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retalhos de citações dispersas

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''A menudo me he puesto en ese estado de absurdo imposible, para intentar que el pensamiento nazca em mi. En esta epoca somos solo algunos los empecinados en atentar contra las cosas, en crear espacios para la vida en nosostros, espacios que nohabia ni parecia que tenian que encontrar luhar en el espacio. ARTAUD p.19''O bricoleur est apto a executar um grande nmero de tarefas diversificadas porm, ao contrrio do engenheiro, no subordina nenhuma delas obteno de matrias-primas e de utenslios concebidos e procurados na medida de seu projeto: seu universo instrumental fechado, e a regra de seu jogo sempre arranjar-se com os ''meios-limites'', isto , um conjunto sempre finito de utenslios e de materiais bastante heterclitos, porque a composio do conjunto no est em relao com o prjeto do momento nem com nenhum projeto particular mas o resultado contingente de todas as oportunidades que se apreentam para renovare enriquecer o estoque ou para mant-lo com os resduos de construes e destruies anteriores. O conjunto de meios do bricoleur no , portanto, definvel por um projeto (o que supoeria, alis, como com o engenheiro, a existncia tanto de conjuntos instrumentais quanto de tipos de projeto, pelo menos em teoria); ele se define apenas por sua instrumentalidade e, para empregar a prpria linguagem do bricoleur, porque os elementos so recolhidos ou conservados em funo do princpio de que ''isso sempre pode servir''. Tais elementos so, portanto, semiparticularizados: suficientemente para que o bricoleur no tenha necessidade do equipamento e do saber de todos os elemtnos do corpus, mas no o bastante para que cada elemento se restrinja a um emprego exato e determinado. Cada elemento representa um conjunto de relaes ao mesmo tempo concretas e virtuais; so operaes, porm, utlizveis em funo de squer operaes dentro de um tipo.'' (Levi-Strauss, PS p.32-33''Bispo, o ''louco'', classificado com uma srie de etiquetas psiquitricas que o desclassificaram da vida extra-muros, reconstri o mundo com seu colecionismo, organiza seu universo sob o signo de uma tipologia que estranha o mundo que o estranha[...] Sua vontade de classificar objetos pode ser interpretada como um fruto de sua fidelidade doentia aos cacos do mundo que se lhe apresentavam como nica realidade, nica possibilidade de construo de uma ''casa'' onde morar.'' (SELIGMANN-SILVA, Arthur Bispo do Rosrio: a arte de ''enlouquecer'' os signos p.147''Primeiro, h a ideia do movimento do comboio, e depois a do homem triste que est num corredor e que se desloca; havia, ento, dois movimentos paralelos que se correspondiam um ao outro. Depois h a deformao que eu chamei de paralelismo elementar. Era uma decomposio formal, quer dizer, em lminas lineares que se seguem como paralelas e deformam o objecto. O objecto completamente distendido, como se fosse elstico. As linhas seguem paralelamente enqunto mudam subtilmente para formar o movimento ou a forma em questo.'' (DUCHAMP, Engenheiro do tempo perdido: entrevistas com Pierre Cabanne p.45)"Assim, deixando de lado 'as verdades' sobre si prprios, aquilo que era sempre criado pelos ''dominantes ou.. colonizadores'', os chamados pobres produzem atravs da ''funo fabuladora'', que aposta na evocao de uma potente falsidade sobre si, em oposio s 'verdades' constitudas, e que tem a capacidade de criar ''uma memria, uma lenda, um monstro''. Neste novo contexto, o personagem criado no real ou fictcio, objetivo ou subjetivo. A auto-representao estaria aderida a uma formulao ''do devir da personagem real quando ela prpria se pe a 'ficcionar', quando entra 'em flagrante delito de criar lendas' e, assim, contribui para a inveno de seu povo''.'' (devires-imagticos scott e gonalves p.2196834557''Um dia eu siplesmente apareci'' p.13``Essa trapaa salutar, essa esquiva, esse logro magnfico que permite ouvir a lngua fora do poder, no esplendor de uma revoluo permanente da linguagem, eu a chamo, quanto a mim: literatura.'' p.16 barthes aula inauguralEntendo por literatura no um corpo ou uma sequncia de obras, nem mesmo um setor de comrcio ou de ensino, mas o grafo complexo das pegadas de umaprtica: a prtica de escrever. Nela viso portanto, essencialmente, o texto, isto , otecido dos significantes que constitui a obra, porque o texto o prprio aflorar dalngua, e porque no interior da lngua que a lngua deve ser combatida, desviada:no pela mensagem de que ela o instrumento, mas pelo jogo das palavras