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Narcisismo contemporâneo: violência psicossocial e tirania íntimaAngela Maria Pires Caniato - Merly Luane Do Nascimento

Avatares de la pulsión de vida, camino a la subjetivaciónClaudia Chignoni

Estructura factorial exploratoria del aborto

Francisco Rubén Sandoval Vázquez, Cruz García Lirios, José Marcos Bustos Aguayo

Redes de conocimiento en torno a la complejidad organizacional: aprendizajede la autoregulación, disipación, adaptabilidad y dinamismo ante los cambiosJavier Carreón Guillén, Jorge Hernández Valdés, María Luisa Quintero Soto, Cruz García Lirios, Silvia Mejía Rubio

Entre las ruinasBeatriz Reoyo

Normas para los Autores

20Una sociedad sin trabajo, consecuencias psicológicasRosalía Julia Rowensztein

51Creatividad, transformación de la realidad y psicoanálisisJorge D. Montironi

SUMARIO

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74El silencio en la clínica: clínica psiquiátrica clínica psicoanalíticaEnrique Pastrana

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Revista Digital Prospectivas en Psicología. Vol. 2. N° 2. Julio 2016. ISSN Nº 2469-0066

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Angela Maria Pires Caniato Merly Luane do Nascimento1

NARCISISMO CONTEMPORÂNEO: VIOLÊNCIA PSICOSSOCIAL E TIRANIA ÍNTIMA

CONTEMPORARY NARCISSISM: PSYCHOSOCIAL VIOLENCE

Resumo: A cultura e a sociedade contemporâneas têm sido descritas como propensas a suscitar ou exacerbar o narcisismo individual. Originalmente, na teoria psicanalítica, o narcisismo não se restrin-ge ao campo da patologia e do sofrimento psíqui-co; sendo descrito, inclusive, como a matriz libidinal do amor. Entretanto, a forma contemporânea do narcisismo mostra-se peculiar, sobretudo por aliar-se a aspectos destrutivos do psiquismo. A partir da análise de algumas características da sociedade do consumo e do espetáculo, objetivamos elucidar al-guns aspectos do narcisismo contemporâneo, bem como, da violência psicossocial a ele atrelada.

Palavras chaves: Psicanálise; narcisismo contem-porâneo; violência; sociedade de consumo; indús-tria cultural

Resumen: Narcisismo contemporáneo: la violencia psicosocial y la tiranía de la cultura contemporánea y la sociedad han sido descritos como capaces de provocar o exacerbar el narcisismo individual. Origi-nalmente, en la teoría psicoanalítica, narcisismo no se limita al campo de la patología y la angustia; se describen, así como la matriz libidinal del amor. Sin embargo, la forma contemporánea del narcisismo es peculiar, especialmente por aliarse a los aspec-tos destructivos de la psique. Partir del análisis de algunas características de la sociedad de consumo

y espectáculo, queremos aclarar algunos aspectos del narcisismo contemporáneo, así como psicoso-cial violencia que él vinculado.

Palabras clave: Psicoanálisis; narcisismo coempo-ráneo; violencia; sociedad de consumo y espectá-culo.

Abstract: Contemporary culture and society have been described as prone to raise and deepen in-dividual narcissism. From the beginning, in the psychoanalysis, narcissism is not merely restricted to the pathological field or to psychic suffering, sin-ce it is described as a libidinal matrix with regard to love. However, contemporary narcissism are highly peculiar since they ally themselves to the destruc-tive aspects of psychism. With the analysis of cha-racteristics of consumer and spectacle society, we intend to understand contemporary narcissism better, as well the psychosocial violence which is related with it.

Keywords: Psychoanalysis; contemporary narcis-sism; violence; consumer society; cultural industry.

1. Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1968) Titulação em Psicologia Clínica e Social pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP)Mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1986) Doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1995). Pós graduação em Psicologia: Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Psicologia – Maringá – Paraná – Brasil- Participação em Entidades da Psicologia; Conselho Fe-deral de Psicologia – Coordenadora do GT Formação – 2010 a 2013 ABRAPSO – membro e ex-diretora ABEP – membro ALFEPSI - membro Curriculum completo: http://lattes.cnpq.br/7882184007291847

2. Doutoranda. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá (2006), pós-graduação em Gestão de Pessoas e Psicologia Organizacional pela Faculdade Cidade Verde (2009), pós-graduação latu sensu em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Escola Aberta do Brasil, e mestrado em Programa de Pós-Graduação em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá (2011). Atua como psicóloga da Secretaria de Assistência Social no Município de Sarandi e como docente na Universidade Estadual de Maringá na área de metodologia e técnicas de pesquisa. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social, atuando principalmente nos seguintes temas: Psicologia do Trabalho e Organizacional, Psicologia Educacional e da Aprendizagem e Psicanálise.

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NARCISISMO CONTEMPORÂNEO: VIOLÊNCIA PSICOSSOCIAL E TIRANIA ÍNTIMA. PP 4-19. ANGELA MARIA PIRES CANIATO -MERLY LUANE DO NASCIMENTO

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Narcisismo contemporâneo: violência psicosso-cial e tirania íntima

O termo ‘Narcisismo’ apesar de ser bastante con-hecido e vastamente utilizado em vários contextos – científicos ou não – possui significações variadas e, por vezes, destoantes entre si. Como conceito psicanalítico cunhado por Freud (1914/2004), o narcisismo mostra-se complexo, ao abranger tanto fenômenos constitucionais do desenvolvimento psicossexual quanto características e quadros pa-tológicos. Assim, quando pesquisadores de outros campos científicos – como a sociologia e a política, por exemplo – tomam de empréstimo esse comple-xo conceito para referir-se ao que está ocorrendo em nossa sociedade contemporânea, parece ser in-teressante, no mínimo, observar a procedência de suas observações.

Um exemplo significativo de tal empréstimo é o conceito de ‘cultura de narcisismo’ de Lasch (1983). De maneira apropriada, o autor não pretende con-fundir os campos do psiquismo e da cultura e, desse modo, não se refere a uma “cultura narcisista”. A “cul-tura do narcisismo”, tal como definida pelo autor, re-fere-se a um conjunto de fatores sociais e culturais que vêm a exacerbar o narcisismo nos indivíduos. Se essa observação é procedente quanto ao nosso contexto cultural, resta saber de que maneira se dá essa exacerbação, bem como, a quais propósitos ela serve. Sobretudo, nesse caso, impõe-se à Psica-nálise a tarefa de responder que tipo de narcisismo está sendo intensificado e quais as repercussões disso no psiquismo dos indivíduos na contempora-neidade. Em outras palavras, parece necessário ar-ticular as características dessa sociedade e cultura às injunções subjetivas que lhe correspondem ou tendem a fazê-lo, tecendo uma análise psicossocial daquilo que vem sendo denominado “narcisismo contemporâneo”.

1. Por uma definição do conceito psicanalítico de narcisismo: de Freud a autores contemporâneos

A definição freudiana inicial de narcisismo secun-dário – como um estado resultante do re-direcio-namento da libido depositada no mundo externo (objetos e ideais) de volta ao Eu (Freud, 1914/2004) – não apenas explicava o Eu grandioso e onipoten-te característico das psicoses, que estava em foco nos debates da Psicanálise da época: ela também concebia esse tipo de narcisismo como superposto a outro, o qual, por sua vez, seria uma fase consti-tucional – e, portanto, necessária – do desenvolvi-mento da libido.

Assim, Freud (1914/2004) não restringe o narcisis-mo ao campo das perversões ou das patologias. Ao contrário disso, postula “um narcisismo primário e normal” (p.97), enfatizando a obrigatoriedade ou constitucionalidade desse estágio caracterizado por um modo de distribuição peculiar da libido, a partir do qual essa última, inicialmente represada no Eu, poderia tomar diferentes caminhos, a saber: o próprio Eu, os objetos e os ideais. “Nessa acepção, o narcisismo não seria uma perversão, mas o com-plemento libidinal do egoísmo próprio da pulsão de autoconservação, egoísmo que, em certa medi-da, corretamente pressupomos estar presente em todos os seres vivos”. (Freud, 1914/2004, p.97).

A palavra redirecionamento possui um valor funda-mental para a compreensão dessa concepção, pois não se tratava, para Freud (1914/2004), apenas de uma retirada da libido dos objetos e do mundo ex-terior para o ego: mais do que isso, era um retorno. Essa libido originalmente estava depositada no Eu e fora investida, a partir dele, nos objetos:

O delírio de grandeza próprio desses estados nos aponta aqui o caminho a seguir. Ele surgiu, provavelmente, à custa da libido objetal. A libido retirada do mundo exterior foi redirecionada ao Eu, dando origem a um comportamento que podemos chamar de narcisismo. Na verdade, o delírio de grande-za em si não é nenhuma criação nova, mas,

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como sabemos, a amplificação e explicitação de um estado que já existia antes. (Freud, 1914/2004, p. 98).

De acordo com Freud (1914/2004, p.97), o narcisis-mo primário constituir-se-ia em um estágio inter-mediário entre o autoerotismo original e a eleição do objeto de investimento libidinal. Com isso, o autor introduz na clínica psicanalítica do seu tem-po uma compreensão divergente das concepções – hegemônicas até então – que situavam o narcisis-mo apenas no campo da perversão e da patologia. Além disso, Freud (1914/2004) explicava a própria patologia referente ao narcisismo por um retorno a esse estado, que fora normal e necessário em deter-minado momento do desenvolvimento:

Assim, esse narcisismo, que se constitui ao chamar de novo para si os investimentos an-teriormente depositados nos objetos, pode ser concebido como um narcisismo secun-dário, superposto a outro, primário. (...) che-gamos à concepção de que originalmente o Eu é investido de libido e de que uma parte dessa libido é depois repassada aos objetos; contudo, essencialmente a libido permane-ce retida no Eu. (Freud, 1914/2004, p. 99, gri-fos nossos).

Assim o narcisismo, enquanto etapa do desenvol-vimento, seria aquilo que garante ao Eu a ‘libidini-zação’ responsável por constituí-lo como unidade coesa e, ao mesmo tempo, digna de receber amor. Será a partir dessa espécie de ‘matriz libidinal’ que, segundo Freud (1914/2004), a libido poderá ser di-recionada aos objetos e aos ideais do mundo exter-no. No entanto, o autor deixa claro que essa matriz nunca poderá esvaziar-se completamente: parte da libido deverá ficar retida no Eu como garantia de sua própria estruturação e permanência.

Para Costa (1988) o narcisismo primário e a consti-tuição do Eu são contemporâneos. Antes disso, o

indivíduo não passaria de um conjunto de pulsões auto-eróticas sem qualquer coesão entre si, a não ser pelo fato de buscarem a satisfação dos impulsos. Nesse estágio, anterior ao narcisismo e à formação do Eu, “o ego inclui tudo, posteriormente, separa de si mesmo, um mundo externo” (Freud, 1930/1996, p.77). Isso significa que não há, inicialmente, uma demarcação entre o Eu e os objetos, e mesmo entre o Eu e o mundo externo. Em sentido estrito, portan-to, não há ‘Eu’ nessa fase inicial do aparelho psíquico.

O Eu é, portanto, uma estrutura que deverá ser constituída. Segundo Freud (1926/1996) “o ego é, na realidade, a parte organizada do id” (p.100). Por pressupor uma organização, o Eu requer um novo trabalho, uma diferenciação no interior do aparelho psíquico que permita que representações até então fragmentadas centrem-se numa representação úni-ca e coerente. Para tanto, algo deverá ser adiciona-do à economia libidinal auto-erótica:

É uma suposição necessária a de que uma unidade comparável ao Eu não esteja pre-sente no indivíduo desde o início; o Eu pre-cisa antes ser desenvolvido. Todavia, as pul-sões auto-eróticas estão presentes desde o início, e é necessário supor que algo tem de ser acrescentado ao auto-erotismo, uma nova ação psíquica, para que se constitua o narcisismo”. (Freud, 1914/2004, p.99).

Segundo Costa (1988), será a libido a argamassa necessária para unir as representações que consti-tuem o Eu: “O Eu, na introdução ao narcisismo como na teoria das identificações, passa a existir quando a libido investe certos objetos que são a substância mesma da formação egótica” (p. 154). Está aqui em questão o papel decisivo que o objeto desempenha para o surgimento do Eu. Isso porque, são os cui-dados da mãe, pelos quais ela investe o bebê libi-dinalmente, que torna o narcisismo e, portanto, a constituição do Eu, possíveis. A esse respeito, Green (1988) esclarece que “o percurso do investimento

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só se constitui porque a mãe também o investe” (p.132), o que significa que a libido narcisista tem uma origem objetal.

Podemos compreender mais facilmente essa de-pendência da libido narcisista em relação à libido objetal ao considerar que, mesmo no estágio inicial, em que o aparelho psíquico ainda não foi diferen-ciado e a nova ação psíquica representada pelo narcisismo ainda não ocorreu, as energias internas mantêm uma relação de via dupla com as externas. Como explica Laplanche (1987), essa relação faz do que seria o Id (ou Isso) “um interno que é metafó-rico do externo” (p.242). Isso significa que, nesse momento, o investimento do objeto garante a exis-tência desse amontoado de pulsões difusas que é o sujeito. A origem da libido narcisista apenas re-montaria a essa dependência primitiva em relação ao investimento que o objeto faz no sujeito. Sobre esse assunto, Green (1988b) esclarece que:

A soberania do princípio do prazer, assim como a sobrevivência, só são possíveis se, no começo, a mãe garantir a satisfação das necessidades, a fim de que possa se abrir o campo do desejo como ordem do significan-te. O mesmo vale para a esfera do narcisis-mo, que só pode se instaurar à medida que a segurança do Eu esteja garantida pela mãe. (p.206, grifos nossos).

A satisfação pulsional obtida por meio do obje-to, segundo Green (1988b), não apenas torna as pulsões toleráveis ao Eu, mas também é o que, no desenvolvimento do bebê, vai proporcionando ao mesmo a sensação de ser amado e desejado por seu cuidador. É, portanto, essa ação específica que constitui, simultaneamente, o narcisismo positivo (ou narcisismo de vida) e a crença no amor objetal de um modo geral. A formação do autoconceito, ou seja, da representação de si e da auto-estima, de-pende diretamente de tal fase em que o Eu é objeto dessa “ação especificamente boa” (Green, 1988b. p.

157). Assim, o sentimento de valoração que o indiví-duo nutre em relação a si é herdeiro direto do narci-sismo primário e carrega os resquícios dessa fase. A “narcisização do Eu” garantirá o seu funcionamento pelo amor que dedica a si mesmo e pela crença po-sitiva que em si deposita. Para Green (1988b), a inflexão das pulsões em di-reção ao Eu implica uma dessexualização relativa da energia aí envolvida, a qual será tanto necessária ao funcionamento egóico quanto constitutiva de outros elementos e capacidades que se relacionam direta ou indiretamente com a auto-estima:

(...) a energia convertida pela dessexuali-zação serve para constituir o aspecto es-pecífico dos investimentos do Eu: autocon-servação, garantia dos seus limites e de sua coesão, consolidação de sua consistência (em todos os sentidos do termo) etc. Acima de tudo, esta narcisização garante o funcio-namento do Eu pelo amor que dedica a si mesmo, sua fé em si, se é que isto pode ser dito. Os parâmetros aqui implicados são nu-merosos: compreendem as noções de cons-tância dos investimentos, livre circulação da energia, sentimento de sua distinção e de sua separação do objeto, permeabilidade limitada de suas fronteiras, capacidade de resistir às intrusões do objeto e às suas va-riações aleatórias, solidez interna, tolerância às regressões parciais e temporárias sob a condição de poder restabelecer o estado an-terior etc. (p.169-170).

Por sua vez, conforme nos explica Freud (1914/2004), as realizações do Ideal-de-eu e as satisfações obti-das por meio dos relacionamentos amorosos serão as satisfações substitutivas – na idade adulta – res-ponsáveis por manter a estima de si em um nível saudável:

O autoconceito nos aparece inicialmente como expressão da grandeza do Eu (...). In-

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teressa saber que tudo o que possuímos ou conseguimos, cada remanescente do sen-timento primitivo de onipotência que ten-ha eventualmente sido corroborado pela nossa experiência, ajuda a incrementar o autoconceito. (...) na vida amorosa a perce-pção de não estar sendo amado reduz o au-toconceito, ao passo que estar sendo ama-do o eleva. (...) A percepção da impotência, da própria incapacidade de amar, seja em conseqüência de perturbações psíquicas ou perturbações corporais, tem o efeito de rebaixar fortemente o autoconceito (Freud, 1914/2004, p.115-116).

Para Hornstein (2006) o aumento da auto-estima em uma relação amorosa satisfatória, bem como sua diminuição em uma situação de rejeição por parte do objeto de amor, ilustram a interdependên-cia existente entre libido narcísica e libido objetal, as quais se fortalecem e se complementam mutua-mente.

Ainda no âmbito do narcisismo não patológico, Freud (1914/2004) explica que, durante o sono, a dis-tribuição libidinal característica do narcisismo seria retomada, gerando uma alteração em que a libido seria recolhida ao Eu e mais especificamente para o exclusivo desejo de dormir. Isso explicaria, para o autor, o egoísmo que é próprio dos sonhos. Em uma publicação posterior, o sono é descrito como uma reconstituição do estado característico do narcisis-mo primário: “Em uma pessoa que dorme, recons-titui-se o primitivo estado de distribuição da libido – narcisismo total, no qual a libido e o interesse do ego, ainda unidos e indiferenciáveis, habitam o ego auto-suficiente”. (Freud, 1916/1976, p.93).

Dessa forma, o narcisismo trata-se de uma estru-tura que jamais é totalmente abandonada, sendo retomado na vida adulta do sujeito não apenas em caso de distúrbios psíquicos; mas também durante o saudável (e necessário) sono de toda a noite; na

constituição dos ideais e em sua realização e mes-mo na vida amorosa do indivíduo: “um amor feliz que venha a ocorrer no mundo real será capaz de corresponder ao estado originário no qual não há como diferenciar a libido objetal da libido do Eu” (Freud, 1914/2004, p. 117).

Freud (1914/2004), contudo, não deixa de consi-derar o aspecto patológico do narcisismo. O autor permite compreender que, enquanto o narcisismo primário seria um estágio saudável e necessário ao desenvolvimento da libido, o retorno a ele também poderia indicar a existência de processos patogêni-cos no psiquismo. O estágio do narcisismo primário, conforme descrito por Freud (1914/2004, p. 98), se-ria semelhante àquele observado nos povos primi-tivos e nas crianças, caracterizado pela “onipotência dos pensamentos”, a qual revelaria a predominância da atividade inconsciente e seria compatível com a crença de que seus desejos possuiriam um poder mágico de realização. O autor concebe que, a não ser pela reconstituição desse estado durante o sono habitual de toda noite, a onipotência característica do narcisismo primário é indicativa de regressão psíquica, e portanto, da presença de patologia pre-sente ou futura.

Tal regressão, como explica Freud (1914/2004), pode ser utilizada para os propósitos de manutenção da vida e do equilíbrio psíquico. Em uma doença ou es-tado doloroso, por exemplo, a libido volta-se para o órgão atingido (ou para o corpo, de um modo geral) na tentativa de recuperá-lo. É nesse sentido que o egoísmo exacerbado serve à recuperação do doen-te, pois toda a atenção e energia são direcionadas para o processo de cura (Freud, 1914/2004). Por outro lado, para efetivamente dar-se a cura, como esclareceu Freud (1914/2004), a capacidade de li-gar-se a outros objetos deverá ser desenvolvida. A fixação na posição libidinal narcísica, como explica Severiano (2001), impede o desenvolvimento do Eu e constitui-se em sinal de patologia. Tal como escla-rece Freud (1914/2004, p.117), “o desenvolvimento

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do Eu consiste em um processo de distanciamento do narcisismo primário”.

Em última instância, o desenvolvimento do Eu pres-supõe sua capacidade de diferenciar-se e de amar. O Eu maduro será aquele que adquiriu um grau sa-tisfatório de diferenciação em relação ao objeto e ao mundo externo e, ao mesmo tempo, pôde dispor de certa quantidade de libido para direcioná-la aos objetos e ideais. A esse respeito, Freud (1914/2004, p.106) esclarece: “Um forte egoísmo protege contra o adoecimento, mas, no final, precisamos começar a amar para não adoecer, e iremos adoecer se, em conseqüência de impedimentos, não pudermos amar”. A dificuldade básica do “adoecimento” nar-císico seria justamente a incapacidade de amar e de constituir um vínculo pautado na alteridade do objeto em relação ao Eu. Em outras palavras, a me-tabolização do narcisismo primário no investimen-to libidinal de objeto e nos ideais culturais, como denomina Costa (1988), será pré-requisito para o desenvolvimento de um psiquismo saudável.

As patologias narcísicas serão caracterizadas, con-forme explica Hornstein (2006), por uma ampla negação da alteridade e da dependência do sujei-to em relação ao objeto. Isso implicará, como em outras patologias, negação da realidade ou parte dela, e, além disso, dificuldade para vincular-se ao objeto. Hornstein (enumera algumas tendências do narcisismo que apontam seu aspecto patológi-co, a saber:

la de hacer converger sobre sí las satisfaccio-nes sin tener en cuenta las exigências de la realidad, la de la búsqueda de autonomía y autosuficiencia con respecto a los otros, el intento activo de dominar y negar la alteri-dad, el predominio de lo fantasmatico sobre la realidad (2006, p.44).

Green (1988b) esclarece que o objeto, por cumprir um papel essencial na economia psíquica do sujei-

to – responsável por estimular e conter a excitação pulsional e, além disso, atuar como Eu-auxiliar e espelho do Eu – está intimamente relacionado ao equilíbrio narcísico. Em sua falta, quando o objeto não pode cumprir suas funções de continente e es-pelho, e em seu excesso, quando a excitação causa-da pelo objeto excede a capacidade de elaboração do sujeito, ou quando “os dois objetos (interno e externo, materno e paterno) tiverem sido agentes de desilusão cedo demais” (p.153, grifo do autor), o objeto torna-se agente de uma “ferida narcisista” (p.206), a qual poderá, dependendo das caracterís-ticas estruturais do Eu e das vicissitudes de seu des-envolvimento, ser responsável por aliar os mecanis-mos psíquicos de defesa narcísica aos objetivos de desligamento próprios da pulsão de morte.

Green (1988a) explica, baseado em Freud, que o objetivo da pulsão de morte é eliminar toda e qual-quer perturbação. Assim, sua função é neutralizar o desejo, o qual confere ao sujeito a consciência de separação em relação ao objeto, ou seja, de sua condição de falta. Enquanto as pulsões de vida ga-rantirão uma “função objetalizante” (Green, 1988a, p.59) caracterizada por estabelecer laços com o ob-jeto, a pulsão de morte cumpriria a função contrá-ria, ou seja:

(...) a meta da pulsão de morte é realizar ao máximo uma função desobjetalizante através do desligamento. Esta qualificação permite compreender que não é somente a relação com o objeto que é atacada, mas também os substitutos deste – o Eu, por exemplo, e o próprio investimento, à medi-da que sofreu o processo de objetalização. (Green, 1988a, p.60).

Assim, Green (1988b, p.23) concebe o narcisismo de morte como expressão dessa tendência desob-jetalizante, que é a busca “do nada, isto é, de uma redução das tensões ao nível zero, que é a aproxi-mação da morte psíquica”. Segundo o autor, ele co-

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rresponde ao apagamento do desejo no que este tem de mais perturbador, ou seja, sinalizar ao Eu sua dependência em relação ao objeto. Trata-se de uma defesa radical, cujo objetivo principal seria ani-quilar o vínculo e extinguir o desejo e a perturbação dele provenientes. Nessa situação:

A realização alucinatória negativa do desejo tornou-se o modelo que governa a atividade psíquica. Não é o desprazer que substituiu o prazer, é o Neutro. Não é na depressão que devemos pensar aqui, mas na afanise, no ascetismo, na anorexia de viver. É este o verdadeiro sentido de “Além do princípio do prazer”. A metáfora do retorno à maté-ria inanimada é mais forte do que se pensa, pois esta petrificação do Eu visa à anestesia e a inércia na morte psíquica. É apenas uma aporia, mas é uma que permite compreen-der o objetivo e o sentido do narcisismo de morte. (Green, 1988b, p. 24. Grifos do autor).

A indiferença parece ser o conteúdo ideacional que mais propriamente expressa essa neutralização do desejo: não desejar, não amar, não investir libidinal-mente. Green (1988a) ressalta que não é apenas a relação com o objeto que pode sofrer esse processo de desafecção: também o Eu e o próprio processo de ligação poderão ser despojados de qualquer ‘carga’ libidinal. Se essa radicalização da defesa nar-císica puder ser perfeitamente atingida, o resultado é, obviamente, a morte, já que a energia seria total-mente reduzida a zero. Parece, não obstante, perti-nente indagar a respeito dos diferentes graus e for-mas de desafecção que seriam possíveis antes que esse estágio de desligamento total fosse alcança-do. A falta de empatia e a progressiva extinção da capacidade de vincular-se, tidas como critérios indicativos no diagnóstico do Transtorno de Perso-nalidade Narcisista (DSM-IV, American Psychiatric Association, 1994) parece ser um exemplo ilustra-tivo: segundo o referido manual “aqueles que se relacionam com indivíduos com Transtorno de Per-

sonalidade Narcisista tipicamente descobrem neles uma frieza emocional e falta de interesse mútuo” (p. 621). Essa carência de alteridade e capacidade empática é descrita como um dos critérios diag-nósticos do referido transtorno, da seguinte forma: “ausência de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e necessidades alheias” (p.623). Além disso, algumas características subjetivas contemporâneas apontadas por Lasch (1983) como correlatas à chamada cultura do nar-cisismo –tais como a mentalidade egoísta e pau-tada na sobrevivência individual a qualquer custo, por exemplo – poderiam ser compreendidas como expressão dessa mesma tendência.Os estados de vazio que estão sendo vistos como em ascensão na clínica psicanalítica atual, (Green, 1988b; Hornstein, 2006), a indiferença e desafeçcão contemporânea em relação aos projetos coletivos e à construção co-letiva do espaço público (Lasch, 1983; Sennet, 1988; Lipovetsky, 1989; Bauman, 2008a), as relações pre-datórias entre os indivíduos (Lasch, 1983; Birman, 2009) e aquelas relações que buscam ‘purificar-se’ de qualquer afeto (Bauman, 2004) - enfim, todas as formas contemporâneas pelas quais se expressa a tendência de destruir a si mesmo, ao outro ou, ain-da, ao próprio investimento amoroso em si, pare-cem estar relacionadas a esse processo, no qual se aliam os mecanismos de defesa narcísica e os ob-jetivos da pulsão de morte. Para melhor investigar-mos os aspectos dessa aliança é preciso considerar algumas características sociais e culturais que vêm sendo relacionadas aos aspectos destrutivos ou pa-tológicos do narcisismo contemporâneo.

2. A sociedade de consumo, a sociedade do es-petáculo e a cultura do narcisismo.

Como indivíduos inseridos em um contexto his-tórico e social, somos suscetíveis à influência des-se meio sobre nós. Rey (2002, p.22) afirma que “el hombre ha desarrollado una psique histórica y cul-tural, que se expresa como momento constitutivo y constituyente de esta cultura”. Como as signifi-

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cações que compõem a subjetividade estão sendo produzidas o tempo todo, dentro e fora do indiví-duo – ou seja, tanto no campo psíquico quanto no social – o homem age e é modificado por meio das relações que estabelece com os outros homens e com elementos da cultura, da economia e da so-ciedade de um modo geral. Por estas razões, não poderíamos deixar de considerar, em nossa leitura do narcisismo, a importância do outro humano e do contexto sócio-histórico na formação do indivíduo.

