ponencia proyectos de desarrollo para mujeres indígenas final en el formato

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  • 7/25/2019 ponencia proyectos de desarrollo para mujeres indgenas final en el formato

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    PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO PARA MULHERES INDGENASUITOTO DA AMAZONIA COLOMBIANA: UMA ANLISE DESDE A

    CONVIVENCIA E A DIFERENCA

    Juana Valentina Nieto1

    Resumo: Este trabajo reflexiona sobre las representaciones que sobre el trabajo comunitario y lapropiedad colectiva tienen los promotores de los proyectos productivos en la comunidad uitoto delOnce, cerca de Leticia, en la ma!onia colombiana" #e enfoca en c$mo las mujeres se involucranen los proyectos de desarrollo, en comparaci$n con la or%ani!aci$n para el trabajo de artesan&a y

    productos a%r&colas para el autoconsumo" El ar%umento principal es que el trabajo de la c'a%ra y delas artesan&as se or%ani!a con base en una estrec'a relaci$n entre el cuerpo la persona y el

    producto , al contrario de los proyectos de desarrollo promovidos por diversas a%encias externas,que asumen una l$%ica del trabajo comunitario y la propiedad colectiva" Esto tiene comoconsecuencia que ni los promotores ni los (promovidos( est)n satisfec'os con los resultados detales proyectos"Paa!"as#$%a!e: mul'eres uitoto, projetos de desenvolvimento, artesanatos, %rupos de solidaridade,ro*a"

    Este texto ) resultado do trabal'o de campo que fi! entre os anos +- e +. nas

    comunidades uitoto que ficam na periferia de Let&cia, capital do departamento do ma!onas

    colombiano" Estas comunidades ind&%enas, como 'oje acontece com a maioria, tem uma lar%a'ist$ria de tentativas de projetos produtivos promovidos por entidades estatais, privadas ou ON/s

    indi%enistas" No entanto, tanto para os ind&%enas como para as entidades a maioria destes projetos

    fracassaram, bem seja porque as atividades se abandonaram lo%o que o financiamento acaba ou

    porque n0o lo%ram os impactos sociais nem econmicos substanciais" 2elo contr3rio, na maioria

    dos casos essas iniciativas tem sido fonte de conflitos e desuni0o"

    pesar de que os projetos n0o lo%ram os prop$sitos que se prop4em, a popula*0o nativa fa!

    esfor*os diversos e permanentes para conse%uir a aprova*0o de novos projetos produtivos" 5sto )

    assim porque, se bem os ind&%enas produ!em boa parte dos recursos necess3rios para sua

    subsist6ncia, o v&nculo com o mercado e o din'eiro ) t0o necess3rio como desej3vel" 72rojeto8,

    antes que sinnimo de 7um conjunto de atividades para mel'orar as condi*4es de vida8, como se

    promovem, ) uma forma mais de aceder ao din'eiro e 9s mercadorias" O que n0o ) s$ assim para os

    ind&%enas, pois, como di! Lon% +;:;a!endo /6nero 1 nais Eletrnicos=,>lorian$polis, +1-" 5##N +1;

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    ON/s envolvidas" 2ara todos eles, o desenvolvimento ) uma mercadoria com um valor de cBmbio

    calcul3vel que reprodu! e le%itima pr3tica e interesse de interven*4es particulares8 Lon% +;: ;lores, ind&%ena uitoto, as causas de 7fracasso8 dos projetos

    produtivos, falou:

    72elo menos meu av tin'a um objetivo: Eu n0o sei falar l&n%ua de branco, vai voc6 naescola e aprenda, e quando saiba, volte e ne%ociamos, voc6 tradu! e n$s ne%ociamos" Casa%ora para viver mel'or 7tem que capacitar?se8, mas: em que No que eu sei fa!er, o queconcerne com meus pr$prios meios" Eu n0o posso di!er: Fomem eu vou te dar um avi0o,

    sabendo que n0o vou poder condu!&?lo e n0o terei din'eiro para pa%ar as taxasaeroportu3rias, tamb)m n0o sei de mecBnica" Ent0o tem que ensinar o que eu posso fa!er8conversa pessoal com Juan >lores +@="

