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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO Rafaela Almeida David de Castro A INFLUÊNCIA DA PUBLICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO MERCADO DE CAPITAIS Belo Horizonte 2011

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

Rafaela Almeida David de Castro

A INFLUÊNCIA DA PUBLICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES

CONTÁBEIS NO MERCADO DE CAPITAIS

Belo Horizonte

2011

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Rafaela Almeida David de Castro

A INFLUÊNCIA DA PUBLICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO MERCADO DE CAPITAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Graduação em Administração do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. Prof. Orientador: Vagner Antônio Marques

Belo Horizonte

2011

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

ATA DE DEFESA FINAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

Ao primeiro dia do mês de julho de 2011, na sala 201 do Prédio Escolar da unidade Campus II do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, reuniram-se, às 20:00 horas, os professores Vagner Antônio Marques, Flávia Vital e Uajará Pessoa Araújo para participarem da banca de avaliação do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “A influência da publicação das demonstrações contábeis no mercado de capitais” de autoria da Aluna Rafaela Almeida David de Castro, como requisito parcial para aprovação na disciplina TCC II. Após a apresentação do trabalho, a aluna foi argüida pelos membros da banca, que em seguida reuniram-se para deliberar se o Trabalho apresentado atende os requisitos técnicos e acadêmicos exigidos. Uma vez avaliado, o trabalho foi declarado APROVADO. Nada mais havendo a tratar, o Professor Orientador, Presidente da Banca, declarou encerrada a sessão, cujas atividades são registradas nesta Ata, lavrada, a qual assina, juntamente com os demais membros da Banca Examinadora.

Belo Horizonte, 01 de julho de 2011. Banca Examinadora:

Prof. Orientador Vagner Antônio Marques (Presidente)

Profa. Flávia Vital

Prof. Uajará Pessoa Araújo

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Para Cléia Márcia, com amor.

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RESUMO

Segundo Fama (1970) os mercados de capitais são fundamentais para o desenvolvimento econômico de um país por alocar os recursos disponíveis para investimento, função que ao ser desenvolvida fornece sinais importantes à formação dos preços dos títulos, que devem refletir as informações existentes no sistema econômico a qualquer tempo. De acordo com Hendriksen e Van Breda (1999, p. 117) “a informação é importante, pois permite aos investidores manter em suas carteiras as opções que atendam as suas preferências quanto ao risco e ao retorno”. Takamatsu, Lamounier e Colauto (2008) afirmam que o conhecimento de especificidades das empresas e do mercado torna possível a elevação da eficiência e da rentabilidade das carteiras dos investidores no mercado financeiro. Neste sentido, as demonstrações contábeis apresentam ao usuário externo as situações financeiras, patrimoniais e econômicas das organizações. Por meio dessas informações, os investidores conseguem avaliar os riscos e o potencial de retorno de seus investimentos. Considerando a importância da informação para o desenvolvimento do mercado de capitais e também a relevância dos demonstrativos contábeis, esse trabalho propõe um estudo sobre a eficiência do mercado brasileiro e o impacto da divulgação das informações contábeis no preço das ações. Foi utilizada a técnica de Estudo de Eventos, sendo considerado como evento a data de divulgação das demonstrações contábeis trimestrais e anuais no período de 2007 a 2009 de 42 papéis de empresas listadas no Índice Bovespa (Ibovespa), consecutivamente, no período analisado. Os resultados indicaram que as demonstrações contábeis em sua maioria não afetaram significativamente nos preços dos títulos, salvo no período de 2009 em que observou-se efeito significativo, nos retornos dos títulos após a publicação.

Palavras-Chaves: Eficiências de Mercado. Demonstrações Contábeis. Retornos Anormais.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - Janela de eventos ................................................................................................. 39  

QUADRO 1 Modalidades de atos ou fatos relevantes ............................................................ 29  

QUADRO 2 Demonstrações contábeis e suas informações .................................................... 30  

QUADRO 3 Pesquisas Anteriores ........................................................................................... 34  

QUADRO 4 Síntese dos resultados dos testes aplicados para retornos diários em 2007, 2008

e 2009 ....................................................................................................................................... 61  

QUADRO 5 Síntese dos resultados dos testes aplicados para retornos acumulados em 2007,

2008 e 2009 .............................................................................................................................. 63  

QUADRO 6 Resumo das conclusões por objetivos propostos ................................................ 67  

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LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - Retornos anormais diários das demonstrações trimestrais de 2007, 2008 e 2009

.................................................................................................................................................. 62  

GRÁFICO 2 - Retornos anormais acumulados das demonstrações anuais de 2007, 2008 e

2009 .......................................................................................................................................... 62  

GRÁFICO 3 - Retornos anormais acumulados das demonstrações trimestrais de 2007, 2008 e

2009 .......................................................................................................................................... 64  

GRÁFICO 4 - Retornos anormais acumulados das demonstrações anuais de 2007, 2008 e

2009 .......................................................................................................................................... 64  

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LISTA DE TABELAS TABELA 1 Quantidade de eventos analisados ....................................................................... 37  

TABELA 2 Estatística descritiva dos parâmetros da regressão do ano de 2007 ..................... 50  

TABELA 3 Teste de normalidade dos parâmetros da regressão do ano de 2007 ................... 51  

TABELA 4 Estatística descritiva dos parâmetros da regressão do ano de 2008 ..................... 52  

TABELA 5 Teste de normalidade dos parâmetros da regressão do ano de 2008 ................... 52  

TABELA 6 Estatística descritiva dos parâmetros da regressão do ano de 2009 ..................... 53  

TABELA 7 Teste de normalidade dos parâmetros da regressão do ano de 2009 ................... 53  

TABELA 8 Resultado do teste de normalidade dos retornos anormais diários para 2007, 2008

e 2009 ....................................................................................................................................... 55  

TABELA 9 Resultado do teste de normalidade dos retornos anormais acumulados para 2007,

2008 e 2009 .............................................................................................................................. 55  

TABELA 10 Resultados do teste T para retornos anormais diários em 2007, 2008 e 2009 ... 57  

TABELA 11 Resultado do teste T para retornos anormais acumulados em 2007, 2008 e 2009

.................................................................................................................................................. 57  

TABELA 12 Resultado do teste dos sinais para retornos anormais diários em 2007, 2008 e

2009 .......................................................................................................................................... 58  

TABELA 13 Resultado do teste dos sinais para retornos anormais acumulados em 2007,

2008 e 200 ................................................................................................................................ 59  

TABELA 14 Resultado do teste Wilcoxon Mann Whitney para retornos anormais

acumulados em 2007, 2008 e 2009 .......................................................................................... 60  

TABELA 15 Resultado do teste Wilcoxon Mann Whitney para retornos anormais

acumulados em 2007, 2008 e 2009 .......................................................................................... 60  

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LISTA DE SIGLAS

HME – Hipótese de Mercados Eficientes

CVM – Comissão de Valores Mobiliários

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12  

1.1 Apresentação ...................................................................................................................... 12  

1.2 Evolução do tema ............................................................................................................... 13  

1.3 Problema de pesquisa ......................................................................................................... 14  

1.4 Justificativa ......................................................................................................................... 14  

1.5 Objetivos ............................................................................................................................. 15  

1.5.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 15  

1.5.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 15  

2 CARACTERÍSTICAS DO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO ....................... 16  

2.1 Dados gerais ....................................................................................................................... 16  

2.2 Histórico ............................................................................................................................. 16  

2.3 Crescimento ........................................................................................................................ 17  

2.4 Principais legislações .......................................................................................................... 18  

3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 20  

3.1 Information approach na contabilidade .............................................................................. 20  

3.2 Informação contábil e mercado de capitais ........................................................................ 21  

3.3 Hipótese de mercado eficiente (HME) ............................................................................... 23  

3.3.1 Pressupostos da HME ...................................................................................................... 23  

3.3.2 Formas de eficiência ........................................................................................................ 24  

3.3.2.1 Forma fraca (weak form) .............................................................................................. 24  

3.3.2.2 Forma semi-forte (semi-strong form) ........................................................................... 26  

3.3.2.3 Forma forte (strong form) ............................................................................................. 27  

3.4 Relevância das informações contábeis ............................................................................... 28  

3.5 Divulgação de informações contábeis ................................................................................ 30  

3.6 Pesquisas anteriores ............................................................................................................ 33  

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 36  

4.1 Classificação da pesquisa ................................................................................................... 36  

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4.2 Definição da amostra .......................................................................................................... 37  

4.3 Estudo de eventos ............................................................................................................... 37  

4.3.1 Definição do evento ......................................................................................................... 38  

4.3.2 Retorno normal (Ri) ......................................................................................................... 40  

4.3.3 Retornos estimados (Re) .................................................................................................. 40  

4.3.4 Retorno anormal (ARit) ................................................................................................... 41  

4.3.5 Retornos anormais acumulados ....................................................................................... 42  

4.4 Técnica de análise de dados ................................................................................................ 43  

4.4.1 Pressupostos econométricos ............................................................................................ 43  

4.4.2 Nível de significância dos testes ...................................................................................... 44  

4.4.3 Teste de normalidade ....................................................................................................... 44  

4.4.4 Teste de diferença de médias ........................................................................................... 45  

4.4.4.1 Teste T para diferença de médias ................................................................................. 46  

4.4.5 Testes não paramétricos ................................................................................................... 46  

4.4.5.1 Teste dos sinais ............................................................................................................. 46  

4.4.5.2 Teste de Wilcoxon Mann Whitney ............................................................................... 47  

4.5 Coleta de dados ................................................................................................................... 47  

4.6 Hipóteses de pesquisa ......................................................................................................... 47  

5 ANÁLISE DOS DADOS ..................................................................................................... 49  

5.1 Análise descritiva dos parâmetros ...................................................................................... 49  

5.2 Teste de normalidade dos retornos anormais ..................................................................... 54  

5.2.1 Retornos anormais diários ............................................................................................... 54  

5.2.2 Retornos anormais acumulados ....................................................................................... 55  

5.3 Resultados dos testes de diferença de médias aplicadas aos retornos anormais ................ 56  

5.3.1 Teste T para diferença de médias .................................................................................... 56  

5.3.1.1 Retornos anormais diários ............................................................................................ 56  

5.3.1.2 Retornos anormais acumulados .................................................................................... 57  

5.3.2 Teste dos sinais ................................................................................................................ 58  

5.3.2.1 Retornos anormais diários ............................................................................................ 58  

5.3.2.2 Retornos anormais acumulados .................................................................................... 58  

5.3.3 Teste de Wilcoxon Mann Whitney .................................................................................. 59  

5.3.3.1 Retornos anormais diários ............................................................................................ 59  

5.3.3.2 Retornos anormais acumulados .................................................................................... 60  

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5.4 Análise dos resultados ........................................................................................................ 60  

6 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 66  

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 69  

APÊNDICE A – RELAÇÃO DE EMPRESAS PARTICIPANTES DA AMOSTRA ...... 76  

APÊNDICE B – DATAS DE APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES

CONTÁBEIS ........................................................................................................................... 77  

APÊNDICE C – TESTE DE NORMALIDADE DOS RETORNOS ANORMAIS .......... 79  

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação

Segundo Fama (1970) os mercados de capitais são fundamentais para o desenvolvimento

econômico de um país por alocar os recursos disponíveis para investimento, função que ao ser

desenvolvida fornece sinais importantes à formação dos preços dos títulos, que devem refletir

as informações existentes no sistema econômico a qualquer tempo. Uma característica

importante para que um mercado se desenvolva é a confiança entre os agentes de mercados.

Promover a disciplina de divulgação de informações para os participantes do mercado é

importante para fornecer condições para os investidores analisarem as empresas e tomarem

decisões com mais certeza e confiança. De acordo com Hendriksen e Van Breda (1999, p.

117) “a informação é importante, pois permite aos investidores manter em suas carteiras as

opções que atendam as suas preferências quanto ao risco e ao retorno”.

Takamatsu, Lamounier e Colauto (2008) afirmam que o conhecimento de especificidades das

empresas e do mercado torna possível a elevação da eficiência e da rentabilidade das carteiras

dos investidores no mercado financeiro. Neste sentido, as demonstrações contábeis

apresentam ao usuário externo as situações financeiras, patrimoniais e econômicas das

organizações. Por meio dessas informações, os investidores conseguem avaliar os riscos e o

potencial de retorno de seus investimentos. Estes autores atribuem à contabilidade e às

informações por ela geradas uma importância fundamental no mercado de capitais, uma vez

que a qualidade dessas informações está diretamente relacionada aos interesses peculiares dos

usuários externos e às suas decisões.

Fama (1970) supõe que num cenário em que o mercado é eficiente, as informações geradas

pela contabilidade deveriam estar refletidas nos preços das ações, neste sentido, haveria uma

forte relação entre as informações contábeis e o preço dos ativos no mercado, de forma que a

alteração em uma variável contábil provocaria a variação dos preços das ações.

Analisando a evolução do mercado de capitais no Brasil, podem-se observar diversas

mudanças econômicas que afetaram o volume de negócios no país. Segundo Forti, Peixoto e

Santiago (2009) o mercado de capitais brasileiro tem se expandido de forma vigorosa e as

diversas mudanças ocorridas no quadro macroeconômico e regulatório brasileiro, como a

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estabilização da economia e a abertura comercial, tornaram o mercado brasileiro mais atraente

e acessível aos investidores. A consequência desse aumento foi o crescimento expressivo no

valor das ações e dos volumes negociados na bolsa. Baesso et al. (2008) afirmam que a

redução da inflação e do risco Brasil, a internacionalização dos mercados de capitais, a adesão

do mercado brasileiro às regras contábeis internacionais e o aumento da base de investidores

dispostos a transferir parte de sua poupança de renda fixa para ações são fatores que apontam

para o aumento da eficiência do mercado de capitais no Brasil.

Considerando a importância da informação para o desenvolvimento do mercado de capitais e

também a relevância dos demonstrativos contábeis para o mercado, que as utiliza para

mensurar o valor das empresas, os riscos e retornos esperados dos investimentos, esse

trabalho se propõe a estudar a eficiência do mercado brasileiro e o impacto da divulgação das

informações contábeis no preço das ações. Foi utilizado como evento a data de divulgação das

demonstrações contábeis trimestrais e anuais no período de 2007 a 2009 dos papéis de

empresas listadas no Índice Bovespa (Ibovespa) consecutivamente neste período. A amostra

selecionada é composta por 42 papéis correspondente a 36 empresas.

