Transcript
Page 1: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

" — V E N I D , M O C H A C H O S , Y VERÉIS E L ASNO D E S A N C H O P A N Z A . . . "

" [ . . . ]ho considerato che la materia asi­nate, essendo infinita, mi è rimasta alcuna cosa de la qual possa parlarvi ancor io come a cosa nova".

GIOVAN BATTISTA PINO, Ragionamento sovra del asino, 1551-1552.

" [ . . . ]io no intendo vera— e seriosamen-te lodar l'asino e l'asinitade, ma più tosto pro­curo di aggionger oglio a quella lucerna la qua­le è stata da gli altri accesa".

GIORDANO BRUNO, Cabala del cavallo pegaseo, 1585.

A l a m p a r o de las dos autor idades citadas en epígrafe, y de la t u ­p i d a tradición que los respalda y les sucede, me atrevo a e n t r a r en t e m a no poco arriesgado p o r más de u n m o t i v o que dejo a la fácil intuición del lector , al cual p ido benevolencia ante este p r o ­bable desacierto. G r a n d e fue, al c o n t r a r i o , el acierto de q u i e n e l i ­g ió y perfiló la cabalgadura del escudero, como fervorosamente quiso subrayar hace más de u n siglo u n o de los tantos a d m i r a d o ­res del cuadrúpedo que nos ocupará y de la novela en la que se m u e v e , el l i t e ra to y p a t r i o t a Francesco D o m e n i c o G u e r r a z z i :

Michele Cervantes Saavedra, lepido romanziere quanto prode sol­dato d i Spagna, studiando assegnare a Sancio Pancia, vera perla degli scudieri fedeli, una cavalcatura degna d i l u i sia nella lealtà, sia nel giudizio, poiché si ebbe guardato u n pezzo dintorno, non seppe eleggere Bestia che per ogni rispetto gli si adattasse meglio dell 'Asino; e i l savio Ibero d i così onesti (e se non mei vietasse modes­t ia , d ire i santi) costumi, d i così saggia ed illibata vita si piace pre-

\rr>Z?tv V V V \ ; T T T /mnm <~, o 007 onn

Page 2: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

888 G I U S E P P E D I S T E F A N O NRFH, X X X V I I I

sentarmi fornito ai lettor i , che questi pendono tuttora incerti a dis­tinguere, quali dei tre eroi celebrati da l u i egli intendesse onorare maggiormente o D o n Chisotto o Sancio Pancia o l 'As ino 1 .

A l g o exagera G u e r r a z z i , a u n q u e le excuse el haber puesto el e logio d i rec tamente en boca de u n e jemplar de la especie in tere ­sada. Pero es v e r d a d que n u n c a al ruc i o de Sancho le h a n faltado bocas y p l u m a s h u m a n a s dispuestas a te jer sus elogios e inc luso a a p u n t a r a su alrededor a lguna n o t a de crítica y erudición, c o m ­p a r t i d a casi s iempre con R o c i n a n t e , al cual le v i n c u l a b a celebra­d a f r a t e r n a l a m i s t a d , garantía c o n t r a la e n v i d i a . E n años rec ien­tes ambos h a n sostenido ga l lardamente el escudriño y el peso de u n a tesis doctoral , que ha investigado su " r a z a , capa, alzada, edad, sexual idad , condic ión, t i p o f u n c i o n a l , marchas , defectos o tachas, utilización y v a l o r a c i ó n " , hasta de l inear u n a " p o s i b l e biografía de cada u n o de los semovientes " y sus "respect ivas e t o p e y a s " 2 . Es evidente que p o r esta ladera ya no queda espacio para i n q u i r i r y p r o f u n d i z a r más. M í n i m o parece el lugar todavía disponible por la ladera crítico-descriptiva de actitudes y papeles de estos dos per­sonajes en función de los amos y de sus desventuras y venturas d e n t r o de l a invención novelesca. Es c ierto que en el casi cons­tante e m p a r e j a m i e n t o sale favorec ida la cabalgadura del " s e ñ o r de la h i s t o r i a " , m i e n t r a s a la de su escudero la atención parece dedicada más b i e n p o r u n gusto de simetría y p o r impulsos de simpatía, desde luego sinceros pero que no ocul tan del todo el con­v e n c i m i e n t o de que , en el f ondo , el anónimo r u c i o es poco más que u n paciente corpezuelo s in asperezas que ofrecer a las garras de l a exégesis. E n t r e las típicas ligerezas de la crítica, no será ésta la que pueda merecer la p a l m a del escándalo; pero cualquier buen lec tor de la nove la ce rvant ina y a d m i r a d o r incluso modesto del j u m e n t o de Sancho no puede permanecer ind i ferente ante el m a ­ni f iesto agrav io que a t a l c r i t a t u r a •—y al " p a d r a s t r o " — se le h a ­ce cuando se a f i r m a que " n o presenta problemas n i c ontras tes " , y esto en u n cuidadoso ensayo monográ f i co 3 .

1 F . D . G U E R R A Z Z I , L'asino. Sogno, i n t r o d . e note d i Z i n o Z i n i , U T E T , T o r i n o , 1928, t. 2, p. 35 .

2 L a m e n t o no h a b e r podido c o n s u l t a r esta tesis, que se h a p u b l i c a d o : Las cabalgaduras de Don Quijote y de Sancho, H e r a l d o de Z a m o r a , Z a m o r a , 1976. D e e l la d a n o t i c i a y s u m a r i o el autor , el doctor veter inar io J U S T I N O P O L L O S H E ­R R E R A , " R o c i n a n t e y el ruc io e n el Quijote de A v e l l a n e d a " , CICer, 837 -855 .

3 M O N T S E R R A T O R D Ó Ñ E Z V I L L A , " R o c i n a n t e y el asno, personajes c e r v a n ­t i n o s " , Razón y Fábula, Bogotá, 1968, núm. 8, 57 -65 , esp. p. 62 .

Page 3: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

NRFH, X X X V I I I — V E N I D , M O C H A C H O S , 889

Respetando el t e m p e r a m e n t o pacífico de nuestro sujeto, ene­m i g o de arrancadas , emprenderemos con él y en el teatro de sus empresas u n re cor r ido que será demorado y paciente como al as­n a l c ompañero conviene , y como él, quizás, u n tanto d ivagante .

