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SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p.1

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SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical

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SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical

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©1997, de Editora Eclésia

©2002, cedido por Lécio Dornas

1ª edição - Editora Eclésia -1997

2ª edição - Editora Hagnos - 2002

Todos os direitos em lingua portuguesa

reservados por

EDITORA HAGNOS

Rua Belarmino Cardoso de Andrade, 108

São Paulo - SP - 04809-270

Tel/Fax: (0xxll) 5666-1969

e-mail: [email protected]

www.hagnos.com.br

Lécio Dornas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO POR QUAISQUER

MEIOS, SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM

INDICAÇÃO DA FONTE.

Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova

Versão Internacional

(NVI), ©2009, Publicada por Editora Hagnos, salvo

indicação em contrário.

Coordenadora Editorial Marilene G. Terrengui

Coordenador Produção - Mauro W. Terrengui

Revisão: Uthay Caetano dos Santos Filho

Capa: Aext Noveau

Editoração e Diagramação: Zarlos Terra

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

________________________________________________________

Dornas, Lécio

Socorro! Sou professor da Escola Dominical / Lécio Dornas.

___________________________________________________________

Índice para catálogo sistemático

1. Bíblia - Estudo e ensino 2. Educação religiosa 3. Escolas dominicais I. Título

ISBN 85-88234-43-2 02-0852 CDD, 268.3 índices para catálogo sistemático:

1. Escolas dominicais: Professores: Educação religiosa:

Cristianismo 268.3

2. Professores: Escolas dominicais: Educação religiosa:

Cristianismo 268.3

Impressão e acabamento Associação Religiosa Imprensa da Fé

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SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA

DOMINICAL

Lécio Dornas

AUTOR DESTE BEST-SELLER

E-book digitalizado e Revisado por: OBREIROS APROVADOS

Com exclusividade para:

www.bibliotecacrista.com.br

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Capa

Aext Noveau

Editoração e Diagramação

Zarlos Terra

Revisão Uthay Caetano dos Santos Filho

Coordenadora Editorial Marilene G. Terrengui

Coordenador Produção

Mauro W. Terrengui

Ia edição - Editora Eclésia -1997 2a edição - Editora Hagnos - 2002

Impressão e acabamento Associação Religiosa Imprensa da Fé

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

(CEP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Dornas, Léco

Socorro! Sou Professor da Escola Dominical/ Lécio

Dornas. - São Paulo: Hagnos, 2002.

ISBN 85-88234-43-2 Bibliografia

1. Bíblia - Estudo e ensino 2. Educação religiosa 3. Escolas dominicais I. Título

02-0852 CDD,268.3 índices para catálogo sistemático:

1. Escolas dominicais: Professores: Educação religiosa:

Cristianismo 268.3

2. Professores: Escolas dominicais: Educação religiosa:

Cristianismo 268.3

Todos os direitos desta edição reservados à

Editora Hagnos

Rua Belarmino Cardoso de Andrade, 108

São Paulo - SP - 04809-270

Tel/Fax: (xxll) 5666-1969

e-mail: [email protected]

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Lécio Dornas

Socorro! Sou Professor da Escola Dominical

O AUTOR

Lécio Dornas - Durante 15 anos esteve envolvido com a Escola Dominical.

Dirigiu por cinco anos o Departamento de Publicações Periódicas da JUERP, serviu

por três anos como Secretário Geral da Associação dos Educadores Religiosos

Batistas do Brasil, atuou por quatro anos como Relator da Comissão de Currículo da

Coordenadoria de Educação Religiosa do Conselho da CBB e cooperou como

professor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e do IBER. O autor foi o

idealizador do I Congresso Batista Brasileiro da Escola Dominical que ocorreu no

Rio de Janeiro em 1993. É escritor de dezenas de artigos e estudos publicados e

voltados para a Escola Dominical. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico

Batista do Sul do Brasil (RJ) e Professor do Seminário Teológico Batista de Mato

Grosso. Lançou, recentemente, o livro O Jornal e a Bíblia — uma demonstração de

como é possível interpretar a Bíblia à luz das questões contemporâneas. O Pr. Lécio

Dornas é casado com a Dra. Polliana Boechat Dornas e pai da pequena Sarah.

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SUMÁRIO BATEU O SINAL, ACABOU A AULA! ......................................................... 6

O CONTEÚDO................................6

EXTENSÃO E TEMPO...................6

ESTRATÉGIA DIDÁTICA..............8

TOCOU O SINAL............................8

QUE ASSUNTO DIFÍCIL! ................ 10

PREPARO ESPIRITUAL...............10

PREPARO BÍBLICO......................11

PREPARO DIDÁTICO..................13

QUE GENTE DESINTERESSADA! . 16

LEVE A SÉRIO O ESTUDO DA BÍBLIA.......................................................16

SEJA PONTUAL E ASSÍDUO......16

DÊ AULAS CRIATIVAS E DINÂMICAS....................................................16

PLANEJE AULAS ENVOLVE17

NAO SE DESCUIDE DA 17

VIVA O QUE VOCÊ ENSINA......17

SEJA UM CRENTE INTEGRADO À SUA IGREJA......................................18

BÍBLIA: QUE LIVRO COMPLICADO! ...................................................... 19

ALGUNS TERMOS-CHAVES.......................................................................19

PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA......................................20

MÉTODOS DE ESTUDO BÍBL21

LIVRO COMPLICADO?...............24

MINHA IGREJA NÃO VALORIZA A ESCOLA DOMINICAL ............... 25

CONQUISTE O PASTOR..............26

CONSCIENTIZE OS PAIS............26

BUSQUE A JUVENTUDE............27

MOTIVE OS PROFESSORES......27

PROMOVA A ESCOLA DO28

TEMPO DE CRESCER..................28

QUE MAIS POSSO FAZER COM A MINHA CLASSE? ............................ 29

CARACTERÍSTICAS EVANGELIZADORAS...........................................................29

EXPERIMENTANDO A EVANGELIZAÇÃO..............................................30

EXPANDINDO MISSÕES............31

NA ASSISTÊNCIA SOCIAL.........32

CRESCENDO NA COMUNHÃO E NA ORAÇÃO.......................................32

MOBILIZANDO PARA O SE33

O QUE NÃO POSSO FAZER COM MINHA CLASSE.................................33

ACABOU A AULA, E AGORA? ....... 35

A DIMENSÃO DO COMPORTAMENTO .....................................................35

A DIMENSÃO DO CONHECIMENTO .........................................................36

A DIMENSÃO DA FRATER36

QUEM SÃO OS MEUS ALUNOS? .. 38

QUEM SÃO SEUS ALUNOS?......40

AFINAL, QUE TIPO DE PROFESSOR EU SOU? ....................................... 41

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O PROFESSOR PARTEIRO..........41

PROFESSORES QUE SABEM COMO ENSINAR.........................................42

PROFESSORES QUE SABEM O QUE ENSINAR........................................42

TREINAMENTO DIRECIONAD43

FORMULÁRIO DE AUTO-IDENTIFICAÇÃO DO PROFESSOR.................43

AUTOTREINAMENTO................43

NA ERA DA INFORMAÇÃO.......44

SENDO RESPONSÁVEL..............47

OBJETIVANDO A GLÓRIA DE DEUS..........................................................47

GRATIDÃO....................................47

ANEXOS ............................................ 49

OS DEZ MANDAMENTOS DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL....49

PLANO DE SALVAÇÃO.......................................50

BIBLIOTECA BÁSICA DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL..........51

BIBLIOGRAFIA ................................ 53

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BATEU O SINAL, ACABOU A AULA!

Como planejar com eficácia sua aula

Se é ensinar, haja dedicação ao ensino (Rm 12.7b).

Quase todos nós já passamos pela experiência de ver um professor da Escola

Dominical ser surpreendido pelo soar do sinal anunciando o término da aula. Muitos

são os professores e alunos que vivem se queixando do pouco tempo reservado para

o estudo em classe. Alguns professores chegam dizer, frustrados, que a aula

terminou exatamente quando começava a tratar da melhor parte do seu conteúdo.

A questão não é falta de tempo e sim de planejamento. Quando não há

planejamento da aula, não importa o tempo a ela reservado, tudo sairá

atabalhoadamente dando a impressão de que está faltando algo. Quando existe

planejamento, mesmo que o tempo seja curto, haverá produtividade e satisfação na

aula dada. O problema não é o tempo, reafirmo, mas o planejamento.

O planejamento de uma aula para a Escola Dominical deve levar em

consideração vários fatores.

Vamos examiná-los.

O CONTEÚDO

Trata-se do que será ensinado. A resposta a algumas perguntas nos informa qual

o conteúdo de uma lição: Qual o principal ensinamento da lição a ser estudada?

Quais são as principais informações a serem transmitidas e que relação têm com o

ensinamento principal? Qual a relação com a lição da semana anterior? A definição

clara do conteúdo vai ajudar o professor a se manter fiel ao desenvolvimento de sua

aula.

É triste quando um professor entra na classe sem ter a nítida compreensão do

conteúdo da aula que vai dar. Tenho ouvido relatos de professores que sequer

sabiam o assunto da lição, no momento em que iam aplicá-la. São os improvisadores

que se iludem, iludem a outros e prestam um desserviço à causa do ensino das

Escrituras em nossas igrejas. O professor precisa saber em profundidade o conteúdo

que pretende ensinar aos seus alunos.

Toda lição tem um ensinamento principal, naturalmente que deste emanam

outros que, mesmo secundários, são também importantes e necessários. A

transmissão e assimilação desses ensinamentos são imprescindíveis numa aula. O

professor há que identificar no estudo do texto bíblico da lição, e na própria lição,

quais são os ensinamentos secundários e qual é o principal. Ao fazê-lo encontrará o

conteúdo de sua aula. Encontrado o conteúdo, terá achado o caminho por onde

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deverá se conduzir durante a aula. Ao se conduzir por ele assegurará o êxito de sua

docência.

O conteúdo é o primeiro fator a ser levado em conta no planejamento da aula. A

clara compreensão do conteúdo exigirá esforço e concentração do professor. Ainda

neste livro daremos algumas dicas sobre como estudar um texto da Bíblia, identificar

conteúdos e extrair ensinamentos das Escrituras e contextualizá-los aos nossos dias.

EXTENSÃO E TEMPO

O professor, ciente do conteúdo, já tem uma idéia da quantidade de informações

e de ensinamentos que precisará transmitir. Necessitará fazer um trabalho de seleção

de conteúdo, priorizando as informações e ensinamentos que se harmonizem de

forma mais plena com a mensagem principal a ser transmitida. O professor

estabelecerá uma relação entre a quantidade de informações e de ensinamentos

práticos com o tempo disponível para que os mesmos sejam transmitidos. Feito isto,

determinará em seu planejamento prévio quanto tempo usará para cada parte da aula.

Este planejamento é de suma importância para não se cair no erro de usar muito

tempo com um determinado aspecto da lição em detrimento de outros.

Aconselhamos, de modo geral, a seguinte distribuição do tempo de uma lição:

Abertura (5%)

Ao começar a aula, o professor poderá conceder à classe um momento, breve, de

confraternização. É a hora dos alunos se cumprimentarem, de se apresentar os

visitantes e de se fazer uma ou outra comunicação de interesse da classe. É uma

espécie de quebra gelo, muito importante para o início de uma aula.

Introdução (10%)

O professor vai estabelecer a relação entre o que vai ser e o que foi estudado na

semana anterior.

Buscará atrair a atenção e o interesse dos alunos pelo que será ensinado. Na

introdução devem ficar bem claros os alvos da aula em termos de lições a serem

ensinadas e informações a serem transmitidas. É este o momento, logo no início da

aula, em que professor e alunos devem se colocar diante de Deus para, em oração,

pedir a bênção da sabedoria e do discernimento espiritual para o estudo da sua

Palavra.

É preciso se valer de muita criatividade na introdução da aula. Fatos

contemporâneos, notícias de jornais, ilustrações e experiências constituem excelente

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material para a introdução de uma boa aula na Escola Dominical. Costumamos

comparar a introdução de uma aula com o lançamento de um foguete.

Dizem os entendidos que nos primeiros minutos após o lançamento de um

foguete, os cientistas já são capazes de prever o sucesso ou fracasso de uma

expedição espacial. As coisas são mais ou menos assim com a aula da Escola

Dominical, se o professor não conseguir captar a atenção dos seus alunos e deixar

claro para eles o que vai ser ensinado na introdução da aula, não conseguirá fazê-lo

mais.

Interpretação (30%)

A preocupação do professor é com a transmissão de informações e dados que

auxiliarão o aluno na interpretação do texto bíblico em estudo. Neste momento, a

palavra é quase totalmente de uso do professor; eventualmente, um aluno pode

oferecer contribuição, porém, o pressuposto é de que o professor está preparado para

oferecer aos seus alunos as informações de que se valerão para a clara compreensão

do texto bíblico.

Mais adiante ofereceremos maiores informações sobre como interpretar a Bíblia,

importando agora tão-somente conscientizar o leitor para o fato de que, em sala de

aula, precisará reservar pelo menos 30% do tempo disponível para o estudo e fiel

interpretação da Palavra de Deus.

Vivemos numa época quando muitas pessoas têm se lançado na tarefa de ensinar

a Bíblia, e isso no rádio, na televisão etc, sem dar a merecida atenção à interpretação

da Palavra. Aí, abre-se espaço para verdadeiras aventuras hermenêuticas onde

absurdos são apresentados como verdades bíblicas.

Os alunos da Escola Dominical precisarão ser alcançados com argumentação

bíblica consistente para que as verdades da Palavra de Deus sejam enraizadas em

suas vidas, o que só será possível mediante interpretação sadia e profunda das

Escrituras.

Aplicação (40%)

Uma vez bem interpretado, o texto bíblico oferecerá princípios e ensinamentos

que deverão ser aplicados à vida dos alunos. Caso contrário, o objetivo principal da

Escola Dominical ficará por ser atingido e não haverá aprendizado real das

Escrituras, logo não acontecerão mudanças na vida dos alunos.

Se um aluno, após uma aula na classe, não se sente estimulado a mudar aspectos

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de sua vida para que eles se harmonizem com as Escrituras, certamente a aula não

logrou êxito.

O resultado de uma boa interpretação é o surgimento de princípios, lições e

ensinamentos que, uma vez levados em consideração, provocarão mudanças na vida

daqueles que a eles se submetem. Tais princípios precisam ser clarificados e

expostos para que os alunos deles se apropriem. Uma aula sem aplicação é como se

uma pessoa fosse ao médico, recebesse a receita, mas não fosse instruída sobre como

usar os medicamentos. É tarefa precípua do professor orientar seus alunos na

aplicação das verdades bíblicas.

Aplicando as verdades bíblicas à vida dos seus alunos, o professor estará

construindo uma ponte entre o mundo da Bíblia e o mundo de hoje. Ora, é preciso

levar em conta que estamos distantes, geográfica, cultural e cronologicamente do

mundo da Bíblia, razão pela qual precisamos interpretar corretamente seu texto e

aplicar coerentemente as verdades dele extraídas à vida dos alunos. Sem aplicação a

aula torna-se somente informativa, sem relevância prática, sem vida. Ao término de

uma aula na Escola Dominical, o aluno deverá ter uma noção clara sobre como

colocar em prática em sua vida as verdades aprendidas.

No momento da aplicação é muito importante a participação dos alunos, dando

opiniões, compartilhando experiências e oferecendo subsídios para a cor-reta

aplicação das verdades aprendidas à vida dos colegas de classe. O professor deverá

tomar cuidado e ser muito ágil no comando dos debates para evitar que apenas um

ou dois alunos monopolizem o uso da palavra. O ideal é que o professor oriente a

participação dos alunos, possibilitando inclusive que aqueles mais tímidos e

reservados expressem suas idéias e opiniões.

O resultado da participação dos alunos constitui farto enriquecimento da aula,

especialmente no seu aspecto prático. Com cautela, o professor não pode prescindir

da participação dos alunos na construção da aula. Uma opinião ou uma experiência

pode ensejar uma situação de ensino, propiciando muita edificação e aprendizado.

Conclusão (15%)

Ao terminar a aula, o professor precisa recapitular com os alunos as principais

informações transmitidas e repassar os ensinamentos aprendidos. A lição principal

do texto precisará ser repassada, enfatizada e ilustrada.

Não pode haver uso desproporcional do tempo nas partes anteriores da aula, sob

pena de se prejudicar a conclusão. A conclusão é o momento de fechar as idéias,

ratificar princípios, confirmar doutrinas e homologar atitudes e comportamentos.

Uma boa conclusão não pode ser feita apressada ou superficialmente, sob o risco de

se comprometer toda a aula. Uma conclusão bem feita há de motivar o aluno a

prosseguir no estudo das Escrituras. Ao concluir a aula, o professor precisa dar um

tempo para que os alunos orem a Deus.

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E um momento de comunhão e edificação espiritual, quando os alunos

conversam com Deus acerca de suas vidas nos aspectos tocados pelo estudo da sua

Palavra.

Abertura

5%

Conclusão

15%

Interpretação

30%

Aplicação

40%

Introdução

10%

Diagrama da distribuição do tempo de uma aula na Escola Dominical.

ESTRATÉGIA DIDÁTICA

Para cada etapa da aula, o professor precisa planejar uma estratégia didática.

Mais tarde vamos tratar de alguns métodos de ensino, mas agora precisamos deixar

claro que, na introdução, interpretação, aplicação e conclusão o professor deverá

valer-se de estratégias que auxiliem e garantam o êxito de cada etapa da aula.

Novamente, o professor deve se fazer algumas perguntas que lhe servirão de norte:

Qual é a melhor maneira de introduzir esta aula?; Como posso interpretar de maneira

interessante e atraente este texto com a classe?; Que tipo de aplicação seria mais

eficaz para esta aula?; Como concluir com eficácia a minha aula? São perguntas

como estas que poderão ajudar o professor na seleção de suas estratégias didáticas.

Quando não se define eficazmente as estratégias didáticas, corre-se o risco da aula

ficar chata e desmotivar o aluno. É possível que excelentes aulas tenham naufragado

exatamente pela negligência do aspecto didático. Assim, ao planejar sua aula, o

professor precisa pensar com antecedência sobre como vai agir em cada etapa. A

mesmice e a falta de criatividade didática podem pôr a perder todo um trabalho sério

de interpretação bíblica. O professor precisará, no entanto, prevenir-se da tentação

de variar metodologia apenas por variar, sem que haja harmonia entre o método

didático e o tipo de ensino a ser ministrado. É preciso haver planejamento para que

tudo seja bem pensado antes de ser executado.

TOCOU O SINAL...

De posse dessas informações, o professor deverá planejar suas aulas na Escola

Dominical. Não planejar é menosprezar o ensino das Escrituras e, ao mesmo tempo,

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demonstrar desprezo para como a tarefa do ensino. Não planejar é desrespeitar os

alunos que depositam confiança no zelo do seu professor.

Não planejar é trair a confiança da própria igreja que delegou ao professor tão

sublime tarefa: a do ensino.

Comparecer diante de uma classe de Escola Dominical sem um planejamento

sério e bem elaborado é algo de que o professor deve fugir, pois como fiel

cumpridor do seu dever leva em consideração o que o Apóstolo Paulo escreveu aos

romanos: "se é ensinar, haja dedicação ao ensino" (Rm 12.7b).

Planejando com dedicação suas aulas, o professor sentirá em sua própria vida as

bênçãos de realizar um trabalho para o Senhor, com a alegria de o estar fazendo com

o melhor de si, explorando ao máximo suas potencialidades e sua criatividade. O

professor verá no contato com os seus alunos, ao constatar o crescente interesse

deles pela Palavra de Deus, a retribuição por realizar o ministério do ensino da

Bíblia com amor, esforço e responsabilidade.

E quando tocar o sinal alertando para o final de sua aula, não haverá mais

surpresas. Todos já estarão prontos para saírem da sala e, se for o caso, dirigir-se ao

santuário para prestar culto a Deus. Os alunos sairão instruídos e alimentados por

uma aula que lhes trouxe ricos e importantes ensinamentos, nos quais procurarão

pautar seus passos dia após dia. Tocou o sinal, acabou a aula... começou a prova.

QUE ASSUNTO DIFÍCIL!

Como preparar-se adequadamente para ensinar as Escrituras

Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite

(Salmo 1.2).

Planejar uma aula é uma coisa, preparar-se para ministrá-la é outra. Um

planejamento, por melhor que seja, não significará nada se não for executado por

alguém preparado para tal. Tão grave quanto não ter um planejamento adequado

para uma aula, é não estar devidamente preparado para ministrá-la. Neste capítulo

nós vamos caminhar pela estrada da preparação para a aula. Vamos compartilhar

idéias que visarão ajudar o professor da Escola Dominical a preparar-se

consistentemente para enfrentar a classe na hora da aula.

Para um professor bem preparado, com uma aula bem planejada, não existe

assunto difícil. No decorrer de sua preparação, as dúvidas vão se desfazendo, as

dificuldades vão se resolvendo e a luz da

Palavra de Deus vai iluminando o ser humano humilde e submisso ao Pai,

chamado professor.

Muitos dos que estão alistados na sublime categoria de professor da Escola

Dominical deixam para a última hora o preparo da lição e o seu próprio para o

ensino. Erram por subestimar a função que abraçaram c por superestimar a própria

capacidade intelectual. Quando termina uma aula, o professor já deve estar

envolvido no preparo da próxima. Jamais o professor deve deixar os dias passarem e

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acumular trabalho para a véspera da aula. Os que deixam tudo para cima da hora,

além de nunca realizarem um trabalho sério e relevante, podem ser surpreendidos

com imprevistos que os empurrarão para a sala de aula sem qualquer preparo prévio.