de queela o teatro. Posso portanto dizer, indiferentemente: literatura, escritura ou texto. p.16 barthesPode-se dizer que a terceira fora da literatura, sua fora propriamente semitica, consiste em jogar com os signos em vez de destru-los, em coloc-los numa maquinaria de linguagem cujos breques e travas de segurana arrebentaram, em suma, em instituir no prprio seio da linguagem servil uma verdadeira heteronmia das coisas. p.26-27 barthesprotocolo ligacao c e a: i0002194590811EtnobiografiaNo lugar de tratar a narrativa como distinta de prticas sociais `concretas', a etnobiografia recusa a separao entre discurso, linguagem e experincia, insistindo na qualidade produtiva do discurso. p.10Bourdieu iluso biogrficaEssa vida organizada como uma histria transcorre, segundo uma ordem crnolgica que tambm uma ordem lgica, desde um comeo, uma origem, no duplo entido de ponto de partida, de incio, mas tambm de princpio, de razo de ser, de causa primeira, at seu trmino, que tambm um objetivo p.184E provvel que esse ganho de coerncia e de necessidade esteja na origem do interesse, varivel segundo a posio e a tarjetria, que os investigadores tm pelo empreendimento biogrfico. Essa propenso a tornar-se o idelogo de sua prpria vida, selecionando, em funo de uma inteno global, certos acontecimentos significativos e estabelecendo entre eles conexes para lhes dar coerncia, como as que implica a sua instituio como causas ou, com mais frequncia, como fins, conta com a cumplicidade natural do bigrafo, que, a comear por sua disposio de profissional da interpretao, s pode ser levado a aceitar essa criao arfificial de sentido. p.184-185 Produzir uma histria de vida, tratar a vida comouma histria, isto , como o relato coerente de uma seqencia de acon-tecimentos com significado e direo, talvez seja conformar-se com umailusao retrica, uma representao comum da existncia que toda uma tra-dio literria no deixou de reforar. p.185La cultura no est en los libros, ni en las pinturas, ni en las estatuas, ni en la danza; est en los nervios y en la fluidez de los nervios, en la fluidez de los rganos sensibles, en una especie de man que duerme y que puede colocar al espritu en una actitud de receptividad muy alta y de inmediata receptividad total, y permitirle actuar en el sentido ms digno, ms elevado y tambin ms penetrante y fino'' artaud, tarahumara p.18 intro, citacao de uma cartaThe dialogue, like all dialogues, whatever its subject matter, is always a drama of self-constitution. p.139 crapanzano indexicality text and transference."Supor, como Tedlock e outros, que o intrprete pode entabular um dilogo com seus registros, textos e outros materias incorrer em trs erros: 1) tomar uma relao metafrica (a interpretao de um texto como um dilogo) como se fosse no-metafrica; 2) deixar de perceber que o dilogo com o qual o intrprete est agora dialogando j no um dilogo, mas sim um "dilogo" - o tema de outro dilogo; e 3) dotaro intrprete de algo que deve ser considerado como uma capacidade sobre-humana, a de "colocar entre parnteses" dilogos secundrios e sua linguagem." p.65 Crapanzano - Dilogos."Etimologicamente, ao menos, existe uma enorme diferena entre um dilogo, fala que se passa a dois que de algum modo se opem, e uma monografia, um escrito, um texto nico que tem um destino ou encarna o destino. O dilogo agonstico, vivo, dramtico; a monografia pictrica, esttica, autoritria. Pelo menos desde Fedro de Plato, tm sido entendidos como opostos e enquanto tal definidos." p.66 Crapanzano dilogoscitando heiddeger ""Ora, o que quer dizer dilogo? Ao que parece, o falar com algum sobre alguma coisa. Nesse processo, o falar mediatiza a aproximao entre as partes." Parece haver uma enorme quantidade de falas que no so dialgicas, na medida em que o dilogo concebido como uma travessia, um compartilhar, seno de uma base de compreenso mtua, ao menos de uma concepo comunicativa comum, uma aproximao, uma fuso."p.66-67 dialogos Crapanzano"Apesar de toda a preocupao dos antroplogos com a linguagem, eles tendem a ver a sua prpria linguagem como se fosse transparente. Nem sempre avaliam a diferena entre eles e seus interlocutores na situao de campo imediata e em vrias verses e representaes, inclusive endopsquicas, que ocorrem na retrospeco e nas lembranas. Tornam-se aqui personagens numa espcie de conversa ou dilogos secundrios. Tedlock falando com os Zuni no mais Tedlock, e sim 'Tedlock'. Isso deveria ser bvio, o que nem sempre , quando o antroplogo descreve a situao de campo e seu papel nela. Sucumbimos a algo que pode ser chamado de iluso