serie monografías premiadas 4 motivacionjudicial.indb 1 15...
TRANSCRIPT
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 1 15/03/2012 02:25:21 p.m.
Primera edición: marzo de 2012
D.R. © Suprema Corte de Justicia de la NaciónAvenida José María Pino Suárez núm. 2Colonia Centro, Delegación CuauhtémocC.P. 06065, México, D.F.
Prohibida su reproducción parcial o total por cualquier medio, sin autorización escrita de los titulares de los derechos.
El contenido de los documentos que conforman esta obra es responsabilidad exclusiva de los autores y no representa en forma alguna la opinión institucional de la Suprema Corte de Justicia de México.
Impreso en MéxicoPrinted in Mexico
Traducción del español al portugués de la Presentación, Prólogo y trabajo correspondiente al segundo lugar: Eber Omar Betanzos Torres.
Traducción del portugués al español de los trabajos correspondientes al primer y tercer lugar: Arturo Salinas.
La edición y diseño de esta obra estuvieron a cargo de la Suprema Corte de Justicia de la Nación de México, comisionada por la Cumbre Judicial Iberoamericana.
Sistema Bibliotecario de la Suprema Corte de Justicia de la NaciónCatalogación
POH030P746p
Principios de la ética judicial iberoamericana : motivación judicial / [traducción del español al portugués de la presentación, prólogo y trabajo correspondiente al segundo lugar Eber Omar Betanzos Torres ; traducción del portugués al español de los trabajos correspondientes al primer y tercer lugar Arturo Salinas ; presentación Ministro Juan N. Silva Meza ; prólogo Ministro en retiro Mariano Azuela Güitrón]. -- México : Suprema Corte de Justicia de la Nación : Cumbre Judicial Iberoamericana : Comisión Iberoamericana de Ética Judicial, 2012.xxxii, 347 p. ; 22 cm.-- (Colección Comisión Iberoamericana de Ética Judicial. Serie
Monografías Premiadas ; 4)
Monografías ganadoras en la cuarta edición del concurso cuyo tema fue la “Motivación”
El primer lugar lleva por título “Motivación judicial desde la perspectiva ética” / Paulo Mário Canabarro Trois Neto, el segundo lugar intitulado “La motivación judicial” / José Sebastián Gómez Sámano y el tercer lugar se titula “Luces sobre Temis: la motivación como imperativo ético y legitimador del juez” / Rafael Ramos Monteiro de Souza.
Texto en portugués y español.
ISBN 978-607-468-417-9
1. Motivación – Decisiones judiciales – Ensayos 2. Ética judicial – Principios procesales 3. Virtudes – Deontología 4. Teorías del Derecho 5. Deberes éticos 6. Poder judicial 7. Garantías judiciales 8. Argumentación jurídica 9. Código de ética judicial I. Betanzos Torres, Eber Omar, tr. II. Salinas, Arturo, tr. III. Silva Meza, Juan Nepomuceno, 1944- , prol. IV. Azuela Güitrón, Mariano, 1936- , prol.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 2 15/03/2012 02:25:22 p.m.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 3 15/03/2012 02:25:22 p.m.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 4 15/03/2012 02:25:22 p.m.
SUPREMA CORTE DE JUSTICIA DE LA NACIÓN
Ministro Juan N. Silva MezaPresidente
Primera SalaMinistro Arturo Zaldívar Lelo de Larrea
Presidente
Ministro José Ramón Cossío DíazMinistro Guillermo I. Ortiz MayagoitiaMinistro Jorge Mario Pardo Rebolledo
Ministra Olga Sánchez Cordero de García Villegas
Segunda SalaMinistro Sergio A. Valls Hernández
Presidente
Ministro Luis María Aguilar MoralesMinistro Sergio Salvador Aguirre Anguiano
Ministro José Fernando Franco González SalasMinistra Margarita Beatriz Luna Ramos
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 5 15/03/2012 02:25:22 p.m.
VI
Contenido
Presentaçao .............................................................................. XVI
Prólogo ....................................................................................... XXIV
PRIMEIRO LUGAR
MOTIVAÇÃO JUDICIAL SOB A PERSPECTIVA ÉTICA
Paulo Mário Canabarro Trois Neto
Introdução ................................................................................. 4
Capítulo I
Dever de motivação e excelência judicial ............................. 8
1. A razão de ser do dever de motivação..................... 20
2. Estrutura do dever de motivação ............................. 28
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 6 15/03/2012 02:25:22 p.m.
VII
Contenido
Presentación ............................................................................. XVII
Prólogo ....................................................................................... XXV
PRIMER LUGAR
MOTIVACIÓN JUDICIAL DESDE LA PERSPECTIVA ÉTICA
Paulo Mário Canabarro Trois Neto
Introducción .............................................................................. 5
Capítulo I
Deber de motivación y excelencia judicial ............................ 9
1. La razón de ser del deber de motivación ................. 21
2. Estructura del deber de motivación ......................... 29
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 7 15/03/2012 02:25:22 p.m.
VIII
Capítulo IIO dever de motivação na teoria da
argumentação jurídica ............................................................ 36
1. A regra da universalizabilidade ................................ 42
2. O caráter dialogal da correção
argumentativa ............................................................ 48
Capítulo IIIAbrangência do dever de motivação .................................... 58
1. Motivação das questões de direito .......................... 60
a. O uso dos cânones de interpretação ................. 60
b. A argumentação dogmática .............................. 66
c. A vinculação aos precedentes ............................ 72
2. Motivação das questões de fato .............................. 76
a. Critérios de confirmação e refutação de
uma hipótese fática ............................................. 76
b. A estrutura da fundamentação sobre a
matéria fática ....................................................... 84
Capítulo IVRelação do dever de motivar com outros deveres éticos
do Juiz ........................................................................................ 96
1. Independência e imparcialidade ............................... 96
2. Prudência, justiça e equidade .................................... 102
3. Conhecimento e capacitação .................................. 108
4. Responsabilidade institucional ................................ 110
5. Diligência ..................................................................... 116
Capítulo VConclusão .................................................................................. 120
Referências bibliográficas ....................................................... 124
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 8 15/03/2012 02:25:22 p.m.
IX
Capítulo IIEl deber de motivación en la teoría de la
argumentación jurídica ........................................................... 37
1. La regla de la universalizabilidad ............................. 43
2. El carácter dialogístico de la corrección
argumentativa ............................................................ 49
Capítulo IIIAlcance del deber de motivación ........................................... 59
1. Motivación de las cuestiones de derecho................ 61
a. El uso de los cánones de interpretación ............ 61
b. La argumentación dogmática ............................ 67
c. La vinculación a los precedentes........................ 73
2. Motivación de las cuestiones de facto .................... 77
a. Criterios de confirmación y refutación de
una hipótesis fáctica ............................................ 77
b. La estructura de la fundamentación sobre
a materia fáctica .................................................. 85
Capítulo IVRelación del deber de motivar con otros deberes éticos
del Juez ...................................................................................... 97
1. Independencia e imparcialidad ................................. 97
2. Prudencia, justicia y equidad ..................................... 103
3. Conocimiento y capacitación ................................... 109
4. Responsabilidad institucional .................................. 111
5. Diligencia ..................................................................... 117
Capítulo VConclusión ................................................................................. 121
Referencias bibliográficas ....................................................... 125
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 9 15/03/2012 02:25:22 p.m.
X
SEGUNDO LUGAR
MOTIVAÇÃO JUDICIAL
José Sebastián Gómez Sámano
Introdução ................................................................................. 140
Capítulo I
Origens da motivação ............................................................. 146
1. Exegética legalista: Juiz bouche de la loi
(boca da lei) .................................................................... 154
2. Principialista: Juiz creador de direito ............................ 164
Capítulo II
Que é a motivação? ................................................................. 174
1. Context of discovery y context of justification
[contexto de descoberta e justificação] .................. 178
2. Interna e justificação externa ................................... 182
3. Quaestio caso e facti
[Questão de Direito e de facto] ................................ 186
a. Direito .................................................................... 188
b. Atos ........................................................................ 190
4. Como deve ser escrita a motivação judicial ............ 194
Capítulo III
Funções de Motivação ............................................................ 196
1. Bom desempenho de um sistema de desafios
processuais .................................................................. 198
2. Controle de poder-Proibição de discriminação
arbitrária ...................................................................... 200
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 10 15/03/2012 02:25:22 p.m.
XI
SEGUNDO LUGAR
LA MOTIVACIÓN JUDICIAL
José Sebastián Gómez Sámano
Introducción .............................................................................. 141
Capítulo I
Orígenes de la Motivación ..................................................... 147
1. Exegético legalista: Juez bouche de la loi
(boca de la ley) ................................................................ 155
2. Principialista: Juez creador del Derecho ....................... 165
Capítulo II
¿Qué es la Motivación? ............................................................ 175
1. Context of discovery y context of justification
[contexto de descubrimiento y justificación] .......... 179
2. Justificación interna y externa .................................. 183
3. Quaestio iuris y facti
[Cuestión de Derecho y de hecho] ............................ 187
a. Derecho ................................................................. 189
b. Hechos ................................................................... 191
4. Cómo debe redactarse la motivación judicial ........ 195
Capítulo III
Funciones de la Motivación .................................................... 197
1. Buen funcionamiento de un sistema de
impugnaciones procesales ........................................ 199
2. Control del poder-Interdicción de la
arbitrariedad ................................................................ 201
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 11 15/03/2012 02:25:22 p.m.
XII
3. Justiça das resoluções ................................................. 206
4. Legitimidade das decisões judiciais.......................... 210
5. Motivação como meio para alcançar a
auctoritas judicial .......................................................... 216
Capítulo IV
Motivação quanto orçamento da outras virtudes
deontologicas ........................................................................... 226
1. Imparcialidade ............................................................. 226
2. Independência ............................................................. 228
3. Princípio da integralidade. Garantia da uma
defesa adequada ........................................................ 228
4. Legalidade ................................................................... 230
5. Publicidade Transparência ......................................... 230
6. Interpretar o significado do fracasso ....................... 232
Capítulo V
Conclusão ................................................................................. 234
Referências bibliográficas ....................................................... 238
TERCEIRO LUGAR
LUZES SOBRE TÊMIS: A MOTIVAÇÃO COMOIMPERATIVO ÉTICO E LEGITIMADOR DO JUIZ
Rafael Ramos Monteiro de Souza
Capítulo I
Considerações iniciais .............................................................. 250
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 12 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XIII
3. Justicia de las resoluciones......................................... 207
4. Legitimidad de las decisiones judiciales .................. 211
5. La motivación como medio para llegar a la
auctoritas judicial .......................................................... 217
Capítulo IV
Motivación como presupuesto de otras virtudes
deontológicas ........................................................................... 227
1. Imparcialidad ............................................................... 227
2. Independencia ............................................................ 229
3. Principio de exhaustividad. Garantía de una
debida defensa ............................................................ 229
4. Legalidad ...................................................................... 231
5. Publicidad-Transparencia ........................................... 231
6. Interpretar el sentido del fallo ................................... 233
Capítulo V
Conclusión ................................................................................. 235
Referencias bibliográficas ....................................................... 239
TERCER LUGAR
LUCES SOBRE TEMIS: LA MOTIVACIÓN COMO IMPERATIVO ÉTICO Y LEGITIMADOR DEL JUEZ
Rafael Ramos Monteiro de Souza
Capítulo I
Consideraciones iniciales ........................................................ 251
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 13 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XIV
Capítulo II
Cenário de fundo: diálogo e compromisso no
Estado Democrático de Direito .............................................. 260
1. O Judiciário como protagonista ................................ 262
2. O Modelo Processual de Garantias.......................... 270
3. Princípios e Conceitos indeterminados:
justificando as escolhas ............................................. 278
Capítulo III
O Público Interno ..................................................................... 288
Capítulo IV
O Público Externo ..................................................................... 296
Capítulo V
Modus operandi: extensão e vícios ........................................... 304
1. Existência e clareza .................................................... 306
2. Completude ................................................................. 308
3. O exame das provas ................................................... 310
4. Justificação interna e externa ................................... 314
5. Motivação implícita, per relationem e por
formulários .................................................................. 316
Capítulo VI
Considerações finais ................................................................ 324
Referências bibliográficas ....................................................... 330
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 14 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XV
Capítulo II
Escenario de fondo: diálogo y compromiso en el
Estado Democrático de Derecho ........................................... 261
1. El Poder Judicial como protagonista ......................... 263
2. El Modelo Procesal de Garantías .............................. 271
3. Principios y conceptos indeterminados:
justificación de las elecciones .................................... 279
Capítulo III
El Público Interno ..................................................................... 289
Capítulo IV
El Público Externo ..................................................................... 297
Capítulo V
Modus operandi: extensión y vicios .......................................... 305
1. Existencia y claridad ................................................... 307
2. Integridad ..................................................................... 309
3. Examen de las pruebas .............................................. 311
4. Justificación interna y externa .................................. 315
5. Motivación implícita, per relationem y por
formularios .................................................................. 317
Capítulo VI
Consideraciones finales ........................................................... 325
Referencias bibliográficas ....................................................... 331
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 15 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XVI
Presentaçao
Em setembro de 2010, a requerimento expresso do Ministro
Guillermo Ortiz Mayagoitia, Presidente da Suprema Corte de Justicia
da Nação a Cúpula Judicial Ibero-americana encomendou a México
a Secretaria Executiva da Comissão Ibero-americana de Ética
Judicial, desenvolvida exemplarmente pelo Dotor Rodolfo Luis Vigo,
durante seu primeiro período. Uma das primeiras tarefas a esta nova
gestão foi organizar a Quinta Reunião Ordinária da Comissão Ibero-
americana de Ética Judicial, em onde os novos comissários definiriam
o destino desta nova integração e dariam continuidade a os
importantes projetos consolidados por seus predecessores.
A reunião foi celebrada o passado dos de dezembro de 2010
tendo como marco o espaço pictórico realizado por Santiago
Carbonell no Edifício Sede da Suprema Corte de Justiça da Nação
de México. Com especial entusiasmo, os novos comissionados
compartiram as experiências de seus respectivos países no relativo
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 16 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XVII
PresentaCión
En septiembre de 2010, a petición expresa del Ministro Guillermo I.
Ortiz Mayagoitia, Presidente de la Suprema Corte de Justicia de la
Nación, la Cumbre Judicial Iberoamericana encomendó a México,
la Secretaría Ejecutiva de la Comisión Iberoamericana de Ética Judi-
cial, desempeñada por el Doctor Rodolfo Luis Vigo, durante su
primer periodo. Una de las primeras encomiendas a la nueva gestión
fue organizar la Quinta Reunión Ordinaria de la Comisión Ibero-
americana de Ética Judicial, en la cual los nuevos comisionados defi-
nirían el rumbo de su naciente integración para dar continuidad a
los importantes proyectos impulsados por sus predecesores.
La Reunión, celebrada el 2 de diciembre de 2010, tuvo como
marco el espacio pictórico realizado por Santiago Carbonell en el
edificio sede de esta Suprema Corte de Justicia de la Nación. Con
gran entusiasmo, los nuevos comisionados compartieron las expe-
riencias de sus respectivos países en lo relativo al impulso de la ética
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 17 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XVIII Presentaçao
a impulso da Ética Judicial e decidiram, conjuntamente, os resultados
da Quarta Edição do Concurso de Trabalhos Monográficos em torno
a Código Ibero-americano de Ética Judicial, em dicha ocasião
relativo a o principio ético das motivações das decisões judiciais.
Correspondeu a Paulo Mário Canabarro Trois Neto, de Brasil,
quem havia participado com o seudonimo de Bártolo, obtiver o
primeiro lugar; a José Sebastían Gómez Sámano, de México, cujo
seudónimo foi Estagirita, o segundo lugar e a Rafael Ramos Monteiro
de Souza, também do Brasil, com seudónimo Unbaumbaramba
o terceiro lugar.
Desde a primeira edição deste concurso, o Poder Judicial
Mexicano havia assumido o compromisso de efetuar a publicação
dos três trabalhos ganhadores, para por em marcha uma das series
integrantes da coleção Comissão Ibero-americana do Ética Judicial.
Así, surgiu em 2008 o primeiro número da serie Monografias
Premiadas. Hoje o compromisso se confirma com a publicação do
quarto numero da serie, que retoma os trabalhos triunfadoras
da quarta edição do concurso.
Com uma responsabilidade renovada, a Suprema Corte de
Justiça do México, agora com a nobre encomenda da Secretaria
Executiva da Comissão lança este número bilíngüe referendando,
como o há feito com o número anterior, estes laços de igualdade
entre as nações integrantes da Comissão. Tanto a Comissão
Ibero-americana como a Suprema Corte de México, se encontram
convencidas da importância de difundir e promover este tipo de
reflexões sobre os princípios de ética judicial.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 18 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XIXPresentación
judicial y evaluaron los trabajos presentados en la cuarta edición del
Concurso de Trabajos Monográficos en torno al Código Iberoameri-
cano de Ética Judicial, en esta ocasión destinado al principio ético de
la “Motivación” de las decisiones judiciales.
Correspondió a Paulo Mário Canabarro Trois Neto, de Brasil,
quien participó con el seudónimo de “Bartolo”, obtener el primer
lugar; a José Sebastián Gómez Sámano, de México, cuyo seudó-
nimo fue “Estagirita”, el segundo lugar; y a Rafael Ramos Monteiro
de Souza, también de Brasil, con el seudónimo “Unbanbarauma”, el
tercer lugar.
Desde la primera edición de este concurso, el Poder Judicial
mexicano asumió el compromiso de publicar los tres trabajos
ganadores, iniciando con ello una de las series integrantes de la
Colección Comisión Iberoamericana de Ética Judicial. Así, surgió
en 2008 el primer número de la Serie Monografías Premiadas. Este
compromiso se refrenda hoy con la publicación del cuarto número
de la Serie, que reúne los trabajos triunfadores de la cuarta edi-
ción del concurso.
Así, la Suprema Corte de Justicia de la Nación presenta ahora
este número bilingüe, con lo que da continuidad a los firmes lazos
de hermandad entre las naciones integrantes de la Comisión. Tanto
ésta como la Suprema Corte mexicana están convencidas de la
importancia de difundir y promover tan interesantes reflexiones en
torno a los principios de la ética judicial.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 19 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XX Presentaçao
A profundidade e seriedade acadêmica dos trabalhos aqui
incluídos e mostra clara, como nas edições anteriores, da relevância
que a matéria vai tendo nos órgãos judiciários ibero-americanos, do
serio compromisso assumido por eles em torno a o melhoramento
da função jurisdicional e de seu amplia consciência da demanda
legitima da nossas sociedades atuais.
Neste contexto, o tema da motivação das decisões judiciárias é
evidentemente central, pois, como demonstram os três trabalhos
inclusos neste volume, a motivação é uma exigência jurídica dirigida
a garantir o principio do acesso a justiça e, em particular, o direito
da audiência o legitima defensa a o interior da própria dinâmica
processual. Pero ainda, é uma exigência ética vinculada a legitimação
da própria instituição judicial e a justiça das sentencias. Em sociedades
democráticas como as atuais, o exercício da autoridade deve verse
respaldado por rações suficientemente validas e fortes como para
que a própria sociedade admita seu correção. A motivação das
decisões judiciárias cumpre este cometido.
Solo resoluções respeitosas de uma correção argumentativa
em seu motivação podem considerasse como legitimas. Solo os
órgãos que estabelecem este principio como parâmetro da atuação
constante, podem levar a exercer a relevante autoridade de dizer
o direito com toda legitimade e aceitação por parte da sociedade.
A correção argumentativa, como tem demonstrado os estudos
atuais e o referendam os trabalhos aqui inclusos, não se esgota
com a correção lógica. A motivação judiciária exige parâmetros de
razoabilidade e algo sobre o que vale a pena seguir insistindo:
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 20 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XXIPresentación
La profundidad y seriedad académica de los trabajos aquí inclui-
dos son muestra clara, al igual que las ediciones anteriores, del interés
que la materia va adquiriendo en los órganos judiciales iberoameri-
canos; del serio compromiso asumido por ellos en torno al mejo-
ramiento de la función jurisdiccional; y de su plena conciencia sobre
las demandas legítimas de nuestras comunidades.
En este contexto, el tema de la motivación de las decisiones judi-
ciales es evidentemente central, pues como lo demuestran los traba-
jos incluidos en el presente volumen, ésta es una exigencia jurídica
dirigida a garantizar el principio de acceso a la justicia y, en particu-
lar, el derecho de audiencia o legítima defensa, al interior de la propia
dinámica procesal; pero también, es una exigencia ética vinculada
a la legitimación de la propia institución judicial y a la justicia de las
sentencias. En sociedades democráticas como las actuales, el ejerci-
cio de la autoridad debe respaldarse con razones suficientemente
válidas y fuertes, de manera que la propia sociedad admita su ges-
tión. La motivación de las decisiones judiciales cumple este cometido.
Sólo resoluciones respetuosas en su motivación pueden con-
siderarse legítimas. Únicamente los órganos que sustentan este
principio como valor de actuación pueden ejercer la autoridad
de decir el derecho con legitimidad y aceptación por parte de la
sociedad.
La debida argumentación, como lo demuestran estudios actua-
les y lo refrendan los trabajos aquí incluidos, no se agota con la
corrección lógica. La motivación judicial exige razonabilidad y
un com ponente que es ineludible: claridad. La sentencia es el
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 21 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XXII Presentaçao
claridade. A sentencia constitui o produto mais relevante da labor
judiciária, no solo porque determina a justiça no caso concreto, sino
porque e o veículo da comunicação entre o julgador e a sociedade.
Só uma decisão motivada claramente e acessível á sociedade pode
ter toda seu força legitima. Em este sentido, a motivação se vincula
com outro principio ético fundamental na atualidade: a transparência.
No fundo, toda esta exigência tem o compromisso fundamental
da ética no geral: volver à mirada as pessoas, a essa pessoas a quem
se encontra dirigida a atividade cotidiana do julgador. Esse e o
compromisso manifesto dos poderes judiciários ibero-americanos,
tal como o demonstram os estupendos trabalhos que hoje se publicam.
Somos-nos convencidos que o presente número da serie
monografias premiadas, agregandose a o acervo constituído pelos
números precedentes e pela importante bibliografia desenvolvida na
matéria, contribuirá de maneira importante a o cultura jurídica do
Ibero-america e se constituirá como ponto da referência compelida
para os estudiosos da ética judicial e da argumentação jurídica.
Ministro Juan N. Silva MezaPresidente da Suprema Corte da Justicia da Nação
e do Conselho da Judicatura Federal
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 22 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XXIIIPresentación
producto más relevante de la labor jurisdiccional, pues determina la
justicia y consti tuye el estrecho enlace entre juzgador y sociedad.
Por ello, la motiva ción se vincula con otro principio ético fundamen-
tal: la transparencia.
Todas estas exigencias entrañan un compromiso ético primordial:
atender a la gente, preocuparse por las personas, pensar en ese ser
colectivo a quien se debe el trabajo del juzgador. Ese es el compro-
miso implícito en los poderes judiciales iberoamericanos.
Estoy convencido que el presente número de la Serie Monografías
Premiadas, al sumarse al valioso acervo de los números preceden-
tes, contribuirá de manera importante a la cultura ético-jurídica de
Iberoamérica y constituirá material de referencia para los estudio-
sos de esta disciplina.
Ministro Juan N. Silva MezaPresidente de la Suprema Corte de Justicia de la Nación
y del Consejo de la Judicatura Federal
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 23 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XXIV
Prólogo
Na XV Cúpula Judicial Ibero-Americana realizada em Montevidéu,
Uruguai, nos dias 28, 29 e 30 de abril de 2010, os presidentes do
Tribunal Supremo e do Conselho Judicial dos Estados Ibero-Americanos
nomearam novos integrantes para Comissão Ibero-Americana de
Ética Judicial que atuarão no período de 01 de setembro de 2010 a
01 setembro de 2014.
Reconhecendo o importante trabalho realizado pela integração
anterior e pelo seu Secretário Executivo, Dr. Rodolfo Luis Vigo,
na Cúpula também se realizou a nomeação do novo secretário
que toma posse do seu cargo a partir de 1 de setembro. A Cúpula
analisou a conveniência de que tal distinção correspondesse
ao México, através do Diretor-Geral de Jurisprudência e do
Instituto de Pesquisa para a Promoção e Difusão de Ética
Judicial.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 24 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XXV
En la XV Cumbre Judicial Iberoamericana celebrada en Montevideo,
República Oriental del Uruguay, los días 28, 29 y 30 de abril de 2010,
los Presidentes y Presidentas de las Cortes y Tribunales Supremos o
Superiores de Justicia y de los Consejos de la Judicatura o Magis-
tratura de los Estados Iberoamericanos designaron a los nuevos in-
tegrantes de la Comisión Iberoamericana de Ética Judicial para el
periodo comprendido entre el 1 de septiembre de 2010 al 1 de sep-
tiembre de 2014.
Reconociendo el importante trabajo realizado por la anterior inte-
gración y por su Secretario Ejecutivo, el Dr. Rodolfo Luis Vigo, la Cum-
bre también realizó la designación del nuevo Secretario quien habría
de iniciar sus funciones a partir del 1 de septiembre. La Cumbre
consideró la conveniencia de que correspondiera tal distinción a
México, a través del Director General del Instituto de Investigacio-
nes Jurisprudenciales y de Promoción y Difusión de la Ética Judicial.
Prólogo
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 25 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XXVI Prólogo
Naquela época, a Direção do Instituto era de responsabilidade
do comissário mexicano, o Ministro aposentado Juan Diaz
Romero, que havia feito um excelente trabalho na promoção da
ética judicial, tanto internamente no Poder Judiciário mexicano,
como no âmbito Ibero-Americano, que foi evidenciado pelos
compromissos assumidos e cumpridos pelo México, por meio de
seu estímulo.
Na nomeação dos novos membros da Comissão realizada na
Cúpula, meu nome havia sido cogitado para representar o México,
o que significou mais do que uma honra imerecida, um grande
desafio, que só podia ser assumido com grande entusiasmo.
Eu ignorava o fato de que meses depois, em agosto daquele ano,
também me seria oferecida a direção do Instituto. É evidente que
o desafio é elevado ao grau superlativo. Diante disso, a exigência
ética pela excelência obriga-me a não vacilar e dedicar-me ao
desafio proposto.
O início do trabalho como Diretor do Instituto, que coincidiu
com o início do funcionamento da nova integração do Comitê
Latino-Americano, significou, repentinamente, a responsabilidade
pela representação internacional, como comissário, e pela
coordenação dos trabalhos da Comissão, como Secretário
Executivo.
A primeira tarefa foi organizar, em três meses, a Quinta Reunião
Ordinária da Comissão Ibero-Americana de Ética Judicial, cujo
trabalho foi adiantado de maneira substancial com a ajuda do
Dr. Vigo. Considerando-se que a reunião contaria com membros
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 26 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XXVIIPrólogo
En aquel momento, la Dirección del Instituto se encontraba a
cargo del entonces también comisionado mexicano, el Ministro en
retiro Juan Díaz Romero, quien había efectuado una estupenda
labor en la promoción de la ética judicial, tanto al interior del Poder
Judicial mexicano, como a nivel iberoamericano, como lo muestran
los compromisos asumidos y cumplidos por México, por medio de
su impulso, en este contexto.
En la designación de los nuevos integrantes de la Comisión, efec-
tuada por la Cumbre, mi nombre había aparecido para ocupar la
representación de México, lo que significó más allá de un inmerecido
honor, un importante reto, que sólo podía asumirse con entusiasmo.
Ignoraba yo que meses después, en agosto de ese año, también me
sería propuesta la Dirección del Instituto. Como podrá ser claro, el
reto se intensificó superlativamente. Ante ello, la exigencia ética por
la excelencia obligaba a no claudicar y a asumir con fortaleza y en-
trega el desafío.
El inicio del encargo como Director del Instituto, que se hizo coin-
cidir con la entrada en funciones de la nueva integración de la Comi-
sión Iberoamericana, representó, de golpe, la responsabilidad de
una representación internacional como comisionado y de la coordi-
nación de los trabajos de dicha Comisión, en calidad de Secretaría
Ejecutiva.
La primera encomienda era organizar, en tres meses, la Quinta
Reunión Ordinaria de la Comisión Iberoamericana de Ética Judicial,
cuya labor había adelantado de manera fundamental el Dr. Vigo.
Tomando en cuenta que la Reunión contaría con miembros que
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 27 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XXVIII Prólogo
que atuavam pela primeira vez como comissários, a prudência
exigia retomar o conhecimento, experiência e boa vontade dos
membros destacados. Assim, a Quinta Reunião realizada no México
no dia 2 de dezembro, teve o privilégio de contar com a orientação
do comissário mexicano anterior e ex-Secretário Executivo. Sua
participação neste encontro foi esclarecedora para poder retomar o
caminho e definir novas rotas.
Neste contexto, a publicação dos trabalhos vencedores do
Quarto Concurso de monografias sobre o Código Ibero-Americano
de Ética Judicial, cujos resultados foram precisamente definidos na
Quinta Reunião, representa a continuidade de um projeto
consolidado desde a integração anterior.
Certamente nesta publicação incidem duas das linhas mais
importantes para o desenvolvimento da ética promovida pela
Comissão: o Concurso de monografias e a Série de Monografias
Premiadas. A primeira referida é, sem dúvida, um complemento
relevante ao Prêmio Ibero-americano ao Mérito Judicial. Ambas as
competições destinam-se a ser um exemplo motivador para todos
os funcionários do serviço judicial ibero-americano.
A segunda linha, que se refere às publicações, faz parte de uma
trilogia. A Coleção “Comissão Ibero-Americana de Ética Judicial”,
que é composto por três diferentes séries que já tiveram resultados
importantes. A série denominada “Relatório Nacional sobre o
Estado de Ética Judicial”, teve sua primeira edição destinada
ao Estado da Ética Judicial no México, e houve avanços importantes
para o desenvolvimento de um próximo número. Dentro da série
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 28 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XXIXPrólogo
fungían por primera vez como comisionados, la prudencia exigía
retomar la experiencia, conocimiento y buena voluntad de los miem-
bros salientes. Así, la Quinta Reunión celebrada en México el día 2
de diciembre, tuvo el privilegio de contar con la guía del anterior
comisionado mexicano y del anterior Secretario Ejecutivo. Su par-
ticipación en dicha reunión fue esclarecedora para poder retomar el
camino y definir las nuevas rutas.
En este contexto, la publicación de los trabajos ganadores del
Cuarto Concurso de Trabajos Monográficos en torno al Código
Iberoamericano de Ética Judicial, cuyos resultados fueron definidos
precisamente en aquella Quinta Reunión, representa la continuidad
de un proyecto consolidado desde la integración anterior.
Ciertamente en esta publicación inciden dos de las más impor-
tantes líneas de desarrollo de la ética impulsadas por la Comisión:
el Concurso de trabajos monográficos y la Serie de Monografías
Premiadas. La primera línea referida tiene un complemento indis-
cutiblemente relevante en el Premio Iberoamericano al Mérito
Judicial. Ambos concursos buscan ser un motivador ejemplar para
todos los servidores judiciales iberoamericanos.
La segunda línea, referida a las publicaciones, forma parte de
una trilogía. La Colección “Comisión Iberoamericana de Ética
Judicial” está compuesta por tres distintas Series que ya han dado
impor tantes frutos. La Serie de “Informes Nacionales sobre el
Estado de la Ética Judicial” tiene ya su primer número, relativo
al Estado de la Ética Judicial en México, y existen importantes avan-
ces para la aparición de un siguiente número. Dentro de la Serie
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 29 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XXX Prólogo
“Grandes juízes ibero-americanos”, O México realizou um esforço
particular no lançando uma Série sobre Juízes Exemplares que já
está em sua quarta edição. Finalmente, a Série de Monografias
Premiada, que faz parte deste volume.
Há um ano, o Dr. Rodolfo Luis Vigo enfatizou que a publicação
da edição n°3 da Série “Monografias Premiadas” estava em
conformidade com o artigo 83, inciso a, do Código Ibero-Americano de
Ética Judicial. Hoje, com a edição de número 4 da Série, a Secretaria
Executiva da Comissão dá continuidade a este projeto e confirma
seu compromisso com a “discussão, divulgação e desenvolvimento
da ética judicial através de publicações.” Com a confiança de que
este é um dos melhores meios para permitir que os princípios éticos
e virtudes continuem a fazer parte do cotidiano dos funcionários de
justiça em toda a Ibero-america.
Ministro Aposentado Mariano Azuela GüitrónSecretário Executivo da
Comissão Ibero-AmerIcana de Ética Judicial
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 30 15/03/2012 02:25:23 p.m.
XXXIPrólogo
“Grandes Jueces Iberoamericanos”, México ha realizado un esfuerzo
particular lanzando una Serie de Jueces Ejemplares que ya va en su
cuarto número. Finalmente, la Serie de Monografías Premiadas, de
la cual forma parte el presente volumen.
Hace un año, el Dr. Rodolfo Luis Vigo destacaba que con la publi-
cación del número 3 de la Serie de Monografías Premiadas se con-
tinuaba en el cumplimiento del artículo 83, inciso a), del Código
Iberoamericano de Ética Judicial. Hoy, con la edición del número 4 de
la Serie, la Secretaría Ejecutiva de la Comisión da continuidad a ese
proyecto y refrenda su compromiso con la “discusión, difusión y
desarrollo de la ética judicial a través de publicaciones…”, con la
confianza de que este es uno de los medios idóneos para ayudar a
que los principios y virtudes éticas sigan siendo parte de la vida coti-
diana de los servidores judiciales de toda Iberoamérica.
Ministro en Retiro Mariano Azuela GüitrónSecretario Ejecutivo de la
Comisión Iberoamericana de Ética Judicial
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 31 15/03/2012 02:25:23 p.m.
Primeiro lugar
MOTIVAÇÃO JUDICIAL
SOB A PERSPECTIVA ÉTICA
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 32 15/03/2012 02:25:23 p.m.
Primer lugar
Paulo Mário Canabarro Trois Neto*
MOTIVACIÓN JUDICIAL
DESDE LA PERSPECTIVA
ÉTICA
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 1 15/03/2012 02:25:24 p.m.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 2 15/03/2012 02:25:24 p.m.
* Juez Federal Substituto en la 4a. Región. Maestro en Derecho del Estado por la Universidad Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil. Doctor en Derecho.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 3 15/03/2012 02:25:24 p.m.
4
Introdução
Neste trabalho, propõe-se investigar o dever de motivação sob o
enfoque da ética judicial. O objeto do presente estudo consiste,
precisamente, em expor o fundamento, o conteúdo e as implicações
do dever de motivação, não sob a perspectiva do Juiz medíocre,
que se contenta com o mínimo, mas sob a perspectiva do melhor
Juiz que se pode conceber. A importância do tema pode ser
comprovada pela introdução, no Código Modelo Iberoamericano
de Ética Judicial,1 de disposições das quais se extrai a alocação da
motivação das decisões do Poder Judiciário no quadro das exigências
que formam o ideal de conduta do Juiz.
Emprega-se a expressão motivação, para os fins deste trabalho,
para designar a apresentação de fundamentos pelos quais uma
1 O Código Modelo Iberoamericano de Ética Judicial foi aprovado na VIII Cúpula Iberoamericana de Presidentes de Cortes Supremas e Tribunais Supremos de Justiça realizada em Santo Domingo (República Dominicana), entre 21 e 22 de junho de 2006. Doravante será chamado, neste trabalho, apenas de Código Modelo.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 4 15/03/2012 02:25:24 p.m.
5
Introducción
En este trabajo, se propone investigar el deber de motivación bajo el
enfoque de la ética judicial. El objeto del presente estudio consiste,
precisamente, en exponer el fundamento, el contenido y las impli-
caciones del deber de motivación, no bajo la perspectiva del Juez
mediocre, que se contenta con el mínimo, sino bajo la perspectiva
del mejor Juez que se puede concebir. La importancia del tema
puede comprobarse por la introducción en el Código Modelo Iberoame-
ricano de Ética Judicial,1 de disposiciones de las que se deriva la obliga-
ción de la motivación de las decisiones del Poder Judicial dentro del
marco de las exigencias que forman el ideal de conducta del Juez.
Se emplea la expresión motivación, para los fines de este tra-
bajo, para designar la presentación de fundamentos mediante los
1 El Código Modelo Iberoamericano de Ética Judicial fue aprobado en la VIII Cumbre Ibero-americana de Presidentes de Cortes Supremas y Tribunales Supremos de Justicia realizada en Santo Domingo (República Dominicana), entre el 21 y el 22 de junio de 2006. En lo suce sivo será referido, en este trabajo, sólo como Código Modelo.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 5 15/03/2012 02:25:24 p.m.
6 Motivação judicial sob a perspectiva ética
determinada asserção se justifica racionalmente.2 Com tal
conceito se afasta qualquer significação psicológico-causal que
a locução motivação poderia suscitar em outros contextos. Essa
opção terminológica vai ao encontro da utilizada no Código Modelo,
que enuncia, em seu art. 19: “Motivar implica exprimir, de maneira
ordenada e clara, razões juridicamente válidas, aptas para justificar
a decisão”.
A reconhecida disseminação da ideia de que o dever de motivar
toma parte no desempenho ótimo da prestação jurisdicional permite
a opção metodológica, ora adotada, de não limitar a abordagem do
tema a um sistema judicial específico. Pretende-se que as conclusões
obtidas sejam aplicáveis a qualquer organização judiciária
estruturada sob o signo da limitação do poder estatal e da proteção
de direitos fundamentais.
No Capítulo I, justifica-se a inserção do dever de motivação
no arcabouço ético-jurídico da função judicial, tanto sob os aspectos
históricos e filosóficos, como sob o aspecto de sua aplicação prática.
O Capítulo II trata das exigências discursivas da motivação judicial
no âmbito da teoria da argumentação jurídica contemporânea.
O Capítulo II estuda o modo como a exigência de motivar incide
nas questões de direito e nas questões de fato. O Capítulo IV, por
fim, propõe a aproximação do dever de motivação com outros
deveres éticos judiciais.
2 O presente trabalho não faz distinção entre as expressões motivação e fundamentação. Quando houver remissão à opiniões doutrinárias, será observada a nomenclatura utilizada pelos autores citados.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 6 15/03/2012 02:25:24 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 7
cuales se justifica racionalmente2 una determinada aserción. Con
este concepto se distancia cualquier significación psicológico-
causal que la expresión motivación podría suscitar en otros contex-
tos. Esta opción terminológica coincide con la utilizada en el Código
Modelo, que en el art. 19 enuncia: “Motivar implica expresar, de ma-
nera ordenada y clara, razones jurídicamente válidas, idóneas para
justificar la decisión”.
La reconocida diseminación de la idea de que el deber de motivar
participa en el óptimo desempeño de la prestación jurisdiccional
permite la opción metodológica, aquí adoptada, de no limitar el en-
foque del tema a un sistema judicial específico. Se pretende que las
conclusiones obtenidas sean aplicables a cualquier organización ju-
diciaria estructurada bajo el signo de la limitación del poder estatal
y de la protección de derechos fundamentales.
En el Capítulo I, se justifica la inserción del deber de motivación
en el marco ético-jurídico de la función judicial, tanto bajo aspectos
históricos y filosóficos, como bajo el aspecto de su aplicación práctica.
El Capítulo II trata de las exigencias discursivas de la motivación
judicial en el ámbito de la teoría de la argumentación jurídica contem-
poránea. En el Capítulo III se estudia el modo como incide la exigen-
cia de motivar en las cuestiones de derecho y en las cuestiones de
facto. Por fin, en el Capítulo IV se propone el acercamiento del deber
de motivación con otros deberes éticos judiciales.
2 El presente trabajo no distingue entre las expresiones motivación y fundamentación. Cuando haya remisión a las opiniones doctrinarias, será observada la nomenclatura utili-zada por los autores citados.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 7 15/03/2012 02:25:24 p.m.
8
CaPítulo i
Dever de motivação e excelência judicial
A ética judicial tem por propósito indicar ao Juiz exigências que o
dirigirão a alcançar a plenitude ou perfeição em sua atividade,
alijando-o tanto da “ruindade” judicial como da “mediocridade”
judicial.3 Perguntar pela ética judicial é, portanto, interrogar
sobre um modelo de Juiz.4 Embora haja reclamos éticos judiciais
de alcance universal, que podem ser considerados constitutivos
para a função, as exigências relativas à excelência judicial variam
no tempo e no espaço, conforme a cultura jurídica em que se
inserem.5
A tipologia do Estado Liberal supunha uma nítida divisão entre
criação e aplicação do direito. A fórmula montesquiana da separação
3 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Ética Judicial. Su especificidad y responsabilidad”. Revista CEJ, n. 32, v. 10, 2006. pp. 12-25, aqui p. 16.4 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función de juzgar”, Cuadernos de Doctrina y Jurisprudencia Penal: Criminologia, Teoría y Praxis, n. 1, v. 1, 2002, pp. 55-68, aqui p. 59.5 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Ética Judicial. Su especificidad...”, op. cit., p. 16.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 8 15/03/2012 02:25:24 p.m.
9
CaPítulo i
Deber de motivación y excelencia judicial
La ética judicial tiene como propósito indicarle al Juez las exigencias
que lo conducirán a alcanzar la plenitud o perfección en su actividad,
apartándolo tanto de la “maldad” como de la “mediocridad” judi-
ciales.3 Preguntar por la ética judicial es, por lo tanto, cuestionarse
sobre un modelo de Juez.4 Aunque haya reclamos ético judiciales de
alcance universal, que pueden considerarse constitutivos para la fun-
ción, las exigencias relativas a la excelencia judicial varían en el
tiempo y en el espacio, de acuerdo a la cultura jurídica en la que se
integran.5
La tipología del Estado Liberal suponía una nítida división entre
la creación y la aplicación del derecho. La fórmula montesquiana
3 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Ética Judicial. Su especificidad y responsabilidad”, Revista CEJ, n. 32, v. 10, 2006, p. 16.4 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función de juzgar”, Cuadernos de Doctrina y Jurisprudencia Penal: Criminología, Teoría y Praxis, n. 1, v. 1, 2002, p. 59.5 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Ética Judicial. Su especificidad…”, op. cit., p. 16.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 9 15/03/2012 02:25:24 p.m.
10 Motivação judicial sob a perspectiva ética
radical de poderes, em que o Juiz era nada mais que a “boca da lei”,
partia da ideia de um direito completo e coerente, capaz de
possibilitar a resolução de todos os casos mediante aplicação das
normas gerais. Essa pretensão de operar o direito somente com o
direito, sem abertura às dimensões éticas, políticas, econômicas
e culturais,6 tem como marco a codificação napoleônica, que foi o
primeiro intento sério de lograr uma legislação completa e coerente
sobre uma determinada matéria.7
Do Estado Liberal forma parte um modelo de Juiz que se
disseminou na Europa ao longo do século XIX e permaneceu
substancialmente invariável até meados do século XX. Seus traços
constitutivos estão predeterminados pelo controle ideológico, pela
seleção endogâmica no momento do acesso e pela opção cultural
imperante em matéria jurídica, própria do positivismo dogmático.
O Juiz resultante desse modelo expressa em si mesmo uma curiosa
síntese das duas tipologias da taxonomia weberiana: tecnicamente,
ele se apresenta como um operador legal-racional, um aplicador
técnico do direito; eticamente ele tem uma notável proclividade ao
integrismo religioso-moral.8
6 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, Ética judicial e interpretación jurídica, Edición digital: Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2009. Edición digital a partir de Doxa: Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 29 (2006), pp. 273-294, aqui p. 274.7 Nesse sentido, BULYGIN, Eugenio, “Los jueces ¿crean derecho?”, Edición digital: Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2005. Título de serie: Poder judicial y democracia. Edición digital a partir de Isonomía: Revista de Teoría y Filosofía del Derecho, n. 18, abril 2003, pp. 6-25, aqui pp. 8-9. A cultura jurídica dessa fase pode ser sintetizada na lição de Laurent: “Os códigos não deixam nada ao arbítrio do intérprete; este já não tem por missão fazer o direito: o direito já está feito. Não existe incerteza, pois o direito está escrito em textos autênticos.” Cours élementaire de droit civil, t. I, p. 9. Apud VIGO, Rodolfo Luis, Interpretação jurídica: do modelo juspositivista-legalista do século XIX às novas perspectivas. Tradução de Susana Elena Dalle Mura. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p. 38.8 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función...”, op. cit., pp. 59-60.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 10 15/03/2012 02:25:24 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 11
de la separación radical de poderes, en la cual el Juez era nada más
que la “boca de la ley”, partía de la idea de un derecho completo y
coherente, capaz de posibilitar la resolución de todos los casos me-
diante la aplicación de normas generales. Esa pretensión de operar
el derecho solamente con el derecho, sin apertura a las dimensiones
éticas, políticas, económicas y culturales,6 tiene como marco la codi-
ficación napoleónica, que fue el primer intento serio de lograr una
legislación completa y coherente sobre una determinada materia.7
El modelo de Juez que se diseminó en Europa a lo largo del siglo
XIX y permaneció substancialmente invariable hasta mediados del
siglo XX es parte del Estado Liberal. Sus rasgos constitutivos están
predeterminados por el control ideológico, por la selección endo-
gámica en el momento del acceso y por la opción cultural imperante
en materia jurídica, propia del positivismo dogmático. El Juez resul-
tante de ese modelo expresa en sí mismo una curiosa síntesis de las
dos tipologías de la taxonomía weberiana: técnicamente, se pre-
senta como un operador legal-racional, un aplicador técnico del
derecho; éticamente tiene una notable inclinación al integrismo
religioso-moral.8
6 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Ética judicial e interpretación jurídica”, Doxa: Cuadernos de Filo-sofía del Derecho, n. 29, España, 2006, p. 274. Edición digital de la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, Alicante, 2009.7 En ese sentido, BULYGIN, Eugenio, “Los Jueces ¿crean derecho?”, Isonomía: Revista de Teoría y Filosofía del Derecho, n. 18, México, abril 2003, pp. 8-9. Edición digital de la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, Alicante, 2005. La cultura jurídica de esa fase puede sinteti-zarse en la lección de Laurent: “Los códigos no dejan nada al arbitrio del intérprete; este ya no tiene por misión hacer el derecho: el derecho ya está hecho. No existe incerteza, pues el derecho está escrito en textos auténticos”. Cours élementaire de droit civil, t. I, p. 9, citado por VIGO, Rodolfo Luis, Interpretação jurídica: do modelo juspositivista-legalista do século XIX às novas perspectivas, Tradução de Susana Elena Dalle Mura, Revista dos Tribunais, São Paulo, 2005, p. 38.8 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés. “Ética de la función…”, op. cit., pp. 59-60.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 11 15/03/2012 02:25:24 p.m.
12 Motivação judicial sob a perspectiva ética
O Juiz do modelo decimonônico é um operador marcadamente
autoritário.9 A concepção de que os Juízes não criam o direito,
vazada no art. 5 do Código de Napoleão, longe de limitar o poder
judicial, apenas o reforçava,10 por conferir-lhe uma aura infalibilidade
ou certeza que ele nunca poderia ter. Uma deformação similar
também podia ser detectada quanto às questões fáticas: a íntima
convicção, opção alternativa à prova taxada, converte-se nas mãos
desse Juiz em uma peculiar garantia de irracionalidade e de
imunidade frente a possíveis controles.11
Tal modelo de Juiz foi fortemente questionado, a partir do
segundo pós-guerra, tanto no âmbito político, por meio de um
constitucionalismo renovado, como nos meios culturais dos próprios
operadores jurídicos,12 notadamente pelo ocaso do positivismo
jurídico.
Com efeito, o Estado de Direito Constitucional de nossos dias
caracteriza-se por uma relativa autonomização dos distintos aspectos
do direito que até então estavam reduzidos à lei.13 Em que pese o
ideal da certeza jurídica, a existência de uma certa indeterminação
do direito já não pode mais ser disfarçada.14 Disputas acerca da
9 Cfr. Ibidem, p. 60.10 Cfr. TROPER, Michel, El poder judicial y la democracia. Edición digital: Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2005. Título de serie: Poder judicial y democracia. Edición digital a partir de Isonomía : Revista de Teoría y Filosofía del Derecho, n. 18, abril 2003, pp. 47-75, aqui p. 58.11 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función…”, op. cit., p. 60.12 Cfr. Idem.13 Cfr. ZAGREBELSKY, Gustavo, El derecho dúctil: ley, derechos, justicia, Tradução de Marina Gascón Abellán. 4a. edição, Madrid, Editorial Trotta, 2002, p. 40.14 Essa ideia de uma relativa indeterminação do direito, registre-se, já era aceita pelos dois expoentes máximos da fase final do positivismo jurídico. Reconhecendo a impossibilidade de a lei determinar completamente o conteúdo da sentença judicial,
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 12 15/03/2012 02:25:24 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 13
El Juez del modelo decimonónico es un operador marcadamente
autoritario.9 La concepción de que los Jueces no crean el derecho,
vertida en el art. 5 del Código de Napoleón, lejos de limitar el poder
judicial, sólo lo reforzaba,10 al conferirle una leve infalibilidad o
certeza que nunca podría tener. También podría detectarse una
alteración similar relativa a las cuestiones fácticas: la convicción ín-
tima, opción alternativa a la prueba cualificada, se convierte en las
manos de ese Juez en una peculiar garantía de irracionalidad y de
inmunidad frente a posibles controles.11
Tal modelo de Juez se cuestionó fuertemente, a partir del se-
gundo periodo de postguerra, tanto en el ámbito político, por medio
de un constitucionalismo renovado, como en los medios culturales de
los propios operadores jurídicos12, en particular por el ocaso del posi-
tivismo jurídico.
En efecto, el Estado de Derecho Constitucional de nuestros días
se caracteriza por una relativa autonomización de los distintos aspec-
tos del derecho que hasta entonces se reducían a la ley.13 Pese a lo ideal
de la certeza jurídica, la existencia de cierta indeterminación del dere-
cho ya no puede encubrirse más.14 Disputas sobre la interpretación
9 Cfr. Ibidem, p. 60.10 Cfr. TROPER, Michel, “El poder judicial y la democracia”, Isonomía: Revista de…, op. cit., p. 58. Edición digital de la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, Alicante, 2005. 11 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función…”, op. cit., p. 60.12 Cfr. Idem.13 Cfr. ZAGREBELSKY, Gustavo, El derecho dúctil: ley, derechos, justicia, Traducción de Mari-na Gascón Abellán, 4a. ed., Trotta, Madrid, 2002, p. 40.14 Esa idea de una relativa indeterminación del derecho, ya era aceptada por los dos ex-ponentes máximos de la fase final del positivismo jurídico. Reconociendo la imposibilidad de la ley para determinar completamente el contenido de la sentencia judicial, enseñaba
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 13 15/03/2012 02:25:24 p.m.
14 Motivação judicial sob a perspectiva ética
interpretação dos materiais jurídicos, da avaliação dos elementos
de prova e da caracterização adequada dos fatos tidos como
provados não são uma excrescência patológica do sistema; elas são
um elemento integrante de uma ordem jurídica que esteja
funcionando de acordo com os ideais do Estado de Direito.15 Disso
decorre o reconhecimento de que proposições jurídicas possuem um
caráter derrotável ou excepcionável (defeasible), que não se deve
apenas à textura aberta do direito, mas ao próprio caráter
argumentativo do raciocínio jurídico.16
O inevitável reconhecimento de um espaço à criatividade judicial
não significa, contudo, que os Juízes sejam os novos “senhores do
lecionava Kelsen: “Tem sempre de ficar uma margem, ora maior ora menor, de livre apreciação, de tal forma que a norma do escalão superior tem sempre, em relação ao ato de produção normativa ou de execução que a aplica, o caráter de um quadro ou moldura a preencher por este ato”. KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Tradução de João Baptista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 388. Também Hart admitia que, dada a textura aberta do direito, haveria “áreas de conduta em que muitas coisas devem ser deixadas para serem desenvolvidas pelos tribunais ou pelos funcionários, os quais determinam o equilíbrio, à luz das circunstâncias, entre interesses conflituantes que variam em peso, de caso para caso”. HART, Herbert L. A., O conceito de direito, 4a. edição. Tradução de A. Ribeiro Mendes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2005, p. 148.15 Cfr. MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado de Direito. Trad. Conrado Hubner Mendes. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, pp. 36-37.16 A ideia de defeasibility vem de Hart (“The Ascription of Responsability and Rights”, Proceedings of Aristetelian Society 49 (1948-1949), pp. 171-194). Embora tal conceito tenha sido renegado por seu autor em outra obra (Punishment and Responsability. Oxford: Clarendon Press, 1968, Prefácio), foi reabilitado posteriormente por G. P. Baker (“Defeasibility and Meaning”. Em: P. M. S. Hacker e J. Raz (orgs.) Law, Morality and Society, Oxford: Clarendon Press, 1977, pp. 26-57). Conferir em MACCORMICK, Neil. Retórica e Estado de Direito, p. 310. Outros desenvolvimentos sobre o caráter derrotável ou excepcionável do raciocínio jurídico são atribuídos a G. Sartor (“Defeasibility in Legal Reasoning”. Em Z. Bankowski et al. (eds.) Informatisc and the foundations of legal reasoning. Dordrecht/Boston/London: Kluwer, pp. 119-157.1995), H. Prakken (Logical tools for modelling legal argument. A study of defeasible reasoning in law. Dordrecht/Boston/London: Kluwer, 1997) J. C. Hage e A. Peczenik (“Laws, morals and defeasibility”. Ratio Juris 13, pp. 305-325. 2000) e a R. Tur (“Defeasibilism”, Oxford Journal of Legal Studies 21, 2001, pp. 355-368). Apud BAYÓN, Juan Carlos, “¿Por qué es derrotable el razonamiento jurídico?”, Edición digital: Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2005. Série: Sobre el razonamiento jurídico. Edición digital a partir de Doxa: Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 24, 2001, pp. 35-62, aqui p. 35.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 14 15/03/2012 02:25:24 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 15
de los materiales jurídicos, de la evaluación de los elementos de
prueba y de la caracterización adecuada de los hechos tenidos
como probados no son una prominencia patológica del sistema;
son un elemento integrante de un orden jurídico que funcione de
acuerdo con los ideales del Estado de Derecho.15 De ahí deriva el reco-
nocimiento de que las proposiciones jurídicas tienen un carácter de-
rrotable o excepcionable (defeasible), que no se debe sólo a la textura
abierta del derecho, sino al propio carácter argumentativo del racio-
cinio jurídico.16
El reconocimiento inevitable de un espacio para la creatividad
judicial no significa, sin embargo, que los Jueces sean los nuevos
Kelsen: “Debe siempre quedar un margen, ora mayor ora menor, de libre apreciación, de tal forma que la norma del escalón superior tiene siempre, en relación al acto de producción normativa o de ejecución que la aplica, el carácter de un marco o moldura a llenarse por este acto”. KELSEN, Hans. Teoría pura do direito, traducción de João Baptista Machado, Martins Fontes, São Paulo, 2006, p. 388. También Hart admitía que, dada la textura abier-ta del derecho, habría “áreas de conducta en que muchas cosas deben dejarse para que las desarrollen los tribunales o los funcionarios, los cuales determinan el equilibrio, a la luz de las circunstancias, entre intereses en conflicto que varían en peso, de caso a caso”. HART, Herbert L. A., O conceito de direito, traducción de A. Ribeiro Mendes, 4a. ed., Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2005, p. 148.15 Cfr. MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado de Direito, traducción de Conrado Hubner Mendes, Elsevier, Rio de Janeiro, 2008, pp. 36-37.16 La idea de defeasibility viene de Hart (“The Ascription of Responsability and Rights”, Proceedings of Aristotelian Society, 1948-1949, pp. 171-194). Aunque tal concepto haya sido negado por su autor en otra obra (“Prefacio”, Punishment and Responsability, Clarendon Pres, Oxford, 1968), fue rehabilitado posteriormente por G. P. Baker (“Defeasibility and Meaning” en HACKER, P. M. S. y RAZ, J. (orgs.), Law, Morality and Society, Clarendon Pres, Oxford, 1977, pp. 26-57). Cfr. MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado..., op. cit., p. 310. Otros desarrollos sobre el carácter derrotable o excepcionable del raciocinio jurídico se atribuyen a G. Sartor (“Defeasibility in Legal Reasoning” en BANKOWSKI, Z., et al. (eds.), Informatisc and the foundations of legal reasoning, Kluwer, Dordrecht/Boston/London, 1995, pp. 119-157), H. Prakken (Logical tools for modelling legal argument. A study of defeasible reasoning in law, Kluwer, Dordrecht/Boston/London, 1997) J. C. Hage y A. Peczenik (“Laws, morals and defeasibility”, Ratio Juris, 13, 2000, pp. 305-325) y R. Tur (“Defeasibilism”, Oxford Journal of Legal Studies, 21, 2001, pp. 355-368). Referidos por BAYÓN, Juan Carlos, “¿Por qué es derrotable el razonamiento jurídico?” en Doxa: Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 24, 2001, p. 35, puede consultarse una edición digital en Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, Alicante, 2005.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 15 15/03/2012 02:25:24 p.m.
16 Motivação judicial sob a perspectiva ética
direito”; eles são, mais exatamente, os garantes da complexidade
estrutural do direito no Estado Constitucional, é dizer, os garantes
da necessária e dúctil coexistência entre lei, direitos e justiça.17
O direito passa a ser visto como um processo de concreção ou
determinação crescente do qual participam vários atores.18 Nessa
mudança de paradigma do operar judicial está contida uma nova
ética da função judicial: o Juiz do poder dá passo a um Juiz dos
direitos.19
Como a legitimidade daqueles que operam a relevante função de
dizer o direito em casos concretos não é de origem, mas de exercício,
põe-se a necessidade do estabelecimento de certas exigências
relativas ao modo como essa função deve ser desempenhada.
O Juiz do modelo constitucional não pode ser nem um oráculo, nem
uma pitonisa, senão um operador racional,20 que motiva suas
decisões com base em argumentos dotados de validez
intersubjetiva. Se motivar, conforme doutrina de Letizia
Gianformaggio, significa justificar ou, mais precisamente, justificar-
se, dar razões à aceitabilidade do próprio trabalho, a exigência
de motivação pressupõe a admissão, em linha de princípio, da
legitimidade das críticas potenciais e da submissão do poder a uma
forma de controle.21 Uma certa margem de apreciação judicial, tanto
17 Cfr. ZAGREBELSKY, Gustavo, El derecho dúctil…, op. cit., p. 153.18 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, Interpretação jurídica..., op. cit., p. 274.19 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función...”, op. cit., p. 61.20 Cfr. Ibidem, p. 64.21 Cfr. GIANFORMAGGIO, Letizia, “Modelli di ragionamento giuridico. Modello deduttivo, modello indutivo, modello retorico”. U. Scarpelli (org.). La teoria generale del diritto. Problemi i tendenze attuali. Studi dedicati a Norberto Bobbio Milano: Edizione di Comunità, 1983, p. 136. Apud IBAÑEZ, Perfecto, Valoração da prova e sentença penal. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2006, p. 107.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 16 15/03/2012 02:25:24 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 17
“señores del derecho”; son, más bien, los garantes de la complejidad
estructural del derecho en el Estado Constitucional, es decir, los ga-
rantes de la coexistencia necesaria y dúctil entre la ley, los derechos
y la justicia.17 El derecho pasa a verse como un proceso de concre-
ción o determinación creciente en el cual participan varios actores.18
En ese cambio de paradigma de la operación judicial está contenida
una nueva ética de la función judicial: el Juez del poder da paso a un
Juez de los derechos.19
Como la legitimidad de aquellos que operan la función relevante
de decir el derecho en casos concretos no es de origen, sino de ejer-
cicio, se coloca la necesidad de establecer ciertas exigencias relati-
vas al modo de cómo debe desempeñarse esa función. El Juez del
modelo constitucional no puede ser ni un oráculo, ni una pitonisa,
sino un operador racional,20 que motiva sus decisiones con base en
argumentos dotados de validez intersubjetiva. Si motivar, conforme
a la doctrina de Letizia Gianformaggio, significa justificar o, más preci-
samente, justificarse, dar razones a la aceptabilidad del propio
trabajo, la exigencia de motivación presupone la admisión, en prin-
cipio, de la legitimidad de las críticas potenciales y de la sumisión del
poder a una forma de control.21 Un cierto margen de apreciación ju-
dicial, tanto en la interpretación del derecho como en la fijación
17 Cfr. ZAGREBELSKY, Gustavo, El derecho dúctil..., op. cit., p. 15318 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, Interpretação jurídica..., op. cit., p. 274.19 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función…”, op. cit., p. 61.20 Cfr. Ibidem, p. 64.21 Cfr. GIANFORMAGGIO, Letizia, “Modelli di ragionamento giuridico. Modello deduttivo, modello indutivo, modello retorico” en SCARPELLI, U. (org.), La teoria generale del diritto. Problemi i tendenze attuali. Studi dedicati a Norberto Bobbio, Edizione di Comunità, Mila-no, 1983, p. 136, citado por IBAÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração da prova e sentença penal, Lumen Juris, Rio de Janeiro, 2006, p. 107.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 17 15/03/2012 02:25:24 p.m.
18 Motivação judicial sob a perspectiva ética
na interpretação do direito como na fixação formal dos fatos, conecta-
se, assim, à exigência de que essa relativa liberdade seja usada com
racionalidade. E apenas com a transparência da justificação da decisão
judicial essa conciliação entre razão e liberdade pode ser obtida.
Uma vez admitido que “onde há razão e liberdade humana, cabe
o juízo ético”,22 o dever de motivar assume inegável importância na
ética judicial. A aceitabilidade do exercício ao mesmo tempo livre e
racional da atividade do Juiz depende da qualidade das razões
apresentadas em favor da solução que, dentre outras possíveis, foi
a escolhida para resolver o caso levado ao Judiciário. Que a
obrigatoriedade da motivação judicial esteja positivada na maioria
dos ordenamentos jurídicos nacionais, em alguns casos até mesmo
no plano constitucional,23 não fala contra a relevância da perspectiva
ética: o direito e suas exigências, como se sabe, resultam insuficientes
para o fim de alcançar o melhor Juiz possível para a sociedade em
que este historicamente presta seu serviço.24 A projeção ética do
dever de motivação surge, então, em complemento ao aspecto
estritamente jurídico, como um meio de obter a excelência da
justificação judicial, afastando a resignação com a motivação
mínima ou medíocre.
22 VIGO, Rodolfo Luis, “Ética Judicial. Su especificidad…”, op. cit., p. 17.23 Dentre as constituições que preveem o dever judicial de motivação estão a Constituição mexicana de 1917 (art. 16, aplicável às autoridades judiciárias), a Constituição italiana de 1947 (art. 111, § 10), a Constituição portuguesa de 1974 (art. 205, § 10), a Constituição espanhola de 1978 (art. 120, § 30), a Constituição brasileira de 1988 (art. 93, IX), a Constituição peruana de 1993 (art. 139, § 50), a Constituição belga de 1994 (art. 93, § 30) e a Constituição grega de 1974, reformada em 1986 (art. 149). 24 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Ética Judicial. Su especificidad…”, op. cit., p. 24.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 18 15/03/2012 02:25:24 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 19
formal de los hechos, se conecta, así, a la exigencia de que esa rela-
tiva libertad se use con racionalidad. Y sólo con la transparencia de
la justificación de la decisión judicial puede obtenerse esa concilia-
ción entre razón y libertad.
Una vez que se admite que “donde hay razón y libertad humana,
cabe el juicio ético”,22 el deber de motivar asume una importancia
innegable en la ética judicial. La aceptabilidad del ejercicio al mismo
tiempo libre y racional de la actividad del Juez depende de la calidad
de las razones presentadas en favor de la solución que, dentro de otras
posibles, fue la elegida para resolver el caso llevado al Poder Judicial.
El hecho de que la obligatoriedad de la motivación judicial esté afir-
mada en la mayoría de los ordenamientos jurídicos nacionales, en
algunos casos incluso hasta en el plano constitucional,23 no se expre-
sa contra la relevancia de la perspectiva ética: el derecho y sus exigen-
cias, como se sabe, resultan insuficientes para el fin de lograr el mejor
Juez posible para la sociedad en que éste, históricamente, presta su
servicio.24 La proyección ética del deber de motivación surge, enton-
ces, como complemento del aspecto estrictamente jurídico, como
un medio para obtener la excelencia de la justificación judicial, dis-
tanciando la resignación de la motivación mínima o mediocre.
22 VIGO, Rodolfo Luis, “Ética Judicial. Su especificidad…”, op. cit., p. 17.23 Dentro de las constituciones que prevén el deber judicial de motivación están la Constitución mexicana de 1917 (art. 16, aplicable a las autoridades judiciarias), la Constitución italiana de 1947 (art. 111, § 10), la Constitución portuguesa de 1974 (art. 205, § 10), la Constitución española de 1978 (art. 120, § 30), la Constitución brasi-leña de 1988 (art. 93, IX), la Constitución peruana de 1993 (art. 139, § 50), la Constitu-ción belga de 1994 (art. 93, § 30) y la Constitución griega de 1974, reformada en 1986 (art. 149). 24 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Ética Judicial. Su especificidad…”, op. cit., p. 24.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 19 15/03/2012 02:25:24 p.m.
20 Motivação judicial sob a perspectiva ética
1. A razão de ser do dever de motivação
O Código Modelo dispõe, em seu art. 18, que a obrigação de motivar
as decisões judiciais está orientada para “assegurar a legitimidade
do Juiz, o bom funcionamento de um sistema de impugnações
processuais, o adequado controle do poder do qual os Juízes são
titulares e, em último caso, a justiça das resoluções judiciais”.
Alude-se, no dispositivo transcrito, às duas funções que,
consoante a doutrina, são cumpridas pelo dever de motivação.
A instrumentalização do bom funcionamento do sistema de
impugnações diz respeito à função endoprocessual da motivação,
já que o conhecimento dos motivos da decisão facilita a
individualização – e a correção, em grau de recurso – de possíveis
erros cometidos pelo Juiz. Já o controle do poder, a asseguração da
legitimidade do Juiz e a busca pela justiça referem-se à função
extraprocessual da motivação.25 Esta última função é a que, com mais
intensidade, interessa à abordagem do dever de motivação sob o
prisma da ética judicial.
A obrigatoriedade das decisões judiciais é condição para o
funcionamento dos órgãos jurisdicionais. O julgador tem por trás de
si todo o aparato coercitivo do Estado para fazer com que elas
sejam acatadas. Contudo, a questão de por que, em um Estado
constitucional, uma decisão judicial deve ser obedecida, pede
uma resposta que vai além da possibilidade de uso do aparelho
25 Sobre a função endoprocessual e extraprocessual da motivação, conferir: Cfr. TARUFFO, Michele, “La motivazione della sentenza”. Genesis–Revista de Direito Processual Civil. Curitiba: Gênesis, n. 31, pp. 177-185, janeiro/março 2004.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 20 15/03/2012 02:25:24 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 21
1. La razón de ser del deber de motivación
El Código Modelo dispone, en el art. 18, que la obligación de motivar
las decisiones judiciales está orientada para “asegurar la legitimi-
dad del Juez, el buen funcionamiento de un sistema de impugnacio-
nes procesales, el adecuado control del poder del cual los Jueces son
titulares y, en último caso, la justicia de las resoluciones judiciales”.
Se alude, en el dispositivo transcrito, a las dos funciones que,
conforme a la doctrina, se cumplen por el deber de motivación.
La instrumentalización del buen funcionamiento del sistema de
impugnaciones se refiere a la función endoprocesal de la motivación,
ya que el conocimiento de los motivos de la decisión facilita la indi-
vidualización – y la corrección, en la apelación – de posibles errores
cometidos por el Juez. Por su parte el control del poder, la asegura-
ción de la legitimidad del Juez y la búsqueda de la justicia se refieren
a la función extraprocesal de la motivación.25 Esta última función es la
que, con más intensidad, le interesa al enfoque del deber de motiva-
ción bajo el prisma de la ética judicial.
La obligatoriedad de las decisiones judiciales es condición para el
funcionamiento de los órganos jurisdiccionales. El Juez tiene tras de
sí todo el aparato coercitivo del Estado para hacer que se acaten. Sin
embargo, la cuestión de por qué, en un Estado constitucional, una
decisión judicial debe obedecerse, pide una respuesta que va más
allá de la posibilidad del uso del aparato de coerción estatal. Esa
25 Sobre la función endoprocesal y extraprocesal de la motivación, cotejar: Cfr. TARUFFO, Michele, “La motivazione della sentenza”, Genesis-Revista de Direito Processual Civil, Gênesis, n. 31, Curitiba, janeiro/março 2004, pp. 177-185.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 21 15/03/2012 02:25:24 p.m.
22 Motivação judicial sob a perspectiva ética
de coerção estatal. Essa obediência pode ser imposta por meio
da força, mas não se trata de uma força qualquer, e sim de uma
força legítima.26 Coloca-se, então, o problema de como se justifica a
legitimidade das decisões judiciais e da conseqüente possibilidade
de fazê-las serem cumpridas por meios coercitivos. Rejeitando o
positivismo jurídico, pelo qual o direito seria composto apenas de
fatos sociais (comando e eficácia), essa justificação apenas dá bom
resultado quando a tal dimensão real ou fática reconhecida pelos
positivistas se acrescenta uma dimensão ideal ou discursiva de
correção, cujo principal elemento é a justiça.27 A monopolização
do uso autorizado da força somente pode ser aceita e realizada de
modo efetivo se se concedem às partes certas garantias de obtenção
de decisões corretas.28 A legitimidade das decisões judiciais reside,
portanto, na pretensão de correção que subjaz o exercício do poder
judicial.