1.2 Evolução do tema

A Hipótese de Mercados Eficientes (HME) possibilitou um significativo avanço nas pesquisas

empíricas de finanças em relação ao mercado de capitais, principalmente após o estudo de

Fama (1970). Segundo Iudícibus e Lopes (2004) a HME proporcionou à contabilidade a

possibilidade de verificação do relacionamento dos números contábeis e das variáveis

econômicas. Os mesmos autores afirmam que com o início dos testes empíricos da HME na

década de 60, começou-se a notar que as respostas do mercado para procedimento contábeis

eram contraditórios ao esperado pelas regras contábeis existentes na época. Esse tipo de

questionamento motivou os acadêmicos a verificarem se os números contábeis possuíam ou

não conteúdo informacional relevante para o mercado de capitais. Yamamoto e Salotti (2006)

afirmam que as pesquisas do final da década de 60 – Ball e Brown (1968) e Beaver (1968) –

introduziram a metodologia financeira empírica, e a partir de então a literatura contábil passou

a adotar a premissa de que a contabilidade fornece informações para o mercado de capitais,

utilizando esse paradigma para investigar as relações entre a contabilidade e o preço das

ações. Ball e Brown (1968) e Beaver (1968) afirmam que o tema “divulgação de informações

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14

contábeis” tem tomado uma importância cada vez maior nos meios acadêmicos e

profissionais, principalmente com o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro.

1.3 Problema de pesquisa

Este trabalho preocupa-se em responder o seguinte problema de pesquisa: A publicação das

demonstrações contábeis trimestrais e anuais afeta significativamente o preço das ações

das empresas participantes do mercado de capitais?

1.4 Justificativa

Segundo Fama (1970), todos os mercados são eficientes e se diferenciam em relação ao grau

de eficiência, e pesquisas empíricas devem medir os efeitos do processo de formação dos

preços com objetivo de identificar em qual forma de eficiência o mercado está inserido. Como

consequência, a identificação da eficiência do mercado auxilia os agentes de mercados nas

suas decisões e previsão de rentabilidade futura.

Sob a perspectiva de crescimento econômico no país, este estudo é importante para mensurar

o quão eficiente encontra-se o mercado brasileiro. Para Camargos e Barbosa (2003), o

mercado de capitais brasileiro ainda carece de estudos que contemplem a sua eficiência,

principalmente após a estabilização econômica e monetária ocorrida após 1994. Essas

mudanças afetam diretamente o volume de negociações no mercado financeiro brasileiro.

Forti, Peixoto e Santiago (2009) afirmam que a abertura financeira trouxe a possibilidade de

que os investidores internacionais comprassem papéis nacionais diretamente no país, o reflexo

desta mudança foi um crescimento expressivo no valor das ações e dos volumes negociados

em bolsa. Baesso et al. (2008) indicam outros fatores que contribuíram para o aumento do

volume financeiro negociado no mercado brasileiro como a redução da inflação e do risco

Brasil, a internacionalização dos mercados de capitais e a progressiva adesão do mercado

brasileiro às regras internacionais.

Este trabalho contribui para o entendimento da reação dos acionistas às informações

fornecidas pelas empresas em seus demonstrativos. Outro fator importante desse estudo é

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15

identificar a ocorrência de retornos anormais gerados pela divulgação das informações

contábeis dos principais ativos negociados no mercado.

O Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do

mercado de ações brasileiro. Sua relevância advém do fato do Ibovespa retratar o

comportamento dos principais papéis negociados na BM&F Bovespa pois, as ações que o

integram respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro

verificado no mercado brasileiro. Dessa forma, este trabalho se torna importante por analisar

o comportamento dos principais ativos financeiros no mercado financeiro, a influência das

demonstrações contábeis no preço dos ativos e também, o grau de eficiência do mercado

brasileiro atualmente.

1.5 Objetivos

1.5.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste estudo é verificar empiricamente se a publicação das demonstrações

contábeis afeta o comportamento dos preços das ações.

1.5.2 Objetivos específicos

1. Identificar a importância das informações contábeis para o mercado de capitais.

2. Identificar os tipos de efeitos possíveis pela publicação das demonstrações.

3. Identificar os retornos normais e anormais dos títulos avaliados.

4. Verificar a homogeneidade estatística dos retornos pré e pós-evento.

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16

2 CARACTERÍSTICAS DO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO

2.1 Dados gerais

Segundo BMF& Bovespa (2010, p.13): O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas, corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.

Gitman e Madura (2003) definem as bolsas de valores como o local no mercado onde as

empresas podem levantar fundos por meio da venda de novos títulos e os compradores de

títulos podem manter liquidez, sendo capazes de revendê-los facilmente quando necessário.

Em 2008, foi criada a BM&F Bovespa, com a integração da Bolsa de Mercadorias e Futuros e

a Bovespa Holding. A BM&F Bovespa hoje é responsável pela negociação de títulos e

valores mobiliários no Brasil.

Com objetivo de fiscalizar e normatizar o mercado de capitais no Brasil, a Comissão de

Valores Mobiliários (CVM), é, segundo Bovespa (2010, p.23) “A CVM é uma autarquia

especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com a responsabilidade de disciplinar, fiscalizar

e promover o mercado de valores mobiliários”. Criada em 1976, a CVM assegura o exercício

das práticas, a fim de coibir qualquer tipo de irregularidade nas negociações.

2.2 Histórico

O crescimento das empresas e a expansão da economia brasileira fez surgir uma necessidade

de crédito e de capital que permitisse o aumento da escala produtiva. Para Vieira e Mendes

(2006), com a mudança do cenário econômico no Brasil, as empresas começaram um

processo de abertura de capital e aumentou a necessidade de uma administração profissional

evidente e também, de melhor fiscalização e regulamentação no mercado financeiro. Andrezo

e Lima (2000) afirmam que a partir de 1964, a estrutura financeira nacional começou a se

desenhar; até aquele ano as empresas tinham poucas opções de financiamento, o mercado

acionário praticamente inexistia e haviam elevados índices de inflação e dificuldade de

obtenção de informações sobre a real situação das empresas.

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17

O mercado de capitais brasileiro, desde 1940, era regulamentado pelo Decreto-Lei 2.627. A

Lei do Mercado de Capitais n° 4.728, aprovada em 1965, a Lei 6.385 (criação da CVM) em

1976 e a Lei das Sociedades por Ações, aprovada em 1976 marcaram o desenvolvimento

legal do mercado financeiro no país. Segundo Vieira e Mendes (2006), a Lei das S.A

regulamentou a estrutura básica que as empresas deveriam seguir em sua contabilidade, forma

organizacional, direitos e deveres de dirigentes e acionistas, além de padronizar as práticas

existentes.

A partir da década de 90, a entrada de capital estrangeiro no país se intensificou. Segundo

Andrezo e Lima (2000), a abertura externa, a privatização de estatais, a estabilização

econômica e a redução da participação do Estado no sistema bancário nacional, que passou a

concentrar sua atuação como regulador e fiscalizador mudou a imagem do país perante os

investidores. Os autores afirmam que esses fatores foram importantes para o desenvolvimento

do mercado acionário no Brasil.

A Lei n° 10.303 de 31 de outubro de 2001 aprovou ementas de modificações na Lei 6.404

(Lei das S.A.) e na Lei 6.385 (Criação da CVM). Souza (2002) afirma que esta Lei introduziu

mudanças na estrutura de capital das companhias abertas, na administração e nos direitos dos

acionistas não-controladores. Tais modificações, segundo o autor, acrescentaram ao mercado

brasileiro princípios de Governança Corporativa e fortaleceu a estrutura do mercado de

capitais no Brasil. Em 2008, a Bovespa se integrou com a Bolsa de Mercadorias e Futuros

(BM&F) formando a BM&F Bovespa, atual instituição brasileira de intermediação para

operações do mercado de capitais e mercadorias e futuros. Essa junção levou a BM&F

Bovespa a se posicionar como a segunda maior bolsa de negociação das Américas.

2.3 Crescimento

O mercado de capitais no Brasil teve um lento desenvolvimento que teve como fatores

responsáveis o fechamento da economia e dos investimentos até a década de 1990. De acordo

com Andrezo e Lima (2000), neste período a instabilidade econômica e a preocupação com a

inflação não permitiam o desenvolvimento do mercado de capitais no país. Até este período,

abrir o seu capital não era interessante para as empresas, visto que existiam outras formas de

financiamento menos onerosas de recursos governamentais subsidiados.

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A partir do início da década de 90, o mercado começou a se desenvolver com a entrada de

recursos estrangeiros e a privatização de estatais, que refletiu em um crescimento expressivo

no valor das ações e no volume de negociações. Segundo Bovespa (2000) já no final desta

década, o mercado de capitais brasileiro perde sua atratividade com o fim das privatizações

mais importantes, o aumento dos custos de transações (criação da Contribuição Provisória

sobre Movimentação Financeira – CPMF) e o surgimento e facilidade de acesso às bolsas

internacionais.

A retomada do crescimento no mercado de ações brasileiro se deu pela necessidade de

investimento para as empresas, pois, com o fim de créditos subsidiados pelo governo as

empresas precisaram buscar outras fontes de captação de recursos. Andrezo e Lima (2000)

completam que do lado dos acionistas, a baixa inflação, a queda da taxa de juros e a maior

transparência nas informações gerenciais da empresas são fatores que contribuiram para o

crescimento do volume de negociações no mercado e para o crescimento dos mercados

latinos-americanos.. Com objetivo de desenvolver o mercado de capitais brasileiro, nota-se o

crescimento de práticas de transparencia gerencial adotadas pelas empresas e estimuladas

pelos órgãos regulamentadores. Para Forti, Peixoto e Santiago (2009), o desenvolvimento

atual do mercado de capitais brasileiro tem como uma das causa a crescente preocupação com

a divulgação de informações e a adoção de práticas de de governança corporativa entre as

empresas.

2.4 Principais legislações

As principais legislações que regulamentam o mercado de capitais brasileiro são: Lei n° 4.728

(Mercado de Capitais); Lei n° 6.385 (criação da CVM); Lei n° 6.404 (Lei das S.A.) e a Lei n°

10.303.

A Lei de Mercado de Capitais n° 4.728 foi instituída em 14 de julho de 1965. Nela foi

atribuído ao Conselho Monetário Nacional e ao Banco Central do Brasil a autoridade de

regulamentar e fiscalizar o mercado de capitais no país. Também foi instituído o sistema de

distribuição no mercado de capitais e os seus participantes. A Lei formalizou o acesso ao

mercado financeiro pelos investidores e pelas empresas; as obrigações das companhias

abertas; as sociedades e fundos de investimentos.

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A Lei n° 6.385 foi aprovada em 7 de dezembro de 1976, e nela foi criada a CVM. A partir da

legislação, foi definida a CVM como órgão regulamentador e fiscalizador das atividades e os

serviços do mercado de valores mobiliários. Cabe à CVM também, a veiculação de

informações relativas ao mercado e às pessoas que dele participem.

Posterior à criação da CVM, foi aprovada a Lei das S.A em 15 de dezembro de 1976, que

descreveu uma empresa sociedade anônima e instituiu seus deveres e obrigações como

participante do mercado de capitais brasileiro. Esta Lei definiu as condições necessárias para

que uma empresa abra seu capital, diferenciou as sociedades anônimas abertas e fechadas,

firmou a autoridade da CVM como órgão regulamentador e fiscalizador das S.A. Uma

importante contribuição dessa lei foi a definição da obrigatoriedade de divulgação dos

demonstrativos contábeis anuais com objetivo de exprimir com clareza a situação do

patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no período.

Com objetivo de alterar e acrescentar disposições na Lei n° 6.404/76 (Lei das S.A.) e na Lei

n° 6.385/76 (Criação da CVM) foi decretada a Lei n° 10.303 em 31 de outubro de 2001.

Como principais mudanças, esta Lei firmou o direito de tag along para as ações ordinárias, o

processo de fechamento de capital e fortaleceu a CVM como órgão regulador. Esta Lei

também regulamentou as assembleias de investidores e a formação do conselho de

administração das empresas sociedades anônimas.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Information approach na contabilidade

No final da década de 60 a ênfase das pesquisas em contabilidade passou da abordagem

normativa para uma perspectiva com base na informação, que ficou conhecida como

information approach (abordagem da informação). Segundo Lopes (2002) essa nova visão

dominou as pesquisas acadêmicas e foi premissa de importantes trabalhos anglo-saxões que se

seguiram.

Isso implicou que as pesquisas passaram, a partir dessa nova abordagem, a focar na

observação empírica da relação entre a contabilidade e suas informações e o valor das

empresas no mercado de capitais (abordagem positiva).

Yamamoto e Salotti (2006) afirmam que os trabalhos de Ball e Brown (1968) e Beaver (1968)

foram importantes contribuições para a pesquisa positiva em contabilidade, através da

introdução da metodologia financeira empírica. Ball e Brown (1968) estudaram a reação dos

preços de mercado à evidenciação de lucro contábil anormal. Beaver (1968) analisou o

comportamento dos preços e do volume negociado nas semanas próximas da divulgação de

informações contábeis.

Para Lopes (2002) estes estudos demonstraram que tanto o preço quanto o volume de

negociações reagem à divulgação das informações contábeis. Este autor ainda afirma que esta

relação entre o mercado de capitais e as demonstrações contábeis descrita nos trabalhos de

Ball e Brown (1968) e Beaver (1968) abriram uma “nova era” no campo de pesquisas em

contabilidade.

Yamamoto e Salotti (2006, p. 1) afirmam ainda que: A partir de então, a literatura contábil passa a adotar a premissa de que a contabilidade fornece informações para o mercado de capitais, utilizando esse paradigma para investigar as relações entre a contabilidade e o preço das ações.

Segundo Lopes (2002), com essa nova visão, a contabilidade começou a ser vista de uma

maneira diferente com a alteração dos mecanismos de pesquisa e o estabelecimento de

hipóteses e testes empíricos para verificação do real comportamento dos agentes econômicos

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em face da informação contábil. O autor considera ainda que a information approach concebe

à contabilidade o seu papel de fornecedora de informações para os agentes econômicos.

Assim, a contabilidade deve ser avaliada pela sua capacidade de fornecer informações que

sejam úteis ao processo de tomada de decisões dos seus usuários.

Segundo Yamamoto e Salotti (2006), para que a informação contábil seja eficiente em

auxiliar a tomada de decisão dos seus usuários ela necessita de possuir as seguintes

características: a) relevância: a qualidade da informação é dada pela sua capacidade de

auxiliar o usuário a estimar os resultados da empresa (capacidade preditiva); b)

confiabilidade: as mensurações são verificáveis quando podem ser avaliadas por outros

profissionais qualificados, utilizando os mesmos métodos; c) oportunidade: disponibilização

da informação contábil no momento em que sua utilização seja necessária; d) consistência em

sua divulgação; e) comparabilidade: capacidade de comparação entre diferentes entidades.

Observa-se que a evolução das pesquisas na área contábil trouxe uma nova visão em relação à

informação contábil. As recorrentes pesquisas reforçam a hipótese de que essas informações

tornaram-se base para a tomada de decisões pelos investidores, que utilizam os

demonstrativos para projetar suas perspectivas em relação ao futuro da empresa e seu

comportamento no mercado.

