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1 www.revistabmais.com dezembro 2011 e janeiro 2012 Revista [B+]

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Entrevista com Marcel Ayres (planejamento na PaperCliQ). Página 82 a 84 "Você tem seu Perfil na Internet?"

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sum ário

CAPAO destino Bahia ainda apresenta grandes desafios e muitas oportunidades de negócios.

ENTREVISTARoberta Mandelli, CEO da Tidelli in & out, conta sobre a trajetória da empresa que é líder de mercado.

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62

14 zoom+

18 bloco de notas

114conte aí

Fitnessstart up Gastronomia

neGócios 23

empresa verdetendências pro bem

sustentabilidade 41

viaGemturismo Guia tech

liFestYle 67

teatromúsica arte

arte e entretenimento 95

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Um destino particUlar

A Bahia é um destino único. Um lugar que reúne características naturais e sociais tão peculiares que só poderia mesmo atrair pessoas de todo o mundo, ávidas por conhecer um cenário de magia pintado assim, pelo menos, nos melhores postais de nossa terra. Mas depois de aqui chegar, que sentimento acompanha o retorno desses visitantes? E o principal: o que sentem aqueles que aqui vivem, moram, curtem e fazem as férias dos turistas?

O olhar para a Bahia do turismo, verão e (muito) trabalho é o que você vai encontrar nas páginas da edi-ção 11 da Revista [B+]. Nossos repórteres traçaram um perfil das chances de negócios que existem na grande Bahia, onde desafios para melhorar não faltam, mas que também desponta com diversas novas oportunidades. Andréa Castro e Felipe Zamarioli mostram o que passa no Vale do São Francisco, em Itacaré, Vitória da Conquis-ta, e, claro, na capital, Salvador, além das características dos principais roteiros de turismo que o estado oferece.

Como o assunto é negócios, o verão realça alguns setores. Em conversa com Roberta Mandelli, CEO da

edito r ial

Tidelli, conhecemos a inovação e a ousadia da marca líder em móveis residenciais e as apostas da empresa para as tendências da estação. Fomos visitar os sistemas de casas compartilhadas que vêm surgindo no estado; e também aprendemos sobre o espírito empreendedor de Virgínia Moraes, da Vivire, e também do grupo de designers baianos. Como uma espécie de pequeno “guia da gastronomia”, contamos a história de restaurantes tra-dicionais que atuam em Salvador, que vai da sofisticação do Alfredo di Roma às crenças do Rei do Pernil.

Também soa Brasil afora que a Bahia é a terra da alegria e da cultura. Pois sim, as grandes festas estão presentes nesta edição. Uma oportunidade para entender como funcionam os bastidores de eventos como Carna-val, ensaios de verão e de um dos maiores festivais do país. Bom, se o destino é a Bahia, as histórias são boas.

Boa leitura!

A Redação.

Foto: Eduardo Pelosi / Setur

Avenida Contorno vista do MAM

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10 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 11 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

expediente

conselho editorialCésar Souza, Cristiane Olivieri, Fábio Góis, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Isaac Edington, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Reginaldo Souza Santos, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira

conselho institucionalAldo Ramon (Júnior Achievement) Antônio Coradinho (Câmara Portuguesa)Antoine Tawil (CDL) Jorge Cajazeira (Sindipacel)José Manoel Garrido Gambese Filho (ABIH-BA)Mário Bruni (ADVB)Mauricio Castro (Fieb)Paulo Coelho (Sinapro)Pedro Dourado (ABMP)Renato Tourinho (Abap)Wilson Andrade (Abaf)

diretor executivoClaudio Vinagre

editor chefeFábio Góis

repórteres Murilo GitelVanessa Aragão

projeto Gráfico e diagramaçãoPerson Design

FotografiaStúdio Rômulo Portela

revisãoRogério Paiva

colaboradoresAna Paula Paixão, Andréa Castro, Clara Corrêa, Danilo Lima, Felipe Arcoverde, Felipe Tapioca, Felipe Zamarioli, João Quesado, Jorge Seixas, Larissa Seixas, Núbia Passos, Rogério Borges, Vinícius Silva, Zeca Amaral

colunistasCarlos Sarno, Fabiana Duran, Giselle Reis, Isaac Edington, Luiz Marques Filho, Nelson Cadena

[email protected]

Cidinha Collet - gerente [email protected]

Itamara [email protected]

portalEnigma

Realização: Editora Sopa de Letras Ltda.CNPJ: 13.805.573/0001-34

Redação [B+][email protected]

www.revistabmais.com

SAlvAdoR71 3012-7477

Av. ACM,2671, Ed. Bahia Center, sala 1102, Loteamento Cidadela, Brotas CEP: 40.280-000

São PAulo11 3438-4473

Rua José Maria Lisboa. 860/83 CEP: 01.423-001

A edição 11 traz na capa a produção da agência Morya, com a equipe de atendimento e criação formada por Edmond Midlej,

Hiram Gama, Isabela Silveira e Roberto Valente Neto.

A cada edição, uma nova equipe é convidada para produzir a capa da Revista [B+]. Uma iniciativa que visa

dar destaque aos profissionais do nosso mercado.

Tiragem: 10 mil exemplaresPeriodicidade: Bimestral

Impressão: Grasb

Capa impressa em papel Couché Suzano® Gloss 170g/m2 e miolo impresso em papel Couché Suzano® Gloss, 95g/m2, da Suzano Papel e Celulose, produzidos a partir de florestas renováveis de eucalipto.

Cada árvore utilizada foi plantada para este fim.

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12 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 13 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

o n-l ine mural

Promover uma plataforma de relacionamentos por meio de encontros empresariais, rodadas de negócios e seminários. Esse é o intuito do Fórum de Lideranças [B+]. Para o segundo encontro, organizado no dia 23 de novembro, no restaurante Baby Beef, o convidado foi o empreendedor, escritor e professor carioca Jack London, um dos pioneiros da internet no Brasil. O tema em pauta foi: “Tecnologia, comportamentos sociais e mídias de massa”. Estiveram presentes mais de cem lideranças do mercado baiano, que refletiram e debateram sobre como as novas tecnologias estão mudando o comportamento das pessoas e, consequentemente, a forma de fazer negócios. Entre elas, podemos citar Renato Simões (A Tarde), Maurício Castro (Fieb), Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa), Dênis Guimarães (Grupo André Guimarães), Renato Tourinho (Abap), Eduardo Daltro (AJE-BA), Marluce Barbosa (Record Bahia), Adriana Eloy (Citibank), Aldo Ramon (Junior Achievement), Aline Reis (Ademi-BA), Maurício Lins (Home Design), Humberto Cardoso (Elemídia), José Menezes Lima Jr (Banco do Nordeste), Moysés Andrade (Secretaria da Fazenda), Sami Melo de Oliveira (Sebrae), Aline Lasza (Marcativa) entre tantos outras que prestigiaram o evento.

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encontre todo o conteúdo [B+] além das páginas da revista.

em uma plataforma multimídia, a [b+] disponibiliza todas as reportagens e matérias exclusivas para seus leitores, a qualquer momento e em qualquer lugar.

segundo Fórum de liderança [B+]

app da [B+] no ipad

com o aplicativo da revista [b+], é possível navegar por todas as edições anteriores, compartilhar os conteúdos em redes sociais e baixar as novas edições de forma gratuita e simples.

Jack London entre Isaac Edington, Rubem Passos e Cláudio Vinagre (Sócios da [B+])

Augusto Argolo (Indal) e José Menezes (Banco do Nordeste)

Luiz Marques Filho (Sócio da [B+])

Maurício Lins, empresário (Home Design e Artline)

Itana Marques e Ana Paula Marques (Consultec)

Rafael Pastori e Cássia Geraldi Montenegro (Sebrae)

Nei Lima (Dica Distribuidora)

Eduardo Giudice, diretor da Câmara Portuguesa

Café da manhã reuniu lideranças empresariais de destaque

Adriana Mira (Leiaute) e Dude (Única)

Celso Passos, Sérgio Gordilho (presidente da Entur) e Júlio Cézar (A. Linhares)

Cristina Barude (Lume) e Karina Brito (Shopping Barra)

Moysés Andrade (Sefaz Bahia)

Paulo Guaranys e Henrique Carvalho (Trip Linhas Aéreas)

Ivan Suarez (Lazer Salvador)

Cidinha Collet (Comercial [B+])

Renata Veiga (Mago) e Mayara Rezende (Baby Beef)

Moacir Vidal (Presidente da Femicro)

@nathaliacomh - nathalia meirelles: “@abap_ba presente no segundo Fórum de liderança da revista [b+], muito bacana!”@alepauperio - alexandre pauperio:“ambientes para impulsionar negócios. matéria da revista b+ que inclui a brain: http://t.co/znueav2c.”@elioearli - elio earli Jr:“o foco da revista b+ é no mundo dos negócios, no estímulo ao empreendedorismo, criatividade, inovação. sigam-na! @revista_bmais”

h t tp://b it . l y/bmais

FotoS: Paulo Sousa / Bahia Vitrine

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14 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 15 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

processo, ainda terá que ser aprovado pelo MPF. A proposta é desocupar a área de marinha no prazo de seis meses – depois de realizadas novas medições na orla para determinar o que é ou não terreno de marinha. A probabilidade é de que as barracas de Lauro de Freitas fiquem de pé ainda por muito tempo.

Os planos para Buraquinho incluem a cons-trução de pequenos quiosques na frente da praça recentemente implantada. Para Ipitanga, a prefei-ta de Lauro de Freitas propôs um minirresort em frente ao kartódromo, um sofisticado projeto do arquiteto Fernando Frank com financiamento já garantido. Para Vilas do Atlântico, sobra a opção de transformar em restaurantes algumas das residências da orla, mas nada está definido.

Enquanto Lauro de Freitas ganha tempo e Salvador adia um desfecho para a reestruturação da orla, a iniciativa privada comparece com a atividade. No exato limite das praias de Ipitanga e do Flamengo, logo no primeiro dia de funciona-mento da nova “barraca” da Pipa, já havia turis-tas instalados no deck de madeira com vista para o mar. A barraca, que é na verdade um bar e restaurante, abriu as portas para um “test-drive” em 25 de novembro.

A escassos metros dali, segue funcionando a Barraca do Lorô, pioneira da requalificação dos serviços na orla da Praia do Flamengo. Um terceiro empreendimento do gênero está em construção na mesma área. À beira-mar, na Praia do Flamengo, restaram apenas villages. As casas com acesso direto à praia já foram adquiridas para abrigar esse novo tipo de empreendimento.

A derrubada das barracas, há mais de um ano, “afinal veio para bem”, admite o proprietário da Pipa – que aceitou falar com a reportagem da [B+], mas pediu para não ser identificado. O processo de desocupação da área de marinha em toda a orla da capital baiana deixou traumas que nem esta nova fase conseguiu ainda curar. “Eu só quero cuidar da minha vida, legalizado”, sem chamar atenção, diz. A derrubada das antigas barracas “prejudicou muita gente”, lembra ele.

E nem todos tinham mais de R$ 1 milhão para investir na compra de um imóvel à beira-mar, incluídas a remodelação e instalação de todos os equipamentos. A Pipa prepara-se para atender cerca de dois mil clientes por dia, princi-palmente durante os fins de semana, nas mesas

Q ualquer novidade para a reocupação da orla de Salva-dor terá que passar pelo processo judicial nascido em 2006 e que resultou na demolição das barracas de praia

há mais de um ano. A informação da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) na Bahia diz que para mexer na orla, sem pedir licença ao Judiciário, a prefeitura de Salvador terá que aguardar a conclusão do processo movido pelo Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com o chefe da Casa Civil de Salvador, o deputado federal licenciado João Leão (PP), o projeto está a cargo da Fun-dação Mário Leal Ferreira, autarquia do município encarregada de prepará-lo. Não há notícia, contudo, do andamento da questão. Ninguém sabe também quando o processo judicial poderá ser concluído.

Ao contrário do que aconteceu em Salvador, segundo comemora a prefeita Moema Gramacho (PT) no município de Lauro de Freitas, o Judiciário teria negado uma decisão liminar de derrubada das barracas. Com isso, a prefeitura ganha tempo para pôr de pé um Termo de Acordo e Compromisso (TAC) em que promete remover as que restaram em Ipitanga, Vilas do Atlântico e Buraquinho.

O TAC já foi submetido à SPU e encontra-se atualmente em análise na Advocacia Geral da União. Para ter efeito no âmbito do

zoom+

O quE VAI ACONTECER em nossas praias?

o futuro da orla de salvador, depois da derrubada das barracas há mais

de um ano, ainda segue sem uma definição legal. com a chegada de

mais um verão, empresários encontram por si soluções para

receber os banhistas que chegam às praias da capital

Foto: Rogério Borges

por RogéRio BoRges

Demolição de barracas na praia de Ipitanga, em território de Salvador

Deck de madeira com vista para o mar na nova “barraca” da Pipa, entre Praia do Flamengo e Ipitanga: qualificação

Na praia de Ipitanga, administrada por Lauro de Freitas, surge novo ponto comercial

o processo de desocupação da área de marinha em toda a orla da capital baiana deixou traumas que nem esta nova fase conseguiu ainda curar

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16 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 17 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

distribuídas pelo amplo terreno de marinha pelo qual paga laudêmio à União. A área construída, deck incluído, está fora desse perímetro.

O empresário descarta a realização de eventos noturnos por estar em área residencial. Para ele, é importante manter boas relações com a vizinhança. Parte dela recebeu bem os novos empreendimentos, principalmente por trazer al-guma segurança à região. Mas há também os que não gostaram da novidade, segundo conta Jorge Santana, presidente da Universidade Livre das Dunas (Unidunas), uma Oscip (organização da sociedade civil de interesse público) que procura acomodar as novidades na Praia do Flamengo.

Para Santana, será necessário ouvir os mo-radores e reformar o Termo de Acordo e Com-promisso (TAC) que rege a Praia do Flamengo, oficialmente um loteamento, para recepcionar corretamente os novos estabelecimentos. De acordo com a Unidunas, apenas uma pequena parte da Praia do Flamengo admite uso comer-cial e as áreas de marinha seriam públicas. Os empresários não se mostram preocupados, mas reafirmam a disposição de conversar com os moradores.

O restante da faixa de praia da região está hoje ocupado por vendedores ambulantes e autônomos que alugam cadeiras e sombreiros. Em Ipitanga, bem próximo ao antigo estaciona-mento que hoje abriga uma série de boxes dos antigos barraqueiros, surgiu novo empreendimen-to ao lado de uma rampa destruída pela maré. Por enquanto são só duas bancadas e um piso improvisado com restos de cerâmica. A lógica do empreendedorismo indica que logo subirão as paredes. [B+]

para mexer na orla, sem pedir licença ao Judiciário, a prefeitura de salvador terá que aguardar a conclusão do processo movido pelo ministério público Federal

Barraca do Lorô: modelo de negócios

pós-desocupação das praias faz escola

Uma das novas bar-racas propostas pelo

arquiteto Fernando Frank para Ipitanga:

aprovação pendente

Prefeita de Lauro de Freitas propôs um

minirresort em frente ao kartódromo

Foto: Rogério Borges

FotoS: Divulgação

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18 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 19 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

KIMBERLy-CLARK INVESTE R$ 100 MILHõES EM FáBRICA NA BAHIA

A maior produtora mundial de material de higiene, a empresa Kimberly-Clark, vai se instalar em Camaçari, com investimentos na ordem de R$ 100 milhões e previsão de gerar 430 empregos. A multinacional foi atra-ída pelos insumos que serão produzidos no futuro polo acrílico, cuja pedra fundamental foi lançada no final de novembro pela Basf, que pretende investir R$ 1,2 bilhão na plan-ta de acrílico que construirá em solo baiano. Presente há 15 anos no Brasil, a Kimberly-Clark atua em 35 países e tem seus produtos comercializados em mais de 150 nações. A multinacional tem planos de investir R$ 250 milhões no Nordeste em uma fábrica e em um centro de distribuição. Embora não tenha confirmado que a Bahia foi o estado escolhi-do para este fim, a informação foi confirmada pelo governador Jaques Wagner no dia 21 de novembro.

EMPRESA PARANAENSE quER INSTALAR uNIDADE EM BARREIRAS

A empresa paranaense Moinho Régio planeja instalar uma unidade de processamento de trigo na cidade de Barreiras. Representantes da empresa já estão selecionando uma área para a instalação da uni-dade. Cerca de 40 empregos diretos serão gerados com a implanta-ção do negócio. A expectativa é expandir a indústria para trabalhar, também, com a moagem de milho. “Sabemos que os agricultores não produzem mais por não ter onde colocar, com a chegada da Moinho Régio facilitaremos a rotação de cultura com o trigo e ampliaremos o mercado do milho”, destacou a prefeita da cidade, Jusmari Oliveira.

bloc o de n otas

indústria

PIB BAIANO CRESCE 2,6% NO TERCEIRO SEMESTRE

Embalado pelo bom desempenho de setores como a agropecuária e serviços, o Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia registrou alta de 2,6% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2010, de acordo com dados divulgados no dia 7 de de-zembro pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). O primeiro segmento citado cresceu 10,4%, e o segundo 4,3%. A estimativa preliminar da SEI é de que a atividade econômica da Bahia finalize este ano com uma expansão de 2,5%, em relação a 2010. Outro dado positivo é o aumento nas exportações. Entre ja-neiro e setembro deste ano, a Bahia exportou um total de US$ 8,1 bilhões, com crescimento de 22,6%, em relação ao mesmo período de 2010, com US$ 6,6 bilhões. Elas se concentram nos segmentos de químicos e petroquímicos, papel e celulose, petróleo e derivados e soja, representando 63,3% do total. Entre os países que mais com-pram produtos baianos estão: Argentina, China e Estados Unidos.

PEROxy BAHIA ENTRA EM OPERAçãO NO POLO INDuSTRIAL

A Peroxy Bahia (PB), companhia de capital turco, vai produzir 40 toneladas/ano de água oxigenada e gerar cerca de 60 empregos di-retos e 90 indiretos, com perspectivas de ampliação de mais 100 postos de trabalho. Ela foi inaugurada em Camaçari, no dia 5 de dezembro. O peróxido de hidrogênio, mais co-nhecido como água oxigenada, faz parte da cadeia produtiva da indústria têxtil e de ce-lulose. Segundo o governador Jaques Wagner, com a chegada da empresa ao estado nenhu-ma indústria precisa comprar o produto fora da Bahia. “A produção de água oxigenada vai proporcionar uma receita anual de R$ 60 mi-lhões, com uma reversão para o estado de R$ 15 milhões, na forma de impostos”, diz Rober-to Blanco, vice-presidente da Peroxy Bahia.

Foto: Divulgação

FRuTOS DIAS é ELEITO “VAREJISTA DO ANO” PELA CDL

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL) deu a Frutos Dias, gerente da concessionária homônima, o prêmio de varejis-ta do ano como forma de reconhecimento ao trabalho que ele desenvolve, após ter herdado do avô a empresa, que completou 88 anos de atuação. “Esse é um prêmio muito importante, que nos dá o reconhecimento pelo trabalho que desempenhamos. Além disso, ele valoriza os nossos índices de desempenho e também os nossos clientes”, destacou Frutos Dias. A Frutosdias é a concessionária GM que mais vende carros para táxi no Bra-sil e também a que mais comercializa consórcios. “Durante um tempo, a Chevrolet precisou atrasar o lançamento dos novos carros. Mas, agora, com a chegada de novos modelos, temos boas opções de crescimento para 2012”, projeta.

DOw LANçA SOLuçãO INOVADORA PARA ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO

A Dow apresentou no dia 21 de novembro, em São Paulo, uma tecnologia diferenciada para argamassas de revestimento de-senvolvida a partir de éteres de celulose. Entre os principais be-nefícios da linha WalocelTM MKW, a empresa destaca a maior facilidade na aplicação e nivelamento da argamassa, resistência a altas temperaturas e ar incorporado estabilizado, permitindo uma argamassa mais leve e tempo de pega otimizado.

BRASIL TEM O PIOR RESuLTADO DE PIB ENTRE OS BRICS

O Brasil teve o pior resultado entre os Brics, incluindo a África do Sul, para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no ter-ceiro trimestre de 2011, em comparação com o mesmo período de 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto a economia brasileira registrou expansão de 2,1% no período, a China teve alta de 9,1%, a Índia teve aumento de 6,9%, a Rússia se expandiu 4,8%, e a África do Sul registrou crescimento de 3,1%. Na comparação com o trimestre anterior, o comportamento do PIB do Brasil, que teve expansão nula no período (0,0%), ficou atrás de Japão (1,5%), Noruega (1,4%), Méxi-co (1,3%), Coreia do Sul (0,7%), Chile (0,6%), Alemanha (0,5%), Es-tados Unidos (0,5%), Reino Unido (0,5%), França (0,4%) e União Europeia (0,2%).

crÉdito

PRêMIO ExCELêNCIA NA CONSTRuçãO RECONHECE quALIDADE DA GESTãO

A quinta edição do Prêmio Excelência na Construção Bahia Ciclo 2010/2011 foi rea-lizada no dia 17 de novembro, no auditó-rio do Sinduscon-BA. Os premiados foram Sertenge S/A (categoria Prata), Pampulha Engenharia e Mills Estrutura e Serviços de Engenharia (Bronze). A premiação reconhe-ce os esforços empreendidos para fomen-tar a qualidade da gestão das organizações ligadas ao setor da construção ao seguir padrões de excelência, além de disseminar as boas práticas e avaliar seus resultados. “No momento que o setor está aquecido, é necessário estar preparado para melhor gerir as empresas, destacou Carlos Alberto Vieira Lima, presidente do Sinduscon-BA.

construÇÃo

MICROCRéDITO BATE RECORDE EM NOVEMBRO

O programa de microcrédito da Bahia, CrediBahia, bateu recorde de produção no mês de novembro, liberando R$ 4,1 milhões através de financiamento direto a empreendedores baianos. Apesar das difi-culdades enfrentadas nos meses de setembro e ou-tubro, comprometidos com as greves dos Correios e dos bancos, o CrediBahia já ultrapassou a meta de R$ 28 milhões de financiamentos estabelecida pela Desenbahia para 2011. Segundo o gerente de Microfinanças da Desenbahia, Marcelo Mesquita, soma-se ainda a este resultado positivo a aplica-ção de R$ 5,5 milhões em instituições operadoras de microcrédito, que repassam recursos da Desen-bahia. O total de financiamentos do microcrédito em 2011 já alcançou R$ 33,9 milhões, o que repre-senta 32% de crescimento sobre o mesmo período do ano anterior e 121% de cumprimento da meta anual da Agência de Fomento.

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míd i a+

PRêMIO ADERBAL LINHARES

Os criativos baianos vão ter uma nova motivação. Breve, a Central de Outdoor Bahia irá lançar oficialmente o prêmio Aderbal Linhares, com regulamento e hotsite que reunirá todas as informações da premiação a ser realizada em agosto de 2012. Sabemos que terá duas categorias: Institucional e Mercado, e abrangerá os profissionais de criação, atendimento e mídia. O nome do prêmio é uma homenagem ao pioneiro da mídia exterior na Bahia, pai de José e Adilson Linhares.

EM BOSTON

João Silva, diretor da Maria Publicidade e do Instituto Maria Preta, esteve em Boston, nos Estados Unidos, a convite da Boston University (BU), dia 29 de novembro. Falou sobre “comunicação e a comunidade latino-americana” para uma plateia formada por empresários convidados e mais professores e seus alunos de pós-graduação e graduação do College of Communication, formandos dos cursos de publicidade, RP, televisão e jornalismo. João mostrou como uma linguagem simples, eficiente e popular pode gerar identificação entre produto e comunidade e produzir casos de sucesso local e mundial, como a marca do Olodum, criada por ele.

PéROLAS DE NIzAN

Nizan Guanaes empolgou a plateia na festa do prêmio Colunistas, realizada no dia 23 de novembro, no restaurante Amado, com frases bem ao seu estilo polêmico e provocativo:

“Gente boa é bom estar em grupo, em bando.” “Esse país é gigante pela própria natureza, vem com slogan no próprio hino!” “É bom disputar com gente boa. disputar com gente ruim é um jogo de squash e o bom é jogar tênis”.“o sujeito que torce contra o seu concorrente é burro... É bom pro mercado que haja competência”.“A pior coisa é concorrência ruim. É a competência que melhora e qualifica a concorrência e o trabalho dos anunciantes”. “o Nordeste vive um momento de ouro, mas o trabalho de construção de marcas no Nordeste precisa ser trabalhado”.

é DE BIANCA

O nome dela é Bianca Issles, estudante do curso de publicidade da Unifacs. Ela fez bonito no concurso cultural da Central de Outdoor, intitulado “Sem outdoor não dá”, que contou com a participação de estudantes de todo o país. Bianca foi para São Paulo, aguardou com expectativa o resultado, e foi só alegria quando o nome dela foi apontado pelo mestre de cerimônias como vencedora do concurso. Ganhou um iMac e um belo prêmio para o currículo. Quando se formar, já chega ao mercado de trabalho exibindo o diploma.

EM BRASíLIA

O humor é a tônica da campa-nha da Tempo Propaganda para a corretora de seguros do Banco de Brasília, veiculada em todas as mídias, no fim do ano, no Dis-trito Federal. O plus está no pla-nejamento e na estratégia, toda fundamentada em pesquisas Ipsos Marplan com o software Galileu. Através da ferramenta a agência avaliou o perfil do pú-blico-alvo, hábitos de consumo, atitudes de compra...

por NelsoN CadeNa

ITABuNA: CRESCIMENTO DE EMPREGO E RENDA SEGuNDO

A cidade está entre os dez municípios baianos que mais apresentaram avanço na geração de oportunidades de emprego e elevação da renda. Um índice divulgado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) coloca a cidade de Itabuna entre as dez cidades baianas que mais apresentaram avanço na geração de oportunidades de emprego e elevação da renda. A cidade da região cacaueira contribuiu para que a Bahia apresentasse melhora no Índice de Desenvolvimento dos Municípios, em sentido contrário do que se observou no cenário brasileiro.

