comisión Federal de Electricidad, Comisión Nacional del Agua y Asociación Nacional de Facultades y Escuelas de Ingeniería.

“Algunos de estos trabajos lograron aportar elementos importantes para la toma de decisiones y la planeación estratégica. Otros no necesariamente, en bue-na parte debido a la ausencia o falta de confiabilidad en los datos estadísticos disponibles, la falta de compromisos y hasta de interés en muchos de los líderes y funcionarios públicos responsables de estos asuntos. Todo ello, aunado a la fre-cuente incertidumbre sobre lo que el futuro pudiera deparar o sobre la influencia que los actores políticos llegaran a alcanzar para gestar los cambios requeridos”.

“Considero que la coyuntura actual hace posible, conveniente y deseable re-valorar el rol que la planeación prospectiva, sobre todo cuando se alinea con la estratégica, la táctica y la operacional, puede alcanzar y los múltiples beneficios pudieran representar. Para ello, resulta indispensable la incorporación de enfo-ques, planteamientos, técnicas e instrumentos metodológicamente más sólidos, más potentes y más sinérgicos que los existentes anteriormente. Ello implica un claro acento focalizante en visiones y concreciones más teleológicas, más holís-ticas, más comprometidas y más realistas que las tenidas hasta ahora. Este es el verdadero futuro de la prospectiva en México y la Región Latinoamericana”, finaliza Miklos.

Y Sergio Montero termina contundente: la prospectiva para México y el res-to de América Latina es la descolonización del futuro.

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Líneas para la Historia de la Prospectiva en México

6. Conclusión

Hace unos meses hacíamos un análisis sobre el futuro de América Latina, dos elementos desde su origen a la fecha siguen prevaleciendo, el deseo de la in-dependencia de los imperios y el deseo de la integración latinoamericana.

Esta es nuestra utopía y es algo a lo que no debemos renunciar por ser un sue-ño largamente acariciado. En la discusión mundial de visiones prospectivistas, la utopía no existe, podemos hablar dicen, de distopía, de eutopía, pero no de un lugar inalcanzable. Sin embargo, la utopía en nuestra América ha estado presente en Martí, en Bolívar, en Morelos, por ello, la prospectiva en América Latina tiene otros objetivos diferentes a los futuros del resto del planeta.

Si bien cada país tiene que ser dueño de su futuro, nuestra interconexión y nuestras afinidades culturales como región nos llevan a una lucha si bien será dura y desigual, pero con objetivos comunes.

De ahí que los próximos veinte años sean cruciales para la región persiguien-do una meta, nuestra utopía ancestral: Prospectiva como descolonización del fu-turo, prospectiva para transformar la calidad de vida de los latinoamericanos, para encontrar nuevas formas de pensar, de vivir, soluciones creativas a los pro-blemas, todos como un solo cerebro colectivo en la búsqueda de respuestas…

El resultado será consolidar una corriente crítica de la prospectiva a partir de dos conceptos fundamentales: libertad para elegir los futuros deseados y poder para actuar sobre esos escenarios apuesta.

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Testimonios: agradecemos la colaboración de información y entrevistas a Antonio Alonso Concheiro, José Arellano, Margarita Arroyo, Víctor Batta, Manuel Cervera, Axel Didrikson, Eric Fugarolas, Freddy Mariñez, Julio Millán, Tomás Miklos, Ar-turo Montañana, Sergio Montero Olivares, Rodolfo Rosas, Vicente Villamar.

Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado

1. Retrospectiva

Si bien la prospectiva como disciplina nace en Francia en los años cincuenta, el Perú se mantuvo al margen de su desarrollo y aplicación hasta el año 1998 cuando por iniciativa de la Organización de las Naciones Unidas para el Desa-rrollo Industrial (ONUDI) se gestó el Programa Regional de Prospectiva Tecno-lógica para América Latina y el Caribe.1

Lamentablemente, el Perú no logró ingresar efectivamente al Programa hasta el año 2001, donde por gestiones del entonces Ministerio de Industria, Turismo, Integración y Negociaciones Comerciales Internacionales (MITINCI) se inician las actividades de prospectiva en el país con un Seminario Internacional el 21 de febrero de 2001 en el que participaron el Dr. Carlos Chanduvi-Suárez de ONU-DI, el Ing. Jesús Rodríguez Cortezo del Observatorio de Prospectiva Tecnológica Industrial (OPTI) de España, y el Dr. Carlos Manuel Cristo del Programa de Prospectiva Tecnológica Industrial del Brasil.

Dicho Seminario Internacional, permitió difundir entre los diversos toma-dores de decisiones del país la necesidad que nuestro país desarrolle actividades de identificación de escenarios futuros, y sirvió de base para la conformación de la Comisión Multisectorial de Prospectiva Tecnológica Industrial, mediante

1 Es preciso señalar en honor a la verdad que a mediados de la década de los ochenta, en el entonces Instituto Nacional de Planificación (INP) y en algunos centros de investigación privados se realizaron algunos ensayos de construcción de escenarios futuros para el Perú, siguiendo metodologías econométricas.

236 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

Resolución Suprema Nº 078-2001-ITINCI del 6 de marzo de 2001, en la que, bajo la Presidencia del entonces Viceministro de Industria, Dr. Javier Ramírez-Gastón Roe, se reunían los Viceministros de los Sectores de la Producción, así como re-presentantes del Sector Académico y del Sector Privado, para establecer las ba-ses de un posible Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica Industrial, que contaría con el apoyo de ONUDI.2

Como parte de las actividades preliminares del Programa, se solicitó a ONU-DI la ejecución de un Inventario Nacional de Recursos de Prospectiva Tecnológi-ca Industrial, que se desarrolló de mayo a agosto de 2001, que permitió identificar a 1,132 personas y 425 instituciones que estaban realizando acciones de alguna forma vinculadas al planeamiento a mediano y largo plazo en el Perú.

Asimismo, también bajo gestiones del MITINCI ante ONUDI, se logró orga-nizar en Lima, con el apoyo de la Universidad de Lima, el Primer Taller Forma-tivo en Prospectiva Tecnológica, del 18 al 22 de junio de 2001, bajo la dirección de los doctores Jesús Arapé y Yuli Villarroel, ambos de Venezuela, y en la que participaron 28 personas, representantes del Sector Público, el Sector Privado y la Academia.

Paralelamente, el entonces Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (hoy, Consejo Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación Tecnológica -CON-CYTEC) creó en febrero de 2001, la Oficina de Innovación y Prospectiva Tecno-lógica, con la misión de apoyar la difusión de esta disciplina en el país como he-rramienta de planeamiento de mediano y largo plazo, y de desarrollar ejercicios nacionales de prospectiva de la ciencia y tecnología.

2. Presente

2.1. Institucionalidad Nacional en Prospectiva

Además de la ya mencionada Oficina de Innovación y Prospectiva Tecnoló-gica (OIYPT) del CONCYTEC, y que se constituye como la unidad orgánica del Estado peruano responsable del diseño y ejecución de estudios de prospectiva, por iniciativa de ella se han venido gestando otras instituciones académicas y de

2 Como dato importante, debe señalarse que la Comisión Multisectorial formada en el año 2001 no ha vuelto a sesionar desde Diciembre de 2001.

237Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado

la sociedad civil con el objetivo de sensibilizar a los tomadores de decisiones y demás actores sociales para la difusión de la prospectiva en los procesos de pla-neamiento de mediano y largo plazo.

Así, el 27 de noviembre de 2001 se firmó el Convenio que da nacimiento al Consorcio de Investigación en Prospectiva Tecnológica (CIPT), conformado por la Universidad de Lima (UL), la Pontificia Universidad Católica del Perú (PUCP), la Universidad Nacional de Ingeniería (UNI), la Universidad Nacional Agraria La Molina (UNALM), la Sociedad Nacional de Industrias (SNI), el Servicio Na-cional de Adiestramiento en Trabajo Industrial (SENATI) y el Instituto de Inves-tigación y Extensión Agraria (INIA). Justamente, el germen de este Consorcio se dio como resultado del Primer Taller Formativo que auspició ONUDI en la Universidad de Lima. El esfuerzo del CIPT se ha centrado en la prospectiva del sector industrial, la prospectiva de la educación y la investigación de metodolo-gías prospectivas.

El 11 de setiembre de 2003 se firmó el Convenio PROSPECTA PERÚ, por parte del CONCYTEC, la PUCP y la Confederación Nacional de Instituciones Empresariales Privadas (CONFIEP), para la organización anual de los Congresos Nacionales de Prospectiva, como mecanismo de difusión y diálogo de las mejores experiencias nacionales e internacionales del uso de la prospectiva. Posterior-mente se fueron adhiriendo al Convenio, el Instituto Peruano de Administración de Empresas (IPAE), la Universidad Ricardo Palma (URP) y la Universidad Nor-bert Wiener (UNW).