O professor previdente e organizado administrará seu tempo semanal de modo a

conduzir bem seu preparo para a aula, o que assegurará a eficácia de sua atuação em

classe.

Os seguintes aspectos devem ser levados em conta quando refletimos sobre o

preparo adequado do professor para o ensino das Escrituras:

PREPARO ESPIRITUAL

Este é o primeiro aspecto a ser considerado. Na Escola Dominical, o mais

importante não é tanto na destreza acadêmica, conquanto necessária, mas sim o

preparo espiritual. A piedade e devoção do professor precisam encabeçar a lista de

suas virtudes, Realmente, à frente de uma classe precisa estar um verdadeiro crente

em Jesus Cristo, alguém, objeto de uma experiência pessoal de conversão e em

pleno processo de santificação. A responsabilidade de ensinar a Palavra impele a

liderança da igreja a escalar como professores apenas crentes fiéis e detentores de

um testemunho vivo do Evangelho.

Ser professor da Escola Dominical não é uma profissão, mas uma vocação, um

serviço prestado ao Rei dos reis, uma oferenda, um gesto de adoração. Não basta,

portanto, saber a lição ou dominar as técnicas de ensino; é necessário saber o

caminho da cruz e ter coragem para chegar-se aos pés de Jesus em oração, dia após

dia. O professor é, antes de tudo, um adorador e um servo dependente em tudo do

seu Senhor.

Sem dúvida que a oração[1] deve ser parte da vida diária do professor. Serve

muito bem para o professor a oração do salmista: "Desvenda os meus olhos, para

que eu veja as maravilhas da tua lei".

(Salmo 119.18). Ao proferi-la, o professor expressa diante de Deus o

reconhecimento de sua incapacidade de entender a Palavra de Deus sem o seu

auxílio. Através de uma vida de oração e constante busca da vontade de Deus, o

professor encontra na Palavra Santa, que estuda e ensina, verdades que mudarão a

vida de seus alunos e a sua própria. Vale lembrar, porém, que a oração não substitui

o trabalho do professor. Muitos pensam que tudo que precisam fazer é orar. Assim,

cruzam os braços e esperam, inocentemente, que Deus se encarregue de tudo o mais.

Cabem bem aqui as palavras de Inácio de Loyola: "Ore, como se você não contasse

consigo mesmo. Trabalhe como se você não contasse com Deus".[2]

1 - Para uma visão mais aprofundada sobre oração, ver TIPPIT Sammy. O Fator Oração. Rio de Janeiro: Juerp,

1990, 156p 2 - LOYOLA, Inácio de. Citado por GARAUDY, Roger. Minha jornada Solitária pelo Século. Rio de Janeiro: Nova

Fronteira, I 996, 298p

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O professor vai a Deus em oração rogando unção e sabedoria para o

entendimento das Escrituras e o discernimento para o seu ensino. E muito

importante que os alunos vejam no professor uma pessoa de oração e aprendam a

orar motivados por sua vida e postura.

Ao lado da oração está o estudo da Palavra de Deus. Tratamos aqui do estudo

devocional, quando o professor busca alimento para si próprio. Neste momento, o

professor se identifica como aluno do supremo mestre. Vai à fonte das águas

tranqüilas para ter a sede do Altíssimo diminuída (SI 42.1,2).

Em comunhão com a Palavra de Deus, o professor abastece seu coração e supre

sua fome saciando-se nas promessas do Livro Santo.

Cada dia vivendo em comunhão com a Palavra de Deus, declarando com a vida

seu amor por ela (SI 119.97), o professor vai enchendo suas entranhas (Ez 3.1) dos

ensinamentos eternos e vivos, que ficarão para sempre marcados em seu coração.

Assim, o professor torna-se firme e constante, verdadeiro depositário das verdades

divinas, fiel guardião da sã doutrina.

O professor piedoso e fiel há de receber sua recompensa. Ao ver seus alunos

amadurecendo na fé, transformando-se em homens e mulheres de Deus,

cooperadores incansáveis na luta do Reino de Deus, até mesmo obreiros e ministros

lutando no exército do Senhor; o professor notará que Deus o está recompensando

por sua fidelidade e dedicação.

Espiritualmente, o preparo do professor da Escola Dominical ainda é burilado

pelo exercício fiel de sua mordomia e pelo serviço que presta à causa do Evangelho.

É nossa opinião que para estar à frente de uma classe onde a Bíblia é ensinada o

crente precisa ser um fiel dizimista, cumprindo com alegria as orientações da

Palavra que deseja ensinar aos seus alunos.

Crentes que ainda não são fiéis mordomos do Senhor não podem exercer

qualquer função de liderança na igreja de Deus, precisam antes corrigir seus

descaminhos e descobrir a bênção da fidelidade. O serviço cristão, outra dimensão

deste burilar sereno do preparo espiritual do professor, significa engajamento na

obra da igreja, presença, participação. Aqui vai mais uma exortação a crentes que,

por serem professores da Escola Dominical, acham-se dispensados do evangelismo,

da ação social, da adoração etc. Tal pensamento peca por querer departamentalizar o

compromisso do crente com Deus e sua obra, além de não encontrar respaldo nas

Escrituras.

PREPARO BÍBLICO

Espiritualmente preparado, o professor vai buscar o preparo bíblico adequado à

aula que pretende ministrar. Não deve se contentar com uma ligeira leitura do texto

da revista ou de um comentário bíblico, mas aventurar-se por um mergulho profundo

nas Escrituras.

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No preparo de uma aula para a Escola Dominical, o professor precisa levar em

conta os seguintes passos:

1. Ler várias vezes o texto bíblico

Leia o texto até que o sentido e as principais idéias do mesmo esteiam bem claras

em sua mente.

Uma boa coisa é ler o texto em diferentes versões da Bíblia. Embora não haja

diferenças quanto ao sentido, há versões que optam por palavras que, eventualmente,

podem ser mais familiares ao professor.

Às vezes uma versão é mais feliz do que outra na escolha de algumas palavras e

expressões. Por exemplo, comparando o texto de Colossenses 3.21 na versão

revisada da tradução de João Ferreira de Almeida com a versão do Padre.

Matos Soares, temos o seguinte:

"Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados"

(Almeida – Versão Revisada).

"Pais, não provoqueis à indignação a vossos filhos, para que não se tornem

pusilânimes" (Matos Soares).

Note como a comparação das duas versões ajuda na compreensão e enriquece o

entendimento da orientação paulina. Se o professor fizer o mesmo com três ou

quatro versões diferentes, verá resultado ainda maior em termos de entendimento

dos textos bíblicos.

As paráfrases[3] também são muitos úteis para ajudar na compreensão das

passagens bíblicas, embora tenhamos de com elas tomar cuidado, posto que a

preocupação do texto parafraseado não é com a tradução fiel, mas sim com a

popularização.

2. Usar material de consulta disponível

Para tirar dúvidas com relação a palavras, expressões, localidades, pessoas etc, o

professor deve lançar mão do material de consulta que estiver à disposição:

3 - Paráfrase é a tradução livre ou desenvolvida de um texto. Refere-se aqui a inúmeras traduções da Bíblia que não

seguem a rigidez de uma tradução literal ou clássica. O sentido é preservado numa tentativa de tornar o texto mais claro

ao leitor mais simples.

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dicionários[4], concordâncias[5], comentários[6] e manuais[7] bíblicos, que, uma vez

consultados poderão ajudar muito. São livros elaborados por especialistas e só

podem ser úteis ao professor. Um bom dicionário da língua portuguesa também é

indispensável para a compreensão segura da leitura.

Só para exemplificar a importância de manuais bíblicos verificamos em João

4.3,4 que Jesus

"deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galiléia. E era necessário passar por

Samária". Para descobrir por que era necessário que Jesus passasse por Samária,

basta procurar num manual bíblico o mapa da Palestina nos tempos de Jesus. O

professor estudioso entenderá que o texto faz referência à geografia da Palestina. Ele

verá que estando na judéia (Sul) e desejando voltar para a Galiléia (Norte) precisará

atravessar Samária (Centro). Observe como uma simples consulta a um material de

pesquisa acrescenta informações que certamente elucidarão o texto e seu significado

para os alunos.

3. "Bombardear" o texto com perguntas

Identifique promessas, ordens, mandamentos, princípios, doutrinas, orientações e

lições no texto em estudo. Cada leitura pode ser feita tendo o professor, disponível,

uma folha de papel em branco, para que anote todas as suas observações sobre o

texto, inclusive dúvidas e inquietações. O material de consulta, e aqui entram as

revistas da Escola Dominical (as edições para professores, suplementos etc), ajudará

o professor a confirmar ou não suas observações (às vezes não entendemos bem o

que lemos) e também a sanar todas as suas dúvidas com relação ao texto bíblico em

estudo. O importante é que o professor se antecipe o quanto puder a qualquer dúvida

que poderá surgir em sala de aula. Caso não consiga, por si só, dirimir alguma

dúvida, o professor deve procurar a ajuda de alguém mais bem preparado como o

pastor ou um professor mais experiente, para que não fique, ele mesmo, sem

entender algo do texto que vai ensinar.

No entanto, mesmo com toda pesquisa e tendo procurado antecipar-se a qualquer

questão sobre o texto, o professor pode ser surpreendido por uma pergunta sobre a

qual não havia pensado ainda. Quando isso acontecer, a melhor coisa a fazer é ser

humilde e comprometer-se com a classe em trazer uma palavra sobre o assunto na

próxima aula. Agindo assim, o professor demonstrará seriedade e responsabilidade

4 - A propósito, indicamos DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1980, 660p. e também

DOUGLAS, J.D. (Editor Organizador). O Dicionário da Bíblia 2 vol., São Paulo: Vida Nova, 1983. 5 - A concordância mais completa em português é a Concordância Bíblica. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil,

1975, 1.101p. 6 - Merecem indicação o Comentário Bíblico Broadman, da Juerp; os comentários da Série Cultura Bíblica, da

Mundo

Cristão e Vida Nova; e os comentários do Antigo Testamento de António Neves de Mesquita, publicados pela

Juerp. 7 - Sugerimos aqui HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. 2 vol., São Paulo: Vida Nova.

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para com o seu ministério, além de lembrar a seus alunos, que em matéria de Bíblia,

na prática, todos estamos sempre aprendendo.

É certo, porém, que se o professor for dedicado e zeloso, pesquisador incansável

da Palavra de

Deus, raramente estará em dificuldades diante de sua classe. Mostra a

experiência que ao se descuidar da pesquisa muitos professores da Escola Dominical

acabam por cair no descrédito diante dos seus alunos, inviabilizando assim sua

continuidade na docência cristã.

4. Fazer um esboço detalhado do texto

Depois de ler o texto várias vezes e de estudá-lo em profundidade, o professor

está pronto para esboçá-lo de forma detalhada e seqüencial. Divida-o em partes,

decida o que vai ser ensinado em cada tópico, dimensione à luz das informações do

capítulo anterior cada etapa da sua aula.

Ao fazer um esboço, o professor estará criando um esquema que o auxiliará na

exposição de seu texto. No esboço, o professor conta com considerável material,

produto de sua pesquisa. Estará ainda estruturando, mesmo que incipientemente, o

conteúdo de sua aula.

5. Alistar as lições mais importantes do seu texto

No decorrer do seu estudo, o professor deve ir anotando ensinamentos práticos

que se constituirão em material para o momento da aplicação do texto bíblico

durante a aula.[8] Aqui o professor deverá pensar em seus alunos, na realidade de

vida deles. Cada texto da Bíblia está eivado de lições preciosas para nossas vidas, a

questão é tão-somente identificá-las e pinçá-las para posterior utilização.

Uma coisa muito importante a ser salientada é o fato de que as principais e mais

agudas lições de um texto não estão em sua superfície, mas em sua profundeza.

Quanto mais profundo for o mergulho, mais perto dos tesouros estará o professor.

Muitos erram e ficam embevecidos com algumas verdades da superfície, se bastam

com elas e partem para compartilhá-las, sem o devido aprofundamento. As maiores

bênçãos do estudo da Bíblia se encontram, quais tesouros há muito submersos, lá no

fundo, exigindo tempo, paciência e coragem por parte de quem quer conquistá-los.

O professor da Escola Dominical precisa ser apaixonado pela Bíblia, deve

experimentar dia-a-dia o que o salmista chama de ter prazer na lei do Senhor (SI

1.2). Este prazer se dá, em toda a sua plenitude, quando o professor se descobre

como um mergulhador a desvendar os mistérios e as maravilhas da Palavra eterna de

Deus.

Recorde os passos para um preparo bíblico eficaz: Ler várias vezes o texto Usar

8 - Veja, no primeiro capítulo, o tópico intitulado ‘Aplicação’.

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material de consulta Fazer perguntas ao texto Fazer um esboço detalhado do texto

Alistar as lições mais importantes

PREPARO DIDÁTICO

Espiritual e biblicamente preparado, o professor vai agora se organizar

didaticamente. Ele precisa escolher que método usará e de quais recursos didáticos

necessitará. Neste ponto, é muito importante que o professor se utilize, com

criatividade, dos recursos disponíveis para que a aula não caia na monotonia nem se

torne repetitiva e desestimulante.

Eis alguns dos recursos didáticos de que o professor pode fazer uso para tornar

sua aula mais atrativa e interessante:

Quadro-negro

Talvez o mais comum entre os recursos didáticos disponíveis. Muitas vezes,

porém, o professor leciona como se o quadro-negro não estivesse na sala. O quadro-

negro pode ser usado para anotações de esboços da aula, exposição de tabelas,

explicações ligeiras etc. Um bom conselho para a utilização do quadro-negro: o

professor deverá chegar mais cedo a fim de escrever com antecedência as

informações que precisará expor aos alunos. Haverá, com isso, economia de tempo

durante a aula. O uso adequado do quadro-negro, inclusive usando giz colorido, já

constitui excelente instrumento de motivação. O quadro apela para o visual do

aluno, colocando em ação, portanto, um segundo sentido, e reforçando as chances de

aprendizagem.

Álbum seriado

Trata-se de um instrumento didático de largo uso, tanto pela simplicidade de sua

confecção, quanto pela praticidade de seu uso. Nele, o professor pode colocar,

página a página, esboços, ilustrações, mapas, figuras etc, ou seja, todo o material

necessário para a aula. Se bem confeccionado, com tamanho razoável, possibilitando

a visão para todos, com criatividade no uso das cores e no humor das ilustrações, o

álbum seriado se torna um poderoso recurso didático para o professor.

Flanelógrafo

De uso mais difundido entre os professores de crianças, é muito apropriado para

ajudar no aprendizado dos alunos. Figuras previamente selecionadas são colocadas

num painel. Funciona excelentemente nas narrativas bíblicas e nas estórias infantis.

O painel pode funcionar como um cenário que vai recebendo os personagens à

medida que se desenrola a narrativa.

Retroprojetor

Tem seu uso limitado a ambientes passíveis de serem escurecidos. É uma espécie

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de álbum seriado elétrico. As transparências precisam ser bem preparadas para

serem exibidas. O uso do retroprojetor exige o trabalho de um auxiliar devidamente

treinado para colocar e retirar as transparências, seguindo a orientação do professor.

Outros recursos

Além dos descritos acima, que são os mais comuns, há também outros

equipamentos que a cada dia vão sendo mais difundidos no meio escolar. Do

projetor de slides ao microcomputador, passando pelo videocassete e o quadro de

tiras, muitos são os recursos modernos que estão à disposição das igrejas e dos

professores. O importante, no entanto, é que o professor esteja sempre aberto para

usar, na medida do possível, os recursos disponíveis.

Valendo-se desses recursos e de outros que o professor conheça, a aula terá

sempre atrativos interessantes, será um estímulo para os alunos e um incentivo para

que eles aprendam com maior eficácia a Palavra de Deus. Vale a pena investir em

equipamentos didáticos. É uma benção quando a igreja tem a visão de aparelhar-se

da melhor maneira para viabilizar um ensino de boa qualidade na Escola Dominical.

No entanto, o preparo didático não pára na seleção e no uso dos equipamentos, é

necessário que o professor pense no método que vai usar em aula. Sem desejar a

perfeição técnica, alistaremos alguns métodos [9] de ensino que julgamos bem

apropriados para uma classe de Escola Dominical.

Palestra ou exposição

Este método vem dos primórdios da atividade docente. Nele o professor expõe o

conteúdo a ser aprendido pelos alunos. É um método muito criticado por vários

motivos: a participação dos alunos é pequena, há tendência à massificação da classe

e conseqüente desconsideração das diferenças individuais, há criação de barreiras

que impedem os alunos de tirarem dúvidas e contribuírem na construção do

aprendizado coletivo etc. É realmente um método muito antipatizado, especialmente

nos tempos em que vivemos, quando não se aceita mais posturas verticalizadas nem

detentores absolutos da verdade.

Nossa época exige que busquemos métodos e estratégias mais participativas. Há

a necessidade de se construir o aprendizado a partir da realidade de vida do aluno, e

para isso é importante o uso de métodos menos restritivos. No entanto, a palestra,

conquanto criticada e até rejeitada, pode se constituir num método aceitável, desde

que se mescle com outros e seja usada com perícia e maestria. Quando uma

exposição é apresentada de forma criativa e elucidativa, é apreciada e até aplaudida.

9 - Ver COLEMAN, Jr., Lucien E. Como Ensinar a Bíblia. 2a. ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1989, 202p. Ver

também FORD, Leroy. Planejamento do Ensino e Treinamento. Rio de Janeiro: Juerp, 1990, I27p. Ainda HENDRICKS,

Howard. Ensinando para Transformar Vidas. Belo Horizonte: Betânia, 1991, I43p. E outros livros constantes das

referências bibliográficas, ao final deste livro.

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O que não pode ocorrer de forma alguma é aquele tipo de palestra em que o

professor monopoliza o tempo sem dar oportunidade aos alunos de participarem.

Discussão

E talvez o método que mais tenha a ver com a natureza humana. Falar e

expressar seu ponto de vista é característica inerente a qualquer pessoa. Este método

consiste na apresentação de uma situação problema que será discutida por todo o

grupo na busca de uma solução. Não se trata de debate, mas de esforço conjunto

para a solução de um problema apresentado. Para que aconteça uma boa discussão, o

problema apresentado deve ser do interesse dos alunos, assim eles estarão

naturalmente motivados a emprestarem sua colaboração. A atitude do professor na

discussão deve ser mais no sentido de estimular a participação de todos e lembrar

que é fundamental o respeito às opiniões alheias. O professor observará os alunos

que não estão participando e oferecerá informações norteadoras e elucidativas para

ajudá-los no rumo da discussão.

Neste método um assunto é anunciado, definido e discutido. Depois as soluções

possíveis serão alistadas e se constituirão em alvo das reflexões e avaliações da

classe, agora com uma participação mais presente, embora não coercitiva, do

professor. Segue-se, então, a decisão final e a formulação de planos de ação.

O professor assume uma posição estratégica neste método. Se ele não souber se

comportar, agindo e interagindo com a classe, especialmente em momentos de

definições de rumo, pode-se chegar ao final da aula sem conclusão alguma

formulada acerca do problema proposto ou, o que é ainda pior, com um consenso

formado em torno de uma postura equivocada com relação ao problema. Para evitar

tal catástrofe, o professor há de organizar bem a aula, cronometrá-la e gerenciá-la

para que os resultados sejam satisfatórios.

Discussão em grupos

Difere do método anterior pelo fato de a discussão se processar em pequenos

grupos formados pelos alunos da classe. A filosofia é a mesma da do método

anterior, mas sua execução é diferente. Aqui aspectos diferentes de uma mesma

situação-problema são distribuídos para grupos menores discutirem.

Cada grupo terá um relator que anotará as decisões finais do mesmo, a fim de

prestar relatório para a classe. O relator também se responsabilizará por controlar o

tempo da discussão para não prejudicar as demais etapas do trabalho de cada grupo,

quais sejam: a identificação de possíveis soluções, a avaliação e a decisão final.

O tempo precisa ser bem administrado para se evitar ações precipitadas na

construção dos relatórios. Também o assunto dado precisa ser compatível com o

tempo designado. Cada grupo prestará seu relatório e a classe toda poderá apreciá-

los e ir somando aspecto por aspecto da situação-problema apresentada.

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Na utilização deste método, o professor circula de grupo em grupo tentando

ajudar com informações e orientações. Ele precisa monitorar bem o tempo e ajudar

os relatores dos grupos no momento da apresentação de seus relatórios. Assim, ao

final da aula, com a participação de todos, se verificará um substancial aprendizado

e amadurecimento dos alunos e do professor.

Outros métodos

Além dos métodos já expostos, existem vários outros que podem ser utilizados

nas classes da Escola Dominical. Há o de perguntas, que consiste na elaboração

prévia de perguntas que aguçarão a curiosidade intelectual dos alunos; o de debate,

que é a troca de opiniões em torno de um determinado tópico de estudo; a

dramatização é outro método que visa instigar os alunos a vivenciarem a realidade

do texto de forma mais intensa e se envolverem com a trama do mesmo etc.

