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    PLANO DE HISTÓRIAS EMEMÓRIAS DAS FAVELAS

    2013

    Batan / Complexo do Andaraí e Grajaú / Complexo do São Carlos e Santa Teresa / Complexo do Turano / Ladeira dos Tabajaras e Morro dos Cabritos/ Morro da Formiga / Morro do Vidigal e Chácara do Céu / Morros da Babilônia e Chapéu Mangueira / Rocinha / Santa Marta

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    PLANO DE HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DAS FAVELAS

    2013

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    Para apresentar o Plano de Histórias e Memórias das Favelas, eu preciso destacar a relevância desseencontro. Digo encontro, porque quando assumi a gestão da Secretaria de Estado de AssistênciaSocial e Direitos Humanos, o plano ainda era um projeto em andamento, dentro do ProgramaTerritórios da Paz. E, ao me deparar com ele, encontrei uma projeção das ações e conceitos quesempre acreditei e que venho propondo desde o início da minha vida prossional e política.Quando participei da elaboração do Programa de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci),pensava em uma polícia atuando dentro das comunidades e para as comunidades, levando em

    conta seu cotidiano, seus costumes e suas manifestações culturais. A polícia se adequando àquelarealidade, muito mais do que limitando ou moralizando os atores locais. Por isso enxerguei que oprojeto deveria transformar-se em Plano e rearmei a importância de aprovarmos, o mais rápidopossível, um edital. É importante manter viva a memória dessas comunidades, é importante darvalor às suas histórias, suas origens.

    A cultura do morro deve ser conhecida e conservada porque sempre fez história e sempre estevena nossa memória. Foi no Morro do São Carlos, considerado berço do samba e da boe-mia, ondefoi criada a primeira escola de samba. O morro dialoga com o asfalto através de uma linguagemmiscigenada e multicultural. O morro é uma explosão cultural. E essa história, esse dia-a-dia, devemser relatados e estimulados nas mais diversas expressões. Quem não gostaria de saber de onde vemo nome do morro da Formiga? Ou que o morro do Escondidinho teria se originado, em 1940, comoum antigo Quilombo? Ou que o nome do morro da Babilônia foi inspirado nos Jardins Suspensosda Babilônia e abrigou a família do paisagista Burle Marx?

    Após diversos encontros com as comunidades, a equipe da Superintendência de Territórios detectou,em cada uma delas, o desejo da população de resgatar e preservar sua história. E o Plano existe paradar esta garantia. Ele é mais do que um identicador, ele reforça o simbolismo e importância dasfavelas. A importância de se estabelecer uma política social nas UPPs, priorizando a comunidade eseus interesses, porque essas pessoas zeram, fazem e farão a história do Rio de Janeiro.

    Zaqueu da Silva Teixeira SecretáriodeEstadodeAssistênciaSocial

    eDireitos Humanos 

    PALAVRA DO SECRETÁRIO

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    1. Apresentação 13

    2. Do direito à memória 15

    3. Diretrizes 173.1. Identicação e Registro

    3.2. Preservação 183.3. Promoção e Difusão 19

    4. Horizontes 20

    1.Breve histórico das favelas participantes 22

    Batan 24Complexo do Andaraí e Grajaú 25

    Complexo do São Carlos e Santa Teresa 26

    Complexo do Turano 27 

    Ladeira dos Tabajaras e Morro dos Cabritos 28

    Morro da Formiga 29

    Morro do Vidigal e Chácara do Céu 30 

    Morros da Babilônia e Chapéu Mangueira 31

    Rocinha 32

    Santa Marta 33

    2.Memórias da construção do Plano porlocalidade 34

     Batan 37 

    Complexo do Andaraí e Grajaú 38

    Complexo do São Carlos e Santa Teresa 41

     Complexo do Turano 42

    Ladeira dos Tabajaras e Morro dos Cabritos 45

     Morro da Formiga 46

    Morro do Vidigal e Chácara do Céu 49

    Morros da Babilônia e Chapéu Mangueira 50 

    Rocinha 53

    Santa Marta 54

    Ficha Técnica 56

    PLANO DE HISTÓRIAS EMEMÓRIAS DAS FAVELAS

    SUMÁRIO

    Parte I Parte II  

    SUMÁRIO

    26 30

    2824 32

    27 312925 33

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    PARTE I

    1. Breve histórico das favelas participantes

    APRESENTAÇÃO

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    PARTE I

    Participação deMoradores no I EncontroIntercomunitário do Planode Histórias e Memórias dasFavelas. 25/05/2012. Foto:Simone Pitta.

    A proposta de elaboração do Plano de Histórias e Memórias das Favelas¹ surgiu no contexto daatuação das equipes de gestão social do programa Territórios da Paz, criado em novembro de2010 pelo governo do Estado do Rio de Janeiro no âmbito da Secretaria de Assistência Social eDireitos Humanos (SEASDH) e da Superintendência de Territórios (SuTer). O Programa Territóriosda Paz busca promover o contato e a articulação entre os atores locais e as instituições e tempor nalidade contribuir para o atendimento das demandas sociais, atuando como interlocutordo Estado junto às favelas, de forma que a população tenha maior possibilidade de participar eintervir nas políticas públicas e nas ações privadas implantadas.

    A preservação da memória e da história social tem sido uma das preocupações culturais maisimportantes das sociedades contemporâneas. Este fenômeno também foi observado nas favelasem que as equipes de gestão social atuam. Entre as diversas demandas de ordem estruturaise sociais, foi possível observar demandas comunitárias vinculadas à questão da história e damemória social. A partir desta percepção, na primeira metade de 2012, as equipes de gestão doprograma Territórios da Paz das favelas do Batan, Complexo do Andaraí e Grajaú, Complexo do

    I . 1

    MoradoresnoIEncontroIntercomunitáriodoPlanodeHistóriase Memóriasdas Favelas,25.05.2012,

    SimonePitta

    Apresentação

    1. Optou-se pelo termo “favela” em detri - mento de outros, como “conglomeradourbano” ou “comunidade”, seguindo ori - entação dos moradores expressa no I En - contro Intercomunitário do Plano de His- tórias e Memórias das Favelas, ocorridoem maio de 2012, na SEASDH.

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    São Carlos e Santa Teresa, Complexo do Turano, Ladeira dos Tabajaras

    e Morro dos Cabritos, Morro da Formiga, Morro do Vidigal e Chácara doCéu, Morros da Babilônia e Chapéu Mangueira, Rocinha e Santa Martarealizaram uma série de encontros, tendo em vista a criação de umaestratégia conjunta para fomentar a criação de um projeto para a pre-servação da história e da memória das favelas. Este objetivo começoua tomar forma em maio de 2012, quando foi realizado o 1º EncontroIntercomunitário do então chamado Projeto Memória e História das Co -munidades. O encontro reuniu gestores, moradores, lideranças locais epesquisadores universitários. Desse encontro cou estabelecido que oprojeto deveria ser construído de forma dialógica e coletiva e ter porprincípio o protagonismo dos atores locais. Nesta ocasião, as equipesde gestão social da Superintendência de Territórios responsabilizaram--se em apresentar a forma pela qual cada favela julgava ser o ideal parapreservar a sua história e memória social.

    Em setembro de 2012, a m de dar cabo às deliberações do 1º Encon-tro Intercomunitário, as equipes do Programa Territórios da Paz realiza-ram um fórum interno, em que foi apresentado à Superintendência de

    Territórios o Projeto Memória e História das Favelas. Desse encontro,

    concluiu-se que o projeto devia ser transformado em plano, a ser im-plementado pela SEASDH, e que seria necessário convocar novamenteos moradores e lideranças locais para o 2º Encontro Intercomunitário,realizado em março de 2013. Para além dos objetivos da construção doPlano, o evento serviu ainda para avaliar o impacto do programa Territó-rios da Paz. Na oportunidade, os moradores e lideranças verbalizaram aimportância do programa, como instrumento de valorização das popu-lações das favelas da cidade do Rio de Janeiro.

    Atualmente, o Plano de Histórias e Memórias das Favelas encontra-seem sua versão nal, a m de que possa, nalmente, ser posto em práti -ca. Além de servir de mecanismo de fortalecimento das redes locais ede potencializar as iniciativas de base comunitária, o Plano de Históriase Memórias das Favelas pretende ser um mecanismo de preservaçãoe difusão da história e da memória social, contribuindo de forma sig-nicativa para o fortalecimento dos vínculos sociais e identitários daspopulações das favelas da cidade do Rio de Janeiro.

    PARTE I . 1

    MoradoresnoIIEncontroIntercomunitáriodoPlanodeHistóriase Memóriasdas Favelas.21/03/2013.Foto:Weder Ferreira.

    O arcabouço político e jurídico do direito à memória no Brasil surgiu de forma mais contunden-te no período de redemocratização, após o regime civil-militar instalado com o golpe de 1964.Neste período, familiares de presos políticos, exilados e os próprios civis que sofreram direta eindiretamente com a ditadura iniciaram uma série de ações com objetivo de resgatar a história ememória daquele passado. Este processo buscou e busca dar visibilidade e trazer justiça às vio-lações sistemáticas de direitos humanos que ocorreram no país.

    O direito à memória nasce na esfera pública com o propósito de atender à necessidade de res-gatar e preservar a história deste e outros períodos de mobilizações populares e resistênciaspolíticas a partir das memórias individuais e coletivas de sua população. A memória se torna umdireito, na medida em que estabelece garantias aos cidadãos, como o acesso à informação e aosarquivos públicos e históricos, a preservação destes acervos pessoais e públicos e a difusão des-sa história enquanto atividade política e de expressão cultural.