Reconozcamos que el p a n o r a m a que la P r i m e r a parte del Qui­jote presenta a nuestro p a r t i c u l a r p u n t o de observación j u s t i f i c a en p leno el parecer de la monograf ía antes c i tada. L a situación de m a y o r envergadura que el asno pro tagon iza , el famoso r o b o , cae exc lus ivamente d e n t r o de la problemática de la compos ic ión , inc luso tipográfica, de la n o v e l a 4 . Los dos segmentos a ella r e l a ­t i v o s , saltados y recuperados o añadidos, glosan con gracia u n a serie de lugares comunes del m o t i v o de la entrañable unión del v i l l a n o con su asno, según u n a fraseología y u n énfasis cómicos de cortos vuelos . Si no queremos resignarnos a lo insustancia l de tales segmentos, sólo de u n par de sus frases podríamos e x p r i m i r algún j u g o , e i n c i e r t o , re lac ionado con o t r a clase de tópicos asna­les y antivi l lanescos de larga tradición. A l apelar Sancho al asno " h i j o de m i s entrañas" , perc ib imos u n a resonancia de la i n j u r i o ­sa atribución al v i l l ano de la m i s m a sustancia y naturaleza del b u ­r r o , hi jos ambos de la t i e r r a y el u n o del o t ro . E l p i r o p o " r e g a l o de m i m u j e r " , dicho sea con perdón de la castísima señora de P a n ­za y de todos (?) los lectores del Quijote, podría ser menos inocen­te de lo que parece: solía exaltarse la v i r i l i d a d pa lad ina del asno, s ímbolo de f e cund idad grato a v i l lanas y señoras en más de u n a p ieza cómica ; y sería t entador sacar a colación el empeño de la Duquesa : "quédese a m i cargo el regalo del r u c i o " ( I I , 33, p. 303), sabiendo cuan sutiles e imprev is ib les son las vías cervantinas de l a ambigüedad y de la m a l i c i a . Pero nos ataja este m a l sendero Sancho en persona con u n " m i r e g a l o " , re fer ido al asno u n a vez

4 R e m i t o so lamente a D A N I E L E I S E N B E R G , " E l r u c i o de S a n c h o y la fecha de composición de l a s e g u n d a parte de Don Quijote", NRFH, 2 5 ( 1 9 7 6 ) , 9 4 -1 0 2 ; y l a ed . de V I C E N T E G A O S de Don Quijote de la Mancha, G r e d o s , M a d r i d , 1 9 8 7 , t. 3 , pp . 2 1 8 - 2 2 7 , donde se e x p r e s a n y discuten n u m e r o s a s dudas pero n o se r e c h a z a del todo l a opinión m a y o r i t a r i a que aboga por l a a u t e n t i c i d a d , y a que " c o n C e r v a n t e s n u n c a se puede estar seguro de n a d a " (p . 2 2 7 ) , que sería b u e n l e m a p a r a v a r i o s de estos apuntes míos. M e adhiero al parecer de l a mayoría. M i s citas del Quijote r e m i t e n a l a ed . de L u i s A . M U R I L L O , C a s t a ­l i a , M a d r i d , 1 9 8 7 , 2 ts. Algún punto de los tocados aquí lo he rozado , dentro de otros contextos , e n : " L a n o b i l d o n n a e le dilettevoli trasgressioni dello s c u ­d i e r o : S a n c h o P a n z a a l la corte dei D u c h i ' ' , I codici della trasgressività in area ispa­nica, V e r o n a , 1 9 8 0 , p p . 5 3 - 6 2 ; " P a n i c o e r i v a l s a : S a n c h o P a n z a n e l l ' a v v e n t u ­r a delle gualchuere {Quijote, I , 2 0 ) " , HFM, 1 5 3 - 1 7 0 .

Page 4: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

890 G I U S E P P E D I S T E F A N O NRFH, X X X V I I I

m á s , que es ajeno a cua lqu ier insinuación, e informándonos que a su ruc i o " n o le tocaban las generales de e n a m o r a d o " ( I , 25, p . 308) . C o n f i r m a lo descaminados que estábamos la docta tesis d o c t o r a l antes c i tada , en la que se da como m u y verosímil u n a condic ión de castrado de nuestro i m p e r t u r b a b l e semoviente 5 . Por lo t a n t o l a intrascendencia de sus apariciones en la P r i m e r a parte n o presenta fisuras. Sancho " d o q u i e r a que vía asnos se le i b a n los ojos y el a l m a " ( I , 30, p . 380 n . ) y Teresa p ide notic ias de la sa lud del asno antes que de la de su esposo cuando los dos " h é ­r o e s " regresan ( I , 52, p . 602): teniendo como lema estas dos a p u n ­taciones, todo el t r a t a m i e n t o del m o t i v o asnal en el p r i m e r Quijote cae ba jo el signo de la más o b v i a y t r i l l a d a tradición de este as­pecto del t e m a vil lanesco teatra l y n a r r a t i v o .

S i n embargo , el fuego v i t a l que rescata al dinámico personaje Sancho del más b i e n estático t i p o t r a d i c i o n a l en que h u n d e sus raíces, suelta u n a chispa que toca al r u c i o , o m e j o r d i cho a la re ­lación que une al asno con su a m o , l a cual p a r t i c i p a de algunos reflejos de aque l proceso de maduración y a f inamiento que dis ­t i n g u e al escudero en sus actitudes hacia el m u n d o exter ior y so­b r e t odo hacia su p r o p i a persona y natura leza . E l tópico de la as-n o f i l i a v i l lanesca, conf iado en general a manifestaciones bastante r a m p l o n a s y asistemáticas, es objeto a lo largo de nuestra novela t a n t o de u n a h o n d a m i e n t o y u n a depuración en sus mot ivac iones afectivas como de u n e n r i q u e c i m i e n t o de su substrato c u l t u r a l y folklórico. E n este segundo aspecto probablemente sin que el autor t u v i e r a s iempre plena conciencia de el lo .