PETROBRAS PROCuRA FORNECEDORES PARA O PRé-SAL

Preocupados com a capacidade da indústria para atender à forte demanda do pré-sal, Petrobras e BNDES estão rodando o Brasil em busca de novos fornecedores. O objetivo é encontrar empresas dispostas a adaptar suas plantas para produzir equipamentos de óleo e gás no mercado nacional, o que amenizaria os problemas para cumprir a cota de conteúdo local nos projetos. Vale até empresas que atuam em outros ramos de atividade e nunca produziram uma única peça para o segmento. A Petrobras já teve contato, por exemplo, com a Tramontina, fabricante de produtos como talheres e ferramentas elétricas.

empreGos

bloco de notas

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22 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m

ráp ida

L íder na regional Nordeste, com 14.830 milhões de clientes (880 mil novas linhas na região só no mês de outubro), a TIM pretende manter-se na ponta do mercado

em 2012, por meio de investimentos na melhoria do atendimento e serviços, além da abertura de lojas próprias da marca. Salvador e a Bahia como um todo devem ter atenção especial da companhia, conforme adiantou à [B+] o diretor de vendas consumer da operado-ra no Nordeste, Eduardo Valdes.

o nordeste representa hoje 30% dos negócios da tim. como fazer para manter a liderança do número de clientes na região em um mercado tão acirrado?É uma parcela bastante significativa. Estamos com o conceito de ampliar as lojas próprias em Salvador, a exemplo das que já implantamos nos shoppings Iguatemi e Salvador. Ano que vem teremos uma loja no shopping Barra. Também vamos crescer no

INVESTIR EM ATENDIMENTO PARA MANTER LIDERANçA

REGIONALinterior, que tem se desenvolvido bastante, princi-palmente com a abertura de lojas próprias junto a parceiros. Já temos olhado com muito carinho para municípios como Vitória da Conquista e Itabuna, por exemplo.

o conceito “store”, principal caracterís-tica das lojas inauguradas em setembro e outubro, é uma aposta da operadora para a Bahia? a chance de sucesso é boa?Sim, porque na Bahia tem clientes sofisticadís-simos, ao contrário de quem imagina que é só em São Paulo que eles existam. O perfil de clientes nesse sentido está cada vez mais equilibrado. Os clientes estão ascendendo de classes sociais, de C para B, de B para A, e têm mais acesso a infor-mação, adquirindo um bom nível de exigência. A nossa tônica daqui para a frente é focar na melhoria da qualidade de atendimento e serviço, investir mais no treinamento das pessoas.

como o senhor avalia o perfil do cliente baiano?O cliente de pré-pago baiano fala, em média, um minuto a mais do que o perfil do cliente do Sul do país, especialmente para longas distâncias. E nós temos incrementado muito esse tráfego de ligações por meio de nossas promoções, como a Infinity, em que você paga apenas R$ 0,25 por chamada, sem limite. Antes, as pessoas eram obrigadas a falar pouco e logo desligar os aparel-hos, hoje não.

o lançamento recente da promoção infinity do Bahia e o do Vitória busca explorar a paixão do torcedor baiano por futebol no sentido de promover mais a marca tim?É uma plataforma de relacionamento com as tor-cidas apaixonadas de Bahia e Vitória, dois times maravilhosos, o que nos dá a certeza de que será uma parceria de sucesso, até porque os baianos, de forma geral, são muito sensíveis às promoções e adoram futebol. O chip tem conteúdo gratuito dos clubes e todos os benefícios do Infinity Pré.

FotoS: Divulgação

Eduardo Valdes, diretor de vendas consumer da TIM no Nordeste

(ao centro), junto com Bobô (à esq.) e André Catimba, ídolos de Bahia e

Vitória, respectivamente

neGócios

O EMPREENDEDORISMO DA VIVIRE

CORPO E MENTE EM EquILíBRIO

TRADIçãO E BOM GOSTO

26 28 32

startup 24 | carreira 36 | economia 38

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neG ó c io s | s ta r t u p

Foi a partir da ideia de criar uma hashtag na rede social twitter que nasceu,

no segundo semestre de 2011, o movimento #designbaiano, que busca

reunir e integrar, de maneira politizada, os profissionais da área

Design em movimento

Q ue a criatividade é uma das principais características do baiano não é novidade alguma. Imagine então como deve pulsar

esse atributo no segmento de design. Foi justamen-te de uma iniciativa bem pensada que nasceu o movimento #DesignBaiano, criado em agosto deste ano, a partir de uma hashtag no Twitter.

Um dos idealizadores é o designer gráfico Felipe Arcoverde, 29 anos. Ele conta que queria fazer algo pelo design há um bom tempo e foi quando a ideia de usar a hashtag #designbaiano teve uma boa resposta. “A partir dela, o designer Thiago Borba propôs a criação de uma Api (Application Program Interface) na rede social, pela qual criamos o site www.designbaiano.com.br”, explica Arcoverde.

Os principais objetivos do movimento incluem valorizar, divulgar e integrar os designers baianos, profissionais que hoje desenvolvem trabalhos em agências de publicidade, gráficas, escritórios de de-sign ou mesmo como freelanceres, como é o caso de Augusto Leal, 24 anos, um dos integrantes da ação. “É uma iniciativa muito importante, porque ajuda a unir a classe, articular trabalhos, criar uma rede de trocas de informações, além de nos valorizar”, destaca Leal.

Profissional com experiência em design estratégico, Mário Bestetti, 43 anos, ressalta que a iniciativa pode ajudar a mudar a visão fragmenta-da da atividade na Bahia. “Não concordamos com segmentações, mas sim com uma entidade capaz de proporcionar a união”, defende. O designer lembra que a falta de unidade teria contribuído para o fim de uma entidade com propósito semelhante, a Associação Bahia Design, criada no início dos anos 2000. “Desde então, estávamos órfãos de um espaço para integrar os designers baianos, com o objetivo de trocar experiências”, completa Bestetti, que atualmente é dono de um escritório próprio, o Overbrand.

Felipe Arcoverde, que também é sócio-diretor da Person Design, lembra que a ideia inicial do novo movimento foi catalogar os designers da Bahia através da hashtag, que uma vez ‘twittada’ faz com que o seguidor seja incluído automaticamente na Api, ficando com a foto e as principais informações do perfil no Twitter em visibilidade no site. “Com o tempo, por meio de reuniões com pessoas que foram chegando ao grupo, nossa ideia foi aumentar isso, não ser só uma Api no Twitter, mas incorporar algo mais abrangente”, conta Arcoverde.

por muRilo gitel

Foto: Peterson Sitônio

Foto: Divulgação

o movimento ganhou forma

Na primeira semana de dezembro, a iniciativa ajudou a trazer para Salvador o designer Alexandre Wollner, considerado um dos principais nomes na formação do design moderno no Brasil. “Através do @designbaiano, entramos em contato com os responsáveis da Penso Eventos e eles nos disseram que, se sentissem um bom número de pessoas interessadas no curso de Wollner, trariam o evento para Salva-dor. Então coloquei na rede: ‘Quem quer Alexandre Wollner em Salvador respon-da: eu quero!’. Nós tivemos uma aceitação grande. Foi uma forma de divulgar”, argumenta Arcoverde, que afirma que o movimento é aberto a qualquer designer ou pessoa ligada à área, inclusive estu-dantes. Atualmente, o grupo conta com mais de 130 seguidores no Twitter e 200 curtidores no Facebook.

Outra resposta positiva foi a mobili-zação para que os designers participas-sem da Conferência de Livre Design, promovida pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult). “Fizemos uma divulgação em nossas redes sociais e conseguimos a presença de 46 designers, o que surpreendeu a própria secretaria”, enfatiza Arcoverde. Já nos dias 1º e 2 de dezembro, os profissionais do setor participaram da IV Conferência Estadual de Cultura. Uma das reivindicações foi a de que o segmento passe a ser um eixo setorial ou uma subárea da Secult – atu-almente, integra a subárea do segmento Serviços Criativos, que também pode ser considerada uma subárea, nessa estru-tura.

“Não queremos ser vistos como uma subárea, mas sim como um segmento de função transversal, até porque tem design em todos os eixos produtivos do nosso estado, como indústria e turismo, por exemplo.

Precisamos de um olhar mais pró-prio”, defende Bestetti. Ao término da conferência, os designers baianos conseguiram a criação de um edital público de fomento ao design, o que inclui um fundo estadual de investi-mento intersetorial e a implantação de um centro de referência, propostas já aprovadas para integrar o Plano

Qual o objetivo?MAPEAR Ter noção do tamanho do mercado de design na Bahia. Quem são, onde estão e o que fazem esses profissionais.

INTEGRAR Agrupar para ganhar força. Força para realizar eventos, para representar o estado fora do mesmo e, quiçá, do Brasil.

VALORIZAR Mostrar que a Bahia tem profissionais de qualidade.

DIVULGAR Ser referência na Bahia, não apenas para os designers, mas para as instituições de ensino, empresas e sociedade, e depois ser referência nacional e mundial em design.

Algumas das opiniões dos membros do movimento no Twitter:@marlllon marllon carvalho #DesignBaiano é um design arretado, cheio de personalidade e originalidade, e com toque de dendê

@matthausweb lothar matthausTodos tem mercado! Mas comparando com outros, a diferença é absurda. Inclusive em valor de mercado #DesignBaiano

@appaixao ana paula paixÃo Sim! Precisamos trabalhar com ética, responsabilidade, comprometimento e conhecimento p cobrarmos uma resposta do mercado #DesignBaiano

Estadual de Cultura da Secult.Sobre perspectivas para 2012,

planejam realizar quatro eventos ao longo do ano, aumentar o número de participantes e finalizar um projeto de apresentação da ação, que deverá ser disponibilizado no sistema de financiamento colaborativo no site Catarse. [B+]

Foto: Peterson Sitônio

Designers baianos participaram

recentemente da Conferência

Livre de Design na Secult

Felipe Arcoverde (à dir.) é um dos

idealizadores do movimento

#DesignBaiano, (à esq.) o designer

Augusto LealAlunos do curso de

Identidade Visual com Alexandre Wollner

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26 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 27 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

neG ó c io s | mod a

E m 2012, a marca baiana de moda praia Vivire completa 15 anos de mercado, sendo uma das poucas sobreviventes de longa data do ramo no

estado. A confiança e o espírito empreendedor de Virgínia Moraes, administradora e pós-graduada em moda, arte e contemporaneidade, são algumas das características que permitem o sucesso da empresa.

Inicialmente com duas lojas em Salvador e duas em Praia do Forte, Virgínia expandiu nacionalmente a rede em 2010, firmando presença em Recife (PE), Vitória (ES), Ribeirão Preto (SP), Ilha Bela (SP), além do interior baiano, como Alagoinhas, Entre Rios e Vitória da Conquista. “Digo que levamos 14 anos para formar nossa marca no varejo da Bahia, com consistência e admiração dos baianos e

O universO viviRe

virgínia moraes, empresária no setor de moda praia e criadora da marca vivire,

conta como faz para manter a regularidade de vendas no setor e ampliar a

atuação no mercado nacional

das faculdades de moda”, comemora, ao acompanhar os novos mercados conquistados.

Os reconhecimentos também chegaram ao longo dos anos. O Sebrae premiou a Vivire, em 2010, em boas práticas, o que, segundo Virgínia, se deve ao projeto de apoio ao GACC, que a empresa faz há seis anos. Já no início de 2011, o Senai Bahia selecionou a marca para ser a empresa-piloto a participar de uma consultoria do Politéc-nico de Milão, uma das mais importantes escolas de design do mundo.

Sobre as possibilidade de fazer negócios darem certo na Bahia, Virgínia ressalta: “O mercado é grande, mas é preciso que os empresários saibam como crescer diante do novo perfil de consumidores contemporâneos. A recicla-gem e capacitação são imprescindíveis para a maturidade desse novo olhar”. O resultado dessa confiança está em nú-meros. A Vivire cresce em torno de 10% ao ano, chegando a 30% durante o verão.

Como surgiu a vivire?Criei a marca em 1997. Sempre tive o espírito empre-

endedor e, no final do meu curso de administração de empresas, resolvi iniciar meu próprio negócio. Escolhi a moda por ter uma transversalidade com o tema.

FotoS: Divulgação

“Gostaria muito que os baianos consumissem mais a moda baiana. temos que valorizar o que é nosso. só assim nosso estado cresce em todos os sentidos”

Como você vê o cenário das mar-cas produtoras de moda praia na Bahia?

Esse cenário na Bahia está em grande processo de redução. In-felizmente, em 2010, observamos o fechamento e enxugamento de algumas indústrias e marcas impor-tantes no nosso segmento. Refiro-me ao setor de confecções como um todo e não apenas moda praia. Isso se deu por inexistência de políticas públicas que olhem para o nosso setor de confecções como um grande aliado no combate à desigualdade social. Sempre digo que grandes empresas geram riqueza para o país e peque-nas empresas geram distribuição de renda.

A demanda por produtos de moda praia é bastante significativa. É neces-sário somente saber em que público-alvo se quer chegar. Gostaria muito que os baianos consumissem mais a moda baiana. Temos que valorizar o que é nosso. Só assim nosso estado cresce em todos os sentidos.

onde são feitas as peças da vivire? A produção é feita por facções

(pequenos grupos de costureiras) em Salvador. Nossa mão de obra é local. Apesar de a gente saber que diversas indústrias estão optando por produzir no exterior, utilizando mão de obra escrava, procuramos sempre investir na sustentabilidade do nosso setor

local. Temos um núcleo de criação e desenvolvimento de produto na nossa matriz, com profissionais formados em moda e alguns deles pós-gradu-ados. Temos um compromisso em propor um trabalho onde a pesquisa, o design e a paixão em fazer moda são aspectos imprescindíveis.

Como vem sendo feita a expansão do negócio?

Digo que levamos 14 anos para formar nossa marca no varejo da Bahia, com consistência e admiração dos baianos e das faculdades de moda. O atacado da marca foi inicia-do ano passado e estamos buscando aos poucos os novos mercados. Não se abre a carteira de cliente da noite para o dia. Um dos nossos planos a médio prazo é atender as solicitações de franquia da marca.

A vivire costuma usar a frase que diz: “Para quem tem o espírito dos trópicos, o que menos importa se é inverno ou verão”. Qual é a men-sagem que vocês querem passar com ela?

A regularidade de venda é nosso principal desafio. Hoje temos duas li-nhas de produto. A linha Praia, que é a mais conhecida; e a linha Balneário. A Balneário surgiu como uma forma de driblar a sazonalidade e porque identificamos que nosso cliente que-ria estar fazendo parte do nosso

Vivire precisou de 14 anos

para consolidar a marca no

mercado

“Universo Vivire” durante todo o ano. Assim, a Vivire buscou a nossa essência baiana de espírito alegre, extrovertido, leve e sempre disponível em acolher. A moda Balneário abusa das estampas exclusivas, dos tecidos escolhidos criteriosamente com o objetivo de propiciar mais conforto e leveza aos nossos clientes. Por isso nasceu a frase acima.

Como é a preparação para o verão?

Intensa, pois é nossa mais impor-tante estação. Iniciamos nossa pesquisa do tema cerca de seis a sete meses antes. Como trabalhamos com tecidos e estampas exclusivos, o processo é bastante demorado e é todo feito fora do nosso estado, por não termos indústrias têxteis.

como tem mantido a marca durante tanto tempo e tem driblado as dificuldades?

Nossa proposta era diferenciada desde o começo. Lógico que ela foi aprimorada ao longo desses 14 anos. Acredito que a busca do conhecimen-to científico, do design diferenciado, do investimento em estampas exclusivas, ambientes de loja contem-porâneos e parcerias com bons profissionais fizeram com que a Vivi-re fosse percebida de forma diferente por esses novos consumido-res. [B+]

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28 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 29 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

P or melhoria da qualidade de vida, diminuição do estresse, promoção da saúde, hobby, corpo defini-do, perda de peso ou lazer. Seja qual for o objeti-

vo, a prática de exercícios físicos se tornou praticamente indispensável em nosso atual modelo de vida. Mas o que tem provocado a mudança de hábitos dos brasileiros e mais especificamente dos baianos em relação ao corpo? E como os donos desses negócios e investidores da área estão su-prindo essa demanda?

“O mercado fitness, não só no Brasil, mas no mundo todo está em franca expansão. A demanda está crescendo, em função da mídia e dos médicos que têm influenciado muito”, diz Leandro Cardoso, sócio da rede Alpha Fitness, que tem a primeira unidade da academia localizada na Vila Laura. Paulo André Cavalcante, proprietário da Esta-ção Atlética, academia voltada para atividades aquáticas e musculação, diz que há 12 anos (quando inaugurou a unidade) não se cogitava ter uma pessoa da terceira idade, com artrose e outros problemas nos ossos, fazendo muscu-lação, pegando peso. “Sem dúvidas é mais uma questão de saúde do que de estética. A gente observa que as diferen-tes gerações da mesma família continuam na academia, um leva o outro, avós e netos se encontram lá”, completa Cavalcante.

O triatleta Pedro Paulo Bandeira concorda que o aumento da informação contribuiu para que a atividade física ultrapassasse os objetivos estéticos e estivesse cada vez mais relacionada com a saúde e o bem-estar. Para ele isso resulta no aumento da quantidade e da qualidade não só nas academias como das assessorias esportivas. “Atu-almente, acredito que estamos na terceira posição nessa área de educação física, atrás de Rio e São Paulo” destaca.

neG ó c io s | mercad o

SAúDE EM Boa foRmaa reconfiguração das novas academias como centros de bem-estar, a ascendência do elo entre a qualidade de vida e a estética e a ampliação dos negócios na área demonstram o atual estágio da cultura fitness na bahia por VaNessa aRagão

FotoS: Rômulo Portela

Nesse ritmo, o mercado soteropo-litano do setor não para de crescer, tanto em número de matrículas, como em atividades, grupos de corrida e academias. Acompanhando a tendên-cia da cidade, a rede de academias Alpha Fitness está se expandindo e inaugura uma nova unidade no Costa Azul, com capacidade para 2.500 pessoas. Além dessa, já está tudo preparado para a terceira, na Barra. “Desenvolvemos uma pesquisa de mercado nesses bairros para saber o grau de satisfação do atendimento dos clientes e avaliar os objetivos dos frequentadores de academias. Como está caindo a cultura do fitness e agora o bem-estar é mais valorizado, nosso trabalho vai ser todo estabele-cido pelos médicos. Teremos endocri-nologistas, nutricionistas, avaliadores físicos dentro da academia, fazendo um tratamento diferente”, explica Leandro Cardoso.

Centros de bem-estar

Na nova configuração das academias, elas passaram a ser denominadas como centros de bem-estar, por concentrarem uma série de atividades voltadas para a melhoria de vida. Ioga, pilates, boxe, dança, hidroginástica, natação, krav–magá, jiu-jítsu, muay thai, clubes de corrida, capoeira, massoterapia, dentre outras atividades, proporcionam variadas opções para um público cada vez mais diversificado.

A academia Vidativa, dirigida por João Nunes Dias Júnior, nasceu em 2006 com o conceito multidisciplinar e mostra que esse é um desejo do mercado. “Está comprovado pelos próprios alunos que essa é a grande tendência. É gratificante quando ouvimos de algumas pessoas que não gostavam de academia e que agora não conseguem ficar sem frequentar”, garante.

Ao completar dez anos em 2011, a Villa Forma trouxe novidades como o squash e a ginástica funcional, que prepara o corpo para o melhor desempenho das atividades do dia a dia. Carol Sousa, dona da academia, afirma que o carro-chefe ainda é a musculação, mas há bastante interes-se nas outras atividades. “A preocupa-ção com a estética é muito forte, mas a maioria entende que a saúde está em primeiro lugar”, garante Carol.

Além da sazonalidade soteropo-litana na frequência das academias – no inverno sempre há uma queda, entre outubro e dezembro há um aumento de matrículas, e o ápice se encontra nos meses de março e abril –, o proprietário da Estação Atlética percebe que ainda há muita dificul-dade para abrir academias pela invia-bilidade imobiliária. “Para construir uma academia de médio a grande porte é necessário um local grande, perto da residência das pessoas, de

fácil acesso. Uma área dessa com uma boa localização é praticamente impossível em Salvador hoje em dia”, declara Cavalcante.

Crescimento esportivo

Com a experiência de quatro anos em uma academia, o personal trainer Paulo Marques avaliou o mercado e resolveu montar seu próprio negócio, a Evolution Assessoria Esportiva. Ela é destinada a desenvolver projetos de musculação, aulas de futsal, natação, hidroginástica em condomínios e empresas. “A maioria dos grandes e médios empreendimentos tem academia, é muito cômodo você fazer um exercício físico sem sair de casa, além de ter a segurança e de evitar o trânsito caótico. Então concentramos tudo isso onde as pessoas moram. A comodidade das academias nos condomínios já é uma realidade e isso vai crescer ainda muito mais”, torce.

Foto: Rômulo Portela

O triatleta Pedro Paulo Bandeira e sua rotina de

treinamento: natação, ciclismo e corrida

Ao completar dez anos em 2011, a Villa Forma trouxe novidades como o squash e a ginástica funcional para seus alunos

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30 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 31 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

Salvador Shopping, Vanessa Oliveira, afirma que, além da segunda unidade instalada no Shopping Barra recente-mente, há espaço na capital baiana para mais lojas da marca: “Salvador está em pleno crescimento esportivo, essa foi a segunda loja na capital, mas com certeza tem mercado para uma terceira e quarta. Esse crescimento não está ligado só ao culto ao corpo e sim à busca de uma melhor qualidade de vida”.

Clubes de corrida

Outro resultado desse momento vivido no Brasil é percebido em Salvador com o aumento do número de treinadores de grupos e de adeptos da corrida de rua. André Araújo, presidente da Associação de Treina-dores de Corridas de Rua (Atec-BA), que existe há dois anos, e treinador do grupo Corpus Vitalle, diz que hoje são cerca de 70 profissionais

Assim como as academias e assessorias, as redes de lojas es-portivas também trilham o mesmo caminho, como é o caso da Centauro, que tem cinco lojas em Salvador. Gerente da loja no Iguatemi, Marcelo Miranda percebe que o Brasil está muito voltado para o esporte e que as pessoas consomem mais no verão e em eventos sazonais. Com expecta-tiva de crescimento anual entre 8% a 12%, Marcelo afirma que informação e orientação são cruciais tanto para as atividades quanto para as compras: “Há pouco tempo saiu uma matéria na televisão sobre o bom uso da corda para a prática de exercícios aeróbicos. A procura desse acessó-rio foi a que mais cresceu em todas as lojas. A cultura do corpo, saúde, bem-estar, esse tipo de imagem que é vendida hoje contribui muito para o crescimento do segmento esportivo”, explica Miranda.

A gerente da loja Track&Field do

cadastrados e estima que existam 100 grupos na cidade. “De três anos para cá o crescimento foi vertigi-noso. Para se ter ideia, em 2009, nós tivemos aqui cerca de 36 corridas. Em 2010, esse número já pulou para 48, e este ano nós chegamos a 70, com grandes provas, grandes circuitos”, ressalta.

Nos clubes ou grupos de corrida, há horários e locais pré-determinados para treinos acompanhados e as pessoas recebem recomendações de acordo com o objetivo de cada um. Segundo Araújo, pode-se dizer segu-ramente que a capital baiana hoje é um polo de corrida de rua: “Salvador hoje tem o maior número de provas, o maior número de grupos de corrida, o maior número de cadastrados na Federação Baiana de Atletismo como corredor de rua (cerca de dois mil). Com certeza é o maior polo do Nordeste”.

O triatleta Pedro Paulo Bandeira acredita que, como todo fenômeno social, as pessoas vão praticando, gostam e chamam as outras. Assim os eventos se multiplicam e o cresci-mento acontece. “Isso é bom, uma moda saudável, que pegou e continua evoluindo. Esses grupos estão cada vez mais se aperfeiçoando com rela-ção às orientações multidisciplinares. Não é só a prática da atividade física. Ela está em conjunto com a alimen-tação, a fisioterapia, profissionais de educação física, uma série de coisas que fazem parte do treinamento da assessoria esportiva”, explica.

Para a fisioterapeuta Evellyn Rangel, as pessoas têm se preocupado mais com saúde de uma forma geral e vários fatores podem estar associados, como o maior número de informações sobre saúde, o aumento da expec-tativa de vida, o sedentarismo e o estresse do dia a dia. “Tudo isso tem nos levado a buscar a saúde e o bem-estar”, conclui. [B+]

Segundo a nutricionista Izabella Ferraz, os cuidados com o corpo aumentam no verão. Para manter a forma e a autoestima são indispensáveis uma boa alimentação e a prática de atividades físicas, como:

AlimentAção O café da manhã é fundamental, almoço e jantar leve. Entre essas refeições, fazer lanches ricos em fibras e minerais, como frutas frescas, castanhas do Pará ou sementes de abóbora e gergelim. A hidratação é fundamental ao organismo e nenhum líquido substitui a água.

AtividAdes Nesta estação, costumamos priorizar atividades ao ar livre, como a natação, corridas, caminhadas. O importante é que a atividade escolhida seja prazerosa. Uma dica básica é estar alimentado antes da prática de qualquer atividade física.

Pele O uso de protetor solar é indispensável, independente da época do ano, porque evita doenças decorrentes da exposição ao sol e mantêm uma pele saudável e sem manchas. No verão, são recomendados procedimentos como uma esfoliação suave semanal e hidratação diária com produtos adequados ao tipo de pele.

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32 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 33 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

E m meio às vielas do Comércio de Salvador, precisamente na rua Conselheiro Saraiva,

nº32, há uma lanchonete que sobrevi-ve às mudanças vizinhas e acolhe um punhado de clientes fiéis. O Rei do Pernil foi fundado há exatos 80 anos pelo pai de Manolo, um espanhol simpático que começou no negócio com 14 anos e hoje recebe ajuda do filho, Fernando Perez, na gerência do estabelecimento.

A tradição está preservada nos mínimos detalhes. Seja no quadro em homenagem a Nossa Senhora de Aguassanta, mandado fazer pela espo-sa de Manolo; ou pelas três velas que o espanhol acende pedindo proteção enquanto durar o dia de trabalho.

A lanchonete funciona de segun-da a sábado, das 7h às 18h, mas os trabalhos começam às 4h. Essa hora é quando Perez chega para preparar o pernil, que demora de duas a três horas para ficar pronto. Os apeti-tosos sanduíches levam nomes de pontos turísticos de Salvador, como o Elevador Lacerda (pernil, queijo e salame em um pão italiano) e o Plano Inclinado (pernil, queijo e presunto).

Outros tantos restaurantes de Salvador conservam a clientela há muitos anos. Listamos a seguir uma seleção de delícias gastronômicas que apaixonam tanto baianos quanto turistas.

neG ó c io s | g as t ron omia

COM O SEGREDO NO TEMPERO

E NA TRADIçãO por ViNíCius silVa

estabelecimentos em salvador preservam antigos costumes para fidelizar um público que gosta de bom humor, descontração e um tempero irresistível

FotoS: Romulo Portela

Manolo exibe o tradicional sanduíche de peru - preparo da carne leva até três horas

Recanto da tia maRia

Avenida Constelação, 213, Pedra Furada – Monte Serrat

Com mais de 35 anos de cozinha, o dendê do Recanto da Tia Maria já foi até pauta do jornal britânico The Guardian. Entre moqueca de peixe, casquinha de siri e bolinho de bacalhau, o siri-boia é o prato mais pedido do restaurante, acompanhado de farofa e vinagrete.