Para entendermos algumas das transformações que culminaram na promoção social do narcisismo em nosso contexto histórico (Pedrossian, 2008), ire-mos investigar alguns aspectos da sociedade e da cultura contemporâneas.

Lipovetsky (2007, p.11) afirma que a principal ca-racterística do que denomina sociedade de hiper-consumo seria a “mercantilização e multiplicação indefinida das necessidades”. A obsessão pela no-vidade e o descarte rápido das mercadorias seria outro mecanismo destinado a manter e exacerbar o consumismo. Para promover essa espécie de “neofi-lia”, como a denomina o autor, os produtos passam a ser fabricados para ter um ciclo de vida útil mais curto e, ao mesmo tempo, cada produto deve re-meter-se a outro, gerando a necessidade de novas aquisições.

O ritmo de produção, por sua vez, é antes sustenta-do pelas inovações tecnológicas do que pela força humana de trabalho. Por esse motivo, o desapareci-mento do emprego estável, a falta de proteção do Estado - assinalada pela escassez ou precarização de meios que assegurem a vida do trabalhador desempregado - e a fragilização dos indivíduos na cena social vêm a ser características típicas de nos-sa época (Bauman, 1998). Isso gera nos indivíduos contemporâneos um sentimento de “insegurança generalizada” (Baudrillard, 1995, p. 35), não apenas pela incerteza quanto aos meios de sobrevivência, mas também por haver, concomitantemente, uma

pressão social no sentido de acompanhar o ritmo veloz de aquisição que é cobrado pela sociedade de consumo.

Lipovetsky (2007, p.149) afirma que nossa civili-zação “destrói a tranquilidade consigo e a paz com o mundo, tudo se passando como se as autoinsa-tisfações progredissem proporcionalmente às satis-fações fornecidas pelo mercado”. O autor sublinha uma coexistência, em nossa época, de elementos antitéticos, tais como o apelo ao hedonismo e a promoção social do sofrimento, fazendo da socie-dade de hiperconsumo “a civilização da felicidade paradoxal” (Lipovetsky, 2007, p.17), ou seja, uma felicidade que se caracteriza por frustrações reitera-das de sua promessa.

Bauman (2008a) apresenta uma concepção semel-hante ao afirmar que, apesar de a felicidade ser alar-deada como valor supremo na sociedade de consu-mo, são as frustrações e a infelicidade do consumidor o que impulsiona e perpetua o modo de produção característico dessa sociedade. Segundo o autor, “a sociedade de consumo prospera enquanto conse-gue tornar perpétua a não-satisfação de seus mem-bros (e assim, em seus próprios termos, a infelicidade deles)” (Bauman, 2008a, p.64, grifos do autor). Segundo Lasch (1983, p.102), “o consumidor per-petuamente insatisfeito, intranqüilo, ansioso e en-tediado” é produto da publicidade na cultura do narcisismo, pois, ao defender o consumo como so-lução para os descontentamentos do consumidor, a publicidade acaba gerando novos descontenta-mentos que são característicos dessa cultura. A pro-paganda de mercadorias, na visão do autor, cumpre uma dupla função. Em primeiro lugar, ela desvia a atenção do indivíduo de suas condições materiais de produção da vida (condições de trabalho, por exemplo) para fatos superficiais e irrelevantes que estejam no foco da moda. Em segundo lugar, pro-põe o consumo como cura de todas as mazelas tí-picas da cultura do narcisismo – como a solidão, a

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fadiga, a insatisfação sexual, o sentimento de inveja e as ansiedades que resultam de tudo isso – para, por meio do próprio consumo, gerar novos descon-fortos: “insegurança pessoal, ansiedade pelo status, ansiedade dos pais sobre sua capacidade de satis-fazer as necessidades dos mais jovens” (Lasch, 1983, p.103). Com isso, a publicidade gera um círculo vicio-so em que “o doloroso vazio” do consumidor busca preencher-se com a aquisição de bens, e a criação acelerada de novas mercadorias vem ampliar esse vazio, encorajando novas buscas por satisfação.

O papel político desempenhado pela publicidade se expressa em sua função infantilizante e lúdi-ca, que “visa a um mesmo processo de regressão aquém dos processos sociais reais de trabalho, de produção, de mercado e de valor” (Baudrillard, 2006, p. 184). Para obter a integração na ordem do consumo e o consenso social em torno dos valores que veicula, a sociedade de consumo apresenta o real ao indivíduo por meio do espetáculo, no qual é a própria realidade social que é negada e recalcada. Os processos objetivos e a história social são camu-flados nas imagens para que melhor se imponha a ordem real de produção e de exploração. Isso im-plica também uma repressão contínua, ainda que não perceptível, do desejo, o qual, ‘espetaculariza-do’, bloqueado e reiteradamente decepcionado, irá sofrer uma “transferência regressiva e derrisória num objeto” (Baudrillard, 2006, p. 186), ou seja, no objeto de consumo. É desse modo que “todos os desejos, os projetos, todas as paixões e todas as re-lações abstratizam-se (e se materializam) em signos e em objetos para serem comprados e consumidos” (Baudrillard, 2006, p. 207).

Debord (1997, p.28) esclarece que o espetáculo significa “o mundo da mercadoria dominando tudo que é vivido” e, concomitantemente, a consumação da separação entre o homem e tudo aquilo que este produz. Decorre disso a “aceitação da ilusão geral do consumo das mercadorias modernas. O consumidor real torna-se consumidor de ilusões”

(p.33). Neste sentido, o espetáculo pode ser com-preendido como uma alienação “aprimorada” em termos de sua eficácia, ao distorcer as consciências individuais, guiando-as por caminhos não determi-nados pelo desejo individual:

A alienação do espectador em favor do ob-jeto contemplado (o que resulta de sua pró-pria atividade inconsciente) se expressa as-sim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas ima-gens dominantes da necessidade, menos compreende sua própria existência e seu próprio desejo. (Debord, 1997, p. 24).

Desse modo, segundo Kehl (2004), processa-se a sedução do sujeito do desejo . Conforme explica a autora, trata-se de algo mais profundo que a sim-ples manipulação de opiniões e preferências do consumidor, pois nesse processo opera-se a coop-tação do desejo do indivíduo, ou seja, a privação daquilo que o singulariza e o torna sujeito de sua ação no mundo. Kehl (2004, p.59) chega a falar de uma “produção industrial do inconsciente” sob os cânones da publicidade e do espetáculo. Conforme explica a autora,

A saturação de imagens que evocam repre-sentações do desejo inconsciente – revela-das pelo avanço técnico das pesquisas de marketing e positivadas nas imagens da pu-blicidade, do cinema, das telenovelas e dos programas de auditório – dispensa os consu-midores/espectadores da responsabilidade pela dimensão singular do inconsciente. Isso é o oposto do recalcamento; é a materiali-zação e a mercantilização do inconsciente. (Kehl, 2004, p. 59, grifos nossos).

O controle exercido pela indústria cultural sobre os consumidores, segundo Adorno & Horkhei-mer (1947/2006), é mediado pela diversão. Porém, essa diversão proposta ao consumidor não é mero

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apreço pelo lúdico ou pelo divertimento. Como ex-plica Costa (2004, p.232), “o modelo da diversão mo-nopoliza a participação social e habitua o indivíduo a se eximir de pensar eticamente sobre o que acon-tece”. Isso corresponde, como esclarecem Adorno & Horkheimer (1947/2006), a conformar-se e aceitar essa forma de controle social, eximindo-se de toda reflexão ou obrigação de pensar, já que isso poderia ser doloroso. Ocorre que “do desprazer de pensar brota automaticamente a incapacidade de pensar” (Adorno, 1951/2001, p. 125) e, assim processa-se o que Adorno & Horkheirmer (1947/2006, p.104) de-nominaram “atrofia da imaginação e da esponta-neidade do consumidor”. Com isso a possibilidade de resistência a essa forma de organização social torna-se ainda menor. Lasch (1983) afirma que a “crescente desesperança de modificar a sociedade, até mesmo de entendê-la” (p.24), resulta em “um irônico distanciamento que anestesia a dor, mas também invalida a von-tade de mudar as condições sociais” (p. 128). Eis o cerne da chamada cultura do narcisismo: o indiví-duo, guiado por uma “mentalidade sobreviventista” (Lasch, 1983, p.27), volta-se para preocupações ex-clusivamente pessoais em detrimento de sua cons-ciência política e de seu papel na transformação da realidade social. A “postura de cínico distanciamen-to” (p.127) e a “fuga romântica” (p.128) em relação à realidade social, ainda que tenham o propósito de defender o indivíduo, obstam ainda mais as possi-bilidades de transformação dessa realidade que o oprime.

Por seu turno, os ideiais culturais contemporâneos objetivam antes a perpetuação do sistema que o bem-estar dos indivíduos (Pedrossian, 2008). As necessidades humanas de afeto e vínculo são de-liberadamente mascaradas no discurso publicitário e equiparadas a necessidades de objetos de con-sumo que não exigem mais que um olhar fugidio de admiração, ou mesmo de inveja. Daí a afirmação de Lasch (1983, p. 87) segundo a qual os homens

contemporâneos “desejam não tanto ser estimados, mas sim admirados (...). Querem, antes, ser inveja-dos do que respeitados”.

A inveja, a competição e outras formas de relacio-namento destrutivos e violentos são encorajados , ao passo que os vínculos amorosos e de compro-metimento com o outro vão se extinguindo como comportamentos considerados ‘suicidas’ (Bauman, 2004). É desse modo que nas relações privadas entre os indivíduos a relação pessoal torna-se “tão hostil e tão cheia de tensão, como o próprio merca-do” (LASCH, 1983, p.94) e o outro torna-se um inimi-go em potencial.

Quando essa forma de competição atinge o cam-po das relações entre os gêneros, os resultados costumam ser devastadores no que diz respeito às relações amorosas: a troca afetiva é dificultada e o relacionamento sexual torna-se um campo de ba-talha em que o desempenho performático adquire mais importância que a troca afetiva. Como afirma Lasch (1983, p.96), “as relações sexuais tornam-se, assim, manipuladoras e predatórias”.

Diante dessa degradação da vida afetiva, a defesa narcísica, que tem como resultado a indiferença em relação aos sentimentos próprios e alheios, torna-se comum. Pedrossian (2008, p.14) explica que “em uma sociedade que conduz à regressão social, a defesa pessoal, além de manifestar-se na domesti-cação do corpo e da psique, materializa-se na ne-gação da afetividade e do desejo humano”. Assim, tornam-se reduzidas as possibilidades de amar e de constituir vínculos duradouros de amizade e coo-peração. Resta-nos, então, indagar quais seriam as repercussões no psiquismo – do ponto de vista des-se narcisismo estruturante – de um processo social e cultural pautado na desvalorização progressiva do outro e na quase proibição da troca amorosa en-tre indivíduos.

A deturpação dos mecanismos psíquicos que per-

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mitem o investimento amoroso mútuo, a substi-tuições de ideais de justiça, emancipação e igual-dade social por ideais eminentemente consumistas e individualistas, enfim, todos esses mecanismos ardilosos que se destinam a tornar o indivíduo uma mônada supostamente autossuficiente, enquanto “submetem-no ainda mais profundamente a seu adversário, o poder absoluto do capital” (Adorno & Horkheimer, 1947/2006, p. 99), fazem-nos compre-ender que o modo de funcionamento social interfe-re no processo de formação do Eu, da subjetividade e da individualização dos indivíduos. Os resultados desse processo podem ser investigados, do ponto de vista do indivíduo, em termos de perda de auto-nomia, de destruição de capacidades específicas do Eu e de sofrimento psíquico.

3. A subjetividade narcísica contemporânea:tirania íntima face à violência psicossocial Semelhantemente ao Narciso do mito grego, o indi-víduo contemporâneo tende mais ao investimento na imagem do que em pessoas “reais” e em ideais coletivos. Ocorre que as imagens fabricadas e vei-culadas tecnicamente na sociedade do espetáculo nada mais fazem do que reproduzir a barbárie social na subjetividade (Debord, 1997). Tais imagens, além de nada devolverem em termos de libido ao indi-víduo, engendram uma produção de significações – tanto subjetivas como objetivas – que distanciam ainda mais o indivíduo de relações pautadas em gra-tificações que poderiam ser consideradas saudáveis: no amor, no trabalho, na construção de uma socie-dade mais justa, por meio do companheirismo e de relações significativas e satisfatórias com seus pares.

É desse modo, pelo esvaziamento libidinal do Eu e pelo empobrecimento das relações objetais, que o narcisismo torna-se um modo de tirania íntima do indivíduo. Ao retirar a libido de seus pares e dos ideais culturais que apontam para possibilidades de transformar essa “totalidade sombria e melancó-lica” (PEDROSSIAN, 2008, p. 188) que o violenta, o

indivíduo narcísico contemporâneo torna-se ainda mais vulnerável e menos propenso a enfrentar as condições materiais e subjetivas que perpetuam sua subjugação e impotência diante do sistema. Isso porque o vínculo com o outro não apenas ten-de a enriquecer o Eu em termos libidinais, como Freud (1914/2004) fez questão de várias vezes fri-sar. É também por meio da união com pessoas em situações semelhantes às suas que o indivíduo tem a possibilidade de se fortalecer na cena social, fa-zendo reivindicações ou empreendendo mudanças nos mais diversos âmbitos. Solitário e “subjugado por si próprio na sua cápsula de vidro” (Lipovetsky, 1983, p.34), o Narciso contemporâneo restringe ain-da mais seu poder de influenciar o rumo das trans-formações sociais e culturais e mesmo o de seu pró-prio destino

Nas palavras de Adorno (1951/2001, p.63), “O nar-cisismo, que com a decadência do Eu fica privado do seu objeto libidinal, é substituído pelo prazer masoquista de não mais ser um Eu”. Esse Eu em de-cadência pode ser compreendido como aquele que é dissolvido nas tendências ‘universalizantes’ de uma sociedade totalitária e de uma cultura que se torna indústria justamente por ‘produzir em série’ impulsos administrados, os quais não são constituídos pela relação com o outro pulsional, mas pelo contrário, envolvem a “aceitação tenaz de uma exterioridade carente de relação” (Adorno, 1951/2001, p. 63).

Schuler (1994, p.25) descreve a atitude geral de Nar-ciso, em relação a tudo e a todos, como “pétrea indi-ferença”. Seria essa a razão que o impediria de buscar, no mundo externo, tanto o objeto do conhecimento quanto o objeto de amor:

Enquanto pleno, Narciso não admite que solicitação alguma o perturbe (...). Ser pleno e conhecer se repelem. O outro, quando se-duz, seduz como falta, como aquilo que nos falta. Conjuguem-se conhecer, amar e de-mandar a falta. (Schuler, 1994, p.28).

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No mito, com o entendimento e o afeto desprepa-rados, ou seja, não cultivados pelo exercício da ca-pacidade de conhecer e de amar, Narciso defronta-se com uma imagem que o absorve por completo. Captura que apenas torna-se tão magnânima, se-gundo Schuler (1994), porque Narciso não dispõe de nenhum amparo – de nenhum discernimento e nenhuma identificação – capaz de desviá-lo da imagem que o fixa na contemplação de um ideal. Não fosse assim “se reconheceria em rostos inflama-dos, na paixão de Eco, nas esperanças da mãe, na profecia de Tirésias. Em vez de um rosto só, Narci-so percorreria vários, disponíveis à elaboração de imagens móveis” (Schuler, 1994, p. 33). Incapaz de conhecer ou de reconhecer, inclusive a si mesmo, Narciso contempla a imagem enquanto esquece sua própria verdade: sua inexpugnável condição humana e as necessidades nas quais ela implica. O resultado é a extinção progressiva de tudo que lhe garante a vida: alimento, água, sono, contato com outros seres humanos.

Também na contemporaneidade, o espetáculo téc-nico das imagens atrai investimentos libidinais e contemplação (DEBORD, 1997); porém os ‘Eus’ dos indivíduos que realizam tais investimentos cada vez mais empobrecem a si mesmos de amor, de alimento e de vida. Isso porque, como esclareceu Debord (1997), o aparato técnico que constrói es-sas imagens distancia o indivíduo da percepção de seus próprios afetos e desejos, e assim, de sua pró-pria vida. O processo de ‘industrialização do incons-ciente’ destrói, assim, a capacidade do indivíduo de orientar sua ação no mundo de acordo com seu próprio desejo (Kehl, 2004). Mais que isso, o inves-timento libidinal e o próprio amor em si são impe-didos de fluir nas relações humanas e convertem-se em sustentação do próprio aparato destrutivo que oprime o indivíduo. Esse, por sua vez, tende a tornar-se cada vez mais indiferente, retirando seu afeto dos ideais sociais e do outros seres humanos.Segundo Cohn (2004) “a indiferença é a forma con-temporânea da barbárie” (p.84) e isso porque “a in-

diferença é um traço estrutural básico da forma de organização das sociedades que corresponde ao modo contemporâneo de operação do capitalismo” (p.86). O autor argumenta que a indiferença é con-trária à civilidade, a qual expressaria o cuidado com o outro e o respeito à sua diferença e singularidade. No capitalismo, a indiferença far-se-ia presente já na estrutura do sistema, que define suas possibili-dades em termos de lucro e acumulação de capital por uma classe dominante, sem preocupar-se com setores inteiros da população, considerados irrele-vantes para os objetivos do sistema.

Assim como os “momentos repressivos da cultu-ra produzem e reproduzem a barbárie nas pessoas submetidas a essa cultura” (Adorno, 1995, p.157), a indiferença estrutural de uma sociedade se reflete nas relações sociais e pessoais e na cultura dessa mesma sociedade. A intersubjetividade – represen-tando todas as relações que podem ser travadas pelo indivíduo, seja no seu círculo familiar, de amizades ou de trabalho, ou ainda aqueles relacionamentos amorosos por meio dos quais ele poderá exercitar sua sexualidade genital madura – será um dos cam-pos mais atingidos pelo processo de esvaziamento do afeto que implica a indiferença. Lipovetsky (1983) permite compreender essa redução de investimento libidinal na esfera intersubjetiva como um desdobra-mento da redução do investimento afetivo feito no espaço público, na coletividade e nas esferas trans-cendentes, pois, segundo o autor, “após a deserção social dos valores e instituições, é a relação com o Outro, que seguindo a mesma lógica sucumbe ao processo de desafecção” (p.45).

Uma vez atingido o espaço intersubjetivo, a indi-ferença alcançará por esse via, o próprio indivíduo e, mais exatamente, o seu Eu e a expressão de sua singularidade desejante, ou seja, do que quer por si mesmo (e para si mesmo) a partir do momento em que pudesse gozar de certa autonomia em re-lação à manipulação, sedução e controle do siste-ma social, cultural e econômico. Como vimos, o Eu

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como substituto do objeto tem destino semelhante a este último no processo de desinvestimento libi-dinal. Mesmo o investimento em si, como explica Green (1988a), sofre esse processo; o que ajuda-nos a compreender a dificuldade do indivíduo em cons-tituir vínculos.

Ao fenômeno de esvaziamento do Eu, marcado pela indiferença a si mesmo e aos próprios sentimentos, Lipovetsky (1983) denominará “neo-narcisismo” (p.53), referindo-se a uma forma de narcisismo que julga ser característica dos nossos tempos; e sobre seu alcance, acrescenta: “o neo-narcisismo não se contentou com neutralizar o universo social, esva-ziando as instituições dos seus investimentos emo-cionais, também o Eu, desta feita, se vê corroído, esvaziado de sua identidade” (p.53).

Não é mero acaso que as depressões, as adicções e os casos limítrofes estão se tornando cada vez mais comuns na clínica psicanalítica (HORNSTEIN, 2006). A fuga de caráter narcísico – demonstrada, nesses casos, pelo afastamento dos outros, pela busca desesperada por satisfação (ainda que momentâ-nea e solitária) e pelo empobrecimento dos afetos – torna-se uma resposta à violência psicossocial à qual os indivíduos encontram-se submetidos. Nes-te sentido, Costa (1984) compreende o narcisismo contemporâneo também como desdobramento da violência de nossa forma de organização social, ou seja, como uma tentativa de minimizar o sofrimen-to psíquico que resulta de seus imperativos e meca-nismos de sedução (e de controle).

Costa (1984, p.184) explica que quando a cultura e a sociedade deixam de oferecer mecanismos de amparo, quando fixam condutas violentadoras do indivíduo como o “padrão de normalidade” e, ao mesmo tempo, exercem sobre este indivíduo uma “pressão culpabilizante” – que vem acusá-lo como único responsável por seu próprio sofrimento – o acesso a uma expressão amorosa do narcisismo é impedido. Seria justamente isso que a sociedade do

consumo e do espetáculo propiciaria:

O que acontece no universo social do consu-mo é a quebra do “contrato narcísico” tradi-cional. As mudanças econômicas, políticas e sociais despojaram o indivíduo dos recursos clássicos empregados na manutenção da imagem amorosa do Ego e do corpo. (Costa, 1984, p.184, grifos nossos).

A especificidade do narcisismo suscitado por essa forma de organização social e de cultura será a tendência a aliar a defesa narcísica aos objetivos da pulsão de morte. Como vimos anteriormente, a defesa psíquica ante a violência social é uma ten-tativa de movimento regenerativo, que visa enfren-tar o sofrimento e o medo da morte (COSTA, 1984). Entretanto, na contemporaneidade, a mediação da cultura dá-se antes no sentido de fragilizar ainda mais o indivíduo em sofrimento do que de ampará-lo ou permitir-lhe a saída desse processo: incenti-vando seu isolamento, submetendo-o ainda mais ao sistema vigente, impedindo o conhecimento e discriminação de seu próprio desejo, facilitando ou promovendo a mimetização desse desejo com os objetivos compatíveis com a perpetuação do sistema. As significações veiculadas por tal cultu-ra (que se torna indústria) dificultam, para o indi-víduo, a percepção e a apropriação em relação ao próprio desejo. É dessa forma que os pseudoindi-víduos – aqueles que já nada mais são que “meras encruzilhadas das tendências do universal” (Adorno & Horkheimer, 1947/2006, p.128) – são forjados e mantidos longe de um significado de vida construí-do com autonomia, de acordo com sua singularida-de e em contato com o outro semelhante.

Lasch (1983) descreve a atitude básica do indiví-duo contemporâneo como “desinteresse narcisista pelo mundo exterior subjacente à demanda por gratificação imediata” (p.141, grifos nossos). Isso significa, segundo o autor, indiferença em relação ao outro, aos ideais coletivos e mesmo aos meios

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de produção que lhe permitem a sobrevivência. Po-demos considerar essa forma de narcisismo como expressão da pulsão de morte não apenas porque permite a manutenção de uma ordem social totali-tária e que violenta o indivíduo; mas também por-que a constituição da subjetividade que se dá no movimento projetivo-introjetivo é afetada por essa falta de investimento, tanto no outro (investimento do indivíduo em direção ao objeto) quanto do ou-tro (investimento no indivíduo a partir do objeto); podendo mesmo levar a processos psicopatológi-cos causados pelo embotamento afetivo. As queixas de sentimento de vazio (Hornstein, 2006) a incapacidade de constituir relações dura-douras e de interesse mútuo (Bauman, 2004), a fal-ta de cuidado com o outro e de alteridade entre os contemporâneos (Lasch, 1983; Cohn, 2004) seriam diferentes expressões da tendência ao desligamen-to dos afetos e da “função desobjetalizante” (Green, 1988a, p. 60) representadas pela pulsão de morte. O aspecto comum entre essas manifestações tratat-se-ia da indiferença e da diminuição progressiva do investimento libidinal no outro humano.

A relação entre indiferença e morte pode ser aus-cultada desde as elaborações psicanalíticas iniciais sobre a teoria das pulsões. A pulsão de vida, de-nominada Eros por Freud (1923/1996) teria como função principal “unir e ligar” (p.58), seja fisicamente pela união sexual; seja emocionalmente pelo amor; seja mentalmente pelas atividades do pensamento, da reflexão e da imaginação. A indiferença seria, por sua vez, uma expressão do “não-desejo” (Green, 1988b, p.23), caracterizado por ser contrário ao amor, ao interesse e à união com o objeto. Ao nos atentarmos para fenômenos presentes na clínica e no contexto sócio-histórico atual, dos quais aqui mencionamos apenas alguns, podemos perceber que a imagem que parece melhor retra-tar o Narciso contemporâneo pouco se assemelha àquela do belo rapaz seguro de si e despreocupa-

do, como nos descreve Brandão (1987) a partir do mito grego. A figura de Narciso deslumbrado com um objeto-engodo, que nada lhe devolve do in-vestimento libidinal que nele deposita e, além de tudo, alheio (indiferente) a tudo o mais ao redor e aos próprios impulsos de autopreservação, parece retratar de modo mais adequado essa subjetivida-de genérica – ainda que, não por isso, meramente fictícia – que parece ter várias formas de expressão e representantes em nossa época. O retraimento narcísico, tal como descrito por Freud (1914/2004), não é suficiente para descrever essa ‘perturbação’, se é que podemos denominar tal estado desse modo. Mesmo o quadro patológico da melancolia parece divergir do que aqui intentamos salientar, já que a ambivalência – descrita como precondição desse quadro (Freud 1920/1996) – in-dicaria a presença de fortes sentimentos em sua gê-nese, o que não julgamos poder observar da mesma forma no indivíduo ‘blasé’ da contemporaneidade, que “abdica do desejo de prazer e da possibilidade de emocionar-se” (Costa, 1984, p.186).

Ao definir o conceito de narcisismo de morte, Green (1988b, p.24) afirma que “não é o desprazer que substituiu o prazer, é o Neutro. Não é na depres-são que devemos pensar aqui, mas na afanise, no ascetismo, na anorexia de viver”. O narcisismo de morte não descreve o momento do vínculo sado-masoquista que o indivíduo desenvolve com a cul-tura ao sustentar um modelo totalitário e injusto de relações sociais. Tampouco refere-se àquele vínculo que caracteriza as relações com seus pares, marca-das pela inveja e competição. No sado-masoquismo há ainda investimento, mesmo que possa esse se constituir pelo ódio e pela destrutividade. Entende-mos que essa forma de narcisismo, da qual Green (1988b) nos fala, descreve o estertor, uma espécie de ponto de saturação em que o indivíduo não mais suporta psiquicamente o sofrimento (socialmen-te gerado ou intensificado) e deixa de investir até mesmo em si próprio. No entanto, é possível supor

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que o vínculo sado-masoquista pode ter participa-do, em algum momento, dos processos patológicos que culminam no narcisismo de morte.

Ao ser descrito pelos autores como um processo de desafecção geral ou de desinteresse pelo mundo exterior e pelos possíveis objetos de investimen-to amoroso que este contém, o narcisismo con-temporâneo parece assemelhar-se a essa “aporia” (Green, 1988b, p.24) que é o narcisismo de morte. É forçoso destacar, entretanto, que não estamos restringido a complexa variedade de fenômenos descritos pelos autores, em suas reflexões sobre o narcisismo contemporâneo, ao narcisismo de morte. Porém, entendemos que essa tendência à redução da energia a zero encontra-se presente nas defesas de caráter narcísico que se expressam pelo desinvestimento ou desinteresse do indivíduo contemporâneo quanto a questões de relevância social e coletiva e também em relação aos outros que, como ele, encontram-se vulneráveis devido à violência psicossocial à qual são submetidos.