Que a decisão judicial promova uma pretensão de correção
significa, primeiro, que a ela se une uma afirmação implícita de
sua correção quanto ao conteúdo e ao procedimento; segundo, que
ela abarca uma garantia de fundamentabilidade por meio da qual
essa correção pode ser controlada; terceiro, que ela se faz
acompanhar da esperança do reconhecimento de sua correção sob
o ponto de vista do sistema jurídico respectivo.29 Abrir mão da
26 Cfr. BAEZ SILVA, Carlos, “La motivación y la argumentación en las decisiones judiciales”, Revista Del instituto de la Judicatura Federal, n. 13, México, 2003, pp. 107-113, p. 112.27 Cfr. ALEXY, Robert, Constitucionalismo discursivo, Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007, p. 9.28 Cfr. HABERMAS, Jürgen, Direito e democaracia entre facticidade e validade, Vol. I, Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003, p. 295.29 Cfr. ALEXY, Robert, Constitucionalismo…, op. cit., pp. 20, 21 e 23.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 22 15/03/2012 02:25:25 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 23
obediencia puede imponerse por medio de la fuerza, sin embargo
no se trata de cualquier fuerza sino de una fuerza legítima.26 Enton-
ces, se plantea el problema de cómo se justifica la legitimidad de las
decisiones judiciales y de la consecuente posibilidad de hacer que se
cumplan por medios coercitivos. Rechazando el positivismo jurídi-
co, por el cual el derecho se compondría únicamente por hechos
sociales (mandato y eficacia), esa justificación sólo da buen re-
sultado cuando a tal dimensión, real o fáctica reconocida por los
positivistas, se adiciona una dimensión ideal o discursiva de correc-
ción, cuyo principal elemento es la justicia.27 La monopolización del
uso autorizado de la fuerza solamente puede aceptarse y realizarse
de modo efectivo si a las partes se les conceden ciertas garantías de
obtención de decisiones correctas.28 La legitimidad de las decisiones
judiciales reside, por lo tanto, en la pretensión de corrección que subya-
ce al ejercicio del poder judicial.
El hecho de que la decisión judicial promueva una pretensión de
corrección significa, primero, que a ella se une una afirmación implí-
cita de su corrección con relación al contenido y al procedimiento;
segundo, que abarca una garantía de fundamentabilidad por medio
de la cual esa corrección puede controlarse; tercero, que se hace
acompañar de la esperanza del reconocimiento de su corrección
bajo el punto de vista del sistema jurídico respectivo.29 Desistir de la
26 Cfr. BAEZ SILVA, Carlos, “La motivación y la argumentación en las decisiones judicia-les”, Revista Del instituto de la Judicatura Federal, n. 13, México, 2003, p. 112.27 Cfr. ALEXY, Robert, Constitucionalismo discursivo, Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2007, p. 9.28 Cfr. HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia entre facticidade e validade, Vol. I., Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 2003, p. 295.29 Cfr. ALEXY, Robert, Constitucionalismo…, op. cit., pp. 20, 21 y 23.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 23 15/03/2012 02:25:25 p.m.
24 Motivação judicial sob a perspectiva ética
pretensão de correção permitiria aceitar que os provimentos
jurisdicionais possam se apoiar em manipulações exitosas e
convicções irracionais. O lugar da pretensão de correção, assim,
poderia ser ocupado por algo como uma “pretensão de poder”.30
A concepção de decisão judicial ora defendida tem conseqüências
relevantes quanto ao modo de se compreender o dever de motivação
imposto aos órgãos jurisdicionais no Estado de Direito. A exigência
de motivar busca atender ao ideal de que o processo judicial, muito
além de simplesmente absorver tensões sociais e garantir a ordem
social,31 cumpre também o papel de estabelecer soluções aceitáveis
do ponto de vista da correção jurídica. O direito de agir em juízo não
é o de obter uma decisão qualquer,32 pois o dever do Estado de
tratar seus cidadãos de forma racional, conforme o mandamento
da dignidade humana, abrange o dever de apresentar as razões
que apoiam uma intervenção nos interesses de um indivíduo.33
A legitimidade da decisão judicial é, por isso, um assunto de
justificação do exercício do poder no caso concreto.34
30 Ibidem, p. 24. Transcreve-se, a propósito, o seguinte trecho: “Nós podemos tentar despedir as categorias da verdade, da correção e de objetividade. Se isso desse-nos bom resultado, nosso falar e nosso atuar, porém, seriam algo essencialmente diferente como é agora. O preço não seria só alto. Ele compor-se-ia, em um certo sentido, de nós mesmos.” (Ibidem, pp. 24-25) 31 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación jurídica, Madrid: Centro de Estudios Constitucionales, 1989, p. 210. O autor refere-se às insuficiências da teoria da legitimação pelo procedimento de Niklas Luhmann (Legitimation durch Verfahren, p. 121). No mesmo sentido, a crítica apresentada por Habermas de que, em Luhmann, “a legitimidade é explicada em termos da legalidade como um autoengano estabilizador do sistema”. Conferir: HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia entre facticidade e valide, Vol. II, Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003, p. 223.32 Cfr. KNIJNIK, Danilo, A Prova nos Juízos Cível, Penal e Tributário, Rio de Janeiro, Editora Forense, 2007, p. 7.33 Cfr. LADD, J., “The place of the pratical reason in judicial decision”, Rational decision, Nomos vol. 7, C.J Friedrich. Nova York, 1964, p. 144. Apud ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación..., op. cit., p. 210.34 Cfr. BAEZ SILVA, Carlos, “La motivación y la argumentación...”, op. cit., p. 112.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 24 15/03/2012 02:25:25 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 25
pretensión de corrección permitiría aceptar que las providencias
jurisdiccionales puedan apoyarse en manipulaciones exitosas y
convicciones irracionales. El lugar de la pretensión de corrección, así,
podría ser ocupado por algo como una “pretensión de poder”.30
La concepción de decisión judicial ahora defendida tiene conse-
cuencias relevantes con relación al modo de comprender el deber de
motivación impuesto a los órganos jurisdiccionales en el Estado
de Derecho. La exigencia de motivar busca atender el ideal de que el
proceso judicial, más allá de simplemente absorber tensiones sociales
y garantizar el orden social,31 cumple también el papel de estable cer
soluciones aceptables del punto de vista de la corrección jurídica.
El derecho de actuar en juicio no es el de obtener cualquier deci sión,32
pues el deber del Estado de tratar a sus ciudadanos de forma racional,
conforme el mandamiento de la dignidad humana, abarca el deber de
presentar las razones que apoyan una intervención en los intereses
de un individuo.33 La legitimidad de la decisión judicial es, por eso, un
asunto de justificación del ejercicio del poder en el caso concreto.34
30 Ibidem, p. 24. Se transcribe, a propósito, la siguiente parte: “Podemos intentar despedir las categorías de verdad, corrección y objetividad. Si eso nos diera buen resultado, nuestro hablar y nuestro actuar, sin embargo, serían algo esencialmente diferente a lo que es ahora. El precio no sería sólo alto. Se compondría, en cierto sentido, de nosotros mismos.” Ibidem, pp. 24-25. 31 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación jurídica, Centro de Estudios Constituciona-les, Madrid, 1989, p. 210. El autor se refiere a las insuficiencias de la teoría de la legiti-mación por el procedimiento de Niklas Luhmann (Legitimation durch Verfahren, p. 121). En el mismo sentido, la crítica presentada por Habermas de que, en Luhmann, “la legitimidad es explicada en términos de la legalidad como un autoengaño estabilizador del sistema”. HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia..., Vol. II, p. 223.32 Cfr. KNIJNIK, Danilo, A Prova nos Juízos Cível, Penal e Tributário, Editora Forense, Rio de Janeiro, 2007, p. 7.33 Cfr. LADD, J., “The place of the pratical reason in judicial decision”, Rational decision, Nomos, vol. 7, C.J Friedrich, Nova York, 1964, p. 144, citado por ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación..., op. cit., p. 210.34 Cfr. BAEZ SILVA, Carlos, “La motivación y la argumentación…”, op. cit., p. 112.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 25 15/03/2012 02:25:25 p.m.
26 Motivação judicial sob a perspectiva ética
Vale lembrar que o controle do discurso do Juiz, no marco da
racionalidade legal, não é apenas um controle de procedência
externa, senão que também se projeta em face do próprio Juiz,
comprometendo-o a não aceitar acriticamente as “perigosas
sugestões da certeza subjetiva”35 Se não é possível negar que fatores
emotivos e ideológicos possam ter alguma influência na solução do
caso, é possível defender que a consciência do dever de justificação
favorece a que o Juiz, na expectativa de uma aceitação intersubjetiva
de sua atividade, condicione a formulação da própria decisão,
submetendo esta a controles racionais e jurídicos.36 A controlabilidade
do discurso por meio da exigência de argumentos práticos e
jurídicos adequados contribui, assim, para que a afirmação sobre os
enunciados fáticos ocorra apenas com base em razões confessáveis37
e, portanto, aptas a serem tidas como corretas.
Para que uma decisão judicial esteja adequadamente justificada,
é preciso que a motivação judicial seja desenvolvida sob o influxo de
um procedimento racional, controlável e adequado às peculiaridades
do caráter fortemente institucionalizado do raciocínio jurídico.38
Identificar os principais elementos desse procedimento é uma das
tarefas a que este estudo se propõe.
35 IBAÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração da prova e sentença penal, Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2006, p. 107.36 Cfr. TARUFFO, Il vertice ambiguo, p. 139. Apud GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos em el derecho – Bases argumentales de la prueba, 2a. ed., Madrid, Barcelona, Marcial Pons,2004, p. 202.37 Cfr. GOMES FILHO, Antonio Magalhães, A motivação das decisões penais, São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2001, p. 113.38 No âmbito da justificação externa, ALEXY distingue diferentes tipos de premissas a que correspondem diferentes métodos de fundamentação: regras de direito positivo, enunciados empíricos e premissas que não são nem regras de direito positivo nem enunciados empíricos. “La fundamentación de uma regla entanto regla de Derecho
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 26 15/03/2012 02:25:25 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 27
Cabe recordar que el control del discurso del Juez, en el marco de
la racionalidad legal, no es sólo un control de procedencia externa,
sino que también se refleja en la cara del propio Juez, comprome-
tiéndolo a no aceptar acríticamente las “peligrosas sugerencias de
la certeza subjetiva”35 Si no es posible negar que los factores emoti-
vos e ideológicos puedan tener alguna influencia en la solución del
caso, es posible defender que la consciencia del deber de justifica-
ción favorece que el Juez, en la expectativa de una aceptación inter-
subjetiva de su actividad, condicione la formulación de la propia
decisión, sometiéndola a controles racionales y jurídicos.36 La con-
trolabilidad del discurso por medio de la exigencia de argumentos
prácticos y jurídicos adecuados contribuye, así, a que la afirma-
ción sobre los enunciados fáticos ocurra sólo con base en razones
confe sables37 y, por lo tanto, aptas para considerarse correctas.
Para que una decisión judicial esté adecuadamente justificada,
es necesario que la motivación judicial se desarrolle bajo la influencia
de un procedimiento racional, controlable y adecuado a las pecu-
liaridades del carácter fuertemente institucionalizado del raciocinio
jurídico.38 Una de las tareas que se propone este estudio es identi-
ficar los principales elementos de ese procedimiento.
35 IBAÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração da prova e sentença penal, Lumen Juris, Rio de Janeiro, 2006, p. 107.36 Cfr. TARUFFO, Il vertice ambiguo, p. 139, citado por GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos en el derecho. Bases argumentales de la prueba, 2a. ed., Marcial Pons, España, 2004, p. 202.37 Cfr. GOMES FILHO, Antonio Magalhães, A motivação das decisões penais, Editora Re-vista dos Tribunais, São Paulo, 2001, p. 113.38 En el ámbito de la justificación externa, ALEXY distingue diferentes tipos de premisas a las que corresponden diferentes métodos de fundamentación: reglas de derecho positi-vo, enunciados empíricos y premisas que no son ni reglas de derecho positivo ni enunciados empíricos. “La fundamentación de una regla como regla de Derecho positivo consiste en
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 27 15/03/2012 02:25:25 p.m.
28 Motivação judicial sob a perspectiva ética
2. Estrutura do dever de motivação
As exigências da ética judicial remetem a certos valores ou virtudes
que as sintetizam. De acordo com Rodolfo Vigo, essas exigências
devem ser chamadas de “princípios”, não só por se tratar de uma
terminologia bastante estendida, mas também porque com tal
expressão se alude a mandamentos de otimização, que exigiriam a
melhor conduta possível, de acordo com as possibilidades fáticas
e jurídicas presentes.39 No modelo de perfeição judicial, portanto, o
dever de motivar seria um mandamento ideal que ordena aos órgãos
julgadores que suas decisões sejam proferidas mediante uma
motivação tão boa e completa quanto permitir a situação concreta.
Essa visão tem a seu favor a constatação de que os problemas
ligados à justificação das decisões judiciais não se reduzem à
reconstrução do raciocínio do Juiz a um silogismo jurídico, é dizer,
ao atendimento do critério lógico pelo qual a conclusão deve ser a
conseqüência de premissas normativas e fáticas (âmbito da
justificação interna), senão que dizem respeito à apresentação
de passos de desenvolvimento que, para fundamentação da própria
escolha das premissas utilizadas, veiculem razões tão boas,
completas e rigorosas quanto possível (justificação externa).40
positivo consiste en mostrar su conformidad con los critérios de validez del ordenamiento jurídico. En la fundamentación de premisas empíricas puede recorrirse a un escala completa de formas de proceder que va desde los métodos de las ciencias empíricas, pasando por las máximas de presunción racional, hasta las reglas de la carga de la prueba en el proceso. Finalmente, para la fundamentación de las premisas que no son ni enunciados empíricos ni reglas de Derecho positivo sirve lo que puede designar-se como ‘argumentación jurídica’”. Teoría de la argumentación…”, op. cit., p. 222.39 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Ética Judicial. Su especificidad…”, op. cit., p. 18.40 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 214.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 28 15/03/2012 02:25:25 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 29
2. Estructura del deber de motivación
Las exigencias de la ética judicial remiten a ciertos valores o virtudes
que las sintetizan. De acuerdo con Rodolfo Vigo, esas exigencias
deben llamarse “principios”, no sólo por tratarse de una terminolo-
gía bastante extendida, sino también porque con tal expresión se
alude a mandamientos de optimización, que exigirían la mejor con-
ducta posible, de acuerdo con las posibilidades fácticas y jurídicas
presentes.39 En el modelo de perfección judicial, por lo tanto, el deber
de motivar sería un mandamiento ideal que ordena a los órganos
juzgadores que sus decisiones se profieran mediante una motiva-
ción tan buena y completa como lo permita la situación concreta.
Esa visión tiene a su favor la constatación de que los problemas
ligados a la justificación de las decisiones judiciales no reducen la
reconstrucción del raciocinio del Juez a un silogismo jurídico, es decir,
al atendimiento del criterio lógico por el cual la conclusión debe ser la
consecuencia de premisas normativas y fácticas (ámbito de la justifi-
cación interna), sino que se refieren a la presentación de pasos de
desarrollo que, para fundamentación de la propia elección de las
premisas utilizadas, vehiculen razones tan buenas, completas y rigu-
rosas como sea posible (justificación externa).40 Tratar el deber de
mostrar su conformidad con los criterios de validez del ordenamiento jurídico. En la funda-mentación de premisas empíricas puede recurrirse a un escala completa de formas de proce-der que va desde los métodos de las ciencias empíricas, pasando por las máximas de presunción racional, hasta las reglas de la carga de la prueba en el proceso. Final-mente, para la fundamentación de las premisas que no son ni enunciados empíricos ni reglas de Derecho positivo sirve lo que puede designarse como ‘argumentación jurídica’”. ALEXY, R., Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 222.39 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Ética Judicial. Su especificidad…”, op. cit., p. 18.40 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 214.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 29 15/03/2012 02:25:25 p.m.
30 Motivação judicial sob a perspectiva ética
Tratar o dever de motivação como princípio significa reconhecer
que a medida de sua realização será tanto maior quanto mais e
melhores passos de desenvolvimento forem dados.
Deveras, o dever ético de motivar uma decisão é algo que
pode ser realizado em graus variados de qualidade e extensão.
Na perspectiva da excelência judicial, é prima facie exigível do Juiz o
emprego de todos os meios para a maximização da qualidade
justificativa da motivação judicial e, correlatamente, a superação
de todos os obstáculos à realização ótima dessa tarefa.41 Por isso,
embora seja possível que determinado ordenamento jurídico, sob o
aspecto estritamente normativo, em alguns casos tolere certos
estilos de motivação, como a motivação per relationem ou a motivação
implícita,42 sob o aspecto ético essas questões podem ser sempre
problematizadas mais uma vez.
Quando o Código Modelo enuncia, em seu art. 20, que “o dever de
motivar adquire uma intensidade máxima em relação às decisões
privativas ou restritivas de direitos ou quando o Juiz exerça um poder
discricionário”, disso se extrai uma norma que estabelece um
importante critério para aferição da suficiência justificatória da
41 Esse entendimento está em consonância com a doutrina de Alexy: “[S]e é exato que existe um dever de fundamentação judicial, então se sugere a conclusão que existe um dever de fundamentar sentenças judiciais corretamente. Isso é um argumento contra concepções que acham compreendê-lo suficientemente com a análise dos efeitos da atividade de fundamentação jurídica e um argumento para a relevância de esforços para aprofundar critérios para fundamentações jurídicas corretas.” ALEXY, Robert, Direito, Razão, Discurso. Porto Alegre, Livraria do Advogado, 2010, p. 19, nota de rodapé n. 14.42 No direito brasileiro a admissão da validade da motivação implícita foi afirmada, dentre outros julgados, nos seguintes acórdãos: STF, HC 74.892/SP, 1a. Turma, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 1.8.199; STJ, Resp 47.474/RS, 6a. Turma, Rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, DJ 24.10.1994.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 30 15/03/2012 02:25:25 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 31
motivación como principio significa reconocer que su realización
será mayor en la medida en que se den más y mejores pasos de
desarrollo.
Realmente, el deber ético de motivar una decisión es algo que
puede realizarse en varios grados de calidad y extensión. En la
perspectiva de la excelencia judicial, es prima facie exigible del Juez
el empleo de todos los medios para la maximización de la calidad
justificativa de la motivación judicial y, respectivamente, la supe-
ración de todos los obstáculos para la realización óptima de esa
tarea.41 Por eso, aunque sea posible que determinado ordenamien-
to jurídico, bajo el aspecto estrictamente normativo, en algunos
casos tolere ciertos estilos de motivación, como la motivación per
relationem o la motivación implícita,42 bajo el aspecto ético esas
cuestiones siempre pueden problematizarse una vez más.
Cuando el Código Modelo enuncia, en su art. 20, que “el deber
de motivar adquiere una intensidad máxima en relación a las decisio-
nes privativas o restrictivas de derechos o cuando el Juez ejerza un
poder discrecional”, de ahí se obtiene una norma que establece un cri-
terio importante para verificar la suficiencia justificadora de la
41 Ese entendimiento está en consonancia con la doctrina de Alexy: “[S]i es exacto que existe un deber de fundamentación judicial, entonces se sugiere la conclusión de que existe un deber de fundamentar sentencias judiciales correctamente. Eso es un argumento con-tra concepciones que creen comprenderlo suficientemente con el análisis de los efectos de la actividad de fundamentación jurídica y un argumento para la relevancia de esfuerzos para profundizar criterios para fundamentaciones jurídicas correctas.” ALEXY, Robert, Derecho, Razón, Discurso, Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2010, p. 19, nota de pié de página n. 14.42 En el derecho brasileño la admisión de la validez de la motivación implícita se afirmó, dentro de otros juzgados, en los siguientes dictámenes: STF, HC 74.892/SP, 1a. Turma, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 1.8.199; STJ, Resp 47.474/RS, 6a. Turma, Rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, DJ 24.10.1994.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 31 15/03/2012 02:25:25 p.m.
32 Motivação judicial sob a perspectiva ética
resolução judicial: quanto mais intensos forem os efeitos da decisão
na esfera jurídica do jurisdicionado, ou quanto maior o espaço de
atuação judicial para criação da norma individual que regerá o caso
concreto, tanto mais fortes devem ser as razões que justificam a
decisão adotada.
Apesar dos renovados esforços da doutrina em diminuir a
discricionariedade no direito, não se pode negar que persiste
a possibilidade de, em certos casos, o Juiz fazer uma opção
discricionária que terá relevância na solução do caso sob sua
responsabilidade. Analisar as hipóteses em que essa
discricionariedade é justificável refoge ao objeto deste estudo, mas
cumpre, de qualquer modo, reconhecer que a exigência de motivação
é um dos elementos capazes de confiná-la a limites aceitáveis.
Está em jogo, aqui, a necessidade de um mecanismo de controle,
ainda que mínimo, da justiça da decisão. Conforme lição de Barbosa
Moreira, “a motivação é tanto mais necessária quanto mais forte o
teor de discricionariedade da decisão, já que apenas à vista dela se
pode saber se o Juiz usou bem ou mal a sua liberdade de escolha, e
sobretudo se não terá ultrapassado os limites da discrição para cair
no arbítrio” .43
Para além das dificuldades conceituais que a expressão
“discricionariedade” suscita, essa exigência ampliada de motivação
também deve ser estendida àquelas hipóteses em que, embora não se
trate propriamente de um espaço de discricionariedade, haja um
43 BARBOSA MOREIRA, José Carlos, “A motivação das decisões judiciais como garantia inerente ao Estado de Direito”. Em Temas de direito processual – 2a. série. São Paulo: Saraiva, 1980, p. 88.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 32 15/03/2012 02:25:25 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 33
resolución judicial: mientras más intensos sean los efectos de la
decisión en la esfera jurídica del justiciable, o mientras mayor sea
el espacio de actuación judicial para la creación de la norma individual
que regirá el caso concreto, más fuertes deben ser las razones que
justifican la decisión adoptada.
A pesar de los esfuerzos renovados de la doctrina por disminuir
la discrecionalidad en el derecho, no puede negarse que persiste la
posibilidad de que, en ciertos casos, el Juez realice una opción discre-
cional que tendrá relevancia en la solución del caso bajo su respon-
sabilidad. Escapa al objeto de este estudio analizar las hipótesis en
que esa discrecionalidad es justificable; sin embargo, cabe recono-
cer, de cualquier modo, que la exigencia de motivación es uno de los
elementos capaces de confinarla dentro de límites aceptables. Aquí
está en juego la necesidad de un mecanismo de control, aunque
mínimo, de la justicia de la decisión. De acuerdo con la lección de
Barbosa Moreira, “la motivación es tan necesaria mientras más
fuerte sea la cantidad de discrecionalidad de la decisión, ya que sólo
ante ella se puede saber si el Juez usó bien o mal su libertad de
elección, y sobre todo que no ha ultrapasado los límites de la discre-
ción para caer en el arbitrio”.43
Más allá de las dificultades conceptuales que la expresión “discre-
cionalidad” suscita, esa exigencia ampliada de motivación también
debe extenderse a aquellas hipótesis en las cuales, aunque no se trate
propiamente de un espacio de discrecionalidad, haya un incremento
43 BARBOSA MOREIRA, José Carlos, “A motivação das decisões judiciais como garantia inerente ao Estado de Direito” en Temas de direito processual, 2a. série, Saraiva, São Paulo, 1980, p. 88.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 33 15/03/2012 02:25:25 p.m.
34 Motivação judicial sob a perspectiva ética
incremento do risco –fisiológico ou patológico– de que a
subjetividade do Juiz contamine a aplicação do direito. Tais seriam,
por exemplo, os casos em que é necessária interpretação de
conceitos indeterminados ou a ponderação de princípios.
Quanto às decisões privativas ou restritivas de direito, o
incremento do dever de motivação justifica-se pela concepção de
que, nas sociedades modernas, a liberdade humana e os outros
direitos que lhe são correlatos devem ser levados a sério. Se o Estado
existe em função da pessoa, e não o contrário, então as razões
requeridas para a admissão da intervenção estatal na esfera jurídica
de alguém devem ser tanto mais robustas quanto mais relevante
for o direito atingido e quanto maior for o grau de afetação de tal
direito. É por isso que, a título de exemplo, a motivação de uma
sentença penal condenatória deve ser ceteris paribus mais complexa
que a de uma sentença absolutória, assim como a aplicação de
uma pena privativa de liberdade exige razões ceteris paribus mais
fortes que a aplicação de uma pena de multa, nos casos em que há
essa cominação alternativa.
Tomar o dever ético de motivação como um mandamento ideal,
que pode ser aplicado em distintos graus, implica necessariamente
reconhecer que ele pode colidir com outros deveres ético-judiciais.
A aferição da conduta judicial devida, sob a perspectiva da excelência
judicial, em muitos casos exigirá um juízo de ponderação do princípio
da motivação em face de princípios éticos dotados de igual
relevância. Quanto mais próximo um Juiz historicamente situado
chegar à concordância prática dos deveres éticos que deve cumprir,
tanto mais próximo da perfeição judicial ele estará.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 34 15/03/2012 02:25:25 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 35
del riesgo –fisiológico o patológico– de que la subjetividad del Juez
contamine la aplicación del derecho. Tales serían, por ejemplo, los
casos en que es necesaria la interpretación de conceptos indeter-
minados o la ponderación de principios.
Con relación a las decisiones privativas o restrictivas de derecho,
el incremento del deber de motivación se justifica por la concep-
ción de que, en las sociedades modernas, la libertad humana y
los otros derechos correspondientes deben tomarse en serio. Si el
Estado existe en función de la persona, y no al contrario, entonces
las razones requeridas para la admisión de la intervención estatal
en la esfera jurídica de alguien deben ser mucho más robustas mien-
tras más relevante sea el derecho afectado y mientras mayor sea el
grado de afectación de tal derecho. Es por eso que, como ejemplo,
la motivación de una sentencia penal condenatoria debe ser ceteris
paribus más compleja que la de una sentencia absolutoria, así como
la aplicación de una pena privativa de libertad exige razones ceteris
paribus más fuertes que la aplicación de una pena de multa, en los
casos en que hay esa sanción alternativa.
Tomar el deber ético de motivación como un mandamiento ideal,
que puede aplicarse en distintos grados, implica necesariamente
reconocer que él puede toparse con otros deberes ético-judiciales.
El cotejo de la conducta judicial debida, bajo la perspectiva de la
excelencia judicial, en muchos casos exigirá un juicio de ponderación
del principio de la motivación en vista de principios éticos dotados de
igual relevancia. Mientras un Juez, históricamente situado, se aproxi-
me más a la concordancia práctica de los deberes éticos que debe
cumplir, estará más cercano a la perfección judicial.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 35 15/03/2012 02:25:25 p.m.
36
CaPítulo ii
O dever de motivação na teoria da argumentação jurídica
A otimização da qualidade justificativa da fundamentação judicial
obtém-se mediante a realização, tão boa quanto possível, das
exigências de racionalidade, completitude e controlabilidade.44
Como o atendimento a tais qualidades pode ocorrer em graus
variados e crescentes de detalhamento da fundamentação jurídica,
coloca-se o problema do regresso ao infinito. Onde termina o
dever de motivação de cada proposição apresentada na decisão
judicial?
Conforme lição de Marcelo Guerra, mesmo a ação judicial que
pedisse a providência jurisdicional ceteris paribus mais simples, qual
seja, a declaração da existência de um direito subjetivo,45 em tese
44 Cfr. TARUFFO, Michele, “Il significato costituzionale dell´obligo di motivazione”. Em: Paticipação e processo, pp. 37-50. Ada Pellegrini Grinover, Cândido Rangel Dinamarco, Kazuo Watanabe (coords.) et al. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 1988, p. 48.45 No direito brasileiro, conferir: Código de Processo Civil/1973, art. 40.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 36 15/03/2012 02:25:25 p.m.
37
CaPítulo ii
El deber de motivación en la teoría de la argumentación jurídica
La optimización de la calidad justificativa de la fundamentación
judicial se obtiene mediante la realización, tan buena como sea
posible, de las exigencias de racionalidad, completitud y controla-
bilidad.44 Como el atendimiento a tales cualidades puede ocurrir en
grados variados y crecientes de detalle de la fundamentación jurí-
dica, se coloca el problema del regreso al infinito. ¿Dónde termina el
deber de motivación de cada proposición presentada en la decisión
judicial?
De acuerdo con Marcelo Guerra, además, la acción judicial que
pidiera la providencia jurisdiccional ceteris paribus más simple, sea
cual sea la declaración de la existencia de un derecho subjetivo,45 en
44 Cfr. TARUFFO, Michele, “Il significato costituzionale dell´obligo di motivazione” en PELLEGRINI GRINOVER, Ada; RANGEL DINAMARCO, Cândido; WATANABE, Kazuo, et al. (coords.), Paticipação e processo, Revista dos Tribunais, São Paulo, 1988, p. 48.45 En el derecho brasileño, cotejar: Código de Proceso Civil/1973, art. 40.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 37 15/03/2012 02:25:25 p.m.
38 Motivação judicial sob a perspectiva ética
admitiria infinitos níveis de fundamentação na sentença. Em um
primeiro nível, as condições de existência de um determinado direito
subjetivo poderiam ser desdobradas em duas: a) a existência de
uma norma geral N que contenha a descrição do fato F como
condição de sua incidência; b) a ocorrência do fato F. Por sua vez, as
declarações relativas à existência de N e à ocorrência de F pedem,
elas próprias, um critério de correção, alocados em um segundo
nível de fundamentação. A declaração da existência da norma N
implica outras duas declarações: a1) a de que a norma N é o sentido
veiculado pelo texto legislativo T; a2) a de que o ato legislativo A,
que produziu o texto legislativo T, é válido. Já a declaração de que o
fato F ocorreu pressupõe que ele está representado em um meio de
prova digno de confiança, o que também pode ser enunciado por
duas declarações: b1) a ocorrência do fato F está representada no
meio de prova MP; b2) o meio de prova MP é confiável. Ocorre que
as declarações sobre o sentido do texto T (a1), a validade do ato
legislativo A (a2), a representação do fato no meio de prova MP
(b1) e a confiabilidade do meio de prova MP (b2) podem exigir,
ainda, o apoio de outras declarações situadas em um terceiro nível
de fundamentação. As declarações do terceiro nível, à sua vez,
podem reclamar um quarto nível de fundamentação, e assim por
diante.46
Um regresso ao infinito aparentemente poderia ser evitado
se a fundamentação fosse interrompida, em algum momento, e
46 Cfr. GUERRA, Marcelo Lima, “Notas sobre o dever constitucional de fundamentar as decisões judiciais (CF, art. 93, IX)”. Em: Processo e Constituição. FUX, Luiz; NERY JR, Nelson; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (organizadores), pp. 517-541. São Paulo, Revista dos Tribunais, 2006, pp. 525-530.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 38 15/03/2012 02:25:25 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 39
teoría admitiría niveles infinitos de fundamentación en la sentencia.
En un primer nivel, las condiciones de existencia de un determinado
derecho subjetivo podrían dividirse en dos: a) la existencia de una
norma general N que contenga la descripción del hecho F como con-
dición de su incidencia; b) la generación del hecho F. A su vez, las
declaraciones relativas a la existencia de N y a la generación de F
piden, ellas mismas, un criterio de corrección, ubicados en un se-
gundo nivel de fundamentación. La declaración de la existencia de
la norma N implica otras dos declaraciones: a1) que la norma N es el
sentido vehiculado por el texto legislativo T; a2) que el acto legis-
lativo A, que produjo el texto legislativo T, es válido. Por su lado la
declaración de que el hecho F ocurrió presupone que éste está repre-
sentado en un medio de prueba digno de confianza, lo que también
puede enunciarse por dos declaraciones: b1) la generación del hecho
F está representada en el medio de prueba MP; b2) el medio de prue-
ba MP es confiable. Sucede que las declaraciones sobre el sentido
del texto T (a1), la validez del acto legislativo A (a2), la representa-
ción del hecho en el medio de prueba MP (b1) y la confiabilidad del
medio de prueba MP (b2) pueden exigir, además, el apoyo de otras
declaraciones situadas en un tercer nivel de fundamentación. Las de-
claraciones del tercer nivel, a su vez, pueden reclamar un cuarto
nivel de fundamentación, y así sucesivamente.46
Aparentemente, podría evitarse un regreso al infinito si la funda-
mentación se interrumpiera, en algún momento, y se substituyera
46 Cfr. GUERRA, Marcelo Lima, “Notas sobre o dever constitucional de fundamentar as decisões judiciais (CF, art. 93, IX)” en FUX, Luiz; NERY JR, Nelson; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (organizadores), Processo e Constituição, Revista dos Tribunais, São Paulo, 2006, pp. 525-530.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 39 15/03/2012 02:25:25 p.m.
40 Motivação judicial sob a perspectiva ética
substituída por uma decisão de que já não haveria o que fundamentar.
A arbitrariedade desta decisão, no entanto, contaminaria toda a
fundamentação que dela depende. Também não seria satisfatório,
por outro lado, evitar o regresso ao infinito mediante o recurso a
um círculo lógico. Propor uma alternativa em face do regresso
ao infinito, da interrupção da fundamentação e do círculo lógico
–situação que H. Albert designou como “trilema de Münchausen”–
é o desafio das principais teorias discursivas da atualidade.47
Afasta-se a necessidade de regresso ao infinito se a exigência
de fundamentações ininterruptas de cada proposição por meio de
outras proposições for substituída por uma série de exigências
na atividade de fundamentação. Tais exigências podem formular-
se como regras discursivas cuja observância propicie, sem
necessidade de “exaurir o universo”,48 a obtenção de um resultado
dotado de validade intersubjetiva. A ideia fundamental da teoria
da argumentação é a de que o cumprimento dessas regras
pragmáticas, embora não garanta a certeza definitiva do resultado,
ao menos assegura uma correção procedimental das proposições
obtidas mediante o conjunto de ações interconectadas praticadas
pelos sujeitos processuais.
O grande mérito das regras discursivas é o de que elas não dão
por corretos quaisquer resultados de uma comunicação lingüística,
mas somente aqueles que provêm de um discurso racional.49
47 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 177.48 TARUFFO, Michele, “La motivazione della sentenza”, Gênesis Revista de Direito Processual Civil, n. 31, pp. 177-185, jan./mar. 2004, p. 183.49 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 292.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 40 15/03/2012 02:25:25 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 41
por una decisión que ya no habría que fundamentar. La arbitrarie-
dad de esta decisión, no obstante, contaminaría toda la fundamen-
tación que depende de ella. Tampoco sería satisfactorio, por otro
lado, evitar el regreso al infinito mediante el recurso a un círculo lógi-
co. Proponer una alternativa en vistas del regreso al infinito, de la
interrupción de la fundamentación y del círculo lógico –situación
que H. Albert designó como “trilema de Münchausen”– es el desa-
fío de las principales teorías discursivas de la actualidad.47
Se separa la necesidad de regreso al infinito si la exigencia de
fundamentaciones ininterrumpidas de cada proposición por medio
de otras proposiciones se substituye por una serie de exigencias en
la actividad de fundamentación. Tales exigencias pueden formularse
como reglas discursivas cuya observancia propicie, sin necesidad de
“agotar el universo”,48 la obtención de un resultado dotado de vali-
dez intersubjetiva. La idea fundamental de la teoría de la argumen-
tación es que el cumplimiento de esas reglas pragmáticas, aunque
no garantice la certeza definitiva del resultado, al menos asegure
una corrección procedimental de las proposiciones obtenidas median-
te el conjunto de acciones interconectadas practicadas por los suje-
tos procesales.
El gran mérito de las reglas discursivas es que no consideran
correcto cualquier resultado de una comunicación lingüística, sino
sólo aquellos que provienen de un discurso racional.49 Despreciarlas
47 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 177.48 TARUFFO, Michele, “La motivazione della sentenza”, Gênesis Revista de Direito Processual Civil, n. 31, enero-marzo, 2004, p. 183.49 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 292.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 41 15/03/2012 02:25:25 p.m.
42 Motivação judicial sob a perspectiva ética
Desprezá-las por sua suposta fraqueza de não determinar todos os
passos da argumentação não abre outras alternativas senão a
ilusão de um teste de correção substancial inalcançável, tal como
pretendido por certas correntes jusnaturalistas,50 ou a desilusão
decorrente das diversas formas de ceticismo quanto à racionalidade
da ciência jurídica, tal como defendido por correntes decisionistas.51
A garantia de racionalidade que pode ser oferecida por uma teoria
procedimental da correção jurídica, portanto, não deve ser
subestimada.
1. A regra da universalizabilidade
O núcleo da fundamentação pragmático-universal das normas
fundamentais do diálogo racional parte de que todo o falante une a
suas manifestações as pretensões de compreensibilidade,
veracidade, correção e verdade. Quem afirma um juízo de valor ou
de dever promove uma pretensão de correção, ou seja, pretende
que sua afirmação seja fundamentável racionalmente.52
Reconhece-se que, de uma forma geral, o interesse da parte
no procedimento, sob o ponto de vista subjetivo, está orientado
sobretudo à obtenção de um resultado que lhe seja vantajoso,
e não que o juízo alcançado seja correto ou justo. Contudo, o
ponto decisivo é que os participantes do discurso, ainda que não
“queiram” argumentar racionalmente, ao menos devem construir
seus argumentos de tal maneira que, sob condições ideais,
50 Cfr. Ibidem, p. 56.51 Cfr. ALEXY, Robert, Constitucionalismo…, op. cit., p. 23, nota de rodapé n. 14.52 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 133.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 42 15/03/2012 02:25:25 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 43
por su supuesta extenuación de no determinar todos los pasos de
la argumentación no abre otras alternativas sino la ilusión de una
prueba de corrección substancial inalcanzable, tal como lo preten-
den ciertas corrientes jusnaturalistas,50 o la desilusión derivada de
las diversas formas de escepticismo relativo a la racionalidad de la
ciencia jurídica, tal y como lo defienden las corrientes decisionis-
tas.51 Por lo tanto, no debe subestimarse la garantía de racionali-
dad que puede ofrecer una teoría procedimental de la corrección
jurídica.
1. La regla de la universalizabilidad
El núcleo de la fundamentación pragmático-universal de las normas
fundamentales del diálogo racional parte de que todo hablante une
a sus manifestaciones las pretensiones de comprensibilidad, veraci-
dad, corrección y verdad. Quien afirma un juicio de valor o de deber
promueve una pretensión de corrección, o sea, pretende que su afir-
mación sea fundamentable racionalmente.52
Se reconoce que, de forma general, el interés de la parte en el
procedimiento, bajo el punto de vista subjetivo, está orientado
sobre todo a la obtención de un resultado que le sea ventajoso, y
no que el juicio alcanzado sea correcto o justo. Sin embargo, el punto
decisivo es que los participantes del discurso, aunque no “quieran”
argumentar racionalmente, al menos deben construir sus argumen-
tos de tal manera que, bajo condiciones ideales, podrían encontrar
50 Cfr. Ibidem, p. 56.51 Cfr. ALEXY, Robert, Constitucionalismo…, op. cit., p. 23, nota de pié de página n. 14.52 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 133.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 43 15/03/2012 02:25:25 p.m.
44 Motivação judicial sob a perspectiva ética
poderiam encontrar o acordo de todos.53 Se, quando instado a
se manifestar sobre a tese jurídica e as robustas provas produzidas
em apoio à pretensão da parte contrária, o participante se limitasse
a expressar o seu interesse subjetivo de vencer a ação, não estaria
argumentando racionalmente. Como o Juiz não decide visando a
dar o que é do interesse das partes, e sim a aplicar corretamente
o direito, a argumentação desenvolvida pelos “interessados”,
devidamente assistidos por profissionais habilitados, deve se
nortear por critérios de correção jurídica.54
Com efeito, o modelo procedimental da moderna teoria da
argumentação jurídica pressupõe regras de condução do discurso
que se conectam à pretensão de correção do direito. Aquele que
fala deve poder justificar o seu discurso, admitindo pressupostos
pragmáticos que o constrangem a levar em conta todas as
perspectivas, dos outros participantes inclusive.55 Nisso está
contida a ideia de uma validade universal para todos os casos em
que as mesmas circunstâncias relevantes estejam presentes.56
Versões diversas dessa exigência de universalizabilidade foram
propostas por autores como Hare, Habermas e Baier.57
53 Cfr. Ibidem, p. 317. 54 “Las partes o sus abogados plantean com sus intervenciones una pretensión de corrección, aunque sólo persigan intereses subjetivos. Lo que exponen como razones en favor de una determinada decisión podría, al menos en principio, estar incluido en un tratado de ciencia jurídica”. Ibidem, p. 317.55 Cfr. HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia..., op. cit., vol. I, p. 287.56 Cfr. LA TORRE, Massimo, “Teorías de la argumentación y conceptos de derecho. Una aproximación”. Derechos y libertades, año IV, enero 1999, n. 7, Boletín oficial del Estado, pp. 303-334, aqui p. 327.57 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación..., op. cit., p. 198.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 44 15/03/2012 02:25:26 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 45
el acuerdo de todos.53 Si, cuando instado a manifestarse sobre la
tesis jurídica y las pruebas robustas producidas en apoyo a la preten-
sión de la parte contraria, el participante se limitara a expresar su
interés subjetivo de vencer la acción, no estaría argumentando ra-
cionalmente. Como el Juez no decide con el objetivo de dar lo que es
de interés de las partes, sino a aplicar correctamente el derecho,
la argumentación desarrollada por los “interesados”, debidamente
asistidos por profesionales capacitados, debe guiarse por criterios
de corrección jurídica.54
En efecto, el modelo procedimental de la moderna teoría de la
argumentación jurídica presupone reglas de conducción del discur-
so que se conectan a la pretensión de corrección del derecho. Aquél
que habla debe poder justificar su discurso, admitiendo presupues-
tos pragmáticos que lo obligan a considerar todas las perspectivas,
incluso las de los otros participantes.55 En eso está contenida la idea
de una validez universal para todos los casos en que las mismas
circunstancias relevantes estén presentes.56 Autores como Hare,
Habermas y Baier57 propusieron diversas versiones de esa exigencia
de universalizabilidad.
53 Cfr. Ibidem, p. 317. 54 “Las partes o sus abogados plantean con sus intervenciones una pretensión de correc-ción, aunque sólo persigan intereses subjetivos. Lo que exponen como razones en favor de una determinada decisión podría, al menos en principio, estar incluido en un tratado de ciencia jurídica.” Ibidem, p. 212.55 Cfr. HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia..., op. cit., vol. I, p. 287.56 Cfr. LA TORRE, Masimo, “Teorías de la argumentación y conceptos de derecho. Una aproximación”, Derechos y libertades, n. 7, año IV, Boletín oficial del Estado, enero 1999, p. 327.57 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 198.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 45 15/03/2012 02:25:26 p.m.
46 Motivação judicial sob a perspectiva ética
Hare enuncia sua regra da universalizabilidade da seguinte
forma: “Quem afirma uma proposição normativa que pressupõe
uma regra para a satisfação dos interesses de outras pessoas,
deve poder aceitar as conseqüências de tal regra no caso
hipotético de ele próprio se encontrar na situação daquelas
pessoas”. Habermas complementa essa proposição, de seu
turno, com a garantia do caráter ideal das regras da razão: “As
conseqüências de cada regra para a satisfação do interesses de
cada um devem poder ser aceitas por todos”. Por fim, Baier
acrescenta as exigências de abertura e sinceridade que regem o
discurso: “Toda regra deve poder ensinar-se de forma aberta e geral”.58
Esse grupo de proposições, como bem enfatiza MacCormick,
exige que, “para o presente conjunto de circunstâncias C contar
como uma razão para chegar à decisão D, e para agir sobre D, é
preciso que seja aceitável manter a decisão do tipo D como uma
decisão apropriada em qualquer momento em que circunstâncias C
ocorram”.59 Com isso se pode “testar se é possível dizer que D é uma
solução apropriada em qualquer momento em que C ocorra”, ou
seja, que essa razão universalizada seja aplicável “a todas as
instâncias de C, e não apenas àquela instância sob consideração”.60
As proposições que integram o conceito de universalização
formam as regras básicas da fundamentação no discurso prático
geral. Uma realização otimizada do dever de motivação judicial põe
de manifesto a necessidade de observância de um procedimento
58 Apud Ibidem, pp. 198-199.59 MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado..., op. cit., pp. 28-29.60 Idem.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 46 15/03/2012 02:25:26 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 47
Hare enuncia su regla de la universalizabilidad de la siguiente
forma: “Quien afirma una proposición normativa que presupone
una regla para la satisfacción de los intereses de otras personas,
debe poder aceptar las consecuencias de tal regla en el caso hipo-
tético de que él mismo se encuentre en la situación de aquellas
personas”. A su vez, Habermas complementa esa proposición con
la garantía del carácter ideal de las reglas de la razón: “Las conse-
cuencias de cada regla para la satisfacción del interés de cada uno
deben poder ser aceptadas por todos”. Por fin, Baier agrega las
exigencias de apertura y sinceridad que rigen el discurso: “Toda
regla debe poder enseñarse de forma abierta y general”.58
Ese grupo de proposiciones exige que, como bien enfatiza
MacCormick, “para el presente conjunto de circunstancias C contar
como una razón para llegar a la decisión D, y para actuar sobre D, es
necesario que sea aceptable mantener la decisión del tipo D como
una decisión apropiada en cualquier momento en que las circuns-
tancias C ocurran”.59 Con eso se puede “probar si es posible decir
que D es una solución apropiada en cualquier momento en que C
ocurra”, o sea, que esa razón universalizada sea aplicable “a todas
las instancias de C, y no sólo a aquella instancia en consideración”.60
Las proposiciones que integran el concepto de universalización
forman las reglas básicas de la fundamentación en el discurso
práctico general. La realización optimizada del deber de motiva-
ción judicial pone de manifiesto la necesidad de observancia de un
58 Citado por Ibidem, pp. 198-199.59 MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado..., op. cit., pp. 28-29.60 Idem.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 47 15/03/2012 02:25:26 p.m.
48 Motivação judicial sob a perspectiva ética
discursivo definido por essas e outras regras do discurso prático
geral, complementadas pelas regras e formas específicas do
discurso jurídico, tais como a sujeição à lei, à dogmática e aos
precedentes.61
2. O caráter dialogal da correção argumentativa
Quem fundamenta algo pretende, no que se refere ao processo de
fundamentação, aceitar o outro como parte na fundamentação.62
Todos os participantes do processo, por mais diferentes que sejam
seus motivos, fornecem contribuição para o discurso judicial.63
A correção das decisões judiciais mede-se, então, pelo preenchimento
das condições comunicativas da argumentação que tornam possível
a formação imparcial do juízo.64
Processos jurídicos movem-se por meio de uma cadeia
de certezas putativas que são a cada ponto passíveis de
questionamento.65 Por isso, a avaliação da correção dos argumentos,
no âmbito de um procedimento no qual os participantes se inter-
relacionam comunicativamente, desenvolve-se no curso das
diversas fases em que a atuação destes é exigida ou esperada.
Os participantes referem-se uns aos outros por sequências de
ações e reações a outras ações cujo sentido não se obtém por si
61 ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación..., op. cit., p. 201. Sobre a importância da lei, da dogmática e dos precedentes na estrutura da motivação, conferir Capítulo 3.1, infra.62 Cfr. Ibidem, p. 189.63 Cfr. HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia..., op. cit., vol. I, p. 288.64 Cfr. Ibidem, p. 287.65 Cfr. MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado..., op. cit., p. 37.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 48 15/03/2012 02:25:26 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 49
procedimiento discursivo definido por esas y otras reglas del dis-
curso práctico general, complementadas por las reglas y formas
específicas del discurso jurídico, tales como la sujeción a la ley, a la
dogmática y a los precedentes.61
2. El carácter dialogístico de la corrección argumentativa
Quien fundamenta algo pretende, en lo que se refiere al proceso de
fundamentación, aceptar lo otro como parte de la fundamenta-
ción.62 Todos los participantes del proceso, por más diferentes que
sean sus motivos, contribuyen al discurso judicial.63 La corrección de
las decisiones judiciales se mide, entonces, por el cumplimiento de las
condiciones comunicativas de la argumentación que hacen posible
la formación imparcial del juicio.64
Los procesos jurídicos se mueven por medio de una cadena de
certezas putativas que son a cada punto suceptibles de cuestio-
namiento.65 Por eso, la evaluación de la corrección de los argumentos,
en el ámbito de un procedimiento en el cual los participantes se
interrelacionan comunicativamente, se desarrolla en el curso de las
diversas fases en las que se exige o espera su actuación. Los participan-
tes se refieren unos a otros por secuencias de acciones y reacciones
a otras acciones cuyo sentido no se obtiene por sí mismas, sino por
61 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 201. Sobre la importancia de la ley, la dogmática y los precedentes en la estructura de la motivación, cfr Capítulo 3.1, infra.62 Cfr. Ibidem, p. 189.63 Cfr. HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia..., op. cit., vol. I, p. 288.64 Cfr. Ibidem, p. 287.65 Cfr. MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado..., op. cit., p. 37.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 49 15/03/2012 02:25:26 p.m.
50 Motivação judicial sob a perspectiva ética
mesmas, mas pela outra parte da conduta à qual elas se referem:
em quase toda “resposta”, encontra-se a “pergunta”, que por sua
vez desafia uma nova “resposta”.66 Pode-se dizer, portanto, que o
procedimento se estrutura dialeticamente, desde que se tome
dialética, aqui, no sentido gadameriano da obtenção do conhecimento
pela arte do perguntar.67 Uma vez que perguntar significa colocar
algo em suspenso e aberto, a dialética não é a arte de “atingir o
ponto fraco daquilo que foi dito”, nem de “ganhar de todo mundo
na argumentação”, mas sim a arte de ir colocando afirmações à
prova, buscando atribuir-lhe sua verdadeira força.68
Dentre as exigências que, no âmbito da argumentação prática,
dizem respeito à liberdade de discussão, está a de que todos os
participantes do discurso podem introduzir e problematizar qualquer
asserção.69 Obviamente que, em face da institucionalização das
formas e dos prazos processuais, essa liberdade somente pode ser
assegurada em uma extensão limitada. Ainda que sob tais
limitações, contudo, vale para o raciocínio jurídico a regra geral da
fundamentação prática de que “todo falante deve, quando lhe for
pedido, fundamentar o que afirma, a não ser que possa dar razões
que justifiquem rechaçar uma fundamentação”.70
66 HASSEMER, Winfried, Introdução aos fundamentos do Direito Penal, Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, 2005, pp. 177-178 e 181-182.67 A dialética de Gadamer é a condução de uma conversação pela “arte de juntar os olhares para a unidade de uma perspectiva (synoran eis en eidos). Verdade e método I, p. 480. 68 Ibidem, pp. 478-479.69 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 189.70 Ibidem, pp. 188-189.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 50 15/03/2012 02:25:26 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 51
la otra parte de la conducta a la cual se refieren: en casi toda “res-
puesta”, se encuentra la “pregunta”, que a su vez desafía una nueva
“respuesta”.66 Puede decirse, por lo tanto, que el procedimiento se
estructura dialécticamente, siempre que se tome dialéctica, aquí
en el sentido gadameriano de la obtención del conocimiento, por el
arte de preguntar.67 Ya que preguntar significa colocar algo en sus-
penso y abierto, la dialéctica no es el arte de “tocar el punto débil de
aquello que se dijo”, ni de “ganarle a todo mundo en la argumenta-
ción”, sino el arte de ir colocándole afirmaciones a la prueba, bus-
cando atribuirle su verdadera fuerza.68
Dentro de las exigencias que, en el ámbito de la argumentación
práctica, se refieren a la libertad de discusión, se encuentra la de que
todos los participantes del discurso pueden introducir y problemati-
zar cualquier aserción.69 Obviamente que, frente a la institucionaliza-
ción de las formas y de los plazos procesales, esa libertad solamente
puede asegurarse en una extensión limitada. Aunque bajo tales limi-
taciones, sin embargo, para el raciocinio jurídico es válida la regla
general de la fundamentación práctica de que “todo hablante debe,
cuando le sea pedido, fundamentar lo que afirma, a no ser que pueda
dar razones que justifiquen el rechazo de una fundamentación”.70
66 HASSEMER, Winfried, Introdução aos fundamentos do Direito Penal, Sérgio Antônio Fabris Editor, Porto Alegre, 2005, pp. 177-178 y 181-182.67 La dialéctica de Gadamer es la conducción de una conversación por el “arte de juntar las miradas para la unidad de una perspectiva (synoran eis en eidos)”. GADAMER, Hans-Georg, Verdade e método I, - Traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica, 6a. ed., Trad. Flávio Paulo Meurer, Vozes, Petrópolis, 2004, p. 480. 68 Ibidem, pp. 478-479.69 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 189.70 Ibidem, pp. 188-189.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 51 15/03/2012 02:25:26 p.m.
52 Motivação judicial sob a perspectiva ética
Isso significa que, no cumprimento do dever de motivação sob a
ótica da excelência judicial, uma decisão justificável da disputa
jurídica precisa posicionar-se em relação à relevância de qualquer
proposição aduzida na qualidade de proposição jurídica, ou em
relação à interpretação de tal proposição, ou ainda em relação à
classificação apropriada ou avaliação dos fatos à luz de conceitos
descritivos e valorativos envolvidos em tal proposição.71 O princípio
da cooperação entre os sujeitos processuais abrange o ônus das
partes de levantar as razões pertinentes e relevantes para a
justificação da decisão judicial, de modo que a extensão do dever
judicial de fundamentação regula-se, em grande medida, pelo modo
como as partes fazem uso de seus atos de fala no processo.72 Se a
possibilidade de tomar parte no discurso implica, por um lado,
o direito de os litigantes verem seus argumentos considerados nas
decisões que lhes digam respeito, por outro também dá a medida
da autorresponsabilidade decorrente de sua condição de sujeitos
(e não meros objetos) do processo.
Nesse sentido, dispõe o art. 25 do Código Modelo Iberoamericano
de Ética Judicial que “a motivação deve estender-se a todas as
alegações das partes, ou às razões geradas pelos Juízes que tenham
conhecido antes do assunto, desde que sejam relevantes para a
decisão”.
Embora sob o aspecto jurídico-normativo, ao menos na realidade
brasileira, haja copiosa jurisprudência no sentido de que o Juiz não
71 Cfr. MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado…, op. cit., p. 202.72 Sobre o recíproco condicionamento e controle da atividade das partes e da atividade do órgão judicial, conferir: ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto, O formalismo no processo civil, 2a. edição, São Paulo: Saraiva, 2003, p. 114.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 52 15/03/2012 02:25:26 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 53
Lo anterior significa que, en el cumplimiento del deber de moti-
vación bajo la óptica de la excelencia judicial, una decisión justifi-
cable de la disputa jurídica necesita posicionarse en relación a la
relevancia de cualquier proposición expuesta en calidad de proposi-
ción jurídica, o en relación a la interpretación de tal proposición, o aun
en relación a la clasificación apropiada o evaluación de los hechos
a la luz de conceptos descriptivos y valorativos involucrados en tal
proposición.71 El principio de la cooperación entre los sujetos proce-
sales abarca la carga de las partes de levantar las razones pertinen-
tes y relevantes para la justificación de la decisión judicial, de modo
que la extensión del deber judicial de fundamentación se regule,
en gran medida, por el modo como las partes hacen uso de sus actos
de habla en el proceso.72 Si la posibilidad de tomar parte en el discur-
so implica, por un lado, el derecho de que los litigantes vean que sus
argumentos se consideren en las decisiones que les afecten, por otro
también le da la medida de la autorresponsabilidad derivada de su
condición de sujetos (y no simples objetos) del proceso.
En ese sentido, el art. 25 del Código Modelo Iberoamericano de
Ética Judicial dispone que “la motivación debe extenderse a todas
las alegaciones de las partes, o a las razones generadas por los
Jueces que hayan conocido antes el asunto, siempre que sean rele-
vantes para la decisión”.
Aunque bajo el aspecto jurídico-normativo, al menos en la reali-
dad brasileña, hay jurisprudencia copiosa en el sentido de que el
71 Cfr. MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado…, op. cit., p. 202.72 Sobre el recíproco condicionamiento y control de la actividad de las partes y de la actividad del órgano judicial, cfr. ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto, O formalismo no processo civil, 2a. ed., Saraiva, São Paulo, 2003, p. 114.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 53 15/03/2012 02:25:26 p.m.
54 Motivação judicial sob a perspectiva ética
está obrigado a analisar todos os argumentos trazidos pelas
partes quando sua decisão se apoiar em fundamentos por si só
aptos a justificar a providência judicial determinada,73 o próprio
valor do diálogo na decisão judicial, pelo qual esta é entendida
como fruto da colaboração e cooperação das partes em uma
comunidade de trabalho,74 levaria a reconhecer que a simples
articulação de determinadas razões pelos participantes do discurso
processual já falaria em favor da relevância de tais razões para a
correta justificação do provimento jurisdicional. O que cumpre
enfatizar, de todo modo, é que, se o princípio da cooperação impõe
também às partes que seus atos de fala observem as regras do
discurso racional, possíveis deficiências na articulação dos passos
de desenvolvimento contidos em suas manifestações75 podem
limitar a extensão e a profundidade das razões cuja apreciação
pode ser exigida na motivação judicial.
Quanto ao dever de apreciação, por um órgão judiciário revisor,
das razões geradas na decisão recorrida, conforme a parte final
do art. 25 acima transcrito, não se exige que sejam refeitos todos
os passos de desenvolvimento expostos na decisão recorrida, mas é
preciso que o órgão revisor apresente tantos argumentos
73 No ordenamento brasileiro, citem-se, dentre tantos exemplos: STF - HC 74.892/SP, 1a. Turma,, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 1.8.1997; STJ - AGRESP 933.066/RS, 2a. Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJ 26.03.2008, p. 1; STJ - AGA 814.335/RJ, 2a. Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJ 19.12.2007, p. 1211; STJ - AGA 857.243/RS, 4a. Turma, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 10.12.2007, p. 379.74 ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto, O formalismo…, op. cit., p. 72.75 A Exposição de Motivos do Código Modelo reconhece o estreito relacionamento dos deveres éticos judiciais com os deveres éticos dos demais operadores jurídicos: “A falta de ética judicial remete, em certas ocasiões, a outras deficiências profissionais, particularmente a de advogados, fiscais, procuradores e, até mesmo, docentes jurídicos; um reclamo integral de excelência deve ser incorporado nesses outros espaços profissionais.”
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 54 15/03/2012 02:25:26 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 55
Juez no está obligado a analizar todos los argumentos aportados
por las partes cuando su decisión se apoye en fundamentos por si
sólo aptos para justificar la providencia judicial determinada,73 el
propio valor del diálogo en la decisión judicial, por el cual ésta es en-
tendida como fruto de la colaboración y cooperación de las partes
en una comunidad de trabajo,74 conduciría a reconocer que la simple
articulación de determinadas razones por los participantes del dis-
curso procesal ya hablaría en favor de la relevancia de tales razones
para la justificación correcta de la provisión jurisdiccional. Cabe
enfatizar, de cualquier modo, que, si el principio de la cooperación
impone también a las partes que sus actos de habla observen las
reglas del discurso racional, las posibles deficiencias en la articula-
ción de los pasos de desarrollo contenidos en sus manifestaciones75
pueden limitar la extensión y la profundidad de las razones cuya
apreciación puede exigirse en la motivación judicial.
Referente al deber de apreciación, por un órgano judiciario revi-
sor, de las razones generadas en la decisión recurrida, conforme la
parte final del art. 25 antes transcrito, no se exige que se reelaboren
todos los pasos de desarrollo expuestos en la decisión recurrida,
pero es necesario que el órgano revisor presente tantos argumentos
73 En el ordenamiento brasileño, se pueden citar, dentro de tantos ejemplos: STF - HC 74.892/SP, 1a. Turma, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 1.8.1997; STJ - AGRESP 933.066/RS, 2a. Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJ 26.03.2008, p. 1; STJ - AGA 814.335/RJ, 2a. Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJ 19.12.2007, p. 1211; STJ - AGA 857.243/RS, 4a. Turma, Rel. Min. Aldir Pasarinho Junior, DJ 10.12.2007, p. 379.74 ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto, O formalismo…, op. cit., p. 72.75 La Exposición de Motivos del Código Modelo reconoce la estrecha relación de los de-beres éticos judiciales con los deberes éticos de los demás operadores jurídicos: “La falta de ética judicial remite, en ciertas ocasiones, a otras deficiencias profesionales, particular-mente la de abogados, fiscales, procuradores y, hasta, docentes jurídicos; un reclamo integral de excelencia debe incorporarse en esos otros espacios profesionales.”
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 55 15/03/2012 02:25:26 p.m.
56 Motivação judicial sob a perspectiva ética
quanto forem precisos para acolher ou rejeitar os passos de
desenvolvimentos que sustentam a pretensão recursal. O objeto
do dever de motivação de uma instância revisora é determinado,
portanto, pelo grau de completitude, racionalidade e coerência com
que a parte recorrente coloca à prova a validez intersubjetiva das
proposições que integram a decisão recorrida. Para os julgamentos
em instância final, a exigência de não obliterar os argumentos das
partes faz-se particularmente aguda. Exatamente porque se destina
a prevalecer em definitivo, e, com isso, cumprir a delicadíssima
função de impedir a reabertura do litígio, ao pronunciamento final
agrega-se uma agravada responsabilidade justificatória.76
76 BARBOSA MOREIRA, José Carlos, “A motivação das decisões judiciais...”, op. cit., pp. 89-90.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 56 15/03/2012 02:25:26 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 57
como sean necesarios para acoger o rechazar los pasos de desarro-
llos que sustentan la pretensión a los recursos. El objeto del deber
de motivación de una instancia revisora está determinado, por lo
tanto, por el grado de completitud, racionalidad y coherencia con
que la parte recurrente coloca la prueba a la validez intersubje-
tiva de las proposiciones que integran la decisión recurrida. Para
los juzgamientos en instancia final, la exigencia de no obliterar los
argumentos de las partes se vuelve particularmente aguda. Exacta-
mente porque se destina a prevalecer en definitiva, y, con eso,
cumplir la delicadísima función de impedir la reapertura del litigio, al
pronunciamiento final se agrega una agravada responsabilidad
justificadora.76
76 BARBOSA MOREIRA, José Carlos, “A motivação das decisões judiciais...”, op. cit., pp. 89-90.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 57 15/03/2012 02:25:26 p.m.
58
CaPítulo iii
Abrangência do dever de motivação
O campo de incidência das regras do discurso corresponde a toda
extensão do objeto da cognição judicial. Dispõe o Código Modelo,
a propósito, que “o Juiz deve motivar as suas decisões tanto em
matéria de fatos quanto de direito” (art. 25). Com uma adequada
clarificação discursiva das questões de direito e de fato, os
participantes do processo podem esperar que serão decisivos, para
a decisão judicial, argumentos relevantes e não-arbitrários.77
Uma justificação adequada do juízo de direito deve conter uma
correta motivação sobre: a) a escolha da norma ou das normas que
o Juiz a que o Juiz dá aplicação no caso concreto; b) a escolha da
interpretação das normas aplicáveis; c) a escolha das possíveis
conseqüências que podem derivar da aplicação da norma ao caso.78
77 Cfr. HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia..., op. cit., p. 274.78 Cfr. TARUFFO, Michele, “Il significato...”, op. cit., p. 44.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 58 15/03/2012 02:25:26 p.m.
59
CaPítulo iii
Alcance del deber de motivación
El campo de incidencia de las reglas del discurso corresponde a toda
extensión del objeto de la cognición judicial. En este sentido, el Códi-
go Modelo, dispone que “el Juez debe motivar sus decisiones tanto en
materia de hechos como de derecho” (art. 25). Con una adecuada
claridad discursiva de las cuestiones de derecho y de facto, los partici-
pantes del proceso pueden esperar que sean decisivos, para la decisión
judicial, argumentos relevantes y no arbitrarios.77
Una justificación adecuada del juicio de derecho debe contener una
correcta motivación sobre: a) la elección de la norma o de las normas
a las que el Juez les da aplicación en el caso concreto; b) la elección de la
interpretación de las normas aplicables; c) la elección de las posibles con-
secuencias que pueden derivarse de la aplicación de la norma al caso.78
77 Cfr. HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia..., op. cit., vol. I, p. 27478 Cfr. TARUFFO, Michele, “Il significato...”, op. cit., p. 44.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 59 15/03/2012 02:25:26 p.m.
60 Motivação judicial sob a perspectiva ética
Por sua vez, uma justificação adequada do juízo de fato há que
conter uma correta fundamentação sobre: a) a escolha dos
elementos probatórios considerados relevantes; b) a valoração da
eficácia dos meios de prova; c) a reconstrução do estado de coisas a
que se refere a prova produzida em juízo.79
A distinção entre quaestio facti e quaestio iuris corre sob uma linha de
demarcação flutuante,80 estabelecida dinamicamente pela própria
circularidade hermenêutica.81 Apesar disso, ela é útil para pôr de manifesto
os diferentes aspectos da correção almejados na atividade judicial:
justificar um enunciado normativo consiste em sustentar com razões
sua validez ou sua justiça; justificar um enunciado fático consiste em
aduzir razões que permitam sustentar que ele é verdadeiro ou
provável.82 Embora o exame das questões de direito não possa ser
inteiramente dissociado do exame das questões de fato (e vice-versa),
no convencimento judicial sobre a matéria de direito avulta, em
primeiro plano, a necessidade de uma teoria da interpretação jurídica;
no convencimento judicial sobre a matéria fática, por sua vez, a de
uma teoria epistemológica sobre a fixação judicial dos fatos.
1. Motivação das questões de direito
a. O uso dos cânones de interpretação
Sob a perspectiva da excelência judicial, o Código Modelo exige que
a motivação em matéria de direito não se limite a “invocar as
79 Ibidem, p. 45.80 Cfr. GUASTINI, R., Dalle fonti alle norme, Torino, Guappichelli, 1992, p. 52. Apud IBAÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração..., op. cit., p. 128.81 Cfr. Idem.82 Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos...”, op. cit., p. 216.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 60 15/03/2012 02:25:26 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 61
A su vez, una justificación adecuada del juicio de facto debe contener
una fundamentación correcta sobre: a) la elección de los elementos
probatorios considerados relevantes; b) la valoración de la eficacia
de los medios de prueba; c) la reconstrucción del estado de cosas a
que se refiere la prueba producida en juicio.79
La distinción entre quaestio facti y quaestio iuris corre bajo una línea de
demarcación fluctuante,80 establecida dinámicamente por la propia
circularidad hermenéutica.81 A pesar de eso, es útil para poner de mani-
fiesto los diferentes aspectos de la corrección deseados en la actividad
judicial: justificar un enunciado normativo consiste en sustentar con ra-
zones su validez o su justicia; justificar un enunciado fáctico consiste en
presentar razones que permitan sustentar que es verdadero o probable.82
Aunque el examen de las cuestiones de derecho no pueda disociarse
por completo del examen de las cuestiones de facto (y viceversa), en el
convencimiento judicial sobre la materia de derecho sobresale, en pri-
mer plano, la necesidad de una teoría de la interpretación jurídica; en el
convencimiento judicial sobre la materia fáctica, y a su vez, la de una
teoría epistemológica sobre la fijación judicial de los hechos.
1. Motivación de las cuestiones de derecho
a. El uso de los cánones de interpretación
Bajo la perspectiva de la excelencia judicial, el Código Modelo exige
que la motivación en materia de derecho no se limite a “invocar
79 Cfr. Ibidem, p. 45.80 Cfr. GUASTINI, R., Dalle fonti alle norme, Guappichelli, Torino, 1992, p. 52, referido por IBAÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração..., op. cit., p. 128.81 Cfr. Idem.82 Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., p. 216.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 61 15/03/2012 02:25:26 p.m.
62 Motivação judicial sob a perspectiva ética
normas aplicáveis” (art. 24) e que o Juiz deva se sentir “vinculado
não só pelo texto das normas jurídicas vigentes, mas também pelas
razões nas quais se fundamentam” (art. 40). De fato, aplicar o
direito sempre envolve interpretá-lo, já que questões de interpretação
são endêmicas ao raciocínio jurídico.83
A questão da sujeição à lei remete à discussão sobre os cânones,
também chamados de “elementos”, “critérios” ou “métodos” de
interpretação. Eles dizem respeito a como se usam argumentos
lingüísticos, genéticos e sistemáticos, dentre outros possíveis. Até
hoje não há acordo sobre qual a formulação precisa, a hierarquia e
o valor de cada uma dessas formas de argumento. Neste trabalho
não cabe tomar qualquer posição nesse sentido. Cumpre, contudo,
ressaltar dois aspectos que dizem respeito à consecução do dever
de motivação.
O primeiro é o de que o dever de otimização da motivação das
decisões judiciais ordena que, sejam quais forem os cânones
aplicados, as formas de argumento devem ser saturadas. Atende-se
ao requisito da saturação quando o argumento contém todas as
premissas pertencentes à sua respectiva forma.84 A título de exemplo,
uma argumentação genética, que pretenda se apoiar na vontade
do legislador, deve se fundamentar empiricamente sobre a situação
jurídica anterior ao advento da lei, os debates travados à época do
processo legislativo, as razões de eventuais vetos presidenciais, as
justificativas apresentadas na “exposição de motivos” etc.
83 Nesse sentido, conferir: MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado…, op. cit., p. 161.84 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 236.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 62 15/03/2012 02:25:26 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 63
las normas aplicables” (art. 24) y que el Juez deba sentirse “vincula-
do no sólo con el texto de las normas jurídicas vigentes, sino también
con las razones en las cuales se fundamentan” (art. 40). De hecho,
aplicar el derecho siempre involucra interpretarlo, ya que las cues-
tiones de interpretación son endémicas del raciocinio jurídico.83
La cuestión de la sujeción a la ley remite a la discusión sobre los
cánones, también llamados “elementos”, “criterios” o “métodos” de
interpretación. Estos se refieren a cómo se usan argumentos lin-
güísticos, genéticos y sistemáticos, dentro de otros posibles. Hasta
hoy no hay acuerdo sobre la formulación precisa, la jerarquía y el
valor de cada una de esas formas de argumento. En este trabajo no
se toma ninguna posición en este sentido. Cabe resaltar, sin em-
bargo, dos aspectos que se refieren a la consecución del deber de
motivación.
El primero es que el deber de optimización de la motivación de
las decisiones judiciales ordena que, sean cuales sean los cánones
aplicados, las formas de argumento deben ser saturadas. Se atiende
al requisito de la saturación cuando el argumento contiene todas las
premisas pertenecientes a su forma respectiva.84 Como ejemplo,
una argumentación genética, que pretenda apoyarse en la voluntad
del legislador, debe fundamentarse empíricamente sobre la situa-
ción jurídica anterior al advenimiento de la ley, los debates ligados a
la época del proceso legislativo, las razones de eventuales vetos
presiden ciales, las justificativas presentadas en la “exposición de
motivos” etc.