El 15 de setiembre de 2003 se inauguró en el Cusco el Observatorio Regional de Prospectiva del Sur Andino, el primer observatorio de su tipo en el Perú, bajo el auspicio de investigadores de las Universidades locales y de organizaciones de la sociedad civil. La inauguración fue apadrinada por los doctores Michael Kee-nan del Instituto PREST de la Universidad de Manchester y Fabiana Scapolo del Institute for Prospective Technological Studies (IPTS) de la Unión Europea.

Posteriormente, el 12 de febrero de 2004 se constituyó la Sociedad Perua-na de Prospectiva (SPP), como sociedad científica responsable de velar por la práctica de esta disciplina en el Perú, promover su enseñanza a nivel superior y postgrado, y mantener permanentemente actualizados a sus miembros. La SPP cuenta con alrededor de cuarenta miembros y con el respaldo de la Universidad Ricardo Palma.

Cabe resaltar el hecho que la institucionalidad de la prospectiva en el Perú no hubiera sido posible sin el apoyo de la cooperación internacional. En ese sentido cabe destacar el apoyo que se ha recibido de distintas fuentes, desde el inicial

238 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

otorgado por ONUDI, pasando por el Programa Iberoamericano de Cooperación en Ciencia y Tecnología para el Desarrollo (CYTED), el Convenio Andrés Bello (CAB), la Unión Europea, la Comunidad Andina (CAN), entre otros, sin cuyos aportes la prospectiva no hubiera despegado en el Perú.

Es así como instituciones peruanas ahora forman parte de la Red Iberoame-ricana de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica (RIAP) del CYTED, del Foro de Acción Permanente en Prospectiva Científica y Tecnológica del CAB, del SubPrograma de Prospectiva del Programa Andino de Innovación Tecnológica de la CAN, del Proyecto Strategic European and Latin-American Foresight for Research and University Learning Exchange (SELF-RULE) de la Comisión Eu-ropea, de la Red Latinoamericana de Estudios Prospectivos, entre otras redes y grupos de investigación.

Todo esto ha servido para que el Estado peruano cree el 25 de mayo de 2005 el Sistema Nacional de Planeamiento Estratégico y el Centro Nacional de Planea-miento Estratégico (CEPLAN), mediante Ley Nº 28522, uno de cuyos objetivos principales es el de “definir una visión nacional de futuro compartida”3, para lo cual el CEPLAN ejecutará estudios prospectivos e identificará tendencias inter-nacionales, opciones estratégicas y escenarios futuros.4

Los prospectivistas del Perú tenemos la esperanza que el CEPLAN ayude a consolidar una cultura de pensamiento estratégico en nuestro país, en la que la prospectiva sea una herramienta de cotidiano empleo en los procesos de toma de decisiones públicas y privadas.

En la construcción de la institucionalidad de la prospectiva cabe destacar el rol que juega el Instituto Peruano de Administración de Empresas (IPAE), bajo la presidencia del Dr. Claudio Herzka5. IPAE ha formado su Centro de Estudios Estratégicos, a cargo del Dr. Juan Díaz Huaco, para desarrollar, entre otras fun-ciones, estudios prospectivos de interés del sector empresarial, y ha promovido en setiembre de 2007, la creación del Foro Permanente de Futuro, espacio para el análisis y el debate del futuro del Perú, y la constitución del Nodo Perú del Pro-yecto Millennium, que permitirá la inserción del país en la más importante red internacional de estudios sistemáticos del futuro.

3 Artículo 3º de la Ley Nº 28522.

4 Artículo 7º de la Ley Nº 28522.5 El Dr. Claudio Herzka es uno de los pioneros de los estudios de futuro en el Perú. Conjunta-

mente con el Dr. Hélan Jaworski y el Dr. Francisco Sagasti, fundó GRADE en 1980, y juntos desarrollaron los primeros estudios de largo plazo.

239Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado

2.2. Enfoque empleado en el Perú

Dado que la prospectiva es una disciplina relativamente nueva y existen di-versos enfoques relacionados con los estudios de futuro, el Perú no ha estado ajeno a esta situación.

Debido a que el ingreso de la prospectiva se efectuó al amparo del Programa Regional de ONUDI descrito anteriormente, el primer enfoque que llegó al Perú fue el de “technology foresight” (enfoque anglosajón) traducido como “prospec-tiva tecnológica”. Esa fue la orientación del primer taller formativo organizado por ONUDI en el 2001.

El CONCYTEC ha jugado un rol muy importante en la labor de capacitación e investigación en prospectiva. Como consecuencia de la participación en el año 2002 del Ing. Fernando Ortega San Martín, Jefe de la Oficina de Innovación y Prospectiva Tecnológica del CONCYTEC en el Curso Taller de “Herramientas para la Administración de Futuros” del Centro APEC de Prospectiva Tecnológi-ca6 (ACTF, por sus siglas en inglés), en Bangkok, dirigido por el Dr. Ron Johnston de la Universidad de Sydney (Australia), el CONCYTEC adaptó esta metodología a la realidad peruana y desarrolló un Programa de Formación que permitió la difusión en el Perú del juego de herramientas metodológicas del “technology fo-resight” (enfoque anglosajón) recomendado por el ACTF.

Luego, en el 2003, gracias al apoyo del Instituto PREST de la Universidad de Manchester (Reino Unido), la OIYPT del CONCYTEC logró mejorar su me-todología de enseñanza de la prospectiva, profundizándose aún más el enfoque anglosajón en su contenido.

Paralelamente, el CIPT, obtuvo el generoso apoyo del experto y maestro co-lombiano Dr. Francisco José Mojica, para la formación de sus miembros en el enfoque francés de la prospectiva (“la prospective”).

Por esta razón podemos decir que en el Perú se aplican ambos enfoques, el foresight anglosajón y la prospectiva francesa, manteniendo en cada caso la rigu-rosidad que ello implica.

Sin embargo, el Perú está coordinando en el seno de la Red Iberoamericana de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica del CYTED (RIAP), así como en otras Redes y Grupos Latinoamericanos de Investigación en Prospectiva, el desarrollo de un juego de metodologías de prospectiva aplicables a la realidad de América Latina, que recogería lo mejor de los instrumentos metodológicos de los dife-

6 APEC Centre of Technology Foresight (nombre original en inglés).

240 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

rentes enfoques (future studies, foresight, la prospective, technology forecasting, technology future analysis, etc.)

2.3. Recursos Humanos en Prospectiva

Desde octubre de 2001, el CONCYTEC tomó la iniciativa de formar a los especialistas locales en el campo de la prospectiva, habiendo diseñado un Curso Taller Básico de 24 horas lectivas, que ha ido siendo actualizado a lo largo del tiempo. Tal como fue comentado anteriormente, dicho Curso Taller recoge las recomendaciones de ONUDI, del Centro APEC de Prospectiva Tecnológica de Bangkok (Tailandia) y del Instituto PREST de la Universidad de Manchester.

A lo largo de estos seis años, se han desarrollado estos Cursos Taller en dis-tintas organizaciones en Lima (Instituto de Altos Estudios Policiales, Escuela Superior de Guerra del Ejército, Universidades de Lima, Católica del Perú, Ri-cardo Palma, Norbert Wiener y Agraria La Molina, Instituto Peruano de Energía Nuclear, Ministerio de Trabajo y Promoción del Empleo, Viceministerio de Pes-quería, Foro Peruano de Formación Laboral, Asociación Peruana de Avicultura, IPAE, entre otras) y en Provincias (ciudades de Piura, Chiclayo, Trujillo, Arequi-pa, Tacna, Cusco, Puno, Ayacucho e Iquitos).

En total son más de 1,200 los profesionales peruanos que han participado en dichos Cursos Taller, por lo que puede considerarse que el país ya posee una masa crítica de profesionales con conocimientos básicos en el manejo de técnicas prospectivas.

Con ocasión de los Congresos Nacionales de Prospectiva PROSPECTA PERÚ, se organizan anualmente cursos avanzados de prospectiva aprovechan-do la presencia en el Perú de los expertos extranjeros invitados a participar en PROSPECTA PERÚ. Se han realizado ya cinco Cursos Avanzados, teniendo más de ciento cincuenta profesionales capacitados a este nivel.

El Curso Básico de Prospectiva diseñado por el CONCYTEC ha sido edi-tado como Curso a Distancia por la Universidad Politécnica de Madrid, a tra-vés de su Gabinete de Teleeducación. El curso se encuentra disponible para toda Iberoamérica en la dirección electrónica: http:// neptuno.gate.upm.es/campus/FCV/verficha.php?codigo=fc119. En este curso ya han participado más de un centenar de latinoamericanos, gracias al apoyo del Convenio Andrés Bello y de instituciones peruanas, como el Ejército del Perú.

241Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado

A nivel universitario, la primera experiencia de incorporar la prospectiva a nivel de postgrado la realizó la Universidad de San Martín de Porres en su Maestría de Ingeniería de Computación y Sistemas de la Facultad de Ingeniería y Arquitectura, durante los años 2003 y 2004. A nivel de pre-grado, la primera experiencia ha sido reportada por la Universidad de Lima en su Facultad de In-geniería Industrial, donde se dicta desde el 2004 el curso de prospectiva tecno-lógica. Luego, la Universidad Alas Peruanas incluyó dentro de su Diplomado en Realidad y Defensa Nacional, primero, y en su Maestría en Realidad Nacional, Defensa y Desarrollo, el curso de Prospectiva Estratégica. Otras Universidades vienen promoviendo el uso de la prospectiva incluyéndola como tema dentro de cursos ya establecidos, como los de planeamiento estratégico. Se espera que en el corto plazo, la prospectiva sea un curso obligatorio en las carreras de ciencias e ingeniería, y en el mediano plazo, su alcance sea mucho más amplio y abarque todas las especialidades universitarias.

Con el objetivo de promover la enseñanza de la prospectiva a nivel universi-tario, en marzo del 2007, CONCYTEC firmó convenios con 12 universidades de provincias para capacitar a docentes, con el compromiso de incorporar el curso de prospectiva en sus planes de estudio en pre y post grado. Esta capacitación se llevó a cabo con el poyo de la Pontificia Universidad Católica del Perú.

Fuera del ámbito universitario, cabe destacar el trabajo que viene desarro-llando el SENATI, para la formación en prospectiva de los futuros Administra-dores Industriales, y la incorporación de la prospectiva en los cursos de actuali-zación técnica que dicta.

Por su importancia para la difusión de la prospectiva en el mediano plazo, se debe resaltar la participación de cuatro de los miembros del CIPT (PUCP, UNALM, UL y UNI), en el Proyecto SELF- RULE de la Unión Europea, que ha permitido la movilidad de becarios y el intercambio de experiencias y conocimientos, con importantes instituciones académicas como la Universidad de Manchester (Reino Unido), Universidad de Alicante (España), Universidad de Turku (Finlandia) y la Universidad de Corvinus (Hungría) en Europa, y con la Universidad Francisco de Miranda (Venezuela), Universidad Federal de Rio de Janeiro (Brasil) y la Univer-sidad de los Andes (Colombia), que forman parte del Proyecto.

Como resultado del proyecto SELF-RULE se han movilizado cuatro profe-sores a Europa para recibir diferente niveles de capacitación y tres más a otros países de Latinoamérica. Además se ha recibido la visita de dos europeos y dos latinoamericanos que nos han transmitido su experiencia. Esto ha implicado más

242 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

de 40 meses de capacitación e investigación, cuyos frutos se encuentran en el in-forme final para la Red Alfa y pronto serán difundido en diversos medios.

Asimismo, debe destacarse el esfuerzo que viene desarrollando el Colegio de Ingenieros del Perú, a través del Consejo Departamental de Lima, para formar a los ingenieros de la capital de la República en el campo prospectivo, labor en la que han contado con el apoyo del Dr. Francisco José Mojica, de Colombia.

La formación de recursos humanos en el sector empresarial ha sido promovi-da por IPAE y CONCYTEC con la organización de talleres internacionales, entre los que destaca el I Workshop Internacional de Prospectiva APEC en Latino-américa, realizado en Lima el año 2005 a cargo del Dr. Ron Johnston del Centro APEC de Prospectiva Tecnologica con sede en Bangkok (Tailandia).

2.4. Herramientas de Software de Prospectiva

Durante el entrenamiento en prospectiva de ONUDI en el año 2001, estuvo al alcance de los profesionales peruanos las versiones on-line de los softwares STRATEGY-LET y SURVEY-LET, de propiedad de la empresa CALIBRUM, que se podían trabajar desde el servidor del ICS-UNIDO de Trieste, en esa época a cargo del Eco. Rafael Popper.

Posteriormente, el CIPT siguió empleando dichos softwares en los ejercicios preliminares que realizaron, con el apoyo de la Dra. Yuli Villarroel, Francisco Mojica y el propio Eco. Popper.

Asimismo, en el Perú se han realizado algunos estudios sobre el futuro em-pleando el software STELLA de simulación de sistemas dinámicos en el Instituto Andino de Sistemas.

En los años 2003 y 2004, el CONCYTEC con la Universidad Nacional Agraria La Molina desarrollaron el software PACHACAMAC, que integra las herramientas de Environmental Scanning (Exploración del Entorno o Análisis Medioambiental), Análisis de Tendencias, Encuesta Delphi y Construcción de Escenarios en un solo paquete, siguiendo las recomendaciones del Centro APEC de Prospectiva Tecnológica. La versión 1.0 de PACHACAMAC fue registrada ante el Instituto Nacional de Defensa de la Competencia y de la Protección de la Propiedad Intelectual (INDECOPI) y se encuentra en su fase comercial. Se está desarrollando la versión 2.0 Pro, que podrá ser accesible vía Internet.

También han existido otras iniciativas para el desarrollo de softwares especiali-zados en técnicas prospectivas, como el elaborado por el Eco. Benjamín de la Torre.

243Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado

3. Estudios y actividades de prospectiva realizados en el Perú

El primer estudio de prospectiva realizado en el Perú fue el “Estudio Delphi sobre la Sociedad de la Información al año 2005” patrocinado y ejecutado por la empresa TELEFÓNICA DEL PERÚ, durante el año 2002, como parte de un estudio global efectuado en todos los países donde dicha empresa tenía operacio-nes. El diseño del ejercicio se realizó en España y para su ejecución en el Perú se contrató a la empresa APOYO.

El CIPT inició en el 2002 un estudio sobre escenarios futuros para el Perú del año 2020 en función de los sectores económicos con mayor potencial, con el apoyo del Dr. Francisco Mojica (Colombia) y la Dra. Yuli Villarroel (Venezuela).

Sin embargo, el primer estudio de prospectiva diseñado, ejecutado y moni-toreado por peruanos fue “El Futuro de la Alpaca al 2014”, realizado por el Con-sejo Nacional de Camélidos Sudamericanos (CONACS) durante el período Julio 2003-Setiembre 2004, bajo la dirección metodológica del CONCYTEC. Dicho es-tudio concluyó con la identificación de 5 escenarios posibles y probables, del cual se obtuvo un escenario meta, que está sirviendo para el diseño del planeamiento estratégico de la actividad alpaquera en el Perú.

Bajo el auspicio de ONUDI y el apoyo metodológico del Observatorio de Pros-pectiva Tecnológica Industrial de España, se desarrolló durante el año 2004 y parte del 2005, el “Estudio de prospectiva de la cadena productiva de la industria pesquera en la región de la costa del Pacífico en América del Sur”, en el que intervinieron au-toridades de gobierno, empresarios e investigadores del Perú, Colombia y Ecuador, y que fuera conducido en nuestro país por el Instituto del Mar del Perú (IMARPE).

Asimismo, el Perú participó del “Proyecto QUO VADIS: Innovación de los sistemas de ciencia, tecnología e innovación agraria de América Latina”, a cargo de la Red Nuevo Paradigma para la Innovación en América Latina, cuya presen-tación se realizó a inicios del 2006.

Uno de los espacios que ha permitido discusión, investigación y aplicación de herramientas de prospectiva ha sido el Consorcio de Investigación en Pros-pectiva Tecnológia (CIPT). A continuación se presentan algunas actividades de sus miembros:

En SENATI se realizó un estudio preliminar mini Delphi sobre tenden-• cias en los procesos de formación técnica en los Centros de Formación Profesional e Instituciones de Educación Superior.

244 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

En la Universidad de Lima, se ha trabajado en estudios prospectivos de • cadenas productivas en general y de forma específica en el sector con-fecciones textiles.

Además en búsqueda de mejorar la calidad de una organización de educa-ción superior, se ha diseñando un modelo de gestión con un foque prospectivo.7

Uno de los frutos de la red Alfa SELF-RULE es el tema de investigación de imágenes de futuro que los jóvenes peruanos tienen y como esto se relaciona con el sistema educativo, que se lleva a cabo con el apoyo metodológico de la Univer-sidad de Alicante. También, se ha firmado un convenio de apoyo a la investiga-ción en prospectiva con la Turku School of Economics.

Asimismo, al interior de la Universidad se ha propiciado la formación de cír-culos de estudio de prospectiva conformados por profesores y estudiantes. Estos círculos ya tienen varios resultados como el análisis prospectivo de la cadena productiva del vino.

En la Universidad Nacional Agraria la Molina (UNALM), una tarea im-• portante fue el apoyo al estudio prospectivo de la pesca que se efectuó con el apoyo de ONUDI, ya que se había desarrollado previamente un estudio de acuicultura y los expertos ya estaban familiarizados con las herramientas prospectivas. Desde que se inició su participación en ac-tividades de prospectiva han podido capacitar y motivar a sus docentes con 4 talleres en los que han participado expositores internacionales.

Asimismo, conjuntamente con la UNI, se inició un taller de Redes de Co-nocimiento Prospectivo con la participación de la Dra. Yuli Villarroel de Vene-zuela, a partir del cual se han definido 3 grupos multidisciplinarios para estudiar la biotecnología, la energía global y la energía local, grupos que vienen aplicando la metodología prospectiva para identificar escenarios.