    Neste sentido, o componente político e simbólico do direito à memória é o de garantir que pes-soas e grupos sociais possam livremente exercer o ato de lembrar o passado, dar-lhe signicadoe partilhar este passado de diversas formas e com diversos grupos de maneira plena. Cabe ao

    I . 2

    Do direito à memória

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    PARTE I . 2

    Estado democrático, o dever de garantir condições para que este direi -to possa de fato ser exercido de forma autônoma, livre, por qualquergrupo social e em qualquer localidade.

    É a partir deste contexto, e considerando o desenvolvimento de umapolítica pública do direito à memória, que surge o Plano de Memóriase Histórias das Favelas. O presente documento, construído e pauta-do no diálogo e participação com diferentes grupos de diversas fave-las do município do Rio de Janeiro, tem o potencial de materializar oexercício de um direito – o direito de moradores e cidadãos da cidadede resgatar e reconhecer as memórias e histórias das favelas cariocas,muitas das quais foram silenciadas.

    Por meio do trabalho das equipes de gestão do Programa Territóriosda Paz da SEASDH foi possível identicar a insatisfação constante emrelação à forma como as histórias ociais dessas localidades forammarcadas pela memória da violência, da criminalização da pobreza edesprovidas de narrativas próprias, fazendo que populações destas fa-velas se sentissem signicativamente violadas.

    Eleger o que contar e como relembrar é, assim, um gesto político dian-te de um processo que, muitas vezes, foi atravessado por ações deexpulsão e reassentamento destas favelas. Diversos locais e monu-mentos se tornaram o símbolo destas disputas históricas. São espaços

    e moradores que reconstroem a memória local em uma perspectiva queamplia os olhares e saberes sobre o desenvolvimento de favelas, valori-zando os diferentes grupos e vozes que contam a história local.

    O acesso à fala de moradores pioneiros no processo de organização econstrução das favelas, relatando o cotidiano local, as lutas por melhoriassociais, as manifestações culturais e religiosas, os processos de produçãode trabalho, a culinária e a arquitetura desses locais, precisa fazer partedo conjunto de prioridades de órgãos governamentais e privados, quevisam garantir o direito à memória. Isto é, preservar e difundir as históriasde moradores e movimentos sociais que, durante décadas, lutaram paraa resistência das favelas. A preocupação, de acordo com moradores, éainda maior quando se pensa na história que se quer contar para as ge-rações futuras já que, na perspectiva destes atores sociais, os jovens pre -cisam obter consciência histórica, como seus avôs, avós, pais e vizinhos.

    O resgate da memória social deve promover a legitimação dos processosconstituintes das favelas enquanto regiões políticas, culturais e sociaisautônomas e integrantes da cidade. A autonomia de moradores de fa-velas enquanto cidadãos, no exercício pleno de seu direito às memóriasque lhes são concernentes, também se apresenta dentro de uma propos-ta inovadora, posto que são os próprios moradores os protagonistas dasnarrativas sobre a história e a memória de sua localidade.

    3.1. Identificação e Registro

    Incentivo e apoio à identicação, reunião e/ou registro de material documental, entendido comounidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato².

    I . 3

    A seguir apresentam-se as diretrizes do Plano de Histórias e Memórias das Favelas, discriminadaspor áreas de ação com seus respectivos objetivos estratégicos.

    O imperativo metodológico do Plano é de que todas as ações deste devem ser desenvolvidascom o protagonismo comunitário, ou seja, devem ser feitas com a participação e execução dospróprios moradores das favelas aqui envolvidas.Diretrizes

    Objetivos estratégicos:

      Estimular a realização de ocinas de capacitação que oriente o trabalho de identi -cação e registro de material documental de cunho histórico e/ou memorialístico sobre as

    memórias e/ou histórias das favelas;  Incentivar a Identicação e Registro de material documental de cunho histórico e/oumemorialístico existente nas favelas;

      Estimular a identicação e registro de experiências e/ou iniciativas locais de cunhohistórico e/ou memorialístico existentes nas favelas;

      Apoiar o funcionamento de espaços físicos ou virtuais que atuem no registro de mate-rial documental de cunho histórico e/ou memorialístico existentes nas favelas;

      Estimular a realização de pesquisas realizadas com os moradores sobre as histórias e/ou memórias das favelas;

      Estimular a identicação e registo das histórias e memórias das favelas através dahistória oral;

      Apoiar a identicação e registro de publicações de autores locais sobre histórias e/oumemórias das favelas;

      Estimular a identicação de músicas de compositores locais que tenham relação coma memória e/ou a histórica das favelas;

      Apoiar a identicação dos lugares de memória³ nas favelas;  Apoiar a identicação das datas comemorativas nas favelas que se relacionem com a

    história e a memória destes locais.

    2. Referência: Dicionário Brasileiro deTerminologia Arquivística. Disponívelem: http://www.arquivonacional.gov.br/ Media/Dicion%20Term%20Arquiv.pdf.Acesso: 11 jun. 2013.

    3. O conceito de Lugares de Memória foicunhado pelo historiador francês PierreNora e se refere a lugares materiais, ima- teriais e simbólicos, que possuem umavontade de memória, ou seja, uma in- tenção memorialista, contribuindo paraa identidade e pertencimento desses gru- pos.

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    PARTE I . 3

    Objetivos estratégicos:

      Estimular a capacitação de atores locais através de ocinas para o tratamento de ma-terial documental de cunho histórico e/ou memorialístico sobre as memórias e históriasdas favelas;

      Incentivar a preservação, organização, guarda e manutenção de material documentalde cunho histórico e/ou memorialístico existentes nas favelas em seu local de origem,salvo interesse dos moradores de que este se apresente em um distinto espaço;

      Incentivar a construção de espaços físicos nas favelas e/ou espaço virtual para a guar-da de material documental de cunho histórico e/ou memorialístico sobre as memórias ehistórias das favelas;

      Estimular parcerias que apoiem técnica e nanceiramente moradores e/ou locais re-sponsáveis pela guarda de material documental de cunho histórico e/ou memorialísticosobre as favelas;

      Incentivar a preservação e manutenção dos lugares de memória das favelas;  Estimular a salvaguarda de práticas culturais diversas de moradores que busquem

    resgatar e preservar histórias e memórias das favelas.

    3.3. Promoção e Difusão

    Incentivo e apoio à promoção e difusão dematerial documental.

    Objetivos estratégicos:

      Estimular a capacitação dos atores locais sobre como promover a difusão e promoçãodo trabalho de resgate e preservação das histórias e memórias das favelas;

      Apoiar a difusão de material documental de cunho histórico e memorialístico existen-te nas favelas;

      Estimular parcerias que apoiem a publicação de obras de autores locais sobre históri-as e memórias das favelas, bem como a difusão de músicas dos compositores locais;

      Incentivar a produção de livros, revistas e gibis, em formatos diversos, de autoreslocais, com as histórias e memórias dos moradores de favelas, bem como estimular a suadistribuição nas escolas localizadas nas favelas e/ou no seu entorno;

      Estimular a promoção de ações educativas nas escolas a partir do material produzidosobre as histórias e memórias das favelas, a m de garantir a difusão do trabalho feito egarantir que o ensino se aproxime da realidade local;

      Estimular, apoiar e difundir eventos culturais das favelas, e entre elas, que tenhamcomo característica o incentivo e a divulgação das memórias e histórias, envolvendodiversas formas de manifestações e/ou atividades comemorativas. Exemplos: ocinas,exposições, grates, shows, apresentações teatrais e musicais, concursos, transmissão e/ou contação de histórias, poesia, fotograas, lmes, dentro e fora dos territórios;

      Incentivar a promoção de espaços de diálogo e integração das distintas favelas naconstrução e registro das memórias e histórias da cidade do Rio de Janeiro.

    I . 3

    3.2. Preservação

    Incentivo e apoio à preservação, organização,guarda e/ou manutenção de material docu-mental.

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    PARTE I . 4

    H o r i z o n t e s

    Fotograas, recortes de jornais, documentos variados reunidos em di-versas casas de moradores; exposições fotográcas; rodas de conver -sas sobre as histórias e memórias locais; cuidado e preservação delocais considerados históricos; produção de lmes documentários ousimplesmente o registro em áudio e vídeo de depoimentos de mora-

    dores sobre a história local; registro fotográco; apresentações musi-cais; composição de músicas e poesias; realização de peças de teatro;produção de livros e pesquisas. Essas e outras inciativas já acontecemnas favelas envolvidas na elaboração do Plano de Histórias e Memó-rias das Favelas. Moradores e parceiros locais trabalham duro há anos,muitas vezes sem qualquer tipo de apoio, para transformarem seusdesejos de resgatar, preservar e contar histórias e memórias locais emrealidade. O presente Plano é publicado com a intenção de dar visibi-lidade a essas iniciativas e apontar diretrizes que possam orientar acontinuidade desse trabalho em cada uma dessas favelas, respeitandoa particularidade e desejo de cada local.

    O Plano de Histórias e Memórias das Favelas materializa mais de umano de trabalho entre equipes de gestão social do programa Territóriosda Paz da SEASDH e moradores das dez favelas participantes, já apre -sentadas aqui. Desde o início, a construção do Plano ocorreu de forma

    dialógica, com igual participação dos representantes de todas as favelasenvolvidas.