83 En ese sentido, cfr. MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado..., op. cit., p. 161.84 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación…, op. cit., p. 236.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 63 15/03/2012 02:25:26 p.m.
64 Motivação judicial sob a perspectiva ética
Além das premissas empíricas, as formas de argumentos contêm
premissas normativas que não se extraem apenas da lei ou de outros
materiais legislativos, como nos casos de interpretação histórica,
comparativa e teleológica, que pressupõem a caracterização de um
determinado estado de coisas. Isso leva ao segundo aspecto que
interessa ao objeto deste estudo: o atendimento do requisito da
saturação impõe à motivação judicial uma necessária – porém
controlável – abertura a argumentos práticos gerais.85
Se todos os casos pudessem ser decididos exclusivamente em
virtude de argumentos institucionais, o direito seria um sistema
fechado, autônomo ou “autopoiético”.86 Não raramente, contudo,
argumentos lingüísticos terminam com a comprovação de um
espaço semântico, argumentos genéticos fracassam na ambigüidade
do objetivo legislativo e argumentos sistemáticos indicam direções
distintas... Nesses e em outros casos de insuficiência dos argumentos
institucionais, a interpretação jurídica carece, em alguma medida,
de valorações substanciais.87 Então, para uma adequada motivação
jurídica, há que admitir o recurso a argumentos pragmáticos, éticos
e morais que enfeixam a pretensão de legitimidade das normas
jurídicas. Daí a afirmação de Habermas de que “a racionalidade do
direito não pode ser questão exclusiva do direito”.88
85 Cfr. ALEXY, Robert, Direito, razão..., op. cit., p. 73. HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia..., op. cit., vol. I, p. 287.86 Cfr. ALEXY, Robert, Direito, razão..., op. cit., p. 73. Para um enfoque crítico sobre a doutrina do caráter autopoiético do direito, conferir: NEVES, Marcelo, De la autopoiesis a la alapoiesis del Derecho, Edición digital: Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2005. Edición digital a partir de Doxa: Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 19, 1996, pp. 403-420.87 Cfr. ALEXY, Robert, Direito, razão..., op. cit., p. 73.88 Cfr. HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia..., op. cit., vol. II, p. 230.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 64 15/03/2012 02:25:26 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 65
Además de las premisas empíricas, las formas de argumentos
contienen premisas normativas que no se extraen sólo de la ley o de
otros materiales legislativos, como en los casos de interpretación his-
tórica, comparativa y teleológica, que presuponen la caracterización
de un determinado estado de cosas. Esto lleva al segundo aspecto
que interesa al objeto de este estudio: el atendimiento del requisi-
to de la saturación impone a la motivación judicial una apertura
necesaria –pero controlable– a argumentos prácticos generales.85
Si se pudiesen decidir todos los casos exclusivamente en virtud
de argumentos institucionales, el derecho sería un sistema cerrado,
autónomo o “autopoiético”.86 No raramente, sin embargo, los argu-
mentos lingüísticos terminan con la comprobación de un espacio se-
mántico, los argumentos genéticos fracasan en la ambigüedad del
objetivo legislativo y los argumentos sistemáticos indican direcciones
distintas... En esos y otros casos de insuficiencia de los argumentos
institucionales, la interpretación jurídica carece, en alguna medida,
de valoraciones substanciales.87 Entonces, para una adecuada moti-
vación jurídica, hay que admitir el recurso a argumentos pragmáticos,
éticos y morales que agrupan la pretensión de legitimidad de las
normas jurídicas. De ahí la afirmación de Habermas que “la raciona-
lidad del derecho no puede ser cuestión exclusiva del derecho”.88
85 Cfr. ALEXY, Robert, Direito, razão..., op. cit., p. 73; HABERMAS, Jürgen, Direito e demo-cracia..., op. cit., vol. I, p. 287.86 Cfr. ALEXY, Robert, Direito, razão..., op. cit., p. 73. Para un enfoque crítico sobre la doc-trina del carácter autopoiético del derecho, cfr. NEVES, Marcelo, “De la autopoiesis a la alapoiesis del Derecho” en Doxa: Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 19, 1996, pp. 403-420. Edición digital de la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, Alicante, 2005.87 Cfr. ALEXY, Robert, Direito, razão..., op. cit., p. 73.88 Cfr. HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia..., op. cit., vol. II, p. 230.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 65 15/03/2012 02:25:26 p.m.
66 Motivação judicial sob a perspectiva ética
Diferentemente dos argumentos institucionais, que se apoiam
mediata ou imediatamente na existência do sistema jurídico, os
argumentos práticos gerais tiram sua força somente da sua correção
quanto ao conteúdo. A autoridade do direito positivo, assim, leva
ao reconhecimento de uma primazia prima facie dos argumentos
institucionais diante dos argumentos práticos gerais. Quem
pretende fazer prevalecer um argumento prático geral em face
de um argumento institucional assume, portanto, uma carga de
motivação ceteris paribus mais pesada.89
O requisito da saturação assegura a racionalidade do uso dos
cânones. Ele exclui a simples afirmação de que um argumento possa
ser o resultado de um determinado critério de interpretação. Exigir
que se aduzam premissas empíricas ou normativas, cuja verdade ou
correção possa ser objeto de novas discussões, constitui um
obstáculo a que os participantes do discurso jurídico façam uso de
fórmulas vazias.90 A primazia prima facie dos argumentos
institucionais em face dos argumentos práticos gerais, por sua vez,
garante a vinculação dos participantes do discurso à ordem
normativa e, com isso, contribui à segurança jurídica.
b. A argumentação dogmática
A importância da dogmática é a de analisar conceitos jurídicos e
reconduzi-los a um sistema, possibilitando o exame da correção de
uma declaração. Existem dois critérios formais da qualidade de um
89 Cfr. ALEXY, Robert, Direito, razão..., op. cit., pp. 74-75.90 Cfr. ALEXY, Robert, Teoria de la argumentación..., op. cit., p. 236.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 66 15/03/2012 02:25:26 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 67
A diferencia de los argumentos institucionales, que se apoyan
mediata o inmediatamente en la existencia del sistema jurídico, los
argumentos prácticos generales le quitan su fuerza solamente de la
corrección con relación al contenido. La autoridad del derecho posi-
tivo, así, lleva al reconocimiento de una primacía prima facie de los
argumentos institucionales frente a los argumentos prácticos ge-
nerales. Quien pretende hacer prevalecer un argumento práctico
general frente a un argumento institucional asume, por lo tanto,
una carga de motivación ceteris paribus más pesada.89
El requisito de la saturación asegura la racionalidad del uso de
los cánones. Éste excluye la simple afirmación de que un argumento
pueda ser el resultado de un determinado criterio de interpretación.
Exigir que se presenten premisas empíricas o normativas, cuya ver-
dad o corrección pueda ser objeto de nuevas discusiones, constituye
un obstáculo para que los participantes del discurso jurídico hagan
uso de fórmulas vacías.90 La primacía prima facie de los argumentos
institucionales frente a los argumentos prácticos generales, a su vez,
garantiza la vinculación de los participantes del discurso a la orden
normativa y, con eso, contribuye a la seguridad jurídica.
b. La argumentación dogmática
La importancia de la dogmática reside en analizar conceptos jurídi-
cos y reconducirlos a un sistema, posibilitando el examen de la correc-
ción de una declaración. Existen dos criterios formales de la calidad
89 Cfr. ALEXY, Robert, Direito, razão..., op. cit., pp. 74-75.90 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación..., op. cit., p. 236.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 67 15/03/2012 02:25:27 p.m.
68 Motivação judicial sob a perspectiva ética
sistema argumentativo: a consistência e a coerência. A consistência
é um critério negativo. Ele está cumprido quando o sistema não
mostra nenhuma contradição. A coerência é um critério positivo.
Ele exige conexões positivas tão fortes quanto possível entre os
elementos do sistema.91
Dentre os critérios de coerência, destacam-se os relativos à
quantidade, à extensão e ao enlace das correntes de fundamentação.
A exigência de que uma declaração seja justificada pelo maior
número possível de declarações é uma aplicação do critério segundo
o qual quanto mais declarações de um sistema são fundamentadas
por outras declarações desse sistema, tanto mais coerente, ceteris
paribus, é o próprio sistema. O critério da extensão complementa o
da quantidade, ao exigir consideração não apenas ao número de
declarações apoiadoras de outra declaração, mas também ao
alcance ou dimensão das correntes de fundamentação que essas
múltiplas declarações formam. A questão do enlace das correntes
de fundamentação, por sua vez, diz respeito ao postulado da
generalidade. A exigência de correntes de fundamentação tão
extensas quanto possível implica a exigência por fundamentações
de declarações sempre mais gerais. Esse critério desdobra-se em dois.
Pelo primeiro, quanto mais correntes de fundamentação têm uma
premissa de partida comum, tanto mais coerente, ceteris paribus, é o
sistema. Assim, por exemplo, o princípio do Estado de Direito
fundamenta numerosos princípios que, por sua vez, são fundamentos
para outros princípios e para decisões particulares. Mas um enlace
pode ser produzido não só por uma premissa de partida comum,
91 Cfr. ALEXY, Robert, Constitucionalismo..., op. cit., p. 14.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 68 15/03/2012 02:25:27 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 69
de un sistema argumentativo: la consistencia y la coherencia. La con-
sistencia es un criterio negativo que se cumple cuando el sistema no
muestra ninguna contradicción. La coherencia es un criterio posi-
tivo que exige conexiones positivas tan fuertes como sea posible
entre los elementos del sistema.91
Dentro de los criterios de coherencia, destacan los relativos a la
cantidad, a la extensión y al enlace de las corrientes de fundamen-
tación. La exigencia de que una declaración se justifique por el ma-
yor número posible de declaraciones es una aplicación del criterio
según el cual mientras más declaraciones de un sistema estén fun-
damentadas por otras declaraciones de ese sistema, es más cohe-
rente, ceteris paribus, el propio sistema. El criterio de la extensión
complementa al de cantidad, al exigir consideración no sólo del nú-
mero de declaraciones que apoyen otra declaración, sino también
del alcance o dimensión de las corrientes de fundamentación que
forman esas múltiples declaraciones. La cuestión del enlace de las
corrientes de fundamentación, a su vez, se relaciona con el postu-
lado de generalidad. La exigencia de corrientes de fundamentación
tan extensas como sea posible implica la exigencia de fundamenta-
ciones de declaraciones siempre más generales. Ese criterio se divi-
de en dos. Primero, mientras más corrientes de fundamentación
tenga una premisa de partida común, es más coherente, ceteris pari-
bus, el sistema. Así, por ejemplo, el principio del Estado de Derecho
fundamenta numerosos principios que, a su vez, son fundamentos
para otros principios y para decisiones particulares. Pero un enlace
puede producirse no sólo por una premisa de partida común, sino
91 Cfr. ALEXY, Robert, Constitucionalismo..., op. cit., p. 14.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 69 15/03/2012 02:25:27 p.m.
70 Motivação judicial sob a perspectiva ética
mas também por uma conclusão comum de várias correntes de
fundamentação. Então, o segundo desdobramento do critério do
enlace é o de que um sistema é tão mais coerente quanto mais
correntes de fundamentação, ceteris paribus, têm uma conclusão comum.
Um exemplo poderia ser a reserva de lei para obrigar o particular a
algo, exigência que se fundamenta tanto pelo princípio da legalidade
da atuação administrativa, como pelo princípio democrático, em
sua cunhagem parlamentar-representativa, como também pelos
direitos fundamentais, sob a ótica da liberdade individual.92
Enunciados dogmáticos podem contribuir à motivação das decisões
judiciais quando cumprem certas condições. A primeira é a de que,
embora não se confundam com a simples descrição de codificações ou
compilação de precedentes, eles guardem relação com as normas
estabelecidas e com a jurisprudência. A segunda é a de que sua
inserção em um todo coerente possibilite fundamentar relações
de inferência entre conceitos jurídicos. A terceira é a de que enunciados de
uma dogmática sejam formados, fundamentados e comprovados no
âmbito de uma ciência do direito que funciona institucionalmente.93
A exigência de otimização da motivação, conectada à pretensão
de validez intersubjetiva dos discursos jurídicos, ordena que sejam
utilizados, tanto quanto possível, argumentos dogmáticos que
contribuam ao incremento da coerência da justificação da decisão
judicial.94
92 Cfr. ALEXY, Robert, Constitucionalismo..., op. cit., pp. 120-123.93 Sobre tais exigências, em profundidade, conferir: ALEXY, Robert, Teoria de la argumentación..., op. cit., pp. 244-246.94 Cfr. ALEXY, Robert, Constitucionalismo..., op. cit., p. 129.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 70 15/03/2012 02:25:27 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 71
también por una conclusión común de varias corrientes de funda-
mentación. Entonces, el segundo criterio del enlace es que un
sistema es mucho más coherente mientras más corrientes de fun-
damentación, ceteris paribus, tiene una conclusión común. Un ejemplo
podría ser la reserva de ley para obligar al particular a algo, exigencia
que se fundamenta tanto por el principio de la legalidad de la actua-
ción administrativa, como por el principio democrático, en su acu-
ñación parlamentario-representativa, así como también por los
derechos fundamentales, bajo la óptica de la libertad individual.92
Los enunciados dogmáticos pueden contribuir a la motivación de
las decisiones judiciales cuando cumplen ciertas condiciones. La pri-
mera es que, aunque no se confundan con la simple descripción de
codificaciones o compilación de precedentes, tienen relación con las
normas establecidas y con la jurisprudencia. La segunda es que su in-
serción en un todo coherente posibilite fundamentar relaciones de
inferencia entre conceptos jurídicos. La tercera es que enunciados
de una dogmática se formen, fundamenten y comprueben en el ám-
bito de una ciencia del derecho que funciona institucionalmente.93
La exigencia de optimización de la motivación, conectada a la
pretensión de validez intersubjetiva de los discursos jurídicos, orde-
na que se utilicen, tanto como sea posible, argumentos dogmáticos
que contribuyan al incremento de la coherencia de la justificación de
la decisión judicial.94
92 Cfr. ALEXY, Robert, Constitucionalismo..., op. cit., pp. 120-123.93 Sobre tales exigencias, en profundidad, cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación..., op. cit., pp. 244-246.94 Cfr. ALEXY, Robert, Constitucionalismo..., op. cit., p. 129.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 71 15/03/2012 02:25:27 p.m.
72 Motivação judicial sob a perspectiva ética
Argumentos dogmáticos podem ser utilizados sem que eles
próprios tenham que ser fundamentados. Isso se dá quando um
enunciado dogmático não é, em geral, posto em dúvida, por coincidir
com a opinião doutrinária dominante. Isso não sinaliza necessariamente
uma atitude acrítica. Mesmo em trabalhos dogmáticos críticos não é
possível fundamentar simultaneamente todos os enunciados
dogmáticos em que se apoia a discussão do problema. Contudo, tal
como ocorre no discurso jurídico acadêmico, também para o discurso
jurídico praticado no âmbito do processo vale a proposição de que
enunciados dogmáticos podem carecer de comprovação.95
O específico da comprovação dos enunciados dogmáticos é que
ela se dá sempre em face do sistema. Essa comprovação sistemática
diz respeito às relações que o enunciado em questão mantém com
o restante dos enunciados dogmáticos e com as formulações das
normas jurídicas tidas como vigente, seja sob o aspecto lógico
(comprovação sistemática em sentido estrito), seja segundo pontos
de vista práticos de tipo geral (comprovação sistemática em sentido
amplo). Contribui para a otimização do dever de motivação judicial,
portanto, aceitar a proposição de que todo enunciado dogmático
empregado em uma decisão judicial deva poder passar por uma
comprovação sistemática, tanto em sentido estrito como em
sentido amplo.96
c. A vinculação aos precedentes
O fundamento para o uso dos precedentes é a regra da
universalizabilidade, que ordena a adoção de um tratamento
95 Cfr. ALEXY, Robert, Teoria de la argumentación..., op. cit., p. 250.96 Cfr. Ibidem, pp. 251-254.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 72 15/03/2012 02:25:27 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 73
Los argumentos dogmáticos pueden utilizarse sin que ellos mis-
mos tengan que fundamentarse. Eso se da cuando un enunciado
dogmático, en general, no se pone en duda, por coincidir con la opi-
nión doctrinaria dominante. Esto no muestra necesariamente una
actitud acrítica. Incluso en trabajos dogmáticos críticos no es posible
fundamentar simultáneamente todos los enunciados dogmáticos en
los cuales se apoya la discusión del problema. Sin embargo, tal como
ocurre en el discurso jurídico académico, también para el discurso
jurídico, practicado en el ámbito del proceso, vale la proposición de
que enunciados dogmáticos pueden carecer de comprobación.95
Lo específico de la comprobación de los enunciados dogmáticos
es que se da siempre frente al sistema. Esa comprobación sistemáti-
ca se refiere a las relaciones que mantiene el enunciado en cuestión
con el resto de los enunciados dogmáticos y con las formulaciones
de las normas jurídicas consideradas vigentes, ya sea bajo el as-
pecto lógico (comprobación sistemática en sentido estricto), o según
puntos de vista prácticos de tipo general (comprobación sistemáti-
ca en sentido amplio). Contribuye a la optimización del deber de
motivación judicial, por lo tanto, aceptar la proposición de que todo
enunciado dogmático empleado en una decisión judicial deba poder
pasar por una comprobación sistemática, tanto en sentido estricto
como en sentido amplio.96
c. La vinculación a los precedentes
El fundamento para el uso de los precedentes es la regla de la univer-
salizabilidad, que ordena la adopción de un tratamiento igualitario
95 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación..., op. cit., p. 250.96 Cfr. Ibidem, pp. 251-254.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 73 15/03/2012 02:25:27 p.m.
74 Motivação judicial sob a perspectiva ética
igualitário para casos iguais. Conectada a essa razão está a ideia de
um sistema jurídico imparcial que faz a mesma justiça a todos,
independentemente de quem for parte no caso, e independentemente
de quem o estiver julgando. Fidelidade ao Estado de Direito requer
que se evite qualquer variação frívola no padrão decisório de um
Juiz ou corte para outro.97
O problema consiste, no mais das vezes, em identificar que
elementos são decisivos para considerar um caso igual a outro.
Quando há aplicação de um precedente, não é necessário motivar
novamente a conclusão que se quer fazer valer mais uma vez; mas
pode ser necessário motivar o juízo de irrelevância das diferenças98
entre o caso concreto e o caso paradigmático, especialmente
quando um participante do processo afirmar a existência de razões
para diferenciação entre um caso e outro.
A exigência de respeito aos precedentes sustenta-se com a
proposição de que uma decisão só pode ser modificada se se puderem
aduzir boas razões para tanto. Vale dizer, o precedente fala em favor
de uma determinada decisão, mas não impede absolutamente que
a solução do caso, desde que apoiada em novos argumentos, vá
encaminhada em outra direção. O que deve ser ressaltado, então, é
que quem pretende ir contra o precedente assume uma pesada
carga de argumentação.99
Duas técnicas de motivação possibilitam o proferimento de uma
decisão contrária ao precedente: a do distinguishing e a do overruling.
97 Cfr. MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado..., op. cit., p. 191.98 Cfr. ALEXY, Robert, Teoria de la argumentación..., op. cit., p. 262.99 Cfr. Ibidem, p. 263.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 74 15/03/2012 02:25:27 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 75
para casos iguales. Conectada a esa razón está la idea de un siste-
ma jurídico imparcial que hace la misma justicia para todos, indepen-
dientemente de quien tenga parte en el caso, e independientemente
de quien esté juzgando. La fidelidad al Estado de Derecho requiere
que se evite cualquier variación frívola en el patrón decisorio de un
Juez o corte a otro.97
El problema consiste, la mayoría de las veces, en identificar qué
elementos son decisivos para considerar un caso igual a otro. Cuando
se aplica un precedente, no es necesario motivar nuevamente la
conclusión que se quiere hacer valer otra vez; pero puede ser nece-
sario motivar el juicio de irrelevancia de las diferencias98 entre el caso
concreto y el caso paradigmático, especialmente cuando un partici-
pante del proceso afirme la existencia de razones para diferencia-
ción entre un caso y otro.
La exigencia de respeto a los precedentes se sustenta en la pro-
posición de que una decisión sólo puede modificarse si se pudieran
exponer buenas razones para esto. Cabe decir que, el precedente
habla en favor de una determinada decisión, pero no impide absoluta-
mente que la solución del caso, siempre que esté apoyada en nuevos
argumentos, se encamine en otra dirección. Lo que debe resaltarse,
entonces, es que quien pretende ir contra el precedente asume una
carga pesada de argumentación.99
Dos técnicas de motivación posibilitan el pronunciamiento de una
decisión contraria al precedente: la del distinguishing y el overruling.
97 Cfr. MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado..., op. cit., p. 191.98 Cfr. ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación..., op. cit., p. 262.99 Cfr. Ibidem, p. 263.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 75 15/03/2012 02:25:27 p.m.
76 Motivação judicial sob a perspectiva ética
A primeira serve para interpretar de forma estrita a norma que
apoia o precedente, mediante, por exemplo, a identificação de um
elemento do tipo normativo que não existe ou não está comprovado
no caso a decidir. Com isso, o reconhecimento da validez geral
do precedente permanece. A segunda, por sua vez, não se limita a
deixar de aplicar o precedente, já que se fundamenta no rechaço de
sua validez geral.100 No caso de distinguishing, e sobretudo no caso
de overruling, exige-se motivação ceteris paribus mais extensa que a
mera aplicação do precedente.101
2. Motivação das questões de fato
a. Critérios de confirmação e refutação de uma hipótese fática
A ideia de pretensão de correção do direito contém, em si, a ideia
da pretensão de uma reconstrução correta do estado de coisas
relevante para a decisão judicial. Por isso, embora se deva exigir do
Juiz a consciência dos limites que a reconstrução de um estado de
coisas enfrenta no âmbito judicial, o conhecimento judicial sobre a
matéria fática deve ter sempre a verdade como norte.
Afastado o ceticismo que subjaz às correntes que identificam
a racionalidade com o método dedutivo, mas sem desconsiderar
o caráter relativo e contextualizado da verdade processual, a
aceitabilidade do conhecimento obtido no processo deve ser
construída a partir do conceito de probabilidade, que permite
100 Cfr. Ibidem, p. 266.101 Sobre os critérios argumentativos que, sob a ótica do dever de responsabilidade institucional, deveriam ser considerados nos casos de overruling, ver Capítulo 4.4, infra.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 76 15/03/2012 02:25:27 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 77
La primera sirve para interpretar de forma estricta la norma que
apoya el precedente, mediante, por ejemplo, la identificación de un
elemento de tipo normativo que no existe o no está comprobado en el
caso a decidir. Con esto, permanece el reconocimiento de la validez
general del precedente. La segunda, a su vez, no se limita a dejar de
aplicar el precedente, ya que se fundamenta en el rechazo de su vali-
dez general.100 En el caso de distinguishing, y sobre todo en el caso de
overruling, se exige motivación ceteris paribus más extensa que la
simple aplicación del precedente.101
2. Motivación de las cuestiones de facto
a. Criterios de confirmación y refutación de una hipótesis fáctica
La idea de pretensión de corrección del derecho contiene, en sí, la idea
de la pretensión de una reconstrucción correcta del estado de cosas
relevante para la decisión judicial. Por eso, aunque se deba exigir del
Juez la consciencia de los límites que la reconstrucción de un estado
de cosas enfrenta en el ámbito judicial, el conocimiento judicial sobre
la materia fáctica debe tener siempre a la verdad como guía.
Distanciada del escepticismo que subyace a las corrientes que
identifican a la racionalidad con el método deductivo, pero sin des-
considerar el carácter relativo y contextualizado de la verdad pro-
cesal, la aceptabilidad del conocimiento obtenido en el proceso
debe construirse a partir del concepto de probabilidad, que permite
100 Cfr. Ibidem, p. 266.101 Sobre los criterios argumentativos que, bajo la óptica del deber de responsabilidad institucional, deberían considerarse en los casos de overruling, ver Capítulo 4.4, infra.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 77 15/03/2012 02:25:27 p.m.
78 Motivação judicial sob a perspectiva ética
conceber a fixação judicial dos fatos como uma atividade racional,
ainda que se trate de uma racionalidade incapaz de oferecer certezas
incondicionadas.102
Um modelo de probabilidade adequado ao processo judicial é
aquele em que o juízo sobre os fatos é justificável mediante
procedimentos que permitam aferir o grau de confirmação fornecido
pelas provas existentes a respeito de um enunciado fático e, com
isso, afirmar ou rejeitar a aptidão do grau de confirmação obtido
para dar um fato como provado. Em tal modelo cognoscitivista, o
reconhecimento da correção de um enunciado fático depende,
portanto, da qualidade das inferências que as provas autorizam
realizar e de sua resistência às contraprovas.
É sob tais bases que se deve compreender aquilo que a doutrina
processual chama de “livre convencimento” ou “livre valoração
da prova”. Em um modelo de estabelecimento dos fatos que se
funda em uma aproximação tão alta quanto possível da verdade,
não há espaço para valorações formais predeterminadas por um
juízo superior e prévio ao do próprio julgador, tal como nos sistemas
de prova legal.103 A valoração antecipada das provas, por meio de
normas jurídicas abstratas, vulneraria o objetivo de busca da
102 GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos en el derecho..., op. cit., p. 49.103 Sobre o sistema inquisitório da prova legal como intento original de minimizar arbitrariedades, convém transcrever trecho da lição de Hassemer: “Certamente a regulamentação legal da prova era conduzida por uma desconfiança saudável contra os penalistas e formuladas, como diríamos hoje, com a boa intenção de ‘racionalizar’ o processo de produção dos fatos; certamente ela foi, à sua época, uma resposta inteiramente correta contra um direito inseguro, arbitrário e disperso, que produzia espontaneamente violações ao direito. No entanto, a regulamentação legal da prova, de sua parte, causou lesões sistemáticas ao Direito. Ela perdeu de vista os fatores que são
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 78 15/03/2012 02:25:27 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 79
concebir la fijación judicial de los hechos como una actividad racio-
nal, aunque se trate de una racionalidad incapaz de ofrecer certezas
incondicionadas.102
Un modelo de probabilidad adecuado al proceso judicial es aquél
en que el juicio sobre los hechos es justificable mediante proce-
dimientos que permitan exponer el grado de confirmación pro-
porcionado por las pruebas existentes relativas a un enunciado
fáctico y, con eso, afirmar o rechazar la aptitud del grado de confir-
mación obtenido para dar un hecho como probado. En tal modelo
cognoscitivista, el reconocimiento de la corrección de un enunciado
fáctico depende, por lo tanto, de la calidad de las inferencias que las
pruebas autorizan realizar y de su resistencia a las contrapruebas.
Bajo tales bases se debe comprender aquello que la doctrina pro-
cesal llama “libre convencimiento” o “libre valoración de la prueba”.
En un modelo de establecimiento de los hechos que se funda en una
aproximación a la verdad tan grande como sea posible, no hay es-
pacio para valoraciones formales predeterminadas por un juicio
superior y previo al del propio juzgador, tal como en los sistemas de
prueba legal.103 La valoración anticipada de las pruebas, por medio
de normas jurídicas abstractas, vulneraría el objetivo de búsqueda de
102 GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos en el derecho..., op. cit., p. 49.103 Sobre el sistema inquisitorio de la prueba legal como intento original de minimizar ar-bitrariedades, conviene transcribir el segmento de la enseñanza de Hassemer: “Ciertamen-te la reglamentación legal de la prueba era conducida por una desconfianza saludable contra los penalistas y formuladas, como diríamos hoy, con la buena intención de ‘raciona-lizar’ el proceso de producción de los hechos; ciertamente fue, en su época, una respuesta enteramente correcta contra un derecho inseguro, arbitrario y disperso, que producía espontáneamente violaciones al derecho. Sin embargo, la reglamentación legal de la prue-ba, por su parte, le causó lesiones sistemáticas al Derecho. Esta perdió de vista los factores
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 79 15/03/2012 02:25:27 p.m.
80 Motivação judicial sob a perspectiva ética
verdade próprio de um modelo cognoscitivista. Se se admite que os
meios de prova garantem resultados apenas prováveis, é possível
que, em um caso concreto, o grau de probabilidade alcançado por
uma determinada prova resulte insuficiente para justificar
racionalmente uma decisão, mesmo que o legislador lhe haja
atribuído um valor específico.104
Da mesma forma, também não se afiguraria compatível com o
modelo cognoscitivista aceitar que a fixação judicial dos fatos
ocorra sem a sujeição a critérios ou controles de qualquer tipo, como
no sistema da íntima convicção.105 Se se entendesse que a avaliação
das provas é completamente livre, o convencimento do julgador
em nada se afastaria de uma experiência mística ou extática,106 e
então não se poderia mais falar de uma atividade racional.
Disso resulta que o livre convencimento racional, embora repila
valorações predeterminadas, não implica uma total refração a
eficazes na formação da convicção humana, o papel da pré-compreensão na compreensão, na medida em que, por um lado, eles proibiam ao Juiz uma condenação quando ele não tinha ou uma confissão ou duas boas testemunhas, mas, por outro lado, se satisfaziam com uma boa testemunha pela imposição de tortura.” (HASSEMER, Winfried, Introdução..., op. cit., p. 166). No mesmo sentido: IBAÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração..., op. cit., pp. 88-89.104 Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos en el derecho..., op. cit., pp. 157-158.105 No sistema da íntima convicção, há uma propensão a “reduzir a atividade cogniscitiva do Juiz a um fenômeno de pura consciência, que se exaure no plano íntimo e imprescrutável da mera subjetividade”. NOBILI, Massimo, Il principio del libero convincimento del giudice, Milano: Giuffrè, 1974, p. 7. Apud KNIJNIK, Danilo. “Os standards do convencimento judicial: paradigmas para seu eventual controle”. Revista Forense, Rio de Janeiro, n. 353, pp. 15-52, jan./fev. 2001. Embora ainda existam resquícios do sistema da íntima convicção em procedimentos como o do tribunal do júri, por exemplo, pode-se argumentar contrariamente a um tal modelo, mesmo sob o ponto de vista do direito probatório vigente, pois o que importa é a tendência geral do sistema. Nesse sentido: VARELA, Casimiro, Valoración de la prueba, 2a. ed., Buenos Aires: Astrea, 1999, p. 154. 106 Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos en el derecho..., op. cit., p. 159.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 80 15/03/2012 02:25:27 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 81
la verdad propio de un modelo cognoscitivista. Si se admite que los
medios de prueba garantizan resultados apenas probables, es posi-
ble que, en un caso concreto, el grado de probabilidad alcanzado
por una determinada prueba resulte insuficiente para justificar ra-
cionalmente una decisión, aunque el legislador le haya atribuido un
valor específico.104
De la misma forma, tampoco parecería compatible con el mode-
lo cognoscitivista aceptar que la fijación judicial de los hechos
ocurra sin la sujeción a criterios o controles de cualquier tipo, como
en el sistema de la íntima convicción.105 Si se entiende que la evalua-
ción de las pruebas es completamente libre, el convencimiento del
juzgador nada se distanciaría de una experiencia mística o extática,106
y entonces no se podría hablar más de una actividad racional.
De ahí resulta que el libre convencimiento racional, aunque apar-
te valoraciones predeterminadas, no implica una total desviación
que son eficaces en la formación de la convicción humana, el papel de la pre-comprensión en la comprensión, en la medida en que, por un lado, ellos le prohibían al Juez una con-denación cuando él no tenía o una confesión o dos testigos buenos, pero, por otro lado, quedaban satisfechos con un buen testigo por la imposición de tortura.” HASSEMER, Winfried, Introdução..., op. cit., p. 166. En el mismo sentido cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração..., op. cit., pp. 88-89.104 Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos en el derecho..., op. cit., pp. 157-158.105 En el sistema de la íntima convicción, hay una propensión a “reducir la actividad cog-noscitiva del Juez a un fenómeno de pura consciencia, que se agota en el plano íntimo e inescrutable de la mera subjetividad”. NOBILI, Masimo, Il principio del libero convincimento del giudice, Giuffrè, Milano, 1974, p. 7, citado por KNIJNIK, Danilo, “Os standards do conven-cimento judicial: paradigmas para seu eventual controle”, Revista Forense, n. 353, Rio de Janeiro, enero-febrero 2001, pp. 15-52. Aunque todavía existan resquicios del sistema de la íntima convicción en procedimientos como el del tribunal del jurado, por ejemplo, se puede argumentar contrariamente a tal modelo, aún bajo el punto de vista del derecho probatorio vigente, pues lo que importa es la tendencia general del sistema. En ese sentido: VARELA, Casimiro, Valoración de la prueba, 2a. ed., Astrea, Buenos Aires, 1999, p. 154. 106 Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos en el derecho..., op. cit., p. 159.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 81 15/03/2012 02:25:27 p.m.
82 Motivação judicial sob a perspectiva ética
regras, notadamente àquelas hauridas da experiência forense e
enriquecidas, mediante uma adequada cooperação interdisciplinar,
com o trabalho da doutrina.
Merece menção, nessa trilha, a lição de Marina Gascón de que
a probabilidade indutiva de uma hipótese aumenta ou diminui
conforme: (1) o fundamento cognoscitivo e o grau de probabilidade
alcançável pelas generalizações usadas, já que a aceitabilidade de uma
proposição seria diretamente proporcional ao fundamento e ao grau
de probabilidade expressado pelas generalizações ou máximas de
experiência usadas na confirmação;107 (2) a qualidade epistêmica das
provas que as confirmam, pois a probabilidade de um enunciado fático
seria tendencialmente maior quando confirmada por “conclusões”
e “constatações” que quando confirmada por “hipóteses”;108 (3) o
número de passos inferenciais que compõem a cadeia de confirmação,
porquanto uma proposição seria tanto mais provável quanto menor
for o número de passos que compõem o procedimento probatório
que conduz à sua confirmação; e (4) a quantidade e a variedade de
provas ou confirmações, porquanto a probabilidade de uma hipótese
aumentaria com a quantidade e a variedade das provas que a
confirmam.109
107 Deve se ter em mente que, enquanto algumas máximas de experiência expressam relações seguras ou precisas, outras expressam generalizações muito discutíveis. Ademais, enquanto algumas delas possuem um fundamento cognoscitivo sólido (como as que se originam da difusão de conhecimentos naturais ou científicos), outras padecem de fundamento suficiente (como as que reproduzem preconceitos disseminados no meio social). Cabe ao Juiz, portanto, avaliar criteriosamente o fundamento cognoscitivo e o grau de probabilidade que as generalizações utilizadas estão aptas a expressar. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., p. 180.108 Para os fins deste trabalho, “constatações” são as provas que forem o resultado de uma observação direta, como um testemunho presencial; “conclusões” são as provas que houverem sido obtidas pelo método dedutivo, como a maioria das provas científicas; “hipóteses” são, aqui, as provas obtidas pelo método indutivo. Cfr. Ibidem, p. 181.109 Cfr. Ibidem, p. 180.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 82 15/03/2012 02:25:27 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 83
de las reglas, en particular de aquellas extraídas de la experiencia
forense y enriquecidas, mediante una adecuada cooperación inter-
disciplinar, con el trabajo de la doctrina.
Merece mención, en esa línea, la enseñanza de Marina Gascón de
que la probabilidad inductiva de una hipótesis aumenta o disminuye
de acuerdo a: (1) el fundamento cognoscitivo y el grado de probabilidad
alcanzable por las generalizaciones usadas, ya que la aceptabilidad de
una proposición sería directamente proporcional al fundamento y al
grado de probabilidad expresado por las generalizaciones o máxi-
mas de experiencia usadas en la confirmación;107 (2) la calidad episté-
mica de las pruebas que las confirman, pues la probabilidad de un
enunciado fáctico sería tendencialmente mayor cuando esté confir-
mada por “conclusiones” y “constataciones” que cuando esté con-
firmada por “hipótesis”;108 (3) el número de pasos inferenciales que
componen la cadena de confirmación, visto que una proposición
sería mucho más probable mientras menor sea el número de pasos
que componen el procedimiento probatorio que conduce a la confir-
mación; y (4) la cantidad y la variedad de pruebas o confirmaciones, ya
que la probabilidad de una hipótesis aumentaría con la cantidad y
la variedad de las pruebas que la confirman.109
107 Debe tenerse en mente que, mientras algunas máximas de experiencia expresan re-laciones seguras o precisas, otras expresan generalizaciones muy discutibles. Además, mientras algunas de ellas poseen un fundamento cognoscitivo sólido (como las que se originan en la difusión de conocimientos naturales o científicos), otras padecen de funda-mento suficiente (como las que reproducen prejuicios diseminados en el medio social). Cabe al Juez, por lo tanto, evaluar criteriosamente el fundamento cognoscitivo y el grado de probabilidad que las generalizaciones utilizadas están aptas a expresar. Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., p. 180.108 Para los fines de este trabajo, las “constataciones” son las pruebas que sean el resul-tado de una observación directa, como un testigo presencial; las “conclusiones” son las pruebas que hayan sido obtenidas por el método deductivo, como la mayoría de las prue-bas científicas; las “hipótesis” son, aquí, las pruebas obtenidas por el método induc-tivo. Cfr. Ibidem, p. 181.109 Cfr. Ibidem, p. 180.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 83 15/03/2012 02:25:27 p.m.
84 Motivação judicial sob a perspectiva ética
Aos critérios de confirmação, expostos acima sem pretensão
de exaurir o tema, devem-se associar procedimentos que
permitam refutar um enunciado sobre os fatos. Não basta que uma
afirmação seja confirmada por determinadas provas –é igualmente
necessário submetê-las a tentativas de falsificação, ou seja, verificar
se não há outras provas que a contradigam.110 Uma única prova
contrária à proposição fática pode ser suficiente para desfazer
a força confirmatória de um amplo conjunto de provas que a
apoiariam. Para dar uma hipótese como provada, portanto,
é preciso que, além de se apoiar em provas de confirmação, ela seja
resistente a provas de refutação existentes no processo.111
Sob a perspectiva da excelência judicial, a motivação dos fatos
deve apresentar tanto razões relativas à aplicação de critérios de
confirmação como razões relativas à aplicação de critérios
de refutação. Ainda que o dever de fundamentação não seja
propriamente uma garantia epistêmica, ele indiretamente cumpre
esse papel,112 na medida em que permite o controle possível de
ser exercido sobre o convencimento judicial a respeito dos fatos.
b. A estrutura da fundamentação sobre a matéria fática
A questão relativa a como deve se estruturar a justificação dos
enunciados fáticos remete a dois estilos, técnicas ou modelos de
110 Cfr. IACOVELLO, Francesco Mauro, “La testimonanza auditiva posta a base di una condanna all’ergastolo. Brevi viaggio all’interno della struttura della motivazione e della logica di un processo di parti. Cassazione Penale, 33 (2): 1271, 1992. Apud GOMES FILHO, Antonio Magalhães, A motivação das decisões penais, São Paulo, Revista dos Tribunais, 2001, p. 177.111 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração da prova..., op. cit., p. 97.112 Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., p. 199.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 84 15/03/2012 02:25:27 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 85
A los criterios de confirmación, expuestos anteriormente sin pre-
tensión de agotar el tema, deben asociarse procedimientos que
permitan refutar un enunciado sobre los hechos. No basta que una
afirmación se confirme por determinadas pruebas –es igualmente
necesario someterlas a tentativas de falsificación, o sea, verificar
que no haya otras pruebas que la contradigan.110 Una única prueba
contraria a la proposición fáctica puede ser suficiente para deshacer
la fuerza confirmatoria de un amplio conjunto de pruebas que la
apoyarían. Para dar una hipótesis como probada, por lo tanto, es
necesario que, además de apoyarse en pruebas de confirmación,
sea resistente a pruebas de refutación existentes en el proceso.111
Bajo la perspectiva de la excelencia judicial, la motivación de los
hechos debe presentar tanto razones relativas a la aplicación de cri-
terios de confirmación como razones relativas a la aplicación de
criterios de refutación. Aunque el deber de fundamentación no sea
propiamente una garantía epistémica, cumple indirectamente ese
papel,112 en la medida en que permite el control posible de ejercer-
se sobre el convencimiento judicial correspondiente a los hechos.
b. La estructura de la fundamentación sobre la materia fáctica
La cuestión relativa a cómo debe estructurarse la justificación de los
enunciados fácticos remite a dos estilos, técnicas o modelos de
110 Cfr. IACOVELLO, Francesco Mauro, “La testimonanza auditiva posta a base di una condanna all’ergastolo. Brevi viaggio all’interno della struttura della motivazione e della logica di un processo di parti”, Cassazione Penale, 33 (2), 1271, 1992, referido por GOMES FILHO, Antonio Magalhães, A motivação das decisões penais, Revista dos Tribunais, São Paulo, 2001, p. 177.111 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração de la prova..., op. cit., p. 97.112 Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., p. 199.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 85 15/03/2012 02:25:27 p.m.
86 Motivação judicial sob a perspectiva ética
motivar sobre os quais a doutrina sói debater. No modelo holista,
a motivação consiste em uma exposição conjunta dos fatos por
meio de um relato que os põe em conexão narrativa. No modelo
analítico, a motivação é estruturada em uma exposição
pormenorizada de todas as provas produzidas, do valor probatório
que o Juiz lhes confere e da cadeia de inferências que conduzem
ao convencimento judicial.113
A deficiência do modelo holístico consiste em permitir que o
relato se apoie na simples declaração apodíctica de certos fatos
como provados.114 No mais das vezes, o relato globalizante pressupõe
a verdade dos enunciados que o compõem, de modo que sua adoção
favorece o risco de uma decisão insuficientemente fundamentada.115
Sob uma prática jurisdicional ainda fortemente impregnada pela
invocação da imediação116 e da valoração conjunta da prova117 como
113 Cfr. Ibidem, p. 224.114 Cfr. IBÁÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração da prova..., op. cit., p. 103; GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., p. 225.115 Cfr. Idem.116 A imediação consiste no contato direto do Juiz com as fontes de prova, em particular as de caráter pessoal. Sua função visa a garantir que a relação dos sujeitos processuais, entre si e com os elementos probatórios, não seja mediada por terceiros e se mantenha, portanto, livre de interferências. Ela tem, certamente, um importante papel no modelo de compreensão cênica do processo, sobretudo ao impedir que o Juiz utilize em seu julgamento provas obtidas por outros sujeitos e em outros momentos processuais, as quais seriam passíveis de repetição. Contudo, a maneira de compreender a imediação vem sendo freqüentemente contaminada por uma concepção irracionalista do princípio do livre convencimento. Se este for entendido apenas como a captação emocional ou intuitiva daquilo que é objeto da atividade probatória, a valoração das declarações colhidas pelo Juiz sequer poderia ser justificável e fiscalizável. Sobre o assunto, cfr. Ibidem, p. 198.117 Não se nega, aqui, a importância da valoração conjunta da prova na fixação judicial dos fatos. É certo que quanto mais intensa for a conexão dos indícios que apoiam um enunciado fático, maior será, ceteris paribus, o grau de confirmação da respectiva hipótese. O que não se pode admitir é o emprego da expressão “valoração conjunta” à guisa de artifício retórico para dissimular a ausência de uma fundamentação adequada.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 86 15/03/2012 02:25:27 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 87
motivar sobre los cuales la doctrina suele debatir. En el modelo
holista, la motivación consiste en una exposición conjunta de los
hechos por medio de un relato que los pone en conexión narrativa.
En el modelo analítico, la motivación es estructurada en una expo-
sición pormenorizada de todas las pruebas producidas, del valor
probatorio que el Juez les confiere y de la cadena de inferencias que
conducen al convencimiento judicial.113
La deficiencia del modelo holístico consiste en permitir que el
relato se apoye en la simple declaración apodíctica de ciertos
hechos como probados.114 La mayoría de las veces, el relato globa-
lizante presupone la verdad de los enunciados que lo componen, de
modo que su adopción favorece el riesgo de una decisión insufi-
cientemente fundamentada.115 Bajo una práctica jurisdiccional
todavía fuertemente impregnada por la invocación de la inmedia-
ción116 y de la valoración conjunta de la prueba117 como recursos retóricos
113 Cfr. Ibidem, p. 224.114 Cfr. IBÁÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração de la prova..., op. cit., p. 103; GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., p. 225.115 Cfr. Idem.116 La inmediación consiste en el contacto directo del Juez con las fuentes de prueba, en particular las de carácter personal. Su función consiste en garantizar que la relación de los sujetos procesales, entre si y con los elementos probatorios, no sea mediada por terceros y se mantenga, por lo tanto, libre de interferencias. Ella tiene, ciertamente, un importante papel en el modelo de comprensión escénica del proceso, sobre todo al impedir que el Juez utilice en su juzgamiento pruebas obtenidas por otros sujetos y en otros momentos proce-sales, las cuales serían suceptibles de repetición. Sin embargo, la manera de comprender la inmediación viene siendo frecuentemente contaminada por una concepción irracionalista del principio del libre convencimiento. Si este se entiende sólo como la captación emo-cional o intuitiva de aquello que es objeto de la actividad probatoria, la valoración de las declaraciones recogidas por el Juez ni siquiera podría ser justificable y verificable. Sobre el asunto, cfr. Ibidem, p. 198.117 No se niega, aquí, la importancia de la valoración conjunta de la prueba en la fijación judicial de los hechos. Es cierto que mientras más intensa sea la conexión de los indicios que apoyan un enunciado fáctico, mayor será, ceteris paribus, el grado de confirmación de la respectiva hipótesis. Lo que no se puede admitir es el empleo de la expresión “valoración
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 87 15/03/2012 02:25:27 p.m.
88 Motivação judicial sob a perspectiva ética
recursos retóricos supostamente suficientes para a justificação
do convencimento judicial, esse perigo tende a se potencializar de
forma não-desprezível.
O dever de maximização da motivação reclama, portanto,
a utilização de uma estruturação analítica,118 cuja observância
permite, de modo mais eficiente, obstaculizar a entrada furtiva
de elementos de informação inaceitáveis ou insuficientemente
justificados na decisão, bem como controlar as inferências que
compõem a cadeia de justificação do convencimento judicial.119
Nesse sentido parece se inclinar o Código Modelo, ao enunciar,
no art. 23: “Em matéria de fatos o Juiz deve proceder com rigor
analítico no tratamento do quadro de provas. Deve mostrar, em
concreto, o que proporciona cada meio de prova, para depois
efetuar uma apreciação no seu conjunto.”
Deveras, pelo modelo analítico, o resultado de cada meio
de prova deve ser considerado, primeiramente, em sua
individualidade, como se fosse o único.120 Com esse exame inicial
É preciso que o Juiz, em sua decisão, identifique as provas consideradas em seu convencimento e exponha as razões por que a valoração destas se encaminha em favor da confirmação ou da refutação do fato principal ou de fatos secundários cuja comprovação for relevante para o desfecho do processo. Dizer simplesmente que a valoração conjunta das provas levou ao convencimento, sem a indicação das razões que justificam essa afirmação, implica incorrer na falácia da petição de princípio, pela qual o falante apoia uma demonstração sobre a própria afirmação que pretendia demonstrar.118 Cfr. Ibidem, p. 225. Sobre a maior compatibilidade da motivação analítica com o modelo cognoscitivista, aduz Taruffo que “la diferencia entre el método holista y el método analítico parece situarse en que el prmeiro otorga preferencia a una perspectiva psicológica mientras que el segundo se basa en una análisis racional del juicio; el método analítico, además, tiende a explicita y razcionalizar lo que la concepción holista deja genérico e implícito”. TARUFFO, Michele, La prueba..., op. cit., p. 309. 119 Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., p. 226. 120 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração da prova..., op. cit., p. 42.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 88 15/03/2012 02:25:27 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 89
supuestamente suficientes para la justificación del convencimiento
judicial, ese peligro tiende a potencializarse de forma considerable.
El deber de maximización de la motivación reclama, por lo tanto,
la utilización de una estructuración analítica,118 cuya observancia
permite, de modo más eficiente, obstaculizar la entrada furtiva de
elementos de información inaceptables o insuficientemente justifi-
cados en la decisión, así como controlar las inferencias que compo-
nen la cadena de justificación del convencimiento judicial.119 En ese
sentido parece inclinarse el Código Modelo, al enunciar, en el art. 23:
“En materia de hechos el Juez debe proceder con rigor analítico en
el tratamiento del marco de pruebas. Debe mostrar, en concreto, lo
que proporciona cada medio de prueba, para después efectuar una
apreciación en su conjunto.”
Realmente, por el modelo analítico, el resultado de cada medio
de prueba debe ser considerado, primeramente, en su individuali-
dad, como si fuera el único.120 Con ese examen inicial no se pretende
conjunta” a manera de artificio retórico para disimular la ausencia de una fundamentación adecuada. Es necesario que el Juez, en su decisión, identifique las pruebas consideradas en su convencimiento y exponga las razones de por qué la valoración de estas se encamina en favor de la confirmación o de la refutación del hecho principal o de hechos secundarios cuya comprobación sea relevante para la conclusión del proceso. Decir simplemente que la valo-ración conjunta de las pruebas llevó al convencimiento, sin la indicación de las razones que justi fican esa afirmación, implica incurrir en la falacia de la petición de principio, por la cual el hablante apoya una demostración sobre la propia afirmación que pretendía demostrar.118 Cfr. Ibidem, p. 225. Sobre la mayor compatibilidad de la motivación analítica con el mo-delo cognoscitivista, aduce Taruffo que “la diferencia entre el método holista y el método analítico parece situarse en que el primero otorga preferencia a una perspectiva psi-cológica mientras que el segundo se basa en un análisis racional del juicio; el método ana-lítico, además, tiende a explicitar y racionalizar lo que la concepción holista deja genérico e implícito”. TARUFFO, Michele, La prueba..., op. cit., p. 309. 119 Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., p. 226. 120 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, Valoração de la prova..., op. cit., p. 42.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 89 15/03/2012 02:25:28 p.m.
90 Motivação judicial sob a perspectiva ética
não se pretende extrair o valor definitivo de cada um dos meios
examinados –tarefa que somente se completa quando se colocam
uns em face dos outros–, mas assegurar que poderá servir como
meio de prova apenas aquilo que tiver aptidão jurídica e
epistêmica para apoiar racionalmente a justificação de uma
hipótese. A seleção dos meios de prova (qualificação do que pode ser
um meio idôneo), deve preceder à interpretação dos elementos de
prova (determinação do significado da informação obtida dos
meios de prova) e à valoração desses elementos de prova (atribuição
da sua força de convencimento). O enfrentamento transparente de
questões problemáticas sobre quais meios de prova podem ser
justificados favorece a que sejam excluídos do convencimento
judicial o que for inaceitável sob o aspecto jurídico (v.g., provas
repetíveis produzidas com ofensa ao contraditório) e epistêmico
(v.g., provas de “ouvir dizer”).
A chamada valoração conjunta, bem entendida, deve se dar
em um momento posterior à seleção dos meios de prova e à
interpretação do seu resultado parcial, quando os elementos
probatórios aptos a integrar a fundamentação da decisão são
avaliados mediante consideração recíproca.121 Essa interferência
mútua pode levar a que eles se excluam, se complementem ou se
121 “Isto não quer dizer que no curso da análise deva/possa prescindir-se da perspectiva global do quadro probatório. De forma natural o resultado de cada meio probatório irá produzindo seu efeito na consciência do Juiz, lhe dará um grau de informação, gerando um estado de conhecimento aberto à integração de novos dados precedentes dos restantes meios de prova. Mas é inescusável que em algum momento cada um destes seja analisado como se fosse o único disponível para avaliá-lo de forma individualizada. Só uma vez examinado desse modo o resultado da totalidade da prova proposta, deverá o julgador proceder de forma reflexiva à avaliação global do mesmo”. Ibidem, p. 44.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 90 15/03/2012 02:25:28 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 91
extraer el valor definitivo de cada uno de los medios examinados
–tarea que solamente se completa cuando se colocan unos frente a
los otros–, sino asegurar que podrá servir como medio de prueba
sólo aquello que tenga aptitud jurídica y epistémica para apoyar
racionalmente la justificación de una hipótesis. La selección de los
medios de prueba (calificación de lo que puede ser un medio idó-
neo), debe preceder a la interpretación de los elementos de prueba
(determinación del significado de la información obtenida de los
medios de prueba) y a la valoración de esos elementos de prueba
(atribución de la fuerza de convencimiento). El enfrentamiento
transparente de cuestiones problemáticas sobre los medios de prue-
ba que pueden ser justificados favorece que sean excluidos del con-
vencimiento judicial lo que sea inaceptable bajo el aspecto jurídico
(v.g., pruebas repetibles producidas con ofensa al contradictorio) y
epistémico (v.g., pruebas de “escuchar decir”).
La llamada valoración conjunta, bien entendida, debe darse en
un momento posterior a la selección de los medios de prueba y a la
interpretación de su resultado parcial, cuando los elementos proba-
torios aptos para integrar la fundamentación de la decisión son
evaluados mediante consideración recíproca.121 Esa interferen-
cia mutua puede llevar a que se excluyan, se complementen o se
121 “Esto no quiere decir que en el curso del análisis se deba/pueda prescindir de la perspectiva global del marco probatorio. De forma natural el resultado de cada medio probatorio producirá su efecto en la consciencia del Juez, le dará un grado de información, generando un estado de conocimiento abierto a la integración de nuevos datos preceden-tes de los restantes medios de prueba. Pero es inexcusable que en algún momento cada uno de estos se analice como si fuera el único disponible para evaluarlo de forma indivi-dualizada. Sólo una vez examinado de ese modo el resultado de la totalidad de la prueba propuesta, el juzgador deberá proceder de forma reflexiva a la evaluación global del mismo”. Ibidem, p. 44.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 91 15/03/2012 02:25:28 p.m.
92 Motivação judicial sob a perspectiva ética
mantenham neutros entre si. Dessa apreciação conjunta da prova
exsurge o grau de confirmação definitivo da hipótese levantada
no processo.
A preferibilidade do modelo analítico avulta diante da
inevitável importância das provas indiretas122 ou indiciárias123 para
o convencimento judicial. A motivação holista parece compatível
com a corrente pelas qual os requisitos da gravidade, precisão
e concordância das provas indiciárias possam ser exigidos ou
considerados mediante uma análise global, não precedida de
uma avaliação individualizada de cada uma delas. De seu turno, a
motivação analítica permite a adoção do entendimento pelo qual
somente aquelas provas indiciárias que, isoladamente consideradas,
são certas em seu ponto de partida (requisito da precisão do indício
122 Se a distinção entre prova direta e indireta se funda no caráter mediato ou imediato do conhecimento dos fatos que se provam, todas as provas sobre fatos passados são indiretas (ou indiciárias). O conhecimento judicial nunca se dá pela observação imediata do fato a que o enunciado se refere, e sim por meio de um processo inferencial que permite chegar a um fato a partir de outro. Contudo, se em vez de tratar do procedimento probatório (contexto do descobrimento), se quiser fazer uma classificação sob a base do resultado obtido por meio de tal procedimento (contexto da justificação), pode-se dizer que uma prova (asserção justificada) é direta se versa sobre o fato principal, e indireta se versa sobre um fato secundário que pode levar ao conhecimento do fato principal mediante outro procedimento probatório. Mesmo sob esta segunda classificação, que dá algum sentido à distinção entre provas diretas e indiretas, deve ser reconhecida a grande importância das provas indiretas para a comprovação dos fatos no processo. Sobre esses e outros possíveis critérios para diferenciação de provas diretas e indiretas, ver: GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., pp. 86-93.123 O termo “indício” pode ser utillizado em pelo menos três acepções: a) como sinônimo de presunção, para designar o argumento mediante o qual se vinculam dois fatos, extraindo de um deles conseqüência para o outro; b) para designar meios de provas dotados de baixo grau de confirmação; c) para designar o fato-base ou a fonte que constitui a premissa menor da inferência presuntiva (conferir: TARUFFO, Michele, La prueba..., op. cit., pp. 479-480). Neste trabalho, reserva-se à expressão “indício” o significadode fato conhecido (provado) que serve de base para se chegar ao conhecimento (comprovação) de outro fato (terceira acepção); e reserva-se a expressão “prova indiciária” para designar a inferência obtida com o raciocínio presuntivo.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 92 15/03/2012 02:25:28 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 93
mantengan neutros entre sí. De esa apreciación conjunta de la
prueba surge el grado de confirmación definitivo de la hipótesis
levantada en el proceso.
La preferibilidad del modelo analítico resalta frente a la inevita-
ble importancia de las pruebas indirectas122 o indiciarias123 para el
convencimiento judicial. La motivación holista parece compa-
tible con la corriente por la cual los requisitos de la gravedad, preci-
sión y concordancia de las pruebas indiciarias puedan ser exigidos
o considerados mediante un análisis global, no precedido por una
evaluación individualizada de cada una. A su vez, la motivación
analítica permite la adopción del entendimiento por el cual sola-
mente aquellas pruebas indiciarias que, aisladamente considera-
das, son ciertas en su punto de partida (requisito de la precisión del
122 Si la distinción entre prueba directa e indirecta se funda en el carácter mediato o inme-diato del conocimiento de los hechos que se prueban, todas las pruebas sobre hechos pa-sados son indirectas (o indiciarias). El conocimiento judicial nunca se da por la observación inmediata del hecho a que el enunciado se refiere, sino por medio de un proceso inferencial que permite llegar a un hecho a partir de otro. Sin embargo, si en vez de tratar al proce-dimiento probatorio (contexto del descubrimiento), se quisiera hacer una clasificación bajo la base del resultado obtenido por medio de tal procedimiento (contexto de la justifi-cación), puede decirse que una prueba (aserción justificada) es directa si versa sobre el hecho principal, e indirecta si versa sobre un hecho secundario que puede llevar al cono-cimiento del hecho principal mediante otro procedimiento probatorio. Aún bajo esta segunda clasificación, que da algún sentido a la distinción entre pruebas directas e indirec-tas, debe ser reconocida la gran importancia de las pruebas indirectas para la comproba-ción de los hechos en el proceso. Sobre esos y otros posibles criterios para diferenciación de pruebas directas e indirectas, vid. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., pp. 86-93.123 El término “indicio” puede ser utilizado en por lo menos tres acepciones: a) como sinó-nimo de presunción, para designar el argumento mediante el cual se vinculan dos hechos, extrayendo de uno de ellos consecuencia para el otro; b) para designar medios de pruebas dotados de bajo grado de confirmación; c) para designar el hecho-base o la fuente que constituye la premisa menor de la inferencia presuntiva (cfr. TARUFFO, Michele, La prue-ba..., op. cit., pp. 479-480). En este trabajo, a la expresión “indicio” se reserva el significado de hecho conocido (probado) que sirve de base para llegar al conocimiento (comproba-ción) de otro hecho (tercera acepción); y se reserva la expresión “prueba indiciaria” para designar la inferencia obtenida con el raciocinio presuntivo.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 93 15/03/2012 02:25:28 p.m.
94 Motivação judicial sob a perspectiva ética
ou fato-base) e que decorrem da utilização de regras de experiência
comum, lógica ou científica dotadas de um fundamento
gnoseológico minimamente aceitável (requisito da gravidade)
podem complementar o valor probatório umas das outras (requisito
da concordância), mediante uma valoração conjunta.124
124 Nesse sentido: KNIJNIK, Danilo, A prova..., op. cit., p. 51.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 94 15/03/2012 02:25:28 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 95
indicio o hecho-base) y que derivan de la utilización de reglas de
experiencia común, lógica o científica dotadas de un fundamento
gnoseológico mínimamente aceptable (requisito de la gravedad)
pueden complementar el valor probatorio unas de las otras (requi-
sito de la concordancia), mediante una valoración conjunta.124
124 En ese sentido: KNIJNIK, Danilo, A prova..., op. cit., p. 51.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 95 15/03/2012 02:25:28 p.m.
96
CaPítulo iV
Relação do dever de motivar com outros deveres éticos do Juiz
O dever de motivação está diretamente conectado com outros
deveres éticos. O ponto de encontro das exigências de motivação e
das outras exigências éticas está na pretensão de correção do
direito. O entrelaçamento de tais deveres, contudo, pode ocorrer de
diversas formas. Em muitos casos, a motivação serve, ainda que
limitadamente, como um instrumento para asseguração ou controle
sobre as demais virtudes judiciais; em outros casos, são outras
virtudes que favorecem a realização ótima da motivação; e há,
ainda, hipóteses em que o dever de motivar colide com outros
deveres éticos, de modo a exigir uma ponderação.
1. Independência e imparcialidade
A admissão induvidosa do Poder Judiciário como elemento no sistema
de freios e contrapesos125 exige a consideração da independência
125 Cfr. HESSE, Konrad, Elementos de Direito Constitucional da República Federal da Alemanha. Tradução de Luis Afonso Heck, Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1998, p. 376.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 96 15/03/2012 02:25:28 p.m.
97
CaPítulo iV
Relación del deber de motivar con otros deberes éticos del Juez
El deber de motivación está directamente conectado con otros de-
beres éticos. El punto de encuentro de las exigencias de motivación
y de las otras exigencias éticas está en la pretensión de correc-
ción del derecho. El entrelazamiento de tales deberes, sin embargo,
puede ocurrir de diversas formas. En muchos casos, la motivación
sirve, aunque limitadamente, como un instrumento para asegurar
o controlar las demás virtudes judiciales; en otros casos, son otras
virtudes las que favorecen la realización óptima de la motivación;
y hay, además, hipótesis en las que el deber de motivar choca con
otros deberes éticos, de modo que exige una ponderación.
1. Independencia e imparcialidad
La admisión sin duda del Poder Judicial como elemento en el siste-
ma de frenos y contrapesos125 exige la consideración de la indepen-
125 Cfr. HESSE, Konrad, Elementos de Direito Constitucional da República Federal da Alemanha, Tradução de Luís Afonso Heck, Sergio Antonio Fabris Editor, Porto Alegre, 1998, p. 376.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 97 15/03/2012 02:25:28 p.m.
98 Motivação judicial sob a perspectiva ética
judicial como pressuposto para que a jurisdição cumpra a sua tarefa
adequadamente.126 Um Juiz independente, na dicção do art. 2o do
Código Modelo, “é aquele que determina a partir do direito vigente a
decisão justa, sem se deixar influenciar de forma real ou aparente
por fatores alheios ao próprio direito”. O que se pretende evitar,
obviamente, não é abertura do direito para outros campos do
conhecimento,127 mas a utilização de critérios particulares ou
discriminatórios128 que decorram de indevida pressão exercida pelo Juiz.
Poder-se-ia se argumentar que a realização do dever de
motivação seria incapaz de contribuir para a observância da
independência judicial, pois da escolha a decisão e a apresentação
das razões que a acompanham ocorrem em momentos diferentes:
a primeira situa-se no contexto do descobrimento; a segunda, no
contexto da justificação.129 Contudo, em que pese a importância de
tal distinção, não se pode levá-la a extremos, pois o processo
de descobrimento de uma hipótese não é estritamente independente
do processo para a sua validação.130 Vale transcrever, a propósito, a
lição de Marina Gascón:
126 Cfr. PEDRAZ PENALVA, Ernesto, Constitución, Jurisdicción y Proceso, Tordesillas: Akal, 1990, p. 35.127 Sobre a abertura do direito a argumentos práticos gerais, conferir Capítulo 3.1.1, supra.128 Cfr. PEDRAZ PENALVA, Ernesto, Constitución, Jurisdicción..., op. cit., p. 173.129 Na teoria processual, é possível falar em contexto do descobrimento quando nos perguntamos como se chegou a uma afirmação; e em contexto da justificação, quando nos perguntamos quais são as razões que justificam uma afirmação. A diversidade entre contexto do descobrimento e contexto da justificação não seria somente estrutural e funcional, mas sobretudo fenomenológica: o primeiro consiste numa atividade; o segundo, num discurso. Nesse sentido: TARUFFO, Michele, La motivazione de la sentenza civile, Padova: Cedam: 1975, pp. 213-214. Apud GOMES FILHO, Antonio Magalhães, A motivação das decisões penais, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001, p. 112.130 Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., pp. 111-112.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 98 15/03/2012 02:25:28 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 99
dencia judicial como presupuesto para que la jurisdicción cumpla su
tarea adecuadamente.126 Un Juez independiente, en términos del
art. 2o del Código Modelo, “es aquél que determina a partir del dere-
cho vigente la decisión justa, sin dejarse influenciar de forma real o
aparente por factores ajenos al propio derecho”. Lo que se pretende
evitar, obviamente, no es la apertura del derecho a otros campos del
conocimiento,127 sino la utilización de criterios particulares o discri-
minatorios128 que deriven de presión indebida ejercida por el Juez.
Podría argumentarse que la realización del deber de motivación
sería incapaz de contribuir a la observancia de la independencia ju-
dicial, pues la elección, la decisión y la presentación de las razones
que la acompañan ocurren en momentos diferentes: la primera se
sitúa en el contexto del descubrimiento; la segunda, en el contexto
de la justificación.129 Sin embargo, a pesar de la importancia de tal
distinción, no puede llevarse a los extremos, pues el proceso de des-
cubrimiento de una hipótesis no es estrictamente independiente del
proceso para su validación.130 Cabe transcribir, a propósito, la ense-
ñanza de Marina Gascón:
126 Cfr. PEDRAZ PENALVA, Ernesto, Constitución, Jurisdicción y Proceso, Akal, Tordesillas, 1990, p. 35.127 Sobre la apertura del derecho a argumentos prácticos generales, cfr. Capítulo 3.1.1, supra.128 Cfr. PEDRAZ PENALVA, Ernesto, Constitución, Jurisdicción…, op. cit., p. 173.129 En la teoría procesal, es posible hablar en contexto del descubrimiento cuando nos preguntamos cómo se llegó a una afirmación; y en contexto de la justificación, cuando nos preguntamos cuáles son las razones que justifican una afirmación. La diversidad entre contexto del descubrimiento y contexto de la justificación no sería solamente estructural y funcional, sino sobre todo fenomenológica: el primero consiste en una actividad; el se-gundo, en un discurso. En ese sentido vid. TARUFFO, Michele, La motivazione de la sentenza civile, Cedam, Padova, 1975, pp. 213-214, referido por GOMES FILHO, Antonio Magalhães, A motivação das decisões penais, Revista dos Tribunais, São Paulo, 2001, p. 112.130 Cfr. GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos..., op. cit., pp. 111-112.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 99 15/03/2012 02:25:28 p.m.
100 Motivação judicial sob a perspectiva ética
[N]o resulta descabellado pensar que la exigencia de motivar
‘retroactue’ sobre el próprio iter de adopción de la decisión, refor-
zando su racionalidad; es decir, provocando la expulsión de los
elementos de convicción no suscetibles de justificación; propi-
ciando, en fin, que la adopción de la decisión se efectúe conforme
a criterios aptos para ser comunicados [...].131
Diante disso, embora o exercício independente da jurisdição
dependa, em última instância, da consciência individual do julgador,
o papel do dever de motivar na realização da independência judicial
não deve ser subestimado. Se a independência judicial dirige-se
a assegurar a vinculação do Juiz a critérios de correção jurídica,132 a
exigência de motivação contribui, em medida não desprezível,
para controlar o influxo de fatores indevidos na solução de casos
concretos.
Enquanto a a independência trata de controlar os móveis do Juiz
frente a influências estranhas ao direito, provenientes do sistema
social, a imparcialidade pode ser definida como a equidistância
do julgador frente às partes e ao objeto do proceso.133 Deveras,
dispõe o Código Modelo, em ser art. 10, que “o Juiz imparcial é aquele
que busca nas provas a verdade dos fatos com objetividade e
fundamento, mantendo ao longo de todo o processo uma distância
equivalente com as partes e com os seus advogados e, evita todo o
131 Ibidem, p. 202. No mesmo sentido: ALEXY, Robert, Teoría de la argumentación..., op. cit., p. 221.132 Cfr. MONTERO AROCA, Juan, Sobre la imparcialidad..., op. cit., pp. 101-103.133 Cfr. AGUILÓ REGLA, Josep, ndependencia e imparcialidad de los jueces y argumentación jurídica, Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2005. Edición digital a partir de Isonomía: Revista de Teoría y Filosofía del Derecho, n. 6, abril 1997, pp. 71-99, aquí pp. 76-77.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 100 15/03/2012 02:25:28 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 101
[N]o resulta descabellado pensar que la exigencia de motivar
‘retro actue’ sobre el propio iter de adopción de la decisión, refor-
zando su racionalidad; es decir, provocando la expulsión de los
elementos de convicción no susceptibles de justificación; propi-
ciando, en fin, que la adopción de la decisión se efectúe conforme
a criterios aptos para ser comunicados [...].131
Frente a esto, aunque el ejercicio independiente de la jurisdicción
dependa, en última instancia, de la consciencia individual del juz-
gador, el papel del deber de motivar en la realización de la indepen-
dencia judicial no debe subestimarse. Si la independencia judicial se
dirige a asegurar la vinculación del Juez a criterios de corrección
jurídica,132 la exigencia de motivación contribuye, en medida consi-
derable, a controlar el influjo de factores indebidos en la solución de
casos concretos.
Mientras que la independencia trata de controlar los motivos del
Juez frente a influencias extrañas al derecho, provenientes del siste-
ma social, la imparcialidad puede ser definida como la equidistancia
del juzgador frente a las partes y al objeto del proceso.133 Realmente,
el Código Modelo dispone, en el art. 10, que “el Juez imparcial es
aquél que busca en las pruebas la verdad de los hechos con objeti-
vidad y fundamento, manteniendo a lo largo de todo el proceso una
distancia equivalente con las partes y con sus abogados y, evita
131 Ibidem, p. 202. En el mismo sentido vid. ALEXY, Robert. Teoría de la argumentación..., op. cit., p. 221.132 Cfr. MONTERO AROCA, Juan, Sobre la imparcialidad..., op. cit., pp. 101-103.133 Cfr. AGUILÓ REGLA, Josep, “Independencia e imparcialidad de los Jueces y argumenta-ción jurídica”, Isonomía. Revista de Teoría y Filosofía del Derecho, n. 6, abril 1997, pp. 76-77. Edición digital de la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, Alicante, 2005.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 101 15/03/2012 02:25:28 p.m.
102 Motivação judicial sob a perspectiva ética
tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição
ou preconceito”.