O professor deverá escolher qual método é o mais apropriado para o tipo de lição

que irá ensinar, bem como qual se aplicaria com maior eficácia à natureza da sua

classe. É muito importante que o professor use variados métodos até identificar

aqueles que melhor se adaptam a seus alunos, motivando-os pesquisa e ao estudo da

Palavra de Deus.

Ainda existe a possibilidade de o professor mesclar vários métodos, usando-os

em momentos diferentes da aula, ou mesmo valendo-se de porções de um e de outro

para o melhor desenvolvimento da sua aula. O que não pode ocorrer é uma aula sem

método algum, pois a tendência nesses casos é uma perda de tempo enorme até que

a própria classe organize um método próprio, que nem sempre satisfará plenamente

as exigências da aula. Ter um método é escolher um caminho e sem um caminho

claramente definido é difícil chegar-se a algum lugar.

QUE GENTE DESINTERESSADA!

Como motivar seus alunos a se envolverem com o estudo da Bíblia

Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque,

fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem (1 Tm 4.16).

Os professores reclamam muito da falta de interesse dos alunos com as aulas da

Escola Dominical. Na verdade, há também bastante reclamação dos alunos sobre a

qualidade das aulas de seus professores. Parece que está faltando motivação para que

os alunos sintam vontade de frequentar o estudo em classe.

Não vamos aqui entrar no velho debate sobre a origem e a influência da

motivação no aprendizado, mas pretendemos oferecer algumas sugestões aos

professores de atitudes e procedimentos que podem contribuir para o despertamento

e o aumento do interesse dos alunos pelo estudo da Palavra de Deus nas classes da

Escola Dominical. Nossa tese é de que há algo que o professor pode fazer, existe

uma contribuição dele para acender ou reacender a chama do interesse dos alunos

pelo estudo da Bíblia. Vejamos, então, como um professor pode cooperar para que a

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experiência de estudar a Bíblia nas classes da Escola Dominical seja gratificante e

positiva para a vida dos alunos.

LEVE A SÉRIO O ESTUDO DA BÍBLIA

Quando um professor estuda a Bíblia com seriedade, o que implica fazê-lo em

profundidade, os alunos sentem o impacto e os efeitos disso durante a aula. Ao

notarem que o seu professor se aprofundou no estudo do texto bíblico a fim de se

preparar para lhes ensinar, os alunos, naturalmente, valorizam e se sentem

motivados a se dedicar mais ao estudo da Palavra de Deus. Por outro lado, ao

notarem superficialidade em seu professor, os alunos têm a tendência de se afastar

da classe e quando permanecem o fazem sem qualquer interesse pelo que o professor

está dizendo. Quem já foi aluno sabe que é horrível ter que assistir a uma aula de um

professor que demonstra claramente desconhecimento da matéria que deveria

ensinar e desprezo pela disciplina ministra. Da mesma forma, quando um professor

da Escola Dominical demonstra menosprezo pelo ensino das Escrituras, quando está

sempre despreparado, não pode nunca esclarecer as questões, está sempre adiando

problemas e age como se não estivesse nem aí para o que os alunos vão ou não

aprender, o resultado é simplesmente desastroso para a Escola Dominical e a igreja.

Só deve estar à frente de uma classe, alguém que esteja pronto para levar a sério o

estudo da Palavra de Deus.

SEJA PONTUAL E ASSÍDUO

Ao chegarem na classe, os alunos precisam ser saudados pelo professor. Ele é

sempre o primeiro a chegar. Já preparou o ambiente para o ensino do dia, já

verificou se tudo está em ordem: giz, tomadas, transparências, posição das carteiras,

iluminação, material didático etc. O professor deve começar e terminar sua aula

sempre no horário estabelecido, deve evitar atrasos e prolongamentos

desnecessários.

Se precisar faltar um dia, por motivo muito justo e absolutamente necessário,

deve preparar a classe para a sua ausência, informando com antecedência quem o

estará substituindo e preparando seu substituto para que aja da mesma forma,

cumprindo o horário. A pontualidade e a assiduidade do professor é elemento

motivador para a pontualidade e assiduidade dos alunos. Quando o professor não

leva a sério este aspecto do seu trabalho, a tendência é que os alunos façam o mesmo

e ainda critiquem-no pela falta de compromisso demonstrada.

DÊ AULAS CRIATIVAS E DINÂMICAS

Acima discorremos acerca de como é horrível assistir a uma aula de um

professor despreparado.

É muito desagradável participar, também, de aula chata, monótona, onde o

professor fala o tempo todo e de forma morosa. Ninguém agüenta! É horrível!

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Vivemos na época da velocidade, da instantaneidade, da agilidade de informação e

da automação em todos os segmentos da sociedade. Não se pode suportar letargia na

docência da Escola Dominical. As aulas precisam ser criativas, o professor tem de

colocar a cabeça para funcionar e pensar sobre formas atraentes e bem humoradas de

ministrar a Palavra aos seus alunos.

As aulas precisam ser dinâmicas. O professor não pode ficar estático na classe.

Movimentação, uso dos recursos já apresentados, novidades, tudo isso reacende a

atenção dos alunos. Você já reparou que um comercial de TV dura entre 15 e 30

segundos, já percebeu que neste curtíssimo espaço de tempo as agências de

publicidade lançam mão de tudo que podem para prender a atenção do telespectador:

música, movimento, cenas rápidas, palavras escritas etc. Você já observou que no

telejornalismo, o repórter muda de foco (para a direita, para a esquerda, mais de

perto e mais de longe) a cada 10 ou 15 segundos? Está provado que para prender a

atenção dos alunos num mesmo ambiente durante 50 minutos se faz necessário

muito dinamismo, caso contrário a aula fica chata e indesejada.

PLANEJE AULAS ENVOLVENTES

Aquele modelo de aula onde os alunos permanecem sentados, na mesma posição,

do começo ao fim, está complemente ultrapassado. Sabemos que em muitas igrejas

ainda se usa este sistema arcaico e negativo para o ensino na Escola Dominical.

Nosso desejo é que tais igrejas alcancem o progresso no que diz respeito ao ensino

bíblico. Cari Rogers apresenta uma interessante abordagem deste tema, versando

sobre O Processo Educacional e seu Futuro.[10] Ele compara o modelo tradicional de

ensino com o que chama de aprendizagem centrada na pessoa. Uma coisa que vale a

pena ser destacada aqui é que o tempo daquelas aulas onde o aluno, seu potencial,

seu conhecimento e sua cultura eram desconsiderados já ficou para trás e insistir

nisso é uma atitude infrutífera e fadada ao fracasso.

Na Escola Dominical as aulas precisam ser envolventes. Os alunos precisam se

sentir à vontade para contribuir, obviamente, que de uma maneira planejada e

facilitada pelo professor. Tanto na metodologia adotada quanto na sua aplicação, a

aula deve envolver os alunos de tal forma que gratifique a todos pelo sentimento de

ter participado da descoberta de verdades eternas.

NAO SE DESCUIDE DA APLICAÇÃO

Você se lembra que à aplicação nós sugerimos fossem dedicados 40% do tempo

da aula. Trata-se da parte mais importante da aula, do ponto de vista da utilidade

para a vida do aluno. A experiência mostra que quando o professor faz aplicações

10 - KOGERS, Cari R. Um jeito de Ser. São Paulo: EPU, 1983, p. 91-120.

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felizes, diretas e que, têm a ver com a realidade de vida de seus alunos, o interesse

pelo estudo da Bíblia cresce de forma visível e indiscutível. O aluno quer saber, em

última instância, o que aquele texto bíblico que lhe está sendo ministrado tem a ver

com a sua vida diária. Se o professor, ao aplicar a mensagem bíblica, consegue

saciar sua inquietação, o resultado será que a Bíblia se tornará um livro relevante e

pertinente para a sua realidade existencial.

Quando não acontece uma feliz e pertinente aplicação, a aula situa-se tão-

somente no plano teórico, sem demonstrar a importância dos ensinos bíblicos para o

aqui e agora dos alunos, condena-se ao esquecimento ou, quando apresenta

excelente nível de qualidade de informações, a um mero prazer intelectual

momentâneo e passageiro. Naturalmente que, para aplicar corretamente a lição, o

professor deve conhecer bem seus alunos e sua realidade de vida. Mais adiante

discutiremos isso, no momento, é importante que entendamos que a aplicação não

pode prescindir de um conhecimento razoável das necessidades dos alunos por parte

do professor. Aqui está uma das questões mais importantes no que se refere ao

professor da Escola Dominical. Ele é diferente do professor de matemática ou de

biologia da escola secular. O professor da Escola Dominical tem um compromisso

com a vida dos seus alunos e não apenas com o intelecto deles. Não está interessado

apenas em passar informações, deseja transmitir-lhes vida e, conhecendo-os bem,

será capaz de aplicar às suas vidas os princípios da Palavra de Deus.

VIVA O QUE VOCÊ ENSINA

Sem sombra de dúvida aqui está o principal elemento motivador dos alunos de

uma classe na Escola Dominical: a vida do professor. Quando o professor consegue

demonstrar, através de atitudes e comportamentos, que procura colocar em prática,

na própria vida, os princípios que ensina em classe, seus alunos verificarão que é

possível praticar a Bíblia no dia-a-dia.

Muitos professores se equivocam ao pensar que fora da sala de aula não são

observados por seus alunos. Na verdade, com o tempo todos os alunos observam

seus professores, e como é triste quando constatam que ele não dá a mínima

importância para o que lhes ensina dominicalmente. E pode-se notar com certa

clareza a catástrofe que é ter diante de uma classe da Escola Dominical alguém cuja

vida não se constitui num exemplo para os seus alunos. É o ante-ensino, um esforço

tremendo no sentido oposto aos objetivos e postulados da igreja de Deus. A atitude

do professor deve ser sempre de piedade e submissão à Palavra de Deus. Ao

encontrar algum ensino ou princípio bíblico que ainda não observa em sua própria

vida, deve ser humilde em começar a praticá-lo, assim ganhará mais autoridade

diante dos seus alunos e reforçará neles o sentimento do valor da Bíblia como

norteadora de suas atitudes e ações. Ao verem que o professor se esforça para viver

de acordo com a Palavra de Deus, serão motivados a fazer o mesmo. Tem se dito

muito que em nossos dias vivemos; uma crise de modelos sem precedentes na

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história. Isso chama nossa atenção, como professores da Escola Dominical, para a

responsabilidade que temos diante daqueles que assumimos como nossos alunos.

Somos j responsáveis por eles e pelo seu crescimento espiritual sadio e coerente.

SEJA UM CRENTE INTEGRADO À SUA IGREJA

Um professor da Escola Dominical que é um cristão genuíno e integrado à igreja

com a qual coopera, se constitui num tremendo instrumento nas mãos de Deus para a

edificação dos seus alunos. Seu envolvimento inspira seus alunos a se envolverem

com as coisas de Deus. Eis alguns aspectos desta integração que julgamos oportuno

salientar neste ponto:

Presença aos cultos e atividades da igreja

Um professor da Escola Dominical que não participa assiduamente dos cultos e

das atividades de sua igreja jamais cooperará com a motivação dos seus alunos em

prol dos objetivos da igreja. Será sempre um peixe fora d'água. Seus alunos

aprenderão com seu mau exemplo a serem membros alheios e desinformados,

sempre distantes da vida da igreja. Professores presentes aos cultos e aos trabalhos

da igreja são sempre bons exemplos de cooperação e integração.

Dizimista fiel

Voltamos a enfatizar que o professor da Escola Dominical precisa ser um

dizimista fiel. Ele entende a doutrina bíblica do dízimo e o concebe como o método

de Deus para o sustento da obra. Não é daquelas pessoas que vivem dando desculpas

para não dizimarem, nem aquele tipo de crente que se esconde atrás da orientação

neotestamentária segundo a qual cada um deve contribuir segundo propôs no seu

coração para nunca contribuir ou dizimar. Para estar à frente de uma classe da

Escola Dominical, na qualidade de professor, o crente precisa ser um fiel dizimista

ao Senhor.

Distante dos ventos de doutrinas

Vez por outra surgem no seio da igreja pessoas ou grupo de pessoas com

tendências doutrinárias diferentes daquelas estabelecidas e aceitas pela igreja. A

pessoa, normalmente, se sente insatisfeita com sua igreja e passa a freqüentar outra

de confissão diferente. Não satisfeita em ficar na nova igreja volta à de origem para

conquistar simpatizantes e tentar convencê-los do erro das doutrinas que professam.

Se um crente deve abster-se de qualquer aproximação dessa natureza, que se dirá de

um professor da Escola Dominical. Ele nunca deve se envolver com este tipo de

movimento, pelo contrário, tem de permanecer firme nas doutrinas que abraçou com

sua igreja. O professor desempenhará o papel de mestre, tirando dúvidas e

demonstrando aos seus alunos e demais membros da sua congregação as bênçãos da

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fidelidade doutrinária.

Eticamente correto em sua vida Fiel cumpridor dos seus deveres e da sua

palavra, o professor da Escola Dominical procura sempre dar um bom testemunho

diante da sociedade. Dentro da igreja não se envolve em maledicências, fofocas,

conspirações e maquinações que só destroem os laços de fraternidade cristã. Vale a

pena fazer uma leitura criteriosa do texto de Provérbios 6.16-19 para constatar como

Deus abomina os que enveredam por este caminho. Como professor, o crente sabe

que sua vida é um referencial constante para os demais, entende que nunca pode ter

seu nome envolvido em situações ambíguas ou de caráter duvidoso. Sendo exemplo

diante de seus alunos na conduta ética, o professor também os estará motivando ao

estudo das Escrituras.

Não foram apresentadas aqui técnicas de motivação, até mesmo porque há ainda

muitas dúvidas sobre sua eficácia prática para o aprendizado. No entanto, vimos

atitudes motivadoras do professor para com seus alunos. Cremos que, à medida que

o professor for se esmerando nessas atitudes, seus alunos serão estimulados a uma

vida cristã autêntica e dinâmica sob o senhorio de Jesus Cristo.

BÍBLIA: QUE LIVRO COMPLICADO!

Como interpretar e estudar a Bíblia, descobrindo suas maravilhas.

Aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino (1Tm 4.13).

Estamos distantes do mundo da Bíblia cultural, geográfica e cronologicamente.

Este fato naturalmente dificulta o entendimento das Escrituras, pois como entender

hoje, quase dois mil anos depois de Cristo, escritos datados de até 3.500 anos atrás?

Daí a razão pela qual muitas pessoas não conseguem compreender bem a Palavra de

Deus e a têm como difícil e complicada.

Por esse mesmo motivo, entende-se também o surgimento de tantas heresias e

distorções teológicas, pois tentando interpretar a Bíblia sem critérios sérios muitos

acabam por afirmar doutrinas e posturas que realmente a Bíblia não apóia nem

autoriza.

A única maneira de alguém compreender a Palavra de Deus é dedicar-se ao seu

estudo de forma zelosa e disciplinada. Como disse Paulo Freire: "estudar é,

realmente, um trabalho difícil. Exige de quem o faz uma postura crítica, sistemática.

Exige uma disciplina intelectual que não se ganha a não ser praticando-a."[11]

Só será possível entender a Bíblia, portanto, com um trabalho sério, lançando

mão dos princípios de interpretação universalmente aceitos e difundidos. São

princípios que, uma vez observados, abrem diante do estudante as portas de acesso à

verdade eterna. Deus, pelo seu Espírito Santo, capacita o ser humano a compreender

o texto sagrado através da utilização destes princípios.

11 - FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Libertação. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p. 9.

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ALGUNS TERMOS-CHAVES

Antes de uma exposição dos princípios de interpretação da Bíblia, vamos

proceder a uma definição de termos, tanto para evitar confusão no entendimento

como para situar o amado leitor, ajudando-o a se localizar no espectro da revelação

de Deus.

REVELAÇÃO - Há hoje o uso desta palavra de forma completamente diferente

do seu sentido original. A palavra revelação no Antigo Testamento é galah e

significa descobrir, mostrar o que está encoberto. No Novo Testamento a palavra é

apokálypsis, que significa tirar o pano ou puxar a cortina.

A idéia é a do momento em que no teatro grego as cortinas eram puxadas e a

platéia podia ver o que estava por trás, escondido. Teologicamente, revelação é o ato

de Deus em que ele se dá a conhecer ao homem. É o próprio Deus quem se revela ao

ser humano e o faz de forma geral, por meio da natureza que ele criou (SI 19.1) e, de

forma especial, através do seu filho Jesus (Jo 1.18).

INSPIRAÇÃO - Ao revelar-se, Deus desejou que as gerações futuras tivessem

acesso à sua revelação. Por esta razão ele capacitou homens a registrarem a sua

revelação. A essa capacitação chamamos inspiração. Por isso lemos em 2Timóteo

3.16 que "toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para

repreender, para corrigir, para ensinar em justiça". A expressão divinamente

inspirada é tradução do grego theopneutos (theós [Deus] + pneutos [sopro]), com

sentido de que a Escritura tem sua origem no próprio Deus que a transmitiu ao

homem para que ele a registrasse. O resultado da inspiração é a Bíblia Sagrada, que

tem sido sabiamente definida como o registro da revelação de Deus.

ILUMINAÇÃO - Deus se revelou e inspirou homens para registrarem sua

revelação. Porém, com o passar dos anos, o sentido do que foi registrado corria o

risco de se perder e as gerações futuras ficarem privadas do registro da revelação de

Deus. Assim sendo, ao longo dos séculos e dos milênios, Deus tem capacitado

pessoas a interpretarem o registro de sua revelação, a Bíblia. A isso chamamos

iluminação: Deus usando homens para interpretarem sua Palavra.

A este conjunto de definições alguns chamam tríade revelatória. Observe que não

há mais revelação, no sentido teológico da palavra, o que Deus desejou revelar ao

homem sobre si, já o fez.

Também não há mais inspiração, o que deveria ser registrado da revelação de

Deus, já o foi. O que existe hoje é iluminação. Deus continua e continuará

capacitando e usando pessoas para interpretarem a sua Palavra. [12]

12 - Para uma explanação mais exaustiva dos conceitos descritos, ver VIERTEL, Weldon E. A Interpretação

da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1979, 200p.

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É precisamente neste contexto de iluminação que se insere a tarefa do professor

da Escola

Dominical como intérprete da Bíblia. O Espírito Santo há de iluminar o professor

para que, valendo-se dos princípios de interpretação da Bíblia, entenda e transmita

aos seus alunos a Palavra de Deus.

PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA

Como intérprete da Palavra de Deus, o professor da Escola Dominical cumpre

uma sublime missão. Primeiro porque ao cumpri-la mergulhará no maravilhoso

mundo da Bíblia; depois, porque descobrirá verdades e princípios eternos que

influenciarão e moldarão, em primeira instância, a sua própria vida e, finalmente,

porque sentirá a felicidade de passar aos seus alunos não algo vago ou produto da

pesquisa de outrem, mas sim o resultado do seu próprio trabalho de investigação.

Estes princípios certamente ajudarão o professor no seu trabalho de estudo das

Escrituras:

Princípio do contexto

De acordo com este princípio, cada texto pertence a um determinado contexto,

razão pela qual não pode ser interpretado isoladamente. O professor precisará

identificar o contexto imediato, ou seja, o trecho ou o capítulo bíblico no qual o

texto se insere; e também o contexto amplo, ou seja, a seção do livro bíblico, ou até

mesmo o livro bíblico, a que o texto pertence. Todo texto bíblico é coerente com

seus contextos imediato e amplo. Compreendendo o sentido do seu contexto, o

professor terá melhores condições de interpretar o texto.

Vai aqui um alerta para que tomemos cuidado com grupos e líderes religiosos

que fundamentam suas doutrinas e seus ensinos em textos isolados da Bíblia

ignorando completamente o contexto dos mesmos. Vai também aqui uma palavra de

cautela com relação à famosa caixinha de promessas, tão difundida no meio

evangélico. Lembremo-nos de que cada um daqueles versículos tem um contexto, o

qual muitas vezes estabelece condições e critérios para o cumprimento da promessa.

Apegar-se a textos e querer interpretá-los fora do seu contexto constitui grave erro

no campo da hermenêutica bíblica.

Princípio gramatical

Seguindo este princípio, o professor se preocupará com o significado de palavras

e expressões do texto. Muitas vezes, quando estudamos o significado de uma palavra

ou de uma expressão do texto, descobrimos nuanças importantíssimas para sua

interpretação. Além disso, com o passar dos séculos e dos milênios, o uso e o

sentido das palavras sofreram alterações, de modo que o professor precisará recorrer

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a instrumentos de pesquisa para compreender o sentido do texto para os seus

destinatários originais. Só depois de saber o que o texto significou para seus leitores

primeiros, é que o professor poderá descobrir o seu significado para os de hoje.

A pesquisa gramatical enfatiza, portanto, o sentido das palavras e sua função

dentro do texto.

Concentra-se na identificação deste significado, por isso sujeitos, verbos,

predicados, pontuações, pronomes, adjetivos, etc. fazem o universo deste importante

princípio para a interpretação das Escrituras.

Devemos lembrar que a Bíblia foi escrita originalmente em três línguas:

hebraico, aramaico e grego. A Bíblia que temos em nossas mãos é, portanto, uma

tradução. Mister se faz então um trabalho muito sério e dedicado para que o

significado das palavras e o sentido das expressões do texto estejam bem claros na

mente e no coração do professor.

