manual património cultural aula 14 - mosteiro de s. bento s. tirso - cópia
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UNIVERSIDADE SÉNIOR CONTEMPORÂNEA DO PORTO – usc.no.sapo.pt
PATRIMÓNIO CULTURAL
E PAISAGÍSTICO PORTUGUÊS
MOSTEIRO DE S. BENTO SANTO TIRSO
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Mosteiro de Santo Tirso (ou também Mosteiro de São Bento ) é um mosteiro localizado na freguesia de Santo Tirso, concelho de Santo Tirso, em Portugal, que foi da Ordem beneditina.
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O mosteiro foi fundado por D. Unisco Godiniz e seu marido Abunazar Lovesendes, primeiro senhor da Maia, em 978, conforme documento publicado por D. António Caetano de Sousa.
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13-04-2023 Professor Doutor Artur Filipe dos Santos - Universidade Sénior Contemporãnea
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O Mosteiro de Santo Tirso foi ma das mais importantes casas beneditinas portuguesas edificadas, consagrada ao fundador desta Ordem religiosa, o monge italiano Bento de Núrsia.
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Dotado de inquestionável beleza paisagística e de abundantes e diversificados recursos cinegéticos, essenciais à sobrevivência e fixação do Homem, o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Santo Tirso possui inúmeros testemunhos da presença de comunidades humanas, desde a mais alta antiguidade.
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As notícias sobre a origem deste mosteiro são escassas, mas sabe-se da sua existência antes de 997, ano em que os muçulmanos comandados por Almançor o arrasariam.
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Abu Amir Muhammad ibn Abdullah ibn Abi Amir, al-Hajib al-Mansur, caudilho do Al-Andalus
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Embora já funcionasse na segunda metade do século por iniciativa de S. Frutuoso, Bispo de Dume e de Braga, ou muito antes, pela do bispo da diocese de Braga, S. Martinho de Dume o cenóbio - mais conhecido por "Mosteiro de S. Bento" - foi reconstruído já no século XIII, mercê do empenho de Martim Gil de Sousa, e de cuja campanha de obras remanesce apenas o claustro gótico.
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O Couto do mosteiro foi instituído e doado em 1097 pelos condes D. Henrique e D. Teresa a Soeiro Mendes da Maia, que, por sua vez, o doou em 1098 ao D. Abade do mosteiro, Gaudemiro, tornando o mosteiro num dos mais poderosos do país, tendo obtido, inclusive, Bulas de protecção dos Papas Inocêncio III e Honório III.
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S. Bento ia recebendo doações várias e ganhando maior prestígio no seio da comunidade tirsense, vindo a ser reformado nos finais do século XI. Contudo, das edificações anteriores ao século XIV nada subsiste, com exceção de algumas lápides do século XII.
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Em 15 de Outubro de 1385, e em 6, 7, 8 de Agosto de 1409 o mosteiro recebe a visita de D. João I.
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Ao mosteiro pertenceram as terras do couto até ao século XIX, quando se deu a expropriação dos bens das ordens religiosas em 1834.
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Em 11 de Maio desse ano, 46 dias após a retirada dos monges de S. Bento, toma posse a Comissão Municipal interina do futuro concelho de Santo Tirso, a qual ficaria sediada num dos edifícios do mosteiro.
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O mosteiro está classificado como Monumento Nacional desde 1982, apesar da primeira classificação ter sido em 1910. Em 1951, o MC limitou a limitaçaõ ao claustro.
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Em 1982 a classificação estendeu-se ao conjunto formado pela “igreja do Mosteiro de São Bento, convento e respectiva cerca e cruzeiro processional em frente daquela”
Fonte: http://www.igespar.pt
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A Câmara Municipal de Santo Tirso apresentou a intenção de candidatar, até final de Setembro, o Mosteiro de Santo Tirso a Património Mundial da Humanidade.
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A actual igreja matriz foi construída em 1659 - 79, com projecto de Frei João Turriano, filho de um arquitecto milanês, Leonardo Turriano, monge de S. Bento, engenheiro-mor do Reino e lente de Matemática na Universidade de Coimbra, autor de várias intervenções arquitectónicas realizadas noutros espaços religiosos. Possuí planta de cruz latina e é de uma só nave.
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A fachada possuí três nichos em que estão alojadas as esculturas de Santo Tirso ao centro, ladeado por S. Bento e Santa Escolástica. No tímpano encontra-se inscrita a data de 1679 que, hipoteticamente, representa o termo da construção da igreja.
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A volumetria atual da igreja é obra da segunda metade do século XVII, enquanto a zona do mosteiro foi edificada no último quartel de Setecentos, de acordo com a estética rocaille.
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Rocaille
Designação relacionada com a decoração de gosto rococó surgida em França nos últimos anos do reinado de Luís XIV (1643-1715) e principalmente na regência (1715-1723) do duque de Orleães, Filipe, na menoridade de Luís XV (1715-1774), com o qual adquire maior expressão artística e voga por toda a Europa, embora decaia um pouco na sua parte final e desapareça mesmo com Luís XVI.
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Rocaille
Também se lhe chama Luís XV ou Regência, de acordo com a época - ou sua estilização subsequente -, ou até mesmo Pompadour, a partir do nome de uma célebre dama francesa que terá congregado à sua volta artistas e sábios, para além de influir no governo do país, muito contribuindo para difundir o gosto rocaille, aristocratizando-o até.
