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THOMSONITA – NaCa2[Al5Si5O20].6H2O A thomsonita é um tectosilicato do Grupo das Zeolitas. Tipicamente ocorre como mineral secundário em vesículas e fraturas de rochas vulcânicas e não é comum, é uma das zeolitas mais raras. Não possui importância econômica.
“Thomsonita” atualmente não é mais considerado um mineral, mas é um termo genérico que se refere a dois minerais: thomsonita-Ca (que é muito mais comum) e thomsonita-Sr. A distinção foi introduzida em 1997. Espécimens que não foram analisados em detalhe são chamados simplesmente de “thomsonita”.
Macroscopicamente pode ser confundida com stellerita. Possui uma variedade com Sr e é piroelétrica. A thomsonita-Ca possui 20 sinônimos, considerando os nomes atribuídos ao mineral em várias línguas. Portanto é necessário cuidado com a literatura mais antiga.
1. Características:
As características abaixo referem-se à thomsonita-Ca. Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem
Ortorrômcia bipiramidal,
pseudotetragonal.
Incolor, branca, bege, mais raramente
amarelada, verde pálida, rosa, marrom.
Colunar, prismática, fibrosa, radial, esférica a
globular, pode ser botrioidal, maciça.
{010} perfeita {100} boa
Estrias // a [001] Tenacidade
Quebradiça
Maclas Fratura Dureza Mohs Partição
Por {110}, cíclica, ocasional.
Irregular, subconchoidal 5 – 5,5 não
Traço Brilho Diafaneidade Densidade (g/cm3)
Branco Vítreo, perláceo Transparente 2,23 – 2,29
2. Geologia e depósitos:
A thomsonita, como muitas outras zeolitas, é comum em vesículas (amigdalas) de rochas vulcânicas básicas a ultramáficas, como basaltos alcalinos, fonolitos, theralitos e outros. Também pode ocorrer em rochas hipabissais.
Nas rochas que sofreram metamorfismo de fácies zeolita a thomsonita pode substituir a laumontita.
Thomsonita-Ca pode ocorrer como cimento em alguns arenitos.
Ocorrências mais raras são em zonas de metamorfismo de contato e em pegmatitos graníticos.
Uma abordagem detalhada da ocorrência, das formas e de outros detalhes da thomsonita pode ser encontrada no livro “Zeolites of the World” de Rudy Tschernich, disponível para download na internet. Informações detalhadas sobre as várias maneiras de ocorrência da thomsonita podem ser encontradas no site da Comissão de Zeolitas Naturais: http://www.iza-online.org/ 3. Associações Minerais:
Associa-se a não-zeolitas como calcita, prehnita, datolita, apofilita, argilominerais (esmectitas), clorita, calcedônia, quartzo macrocristalino e albita.
Ocorre com zeolitas como natrolita, mesolita, escolecita, estilbita, phillipsita, chabazita, heulandita e analcima.
4. MICROSCOPIA DE LUZ TRANSMITIDA:
Índices de refração: nα: 1,497 – 1,530 nβ: 1,513 – 1,532 nγ: 1,518 – 1,545
ND Cor / pleocroísmo: incolor
Relevo: baixo
Clivagem: pode estar visível
Hábitos: colunar segundo o eixo c, pode ser fibrosa, formando agregados radiais ou irregulares. Raramente forma cristais idiomórficos.
NC Birrefringência e cores de interferência:
birrefringência máxima de 0,015: cores desde o branco de 1ª ordem até azul de 2ª ordem, o que é muito alto para zeolitas e por isso mesmo bastante diagnóstico.
Zeolitas comuns apresentam cores geralmente entre cinza e branco, no máximo amarelo-palha de 1ª ordem.
Extinção: tende a paralela.
Sinal de Elongação: SE(+) e SE(-), não é diagnóstico.
Maclas: ocasional.
Zonação: não apresenta.
LC Caráter: B(+) Ângulo 2V: 44-75º
Alterações: sem informações.
Pode ser confundida com: alguns poucos outros minerais, considerando a paragênese.
Prehnita também possui cores fortes, mas hábitos diferentes e cores de interferência anômalas.
Datolita mostra cores de interferência fortes, mas geralmente é granular, nunca é fibrosa.
Natrolita possui cores de interferência mais baixas, entre cinza e branco.
As outras zeolitas que podem apresentar hábito fibroso apresentam extinção oblíqua.
Chabazita e analcima possuem birrefringência muito mais baixa, outros hábitos e são uniaxiais.
Vesícula em rocha basáltica preenchida por thomsonita. A ND (esquerda) não há nenhum aspecto diagnóstico. A NC (direita) as cores fortes e a extinção paralela são típicas.
