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DISCUSSÃO SOBRE OS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO NA ENGENHARIA CIVIL Luciane Graziele de Souza 1 Victor Antonio Cancian 2 RESUMO O estudo de resíduos de construção e demolição representa um instrumento de responsabilidade envolvendo o setor da construção civil, que gera uma quantidade aproximada de 160 milhões de toneladas/ano de entulho no Brasil. O objetivo deste trabalho é realizar a discussão sobre os resíduos de construção e demolição, apresentar dados da importância da reciclagem classe ‘A’ ; descrever informações referentes ao desperdício e falta de mão de obra capacitada; informar a quantidade de usinas de reciclagem no Brasil. Essa pesquisa foi feita por meio de revisão bibliográfica. Atualmente estão em funcionamento 47 usinas de reciclagem no Brasil, onde 24 são públicas e 23 privadas, sendo o estado de São Paulo o maior gerador de RCD do país. Os resíduos de concreto e argamassa compõem 56% do entulho nacional. Através da racionalização do processo construtivo, deve-se viabilizar soluções que atendam ao ciclo de vida de uma construção, promovendo-se a redução, reutilização e reciclagem dos resíduos. Palavras-chave: Resíduos. Construção. Demolição. Reciclagem. ABSTRACT The study of construction and demolition waste represents a responsible instrument involving the construction industry, which generates an approximate amount of 160 million tons of rubble per year in Brazil. The objective is to conduct the discussion on construction and demolition waste, to present data on the importance of class 'A' recycling; to describe information regarding wastage and lack of skilled labor; to inform the number of recycling plants in Brazil. The research was done through bibliographic review. Currently, there are 47 recycling plants in Brazil, where 24 are public and 23 are privates. The state of São Paulo has been the largest RCD generator in the country. Concrete and mortar waste makes up 56% of the country's waste. Through the rationalization of the construction process, solutions must be made applied in order to help the life cycle of a construction, promoting the reduction, the reuse and recycling of wastes. Key-words: Waste. Construction. Demolition. Recycling. _____________________________ 1 Acadêmica de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail: [email protected] 2 Prof. Orientador, MSc, do curso de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail: [email protected]

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DISCUSSÃO SOBRE OS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO NA

ENGENHARIA CIVIL

Luciane Graziele de Souza1

Victor Antonio Cancian2

RESUMO

O estudo de resíduos de construção e demolição representa um instrumento de

responsabilidade envolvendo o setor da construção civil, que gera uma quantidade

aproximada de 160 milhões de toneladas/ano de entulho no Brasil. O objetivo deste trabalho é

realizar a discussão sobre os resíduos de construção e demolição, apresentar dados da

importância da reciclagem classe ‘A’; descrever informações referentes ao desperdício e falta

de mão de obra capacitada; informar a quantidade de usinas de reciclagem no Brasil. Essa

pesquisa foi feita por meio de revisão bibliográfica. Atualmente estão em funcionamento 47

usinas de reciclagem no Brasil, onde 24 são públicas e 23 privadas, sendo o estado de São

Paulo o maior gerador de RCD do país. Os resíduos de concreto e argamassa compõem 56%

do entulho nacional. Através da racionalização do processo construtivo, deve-se viabilizar

soluções que atendam ao ciclo de vida de uma construção, promovendo-se a redução,

reutilização e reciclagem dos resíduos.

Palavras-chave: Resíduos. Construção. Demolição. Reciclagem.

ABSTRACT

The study of construction and demolition waste represents a responsible instrument involving

the construction industry, which generates an approximate amount of 160 million tons of

rubble per year in Brazil. The objective is to conduct the discussion on construction and

demolition waste, to present data on the importance of class 'A' recycling; to describe

information regarding wastage and lack of skilled labor; to inform the number of recycling

plants in Brazil. The research was done through bibliographic review. Currently, there are 47

recycling plants in Brazil, where 24 are public and 23 are privates. The state of São Paulo has

been the largest RCD generator in the country. Concrete and mortar waste makes up 56% of

the country's waste. Through the rationalization of the construction process, solutions must be

made applied in order to help the life cycle of a construction, promoting the reduction, the

reuse and recycling of wastes.

Key-words: Waste. Construction. Demolition. Recycling. _____________________________ 1 Acadêmica de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail:

[email protected] 2 Prof. Orientador, MSc, do curso de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail:

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1 INTRODUÇÃO

O foco de estudo é apresentar informações relacionadas às possíveis situações dos

grandes problemas ambientais existentes na sociedade atual, que envolvem a disposição final

inadequada dos resíduos da demolição de imóveis tanto de alvenaria como de madeira (casas,

edifícios).

A relevância do estudo, situando-se no assunto que envolve a reutilização dos resíduos

de construção e demolição tem como vantagens os seguintes aspectos: sociais que oferecem

contribuições na motivação da comunidade para aderir na reciclagem; econômicos, pois

aumentam a geração de lucros tanto para investidores como para as indústrias; e ambientais

uma vez que, reduz a agressão ao meio ambiente; diminui a quantidade de lixo gerado e

favorece meios para controlar os impactos ocasionados pelo descarte indevido de restos de

construção.