Desse modo, entendemos como fundamental, para a compreensão da gênese do narcisismo de caráter defensivo e destrutivo da contemporaneidade, o papel da cultura e do modo de funcionamento so-cial. Ao estarmos atentos a esses fatores, é possível compreender que a sociedade totalitária, que preci-sa de indivíduos regredidos e desamparados, susci-ta aspectos destrutivos do narcisismo, como forma de perpetuar-se e manter o status quo (Pedrossian, 2008). Como vimos, ao mesmo tempo em que esse narcisismo destrutivo é suscitado, o acesso à di-mensão amorosa do narcisismo é obstruído (Cos-ta, 1984). As consequências subjetivas da privação do narcisismo estruturante fazem do narcisismo contemporâneo a expressão da crueldade e indife-rença. Depois de despojado daquilo que constitui e fortalece seu Eu, restará ao indivíduo apenas re-produzir tal esvaziamento em suas relações sociais e pessoais.

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Rosalía Julia Rowensztein

“La cuestión del sujeto es la cuestión de la psique, de lapsique como tal y psique socializada, es decir, habiendosufrido y sufriendo siempre un proceso de socialización”.

Castoriadis, (1999)

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UNA SOCIEDAD SIN TRABAJO, CONSECUENCIAS PSICOLÓGICASA SOCIETY WITHOUT WORK, PSYCHOLOGICAL CONSEQUENCES

3. Prof. Titular Universidad Kennedy. Lic. en Psicología, UBA, 1976. Profesorado de Nivel Superior, UBA, 1998. Doctorado en Psicología Social, Universidad Kennedy, 2004. Especialidad en Psicología Clínica, 2008.

the end of the previous year, a society without work is a society is distorted, and the members of the same is lead so barbarizado.

At present exists in our country a slow but progressi-ve trend toward fragmentation, it moves slowly and gradually to strengthen and establish, modes of ope-ration regressive both in the social sphere, as in society itself. Is subverted the system as a whole and are affec-ted institutions legal and economic policies. The dan-ger of this process that seems irreducible, marched to the beat of what happens in the world in regard to labor, increasingly disappear the labor supply in the market. Since this formulation, it is possible to infer that the lack of work is manifested as a particular form of exile and death symbolic, to leave to be among men, in an extensive level of the social network, espe-cially nowadays.

Keyboards: Society without work, Psychological Con-sequences

Desarrollo

Raymond Torres, Director del Departamento de Inves-tigación de la OIT señala: “La inestabilidad del contex-to económico asociada con la volatilidad de los flujos de capital, la persistente disfunción de los mercados financieros y la insuficiente demanda mundial, siguen afectando a las empresas y desincentivan las inversio-nes y la creación de empleo” (2016).

En el inicio del desarrollo es indispensable registrar los comentarios actuales del inicio de 2016 provenientes de la OIT que señala acera de las elevadas tasas de de-sempleo que se siguen registrándose a nivel mundial y

Resumen: La configuración imaginaria de un desastre subjetivo que parece no tener fin ya forma parte de la cultura cotidiana que nuestra comunidad ha logrado generar, sobre todo desde su más reciente crisis: una descomposición de los lazos, las regulaciones, dere-chos, contratos, del tejido social y de los ideales colec-tivos, evidenciada a fines del año anterior.

Una sociedad sin trabajo es una sociedad desvirtuada, y los integrantes de la misma se conducen de modo barbarizado. En la actualidad existe en nuestro país una tendencia lenta pero progresiva hacia la fragmen-tación, se encamina lenta y progresivamente a afian-zar e instituir, modos de funcionamiento regresivos tanto en al plano social, como en la sociedad misma. Queda subvertido el sistema en su totalidad y quedan afectadas las instituciones políticas jurídicas y econó-micas. El peligro de este proceso que parece irreducti-ble, marcha al compás de lo que sucede en el mundo respecto del trabajo, cada vez más desaparecen la oferta laboral en el mercado. Desde esta formulación, es posible deducir que la falta de trabajo se manifiesta como una forma particular de destierro y muerte sim-bólica, al dejar de estar entre hombres, en un plano extenso de la red social, sobre todo en la actualidad. Palabras clave: sociedad sin trabajo, consecuencias psicológicas

Abstract: The imaginary configuration of a subjective disaster that seems to have no end is already part of the everyday culture that our community has mana-ged to generate, especially since its most recent crisis: a breakdown of the ties, regulations, rights, contracts, the social fabric and the collective ideals, evidenced at

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la persistencia del empleo vulnerable en muchas eco-nomías emergentes y en desarrollo continuando en la afectación del mundo del trabajo. Agrega además la importancia del empleo juvenil en la medida que se sostiene alrededor del 12% en los últimos años sin perspectivas de descenso. Paralelamente los debates sobre la situación con-textual define que con interrupciones aparentes re-torna el sobre el destino del Modernismo. Pensar un Modernismo después de la Posmodernidad, enreda un orden secuencial establecido con el fin de indicar los cambios socioeconómicos. Sin embargo desde la anunciada posmodernidad se ponen en juego las in-ter -conexiones que introducen un determinado es-pesor de la realidad.

La globalización tomó diferentes formas financieras, políticas y culturales posibilitando a la designación de Modernismo, es un significante que retorna nove-dosamente a partir de incluir en él lo que queda y se transforma de los discursos anteriores; forma parte de nuestra cultura de auto-conocimiento en áreas como la cultura clásica y la cultura popular, la comprensión de la narrativa histórica, el género y la sexualidad, la raza y las teorías del otro (Huyssen, 2011).

Las percepciones del tiempo y del espacio están ex-perimentando una trasformación que es aún difícil de definir por los medios de comunicación contemporá-neos y las sociedades de consumo A diferencia de las generaciones anteriores, vivimos simultáneamente dentro registros espaciales y temporales diferentes. Los medios de comunicación juegan, en efecto, un papel crucial en esta transformación Huyssen (2011).Desde el fin de milenio y los primeros años del siglo, en forma constante, se han puesto en evidencia la per-sistencia de un porcentaje de la población que se en-cuentra sin trabajo en forma alternada en diferentes sitios del mundo, Argentina, España luego, EEUU no escapa a la medición de porcentajes de desocupación en fragmentos puntuales de tiempo. De todos modos

permanece en nuestro país una franja considerable de población que no posee trabajo atravesando dos generaciones o más. De manera firme y cualidad in-variable, la desocupación persiste en tanto aconte-cimiento sin posibilidad de retorno. En la actualidad habiendo descendido el porcentaje de desocupación se ha mantenido un porcentaje cercano al 10%, franja que ha persistido en tres generaciones. En los años re-cientes se los ha denominado “ni, ni”.

Como suceso natural, casi normalmente instituido en la cultura cotidiana, en la comunidad mundial, se ha logrado instalar discursivamente logrando el con-senso en el que se atribuyen, a la falta de trabajo, los problemas sociales que aquejan a nuestra sociedad.En tanto problema, adopta una dimensión dilemática de particularidad tal, que llega a formar parte de los discursos políticos que en tiempos electorales invaria-blemente esgrimen la promesa de solucionar o mejo-rar el conflicto creado por la desocupación.

En la difusión masiva que transmite la información acerca de este fenómeno, tomado como una preocu-pación que compromete a la sociedad, resalta en la difusión, una preocupante simplificación dejándolo reducido al impacto que sufre la autoestima. También asistimos a una tendencia que coloca la falta de traba-jo como un hecho natural, casi necesario en el orden económico mundial. De manera simplificada podría-mos decir que en lo Económico es una variable mas, en la sociedad un problema mayor y en la subjetividad un impacto traumático.

Asistimos a un fenómeno que convierte este proble-ma sustantivo, dada su permanencia en el tiempo de categoría cuantitativa, en una transformación cualita-tiva del entramado social.

Una aproximación a la temática del trabajo abordado en:

La función que cumple la práctica en el engranaje del funcionamiento psíquico y social.

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El lugar que ocupa en el interior de la organización psíquica y en el desenvolvimiento relacional inte-ractivo, que desarrolla, instituye y consolida normas y regulaciones interpersonales e intergrupales en la sociedad. La perspectiva ontológica, que coloca al trabajo en un estatuto intrínseco de la humanidad misma. Es el trazo de algunos ejes de estudio, de un fenó-meno que merece ser abordado desde la multidisci-plina, se encuentra en este trabajo la categorización y enumeración demostrativa de los factores:

En relación a la significatividad que posee el trabajo

Cabe señalar que existen características distintivas del trabajo presentes desde el comienzo mismo de la historia, y al mismo tiempo con significados que se instituyeron desde entonces, siendo señalado como una actividad singular presente en la socie-dad desde sus comienzos. Lo conocemos a través de las diversas formas discursivas de las épocas y de las disciplinas que lo definen. La etimología significativa queda destacada en la palabra griega érgon, el sustantivo griego, significaba obra, traba-jo, asunto, ocupación, empresa, actividad. En este último sentido aparece en Homero, el cual lo apli-ca también en sentido específico a los trabajos del campo, y, por extensión, a la tierra de labor. Érgon se aplicaba también a lo que es propio de, o necesario para algo. Palabras de la misma familia son una casi

sinónima, ergasía, así como sus muchos derivados. Por ejemplo, ergastérion se llama al taller o lugar de trabajo, ergásima es el campo cultivado e explota-ble; ergastikós se llama al hombre “hecho al trabajo”, ergátes significa laborioso, pero también artífice o autor de algo, así como jornalero (en especial, el la-briego). Es Hopenhayn ( 2002) en su libro Repensar el Traba-jo, quien a través de un estudio histórico desde los Caldeos, Hebreos, Romanos y Cristianos, encuentra una ambivalencia expresada en desprecio y reivin-dicación en torno al trabajo, que perdura como tal hasta la actualidad. Existen nociones sobre el traba-jo que se remontan a los textos Bíblicos del Antiguo Testamento y a los filósofos de la Grecia Clásica. Sin embargo, no en toda la Grecia arcaica encontramos este desprecio; también hubo una corriente que reivindicaba el trabajo. En Hesíodo, se encuentra la revalorización del tra-bajo exhortando a creer que no es vergüenza el tra-bajo, vergüenza es la falta de laboriosidad. La idea de Hesíodo se contrapone a la exaltación platónica del ocio.

De la primera etapa de clasicismo griego, se dife-rencia, 1º, la valoración homérica del trabajo-labor (érgon), en especial del campo, y, 2º, la insistencia de Hesíodo en la misma línea, con una asignación al término de un sentido claramente valorativo como virtud moral, si bien con una innegable con-notación de pena o castigo (del hombre “decaído”). En relación al trabajo conviven la utopía y la destu-pía (Hopenhayn, 2002).

En torno a las condiciones dadas en los cambios de la Modernidad, la Reforma, el protestantismo y el afianzamiento del capitalismo, a partir de la Revolu-ción Industrial son creadas las condiciones especí-ficas que imperan sobre todo en Europa Occidental. En el seno de estas circunstancias, el trabajo se colo-

REPRESENTACIÓN SOCIAL: INDIVIDUAL SOCIAL

TRABAJO

DISCURSOS: INSTITUIDOS

IMAGINARIO SOCIAL

INDIVIDUAL

TRANSMISIÓN

INSTANCIA SUPERYO

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ca como protagonista central, inscribiéndose como representación social y subjetiva diferente respec-to de su historia anterior. El entretejido de factores religiosos económicos y sociales, es vinculado por Max Weber, en relación con las dimensiones políti-cas y legales que con el correr del tiempo, el mundo del capitalismo contemporáneo, convierte cada vez más en una conformidad mecánica, a las exigencias económicas y organizativas de la producción indus-trial en torno a todos los niveles de la jerarquía de la división del trabajo. El impacto producido en el trabajo por todos los cam-bios que se instituyen, posee tal magnitud, que deja inadvertida la pérdida de los medios de producción, las herramientas del artesano presentes en la moda-lidad económica feudal. Es tan avasallador el logro de del cambio que acaece con la división del trabajo que enlaza poderosamente el capital y el salario. El dinero, el salario, independiza al trabajo de lo producido, se acentúa el valor del trabajo por si mismo como fuerza de trabajo.

El nacimiento de estas representaciones, se expande de la mano del desarrollo del capitalismo, interna-lizándose e inscribiéndose en el sujeto individual y social. Estas representaciones instalan y afianzan el modo en que se desenvuelven los seres humanos,

en los distintos aspectos vitales. Incluye entre tantos el concepto de utilidad, el plus, que se asienta y tras-lada a los vínculos sociales. De un feudalismo disuel-to pudo surgir el capitalismo. En el sistema feudal, se produce un divorcio esencial que es una precondición entre la propiedad privada de la minoría.

Weber adjudicó el cambio a factores ideológicos y Marx a los cambios en el concepto de propiedad. Ambos Weber y Marx, no dejan de estudiar tam-bién al trabajo, un objeto de estudio multidisciplinar (Giddens,1988).

Como una reacción en cadena, se transcurren las nue-vas formas interactivas devenidas en los modos de institución nacientes en La Modernidad. La institución jurídica, la institución educativa, la institución política y la economía, a grandes rasgos el espacio público en general, invistieron de valor al trabajo, para determinar legalidades, valoraciones y ventajas en el crecimiento de la economía. El desarrollo de la reglamentación, la institucionalización de normativas, fue paulatino pero continuo, surgiendo junto al trabajo nuevos espacios institucionales como el sindical.

Este fenómeno, consolida en forma dialéctica el inter-cambio generador de significatividad y sentido poli-sémicos en torno a trabajo, en los dos últimos siglos.

Aspectos de estudio sobre el trabajo

BASE DEL YORECONOCIMIENTOIDENTIDAD

ORGANIZA EL ENTRAMADO SOCIALSISTEMA NORMATIZADO

CAUCE PULSIONAL: SUBLIMACIÓN, PRAXIS

INSTITUCIONES Y ORGANIZACIONES, ESPACIO PÚBLICO

CONDICIÓN HUMANA

FUNCIÓN

SUBJETIVA:

INTERSUBJETIVA:

LUGAR

ONTOLÓGICA HOMO-FABER

PSIQUISMO

SOCIEDAD:

NORMAS LEYES

SUPER YO

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Su función Paralelamente al intercambio de materiales que se encuentra en toda actividad laboral, se introduce allí, un aspecto de gran importancia en la subjetividad: el plano del reconocimiento, como núcleo del entrama-do subjetivo mismo. Cuando se establece un contrato siempre se estipula un tipo del mismo, el contrato es lo mismo que el intercambio, pero intercambio ideal. Es un intercambio de declaraciones, no de cosas, pero vale tanto como la cosa. Ambas se refieren a la volun-tad del otro como tal (Habermas, 1992).

A propósito de la dimensión psicológica en la institu-cionalización de la identidad del yo, la autoconciencia sancionada jurídicamente es entendida como resulta-do de ambos procesos: del de trabajo y del de la lucha por el reconocimiento. Fue considerado el trabajo un instrumento que permitió liberar las condiciones del poder inmediato de la naturaleza, en esa dirección se introduce en la lucha por el reconocimiento como re-sultado de esta lucha. Se observa el lazo entre el reco-nocimiento de la dimensión simbólica del contrato y la presencia ineludible de la alteridad. Allí el espacio público y el privado confluyen.

Significaciones y sentidos, forjados en las represen-taciones imaginarias transmitidas en el entramado social a través de la instancia superyoica, Freud (1925) transmitiéndose de generación en generación. La institución familiar encargada de transmitir valores e ideales, la institución educativa, que quedó enlazada a la formación laboral preparatoria para el cambio tecnológico, social etc., suscriben al trabajo como va-riable organizadora de intercambios que no se restrin-gen solo al plano productivo económico. A las signi-ficaciones sentadas en la modernidad, le suceden las modificaciones inevitables con la aparición de la tec-nología en la segunda revolución industrial.

El encantamiento que opera ante el avance de la técnica y la automatización, la cibernética, la ciencia

analógica con la informática, y recientemente la nano-tecnología, desvía el rumbo de la relación estrecha que existió entre el capital y el trabajo, entre el co-nocimiento y el trabajo. El encantamiento que opera frente a los avances de la técnica se asienta en el lu-gar ocupado por el encantamiento de la velocidad en las novedades tecnológicas. Este cambio se conjuga como factor que induce a favor de la desaparición de las manos en el trabajo. Además el fenómeno sustitu-tivo funciona como testimonia sobre la presencia del error humano, la técnica es perfecta no falla, se erradi-ca el defecto humano.

Las repercusiones sobre el significado, la representati-vidad imaginaria social y subjetiva establecido sobre el trabajo se agrega al desconcierto y la perplejidad frente a este escenario generalizado que desencade-na una infinidad de respuestas subjetivas. Las nuevas generaciones estarían frente a un desconocimiento sobre la significatividad del trabajo. Este vaciamiento o posible pérdida de significatividad, modifica el en-tramado social en su conjunto que se hallaba sosteni-do con su presencia.

Queda desvirtuado el significado anterior, era algo natural pertenecía a lo social como algo natural, sin objeciones que apuntaran a su esencia misma. En este sentido la situación actual podría definirse como una etapa de transición o crisis; tiempo de tensión y con-flicto entre la operatividad de la significatividad del trabajo y la des-inscripción de tal significado frente a la continuidad generacional de desocupación.

Su lugar en la subjetividad y en lo social

Desde la teorización de los orígenes que establecen los lazos afectivos tempranos en el ámbito de las con-diciones pulsionales, y narcisistas, que prefiguran las formas de relación futuras, es posible abordar un as-pecto más que se conjuga en la enumeración de las perdidas referidas a la falta de trabajo. Apoyada en la necesidad de alimentación para sobrevivir, se institu-

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ye originariamente la fase oral llamada así porque la zona que la define, la boca, transciende en su función de mera incorporación del alimento y se transforma en un área de satisfacción pulsional metafóricamente inscripta como incorporación según Laplanche. Este plus instituido desde el nacimiento, inaugura un fenó-meno que prefigura las formas siguientes de vincula-ción afectiva y satisfacción.

En este sentido, la noción de vínculo que se instituye en el entramado del circuito pulsional con el otro, es destacable por el contexto en el que surge. El vínculo delimita fronteras, estableciendo lo que une y lo que separa, la delimitación de un borde, que se vivencia en forma permanente como condición de experien-cia. Una vez roto este estado vincular, la situación del sujeto se modifica (Edelman, I. Kordon, D, 2000). Este acontecimiento primario se ve afectado en las perdi-das vinculares por la falta de trabajo.

La alteridad, la ajenidad que configura el vínculo, revis-te importancia a lo largo de toda la vida. De lo prima-rio a lo secundario o exogámico, de lo simple a lo com-plejo, de la limitación identifcatoria de los primeros años de vida a la diversidad identificatoria creativa en la riqueza de intercambios vinculares. En primer lugar es la familia, quien establece la alteridad, lo diferente, casi lo extranjero, introduce el fenómeno experiencia-do de inclusión y exclusión. La exclusión consiste, en una primera aproximación, en sacar del lugar al otro. La alteridad toma otra consideración, otra calificación que produce la desaparición del vínculo entendido como relación. En la mayoría de las circunstancias vi-tales, el otro es buscado como tal en tanto tiene una condición de igualdad, en tanto es diferente cambia la apreciación. El otro produce la instauración de la diferencia absoluta. Permite la ruptura de lo idéntico, en el sentido que la continuidad de indiferenciación es infinita, es la falta de límite y patologización de pro-cesamiento psiquico.

“Después que el hombre primordial hubo descubier-

to que estaba en su mano - entiéndase literalmente –mejorar su suerte sobre la Tierra mediante el trabajo, no pudo serle indiferente que otro trabajara con él o contra él. Así el otro adquirió el valor de colaborador, con quien era útil vivir en común”. Así señala Freud el lugar del trabajo y la relación con el otro en El Malestar en la Cultura.

Freud (1925) en el texto de Inhibición. Síntoma y An-gustia revela un aspecto primordial relacionado a la indefensión y la prematuración que distingue el naci-miento de los humanos respecto de los animales y las consecuencias que existen al respecto. Enumera una serie de atributos que resultan singulares e impor-tantes por ser los elementos que en forma categóri-ca quedan cuestionados o asediados ante la falta de trabajo:

Se intensifica la influencia del mundo exterior real, y como consecuencia Queda impulsada muy tempranamente la diferen-ciación del yo y del ello Queda elevada la significación de los peligros del mundo exterior Al mismo tiempo sobrevalorado el objeto que prote-ge, y sustituye la vida intrauterina Se crea la necesidad de ser amado, que según Freud, ya no abandonará jamás al hombre

Nuestro contexto Escribe Sendón (2013) en su reseña del texto de Ro-sanvallon, (2012): La sociedad de Iguales acerca del individualismo creciente, la necesidad cultural de singularidad, la exposición al riesgo desigualmente distribuido, la profundización de las desigualdades económicas al interior de las naciones y la ruptura del lazo social como algunos rasgos que caracteri-zan nuestro tiempo. El punto de partida es sobre la evidencia de una “contradicción de la época”: en la que se habla mu-

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cho de las desigualdades pero se hace poco para reducirlas. La consigna de igualdad no es univer-sal, ni tampoco se materializa en las experiencias. En síntesis asistimos a un tiempo en que una nueva etapa de emancipación humana se halla guiada por el deseo de los individuos de acceder a experiencias plenamente personales. En este marco, dos son las fuentes de legitimación de la desigualdad: el azar y el mérito.

Desde la singularidad subjetiva la destrucción del vínculo con el otro y el posterior desprecio hacia el otro, es una ruptura que destruye la frontera que se instituyó en la experiencia vincular y subjetiva for-mada en los primeros tiempos de constitución psí-quica. El vivenciar, la experiencia, que predomina en el espacio de la subjetividad establecida normal-mente, se desliga ante la falta de trabajo por la in-terrupción del nexo que existía en el espacio grupal y subjetivo. Los integrantes de un conjunto social, sujetos que se vinculan, tienen como frontera las di-ferencias sociales, económicas, religiosas, ideológi-cas, políticas y laborales. Al suprimir una fuente de trabajo, se interrumpe el lazo de las personas que se hallan en ese conjunto, en tanto se suprime una frontera.

El que pierde su trabajo pierde este contorno, que lo precipita a un espacio interior equivalente a una eliminación subjetiva. La suplencia dada en el pla-no económico con el dinero que se experimenta en nuestro país, de todos modos no suple la pérdida sufrida en la subjetividad, que al estar determina-da por modalidades de vínculo establecidas en la infancia, arroja al sujeto a una regresión que lo si-túa en épocas arcaicas en su modalidad de relación. La relación de dos queda reducida, el uno provoca la destrucción de la experiencia subjetiva. Un ais-lamiento como efecto de la privación del espacio público.

Es necesario incluir, en el desarrollo de la lógica de-

mostrativa la demostración de Castoriadis, (1991), quien implementa la teoría freudiana como herra-mienta para comprender las raíces psíquicas y so-ciales del odio y dilucidar en este sentido los acon-tecimientos que expresan los diferentes fenómenos de segregación, que expresan la materialización de este sentimiento extremadamente poderoso entre los humanos. Por un lado, se adjudica a la tendencia fundamental de la psique de rechazar todo lo que no es ella misma, y por otro a “la cuasi necesidad de la clausura de la institución social y de las significa-ciones imaginarias que acarrea”.

A modo de paréntesis se incluye este comentario para comprender los fenómenos que rodean a la resistencia de resignar la significatividad represen-tacional del trabajo en sus manifestaciones de pro-testa social.

Volviendo a Freud, otro indicio de la vinculación de ambas pulsiones lo encuentra en que la repetición, como compulsión, no cesa de accionar en la econo-mía subjetiva. La repetición es una marca que des-taca las conductas de cada sujeto, en el sentido de la búsqueda de satisfacción, como sería lógico de suponer y en el sentido de insatisfacción como sería absurdo de aceptar. Infinidad de dichos populares tales como el hombre tropieza varias veces con la misma piedra, dan cuenta de ello, como signo dis-tintivo lo humano a diferencia de lo animal, y dan cuenta de ello también la insistencia en resistir pre-sentes en los fenómenos sociales de la protesta.

Freud encuentra a lo largo de su actividad clínica, en el padecimiento de sus pacientes, que la fuerza no es siempre la misma, la pulsión no es siempre la misma y única. A veces funciona en un sentido pero otras no, de este modo, explica que a veces tiende a la unión, y otras a la destrucción. A la fuerza que une la denomina eros, y a la que destruye la denomina tanatos. Comprende entonces el amor y el odio, la construcción y la destrucción, la paz y la guerra.

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Podemos observar que en ocasiones un sujeto está en paz consigo mismo y con los demás. En otras ocasiones un sujeto está en guerra consigo mis-mo, y con los demás; por otro lado, esta evidencia tomada por Freud, lo autoriza a afirmar que tanto la pulsión de vida como la pulsión de muerte se encuentran a lo largo de la vida en la subjetividad. Ambas se mezclan en el devenir de cada sujeto, y en ocasiones se separan, se desmezclan producien-do cambios y consecuencias, tanto en el interior del psiquismo, como en el exterior.

¿Cuándo se producen estos cambios? En las vici-situdes del trabajo, encuentran una vía propicia, es decir son las pulsiones las responsables de las consecuencias variadas que se producen en el in-terior de cada sujeto y en el ámbito de la sociedad. Cuando Freud (1930).desarrolla las vicisitudes pul-sionales en la cultura o sea la sociedad en la que se presenta, destaca en el punto 4 de El Malestar en la Cultura que: “Después que el hombre primordial hubo descubierto que estaba en su mano - entién-dase literalmente –mejorar su suerte sobre la Tierra mediante el trabajo, no pudo serle indiferente que otro trabajara con él o contra él. Así el otro adquirió el valor de colaborador, con quien era útil vivir en común”.

Es ésta una suerte de génesis, que condensa la con-tradicción respecto del lugar en los vínculos y de la presencia inevitable de la alteridad en el trabajo. La condición de adversario respecto del otro obedece al establecimiento de la competencia y el deseo in-agotable inmerso en el trabajo, en tant concentra la posibilidad de llevar a cabo planes anticipados y proyectados, y además como instrumento que propicia la obtención de objetos deseados, este en-frentamiento no tiene fin pues los logros objetivos y subjetivos se encuentran ordenados en una cadena metonímica interminable.

En la subjetividad, es preciso recordar que los obje-

tos del mundo, denominados por Arendt (1993) el “artificio humano” creado por el trabajo se inscriben siempre en el campo de la realización deseante en la subjetividad.

La raíz pulsional del trabajo

Destinos pulsionales marcados por Freud, y dos ma-neras de acceder a la normalidad psíquica.

AmarLa pulsión en su circuito completo

TrabajarLa pulsión con otros destinos:Sublimación. Pulsión de meta inhibida. Pulsión Social

El trabajo es una fuente propicia de desarrollo y despliegue de la sublimación. Un espacio especí-fico y apropiado para la aplicación y extensión de la propuesta freudiana referida al cambio de obje-to pulsional. Cambio de objeto que podría conce-birse como la inauguración de la relación con “los objetos tangibles del mundo real”, tal como define Freud (1907), en su artículo El poeta y el fantase, a los objetos como apoyo en el juego de los niños. En el trabajo, la naturaleza es transformada bajo la fuerza irrefrenable del Hombre y la insistencia pulsional. No hay límites en este sentido y, como muestra de este rumbo, están como ejemplo, los desarrollos constantes en todos los campos de la técnica, y de las producciones creativas de la humanidad.