Muitas vezes notamos que o problema não chega nem a ser de interpretação, mas

de leitura. Uma leitura malfeita dificultará consideravelmente o entendimento do

texto. O professor precisa cuidar bem da leitura do texto, observar a pontuação, os

tempos verbais, os plurais etc. Um texto bem lido, bem entendido, é meio caminho

andado para ter uma interpretação eficaz.

Princípio histórico

Todo texto a ser estudado foi produzido em uma determinada realidade histórica,

ou seja, tem a ver com determinadas situações sociais, culturais, geográficas,

políticas e até filosóficas. Assim sendo, para que o professor da Escola Dominical

possa compreender bem o texto bíblico, deverá entender o contexto histórico em que

ele foi produzido e também o contexto a que ele se refere.

É muito importante que o professor não se descuide deste princípio, pois muitas

coisas são por ele clarificadas na Palavra de Deus. Por exemplo, os nomes de lugares

como Samária, Jerusalém; de partidos políticos e de seitas como os fariseus e

saduceus; problemas sócio-culturais como a dissensão entre os judeus e os

samaritanos na época de Jesus etc. O contexto histórico precisa ser bem entendido

para que o texto bíblico seja corretamente interpretado.

Para observar de modo satisfatório este princípio, o professor precisará lançar

mão de enciclopédias bíblicas, manuais, dicionários e comentários sobre os livros da

Bíblia. Daí pontuamos desde já a importância do professor formar sua biblioteca

particular, com todos estes instrumentos úteis para a pesquisa bíblica. [13]

13 - Ao final deste livro você encontrará uma sugestão de biblioteca básica para o professor da Escola Dominical.

Para constituí-la você poderá fazer um plano e ir comprando as obras à medida que os seus recursos permitirem.

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Princípio teológico

De acordo com este princípio, o professor deverá observar em cada texto bíblico

que estudar os aspectos doutrinários. O que o texto em estudo diz sobre Deus, Jesus

Cristo, o Espírito Santo, a criação, o pecado, a salvação, a igreja, as últimas coisas

etc. Todo o texto sagrado está eivado de informações de caráter doutrinário, os

quais, ao serem entendidos, vão construindo uma concepção teológica do próprio

estudante das Escrituras. Em cada texto há algo sobre alguma doutrina que precisa

ser destacado e aprendido.

Aqui está um dos princípios mais importantes para uma boa interpretação da

Palavra de Deus. O crescimento doutrinário dos alunos da Escola Dominical está

diretamente vinculado ao uso adequado deste princípio, pois se o professor não

souber observá-lo, as ênfases doutrinárias ou teológicas do texto poderão ficar de

lado ou serem tratadas de forma inadequada. A conseqüência será a perda de

preciosa oportunidade para o crescimento doutrinário dos alunos.

Princípio prático

Considerando a já destacada distância entre o mundo da Bíblia e o de hoje, o

professor não pode deixar de levar em consideração a realidade vigente na

interpretação do texto bíblico. Assim, os princípios e as verdades bíblicas aprendidas

deverão' ser aplicadas de modo correto às necessidades do ser humano da época

atual.

Os princípios anteriores ajudarão muito o professor a compreender melhor o

mundo da Bíblia, o princípio prático o ajudará a aplicar as lições aprendidas ao

mundo de hoje. Desta forma, evita-se que a interpretação seja uma mera

reconstrução histórico-filosófica e, conseqüentemente, irrelevante para o homem dos

dias atuais [14].

É através do uso deste princípio que o professor descobrirá como tornar a Bíblia

um livro pertinente e relevante para o homem de hoje. Esta ponte entre o mundo da

Bíblia e o de hoje trará até- a realidade de vida dos alunos da Escola Dominical os

eternos ensinamentos da Palavra de Deus. Numa interpretação correta da Bíblia, o

aspecto prático não pode ser ignorado ou desmerecido.

MÉTODOS DE ESTUDO BÍBLICO

Além de conhecer os princípios de interpretação da Bíblia, o professor precisa

aprender também os di versos métodos para o seu estudo. São caminhos, alternativas

várias, que foram desenvolvidas e testadas, com o fim de auxiliarem o estudante

14 - Para uma visão prática sobre a aplicação da Bíblia aos problemas e situações contemporâneos, ver DORNAS,

Lécio. O Jornal e a Bíblia. Cuiabá: Edição do Autor, 1996, 102p.

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nesta maravilhosa tarefa de descobrir as verdades da Bíblia.

Convém salientar, no entanto, que os princípios de interpretação precisam ser

observados independentemente do método de estudo escolhido. Não se pode

confundir os métodos para o estudo da Bíblia com os princípios para sua

interpretação. Estes cuidam da descoberta de significados, aqueles tratam de

estratégias de pesquisa. Ambos são importantes para o trabalho do professor da

Escola Dominical, mas precisam ser levados em conta considerando a natureza e o

escopo de cada um.

Enumeraremos os principais e mais difundidos métodos para o estudo da Bíblia.

Sabemos que existem outros e que a cada dia surgem novos[15]; contudo, os que aqui

analisaremos constituirão importante fonte de informação e ajuda para o professor

da Escola Dominical.

O estudo de um versículo da Bíblia

É possível estudar um versículo da Bíblia. Note bem que estamos usando o verbo

estudar, ou seja, descobrir o significado de um versículo à luz dos princípios de

interpretação da Bíblia que vimos anteriormente. Não se trata aqui de tratar

isoladamente um versículo para dele extrair doutrinas ou dogmas, mas sim a partir

dele chegar à descoberta de princípios e verdades eternos.

Para se estudar um versículo da Bíblia, deve-se seguir os seguintes passos:

1. Identifique e examine o contexto - Descubra toda a porção bíblica a que

pertence o versículo.

Situe geográfica, social e culturalmente o contexto. Esteja bem seguro quanto ao

momento histórico a que o versículo faz referência e entenda-o à luz desta situação

histórica.

2. Investigue o texto - Isso significa fazer perguntas ao texto. Anote suas

observações, dúvidas, aplicações e eventuais dificuldades sobre o texto. Investigue

tudo o que puder sobre as informações e inferências do texto. Fique certo de que

entendeu o máximo possível sobre o significado do texto.

3. Reescreva o versículo com suas próprias palavras - Depois de o haver lido e

estudado bastante, tente agora reescrevê-lo usando o seu vocabulário comum,

mesmo que você precise de mais ou menos palavras e ainda que necessite citar

algum exemplo para explicar o que leu. Faça uma redação própria do versículo.

15 - Para um aprofundamento maior sobre métodos de estudos bíblicos, ver HEN RICHSEN, Walter A. Métodos de

Estudo Bíblico. 5a. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1993, 117p.

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4. Examine as referências - Usando sua Bíblia, identifique as referências que

constam do seu versículo. Leia cada uma delas. Isso possibilitará a você ver outras

idéias e situações atinentes ao texto ou ao seu contexto.

5. Selecione aplicações - Dentre as lições que você descobriu no texto que

estudou, selecione aquelas que lhe falaram ao coração de forma mais direta. Pense

nos seus alunos, vejam quais lhe parecem mais úteis. Depois, dentre todas as

aplicações selecionadas, escolha uma, a que de fato lhe falou com maior impacto.

O estudo de um capítulo da Bíblia

A preocupação central do professor ao escolher este método é a de descobrir o

máximo que um determinado capítulo pode lhe ensinar. Há capítulos bíblicos que

foram muito difundidos e ficaram famosos, mais conhecidos do que os demais.

Assim, temos o capítulo da criação (Gn 1), o dos dez mandamentos (Ex 20), o do

bom pastor (Sl 23), o do amor (1Co 13), o dos heróis da fé (Hb 11) etc.

A verdade, porém, é que em praticamente todos os capítulos da Bíblia há muitos

ensinamentos e lições preciosas para nossas vidas. Por esta razão, temos um método

para estudá-los. Para extrair o máximo de um capítulo da Bíblia, siga os seguintes

passos:

1. Leia o capítulo com atenção:

O ideal é que sejam várias leituras, em versões diferentes da Bíblia. O objetivo é

de o professor se familiarizar bem com o texto. Numa folha à parte, escreva suas

observações, dúvidas e possíveis aplicações. Tudo o que for encontrando durante as

leituras.

2. Identifique a estrutura do capítulo

Significa identificar os assuntos tratados no capítulo, separando-os de modo a

poder tratá-los individualmente. Esta estruturação vai ajudar o professor a conhecer

o progresso ou a evolução do pensamento do autor naquele capítulo, bem como

compreender a seqüência do mesmo. Continue trabalhando com a folha à parte,

anotando observações e detalhes do texto.

3. Verifique o contexto

O que quer dizer, neste caso, o livro todo onde o capítulo está inserido. Quais são

as informações disponíveis sobre o livro, seu propósito, sua mensagem, situação

histórica em que foi escrito etc. Cada capítulo desempenha um papel e cumpre uma

missão dentro do livro todo. Especialmente quando se está estudando um daqueles

capítulos mais conhecidos, se faz necessário muito cuidado para não tratá-lo

isoladamente, desconsiderando, assim, o seu contexto.

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4. Pergunte ao texto

Como no método anterior, questione tudo e investigue ao máximo o texto em

estudo. Use a folha na qual você vem fazendo anotações para lhe ajudar agora a

inquirir o texto. Quanto mais ampla for sua pesquisa neste passo, mais profundo será

o seu estudo do capítulo.

5. Amplie o horizonte da pesquisa

Descubra o que outras passagens bíblicas têm como contribuição para um bom

entendimento dos assuntos identificados no capítulo. As referências poderão ajudar

aqui, bem como outros materiais de apoio já mencionados.

6. Esquematize o estudo

Agora, o professor já poderá fazer uma lista dos assuntos do capítulo, destacando

em cada item as lições ou aplicações que sejam realmente importantes para a sua

vida e para a de seus alunos. Ao final deste passo, o professor terá um esboço pronto

e poderá ensinar o capítulo bíblico estudado.

O estudo de um assunto da Bíblia

Às vezes o professor estará diante não de um texto bíblico, mas sim de um

assunto para ser estudado. Precisará de um método que se fundamente não em uma

passagem determinada, mas num assunto específico. Fé, santidade, pecado,

mordomia, adoração, missões são alguns exemplos de tópicos passíveis de serem

estudados à luz da Bíblia. Veja os passos para o estudo de um assunto bíblico.

1. Delimite a abrangência do estudo

Diante de um assunto a ser estudado, é necessária a delimitação da abrangência

do seu estudo.

Por exemplo, se o professor deseja estudar sobre pecado, vai demorar muito para

estudar o tópico em toda a Bíblia, por isso sugerimos a delimitação. Assim, poderá

estudar o pecado à luz dos Evangelhos, ou de uma determinada epístola, até mesmo

de um determinado período histórico. O importante é que a delimitação torne

factível o estudo.

2. Descubra as passagens pertinentes

Usando uma boa concordância e um bom dicionário bíblico, localize os textos

que tratam do assunto a ser estudado, dentro da delimitação feita. Procure ser o mais

completo possível neste passo, para que seu estudo também seja bem abrangente.

3. Entenda o contexto das passagens

Talvez seja o passo mais trabalhoso, mas o professor deverá fazer um estudo do

contexto de cada passagem alistada. Isso lhe dará uma visão da realidade histórica

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que abrigava a compreensão do seu tópico exposta no texto. Sem este passo, o

estudo correrá o risco de se transformar num emaranhado de textos unidos por

palavras e não por significado, o que seria inútil.

4. Anote observações e aplicações

Numa folha à parte, escreva tudo o que cada passagem diz acerca do assunto,

bem como anote observações e aplicações práticas a respeito do tópico em estudo.

5. Organize seu estudo

Faça um esboço abrangendo tudo o que você aprendeu sobre o assunto estudado,

trabalhe de forma a facilitar o entendimento progressivo do assunto.

6. Identifique informações novas

Escreva as coisas novas que descobriu sobre o assunto. Faça uma lista de

ensinamentos práticos e importantes que o estudo lhe ensejou. Faça um propósito

diante de Deus de praticar as novas lições aprendidas durante o estudo. Compartilhe

com seus alunos, de forma ordenada e seqüencial, o que você aprendeu.

O estudo de um personagem bíblico

Talvez este seja um dos métodos mais fascinantes para o estudo da Bíblia. Seu

propósito principal é descobrir informações sobre a vida de um personagem bíblico,

com o objetivo de aprender, com suas fraquezas e virtudes, lições a serem aplicadas

à própria vida de estuda. Veja como este método pode ser usado.

1. Escolha o personagem e aliste passagens bíblicas

Ao escolher um personagem bíblico, use uma concordância e um dicionário

bíblico para alistar as passagens que tratam da vida dele e a ele fazem referência. As

referências da própria Bíblia o ajudarão.

2. Faça um resumo da vida do personagem

Depois de ler cada texto alusivo ao personagem que você está estudando, escreva

numa folha, com suas próprias palavras, um resumo da vida dele. Este procedimento

vai auxiliá-lo no entendimento do desencadeamento dos fatos que marcaram a vida

do personagem.

3. Identifique fraquezas e virtudes

Usando cada passagem que você alistou, em uma folha dividida em duas

colunas, coloque em uma as fraquezas e na outra as virtudes do personagem.

4. Compare-se com o personagem

Vejam quais são os pontos comuns e os incomuns entre você e o personagem

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estudado. Descubra, com as passagens bíblicas alistadas, como o personagem reagiu

diante de situações que realçaram suas fraquezas e também como lidou com aquelas

em que mostrou suas virtudes. Assim, descubra o que Deus tem a lhe ensinar sobre

suas próprias fraquezas e virtudes.

5. Organize a biografia do personagem

Separe por épocas, acontecimentos ou estágios a vida do personagem. Faça isso

de tal forma que, ao olhar para seu esboço, a vida e os ensinamentos extraídos da

vida do personagem lhe venham claramente ao coração.

LIVRO COMPLICADO?

Agora, diante do que foi apresentado neste capítulo, o professor da Escola

Dominical compreende que a Bíblia não é um livro assim tão complicado. Basta

determinação e disciplina para interpretá-la e estudá-la corretamente e as suas

maravilhas logo aparecem. A alegria e a satisfação de descobrir os tesouros da

Palavra do Senhor e o sentimento de felicidade ao ver seus alunos com o coração

ardendo pelas Escrituras hão de recompensar o professor, de forma a que se sinta

também gratificado por cumprir com zelo e alegria o seu dever O professor com

júbilo, como fez o salmista: "Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o

dia todo" (Sl 119.97).

MINHA IGREJA NÃO VALORIZA A ESCOLA DOMINICAL

Como ajudar sua igreja a crescer através da Escola Dominical

Abra a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência estará na sua língua

(Pv 31.26).

Tenho notado uma reclamação generalizada. São professores reclamando que

seus alunos não estudam a lição nem fazem as leituras diárias; são alunos

reclamando de professores despreparados que dão aulas monótonas e sem

motivação; são pastores se queixando da falta de líderes para a Escola Dominical;

são líderes reclamando da falta de apoio dos seus pastores etc. Parece que ninguém

está satisfeito com o desempenho atual da Escola Dominical. Se pararmos para

analisar, cada crítica tem certo grau de fundamento, todos têm algum nível de razão,

a partir de sua perspectiva.

O fato é que a Escola Dominical vive dias de indiferença por parte de muitos.

Realmente, precisamos construir um escala para identificar onde começa esta cadeia

de desinteresse pelo estudo das Escrituras nos arraiais da igreja. Sabemos, pela

experiência de muitos anos ministrando em diversas partes do país e no exterior

sobre o ensino na Escola Dominical, que vivemos hoje uma realidade bem diferente

da de algumas décadas atrás. Ê do conhecimento de todos que há trinta ou quarenta

anos, o número de alunos matriculados nas classes da Escola Dominical de uma

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igreja era quase sempre maior do que o número de membros da mesma. Hoje tal

realidade é muito rara. O que teria ocorrido? Tudo leva a crer num processo de

desmotivação que não encontrou, ao longo dos anos, antídoto suficientemente eficaz

para revertê-lo. Ao que parece, algumas coisas foram acontecendo que resultaram no

afastamento de muitos e no desinteresse de outros pela Escola Dominical.

Não vamos nos alongar aqui em identificar os motivos de tal arrefecimento, mas

um dos principais fenômenos que entendemos ter contribuído para esse quadro foi a

perda de um dos principais objetivos da Escola Dominical, a evangelização.

Em 1963, o Dr. J.N. Barnette escreveu o livro The Place of Sunday School in

Evangelism (O lugar da Escola Dominical no evangelismo) [16], em que discute com

propriedade e profundidade o papel desempenhado pela Escola Dominical no

cumprimento da grande comissão de Mateus 28.18-20.

Em 1981, o Dr. Harry Piland foi o organizador de um livro que foi publicado

com o título Growing and Winning through the Sunday School (Crescendo e

vencendo através da Escola Dominical) [17]. Trata-se de um livro cujos capítulos

foram escritos pelos principais líderes americanos, peritos no ministério da Escola

Dominical, homens como James Frost, Eugene Skelton, Bernard Spooner, Harry

Piland, John Sisemore e Lucien Coleman, Jr. Todo o livro é voltado para a

instrumentalização da Escola Dominical para a evangelização e o conseqüente

crescimento da igreja. Inclusive, num capítulo primoroso o Dr. Lucien E. Colemann,

Jr escreveu sobre "Teach the Bible to Win the Lost and Develop the Saved" (Ensinar

a Bíblia para ganhar os perdidos e desenvolver os salvos) [18], em que deixa claro

que a mesma Bíblia, com sua vigorosa e objetiva mensagem, evangeliza os perdidos

e aperfeiçoa os crentes.

Em 1983, foi a vez do Dr. John T. Sisemore escrever seu livro Church Growth

through the Sunday School[19] (Crescimento da igreja através da Escola Dominical).

Neste livro, ele demonstra como a igreja pode aproveitar o potencial evangelizador

da Escola Dominical. Fica claro que, sendo fiel ao seu objetivo evangelizador, a

Escola Dominical proverá a igreja local de um crescimento tal que a forçará a

ampliar sua visão, seu espaço físico e sua estratégia de ministração aos crentes e

não-crentes.

Desde sua gênese com Robert Raikes (1736-1811), na Inglaterra, a Escola

Dominical foi dirigida a crianças fora do ambiente da igreja. Eram crianças que

estavam nas ruas aprendendo coisas ruins e sendo formadas pela vida das ruas na escola

da imoralidade e da desonestidade. Raikes investiu num projeto que visava tirar as

crianças das ruas no dia em que elas lá permaneciam por mais tempo: o domingo.

16 - BARNETTE, J.N. The Place of Sunday School in Evangelism. Nashville: Broadman, 1963. 17 - PILAND, Harry(Compi\er).Growingand Winning throughthe Sunday school. Nashville: Convention 1981, 251

p. 18 - PILAND, Harry (Compiler). op. cit. p. 175-197. 19 -19 SISEMORE, John T. Church Growth the Sunday School. Nashville: Broadman, 1983, 156p.

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Pouco a pouco, a Escola Dominical de Raikes foi crescendo e sua idéia se espalhou

de tal forma que há notícias de que em 1831, 20 anos após sua morte, havia na Grã-

Bretanha escolas dominicais que, unidas, envolviam no estudo da Palavra de Deus,

semanalmente, perto de 1.250.000 crianças (aproximadamente 25% da população!)

[20].

A irmã Cathryn Smith, vida gasta no Brasil pela causa da Educação Religiosa,

foi a organizadora do Programa de Educação Religiosa da Convenção Batista

Brasileira que agora, em sua 6ª edição, foi revisado, atualizado e ampliado[21].

Discutindo sobre as tarefas da Escola Dominical, o livro é contundente ao afirmar

que esta organização "é a agência evangelizadora por excelência na igreja"[22].

Ainda entre os batistas, no Congresso Batista Brasileiro, realizado em 1991, no

Rio de Janeiro, o tema da Educação Religiosa foi exposto por três preletores e

amplamente discutido num Grupo de

Aprofundamento que, ao final, apresentou como parte de suas conclusões: "Que

se dê ênfase à EBD como agência evangelizadora"[23]. Em 1993, aconteceu o I

Congresso Batista Brasileiro de Escola Dominical, também no Rio de Janeiro, onde

se procurou chamar a atenção para a importância da Escola Dominical para a

viabilização do crescimento integral da igreja.

Entretanto, não obstante a história e a fundamentação teórica da Escola

Dominical, o fato é que, com o passar dos anos, as igrejas evangélicas do Brasil

foram abandonando o seu ideal evangelizador. É incrível, mas hoje a maior parte do

material didático preparado para a Escola Dominical tem linguajar e filosofia

editorial voltada para os membros da igreja. Na própria realidade íntima da igreja, a

ênfase na Escola Dominical é quase que totalmente direcionada para os crentes.

Entendemos, em parte, a questão da ênfase evangelística aos domingos à noite,

em boa parte das igrejas evangélicas do Brasil. O que não entendemos é o

desperdício da oportunidade de evangelizar amigos, vizinhos e parentes através do

estudo da Palavra de Deus.

A conseqüência desse abandono do desideratum evangelístico da Escola

Dominical é que hoje são raras as igrejas evangélicas no Brasil que têm um número

de matriculados na Escola Dominical sequer igual ao de seus membros. Na grande

maioria das igrejas, trava-se; uma verdadeira batalha para que pelo menos os

membros sejam alunos da Escola Dominical.

