artigo segawa

Upload: gabriel-gussoni

Post on 07-Apr-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/4/2019 ARTIGO SEGAWA

    1/8

    CATAlOGAC;:AO NA fONE DO DEPARTAMENTO NACIONAl DO LIVRO

    ISBN 85-86505-01-3I . Ar t d e c o - America L a t i n a > C c n g r e s s o s . 2. Arte

    moderna - Se c xx - America la tina - C on gres s os

    A786Art decc na America l.atina. - Centro de Arquttetura e

    Urbanlsmo. - lv Semlr.ar!o l rv te rnac iona l. - R~o de Janeiro;Prefeltura da Ctdace do Rio de Janeiro/SMU,Solar Grandean de Montigny - PUCIRJ, 1997.236 p. ; 18 em

    COO-709.B

  • 8/4/2019 ARTIGO SEGAWA

    2/8

    MODERNIDADE PRAGMATICA:ARQUITETURA NO BRASIL DOS ANOS 1920 A 1940*

    Gregori Warchavchik representou para a intelectualidadeenvoi vida na Sernana de 22 a referencia que faltava a urna visaorn o d e r nis ta da a r-qu ite tu r a, a partir de sua prime ira o br aqualificada como moderna - a propria moradia, na rua ~~~a Crl:

    Todavia, a mo de r nldade de ins pir aca o e r.r op ela preconizadapelo arquiteto russo ~L~p_e.Das~,:,ma ,(ertente entre tali~lsoutras que se fo rrrn.lararn no irnediat o primeil'o p6s'guel- ra.Modernidades que caracterizavam as incertezas de u rn asociedade ins tavel, rccem-sa.da de lima contlagracao da qualemergiram realidades d is p a r e s , em que u rna Alemanhahumilhada e u rna Fr'anc a vitoriosa seriam as contextos dediferentes formula~6es de modernidade ar qutetonica,

    A Fr a n c a sublimou uma n o ca o de rn o d er r o de dif lc i lc a r a c te r iz a ca o . A grande c e le b r ac ao a m o d e r nida d e , aEXposition Internationale des Arts Decoratifs et Industri;;T~Model'nes, em 1925, bem espelhou a busea de qualquermodernidade, a necessidade de exprimir ideias novas, de tentarser moderno mesmo sem que se pudesse esclarecer 0que issosignificava ou como se chegava a e s s a c o nd ic a o ,A busca pela busca de um eomportamento novo refletia ainstabilidade de uma sociedade rnais preocupada corn prazereseferner os que com realizac oes duraveis - 0terma les anneesfolies aplicado a clecada de 1920 e siotomatlco -, incapaz defixar uma escolha entre lima her anca cultural do seculo XIX e

    as perspectivas industrialistas da era d a m aq u in a . EssaambigUidade tarnbern alimentou os sonhos de uma aflue nr esociedade n o r te v a r n e r ic a na . que tornou emprestado em ult ip lic o u os artificios decorativos do lado p r osp e r o dacultura e u rop e ia artificios que, d e c a d a s depois,convencionau-se chamar de art oeco.

    A rnodernidade de vanguarda nutriu a difusa p e rs pe ctivaart deco e essa diluicfio e 0ponto de antagonismo entre asvanguardas e 0deco. 0 engajamento pof itico-Ide ologic o dof u t u r i s r n o , 0 a n t j - l r r ~ 'T o ~ a l i s m o , 0 a n t i - s u b j e t.i vi s r n o ~ ~ ------.__-~---elirninaca o do superfh.o nas platafo rmas dos programas do_ -eoplasticismo h o la nd e s , do c o n s t r ut ivi s m o russo., dopurismo frances e da Bauhaus ale rn a foram manifestosc o ntr a r io s ao otimismo e a friv olic a d e deco, e naseidosem c o n t.e x t o s h i sto r ic o s c o n v u ls iv o s , COm assurnidoengajarnento ide olog.co e social. Funco nalismo, ur+lirar isrno..e s tandar diz a cfio foram_pa!~vras de ordem nurna formulacfio~-- --- ~de modernidade engajada.o Brasil nao deixou de sentir a yoga modernizadora eur opeiados anos que va o de 1910 a 1930. Resta saber c orn o seprocessou essa as sirnilacao no campo arquitet6nico. Nessesentido, Warchavchik pode ter side urn pioneiro, mas outrasformas de modernidade t.a rn be m se manifestaram ateanteriormente ao advento da casa da rua Santa Cruz. Sao