O “Recanto”, que começou como uma quitanda de frutas, é praticamente uma sala de estar, onde a proprietária recebe os amigos e conversa sobre a vida. Com os frutos do mar prepara-dos na hora, Maria explica que o movimento é imprevisível: “Às vezes alguém liga avisando que vem e faz logo o pedido do almo-ço, outras vezes isso aqui enche de turista trazido por pousadas e companhias”.

O restaurante funciona de 8h até o último cliente. No verão, os visitantes gostam de ficar sentados na parte de fora, tomando uma cerveja e apreciando a vista da Baía de Todos os Santos.

Boteco do fRançaRua Borges dos Reis, 24-A - Rio Vermelho

A história do Boteco do França, no Rio Vermelho, começa pelo restaurante Extudo, também localizado no endereço boêmio de Salvador. Nele, Antônio França e José Raimundo trabalharam como garçons e firmaram parceria ao fundar o famoso boteco. As mesas, espalhadas por uma tranquila ruela, deixam o ambien-te mais despretensioso e o lugar só fecha depois que o último cliente sai.

Para os dois empreendedores, o Boteco do França se tornou um reduto de jornalistas e intelectuais. E não poderia ser diferen-te, uma vez que o jornalista Antônio Rizério chegou a participar da fundação do estabelecimento, sendo o responsável pelo nome e pelas primeiras versões do cardápio.

Aos sábados, o prato favorito e mais pedido é a feijoada Olívia Santana - uma homenagem à vereadora que é cliente antiga do Boteco. O segredo para tanto sucesso é guardado a sete chaves.“Nossa feijoada é magra, tem todos os tipos de ingredien-tes, mas não é uma comida gordurosa. Nosso cozinheiro bota uma dose de pinga dentro, que tira totalmente a gordura. O resto, a gente não pode mais contar”, conta José Raimundo.

Simplicidade marca o Boteco do França, no

coração do boêmio bairro do Rio Vermelho

Cozinha de Tia Maria é aberta e clientes podem acompanhar o preparo do siri-boia, especialiade da casa

FotoS: Rômulo Portela

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alfRedo di Roma

Rua Morro do Escravo Miguel, s/nº, Hotel

AtlanticTowers - Ondina

Com a tradição italiana por trás das massas, risotos, carnes e fru-tos do mar, o restaurante Alfredo di Roma começou sua história em 1905, lá na Itália, pelas mãos do chef Alfredo di Léio. A casa ganhou fama quando os atores do cinema mudo Mary Pickford e Douglas Fairbanks se encantaram pelo lugar e o presentearam com um garfo e uma colher de ouro.

O principal prato do restaurante, o “Fettuccine Alfredo”, foi cria-do em 1914, motivado pela perda de apetite que a mulher de Alfredo apresentara durante a gravidez. O molho delicioso caiu no gosto dos clientes com sua receita simples: manteiga e queijo parmesão ralado. Muitas histórias foram criadas para explicar como Alfredo reuniu os ingredientes e formulou o prato mais famoso da casa, sendo passado por três gerações que comandaram o restaurante Alfredo di Roma na Itália e que foram os responsáveis por sua expansão, abrindo outras filiais em Nova York e, claro, em Salvador.

Foto: Divulgação

Alfredo di Roma traz um toque especial da culinária

italiana para Salvador

RestauRante maRia de

são PedRoPraça Visconde de

Cayru, 250 – Mercado Modelo (2º piso)

chuRRascaRia o lídeRLargo Dois de Julho, 32 – Loja B

Certa vez, o escritor baiano Jorge Amado escreveu em uma de suas crônicas que “Maria de São Pedro era uma rainha da Bahia feita de porte, bondade e arte”. O restaurante fundado por ela e localizado dentro do Mercado Modelo tem 86 anos de existência e hoje é administrado pelo filho caçula da matriarca, Luis Domingos.

Amado era apaixonado pela moque-ca de peixe inventada pela dona. Mas o prato não conquistou somente ele. Outras personalidades como Orson Welles, Jean-Paul Sartre e fregueses assíduos como Calazans Neto e Carybé provaram e ajuda-ram a criar a fama internacional do lugar.

O restaurante está instalado no terraço do Mercado Modelo e funciona de segunda a sábado, das 11h às 19h, e domingo até às 16h.

Com 53 anos de história, a churrascaria O Líder já passou por cinco gerentes. Quando ainda se chamava Dom Q’Choppela passou de choperia para churrascaria a pedido dos clientes. “Eles sugeriram refeições e ajudaram a construir o cardápio”, conta o atual dono do negócio, Eduardo Garcia. E a seleção de pratos continua em construção. Segundo Garcia, o pedido que mais sai é churrasco regado a um molho avermelhado feito à base de tomate e torresmo, invenção da casa – além do sanduíche de pernil, é claro.

Atualmente, a clientela é formada basicamente por profes-sores universitários e políticos, que se encontram no final da tarde para desfrutar das guloseimas oferecidas pelo restaurante. Aberto desde as 7h, O Líder só fecha as portas às 3h e funciona de domingo a domingo. [B+]

FotoS: Romulo Portela

“Malassado” de filé mignon e sanduíche de pernil

são os carros-chefe do “O Líder”, que costuma

receber estudantes, professores e políticos

no 2 de Julho

Em pleno Mercado Modelo, oMaria de São Pedro já caiu no gosto de intelectuais como Jorge Amado, Jean-Paul Sartre e Carybé

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36 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 37 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

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1. AdAPTABIlIdAdE É a capacidade de adaptação às mudanças, a diferen-

tes situações e realidades, a novas atividades e projetos. As empresas hoje estão constantemente transformando-se para acompanhar as frequentes mudanças no cenário econômico mundial. Para sobreviver financeiramente, elas estão buscando os profissionais com um elevado nível de adaptabilidade, que sejam abertos, que aceitem mudar de posto, de cidade, de país, que modifiquem projetos e prioridades, que aceitem novas ideias.

2. CRIATIvIdAdE É o processo através do qual as ideias são geradas,

desenvolvidas e transformadas em valores. O processo envolve a descoberta de maneiras novas e eficazes de lidar com o mundo, resolver problemas e ampliar o círculo de influência. A criatividade manifesta-se pela capacidade de inovar e de resolver situações inesperadas e da capacidade de decidir autonomamente e, acima de tudo, pelo senso crítico. Não aceitar passivamente o que a tradição, moda e opiniões dominantes procuram impor incondicionalmente. O mercado de trabalho busca os profissionais que têm

neG ó c io s | ca rre i ra

O mercado de trabalho hoje exige muito mais do que um diploma. Longe estão os dias em que frequentar uma universidade altamente

credenciada era uma garantia para conseguir um bom emprego ou uma boa posição profissional. Você precisa de muito mais: experiência, comunicação e outras habilidades.

Mas o que é competência? Quais são os elementos exigidos atualmente? As competências são formadas basicamente por três fatores: conhecimento, habilida-des e atitudes.

As dez competências mais procuradas pelo merca-do de trabalho atual são:

rosival Fagundes lista dez habilidades para conquistar

espaço no mercado competitivo e exigente em

que vivemos

COMPETêNCIAS PROFISSIONAISporRosiVal FaguNdes

consultor do sebrae e professor universitário

Aluno a caminho de se inserir no mercado de trabalho ao

receber o diploma do programa Jovem Aprendiz

7. CAPACIdAdE PARA TRABAlhAR Em EQuIPE

Não podemos mais trabalhar sozinhos. Vivemos em um mundo globalizado que exige que o trabalho seja feito em equipe, às vezes composta de pessoas que estão a milhares de quilômetros de distância. Não é fácil trabalhar em conjunto, porque isso requer expor ideias e ouvir os outros; aceitar sugestões, respeitar opiniões diferentes, colaborar, construir juntos e aceitar os limites de si e dos outros membros da equipe.

8. lIdERANçA

“Não é a posição que faz o líder, mas o líder que faz a posição”. Um bom líder ouve as ideias dos outros, inspi-ra confiança nos colegas de equipe, respeita, é seguro o suficiente para defender suas ideias e as dos seus subordi-nados. É capaz de atrair voluntários para suas iniciativas e projetos, influencia outros e cativa a sua atenção, coordena e organiza projetos. O mercado de trabalho hoje procura as pessoas que podem, em algum momento ou ocupação, assumir o papel de líder e conquistar segui-dores.

9. EmPREENdEdoRISmo

Essa competência não é necessária apenas para aque-les que querem seu próprio negócio, mas para qualquer profissional. É muito importante saber mostrar o seu conhecimento e valor, seu “know-how”, saber vender seu produto ou projeto, tratar o negócio como se fosse seu, bus-car novas oportunidades, ter perseverança e compromisso, assumir riscos, planejar e definir metas.

No mercado competitivo, ter um espírito empreende-dor abre muitas portas. Você não pode esperar até que alguém lhe dê uma oportunidade de emprego ou negócio. Você deve ir a campo para encontrá-la.

10. domíNIo dAS NovAS TECNoloGIAS dE ComuNICAção E INfoRmAção

Hoje em dia é essencial conhecer e saber usar as no-vas tecnologias de comunicação e informação. A internet mudou as relações e lugares de trabalho. Você pode se comunicar facilmente com os profissionais que estão longe, trocar ideias por e-mail, MSN, Skype, fazer reuniões, com-prar e vender produtos em sites comerciais de diferentes países e assim por diante. As relações interpessoais foram facilitadas e expandidas com redes como Orkut, Twitter, Facebook, MySpace, e outros.

Hoje, quem não está conectado nem acompanha o mundo tecnológico fica em desvantagem no mercado de trabalho. [B+]

ideias novas e originais. Mas, para ser criativo é necessário expor, apresentar ideias e pontos de vista e permitir riscos, sem medo de errar.

3. INICIATIvA

É tomar a iniciativa de resolver problemas e realizar tarefas fáceis ou difíceis. Não só ter a ideia ou solução, mas acima de tudo, tomar medidas. O mercado está procu-rando profissionais que respondam com rapidez e agilida-de às demandas da vida cotidiana.

4. fACIlIdAdE dE ComuNICAção Com a evolução da tecnologia, surgiram diversas fer-

ramentas de comunicação. Por outro lado, fazer uso dessas novas ferramentas não significa ter facilidade de comuni-cação. Você precisa saber expor claramente as ideias e opi-niões, o que exige ser capaz de observar os acontecimentos e situações, e ouvir os outros.

A comunicação pode ser feita de várias maneiras: verbalmente, por escrito e não-verbalmente. Às vezes nós nos comunicamos facilmente por meio de uma dessas formas, mas também há a necessidade de desenvolver as outras. Às vezes dizemos algo verbalmente, mas os nossos olhos ou sorriso podem dizer o oposto. Para trabalhar na atualidade, é preciso se comunicar através de vários ins-trumentos, em línguas diferentes e você tem que entender a linguagem dos vários membros da equipe profissional.

5. fACIlIdAdE dE RElACIoNAmENTo INTERPESSoAl

Relacionar-se facilmente com os outros exige ser empático, aceitar a si mesmo e aos outros com os pontos fortes e fracos de cada um, estar disponível para o outro. Na sociedade de hoje, as relações são cada vez mais breves, superficiais, temporárias e até mesmo virtuais. No mundo do trabalho, fala-se agora da importância da “rede” ou rede de contatos, pois ela frequentemente facilita desde novas oportunidades de carreira até a troca de informa-ções, realização de negociações e parcerias.

6. CAPACIdAdE dE RESolvER PRoBlEmAS

Resolução de problemas faz parte da rotina diária em todas as atividades de trabalho. O que muda é o tipo e a dimensão de tais problemas. Há dificuldades muito simples e outras que exigem maior esforço e persistência. Para resolver um problema, devemos analisá-lo de diferen-tes ângulos, investigar possíveis formas de resolver, avaliar alternativas, prever consequências e tomar uma decisão assumindo riscos.

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Foto: Secom BA

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38 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m

neG ó c io s | econ omia

Que os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se tornaram a tábua de salvação global, e que a China tem sido nos últimos 15 anos a máquina propulsora da economia, todo o mundo já está mais careca do que eu de saber.

Mas ao lado do inferno astral da Eurozo-na e da crise da economia norte-americana, outra sombra de tensão começa a se formar. Vários artigos estão sendo publicados (aqui e no exterior) dando conta de um fenômeno: a possível redução do ritmo chinês de cresci-mento. Isso já era esperado, pois a economia não cresce infinitamente, há sempre ajustes naturais, isso pode ser explicado pelo con-trole da inflação (que surge em momentos de pico de atividade) e por gargalos estruturais no mercado de fatores (matérias-primas, mão de obra e capital financeiro).

Ademais as instituições talvez estejam produzindo impactos negativos sobre a macroeconomia chinesa, pois a economia não é só números: as instituições sobre as quais ela está construída importam sim: institutions matter.

No caso da China o sistema bancário, como instituição, parece estar em xeque, e isto é interessante. Nos acostumamos a ter a China como uma superpotência capaz de rivalizar com os EUA. Não acho que isso seja irreal, mas nem tanto ao mar e nem tanto à terra. Não devemos ser binários, pois entre o zero e o um existem infinitos pontos.

A China sofre problemas institucionais graves: além do descontrole ambiental e da falta de democracia, agora surge à tona a questão do seu mercado bancário. O Banco Mundial estima que 8% dos empréstimos totais da China sejam ofertados pelo mercado informal (os agiotas), um mercado totalmente desregulado e muito poderoso, o chamado shadow banking, que tem como demandantes micros e pequenos empresários, e o aquecido (mas já esfriando) boom imobiliário chinês. Além disso, o grosso do mercado chinês é controlado pelas estatais, “teoricamente” mais politizadas e menos amigas do mercado. Paria piorar, o BC chinês está fazendo uma política monetária contracionista para conter

a inflação de demanda por lá. Esse ambiente produz problemas de confiança, e pode travar o crescimento chinês, pelo encarecimento do crédito e seus altos custos de transação.

Pode-se argumentar que o sistema ban-cário chinês possui solidez até em razão de abrigar os dois maiores bancos do mundo, o Industrial and Commercial Bank of China e o China Constrution Bank. Assim, o sistema bancário do império do sol seria mais compe-titivo do que o nosso brasileiro, por exemplo.

Ocorre que o dinamismo capitalista somente aportou na China nos anos 70 pas-sados, por meio das reformas econômicas de Deng Xiaoping. Diferentemente do Brasil que sempre viveu o capitalismo e a danada da inflação, a economia chinesa somente agora afunda nesses “vícios”.

O sistema bancário brasileiro se tornou eficiente dada a sua tecnologia (para se proteger da hiperinflação nos anos 80 até 1994) e por ter sobrevivido à crise bancária do início do Plano Real. Aqui nunca tivemos os créditos Ninja (empréstimos imobiliários para pessoas sem renda, sem trabalho e sem ativos) como nos EUA, nem o shadow banking chinês. Nossas elevadas taxas de juros, os astronômicos spreads e a dura regulação do nosso BC blindaram nosso mercado, produzin-do altíssimas taxas de lucratividade bancária. Temos também democracia política e um mercado competitivo. Nossos gatos gordos se tornaram eficientes.

Assim, como dizia o professor Delfim Netto: devemos ter em mente que o copo está sempre meio cheio de água ou meio cheio de ar, depende do modo que o olhamos. Temos que olhar a China como se olhássemos este copo de água.

Um pouso forçado dos chineses em função de um travamento do seu sistema de crédito trará impactos negativos para o mundo e, cla-ro, para o Brasil. Isto para nós é complicado, em razão de que nossa estimativa de cresci-mento do PIB para 2012, feita pelo FMI, nos coloca atrás de nossos vizinhos da América do Sul: empatamos com a estagflacionária Venezuela.

A China deve ser respeitada pelo seu ta-manho e velocidade e pelo impacto negativo que ela pode trazer ao mundo, se ela crescer mais devagar. Não temos o tamanho e o ritmo chinês de crescimento, mas o copo está meio cheio de ar.

SHADOw BANKING

luiz maRquesFilho

economista, superintendente da Fea-ufba, diretor da advb-ba e professor da Faculdade baiana de direito

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40 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m

E DO LIxO FEz-SE ENERGIAEm um contexto em que aliar

desenvolvimento com preservação ambiental cresce cada vez mais,

três usinas termelétricas transformam o lixo dos aterros em biogás,

que vira energia elétrica

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tendências | 42

pro bem | 48

soluÇões sustentáveis | 52

economia criativa | 53

sustentabilidade

Apoio:

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42 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 43 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

sustentab il idade | t en dênc ia s

ECOD COMPLETA 3 ANOS

Há três anos surgiu no Brasil o Portal EcoDesen-volvimento.org por iniciativa do empresário baia-no Isaac Edington, diretor-presidente do Instituto EcoD. Ao tratar de um assunto ainda pouco divul-gado nas mídias de forma atenta e inovadora, o EcoD logo se tornou o maior portal sobre sustenta-bilidade do país de iniciativa da sociedade civil, e acompanhou de perto alguns dos fatos mais impor-tantes que aconteceram nesse período. Para levar essas informações ao maior número de pessoas, o EcoD lançou uma série de iniciativas pioneiras, como ser o primeiro portal sobre sustentabilidade a ter conteúdo em celulares por meio do m.ecod.org.br, além do primeiro aplicativo brasileiro com notícias em tempo real sobre o tema para iPho-ne, iPad e iPod Touch. Hoje, o EcoD também está presente em mídias em elevadores, shoppings, aeroportos, supermercados, bares e restaurantes, ônibus e metrô. Por tudo isso, o EcoD já recebeu prêmios importantes, como os Top Blog 2009 e 2010, além de ser finalista do Prêmio Greenbest 2010, que teve a participação dos principais veí-culos de comunicação do país. “Acreditamos em um futuro melhor, mais justo e próspero, mas sa-bemos que ainda há um longo caminho a ser per-corrido, e convidamos você a seguir nesse trajeto com a gente”, afirma Isaac Edington. TEDx SALVADOR

O impossível pode se mostrar em nossas vidas de diversas formas. Mas cada pessoa é capaz de li-dar com as suas impossibilidades e transformá-las em algo real. “Não sabia que era possível, foi lá e fez”, como afirmou certa vez o intelectual Jean Cocteau. O tema “O que é ‘impossível’?” guiou as minipalestras do TEDx Salvador, realizado no dia 7 de novembro. Cada um dos palestrantes contou histórias sobre como lidar com os desafios e al-cançar aquilo que antes era um sonho, mas que com um pouquinho de trabalho e empenho, deixa de ser algo inalcançável e se torna parte de suas vidas. Uma das históricas compartilhadas foi a de Márcio Okabe. Ele criou a Wikisocial para reunir programadores e designers voluntários e projetar sites de fácil gerenciamento para ONGs. Com base no conceito open source, no qual a comunidade virtual se ajuda, Okabe realizou um sonho: conse-guir usar o conhecimento em benefício dos outros - um ensinamento que sua mãe lhe deixou.

FáBRICA DE GERADORES EóLICOS é INAuGuRADA

Montar equipamentos para importantes projetos do setor eólico no Brasil e na América Latina é o principal objetivo da fábrica de ae-rogeradores da empresa francesa Alstom, inaugurada em 30 de no-vembro no Complexo Industrial de Camaçari. Segundo a diretoria da empresa, a Bahia foi escolhida por ser considerada o segundo parque eólico do país. A unidade conta com investimento inicial de R$ 50 milhões e tem capacidade de 300 MW por ano, além de gerar até 150 empregos diretos. O primeiro parque eólico da Bahia, insta-lado em Brotas de Macaúbas, na Chapada Diamantina, entrará em operação até o final do ano, e deverá produzir eletricidade suficiente para abastecer uma cidade com mais de 200 mil habitantes. A meta estadual é que sejam implantados outros 51 parques eólicos.

MORRO DE SP GANHA PRêMIO DE TuRISMO SuSTENTáVEL

A paradisíaca ilha de Morro de São Paulo, no Bai-xo Sul da Bahia, conquistou o prêmio “Destaque Companhia de Viagens”, considerado o Oscar brasileiro do setor de viagens, na categoria “Turis-mo Sustentável”, no dia 30 de novembro, em São Paulo. Foram 12 categorias selecionadas para pre-miação. Em “Turismo Sustentável”, Morro de São Paulo concorreu com Fernando de Noronha, Praia do Forte (também na Bahia), Parque Nacional do Iguaçu, Lençóis Maranhenses e Manaus. Além do prêmio recente, Morro de São Paulo também será destaque no portal UOL Viagem em dezembro. Ainda neste ano, o destino baiano também estam-pou a capa do Guia de Praias da revista Quatro Rodas.

LINHA DE ESTOFADOS DA FLORENSE TEM LONA DE CAMINHãO RECICLADA

A nova linha de estofados da Florense Móveis inova com as lonas de caminhão recicladas, estonadas e costuradas à mão. São diversos modelos disponíveis, em linhas modernas ou clássicas, cores varia-das e materiais diferenciados. Nos acabamentos, tecidos washed (100% algodão, macios e com cores mais resistentes), linho, fibra de bambu, sedas, rami e camurça, além da nobreza dos veludos e couros ecológicos. Este ano, a empresa comemora dez anos de conquista do certificado de gestão ambiental ISO 14001, além de ser credenciada como green company (empresa verde). A Florense afirma já ter reduzido 67% no consumo de água, a diminuição quase total da emissão de gases na atmosfera, a redução de 65% na geração de resíduos líquidos industriais e o corte de 64% no consumo de lâminas de madeira e de 25% no consumo de tintas.

EMPRESA quE COMPRAR LIxO RECICLáVEL DE CATADORES TERá DESCONTO

As empresas que comprarem resíduos sólidos recicláveis de coope-rativas de catadores de lixo terão desconto no Imposto sobre Produ-tos Industrializados (IPI). O Decreto nº 7.619 determina as condições necessárias para que as empresas tenham acesso à redução do IPI, de acordo com o material utilizado. Já as cooperativas devem ter, no mínimo, 20 cooperados. Os descontos no imposto variam de acordo com o tipo e a quantidade de resíduos sólidos usados no produto fi-nal. Plásticos e vidros vão proporcionar redução de 50%. O desconto para papéis e resíduos de ferro ou aço é 30%, enquanto resíduos de cobre, alumínio, níquel e zinco permitem o abatimento de 10% do valor do IPI. A emissão da nota fiscal para a comprovar a compra do material reciclável é obrigatória.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Foto: Fernando Naiberg

Fundadores do EcoD: Fabio Góis, Isaac

Edington, Ines Carvalho

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44 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 45 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

sustentab il idade | empresa ve rde

a utilidade dos resíduos sólidos para a sociedade vai além do

que costumamos supor. em um contexto em que aliar desenvolvimento com

preservação ambiental cresce cada vez mais, três

usinas termelétricas transformam o lixo dos aterros

em biogás, que vira energia elétrica. detalhe: a

primeira do nordeste opera em salvador

e do lixo Fez-se energia

O que lhe vem à cabeça quando a palavra “lixo” é pronunciada? O sentido associado ao termo costuma estar ligado ao descartável, inaprovei-

tável, aos restos, produto ou algo de pouco valor, dotado geralmente de mau cheiro. No entanto, existem diversas práticas de reaproveitamento dos resíduos sólidos. Em tempos de preocupação com o fator ambiental, um dos pilares do desenvolvimento sustentável (juntamente com o social e o econômico), a transformação desses materiais em energia limpa ganha cada vez mais destaque.

No Brasil, atualmente três usinas termelétricas situa-das em aterros sanitários transformam os resíduos sólidos em biogás, que acaba convertido em energia elétrica – e uma delas opera na Bahia. Inaugurada em março de 2011, a Termoverde recebe parte do lixo produzido na capital baiana, Lauro de Freitas e Simões Filho no Aterro Metropo-litano Centro de Salvador, no bairro de São Cristóvão.

Terceiro empreendimento deste tipo no Brasil, a termelétrica do grupo Solví Valorização Energética (SVE) converte cerca de duas mil toneladas diárias de resíduos em energia renovável, algo em torno de 15 MW/h, que

FotoS: Carol Garcia / Secom BA

Termoverde opera no Aterro Metropolitano de

Salvador, no bairro de São Cristóvão

abastecem empresas com negócios no Nordeste, como Carrefour e Telemar. “Somos a maior do Brasil em volu-me de geração”, comemora Ronaldo Gaspar, presidente da SVE. “Como o nosso aterro tem uma boa vida útil, a expectativa é que a usina continue gerando uma boa quantidade de ener-gia. Esperamos chegar a 20 MW/h até 2013”, acrescenta.

A termelétrica é composta por usina geradora de energia com 19 motogeradores de 1.038 KW cada, unidade de tratamento do biogás, subestação elevadora e linha de transmissão de 7,8 quilômetros que liga a usina à rede elétrica da Coelba (concessionária estatal), que faz a dis-tribuição às empresas consumidoras. “Temos capacidade para colocar mais quatro motores. Teríamos que fazer um estudo sobre a curva de geração de biogás para implantá-los. Existe a possibilidade de novos investimentos, mas eles não estão previstos em curto prazo”, adianta Gaspar.

Sustentabilidade ambiental

Coletar e controlar os gases causadores de efeito estufa (GEE) que compõem os resíduos sólidos, como dióxido de carbono (CO

2) e metano,

transformando-os em seguida em energia é o diferencial desse tipo de empreendimento. Quando utilizados como fonte energética alternativa, evita-se o lançamento dessas subs-tâncias na camada de ozônio e seu consequente impacto, contribuindo com a saúde do meio ambiente.

“O lixo, na sua decomposição, gera um gás. Esse gás tem CO

2, metano e

vários componentes. Além de gerar energia, eu substituo (no processo de conversão) o metano por CO

2, que

é 21 vezes menos destrutivo do que esse primeiro gás – e aí está o ganho ambiental. Estamos queimando um gás renovável, que antes seria muito

prejudicial na atmosfera, e gerando energia limpa”, destaca o presidente da SVE.

Sobre a Política Nacional de Resí-duos Sólidos, lei nº 12.305/2010, que prevê, entre outras medidas, o fim dos lixões até 2014 e a substituição desses espaços por aterros sanitários controlados, Gaspar avalia que a nova legislação só tem a beneficiar o negó-cio. “Porque nosso aterro atende as exigentes normas ambientais e essa nova lei busca isso. Ela vai querer aterros cada vez mais preparados, onde justamente é possível captar o gás.”

