prof. carlos rogerio duarte barreiros

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Prof. Carlos Rogerio Duarte Barreiros [email protected] 1 Língua Portuguesa e Análise de Textos: Aula 02 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 Poema para as questões 01 e 02: “Mal secreto”, de Raimundo Correia. Se a cólera que espuma, a dor que mora N’alma, e destrói cada ilusão que nasce, Tudo o que punge, tudo o que devora O coração, no rosto se estampasse; Se se pudesse, o espírito que chora, Ver através da máscara da face, Quanta gente, talvez, que inveja agora Nos causa, então piedade nos causasse! Quanta gente que ri, talvez, consigo Guarda um atroz, recôndito inimigo, Como invisível chaga cancerosa! Quanta gente que ri, talvez existe, Cuja única ventura consiste Em parecer aos outros venturosa! Raimundo Correia. Mal secreto. In: Massaud Moisés. A Literatura Brasileira através dos textos. 29. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cultrix, 2012. p.303. 01. A respeito do poema de Raimundo Correia, julgue (C ou E) os itens subsequentes. ① Na primeira estrofe, ocorreu elipse de quatro ocorrências da conjunção subordinativa condicional “se”. ② No verso 03, a supressão das duas ocorrências de pronome demonstrativo não teria implicações semânticas nem comprometeria o ritmo do verso. ③ No verso 03, “punge” significa “escamoteia”. ④ No verso 05, o sujeito “o espírito que chora” está isolado por vírgulas para ganhar destaque, por mais que esse procedimento não seja recomendado pela normapadrão. 02. A respeito do poema de Raimundo Correia, julgue (C ou E) os itens subsequentes. ① O advérbio “então”, do verso 08, se refere a ação ocorrida no passado. O verso 09 pode ser reescrito da seguinte maneira, sem que ocorra erro gramatical, prejuízo semântico ou estilístico: “Quanta gente que se ri, talvez, consigo”. ③ “Recôndito”, no verso 10, significa “lancinante”. ④ A leitura atenta do soneto permite afirmar que o “mal secreto” a que se refere o título é apenas sugerido pelo autor, sem que seja apresentado explicitamente. Poema para as questões 03 e 04: “26”, de Cecília Meireles Mais louvareis a rosa, se prestardes ouvido à fala com que nos descreve a razão de ser bela em manhã breve para a derrota de todas as tardes. Sabereis que ela mesma não se atreve a fazer de seus dons grandes alardes, pois o vasto esplendor de seu veludo e as joias de seu múltiplo diadema não lhe pertencem: a razão suprema de assim brilhar formosamente em tudo é prolongar na vida o sonho mudo da roseira – de que é fortuito emblema. Cecília Meireles. 26. In: Roteiro da Poesia Brasileira: Modernismo. Sel. e prefácio: Walnice Nogueira Galvão. São Paulo: Global, 2008. p. 85. 03. A respeito do poema de Cecília Meireles, julgue (C ou E) os itens subsequentes. ① No poema, a utilização da segunda pessoa do plural é irônica. ② As orações subordinadas adjetivas dos versos 02 e 03 têm sujeito oculto ou desinencial de terceira pessoa do singular, em referência à “rosa” do verso 01. ③ As duas ocorrências da preposição “de”, nos versos 03 e 04, são resultado de regência nominal. ④ Em termos gerais, há identidade entre a “derrota de todas as tardes”, do verso 04, e o “sonho mudo da roseira”, dos versos 11 e 12. 04. A respeito do poema de Cecília Meireles, julgue (C ou E) os itens subsequentes. ① Entre os termos coordenados nos versos 07 e 08 há falta de paralelismo, devido à metonímia do verso 08.

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Língua Portuguesa e Análise de Textos: Aula 02

01  02  03  04    05  06  07  08    09  10  11    12  13  14  15  16  17  18  19  20  21  22  23  24  25  26  27  28  29  30  31  32  33  34  35  36  37  38  39  40  41  42  43  44  45  46  47  48  49  50    

 01  02  03  04    05  06  07  08  09  10    11  12  13  14  15  16  17  18  19  20  21  22  23  24  25  26  27  28  29  30  31  32  33  34  35  36  37  38  39  40  41  42  43  44  45  46  47  

Poema  para   as   questões   01   e   02:   “Mal   secreto”,   de  Raimundo  Correia.    Se  a  cólera  que  espuma,  a  dor  que  mora  N’alma,  e  destrói  cada  ilusão  que  nasce,  Tudo  o  que  punge,  tudo  o  que  devora  O  coração,  no  rosto  se  estampasse;    Se  se  pudesse,  o  espírito  que  chora,  Ver  através  da  máscara  da  face,  Quanta  gente,  talvez,  que  inveja  agora  Nos  causa,  então  piedade  nos  causasse!    Quanta  gente  que  ri,  talvez,  consigo  Guarda  um  atroz,  recôndito  inimigo,  Como  invisível  chaga  cancerosa!    Quanta  gente  que  ri,  talvez  existe,  Cuja  única  ventura  consiste  Em  parecer  aos  outros  venturosa!      Raimundo  Correia.  Mal  secreto.  In:  Massaud  Moisés.  A  Literatura  

Brasileira  através  dos  textos.  29.  ed.  rev.  e  ampl.  São  Paulo:  Cultrix,  2012.  p.303.  