Muito se tem discutido sobre como reverter este quadro e retomar para a Escola

20 - TOWNS, Elmer. Towns Sunday Encydopedia. Wheaton: Tyndale, 1993, p. 457-458. 21 - SMITH, Cathryn. Programa de Educação Religiosa. 6a. ed, Revista e Atualizada, Rio de Janeiro: Juerp, 1995,

112p. 22 - SMITH, Cathryn., op. cit, p. 53. 23 - Com os Olhos no Futuro - Teses do Congresso Batista Brasileiro. Rio de Janeiro: Juerp/Conselho de

Planejamento e Coordenação da CBB, 1991, p.203.

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Dominical o valor que a ela deve ser dedicado pela igreja. Com o propósito de

contribuir para a melhoria do quadro atual, vamos oferecer algumas sugestões para o

resgate do valor da Escola Dominical na vida da igreja local. Ao fazê-lo, estamos

pensando não apenas no professor, mas nos líderes em geral de uma igreja que

deseja crescer através da Escola Dominical.

CONQUISTE O PASTOR

O ponto de partida precisa, necessariamente, ser o pastor da igreja. Está mais do

que constatado que se o pastor está à frente tudo é bem mais fácil. Ele precisa ser

conquistado pelos educadores da igreja. Em muitos casos o pastor não tem qualquer

formação educacional, muitos têm uma visão distorcida, voltada somente para a

evangelização. Há os que sequer mostram interesse pela Escola Dominical.

Assim, o primeiro passo é chamar o pastor e mostrar a ele a importância e o

potencial da Escola Dominical.

Muitos pastores não ajudam a Escola Dominical simplesmente porque não

sabem como fazê-lo.

Nesse caso é importante que os educadores da igreja o instruam com sabedoria,

informando a ele quais seriam suas atribuições como supervisor geral do programa

educacional da igreja.

Por sua vez, o pastor precisa ter humildade e discernimento espiritual para

cooperar com os líderes e educadores de sua congregação, no afã de dinamizar a

Escola Dominical. Se for sábio, além de uma equipe bem motivada e disposta, o

pastor experimentará como é maravilhoso e seguro o crescimento que nasce do

trabalho de uma Escola Dominical dinâmica.

CONSCIENTIZE OS PAIS

O próximo passo é atingir o coração dos pais. É preciso mostrar-lhes que, através

da Escola Dominical, a igreja está lhes ajudando na educação religiosa dos seus

filhos. Eles precisam entender que devem investir na vida espiritual de seus filhos

desde a infância, pois se a criança aprende a gostar da igreja, da classe, das pessoas

da igreja; ao crescer tenderá a integrar-se ainda mais. Se na infância a criança não

for ensinada a gostar da igreja se afastará completamente na primeira chance que

tiver.

Os pais precisam compreender que é através do seu exemplo e do seu estímulo

que os filhos assimilarão a importância da igreja em suas vidas. Aqui entram em

destaque o culto doméstico, a disciplina e a responsabilidade para com Deus, a

oração em família e os diálogos entre pais e filhos acerca de Deus e do

Evangelho[24]. Se os educadores da igreja conseguirem atingir o coração dos pais, ao

ponto de fazê-los entender que precisam levar a sério a Escola Dominical, tanto para

24 - AZEVEDO, Israel Belo de. Descubra Agora Como Viver Bem em Família. São Paulo: Exodus, 1997, 80p.

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si próprios quanto para os seus filhos, então, um novo e bonito começo se avizinha.

BUSQUE A JUVENTUDE

Em muitas igrejas a juventude está alheia a tudo o que acontece. Não se envolve,

não participa, não se interessa. A igreja, por seu lado, ignora o fato, agindo como se

nada estivesse acontecendo.

Notamos que de há muito tem caído a presença jovem na Escola Dominical.

Os educadores, apoiados pelo pastor da igreja, precisam abrir o diálogo com a

juventude, descobrir o que está havendo, encontrar saídas em conjunto. Em muitos

casos a secularização dos jovens é a principal causa do seu afastamento, mas não

conclua isso sem antes conversar com a juventude. Pode estar havendo desinteresse

em função de quem está ensinando ou por causa dos assuntos apresentados, do

horário etc. Sentando-se à mesa juntos, pastor, educadores e jovens, certamente

surgirão caminhos que poderão mudar o quadro vigente.

Querer forçar os jovens a chegar mais cedo para a Escola Dominical, fechar as

portas para o diálogo, ignorar o fato, adotar uma postura de crítica e queixas; nada

disso resolverá o problema. Os jovens precisam ser despertados e convencidos,

através do diálogo e do respeito mútuo, quanto ao valor e a importância da Escola

Dominical para suas vidas.

MOTIVE OS PROFESSORES

Tudo pode estar absolutamente correto: alunos presentes, material didático

apropriado, ambiente de ensino adequado etc, mas se o professor não estiver

preparado e motivado, tudo vai se perder. É, exatamente isso que tem acontecido em

muitas igrejas, o despreparo e a desmotivação de professores têm colocado a perder

todo empenho, inclusive financeiro, que as mesmas têm empregado em favor da

Escola Dominical.

O Dr. Charles A. Tidwell, uma das pessoas mais respeitadas no campo da

Educação Cristã, nos

Estados Unidos, salientou num dos seus livros[25] a importância do professor,

inclusive sobre os demais obreiros, na execução bem-sucedida do programa de

ensino-aprendizagem da Escola Dominical. Neste livro, o Dr. Tidwell alista cinco

principais tarefas da Escola Dominical: arregimentar pessoas para o estudo da

Bíblia, ensinar a Bíblia, testemunhar para as pessoas sobre Jesus e levá-las a serem

membros da igreja, ministrar para alunos e não alunos da Escola Dominical e

conduzir os alunos a um culto verdadeiro. Para o cumprimento de todas estas tarefas,

o papel desempenhado pelo professor é de importância fundamental[26].

E tarefa do pastor e dos educadores da igreja despertar o interesse, motivar e

25 - TIDWELL, Charles A. Educational Ministry of a Church. Nashville: Broadman, 1982,304p. 26 - TIDWELL, Charles A. op. c/t., p. 125-128.

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conscientizar os professores da Escola Dominical da sua importância e valor no

ministério de ensino da igreja. Quando isso não ocorre, o resultado pode ser o

enfraquecimento e até a falência da Escola Dominical. O Dr. Tidwell informa que

nos Estados Unidos, denominações como a Metodista e a Presbiteriana Episcopal

tiveram o número de arrolados na Escola Dominical decrescido em 25% entre 1970

e 1980[27]. Embora ele não especifique as razões de tal decréscimo, podemos

facilmente entender que a fuga dos objetivos fundamentais da Escola Dominical

estava incluída entre essas razões. E na posição de garantir que as tarefas da Escola

Dominical sejam de fato cumpridas de forma efetiva, está o professor.

A questão emergente, porém, é como motivar professores que, durante anos e

anos vêm avalizando um modelo retrógrado e decadente de ensino na Escola

Dominical, onde impera o famoso "faz-de-conta": Ele faz-de-conta que ensina e o

aluno que aprende; a igreja faz-de-conta que tudo está bem, quando, de fato, nada,

está bem. Se um professor está há anos envolvido neste "faz-de-conta" terrível, vai

precisar de muita paciência e atenção por parte dos líderes e do pastor para ter

resgatado seu potencial de educador. Deve-se começar mostrando ao professor uma

estatística de sua classe, em termos de presença, pontualidade, evasões etc. Em

seguida, deve-se informar a ele sobre estratégias de retomada de crescimento (e aí os

capítulos iniciais deste livro poderão ajudar). Chegará, então, o tempo de ajudar a

recuperar a confiança da classe no trabalho do professor. Tudo será possível se as

coisas forem feitas sob oração e dependência do nosso Deus. O esforço deve ser no

sentido de conquistar o professor e nunca de abrir mão do seu trabalho. Numa

comparação feita entre o profeta e o sacerdote, Washington Roberto Nascimento

identificou o profeta com o jequitibá, árvore forte e milenar; quanto ao sacerdote,

comparou-o ao eucalipto, planta frágil e fugaz. Disse que um eucalipto nunca se

transformará em jequitibá, a menos que dentro dele haja um jequitibá

adormecido[28]. O mesmo podemos dizer do professor acomodado a um sistema

retrógrado: se houver nele um educador adormecido, poderá se transformar num

professor dinâmico e criativo. A tarefa do pastor e dos líderes da igreja é exatamente

a de despertar o educador adormecido no interior de alguns professores da Escola

Dominical.

PROMOVA A ESCOLA DOMINICAL

"Há tremendos benefícios em se participar da Escola Dominical. O problema é

que a igreja não tem promovido efetivamente seus benefícios e valores"[29]. Com

esta declaração, Jerry Wilkins começa a fundamentar a argumentação do seu atual e

27 - TIDWELL, Charles A. op. cit., p. 125. 28 - NASCIMENTO, Washington Roberto. Igreja e Secularização. Rio de Janeiro: Intercom Publicações, 1995,

81p. 29 - WILKINS, Jerry. Marketing your Sunday School - Strategies for the 21 st. Century. Nashville: Broadman,

1992, p.

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empolgante livro Marketingyour Sunday School – Strategies for the 21 st. Century

(Promovendo sua Escola Dominical - Estratégias para o Século 21).

Ignorar a necessidade de se promover não apenas o que a Escola Dominical

oferece, mas o que ela representa em termos de benefícios para aqueles que dela

participam, é não atentar para a principal ferramenta de crescimento empresarial e

institucional do nosso tempo: o marketing. Tudo depende de como você anuncia,

que tipo de imagem você gera em torno do seu produto ou serviço. Na maioria das

Escolas Dominicais do nosso país não existe nenhuma estratégia de marketing

definida, quase nenhuma propaganda é feita. As pessoas precisam descobrir

sozinhas o que é, como funciona e a relevância da Escola Dominical. Isso é

simplesmente absurdo! Num mundo de alta competitividade, onde cada um tenta

arrastar as pessoas na direção de suas propostas, cruzar os braços e não ter qualquer

estratégia de marketing é aceitar a falência gradual. Os vizinhos da sua igreja sabem

o que é a Escola Dominical, sabem que há uma em sua igreja, como funciona, que

benefícios oferece aos participantes, quanto custa participar, quem pode fazê-lo?

Uma simples e criativa mala-direta informando o que é e como funciona a Escola

Dominical pode atrair pessoas interessadas no estudo da Bíblia. A promoção precisa

também atingir os membros da igreja. Quais são os prejuízos de não participar da

Escola Dominical, que vantagens são apresentadas aos que passarem a dela

participar? Ao partir para uma estratégia de promoção da Escola Dominical, a igreja

começa a demonstrar, pelo menos, que ela própria acredita no que está oferecendo.

Se alguém promove o que faz, crê na sua eficácia.

TEMPO DE CRESCER

As sugestões mencionadas poderão ajudar muito no crescimento da sua Escola

Dominical.

Certamente, depois de vê-la funcionando a todo vapor, a igreja sentirá como é

importante investir e usar a estrutura da Escola Dominical para o seu crescimento.

Haverá uma mudança na maneira de olhar para a Escola Dominical e,

conseqüentemente, crescerá o interesse de todos pelo estudo da Palavra de Deus.

QUE MAIS POSSO FAZER COM A MINHA CLASSE?

Como explorar as potencialidades de uma classe de Escola Dominical

Porquanto, tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que,

pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança

(Rm 15.4). Sempre nos intrigou o fato de ver os alunos de uma classe da Escola

Dominical se encontrando semanalmente para o estudo da Bíblia, se despedindo ao

final da aula para um novo encontro na semana seguinte. Imaginávamos que o

potencial de uma classe era constantemente subaproveitado. Por que razão não usar

a estrutura da classe para diversos outros propósitos, mesmo desconectados, a

princípio, do estudo da Bíblia, mas ligados às necessidades dos componentes da

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classe e aos propósitos da igreja? Vimos trabalhando ao longo dos anos com esta

idéia, compartilhando-a em congressos, seminários e aulas; sempre com o

pensamento esboçado, ainda que superficial e embrionariamente, no já citado livro

Programa de Educação Religiosa, onde é colocado de maneira bem clara que,

através da estrutura da Escola Dominical, nos casos de igrejas pequenas (com menos

de 100 membros), todo o programa educacional pode ser veiculado. [30] Acreditamos

na validade desta orientação, inclusive no caso de igrejas consideradas médias e até

grandes, porém, com uma argumentação diferente, não tanto preocupado com a

capacidade da igreja em comportar organizações, mas com a exploração devida de

uma estrutura rica em oportunidades de serviço e crescimento que é a Escola

Dominical.

A igreja que souber enxergar e aproveitar o potencial de suas classes, certamente

lançará mão de um dos mais tremendos instrumentos disponíveis na igreja para

propiciar o seu crescimento de forma madura, contínua e garantida.

Quando analisamos uma classe de Escola Dominical, encontramos nela algumas

características que enchem o nosso coração de entusiasmo porque a igreja pode usar

a estrutura da Escola Dominical para crescer. Vejamos algumas dessas

características:

CARACTERÍSTICAS EVANGELIZADORAS

Pequenos grupos

A classe é um pequeno grupo de pessoas. Sabemos que em pequenos grupos a

possibilidade de sucesso em empreendimentos de reflexão e de devoção é bem

maior do que em grandes. A participação, por exemplo, é muito mais fácil quando

grupos pequenos reunem-se em salas do que quando fazemos reuniões de grandes

grupos em amplos auditórios. Também a integração e o entrosamento entre as

pessoas são mais produtivos em grupos menores.

Grupos etários

Uma classe da Escola Dominical normalmente é composta de pessoas da mesma

faixa etária. Em muitos casos ainda há homogeneidade quanto ao sexo. É óbvio que

num grupo onde os integrantes comungam de realidade existencial semelhante e

compartilham do mesmo círculo de interesses haverá maior produtividade,

independentemente do tipo ou natureza das atividades do mesmo.

Liderança fixa

Na grande maioria das Escolas Dominicais os professores são estáveis pelo

menos por um ano.

30 - SMITH, Cathryn. Programa de Educação Religiosa. 6ª. ed. Riode Janeiro: Juerp, 1995 p. 34.

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Em alguns casos, temos professores que são eleitos por mandatos maiores: dois,

três ou até cinco anos. É seguro que uma classe permaneça de contínuo um ano sem

alternância na liderança. Isso é um fator tremendamente positivo, pois está provado

que alternâncias de liderança em pequenos espaços de tempo tendem a prejudicar ou

comprometer o desenvolvimento das atividades em andamento no grupo.

Afinidades espirituais

Os alunos de uma classe são unidos pelo interesse na Bíblia e no crescimento

espiritual. Estão juntos no objetivo de conhecer e praticar os ensinos da Palavra de

Deus. Sabemos que há muitos ensinos na Bíblia. Uma classe unida poderá observar

com maior propriedade e melhores resultados os ensinos que lhe são transmitidos

pelo professor. Além disso, boa parte dos alunos são membros da mesma igreja, o

que os coloca, salvo em algumas exceções (no caso de igrejas maiores),

geograficamente próximos uns dos outros.

Reuniões regulares

Uma classe se reúne para estudar a Bíblia semanal e regularmente. Este fato

fortalece sobremodo a integração e o aspecto da continuidade das atividades

desenvolvidas. Possivelmente, a maioria dos alunos de uma classe não pertença a

nenhum outro fórum que promova encontros com esta regularidade.

Diante dessas e de outras características, uma classe de Escola Dominical está

pronta para ser instrumentalizada de maneira abençoada e vigorosa, visando o

crescimento da igreja. Assim, vamos alistar algumas frentes de trabalho que podem

ser levadas a efeito através dessa estrutura de classes existente na maioria das igrejas

evangélicas do Brasil.

EXPERIMENTANDO A EVANGELIZAÇÃO

Olhar para uma classe de Escola Dominical sob a perspectiva da evangelização é

simplesmente uma experiência fantástica. O potencial da classe para ganhar almas é

tremendo. Uma classe pode estruturar um trabalho para alcançar pessoas de sua

faixa etária e pregar-lhes a Palavra de Deus. Isso pode ser feito de várias maneiras:

Aplicação evangelística das lições

A evangelização através da Escola Dominical começa com a própria atividade

docente, quando o professor, ao perceber a presença na classe de pessoas não-

crentes, aplica aos seus corações, de forma evangelística, o texto estudado. Às vezes,

o texto parecerá árido para tal propósito, então o professor deverá procurar ajuda

com seu pastor para que possa aplicá-lo de forma evangelizadora. A tese que

sustentamos é que a mensagem da Bíblia tem a vida, morte e ressurreição de Jesus

como centro e chave hermenêutica. Assim, todo o texto sagrado está, de alguma

forma, relacionado como este centro. Logo, a questão é descobrir qual é a relação

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correta entre o texto bíblico em estudo e a vida e missão de Jesus.

Uma boa prática é o pastor escrever estas aplicações com antecedência e entregá-

las aos professores. Isto os ajudará bastante na tarefa de evangelizar através do

estudo da Bíblia. Ao aplicar o texto bíblico ao coração do não-crente, o professor

deve crer no poder salvador de Cristo e falar com compaixão, inclusive fazendo o

apelo, convidando, com sinceridade e amor, as pessoas a aceitarem Jesus como seu

salvador pessoal.

Se houver decisões ao lado de Cristo na sala, o professor deverá anotar em uma

ficha o nome e endereço do decidido e orientá-lo a confirmar sua decisão no culto

público. Em seguida, deve entregar a ficha ao pastor e, caso o decidido tenha

concordado, pedir que ofereça a oportunidade para que ele confirme publicamente

sua decisão.

Cultos evangelísticos nos lares

A classe poderá realizar cultos evangelísticos em lares de pessoas não-crentes.

Pode-se aproveitar a presença de um visitante e oferecer a realização de vim culto

em sua casa. Dentre os alunos da classe, podem ser escalados: dirigente, pregador,

participação musical etc para cada culto. O professor pode atuar como um

coordenador, coadjuvado por um líder de evangelismo, que agendará os cultos a

serem realizados. Se cada classe da Escola Dominical de uma igreja realizar um

culto evangelístico por semana e a igreja tiver cinco classes, 20 cultos evangelísticos

por mês serão realizados fora do templo, em lares de pessoas ainda não-crentes.

Você já imaginou o resultado de 240 cultos realizados em um ano? O que Deus pode

fazer através de tal esforço é simplesmente inimaginável!

A grande vantagem é que as pessoas ganhas para Cristo nesses cultos já têm na

classe que realiza o trabalho o seu núcleo de integração à vida da igreja.

Visitas evangelísticas especiais

Além de cultos, a evangelização pode se dar através de visitas especiais. Os

alunos da classe são orientados a descobrir oportunidades para visitas evangelísticas.

Uma classe de homens, por exemplo, pode visitar o prefeito, os vereadores, juízes e

autoridades de um modo geral, sempre levando um exemplar da Bíblia ou do Novo

Testamento para presentear à autoridade visitada. Pode-se descobrir famílias que

atravessam momentos difíceis como desemprego, morte, problemas com filhos etc.

Momentos de sofrimento são estrategicamente apropriados para uma visita

evangelística, onde o Evangelho seja apresentado de forma clara e direta.

A classe pode se subdividir em grupos de visitação, compostos de duas ou três

pessoas, que realizarão as visitas à medida que as oportunidades forem sendo

apresentadas ou descobertas. O líder de evangelismo da classe poderá ajudar os

demais alunos neste trabalho. Para o trabalho de visitação evangelística, algumas

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providências precisam ser tomadas. Primeiro, as visitas precisam ser agendadas com

antecedência, a pessoa ou família a ser visitada deverá ser informada do número

exato de pessoas que estará recebendo, não deve haver atraso quanto ao horário

marcado para a visita, jamais uma visita deve ser desmarcada ou transferida, nunca o

visitador poderá faltar à visita marcada, a visita deve ser objetiva, mas sem dar a

impressão de pressa, e os visitadores deverão se vestir sobriamente.

Durante a visita, os crentes deverão aproveitar a oportunidade para apresentar

aos visitados o plano de salvação. Ao fazê-lo deverão ser pacientes, lendo os

versículos com as pessoas e explicando a elas o significado de cada texto lido. Ao

final deste livro estamos incluindo, em apêndice, um modelo do plano de salvação

que deve ser estudado e pode ser usado pelos visitadores.

Depois da visita deve ser feito um contato telefônico ou um cartão poderá ser

enviado pelo correio. Os visitadores agradecerão o privilégio de terem realizado a

visita e renovarão o convite para que os visitados compareçam à classe e aos cultos.

Correspondências evangelísticas

Em nossas igrejas há sempre pessoas que gostam de escrever cartas. Devem ser

identificadas na classe aqueles que apreciam este tipo de trabalho, para a

implantação da evangelização por correspondência. A tarefa é bem simples, o líder

da equipe de evangelização por correspondência da classe deverá anotar nome e

endereço completos dos visitantes da própria classe e dos cultos, desde que da

mesma faixa etária da classe. Nomes de decididos não devem ser anotados, mas

apenas de visitantes que não se decidiram. Um dos alunos da classe será escalado

para escrever a carta evangelística. O líder deverá manter um controle das pessoas

que estão escrevendo com seus respectivos destinatários.

A carta evangelística deve ser enviada logo no dia seguinte ao da presença da

pessoa na classe ou na igreja, assim o visitante se sentirá valorizado e objeto da

atenção da igreja.