3.2 Informação contábil e mercado de capitais

A contabilidade fornece dados passados sobre os fluxos de caixa, lucros, dividendos e outras

informações que podem ser utilizadas como parâmetros de avaliação da empresa. Iudícibus e

Lopes (2004) afirmam que as informações contábeis fornecem evidências de comportamentos

de fluxos de caixa futuros, que são utilizados como determinantes do valor da empresa. Kam1

(1986) apud Yamamoto e Salotti (2006) afirma que a informação é relevante para uma

decisão se ela pode reduzir a sua incerteza, por exemplo, a informação sobre eventos passados

fornecem apoio na previsão de resultados futuros. Para Lopes e Martins (2005, p. 77): A relação entre a informação contábil e o preço dos títulos negociados na bolsa de valores é central, pois os preços de mercado refletem as expectativas dos agentes econômicos acerca do futuro da empresa e da economia.

1 KAM, V. Accounting theory. New York : Wiley, 1986.

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O estudo de Beaver (1968) apresenta os cinco grupos de usuários das informações contábeis:

investidores, intermediários de informação (analistas, empresas de classificação de risco e

outros), órgãos de regulamentação, administradores e auditores. O autor ainda afirma que a

informação contábil pode afetar o comportamento de seus usuários, e estes possuem uma

tendência natural de exigir um número cada vez maior de informações, com maior grau de

precisão e menor espaço de tempo.

Yamamoto e Salotti (2006) afirmam que a informação contábil divulgada pela empresa tem

como principal função fornecer dados úteis aos usuários e ressaltam a importância do

processo de divulgação. Os autores classificam os níveis de divulgação como completa, justa

e adequada. O nível de divulgação completa (full disclosure) aborda a maximização da

divulgação pelos agentes e contempla a ideia de que todas as informações são importantes e

devem ser divulgadas. A divulgação justa pressupõe o tratamento equitativo a todos os

usuários e a divulgação adequada afirma que devem ser divulgadas informações somente

quando estas são relevantes para os usuários. Hendriksen e Breda (2007) acreditam que a

divulgação das informações relevantes para os usuários deve ser adequada, justa e completa e

não há diferença real entre esses conceitos, caso sejam utilizados no contexto apropriado.

A divulgação das informações pode ser classificada como obrigatória ou voluntária. De

acordo com Yamamoto e Salotti (2006), pesquisadores favoráveis à obrigatoriedade afirmam

que as empresas não fornecem informações suficientes aos seus usuários, pois consideram

que a divulgação em excesso favorece os concorrentes. Os defensores da divulgação

voluntária argumentam que as empresas possuem estímulos necessários para fornecer

informações de qualidade capazes de satisfazer seus usuários.

Segundo Yamamoto e Salotti (2006, p. 12) “o papel dos relatórios contábeis obrigatórios,

fonte primária de informação, é confirmatório em relação à divulgação voluntária, uma vez

que as demonstrações obrigatórias são auditadas elas podem ser utilizadas para averiguar a

veracidade da divulgação voluntária”. Dessa forma, essas demonstrações são úteis na criação

de um ambiente em que os administradores possam comunicar com maior credibilidade suas

informações relevantes que não são diretamente verificáveis.

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3.3 Hipótese de mercado eficiente (HME)

A Hipótese de Mercado Eficiente (HME) está baseada na afirmação de que o preço de uma

ação reflete as informações disponíveis a respeito da empresa que a emitiu e novas

informações afetarão sua cotação. Segundo Assaf Neto (1999, p. 227), “um mercado eficiente

é aquele que os preços refletem as informações disponíveis e apresentam grande sensibilidade

a novas informações”.

É pressuposto que não existe padrão sistemático de comportamento para as mudanças de

preços e retornos, pois os mercados se ajustam ao surgimento de uma nova informação sem

atraso. Para Perobelli, Perobelli e Arbex (2000) se houvesse algum padrão recorrente de

qualquer tipo, os agentes poderiam usá-lo para prever o comportamento futuro, o que

resultaria em um retorno anormal por parte dos que soubessem identificar tais regularidades.

Por meio desta definição, Camargos e Barbosa (2003) afirmam que o conjunto de

informações disponíveis em t será totalmente refletido no preço do ativo em t + 1 e os agentes

tomam decisões racionais baseadas nas informações disponíveis.

Assim, Fama (1970) afirma que em um mercado eficiente, os preços dos títulos se ajustam

rapidamente a partir de um conjunto de informações disponibilizadas no mercado,

impossibilitando a obtenção de retornos anormais.

3.3.1 Pressupostos da HME

Para que se verifique a HME, Fama (1970) considerou necessárias três condições:

a) Inexistência de custos de transação nas negociações dos títulos;

b) Todas as informações são disponibilizadas sem custos para todos os participantes

do mercado;

c) Concordância geral nas expectativas dos investidores quanto aos efeitos das

informações sobre os preços atuais das ações.

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Camargos e Romero (2006, p. 3) afirmam que: Essas condições são suficientes, mas não necessárias. Mesmo elevados custos de transação não impedem o ajuste dos preços às novas informações. Além disso, o mercado pode ser eficiente se um número suficiente (parcial) de investidores tiver acesso à informação.

Para Fama (1970), todas essas condições existem, em certa medida, no mercado real e o

objetivo das pesquisas empíricas nesta área deve ser medir seus efeitos sobre o processo de

formação dos preços.

3.3.2 Formas de eficiência

O estudo feito por Fama (1970) classificou o mercado eficiente com base em três conjuntos

de informações: informações passadas (preço histórico), informações publicamente

disponíveis e o conjunto de informações (informações passadas, públicas e privadas). Assim,

determinou as formas de eficiência fraca (Weak Form), semi-forte (Semi-Strong Form) e forte

(Strong Form).

3.3.2.1 Forma fraca (weak form)

Fama (1970) afirma que o pressuposto fundamental dessa forma de eficiência é que os

retornos esperados em condições de equilíbrio são formados a partir do conjunto de

informações disponíveis, que está completamente refletido nos preços. Isso exclui a

possibilidade de existirem estratégias de negociação baseadas simplesmente em informações

históricas que promovam ganhos anormais ou retornos que excedam os de equilíbrio. Gitman

e Madura (2003) explicam que a eficiência de forma fraca significa que o preço das ações

reflete plenamente as informações relacionadas ao mercado.

Na sua forma fraca, não haverá diferença no valor do título em t + 1 e seu valor esperado

definido por qualquer modelo e baseado em histórico de preços. Para Elton e Gruber (1995)2

apud Camargos e Barbosa (2003) não há como usar o conjunto de informações disponíveis

em t para obter retornos anormais em t + 1.

2 ELTON, E. J., GRUEBER, M. J., Modern portfolio theory and investiment analysis. 5° Ed. John Wiley & Sons Inc. 1995.

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Existem três principais metodologias para verificação empírica da hipótese de eficiência sob a

forma fraca, com base na análise do comportamento das séries temporais dos retornos: Fair

Game (Jogo Justo); Martingale/Submartingale e Random Walk (Passeio Aleatório).

No modelo fair game a expectativa de se obter valores presentes positivos é nula. Bruni e

Famá (1998) afirmam que na média, o retorno esperado de um grande número de amostras

deve ser igual ao retorno real, ou seja, um jogo justo não implica um retorno positivo,

somente que as expectativas não são enviesadas. Copeland e Weston (1992) apud Bruni e

Famá (1998) exemplificam o fair game comparando-o aos jogos de azar em Las Vegas onde

em função da percentagem da casa, o apostador deveria esperar perder, por exemplo, 10%, e

com suficiente certeza, seria isso na média que as pessoas realmente perderiam.

Para Fama (1970), esta hipótese é limitada por atestar apenas que: a) as condições de

equilíbrio de mercado podem ser estabelecidas em termos das expectativas de retornos (cujo

excesso seria igual a zero); e b) as informações em t são totalmente utilizadas pelo mercado

na formação do equilíbrio das expectativas de retorno assim como dos preços atuais.

Camargos e Barbosa (2003) afirmam que em razão dessas limitações, passou-se a utilizar

modelos empiricamente testáveis, Martingale/Submartingal e o Random Walk.

Bruni e Famá (1998) definem o Martingale (Submartingale) como um jogo justo onde o

preço futuro é igual (martingale) ou maior (submartingale) que o preço presente. Logo,

implica que os retornos são nulos (martingale) ou positivos (submartingale).

Fama (1970) explica o modelo Submartingale e considera que o retorno esperado para o

futuro é maior ou igual ao preço de hoje, assim, a melhor expectativa do preço do ativo em

t+1 , tomando como base o histórico dos preços em t, é o preço do ativo em t.

Sobre o modelo Random Walk, Fama (1965) o definiu baseado em duas hipóteses distintas: a)

o preço atual de um título reflete toda a informação disponível, indicando que os movimentos

dos preços no tempo são séries de números aleatórios (correlação serial igual a zero); e b) as

mudanças de preços obedecem à mesma distribuição de probabilidade, sinalizando que os

retornos dos títulos seguem caminhos aleatórios. Camargos e Barbosa (2003) afirmam que o

modelo random walk não estabelece que informações passadas têm valor nulo na distribuição

dos retornos futuros, mas sim que a sequência de retornos passados não tem implicações na

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distribuição de retornos futuros. Para Contador (1975) a importância desse modelo é colocar

em dúvida a eficiência de estratégias de transação que alegam proporcionar lucros excessivos

com base somente na informação contida em séries de preços passados.

3.3.2.2 Forma semi-forte (semi-strong form)

A forma de eficiência semi-forte considera como informações relevantes as informações

publicas. Segundo French e Roll3 (1986) apud Camargos e Barbosa (2003), as informações

públicas são aquelas que se tornam conhecidas ao mesmo tempo que afetam os preços, ou

seja, afetam os preços antes que alguém possa negociar com elas. Para Bruni e Famá (1998, p.

2): Nenhum investidor poderia obter retornos extraordinários baseados em quaisquer informações públicas (relatórios anuais de empresas, notícias publicadas em jornais, revistas, etc.). Os preços rapidamente se ajustariam às novas informações.

Damodaran (2001) afirma que o mercado pode reagir de três maneiras diferentes após a

divulgação de uma informação importante: a) reagir imediatamente à divulgação, de forma

adequada (o que confirma a hipótese de eficiência semi-forte); b) reagir de maneira gradual,

quando a divulgação é seguida de um aumento gradativo nos preços, essa situação permite

que investidores realizem operações de arbitragem até o ajuste completo; c) os preços no

mercado reagem instantaneamente à divulgação, mas de maneira inadequada, com a correção

sendo feita nos dias que se seguem.

Segundo Camargo e Barbosa (2003) a metodologia mais utilizada para aferir a forma semi-

forte são os estudos de eventos, cujos testes procuram mencionar a velocidade do ajustamento

dos preços dos títulos próxima a uma data específica, quando da divulgação de informações

relevantes.

Terra e Lima (2006) caracterizam o estudo de eventos como um método que pode ser definido

como a análise do efeito de informações específicas a determinadas empresas sobre os

respectivos preços de suas ações. O método apoia-se nos retornos excedentes realizados em

3 FRENCH, K. R.; ROLL, R. Stock returns variances: the arrival of information and the reaction of traders. Journal of Financial Economics, Amsterdam, v. 17, n. 1, p. 5-26, Set. 1986.

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relação aos retornos esperados das ações, em torno ou na data de anúncio do evento. Tal

performance é dada pela diferença entre o retorno esperado pelo modelo e o retorno

observado no período sob análise. O pressuposto teórico para esse tipo de estudo é de que o

mercado possui uma classificação de eficiência semi-forte, isto é, a informação pública é

rápida e integralmente refletida no preço das ações.

Os estudos realizados por Ball e Brown (1968) e Fama (1969) são considerados um marco na

consolidação do método junto à comunidade acadêmica. Para Terra e Lima (2006) os

resultados desses estudos confirmam esse método como uma ferramenta eficaz para medir a

reação dos participantes do mercado a determinadas informações, através de variações

anormais nos preços das ações.

3.3.2.3 Forma forte (strong form)

A HME na sua forma forte indica que os preços refletem todas as informações existentes no

mercado (históricas, públicas e privadas). Assim, um insider, de posse de informações

privilegiadas, não conseguiria obter retornos extraordinários, pois o ajuste dos preços no

mercado é instantâneo. Bruni e Famá (1998, p. 2) afirmam que “nenhum investidor poderia

obter retornos anormais usando qualquer informação, mesmo com base em dados

confidenciais, que não foram tornados públicos”.

Fama (1970) afirma que os estudos da forma forte são feitos com investidores que possuem

acesso a informações privadas e seus testes exigem a avaliação do acesso desses investidores

a informações privadas e mensuração de retornos anormais em mais de um período de tempo.

Para Camargos e Barbosa (2003, p.8) “as pesquisas empíricas no mercado de capitais têm

encontrado suporte empírico somente para as duas formas, fraca e semi-forte, enquanto a

maioria dos estudos rejeita a versão da forma forte de eficiência”. Brito (1978), completa

afirmando que essa forma de eficiência não descreve de maneira real o comportamento do

mercado de capitais, dado suas dificuldades de mensuração e evidencias contraditórias.

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3.4 Relevância das informações contábeis

Segundo Souza (2006), uma característica importante para que um mercado mobiliário se

desenvolva saudavelmente é a geração de confiança nos investidores que dele participam.

Yamamoto e Salotti (2006) afirmam que as informações importantes são aquelas que alteram

o nível de conhecimento do usuário em relação à companhia, possibilitando manter ou alterar

a opinião sobre a mesma.

Assim, a CVM em sua instrução n°358/02 de 3 de janeiro de 2002 define como fato relevante: Considera-se relevante, para os efeitos desta Instrução, qualquer decisão de acionista controlador, deliberação da assembleia geral ou dos órgãos de administração da companhia aberta, ou qualquer outro ato ou fato de caráter político-administrativo, técnico, negocial ou econômico-financeiro ocorrido ou relacionado aos seus negócios que possa influir de modo ponderável:

I - na cotação dos valores mobiliários de emissão da companhia aberta ou a eles referenciados;

II - na decisão dos investidores de comprar, vender ou manter aqueles valores mobiliários;

III - na decisão dos investidores de exercer quaisquer direitos inerentes à condição de titular de valores mobiliários emitidos pela companhia ou a eles referenciados.

A CVM foi criada pela Lei 6385/76 e pela Lei das Sociedades por Ações 6404/76 com função

de disciplinar e fiscalizar os integrantes do mercado, além de normatizar as operações de

valores mobiliários. A instrução n° 358 de 3 de janeiro de 2002 tem a finalidade de

regulamentar o uso e a divulgação dos fatos relevantes, o Quadro 01 apresenta as modalidades

de fatos relevantes que têm obrigatoriedade de publicação:

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QUADRO 1 Modalidades de atos ou fatos relevantes

Fonte: Marques et al. (2010b)

O foco deste trabalho é analisar o impacto da divulgação dos demonstrativos contábeis no

mercado de capitais. Segundo Lopes e Martins (2005) uma informação é relevante quando

afeta a expectativa do seu usuário, assim, quando a contabilidade fornece uma nova

informação, ainda não inserida no preço das ações, capaz de alterar a expectativa dos agentes

econômicos acerca do desempenho futuro da firma, alterando a precificação feita

anteriormente, tem-se que a informação contábil é relevante.