Justifica-se a escolha do tema sobre a reciclagem e reutilização devido à importância

de aprofundar o conhecimento no ramo da engenharia civil; uma vez que, os fatores que

podem reduzir a geração de resíduos e, também o consumo da matéria-prima, dependem dos

procedimentos adequados para o destino final dos resíduos da construção civil. Contribuindo

assim com as situações problemáticas geradas no meio ambiente e minimizando os impactos

causados pela disposição inadequada desses resíduos, sejam estes recursos naturais renováveis

ou não renováveis. Ou seja, a demolição e os descartes de construções devem ser direcionados

para local adequado onde haja o processo de reaproveitamento de materiais.

Os conceitos relacionados aos resíduos incluem a denominação originada de materiais

dos seguintes tipos de obras: construção, demolição e reforma. Em sua maioria as construções

ainda não adotaram o sistema de reutilização, provocando assim, o desperdício de materiais

originados da demolição. Quanto ao assunto que envolve o termo demolições e reformas,

geralmente ocorrem descartes dos materiais na fase final de acabamento incluindo paredes de

alvenarias, pisos revestidos, concreto armado dentre outros materiais (PORTO; SILVA,

2008).

Para cada tipo de resíduo existe destinação e local correto para a sua deposição.

Segundo a NBR 15114/2004, a área de reciclagem de resíduos da construção civil denomina-

se como o local destinado ao recebimento e transformação de resíduos da construção civil

classe A (SEBAI/SENAI, 2005).

A destinação final dos resíduos de construção deve seguir as determinações dos

RCD’s, apresentando sistema de controle desde a geração, acondicionamento na fonte, coleta,

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transformação, processamento, recuperação e disposição final. O lançamento de resíduos

sólidos no meio ambiente pode causar grandes problemas devido ao impacto com o solo e

água, contaminado a natureza, além de gerar prejuízos financeiros resultantes da falta de

precauções no momento da construção, ou demolição; não efetuando o processo de

aproveitamento das matérias-primas descartadas (madeira, tijolos, ferro, vidro, gesso, areia,

pedras...). O princípio dos 3Rs (Redução, Reutilização e Reciclagem) recomenda uma

hierarquia da atividade provocando menos impacto ambiental (GRIMBERG; BLAUTH,

1998). Este estudo apresenta uma discussão sobre a reutilização dos resíduos de construção e

demolição na construção civil.

O objetivo da pesquisa é realizar a discussão sobre os resíduos de construção e

demolição na engenharia civil (RCD´s); apresentar dados da importância da reciclagem classe

‘A’; descrever informações referentes ao desperdício e falta de mão de obra capacitada;

informar a quantidade de usinas de reciclagem no Brasil.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O estudo de resíduos de construção e demolição representam um instrumento de

responsabilidade envolvendo a indústria e os empreendedores da construção civil, onde

ambos devem adotar estratégias para a destinação final do resíduo gerado no imóvel em

edificação ou reforma.

No Brasil o interesse na reciclagem dos descartes de materiais na construção civil deu-

se devido às normas regulamentadoras inseridas no mercado com uso de tecnologia,

favorecendo assim novas técnicas para a produção de material, com foco no cenário da

construção civil brasileira (SILVA; CASTRO, 2009).

O processo de reciclagem visa prevenir a degradação ambiental, envolvendo a questão

social e econômica. Diante disso, os projetos de gerenciamento no setor de construção civil

devem respeitar as determinações da Lei 9.605 (Lei Federal do Meio Ambiente), em que os

municípios devem efetuar ações adequadas para o cumprimento das leis orgânicas e do plano

diretor de uso de solo, fiscalizando e controlando a destinação de resíduos de construção

(PINTO; GONZÁLEZ, 2005).

Atualmente, a reciclagem e a reutilização dos resíduos da construção civil, tornaram-

se uma alternativa para produzir matéria-prima. Os RCD´s são provenientes de diferentes

processos na construção civil, incluindo demolições totais ou parciais de edificações e/ou

obras de infraestrutura civis (SYMONDS GROUP, 1999) terraplenagem e fundações;

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construção de pavimentos e manutenção de estradas (MATTOS, 2014). A reutilização RCD é

uma nova técnica adotada para a fabricação de tijolos de solo-cimento, o que se tornou uma

alternativa para reduzir a exploração dos recursos não-renováveis (SOUZA et al., 2006).

As ações adotadas para a redução do impacto ambiental da construção civil devem

relevar os aspectos determinados pelo International Council for Research e

Innovation in Building and Construction (CIB, 1999), que incluem organizações de

gestão; Design de componentes e de edifícios, Inclusão de aspectos relativos à

reciclabilidade; conservação de recursos naturais; desenvolvimento urbano; aspectos

sociais, culturais e econômicos (GRANDE, 2003, p. 3).

