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UNIDADE 4 Luís de Camões, Rimas (ppt adaptado)

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UNIDADE 4

Luís de Camões, Rimas(ppt adaptado)

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Luís de CamõesÉpoca Clássica da literatura portuguesa

• 1º período – Renascimento

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Page 3: Rimas luis camoes_adaptado

Rosto da primeira edição

de Rhythmas (1595).

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José Malhoa, Camões (1907).

1. Vida e obra de Luís de Camões

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• Nasceu em 1524 ou 1525.

• Família originária da Galiza.

• Pequena nobreza.

• Universidade de Coimbra (?).

Miniatura de Goa,

anónimo (1581).

Colégio de Santa Cruz, Bento Camões (?)

Domina

vasta cultura

Conhece

as crónicas,

enciclopédias

e gramáticas

Camões

Virgílio

Ovídio

Horácio

Homero

Page 6: Rimas luis camoes_adaptado

• Vivência na corte

• Inicia carreira militar.

• Expedição a Ceuta.

• Vida boémia e despreocupada.

• Fere Gonçalo Borges, moço de arreios

de D. João III.

• Preso na Cadeia do Tronco.

• 24 de março de 1553: embarque para a Índia.

• Novembro de 1553: expedição ao Malabar.

• 1556: Provedor dos defuntos em Macau.

• 1567: regresso a Portugal.

• 1572: publicação d’Os Lusíadas.

• 1579-1580: morte de Camões.

Camões na prisão de Goa,

anónimo (1556).

Page 7: Rimas luis camoes_adaptado

• Filodemo, 1587

• Auto dos Anfitriões, 1587

• Auto del Rei Seleuco, 1645

OBRAS

Peças de teatro — comédias

• Rimas (Rhythmas), 1595 (primeira

coletânea de cantigas, redondilhas,

sonetos e odes, entre outras

composições)

Poesia Lírica

• Os Lusíadas, 1572

Poesia ÉpicaFernão Gomes, Retrato de Camões (c. 1577).

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Page 8: Rimas luis camoes_adaptado

Pormenor de vista em perspetiva de Lisboa,

gravura em cobre, de Braun, meados do século XVI.

2. O tempo de Camões

Page 9: Rimas luis camoes_adaptado

Lisboa no século XVI. Gravura de Braun e Hogenberg, 1572.

Page 10: Rimas luis camoes_adaptado

• Movimento cultural que surge, em Itália, na segunda metade do século XIV.

• Recupera o conhecimento e imita os modelos da Antiguidade clássica greco-

latina: a perfeição formal; a harmonia e equilíbrio; a simetria e o rigor.

• Petrarca (1304-1374) terá sido um dos primeiros entusiastas.

Recupera a visão do mundo das antigas civilizações.

• Aposta na renovação das artes e do saber académico.

• Foca-se no papel do indivíduo (Individualismo) e constitui o Homem como

centro de interesse, em torno do qual tudo acontece (Humanismo).

• O Humanismo tem um importante papel intelectual e crítico. Erasmo

(1466-1536) foi um importante humanista. Galileu Galilei (1564-1642) terá

sido um dos últimos.

• Culmina na segunda metade do século XVI.

RenascimentoCopiar azul

Page 11: Rimas luis camoes_adaptado

A perfeição formal da antiguidade clássica

Partenon, templo de Atena na Acrópole Vitória de Samotrácia Vénus de Milo

Page 12: Rimas luis camoes_adaptado

• Movimento intelectual que valoriza

o Homem.

• Antropocentrismo (o Homem no centro

do conhecimento).

• Orgulho nas capacidades e realizações

do ser humano.

• Valorização dos studia humanitatis

(gramática, retórica, poesia, história

e filosofia).

• Valorização das línguas nacionais

(surgimento das primeiras gramáticas).

HumanismoValorização do Homem como ser capaz de se aperfeiçoar através da cultura e do estudo.

Leonardo Da Vinci,

O Homem de Vitrúvio (c. 1509).

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Page 13: Rimas luis camoes_adaptado

• Inspiração

nos modelos

artísticos

da Antiguidade

• Naturalismo

na arte

• Perspetiva

• Ordem e simetria

• Desenvolvimento

do espírito crítico.