    O Plano expressa, assim, o desejo desses moradores em resgatar e pre-servar as memórias e histórias das favelas onde vivem. A SEASDH, ao pu-blicar e apoiar a execução das suas primeiras atividades do Plano, busca

    garantir o direito à memória dessas favelas, através do estímulo ao resga-te e preservação das histórias e memórias destes locais. A continuidadeda execução, entretanto, vai depender de uma junção de esforços: deinstituições públicas e privadas, espera-se o apoio e incentivo às dire-trizes aqui apresentadas, através principalmente do patrocínio às açõesprevistas; dos moradores das favelas envolvidas no Plano, o compromis-so de protagonizar o desenvolvimento do trabalho de forma a garantir oresgate, preservação e difusão das memórias e histórias destes lugares.

    Espera-se ainda que a publicação e execução do Plano contribua para oestímulo ao debate sobre a importância e potencialidades do trabalhode resgate, preservação e promoção das memórias e histórias das fave-las. Tornar essas histórias conhecidas, produzir novas versões a partirde relatos dos moradores, é uma forma de contribuir para a construçãode identidades, individuais e coletivas, e de registrar experiências cul-turais diversas.

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    PARTE II.1 BREVE HISTÓRICO DAS FAVELAS PARTICIPANTES

    1. Breve histórico das favelas participantes

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    A comunidade do Batan está localizada nobairro de Realengo, às margens da AvenidaBrasil. Existe há aproximadamente 70 anos eseu nome deriva da árvore Ubatan ou Uruba-tã que existia na localidade. O território tevesua ocupação alavancada no nal da décadade 1970 e início da década de 1980, quandovários terrenos desocupados do loteamentoforam invadidos. A história da ocupação da

    comunidade está interligada à construção daAvenida Brasil e a consequente expansão daocupação da zona oeste com a implantaçãodesta importante via da cidade do Rio de Ja-neiro. O perímetro de atuação da UPP Batanabrange outras comunidades como Morrinho,Jardim Batan, Cristalina, Vila Jurema, Ipês e Fu-macê, todas conectadas à Avenida Brasil.

    PARTE II . 1

    Batan

    I Encontro Memória Batan. 2012.Foto: Cíntia Nascimento.

    Antigos moradores do Batan. Décadas de 1960 e1970. Acervo da família residente na Rua Maragogipe.

    25

    O Complexo do Andaraí e Grajaú compreende seis comu-nidades localizadas nos bairros de mesmo nome. São elas:Morro do Andaraí, Jamelão, Juscelino Kubitschek ou Caça-pava, João Paulo II ou Sá Viana, Nova Divinéia e Vila Ricaou Borda do Mato. Não existe consenso sobre o número dehabitantes da região e as diferentes estimativas vão de 15mil até 30 mil habitantes. Sabe-se que o bairro herdou seunome da expressão “Andirá-y”, proveniente da língua faladapelos índios Tamoios, que habitavam a área, e que signica-

    ria “Rio dos Morcegos” (o atual Rio Joana). Nos séculos XVIIe XVIII foram desenvolvidas atividades agrícolas de cana --de-açúcar e café, especialmente onde hoje se encontra acomunidade Borda do Mato, na qual ainda podem ser vistasruínas de uma fazenda cafeeira. O povoamento das encos-tas dos morros teve início nos primeiros anos do século XXcom a formação da comunidade Arrelia (hoje consideradauma subdivisão do Morro do Andaraí), provavelmente a pri-meira favela a existir na zona norte da cidade.

    BREVE HISTÓRICO DAS FAVELAS PARTICIPANTES

    Complexo do Andaraí e Grajaú

    Entrada do Morro do Andaraí. 1983.Foto: Darcy Silvério.

    Lideranças comunitárias do passado e do presentedo Complexo do Andaraí e Grajaú. 2012.Foto: Raquel Brum.

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    O complexo inclui as favelas São Carlos, Minei-ra, Zinco, Querosene, Prazeres, Escondidinho,Coroa, Fallet e Fogueteiro, compreendendo osbairros do Estácio, Catumbi, Rio Comprido eSanta Teresa. Está situado na região central enorte do Rio de Janeiro.

    De acordo com moradores do Fallet, é precisoesclarecer o equívoco quanto à denominaçãode favela para sua comunidade, acirrada com achegada do tráco nos anos 1980-90. Inicial-

    mente, o Fallet era um loteamento no bairro deSanta Teresa, datado de 1922, cujos primeirosmoradores foram imigrantes europeus. No clu-be havia, semanalmente, bailes de gala. Alémdisso, o Fallet destacou-se tanto nos esportes(time campeão de basquete) quanto na arte ecultura, com seu bloco carnavalesco, vence-dor de vários títulos. A região do Fogueteirocou assim conhecida pelo casal, Seu Zé Galoe Dona Katita, que fabricava e vendia fogos deartifício.

    O latifúndio onde hoje se localizam parte doFallet, e a totalidade dos Prazeres e Escondi-dinho pertenceu, até o nal do século XIX, aManuel de Valadão Pimentel, médico e diretorda Faculdade de Medicina da Universidade Fe-deral do Rio de Janeiro (UFRJ), que recebeu otítulo de Barão de Petrópolis, da Imperial Or-

    dem de Cristo, o qual batiza a principal via deacesso por aquele quadrante de Santa Teresa.Nos Prazeres, uma grande massa migratória depernambucanos construíram suas primeirascasas perto da antiga Igreja de Nossa Senhorados Prazeres, posteriormente demolida.

    O Escondidinho teria se originado em 1940como um antigo Quilombo, que refugiou di-

    PARTE II . 1

    Complexo do São Carlos e Santa Teresa

    versos escravos fugidos das fazendas de canae café, principalmente de Santa Teresa. Devidoa sua difícil localização, em função da mata fe-chada, cou por anos, anônimo. Posteriormen -te, circularam lendas sobre o antigo quilombo,“muito escondidinho de todos”.

    O morro da Coroa começou a ser ocupado em1946. Há três versões para o seu nome: a deque a região fora um haras para os cavalariçosda coroa, durante o período imperial; ou devi-

    do ao antigo campo de futebol localizado noseu topo, e em virtude ao formato arredonda-do do seu topo.

    O morro do São Carlos, no bairro do Estácio, éconsiderado o berço da boemia carioca, com acriação da primeira escola de samba da cida-de, a Deixa Falar, pelo compositor Ismael Sil-va, em 12 de agosto de 1928, que, em 2013,completaria 85 anos. A versão mais conheci-da para a sua história é a de que fazia partede um conjunto de terras arrendadas por umfazendeiro, cujo tataraneto começou a venderlotes para imigrantes. O nome São Carlos teriase xado devido à rua de mesmo nome, quecorta a comunidade ao meio em quase toda aextensão. Além de Ismael Silva, lá habitaramGonzaguinha, Luiz Melodia, Dominguinhos doEstácio e Madame Satã. Hoje a grande perso -

    Vista parcial do Fallet. 1995. Foto: Waldir Carneiro (Saci).

    Grupo de Trabalho Memórias do Fallet. 2013. Foto:Silvana Bagno.

    27

    Localizado no Centro e na Zona Norte dacidade, especicamente nos bairros doRio Comprido e Tijuca, o Complexo do

    Turano compreende uma população demais de 10 mil habitantes. Parte da re-gião que hoje compreende tal conjuntode comunidades começou a ser ocupa-da em meados dos anos 1930 por EmílioTurano, que se dizia dono dessas terras.Os novos moradores que chegavam à re-gião pagavam ao mesmo uma taxa paraocupar o local. Na tentativa de não pagarmais as taxas abusivas cobradas por Emí-lio Turano, os moradores foram ocupandouma nova área, que hoje corresponde aomorro da Liberdade, e iniciaram uma lutapara comprovar a ilegalidade da proprie-dade por Turano. Com o apoio político e jurídico na é poca, os moradores conse-

    BREVE HISTÓRICO DAS FAVELAS PARTICIPANTES

    guiram a vitória no caso e o morro foi entãobatizado como Liberdade. Nos anos seguintes,a ocupação da região cresceu, dando origem

    a outras comunidades do Complexo, comoo Rodo, Sumaré, Matinha, Bispo, Chacrinha ePantanal.

    Complexo do Turanonalidade viva é o músico Zeca da Cuíca. E, noBairro do São José Operário, Zinco, havia umaigreja Católica onde o padre Mário abrigava osresistentes da ditadura militar, nos anos 1960-70. Um grupo de 31 voluntários construiu arua, antes de barro vermelho. A região do Que-rosene foi assim chamada, pois, na ausênciade luz elétrica, os moradores precisavam cir-cular com lamparinas a querosene.

    Localizado no Catumbi, o morro da Mineiratem em seu nome a homenagem a uma ilustremoradora da área chamada Maria da Silva DiasCésar, nascida no município de Alto Jequitibá(MG). Aportando na comunidade em 1950, eladominava o ofício de parteira, prossão a qualse dedicou com anco, pois sua cidade natalcarecia de serviços médicos básicos. A história

    se repetiu quando se mudou para o Rio, já queera a única parteira da comunidade, ganhandoo respeito e admiração de todos. De suas mãosnasceram dezenas de crianças, cujos pais nãotinham condições de acesso aos hospitais.

    Futebol na Quadra Vista Alegre, na Raia. Sem data.Autor desconhecido

    Vista parcial do Turano. 2013. Foto: Fabrízia Amaral.