Lopes (2002) define a contabilidade como geradora de informações aos diversos agentes

participantes do mercado. Dessa forma, Yamamoto e Salotti (2006) afirmam que a

1. Alteração no controle societário 2. Fechamento de capital.

3. Operações de fusão, cisão, transformação

ou dissolução.

4. Mudanças representativas na carteira de

ativos da empresa.

5. Reavaliação de ativos. 6. Alteração nos direitos referentes aos

títulos mobiliários emitidos pelas

empresas.

7. Desdobramento ou bonificações de

ações.

8. Aquisição de ações em tesouraria, ou

ainda cancelamento ou alienação destas.

9. Lucro, prejuízo ou atribuição de

dividendos.

10. Atraso no pagamento de dividendos ou

possibilidade de alteração na distribuição

de dividendos.

11. Celebração, extinção ou insucesso na

realização de negócio cuja expectativa de

concretização era de conhecimento

público.

12. Pedidos de concordata, falência ou ação

judicial que possa representar alteração

significativa na estrutura financeira da

empresa.

13. Aumento, redução ou desativação de

linha de produção ou negócio que possa

repercutir significativamente no

desempenho da empresa.

14. Qualquer descoberta, mudança ou

desenvolvimento tecnológico que possa

vir a alterar significativamente os

resultados da empresa.

15. Quaisquer outros atos não mencionados e

que influencie de forma ponderável, o

preço das ações, a decisão do investidor,

ou na determinação de exercerem os

direitos inerentes aos títulos de sua

propriedade.

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contabilidade pode ser pesquisada a partir da análise de sua capacidade de disponibilizar

informações úteis aos tomadores de decisões.

3.5 Divulgação de informações contábeis

De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas N° 6.404/76, Art. 176 ao fim de cada

exercício social (duração de um ano), a diretoria elaborará demonstrações contábeis que

deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas

no exercício. De acordo com esta Lei, os demonstrativos de obrigatórios são:

a) Balanço Patrimonial;

b) Demonstração dos lucros e prejuízos acumulados;

c) Demonstração do resultado do exercício (DRE);

d) Demonstração do fluxo de caixa;

e) Se companhia aberta, Demonstração do valor adicionado.

De acordo com esta Lei, o QUADRO 2 indica as informações necessárias em cada uma das

demonstrações acima:

QUADRO 2

Demonstrações contábeis e suas informações

Balanço Patrimonial

Ativo: I. Ativo Circulante; II. Ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. III. Investimentos (participações em outras sociedades); IV. Ativo imobilizado; V. Ativo intangível. Passivo: I. Passivo circulante; II. Passivo não circulante; III. Patrimônio líquido.

Demonstração de lucros ou prejuízos

acumulados

I. O Saldo do início do período; os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II. As reversões de reserva e o lucro líquido do exercício; III. As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.

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Demonstração do resultado do exercício

I. A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II. A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III. As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV. O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; V. O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI. As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; VI. As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; VII. O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Demonstração do Fluxo de Caixa e do Valor Adicionado

I As alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: a) das operações; b) dos financiamentos; c) dos investimentos. II. Demonstração do valor adicionado (o valor da riqueza gerada pela companhia) e sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída.

Fonte: Adaptado da Lei 6.404/76

Estas demonstrações deverão ser publicadas com a indicação dos valores correspondentes das

demonstrações do exercício anterior, devendo ser completadas por notas explicativas.

De acordo com a Lei n° 6.404/76, as notas explicativas devem: informar sobre a base de

preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis aplicadas; divulgar as

informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam

apresentadas em outra parte das demonstrações financeiras; fornecer informações adicionais

não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma

apresentação adequada e também, deverão indicar: a) os principais critérios de avaliação dos

elementos patrimoniais; b) investimentos em outras sociedades; c) aumento do valor de

elementos do ativo; d) despesas constituídas sobre elementos do ativo, garantias prestadas a

terceiros e contingências; e) taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das

obrigações a longo prazo; f) o número, espécies e classes das ações do capital social; g) as

opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; h) os ajustes de exercícios

anteriores; i) eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou

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32

possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da

companhia.

Santos, Schmidt e Fernandes (2008) explicam que a Lei n°6.385/76 criou a CVM e uma de

suas atribuições é a regulamentação das matérias prevista nesta Lei e na Lei das Sociedades

Anônimas n° 6.404/76. A partir de então, a CVM passou a emitir pareceres, instruções e

deliberações regulamentando as obrigações das empresas participantes do mercado de

capitais.

A Instrução CVM n° 01/78 foi a primeira a normatizar a elaboração das demonstrações

contábeis, estabelecendo procedimentos a serem adotados na contabilização e na elaboração

de demonstrações financeiras, pelas companhias abertas, relativos ao ajuste decorrente da

avaliação de investimento em sociedades coligadas e em sociedades controladas.

Em 1980, a Instrução CVM n° 015 dispôs normas na elaboração das demonstrações de

companhias de capital aberto e de sociedade de comando de grupo de sociedade que inclua

companhia aberta. Esta Instrução normatizou o procedimento de elaboração das

demonstrações balanço patrimonial, demonstração de resultado do exercício e notas

explicativas tanto das empresas controladas, como das sociedades controladoras.

Em sequencia, a Instrução CVM n° 202/93 normatiza a divulgação das demonstrações

contábeis para empresas negociadas na bolsa de valores, que deverão ser divulgadas

juntamente com o relatório da administração e o parecer do auditor independente. As

informações anuais devem ser divulgadas no prazo máximo de cinco meses após o

encerramento do exercício social, ou no prazo máximo de um mês, a contar da data da

realização da assembleia geral ordinária anual. As informações trimestrais também devem ser

divulgadas juntamente com o relatório da administração e o parecer do auditor independente,

mas deve cumprir o prazo de até quarenta e cinco dias após o término de cada trimestre do

exercício social, excetuando o último trimestre.

De acordo com a Instrução CVM n°457/07, é importante e necessário que as práticas

contábeis brasileiras sejam convergentes com as práticas contábeis internacionais, seja em

função do aumento da transparência e da confiabilidade nas informações financeiras ou por

possibilitar, a um custo mais baixo, a entrada de investimentos internacionais nas empresas

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33

brasileiras. Assim, esta instrução diz que a elaboração e a divulgação das demonstrações

financeiras devem ser realizadas com base no padrão contábil internacional emitido pela

International Accounting Standards Board - IASB.

3.6 Pesquisas anteriores

Segundo Lopes (2002), a literatura empírica que aborda a relação entre a contabilidade e o

mercado financeiro foi iniciada como o trabalho de Ball e Brow (1968) com o estudo “An

empirical evaluation of accounting income numbers”, que pesquisou a reação dos preços de

mercado às boas notícias (lucro acima das expectativas) e às más notícias (prejuízos

inesperados). Como conclusão, os autores apontam a existência de outras informações sobre o

desempenho da empresa além da contabilidade, pois, os resultados anormais se iniciaram

alguns meses antes dos anúncios dos lucros.

Outro trabalho realizado no mesmo período de Ball e Brown (1968) que também foi um

marco para as pesquisas relacionando informações contábeis e mercado de capitais foi o “The

information content of earnings announcements empirical research in accounting” realizado

por Beaver (1968). O autor pesquisou o comportamento dos preços e do volume negociado

nas semanas próximas da divulgação de informações contábeis. Foi concluído em sua

pesquisa a evidência de forte reação nos preços e do volume negociado à divulgação das

informações contábeis, principalmente na semana do anúncio.

Lopes e Martins (2005) afirmam que as pesquisas do final dos anos 60, Ball e Brown (1968) e

Beaver, (1968), começaram a incorporar o desenvolvimento teórico base para a “moderna

teoria financeira” e fez da informação contábil nos mercados de capitais uma das áreas mais

estudadas em finanças.

Beaver (2002)4 apud Marques et al. (2010b) apresenta cinco áreas atuais de pesquisas que

relacionam contabilidade e mercado de capitais: a) eficiência de mercado; b) relevância do

valor; c) testes de eficiência do modelo Feltham-Ohlson; d) comportamento dos analistas e; e)

4 BEAVER, W. H. Perspectives on Recent Capital Marketing Research. The Accounting Review. v. 77, n. 2, p. 453-474, Abril 2002.

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comportamento discricionário. Beaver5 (2002) apud Marques et al. (2010b) afirma que as

duas primeiras linhas de pesquisas verificam o papel da contabilidade para o mercado de

capitais e as outras três possibilitam analisar variáveis que se relacionam ao comportamento

individual dos agentes. Nessa perspectiva, nota-se uma grande quantidade de trabalhos

publicados com foco na eficiência de mercado e na relevância do valor (Marques et a, 2010b).

O Quadro 03 sintetiza as recentes pesquisas que relacionaram a divulgação de informações

contábeis com a eficiência do mercado brasileiro.

QUADRO 3

Pesquisas Anteriores

Autor Ano Objetivo da pesquisa Período analisado Resultados obtidos

Terra e Lima. 2004

Investigar se o evento da divulgação das demonstrações financeiras das empresas de capital aberto com ações negociadas na Bovespa exerce influência no comportamento do preço de suas ações.

1995 a 2002

Primeiramente foi testada a amostra total selecionada e esta indicou não reação do mercado às divulgações. Posteriormente, testou-se a divulgação de resultados (lucro e prejuízo), este caso, foi observado retornos anormais significativos.

Souza 2006

Verificar a reação do valor das ações das empresas brasileiras após a divulgação dos fatos relevantes.

2003 a 2005

As variâncias calculadas no período anterior e posterior à janela de eventos são estatisticamente iguais, indicando ausência de eficiência de mercado.

Takamatsu, Lamounier e Colauto.

2008

Avaliar o comportamento dos preços das ações e dos seus respectivos retornos no mercado, frente às divulgações de demonstrações contábeis que apresentaram prejuízos.

2000 a 2004

A amostra apresentou uma queda para os preços e retornos das ações nos dois dias subsequentes à divulgação de prejuízos pelas empresas, e com os cinco dias subsequentes, os retornos anormais não apresentaram-se mais significativos, demonstrando o regresso dos retornos à normalidade do mercado no período.

5 BEAVER, W. H. Perspectives on Recent Capital Marketing Research. The Accounting Review. v. 77, n. 2, p. 453-474, Abril 2002.

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Rezende et al. 2008

Testar se ocorreu diferença significativa entre a relevância da informação contábil em custo histórico e a relevância da informação contábil em moeda corrente.

1996 a 2007

As informações contábeis em custo histórico são relevantes, ao passo que as informações corrigidas em moeda corrente não apresentaram relevância informacional.

Forti, Peixoto e Santiago

2009

Realizar um levantamento das pesquisas sobre (HEM) no Brasil, visando identificar se os autores brasileiros selecionados aceitam ou rejeitam a HEM, em cada uma de suas três formas.

A autor analisou trabalhos

publicados nos períodos entre 1997 e 2008

Como resultado, observou-se que, nos testes da forma fraca selecionados, 42% dos trabalhos aceitam a HEM e 58% a rejeitam. Nos testes da forma semi-forte, 100% dos trabalhos aceitam a HEM. Por fim, nos testes da forma forte, 100% dos trabalhos rejeitam a HEM.

Neto, Galdi e Dalmácio 2009

Verificar se os preços de grupos de ações com características diferentes reagem diferentemente à divulgação da informação contábil.

1995 a 2002

Algumas variáveis possuem a capacidade de contribuir para explicar as diferenças entre os retornos anormais em períodos em torno da data de divulgação das informações contábeis. Foram encontradas evidências de que as variáveis “controle acionário” e “liquidez” influenciam de forma significativa a diferença entre as médias dos retornos anormais.

Lima 2010

Testar a relevância das informações contábeis antes de depois do início do processo de convergência para as normas internacionais de contabilidade no Brasil.

1995 a 2009

Este trabalho apresentou como um de esses resultados o aumento da relevância da informação contábil após adoção parcial das normas internacionais no Brasil.

Marques e Colauto 2010

Verificar o impacto do viés otimista dos Relatórios de Administração da mensagem do Presidente no preço das ações da amostra selecionada.

Resultados apresentados no período de 2008

Somente uma empresa da amostra selecionada para teste apresentou retorno anormal significativo, para as restantes, não confirmou-se tais retornos.

Marques et al. 2010

Verificar o impacto dos fatos relevantes no mercado de capitais.

Fatos relevantes publicados em

2009

A maioria das publicações não geraram efeito significativo nos preços dos títulos, reforçando as evidências de eficiência semi-forte.

Fonte: elaborado pela autora

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36

4 METODOLOGIA

4.1 Classificação da pesquisa

A partir do objetivo definido, as opções metodológicas representam o caminho a ser seguido

pelo pesquisador para atingi-lo. Segundo Marconi e Lakatos (2006, p. 83): o método científico é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

Esta pesquisa caracteriza-se quanto aos objetivos como descritiva, pois procura descrever a

relação existente entre os retornos anormais nos períodos anteriores e posteriores à divulgação

das informações contábeis trimestrais e anuais das empresas participantes da amostra

definida. Segundo Gil (1991), as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a

descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou então, o

estabelecimento de relações entre as variáveis. Malhotra (2006) afirma que o principal

objetivo da pesquisa descritiva é descrever algum acontecimento – normalmente

características ou função de mercado.

Em relação aos procedimentos, esta pesquisa classifica-se como documental, pois utiliza

dados disponibilizados em bancos de dados públicos que serão analisados através de testes

estatísticos. Marconi e Lakatos (2008) definem a pesquisa documental como aquela que

utiliza como fonte de dados os arquivos públicos, base de dados estatísticos, entre outros. Para

Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 62): Na pesquisa documental são investigados documentos com o propósito de descrever e comparar usos e costumes, tendências, diferenças e outras características. As bases documentais permitem estudar tanto a realidade presente como o passado, com a pesquisa histórica.

Quanto à abordagem do problema, classifica-se essa pesquisa como quantitativa. Richardson

(1999) afirma que a abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificação

tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de

técnicas estatísticas. Para Beuren et al (2006) esse procedimento não é tão profundo na busca

do conhecimento da realidade dos fenômenos, uma vez que se preocupa com o

comportamento geral dos acontecimentos.

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4.2 Definição da amostra

Foram selecionadas como amostra as companhias abertas que compõe o Ibovespa, por

possuírem ações com maior participação nas negociações do mercado de capitais brasileiro.