Em relação à conexão dos deveres de imparcialidade e
motivação, cumpre reconhecer a reciprocidade dos controles que
tais deveres impõem um em face do outro. Ao mesmo tempo em
que a consciência do dever de motivação contribui para manter
a imparcialidade do Juiz, conferindo elementos para aferição in
concreto de sua observância,134 da mesma forma que o faz em
favor da independência, correlatamente o próprio dever de
imparcialidade, aliado a exigências discursivas que se extraem
da concepção dialogal do processo, coloca certas exigências sobre
o modo pelo qual o Juiz deve motivar sua decisão. Assim, o art. 16
do Código Modelo –topograficamente inserido no capítulo reservado
à imparcialidade –, ao enunciar que o Juiz “deve respeitar o direito
das partes de afirmar e contradizer no âmbito do devido processo”
conecta-se ao art. 24 do mesmo Código, que dispõe sobre a
consideração das alegações das litigantes, de modo a exigir que a
motivação judicial reflita esse tratamento igualitário na construção
dos argumentos que justificam a decisão. Essa exigência, obviamente,
recrudesce a responsabilidade judicial na tarefa de motivação,
pois reclama que sua realização, em vez de ocorrer monologicamente,
seja o resultado da contradição dialética que se manifesta na
participação dos litigantes.
2. Prudência, justiça e equidade
O termo prudência tem sua origem etimológica no verbo grego
fróneo, que significa ser sensato, ter juízo e capacidade de pensar
134 Cfr. BARBOSA MOREIRA, José Carlos, “A motivação das decisões judiciais...”, op. cit., p. 87.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 102 15/03/2012 02:25:28 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 103
todo tipo de comportamiento que pueda reflejar favoritismo, pre-
disposición o prejuicio”.
Con relación a la conexión de los deberes de imparcialidad y mo-
tivación, cabe reconocer la reciprocidad de los controles que tales
deberes imponen uno frente al otro. Al mismo tiempo en que la
consciencia del deber de motivación contribuye a mantener la im-
parcialidad del Juez, confiriendo elementos para verificación in con-
creto de su observancia,134 de la misma forma que lo hace en favor de
la independencia, respectivamente el propio deber de imparcialidad,
aliado a exigencias discursivas que se extraen de la concepción dia-
logística del proceso, coloca ciertas exigencias sobre el modo por
el cual el Juez debe motivar su decisión. Así, el art. 16 del Código
Modelo –topográficamente inserto en el capítulo reservado a la im-
parcialidad–, al enunciar que el Juez “debe respetar el derecho de
las partes de afirmar y contradecir en el ámbito del debido proceso”
se conecta al art. 24 del mismo Código, que dispone sobre la consi-
deración de las alegaciones de los litigantes, a modo de exigir que
la motivación judicial refleje ese tratamiento igualitario en la cons-
trucción de los argumentos que justifican la decisión. Esa exigencia,
obviamente, recrudece la responsabilidad judicial en la tarea de
motivación, pues reclama que su realización, en vez de ocurrir mono-
lógicamente, sea el resultado de la contradicción dialéctica que se
manifiesta en la participación de los litigantes.
2. Prudencia, justicia y equidad
El término prudencia tiene origen etimológico en el verbo griego
fróneo, que significa ser sensato, tener juicio y capacidad de pensar
134 Cfr. BARBOSA MOREIRA, José Carlos, “A motivação das decisões judiciais...”, op. cit., p. 87.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 103 15/03/2012 02:25:28 p.m.
104 Motivação judicial sob a perspectiva ética
e sentir. Na adaptação para o latim, a expressão prudentia incorporou
a seu significado a noção de previsão ou providência, no sentido de
ver antes, antecipar-se. Entende-se, por isso, que a prudência judicial
é uma qualidade da razão prática que guia a ação do Juiz para,
atendendo às circunstâncias do caso concreto, dizer qual é a solução
justa.135
A realização do dever de motivação também favorece a que o
Juiz exerça com prudência o poder que acompanha o exercício da
função jurisdicional. Se o Código Modelo reclama que as decisões
judiciais “sejam o resultado de um juízo justificado racionalmente,
depois de haver meditado e avaliado argumentos e contra-
argumentos disponíveis” (art. 69), cabe ao Juiz analisar criticamente
as intuições que venham à sua mente, a fim de que sua compreensão
se atenha às coisas tais como elas são.136
Em vez de negar a existência do círculo do conhecimento, cabe
ao Juiz entrar nele corretamente, tomando consciência de suas
próprias pré-compreensões, de modo a torná-las comunicáveis
e controláveis por meio da reflexão e da argumentação.137 Daí a
exigência do Código Modelo de que o Juiz mantenha “uma atitude
aberta e paciente” para ouvir e reconhecer novos argumentos
e críticas que lhe possibilitem “confirmar ou retificar critérios ou
pontos de vista assumidos” (art. 70). Com isso se remete, novamente,
ao caráter dialogal da decisão judicial e à necessidade de motivação
135 Cfr. PLATAS PACHECO, Maria del Carmen, “Prudencia y justicia: exigencias de la ética judicial”. Em: Revista del Instituto de la Judicatura Federal, 21, 2006, pp. 197-213, aqui pp. 198-200.136 Cfr. GADAMER, Hans-Georg, Verdade e método I..., op. cit., p. 355.137 Cfr. HASSEMER, Winfried, Introdução..., op. cit., pp. 96-97.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 104 15/03/2012 02:25:28 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 105
y sentir. En la adaptación para el latín, la expresión prudentia incor-
poró a su significado la noción de previsión o providencia, en el sen-
tido de ver antes, anticiparse. Se entiende, por eso, que la prudencia
judicial es una cualidad de la razón práctica que guía la acción
del Juez para, atendiendo a las circunstancias del caso concreto, de-
cir cuál es la solución justa.135
La realización del deber de motivación también favorece que el
Juez ejerza con prudencia el poder que acompaña el ejercicio de
la función jurisdiccional. Si el Código Modelo reclama que las deci-
siones judiciales “sean el resultado de un juicio justificado racional-
mente, después de haber meditado y evaluado argumentos y
contraargumentos disponibles” (art. 69), cabe al Juez analizar críti-
camente las intuiciones que vengan a su mente, a fin de que su com-
prensión se atenga a las cosas tal y como son.136
En vez de negar la existencia del círculo del conocimiento, cabe
al Juez entrar en él correctamente, tomando consciencia de sus
propias pre-comprensiones, a efecto de volverlas comunicables y
controlables por medio de la reflexión y de la argumentación.137
De ahí la exigencia del Código Modelo de que el Juez mantenga “una
actitud abierta y paciente” para oír y reconocer nuevos argumen-
tos y críticas que le posibiliten “confirmar o rectificar criterios
o puntos de vista asumidos” (art. 70). Esto se remite, nuevamente,
al carácter dialogístico de la decisión judicial y a la necesidad de
135 Cfr. PLATAS PACHECO, María del Carmen, “Prudencia y justicia: exigencias de la ética judicial” en Revista del Instituto de la Judicatura Federal, 21, 2006, pp. 198-200.136 Cfr. GADAMER, Hans-Georg, Verdade e método I…, op. cit., p. 355.137 Cfr. HASSEMER, Winfried, Introdução..., op. cit., pp. 96-97.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 105 15/03/2012 02:25:28 p.m.
106 Motivação judicial sob a perspectiva ética
sobre questões jurídicas ou fáticas sobre as quais os litigantes
argumentam e contra-argumentam.
Ao passar sua pré-comprensão pelo crivo da racionalidade,138 em
um esforço para maximizar a objetividade de sua decisão (Código
Modelo, art. 72), o Juiz submete a solução que cogita adotar a uma
operação de filtragem cultural e técnica, conforme exigências de
método e do quadro de pautas processuais constitucionalmente
determinadas.139 Que o Juiz deva, frequentemente, fazer uma
verdadeira cirurgia sobre as próprias impressões e emoções140 não
significa, contudo, que sua decisão deverá deixar de considerar
outras “consequências pessoais, familiares ou sociais desfavoráveis
surgidas pela inevitável abstração e generalidade das leis”
(Código Modelo, art. 36). Em nenhuma hipótese racionalidade
e impessoalidade devem ser confundidas com abandono das
exigências de equidade. A conciliação entre racionalidade e equidade
obtém-se pelo princípio da universalização. Não é por outro motivo
que o Código Modelo conceitua o Juiz equitativo como “aquele que
–sem transgredir o Direito vigente– tem em consideração as
peculiaridades do caso e toma resoluções baseado em critérios
coerentes com os valores do ordenamento e que possam estender-se
138 “O círculo não deve ser rebaixado a um vitiosum, mesmo que apenas tolerado. Nele se esconde a possibilidade positiva do conhecimento mais originário que, de certo, só pode ser apreendida de modo autêntico se a interpretação tiver compreendido que sua primeira, única e última tarefa é de não se deixar guiar, na posição prévia, na concepção prévia, por conceitos ingênuos e ‘chutes’. Ela deve, na elaboração da posição prévia, da visão prévia e da concepção prévia, assegurar o tema científico a partir das coisas elas mesmas.” MARTIN HEIDEGGER, Ser e tempo, vol. 1, Petrópolis, Vozes, 1989, p. 210. Apud GADAMER, Hans-Georg, Verdade e Método II. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 74.139 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función de juzgar…”, op. cit., p. 58.140 Cfr. Idem.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 106 15/03/2012 02:25:28 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 107
motivación sobre cuestiones jurídicas o fácticas sobre las cuales los
litigantes argumentan y contra argumentan.
Al pasar su pre-comprensión por el tamiz de la racionalidad,138 en
un esfuerzo para maximizar la objetividad de su decisión (Código
Modelo, art. 72), el Juez somete la solución que piensa adoptar para
una operación de filtro cultural y técnico, conforme exigencias de
método y del marco de pautas procesales constitucionalmente
determinadas.139 Que el Juez deba, frecuentemente, hacer una ver-
dadera cirugía de las propias impresiones y emociones140 no significa,
sin embargo, que su decisión deberá dejar de considerar otras
“consecuencias personales, familiares o sociales desfavorables
surgidas por la inevitable abstracción y generalidad de las leyes”
(Código Modelo, art. 36). No debe confundirse, bajo ninguna hipó-
tesis, la racionalidad y la impersonalidad con el abandono de las
exigencias de equidad. La conciliación entre racionalidad y equidad
se obtiene por el principio de la universalización. No es por otro
motivo que el Código Modelo conceptúa al Juez equitativo como
“aquél que –sin transgredir el Derecho vigente– considera las pecu-
liaridades del caso y toma resoluciones con base en criterios cohe-
rentes con los valores del ordenamiento y que puedan extenderse a
138 “El círculo no debe rebajarse a un vitiosum, aunque sólo se tolere. En él se esconde la posibilidad positiva del conocimiento más originario que, en verdad, sólo puede aprehen-derse de modo auténtico si la interpretación comprendiera que su primera, única y última tarea es la de no se dejar guiar, en la posición previa, en la concepción previa, por conceptos ingenuos y ‘conjeturas’. Ella debe, en la elaboración de la posición previa, de la visión previa y de la concepción previa, asegurar el tema científico a partir de las cosas en sí mismas.” HEIDEGGER, Martin, Ser e tempo, vol. 1, Vozes, Petrópolis, 1989, p. 210, citado por GADAMER, Hans-Georg, Verdade e Método II, Vozes, Petrópolis, 2002, p. 74.139 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función de juzgar…”, op. cit., p. 58.140 Cfr. Idem.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 107 15/03/2012 02:25:28 p.m.
108 Motivação judicial sob a perspectiva ética
a todos os casos substancialmente semelhantes” (art. 37, itálico
acrescentado). Ao aplicar a equidade, o Juiz deve mostrar
motivadamente, de acordo com os critérios do discurso jurídico
racional, que sua decisão não é uma corazonada, nem se baseia em
critérios ad hoc.
3. Conhecimento e capacitação
Uma aplicação correta do direito, de acordo com os critérios da
justificação racional, pressupõe o conhecimento da ordem jurídica
por parte do Juiz. É o estudo permanente, sério e sistemático,
a alavanca propiciadora de melhor opção, dentre as múltiplas
escolhas possíveis.141 Com efeito, dispõe o art. 28 do Código Modelo
que “a exigência de conhecimento e de capacitação permanente
dos Juízes tem, como fundamento, o direito dos processáveis e
da sociedade em geral para obter um serviço de qualidade na
administração de justiça”. A realização do dever ético de
conhecimento e capacitação contínua instrumentaliza e otimiza a
realização das exigências de motivação e, consequentemente,
favorece a obtenção de soluções jurídicas adequadas nos casos
levados ao Judiciário.
O reconhecimento da necessária abertura do direito a influências
da ética, da economia, da política, da sociologia e de vários
outros campos do conhecimento exige uma contínua formação
interdisciplinar do Juiz. Se o conhecimento judicial há de ser rigoroso,
141 Cfr. NALINI, José Renato, “O Juiz e suas atribuições funcionais. Introdução à deontologia da magistratura”, pp. 1-16. Em: LAZZARINI, Alvaro; NALINI, Jose Renato, Curso de deontologia da magistratura, Sao Paulo, Saraiva, 1992, aqui p. 2.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 108 15/03/2012 02:25:28 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 109
todos los casos substancialmente semejantes” (art. 37, las cursivas
son nuestras). Al aplicar la equidad, el Juez debe mostrar motivada-
mente, de acuerdo con los criterios del discurso jurídico racional, que
su decisión no es una corazonada, ni se basa en criterios ad hoc.
3. Conocimiento y capacitación
Una aplicación correcta del derecho, de acuerdo con los criterios de
la justificación racional, presupone el conocimiento del orden jurí-
dico por parte del Juez. El estudio permanente, serio y sistemático,
es la palanca propiciadora de una mejor opción, dentro de las
múl tiples elecciones posibles.141 En efecto, el art. 28 del Código Mode-
lo dispone que “la exigencia de conocimiento y de capacitación per-
manente de los Jueces tiene, como fundamento, el derecho de los
procesables y de la sociedad en general para obtener un servicio de
calidad en la administración de justicia”. La realización del deber
ético de conocimiento y capacitación continua, instrumentaliza y
optimiza la realización de las exigencias de motivación y, conse-
cuentemente, favorece la obtención de soluciones jurídicas adecua-
das en los casos llevados a la jurisdicción.
El reconocimiento de la apertura necesaria del derecho a influen-
cias de la ética, la economía, la política, la sociología y varios otros
campos del conocimiento exige una continua formación interdisci-
plinar del Juez. Si el conocimiento judicial ha de ser riguroso, el Juez
deberá hacer propios los criterios que se tienen como válidos en
141 Cfr. NALINI, José Renato, “O juiz e suas atribuições funcionais. Introdução à deontolo-gia da magistratura” en LAZZARINI, Álvaro y NALINI, Jose Renato, Curso de deontologia da magistratura, Saraiva, Sao Paulo, 1992, p. 2.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 109 15/03/2012 02:25:28 p.m.
110 Motivação judicial sob a perspectiva ética
o Juiz deverá fazer próprios os critérios que são tidos como válidos
em outros âmbitos do conhecimento.142 Daí a exigência de que o
dever de formação continuada do Juiz se estenda “tanto às matérias
especificamente jurídicas quanto ao que se refere aos conhecimentos e
técnicas que possam favorecer o melhor cumprimento das funções
judiciais” (Código Modelo, art. 30). Quanto melhor o preparo
intelectual do Juiz, nas mais diversas áreas do conhecimento, tanto
melhor será, ceteris paribus, a justificação das suas decisões.
4. Responsabilidade institucional
Dispõe o Código Modelo, em ser art. 43, que cabe aos membros do
Poder Judiciário “promover na sociedade uma atitude, racionalmente
fundada, de respeito e confiança para com a administração de
justiça”. O reconhecimento da responsabilidade institucional do Juiz
reforça a exigência de que a qualidade no exercício da justiça não
é apenas uma questão individual de cada Juiz, mas requer uma
estrutura institucional apropriada.143 O cumprimento do dever de
zelar pela dignidade da Justiça exige do Juiz, por isso, “um compromisso
ativo no bom funcionamento de todo o sistema judicial” (Código
Modelo, art. 42).
A motivação das decisões, em vários aspectos, cumpre
importante papel no exercício da responsabilidade institucional
dos Juízes. O primeiro deles diz respeito à própria função da
motivação como elemento de legitimação do exercício do poder
142 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función de juzgar…”, op. cit., p. 63.143 Cfr. ATIENZA, Manuel; VIGO, Rodolfo Luiz, Código Iberoamericano de Ética Judicial, Brasília, CJF, 2008, p. 16.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 110 15/03/2012 02:25:28 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 111
otros ámbitos del conocimiento.142 De ahí la exigencia de que
el deber de formación continuada del Juez se extienda “tanto a
las materias específicamente jurídicas como a lo que se refiere a los
conocimientos y técnicas que puedan favorecer el mejor cum-
plimiento de las funciones judiciales” (Código Modelo, art. 30).
Mientras mejor sea la preparación intelectual del Juez, en las más
diver sas áreas del conocimiento, mejor será, ceteris paribus, la justi-
ficación de sus decisiones.
4. Responsabilidad institucional
El Código Modelo dispone, en el art. 43, que corresponde a los miem-
bros del poder Judicial “promover en la sociedad una actitud, racio-
nalmente fundada, de respeto y confianza con la administración
de justicia”. El reconocimiento de la responsabilidad institucio-
nal del Juez refuerza la exigencia de que la calidad en el ejercicio de
la justicia no es sólo una cuestión individual de cada Juez, sino que
requiere una estructura institucional apropiada.143 El cumplimiento
del deber de celar por la dignidad de la Justicia exige del Juez, por
eso, “un compromiso activo en el buen funcionamiento de todo el
sistema judicial” (Código Modelo, art. 42).
La motivación de las decisiones, en varios aspectos, desempeña
un papel importante en el ejercicio de la responsabilidad institucio-
nal de los Jueces. El primero de ellos se refiere a la propia función de
la motivación como elemento de legitimación del ejercicio del poder
142 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función de juzgar…”, op. cit., p. 63.143 Cfr. ATIENZA, Manuel y VIGO, Rodolfo Luis, Código Iberoamericano de Ética Judicial, CJF, Brasília, 2008, p. 16.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 111 15/03/2012 02:25:28 p.m.
112 Motivação judicial sob a perspectiva ética
judicial. Se uma decisão desprovida de razões é, em princípio, uma
decisão arbitrária (Código Modelo, art. 20), então é lícito afirmar que
uma motivação omissa ou gravemente deficiente pode minar a
confiança social no aparelho judiciário.
O segundo aspecto refere-se ao reconhecimento da linguagem
judicial como elemento integrante do processo de legitimação
cumprido pela motivação das decisões.144 O excesso injustificável
de linguagem, seja pela utilização de termos desrespeitosos,
seja pelo emprego de expressões chulas ou vulgares, rendem
desprestígio ao Judiciário.145 Também devem ser evitados o
tecnicismo abstrato, por meio de exposições inúteis ou de difícil
entendimento para os destinatários da jurisdição,146 e a veiculação
de argumentos de modo exageradamente conciso, que não permita
a completa compreensão dos razões expostas (Código Modelo,
art. 27). Em suma, quanto mais adequada a linguagem usada
na motivação, tanto maior será a contribuição à preservação
da credibilidade do Judiciário na sociedade.
O terceiro aspecto da conexão entre motivação e
responsabilidade institucional reside no valor da segurança jurídica.
A obrigatoriedade da motivação é condição do funcionamento
eficaz dos mecanismos destinados a promover a uniformização
da jurisprudência, para a qual são as teses jurídicas que importam,
144 Cfr. BENETI, Sidnei Agostinho, Da conduta do Juiz, 3a. ed., rev. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 134.145 Cfr. ALIENDE, Aniceto Lopes, “O paradigma de Juiz. O Juiz conforme a expectativa do Tribunal de Justiça”, pp. 37-46. Em: LAZZARINI, Alvaro; NALINI, Jose Renato, Curso de deontologia..., op. cit., p. 42.146 Cfr. BENETI, Sidnei Agostinho, Da conduta do Juiz..., op. cit., pp. 25-26.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 112 15/03/2012 02:25:29 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 113
judicial. Si una decisión desprovista de razones es, en principio, una
decisión arbitraria (Código Modelo, art. 20), entonces es lícito afir-
mar que una motivación omisa o gravemente deficiente puede
minar la confianza social en el aparato judicial.
El segundo aspecto se refiere al reconocimiento del lenguaje judi-
cial como elemento integrante del proceso de legitimación cum plido
por la motivación de las decisiones.144 El exceso injustificable del len-
guaje, ya sea por la utilización de términos irrespetuosos, o por el
empleo de expresiones prosaicas o vulgares, causan el desprestigio
de la judicatura.145 También deben evitarse el tecnicismo abstracto,
por medio de exposiciones inútiles o de difícil entendimiento para
los destinatarios de la jurisdicción,146 y la vehiculación de argu-
mentos de modo exageradamente conciso, que no permita la
completa comprensión de las razones expuestas (Código Modelo,
art. 27). En suma, mientras más adecuado sea el lenguaje usado
en la mo tivación, mayor será la contribución para la preservación
de la credibilidad del Judiciario en la sociedad.
El tercer aspecto de la conexión entre motivación y responsabili-
dad institucional reside en el valor de la seguridad jurídica. La obliga-
toriedad de la motivación es condición del funcionamiento eficaz
de los mecanismos destinados a promover la uniformización de la
jurisprudencia, para la cual lo que importa son las tesis jurídicas, y
144 Cfr. BENETI, Sidnei Agostinho, Da conduta do juiz, 3a. ed., Saraiva, São Paulo, 2003, p. 134.145 Cfr. ALIENDE, Aniceto Lopes, “O paradigma de juiz. O juiz conforme a expectativa do Tribunal de Justiça” en LAZZARINI, Álvaro y NALINI, Jose Renato, Curso de deontologia..., op. cit., p. 42.146 Cfr. BENETI, Sidnei Agostinho, Da conduta do juiz..., op. cit., pp. 25-26.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 113 15/03/2012 02:25:29 p.m.
114 Motivação judicial sob a perspectiva ética
e não as conclusões nuas dos julgados.147 Se a decisão judicial
contém uma motivação que exponha com clareza as circunstâncias
relevantes para a justificação de uma determinada solução jurídica,
ela tem aptidão para ser manejada como precedente. A formação
de um sistema coerente de precedentes gera segurança jurídica
e alivia o peso da motivação na solução dos casos semelhantes
que sobrevierem.
Uma vez aceito o pressuposto de que a interpretação
dos tribunais superiores prevalece sobre a dos demais órgãos
judiciários, a antecipação dos entendimentos já consolidados nas
decisões dos Juízes que estão na base da estrutura judicial
contribui para evitar a tramitação de recursos desnecessários e
a criação de ilusórias expectativas, no jurisdicionado, de um êxito
processual que nunca virá.148 Isso também leva a reconhecer que,
sempre que se pretender superar um precedente (overruling),
o dever de responsabilidade institucional pré-configura uma
estruturação mínima da motivação respectiva. Com efeito,
qualquer mudança jurisprudencial deve se fazer acompanhar
de uma motivação que não somente leve em conta as razões
utilizadas no precedente até então aplicável, mas sobretudo que
mostre por que seria aceitável, diante do peso dos princípios da
isonomia e da segurança jurídica, dar para casos novos uma
solução jurídica distinta da aplicada a casos substancialmente
iguais apreciados até então.
147 Cfr. BARBOSA MOREIRA, José Carlos, “A motivação das decisões judiciais...”, op. cit., p. 87.148 Cfr. PARGENDLER, Ari, “Apresentação da edição brasileira do Código Iberoamericano de Ética Judicial”. Em: ATIENZA, Manuel; VIGO, Rodolfo Luiz, Código Iberoamericano..., op. cit., p. 5.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 114 15/03/2012 02:25:29 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 115
no las conclusiones desnudas de los juzgados.147 Si la decisión judi-
cial contiene una motivación que exponga con claridad las circuns-
tancias relevantes para la justificación de una determinada solución
jurídica, esta tiene aptitud para manejarse como precedente. La for-
mación de un sistema coherente de precedentes genera seguridad
jurídica y alivia el peso de la motivación en la solución de los casos
semejantes que sobrevengan.
Una vez que se acepta el presupuesto de que la interpretación de
los tribunales superiores prevalece sobre la de los demás órga-
nos judiciales, la anticipación de los entendimientos ya consoli-
dados en las decisiones de los Jueces que están en la base de la
estructura judicial contribuye a evitar la tramitación de recursos
innecesarios y la creación de expectativas ilusorias, en el justicia-
ble, de un éxito procesal que nunca llegará.148 Esto también lleva
a reconocer que, siempre que se pretenda superar un precedente
(overruling), el deber de responsabilidad institucional pre-configura
una estructuración mínima de la motivación respectiva. En efecto,
cualquier cambio jurisprudencial debe hacerse acompañar de una
motivación que no solamente considere las razones utilizadas en el
precedente hasta entonces aplicable, sino sobre todo que muestre
por qué sería aceptable, frente al peso de los principios de isonomía
y seguridad jurídica, darle a los casos nuevos una solución jurídica
distinta de la aplicada a casos substancialmente iguales apreciados
hasta entonces.
147 Cfr. BARBOSA MOREIRA, José Carlos, “A motivação das decisões judiciais...”, op. cit., p. 87.148 PARGENDLER, Ari, “Apresentação da edição brasileira do Código Iberoamericano de Ética Judicial” en ATIENZA, Manuel; VIGO, Rodolfo Luis, Código Iberoamericano..., op. cit., p. 5.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 115 15/03/2012 02:25:29 p.m.
116 Motivação judicial sob a perspectiva ética
5. Diligência
No mundo todo a justiça vem sendo julgada com severidade por sua
lentidão.149 Os períodos longos, às vezes absurdos, de tramitação
dos processos representam o principal fator de crise do sistema
processual.
Embora a devida consideração de um caso merece precedência
sobre pressões pela “produtividade” do Juiz,150 é certo que a espera
por uma decisão judicial não pode se prolongar demasiadamente.
O conhecido aforismo cunhado por Ruy Barbosa, de que justiça
tardia não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta,
reafirmado no art. 73 do Código Modelo, complementa-se com
a enunciação, no art. 74, de que “o Juiz deve procurar que os
processos sob a sua responsabilidade tenham uma resolução num
prazo razoável”.
A exiguidade de tempo pode levar o Juiz, em seu labor diário, a
ter dificuldades em conciliar o dever de motivar corretamente
suas decisões com o dever de entregar uma prestação jurisdicional
sem demora. Uma ponderação, em tais casos, pode ser necessária,
para que nenhum dos deveres seja desproporcionalmente sacrificado.151
Que esse dilema exista –e seja lamentavelmente frequente– na
149 Cfr. NALINI, José Renato, Ética geral e profissional, 6a. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p. 317.150 Cfr. NAÇÕES UNIDAS (ONU). GRUPO DE INTEGRIDADE JUDICIAL, Comentários aos princípios de Bangalore de conduta judicial, Brasília, CJF, 2008, p. 58.151 Nesse sentido, a recomendação constante na Exposição de Motivos do Código Modelo de que “a ética judicial deve ser proposta e aplicada a partir de uma lógica ponderativa, que busca um ponto razoável de equilíbrio entre uns valores e outros”.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 116 15/03/2012 02:25:29 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 117
5. Diligencia
En todo el mundo la justicia ha sido juzgada con severidad por su
lentitud.149 Los períodos largos, a veces absurdos, de tramitación
de los procesos representan el principal factor de crisis del sistema
procesal.
Aunque la consideración debida de un caso merece precedencia
sobre presiones por la “productividad” del Juez,150 es cierto que la
espera por una decisión judicial no puede prolongarse demasiado.
El conocido aforismo acuñado por Ruy Barbosa, de que justicia
tardía no es justicia, sino injusticia calificada y manifiesta, reafir-
mado en el art. 73 del Código Modelo, se complementa con la
enunciación, en el art. 74, de que “el Juez debe buscar que los pro-
cesos bajo su responsabilidad tengan una resolución en un plazo
razonable”.
La exigüidad de tiempo puede llevar al Juez, en su labor diaria, a
tener dificultades en conciliar el deber de motivar correctamente
sus decisiones con el deber de entregar una prestación jurisdiccional sin
demora. En tales casos, puede ser necesaria una ponderación, para
que ninguno de los deberes se sacrifique desproporcionalmente.151 Que
ese dilema exista –y sea lamentablemente frecuente– en la rutina
149 Vid. NALINI, José Renato, Ética geral e profissional, 6a. ed., Revista dos Tribunais, São Paulo, 2008, p. 317.150 Cfr. NAÇÕES UNIDAS (ONU). GRUPO DE INTEGRIDADE JUDICIAL, Comentários aos princípios de Bangalore de conduta judicial, CJF, Brasília, 2008, p. 58.151 En ese sentido, la recomendación constante en la Exposición de Motivos del Código Modelo de que “la ética judicial debe ser propuesta y aplicada a partir de una lógica ponde-rativa, que busque un punto razonable de equilibrio entre unos valores y otros”.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 117 15/03/2012 02:25:29 p.m.
118 Motivação judicial sob a perspectiva ética
rotina diária dos Juízes não pode significar qualquer resignação
com a mediocridade. Destaca-se, a propósito, a lição de Sidnei
Beneti:
Temos de realizar a magistratura de massa e demos de realizar a
magistratura artesanal, organizando nosso trabalho para que os
casos de massa não tomem todo o tempo necessário à solução
naturalmente demorada dos casos artesanais. Temos que ser bons
profissionais no trabalho em série, para que possamos ser
bons Juízes-artesãos.152
152 Cfr. BENETI, Sidnei Agostinho, Da conduta do Juiz..., op. cit., p. 10.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 118 15/03/2012 02:25:29 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 119
diaria de los Jueces no puede significar cualquier resignación a
la mediocridad. Se destaca, a propósito, la enseñanza de Sidnei
Beneti:
Tenemos que realizar la magistratura de masa y debemos de
realizar la magistratura artesanal, organizando nuestro trabajo
para que los casos de masa no tomen todo el tiempo necesario a la
solución naturalmente demorada de los casos artesanales. Tene-
mos que ser buenos profesionales en el trabajo en serie, para que
podamos ser buenos Jueces-artesanos.152
152 Cfr. BENETI, Sidnei Agostinho, Da conduta do juiz..., op. cit., p. 10.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 119 15/03/2012 02:25:29 p.m.
120
CaPítulo V
Conclusão
No Estado de Direito Constitucional de nossos dias não se admite
que o desempenho da função judicial seja fruto de capricho ou mero
exercício de autoridade. O jurisdicionado pede razões. Por isso,
as decisões judiciais somente se legitimam quando estiverem
adequadamente justificadas.
Diante na necessária abertura da justificação judicial a
argumentos práticos gerais, tanto nas questões de direito como
nas questões de fato, a motivação das decisões dos Juízes apenas
dá bom resultado quando realizada de acordo com os procedimentos
e os critérios do discurso racional.
Se as decisões judiciais promovem uma pretensão de correção,
a prestação jurisdicional será tanto mais próxima do ideal de
excelência quanto melhor for a justificação das escolhas do Juiz.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 120 15/03/2012 02:25:29 p.m.
121
CaPítulo V
Conclusión
En el Estado de Derecho Constitucional de nuestros días no se admi-
te que el desempeño de la función judicial sea fruto del capricho o el
simple ejercicio de autoridad. El justiciable pide razones. Por eso,
las decisiones judiciales solamente se legitiman cuando están ade-
cuadamente justificadas.
Frente a la necesaria apertura de la justificación judicial a argu-
mentos prácticos generales, tanto en las cuestiones de derecho
como en las cuestiones de facto, la motivación de las decisiones de
los Jueces sólo da buen resultado cuando se realiza de acuerdo
con los procedimientos y los criterios del discurso racional.
Si las decisiones judiciales promueven una pretensión de correc-
ción, la prestación jurisdiccional estará mucho más próxima del ideal
de excelencia mientras mejor sea la justificación de las elecciones
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 121 15/03/2012 02:25:29 p.m.
122 Motivação judicial sob a perspectiva ética
O dever de motivação cumpre, assim, um importante papel na
busca da perfeição judicial. Conectada à realização de outras
exigências éticas dos Juízes, a realização otimizada do dever de
motivar tem aptidão para contribuir significativamente para o
fortalecimento da credibilidade social do Poder Judiciário.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 122 15/03/2012 02:25:29 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 123
del Juez. El deber de motivación cumple, así, un importante papel en
la búsqueda de la perfección judicial. Conectada a la realización de
otras exigencias éticas de los Jueces, la realización optimizada del
deber de motivar tiene aptitud para contribuir significativamente
al fortalecimiento de la credibilidad social del poder Judicial.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 123 15/03/2012 02:25:29 p.m.
124
referênCias bibliográfiCas
AGUILÓ REGLA, Josep, “Independencia e imparcialidad de los
Jueces y argumentación jurídica” Alicante: Biblioteca Virtual
Miguel de Cervantes, 2005. Edición digital a partir de Isonomía:
Revista de Teoría y Filosofía del Derecho, n. 6, abril 1997.
ALEXY, Robert, Constitucionalismo discursivo, Porto Alegre: Livraria
do Advogado, 2007.
, Direito, razão, discurso, Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2010.
, Teoría de la argumentación jurídica, Tradução de
Manuel Atienza e Isabel Espejo, Madrid: Centro de Estudios
Constitucionales, 1997.
ALIENDE, Aniceto Lopes, “O paradigma de Juiz. O Juiz conforme a
expectativa do Tribunal de Justiça”. Em: LAZZARINI, Alvaro;
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 124 15/03/2012 02:25:29 p.m.
125
referenCias bibliográfiCas
AGUILÓ REGLA, Josep, “Independencia e imparcialidad de los Jue-
ces y argumentación jurídica”, Isonomía: Revista de Teoría y Filosofía
del Derecho, n. 6, abril 1997. Edición digital de la Biblioteca Vir-
tual Miguel de Cervantes, Alicante, 2005.
ALEXY, Robert, Constitucionalismo discursivo, Livraria do Advogado,
Porto Alegre, 2007.
, Direito, razão, discurso, Livraria do Advogado, Porto
Alegre, 2010.
, Teoría de la argumentación jurídica, Tradução de
Manuel Atienza e Isabel Espejo, Centro de Estudios Constitucio-
nales, Madrid, 1997.
ALIENDE, Aniceto Lopes, “O paradigma de juiz. O juiz conforme
a expectativa do Tribunal de Justiça” en LAZZARINI, Alvaro y
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 125 15/03/2012 02:25:29 p.m.
126 Motivação judicial sob a perspectiva ética
NALINI, Jose Renato, Curso de deontologia da magistratura, Sao
Paulo, Saraiva, 1992.
ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto, Do formalismo no processo
civil, 2a. edição, São Paulo, Saraiva, 2003.
ATIENZA, Manuel; VIGO, Rodolfo Luíz, Código Iberoamericano de
Ética Judicial, Brasília, CJF, 2008.
BAEZ SILVA, Carlos, “La motivación y la argumentación en las
decisiones judiciales”, Revista Del instituto de la Judicatura Federal,
n. 13, México, 2003.
BARBOSA MOREIRA, José Carlos, “A motivação das decisões
judiciais como garantia inerente ao Estado de Direito”. Em Temas
de direito processual – 2a. série, São Paulo, Saraiva, 1980.
BAYÓN, Juan Carlos, “¿Por qué es derrotable el razonamiento jurídico?”,
Edición digital: Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes,
2005. Série: Sobre el razonamiento jurídico, Edición digital a
partir de Doxa: Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 24, 2001.
BENETI, Sidnei Agostinho, Da conduta do Juiz, 3a. ed., ver., São Paulo,
Saraiva, 2003.
BULYGIN, Eugenio, Los jueces ¿crean derecho?, Edición digital: Alicante:
Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2005. Título de serie: Poder
judicial y democracia. Edición digital a partir de Isonomía: Revista
de Teoría y Filosofía del Derecho, n. 18, abril 2003.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 126 15/03/2012 02:25:29 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 127
NALINI, Jose Renato, Curso de deontologia da magistratura, Saraiva,
Sao Paulo, 1992.
ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto, Do formalismo no processo
civil, 2a. ed., Saraiva, São Paulo, 2003.
ATIENZA, Manuel y VIGO, Rodolfo Luis, Código Iberoamericano de
Ética Judicial, CJF, Brasília, 2008.
BAEZ SILVA, Carlos, “La motivación y la argumentación en las deci-
siones judiciales”, Revista Del instituto de la Judicatura Federal,
n. 13, México, 2003.
BARBOSA MOREIRA, José Carlos, “A motivação das decisões judi-
ciais como garantia inerente ao Estado de Direito” en Temas de
direito processual – 2a. série, Saraiva, São Paulo, 1980.
BAYÓN, Juan Carlos, “¿Por qué es derrotable el razonamiento
jurí dico?”, Doxa: Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 24, 2001.
Edición digital de la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes,
Alicante, 2005.
BENETI, Sidnei Agostinho, Da conduta do juiz, 3a. ed., Saraiva, São
Paulo, 2003.
BULYGIN, Eugenio, “Los Jueces ¿crean derecho?”, Isonomía: Revista de
Teoría y Filosofía del Derecho, n. 18, abril 2003. Edición digital de la
Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, Alicante, 2005.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 127 15/03/2012 02:25:29 p.m.
128 Motivação judicial sob a perspectiva ética
FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão-Teoria do garantismo penal, Tradução
e Ana Paula Zomer e outros, São Paulo: Revista dos Tribunais,
2002.
GADAMER, Hans Georg, Verdade e método I - Traços fundamentais de
uma hermenêutica filosófica, 6a. edição. Trad. Flávio Paulo Meurer.
Petrópolis: Vozes, 2004.
, Verdade e Método II, Petrópolis: Vozes, 2002.
GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos em el derecho-Bases
argumentales de la prueba, 2a. ed., Madrid, Barcelona: Marcial
Pons, Ediciones Jurídicas y Sociales, 2004.
GOMES FILHO, Antonio Magalhães, A motivação das decisões penais,
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001.
GUERRA, Marcelo Lima, “Notas sobre o dever constitucional de
fundamentar as decisões judiciais (CF, art. 93, IX)”. Em: Processo e
Constituição. FUX, Luiz; NERY JR, Nelson; WAMBIER, Teresa Arruda
Alvim (organizadores, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia entre facticidade e validade,
Volume I, 2a. edição, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 2003.
, Direito e democracia entre facticidade e validade,
Volume II, 2a. edição, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 2003.
HART, Herbert L. A., O conceito de direito, 4a. edição, Tradução de A.
Ribeiro Mendes, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2005.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 128 15/03/2012 02:25:29 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 129
FERRAJOLI, Luigi, Direito e Razão–Teoria do garantismo penal, Tradução
e Ana Paula Zomer e outros, Revista dos Tribunais, São Paulo,
2002.
GADAMER, Hans Georg, Verdade e método I - Traços fundamentais de
uma hermenêutica filosófica, 6a. ed., Trad. Flávio Paulo Meurer,
Vozes, Petrópolis, 2004.
, Verdade e Método II, Vozes, Petrópolis, 2002.
GASCÓN ABELLÁN, Marina, Los hechos em el derecho-Bases argumen-
tales de la prueba, 2a. ed., Marcial Pons, Madrid, Barcelona, 2004.
GOMES FILHO, Antonio Magalhães, A motivação das decisões penais,
Revista dos Tribunais, São Paulo, 2001.
GUERRA, Marcelo Lima, “Notas sobre o dever constitucional de
fundamentar as decisões judiciais (CF, art. 93, IX)” en FUX, Luiz;
NERY JR, Nelson; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (organizadores),
Processo e Constituição, Revista dos Tribunais, São Paulo, 2006.
HABERMAS, Jürgen, Direito e democracia entre facticidade e validade,
Volume I, 2a. ed. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 2003.
, Direito e democracia entre facticidade e validade,
Volume II, 2a. ed., Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 2003.
HART, Herbert L. A., O conceito de direito, 4a. ed., Tradução de A.
Ribeiro Mendes, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2005.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 129 15/03/2012 02:25:29 p.m.
130 Motivação judicial sob a perspectiva ética
HASSEMER, Winfried, Introdução aos fundamentos do Direito Penal,
Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, 2005.
IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función de juzgar”. Cuadernos
de Doctrina y Jurisprudencia Penal: Criminologia, Teoría y Praxis, n. 1,
v. 1, 2002.
, “Neutralidade ou pluralismo na aplicação do
direito? Interpretação judicial e insuficiências do formalismo”,
Revista do Ministério Público, n. 65, v. 17, 1996.
, Valoração da prova e sentença penal, Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2006.
KELSEN, Hans, Teoria pura do direito. Tradução de João Baptista
Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
KNIJNIK, Danilo, “Os standards do convencimento judicial: paradigmas
para seu eventual controle”, Revista Forense, Rio de Janeiro, n. 353,
jan./fev. 2001.
, A Prova nos Juízos Cível, Penal e Tributário, Rio de
Janeiro, Editora Forense, 2007.
LA TORRE, Massimo, “Teorías de la argumentación y conceptos de
derecho. Una aproximación”, Derechos y libertades, año IV, enero
1999, n. 7. Boletín oficial del Estado.
MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado de Direito, Trad. Conrado
Hubner Mendes, Rio de Janeiro, Elsevier, 2008.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 130 15/03/2012 02:25:29 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 131
HASSEMER, Winfried, Introdução aos fundamentos do Direito Penal,
Sérgio Antônio Fabris Editor, Porto Alegre, 2005.
IBAÑEZ, Perfecto Andrés, “Ética de la función de juzgar”, Cuadernos
de Doctrina y Jurisprudencia Penal: Criminologia, Teoría y Praxis, n. 1,
v. 1, 2002.
, “Neutralidade ou pluralismo na aplicação do
direito? Interpretação judicial e insuficiências do formalismo”,
Revista do Ministério Público, n. 65, v. 17, 1996.
, Valoração da prova e sentença penal, Lumen Juris,
Rio de Janeiro, 2006.
KELSEN, Hans, Teoria pura do direito, Tradução de João Baptista
Machado, Martins Fontes, São Paulo, 2006.
KNIJNIK, Danilo, “Os standards do convencimento judicial: para-
digmas para seu eventual controle”, Revista Forense, n. 353, Rio de
Janeiro, jan./fev. 2001.
, A Prova nos Juízos Cível, Penal e Tributário, Editora
Forense, Rio de Janeiro, 2007.
LA TORRE, Massimo, “Teorías de la argumentación y conceptos de
derecho. Una aproximación”, Derechos y libertades. Boletín oficial del
Estado, n. 7, año IV, enero 1999.
MACCORMICK, Neil, Retórica e Estado de Direito, Trad. Conrado
Hubner Mendes, Elsevier, Rio de Janeiro, 2008.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 131 15/03/2012 02:25:29 p.m.
132 Motivação judicial sob a perspectiva ética
MONTERO AROCA, Juan, Sobre la imparcialidad del Juez y la incompatibilidad
de funciones procesales, Valencia: Tirant lo Blanch, 1998.
NAÇÕES UNIDAS (ONU). GRUPO DE INTEGRIDADE JUDICIAL.
Comentários aos princípios de Bangalore de conduta judicial, Brasília,
CJF, 2008.
NALINI, José Renato, “O Juiz e suas atribuições funcionais. Introdução
à deontologia da magistratura”. Em: LAZZARINI, Alvaro;
NALINI, Jose Renato, Curso de deontologia da magistratura, Sao
Paulo, Saraiva, 1992.
, Ética geral e profissional, 6a. ed., rev., atual. e ampl.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
NEVES, Marcelo, “De la autopoiesis a la alapoiesis del Derecho”,
Edición digital: Alicante : Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes,
2005. Edición digital a partir de Doxa: Cuadernos de Filosofía del
Derecho, n. 19, 1996.
PEDRAZ PENALVA, Ernesto, Constitución, Jurisdicción y Proceso,
Tordesillas: Akal, 1990.
TARUFFO, Michele, “Il significato costituzionale dell´obligo di
motivazione”. Em: Paticipação e processo. Ada Pellegrini Grinover,
Cândido Rangel Dinamarco, Kazuo Watanabe (coords.) et al.
São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 1988.
, “La motivazione della sentenza”, Gênesis Revista de
Direito Processual Civil, n. 31, jan./mar. 2004.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 132 15/03/2012 02:25:29 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 133
MONTERO AROCA, Juan, Sobre la imparcialidad del Juez y la incompa-
tibilidad de funciones procesales, Tirant lo Blanch, Valencia, 1998.
NAÇÕES UNIDAS (ONU). GRUPO DE INTEGRIDADE JUDICIAL,
Comentários aos princípios de Bangalore de conduta judicial, CJF,
Brasília, 2008.
NALINI, José Renato, “O juiz e suas atribuições funcionais. Intro-
dução à deontologia da magistratura” en LAZZARINI, Álvaro y
NALINI, Jose Renato, Curso de deontologia da magistratura, Saraiva,
Sao Paulo, 1992.
, Ética geral e profissional, 6a. ed., Revista dos Tribu-
nais, São Paulo, 2008.
NEVES, Marcelo, “De la autopoiesis a la alapoiesis del Derecho”,
Doxa: Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 19, 1996. Edición digital
de la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, Alicante, 2005.
PEDRAZ PENALVA, Ernesto, Constitución, Jurisdicción y Proceso, Akal,
Tordesillas, 1990.
TARUFFO, Michele, “Il significato costituzionale dell´obligo di
motiva zione” en PELLEGRINI GRINOVER, Ada; RANGEL DINA-
MARCO, Cândido; WATANABE, Kazuo, et al. (coords.), Patici-
pação e processo, Revista dos Tribunais, São Paulo, 1988.
, “La motivazione della sentenza”, Gênesis Revista de
Direito Processual Civil, n. 31, enero-marzo 2004.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 133 15/03/2012 02:25:29 p.m.
134 Motivação judicial sob a perspectiva ética
, La prueba de los hechos, Editorial Trotta, Madrid, 2005.
TROPER, Michel, El poder judicial y la democracia, Edición digital:
Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2005. Título
de serie: Poder judicial y democracia. Edición digital a partir de
Isonomía: Revista de Teoría y Filosofía del Derecho, n. 18, abril 2003.
VARELA, Casimiro, Valoración de la prueba, 2a. ed., Buenos Aires,
Astrea, 1999.
VIGO, Rodolfo Luis, “Ética Judicial. Su especificidad y responsabilidad”.
Revista CEJ, n. 32, v. 10, 2006.
, “Ética judicial e interpretación jurídica”, Edición
digital: Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2009.
Edición digital a partir de Doxa: Cuadernos de Filosofía del Derecho,
n. 29, 2006.
, Interpretação jurídica: do modelo juspositivista-legalista
do século XIX às novas perspectivas. Tradução de Susana Elena Dalle
Mura. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
ZAGREBELSKY, Gustavo, El derecho dúctil: ley, derechos, justicia.
Tradução de Marina Gascón Abellán, 4a. edição, Madrid,
Editorial Trotta, 2002.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 134 15/03/2012 02:25:29 p.m.
Motivación judicial desde la perspectiva ética 135
, La prueba de los hechos, Trotta, Madrid, 2005.
TROPER, Michel, “El poder judicial y la democracia”, Isonomía:
Revista de Teoría y Filosofía del Derecho, n. 18, abril 2003. Edición
digital de la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, Alicante,
2005.
VARELA, Casimiro, Valoración de la prueba, 2a. ed., Astrea, Buenos
Aires, 1999.
VIGO, Rodolfo Luis, “Ética Judicial. Su especificidad y responsabi-
lidad”, Revista CEJ, n. 32, v. 10, 2006.
, “Ética judicial e interpretación jurídica”, Doxa:
Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 29, 2006. Edición digital de
la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, Alicante, 2009.
, Interpretação jurídica: do modelo juspositivista-legalista
do século XIX às novas perspectivas, Tradução de Susana Elena Dalle
Mura, Revista dos Tribunais, São Paulo, 2005.
ZAGREBELSKY, Gustavo, El derecho dúctil: ley, derechos, justicia,
Tradução de Marina Gascón Abellán, 4a. ed., Trotta, Madrid,
2002.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 135 15/03/2012 02:25:29 p.m.
MOTIVAÇÃO JUDICIAL
Segundo lugar
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 136 15/03/2012 02:25:29 p.m.
Segundo lugar
José Sebastián Gómez Sámano**
LA MOTIVACIÓN JUDICIAL *
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 137 15/03/2012 02:25:30 p.m.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 138 15/03/2012 02:25:30 p.m.
* “A mis queridos padres, a quienes les debo todo: Miguel Ángel Gómez Gómez Vidal y Laura Elena Sámano Tajonar.A mis hermanos, sobrina, tíos y primo.A la noble institución de la Suprema Corte de Justicia de la Nación, especialmente a su Ministro Presidente Juan N. Silva Meza, a Claudia Alatorre Villaseñor y Paola Yaber Coronado.A la Universidad Nacional Autónoma de México en su centenario;a la Facultad de Dere-cho de la Universidad Panamericana en su cuadragésimo aniversario; y al Bufete Jurídico Gratuito de la Universidad Panamericana a quienes les debo gran parte de mi formación profesional.Y sobre todo… Al Camino, la Verdad y la Vida”.
** Profesional operativo adscrito a la Presidencia de la Suprema Corte de Justicia de la Nación.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 139 15/03/2012 02:25:30 p.m.
140
Introdução
“Non ratione imperii sed
rationis imperio”***
Hoje, estamos vivendo uma mudança de paradigma no sistema
judiciário, o papel do Juiz não se limita mais a um mero aplicador
da lei, a bouche de la loi, ou um fantoche do legislador, mas agora
o Juiz atua como guardião da democracia, da supremacia da
Constituição e dos direitos humanos, como generador do direito
–lembre-se a frase anglo-saxã “Lei ou a Constituição é o que os
Juízes dizem que dice’ e, naturalmente, para assegurar que seja
feita justiça.
O que procuramos estabelecer neste artigo é que a obrigação
de motivar é um elemento para o efetivo exercício de um estado
*** Não é por motivo de força, mas pela força da razão.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 140 15/03/2012 02:25:30 p.m.
141
Introducción
“Non ratione imperii sed
rationis imperio”***
En la actualidad, se está viviendo un cambio de paradigma de la
función judicial, el papel del Juez ya no se circunscribe a ser un mero
aplicador de la ley, una bouche de la loi, o bien, un títere del legislador;
ahora el Juez actúa como un guardián de la democracia, de la supre-
macía de la constitución y los derechos humanos, como creador del
derecho –recuérdese la frase anglosajona ‘la ley o la Cons titución
es lo que dicen los jueces que dice’– y, naturalmente, como garante
de que se realice la justicia.
Lo que se tratará de establecer en este trabajo es que la obli-
gación de motivar es un elemento para la efectiva vigencia de un
*** No por la razón de la fuerza, sino por la fuerza de la razón.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 141 15/03/2012 02:25:30 p.m.
142 Motivação judicial
democrático e constitucional de Direito, pelo que no dever da
motivação, “não havia necessidade de os reis das monarquias
antigas, porque acreditava-se que não poderia cometer erros, ao
ser sua vontade divina, nem é um atributo de ditadores que
impõem sua vontade sem motivo ou razão, mas como arbitrariedade
e força”.1
Além disso, esse texto tem como um de seus eixos apresentar
um fundamento ontológico e dever ético de fundamentação das
decisões, porque as motivações devem ser um canal que permita
a execução da decisão por força de razão, e não por argumento
da força.
A motivação, conforme o discutido neste estudo será um dos
elementos que legitimam as decisões judiciais e, portanto, a
função jurisdicional no contexto atual, levando em consideração
que o Juiz não tem para a sociedade e expressa uma legitimidade
clara, porque o executivo e o legislativo derivam sua legitimidade na
vontade popular, ou seja, estes têm um endosso democrática, em
vez disso o Judiciário carece desse fundamento, por isso, levanta
a questão inevitável: ¿como legítimos o Juiz ante uma sociedade
democrática?
Diante disso, distinguira-se a legitimidade das decisões judiciais
–sentenças – a partir da justiça da decisão devidamente justificada
e fundamentada sobre a motivação e legitimidade da função
1 CASTILLO ALVA, José Luis, et. al., Razonamiento judicial, ARA Editores, Lima, 2006, p. 367.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 142 15/03/2012 02:25:30 p.m.
La motivación judicial 143
estado democrático y constitucional de Derecho, pues el deber
de motivación “no era menester de los reyes de las antiguas monar-
quías, pues se creía que ellos no podían equivocarse, al ser su vo-
luntad la divina, ni es atributo de los dictadores que imponen su
voluntad no con la razón ni por la razón, sino con la arbitrariedad y
por la fuerza”.1
Asimismo, el presente texto tendrá como uno de sus ejes el pre-
sentar una fundamentación ontológica y ética del deber de motivar
las sentencias, pues la motivación debe ser un canal que posibilite
el cumplimiento de la decisión por la fuerza de la razón, y no por la
razón de la fuerza.
La motivación, como se expondrá en este estudio, será uno de
los elementos que legitimarán las decisiones judiciales y, por ende, la
función jurisdiccional en el contexto actual, teniendo en considera-
ción que el juzgador no presenta ante la sociedad una clara y mani-
fiesta legitimidad, pues tanto el poder Ejecutivo como el Legislativo
obtienen su legitimación en la voluntad popular; es decir, cuentan
estos últimos con un respaldo democrático, siendo que el Judicial
carece en general de dicho fundamento, por lo cual, surge la pregunta
ineludible: ¿cómo se legitima el Juez ante una sociedad democrática?
Dado lo anterior, se distinguirá la legitimidad de las resoluciones
judiciales –sentencias– las cuales provendrán de la justicia de la
decisión debidamente justificada y razonada en la motivación, y
1 CASTILLO ALVA, José Luis, et. al., Razonamiento judicial, ARA Editores, Lima, 2006, p. 367.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 143 15/03/2012 02:25:30 p.m.
144 Motivação judicial
judicial, que vem como resultado da motivação adequada das
decisões judiciais. Nesse sentido, a fundamentação das sentenças
originara de forma gradual que o Juiz goze de auctoritas, e isso
vai contribuir para a legitimação do Juiz em uma sociedade
democrática.
Por fim, é pertinente salientar que, devido à natureza do texto,
que é uma monografia, com um esforço educacional irá silenciar
algumas nuances2 para dar uma visão geral esquemática de
motivação, sendo que quedaram adiadas para outra mais
abrangente onde se desenvolva mais plenamente a questão.
2 Cfr. LUIS VIGO, Rodolfo, De la ley al Derecho, Porrúa, México, 2005, p. 4.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 144 15/03/2012 02:25:30 p.m.
La motivación judicial 145
la legitimidad de la función judicial, la cual, provendrá como conse-
cuencia de la debida motivación de las sentencias judiciales. En este
sentido, la motivación de las sentencias generará de manera paula-
tina que el juzgador goce de auctoritas, y ésta coadyuvará a legi timar
al Juez en una sociedad democrática.
Por último, es pertinente señalar que debido al carácter del texto,
el cual, es un trabajo monográfico, con un afán pedagógico se silen-
ciarán algunos matices2 para dar una visión esquemática y general
de la motivación, siendo que éstas quedarán postergadas para otros
trabajos más exhaustivos donde se desarrollará con mayor ampli-
tud el tema.
2 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, De la ley al Derecho, Porrúa, México, 2005, p. 4.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 145 15/03/2012 02:25:30 p.m.
146
CaPítulo i
Origens da motivação
Voltando algumas palavras ditas pelo grande advogado Cícero,
em relação à importância da história, quando ele afirma: historia
est vero testis temporum, lux veritatis, vita memoriae, magistra
vitae, vetustatis nuntia (a história é verdadeira testemunha dos
tempos, luz da verdade, vida da memória, a mestra da vida e
arauto da antiguidade),3 a seguir será feita uma breve referência
ao desenvolvimento que tem sido a motivação para a função
judicial.
Naturalmente, e necessário partir de direito romano, cuja fase
clássica (130 aC-230 dC),4 mostra que não havia obrigação de
fundamentar as decisões. No entanto, embora não houvesse essa
3 “De Oratore”, livro II, Cap. 9, 36.4 Cfr. D’ ORS, Álvaro, Derecho Privado Romano, EUNSA, Pamplona, 2004, p. 40.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 146 15/03/2012 02:25:30 p.m.
147
CaPítulo i
Orígenes de la Motivación
Retomando unas palabras que pronunció el gran abogado Marco
Tulio Cicerón en relación a la importancia de la historia, cuando
señala: historia vero est testis temporum, lux veritatis, vita memoriae,
magistra vitae, nuntia vetustatis (la historia es verdadero testigo de los
tiempos, luz de la verdad, vida de la memoria, maestra de la vida y
heraldo de la antigüedad),3 a continuación se presentará una breve
referencia al desenvolvimiento que ha tenido la motivación en la
función jurisdiccional.
Naturalmente, debemos partir del Derecho Romano, en cuya
etapa clásica (130 a.C-230 d.C)4 se constata que no existía obli-
gación de motivar las sentencias. Sin embargo, a pesar de que no
3 CICERÓN, Marco Tulio, De Oratore, lib. II, Cap. 9, 36.4 Cfr. D’ ORS, Álvaro, Derecho Privado Romano, EUNSA, Pamplona, 2004, p. 40.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 147 15/03/2012 02:25:30 p.m.
148 Motivação judicial
obrigação, nesse período específico, geralmente de acordo com
fontes históricas, é que eles si estão motivados.5
Isso é explicado, considerando que, apesar de o papel dos
Juízes é limitado a condenar ou absolver o réu, agia sobre ele actio
si iudex litem suam fecerit através da qual representaram o volume
de negócios se agiam dolosa ou culposamente, de tal forma que
o Juiz justificava sua sentença com mais precisão possível, a fim
de evitar a referida ação contra ele.6
No pós-clássico (230-527 dC),7 do direito romano e as
disposições estão em imperial, no século IV dC, a obrigação de
fundamentar as decisões, que são necessários para compor frases
que não foram, de repente non subitas), e que o Juiz antes de emitir
a sentença considera ad plenum recenseat os elementos do processo,
de modo que, uma vez que ele tinha formulado sua opinião,
escrever e revisar ou reler, evitando males maiores do que rastrear
um novo processo.8
No entanto, durante o período da Ius Commune, especialmente
entre os séculos XI-XIII, estão redescobrindo o Digesto do Imperador
5 “Conseqüentemente, entre os requisitos formais para a validade da sentença, a qualquer tempo, exigir a motivação ou justificação, que não é começado a analisar o seu impacto nos casos em que o tribunal incluiu na sua decisão”, en Cuadernos de Historia del Derecho, n. 2, 1995, p. 14.6 Cfr. Ibidem, p. 19.7 Cfr. PADILLA SAHAGÚN, Gumesindo, Derecho romano, Mc Graw Hill, México, 2006, p. 1.8 Cfr. MURILLO VILLAR, Alfonso, op. cit., p. 22.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 148 15/03/2012 02:25:30 p.m.
La motivación judicial 149
existía dicha obligación en ese periodo específico, lo común, según
las fuentes históricas, es que éstas sí se motivaban.5
Lo anterior, se explica teniendo en cuenta que no obstante la
función de los jueces se limitaba a condenar o absolver al deman-
dado, pesaba sobre ellos la actio si iudex litem suam fecerit, mediante
la cual, respondían por la cuantía del negocio si es que fallaban do-
losa o imprudencialmente, de tal suerte que el Juez solía justificar
con la mayor precisión posible su sentencia a fin de que evitara la
acción citada contra su persona.6
En la etapa post-clásica (230-527 d.C)7 del Derecho Romano ya
encontramos en las disposiciones imperiales, en el siglo IV d.C,
la obligación de motivar las sentencias, en las que se exige que las
sentencias no fueran redactadas repentinamente (non subitas), y
que el Juez previa la emisión de la sentencia considerara ad plenum
recenseat los elementos del proceso, para que una vez que hubiera
formulado su opinión, la escribiera y la revisara o releyera, evitando
así males mayores que arrastraran un nuevo pleito.8
Ahora bien, durante el periodo del Ius Commune, especialmen-
te entre los siglos XI-XIII, se redescubre el Digesto del emperador
5 “En consecuencia, entre los requisitos formales exigidos para la validez de la senten-cia, en ningún momento se requiere su motivación o fundamentación, lo cual no empecé para analizar su repercusión en aquellos casos en que el órgano juzgador la incluía dentro de su decisión” MURILLO VILLAR, Alfonso, “La motivación de la sentencia en el proceso civil romano” en Cuadernos de Historia del Derecho, n. 2, 1995, p. 14.6 Cfr. Ibidem, p. 19.7 Cfr. PADILLA SAHAGÚN, Gumesindo, Derecho romano, Mc Graw Hill, México, 2006, p. 1.8 Cfr. MURILLO VILLAR, Alfonso, “La motivación…”, op. cit., p. 22.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 149 15/03/2012 02:25:30 p.m.
150 Motivação judicial
Justiniano, fonte entendida como a ratio scripta, também, emergiu
a glosa –notas de texto marginal romano–. Os glosadores, como
sabemos, acudiam as proporções o brocardos latinos para fazer
razoamentos juridicamente.
Assim vemos que neste período não havia obrigação de
fundamentar as decisões, pois em geral em toda a Europa, as
decisões judiciais não estavam motivadas, bastando uma indicação
del brocardo para ter por compreendidas e justificadas.9
Mais tarde, entre os séculos XIV a XVIII, vemos que não há
obrigação geral de fundamentação das decisões, incluindo
algumas disposições que proíbem o motivação das mesmas10
–v.gr. o decreto Sicut Nobis, onde os comentaristas desta disposição
fizeram o princípio segundo a cual Iudex non tenetur exprimere
causam in sententia.11
No entanto, acima disto, podemos dizer em palavras de Michele
Taruffo que “a origem do princípio da obrigatoriedade das regras
9 Cfr. COLOMER HERNÁNDEZ, Ignacio, La motivación de las sentencias: sus exigencias constitucionales y legales, Tirant, Valencia, 2003, p. 62.10 Veja o lei 11-16-8 da Novísima Recopilación (Real Cédula de 25-6-1768), que afirma: “5. Para evitar as lesões resultantes da pratica das vistas na Audiência de Mallorca de motivar suas decisões, levando a reflexões dos litigantes, consumindo muito tempo no âmbito dos acórdãos, que vêm a ser um resumo do processo e as despesas que as partes continuam, comando de deixar a prática, em conformidade com as palavras decisivas, como e observado no meu Conselho e na maioria dos tribunais do reino e que um exemplo do que foi determinado para Audiência de Mallorca , os Tribunais comuns, mesmo os privilegiados, não fundamentem as decisões, como dantes, com as citações e atentos, como se referia ao fato dos autos e dos fundamentos alegados pelas partes”. Em NIETO, Alejandro, El arbitrio Judicial, Ariel, Barcelona, 2000, p. 143. 11 “Os Juízes não são obrigados a declarar o motivo de sua decisão” em COLOMER HERNÁNDEZ, Ignacio, op. cit., p. 64.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 150 15/03/2012 02:25:30 p.m.
La motivación judicial 151
Jus tiniano, en el que se entendió a esta fuente como la ratio scripta;
asimismo, surgió la glosa –anotaciones marginales del texto roma-
no–. Los glosadores, como se sabe, acudían a las proporciones o
brocardos latinos para razonar jurídicamente.
Encontramos así que en este periodo no existía la obligación de
motivar las sentencias, pues con carácter general en toda Europa,
las decisiones judiciales no eran motivadas, ya que bastaba con la
indicación del brocardo para entenderlas justificadas.9
Posteriormente, entre los siglos XIV a XVIII, constatamos que no
existe en general la obligación de motivar las sentencias, e inclusive,
existen algunas disposiciones que prohíben la motivación de la
misma10 –v.gr. la Decretal Sicut Nobis, donde los comentaristas de
dicha disposición extrajeron el principio según el cual Iudex non
tenetur exprimere causam in sententia.11
Ahora bien, expuesto lo anterior, podemos señalar en palabras
de Michele Taruffo que “el origen del principio de obligatoriedad en
9 Cfr. COLOMER HERNÁNDEZ, Ignacio, La motivación de las sentencias: sus exigencias constitucionales y legales, Tirant, Valencia, 2003, p. 62.10 Véase la ley 11-16-8 de la Novísima Recopilación (Real Cédula de 25-6-1768) que señala: “5. Para evitar los perjuicios que resultan con la práctica que se observa en la Audiencia de Mallorca de motivar sus sentencias, dando lugar a cavilaciones de los liti-gantes, consumiendo mucho tiempo en la extensión de las sentencias, que vienen a ser un resumen del proceso, y las costas que a las partes se siguen; mando cese en dicha práctica ateniéndose a las palabras decisorias, como se observa en mi Consejo y en la mayor parte de los tribunales del Reyno y que a ejemplo de lo que ha prevenido para la Audiencia de Mallorca, los Tribunales ordinarios, incluso los privilegiados, excusen de motivar las sen-tencias, como hasta aquí, con los vistos y atentos, en que se refería el hecho de los autos y los fundamentos alegados por las partes”. NIETO, Alejandro, El arbitrio Judicial, Ariel, Barcelona, 2000, p. 143.11 “Los jueces no están obligados a expresar la razón de su sentencia”. COLOMER HERNÁNDEZ, Ignacio, La motivación…, op. cit., p. 64.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 151 15/03/2012 02:25:30 p.m.
152 Motivação judicial
processuais na Europa Continental é um fenômeno que se situa na
segunda metade do século XVIII”.12
O nascimento da obrigação de fundamentação e explicado,
creio eu, pelas idéias que permeiam a ciência do direito derivado do
Iluminismo que trouxeram o colapso da estrutura que estava
ancorada no ancien régime, para abrir caminho a soberania popular,
os direitos humano, e o sistema constitucional13 e, acima de tudo, a
pedra angular do sistema ilustrado que foi a fé na razão.
Assim, descobrimos que o primeiro país a exigir a obrigação de
justificar a decisão por razões democráticas é precisamente a
França14 após a Revolução, sendo que em 1790 emitiu a lei de
organização judiciária e refere explicitamente, o referido no artigo
208 da Constituição Francesa do ano III.
Posteriormente, o dever de fundamentar as decisões judiciais
ao abrigo dos princípios do Iluminismo, está se infiltrando em
diversos países, como a Prússia, Itália e outros países continentais
da tradição civil, para tornar-se um princípio geral na segunda
metade do século XIX.15
12 TARUFFO, Michele, La motivación de la sentencia civil (Trad. Lorenzo Córdova Vianello), Tribunal Electoral del Poder Judicial de la Federación, México, 2006, p. 302.13 Cfr. FAZIO MARIANO, Historia de las ideas contemporáneas, Rialp, Madrid, 2007, p. 67.14 Antes de França, Áustria e Prússia foi obrigada a fundamentar as decisões, mas o único papel que eu tinha era de impugnar as decisões, e não visto como um reflexo da democracia, ver TARUFFO, Michele, La motivación..., op. cit., p. 310.15 Cfr. Ibidem, p. 313.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 152 15/03/2012 02:25:30 p.m.
La motivación judicial 153
los ordenamientos procesales de Europa Continental es un fenó-
meno que se ubica en la segunda mitad del siglo XVIII”.12
El nacimiento de la obligación de motivar se explica, a mi juicio,
por las ideas que impregnaron a la ciencia jurídica derivadas de la Ilus-
tración y que trajeron consigo, la caída de la estructura en que estaba
anclada el ancien régime, para dar paso a la soberanía popular, los de-
rechos del hombre, el sistema constitucional,13 y por encima de todo,
la piedra angular del sistema ilustrado que fue la fe en la razón.
Así, encontramos que el primer país que exige la obligación de
motivar la sentencia por razones democráticas es precisamente
Francia,14 después de la Revolución, siendo que en 1790 expide la
Ley sobre organización judicial y se establece expresamente la obli-
gación referida; lo anterior, se afirma en el artículo 208 de la Cons-
titución Francesa del año III.
Ulteriormente, el deber de motivar las sentencias, bajo los postu-
lados de la Ilustración, va permeando en diferentes países tales
como Prusia, Italia, y demás países de tradición civilista continental,
hasta convertirse en un principio general en la segunda mitad del
siglo XIX.15
12 TARUFFO, Michele, La motivación de la sentencia civil, Trad. Lorenzo Córdova Vianello, Tribunal Electoral del Poder Judicial de la Federación, México, 2006, p. 302.13 Cfr. FAZIO MARIANO, Historia de las ideas contemporáneas, Rialp, Madrid, 2007, p. 67.14 Antes de Francia, en Austria y Prusia ya existía la obligación de motivar las sentencias; sin embargo, la única función que tenía era para poder impugnar las decisiones, y no se veía como un reflejo de la democracia, vid., TARUFFO, Michele, La motivación…, op. cit., p. 310.15 Cfr. Ibidem, p. 313.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 153 15/03/2012 02:25:30 p.m.
154 Motivação judicial
No entanto, justo na França, quando Napoleão Bonaparte
assumiu o poder, que revoga o dever de fundamentação das
resoluções,16 assim, que é novamente evidenciado de que em
regimes onde tem despotismo, um dos itens removidos geralmente
é a motivação judicial, pois se privilegia a força (império), sobre a
ração.
Fazendo um relato histórico da obrigação da motivar o raciocínio
jurídico, podemos concluir que, nos países onde impera o despotismo,
ou arbitrariedade, não há obrigação de dar razões –e mesmo a
proibição–, enquanto nos regimes democráticos geralmente requeresse
a motivação como um dos elementos que legitimam a função
jurisdicional.
Exposto acima se mostra dois momentos sobre o desenvolvimento
da motivação judicial, mesmo que pelo tamanho será discutido
em seções separadas.
Assim, podemos ver que, nos séculos XIX e XX, apresenta um
Juiz bouche de la loi, cuja única função é aplicar a regra, sendo que
este modelo é superado pelo operador do Juiz de Direito em que dá
a os princípios e a os valores maior importância.
1. Exegética legalista: Juiz bouche de la loi (boca da lei)
O Juiz “boca da lei” que viveu no S. XIX e primeira metade do
S. XX, surgiu através do que é conhecido como o modelo exegético
16 Cfr. Ibidem, p. 311.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 154 15/03/2012 02:25:30 p.m.
La motivación judicial 155
Sin embargo, justo en Francia cuando llega al poder Napoleón
Bonaparte, se deroga la obligación de motivar las sentencias,16
con lo cual, se evidencia nuevamente que en regímenes donde se
presenta el despotismo, uno de los elementos que se eliminan nor-
malmente, es la motivación judicial, pues se privilegia la fuerza
(imperio), sobre la razón.