Outra vantagem desse tipo de negócio diz respeito aos custos, uma vez que se torna apto a participar do chamado mercado livre de energia elétrica. “Você tem produtores e compradores credenciados. Eu ponho energia no sistema e as empresas consumidoras retiram do outro lado. E nossa energia é incentivada, ou seja, não paga o custo da transmissão, porque é 100% derivada de resíduos.Porque as distribuidoras têm um

custo para transmitir. Isso acaba tornando essa energia mais barata, o que atrai esses compradores”, explica Gaspar.

Os investimentos para a implan-tação da Termoverde foram de cerca de R$ 50 milhões. A construção da usina contou com incentivos fiscais do Governo do Estado, por meio do programa Desenvolve.

Biogás Engenharia Ambiental foi a pioneira no Brasil

Antes da Termoverde, o grupo Biogás – São João Energia Ambiental S.A, em São Paulo, já operava duas usinas termelétricas que atuam em aterros sanitários. Entre os acionistas do grupo figuram a Arcadis Logos Engenharia, a Heleno & Fonseca Construtécnica S.A. e a holandesa Van der View.

A Biogás Energia Ambiental foi construída em 2004, após a assinatu-ra de um contrato de concessão para exploração de gás do Aterro Sanitário

o Protocolo de Kyoto introduziu três mecanismos para que os países

em desenvolvimento contribuam com as metas de redução dos GEE

das nações ricas:

mecanismo de desenvolvimento limpo (mdl) implementação conjunta (ic)

comércio internacional de emissões (ce)

As termelétricas que geram energia limpa podem se inscrever na primeira modalidade, junto à ONU, e

comercializar os créditos de carbono.

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46 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 47 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

Bandeirantes, situado na Grande São Paulo, com a prefeitura da capital paulista.

As atividades nesse aterro, um dos maiores do mundo, começaram em 1976 e foram encerradas em março de 2007, o que possibilitou o armaze-namento de um total de 30 milhões de toneladas de resíduos. A Biogás pontua que se os gases nele produzidos simplesmente fossem queimados nos drenos, lançariam milhões de tonela-das de poluentes na atmosfera.

Caracterizado como um projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), vinculado ao Protocolo de Kyoto, o empreendimento da Biogás já chegou a gerar oito milhões de créditos de carbono, dos quais 50% pertence-ram à Prefeitura de São Paulo, graças à quantidade de metano que deixou de ser emitida na atmosfera – 190 mil toneladas até 2009.

usina São João

A outra termelétrica do grupo é a Usina São João, localizada no aterro São João, zona leste de São Paulo, que funciona desde 2007. O local de instalação do empreendimento operou durante 15 anos (encerrou as ativi-dades há quatro anos) e possui 82,4 hectares de área, dos quais 50 hectares (60,68%) serviam como depósito para o lixo produzido pela cidade.

Ao fim de sua operação total, em outubro de 2007, o local recebia, em média, 5.812 toneladas de resíduos por dia e gerava 1.800m2 de líquido percolado (chorume). Durante sua vida útil, foram depositados no aterro 28 milhões de toneladas de resíduos, que formaram uma montanha de aproxi-madamente 150m de altura. Quando o funcionamento da usina teve início, ela chegava a gerar energia suficiente para abastecer 400 mil pessoas. À época, foram investidos R$ 85,5 milhões no projeto. [B+]

“o grupo sVe estuda a implantação de outras usinas como a termoverde nos próximos cinco anos. Uma em são paulo, no nosso aterro de caieiras, e mais duas no rio Grande do sul, em aterros também pertencentes à companhia”

ronaldo Gaspar, presidente da sve

A usina geradora de energia tem 19 motogeradores de 1.038 KW cada, unidade de tratamento do biogás, subestação elevadora e

linha de transmissão

A termelétrica converte cerca de 2 mil toneladas diárias de

resíduos em 15 MW/h de energia renovável. A expectativa é chegar a 20 MW/h em 2013

FotoS: Carol Garcia / Secom BA

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48 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 49 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

“N ão adianta mais apenas discutir sobre empresas socialmente responsáveis que atendam seus negócios de uma forma ética,

social e ambientalmente responsável. Esse é apenas o primeiro passo. Precisamos ser mais fundamentais e reco-nhecer que os negócios, por si só, podem criar benefícios socioambientais e que eles não precisam ser um auxílio secundário.”

A opinião é do norte-americano Lee Davis, que acredita nas iniciativas sociais como um novo jeito de fazer negócio e, ao mesmo tempo, ser financeiramente sustentáveis e potencialmente rentáveis, enquanto criam benefícios para a sociedade. “É preciso redefinir o conceito de como os mercados funcionam”, acrescenta.

sustentab il idade | p ro bem

Gestão para O bem De tODOs

por ClaRa

CoRRêa

redefinir o conceito de mercado, investimento e retorno está entre as metas

de organizações que acreditam no potencial do terceiro setor como

ferramenta para uma sociedade mais justa. nesst e ashoka estão na bahia mostrando um nova forma de apoiar empresas sociais

FotoS: Divulgação

Instituto Incores ajuda jovens a se inserir no mercado de trabalho

Davis é cofundador da NESsT, uma empresa focada em apoiar organizações não governamentais na gestão de recursos e usar os princí-pios e práticas de empreendedorismo e investimentos para solucionar pro-blemas sociais. Essa história começou em 1997, quando ele e Nicole Etchart perceberam que as organizações que trabalhavam para resolver os desafios sociais e ambientais tinham algo em comum, além do desejo de uma sociedade mais justa e sustentável: a eterna necessidade de dinheiro.

Ambos sabiam que filantropia e caridade eram questões importantes para resolver os problemas, mas nãosuficientes. Era preciso capturar o poder e potencial do mercado para financiar e sustentar as mudanças so-ciais. “Isso que atualmente chamamos de ‘iniciativa social’ - um negócio

criado para solucionar um problema social crítico”, explica Lee Davis. Hoje a equipe da NESsT atua em dez países em busca de soluções para problemas críticos das comunidades em nações em desenvolvimento, inclusive com projetos na Bahia. É o caso do insti-tuto Incores, em Salvador, que ajuda jovens a se inserir no mercado formal de trabalho.

Em 2010, o então recém-criado instituto participou dos desafios nacionais da NESsT de pré-seleção de empresas sociais com potencial para receber o treinamento, capital financeiro, aconselhamento e acesso a mercados e redes. Após selecionado, passou pela etapa de planejamento, que dura de seis a nove meses, em um processo rigoroso de estudo para testar a viabilidade da ideia da em-presa, e também para ajudá-la a

“É preciso redefinir o conceito de como os

mercados funcionam” lee davis,

cofundador da nesst

determinar se o empreendimento tem o potencial de alcançar as metas sociais e financeiras.

Hoje o instituto Incores está na fase de incubação, a segunda do pro-grama. Ela dura de três a cinco anos. É nesse momento que as empresas sociais dão início às suas ativida-des ou implementam as melhorias necessárias. O papel da NESsT nesse momento é oferecer financiamento, tutoria e apoio de gestão. “Além de nossa equipe fulltime, nós incluímos uma rede de líderes de negócios locais através da nossa Rede de Acon-selhamento para providenciar suporte pro bono em áreas especificas, como marketing, estratégia e desenvolvi-mento de produtos”, explica Davis.

A Ashoka, em parceria com a McKinsey, é outra organização inter-nacional que também atua na Bahia com objetivos similares aos da NESsT. Pioneira no campo da inovação social, trabalho e apoio aos empreendedores sociais, ela atua na consultoria de ges-tão e desenvolve um programa que busca facilitar o processo de planeja-mento do crescimento de empreende-dores sociais.

“Estamos na terceira edição desse programa, que tem trazido um conhecimento novo em termos do que são os modelos de crescimento e quais são os desafios existentes. Há uma variedade enorme de formas de investimento, que vai desde a doação até compras de capital de organiza-ções de negócios sociais. Nosso papel é estudar um pouco desses formatos de capital para viabilizar os projetos de crescimento”, conta Carina Pimen-ta, da Ashoka. Ela cita como exemplo positivo a atuação do programa no Instituto Chapada de Educação de Pesquisa, com sede em Caeté-Açu, distrito de Palmeiras, uma Oscip que há dez anos trabalha para contribuir com a melhoria da qualidade da educação pública.

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O apoio financeiro para empresas sociais e Ong, especialmente nos estágios iniciais das organizações, é defendido por Lee Davis como vital. “Estes primeiros anos são os mais arriscados, o que faz com que nem to-dos os investidores estejam a favor de apoiá-los”, diz. Mas, além de angariar fundos, ele lembra que é fundamental saber gerenciar esse capital de forma eficiente e ter os suportes necessários para prosperar.

Como potencializar a gestão para empresas sociais

Para a mestre em administração de empresas Tanya Andrade, diretora executiva do Incores, é essencial aplicar mecanismos de gestão con-siderados do “mundo dos negócios” para aumentar a eficiência e eficácia de uma organização social. “O terceiro setor não é diferente nem do setor público e nem do privado. Precisa adotar mecanismos de gestão que o tornem mais eficiente. Só porque o terceiro setor tem finalidade pública não quer dizer que não precise ser bem gerido”, declara.

“Uma organização só existe quan-do consegue criar um projeto que tenha impacto duradouro. Ela tem valor para a sociedade quando con-segue trazer o impacto positivo que é demandado, porque há um problema social a ser resolvido. Assim ela preci-sa mobilizar recursos para fazer isso acontecer, ninguém faz isso sozinho”, reforça Carina Pimenta.

Lee Davis resgata o conceito de “filantropia de risco” ou “filantropia engajada”, que se diferencia do mo-delo tradicional de caridade por não se limitar à doação de dinheiro e por utilizar os conhecimentos, habilidades e networks de empresários, investido-res e outros profissionais para ajudar ONGs e outras instituições. “Esses ‘filantropos engajados’ fundem suas

doações com os princípios e ferramen-tas do investimento de capital de alto risco, fazendo parcerias com organiza-ções por um longo período”, conta.

A opinião de Carina, no entanto, é a de que não existem “ferramentas do setor social” e “ferramentas do setor privado”. “Existem boas práticas de gestão, e você vai encontrar isso nos setores social, público e privado. Acho que uma organização inteligente é aquela que entende o que são as boas práticas dentro do seu setor e traz isso para si. Gestão não é uma questão de setor um, dois ou três. É

uma questão que todo o mundo pre-cisa ter”, diz.

Com tudo isso é possível esperar resultados positivos para todos os envolvidos, opina Tanya. Segundo a diretora, os investidores ganham a segurança de apoiar organizações sustentáveis e que podem oferecer contrapartidas que existirão de fato; a sociedade passa a ter organiza-ções com serviços consistentes; e as organizações ganham não apenas com a sustentabilidade financeira e a di-versidade de fontes de recursos, mas também com a credibilidade. [B+]

“Uma organização inteligente é aquela que entende o que são as boas práticas dentro do seu setor e traz isso para si” carina pimenta, coordenadora da ashoka

FotoS: Divulgação

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Novos tempos, novos comportamentos. O advento da internet e suas ferra-mentas de produtividade modificaram bastante os ambientes de trabalho. Não é de hoje que gestores, funcionários e colaboradores podem trabalhar sem um espaço físico definido. Pode ser no aeroporto, avião, táxi, shopping... Trabalhar em casa, em vez de nos escritórios empresariais, já se tornou tendência em diversos países, inclusive no Brasil. Chamado de home office ou telecommuting, a prática valoriza a produtividade, a inovação, a satisfação do colaborador e a responsabilidade socioambiental.

vantagens:- Evita o deslocamento até o local da empresa; extingue gastos com transportes (metrô, ônibus, carros), reduz a quantidade de automóveis nas avenidas, o con-sumo de combustível, além das emissões de gases causadores do efeito estufa.- Fatores subjetivos, como a satisfação pessoal, capazes de resultar em um rendimento mais produtivo.

desvantagens:- Um estudo da Network World publicado em 2008 mostra que o home office pode ser um obstáculo no avanço da carreira, pois as melhores vagas tendem a ser dadas às pessoas que atuam presencialmente.- Desafio de ser percebido como um profissional produtivo, sem o preconceito que pode ser despertado por uma pessoa que fica o dia inteiro em casa.

dicas para realizar o home office:

Com base na consulta realizada pelo site Lifehacker com internautas, o Efetividade.net listou dez dicas para quem quer trabalhar em casa de modo eficiente:

1. adapte seus horários de trabalho aos demais horários da sua vida doméstica, buscando eficiência e redução do estresse;2. identifique o período do dia em que você é mais produtivo, e certifique-se de alocá-lo para as tarefas mais essenciais;3. registre aquelas atividades que você gosta de fazer quando começa a procras-tinar, e passe a definir um momento certo para pausas que permitam realizá-las – em horários definidos, ou após cumprir determi-nadas metas ou alcançar marcos;4. defina indicadores, marcos e metas rea-listas, e acompanhe-os todos os dias para se certificar de que estejam sendo cumpridos, e eventualmente programar compensações. defina a sua própria marcha que permita chegar onde você quer e certifique-se de cumpri-la;5. descubra o que é necessário para sinalizar a todas as esferas da sua mente que você está em “modo de trabalho” – para algumas pessoas basta vestir-se com a roupa que usariam para ir ao escritório, ou sentar-se em uma determinada escrivaninha.6. tenha um ambiente exclusivo para o seu trabalho em casa, com todos os recursos necessários;7. utilize secretária eletrônica ou um identi-ficador de chamadas para não permitir que os telefonemas “da casa” interfiram no seu trabalho;8. em um escritório doméstico, alguns dos eventos que sinalizam claramente a passa-gem das horas do dia em uma empresa não ocorrem. se você notar que seu dia às vezes passa voando, sem você perceber, procure um relógio ou algum outro tipo de alerta;9. saiba quando fazer uma pausa; 10. se você for seu próprio patrão, programe dias ou períodos para cuidar das necessida-des domésticas.

sustentab il idade | so luções sus ten tá ve i s

doNo do seu pRópRio esCRitóRio

Trazer a estrutura de um escritório para dentro do

conforto do lar é uma das vantagens do home office

sustentabil idade | economia c r i a t i va

Em novembro último, foi divulgado o segundo Relatório sobre Economia Criativa, iniciativa da ONU, em uma parceria Unctad/Pnud. A economia criativa é formada pelos segmentos de bens e serviços que contam com capital intelectual, conteúdo criativo e valor cultural e comercial.

Tendências de mercado para todos os se-tores criativos nas diversas regiões do mundo e dados de comércio internacional de seus bens e serviços fazem parte desse detalhado estudo que analisa as implicações de aconte-cimentos recentes, principalmente o impacto da crise financeira e da degradação do meio ambiente na economia criativa.

O relatório reafirma que as indústrias criativas são um dos setores mais dinâmicos da economia mundial e podem ajudar dos países a diversificar suas economias. Aponta ainda que a economia criativa e a economia verde se complementam e que as políticas de governos devem se adaptar à realidade atual. Esse estudo constata também aquilo que já percebemos em nosso dia a dia: que na era do conhecimento e da conectividade, está havendo um poder crescente das redes sociais e um novo estilo de vida da sociedade contemporânea.

Um número cada vez maior de países está priorizando a economia criativa em suas estratégias nacionais de crescimento socioe-conômico. Sabem por quê? Bom, na economia criativa é possível trabalhar com um modelo de desenvolvimento mais inclusivo, com im-pacto não só econômico, mas também social. Contribui muito para a inserção por meio da criação de empregos, promove a diversidade cultural e um desenvolvimento mais humano e sustentável.

Outro motivo, mais fácil de compreender, mais terreno por assim dizer, para aqueles que acham esse assunto coisa menor, é que

os dados comprovam que a indústria criativa, é mais resistente a crises. Bom, agora talvez você ache esse tema mais atraente, caro empreendedor. Segundo a Unctad, produtos criativos tais como a música, vídeos, jogos digitais e outros bens criativos de consumo doméstico mantiveram demanda estável mesmo durante a recente crise financeira internacional. Os bens e serviços criativos têm tido um desempenho extraordinário.

Apesar de nós brasileiros nos orgulhar-mos de nossa cultura, talento, diversidade, e estarmos entre as sete maiores economias do mundo, não conseguimos ficar nem entre os 20 maiores produtores do setor, liderado por China, Estados Unidos e Alemanha. Temos ainda um longo caminho a percorrer. Caminho esse que a Bahia deve trilhar mais rapidamente, pois tem um potencial extraor-dinário para o desenvolvimento da economia criativa. Alguns setores como o da música, por exemplo, vêm desempenhando um papel importante nessa direção, cresceram bastante nos últimos 20 anos, são bastante profissionalizados e geram empregos em diversas camadas sociais.

Entretanto, a Bahia pode muito mais. A economia criativa vincula artes, cultura, negócios, conectividade e inovação. Requer estratégias próprias, articulação intersetorial e políticas públicas que apoiem e estimulem toda uma cadeia de valor que, se bem estruturada, pode alavancar em muito o nosso desenvolvimento. Viva as ferrovias, minas, petroquímicas, montadoras e afins, e vamos trabalhar fortemente com o mesmo pragma-tismo, pela nossa música, difundir o nosso design, estimular a inovação, divulgar a nossa arte e nossa rica cultura, estruturar nossos destinos, fortalecer nossos palcos, educar e capacitar nossa gente.

O BRASIL, A BAHIA E A EconomIA crIATIvA

isaaC ediNgtoN

empresário e diretor presidente do instituto ecodesenvolvimento.org

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o que é que A

BAhiA tem?

Foto: Alex oliveira / Setur

A primeira ideia que vem à cabeça ao falarmos em turismo na Bahia é diversão. O que muita gente esquece é que, por

trás de tantas festas e atrativos, existe todo um mercado repleto de oportunidades e nu-ances. Para os empreendedores que pensam em investir no ramo, ainda há muito a ser explorado e com grande rentabilidade, desde que os investimentos sejam trabalhados de forma profissional e estratégica.

De acordo com um relatório divulgado pelo Ministério do Turismo, a Bahia é líder isolada no Nordeste na atração de turistas internacionais, com 6% de participação no mercado brasileiro, número três vezes maior que os estados de Pernambuco e Ceará, que possuem 2% cada um. Apesar das crises inter-nacionais, que reduziram bastante a chegada de estrangeiros no Brasil, a Bahia conseguiu se manter entre os cinco principais destinos do país.

Se o estado está bem na fita, e os devotos do Senhor do Bonfim que o digam, por outro lado, trata-se de um destino turístico ainda com muitos entraves e aspectos a melhorar. A questão da sazonalidade, por exemplo, é um desafio a ser vencido. No verão, as taxas de ocupação dos hotéis não se comparam às apresentadas nas demais estações do ano. O turista vem aproveitar as festas, sobretudo o Carnaval, e as praias nessa época, sendo que o número de visitantes cai bastante nos outros meses.

considerada o destino turístico mais visitado por estrangeiros no nordeste, a bahia ainda apresenta grandes desafios e muitas oportunidades de negócios

por aNdRéa CastRo e Felipe zamaRioli

“Criamos produtos novos que já têm apre-sentado bons resultados, como o GP Bahia de Stock Car, que aquece a nossa hotelaria em um mês como agosto, que é muito ruim para o setor, e o São João da Bahia, que melhorou as taxas de ocupação para o mês de junho em nosso litoral. Era uma contradição ver os nossos hotéis cheios no interior e totalmente vazios nas localidades litorâneas”, afirma o secretário de Turismo do Estado, Domingos Leonelli.

Os negócios para driblar a sazonalidade

Outra alternativa para atrair visitantes durante todo o ano é o turismo de negócios. O mercado já sentiu os bons resultados. Uma prova foi a ocupação hoteleira da capital baiana de 73% no mês de outubro, de acordo com a Bahiatursa. Além de movimentar a ati-vidade em épocas menos visitadas, o turismo de negócios é altamente rentável. Segundo o presidente da ABIH Bahia, José Manoel Garrido Filho, o turista de eventos (no qual se enquadra o de negócios) gasta em média US$ 253 por dia.

Mas para atender a essa demanda é ne-cessário investimento, sobretudo em hotela-ria. A novidade na cidade é o recém-lançado hotel Quality Bahia, com 224 apartamentos e um centro de convenções para três mil pesso-as. O hotel é da incorporadora JHSF, que tem outros três hotéis em construção na Bahia. O estado já tem confirmados US$ 5,7 bilhões em investimentos privados, previstos na área hoteleira, até 2017.

A Bahia está entre os três primeiros estados para o turismo de negócios e Vitória da Conquista, localizada a 500 quilômetros de Salvador, é outro destino que tem atraído em-preendimentos para atender a essa demanda. O terceiro maior município do estado possui excelente localização e boa rede hoteleira. Da capital baiana, saem dez voos diários. Além disso, Conquista possui outros atrativos como a Serra do Periperi; o Cristo Crucificado, do artista Mário Cravo, com 15 metros de altura por 12 de largura; a Catedral Nossa Senhora da Vitória; a primeira Igreja Batista de Vitória

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Líder isolada no Nordeste na atração de turistas internacionais, a Bahia tem 6% de participação no mercado brasileiro, número três vezes maior do que Pernambuco e Ceará, que possuem 2% cada um

número, o visitante pode obter informações sobre programação de cinema, teatro, shows, festas populares e ainda telefones e endere-ços de farmácias, hospitais e outros serviços de saúde e órgãos de segurança pública. O serviço, que dispõe de operadores trilíngues, poderá ajudar os turistas na sua localização geográfica e no acesso aos meios de transporte para deslocamentos, dentro e fora do estado.

“Para a Bahia, foi muito importante partici-par, pois, além de promover os novos produtos, tivemos a oportunidade de fazer uma reunião com a companhia aérea British Airways para captar voos diretos da Inglaterra para a Bahia e reuniões com outros operadores para possibilitar a vinda de voos charters e de pro-mover voos diretos da Europa da TAP e da Air Europa para o estado”, declarou a diretora de relações internacionais da Bahiatursa, Rosana Decat França.

A Secretaria de Turismo da Bahia e a Embratur também estão priorizando as promoções internacionais nos mercados da América do Sul. Dessa forma, investem na captação de novos voos da Argentina, Chile, Peru e Venezuela. Hoje a Bahia possui 25 voos internacionais semanais diretos de Portugal, Espanha, Alemanha, Argentina e dos EUA, além de inúmeros voos charters da França, Itália e também de cidades da Argentina - Buenos Aires, Córdoba e Rosário, desafiando as dificuldades econômicas internacionais.

Novas oportunidades de negócios

A Bahia já é um destino turístico pra lá de consolidado, mas possui ainda diversos pro-dutos a serem melhor explorados. Uma região que tem despertado a atenção de investidores é a Costa do Cacau. Praias paradisíacas, natu-reza exuberante, clima agradável são apenas alguns dos atrativos dessa região, que só não explodiu ainda turisticamente porque tem alguns entraves.

“O maior problema que nós temos hoje aqui na região é a acessibilidade. Para o turis-ta chegar a algumas localidades, muitas vezes ele precisa enfrentar péssimas estradas ou o sistema de ferryboat, que possui um serviço precário”, aponta o diretor do hotel Aldeia do

da Conquista, considerada uma das mais bonitas da América Latina; além de diversos museus. Um novo atrativo que chega para ampliar o leque de opções é a Casa dos Carneiros, em construção, um espaço para ópera idealizado pelo cantor e compositor Elomar Figueira Mello, que promete trazer atrações renomadas, inclusive no cenário internacional.

Da Bahia para o mundo

Em novembro, a Bahia foi representada pela Bahiatursa na 32ª edição da Feira Internacional World Travel Market, maior evento de turismo da Grã-Bretanha, considerada por muitos profis-sionais como o maior fórum global da indústria de turismo. Um dos pontos destacados no evento foi a crise financeira na Europa, que coloca os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) no centro das atenções também no turismo.

Durante o evento, a Embratur apresentou o Roteiro Integrado - Bahia, Rio de Janeiro e Amazonas. Ele proporciona ao turista interna-cional, em uma mesma visita, passeios nesses três grandes destinos do Brasil. Da Bahia, foram também promovidos o golfe, o turismo étnico afro, o ecoturismo, sem esquecer o turismo de lazer e o de negócios. Um dos serviços divulgados no evento foi o Disque Bahia Turismo, que é o maior call center do país (71 3103-3103). Através desse

Foto: Rita Barreto / Setur

A BA-001 é a nova estrada que liga

Camamu a Itacaré. Apesar da boa

qualidade da pista, empresários ainda

questionam que é difícil chegar a

outras localidades da região.

Mar, Ernani Pettinati. Segundo ele, o aero-porto de Ilhéus não comporta as demandas existentes. “Há uma promessa de construção de um novo aeroporto, mas ainda está tudo no papel. Nós, empresários, precisamos de um posicionamento claro e definitivo do governo em relação a isso”, completa Ernani.

O empresário explica que, de Camamu para Itacaré há uma estrada muito boa, mas para o turista chegar de outros lugares como Salvador, por exemplo, ele encontra dificul-dades. Com isso, a ocupação hoteleira ainda não é satisfatória. Os empreendimentos são pequenos para o imenso potencial da região. Outro ponto que estaria na contramão do desenvolvimento são as altas tarifas dos voos.

Para apostar no potencial do que há de latente naquelas localidades, a empresa Con-chas do Mar Empreendimentos Imobiliários está com um projeto para implantar próximo a Itacaré, o que promete ser praticamente uma nova cidade. A Reserva Itacaré terá um investimento estimado em R$ 150 milhões. Está prevista a construção de um hotel com112 apartamentos, um hotel charme com 15

bangalôs, oito condomínios, um centro de convenções, uma escola profissionalizante, um centro esportivo e um hospital – primeiro no município. O arquiteto que assina o projeto é Sidney Quintela.

De acordo com o assessor da Conchas do Mar para o projeto Reserva Itacaré, Érico Mendonça, a parte construída do empreen-dimento ocupará apenas 6% da área total do projeto, que é de 233 hectares. Os outros 94% permanecerão como área verde. “A ideia é de preservar ao máximo o meio ambiente e manter o clima bem característico de Itacaré”, ressalta.

Segundo a secretária executiva do Instituto de Turismo de Itacaré, Cláudia Cruz, a empre-sa apresentou um Master Plan ao Conselho Gestor da APA Costa de Itacaré e Serra Grande (do qual a prefeitura também faz parte), que é um conselho tripartite consultivo, não-delibe-rativo, para informar quais os equipamentos seriam implantados e onde poderiam ser loca-lizados. A empresa ainda busca parceiros para a realização do projeto e o início das obras da primeira etapa está previsto para 2013.