E l asno e n t r a en escena impuesto p o r l a necesidad (y por los proverb ios , dirían los anotadores: " A l l á va Sancho con su r o c í n " , e tc . ) , siendo la única cabalgadura d isponib le p a r a Sancho en el m o m e n t o , pero destinado p o r D o n Q u i j o t e a u n a i n m e d i a t a sus­titución con el p r i m e r caballo conquistado al p r i m e r adversario ( I , 7, p . 126). Sancho no mani f ies ta opinión c o n t r a r i a y , cuando ve l legada la ocasión del cambio con la derrota del barbero , se sor­prende y protesta p o r l a prohibición de D o n Q u i j o t e ; en el f ondo , se t r a t a b a de " t r o c a r u n asno p o r o t r o " , como el m i s m o Sancho debe a d m i t i r ( I , 2 1 , p p . 256-257) . Pero de ahora en adelante no se volverá y a a c ontemplar la eventua l idad de u n a separación del r u c i o que no sea la forzada a consecuencia de su robo . Ese sor­prendente y d o l o r i d o evento parece revelar a Sancho no sólo lo i m p r e s c i n d i b l e que era el a u x i l i o m a t e r i a l prestado por el a n i m a l ,

5 J U S T I N O P O L L O S H E R R E R A , art . c i t . , p. 844.

Page 5: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

NRFH, X X X V I I I — V E N I D , M U C H A C H O S , 891

sino también el firme l u g a r que en sus afectos ocupa su r u c i o . Es­t a s i n g u l a r i d a d y su gratificación p a r a el escudero se v a n c o n s t r u ­y e n d o en la P r i m e r a par te ; le toca a la Segunda explayar su apo­teosis. L a cua l se estrena con la r o t u n d a afirmación de Sancho q u e su ruc i o " v a l e dos veces más que el c a b a l l o " de D o n Q u i j o t e c on " c u a t r o fanegas de cebada e n c i m a " ( I I , 13, p . 129); v a l o r a ­c ión que no andaba del todo descabellada, como quizás la sucesi­v a , cuando es n a d a menos que " e l rocín del señor L a n z a r o t e " el i n d i g n o de sus t i tu i r al ruc i o ( I I , 3 1 , p . 275) . Su compañía sa­tisface tanto a l escudero que no cambiaría su condición n i con la d e l más poderoso señor de los infieles, el G r a n T u r c o ( I I , 36 , p . 322) , n i con la del más representat ivo señor de los cr ist ianos, el E m p e r a d o r de A l e m a n a ( I I , 44 , p . 368) . L a grotesca fe l i c idad de l v i l l a n o con su a n i m a l , de l v i l l a n o - a n i m a l , condensa en las h i ­pérboles u n e lementa l " m e n o s p r e c i o de c o r t e " ( t e m p r a n o aviso h u b o d u r a n t e la cena con los pastores: I , 1 1 , p . 154) y u n no m e ­nos b u r d o regodeo de autorrealización, recursos ambos de u n a c o m i c i d a d super f i c ia l . Pero en el contexto de nuestra novela el recurso sale de l a r u t i n a gracias a su función. Frente al b i e n e q u i ­p a d o escudero del Caba l lero del Bosque, Sancho pone reparo a su comple jo de i n f e r i o r i d a d de caballero asnal colocando su cua­drúpedo por e n c i m a del de su a m o 6 . E n el castillo de los duques y delante de doña Rodr íguez el escudero propone su m a n e r a par ­t i c u l a r de v i v i r u n mode lo y ensaya la consagración de su i d e n t i ­d a d a d q u i r i d a pretendiendo respeto hacia su cabalgadura ; y esto aparte de todos los humores paródicos y socarrones de nuestro sujeto y de su " p a d r a s t r o " . E l G r a n T u r c o es evocado en la reso-

6 A l m i s m o t iempo rescata al i n d i v i d u o rucio de l a tradic ional sujeción q u e l a especie a s n a l padece respecto a l a e q u i n a . E l r u c i o y R o c i n a n t e por su c u e n t a habían a n u l a d o y a l a m i l e n a r i a oposición entre las dos famil ias al calor de u n recíproco cariño, t a n e j e m p l a r frente a los rencil losos h u m a n o s que h a ­bía m e r e c i d o u n a definición más p r o p i a de relaciones entre personas : es l a fór­m u l a " b u e a m o r y compañía " que define lo que a l e g r a b a los corazones de los dos cuadrúpedos ( I , 2 1 , p. 2 5 7 ) , c o m o — p o r e j e m p l o — fue " m u c h o a m o r y b u e n a compañía " lo que unía a doña C a t a l i n a de S a l a z a r con su m a r i d o d o n M i g u e l , según d e c l a r a el la e n u n t e m p r a n o ( 1 6 1 0 ) testamento ( C R I S T Ó ­B A L P É R E Z P A S T O R , Documentos cervantinos hasta ahora inéditos, M a d r i d , 1 8 9 7 , t. 1, p. 1 6 1 ) . C o m o p r o p i a del " b a j o v u l g o " a n o t a tal fórmula F R A N C I S C O R O ­D R Í G U E Z M A R Í N en su e d . a Don Quijote, M a d r i d , 1 9 4 8 , t. 5 , p. 1 6 1 y t. 7 , p p . 9 6 - 9 7 . O t r a fórmula encarece irónicamente el vínculo entre S a n c h o y el a s n o : " a m i s t a d y b u e n a f e " ( I I , 3 4 , p. 3 0 6 ) ; y " e n b u e n a p a z y compañía" habían c o n s u m i d o su p r i m e r a c e n a j u n t o s el cabal lero y el escudero ( I , 1 0 , p. 1 5 3 ) .

Page 6: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

892 G I U S E P P E D I S T E F A N O NRFH, X X X V I I I

n a n t e e hiperbólica garantía que Sancho da por carta a Teresa de n o o lvidarse n u n c a del prec iado r u c i o . E n el E m p e r a d o r de A l e m a n a , en fin, se c i f ra u n m á x i m o de fastuosidad y poder , el m i s m o que — d e n t r o de su perspect iva e h i s t o r i a p e r s o n a l — San­cho piensa haber alcanzado en el m o m e n t o en que se encamina , rodeado de todas las señas de la a u t o r i d a d y de la magni f i cenc ia , hac ia su exaltante p r u e b a de gob ierno . E n los cuatro casos es superada la extremosidad gratu i ta de la cual se complace u n a m e n ­te p r i m i t i v a : l a hipérbole da énfasis a l a m o r p r o p i o ante u n " c o ­l e g a " en apar ienc ia más a f o r t u n a d o , a l gusto de ejercer u n dere­cho deparado p o r l a convención caballeresca, a l cariño que p r e ­v iene y se propone a n u l a r u n a segura preocupación de la m u j e r y a l entusiasmo p o r el sueño que se real iza . L o e lemental de las expresiones no es c a r i c a t u r a , o no quiere ser sólo car i ca tura ; m a ­ni f iesta recovecos íntimos del ánimo de Sancho y patent iza u n sis­t e m a lingüístico-conceptual típico de u n a c u l t u r a rústica, que no equiva le a dec ir r u d i m e n t a r i a .