Haciendo un recuento histórico de la obligación de la motivación
judicial, podemos llegar a la conclusión de que en los países donde
reina el despotismo, o la arbitrariedad, no existe la obligación
de motivar –e inclusive su prohibición–, mientras que en los regí-
menes democráticos, normalmente se exige la motivación como
uno de los elementos que legitiman la función jurisdiccional.
Expuesto lo anterior, a continuación, se presentarán dos mo-
mentos relativos al desenvolvimiento de la motivación judicial, mis-
mas que por su amplitud serán tratadas en apartados separados.
Así, se podrá apreciar que en el siglo XIX y principios del XX, se
presenta un Juez bouche de la loi que tiene como única función la de
aplicar la norma, siendo que dicho modelo, es superado por el del
Juez creador del Derecho, en el que se le da a los principios y valores
una relevancia mayor.
1. Exegético legalista: Juez bouche de la loi (boca de la ley)
El Juez ‘boca de la ley’ que vivió en el S. XIX y la primera mitad del
S. XX, surgió gracias a lo que se denomina como el modelo exegético
16 Cfr. Ibidem, p. 311.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 155 15/03/2012 02:25:30 p.m.
156 Motivação judicial
legalista, também conhecido como formalismo jurídico, ou o
positivismo jurídico,17 que tinha como postulado o seguinte:
a. Redução do Direito à lei, a única fonte de direito era a lei,
então não havia uma sinonímia entre estes dois conceitos,18
b. Separação clara entre criação e aplicação do Direito (lei),
resultando que a primeira era da exclusiva competência da
perfeita vontade do legislador, enquanto a segunda foi entregue
ao Juiz, e c. O valor do núcleo jurídico era a certeza, ou “saber
legal para ter a resposta previsível e esperada da cada questão
jurídica”.19
O Juiz, nesse modelo, comprei um recurso automático que foi
mecanicamente aplicar a lei ao caso presente, por um raciocínio
simples, chamado silogismo judicial em que a sentença é
formada por uma simples aplicação da lei. A decisão judicial era
para ser a premissa maior, como a norma, a premissa menor o
fato, e conclusão, a decisão foi correta. Isso teve implicações
importantes sobre as razões judiciais, como será visto mais
adiante.
Este modelo, sem dúvida, teve como um de seus precursores
do Iluminismo, que tinha o epítome do conhecimento da
matemática.20 Isso teve implicações para o Direito como se
17 Cfr. MORA RESTREPO, Gabriel, Justicia constitucional y arbitrariedad de los jueces. Teoría de la legitimidad en la argumentación de las sentencias constitucionales, Marcial Pons, Argentina, 2009, p. 117.18 Cfr. LUIS VIGO, Rodolfo, De la Ley al Derecho, Porrúa, México, 2005.19 Idem.20 Como observou René Descartes “Eu declaro expressamente que não aceito qualquer outra questão das coisas corpóreas que os divisíveis, os números móveis e geômetras chamam quantidade, e que tomam como objeto de suas manifestações, eu não considero nada mais do que divisões, formas e movimentos, e que sobre eles não aceitam qualquer
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 156 15/03/2012 02:25:30 p.m.
La motivación judicial 157
legalista, también conocido como formalismo jurídico o positivismo lega-
lista,17 el cual, tuvo como postulados los siguientes: a. Reducción del
Derecho a la ley: la única fuente del Derecho era la ley, por lo cual,
existía una sinonimia entre estos dos conceptos,18 b. Tajante sepa-
ración entre creación y aplicación del Derecho (ley), siendo que
la primera era competencia exclusiva de la voluntad perfecta del le-
gislador, mientras que la segunda era encomendada al juzgador, y
c. El valor jurídico central lo constituía la seguridad jurídica o “saber
a qué atenerse jurídicamente o contar con la respuesta previsible y
anticipada para cada problema jurídico”.19
El Juez bajo este modelo, adquirió una función autómata que
consistió en aplicar mecánicamente la ley al caso concreto, mediante
un simple raciocinio, llamado silogismo judicial en el que la senten-
cia se formaba mediante una mera aplicación de la ley. En la reso-
lución judicial se tenía a la premisa mayor como la norma, la premisa
menor como el hecho, y la conclusión, era propiamente la decisión.
Lo anterior, tuvo grandes repercusiones en lo tocante a la motiva-
ción judicial como se apreciará posteriormente.
Este modelo, sin lugar a dudas, tuvo como uno de sus precurso-
res a la Ilustración, la cual tenía como arquetipo de conocimiento a
la ciencia matemática.20 Esto tuvo repercusiones en el Derecho pues
17 Cfr. MORA RESTREPO, Gabriel, Justicia constitucional y arbitrariedad de los jueces. Teoría de la legitimidad en la argumentación de las sentencias constitucionales, Marcial Pons, Argentina, 2009, p. 117.18 Cfr. LUIS VIGO, Rodolfo, De la Ley al Derecho, Porrúa, México, 2005.19 Idem.20 Como señalaba René Descartes: “Declaro expresamente que no admito ninguna otra materia de las cosas corpóreas que aquella divisible, figurable y móvil que los geómetras llaman cantidad, y que ellos toman como objeto de sus demostraciones; que no considero en ella nada más que las divisiones, las figuras y los movimientos; y que acerca de éstos no
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 157 15/03/2012 02:25:30 p.m.
158 Motivação judicial
pretende que o método é próximo daquele método lógico-
matemático. Assim, no que diz respeito ao papel do Juiz que
tentou isso seria limitado a aplicar mecanicamente a lei através
do método dedutivo.
Sob essa influência, dizia-se que os Juízes devem ser “os primeiros
escravos da lei e não seus árbitros” (Voltaire)”, o instrumento que
fala as palavras da lei, seres inanimados que não podem moderar
nem sua força ou rigor das leis”(Montesquieu), ou que seu papel se
limitava a” reconstruir o pensamento do legislador insiste na lei
“(Savigny).
Como pode ser visto, a função ideal do tribunal foi apenas
a aplicação da lei em fazer uma simples subsunção do fato na
norma jurídica, portanto, não criava o direito, mas se limitava a
aplicar a lei.
Nas palavras do Michele Taruffo deste tribunal “não cria a
decisão, mas o ‘encontrado’, e não encontrar uma decisão mais ou
menos justas, mas justo é a escolha ideal dentro do quadro
conceptual em que o despacho de Por um lado, e a lógica do outro,
inevitavelmente vinculada”.21
Disse, agora analisar a repercussão desse modelo como um Juiz
no campo do raciocínio judicial.
coisa como verdade, mas o que essas noções comuns de cuja verdade não podemos duvidar, ser deduzidos tão obviamente ser considerado como uma demonstração matemática. E por isso maneira de explicar todos os fenômenos naturais, como mostrado a seguir, penso que não devemos admitir, até mesmo desejável, outros princípios da física”. DESCARTES, R., Principia, II, 64.21 TARUFFO, Michele, La motivación..., op. cit., p. 151.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 158 15/03/2012 02:25:30 p.m.
La motivación judicial 159
se intentó que su método se asemejara al método lógico-matemá-
tico. Así, en lo tocante a la función del Juez se trató de que éste se
circunscribiera a aplicar mecánicamente la ley mediante el método
deductivo.
Bajo esta influencia, se decía que los jueces debían ser “los pri-
meros esclavos de la ley y no sus árbitros” (Voltaire), “el instrumen-
to que pronuncia las palabras de la ley, seres inanimados que no
pueden moderar ni la fuerza ni el rigor de las leyes” (Montesquieu),
o bien que su función se limitaba a “reconstruir el pensamiento del
legislador ínsito en la ley” (Savigny).
Como se puede apreciar, la función ideal del Juez consistía sola-
mente en aplicar la ley, en efectuar una simple subsunción del hecho
en la norma jurídica, por lo cual, no creaba el Derecho sino que única-
mente aplicaba la ley.
En palabras de Michele Taruffo, este Juez “no crea la decisión,
sino que la ‘encuentra’, y no es que encuentre una decisión más o
menos justa, sino que encuentra la decisión idealmente justa dentro
del marco conceptual en el cual el ordenamiento por un lado, y la
lógica por el otro, lo circunscriben inexorablemente”.21
Expuesto lo anterior, ahora se analizará la repercusión que tuvo
este modelo de Juez en el ámbito de la motivación judicial.
admito nada como verdadero, sino lo que de esas nociones comunes, de cuya verdad no podemos dudar, se deduzca tan evidentemente que pueda considerarse como una demos-tración matemática. Y como de esta manera pueden explicarse todos los fenómenos de la naturaleza, como aparecerá en lo que sigue, pienso que no hay que admitir, ni siquiera desear, otros principios de la física.” DESCARTES, René, Principia, II, 64.21 TARUFFO, Michele, La motivación..., op. cit., p. 151.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 159 15/03/2012 02:25:30 p.m.
160 Motivação judicial
Antes de lançar sobre o assunto, fica claro que o modelo judicial
reduziu a motivação para uma das formas de razão, que é a
demonstração por meio do silogismo judicial, e se esqueceu de retórica
como uma forma de argumento, ou seja, só serviram que é conhecido
como a lógica formal para ignorar o informal.22
De fato, considerando o que disse o pai da lógica, Aristóteles,
existem dois tipos de raciocínio, sendo estes o analítico e dialético. Os
parâmetros laboratoriais foram estudados por Aristóteles na
“primeira e segunda analítico”, consistindo de raciocínio formal
através da aplicação do silogismo, é por isso que o filósofo é
considerado como o pai da lógica formal, mas também a pensador
dedicou grande parte de seu pensamento para outro tipo de
raciocínio é a dialética do temas abordados nos Tópicos e nas
Refutações sofísticas e na Retórica,23 que examina como os argumentos
são convincentes, atrativos e interessantes para o público que tem
como alvo”, ao invés de buscar apenas a validade formal de um
argumento”.24
Como pode ser observado, o método analítico foi tomada
exclusivamente pelo modelo legalista dogmático, sendo que foi
ignorado a segunda. Este foi fortemente criticada por Chaïm
Perelman, resgatando o método dialético como uma forma válida
de argumento.25
22 Cfr. PERELMAN, Chaïm, et. al., Tratado de la Argumentación, la nueva retórica, Gredos, Madrid, 2006.23 Cfr. AGUIRRE ROMÁN, Javier Orlando, et. al., “¿Argumentación o demostración de la decisión judicial? Una mirada en el estado constitucional” em Revista de Derecho Universidad del Norte, n. 32, Barranquilla, 2009, p. 8.24 Ibidem, p. 9.25 Cfr. PERELMAN, Chaïm, et. al., Tratado..., op. cit., p. 35.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 160 15/03/2012 02:25:30 p.m.
La motivación judicial 161
Antes de adentrarnos en el tema, es preciso señalar que este mode-
lo judicial redujo la motivación a una sola de las formas para razonar,
siendo ésta la demostración mediante el silogismo judicial, y olvidó a la
retórica como forma de argumentar; es decir, únicamente atendió a
lo que se conoce como la lógica formal, para soslayar a la informal.22
En efecto, tomando en consideración lo que señala el padre de
la lógica, Aristóteles, existen dos tipos de razonamientos, siendo
éstos los analíticos y los dialécticos. Los analíticos fueron estudiados
por el Estagirita en los “primeros y segundos analíticos”, y consisten
en el razonamiento formal, mediante la aplicación del silogismo
–por este motivo, es considerado este filósofo como padre de la
lógica formal–; sin embargo, también este pensador dedicó gran
parte de su pensamiento a otro tipo de razonamiento que es el dia-
léctico, tratado en los Tópicos, en Las refutaciones sofísticas, y en la
Retórica,23 el cual, analiza si los argumentos resultan persuasivos,
atractivos e interesantes para la audiencia a la cual se dirige, “en
lugar de buscar solamente la validez formal de un argumento”.24
Como se podrá advertir, el método analítico fue tomado en
exclusiva por el modelo dogmático legalista, siendo que fue sosla-
yado el segundo. Lo anterior, fue duramente criticado por Chaïm
Perelman, rescatando el método dialéctico como forma válida de
argumentar.25
22 Cfr. PERELMAN, Chaïm, et. al., Tratado de la Argumentación, la nueva retórica, Gredos, Madrid, 2006.23 Cfr. AGUIRRE ROMÁN, Javier Orlando, et. al., “¿Argumentación o demostración de la decisión judicial? Una mirada en el estado constitucional” en Revista de Derecho Univer-sidad del Norte, n. 32, Barranquilla, 2009, p. 8.24 Ibidem, p. 9.25 Cfr. PERELMAN, Chaïm, et. al., Tratado..., op. cit., p. 35.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 161 15/03/2012 02:25:31 p.m.
162 Motivação judicial
Disse, descobrimos que a fundamentação do Juiz bouche de la
loi, foi apenas para demonstrar a aplicação da lei, invés de
justificala,26 ou seja, só tinha que mostrar que havia sido aplicado
na jurisprudência, de modo , o Juiz teve de justificar sua decisão,
mas apenas para mostrar o passo lógico da subsunção do fato na
norma do direito.
Neste sentido, o dever de fundamentação foi simples, porque o
Juiz só tinha de seguir o caminho definido pelo legislador, portanto,
a única motivação judicial era para marcar o iter (caminho) a
subsumir a regra seguida pelo fato concreto.
Neste esquema mostra que a motivação foi concebido
essencialmente para a legislatura como um portador da vontade
geral,27 foi possível verificar que o Juiz havia sido anexada à letra
da lei, sendo que este controle foi assegurado pelo “Juiz lei ‘que foi o
Tribunal de Cassation,28 que verificou que o Juiz havia sido submetido
a ela.
Em relação ao campo da justiça, podemos ver que o Juiz foi
liberado de sua função mais importante é a justiça, pois neste
modelo, a justiça foi conceito etéreo na lei era perfeita e racional,
portanto, doador de caixa de justiça não foi o Juiz, mas o
legislador.29 O Juiz nesse sentido, era um espectador da justiça,
26 Cfr. TARUFFO, Michele, La motivación..., op. cit., p. 151.27 Cfr. MORA RESTREPO, G., Justicia..., op. cit., p. 118.28 Cfr. TARUFFO, Michele, La motivación..., op. cit., p. 305.29 Cfr. MORA RESTREPO, G., Justicia..., op. cit., p. 118.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 162 15/03/2012 02:25:31 p.m.
La motivación judicial 163
Expuesto lo anterior, encontramos que la motivación en el Juez
bouche de la loi, consistía únicamente en demostrar la aplicación de la
ley, más que justificarla;26 es decir, únicamente debía mostrar que se
había aplicado en el caso concreto la ley, por lo cual, el Juez no tenía
que justificar su decisión, sino únicamente mostrar el paso lógico de
la subsunción del hecho en la norma jurídica.
En este sentido, la obligación de motivar era simple, pues el juz-
gador únicamente tenía que seguir el camino trazado por el legis-
lador, por lo cual, la motivación judicial únicamente debía señalar el
iter (camino) seguido para subsumir la norma al hecho concreto.
En este esquema se aprecia que la motivación se encontraba
diseñada fundamentalmente para que el legislador como portador
de la voluntad general,27 pudiera verificar que el Juez se hubiera
apegado a la palabra de la ley, siendo que dicho control se encon-
traba garantizado mediante el ‘Juez de la ley’ que era el Tribunal de
Cassation28 que verificaba que el Juez se hubiera sometido a ésta.
En relación al ámbito de la justicia, podemos constatar el juz gador
quedó relegado de su función más importante que es dar la justicia,
pues en este modelo, la justicia era un concepto etéreo que se encon-
traba en la ley perfecta y racional, por lo cual, el efectivo dador de la
justicia no era el juzgador, sino el legislador.29 El Juez en este sentido,
26 Cfr. TARUFFO, Michele, La motivación..., op. cit., p. 151.27 Cfr. MORA RESTREPO, G., Justicia..., op. cit., p. 118.28 Cfr. TARUFFO, Michele, La motivación..., op. cit., p. 305.29 Cfr. MORA RESTREPO, G., Justicia..., op. cit., p. 118.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 163 15/03/2012 02:25:31 p.m.
164 Motivação judicial
ao invés de sua estrela, virou-se em suma, um instrumento da
vontade geral alegado.
2. Principialista: Juiz creador de direito
Como afirmado pelo advogado Mora Restrepo, o modelo acima
referido, é baseado em três ficções: a. A idéia da vontade geral como
critério último de legitimidade jurídica, depositados por meio de
uma maioria no parlamento, b. Reconhecer que toda lei se presume
sábio só porque presume-se que o legislador, em que a regra de
justiça acabou por ser o Estado de Direito, e c. Atribuir a tarefa do
Juiz, uma função mecânica que teve que aplicar a lei estrita e
mecanicamente pretensamente racional e justo.30
Este modelo legal, sofre de uma grave violação do século XX,
com as críticas feitas pelo tema da teoria da argumentação
judicial –postulada por Theodor Viehweg,31 que observa que
ele faz a sua premissa maior não é a lei em geral, mas uma
vista comumente aceito pela comunidade–, o “realismo jurídico
também alega que o Juiz faz irracional ”, justificado racionalmente
seus fatores de decisão, então a motivação e, finalmente, de sua
teoria retórica da argumentação jurídica, que, como foi observado,
além de retórica como uma forma válida de argumento.32
30 Cfr. Idem.31 Cfr. VIEHWEG, Theodor, Topica e giurisprudenza, trad.it., G. Crifó, Tistem, Milán, 1962.32 “Contra-argumentar isto é muito fácil. Para esta finalidade som suficientes referências à linguagem do Direito, a possibilidade de conflitos de normas e regras de colisão, o fato de que nenhuma norma pode estar disponível para a decisão de um caso e a possibilidade,
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 164 15/03/2012 02:25:31 p.m.
La motivación judicial 165
era un espectador de la justicia, más que su protagonista; se volvió en
suma, un instrumento de la supuesta voluntad general.
2. Principialista: Juez creador del Derecho
Como lo señala el jurista Mora Restrepo, el modelo explicado con
anterioridad, se basa en 3 ficciones: a. La idea de la voluntad gene-
ral como criterio último de legitimidad jurídica, depositada por vía
de mayorías en el parlamento, b. Reconocer que toda ley se presu-
me justa porque se presume sabio el legislador, en el que el imperio
de la justicia terminó siendo el del imperio de la ley, y c. Asignar a la
tarea del Juez, la de una función mecánica donde tenía que aplicar
rigurosa y mecánicamente la ley presuntamente racional y justa.30
Este modelo jurídico, sufre un grave quebrantamiento a partir
del S.XX, con las críticas realizadas por la teoría tópica del razonamien-
to judicial –postulada por Theodor Viehweg31 quien señala que el
Juez toma su premisa mayor no de la ley en general, sino de un pun-
to de vista comúnmente aceptado por la colectividad–, asimismo
del realismo jurídico –asegura que el Juez toma su decisión por facto-
res ‘irracionales’, justificándola racionalmente posteriormente en la
motivación–, y por último de la teoría retórica de la argumentación
jurídica –la cual, como ya se señaló añade a la retórica como forma
válida de argumentación–.32
30 Cfr. Idem.31 Cfr. VIEHWEG, Theodor, Topica e giurisprudenza, trad.it., G. Crifó, Tistem, Milán, 1962.32 “Refutarlo es demasiado fácil. Para ello bastan referencias a la vaguedad del lenguaje del Derecho, la posibilidad de conflictos de normas y colisiones de normas, el hecho de que ninguna norma pueda estar a disposición para la decisión de un caso y la posibilidad, no
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 165 15/03/2012 02:25:31 p.m.
166 Motivação judicial
Sem dúvida, o golpe final contra o modelo exegético, que eram
o Tribunal de Nüremberg, que impôs sanções penais contra
vários funcionários e autoridades da Alemanha nazista por
comportamento ilícito, apesar de ter cumprido a lei atual e válido
e onde podemos ver que a lei entrou em precedência a uma lei
válida,33 isto é, os crimes nazistas foram julgados sob a luz da lei e
da justiça, ao invés de a lei promulgada pelo regime totalitário.
Como observado Luis Vigo, “a lei nazista tinha segurança jurídica,
mas seu injustiça a invalidava”.34
Dessa forma, surgem como uma fonte de princípios do direito
à lei e, portanto, com respeito, o Judiciário, há novos caminhos
que expostos pelo modelo exegético para informar suas decisões.
Como veremos adiante, essa mudança significou uma revolução
por razões judiciais.
O enriquecimento dos princípios jurídicos e, assim, gerar a
motivação ea figura do Juiz alegou, porque a decisão do Juiz não
é apenas um mero silogismo produzir um padrão, mas também
gerou que equilibra os princípios e valores.
Nos novos ventos produzidos pela teoria tópica do raciocínio
jurídico, assim como o realismo jurídico, e, finalmente, a teoria
não completamente excluída na maior parte dos sistemas jurídicos, da extensão do Direito contra o texto da regra” ALEXY, Robert, Teoría del discurso y derechos humanos, Universidad Externado de Colombia, Bogotá, 1995, p. 37.33 Cfr. LUIS VIGO, Rodolfo, De la ley..., op. cit., p. 6.34 Ibidem, p. 15.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 166 15/03/2012 02:25:31 p.m.
La motivación judicial 167
Sin lugar a dudas, el golpe definitivo en contra del modelo exegé-
tico, lo constituyeron los tribunales de Nüremberg, donde se san-
cionó penalmente a diversos funcionarios y autoridades de la
Alemania nazi por realizar conductas ilícitas, a pesar de haber cum-
plido con una ley vigente y válida,33 y donde se aprecia, que se ante-
puso el Derecho a la ley formalmente válida, es decir, se juzgaron
los crímenes nazis bajo la luz del Derecho y la justicia, en vez de
la ley promulgada por el régimen totalitario. Como señala Luis Vigo,
“el derecho nazi proveía seguridad jurídica pero su injusticia lo inva-
lidaba raigalmente”.34
De esta manera, surgen los principios como fuente del Derecho
para el ordenamiento jurídico, y de esta manera, en lo tocante,
al poder judicial, se abren nuevos caminos aparte de los expuestos
por el modelo exegético para fundamentar sus decisiones. Como se
verá posteriormente, este cambio significó una revolución para la
motivación judicial.
Los principios enriquecieron al ordenamiento jurídico, y por ende,
generaron que la motivación y la figura del Juez se reivindicara, pues
la decisión del Juez no nada más se produciría como un mero silo-
gismo de una norma, sino también, generó que se ponderaran los
principios y valores.
Con los nuevos aires aportados por la teoría tópica del razo-
namiento judicial, así como con el realismo jurídico, y por último,
por completo excluida en la mayor parte de los sistemas legales, de la amplitud del derecho frente al texto de la norma” ALEXY, Robert, Teoría del discurso y derechos humanos, Univer-sidad Externado de Colombia, Bogotá, 1995, p. 37.33 Cfr. LUIS VIGO, Rodolfo, De la ley..., op. cit., p. 6.34 Ibidem, p. 15.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 167 15/03/2012 02:25:31 p.m.
168 Motivação judicial
retórica da argumentação jurídica, foi salientado que o trabalho
do Juiz, não foi simplesmente um silogismo judicial mas observou
que a lei não era um sistema perfeito, completo e consistente,
mas, pelo contrário, havia lacunas, regulamentares antinomias
e zonas cinzentas, onde não era tão fácil de subsumir o fato à
regra geral.
Assim, o novo modelo jurídico indica que existem casos difíceis,
onde há uma visão muito clara a decisão judicial, no qual não
é possível aplicar estritamente a subsunção legal, porque, como
pontos de MacCormick, existem quatro problemas a serem
resolvidos em um caso: a. O problema da existência de dúvidas
sobre a regra a aplicar; b. Que interpretação deve ser dada uma regra
a aplicar; c. A questão da prova sobre os fatos, e d. O problema da
qualificação jurídica dos factos, onde não é possível identificar
claramente como julgar orçamento.35
Além disso, com o surgimento dos princípios da segunda metade
do século XX, enriquece o ordem jurídico. Os princípios são aqueles
que, ao contrário das regras, não há hipótese ou conseqüências
jurídicas, mas são “direito concentrada a dizer Vigo, ou, nas palavras de
Robert Alexy, são” mandatos de otimização que característica que
pode ser cumpridas em diferentes graus e que a medida ordenada
cumprimento não depende apenas de possibilidades factuais, mas
também das possibilidades legais”.36
35 Citado por ATIENZA, Manuel, El derecho como argumentación, Fontanamara, México, 2005, p. 16.36 ALEXY, Robert, Derecho y razón práctica, Fontanamara, México, 1998, p. 12.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 168 15/03/2012 02:25:31 p.m.
La motivación judicial 169
con la teoría retórica de la argumentación jurídica, se puso énfasis
en que la labor del Juez, no consistía en un simple silogismo judicial,
sino que se señaló que el ordenamiento jurídico no era un sistema
perfecto, completo y coherente, sino que por el contrario, existían
lagunas jurídicas, antinomias normativas, y zonas de penumbra,
donde no era tan fácil subsumir el hecho en la norma general.
Así, el nuevo modelo jurídico señala que existen casos difíci-
les –donde no se vislumbra con claridad la decisión jurídica–, en los
cuales, no es dable aplicar a rajatabla la subsunción judicial, ya que
como lo apunta MacCormick, existen 4 problemas a resolver en
un caso: a. El problema relativo a la existencia de dudas sobre la
norma a aplicar; b. Qué interpretación debe dársele a la norma
a aplicar; c. La cuestión sobre las pruebas en torno a los hechos; y
d. El problema relativo a la calificación de los hechos, en donde no se
puede determinar con claridad en qué presupuesto juzgarlo.35
Asimismo, con la aparición de los principios a partir de la segun-
da mitad del S.XX, se enriqueció el ordenamiento jurídico. Los prin-
cipios son aquellos en los cuales –a diferencia de las normas– no
existe una hipótesis o consecuencia jurídica, sino que son ‘derecho
concentrado’ a decir de Vigo, o bien, en palabras de Robert Alexy
son: “mandatos de optimización que se caracterizan porque pueden
ser cumplidos en distintos grados y porque la medida ordenada
de su cumplimiento no sólo depende de las posibilidades fácticas,
sino también de las posibilidades jurídicas”.36
35 Citado por ATIENZA, Manuel, El derecho como argumentación, Fontanamara, México, 2005, p. 16.36 ALEXY, Robert, Derecho y razón práctica, Fontanamara, México, 1998, p. 12.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 169 15/03/2012 02:25:31 p.m.
170 Motivação judicial
Um exemplo de um princípio, seria v.gr, que em boa fé, que
pode ser aplicado a diferentes situações: relações entre os
Estados, os indivíduos, os contratos, também, as conseqüências
para a sua violação são diversas: a responsabilidade civil, nulidad
e outras.37
Portanto, vemos que o novo pensamento jurídico, não é
mera aplicação da lei, mas uma criação do direito, onde o Juiz
pode escolher uma ou mais formas de resolver um problema,
pois é a partir de fontes legais regras ou princípios a aplicar-se,
também, o padrão que você escolhe pode interpretar de várias
formas, a classificação dos fatos pode ser diferente, e assim
por diante.
Assim, com todas estas escolhas, interpretação e avaliação,
o Juiz pode escolher várias formas de responder ao problema,
portanto, a arbitrio judicial é estabelecido como um elemento
nodal para julgar um caso particular .
Daqui resulta que o Juiz do raciocínio jurídico deve justificar
melhor sua decisão. Ou seja, o Juiz deixou de ser visto como um
autômato da lei, não deve apenas demonstrar o silogismo
judicial, mas deve justificar a sua decisão de discutir, tem que
apontar as razões por que ele escolheu uma interpretação
particular, um determinado padrão, ou um valor especial para
o problema.
37 Cfr. LUIS VIGO, Rodolfo, De la ley..., op. cit., p. 4.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 170 15/03/2012 02:25:31 p.m.
La motivación judicial 171
Un ejemplo de un principio, sería v.gr, el relativo a la buena fe,
el cual, puede ser aplicado a distintas situaciones: relaciones entre
Estados, personas, contratos; asimismo, las consecuencias por su
violación son diversas: nulidad, responsabilidad civil, etcétera.37
Por lo cual, podemos apreciar que con el nuevo pensamiento jurí-
dico, ya no existe una mera aplicación de la ley, sino una creación del
Derecho, donde el Juez puede elegir uno o más caminos para solu-
cionar un problema debido a que tiene entre sus fuentes jurí dicas
normas o principios a aplicar; asimismo, la norma que elija puede
interpretarla de diversas maneras; la calificación de los hechos
puede ser distinta, etcétera.
De esta manera, con todas estas posibilidades de elección, inter-
pretación y valoración, el Juez puede elegir varias vías para dar una
respuesta al problema planteado, por lo cual, el arbitrio judicial se
constituye como un elemento nodal a la hora de juzgar un determi-
nado asunto.
Se desprende de lo anterior que el Juez en la motivación judicial,
deberá justificar en mayor medida su decisión. Es decir, el Juez al ya
no verse como un autómata de la ley, no sólo debe demostrar el silo-
gismo judicial, sino que deberá justificar su decisión válidamente, al
tener que señalar razones por las cuales, eligió una determinada
interpretación, una determinada norma, o una determinada valo-
ración al problema planteado.
37 Cfr. LUIS VIGO, Rodolfo, De la ley..., op. cit., p. 4.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 171 15/03/2012 02:25:31 p.m.
172 Motivação judicial
Portanto, o Juiz a ter maior poder de decidir uma disputa, vai ter
uma responsabilidade maior para justificar a sua decisão, lembre-se
do provérbio que diz que entre o aumento do poder, responsabilidade,
e deverá indicar as razões que chegou a uma conclusão particular.
Analisada a evolução histórica tem sido motivado desde as suas
origens em Roma, a sua alteração de função com a queda do Ancien
Régime, as operações de pobreza exegética com o modelo eo seu
enriquecimento gradual com principialismo, agora, analisar o que
está motivação judicial.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 172 15/03/2012 02:25:31 p.m.
La motivación judicial 173
Por lo cual, el Juez al tener un mayor poder para decidir una con-
troversia, tendrá una mayor responsabilidad en la justificación de su
decisión –recuérdese el adagio: a mayor poder, mayor responsabili-
dad–, y deberá exponer justificadamente las razones por las cuales
llegó a una determinada conclusión.
Analizada la evolución histórica que ha sufrido la motivación
desde sus orígenes en Roma, su cambio de función con la caída del
Ancien Régime, su pobreza operativa con el modelo exegético, así
como su paulatino enriquecimiento con el modelo principialista,
ahora se analizará en qué consiste la motivación judicial.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 173 15/03/2012 02:25:31 p.m.
174
CaPítulo ii
Que é a motivação?
A motivação é um dos elementos mais importantes do período,
poderia afim que é o núcleo da frase e que contêm toda a
fundamentação do Juiz para decidir a disputa.
Seguindo a terminologia processual indica que a frase é o
ponto culminante do processo, podemos dizer que a motivação
é o coração da sentença, da qual o fluxo de raciocínio jurídico, e
que acelera a lei, é um lugar, em suma, a que incorpora a equidade
do processo.
Para que o grau é importante que o raciocínio jurídico do Código
Ibero-Americano de Ética Judicial estados que uma decisão é carente
de motivação, em princípio, uma decisão arbitrária, apenas
tolerável na medida em que justifica uma disposição legal expressa
autorização (art. 20).
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 174 15/03/2012 02:25:31 p.m.
175
CaPítulo ii
¿Qué es la Motivación?
La motivación es uno de los elementos más relevantes de la sen-
tencia, podríamos afirmar que es el núcleo de la sentencia ya que
en ésta se contienen todos los razonamientos del Juez para decidir
la controversia.
Siguiendo la terminología procesal que señala que la sentencia
es el culmen del proceso, se puede decir que la motivación es el cora-
zón de la sentencia, de donde brotan los razonamientos judiciales, y
donde vivifica el Derecho; es un lugar, en suma, en la que se encarna
la justicia del proceso.
A tal grado es importante la motivación judicial que el Código
Iberoamericano de Ética Judicial señala que una decisión carente de
motivación es, en principio, una decisión arbitraria, sólo tolerable en
la medida en que una expresa disposición jurídica justificada lo per-
mita (art. 20).
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 175 15/03/2012 02:25:31 p.m.
176 Motivação judicial
Assim, a fundamentação da decisão é um dos requisitos mais
importantes da decisão, uma vez que pressupõe a racionalidade da
função jurisdicional.
No entanto, tem havido muitas definições do raciocínio jurídico,
dependendo do ângulo a partir do qual é analisado, no entanto,
atender às indicações do Código Ibero-Americano de Ética Judicial, que
prevê o seguinte:
Artigo 19.- Motivar implica expressar, em forma ordenada e
clara, rações juridicamente válidas, convenientes para justificar
a decisão.
Se analisarmos a primeira parte da definição, é que a
motivação é principalmente expressar, ou seja, é uma atividade
que está inevitavelmente ligada a outra pessoa, a motivação não
é um exercício reservado para a mente do Juiz, mas é uma
comunicação dirigida ao mesmo partidos e da sociedade como
um todo.
Além disso, a definição que é também expressa fundamentação
juridicamente válida, isto não é nenhuma razão pode ser feita
em uma frase, mas apenas legal, e razões religiosas, políticas
ou outras actividades extra-legal, são banidos do motivação.
No entanto, não significa que por razões legais, é inescapavelmente
entender a lei, e que o legal é mais ampla do que jurídica, pois
encontramos no mundo jurídico, bem como as regras, também
com os princípios e valores. Finalmente, não qualquer razão
jurídica pode ser expresso na decisão, mas é necessário para ser
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 176 15/03/2012 02:25:31 p.m.
La motivación judicial 177
De esta manera, la motivación de la sentencia representa una de
las exigencias más relevantes de la decisión, ya que supone la racio-
nalidad de la función jurisdiccional.
Ahora bien, muchas definiciones se han dado de la motivación
judicial, dependiendo el ángulo desde el cual se analiza, sin embar-
go, atenderemos a lo que señala el Código Iberoamericano de Ética
Judicial, el cual, dispone lo siguiente:
Artículo 19.- Motivar supone expresar, de manera ordenada
y clara, razones jurídicamente válidas, aptas para justificar la
decisión.
Si se analiza la primera parte de la definición, se encuentra que la
motivación supone en primer término expresar, es decir, es una acti-
vidad que se vincula indefectiblemente con otra persona; la motiva-
ción no es un ejercicio reservado para la mente del juzgador, sino
que supone una comunicación con los destinatarios de la misma
–partes y sociedad en su conjunto–.
Asimismo, de la definición se desprende que supone también
expresar, razones jurídicamente válidas, esto es, no cualquier razón puede
aducirse en una sentencia, sino sólo las jurídicas; así las razones reli-
giosas, políticas, u otras extra-jurídicas, quedan desterradas de la
motivación. Sin embargo, no significa que por razones jurídicas, se
entienda ineludiblemente a la ley, ya que lo jurídico es más amplio
que lo legal, pues encontramos en el mundo jurídico, además de
reglas, también a los principios y valores. Por último, no cualquier ra-
zón jurídica, puede expresarse en la decisión, sino que se requiere,
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 177 15/03/2012 02:25:31 p.m.
178 Motivação judicial
válido, ou seja, para justificar a decisão. Como discutido ao longo
deste texto, os motivos serão aqueles que estão incardinados para
materializar a justiça da decisão.
No entanto, para compreender a motivação, em seguida,
apresentaram-se os elementos que o compõem, mesmas que
serão: a. as fases em que atua –context of disovery y context of
justification–; b. as relações entre as partes dela, e que liga as
instalações com a justificação da realidade, interna e externa;
“c. os elementos que têm de lidar com “questões de fato e de
direito”; e d. como expressar a linguagem de decisão –linguajem
claro e preciso –.
1. Context of discovery y context of justification[contexto de descoberta e justificação]
Em uma distinção feita por Karl Popper, que incorpora os conceitos
da filosofia da ciência, podemos distinguir entre dois pontos que
existem na fundamentação judicial são:
i. O caminho através dos tribunais para decidir ex-ante o litígio,
ou seja, antes da decisão, o Juiz pondera todos os elementos do
processo para resolver o problema. Desta vez vamos chamar
a partir de agora, na tradição de Karl Popper, em um context of
discovery [contexto da descoberta].
ii. Isso fez pelo Juiz para justificar a sua decisão ao público, o
mesmo que voltar para a conceituação anteriormente, o chama-
remos context of justification [contexto de justificação].
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 178 15/03/2012 02:25:31 p.m.
La motivación judicial 179
que sean válidas, esto es, aptas para justificar la decisión. Como se verá
a lo largo de este texto, dichas razones, serán aquellas que se
encuentren incardinadas para concretizar la justicia en la decisión.
Ahora bien, para entender integralmente a la motivación, a con-
tinuación se presentarán los elementos que la comprenden, mismos
que serán: a. las etapas en que se desenvuelve –context of discovery
y context of justification–; b. las relaciones que existen entre las partes
de la misma, y la vinculación de las premisas con la realidad –jus ti-
ficación interna y externa–; c. los elementos sobre los que debe
versar –elementos de hecho y de Derecho–; y d. cómo debe expre-
sarse la decisión –lenguaje claro y preciso–.
1. Context of discovery y context of justification [contexto de descubrimiento y justificación]
En una distinción realizada por Karl Popper, que retoma conceptos de
Filosofía de la Ciencia, podemos distinguir claramente entre dos mo-
mentos que existen en la motivación judicial que son los siguientes:
i. El camino que recorre el Juez para decidir ex-ante la contro-
versia, es decir, el momento anterior a la decisión en que el
Juez pondera todos los elementos del proceso para resolver
el asunto. Este momento lo llamaremos de ahora en adelante,
bajo la tradición de Karl Popper, como context of discovery
[contexto de descubrimiento].
ii. La realizada por el juzgador para justificar su decisión ante el
público, mismo que retomando la conceptualización anterior,
llamaremos context of justification [contexto de justificación].
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 179 15/03/2012 02:25:31 p.m.
180 Motivação judicial
Estes dois fatores explicam o processo cognitivo que faz com
que o Juiz, por um lado, ea actividade exercida, uma vez que
o Juiz decide, em sua decisão interna, para justificá-lo aos
destinatários.
Esses dois contextos são necessariamente envolvidos, porque
se o context of discovery não é capaz ou não capaz de justificar a
decisão (art. 19 del Código Ibero-América), então deve ser modificado
para uma forma adequada que pode justificar a decisão. Essa
justificação deve permitir a comunicação com os destinatários,
porque, como diz a professora Mora Restrepo, “uma regra de
conduta deve não só ser capaz de ser fundamentado, mas também
as razões que fundamentam a regra deve ser capaz de ser
comunicada ao destinatários”.38
Em uma dimensão ética, esses dois momentos devem ser
ligados de modo que o context of justification é uma verdadeira
reflexão sobre o context of discovery, então a decisão não é
uma “cortina frontal ou jurídica” só tentam simular ou dissimular
a verdadeira alegando que o tribunal tomou a sua decisão crítica
motivação realismo judiciário americano.
Assim, se o context of discovery é refletida no context of justification,
é mantido pela ética das virtudes propostas pelo Código Ibero-
Americano de Ética Judicial, que são os de honestidade e transparência,
eles encontraram incluídos os seguintes itens:
38 MORA RESTREPO, G., Justicia..., op. cit., p. 358.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 180 15/03/2012 02:25:31 p.m.
La motivación judicial 181
Estos dos elementos, explican el proceso cognoscitivo que realiza
el juzgador por un lado, así como la actividad que realiza el juzgador
una vez que decide en su ámbito interno la decisión, para justificarla
a los destinatarios.
Estos dos contextos, deben implicarse necesariamente, pues si
el context of discovery no es susceptible o no es apto para justificar la
decisión (art. 19 del Código Iberoamericano), entonces deberá modi-
ficarse por otro que pueda justificar adecuadamente la resolución.
Dicha justificación, debe posibilitar su comunicación a los destina-
tarios, pues como señala el maestro Mora Restrepo, “una regla de
conducta no sólo debe ser susceptible de ser razonada, sino que
además las razones que apoyan la regla deben ser susceptibles
de ser comunicadas a sus destinatarios”.38
En una dimensión ética, estos dos momentos deben estar rela-
cionados de manera que el context of justification sea el fiel reflejo del
context of discovery, de manera que la sentencia no sea un “ropaje o
fachada jurídica” que trate únicamente de simular u ocultar los ver-
daderos motivos que tomó el Juez para tomar su decisión –crítica
que hace el realismo norteamericano a la motivación judicial–.
De esta manera, si el context of discovery se refleja en el context of
justification, se cumpliría con las virtudes deontológicas propuestas
por el Código Iberoamericano de Ética Judicial que son las de honestidad,
y transparencia, mismas que se encuentran comprendidas en los
siguientes artículos:
38 MORA RESTREPO, G., Justicia..., op. cit., p. 358.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 181 15/03/2012 02:25:31 p.m.
182 Motivação judicial
Artigo 79.- A honestidade da conduta do Juiz é necessária
para fortalecer a confiança pública na justiça e contribui para o
prestígio da mesma.
Artigo 56.- A transparência das ações do Juiz é uma garantia da
imparcialidade de suas decisões.
Então o Juiz sob os princípios de honestidade e transparência,
definidos no contexto da justificação, os motivos que realmente
transcendeu a decidir o litígio, de modo que o raciocínio jurídico
não serve como um pano ou fachada legal que visa para esconder
as verdadeiras intenções do Juiz.39
2. Interna e justificação externa
Fundada os dois momentos são apresentados a motivação,
agora ser analisados, como é devido no contexto de justificação
deve ser considerado como razoável, e respeitar o princípio
ético previsto no artigo 18 do Código Ibero-Americano de Ética
Judicial.
Para isso, devemos indicar que a justificação é necessária para
cumprir duas normas, que são a justificação interna e externa.
A justificação interna se refere à estrutura de raciocínio, de
modo que as instalações se seguiram umas às outras, ou seja,
39 Cfr. ROSS, A., Sobre el Derecho y la Justicia, trad. Genaro Solórzano, Editorial Universitaria de Buenos Aires, Buenos Aires, 1994, p. 191.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 182 15/03/2012 02:25:31 p.m.
La motivación judicial 183
Artículo 79.- La honestidad de la conducta del Juez es necesaria
para fortalecer la confianza de los ciudadanos en la justicia y
contribuye al prestigio de la misma.
Artículo 56.- La transparencia de las actuaciones del Juez es una
garantía de la justicia de sus decisiones.
Con lo cual, el Juez bajo los principios de honestidad y transpa-
rencia, debe establecer en el contexto de justificación, las razones
que efectivamente trascendieron para decidir la controversia, de
manera que la motivación judicial no sirva como un ropaje o facha-
da jurídica que tenga como objetivo el ocultar las verdaderas in-
tenciones del juzgador.39
2. Justificación interna y externa
Establecidos los dos momentos que se presentan en la motivación,
ahora se analizará, cómo es que debe presentarse el contexto de
justificación para que pueda considerarse como razonable, y se res-
pete el principio deontológico establecido en el artículo 18 del Código
Iberoamericano de Ética Judicial.
Para lo anterior, es menester señalar que se requiere que la jus-
tificación cumpla con dos estándares, que son los de justificación
interna y externa.
La justificación interna hace referencia a la estructura del razo-
namiento, de manera que las premisas se sigan unas de otras, esto
39 Cfr. ROSS, A., Sobre el Derecho y la Justicia, trad. Genaro Solórzano, Editorial Universi-taria de Buenos Aires, Buenos Aires, 1994, p. 191.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 183 15/03/2012 02:25:31 p.m.
184 Motivação judicial
a conclusão ou conclusões derivadas logicamente das premissas.
Como você pode ver este tipo de justificativa está relacionada com
a validade do raciocínio, ou a coerência entre as premissas ea
decisão tomada.40
Por outro lado, também exige que as instalações em si são
consideradas verdadeiras, em princípio, que é a justificação externa,
ou seja, que as instalações estão equipadas com a realidade.41
O autor desta distinção é Wroblewsky J., que em seu texto
Legal decision and its justification apresentada foi apresentada
como segue:
In this respect internal justification is a ‘formal’ justification and is not
adequate for the analysis of practical operation of legal decisions and
for its institutional control.
External justification of legal decision test not only the validity of
inferences, but also the soundness of the premises. The wide scope
of external justification is required especially by the paradigmatic
judicial decision because of the highest standards imposed on it.42
40 Cfr. MORA RESTREPO, G., Justicia..., op. cit., p. 420.41 “A idéia básica é esta: a teoria da justificação refere-se a os Juízes, para tomar decisões, razão para que seus próprios pensamentos podam ser mostrados como um produto de um exercício coerente e lógico, mas também sugere que as premissas que usam sejam materialmente corretas, ou seja, tendo em devida conta as fontes jurídicas e seus respectivos pontos de apoio através dos quais concedem direitos ou obrigações conferidas” Ibidem, p. 365.42 Nesse sentido, a justificação interna é uma justificativa formal e não é adequado para a análise das operações de prática jurídica das decisões jurídicas e para o control institucional.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 184 15/03/2012 02:25:31 p.m.
La motivación judicial 185
es, que la conclusión o conclusiones, deriven lógicamente de las
premisas. Como podemos observar este tipo de justificación se rela-
ciona con la validez del razonamiento, o con la coherencia entre
las premisas y la decisión alcanzada.40
Por otra parte, también se requiere que las premisas en sí mis-
mas consideradas sean verdaderas –en cuanto al fondo–, lo que
constituye la justificación externa, esto es, que las premisas se ade-
cuen con la realidad.41
El autor de esta distinción es J. Wroblewsky, quien en su texto
Legal decision and its justification la presentó de la siguiente manera:
In this respect internal justification is a ‘formal’ justification and is not
adequate for the analysis of practical operation of legal decisions and
for its institutional control.
External justification of legal decision test not only the validity of
inferences, but also the soundness of the premises. The wide scope
of external justification is required especially by the paradigmatic
judicial decision because of the highest standards imposed on it.42
40 Cfr. MORA RESTREPO, G., Justicia..., op. cit., p. 420.41 “La idea básica es ésta: la teoría de la justificación alude a que los jueces, al tomar sus decisiones, razonen de tal forma que su propio razonamiento pueda mostrarse como producto de un ejercicio coherente o lógico; pero, además, apunta a que las premisas que emplean sean materialmente correctas, es decir, que den cuenta debidamente de las fuen-tes jurídicas y de sus respectivos puntos de apoyo por medio de los cuales conceden de-rechos o atribuyen obligaciones”, Ibidem, p. 365. 42 Al respecto, la justificación interna es una justificación formal y no es adecuada para el análisis de las operaciones prácticas de las decisiones legales y para el control ins titucional.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 185 15/03/2012 02:25:31 p.m.
186 Motivação judicial
Estes dois elementos são essenciais para garantir uma motivação
adequada, como se a justificativa é a justificação interna e externa
coerente é verdade, pode garantir a verdade do raciocínio jurídico,
pois, como observou Aristóteles, se as premissas são verdadeiras, e
de raciocínio está correto, segue-se necessariamente que a conclusão
é verdadeira.43
3. Quaestio caso e facti [Questão de Direito e de facto]
Estabelecido como o argumento a ser feita internamente e
externamente, é agora necessário para indicar como ele lida com
a devida motivação, tanto na lei, como de fato.
É pertinente observar que o nível de motivação adequado de
ética, não o suficiente para esgotar o argumento em fatos, mas
também devem compreender o nível de lei, como exige o Código
Ibero-Americano da seguinte forma:
Artigo 22.- O Juiz deve fundamentar as suas decisões, tanto nos
fatos e na lei.
A seguir será brevemente o que cada uma dessas duas áreas em
que a motivação judicial deve mentir.
A justificação externa da decisão legal, não verifica unicamente a validade das inferências, mas também a força das premissas. Um amplio alcance da justificação externa é necessária especialmente por a decisão paradigmática judicial, devido aos altos padrões estabelecidos, em WROBLEWSKY, J., “Legal decisión and its justification” in Meaning and truth in Judicial Decision, Jurídica, Helsinki, 1979, p. 60. (Tradução livre do Autor)43 Cfr. ARISTÓTELES, Primeros analíticos, 48a.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 186 15/03/2012 02:25:32 p.m.
La motivación judicial 187
Estos dos elementos son esenciales para garantizar una debida
motivación, pues si la justificación interna es coherente, y la justifi-
cación externa es verdadera, se podrá garantizar la verdad del razo-
namiento judicial, ya que como lo señaló Aristóteles si las premisas
son verdaderas, y el raciocinio es correcto, se sigue necesariamente
que la conclusión sea verdadera.43
3. Quaestio iuris y facti [Cuestión de Derecho y de hecho]
Establecido como es que debe realizarse la argumentación interna y
externa, ahora es menester señalar cómo se desenvuelve una correc-
ta motivación, tanto a nivel del Derecho, como en los hechos.
Es pertinente señalar que para una debida motivación a nivel
deontológico, no basta con agotar la argumentación en materia de
hechos, sino también, debe comprender al nivel del Derecho, tal
como lo exige el Código Iberoamericano de la siguiente manera:
Artículo 22.- El Juez debe motivar sus decisiones tanto en materia
de hechos como de Derecho.
A continuación se presentará brevemente en qué consiste cada una
de estas dos materias en las que debe recaer la motivación judicial.
La justificación externa de la decisión legal no verifica únicamente la validez de las infe-rencias, sino también la solidez de las premisas. Un amplio alcance de la justificación externa es requerido especialmente por la decisión paradigmática judicial debido a los altos estándares impuestos. WROBLEWSKY, J, “Legal decisión and its justification” en Meaning and truth in Judicial Decision, Jurídica, Helsinki, 1979, p. 60. (Traducción libre del autor)43 Cfr. ARISTÓTELES, Primeros analíticos, 48a.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 187 15/03/2012 02:25:32 p.m.
188 Motivação judicial
a. Direito
A motivação por lei, como tivemos a oportunidade de explicar,
agora tem uma operação mais vasta, porque como eu disse
MacCormick, a tarefa do Juiz não se limita a escolher um determinado
padrão e aplicá-lo, mas ao contrário, a maneira como o Juiz de
escolher a lei é complexa, porque, em primeiro lugar, o Juiz
deve selecionar uma das fontes legais disponíveis para o
sistema jurídico, a fonte apropriada para decidir o caso, se uma
determinada regra ou um princípio particular e uma vez escolhida
a regra ou princípio de aplicar, é preciso valorizá-los e, finalmente,
interpretar-literal, histórica, sistemática, etc, para decidir a
disputa.
Assim, parece que o Juiz no domínio da lei, tem maior poder
de decisão e poder arbitrário, mas não para escolher o direito
aplicável, portanto, é uma questão ética adequadamente justificar
por que escolheu um determinado fonte ou interpretação. Este
é um princípio ético a ser seguido pelo Juiz, como apontamos no
Código Ibero-americano, que afirma que o Juiz “não pode depender
exclusivamente das regras”, mas devem justificar as suas razões
(art. 24).
Como veremos mais tarde, as diferentes possibilidades de
escolha que tem o Juiz para aplicar a lei deve incardinado no sentido
de um objetivo final, que garante que as decisões não são o
resultado da arbitrariedade.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 188 15/03/2012 02:25:32 p.m.
La motivación judicial 189
a. Derecho
La motivación en materia de Derecho, como ya se ha tenido oportu-
nidad de explicar, actualmente presenta una mayor dimensión ope-
rativa, pues como lo apuntó MacCormick, la labor del Juez no se
circunscribe a elegir una determinada norma y aplicarla, sino por el
contrario, el camino del Juez para elegir el Derecho es complejo,
pues en primer lugar, el Juez debe seleccionar dentro de las fuentes
jurídicas que dispone el ordenamiento jurídico, la fuente adecuada
para decidir el caso, ya sea una determinada regla, o bien un deter-
minado principio; y una vez elegida la norma o principio a aplicar,
deberá valorarlos, y por último, interpretarlos –literal, histórico,
sistemático, etcétera– para decidir la controversia.
Así, se constata que el Juez en el ámbito de Derecho, cuenta con
mayor discrecionalidad y arbitrio –mas no arbitrariedad– para
elegir el Derecho aplicable, por lo cual, resulta una cuestión deonto-
lógica fundamentar adecuadamente las razones por las cuales se
decantó por una determinada fuente o interpretación. Lo anterior,
es un principio ético que debe seguir el Juez tal como nos lo señala
el Código Iberoamericano que señala que el Juez “no puede limitarse
a invocar las normas aplicables”, sino que debe justificarlas en su
motivación (art. 24).
Como se verá posteriormente las distintas posibilidades de
elección que tiene el juzgador para aplicar el Derecho deben incar-
di narse hacia un fin objetivo, con lo cual, se garantiza que las deci-
siones no sean fruto de la arbitrariedad.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 189 15/03/2012 02:25:32 p.m.
190 Motivação judicial
b. Atos
A motivação dos fatos é de particular relevância para a decisão de
um caso específico, no entanto, tão acertadamente indica Percecto
Ibáñez,44 foi “negligenciada na maioria das teorias de interpretação”,
ou como pontos de Frank45 para fora “passou ignorar a maioria dos
advogados”.
No entanto, um princípio ético a ser observado pelos Juízes, é
prosseguir na prova de uma forma analítica, apontando o que faz
com que cada teste específico, depois de fazer uma avaliação de
todas as provas (art. 23 do Código Ibero-americano).
Portanto, o Juiz deve observar primeiramente o que faz com que
cada teste de média escala atomística e depois ver todas as provas
como um conjunto –dimensão holística–.46
A motivação em relação aos fatos, é um dos eixos que inclinar a
balança da justiça maior, portanto, a motivação neste aspecto é um
elemento fundamental da decisão.
É ilustrativo do exposto, expondo a Segunda Secção do
Supremo Tribunal de Espanha na sua decisão de 20 de fevereiro
44 PERFECTO IBÁÑEZ, Andrés, “Acerca de la motivación de los hechos en la sentencia penal” em DOXA, n. 12, 1992, p. 263.45 Citado por ibidem, p. 264.46 Holismo (de holo-e-ismo). m. Phil. Doutrina que defende a concepção de cada situação como um todo do que a soma das partes componentes, acepção tomada do Diccionario de la Real Academia de la Lengua Española.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 190 15/03/2012 02:25:32 p.m.
La motivación judicial 191
b. Hechos
La motivación de los hechos es de especial relevancia para la deci-
sión de un determinado asunto; sin embargo, tal como lo señala
acertadamente Perfecto Ibáñez,44 ha sido “descuidada en la mayo-
ría de las teorías sobre la interpretación”, o como señala Frank “ha
pasado por alto a la mayoría de los juristas”.45
Ahora bien, un principio deontológico que deben cumplir los
Jueces, consiste en proceder con el material probatorio de manera
analítica, señalando qué aporta cada prueba en particular, para pos-
teriormente realizar una apreciación del conjunto de las pruebas
(art. 23 del Código Iberoamericano).
Por tanto, el Juez debe señalar en primer lugar qué aporta cada
medio de prueba –dimensión atomística–, y posteriormente, apre-
ciar todas las pruebas en su conjunto –dimensión holística–.46
La motivación en materia de los hechos, es uno de los ejes que
inclinan en mayor medida la balanza de la justicia, por lo cual, la
motivación en este aspecto se constituye como un elemento funda-
mental de la decisión.
Resulta ilustrativo de lo anterior, lo que expuso la Sala Segunda
del Tribunal Supremo de España, en su sentencia de fecha 20 de
44 PERFECTO IBÁÑEZ, Andrés, “Acerca de la motivación de los hechos en la sentencia penal” en DOXA, n. 12, 1992, p. 263.45 Citado por ibidem, p. 264.46 Holismo (De holo- e -ismo). m. Fil. Doctrina que propugna la concepción de cada reali-dad como un todo distinto de la suma de las partes que lo componen, acepción tomada del Diccionario de la Real Academia de la Lengua Española.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 191 15/03/2012 02:25:32 p.m.
192 Motivação judicial
de 1990, observando que “o relato dos factos é a pedra angular”,
e que
... se não fundamentação sobre o valor que dá ao Juiz as provas
colhidas e limitada à sentença, como tem sido a norma até
recentemente, para expressar a qualificação jurídica dos
factos que haviam sido declarados, comprovada por um
argumento que é mantida em segredo em conscientes dos
seus autores, não precisamente a motivação em parte que
é sem dúvida o mais importante e em muitos casos é o único
item sobre o assunto em debate.
Além disso, os tribunais federais do México disseram neste
ponto, que é um pré-requisito para corretamente motivar
declarações indicando o valor dado a cada um particular47
–dimensão atomista– escala e são apreciadas como um todo,
para dar uma valoração específica –dimensão holística–.48
Assim, é preciso lembrar que uma boa motivação não se limita
apenas para justificar a lei, mas também se referir à massa de
prova, porque este último aspecto é um dos pilares para uma boa
motivação.
47 Veja a tese VI.1o.P.28 K, localizada no Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Novena Época, Tomo XIV, Diciembre de 2001, página: 1787, que traz o subtítulo: PRUEBAS, LA FALTA DE ESTUDIO DE LAS, RESULTA VIOLATORIA DE GARANTÍAS.48 Veja o caso localizável no apêndice do Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Novena Época, Volume II, Tribunal Penal TCC, Página 125, que traz o subtítulo: SENTENCIA PENAL. NO SATISFACE LOS REQUISITOS CONSTITUCIONALES DE FUNDAMENTACIÓN Y MOTIVACIÓN, SI CON LA SIMPLE RELACIÓN DE PRUEBAS SE CONCLUYE QUE SE ACREDITARON LOS ELEMENTOS DEL CUERPO DEL DELITO.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 192 15/03/2012 02:25:32 p.m.
La motivación judicial 193
febrero de 1990, al señalar que “la relación de hechos probados es
la piedra angular”, y que
... si no se dan razones sobre el valor que el juzgador concede a la
prueba practicada y se limita a la sentencia, como ha sido norma
hasta tiempos recientes, a expresar la calificación jurídica de
los hechos que se habían declarado probados mediante un
razonamiento que se mantenía secreto en la conciencia de sus
autores, falla precisamente la motivación en aquella parte que,
sin duda, es la más importante y constituye en muchos casos el
tema único sobre el que versa el debate.
También los tribunales federales de México han señalado sobre
este punto, que es requisito fundamental para motivar adecua-
damente las sentencias el que se exponga el valor que se da a cada
prueba en particular47 –dimensión atomística–, así como que se
aprecien en su conjunto, para darles un valor determinado48 –di-
mensión holística–.
Así, se debe tener presente que una debida motivación no se
limita únicamente a justificar el Derecho, sino también, a hacer refe-
rencia al caudal probatorio, pues este último aspecto es una de las
piedras angulares para realizar una debida motivación.
47 Véase la tesis VI.1o.P.28 K, localizable en el Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Novena Época, Tomo XIV, Diciembre de 2001, página: 1787, que lleva por rubro: PRUEBAS, LA FALTA DE ESTUDIO DE LAS, RESULTA VIOLATORIA DE GARANTÍAS.48 Véase la jurisprudencia localizable en el Apéndice del Semanario Judicial y su Gaceta, Novena Época, Tomo II, Penal, Jurisprudencia TCC, página: 125, que lleva por rubro: SENTENCIA PENAL. NO SATISFACE LOS REQUISITOS CONSTITUCIONALES DE FUN-DAMENTACIÓN Y MOTIVACIÓN, SI CON LA SIMPLE RELACIÓN DE PRUEBAS SE CONCLUYE QUE SE ACREDITARON LOS ELEMENTOS DEL CUERPO DEL DELITO.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 193 15/03/2012 02:25:32 p.m.
194 Motivação judicial
4. Como deve ser escrita a motivação judicial
Atualmente não tem sido relevante para a elaboração das
decisões judiciais, como uma exigência da tutela jurisdicional
efectiva,49 devido, é que os actos dos Juízes é compreensível por
indivíduos.
O Código Ibero-Americano de Ética Judicial afirma que “os motivos
devem ser expressos em um estilo claro e preciso, sem recorrer
a tecnicismos desnecessários e concisão, que é compatível com o
pleno entendimento das razões (art. 27).
Portanto, se um show motivacional o iter decidendi do tribunal,
mas era incompreensível para escrever pobres, ou por uso
desnecessário da gíria, a motivação seria inútil porque omitido para
mostrar claramente a fundamentação do Juiz para decidir a
controvérsia, ou seja, a motivação seria discutível.
Por esta razão, é necessário enfatizar que os motivos são
claros e precisos, de modo que os indivíduos ea sociedade como
um todo, pode facilmente entendê-los e, assim, o fruto do Juiz
para ser bem compreendida por destinatários.
49 Veja o livro do LÓPEZ RUIZ, Miguel, y LÓPEZ OLVERA, Miguel Alejandro, Estructura y estilo en las resoluciones judiciales, Suprema Corte de Justicia de la Nación, y Comisión Nacional de los Derechos Humanos, México, 2007.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 194 15/03/2012 02:25:32 p.m.
La motivación judicial 195
4. Cómo debe redactarse la motivación judicial
Actualmente se ha dado relevancia a la redacción de las sentencias
judiciales, pues un requisito de una debida tutela judicial efectiva,49
consiste en que los actos de los jueces sean comprensibles para los
justiciables.
El Código Iberoamericano de Ética Judicial señala que las “motivacio-
nes deben estar expresadas en un estilo claro y preciso, sin recurrir a
tecnicismos innecesarios y con la concisión que sea compatible con
la completa comprensión de las razones expuestas” (art. 27).
Por lo anterior, si una motivación mostrara el iter decidendi del
Juez pero fuera incomprensible por su deficiente redacción, o bien,
por un uso innecesario de tecnicismos, de nada serviría la moti-
vación porque omitiría mostrar claramente el razonamiento del
Juez para decidir la controversia, es decir, la motivación se volve-
ría nugatoria.
Por este motivo, es necesario hacer énfasis en que las motiva-
ciones sean claras y precisas, de manera que los justiciables, y la
sociedad en su conjunto, puedan comprender con facilidad las
mismas, y de esta manera, el fruto del Juez sea debidamente com-
prendido por sus destinatarios.
49 Véase el libro de LÓPEZ RUIZ, Miguel, y LÓPEZ OLVERA, Miguel Alejandro, Estructura y estilo en las resoluciones judiciales, Suprema Corte de Justicia de la Nación, y Comisión Nacional de los Derechos Humanos, México, 2007.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 195 15/03/2012 02:25:32 p.m.
196
CaPítulo iii
Funções de Motivação
Os papéis de motivação, estão contidas no artigo 18 do Código Ibero-
Americano de Ética Judicial, que tem a seguinte redacção:
Artigo 18. O dever de fundamentação visa garantir a
legitimidade do tribunal, o bom funcionamento de um
sistema de desafios processuais, controle adequado do poder
que os Juízes têm direito e, em última análise, julgamentos,
justiça.
Nesse sentido, então, ser apresentado e explicar as funções
de motivação, portanto, vai procurar desenvolver as suas
funções.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 196 15/03/2012 02:25:32 p.m.
197
CaPítulo iii
Funciones de la Motivación
Las funciones de la motivación, se encuentran recogidas en el
artícu lo 18 del Código Iberoamericano de Ética Judicial, el cual, es
del tenor literal siguiente:
Art. 18. La obligación de motivar las decisiones se orienta a
asegurar la legitimidad del Juez, el buen funcionamiento de un
sistema de impugnaciones procesales, el adecuado control del
poder del que los jueces son titulares y, en último término, la
justicia de las resoluciones judiciales.
En este sentido, a continuación se presentarán y explicarán las
funciones de la motivación, con lo cual, se buscará desarrollar sus
cometidos.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 197 15/03/2012 02:25:32 p.m.
198 Motivação judicial
1. Bom desempenho de um
sistema de desafios processuais
Este recurso é parte do que a doutrina conhecida como
endoprocesal função, pois seu âmbito de aplicação refere-se às
partes do processo,50 em que a parte prejudicada pela decisão
pode contestá-la de estar ciente de qualquer defeito no iter do Juiz
motivação.51
Esta função de motivação é a mais resolvida na tradição
jurídica, desde sua origem se deve justamente para garantir que as
partes para contestar as decisões de seus superiores.
Também é importante, porque, se uma sentença desprovida de
motivação seria muito difícil contestá-la, porque ninguém podia
saber se o Juiz realmente teve em conta todos os argumentos
e defesas das partes52 (princípio da integralidade que é um dever
50 Cfr. COLOMER HERNÀNDEZ, Ignacio, La motivación..., op . cit., p. 124.51 Neste sentido, entendeu a Segunda Sala da Suprema Corte de Justiça do México, na tesis aislada, de sob título “MOTIVACION DEL ACTO RECLAMADO”, localizada no Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Parte III, Tomo LV, p. : 30, onde se lê: “a exigência de motivação tem por objeto dar, a o quem seja afetado, a oportunidade de conhecer os motivos que a entidade publica tomo em conta para produzir o ato respectivo para que esteja na atitude de defessa, por isso não é aceitável que este objetivo seja cumprido pela circunstancia de que, antes que o ditado do acordo em causa, se invoquem razões que o afetado, fora da petição, desconhece. 52 Veja o Jurisprudência J. / 139/2005 da Primera Sala da Suprema Corte de Justiça do México: Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Tomo: XXII, Dezembro de 2005, Páginas: 162, que traz o subtítulo: “FUNDAMENTACIÓN Y MOTIVACIÓN DE LAS RESO-LUCIONES JURISDICCIONALES, DEBEN ANALIZARSE A LA LUZ DE LOS ARTÍCULOS 14 Y 16 DE LA CONSTITUCIÓN POLÍTICA DE LOS ESTADOS UNIDOS MEXI CANOS, RESPECTIVAMENTE” e que tem o seguinte teor: “Assim, os fundamentos e razões de uma decisão judicial se encontram no análise abrangente dos itens do litígio, ou seja, no estudo
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 198 15/03/2012 02:25:32 p.m.
La motivación judicial 199
1. Buen funcionamiento de unsistema de impugnaciones procesales
Esta función se encuadra en lo que la doctrina denomina como una
función endoprocesal, pues su campo de acción se refiere a las par-
tes del proceso,50 donde la parte perjudicada por la sentencia puede
impugnar la misma al advertir algún vicio en el iter del Juez en la
motivación.51
Esta función de la motivación es la más reiterada en la tradición
jurídica, pues su origen se debe precisamente para asegurar que
las partes puedan impugnar las decisiones ante los superiores
jerárquicos.
Resulta importante asimismo, pues si una sentencia careciera de
motivación resultaría muy difícil impugnarla, pues no se podría co-
nocer si el Juez efectivamente tomó en cuenta todos los argumen-
tos y excepciones de las partes52 (principio de exhaustividad que
50 Cfr. COLOMER HERNÀNDEZ, Ignacio, La motivación..., op. cit., p. 124.51 En este sentido, lo ha entendido la Segunda Sala de la Suprema Corte de Justicia de México, en la tesis aislada, de rubro MOTIVACION DEL ACTO RECLAMADO, localizable en el Semanario Judicial de la Federación, Tercera Parte, Tomo: LV, página: 30, donde se lee lo siguiente: “la exigencia de la motivación tiene por objeto dar, al que resulte afectado, la opor-tunidad de conocer las razones que la autoridad tuvo en cuenta para producir el acto respec-tivo a fin de que esté en actitud de defenderse, por lo que no puede admitirse que tal objetivo resulte satisfecho por la circunstancia de que, previamente al dictado del acuerdo correspon-diente, se hayan invocado motivos que el afectado, ajeno a la solicitud relativa, desconoce”.52 Véase la jurisprudencia 1a./J. 139/2005 de la Primera Sala de la Suprema Corte de Justicia de México, Fuente: Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Tomo: XXII, Diciem-bre de 2005, Página: 162, que lleva por rubro: FUNDAMENTACIÓN Y MOTIVACIÓN DE LAS RESOLUCIONES JURISDICCIONALES, DEBEN ANALIZARSE A LA LUZ DE LOS AR-TÍCULOS 14 Y 16 DE LA CONSTITUCIÓN POLÍTICA DE LOS ESTADOS UNIDOS MEXI-CANOS, RESPECTIVAMENTE, y donde se puede leer lo siguiente: “Así, la fundamentación y motivación de una resolución jurisdiccional se encuentra en el análisis exhaustivo de los
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 199 15/03/2012 02:25:32 p.m.
200 Motivação judicial
ético do Juiz ao abrigo da secção 25 do Código Ibero-Americana)53
ou para saber dos defeitos da sentença que poderia servir de
fundamento para impeachment. Nas palavras de Colomer
Hernández notamos que o “jejum justificativa decisão seria muito
difícil, senão impossível de controlar”.54
E interessante o afirmado pelo Tribunal Constitucional do Peru
no processo n. 2064-2000-Callao, quando se manifesta sobre o
raciocínio de que “é onde o Juiz deve apoiar explicitamente a sua
decisão, persuadindo sua justiça boa e, por outro permite que
qualquer pessoa lesada adequadamente fundamentar o seu
direito de contestar, posando para as razões superiores legais que
sustentam seu direito”.
2. Controle de poder-Proibição
de discriminação arbitrária
Agora, mais do que nunca, a ética da virtude de motivação, com
ampla margem a esse respeito,55 o Juiz tem um papel fundamental
para controlar o seu poder, assim a motivação é mostrar que a
das alegações e defesas do debate, com base em as normas que permitam a emissão e que fiquem a hipótese que gera a sua concessão, bem como a exposição específica das circunstâncias especiais razões particulares ou causas imediatas tomadas em consideração para a emissão do ato, sendo necessário, ainda, que haja coerência entre a fundamentação e as normas aplicáveis ao caso”. 53 Artigo 25.- A motivação deve ser estendida a todos os argumentos das partes, ou as razões produzidas pelos Juízes que se reuniram antes do sujeito, desde que sejam relevantes para a decisão.54 COLOMER HERNANDEZ, Ignacio, La motivación..., op. cit., p. 131.55 Cfr. MORA RESTREPO, Gabriel, Justicia..., op. cit., p. 108.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 200 15/03/2012 02:25:32 p.m.
