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tíibHothccA XaeJ «11 IfWpiflIHI P UBLICAÇiO QÜINZENAL 1__\ •>•—r-. Anno fl Hís*a!f!ÍB Ilio «le .Banciro 11888 «Sulino fl M. 13 rêvn REFORMADO! <I& r g; a mi e v «1 e â © ia 2 st a ÁSSIGN ATURAS PAUA 0 INTERIOR K JSXTEIUOR Semestre6#0Ó0 PAGAMENTO ADIANTA DO ESCRIRTOHlO 120 RUA DA CARIOCA 120 2." andar —«í»—• As assignatnras terminam cm Junho e Dez ombro. Os trabalhos de reconhecido interesse geral serão publicados gratuitamente. Rogamos ás pessoas que desejarem assignar o Reformador, queiram uti- lisar-se do direito que lhes confere o Regulamento dos Correios do Império, approvádo pelo Decreto n. 3443, re- mettendo aos Srs. Agentes apenas o nome, residência e üí>200, sem outra despeza, nem incommodo para o As- sigmante, em vista do Art. 114 das Instrucções daquelle Regulamento. « Art. 114 Servirão os Agentes de intermediários para a assignatura de periodic js, cointanto que lhes seja adiantamento paga a importância das àssignaturas em dinheiro, de que de- vem passar recibo, e a commissão de 2 °/0 em sellos que elles devem pôr no oíflcioemque, com declaração do valor fizerem remessa desse dinheiro ás res- pectivas Administrações ou ás com que estiverem em relação fiirecta, para que assignein os periódicos ou transmitam a .importância das àssignaturas a quaesquer outras em cujas cidades elles se publiquem. Os recibos das typographias serão passados aos Agentes. As Administrações tomarão nota do numero de àssignaturas per- tencentes a cada Agencia, para fisca- Usarem a pontual expedição dos perio- dicos. » 1883 Julho 1. " LE MONDE MARCHE Disse um dos maiores vultos da Franca ; e todos os factos concorrem para.^ustiíicar a grande verdade con- tida nessas poucas palavras. O mundo avança sempre no caminho da perfectibilidade. O pensamento humano, repellindo o papel de guarda estaciouario dos thesouros que legou-lhe o passado, atira-se, incançavel Colombo, por to- das as veredas que se lhe offerecem, em busca de novos mundos desconhe- ciclos. Alguns annos apenas se tem pas- sado, desde o dia em que a Academia Franceza reputou um louco sonhador, aquelle que pretendeu, com o em- prego do vapor, dar maior velocidade aos nossos meios de locomoção mari- tinia, e esse seu juízo precipitado, cor- taudo as azas ao maior homem guer- reiro do nosso século, tirou-lhe os meios de supplantar sua poderosa ri- vai, e fez que o mundo contemplasse mais um memorando exemplo da in- constância da fortuna humana, na magestosa e triste tragédia represen- tada na inhospita Santa Helena. Hoje desappareeerám quasi as dis- tancias. Alguns dias somente bastam para fazer-se a volta inteira do nosso pia- neta. Não contentes com esse seu trium- pho sobre o carrancismo, vemos os ho- méíis fazerem novas applicações do vapor, e as locomotivas, espantando com o seu sibilar agudo os filhos do deserto, no decurso de algumas horas, lançam os habitantes das margens do Atlântico nas do oceano Pacifico. Cada dia novas descobertas em Chi- mica, Botânica, Zoologia, em todos os ramos, emfim, das sciencias naturaes, vem augmentaro numero dos elemen- tos necessários para o aperfeiçoamento da industria humana. E' a medicina colhendo resultados maravilhosos com o emprego de no- vos agentes, e simplesmente com a plantação do sucalyptus glóbulos ex- pellindo osmiasmas que infestavam as mais sesonaticas regiões do globo, dando-lhes as cjndições de segura ha- bitabilidade. E' Darwin, Huxley e outros tantos descobrindo novos laços entre as cias- ses diversas dos seres, demonstrando que tudo se prende harmonicamente no universo, tudo diniana de uma fonte única e caminha para o mesmo fim. Lançae os olhos para outro lado; e vereis os que cultivam a jurispruden- cia, procurando com animo firme os meios de augmentar as garantias das liberdades publicas, de facilitar e as- seírurar a distribuição da justiça. De entre todos os elementos, porém, pelo Creador postos á disposição do homem* dous se nos mostram com •mais maravilhosas applicações o magnetismo e a electricidade. —o pri- meiro fornecendo á medicina novos ca- | ininhos para curas miraculosas, e á astronomia uma estrada franca para