Takamatsu, Lamounier e Colauto (2008) afirmam que o Ibovespa retrata o comportamento

dos principais papéis negociados na bolsa de valores brasileira e tem como uma de suas

finalidades básicas servir como indicador médio do comportamento do mercado.

Segundo Nakamura (2000, p. 71), “fazem parte da carteira teórica as ações que

cumulativamente compreendem 80% dos índices de negociabilidade apurados para todas as

ações negociadas a vista nos pregões da Bolsa de Valores de São Paulo”. O autor considera

ainda a dificuldade de se encontrar a verdadeira carteira de mercado, pois esta deveria ser

formada por todos os ativos disponíveis de negociação na economia do país, e assim, o

Ibovespa é admitido como um bom representante do mercado pela sua metodologia de

construção e também pela sua divulgação em órgãos de imprensa, que o torna um indicador

conhecido entre os investidores.

Este trabalho utilizou como amostra, os ativos que estiveram na composição do Ibovespa no

período de 2007 a 2009 consecutivamente. Como resultado foram selecionados quarenta e

dois papéis que se mantiveram na composição no Ibovespa neste período. Ver apêndice A.

Os eventos analisados totalizaram 457, sendo assim distribuídos:

TABELA 1

Quantidade de eventos analisados

Fonte: elaborado pela autora

4.3 Estudo de eventos

O estudo de eventos foi introduzido em 1969 pelo estudo de Fama, Fisher, Jensen e Roll.

Campbell, Lo e Mackinley (1997) definem o estudo de evento como o método pelo qual é

!"#$%&'()*+"%,'(-#"%'()-% .'"/ !"#$%&'()*+"%,)&0)-% .'"!"#$%&'"(#&)*++, --. /01(#&)*++, 2*!"#$%&'"(#&)*++. --* /01(#&)*++. 3.!"#$%&'"(#&)*++4 -+5 /01(#&)*++4 2-

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38

possível medir o efeito de um evento econômico no valor de uma determinada empresa. Tal

método é possível e eficaz em função da hipótese de que, em função da racionalidade do

mercado, o efeito de um evento será refletido imediatamente nos preços dos ativos.

Para Damodaran (2001), os testes mais relevantes da eficiência de mercado são os estudos de

eventos em que a reação do mercado a eventos informativos tem sido analisada à procura de

evidências de ineficiência.

A metodologia de estudo de eventos através do cálculo de retornos normais determina um

padrão para a identificação das anormalidades dos retornos dos títulos (CAMARGOS E

BARBOSA, 2003). Takamatsu, Lamounier e Colauto (2008) dizem que esse padrão estima os

retornos dos títulos que seriam esperados caso o evento não houvesse ocorrido e, por meio da

diferença entre o retorno fornecido pelo modelo e o retorno real observado no período da

análise, pode-se observar se o evento influenciou o comportamento dos retornos das ações.

Por meio do estudo de evento, baseado em uma série de retornos observados antes da

ocorrência de um determinado evento, calcula-se um retorno estimado para as ações em

questão, que deveria ser observado caso o evento não ocorresse. Após esta observação,

comparam-se os retornos normais com os retornos estimados para os títulos, em busca da

identificação de comportamentos anormais de retornos em períodos próximos aos eventos que

se julga terem sido responsáveis pelos impactos traduzidos nestes retornos anormais.

4.3.1 Definição do evento

Para Soares, Rostagno e Soares (2002), uma vez decidida a realização de um estudo de

eventos, inicialmente deve-se especificar qual o evento será estudado e quando exatamente

esse evento ocorrerá. Este trabalho utilizou como evento a divulgação de demonstrações

contábeis trimestrais e anuais referentes aos períodos de 2007, 2008 e 2009 das empresas

selecionadas como amostra.

Campbell, Lo e Mackinlay (1997) afirmam após identificação do evento que será estudado,

deve-se estipular a data da ocorrência do evento, que será definida como “data zero” e o

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período na qual os preços das ações serão examinados, a janela de eventos. Takamatsu,

Lamounier e Colauto (2008) afirmam que após a definição do evento, deve-se determinar a

janela de evento, representando o período em que os preços dos títulos das empresas serão

analisados. Nesses intervalos, inclui-se também um período anterior, com o intuito de

observar se houve “vazamento” de informações privilegiadas e um período posterior ao dia do

evento, uma vez que as modificações ocasionadas pelo evento podem continuar sendo

verificadas nos dias subsequentes no mercado de valores mobiliários.

A Figura 1 ilustra a janela do evento, a janela de estimação e a janela de comparação.

Takamatsu, Lamounier e Colauto (2008) definem a janela de estimação como um período

prévio de suposta ausência de efeito do evento sobre os retornos e que é utilizada para se

obter os retornos normais que serão comparados aos retornos anormais, que poderão ocorrer

no período próximo ao evento. Já a janela de comparação é utilizada para se testar se o

retorno das ações voltará à normalidade após um determinado período de tempo.

FIGURA 1 - Janela de eventos Fonte: Takamatsu, Lamounier e Colauto (2008)

Foi considerada, como data do evento (T = 0), o dia da divulgação das demonstrações

contábeis. O período pré-evento corresponde a -5 (T1) dias da data T = 0. O período pós-

evento corresponde a + 5 dias (T2) da data T = 0. A amplitude total da janela do evento é de

11 dias. Utilizou-se também, como janela de estimação, um período de 55 dias anteriores à

data do evento. As datas de apresentação das demonstrações contábeis foram obtidas no site

da CVM6. O Apêndice B apresenta as respectivas datas de publicação. Algumas observações

só apresentavam data de reapresentação e foram desconsideradas na análise.

6 Disponível em: http://www.cvm.gov.br/. Acessado em 02/02/2011.

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4.3.2 Retorno normal (Ri)

Camargos e Barbosa (2003b) definem o retorno normal como o retorno esperado sem a

condição de que o evento ocorra. Os autores apresentam dois métodos de cálculo do retorno

normal, o tradicional e o logaritmo. Este trabalho utilizará o método logaritmo pois, segundo

Soares, Rostagno e Soares (2002) essa forma de cálculo é a mais adequada por apresentar

uma distribuição de retornos mais próxima da distribuição normal, a qual é possível constituir

um dos pressupostos de testes estatísticos paramétricos.

Por essa forma, o preço de um título é dado por:

Pt = Pt-1 er (01)

com t = 1, por se estar utilizando apenas um período, sendo: r, Pt e Pt-1 a taxa de retorno, o

preço da ação no período t e o preço da ação no período t – 1, respectivamente. A equação

pode ser reescrita da seguinte forma:

! = ln !"!"!!

(02)

Sendo:

Pt: preço do título em t=0

Pt-1: preço do título em t-1

O retorno normal foi calculado para janela de estimação, definida como 55 dias antes da

janela do evento.

4.3.3 Retornos estimados (Re)

Os retornos estimados são aqueles calculados a partir da utilização de modelos econométricos

(MARQUES et al., 2010b). Brown e Warner (1980) apontam os três modelos estatísticos para

mensuração dos retornos normais: a) modelo de retornos ajustado à média; b) modelo de

retorno ajustado ao mercado e c) modelo de retornos ajustados ao risco e ao mercado.

Campbell, Lo e Mackinley (1997) explicam estes modelos:

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a) Retornos ajustados à média: o retorno médio de uma ação é constante ao longo do

tempo.

b) Retorno ajustado ao mercado: os retornos anormais são calculados através da

diferença entre o seu retorno e a carteira do mercado.

c) Retornos ajustados ao risco e ao mercado: relaciona os retornos de uma determinada

ação aos retornos de um portfólio de mercado. Os autores explicam que ao remover a

porção do retorno da ação que ocorre em função do mercado, a variância dos retornos

anormais é reduzida, assim, este fato pode ampliar a habilidade em se detectar os

efeitos dos eventos isolados

Este trabalho utilizou o modelo de retorno ajustado ao risco e ao mercado para o cálculo dos

retornos estimados. Para Kloeckner (1995), a implementação deste modelo envolve a

comparação do retorno do título durante o período do evento com o retorno da carteira de

mercado. Neste trabalho, o índice de mercado utilizado será o Ibovespa. Este modelo é

representado matematicamente através da equação:

Rit = α + β Rm + ε (03)

Onde:

R it = retorno observado do título i no período t;

R m = retorno observado de mercado no período t;

α, β = parâmetros de uma regressão simples, calculados para o período da janela de

estimação.

ε = resíduo da regressão do retorno na ação i sobre o retorno da carteira de mercado no dia t.

4.3.4 Retorno anormal (ARit)

MacKinlay7 (1997) apud Lima (2010) comenta que para facilitar a avaliação do impacto da

divulgação das informações contábeis sobre o valor da empresa é necessário, inicialmente,

estabelecer uma relação entre a informação divulgada e a expectativa de mudança no valor da

ação. O autor completa que se o conteúdo informacional da informação divulgada é maior que

7 MACKINLAY, A, C. Event Studies in economic and finance. Journal of Economic Literature. v. XXXV, p. 13-39, mar/1997

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o esperado, os retornos devem seguir o mesmo movimento e aumentar. Por outro lado, se o

valor do conteúdo informal for inferior às expectativas do mercado, então os retornos

deveriam cair.

Para Soares, Rostagno e Soares (2002) é o retorno anormal que evidencia se o evento

estudado influencia o preço da empresa. Este retorno é obtido pela diferença o retorno normal

(Rit) e retorno estimado pelo modelo de mercado.

ARit = Rit – E (Rit) (04)

Sendo:

ARit = retorno anormal;

R it = retorno normal;

E (Rit) = retorno calculado pelo modelo de retornos ajustados ao risco e ao retorno.

4.3.5 Retornos anormais acumulados

Takamatsu, Lamounier e Colauto (2008, p. 6) explicam que a acumulação dos retornos anormais pode levar a uma melhor análise dos efeitos do evento, uma vez que fornece informações acerca da trajetória seguida pelos retornos em um período de tempo mais significativo para fins de análise.

Lima (2010) afirma que a acumulação dos retornos anormais durante o intervalo do evento

tem o objetivo de analisar os casos nos quais a reação do mercado difunde-se por alguns dias.

O cálculo de acumulado é representado pela seguinte equação:

!"#!  (!!,!!   )  =    !!!!  !!  !"!" (5)

Onde:

!"#!  (!!,!!   ) = soma dos retorno anormais para a ação i;

t1 = observação inicial da ação i;

t2 = observação final da ação i;

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4.4 Técnica de análise de dados

Esta seção apresenta os testes estatísticos necessários para a realização da pesquisa. Para

todos os testes considerou-se um nível de significância 5% e opcionalmente 10%.

4.4.1 Pressupostos econométricos

A utilização de modelos econométricos, exige a observação da existência de alguns

pressupostos apresentados pelo Teorema de Gauss-Markov. A presença desses pressupostos

garante o que Gujarati (2006, p. 63) chama de “melhor estimador linear não-tendencioso”, ou

estimador BLUE8 (Wooldridge, 2011).

Um pressuposto será o estimador BLUE quando for linear nos parâmetros, não tendencioso e

tem variância mínima na classe de todos os estimadores. Wooldridge (2011, p.100), ainda

complementa que o Teorema de Gauss-Markov será violado se qualquer um dos pressupostos

não forem observados e nesse sentido ele não será mais válido.

Diante disso para a execução das regressões, foram realizados os testes econométricos para a

detecção da presença dos principais problemas econométricos possíveis.

Segundo Marques et al. (2010b) dadas as características do modelo, recomenda-se a

realização dos testes, de heterocedasticidade e autocorrelação serial dos resíduos; e na sua

existência, a aplicação das respectivas correções: (i) Correção de White para a

heterocedasticidade, (ii) Correção de erros padrões de Newey-West. Em se tratando da

utilização de um modelo bivariado e internacionalmente consagrado na literatura de finanças,

não foram realizados os testes para detecção de multicolinearidade e erro de especificação

(teste Reset).

A não avaliação do problema de multicolinearidade perfeita diz respeito à estrutura do

modelo de retorno ajustado ao mercado, que possibilita a estimativa do retorno de um título a

partir do retorno de uma proxy de mercado, no presente trabalho sendo utilizado o Ibovespa.

8 BLUE – Best Linear Unbiased Estimator (Melhor estimador linear não enviesado)

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A multicolinearidade é um problema econométrico típico de modelos multivariados

(WOOLDRIDGE, 2011; GUJARATI, 2006) o que justifica o procedimento adotado.

O erro de especificação é um problema econométrico possível de ocorrência quando a forma

funcional for incorreta ou ausência de variáveis importantes (WOOLDRIDGE, 2011;

GUJARATI, 2006). No presente estudo, o modelo econométrico utilizado é

internacionalmente consagrado (PERLIN e CERETTA, 2004; FOSTER, 2009) e nesse

sentido, considerou-se como pressuposto a correta especificação do modelo.

Para a realização dos testes foi utilizados adicionalmente o software e-views versão 6.0.

4.4.2 Nível de significância dos testes

Esta seção apresenta os testes estatísticos necessários para a realização da pesquisa. Para

todos os testes considerou-se um nível de significância 5% e opcionalmente 10%.

4.4.3 Teste de normalidade

Para Fávero et al (2009), o objetivo do teste de normalidade é determinar se a amostra é

proveniente de uma população com distribuição normal. Os autores afirmam que para avaliar

a normalidade, um dos testes mais utilizados é o Kolmogorov-Smirnov.

Este teste é utilizado quando a média e o desvio padrão da população são conhecidos. Fávero

et al (2009) explica que este teste compara a distribuição de frequência acumulada do

conjunto de valores da amostra com uma distribuição teórica com objetivo de determinar se

esta amostra é proveniente de uma população com distribuição normal.

Os autores descrevem a estatística deste teste:

Dcal = max {|Fesp (Xi ) – F obs (Xi)| ; |Fesp (Xi) – Fobs (Xi – 1 )|} (6)

para i = 1,...,n

Em que:

Fesp (Xi ) = Frequência relativa acumulada esperada na categoria i

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45

Fobs (Xi ) = Frequência relativa acumulada observada na categoria i

Fobs (Xi – 1) = Frequência relativa acumulada observada na categoria i – 1

A partir da aplicação do teste de normalidade, decide-se quais tipos de testes serão utilizados

para verificação do impacto dos eventos nos retornos. Sendo a distribuição normal, utiliza-se

testes paramétricos, se não, testes não-paramétricos.

4.4.4 Teste de diferença de médias

Os testes de médias tem a função de possibilitar a comparação de características de amostras

dependentes ou independentes visando a conclusão sobre a igualdade de suas médias

(BRUNI, 2009; FYELD, 2009, SIEGEL e CASTELLAN JR, 2006).

Este trabalho realizou testes entre as médias dos retornos anormais observados na amostra,

comparando-se estes retornos no período anterior e posterior à divulgação das demonstrações

contábeis em pares de dias, sendo o primeiro dia anterior à data zero (divulgação das

demonstrações) com o primeiro dia posterior à data zero (-1 e 1), e assim consecutivamente

para os dias -2 e 2, -3 e 3, -4 e 4, -5 e 5.