L a i n t i m i d a d de Sancho con el ruc i o n u n c a responde a la v u l ­gar "asnif icación del v i l l a n o " — e n palabras de S a l o m o n — , co­r r i e n t e en el teatro anter ior y contemporáneo de Cervantes 7 , b ien conoc ida por él y de la que tantos recursos aprovecha. V e a m o s u n caso característico de adopción plena y de sucesiva m e r i d i a n a superación. " A s n o eres — l e g r i t a D o n Q u i j o t e a Sancho en u n o de los raros pero fuertes m o m e n t o s de i r a contra el escudero—, y asno has de ser, y en asno has de p a r a r cuando se te acabe el curso de la v i d a " ; definición y profecía que t i enen el consenti ­m i e n t o completo del interesado: " S e ñ o r mío —contesta en efecto S a n c h o — , yo confieso que p a r a ser del todo asno no me fa l ta más de l a cola; si vuestra merced quiere ponérmela, yo la daré por b i e n puesta, y le serviré como j u m e n t o todos los días que quedan de m i v i d a " ( I I , 28, p . 260) . L a "asn i f i cac i ón" no puede ser más explícita y r a d i c a l , hasta b r u t a l ; t odo lo c o n t r a r i o de la mal ic iosa a l u s i v i d a d del d u q u e , u n poco después: "descuide Sancho, que se le tratará [a l asno] como a su m i s m a p e r s o n a " ( I I , 3 1 , p . 276). M á s adelante la h i s t o r ia depara a nuestro escudero u n a c i rcuns­t a n c i a que p o r poco no da c u m p l i m i e n t o a l a profecía del a m o ,

7 N O E L S A L O M O N , Recherches sur le thème paysan dans la "comedia" au temps de Lope de Vega, Université de B o r d e a u x , B o r d e a u x , 1965, p. 12; C a s t a l i a , M a ­d r i d , 1985, p p . 25 -26 ; F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A , Fuentes literarias cer­vantinas, G r e d o s , M a d r i d , 1973, pp . 43 y 6 3 ; cf. también M A U R I C I O M O L H O , Cervantes: raices folklóricas, G r e d o s , M a d r i d , 1976, p. 237 .

Page 7: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

NRFH, X X X V I I I — V E N I D , M U C H A C H O S , 893

p o r c ierto no en cuanto a l a metamorfos is de Sancho sino por e n ­contrarse éste en condición m u y cercana a la conclusión del " c u r s o de su v i d a " y además en estrechísimo contacto con su r u c i o , casi u n solo cuerpo . Es cuando ambos caen " e n u n a h o n d a y escurísi-m a s i m a ' ' y l a desesperación l l eva a Sancho a i m a g i n a r la próxi ­m a m u e r t e suya y del asno y a ver ya sus huesos " m o n d o s , b l a n ­cos y r o í d o s " , mezclados los de la bestia con los del h o m b r e ; pero esa unión atestiguará después de la m u e r t e l a i n d i s o l u b i l i d a d de l a pare ja , y l a f a m a que de ella corre permitirá la identificación de los que f u e r o n cuerpos y seres v ivos . Los restos del ruc i o reco­brarán así u n a i d e n t i d a d para los de Sancho y los de Sancho se l a darán a los despojos del a n i m a l . L a u n i c i d a d de u n lazo y de u n cariño celebrará su t r i u n f o , considera Sancho entre lamentos ( I I , 55, p p . 454 ss.). Es probable que más de u n lector se haya c o n m o v i d o y siga conmoviéndose con Sancho ante ese lazo y ese car iño . I g u a l m e n t e probab le , o quizás más, es que otros lectores se h a y a n reído y sigan riéndose; y con el m i s m o derecho del que se enternece, porque en ambos efectos pensó seguramente el n a ­r r a d o r y puede que inc luso él m i s m o haya sentido ambos. A u n ­que conociendo de qué parte suele cojear el " s e g u n d o a u t o r " de l a h i s t o r i a , me i n c l i n o a p r e s u m i r que fuera más risa que t e r n u r a lo que él sintió e imaginó que sentirían los lectores. E i m a g i n a n ­do a su públ ico , como era su cos tumbre , p o r agudo que él s iem­pre f u e r a n o podía trasladarse m u c h o más allá de su época, c u a n ­do la risa frente al episodio y a las reflexiones a ludidas debía de teñirse inev i tab lemente con los colores fuertes del tópico a n t i v i ­l lanesco del hombre -best ia . ¿ Q u é figura podía representar m e j o r el machacado m o t i v o de la consubstancia l idad de labrador -asno-t i e r r a que ese pérfido cuadro de Sancho y su b u r r o tragados p o r l a campaña que absorberá sus humores y cuerpos, y de la con­templación del cúmulo de huesos cuya identificación favorecerá más a la bestia que al h u m a n o ? Procediendo hacia adelante en las páginas, y en el subsuelo, encontraremos conf irmaciones ; pe­r o a lguna podemos recuperarla dando u n paso atrás y precisamente en el p u n t o de la despedida de Barataría, allí donde ( I I , 53, p . 444) el c a m i n o hac ia É í l a v i d a p a s a d a " , o sea hacia la a u t e n t i c i d a d , se abre con el "beso de p a z " que Sancho da en la frente a su r u ­c io , al que había abandonado y o lv idado para m o n t a r " sobre u n m a c h o a l a j i n e t a " ( I I , 44, p . 368) , y quiere d i r ig i rse —ese c a m i n o — a las tareas de ' ' a r a r y cavar, podar y ensarmentar las v i ñ a s " : asno, t i e r r a y viña son los elementos gracias a los cuales el v i l l a n o piensa y puede " r e s u c i t a r de la m u e r t e presente " de

Page 8: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

894 G I U S E P P E D I S T E F A N O NRFH, X X X V I I I

u n a descabellada enajenación, recobrando su universo genuino y r e c o m p o n i e n d o así l a u n i d a d p r i m i g e n i a 8 . C a d a u n o de estos m o t i v o s es u n m u y gustado l u g a r c o m ú n ; no lo es su distribución y enlace, y el c o n j u n t o resulta fuertemente semantizado y suges­t i v a m e n t e simbólico.