a explicação da gravitação universal; e o segundo prestando-se a tantos fins que volumes, talvez, fossem precisos pav^-enumeral-os. Essa faísca, terror de nossos avós, domada por Benjamim Franklim e hoje completamente escravisadaaoge- nio do homem, submissa e obediente, quasi instantaneamente, conduz os seus pensamentos de um a outro ex- treino do globo. Não acreditemos que esses resulta- dos tão pasmosos sejam uma barreira, além da qual nada mais se possa tentar. Tudo avança. Os trabalhadores do progresso não descançam. Embora forgem cadeias para tolher os vôos ao pensamento, aquelles que receiam o deslumbramento produzido pela luz da verdade; no meio das tor- turas vem o puor se muove de Oalileu dar um desmentido solemne a qualquer abjuraçâo obrigada. Deus, infinitamente sábio, pôde prever o fim a que devem attingir nossos esforços. Ainiiesino tempo-em que esses athYe- tas do trabalho atiram-se ao estudo de todos os meios próprios para mino- rar os soffrimentos da nossa passagem transitória pela Terra, outros, zom- bando dos sarcasmos dos materialistas endurecidos, arrojam-se e, rompendo os espaços, vão estudar a natureza e as condições de habitabilidade dessa myriada de diamantes que scintillam na abobada celeste e, alentando-nos com uma doce esperança, nos elevam ao conhecimento e á adoração do Crea- dor do universo. Nada fica estaciouario ; e os impru- dentes que tentarem fazel-o, serão ar- rastados por essa corrente impetuosa que se precipita para um mar desço- nhecido. Empregae vossos esforços a bem do triumpho da verdade, onde quer que ella exista; trabalhae para terdes a gloria de vossos filhos poderem dizer: Fizeram o que lhes foi possível fazer. UNIÃO SPIRÍTA Chegados os tempos em que, ama- durecida pelo estudo e a experiência, a humanidade se acha nas condições de dar mais um passo seguro do co- nhecimento das verdades eternas, Deus permittio, em sua infinita bm- dade, que seus bons espíritos, mensa- geiros de luz, estrellas desprendidas da abobada celeste, segundo a ex- pressão imaginada do divino funda- dor do Christianismo, baixassem á Terra para inspirar uos homens os santos princípios que os devem con- uuzir aG seu destino na criação, para preparal-os a receberem a terceira grande reTelo.ç3o que elevado missio- nario lhes ha de vir ir<ízer- Com sua picareta a sciencia p£3;~ tiva ataca o pedestal do edifício le- vantado pela cega nos brumosos tempos da idade media, combate os abusos e as praticas supersticiosas que alteraram e desfiguraram a simples e sublime religião pregada pelo martyr do (iolgotha; preparando inconscien- temente o terreno, expellindo para longe os restos carcomidos de um pas- sado caduco, e assim facilitando a propagação da santa doutrina do Spiritismo, que vem levantar ao Cria- dor um templo mais solido e mages- toso, tendo para base a raciocinada, a apoiada na razão. Embalde homens mal intencionados ou encerrados nos estreitos limites do materialismo procará7.7....por-se-ium á marcha, o Spiritismo se propaga por todo o inundo, desde a fria choupana do pobre até os luxuosos palácios dos potentados, desde o alvergue do cam- ponez analphabeto até o gabinete dos maiores vultos da sciencia moderna. Sua força de propaganda é immensa; nada lhe pôde tolher o vôo. Feri aos que se prestam na Terra a ensinal-o a seus irmãos menos illuminados; elle ha de continuar a progredir, porque seus verdadeiros propagandistas esca- pain aos vossos golpes materiaes. Não ha sciencia no mundo que, em tempo tão limitado, conte maior nu- numero de órgãos de propaganda, contando eutre seus collaboradores homens eminentes de todas as classes da sociedade. O Brazil não se escusou ao appello de seus irmãos do espaço, e em tão curto período conta dezenas de grupos, disseminados por pontos di- versos de suas extensas províncias. Quem se der ao trabalho de estudar os Grupos Spirítas do Brazil, verá que, apezar de pequenas discordan- cias na parte puramente administra- tiva, existe em todos elles unidade e uniformidade no que ha de geral e substancial : o ensino da doutrina. E nem podia ser de outro modo,quando s directores espirituaes são os mes- i .:* fe " '7 \. ,a y