Al respecto, Castoriadis (1991) ubica la sublimación unida a la socialización de la psique, pone el acento en el cambio de objeto, retomando las definiciones freudianas, tomándose los objetos que ya están predeterminados por la sociedad. La sublimación no queda reducida al campo artístico, o de algu-nos sujetos, sino que se encuentra en la esfera del lenguaje. Una actividad como el trabajo, entonces, ya se encuentra apoyada en lo social en forma pre-

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ponderante y no se reduce a tomar el objeto en el sentido sexual sino social por excelencia. Para Castoriadis (1991) la sublimación es indispen-sable pues se apoya en los contenidos históricos so-ciales, los que se hallan en valoración diacrónica y sincrónica. Los objetos de los que se sirve el trabajo están a su vez ya presentes en la sociedad desde la sublimación, y son típicos, categorizados y mutua-mente complementarios. En este sentido forman un orden de intercambios regulados por los modos institucionales e institui-dos en cada contexto histórico social. Tienen en tanto, una significación imaginaria social, que pre-existe a cada sujeto.

Sublimación y trabajo

La Referencia Ontológica

Los seres humanos son seres condicionados, en la medida que todas las cosas con las que se contac-tan o relacionan son convertidas de inmediato en una condición de su existencia, creando el “artificio humano”, (como fue mencionado con anterioridad),

cuya propiedad es la condición de mismidad, así lo dice Arendt “Dicho con otras palabras contra la sub-jetividad de los hombres se levanta la objetividad del mundo hecho por el hombre. Una vez erigida la objetividad del mundo a partir de la naturaleza se produce un intermediario como objetivo”. Agrega además, una cualidad, en la creación de los objetos, en la medida que proporcionan seguridad y satis-facción, inclusive esto se convierte en fuente de au-toconfianza a lo largo de la vida. Destaca que, “Todo lo que entra en el mundo humano por su propio acuerdo o se ve arrastrado a él por el esfuerzo del hombre pasa a ser parte de la condición humana”. (1993, p 158) Según Hyppolite (1973), la modificación que es-tablece Hegel sobre el trabajo esclavo se modifica dado que constituía la auténtica realización del ser para sí en el ser en sí. La coseidad ante la que tem-blaba el esclavo es eliminada y lo que aparece en el elemento de la coseidad es el puro ser para sí de la conciencia. El ser en sí, el ser de la vida, no está entonces separado del ser para sí de la conciencia, sino que por medio del trabajo permanece la auto-conciencia, se eleva hasta la intuición de ella misma en el ser.

Por esta vía de la reflexión sobre la dialéctica y el ser del hombre, este autor, arriba finalmente a una de-finición, según Kosik (1960) El trabajo es un proceso en el cual se opera una metamorfosis o mediación dialéctica. En la mediación dialéctica de tal proceso no se establece un equilibrio entre las contradiccio-nes ni estas se convierten en antinomias, sino que la unidad e las contradicciones se constituyen como proceso o en el proceso de transformación. La me-diación dialéctica es una metamorfosis en la que se crea lo nuevo. “En el acto mismo de la mediación-en el cual de la animalidad nace lo humano y el deseo animal se transforma en deseo humanizado, deseo de deseo, es decir, de reconocimiento- se crea tam-bién la tridimensionalidad del tiempo humano; pues

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sólo un ser que en el trabajo supera el nihilismo del deseo animal, descubre el futuro como dimensión del propio ser en el acto mismo en que se domina y contiene” (p. 221)

El arrebato del Homo Faber, sustraído el acceso a la sociedad del trabajo, supone el despojo de la con-dición humana misma. Se perturba en sus cimien-tos, en sus fundamentos, impidiendo encontrar una denominación antitética al Homo Faber. Tal vez el Homo–Absens pueda dar cuenta de la pérdida. Este Homo- Absens designación que define una ausen-cia sustancial de la condición humana, el trabajo este ha sido dado ante la fenomenología de las con-secuencias dadas por la desocupación, que como se ha dicho, discursivamente se encuentra natural-mente anunciado y aceptado. La transformación de un sector de la sociedad ha quedado estigmatizada a un destino que además será transmitido de una generación a otra.

¿Se encuentra en gestación una subjetivi-dad específica fruto de una época en que la división determinada por el trabajo escinde dos sociedades diferentes? El Homo Faber y Homo Absens coexisten acompañados de una descomposición de lazos, regulaciones, derechos, contratos, normas legales y con-suetudinarias, modalidades de educación, practicas de salud etc.

El Dinero

El proceso en el que interviene el dinero reemplaza el carácter de intercambio en la medida que el va-lor de cambio que una parte entrega, no tiene un valor inmediato para la otra, sino que constituye una mera indicación de otro valor definitivo, cuya relación depende de la totalidad del ciclo económi-co o del gobierno como representante del mismo. Resulta de vital importancia este carácter señalan-do la dimensión de la inmediatez y de lo mediato

que supone un innumerable cúmulo de opciones que se concentran en lo proyectable. La posibilidad de proyecto es casi un sinónimo de persona. El di-nero se convierte, dentro de la esfera psicológica - histórica, en el representante más acabado de una tendencia epistemológica de la ciencia moderna en general: la reducción de las determinaciones cuali-tativas a las cuantitativas y una reducción le asigna su carácter único.

Simmel (1997), en su libro Filosofía del dinero, señala que la transformación de la propiedad de la tierra en dinero se puede considerar, en un primer mo-mento, como una liberación en la medida que con ayuda del dinero es posible convertir el valor del objeto en cualquier otra forma deseable, mientras que antes, estaba reducido a una sola. Con el dinero en el bolsillo los sujetos se liberación de la depen-dencia entre un objeto y otro. Desde esta perspectiva otorgada a la importancia que el dinero tiene para la consecución de la li-bertad individual, aparece una determinación del concepto de libertad, muy rica en consecuencias, Según Simmel (1997):

El dinero nos permite liberarnos no sólo de las condiciones impuestas por otras perso-nas, sino, también, de las que se derivan de nuestra misma propiedad. Es decir, el dinero nos libera cuando lo recibimos, y cuando lo entregamos. De esta manera, los procesos de liberación ganan gran importancia en la vida moderna y, en este punto, revelan la cone-xión profunda entre la economía monetaria y las tendencias del liberalismo, poniendo de manifiesto, al mismo tiempo, una de las razo-nes por las cuales la libertad del liberalismo ha originado tanta instabilidad, confusión e insatisfacción”.

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¿Qué grado de incertidumbre tolera un sujeto ante la falta de trabajo y dinero?

Malestar bronca decepción miedo, desamparo,

desesperación, regreso a la dependencia infantil falta de libertad, de la exogamia a la endogamia. Regresión a modalidades primarias dependientes, a la espera de lo que otorga la alteridad.

Por lo tanto, la falta de trabajo provoca el desencadena-miento de una sintomatología dominada por la preva-lencia Fanática, tanto auto céntrico como alocéntrica, diversificada en una gama heterogénea de respuestas sociales, que poseen en común la desvalorización, de-gradación y alteración de la relación social. La intersub-jetividad, bajo el denominador común de conductas tendientes a invalidar la integridad del otro

Pérdida del espacio de interacción e intersubjetividad en el espacio público de intersección subjetivo-social, se desintegra. Se deshace el proceso de ejercicio e in-teriorización de normas, legalidades consuetudinarias y formales; la urdimbre creada en las representaciones aledañas tanto individual como grupal, representacio-nes que quedan fijadas como sostén subjetivo y social. La afectación en esta dimensión, produce la desapari-ción de un espacio imprescindible en el esqueleto de la sociedad. Pérdidas en la subjetividad de la función del reconocimiento, identidad, despliegue de funciones psíquicas, habilidades, aptitudes, planificación lazos afectivos, que afectan y perturban al yo a la conciencia

y la dinámica misma del aparato psíquico. Pérdidas de causa externa, generando respuestas subjetivas trami-tadas o no, de cualidad reactiva en el primer momento lógico. La contundencia traumatizante correlativa, cede el paso a la aceptación naturalizada, portavoz de senten-cias que proclaman el fin del trabajo. Otra alternativa sobreviene con la regresión y retiro del caudal libidinal al yo, causante de patologías, entre ellas el aislamien-to prolongado, clausura representacional, afectiva y deseante sobre sí mismo del núcleo psíquico original, que deviene en Autismo Social.

Se establece una correspondencia entre la desocupa-ción y la nueva condición del otro en su aspecto mas abstracto, despojado de figurabilidad concreta, como representante de la alteridad se torna en enemigo, se objetaliza y se encuentran hechos de arrebato de ob-jetos y odio sobre la vida del otro (Castoriadis 2001). La dimensión de pérdida adquiere un nivel de importan-cia suficiente, justificativo y determinante para deducir acerca del lazo necesario entre ejercitación – interiori-

SUBJETIVAS

FALTA DE TRABAJO:

CONSECUENCIASAISLAMIENTO PROLONGADO

SOCIALES

AISLAMIENTO

AUTISMO SOCIAL: FRACTURA VINCULAR SECUNDARIA

BARBARIZACIÓN: EN LAS CONDUCTAS RELACIONALES.

INTERNA AGRESIÓN

EXTERNA

Consecuencias:

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zación de inscripciones imaginarias sociales y subjeti-vas que se deshacen frente a la detención y posterior – desinscripción representacional. El detenimiento del dominio de la acción y la praxis, desarrollada en el trabajo, se ponen al servicio de la agresividad como expresión fanática. La problemática subjetiva y social sen encuentra plasmadas en la repre-sentación espacial de las urbanizaciones, que como fortificaciones dividen y conforman agrupaciones de inclusión y exclusión. ¿En que medida sería comparable una pérdida objetal, y la pérdida de un trabajo? ¿Si la salida normal del tra-bajo de duelo es la sustitución, que alternativas propo-ne la crisis actual como alternativa sustitutiva?

¿Cómo realizar una elaboración de duelo de la inte-rrupción de los procesos identificatorios realizados en la estructuración psíquica a lo largo de la vida, tanto ante la interrupción temporaria o continua del trabajo? ¿Cómo sustituir las sublimaciones afectadas?

La regresión, mecanismo que funciona en el psiquismo ante acontecimientos frustrantes y traumáticos difíciles de elaborar, en la medida que lo acontecido con la des-ocupación afecta en forma colectiva, la regresión ope-ra del mismo modo. Por lo tanto dada la íntima relación entre la subjetividad y lo social o sea lo intergrupal a un nivel macro como micro, este factor común opera produciendo en forma colectiva regresiones múltiples. Frente a los hechos actuales tanto individuales, grupa-les y macrosociales. Los fenómenos regresivos se en-cuentran en el espacio:

Las manifestaciones clínicas que se presentan bajo las formas que siguen

1. Las fantasías no se escenifican en el trabajo. El mo-delado de la fantasía no deja excluido al trabajo y ante la falta de la actividad, el mundo de la fantasía pasa a tener una preponderancia mayor, casi exclusiva, casi perturbadora. Una vez ausente el trabajo y el contac-to con el exterior y las relaciones sociales, invade al yo perturbándolo y provocando angustia y dolor psíqui-co; luego sobrevienen los síntomas.2. El deseo no encuentra un terreno propicio. Tal como fue presentado este aspecto con relación a las consi-deraciones del superyo y la función deseante estructu-rada en el trabajo, desde las generaciones pasadas, la ausencia, motiva la desaparición de un terreno propi-cio para desarrollar el campo deseante, tan inherente al individuo.3. El superyo adquiere una faceta sádica. Una vez des-aparecida la actividad sublimatoria, destacada como la vía regia del trabajo, se desencadena el proceso regre-sivo y la pulsión adopta formas primarias en las que ad-quiere predominio Tanatos, .la sublimación interrum-pida, otorga el empuje pulsional que retoma desde la actividad al sujeto, volcando la libido al yo. En el tiempo de intento de elaboración psíquica ante la pérdida de trabajo, puede predominar la autoacusación como re-sultado. La auto estima disminuida y destruida pone en evidencia un yo sobre exigido en soportarla.4. La actividad onírica altera su función. En las des-cripciones sobre la angustia y la forma de ataque de angustia se destacó la presencia del insomnio que en este caso se explica por la ausencia de condiciones psí-quicas de elaboración. El sueño como un colaborador principal en este trabajo psíquico pierde su función.5. Las sucesivas frustraciones se tornan acumulati-vas, resignificadas, relacionadas, ligadas y llevan a una situación límite para el aparato psíquico. En ese punto pierde el estado anterior y se desencadena la patología.6. La angustia y el dolor psíquico se imponen con una eficacia paralizante.

SUBJETIVO

ESPACIO INTERSUBJETIVO, VINCULAR PRIMARIO

S OCIAL, INTERGRUPAL, MICROSOCIAL

SOCIEDAD, MACROSOCIAL

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7. La realidad se constituye como persecutoria: pa-ranoia y agresión por proyección, conductas bar-barizadas sostenidas en el des-configuración de la alteridad.8. La realidad se torna peligrosa y sádica provocan-do el aislamiento: autismo social.9. Los diferentes cauces pulsionales, sublimación en la praxis y socialización en la pulsión social en su interrupción provocan la desmezcla por regresión de la pulsión Tanática, perdiéndose de este modo los caminos que anticipan las acciones normales en la sociedad.

La caída de las utopías, que tanto habían signado las catástrofes del siglo XX, a veces parece indiscer-nible de una pérdida correlativa de ideales. Tanto la izquierda como la derecha no pueden actualmente diferenciar la producción ideológica del pragma-tismo político, quizás porque el registro ideológico requiere una función metafórica, una capacidad de simbolización, que la cultura general esta perdiendo.

La devastación, lo no simbolizable, la sensación de inermidad, lo innombrable, pone sobre el tapete la dificultad en todos los espacios de contar con re-cursos de índole diversa con el fin de ofrecer pro-tección frente a la vivencia de derrumbe, de vacío. La imposibilidad de organizar un futuro construido sobre un presente desorganizante, provoca una naturalización del desamparo, la incertidumbre, la vivencia de caos, el sin sentido casi un mas allá de lo traumático que irrumpe y se perpetúa. La defensa en este contexto es el aislamiento social, el autismo social. No sorprende entonces, que el encuentro de una sociedad sin trabajo es una so-ciedad desvirtuada, y los integrantes de la misma se conducen bajo modalidades de conducta barbari-zados. En la actualidad existe en nuestro país una tendencia lenta pero progresiva hacia la fragmenta-ción, se encamina lenta y progresivamente a afian-zar e instituir, modos de funcionamiento regresivos

tanto en al plano social, como en la sociedad misma. El peligro de este proceso que parece irreductible en la medida que persisten los porcentajes de de-socupación en la tercera generación o sea un por-centaje que no ha revertido desde los años 90. No solo se trata de la falta de trabajo sino de la ausen-cia de interés en la educación la integración familiar y los modos legales de obtener el sustento diario. Este fenómeno presente en varios países del mun-do, marcha al compás de lo que sucede en el mun-do económico, social con la degradación del con-trato social conocido en los tiempos que instituyó la Modernidad. Desde esta formulación, es posible deducir que la falta de trabajo se manifiesta como una forma particular de destierro y desaparición simbólica, al dejar de estar en vínculo simbólico con los otros conformando un plano extenso de la red social.

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Claudia Chignoni4

AVATARES DE LA PULSIÓN DE VIDA, CAMINOA LA SUBJETIVACIÓN

UPS AND DOWNS OF THE LIFE DRIVE, ROAD TO THE SUBJECTIVATION

4. Lic En Psicologia. Dra en Psicología-Especialista en Psicologia Clínica-Profesora asociada Universidad Kennedy

Resumen: El presente trabajo tiene como finalidad desplegar a través de una viñeta clínica la articula-ción entre la teoría y la práctica profesional, reali-zando un recorrido por algunos de aquellos autores que nos permiten encontrar las herramientas que colaboran en el ejercicio de nuestra labor como analistas y/o terapeutas.

Palabras clave: Demanda. Violencia primaria. Se-paración individualizante. Pulsión.

Abstract: This work aims to deploy through a clinical vignette articulation between theory and practice pro-fessional, doing a tour of some of those authors who allow us to find the tools that assist in the exercise of our work as analysts and/or therapists.

Key words: Demand. Primary violence. Individuali-zante separation. Pulsion.

Introducción

La intención de este trabajo es realizar un recorri-do por algunos autores que con sus aportes, nos permiten crecer continuamente profesionalmente. Para dar cuenta de ello, el desarrollo consistirá en articular parte de la teoría con la práctica clínica a partir de una viñeta clínica, en dicha presentación el nombre de la paciente ha sido modificado como al-gunos otros datos puntuales de su historia, sin que por ello se pierda la esencia y la posibilidad de pen-sar y reflexionar sobre nuestra labor terapéutica.

Condenado de y por vida a una puesta en pensamiento y a una puesta en sentido de tu propio espacio corporal, de los objetos meta de tus deseos, de esa realidad con la

cual deberás cohabitar, que les aseguren que conservarán, pase lo que pase, los soportes privilegiados de tus investiduras. (Aulagnier, 1994, p. 254).

Viñeta clínica

Para el mes de marzo del corriente año, Marianella, me decía: “Estuve pensando, que después de varios meses de trabajo tendría que entregarme al diván y sin embargo aún siento que no puedo hacerlo…”.En determinados pacientes, el diván es vivido como insoportable viviendo o reviviendo sensaciones de desamparo y desilusión que actualizan vivencias tempranas, es en este sentido que dichas sensacio-nes deben ser consideradas y respetadas porque después de todo, tampoco es cierto que invaliden el trabajo analítico.

Marianella es una joven estudiante de Historia que muchas veces “ha sentido” que sin el otro no es, llevó meses y reiteradas intervenciones hacerle pensar su pensamiento, es ella misma la que enuncia que: “se ha sentido, sintiendo” que sin el otro no es. En conse-cuencia hemos trabajado separando, diferenciando, discriminando, sus pertenencias, sus pensamientos, sus sentimientos o sus deseos de los otros.

Otros que en su historia se traduce principalmente a sus padres y su pareja, desapareciendo la sensa-ción en los lugares de trabajo o estudio que han sido sus propias elecciones, las cuales le producen gran placer.

En algunas oportunidades la amenaza de pérdida del otro ha sido vivenciada por ella, como fantasías de muerte y de irrealidad. Se trata de pacientes que

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demandan constantemente ser alojados en el de-seo del analista suplantando aquello que fracasó, con cierto déficit en el sentimiento de sí mismos, lo cuál queda asociado con déficits en la conforma-ción del narcisismo, producto de no haber sido lo suficientemente deseados por sus progenitores o figuras significativas.

Winnicott (1958), hace hincapié en que la capaci-dad para estar solo se basa en la capacidad del self para estar consigo mismo, efecto de la experiencia de estar a solas, en presencia de otro. Se trata de un proceso que termina siendo paradojal, en tanto que solo se puede estar solo, cuando se estuvo lo suficientemente acompañado, pero cuando se ha estado preponderantemente a merced del otro sin haberse nutrido de los recursos y herramientas para poder separarse, difícilmente se puedan soportar las ausencias.

Recuerdo que Marianella, siempre venía cargada con un bolso de ropas consecuencia de pasar algún tiempo en casa de sus progenitores donde prepon-derantemente intentaba vivir y camino a la casa de su pareja donde no terminaba de hacerlo. Un día le señalo que es ella misma representada en ese bolso en el que lleva sus propias partes con las que carga, que van de un lado al otro sin encontrar un lugar propio.

Al poco tiempo olvida sobre el diván, un trabajo de Historia y su documento de identidad. Me llama esa misma noche muy preocupada para averiguar si los tengo y agrega; “no sé dónde tengo la cabeza”.

Le señalo graciosamente que por alguna razón que tendremos que seguir descubriendo, tanto su ca-beza, (pensamientos), e identidad habían quedado en el consultorio. Le sugiero que se quede tranquila pues yo me encargaría de ellos hasta que volviése-mos a encontrarnos.

Cuando así lo hacemos me comenta del alivio que le produjo descubrir dónde estaban y quién los te-nía, intervengo diciéndole que ahora puede ser un buen momento para que empecemos a encargar-nos juntas de lo que hasta ahora pareció que solo podía encargarme yo.

Asocia relatándome que un trabajo de Historia rea-lizado por ella había sido “re-conocido” como una excelente labor, y se sentía exaltada por la noticia puesto que le iba muy bien en sus estudios, siendo éstos una de las cosas que vivía como propias, pero que ni se animaba a hablar sobre el olvido de su do-cumento.

Respondo: “Al contrario hablemos, me parece que has pensado que tanto tu cabeza como otras partes que hacen a tu identidad han comenzado a encon-trar un lugar, un lugar en este lugar. Me parece que podríamos comenzar a pensar qué lugar es este lu-gar para vos.”

Nuevamente por asociación, trae el recuerdo de otros lugares. Los recuerdos nos permiten el acceso al núcleo de la subjetividad, por más imprecisos e infieles que resulten. El paciente tiene la impresión de que lo que se constituye en el análisis es lo más afín a lo acontecido y es posible de ser pensado así, si tenemos en consideración que no se trata de la realidad objetivada sino de su historicidad consti-tutiva, simbólica, aquella conformada por sus iden-tificaciones, sueños, síntomas, lapsus, y la vivencia de aquellos padecimientos que exceden el simple relato o lo nítidamente acontecido.

Paciente: “Recuerdo otros intentos de tratamiento que no tuvieron lugar…, uno en el que el terapeu-ta me dijo en las primeras entrevistas que yo tenía fobias y serias dificultades para ponerme en contac-to con otros. Esto después de observar que cuan-do nuestros encuentros finalizaban, él se acercaba para abrazarme y despedirme y yo quedaba dura e

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impenetrable, cargada de angustia. Él decía que era importante que después de haber trabajado cues-tiones fuertes que pudieran desorganizarme, nos diéramos un abrazo de reconciliación para olvidar los encontronazos.”

Mientras lo expresaba y conociéndola un poco fui imaginando la rigidez que se sumaría a la que ya le era propia, frente a este tipo de actitudes, y sumé a ello una traducción personal la cual fue pensada por mi sin serle donada, pues trabajábamos en un tiempo de su yo psíquico que no le permitía apro-piarse de algunos de sus propios pensamientos y enunciados, mucho menos de los míos.

Lo acontecido y vivido por Marianella como intru-sivo, más la insistencia en estas formas de interven-ción practicadas por su ex terapeuta en forma rígida y en un tiempo de entrevistas preliminares, pueden ser consideradas como dice Piera Aulagnier, como un exceso de violencia por parte del terapeuta, que produce un déficit por lo tanto un no cambio. En tanto que Marianella quedaba situada como tes-tigo de la propia versión del terapeuta y la paciente anticipada por el discurso del portavoz se ve obli-gada a apropiarse de los enunciados pre-investidos por este. La actividad del Yo es pensar pero no por medio de la intelectualización, sino interpretando la realidad para impedir el desinvestimiento (pul-sión de muerte).

En consecuencia considero que el abandono de aquel intento de tratamiento por parte de mi pa-ciente al poco tiempo de haberlo iniciado, haya sido más un signo de su pulsión de vida que de la de muerte.

Entendiendo que cada relación analítica es dife-rente pero en ningún caso se trata ni se justifica in-tervenir adelantándonos e interpretando fuera del tiempo psíquico del paciente.

Paciente: “En cambio pensé durante mucho tiempo cómo acercarme a vos para pedirte que fueses mi analista cuestión esta que era clara en mí pero lo que no sabía era como pedírtelo.

Aulagnier (1994), sostiene que el Yo está condenado a sufrir, que es esclavo, pero no para desmerecerlo sino para poner el acento en que si esto le pasa al Yo es por-que esta vivo, es porque a pesar de las dificultades con las que puede encontrarse no quedará arrancado de la realidad. Siempre aparecerán las señales, los signos de su vitalidad pero debemos como terapeutas estar prontos a escucharlos, a pensarlos, el analista escucha al Yo que es enunciación.

Marianella enunciaba en su enunciación:*Cuando Yo elijo, Yo no me equivoco...*Mi Yo pocas veces puede elegir sin perderse en y con Otros.*Cuando mi Yo me pertenece lo hago bien pero necesito de mi Yo individualizante, de esa separación individualizante que no siempre logro.*Sé que quiero que seas mi analista, no sé como pedirlo. Encontrarte para encontrarme sin perderme”.

Resultado: Marianella es “un intérprete en busca de sentido”.

Y como intérprete ella y como intérprete del intér-prete Yo, el trabajo que emprendíamos consistía en investir y desinvestir objetos sin que ella se perdiera al hacerlo, sin que ella sumase la sensación de que-dar fusionada, y alienada en el intento.

Aún más sin que ella me perdiese de vista, (trabajá-bamos cara a cara) hasta que pudiera hacerlo sin mí.

Para que un fenómeno -cualquiera que sea su naturaleza, su fuente, sus efectos- tenga y guarde existencia para la psique, es nece-

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sario que su representante psíquico perma-nezca como soporte de investimiento” (Au-lagnier,1994, p. 255).

Al principio del trabajo señalaba el interés que te-nía la paciente por recostarse en el diván, (ella decía “entregarse”), pero su Yo sentía no poder.

No me preocupó el que lo hiciese o no pero me dis-puse a averiguar porqué su Yo no podía.Me respon-dió con llanto y angustia, “tengo miedo que si no te veo desaparezcas...”. Miedo a desaparecer si no se ve en el otro.

Aulagnier señala: Si la puesta en representación de lo experi-mentado resultante del primer encuentro con el viviente (madre-hijo, ¿terapeuta pa-ciente?), del primer encuentro psique - mun-do, es el acto que inaugura la vida psíquica, este acto es indisociable de un inaugural de investimiento en beneficio del “encontrado” (1994, p.256).

Ahora bien, sabemos que dicho movimiento libidinal no es posible si no se consigue que lo siguiente suceda:

Aulagnier (1994): El movimiento libidinal inaugu-ral es = Representación + investimiento + placer.

Para que algo de dicho movimiento se fuese pro-duciendo respondí: “Yo estoy aquí por que vos estas aquí y puedo ser aquel que estando con vos entienda que un día ya no estarás permitiéndote alejarte cuan-do y cuantas veces necesites hacerlo.”

Aulagnier (1997) sostiene que la violencia primaria es la acción por la cual se impone a la psiquis del in-fante un pensamiento y una acción de la madre pero apoyado en un lugar que posibilite, y este mismo movimiento pensado para el infans es posible de ser pensado respecto al tratamiento como un movi-miento libidinal inaugural para el análisis. Para que un sujeto que sufre pueda pensarse como paciente, no solo tiene que tener síntomas, también pregun-tarse por ellos y confiar en un profesional que pueda ayudarlo a ayudarse.

Marianella tuvo que investir libidinalmente la figura de mi función y a cambio obtendría la posibilidad de crecer sin quedar alienada por quien la acompa-ñase en su recorrido, situación esta que podrá ser vivida como placentera.

Es este mismo placer experimentado lo que le dará la posibilidad de sentir que puede y de que podrá seguir haciéndolo ella misma. El placer la motivará a repetir aquellas modalidades que le permitan revivir el encuentro con su objeto de placer, pero a su vez ese mismo objeto llevara el germen del sufrimiento cada vez que este objeto no aparezca, no esté presente.

Es necesario que haya un montante libidinal enla-zado al analista y orientado hacia la búsqueda de la cura camino a las determinaciones inconcientes de su padecimiento y cierto resto de montante libidi-nal insatisfecho como fuerza que impulse hacia la búsqueda de los orígenes del mismo.