 01.  A  respeito  do  poema  de  Raimundo  Correia,  julgue  (C  ou  E)  os  itens  subsequentes.    ①   Na   primeira   estrofe,   ocorreu   elipse   de   quatro  ocorrências   da   conjunção   subordinativa   condicional  “se”.      ②  No  verso  03,  a  supressão  das  duas  ocorrências  de  pronome   demonstrativo   não   teria   implicações  semânticas  nem  comprometeria  o  ritmo  do  verso.      ③  No  verso  03,  “punge”  significa  “escamoteia”.      ④  No  verso  05,  o  sujeito  “o  espírito  que  chora”  está  isolado   por   vírgulas   para   ganhar   destaque,   por   mais  que   esse   procedimento   não   seja   recomendado   pela  norma-­‐padrão.      02.  A  respeito  do  poema  de  Raimundo  Correia,  julgue  (C  ou  E)  os  itens  subsequentes.    ①  O  advérbio  “então”,  do  verso  08,  se  refere  a  ação  ocorrida  no  passado.      ②   O   verso   09   pode   ser   reescrito   da   seguinte  maneira,   sem   que   ocorra   erro   gramatical,   prejuízo  semântico   ou   estilístico:   “Quanta   gente   que   se   ri,  talvez,  consigo”.    

③  “Recôndito”,  no  verso  10,  significa  “lancinante”.      ④  A   leitura  atenta  do  soneto  permite  afirmar  que  o  “mal   secreto”   a   que   se   refere   o   título   é   apenas  sugerido   pelo   autor,   sem   que   seja   apresentado  explicitamente.      Poema   para   as   questões   03   e   04:   “26”,   de   Cecília  Meireles    Mais  louvareis  a  rosa,  se  prestardes  ouvido  à  fala  com  que  nos  descreve  a  razão  de  ser  bela  em  manhã  breve  para  a  derrota  de  todas  as  tardes.    Sabereis  que  ela  mesma  não  se  atreve  a  fazer  de  seus  dons  grandes  alardes,  pois  o  vasto  esplendor  de  seu  veludo  e  as  joias  de  seu  múltiplo  diadema  não  lhe  pertencem:  a  razão  suprema    de  assim  brilhar  formosamente  em  tudo    é  prolongar  na  vida  o  sonho  mudo  da  roseira  –  de  que  é  fortuito  emblema.      Cecília  Meireles.  26.  In:  Roteiro  da  Poesia  Brasileira:  Modernismo.  Sel.  e  prefácio:  Walnice  Nogueira  Galvão.  São  Paulo:  Global,  2008.  

p.  85.        03.  A   respeito   do  poema  de  Cecília  Meireles,   julgue  (C  ou  E)  os  itens  subsequentes.    ①   No   poema,   a   utilização   da   segunda   pessoa   do  plural  é  irônica.      ②  As  orações  subordinadas  adjetivas  dos  versos  02  e  03   têm   sujeito   oculto   ou   desinencial   de   terceira  pessoa   do   singular,   em   referência   à   “rosa”   do   verso  01.      ③   As   duas   ocorrências   da   preposição   “de”,   nos  versos  03  e  04,  são  resultado  de  regência  nominal.      ④  Em  termos  gerais,  há   identidade  entre  a  “derrota  de  todas  as  tardes”,  do  verso  04,  e  o  “sonho  mudo  da  roseira”,  dos  versos  11  e  12.        04.  A   respeito   do  poema  de  Cecília  Meireles,   julgue  (C  ou  E)  os  itens  subsequentes.    ①  Entre  os   termos   coordenados  nos  versos  07  e  08  há  falta  de  paralelismo,  devido  à  metonímia  do  verso  08.    

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Língua Portuguesa e Análise de Textos: Aula 02

 ②   É   correto,   segundo   a   norma-­‐padrão,   e  recomendável,   levando-­‐se   em   consideração   o   ritmo  do  poema  e  o  recurso  do  enjambement,  o  isolamento  do  termo  “na  vida”,  do  verso  11.        ③   É   correta,   segundo   a   norma-­‐padrão,   mas   não   é  recomendável,   levando-­‐se   em   consideração   os  sentidos   do   poema,   a   substituição   do   travessão   do  último  verso  por  vírgula.        ④   A   relação   estabelecida   entre   a   rosa   e   a   roseira  permite   afirmar   que,   no   poema,   fica   sugerido   o  encômio   ao   sujeito   cujas   ações   não   servem   para  enaltecê-­‐lo   pessoalmente,   mas   ao   grupo   a   que  pertence.              

Gabarito  

 01.  ECEE  02.  EEEE  03.  EECC  04.  CECC