La motivación judicial 201
constituye un deber ético del Juez según el artículo 25 del Código
Iberoamericano),53 o bien conocer los vicios de la sentencia que pu-
dieran constituir motivos de impugnación. En palabras de Colomer
Hernández podemos señalar que “las decisiones ayunas de justifi-
cación haría muy difícil, por no decir imposible, su control”.54
Resulta interesante lo expuesto por el Tribunal Constitucional de
Perú en el Caso N. 2064-2000-Callao, cuando expresa respecto
de la motivación lo siguiente: “es el lugar donde el Juez debe explici-
tar el sustento de su decisión, persuadiendo de su buena justicia, y
de otro lado permite a quien se considere agraviado fundamentar
adecuadamente su derecho de impugnación, planteándolo al supe-
rior jerárquico las razones jurídicas que sustentan su derecho”.
2. Control del poder-Interdicción
de la arbitrariedad
Ahora más que nunca la virtud ética de la motivación, con el amplio
margen de configuración55 con el que cuenta el Juez, juega un papel
fundamental para controlar su poder, de manera que en la motiva-
puntos que integran la litis, es decir, en el estudio de las acciones y excepciones del debate, apoyándose en el o los preceptos jurídicos que permiten expedirla y que establezcan la hipótesis que genere su emisión, así como en la exposición concreta de las circunstancias especiales, razones particulares o causas inmediatas tomadas en consideración para la emisión del acto, siendo necesario, además, que exista adecuación entre los motivos adu-cidos y las normas aplicables al caso”.53 Artículo 25.- La motivación debe extenderse a todas las alegaciones de las partes, o a las razones producidas por los jueces que hayan conocido antes del asunto, siempre que sean relevantes para la decisión.54 COLOMER HERNANDEZ, Ignacio, La motivación..., op. cit., p. 131.55 Cfr. MORA RESTREPO, Gabriel, Justicia..., op. cit., p. 108.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 201 15/03/2012 02:25:32 p.m.
202 Motivação judicial
sua decisão não foi o resultado da arbitrária mas resultou de um
exercício adequado da razão.
Nesse sentido, Aarnio afirma que “a responsabilidade do Juiz é
cada vez mais a responsabilidade de justificar suas decisões”,56
porque, como vimos, ao longo do século XX e início do XXI, o Juiz
tem uma maior possibilidade de que o silogismo paleopositivista
decisão judicial, em termos de Ferrajoli.
É interessante notar que afirma o preâmbulo do Código Ibero-
Americano de Ética Judicial, afirmando que “o exercício da função
jurisdicional não deve, obviamente, ser arbitrário, mas às vezes
é inevitável que o Juiz exerce um poder discricionário. Inegável
que a discricionariedade judicial implica riscos que não podem
ser resolvidos simplesmente com a regulamentação legal, mas
necessitam do auxílio de ética”.
Portanto, o tribunal deve fazer tarefa de evocação justificação
adequada como indicado no context of justification “na sociedade,
especificar claramente as razões da sua escolha, e expressar o iter
decidendi de sua sentença, de modo que a sua decisão está bem
fundamentado.
Assim, fundamentada motivação é um meio que pode ajudar a
controlar o poder com o qual o Juiz, uma vez que as palavras
56 AARNIO, A., Lo racional como razonable, trad. José Sánchez Acosta, CEC, Madrid, 1991, p. 29.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 202 15/03/2012 02:25:32 p.m.
La motivación judicial 203
ción se demuestre que su decisión no fue fruto de la arbitrariedad,
sino fue consecuencia de un adecuado ejercicio de la razón.
En este sentido, apunta Aarnio que “la responsabilidad del Juez
se ha convertido cada vez más en la responsabilidad de justificar sus
decisiones”,56 pues como hemos visto, a lo largo del S.XX y princi-
pios del XXI, el Juez cuenta con una mayor posibilidad de decisión
que el paleopositivista silogismo judicial –en términos de Ferrajoli–.
Resulta interesante advertir lo que señala la exposición de mo-
tivos del Código Iberoamericano de Ética Judicial al señalar que “el ejer-
cicio de la función judicial no debe, obviamente, ser arbitrario, pero
en ocasiones es inevitable que el Juez ejerza un poder discre cional.
Esa discrecionalidad judicial implica innegables riesgos que no pue-
den solventarse simplemente con regulaciones jurídicas, sino que
requieren el concurso de la ética”.
Por lo cual, el juzgador debe realizar una adecuada labor de justi-
ficación –recuérdese lo señalado sobre el context of justification– ante
la sociedad, especificar claramente los motivos de su elección, y
expresar el iter decidendi de su sentencia, de manera que su deci-
sión, se encuentre debidamente razonada.
Así, la motivación razonada es un medio que puede ayudar a
controlar el poder con el que cuenta el Juez, pues en palabras de
56 AARNIO, A., Lo racional como razonable, trad. José Sánchez Acosta, CEC, Madrid, 1991, p. 29.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 203 15/03/2012 02:25:32 p.m.
204 Motivação judicial
Bergholtz “decisão fundamentada é o meio de afirmar o poder
contra o poder da razão”.57
Assim, essa característica é uma evidência de motivação, que
permite ao Juiz próprio comportamento auto-controle sobre a
decisão porque o Juiz só pode oferecer razões que poderiam
argumentar a motivação, isto é, se um argumento particular pode
ser justificada na decisão, então você deve descartá-lo. Castillo
Alva observa que “a atividade teve como objetivo incentivar as
decisões judiciais contribui para a própria auto do Juiz, na medida
em que as decisões devem depender apenas de razões que podem
justificar”.58
O Tribunal Constitucional Espanhol no Acórdão nº 109/1992, é
clara a este respeito, observa que “a obrigação de emitir o pedido,
em resposta a uma decisão baseada na lei (...) não pode ser
cumprida mediante a emissão de simples uma declaração de
conhecimento ou de vontade do Juiz de uma forma particular, isto
é, se não for precedida de uma apresentação dos argumentos
por trás dele. A necessidade de tal motivação é familiarizar
os interessados as razões decisivas, a justificativa para as decisões
que os afetam. Essa exigência de motivação, proclamada pelo
art.120,3 da Comunidade Europeia, constitui uma garantia
essencial do réu pela qual, sem prejuízo da liberdade do Juiz na
57 BERGHOLTZ, Gunnar, “Ratio et auctoritas: algunas consideraciones sobre las decisiones razonadas” en DOXA, n. 8, 1990, p. 81.58 CASTILLO ALVA, J. L., et. al., Razonamiento..., op. cit., p. 373.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 204 15/03/2012 02:25:32 p.m.
La motivación judicial 205
Bergholtz “la decisión razonada es el medio de afirmar la facultad
de la razón frente al poder”.57
Con lo cual, se evidencia esta funcionalidad de la motivación,
con lo que se posibilita el propio autocontrol deontológico del Juez
sobre la decisión, ya que el juzgador sólo puede esgrimir razones
que pueda aducir en la motivación, esto es, si un determinado argu-
mento no puede justificarse en la decisión, entonces debe descar-
tarlo. Castillo Alva señala al respecto que: “la actividad tendiente
a motivar las resoluciones judiciales coadyuva a un autocontrol del
propio Juez, en la medida que las decisiones sólo deben depender
de razones que pueda justificar”.58
El Tribunal Constitucional Español, en la sentencia número
109/1992, es claro en este sentido, pues señala que: “la obligación
de dictar como respuesta a la pretensión una resolución fundada
en Derecho (…) no puede considerarse cumplida con la mera emi-
sión de una declaración de conocimiento o de voluntad del órgano
jurisdiccional en un sentido determinado, esto es, si no va precedida
por una exposición de los argumentos que la fundamentan. La ne-
cesidad de dicha motivación es la de dar a conocer al interesado las
razones decisivas, el fundamento de las resoluciones que le afectan.
Dicha exigencia de motivación, proclamada por el art. 120.3 de
la CE, constituye una garantía esencial del justiciable mediante la
cual, sin perjuicio de la libertad del Juez en la interpretación de
57 BERGHOLTZ, Gunnar, “Ratio et auctoritas: algunas consideraciones sobre las deci-siones razonadas” en DOXA, n. 8, 1990, p. 81.58 CASTILLO ALVA, J. L., et. al., Razonamiento..., op. cit., p. 373.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 205 15/03/2012 02:25:32 p.m.
206 Motivação judicial
interpretação das regras, você pode ver que a solução dada ao
caso é o resultado da exegese racional do sistema e não o
resultado de arbitrariedade”.
No entanto, não basta referir quaisquer razões para a motivação,
já que pode haver razões que são impróprios para justificar a
decisão, mas devem ser razões que concretizem a justiça, como se
vera discutido na próxima seção.
3. Justiça das resoluções
Lembre-se que o problema central da ciência jurídica é “o que é justo
em cada caso” (Viehweg), para a justiça nas palavras de Rawls, é
“a primeira virtude das instituições sociais, como a verdade é dos
sistemas de pensamento”.59
No entanto, notou a grande latitude que é o Juiz, eles não devem
ser objecto de arbitrário, mas deve estar em consonância com
um objetivo final para orientar o iter decidendi do tribunal, e esta é
precisamente a justiça.
Na verdade, a discrição do Juiz, de modo a não tornar-se
arbitrariamente deve estar em consonância com um objetivo final
que orienta o context of discovery, e esta é a justiça e, em seguida
lembrar que “o objetivo final da atividade judicial é de justiça através
do direito” (artigo 35 do Código Ibero-Americano).
59 RAWLS, John, Teoría de la Justicia, Fondo de Cultura Económica, México, 2010, p. 56.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 206 15/03/2012 02:25:32 p.m.
La motivación judicial 207
las normas, se pueda comprobar que la solución dada al caso es
consecuencia de una exégesis racional del ordenamiento y no el
fruto de la arbitrariedad”.
Sin embargo, no basta señalar cualquier tipo de razones en la
motivación, pues pueden existir razones que no sean aptas para jus-
tificar la decisión, sino que deben ser razones que concreticen la justi-
cia como se verá en el siguiente apartado.
3. Justicia de las resoluciones
Recordemos que el problema central de la ciencia jurídica es “qué es
lo justo en cada caso” (Viehweg), pues la justicia en palabras de
Rawls es “la primera virtud de las instituciones sociales, como la ver-
dad lo es de los sistemas del pensamiento”.59
Ahora bien, señalado el amplio margen de configuración que
tiene el juzgador, el mismo no debe estar sujeto a la arbitrariedad,
sino debe incardinarse hacia un fin objetivo que guíe el iter decidendi
del juzgador, y ésta es precisamente la justicia.
En efecto, esta facultad discrecional del Juez –de manera que no
se vuelva arbitraria– debe incardinarse hacia un fin objetivo que
guíe el context of discovery, y esta es, la justicia, pues recordemos
que “el fin último de la actividad judicial es realizar la justicia por
medio del Derecho” (artículo 35 del Código Iberoamericano).
59 RAWLS, John, Teoría de la Justicia, Fondo de Cultura Económica, México, 2010, p. 56.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 207 15/03/2012 02:25:32 p.m.
208 Motivação judicial
Isto tem sido claramente expresso no Código, que afirma:
“nas áreas de manobra oferecida pela lei, o Juiz deve ser orientada
por considerações de justiça e equidade” (artigo 38).
Assim, a justificativa deve ser observado sob a luz da justiça,
porque ele deu uma interpretação particular, ou de uma determinada
regra ou princípio.
Conclui-se sobre a justeza da decisão, com as palavras do
Javier Saldaña:
O que seria tão bom que eles se identificam com o Judiciário,
vamos dizer que para o Juiz de lá e finalmente encontra a sua
legitimidade? O bom que identifica a função judicial é do interesse
da justiça, o bem determinar o que é só no caso. Atividade
Judiciária esperar pela justiça, nós esperamos que um Juiz,
basicamente, saber identificar e dar a cada um o seu vencimento,
ou se em busca do que é mau gosto, dizemos que estamos a lidar
com a corrupção do Juiz, diante de um grave violação ou
violações, com legitimidade suficiente para a responsabilidade
social.60
Este trabalho de implementar a justiça em casos individuais, é
o título de legitimidade que apoiará Juiz democrático em suas
decisões, como discutido na próxima seção.
60 SALDAÑA SERRANO, Javier, “La responsabilidad ética del juez”, en El Poder Judicial su Normatividad y Función, n. 14, 2009, p. 8.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 208 15/03/2012 02:25:32 p.m.
La motivación judicial 209
Lo anterior ha quedado claramente señalado en el citado Código
al señalar que: “en las esferas de discrecionalidad que le ofrece el
Derecho, el Juez deberá orientarse por consideraciones de justicia
y de equidad” (artículo 38).
De esta forma, la motivación deberá señalar bajo la luz de la
justicia, por qué se dio una determinada interpretación, o bien, una
determinada norma o principio.
Podemos concluir sobre la justicia de la decisión, con las magis-
trales palabras de Javier Saldaña:
¿Cuál sería aquel bien interno que identificaría a la función
judicial, aquél por el que decimos que el Juez existe y en el que en
definitiva encuentra su legitimidad? El bien que identifica a la
función jurisdiccional es el bien de la justicia, el bien de deter-
minar lo justo en el caso concreto. De la actividad judicial
esperamos la justicia, esperamos fundamentalmente que un
Juez sepa identificar y dar a cada uno lo que le es debido, o si
en la búsqueda del mismo éste se desvirtúa, decimos entonces
que estamos ante la corrupción del juzgador, ante un grave
incumplimiento o infracción, con la legitimidad suficiente para
responsabilizarlo socialmente.60
Esta labor de aplicación de la justicia en los casos concretos, será
el título de legitimación que dará al Juez el respaldo democrático en
sus decisiones, como se verá en el siguiente apartado.
60 SALDAÑA SERRANO, Javier, “La responsabilidad ética del Juez”, en El Poder Judicial su Normatividad y Función, n. 14, 2009, p. 8.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 209 15/03/2012 02:25:32 p.m.
210 Motivação judicial
4. Legitimidade das decisões judiciais
Um dos significados de legitimidade, que será usado neste texto,
que se refere ao consentimento que deve existir entre membros de
uma comunidade em aceitar as autoridades constituídas, como
indicado pela Constituição Federal do México, onde se afirma que
“o poder emana do povo” (art. 39).
Mencionado acima, devemos distinguir dois tipos de
legitimidade, a legitimidade das decisões judiciais e a legitimidade
da função jurisdicional, o primeiro encontra-se no ato do tribunal
de julgamento, enquanto o outro diz respeito à legitimidade
Função da pessoa-judicial como um todo. No entanto, como será
mostrado mais tarde, estes dois estão intimamente relacionados
com a legitimidade.
Nesta seção, nós desenvolvemos a legitimidade das decisões
ou sentenças, o segundo será abordado abaixo.
A legitimidade das decisões judiciais é um tema da atualidade
de grande relevância, uma vez que a função do Juiz como
tivemos a oportunidade de expressar, não na sua origem apoiou
democrática, porque os seus membros geralmente não são
eleitos pelo cidadãos, o que gera um problema de autoridade das
decisões do Juiz.
O preâmbulo do Código Ibero-Americano de Ética Judicial é
clara sobre este ponto, declarando que “corresponde à nota que
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 210 15/03/2012 02:25:32 p.m.
La motivación judicial 211
4. Legitimidad de las decisiones judiciales
Una de las acepciones de legitimidad, misma que será la utilizada
en este texto, es la que se refiere al consentimiento que debe existir
entre los miembros de una comunidad para aceptar a las autorida-
des vigentes, tal como lo señala la Constitución Federal de México,
donde se establece que “el poder público dimana del pueblo” (art. 39).
Señalado lo anterior, debemos distinguir dos tipos de legitimida-
des, la legitimidad de las decisiones judiciales, y la legitimidad de la
función judicial, la primera recae en el acto generado por el Juez –sen-
tencia–, mientras que la otra, se refiere a la legitimidad de la perso-
na –función jurisdiccional en su conjunto–. Sin embargo, como se
señalará posteriormente estas dos legitimidades estás íntimamen-
te relacionadas.
En este apartado se desarrollará la legitimidad de las sentencias
o resoluciones judiciales, siendo que el segundo será abordado en el
apartado siguiente.
La legitimidad de las decisiones judiciales es un tema de gran re-
levancia en la actualidad, pues la función del juzgador como ya se
ha tenido oportunidad de expresar, no cuenta en su origen con el
respaldo democrático, pues sus miembros en general, no son elec-
tos por los ciudadanos, lo cual, genera un problema de la autoridad
de las decisiones del juzgador.
La exposición de motivos del Código Iberoamericano de Ética Judi-
cial es clara en este sentido al señalar “corresponde advertir que la
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 211 15/03/2012 02:25:32 p.m.
212 Motivação judicial
a atual realidade da autoridade política, em geral, e o Judiciário, em
particular, exibe uma visível crise de legitimidade envolvidos no
exercer o dever de assegurar que o público recuperar a confiança
nas instituições”.
No entanto, é importante notar que a nossa legitimidade
torna-se ou não deve vir “da democracia, a tarefa do Juiz não
pode ser o consenso do que dita a maioria, a justiça não depende
animus social, porque, como observou Luigi Ferrajoli
[...] o consenso da maioria do que é falso verdadeiro ou falso o
que é verdadeiro, não é verdade torna-se uma sentença com
base em provas falsas ou a falta de provas e falsificou uma
declaração condenando de forma adequada. A especificidade
da jurisdição, como eu digo, torná-lo um poder cuja legitimidade
é diferente dos poderes políticos.61
Uma pessoa inocente pode ser condenado não apenas porque
dizem que a sociedade tão bravo como um todo, apenas para ser
condenado à la se o imperativo da justiça assim o exigirem.
Portanto, se a democracia não é um título válido para legitimar
as decisões judiciais, então o que é?
Como observou o Código Ibero-Americano de legitimidade do título
de decisões torna-se a realização da justiça, devido ao que (o suum)
a quem ele pertence.
61 PISARELLO, Gerardo y SURIANO, Ramón, “Entrevista a Luigi Ferrajoli” en ISONOMÍA, n. 9, 1998, p. 4.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 212 15/03/2012 02:25:33 p.m.
La motivación judicial 213
realidad actual de la autoridad política en general, y de la judicial en
particular, exhibe una visible crisis de legitimidad que conlleva en los
que la ejercen el deber de procurar que la ciudadanía recupere la
confianza en aquellas instituciones”.
Ahora bien, es importante destacar que nuestra legitimación no
deviene –ni debe provenir– de la democracia; la labor del Juez
no puede quedar al consenso de lo que dicte la mayoría, la justi-
cia no depende del animus social, pues como señala Luigi Ferrajoli
[…] el consenso de la mayoría no hace verdadero lo que es falso
ni falso lo que es verdadero; no transforma en verdadera una
sentencia fundada en pruebas falsas o en la falta de pruebas, ni
falsifica una sentencia que condene debidamente. Esta especifi-
cidad de la jurisdicción, como digo, hace de ella un poder cuya
legitimación difiere de la de los poderes políticos.61
Una persona inocente no puede ser declarada culpable, sólo por-
que lo diga así la sociedad enardecida en su conjunto; únicamente
debe condenarse a alguien si un imperativo de justicia así lo dicte.
Entonces, si la democracia no es un título válido para legitimar
las decisiones judiciales, entonces, ¿cuál es?
Tal como lo señala el Código Iberoamericano el título de legitimi-
dad de las sentencias judiciales deviene por la concretización de la
justicia, en dar lo debido (el suum) a quien le corresponde.
61 PISARELLO, Gerardo y SURIANO, Ramón, “Entrevista a Luigi Ferrajoli” en ISONOMÍA, n. 9, 1998, p. 4.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 213 15/03/2012 02:25:33 p.m.
214 Motivação judicial
No entanto, que a justiça é vista a partir do qual a legitimidade
das decisões judiciais, então ¿como podemos conciliar o imperativo
social de uma sociedade democrática com os ditames da
justiça?
Só com a motivação adequada na decisão como prova de que
a justiça está sendo dado às partes, por isso, tal como referido
no preâmbulo do Código Ibero-americano, não o suficiente com
ser “dar a justiça”, mas também e preciso parecer –motivar
adequadamente a decisão de manifesto que a justiça realmente
ocorreu–. Voltando à tradição romana, e não apenas ganhar a
discussão, apontando que não havia justiça, mas precisa convencer
o público de modo que adere ao de cima e acreditar que ela
realmente fez justiça no caso concreto.
Assim, a falta de democracia apresentada ab origine, o Juiz
pode ser resolvido pela sociedade de forma convincente,
através da motivação, que realmente deu a justiça no caso
concreto.
O Tribunal Constitucional do Peru já salientou o seguinte:
“A motivação de uma sentença é a maneira como o Juiz convenceu
a justificação e legitimação da decisão do canal (Processo no.
1084-2000-Callao).
Entretanto, o que foi explicado, só pode convencer o público que
uma determinada frase é justo, e, portanto, pode apoiar-se
democraticamente, no entanto, apoiar a sentença, não significa
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 214 15/03/2012 02:25:33 p.m.
La motivación judicial 215
Ahora bien, visto que la justicia es de donde proviene la legitimi-
dad de las decisiones judiciales, entonces ¿cómo se puede conciliar
el imperativo social de una sociedad democrática con los dictados
de la justicia?
Justamente con una debida motivación en la sentencia que
justifique que se está dando la justicia a las partes, de esta mane-
ra, como se señala en la exposición de motivos del Código Ibero-
americano, no basta con ser –dar la justicia–, sino también parecer
–motivar adecuadamente la sentencia para que se manifieste que
efectivamente se dio la justicia–. Retomando la tradición romana, no
basta vencer en la argumentación señalando que se dio justicia,
sino hace falta convencer al auditorio de manera que éste se adhiera
a lo expuesto y se convenza de que efectivamente se dio la justi-
cia en el caso en concreto.
Con lo cual, la falta de democracia ab origine que presenta el juz-
gador puede solucionarse a través del convencimiento de la socie-
dad, mediante la motivación, de que efectivamente se dio la justicia
en el caso en concreto.
El Tribunal Constitucional de Perú, ya ha señalado lo siguiente:
“La motivación de una sentencia es la forma como el Juez persuade
de su justificación y el canal de legitimación de la decisión” (Caso
No. 1084-2000-Callao).
Sin embargo, lo que se ha explicitado, únicamente podrá con-
vencer a la sociedad de que una determinada sentencia es justa,
y por lo mismo, podrá respaldar democráticamente la misma; sin
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 215 15/03/2012 02:25:33 p.m.
216 Motivação judicial
que eles também apoiar da função judicial como um todo, portanto,
requere-se um grau que legitime na forma continua o trabalho do
Juiz na sociedade, que na minha opinião, a auctoritas gradualmente
gerar uma boa motivação na sentença.
5. Motivação como meio para alcançar
a auctoritas judicial
Antes de analisar a auctoritas judicial, a referência à legitimidade do
modelo exegético legalista, e que é actualmente considerado como
a doutrina predominante.
Sob o modelo exegético legalista, a legitimidade do devenía
função jurisdicional, porque o Juiz aplicou na sua decisão, a vontade
geral expressa na lei, ou seja, o grau de legitimidade derivada de sua
adesão ao princípio da legalidade, o tribunal tem direito a apenas
como o aplicador que vai. Com o advento da doutrina do rule of law,
que a explicação foi descartada.
Atualmente, o grosso da população sob o princípio da
“supremacia da Constituição”, argumenta que a legitimidade
do tribunal a partir da aplicação da Constituição, em que o título
está imerso na norma básica. No entanto, esta explicação,
entretanto, que esclarece várias questões relativas à legitimidade,
na minha opinião não se desenvolve plenamente o assunto,
levando em consideração que alguns sistemas legais, como a do
México, há Juízes que têm apenas competência em matéria
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 216 15/03/2012 02:25:33 p.m.
La motivación judicial 217
embargo, el respaldo a la sentencia, no significa que se respalde
también a la función jurisdiccional en su conjunto, por lo cual, se requie-
re un título asimismo, que legitime de manera continua la labor del
Juez ante la sociedad, que será a mi juicio, la auctoritas que se genere
paulatinamente por una debida motivación en las sentencias.
5. La motivación como medio para llegar a la auctoritas judicial
Previo al análisis de la auctoritas judicial, se hará referencia a la legi-
timidad en el modelo exegético legalista, y lo que se considera
actualmente en la doctrina predominante.
Bajo el modelo exegético legalista, la legitimidad de la función
judicial devenía porque el Juez aplicaba en su sentencia la voluntad
general plasmada en la ley, es decir, el título de legitimidad provenía
de su apego al principio de legalidad, el juzgador se legitimaba única-
mente como el aplicador de la dicha voluntad. Con el advenimiento,
de la doctrina del rule of law, dicha explicación ha sido descartada.
Actualmente, la corriente predominante bajo el principio de la
‘Supremacía de la Constitución’, sostiene que la legitimidad del Juez
proviene por la aplicación de la Constitución, en la que su título se
encuentra inmerso en la norma fundamental. Sin embargo, dicha
explicación, no obstante que dilucida varias cuestiones relativas a la
legitimidad, a mi juicio no desarrolla en su totalidad el tema en cues-
tión, tomando en consideración que algunos sistemas jurídicos
como, por ejemplo, el de México, existen jueces que sólo tienen com-
petencia en materia de legalidad, es decir, carecen del ‘control
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 217 15/03/2012 02:25:33 p.m.
218 Motivação judicial
de direito, ou seja, a falta de “controle constitucional”, como se esse
poder é reservado aos tribunais federais.62
Assim, buscamos para completar a teoria explicada acima, com
a auctoritas, de modo que possam contribuir para legitimar a função
jurisdicional.
Exposto acima, é preciso primeiro identificar o que se entende
pela auctoritas, como é entendido pelos romanos.
A autoridade, tal como foi concebida, em Roma, é reconhecido
no terceiro significado do dicionário da Real Academia da Língua
Espanhola que afirma que o prestígio “e de crédito que reconhece
uma pessoa ou instituição para a sua legitimidade ou a sua
qualidade e especialização em qualquer assunto”.
Em Roma, ele distinguia a auctoritas de potestas, o primeiro era
um atributo dos sábios, que foi realizada pelo Senado em suas
62 Veja o P. casos / J. 74/99 Pleno da Corte Suprema do México, visível no Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Volume X, agosto de 1999, Página: 5, que traz o texto do título e da seguinte forma: CONTROL DIFUSO DE LA CONSTITUCIONALIDAD DE NORMAS GENERALES. NO LO AUTORIZA EL ARTÍCULO 133 DE LA CONSTITUCIÓN.— A linguagem expresso do artigo 133 da Constituição Federal indica que “os Juízes em cada Estado devem estar em conformidade com a Constituição, leis e tratados, apesar das disposições contrárias nas constituições e leis dos Estados ..” No sentido literal, se pronuncio o Supremo Tribunal Federal, no entanto, a posição defendida mais tarde pelo Supremo Tribunal, predominantemente, tem sido em outro sentido, tendo em conta uma interpretação sistemática da norma e os princípios que moldam o nosso Constituição. O Tribunal Supremo considera que o artigo 133 da Constituição, não é uma fonte de poderes de controlo constitucional para o exercício das autoridades que fazem funções materialmente jurisdicionais, em relação com atos externos, tais como as leis do Congresso, nem de suas próprias ações, o que lhes permite desconhecer uns e outros, então essa disposição deve ser interpretada à luz do sistema instituído pela própria Constituição para esse efeito.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 218 15/03/2012 02:25:33 p.m.
La motivación judicial 219
constitucional’, siendo que dicha facultad se encuentra reservada
únicamente a los tribunales federales.62
Así, se buscará completar la teoría explicada con anterioridad,
con la auctoritas, de manera que coadyuve a legitimar la función
judicial.
Expuesto lo anterior, en primer lugar debemos señalar qué se
entiende por la auctoritas, tal como lo entendían los romanos.
La autoridad, tal como era conceptualizada en Roma, es reco-
gida en la tercera acepción del diccionario de la Real Academia de la
Lengua Española que señala que es el “prestigio y crédito que se
reco noce a una persona o institución por su legitimidad o por su cali-
dad y competencia en alguna materia”.
En Roma se distinguía la auctoritas de la potestas, la primera era
un atributo de aquellas personas sabias, la cual, era detentada por
62 Véase la jurisprudencia P./J. 74/99 del Pleno de la Suprema Corte de Justicia de México, visible en el Semanario Judicial de la Federación y su Gaceta, Tomo X, Agosto de 1999, Página: 5, que lleva como rubro y texto los siguientes: CONTROL DIFUSO DE LA CONS-TITUCIONALIDAD DE NORMAS GENERALES. NO LO AUTORIZA EL ARTÍCULO 133 DE LA CONSTITUCIÓN.—El texto expreso del artículo 133 de la Constitución Federal previe-ne que “Los Jueces de cada Estado se arreglarán a dicha Constitución, leyes y tratados a pesar de las disposiciones en contrario que pueda haber en las Constituciones o leyes de los Estados.” En dicho sentido literal llegó a pronunciarse la Suprema Corte de Justicia; sin embargo, la postura sustentada con posterioridad por este Alto Tribunal, de manera pre-dominante, ha sido en otro sentido, tomando en cuenta una interpretación sistemática del precepto y los principios que conforman nuestra Constitución. En efecto, esta Suprema Corte de Justicia de la Nación considera que el artículo 133 constitucional, no es fuente de facultades de control constitucional para las autoridades que ejercen funciones material-mente jurisdiccionales, respecto de actos ajenos, como son las leyes emanadas del propio Congreso, ni de sus propias actuaciones, que les permitan desconocer unos y otros, pues dicho precepto debe ser interpretado a la luz del régimen previsto por la propia Carta Magna para ese efecto.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 219 15/03/2012 02:25:33 p.m.
220 Motivação judicial
origens, e que ele era “o saber socialmente conhecido”,63 em
contraste com a potestas foi que “o poder é socialmente conhecida”,
que se distingue pela sua capacidade coercitiva auctoritas
“elemento que permite a imposição de sua vontade, mesmo contra
o consentimento de um terceiro.
Autoridades atribuíram a auctoritas emitiu pareceres que não
tinha força executória mesmo, porém, não precisava tanto a forma
de uma ordem, –potestas– ou a ânsia de ser ouvido –coerção–.64
Theodor Mommsen disse a respeito que “mais do que uma opinião,
ea menos que uma ordem, uma visão que não pode ser ignorado
sem correr um risco”.65
A este respeito, as opiniões das autoridades porque eles próprios
eram a força da razão, e não a lógica da força (non ratione imperii
sed rationis imperio), e, portanto, as pessoas que estavam dirigindo
estas vistas sentia limitado por elas.
No entanto, no que diz respeito ao papel da motivação, considerar
as sentenças como uma maneira de ir fornecendo a função judicial
de auctoritas, a fundamentação da motivação e justificativa que
eles deram-lhe apenas que é responsável, pode ser um canal para
dar gradualmente a função judicial de auctoritas, e desta forma,
legitima esse poder para a sociedade.
63 D’ORS, Álvaro, Derecho..., op. cit., p. 41.64 Cfr. ARENDT, Hannah, Entre el pasado y el futuro, Ediciones Península, Barcelona, 2003, p. 195.65 Citado por Idem.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 220 15/03/2012 02:25:33 p.m.
La motivación judicial 221
el Senado en sus orígenes, y que consistía en aquel “saber social-
mente reconocido”,63 a diferencia de la potestas que era aquel “poder
socialmente conocido”, el cual, se distingue de la auctoritas por su
posibilidad coercitiva –elemento que posibilita imponer la voluntad
propia aun en contra del consentimiento de un tercero–.
Los funcionarios atribuidos de auctoritas emitían opiniones, mis-
mas que carecían de coercibilidad; sin embargo, no necesitaban ni la
forma de una orden –potestas– ni el apremio exterior para hacerse
oír –coerción–.64 Theodor Mommsen decía al respecto que “más
que una opinión y menos que una orden, una opinión que no se
puede ignorar sin correr un peligro”.65
En este sentido, las opiniones de las autoridades se seguían
porque tenían en sí la fuerza de la razón, y no la razón de la fuerza
(non ratione imperii sed rationis imperio), y por lo mismo, las personas
a las cuales se dirigían dichas opiniones se sentían vinculadas por
las mismas.
Ahora bien, en lo tocante a la función de la motivación, consi-
dero que las sentencias son un camino para ir dotando a la función
judicial de auctoritas; las razones aducidas en la motivación y que jus-
tifiquen que éstas dieron lo justo a quien le corresponde, pueden
ser un canal para dotar paulatinamente a la función judicial de la
auctoritas, y de esta manera, se legitime este poder ante la sociedad.
63 D’ORS, Álvaro, Derecho..., op. cit., p. 41.64 Cfr. ARENDT, Hannah, Entre el pasado y el futuro, Ediciones Península, Barcelona, 2003, p. 195.65 Citado por Idem.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 221 15/03/2012 02:25:33 p.m.
222 Motivação judicial
Como observado Ordoñez Solis “a eleição popular do Juiz e não
pode ser considerado seriamente como a única forma de legitimar
o exercício da função judicial. De fato, a legitimidade mais
adequada do Poder Judiciário da eleição, mas a confiança da
sociedade em seus Juízes”.66
Ou, nas palavras de Luigi Ferrajoli:
A fonte de legitimidade da jurisdição não é o modo democrático
de poder político ou a tarefa executiva, de modo que sua
legitimidade é dada pela sua sujeição à lei. E em um sentido mais
amplo da palavra, da verdade de suas decisões. Leis, negócios
jurídicos, são atos que se caracterizam pela sua discrição ou
autonomia de seus autores e, obviamente, não requerem uma
motivação real para ser válida. Em contrapartida, os julgamentos
são atos cuja validade repousa sobre a evidência dos fatos que
são discutidos com base ou a verdade das suas qualificações
legais.67
Assim, a função jurisdicional será legitimado através dos
fundamentos da decisão, que declarou as razões pelas quais
a justiça está a ser dada em cada caso particular, e, neste sentido,
o Judiciário como um todo pode apreciar a auctoritas para
legitimar o seu papel, de modo que a força da decisão não se
torne uma simples coerção, mas sim, a razoabilidade das suas
decisões.
66 ORDOÑEZ SOLIS, David, “La independencia judicial en clave ética: la confianza de una sociedad democrática en sus jueces” en Principios de la Ética Judicial Iberoamericana: Independencia, Suprema Corte de Justicia de la Nación, México, 2009, p. 13.67 PISARELLO, Gerardo y SURIANO, Ramón, “Entrevista...”, op. cit., p. 4.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 222 15/03/2012 02:25:33 p.m.
La motivación judicial 223
Como señala Ordoñez Solís “la elección popular del Juez ya no
puede considerarse seriamente como la única forma de legitimar el
ejercicio de la función judicial. En efecto, la legitimación más apro-
piada del poder judicial no proviene de la elección sino de la confian-
za de la sociedad en sus jueces”.66
O en palabras de Luigi Ferrajoli:
La fuente de legitimación de la jurisdicción no es democrática al
modo de los poderes políticos o la tarea ejecutiva, por lo que su
legitimidad viene dada por su sujeción a la ley. Y en una acepción
más amplia de la palabra, por la verdad de sus decisiones. Las leyes,
los negocios jurídicos, son actos que se caracterizan por su dis-
crecionalidad o la autonomía de sus autores, y evidentemente
no requieren de una motivación verda dera para tener validez.
Por el contrario, las sentencias son actos cuya validez reposa
sobre la prueba de los hechos que se discuten, sobre la funda-
mentación o verdad de su cualificación jurídica.67
De esta manera, la función jurisdiccional se irá legitimando a
través de la motivación de la sentencia, donde se expresen las razo-
nes por las cuales se está dando la justicia en cada caso en concreto,
y en este sentido, la función judicial en su conjunto, podrá gozar
de la auctoritas que legitime su función, de manera que la fuerza de
la decisión no devenga de una simple coerción, sino más bien, de la
razonabilidad de sus decisiones.
66 ORDOÑEZ SOLIS, David, “La independencia judicial en clave ética: la confianza de una sociedad democrática en sus jueces” en Principios de la Ética Judicial Iberoamericana: Independencia, Suprema Corte de Justicia de la Nación, México, 2009, p. 13.67 PISARELLO, Gerardo y SURIANO, Ramón, “Entrevista...”, op. cit., p. 4.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 223 15/03/2012 02:25:33 p.m.
224 Motivação judicial
O filósofo francês Jean Paul Sartre disse que “o homem é nada
mais do que o que ele faz de si mesmo”. Também expressou que
“a existência precede a essência”, e lembra a este respeito, que as
ações das pessoas vai definindo o ser humano em geral.68
Traduzindo essa idéia para questões de competência, poderíamos
dizer que “o Juiz não é simplesmente o que ele faz, por suas decisões”,
e afirmando que as sentenças podem definir seu status na sociedade,
que consistem na sua auctoritas. Assim, os julgamentos do tribunal
podem fazer a diferença na visão de mundo do Juiz, porque “em
todo o desempenho do Juiz passa o prestígio do próprio Judiciário
e cada um dos seus membros”,69 ou, usando uma fórmula bíblica,
observou que os frutos dos Juízes pode ser (re) conhecido deles para
a sociedade.
O Tribunal Constitucional Espanhol já usou alguns desses
conceitos para destacar este fator em suas decisões, e, no processo
54/1997 estabelece que: “A estrutura da frase tem sido sempre
uma parte dedicada a justificar legalmente a decisão terminar a
frase, peça ou falha que leva ao imperium ou potestas. O argumento
que precede o pronunciamento judicial formal fornece a decisão da
auctoritas e lhe dá o poder da razão”.
68 SARTRE, J. P., El existencialismo es un humanismo, Edhasa, Barcelona, 2000.69 SALDAÑA SERRANO, J., “La responsabilidad...”, op. cit., p. 8.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 224 15/03/2012 02:25:33 p.m.
La motivación judicial 225
El filósofo francés Jean Paul Sartre, señalaba que “el hombre no es
otra cosa que lo que hace de sí mismo”. Expresa también que la “existen-
cia precede a la esencia”, y señala en ese sentido que las acciones de
las personas definen gradualmente al ser humano en general.68
Trasladando dicha idea a materia jurisdiccional, podríamos
expresar que “el Juez no es otra cosa que lo que él hace –mediante
sus sentencias–”, y afirmar que las sentencias, podrán definir su status
ante la sociedad, el cual consistirá en su auctoritas. Así, las senten-
cias del Juez podrán generar un cambio de cosmovisión del juzgador,
pues “en cada actuación del juzgador va de por medio el prestigio del
propio Poder Judicial y de cada uno de sus integrantes”;69 o bien, uti-
lizando una fórmula bíblica, podemos señalar que por los frutos de
los jueces podrán ser (re)conocidos éstos ante la sociedad.
El Tribunal Constitucional Español ya ha utilizado algunos de
estos conceptos para resaltar este factor en sus decisiones judicia-
les, y señala en la sentencia 54/1997 lo siguiente: “La estructura de
la sentencia contiene, desde siempre, una parte dedicada a justificar
jurídicamente la decisión en que termina la sentencia, parte disposi-
tiva o fallo que lleva dentro el imperium o la potestas. La argumen-
tación que precede al solemne pronunciamiento judicial dota a la
sentencia de la auctoritas y le proporciona la fuerza de la razón”.
68 SARTRE, J. P., El existencialismo es un humanismo, Edhasa, Barcelona, 2000.69 SALDAÑA SERRANO, J., “La responsabilidad...”, op. cit., p. 8.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 225 15/03/2012 02:25:33 p.m.
226
CaPítulo iV
Motivação quanto orçamento da outras virtudes deontologicas
A motivação não é relevante apenas para as funções
descritas acima, mas também porque está intimamente
ligada com as outras virtudes, ética, e que alguns se baseiam, ou
complementos.
Então, vamos nos referir brevemente a algumas virtudes
que estão diretamente relacionados com o raciocínio judicial, que
pode ser visto que a motivação real é prático ter eficácia outras
virtudes.
1. Imparcialidade
Sem uma motivação para refletir a decisão do Juiz, seria muito
difícil saber se o Juiz agiu com imparcialidade em um caso
particular, “como a base de uma decisão é a única pista que
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 226 15/03/2012 02:25:33 p.m.
227
CaPítulo iV
Motivación como presupuesto de otras virtudes deontológicas
La motivación no sólo es relevante por las funciones descritas con
anterioridad, sino también, porque la misma se encuentra estrecha-
mente vinculada con otras virtudes deontológicas, ya que a algunas
les sirve de fundamento, o bien, las complementa.
A continuación se hará referencia brevemente a algunas virtu-
des que se relacionan directamente con la motivación judicial, con
lo que se podrá apreciar que la motivación tiene una verdadera ope-
ratividad práctica para que otras virtudes tengan efectividad.
1. Imparcialidad
Sin una motivación que reflejara la decisión del juzgador, resultaría
muy difícil saber si el juzgador actuó con imparcialidad en un deter-
minado asunto, “pues la fundamentación de una resolución es el
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 227 15/03/2012 02:25:33 p.m.
228 Motivação judicial
permite ao Juiz determinar se o conflito foi resolvido de forma
justa”.70
Assim, o raciocínio usado para determinar se a decisão está
ligado aos cânones da justiça imparcial, porque com a motivação
adequada, poderia garantir a realização da justiça através do direito
e que nenhum benefício ou prejudicar qualquer partes de qualquer
relação interpessoal.
2. Independência
Por razões semelhantes às de equidade, a motivação também
desempenha um papel importante em determinar se um Juiz segue
o princípio da independência, pois “a independência do Judiciário é
aquele que determinada a partir da legislação vigente a decisão
certa” (art. 2o Código Iberoamericano), que pode ser visto e verificado
se o raciocínio jurídico aplicado a mecanismos jurídicos adequados
para assegurar a justiça da decisão.
Assim, a motivação é essencial também para preservar este
princípio da ética, em seguida, o Juiz deve aplicar a justiça através da
Direito, sem qualquer outro factor que afecta a sua determinação.
3. Princípio da integralidade. Garantia da uma defesa adequada
Além disso, a motivação é relevante e que os motivos devem ser
encaminhados a esses argumentos ou exceções lançadas pelas
70 CASTILLO ALVA, José Luis, Razonamiento..., op. cit., p. 371.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 228 15/03/2012 02:25:33 p.m.
La motivación judicial 229
único rastro que posibilita comprobar si el juzgador ha resuelto
imparcialmente la contienda”.70
De esta forma, la motivación sirve para constatar si la decisión
se encuentra apegada a los cánones de una justicia imparcial, pues
con una debida motivación, podrá garantizarse la concreción de
la justicia por medio del Derecho, y que no benefició o perjudicó a
alguna de las partes por algún vínculo interpersonal.
2. Independencia
Por razones semejantes a las de la imparcialidad, la motivación
también juega un papel importante para determinar si un Juez
acató el principio de independencia, pues “el Juez independiente
es aquel que determina desde el Derecho vigente la decisión justa”
(Art. 2 Código Iberoamericano), lo cual, puede constatarse y verificar-
se, si en la motivación judicial se aplicaron los dispositivos jurí dicos
adecuados para garantizar la justicia de la decisión.
Con lo cual, la motivación, también es fundamental para preservar
este principio deontológico, pues el Juez debe aplicar la justicia por me-
dio del Derecho, sin ningún otro factor que incida en su determinación.
3. Principio de exhaustividad. Garantía de una debida defensa
Asimismo, la motivación resulta relevante ya que en la motivación
debe hacerse referencia a todos aquellos argumentos o excepciones
70 CASTILLO ALVA, José Luis, Razonamiento..., op. cit., p. 371.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 229 15/03/2012 02:25:33 p.m.
230 Motivação judicial
partes para comprovar suas ações, ou exceções, pois lembre-se que
a motivação adequada “deve se estender a todos os argumentos
das partes” (s. 25. Código Ibero-Americano).
Assim, com a devida motivação pode verificar o cumprimento
deste princípio da integralidade ou adequação da sentença,
garantindo assim uma garantia de defesa adequada para as partes,
é justamente a motivação pode ser verificado que o Juiz levou em
consideração os argumentos pelas partes para comprovar suas
respectivas reivindicações.
4. Legalidade
Pelo contrário, deve agora ser chamado juridicidade, uma vez que o
Juiz não é forçosamente obrigado a aplicar a lei, mas pode buscar
outras fontes legais, nos termos já explicados.
Acima referido, o princípio da motivação, ajuda a garantir que o
Juiz aplicou a fonte jurídica suportados pelo sistema legal, ele será
refletido no raciocínio jurídico e, com isso, achando que sua decisão
não era o resultado da arbitrária, mas sujeita aos princípios de
direito e justiça.
5. Publicidade Transparência
Em termos de Bentham “A publicidade é a alma da justiça.” Nesse
sentido, a motivação também garante que o iter decidendi do
tribunal para resolver a questão está devidamente refletido no
raciocínio jurídico, permitindo a propaganda para garantir a justiça
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 230 15/03/2012 02:25:33 p.m.
La motivación judicial 231
vertidos por las partes para acreditar sus acciones o excepciones,
pues recuérdese que una debida motivación “debe extenderse a todas
las alegaciones de las partes” (art. 25 del Código Iberoamericano).
Así, con una debida motivación se puede constatar el acatamien-
to a este principio de exhaustividad o congruencia de la sentencia, y
así garantizar una debida garantía de defensa para las partes, pues
justamente en la motivación puede verificarse que el juzgador tomó
en consideración los argumentos esgrimidos por las partes para
acreditar sus respectivas pretensiones.
4. Legalidad
Más bien debería ahora llamarse juridicidad, pues el juzgador no se
encuentra constreñido a aplicar indefectiblemente la ley, sino puede
acudir a otras fuentes jurídicas, en los términos ya explicados.
Señalado lo anterior, el principio de motivación coadyuva a veri-
ficar que el juzgador aplicó la fuente jurídica admitida por el orde-
namiento jurídico, misma que se reflejará en la motivación judicial, y
con esto, constatar que su decisión no fue fruto de la arbitrariedad,
sino sujeta a los principios del Derecho y la justicia.
5. Publicidad-Transparencia
En términos de Bentham “la publicidad es la verdadera alma de la
justicia”. En este sentido, la motivación asimismo, garantiza que
el iter decidendi del Juez para resolver la cuestión quede debidamen-
te plasmado en la motivación judicial, con lo que dicha publicidad
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 231 15/03/2012 02:25:33 p.m.
232 Motivação judicial
da decisão, porque “a transparência das ações do Juiz é uma
garantia da imparcialidade de suas decisões” (art. 56 do Código
Ibero-Americano).
6. Interpretar o significado do fracasso
Muitas vezes acontece que as pessoas sabem o alcance ou
significado de qualquer parte dispositiva da dificuldade, qual a
motivação torna-se um fator chave para atingir estes fins, e se há
ambigüidade em uma certa expressão, você pode ir para o parte
para resolver as dúvidas e, assim, se torna uma ferramenta de
motivação para aprender frase adequada.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 232 15/03/2012 02:25:33 p.m.
La motivación judicial 233
posibilita garantizar la justicia de la decisión, pues “la transparencia
de las actuaciones del Juez es una garantía de la justicia de sus deci-
siones” (art. 56 del Código Iberoamericano).
6. Interpretar el sentido del fallo
Muchas veces ocurre que los justiciables desconocen el alcance o el
significado de alguna parte resolutiva del fallo, con lo que la motiva-
ción se vuelve un factor imprescindible para conocer dichos extre-
mos, y en caso de que exista ambigüedad en una determinada
expresión, puede acudirse a la parte dispositiva para resolver las
dudas, y así, se convierte la motivación en una herramienta para
conocer debidamente la sentencia.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 233 15/03/2012 02:25:33 p.m.
234
CaPítulo V
Conclusão
1. A motivação é um dos elementos representativos do
Estado constitucional e democrático de direito, onde o foco é
sobre o motivo da arbitrariedade. Ou seja, é concebida sobre os
indivíduos e a sociedade como um todo e os seres livres e
autônomos que têm direito a conhecer as razões para decidir
uma disputa.
2. A evolução histórica do raciocínio jurídico nos ensina que
nos regimes geral, absolutista e autocrático não exigem a
obrigação de dar razões ou é proibido, o acima é porque o foco
está na força ou coerção sobre os motivos de decisões
judiciais.
3. Motivação adequada, levando em conta os princípios
éticos devem ser tais que o contexto da justificação é uma
reflexão sobre o contexto da descoberta também apresentar
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 234 15/03/2012 02:25:33 p.m.
235
CaPítulo V
Conclusiones
1. La motivación es uno de los elementos representativos de los
estados constitucionales y democráticos de Derecho, en donde se
privilegia la razón, sobre la arbitrariedad. Es decir, se concibe a los
justiciables y a la sociedad en su conjunto como seres libres y autó-
nomos los cuales tienen derecho a conocer las razones que deciden
una controversia.
2. La evolución histórica de la motivación judicial nos enseña que
en general, en los regímenes absolutistas y autocráticos no se exige
la obligación de motivar, o bien se le prohíbe, lo anterior obedece a
que se privilegia la fuerza o coerción, sobre la razón de las decisio-
nes judiciales.
3. Una adecuada motivación, atento a los principios deontológi-
cos, debe realizarse de manera que el contexto de justificación sea
reflejo del contexto de descubrimiento; asimismo que presente una
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 235 15/03/2012 02:25:33 p.m.
236 Motivação judicial
uma justificação adequada interna e externa, visto também sobre
os fatos e o direito, e Finalmente, é clara e compreensível para os
destinatários.
4. A motivação tem várias funções em um estado de direito,
como uma oportunidade adequada para impugnar as decisões
judiciais, auto-controle do Juiz ou a proibição da justiça arbitrária da
resolução e da legitimidade do tribunal.
5. A motivação judicial também se constitui como um pré-
requisito ou facilitador de outras virtudes éticas como a justiça, a
independência, o princípio de coerência, legalidade, transparência
e interpretação do significado do fracasso.
6. A legitimidade das decisões judiciais para a justiça torna-se
uma decisão devidamente justificada para assegurar a consolidação
democrática a ela, de modo a conciliar ambos os imperativos da
justiça, tais como a democracia.
7. Devido a justiça encarnada motivação contribuirá para
legitimar a função jurisdicional, de modo que o Juiz pode estabelecer-
se como um ser dotado de auctoritas, que privilegia o poder da razão,
sob o argumento da força.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 236 15/03/2012 02:25:33 p.m.
La motivación judicial 237
adecuada justificación interna y externa; también que verse sobre
los elementos de hecho y de Derecho; y por último que sea clara y
comprensible para los destinatarios.
4. La motivación tiene diversas funciones en un estado de Derecho,
tales como posibilidad de impugnar adecuadamente las resoluciones
judiciales, autocontrol del Juez o interdicción de la arbitrariedad, justi-
cia de la resolución, y legitimidad del Juez.
5. La motivación judicial, asimismo, se constituye como presupues-
to o facilitador de otras virtudes éticas, tales como imparcialidad, in-
dependencia, principio de congruencia, juridicidad, transparencia, e
interpretación del sentido del fallo.
6. La legitimidad de las decisiones judiciales deviene por la justi-
cia de la decisión debidamente justificada a fin de garantizar el res-
paldo democrático a la misma, de manera que se puedan conciliar
tanto los imperativos de justicia, como los de la democracia.
7. La justicia plasmada debidamente en la motivación coadyu-
vará a legitimar a la función jurisdiccional, de manera que el Juez
pueda constituirse como un ente dotado de auctoritas, donde se
privilegie la fuerza de la razón, sobre la razón de la fuerza.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 237 15/03/2012 02:25:33 p.m.
238
referênCias bibliográfiCas
AARNIO, A., Lo racional como razonable, trad. José Sánchez Acosta,
CEC, Madrid, 1991.
AGUIRRE ROMÁN, Javier Orlando, et. al., “¿Argumentación o
demostración de la decisión judicial? Una mirada en el estado
constitucional” en Revista de Derecho Universidad del Norte, n. 32,
Barranquilla, 2009.
ALEXY, Robert, Teoría del discurso y derechos humanos, Universidad
Externado de Colombia, Bogotá, 1995.
, Derecho y razón práctica, Fontanamara, México,
1998.
ARENDT, Hannah, Entre el pasado y el futuro, Ediciones Península,
Barcelona, 2003.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 238 15/03/2012 02:25:33 p.m.
239
referenCias bibliográfiCas
AARNIO, A., Lo racional como razonable, trad. José Sánchez Acosta,
CEC, Madrid, 1991.
AGUIRRE ROMÁN, Javier Orlando, et. al., “¿Argumentación o
demos tración de la decisión judicial? Una mirada en el estado
constitucional”, en Revista de Derecho Universidad del Norte, n. 32,
Barranquilla, 2009.
ALEXY, Robert, Teoría del discurso y derechos humanos, Universidad
Externado de Colombia, Bogotá, 1995.
, Derecho y razón práctica, Fontanamara, México,
1998.
ARENDT, Hannah, Entre el pasado y el futuro, Ediciones Península, Bar-
celona, 2003.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 239 15/03/2012 02:25:34 p.m.
240 Motivação judicial
ATIENZA, Manuel, El derecho como argumentación, Fontanamara,
México, 2005.
BERGHOLTZ, Gunnar, “Ratio et auctoritas: algunas consideraciones
sobre las decisiones razonadas” en DOXA, n. 8, 1990.
D’ ORS, Álvaro, Derecho Privado Romano, EUNSA, Pamplona, 2004.
CASTILLO ALVA, José Luis, et. al., Razonamiento judicial, ARA Editores,
Lima, 2006.
COLOMER HERNÁNDEZ, Ignacio, La motivación de las sentencias: sus
exigencias constitucionales y legales, Tirant, Valencia, 2003.
FAZIO, Mariano, Historia de las ideas contemporáneas, Rialp, Madrid,
2007.
LÓPEZ RUIZ, Miguel y LÓPEZ OLVERA, Miguel Alejandro, Estructura
y estilo en las resoluciones judiciales, Suprema Corte de Justicia de la
Nación, y Comisión Nacional de los Derechos Humanos, México,
2010.
MURILLO VILLAR, Alfonso, “La motivación de la sentencia en el
proceso civil romano” en Cuadernos de Historia del Derecho, n. 2,
1995.
NIETO, Alejandro, El arbitrio Judicial, Ariel, Barcelona, 2000.
ORDOÑEZ SOLIS, David, “La independencia judicial en clave ética:
la confianza de una sociedad democrática en sus jueces” en
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 240 15/03/2012 02:25:34 p.m.
La motivación judicial 241
ATIENZA, Manuel, El derecho como argumentación, Fontanamara,
México, 2005.
BERGHOLTZ, Gunnar, “Ratio et auctoritas: algunas consideraciones
sobre las decisiones razonadas” en DOXA, n. 8, 1990.
D’ ORS, Álvaro, Derecho Privado Romano, EUNSA, Pamplona, 2004.
CASTILLO ALVA, José Luis, et. al., Razonamiento judicial, ARA Editores,
Lima, 2006.
COLOMER HERNÁNDEZ, Ignacio, La motivación de las sentencias: sus
exigencias constitucionales y legales, Tirant, Valencia, 2003.
FAZIO, Mariano, Historia de las ideas contemporáneas, Rialp, Madrid,
2007.
LÓPEZ RUIZ, Miguel y LÓPEZ OLVERA, Miguel Alejandro, Estruc tura
y estilo en las resoluciones judiciales, Suprema Corte de Justicia de la
Nación, y Comisión Nacional de los Derechos Humanos, México,
2010.
MURILLO VILLAR, Alfonso, “La motivación de la sentencia en el
proceso civil romano” en Cuadernos de Historia del Derecho, n. 2,
1995.
NIETO, Alejandro, El arbitrio Judicial, Ariel, Barcelona, 2000.
ORDOÑEZ SOLIS, David, “La independencia judicial en clave ética:
la confianza de una sociedad democrática en sus jueces” en
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 241 15/03/2012 02:25:34 p.m.
242 Motivação judicial
Principios de la Ética Judicial Iberoamericana: Independencia, Suprema
Corte de Justicia de la Nación, México, 2009.
PADILLA SAHAGÚN, Gumesindo, Derecho romano, McGraw Hill,
México, 2006.
PERELMAN, Chaïm, et. al., Tratado de la Argumentación, la nueva
retórica, Gredos, Madrid, 2006.
PERFECTO IBÁÑEZ, Andrés, “Acerca de la motivación de los hechos
en la sentencia penal” en DOXA, n. 12, 1992.
PISARELLO, Gerardo y SURIANO, Ramón, “Entrevista a Luigi
Ferrajoli” en ISONOMÍA, n. 9, 1998.
RAWLS, John, Teoría de la Justicia, Fondo de Cultura Económica,
México, 2010.
ROSS, A., Sobre el Derecho y la Justicia, trad. Genaro Solórzano,
Editorial Universitaria de Buenos Aires, Buenos Aires, 1994.
SALDAÑA SERRANO, Javier, “La responsabilidad ética del juez” en
El Poder Judicial su Normatividad y Función, n. 14, 2009.
SARTRE, Jean Paul, El existencialismo es un humanismo, Edhasa,
Barcelona, 2000.
TARUFFO, Michele, La motivación de la sentencia civil, Trad. Lorenzo
Córdova Vianello, Tribunal Electoral del Poder Judicial de la
Federación, México, 2006.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 242 15/03/2012 02:25:34 p.m.
La motivación judicial 243
Principios de la Ética Judicial Iberoamericana: Independencia, Suprema
Corte de Justicia de la Nación, México, 2009.
PADILLA SAHAGÚN, Gumesindo, Derecho romano, McGraw Hill,
México, 2006.
PERELMAN, Chaïm, et. al., Tratado de la Argumentación, la nueva retó-
rica, Gredos, Madrid, 2006.
PERFECTO IBÁÑEZ, Andrés, “Acerca de la motivación de los hechos
en la sentencia penal” en DOXA, n. 12, 1992.
PISARELLO, Gerardo y SURIANO, Ramón, “Entrevista a Luigi Ferra-
joli” en ISONOMÍA, n. 9, 1998.
RAWLS, John, Teoría de la Justicia, Fondo de Cultura Económica,
México, 2010.
ROSS, A., Sobre el Derecho y la Justicia, trad. Genaro Solórzano, Edito-
rial Universitaria de Buenos Aires, Buenos Aires, 1994.
SALDAÑA SERRANO, Javier, “La responsabilidad ética del Juez” en
El Poder Judicial su Normatividad y Función, n. 14, 2009.
SARTRE, Jean Paul, El existencialismo es un humanismo, Edhasa, Barce-
lona, 2000.
TARUFFO, Michele, La motivación de la sentencia civil, Trad. Lorenzo
Córdova Vianello, Tribunal Electoral del Poder Judicial de la Fede-
ración, México, 2006.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 243 15/03/2012 02:25:34 p.m.
244 Motivação judicial
VIEHWEG, Theodor, Topica e giurisprudenza, trad.it., G. Crifó, Tistem,
Milán, 1962.
VIGO, Rodolfo Luis, De la ley al Derecho, Porrúa, México, 2005.
WROBLEWSKY, J., “Legal decisión and its justification” in Meaning
and truth in Judicial Decision, Jurídica, Helsinki, 1979.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 244 15/03/2012 02:25:34 p.m.
La motivación judicial 245
VIEHWEG, Theodor, Topica e giurisprudenza, trad.it., G. Crifó, Tistem,
Milán, 1962.
VIGO, Rodolfo Luis, De la ley al Derecho, Porrúa, México, 2005.
WROBLEWSKY, J., “Legal decisión and its justification” en Meaning
and truth in Judicial Decision, Jurídica, Helsinki, 1979.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 245 15/03/2012 02:25:34 p.m.
Terceiro lugar
LUZES SOBRE TÊMIS:
A MOTIVAÇÃO COMO
IMPERATIVO ÉTICO E
LEGITIMADOR DO JUIZ
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 246 15/03/2012 02:25:34 p.m.
Tercer lugar
Rafael Ramos Monteiro de Souza*
LUCES SOBRE TEMIS:
LA MOTIVACIÓN COMO
IMPERATIVO ÉTICO Y
LEGITIMADOR DEL JUEZ
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 247 15/03/2012 02:25:34 p.m.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 248 15/03/2012 02:25:34 p.m.
* Doctor en Derecho. Director del Departamento de Diseño Estratégico de la Abogacía General de la Unión (AGU)
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 249 15/03/2012 02:25:34 p.m.
250
CaPítulo i
Considerações iniciais
“Good laws are such laws for which good reasons can
be given; good decisions are such decisions for which
good reasons can be given”.
Jeremy Bentham
Rationale of Judicial Evidence
A simbólica representação da justiça pela figura da deusa Têmis,
mediante a força da espada, o equilibro da balança e a isenção
dos olhos vendados revela um conjunto chave de atributos que
se esperam do Poder Judiciário. Tal tríade, ao mesmo tempo
que constitui a imagem de sua atuação cogente –ante a vedação
do exercício da autotutela pelos indivíduos–, denota que as
atividades judiciais devem desenvolver-se de maneira ética e
imparcial, isto é, eqüidistante ao máximo dos interesses das
partes.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 250 15/03/2012 02:25:34 p.m.
251
CaPítulo i
Consideraciones iniciales
“Good laws are such laws for which good reasons can
be given; good decisions are such decisions for which
good reasons can be given”.
Jeremy Bentham
Rationale of Judicial Evidence
La representación simbólica de la justicia a través de la figura de la
diosa Temis, mediante la fuerza de la espada, el equilibro de la ba-
lanza y la exención de los ojos vendados revela un conjunto de atri-
butos clave que se esperan del Poder Judicial. Tal tríada, al mismo
tiempo que constituye la imagen de su actuación de ejercer coac-
ción −ante la veda del ejercicio de la autotutela por los individuos−,
denota que las actividades judiciales deben desarrollarse de manera
ética e imparcial, o sea, equidistantes al máximo de los intereses
de las partes.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 251 15/03/2012 02:25:34 p.m.
252 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
Sem embargo de que a atual concepção de justiça impessoal
não significa, em absoluto, a passividade que a Revolução
Francesa esperava dos Juízes, no modelo autômato e silogístico
da mera bouche de la loi de Montesquieu,1 não podem ser
ignoradas, ainda, “as inevitáveis influências da pré-compreensão,
da origem e socialização, das preferências políticas e ideológicas
dos Juízes”.2
Nessa perspectiva, não há momento mais culminante para o
Magistrado demonstrar que agiu em conformidade com os ditames
da ordem jurídica, convencendo todo o seu variado auditório, do
que aquele no qual se profere uma decisão. Seja ela no curso ou,
sobretudo, ao final do processo, com a derradeira sentença. Para
tanto, em síntese, é imperioso que concorram dois requisitos
instrumentais, quais sejam, a publicidade do pronunciamento e
a clara enunciação das razões de decidir adotadas.
Ambos refletem o imperativo democrático do poder visível e
controlável, em superação aos resquícios do Estado absolutista.3
A sociedade, como adverte Liebman, “quer ver o que acontece,
efetivamente, atrás ou além do véu [da justiça], que parece
impenetrável”.4 Conquanto quase que indissociáveis –pois
1 Cfr. PERELMAN, Chaïm, Ética e Direito, Martins Fontes, São Paulo,, 2002, pp. 506 e 513-516. No mesmo sentido, anota-se que “não há verdadeira função jurisdicional onde o Juiz não seja tertius super partes. Não significa isso que o Juiz deva ser inerte e passivo; é mister, com efeito, distinguir entre imparcialidade e passividade”. CAPPELLETTI, Mauro, ‘Problemas de reforma do processo civil nas sociedades contemporâneas’, Revista de Processo, n. 17, RT, São Paulo, Jan-mar de 1992, p. 129.2 GRIMM, Dieter, Constituição e Política, Del Rey, Belo Horizonte, 2006, p. 15.3 BOBBIO, Norberto, O Futuro da Democracia, 11a. ed., São Paulo : Paz e Terra, 2009, p. 114.4 LIEBMAN, Enrico Tullio, ‘Do arbítrio à razão: reflexões sobre a motivação’. Revista de Processo, n. 29, São Paulo : RT. Jan-mar de 1983, p. 79.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 252 15/03/2012 02:25:34 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 253
Sin embargo, la actual concepción de justicia impersonal no sig-
nifica, en absoluto, la pasividad que la Revolución Francesa espe-
raba de los Jueces, en el modelo del automatismo y el silogismo de la
simple bouche de la loi de Montesquieu,1 no pueden ignorarse, hasta
ahora, “las inevitables influencias de la comprensión previa, del
origen y socialización, de las preferencias políticas e ideológicas
de los Jueces”.2
En este sentido, no hay momento más culminante para el Magis-
trado que demostrar que actuó en conformidad con los dictámenes
del orden jurídico, persuadiendo a todo su variado auditorio, de
aquel momento en el que se toma una decisión. Así sea en curso
o, sobre todo, al final del proceso, con la sentencia final. Para ello, en
resumen, es imperioso que concurran dos requisitos instrumentales,
a saber, la enunciación pública y la exposición clara y directa de
los motivos adoptados para tomar una decisión.
Ambos reflejan el imperativo democrático del poder visible y
controlable, en la superación de los vestigios del Estado absolutista.3
La sociedad, como advierte Liebman, “quiere ver lo que sucede, efec -
tivamente, atrás o más allá del velo [de la justicia], que parece
impenetrable”.4 A pesar de ser casi inseparables –por consiguiente
1 Cfr. PERELMAN, Chaïm, Ética e Direito, Martins Fontes, São Paulo, 2002, pp. 506 y 513-516. En el mismo sentido, apunta que “no hay verdadera función jurisdiccional donde el Juez no sea tertius super partes. Eso no significa que el Juez deba ser inerte y pasivo; es su oficio, con efecto, distinguir entre imparcialidad y pasividad”. CAPPELLETTI, Mauro, “Problemas de reforma do processo civil nas sociedades contemporâneas”, Revista de Processo, n. 17, RT, São Paulo, enero-marzo de 1992, p. 129.2 GRIMM, Dieter, Constituição e Política, Del Rey, Belo Horizonte , 2006, p. 15.3 BOBBIO, Norberto, O Futuro da Democracia, 11a. ed., Paz e Terra, São Paulo, 2009, p. 114.4 LIEBMAN, Enrico Tullio, “Do arbítrio à razão: reflexões sobre a motivação”, Revista de Processo, n. 29, RT, São Paulo, enero-marzo de 1983, p. 79.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 253 15/03/2012 02:25:34 p.m.
254 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
diretamente vinculados pela idéia de transparência, limitação e
legitimação do exercício do poder–,5 neste estudo, porém, o foco
central está direcionado para o segundo princípio: o da motivação.
Em especial, a partir das regras contidas nos artigos 18 a 27 do
Código Ibero-Americano de Ética Judicial.
Importa registrar, de início, que se adota aqui, na linha dos
ensinamentos de Rodolfo Vigo, a sinonímia conceitual entre
motivação, justificação e fundamentação como exposição dos
argumentos suficientes e apropriados para conferir validez jurídica
às decisões judiciais.6 Assim, três aspectos de relevo do mencionado
ato são estudados a seguir, em uma abordagem jurídica e ético-
política.
No que concerne ao plano de trabalho, primeiramente, faz-se
uma incursão no panorama de fundo para aplicação deste dever
dos Juízes e, ao mesmo tempo, direito dos jurisdicionados. Nessa
linha, destacam-se alguns traços característicos presentes
no Estados Constitucionais contemporâneos, a exemplo da
ascensão institucional do Judiciário, da expansão do modelo
processual de garantias e da necessária abertura democrática
do poder estatal.
5 CANOTILHO, José Joaquim Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7a. edição, Almedina, Coimbra, 2003, p. 97.6 VIGO, Rodolfo Luis, ‘Razonamiento Justificatorio Judicial’, Doxa–Cuadernos de Filosofia del Derecho, n. 21, Alicante : Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 1998, p. 495, Disponível em: < http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/ 23582844322570740087891/cuaderno21/volII/DOXA21Vo.II_33.pdf>. Acesso em 1.ago.2010.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 254 15/03/2012 02:25:34 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 255
directamente vinculados por la idea de transparencia, limitación y
legitimación del ejercicio del poder–,5 en este estudio, sin embar-
go, el foco central está direccionado al segundo principio: el de la
motivación. En especial, a partir de las normas que contienen los
artículos 18 al 27 del Código Iberoamericano de Ética Judicial.
Es importante dejar registrado, inicialmente, que aquí se adopta,
en la línea de las enseñanzas de Rodolfo Vigo, la sinonimia con-
ceptual entre motivación, justificación y fundamentación como
exposición de los argumentos suficientes y apropiados para conce-
der validez jurídica a las decisiones judiciales.6 Así, enseguida se
estudian tres aspectos relevantes del mencionado acto, con un
enfoque jurídico y ético-político.
En lo que concierne a este trabajo, primero, se incursiona en el
panorama de fondo para la aplicación del derecho por parte de
los Jueces y, al mismo tiempo, sobre el derecho de los justiciables.
En esta línea, destacan algunos rasgos característicos presentes en
los Estados Constitucionales Contemporáneos, como ejemplo de la
ascensión institucional del Poder Judicial, de la expansión del mode-
lo procesal de garantías y de la apertura democrática necesaria del
poder estatal.
5 CANOTILHO, José Joaquim Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7a. ed., Almedina, Coimbra, 2003, p. 97.6 VIGO, Rodolfo Luis, “Razonamiento Justificatorio Judicial”, Doxa. Cuadernos de Filosofía del Derecho, n. 21. Edidión digital de la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, Alicante, 1998. p. 495. Disponible en: < http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/ 23582844322570740087891/cuaderno21/volII/DOXA21Vo.II_33.pdf>, consultado el 1 de agosto de 2010.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 255 15/03/2012 02:25:34 p.m.
256 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
Em seguida, após vista a estrutura do “palco” em que
desenvolve sua atuação, passa-se ao estudo da relação com o
“público” ao qual o Juiz deve apresentar sua convicção. No âmbito
“interno”, entre outros, o compromisso com o respeito a todas
as cláusulas do fair trial7 e a persuasão das partes da causa, que
possuem o direito de ser efetivamente ouvidas, além da sujeição
ao controle das instâncias superiores, após as impugnações dos
advogados.
Já para o público “externo”, é dizer, a sociedade em geral,
emergem as funções extraprocessuais ou políticas,8 mediante a
informação e a participação crítica de toda a opinião pública −em
repúdio, uma vez mais, ao autoritarismo e a qualquer forma
de segredo. Tal prestação de contas, com Barbosa Moreira, “é
condição essencial para que, no seio da comunidade, se fortaleça
a confiança na tutela jurisdicional− fator inestimável, no Estado
de Direito, da coesão social e da solidez das instituições”.9
Por fim, o modus operandi da dialética judicial da motivação.