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Un ejemplo podría ser que Marianella viviera como placentero encontrarnos cada martes y jueves para trabajar y seguir creciendo, en tanto que podría re-sultarle frustrante el resto de la semana, aquellos días en que no nos viéramos. De hecho hubo mo-mentos en que se hizo necesario contactarnos por las noches a través del teléfono donde como a un niño cuya madre le canta para acunarlo, Yo le decía palabras al oído que luego la tranquilizaban para poder dormir.

Bajo éstas circunstancias se podría pensar al Yo de Marianella de la siguiente manera:

O se evita el sufrimiento al precio de la pérdida del objeto placentero: no viene los martes y jueves “para encontrarse”. O preserva el objeto al precio de un sufrimiento: viene martes y jueves “para encontrarse”, desencon-trándose (palabras de la paciente), el resto de la se-mana. Incluso el desencontrarse durante el resto de la se-mana (sensación percibida por la paciente al inicio del tratamiento), podía provocar un exceso de su-frimiento (cuestión ésta que fue evitada a través de los llamados). Pues sabemos que dicho exceso de sufrimiento puede desembocar en la desinvestidu-ra del objeto que lo causa, por ende el abandono del lugar. No hay relación posible sin conflicto y sin amenaza de sufrimiento, a mayor investidura, mayor riesgo de sufrimiento.

Por suerte existe otra posibilidad que fue la que con el tiempo de trabajo psíquico hallamos: incorpo-rar al analista no solo en su enunciado sino en su enunciación, “hacer como si estuviera”, más de una vez Marianella me diría en tono picaresco: “el fin de semana a pesar de no vernos tuve una sesión ex-tra con vos, pero claro está que no te enteraste, fue

algo entre nosotras”.

Resultado

La metabolización consiste en que la presencia de esta causa de sufrimiento es a su vez la causa de su deseo (la causa de sufrimiento deberá encontrar lugar en las metas buscadas por el deseo). Lo que podría traducirse como: Si el deseo es la cura y ella puede empezar a pensar como si su analista estu-viera, toda la semana queda destinada a tal fin y la diferencia de tiempos desaparece.

Como analistas no podemos hacer desaparecer una realidad intolerable porque lo intolerable será pro-ducto de su autoengendramiento (representación de intolerable engendrada por la psiquis misma), como tampoco podría el paciente escapar siempre a un exceso de violencia primaria.

La violencia primaria es la violencia producto de la interpretación que va haciendo la madre acerca de lo que demanda su niño, en tal sentido es que po-demos decir que es la voz anticipada.

La psiquis del niño se conecta con la psiquis mode-lada de la madre y va contactándose con una rea-lidad que está investida por la libido, por el deseo de ésta. La madre dice, comenta, predice y anticipa convirtiéndose en el delegado ante el Mundo exter-no. El niño es destinatario de su anticipación.

En las investiduras y en el amor narcisista se pro-yecta sobre el objeto aspectos de la imagen de sí mismo, de lo que uno fue, de lo que querría ser, de lo que ha sido parte de uno mismo.

Que la omnipotencia narcisista ceda el paso ante la realidad del mundo externo significa todo un traba-jo que no se producirá sin sufrimiento. Sin embargo si el exceso de violencia insiste los riesgos pueden ser devastadores porque hablamos de una madre

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que no puede renunciar a su propia omnipotencia.

Es posible comprender que los vínculos más primi-tivos y constitutivos pertenecen a situaciones ori-ginarias que cobrarán actualidad en la relación pa-ciente terapeuta y que será nuestra labor re-abrirlos recurriendo entonces a otras modalidades para in-tegrar lo que fue segregado.

Para concluir se puede pensar, que en la clínica la existencia de algunos posicionamientos subjetivos a los cuales podríamos denominar clishés, se actua-lizan y son otorgados a un Otro que sea capaz de ofrecer una salida.

Aulagnier señala:

La demanda de análisis es en primer lugar respuesta a nuestra oferta. El demandante comienza por dar acto de fe de ese saber y de ese poder con los cuales inviste al analis-ta, que es para él el paradigma del perfecto analizado. Rendido este homenaje, se ofrece a la verificación de nuestro saber y de nues-tro poder identificado con el objeto de nues-tro deseo (1994, p. 201).

Esto mismo es lo que nos permite junto al pacien-te, contar con nuevas oportunidades de traducción que sean menos reprimentes, menos defensivas.

El movimiento hacia el saber debe producirse en el analizado siendo el proceso que lo motorizará y lo guiará hacia la cura previniéndolo de un exceso de violencia primaria en su análisis. Se trata de un tra-bajo que permita dar una mayor consistencia yoica a través del cambio de posición (dejar de quedar como objeto de esta). El cambio implica una posi-ción diferente frente al sufrimiento y su deseo, la

imagen de sí mismo y de los otros, en definitiva…, se trata de dominar lo pulsional.

Referencias

Aulagnier, P.: (1994). Un intérprete en busca de sen-tido, pp. 201, 254, 255, 256. Buenos Aires: editores, s.a. de c.v. ...................: (1997). La violencia de la interpretación, p. 34.Buenos Aires, Amorrortu. Freud, S. (1913). Sobre la iniciación del tratamiento. En Obras completas Vol XII. Buenos Aires, Amorrortu.………… (1914). Recordar, repetir y reelaborar. (Nuevos consejos sobre la técnica del psicoanálisis II), En Obras completas Vol XII. Buenos Aires, Amo-rrortu.………… (1912). Sobre dinámica de la transferen-cia. En Obras completas Vol XII Buenos Aires, Amo-rrortu.Garcia Baradaco, J. (1990). La identificación y la des-identificación en el proceso analítico. Rev de Psicoa-nálisis. Klein, M. (1955). Sobre la identificación. Buenos Ai-res. Paidós.Laplanche J., Pontalis J. (1996). Diccionario de Psi-coanálisis. Barcelona. Paidós.Winnicott, D. (1991). Exploraciones Psicoanalíticas. Buenos Aires: Paidos.................. (1979). Aspectos metapsicológicos y clíni-cos de la regresión dentro del marco psicoanalítico. En Escritos de pediatría y psicoanálisis. Barcelona: Laila. ................ (1979). Variedades clínicas de la transferen-cia. En Escritos de pediatría y psicoanálisis. Barcelona: Laila.................... ( 2002). Los procesos de maduración y el ambiente facilitador: estudios para una teoría del de-sarrollo emocional. 1ª ed. Buenos Aires: Paidós.

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Francisco Rubén Sandoval Vázquez , Cruz García Lirios , José Marcos Bustos Aguayo 5 6 7

ESTRUCTURA FACTORIAL EXPLORATORIA DEL ABORTOPLANIFICADO EN ESTUDIANTES DE XOCHIMILCO, CIUDAD DE MÉXICOSTRUCTURE OF ABORTION FACTORIAL EXPLORATORY PLANNED IN STUDENTS XOCHIMILCO, MEXICO CITY

Resumen: Las políticas de salud reproductiva, cen-tradas en la despenalización del aborto, suponen efectos sobre las creencias, actitudes, intenciones y conductas de interrupción del embarazo. A me-dida que las mujeres tienen más edad, educación e ingreso, eligen racionalmente un aborto, pero se alejan de la edad ideal para la procreación que es de 22 años. El objetivo del presente trabajo es esta-blecer la estructura factorial exploratoria de escalas que miden cuatro factores y 28 indicadores (siete por cada factor) relativos a la interrupción del em-barazo. En consecuencia, se llevó a cabo un estudio no experimental, trasversal y exploratorio con una selección no probabilística de 145 estudiantes. A partir de un modelo estructural χ2 = 346,57 (57gl) p = 0,000; CFI = 0,990; GFI = 0,995; RMSEA = 0,005; R2 = 0,35 las intenciones determinaron a las con-ductas (β = 0,64), pero la solución factorial fue ex-plicada por las creencias (alfa = 0,781; 35% de la va-rianza total explicada). Sin embargo, el contexto, la selección de la muestra y el tipo de análisis impide generalizar los datos a otros ámbitos. Se recomien-da llevar a cabo un análisis factorial confirmatorio con una selección probabilística de la muestra en la población de la localidad. Palabras clave: Fecundidad, aborto, creencias, acti-tudes, intenciones, conductas

Abstract: Reproductive health policies, centered on the decriminalization of abortion, involve effects on beliefs, attitudes, intentions and behaviors of abortion. As women get older, education and inco-me, rationally choose an abortion, but are far from ideal for procreation is 22 years old. The aim of this study is to establish the factorial structure of scales measuring four factors and 28 indicators (seven per

factor) relating to the termination of pregnancy. Consequently, it conducted a non experimental, transversal and exploratory study with a nonran-dom selection of 145 students. From a structural model χ2 = 346.57 (57gl) p = 0.000; CFI = 0.990; GFI = 0.995; RMSEA = 0.005; R2 = 0,35 las inten-tions determined behavior (β = 0.64), but the factor solution was explained by beliefs (alpha = 0.781; 35% of the total variance explained). However, the context, the selection of the sample and the type of analysis prevents data generalize to other areas. It is recommended to perform a confirmatory factor analysis with a probabilistic sample selection in the population of the town.

Keywords: Fertility, abortion, beliefs, attitudes, in-tentions, behaviors

Introducción

Se considera que la interrupción del embarazo es resultado de un proceso deliberado, planificado y sistemático, por consiguiente, la intención, la soli-citud y el legrado son determinados por un sistema de representaciones, creencias, actitudes y percep-ciones en torno al aborto asistido. Tal proceso inicia con la difusión de información concerniente a la se-xualidad, la fertilidad, la despenalización del abor-to y las consecuencias de la práctica abortiva en la salud. El objetivo del presente estudio consiste en la ponderación de la estructura factorial exploratoria del aborto planificado en parejas de adolescentes.

Es sabido que el ciclo de la fertilidad establecido en un periodo de 28 días (Depmann, Martine, et al., 2016) implica cuatro periodos; menstruación –la

5. Doctor en Ciencia Política, Profesor Investigador, UAEM, Cuernavaca; [email protected] 6. Estudios de Doctorado en psicología, Profesor de asignatura, UAEMEX-UAP, Huehuetoca: [email protected] 7. Doctor en Psicología, Profesor Titular “C”, UNAM-ENTS, Zaragoza: [email protected]

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ESTRUCTURA FACTORIAL EXPLORATORIA DEL ABORTO PLANIFICADO EN ESTUDIANTES DE XOCHIMILCO, CIUDAD DE MÉXICO PP 40-50. FRANCISCO RUBÉN SANDOVAL VÁZQUEZ, CRUZ GARCÍA LIRIOS, JOSÉ MARCOS BUSTOS AGUAYO

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mucosa o endometrio se desprende y es impulsada con la sangre–, fertilidad –proliferación pre-ovu-lutoria–, ovulación –el endometrio se reconstruye

gracias a los estrógenos– y secreción –la mucosa uterina presenta el máximo grosor facilitando la fecundación– (véase figura 1).

Sin embargo, a pesar de que el ciclo de la fertilidad o fecundación es difundido en el sistema de educación básica, los medios de comunicación reducen el proce-so bioquímico a mensajes alusivos sobre la libertad de elección para el caso de la mujeres y la libertad de pro-creación en el caso de las parejas (Leal et al., 2012). En

consecuencia, la probabilidad de procreación con res-pecto a la edad se intensifca en los 22 años y se reduce estrepitosamente conforme trascurre la edad (véase gráfico 1). Cerca del 25% de los intentos de procreación terminan en embarazo, pero menos del 5% de los ca-sos a partir de los cuarenta años son observados.

Gráfico 1. Probabilidad de fertilidad por edad. Fuente: Conapo (2015)

Edad de la mujer (años)

Figura 1. Ciclo de la fertilidad. Fuente: Conapo (2015)

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ESTRUCTURA FACTORIAL EXPLORATORIA DEL ABORTO PLANIFICADO EN ESTUDIANTES DE XOCHIMILCO, CIUDAD DE MÉXICO PP 40-50. FRANCISCO RUBÉN SANDOVAL VÁZQUEZ, CRUZ GARCÍA LIRIOS, JOSÉ MARCOS BUSTOS AGUAYO

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Es decir que durante el ciclo de la procreación, las probabilidades de fecundación y la edad pa-recen corresponder a un escenario de riesgo en el que el legrado (que consiste en raer la muco-sa del útero (RAE, 2014), raspando su superficie para separar la membrana que lo cubre, con una legra (cucharila) y diversos instrumentos y cuchi-llas parecidas a una cucharilla (Anders, 2014) y el aborto (privación del nacimiento (Anders, 2014), son instrumentos de la libertad de elección en mujeres y en las parejas (Nagel, 1998). Un aborto seguro se define como aquel que cumple con los requisitos legales en los países en los que el aborto está legalmente permitido bajo una amplia gama de criterios (Sedgh, Hen-shaw, Singh, Åhman, y Shah, 2007). El aborto clínico, es el aborto de un embarazo clínico que tiene lugar entre el diagnóstico de embarazo y la edad gestacional de 20 semanas completas. El aborto retenido, es un aborto clínico en el que los productos de la concepción no se expulsan espontáneamente del útero. El aborto preclíni-co, es el aborto que tiene lugar antes de la evi-

dencia clínica o una ecografía del embarazo. El aborto espontáneo, es la pérdida espontánea de un embarazo clínico antes de las 20 semanas completas de gestación o, si la edad gestacional es desconocida, un peso de 500 g o menos (Pan-dya, Snijders, Psara, Hilbert, y Nicolaides, 1996; Zegers-Hochschild et al., 2006).

La Organización Mundial de la Salud (WHO, por sus siglas en inglés) describe el aborto inseguro como un procedimiento para terminar un emba-razo no deseado (Cook, Dickens, y Horga, 2004; Singh, 2006), llevado a cabo, tanto por personas que carecen de las habilidades necesarias o en un ambiente que no sea conforme con los están-dares médicos mínimos, o ambos (Ǻhman y Shah, 2011; Sedgh et al., 2012). Es claro que el aborto ha recibido considerable atención, sin embargo, sigue generando controversia.

En México, la relación entre políticas de despenaliza-ción del aborto y la edad de quienes solicitan la inte-rrupción del embarazo parece explicar la tendencia de caso por entidad (véanse gráficos 2 y 3).

Gráfico 2. Aborto asistido por entidades. Fuente: Conapo (2015)

La Ciudad de México lidera los casos de solicitud e interrupción del embarazo (100784 casos), se-guido del Estado de México (33386), entidad con la mayor población juvenil y tasa de natalidad.

Respecto a la edad y la causa de interrupción del embarazo, la violación es una causa probable para el aborto en 60% de los casos en mujeres de 23 a 25 años. Los riesgos por peligro de muerte durante el embarazo, son más probables en mu-

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ESTRUCTURA FACTORIAL EXPLORATORIA DEL ABORTO PLANIFICADO EN ESTUDIANTES DE XOCHIMILCO, CIUDAD DE MÉXICO PP 40-50. FRANCISCO RUBÉN SANDOVAL VÁZQUEZ, CRUZ GARCÍA LIRIOS, JOSÉ MARCOS BUSTOS AGUAYO

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jeres de 17 a 19 años en más del 40%, pero el factor económico es más incisivo en quienes tienen entre 23 y 25 años en más del 20% de los casos. Por últi-

mo, la libertad de abortar es más ejercida por muje-res de 23 a 25 años que en mujeres menores a ese rango de edad en más del 10% de los casos.

Por lo tanto, los datos esgrimidos parecen mostrar que existen representaciones sociales de la libertad de elección en torno a la sexualidad, la procreación y la interrupción del embarazo que son difundidos en los medios de comunicación y generan actitudes a favor de la aprobación del aborto en mujeres de entre 17 y 25 años, edad en donde la probabilidad de fertilidad es mayor que en otros rangos de edad.

Sin embargo, las representaciones sociales de la li-bertad de elección en torno a la sexualidad y la inte-rrupción del embarazo (explica un proceso flexible en la toma de decisiones que, los datos estadísticos parecen refutar, ya que las políticas de despenaliza-ción del aborto facilitan la elección racional que es más observada en mujeres con edades próximas a

los 25 años (Parrish, 2012). En este sentido, la liber-tad de elección racional –deliberada, planificada y sistemática– podría estar generando actitudes–dis-posiciones a favor de la sexualidad y la interrupción del embarazo– conforme las mujeres se aproximan a los 25 años, instancia en la que debieran haber terminado sus estudios de pre-grado y habrían de-sarrollado una prospectiva de vida.

En las ciencias de la salud y del comportamiento humano, los modelos explicativos de la procrea-ción y del aborto planificados advierten que son los factores socioeconómicos los que determinan en primera instancia las actitudes y percepciones. A su vez éstas inciden en las intenciones y ésta última en el embarazo o en su interrupción (véase figura 2).

Gráfica 3. Causas de aprobación de aborto por edad. Fuente: Conapo (2015)

Figura 2. Modelo del Embarazo Planificado. Fuente: Ajzen y Kobas (2013)

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Sin embargo, los estudios relativos al embarazo y su interrupción sostienen que tales acciones no son determinadas exclusivamente por la elección racional de la mujer, sino además en tal decisión inciden factores socioculturales –valores, nor-mas, usos y costumbres, tradiciones locales– (Ka-riman et al., 2016). En este sentido sociocultural, la relación de pareja –estable sin compromiso, estable con compromiso, inestable sin compro-miso e inestable con compromiso– influye en la decisión de embarazo y/o interupcción de la pro-creación (Biglar y Amin, 2012).

De este modo, las parejas que mantienen rela-ciones estables y comprometidas eligen el em-barazo o la interrupción del mismo, pero en las demás relaciones de pareja es el varón quien delega en la familia de la mujer la decisión de procreación o interrupción del embarazo. En tal sentido, los estilos de crianza parentales –autori-tarios, permisivos o asertivos– influirán sobre la procreación o la interrupción del embarazo. De esta manera, los estilos parentales asertivos son quienes favorecen y respaldan la decisión de la mujer y si tiene pareja, la elección de ambos (Dic-kings, Johns y Chipman, 2012).

Empero, si los estilos de crianza más bien son au-toritarios o permisivos, entonces un actor domi-nante tomará la decisión de abortar o procrear. Los casos expuestos no sólo reducen la libertad de elección femenina, sino además resaltan el contexto sociocultural; las normas familiares o las relaciones de pareja determinan la procrea-ción o la interrupción del embarazo.

No obstante que los estilos de crianza parental y los tipos de las relaciones de pareja son deposi-torios de una cultura en la que el cuerpo femeni-

no es un instrumento de reproducción social más de satisfacción personal, el modelo de fertilidad planificada advierte que a mayor edad, educa-ción e ingreso, la elección de la mujer prevalece sobre cualquier norma o valor (Enaker, 2013). Es decir, un alto nivel educativo corresponde con un mayor ingreso, pero también supone un es-tilo de vida deliberado, planificado y sistemático que es contrario a la probabilidad de fertilidad óptima en los 22 años (Adamsoms, 2013). Se tra-ta de un dilema que consiste en ejercer la liber-tad de sexualidad e interrupción del embarazo a medida que la edad, la educación y el ingreso se incrementan, pero la fecundidad es cada vez menos pobable (Kreuter, Siosten y Biering, 2008).

En el caso de las relaciones de pareja, los estu-dios psicológicos de la interrupción del aborto advierten que el tipo de relación –tiempo, dedi-cación, compromiso, celos– determina las expec-tativas de la relación de pareja. De este modo, las parejas que tienen una convivencia significativa, prolongada, comprometida y libre de violencia toman decisiones de procrear un hijo.

Sin embargo, la influencia de las creencias no ha sido establecida, ya que en los modelos delibera-dos y planificados son determinantes de las acti-tudes. Por consiguiente, un estudio acerca de las creencias, en relación con las otras variables del modelo de embarazo planificado, exclarecería el dilema expuesto (véase figura 2).

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El modelo especificado de relaciones de dependen-cia explica los efectos de la propaganda de despe-nalización del aborto, considerando tres supuestos relativos a 1) creencias actitudes; 2) creencias actitudes intenciones y 3) creencias ac-titudes intenciones conductas.

Supuesto 1: creencias actitudes. En un nivel general de políticas, difusión y audiencias, la despenalización del aborto, difundida en los me-dios de comunicación, genera disposiciones en contra y a favor del embarazo como de su inte-rrupción dependiendo de la información; causas y efectos de la política de salud reproductiva.

Supuesto 2: creencias actitudes intencio-nes. En un sentido más específico en torno a la elección racional femenina, la información de la

despenalización del aborto no sólo genera dis-posiciones negativas o positivas, sino además propicia estimaciones con base en costos y be-neficios acerca de las causas y consecuencias de llevar a cabo un parto, cesárea o aborto, consi-derando edad, ingreso y educación. Se trata de un proceso en el que cuanto más específica es la información acerca del embarazo y su interrup-ción incrementan las probabilidades de tomar decisiones y llevar a cabo tales acciones.

Supuesto 3: creencias actitudes intenciones conductas. En un ámbito personal, el efecto de la información sobre las causas y consecuencias de la interrupción del embarazo es procesada y asimilada en disposiciones de tal forma que deter-minan las decisiones y estrategias, siempre que sea producto de la deliberación, planificación y

Figura 2. Modelo especificado de relaciones de dependencia entre indicadores y factores. Fuente: Elaborada con base en la revisión de la literatura

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sistematización de dicha información correspon-diente al aborto. Método

Formulación: ¿Cuáles son las diferencias entre las relaciones de dependencia explicativas del em-barazo planificado –sexo, edad, ingreso, creen-cias, actitudes, intenciones y conductas– con respecto a las relaciones de dependencia ponde-radas?

Hipótesis nula: Las relaciones teóricas de depen-dencia entre indicadores y factores relativos a la interrupción del embarazo se ajustan a las rela-ciones de dependencia ponderadas.

Hipótesis alterna: Las relaciones teóricas y las re-laciones ponderadas son diferentes.

Variables

Sexo. Refiere a la identidad de la pareja que pue-de ser femenina o masculina. Edad. Refiere al periodo de vida a partir del na-cimiento.Ingreso. Refiere a la suma de salarios, becas o apoyos económicos y financieros. Creencias. Refiere al procesamiento de informa-ción –religiosa, académica, cotidiana–relativa a la interrupción del embarazo. Actitudes. Refiere a las disposiciones en contra o a favor de la interrupción del embarazo. Intenciones. Refiere a la probabilidad de decidir la interrupción del embarazo. Conductas. Refiere a la fidelidad, documenta-ción, financiamiento y solicitud en torno a la in-terrupción del embarazo.

Diseño. Se realizó un estudio no experimental, trasversal y exploratorio.

Muestra. Se llevó a cabo una selección no pro-babilística de 145 estudiantes de una universi-dad pública de Xochimilco, Ciudad de México. El 43% fueron mujeres y el 57% hombres, el 21% con menos de 18 años (M = 17,24 y DE = 1,24), el 35% entre 18 y 22 años (M = 20,35 y DE = 1,27) y el restante 47% con más de 22 años (M 22,46 y DE = 2,36); el 40% ingresa menos de 3000 pesos mensuales (M = 2’973 y DE = 124,35), el 25% in-gresa entre 3’000 pesos mensuales y 7’500 pesos mensuales (M = 6’245 y DE = 135,25) y el restante 35% ingresa más de 7’500 mensuales (M = 7’821 y DE = 135,26).

Instrumento. Se utilizaron las Escalas de Varia-bles relativas a la Interrupción del Embarazo. Escala de Creencias. Mide el procesamiento de información religiosa, académica o cotidiana re-lativa a la interrupción del embarazo. Incluye dos opciones de respuesta que van desde 0 = “falso” y 1 = “veradero”. Por ejemplo: “Tener un hijo está fuera de mi voluntad”.Escala de Actitudes. Mide las disposiciones en contra y a favor de la interrupción del embara-zo. Incluye cinco opciones de respuesta que van desde 0 = “nada de acuerdo” hasta 5 = “muy de acuerdo”. Por ejemplo: “La decisión de tener un hijo está en los padres.”Escala de Intenciones. Mide las expectativas de la pareja con respecto a la interrupción del em-barazo. Incluye cinco opciones de respuesta que van desde 0 = “nada probable” hasta 5 = “muy probable”. Por ejemplo: “Tendría un hijo aunque mi pareja me abandone”. Escala de Conductas. Mide la frecuencia de las acciones relativas a la fidelidad, documentación, financiamiento y solicitud de interrupción del embarazo. Incluye cinco opciones de respuesta que van desde 0 = “nunca” hasta 5 = “siempre”. Por ejemplo: “Antes de decidir un parto me he documentado al respecto”.

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Procedimiento. Se utilizó la ténica Delphi para la ho-mogenización de los significados de las palabras utili-zadas en los reactivos. Se garantizó la confidencialidad por escrito y se informó acerca de que los resultados no afectarían el estatus académico de los estudiantes. Las encuestas se aplicaron en el vestíbulo de la biblioteca de la universidad pública. La información fue procesada en el Paquete Estadístico para Ciencias Sociales (SPSS por sus siglas en inglés) y Análisis de Momentos Estructura-les (AMOS por sus siglas en inglés) versión 21.

Análisis de datos

La consistencia interna se estableció con el parámetro

alfa de Cronbach. Se estimó la adecuación y la esferici-dad con los parámetros KMO y la prueba de Bartlett. El Análisis Factorial Exploratorio se realizó con el método de extracción de ejes principales, rotación promax y criterio de oblicuidad. Los pesos factoriales superiores a 0,300 fueron requeridos para interpretar los factores. El ajuste del modelo de relaciones de dependencia se estableció con estadísticos de ajuste y residual.

Resultados

La confiabilidad de las escalas de creencias (alfa = 0,781), actitudes (alfa = 0,771), intenciones (alfa = 0,831) y conductas (alfa = 0,792) alcanzó valores supe-riores a los mínimos requeridos (véase tabla 1).

Tabla 1. Descriptivos, confiabilidad y valides de las escalas

Clave Ítem M DE Alfa F1 F2 F3 F4

Escala de creencias 0,781

CR1 Tener un hijo está fuera de mi voluntad 1,34 1,03 0,743 0,691

CR2 El aborto es para quienes son egoístas 1,56 1,02 0,783 0,601

CR3 Tener un hijo es un regalo divino 1,82 10,3 0,791 0,635

CR4 Los abortos son reflejo de nuestra sociedad 1,02 1,05 0,736 0,413

CR5 Tener un hijo es un acto de fé 1,92 1,06 0,793 0,572

CR6 El aborto es para las parejas comprometidas 1,84 1,15 0,756 0,476

CR7 Tener un hijo es una inmoralidad 1,21 1,14 0,781 0,365

Escala de actitudes 0,771

AC1 La decisión de tener un hijo está en los padres 3,25 1,50 0,732 0,432

AC2 El aborto es una decisión exclusiva de la mujer 3,81 1.45 0,782 0,593

AC3 Los hombres tienen el derecho de decidir en el cuerpo femenino 2,93 1.36 0,793 0,563

AC4 La solicitud de aborto es un privilegio de mujer 1,03 1,32 0,791 0,513

AC5 El financiamiento para abortar es responsabilidad del hombre 1.59 1,36 0,783 0,457

AC6 La decisión de aborto depende de la documentación 1.01 1,68 0,721 0,462

AC7 La solicitud de aborto supone una inestabilidad personal 1,02 1,21 0,746 0,458

Escala de intenciones 0,831

IN1 Tendría un hijo aunque mi pareja me abandonara 3,26 1,03 0,842 0,392

IN2 Abortaría aunque mi pareja me obligara a lo contrario 3,57 1,05 0,845 0,591

IN3 Tendría un hijo aunque mi pareja me odiara 3,92 1,26 0,831 0,576

IN4 Abortarría aunque mi pareja se olvidara de mi 3.40 1,67 0,847 0,572

IN5 Tendría una cesaría aunque mi pareja se enajora conmigo 2.15 1,20 0,825 0,465

IN6 Tendría un hijo aunque mi pareja me apoyara en lo opuesto 1,03 1,21 0,846 0,475

IN7 Tendría un hijo aunque mi pareja fuese infeliz 1,95 1,11 0,891 0,683

Escala de conductas 0,792

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La adecuación y esfericidad χ2 = 246,39 (38gl) p = 0,000; KMO 0,714 permitieron establecer la validez del constructo se estableció a partir del porcentaje total de la varianza explicada; creen-cias (35%), actitudes (26%), intenciones (16%) y conductas (8%).