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Anno fl Hís*a!f!ÍB — Ilio «le .Banciro — 11888 — «Sulino — fl M. 13

rêvnREFORMADO!<I& r g; a mi e v «1 hí e â © ia 2 st a

ÁSSIGN ATURASPAUA 0 INTERIOR K JSXTEIUOR

Semestre 6#0Ó0

PAGAMENTO ADIANTA DO

ESCRIRTOHlO120 RUA DA CARIOCA 120

2." andar—«í»—•

As assignatnras terminam cm Junho eDez ombro.

Os trabalhos de reconhecido interessegeral serão publicados gratuitamente.

Rogamos ás pessoas que desejaremassignar o Reformador, queiram uti-lisar-se do direito que lhes confere oRegulamento dos Correios do Império,approvádo pelo Decreto n. 3443, re-mettendo aos Srs. Agentes apenas onome, residência e üí>200, sem outradespeza, nem incommodo para o As-sigmante, em vista do Art. 114 dasInstrucções daquelle Regulamento.

« Art. 114 Servirão os Agentes deintermediários para a assignatura deperiodic js, cointanto que lhes sejaadiantamento paga a importância dasàssignaturas em dinheiro, de que de-vem passar recibo, e a commissão de2 °/0 em sellos que elles devem pôr nooíflcioemque, com declaração do valorfizerem remessa desse dinheiro ás res-pectivas Administrações ou ás com queestiverem em relação fiirecta, para queassignein os periódicos ou transmitama .importância das àssignaturas aquaesquer outras em cujas cidadeselles se publiquem. Os recibos dastypographias serão passados aosAgentes. As Administrações tomarãonota do numero de àssignaturas per-tencentes a cada Agencia, para fisca-Usarem a pontual expedição dos perio-dicos. »

1883 — Julho — 1.

" LE MONDE MARCHE „

Disse um dos maiores vultos daFranca ; e todos os factos concorrem

para.^ustiíicar a grande verdade con-tida nessas poucas palavras.

O mundo avança sempre no caminhoda perfectibilidade.

O pensamento humano, repellindoo papel de guarda estaciouario dosthesouros que legou-lhe o passado,atira-se, incançavel Colombo, por to-das as veredas que se lhe offerecem,em busca de novos mundos desconhe-ciclos.

Alguns annos apenas se tem pas-sado, desde o dia em que a AcademiaFranceza reputou um louco sonhador,aquelle que pretendeu, com o em-

prego do vapor, dar maior velocidadeaos nossos meios de locomoção mari-tinia, e esse seu juízo precipitado, cor-taudo as azas ao maior homem guer-reiro do nosso século, tirou-lhe osmeios de supplantar sua poderosa ri-vai, e fez que o mundo contemplassemais um memorando exemplo da in-constância da fortuna humana, namagestosa e triste tragédia represen-tada na inhospita Santa Helena.

Hoje desappareeerám quasi as dis-tancias.

Alguns dias somente bastam parafazer-se a volta inteira do nosso pia-neta.

Não contentes com esse seu trium-

pho sobre o carrancismo, vemos os ho-méíis fazerem novas applicações dovapor, e as locomotivas, espantandocom o seu sibilar agudo os filhos dodeserto, no decurso de algumas horas,lançam os habitantes das margens doAtlântico nas do oceano Pacifico.

Cada dia novas descobertas em Chi-mica, Botânica, Zoologia, em todos osramos, emfim, das sciencias naturaes,vem augmentaro numero dos elemen-tos necessários para o aperfeiçoamentoda industria humana.

