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Grupos Terapêuticos Estratégia não medicamentosa, complementar ao tratamento das pessoas com doenças crônicas

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Page 1: Joana_Grupos_terapeuticos

Grupos TerapêuticosEstratégia não medicamentosa,

complementar ao tratamento das pessoas com doenças crônicas

Page 2: Joana_Grupos_terapeuticos

Objetivo

Compreender a proposta dos grupos de cuidado e apreender conceitos norteadores desta intervenção.

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Como podemos definir Grupo de Educação em Saúde e Grupo Terapêutico?

Voltando alguns passos na definição de Grupos Terapêuticos...

O que se entende por Grupo?

-conjunto de pessoas (BALLARIN, 2003).-conjunto de pessoas com características comuns o que faz com que elas se identifiquem uma com as outras (MAXIMINO, 2001) .-IMPORTANTE: Além das características em comum, como os pensamentos e atitudes, os integrantes de um grupo apresentam certo grau de confiança e afeto entre si e compartilham de uma proposta que só pode ser atingida através da interação e trabalho conjunto (MOSEY , 1970 e 1974 Apud MAXIMINO 2001).-Os grupos podem ser classificados como:

1. SOCIAL OU DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOCIAL OU DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE 2. 2. TERAPÊUTICOTERAPÊUTICO

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Como podemos definir Grupo De Educação em Saúde e Grupo Terapêutico?

(...) Nossas diferenças nos fazem partes constituintes de um todo, que, por sua vez, nos afeta diretamente. (...) não há como negligenciar a realidade grupal de nossa existência.Queiramos ou não somos produto de grupos e, ao mesmo tempo, produzimos e damos consistência aos nossos grupos.

(CHACRA, sd)

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Como podemos definir Grupo de Educação em Saúde e Grupo Terapêutico?

Contrapondo os subtipos de Grupos...

O grupo terapêutico difere do grupo social devido a(o):-seu objetivoobjetivo -- que é o tratamento dos integrantes do grupo

-presença do terapeuta/profissional da terapeuta/profissional da saúdesaúde -- há um condutor/mediador da proposta de tratamento e da interação entre os participantes; ele também responde pela articulação dos participantes com os demais membros das equipes de saúde.

(GRIMBERG et al, 1976, apud BALLARIN, 2003)

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Como podemos definir Grupo de Educação em Saúde e Grupo Terapêutico?

O Grupo Terapêutico...

Dentre os modelos de Grupo Terapêuticos mais presentes no cotidiano das unidades de saúde está o GRUPO DE ADESÃO AO GRUPO DE ADESÃO AO TRATAMENTOTRATAMENTO.

Trata-se de um grupo homogêneo quanto à condição de saúde dos frequentadores, aberto com relação a sua entrada e multidisciplinar no que diz respeito à coordenação, feitos pelos profissionais de saúde.

Ele possui caráter informativo, reflexivo e de suporte, e sua finalidade é identificar dificuldades, discutir possibilidades e encontrar soluções adequadas para problemáticas individuais e/ou grupais que estejam dificultando a adesão ao tratamento.

(Silveira e Ribeiro, 2005)

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Como podemos definir Grupo De Educação em Saúde e Grupo Terapêutico?

Ainda sobre o Grupo de Adesão Ao Tratamento ...

(...) Trata-se, portanto, de um trabalho que mescla apoio e apoio e aprendizagemaprendizagem, uma prática de saúde que une o cuidar e o pensar, buscando transformar os pacientespacientes de “receptores passivos dos cuidados em saúde” em co-autoresco-autores dos resultados, procurando fazer com que os utilizem, que ‘se encarreguem’ de suas potencialidades como seres humanos.

(Bleger, 1998 Apud Silveira e Ribeiro, 2005 p. 95)

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Opa!Surgiu uma Dúvida!

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Existem outras possibilidades de grupo?

Sim. Como citamos, a proposta anterior é uma das formas mais frequentes, mas podemos ter grupos heterogêneos (aberto a todos os usuários, independente da condição de saúde) os quais podem ser uni ou multiprofissional.

Geralmente estes grupos são os de Promoção à Saúde, propriamente dito, e pode destinar-se à Convivência ou à Práticas de Artesanato e Atividade Física, por exemplo.

Apesar da menor implementação de propostas como estas, a potencialidade desta ação é enorme no que diz respeito ao auto-cuidado e empoderamento dos usuários. E ainda fortalece a vinculação destes com a equipe de saúde favorecendo a lógica de cuidado proposta pela Atenção Básica.

Vale a pena investir nesta idéia!

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O que fundamenta o trabalho de educação em saúde?

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O conceito ampliado de saúde agrega ao processo saúde-doença o aspecto social do indivíduo e de sua coletividade.

Dessa forma, fica evidente a correlação deste processo com a:1.Subjetividade dos sujeitos:- percepções, crenças e valores2.Sua forma inserção social, que abrange:- formas de vida, trabalho e saúde.