A carta deve ser objetiva, pois poucos gostam de ler cartas muito longas; precisa

começar expressando a alegria pela visita feita à igreja e, em seguida, apresentar, de

forma amorosa e simpática, o plano de salvação. Em seguida, deve-se oferecer uma

visita para um aprofundamento do tema, bem como informar sobre a natureza,

objetivos, horário de funcionamento da Escola Dominical e dos cultos da igreja.

Se o visitante, ao receber a carta, manifestar o desejo de receber visita da classe,

o remetente deverá informar os nomes das pessoas que estarão entrando em contato

com ele. Em seguida, passará a ficha do interessado em ser visitado para uma das

equipes de visitação.

Você já pensou nos resultados do trabalho de classes que estão evangelizando

através de cultos nos lares, visitas e correspondências? Certamente Deus usará de

forma maravilhosa este trabalho, caso seja realizado com oração e organização.

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EXPANDINDO MISSÕES

É já sabido que a Escola Dominical tem sido a principal mola propulsora do

levantamento de ofertas missionárias. Em várias denominações são estipulados alvos

para as classes e elas se esforçam para ultrapassá-los. Porém, o potencial de uma

classe vai muito além disso. Eis algumas idéias:

Adoção de missionários

A classe pode tomar a decisão de sustentar financeiramente e com orações pelo

menos um missionário de missões urbanas, estaduais, nacionais ou mundiais;

dependendo do desprendimento e das condições dos alunos. Assim, o professor e o

líder de missões da classe deverão procurar o pastor, informar o desejo do coração

da classe e pedir-lhe orientação quanto a melhor maneira de efetivar a adoção.

Ao agir assim, a classe estará fazendo e pensando em missões o ano inteiro, e

não apenas sazonalmente. Não há dúvidas de que a classe será abençoada e a obra de

missões muito mais. Estará sendo acelerado o cumprimento da grande comissão (Mt

28.18-20).

Viagens missionárias

Anualmente, a classe poderá empreender viagem '. a um campo missionário.

Nela a classe visará ter experiência missionária, sentindo a realidade do trabalho

alguns dias um missionário, e ainda alargar sua própria visão quanto à obra de

missões.

Tudo precisa ser feito com planejamento, oração e dedicação. Uma coisa é certa,

ao empreender viagens missionárias os alunos da classe crescerão tremendamente

em sua visão do Reino de Deus.

NA ASSISTÊNCIA SOCIAL

O contexto desta faceta do potencial de uma classe de Escola Dominical é o

pressuposto de ter a igreja de cumprir uma missão integral, sabendo que "missão é

mais que um conceito. É fidelidade ao mandamento bíblico de Jesus Cristo à sua

igreja em situações concretas. Diante de um mandamento bíblico, só se pode

responder com obediência ou desobediência"[31]. Compreendendo que a igreja

precisa agir, e não somente orar, no afã de contribuir para que os pobres e menos

favorecidos de nosso povo tenham seu padecimento ao menos minorado.

Estamos falando de visão quanto ao trabalho social, e neste sentido é de suma

importância entendermos, como cristãos que somos, que "é necessário combater o

egoísmo reinante nas pessoas e cultivar o espírito comunitário, dando-lhes

consciência de que formamos uma comunidade. Evitar defender só o que é nosso e

31 - GRELLERT, Manfred. Os Compromissos da Missão. Rio de Janeiro: Juerp/Visão Mundial, 1987, p. 21.

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atentar também para o que é de todos".[32] E desta forma cooperar, ao menos em

nosso bairro, para que a relevância da igreja perante a comunidade se saliente,

inclusive no aspecto social.

Para que seu potencial seja canalizado para a assistência social, os alunos de uma

classe de Escola Dominical deverão compreender, por fim, que "a missão integral se

manifesta no mundo com o evangelismo, ao proclamar o evangelho para que se

produza uma resposta de fé, arrependimento e discipulado. Ademais, na América

Latina, a igreja experimenta a presença dos pobres, a cujas necessidades procura

ministrar no Espírito de Jesus Cristo"[33]

A classe pode ter uma equipe de assistência social que terá a missão de planejar e

liderar projetos na área social, dos quais toda a classe participará. Muitas são as

alternativas nesta área. Desde visitas a asilos, creches, penitenciárias, albergues,

leprosários etc até projetos mais audaciosos como ajudar uma comunidade carente

na reconstrução de casas, na solução de problemas junto aos órgãos públicos, na

mobilização do potencial comunitário de favelas para a solução de problemas como

segurança, saneamento básico, saúde, alimentação etc.

Uma classe pode agir muito na área social, mas precisa despojamento e coragem;

disposição para sair das quatro paredes, "admirar a realidade, aprender, para

compreender as inter-relações verdadeiras dos fatos percebidos." [34] E o desafio dos

crentes assumir sua parcela na responsabilidade de solucionar problemas e minorar

padecimentos.

CRESCENDO NA COMUNHÃO E NA ORAÇÃO

No que diz respeito à comunhão e à oração, uma classe de Escola Dominical é

riquíssima em oportunidades. A classe pode se reunir periodicamente para orar uns

pelos outros, compartilhar vitórias na vida cristã e repartir dores e problemas a fim

de que todos participem das alegrias e das tristezas de todos.

A comunhão entre os irmãos tende a crescer quando algo íntimo é

compartilhado. Amamos mais quem conhecemos mais. E é maravilhoso orar por

alguém conhecendo suas necessidades e triunfos.

Muitas vezes oramos por pessoas que não conhecemos. Não sabemos onde

moram, como vivem, quais são suas dificuldades; nossa oração é por demais

genérica, pois carecemos de um conhecimento maior. Algumas formas de

intensificar a comunhão e propiciar compartilhamentos são:

32 - CERQUEIRA, José Milton de. in Missão da igreja e Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: Juerp/Conselho

de Planejamento e Coordenação da CBB, 1988, p. 64. " 33 - GRELLERT, Manfred., op. cit, p. 22. 34 - KIVITZ, Sílvia Regina Jorge, in Missão da Igreja e Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: Juerp/Conselho

de Planejamento e Coordenação da CBB, 1988, p.47.

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Encontros de oração

Os alunos de uma classe podem se reunir periodicamente, no templo ou nas

casas, para oração e compartilhamento. A liderança deste trabalho precisa ser do

professor, que poderá fazer uma escala com as datas das reuniões e os locais. É

muito importante que esta atividade seja realizada com aprovação e apoio do pastor

da igreja, que deverá ser convidado a participar da mesma. Uma coisa muito

importante neste trabalho é haver controle por parte do professor para que a reunião

não fuja dos seus objetivos que são oração e compartilhamento. Às vezes, encontros

assim podem enveredar para o bate-papo ou até fofocas e maledicências. Por esta

razão a liderança do professor é indispensável.

Parceiros de oração

A classe pode se organizar em parceiros de oração. Duas a duas as pessoas

encontram um companheiro, alguém mais achegado, com quem estará sempre em

contato numa convivência de fortalecimento mútuo e de apoio constante. Num

mural da classe podem ser colocados os pares de oração e à medida que um novo

aluno for chegando deverá ser incluído. O professor deve ficar sem um par,

exatamente para ser parceiro daquele que vai chegar. Quando chegar outro, então

forma-se uma nova dupla e o professor fica novamente livre, à espera do próximo.

Pode haver, a cada domingo, possivelmente cinco minutos antes do início da

aula, um encontro das duplas de oração. Além disso, as duplas estarão em contato

durante toda a semana pelo telefone, se visitando etc. É ótimo quando temos alguém

com quem compartilhar, dia-a-dia, nossas vidas. "Melhor é serem dois do que um"

(Ec 4.9a).

Atividades de sociabilidade

A classe, ao final de cada trimestre, deve se reunir tanto para celebrar o final do

período quanto para comemorar os aniversários daqueles que completaram mais um

ano no trimestre. A festa deve ser alegre e descontraída. É bom que haja

brincadeiras, bolo de aniversário, enfim, muito divertimento e espírito de

fraternidade. Mais uma vez é importante que se convide o pastor, o diretor da Escola

Dominical, o Ministro de Educação Religiosa etc. E sempre muito importante que a

classe enfatize a bênção da Escola Dominical que é uma realização de todos.

MOBILIZANDO PARA O SERVIÇO

As igrejas podem se utilizar das classes, e estas podem se mobilizar no sentido

de cooperar com a igreja na realização de todo o serviço cristão. As classes podem

se revezar no serviço de aconselhamento de novos decididos, na recepção da igreja,

no trabalho da cantina, no apoio às congregações e pontos de pregação, no

evangelismo externo, na segurança etc. Desta forma, ninguém fica sobrecarregado e

todos têm a oportunidade de servir e participar do serviço do Reino.

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É bem funcional organizai: o serviço da igreja valendo-se da estrutura de classes

da Escola Dominical. Trata-se da canalização de um potencial certo e seguro para a

consecução do trabalho dominical da igreja. Além das atividades mencionadas

acima, outras podem ser adicionadas, como a limpeza das dependências em épocas

de necessidade, assistência a enlutados, plantões de oração etc.

Quem estuda a Bíblia junto, toda semana, poderá trabalhar com eficácia em

união para o desenvolvimento da obra do Reino de Deus. Servir é a prática da

obediência a Cristo; é a prova do aprendizado; é a demonstração de que a Palavra de

Deus não volta vazia, uma vez lançada ao coração de crentes sinceros.

O QUE NÃO POSSO FAZER COM MINHA CLASSE...

Como pôde ser observado, o potencial de uma classe de Escola Dominical é

simplesmente fantástico, rico mesmo. Não explorá-lo é não enxergar alternativas e

possibilidades que redundarão certamente num farto crescimento para a igreja.

Naturalmente, para que esta dinâmica seja implementada nas classes, será

preciso um planejamento que adaptará a ela a estrutura vigente. Como se viu, numa

classe, além do trabalho de ensino das Escrituras, precisará haver uma liderança que

realmente lidere e coordene cada atividade a ser desenvolvida.

Na verdade, a igreja passará a funcionar basicamente através da Escola

Dominical. Todas as suas linhas de ação, praticamente, podem ser viabilizadas

através das classes. Aquilo que assim não se viabilize, carecerá de estrutura paralela,

como a adoração e culto e a administração eclesiástica, por exemplo.

Note-se, ainda, que atrelada a esta dinâmica de classes, deverá haver uma

proposta de treinamento que visará preparar e manter motivadas as pessoas que

atuam diretamente em cada frente de ação das classes. O treinamento a ser provido

será objetivo e direcionado àquelas pessoas que já estão atuando nos respectivos

setores.

Muita coisa pode até parecer impossível, mas se nos despirmos de preconceitos

(conceitos concebidos e cristalizados) abrindo a mente para alternativas, rompendo

com velhos paradigmas e construindo novos, mais relevantes e contextualizados,

certamente experimentaremos bênçãos inumeráveis. Ed René Kivitz observou com

muita propriedade que a igreja tem sua missão, via de regra, condicionada e

diríamos até presa pelos paradigmas do culto, do clero, do domingo e do templo. [35]

Parece até que a igreja não conseguirá fazer nada que fuja destes condicionamentos.

Por esta razão, o empresário Ricardo Semler, formado em Direito pela Universidade

de São Paulo e em Administração pela Harvard University, destacou como a

primeira dentre as três condições sine qua non para a sobrevivência de empresas a

longo prazo, a "capacidade de enxergar a necessidade de mudanças a tempo, com

35 - KIVITZ, Ed René. Quebrando Paradigmas. São Paulo: Abba, 1995, p. 37-56.

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coragem para implementá-las antes que seja tarde demais".[36] Neste sentido, vale a

pena ler um excelente texto de Darci Dusilek, no qual ele lança mão do conceito de

curva sigmóide, muito utilizado em análises mercadológicas, para explicar a questão

do ciclo de vida da própria igreja que, caso não seja realimentado em tempo hábil,

pode expirar, inviabilizando qualquer ato de reversão. [37] Washington R. Ferreira

conclui que a própria "teologia está refazendo leituras a procura de enunciados mais

atuais, longe do dogmatismo da defesa de possuir a verdade última, atingindo o ideal

de descobrir novos paradigmas".[38]

Portanto, prezado professor, é uma questão de fé e de visão; ainda uma questão

de coragem.

Certo é que nem tudo dependerá de você, mas a partir de você muita coisa pode

mudar e melhorar em sua Escola Dominical e em sua igreja. Não desanime com a

constatação de que sozinho não conseguirá solucionar todas as coisas. O ser humano

precisa aprender a enxergar-se não como solução cabal de tudo, mas como ponto de

partida para que as soluções se viabilizem.

SOCORRO! Sou professor de Escola Dominical

ACABOU A AULA, E AGORA?

As oportunidades de um professor fora da sala de aula

Ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu

estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt 28.20).

Enganam-se aqueles que pensam que o tempo de convivência entre professor e

alunos da Escola Dominical está circunscrito ao da aula em classe. O professor o é

ainda que fora da sala de aula. A visão de limitar-se ao relacionamento dentro de

sala parece uma espécie de importação do modelo frio e profissional da sociedade

contemporânea, onde o médico só dedica 30 minutos ao cliente, o psicólogo encerra

a sessão na hora certinha, o professor já está com seus objetos nas mãos quando toca

o sinal do fim da aula. Na maioria dos casos, as pessoas nada têm a ver umas com as

outras fora do ambiente de encontro profissional.

Na Escola Dominical precisa ser diferente. O professor assume a

responsabilidade por monitorar ou, pelo menos, acompanhar o crescimento dos seus

alunos. E é precisamente fora da sala de aula que os alunos demonstrarão até que

ponto aprenderam de fato a Palavra a eles ministrada durante a aula.

Em decorrência disso, o professor assume seu papel dividindo sua atuação em

dois momentos: dentro da sala, quando sua preocupação maior é a de gerenciar o

36 - SEMLER, Ricardo. Virando a Própria Mesa. 21a. ed. São Paulo: Best Seller, 1988, p.69. 37 - DUSILEK, Darci. A Igreja em Peregrinação. Rio de Janeiro: Horizonal, 1996, p. 35-40. 38 - FERREIRA, Washington R. O Fim das Ilusões - O Lugar da Religião na Atualidade. Edição da Autor, Rio de

Janeiro: 1996, p. 99.

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processo de ensino/aprendizagem; e fora da sala, quando sua tarefa é

predominantemente a de observar as atitudes, comportamentos e posturas assumidos

por seus alunos.

Não só os alunos demonstram o aprendizado fora da sala, mas também o

professor demonstra a eles o quanto acredita e pratica o que lhes ensina. É uma

dupla avaliação, de coerência, por parte do professor; de assimilação na vida, por

parte dos alunos. É bom que vejamos algumas orientações a respeito dessas

tremendas oportunidades de um professor fora da sala de aula.

A DIMENSÃO DO COMPORTAMENTO

O professor sendo observado

A ênfase aqui é no fato de que os alunos observam o seu professor fora da sala

de aula, com o intuito de constatar ou não harmonia entre seu ensino e sua prática.

Vemos então a preciosa oportunidade que o professor tem de reforçar ou ratificar

seu ensino com seu exemplo: ao verem como o professor se comporta, os alunos

receberão mais uma aula, agora de vida, sobre como praticar a Palavra de Deus.

Alguns aspectos mais observados, pelos alunos, na vida do professor da Escola

Dominical são:

O professor e o culto Primeiramente, se o professor está presente nos cultos

promovidos pela igreja. Essa história de professor que chega, dá sua aula e vai

embora para casa sem participar do culto, ou aquele que raramente está nos cultos de

domingo ou de meio de semana, é um desserviço lamentável à obra de Deus.

Privam-se de um envolvimento maior com a igreja e privam seus alunos de um

exemplo vivo; eles poderão até entender que o culto não é importante.

Outro aspecto é o da postura do professor durante o culto. Ele participa mesmo

do culto ou vive distraído, conversando, lendo ou escrevendo, durante a mensagem?

Ele canta os hinos, entrega regularmente os dízimos do Senhor? Ele acompanha a

mensagem com a Bíblia aberta, seguindo cada passo do sermão? Podem parecer

detalhes de importância reduzida, mas são aspectos que oferecem reforço

importantíssimo, pelo exemplo, ao ensino da Bíblia em sala de aula.

O professor e seu caráter

Os alunos observam se o professor cumpre sua palavra quando a empenha, se é

honesto em suas atitudes e justo em suas ações. Quando os alunos notam que o

professor fala e não cumpre, comprometesse e não honra, passarão a não dar mais

crédito às suas palavras e a desvalorizá-lo como professor. É terrível quando isso

ocorre. A experiência tem mostrado como é difícil recuperar a imagem gravada no

coração das pessoas a respeito do nosso caráter.

São em atitudes aparentemente pequenas que as pessoas observam a correção

dos atos de um professor. Se respeita a fila na hora do lanche na cantina, se devolve

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o que pede emprestado, como responde àqueles que erram contra ele etc. Nas

pequenas coisas o professor deixa transparecer o seu caráter e a sua personalidade,

também. Vale lembrar aqui que não se trata de cobrar perfeição do professor, mas de

se exigir que ele esteja atento para não destruir fora de sala o que tenta construir

dentro dela.

O professor e seus relacionamentos

Como o professor trata seu cônjuge, seus filhos, os demais irmãos em Cristo, a

liderança da igreja; como se refere ao pastor, como se dirige aos amigos e aos

próprios alunos? Os alunos observam os relacionamentos do seu professor a

aprendem muito com eles. Ao ver um professor sendo gentil e amável com o

cônjuge e com os filhos, os alunos nutrem uma ideia boa e positiva sobre o

relacionamento familiar. O ensino da Bíblia sobre este tema, para eles, fará muito

mais sentido. Ocorrendo o contrário, o resultado é desastroso.

Estamos vivendo na era do emocional. O quociente emocional é mais valorizado

do que o de inteligência. Numa reportagem publicada na revista Veja, de autoria de

Aríete Salvador e Laura Capriglione, a propósito do livro do psicólogo e jornalista

Daniel Goleman (Inteligência Emocional), um dos mais vendidos à época,

encontramos algumas informações que nos mostram o quanto nossa inteligência

emocional pode discrepar da intelectual ou racional. Por exemplo, a matéria informa

que Albert Einstein tratava sua esposa, Mileva Maric, uma matemática servia, como

pouco mais do que uma escrava; diz que Karl Marx era um gastador inveterado que

vivia tomando dinheiro emprestado de seus amigos; informa ainda que Charles

Darwin tinha síndrome de pânico.[39] Tais informações mostram que alguns dos

grandes gênios, que mudaram o rumo da história e da vida humana com suas ideias,

teorias e inventos, eram péssimos em seus relacionamentos com os outros e consigo

mesmos. O modo como um professor se relaciona com as pessoas ensina muito aos

seus alunos sobre até que ponto ele leva em conta os ensinos de Cristo em sua vida.

A DIMENSÃO DO CONHECIMENTO

O professor observando

A questão agora se inverte, é o professor que passa a observar seus alunos. É

uma espécie de avaliação informal, na qual cada observação empresta subsídio ao

professor para aferir até que ponto o que está sendo ensinado em termos de vida e de

discipulado está sendo assimilado e praticado pelos alunos. O professor observa se

os alunos estão participando das atividades da igreja, se dão demonstrações de

amadurecimento cristão e comprometimento com a obra de Deus. Procura conversar

39 - SALVADOR, Arlet e CAPRIGLIONE, Laura. Quando a emoção é inteligência. Revista VEJA, 15.1.1997,

p. 66.

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com os pais para ver como estão as coisas no convívio familiar, na escola etc. O

resultado dessas observações e informações será um conhecimento ainda maior que

certamente conferirá às aulas um grau ainda mais elevado de relevância para a vida

dos alunos. No relacionamento dos alunos com os colegas, com a liderança da igreja

e com o próprio professor será revelada a maturidade emocional dos mesmos. O

professor precisará levar em conta esta maturidade emocional para a realização do

seu trabalho de forma eficaz. Conhecendo melhor o nível emocional da vida de seus

alunos, o professor cuidará de aplicar a Palavra de Deus de forma a proporcionar-

lhes amadurecimento espiritual e emocional. Sem observação, portanto, é

simplesmente impossível qualquer avaliação que se chame relevante. Com o ensino

da Bíblia, a avaliação não pode centrar-se na retenção de informações, mas deve

focar a capacidade dos alunos vivenciarem os princípios do Evangelho de Jesus

Cristo.

A DIMENSÃO DA FRATERNIDADE

Agora, entra em cena o relacionamento informal e espontâneo entre professor e

aluno. Deve haver muito diálogo entre eles, aproveitando as oportunidades

ensejadas pela própria convivência eclesiástica. O professor também deve criar

oportunidades que criem um ambiente fraterno. Professor e alunos devem ser

amigos. Precisa haver um clima de confiança e cordialidade entre eles. Não pode

haver barreiras, pois elas inviabilizariam uma boa comunicação. Muitas vezes os

alunos vão compartilhar segredos e coisas íntimas com seu professor, isso exigirá

dele a capacidade de ouvir, orar, ajudar e, ao mesmo tempo, preservar a confiança

dos alunos. Há muito que o professor pode fazer para auxiliar seus alunos em

questões pessoais, mas se não houver um clima de total confiabilidade, jamais tais

questões serão sequer mencionadas. No contexto da fraternidade, o professor

procura conhecer as necessidades dos seus alunos e empenha-se em ajudá-los a

satisfazê-los. Como se viu, o relacionamento professor-alunos se dá também, e de

forma intensa, fora da sala de aula. Ao procurar observar seus alunos durante os

cultos nas atividades da igreja e mesmo, caso possível, no seu dia-a-dia, o professor

certamente colherá subsídios importantíssimos para o cumprimento do seu

ministério como docente da Escola Dominical.