Neste tópico, analisa-se qual a sua extensão e os requisitos
7 A obrigação de motivar funciona como uma das decorrências mínimas do direito fundamental ao processo igual e justo. Cfr. COMOGLIO, Luigi Paolo, ‘Garanzie minime de giusto processo civile negli ordinamenti ispano-latinoamericani’, Revista de Processo, n. 112, RT, São Paulo, Outubro/dezembro 2003, p. 172.8 Cfr. CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel; GRINOVER, Ada Pellegrini, Teoria Geral do Processo, 16a. edição, Malheiros, São Paulo, 2000, p. 68.9 MOREIRA, José Carlos Barbosa, ‘A motivação das decisões judiciais como garantia inerente ao Estado de Direito’, Revista da Faculdade de Direito da UFPR. Volume Especial n. 19. Curitiba. 1979-1980, p. 289. Disponível em <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/view/8836/6146>. Acesso em 01.ago.2010.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 256 15/03/2012 02:25:34 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 257
En seguida, después de revisar la estructura del “palco” en el que
desarrolla la actuación, se pasa al estudio de la relación con el “pú-
blico” al cual el Juez debe presentar su convicción. En el ámbito
“interno”, entre otros, el compromiso con el respeto a todas las
cláusulas del fair trial7 y la persuasión de las partes de la causa, que
tienen el Derecho de ser efectivamente escuchadas, además de
sujetarse al control de las instancias superiores, después de las im-
pugnaciones de los abogados.
Ahora bien, para el público “externo”, es decir, la sociedad en
general, surgen las funciones extraprocesales o políticas,8 mediante
la información y la participación crítica de toda la opinión pública
−en repudio, una vez más, al autoritarismo y a cualquier forma de
secreto. Esa rendición de cuentas, para Barbosa Moreira, “es condi-
ción esencial para que, en el seno de la comunidad, se fortalezca
la confianza en la tutela jurisdiccional− factor inestimable, en el
Estado de Derecho, de la cohesión social y de la solidez de las
instituciones”.9
Finalmente, el modus operandi de la dialéctica judicial de la mo-
tivación. En este tema, se analiza la extensión y los requisitos indis-
7 La obligación de motivar funciona como una de las consecuencias mínimas del Dere-cho fundamental al proceso igual y justo. Cfr. COMOGLIO, Luigi Paolo, “Garanzie minime de giusto processo civile negli ordinamenti ispano-latinoamericani”, Revista de Processo, n. 112, RT, São Paulo, octubre-diciembre de 2003, p. 172.8 Cfr. CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel; GRINOVER, Ada Pellegrini, Teoria Geral do Processo, 16a. ed., Malheiros, São Paulo, 2000, p. 68.9 MOREIRA, José Carlos Barbosa, “A motivação das decisões judiciais como garantia inerente ao Estado de Direito”, Revista da Faculdade de Direito da UFPR, Volume Especial n. 19, Curitiba, 1979-1980, p. 289. Disponible en: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/view/8836/6146>, consultado el 1 de agosto de 2010.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 257 15/03/2012 02:25:34 p.m.
258 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
indispensáveis, além dos vícios que configuram ameaça à referida
garantia.
Desse maneira, busca-se destacar no trabalho o alcance e a
relevância do princípio da motivação, este que é um dos responsáveis
por iluminar os movimentos da deusa Têmis da Justiça.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 258 15/03/2012 02:25:34 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 259
pensables, además de los vicios que representan una amenaza a la
referida garantía.
De esta manera, se busca destacar en este trabajo el alcance y la
relevancia del principio de la motivación, que es uno de los respon-
sables por iluminar los movimientos de la diosa Temis de la Justicia.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 259 15/03/2012 02:25:34 p.m.
260
CaPítulo ii
Cenário de fundo: diálogo e compromisso no Estado Democrático de Direito
Quando o Código Ibero-americano de Ética Judicial, no início de sua
exposição de motivos, “pretende que o Juiz assuma a consciência de
sua obrigatoriedade” e trabalhe “a confiança cidadã por meio desse
compromisso voluntário com a excelência no serviço”, já se denota
uma quadra diferenciada de exigências para o Magistrado dos
tempos hodiernos.
E é nesse panorama que a motivação insere-se no rol composto
por outros doze princípios do Código,10 mediante os quais se espera
ver desenvolvida a atividade jurisdicional. Mormente sob a ótica da
responsabilidade institucional, consoante ressalta Ari Pargendler,11
na qual prevaleça o compromisso com o bom funcionamento da
10 Independência, imparcialidade, conhecimento e capacitação, justiça e equidade, responsabilidade institucional, cortesia, integridade, transparência, segredo profissional, prudência, diligência e honestidade profissional. 11 Apresentação do atual Ministro Presidente do Superior Tribunal de Justiça à edição brasileira do referido Código.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 260 15/03/2012 02:25:34 p.m.
261
CaPítulo ii
Escenario de fondo: diálogo y compromiso en el Estado Democrático de Derecho
Cuando el Código Iberoamericano de Ética Judicial, en el inicio de su
exposición de motivos, “pretende que el Juez asuma la conscien-
cia de su obligatoriedad” y trabaje “la confianza ciudadana por
medio de ese compromiso voluntario con la excelencia en el servi-
cio”, ya se denota un cuarteto diferenciado de exigencias para el
Magistrado de los tiempos modernos.
Y es en ese panorama que la motivación encaja en el rol compues-
to por otros doce principios del Código,10 mediante los cuales se espera
ver desarrollada la actividad jurisdiccional. Principalmente bajo la óp-
tica de la responsabilidad institucional, según resalta Ari Pargendler,11
en la cual prevalezca el compromiso con el buen funcionamiento de
10 Independencia, imparcialidad, conocimiento y capacitación, justicia y equidad, respon-sabilidad institucional, cortesía, integridad, transparencia, secreto profesional, prudencia, diligencia y honestidad profesional. 11 Presentación del actual Ministro Presidente del Superior Tribunal de Justicia a la edición brasileña del referido Código.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 261 15/03/2012 02:25:34 p.m.
262 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
administração da justiça. A fundamentação é, sem dúvida, uma das
principais ferramentas na engrenagem para consecução de tais
objetivos.12
Desde a influência do período iluminista, em que tiveram origem
as primeiras referências consistentes à motivação,13 passando pelo
art. 15 do Decreto de 16-24 de agosto de 1790 da Revolução
Francesa –verdadeiro marco normativo da obrigação –, até às
Constituições da segunda metade do Século XX e aos instrumentos
de proteção internacionais, é certo que a magnitude das funções do
respectivo princípio acompanha a evolução histórica.
Convém realizar, assim, uma breve incursão acerca de três
aspectos vitais para compreender a importância contemporânea
do princípio da motivação no Estado Democrático de Direito, a
saber: o papel de destaque do Poder Judiciário no pós segunda
guerra; o modelo processual de garantias e a abertura dos princípios
e dos conceitos jurídicos indeterminados.
1. O Judiciário como protagonista
A retomada dos regimes democráticos −primeiro na Europa
pós-segunda guerra e, em seguida, nos países latino-americanos−
12 Cfr. SUMMERS, Robert Samuel, ‘Two types of substantive reasons: the core of a theory in common law justification’. Cornell Law Review. Vol. 63, n. 5. 1978, p. 709. Disponível em <http://library2.lawschool.cornell.edu/hein/Summers%20Robert%2063%20Cornell%20L.%20Rev.%20707%20%281978%29.pdf > Acesso em: 7.ago.2010.13 Como a dos reinados prussianos de Frederico II (1748), Frederico o Grande (1793), e os da península itálica em Piamonte (1723), em Nápoles (1774) e em Trento (1788). Cfr. TARUFFO, Michele, La motivazione della sentenza civile, Padova : CEDAM, 1975, p. 326. Há também referências mais remotas, no direito canônico, com destaque para a Decretal Quum medicinalis, de Inocêncio IV (1199). Cfr. GOMES FILHO, Antônio Magalhães, A motivação das decisões penais, 3a. edição, RT, São Paulo, 2001, pp. 51-54.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 262 15/03/2012 02:25:34 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 263
la administración de la justicia. La fundamentación es, sin duda,
una de las herramientas principales en el engranaje para la conse-
cución de tales objetivos.12
Es cierto que la magnitud de las funciones del respectivo princi-
pio acompaña la evolución histórica, desde la influencia del periodo
iluminista, en el cual tuvieron origen las primeras referencias coheren-
tes con la motivación,13 pasando por el art. 15 del Decreto del 16-24
de agosto de 1790 de la Revolución Francesa −marco normativo
verdadero de la obligación−, hasta las Constituciones de la segunda
mitad del Siglo XX y los instrumentos de protección internacionales.
Conviene hacer, entonces, una breve incursión en tres aspectos
vitales para comprender la importancia contemporánea del princi-
pio de la motivación en el Estado Democrático de Derecho, a saber:
el papel relevante del Poder Judicial después de la segunda guerra; el
modelo procesal de garantías y la apertura de los principios y de los
conceptos jurídicos indeterminados.
1. El Poder Judicial como protagonista
La reanudación de los regímenes democráticos −primero en Europa
después de la segunda guerra y, en seguida, en los países latinoame-
12 Cfr. SUMMERS, Robert Samuel, “Two types of substantive reasons: the core of a theory in common law justification”, Cornell Law Review, Vol. 63, n. 5, 1978, p. 709. Disponible en: http://library2.lawschool.cornell.edu/hein/Summers%20Robert%2063%20Cornell %20L.%20Rev.%20707%20%281978%29.pdf >, consultado el 7 de agosto de 2010.13 Como la de los reinados prusianos de Federico II (1748), Federico el Grande (1793), y los de la península itálica en Piamonte (1723), en Nápoles (1774) y en Trento (1788). Cfr. TARUFFO, Michele, La motivazione della sentenza civile, CEDAM, Padova, 1975, p. 326. Hay también referencias más remotas, en el Derecho canónico, con relieve de la Decretal Quum medicinalis, de Inocencio IV (1199). Cfr. GOMES FILHO, Antônio Magalhães, A motivação das decisões penais, 3a. ed., RT, São Paulo, 2001, pp. 51-54.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 263 15/03/2012 02:25:34 p.m.
264 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
tem como traço característico, sem dúvida, o fortalecimento do
Poder Judiciário. O jurista argentino Néstor Sagüés destaca
as modificações produzidas pelo novo paradigma, no âmbito da
proteção judicial de direitos e garantias:
La restauración de la democracia. En los años ochenta,
América Latina transforma muchos de sus regímenes de facto
en gobiernos constitucionales y democráticos. Eso importa no
solamente una transformación política, sino una recotización
de los derechos personales y de las garantías constitucionales
para protegerlos, (...) es evidente que la vuelta a la democracia
importó una manera distinta, más intensa claro está, de
respetar a aquellos derechos y a tornar más operativas las
garantías procesales del caso. El paisaje autoritario, próximo
en algunos países al terrorismo de Estado, no tenía por cierto
el clima ideal para que allí floreciera el derecho procesal
constitucional.14
Esta revitalização transforma o Judiciário em umas das peças
centrais do Estado atual,15 cuja expansão institucional prossegue
acompanhada de um movimento de intensa judicialização das
relações políticas de sociais.16
14 SAGÜÉS, Néstor Pedro, “El desarrollo del Derecho Procesal Constitucional: logros y obstáculos”, Revista Iberoamericana de Derecho Procesal Constitucional, Vol. II, Porrua, México, Jul-dez de 2004, p. 180.15 Cfr. SEGADO, Francisco Fernández, La justicia constitucional ante el siglo XXI. La progressiva convergencia de los sistemas americano y europeo-kelseniano, UNAM, México, 2004, p. 67.16 Cfr. BARROSO, Luís Roberto, Judicialização, Ativismo Judicial e Legitimidade Democrática, pp. 2-5. Disponível em < http://www.lrbarroso.com.br/pt/noticias/constituicao_democracia_ e_supremacia_judicial_11032010.pdf>. Acesso em: 07.ago.2010.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 264 15/03/2012 02:25:34 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 265
ricanos− tiene como rasgo característico, sin duda, el fortalecimien-
to del Poder Judicial. El jurista argentino Néstor Sagüés pone de
relieve las modificaciones producidas por el nuevo paradigma, en
el ámbito de la protección judicial de Derechos y garantías:
La restauración de la democracia. En los años ochenta, Amé-
rica Latina transforma muchos de sus regímenes de facto
en gobiernos constitucionales y democráticos. Eso importa no
solamente una transformación política, sino una recotización
de los derechos personales y de las garantías constitucionales
para protegerlos, (...) es evidente que la vuelta a la democracia
importó una manera distinta, más intensa claro está, de respetar
a aquellos derechos y a tornar más operativas las garantías pro-
cesales del caso. El paisaje autoritario, próximo en algunos países
al terrorismo de Estado, no tenía por cierto el clima ideal para
que allí floreciera el derecho procesal constitucional.14
Esta revitalización transforma al Poder Judicial en unas de las
piezas centrales del Estado actual,15 cuya expansión institucional
prosigue acompañada por un movimiento de intensa judicialización
de las relaciones políticas y sociales.16
14 SAGÜÉS, Néstor Pedro, “El desarrollo del Derecho Procesal Constitucional: logros y obstáculos”, Revista Iberoamericana de Derecho Procesal Constitucional, Vol. II, Porrúa, México, jul-dec de 2004, p. 180.15 Cfr. SEGADO, Francisco Fernández, La justicia constitucional ante el siglo XXI. La progre-siva convergencia de los sistemas americano y europeo-kelseniano, UNAM, México, 2004, p. 67.16 Cfr. BARROSO, Luis Roberto, Judicialização, Ativismo Judicial e Legitimidade Democrá-tica, pp. 2-5. Disponible en < http://www.lrbarroso.com.br/pt/noticias/constituicao_ democracia_ e_supremacia_judicial_11032010.pdf>. Consultado el: 07.ago.2010.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 265 15/03/2012 02:25:35 p.m.
266 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
De modo que a afirmação de García de Enterria,17 segundo a
qual “não há Direito sem Juiz”, enquanto peça absolutamente
essencial da organização estatal, pode ser lida, hoje, no sentido de
que não há Democracia sem Juiz.18
Entre as razões estruturais para tal fenômeno estão a evolução
do Estado Legislativo para o Estado Constitucional, mediante a
consagração de direitos fundamentais, o desenvolvimento de
prestações sociais e a subordinação de todos os poderes ao Direito.19
A pretensão de eficácia dos novos pactos ganha contornos
abrangentes, com a distribuição de tarefas diversas e a previsão de
vetores hermenêuticos para otimização axiológica máxima.20
No que concerne ao papel de centralidade da Constituição,
matriz de todos os demais aspectos, merece destaque ainda a
conhecida lição de Zagrebelsky, no sentido de que o deslocamento
do antigo foco legal exige uma certa dose de fluidez a fim de que o
intérprete possa compatibilizar os diferentes valores afirmados.21
17 Cfr. GARCIA DE ENTERRÍA, Eduardo, Democracia, Jueces y Control de la Administracion, 5a. ed., Civitas, Madrid, 2005, p. 140.18 Não por outra razão, a exposição de motivos do Código Ibero-americano de Ética Judicial assim registra: “uma vez que o Direito incorpora deveres para o Juiz em relação às condutas mais significativas para a vida social, a ética pretende que o Juiz assuma a consciência de sua obrigatoriedade, mas, além disso, requer um compromisso superior no que se refere à excelência e à conseguinte rejeição da ‘mediocridade’ judicial”.19 Cfr. FERRAJOLI, Luigi, “El papel de la función judicial en el Estado de Derecho”. Em: ATIENZA, Manuel; FERRAJOLI, Luigi, Jurisdicción y argumentación en el Estado constitucional de derecho, UNAM, México, 2005, pp. 89-91. 20 Cfr. HESSE, Konrad, A força normativa da Constituição, trad. de Gilmar Ferreira Mendes, Fabris, Porto Alegre, 1991, pp. 18-22.21 Cfr. ZAGREBELSKY, Gustavo, El Derecho Dúctil. Ley, Derechos, Justicia, 9a. ed., trad. de Marina Gascón, Trotta, Madrid, 2009, p. 18.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 266 15/03/2012 02:25:35 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 267
De tal modo la afirmación de García de Enterria,17 según la cual
“no hay Derecho sin Juez”, como pieza absolutamente esencial de
la organización estatal, puede interpretarse, hoy, en el sentido
de que no hay Democracia sin Juez.18
Entre las razones estructurales para tal fenómeno se encuentran
la evolución del Estado Legislativo hacia el Estado Constitucional,
mediante la consagración de Derechos fundamentales, el desarrollo de
prestaciones sociales y la subordinación de todos los poderes al
Derecho.19 La pretensión de eficacia de los nuevos pactos adquiere
forma integral, con la distribución de diversas tareas y la previsión de
vectores hermenéuticos para la máxima optimización axiológica.20
En lo que se refiere al papel de centralidad de la Constitución,
matriz de todos los demás aspectos, merece destacar además la
conocida enseñanza de Zagrebelsky, en el sentido de que la mudan-
za del antiguo foco legal exige cierta dosis de fluidez a fin de que el
intérprete pueda compatibilizar los diferentes valores afirmados.21
17 Cfr. GARCÍA DE ENTERRÍA, Eduardo, Democracia, Jueces y Control de la Administración, 5a. ed., Civitas, Madrid, 2005, p. 140.18 No por otra razón, la exposición de motivos del Código Ibero-americano de Ética Judicial registra lo siguiente: “ya que el Derecho incorpora deberes para el Juez con relación a las conductas más significativas para la vida social, la ética pretende que el Juez asuma la conciencia de su obligato-riedad, pero, más allá de eso, requiere un compromiso superior en lo que se refiere a la excelencia y al consiguiente rechazo de la ‘mediocridad’ judicial”.19 Cfr. FERRAJOLI, Luigi, “El papel de la función judicial en el Estado de Derecho” en: ATIENZA, Manuel; FERRAJOLI, Luigi, Jurisdicción y argumentación en el Estado constitu-cional de derecho, UNAM, México, 2005, pp. 89-91. 20 Cfr. HESE, Konrad, A força normativa da Constituição, trad. de Gilmar Ferreira Mendes, Fabris, Porto Alegre, 1991, pp. 18-22.21 Cfr. ZAGREBELSKY, Gustavo, El Derecho Dúctil. Ley, Derechos, Justicia, 9a. ed., trad. de Marina Gascón, Trotta, Madrid, 2009, p. 18.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 267 15/03/2012 02:25:35 p.m.
268 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
Diante de textura, por vezes, tão plurissignificativa, será a partir
da argumentação que o Juiz poderá conferir racionalidade à abertura
conferida pelo sistema.22
Obviamente que o processo descrito implica maior
responsabilidade dos Magistrados, não apenas do ponto de vista
tradicional, no sentido correspondente ao exercício de parcela do
poder político –típico do regime republicano–23 mas também sob
o ângulo da accountability, expressão inglesa que contempla a
necessidade de prestação de contas e de controle difuso social. Isto
é, o olhar da opinião pública recai, por conseguinte, de forma mais
acurada sobre todos os atos judiciais, sejam eles processuais ou de
gestão, razão pelao qual a motivação deve receber atenção
redobrada.
Nestes tempos de eliminação de arbitrariedades no âmbito de
qualquer atividade estatal, a nova mentalidade gera influxos no
dia-a-dia do Juiz, que deve adotá-la como autêntico compromisso
legitimador no desempenho de seu mister de fundamentar as
decisões, em respeito, ainda, à própria soberania popular. Algo que,
com Gordillo, consiste em um “dever jurídico, político, cultural e
social” de todos os agentes públicos.24
22 Cfr. SANCHÍS, Luis Pietro, “Neoconstitucionalismo y ponderación judicial”, em: CARBONELL, Miguel (org). Neoconstitucionalismo(s), 4a. edição, Trotta, Madrid, 2009, pp. 157-158.23 Cfr. ATALIBA, Geraldo, República e Constituição, 2a. ed., Malheiros, São Paulo, 2007, pp. 65-66.24 Cfr. GORDILLO, Agustín, Tratado de Derecho Administrativo, Tomo I. Parte General, 7a. ed., Del Rey, Belo Horizonte, 2003, p. II-15. No mesmo sentido, classificando a motivação como um princípio geral a ser reconhecido mesmo nos Estados onde não seja expressamente proclamado: MELLO, Celso Antônio Bandeira de, Discricionariedade e Controle Jurisdicional, 2a. ed., 9a. tiragem, Malheiros, São Paulo, 2008, pp. 102-103.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 268 15/03/2012 02:25:35 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 269
Frente al entramado, a veces, tan plurisignificativo, será a partir
de la argumentación que el Juez le podrá conceder racionalidad a la
apertura conferida por el sistema.22
Obviamente el proceso descrito implica mayor responsabilidad
de los Magistrados, no sólo desde el punto de vista tradicional, en el
sentido correspondiente al ejercicio de la parcela del poder político
−típico del régimen republicano23 − sino también bajo el ángulo de la
accountability, expresión inglesa que contempla la necesidad de ren-
dición de cuentas y de control social difundido. O sea, la mirada de
la opinión pública recae, por lo tanto, de forma más precisa sobre
todos los actos judiciales, ya sean procesales o de gestión, razón por
la cual la motivación debe recibir mayor atención.
En estos tiempos de eliminación de arbitrariedades en el ámbito
de cualquier actividad estatal, la nueva mentalidad genera efectos
en el quehacer cotidiano del Juez, que debe adoptarla como com-
promiso legitimador auténtico en el desempeño de su cargo para
fundamentar las decisiones, con relación, además, a la propia sobe-
ranía popular. Algo que, para Gordillo, consiste en un “deber jurídi-
co, político, cultural y social” de todos los agentes públicos.24
22 Cfr. SANCHÍS, Luis Pietro, “Neoconstitucionalismo y ponderación judicial” en CAR BONELL, Miguel (org), Neoconstitucionalismo(s), 4a. edição, Trotta, Madrid, 2009, pp. 157-158.23 Cfr. ATALIBA, Geraldo, República e Constituição, 2a. ed., Malheiros, São Paulo, 2007, pp. 65-66.24 Cfr. GORDILLO, Agustín, Tratado de Derecho Administrativo, Tomo I, Parte General, 7a. ed., Del Rey, Belo Horizonte, 2003. pp. II-15. En el mismo sentido, clasificando la moti-vación como un principio general a ser reconocido aún en los Estados donde no sea expresamente proclamado: MELLO, Celso Antônio Bandeira de, Discricionariedade e Controle Jurisdicional, 2a. ed., 9a. tiragem, Malheiros, São Paulo, 2008, pp. 102-103.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 269 15/03/2012 02:25:35 p.m.
270 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
Isto porque, no “direito autoritário, aquele que impõe pelo
respeito e pela majestade, não precisa motivar”. Todavia, “aquele
que se quer democrático, pela obra de persuasão e razão, deve
procurar, pela motivação, obter uma adesão arrazoada”, aponta
Perelman.25
Destarte, a utilização desta bússola −tendo como norte a
transparência e a participação, mediante diálogo com todos os
atores sociais− permitirá ao Judiciário apresentar as razões para
atingir seus objetivos na esfera jurídica (atuação da vontade do
direito substancial), social (pacificação com justiça; educação para
a consciência e respeito de direitos) e também política (afirmação
do poder estatal; participação democrática).26 Com ela será possível,
alfim, continuar a promover uma aproximação com os cidadãos,
fortalecendo a posição de credibilidade conquistada perante a
comunidade.27
2. O Modelo Processual de Garantias
Outra característica comum aos Estados Democráticos é a adoção
de conjunto de garantias processuais, decorrentes do direito
fundamental à tutela judicial efetiva. Tanto as declarações
internacionais de direitos, tais como a Convenção Americana de
25 PERELMAN, Chäim, Ética ..., op. cit., p. 570.26 Cfr. DINAMARCO, Cândido Rangel, A instrumentalidade do Processo, 10a. ed.,Malheiros, São Paulo, 2002, pp. 139-140.27 Algo que se acentua para um Poder que somente pode atuar mediante provocação, quando um litígio lhe é apresentado. Cfr. CARBONELL, Miguel, “Los guardianes de las promesas. Poder Judicial y democracia en México”, Revista Iberoamericana de Derecho Processual Constitucional, Vol. II, Porrua, México, Jul-dez de 2004, p. 33.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 270 15/03/2012 02:25:35 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 271
Lo anterior se debe a que, en el “Derecho autoritario, aquél que
se impone por medio del respeto y la superioridad, no necesita
motivar”. Sin embargo, señala Perelman, “quien quiere ser demo-
crático, por obra de la persuasión y la razón, debe buscar obtener
una adhesión razonable, por medio de la motivación”.25
De esta manera, la utilización de esta brújula −orientada por la
transparencia y la participación, mediante diálogo con todos los
actores sociales− permitirá al Poder Judicial presentar las razones
para alcanzar sus objetivos en la esfera jurídica (actuación de la
voluntad del Derecho substancial), social (pacificación con justicia;
educación para la conciencia y respeto de Derechos) y también
política (afirmación del poder estatal; participación democrática).26
Con ella será posible, al fin, continuar promoviendo una aproxi-
mación a los ciudadanos, fortaleciendo la posición de credibilidad
conquistada ante la comunidad.27
2. El Modelo Procesal de Garantías
Otra característica común a los Estados Democráticos es la adop-
ción en conjunto de las garantías procesales, que pasan del Derecho
fundamental a la tutela judicial efectiva. Tanto las declaraciones
internacionales de Derechos, tales como la Convención Americana
25 PERELMAN, Chäim, Ética ..., op. cit., p. 570.26 Cfr. DINAMARCO, Cândido Rangel, A instrumentalidade do Processo, 10a. ed., Malheiros, São Paulo, 2002, pp. 139-140.27 Algo que se acentúa para un Poder que solamente puede actuar mediante provoca-ción, cuando un litigio le es presentado. Cfr. CARBONELL, Miguel, “Los guardianes de las promesas. Poder Judicial y democracia en México”, Revista Iberoamericana de Derecho Processual Constitucional, Vol. II, Porrua, México, julio-diciembre de 2004, p. 33.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 271 15/03/2012 02:25:35 p.m.
272 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
Direitos do Homem (art. 8 garantias judiciais) e a Convenção
Européia de Direitos do Homem (art. 6 direito a um processo
equitativo), como as principais Constituições consagram as regras
mínimas individuais e estruturais para o que se denominou processo
justo.28
Entre outras, nelas inserem-se a imparcialidade do Juiz; a ampla
defesa; o contraditório; a duração razoável; a vedação de prova
ilícitas; publicidade; e, finalmente, a motivação das decisões.
Especificamente quanto à esta última, conquanto já fosse extraída
de forma implícita do due process of law e prevista nos códigos de
processo, hoje está consagrada expressamente em diversos
ordenamentos constitucionais, como, por exemplo, o brasileiro,29 o
espanhol,30 o português,31 o peruano,32 o mexicano,33 o equatoriano34
28 Cfr. GRECO, Leonardo, “Garantias fundamentais do processo: o processo justo”, Revista Jurídica, Vol. LI, n. 305, Editora Notadez, Porto Alegre, Março de 2003, p. 63.29 “Art. 93, IX: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade (...)”.30 “Art. 118.3. Las sentencias serán siempre motivadas y se pronunciarán em audiencia pública”.31 “Artigo 2050 1. As decisões dos tribunais que não sejam de mero expediente são fundamentadas na forma prevista na lei.”.32 “Art. 139: son principios y derechos de la función jurisdiccional (...) 5. La motivación escrita de las resoluciones judiciales en todas las instancias, excepto los decretos de mero trámite, con mención expresa de la ley aplicable y de los fundamentos de hecho en que se sustentan.”33 “Art. 16. Nadie puede ser molestado en su persona, familia, domicilio, papeles o posesiones, sino en “rtud de mandamiento escrito de la autoridad competente, que funde y motive la causa legal del procedimiento”.34 “Art. 76. - (...) 7. El derecho de las personas a la defensa incluirá las siguientes garantías:(...) l) Las resoluciones de los poderes públicos deberán ser motivadas. No habrá motivación si en la resolución no se enuncian las normas o principios jurídicos en que se funda y no se explica la pertinencia de su aplicación a los antecedentes de hecho. Los actos administrativos, resoluciones o fallos que no se encuentren debidamente motivados se consideraran nulos. Las servidoras o servidores responsables serán sancionados.”
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 272 15/03/2012 02:25:35 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 273
de los Derechos del Hombre (art. 8 garantías judiciales) y la Conven-
ción Europea de los Derechos del Hombre (art. 6 Derecho a un proceso
equitativo), así como las principales Constituciones consagran las
normas mínimas individuales y estructurales para lo que se deno-
mina proceso justo.28
En ellas se introducen la imparcialidad del Juez; la amplia defen-
sa; lo contradictorio; la duración razonable; la veda de pruebas ilíci-
tas; lo público; y, finalmente, la motivación de las decisiones, entre
otras. Específicamente con relación a la última, no obstante ya haya
sido extraída de forma implícita del due proces of law y prevista en los
códigos de proceso, hoy está consagrada expresamente en diver-
sos ordenamientos constitucionales, como, por ejemplo, el brasileño,29
el español,30 el portugués,31 el peruano,32 el mexicano,33 el ecuatoriano34
28 Cfr. GRECO, Leonardo, “Garantias fundamentais do processo: o processo justo”, Revis-ta Jurídica, Vol. LI, n. 305, Editora Notadez, Porto Alegre, marzo de 2003, p. 63.29 “Art. 93, IX: todos los juicios de los órganos del Poder Judicial serán públicos, y todas las decisiones fundamentadas, bajo pena de nulidad (...)”.30 “Art. 118.3. Las sentencias serán siempre motivadas y se pronunciarán en audiencia pública”.31 “Artículo 2050 1. Las decisiones de los tribunales que no sean de simple expediente se fundamentan en la forma prevista en la ley.”.32 “Art. 139: Son principios y derechos de la función jurisdiccional (...) 5. La motivación escrita de las resoluciones judiciales en todas las instancias, excepto los decretos de simple trámite, con mención expresa de la ley aplicable y de los fundamentos de hecho en que se sustentan.”33 “Art. 16. Nadie puede ser molestado en su persona, familia, domicilio, papeles o pose-siones, sino en virtud de mandamiento escrito de la autoridad competente, que funde y motive la causa legal del procedimiento”.34 “Art. 76. - (...) 7. El derecho de las personas a la defensa incluirá las siguientes garan-tías:(...) l) Las resoluciones de los poderes públicos deberán ser motivadas. En el habrá motivación si en la resolución no se enuncian las normas o principios jurídicos en que se funda y no se explica la pertinencia de su aplicación a los antecedentes de hecho. Los actos administrativos, resoluciones o fallos que no se encuentren debidamente motivados se consideraran nulos. Las servidoras o servidores responsables serán sancionados.”
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 273 15/03/2012 02:25:35 p.m.
274 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
e o italiano.35 Situação que lhe confere mais estabilidade, porquanto
integrante do catálogo de direitos fundamentais.
Não por outra razão, Ferrajoli destaca o nexo entre o garantismo e
o constitucionalismo, dado o status qualificado conferido por este
ao primeiro movimento, condicionante da validade de toda a
atividade estatal superveniente.36
Sob outro prisma, a motivação deriva-se, igualmente, do direito
de ser ouvido em juízo. Ora, não há como considerar a necessidade
de um fair hearing –com prazos adequados para informação,
manifestação e impugnação– sem a correlata oportunidade
para verificar se tais argumentos foram efetivamente levados em
conta.
É como já advertiu o Supremo Tribunal Federal do Brasil, com
suporte na doutrina germânica, ao concluir que o dever de
fundamentação das decisões, a partir da análise concreta e atenta das
teses apresentadas, é um corolário da pretensão à tutela jurídica:
Apreciando o chamado Anspruch auf rechtliches Gehör (pretensão à
tutela jurídica) no direito alemão, assinala o Bundesverfassungsgericht
que essa pretensão envolve não só o direito de manifestação e
o direito de informação sobre o objeto do processo, mas também o
direito do indivíduo de ver os seus argumentos contemplados
35 “Art. 111. (...)Tutti i provvedimenti giurisdizionali devono essere motivati”.36 Cfr. FERRAJOLI, Luigi, Garantismo: Debate entre el Derecho y la Democracia, trad. de Andrea Greppi, Trotta, Madrid, 2006, p. 16.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 274 15/03/2012 02:25:35 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 275
y el italiano.35 Situación que le confiere más estabilidad, como inte-
grante del catálogo de Derechos fundamentales.
No por otra razón, Ferrajoli destaca el nexo entre el garantismo y
el constitucionalismo, dado el status cualificado conferido por éste al
primer movimiento, condicionante de la validad de toda la actividad
estatal superveniente.36
Bajo otro prisma, la motivación deriva, igualmente, del Derecho
de ser escuchado en juicio. Ahora, no hay como considerar la nece-
sidad de un fair hearing −con plazos adecuados para información,
manifestación e impugnación− sin la correlativa oportunidad para
verificar si tales argumentos fueron efectivamente tomados en
cuenta.
Como ya advirtió el Supremo Tribunal Federal de Brasil, con base
en la doctrina alemana, al concluir que el deber de fundamentación
de las decisiones, a partir del análisis concreto y atento de las tesis
presentadas, es un corolario de la pretensión a la tutela jurídica:
Apreciando el llamado Anspruch auf rechtliches Gehör (pre-
ten sión a la tutela jurídica) en el Derecho alemán, señala el
Bundesverfasungsgericht que esa pretensión involucra no sólo
el Derecho a la manifestación y el Derecho a la información
sobre el objeto del proceso, sino también el Derecho del individuo
35 “Art. 111. (...)Tutti i provvedimenti giurisdizionali devono essere motivati”.36 Cfr. FERRAJOLI, Luigi, Garantismo: Debate entre el Derecho y la Democracia, trad. de Andrea Greppi, Trotta, Madrid, 2006, p. 16.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 275 15/03/2012 02:25:35 p.m.
276 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
pelo órgão incumbido de julgar (Cfr. Decisão da Corte
Constitucional alemã - BVerfGE 70, 288-293; sobre o assunto,
ver, também, PIEROTH, Bodo; SCHLINK, Bernhard, Grundrechte -
Staatsrecht II, Heidelberg, 1988, p. 281; BATTIS, Ulrich; GUSY,
Christoph, Einführung in das Staatsrecht, 3. ed. Heidelberg, 1991,
p. 363-364).
Daí afirmar-se, correntemente, que a pretensão à tutela jurídica, (...), contém os seguintes direitos: (...)
3) direito de ver seus argumentos considerados (Recht auf Berücksichtigung), que exige do julgador capacidade, apreensão e isenção de ânimo (Aufnahmefähigkeit und Aufnahmebereitschaft) para contemplar as razões apresentadas (...)
Sobre o direito de ver os seus argumentos contemplados pelo órgão julgador (Recht auf Berücksichtigung), que corresponde, obviamente, ao dever do Juiz ou da Administração de a eles conferir atenção (Beachtenspflicht), pode-se afirmar que ele envolve não só o dever de tomar conhecimento (Kenntnisnahmepflicht), como também o de considerar, séria e detidamente, as razões apresentadas (Erwägungspflicht).37
A Corte Interamericana de Direitos Humanos, por sua vez, já
teve a oportunidade de assentar que “el deber de motivación es una
de las ‘debidas garantías’ incluidas en el artículo 8.1 [ser ouvido por
37 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, Mandado de Segurança nº 24.268/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, Brasil, DJ de 09.06.06.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 276 15/03/2012 02:25:35 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 277
a ver que sus argumentos se contemplen por el órgano incumbido
en juzgar (Cfr. Decisión de la Corte Constitucional alemana-
BVerfGE 70, 288-293; sobre el asunto, ver, también, Pieroth,
Bodo; Schlink, Bernhard, Grundrechte-Staatsrecht II. Heidelberg,
1988, p. 281; Battis, Ulrich; Gusy, Christoph, Einführung in das
Staatsrecht, 3a. ed., Heidelberg, 1991, pp. 363-364).
De ahí se afirma, corrientemente, que la pretensión a la tutela
jurídica, (...), contiene los siguientes Derechos: (...)
3) Derecho a ver considerados sus argumentos (Recht auf
Berücksichtigung), que exige del Juez capacidad, aprensión y no
tener prejuicios (Aufnahmefähigkeit und Aufnahmebereitschaft)
para contemplar las razones presentadas (...)
Sobre el Derecho a ver que sus argumentos sean contemplados
por el órgano jurisdiccional (Recht auf Berücksichtigung), que
corresponde, obviamente, al deber del Juez o de la Adminis-
tración de concederles atención (Beachtenspflicht), se puede
afirmar que involucra no sólo el deber de tener conocimiento
(Kenntnisnahmepflicht), sino también el de considerar, seria y dete-
nidamente, las razones presentadas (Erwägungspflicht).37
La Corte Interamericana de Derechos Humanos, a su vez, ya
tuvo la oportunidad de asentar que “el deber de motivación es una
de las ‘garantías debidas’ incluidas en el artículo 8.1 [ser escuchado
37 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, Mandado de Segurança nº 24.268/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, Brasil, DJ de 09.06.06.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 277 15/03/2012 02:25:35 p.m.
278 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
tribunal independente, imparcial e competente] para salvaguardar
el derecho a un debido proceso”.38
A fundamentação das decisões representa, pois, o momento no
qual as partes poderão saber se o fato de lhes terem sido assegurada
a uma série de garantias, e a possibilidade de influência na
formação do provimento jurisdicional,39 foi realmente efetivo. Após
a apresentação da tese do autor e da antítese do réu, o ciclo dialético
processual se encerrará com a síntese motivada.40
3. Princípios e Conceitos indeterminados: justificando as escolhas
O terceiro fator que potencializa a atuação dos Juízes no século XXI
e, consequentemente, a essencialidade da exposição do raciocínio
judicial, em virtude de relativo âmbito de discricionariedade, congrega
tanto o emergência dos princípios constitucionais quanto dos
conceitos indeterminados.41
No primeiro ponto, é conhecida a teoria acerca da textura aberta
dos princípios, a admitir o sopesamento entre os mesmos, em
38 Caso Aptiz Barbera e outros vs Venezuela, sentença de 05.08.08. 39 Finalidade principal do exercício do contraditório, o qual garante a participação democrática na convicção do juízo. Cfr. TROCKER, Nicolò, Processo Civile e Constituzione, Giuffrè, Milano, 1974, p. 404; CAPPELLETTI, Mauro, “Problemas de reforma do processo civil nas sociedades contemporâneas”, Revista de Processo, Ano XVII, n. 17, São Paulo : RT. Jan-março de 1992, p. 131.40 Cfr. COMOGLIO, Luigi Paolo; FERRI, Corrado; TARUFFO, Michele, Lezione Sul Processo Civile, 2a. ed., Il Mulino, Bologna, 1998, pp. 68-69.41 Eis a razão do disposo no Art. 21 do CIEJ: “O dever de motivar adquire uma intensidade máxima em relação às decisões privativas ou restritivas de direitos, ou quando o Juiz exerce um poder discricionário”.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 278 15/03/2012 02:25:35 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 279
por un tribunal independiente, imparcial y competente] para salva-
guardar el derecho a un debido proceso”.38
La fundamentación de las decisiones representa, pues, el mo-
mento en el cual las partes podrán saber si el hecho de haberles
asegurado una serie de garantías, y la posibilidad de influencia en la
formación de la provisión jurisdiccional,39 fue realmente efectivo.
Después de la presentación de la tesis del autor y de la antítesis del
reo, el ciclo dialéctico procesal terminará con la síntesis motivada.40
3. Principios y conceptos indeterminados: justificación de las elecciones
El tercer factor que potencializa la actuación de los Jueces en el siglo
XXI y, consecuentemente, la esencialidad de la exposición del racio-
cinio judicial, en virtud del ámbito de discrecionalidad relativo, con-
grega tanto el surgimiento de los principios constitucionales como
el de los conceptos indeterminados.41
En el primer punto, se conoce la teoría sobre la textura abierta de
los principios, que admite el sopeso entre los mismos, en oposición
38 Caso Aptiz Barbera e outros vs Venezuela, sentença de 05.08.08.39 Finalidad principal del ejercicio del contradictorio, el cual garantiza la participación democrática en la convicción del juicio. Cfr. TROCKER, Nicolò, Processo Civile e Constituzione, Giuffrè, Milano, 1974, p. 404; CAPPELLETTI, Mauro, “Problemas de reforma do processo civil nas sociedades contemporâneas”, Revista de Processo, Ano XVII, n. 17, RT, São Paulo , enero-marzo de 1992, p. 131.40 Cfr. COMOGLIO, Luigi Paolo; FERRI, Corrado; TARUFFO, Michele, Lezione Sul Processo Civile, 2a. ed., Il Mulino, Bologna, 1998, pp. 68-69.41 Es la razón de lo dispuesto en el Art. 21 del CIEJ: “El deber de motivar adquiere una intensidad máxima en relación a las decisiones privativas o restrictivas de Derechos, o cuando el Juez ejerce un poder discrecional”.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 279 15/03/2012 02:25:35 p.m.
280 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
oposição ao modelo do “tudo ou nada” típico das regras, a partir de
Dworkin,42 aliada, ainda, o papel fundamental da argumentação
neste processo de convivência entre os mandamentos de
otimização, tal como Alexy define os princípios.43 Configura-se,
assim, um processo de releitura do sistema jurídico, com notável
modificação da tarefa do Juiz.
Nessa perspectiva, o juízo de ponderação ganha espaço frente
ao clássico modelo de subsunção para resolução de questões,
próprio das regras.44 Há, por vezes, uma pluralidade de opções
aceitáveis para cada caso, cuja análise e gradação muito “depende
del lenguaje de las normas o de los princípios aplicados”.45
Isto é, ante a ausência de hierarquia axiológica entre os valores
albergados nas constituições, a exemplo do direito à privacidade e
à liberdade de imprensa, entre outros, somente na hipótese concreta
poderá surgir a solução adequada, algo que acarreta um ônus extra
de justificação para os Magistrados.
A harmonização de eventuais conflitos, a partir de vetores
que garantam a máxima efetividade dos direitos fundamentais,
42 Cfr. DWORKIN, Ronald, Levando os direitos a sério, 3a. ed., trad. de Nelson Boeira, Martins Fontes, São Paulo, 2010, pp. 37-45.43 Cfr. ALEXY, Robert, Teoria dos Direitos Fundamentais, trad. de Virgílio Afonso da Silva, Malheiros, São Paulo, 2008, pp. 90 et seq.44 Cfr. SANCHIS, Luis Pietro, “Neoconstitucionalismo...”, op. cit., pp. 143-144. Taruffo anota que a idéia da decisão como mera dedução mecânica da lei trazia a promessa de excluir qualquer discricionariedade dos Juízes, vinculando-os aos critérios pré-definidos. Cfr. TARUFFO, Michele, “Il controllo di razionalità della decisione fra logica, retórica e dialettica”, Revista de Processo, Ano XXXII, n. 143, RT, São Paulo, Jan-Mar de 2007, p. 69.45 FERRAJOLI, Luigi, Garantismo: Debate entre el Derecho y la Democracia, Trotta, Madrid, 2006, p. 90.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 280 15/03/2012 02:25:35 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 281
al modelo del “todo o nada” típico de las normas, partiendo de
Dworkin,42 aliada, además, al papel fundamental de la argumenta-
ción en este proceso de convivencia entre los mandamientos de
optimización, tal como Alexy define los principios.43 Se configura,
así, un proceso de relectura del sistema jurídico, con una notable
modificación de la tarea del Juez.
En esa perspectiva, el juicio de ponderación gana espacio ante el
clásico modelo de subsunción para la resolución de cuestiones, pro-
pio de las normas.44 Hay, a veces, una pluralidad de opciones acep-
tables para cada caso, cuyo análisis y graduación mucho “depende
del lenguaje de las normas o de los principios aplicados”.45
O sea, ante la ausencia de jerarquía axiológica entre los valores
albergados en las constituciones, por ejemplo el Derecho a la priva-
cidad y a la libertad de expresión, entre otros, solamente en la hipó-
tesis concreta podrá surgir la solución adecuada, lo que ocasiona
una carga extra de justificación para los Magistrados.
La armonización de los conflictos eventuales, a partir de vec-
tores que garanticen la máxima efectividad de los Derechos
42 Cfr. DWORKIN, Ronald, Levando os Direitos a sério, 3a. ed., trad. de Nelson Boeira, Martins Fontes, São Paulo, 2010, pp. 37-45.43 Cfr. ALEXY, Robert, Teoria dos Direitos Fundamentais, trad. de Virgílio Afonso da Silva, Malheiros, São Paulo, 2008, pp. 90 y ss.44 Cfr. SANCHIS, Luis Pietro, “Neoconstitucionalismo...”, op. cit., pp. 143-144. Taruffo anota que la idea de la decisión como mera deducción mecánica de la ley traía la promesa de excluir cualquier discrecio nalidad de los Jueces, vinculándolos a los criterios predefinidos. Cfr. TARUFFO, Michele, “Il controllo di razionalità della decisione fra logica, retorica y dia lettica”, Revista de Proceso, Ano XXXII, n. 143, RT, São Paulo, enero-marzo de 2007, p. 69.45 FERRAJOLI, Luigi, Garantismo: Debate entre el Derecho y la Democracia, Trotta, Madrid, 2006, p. 90.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 281 15/03/2012 02:25:35 p.m.
282 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
será, portanto, realizada mediante balanceamento ou, nas
palavras de Canotilho, a concordância prática entre todos eles,
tendo como parâmetro a unidade da Constituição.46
Com efeito, tal panorama intensificou-se sob o ângulo
constitucional; todavia, já era objeto de análise no próprio nível da
legislação ordinária. A vagueza de determinados textos legais
confere ao Magistrado uma certa dose de poder de apreciação.
É o que ocorre em hipóteses de decisão que contém cláusulas
gerais como o melhor interesse da criança, a boa-fé, a garantia da
ordem pública, entre diversos outros. Se é certo que todo ato
de interpretação significa uma articulação entre o escrito e o não-
escrito em busca da solução mais justa (“law in action”),47 com mais
razão por ocasião do exame de dispositivos de tessitura ampla.
É de se ressaltar que a referida abertura não significa, em absoluto,
seu uso arbitrário, pois devem ser buscados elementos nas mais
diversas áreas do conhecimento, tal qual alerta Cappelletti:
Escolha significa discricionariedade, embora não necessariamente
arbitrariedade; significa valoração e balanceamento (...), significa
que devem ser empregados não apenas os argumentos da lógica
abstrata, ou talvez decorrentes da análise lingüística puramente
formal, mas também e sobretudo aqueles da história e da
economia, da política e da ética, da sociologia e da psicologia (...)
46 CANOTILHO, José Joaquim Gomes, Direito...,op. cit., pp. 1186-1187. 47 LARENZ, Karl, A metodologia da ciência do direito, 3a. edição, Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1997, p. 194.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 282 15/03/2012 02:25:35 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 283
fun damentales, será, por lo tanto, realizada mediante balance o, en
palabras de Canotilho, la concordancia práctica entre todos ellos,
teniendo como parámetro la unidad de la Constitución.46
En efecto, este panorama se intensificó bajo el ángulo consti-
tucional; sin embargo, ya era objeto de análisis en el propio nivel
de la legislación ordinaria. La vaguedad de determinados textos
legales le confiere al Magistrado cierta dosis de poder de aprecia-
ción. Es lo que ocurre en la hipótesis de decisión que contienen cláu-
sulas generales como el mejor interés del niño, la buena fe, la garantía
del orden público, entre otros. Si bien es cierto que todo acto de inter-
pretación significa una articulación entre lo escrito y lo no escrito en
busca de la solución más justa (“law in action”),47 con más razón con
motivo del examen de dispositivos de tesitura amplia.
Cabe resaltar que la apertura mencionada no significa, en abso-
luto, su uso arbitrario, pues deben buscarse elementos en las más
diversas áreas del conocimiento, como alerta Cappelletti:
Elección significa discrecionalidad, aunque no necesariamente
arbitrariedad; significa valoración y balance (...), significa que
deben emplearse no solo los argumentos de la lógica abstracta,
o tal vez provenientes del análisis lingüístico puramente formal,
sino también y sobre todo aquellos de la historia y de la economía,
de la política y de la ética, de la sociología y de la psicología (...)
46 CANOTILHO, José Joaquim Gomes, Direito..., op. cit., pp. 1186-1187. 47 LARENZ, Karl, A metodologia da ciência do direito, 3a. edição, Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1997, p. 194.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 283 15/03/2012 02:25:35 p.m.
284 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
É envolvida sua responsabilidade [do Juiz] pessoal, moral e
política, tanto quanto jurídica, sempre que haja no direito
abertura para escolha diversa.48
Daí porque o Tribunal Constitucional Espanhol já ter consignado
que a motivação possui a “finalidad de evidenciar que el fallo es una
decisión razonada en términos de Derecho y no un simple y arbitrario
acto de voluntad del juzgador en ejercicio de un rechazable
absolutismo judicial”.49 Demonstração esta que, repise-se, será
externada no momento em que se descortina a livre convicção
−a qual, enquanto ato de vontade, sempre pressupõe uma escolha
entre as várias opções possíveis.50
Perelman anota que a maneira de justificar as decisões,
sobretudo nestes campos menos herméticos, será determinante
para “obter o assentimento de seus pares, de seus superiores e da
opinião dos juristas, sobre o fato de que prolatou uma sentença
conforme ao direito”.51 Para tanto, são igualmente pertinentes as
teses comunicativas de desenvolvidas por Habermas, segundo
o qual é imprescindível argumentar para garantir a pretensão de
validade e mover o raciocínio dos interessados à aceitação das
proposições.52
48 CAPPELLETTI, Mauro, Juízes Legisladores?, Fabris, Porto Alegre, 1993, p. 3349 STC nº 24/1990. Recurso de Amparo nº 2552 e 2573/1989. España B.O.E de 02.mar.1990. 50 Cfr. HERNÁNDEZ, Ignácio Colomer, La motivación de las sentencias: sus exigencias constitucionales e legales, Tirant Lo Blanch, Valencia, 2003. p. 36.51 PERELMAN, Cháim, Ética..., op. cit., p. 493.52 Cfr. HABERMAS, Jürgen, Direito e Democracia: entre faticidade e validade, Volume I, 2a. edição, trad. de Flávio Bueno Siebeneichler, Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 2003, pp. 277-281.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 284 15/03/2012 02:25:35 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 285
involucra la responsabilidad [del Juez] personal, moral y política,
tanto como la jurídica, siempre que haya en el Derecho apertura
para elección diversa.48
De ahí el porqué el Tribunal Constitucional Español haya consig-
nado que la motivación tiene la “finalidad de evidenciar que el fallo
es una decisión razonada en términos de Derecho y no un simple y
arbitrario acto de voluntad del juzgador en ejercicio de un recha-
zable absolutismo judicial”.49 Demostración que, insistimos, se
externará en el momento en que se revela la libre convicción −la
cual, como acto de voluntad, siempre presupone una elección entre
las varias opciones posibles.50
Perelman anota que la manera de justificar las decisiones, sobre
todo en estos campos menos herméticos, será determinante para
“obtener el consentimiento de sus iguales, de sus superiores y de la
opinión de los juristas, sobre el hecho de que promulgó una senten-
cia conforme al Derecho”.51 Para esto, son igualmente pertinentes
las tesis comunicativas desarrolladas por Habermas, según el cual
es imprescindible argumentar para garantizar la pretensión de vali-
dad y mover el raciocinio de los interesados a la aceptación de las
proposiciones.52
48 CAPPELLETTI, Mauro, Juízes Legisladores?, Fabris, Porto Alegre,1993, p. 33.49 STC nº 24/1990. Recurso de Amparo nºº 2552 e 2573/1989. España B.O.E de 02.mar.1990. 50 Cfr. HERNÁNDEZ, Ignacio Colomer, La motivación de las sentencias: sus exigencias cons-titucionales y legales, Tirant Lo Blanch, Valencia, 2003. p. 36.51 PERELMAN, Cháim, Ética..., op. cit., p. 493.52 Cfr. HABERMAS, Jürgen, Direito e Democracia: entre faticidade e validade, Volume I, 2a. edição, trad. de Flávio Bueno Siebeneichler, Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 2003, pp. 277-281.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 285 15/03/2012 02:25:35 p.m.
286 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
Dessa maneira, observa-se que a abertura dos princípios e
a utilização de conceitos jurídicos indeterminados, ao aumentar a
margem de atuação judicial, tornam a tarefa de motivar
racionalmente as escolhas ainda mais primordial.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 286 15/03/2012 02:25:35 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 287
De esa manera, se observa que la apertura de los principios y la
utilización de conceptos jurídicos indeterminados, al aumentar
el margen de actuación judicial, hacen que la tarea de motivar racio-
nalmente las elecciones sea todavía más primordial.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 287 15/03/2012 02:25:35 p.m.
288
CaPítulo iii
O Público Interno
Vistos alguns paradigmas que impactam na motivação do Juiz do
século XXI, chega-se ao momento de analisar quais as respectivas
implicações da fundamentação das decisões em relação ao que
aqui se denomina “público interno” que, em verdade, nada mais são
do que os atores do plano estritamente técnico-processual. É dizer,
os litigantes da causa e os Magistrados que, na sequência natural
dos atos, possam vir a (re)examinar a controvérsia.
Doutrinadores classificam as funções conferidas a tal grupo
como de natureza endoprocessual.53 No que concerne aos integrantes
da relação deduzida em juízo, o primeiro aspecto que avulta é, como
mencionado, o de possibilitar a garantia da efetiva participação
53 Por todos, vide TUCCI, José Rogério Cruz e, ‘Ainda sobre a nulidade da sentença imotivada’, Revista de Processo, Ano XIV, n. 56, RT, São Paulo, Out-Dez 1989, p. 223; MOREIRA, José Carlos Barbosa, “A motivação...”, op. cit., p. 288.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 288 15/03/2012 02:25:36 p.m.
289
CaPítulo iii
El público interno
Vistos algunos paradigmas que impactan en la motivación del Juez
del siglo XXI, llega el momento de analizar las respectivas implica-
ciones de la fundamentación de las decisiones en relación a lo que
aquí se denomina “público interno” que, en verdad, no son nada
más que los actores en el plano estrictamente técnico-procesal.
Es decir, los litigantes de la causa y los Magistrados que, en la secuen-
cia natural de los actos, puedan (re)examinar la controversia.
Los estudiosos clasifican las funciones conferidas a tal grupo
como de naturaleza endoprocesal.53 En lo que concierne a los inte-
grantes de la relación deducida en juicio, el primer aspecto que se
distingue es, como se ha mencionado, el de posibilitar la garantía
53 Por todos, vid TUCCI, José Rogério Cruz e, “Ainda sobre a nulidade da sentença imo-tivada”, Revista de Processo, Ano XIV, n. 56, RT, São Paulo, octubre-diciembre, 1989, p. 223; MOREIRA, José Carlos Barbosa, “A motivação...”, op. cit., p. 288.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 289 15/03/2012 02:25:36 p.m.
290 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
e influência das partes. Característica que está inserida no
contexto do direito ao procedimento justo, ele próprio revestido de
fundamentalidade,54 identificado pelo exercício de um contraditório
efetivo, em regime de colaboração e paridade de armas, a ser
conduzido por Juiz independente a imparcial.
Ora, de nada adiantaria autores, réus e assistentes participarem
de uma audiência, terem o seu “dia na corte”,55 manterem contato
com seus advogados e elaborarem estratégias de defesa, se a
decisão não contemplasse as alegações, ainda que para refutá-las.
A Exposição de Motivos do Código Ibero-Americano de Ética Judicial
não se olvida deste fator, nos seguintes termos: “poder contar com
o convencimento dos destinatários no que se refere a suas normas é
mais importante para a Ética do que para o Direito, por isso a ênfase
posta em um diálogo racional em que são oferecidos argumentos
e contra-argumentos”. Cuida-se, sob outro enfoque, da ética do
discurso de Habermas, a promover os valores do respeito e da
consideração.56
Exigência que possui contornos especiais na apreciação e
valoração das provas produzidas, imprescindível para o controle de
racionalidade do conteúdo de suas explicações.57 Daí a correta
54 Cfr. CANOTILHO, José Joaquim Gomes, Estudos sobre Direitos Fundamentais, 2a. ed., Coimbra Editora, Coimbra, 2008, p. 73.55 “The quality of the courts procedure turns essentially around the basic principle of the right to be heard (…) Rather, the court ruling must come as an answer to a party’s grievance and to his adversary’s defense; each party much have his ‘day in court’”. CAPPELLETTI, Mauro; TALLON, Denis, Fundamental Guarantees of the Parties in Civil Litigation, Giuffrè, Milano, 1973, p. 699. 56 Cfr. HABERMAS, Jurgën, Direito..., op. cit., pp. 280-287.57 Cfr. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz, Curso de Processo Civil: Processo de Conhecimento, Vol. II, 6a. ed., RT, São Paulo, 2007, p. 467.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 290 15/03/2012 02:25:36 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 291
de una participación efectiva a la influencia de las partes. Caracte-
rística que encaja en el contexto del Derecho al procedimiento
justo, revestido de esencialidad,54 identificado por el ejercicio de un
contradictorio efectivo, en régimen de colaboración y paridad de
armas, a conducirse por un juez independiente e imparcial.
Ahora bien, no serviría de nada que autores, reos y asistentes
participaran en una audiencia, pasaran el “día en la corte”,55 mantu-
vieran contacto con sus abogados y elaboraran estrategias de defen-
sa, si la decisión no contemplara las alegaciones, aunque fuera para
refutarlas. La Exposición de Motivos del Código Iberoamericano de
Ética Judicial no se olvida de este factor, en los siguientes térmi nos:
“poder contar con el convencimiento de los destinatarios en lo que
se refiere a sus normas es más importante para la Ética que para el
Derecho, por eso el énfasis puesto en un diálogo racional en el que
se ofrecen argumentos y contraargumentos”. Se pone atención,
bajo otro enfoque, en la ética del discurso de Habermas, para pro-
mover los valores del respeto y de la consideración.56
Exigencia que encierra contornos especiales en la apreciación y
valoración de las pruebas producidas, imprescindible para el control de
racionalidad del contenido de sus explicaciones.57 De ahí la correcta
54 Cfr. CANOTILHO, José Joaquim Gomes, Estudos sobre Direitos Fundamentais, 2a. ed., Coimbra Editora, Coimbra, 2008, p. 73.55 “The quality of the courts procedure turns essentially around the basic principle of the right to be heard (…) Rather, the court ruling must come as an answer to a party’s grievance and to his adversary’s defense; each party much have his ‘day in court’”. CAPPELLETTI, Mauro; TALLON, Denis, Fundamental Guarantees of the Parties in Civil Litigation, Giuffrè, Milano, 1973, p. 699. 56 Cfr. HABERMAS, Jurgën, Direito..., op. cit., pp. 280-287.57 Cfr. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz, Curso de Processo Civil: Processo de Conhecimento, Vol. II, 6a. ed., RT, São Paulo, 2007, p. 467.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 291 15/03/2012 02:25:36 p.m.
292 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
redação do art. 23 do CIEJ, que assim prevê: “em matérias de fato
o Juiz deve proceder com rigor analítico no tratamento do quadro
de provas. Deve mostrar, em concreto, o que indica cada meio de
prova, para depois efetuar uma apreciação no seu conjunto”.
Logo, os membros do Poder Judiciário devem se preocupar com a
força persuasiva de suas decisões.58 Há quem assevere, inclusive, que
a motivação é mais importante para o perdedor do que para o
vencedor, pois é o primeiro que terá que se conformar ou impugnar
as explicações fornecidas.59 Sem embargo, a aceitabilidade diz
respeito a ambos − assim como à opinião pública em geral, objeto
do tópico seguinte; conquanto em graus distintos na prática, por
óbvio, uma vez que aquele que teve sua tese acolhida não se
importará que o tenha sido por fundamento diverso do alegado.
Destaque-se, ainda, que é a partir da motivação que restarão
estabelecidos os fundamentos que permitirão tanto a utilização das
vias recursais60 como o reexame pela jurisdição de grau superior.
Eventuais erros, omissões e contradições terão como parâmetro
a fundamentação expendida. A propósito, a respectiva tarefa de
execução do comando judicial encontrará menos embaraços diante
de um quadro de clareza e objetividade.
58 Cfr. ZAGREBELSKY, Gustavo, Principî e voti. La Corte costituzionale e la política, Giulio Einaudi Editore, Torino, 2005, p. 46.59 Cfr. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz, Curso..., op. cit., p. 469; GOMES FILHO, Antônio Magalhães, A motivação ..., op. cit., p. 102.60 No ponto, “não seria viável, de forma alguma, o contraditório e a possibilidade de ampla defesa se motivação [pública] não houvesse”. FIGUEIREDO, Lúcia Valle, ‘Estado de Direito e Devido Processo Legal’, Revista Trimestral de Direito Público, n. 15, Malheiros, São Paulo, 1996, p. 41.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 292 15/03/2012 02:25:36 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 293
redacción del art. 23 del CIEJ, que así prevé: “en materias de facto el
Juez debe proceder con rigor analítico en el tratamiento del marco
de pruebas. Debe mostrar, en concreto, lo que indica cada medio de
prueba, para después efectuar una apreciación en su conjunto”.
Luego, los miembros del Poder Judicial deben preocuparse por la
fuerza persuasiva de sus decisiones.58 Hay quien asevera, incluso, que
la motivación es más importante para el perdedor que para el ven-
cedor, ya que el primero tendrá que conformarse o impugnar las
explicaciones proporcionadas.59 Sin embargo, la aceptabilidad se
refiere a ambos − así como a la opinión pública en general, objeto
del tema siguiente; aunque en grados distintos en la práctica, por
obvio, ya que a aquél cuya tesis fue acogida no le importará que
haya sido por fundamento diferente al del alegado.
Destáquese, también, que a partir de la motivación se establece-
rán los fundamentos que permitirán tanto la utilización de las vías de
los recursos60 como el reexamen por la jurisdicción de grado superior.
Los errores, las omisiones y las contradicciones eventuales tendrán
como parámetro la fundamentación expuesta. A propósito, la tarea
de ejecución respectiva del comando judicial encontrará menos
complicaciones frente a un marco de claridad y objetividad.
58 Cfr. ZAGREBELSKY, Gustavo, Principî e voti. La Corte costituzionale e la politica, Giulio Einaudi Editore, Torino, 2005, p. 46.59 Cfr. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz, Curso..., op. cit., p. 469; GOMES FILHO, Antônio Magalhães, A motivação..., op. cit., p. 102.60 En ese punto, “no sería viable, de ninguna forma, el contradictorio y la posibilidad de una amplia defensa si no hubiera motivación [pública]”. FIGUEIREDO, Lúcia Valle, “Estado de Direito e Devido Processo Legal”, Revista Trimestral de Direito Público, n. 15, Malheiros, São Paulo, 1996, p. 41.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 293 15/03/2012 02:25:36 p.m.
294 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
Além disso, Summers recorda que um bom raciocínio poderá
esclarecer e orientar as decisões futuras de outros julgadores,61
principalmente no sistema jurídico anglo-saxão, de vinculação
−e eventual distinção− dos precedentes.62 Assim, na medida em que
haja uniformidade na orientação de casos análogos, o princípio da
isonomia mantém-se tutelado, assim como a segurança jurídica.
Torna-se possível, noutro giro, que as razões minoritárias venham
a ser adotadas por uma maioria futura.
Por fim, cumpre ressaltar a função didática exercida pelo raciocínio
judicial, ao permitir que as normas jurídicas possam ser protegidas e
explicadas aos seus destinatários, expandindo a eficácia das
mesmas.63 Algo que vale tanto para o público interno como para
o externo, nos termos aqui propostos e a seguir detalhados.
61 Cfr. SUMMERS, Robert Samuel, “Two types...,”, op. cit., p. 713. “A motivação de uma decisão (ratio decidendi) fornece uma regra em que os outros Juízes, no âmbito do mesmo sistema jurídico, deverão ou poderão inspirar-se em suas decisões referentes a situações similares”. PERELMAN, Chaïm, “Ética...”, op. cit., p. 279.62 Cfr. DWORKIN, Ronald, Law’s Empire, Belknap, Cambridge, 1986, pp. 24-26.63 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Razonamiento...”, op. cit., p. 499.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 294 15/03/2012 02:25:36 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 295
Adicionalmente, Summers nos recuerda que un buen raciocinio
podrá aclarar y orientar las decisiones futuras de otros juzgadores,61
principalmente en el sistema jurídico anglosajón, de vinculación
−y eventual distinción− a los precedentes.62 Así, en la medida en
que haya uniformidad en la orientación de casos análogos, el princi-
pio de la igualdad se mantiene tutelado, así como la seguridad
jurídica. En otro momento, se hace posible que una mayoría futura
adopte las razones minoritarias.
Finalmente, cabe resaltar la función didáctica ejercida por el racio-
cinio judicial, al permitir que las normas jurídicas puedan protegerse
y explicarse a sus destinatarios, ampliando la eficacia de las mis-
mas.63 Algo válido tanto para el público interno como para el exter-
no, en los términos aquí propuestos y detallados a continuación.
61 Cfr. SUMMERS, Robert Samuel, “Two types...,”, op. cit., p. 713. “La motivación de una decisión (ratio decidendi) proporciona una regla en la que los otros Jueces, en el ámbito del mismo sistema jurídico, deberán o podrán inspirarse en sus decisiones referentes a situa-ciones similares”. PERELMAN, Chaïm, “Ética...”, op. cit., p. 279.62 Cfr. DWORKIN, Ronald, Law’s Empire, Belknap, Cambridge, 1986, pp. 24-26.63 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Razonamiento...”, op. cit., p. 499.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 295 15/03/2012 02:25:36 p.m.
296
CaPítulo iV
O Público Externo
Neste grande auditório social em que se desenvolve a função
judicante em geral e o dever de motivar as decisões em particular,
merecem destaque as relações estabelecidas entre o Magistrado e
demais integrantes da comunidade, isto é, todos aqueles que não
são partes diretas da relação deduzida nos autos − daí porque
denominadas funções extraprocessuais. Algo que pode ser analisado
sob diferentes prismas e que guarda pertinência com os fins políticos
da motivação.
Políticos em virtude, primeiramente, da correlata legitimação
que o Poder Judiciário necessita buscar, não no voto popular
diretamente, mas na observância das regras estabelecidas, a
partir da sujeição às leis vigentes, expressão da soberania popular.
Somente na medida em que forem apresentadas as razões de
decidir, todos os titulares do poder e destinatários das normas
terão a oportunidade de aferir se os comandos estão de acordo
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 296 15/03/2012 02:25:36 p.m.
297
CaPítulo iV
El Público Externo
En este grande auditorio social en el que se desarrolla la función
judicial en general y el deber de motivar las decisiones en particu-
lar, merecen relieve las relaciones establecidas entre el Magistrado y
otros integrantes de la comunidad, o sea, todos aquellos que no son
partes directas de la relación deducida en los autos −de ahí el por-
qué se denominan funciones extraprocesales. Esto puede analizarse
bajo diferentes prismas y se relaciona con los fines políticos de la
motivación.
Los políticos en virtud, primeramente, de la correlativa legitima-
ción que el Poder Judicial necesita buscar, no en el voto popular direc-
tamente, sino en la observancia de las normas establecidas, a partir
de la sujeción a las leyes vigentes, expresión de la soberanía popular.
Solamente en la medida en que se presenten las razones para deci-
dir, todos los titulares del poder y los destinatarios de las normas
tendrán la oportunidad de comprobar si las autoridades están de
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 297 15/03/2012 02:25:36 p.m.
298 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
com as prescrições aceitas, tanto de natureza material como
processual.64
Aplicável, no ponto, a teoria de legitimação pelo procedimento,
de Luhmann,65 haja vista que a transferência intersubjetiva do
poder aos Magistrados está vinculada ao cumprimento dos atos
previamente organizados por um sistema de decisão, que confere
certeza e estabilidade social.
Não se pode perder de vista, outrossim, o relevante aspecto de
controle difuso que é deflagrado pela motivação. Qualquer do povo,
sobretudo pelo avançado estágio tecnológico dos tempos atuais,
pode e deve ter acesso, a fim de exercer uma reflexão crítica, ao
conteúdo do raciocínio levado a efeito pelo Magistrado −que faz
um “contínuo esforço de convencer o público da legitimidade de
suas decisões”.66
Registre-se, a propósito, que os meios de comunicação de massa
funcionam como propulsores do debate púbico, tão mais intenso
quanto rumoroso e polêmico for o caso. A aceitabilidade da opinião
pública dependerá, em muito, do caminho bem justificado até
a parte dispositiva. De modo que a responsabilidade do Juiz
64 Conforme acentua Bobbio: “Um poder é considerado legítimo quanto que o detém o exerce a justo título, e o exerce a justo título enquanto for autorizado por uma norma ou por um conjunto de normas gerais que estabelecem que, em uma determinada comunidade, tem o direito de comandar e de ter seus comandos estabelecidos”. BOBBIO, Norberto, Teoria geral da política : a filosofia política e as lições dos clássicos, trad. de Daniela Beccaccia Versiani, Campus, Rio de Janeiro, 2003, p. 235.65 Cfr. LUHMANN, Niklas, Legitimação pelo procedimento, trad. de Maria da Conceição Côrte-Real, UnB, Brasília, 1980, pp. 26-27.66 CAPPELLETTI, Mauro, Juízes Legisladores?, Fabris, Porto Alegre, 1993, p. 98.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 298 15/03/2012 02:25:36 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 299
acuerdo con las prescripciones aceptadas, tanto de naturaleza
material como procesal.64
Puede aplicarse, en tal punto, la teoría de legitimación para el
procedimiento, de Luhmann,65 considerando que la transferencia
intersubjetiva del poder a los Magistrados está vinculada al cum-
plimiento de los actos previamente organizados por un sistema de
decisión, que les confiere certeza y estabilidad social.