PORTANTOAssumir o processo saúde-doença como socialmente determinado implica reconhecer os parâmetros que interferem na vida dos sujeitos e compreender a forma como ele lida com sua condição de saúde.

Entendendo o “porquê” dos grupos de educação em saúde: suas concepções teóricas.

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Os grupos Terapêuticos têm como premissa a não efetividade da ação exclusivamente bio-patológica e medicamentosa no tratamento das doenças crônicas.

Preconiza-se que os grupos estejam vinculados e pautados a uma proposta educacional de transformação social.

AS INTERVENÇÕES EM GRUPO tem como intuito a compreensão das reais necessidades de saúde da população, dos perfis de (re)produção social. Auxiliam no entendimento da inserção social, a assimilação das distintas condições de vida e das potencialidades de adoecimento e saúde. Permitem também atuar sobre a ampliação da consciência crítica dos grupos sociais e com os seus potenciais de fortalecimento/desgastes a que se expõem em suas formas de trabalhar e viver.

(Toledo et al, 2007 - P. 234)

Um pouco mais sobre as concepções teóricas dos Grupos de Educação em Saúde e dos Grupos Terapêuticos.

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SOBRE A RELAÇÃO COM O PACIENTE NO GRUPO, É IMPORTANTE LEMBRAR QUE:

O usuário deve ser reconhecido como sujeito portador sujeito portador de um saberde um saber sobre o processo saúde-doença-cuidado, capaz de estabelecer uma interlocução dialógica com o serviço de saúde e de desenvolver uma análise crítica sobre a realidade e o aperfeiçoamento das estratégias de luta e enfrentamento.

ALGUMAS PREMISSAS FUNDAMENTAIS PARA UMA IMPLANTAÇÃO EXITOSA DE GRUPOS TERAPÊUTICOS

1. O primeiro requisito é ACREDITAR EM GRUPOS E EM SEU POTENCIAL DEMOCRÁTICO DE TRANSFORMAÇÃO E DE CONSTITUIÇÃO NO TEMPO E NO ESPAÇO. 2. ACOLHIMENTO E/OU IDENTIFICAÇÃO CUIDADOSA DAS DEMANDAS3. CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO: personalizado e esclarecer quais as atividades propostas para os encontros iniciais.

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4. COORDENAÇÃO DE GRUPO democrática mediante uma figura que tenha habilidade para ser facilitadora do trabalho coletivo e que, ao mesmo tempo, seja reconhecida como a autoridade coordenadora. 5. CONTRATO DE TRABALHO GRUPAL que inclui normas fundamentais para a existência grupal. As principais são: - local de encontro, dia, horário e duração de cada encontro e do programa proposto; critérios de inclusão de novos participantes do grupo; e, abertura para novas premissas do contrato e possibilidade permanente de (re)contratualização. 6. CUIDADO AVALIATIVO CONSTANTE, no sentido de se promover reflexão sobre a necessidade de regulação do processo, apontamentos de deficiências, redefinição de papéis, etc.7. TRABALHO VIVO E CRIATIVO, pleno de potência transformadora da realidade, não admitindo qualquer forma de preconceito, desqualificação, submissão, arrogância e subordinação do interesse público e coletivo a interesses particulares e individuais.

SOBRE A RELAÇÃO COM O PACIENTE NO GRUPO, É IMPORTANTE LEMBRAR QUE:

O usuário deve ser reconhecido como sujeito portador sujeito portador de um saberde um saber sobre o processo saúde-doença-cuidado, capaz de estabelecer uma interlocução dialógica com o serviço de saúde e de desenvolver uma análise crítica sobre a realidade e o aperfeiçoamento das estratégias de luta e enfrentamento.

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SOBRE A RELAÇÃO COM O PACIENTE NO GRUPO, É IMPORTANTE LEMBRAR QUE:

O usuário deve ser reconhecido como sujeito portador sujeito portador de um saberde um saber sobre o processo saúde-doença-cuidado, capaz de estabelecer uma interlocução dialógica com o serviço de saúde e de desenvolver uma análise crítica sobre a realidade e o aperfeiçoamento das estratégias de luta e enfrentamento.

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Ilustrando

a

proposta

dos

Grupos Terapêuticos

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IndivíduoProcesso de Saúde-Doença

QueixasEstado bio-patológicoDemanda referida

Intervenção baseada nos parâmetros bio-patológicos e demanda referida

Contexto e campo de ação das intervenções uniprofissionais do tipo consulta

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Indivíduo

Acesso as subjetividades e formas de inserção social

Processo de Saúde-Doença

QueixasEstado bio-patológicoDemanda referida

Intervenção baseada nos parâmetros bio-patológicos e demanda referida

Contexto e campo de ação das intervenções em grupo terapêuticos

Necessidade percebida pelo profissional

Instrumentalização com ganho de autonomia pelo paciente

Clinica

Amplia

da

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Alguns dados interessantes que nos ajudam a compreender a inserção e consolidação dos Grupos Terapêuticos na saúde...

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Você sabia? (...)