Foto: Rita Barreto / Setur

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Potencialidades e desafios

Paulo Gaudenzi, ex-secretário de turismo, membro da Academia Brasileira de Eventos, diretor do Hotel da Bahia e empresário, ressalta que oportunidades de negócios podem ser apontadas a depender do tipo de investimento. Para Salvador, por exemplo, ele destaca a neces-sidade de hotelaria de alto nível, e para a Baía de Camamu observa o não aproveitamento de vários produtos com grande potencial, inclusi-ve para o turismo náutico.

Novos atrativos a serem descobertos ou trabalhados turisticamente não faltam. Rosana Decat reforça: “Cito Itacaré, Boipeba e Maraú como destinos que agregam a sustentabilidade ambiental às motivações do turismo de sol e praia, e ao conforto das pousadas e hotéis; a Baía de Todos os Santos, com 56 ilhas com grande número de atracadouros, águas mornas, sol e bons ventos o ano inteiro, é uma excelente escolha, a Costa dos Coqueiros, com a excelente infraestrutura hoteleira no segmento de resorts, ecoturismo e golfe; entre outros”.

Ter um bom produto ou uma série deles não é garantia de boas ven-das. Mais do que os atrativos naturais, culturais ou de qualquer outra natureza, o turismo é uma atividade que exige, substancialmente, pla-nejamento estratégico. Na visão de Paulo Gaudenzi, o mais importante é sempre renovar. “Eu já vi seis rótulos diferentes de uma determinada marca de cerveja que até hoje tem mercado forte no Brasil. A embala-gem do produto deve sempre ser atualizada”, compara.

Segundo ele, é necessário também investir em tecnologia da informação e qualificar as pessoas, sobretudo por meio de empresas que sejam reconhecidas dentro e fora do país.

A esperança segue sendo a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas. Contudo, não se pode esperar que esses investimen-tos pontuais possam transformar a vida da população ou incrementar de forma ampla e definitiva o trade turístico. Para a Copa, há investimentos em diversas áreas. “Nós do turismo, por exemplo, estamos com dois gran-des investimentos previstos para os próximos anos, da ordem de R$ 134 milhões na Baía de Todos os Santos, e de R$ 32 milhões na requa-lificação da Feira de São Joaquim. Outros R$ 20 milhões serão destinados a qualificação profissional. Além desses, o governo tem pro-jetos na área de mobilidade urbana, seguran-ça pública, dentre outros”, conclui Leonelli.

Os empresários do turismo acreditam, porém, que há questões sobre a atividade que não podem ficar ligadas somente a esses grandes eventos. Os investimentos público e privado devem garantir a geração de emprego e renda para o estado de forma permanente, deixando um legado importante para todos os segmentos da cidade. É necessário criar condições seguras para que os empresários possam investir em grandes projetos para ganhos a médio e longo prazos, não só para a capital baiana, mas para todo o estado, mostrando o que a Bahia tem de bom para oferecer.

O músico espanhol José Eloy Garcia Alon-so esteve na Bahia recentemente e apostou que apesar de possuir um entorno natural muito bonito, shoppings modernos bem dife-rentes dos pequenos centros comerciais euro-peus, atrativos turísticos interessantes como o Pelourinho, entre outros aspectos positivos, o abandono notório da cidade, sobretudo no Centro Histórico e na Cidade Baixa, e a insegurança causam um desconforto ao tu-rista que vem de fora. O músico comparou o aspecto da cidade a Cuba, “bem terceiro-mun-dista”, mas também demonstrou vontade em empreender na cidade. “Se sentisse um maior comprometimento do poder público, investiria em uma vinhoteca por aqui”, arriscou.

O secretário Domingos Leonelli durante evento em

que anunciou o investimento de R$ 32 milhões na Feira

de São Joaquim

Foto: Rita Barreto / Setur

SEGmENToS TuRíSTICoS

O turismo já foi pensado com a simplicidade de origem-destino e a visitação de lugares comuns. Com a profissionalização da ativi-dade, percebeu-se que, pelo fato de abranger públicos e interesses diversos, a atividade tem que ser trabalhada de acordo com as peculiaridades de cada grupo. Assim o trade turístico ampliou o turismo segmentado, no qual se faz necessário ter o conhecimen-to profundo do destino, equilibrando a relação da oferta com a demanda.

Na Bahia, existem roteiros para os mais diversificados públicos em segmentos como cultural, arqueológico, LGBT, náutico, religioso, étnico, esporte e aventura.

O sabor do enoturismo

A Bahia possui 13 zonas turísticas e algumas delas, que não eram muito trabalha-das, já começam a despontar, como o Vale e os cânions e lagos do São Francisco. Essa região compreende o entorno dos municípios de Juazeiro e Paulo Afonso, que possuem um grande potencial para o enoturismo e o turismo de aventura, respectivamente. Em Paulo Afonso, são realizadas algumas das principais competições de esportes radicais nacionais e internacionais; enquanto em Juazeiro já há um fluxo mensal de cerca de duas mil pessoas visitando a principal vinícola do local.

Um dos principais atrativos é o roteiro do Vapor do Vinho, um passeio que, há alguns anos, só seria possível na Europa ou no Sul do Brasil, mas que está se consolidando no Vale do São Francisco, segundo polo produ-tor do vinho nacional. O roteiro começa em Juazeiro, onde os visitantes navegam em uma embarcação típica da região, conhecen-do a barragem e realizando a eclusa, poden-do, em seguida, apreciar as águas calmas do lago. Ao chegar à Vinícola Ouro Verde (Miolo/Lovara), no município de Casa Nova, o turista visita os vinhedos, conhece mais sobre viticultura e aprende como são elabo-rados os vinhos tinto, branco e espumante. Tudo com o sabor marcante de degustações e o conhecimento de diversos produtos, como cosméticos à base de uva e vinho, confec-ções, acessórios, taças e artesanato.

“Por ser uma região que possui potencial para produção de uva e vinho com até duas safras completas por ano, o grupo decidiu investir no turismo como algo a mais para a região. De janeiro a dezembro, o turista pode conhecer o plantio de uva e a produção de vinho, o que não é comum em regiões vitivinícolas tradicionais. Esse diferencial foi que levou à exploração do enoturismo. O mercado é crescente. Fazendo a comparação de crescimento do numero de visitantes de 2010 e 2011 até agora, consta um aumento de 78%”, afirma o coordenador de turismo da Vinícola Ouro Verde, Rafhael Loura.

Apresenta como diferencial a possibilidade de ser explorado durante todo o ano. É uma alternativa para a redução dos impactos da sazonalidade nos destinos. Sendo assim, consegue atrair mais a atenção de empresários e investidores, pois os riscos de mudanças causadas pelas condições climáti-cas, por exemplo, são mínimas.

Nesse sentido, torna-se necessário que o governo apoie ações que visem à ampliação dos investimentos privados no segmento, sensibilizando empre-sários para a importância do turismo cultural. Por ser tão amplo, ele pode abarcar demais segmentos, como o turismo religioso, étnico-afro, arqueoló-gico, dentre outros.

turismo cultural

Foto: Rita Barreto / Setur

Foto: João Ramos / Bahiatursa

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É a grande aposta do turismo na Bahia. Com enorme poten-cial, ganhou espaço no planejamento de novos produtos turísticos e tem a seu favor o maior litoral do Brasil, com 1.181 quilômetros de extensão. Além disso, a região apresenta clima de verão o ano inteiro, propício para a atividade. Destacam-se nesse segmento as regiões conhecidas como Costa das Baleias; Costa do Cacau; Costa do Descobrimento e Costa do Dendê.

A Baía de Todos os Santos sobressai como um berço para o turismo náutico. No mês de novembro, o governo da Bahia anun-ciou que vai investir R$ 85 milhões em infraestrutura náutica, recuperando atracadouros e potencializando a qualificação profis-sional. Essa iniciativa será mais um incentivo para investidores e, consequentemente, poderá aquecer a demanda de turistas para conferir as 56 ilhas que compõem a maior baía do Brasil.

Salvador é a cidade mais negra do mundo fora do continente africano. A forte herança desperta a curiosidade de turistas do mundo inteiro que desejam conhecer mais sobre cultura, comida, religião, arte e dança provenientes dos povos africanos. Por essas características, a capital baiana é o grande polo desse segmento, atraindo milhares de turistas todos os anos.

As atenções de muitos turistas se voltam para o bairro da Liberdade, mais especificamente para o Ilê Aiyê, bloco funda-do há 38 anos e que desenvolve projetos de inclusão social de crianças e adolescentes. Seu modelo de gestão é referência, sendo considerado um dos melhores lugares do estado para a realização de atividades socioculturais, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Rio Branco.

Estado de todos os santos e crenças, a Bahia é conhecida mundialmente pela fé do seu povo, que vem tanto das raízes africanas, como das igrejas católica e protestante. A busca espiritual e a prática religiosa fazem com que milhares de pessoas desembarquem na principal porta de entrada do estado, Salvador. Os visitantes vêm principalmente em busca de peregrinações e romarias; retiros espirituais; comemorações de caráter religioso, como as festas da Nossa Senhora da Conceição da Praia e do Nosso Senhor do Bonfim; e visitação a espaços religiosos (igrejas, templos, santuários e terreiros).

Desde 2010, a Bahia faz parte do roteiro de turismo religioso do Vaticano, por meio da agência de turismo oficial daquele país, a Ópera Romana de Peregrinação (OPR), sendo reconhecida internacionalmente. O roteiro de visitas pode ser ampliado com a proposta de inclusão das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), através do Santuário da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres e do Memorial Irmã Dulce (MID), que recebem cada vez mais pessoas, desde que “O Anjo Bom da Bahia”, como ficou conhecida a irmã Dulce, foi beatificada pelo Vaticano e pode vir a se tornar a primeira santa baiana.

capa

turismo náutico

turismo Étnico-aFro

turismo reliGioso

Foto: Elói Corrêa / SecomFoto: Rafael Martins / Secom

Foto: Ciro Brigham

Pensar em turismo arqueológico na Bahia remete a um destino: Chapada Diamantina. Com uma área aproximada de 1.520 quilô-metros quadrados, o Parque Nacional da Chapada Diamantina abriga alguns dos mais importantes sítios arqueológicos do Brasil e é referência para pesquisadores e turistas.

Rochas, montanhas e grande acervo arqueológico estão acessíveis a todos àqueles interessados em conhecer um pouco mais sobre a história dos nossos antepassados. Podemos afirmar que esse tipo de turismo evoluiu bastante nos últimos anos e que o envolvimen-to da comunidade local é de fundamental importância para a preservação do patrimônio cultural e no desenvolvimento econômico sustentável na região. Os empresários do segmento têm apostado na abertura de novos empreendimentos, como hotéis e restaurantes, e investido em serviços, como visitas guiadas aos sítios arqueológicos. Além disso, existe uma preocupação em estabelecer uma infra-estrutura necessária para os visitantes sem causar grande impacto ambiental.

Entre os locais de visitação mais procurados por turistas, encontram-se os municípios de Morro do Chapéu, Central e Gentio do Ouro, que agrupam cerca de 30 sítios com pinturas rupestres. Seguindo pela BA-052, conhecida como Estrada do Feijão, encontram-se algumas dessas ricas obras de arte que contam a história da humanidade e foram conservadas por milhares de anos. Há também trilhas que podem ser feitas, como a do rio Cumbuca, em Mucugê, onde os turistas podem ver algumas inscrições rupestres e assistir ao pôrdosol no alto do Morro do Cruzeiro. [B+]

Predominante em regiões de sol e praia, o turismo LGBT cres-ce a cada ano em cidades como Salvador, Porto Seguro, Ilhéus e Itacaré. Segundo o vice-presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, a preferência pelas cidades litorâneas pode estar no clima de interação proporcionado por essas cidades. Considerados gay-friendly, esses destinos se destacam por pro-porcionar ambientes democráticos, respeito à diversidade e vida noturna agitada.

Como grande evento do segmento destaca-se a Parada Gay da Bahia, que atrai todos os anos milhares de pessoas para o estado. “A Bahia possui também o diferencial de ter uma veia artística muito forte, além de ser famosa pela cordialidade do seu povo”, declara Cerqueira. Ele explica também que esse público costuma viajar, normalmente, em grupos pequenos de duas ou três pessoas e prefere se hospedar em locais mais centrais, pois, segundo ele, são mais seguros. Mas se nem tudo é festa, o GGB vai transformar a Parada Gay 2012 num evento para incrementar o fluxo turístico de forma mais ativa, promovendo uma semana cultural com data já marcada - de 1º a 9 de setembro.

Sobre a ilha, uma curiosidade: uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2010 indica que os municípios de Vera Cruz e Itaparica, ambos localizados na Ilha, apresentam os maiores índices de con-centração de casais homossexuais. Um dos locais mais frequen-tados é a praia de Ponta de Areia, tanto que o site GGB indica o local como ponto de paquera.

turismo arqueolóGico

turismo lGbt

Foto: Jota Freitas

Foto: Carla ornelas / Secom

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internas e tem como carro-chefe a utilização de fibras sintéticas. Além de trabalhar com uma linha de ombre-lones, a companhia orgulha-se de ter sido a primeira a se especializar em produtos outdoor.

Em uma visita ao condomínio empresarial no qual a fábrica da Tidelli está situada, a [B+] conversou com a CEO da empresa, Roberta Mandelli, que revelou a filosofia da gestão do grupo, centrada na inovação, além de adiantar novidades referentes às lojas da organização e avaliar os rumos do mercado na Bahia e no Brasil como um todo. “A Bahia é uma ótima praça”, adianta a executiva.

É de uma moderna fábrica instalada no bairro de Coutos, no Subúrbio Ferroviário de Salva-dor, que a Tidelli in & out, líder no mercado de móveis residenciais, produz mais de 200

artigos entre chaises, sofás, almofadas, bancos, poltronas e mesas - peças ricas em estilos e cores, comumente vistas em casas das classes A e B, restaurantes, hotéis e clubes.

A ousadia ao inovar e acreditar nos negócios é a prin-cipal marca da pioneira no segmento de móveis externos no Brasil. Com 22 anos de atuação, a empresa capitaneada pelos irmãos gaúchos Roberta, Luciano e Tatiana Mandelli também é referência em mobiliário exclusivo para áreas

COM A CORDA TODAlíder de mercado no setor de móveis residenciais, a tidelli in & out acredita na ousadia ao inovar nos negócios. referência na utilização de fibras sintéticas, a empresa coloca no mercado mobiliários feitos com cordas náuticas. a fábrica fica no coração do subúrbio de salvador

por muRilo gitel

FotoS: Divulgação

Foto: Rômulo Portela

designer que contratamos, por exemplo, embora sempre troquemos informações. Viajamos constantemente para o exterior. Fizemos a Feira de Milão até para ver se os nossos produtos estão de acordo e, para nossa surpresa, a conclu-são é que estamos muito dentro das tendências. Eu morei muitos anos nos EUA e também tenho relacionamento com os fabricantes de lá e com os europeus.

A Tidelli, por meio de suas lojas, atua em boa parte do Brasil. Vocês são gaúchos. Por que escolheram implantar a fábrica na Bahia?Estamos aqui no Subúrbio desde 1996. Antes, estávamos na região do Cia/Aeroporto. Bem, somos do Rio Grande do Sul, um estado frio que dói (risos), sendo que o nosso pro-cesso é 100% manual. O material costuma enrijecer no frio e os próprios atos de tecer e trançar acabam acanhados em temperaturas frias. Além do clima, escolhemos vir para cá por uma questão de logística de distribuição. Na Bahia, além do clima, você está no centro. E o Rio Grande do Sul é o mercado que menos consome, porque tem pouco verão. Lá, uma pessoa gasta R$ 3 milhões em um apartamento e coloca móvel de plástico no terraço. A Bahia é uma ex-celente praça. Hoje os baianos ocupam a terceira posição entre os que mais compram Tidelli (atrás apenas de SP e RJ) e estiveram na primeira posição durante muitos anos. Outra razão é que o estado era considerado a “China brasileira”. Havia um nível de salário que hoje não tem mais. Conseguíamos ser mais competitivos graças ao custo Bahia, que hoje está altíssimo.

“o estado [Bahia] era considerado a “china

brasileira”. Havia um nível de salário que hoje não

tem mais. conseguíamos ser mais competitivos graças ao custo Bahia,

que hoje está altíssimo”roberta mandelli

A Tidelli atua há 22 anos no mercado. O que fazer para se manter na liderança e evitar a aproximação da concorrên-cia?Fomos líderes no segmento de móveis externos, do qual somos pioneiros. Há 22 anos não havia fabricantes nessa área e hoje nós já devemos ter uns 20 concorrentes, fora os de fundo de quintal. Nós investimos em design, con-tratamos há dois anos uma designer que trabalha em São Paulo e no Rio de Janeiro, que é a Maria Cândida, e con-stantemente nós lançamos coleções assinadas por muitos baianos, designers de mobiliários que tenham um peso capaz de agregar estilo. Paralelo a isso, nós fazemos uma constante procura por materiais diferenciados. Passamos a importar da Indonésia há uns seis anos toda a fibra que trança o produto. É uma fibra melhor do que a nacional, texturizada e muito próxima da fibra natural, porém, sem ter desgaste. Atualmente, importamos um contêiner a cada dois meses. A fibra importada nos proporcionou um grande salto, porque ela vende três vezes mais do que as outras.

E agora vocês apostam na corda náutica como tendência?Como a concorrência passou a nos copiar em relação ao uso das fibras e o produto nacional também evoluiu um pouco, embora ainda esteja abaixo do importado, a necessidade de inovar ficou mais forte. Neste ano, nós acabamos de fazer o lançamento de uma coleção completa-mente nova, já nos colocando em outro nível de mercado, no qual a altíssima decoração tem olhado muito para a Tidelli. Além da fibra, que é o nosso carro-chefe, entramos com um material novo, que é a corda náutica. É algo muito inovador. Ninguém havia sonhado em trabalhar com isso. Esse é o nosso grande diferencial hoje. Lógico que, no final do ano que vem, todos vão estar copiando. Estuda-mos muito essa tecnologia, pois é um produto de área externa, que não pode mofar, e aí acabamos montando dentro da nossa fábrica, que é muito verticalizada, uma microfábrica de cordas. Hoje, o que nós importamos é o fio. É um produto que cai no gosto de quem quer algo real-mente diferenciado, de quem não se limita ao que a média comum consegue oferecer.

De que forma a Tidelli avalia o mercado de móveis atual-mente?Está em expansão, tanto que tem aumentado a concor-rência (risos), que vem se aprimorando. Então, se manter na liderança é um trabalho diário. Como os três irmãos estão na Tidelli desde o início, respirando móveis, estamos sempre muito antenados. A ideia da corda náutica surgiu da gente, e não do estúdio interno onde trabalha a

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fazem bolsas com retalhos da fábrica de biquínis, por meio da associação de moradores do bairro.

Quais foram os resultados das vendas neste ano? Há perspectiva de ampliar as lojas pelo Brasil em 2012?A estabilidade marcou as nossas vendas em 2010, quando os resulta-dos foram muito parecidos com os de 2009. Já em 2011, apesar de todos os trancos e barrancos, houve uma melhora, sendo que, até novembro, já faturamos o equivalente ao registrado no ano passado. Deveremos fechar com uma alta de 10%, algo em torno de R$ 20 milhões, divididos entre corporativo e varejo.

Há perspectiva de ampliar as lojas pelo Brasil em 2012?O planejamento macro nós fazemos em vista dos próximos cinco anos. Hoje são nove lojas plenas da Tidelli (85% dos produtos fabricados pela própria empresa): São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Estrada do Coco, Porto Alegre, Vitória, Natal, João Pes-soa e Fortaleza. Para 2012, nós esta-mos convertendo mais três unidades

A fábrica está instalada no Subúrbio de Salvador, em um projeto social que envolve um conjunto de indústrias e a comunidade local. Como você vê essa relação?Quando instalamos nossa fábrica aqui, o bairro estava recém-criado, sendo que o índice de criminalidade era de 95%. Foi quando o então governador Paulo Souto bateu na Fieb e expôs o problema. A sugestão dada foi a implantação de um condomínio industrial. A Tidelli foi uma das empresas que encabeçaram esse projeto, porque muitas não tinham coragem de vir para aquele verda-deiro “faroeste”. Até os funcionários que nós trouxemos de nossa fábrica antiga ficavam com medo. O Senai também abraçou o projeto e ajudou a capacitar a mão de obra local. Hoje são 23 empresas no Condomínio Empresarial Moradas da Lagoa. Quando viemos para cá, o governo nos deu parte de um prédio, que nós quintuplicamos depois. Ao contratar, priorizamos trabalhadores daqui da região. Contribuímos com a escola-creche, com a academia de karatê, com um projeto de costureiras que

para lojas plenas: Goiânia, Recife e Maceió. A conversão de Belo Hori-zonte deve ser concluída até o final de 2011. Já as lojas multimarcas, que normalmente destinam uma área de 200 metros para os nossos produtos, são 15.

Quais são os maiores desafios para se tocar o negócio?O custo Brasil. O desafio do indus-triário no Brasil é o nosso governo, a nossa tributação alta. A baixa quali-ficação também é uma coisa compli-cada, o que se gasta em treinamento de pessoal.

Os seus dois irmãos e você são os gestores da Tidelli. Dá muita briga?Às vezes dá briga, mas aí a gente respira fundo e desfaz (risos). Em qualquer empresa ocorrem con-tratempos, mas nós os coordenamos bem. Cada um tem suas qualidades e defeitos. Estou à frente das questões da fábrica. Tatiana, que fica em Goiás, cuida da parte comercial, relaciona-mento com lojas, e o Luciano atua no varejo nacional e também dá um suporte no industrial.

“a necessidade de inovar ficou mais

forte. além da fibra, que é o nosso carro-chefe, nós entramos

com um material novo, que é a corda

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Foto: Rômulo Portela

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liFestYle

estilo

Guia techplano +

viaGemturismo

sabor

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VOCê TEM SEu PERFIL NA INTERNET?

Especialistas garantem que é necessá-rio planejamento e conhecimento téc-nico para alcançar objetivos na web

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68 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 69 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

l iFestYle | t u r i s mo

O engenheiro Roberto Costa, 61 anos, radicado em Brasília, e o empresário Walter Leite, 54 anos, que mora em Sergipe, possuem algo em comum.

Eles fazem questão de não se preocupar com absolutamen-te nada no período das férias, além de usufruir de uma casa de praia de alto padrão, com serviço de hotelaria de luxo e possibilidade de intercâmbio para variados destinos paradisíacos espalhados pelo mundo.

Essas opções são oferecidas no sistema de tempo compartilhado (timeshare), comum há mais de 20 anos nos Estados Unidos e em parte da Europa, uma tendência que atualmente engatinha no Brasil, mas que tem tudo para virar tendência no mercado. Uma boa notícia para a Bahia, estado que abriga dois dos três empreendimentos de luxo que atuam hoje com esse modelo aqui no país: o

por muRilo gitel

Itacaré Paradise, em Itacaré, e o Quintas Private Residen-ces, na Costa do Sauipe (o terceiro é o Aguativa, que fica no Paraná).

Funciona assim: você pode comprar uma fração do imóvel (costuma ser 12 frações) e usufruir quatro semanas anuais por meio de um rodízio de datas, estabelecido de maneira igualitária para os proprietários em um calendá-rio randômico (assim eles alternam o uso das semanas de alta e baixa estação). A administração e a manutenção das propriedades ficam por conta das empresas responsáveis pelos empreendimentos, o que significa deixar de se preo-cupar com a insegurança e gastos com caseiro, jardineiro, contas de IPTU, água e luz, por exemplo.

“Eu não me preocupo com absolutamente nada”, destaca Roberto Costa, que já adquiriu duas frações de

pensando em arrumar as malas? e se você pudesse otimizar o tempo das suas férias em uma casa de alto padrão, com serviço de hotelaria, intercâmbios mundo

afora, sem se preocupar com absolutamente nada? É isso o que o sistema de tempo compartilhado oferece. saiba como funciona esse mercado

CASA DE PRAIA sem estResse

Foto: Eduardo Moody

uma casa no Itacaré Paradise, que é administrado pela Eko Arquitetura e Construção. “Se eu fosse comprar uma casa, mobiliá-la e providenciar todos os serviços que a empresa faz, eu teria muito dispêndio. Eu não quero saber se a lâmpada queimou, se o chuveiro quebrou, se faltou água. Tem alguém que cuida de tudo isso”, pontua o engenheiro carioca radicado na capital federal.

Opinião semelhante tem o paulis-ta Walter Leite, radicado em Aracaju. Ele adquiriu uma fração do Quintas Private, empreendimento administra-do pela Odebrecht Realizações (OR) em julho de 2010. “Casa de praia costuma dar muito trabalho. Eu tenho uma casa de praia que não me dá trabalho. O outro lado é que ela não fica disponível o tempo todo para o meu bel-prazer”, pondera.

No entanto, pesquisas recentes de mercado mostram que os proprie-tários de casas de férias as utilizam apenas 10% do tempo de um ano. “Você vai usar essa casa full time cinco anos, depois, para de utilizar e ela acaba virando um grande elefante branco. Nossa proposta é que a pessoa invista 10% em relação à casa e utilize 100% do investimento”, argumenta Wiliam Nascimento, con-sultor de vendas do Quintas Private e mestre em tempo compartilhado pela Universidade de Valência, na Espanha.

Expansão

“É uma tendência mundial. Cada vez mais, as pessoas querem ocupar o tempo com o que realmente interessa e não ter que se preocupar com uma série de ações que desviam a atenção daquilo que de fato é fundamental”, observa Franklin Mira, diretor da OR. O gerente de vendas do Itacaré Para-dise, Jefferson Magalhães, concorda. “É um produto que está em alta, uma

Foto: Nilton Souza

Foto: Nilton Souza

Foto

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lgaç

ão

Espaço interno e conforto no

Quintas Private

Quintas conta com 20 casas

para frações

Itacaré Paradise conta com a presença de mata atlântica

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70 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 71 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

outra metade é vendida no próprio local, com captação, visitas. Mas nós temos tido um sucesso muito grande, porque quem está usando percebe o resultado, tanto para o usufruto da família como para o lado econômico”, justifica. “Como nós estamos com a nossa economia e com as nossas clas-ses ascendentes, fatalmente teremos mais gente viajando, tirando férias, pois este é um mercado com potencial fantástico.”

O Itacaré Paradise, por sua vez, já vendeu todas as 12 frações da casa de quatro suítes que disponibiliza. Já a residência de três suítes conta com uma fração comercializada. A Eko Arquitetura e Construção pretende construir mais seis imóveis nos próxi-

mos três anos. “Eu adquiri minha primeira cota no

início de 2011. E a segunda em setem-bro. E se bobear ainda compro mais uma”, projeta Roberto Costa.