No se puede perder de vista, igualmente, el aspecto relevante
de control difundido incitado por la motivación. Cualquier persona,
sobre todo por el avanzado estadio tecnológico de los tiempos
actuales, puede y debe tener acceso, a fin de ejercer una reflexión
crítica, al contenido del raciocinio realizado por el Magistrado −que
hace un “continuo esfuerzo para convencer al público de la legiti-
midad de sus decisiones”.66
Registramos, a propósito, que los medios masivos de comunica-
ción funcionan como propulsores del debate púbico, tan intenso
como rumoroso y polémico según el caso. La aceptabilidad de la
opinión pública dependerá, en mucho, del camino bien justificado
hasta la parte dispositiva. De modo que la responsabilidad del Juez
64 Según acentúa Bobbio: “Un poder se considera legítimo en cuanto que ostenta o ejer-ce a justo título, y lo ejerce a justo título mientras sea autorizado por una norma o por un conjunto de normas generales que establecen que, en una determinada comunidad, tiene el Derecho de comandar y de tener sus comandos establecidos”. BOBBIO, Norberto, Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos clássicos, trad. de Daniela Beccaccia Versiani, Campus, Rio de Janeiro, 2003, p. 235.65 Cfr. LUHMANN, Niklas, Legitimação pelo procedimento, Trad. de Maria da Conceição Côrte-Real, UnB, Brasília, 1980, pp. 26-27.66 CAPPELLETTI, Mauro, Juízes Legisladores?, Fabris, Porto Alegre, 1993, p. 98.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 299 15/03/2012 02:25:36 p.m.
300 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
converte-se, cada vez mais, na responsabilidade de justificar e
maximizar o controle público.67
Denota-se, aqui, a presença do valor da transparência, mediante
a conjugação da motivação com a publicidade, ambas a servir de
garantia instrumental para as mais diversas espécies de controle
−não apenas o social, mas também o político, o acadêmico, o
disciplinar e o superior.68
Aliás, é bastante salutar a existência de tal fiscalização tendo
em vista, inclusive, que o crivo minoritário do colegiado de hoje pode
vir a se tornar a posição dominante dos membros de amanhã,
como mencionado. Nessa linha, o conhecimento das razões
vencidas é ressaltado como uma expressão basilar da democracia,
porquanto resguarda a existência do dissenso.69 Cappelletti ressalta,
no ponto, que na motivação divergente, não raro, encontram-se os
elementos de incerteza que irão abrir caminho para eventuais
intervenções reparadoras do próprio legislador.70
No que tange a feição pedagógica da motivação, seu âmbito
consiste na referência para as atividades dos indivíduos, que devem
se pautar pelos parâmetros delimitados pela decisão, traço mais
acentuado nos processos coletivos e de controle abstrato de
constitucionalidade.
67 A constatação foi feita por Aulis Aarnio, para quem a administração da justiça deve ser dotada de autoridade e razão. Apud IBAÑEZ, Perfecto Andrés; ALEXY, Robert, Jueces y Ponderación Argumentativa, México : UNAM, 2006, p. 34.68 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Razonamiento...”, op. cit., p. 499.69 HABERMAS, Jürgen, “Direito...”, op. cit., p. 224.70 CAPPELLETTI, Mauro, “Problemas...”, op. cit., p. 132.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 300 15/03/2012 02:25:36 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 301
se transforma, cada vez más, en la responsabilidad de justificar y
maximizar el control público.67
Aquí se denota, la presencia del valor de la transparencia, median-
te la conjugación de la motivación con lo público, ambas sirven de
garantía instrumental para las más diversas especies de control −no
sólo social, sino también político, académico, disciplinar y superior.68
De hecho, es muy beneficiosa la existencia de tal control consi-
derando, incluso, que el tamiz de la minoría del colegiado de hoy
puede llegar a ser la posición dominante de los miembros de
mañana, como ya se mencionó. En esa línea, el conocimiento
de las razones vencidas resalta como una expresión básica de
la democracia, ya que resguarda la existencia de la discrepancia.69
Cappelletti resalta, en tal punto, que en la motivación divergente,
no raramente, se encuentran los elementos de incertidumbre que
abrirán camino para intervenciones reparadoras eventuales del
propio legislador.70
Referente al aspecto pedagógico de la motivación, su ámbito con-
siste en la referencia para las actividades de los individuos, que
deben pautarse por los parámetros delimitados por la decisión,
rasgo más acentuado en los procesos colectivos y de control abs-
tracto de constitucionalidad.
67 La constatación la realizó Aulis Aarnio, para quien la administración de la justica debe estar dotada de autoridad y razón. Referido por IBAÑEZ, Perfecto Andrés; ALEXY, Robert, Jueces y Ponderación Argumentativa, UNAM, México, 2006, p. 34.68 Cfr. VIGO, Rodolfo Luis, “Razonamiento...”, op. cit., p. 499.69 HABERMAS, Jürgen, “Direito...”, op. cit., p. 224.70 CAPPELLETTI, Mauro, “Problemas...”, op. cit., p. 132.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 301 15/03/2012 02:25:36 p.m.
302 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
Tudo isto com vistas a reforçar a confiança (trust) da população
nos Juízes, virtude fundamental, decerto, para qualquer agente
do Estado.71 Será, portanto, através da racionalidade verificada na
fundamentação –desde que acompanhada de uma prestação em
tempo razoável– que o Judiciário receberá os aplausos e a chancela
social de suas atividades.
71 Cfr. GARCÍA DE ENTERRÍA, Eduardo, Democracia..., op. cit, pp. 115-118.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 302 15/03/2012 02:25:36 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 303
Todo esto con la intención de reforzar la confianza (trust) de la
población en los Jueces, virtud fundamental, sin duda, para cualquier
agente del Estado.71 Será, por lo tanto, a través de la racionalidad
verificada en la fundamentación −siempre que venga acompañada
de una prestación en tiempo razonable − que el Poder Judicial reci-
birá los aplausos y la aprobación social de sus actividades.
71 Cfr. GARCÍA DE ENTERRÍA, Eduardo, Democracia..., op. cit, pp. 115-118.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 303 15/03/2012 02:25:36 p.m.
304
CaPítulo V
Modus operandi: extensão e vícios
Não há dúvidas em relação à importância do dever de motivar,
diante do contexto e das finalidades tratadas até o momento, nem
ao seu conceito, qual seja, a exigência de expressar e incorporar
as razões de fato e de direito utilizados no “iter” para decisão da
controvérsia.72 Em outras palavras, argumentar para mostrar
os motivos que, mais do que a explicam, a tornam justificadas e
aceitáveis em termos técnicos.73
A propósito, convém mencionar a concepção da argumentação
como “conjunto de raciocínios que vêm apoiar ou combater uma
tese, que permitam criticar e justificar uma decisão”.74 A origem do
72 Cfr. FIX-ZAMUDIO, Hector, Constitución y Proceso Civil en Latinoamerica. Estudios Comparativos. Derecho Latinoamericano, Serie D, n. 5, UNAM, México, 1974, p. 95.73 Cfr. ATIENZA, Manuel, Derecho y Argumentación, Serie de Teoria Jurídica y Filosofia del Derecho, n. 6, Bogotá : Universidad Externado de Colômbia, 1997, p. 22.74 PERELMAN, Chaïm, Ética..., op. cit., p. 492.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 304 15/03/2012 02:25:36 p.m.
305
CaPítulo V
Modus operandi: extensión y vicios
No hay duda con relación a la importancia del deber de motivar,
frente al contexto y a las finalidades tratadas hasta el momento, ni
al concepto, sea cual sea, la exigencia de expresar e incorporar las
razones de facto y de Derecho utilizados en el “iter” para decisión de
la controversia.72 En otras palabras, argumentar para mostrar los
motivos que, más que explicarlos, los vuelve justificados y acepta-
bles en términos técnicos.73
A propósito, conviene mencionar la concepción de la argumen-
tación como “conjunto de raciocinios que apoyan o combaten una
tesis, que permitan criticar y justificar una decisión”.74 El origen del
72 Cfr. FIX-ZAMUDIO, Hector, Constitución y Proceso Civil en Latinoamerica. Estudios Compa-ra tivos. Derecho Latinoamericano, Serie D, n. 5, UNAM, México, 1974, p. 95.73 Cfr. ATIENZA, Manuel, Derecho y Argumentación, Serie de Teoria Jurídica y Filosofia del Derecho, n. 6. Universidad Externado de Colômbia, Bogotá, 1997, p. 22.74 PERELMAN, Chaïm, Ética..., op. cit., p. 492.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 305 15/03/2012 02:25:36 p.m.
306 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
termo já está na definição de São Tomás de Aquino, que denomina
argumento “lo que arguye la mente para convencer a alguien”,
aponta Rodolfo Vigo.75
A questão que se examina, a seguir, é de caráter mais prático,
acerca da maneira de fazê-lo e das respectivas incorreções.
Os métodos a serem utilizados para garantia do controle e
da validação dos conteúdos, com a demonstração ética –a que
alguns se referem como honestidade intelectual–76 que as
conclusões obtidas não são fruto de eventuais caprichos ou
idiossincrasias, mas encontram arrimo no ordenamento e nas
provas dos autos.
1. Existência e clareza
O primeiro requisito que exige de uma boa decisão judicial é a sua
clareza, vale dizer, a ausência de ambigüidades e obscuridades
que conduzam à necessidade de um pronunciamento posterior
para explicitá-la. O artigo 19 do Código Ibero-americano de Ética
Judicial assim sintetiza a idéia: “motivar implica exprimir, de maneira
ordenada e clara, as razões juridicamente válidas e aptas para
justificar a decisão”.
Em relação a tal qualidade, por óbvio, o pressuposto lógico
antecedente é o de que exista alguma fundamentação, porquanto
75 Do latim “argumentum dicitur, quod arguit mentem ad assen tiendum alicui”. VIGO, Rodolfo Luis, “Razonamiento...”, op. cit., p. 496.76 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés; ALEXY, Robert, Jueces..., op. cit., p. 40.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 306 15/03/2012 02:25:36 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 307
término ya está en la definición de Santo Tomás de Aquino, que
denomina argumento “lo que arguye la mente para convencer a
alguien”, apunta Rodolfo Vigo.75
La cuestión que se examina, enseguida, es de carácter más prác-
tico, sobre la manera de hacerlo y las respectivas incorrecciones.
Los métodos a utilizarse para garantía del control y de la validación
de los contenidos, con la demonstración ética –a que algunos se
refieren como honestidad intelectual–76 que las conclusiones obte-
nidas no son fruto de eventuales caprichos o idiosincrasias, sino
que encuentran apoyo en el ordenamiento y en las pruebas de
los autos.
1. Existencia y claridad
El primer requisito que se exige de una buena decisión judicial es la
claridad, es decir, la ausencia de ambigüedades y obscuridades que
lleven a la necesidad de un pronunciamiento posterior para expli-
citarla. El artículo 19 del Código Iberoamericano de Ética Judicial
sintetiza la idea de la siguiente manera: “motivar implica expresar,
de manera ordenada y clara, las razones jurídicamente válidas y aptas
para justificar la decisión”.
Con relación a tal cualidad, obviamente, el presupuesto lógico
antecedente es el de que exista alguna fundamentación, ya que
75 Del latín “argumentum dicitur, quod arguit mentem ad asen tiendum alicui”. VIGO, Rodolfo Luis, “Razonamiento...”, op. cit., p. 496.76 Cfr. IBAÑEZ, Perfecto Andrés; ALEXY, Robert, Jueces..., op. cit., p. 40.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 307 15/03/2012 02:25:36 p.m.
308 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
“nula é a sentença completamente desprovida de fundamentação
(...) que agride o devido processo legal e mostra a face da
arbitrariedade, incompatível com o Judiciário democrático”.77
Reconhece-se que, por vezes, não é tão simples identificar o
conceito de decisão não fundamentada, apartando-o de decisão
mal fundamentada e de decisão insuficientemente fundamentada.78
Certo, contudo, é que a sanção de nulidade tem sido reservada
apenas para os casos em que haja total desprovimento de razões.
2. Completude
Na inteireza dos fundamentos reside algumas das principais
polêmicas em torno da motivação. Não obstante as partes e,
principalmente, seus advogados intentarem que o juízo se debruce
sobre todas as alegações deduzidas, resta pacificado que a
motivação não deve ser entendida em termos tão amplos.
É, por exemplo, o que assentou a Corte Interamericana de
Direitos Humanos, ao registrar “que el deber de motivar no exige
una respuesta detallada a todo argumento de las partes”,79 posição
que se harmoniza com a ressalva final do artigo 25 do Código de
77 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REsp n0 18.731/PR, 4a. Turma. Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, Brasil, DJ de 30.03.1992. Na apreciação de caso envolvendo Tribunal Militar da Grécia, a Corte Européia de Direitos Humanos também assentou a absoluta impossibilidade de ausência de fundamentação, por violação ao artigo 6.1 (direito ao processo eqüitativo). CORTE EUROPÉIA DE DIREITOS HUMANOS, Caso Hadjianastassiou vs. Grécia, Sentença de 16.12.1992.78 Cfr. CARNEIRO, Athos de Gusmão, “Sentença mal fundamentada e sentença não fundamentada”, Revista de Processo, Ano XXI, n. 81, RT, São Paulo, Jan-mar de 1996, p. 222.79 Caso Apitz vs. Venezuela, cit.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 308 15/03/2012 02:25:36 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 309
“nula es la sentencia completamente privada de fundamentación
(...) que agrede el debido proceso legal y muestra el rostro de la arbi-
trariedad, incompatible con el Poder Judicial democrático”.77
Se reconoce que, a veces, no es tan simple identificar el concepto
de decisión no fundamentada, apartándolo del de decisión mal
fundamentada y del de decisión insuficientemente fundamen tada.78
Es cierto, sin embargo, que la sanción de nulidad se ha reservado
sólo para los casos en que haya total carencia de razones.
2. Integridad
En la integridad de los fundamentos residen algunas de las princi-
pales polémicas en torno a la motivación. No obstante las partes y,
principalmente, sus abogados intenten que el juicio se incline sobre
todas las alegaciones deducidas, queda consensuado que la moti-
vación no debe entenderse en términos tan amplios.
Es, por ejemplo, lo que asentó la Corte Interamericana de Dere-
chos Humanos, al registrar “que el deber de motivar no exige una
respuesta detallada a todo argumento de las partes”,79 posición que
se armoniza con la reserva final del artículo 25 del Código de Ética
77 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REsp n0 18.731/PR, 4a. Turma. Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, Brasil, DJ de 30.03.1992. En la apreciación del caso que involucra al Tribunal Militar de Grecia, la Corte Europea de Derechos Humanos también asentó la absoluta imposibi lidad de ausencia de fundamentación, por violación al artículo 6.1 (Derecho al pro-ceso equitativo). CORTE EUROPEA DE DERECHOS HUMANOS, Caso Hadjianastasiou vs. Grecia,Sentencia del 16.12.1992.78 Cfr. CARNEIRO, Athos de Gusmão, “Sentença mal fundamentada y sentença no fun-damentada”, Revista de Proceso, Ano XXI, n. 81, RT, São Paulo, enero-marzo de 1996, p. 222.79 Caso Apitz vs. Venezuela, cit.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 309 15/03/2012 02:25:36 p.m.
310 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
Ética referido: “a motivação deve estender-se a todas as alegações
das partes ou às razões produzidas pelos Juízes que tenham
apreciado antes a questão, desde que sejam relevantes para a decisão”.
De modo o Juiz pode se contentar em examinar os fundamentos
que seja suficientes e relevantes para o deslinde da causa. A uma,
por uma questão de duração razoável do processo, direito
igualmente fundamental; a duas, em virtude da natureza dos órgãos
jurisdicionais, que não se constituem em tribunais de consulta.
Razão pela qual o Magistrado pode ser sucinto e objetivo em
fundamentação, com simplicidade, na medida em que contemple os
argumentos essenciais para solução do conflito − “com uma concisão
que seja compatível com a total compreensão das razões expostas”.80
O que não significa estar autorizado para a mera remissão aos
dispositivos legais ou a partir de formulações vazias tais como “por
falta de amparo legal” ou “ausência de omissão”, sem o exame
concreto das alegações.81 O CIEJ foi percuciente ao prever, em seu
art. 25, que “a motivação em matéria de Direito não pode limitar-se
à invocação das normas aplicáveis, especialmente nas decisões
sobre o mérito de determinada matéria”.
3. O exame das provas
A partir do clássico brocardo “da mihi factum, dabo tibi jus”, surge
outra face bastante sensível em matéria de motivação: as
80 Art. 27 do CIEJ.81 Cfr. GRECO, Leonardo, “Garantías...”, op. cit., p. 85.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 310 15/03/2012 02:25:36 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 311
referido: “la motivación debe ampliarse a todas las alegaciones de
las partes o a las razones producidas por los Jueces que hayan apre-
ciado antes la cuestión, siempre que sean relevantes para la decisión”.
Así que el Juez puede contentarse con examinar los fundamen-
tos suficientes y relevantes para el deslinde de la causa. Uno, por
una cuestión de duración razonable del proceso, derecho igual-
mente fundamental; dos, en virtud de la naturaleza de los órganos
jurisdiccionales, que no constituyen tribunales de consulta. Razón
por la cual el Magistrado puede ser sucinto y objetivo en fundamen-
tación, con simplicidad, en la medida en que contemple los argu-
mentos esenciales para la solución del conflicto “con una concisión
compatible con la total comprensión de las razones expuestas”.80
Esto no significa estar autorizado para la simple remisión a los
dispositivos legales o a partir de formulaciones vacías tales como
“por falta de amparo legal” o “ausencia de omisión”, sin el examen
concreto de las alegaciones.81 El CIEJ fue perspicaz al prever, en su
art. 25, que “la motivación en materia de Derecho no puede limi-
tarse a la invocación de las normas aplicables, especialmente en las
decisiones sobre el mérito de determinada materia”.
3. Examen de las pruebas
A partir del clásico axioma “da mihi factum, dabo tibi jus”, surge
otro aspecto bastante sensible en materia de motivación: las
80 Art. 27 del CIEJ.81 Cfr. GRECO, Leonardo, “Garantías...”, op. cit., p. 85.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 311 15/03/2012 02:25:36 p.m.
312 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
questões fáticas e o direito à prova. Em etapas determinantes
deste último –admissão e valoração– a motivação se fará presente.
O rigor referente a tal análise (art. 27 do CIEJ) é corolário do margem
de convicção atribuída ao Juiz.82
Em primeiro plano, no momento de admissão dos meios de
prova, deve-se perquirir a necessidade e a pertinência do proposto.
Isto porque a prova deve ser lícita, relevante e capaz de provar o
fato controvertido. Neste particular, o indeferimento deve, pois,
ser cuidadosamente motivado, a fim de não se embaraçar o
exercício da ampla defesa e contraditório.
No exame do conteúdo das provas, propriamente dito, há
situações falta de correspondência com os dados dos autos,
com a omissão na valoração da prova existente ou, ao contrário,
pela inclusão no raciocínio de prova inexistente.83 Marinoni e
Arenhart advertem, por exemplo, para “sentenças fundadas
em quesitos periciais que não retratam as respostas que estão
nos autos, ou mesmo sentenças que distorcem depoimentos
testemunhais”.84
É dizer, alerta-se para o fato de que o conteúdo da prova deve
ser explicado e confrontado, especialmente no caso de dubiedade
82 O Código de Processo Civil brasileiro bem expressão tal relação: “art. 131. O Juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento”.83 Cfr. GOMES FILHO, Antônio Magalhães, A motivação..., op. cit., p. 188.84 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz, Curso..., op. cit., p. 467.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 312 15/03/2012 02:25:36 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 313
cuestiones fácticas y el Derecho a la prueba. En etapas determinan-
tes de este último –admisión y valoración– la motivación se hará
presente. El rigor referente a tal análisis (art. 27 del CIEJ) es corolario
del margen de convicción atribuido al Juez.82
En primer plano, en el momento de admisión de los medios de
prueba, debe indagarse la necesidad y la pertinencia de lo propues-
to. Esto porque la prueba debe ser lícita, relevante y capaz de probar
el hecho impugnado. En particular, el rechazo debe, pues, estar cui-
dadosamente motivado, a fin de no entorpecer el ejercicio de la
amplia defensa y el contradictorio.
En el examen del contenido de las pruebas, propiamente dicho,
hay situaciones faltas de correspondencia con los datos de los
autos, con la omisión en la valoración de la prueba existente o, al
contrario, por la inclusión en el raciocinio de prueba inexistente.83
Marinoni y Arenhart advierten sobre, por ejemplo, las “sentencias
fundadas en interrogaciones periciales que no retratan las respues-
tas contenidas en los autos, o aun en las sentencias que alteran las
declaraciones testimoniales”.84
Es decir, se alerta sobre el hecho de que el contenido de la
prueba debe explicarse y confrontarse, especialmente en el caso
82 El Código de Proceso Civil brasileño expresa bien tal relación: “art. 131. El Juez aprecia-rá libremente la prueba, atendiendo a los hechos y circunstancias constantes en los autos, aunque no alegados por las partes; pero deberá indicar, en la sentencia, los motivos que le formaron el convencimiento”.83 Cfr. GOMES FILHO, Antônio Magalhães, A motivação..., op. cit., p. 188.84 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz, Curso..., op. cit., p. 467.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 313 15/03/2012 02:25:37 p.m.
314 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
e da utilização de prova indiciária −situação em que se utiliza o
raciocínio presuntivo. Acerca da necessidade de valoração individual
e, na sequência, do conjunto de todas as provas, vale a referência
ao art. 23 do CIEJ.85
4. Justificação interna e externa
A necessidade de lógica e coerência das decisões consiste em uma
das diretrizes que devem ser adotadas pelos Juízes. A adoção de
determinadas premissas deve conduzir a conclusões compatíveis
com as escolhas, assim como a própria validade daquela seleção, no
lugar de outras, não pode escapar de balizas racionais. Alexy
observa que, no primeiro caso, se está diante da justificação interna;
enquanto no outro, da justificação externa, ou de segundo nível86.
O âmbito interno relaciona-se, de plano, com aspectos de não-
contradição no contexto dos argumentos e de inferência entre as
proposições. Em outros termos, o foco central está na compatibilidade
entre os enunciados,87 a partir das regras e procedimentos
empíricos.
Mais tormentosa é a justificação externa, na qual se requer
que boas razões sejam declinadas para embasar os critérios para
a aplicação da lei a ou b, a similitude com o precedente x ou y,
85 Art. 23 Em matérias de fato o Juiz deve proceder com rigor analítico no tratamento do quadro de provas. Deve mostrar, em concreto, o que indica cada meio de prova, para depois efetuar uma apreciação no seu conjunto.86 Cfr. ALEXY, Robert, Teoria da Argumentação Jurídica, trad. de Zilda Hutchinson Schild Silva, Landy, São Paulo, 2001, p. 218.87 Cfr. GOMES FILHO, Antônio Magalhães, A motivação..., op. cit., p. 125.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 314 15/03/2012 02:25:37 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 315
de ambigüedad y de la utilización de prueba indiciosa −situación
en la que se utiliza el raciocinio presuntivo. Sobre la necesidad de
valoración individual y, en secuencia, del conjunto de todas las
pruebas, vale la referencia al art. 23 del CIEJ.85
4. Justificación interna y externa
La necesidad de lógica y coherencia de las decisiones consiste en una
de las directrices que los Jueces deben adoptar. La adopción de deter-
minadas premisas debe conducir a conclusiones compatibles con las
elecciones, así como la propia validez de aquella elección, en lugar de
otras, no puede escapar de marcos racionales. Alexy observa que, en
el primer caso, se está frente a la justificación interna; mientras que
en el otro, frente a la justificación externa, o de segundo nivel.86
El ámbito interno se relaciona, con aspectos de no contradicción
en el contexto de los argumentos y de inferencia entre las proposi-
ciones. En otros términos, el foco central está en la compatibilidad
entre los enunciados,87 a partir de las normas y procedimientos
empíricos.
Más tormentosa es la justificación externa, en la cual se requiere
que no se admitan buenas razones para fundamentar los criterios
para la aplicación de la ley a o b, a semejanza con o procedente de
85 Art. 23 en materias de facto el Juez debe proceder con rigor analítico en el tratamiento del marco de pruebas. Debe mostrar, en concreto, lo que indica cada medio de prueba, para después efectuar una apreciación en su conjunto.86 Cfr. ALEXY, Robert, Teoria da Argumentação Jurídica, trad. de Zilda Hutchinson Schild Silva, Landy, São Paulo, 2001, p. 218.87 Cfr. GOMES FILHO, Antônio Magalhães, A motivação..., op. cit., p. 125.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 315 15/03/2012 02:25:37 p.m.
316 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
ou, ainda, a utilização do método hermenêutico tal em detrimento de
outros igualmente possíveis. De igual modo, têm espaço reservado
as formas especiais de argumentos jurídicos, tais como o analógico,
o “a contrariu sensu”, o “a fortiori” e o “ad absurdum”.88 Na tônica
deste trabalho, tais ferramentas viabilizam a tarefa de convencimento
dos destinatários da decisão.
5. Motivação implícita, per relationem e por formulários
No último ponto deste tópico, optou-se pela junção de três espécies
de motivação que, conquanto bastante utilizadas pelos tribunais,
carecem de redobrada cautela na respectiva aplicação, a saber:
a motivação implícita, a motivação por remissão e a motivação por
formulários ou modelos.
Na motivação implícita, deduz-se que alguma tese foi refutada
pelo juízo, em virtude da adoção de outra que a inviabiliza, ainda que
tal assertiva não esteja explicitada na decisão. Embora não
desejável sob o aspecto da inteireza da análise, cuida-se de lacunas
logicamente aceitáveis, desde que obedeçam a limites tácitos
fixados pelas próprias escolhas anteriores.89 Diferente, portanto,
da mera omissão.
A propósito, o Tribunal Constitucional de Portugal já afastou
interpretação que fora conferida ao Código de Processo Penal
88 Segundo Alexy, são seis os referenciais para a justificação externa: (1) estatuto; (2) dogmática; (3) precedente; (4) razão; (5) fatos; e (6) formas especiais de argumentos jurídicos. Cfr. ALEXY, Robert, Teoría..., op. cit., pp. 225 e 262.89 Cfr. GOMES FILHO, Antônio Magalhães, A motivação..., op. cit., p. 198.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 316 15/03/2012 02:25:37 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 317
x o y, o, aun, la utilización del método hermenéutico en detrimento
de otros igualmente posibles. De igual modo, tienen espacio reser-
vado las formas especiales de argumentos jurídicos, tales como el
analógico, el “a contrariu sensu”, el “a fortiori” y el “ad absurdum”.88
En la tónica de este trabajo, tales herramientas viabilizan la tarea de
convencimiento de los destinatarios de la decisión.
5. Motivación implícita, per relationem y por formularios
En el último punto de este tema, se optó por la unión de tres espe-
cies de motivación que, aunque bastante utilizadas por los tribuna-
les, carecen de mayor cautela en la respectiva aplicación, a saber: la
motivación implícita, la motivación por remisión y la motivación por
formularios o modelos.
En la motivación implícita, se deduce que alguna tesis se refutó
por el juicio, en virtud de la adopción de otra que la inviabiliza,
aunque tal afirmación no se explicite en la decisión. Si bien no
deseable bajo el aspecto de la integridad del análisis, se advier-
te de espacios lógicamente aceptables, siempre que obedezcan los
límites tácitos fijados por las propias elecciones anteriores.89 Es dife-
rente, por lo tanto, de la simple omisión.
A propósito, el Tribunal Constitucional de Portugal ya aisló la inter-
pretación que le había sido conferida al Código de Proceso Penal
88 Segun Alexy, son seis los referenciales para la justificación externa: (1) estatuto; (2) dogmática; (3) precedente; (4) razón; (5) factos; y (6) formas especiales de argumen-tos jurídicos. Cfr. ALEXY, Robert, Teoría..., op. cit., pp. 225 y 262.89 Cfr. GOMES FILHO, Antônio Magalhães, A motivação..., op. cit., p. 198.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 317 15/03/2012 02:25:37 p.m.
318 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
daquele país por Tribunal local, que havia reputado desnecessária a
discriminação dos fatos provados e não provados, mesmo em sede
recursal. Do contrário, abrir-se-ia “porta às indesejáveis tentativas
de advinhação”:
(...) ainda antes da operação de subsunção dos factos ao direito,
o Juiz está ainda obrigado a explicitar o exame crítico das provas
que serviram para formar a convicção do tribunal. (...)
Logicamente, a falta de enumeração dos factos provados e não
provados compromete seriamente e retira qualquer valor à mera
opera ção de indicação e exame crítico das provas. (...)
Esta inaptidão impede o controlo da legalidade desta decisão,
não permite convencer os interessados e os cidadãos em geral
acerca da sua correcção e justiça e não obriga o seu autor a
ponderar os seus pressupostos de facto, falhando como meio
de autocontrolo (...) viola inequivocamente a exigência
constitucional da fundamentação das decisões judiciais, na
medida em que abre a porta às indesejáveis tentativas de
‘advinhação’ dos fundamentos de facto da decisão por parte
dos respectivos destinatários.90
A motivação per relationem, por sua vez, ocorre quando outras
razões de decidir, seja de processo, ou mesmo de instância
90 TRIBUNAL CONSTITUCIONAL, Acórdão nº 408/2007, 2a. Seção. Rel. Conselheiro João Cura Mariano, Portugal, 11.jul.2007.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 318 15/03/2012 02:25:37 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 319
de ese país por el Tribunal local, que había considerado innecesaria
la discriminación de los hechos probados y no probados, aun con
sede en recursos. De lo contrario, se abriría la “puerta a las indesea-
bles tentativas de adivinación”:
(...) aun antes de la operación de subsunción de los hechos al
Derecho, el Juez está además obligado a explicitar el examen
crítico de las pruebas que sirvieron para formar la convicción del
tribunal. (...)
Lógicamente, la falta de enumeración de los hechos probados y
no probados compromete seriamente y retira cualquier valor a la
simple opera ción de elección y examen crítico de las pruebas. (...)
Esta ineptitud impide el control de la legalidad de esta decisión,
no permite convencer a los interesados y a los ciudadanos en
general sobre su corrección y justicia y no obliga a su autor a
ponderar sus presupuestos de facto, fallando como medio de
autocontrol (...) viola inequívocamente la exigencia consti-
tucional de la fundamentación de las decisiones judiciales, en la
medida en que abre la puerta a las indeseables tentativas de
‘adivinación’ de los fundamentos de facto de la decisión por
parte de los respectivos destinatarios.90
La motivación per relationem, a su vez, ocurre cuando otras ra-
zones de decidir, ya sean de proceso, o aún de diversa índole, se
90 TRIBUNAL CONSTITUCIONAL, Acórdão nº 408/2007, 2a. Seção. Rel. Conselheiro João Cura Mariano, Portugal, 11.jul.2007.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 319 15/03/2012 02:25:37 p.m.
320 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
diversa, são incorporadas e simplesmente replicadas como
fundamento −pareceres ministeriais também se inserem nesta
classificação. Os Magistrados devem ter parcimônia com este
método, pois é possível que haja elementos supervenientes a
alterar a posição anterior, além de peculiaridades que revelem
a impropriedade do paradigma invocado.
Razão pela qual à remissão corresponde o ônus da confirmação
do nexo de objeto e da plena identidade de conteúdo, a fim de elidir
uma fundamentação autônoma. Sem embargo de ser regularmente
aceita, como ilustra a jurisprudência constitucional do Brasil,91 não
é lícito que a prática descambe para o mero reenvio, também
conhecido pela lacônica expressão “mantida por seus próprios
fundamentos”, em violação ao dever de motivar.
Finalmente, nas hipóteses em que a controvérsia é unicamente
de matéria de direito, reiteradas vezes apreciadas, as decisões
modelo ou de formulários podem ser adotadas, sem violação
à tutela jurisdicional efetiva. No particular, uma vez mais, os casos
devem manter similitude total pois, como afirmou o Tribunal
Constitucional Espanhol “peticiones idénticas pueden recibir
respuestas idénticas sin que la reiteración en la fundamentación
suponga ausencia de ésta, debiendo analizarse el caso concreto
91 “Vale registrar, por necessário, que se reveste de plena legitimidade jurídico-constitucional a adoção (...) da técnica da motivação ‘per relationem’ (...) Com efeito, o Supremo Tribunal Federal, pronunciando-se a propósito da técnica da motivação por referência ou por remissão, reconheceu-a compatível com o que dispõe o art. 93, inciso IX, da Constituição da República [obrigação de motivar], como resulta de diversos precedentes firmados (...)” SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, HC nº 102.732/DF , Rel. Min. Marco Aurélio, Brasil, DJ de 07.05.2010.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 320 15/03/2012 02:25:37 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 321
incorporan y simplemente se replican como fundamento −los pare-
ceres ministeriales también encajan en esta clasificación. Los Ma-
gistrados deben tener parsimonia con este método, pues es posible
que haya elementos supervenientes que alteren la posición anterior,
además de peculiaridades que revelen lo impropio del paradigma
invocado.
Por esta razón a la remisión corresponde la sobrecarga de la con-
firmación del nexo de objeto y de la plena identidad de contenido,
a fin de eludir una fundamentación autónoma. Sin embargo, por ser
regularmente aceptada, como ilustra la jurisprudencia constitu-
cional de Brasil,91 no es lícito que la práctica tienda al simple reenvío,
también conocido por la expresión sucinta “mantenida por sus
propios fundamentos”, en violación al deber de motivar.
Finalmente, en las hipótesis en que la controversia es única-
mente materia de Derecho, apreciadas reiteradas veces, pueden
adoptarse decisiones modelo o de formularios, sin violación a la
tutela jurisdiccional efectiva. Particularmente, una vez más, los
casos deben mantener semejanza total pues, como afirmó el Tribu-
nal Constitucional Español las “peticiones idénticas pueden recibir
respuestas idénticas sin que la reiteración en la fundamentación
suponga ausencia de ésta, debiendo analizarse el caso concreto
91 “Cabe registrar, necesariamente, que se reviste de plena legitimidad jurídico-constitu-cional la adopción (...) de la técnica de la motivación ‘per relationem’ (...) con efecto, el Supremo Tribunal Federal, pronunciándose a propósito de la técnica de la motivación por referencia o por remisión, la reconoció compatible con lo que dispone el art. 93, inciso IX, de la Constitución de la República [obligación de motivar], como resulta de diversos prece-dentes firmados (...)” SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, HC nº 102.732/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, Brasil, DJ de 07.05.2010.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 321 15/03/2012 02:25:37 p.m.
322 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
para determinar la suficiencia de la respuesta ofrecida”.92 Em 2006,
inclusive, o ordenamento processual brasileiro estabeleceu
dispositivo com autorização neste sentido, para casos idênticos,
conhecidas como “ações repetitivas”.93
Conclui-se, assim, que as três técnicas representam atenuação
para o dever de motivar de sua concepção tradicional e desejada,
em vista da dinâmica da atuação judicial e da tempestividade
dos processos, cuja validade, porém, circunscreve-se a específicas
situações, sob pena de nulidade.
92 STC nº 223/2003. Recurso de Amparo nº 2.581/2001, España, B.O.E de 20.04.2004.93 Art. 285-A do Código de Processo Civil, com a redação dada pela Lei nº 11.277/2006: “Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.”
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 322 15/03/2012 02:25:37 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 323
para determinar la suficiencia de la respuesta ofrecida”.92 En 2006,
incluso, el ordenamiento procesal brasileño estableció un disposi-
tivo con autorización en este sentido, para casos idénticos, conocidos
como “acciones repetitivas”.93
Se concluye, así, que las tres técnicas representan atenuación
para el deber de motivar de su concepción tradicional y deseada, en
vista de la dinámica de la actuación judicial y de la tempestividad
de los procesos, cuya validez, sin embargo, se circunscribe a situa-
ciones específicas, bajo pena de nulidad.
92 STC nº 223/2003. Recurso de Amparo nº 2.581/2001, España, B.O.E de 20.04.2004.93 Art. 285-A del Código de Proceso Civil, con la redacción dada por la Ley nº 11.277/2006: “Cuando la materia controvertida sea únicamente de Derecho y en el juicio ya hubiera sido proferida sentencia de total improcedencia en otros casos idénticos, podrá dispen-sarse la citación y proferida sentencia, reproduciéndose el contenido de la anteriormente promulgada.”
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 323 15/03/2012 02:25:37 p.m.
324
CaPítulo Vi
Considerações finais
Assim como é próprio de toda a atividade humana, a sociedade não
pode esperar a perfeição do ofício exercido pelos Juízes, na condição
de meros mortais que buscam construir razões.94 A expectativa de
todos os jurisdicionados, no entanto, é que a magistratura possa
atuar legitimamente, em conformidade com as regras estabelecidas,
mediante a garantia de uma apreciação de litígios independente,
imparcial e, acima de tudo, justa.
Neste desiderato, como visto, o princípio da motivação
–binômio dever/direito– desempenha papel central. Ao ter que
enunciar a individualização das normas aplicáveis, a análise fática e
a qualificação jurídica decorrente, o membro do Poder Judiciário
encontra uma contenção à sua atividade racional, da qual deve
94 Cfr. SUMMERS, Robert Samuel, “Two types...”, op. cit., p. 710.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 324 15/03/2012 02:25:37 p.m.
325
CaPítulo Vi
Consideraciones finales
Así como es propio de toda la actividad humana, la sociedad
no puede esperar la perfección del oficio ejercido por los Jueces, en
su condición de simples mortales que buscan construir razones.94
La expectativa de todos a los que se aplica la jurisdicción, sin
embargo, es que la magistratura pueda actuar legítimamente,
en conformidad con las normas establecidas, mediante la garantía
de una apreciación, de litigios, independiente, imparcial y, sobre
todo, justa.
En este desiderátum, como se vio, el principio de la motivación
−binomio deber/Derecho− desempeña un papel central. Al tener
que enunciar la individualización de las normas aplicables, el análi-
sis fático y la cualificación jurídica correspondiente, el miembro del
Poder Judicial encuentra una contención a su actividad racional, de
94 Cfr. SUMMERS, Robert Samuel, “Two types...”, op. cit., p. 710.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 325 15/03/2012 02:25:37 p.m.
326 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
prestar contas não apenas às partes do processo, mas também a
toda a comunidade. Em respeito, ao final, à própria soberania
popular.
O cenário atual nas democracias constitucionais, marcado
pela consagração dos direitos fundamentais e pela posição
cada vez mais destacada dos Juízes, intensifica a demanda e a
responsabilidade por decisões que sejam aceitáveis e controláveis.
Não por outra razão, a idéia de participação e de assentimento
corporifica esta nova fase, em que a força estatal, apesar de ainda
fundada na autoridade, alia-se, também, ao uso da justificação
racional. Ainda mais quando as cláusulas gerais e os princípios
constitucionais são caracterizados pela semântica aberta.
O consequente novo modelo de Juiz deve ser trabalhado,
dessa maneira, nas escolas de formação e aperfeiçoamento da
magistratura,95 priorizando-se a relevância de uma boa motivação
como virtude em contínuo desenvolvimento. Tal processo vem
a reforçar a proteção da confiança que os cidadãos depositam no
Poder Judiciário, expressando dimensão da segurança jurídica,
subprincípio concretizador do Estado de Direito.96
Por derradeiro, retomando-se a idéia inicial do protagonista que
precisa convencer ao seu público, vale a referência às palavras de
Maximiliano que, em texto cuja primeira edição data do ano 1924,
95 Cfr. CARBONELL, Miguel, “Los guardianes...”, op. cit., p. 35.96 Cfr. CANOTILHO, José Joaquim Gomes, Direito..., op. cit., p. 257.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 326 15/03/2012 02:25:37 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 327
la cual debe prestar cuentas no solo a las partes del proceso, sino
también a toda la comunidad. Respetando, al final, a la propia sobe-
ranía popular.
El escenario actual en las democracias constitucionales, marca-
do por la consagración de los Derechos fundamentales y por la po-
sición cada vez más destacada de los Jueces, intensifica la demanda
y la responsabilidad por decisiones que sean aceptables y contro-
lables. No por otra razón, la idea de participación y de asentimiento
corporeiza esta nueva fase, en la que la fuerza estatal, a pesar de
aun fundada en la autoridad, se alía, también, al uso de la justifi-
cación racional. Aún más cuando las cláusulas generales y los prin-
cipios constitucionales se caracterizan por la semántica abierta.
El consecuente nuevo modelo de Juez debe trabajarse, de esa
manera, en las escuelas de formación y perfeccionamiento de
la magistratura,95 dándole prioridad a la relevancia de una buena
motivación como virtud en continuo desarrollo. Tal proceso refuer-
za la protección de la confianza que los ciudadanos depositan en
el Poder Judicial, expresando dimensión de la seguridad jurídica, sub
principio realizador del Estado de Derecho.96
Finalmente, retomando la idea inicial del protagonista que nece-
sita convencer a su público, cabe mencionar las palabras de Maxi-
miliano que, en un texto cuya primera edición data del año 1924,
95 Cfr. CARBONELL, Miguel, “Los guardianes...”, op. cit., p. 35.96 Cfr. CANOTILHO, José Joaquim Gomes, Direito..., op. cit., p. 257.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 327 15/03/2012 02:25:37 p.m.
328 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
também já fazia alusão ao elementos da representação teatral para
analisar a atividade da magistratura. Confira-se, por total pertinência
e atualidade:
Existe entre o legislador e o Juiz a mesma relação que entre
o dramaturgo e o ator. Deve atender às palavras da peça e
inspirar-se no seu conteúdo; porém, se é verdadeiro artista, não
se limita a uma reprodução pálida e servil: dá vida ao papel,
encarna de modo particular a personagem, imprime um traço
pessoal à representação, empresta às cenas um certo colorido,
variações de matiz quase imperceptíveis; e de tudo faz
ressaltarem aos olhos dos espectadores maravilhados belezas
inesperadas, imprevistas. Assim o Magistrado: não procede
como insensível e frio aplicador mecânico de dispositivos;
porém como órgão de aperfeiçoamento destes, intermediário
entre a letra morta dos Códigos e a vida real, apto a plasmar,
com a matéria-prima da lei, uma obra de elegância moral e útil
à sociedade. Não o considerem autômato; e, sim, árbitro da
adaptação dos textos às espécies ocorrentes.97
Que os Juízes possam, pois, conferir vida aos textos legais,
atuando de forma transparente nos palcos iluminados pelo princípio
da motivação, inegável imperativo ético e legitimador, a fim de
obter a satisfação e a compreensão de todos os múltiplos
interessados.
97 MAXIMILIANO, Carlos, Hermenêutica e aplicação do direito, 19a. ed., Forense, Rio de Janeiro, 2006 (1924) , pp. 49-50.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 328 15/03/2012 02:25:37 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 329
también ya aludía a elementos de la representación teatral para
analizar la actividad de la magistratura. Confróntese, por total per-
tinencia y actualidad:
Existe entre el legislador y el Juez la misma relación que entre el
dramaturgo y el actor. Debe atender a las palabras de la pieza
e inspirarse en su contenido; sin embargo, si es un verdadero
artista, no se limita a una reproducción pálida y servil: le da vida
al papel, encarna de modo particular el personaje, imprime un
rasgo personal a la representación, le da a las escenas un cierto
colorido, variaciones de matiz casi imperceptibles; y de todo hace
resaltar ante los ojos de los espectadores maravillados belle-
zas inesperadas, imprevistas. Así el Magistrado: no procede como
insensible y frio aplicador mecá nico de dispositivos; sin embargo
como órgano de perfeccionamiento de estos, intermediario entre
la letra muerta de los Códigos y la vida real, apto para plasmar,
con la materia prima de la ley, una obra de elegancia moral y útil
a la sociedad. No lo consideren autómata; y, si, árbitro de la
adaptación de los textos a las especies ocurrentes.97
Que los Jueces puedan, pues, conceder vida a los textos legales,
actuando de forma transparente en los palcos iluminados por el
principio de la motivación, innegable imperativo ético y legitimador,
a fin de obtener la satisfacción y la comprensión de todos los múlti-
ples interesados.
97 MAXIMILIANO, Carlos, Hermenêutica e aplicação do direito, 19a. ed., Forense, Rio de Janeiro, 2006 (1924), pp. 49-50.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 329 15/03/2012 02:25:37 p.m.
330
referênCias bibliográfiCas
ALEXY, Robert, Teoria da Argumentação Jurídica, trad. de Zilda
Hutchinson Schild Silva, Landy, São Paulo, 2001.
, Teoria dos Direitos Fundamentais, trad. de Virgílio
Afonso da Silva, Malheiros, São Paulo, 2008.
ATALIBA, Geraldo, República e Constituição, 2a. edição, 4a. tiragem,
Malheiros, São Paulo, 2007.
ATIENZA, Manuel, Derecho y Argumentación, Serie de Teoria Jurídica
y Filosofia del Derecho, n. 6, Bogotá : Universidad Externado de
Colômbia, 1997.
, FERRAJOLI, Luigi, Jurisdicción y argumentación en el
Estado constitucional de derecho, UNAM, México, 2005.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 330 15/03/2012 02:25:37 p.m.
331
referenCias bibliográfiCas
ALEXY, Robert, Teoria da Argumentação Jurídica, trad. de Zilda
Hutchinson Schild Silva, Landy, São Paulo, 2001.
, Teoria dos Direitos Fundamentais, trad. de Virgílio
Afonso da Silva, Malheiros, São Paulo, 2008.
ATALIBA, Geraldo, República e Constituição, 2a. edição, 4a. tiragem,
Malheiros, São Paulo, 2007.
ATIENZA, Manuel, Derecho y Argumentación, Serie de Teoría Jurídica y
Filosofía del Derecho, n. 6. Universidad Externado de Colombia,
Bogotá, 1997.
, FERRAJOLI, Luigi, Jurisdicción y argumentación en el
Estado constitucional de derecho, UNAM, México, 2005.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 331 15/03/2012 02:25:37 p.m.
332 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
, VIGO, Rodolfo Luis, Código Ibero-americano de Ética
Judicial, trad. de Rosa Maria CJF, Brasília, CJF, 2008.
BARROSO, Luis Roberto, Judicialização, Ativismo Judicial e Legitimidade
Democrática. Disponível em < http://www.lrbarroso.com.br/pt/
noticias/constituicao_democracia_e_supremacia_judicial_
11032010.pdf>. Acesso em: 07.ago.2010.
BOBBIO, Norberto, Teoria geral da política : a filosofia política e as lições
dos clássicos, 8a. tiragem, trad. de Daniela Beccaccia Versiani,
Campus, Rio de Janeiro, 2003.
, O Futuro da Democracia, 11a. edição, trad. de Marco
Aurélio Nogueira, Paz e Terra, São Paulo, 2009.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes, Direito Constitucional e Teoria da
Constituição, 7a. edição, 7a. reimpressão, Almedina, Coimbra,
2003.
, Estudos sobre Direitos Fundamentais, 2a. edição,
Coimbra Editora, Coimbra, , 2008.
CAPPELLETTI, Mauro, “Problemas de reforma do processo civil nas
sociedades contemporâneas”, Revista de Processo, Ano XVII, n. 17,
trad. de José Carlos Barbosa Moreira, Revista dos Tribunais,
São Paulo, Janeiro a março de 1992.
, Juízes Legisladores? Trad. de Carlos Alberto Álvaro
de Olivera, Fabris, Porto Alegre, 1993.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 332 15/03/2012 02:25:37 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 333
, VIGO, Rodolfo Luis, Código Ibero-americano de Ética
Judicial, trad. de Rosa Maria Severino, CJF, Brasília, 2008.
BARROSO, Luis Roberto, Judicialização, Ativismo Judicial e Legitimidade
Democrática. Disponible en < http://www.lrbarroso.com.br/pt/
noticias/constituicao_democracia_e_supremacia_judicial_
11032010.pdf>. Consultado el: 07.ago.2010.
BOBBIO, Norberto, Teoria geral da política : a filosofia política e as lições
dos clássicos, 8o. tiragem, trad. de Daniela Beccaccia Versiani,
Campus, Rio de Janeiro, 2003.
, O Futuro da Democracia, 11a. edição, trad. de Marco
Aurélio Nogueira, Paz e Terra, São Paulo, 2009.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes, Direito Constitucional e Teoria da
Constituição, 7a. edição, 7a. reimpressão, Almedina, Coimbra
2003.
, Estudos sobre Direitos Fundamentais, 2a. edição,
Coimbra Editora, Coimbra, 2008.
CAPPELLETTI, Mauro, “Problemas de reforma do processo civil nas
sociedades contemporâneas”, Revista de Processo, Ano XVII. n. 17,
trad. de José Carlos Barbosa Moreira, Revista dos Tribunais,
São Paulo, Janeiro a março de 1992.
, Juízes Legisladores?, Trad. de Carlos Alberto Álvaro
de Olivera, Fabris, Porto Alegre, 1993.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 333 15/03/2012 02:25:37 p.m.
334 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
, TALLON, Denis, Fundamental Guarantees of the
Parties in Civil Litigation, Giuffrè, Milano, 1973.
CARBONELL, Miguel, “Los guardianes de las promesas. Poder
Judicial y democracia en México”, Revista Iberoamericana de
Derecho Processual Constitucional, Volume II, México : Porrua.
Julho-dezembro de 2004.
CARNEIRO, Athos de Gusmão, “Sentença mal fundamentada e
sentença não fundamentada”, Revista de Processo, Ano XXI,
n. 81, Revista dos Tribunais, São Paulo, Janeiro-março de 1996.
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel;
GRINOVER, Ada Pellegrini, Teoria Geral do Processo, 16a. edição,
Malheiros, São Paulo, 2000.
COMOGLIO, Luigi Paolo; FERRI, Corrado; TARUFFO, Michele,
Lezione Sul Processo Civile, 2a. edição, Il Mulino, Bologna, 1998.
, “Garanzie minime de ‘giusto processo’ civile negli
ordinamenti ispano-latinoamericani”, Revista de Processo, Ano
XXVIII, n. 112, Revista dos Tribunais, São Paulo, Outubro-
dezembro de 2003.
COSTA RICA. Corte Interamericana De Direitos Humanos. Caso
Apitz Barbera y otros (“Corte Primera de lo Contencioso Administrativo”)
vs. Venezuela. Sentença de 5 de agosto de 2008. Disponível em
<http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_182_
esp.doc>. Acesso em 31.jul.2010.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 334 15/03/2012 02:25:37 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 335
, TALLON, Denis, Fundamental Guarantees of the
Parties in Civil Litigation, Giuffrè, Milano, 1973.
CARBONELL, Miguel, “Los guardianes de las promesas. Poder
Judicial y democracia en México”, Revista Iberoamericana de Dere-
cho Procesal Constitucional, Volumen II, julio-diciembre, Porrúa,
México, 2004.
CARNEIRO, Athos de Gusmão, “Sentença mal fundamentada e
sentença não fundamentada”, Revista de Processon Ano XXI,
n. 81, Revista dos Tribunais, São Paulo, Janeiro-março de 1996.
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel;
GRINOVER, Ada Pellegrini, Teoria Geral do Processo, 16a. edição,
Malheiros, São Paulo, 2000.
COMOGLIO, Luigi Paolo; FERRI, Corrado; TARUFFO, Michele,
Lezione Sul Processo Civile, 2a. Edição, Il Mulino, Bologna,1998.
, “Garanzie minime de ‘giusto processo’ civile negli
ordinamenti ispano-latinoamericani”, Revista de Processo, Ano
XXVIII, n. 112, Revista dos Tribunais, São Paulo, Outubro-
dezembro de 2003.
COSTA RICA. Corte Interamericana De Direitos Humanos. Caso
Apitz Barbera y otros (“Corte Primera de lo Contencioso Administrativo”)
vs. Venezuela. Sentença de 5 de agosto de 2008. Disponible en
<http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_182_
esp.doc>. Consultado el 31.jul.2010.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 335 15/03/2012 02:25:37 p.m.
336 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
DINAMARCO, Cândido Rangel, A instrumentalidade do Processo,
10a. edição, Malheiros, São Paulo, 2002.
DWORKIN, Ronald, Law’s Empire, Belknap, Cambridge, 1986.
, Levando os direitos a sério, 3a. edição, trad. de Nelson
Boeira, Martins Fontes, São Paulo, 2010.
FERRAJOLI, Luigi. Garantismo: Debate entre el Derecho y la Democracia.
Trad.de Andrea Greppi, Trotta, Madrid, 2006.
, “Pasado y futuro del Estado de Derecho”, trad. de
Pilar Allegue, em: CARBONELL, Miguel (org). Neoconstitucio na-
lismo(s). 4a. edição, Trotta, Madrid, 2009.
FIGUEIREDO, Lúcia Valle. “Estado de Direito e Devido Processo
Legal” em: Revista Trimestral de Direito Público, n. 15, Malheiros, São
Paulo, 1996.
FIX-ZAMUDIO, Hector. Constitución y Proceso Civil en Latinoamerica.
Estudios Comparativos. Derecho Latinoamericano, Serie D. n. 5,
UNAM, México, 1974.
GARCÍA DE ENTERRÍA, Eduardo, Democracia, Jueces y Control de la
Administracion, 5a. edição, Madrid, Civitas, 2005.
GOMES FILHO, Antônio Magalhães, A motivação das decisões penais.
3a. edição, Revista dos Tribunais, São Paulo, 2001.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 336 15/03/2012 02:25:37 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 337
DINAMARCO, Cândido Rangel, A instrumentalidade do Processo,
10a. edição, Malheiros, São Paulo, 2002.
DWORKIN, Ronald, Law’s Empire, Belknap, Cambridge, 1986.
, Levando os direitos a sério, 3a. edição, trad. de Nelson
Boeira, Martins Fontes, São Paulo, 2010.
FERRAJOLI, Luigi, Garantismo: Debate entre el Derecho y la Democracia,
Trad.de Andrea Greppi, Trotta, Madrid, 2006.
, “Pasado y futuro del Estado de Derecho”, trad. de
Pilar Allegue, en: CARBONELL, Miguel (org). Neoconstituciona-
lismo(s), 4a. edição, Trotta, Madrid, 2009.
FIGUEIREDO, Lúcia Valle, “Estado de Direito e Devido Processo
Legal” en: Revista Trimestral de Direito Público, n. 15, Malheiros,
São Paulo,1996.
FIX-ZAMUDIO, Héctor, Constitución y Proceso Civil en Latinoamérica.
Estudios Comparativos. Derecho Latinoamericano, Serie D, n. 5,
UNAM, México, 1974.
GARCÍA DE ENTERRÍA, Eduardo, Democracia, Jueces y Control de la
Administracion, 5a. edição, Madrid, Civitas, 2005.
GOMES FILHO, Antônio Magalhães, A motivação das decisões penais,
3a. edição, Revista dos Tribunais, São Paulo, 2001.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 337 15/03/2012 02:25:37 p.m.
338 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
GORDILLO, Agustín, Tratado de Derecho Administrativo, Tomo I,
Parte General, 7a. edición, Del Rey, Belo Horizonte, 2003.
GRECO, Leonardo, “Garantias fundamentais do processo: o
processo justo”. Revista Jurídica. Volume LI, n. 305, Editora
Notadez, Porto Alegre, Março de 2003, pp. 61-99.
GRIMM. Dieter, Constituição e Política, trad. de Geraldo de Carvalho,
Del Rey, Belo Horizonte, 2006.
GRINOVER, Ada Pellegrini, “Controle do raciocínio judicial pelos
Tribunais Superiores brasileiros”, Revista da AJURIS, Ano XVII,
n. 50, Porto Alegre, Novembro de 1990.
HABERMAS, Jurgën, Direito e Democracia: entre faticidade e validade,
Volume I, 2a. edição, trad. de Flávio Bueno Siebeneichler,
Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 2003.
HERNÁNDEZ, Ignácio Colomer, La motivación de las sentencias: sus
exigencias constitucionales e legales. 1ª edição, Tirant Lo Blanch,
Valencia, 2003.
HESSE, Konrad, A Força normativa da Constituição, trad. de Gilmar
Ferreira Mendes, Fabris, Porto Alegre, 1991.
IBAÑEZ, Perfecto Andrés; ALEXY, Robert, Jueces y Ponderación
Argumentativa, UNAM, México, 2006.
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz, Curso de
Processo Civil: Processo de Conhecimento, Volme II, 6a. edição, Revista
dos Tribunais, São Paulo, 2007.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 338 15/03/2012 02:25:37 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 339
GORDILLO, Agustín, Tratado de Derecho Administrativo, Tomo I, Parte
General, 7a. ed., Del Rey, Belo Horizonte, 2003.
GRECO, Leonardo, “Garantias fundamentais do processo: o pro-
cesso justo”, Revista Jurídica, Volume LI, n. 305, Editora Notadez,
Porto Alegre, Março de 2003.
GRIMM, Dieter, Constituição e Política, trad. de Geraldo de Carvalho,
Del Rey, Belo Horizonte, 2006.
GRINOVER, Ada Pellegrini, “Controle do raciocínio judicial pelos
Tribunais Superiores brasileiros”, Revista da AJURIS, Ano XVII,
n. 50, Porto Alegre, Novembro de 1990.
HABERMAS, Jurgën, Direito e Democracia: entre faticidade e validade,
Volume I, 2a. edição, trad. de Flávio Bueno Siebeneichler, Tempo
Brasileiro, Rio de Janeiro, 2003.
HERNÁNDEZ, Ignacio Colomer, La motivación de las sentencias: sus
exigencias constitucionales y legales, 1a. edição, Valencia : Tirant Lo
Blanch, 2003.
HESSE, Konrad, A Força normativa da Constituição, trad. de Gilmar
Ferreira Mendes, Fabris, Porto Alegre, 1991.
IBAÑEZ, Perfecto Andrés; ALEXY, Robert, Jueces y Ponderación Argu-
mentativa, UNAM, México, 2006.
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz, Curso de
Processo Civil: Processo de Conhecimento, Volme II, 6a. edição,
Revista dos Tribunais, São Paulo, 2007.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 339 15/03/2012 02:25:38 p.m.
340 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
MAXIMILIANO, Carlos, Hermenêutica e aplicação do direito, 19a. ed.,
Forense, Rio de Janeiro, 2006.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de, Discricionariedade e Controle
Jurisdicional, 2a. edição, 9a. tiragem, Malheiros, São Paulo, 2008.
MOREIRA, José Carlos Barbosa, “A motivação das decisões judiciais
como garantia inerente ao Estado de Direito”, Revista da Faculdade
de Direito da UFPR, Volume especial n. 19. Curitiba. 1979-1980.
Disponível em <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/
article/view/8836/6146> . Acesso em 01.ago.2010
LARENZ, Karl, A metodologia da ciência do direito, 3a. edição, trad. de
José Lamego, Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1997.
LIEBMAN, Enrico Tullio, “Do arbítrio à razão: reflexões sobre a
motivação”, Revista de Processo. Ano VIII, n. 29, Revista dos
Tribunais, São Paulo, Janeiro-Março de 1983.
LUHMANN, Niklas, Legitimação pelo procedimento, trad. de Maria da
Conceição Côrte-Real, UnB, Brasília, 1980
PERELMAN, Chaïm, Ética e Direito, trad. de Maria Ermantina Galvão,
Martins Fontes, São Paulo, 2002.
PORTUGAL, Tribunal Constitucional, Acórdão nº 408/2007, Processo
268/2007, 2a. Seção, Rel. Conselheiro João Cura Mariano,
11.jul.2007. Disponível em < http://www.tribunalconstitucional.
pt/tc/acordaos/20070408.html> Acesso em 28.ago.2010.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 340 15/03/2012 02:25:38 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 341
MAXIMILIANO, Carlos, Hermenêutica e aplicação do direito, 19a. ed.,
Forense, Rio de Janeiro, 2006.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de, Discricionariedade e Controle Juris-
dicional, 2a. edição, 9a. tiragem, Malheiros, São Paulo, 2008.
MOREIRA, José Carlos Barbosa, “A motivação das decisões judiciais
como garantia inerente ao Estado de Direito”, Revista da Faculdade
de Direito da UFPR, Volume especial n. 19, Curitiba. 1979-1980.
Disponible en <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/
article/view/8836/6146> . Consultado el 01.ago.2010
LARENZ, Karl, A metodologia da ciência do direito, 3a. edição, trad. de
José Lamego, Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1997.
LIEBMAN, Enrico Tullio, “Do arbítrio à razão: reflexões sobre a
motivação”, Revista de Processo, Ano VIII, n. 29, Revista dos
Tribunais, São Paulo, Janeiro-Março de 1983.
LUHMANN, Niklas, Legitimação pelo procedimento, trad. de Maria
da Conceição Côrte-Real, UnB, Brasília, 1980.
PERELMAN, Chaïm, Ética e Direito, trad. de Maria Ermantina Galvão,
Martins Fontes, São Paulo, 2002.
PORTUGAL, Tribunal Constitucional, Acórdão nº 408/2007, Processo
268/2007, 2a. Seção, Rel. Conselheiro João Cura Mariano,
11.jul.2007. Disponible en < http://www.tribunalconstitucional.
pt/tc/acordaos/20070408.html> Consultado el 28.ago.2010.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 341 15/03/2012 02:25:38 p.m.
342 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
SAGÜÉS, Néstor Pedro, “El desarrollo del Derecho Procesal
Constitucional: logros y obstáculos”, Revista Iberoamericana de
Derecho Procesal Constitucional, Volume II, Porrua, México,Julho-
dezembro de 2004.
SANCHÍS, Luis Pietro, “Neoconstitucionalismo y ponderación
judicial” em: CARBONELL, Miguel (org). Neoconstitucionalismo(s).
4a. edição, Trotta, Madrid, 2009.
SEGADO, Francisco Fernández, La justicia constitucional ante el siglo
XXI. La progressiva convergencia de los sistemas americano y europeo-
kelseniano, UNAM, México, 2004.
SUMMERS, Robert Samuel, “Two types of substantive reasons: the
core of a theory in common law justification”, Cornell Law Review.
Vol. 63, n. 5. 1978, p. 707-788. Disponível em <http://library2.
lawschool.cornell.edu/hein/Summers%20Robert%2063
%20Cornell%20L.%20Rev.%20707%20%281978%29.pdf>
Acesso em: 7.ago.2010.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, Recurso Especial nº 18.731/PR.
4º Turma. Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, Brasil, Diário da Justiça
de 30.mar.1992. Disponível em < http://www.stj.jus.br/SCON/
jurisprudencia/doc.jsp?processo=18731&&b=ACOR&p=true&t
=&l=10&i=8>. Acesso em 18.jul.2010.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, Mandado de Segurança nº 24.268/
MG. Rel. p/ acórdão Min. Gilmar Mendes, Brasil, Diário da Justiça
de 09.jun.2006. Disponível em < http://www.stf.jus.br/portal/
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 342 15/03/2012 02:25:38 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 343
SAGÜÉS, Néstor Pedro, “El desarrollo del Derecho Procesal Consti-
tucional: logros y obstáculos”, Revista Iberoamericana de Derecho
Procesal Constitucional, Volumen II, Porrua, México, julio-diciembre
de 2004.
SANCHÍS, Luis Pietro, “Neoconstitucionalismo y ponderación
judicial” en CARBONELL, Miguel (org). Neoconstitucionalismo(s),
4a. edição, Trotta, Madrid, 2009.
SEGADO, Francisco Fernández, La justicia constitucional ante el siglo
XXI. La progresiva convergencia de los sistemas americano y europeo-
kelseniano, UNAM, México, 2004.
SUMMERS, Robert Samuel, “Two types of substantive reasons: the
core of a theory in common law justification”, Cornell Law Review,
Vol. 63, n. 5, 1978, pp. 707-788. Disponible en <http://library2.
lawschool.cornell.edu/hein/Summers%20Robert%2063
%20Cornell%20L.%20Rev.%20707%20%281978%29.pdf>
Consul tado el: 7.ago.2010.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Recurso Especial nº 18.731/PR.
4º Turma. Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, Brasil, Diário da Justiça
de 30.mar.1992. Disponible en < http://www.stj.jus.br/SCON/
jurisprudencia/ doc.jsp?processo=18731&&b=ACOR&p=true&t
=&l=10&i=8>. Consultado el 18.jul.2010.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, Mandado de Segurança nº 24.268/
MG. Rel. p/ acórdão Min. Gilmar Mendes, Brasil, Diário da Justiça
de 09.jun.2006. Disponible en < http://www.stf.jus.br/portal/
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 343 15/03/2012 02:25:38 p.m.
344 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=2017100>.
Acesso em 31.jul.2010.
, Hábeas Corpus nº 102.732/DF . Rel. Min. Marco
Aurélio, Brasil, Diário da Justiça de 7.mai.2010. Disponível
em <http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=
AC&docID=610602>. Acesso em 22.ago.2010.
TARUFFO, Michele, La motivazione della sentenza civile, CEDAM,
Padova, 1975.
, “Il controllo di razionalità della decisione fra logica,
retórica e dialettica”, Revista de Processo, Ano XXXII, n. 143, Revista
dos Tribunais, São Paulo, Janeiro-Março de 2007.
TRIBUNAL CONSTITUCIONAL. Sentencia nº 24/1990. Recurso de
Amparo no. 2.552 y 2.573/1989, España, Boletín Oficial del
Estado de 02.mar.1990. Disponível em < http://www.boe.es/
aeboe/consultas/bases_datos/doc.php?coleccion=tc&id=
SENTENCIA-1990-0024 >. Acesso em 18.jul.2010.
. Sentença nº 223/2003. Recurso de Amparo no
2.581/2001, España, Boletim Oficial del Estado de 20.jan.2004.
Disponível em <http://www.boe.es/aeboe/consultas/bases_
datos/doc.php?coleccion=tc&id=SENTENCIA-2003-0223>.
Acesso em 22.ago.2010.
TROCKER, Nicolò. Processo Civile e Constituzione, Giuffrè, Milano,
1974.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 344 15/03/2012 02:25:38 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 345
processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=2017100>.
Consultado el 31.jul.2010.
, Hábeas Corpus nº 102.732/DF . Rel. Min. Marco
Aurélio, Brasil, Diário da Justiça de 7.mai.2010. Disponible
en <http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=
AC&docID=610602>. Consultado el 22.ago.2010.
TARUFFO, Michele, La motivazione della sentenza civile, CEDAM,
Padova, 1975.
, “Il controllo di razionalità della decisione fra logica,
retórica e dialettica”, Revista de Processo, Ano XXXII, n. 143, Revista
dos Tribunais, São Paulo, Janeiro-Março de 2007.
TRIBUNAL CONSTITUCIONAL. Sentencia nº 24/1990. Recurso de
Amparo no. 2.552 y 2.573/1989, España, Boletín Oficial del
Estado de 02.mar.1990. Disponible en <http://www.boe.es/
aeboe/consultas/bases_datos/doc.php?coleccion=tc&id=
SENTENCIA-1990-0024 >. Consultado el 18.jul.2010.
, Sentencia nº 223/2003. Recurso de Amparo nº
2.581/2001, España, Boletín Oficial del Estado de 20.jan.2004.
Disponible en <http://www.boe.es/aeboe/consultas/bases_
datos/doc.php?coleccion=tc&id=SENTENCIA-2003-0223>.
Consultado el 22.ago.2010.
TROCKER, Nicolò, Processo Civile e Constituzione, Giuffrè, Milano,
1974.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 345 15/03/2012 02:25:38 p.m.
346 Luzes sobre Têmis: a motivação como imperativo ético e legitimador do Juiz
TUCCI, José Rogério Cruz e, “Ainda sobre a nulidade da sentença
imotivada”, Revista de Processo, Ano XIV, n. 56, Revista dos
Tribunais, São Paulo, Outubro-Dezembro 1989.
UNIÃO EUROPÉIA, Corte Européia de Direitos Humanos, Caso
Hadjianastassiou vs. Grécia. Sentença de 16.dez.1992. Disponível
em <http://cmiskp.echr.coe.int/tkp197/view.asp?item=1&porta
l=hbkm&action=html&highlight=GREECE%20|%20Hadjianst
assiou&sessionid=58625896&skin=hudoc-en>. Acesso em
21.ago.2010.
VIGO, Rodolfo Luis, “Razonamiento Justificatorio Judicial”, Doxa-
Cuadernos de Filosofia del Derecho, n. 21, Biblioteca Virtual Miguel
de Cervantes, Alicante, 1998. Disponível em: < http://www.
cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/235828443225707
40087891/cuaderno21/volII/DOXA21Vo.II_33.pdf>. Acesso
em 1.ago.2010.
ZAGREBELSKY, Gustavo, El Derecho Dúctil. Ley, Derechos, Justicia,
9a. edição, trad. de Marina Gascón, Trotta, Madrid, 2009.
, Principî e voti. La Corte costituzionale e la politica,
Giulio Einaudi Editore, Torino, 2005.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 346 15/03/2012 02:25:38 p.m.
Luces sobre Temis: La motivación como imperativo ético y legitimador del Juez 347
TUCCI, José Rogério Cruz e, “Ainda sobre a nulidade da sentença
imotivada”, Revista de Processo, Ano XIV, n. 56, Revista dos
Tribunais, São Paulo, Outubro-Dezembro 1989.
UNIÃO EUROPÉIA, Corte Européia de Direitos Humanos, Caso
Hadjianastassiou vs. Grécia. Sentença de 16.dez.1992. Disponible
en <http://cmiskp.echr.coe.int/tkp197/view.asp?item=1&portal
=hbkm&action=html&highlight=GREECE%20|%20Hadjians
tassiou&sessionid=58625896&skin=hudoc-en>. Consultado el
21.ago.2010.
VIGO, Rodolfo Luis, “Razonamiento Justificatorio Judicial”, Doxa-
Cuadernos de Filosofia del Derecho, n. 21, Biblioteca Virtual Miguel
de Cervantes, Alicante, 1998. Disponible en: < http://www.
cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/235828443225707
40087891/cuaderno21/volII/DOXA21Vo.II_33.pdf>. Consultado
el 1.ago.2010.
ZAGREBELSKY, Gustavo, El Derecho Dúctil. Ley, Derechos, Justicia,
9a. edição, trad. de Marina Gascón, Trotta, Madrid, 2009.
, Principî e voti. La Corte costituzionale e la politica,
Giulio Einaudi Editore, Torino, 2005.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 347 15/03/2012 02:25:38 p.m.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 348 15/03/2012 02:25:38 p.m.
Esta obra se terminó de imprimir y encua dernar en abril de 2012 en los talleres de Ediciones Corunda, S.A. de C.V., calle Panteón núm. 209, Bodega 3, Colonia Los Reyes Coyoacán, Delegación Coyoacán, C.P. 04330, México, D.F. Se utilizaron tipos Advert Light de 8, 10, 11 y 34 puntos. La edi ción consta de 1,000 ejemplares impresos en papel bond de 75 grs.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 349 15/03/2012 02:25:38 p.m.
Serie Monografías Premiadas 4_MotivacionJudicial.indb 350 15/03/2012 02:25:38 p.m.