En la Universidad Nacional de Ingeniería (UNI) se ha realizado un estudio • prospectivo interno, “Visión 2021 de la Universidad Nacional de Ingenie-ría”, esto ha permitido apoyar, con una metodología prospectiva, las 3 líneas

7 Las sumillas de estos trabajos se pueden ver en la página Web del Instituto de Investigación Científica de la Universidad de Lima

245Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado

de investigación que se trabajan en el Instituto General de Investigación de la UNI: energía, tecnologías de la información y comunicación, y agua.

La participación de la UNI en SELF-RULE permitió el inicio del proyecto Biota Promisioria con el apoyo PREST de la Universidad de Manchester, proyecto que ha involucrado ya a varias instituciones del CIPT y que está a punto de con-cretar un acuerdo con el Ministerio de Agricultura. También se la publicado ya una investigación sobre el futuro de los empaques en la agroindustria.

En la Pontificia Universidad Católica del Perú, además de su participa-• ción en la Red Alfa SELF-RULE, PROSPECTA PERU y apoyar al estudio de prospectiva de la Pesca que ejecutó el Instituto del Mar del Perú bajo la dirección de ONUDI, se ha brindado capacitación en prospectiva a nivel de pre-grado y post-grado.

Como grupo de investigación, desde el 2001 se ha conformado una Red de Prospectiva PUCP que buscar apoyar cualquier iniciativa de estudios de futuro. Así se han concretado estudios que se centraron en el medio ambiente del cam-pus, en el impacto del mundo digital en la economía, en el futuro de la región de Pisco, en estudiar cómo es que se debe dar la formación continua en el futuro, las alternativas para la creación de un observatorio que se dedique a la vigilancia tec-nológica (con el apoyo de la Universidad Federal de Río de Janeiro) y un estudio comparativo de las migraciones (con el apoyo de Turku School of Economics).

Recientemente, ya se tienen los primeros resultados del último estudio que busca establecer escenarios futuros para las carreras de ingeniería, que servi-rá como un insumo adicional en los cambios curriculares, tanto en contenidos como metodologías y como una actividad para la acreditación de los programas.

Asimismo, el Centro de Estudios Estratégicos de IPAE ha realizado estudios de prospectiva en áreas críticas para la competitividad de las empresas y el país. Podemos citar, entre otros, los estudios sobre Biodiversidad y Biotecnología, Perú al 2016. Escenario Preliminar, Transporte Aéreo para Comercio Exterior, Puer-tos – Callao, Educación y Competencias; así como el estudio “Arequipa en la Ma-cro Región Sur al 2021”, actualmente en curso, que es promovido por las ONGs Ceder y El Taller, así como por el CID AQP.

246 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

3.1. Promoción de la Prospectiva en el Perú

Los principales eventos de promoción de la prospectiva en el Perú lo constituyen los Congresos Anuales Nacionales de Prospectiva y Estudios de Futuro, PROSPEC-TA PERU, que se realizan todos los meses de Setiembre desde el 2003 con la finali-dad de promover el empleo de la prospectiva como herramienta de planeamiento e identificación de escenarios futuros, la difusión de los estudios de prospectiva que se ejecuten en el país y el intercambio de experiencias entre los investigadores, con-sultores, funcionarios públicos y empresarios peruanos y extranjeros.

Su convocatoria es señalada como una muestra del trabajo conjunto entre el sector público, privado y académico en donde participan CONCYTEC, IPAE, CONFIEP, y las Universidades Católica del Perú, Ricardo Palma y Norbert Wie-ner, quienes suscribieron un convenio de cooperación que ha permitido institu-cionalizar los Congresos PROSPECTA PERÚ, que se han convertido en uno de los eventos más importantes de prospectiva y estudios de futuro de toda Ibero-américa, por la calidad de los conferencistas internacionales invitados8.

Los Congresos PROSPECTA PERÚ generan cada año un espacio para el diá-logo y el intercambio de experiencias entre prospectivistas peruanos y extranje-ros, entre sí, y con los actores sociales nacionales. Como resultado de ello, se ha gestado por ejemplo, el Proyecto SELF-RULE ya mencionado, la incorporación del enfoque prospectivo en el Proyecto de Creación del CEPLAN, la incorpora-ción de la prospectiva en el PAITEC de la CAN, entre otros logros.

8 En PROSPECTA PERÚ 2003, participaron entre otros, el Dr. Michael Keenan (Instituto PREST, Universi-dad de Manchester, Reino Unido), la Dra. Fabiana Scapolo (IPTS, Unión Europea), el Dr. Carlos Manuel Cristo (Programa Brasileño de Prospectiva Tecnológica), el Dr. Francisco José Mojica (Universidad Exter-nado de Colombia), el Dr. Christophe Guitton (CEREQ, Francia), el Dr. Johannes de Wilt (NRLO, Países Bajos), la Dra. Yuli Villarroel (Venezuela). En PROSPECTA PERÚ 2004, participaron entre otros, el Dr. Ron Johnston (Universidad de Sydney, Australia), la Dra. Sandrine Paillard (CGP, Francia), el Dr. Byeong-won Park (Programa Nacional de Prospectiva Tecnológica, Corea del Sur), el Dr. Javier Medina (Universi-dad del Valle, Colombia), el Ing. Jesús Rodríguez Cortezo (OPTI, España), el Dr. Antonio Maria Gomes de Castro (EMBRAPA, Brasil), el Dr. Francisco López Segrera (RLEP, Cuba), el Dr. Lélio Fellows Filho (RIAP, Brasil). En PROSPECTA PERÚ 2005, participaron entre otros, el Dr. Alan Porter (Georgia Tech, EE.UU.), la Dra. Véronique Lamblin (Sociedad Futuribles, Francia), la Dra. Gilda Massari Coelho (CGEE, Brasil), la Dra. Dalci María dos Santos (CGEE, Brasil), el Dr. Chatri Sripaipan (ACTF, Tailandia), el Dr. Paavo Löppönen (Academia de Ciencias, Finlandia), la Dra. Soledad Díaz Otero (OCCT, Cuba). En PROSPECTA PERÚ 2006 participaron el Dr. Didier Dacunha-Castelle (CNRS, Francia), la Dra. Guillermina Baena Paz (UNAM, México), el Dr. Henry Yesid Bernal (CAB, Colombia), la Dra. Dalci María dos Santos (CNPq, Brasil), entre otros. En PROSPECTA PERÚ 2007 participaron los Dres. Jerome Glenn y José Luis Cordeiro (Proyecto Millennium), la Dra. Concepción Olavarrieta (Nodo México del Proyecto Millennium), el Dr. Patrick Le Goulven (IRD, Francia), la Dra. Dalci María dos Santos (CNPq, Brasil), el Dr. Edgar Ortegón (ILPES, Chile), el Mag. Raúl Trujillo (Tuga Innovations Group, Colombia), entre otros.

247Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado

Otra línea de promoción desarrollada en el Perú es la publicación de do-cumentos relacionados con la teoría prospectiva y su aplicación práctica. Es así como las instituciones miembros del Convenio PROSPECTA PERÚ, con el apoyo de la Embajada de Francia en el Perú, del Convenio Andrés Bello y la Comunidad Andina, han comenzado a publicar una serie de ensayos de la Sociedad Futuribles de Francia, bajo el nombre de la Colección “Innovación y Prospectiva”. Ya se han publicado los ensayos “Invitación a la Prospecti-va” de Hughes de Jouvenel y “Por la Senda de la Innovación” de André-Yves Portnoff. Se encuentran en prensa, los ensayos “La Ciencia en búsqueda de la Cultura” de Jean-Marc Lévy-Leblond y “Una apuesta por la inteligencia” de André-Yves Portnoff.

3.2. Prospectiva en el interior del País

Si bien es cierto que la mayoría de las actividades de planificación están cen-tralizadas en Lima, la consolidación de los Gobiernos Regionales, la asignación de mayores recursos por el Gobierno Central, así como los mayores fondos obte-nidos de la explotación de los recursos naturales (canon minero, canon gasífero, canon forestal, por ejemplo), están motivando a los gobernantes regionales y lo-cales a pensar con mayor frecuencia en el largo plazo.

Con el objetivo de apoyar a la difusión de la prospectiva en las regiones, el CONCYTEC y la Pontificia Universidad Católica del Perú adaptaron a la realidad peruana, con el permiso de la Comisión Europea, la Guía Práctica de Prospectiva Regional para Europa, publicándola con el nombre de Guía Práctica de Prospecti-va Regional en el Perú, y que busca orientar a los usuarios de la prospectiva en su búsqueda de una visión de largo plazo.

Por otro lado, el Instituto Andino de Sistemas (IAS) propició la aplicación de la metodología Soft System Dinamycs (SSDM) en el análisis prospectivo del desarrollo sostenible para las regiones, planteando una operación piloto para la Región La Libertad.