•Experimentalismo

•Observação

• Divisão entre

os reis e príncipes

europeus e o poder

papal

• Aparecimento

da burguesia

mercantil

• Queda do

Império Bizantino

• Novos mercados

•Maior circulação

monetária

• Novas ideias

sobre o Homem e

Deus

• Tradução da Bíblia

para as línguas

nacionais

• Reforma Luterana

• Interpretação livre

da Bíblia

• Contra-Reforma

Religião Política/Economia Ciência Arte

Mudanças

Um sistema de mudanças interligadas entre si…

Copiar azul

Page 14: Rimas luis camoes_adaptado

Botticelli, A Primavera

(c. 1477-1482).

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Leonardo da Vinci Miguel Ângelo

Page 16: Rimas luis camoes_adaptado

A arte de Leonardo da Vinci

Mona Lisa/ Gioconda A Última Ceia

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A arte de Miguel Ângelo

Capela SistinaPietá

Page 18: Rimas luis camoes_adaptado

Invenção

da imprensa

Gravura de Gutenberg

(século XVI).

Desenvolvimento

do espírito crítico

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Gravura

de tipografia

de 1568.

Desenvolvimento

da tipografia

Invenção

da imprensa

Desenvolvimento

do espírito crítico

Page 20: Rimas luis camoes_adaptado

Maior divulgação

de obras

Maior circulação

de obras

Armada portuguesa

da Índia do século XVI,

Livro de Lisuarte de Abreu (1565).

Viagens

de Descobrimentos

Page 21: Rimas luis camoes_adaptado

Desenvolvimento

da Ciência

Avanços na geografia,

na astronomia, na

matemática e na biologia

Experimentalismo

Estudos de plantas da Índia

de Garcia de Orta.

A mais antiga rosa

dos ventos com flor-de-lis

da carta de marear

de Pedro Reinel (1504).

Page 22: Rimas luis camoes_adaptado

Planisfério de Cantino, anónimo (c. 1502).

Mudanças

de pensamento

Desenvolvimento

da cartografia

Literatura

de viagens

Page 23: Rimas luis camoes_adaptado

Renovação

da espiritualidade cristã

Heliocentrismo

de Galileu

Surgimento

de novas teorias

Ilustração do sistema heliocêntrico de Copérnico

por Andreas Cellarius, Harmonia Macrocosmica (1708).

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Galileu Galilei

O físico e astrónomo italiano Galileu verificou quea Terra girava ao redor do Sol, contra as crençasda Igreja Católica, segundo a qual a Terra era ocentro do Universo.

Heliocentrismo Geocentrismo

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Justus Sustermans, Galileu

(c. 1637).

Page 26: Rimas luis camoes_adaptado

Obras de Erasmo

de Roterdão

Reforma Protestante

Lutero e Calvino

Hans Holbein, o Jovem,

Erasmo de Roterdão (1523).

Page 27: Rimas luis camoes_adaptado

Os reis de Portugal no tempo de Camões

• Publicação de obras de Sá de Miranda, Bernardim

Ribeiro, João de Barros, Fernão de Oliveira e Pedro

Nunes.

• Saque de Roma pelo imperador Carlos V.

• Estabelecimento da Inquisição em Portugal.

• Colonização do Brasil.

D. João III (1521-1557)

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• Consolidação da Inquisição.

• Ações militares no norte de África.

Cardeal D. Henrique

(1578-1580)

• Dinamização da Universidade de Évora pela Companhia de Jesus.

• Expropriação dos bens dos cristãos-novos.

D. Sebastião (1557-1578)

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3. A poesia portuguesa

durante o Renascimento

Poesia Palaciana

O Cancioneiro Geral de Garcia de Resende CGGR (1516)

Cancioneiro Geral de Garcia

de Resende (1516), Biblioteca Nacional, Lisboa.

C. 1470-1536

Garcia de Resende

Moço de escrivaninha

de D. João II

Reúne uma coletânea

de poesia lírica

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Page 30: Rimas luis camoes_adaptado

Composições líricas

Cancioneiro Geral

Poesia palaciana,

aristocrática

Temática amorosa, jocosa,

religiosa, moralizante,

histórica, dramática

Produzidas nos reinados de

D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I

Trovadores bilingues:

português e castelhano

• Redondilha maior

(7 sílabas métricas)

• Redondilha menor

(5 sílabas métricas)

Vilancete

Cantiga

Esparsa

Trova

Cancioneiro Geral de Garcia

de Resende (1516), Biblioteca Nacional, Lisboa.