Além de reduzir a exploração de jazidas minerais para extração de recursos naturais

não renováveis, o Brasil se defronta com a falta de espaço para depositar os resíduos; fator

gerador de dificuldades devido à localização entre os aterros e os terrenos onde é efetuada a

demolição, além de gerar elevados custos de transporte. Assim, a reciclagem tornou-se um

modo de ampliar a vida útil dos aterros, uma vez que a quantidade de obras se intensificou

nos últimos anos, resultando na escassez de área para deposição (BRASILEIRO et al., 2015).

A solução das situações problemáticas envolvendo meio ambiente e processo de

reciclagem implicam em segregar os resíduos junto à fonte geradora nos canteiros de obras. A

reciclagem é efetuada por meio de um ciclo incluindo construtor/gerador, e ocorre em duas

etapas:

Primeiro, com relação à adoção de uma postura racional e criativa, que facilite a

evolução das técnicas construtivas e de gestão de recursos humanos, viabilizando

assim a redução de diferentes formas de desperdício. Segundo, com relação à

segregação dos resíduos nos canteiros de obra, o que permite assegurar uma maior

qualidade dos resíduos e reduzir custos de beneficiamento, fortalecendo o processo

de produção de materiais reciclados (CORRÊA, 2009, p.34).

Os responsáveis pelo controle de reutilização dos resíduos devem seguir as leis e as

determinações legais que envolvem governos, agências de desenvolvimento, e os órgãos que

efetuaram a elaboração de documentos, que inclui:

Os tratados da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável, Rio 92, onde 170 países membros da ONU estiveram

representados, para formulação da Agenda 21; denominada como Conferência

Rio+5; documento que no Brasil, trata das ações executadas nas esferas municipais,

estaduais e federais; para o reconhecimento dos avanços no planejamento e gestão

dos recursos naturais (OLIVEIRA; ASSIS, 2001, p. 10).

A destinação dos resíduos em locais impróprios provoca o assoreamento de cursos de

água e o entupimento, de bueiros e galerias, tendo como situação problemática às constantes

enchentes e à degradação de áreas urbanas, conforme Figura 1.

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Figura 1 - Depósito incorreto de entulho da construção civil

Fonte: FIGUEIREDO, 2014.

Outra medida de legalização dos entulhos depositados incorretamente deu-se com a

publicação da resolução do CONAMA Nº 307, determinando que os municípios

desenvolvessem planos de gerenciamento; entretanto, “dos 5.565 municípios no Brasil,

apenas 50 elaboraram planos de gerenciamento para usinas de reciclagem de RCD; estando

em funcionamento, com capacidade de reciclar em torno de 4,5% dos resíduos”

(BRASILEIRO et al., 2015, p.183). A Figura 2 apresenta o processo de reciclagem segundo

NBR 15114/2004.

Figura 2 – Processo de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil – NBR 15114/2004

Fonte: Ministério das Cidades/Secretaria de Saneamento Ambiental, 2005.

Os equipamentos adotados para a reciclagem nas cidades que possuem destino para o

entulho após o processo de moagem; efetuam a reutilização na contenção de encostas,

calçamento de concreto, blocos de concreto, tubos para a drenagem, entre outros fins

(NORONHA, 2005).

As exigências segundo ABNT (2004), para atender as determinações da legislação

ambiental, e reverter às possíveis problemáticas no planeta, devem estar em conformidade

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com a Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de 2002

(MATTOS, 2014); estabelecendo responsabilidades e deveres, justificando um novo sistema

de gestão, em que “torna-se obrigatória a adoção da reciclagem, envolvendo os processos de

reduzir, reutilizar e reciclar, tratar e dispor os resíduos de construção e demolição (RCD)”

(KARPINSK et al., 2009, p.11).

No Brasil investidores do ramo de construção civil têm apresentado importância aos

requisitos da responsabilidade ambiental. Assim, as obras de construções tornaram-se uma das

metas para reduzir, reutilizar e criar um destino final dos resíduos gerados com o objetivo a

prevenção e o desenvolvendo de tecnologias limpas (BARDELLA, 2007). No Brasil não

representam grandes riscos ambientais em razão de suas características químicas e minerais

serem semelhantes aos agregados naturais e solos. Mas, “diferentes tipos de resíduos como

óleos de maquinários utilizados na construção, e telhas de cimento podem contaminar o solo”

(KARPINSK et al., 2009, p.22).

O entulho gerado na construção civil resulta diariamente em uma quantidade elevada

de resíduos, constituída por argamassa, areia, cerâmicas, concretos, madeiras, pedras, tijolos,

tornando-se um sério problema nas grandes cidades brasileiras. Por isso, segundo

determinação da Resolução 307 as prefeituras foram proibidas de receber os resíduos de

construção e demolição no aterro sanitário. Cada município deverá ter um plano integrado de

gerenciamento de resíduos da construção civil (CORRÊA, 2009).