El modelo estructural de relaciones de depen-dencia (véase figura 3) estableció la ruta de

creencias actitudes intenciones conduc-tas (R2 = 0,35) como la de mayor verosimilitud explicativa, ya que son las intenciones las deter-minantes de las conductas (β = 0,64). A su vez, las actitudes inciden en mayor medida sobre las intenciones (β = 0,38), aunque parecen reducir el efecto de las creencias sobre las disposiciones (β = 0,61).

Figura 3. Modelo estructural de relaciones de dependencia entre indicadores y factores. Fuente: Elaborada con los datos del estudio

CO1 Antes de decidir un parto me he documento al respecto 1,03 1 ,01 0,741 0 ,691

CO2 He juntado el dinero antes de decidir un aborto 1,06 1 ,05 0,732 0 ,413

CO3 He solicitado un aborto antes de abandonar a mi pareja 1,07 1 ,16 0,791 0 ,521

CO4 Me he informado al respecto antes de abortar 1 ,02 1,126 0,731 0 ,632

CO5 He buscado un empleo antes de abortar 1 ,06 1,21 0 ,752 0,571

CO6 Me he relacionado con otra persona antes de abortar 1 ,01 1,37 0 ,751 0,509

CO7 He sido infiel antes de pedir un aborto 1,08 1 ,37 0,715 0 ,514

Método de extracción: ejes principales, rotación promax, criterio de oblicuidad. Esfericidad y adecuación χ2 = 246,39 (38gl) p = 0,000; KMO 0,714 . M = Media; DE = Desviación Estádar; F1 = Creencias (35% de la varianza total explicada), F2 = Actitudes 26% de la varianza total explicada), F3 = Intenciones (16% de la varianza total explicada), F4 = Comportamientos (8% de la varianza total explicada). Los valo-res alfa corresponden a la consistencia interna de la escala excluyendo al ítem.

Fuente: Elaborada con los datos del estudio

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Los valores d elos parámetros de ajuste y residual χ2 = 346,57 (57gl) p = 0,000; CFI = 0,990; GFI = 0,995; RMSEA = 0,005; R2 = 0,35 permitieron aceptar la hipótesis nula relativa a las similitudes entre las relaciones de dependencia teóricas y las relaciones de dependencia ponderadas. Discusión y Conclusión

El aporte del presente estudio al estado del cono-cimiento radica en el establecimiento de una es-tructura factorial exploratoria de la interrupción planificada del embarazo. Se trata de una solución factorial policórica de ejes principales, con criterio de oblicuidad y rotación promax que es mediana-mente consistente en cada uno de sus factores e indicadores. Sin embargo, el contexto de estudio, la selección de la muestra y el análisis factorial ex-ploratorio impiden generalizar los datos a otros ámbitos de estudio, ya que un muestreo aleatorio y estratificado, así como un estudio en población no universitaria permitirían llevar a cabo un análisis factorial confirmatorio de las relaciones de depen-dencia establecidas.

Esto es así porque a diferencia del análisis facto-rial exploratorio, el análisis factorial confirmato-rio pondera los errores de medición y establece la incidencia de factores no incluidos en el mo-delo de relaciones de dependencia. Es el caso de la homocedasticidad –errores constantes de me-dición en indicadores y factores– que en el aná-lisis factorial exploratorio parece no tener inje-rencia, pero en el análisis factorial confirmatorio modificaría la estructura y solución factorial. Por consiguiente, un estudio con las características y recomendaciones esgrimidas permitiría explicar los efectos de las políticas de salud reproductiva en general y la despenalización del aborto en es-pecífico, sobre las creencias, actitudes, intencio-nes y conductas de las mujeres y sus parejas ante un parto-cesárea o aborto.

Referencias

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Jorge D. Montironi8

CREATIVIDAD, TRANSFORMACIÓN DE LAREALIDAD Y PSICOANÁLISIS

8. Lic. en Psicología Dr. En Psicología Social. Profesor Universitario. Docente titular en Universidad Kennedy y Universidad Maimónides. Director y Jurado de Tesis de Doctorado y Maestría en Psicoanálisis. Miembro del Comité Académico del Doctorado en Psicología Social UK. Autor de libros y publicaciones en revistas científicas Psicoanalista; Poeta.

Resumen: esta presentación realizada en las Jorna-das del Cincuentenario de la Universidad Kennedy, tiene como objetivo llevar a la reflexión acerca de uno de los puntos fundamentales de un trabajo de investigación llevado a cabo en desarrollos de la Te-sis doctoral acerca de la Transmisión inconsciente en la escritura, articulando los conceptos de creati-vidad, tiempo y muerte. Desde basamentos lacania-nos acerca de que el inconsciente está estructurado como un lenguaje, hasta el planteo menassiano de que el inconsciente está estructurado como escri-tura poética. Y desde una analogía que muestra una semejanza entre la poesía como acto creativo trans-formador del mundo y la interpretación en el Psi-coanálisis, ambos como instrumentos que develan los misterios de la realidad y son liberadores. Si el inconsciente está estructurado en forma de poesía y el lenguaje se puede cambiar, también se puede cambiar la realidad, la vida del paciente. Y a la vez la trascendencia que otorgan los procesos creativos superan la finitud, la muerte, rememorando el valor fundamental freudiano acerca de la sublimación. La palabra escrita, es una materialidad base para la ciencia, que consigue desprenderse de quien la porta. Se hace transmisión para los tiempos, supera a quien la escribe. Como el imaginario poético es universal e infinito, no debe responder con las limi-taciones que padecen las ciencias sometidas a sus propios conceptos epistemológicos, cuestión de la que está exenta la poética. Por lo que aunque la poética (como acto creativo transformador) no es una epistemología, es la base que toda epistemolo-gía requiere para ser.

Palabras clave: poesía, psicoanálisis, creatividad, tiempo y muerte

Abstract: this presentation at the conference of the fiftieth anniversary of the Kennedy University, aims to lead to reflection on one of the fundamen-tal points of a research conducted in development of the doctoral thesis about the unconscious Trans-mission in writing, articulating the concepts of crea-tivity, time and death. From Lacanian foundations about the unconscious it is structured like a langua-ge, to the menassiano proposition that the uncons-cious is structured like writing poetry. And from an analogy that shows a similarity between poetry as a creative act transforming the world and interpreta-tion in psychoanalysis, both as instruments that re-veal the mysteries of reality and are liberators. If the unconscious is structured in the form of poetry and language can be changed, you can also change the reality, the patient’s life. And while the importance that give creative processes beyond finitude, death, Freud’s fundamental value reminiscing about subli-mation. The written word is a foundation for science materiality, getting rid of the person carrying. trans-mission time is done, beats who writes. As the poe-tic imagination is universal and infinite, you should not respond to the constraints affecting the scien-ce subject to their own epistemological concepts, a matter which is exempt poetics. So although the poetic (as a transforming creative act) is not an epis-temology, is the basis that all epistemology requi-red to be.

Keywords: poetry, psychoanalysis, creativity, time and death.

Desarrollo

En primer lugar comenzaremos articulando la con-cepción de que el inconsciente está estructurado

“Inconsciente, poética, epistemología y muerte”

“Unconscious, poetic, epistemology and death”CREATIVITY, REALITY AND TRANSFORMATION OF PSYCHOANALYSIS

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CREATIVIDAD, TRANSFORMACIÓN DE LA REALIDAD Y PSICOANÁLISIS. PP 51-56. JORGE D. MONTIRONI

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como escritura.

Diremos que a la manera de cuando Lacan (1966) afirma que el inconsciente está estructurado como un lenguaje, pues es la palabra quien lo porta y la interpretación psicoanalítica quien lo produce, es el poeta y psicoanalista Menassa (1987) quien genera un giro conceptual respecto de que el inconsciente está estructurado como escritura poética. De este modo encontramos una semejanza entre la poesía y la interpretación en el psicoanálisis, pues ambos son instrumentos que develan los misterios de la realidad y son liberadores. Si el inconsciente está estructurado en forma de poesía y el lenguaje se puede cambiar, también se puede cambiar la reali-dad, la vida del paciente.

La palabra escrita, es una materialidad, en tanto se desprende de quien la porta. Se hace transmisión para los tiempos, supera el tiempo de quien la es-cribe.

El imaginario poético es universal y ampliamente infinito, mientras que el imaginario de las ciencias padece de las limitaciones de responder a los con-ceptos limitados de su propio campo epistemo-lógico, cuestión de la que está exenta la poética. Consideramos que precisamente en su propia cons-trucción, el Psicoanálisis ha unido ambos campos, el de la epistemología y el de la poética (Freud, 1901).

El psicoanálisis debe su existencia a la poesía. A nuestro entender, de algún modo Freud se ha pre-guntado por cómo los poetas habían pensado y es-crito lo que se mostraban en sus frases, sin haber tenido el apoyo de los conceptos epistemológicos, cómo fluía de sus plumas insensibles tanto saber. Es entonces, que nos sugiere, que cuando no sepamos ya nada más, preguntemos a los poetas. Es en este sentido, en que nadie a nuestro criterio, responde más eficazmente al desafío freudiano que Menassa, comandando la Escuela de Poesía y psicoanálisis Gru-

po Cero. Generando una nueva pregunta: ¿qué es ser un psicoanalista culto? a lo que responde, que será aquel que pueda leer en la poesía, las futuras tesis que pongan en cuestión el psicoanálisis y su transformación (Mennasa, 1987).

La poeta y psicoanalista Lucía Serrano nos dirá que el poema es un encuentro entre la poesía y el hom-bre y una lucha más que humana que nos lleva a imaginar otra humanidad en pos de una unidad más alta. Así es que la poesía es un instrumento de conocimiento (Serrano, 2001).

La importancia de la interpretación (de la sobre-determinación del deseo inconsciente), es decir su construcción, será de inconsciente a inconsciente, es decir que ella, la interpretación, no será guiada por el conocimiento, sino por el mismo proceso que se investiga, de manera inconsciente, en el ám-bito transferencial terapéutico producido en esa dimensión de diálogo entre el paciente, mediante su asociación libre (multipledeterminación) y el psicoanalista con su atención flotante, conseguida, a su vez en la dimensión de su articulación con la teoría, a través de su formación permanente y con la práctica-técnica, a través de su propio psicoanáli-sis y sus supervisiones y con lo social a través de su escritura, teórica y poética. De ahí, que se diga que el Psicoanálisis sea un pensamiento exquisitamente comunitario.

Precisamente esta comparación, es viable con la producción poética, dado, pues una interpretación, es un proceso sublimatorio y creativo, que no sólo transforma la vida del sujeto, sino de su entorno (Freud, 1915).

De manera más precisa y poética diremos que la verdad, no se descubre, se inventa y eso es el saber, un pájaro que nunca atraparemos y del que sólo tendremos el halo del vuelo (Montironi, 2007).

1. Esta estructura está conformada por un profesor principal, encargado básicamente de la coordinación metodológica de todas las asig-naturas que se imparten durante semestre, un profesor guía encargado de la coordinación directa con los estudiantes y sus organizaciones estudiantiles y tutores que funcionan como asesores que dan seguimiento a los estudiantes. Este equipo de profesores no necesariamente tienen que ser docentes en ese año académico, pero se prefiere que así sea.

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La propuesta de tomar la escritura como un trabajo que el escritor debe realizar, es decir, una tarea y en todo caso el poema como un efecto de haber rea-lizado esa tarea, marca una diferencia crucial entre lo que podemos llamar la vida de quien escribe y la obra que realiza. También se desprende de aquí, que todos podemos escribir y no solamente las éli-tes poderosas. Como también que la palabra habla-da toma ribetes muy diferentes a la palabra escrita, por ejemplo: para aprender a hablar no hay ningún criterio especial, uno de pequeño va generándola a través de la escucha de las palabras y un día las pro-nuncia y luego perfecciona, sin embargo en verdad, no se sabe del idioma que se habla pues éste se transmite a través de la escritura, es decir casi como si fuera otro idioma del hablado (Menassa, 2000).

Digamos que pensar que la escritura es un trabajo no es meramente una idea, sino que implica que el sujeto que al escribir es el instrumento que la escri-tura utiliza para escribir o que el sujeto tiene esos instrumentos para escribir, por lo que diríamos que cualquier sujeto puede escribir. Esta posición, segu-ramente genera una ruptura con lo que habitual-mente encontramos como concepción de que los poetas escriben a través de las musas inspiradoras, o que poseen un don especial. Concepción que al mismo tiempo niega la socialización de la escritura. Es decir que la aparición particularmente del capita-lismo, que a su vez, debe su aparición a la física y a la creación de la máquina herramienta y así a la pro-ducción en serie, produce en la sociedad un efecto humanizador y civilizador, también en relación al lenguaje y a la escritura. (Mennasa, 1987).

Es de fundamental importancia diferenciar la vida del escritor de la de su escritura, pues aunque se halla partido de algo aparentemente personal, la vivencia del poeta es materia natural que, trabajada por los poemas de otros, se transforma así en mate-ria prima. No sería correcto decir que el poema da cuenta de la vida del poeta, aunque algún elemen-

to cierto haya dado el punto de partida del mismo. Por ejemplo: El cielo llora sobre la ciudad, si, la frase comienza con su propio llanto y aprovechando el sema común que tiene la caída de las lágrimas y la lluvia, genera la metáfora, humaniza el cielo, gene-raliza el tema de su llanto y no habla de lo que le pasa, sino de lo que pasa. Así produce una nueva temporalidad, un hecho poético. De este solo se puede dar cuenta a partir de otro hecho poético y eso lo distingue de otros hechos humanos (Menas-sa, 1987).

Menassa señala que es en la poesía donde deben leerse las nuevas tesis que pongan en cuestión al hombre y su transformación, pues no es que el poe-ta hace poesía sino, es la poesía la que hace al poeta. Del mismo modo que la obra de arte hace al autor y no el autor a su obra, como habitualmente concebi-mos desde la lógica. Esto garantiza la conversación entre las escrituras de todos los tiempos, lo cual lejos de cristalizarlas y dogmatizarlas, las refresca y transforma en nuevos conocimientos posibles. Constituyendo tanto, esos trabajos escritos de in-vestigación, como la poesía y las obras artísticas en general, un modo de transmisión generado en di-ferentes épocas de la humanidad para los tiempos, teniendo como instrumentos de esa producción a mujeres y hombres que con su trabajo van, en una suerte de gran proceso infinito, materializando la transformación de la realidad (Menassa, 1987).

Debemos detenernos un instante aquí, para señalar que en algunos psicoanalistas, solemos encontrar un error muy común, que es pensar que la metáfora es lo más importante y aún peor, que la interpre-tación es metafórica. Cuando es el propio Freud, el que nos enseña que es el desplazamiento el cora-zón de la condensación, de modo que la metáfora es siempre una figura secundaria. Puesto que en realidad el síntoma es la metáfora, ya que es lo que queda detenido, perplejo, casi con un sentido uní-voco. En cambio, el desplazamiento es lo que más

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se parece al deseo, a la poesía, a la imagen, que al carecer de sentido, puede por ello, atribuírseles infi-nitos sentidos, esa verdad multifacética y polisémi-ca a la que tienden (Freud, 1900). No fue, sino Einstein, quien afirmó que para poder conceptualizar había primeramente que represen-tar, encrucijada en la cual se encuentra frente a te-ner que responderse a su propia pregunta ¿cómo representar algo que no se conoce, porque es nue-vo, si es lo que necesito hacer para luego concep-tualizarlo? De este modo Einstein confirmó que la función poética era esencial en la producción no-poética o en la ciencia por ejemplo. Porque hay un momento de la representación, de la cual se saltaba a la conceptualización. Ese momento dependía es-trictamente del imaginario universal, el mismo del que se nutre la función poética. Aquí también se-ñalaremos que el inconsciente de la poesía es más grande que el de un sujeto psíquico y que el de las ciencias y disciplinas en su conjunto, las cuales se nutrieron y basaron en ella, lo sepan o no (Einstein, 1946).

El planteo de Freud respecto del poeta, señaló que todos podríamos poetizar, dado que hacer poesía es sinónimo de jugar, que es diferente a fantasear. El juego, es más libre no es para mostrárselo ni para no mostrárselo a nadie. En cambio la fantasía es algo de lo que se sirve el neurótico sustituyéndo-lo por el juego. He aquí el punto en el que diremos que el poeta en verdad lo que hace es jugar con las palabras y nos lo cuenta. Para fantasear no necesito de la realidad, por lo tanto me basta con ser, un indi-viduo aislado que inventa una realidad inexistente y que nada tiene que ver con la realidad y ese es el choque con el que nos encontramos esperando algo en la fantasía y encontrando otra en la realidad.

Tanto el niño como el poeta juegan transformando algo de la realidad conocida y jamás confunden la realidad con la fantasía, ni el juego con la realidad.

El neurótico está permanentemente quitándole lugar a la realidad para poner en ella sus fantasías. Tratándose de la poesía y el psicoanálisis, diremos que existe una articulación, donde debemos tener en cuenta que la curación del paciente en el trata-miento psicoanalítico, no proviene de la interpreta-ción del analista, sino que abre una posibilidad que el paciente puede tomar o no y del mismo modo, análogamente, frente al poema o una melodía, no todos sentimos mencionado placer preliminar fren-te a ellos. Tal vez por el temor a lo que seríamos ca-paces de sentir, no escuchamos la interpretación, ni el placer estético de lo escrito por el poeta, algo que en verdad es capaz de transformar nuestra vida en algo diferente.

Recordemos a título informativo y en rigor que no casualmente Freud fuera Premio Goethe en el año 1930, máximo galardón de las ciencias y las artes de Alemania y quien sugiere que cuando no en-tendamos más nada, les preguntemos a los poetas (Freud, 1930).

En el mismo sentido, se señala que la escritura es otro idioma con el cual se transmite, y la poesía es un instrumento de conocimiento, porque es una función estética de la sabiduría, un saber que no se interesa por los peldaños de la creación, pues fuera del entendimiento, es donde ella encuentra su rei-nado (Serrano, 2001).

En verdad, el poema nombra lo innombrable, dice lo indecible y el poeta habita los imposibles y nos-tálgico vaga entre las sombras, sediento por encon-trar lo que ya no recuerda que buscaba (Serrano, 2001).

Así podemos afirmar que el viaje del poeta es haber escrito el verso; mientras que el verdadero viaje co-mienza cuando aparece el primer lector.

Siendo poetas, explica (Lacan, 1966) se producirán

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como por juego, surtidores continuos de palabras.

Preguntarle a la poesía no sería ir a preguntarle por el método psicoanalítico, sería ir a preguntarle por aquellos desvíos en el amor que produjo la transfor-mación del método psicoanalítico, aquellos desvíos en los celos, en el odio, que ha producido la transfor-mación de la teoría psicoanalítica. En tanto en nin-gún otro lugar que en la poesía dice Freud, aquella poesía producida por aquél supuesto método que todavía no sabemos cuál es, mas que a nuestro en-tender es el método de la poesía como instrumen-to de conocimiento, sería el único espacio, el único tiempo, donde el psicoanalista encontraría lo que ya en su práctica se produce, su atención flotante para la escucha del imaginario universal poético.

Fue el 19 de septiembre de 1939, cuando Freud re-flexionó cuantas veces había pensado en su poeta durante esos tiempos vacíos (Freud, 1939).

En primer lugar el reino de acción de la poesía, es el lenguaje, por lo que, la esencia de la poesía debe ser concebida por la esencia de lenguaje. Mas en segundo lugar, el planteo de Heidegger, es el que puso en claro que la poesía, el nombrar que ins-taura el ser y la esencia de las cosas, no es un decir caprichoso, sino aquel por el que se hace público, todo cuanto después hablamos y tratamos en el lenguaje cotidiano. Por lo tanto la poesía no toma al lenguaje como un material ya existente. Sino que la poesía misma hace posible el lenguaje. Por lo que nos dirá en su trabajo: La esencia de la poesía en Hölderlin, que la poesía es el lenguaje primitivo de un pueblo histórico. Entonces, por el contrario, es preciso entender la esencia del lenguaje por la esencia de la poesía (Heidegger, 1916).

De este modo, el fundamento de la existencia hu-mana es el diálogo con el propio acontecer del len-guaje, mas el lenguaje primordial es la poesía, como instauración del ser. Algo que sólo será luego, de-

termina cómo tuvo que ser antes. La pulsión de muerte, no es la muerte, sino un con-cepto psicoanalítico referido a la finitud, acerca de la carencia de ser inmortal del humano, de algo que nos iguala como hombres y mujeres, que muestra que la diferencia sexual anatómica no basta para nombrar las diferencias. Pues todas las diferencias que existen, no son suficientes para hacernos dife-rentes.

Somos seres sexuados porque precisamente somos seres mortales. De ahí también la importancia del concepto de sublimación que en Freud nos habla del trascender más allá del plasma germinal, en las obras socialmente valoradas. La muerte y el tiempo están entrelazados, el tiempo nos habla de un final, de un límite.

Para finalizar diremos que la pulsión de muerte, en la escritura está vislumbrada, en la puntuación del texto, los puntos, las comas, los dos puntos, el pun-to seguido, el punto a parte, el punto final, achican las frases con el cometido de generar una mejor comprensión del sentido, que sería imposible de otro modo.

La escritura epistemológica será entonces base ma-terial de las ciencias y la escritura poética un acto creativo transformador base de aquella. Por lo tanto aunque la escritura poética no sea una epistemolo-gía, es la base que toda epistemología requiere para ser. Referencias Bibliográficas

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Javier Carreón Guillén, Jorge Hernández Valdés, María Luisa Quintero Soto, Cruz García Lirios, Silvia Mejía Rubio 9 10 11 12 13

REDES DE CONOCIMIENTO EN TORNO A LA COMPLEJIDADORGANIZACIONAL: APRENDIZAJE DE LA AUTOREGULACIÓN,DISIPACIÓN, ADAPTABILIDAD Y DINAMISMO ANTE LOS CAMBIOS

KNOWLEDGE NETWORKS AROUND THE ORGANIZATIONAL COMPLEXITY:LEARNING SELF, DISSIPATION, AND FITNESS TO CHANGING DYNAMICS

9. Doctor en Administración, Profesor de Carrera Titular “B”, UNAM-ENTS, Coyoacán: [email protected] 10. Doctor en Trabajo Social, Profesor de Carrera Titular “C”, UNAM-ENTS: Coyoacán: [email protected] 11. Doctora en Ciencias Sociales, Profesora de Tiempo Completo, UAEMEX-UAP, Nezahualcóyotl: [email protected] 12. Estudios de Doctorado en Psicología, Profesor de Asignatura, UAEMEX-UAP, Huehuetoca: [email protected] 13. Maestra en Victimología, Profesora de Asignatura, UNAM-ENTS, Coyoacán: [email protected]

Resumen: Considerando que una red de conocimien-to puede ser inferida por un aprendizaje de procesos complejos tales como la auto-regulación, la disipación, la adaptabilidad y el dinamismo de una organización ante las oportunidades y las capacidades de sus integrantes, el presente trabajo se propuso establecer la validez y red neuronal de un instrumento que mide la complejidad or-ganizacional. Se llevó a cabo un estudio no experimental, trasversal y exploratorio con una selección no probabilís-tica de 30 académicos, estudiantes y administrativos de una universidad pública del Estado de México. La esferici-dad y la adecuación KMO = 0,7996; χ2 = 505,397 (120gl) p = 0,00 permitió la validez de un constructo de cuatro factores en el que la auto-regulación explicó el mayor porcentaje total de la varianza (46%), seguida de la di-sipación (16%), la adaptabilidad (10%) y el dinamismo (8%). La red neuronal estimada incluyó 33 unidades de entrada, 10 ocultas y una de salida. En tal estructura, los pesos más significativos son los alusivos a las relaciones entre la capa de entrada de disipación ocho con la capa oculta tres (0,633) y de ésta misma con la disipación once (-0,561), así como la capa oculta dos con la única capa de salida (-0,586). En relación con los marcos teóricos y conceptuales se propone el estudio de la complejidad a partir de las diferencias y similitudes de sus procesos im-plícitos como tácitos. Palabras claves: complejidad, auto-regulación, disipa-ción, adaptabilidad, dinamismo

Abstract: Whereas a network of knowledge can be in-ferred for learning complex processes such as self-re-gulation, dissipation, adaptability and dynamism of an organization to the opportunities and capabilities of its members, this study set out to establish the validity and neural network of an instrument that measures organi-

zational complexity. a non experimental, transversal and exploratory study with a non-probabilistic admini trative selection of 30 academics, students and pu-blicuniversity of the State of Mexico was held. Spherici-ty and adequacy KMO = 0.7996; χ2 = 505.397 (120gl) p = 0,00 allowed the validity of a construct four fac-tors in which self-regulation explained the highest total percentage of variance (46%), followed by dissipation (16%), adaptability (10%) and dynamism (8%). The es-timated neural network included 33 input units 10 and output hidden. In such a structure, the most significant weights are alluding to the relationship between the input layer dissipation eight hidden layer three (0.633) and this same with dissipation eleven (-0.561) and the hidden layer two the only output layer (-0.586). In rela-tion to the theoretical and conceptual frameworks the study of complexity is proposed from the differences and similarities of their implicit processes or implied.

Keywords: complexity, self-regulation, dissipation, adaptability, dynamism.

Introducción

El objetivo del presente trabajo es establecer la validez de un instrumento que mide la complejidad organizacional con la finalidad de explicar las redes neuronales que se estructuran en el procesamiento y asimilación de infor-mación concerniente a la auto-regulación, disipación, adaptación y dinámica de las organizaciones ante las contingencias, riesgos e incertidumbre del entorno.

En el marco de la globalización neoliberal, el desarrollo organizacional ha sido explicado desde teorías que re-saltan la importancia de las relaciones y motivaciones humanas.

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Desde el enfoque humanista de las organizaciones, la globalización es un eje rector de las emociones, los sentimientos y los afectos. En este sentido, la lógica de la globalización entendida como la maximización de las relaciones de producción y consumo respecto a la reducción de costos, es diseminada como fundamento. Por consiguiente, los individuos son considerados instru-mentos de persuasión y disuasión para arribar a los fines de la ganancia. Se trata de un proceso de elección racio-nal en el que prevalecen dos principios; 1) ganar-ganar que consiste en una negociación intensiva en la que los implicados resultan con un beneficio mayor a los costos invertidos y; 2) suma cero donde están implicados en el dilema de ganar o perder (Acar y Acar, 2014).

De este modo, la lógica de la elección racional ha sido cuestionada por excluir de los beneficios a quienes están implicados en el dilema de ganar o perder.