    17 0

  • 8/4/2019 ARTIGO SEGAWA

    3/8

    arquiteturas que tambern forarn charnadas de modemas, cubicas,(tiWristas, cornunistos, judias, eS(iio 1925, estilo caixa-d'aguo e assirnPOI- diante. Hoje po d em ser identificadas tarnbem como dew e--- ------como fascistas. Alinham-se aqui algumas dessas modernidades._--- -~Ta lvez nao as m anif e sta c o e s r a d ica is ou as efusivas, masdernonstracoes de r enovacao arqultetonlca, qualquer que Fosseela - z ,. maneira folie, mimeticamente, pragrnatlcamente, autransforrnacao modernizadora em sua dirnensao peryersa.

    A margem do rrro d e r n l s rn o engajado - no curriculoprofissional do arquiteto Elis i ario Bahiana, uma observacao- _ . _ - - - 'notando 0 lnsur.es so numa par ticipacao em concurso no Riode Janeiro e bastante reveladora. Consta 0 seguinte: "Projetodo estadio do Clube de Regatas do Flamengo, na Gavea", quetira 0 segundo lugar com projeto "mo derrio, genera Perret(0 p r irne ir o lugar foi adjudicado a um projeto clas si co}".Esse concurso foi promovido em 1925. POl' "classico" pode-seentender a adocao de linguagens ornamentais beaux-arts; POI-moderno, a idancif icacao e eloquence.Em 1928, Bahiana obteve o c tro segundo lugar, no concurso- - - ~ ~ - -ara a embaixada da Argentina; 0vencedor era seu colega deturrna, que apresentara LIIl1 projeto de gosto neocolonial: LucioCosta, Enve 1927 e 1943, Bahiana projetou no Rio de Janeiroe em Sao Paulo predio s publicos, edificios de apartamentos ecorner-ciais, residencias e ate urn viaduto, 0 do Chat urn dosc a r t o e s vp o s ta is de Sao Paulo' Nem to d o s 02J 'roj-"l2sobedeciam ao mesma tratamento ~for-;;;i, ~",as___.~19min

    I. Eltstarlc Bahlana (Iachadas): Edifkio$::Ild.1nh.,t-tartnhc. Sao Paulo, SP,1928-33.2. Chr-istiano de laPaix Gelbert:Pav tlhac oa Industr ia Es tr angeu -a naExposit;ao do Cemenanc d~RevclucaoFarrouptlha, POI-to Alegr-e, 1935.(Acervo do Museu de POrto Alegre).3. Frelre e Sodre: Edif fcio Oceania.Salvador. anos 30/404. Agenda dos COfl"!::iOS e Tetegr afos.Fcrtaleza, anos 30/40.

    17 1

  • 8/4/2019 ARTIGO SEGAWA

    4/8

    uma palavra que popularmente trazia conoracao _f'ejorativa nas-- _ ..- - - _ecadas de 1920 e 1930. Em codas as hip6teses, seu trab:;'n;c;era "moderno, genero Perret':.

    Elisiario Bahiana nao foi um arquiteco genial ou revolucionario,mas um profissional bem-sucedido par ter projetado obrassignificativas nas duas maiores cidades brasileiras. Como tantosoutros arquitetos de sua geracao, pode ser tomado como umprofissional arquetipico de uma etapa da arquitetura brasileira:formado nos valo r es beaux-orts, infringiu os ensinamentos,adotando uma linguagem distinta da boa norma acadernica, embusca de uma arquitetura moderna, sem cs tar dal ha co oupanfletagem. Modernidade nem it Le COl-busier, nem a Bauhaus,nem it funcionalistas/racionaliscas europeus. Talvez um poucodisso tudo. Mas modernidade, como 0 proprio Bahianar ev e~~~ _: ,~ . .~! ,_ugust e. P er ret ;

    o caminho de Perret - Le Corbusier qualificava Perret naocomo UITI revo lucio na r io, mas urn continuador da "grande.nobre e elegante verdade da arquitetura francesa". Todavia, 0arquite to franco-suico reconhecia em sua autobiografia que em1910 Perret era "0 uriico no caminho por uma nova dir-e~ao daa r q i.f t e t ue a "." A "n o v a d ir e c a o " era uma linguagemdesenvolvida a partir da experimeritacao tecnica e formal sobreo concreto armado: a apartament9. da, [lie Franklin, em Paris, econsiderado 0primeir-,,_ a usar 0concreto como meio de ex-

    .. --- - ----p re s sao a rqu iteton i ca. ~eu trab~lho ela_b:,rava um novoraciocfnio arquit.et6nico inserido num nova contexto tecnico.sern abandonar refer enclas tradicionais, neoclassicizantes.