Nesse caso a classificação dos resíduos de construção civil conforme Resoluções nº

307 e nº 348, está inserido na Classe A, que significa que os resíduos reutilizáveis ou

recicláveis como agregados são caracterizados como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras

de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção,

demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos,

blocos, telhas, placas de revestimento, gesso, argamassa e concreto; c) de processo

de fabricação ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos,

meios-fios...) produzidas nos canteiros de obras (BRASILEIRO et al.,2015, p.182).

Ainda de acordo com a Resolução CONAMA nº 307, os geradores são classificados

como: pequenos geradores, aqueles produtores até 5m³ de resíduos e grandes geradores que

produzem mais de 5 m³ de resíduos.

Dessa forma, cabe aos municípios: elaborarem um programa municipal de

gerenciamento de resíduos de construção e demolição, com os procedimentos e diretrizes

técnicas a serem adotados no exercício das responsabilidades dos geradores e seus

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transportadores (MINISTÉRIO DAS CIDADES/SECRETARIA DE SANEAMENTO

AMBIENTAL, 2005).

Esse processo de gerenciamento depende de requisitos básicos para um

empreendimento sustentável e equilibrado visando “adequação ambiental; viabilidade

econômica; justiça social; aceitação cultural” (CORRÊA, 2009, p.22).

O entulho processado pelas usinas de reciclagem pode ser utilizado como agregado

para concreto não estrutural, a partir da substituição dos agregados convencionais (areia e

brita) (ZORDAN, 2001).

Ainda é possível a utilização de todos os componentes minerais do entulho (tijolos,

argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras,..), independente da separação para a moagem;

favorecendo na economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação à sua

utilização em argamassas), uma vez que, usando-o no concreto, parte do material permanece

em tamanho de agregado graúdo; outra vantagem é que a maior parte do entulho produzido é

proveniente de demolições e de pequenas obras; além de promover melhorias no desempenho

do concreto em relação aos agregados convencionais, quando se utiliza baixo consumo de

cimento (PORTO; SILVA, 2008).

3 METODOLOGIA

O tipo de pesquisa é de revisão bibliográfica, com embasamento em dados publicados

em artigos científicos, livros, teses, dissertação (LAKATOS e MARCONI, 2008), abrangendo

a literatura sobre o tema em estudo. A coleta de dados deu-se por meio de pesquisa

bibliográfica que “é desenvolvida a partir de material já elaborado” (GIL, 2002, p.48). A

contextualização do referencial teórico segue a abordagem com caráter exploratório e

descritivo e apresentação de resultados sobre o processo de reutilização dos resíduos de

construção civil no Brasil; segundo dados da literatura que inclui artigos científicos, teses,

dissertações, livros, revistas, sendo que os dados coletados por meio digital foram

selecionados a partir do ano de publicação dos anos de 2001 a 2017.

Segundo Batlouni (2016), no Brasil a atividade econômica teve redução, por isso, a

importância de estudar sobre aproveitamento e reutilização para obter ganhos de produção;

utilizando-se a tecnologia e os conceitos de sustentabilidade no ramo da industrialização o que

oferece benefícios, principalmente na questão de redução do desperdício e da geração de

resíduos de entulho nas obras de construção civil. Para Scatamburlo (2014), o uso de

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agregado miúdo reciclado tem ganhado espaço, onde o primeiro estudo foi efetuado no ano de

1986, para a utilização de resíduos de construção e demolição.

4 RESULTADOS SEGUNDO LITERATURA

Segundo estudos de Pinto (1995), no Brasil a estimativa do prejuízo de materiais

resultante de construção civil apresenta um percentual de 20% em sistemas construtivos

convencionais, incluindo “argamassa e seus componentes sendo os principais vilões,

contribuindo com 60% do entulho gerado. Os componentes de vedação também se mostraram

grandes fontes de desperdício, resultando em 30% do entulho” (PORTO; SILVA, 2008, p.4).

A Tabela 1 apresenta alguns índices de perdas conforme o trabalho de Rocha Neto

(2010).

Tabela 1 - Índice de perdas de material na construção civil no Brasil

Geração estimada mês/tonelada Total = 863

Materiais Média %

Concreto usinado 9,75

Bloco cerâmico 31,1

Placa cerâmica 41x41 15.44

Placa cerâmica 31x31 2,79

Placa cerâmica paredes 6,36

Argamassa usinada de cimento e areia lavada, traço 1:4. 15,88

Bloco cerâmico, retangular vazado, não segmentáveis, seis furos,

não passantes, sem função estrutural, 09x19x24cm. 27,60

Bloco cerâmico, retangular vazado, não segmentáveis, seis furos,

não passantes, sem função estrutural, 11,5X19X24cm. 34.42

Bloco cerâmico, retangular vazado, não segmentáveis, seis furos,

não passantes, sem função estrutural, 14X19X24cm. 31,28

Fonte: Rocha Neto, 2010.