Cooper e Schindler (2003) afirmam que existem duas classes genéricas de testes entre médias,

os paramétricos e os não paramétricos. O primeiro deve ser utilizado quando for aceita a

hipótese de distribuição normal e o segundo quando esta hipótese for rejeitada.

Bruni (2009) considera que para aplicação destes testes deve-se sempre considerar a hipótese

nula como a hipótese de igualdade entre as médias, e assim, a hipótese alternativa deve

assumir que as médias apresentaram-se diferentes. Caso o teste resulte em uma significância

maior do que o nível de significância assumida para teste, aceita-se a hipótese nula,

assumindo igualdade entre as médias. Este trabalho utilizou em todos os seus testes um nível

de confiança de 95%, assumindo uma significância máxima de 0,05 para aceitação da

hipótese nula.

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46

4.4.4.1 Teste T para diferença de médias

Fávero et al. explica que o teste t á aplicado para testar se duas amostras extraídas da mesma

população são significativamente diferentes. Os autores apresentam a seguinte estatística para

este teste:

Para N ≤ 30:

!!"# =  !!  !!

!! !

  (7)

Em que:

! = média amostral

!! = valor da hipótese nula

n = tamanho da amostra

!! = variância corrigida da amostra

Para N > 30:

!!"# =  !!  !!

!! !

(08)

Em que:

!!= variância da amostra

4.4.5 Testes não paramétricos

Bruni (2009) afirma que quando não é possível assumir a premissa de uma população

normalmente distribuída, deve-se aplicar testes não paramétricos de hipóteses. Este trabalho

realizou o Teste dos Sinais e também o Teste de Wilcoxon-Mann-Whitney como não

paramétricos.

4.4.5.1 Teste dos sinais

Fávero et al (2009) descreve o teste dos sinais como um alternativa ao teste t para a

comparação de duas amostras dependentes. Este teste utiliza os sinais + (mais) e – (menos)

em vez de medidas quantitativas. Os autores definem que para a realização desse teste deve-

se: a) fixar o nível de significância α do teste; b) escolher entre a distribuição binomial ou

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distribuição normal padrão, através do tamanho da amostra; c) fixar a região crítica do teste

com o auxilio da tabela de distribuição binomial ou a tabela de distribuição normal,

dependendo da distribuição escolhida; d) identificar se o valor da estatística encontra-se na

região de aceitação, ou rejeição.

4.4.5.2 Teste de Wilcoxon Mann Whitney

Este teste é definido por Fávero et al. (2009) como uma extensão do teste de sinais, pois, além

da informação sobre a direção das diferenças de cada par, este teste leva em consideração a

magnitude da diferença entre os pares.

Siegel e Castellan Jr. (2009) afirmam que quando se pretende comparar dois grupos de dados

ordinais pode-se utilizar o presente teste. Complementam os autores que “este é um dos testes

não-paramétricos mais poderosos, sendo uma alternativa muito útil ao teste paramétrico”

(SIEGEL e CASTELLAN JR., 2009, p.153).

4.5 Coleta de dados

A data de divulgação das demonstrações contábeis foi definida como a data do evento (T = 0),

esta informação foi coletada no site da CVM9, disponível no Apêndice B. Os dados que se

referem às cotações dos papéis analisados, assim como as cotações do Ibovespa foram

retirados do site Yahoo Finance10, quando não disponível, foi consultado o banco de dados da

BM&F Bovespa.

4.6 Hipóteses de pesquisa

Com o objetivo de testar a reação dos preços das ações no período da divulgação das

informações contábeis, será testada a seguinte hipótese:

9 www.cvm.gov.br 10 http://br.finance.yahoo.com

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48

H0 = Os retornos anormais anteriores e posteriores ao evento são estatisticamente iguais a

zero.

H1 = Os retornos anormais anteriores e posteriores ao evento são estatisticamente diferentes

de zero.

Adicionalmente foram utilizadas hipóteses adicionais nos respectivos testes estatísticos de

forma a obter evidências acerca dos pressupostos estatísticos necessários à utilização das

técnicas e a análise dos resultados.

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49

5 ANÁLISE DOS DADOS

5.1 Análise descritiva dos parâmetros

A análise descritiva foi realizada separadamente entre os períodos de 2007, 2008 e 2009.

Após a coleta de dados e o cálculo dos retornos normais, foram realizadas regressões por

meio do método dos mínimos quadrados ordinários (GUJARATI, 2006; WOLDRIDGE,

2011), com auxilio do software SPSS, utilizando como janela de estimação os períodos -6 a

-60, totalizando 55 dias de negociações anteriores à data do evento.

Primeiramente foi realizada a análise descritiva dos parâmetros de regressão de cada período.

Esta análise utilizou-se das seguintes medidas: amplitude, média, desvio padrão, variância,

assimetria e seu erro padrão, curtose e seu erro padrão.

Bruni (2009) afirma que a média corresponde a um valor representativo do centro geométrico

de um conjunto de dados. Esta medida é classificada pelo autor como indicador da posição

central dos dados.

As medidas de amplitude, desvio padrão e variância são caracterizadas como indicadores de

dispersão, segundo Bruni (2009) elas são responsáveis por medir a variabilidade de um

conjunto de dados, quanto maiores os valores encontrados, maior o afastamento dos dados. A

amplitude é definida por este autor como a diferença entre o maior e o menor valor numérico

de um conjunto de dados. Cooper e Schindler (2003) definem a variância como a média dos

escores de desvios quadráticos da media de distribuição. Estes autores também descrevem o

desvio padrão como a distância entre a média e os valores dos dados. Esta última medida é

importante para a estatística descritiva por revelar a variabilidade dos dados dentro de seu

conjunto.

Como medidas de ordenamento, esta análise utilizou a assimetria e a curtose. Segundo Bruni

(2009) elas fornecem uma ideia sobre a distribuição dos dados. Este autor define assimetria

como medida do grau de afastamento de uma distribuição em relação a um eixo central,

geralmente representado por sua média, quando este valor for negativo, a distribuição é

assimétrica à esquerda, dessa forma, a distribuição dos dados está concentrada em valores

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50

maiores que a média. Por outro lado, quando o valor de assimetria for positivo, a distribuição

é assimétrica à direita e assim, a distribuição dos dados está concentrada em valores menores

que a média. Bruni (2009) explica que a curtose busca explicar o grau de achatamento ou

alongamento da distribuição, quando este valor for inferior à 0,263, a distribuição pode ser

considerada achatada, com valores mais dispersos da sua média, quando superior à 0,263, a

distribuição será alongada, indicando mais concentração dos dados ao redor da média.

Como mencionado na seção anterior, realizou-se o teste estatístico Kolmogorov-Smirnov com

o auxílio do software SPSS, para testar a hipótese de normalidade da distribuição dos

parâmetros de regressão através do método.

Para o referido teste considerou-se as seguintes hipóteses:

H0 = a distribuição dos dados não é normal;

H1= a distribuição dos dados é normal.

Para o presente teste a regra de decisão consiste em rejeitar a hipótese nula caso o p-valor seja

superior ao nível de significância definido no estudo. Os valores referentes às análises

estatísticas descritivas e o resultado do teste Kalmogorov-Smirnov dos parâmetros estão

representados nas tabelas a seguir:

TABELA 2

Estatística descritiva dos parâmetros da regressão do ano de 2007

Fonte: elaborado pela autora

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TABELA 3 Teste de normalidade dos parâmetros da regressão do ano de 2007

Fonte: elaborado pela autora

Analisando os valores apresentados, pode-se concluir que, em 2007, a distribuição do

parâmetro alfa foi caracterizada como não normal, com uma distribuição achatada, ou seja,

com dispersão dos dados ao redor da sua média. Estes dados apresentaram um média de

-0,0009 e desvio padrão de 0,0027, a assimetria deste parâmetro indica concentração de dados

acima do valor médio. Pode-se resumir que esta variável está distribuída de forma dispersa,

com grande variações dos dados, não se pode afirmar uma homogeneidade.

A significância do parâmetro alfa apresentou uma distribuição dos seus dados, sua curtose

indica uma distribuição alongada, com dados concentrados ao redor da sua média, igual a

0,512. Seu desvio padrão é 0,265, o que indica dados próximos à media. A assimetria indica

uma curva tendendo à esquerda, ou seja, seus dados estão em maioria concentrados em

valores maiores que a média. A distribuição desta variável se caracteriza de maneira

homogenia, com valores mais próximos de sua média.

O coeficiente beta no período de 2007 apresentou uma distribuição normal, com dados

afastados de sua média. Seu valor médio foi 0,9193, com desvio padrão de 0,2975, estes

dados encontram-se com maior concentração em valores maiores que a média, de acordo com

sua assimetria. A curtose dessa variável caracteriza sua distribuição como achatada, e sua

assimetria indica concentração dos valores acima da média. Essa distribuição pode ser

caracterizada como heterogenia com dados dispersos.

A significância do parâmetro beta possui distribuição não normal, com uma curva achatada e

dados distribuídos ao redor do valor médio indicado pelo desvio padrão igual a 0,0184 e

média 0,002 e, sua assimetria indica valores concentrados abaixo da média. Os valores de

significância dos parâmetros beta apresentaram uma distribuição homogenia, com valores

próximos de 0,002 e em maioria, abaixo deste valor.

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TABELA 4

Estatística descritiva dos parâmetros da regressão do ano de 2008

Fonte: elaborado pela autora

TABELA 5

Teste de normalidade dos parâmetros da regressão do ano de 2008

Fonte: elaborado pela autora

Em 2008, o intercepto alfa apresentou uma distribuição normal, com uma curva alongada e

assimétrica à esquerda, ou seja, a maioria dos valores encontram-se acima do valor médio,

que foi igual a 0,000087, com desvio padrão de 0,0030. Este parâmetro está distribuído de

maneira homogenia, com os dados próximos de 0,000087 e em maioria com valores

superiores.

A significância do parâmetro alfa também encontra-se distribuída de maneira normal, com

uma curva alongada. A assimetria indica uma maior concentração dos dados acima do valor

média, igual a 0,556. O desvio padrão igual a 0,262 indica a variabilidade dos dados. Esta

variável possui uma distribuição homogenia, os valores encontram-se perto do valor médio,

com maioria acima deste valor.

O coeficiente beta neste período também apresenta uma distribuição normal, com média de

0,698 e desvio padrão de 0,418, indicando que os valores encontram-se distantes do valor

médio. A curtose afirma a dispersão dos dados, caracterizando esta curva como achatada. A

assimetria indica maioria dos valores acima da média. Este parâmetro apresenta uma

distribuição não homogenia, com dados dispersos e grande amplitude.

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A significância do parâmetro beta não possui distribuição normal dos seus dados, sua curtose

indicou achatamento da curva de distribuição, o que indica valores dispersos da média , igual

a 0,096 e o desvio padrão igual a 0,220 afirma a variabilidade dos dados. Pelo valor da

assimetria, pode-se afirmar que os dados então em maioria distribuídos em valores inferiores

ao valor médio, de maneira não homogenia, conforme a variabilidade dos dados.

TABELA 6

Estatística descritiva dos parâmetros da regressão do ano de 2009

Fonte: elaborado pela autora

TABELA 7

Teste de normalidade dos parâmetros da regressão do ano de 2009

Fonte: elaborado pela autora

No período de 2009, os coeficientes alfas apresentaram distribuição normal, com média igual

a -0,0001 e desvio padrão igual à 0,0021, estes valores indicam alta variabilidade dos dados.

A curtose indica uma distribuição achatada, e a assimetria, maior concentração dos valores

acima da média. Percebe-se que a distribuição dos dados deste parâmetro caracteriza-se como

heterogenia, com grande variabilidade dos dados ao redor da média.

A significância o parâmetro alfa também de distribui de maneira normal, com uma curva

alongada e assimétrica à esquerda, ou seja, em maioria os dados são maiores que o valor

médio, igual a 0,5515 e desvio padrão de 0,2736. Os valores de variabilidade mostram que a

distribuição dos dados encontra-se próximos da media, em uma distribuição mais homogenia.

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O coeficiente beta apresentou distribuição normal, com média igual à 0,804 e desvio padrão

0,356, a característica é distribuição é alongada, ou seja, seus dados em maioria estão

próximos da media e, sua assimetria indica concentração dos valores abaixo de 0,804.

A significância deste parâmetro não se distribui de maneira normal, com forma achatada

indica pela sua curtose, média igual à 0,016 e desvio padrão igual à 0,056. Sua distribuição é

assimétrica à direita, ou seja, a maioria dos dados possui valores inferiores à média. Percebe-

se uma maior dispersão dos dados ao redor da sua média, indicada pelos indicadores de

variabilidade, e essa distribuição pode ser considerada não homogenia.

5.2 Teste de normalidade dos retornos anormais

Este teste é realizado com objetivo de determinar se a amostra é proveniente de uma

população com distribuição normal e assim, decidir qual teste de será utilizado para verificar

o impacto do evento no retorno.

Para avaliar a hipótese de normalidade desta distribuição, utilizou-se o teste Kolmogorov-

Smirnov, com auxílio do software SPSS. Foram consideradas as seguintes hipóteses:

H0 = a distribuição dos dados não é normal;

H1= a distribuição dos dados não é normal.

Os testes de normalidade foram realizados com os retornos anormais diários e também com os

retornos anormais acumulados para os 66 dias de observação dos eventos. Para melhor

análise, os resultados foram divididos por períodos analisados, e também pelo tipo de

demonstração que foi apresentada: demonstrações anuais ou trimestrais. A regra de decisão é

a mesma apresentada na seção anterior, ou seja; p-valores acima de 0,05, implica na rejeição

da hipótese nula. Obteve-se os resultados abaixo.

5.2.1 Retornos anormais diários

A TABELA 8 apresenta a quantidade de retornos que assumiram uma distribuição normal e

também, dos retornos que assumiram uma distribuição não normal.

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55

TABELA 8

Resultado do teste de normalidade dos retornos anormais diários para 2007, 2008 e 2009

Fonte: elaborado pela autora

Para os retornos anormais diários, conclui-se que, em todos os anos analisados, o número de

retornos anormais com distribuição normal é superior ao número de distribuições que não

assumiram essa normalidade.

5.2.2 Retornos anormais acumulados

A TABELA 9 apresenta a quantidade de retornos que assumiram uma distribuição normal e

também, dos retornos que assumiram uma distribuição não normal.

TABELA 9

Resultado do teste de normalidade dos retornos anormais acumulados para 2007, 2008 e 2009

Fonte: elaborado pela autora

Observa-se com esse resultado que, assim como o teste de normalidade dos retornos anormais

diários, o teste sobre os retornos acumulados também apresentou maioria das distribuições

normais dos dados. Nota-se que apenas em 2009 o número de distribuições normais foi

inferior ao de distribuições não normais, mas no somatório dos períodos, prevaleceu a

distribuição normal dos retornos.

