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Proposta de Plano de Manejo da Brachyplatystoma filamentosum e B. capapretum da Amazônia Equipe Camila Nunes Docentes: Eduardo Mariano Neto Mauro Ramalho

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Page 1: Proposta de Plano de Manejo da Brachyplatystoma filamentosum e B. capapretum da Amazônia Equipe Camila Nunes Claudia Abreu Fernanda Andrade Leonídia Serretti

Proposta de Plano de Manejo da Brachyplatystoma filamentosum e B.

capapretum da Amazônia

Equipe Camila Nunes

Claudia Abreu Fernanda Andrade

Leonídia Serretti

Samantha Grimaldi

Docentes:

Eduardo Mariano NetoMauro Ramalho

Page 2: Proposta de Plano de Manejo da Brachyplatystoma filamentosum e B. capapretum da Amazônia Equipe Camila Nunes Claudia Abreu Fernanda Andrade Leonídia Serretti

Problema

• Dada a relevância histórica das piraíbas para a atividade pesqueira na bacia amazônica, além dos sinais de sobre-exploração que as espécies têm sofrido (PETRERE et. al., 2004), seria oportuno usar esses bagres como modelo para o desenvolvimento de um programa de manejo integrado e organizado espaço-temporalmente. Pois estas espécies apresentam características migratórias e reprodutivas específicas, retratada em um ciclo de vida que abrange grandes distâncias entre a reprodução e o nascimento, muitas vezes envolvendo outros países.

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BIOLOGIA DAS ESPÉCIES

• Classificação taxonômica:

Classe: Actinopterygii

Ordem: Siluriformes

Família: Pimelodidae

Gênero: Brachyplatystoma

Espécies: Brachyplatystoma filamentosum

Brachyplatystoma capapretum

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Morfologia

Fonte: (RIBEIRO, 2009)

Bracyplatistoma filamentosum

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Morfologia

B. capapretum:

• Projeto Calhamazon: nova espécie a B. capapretum (LUNDBERG E AKAMA, 2005).• Dentição fina densamente espaçada• Manchas escuras e redondas nos flancos• Dorso muito escuro e nadadeira caudal pouco furcada

• Estimativa da divergência genética entre as espécies

de 10% (HUERGO, 2010), mas não suficiente para uma boa resolução filogenética.

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Morfologia

Fonte: (RIBEIRO, 2009)

B. filamentosum

B. capapretum

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BIOLOGIA DAS ESPÉCIES

•Área de ocorrência: Bacia Amazônica

•Expectativa de vida: inexistência de dados ???

• Maturidade reprodutiva: 6- 10 anos

•Hábito alimentar: Predador de topo de cadeia

•Dinâmica populacional: inexistência de dados ???

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Área de ocorrência

Fonte

Área de criação Área de crescimento Área de desova

Fonte: http://geoconceicao.blogspot.com.br/2011/08/bacias-hidrograficas-do-brasil.html . Acessado em 02/08/2013. Modificado

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Larva, leva em média 13 dias até o estuário.

Jovem e Pré-adulto migrando do estuário para cabeceiras do rio

Adultos, 6-10 anos, vão aos tributários p/reproduzir.

Tributário

Estuário

Rio Principal

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Relações EcológicasCondições Climáticas

(chuva) Competição interespecífica

Sobrepesca Barragens

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Cadeia Trófica

Bagre (Piraíba)Predador de Topo de

cadeia

Peixes herbívoros

Peixes detritívoros

Peixes bentônicos

Invertebrados aquáticos

Fitoplâncton

Frutos

Sementes

Peixes Carnívoros

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A sobre-exploração das espécies

•Desembarque das piraíbas:

• 1977 - 94%. • 2004 - 5%.

• Letícia (Colômbia) - principal mercado de bagres na Amazônia Ocidental.• Frotas de pesca do Brasil, Colômbia e Peru• Bogotá – exportados• Espinhel, redes e arpão

PETRERE, 2004

Page 13: Proposta de Plano de Manejo da Brachyplatystoma filamentosum e B. capapretum da Amazônia Equipe Camila Nunes Claudia Abreu Fernanda Andrade Leonídia Serretti

Decréscimo na captura da Piraíba

Petrere,2004

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Justificativas para os estudos de campo e sugestão de manejo

• Estudos de genética, ciclo de vida, dinâmica populacional e o estado atual da exploração das piraíbas são essenciais para orientar o manejo e a conservação dessas espécies.

• Espacialização dos estudos: sugestões de manejo mais específicas para as micro-regiões.

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Dinâmica populacional

• Estuda as mudanças no tamanho das populações, ao longo do tempo, e os fatores que causam essas mudanças.