    Nao e incorreto assoeiar-se 0 pensamento de Auguste Perretao art ceco, ou, mais precisamente. a Exposition Internationaledes Arts Decoratifs et Industriels Modernes, em Paris, no ano

    de 1925. 0 relat6rio final do evento, na secao de arquitetura. etodo permeado pelo ideario do arquiteto franco-belga. Definia-sea arquitetura moderna como a que "(".) tirando vantagem dasconquistas da industria. utiliza, para realizar os novos programas,os materiais e procedimentos da construcao de seu tempo (., ,)",elegendo a tecnica construtiva dos tempos modernos: "podemosdizer, com Auguste Perret, que, 'se os homens desaparecessernsubitamente, os edificios em ferro ou aco nao tardariarn a segui-105'. (".) 0 'material' au, se preferir, 0 'aparelho' da arquiteturamoderna e, sem duvida, 0concreto armado"."

    Do concreto annado derivaria uma nova estetica: "Existe UiTIaes-tetT~ado-cZncretoarmado, comoa-;~r;;-p~da madeira, doferro. Sem duvida, e 0programa que dit.a a cornp osicao e acornp osicao ern si que determina a escolha dos materiais. Mas amateria escolhida repercute, por sua vez, sobre 0plano. Se 0arquiteto E o tanto consrrutor quanta ar tis ta, e ele deve se-Io,

    composicao e materia is se apresentam simultaneamente a seuespirito, indissoluvelmence ligados, como 0sao, na irnaginacaodo ceramista, 0galbo do pote e a ten-a.

    "Que Iormas nascem, entao, naturnlmente, do concreto armada?As forrnas simples e grandiosas. Apiloado nas forrnas, ele exclui ascornpllcacoas. Se se presta para amplas abobadas, ele se colocasobretudo em honra a linha horizontal. A plena secao de seuspilares lhes confere uma elegancia austera. Nada de bases, pois acoluna brota do solo. Nada de capiteis, porque a viga e a coluna saoda mesma rnateria. 0 capitel, util em uma construcao de pedrasemparelhadas, por repartir sobre 0 apoio a carga da arquitrave oulintel, torna-se superfluo em urn sistema rnonolltlco".'

    Limites do art deco - ao adotar 0 tarmo art deco, corremoso risco de acentuar urn sotaque frances risonho, de um pais

    172

  • 8/4/2019 ARTIGO SEGAWA

    5/8

    Martinelli erguel"ia entre 1924 e 1929 um arr-anha-c eu com105,65 metros de altura e 2S andar es: 0 Edificio Martinelli.Em 1928 era projetado 0 Edificio A Noite, no Rio de Janeiro.concluido no inicio dos anas 1930, com 24 pavimentos e 102.5metros de altura. Quase contempo rane os, a Martinelli e 0A Noite I-epresentavam duas vertentes opo stas: 0 primeiro.uma tor re or name ncada ao gosto eclet ico: 0 segundo. umedificio de linhas geame"tricas. com toque deco. Joseph Gire eElisiario Bahiana, ao projetarem 0Edificio A Noite, davamvazao ao pr-ece ito perretiano de uma arqultatura integrada itestrucura. A solucao deco. a partir de entao, prevaleceria nacorr ida sul-amerlcana as alturas.

    Na decada de 1930, a linguagem Ilrt deeD estaria associada aoerwolt6rio. pOI' ex c e le n c i a , d as grandes e s cr u tur a s querornperiarn os bor+zontes urbano s desenhados pel o s hornens,marcados sobr'etudo (ou apenas) pela verticalidade de torressineiras de igrejas OU refel'encias semelhantes. Assim, em SaoPaulo, 0 Edificio Saldanha Marinho c o mp etlria com 0seiscentista Co nverrto e Igreja dos Franciscanos; 0 EdifkioOceania. em Salvador, farla 0 contraponto r-obusto ac esbeltoFarol da Barra .. do se c u!c XVIII. A inser~30 rnais espetacular deum a obra d ecc na paisagem tradicional foi s em duvida 0Elevador Lacer-da, de 1929, tamb ern em Salvador. 0 discretorelevo e a geornetrtzacao predominante da esguia estr utura deelevadores de 73.S metros de altura saltando na paisagern esobrepujando a ingreme escarpa em 17 segundos sinalizavam 0arrojo e a velocidade dos tempos modern os.