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    O topônimo Ladeira dos Tabajaras tem sua ori-gem a partir do etnônimo “tabajaras”, relativoa um grupo indígena oriundo do Ceará que seinstalou nas imediações da via que liga o bair-ro de Botafogo a Copacabana. Com a expansãourbana do século XIX no Rio de Janeiro, a atualLadeira dos Tabajaras constituía-se numa viade atalho entre o Jardim Botânico e Copacaba-

    PARTE II . 1

    Ladeira dos Tabajaras e Morro dos Cabritosna. O caminho ganhou notoriedade durante oséculo XIX pela possibilidade de se observarde forma panorâmica, toda a porção inicial dabaía de Guanabara, além de se poder observar,a partir de um ângulo panorâmico, o Corcova-do, o Pão de Açúcar e as praias litorâneas deNiterói. Há relatos de que o próprio D. PedroII utilizava-se frequentemente deste atalho, já que em local conhecido como Cocheira, oimperador descansava durante a travessia doíngreme percurso.

    Ao longo do século XX, a proto-urbanizaçãoda encosta expandiu-se, sobretudo para a re-gião conhecida como Morro dos Cabritos, de-nominação referente à criação extensiva decaprinos pela população local. Essa expansãourbana pautou-se em construções irregularese precárias do ponto de vista técnico. A partirda segunda metade do século XX, sobretudonas décadas de 1970 e 1980, a região regis-trou uma série de deslizamentos de terra, pro-vocando mortes por soterramento. Segundodados ociais, as duas comunidades possuemcerca de 4.200 habitantes.

    Expedição das equipes Territórios da Paz e INEPACna Ladeira dos Tabajaras e Morro dos Cabritos.2012.Foto: Weder Ferreira

    Expedição ao Rio de Janeiro, com vista para aLadeira dos Tabajaras. Início do século XX.

    Foto: Marc Ferez 

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    O Morro da Formiga, situado no bairro da Ti- juca, zona norte da cida de, possui atualmentecerca de 7 mil habitantes. Por volta de 1911,foi ocupado por imigrantes portugueses ealemães. A ocupação se intensicou entre asdécadas de 1940 a 1960, a partir de um lotea-mento que se estendeu pelas encostas. Nesseperíodo, deu-se início à urbanização do mor-ro. Os trabalhadores, encantados com o lugar,decidiram xar residência e foram repreendi-

    dos pela polícia, que passou a demolir seusbarracos. Esse conito perdurou até os traba-lhadores terem a ideia de construir as casas eimediatamente ocuparem-nas. Assim, inicioua história de luta e resistência dos moradoresdo Morro da Formiga, o qual já foi cenário de

    BREVE HISTÓRICO DAS FAVELAS PARTICIPANTES

    Morro da Formiga

    muita peleja e conquista. Essa comunidade é originalmente (escritura dos lotes) conhecida comoMorro da Cascata, possivelmente em função da presença do Rio Cascata. Conforme relato de ummorador antigo da comunidade, o nome Formiga surgiu quando abriram as ruas 2 e 3, que com oremexer da terra surgiram muitas formigas cabeçudas, formando montes de formigueiros. Então,o grupo de especialistas, enviado pela prefeitura para combatê-las, ao se encaminhar para o localdizia que ia para o “morro das formigas”.

    Morro da Formiga. 1971. Foto: Gilmar (Arquivo Nacional,acervo Correio da Manhã)

    CaminhadaEcológicano Morroda Formiga.2013.Foto:Fabrízia Amaral

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    O Morro do Vidigal ganhou esse nome em re-ferência ao ex-comandante da Policia Militardo Estado do Rio de Janeiro, no século XIX, omajor Miguel Nunes Vidigal, que devido aosseus serviços, recebeu de presente dos mon-ges beneditinos, em 1820, um terreno ao pédo Morro Dois Irmãos, o qual foi ocupado porbarracos a partir de 1940, dando origem àatual favela. O caso do Vidigal se tornou ummarco na resistência à remoção de favelas,quando em 1970, em plena ditadura militar,

    a associação de moradores, com o apoio dosadvogados da Pastoral de Favelas, entre elesos juristas Sobral Pinto e Bento Rubião, con-seguiu evitar que os barracos da atual comu-nidade 314 fossem destruídos para dar lugarà construções de luxo. A comoção e apoiopolítico deram origem, em 1978, à assinaturapelo Governador Chagas Freitas, do decretode desapropriação da área para ns sociais.Tal fato é sempre lembrado como emblemáti-co, inclusive, pela visita do Papa João Paulo II,em 1980, quando o mesmo presenteou a co-munidade com seu anel, simbolizando a resis-tência dos moradores que se negaram a seremremovidos da comunidade que construíram.

    A Chácara do Céu, conforme depoimentos demoradores, nasceu nos anos de 1950, a partirde uma antiga chácara escondida no alto do

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    Morro do Vidigal e Chácara do Céu

    morro e praticamente isolada. Nela vendiam--se frutas e legumes para os bairros vizinhose tinha acesso restrito por trilhas no meio domato. O clima de tranquilidade e a vista es-petacular serviram como inspiração para osprimeiros moradores que – sem saber – bati-zaram a comunidade com este nome. Há certadiscussão, sobre esta ter sido um quilombo,mas os próprios moradores estão tentando secerticar do processo.

    Vista de parte do Morro do Vidigal. Sem data.Foto: Felipe Paiva

    Localidade conhecida como Pedrinha. Sem data.Foto: Felipe Paiva.

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    BREVE HISTÓRICO DAS FAVELAS PARTICIPANTES

    Morros da Babilônia e ChapéuMangueira

    Babilônia e Chapéu Mangueira, comunidadesdo bairro do Leme, zona sul da cidade, pos-suem cerca de 5 mil habitantes e comemoram,entre os anos de 2013 e 2014, o seu centená-rio de ocupação. Tal conquista dos moradoresse deu, na Babilônia, em sua parte mais ele-vada para, em seguida, se espraiar pelas de-mais regiões; no Chapéu Mangueira ocorreu ooposto. De acordo com relatos dos moradores,os primeiros habitantes rmaram residênciapara facilitar o acesso a seus locais de traba-lho. Eram militares que atuavam no Forte doLeme e operários da construção do Túnel dobairro. As famílias que ali residem são oriun-das, principalmente, dos estados de Minas Ge-rais, Ceará, Pernambuco, Paraíba e do próprioRio de Janeiro.

    As comunidades têm formações históricas di-ferentes. Na Babilônia havia a presença cons-tante do Exército, por meio da delimitação doterritório e do controle do uxo de pessoas,relação que teria se intensicado durante osanos de ditadura militar. Já no Chapéu Man -gueira, a ação do exército não era explícita,talvez porque parte da comunidade localiza-va-se em propriedade privada. Assim, de acor-do com relatos, os moradores eram ligados amovimentos de esquerda; fato que, provavel-mente, inuenciou no seu engajamento atra-vés de mutirões que construíram a Associaçãode Moradores, o Posto de Saúde, a Creche, en-tre outros equipamentos.

    Sobre a origem dos seus nomes, supõe-se quea Babilônia teria sido batizada em função dariqueza da ora local, tal como os Jardins Sus -pensos da Babilônia. A região abrigou a famíliado paisagista Roberto Burle Marx e dizem quemuitas das espécies vegetais de seus jardinsforam coletadas no terreno de sua chácara,hoje Área de Proteção Ambiental. Já o nomedo Chapéu Mangueira teria surgido por contade uma placa xada na entrada do morro comseguintes dizeres: “Em breve neste local, Fá-brica de Chapéus Mangueira”.

    Vista aérea do Morro. Sem data. Foto: Genilson Araújo

    Mutirão de Construção no Chapéu Mangueira. Sem data.Acervo da Associação dos Moradores do Chapéu

    Mangueira

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    A Rocinha se localiza no Morro dos Dois Ir-mãos, entre os bairros de São Conrado e Gá-vea, na zona sul da cidade. De acordo com ocenso demográco do Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC) realizado entre 2009-2010, a Rocinha é a favela mais populosa dopaís, com mais de 100 mil habitantes vivendoem mais de 23.350 domicílios. Segundo his-tórias contadas por pessoas que residiram eresidem na Rocinha, a comunidade recebeuseus primeiros habitantes logo após a II Guer-ra Mundial, vindos de Portugal, França e Itália.Eles viviam, basicamente, da agricultura, pos-

    PARTE II . 1

    Rocinha

    suíam pequenas roças e vendiam suas produ-ções na região vizinha, dando origem ao nomeRocinha. A partir da década de 50, com os pro -cessos de reurbanização e remoção de favelasem regiões na zona sul na cidade, e com a imi-gração de famílias nordestinas, bem como demineiros e baianos, para a cidade, a Rocinha setorna uma grande favela, não só em termos depopulação como na oferta de serviços e vidasocial na comunidade.

    Na década de 1960, são fundadas a UniãoPró-Melhoramentos dos Moradores da Roci-nha (UPMMR) e a Ação Social Padre Anchieta

    (ASPA) como instituições de representação demoradores. Logo em seguida, com a expansãoe novos sub-bairros, foram criadas a Associa-ção de Moradores e Amigos do Bairro Bar-cellos (AMABB) e a Associação de Moradorese Amigos da Vila Laboriaux. Naquele período,uma das formas que os moradores da Roci-

    nha encontraram para resistir às remoções foise mobilizar e se organizar em mutirões paralimpezas de valas, tendo como órgão estimu-lador a Capela N. S. Aparecida, no Largo doBoiadeiro.

    Na década de 1970, surgem discussões de gru -pos organizados, visando o desenvolvimentosocial da comunidade, onde são reivindicadosperante o poder público, o acesso à saúde, àeducação, ao fornecimento regular da água,luz e saneamento básico. Na década de 80,surgem as escolas, creches e centros comuni-tários, como o Centro de Saúde Albert Sabin, oNúcleo da CEDAE e a Região Administrativa. Ea partir das obras do PAC em 2007, grandes in-vestimentos e obras de infraestrutura passama compor este universo, alterando signicati-vamente o cenário da favela atualmente.