O levantamento de informações sobre o ciclo de vida, padrões de migração dos indivíduos, crescimento individual e mortalidade, é fundamental para entender como as populações de piraíba respondem à explotação pesqueira. Tal compreensão, por sua vez, permite avaliar o estado atual da explotação e a relação entre o esforço de pesca e o rendimento do recurso. Com base nesses dados, é possível propor políticas de manejo em todo o sistema Solimões-Amazônas para atender as necessidades das populações humanas que dependem diretamente dessa atividade.

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ESTRUTURA ETÁRIA• Tabela de vida – dados simulados

IDADE (X)

SOBREVIVÊNCIA(Sx)

FECUNDIDADE(Bx)

N° DE INDIVÍDUOS (Nx)

0 0,5 0 20

1 0,8 1 10

2 0,5 3 40

3 0,0 2 30

IDADE CENSO POP. (T=0)

TAXA DE SOBREV.

N° DE SOBREVIVENTES

N° DE FILHOTES POR ADULTO

N° TOTAL DE FILHOTES

CENSO DA POP. (T=1)

0 20 0,5 - 0 - 74

1 10 0,8 10 1 10 10

2 40 0,5 8 3 24 8

3 30 0,0 20 2 40 20

4 0 - 0 - - 0

TOTAL 100 38 74 112

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MMA,2011

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Área Situação problema

Ação proposta Riscos e dificuldades

ESTUÁRIO

Pesca excessiva

Conflito entre frotas

Área sensível a pesca

Criar áreas protegidas - áreas da bacia hidrográfica desprotegidas, ampliar corredores-ecologicos, oferecem refúgios onde as populações das espécies explotadas podem se recuperar e os ambientes degradados pela pesca podem se regenerar; Investimentos na pesquisa;

Revisão da legislação vigente – limites de efluentes, biodiversidade;

Criar área de exclusão de pesca - permitem que as espécies-alvo cresçam mais e atinjam idades mais avançadas, produzam mais juvenis e repovoem áreas de pesca a partir do fornecimento de larvas e/ou indivíduos adultos.;

Acordos comunitários;

Estudos orientados para uma prática de manejo do entorno;

Programas ambientais – monitoramento e avaliação de impactos;

Investimentos e incentivos a recuperação e conservação – criar linhas de créditos de conservação para recuperação de espécies – chaves e as ameaçadas;

Campanhas de conscientização para pequeno e grande pescador – causas, consequências e medidas mitigadoras;

População local sejam fiscais da proteção;

Agenda 21;

Unir pecuaristas , fazendeiros, comunidade local , indústria pesqueira e , ONGs ambientalistas;

Ação de longo prazo

Atuação efetiva do governo - lidar com as tensões sociais, aumentar os percentuais de áreas protegidas;

Áreas permanentemente fechadas para a pesca, pesca.

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Área Situação problema

Ação proposta Riscos e dificuldades

DE

CRESCI

MENTO

Apetrechos usados na pesca

Profissionais de fora e a desqualificação dos profissionais locais

Rodízio de pesca – cotas de pesca, tamanho da frota;

Defeso piracema – Bolsa defeso;

Revisão da legislação vigente – limites efluentes, biodiversidade

Programas de monitoramento da qualidade ambiental de ecossistemas aquáticos - monitoramento e avaliação de impactos, informações relevantes dos componentes biológicos, socioeconômico e político institucional;

Acordos comunitários

Qualificação da cadeia produtiva Investimentos na tecnologia e na pesquisa:•Uso técnicas modernas e eficientes;•Tratamento tecnológico na transformação da pele;•Estudos orientados para uma prática de manejo do entorno orientar a implementação de atividades produtivas,por intermédio de políticas de desenvolvimento sustentável,compatibilizando a preservação e conservação do meio ambiente com a Causas antrópicasgeração de emprego e renda para as populações

Investimentos e incentivos a recuperação e conservação – criar linhas de créditos de conservação para recuperação de espécies – chaves e as ameaçadas;

Campanhas de conscientização para pequeno e grande pescador – causas, consequências e medidas mitigadoras

População local sejam fiscais da proteção;

Agenda 21;

Investimentos;

Acordos de Gestão compartilhada – ação de longo prazo;

Atuação comunidade local e industria pesqueira - os atores locais e microrregionais forem devidamente situados no processo de gestão e na respectiva escala, efetiva do governo;

Aumento de conflito entre pescadores ribeirinhos e industria pesqueira;

Page 21: Proposta de Plano de Manejo da Brachyplatystoma filamentosum e B. capapretum da Amazônia Equipe Camila Nunes Claudia Abreu Fernanda Andrade Leonídia Serretti