A ESF propõe que as equipes desenvolvam atividades educativas, que posam interferir no processo de saúde-doença da população e na busca de autonomia e de qualidade de vida pelos usuários.

TOLEDO et al, 2007

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Qual a justificativa para a adoção da proposta de Grupos Terapêuticos no tratamento das pessoas com doenças crônicas?

• Para melhor compreender o fenômeno saúde-doença, especialmente em relação às pessoas com doenças crônicas, torna-se fundamental a modificação dos paradigmas biomédicos e a introjeção de novos conceitos sobre o processo saúde-doença.

• Esta dinâmica facilita o entendimento das reais causas e determinantes do problema relacionados às doenças crônicas, bem como a adequação dos serviços às necessidades da população e não o oposto!

• Para tanto, torna-se inevitável conhecer os indivíduos para os quais se destinam as ações de saúde, incluindo suas crenças, hábitos e papéis e as condições objetivas em que vivem buscando envolvê-los, o que se contrapõe à imposição, nas ações.

• As intervenções que asseguram tais prerrogativas são aquelas que dizem respeito aos Grupos Terapêuticos.

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Essa história de grupos existe

mesmo? Mas isso é previstos em

alguma diretriz?

Sim! Isto é previsto e incentivado em diversos documentos. Um deles é o Caderno 39 que diz respeito ao NASF. Na proposição da agenda destes profissionais, esta diretriz traz como indicativo os Grupos.A seguir ilustramos com os tópicos atividades que podem compor a agenda dos profissionais do NASF

Reunião de matriciamento Reuniões entre a equipe do Nasf Atendimento individual compartilhado e

específico Atendimento domiciliar compartilhado e

específico Atividade coletiva compartilhada e

específica Elaboração de materiais de apoio, rotinas, protocolos e outras ações de educação permanente

BRASIL, 2014. p.49-51

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Sim! Isto é previsto e incentivado em diversos documentos. Um deles é o Caderno 39 que diz respeito ao NASF. Na proposição da agenda destes profissionais, esta diretriz traz como indicativo os Grupos.A seguir ilustramos com os tópicos atividades que podem compor a agenda dos profissionais do NASF

Reunião de matriciamento Reuniões entre a equipe do Nasf Atendimento individual compartilhado e

específico Atendimento domiciliar compartilhado e

específico Atividade coletiva compartilhada e

específica Elaboração de materiais de apoio, rotinas, protocolos e outras ações de educação permanente

BRASIL, 2014. p.49-51

UMA OUTRA PASSAGEM DO CAB Nº 39 A RESPEITO DO TEMA:

“As práticas grupais constituem importante recurso no cuidado aos usuários da Atenção Básica.É possível identificar diversas modalidades de grupos, tais como: grupos abertos de acolhimento, grupos temáticos relacionados a determinadas patologias (hipertensão, obesidade, diabetes), oficinas temáticas (geração de renda, artesanato), grupos de medicação, grupos terapêuticos etc.”(BRASIL, 2014. p. 63)

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Quais os grupos da sua unidade?

Você participa de algum grupo?

Você considera a proposta dos grupos da sua uma proposta coerente como as diretrizes da Atenção Básica?

Você e sua equipe de saúde notam diferença entre os pacientes que frequentam os grupos terapêuticos em relação aos demais pacientes?

Os participantes tem espaço para opinar nos grupos?

Qual foi a última vez que vocês avaliaram o conteúdo do grupo proposto pela sua equipe de saúde?

Que tal discutir isto na sua próxima reunião de equipe?

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Referências Bibliográficas•BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção

Básica. Núcleo de Apoio à Saúde da Família: Ferramentas para a gestão e para o trabalho cotidiano. Brasília: Ministério da Saúde, 2014 (Cadernos de Atenção Básica, n. 39).•BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.

Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Política de educação e desenvolvimento para o SUS: caminhos para a educação permanente em saúde: pólos de educação permanente em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 68 p.)•BRASIL. Política Nacional de Atenção Básica – PNAB; Portaria n. 2.488, de 21 de outubro de

2011. Disponível em: http://brasilsus.com.br/legislacoes/gm/1101542488.html?q=aten%C3%A7%C3%A3o+b%C3%A1sica•CHACRA, FC. Grupo e grupalidade no trabalho em Saúde: reflexões para uma prática

comunitária, afetiva e democrática. SD. Disponível em: http://ebookbrowse.com/grupo-e-grupalidade-no-trabalho-em-saude-pdf-d160619751•OLIVEIRA, NF. ET AL. Fatores terapêuticos em grupos de diabéticos. Rev Esc Enferm USP.

2009. 43(3).558-65.•SILVEIRA, L. M. C.; RIBEIRO, V. M. B. Compliance with treatment groups: a teaching and

learning arena for healthcare professionals and patients, Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.16, p.91-104, set.2004/fev.2005.•TOLEDO MM, RODRIGUES SC, CHIESA AM. Educação em saúde no enfrentamento da

hipertensão arterial: uma nova ótica para um velho problema. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2007 Abr-Jun; 16(2): 233-8.

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