    Rocinha. 2012. Acervo Jornal O Globo

    Vista parcial da Rocinha. 2012.Foto: Simone Pitta

    BREVE HISTÓRICO DAS FAVELAS PARTICIPANTES

    Santa Marta

    Santa Marta ou Dona Marta? Um padre denome Clemente tornou-se proprietário dasterras onde hoje se encontra o bairro de Bota-fogo, zona sul da cidade, e batizou um de seusmorros de Dona Marta, em homenagem a suamãe. A encosta, que cou conhecida por essenome na década de 20, pertencia ao ColégioSanto Inácio. Os primeiros moradores que ali

    se instalaram haviam sido abrigados pelo Pa-dre José Maria Natuzzi e contratados para tra-balhar na ampliação da igreja desse colégio.Eram famílias vindas do estado de Minas Ge-rais e norte uminense, que habitaram inicial -mente a parte mais alta e mais recolhida domorro, longe da vigilância orestal.

    A ocupação foi se dando de cima para baixocom barracos de madeira, barro ou estuque.As residências eram mais amplas, com quintale área externa. Atualmente a favela comportacerca de 1.400 domicílios e 5.000 moradores.Santa Marta é considerada a padroeira do Mor-ro e sua imagem teria sido levada ao Pico emseus primórdios, na década de 30. Mais tarde,foi construída uma igreja para abrigá-la.

    Simply by not owning three medium-sized castlesin Tuscany I have saved enough money in the last

    medium-sized castle in Tuscany.

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    Campeonato União do Santa Marta. 2005.Foto: Tandy Firmino

    Imagem da área do Pico. 2012.Foto: Mariana Adão

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    1. Breve histórico das favelas participantes

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    Chá da Memória Batan e Fumacê. 2013.Foto: Renata Brum.

    MEMÓRIAS DA CONSTRUÇÃO DO PLANO POR LOCALIDADE

    Chá da Memória Batan e Fumacê. 2013.Foto: Cíntia Nascimento

    Batan

    No Batan, a demanda por iniciativas promotoras de atividades de preservação e divulgação dashistórias e memórias locais surgiu nas reuniões do café comunitário, a partir de discussões sobrea necessidade da criação de espaços culturais na comunidade. Os participantes abordaram aimportância de reunir os relatos de moradores antigos em uma publicação porque não há registrossobre a memória do Batan. Contudo, seria fundamental que eles próprios contassem suas his tórias,seus olhares sobre os diferentes momentos da comunidade, destacando a construção da AvenidaBrasil. Foi realizado um encontro com lideranças e moradores, que levaram recortes de jornais efotograas antigas, como um primeiro movimento de criação do acervo para contar a história dacomunidade. Uma parceria com o Projeto Bairro Educador, da Secretaria Municipal de Educação,levou o tema para as escolas e alguns professores promoveram atividades sobre a memória localnas salas de aula.

    Equipe de gestão:Cintia Nascimento de Oliveira Conceição – Gestora SocialRenata da Silva Brum – Assistente de Gestão

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    PARTE II . 2

    Desde a entrada em campo, da Equipe de Gestão do Programa Territórios da Paz no Complexo doAndaraí e Grajaú, puderam ser observadas demandas em relação à preservação e divulgação dahistória local. Realizou-se, então, um mapeamento dos moradores que tinham tal interesse e/ou járealizavam algum tipo de trabalho nesse sentido. Em maio de 2012, ocorreu o primeiro encontro“Café com memória”, na comunidade Juscelino Kubitschek, no Grajaú. Estiveram presentesalguns moradores e representantes de instituições que atuam na região, os quais discutiram aimportância do resgate das histórias e memórias do Complexo na ressignicação dos vínculosentre as comunidades que o compõem. Foi formada uma comissão que esteve presente no 1ºEncontro Intercomunitário, realizado na SEASDH também em maio. No mês de julho, organizou-se o segundo “Café com memória”, na comunidade Borda do Mato, o qual já contou comaproximadamente 50 pessoas, todas discutindo como deveria ocorrer o processo de preservaçãoe divulgação histórica. Uma nova comissão participou do 2º Encontro Intercomunitário realizadona SEASDH em 2013.

    Equipe de gestão:

    Raquel Brum Fernandes da Silveira – Gestora SocialIsabelle Furtado de Moura – Assistente de Gestão

    Grupo de Trabalho Café com Memória. 2012.Foto: Raquel Brum

    Complexo do Andaraí e Grajaú

    Equipe de gestão Territórios da Paz egrupo FelizIdade. 2012.Foto: Ana Barros.

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    Grupo de Trabalho Memórias doComplexo do São Carlos e de SantaTeresa. 2012.Foto: Silvana Bagno

    Nos momentos iniciais de sua gestão em território, a equipe fez um levantamento acerca dasprincipais demandas, em reuniões com moradores locais. O desejo de preservação e divulgaçãoda história e das memórias de sua comunidade foi sinalizado por lideranças, jovens e idosos.Nos Prazeres, a intenção é de produzir um catálogo e exposição de fotos e um documentáriosobre as histórias e memórias de sua comunidade. Jovens da Coroa desejam documentar asmemórias dos ancestrais da sua comunidade e fazer uma exposição permanente, nos becos, daárvore genealógica dos moradores, com dados de identicação e fotos. No Zinco, há o desejo deencontros intergeracionais entre avós e netos, compartilhando as memórias dos mais velhos econfeccionando um livro e exposições com essas memórias. No Fallet, há o desejo pelo resgatedos tempos áureos da localidade, em termos socioculturais e esportivos. O Fogueteiro desejatransmitir suas memórias através de um documentário com os idosos e primeiros habitantes. OMorro do São Carlos, sua tradição cultural e musical.

    Equipe de gestão:Silvana Bagno – Gestora SocialCíntia Aparecida Pereira Guimarães – Assistente de GestãoFernando Capitulino da Silva – Assistente de Gestão

    Complexo do São Carlos eSanta Teresa

    Grupo Orun Mila no Santa Música Faz, na Mineira. 2012.Foto: Vanessa Nolasco

    MEMÓRIAS DA CONSTRUÇÃO DO PLANO POR LOCALIDADE

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    Em janeiro de 2012, a equipe do Programa de

    Gestão Social em Territórios Pacicados – Ter -ritórios da Paz para as áreas do Turano e Pau -la Ramos deu início às atividades em campo.Como uma das primeiras etapas do trabalho,a equipe desenvolveu um diagnóstico socialamplo, buscando identicar os principais pro-blemas, desejos, potencialidades locais, a mde, a partir desse documento, construir umplano de atuação para o território. Como partedesse diagnóstico, identicou-se no Turano odesejo de alguns atores locais de desenvol-ver um projeto que preservasse a memória dafavela do Turano. As motivações que levaramos moradores a solicitar que uma ação dessetipo fosse desenvolvida no Turano foram: con-tar uma história positiva do morro, diferenteda história do tráco de drogas e da violênciaque normalmente foi e ainda é noticiada pela

    III Mostra Cultural Turano, na Raia. 2013.Foto: Fabrízia Amaral

    Complexo do Turano

    mídia; mostrar os aspectos positivos de viver

    no morro, suas histórias e belezas naturais; fa-zer com que a comunidade sinta orgulho deviver no local onde vive. Deve-se destacar queações no campo da memória já haviam sidorealizadas no Turano por diferentes pessoas,como a tentativa de realizar um lme sobrea história da favela. Contudo, nem todas asações iniciadas tiveram continuidade. É nessecontexto que surgem as demandas de mora-dores e atores locais por ações no campo damemória.

    Em maio de 2012, realizou-se no Turano o pri-meiro encontro do Grupo de Trabalho Memó-rias do Turano. A atividade tinha o objetivo deidenticar as demandas especícas dos mora -dores no campo da memória, assim como pro-mover um espaço de diálogo e articulação dos

    diferentes atores que tinham ou desejavam

    promover ações de preservação da memóriae história local. O grupo se reuniu novamentee desde então não parou mais. Os moradoresdecidiram continuar organizados em torno doGT para poder desenvolver trabalhos no cam-po da memória. Foi assim que o GT promoveutrês mostras culturais no Turano, em diferen-tes comunidades, com o objetivo de promoverum dia de lazer e discussão sobre a história dolocal, assim como divulgar o trabalho do grupoe sensibilizar os moradores a aderirem à incia-tiva. Até maio de 2013, o GT Memórias do Tu-rano já havia se reunido 36 vezes. Atualmente,o grupo está dividido em comissões, cada umadelas cuidado de uma atividade especíca.Equipe de gestão: Marco Antonio dos Santos TeixeiraGestor SocialFabrízia Clécia do Amaral – Assistente de Gestão

    12ª Reunião do Grupo de TrabalhoMemórias do Turano. 2012.Foto: Nyeta Magalhães

    MEMÓRIAS DA CONSTRUÇÃO DO PLANO POR LOCALIDADE

    PARTE II 2 MEMÓRIAS DA CONSTRUÇÃO DO PLANO POR LOCALIDADE

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    PARTE II . 2

    Expedição das equipes Territórios daPaz e INEPAC na Ladeira dos Tabajaras eMorro dos Cabritos. 2012.Foto: Antonio Soares

    As demandas relativas à questão da história e da memória nas favelasda Ladeira dos Tabajaras e Morro dos Cabritos surgiram no contextodos fóruns comunitários realizados junto à associação de moradores.Ao identicar junto com a população local, a existência de áreas queforam no passado regiões quilombolas, realizou-se a identicaçãodas mesmas. Na sequência, realizamos uma série de reuniões commembros do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), órgãovinculado à Secretaria Estadual de Cultura (SECULT). Desses encontros,resultou uma visita em campo, para identicar supostos vestígios dasantigas ocupações quilombolas. Além desta ação, coletamos os nomesdas pessoas mais antigas das comunidades, a m de realizar com elas,o Café com História. Além disso, foi distribuído para as associações demoradores, um relatório contendo um esboço histórico da Ladeira dosTabajaras e Morro dos Cabritos.