Page 31: Rimas luis camoes_adaptado

Composições de Francisco

Sá de Miranda (1481-1558)

Colaborador do Cancioneiro Geral

de Garcia de Resende

Introdutor do verso decassilábico

e do soneto em Portugal

Cancioneiro Geral

Viagem a Itália

Poesia amorosa

de traços

petrarquistas:

contradição

entre a razão

e a inclinação

amorosa

Culto das letras

sobre as armas

Elogio

da vida

campestre

(crítica social)

Sá de Miranda, gravura de 1885 feita

a partir de retrato contemporâneo, anónimo.

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Page 32: Rimas luis camoes_adaptado

Cancioneiro Geral

Desarrezoado amor, dentro em meu peito

Tem guerra com a razão. Amor que jaz

I já de muitos dias, manda e faz

Tudo o que quer, a torto e a direito.

Não espera razões, tudo é despeito,

Tudo soberba e força; faz, desfaz,

Sem respeito nenhum; e quando em paz

Cuidais que sois, então tudo é desfeito.

Doutra parte, a Razão em tempos espia,

Espia ocasiões de tarde em tarde,

Que ajunta o tempo, enfim vem o seu dia:

Então não tem lugar certo onde aguarde

Amor; trata treições, que não confia

Nem dos seus. Que farei quando tudo arde?

Sá de Miranda Sá de Miranda, gravura de 1885 feita

a partir de retrato contemporâneo, anónimo.

Page 33: Rimas luis camoes_adaptado

Cultivou a écloga

em redondilha maior

Composições de Bernardim

Ribeiro, (1482-c. 1552)

autor da novela “Saudades”,

mais conhecida como

“Menina e Moça”*Terá frequentado

a Universidade de Coimbra

Cancioneiro Geral

Terá frequentado

a corte

Bernardim Ribeiro,

escultura de António Alberto Nunes

(1891), Museu de Évora.

Poemas

De pendor

melancólico

De pendor

bucólico

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* “Menina e moça me levaram de casa de meu pai para longes terras…”

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Outro poeta contemporâneo de Camões

António Ferreira

(1528-1569)

Cultivou novos

géneros renascentistas

Estudou Direito

na Universidade de Coimbra

Produziu a tragédia clássica

A Castro

Abandonou as formas tradicionais

Manteve correspondência com

Sá de Miranda e outros humanistas

António Ferreira.

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Page 35: Rimas luis camoes_adaptado

As influênciasAs formas poéticas

tradicionais

e renascentistas

4. Lírica camoniana

Os temas

A partir de Maria Vitalina Leal de Matos e António José Saraiva.

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Page 36: Rimas luis camoes_adaptado

Os clássicos

Literatura: Virgílio, Horácio, Ovídio

Filosofia: Platão

Literatura italiana do Renascimento

• Francesco Petrarca

• Dante Alighieri

Influências

Literatura portuguesa tradicional

• Lírica trovadoresca

• CGGR Cancioneiro Geral de Garcia de Resende

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Page 37: Rimas luis camoes_adaptado

Gravura de Petrarca.

Page 38: Rimas luis camoes_adaptado

Formas poéticas

CORRENTE CLÁSSICA

Formas poéticas renascentistas ou clássicas. Influência italiana (dolce stil nuovo).

Medida nova - o verso decassilábico

CORRENTE TRADICIONAL

Formas da poesia trovadoresca e palaciana portuguesa; poesias obrigadas a mote*.

Medida velha - a redondilha maior ou a redondilha menor

• Vilancete mote* de 2 ou 3 versos; glosas de 7 versos

• Cantiga mote de 4 ou 5 versos; glosas de 8 a 10 versos

• Esparsa sem mote; 1 estrofe de 8 a 10 versos

• Endecha 5 oitavas; redondilha menor; esquema rimático abbacbbc

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• Ode

• Elegia

• Écloga

• Canção

• SONETO: duas quadras e dois tercetos; verso decassilábico.

*Mote – versos usados como tema ou ponto de partida para o desenvolvimento do poema (glosas ou voltas);

glosar um mote.

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• O amor (a natureza contraditória do amor, a morte de amor, o amor platónico/ o amor sensual)

Temas

. Etc.

. O retrato da amada (a Laura de Petrarca)

. A natureza – locus amoenus (lugar ameno) - extensão da beleza feminina

. A mudança

. Temas autobiográficos

. O desconcerto do mundo

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Page 40: Rimas luis camoes_adaptado

O retrato

da mulher amada

Ideal de mulher petrarquista Ideal de Vénus

Botticelli, Retrato de Uma

Jovem (c. 1476-1480).