Justamente, otra experiencia importante que también se está realizando en la Región La Libertad, es la aplicación del Método Grumbach de gestión estratégica, creado por el Maestro en Ciencias Navales Raúl José Dos Santos Grumbach, de Brasil. Para tal fin, el g. Walter Hugo Torres Bustamante viene liderando a un grupo de profesionales de diferentes instituciones como la Cámara de Comercio de la Libertad, la Universidad Nacional de Trujillo, el Gobierno Regional de La

248 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

Libertad y la Dirección Regional de Agricultura, que vienen ejecutando diversos estudios, tales como el Estudio del Planeamiento Estratégico de la Cámara de Comercio al 2021, el Planeamiento Estratégico de la Región La Libertad al 2021, y el Estudio prospectivo de la Investigación Científica y Tecnológica al 2021 en la Universidad Nacional de Trujillo.

Asimismo, cabe destacar el esfuerzo del Instituto de Investigaciones de la Amazonía Peruana (IIAP), quien viene desarrollando el Primer Estudio Delphi de Actividades Promisorias de la Amazonía Peruana al 2017, donde participan cientos de actores sociales de las regiones Loreto, San Martín, Amazonas, Ucaya-li, Huánuco, Cerro de Pasco, Junín, Cusco y Madre de Dios.

3.3. Prospectiva en las empresas

Si bien la práctica prospectiva en el Perú ha estado mayormente centrada en el planeamiento a nivel macro y regional, algunos grupos empresariales han co-menzado a emplearla en sus procesos de planeamiento corporativo de mediano y largo plazo.

Ese es el caso del Grupo San Fernando y del Grupo Wong, éste último gracias al esfuerzo y la perseverancia del consultor José Campovede Ayres. Se espera que los buenos resultados económicos de ambos grupos empresariales sirvan de es-tímulo a las demás corporaciones locales para que empleen la prospectiva como práctica común en sus procesos de planeamiento.

4. Programa Nacional Especial de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica

Dentro del Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación 2006/2021, formulado por el CONCYTEC y aprobado por el Gobierno peruano, se ha in-cluido el Programa Nacional Especial de Prospectiva y Vigilancia Tecnológica (PEPYVT), como el principal mecanismo de coordinación y articulación de las instituciones y organizaciones del Sector Público, Sector Privado y la Academia para el desarrollo de una cultura prospectiva en la sociedad que coadyuve a la construcción social del futuro del Perú.

El Programa PEPYVT ha sido formulado por un equipo de representantes de los distintos actores sociales vinculados con la prospectiva y la vigilancia tecno-

249Fernando Ortega San Martín y Sandro Paz Collado

lógica y aprobado por una Asamblea Nacional de Prospectivistas, y cuenta con los siguientes componentes:

Formación de Recursos Humanos; a. Investigación, Desarrollo e Innovación; b. Desarrollo de Institucionalidad; c. Promoción y Difusión; d. Asistencia Técnica a Estudios y Proyectos. e.

El trabajo concertado entre los actores sociales que participan del Programa permitirá el cumplimiento de las siguientes metas a diciembre del 2011:

1,500 profesionales especializados en prospectiva y en vigilancia tecnológica;• 7 metodologías propias; • 11 observatorios de prospectiva y vigilancia tecnológica; • 18 redes de prospectiva y vigilancia tecnológica; • 400 organizaciones emplean sistemáticamente prospectiva en sus proce-• sos de planeamiento; 20 estudios de prospectiva nacionales de acuerdo con estándares inter-• nacionales.

5. Conclusiones

A setiembre del 2007, el Perú cuenta ya con una masa crítica de profesio-1. nales con conocimientos de la aplicación de los principales instrumentos metodológicos de prospectiva. Pero se requiere aún un esfuerzo mayor por parte de las instituciones académicas nacionales para que todos los profesionales que se forman en ellas conozcan y apliquen técnicas de prospectiva para desarrollar en ellos la habilidad de pensar estratégica-mente y asumir el reto proactivo de construir el futuro; La puesta en marcha del Programa Nacional Especial de Prospectiva y 2. Vigilancia Tecnológica permitirá realizar un trabajo coordinado entre los distintos actores sociales, que generará un mayor empleo de la pros-pectiva, principalmente en las regiones del interior del país y en todo el tejido empresarial; Gracias a los Congresos Nacionales de Prospectiva PROSPECTA PERÚ 3. y a otras actividades de promoción, se ha logrado sensibilizar a los to-

250 Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú

madores de decisiones y a la opinión pública nacional de la necesidad de pensar estratégicamente en el futuro, y de emplear la prospectiva en los procesos de planeamiento de mediano y largo plazo, tanto en el Sector Público como en el Sector Privado.

6. Referencias

BRAINSTORMING. Seminario en Perú. Disponible en: http://www.brainstor-ming. com.br/Noticias.do. Acceso el 2 de setiembre del 2007.

CONGRESO DE LA REPÚBLICA DEL PERÚ. Ley del sistema nacional de pla-neamiento estratégico y del Centro Nacional de Planeamiento Estratégico (CE-PLAN). Disponible en: http://www.participaperu.org.pe/novedades/ autografa.doc. Acceso el 15 de setiembre del 2007. Disponible en: http://www.elperuano.com.pe Normas legales. Publicado el 25 de mayo del 2005.

IPAE. Centro de Estudio Estratégicos. Disponible en: http://www.ipaecee. org.pe/. Acceso el 1 de setiembre del 2007.

ORTEGA SAN MARTÍN, Fernando (2005). El Estado del Arte de la Prospectiva en el Perú, presentación en PROSPECTA PERU 2005.

PAZ, SANDRO Y JIMÉNEZ, Fernando (2004). La universidad como observa-torio del futuro. Palestra. Portal de asuntos públicos de la PUCP. Disponible en: http://palestra.pucp.edu.pe/index.php?id=51. Acceso el 2 de setiembre del 2007.

PONTIFICIA UNIVERSIDAD CATÓLICA DEL PERÚ. GRUPOS Y REDES DE INVESTIGACIÓN. Disponible en http://www.pucp.edu.pe/content/pagina35.php?pID=2528&p IDSeccionWeb=7&pIDApplet=4 . Acceso el 1 de setiembre del 2007.

PROSPECTA PERU. Congreso de Prospectiva. Disponible en: http://www. pucp.edu.pe/congreso/prospecta/. Acceso el 1 de setiembre del 2007.

UNIVERSIDAD DE LIMA. Proyectos de Investigación. Disponible en: http://www.ulima.edu.pe/webulima.nsf/default/pi05?OpenDocument&dn=8.3.3&Page=industrial. Acceso el 1 de setiembre del 2007.

SELF-RULE. Euro-Latin Foresight Network. Disponible en: http://www.self-rule.org/. Acceso el 3 de setiembre del 2007.

Praxis de la Prospectiva en Venezuela Hechos, Reflexiones y Estrategias

Freddy Blanco

1. Retrospectiva

Al tratar de determinar los orígenes del trabajo prospectivo en Venezuela, debemos hacer una salvedad, porque muy probablemente aunque muchos traba-jos no utilizaron el calificativo de “prospectivo”, en la praxis estaban impregna-dos por la concepción filosófica y su enfoque; en tal sentido, valdría la pena se-ñalar que: Las reflexiones sobre los futuros deseables en Venezuela se expresaron inicialmente a través de las aspiraciones de alcanzar el tan ansiado “desarrollo” lo que suponía pensar en modelos para un cambio societal y en los futuros alter-nativos para llegar a él; de hecho, muchos de los planes de desarrollo elaborados en las décadas de los 70´ y 80´ por los organismos de planificación en el país, fueron cuestionados por ser más “imágenes de futuro” que programas de acción por su escasa aplicabilidad (Giordani 1986); otros por el predominio de un en-foque normativo (Matus, 1980), y finalmente algunos la calificaron de ilusoria (Antonorsi y Ávalos (1980). Sin embargo, estos esfuerzos de planificación para el desarrollo favorecieron el reconocimiento de la dimensión prospectiva como enfoque, ya que la conceptualización sobre los modelos de desarrollo o estilos de desarrollo (Varsavsky, 1982) requerían taxativamente de reflexiones sobre el tipo de sociedad deseable a futuro.

En tal sentido, desde CORDIPLAN, órgano rector de la planificación en Venezuela creado en 1958, fueron elaborados diversos documentos de Política Pública con orientación y reflexión sobre los futuros deseables, no desde un mar-co conceptual único, porque diversos enfoques de planificación (Normativa, Si-

252 Praxis de la Prospectiva en Venezuela

Hechos, Refl exiones y Estrategias

tuacional, Estratégica Corporativa, etc.) estuvieron disputándose la supremacía (Castellanos 1997) en el marco de la formulación de los planes de la Nación.

Sin embargo, a pesar de que la plantificación del desarrollo permitió reco-nocer en un primer momento el enfoque prospectivo, éste mismo no permitió el despliegue del enfoque en toda su extensión y potencialidad; incluso (Castellanos 1991) concluye que: “muy lamentablemente el Sistema Nacional de Planificación de Venezuela a dado poca importancia a la prospectiva limitándola a unos cuan-tos enunciados muy generales dentro de los Planes de la Nación, instrumentos quinquenales fuertemente determinados por la coyuntura”.