    Equipe de gestão:Weder Ferreira da Silva – Gestor SocialGloria Maria de Moraes Rego Fairbairn – Assistente de Gestão

    Ladeira dos Tabajaras eMorro dos Cabritos

    MEMÓRIAS DA CONSTRUÇÃO DO PLANO POR LOCALIDADE

    Debate sobre a Proposta do Projeto Memórias. 2012.Foto: Weder Ferreira.

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    Na Formiga, diferente das demais comunida-des, a demanda pelo resgate e divulgação dahistória e memória do morro surgiu no âmbitoinstitucional, cinco meses após a entrada daequipe em campo. Assim, em junho de 2012,a equipe de gestão do programa Territórios daPaz participou de uma reunião, juntamentecom as equipes de Matriciamento da Coorde-nadoria Geral de Saúde da Área Programática2.2 (CAP 2.2) e de Estratégia de Saúde da Fa-mília do Centro Municipal de Saúde Prof. Jú-lio Barbosa (antigo CEMASI), onde a equipe daCAP citou o Encontro de Memória do Andaraí

    II Café Memória da Formiga. 2012.Foto: Ana Barros 

    Morro da Formiga

    I Café Memória da Formiga. 2012.Foto: Ana Barros

    MEMÓRIAS DA CONSTRUÇÃO DO PLANO POR LOCALIDADE

    como uma estratégia positiva a ser replicadana Formiga, visando à garantia da atenção in-tegral em saúde, de modo a considerar não sóo contexto socioeconômico, mas, também oaspecto cultural da população. A partir de en-tão, a equipe iniciou diálogos com liderançascomunitárias, com a nalidade de raticar taldemanda comunitária e estabelecer parceriaspara a realização de quatro encontros de me-mória, que envolveram cerca de oitenta pes-soas, entre moradores e representantes insti-tucionais. No mês de julho, houve dois Chásda Memória, onde foi sugerida a organização

    de um terceiro encontro, em que os moradores“contassem” a história do morro. Nessa pers-pectiva, em setembro foi realizado o I Café daMemória, destinado ao registro dos relatos so-bre a história e memória da Formiga, produzi-do por dois jovens com formação em audiovi-sual e memória, cujo vídeo editado foi exibidoem dezembro, no II Café da Memória.

    Equipe de gestão:Ana Cláudia Borba Gonçalves Barros – Gestora SocialFabiana Braga Silva – Assistente de Gestão

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    Evento da AMAR. Sem data.Foto: Felipe Paiva

    A entrada em campo da Equipe de Gestão do Vidigal e Chácara do Céu ocorreu em fevereiro de2012, concomitantemente, a uma demanda institucional. A proposta advinda do Governo doEstado era a de que a comunidade se organizasse, a m de elaborar e apresentar um projetoque estivesse em sintonia com os objetivos da Rio+20. Com isso, após reuniões e deliberaçõesde comissões organizadoras de tais projetos, suas ideias foram apresentadas, respeitandoe valorizando as particularidades de cada território. Em tal cenário, surgiu a demanda pelavalorização, preservação e divulgação da história das referidas comunidades, uma vez que aChácara do Céu é remanescente de um quilombo e a ‘permanência’ do Vidigal é fruto de ummovimento de resistência ocorrido na década de 1980. Assim, após tais reuniões da comissãoorganizadora da Rio+20, foi realizado um evento no dia 18 de junho de 2012 na Capela SãoFrancisco de Assis, composto por exposição de fotos da década de 80; uma palestra abordandoa história da comunidade, seguida da apresentação de cinco músicas compostas por moradoresdo Vidigal.

    Equipe de gestão:Denise Martins da Luz – Assistente de Gestão

    Morro do Vidigal e Chácara doCéu

    Localidade conhecida como Pedrinha. Sem data.Foto: Felipe Paiva

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    Logo após o início do trabalho, a equipe de gestão social Babilônia e Chapéu Mangueira identi -cou, a partir de relatos de diversos moradores, o desejo de preservar e difundir a memória destascomunidades. Esta necessidade parecia estar fortemente ligada aos sentimentos de identidadee de pertencimento que, rotineiramente, eram associados ao orgulho dos muitos mutirões quezeram nascer, resistir e reinventar estas favelas: “Não podemos deixar se perder o que construí-mos, como se tudo tivesse sido em vão”, escutamos. Um aspecto interessante destas localidadesé o fato de que a preocupação com a memória não parece ser uma demanda restrita aos “maisvelhos”. Há, neste grupo plural, idosos, jovens e até novos residentes. No que se refere às temáti -cas, mapeou-se um desejo de identicar, registrar, preservar e difundir saberes e acervos ligadosaos movimentos sociais, às resistências, às lideranças comunitárias, aos lugares de memória, àsiniciativas culturais diversas e, também, à violência. Assim se consolidou o Grupo de MemóriasBabilônia e Chapéu Mangueira que, além de reetir e debater a respeito do papel social e polí -tico da memória, teve parte de seu potencial revelado no emocionante espaço dedicado a estashistórias durante o evento internacional Rio+20, em junho de 2012.

    Equipe de gestão:Flora Côrtes Daemon de Souza Pinto – Gestora Social

    I Encontro Local GT Memórias Babilônia e ChapéuMangueira. 2013.Foto: Flora Daemon

    Morros da Babilônia e Chapéu Mangueira

    III Encontro Local GT Memórias Babilôniae Chapéu Mangueira. 2013.Foto: Flora Daemon

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    Membros do Museu Sankofa com aequipe da Biblioteca e Parlamentares,na Semana Cultural da Rocinha. 2013.Acervo Biblioteca Parque da Rocinha

    Na década de 80, surge o grupo Pró-Museu da Rocinha, formado por moradores e prossionaisque atuaram na Rocinha nos segmentos da saúde, educação, cultura e meio ambiente. Com oinício das obras do PAC, entre 2007 e 2008, através do Fórum Cultural da Rocinha, é lançado o

    Plano Cultural da Rocinha, que entre suas ações, prioriza a preservação das Memórias e Históriasdos moradores enquanto um direito. A partir desta iniciativa, se inicia uma série de atividades depromoção da memória como chá de museus, exposições de gratti, e o lançamento de publicaçõespelos membros do grupo do Museu Sankofa Memória e História da Rocinha. Em 2012, a equipeda Rocinha do Programa Territórios da Paz, ao tomar conhecimento desta iniciativa, participoucomo convidado em duas ações realizadas pelo grupo, o Chá de Museu, com apresentação deacervos pessoais de moradores, e o lançamento do livro “Memória Feminina em três tempos”,referenciando lideranças mulheres na Rocinha através de suas biograas. Durante a Rio +20,a equipe realizou a impressão de 40 cartazes fotográcos, com fotos do trabalho do Museu,realizado no mural da “Curva do S”, que também expôs seu trabalho em uma tenda na FeiraSemeando a Arte, no Complexo Esportivo, entre os dias 18 e 19 de junho. Através de reuniões doFórum Cultural da Rocinha e com o grupo do Museu Sankofa, seus integrantes foram convidadosa participar da iniciativa coletiva da SEASDH, na elaboração do Plano de Histórias e Memórias dasFavelas.

    Equipe de gestão:Simone Souto Pitta – Gestora SocialPricila Gonçalves de Freitas – Assistente de Gestão

    Rocinha

    Mural da “Curva do S”. 2011.Acervo do Museu Sankofa

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    MEMÓRIAS DA CONSTRUÇÃO DO PLANO POR LOCALIDADE

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    No Santa Marta o tema da memória surgiu através de diversas frentes e grupos. Dois deles, noentanto, foram responsáveis pelo “pontapé inicial”: 1) o processo de remoção realizado no pontomais alto e antigo do morro; 2) o trabalho de turismo de base comunitária, que vem se desenvol-vendo de forma intensa. A partir de encontros pontuais que passaram a delinear tais demandas,encontros maiores passaram a ser feitos em torno do tema. O intuito dessas reuniões foi vericarcom os participantes, a pertinência do tema para a comunidade, com a intenção de que, com araticação do coletivo, pudéssemos pensar então, em como poderíamos colocar em prática taisdemandas. Ao todo, cerca de 30 a 40 pessoas se envolveram com tais conversas.

    Equipe de gestão:Karina Lopes Padilha – Assistente de GestãoMariana Adão da Silva – Assistente de Gestão

    Santa Marta

    Família que deu origem ao Projeto Ecomuseu Nêga Vilma.Sem data.