U n a vez recompuesto el vínculo con el a n i m a l , la caída en la s i m a y la traumática experiencia en las entrañas de la t i e r r a c o m ­p l e t a n el reencuentro de Sancho consigo m i s m o , pero como algo más que u n a " p u r g a c i ó n necesaria y s imbó l i ca" — e n justas pa ­labras de Casa lduero 9 : es l a reintegración m a t e r i a l del l a b r a d o r -asno con u n a m a d r e que a esta centáurica c r i a t u r a se atribuía con sentidos y humores m u c h o menos benévolos que para los demás seres. Es también u n a " b a j a d a a los i n f i e r n o s " , según o t r a defi* nic ión de Casalduero , pero no p a r a cerrar l a a v e n t u r a de B a r a t a ­ría y c onc lu i r su sentido. L a caída es la vía que m a r c a u n a vue l ta simbólica a la renovada a n t i g u a v i d a , la recuperación del pacto o r i g i n a r i o como lo había sido el beso al asno.

S i n embargo , la intuición de los inf iernos tiene u n a vigencia en o t r a dirección, en la que volvemos a encontrar al fatídico a n i ­m a l . E l asno en antiguas mitologías iba asociado a d iv in idades del subsuelo y p a r t i c i p a b a de sus a t r ibutos negativos de m u e r t e , pero también del poder generador de n u e v a v i d a albergado en el v i e n t r e de la t i e r r a , con la o b v i a co inc idencia entre p r i n c i p i o de m u e r t e y p r i n c i p i o de v i d a . Los dos pr inc ip ios presiden a la es­t a n c i a subterránea de Sancho, que pro tagoniza u n a simbólica ex­per ienc ia de m u e r t e y de resurrección, u n r i t o entre pur i f i cador

8 A U G U S T I N R E D O N D O , ' 'Tradición c a r n a v a l e s c a y creación l i t e r a r i a . D e l personaje de S a n c h o P a n z a al episodio de l a ínsula B a r a t a r i a en el Quijote", EHi, 80 (1978) , 39-70 , a p u n t a a g u d a m e n t e que l a a u s e n c i a del b u r r o en los días de l a B a r a t a r i a es u n a de las señales de l a momentánea inversión en la n a t u r a l e z a de S a n c h o .

9 J O A Q U Í N C A S A L D U E R O , Sentido y forma del "Quijote" (1605-1615), ínsula, M a d r i d , 1975, p. 343 . Afín l a interpretación de H E L E N A P E R C A S D E P O N S E T I , Cervantes y su concepto del arte. Estudio critico de algunos aspectos y episodios del "Qui­jote", G r e d o s , M a d r i d , 1975, t. 2, pp . 630 -637 . E l para le l i smo existente entre l a s i m a y l a c u e v a de M o n t e s i n o s h a c e n apropiadas p a r a nuestro episodio m u ­c h a s de las consideraciones de A U G U S T I N R E D O N D O , 4 4 E l proceso iniciático en el episodio de l a c u e v a de M o n t e s i n o s del Quijote", I, 1981, núm. 13, 47 -61 ; cf. también P I E R O C A M P O R E S I , / / paese della fame, M u l i n o , B o l o g n a , 1978, p. 37 : " I I v iaggio esotérico e purif icatore si conf igura a n c h e come discesa ver ­so i l «basso», c o m e regressio ad uterum [. . .], dentro l a grotta, il sotterraneo c a l ­do [ . . . ] Uitinerarium in ventrem [. . . ] é anche u n ritorno alie or ig in i , u n v i a g ­gio verso i l centro e le viscere del la térra" .

Page 9: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

NRFH, X X X V I I I — V E N I D , M U C H A C H O S , 895

e iniciático, cuyo fin no debe ser tanto el exordio hacia lo nuevo s ino más b i en la recuperación de lo auténtico. E n la fase final m e ­n u d e a n expresiones como " l a o t r a v i d a " , donde Sancho cree es­t a r y a , o " e n t e r r a d o en v i d a " , " m u e r t o " , " p e n a n d o su a l m a " , etc. ( I I , 55, p p . 457-458) . Para m a r c a r la conclusión real y s i m ­bólica del oscuro y regenerador i t inerar io y para atestiguar la i d e n ­t i d a d del escudero a los oídos de u n incrédulo D o n Q u i j o t e , l lega­rá j u s t a m e n t e el f a m i l i a r r ebuzno del r u c i o , esa elocuente sonor i ­d a d grata a tantas p lumas festivas y nada despreciada p o r la de nues t ro n a r r a d o r 1 0 .

Q u e la p l u m a de nuestro n a r r a d o r sea esencialmente festiva es i n d u d a b l e . Dudoso puede volverse entonces el detectar t a n t o s i m b o l i s m o y cruce de sentidos pro fundos en el m a n e j o de u n v i ­l l a n o , u n asno, u n a s ima y u n rebuzno . E n efecto, en las páginas comentadas y en otras que comentaré, más que una evidente cons­trucción sistemática y e laborada se observa el a f lorar como ca­sual y despreocupado de elementos, sueltos o agrupados , que la c u l t u r a colectiva había dotado de u n a semántica enr iquec ida e i n ­j e r t a d o en u n a red de relaciones fijas que los ha vue l to emblemá­t icos , figuras alusivas que siguen v ia jando en la m e m o r i a y en la v i d a de la co lec t iv idad , o ya como simples fantasmas y s u p e r v i ­vencias formales o todavía como letras de u n alfabeto segundo. A b u n d a n en nuestra nove la y su ambigüedad intrínseca celebra l a inev i tab le a l ianza con la ambigüedad del n a r r a d o r , que es a todas luces u n ingenio t a n festivo como despistador. Así que lo más p r u d e n t e es moverse casi como arqueólogos, y trasnochados además, rastreando y sugir iendo identificaciones sueltas, sin acen­t u a r osadas reconstrucciones y s in contar a l a fuerza con u n a i n t e n c i o n a l i d a d del artífice, el cual en más de u n caso p u d o ser