2. Evolución de los estudios prospectivos en Venezuela

Un esfuerzo importante que permite determinar la trayectoria formal de los estudios prospectivos en Venezuela lo constituye el “Inventario de Experiencias Prospectiva en Venezuela 1970 – 2000” (Ángel 2000) en donde se demuestra que Los Estudios de Prospectiva no son de reciente data; en dicho inventario se reco-ge la experiencia que en prospectiva ha acumulado el país en los últimos treinta años. Allí se identifican cuarenta y tres estudios (43) en distintos ámbitos de apli-cación, distribuidos por décadas de la siguiente manera:

Cabe destacar, la evolución progresiva de los estudios prospectivos, siendo la década del 90´ y el año 2000, el período de mayor dinamismo; entre ambos concentran casi el 60% de la totalidad de los estudios. Esta tendencia, señala el autor, puede ser explicada por un incentivo particular de pensar en el futuro por

253Freddy Blanco

encontrarnos frente al inicio de un nuevo siglo, un nuevo milenio; lo que ha traí-do una particular preocupación por el porvenir.

En cuanto a las áreas de aplicación de los estudios prospectivos, el inventario revela un predominio de los temas relacionados con la economía y desarrollo en pri-mer lugar, seguidos de educación, tecnología/industria y metodologías/experiencias. En el resto de las categorías, la proporción no alcanza los 10 puntos porcentuales.

Se evidencia claramente la tendencia a desarrollar estudios prospectivos en áreas donde el cambio, la conflictividad y la incertidumbre a futuro son una constante, en contraste, con temas como sociedad y política, urbanismo y hábi-tat, agrícola y pecuario, donde la cifra en términos absoluto es de apenas tres (3) estudio por área temática en 30 años.

2.1. Enfoques y metodologías

Haciendo un análisis de la situación de los estudios de prospectiva en Vene-zuela, es necesario señalar que a pesar de la variedad temática, prácticamente no hay presencia de estudios en temas trascendentales tales como: derechos huma-

254 Praxis de la Prospectiva en Venezuela

Hechos, Refl exiones y Estrategias

nos, guerrillas, los problemas de droga, violencia, inseguridad y corrupción; ó en todo caso no son abordados directamente a pensar de su impacto en la sociedad. Lo mismo ocurre con los aspectos demográficos, la dinámica de la población, (migración y los impactos de su crecimiento).

Tampoco existen evidencias de cómo se incorporan, se cruzan y se comple-mentan algunos estudios basados en sus resultados, o al menos la vinculación de los equipos de trabajos prospectivos, lo que demuestra una clara fragmentación de los esfuerzos y la consecuente pérdida de oportunidad y maximización de los recursos disponibles.

El conjunto de estudios (territoriales, sectoriales, institucionales) comparte como característica metodológica común, que en su mayoría, dedican un gran esfuerzo al “diagnostico riguroso” y posteriormente se pasa a caracterizar los futuros posibles, probables y/o deseables, ya sea a través de escenarios, conjeturas o imágenes de futuro.

Adicionalmente, muchos estudios se caracterizan por la aplicación casi me-cánica de técnicas e instrumentos, convirtiéndose así en “prácticas prospectivas”, siendo las más comúnmente utilizadas: el método delphi, escenarios, análisis es-tructural y juego de actores; esto se debe en gran medida a la amplia difusión que ha tenido en el país el enfoque Francés de Prospectiva Estratégica impulsada prin-cipalmente por Michel Godet quizás por el pragmatismo que gira en torno a la “caja de herramienta” pero también, porque gran parte de la literatura contemporánea disponible en el país llega a través de editoriales de países vecinos como Colombia, México y Argentina naciones vinculadas con el Enfoque Francés de prospectiva.

La falta de institucionalidad del trabajo prospectivo en Venezuela es qui-zás el símbolo de debilidad más preponderante en las últimas tres décadas; en tal sentido, muchos trabajos fueron realizados por equipos de trabajo cuya per-manencia estaba incluso determinada por el tiempo de duración de un estudio específico; en otros casos, se constituyeron equipos ad-hoc a dedicación parcial. Adicionalmente, los vaivénes de la política (cambio de gobierno) desencadenaron dinámicas de turbulencia que incidieron en la alta rotación del personal, cambios en los enfoques de planificación con mayor preponderancia al corto plazo que al mediano y largo plazo.

Funcionalmente, fueron pocos los entes gubernamentales que formaliza-ron en sus estructuras organizativas, instancias para el trabajo permanente en el área de prospectiva, quizás el caso más simbólico lo representó el Programa de Prospectiva Tecnológica del Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnológicas (CONICIT) a principios de la década de los 90 ; instancia que

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buscaba orientar las políticas científicas en pro del desarrollo científico y tecno-lógico nacional. Durante ese período se realizaron diversos cursos de formación, y eventos que lograron sensibilizar un grupo importante de actores sociales; así mismo se realizaron ejercicios de prospectiva tecnológica, entre los que destacan: La Yuca como insumo industrial. Estudio basado en el método de los escenarios prospectivos (1990); Estudio Prospectivo del Sub-Sector Caña de Azúcar” (1992); y las Agendas de Innovación del CONICIT (1999).

A raíz de los cambios institucionales que experimenta el país a finales de 1999, producto de una nueva elección presidencial y la transformación del mo-delo de gobierno, la trayectoria institucional de 23 años del CONICIT (creado en 1967), se modifica para dar paso al Fondo Nacional para la Ciencia y Tecnología (FONACIT); dicho cambio incidió en la reestructuración del anterior Programa de Prospectiva del CONICIT que con el tiempo desaparece en la estructura orga-nizativa y funcional que actualmente prevalece en el FONACIT.

Durante el año 2000, surgió otro esfuerzo por darle institucionalidad al tra-bajo prospectivo, en esa ocasión el recién constituido Ministerio de Ciencia y Tecnología (MCT), con el auspicio de la Organización de Naciones Unidas para el Desarrollo Industrial (ONUDI) propiciaron la conformación de un Programa Nacional de Prospectiva Científica y Tecnológica (PNPCyT) cuyo marco de ac-ción sería: “un programa de alcance y cobertura nacional” no obstante, su gesta-ción fue a lo interno de la Dirección General de Prospección y Planificación de dicho Ministerio, una suerte de estrategia para darle viabilidad con el acompaña-miento del también recién creado por ley, Observatorio de Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación (OCTI).

Este esfuerzo suponía la superación de las debilidades de las experiencias pre-vias de prospectiva en el país, entre ellas, la generación de capacidades institucio-nales para articular visiones compartidas de país y de escenarios en sectores estra-tégicos para el desarrollo nacional (MCT 2002). En este sentido, y en el marco del PNPCyT se elaboran dos estudios con característica de “diagnósticos”: el Inventario de Experiencias Prospectivas 2000 y el Estudio de Inteligencia Tecnológica: Estu-dio Comparativo de las Experiencias Internacionales en Prospectiva Tecnológica.

Durante el período 2000-2002 el PNPCyT inicia sus actividades con énfasis en cuatro componentes fundamentales: a - Proceso de Gestión Organizativa, b -Proceso Metodológico de Prospectiva, c -Promoción y Difusión d - Entrena-miento y Capacitación. Los primeros componentes llegaron a estar en una etapa avanzada; especialistas como Francisco Mojica Sastoque (Colombia), Rodrigo Arocena (Uruguay), Michael Keenan (Reino Unido) y Misael Medina (Venezue-

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Hechos, Refl exiones y Estrategias

la), participaron en diversas oportunidades en calidad de ponentes y/o asesores y ofrecieron su visión sobre lo que era posible plantearse en el Programa Nacional de Prospectiva Venezolano, lo que quedó reflejado en los Informes de gestión del (MCT 2000 – 2002). Durante ese período se realizaron dos esfuerzos significati-vos en estudios prospectivos, el primero fue la culminación del estudio: “Visión Prospectiva de la Agenda Raíces y Tubérculos”; y el segundo esfuerzo la realiza-ción del “Estudio Piloto de Prospectiva: Insumos Químicos para la Producción Pe-trolera”, ejercicio que fue catalogado como “piloto” por ser la primera experiencia institucional en prospectiva del PNPCyT y del que se generarían prácticas de saber qué, saber cómo, y de experimentación para construir un modelo propio (enfoque nacional) de hacer prospectiva desde el sector público, vinculado di-rectamente con la toma de decisiones, que incluso algunos denominaron como “prospectiva con sentido público”.