Conforme Rocha Neto (2010), o índice de perdas de material na construção civil com

maior desperdício é de bloco cerâmico, retangular vazado, com uma média mês/tonelada de

34,42%. Esses índices de perdas apresentados na Tabela 1, também estão em conformidade

com dados dos estudos de Vargas et al. (1997), ao mencionar resultados alarmantes, tais

como: o tempo de perda da mão-de-obra dos serventes que pode atingir 50% do tempo total,

30% dos tijolos e elementos de vedação se transformam em entulho; 100% da argamassa é

perdida. Esses dados estão em conformidade com estudos de Santos; Morais; Lordsleem Jr

(2018), onde destacam que a argamassa é utilizada para chapisco; emboço, que é a camada de

regularização, e reboco; com índices de perda 3,11 e 16,26%; e a perda média em um edifício

com 21 pavimentos foi de 95,47% (LORDSLEEM et al., 2018).

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Para Kuster (2007), o setor da construção civil deve pensar na diminuição do impacto

ambiental causado pelos resíduos, por meio de estratégias como reciclagem ou reuso dos

resíduos gerados. Porém com a grande quantidade de resíduos gerados atualmente, torna-se

necessário desenvolver planos com urgência para reciclagem.

Em outras pesquisas foram confirmados que são elevados os índices de geração de

RCD, bem como, o desperdício nas obras de construções, reformas e demolições

(HALMEMAN; SOUZA, CASARIN, 2009); o total dos resíduos representam de 20 a 30% do

fluxo de resíduos de outras classes (BRASILEIRO et al., 2015, p. 179; MARCHI, 2011,

p.118; COSTA JUNIOR, et al., 2007, p.446).

A Figura 3 apresenta o percentual da origem dos RCD´s em municípios brasileiros.

Figura 3 - Origem dos RCD em municípios brasileiros

59%20%

21%

Reformas, ampliações e demolições Residências novas

Edificações novas

Fonte: MATTOS, 2014, p. 18

Ao analisar a Figura 3, verificou-se que 59% da origem dos RCD’s, são provenientes

de reformas e ampliações e demolições de obras. Segundo estudos de Monteiro et al., (2001),

23,9% das caçambas recolhidas; equivalentes a 58,2 t/dia de RCD são provenientes de

reformas e demolições, isso equivale a 40,6% dos resíduos recolhidos pelas empresas

coletoras para destinação de reciclagem.

Segundo dados de estudos dos resíduos de demolições no Brasil, a construção e

demolição geram uma quantidade aproximada de 160 milhões de toneladas/ano de entulho,

tendo conhecimento de que a indústria da construção civil é responsável por cerca de dois

terços do total de resíduos não industriais produzidos.

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Esse entulho é originado em 48% das demolições, 44% das reformas e em apenas

8% das novas construções. De 20% a 30% do total dos resíduos são recuperados

(concreto, asfalto, metais, tijolos, argamassa...) em operações de reprocessamento e

reciclagem (BAPTISTA; ROMANEL, 2013, p. 29).

As atribuições da Resolução CONAMA nº307 ampliaram as responsabilidades dos

Governos Municipais, sendo que 1% dos 5.564 municípios definiram seus Planos Integrados

de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (MARQUES NETO, 2003). Além disso,

o planejamento fornece as diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal de

Gerenciamento de RCD e este, por sua vez, informa o cadastramento de áreas, públicas ou

privadas, aptas para recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes.

A Figura 4 apresenta a hierarquia de utilização dos resíduos de construção e

demolição.

Figura 4 - Hierarquia de utilização dos resíduos de construção e demolição

Fonte: LEITE (2001, p. 16).

O procedimento para reduzir o impacto ambiental da construção civil, envolve

atividades complexas; diante disso, torna-se de fundamental importância desempenhar as

funções de forma combinada e simultânea. O método para prevenção ambiental depende da

minimização de resíduos, tornando-se uma das principais maneiras de se reduzir o impacto

ambiental. Envolve processos durante todo o ciclo de vida de uma construção, desde a

racionalização do processo construtivo, componentes reusados e/ou renováveis, estendendo-se

ao seu ciclo de vida final. “O processo de reciclagem de resíduos deve iniciar-se na própria

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obra, com a retirada e recolhimento do material de demolição por etapas e separação”

(BAPTISTA; ROMANEL, 2013, p. 32).

Conforme estudos de Pinto (1999), 40% a 70% da massa dos resíduos urbanos são

gerados em canteiros de obras; aproximadamente 50% dos entulhos gerados têm seu destino

final irregularmente, principalmente em centros urbanos brasileiros de médio e grande porte

(MATTOS, 2014). O termo “reuso (reutilizar), apresenta benefícios como menor gasto de

energia, menores taxas de emissão de poluentes (gases) e menor uso de água que a

reciclagem” (CORRÊA, 2009, p.40).

As maneiras de solucionar a problemática ambiental, como é o caso dos resíduos de

construções, são reduzindo a quantidade de quebra de tijolos solicitando ao fornecedor blocos

cerâmicos e o envio de blocos previamente cortados (meio bloco), por se tratar de um material

relativamente barato quando comparados aos demais, é muitas vezes mal utilizado.