    Foto: Marcelo Terranova

    Encontro de Turismo de BaseComunitária. 2013.Foto: Sheila Souza

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    FICHA TÉCNICA

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    Governadordo EstadodoRio deJaneiroSérgioCabralVice-governadordoEstadodo Riode JaneiroLuizFernandodeSouza- PezãoSecretáriodeEstadode AssistênciaSocialeDireitosHumanos ZaqueudaSilvaTeixeiraChefedeGabinete PedroHenriquePereiraPrataSubsecretáriodeDefesae PromoçãodosDireitosHumanos EloiFerreiradeAraújoSuperintendentedeTerritóriosdaSecretariade EstadodeAssistênciaSocialeDireitosHumanos WilliamResendedeCastroJúnior Assessoriade ComunicaçãoAssessora-chefedeComunicaçãoPaulaPintoChristóvãoRevisãoeEditoraçãoDanielleRabelloFlorianoRodrigues DesignEditorialMarceloSantos EquipedaSuperintendênciade TerritóriosdaSecretariadeEstadodeAssistênciaSocialeDireitosHumanos AlvaroMacielAnneChristhineLimaFernandaFernandesdeAmurilloJuliaCarvalhoSilvaSobreiraLuciaMariaXavierdaSilvaMariadeLourdesFernandesdosSantos GestoreseAssistentesdeGestão doProgramaTerritóriosda Paz

    (Organizadores)AnaCláudiaBorbaGonçalvesBarros CíntiaAparecidaPereiraGuimarães CíntiaNascimentode OliveiraConceiçãoClarissaCoelhoFerreiraDeniseMartinsdaLuz FabianaBragaSilvaFabioLeonMoreiraFabríziaCléciado AmaralFernandoCapitulinoda SilvaFloraCôrtesDaemondeSouzaPintoGloriaMariadeMoraesRego FairbairnIsabelleFurtadode MouraKarinaLopesPadilhaLiviaFortunadoValle MarcoAntoniodosSantos TeixeiraMarianaAdãodaSilvaNathaliaMassiPires PricilaGonçalvesde Freitas RaquelBrumFernandesdaSilveiraRenatadaSilvaBrumSabiradeAlencarCzermak SilvanaBagnoSimoneSouto PittaTaniaAlbuquerqueMendesBragaVanessaNolascoFerreiraWederFerreiradaSilvaAutoresdoPlanoAbelardoRoqueda Silva–moradordo ComplexodoTuranoAdailtonPena –moradordo MorrodaCoroa

    AdalbertoFerreira–moradordo MorrodoVidigale Chácarado CéuAdãoRodriguesSantos–moradordo MorrodaCoroaAguinaldoSantos– moradordoMorroChapéuMangueiraeBabilôniaAlberto(BetodaIgreja)–moradordo MorrodoVidigale ChácaradoCéuAlexandreMagnodos Santos–moradordo MorrodoQuerosene AlexandreSalgueiro–moradordo ComplexodoTuranoAlineFernandes– moradorado MorrodoVidigale ChácaradoCéuAloísioS.Pacheco– moradordoOcidentalFallet AluanCarlosGomes– moradordoComplexodoTuranoÁlvaroMacielJúnior–moradordo MorroChapéuMangueiraeBabilôniaAlvimar–moradordoComplexodo AndaraíeGrajaúAnaBeatrizdaCosta– moradorado ComplexodoTuranoAnadosSantos deSouza– moradordoComplexodoTuranoAndersonCosta –moradordo ComplexodoAndaraíeGrajaúAndersonRibeiroLula –moradordo MorroChapéuMangueiraeBabilôniaAndréCastilhoTavaresJúnior– moradordoComplexodoTuranoAndréKöller–moradordo MorrodoVidigale ChácaradoCéuAndreLeonardoSilva deCarvalho–moradordo MorrodaFormigaAndréLuizAbreudeSouza– moradordoMorroChapéuMangueiraeBabilôniaAndréLuizGomesdeAraújo– moradordoBatanAndréSantana–moradordo ComplexodoAndaraíeGrajaúAndréaAlelluia– moradorado MorrodoVidigale ChácaradoCéuAndrezaGomes– moradorado ComplexodoTuranoÂngelaGomes–moradoradoComplexodoTuranoAntonio–moradordo ComplexodoAndaraíeGrajaúAntônioCarlosFirmino–moradorda RocinhaAntônioJoséPaiva– moradordoMorrodo VidigaleChácaradoCéuArmandoFláviodaSilvaGamboa– moradordoBatanArmindoLobo–moradordo MorrodoFallet ArthurViana–moradordo MorroChapéuMangueiraeBabilôniaAugustoSantos–moradordo MorrodaFormigaAuradeSouza– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúÁureoEgênioNascimento–moradordoMorro daCoroaBernadeteSoaresPereira–moradorado MorrodoVidigale ChácaradoCéuBrunoFerreira– moradordoComplexodoAndaraíe GrajaúBrunoGomesLuiz– moradordoMorroda CoroaCarlosAlbertoGomes–moradordo ComplexodoTuranoCarlosAlbertoMoreira(Carlão)– moradordoMorrodo Fallet CarlosAlexandreRosa –moradordo BatanCarlosEduardoLucioRibeiro(Carlinhos)– moradordoMorroda FormigaCarlosHenriqueAlves(Marreta)– moradordoMorrodo ZincoCarlosHenriqueda Conceição– moradordoMorroda FormigaCarolineCamposde Oliveira–moradoradoMorroda CoroaCatarinaAndrade– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúCervasiados Santos–moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúCharlesSiqueira– moradordoMorrodos Prazeres CíntiaPauloLuna– moradorado MorrodoFogueteiroClaudiaCristiane– moradorada RocinhaClaudioBatista–moradordoMorro ChapéuMangueirae BabilôniaCléadaSilva– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúCleberdeJesus– moradordoBatanCosmeCesarSantos– moradordoMorroChapéuMangueiraeBabilôniaCristianoMendesCampos –moradordo MorroChapéuMangueiraeBabilôniaDalva–moradoradoComplexodo AndaraíeGrajaúDanilodeSouza– moradordoMorrodo ZincoDaniloFerreirade Souza–moradorda Ladeirados TabajaraseMorro dosCabritos DarcySilvério–moradordoComplexodo Andaraíe Grajaú

    DejairThomédosSantos– moradordoMorroda FormigaDellDelambre–EcomuseuNêgaVilma/SantaMartaDenildaSouzadaS. Almeida–moradoradoMorroda FormigaDercyCruzMoraes–moradorado ComplexodoTuranoDineiMedina–moradordo MorroChapéuMangueiraeBabilôniaDorneldaR. Pereira–moradordoMorroda FormigaEdilsonBeneditoAlves–moradordo SantaMartaEdnaMariaMoreiradaRocha –moradoradoComplexodo TuranoEdson(Buluca)–moradordo MorrodaFormigaEdsonDias– moradordoComplexodoAndaraíe GrajaúEduardoBarbosa–moradordoComplexodo AndaraíeGrajaúEduardoHenriqueBaptista– moradordoMorroChapéuMangueiraeBabilôniaElianeSales–moradorado ComplexodoTuranoElianeSantos– moradorado SantaMartaElizaRosaBrandãodaSilva– moradorado MorrodosPrazeres ElmaAllelluia–moradoradoMorro doVidigale ChácaradoCéuElziraTimóteo–moradoradoComplexodo TuranoEmileThiagodoCarmo– moradorado MorrodaCoroaÉricaSouzaSilva–moradorado MorrodaCoroaEudyrdosSantos– moradordoMorroda FormigaEvandroMachado–moradordoComplexodo TuranoFabianadeSouza–moradorado ComplexodoTuranoFábioBarbosa–moradordoComplexodo TuranoFátimaAlexandreSaraiva–moradordo ComplexodoTuranoFernandaLima –moradoradoMorro ChapéuMangueirae BabilôniaFernandoErmiro– moradordaRocinhaFernandoMachado– moradordoBatanFlaviaEloah– moradorado MorroChapéuMangueiraeBabilôniaFlávioMazzarodeAbreu(Fafá)–moradordo MorrodoFallet GabrielRicharddaSilvaBarbosa– moradordoComplexodoTuranoGenecySoares–moradorado ComplexodoTuranoGenideMoura –moradoradoMorro daFormigaGeniPereiradaSilva– moradorado MorroChapéuMangueiraeBabilôniaGianCarlosGomes– moradordoComplexodoTuranoGibeondeBritoSilva –moradordoMorro ChapéuMangueirae BabilôniaGiseledeJesusSantos –moradoradaVila JuremaGiseleRosados Santos–moradordo MorrodaFormigaGuilhermina– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúHaroldoJosédeSouzaNetto (Haroldinho)–moradordo MorrodoFallet HéliaConstantinodeAraújo–moradorado MorrodaFormigaHeraldoMartinsdos Santos–moradordo ComplexodoTuranoHevertonLeiteSantana –moradordo MorrodaFormigaHiltonMarques–moradordo OcidentalFallet HiramLima–moradordo MorrodoVidigale ChácaradoCéuIlzaVieiradosSantos– moradorado MorrodaFormigaIndaraMoreiraPaulada Silva–moradorado ComplexodoTuranoIrmãMariadeFátima– moradorada LadeiradosTabajarase MorrodosCabritos IsabelTellesCabral–moradoradoMorro daFormigaIvanildadeAbreu– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúIzabelTellesCabral–moradordoMorro daFormigaJairBorgesQueiroz–moradordo MorrodaFormigaJandiraEvaristoFerreira–moradorado MorrodaFormigaJanetedosSantosGoulart– moradorado MorrodaCoroaJoanitaGalvãoRosa– moradorado MorrodaFormigaJoãoBatistadaSilva –moradordo ComplexodoTuranoJoãoRobertoNunesProcópio– moradordoComplexodoTuranoJoãoVasconcelos–moradordo ComplexodoTuranoJoesseJoséde Oliveira(Délcio)– moradordoComplexodoTuranoJorgedeSouza– moradordoMorrodo Fallet 