    Juan >lores expressa o problema central: na formula*0o desses projetos n0o se tem em conta

    a alteridade fundamental, as diferen*as e especificidades reaisG na suas palavras: 7o que eu sei fa!er,

    o que posso reali!ar, o que posso fa!er com meus pr$prios meios8" Esta ne%a*0o da alteridade )

    evidente em diferentes n&veis" 2rimeiro, na percep*0o ne%ativa que se tem dos nativos, como

    sociedades carentes e subordinadas" #e%undo, ao ne%ar as diferen*as internas e tomar

    7comunidade8, 7mul'eres8 e 7ind&%enas8 como %rupos 'omo%6neos sem levar em conta as

    diferen*as internas" E terceiro, na distBncia entre o con'ecimento do 7experto8, o con'ecimento ou

    cren*a 7local8 e a ne%a*0o do se%undo pelo primeiro Hla!er +.="

    Nesse texto ilustrarei como os projetos financiados pelas institui*4es externas assumem uma

    l$%ica de trabal'o 7comunit3rio8 e de propriedade 7coletiva8 que i%nora o sentido local dessas

    no*4es" Ie acordo com Viveiros de astro +K=, os en%anos, erros ou equivoca*4es que destas

    vis4es desencontradas n0o impede que a rela*0o entre financiadores e benefici3rios si%a adianteG

    pelo contr3rio, a fundam e impulsam desde diferentes perspectivas, pois sup4em n0o s$ 7a

    2#emin3rio 5nternacional >a!endo /6nero 1 nais Eletrnicos=,>lorian$polis, +1-" 5##N +1;

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    'etero%eneidade dos terrenos em jo%o8, sen0o a 'etero%eneidade como terreno" Nesse contesto, a

    tarefa da antropolo%ia ) fa!er vis&vel a rela*0o entre duas formas diferentes de pensar a mesma

    coisa, 7situar?se no espa*o da equivoca*0o e viver a&8 Viveiros de astro +K="

    presentarei al%uns dos projetos produtivos diri%idos, na comunidade do Once, para as

    mul'eres associarem?se, e assim contrast3?los com a l$%ica da or%ani!a*0o informal dos %rupos de

    mul'eres artes0s" >inalmente, desde min'a experi6ncia de trabal'o de campo exploro os

    si%nificados locais do esfor*o, trabal'o, %rupos, propriedade e poupan*a, para contrap?los aos

    si%nificados impl&citos que esses conceitos tem nos projetos de desenvolvimento"

    P"o&e'os (a"a mu%e"es )a $omu)*+a+e +o O)$e:

    Numa reuni0o de pais na escola, o professor ind&%ena falou que a situa*0o das mul'eres,

    jovens e adultas, era muito dif&cil, e falou para elas: 7mul'eres, tem que se or%ani!ar, para

    demonstrar aos 'omens que voc6s podem8" #ua preocupa*0o reprodu! um discurso de

    subdesenvolvimento no qual as mul'eres est0o atadas ao lar, enquanto os 'omens participam nos

    processos de produ*0o" #e%undo esse discurso, o camin'o da emancipa*0o das mul'eres )

    incorpor3?las aos processos produtivos, convert6?las em empres3rias e para isso devem?se or%ani!ar

    ou associar"

    5sto se tradu! numa pressa por parte dos a%entes externos e de al%uns l&deres em promover a

    or%ani!a*0o e a associa*0o de mul'eres" Na 'ist$ria da comunidade do Once, s0o muitos os

    esfor*os projetos, oficinas, %rupos de trabal'o= de institui*4es %overnamentais e n0o

    %overnamentais diri%idos 9s mul'eres da comunidade, promovendo iniciativas produtivas e a

    conforma*0o de or%ani!a*4es de mul'eres" 2ensar as mul'eres como um %rupo 'omo%6neo ) uma

    das causas pelas quais os projetos produtivos terminam dividindo 9 comunidade" Em muitos casos,

    os fracassos das empresas produtivas deveram?se aos conflitos entre os participantes, o que levou a

    divis0o dos bens entre al%umas fam&lias" dif&cil que as doa*4es M m3quinas de costura frutas,

    sementes, roupas, din'eiroM considerem?se internamente comunit3rios" Entre%ar a uma pessoa os

    insumos para que os administre a nome da coletividade, ) descon'ecer as competi*4es, rivalidades e

    interesses de sub%rupos" Em al%uns casos e pese a que n0o cumpre com o objetivo comunal, os

    projetos tem servido para promover iniciativas familiares"

    3#emin3rio 5nternacional >a!endo /6nero 1 nais Eletrnicos=,>lorian$polis, +1-" 5##N +1;