Botticelli, Nascimento

de Vénus (pormenor) (1486).

O retrato da amada

Page 41: Rimas luis camoes_adaptado

• Amor de dimensão espiritual

Ideal de mulher petrarquista

• A mulher como ser superior

• A mulher como ser divino

• Modelo de Laura

(poemas de Petrarca)

• Existência celestial da mulher

• Imagem de perfeição moral

• Ser inacessível ao amado

Botticelli, Retrato de Uma

Jovem (c. 1476-1480).

O retrato

da mulher amada

O retrato da amada

Page 42: Rimas luis camoes_adaptado

• Exaltação da dimensão

terrena do amor

Ideal de Vénus

• A mulher descrita como

ser sensual

• Modelo de Vénus

• Existência corpórea da mulher

• Imagem de perfeição física

Botticelli, Nascimento

de Vénus (pormenor) (1486).

O retrato

da mulher amada

O retrato da amada

Page 43: Rimas luis camoes_adaptado

O amor sensual

A experiência

amorosa

O amor

O amor puro, espiritual

O amor

• Sensualidade associada

à beleza da amada

• A mulher é descrita com

delicadeza

• O desejo enquanto forma de

perpetuar o sentimento amoroso

• Amor platónico

•A saudade como meio

de aperfeiçoamento amoroso

• Sentimento de reverência

em relação à amada

• Valorização da distância

da mulher idealizada

• O amor enquanto forma

de elevação espiritual

• O amor como forma

de aperfeiçoamento do eu

• O olhar como meio

de adoração

Page 44: Rimas luis camoes_adaptado

A representação da Natureza

Influência

de Virgílio

Locus amoenus:

• Paisagem ideal, fértil

• Espaço propício ao amor

Tempus fugit:

Fluir inexorável do tempo

Natureza:

Reflexo da mudança

Espelho

da amada

Confidente

do eu

A natureza

Page 45: Rimas luis camoes_adaptado

Associado à

A mudança

Tempus fugit

Questão

do desconcerto

Questão

do destino

• A natureza e o mundo mudam

• A existência humana muda mas é imprevisível

• A mudança tem consequências negativas

• A vida humana é marcada pela adversidade

Page 46: Rimas luis camoes_adaptado

• Poemas autorreferenciais

• O sujeito poético como vítima

• A desilusão amorosa

• O mundo em tumulto = eu em tumulto

• Destino cruel

O desconcerto do mundo

Desconcerto moral, social e existencial

Falta de harmoniaDesordem

No mundo exterior

entre os homens

No mundo interior

no coração de cada homem

Conflito interior• O mundo «às avessas»

• A injustiça

• A virtude não é recompensada

• A mediocridade tem sucesso

• A desonestidade é compensada

Page 47: Rimas luis camoes_adaptado

Bibliografia

CONCEIÇÃO, Daniela Barbosa (2010) – Pregnância da(s) crise(s) na obra de Camões [dissertação de mestrado]. Coimbra: FLUC.

MATOS, Maria Vitalina Leal de (1992) – Introdução à Poesia de Luís de Camões. Maia: ICALP.

MATOS, Maria Vitalina Leal de [apresentação crítica, seleção, notas e glossário] (2012) – Lírica de Luís de Camões. Lisboa: Editorial Caminho.

NUNES, Patrícia et alii (2008) – Enciclopédia do Estudante, vol. 10. Carnaxide: Santillana-Constância, pp. 62-65; 74-77; 83-85.

PAIS, Amélia Pinto (2004) – História da Literatura em Portugal — Uma perspetiva didáctica. Porto: Areal.

PIMPÃO, Álvaro J. da Costa (1994) – Rimas de Luís de Camões [texto estabelecido, revisto e prefaciado]. Coimbra: Livraria Almedina.

SARAIVA, António José (1979) – História da Literatura Portuguesa — das origens a 1970. Amadora: Livraria Bertrand.

SARAIVA, António José; LOPES, Óscar (s. d.) – História da Literatura Portuguesa, 16.ª ed. Porto: Porto Editora.

SERÔDIO, Cristina (1999) – «Práticas de tratamento escolar de Camões lírico» in Ensino da Literatura: Reflexões e Propostas a Contracorrente. Lisboa: Edições Cosmos, pp. 141-150.

SILVA, Vítor Manuel de Aguiar (1994) – Camões: Labirintos e Fascínios. Lisboa: Cotovia.