    Na m ai or ia das grandes cidades brasileil-as. nas d eca d as de1930-40. as e st r u tu r a s alta. de gosto deco ou va r ia c o e spredominariam na ve r tica liz a cf.o da s paisagens. Usual mentee r arn ediffcios comerciais: enquanto so.ucao para a habitacfio

    no Brasil, 0 edificio em altura era urn desafio para umasociedade que d e s co n he c!a esse modo de vida, tido COIllOp rornfscuo.

    Em,_~ao_pa_ulo .. !J11l dos P-rimeir"os e dificio s [J_~_-,!pa..r~..'2.:'..'.:residen

  • 8/4/2019 ARTIGO SEGAWA

    6/8

    modele de p r e di o e sc o l a r , Jose Maria da Silva Neves,engenheiro-arquiteto r e s p o ns a ve l pOI~ inurn e r o s d e s sesprojetos. citava arquitetos como Mallet-Stevens, Le Corouslere Piacentini, conceituando: "Faz er arquitetura moderna naos igrilfica c o p iar 0 ultimo figurin~ de Moscou ou de Paris.A arquitetura racional exige 0ernprego de materiais cia regiao,a te n d e n do as c c n d ic c e s de clirn a , u s os , costumes etc.Obedecendo a esses principios basicos, crlaremos um est.ilooriginal para. cada povo."

    Pouco anterior it iniciativa de Sao Paulo, a nova or ientacaopreeonizada pelo e d uca d o r ba la no Anisio Teixeira, com~diretor do Departamento de Educacao do Distrito Federal apar t ir de 1931, redundou na r e fo r rnula cjto do programaedueacional da cidade do Rio de Janeiro, com reflexos -;;-~.a r q u lte t u r a e s c o la r , tendo a D tv ls ao de Pr e dro s eAparelhamentos Escolares do Departamento de Educa~ao=-di-Prefettura do Distrito Fedel-al pr ojerado 28 predios ate ~~ ..Jose Mariano Filho, defensor da ado cao do neaco_I_oni3.:~aarquitetura escolar, deflagrou ralvosa carnpanha na lrnprensacontra a pro pe sta d o s novos edificios escolares. Mariano oscla s sifl c ava como estilo ar q u ite to nic o caixa-d'agua, COin"figurino c c muni s ta ", in s p ir a do em "alguns modeloscor rtqueu-cs de escolas ale rnas ou russas. abs tr-a l rid o -s e deracioc1nar que elas terao de lidar com fatores mesol6gicos quenaa for am considerados pelos ar quit et.o s europeus que asconceberam muito de acordo com as coridico e s locals de seuspa.s es." Projeradas por Eneas Silva, 0 arquitet o defendia suaconc epcao: "0 aspecto ar-qu.t.e to nico dessas c on st.r ucc es epuramente funcional. Nao foi seque,- objeto de c c nj eturasqualquer estilo clas s ico ou regional. Ritmo plastrco obtidornerce do proprio partido arquitetonico adotado em planta, asmassas plenas singelamente coloridas em vermelho, alaranjado

    e verde-claro e os va o s de esquadria reeortados de luz esombra, branco e negro se harrnoruzam. se completam, dandoao eonjunto um aspeeto atraente e sugestivo a jovialidadecaracterfsttca do pequeno escolar (...).

    "Co ncepcao puramente baseada em eficl en c!a e economia,realizam de fato esses predios em toda a sua plenitude osca ra cr.e r- f stlco s para o s quais f o r a.m projetados econstr uldos.:"

    Um dos edificios e s c o la r e s mais importantes ligado alinguagem da ar quiretur a racionalista no Brasil foi realizadoem Salvador. 0Instituto de Educacao da Bahia fai construido __~ntre 1937 e 1939:~rribuindo-se a sua auto ria a AlexanderJ~.. 9 _ q ' : : . ~ ' , arquiteta belga. r adicado no Rio de jarietr c no lnfciodas anos 1930. Buddeus foi 0arqulteto de outr a notavel cbraracionalista em Salva.dor: a s e d e do lnsri t.uco do Ca~_",.!::1'.~r ealizada entre 1933-36 ..