Vesícula em rocha basáltica preenchida na porção inferior com um agregado radial de cristais prismáticos de thomsonita e, na porção superior, por mesolita fibrosa. A ND (esquerda) a thomsonita apresenta-se incolor e de relevo baixo; a NC (direita) mostra cores intensas.
Vesícula em rocha basáltica com alguns cristais de thomsonita na base e o resto preenchido por mesolita fibrosa. A imagem não transmite corretamente as cores fortes da thomsonita por excesso de luminosidade, mas as cores bem coloridas são bem visíveis ao microscópio.
Comparação entre zeolitas comuns:
- todas são incolores a ND; nunca apresentam pleocroísmo.
- todas possuem relevo baixo a moderado baixo.
- todas podem apresentar maclas, há vários tipos diferentes para cada zeolita.
Clivagem Hábito Cor a NC Extinção SE LC 2V Analcima Não é visível Arredondada Quase preta
Birr.máx.: 0,001 Isótropa não não não
Chabazita {10-11} distinta Pseudocubos (romboedros)
Cinza bem escura Birr.máx.: 0,006
Simétrica não B(+) 0-32º
Escolecita {010} perfeita Prismática a fibrosa
Cinza a branco Birr.máx.: 0,010
15-18º (-) B(-) 36-56º
Estilbita {010} perfeita Tabular (“gravata- borboleta”)
Cinza até amarelo palha
Birr.máx.: 0,013
3-12º (+/-) B(-) 30-49º
Epistilbita {010} perfeita Prismático (“sanfona aberta”)
Cinza a branco Birr.máx.: 0,010
10º (+) B(-) 44º
Heulandita {010} perfeita Tabular, (“caixão”)
Cinza a branco Birr.máx.: 0,009
0-32º (-) B(+) 0-55º
Harmotoma (010) e (100) Rômbica Cinza Birr.máx.: 0,006
28-32º (+/-) B(+) 79º
Laumontita 3 clivagens Prismático (“prisma com pinacóide”)
Cinza até amarelo palha
Birr.máx.: 0,012
8-11º (+) B(-) 26-47º
Mesolita (110) e (1-10) Prismática fina a fibrosa (“radiada”)
Quase preta Birr.máx: 0,001
Oblíqua (+/-) B(+) 80º
Mordenita (100) e (010) Fibrosa Cinza bem escura Birr.máx.: 0,005
paralela (+/-) B(+-) 76-90º
Natrolita {110} boa Prismática a fibrosa
Cinza até amarelo-palha. Birr.máx.: 0,012
paralela a simétrica
(+) B(+) 58-64º
Phillipsita (010) e (100) Colunar Cinza a branco Birr.máx.: 0,009
11-30º (+) B(+) 60-80º
Stellerita {010} perfeita Prismática Cinza até amarelo-palha. Birr.máx.: 0,013
paralela ? B(-) 47º
Thomsonita (010) e (100) Fibrosa/radial Colorida até azul Birr.máx.: 0,015
paralela (+/-) B(+) 44-75º
Minerais que não são zeolitas, mas que ocorrem na mesma paragênese e que são semelhantes: Barita (001), perfeita,
(210) e (010) Tabular, em
“formão”. Cinza até
amarelo-palha Birr.máx.: 0,012
paralela (+) B(+) 36-40º
Gipso (010), perfeita, (100) e (011)
Tabular, prismático,
etc.
Cinza a branco Birr.máx.: 0,010
até 15º (+/-) B(+) 58-19º
5. MICROSCOPIA DE LUZ REFLETIDA:
A microscopia de Luz Refletida evidentemente não é o método analítico recomendado para a identificação da thomsonita. Entretanto, é importante a confecção de uma lâmina ou seção polida para a identificação dos minerais opacos que podem ocorrem associados à thomsonita, como cobre nativo e minerais secundários de cobre.
Preparação da amostra: a thomsonita, como outras zeolitas também, adquire um ótimo polimento sem dificuldade.
ND Cor de reflexão: Cinza escuro, mais ou menos como quartzo e feldspatos.
Pleocroísmo: Não
Refletividade: Baixa (<<10%) Birreflectância: Não
NC Isotropia / Anisotropia: Não é possível perceber anisotropia.
Reflexões internas: Generalizadas claras, incolores, leitosas.
Pode ser confundida com: muitos outros minerais, inclusive muitos da mesma paragênese, especialmente outras zeolitas. Não é possível identificar a thomsonita por Luz Refletida.
Versão de abril de 2020