O detalhamento do teste de normalidade pode ser consultado no Apêndice C.

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56

5.3 Resultados dos testes de diferença de médias aplicadas aos retornos anormais

Lima (2010) afirma que esta etapa do estudo de eventos consiste em mensurar e analisar a

significância estatística dos retornos anormais de cada ação. Brown e Warner (1980) apud

Terra e Lima (2004) sugerem o uso de testes não paramétricos que confirmem validade das

conclusões inicialmente obtidas por meio dos testes paramétricos.

MacKinlay (1997) apud Lima (2010) reafirma a utilização dos testes não paramétricos para

que se confirme a validade das conclusões obtidas por meio dos testes paramétricos.

Este trabalho utilizou como teste paramétrico o teste t, e a critério de reforçar os resultados

obtidos (ou refutar), também serão utilizados os testes não paramétricos dos sinais, e também

o teste de Wilcoxon Mann Whitney.

5.3.1 Teste T para diferença de médias

Para definir se ocorreu diferença entre as médias dos retornos anormais, adotou-se as

seguintes hipóteses:

Ho = os retornos anormais anteriores e posteriores ao evento são estatisticamente iguais a

zero.

H1 = os retornos anormais anteriores e posteriores ao evento são estatisticamente diferentes

de zero.

Admite-se para este teste que, rejeita-se H0 quando o p-valor for menor que 0,05 e, não se

pode rejeita H0 quando o p-valor for superior à 0,05.

5.3.1.1 Retornos anormais diários

A TABELA 10 indica os valores de significância obtidos pelo teste t para os períodos

anteriores e posteriores à publicação:

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TABELA 10 Resultados do teste T para retornos anormais diários em 2007, 2008 e 2009

Fonte: elaborado pela autora

Conclui-se que no teste t aplicado aos retornos anormais diários, não pode-se rejeitar a

hipótese nula para todas as análises, assim, pode-se assumir que não ocorreram retornos

anormais de acordo com este teste.

5.3.1.2 Retornos anormais acumulados

A TABELA 11 indica os valores de significância encontrados no teste t, realizado para os

retornos anormais acumulados:

TABELA 11

Resultado do teste T para retornos anormais acumulados em 2007, 2008 e 2009

Fonte: elaborado pela autora

Pode-se rejeitar a hipótese nula somente para as demonstrações anuais no quarto dia após a

sua divulgação, e também, para as demonstrações trimestrais de 2009 no segundo, terceiro,

quarto e quinto dias após sua divulgação. Nos outros períodos, aceita-se a hipótese nula,

assumindo que não ocorreram diferenças entre as médias.

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58

5.3.2 Teste dos sinais

Para este teste, admitem-se as seguintes hipóteses:

Ho = os retornos anormais anteriores e posteriores ao evento são estatisticamente iguais a

zero.

H1 = os retornos anormais anteriores e posteriores ao evento são estatisticamente diferentes

de zero.

Admite-se para este teste que, rejeita-se H0 quando o p-valor for menor que 0,05 e, não se

pode rejeita H0 quando o p-valor for superior à 0,05.

5.3.2.1 Retornos anormais diários

A TABELA 12 apresenta as significâncias encontradas neste teste:

TABELA 12

Resultado do teste dos sinais para retornos anormais diários em 2007, 2008 e 2009

Fonte: elaborado pela autora

Conclui-se que em 2007 não se rejeita a hipótese nula para nenhuma demonstração, assim

como no período de 2009. Em 2008 não se rejeita a hipótese nula somente para o primeiro dia

após a divulgação das demonstrações anuais e, para o segundo dia após a divulgação das

demonstrações anuais.

5.3.2.2 Retornos anormais acumulados

A TABELA 13 apresenta as significâncias encontradas neste teste:

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TABELA 13 Resultado do teste dos sinais para retornos anormais acumulados em 2007, 2008 e 200

Fonte: elaborado pela autora

Pode-se observar que em 2007 não se rejeita a hipótese nula para nenhuma analise realizada.

Em 2008, somente a divulgação das demonstrações anuais apresentou diferença das médias

no primeiro dia após sua divulgação. Em 2009, aceita-se a hipótese nula para as

demonstrações anuais enquanto para as demonstrações trimestrais, pode-se rejeitar a hipótese

nula para o terceiro e quarto dia após a divulgação das demonstrações trimestrais.

5.3.3 Teste de Wilcoxon Mann Whitney

Para este teste, adotou-se as seguintes hipóteses:

Ho = os retornos anormais anteriores e posteriores ao evento são estatisticamente iguais a

zero.

H1 = os retornos anormais anteriores e posteriores ao evento são estatisticamente diferentes

de zero.

Admite-se para este teste que, rejeita-se H0 quando o p-valor for menor que 0,05 e, não se

pode rejeita H0 quando o p-valor for superior à 0,05.

5.3.3.1 Retornos anormais diários

A TABELA 14 apresenta as significâncias encontradas neste teste:

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TABELA 14 Resultado do teste Wilcoxon Mann Whitney para retornos anormais acumulados em 2007, 2008 e 2009

Fonte: elaborado pela autora

Para este teste, aceita-se a hipótese nula em todas as análises.

5.3.3.2 Retornos anormais acumulados

A TABELA 15 apresenta as significâncias encontradas neste teste:

TABELA 15

Resultado do teste Wilcoxon Mann Whitney para retornos anormais acumulados em 2007, 2008 e 2009

Fonte: elaborado pela autora

Em relação aos retornos anormais acumulados, este teste aceitou a H1 somente para a

divulgação das demonstrações trimestrais de 2009 do terceiro ao quinto dia após a sua

divulgação. Para os outros períodos analisados, aceita a hipótese nula que assume a não

existência de diferença entre as médias.

5.4 Análise dos resultados

Com objetivo de melhor analise, os teste foram relacionados no QUADRO 4:

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QUADRO 4 Síntese dos resultados dos testes aplicados para retornos diários em 2007, 2008 e 2009

Fonte: elaborado pela autora

Considerando que, para cada período e demonstração analisado, aceita-se H1 somente em dois

momento: em 2008 com as demonstrações anuais no primeiro dia após sua divulgação e,

também em 2008 com as demonstrações trimestrais, no segundo dia após a sua divulgação.

Como não ocorreu confirmação de diferenças entre as médias pelos outros testes, conclui-se

que, para os retornos anormais diários, não se pode confirmar a existência de diferença nos

retornos anteriores e posteriores à divulgação das informações contábeis.

Os gráficos a seguir apresentam o comportamento dos retornos anormais diários:

Teste  T

Teste  do

s  sinais

Teste  Wilcon

ox

Teste  T

Teste  do

s  sinais

Teste  Wilcon

ox

Teste  T

Teste  do

s  sinais

Teste  Wilcon

ox

Teste  T

Teste  do

s  sinais

Teste  Wilcon

ox

Teste  T

Teste  do

s  sinais

Teste  Wilcon

ox

2007

Demonstrações  anuais H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0

Demonstrações  trimestrais H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0

2008

Demonstrações  anuais H0 H1 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0

Demonstrações  trimestrais H0 H0 H0 H0 H1 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0

2009

Demonstrações  anuais H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0

Demonstrações  trimestrais H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0

(  -­‐5;  +5)(-­‐4;  +4)  (-­‐3;  +3)  (-­‐2;  +2)  (-­‐1;  +1)

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GRÁFICO 1 - Retornos anormais diários das demonstrações trimestrais de 2007, 2008 e 2009 Fonte: elaborado pela autora

GRÁFICO 2 - Retornos anormais acumulados das demonstrações anuais de 2007, 2008 e 2009 Fonte: elaborado pela autora

-­‐0,008

-­‐0,006

-­‐0,004

-­‐0,002

0

0,002

0,004

0,006

-­‐5 -­‐4 -­‐3 -­‐2 -­‐1 0 1 2 3 4 5

Demonstrações  trimestrais  2009 Demonstrações  trimestrais  2008 Demonstrações  trimestrais  2007

-­‐0,008

-­‐0,006

-­‐0,004

-­‐0,002

0

0,002

0,004

0,006

0,008

-­‐5 -­‐4 -­‐3 -­‐2 -­‐1 0 1 2 3 4 5

Demonstrações  anuais  2007 Demonstrações  anuais  2008 Demonstrações  anuais  2009

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QUADRO 5 Síntese dos resultados dos testes aplicados para retornos acumulados em 2007, 2008 e 2009

Fonte: elaborado pela autora

A acumulação dos retornos anormais tem o objetivo de analisar a reação do mercado por

alguns dias após a ocorrência do evento, supondo uma agregação dos retornos anormais ao

longo dos períodos após a divulgação das informações contábeis.

Por não ocorrer confirmação por outros testes utilizados, a aceitação da H1 para o quarto dia

após a divulgação das demonstrações trimestrais de 2007, para o primeiro dia após a

divulgação das demonstrações anuais de 2008 e também, a aceitação de H1 para o segundo

dia após a divulgação das demonstrações trimestrais de 2009, foi admitindo que não pode-se

confirmar a diferença entre os retornos anteriores e posteriores à esses eventos.

Dessa forma, pode-se aceitar a existência de retornos anormais gerados somente para a

divulgação das demonstrações trimestrais de 2009 em seu terceiro, quarto e quinto dia

posterior, de acordo com a confirmação entre os testes utilizados.

Os gráficos abaixo apresentam o comportamento dos retornos anormais acumulados:

Teste  T

Teste  dos  sinais

Teste  W

ilconox

Teste  T

Teste  dos  sinais

Teste  W

ilconox

Teste  T

Teste  dos  sinais

Teste  W

ilconox

Teste  T

Teste  dos  sinais

Teste  W

ilconox

Teste  T

Teste  dos  sinais

Teste  W

ilconox

2007Demonstrações  anuais H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0

Demonstrações  trimestrais H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H1 H0 H0 H0 H0 H0

2008Demonstrações  anuais H0 H1 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0

Demonstrações  trimestrais H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0

2009Demonstrações  anuais H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0 H0

Demonstrações  trimestrais H0 H0 H0 H1 H0 H0 H1 H1 H1 H1 H1 H1 H1 H0 H1

(  -­‐5;  +5)(-­‐4;  +4)  (-­‐3;  +3)  (-­‐2;  +2)  (-­‐1;  +1)

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GRÁFICO 3 - Retornos anormais acumulados das demonstrações trimestrais de 2007, 2008 e 2009 Fonte: elaborado pela autora

GRÁFICO 4 - Retornos anormais acumulados das demonstrações anuais de 2007, 2008 e 2009 Fonte: elaborado pela autora

Para os retornos anormais acumulados, nota-se um padrão gráfico melhor definido quando

comparado com o gráfico que apresenta os retornos anormais diários.

Para efeito de melhor análise, dividiram-se as análises por períodos (2007, 2008 e 2009), pelo

tipo de demonstração divulgada (anual ou trimestral) e também pelos retornos diários e

acumulados.

O resultado apresentado para os retornos anormais acumulado indica a não reação do mercado

à divulgação das demonstrações contábeis no período de 2007 e 2008. Somente para 2009,

pode-se afirmar que ocorreram retornos anormais frente a divulgação das demonstrações

-­‐0,012-­‐0,01

-­‐0,008-­‐0,006-­‐0,004-­‐0,002

00,0020,0040,0060,0080,01

-­‐5 -­‐4 -­‐3 -­‐2 -­‐1 0 1 2 3 4 5

Demonstrações  trimestrais  2007 Demonstrações  trimestrais  2008 Demonstrações  trimestrais  2009

-­‐0,01

-­‐0,005

0

0,005

0,01

0,015

0,02

-­‐5 -­‐4 -­‐3 -­‐2 -­‐1 0 1 2 3 4 5

Demonstrações  anuais  2007 Demonstrações  anuais  2008 Demonstrações  anuais  2009

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trimestrais. Esse retorno anormal somente foi percebido quando analisado de forma

acumulativo, ou seja, considerando os retornos anormais diários, não se confirma a existência

de anormalidade nos preços dos ativos analisados.

As pesquisas realizadas por Ball e Brow (1968) e Beaver (1968) foram descritas como um

marco no desenvolvimento teórico no campo da moderna teoria financeira e foram

precursores das pesquisas relacionando a informação contábil e o mercado de capitais.

Comparando os resultados encontrados por estes autores com o desta atual pesquisa,

encontra-se uma discordância, pois tais pesquisas encontraram forte reação do mercado à

divulgação das informações contábeis, enquanto os resultados aqui apresentados indicam uma

pequena reação.

Comparando este trabalho com outros estudos similares, ele se opõe a resultados encontrados

testando a divulgação de resultados, pois, Takamatsu, Lamounier e Colauto (2008)

identificaram reação do mercado à divulgação de prejuízos, assim como estes autores, Terra e

Lima (2004) observaram a ocorrência de retornos anormais significativos com a divulgação

dos resultados lucros e prejuízos.

Marques et al. (2010b) também testou a hipótese de retornos anormais com a divulgação de

lucros e prejuízos, os autores utilizaram como amostra as três empresas que apresentaram

maiores lucros, e as três que apresentaram maiores prejuízos. Este estudo concluiu a

ocorrência de retornos anormais significativos somente para uma das empresas analisadas, nas

restantes demonstração não ocorreram alterações no preço dos seus ativos com a divulgação

das informações. Este estudo apresentou resultado semelhante ao desta presente pesquisa,

concluindo a eficiência do mercado brasileiro em sua forma semi-forte para a divulgação das

informações contábeis.

Outro estudo que apresentou resultados semelhantes foi o realizado por Souza (2006) que

assim como esta atual pesquisa, não identificou retornos anormais significativos. Forti,

Peixoto e Santiago (2009) realizaram um estudo sobre os atuais trabalhos que testaram a

HME, estes autores encontraram que, 100% das pesquisas que testaram a forma de eficiência

semi-forte aceitaram a HME, em concordância com este atual trabalho.

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6 CONCLUSÕES

Os estudos que relacionam o efeito da informação contábil para o mercado de capitais tem

sido recorrentes desde as pesquisas de Brown (1968) e Beaver (1969). Estudos desta natureza

podem contribuir para uma melhor percepção do estágio de eficiência do mercado brasileiro.

No presente estudo, a partir da técnica de estudo de eventos, analisou-se se a publicação das

demonstrações trimestrais e anuais de 36 empresas participantes do Ibovespa nos anos de

2007 a 2009 afetaram o comportamento dos retornos de 42 papéis emitidos por elas.

Os resultados obtidos demonstraram uma reação do mercado apenas no período de 2009 para

as demonstrações trimestrais, não sendo possível considerar a ocorrência de retornos anormais

significativos para os outros períodos analisados, e assim, conclui-se que não ocorreram

retornos anormais no mercado com a divulgação das demonstrações contábeis.