Posteriormente, la crisis política y social ocurrida durante el 11 y 13 de abril del 2002 y el paro cívico nacional del 2003, que desencadenaron en pérdidas mi-llonarias para el país, provocaron serios desequilibrios financieros que obligaron a una reducción presupuestaria de los organismos gubernamentales, Ese mismo año se genera un redimensionamiento de la función de prospectiva, reduciendo su alcance a las competencias propias de la Dirección General de Prospección y Planificación del MCT; desde ese momento se desiste y/o posterga la idea del PNPCyT. A partir de ese momento las capacidades institucionales se reorien-tan a ejercicios prospectivos en áreas prioritarias definidas post-coyuntura, cabe destacar los estudios: “Escenarios Tendenciales en Agro-Biotecnología” (2004), y recientemente, el “Estudio prospectivo para el fortalecimiento del sector biotec-nológico como apoyo a la seguridad alimentaria” (2005-2006) y el “Prospectiva Regional Sobre La Educación Superior para la Transformación Productiva y Social con Equidad en los Países Miembros del CAB” (2005 – 2006).

En contraste con lo acontecido en el plano gubernamental, en el campo aca-démico, especialmente el universitario, se fue gestando desde mediado de los 70´ un creciente interés por el enfoque prospectivo, aunque no institucionalmente (ya que no existió durante casi 30 años programas de formación de pre-grado, post-grado o extensión profesional vinculados a la prospectiva, la oferta de for-mación se reducía a materias electivas o contenidos muy específicos dentro de las cátedras de gerencia, innovación, tecnologías y planificación), sino mas bien, fue el producto del esfuerzo propio de individualidades que mostraron su interés e incluyeron en diversas actividades docentes el componente prospectivo y adicio-nalmente fueron pioneros en investigaciones sobre el tema. Posteriormente fue-

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ron editadas diversas publicaciones, y hoy en día constituyen parte importante del acervo de conocimiento en este campo, entre las que cabe destacar las obras de: la Dra. Lourdes Yero, investigadora del Centro de Estudios del Desarrollo (CENDES) de la Universidad Central de Venezuela, quien orientó sus investi-gaciones en: Estilos de Desarrollo (1971), Estudios de Futuro en América Latina (1986 y 1993); Estudios Prospectivos en Países Desarrollados (1989), etc.

El Dr. Max Constanti de la Universidad Nacional Abierta, es el investigador con mayor producción en publicaciones vinculadas al trabajo prospectivo; Cons-tanti durante años guió sus investigaciones de prospectiva a la dinámica de la edu-cación superior (Universidades) en Venezuela y su aporte en el desarrollo econó-mico y social del país. Cabe destacar sus obras: Venezuela: un estudio prospectivo 19751990; Oferta prospectiva de egresados del tercer nivel en Venezuela (1980-1995); Demanda prospectiva en el área de las ciencias sociales y jurídicas en las especia-lidades de sociología, psicología, comunicación social y derecho (1981); Demanda prospectiva de carreras no cursadas en Venezuela 1980-1995; Venezuela futuros posibles alternativos” (1981); Determinación de áreas de formación de Recursos Hu-manos a nivel Técnico/Básico para la población joven de 15 a 24 años (1995).

En el ámbito de la prospectiva territorial la Fundación para el Desarrollo Cien-tífico y Tecnológico del Estado Lara (FUNDACITE – LARA) fue pionera en incor-porar el enfoque prospectivo y crea en el año de 1997, la Red Estadal de Estudios Prospectivos Científicos y Tecnológicos cuyo propósito primordial fue: “producir reflexiones estructuradas, permanentes y compartidas sobre el futuro y sus impli-caciones presentes”. Entre los estudios generados se encuentra: Bosquejo de una propuesta: “El agua y sus mañanas: conflictos y compromisos (Escenarios Hídricos del Estado Lara) 1998”. Posteriormente se le suma los aportes de la Fundación para el Desarrollo de la Región Centro Occidental (FUDECO) que organiza a finales de los 90´ diversos cursos de capacitación sobre el empleo de la prospectiva en la ge-neración de propuestas de futuro para la región. Con la progresiva sensibilización de actores sociales se suman las contribuciones de la Universidad Centro Occi-dental Lisandro Alvarado (UCLA) que durante el año 2002 formularon el estudio: “Visión Prospectiva Estratégica de La Universidad: La UCLA Hacia El 2022”.

Otro esfuerzo de prospectiva territorial que marcó pauta metodológica en estudios prospectivos nacionales, se refiere al Plan Prospectivo Estratégico Zulia Tercer Milenio 2001 – 2010, trabajo que contó con la asesoría de Juanjo Gabiña (España), Misael Medina, Antonio Francés y Adalberto Zambrano (Venezuela) en un proyecto que incorporó en sus metodologías la participación de amplios

258 Praxis de la Prospectiva en Venezuela

Hechos, Refl exiones y Estrategias

sectores de la comunidad, como una estrategia para otorgarle mayor viabilidad socio-política, haciendo a los actores sociales co-partícipe de los resultados.

2.2. Dinamica y coyuntura

El período de mayor dinamismo en la práctica prospectiva en el país se remi-te al período 2000-2006; a las experiencias ya mencionadas, se le suman la con-formación de instancias organizativas que han incorporado entre sus funciones el componente prospectivo.

Entre ellas cabe destacar la creación en el 2004 de la Coordinación de Prospec-tiva Tecnológica de la Fundación Instituto de Ingeniería (FII), la Sala Prospectiva del Instituto Nacional de Investigaciones Agrícolas (INIA) en el 2005, de esta ma-nera se promueve mayor institucionalidad al trabajo prospectivo y permite al mis-mo tiempo una mayor vinculación con planificación y la toma de decisiones, gene-rando así, lo que se califica como “Estudios Prospectivos Aplicados” (Yero 1993).

Durante este período, en el ámbito nacional se registró una amplia variedad de cursos y talleres de formación dictados por instituciones académicas o aseso-res que trabajan calidad de outsourcing, incluso, es en febrero de 2005 cuando se realiza por primera vez en el país el Ier Simposio Nacional de Prospectiva y Planificación, evento de alcance nacional promovido por el Instituto Venezolano de Planificación (IVEPLAN), ente gubernamental adscrito al Ministerio de Pla-nificación y Desarrollo con el auspicio de distintos organismos nacionales e In-ternacionales; en el mismo se congregaron cerca de 250 participantes proveniente de una amplia variedad de organizaciones y particulares. Estuvieron en calidad de ponentes una decena de especialistas nacionales vinculados al que hacer pros-pectivo; en este evento demostraron las experiencias prácticas de estudios y su aplicación en distintos ámbitos, que van desde el enfoque de prospectiva terri-torial (nacional, estadal o municipal) pasando por las experiencia de prospectiva organizacional (pública y privada) hasta las aplicaciones de estudios prospectivos en áreas sectoriales como tecnológica, transporte, economía, etc.

En el plano de las Organizaciones no Gubernamentales (ONG), la Sociedad Mundial del Futuro, capítulo Venezuela, se constituye en el año 2001 con el fin de promover el pensamiento prospectivo para construir un futuro deseable para Venezuela, en tal sentido, se realizan eventos (cursos, talleres y foros) para di-fundir el enfoque prospectivo. Esta organización mantiene vínculos nacionales e internacionales con las otras grandes organizaciones mundiales dedicadas al

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futuro como: la World Futures Studies Federation (WFSF), el Club de Roma y el Proyecto Millennium, de la Universidad de las Naciones Unidas.

Un indicador del proceso de expansión de la actividad prospectiva en el país a partir del año 2000, se evidencia con la representación activa y permanente de venezolanos en los distintos eventos internacionales de mayor relevancia en el tema, entre ellos: las “I Jornadas Iberoamericanas en Prospectiva y Vigilancia Tecnológica” (Santa Cruz de la Sierra - Bolivia 2003); las “II Jornada de Prospec-tiva y Vigilancia Tecnológica” (Antigua - Guatemala 2004); Seminario Interna-cional Prospección en Ciencia, Tecnología e Innovación: Perspectivas de Inte-gración Iberoamericana (Brasilia - 2005); y el Congreso Peruano de Prospectiva - Prospecta Perú (en sus distintas ediciones).

2.3. Aportes de los organismos internacionales

Durante este período (los últimos 30 años) los esfuerzos locales (naciona-les) de prácticas prospectivas se beneficiaron del acompañamiento técnico, fi-nanciero, organizativo y logístico de diversos organismos internacionales. Cabe destacar, los aportes de la Organización de Naciones Unidas para el Desarrollo Industrial (ONUDI), Sistema Económico Latinoamericano (SELA), Corpora-ción Andina de Fomento (CAF), Secretaria del Convenio Andrés Bello (CAB), Programa de Naciones Unidas para el Desarrollo (PNUD), Instituto Latinoame-ricano de Investigaciones Sociales (ILDIS), Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura (UNESCO) Programa de Cooperación Iberoamericana en Ciencia y Tecnología (CYTED), Red Alfa de la Unión Euro-pea y los aportes de distintas embajadas en el país, especialmente la de Francia, entre otras organizaciones.