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Durante a segunda invasão francesa, uma parte dos tesouros conventuais foram roubados. A espoliação de livros e alfaias de culto prosseguiu com a extinção das Ordens religiosas em 1834 e o consequente abandono do mosteiro pela congregação beneditina.
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A cerca e várias dependências conventuais seriam vendidas pelo Estado, sendo estas adquiridas em 1882 pelo conde de S. Bento. Contudo, nos inícios do século XX, um incêndio destruiu parte desta ala do cenóbio (ala destinada a habitação da comunidade religiosa), restaurada posteriormente por familiares desta figura da nobreza local.
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O arquiteto da Igreja de S. Bento foi frei João Torriano, engenheiro-mor do Reino no tempo de D. João IV, filho de Leonardo Torriano, anterior titular deste cargo régio. O projeto inicial de João Torriano foi alterado e simplificado, possivelmente por questões económicas, tendo as obras começado em 1659.
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A austera fachada da igreja apresenta-se dividida em três corpos, sobressaindo na parte superior as duas torres sineiras, recuadas e cobertas por coruchéus triangulares azulejados. O andar térreo é formado por galilé de três arcos de volta perfeita, sendo os panos da fachada ritmados por grandes pilastras (Pilar de quatro faces fixo ou aderente à parede por uma delas.).
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No alinhamento dos arcos estão três nichos com estátuas de santos, sobrepujados por igual número de janelas retangulares. Forte cornija, flanqueada por plintos com pináculos, sustenta um anguloso frontão com o tímpano preenchido por janela semicircular tripartida.
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O perfil da fachada prolonga-se numa das faces por linhas descendentes contracurvadas.
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Contíguo à igreja desenvolve-se o convento de harmoniosas linhas rocaille, marcando a extensa fachada janelas de belo recorte barroquizante. Destaca-se ainda a denominada Porta Branca, movimentada composição do barroco final possuindo desenvolvido entablamento contracurvado, com o escudo da Ordem de S. Bento ao centro, assente em colunas erguidas sobre pedestais.
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Com uma planta em cruz latina, o interior do templo é marcado por uma atmosfera rica e surpreendente, que lhe é conferida pelo excelente trabalho de talha rocaille. A sua ampla nave é coberta por abóbada de berço e ornamentada por estuques. Uma grade de ferro, realizada por frei José de Sto. António Vilaça cerca de 1780, separa a nave do transepto, estando reservado este espaço e o da capela-mor aos monges beneditinos.
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Com uma planta em cruz latina, o interior do templo é marcado por uma atmosfera rica e surpreendente, que lhe é conferida pelo excelente trabalho de talha rocaille. A sua ampla nave é coberta por abóbada de berço e ornamentada por estuques. Uma grade de ferro, realizada por frei José de Sto. António Vilaça cerca de 1780, separa a nave do transepto, estando reservado este espaço e o da capela-mor aos monges beneditinos.
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Os altares laterais da nave são cobertos por estruturas de talha rocaille, de autoria de frei José Vilaça, engrandecidas pelas movimentadas esculturas barrocas, em madeira estofada e pintada, atribuídas a frei Cipriano da Cruz, para além de uma Sagrada Família setecentista e de uma escultura da Virgem com o Menino, obra do século XVI.
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Os ondulantes púlpitos são, igualmente, obra de frei José Vilaça e datados do último quartel do século XVIII, apresentando cobertura de elaborados dosséis rematados pelas figuras de S. Miguel, no lado do Evangelho, e da Caridade, no lado oposto da Epístola.
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Frei José Vilaça deixaria a sua marca superior em composições de talha do último quartel do século XVIIII, como são os casos das belas sanefas das janelas, em vários altares e no magnífico cadeiral do coro, decorado com relevos entalhados contando a vida de S. Bento.
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A par destas elaboradas estruturas de talha, acresce o valor superior da escultura seiscentista de frei Cipriano da Cruz, enriquecendo a soberba talha do barroco nacional seiscentista dos altares do transepto. Bela e elaborada composição de barroca talha dourada é o movimentado retábulo-mor, de Estilo Nacional dos finais do século XVII, sublinhado pela qualidade plástica das imagens de S. Bento e de Santa Escolástica.
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Das várias dependências conventuais, o destaque vai para a capela monástica com o seu revestimento de azulejos seiscentistas alusivos à vida de Cristo, bem como as galerias seiscentistas do seu pátio, de arcos de volta perfeita assentes em robustas colunas da ordem toscana.
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Testemunho das remodelações medievais é o harmonioso claustro trecentista, com a sua galeria de arcos ogivais assentes em conjuntos de colunas duplas com capitéis preenchidos por arcaizantes composições escultóricas de motivos zoomórficos, vegetalistas e de figuração humana.
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Num dos ângulos das galerias do claustro ainda é visível uma escultura gótica da Virgem com o Menino. No centro do claustro ergue-se uma esbelta fonte com tanque de linhas polilobadas, obra executada em granito e datada de 1649
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Corre sobre a galeria gótica um andar superior, construção setecentista que serviu como residência paroquial e que, atualmente, guarda algumas das melhores obras de arte deste mosteiro de Santo Tirso.
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