autobiogrfica e ignoramos as estratgias literrias - as convenes e constrangimentos genricos - atravs das quais um autor se auto-representa."p.71 e no final uma nota sobre a iluso autobiogrfica: "A iluso autobiogrfica uma necessidade social. Imagine-se a confuso que seria provocada no sistema legal se tivssemos de colocar devidamente entre aspas as testemunhas e as pessoas de que falam em seus testemunhos! Nesse caso teramos de reconhec-los como personagens em desempenhos dramticos altamente codificados, tomados como meras representaes do que ocorreu. Em vez de julg-las em termos de sua 'veracidade', como costumamaos fazer, teramos de julg-las quanto sua capacidade persuasiva. Parece, contudo, que as aspas tm de ser reconhecidas em qualquer esforo que se pretenda cientfico, mesmo que esse reconhecimento venha a subverter sua preteno cientfica tradicional." dilogos Crapanzano"As etnografias dialgicas representam dilogos. Podem criar a iluso do imediato, mas, na verdade, esto sujeitas a todos os tipos de limitaes inerentes representao. Chamo essas limitaes mais notveis de reduo pragmtica radical e reorientao pragmtica radicaor reduo pragmtica entendo a eliminao inevitvel do contexto de fala original, continuamente constitudo. Com reorientao pragmtica refiro-me inevitvel recontextualizao - a aopriao - da fala dialgica ou de qualquer outra fala repetida, decorrente de sua representao e participao em dilogos secundrios. A reduo pragmtica leva ao achatamento de falei acima e a reorientao pragmtica vivifica os dilogos secundrios que parecem s vezes trair (pelo menos para o etngrafo) o encontro vivido no campo." p.73Mesmo aquele que tem a infelicidade de nascer no pas de uma grande literatura, deve escrever em sua lngua, como um judeu tcheco escreve em alemo, ou como um esbeque escreve em russo. Escrever como um co que faz seu buraco, um rato que faz sua toca. E, para isso, encontrar seu prprio ponto de subdesenvolvimento, seu prprio pato, seu prprio terceiro mundo, seu prprio deserto. Houve muita discusso sobre:o que uma literatura marginal? --- tambm: o que uma literatura popular, proletria, etc? Os critrios evidentemente so muito difceis, na medida em que no passamos antes de tudo por um conceito mais objetivo, o de literatura menor. p.28-19 kafka por uma literatura menor -- a escrita de maura e rodrigo no menor simplesmente por escreverem do hospcio ou na posio de internos, mas assumerem na enunciao essa posio limtrofe,ue acaba mesmo por subverter a forma sujeito da enunciao (?).E Kafka distingue duas sries de invenes tcnicas: as que tendem a restaurar "relaes naturais", triunfando sobre as distncias e aproximando os homens (o trem, o automvel, o aeroplano), e aquelas que representam a revanche vamprica do fantasma ou que reintroduzem "o fantasmtico entre os homens" (o correio, o telgrafo, o telefone, a telegrafia sem fio). p.46De fato, ser um erro acreditar que o pintor trabalha sobre uma superfcie branca e virgem. A superfcie j est toda investida virtualmente por todo tipo de clichs com os quais necessrio romper.p.6 Deleuze - BaconNas novelas animalistas, Kafka traava linhas de fuga; mas no fugia "fora do mundo", era antes o mundo e sua representao que ele fazia fugir e que ele arrastava nessas linhas. p.70 Kafka"A escritura tem essa dupla funo: transcrever em agenciamento, desmontar os agenciamentos." p.70 kafkaPara alm do longo silncio clssico, a loucura reencontra assim sua linguagem. Mas uma linguagem com significaes bemdiferentes; ela esqueceu os velhos discursos trgicos da Renascenaonde se falava do dilacera-mento do mundo, do fim dos tempos, dohomem devorado pela animalidade. Ela renasce, essa linguagem daloucura, mas como uma exploso lrica: descoberta de que no homemo interior tambm o exterior, de que o ponto extremo dasubjetividade se identifica com o fascnio imediato do objeto, de quetodo fim est votado obstinao do retorno. Linguagem na qual nomais transparecem as figuras invisveis do mundo, mas as verdadessecretas do homem.Hist da L p.562``Um livro de filosofia deve ser, por um lado, um tipo muito particular de romance policial e, por outro, uma espcie de fico cientfica. Por romance policial, queremos dizer que os conceitos devem intervir, com uma zona de presena, para resolver uma situao local. Mofificam-se com os problemas. Tm esferas de influncia em que, como veremos, se exercem em relao a ``dramas'' e por meio de uma certa ``crueldade''. Devem ter uma coerncia entre si, mas tal coerncia no deve vir deles. Devem receber sua coerncia de outro lugar.'' Diferena e Repetio p.9