1 0 R e m i t e n por supuesto estas p a l a b r a s a aquel magis tra l e jemplo de r e -laboración de mater ia les folklóricos que son las páginas de I I , 25 , v e r d a d e r a apoteosis del r e b u z n o (que tiene en S a n c h o u n campeón: I I , 27, p. 255) y de l a a s n a l i d a d v i l l a n e s c a . C o m e n t a r i o a d e c u a d o p u e d e n ser estos renglones de P I E R O C A M P O R E S I , La maschera dì Bertoldo. G. C. Croce e la letteratura carnevalesca, E i n a u d i , T o r i n o , 1976, p. 68 : " « P r i m a che fossi t u , né m a n c o l a t u a corte — e s c l a m a tr ionfalmente Berto ldo a l l ' i n d i r i z z o di A l b o i n o — , l ' a s i n o a v e v a r a ­gliato quattro m i l i ' a n n i innanzi». I l tempo degli u o m i n i e de l la storia v iene mort i f icato ( ins ieme al l 'orgoglio dei potenti) d a u n a d u r a t a d i v e r s a [ . . . ] I l r a ­glio del «risonante» è più forte delle trombe dei conquérants e dei loro confusi e i n u t i l i r u m o r i d ' a r m i , c o m e la ineluttabile continuità delle stagioni e del l a ­v o r o dei figli de l la t e r r a e de l l ' as ino -pater è più forte degli effimeri accident i escogitati da l la transitoria storia degli u o m i n i sulle vicende eterne della n a t u r a " .

Page 10: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

896 G I U S E P P E D I S T E F A N O NRFH, X X X V I I I

s i m p l e m e n t e el i n v o l u n t a r i o testigo de u n a i m a g e n que l levaba grabada en su r e t i n a , rea l o metafórica, y que ya n i n g u n a c o m u ­nicación tenía con zonas y órganos más internos y complejos . ¿ Q u é t ema más festivo que el del asno p a r a j u g a r y d i v e r t i r sin trascendencias? ¿ C ó m o es posible compl i car c r i a t u r a t a n s imple y angel ical c omo el r u c i o de Sancho asociándolo con el I n f i e r ­no? E l p r i m e r o en protestar es el m i s m o r u c i o , respaldado p o r Sancho y D o n Q u i j o t e , cuando el n a r r a d o r osa cargar en sus l o ­m o s nada menos que el D i a b l o en persona, o casi. Es u n o de los farsantes de la compañía de Ángu lo el M a l o , como se recordará, q u i e n se l leva al r u c i o ; y a Sancho que se queja a D o n Q u i j o t e : " e l D i a b l o se h a l levado al r u c i o " , el caballero asegura: " y o le cobraré [. . . ] , si b i e n se encerrase con él en los más hondos y es-curos calabozos del i n f i e r n o " ( I I , 1 1 , p . 118). L a asociación es explícita y c u m p l i d a , como seguros los efectos cómicos del episo­d i o , que b i e n p u d o ser u n a inocente invención, aunque es opor ­t u n o tener s iempre presente que la inocencia del n a r r a d o r es la figura retórica señera de nuestra g r a n novela . E r a u n a invención que — l o supiera él o n o — pescaba en el extenso piélago del p a t r i ­m o n i o folklórico y a él guiñaba el o jo , lo quis iera él o no . C o m o seguramente lo guiñaba ese farsante-diablo que " e n la p u n t a de u n palo traía tres vejigas de vaca h i n c h a d a s " y que "saltó v sobre el r u c i o , y sacudiéndole con ellas, el m i e d o y el r u i d o , más que el d o l o r de los golpes le hizo vo lar por la c a m p a ñ a " . M u y otros los guiños de Sancho: " c a d a vez que veía l evantar las vejigas en el a i re y caer sobre las ancas de su ruc i o eran para él tártagos y sustos de m u e r t e , y antes quis iera que aquellos golpes se los d ie ­r a n a él en las niñas de los ojos que en el más mín imo pelo de la cola de su a s n o " (id). L a cual era u n a m a n e r a de decir , pues más adelante nuestro Sancho afirmará que b i e n habría pre fer ido que A m o r descargara sobre el ruc i o los m a r t i r i o s que a él le toca­b a s u f r i r p a r a " r e s u c i t a r " a A l t i s i d o r a ( I I , 70, p . 565) . Pero no es el tambaleante a l t r u i s m o del escudero lo que interesa aquí, s i ­n o elementos como las vej igas, el a n i m a l golpeado por ellas y que corre asustado, la referencia a su rabo , que componen u n a esce­n a carnavalesca del t i p o apuntado por Correas en el exordio de u n a de las glosas de su Vocabulario de refranes: " P o r A n t r u e j o atan vej igas hinchadas a la cola a los perros [. . . ] " , b i e n i lus t rada por las investigaciones de C a r o B a r o j a 1 1 .

1 1 J U L I O C A R O B A R O J A , El Carnaval. (Análisis histérico-cultural), T a u r u s , M a ­d r i d , 1965, p p . 53 ss., 60, 111, 206 , 358 , 361 y 364 sobre figuras c a r n a v a l e s c a s

Page 11: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

NRFH, X X X V I I I — V E N I D , M U C H A C H O S , 897

D e l I n f i e r n o al C a r n a v a l y a l a " l o c u r a " : tres universos m u y emparentados y los tres m u y fami l iares al más recept ivo y ecu­m é n i c o de los animales , a l asno. M e n o s lo e ran a nuestro r u c i o , c r i a t u r a casera m i m a d a p o r los Panza y puesta a duras pruebas p o r u n sádico n a r r a d o r . Para el ruc i o nada signif ica y a que ese i m p r e v i s t o e i n c ó m o d o cabal lero sea o represente p o r u n lado u n arcaico y mítico compadre de su especie y p o r o t r o lado actúe e n ­c i m a de sus lomos como otro más reciente compañero , el " l o c o " bufonesco, que la tradición había acabado v i n c u l a n d o al a n i m a l t a n íntimamente que de su caperuza quería que s iempre asomara el más vistoso de los atr ibutos asnales, el soberbio par de ore jas 1 2 . Y que hacia esa parte t i r a r a el d e m o n i o que cabalga al ruc io n o h a y dudas : " v # n í a vest ido de bog iganga , c o n muchos cascabeles [. . . ] el cual m o h a r r a c h o , llegándose a D o n Q u i j o t e , c omenzó a e s g r i m i r el palo y a sacudir el suelo con las vej igas, y a dar g r a n ­des saltos, sonando los cascabeles", como el típico " l o c o " carna­valesco que e r a 1 3 .