A ocorrência de retornos anormais somente em 2009 tem como hipótese o crescimento do

volume de negócios realizados neste ano. Este período pode ser considerado como a

recuperação do mercado de capitais brasileiro após a crise de 2008. Como indicadores, o

número de negócios realizados aumentou 34% em 2009 e o Ibovespa encerrou este ano com

um crescimento de 82,66%11. Dessa forma, o rápido crescimento do mercado pode explicar os

retornos anormais encontrados neste período.

Um pressuposto para essa não resposta do mercado às informações contábeis é a divulgação

de outras informações relevantes anterior às demonstrações contábeis pois, pode-se observar o

anúncio de resultados financeiros anteriores à divulgação das demonstrações contábeis

completas, utilizadas como estudo neste trabalho. Outra explicação para a não reação pode se

referir à publicação de resultados esperados pelo mercado. De acordo com Hendriksen e

Breda (2009) apenas as informações que ajustam a avaliação dos investidores afetariam o

volume de operações e por consequência o retorno sobre os títulos. Ainda nessa perspectiva,

uma questão que pode corroborar a hipótese levantada para a não reação é o alisamento de

resultados. Esse fenômeno decorre de ações discricionárias por parte dos agentes, com vistas

a reduzir o risco da companhia, mantendo o preço dos papéis emitidos por ela em um patamar

linear (MARTINEZ, 2010). Em outro aspecto, a participação das empresas no Novo Mercado

11 Dados disponíveis em <http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/noticias/2009/download/Balanco_anual.pdf>

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67

é outra evidência de que um conjunto de informações maiores são disponibilizadas ao

mercado (BATISTELLA et al., 2004) e nesse sentido é possível que as demonstrações

contábeis não tenham trazido novidades ao mercado.

O estudo realizado apresenta algumas limitações quanto aos testes aplicados o que pode

reduzir a robustez dos resultados. Uma das limitações é a não separação dos eventos com

distribuição não normais dos que apresentam normalidade na distribuição. Essa separação

poderia alterar os resultados dos testes paramétricos e não paramétricos aplicados, mesmo os

testes não paramétricos tendo corroborado os resultados encontrado pelo teste t na maioria

dos eventos analisados.

Como proposta para pesquisas futuras, sugere-se a utilização de uma amostra probabilística

com utilização de técnicas de análise e tratamento de dados mais robustos, tais como a

realização de painéis em períodos diferenciados de forma a possibilitar a confrontação.

Os QUADRO 6 apresenta em síntese os resultados da pesquisa bem como a relação com os

respectivos objetivos, metodologia empregada e a posição dos mesmos no trabalho.

QUADRO 6

Resumo das conclusões por objetivos propostos

Conclusão Objetivo Metodologia Posição

Cap. Seção

A contabilidade fornece dados sobre a

situação financeira da empresa e estas

informações são relevantes para o mercado de

capitais por fornecer aos investidores dados

que podem ser utilizados para projeção do

futuro da empresa e seu comportamento no

mercado, auxiliando o processo de tomada de

decisão sobre o investimento.

1 Pesquisa Bibliográfica 3 3.1 e 3.2

Com base na importância das informações

contábeis para o mercado de capitais, espera-

se que o mercado incorpore essas informações

nos preços dos ativos, pois a informação

contábil altera a expectativa do investidor em

relação à empresa.

2 Pesquisa bibliográfica 3 3.1 e 3.2

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68

Os retornos normais foram calculados em sua

forma logarítmica, após cálculo dos retornos

estimados pelo método de regressão linear, os

retornos anormais foram calculados pelo

modelo econométrico apresentado. Também

foi realizada a acumulação dos retornos

anormais para identificação do efeito do

evento considerando os retornos gerados no

decorrer da janela do evento.

3 Estudo de Eventos 4

4.3.2;

4.3.3 e

4.3.5

O resultado desta pesquisa revelou que para o

período analisado, as demonstrações

contábeis não apresentaram retornos anormais

diários significativos. Para os retornos

acumulados, somente as demonstrações

trimestrais de 2009 apresentaram retornos

anormais do terceiro ao quinto dia após a

divulgação.

4 Teste de diferença entre

médias. 5

5.2; 5.2.1

e 5.2.2

Fonte: elaborado pela autora

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REFERÊNCIAS

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ANDREZO, A. F.; LIMA, I. S. Mercado Financeiro: aspectos históricos e conceituais. São

Paulo: Atlas, 2000.

BAESSO, R. S. et al. Teste da Hipótese de Eficiência do Mercado no Brasil: uma aplicação

de filtros ótimos. In: XXXII Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e

Pesquisa em Administração – ENANPAD. Anais... Rio de Janeiro: Anpad, 2008. V. 1. CD-

ROM.

BALL, R. J.; BROWN, W. An empirical evaluation of accounting income numbers. Journal

of Accounting Research, V. 6, p.159-178, 1968.

BEAVER, W. H. The information content of earnings announcements empirical research in

accounting. Journal of Accounting Research, v. 6, p. 67-92, 1968.

BEAVER, W. H. Perspective on recent capital market research. The Accounting Review,

v.77, n. 2, p.453-474, abril 2002.

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APÊNDICE A – Relação de empresas participantes da amostra

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APÊNDICE B – Datas de apresentação das demonstrações contábeis

20081°  Trimestre 2°  Trimestre 3°  Trimestre Anual 1°  Trimestre 2°  Trimestre

ALLL11 ALL  AMER  LAT   14/5/07 9/8/07 7/11/07 28/2/08 13/5/08 12/8/08AMBV4 AMBEV 9/5/07 13/8/07 8/11/07 28/2/08 7/5/08 13/8/08BBDC4 BRADESCO 7/5/07 6/8/07 5/11/07 2/2/08 28/4/08 4/8/08BRAP4 BRADESPAR 16/5/07 14/8/07 12/11/07 28/3/08 15/5/08 14/8/08BBAS3 BANCO  BRASIL 15/5/07 19/10/07 13/11/07 26/3/08 14/5/08 14/8/08BRTO4 BRASIL  TELEC 25/4/07 31/7/07 23/10/07 29/1/08 22/4/08 5/8/08BRKM5 BRASKEM 3/5/07 3/8/07 31/10/07 22/2/08 7/5/08 6/8/08CCRO3 CCR  RODOVIAS 15/5/07 10/8/07 9/11/07 20/2/08 14/5/08 21/8/08CMIG4 CEMIG 9/5/07 9/8/07 7/11/07 6/3/08 7/5/08 14/8/08CESP6 CESP 15/5/07 10/8/07 9/11/07 30/4/08 12/5/08 8/8/08CPLE6 COPEL 16/5/07 14/8/07 13/11/07 17/3/08CSAN3 COSAN 23/3/07 13/12/07 12/6/08 30/7/08CYRE3 CYRELA  REALT 17/5/07 27/8/07 13/11/07 7/4/08 14/5/08 14/8/08ELET3 ELETROBRAS 13/8/07 17/10/08ELET6 ELETROBRAS 13/8/07 17/10/08ELPL6 ELETROPAULO 11/5/07 13/8/07 12/11/07 22/4/08 15/5/08 13/8/08EMBR3 EMBRAER 9/11/07 13/3/08GGBR4 GERDAU 3/5/07 8/8/07 7/11/07 13/2/08 12/5/08 6/8/08GOAU4 GERDAU  MET 3/5/07 8/8/07 7/11/07 13/2/08 12/5/08 6/8/08GOLL4 GOL 20/4/07 8/8/07 7/11/07 12/3/08 30/4/08 12/8/08ITSA4 ITAUSA 15/5/07 14/8/07 13/11/07 19/2/08 13/5/08 12/8/08KLBN4 KLABIN  S/A 24/4/07 26/7/07 30/10/07 18/2/08 28/4/08 25/7/08LIGT3 LIGHT  S/A 17/5/07 1/8/07 26/10/07 13/2/08 7/5/08 8/8/08NATU3 NATURA 23/5/07 31/7/07 20/10/07 28/3/08 23/4/08 1/8/08NETC4 NET 19/4/07 19/7/07 18/10/07 1/2/08 18/4/08 18/7/08PETR3 PETROBRAS 14/5/07 13/8/07 9/11/07 6/3/08 12/5/08 11/8/08PETR4 PETROBRAS 14/5/07 13/8/07 9/11/07 6/3/08 12/5/08 11/8/08SBSP3 SABESP 9/8/07 15/11/07 28/3/08 15/5/08 8/8/08CSNA3 SID  NACIONAL 24/4/07 14/8/07 13/11/07 10/3/08 7/5/08 14/8/08CRUZ3 SOUZA  CRUZ 27/4/07 31/7/07 26/10/07 13/2/08 29/4/08 1/8/08TAMM4 TAM  S/A 10/5/07 10/8/07 9/11/07 31/3/08 12/5/08 12/8/08TNLP3 TELEMAR 3/5/07 2/8/07 1/11/07 28/2/08 15/5/08 31/7/08TNLP4 TELEMAR 3/5/07 2/8/07 1/11/07 28/2/08 15/5/08 31/7/08TMAR5 TELEMAR 3/5/07 2/8/07 1/11/07 28/2/08 15/5/08 31/7/08TLPP4 TELESP 10/5/07 20/7/07 6/11/07 22/2/08 25/4/08 24/7/08TCSL3 TIM  PART  S/A 4/5/07 23/7/07 7/11/07 19/3/08 6/5/08 7/8/08TCSL4 TIM  PART  S/A 4/5/07 23/7/07 7/11/07 19/3/08 6/5/08 7/8/08TRPL4 TRAN  PAULIST 3/8/07 9/11/07 6/2/08 14/5/08 7/8/08USIM5 USIMINAS 10/5/07 9/8/07 8/11/07 1/4/08 30/4/08 14/8/08VALE3 VALE  R  DOCE 3/5/07 31/7/07 25/10/07 28/2/08 24/4/08 25/8/08VALE5 VALE  R  DOCE 3/5/07 31/7/07 25/10/07 28/2/08 24/4/08 25/8/08VIVO4 VIVO 10/5/07 20/7/07 5/11/07 21/2/08 29/4/08 30/7/08

Emp .Có

d. 2007

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20083°  Trimestre Anual 1°  Trimestre 2°  Trimestre 3°  Trimestre Anual

ALLL11 ALL  AMER  LAT   12/11/08 20/3/09 13/5/09 19/8/09 11/11/09 19/3/10AMBV4 AMBEV 5/11/08 4/3/09 7/5/09 13/8/09 11/11/09 20/4/10BBDC4 BRADESCO 27/10/08 6/3/09 4/5/09 3/8/09 28/1/10BRAP4 BRADESPAR 14/11/08 27/3/09 15/5/09 14/8/09 13/11/09 29/3/10BBAS3 BANCO  BRASIL 13/11/08 5/3/09 15/5/09 14/8/09 12/11/09 23/3/10BRTO4 BRASIL  TELEC 22/10/08 11/2/09 14/5/09 17/3/10BRKM5 BRASKEM 5/11/08 5/3/09 4/5/09 12/8/09 3/11/09 3/3/10CCRO3 CCR  RODOVIAS 31/10/08 10/3/09 7/5/09 12/8/09 12/11/09 22/2/10CMIG4 CEMIG 31/3/09 12/5/09 13/8/09 13/11/09 24/3/10CESP6 CESP 14/11/08 6/4/09 13/5/09 12/8/09 28/12/09 25/3/10CPLE6 COPEL 12/11/08 20/3/09 12/8/09 11/11/09 22/3/10CSAN3 COSAN 23/4/10 23/4/10CYRE3 CYRELA  REALT 13/11/08 23/4/09 12/5/09 13/8/09 13/11/09 25/3/10ELET3 ELETROBRAS 27/3/09 15/5/09 18/8/09 13/11/09 27/4/10ELET6 ELETROBRAS 27/3/09 15/5/09 18/8/09 13/11/09 27/4/10ELPL6 ELETROPAULO 12/12/08 27/3/09 14/5/09 13/8/09 12/11/09 23/3/10EMBR3 EMBRAER 3/11/08 26/3/09 29/4/09 30/7/09 29/10/09 18/3/10GGBR4 GERDAU 5/11/08 19/2/09 15/5/09 6/8/09 5/11/09 25/2/10GOAU4 GERDAU  MET 5/11/08 19/2/09 7/5/09 6/8/09 5/11/09 25/2/10GOLL4 GOL 16/11/08 14/5/09 11/8/09 14/12/09 11/3/10ITSA4 ITAUSA 11/11/08 12/3/09 29/5/09 13/8/09 10/11/09 2/3/10KLBN4 KLABIN  S/A 16/10/08 12/3/09 5/5/09 11/8/09 9/12/09 25/2/10LIGT3 LIGHT  S/A 7/1108 27/2/09 11/5/09 7/8/09 6/11/09 8/3/10NATU3 NATURA 13/11/08 17/7/09 31/7/09 21/10/09 8/4/10NETC4 NET 21/10/08 19/2/09 28/4/09 22/7/09 21/10/09 26/4/10PETR3 PETROBRAS 11/11/08 10/3/09 11/5/09 14/8/09 13/11/09 26/3/10PETR4 PETROBRAS 11/11/08 10/3/09 11/5/09 14/8/09 13/11/09 26/3/10SBSP3 SABESP 19/11/08 26/3/10CSNA3 SID  NACIONAL 14/11/08 29/3/09 14/5/09 6/8/09 4/11/09 25/2/10CRUZ3 SOUZA  CRUZ 29/10/08 11/2/09 14/5/09 4/8/09 10/11/09 11/2/10TAMM4 TAM  S/A 10/11/08 30/3/09 7/5/09 14/8/09 31/1/10TNLP3 TELEMAR 31/10/08 7/3/09 15/5/09 19/3/10TNLP4 TELEMAR 31/10/08 7/3/09 15/5/09 19/3/10TMAR5 TELEMAR 31/10/08 15/5/09 7/4/10TLPP4 TELESP 27/10/08 17/2/09 12/5/09 29/7/08 11/11/09 11/2/10TCSL3 TIM  PART  S/A 5/11/08 27/2/09 5/5/09 3/8/09 30/10/09 23/2/10TCSL4 TIM  PART  S/A 5/11/08 27/2/09 5/5/09 3/8/09 30/10/09 23/2/10TRPL4 TRAN  PAULIST 6/11/08 19/3/09 15/5/09 14/8/09 12/11/09 16/4/10USIM5 USIMINAS 29/10/08 19/2/09 13/5/09 23/7/09 21/10/09 25/2/10VALE3 VALE  R  DOCE 23/10/08 17/3/09 6/5/09 29/7/09 28/10/09 4/3/10VALE5 VALE  R  DOCE 23/10/08 17/3/09 6/5/09 29/7/09 28/10/09 4/3/10VIVO4 VIVO 11/11/08 13/2/09 8/5/09 29/7/09 5/11/09 10/2/10

Emp .Có

d. 2009

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APÊNDICE C – Teste de normalidade dos retornos anormais

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