QUEM SÃO OS MEUS ALUNOS?

Como conhecer melhor os alunos de uma classe

E serão todos ensinados por Deus. Portanto todo aquele que do Pai ouviu e

aprendeu vem a mim (Jo 6.45).

É simplesmente um engodo querer ensinar a Palavra de Deus para quem não se

conhece. Num conceito moderno de ensino, o professor é, em síntese, um educador.

Para cumprir seu papel precisará mergulhar primeiro no mundo do aluno que, o

quanto possível, precisa ser também o seu.

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Paulo Freire cunhou a expressão educação bancária, aquela cuja prática vê o

professor executando sua função em basicamente dois momentos. O primeiro, na

biblioteca, em contato com os livros, preparando-se para o ensino; o segundo, em

sala de aula, depositando no aluno aquilo que assimilou como resultado do primeiro

momento. [40]

Esta visão do aluno como mero depositário dos conhecimentos do professor é

por demais retrógrada e daninha, diante do nobre propósito da educação cristã. O

aluno não deve apenas receber o depósito por parte do professor, o que seria a

reedição desta ultrajante filosofia educacional, na qual "o educador é o sujeito do

processo; os educandos meros objetos"[41]; mas sim construir o próprio

conhecimento a partir da ajuda e da ação do professor-educador.

Para Paulo Freire, portanto, o diálogo e a tarefa educacional será protagonizada

por "não mais educador do educando, não mais educando do educador, mas

educador-educando com educando e educador".[42]

A classe de Escola Dominical objetiva não a simples troca de conhecimentos,

mas de vida; ao tempo em que o professor ensina, aprende; ao tempo em que os

alunos aprendem, ensinam. É o milagre da educação religiosa acontecendo numa

sala de aula.

Encontramos na própria definição da postura do professor-educador, o caminho

para o conhecimento dos alunos. Entendendo que "educar é, em suma, ajudar

alguém a se criar"[43], o professor vai, no exercício de sua função, permitindo e

interagindo com os alunos para que eles próprios engendrem seu desenvolvimento.

O professor, como educador que é, reconhece "que não há educação verdadeira

senão quando existe auto-educação".[44]Desta forma, os alunos são responsabilizados

e respeitados em sua autoformação.

Como bem lembrou Fanny Abramovich, "a postura básica do educador é aquela

aberta, que parte da percepção de cada aluno e do grupo como um todo, que

possibilita a cada aluno que se conheça e conheça seu colega, para aí, depois de se

detectar quais as dificuldades, lacunas, interesses de cada grupo, poder ter alguma

ideia (e sempre reformulável durante a sequência dum curso) do que poderá ser

proposto àquele grupo”. [45]

Então, abrindo-se para a pessoa do aluno, o professor descobre os caminhos mais

viáveis para o ensino que está se propondo transmitir. Com muita propriedade,

Fanny Abramovich arremata dizendo que "é quando o educador está com todos os

seus poros ligados a cada aluno, quando acompanha seu processo de crescimento,

40 - FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. IT ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, p. 66. 41 - FREIRE, Paulo, op. cit, p. 59. 42 - FREIRE, Paulo, op. cit, p. 68. 43 - CHARBONNEAU, Paul-Eugene. Educar. São Paulo: EPU, p. 190. 44 - CHARBONNEAU, Paul-Eugene., loc. cit. 45 - ABRAMOVICH, Fanny. Quem educa quem?. 2a. São Paulo: Summus, 1985, p. 41.

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quando possibilita que ele seja integralmente, quando revê criticamente com cada

grupo todas as dificuldades pelas quais passou, quando o faz refletir sobre quem é,

como age ou como impede os outros (ou se impede) de agir, que o processo

educacional flui".[46]

Em decorrência disso vemos que, a depender da postura do professor, pode haver

ou não sucesso na proposta educacional cristã veiculada pela Escola Dominical. Se o

professor for adepto de uma filosofia educacional inibidora e castradora dos alunos,

propugnando por uma atitude auto-centrada, que não dá espaço para que os alunos

sejam plenamente; a educação estará comprometida de forma cabal.

Não é raro encontrarmos pessoas, muitas vezes até sem terem plena consciência

disto, reproduzindo esta atitude cuja ineficácia, já à saciedade, tem sido

demonstrada. Precisamos, outrossim, lutar para que a práxis[47] educacional da

Escola Dominical de nossas igrejas represente sempre o que há de melhor e mais

moderno no campo da educação.

E preciso sair da retaguarda e assumir uma atitude de vanguarda como agentes

da educação cristã na história. A questão, portanto, é que o professor conheça seus

alunos. "Conhecer o homem, o seu pensamento, - é tarefa bastante difícil!" admitiu

Aglael Luz Borges, em seu trabalho apresentado no II Congresso Brasileiro de

Psicopedagogia e V Encontro de Psicopedagogos, realizado em julho de 1992, em

São Paulo; e comentou que os educadores "precisam estar atentos a fim de que,

através de maisnconhecimento, possam vivenciar melhor a práxis, integrando tanto

quanto possível o discurso, o sentimento e a ação".[48]

Embora difícil, a tarefa de conhecer aqueles aos quais o professor-educador

deseja ajudar no processo educacional desenvolvido na classe da Escola Dominical

precisa ser realizada com dedicação e prioridade. Ao fazê-lo vai perceber que, como

bem observou Jerry M. Stubblefield: "pessoas aprendem de formas diferentes. Isto é

certamente verdade com faixas etárias diferentes".[49] A forma como um pré-escolar

aprende é bem diferente da de um adolescente ou jovem. O adulto também aprende

de maneira distinta. Assim, o professor precisa apropriar-se das características,

dentro da psicologia do desenvolvimento, da idade das pessoas que constituem a

classe em que vai lecionar.

Não levar em conta essas peculiaridades pessoais pode resultar em erros graves

46 - ABRAMOVICH, Fanny. loc. cit. 47 - Apanho emprestado aqui a compreensão de 'práxis' esposada por Beatriz Judith Lima Scoz, em seu trabalho

"Algumas Considerações sobre a Práxis Psicopedagógica na Realidade Educacional Brasileira", no qual afirma que "a

idéia de práxis, portanto, firma-se numa compreensão do homem como ser ativo e criador, que transforma-se à medida

que transforma o mundo pela sua ação material e social". Em: A Práxis Psicopedagógica Brasileira. São Paulo: ABP.p,

1994, p. 19. 48 - BORGES, Aglael Luz. 0 Movimento Cognitivo-Afetivo-Social do Homem Ser-Sujeito na Relação do

Conhecimento - Uma Proposta de um Paradigma em Psicopedagogia. Em: A Práxis Pscopedagógica Brasileira..., p. 76. 49 - STUBBLEFIELD, Jerry M. The Effective Minister of Education - A Comprehensive Handbook. Nashville.

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que por certo afetarão o resultado final do trabalho do professor. Muitos insistem no

exercício do magistério cristão, sem a imprescindível incursão no estudo das

características do educando, de acordo com sua faixa etária.

Assim fazendo, praticam o que Hamilton Werneck chama de tapeagogia[50], isto

é, os que praticam toda sorte de tapeações no processo de ensino-aprendizagem, bem

como em sua administração.

Há alguns bons livros que muito poderão auxiliar o professor na tarefa de

conhecer seus alunos [51], no entanto, além deste conhecimento teórico, é muito

importante um conhecimento prático, pois somente através dele o professor poderá

conhecer, de fato, os alunos para os quais ensina as Escrituras. Algumas orientações

poderão ser úteis neste sentido:

1. Conheça seus alunos pelos nomes

É muito importante chamar os alunos pelos seus nomes. O próprio convívio da

igreja favorece isto, mas é muito bom que o professor desenvolva seu próprio

método para não esquecer o nome de cada um dos seus alunos. Ao chamar alguém

pelo seu nome demonstramos atenção e respeito para com ele, abrimos uma porta

que facilitará muito o relacionamento e a comunicação.

2. Visite seus alunos

Nada como uma vista à casa do aluno para conhecer sua realidade de vida. O

relacionamento no templo pode iludir muito. Muitas vezes a realidade de vida do

aluno não fica clara nesse contexto; em casa, porém, fica muito mais difícil qualquer

confusão a esse respeito.

Saber as condições de vida dos alunos ajuda o professor a entendê-lo e auxiliá-lo

no ensino da Palavra de Deus. Quando o aluno é visitado fica mais à vontade com o

professor e o relacionamento se torna mais autêntico. No momento de um

aconselhamento ou do pedido de uma determinada tarefa, o professor ganhará muito

se tiver visitado seus alunos.

3. Interesse-se pela vida de seus alunos

Procure saber sobre a escola, os amigos, namorados e cônjuges de seus alunos.

Mostre interesse em suas vidas. Quanto mais por dentro de suas vidas estiver o

professor, melhor será o seu trabalho em sala de aula, acredite. Anote em sua agenda

a data do aniversário de seus alunos, assim você poderá fazer um contato, mandar

um telegrama ou ainda fazer uma menção em sala de aula.

50 - WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. 11ª Ed. Petrópolis, Vozes, 1992,

p. 55, 56. 51 - No final, o leitor encontrará uma bibliografia básica para a Escola Dominical, na qual constam

interessantes obras que tratam das características e das necessidades da criança, do adolescente, do jovem e do adulto.

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O fato de o professor lembrar-se do dia do seu aniversário, fará com que o aluno

o admire e respeite ainda mais.

4. Aproxime-se de sua família

Conheça os demais membros da família de seus alunos e, o quanto possível,

converse com eles; faça-os sentir que você faz parte da vida de seu aluno e isso o faz

parte também de sua família. Quando uma família se percebe importante para o

professor de um de seus membros, é como se sentisse o cuidado da igreja por ela.

5. Descubra a ocupação e os interesses de seus alunos

Qual é a profissão de cada um? Que curso cada um está fazendo? Estas

informações são valiosíssimas do ponto de vista didático-pedagógico. Muitas são as

ilustrações ou exemplos que podem ser extraídos da vida profissional ou estudantil

dos alunos. Ao usar este recurso, a comunicação será estabelecida com maior

eficácia. Muitas vezes um exemplo extraído do ambiente profissional ou acadêmico

dos alunos tem maior efeito no ensino do que horas de exposição.

Também são valiosíssimas as informações acerca dos interesses dos alunos

como: esportes, leituras, filmes, cantores e artistas, carro, viagens etc. Estas coisas

acabam fazendo o professor conhecer ainda mais profundamente as pessoas às quais

pretende transmitir a Palavra de Deus. Também o ajudará a inserir no contexto da

aula pequenas brincadeiras e leves momentos de descontração que contribuirão

emocionalmente para o bem-estar dos alunos em classe.

Seja sociável

Muito conseguirá, por exemplo, um professor de adolescentes ou de jovens que

jogue futebol com eles, ou saia à noite para um passeio ou comer uma pizza juntos.

Um professor de adultos que esteja junto com os alunos num churrasco ou numa

pescaria terá em muito facilitado o seu trabalho, pois não existirão barreiras no

relacionamento e na comunicação.

Um professor, por outro lado, que foge dos momentos sociais, acaba por

prejudicar seu trabalho, comprometendo a eficácia do seu ensino.

QUEM SÃO SEUS ALUNOS?

O objetivo deste capítulo foi demonstrar como é importante o conhecimento do

aluno por parte do professor. Oferecemos, também, alguma ajuda neste sentido,

portanto, se o professor da Escola Dominical lançar mão das idéias aqui ventiladas e

de outras oriundas de fontes diversas de informação, perceberá o prazer e a

facilitação de sua tarefa aumentados, em função de sua dedicação na difícil mas

imprescindível tarefa de conhecer seus alunos.

Não tenha medo ou constrangimento. Lance-se na aventura de conhecer com a

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profundidade possível aqueles que o têm como professor. Mergulhe o quanto puder

na realidade de vida dos seus alunos. Lembre-se de que a profundidade do seu

ensino dependerá da intensidade do conhecimento que você tem de seus alunos.

Seja educador-educando, relacionando-se de forma criativa e dinâmica com

educandoseducadores. Seja e deixe-o ser integral, intensa e naturalmente. Assim, a

educação cristã se dará farta produtiva e abundante; dentro e fora da sala de aula.

AFINAL, QUE TIPO DE PROFESSOR EU SOU?

Como melhorar a qualidade do trabalho do professor

Até que todos cheguemos à unidade da fé e do Filho de Deus, ao estado de

homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef4.13).

O capítulo anterior já ajudou muito no escopo deste, visto ter apresentado uma

visão da natureza do professor, concebendo-o como educador, sobretudo.

Aqui, portanto, adicionaremos uma dimensão que, na verdade, resume de

maneira singular quem deve ser o professor.

O PROFESSOR PARTEIRO

Eis uma alusão ao método de ensinar usado por Sócrates, a "maiêutica, nome que

lembrava a profissão exercida por sua mãe, que era parteira".[52] O professor é aquele

que traz à luz o conhecimento e, como bem ensinou o professor Luciano Lopes, ao

afirmar que " a tarefa do professor não era tanto a de ensinar, como a de provocar a

eclosão das idéias".[53]

Por esta razão, depois de percorrer os capítulos anteriores, e refletir bastante

sobre a sua tarefa, o professor pode agora, num exercício de auto-avaliação, detectar

áreas em sua vida que precisam ser trabalhadas visando o aprimoramento do seu

trabalho. Isso é simplesmente maravilhoso, ao servir a Deus na qualidade de

professor da Escola Dominical, a pessoa é convidada a uma constante avaliação do

seu ministério. O desejo de exercer com dedicação a tarefa de ensinar as Escrituras

precisará pressupor sempre a reciclagem e o aperfeiçoamento, sob pena de, em não

acontecendo, instalar-se uma situação de retrocesso e de letargia na Escola

Dominical.

O professor, como todos os crentes, precisa crescer, melhorar. Cada dia

representa um desafio novo, cada trimestre uma oportunidade nova de crescer com e

através da vida dos seus alunos. "É claro que o professor, para exercer com eficácia

a maiêutica das idéias, deverá ter vocação e também preparo especializado".[54] Tal

52 - LOPES, Luciano. 0 Professor Ideal. 3a. ed. Rio de Janeiro: Casa do Educador A.A., I996, p. 19. 53 - LOPES, Luciano. loc. cit. 54 - LOPES, Luciano. loc. cit.

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preparo se dará no transcurso da vivência do próprio professor, em sua disposição de

se envolver nos programas de reciclagem e treinamento a que tiver acesso.

No entanto, muitos são resistentes à idéia de reciclagem e de treinamento. Há

casos de professores da Escola Dominical que jamais aceitam participar de um

treinamento ou de um curso; são auto-suficientes, acham-se prontos e julgam-se

detentores de todo o saber. Não pode haver coisa mais prejudicial para uma Escola

Dominical do que a presença de pessoas que se recusam a crescer, negam se a

melhorar e fogem do aperfeiçoamento.

Ser professor da Escola Dominical implica melhorar sempre, abrir-se para o

novo, manter arejada a mente e aberto o coração para experimentar novos métodos,

intensificar ações educacionais, testar, experimentar. Neste sentido, a sala de aula é

um laboratório permanente onde professor e alunos se lançam a novas descobertas e

experimentos cujos resultados muito poderão contribuir para o crescimento do Reino

de Deus.

Aqueles que resistem tanto a esta idéia da reciclagem e treinamento carecem de

humildade.

Humildade é a convicção de que não temos nem somos a última palavra. A

humildade leva o professor a entender suas limitações e deficiências. Também

inferimos, ao analisar estes resistentes, um certo desprezo pelo trabalho de Deus,

muitas vezes até travestido de piedade e responsabilidade. Se uma pessoa não quer

consertar erros, redirecionar caminhos equivocados, corrigir falhas e aperfeiçoar

métodos e técnicas acerca do ensino dinâmico e eficaz das Escrituras; então

notamos, no mínimo, desconsideração para com a nobreza do ministério do ensino

da Bíblia na igreja.

No tempo em que nós vivemos, as coisas acontecem com uma velocidade

enorme. A cada dia surgem novas idéias, aparecem instrumentos melhores, nascem

paradigmas contemporâneos e relevantes na área do ensino. Através de sua

participação constante em programas de reciclagem, cursos de aperfeiçoamento,

clínicas e laboratórios de ensino; o professor da Escola Dominical vai se

atualizando, tomando conhecimento das novidades e, naturalmente, melhorando a

qualidade do seu trabalho.

O pastor e os líderes educacionais da igreja devem se esforçar sempre para que

esta consciência da necessidade de melhorar e aperfeiçoar sejam passada e

desenvolvida na vida dos seus professores. Além disso, precisam levar a igreja a

investir nessa melhoria. Bem fará a igreja que se esforçar para financiar programas

de reciclagem para os seus professores, para lhes dar condições cada vez melhores

para o desenvolvimento de seu ministério. Muitos professores até se frustram ao

constatarem que a igreja não os valoriza e nada investe em suas vidas e em seu

potencial. Quando isso ocorre, temos o quadro absurdo que mostra professores

dedicados querendo melhorar seu trabalho, e líderes obstruindo o seu ideal e

matando sua vocação. É preciso estarmos atentos para que a igreja invista com

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objetividade e fé no aperfeiçoamento do seu corpo docente.

A consciência de que o ensino das Escrituras está na base de tudo o que uma

igreja realiza, quer seja missões e evangelismo, música, ação social, cultura,

educação etc há de gerar um clima favorável ao investimento na área da Escola

Dominical.

De um modo geral, podemos dividir os professores em duas categorias, tal

divisão tem apenas um objetivo didático, visando auxiliar o professor a identificar

em que necessita de reciclagem e/ou de treinamento:

PROFESSORES QUE SABEM COMO ENSINAR

São aqueles que dominam os métodos de ensino, que conhecem bem a didática.

São capazes de planejar e desenvolver uma aula tecnicamente perfeita e eficiente.

Tais professores quase nunca têm problemas com o tempo da aula ou a motivação

dos alunos, visto que conhecem exatamente as técnicas para se evitar este tipo de

problema.

PROFESSORES QUE SABEM O QUE ENSINAR

Estes são professores que conhecem bem a Palavra de Deus e sabem exatamente

o que deve ser passado para os seus alunos. Têm boa estrutura doutrinária,

conhecem bem a história bíblica, sabem discernir se um determinado ensinamento

tem ou não fundamento bíblico. Sua contribuição para a Escola Dominical se dá

preponderantemente na dimensão do conteúdo bíblico.

Na realidade educacional de uma igreja local essas duas categorias se

manifestam em, pelo menos, quatro tipos de professores na Escola Dominical:

Como sem o quê

São professores que sabem como ensinar, mas não sabem o que ensinar, ou seja,

dominam bem a técnica, a didática, mas não dominam bem a Palavra de Deus. Sua

aula vai falhar sempre no aspecto do conteúdo. Estará sempre correndo o risco de

deixar seus alunos saírem da sala sem saberem os aspectos fundamentais do texto

estudado. As aulas acontecerão, mas o crescimento bíblico-doutrinário será lento.

O que sem como

Também encontramos na Escola Dominical aqueles professores que dominam

muito bem o conteúdo, mas não conhecem bem as técnicas de ensino. Fica sempre

claro para os alunos que ele conhece o assunto que está ensinando, mas falta

habilidade para o ensino propriamente dito. O risco no caso deste professor é não

conseguir transmitir o conteúdo que tanto conhece e mesmo de não ser capaz de

adequar a quantidade de matéria a ser transmitida com o tempo disponível para tal,

implicando até mesmo deixar para trás partes importantes do conteúdo.

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Sem o que e sem como

Ainda existem aqueles que são deficitários tanto no método ou na técnica, como

no conteúdo. Aí o que acontece é uma espécie de faz-de-conta. Não há

produtividade. A tendência nestes casos é a aula enveredar por assuntos outros,

conversas informais e até o compartilhar de experiências que nada têm a ver com o

que deveria estar sendo ensinado.

O que e como

São aqueles que unem o conhecimento da técnica e do conteúdo. Sabem o que

precisam ensinar e conhecem precisamente como fazê-lo. Dominam tanto o

conteúdo como a técnica de ensino. Pertencem ao grupo de professores ideais para a

Escola Dominical, pois poderão exercer seu ofício com abrangência e competência.

O alvo de cada Escola Dominical deve ser o de ajudar seus professores para que

pertençam a este segmento; o que demandará, por parte da liderança educacional da

igreja, um programa de treinamento.

TREINAMENTO DIRECIONADO

Tendo em vista os conceitos explanados acima, precisamos agora rever as

propostas de treinamento e de reciclagem que tradicionalmente são apresentadas em

nossas igrejas. Nota-se que, os treinamentos oferecidos tratam o professor de

maneira massificada. O máximo que temos visto é uma divisão dos professores em

função da faixa etária para a qual ensina. O pressuposto é o de que se pode colocar

em uma mesma sala de treinamento todos os professores de adolescentes. O

treinamento é estruturado a partir do que os professores têm em comum. Nosso

pensamento é que os programas de treinamento e reciclagem devem ser estruturados

a partir das diferenças e não das semelhanças entre os professores.