La aproximación del capital social asume que 1) las per-sonas que comparten recursos y bienes son un fin en sí mismo; 2) los instrumentos para compartir bienes y recursos suponen afectos tales como la confianza y la cooperación; 3) por lo tanto, el activo está en la relación misma más que en los recursos, bienes o personas (Her-

nández y Valencia, 2016).

La teoría del capital social considera que las relaciones entre las personas son redes de producción y reproduc-ción de información y conocimientos. Se trata de un sis-tema de reciprocidades en los que un emisor es receptor en el proceso de difusión informativa, toma de decisio-nes y ejecución de intencionalidades (Omotayo y Adeni-ke, 2013).

La red de información y conocimiento incluye procesos de disuasión y persuasión con base en el grado de expec-tativas internas como externas a la red. Si en la red preva-lece el clima de confianza, entonces será posible obser-var la cooperación en el emprendimiento e innovación de tareas (Anicijevic, 2013).

Precisamente, las relaciones continuas –organizaciones con un control, vigilancia y motivación permanente– y las relaciones discretas –organizaciones con climas espo-rádicos y unidireccionales– determinan la complejidad del capital social, ya que los niveles y grados de interre-lación inciden en las estructuras y las fases de las orga-nizaciones – auto-regulación, disipación, adaptación y dinamismo – (véase tabla 1).

Fuente: elaboración propiaTabla 1.

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En síntesis, los sistemas organizaciones complejos se circunscriben a dos relaciones: tácitas e implí-citas. A partir de sus estructuras y fases, las orga-nizaciones complejas generan procesos alternos de discrecionalidad y continuidad. Las demandas externas y los recursos internos se circunscriben a las oportunidades latentes o visibles, así como a las capacidades reales o simbólicas. Se trata de dimensiones racionales y afectivas en las que las culturas organizaciones producen y re-producen información que las define como auto-cráticas o complejas. En esta dualidad, las organi-zaciones complejas determinan la calidad de sus procesos y productos (Quintero, Velázquez, Sales y Padilla, 2016).

No obstante que las organizaciones complejas buscan diferenciarse e integrarse con otras organi-zaciones, la continuidad de sus procesos y la emer-gencia de sus recursos las confina hacia la compleji-dad (Cruz, Arroyo y Marmolejo, 2016).

La teoría del capital social enaltece las relaciones continuas, pero considera a las relaciones discre-tas como fundamento de las continuas, ya que las organizaciones producen conocimientos a partir de procesos latentes tales como los psicológicos (Saansongu y Ngutor, 2012).

Empero, la teoría del análisis de redes estudio la es-tructura del capital social a la que identifica como grafo. Se trata de un conglomerado de de relacio-nes implícitas o tácitas que las organizaciones esta-blecen conforme los objetivos y las metas se ajustan a las demandas del entorno y las innovaciones co-rrespondientes (Mendoza, Ramírez y Atriano, 2016). Por consiguiente, el grafo incluye nodos y arcos o instancias y relaciones de producción de conoci-miento en el caso de los departamentos o equipos de tareas. A diferencia de la teoría del capital social que enfoca las relaciones o arcos, la teoría del aná-

lisis de redes considera que son los nodos más re-levantes que los arcos, ya que son estas instancias las que establecen las innovaciones y anticipan los cambios sin necesidad de tomar en cuenta a los ar-cos (Robles, Alviter, Ortega y Martínez, 2016). De este modo, los nodos que se asocian pueden ser identificados como diadas o triadas, pero si compar-ten una cultura organizacional como la de calidad o la de éxito, entonces son unimodales configurando un orden o número de nodos totales incluidos en el grafo.

Una vez establecido el orden o número de nodos, la estimación de la densidad se establece dividien-do las relaciones existentes entre las relaciones posibles. Tales relaciones pueden unidireccionales –Twitter– o bidireccionales –Facebook–. En ambos caso es posible calcular el peso direccional.

En el caso de las organizaciones que requieren de otras organizaciones su peso direccional puede ser significativo y cercano al uno, pero si más bien otras organizaciones son las que requieren estable-cer relaciones con ella y tal cuestión no implica un beneficio para ésta, el peso direccional es determi-nado por las demandas de conexión más que por las necesidades de vinculación (Sales, Quintero y Velázquez, 2016).

En el caso de los nodos bidireccionales o multidirec-cionales, la estimación se divide en las entradas y salidas de información, la suma de ambas conexio-nes establece su peso direccional. Si tal estimación es mayor con respecto a otros nodos, entonces se considera que tal organización es preponderante en el grafo.

Los procesos implícitos también pueden establecerse calculando el peso direccional que se requiere para que una organización se vincule con otra organización distante o selectiva. De este modo, las organizaciones

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configuran un grafo de relaciones estimadas y otro grafo de relaciones latentes (Escobar, 2014). En el caso de los grafos de relaciones estimadas de-finen provisionalmente el poder coyuntural de un nodo, pero el grafo de relaciones latentes determi-na la influencia histórica del nodo. La diferencia

Es así como la complejidad organizacional alude al poder y la influencia representados en grafos de conocimiento, redes de información, nodos de producción y arcos de relaciones. La teoría del ca-pital social y la teoría del análisis de redes explican la complejidad de las organizaciones como grafos, nodos o arcos, a la vez que describen las culturas y exploran los significados entre los actores. Si una organización es resultado de las relaciones

entre sus talentos, entonces su cultura refleja el tipo de grafo que construyen ante las demandas del en-torno y los recursos internos. Las culturas organiza-cionales aluden a sus usos y sus costumbres, valores y normas inferidos por los significados de sus sím-bolos, su estructura simbólica materializada en ri-tuales, sus sectores autónomos o semi autónomos, su dialéctica interna como externa, sus representa-ciones concernientes a información circundante y su identidad social. A partir de estas características el análisis de las organizaciones complejas se deli-mita a su cultura, liderazgos y climas (véase tabla 3).

es sustancial porque el poder coyuntural alude a la probabilidad que una organización tiene para responder a las demandas externas en función de su intermediación, pero la influencia histórica de-termina el potencial que una organización tendría si sus recursos establecerían una cultura unimodal (véase tabla 2).

Tabla 2. Fases de poder e influencia de las organizaciones a partir de sus relaciones coyunturales e históricas.

Fuente: elaboración propia

Fuente: elaboración propia

Tabla 3. Culturas organizacionales complejas

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De este modo, las culturas organizacionales auto-cráticas dependen de liderazgos y climas de tareas más de sus talentos y motivaciones. En contraste, las culturas organizacionales complejas son incen-tivadas por la producción de conocimiento de sus talentos y la motivación de sus líderes. Las culturas autocráticas forman grafos en los que prevalece la continuidad de discursos, conformida-des e isomorfismo, mientras que las organizaciones complejas desarrollan culturas y relaciones y espo-rádicas en sus procesos que no sólo las orienta en su adaptación o auto-regulación, sino además las define como emergentes y dinámicas.

Los liderazgos de las culturas autocráticas son no-dos preponderantes de decisión, pero confinados a valores y normas de obediencia y conformidad. En las culturas organizacionales complejas sus nodos son liderazgos latentes que emergen cuando las demandas externas superan a los recursos internos, o bien, en el momento en que las relaciones entre los nodos requieren de procesos innovadoras y ge-neradores de oportunidades como de capacidades (Vázquez, Barrientos, Quintero y Velázquez, 2016). En cuanto a la información y el conocimiento, las culturas autocráticas reproducen arcos mientras que las organizaciones complejas generan relacio-nes latentes y observables, a la vez que estructuran sus objetivos y metas en función de las contingen-cias del mercado o el institucionalismo estatal.

Es decir que las organizaciones autocráticas con-forman estructuras de poder y culturas de domi-nación mientras que las organizaciones complejas estructuran culturas de innovación orientadas a la influencia entre sus talentos y liderazgos.

Sin embargo, las organizaciones complejas se dife-rencian entre sí a partir de las relaciones entre sus nodos y sus intencionalidades contacto. La evita-

ción organizacional es asumida como un factor de complejidad, ya que supone el establecimiento de relaciones latentes. En las organizaciones autocráticas, la evitación de contacto alude a un clima de tareas y de relaciones negativa, pero en las organizaciones complejas su-pone una cultura de emprendimiento e innovación latente en paralelo a las relaciones establecidas con los demás nodos.

Las organizaciones autocráticas asumen que el con-tacto puede ser superficial o íntimo en la medida en que los arcos se intensifican, empero las orga-nizaciones complejas consideran a la evitación de contacto como una evaluación preliminar del nodo hacia liderazgos y talentos. Por consiguiente, la evi-tación de contacto implica una relación latente que se materializará en influencia e innovación más que en relación de poder, obediencia y conformidad.

La evitación de contacto está supeditada por una serie de procesos internos en la organización tales como la categorización y la identidad. En virtud de que los nodos establecen categorías de pertenen-cia a fin de excluir a otros nodos y evitar correspon-dencia, las organizaciones se hacen más complejas en función de la diferenciación de sus talentos y liderazgos.

En contraste, una organización que incluye a sus ta-lentos y liderazgos en una misma categoría, no sólo generaliza sus oportunidades y capacidades, sino además promueve relaciones superficiales o auto-cráticas (García, Carreón, Hernández y Salinas, 2016).

Por lo tanto, las culturas organizacionales se estruc-turan en redes a partir de sus diferenciaciones inter-nas y la elección de relaciones de contacto. Un mayor número de conexiones o arcos supone una mayor complejidad, pero también una estructura latente de relaciones (véase tabla 4).

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Tabla 4. Redes organizacionales complejas

En resumen, las culturas organizacionales comple-jas generan información a partir de arcos, nodos y grafos, pero circunscritas a la categorización y la identidad de sus liderazgos y talentos más que de las demandas externas y los recursos internos, las oportunidades del mercado o los lineamientos institucionales. En tal proceso, las organizaciones complejas producen información para influir a otras organizaciones semejantes, aunque las cultu-ras organizacionales en torno al poder –obediencia y conformidad– coexisten con las organizaciones complejas.

Formulación: ¿La red neuronal teórica derivada de la interrelación entre variables relativas a la comple-jidad organizacional se ajusta a la red ponderada de capas entrantes, ocultas y salientes? Hipótesis nula: La red neuronal teórica se ajusta a las capas y unidades ponderadasHipótesis alterna: La red neuronal, las capas y uni-dades establecidas teórica y empíricamente son diferentes

MÉTODO

Diseño. Se llevó a cabo un estudio no experimental, trasversal y exploratorio.

Muestra. Se realizó una selección no probabilística de 30 administrativos, estudiantes y docentes de una universidad pública del Edomex. Instrumento. Se utilizó la Escala de Complejidad Or-ganizacional de García et al., (2016), la cual incluye cuatro dimensiones relativas a la auto-regulación, disipación, adaptación y dinamismo. Cada ítem se contesta con alguna de cinco opciones que van des-de 0= “nada de acuerdo” hasta 5= “muy de acuerdo”. Procedimiento. Se utilizó la técnica Delphi para la homogenización de las palabras incluidas en los reactivos. Se garantizó la confidencialidad de las respuestas a la encuesta por escrito, informándoles que los resultados de la investigación no afecta-rían su estatus académico o laboral. Las encuestas se realizaron en el vestíbulo de la biblioteca de la universidad. La información fue procesada en el Pa-quete Estadístico para Ciencias Sociales (SPSS por sus siglas en inglés) versión 20,0. Se estimaron me-dia, desviación estándar, KMO, prueba de Bartlett, pesos factoriales y pesos de sinapsis. Las redes neuronales estimadas suponen una alter-nativa a las ponderaciones de modelos de regre-sión lineal, ya que la medición de interrelaciones posibles, ocultas y salientes de unidades de capas no puede ser establecida utilizando los modelos de

Fuente: elaboración propia

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regresión lineal.

La ponderación de las redes supone dos procesos con y sin supervisión que en el primer caso se es-pera establecer para anticipar escenarios posibles de relaciones entre capas. De este modo, es posible contrastar las relaciones teóricas con las relaciones ponderadas.

En virtud de que las redes neuronales son algorit-mos de aprendizaje artificial, resultan ser simula-doras de los procesos neurológicos. En el caso del estudio de la complejidad organizacional, se parte del supuesto según el cual ante las contingencias y los riesgos del entorno, las organizaciones llevan a cabo diversos ensayos hasta desarrollar sistemascomplejos tales como la auto-regulación, disipa-ción, adaptación y dinámica relativa a las demandas

del mercado o del Estado y la optimización de sus recursos.

Por consiguiente, la complejidad organizacional al estar indicada por el contraste de las cuatro dimen-siones, supone un proceso cognitivo que puede ser observado en las respuestas a ítems.

RESULTADOS

La adecuación y esfericidad KMO = 0,796; χ2 = 505,397 (120gl) p = 0,000 permitieron la estima-ción de la validez del instrumento (véase tabla 5) se estableció con la autorregulación (46% de la varian-za total explicada), la disipación (16% de la varianza total explicada), la adaptabilidad (10% de la varian-za total explicada) y el dinamismo (8% de la varian-za total explicada).

Tabla 5. Descriptivos y validez del instrumento

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La red neuronal establecida incluyó 33 unidades de entrada, 10 unidades ocultas y 1 unidad de salida (véase tabla 6). Es decir que las relaciones posibles entre las capas de entrada, oculta y de salida ex-plican la complejidad organizacional a partir de la autoregulación, disipación, adaptabilidad y dina-mismo.

Fuente: elaborada con los datos del estudio

Esfericidad y Adecuación KMO = 0,796 χ2 = 505,397 (120 gl) p = 0,000Método de extracción: componentes principales (rotación vari-max). F1 = Autoregulación (46% de la varianza total explicada), F2 = Disipación (16% de la varianza total explicada), F3 = Adaptabilidad (10% de la varianza total explicada) y F4 = Dinamismo (8% de la varianza total explicada). Cada ítem se responde eligiendo una opción que va desde 0 = nada de acuerdo hasta 5 = muy de acuerdo.

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La red neurológica configuró una estructura de 3 capas –entrada, oculta y salida– en torno a las cua-les se gestaron relaciones probables de 33 unidades de entrada, 10 ocultas y una de salida.

Tabla 6. Caracterización de la red neuronal

Fuente: elaborada con los datos del estudio

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Tabla 7. Estimación de la red neuronal

Estructura de la red neuronal (véase tabla 7), los pesosmás significativos son los alusivos a las relaciones entrela capa de entrada de disipación –8 a 11 unidades– con

la capa oculta tres (0,633) y de ésta misma con la disipa-ción – 8 a 6 unidades (-0,561)–, así como la capa oculta2 con la única capa de salida (-0,586).

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CE = Capa de Entrada, CO = Capa Oculta, CS = Capa de Salida, AR = Autoregulación, DS = Disipación, AD = Adaptación, DM = Dinamismo

Fuente: elaborada con los datos del estudio

Gráfico 1. Ajuste de la red neuronal

Fuente: elaborada con los datos del estudio

El gráfico 1 muestra el ajuste y la aceptación de la hipótesis nula. Es decir que las relaciones teórica

posibles muestran una estructura similar a las rela-ciones ponderadas.

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Discusión y conclusión

El aporte del presente trabajo al estado del conoci-miento estriba en la validez y estructura de red neuro-nal relativa a la complejidad organizacional. Los cuatro factores encontrados – autorregulación, disipación, adaptabilidad y dinamismo– corresponden a una es-tructura de relaciones posibles que explican la comple-jidad organizacional.

Sin embargo, los estudios de la complejidad organiza-cional y de las redes neuronales advierten que los pro-cesos de aprendizaje suponen una instancia latente que correspondería con una instancia manifiesta.

En este sentido, la complejidad oculta referiría a los procesos de aprendizaje y conocimiento implícito que sólo la sistematización laboral concede, pero sería una complejidad manifiesta si tal procesamiento de infor-mación, elaboración e implementación de estrategias se establecen en las tareas.

De este modo, los objetivos, metas y logros son part de un proceso informacional y comunicativo desde el que la complejidad es aprendida. Tal proceso es observable en la autoregulación, la disipación, la adaptación y el dina-mismo en torno a las oportunidades y capacidades.

Referencias

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Beatriz Reoyo 14

ENTRE LAS RUINASAMONG THE RUINS

14. Psicóloga. (Universidad Complutense de Madrid). Psicoanalista (Escuela Abierta de Psicoanálisis e Instituto de Psicoanálisis de Pam-plona. Coautora de “Violencia sobre la mujer (Eunate), “Lacan: Amor y deseo en la civilización del odio (Universidad de Granada) Traba-jos de investigación en problemática sociales y nuevos síntomas y malestares actuales. Conferencias, publicaciones y colaboración en revistas culturales, sociales y clínicas. email: [email protected]

de detectar y controlar la erosión, el estado de los des-agües y la provisión de aguas, el control de las espe-cies que acarrean enfermedades, de los vertidos, las basuras, la emisión de gases…necesitando inversio-nes continuas y un mantenimiento sistemático. Claro que esto no sucede siempre, ni en todos los lugares, o llega demasiado tarde cuando ya no hay remedio.

II

¿Qué pasaría si se retirara el trabajo que hacen los hu-manos en el medioambiente de la ciudad? “La tierra permanece”, de George R. Stewart, es una novela de ciencia ficción que nos orienta en esa dirección. Es considerada como la primera novela que incorpora una sofisticada comprensión de lo que en ese mo-mento era una joven y difusa Ecología. El relato co-mienza con lo que llama una “Grave crisis” o el Gran Desastre: una epidemia de origen desconocido que se propaga a gran velocidad, lleva la muerte a todas partes devastando la tierra, extinguiendo la especie humana. Stewart no recurre a las bombas atómicas, seres extraterrestres o asteroides para explicar la ex-tinción de los humanos, sino que lo hace en términos de ecología demográfica y predación microbiana. Se ajusta a una teoría biológica que dice que el número de individuos de una especie no es constante, sube y baja, que cuando se ha llegado a un pico demográfico, cuando se ha superado con creces la capacidad pobla-cional, surgen nuevas plagas que acaban con ella.

En estas circunstancias, Ish, el testigo, el cronista de lo que sucede después del Gran Desastre ¿Cómo logra sobrevivir? Por algo completamente sencillo y azaro-so: el veneno inoculado por la mordedura accidental de una serpiente de cascabel logra combatir aquella extraña enfermedad, como si el microbio y el veneno se hubieran destruido mutuamente. Es lo que de con-

I

Resulta evidente el cambio que se ha producido en el planeta en los últimos años. Según nos dicen, solo es el comienzo de una transformación que no sabemos qué consecuencias tendrá en el modo de habitar la tierra. Pero eso nos suena muy lejano, pensamos que en todo caso sucederá dentro de mucho tiempo, que nosotros seguramente no llegaremos a verlo, a vivir-lo, que quedará para generaciones futuras. Y mientras pensamos así, mantenemos una preocupación dis-tante, a pesar de las voces que anuncian que el paso de la destrucción de la tierra se va acelerando de for-ma vertiginosa.

Algunos autores señalan que la mayor parte de la energía que controla la especie humana se dedica a la construcción y mantenimiento de los hábitats urba-nos y las modificaciones que producen en la corteza terrestre son equivalentes a la acción de los princi-pales agentes tectónicos del planeta: la difusión del suelo marino y la erosión de las montañas. Pero pare-ce que es más alarmante aún el metabolismo del car-bono de las áreas urbanas, que ya se encuentra entre los factores principales que inciden en el cambio del clima mundial.

Junto a la transformación del planeta las ciudades son una fuente de preocupación en lo que se refiere a lo que llaman “sostenibilidad”. Podría decirse también, su equilibrio, ciertamente ilusorio, pues es sabido que su complejidad las hace vulnerables por muchos frentes en su nexo con la naturaleza. Las fuerzas naturales, en ambas puntas de la escala –tan colosales como los hu-racanes y tan pequeñas como los bacilos o los virus- son capaces de abrir brechas que rápidamente pue-den deshacer el “orden” cultural. Es una tarea ímproba, interminable, el control del medioambiente, tratando

SECCIÓN: REFLEXIONES

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tingente tiene la supervivencia, que es otra cara de la idea de que en la naturaleza sobrevive el más fuerte o el mejor. “Durante miles de años el hombre había sido el amo indiscutido de la tierra. Y he aquí que ese rey de la creación desaparecía ahora, quizá por mucho tiempo, quizá para siempre. Aunque la raza humana no se hu-biera extinguido del todo, los sobrevivientes tardarían siglos en retomar las riendas del poder. ¿Qué sería del mundo y sus criaturas sin el hombre? Y bien, él, Ish, iba a verlo.” Regresa a su casa en San Lupo Drive, en San Francisco, y desde allí le toca presenciar un mundo en el que la especie humana ha desaparecido elegante-mente, casi con limpieza, dejando todos sus ingenio-sos aparatos sin su vigilancia. ¿Qué destino tendría toda la prodigiosa obra edificada por los hombres a lo largo de los siglos y que ahora sobrevivía a su creador?

Pues bien, al principio las infraestructuras metropoli-tanas siguieron funcionando con normalidad, gracias a los ingeniosos dispositivos con los que cuentan. Lo primero que se deterioró fue el sistema eléctrico, ayu-dado por el viento, cortando cables, interrumpiendo circuitos, o por el fuego que quemaba las líneas o al-guna central. Pero el suministro de agua continuó du-rante un periodo de tiempo mayor, aunque la falta de riego y de cuidados de los jardines hacia avanzar todo tipo de malas hierbas. Las lluvias y el viento fueron cegando el alcantarillado, el agua invadía las aceras, inundaba los jardines y entraba en las casas. El esta-do de las casas se deterioraba, roídas por las termitas, minadas por las aguas de las lluvias o carcomidas por el moho, hasta que se derrumbaron y sus escombros cubrieron las calles. Los incendios fuera de control ter-minaron el trabajo. El exceso de comida podrida hace proliferar las ratas, las moscas, las cucarachas, las hor-migas, hasta que esas colonias se colapsan. Los prime-ros años son un periodo caótico de salvajes cambios poblacionales y de competencia entre especies. Lo mismo ocurre con lo perros y gatos, y el ganado sal-

vaje invade las zonas residenciales, tornándolas peli-grosas y pestilentes. Se produce toda una descompo-sición de la ciudad.

En este panorama apocalíptico gran parte del área de San Francisco parece un desierto. Sin embargo el im-presionante trabajo de la naturaleza sobre el paisaje urbano no termina ahí, pues nuevas lluvias esculpen grandes arroyos, balsas de agua y corrimientos de tie-rra, tornando verdes las colinas de la bahía. La flora y fauna hacen reapariciones espectaculares. Y si bien, todas esas transformaciones traen consigo nuevos peligros para los supervivientes, también les libra de otros, pues la cadena epidémica, que depende de al-tas densidades de humanos y de especies comensa-les, se rompe, y con ello la mayoría de las enfermeda-des infecciosas.

A su vez, la pequeña comunidad de humanos que se fue formando a partir de los sobrevivientes también experimenta transformaciones, mostrando que entre el hombre y el mundo hay un raro e invisible vínculo, de tal manera que cuando cambia uno, cambia el otro, van juntos, y la degradación de uno remite a la degra-dación del otro.

III

Efectos comparables a los descritos por Stewart en esta novela, se producen en ciudades que han sido bombardeadas por las guerras. Como también encon-tramos fenómenos similares en zonas de las ciudades que han sido abandonadas o descuidadas, siendo qui-zás uno de los ejemplos más conocidos (y más estu-diados) determinados barrios de ciudades de Estados Unidos, donde el abandono se convierte en paisaje permanente. Las crisis de la vivienda, la desindustria-lización, la discriminación en el trabajo y vivienda, las políticas pro barrios residenciales, la retirada o dismi-nución de los servicios municipales, y sobre todo, la especulación urbanística, hacen de los edificios y ba-

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rrios las ruinas urbanas que son el equivalente moral de la guerra.

Esos barrios deteriorados y abandonados suelen con-vertirse, debido a determinadas políticas, en recep-tores de los trabajadores superfluos, personas con bajos ingresos, inmigrantes, sin papeles, sin techo… algunos de ellos llegan a convertirse en lugares de concentración de droga, de violencia. Ciertos inves-tigadores señalan las profundas implicaciones que tiene el abandono de los barrios para la ecología de las enfermedades y de la salud pública, con efectos a largo plazo: mortalidad infantil, bajo peso de los re-cién nacidos, cirrosis, sida, tuberculosis…, así como el incremento de la virulencia de las enfermedades in-fecciosas. Estos datos ya de por si son suficientemente alarmantes, pero para el que se crea libre de ellos, de que a mi no me puede pasar, hay malas noticias: esos efectos estallan, a su vez, en enclaves propensos den-tro de las áreas suburbanas más favorecidas. En defini-tiva, esta guerra es un problema de todos.

IV

A nadie se le escapa que la crisis ecológica se inser-ta en una crisis civilizatoria. Para Freud, la civilización muestra dos distintos aspectos: “por un lado, com-prende todo el saber y el poder conquistados por los hombres para llegar a dominar las fuerzas de la Naturaleza y extraer los bienes naturales con que sa-tisfacer las necesidades humanas, y por otro, todas las organizaciones necesarias para regular las relaciones de los hombres entre si y muy especialmente la distri-bución de los bienes naturales alcanzables. Estas dos direcciones no son independientes una de otra”. En ese entrecruzamiento de esos dos aspectos de la civi-lización señalados por Freud podría decirse que la so-breexplotación, el beneficio enloquecido en base a un sistema de especulación que violenta la naturaleza y forma grandes agujeros de pobreza, la cultura del ex-ceso, determinan las relaciones humanas provocando

el debilitamiento del vínculo social, el autismo social, que es un elemento diagnóstico de una civilización y de sus crisis.

El diálogo, la palabra, son valores de una civilización. Conservarlos implica no solo adquirir una responsabi-lidad con respecto a los otros, de lo que les sucede, del cuidado del otro, sino también y por ello, del cuidado de la tierra. Eso se logra en tanto se mantiene abierta una cierta perspectiva de pensamiento, de debate, de conexión con lo que viene, con lo que fue, en definiti-va, con una cierta experiencia del hombre en el cam-po de la cultura.

Porque lo que está en juego, nada menos, es un futuro que no sea sobrevivencia sino potencia y capacidad de creación.

Bibliografía: Davis M. (2007). “Ciudades muertas”. Edición Trafican-tes de Sueños. Ed. MapasFreud, S. (1927/1968). “El porvenir de una ilusión” En Obras Completas. Tomo II. Madrid. Ed. Biblioteca Nueva Stewart G. R. (1949/2004). “La tierra permanece”. Bar-celona. Ed. Minotauro

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Enrique Pastrana15

EL SILENCIO EN LA CLÍNICA: CLÍNICA PSIQUIÁTRICACLÍNICA PSICOANALÍTICA

SILENCE IN THE CLINIC: CLINICAL PSYCHIATRIC CLINIC PSYCHOANALYTIC

15. Médico psiquiatra psicoanalista miembro del Instituto de Psicoanálisis de Pamplona, y de la Escuela Abierta de Psicoanálisis. Coor-dinador de iniciativas para el diálogo Pamplona. Coautor de La violencia sobre la mujer. Email: [email protected]

nuestra época de esa clínica psicológica-psiquiátrica donde no está el sujeto de la enunciación, esa clínica muda donde curiosamente hay mucho ruido, muchas palabras en forma de consejos, medicamentos, eva-luaciones, protocolos, técnicas…

Clínica muda pues no es escuchado el sujeto, es sólo evaluado, clasificado y diagnosticado tomando al síntoma sólo como signo de una enfermedad. Y ante ese silenciar al sujeto cada vez más aumentan los malestares: las llamadas enfermedades funcionales, así como las enfermedades orgánicas, la angustia y la depresión, y nuevas maneras de enfermar que de-safían y cuestionan al saber y que escapan al control de la clínica psicológica psiquiátrica. Por ejemplo: anorexias, bulimias, toxicomanías, adicciones a dife-rentes objetos técnicos, enfermedades orgánicas de difícil clasificación, nuevos síndromes como fatiga crónica, fibromialgia, psicosis atípicas, hiperactividad con déficit de atención, adicción al sexo que será ya incluido en el D.S.M V, trastornos desadaptativos. A la vez que un incremento del malestar social en nues-tra sociedad, llamada del bienestar, malestar que se manifiesta en una cada vez mayor violencia sobre el semejante, acompañándose de ruptura del vínculo social que incrementa progresivamente la indiferen-cia, la marginación y la exclusión social.