Pero el t a l m o h a r r a c h o no es el solo y momentáneo " l o c o " c u y o peso debe soportar el r u c i o . O t r o le ha tocado para la v i d a , a u n q u e t o ta lmente pacífico. Es su dueño , Sancho Panza en per-e q u i p a d a s c o n vejigas ( l l a m a d a s dimons en zonas de Cataluña, p. 364) ; cf. ade ­

más A . R E D O N D O , 4 'Tradición. . . " , p. 48 , y l a ed . c it . del Quijote de Rodrí­

guez Marín, t. 4, p. 245 , n . 1. S i n q u e r e r caer en l a más mínima falta de res ­

peto al r a b o del r u c i o y s in d u d a r de l a honest idad de S a n c h o , recuerdo m u y

de paso que l a co la del asno e r a figura de su vigor fálico. Q u e lo fuera c u a l ­

q u i e r rabo b ien m u e s t r a saberlo y saborearlo nuestro n a r r a d o r por boca de

u n a v e n t e r a ( I , 32 , p. 392) ; que m e j o r c u a d r a r a c o n el del asno , símbolo de

l a f e c u n d i d a d , b i e n lo i m p l i c a n — e n t r e o t r o s — u n p a r de grabados quizás dü-

r e r i a n o s de La nave de los locos de S E B A S T I A N B R A N T ( t rad . i t a l i a n a , a c u r a di

F r a n c e s c o S a b a S a r d i , S p i r a l i , M i l a n o , 1984, caps . 35 y 64: u n a m u j e r se a g a ­

r r a a l rabo de u n asno cabalgado por u n " l o c o " ; el c a p . 64 atañe a l a l u j u r i a

f e m e n i n a . La Narren schyff apareció e n B a s i l e a en 1494 y circuló sobre todo

a través de l a l ibre traducción en latín Stultifera navis de J a c o b L o c h e r , i m p r e s a

tres años después s iempre e n B a s i l e a ) . Véase también el " c a u d a m m o n i a l i -

b u s " en el reparto que de su propio cuerpo hace el a n i m a l en el t radic ional

testamento: G I U S E P P E S C A L I A , "11 Testamentum asini e il lamento della lepre. R e -

d a z i o n i n u o v e " , StM, \ (1962) , 129-161, en esp. p p . 133 y 135. Sobre cola

y v e n t e r a cf. ed . c it . del Quijote por Rodríguez Marín , t. 3, p. 8, n . 7. 1 2 C f . c o m o ejemplo todos los grados de Narren Schuyff. 1 3 C f . el c o m e n t a r i o a este pasaje en J . C A R O B A R O J A , op. cit., p. 122 y

l a e d . del Quijote de L u i s A . M u r i l l o , t. 2, p. 117; también A . R E D O N D O , " T r a ­dición. . . " , p. 48 , y P . C A M P O R E S I , / /paese. . . , pp . 28 y 33. el c a p . 110b de

Narren schyff es re lat ivo a " l o c o s " y " l o c u r a s " e n C u a r e s m a y a cierto prota ­gonis ta a s n i n o .

Page 12: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

898 G I U S E P P E D I S T E F A N O NRFH, X X X V I I I

sona, " l o c o " constante p o r d e n t r o , " l o c o " i n t e r m i t e n t e por fue­r a , como cuando " v e s t i d o a lo l e t rado , y enc ima u n gabán m u y ancho de chamelote de aguas leonados, con u n a m o n t e r a de lo m e s m o , sobre u n macho a l a j i n e t a " , procede regocijándose a la v i s t a de su r u c i o que le sigue adobado " c o n jaeces y o rnamentos j u m e n t i l e s de seda y flamantes" ( I I , 44 , p . 3 6 8 ) 1 4 ; o como c u a n ­d o , poco t i e m p o antes, a l salir de caza con los duques exhibe u n vest ido " v e r d e , de finísimo p a ñ o " y va orgul loso " e n c i m a de su r u c i o , que n o le quiso de jar , a u n q u e le d a b a n u n c a b a l l o " ( I I , 34 , p . 305) . Después de los buceos de M á r q u e z V i l l a n u e v a sabe­mos a qué a p u n t a el color de ese t ra je de Sancho, como se lo sa­bían y gustaban los duques que se lo habían d e s t i n a d o 1 5 . E n los dos m o m e n t o s e n que Sancho^ l l eva ambiguos i n d u m e n t o s el asno está a l a v ista o va debajo de él. E n u n a tercera ocasión el m i s m o p a ñ o lo ensayarán ambos , por separado.

C o n esa ocasión l legamos al final de la novela y de este reco­r r i d o . Regresan al pueblo el que ya fue caballero y el que no po ­drá ser ya más escudero. E l r u c i o avanza l levando a cuestas " e l lío de las a r m a s " y enc ima " l a túnica de bocací p i n t a d a de l l a ­mas de fuego que le [a Sancho] v i s t i e ron en el castil lo del d u q u e la noche que volvió en sí A l t i s i d o r a " ; y por si no bastara, el n a ­r r a d o r —pardon, Sancho— " a c o m o d ó l e también la coroza en la