Assim, em vez de oferecer um treinamento geral para, digamos, professores de

adolescentes, oferecer-se-á um curso ou reciclagem sobre, por exemplo,

aprimoramento das técnicas de ensino para adolescentes ou conhecendo melhor o

Novo Testamento. Nosso entendimento é que este tipo de proposta atrairá o

professor em função das carências e necessidades. O resultado é que o tão sonhado

corpo docente de qualidade poderá ser viabilizado a médio e longo prazos.

Pensando na igreja local, uma boa dica é reunir os professores com o objetivo de

orientá-los acerca dos tipos de professores mencionados neste capítulo. Os

professores precisarão se identificar com um desses tipos de professores. O modelo

de questionário que segue foi desenvolvido com o propósito de levar os próprios

professores a se conhecerem melhor. Este questionário deve ser aplicado após uma

clara e objetiva exposição sobre os tipos de professores existentes na Escola

Dominical:

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FORMULÁRIO DE AUTO-IDENTIFICAÇÃO DO PROFESSOR

Assinale em qual dos casos abaixo há uma descrição mais adequada sobre sua

vida como professor:

1. No exercício do meu ministério predomina mais o como ensinar.

2. No exercício do meu ministério predomina mais o que ensinar.

3. No exercício do meu ministério como e o que ensinar são observados de forma

equilibrada

4. No exercício do meu ministério preciso desenvolver tanto como quanto o que

ensinar.

Se você concorda que a liderança da Escola Dominical elabore um Programa de

Treinamento Direcionado, através do qual você seja ajudado especificamente no que

está precisando, responda às questões abaixo e entregue este formulário ao Diretor

da Escola Dominical.

Nome completo:

Classe que leciona: Data de nascimento:

Endereço: Rua: N

Complemento:

Bairro: Cidade:

Estado CEP

Telefone de casa: Telefone do trabalho:

De posse dos formulários, a direção da Escola Dominical poderá desenvolver um

programa de reciclagem que atinja diretamente os professores em suas necessidades

específicas reconhecidas. Este programa de reciclagem, se necessário, poderá ser

desenvolvido até individualmente, tendo em vista que muitos dos nossos professores

têm condições de se auto-reciclarem através de leituras e de um acompanhamento

por parte da direção da Escola.

AUTOTREINAMENTO

Consciente de sua necessidade de constante treinamento e reciclagem, o

professor não precisa ficar esperando que haja um curso ou uma clínica para

reciclar-se. Por si mesmo, pode valer-se de livros para ler e rever seus métodos

visando enriquecê-los. Uma boa prática é a leitura de livros voltados para a prática

do ensino. Ao final deste livro, você encontrará uma bibliografia básica da Escola

Dominical que lhe oferecerá livros cuja leitura o ajudarão e contribuirão para a

melhoria do ensino em sala de aula.

O programa de auto-reciclagem considera ainda a descoberta de oportunidades

de crescimento pessoal de uma maneira mais formal. Se em sua cidade existe um

seminário teológico evangélico, você fará bem se procurar informar-se sobre a

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possibilidade de cursar matérias avulsas, como Introdução à

Bíblia, Velho Testamento, Novo Testamento, Teologia Sistemática, Didática,

Geografia Bíblica e outras.

Você poderá cursar uma ou duas disciplinas avulsas a cada semestre; assim, ao

longo dos anos, você vai se aprofundando mais e mais no conhecimento das

Escrituras.

A igreja, por sua vez, pode, dentro de suas possibilidades, ajudar os seus

professores neste programa de reciclagem mais formal. No caso de professores

menos aquinhoados financeiramente, a igreja poderá até patrocinar tal treinamento.

O importante é que cada professor perceba o valor de uma reciclagem constante

e periódica, sempre com aquele sentimento de humildade e desejo de melhorar. A

obra de Deus merece que dediquemos o melhor de nós, por isso o professor da

Escola Dominical é aquele tipo de obreiro que jamais fica parado no tempo, mas que

cresce um pouco a cada dia. Lembrando ainda que, no desenvolvimento de sua

personalidade, o professor deve cultivar sempre zelo por sua aparência, capacidade

de expressão, cortesia, otimismo, espírito de simpatia, auto-direção, espírito de

iniciativa, entusiasmo e saúde. [55]

NA ERA DA INFORMAÇÃO

Vivemos hoje a geração da informação e da comunicação. O mundo inteiro está

interligado pela maior teia de informação de todos os tempos, a Internet. As

possibilidades e oportunidades que acompanham a Internet ainda são vislumbradas

de forma muito incipiente pela maioria das pessoas, porém, a verdade é que estamos

diante do maior ambiente de influência mundial, o virtual.

Como alguém cujo ministério é a interpretação da Bíblia para o homem de hoje,

o professor não pode pecar pela ignorância da Internet e seu potencial. Através dela,

o professor pode atualizar-se, instruir-se e alargar seus conhecimentos sobre o que

está a ensinar.

Há hoje inumeráveis fontes de pesquisa abertas na Internet, com acesso a

informações sobre a

Bíblia e a Teologia. Navegando pelas páginas de informações (home pages), o

professor encontrará recursos antes simplesmente impossíveis de serem acessados a

distância, poderá adquirir livros, consultar enciclopédias e conversar através do

correio eletrônico (e-mail) com professores de universidades, especialistas do

mundo inteiro, bem como trocar idéias com pastores e outros professores da Escola

Dominical que estão longe dele.

São já milhares de igrejas presentes na Internet. Ao visitá-las, o professor poderá

ter uma idéia do desenvolvimento de seus ministérios e aproveitar informações e

acessos colocados à disposição nas páginas da Internet. Para que o leitor tenha uma

55 - LOPES, Luciano. op, cit, p. 25-50.

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idéia, no dia em que este capítulo está sendo escrito, a homepage da nossa igreja

completou a marca de 1.700 acessos, em apenas cinco meses. São pessoas que, no

mundo inteiro, acessaram nossa página para conhecer um pouco sobre nossa igreja.

Hoje pode-se estudar via Internet, fazer compras, pesquisar, conversar, se

corresponder, informar-se política, social e culturalmente, e comunicar-se com

pessoas distantes. No seu discurso anual de 1997 (The State of Union), o presidente

Bill Clinton, dos Estados Unidos, disse que seu objetivo é o de permitir a crianças

americanas, a partir de 12 anos, ter habilidade suficiente para usar a Internet. Falou

do propósito de interligar com a rede mundial cada sala de aula e cada enfermaria de

hospital. Lembrou da maravilha que a Internet já representa no campo da ciência e

da tecnologia, especialmente pela geração de informação instantânea. Uma pessoa

internada em um hospital poderá se comunicar com seus familiares e receber apoio e

ajuda, mesmo de parentes que estejam do outro lado do planeta. Seus médicos

poderão consultar opiniões de especialistas em todo o mundo, inclusive remetendo

exames, boletins ete, o que poderá significar a cura do doente e tudo a um custo

inacreditavelmente baixo.

O professor da Escola Dominical deve apropriar-se deste universo virtual que,

mais do que qualquer outra coisa, tem caracterizado este final de século e de

milênio. Deve instrumentalizar-se da Internet para a melhoria da qualidade do seu

ensino das Escrituras.

Bênçãos e desafios para este final de milênio

O ensino do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte (Pv

13.14).

ESPERANÇA

Este é o sentimento do nosso coração ao terminar este livro. Esperança de

vermos nossas Escolas

Dominicais sendo dinamizadas, em especial no que se refere à tarefa do

professor. Ensinar a Bíblia é uma bênção e um desafio para a vida do professor.

Bênção oriunda da convicção de que se trabalha não por verdades humanas,

temporais; mas divinas e eternas; desafio, pela consciência de que só é possível ser

professor da Escola Dominical sob a égide da iluminação divina. Como professor da

Escola Dominical, o leitor pode sentir as alegrias da bênção e o prazer do desafio.

Que bom Deus confiar a homens e mulheres tão sublime tarefa!

SENDO PONTE

Ser professor é ter o privilégio de ser ponte. Entre as verdades de Deus e as

necessidades dos homens; entre os desígnios de Deus e as perplexidades dos

homens; entre o consolo de Deus e a carência dos homens. Ser professor da Escola

Dominical é ser ponte, através da qual os alunos alcançarão o objetivo da edificação.

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O professor encontra prazer em ver pessoas atingindo o outro lado do rio. Sem a

ponte, o outro lado é sonho, com ela é topia, é realidade. Sem a ponte, o mar e o

abismo são invencíveis, com ela ambos são domados e superados. Sem a ponte os

benefícios da travessia se relativizam, com ela tornam-se desafios. Ser professor da

Escola Dominical é ser ponte.

SENDO ALUNO

Ser professor é ser aluno. É aprender com os alunos, com as aulas, com a vida. É

perceber o que o Mestre tem a lhe mostrar e ensinar. É não se deixar envaidecer pela

equivocada, posição de quem ensina. É fazer do seu ministério um constante,

desafiador e dinâmico aprender, é ser aluno. Ser professor é ser aluno, portanto, mais

um no meio dos outros. É sentir as dores e preocupações deles. É ser um com os

demais alunos e deixar ser um consigo também. Ser aluno é ter amigos, é fazer parte

de uma comunidade, é não estar só.

SENDO SERVO

Ser professor implica servir a Deus e ao próximo. O espírito de serviço prevalece

no coração do professor da Escola Dominical. A consciência de quem é o seu

Senhor é de fundamental importância na vida do professor. O professor serve a Deus

dentro e fora da sala de aula, serve-o com alegria e disposição, trabalha para o seu

Senhor com espontaneidade e prazer. Este serviço implicará muitas vezes renúncia,

e renunciar é uma característica indispensável na vida de quem se propõe a ensinar.

SENDO CANAL PARA O CRESCIMENTO

Servir a Deus na condição de professor da Escola Dominical é colocar-se

estrategicamente na posição de canal para o crescimento da igreja. Através da Escola

Dominical, como já vimos, a viabilização do crescimento da igreja é certa e segura.

Neste, sentido veremos que do resultado do trabalho do professor dependerá o

crescimento. Como bem lembrou Valdir Steuernagel: "a qualidade de discípulos que

o Evangelho produzir, no contexto de uma igreja, será o atestado de quão saudável

ou enfermo foi o crescimento desta igreja".[56] O professor é a figura principal neste

processo de 'controle de qualidade'. Como canal de crescimento, o professor não

bloqueará o desenvolvimento da obra, mas contribuirá para que as oportunidades de

crescimento sejam devida e sabiamente aproveitadas. O professor não é o

responsável pelo crescimento de sua igreja, mas um dos canais através dos quais tal

crescimento se dará, pois "para que a igreja cresça é preciso que o evangelho seja

pregado e vivido e encontre uma resposta positiva".[57] Cumprindo seu papel de

canal, o professor será um instrumento para o crescimento de sua igreja.

56 - STEUERNAGEL, Valdir. A Igreja Rumo ao Ano 2000. Belo Horizonte: Missão, 1991, p. 92. 57 - STEUERNAGEL, Valdir., op. cit. p. 91.

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SENDO RESPONSÁVEL

A responsabilidade é uma virtude que determina, o sucesso ou o fracasso de

qualquer empreendimento. O ensino da Bíblia numa classe de Escola Dominical é o

mais sublime e recompensador de todos os empreendimentos. Agindo com um

sentimento de intensa responsabilidade na liderança de cada aula e de cada atividade

de sua classe, demonstrando aos alunos o quanto considera e valoriza o seu

ministério, o professor conseguirá gerar neles o mesmo sentimento de zelo e de

responsabilidade para com o estudo e a aplicação na vida da Palavra de Deus.

OBJETIVANDO A GLÓRIA DE DEUS

Mesmo realizando o trabalho duro e árduo de preparar-se adequadamente para o

ensino das Escrituras, mesmo esforçando-se ao máximo para realizar seu trabalho

com a maior perfeição possível, o professor jamais deve esperar receber glória.

Receberá honra, gratidão, reconhecimento, mas a glória deverá ser sempre de Deus.

Por esta razão, entendemos também que as pessoas que têm sido usadas de forma

extraordinária por Deus, na liderança do seu povo, possuem "um único propósito em

mira: que as suas vidas e a sua atuação redundem na honra e na glória de Deus,

mediante qualquer tipo de serviço que sejam capazes de realizar".[58]

Ao objetivarem a glorificação de Deus em suas vidas e através delas, os

professores da Escola Dominical acabam por construírem um inabalável alicerce

sobre o qual o Espírito Santo de Deus edificará sua igreja madura e transformadora.

GRATIDÃO

A última palavra que desejamos dar aos professores da Escola Dominical das

igrejas evangélicas do Brasil, é no sentido de que reconheçam o alto privilégio que

Deus lhes tem concedido em permitir-lhes o exercício do ministério do ensino da

Bíblia em suas igrejas. De fato, Deus tem sido maravilhoso em escalar em cada

igreja pessoas como você, dedicadas e interessadas no ensino e na disseminação da

Palavra Santa.

Ao selecionar uma pessoa para a tarefa do ensino, Deus a acompanha, protege e

supre suas necessidades. Sabe o nosso Senhor que cada professor constitui o maior

de todos os patrimônios. Deus não fica alheio à situação de cada professor, a vida

daquele que se dedica ao ensino das Escrituras interessa bem de perto ao Senhor.

Em função disto, o professor deve apropriar-se das preciosas promessas da

Palavra de Deus, agindo de tal maneira a usufruir delas em seu viver diário. Sobre

todas as coisas o professor é alguém que, de fato, "tem o seu prazer na lei do Senhor,

e na sua lei medita dia e noite" (SI 1.2).

Certo de estar no centro da vontade de Deus, o professor segue no exercício do

58 - BARNA, George. Igrejas Amigáveis e Acolhedoras. São Paulo: Abba, 1995, p. 199.

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ministério que recebeu do Senhor. Conseguindo extrair prazer e contentamento de

todas as circunstâncias nas lides do ensino da Palavra de Deus, ele não desanima

diante dos desafios, não desiste ante os obstáculos, não esmorece à frente das

tribulações. Sabe em quem confia, conhecem quem adora vivência as verdades que

ensina. É professor, ensina a Palavra da qual se alimenta dia após dia.

Se na sua experiência como professor, você nem sempre foi compreendido ou

recompensado; se chegou muitas vezes a pensar em desistir; se cogitou no coração

abandonar a carreira; se incontáveis vezes sentiu chegar à garganta um grito por

socorro; fica aqui o estímulo para que persevere, pois como ensinou o apóstolo

Paulo: "por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja

consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e

momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno

peso de glória; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não

vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são

eternas" (2Co 4.16-18). A cada dia a vida do professor vai sendo renovada em

função da sua fé e do seu desprendimento no serviço do Reino.

Avante, professores! Levem a cabo o ministério que o próprio Deus lhes

entregou. Apropriem-se das orientações e dos conselhos aqui compartilhados,

tenham coragem e fé, encarem sua função com o brilho que lhe é peculiar, creia que

Deus fará prosperar a obra de suas mãos. Acreditem que vocês terão a alegria de

constatar na vida dos alunos de hoje, homens e mulheres de Deus amanhã. É

também para você, professor da Escola Dominical, a promessa bíblica:

"Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos

de júbilo, trazendo consigo os seus molhos" (Sl 126.6).

ANEXOS

OS DEZ MANDAMENTOS DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL

1. Amar a Palavra de Deus ao ponto de estudá-la com afinco e constância.

2. Reconhecer o valor da Educação Religiosa e ter na mais alta estima a missão

do educador.

3. Estar sempre bem preparado para ensinar a Bíblia na classe.

4. Estar sempre em dia com os novos métodos de ensino e procurar renová-los

quando necessário.

5. Dar instrução sem esquecer da educação, isto é, transmitir conhecimento e ao

mesmo tempo formar o caráter.

6. Amar o aluno como a seu próprio filho.

7. Saber que o aluno tem uma personalidade que merece respeito; e uma vida

cristã em desenvolvimento.

8. Amar a igreja da qual é membro, prestigiando com sua presença e

contribuição suas programações e suas promoções.

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9. Procurar em tudo ser exemplo digno de ser seguido por seus alunos.

10. Estudar sempre com o fim de aperfeiçoar-se para servir sempre melhor ao

Senhor.

(Baseado no texto Os Dez Mandamentos do Professor, de LOPES, Luciano. O

professor ideal. 3ª ed. Rio de Janeiro: Casa do Educador, 1966, p. 50-51).

PLANO DE SALVAÇÃO

Existem várias versões do Plano de Salvação, todas com seus méritos. Aqui

transcrevemos a que nos parece melhor para uso do professor da Escola Dominical.

E a versão conhecida como Estrada dos Romanos, que apresenta a peculiaridade de

usar somente textos da Carta de Paulo aos Romanos.

Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer (Romanos 3.10).

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Romanos 3.23).

Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a

morte, assim também a morte passa a todos os homens por isso que todos pecaram

(Romanos 5.12).

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida

eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 6.23).

Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo

nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue

seremos por ele salvos da ira (Romanos 5.8, 9).

A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres

que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê

para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação (Romanos 10.9,10).

BIBLIOTECA BÁSICA DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL [59]

BÍBLIAS

Imprensa Bíblica Brasileira. Versão Revisada da Tradução de João Ferreira de

Almeida, de acordo com os melhores textos em hebraico e grego. 1ª. Impressão,

1986.

A Bíblia de Jerusalém. Edições Paulinas, 1973.

A Bíblia na Linguagem de Hoje. Sociedade Bíblica do Brasil.

CONCORDÂNCIA

Concordância Bíblica. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1975, l.l01p.

59 - A Biblioteca do Professor da Escola Dominical, precisa ter materiais que sejam de cunho teológico,

bibliográfico, pedagógico etc.

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DICIONÁRIOS, MANUAIS E ATLAS

DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1980, 660p.

DOUGLAS, J. D. (ed.). O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1962.

HALLEY, H.H. Manual Bíblico. 2 Vol., São Paulo: Vida Nova. ROWLEY, H. H.

Pequeno Atlas Bíblico. São Paulo:ASTE.

COMENTÁRIOS BÍBLICOS

ALLEN, Clifton J. (Editor Geral). Comentário Bíblico Broadman. Rio de

Janeiro: Juerp. Vols. 1-3 Antigo Testamento cobrindo de Gênesis a Neemias. Os

volumes 8-12 (Novo Testamento) cobrindo de Mateus a Apocalipse.

MESQUITA, António Neves de. Estudos nos Livros do Antigo Testamento. Rio

de Janeiro: Juerp. Vários volumes.

MUELLER, Ênio R. (Coordenador). Em Diálogo com a 'Bíblia. Curitiba e Belo

Horizonte: Encontrão e Missão. Alguns volumes prontos sobre livros do Novo

Testamento.

PFEIFFER, Charles E, HARRISON, Everett F. Comentário Bíblico Moody. São

Paulo: Imprensa Batista Regular. Os volumes 1-3 (Antigo Testamento) cobrem de

Gênesis a Malaquias. Os vols. 4 e 5 cobrem de Mateus a Apocalipse.

Série Cultura Bíblica - Introdução e Comentário em vários volumes tratando de

vários livros do Antigo e do Novo Testamentos. São Paulo: Mundo Cristão e Vida

Nova.

PARA CONHECER MELHOR OS ALUNOS E ENSINAR MELHOR

APPLEBY, Rosalee Mils. 0 Ensino da Palavra. 13a ed. Rio de Janeiro: Juerp,

1995,138p.

COLEMAN, Jr., Lucien. Como Ensinar a Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1989,

202p.

DRESCHER, John M. Sete Necessidades Básicas da Criança. São Paulo: Mundo

Cristão, 1985. 117p.

GRIGGS, Donald. Ensinando Professores a Ensinar. 2a ed. São Paulo: Casa

Editora Presbiteriana, 1985. 174p.

HENDRICKS, Jr., Howard. Ensinando para Transformar Vidas. Belo Horizonte:

Betânia, 1991. 143p.

FORD, Leroy. Ensino Dinâmico e Criativo. 5a ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1995.

147p.

HOWSE, W. L. Orientando Jovens no Estudo Bíblico. Rio de Janeiro: Juerp,

1986. 112p.

PRICE, A. A Pedagogia de Jesus. 13a ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1995. 162p.

WELCH, Norvel. Melhor Ensino Bíblico para Adultos. Rio de Janeiro: Juerp,

1982, 112p.

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BÍBLIAS - SOFTs

A Bíblia em Multimídia - CD ROM. Brasília: Laicus Consultoria e Informática

Ltda, 1996.

(Texto bíblico completo, mapas bíblicos, cronologia da vida de Jesus,

concordância e sumários e esboços dos livros da Bíblia).

Bíblia Soft-CD ROM. Curitiba, PUBLISOFT Publicações Informatizadas Ltda,

1996. (Texto bíblico completo, texto grego do Novo Testamento, dicionário dos

nomes bíblicos, mapas bíblicos, comentários sobre pontos geográficos bíblicos,

introdução aos livros bíblicos, informações sobre moedas, pesos e medidas).

A Bíblia Fala - Vários estudos bíblicos temáticos.

http://www.cuc.edu/cqi-bin/bf.pl

A Bíblia Net - O texto bíblico em português.

http://www.cuc.edu/cqi-bin/biblia

Ecksianet-Devócionús, comentários, esboços, sermões, estudos bíblicos, livros

etc.

http://www.eclesianet.com.br

Família Evangélica - Assuntos diversos ligados à fé cristã.

http: / / www.geocities.com/heartland/ 8 871

Teologia Sistemática Protestante - Estudos Doutrinários

http://www.nce.ufrj.br/~harpia/estl80

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