Es decir, cada vez más exclusión tanto particular como colectiva. No hay una sin la otra. Ya nos re-cuerda Freud en su texto “Psicología de las masas y análisis del Yo” que la psicología individual es la misma que la colectiva.

Freud trabajó de forma especial las neurosis, desarro-llando el concepto de represión. Represión primaria que diferenció de la secundaria o represión social, que luego algunos post-freudianos quisieron igualar.

La clínica psicoanalítica la inauguró Freud con el estu-dio de la neurosis histérica a la que permitió hablar. E inauguró la clínica psicoanalítica al establecer la regla de: “Diga usted cualquier cosa”.

Freud no rompió con la nosografía psiquiátrica de su época. Trató de Introducir un enfoque del inconscien-te que debía modificar el discurso y las nociones fun-damentales de la psiquiatría.

¿Lo logró? No parece que sí, más bien parece que no, pues en nuestra actualidad la clínica psicológica psiquiátrica está basada fundamentalmente en el breviario D.S.M. IVª edición revisada y de próxima publicación en 2011 el D.S.M V, donde está casi eli-minada, troceada, la neurosis histérica y la neurosis obsesiva, y han tomado sólo significado los llama-dos trastornos somatomorfos y trastornos obsesi-vos compulsivos. Y así también ha ocurrido con la angustia, que se la cataloga y significa como ata-que de pánico, agorafobia, trastorno de ansiedad, y stress (ahora también stress social).

La histeria, “la enfermedad” para Freud. La enfermedad ante la cual todas las otras Enfermedades nerviosas no son más que rarezas- tal como en una carta de 1912 escribió a C. Jung -está por tanto hoy en día alojada en el campo de la psiquiatría actual, de la ciencia médica. Y si se la llegase a desalojar definitivamente de la cien-cia médica, se encarnará en nuevas versiones, pues su historia atestigua el carácter tenaz y la plasticidad de esta afección. Es decir, la histeria sigue desafiando al saber médico y en la época actual podemos ver que se aloja “en lo demoníaco” de la ciencia actual, que son los microbios, los virus, las ondas, los órganos… que son silenciosos y así muchos sujetos histéricos se entregan hoy a los medicamentos, a la cirugía y a las explora-ciones médicas con facilidad. Es la consecuencia en

SECCIÓN: REFLEXIONES

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Posteriormente a Freud, Lacan en 1955 en su relectu-ra de los conceptos freudianos, introdujo el concepto de forclusión del Nombre-del-Padre. Desde entonces sigue hasta nuestros días el encarar aun “una cuestión preliminar a todo tratamiento posible” con respecto a la psicosis.

Neurosis y psicosis son las estructuras clínicas, y por tanto diríamos que son los diagnósticos que el psicoa-nálisis plantea. Una tercera estructura, la perversión, como negativo de la neurosis, forma la tríada clásica de las estructuras clínicas para el psicoanálisis con las que sigue operando. Lacan no modificó las estructu-ras clínicas freudianas, sí aportó con su teoría y prác-tica psicoanalíticas, nuevos desarrollos teóricos, y por tanto clínicos en el psicoanálisis que es el de nuestra subjetividad contemporánea.

Subjetividad contemporánea con la cual estuvo com-prometido, lo mismo que Freud lo estuvo en su época. Entre otros, el texto freudiano “Malestar en la cultura” y el texto lacaniano “El reverso del psicoanálisis, dan prueba de dicho compromiso, pues el psicoanálisis no es ajeno a la cultura, es decir, a la civilización. La traducción al castellano de “Malestar en la civilización” del título en alemán quedó como “Malestar en la cul-tura”. Civilización es más concreto que cultura, al me-nos en castellano.

Y recordarles, entre otros aportes innovadores de La-can al psicoanálisis freudiano, el de discurso dentro de su teoría de los cuatro discursos, las cuatro formas discursivas de establecerse el vínculo social (discurso histérico, discurso del amo, discurso universitario y discurso analítico).

¿Qué significa discurso? Es la adecuación de hábitos, de usos y costumbres, que proponen a la comunidad histórica, una regulación de los goces permitidos, po-sibles, para garantizar una configuración estable de los lazos sociales.

Jacques Lacan nombró como discurso capitalista, como variante del discurso del amo para dar cuenta de nuestra subjetividad contemporánea. Discurso capitalista que no sólo incluye el modelo económico neoliberal que le es propio, sino como un discurso que rechaza la castración y, por rechazar la castración deja de lado las cosas del amor, del amor simbólico no del imaginario. Intenta hacer posible lo imposible, produ-ciendo un goce sin límite. Desde ahí, goce sin límite, Lacan dice que es un falso discurso porque promete hacer posible lo imposible, al fin ser, al fin tener, el falo, en su alianza con la tecnociencia que con su exacerba-da producción de objetos favorece un efecto de autis-mo social. Autismo social característico del individua-lismo moderno, del sí mismo en una ilusa promesa de completud, con la esperanza de que si no la consegui-mos hoy será mañana, que lógicamente al no ser para todos produce un abismo segregacionista en lo social que conduce a lo peor, tal como Freud y Lacan antici-paron de nuestra época y que se puede constatar en nuestra subjetividad contemporánea: guerras, incluso preventivas, miseria, hambre, violencia, explotaciones diversas, incluida la infantil,… que han adquirido un carácter pandémico contrariamente a lo que se podía esperar del progreso de la civilización.

Vemos que Lacan elevó a la categoría de discurso a la histeria, como discurso histérico, por ser el discurso de la subjetividad por excelencia, por tanto, de la norma-lidad. Pues para el psicoanálisis no hay normalidad, la estructura neurótica es la “normalidad” (como decía Freud, la neurosis es lo mejor repartido en el mundo).

Sí discurso histérico y no discurso obsesivo, pues la histeria a diferencia de la obsesión implica y hace a la intersubjetividad, a diferencia de la intrasubjetividad de la obsesión. En ambas neurosis funciona la repre-sión primaria, pero la histeria pone en juego, aunque sea con sus artimañas inconscientes y síntomas, la fal-ta estructural particular del sujeto humano, es decir, pone en juego el deseo. De ahí que sea incorrecta e incómoda. Deseo que la obsesión imposibilita con su

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estrategia inconsciente y síntomas como el fortaleci-miento del pensamiento y así niega silenciosamente la castración, que por otra parte es muy políticamente correcto. La histeria habla y por tanto a veces no sabe lo que dice, y la obsesión piensa en silencio y dice lo que sabe.

Otra manera de silenciar la castración, de no hacer con el deseo, es la de-negación que la estructura perversa pone en acción. Freud en su tiempo estuvo algo forza-do para incluir dicha estructura junto a las estructuras clínicas de neurosis y psicosis, pues constató en su clí-nica que siempre existe un rasgo perverso propio de la sexualidad humana, ya desde su infancia, lo que refle-jó al definir al niño/a como “perverso polimorfo” y no como una criatura angelical que el buen sentido dice y sobre todo en el bienpensante. Aunque siempre Freíd diferenció, claramente, el rasgo perverso de la perver-sión como estructura; son diferentes.

La estructura perversa en sentido estricto deniega, silencia la castración simbólica y por eso no deliran. Sí creen en la posibilidad, por medio de sus prácticas perversas, con la voluntad de goce en sus actos, de la no castración del Otro. De ahí que Lacan denomi-ne a los perversos como “los últimos creyentes”, pues creen en un Otro completo. Y eso aunque incluso les conduzca a una monotonía repetitiva del acto perver-so hasta el aburrimiento, para tratar así de obtener la satisfacción plena que el deseo humano, por constitu-ción, no puede lograr.

La perversión es un intentar convertir el deseo huma-no en instinto, en intentar “animalizar” el deseo para así poder lograr la satisfacción plena que el instinto natural, animal, permitiría. De ahí quizás “el bestialis-mo” que en ocasiones acompaña a ciertos actos per-versos, tratando al otro, al semejante, como objeto ab-soluto de satisfacción, como puro objeto inanimado exento de toda subjetividad. Así es, por ejemplo, en el sadismo.

Y otra forma de estar silenciado el deseo en el sujeto, se da en la psicosis, donde también existe un sufri-miento sintomático y consecuencias en general más trágicas en sus vínculos sociales, donde la exclusión social suele estar bastante presente, más que en la neurosis y la perversión. Son los llamados locos.

Ha sido discutida la posición de Freud respecto a la es-quizofrenia, en concreto si del psicoanálisis podían o no beneficiarse los esquizofrénicos. Es cierto que dejó escrito que no. No mantuvo la misma opinión con res-pecto a la paranoia y a la melancolía. Y fue posterior-mente Lacan quien planteó un tratamiento posible de la psicosis, pues aunque el psicótico está fuera de dis-curso no está fuera del lenguaje, como cualquier sujeto.

Fuera de discurso es que antes de hacerse pregunta ya le llega la respuesta y todo tiene una significación unívoca tal y como ocurre en los delirios. Siendo es-tos, los delirios, tal como Freud ya elaboró, un intento imaginario, no simbólico, de restitución del desastre en genera angustioso, del caos subjetivo que ocurre en los episodios psicóticos, esas urgencias subjetivas cuando se desencadena el brote psicótico.

Lacan plantea un posible tratamiento de la psicosis desde el psicoanálisis e invita a los psicoanalistas a no retroceder ante la psicosis y poner a prueba también la teoría analítica y el dispositivo analítico en la psico-sis, lo mismo que en la neurosis y la perversión, aun-que no sea la misma manera de intervenir. Por tanto, ninguna heroicidad, sí disponibilidad. Restituir al loco su estatuto de sujeto, escucharlo.

Para ir terminando, como conclusión de manera par-cial claro está, ya que no puedo extenderme más en esta comunicación que hago hoy para Uds., el psicoa-nálisis, inaugurado por Freud al dar cuenta del indi-viduo afectado de inconsciente (que es una manera de definir al sujeto por Lacan) plantea que el sujeto queda en su constitución desnaturalizado. Esto quie-

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re decir que pierde la naturalidad biológica y queda parasitado por algo y por ello no puede ya decirse “yo soy yo”, salvo si se delira, neurótica o psicóticamente, que tiene sus diferencias.

Pues el llamado sí mismo está afectado por el Otro, el lenguaje, de por vida. Esta particularidad humana (últimamente se habla de la condición humana), que desnaturaliza, pre-determina, ace un destino a cada viviente hablante.

Freud al invitar y al permitir dejar hablar a la histérica con “diga Vd. cualquier cosa”, es decir al instaurar el dis-positivo analítico, se encontró no sin tropiezos, no sin equivocaciones, y no sin reelaboraciones de su prác-tica clínica, y eso caso a caso, se encontró digo, con poder leer, tal como dice “leo en los sueños”. Otra cosa, algo que es del orden de la escritura, de la escritura del inconsciente.

Para que pueda tener lugar esta lectura de la escritura del inconsciente, que se da simultáneamente, tiene que estar instalado el dispositivo analítico. Por tanto el que habla ha tenido que consentir, decir sí. Es de-cir, permitir poner a hablar al síntoma dirigiéndolo a la escucha de un psicoanalista que ocupa el lugar de Sujeto Supuesto Saber. Digo que hay que consentir. Hay quienes no consienten y prefieren mantenerse en el sufrimiento sintomático y quedarse en la queja, no voluntariamente claro está.

Esta constatación clínica no tan infrecuente es traba-jada en Más allá del principio del placer por Freud. Es escandaloso para el pensamiento este poder preferir el malestar y el sufrimiento, es más escandalosos que la sexualidad infantil que se ha solido utilizar con tanta frecuencia para desautorizar y denigrar al psicoanálisis acusándole de ser un pansexualismo (hoy en día ya no tanto pero todavía se mantiene dicho prejuicio).

Es escandaloso que “el bien del sujeto no coincide con

su bienestar” y así poder preferir vivir en el sufrimiento y eso sin ser masoquista. Es lo que Freud elaboró como pulsión de muerte, que actúa silenciosamente en el sujeto. Este planteamiento teórico y clínico produjo efectos y hubo determinadas desviaciones y rupturas en el movimiento psicoanalítico posfreudiano, como por ejemplo: Jung que negó la pulsión de muerte; Hartman con el psicoanálisis del yo, del reforzamiento del yo; las diversas psicoterapias de inspiración analíti-ca que tratan de terapeutizar la mente.

Lacan sostiene el concepto freudiano de pulsión de muerte, de lo que está más allá del principio del pla-cer y acuño el término goce para dar cuenta de esta satisfacción paradójica, de esta otra satisfacción no regulada por el principio del placer que puede con-finar con el dolor. A nivel de imagen podemos verlo por ejemplo en ciertas estatuas de Bernini y en obras de la imaginería española como por ejemplo obras de Gregorio Fernández y otros imagineros de la Escuela Castellana.

La pulsión de muerte actúa silenciosamente en el su-jeto. Guste o no guste, se quiera voluntariamente que sea así o no se quiera, se proteste incluso por ello o no se proteste. Lo vemos en la atención clínica y lo vemos también todos los días en la civilización. La violencia hacia uno mismo y la violencia sobre el semejante, en sus diferentes modos y grados no desaparecen. Pare-ce haber acuerdo, nunca general, en que la violencia, lo que podríamos llamar “enfermedades de la violen-cia”, van en aumento en nuestra época.

El sujeto contemporáneo, es decir, todos nosotros, está en esta encrucijada por este silencio pulsional, que el discurso capitalista favorece con la muerte discursiva propia de este discurso, donde el objeto, de consumo, sustituye al significante.¿Hay salida? El psicoanálisis no da, no puede dar una solución universal. El psicoaná-lisis propone la salida por la subversión del sujeto de deseo, ese sujeto que es bisagra entre lo singular (lo

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pulsional) y lo universal (efecto de cultura), y así poder hacer con, en, los vínculos sociales de su época de otro modo que no sea la destrucción y el dominio del otro. Esto implica que el sujeto, sea hombre o mujer, no elu-da la responsabilidad subjetiva, que no sea indiferente y que al estar advertido pueda decidir.

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Los artículos serán sometidos a evaluación por pa-res siguiendo las siguientes pautas:

1. Remisión del manuscrito

El texto debe dirigirse a través del correo electróni-co a la Editorial de la Revista ([email protected]). Se enviarán 2 archivos - uno con los datos del autor, y otro bajo anonimato (evitando que el nombre del autor figure en el texto y la bibliografía). 2. Declaración de originalidad

Se solicita adjuntar una carta dirigida a la dirección de la Revista para dar fe pública de que el trabajo es original e inédito, que no se ha sometido simultánea-mente a evaluación por otras revistas y que cumple con las normas internacionales de ética. En la carta, el autor/la autora principal transfiere, en el caso de su aceptación, los derechos de autor (copyright) a la revista.

3. Formato de manuscritos

Todo trabajo debe seguir estrictamente el formato del Manual de Publicaciones de la American Psycho-logical Association (APA, 2010, 3ª ed. en español, tra-ducción de la 6° edic. del original (www.apa.org). Se aceptan trabajos con un mínimo de 2500 palabras y un máximo de 7500, o un máximo de 25 páginas, in-cluyendo referencias, tablas, imágenes, anexos, etc., digitados en hojas tamaño A4 con márgenes de por lo menos 2,54 cm, letra Arial 12 pts., texto a 1/5 es-paciado y alineado a la izquierda, excepto en tablas y figuras, sangría a 5 espacios en todos los párrafos. El autor debe señalar el tipo de artículo que envía. El comité editorial evaluará la pertinencia de publica-ción de artículos con un mínimo menor o un máximo mayor.

El título y el resumen del artículo deben de presen-tarse en español y en inglés. El título, con una exten-sión máxima de 12 palabras, debe ser claro, preciso y reflejar la temática del artículo. Evitar el uso de si-

glas, acrónimos y abreviaturas.

El resumen no debe superar las 250 palabras, redac-tado en un solo párrafo, debe introducir de forma sucinta los aspectos más relevantes respecto a los objetivos, la metodología, los resultados y las con-clusiones, sin entrar en detalles.

El resumen se acompañará de palabras clave con un máximo de 5, referentes al contenido del trabajo. Además, una versión en inglés tanto del resumen como de las palabras clave.

De los autores:

Nombre del autor o autores: los trabajos deberán acompañarse de una ficha de identificación del autor, que contenga los siguientes datos: nombre, título profesional de mayor grado, actividad, afilia-ción institucional y correo electrónico. Si son varios autores, definir el orden de publicación y designar el autor que se encargará de enviar y recibir la co-rrespondencia. Adjuntar un breve CV del autor o de los autores, de no más 5 líneas para cada uno de ellos.

4. Del orden de la presentación

El orden de la presentación es el siguiente: En la primera página estará configurada: 1. Título completo, 2. Datos del autor o autores: nombre, grado académico, correo electrónico, ocupación actual, institución u organismo al que pertenece, teléfono y dirección de contacto.

En la segunda página 1. Resumen 2. Palabras clave En las páginas siguientes 1. Texto 2. Referencias 3. Anexos 4. Notas a pie, apéndices, tablas, figuras, en páginas separadas y en este orden (con solo una ta-bla o figura por página), y enumeradas secuencial-mente.

NORMAS PARA LOS AUTORES

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NORMAS PARA LOS AUTORES

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5. Clasificación de contribuciones:

Artículo de investigación científica y tecno-lógica: documento que presenta, de manera detallada, los resultados originales de proyec-tos terminados de investigación. La estructura generalmente utilizada contiene cuatro apartes importantes: introducción, metodología, resul-tados y conclusiones.Artículo de reflexión: documento que presen-ta resultados de una investigación terminada, desde una perspectiva analítica, interpretativa o crítica del autor, sobre un tema específico, recu-rriendo a fuentes originales.Artículo de revisión: documento resultado de una investigación terminada, donde se analizan, sistematizan e integran los resultados de investi-gaciones, publicadas o no, con el fin de dar cuen-ta de los avances y las tendencias de desarrollo. Se caracteriza por presentar una cuidadosa revi-sión bibliográfica de por lo menos 20 referencias.Reporte de caso: documento que presenta los resultados de un estudio sobre una situación par-ticular, con el fin de dar a conocer las experiencias técnicas y metodológicas consideradas en un caso específico. Incluye una revisión sistemática comentada de la literatura sobre casos análogos.Presentación de material clínico: Es responsa-bilidad de cada autor resguardar la confidencia-lidad del material clínico presentado de acuerdo a las normas éticas establecidas porque el ejer-cicio de la profesión y su difusión en ámbitos académicos se ajustará al modelo del consen-timiento y/o al disfraz pertinente de los datos aportados: En la presentación de historiales clínicos como en la utilización de ejemplificacio-nes clínicas o viñetas como material ilustrativo requiere extremos cuidados para mantener la reserva sobre los datos que pudieran identificar a los pacientes aludidos. Se recomienda que se publique una vez que el tratamiento haya termi-nado, para evitar la intrusión en el mismo.

6. Acerca de los artículos

Introducción: contextualiza al lector. El texto debe exponer tanto los antecedentes en el área de in-vestigación como la descripción del problema de investigación o pregunta, cuya justificación debe ser clara, coherente y basada en la literatura consul-tada. También menciona el propósito del artículo y sus principales objetivos.

a. Método: describe el método empleado para el estudio (diseño, selección de la muestra, técnicas de recolección y análisis de datos, etc.). Asimis-mo, se deben mencionar los materiales y equipos utilizados en su realización; si se trata de pruebas psicológicas, se deben mencionar sus propiedades psicométricas.

b. Resultados: esta sección presenta los principales resultados y hallazgos de la investigación. Se deben omitir los detalles periféricos y evitar repetir en el texto los resultados que se muestran en las tablas, cuadros e ilustraciones.

c. Discusión y Conclusiones: toda discusión res-pecto a los resultados debe responder a las pregun-tas de investigación y hacerse a la luz de la literatura relevante. Asimismo, se deben presentar las conclu-siones del estudio.

d. Citas y Referencias: Al final del artículo solo se indicará el listado de referencias citadas en el cuer-po del trabajo. Se destaca que la información de los autores y obras citadas en el texto debe coincidir con las respectivas entradas en la lista de referen-cias. Todas las referencias y fuentes citadas deben seguir, de manera estricta, las normas APA.

e. Apéndices: el texto puede incluir apéndices (pá-ginas anexas) siempre y cuando sean considerados importantes y estrictamente necesarios para aclarar la comprensión del texto. En caso contrario, no se recomienda incluirlos.

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NORMAS PARA LOS AUTORES

f. Notas al pie de página: son aclaraciones, y sus respectivas llamadas deben aparecer identificadas con un superíndice en forma consecutiva, en la par-te inferior de las páginas.

g. Tablas, cuadros, ilustraciones, etc.: sirven para aclarar, ilustrar, complementar o sintetizar la infor-mación, pero se recomienda no utilizar un eleva-do número de cuadros. Este material gráfico debe explicarse por sí solo, para evitar replicar la infor-mación del texto. Se recomienda evitar repetir los mismos datos en el cuerpo del texto y en las tablas. Cada uno de estos elementos debe citarse en el artículo y estar identificado mediante numeración consecutiva y su respectivo título. Las tablas o figu-ras se deben incluir en el archivo Word y, además, adjuntar aparte el archivo original (.xls, .jpg, .tiff). Se recomienda usar un lenguaje estándar para pu-blicaciones científicas y evitar el uso de modismos propios de una región geográfica particular.

Los artículos que no sean un informe de investiga-ción como tal y que no contengan la información an-teriormente desglosada pueden figurar como revi-siones de una temática, crítica de una teoría o de un estudio empírico, o desarrollo de una propuesta teó-rica. Estos artículos deben ser presentados teniendo en cuenta aquellos criterios generales de las normas APA en relación con títulos y subtítulos, resumen, es-tilo de redacción y citación de referencias. Adicional-mente, estos textos deben tener las siguientes carac-terísticas: 1. Problema claramente establecido que se desarrolle a lo largo de todo el texto. 2. Presentar de manera clara la importancia del tema o de la proble-mática analizada. 3. Argumentación y conclusiones claras y coherentes con el desarrollo del tema. 4. Re-ferencias correspondientes a la temática estudiada y al tipo de estudio (para un artículo de revisión se esperan mínimo 20 referencias).

7. Proceso de selección y evaluación de artículos

El Comité Editorial somete el manuscrito a revisión:

a. Los artículos recibidos serán sometidos, sin ex-cepción, a un proceso de evaluación por parte de pares académicos externos.

b. La recepción y evaluación de los artículos no im-plica, necesariamente, su publicación.

c. El proceso de selección comienza, para las cola-boraciones que tengan la declaración de originali-dad incluida, con la revisión, por parte del Comité Editorial, del cumplimiento de las presentes normas y la pertinencia del manuscrito con la política edi-torial. El autor será informado de las observaciones que surjan durante este proceso. La editorial otorga un número de identificación del manuscrito (ID) en cuanto su entrega esté completa de acuerdo con los requisitos de la editorial.

d. Luego, el artículo será enviado a dos pares aca-démicos, quienes dictaminarán acerca de la calidad científica y académica del mismo. El proceso de va-loración será anónimo y a doble ciego. Los evalua-dores podrán formular sugerencias al autor.

e. Si los resultados de los dictámenes son contra-rios, el artículo será remitido a un tercer par acadé-mico. No obstante, el Comité Editorial se reserva la última palabra sobre la aceptación de los escritos.

f. El autor deberá realizar los ajustes sugeridos por los pares académicos y el Comité Editorial.

g. Se publicarán los artículos que cuenten con el concepto favorable de los pares académicos y del Comité Editorial.

h. La duración de este proceso es de aproximada-mente ocho semanas.

i. El artículo tiene el siguiente sistema de evaluación por parte de los árbitros:

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NORMAS PARA LOS AUTORES

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1) Está listo para su publicación. 2) Debe llevarse a cabo algunas modificaciones para su publicación. 3) Debe llevarse a cabo algunas modificaciones y vol-verlo a presentar para su evaluación. 4) No se recomienda su publicación.

Los trabajos aceptados según el punto 2 y 3 serán envia-dos a los autores para su revisión, los cuales serán devuel-tos al comité editorial con una carta de conformidad para su publicación.

j. Los manuscritos recibidos no serán devueltos. Sin em-bargo, si el trabajo no es aceptado para su publicación, el autor puede enviarlo a otras revistas, con el mismo fin.

k. Las contribuciones enviadas para posible publicación en la Revista Psicología no pueden estar siendo evalua-das para su publicación en otra revista y/o libro, nacional o extranjero.

l. Una vez publicado el artículo en la Revista Digital Pros-pectivas en Psicología, el autor deberá abstenerse de en-viarlo con el mismo fin a otra revista

m. Una vez publicado el artículo, se enviará en formato .pdf a los autores. Para retirar un artículo antes de su pu-blicación, el autor deberá dirigir una solicitud por escrito (impreso) al editor, asimismo esta se hará efectiva única-mente con la respuesta del editor.

8. Pares de arbitraje

Se entiende por arbitraje el grupo de expertos que en el marco de una publicación científica evalúa los artículos en forma anónima a fin de garantizar la validez de los

contenidos académicas de la revista.

El árbitro es simétricamente anónimo. Esto significa que ni el autor sabe quién o quiénes van a revisar su trabajo, ni los referees conocen el nombre del autor.

El árbitro es ejercido por investigadores ampliamente reconocidos como especialistas destacados en el tema y la problemática presentada por el trabajo sometido a revisión. Es ejercido en forma individual. Aún cuando es común que un trabajo sea sometido a la revisión de dos referees, cada uno de ellos realiza esa tarea en forma per-sonal y sin pedir la colaboración de terceros. Cada referee desconoce quiénes han sido designados para revisar el mismo trabajo.

El árbitro debe sostener sus conclusiones con argumen-tos sólidos a favor o en contra del trabajo presentado. Estos argumentos son remitidos por escrito y puestos en conocimiento de los autores de acuerdo al formulario que envía para tal fin el comité editor.

Las conclusiones del árbitro son recomendaciones des-tinadas al editor, que puede quedar supeditada a pedi-dos de correcciones o ampliaciones que el autor deberá realizar antes de acceder a una segunda revisión. Tam-bién puede sugerir enmiendas o solicitar la eliminación de una parte del trabajo. Esta característica impone una separación entre las personas que evalúan el trabajo, y quienes toman la decisión final de aceptarlo o rechazarlo. La actividad de los árbitros es gratuita. Si el árbitro con-sidera que no está en condiciones de evaluar el trabajo, por escapar a su área de investigación, puede declinar su participación esgrimiendo precisamente esa razón. La elección de los árbitros no recae siempre sobre los mis-mos especialistas.

Nota: El Comité Editor no se responsabiliza por las opiniones expresadas por los autores.

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