Em média, as empresas que atuam com esse sistema permitem que os proprietários de frações levem de oito a dez acompanhantes para usufruir do imóvel. Entre os serviços essenciais oferecidos, destacam-se: administração de bens; limpeza de piscinas; jardi-nagem e paisagismo; manutenção predial; segurança; TV por assinatura; internet wireless; concierge; balsa para praia.

Já as opções pay-per-use incluem: Supermercado delivery; café da manhã; bufês especiais; chefs de cozinha; churrasqueiro; garçom/bar-man; serviços de governança/limpeza /lavanderia; massagista; serviços de transfer e passeios; locação de carros e bicicletas.

Uma pesquisa do The Registry Collection (TRC) constatou que o núme-ro de empreendimentos de luxo que atuam com o sistema de tempo com-partilhado em todo o mundo passou de quatro, em 2002, para 154 em 2008. O mesmo estudo revela que 72 frações foram vendidas até 2004, número que atingiu a marca de 7.125 quatro anos depois.

Intercâmbio

Uma das principais vantagens oferecidas pelos empreendimentos que operam no sistema de tempo compar-tilhado diz respeito à associação junto ao The Registry Collection (TRC), um programa de intercâmbio de casas de férias de alto padrão, que possibilita aos proprietários trocar uma ou mais semanas no local onde adquiriram originalmente as frações por outras em diversos destinos turísticos do mundo.

“Nós disponibilizamos, por meio do TRC, mais de 180 empreendimentos

quebra de paradigma. Quem compra sempre sai satisfeito.”

Prova disso é o sucesso de vendas desses empreendimentos. “Nossa meta para o primeiro um ano e meio de projeto era comercializar 80 fra-ções. Nós já passamos das 100, sendo que no final de ano nós costumamos vender três vezes mais em relação aos outros meses do ano”, comemora Mira. “Temos a meta de vender 240 frações até o final de 2012. Com certeza chegaremos à metade até o fim de 2011. Temos 20 casas para esse sistema de frações”, reforça o diretor da OR.

De acordo com Mira, 50% das pessoas que compraram no Quintas foram indicadas pelos amigos. “A

“se eu fosse comprar uma casa, mobiliá-la e providenciar todos os

serviços que a empresa faz, eu teria muito dispêndio. eu não quero saber se a lâmpada queimou, se o chuveiro

quebrou, se faltou água. tem alguém que cuida de tudo isso”

Roberto Costa, engenheiro

Foto: Acervo Pessoal

Roberto Costa curte a piscina em Itacaré ao lado da esposa,

Cássia Regina

de luxo distribuídos por mais de 30 países. Existe uma espécie de banco onde são depositadas as semanas dos proprietários de frações que não querem ir todos os anos para o mesmo lugar. Quem compra fração aqui no Sauipe, por exemplo, pode disponibilizar a semana que não vai usar e solicitar o intercâmbio para Cancún, por exemplo”, explica Wiliam Nascimento, do Quintas Private.

Segundo Nascimento, o banco de semanas disponibilizado pelo TRC é extremamente ágil. “Em agosto deste ano, um cliente nosso pediu Nova York para novembro. Ele solicitou às 10h e às 17h já estava feita a confir-mação no e-mail dele”, exemplifica. Existe um valor de administração para o TRC para viabilizar o progra-ma, uma taxa que é inferior a R$ 700.

“Para o ano que vem já estamos estudando alguns roteiros interna-cionais, como África do Sul, Estados Unidos, Cancún (México) e Europa”, revela Walter Leite, que costuma usufruir de sua fração na Costa do Sauipe com a esposa, os dois filhos e os amigos. Tanto o Itacaré Paradise

como o Quintas Private estão classi-ficados em um nível elevado no TRC, o que possibilita aos proprietários de frações conseguir vantagens adicio-nais no intercâmbio, como mais tem-po de estada, número de acompanha-tes, aluguel de veículo e passagens aéreas. “Essa possibilidade é muito interessante”, completa Leite.

“Para que eu vou comprar uma casa e me preocupar com diversas questões se eu posso ter tudo isso no sistema fracional?”, pontua um entu-siasmado Roberto Costa. “A vantagem do meu concunhado, que tem uma casa de férias própria, é que ele pode usufruir na hora que ele quiser, se bem que ele só pode nas férias. Ele me disse que hoje não teria feito a casa dele se tivesse o conhecimento do sistema fracional antes”, garante o engenheiro.

Iberostate prioriza a compra

Embora não atue no sistema de tempo compartilhado e prefira prio-rizar a compra de imóveis, em vez de frações, o Iberostate Praia do Forte

também aposta no conceito de “uma casa de praia que não dá trabalho”. O Residencial Mediterrâneo é o novo produto do complexo e conta com 76 apartamentos e vila comercial. As unidades de um a três quartos medem de 70m2 a 100m2, custam em média R$ 450 mil e a previsão de entrega é final de 2013.

Entre os serviços disponíveis para os condôminos estão o day pass e night pass no Hotel Praia do Forte; golf; SPA; centro de convenções; lavanderia; manutenção; aluguel de casas; catering gourmet em domicílio; transfer para o aeroporto; abasteci-mento de alimentos; limpeza; internet; TV pay per view; aluguel de veículos; excursões; tours de golf; baby sistter; serviços de mensageiro e fax.

“O nosso perfil de clientes de veraneio é mais de comprador. Esse conceito de tempo compartilhado ainda não está suficientemente consolidado, em nossa opinião. O sentido de propriedade ainda é muito forte no Brasil”, esclarece o diretor do Iberostate Praia do Forte, Javier Trinidad. [B+]

Foto: Acervo Pessoal Foto: Divulgação

Walter Leite e família no Quintas Private, em Costa do Sauipe Iberostate: unidades têm entre 70m2 e 100m2

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72 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 73 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

P aís de cultura milenar e belezas naturais marcan-tes, o Peru tem fortes atrativos turísticos. Além da capital Lima, da misteriosa Machu Picchu e

das trilhas dos incas, é nas belas praias que o país sul-americano tem um toque especial para um determinado grupo de visitantes: os surfistas. As ondas que quebram no Peru seduzem turistas de todo o mundo, a exemplo de Alfredo Tavares, sócio-diretor da agência baiana Tempo Propaganda.

l iFestYle | v i ag em

alfredo tavares, sócio da tempo propaganda, relembra as ondas de sua

viagem ao país do ceviche

PeRué ONDA CERTA

por VaNessa aRagão

Alfredo coloca em dia o surfe nas ondas de

Lobitos, no Peru

FotoS: Acervo Pessoal

Lobitos

Punta Hermosa

PERU

Lima

Alfredo surfa para relaxar de sua rotina de trabalho. Ao menos uma vez por ano, o empresário graduado em jornalismo viaja para fora do Brasil para praticar seu hobby favorito. O arquipélago de Galápagos, Costa Rica e Nicarágua foram alguns dos lugares que ele já desbravou com sua prancha. Há oito anos, por meio de uma mudança de hábitos, na qual incluiu a decisão de “parar de fumar, entrar na academia e voltar a surfar”, Alfredo decidiu voltar a conviver com o mar e garante se sentir uma nova pessoa. “O surfe é uma atividade bem relaxante para mim. Tem esse aspecto de prazer e deleite, e é também um combate ao estresse do cotidiano”, enfatiza.

Em 2011, a viagem escolhida foi ao Peru. Foram 12 dias entre Lobitos, Punta Hermosa e Lima com um grupo de quatro amigos. Essa foi a segunda vez que o empresário-surfista foi em busca das ondas do país.

Lobitos foi o primeiro destino. De-sembarcaram em outubro em Lima, e de lá seguiram rumo ao norte, a um dos seis distritos de Talara, quase na divisa com o Equador. A região, que tem em média mil moradores, trata-se de uma zona pesqueira e já foi local de uma base da petroleira PetroPeru. “O grande lance lá é o turismo de surfe. Tudo em Lobitos gira em torno do surfe”, explica Alfredo.

Durante os sete dias que passou no local, a rotina foi “surfar, surfar e surfar”. Acordavam cedo para pegar onda e às 10h saíam do mar. “Nesse horário, começava, religiosamente, um vento forte que não deixava nin-guém mais surfar”, lembra.

Em seguida, tomavam café da ma-nhã e iam dormir até a hora de voltar às ondas. “Não tinha outra coisa a se fazer, a não ser estar no mar, andar de kitesurf, ser pescador ou dono de pousada. Lá tinha uma única pizzaria, de massa caseira. Ela passou a se in-

“o surfe é uma atividade bem relaxante para mim.

tem esse aspecto de prazer e deleite, e é

também um combate ao estresse do cotidiano”

Alfredo Tavares

Visual de fim de tarde na pacata praia no

norte do país

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74 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m

O balneário de Punta Hermosa mistura

o sofisticado e o simples característico

do Peru

corporar na nossa atividade noturna, onde batíamos um papo e tomávamos umas cervejas peruanas”, recorda os momentos de descontração.

Pessoas hospitaleiras, paisagens desérticas, pousadas seguras, frutos do mar, praias limpas e claro, o mar, compunham o cenário visto e vivido pelo diretor da Tempo Propaganda. “No Peru não para de ter onda, elas são perfeitas, apesar de a água ser gelada”, destaca. Mas as ondas come-çaram a baixar.

de malas prontas

A segunda parte da trip foi em Punta Hermosa, praia a 40 km ao sul de Lima. Como voltaria de Lima para o Brasil e as ondas em Lobitos começaram a diminuir de tamanho, o grupo ficou sabendo pela internet que o mar estava mais propenso ao surfe em Punta. “Então arrumamos nossas coisas e antecipamos o retorno a Lima.”

Lá, a rotina foi um pouco diferen-te: “De manhã a gente surfava e de tarde dávamos uma volta na capital do Peru. Fomos a restaurantes, como o Puro Peru, de cozinha típica, que tinha de tudo. Diversos tipos de cevi-che (combinação de peixes e frutos do mar cru, com boa dose de sumo de limão e temperos) risotos, carnes, assados, comida japonesa”.

“Também surfamos em Punta Roca, que é um pico de surfe em Punta Hermosa. Um balneário com uma pegada totalmente diferente de Lobitos. O lugar tem muitas casas de veraneio, lugares sofisticados mistura-dos com as casas dos nativos”, conta. Alfredo afirma que gosta bastante de viajar para surfar e conhecer a cultu-ra de outros lugares e que é sempre bacana ir ao Peru, país onde o real é valorizado, além de que “no Peru não tem erro, é certeza de onda”. [B+]

FotoS: Acervo Pessoal

Alfredo com os amigos no restaurante

Puro Peru

Aquecimentos antes de mergulhar nas

águas frias do Pacífico

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O baiano José Djalma Amaral Júnior, mais conhecido como Zeca Amaral, é um chefe de cozinha e consultor gastronô-mico radicado em São Paulo. Por meio de muita criativida-de, busca a repaginação da cozinha brasileira de raiz, além de se considerar um “cozinheiro da cozinha feliz”. Na visão dele, cozinhar é a capacidade de combinar alimentos para produzir felicidade.

“O humor elegante é o tempero das minhas criações. Gosto de proporcionar às pessoas não só o prazer de comer bem, mas principalmente o encanto do convívio à boa mesa”, aponta o personal chef, que a convite da Revista [B+] esco-lheu compartilhar a receita de sua “Chiq Bahia”, uma mo-queca mais leve do que as convencionais, mas sem deixar de remeter aos sabores irresistíveis da “boa terra”. como surgiu o interesse pela culinária? Lembro de minha mãe fazendo feijão, bife, arroz, “aquele”

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mal passado... Humm! Comidinhas que temos saudade sem-pre, que costumo chamar de “comida de mainha”. Mas eu era inquieto, queria mudar, criar alguma coisa diferente. Achava que comer a mesma coisa todo dia enjoava, podia ser melhor. E esse foi o começo da minha trajetória no mun-do da cozinha. Um início sem propósito, descompromissado, sem imaginar que aquela deliciosa forma de diversão se transformaria, um dia, em profissão.

desde quando cozinha?Foi lá pelos 12 anos que comecei a observar o desenrolar da cozinha da minha casa. Chegava da escola e ia direto para o fogão, antes mesmo de perguntar: “O que tem pra comer?” Cozinhar é mais do que fazer comida: é a capacidade de combinar alimentos para produzir felicidade.

cozinhas prediletas: Brasileira e contemporânea.

FotoS: João Quesado

INGREdIENTESPorção recomendada para duas pessoas

peixe- 400g de filé de badejo ou robalo- Sal- Pimenta branca - Azeite de oliva para grelhar

molho da moqueca- 150g de camarão médio descascado- 100 ml de azeite de dendê- Suco de 1 limão siciliano- 100 ml de leite de coco- 1/2 pimentão vermelho em brunoise*- 1 colher de sopa de pimenta biquinho natural ou conserva- 1/2 cebola em brunoise*

- 20g de semente de coentro quebrada- Salsa e cebolinha- 2 pimentas de cheiro picadas- 1 pimenta dedo de moça sem sementes, picada em brunoise* (opcional)*Brunoise: minúsculos cubos.

purê de banana da terra- 3 bananas da terra - 1 colher de chá de manteiga- Sal e pimenta

arroz verde de coco- 1 e 1/2 xícara de arroz- 300 ml de leite de coco- 100 ml de água- 1/2 cebola ralada- 1 colher de chá de azeite de oliva- Sal a gosto

modo dE PREPARo

Divida o filé de peixe em dois e tempere-os com sal e pimenta. Corte o filé no dorso, no sentido vertical, mas cuidado para não dividir. A proposta é formar uma “falsa” posta de peixe. Grelhe no azeite até dourar. Em seguida, grelhe rapidamente os camarões já temperados com sal, pimenta e azeite de oliva e reserve. Refogue a cebola no azeite de dendê. Quando ela murchar, coloque o pimentão e, em seguida, a pimenta biquinho. Tempere com sal a pimenta de cheiro e a dedo de moça. Acrescente o limão e finalize com o leite de coco até começar a fervura.Cozinhe a banana até ficar bem mole, amasse-a ainda quente, coloque a manteiga e tem-pere com sal e pimenta. Bata no liquidificador um dente de alho, o leite de coco, a água e reserve. Aqueça o azeite, refogue a cebola ralada rapidamente até murchar, coloque o arroz e refogue. Coloque o leite de coco aquecido e tampe parcialmente a panela até o arroz ficar al dente. Desligue o fogo, tampe e deixe descansar por 5 minutos.

Como SERvIR o PRATo

Faça quenelles* no prato com o purê e o arroz e coloque um ao lado do outro. Disponha o filé de peixe e regue riscando com o molho de moqueca de camarão. Decore com uma pimenta dedo de moça, tomate cereja ou chip de banana.

*Quenelles: bolinhos moldados por duas colheres de sopa. *Chip de banana: fatias finas de banana da terra assada em forno até desidratar.

Um espumante brut ou um vinho branco chardonnay (na madeira) completam essa maravilhosa experiência.

dICA ImPERdívEl

O escondidinho de carne seca da Barraca Papiri, do meu amigo Paulinho Novis, em Itacimirim. Saudade do mexilhão ao vinho branco da Barraca do Francês, na Pedra do Sal, em Itapuã.

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78 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 79 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

l iFestYle | es t i l o

V erão. Época mais quente do ano, com a tempera-tura na Bahia podendo chegar aos 38°C. Como adaptar o vestuário executivo à esse período

do ano? O que se pode usar e o que não é recomendável? Varia de acordo com o cargo e local?

Para responder essas perguntas, a consultora de ima-gem Priscila Seijo explica que é preciso respeitar o local de trabalho e passar sempre credibilidade. “Para o dia a dia dos executivos, usar calça social ou jeans com camisa tradicional (botão e gola) ou polo com blazer mais claro (cinza ou bege) é o recomendável. Se for um cargo criativo, pode-se brincar mais com os looks”, pontua.

Segundo a produtora da moda Mariana Caldas, o que influencia na escolha do vestuário é, sem dúvida, a profissão. Mas as peças leves são sempre peças leves. “Tem trabalhos que não exigem tanta formalidade, então as mulheres podem investir em vestidos, saias e shorts, muita alfaiataria, em um comprimento adequado. Um blazer é ideal para acompanhar. Os homens podem investir em camisas polos e tecidos que não esquentam, como algodão, e em sapatos como mocassim”.

Uma blusa polo com calça jeans ou uma bermuda mais arrumada é o traje indicado por Priscila para uma confra-ternização da empresa no sítio ou em uma casa de praia: “Claro que se for para praia e piscina vão ter que usar algo mais flexível. Podem ficar mais à vontade, mas com traje esporte. É válido sempre lembrar que estão sendo analisa-dos pelos chefes”. Para Mariana, o ideal é usar roupas des-contraídas, mas com uma certa formalidade, “sem mostrar mais do que deve e sem parecer desleixado”.

confira as dicas da consultora de imagem priscila seijo e da produtora de moda mariana caldas sobre como adaptar o vestuário executivo à época

mais quente do ano

ELEGâNCIA no caloR

Homem:cores: azul, branco, amarelo claro, salmão.

camisas: polo, de botão, com mangas dobradas.

sapatos: mocassim, dockside.

camisa quadriculada - R$ 199 | Jeans - R$ 229 polo branca - R$ 219 | sapatênis - 319

peças mascUlinas – Vr menswear

Cargo x roupa

Tecidos leves de fácil transpiração e cores claras são as indicações de Caldas, destacando que “indepen-dente do cargo ocupado, as pessoas devem estar sempre bem vestidas no trabalho”. Priscila também lembra que o cuidado com as roupas deve ser grande. “O chefe, principalmente, pre-cisa passar autoridade e credibilidade 24 horas. Os gestores idem. A roupa e a postura devem andar juntas em todos os momentos”.

A escolha do vestuário vai de acordo com a política de cada empresa, que pode ser formal, casual ou esportiva. Na ausência de uma definição, a dica é espelhar-se nos superiores. Áreas de atuação mais conservadoras são menos flexíveis e áreas mais criativas proporcionam uma flexibilidade maior. Porém, por mais informal que seja o ambiente de trabalho, a imagem pessoal deve transmitir profissionalismo antes de informalidade.

Mulheres podem usar looks mais despojados, mas com glamour. Não precisa usar terninhos e roupas mais sociais. Um vestido com comprimento de dois dedos acima do joelho, com ou sem cores vivas, e um jeans mais uma blusa básica com jaqueta são bem-vindos. Pode-se usar sapatilhas ou salto moderado. As gestoras, executivas e advogadas precisam de mais seriedade, com cores mais escuras, vestidos e saias mais longas, com salto moderado. A maquiagem deve ser também moderada com tons claros. [B+]

Blaser - R$ 659,50 | Vestido - R$ 339,50 | sandália azul - R$ 399,50

peças Femininas – le lis Blanc

mulher:cores: podem ser vibrantes, como azul klein, amarelo, tangerina,

rosa. É hora de inserir o “color block”, a tendência de vestir um

look inteiro com uma cor forte.

Vestidos: longos ou um pouco acima do joelhos.

Estampas também valem.

saias: saia lápis é uma boa opção.

sapatos: scarpin, espadrille.

maquiagem: sem brilho, sem olho muito preto, sem exageros.

Apenas para dar um ar saudável.

acessórios: os maxiacessórios são um ideia interessante.

Pode-se investir em um bom anel, colar ou pulseiras.

Bolsa: as milk (carteiras maiores) podem ser usadas para não

levar tanto peso e dar um charme à produção.

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80 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 81 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

l iFestYle | mod a

“Para ser insubstituível, tem que ser diferente”, já afirmava um dos maiores nomes da moda, Coco Chanel, ressaltando a neces-sidade de inovação, palavra de ordem hoje nas indústrias. E quando se trata do universo fashion, a busca pelo novo e a definição de novas tendências é crucial.

Há quem defenda que o que faz da moda uma das indústrias mais criativas do mundo é a permissão livre para se copiar. Logica-mente, tratando-se de design, é inegável que os próprios criadores se inspirem uns nos ou-tros, assim como as fontes de referências para essas inspirações sejam as mesmas. Mas se, por um lado, a moda é pautada em criativida-de, por outro lado, uma discussão complexa e polêmica ganha força nessa indústria: a proteção dos direitos de propriedade intelec-tual (especialmente os direitos autorais) sobre as criações fashion. Obviamente, a questão não se restringe às falsificações e à pirataria, o que é inegavelmente ilegal. Trata-se de algo mais complexo: qual o limite entre a inspira-ção e uma cópia idêntica?

Este ano, por exemplo, uma briga judicial nos tribunais americanos reforçou ainda mais a polêmica. Uma das marcas de sapatos mais luxuosas e desejadas, a Christian Louboutin, abriu um processo contra a gigante Yves Saint-Laurent para tentar impedir que sapatos com solados vermelhos fossem vendidos, alegando que essa característica seria uma marca registrada sua. Mas a tentativa de dei-xar como sua a exclusividade dessa caracte-rística não foi bem-sucedida, já que o tribunal americano entendeu que o uso da cor não merecia proteção legal. A empresa havia re-cebido o direito de marca pela sola vermelha por meio do órgão americano em 2008 e, por isso, havia entrado com a ação. Isso reforça, inclusive, que o entendimento e a definição do que pode ou não ser protegido

ainda são bem controversos nesse segmento. Também neste ano, por aqui, uma empre-

sa nacional foi envolvida em outra polêmica. A Hermés moveu uma ação judicial contra uma marca brasileira, que lançou modelos literalmente copiados de uma das suas bolsas mais consagradas, desenhada na década de 1980. A própria empresa brasileira denomina a coleção de I’m not the original e considera como “inspired” os modelos criados. De de-signs propositadamente idênticos, a diferença seria apenas a utilização de materiais bem inferiores na confecção das peças.

Logicamente, se por um lado os direitos de criação são importantes, cautela também é imprescindível para que não seja impeditiva à liberdade de criar e recriar. Afinal, uma res-trição exagerada poderia ter limitado a venda (por certo tempo) dos jeans apenas da Levis, trench coats da Burberry e vestidos pretos da Chanel.

Alguns países já caminham na atualiza-ção de dispositivos para proteção do design de moda, mas ainda há muito o que se evoluir para se definir. No Brasil, o Inpi permite, por exemplo, que vestidos e bolsas sejam protegidos por meio do design, a fim de garantir a propriedade das criações. A questão é a subjetividade envolvida nesse registro, já que a criação será passível de ser registrada se considerada uma forma nova e original.

Esse assunto promete ainda gerar muita discussão. Enquanto isso, cabe às marcas e aos criadores continuarem a usar a criativida-de não apenas no que diz respeito ao design de seus produtos, mas, como já vem aconte-cendo, usando formatos arrojados de lança-mento, relacionamento com os clientes e métodos de venda. Assim, ações pautadas em inovação continuarão a contribuir para a vida longa às criações do mundo fashion.

A PROPRIEDADE INDuSTRIAL E A

moda

FaBiaNa duRaN

administradora, mestre em administração. É consultora de negócios, professora de cursos de pós-graduação e sócia da Galpão de estilo

Seixas, como é conhecido o diretor e fundador da Enge-quipo, é engenheiro mecânico graduado na Universidade Federal da Bahia, com mais de 30 anos de profissão, pós-graduação em análise de sistemas, graduação em negócios na Austrália... E assim o currículo por aí segue.Mas o Antônio Jorge Barbosa Seixas, 53 anos, baiano, ainda guarda uma herança do tempo de criança, quando plantava verduras no quintal de casa. Lembrança essa que mantém viva e ativa até hoje, pois é no campo onde Seixas rega seu Plano +.

Como o senhor iniciou sua carreira?Ingressei na profissão ainda antes dos 23 anos, quando recebi o diploma. Foram outros 23 anos de, literalmente, “mão na massa” na engenharia mecânica, o que ainda me dá saudades, claro. Tempos depois, com as experiências so-madas no exterior, abri mais meus horizontes. Foi quando me senti na forquilha da “Carreira Y”. Nós devemos saber migrar em outras buscas, ou até mudar por completo. Hoje, à frente da Engequipo, uma pequena empresa de represen-tação de equipamentos industriais, me mantenho na profis-são ao passo em que me exponho ao mundo dos negócios.

mas o que faria se os planos não fossem a caminho da engenharia mecânica?Quando criança, morando em casa, meus pais nos incen-tivavam a plantar verduras no quintal e consumir nossa produção, vez por outra. Não sei se isso despertou meu “instinto agrícola”, mas o fato é que, à época do vestibular, pensei em engenharia agronômica como segunda opção profissional. E sempre mantive o sangue de agropecuarista

correndo nas veias. Engenharia agronômica teria sido a minha profissão, como melhor alternativa.

Ainda traz alguma dessas memórias para o seu dia a dia?Gosto de cozinhar, pescar, caçar, cavalgar, tudo em harmonia com a natureza e a sociedade. Meu próximo passatempo será, e já comecei meus primeiros passos, a preservação da mata atlântica, no que me cabe.

Como funciona esse projeto?A Engequipo possui um conjunto de fazendas contíguas que perfaz 460 hectares. Elas estão a 2 km de distância da Linha Verde, a 64 km de Salvador. Chamo essas proprie-dades de “Boa Mata”. Elas somam a maior propriedade de mata atlântica virgem da região. Acredito que existe um grande potencial de retorno ligado à preservação da mata, associado a atividades ambientais, educativas, de explora-ção da mata. Tudo no sentido de aprendizado e não de dev-astação, extrativismo, derrubada. Imagine que tem empre-sas com passivo ambiental que podem estar se redimindo perante a sociedade, utilizando essas matas preservadas por outros, em caráter de compensação. Imagine também que existem muitas pessoas e empresas mundo afora que têm uma consciência ecológica grande e que gostariam de “adotar” árvores nativas, com identificação da espécie, idade aproximada, localização exata, com possibilidade de visita. Tudo está começando como um hobby.

Qual mensagem que deixa para novos empresários, empreendedores? Aos novos entrantes, diria que a emoção nos negócios é muito importante, mas deve-se atribuir um conceito maior à razão. E na razão incluo a pesquisa, o planejamento, a estruturação, a educação formal, a visão empresarial. Não é novidade que o mundo está cada vez mais competitivo, globalizado, profissionalizado. Portanto, cada vez menos se vê o “sortudo” apenas, no mundo dos negócios. Deem ênfase ao relacionamento interpessoal, social e abracem sua fórmula de vencer. Cada um de nós tem uma “winning formula”. Essa, sim, tomem com muita emoção, e serão vencedores, ainda que não aparentem para os outros. [B+]

l iFestYle | p l ano+

EM hARMoNiA CoM A nATurEzA E A SoCiEDADE

Foto: Rômulo Portela

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82 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 83 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

l iFestYle | b an d a l a rg a

C om as novas tecnologias e o surgimento de diversas ferramentas voltadas para

redes sociais, possuir um site, um per-fil no Twitter ou uma fanpage no Fa-cebook parece tarefa muito simples. Porém, assim como é na moda, é na internet. Se para almejar sucesso na moda é necessário muita preparação, criatividade, planejamento e ainda um diferencial para destacar sua mar-ca, o mesmo acontece com a internet. Não basta estar presente, tem que fazer a diferença. Ser profissional.