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    O projeto de planta*0o de verduras tomates, piment4es e coentro= e de 'ortali*as em 'ortas,

    financiado pela nidade municipal de assist6ncia t)cnica a%ropecu3ria mata=, ilustra muito bem

    as contradi*4es que %eram os projetos 7comunit3rios8" Neste, a mata dava sementes, adubo e

    assessoria t)cnica para fa!er 'ortas comunit3rias" #ur%iram conflitos internos por quem investia

    mais ou menos esfor*o nos cultivos comunit3rios, pelo qual al%umas fam&lias decidiram aproveitar

    as sementes e a tecnolo%ia aprendida para fa!er as 'ortas no quintal de casa ou em seu pr$prio

    terreno 7Cel'or eu fa*o min'a 'orta individual, que eu sei que se eu trabal'o eu vou comer8 fala

    5n6s uma ind&%ena que trabal'ou no projeto"

    m tempo depois a mesma entidade promoveu um projeto de cultivo de 'ortali*as, mas

    desta ve! para formar una microempresa de mul'eres" 5n6s participou e me contou que se or%ani!ou

    com suas irm0s e fil'as, envolvendo da mesma forma aos 'omens da fam&lia" microempresa demul'eres or%ani!ada por 5n6s parece mais uma microempresa familiar, sustentada no que /asc')

    ++:+= c'ama de %rupos de solidariedade, os quais partem dos v&nculos de parentesco, mas n0o

    est0o determinados por estes"

    preocupa*0o dos a%entes externos por associar e or%ani!ar descon'ece as formas internas

    de associa*0o e or%ani!a*0o informais que v0o al)m da perten6ncia a um %6nero, etnia ou

    comunidade determinada" 2ara ilustrar o anterior mostrarei como se or%ani!am as mul'eres seu

    trabal'o para elaborar bolsas e artesanatos, um exemplo de or%ani!a*0o exitosa, da qual depende odin'eiro de muitas fam&lias nativas"

    Os ,"u(os +e mu%e"es a"'es-s

    Os uitotos t6m sido descritos como uma sociedade or%ani!ada em patrilin'a%ens com uma

    resid6ncia patrilocal ou maloca, onde mora o c'efe, seus fil'os, irm0os, esposas vindas de lon%e e

    os $rf0os de outras lin'a%ens cujos c'efes ca&ram em %uerra ver /asc'): 1

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    mul'eres consan%u&neas: m0e e irm0s" Pudo isso condu! a mudan*a de um padr0o de resid6ncia

    patrilocal a um uxorilocal e ao fortalecimento dos v&nculos entre as mul'eres parentes m0e, irm0s,

    fil'as=, quem formam blocos de solidariedade ou %rupos mediante os quais or%ani!am?se a

    comunidade" Estes %rupos est0o conformados tamb)m por 'omens, al%uns fil'os das fam&lias uitoto

    fundadoras e um %rande nmero pertencente a outras etnias como cocama e ocaina, provenientes de

    outras re%i4es da olmbia ou do 2eru"

    5sto pode explicar porque a produ*0o de bolsas para a venda por parte das mul'eres da

    comunidade tem sido talve! a nica iniciativa local que tem perdurado" Elas dedicam %rande parte

    de seu tempo a esta atividade, j3 que ) uma forma efetiva de receber in%ressos para sua fam&lia e de

    aceder aos produtos necess3rios para a fam&lia 'oje em dia, sem necessidade de abandonar outras

    atividades, o cuidado dos fil'os e seus cultivos" omenta Cery, uma das mul'eres artes0s:7O artesanato #im, o artesanato, com isso ) que nos estamos sustentando" 2orque a %entetece, tece e o tem a&, quando menos voc6 pensa v6m os compradores, compram uma bolsa,duas bolsas" E vendemos ) em puro pedido, n$s estamos tecendo e j3 nos est0oencomendando, ent0o n0o podemos %uardar para vender, para sair vender, as pessoasmesmo v6m e o compram aqui em casa, e isso o compram sem pec'inc'ar, sem di!er queest3 caro8 Cery conversa pessoal +@="

    O din'eiro n0o o %an'a s$ quem elabora a bolsa, pois no processo existem diversas formas

    de intercBmbio" maior parte dos materiais necess3rios para fa!er bolsas fibra de tucum