    JorgeEduardodosSantosde Souza–moradordo ComplexodoTuranoJorgeEduardodosSantosde Souza–moradordo ComplexodoTuranoJorgeMathiasdeSouza– moradordoComplexodoAndaraíe GrajaúJorginaSoaresSilva–moradorado MorrodoZincoJoséAntôniode Pontes– moradordoComplexodoTuranoJoséBarbosa(Araújo)–moradordo MorrodaFormigaJoséCarlos– ex-moradordoMorro daFormigaJoséMartins– moradordaRocinhaJoséMiltonda Silva–moradordo ComplexodoTuranoJoséRobertoLopes– moradordoMorroChapéuMangueiraeBabilôniaJoseliceRodriguesda Silva–moradorado MorrodoZincoJoseteCavalcante–moradoradoMorrodo VidigaleChácaradoCéuJoyceBarbosa–moradorado ComplexodoTuranoJúliaChavesGiglio– moradorado MorrodoVidigale Chácarado CéuJúliaGeraldinadosSantos(Julinha)– moradorada CoroaJulyannaElenaFerreiradaCosta- EcomuseuNêgaVilma/SantaMartaLucimarAlvesdeAraujo– moradorado ComplexodoTuranoLuísFelipePaiva– moradordoMorrodo VidigaleChácaradoCéuLuizCarlos(Cabeção)– moradordoMorroda FormigaLuizGonzaga–moradordo ComplexodoTuranoLurdesdasDores– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúLuzineteH.Madens– moradorado MorrodaCoroaManoelBorgesSampaio–moradordo BatanMarceloAlves–moradorda Ladeirados TabajaraseMorro dosCabritos MarcelodaSilva– moradordoMorrodo VidigaleChácaradoCéuMárcioAndrade–moradordoComplexodo TuranoMarcosBurgos–moradorda RocinhaMariaAliceTiberto–moradorado MorrodaFormigaMariaAméliadaS. Dias– moradorado MorrodoZincoMariaAugustaNascimentoSilva–moradoradoMorro ChapéuMangueiraeBabilôniaMariaCressiulloMeniguelle– moradorado MorrodaFormigaMariadaConceiçãoMendesAlves– moradorado MorroChapéuMangueirae BabilôniaMariadaGlóriaSilva– moradorado MorrodaFormigaMariadeFátimada Silva–moradordo ComplexodoTuranoMariadeFátimade Jesus– moradorado ComplexodoTuranoMariadoCarmoSilva– moradorado MorroChapéuMangueiraeBabilôniaMariaEgêniaPereiradaSilva– moradorado MorroChapéuMangueiraeBabilôniaMariaF.Nascimento–moradorado MorrodaCoroaMariaHelenaCardoso–moradoradaRocinhaMariaHelenaTeixeiraMendonça– moradorado MorroChapéuMangueiraeBabilôniaMariaJosé– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúMariaJoséB. Bezerra– moradorado BatanMariaJoséFerreira–moradoradoComplexodo Andaraíe GrajaúMariaMendes– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúMariaMiniguelle–moradoradoMorroda FormigaMariaSolangeMartinsNery– moradorado BatanMarildaAlvesdeOliveira– moradorado MorrodaFormigaMarilenaAlvesdaSilva– moradorado MorrodaFormigaMaríliadeL. Rangel–moradoradoOcidentalFallet MarinaAlbaneses–moradoradoMorrodo VidigaleChácaradoCéuMariuzadeLima– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúMarleneGonçalvesBuriti–moradoradoMorroChapéu MangueiraeBabilôniaMartaAlves– moradorado MorrodoVidigale Chácarado CéuMartinhadosSantosTeodoro– moradordoComplexodoTuranoMoacirCamargo–moradordoMorro daFormiga

    NádiaPauladeFigueiredo–moradoradoMorro doZincoNadirPereiraRocha –moradoradoMorro daFormigaNanciRosaJovencioLuciano– moradorado MorrodaFormigaNaraLudovice–moradoradoMorroChapéu Mangueirae BabilôniaNéadosSantos Moreira–moradoradoMorrodo Fallet NeliSilva– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúNeyde–moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúNiloGuimarãesPimentel–moradordo MorrodaFormigaNiltonFreitasCavalcanti– moradordoMorrodo Fallet NilzaRosados Santos–moradorado MorrodaFormigaNoêmiaAlexandreMachado– moradorado MorroChapéuMangueiraeBabilôniaOctavianoGomesdeAraújo– moradordoMorroda CoroaOtacílioDuarte–moradordo ComplexodoTuranoPatríciaFernandes– moradorado MorroChapéuMangueiraeBabilôniaPauloRobertoGomes– moradordoComplexodoTuranoPauloRobertoMuniz– moradordoMorrodo VidigaleChácaradoCéuPauloSérgiodeSouzaCruz– moradordoMorrodo ZincoPauloSérgioOliveiradosSantos– moradordoMorroda FormigaPedrodeFreitasDias– moradordoMorrodo ZincoPedroGonzaga–moradordo MorrodoZincoPr.SebastiãoMateusdaSilva– moradordoMorroda FormigaPriscilaAlves–moradordo ComplexodoTuranoQuêniaAllelluia–moradoradoMorrodo VidigaleChácaradoCéuQuitériaR.da Silva–moradorado BatanRaGiglio– moradordoMorrodo VidigaleChácaradoCéuReginaTchelly– moradorado MorroChapéuMangueiraeBabilôniaRenatoLopesde Souza–moradordo ComplexodoTuranoRicardoCosta–ex-moradordoSanta Marta/EcomuseuNêgaVilmaRitadeCássiados Reis– moradorado MorrodoZincoRitadeCássiaGonçalvesPenha –moradordo ComplexodoTuranoRobertaLopes–moradorado ComplexodoTuranoRobertoNunes– moradordoComplexodoTuranoRogeriaTeixeira– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúRogériaXavierSantos–moradorado Fumacê RomeroAlvesdeSouza– moradordoMorroda CoroaRomildodeOliveira– moradordoMorroda FormigaRonaldoBatista–moradorda RocinhaRosaBatista– moradorado MorrodoVidigale ChácaradoCéuRosaneSoaresdosSantos –moradoradoMorro daFormigaRosângelaTertuliano– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúRoseFirmino– moradorada RocinhaRoseaneCardoso–moradoradoComplexodo AndaraíeGrajaúSaleteMartins–moradoradoSanta MartaSandra–moradoradoComplexodo AndaraíeGrajaúSauloFerrazRamos–moradordo MorrodaCoroaSebastianaCastroLima –moradoradoMorro ChapéuMangueiraeBabilôniaSebastianados Santos–moradorado MorrodaCoroaSebastiãodo CarmoRezende(AdãodeDeus)– moradordoMorrodaFormigaSebastiãoNeves –moradordo ComplexodoTuranoSeranaRosaNunes– moradorado MorrodaFormigaSeverinaGenidaSilva– moradorado MorrodaFormigaSheilaM.G. deSouza– moradorado SantaMartaSilvioCesardaConceição– moradordoMorroda FormigaSiomaraAlvesdosSantos– moradorado ComplexodoTuranoSirleydeSouza– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúSolangeRosadeSouza– moradorado MorrodaCoroaSôniaMariaOliveira–moradorado SantaMartaSôniaMarlenePolessadosReis –moradoradoMorro daFormiga

    SôniaRegina– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúSuelidaCostaBarros– moradorado MorrodaFormigaTaianiMendesda Silva–moradorado MorrodaFormigaTandyFirmino–moradordoSanta MartaTerezinhade Souza–moradoradoMorro daCoroaTherezinhaRibeiro– moradorada Ladeirados TabajaraseMorro dosCabritos Ubirajarada Fonseca(Bira)–moradordoMorro doFallet VerônicaMoura–moradoradoSanta MartaVilmaMota– moradorado ComplexodoAndaraíeGrajaúVitorLira– moradordoSantaMartaVivianedeL. Scalzo–moradoradoMorrodo FogueteiroWaldirCarneiro(Saci)– moradordoMorrodo Fallet WalterdosSantos– moradordoOcidentalFallet WandercyDiasde Souza–moradordo MorrodaCoroaWandersonda SilvaAlves– moradordoComplexodoTuranoWellingtonCastrodos Santos–moradordo Fumacê WellingtonLuizAquino –moradordo ComplexodoTuranoWellingtonMarcello– moradordoComplexodoTuranoWilsonCesarMoraes– moradordoComplexodoTuranoZoraideFranciscaGomes(Crisdos Prazeres)– moradorado MorrodosPrazeres Colaboradores AlbertodeLaRosaAlinePortilhoAneciPalhetaAngelaJosefaAlmeidaGuedes AnthonyTaiebDanielMisse 

    DanielSoaresRodrigues ErnestoAlves EsterFerreiradoNascimentoFábiaMorais FlaviaVogelFloraMoanaBeuque GinaNesi JoãoMarcosCividanes JoelleRouchouJulianaVellosoJulioCesarBorges KleberMendonçaLucianaHeymannLuizAlbertoNascimentoMariaIsabelCoutoMaríaJoséLuzuriagaMarianaBonmMarianaMachadoMelloMilenaSalgueiroMorganaEneile NyetaMagalhãesCampos RobertoLoboRuideSouza Chavier SabrinaGuerghe SandraMônicaSilvaSchwarzsteinSarahCardosoSuellenFerreiraGuarientoTerezinhaVasconcelos WilmaSilvaPalmares 

  • 8/17/2019 Plano Historia Memoria

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    2013