    No Rio Grande do Sui, a Se~ao de Ar-qultetura da Diretoria deObras da cidade de Porto Alegre, chefiada por Christiano de 18Pa!x Gelbert, de se nvolve u pr ojato s ao gosta deco, como 0Hospital do Pronto Socorro (1940-43), 0Centro de Sau deModelo (1940-43) eo Mercado Livre (1943)."

    Decerco, 0 rn ais am bici o s o p r o j e to de no r rn aliz a c a o Irqui te tonica oficial em ambito nacional se estabeleceu noentao Departamento de Correios e Telegrafos. Num trabalhode reequlpame_nto do sistema, os anos 1930~40~~h;c~~~;:;;- , 0 p - R l ; ; 1 \ . l Surn esforco de aoerfeicoarnento da infra-estrutura de edifi~i;s J imediante 0 projeto e a constr ucao de sedes regionais nas--...capitals e agencias nas principais cidades. brasileiras: ~e_lem:..;;~o_Luis, For'taleza, Natal, Recife. Salvador, Bela Hortz ont.e Cur itlb a

    ~_- . . . . .175

  • 8/4/2019 ARTIGO SEGAWA

    7/8

    O~ l< .~ ,\~b,j)\q- )ullN.k \rAc,;;; ,LI Nl-\i\S !

    } Y \ ~ 1 < . N f { : ,I l l , , , , , , " t -

    V 1 ' : , ' T p . , ~ j

    G \ t t > . tf"S\ ' I D Y k : i

    ) l , 1 , . , C J u MII . ) ' t (0

    e Florian6polis foram algumas das cap ita is cont"mpla.das;Campo Grande, MT, Londrina, ~R, Rlbeir-ao Pret,:: _~,. .J~eiroe Itabuna, BA. sao algumas cidades ~ue osten tam al?_ellcias dessaepoea; ,Sao p r e d i o s estrategicamente local iz ad os ;;;-;;:;;jhaurbana (pa re ce haver um pr-edominio em lo te s de esquT;:'-.i),--- -- '--_.,..-- - ~- -~- ----.caracterizados por cir c u l a c o e s independentes conforn:.;:hierarquia funcional, amplos sal5es de a t e n dim e n to-" . . . . "proporcionados pelo emprego de e str ut.ur-as em concretoarmado com grandes va o s e despojados de c e co r ac ao (ae xc e c a o de ag e n ci a s importances, como Salvador, c o minteriores com motivos marajoaras, ou Be lern, com imponen:ese caprichosos gradis}, e exteriores de linhas geometrizadas,algumas ao gosto deco,

    Dilui~ao e engajarraento de uma modernidade -na segunda metade dos anos 1930, as arquiteturas cubicas eart d e e D disseminavam-se entre os profissionais de varias regiaes

    (\ do Brasil. Nas ccleticas paginas de duas revistas de arquitetura,surgidas nessa epoca, ArquiteWra e Urbanismo e Acropole, haviauma c o nvi ve n c ia pacffi ca ob r as

    A agltacao provocada pelas paredes lisas e sem ornamentos deWarchavchik em 1928 estava tranq.nlarnentc assimilada menosde 10 anos depois, as vezes pelos mesmos pr-ofis slc nals que sepostaram contra a inovacao, Da mesma forma, arquitetos quecer-rararn as primeiras filas pela arquit.etura moderna deixaramo dogmatismo r e novado r de la d o por um relacionamentomelhor com uma clientela conservadora, ignorante ouindiferente, incapaz de criteriosamente fixar uma o p ca oarquitetonlca. Foram poucos, alias, que seguiram fieis a linhasarquitetonicas definidas e acampanharam 0desenvolvimentod a s r efe r en c ia s modernas dos an os 1920. Nem sequerWarchavchik - radical ao abracar e propagandear os conceitosda vanguarrla europeia - foi ortodoxo nesse senti do, derivandoa sua obra a partir dos anos 40 p a r a 0 lugar-comum domercado Imoblltarto das elites sociais de Sao Paulo./!~ t;~( N /\ b ' C < : : ' -ro

    /Boa parte dos arquitetos que praticaram 0moderno i Perretnao se engajaram no proselitismo de Le Corbusier au noraciocinio a Bauhaus. 0 art: deco como ornarnentacao decaia nogosto dos ar quiteccs e'era pratiZl;;:;en'te abandonado na decada

    \ del94~Da'arquitetu'ra de linhas geometrizadas dos anos 1 9 3 0derivaria uma arquitetura monumental que tomava emprestados oluc o es compositivas de grandes rnas sas do e r s in am e ntobeaux-arts. Era uma tend enc!a que se acerituava na Europa decrescente inquietacao polftica, com a ascensao do nazismo e dofascisrno, vista com simpatia enquanto ideologia de discursonacio nalista e fomentadora da arte como rnanifestacao de umaculcura propria e aproprlada.