1 4 Importante el comentario de A . R E D O N D O , "Tradición. . . " , pp . 5 4 ss., sobre este traje y l a escena e n t e r a , con oportunas l l a m a d a s a las " f i e s t a s del a s n o " m e d i e v a l e s , a l parecer todavía vigentes en l a T o l e d o del siglo x v i , se­gún u n testigo de l a época. E l alegato requeriría más aver iguaciones porque es m u y probable que no se t r a t a r a y a del antiguo rito sino más b i e n de " u n reste défiguré" de él, como j u z g a c ierta procesión con el asno protagonista y s u bendición q u e tenía lugar en M a d r i d los 1 7 de enero , cf. F É L I X C L É M E N T , Histoire genérale de la musique religieuse, París, 1 8 6 1 , p p . 1 8 1 - 1 8 2 ; del m i s m o véa­se " D r a m e l i turg ique . L'âne a u m o y e n â g e " , Annales Archéologiques, 1 5 ( 1 8 5 5 ) , 3 7 3 - 3 8 6 y 1 6 ( 1 8 5 6 ) , 2 6 - 3 8 . Sobre 1' office des fous (otro rito m e d i e v a l c o n m e z ­c l a s u b v e r s i v a de lo sagrado y lo profano) y l a prose de Vâne, y fiestas de " l o ­c o s " y de " a s n o s " r e u n i d a s , véanse D u C A N G E , Glossarium ad scriptores mediae et infimae latinitatis. . . , París, 1 7 3 3 , t. 3 , s.v. âne, de P . M o n c e l l e , en esp. las cois . 1 8 1 6 - 1 8 2 6 ; H E N R Y C . G R E E N E , " T h e song of the Ass Orientis Partibus, w i t h spécial référence to E d g e r t o n M s . 2 6 1 5 " , Sp, 6 ( 1 9 3 1 ) , 5 3 4 - 5 4 9 ; G . S C A -L I A , ar tr~ci t . , p p . 1 3 8 - 1 4 7 , con a b u n d a n t e bibliografía.

1 5 F R A N C I S C O M Á R Q U E Z V I L L A N U E V A , Personajes y temas del "Quijote", T a u -r u s , M a d r i d , 1 9 7 5 , p p . 2 1 9 - 2 2 7 , pero s in a l u d i r al traje de S a n c h o . P a r a otros rasgos de este perfi l del escudero , véase A N T H O N Y J . C L O S E , " S a n c h o P a n z a : W i s e f o o l " , MLR, 6 8 ( 1 9 7 3 ) , 3 4 4 - 3 5 7 . Síntesis de los estudios sobre el perso­na je y bibliografía en E D U A R D O U R B I N A , " S a n c h o P a n z a a n u e v a l u z : ¿tipo folklórico o personaje l i t e r a r i o ? " , ACer, 2 0 ( 1 9 8 2 ) , 9 3 - 1 0 1 .

Page 13: —VENID, MOCHACHOS VERÉI, Y S EL ASNO DE …aleph.org.mx/jspui/bitstream/56789/26753/1/38-002-1990-0887.pdf · proverbios, dirían los anotadores: "Allá va Sancho con su rocín",

NRFH, X X X V I I I — V E N I D , M O C H A C H O S , 899

cabeza, que fue la más nueva transformación y adorno con que se v i o jamás j u m e n t o en el m u n d o " ( I I , 73, p . 582) . D e los cua­t r o malogrados " h é r o e s " , los dos h u m a n o s y los dos animales , b i e n merecía que fuera el menos m o t i v a d o y el más a n i m a l de todos el único que regresa en apar ienc ia de t r i u n f o , como decre­t a n los mochachos con su guasona gritería 1 6 . Pero realmente ese t r i u n f o es sólo apar ienc ia , siendo también el r u c i o hasta el final h i j o de " p a d r a s t r o " : con el l lameante sambenito a cuestas y la coroza p o r refuerzo , parece despedirse encaminado más b ien h a ­cia t e r r i t o r i o s infernales que hacia los cariños de Teresa. Los c u i ­dados de l a señora de Panza se concentran ya en el gobierno f rus ­t r a d o y en las monedas sonantes del esposo; para el r u c i o queda, t i r a n d o distraídamente de él, sólo l a m a n o de Sanchica.

GIUSEPPE D I STEFANO Università di P i s a

1 6 C f . l a nota 1 4 sobre adorno del asno y cortejo. A d u c e este personaje y lo pone e n relación con el c e r e m o n i a l del auto de fe por u n lado y ritos c u a ­r e s m a l e s por otro, P I L A R G A R C Í A D E D I E G O , " E l testamento en l a tradición" , RDTP, 9 ( 1 9 5 3 ) , 6 0 1 - 6 6 6 , y 1 0 ( 1 9 5 4 ) , 4 0 0 - 4 7 1 , e n esp. p. 6 6 1 . Sobre el asno

y s u v a r i a d o universo de motivos , símbolos y textos, véase G I U S E P P E F I N Z I , L'asino nella leggenda e nella letteratura, M o d e n a , 1 8 9 2 ; W A L D E M A R D E O N N A , " L a u s a s i n i . L ' a n e , le serpent , l ' e a u et 1 ' inmortalité" , RBPH, 3 4 ( 1 9 5 6 ) , p p . 5 - 4 6 , 3 3 7 - 3 6 4 y 6 2 3 - 6 5 8 ; M A R T I N V O G E L , Onos lyras, Dusse ldorf , 1 9 7 3 ; N U C ­

C I O O R D I N E , La cabala dell'asino. Asinità e conoscenza in Giordano Bruno, L i g u o r i , N a p o l i , 1 9 8 7 , e n esp. pp . 1 6 - 2 4 , 7 8 - 7 9 y 1 2 3 - 1 2 5 . Aquí y allá en El Quijote se p u e d e n captar también l igeras resonancias de l a laus asini, u n a especie de género m e n o r cómico-didascálico que tuvo gran éxito en el siglo x v i y en parte d e l x v i i . P a r a España se suele r e m i t i r al " C o l o q u i o cuarto del Porf iado . S e ­g u n d a parte e n l a c u a l se a c a b a y concluye con u n a oración de a l a b a n z a y loo­res del a s n o " , de P E R O M E X Í A , Coloquios ( 1 5 4 7 ) , S e v i l l a , 1 9 4 7 , esp. pp . 1 6 7 -1 7 8 . P e r o h a y que r e c o r d a r también las c inco enjundiosas y serias c o l u m n a s q u e a l asno d e d i c a S E B A S T I Á N D E C O V A R R U B I A S Y H O R O Z C O , Tesoro de la lengua castellana o española ( M a d r i d , 1 6 1 1 ) , ed . Martín de R i q u e r , B a r c e l o n a , 1 9 4 3 , p p . 1 5 6 - 1 5 9 .


Top Related