No processo de construção verifica-se que mesmo sendo utilizados em menor

quantidade e mostrando índices de perdas inferiores aos demais materiais o custo na produção

de alvenaria tem seu consumo elevado com o uso dos blocos de tijolos, a argamassa de

assentamento, com espessura maior para o assentamento de blocos é maior que a utilizada no

assentamento de tijolos (PINHO, 2009).

A Tabela 2 apresenta valores de perdas de blocos de tijolos.

Tabela 2 – Perdas de blocos de tijolos na construção de alvenaria.

Obra 1 Obra 2 Obra 3 Obra 4

Custo por metro quadrado de bloco

de tijolos (R$/m²)

3,50 12,25 6,25 11,00

Perda por metro quadrado bloco de

tijolos (unidade)

4,75 0,38 2,13 0,63

Custo de perda por metro quadrado

(R$/m²)

0,67 0,37 0,53 0,55

Perda suposta em obra de 6.000m2 de

alvenaria (R$)

4.020,00 2.220,00 3.180,00 3.300,00

Fonte: Pinho, 2009.

A questão de perdas tem como desafio para as empresas do setor de construção civil a

mão de obra onde é disponibilizado mais de 50% da receita total do projeto, significando que:

Uma mão de obra bem treinada e capacitada poderá vir a diminuir as perdas nas

obras, reduzir o percentual destinado ao setor de reciclagem. Um ponto de

estrangulamento identificado na construção civil refere-se à falta de mão de obra

qualificada, principalmente para permitir a incorporação de avanços tecnológicos na

modernização da construção civil brasileira (HELENO, 2010, p.23).

A Figura 5 apresenta o grau de capacitação de profissionais da construção civil.

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Figura 5 - Participação em curso profissionalizante na área da construção civil

30%

70%

sim não

Fonte: Santos, 2010.

Nota-se que a falta de capacitação e curso profissionalizante gera problemas de

materiais e mão de obra, a falta de planejamento resulta em aumento de custos e da geração

de RCD, pois em sua maioria os profissionais não possuem capacitação.

O setor utiliza mão de obra pouco qualificada, o emprego destas é feita

eventualmente e suas possibilidades de promoção são escassas, gerando uma baixa

motivação no trabalho; a construção é executada sob intempéries; são empregadas

especificações complexas quase sempre contraditórias e confusas; as

responsabilidades são pouco definidas e dispersas; e o grau de precisão com que se

trabalha na construção é menor do que em outras indústrias (GRABIN, 2007, p.24).

Além disso, a capacitação dos trabalhadores na construção civil geralmente é efetuada,

dentro do canteiro de obras. O treinamento dos trabalhadores praticamente inexiste ou é

deficiente. A continuidade das atividades carece de melhor programação é pouco incentivada.

(LIMA, 1995), isso gera demolição e entulho na obra. A Figura 6 apresenta a composição

qualitativa do entulho como um todo no Brasil.

Figura 6 – Composição do entulho como um todo no Brasil

23%

5%

9%5%

56%

2%

solo e areia cerâmica brancaceramica vermelha rochaconcreto e argamassa outros

Fonte: Nagalli, 2014.

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13

Os dados sobre a composição do entulho como um todo no Brasil, mostram que 56%

concentra-se no desperdício de cimento e argamassa, sendo que ocorrem falhas dos

colaboradores que efetuam a mistura do produto, também é armazenado em condições que

provocam perdas por umidade e embalagem estourada. Outra situação é a falta de

conhecimento em colocar lonas para aproveitamento da quantidade que ao chapiscar é

desperdiçada no chão, e geralmente vai para a caçamba de entulhos.

Segundo Nagalli (2014, p. 66), “essa quantidade de resíduos está associada ao sistema

construtivo brasileiro que adota estruturas em concreto e revestimentos assentados sobre

argamassa de cimento”. Comparando-se as quantidades de demanda de brita, pode-se supor

que os resíduos classe ‘A’, dentro do parâmetro para uso não estrutural, poderiam ser

reutilizadas.

A argamassa reciclada, por exemplo, apresenta como principal índice do SCO-RIO

Sistemas de Custos e Orçamentos no Município em 2010. a rocha britada

beneficiada foi consumida no Brasil na construção civil (66%), construção e

manutenção de estradas (15%), pavimentação asfáltica (4%), e fabricação de

artefatos de cimento (3,5%) (LA SERNA et al., 2007; BAPTISTA; ROMANEL,

2013, p. 34).

A construção civil em seu ciclo evolutivo deixou de se preocupar com a área de

manufatura, ou seja ‘o canteiro de obras’. A importância para o assunto centrava na questão

dos aspectos técnicos do projeto arquitetônico-estrutural, deixando no esquecimento os

aspectos diretamente ligados nas atividades que envolvem o canteiro de obras, os quais são: o

desperdício de material, os prazos muito cobrados e os retrabalhos (demolição), muitas vezes,

por mudanças do projeto durante a execução (VIEIRA, 2006). Na Figura 7, apresenta-se o

processo de ciclo de vida da construção.

Figura 7 – Processo de ciclo de vida de uma construção

Fonte: Corrêa, 2009.