Actualmente, los grupos institucionales de trabajo prospectivos más rele-vantes en el país por su trayectoria y por los esfuerzos en difundir el trabajo prospectivo, están integrados en su mayoría por el personal que formó parte del Programa Nacional de Prospección (PNPCyT), quienes han conformado equi-pos de trabajo multi, trans e Interdisciplinarios en diversas organizaciones, entre ellos la Dra. Nydia Ruiz, investigadora y docente la Universidad Central de Ve-nezuela (UCV), adelanta un proyecto denominado “Gestión de Conocimiento”, que responde a la adscripción del vice-rectorado académico y están culminando el estudio de Escenarios Energéticos para el diseño de políticas de la UCV.

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Hechos, Refl exiones y Estrategias

Así mismo la Dra. Yuli Villarroel, quien ha conformado el proyecto SELF-RULE para el monitoreo de las experiencias latinoamericanas en prospectiva, cuenta con el auspicio de la Red Alfa de la Unión Europea y el apoyo nacional de: Universidad Nacional Experimental Francisco de Miranda (UNEFM), Universi-dad Nacional Experimental de las Fuerzas Armadas (UNEFA) y el Ministerio de Ciencia y Tecnología.

El equipo de la Coordinación de Prospectiva Tecnológica de la Fundación Instituto de ingeniería, quienes durantes los últimos años han emprendido es-fuerzos en estudios prospectivos de alcance nacional, como el recién culminado Estudio de Prospectiva Tecnológica en Cambio Climático (actualmente en etapa de difusión) cuyo propósito fue identificar los escenarios del Cambio Climáti-co en Venezuela, identificando los impactos en el entorno nacional y proponer tecnologías de mitigación y adaptación. Dicho estudio ha trascendido los límites institucionales de su formulación en la FII y pretende ser un instrumento para la definición de políticas de mediano y largo plazo de organismos gubernamen-tales, tales como: el Ministerio de Ambiente y los Recursos Naturales y el propio Ministerio de Ciencia y Tecnología.

Como parte del programa de acción 2006 – 2007 la coordinación de Pros-pectiva Tecnológica se encuentra realizando el Estudio de Prospectiva en Nano-ciencias y Nanotecnologías, con énfasis en los nanomateriales, ya que se reconoce la importancia como tecnología convergente. Cabe destacar entre los aportes al trabajo prospectivo se encuentra la creación de la Unidad de Inteligencia Tecno-lógica e Industrial, cuyas actividades complementan el trabajo prospectivo, con las herramientas propias de la vigilancia tecnológica e inteligencia competitiva, (mapeo de patentes, monitoreo del entorno, alertas tecnológicos, vigilancia co-mercial, acceso a bases de información técnica – especializada , etc.) útil para identificar los actores y las dinámicas de los factores que determinan el cambio y sus previsibles impactos.

Entre los aportes en el desarrollo de técnicas y herramientas de soporte al trabajo prospectivo, destaca las contribuciones de Rafael Popper (Economista Venezolano) que trabaja en el Instituto PREST de la Universidad de Manchester y que ha contribuido en el desarrollo del software Calibrum. Adicionalmente, el Dr. Jesús Arapé ha conformado “Visión Grupo Consultores” una empresa dedi-cada al desarrollo de software, con aplicaciones como “Radar” útil para el mo-nitoreo del entorno, la realización de cuestionarios Delphi, la contrastación de hipótesis probables a través del Modelo Bayesiano y el Método AHP (Analytical

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Hierarchy Process) como herramienta de apoyo a la toma de decisiones y la mo-delación (Arapé 2000).

3. Dicertaciones

Haciendo un balance del trabajo prospectivo en Venezuela se detectan cla-ramente los factores que han incidido en el modesto desarrollo de la praxis pros-pectiva, los cuales será preciso conocer, como parte del aprendizaje para no vol-ver incurrir en los mismos errores, es necesario destacar lo siguiente:

La experiencia nos demuestra que existió una clara disociación entre • los espacios organizacionales de realización de los estudios prospectivos y los de elaboración de políticas públicas y/o de toma de decisiones; es decir, muchos estudios fueron elaborados como parte del debate acadé-mico en centros universitarios alejados del ámbito decisional; El desconocimiento o subvaloración del enfoque prospectivo en las ins-• tancias de planificación a nivel nacional, regional o municipal; La escasa difusión de los trabajos prospectivos; • La limitada viabilidad socio – política (poca participación) de algunos es-• tudios que impedía su concreción como futuro deseable, posible y factible. Estudios prospectivos, carentes de mecanismos de instrumentación • práctica, generando el “Efecto Anaquel” (estudio que se quedan en el olvido de los decisores).

3.1. Desafi os y perspectivas futuras

Podría decirse que buena parte de los obstáculos señalados anteriormente se mantienen, pero el campo se ha fortalecido gradualmente con todos los esfuerzos personales e institucionales por sensibilizar y capacitar grupos de trabajo prospec-tivo, sin embargo, su progreso se debe más al esfuerzo de investigadores y consulta-rías particulares, que de los canales formales de formación institucional, tales como universidades, institutos, centros de formación, etc; es necesario el establecimiento de cátedras de formación itinerante entre los países practicantes y propiciar el desa-rrollo programas de formación en pre-grado, post-grado y extensión profesional en diversos centros de formación en el país, de esta forma estaremos contribuyendo a la valoración social de la prospectiva como “disciplina” en creciente formación.

262 Praxis de la Prospectiva en Venezuela

Hechos, Refl exiones y Estrategias

Es incuestionable que existe un mayor interés en el enfoque prospectivo, tanto en el sector público como en el sector privado, es creciente el número de estudios prospectivos, pero siguen siendo pocos los equipos de trabajos dedica-dos exclusivamente y permanentemente a esta actividad y la base institucional de soporte al trabajo prospectivo aún es débil; es necesario fortalecer los grupos nacionales através de la conformación de verdaderas redes de acción y coopera-ción, la sinergia coadyuvaría a institucionalizar el trabajo prospectivo generando mayor poder de convocatoria, reduciendo los costos de operación y garantizando la acumulación de Know How. En este contexto, uno de los principales desafíos para la Red Iberoamericana de Prospectiva y Vigilancia (RIAP) sería el abordaje conjunto entre los países miembros, de estudios de prospectiva en áreas o temas comunes y/o que requieren de una visión hemisférica y multidimensional como consecuencia de un mundo globalizado.

La difusión y divulgación de los resultados de las “prácticas” prospectivas es limitada y poco efectiva, las publicaciones son escasas y no circulan revistas periódicas a nivel nacional que aborden esta especialidad, incluso, no existe una página web sobre la prospectiva en Venezuela, esto supone un reto para los ac-tores nacionales; es decir, la generación de un espacio en la web donde se compi-len y difundan los contenidos prospectivos; y aunque se realizan eventos (foros, simposios, congresos, seminarios, curso y talleres) que propician un mayor vo-lumen de información sobre los aspectos teóricos e instrumentales; sin embargo, es reducida la difusión de los resultados derivados de los estudios y la cobertura informativa que se le da en los medios de comunicación es casi inexistente.

En relación a los procesos de toma de decisiones es fundamental que los escenarios diseñados deben caracterizarse por su f lexibilidad, pues la rigidez atenta con su implementación en un entorno cambiante, así mismo es determi-nante que los estudios deben derivar en cursos de acción (planes, programas o proyectos) en el cual, el papel de la sociedad civil, con un rol protagonista y vigilante es fundamental.

La prospectiva Latinoamericana y para Venezuela en particular, no debe es-tar atada solamente a la ciencia y tecnología, sino que deberían fomentar sus usos en otros sectores donde la metodología pueda servir como base para la construc-ción de escenarios futuros.

En cuanto al análisis bibliométrico que se hace del tema en Venezuela, al con-sultar los sistemas de información disponibles (Bases de Datos): EBSCO HOST; SCIENCE DIRECT; DIALOG; Science Citation Index Expanded (SCI-EXPAN-DED) —1982 - present; Social Sciences Citation Index (SSCI) — 1982 - present; y

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Arts & Humanities Citation Index (A&HCI) – 1982 - present, muestra que como resultados de las búsqueda bajo el término “prospectiva” no aparecen publicacio-nes asociadas al descriptor o palabras utilizada.

Esto indica que se está publicando muy poco, o al menos no se está haciendo en revistas reconocidas y/o arbitradas internacionalmente, ya que los sistemas de información no “indizan” publicaciones que incluyen el término “prospectivo”; si bien es cierto que existe una brecha de tiempo entre la aparición de una nueva área de conocimiento y su reconocimiento en los sistemas de información, éste no pareciera ser el caso. Esta ausencia es un claro indicador del camino que aún nos falta por recorrer.

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Sobre o livro

Formato 16x23 cm

Tipologia Minion 10.5pt (texto) Helvetica (títulos)

Papel Off-set 75g/m2 (miolo) Cartão Triplex 250g/m2 (capa)

Produção gráfica Canal 6 Projetos Editoriais www.canal6.com.br

Revisão Tadeu de Oliveira

Diagramação Daniel Razabone

Criação da Capa Otávio Teodoro Chaves

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