    Qc'ambiraR, tinturas= se conse%uem na floresta pr$xima, mas al%umas mul'eres tamb)m oscompram ou intercambiam com outras mul'eres da comunidade ou de outras comunidades

    vi!in'as"

    ma mul'er pode demorar um m6s desde que tira o tucum at) que a bolsa esteja pronta"

    pesar de que di!em que tecer bolsas ) um trabal'o dispendioso, ) uma atividade produtiva que

    preenc'e os espa*os de descanso e permite 9s mul'eres acompan'ar?se, compartir comida e

    conversar" l%umas delas me disseram, exa%erando: 75sso ) como um v&cio8, 7#im, Valentina, assim

    me passa, 9s ve!es voc6 nem fa! comida, nem nada, por estar tecendo8" Iepois de uma dura jornada

    na ro*a, sentam?se no c'0o ou na rede a tecer e torcer fibra, enquanto conversam sobre as

    atividades do dia e d0o consel'o a suas fil'as menores, as quais aproveitam para aprender"

    Entre elas formam?se %rupos informais de tecido, nos que al)m de compartir as 'oras

    tecendo or%ani!am seu trabal'o, dependendo dos talentos de cada uma" Em %eral, as mul'eres mais

    vel'as s0o as que mel'or manejam as rela*4es com os compradores" Lucinda, sua fil'a e sua nora

    tem um %rupo de trabal'o, cuja or%ani!a*0o foi descrita assim por Cery:

    7N$s trabal'amos, ou seja, com tr6s pessoas: est3 a min'a m0e, est3 min'a cun'ada" Cas

    assim juntas n0oS Eu n0o ten'o al%o, ela Qcun'adaR me empresta, me d3G min'a m0e

    5#emin3rio 5nternacional >a!endo /6nero 1 nais Eletrnicos=,>lorian$polis, +1-" 5##N +1;

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    tamb)m, e assim compartimos todo o trabal'o" venda sim ) min'a m0e" Eu te*o min'abolsa, min'a m0e a vende, porque eu n0o sei pr pre*o" Cin'a m0e ) a que p4e os pre*os,ela vende, quando ela vende pa%a a todas e eu tamb)m pa%o al%uma coisa pra ela8 Ceryconversa pessoal +@="

    Nestes %rupos, as mul'eres or%ani!am?se de acordo com as 'abilidades de cada uma, e comoexpressa Cery: 7N$s somos as tr6s que trabal'amos8, com sua cun'ada e sua mam0eG n0o obstante,

    mais adiante aclara: 7Cas assim juntas, n0oS8" Os %rupos que escol'em para sentar?se a tecer s0o

    um espa*o de %o!o social no que se comparte, se conversa, se d3 consel'o e se colabora no

    trabal'o" No entanto, as ferramentas, os materiais e os produtos bolsas= consideram?se o resultado

    do esfor*o e o trabal'o pessoal de quem 7o suou8, e a quem, portanto, l'e pertencem" ada uma )

    dona de seu trabal'o ainda quando comparta espa*os comuns com outras" Tespeitar isto %arante o

    6xito do %rupo, j3 que %ra*as aos objetos que cada uma possui e vende de acordo com seu trabal'o,assim como os %an'os obtidos, podem ajudar?se quando al%uma o necessite" Neste ponto radica a

    importBncia de acumular e poupar, pois permite usar o esfor*o pr$prio para ajudar e afirmar la*os

    de socialidade"

    A Ro.a $omo mo+eo +e '"a/a%o: 0Ass*m so1"emos )2s (a"a 3ue %a&a a/u)+4)$*a5

    l%o que marcou min'a aprendi!a%em com estas mul'eres foi o si%nificado do trabal'ocomo uma atividade central na constru*0o de pessoas, mul'eres e 'omens, como sujeitos morais"

    Em palavras de /riffit's 1

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    for*a, as capacidades e as 'abilidades para que abundem os alimentos, os parentes, os fil'os e os

    ami%os"

    ro*a ) tamb)m motivo de or%ul'o e de vaidade entre as mul'eres e, portanto, um campo

    de competi*0o" Em v3rias ocasi4es, con'ecer e per%untar pelas ro*as converteu?se em um campo

    de batal'a para mim, porque cada uma queria saber aonde 'avia me levado a outra e o que me 'avia

    contadoG devia ser cuidadosa com o que di!ia, para n0o criar malentendidos entre elas e eles" Em

    ocasi4es expressavam?me sua desconfian*a em rela*0o ao trabal'o de outras mul'eres: 7Pem que

    ver, porque ela di! que tem e eu n0o vejo onde8" #em embar%o, cada qual sabe o que al%umas de

    suas conterrBneas pensam, e sempre volta da sua ro*a com uma mostra de seu trabal'o"