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14

Com a formulação do plano de gerenciamento de resíduos de construção civil houve a

possibilidade da diminuição dos custos associados às disposições irregulares, tornando-se um

fator de motivação para os investimentos.

Apresentando como retorno uma maior viabilidade econômica, principalmente dos

setores públicos mediante a redução de gastos com limpeza urbana e a obtenção de agregados

reciclados, tendo uma redução de 40% quando comparados com o valor de produtos

reciclados; sendo que as razões de administrar a atividade inclui: “(a) mudança de gestão ou

desinteresse; (b) dificuldades na manutenção/operação da usina por falta de pessoal

tecnicamente preparado ou demora na obtenção de verbas para a compra de peças de

reposição” (MIRANDA; ÂNGULO; CARELI, 2009, p.63).

Na Figura 8, apresentam-se dados referentes à quantidade de usinas públicas de

reciclagem da fração classe A, sendo que dez estão situadas em municípios que possuem

plano de gerenciamento de RCD. No Brasil, a quantidade de usinas de reciclagem da fração

classe ‘A’, no decorrer do ano de 2002, somavam um total de 16 usinas, tendo um elevado

aumento nas novas instalações (até três usinas inauguradas por ano). Entretanto, com a

aprovação da resolução CONAMA 307 e os planos de estratégias no setor de gestão pública,

essa taxa de crescimento aumentou (de três a nove usinas instaladas por ano). A Figura 8

apresenta a quantidade de usinas de reciclagem da fração classe ‘A’ no Brasil.

Figura 8 – Quantidade de usinas de reciclagem da fração classe ‘A’ no Brasil.

51%

49%

Usinas públicas Usinas privadas

Fonte: Miranda; Ângulo; Careli, 2009, p.63.

Conforme a Figura 8, verifica-se que existem poucas usinas de reciclagem públicas e

privadas, não chegando a ser possível o funcionamento de duas para cada estado brasileiro, no

setor de reciclagem da fração classe ‘A’, onde os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como

agregados de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação, são identificados

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como por exemplo: cacos de cerâmica, tijolos, blocos, telhas, placas de revestimentos,

concreto, argamassa, solos, entre outros. No Brasil atualmente, estão em funcionamento 47

usinas de reciclagem, sendo 24 públicas (51% do total) e 23 privadas (49% restante).

(MIRANDA; ÂNGULO; CARELI, 2009). Considerando-se o que define a resolução

CONAMA 307 (2002), verificou-se que o potencial de produção de agregados reciclados

ainda está a desejar, tendo conhecimento de que se encontra com índice menor do que a

geração de RCD. Caso todas as usinas brasileiras estejam em funcionamento ou em fase de

instalação e reciclando RCD em sua capacidade nominal, ocorre a perspectiva de que apenas

3,6% do RCD produzido encontra-se em processo de reciclagem. A Figura 9 apresenta dados

referentes à concentração de usinas por estados brasileiros.

Figura 9 - Concentração de usinas por estados brasileiros

54%

7%

7%

7%

4%

3%

2%

1%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Porcentagem

SP

PR

RS

RJ

PB

RN, MG, SC

GO, CE

BA, ES, DF, MT

Est

ad

os

bra

sile

iro

s

Fonte: Miranda, et al. 2016.

Segundo dados dos estudos de Miranda et al., (2016), dos Estados brasileiros que

possuem usinas de reciclagem o Estado que apresenta maior concentração de entulhos

destinados para usinas é São Paulo com um percentual de 54%, resultado esse originado de

atividade de construção civil e demolição que gera maior volume de RCD; em comparação os

Estados de Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul possuem um índice de 7% de usinas

em funcionamento, tendo assim uma segunda colocação de geração de entulhos provenientes

das obras da construção civil.

Essas informações comparadas com estudos semelhantes aos obtidos na pesquisa de

2013 (ABRECON, 2013), mostram que no estado de SP ocorreu uma redução de 58% para

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54%, enquanto houve um aumento para 7% no Estado do Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande

do Sul. Na Tabela 3, apresentam-se informações referentes a coleta de RCD na região sul no

período de 2016 a 2017.

Tabela 3 – RCD na região sul período 2016 a 2017.

Região

Sul

2016 2017

RCD coletado (t/dia) índice (kg/hab/dia) RCD coletado (t/dia) Índice

Total 16.718/0,568 16.472 0,556 Fonte: ABRELPE, 2017, p. 44.

Nota-se conforme informações da Tabela 3, referentes ao período de 2016 e 2017, que

na região sul dos municípios em que é efetuada a coleta de RCD, “totalizando 1.191, esses

geraram no ano de 2017, a quantidade de 22.429 toneladas/dia de resíduos da construção civil,

sendo que 95,1% foram coletadas” (ABRELPE, 2017, p. 44).

