anestesia e gestante dependente de crack
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Anestesia e gestante dependente de crack. Andressa Cabral Moulin Residência médica de anestesiologia do Hospital Meridional Orientada pela professora Dra Maria Lúcia Góes. Gestante dependente de crack. A dependência química e suas consequências vêm ganhando notoriedade - PowerPoint PPT PresentationTRANSCRIPT
Anestesia e gestante dependente de crack
Andressa Cabral Moulin
Residência médica de anestesiologia do Hospital MeridionalOrientada pela professora Dra Maria Lúcia Góes
Gestante dependente de crack
A dependência química e suas consequências vêm ganhando notoriedade
Segundo OMS existem 230 milhões de usuários no mundo
Corresponde 1:20 adultos
15 a 24 anos
Gestante dependente de crack
Há menos de 2 leitos para cada 100mil destinados ao tratamento desses pacientes
No Brasil não dispomos de dados sobre o uso de substâncias ilícitas na gestação
O Brasil é um dos maiores mercados mundiais de crack, ficando apenas atrás dos EUA
Gestante dependente de crack
Nosso consumo corresponde a 20% do consumo mundial
Segundo o cid-10, a síndrome da dependência química é definida como um conjunto de sintomas comportamentais, fisiológicos e cognitivo em que o uso de uma ou mais substâncias atinge uma importância maior do que os outros comportamentos já apresentados na vida do indivíduo.
Gestante dependente de crack
A característica principal da síndrome é o impulso incontrolável de consumir determinada substancia psicoativa.
Deve ser considerada uma doença crônica e recidivante.
CracK
É uma cocaína comercializada ilegalmente na forma de pedras
Trata-se de uma mercadoria barata e acessível, com efeitos 10x mais intensos do que a coca
O pulmão oferece uma extensa área de absorção
CracK
Inicio de ação 6 a 8 seg
Duração apenas de 3 a 5 min, seguindo a um desejo incoercível da repetição do uso
É um estimulante do SNC
Mecanismo de ação
Provoca inibição da reptação pré-sinaptica de dopamina, serotonina e noradrenalina, principalmente na área que corresponde a recompensa ( mesolímbico, mesocortical e suas projeções pré frontais)
Mecanismo de ação
Dopanima: principal neurotransmissor do sistema de recompensa. Relaciona-se aos sintomas esquizofreniformes como delírios e alucinações
Noradrenalina: euforia, sensação de alerta, hostilidade, impulsividade
Serotonina: prazer e é o reforçador do uso
Glutamato: recorrência do uso
Farmacodinâmica:
Físicos:
Aumenta FC em 15%
Aumenta PA em 34%
Sudorese
Midríase
Hipertermia
Aumenta FR
Aumenta tremores extremidades
Espasmos musculares
Farmacodinâmica:
Psíquicos:
Aumenta estado de vigília
Bem estar
Libido sexual
Estado de alerta
Atenção
Aceleração do pensamento
Farmacodinâmica:
A queda do nível sérico da droga:
Disforia
Irritabilidade
Hostilidade
Impulsividade
Hostilidade
Complicações do uso
Vias aéreas:
Podem ocorrer lesões das vias aéreas por queimadura ou necrose do nariz, base da língua, epiglote pela intensa vasoconstricção
Por seu efeito anestésico local, torna a lesão pouco perceptível pelo usuário
Há escarro preto pelas impurezas carbonáceas
Complicações do usoPulmão:
pode haver infarto por vasoconstricção; hemoptíase; aumento da camada média das artérias e arteríolas pulmonares, levando ao cor pulmonale
80% dos pacientes vão a óbito por EAP
Ocorre ainda o pulmão de crack: É uma síndrome pulmonar relacionada ao uso agudo, onde ocorre tosse, hemoptíase, dor, febre, infiltrado pulmonar difuso semelhante a SARA e que culmina em falência respiratória
Derrame pleural, pneumotórax, tuberculose
Complicações do uso
Trato digestivo:
Perfuração gástrica por vasoconstricção intensa nos “mulas”
Obstrução intestinal pela ingestão de vários pacotes da droga de uma vez e necrose hepatocelular aguda
Complicações do uso
Rins:
Isquemia intensa e a hipertermia, juntamente com a rabdomiólise podem desencadear IRA E IRC.
Sistema neurológico:
Cefaléia , avc, transtornos do movimento, tiques, atetose, coréia, hemorragia subaracnóide
Coração:
IAM, arritmias cardíacas, endocardite, issecção aórtica
Crack e Gestação• A gestação aumenta a toxicidade
pela coca;
• O perfil das usuárias de crack é semelhante ao da população geral: usuárias de várias drogas, cuja porta de entrada foi o tabaco e a maconha, seguidos de coca e crack. Quanto mais jovem, maior a chance adicção.
Crack e Gestação
Perfil psicológico característico
A utilização de crack na gestação precoce pode determinar abortamentos e malformações cardíacas, do trato urogenital e do SNC
Com a progressão do uso pode ocasionar DPP, parto prematuro, DHEG
Crack e Gestação
A placenta não protege o feto da droga. Suas características bioquímicas permitem a embebição do concepto por longo tempo, mesmo após cessado o uso.
No feto pode ocorrer também isquemia cerebral, baixo peso ao nascer, déficit pôndero- estatural tardio
Anestesia
Que anestesia usar na cesárea? Geral ou bloqueio de
condução?• A maioria tem preferência pelo
bloqueio
• Deve-se contar com agitação psicomotora.
• É possível que haja necessidade de contenção química
Anestesia
A coca pode ocasior trombocitopenia, mas não oferece riscos ao bloqueio
A hipotensão pode ser incurável pelas alterações cardiovasculares. O tratamento deve ser feito com metaraminol, pois efedrina pode ocasionar taquiarritimias.
A coca pode levar alterações de sensibilidade por modificações em receptores opióides e a paciente referir dor, apesar de bloqueio adequado
Anestesia
Na anestesia geral deve-se evitar alguns medicamentos: como Etomidato pelas mioclonias a ele associadas; Halotano pelas bradiarritmias; Cetamina pelos delírios e alucinações.
A literatura carece de dados em relação a melhor anestesia a ser feita
Orientação verbal
É o tratamento mais efetivo
O medico deve ter atitude calma e direta
Tratar a paciente com dignidade
Esclarecer que atos agressivos não serão tolerados e que a equipe está preparada para contê-los
Assegurar a paciente que você pretende ajudá-la
Intervenção medicamentosa preventiva
Podem ser usados:
Haloperidol 2,5mg a 5 mg VO
Olanzapina 5 a 10mg VO
Risperidona 2mg VO
Em relação aos riscos teratogênico, todas são classificadas como classe C
Intervenção medicamentosa preventiva
Quando episódio de agitação não puder ser evitado, procede a administração por via IM e/ou restrição física.
A intervenção via parenteral deve ser a última opção terapêutica, mantendo o objetivo de tranquilizar e não sedação ou sono profundo
Intervenção medicamentosa preventiva
Os neurolépticos de baixa potencia (como clopromazina 25mg a 100mg IM) não devem ser usados como primeira opção, por aumentar os riscos de crises convulsivas e piorar arritmias cardíacas preexistentes
E... em último caso restrição física
Conclusões:
Longe de ser apenas um problema médico, o atendimento à gestante dependente química passa por esferas variadas, como social, judicial, econômica e de infraestrutura da rede pública.
• A gestante a que nos referimos está em uma situação de vulnerabilidade social, é poliusuária e dependente química, o que torna o binômio mãe-feto um desafio a medicina e a anestesiologia.
CONCLUSÕES