Área Situação problema Ação proposta Riscos e dificuldades

TRIBUTÁRIO

Pesca excessiva

Área sensível a pesca

Criar áreas protegidas ;

Investimentos na pesquisa ;

Revisão da legislação vigente – limites efluentes, biodiversidade;

Criar área de exclusão de pesca;

Acordos comunitários;

Controle assoreamento;

Programas ambientais;

Investimentos e incentivos de recuperação para as matas ciliares – bolsas

Unir pecuaristas , fazendeiros, comunidade local , industria pesqueira e , ONGs ambientalistas;

Ação de longo prazo

Atuação efetiva do governo - lidar com as tensões sociais, aumentar os percentuais de áreas protegidas;

Áreas permanentemente fechadas para a pesca, pesca.

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Monitoramento a partir da pesca predatória

• A descrição dos tamanhos e idades que compõem a população que está sendo capturada permite verificar em que locais de sua área de distribuição os peixes desovam, criam-se, alimentam-se e crescem.

• O impacto da pesca sobre cada uma das parcelas da população será diferenciado. Assim, se houver exploração predatória dos adultos desovantes, os peixes não poderão gerar o número necessário de filhos para renovar a população a cada ano. Nesse caso, ocorre a sobrepesca de recrutamento. Do mesmo modo, se houver pesca de jovens e de pré-adultos de forma desmedida, por exemplo, na área de criação da espécie, não será possível que eles atinjam o tamanho no qual o rendimento em peso seja máximo. Nesse caso, ocorre a sobrepesca de crescimento (FABRÉ et al., 2005).

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BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. Tradução Adrianos Sanches Melo et al. , 4 ed., Porto Alegre: Artmed, 2007.

FABRÉ, NÍDIA NOEMI & BARTHEM, RONALDO BORGES. O manejo da pesca dos grandes bagres migradores: piramutaba e dourada no eixo Solimões-Amazonas / Nídia Noemi Fabré; Ronaldo Borges Barthem, organizadores – Manaus: Ibama, ProVárzea, 2005. p.114 il; 16x23 cm. (Coleção Documentos Técnicos: Estudos Estratégicos)

PETRERE, M.; BARTHEM, R. B.; CÓRDOBA, E. A., GÓMEZ, B. C. Review of the large catfish fisheries in the upper Amazon and the stock depletion ofpiraíba (Brachyplatystoma filamentosumLichtenstein). Reviews in Fish Biology and Fisheries 2004, Volume 14, Issue 4, pp 403-414

Referências

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Fragmentação de Ecossistemas: causas, efeitos sobre biodiversidade e recomendações de politicas publicas / Denise Marçal Rambaldi, Daniela America Suarez de Oliveira (orgs.). Brasilia:MMA/ SBF, 2003, pp 202- 238.

Santos, Geraldo Mendes dos and Santos, Ana Carolina Mendes dos Sustentabilidade da pesca na Amazônia. Estud. av., Ago 2005, vol.19, no.54, p.165-182. ISSN 0103-4014.

Ribeiro, Carmelita de Fátima Amaral Processamento de Piraíba (Brachyplatystoma Filamentosum): desidratação osmótica, defumação e secagem / Carmelita de Fátima Amaral Ribeiro. -- Campinas, SP: [s.n.], 2009.

Kalikoski, Daniela Coswig, Seixas, Cristiana Simão and Almudi, Tiago Gestão compartilhada ecomunitária da pesca no Brasil: avanços e desafios. Ambient. soc., Jun 2009, vol.12, no.1, p.151-172. ISSN 1414-753X.

Referências

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HUERGO, G. P. C. M., Estimativa genética da piraíba (Brachyplatystoma filamentosum Lichtenstein, 1819) e da piraíba negra ( Brachyplatystoma capapretum Lundberg e Akama, 2005), na Amazônia Brasileira, inferidas por meio do DNA mitocondrial: subsídios para manejo e conservação. Tese (doutorado) – INPA – Manaus, 2010.

RiIBEIRO, C. F. A., Processamento de Piraíba (Brachyplatystoma Filamentosum): desidratação osmótica, defumação e secagem / Carmelita de Fátima Amaral Ribeiro. -Campinas, SP: [s.n.], 2009.

http://geoconceicao.blogspot.com.br/2011/08/bacias-hidrograficas-do-brasil.html , 2011 modificado

Mapa Ilustrativo do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Local: [Brasília], 2011. 1 mapa: 1,189x841 mm. Escala: 1:6.000.000.

Áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira. [Brasília], 2013. 1 mapa: 1.001.5 x 685,8mm. Escala: 1:7.500.000.

Referências

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Referências

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Referências