Ainda segundo informações dos resíduos coletados na região sul, “29,8%,

correspondem a 6.356 toneladas diárias, as quais tiveram como destino final lixões e aterros

controlados” (ABRELPE, 2017, p. 44). Em síntese, os municípios da região Sul no ano de

2017, investiram mensalmente “R$8,20 por pessoa na coleta resíduos de construções. Ou seja,

no ramo da construção civil a região sul movimentou em torno de R$ 3,3 bilhões, registrando

aumento aproximado de 3,6% em relação a 2016”.

Na Tabela 4, apresentam-se dados dos 10 municípios do Paraná que possuem maior

índice de geração de RCD no ano de 2016.

Tabela 4 - Municípios paranaenses com maior geração de RCD no ano de 2016

Municípios Paranaenses RCD ANO 2016

Curitiba 984.878,44 t/ano

Londrina 287.764,36 t/ano

Maringá 209.592,76 t/ano

Ponta Grossa 177.387,60 t/ano

Cascavel 164.437,52 t/ano

São José dos Pinhais 157.434,68 t/ano

Foz do Iguaçu 137.235,80 t/ano

Colombo 122.169,32 t/ano

Guarapuava 93.213,12 t/ano Paranaguá 78.951,08 t/ano

Fonte: Vargas, 2018.

Segundo estimativas do Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Paraná (PERS/PR) “no

ano de 2016 a região de Curitiba foi considerada com maior geradora de RCD, registrando

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1.839.705 t/ano” (VARGAS, 2018, p.44). Entre outros municípios que apresentaram

quantidade elevada de RCD no Paraná destacam-se: Londrina, Maringá, Ponta Grossa,

Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Colombo, Guarapuava e Paranaguá.

(VARGAS, 2018). No caso de Toledo não existem registros, pois, além de ser um município

que apresenta grande quantidade de geração de RCD, o mesmo não disponibiliza usinas de

reciclagem e também os aterros são limitados, sendo que em sua maioria os prestadores de

serviços transportam as RCD para o município vizinho de Cascavel; o que incorre de altos

custos devido ao frete de transporte.

5 CONCLUSÃO

Este trabalho teve o objetivo de realizar uma discussão sobre os resíduos de

construção e demolição na engenharia civil (RCD´s); apresentar dados da importância da

reciclagem classe ‘A’; descrever informações referentes ao desperdício e a falta de mão de

obra capacitada; e a de informar a quantidade de usinas de reciclagem no Brasil.

Com o estudo foi possível conhecer os estados onde se concentram a maior quantidade

de entulhos de demolição e construção, isso significa que dos fatores influentes no aumento

do indicador de perdas, o principal é a questão da falta de mão de obra capacitada, onde os

colaboradores acabam desperdiçando materiais. Não basta pensar apenas em economizar na

compra desses materiais, mas sim na boa execução e uso suficiente dos mesmos em obra, pois

ultrapassando seu limite necessário, se têm um desperdício de tempo, e consequente perda

financeira. Um aprofundamento de conhecimento em cursos técnicos, acompanhamento

efetivo do Engenheiro Civil ou responsável técnico da equipe, já minimiza tais perdas de

materiais e prioriza a destinação final correta dos resíduos citados no artigo.

A destinação final dos entulhos de demolição ou de construção de resíduos classe ‘A’

são geradas com edificações, reformas e reparos, de caráter público ou privado, e a definição

de critérios para elaboração dos planos de gerenciamento de resíduos da construção e

demolição tem como intuito atender as propostas segundo estabelecem as diretrizes da gestão

de RCD.

A importância da reciclagem reside na redução, extração e exploração da matéria-

prima natural; tendo os resíduos o destino final. A seleção de RCD em canteiros apresentam

vantagens econômicas e ambientais, porque reduz o volume das classes de resíduos

transportados, viabilizam soluções de reciclar, reduzir e reutilizar os resíduos classe ‘A’.

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Os processos de reciclagem são de grande relevância para o controle dos impactos

ambientais tendo como intuito reduzir o consumo de matéria prima, contribuindo com os

aspectos econômicos sócio/ambiental, além de ser economicamente viável para seus

investidores; produzido com técnicas que reduzam o trabalho degradante ao ambiente.

As ações que devem ser colocadas em prática envolvem estratégias para investimentos

em maior número de usinas de reciclagem em funcionamento no Brasil, bem como, segregar

os resíduos junto às fontes geradoras nos canteiros de obra, pois comparando com a

quantidade de resíduo gerado tem uma minoria de usinas em funcionamento para a reciclagem

da fração classe ‘A’, onde segundo os resultados no decorrer do ano de 2002, somava um total

de 16 usinas, e mesmo com o aumento nas novas instalações, sendo de três usinas

inauguradas por ano; atualmente, estão em funcionamento 47 usinas de reciclagem, sendo 24

públicas (51% do total) e 23 privadas (49% restante).

Em síntese, isso significa que nem todos os municípios possuem o processo de

reciclagem dos entulhos de demolição e restos de construção que deverão estar previstas no

plano de gestão de resíduos, para atender a redução da geração de entulho depositado em

locais inadequados, efetuando assim, à reutilização, à reciclagem e redução de consumo nas

obras de construção civil.

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