De acordo com as informações do Interactive Advertising Bureau - Bra-sil (IAB Brasil), o Brasil tem cerca de 77,8 milhões de usuários de internet e ocupa o quinto lugar entre os países que mais utilizam essa tecnologia. Para marcar presença em um ambien-te tão requisitado e competitivo, não basta reproduzir o que está sendo desenvolvido para a comunicação das mídias tradicionais. O público desses meios requer uma atenção, uma linguagem e estratégias próprias. Esse consumidor quer ter voz, ser ouvido e ter um retorno.

Dados da Social Media Solution (eCMetrics) mostram que 45% dos internautas costumam ou gostariam de usar a internet para fazer parte da rede do fabricante da marca, e 57% costumam ou gostariam de publicar suas experiências de uso dos pro-dutos e serviços. “Hoje, mais do que atingir o target, as empresas devem

para manter presença no ambiente virtual, existem muitas ferramentas. mas especialistas garatem que é necessário planejamento e conhecimento técnico para alcançar objetivos

por NúBia passos

VOCê TEM SEu PERFIL NAinteRnet?

Foto: Rômulo Portela

José Almeida e Leandro Silveira,

da ADSS

aprender a fazer parte das conversas que estão sendo estabelecidas na internet, a fim de oferecer ao seu cliente muito mais do que um produto ou serviço, fornecer a ele informações e experiências que não poderiam ser encontradas em outro lugar”, afirma Marcel Ayres, planner e diretor da PaperCliQ.

Para manter presença no am-biente virtual e auxiliar os menos experientes, muitas ferramentas vêm sendo desenvolvidas na internet. O Conecte Seu Negócio é um exemplo. A iniciativa do Google, do Serviço Bra-sileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Yola possibili-ta que o empreendedor construa seu site de forma simples e em um domí-nio gratuito. “Esse tipo de serviço é interessante, no entanto, não substitui a atuação de empresas especializadas na produção/desenvolvimento de websites. Cabe ao empreendedor ter em mente qual o seu objetivo e o que deve fazer para alcançá-lo. Isso é que definirá as escolhas que ele fará na internet”, acrescenta Ayres.

Para os especialistas, engana-se quem acredita que apenas com ferramentas modernas e sofisticadas conseguirá atingir o público e tornar sua marca competitiva. Esse é o grande problema de quem começa a investir em mídias digitais. Pela facilidade de manuseá-las, muitas em-presas acabam cometendo o deslize de designar pessoas não qualificadas para administrar esses perfis. “Por incrível que pareça, dirigentes de empresas ainda pensam que essa atividade pode ser feita por técnicos de TI e estagiários, e não se dão conta que o ambiente de mídias sociais é tão estratégico, importante e delicado quanto qualquer outro com que sua marca se relaciona”, destaca Leandro Silveira, jornalista e sócio-diretor de operações da ADSS – Presença Digi-tal, agência de comunicação

dicas para manter uma boa impressão na web

Por José Roberto Almeida e Leandro Silveira, sócios da ADSS-Presença Digital

1- pesquise sobre o assunto na internet para identificar boas práticas e cases interessantes no segmento em que atua. com isso, pode-se ter alguma noção do que deu certo ou não, com quem já usa as redes sociais, e assim obter mais segurança na hora de procurar um profissional ou empresa especializado.

2- Gestão de redes sociais é um trabalho que deve ser feito conjuntamente por profissionais da área de comunicação e de webdesign e desenvolvimento, que possuam experiência e conheçam o mercado como um todo, assim como estratégias, formas de monitoramento e mensuração em redes sociais.

3- caso opte pela contratação de uma empresa, avalie a estrutura e compare também os cases de clientes que elas já atendem, levando em conta porte, criatividade, complexidade e assertividade das ações.

4- pegue indicações de empresas parceiras entre os fornece-dores, como assessorias de imprensa e agências de publici-dade. por serem empresas de comunicação e que atuam de maneira integrada, esses fornecedores podem ajudar na busca mais direcionada, indicando agências especializadas que têm a ver com o perfil da marca.

45%costumam ou gostariam de usar a internet para fazer parte da rede do fabricante

57% costumam ou gostariam de publicar suas experiências de uso dos produtos e serviços

Dados: Social Media Solution (eCMetrics)

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84 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 85 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

digital, que há pouco mais de um ano atua no mercado baiano na área de gestão de redes sociais.

Ferramentas tanto de postagem, quanto de métricas, podem ser adqui-ridas por qualquer um que resolva investir nesse ramo, entretanto o grande diferencial da empresa deve estar nos profissionais responsáveis por essa comunicação. Esses servi-ços disponibilizam dados, números, que precisam ser analisados por especialistas, que vão desenvolver estratégias, baseadas no que falam da empresa e também dos concorrentes, para que o consumidor tenha uma opinião a respeito da sua presença digital. “Esse profissional deve ser um havyuser, da área de comunica-ção, conhecer estratégias, formas de monitoramento e mensuração em redes sociais, além de ter noções de programas gráficos, como Photoshop e Corel Draw”, pontua Silveira.

Uma das empresas que há mais de seis meses optou por contratar uma agência especializada para iniciar um trabalho estratégico nas re-des sociais foi a grife baiana Elemen-tais. Com mais de 17 lojas em todo o Brasil, a marca de moda feminina tomou essa decisão, principalmente, devido ao custo-benefício. “É uma área estratégica para o crescimento da marca, que exige eficiência e rapidez. Montar uma equipe interna sairia mais caro e ter uma empresa parceira focada nisso nos dá mais segurança”, explica Emilia Medauar, diretora comercial da marca.

“Uma empresa que não é ativa na internet acaba por se assemelhar a uma pessoa tímida e calada em uma festa, na qual todos estão conversan-do. Se a organização não se posiciona, não se manifesta nos ambientes onde o seu público se encontra, ela não será vista, ouvida ou levada em consi-deração nas escolhas desse público”, compara Marcel Ayres. [B+]

Foto: Rômulo Portela

FotoS: Divulgação

Marcel Ayres é diretor da PaperCliQ

Ambiente de trabalho da

PaperCliQ - empresa defende

interação com as conversas

desenvolvidas na internet

Ayres, da PaperCliQ,

ministra curso. Segundo ele,

as organizações precisam se

posicionar

Page 44: Revista B+

86 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 87 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

l iFestYle | g u ia t ech

reunimos os smartphones, tablets, notebooks, televisores e câmeras digitais mais procurados no mercado. confira quais são eles

IPhonE 4 E IPhonE 4SCom um grande display de 3,5 polegadas e uma resolução de 960x640 pixels, as funcionalidades do aparelho são muitas, como o HSDPA e o HSUPA, que permitem a transferência de dados e excelente navegação na internet com Wi-Fi e GPS. Com leitor multimídia e câmera de 5 megapixels, permite tirar fotos com uma resolução de 2592x1944 pixels e gravar vídeos em alta definição (HD). O iPhone 4S chega dia 16 de dezembro ao Brasil e tem chip e internet mais rápidos, além de assistente de voz.

smaRtPhones

moTorolA ATrIxO aparelho guarda em seus 10,9mm de espessura um processador Dual Core de 1GHz em cada núcleo, 1GB de RAM, e 16GB de memória interna (expansível até 48GB). A tela touchscreen com leitor de impressão digital é resistente, tem 4 pole-gadas e resolução de 960x540 pixels. Para transformá-lo em computador, uma das for-mas é ligar o dock HD, com saída HDMI, em uma TV ou monitor. A outra forma é usar o laptop dock, criado exclusivamente para ele. Com duas câmeras, uma VGA na frente para videochamadas e outra de 5 megapixels (com flash LED) para fotos, este modelo está custando cerca de R$ 2.000.

BlAckBErry curvE 9300O Curve 9300 é um smartphone básico, mas ganha o público pelo valor acessível, sendo um dos modelos mais baratos de Black-Berry. No geral, é um smartphone satisfatório, com conexão Wi-Fi e 3G, GPS, tela de 2,4 polegadas, teclado QWERTY, e 256MB de espaço, expansível para até 32 GB com cartão microSD. Um dos diferenciais desse BlackBerry é a existência de botões (Play/Pause, Back e Foward) externos separa-dos para o comando do Player. Seu preço pode chegar a R$ 900.

taBlets

IPAd 2O iPad2 vem com duas câmeras para chamada com vídeo FaceTime e gra-vação de vídeo em HD e Chip Apple A5 dual core de 1GHz personalizado, de alto desempenho e baixo consu-mo de energia com sistema embarca-do. A grande tela de 9,7 polegadas em alta resolução do iPad é perfeita para assistir vídeos, podcasts e muito mais. Com design atrativo e excelen-te gama de serviços, o iPad é um dos preferidos no segmento.

SAmSung gAlAxy TABO aparelho conta com um sistema operacional Android 2.2, tela sensível ao toque de 7” de 1024x600 pixels, câmera de 3,2MP com flash LED integrado, Wi-Fi, processador A8 (Cortex) de 1GHz, GPS e capacidade multimídia, incluindo a reprodução de vídeos no formato de vídeo digital DivX. É compatível com Adobe Flash 10.1 para acessar jogos, vídeos e várias aplicações e vem com oSwype para digitação de textos de forma mais rápida e dinâmica. Conta, ainda, com leitor de e-books com 15 livros pré-instalados.noteBooKs

noTEBook hP g42O notebook HP G42 apresenta a tecnologia mais recente e segurança instantânea. O HP G42 se destaca pelo design moderno e alta capacidade. O notebook HP G42 já vem com aplicativos para aumentar sua produtividade e teclas de um só toque para acessar de forma instantânea o e-mail, a internet e outras funções utilizadas com frequência. Por R$ 1.599.

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88 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 89 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

televisão

Tv lcd Sony BrAvIA Bx325 46’’A BX325 é ideal para sistema de transmissão digital de alta definição, com maior nível de detalhes e melhor qualidade de imagem (1366x768). Através da entrada HDMI, imagens cristalinas e sons de alta qualidade são reproduzidos. O sensor de luminosidade permite o ajuste automático da iluminação do painel, conforme a luz do ambiente. Por R$ 2.699.

Sony vAIo Eg13Munido de um processador Intel® Core™ i3 2310M (2.10GHz) da segunda geração, permite utilizar diversos aplicativos ao mesmo tempo e com mais velocidade. Memória de 4GB, HD de 500GB e drive leitor e gravador de DVDs e CDs, conta com quatro portas USB. Por R$ 1.999.

mAcBook Pro 13”Os notebooks da Apple despertam desejo. Seja pelo design atrativo e inovador, seja pela configuração robusta, o MacBook ganhou o mercado nacional. O modelo de 13” vem com o processador Intel Core i5 de 2,4GHz ou o Intel Core i7 de 2,8GHz. Com Turbo Boost, chegando a velocidades de até 3,5GHz, esses processadores permitem que o MacBook Pro de 13 polegadas tenha um desempenho até duas vezes superior comparado a sua geração anterior. Por R$ 3.599.

l iFestYle | g u ia t ech

câmeRas fotoGRáficas

nIkon coolPIx S2500 Com menos de 25mm de espessura e pesando menos de 140g, ela é ideal para ser levada para todas as suas aventuras. Seu sensor de 12MP permite tirar fotos nas mais difíceis condições de iluminação. A lente de cristal NIKKOR, uma grande angular com zoom óptico de 4x oferece faixa de zoom de 27mm a 108mm. Por R$ 349.

novA cyBEr-ShoT dSc-W510 Sony Além de oferecer as tecnologias Face Detection e Smile Shutter, que registra os sorrisos mais espontâneos, ela reconhece a cena a ser fotografada automaticamente e se ajusta sozinha com o iAuto. Também conta com a função foto panorâmica, para registrar cenas em 180º. Por R$ 399.

SAmSung Pl120 Com duplo LCD, frontal e traseiro, há uma facilidade maior para tirar autorretratos. Apertando o botão para rápido acesso na parte superior da câmera, o LCD frontal de 1.5” será ligado e os usuários poderão utilizar funções como autorretrato em fotos ou até vídeos, modo criança com animação e som e Jump Shot para tirar fotos de seus saltos. Esta câmera oferece resolução de 14.2MP, propiciando imagens de qualidade que poderão ser visualizadas no LCD traseiro de 2.7”. Por R$ 549.

Tv lg lcd lk310 47’’Há o Energy Saving por meio da qual é possível controlar o consumo de energia através do ajuste de imagem. Seu Quick Menu permite acesso rápido que possibilita ajuste no formato de tela/ajuste de imagem/ ajuste de áudio/closed caption/sleep Timer. Além disso, você pode utilizar a LK310 como monitor. Por R$ 3.499.

Tv lcd SAmSung d450 46’’O design da sua TV deve complementar a sua experiência ao assistir televisão e deve adicionar beleza à decoração da sua casa. O acabamento da TV LCD Samsung D450 Touch of Colour foi inspirado na beleza natural de um pôr do sol. Com design elegante, essa TV vai compor um moderno ambiente para sua casa. Por R$ 2.399.

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91 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

l iFestYle | n o tas d e t ec

O quE TEM NO SEu TABlET

1. don’t let me down, the beatles2. stand by me, oasis3. mrs. robinson, billy paul 4. hotel california, eagles5. vou te levar comigo, biquini cavadão6. sutilmente, skank7. segredos, Frejat8. tempo rei, Gilberto Gil9. chop suey!, system of a down10. toxicity, system of a down

top 10 músicas

KeYnote: inseparável em minhas apresentações da utouch pelo brasil. simples, produtivo e elegante!

paGes: para documentos “on the road”. sai do ipad direto para a impressora ou então segue por e-mail.

dropbox: hd na nuvem sincronizado com todos os meus dispositivos (tablet, smartphone, notebook).

reeder: melhor leitor de feeds rss hoje. uso diariamente para consumir notícias e conteúdos da internet.

É Gol sportv: nada como fazer centenas de gols no time adversário. alivia o estresse e faz passar o tempo.

top 5 apps

“o tablet é um excelente equipamento para ter agilidade e facilidade no meu dia a dia profissional”

nome:leonardo copello

carGo:diretor de marKetinG da utouchlabs

tablet:ipad2 64Gb

APPLE VENDE NOVO IPHONE 4S NO BRASIL

A Apple vai vender o iPhone 4S desbloqueado no Brasil, através de sua loja on-line, (apple.com/br/iphone/), a partir do dia 16 de dezembro. As versões do iPhone 4 e 3GS com memória de 8 GB também serão comercializadas. O novo modelo do smartphone foi anunciado em outubro e vem com processador mais veloz de dois núcleos, câmera atualizada com 8 MP, maior velocidade de conexão à internet via rede de telefonia celular e um sistema inteligente de interação via voz: o Siri. A Apple ainda destaca que é possível comprar o novo iPhone a um preço menor por meio de um contrato com operadoras de celular – as principais do Brasil confirmaram o lançamento do novo smartphone da Apple em 16 de dezembro.

BRASILEIROS TERãO INTERNET GRATuITA E ILIMITADA NOS AEROPORTOS

O acesso à internet wi-fi em aeroportos, que an-tes era restrito a apenas 15 minutos, agora será ilimitada para os usuários, segundo decisão da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeropor-tuária (Infraero), que tem até 20 dias para con-tratar uma ou mais empresas de telefonia para prestar o atendimento e suprir a demanda. De acordo com a companhia, todos os aeroportos estarão conectados a partir de março de 2012. Os locais atendidos serão São Paulo (Cumbica, Congonhas, Viracopos e Campo de Marte), Rio de Janeiro (Galeão, Santos Dumont e Jacare-paguá), Belo Horizonte (Confins e Pampulha), Brasília, Manaus, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Fortaleza, Natal, Salvador e Cuiabá. As empre-sas vão oferecer a web de graça em troca de pu-blicidade, tanto nos pontos de embarque quanto no equipamento do passageiro. Esse recurso já é usado por companhias que patrocinam apli-cativos para iPad: ao clicar no app, uma propa-ganda surge na tela e desaparece em questão de segundos.

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94 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m

arte &entretenimento

MúSICAOs bastidores dos maiores

eventos do verão

TEATROBaianos fazem uma companhia de teatro inovadora

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arte 106 | aplausos 108 | produÇÃo 112

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96 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 97 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

U m dos hinos do verão de Salvador, a música We are Carnaval canta em versos o sentimento de um dos mais importantes eventos da Bahia em termos

de entretenimento, economia, planejamento, turismo, proje-ção nacional e internacional. Como a arte retrata a realidade, produtores culturais dançam no ritmo do trio elétrico para concretizar os esforços e financiamentos que duram, em mui-tos dos casos, os 12 meses do ano.

“Hoje não existe mais lugar para amadores no Carnaval, pelo menos nas grandes estruturas. O Carnaval tem regras e exigências que temos que seguir para atender tudo que nos é solicitado pelos órgãos municipais, estaduais e federais. Temos que ter uma atenção ímpar com nossos clientes internos e ex-

arte & entreten imento | mús i ca

enquanto grande parte das pessoas se diverte,

empresas baianas suam a camisa para organizar as festas de verão. entenda como elas se preparam e

realizam os eventos soteropolitanos mais

esperados do ano

TRABALHOS AquECIDOS EM MEIO

às Festas BaiaNas

Foto: Divulgação

Trivela: uma das festas mais concorridas

do verão baiano

ternos. Enfim, deixar tudo preparado para a cada ano fazer o maior Carnaval de todos os tempos”, afirma Alexandre Liberato, um dos diretores do Grupo Notável, produtora de bandas e eventos.

Organização de pessoal, planejamento estratégico, financiamento, comunicação, marketing, terceirização de serviços, patrocínios, infraestrutura e som são alguns dos itens básicos dos bastidores dessas grandes festas, onde tudo tem que ser providenciado com muita antecedência. “O planejamento começa logo depois do Carnaval com reunião de pós-eventos. Avaliamos o que deu certo e o que podemos melhorar, baseados nas informações de uma pesquisa de satisfação do público”, destaca Nei Ávila, sócio-diretor da NER Esporte e Entretenimento. O trabalho é tanto que ele prevê o aumento de 30% no número de pessoas contratadas para o verão 2012. Já o diretor da Axé Mix, Léo Góes, espera um aumento de 100% em relação a 2011 nas contratações temporárias.

A Central do Carnaval, produtora de eventos como Sauipe Fest, Ensaio Geral e do próprio Carnaval, realiza durante todo o ano campanhas promocionais para manter o clima de verão e festas no ar. Segundo Jamile Nery, gerente de vendas da Central, a receita do sucesso das festas baianas é que elas acontecem em diversos meses do ano e fideliza os clientes. “O público já fica na expectativa porque gostou e quer repetir. O Ensaio Geral do Camaleão, por exemplo, começou há mais de 30 anos e continua sendo um sucesso”, destaca Jamile.

Além de ser o ápice das festas de verão, o carnaval marca o fechamento do ciclo das grandes festas. “Nosso Réveillon é na verdade na Quarta-feira de Cinzas”, diz Alexandre Liberato.

Para pagar as contas

A produtora cultural Ivana Souto, que há sete anos realiza o Camarote Expresso 2222 junto a Flora Gil, foi também diretora do projeto Pelourinho Cultural entre os anos de 2007 e 2010. Segundo ela, as festas de verão enri-quecem a cadeia produtiva da cidade e também do estado. “Um volume de recursos da economia criativa é originado e absorvido com a geração de empregos temporários. É quando os empresários estão mais dispostos a fazer novos investimentos e novas apostas”, opina Ivana, afirmando que o maior desafio é ainda conseguir que a viabilização financeira se antecipe para qualquer projeto, seja ele de iniciativa pública ou privada.

A temporada de verão do Pelourinho Cultural, progra-ma ligado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e atualmente comandado pelo Centro de Culturas Populares

“os investimentos e os empresários estão mais voltados a fazer suas apostas (durante o verão baiano)”ivana souto, produtora cultural

Foto: Divulgação

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98 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 99 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

“Hoje não existe mais no carnaval, pelo menos nas estruturas maiores, lugar para amadores”alexandre liberato, diretor do Grupo notável

Foto: Rômulo Portela

Foto: Divulgação

Gabriel Monteiro e sua equipe de comunicação durante o

Festival de Verão 2011

Nei Ávila, sócio-diretor da NER Esporte e Entretenimento, em reunião na sede da empresa

e Identitárias (CCPI), é um exemplo disso. Ele organiza o Centro Histórico para que grupos e blocos baianos planejem seus ensaios de verão no local. De acordo com Arany Santana, diretora do CCPI, esse período começa a ser delineado no final do carnaval anterior, quando artistas baianos já solicitam pautas dos espaços para o verão seguinte.

Segundo o Relatório de Indicado-res do Carnaval 2009, produzido pela Saltur e Prefeitura de Salvador, o car-naval de 2009 gerou R$ 1,07 bilhão em negócios, os investimentos das entidades carnavalescas e camarotes foram de R$ 125 milhões e a geração de empregos chegou a 219.305 contra-tações, um número que só fez crescer nos anos seguintes.

Comunicação

Além dos produtores de eventos, outra turma também fica bastante movimentada no período de festas. É o caso das assessorias de imprensa e de comunicação. Elas ficam ligadas em tudo que acontece para divulgar fatos, fotos, notícias, informações que são distribuídos para todo o Brasil, e mundo também. Afinal de contas, a Bahia recebe os holofotes da grande mídia pela tradição que conquistou ao longo dos anos de folia.

“São muitas festas, muitas bandas para divulgar suas músicas, seus projetos. Então, o maior desafio é conseguir um espaço em meio a um turbilhão de acontecimentos. Cada nota clippada, notícia divulgada, cada

“o público já fica na expectativa porque gostou e quer repetir. o ensaio Geral do camaleão, por exemplo, começou há mais de 30 anos e continua sendo um sucesso”Jamile nery, gerente de vendas da central do carnaval

entrevista realizada é uma vitória”, diz Giselle Reis, sócia da Pense Comunicação, assesso-ria de empresas e eventos como Axé Mix, blocos Coruja, Cerveja e Cia e Timbalada.

Gabriel Monteiro, da Via Press, empresa de comunicação organizacional, é o assessor do Festival de Verão e também está acostumado com essa grande agitação. Ele afirma que é preci-so otimizar as ações dos eventos para que se tornem populares e bem criticados na opinião públi-ca. “Esse é o período em que o estado tem mais visibilidade no cenário nacional e, consequen-temente, mais efervescência cultural”, garante Monteiro. [B+]

FotoS: Divulgação

Camarote 2222 é realizado por Ivana Souto e Flora Gil

A Central do Carnaval já está preparada para atender os foliões

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100 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 101 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

arte & entreten imento | mús i ca

ExPERTISE LOCAL PARA uM eVeNto gloBal

Foto: Edgar de Souza

Vista aérea do Parque de Exposições, onde o Festival

de Verão costuma reunir 50 mil pessoas por dia de evento

O Festival de Verão Salvador é um forte exemplo da habilidade de trabalho e

planejamento de equipes baianas para executar grandes eventos no estado. Assim como o desejo de turis-tas de vir para o Carnaval e ensaios de verão, o festival cativou o público nacional que deseja vir à Bahia para curtir quatro dias de festas com ban-das locais, nacionais e internacionais. Essa afirmação é na verdade o reflexo do resultado de um evento que chega à 14ª edição consecutiva, movimenta cerca de R$ 20 milhões e atrai uma média de 50 mil pessoas por dia ao Parque de Exposições de Salvador.

Por isso, o planejamento e a via-bilização da festa continuam criterio-sos, como afirma Giuseppe Mazzoni, arquiteto que proteja o ambiente da festa desde o primeiro ano, em 1999, quando o Festival de Verão fez parte das comemorações dos 450 anos de Salvador. “Sempre fazemos uma ava-liação após o evento, em meados do mês de março. Em junho, já começa-mos a preparar materiais de comer-cialização, e é quando definimos a nova planta, os novos conteúdos, as imagens em 3D que serão apresen-tadas aos patrocinadores”, explica Mazzoni.

A equipe inicial é pequena. O festival começa a ser planejado por cinco pessoas da Icontent Entreteni-mento, empresa da Rede Bahia, mas, durante o decorrer do ano, o número de envolvidos chega a 1.200, como afirma Maria Amélia Ainsworth, co-ordenadora de marketing do evento.

a experiência, o planejamento e a pesquisa de público mostram as facetas que fazem o Festival de verão chegar ao 14º ano consecutivo

FotoS: Divulgação

Montagem da festa envolve 20 parceiros, entre patrocinadores, apoiadores e serviços

de estrutura

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102 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 103 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

“Cada área tem um responsável que contrata sua equipe e, em cima de um planejamento de atuação, começam a funcionar”, conta.

Em 2012, o festival começa dia 25 de janeiro e vai até o dia 28. Mas é no início de dezembro que Mazzoni entra com toda a equipe no Parque de Exposições para começar a urbani-zação do local. “Porque não deixa de ser uma urbanização, é quase uma cidade, com geradores, instalações hidráulicas, infraestrutura, até a parte de estudo de merchandising, progra-mação visual e cenografia do palco”,

diz o arquiteto. De acordo com o diretor de marke-

ting institucional e eventos da Rede Bahia, João Gomes, a viabilização da festa conta com cerca de 20 parceiros, entre patrocinadores, apoiadores e serviços de estrutura. Dentro dessa “pequena cidade”, há novos espaços na edição 2012, como o Casarão dos Ritmos e o Espaço Maresia. Mas também inclui novidades em relação às medidas de redução do impacto ao meio ambiente. Segundo Gomes, o evento quer se comprometer com o “objetivo também de estimular boas

atitudes de cidadania no verão de Salvador e no espaço do evento em si”.