    Nas min%as, ?uma forma de trabal'o comunit3rio no que a troca de comida e bebida toda a

    comunidade trabal'a na ro*a de um casal?, a compet6ncia e a demonstra*0o de 'abilidades pessoaisocupam um lu%ar central" Duando v3rias mul'eres col'em mandioca ao mesmo tempo, cada uma

    amontoa a sua e ol'a constantemente 7de quem a mandioca %osta mais8, quem tem mais for*a para

    puxar o tub)rculo e de quem ) o monte maior"

    Nas min%as o trabal'o se a%ili!a e se fa! mais ameno" #em embar%o, uma min%a n0o sempre

    ) o camin'o mais f3cil, j3 que tem que contar, pelo menos, com boa alimenta*0o, boa bebida e bons

    trabal'adores" ltima condi*0o depende tanto dos v&nculos de parentesco que ten'am os donos da

    min%a, como das duas primeiras" l)m de promover a solidariedade, as min%as s0o espa*osmicropol&ticos onde o casal demonstram sua capacidade de convocar, de diri%ir e de fa!er que as

    pessoas trabal'em feli!"

    ro*a envolve o esfo*o de seus donos e o de seus parentes, vi!in'os e ami%os" 2or isso a

    col'eita ) tamb)m o produto do apoio de todos os que contribu&ram com seu esfor*o nas min%as,

    assim como dos pais que ensinaram a trabal'ar e transmitiram as sementes, a terra e os

    con'ecimentos" #em embar%o, ainda quando o trabal'o ) coletivo, a propriedade de seus frutos

    permanece com os donos da ro*a, em particular na mul'er, quem dedica boa parte de seus esfor*os,pensamentos e tempo para cuidar das plantas para que cres*am bem"

    li radica a diferen*a entre a concep*0o local de trabal'o em %rupo e a concep*0o de %rupo

    impl&cita nos projetos de desenvolvimento, na que tudo se concebe como coletivo, assim como

    produto do trabal'o" omo tentei mostrar, nas formas associativas escol'idas por eles para trabal'ar

    a ro*a e os artesanatos ) muito importante que os recursos, as ferramentas e os produtos perten*am

    a dona da ro*a, quem lo%o retribuir3 a quem l'e ajudou a trabal'ar, distribuindo as col'eitas,

    transformadas em alimento"

    !#emin3rio 5nternacional >a!endo /6nero 1 nais Eletrnicos=,>lorian$polis, +1-" 5##N +1;

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    Iurante as min%as as mul'eres recebem elo%ios por sua capacidade de fa!er abundar a

    comida e a bebida" Pendo em conta que o poder econmico deriva?se do controle e a distribui*0o

    dos bens necess3rios, e que a %enerosidade ) uma das bases da autoridade e a lideran*a Earle 1

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    podem ajudar?se mutuamente quando al%uma o necessite" abe assinalar que cada mul'er d3 de

    acordo com sua posi*0o econmica e social, da idade, dos v&nculos que ten'a e de suss 'abilidades

    pessoais e %ostos"

    /asc') ++= mostra que os promotores do desenvolvimento prop4em que o bemestar est3

    relacionado com o incremento dos in%ressos monet3rios, derivados da intensifica*0o do

    intercBmbio com o mercado" #em embar%o, na redistribui*0o dos produtos de seu trabal'o as

    mul'eres tecem sociedade, em ve! de acumular bens, alimentos ou din'eiro para poupar" Na min'a

    opini0o, os projetos fracassam em apar6ncia porque elas aplicam esta mesma l$%ica, pois

    aproveitam?se rapidamente dos benef&cios e n0o mant)m seu car3ter de coletivos" 2elo contr3rio, o

    que l'e pertence a cada qual se distribui: seu trabal'o, em forma de din'eiro, m3quinas, roupa,

    a%ul'as, tinas" O din'eiro n0o se semeia, se %asta, ou seja, serve para suprir umas necessidades, n0opara ter mais din'eiro" O que asse%ura o bem?estar ) a recompensa de acumular esfor*o f&sico e

    moral no cuidado dos cultivos, os fil'os e as rela*4es com os parentes"

    'ist$ria dos projetos de desenvolvimento, por n0o di!er a 'ist$ria da rela*0o com o mundo