    No plano arquitetonico. essa visao rnar.er iall zava-xe em con-ceitos e obras que nao passaram despercebidos no Brasil.Alfredo Ernesto Becker, arquiteto atuante em Sao Paulo econsultor da revista Acr6pole, fazia vaticinios sobre 0 futuro da

    176

    entre c ir c u nspectastradicionalistas, ex o ti c as casas neocoloniais e geometl'icasconstr ucoes modernizantes, mas com leve pr-edorninancia da_slinhas rnodernas, ampliando-se esse dominio, ana a ano, rnais nosprogramas de ambito coletivo - predios comerciais, ter-ntnals detransporte, mercados. clubes etc., - e menos nas obrasresidenciais. Boa parte dessas obras resultava da ausencia de umideal estctico definido, configurando puro formalismo de fachada,o art deco conquistava adeptos populares, adotado em linhas-~ - - - - -mais simplificad2s ~m vJ~as ope~arias, como em singelas morad~conhecidas como porto-e-jonela, em todos os quadrantes doBrasil. Cidades cons cruidas nos an o s 1930-40 sao verdadeirasconcentracoes de arquitetura popular de gosto deco, nas rnaisvariadas tnterpretacoes possiveis e irnaginaveis,

  • 8/4/2019 ARTIGO SEGAWA

    8/8

    ar quitetura a partir dessa tendencia, Admirando a arquiteturado Museu de Arte Modema e 0 pavilhao italiano na exposicaoArts et Techniques dans la Vie Modeme. em Paris. em 1937, eo estadio de Nuremberg, na Alemanha. Becker qualificava Essesprajetas como "obr as-pr trnas (".) pode ndo mesmo servir depontos de partida para a sedirnentacao definitiva da arquiteturacontemporanea".

    Em que consistern. no entanto, a irnpor tancia e 0valor esteticodessas obras ' A res posta a essa pergunta pode ser resumida nadefinicao que se segue: "volta as antigas e indestrutiveis concep- .~6es de beleza, particulares as racas brancas e que hi milharesde an os j a encontrado (sic) as suas s ed imenr.acoes maisperfeitas, mais cristalinas e mais sinteticas, nos estilos 'cias sico-grego e 'classico greco-romano, Esse recorno, contudo, naosignifica subrnls sao servil au mera r ee dicao de realiza~6esantigas, pelo conrrario, prova 0 ressurgimento irido rnave l dear que t.p o s, que as nevroses a r t.lstlca s do 'art nouveau', do'futurismo e do 'utllttarrsrno a Le Corbusier' tinham conseguido'recalcar ' para as mais profur das esferas do subconsciente"."

    Essa arquitetura monumental - que pode ser classificada comourn moderno inspirado nos arquetipos c lassicos - constituiriaoutro ar quetipo: a configuracao dos cenar ios de ideologias egovernos autorita r t os, de direita au de esquerda.A irnplantacao do Estado Novo no Brasil, com a permanenciado presidente Getulio Vargas a frente do poder, ense jaria osanlrno s pela manut.encao das veleidades dessa ar quitetura.

    de Moura, e um monumento ti ico do moderno classifl,z.!J.ciQ----~-ela sua stme tr-ica e maci~a volumetri~ ass enta da sabre toda- . ,.~a_q.'::.:_~ra._ Ao _:;e,:_lado__:0M~i~J..O-.d..'L,!;d\!S.,!~o e Saude_(1936-45), projetado por Lucio CosS! e equipe, urn prisma--'~----- -------------sob re pi lotis, virtual mente liberanoo 0 nivel ten-eo paraci r cu la cao e jardin~ ul11_e_dificio_ que impunha uma- - - - - - - - - - - - - -r-onutnentalidade nao pela impos_i