Tratamento de resíduos orgânicos e inorgânicos, uma central de reciclagem, a operação dos geradores do evento com biodiesel e as parcerias com a empresa de marketing ambiental Re-clicagem, com o Tamar, com o Projeto Biodiesel da Ufba, além da ONG Jogue-limpo e do Instituto EcoD, são algumas das ações firmadas pelos organizadores do festival, que convoca o público para pensar diferente. “O importante é man-ter a inquietação”, conclui Gomes. [B+]

“estimular boas atitudes de cidadania no verão de salvador e no espaço do evento em si”João Gomes, diretor de marketing institucional e eventos da rede bahia

Foto: Edgar de Souza

Foto: Rômulo Portela

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104 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 105 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

a companhia quer ter sua própria renda, com a ajuda de uma rede social

presencial baseada no modelo de

voluntariado cultural

a Br116 já montou três espetáculos em 12

cidades de quatro estados brasileiros

A rede social é composta pelos baianos Cris Olivie-ri (presidente e conselheira fiscal), Maurício Maga-lhães (conselheiro de comunicação) e Isaac Edington (conselheiro fiscal sobre sustentabilidade). Outros participantes são o vice-presidente Gabriel Fernandes, o consultor fiscal e de comunicação Renato Manzano, a Agência Tudo e Malu Molter (entre os conselheiros de comunicação). No conselho consultivo está o renomado psicanalista Contardo Calligaris e o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Miranda, entre outros.

“Nossos conselheiros são pessoas ligadas dire-tamente à BR. São amigos que já contribuíram com as montagens das nossas peças de uma forma ou de outra”, diz Ricardo Bittencourt. “Esse meu projeto com Bete foi uma oportunidade de incluir oficialmente esses parceiros mobilizados com a causa de resgatar o prestígio do teatro”, acrescenta.

Mas outros amigos também apoiam a ideia. Duran-te o lançamento, a confraternização teve como mestre de cerimônia o ex-jogador de futebol Raí e contou com a participação de artistas, como Malvino Salvador, Mel Lisboa, Dan Stulbach, Fafá de Belém e Regina Braga; além do médico Dráuzio Varela.

A companhia já se apresentou em 12 cidades de quatro estados brasileiros com os espetáculos O Homem da Tarja Preta, Terceiro Sinal e Cartas de Amor para Stalin. Essas peças são fixas no portfólio da BR116, que ainda incluirá uma série de novas apresentações e entrará em turnê pelo Brasil. Para a capital baiana, o grupo preparou um festival que será realizado na segunda quinzena de dezembro.

Mas os projetos não param por aí. O próximo passo da companhia é lançar a BR Talentos, uma espécie de treinamento para jovens atores, diretores e profis-sionais do teatro; e a BR Teen, uma formação juvenil em artes cênicas e montagens experimentais. Como subsídio, eles terão a ajuda de algum patrocínio e os recursos que devem surgir com a consagração do repertório da companhia: bilheteria, marketing, convê-nios, subprodutos, merchandising, etc.

Presidente pro bono da companhia, Cris Olivieri explica que tudo isso é possível, principalmente por-que o diferencial da BR116 está no modelo de gestão: “Nós já nascemos com expertise em comunicação, questões jurídicas, desenvolvimento, sustentabilidade, branding e profissionais do setor financeiro. Todos por trás da gestão da BR trabalham de forma verda-deiramente atuante e voluntária para que os artistas possam fazer o que lhes compete: atuar”. Sorte nossa! [B+]

A BR116 foi lançada no dia 26 de

setembro. Na foto, Ricardo Bittencourt apresenta o

projeto para os convidados

Na recepção, Bete Coelho contou com a participação dos amigos Danilo Miranda (diretor geral da Sesc SP),

Raí e Fafá de Belém

arte & entreten imento | t ea t ro

É comum ouvir de um artista de teatro a queixa de que todas as linguagens culturais conseguem conquistar status profissional, capaz de gerar

lucro, empregos e crescimento - exceto a dele. Não é para menos. Música, cinema, literatura, arte contemporânea são produtos que, quando submetidos ao grande público, tor-nam-se coisas plásticas, prontas para serem consumidas. Mas o teatro não pode ser impresso, catalogado, copiado para um mp3 player ou tablet. Ele é organicamente vivo, mutante e se alimenta diariamente de seus organizadores.

Então, como fazer com que companhias de teatro deixem de acabar com a mesma rapidez com que foram criadas? Esse é o desafio proposto pela BR116, lançada em 26 de setembro, em São Paulo.

“Nós não queríamos um teatro isolado, que só produzis-se de dois em dois anos, com base em subsídio do governo e sem estabilidade para aprimorar o desenvolvimento teatral. Foi aí que pensamos em um modo de um dia sermos autossustentáveis, com meios para captar recursos, tempo e espaço, já que os caminhos normais são áridos e dificultosos”, explica a atriz Bete Coelho, uma das fundado-ras da companhia.

Assim, ela e o baiano Ricardo Bittencourt planejaram uma companhia que viajará por todo o Brasil, apresentan-do as peças sem passar aperto com produção de cenário, figurino ou divulgação. Os espetáculos terão suas pró-prias rendas, com a ajuda de uma rede social presencial baseada no modelo de voluntariado cultural. O nome da companhia é até sugestivo. BR116 é a principal rodovia brasileira, que corta o país de nordeste a sul, passando por 11 estados.

Para funcionar, o projeto convidou um grupo de amigos comprometidos com a causa do teatro. Eles estão emprestando tempo, talento e prestígio para os setores da companhia em que são especializados, divididos em conselhos consultivo, fiscal, artístico e de comunicação. Ninguém recebe por isso, mas todos fazem o máximo para que as peças sejam montadas e consigam patrocínio para que os atores, iluminadores de palco, figurinistas e direto-res possam fazer o trabalho deles.

ELES quEREM SER AuToSSuSTEnTávEIS

FotoS: Divulgação

a companhia de teatro br116 reúne um forte time de conselheiros para tornar viável a produção teatral no brasil. tem baianos nessa história

por laRissa

seixas

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106 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 107 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

crítico, de crítica social, e isso é um si-nal de avanço, um sinal de que existe uma maturidade, de que o público baiano vai ao teatro”, comemora.

Segundo Bertrand, apesar de a Bahia estar vivendo um momento ím-par no cinema, com Os Filhos de João, Jardim das Folhas Sagradas e Bahia, Minha Vida, “dando banho em cima de filmes de Hollywood (nas bilhete-rias da cidade)”, as leis de incentivo ainda precisam ser aprimoradas. Ele explica que alguns dispositivos da lei de renúncia fiscal melhoraram, mas é necessário uma maior democratização no apoio à cultura. “No momento que dinamizar mais, nós vamos ter um

aumento de qualidade”, enfatiza, concluindo logo em seguida que ele e a classe artística precisam continuar a fazer mais cinema e teatro “como gente grande, de uma forma madura, emancipada”.

O atual cenário da produção cultural baiana anima Bertrand e o faz querer participar mais: “O fato de estar na Bahia é muito bom. Estar acompanhando esse movimento e esse momento de mudança é muito bacana”, ressalta. “Quando eu olho para trás, vendo as coisas que eu já fiz e estou fazendo agora, eu sinto que é um caminho, é um caminhar. Os passos estão indo para a frente”. [B+]

PoP&Cult e antenado

Com a meta de “sempre seguir adiante”, Duarte, seja como empresá-rio ou intérprete, não para. Em 2010, criou a produtora POP&Cult, com a proposta de produzir conteúdos para TV e cinema e assessorar produtos culturais, a exemplo do trabalho feito na divulgação do Dawson Ilha 10 no Brasil.

O ator-produtor estreia em 2012 um curta chamado Romero, que é o piloto para uma futura minissérie. Também está em fase de captação de recursos para uma peça e para um programa de rádio e TV. Em meio a seus trabalhos, ele percebe que hoje Salvador “é a terceira cidade em produção brasileira de teatro”, e se mostra entusiasmado com a postura do público na capital. “Outro dia eu vi um comentário de Fernando Guerrei-ro dizendo que o público está mais exigente em relação ao conteúdo das peças. Até o humor já está mudando, está tendo uma migração daqueles besteiróis. As pessoas estão preferin-do um espetáculo com um teor mais

Bertrand recebeu o prêmio de melhor ator no Festival de Curitiba (outubro de 2009) pelo filme Pau Brasil, de Fernando Bélens

No set de filmagem do filme

Superoutro, de Edgard Navarro

“as pessoas estão preferindo um

espetáculo com um teor mais

crítico, de crítica social, e isso é

um sinal de avanço, um sinal

de que existe uma maturidade,

de que o público baiano

vai ao teatro”

arte & entreten imento | a r te

O filme chileno Dawson Ilha 10 foi lançado no Brasil dia 25 de novembro, mas já circulou pe-las telonas norte-americanas e chilenas no ano

passado. Indicado ao Oscar 2010 como melhor filme estran-geiro, o drama de Miguel Littín, cineasta que já concorreu ao prêmio duas vezes, retrata o período pós-ditadura militar no Chile, onde o recém-empossado governo deporta para a ilha Dawson, ao sul do país, ministros e partidários do presidente Salvador Allende, em 1973. Em precárias condições e sofrendo maus-tratos, os exilados sofriam também com a falta total de informação, quando qualquer instrumento de comunicação era disputado. Na trama está o arquiteto Miguel Lawner, um ex-diretor da Companhia de Melhoria Urbana do governo chileno. Munido de lápis e papel, o arquiteto retrata os companheiros de ilha e aquelas miseráveis condições de vida.

O filme é chileno, mas o personagem de Miguel é interpretado por um baiano, o ator Bertrand Duarte. “É um filme que me deixa orgulhoso por ter trabalhado com um dos cineastas mais importantes da América do Sul, cuja contundência política e ideológica é muito forte em suas obras”, diz Duarte, que também lembra da noite sem dormir “de tanta emoção” quando foi convidado para participar do elenco.

Dawson Ilha 10 é o primeiro trabalho internacional de um ator que já tem um tempo de estrada no Brasil. Gra-duado em teatro pela Universidade Federal da Bahia, Ber-trand iniciou a carreira em 1980 e protagonizou o média-metragem Superoutro há 23 anos, dirigido pelo também baiano Edgard Navarro. “Era meu sonho fazer cinema. Esse filme até hoje é lembrado. É uma das maiores referências da minha carreira”, destaca Duarte, que ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Gramado (RS) em 1992 com essa produção. Na TV, já trabalhou em novelas, como A Favorita e Caminho das Índias e em minisséries, como Amazônia e Memorial de Maria Moura, da Rede Globo. Du-arte encerra o ano de 2011 em cartaz com três produções: Capitães da Areia, O Homem que não Dormia e o já citado Dawson Ilha 10.

BERTRAND DuARTE SEGuE ADIANTE

FotoS: Divulgação

em cartaz no cinema com três filmes, com planos para o teatro e conduzindo a própria produtora, o ator e produtor

bertrand duarte não para e conta sobre seus próximos passos, afinal

sua meta é seguir em frente

por VaNessa aRagão

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108 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 109 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

Foto: Divulgação

ARTESANATO GANHA SELO DE CERTIFICAçãO

O Instituto Mauá, em parceria com o Programa do Artesanato Brasileiro, lançou no dia 28 de novembro, em Salvador, o Selo de Certificação do Artesanato Baiano. A iniciativa, intitulada “A Bahia Feita à Mão”, objetiva legitimar e diferenciar o artesanato produzido no estado, protegendo-o de cópias e falsificações. O selo é o primeiro do país, em nível governamental, a certificar esse tipo de produto.

RuBEM VALENTIM E SEu CONSTRuTIVISMO NO MAM

O Museu de Arte Moderna da Bahia apresenta, a partir de 16 de dezembro, a exposição Rubem Valentim, reunindo obras de diferentes fases do artista baiano, desde o início de sua carreira, em 1950, até a década de 1980. Obras do acervo do MAM-BA e de coleções particulares compõem um conjunto que destaca a estruturação da linguagem sígnica que caracterizou a obra do artista. A exposição permanecerá aberta até o dia 12 de fevereiro de 2012.

arte & entreten imento | a p l a usos

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

CONNECTING SOuTH E GILBERTO GIL

Connecting South é o nome do filme/documentário que tem o artista baiano Gilberto Gil como protagonista. Dirigido pelo suíço Pierre-Yves Borgeaud e pelo francês Emmanuel Gétaz, o filme mostra toda a sabedoria, jeito de ser e talento musical de Gil, enquanto ele viaja por países do Hemisfério Sul como Brasil, África do Sul e Austrália, mantendo contato com aborigenes, tribos ianomâmis entre outros povos.

BANDA LOS HERMANOS RETORNA E INCLuI SALVADOR NA TuRNê

Após um tempo sem realizar nenhum show, a banda Los Hermanos realizará uma turnê pelo Brasil no primeiro semestre de 2012. Os shows vão ocorrer entre abril e maio e vão passar por Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, Salvador, Brasília, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. O show em Salvador será no dia 6 de maio de 2012.

ROLLING STONES DISPONIBILIzA ARquIVOS DIGITALIzADOS EM SITE

Prestes a completar 50 anos de carreira, a banda Rolling Stones lançou em novembro o site The Rolling Stones Archive, que disponibilizará um arquivo com vídeos, textos e fotografias raras da banda. O site também trará itens para venda, como litografias autografadas, material promocional exclusivo e boxes luxuosos.

APROVADA LEI ORGâNICA DA CuLTuRA DA BAHIA

Após o cancelamento das votações, no dia 16 de novembro, as bancadas do governo e da oposição aprovaram por unanimidade, no dia 22, a Lei Orgânica da Cultura, que tem como um dos destaques, a implantação do Sistema Nacional de Cultura, além da regulamentação do Plano Estadual de Cultura.

PETER GABRIEL quE CONHECERSALVADOR E BROwN

No Brasil para participar do festival de música SWU, em Paulinia (São Paulo), o músico inglês Peter Gabriel se diz admirador do trabalho de Carlinhos Brown e mostrou interesse em conhecer Salvador e a Escola Pracatum, no Candeal. Um dos artistas mais influentes do rock no mundo, Peter Gabriel foi vocalista e líder durante muitos anos do grupo Genesis.

APRESENTADO à IMPRENSA PRIMEIRO ARTISTA DA 8 BISz, MAGARy LORD

Em uma coletiva realizada no dia 1° de dezembro, na Varanda D’Licia, a 8 Bisz apresentou à imprensa e ao público seu novo artista: Magary Lord. O músico, que vem ganhando notoriedade nos ensaios do verão de Salvador, mistura as matrizes africanas e regionais à black music para fazer o black semba.

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110 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 111 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

ENCONTRO DE GRANDES NOMES: EVA CONVIDA

Os ensaios do Eva, que acontecem sempre às quartas, já têm data marcada. Nos dias 11 e 18 de janeiro e 8 de fevereiro, Saulo e sua turma comandam essa festa, que comemora a quinta edição. Boa música e convidados especiais são marca registrada, e o público pode esperar grandes encontros. Já passaram por lá Ivete Sangalo, Carlinhos Brown, Durval Lelys, Jau e muitos outros. O evento acontece no Alto do Andu.

TRIVELA

Uma das mais esperadas, a festa começou as vendas em outubro e a corrida para adquirir os acessos é grande. Ela é dia 14 de janeiro, no Espaço Praia do Forte, 1 km após a entrada de Praia do Forte. A banda Asa de Águia se apresenta em um palco móvel, puxado por um trator, que foi denominado por Durval Lelys de Trivela. Nesta edição, além do Asa, se apresentam também a cantora Cláudia Leitte e a banda Batifum. O evento está programado para iniciar às 15h.

CERVEJA E CIA FOLIA

A festa, que roda as principais cidades do Brasil, acontece no Espaço Praia do Forte e tem Ivete Sangalo como grande anfitriã. Puxando o trio elétrico, a musa apresenta ao público todas as canções que vão embalar o Carnaval. O evento é dia 4 de janeiro e trará ainda a participação do cantor Tuca Fernandes. Com uma estrutura planejada, os organizadores garantem recepcionar o público com serviços de primeira. Os portões abrem a partir das 15h.

ENSAIO GERAL

O Ensaio Geral é, realmente, uma das maiores prévias do Carnaval e acontece sempre no fim de semana que o antecede. Os chicleteiros, como são chamados os seguidores da banda Chiclete com Banana, se reúnem no Espaço Praia do Forte para fazer o aquecimento da maior festa de rua do mundo. O evento está marcado para o dia 11 de fevereiro, a partir das 15h e, além do Chiclete, trará também as batidas eletrizantes do cantor Tomate e o agito da banda Oito7nove4.

A MELHOR SEGuNDA-FEIRA DO MuNDO é NO CLIMA DO HARMONIA DO SAMBA

Liderado pelo Harmonia do Samba, o evento é uma marca registrada do verão baiano. A banda consegue reunir quase oito mil pessoas por edição em plena segunda-feira. Uma loucura! Este ano, completam-se dez anos da “Melhor Segunda-Feira do Mundo”, como são denominados os ensaios do Harmonia. Para celebrar, convidados de peso incrementam a programação, que se inicia no dia 2 de janeiro, todas as segundas-feiras, e vai até a última segunda que antecede o Carnaval.

o dESTIno é PrAIA do ForTE: AS mElhorES PrévIAS dA FolIA dE momo

Foto: Divulgação

arte & entreten imento | a p l a usos

RéVEILLON DO FORTE

Com o agito da banda Timbalada, de Peixe e DJs, a festa é uma ótima opção para quem estiver pela Linha Verde. Com uma estrutura característica para comemoração, o evento oferece ao público três opções de espaço: pista, área vip e mesa com oito cadeiras. A pista traz o serviço open bar, e a área vip e a mesa contam com o serviço all inclusive com bufê de frutos do mar, massas, comida japonesa e muito mais! A festa, que é realizada em Praia do Forte, começa às 22h e vai até as 5h.

TIMBALADA ENCANTA O MuSEu Du RITMO

A partir do dia 8 de janeiro, é hora de a Timbalada brilhar. Os esperados ensaios de verão iniciam a sua temporada em 2012 e garantem a diversão daqueles que se sentem integrantes da “nação timbaleira”. Tradicional no calendário de festas anuais da Bahia, o evento é realizado no Museu Du Ritmo e atrai turistas dos quatro cantos do país. E atenção! É preciso se programar, afinal só é permitida a compra de apenas dois ingressos por pessoa, a cada edição.

BANDA FILHOS DE JORGE TEM A MELHOR MISTuRA DE RITMOS

A banda Filhos de Jorge revelou-se como um dos fenômenos da música baiana, desde o verão passado. Os ensaios no Mercado Modelo se tornaram uma febre entre a galerinha descolada da cidade. Toda sexta, o público lota o espaço para curtir a banda, que mistura ritmos latinos, o axé music e uma batida forte percussiva. A festa é sempre a partir das 21h.

A TRIBO DO REGGAE TAMBéM SE DIVERTE!

Pelo segundo ano consecutivo, a banda Natiruts realiza para baia-nos e turistas, que são amantes do reggae, o Luau Natiruts. Com cerca de três horas de música, em um formato diferente do que a banda costuma apresentar, o repertório do show é composto pelos maiores sucessos do grupo e também por hits que eles gostam e quase nunca têm a possibilidade de tocar. O evento é no Bahia Café Hall, no dia 7 de janeiro.

CELEBRE 2012

Uma nova opção para virada do ano em Salvador, o Celebre 2012 acontece na Bahia Marina, no espaço Vila Marina, que envolve os restaurantes Mercearia Todos os Santos, Ercolano, Café do Forte e Oui. A festa será comandada pela banda TH, pelo cantor Faustão e pela DJ Miss Cady, e terá duas opções de espaço: lounge e área vip. Ambos terão o serviço all inclusive, mas claro que a área vip oferecerá alguns mimos a mais para tornar a passagem de ano ainda mais especial.

PArA dAr AS BoAS-vIndAS A 2012

oS EnSAIoS dE vErão

poR giselle Reis

Foto: Jotafreitas / Setur

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112 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 113 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

arte & entreten imento | p roduçã o

O produtor de eventos é o cara! Faz acon-tecer! Gestor que, sem participar de conven-ções de funcionários, sem executar dinâmicas para gestão de pessoas, sem implantar a cul-tura da empresa, constrói um megaevento em meses, com a participação de 500 profissio-nais, provenientes de 50 empresas diferentes. E, de fato, realiza festivais, eventos públicos, shows destinados a milhares ou mesmo mi-lhões de pessoas. É, portanto, um profissional mais que especial! Um “quebrador de galhos oficial”, um administrador/solucionador de problemas em tempo real.

No início dos anos 80, esse profissional surgiu proveniente de áreas diversas, e se estabeleceu em razão de características pesso-ais: empreendedorismo, liderança, habilidade com gestão de pessoas, e alguma competência em gestão financeira. Desde então, muito mu-dou. O aprender fazendo, testando e refazen-do, ou a figura de um profissional esbaforido, correndo feito um louco no dia da estreia é coisa do passado. O mercado de cultura e en-tretenimento cresce sem parar, desde então. E a profissão de produtor tem deixado, cada vez mais, de ser o lugar da possibilidade sem formalidade para se tornar um meio bastan-te profissionalizado, o que requer gestores habilidosos e com conhecimentos técnicos específicos. Há dez anos, começaram a surgir os cursos de graduação e pós-graduação no Brasil – atualmente são mais de 200 por todo o país.

E não é à toa que grandes grupos de comunicação resolveram criar suas próprias empresas de entretenimento. Nessas

empresas, não existe mais lugar para o sonho de um monte de garotos que começaram, por brincadeira, o movimento do trio elétrico, que desembocou em uma das maiores festas de Carnaval do mundo. Os projetos, hoje, são planejados desde seu embrião. Muita coisa fracassa? Claro! Mas a gestão do entreteni-mento e da cultura passou a ser feita com indicadores, avaliação de risco, planejamento orçamentário, equipe dedicada, etc. Afinal, estima-se que seja um mercado que cresce 15% por ano no Brasil, e vai manter esta tendência nos próximos dez anos.

Isso se traduz em oportunidade para luga-res onde a matéria-prima (conteúdo artístico) brota das ruas e das veias de seus artistas todo dia. Com tanto para mostrar e viabilizar, a Bahia precisa aproveitar essa onda e assu-mir seu lugar nesse negócio. Afinal, existe um conhecimento não sistematizado em produzir o Carnaval com dois milhões de pessoas na rua, em realizar festivais com todas as tribos sem violência, em colocar o São João em diversas cidades ao mesmo tempo, e por aí vai, que deveria ser organizado, registrado e exportado. Conhecimento empírico, testado e retestado, que deveria ser apropriado pela Bahia, como qualidade e formação de tercei-ros, além de ser usado em tudo de novo que será criado na região.

A Bahia já produz artistas que estão entre os melhores do país, e poderia gerar os melhores formadores, gestores, produtores e as melhores empresas de produção. Além de, é claro, continuar realizando e gestando grandes eventos de participação pública.

PRODuçãO ACONTECE

em temPo Real

CRistiaNe gaRCia oliVieRi

advogada, master em administração das artes e mestre em política cultural (usp- eca)

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114 Revista [B+] d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m 115 w w w. re v i s t a b m a i s . c o m d e z e m b ro 2 0 1 1 e j a n e i ro 2 0 1 2 Revista [B+]

A Engenhonovo pegou pra fazer uma campanha majoritária para prefeito que vinha acompanhada pela proporcional dos vereadores. Ora, todo mundo que traba-lha com comunicação política sabe como é complicado fazer campanha de um candidato, quanto mais de 50 ou 100, como acontece em toda disputa proporcional de uma grande cidade. É um Deus nos acuda para organizar e dar unidade e sentido a discursos e figuras, as mais variadas e com apelos beirando, às vezes, a maluquice. É um desfile que mistura tantos personagens e performances que se confunde com um circo.

Pois bem, naquele ano, o casuísmo eleitoral nacional pariu uma lei que só permitia uma breve apresentação: 3x4 dos vereadores que quase se resumia ao candidato dizer o nome e mostrar a cara.

Como é normal, dividimos a campanha em duas. Eu coordenava a majoritária e indicamos um “gladiador” pra conduzir a dos vereadores. O sujeito, aliás, encarava essa parada como dever e não como promoção, porque sabia que ia ter que controlar uma horda de candidatos dispostos a tudo para conquistar seu espaço e sua eleição, porque, ao lado de gente séria, experiente, vinham os de-fensores de causas curiosas e exóticas, mais humorísticas do que eleitorais.

conte a í

CaRlos saRNo

sócio-fundador da agência

engenhonovo

Por Carlos Sarno

A CONTINêNCIATudo rodava nos conformes, Henrique, que tocava a

dos vereadores em uma casa anexa à nossa, dava conta do recado, ia resolvendo e contornando os pepinos e fazendo as gravações para a edição dos programas. À noite, no jantar, jurava que nunca mais ia se meter naquilo e que já tinha apartado até briga e bate boca entre candidatos.

- Vocês me pagam! Isso não é coisa que se peça a um amigo. Não tem dinheiro que pague essa consumição.

Mas foi ele que teve que pedir SOS, batendo no nosso “bunker” pra pedir auxílio.

- Sarno, você sabe que não sou de pedir arrego. Se assumi, assumi, mas você tem que dar um pulo lá que a coisa tá pegando fogo! Até a Cidinha, produtora e carne de pescoço, já teve um treco; o estúdio ficou uma balbúrdia e até o Brucutu tá com medo do candidato.

Atendendo ao apelo de Henrique, chamei o Marceli-nho, chefe de produção, pra me acompanhar na missão, e partimos pro estúdio. Lá estava, p. da vida, o candidato num clima tenso e silencioso.

- Tenente - disse o Henrique - trouxe o coordenador ge-ral pra conversar com o senhor e ouvir suas ponderações.

- Pois é, - emendou o tenente - esperei mais de duas horas pra gravar 15 segundos. Aquele moço me passou pó no rosto, e querem me impedir de fazer o que pensei.

- Mas o que o senhor pensou, tenente?- Simples! Sou militar aposentado e como não posso

dizer nada, quero me posicionar fazendo continência para meus eleitores, que é o gesto de maior respeito que um militar pode fazer. O rapaz aí disse que isso não é permiti-do no programa.

Assunto complexo! Enquanto eu pensava, Marcelinho, magro e miúdo, mas com vozeirão de estivador, inspirado, falou de pronto:

- Tenente, o problema não é a continência, é a televisão. Como o senhor disse, continência é gesto de respeito, con-sideração... Já imaginou o senhor dando continência e um telespectador sentado no sofá, de cueca, com uma latinha de cerveja na mão? Ou pior, no banheiro, olhando a TV, com a porta entreaberta?

O silêncio ficou ainda mais silencioso. O tenente engoliu seco, olhou de cima pra baixo o Marcelinho e completou:

- Olhe, você me convenceu, mas posso fazer um pedi-do?

- Pois não, tenente. - Já que não posso dar continência, quero ficar em

posição de sentido.Tudo resolvido, depois da gravação, fomos tomar uma

cerveja com o tenente no bar da Celeste.

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