    7branco8, criou uma esp)cie de desconfian*a por parte dos ind&%enas, que se v6 refletida no 7n0o8

    com o qual me receberam durante a primeira reuni0o" Cuitos projetos implementam?se baseados

    em acordos verbais com os povoadores ama!nicos, nos que se sup4e ficaram expostos os

    interesses de cada um" om o passo do tempo e o 7fracasso8 do projeto, as partes ficam insatisfeitascom os resultados: incumplimento dos objetivos, bri%as, desuni0o" #em embar%o, vimos que, na

    pr3tica, conceitos como trabal'o, propriedade, poupan*a, %rupos de mul'eres, t6m si%nificados

    diferentes para cada qual" omo criar acordos de palavras com palavras que n0o si%nificam o

    mesmo

    2ara que os projetos de desenvolvimento sejam mais que um meio pelo qual ind&%enas,

    ON/s, pol&ticos, entidades estatais ou acad6micos acedam ao din'eiro, ) necess3rio que elaborem?

    se a partir do di3lo%o e de rela*4es na que o recon'ecimento seja mtuo" O que Cario Hla!errecon'ece como 7a fronteira do di3lo%o8, a participa*0o das pr3ticas de recon'ecimento das

    realidades 7com a vontade de que nossa maneira de con'ecer o mundo seja contaminadaW pela

    deles8 Hla!er +.=" antropolo%ia pode servir para tradu!ir, conectando os dois discursos ou

    pr3ticas na medida em que n0o di!em a mesma coisa Viveiros de astro +K="

    ##emin3rio 5nternacional >a!endo /6nero 1 nais Eletrnicos=,>lorian$polis, +1-" 5##N +1;

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    Re1e"6)$*as

    POT I OHT" Ttulo da obra: subt&tulo" Nmero da edi*0o" Local de 2ublica*0o: Editor, anode publica*0o"

    POT da parte" P&tulo da parte" Permo 5n: utor da obra" Ttulo da obra" Nmero da edi*0o"Local de 2ublica*0o: Editor , no de publica*0o" Nmero ou volume, se 'ouver, p3%inas inicial?final da parte, eXou isoladas"

    POT" Ttulo: subt&tulo" no de apresenta*0o" Nmero de fol'as ou volumes" ate%oria /rau e3rea de concentra*0o= ? 5nstitui*0o, local"

    POT" Ttulo do artigo" P&tulo da publica*0o seriada, local, volume, nmero, m6s ano" 2a%ina*0oou indica*0o de taman'o" Iispon&vel em: YEndere*o"Z" cesso em: data"

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    #!A$R Mario.Storytelling lobality: ! "order #ialogue Et$nograp$y o% t$e &araguayan '$aco. 'r/am+ 'e

    %ni*ersi"y 1ress 200..CA&'R$ 3ipli"o 456nera67 y 8an A. $c/e*erri. Tabaco %r(o, coca dulce. 1remio &acional de !i"era"ra 9ral

    Indgena. #ogo":+ Colcl"ra ;

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    De!eo(me)' P"o&e$'s 1o" 7ome) *) '%e I)+*,e)ous Commu)*'8 0E O)$e5: A) A)a8s*sBase+ o) S%a"*), a)+ D*11e"e)$e

    As'"a$': P'is [or\ reflects on t'e representations of communal [or\ and collective property 'eldby promoters of income?%eneratin% projects in t'e ]itoto community (El Once(, near Leticia in t'e

    olombian ma!on" 5t focusses on t'e [ays [omen %et involved in development projects, incomparison [it' t'eir or%ani!ation for t'e production of 'andicrafts and subsistance a%riculturalcrops" P'e main ar%ument is t'at [or\ in a%riculture and 'andicrafts is or%ani!ed based on a closeconnection bet[een t'e body, t'e person and t'e products of 'isX'er [or\, in contrast [it' t'edevelopment projects promoted by diverse external a%encies, ['ic' assume a lo%ic of communal[or\ and collective property" ll t'is 'as as a consequence t'e dissatisfaction of bot' parties ?t'e

    promoters and t'ose (promoted(" ]it' t'e results of suc' projects"9e8o"+s: [omenWs, development projects, a%roforestry plots, 'andicrafts""

    12#emin3rio 5nternacional >a!endo /6nero 1 nais Eletrnicos=,>lorian$polis, +1-" 5##N +1;