E' a medicina colhendo resultadosmaravilhosos com o emprego de no-vos agentes, e simplesmente com a

plantação do sucalyptus glóbulos ex-

pellindo osmiasmas que infestavam asmais sesonaticas regiões do globo,dando-lhes as cjndições de segura ha-bitabilidade.

E' Darwin, Huxley e outros tantosdescobrindo novos laços entre as cias-ses diversas dos seres, demonstrando

que tudo se prende harmonicamenteno universo, tudo diniana de umafonte única e caminha para o mesmofim.

Lançae os olhos para outro lado; evereis os que cultivam a jurispruden-cia, procurando com animo firme os

meios de augmentar as garantias das

liberdades publicas, de facilitar e as-

seírurar a distribuição da justiça.De entre todos os elementos, porém,

pelo Creador postos á disposição dohomem* dous se nos mostram com

•mais maravilhosas applicações — omagnetismo e a electricidade. —o pri-meiro fornecendo á medicina novos ca-

| ininhos para curas miraculosas, e á

astronomia uma estrada franca paraa explicação da gravitação universal;e o segundo prestando-se a tantos fins

que volumes, talvez, fossem precisospav^-enumeral-os.

Essa faísca, terror de nossos avós,domada por Benjamim Franklim ehoje completamente escravisadaaoge-nio do homem, submissa e obediente,

quasi instantaneamente, conduz osseus pensamentos de um a outro ex-treino do globo.

Não acreditemos que esses resulta-dos tão pasmosos sejam uma barreira,além da qual nada mais se possatentar.

Tudo avança. Os trabalhadores do

progresso não descançam.Embora forgem cadeias para tolher

os vôos ao pensamento, aquelles quereceiam o deslumbramento produzidopela luz da verdade; no meio das tor-turas vem o — puor se muove — deOalileu dar um desmentido solemnea qualquer abjuraçâo obrigada.

Só Deus, infinitamente sábio, pôdeprever o fim a que devem attingirnossos esforços.

Ainiiesino tempo-em que esses athYe-tas do trabalho atiram-se ao estudode todos os meios próprios para mino-rar os soffrimentos da nossa passagemtransitória pela Terra, outros, zom-bando dos sarcasmos dos materialistasendurecidos, arrojam-se e, rompendoos espaços, vão estudar a natureza eas condições de habitabilidade dessamyriada de diamantes que scintillamna abobada celeste e, alentando-noscom uma doce esperança, nos elevamao conhecimento e á adoração do Crea-dor do universo.

Nada fica estaciouario ; e os impru-dentes que tentarem fazel-o, serão ar-

rastados por essa corrente impetuosa

que se precipita para um mar desço-

nhecido.Empregae vossos esforços a bem do

triumpho da verdade, onde quer queella exista; trabalhae para terdes a

gloria de vossos filhos poderem dizer:

Fizeram o que lhes foi possível fazer.

UNIÃO SPIRÍTA

Chegados os tempos em que, ama-

durecida pelo estudo e a experiência,a humanidade se acha nas condições

de dar mais um passo seguro do co-

nhecimento das verdades eternas,

Deus permittio, em sua infinita bm-

dade, que seus bons espíritos, mensa-

geiros de luz, estrellas desprendidasda abobada celeste, segundo a ex-

pressão imaginada do divino funda-dor do Christianismo, baixassem áTerra para inspirar uos homens ossantos princípios que os devem con-uuzir aG seu destino na criação, parapreparal-os a receberem a terceira

grande reTelo.ç3o que elevado missio-nario lhes ha de vir ir<ízer-

Com sua picareta a sciencia p£3;~ •tiva ataca o pedestal do edifício le-vantado pela fé cega nos brumosostempos da idade media, combate osabusos e as praticas supersticiosas quealteraram e desfiguraram a simples esublime religião pregada pelo martyrdo (iolgotha; preparando inconscien-temente o terreno, expellindo paralonge os restos carcomidos de um pas-sado caduco, e assim facilitando a

propagação da santa doutrina doSpiritismo, que vem levantar ao Cria-dor um templo mais solido e mages-toso, tendo para base a fé raciocinada,a fé apoiada na razão.

Embalde homens mal intencionadosou encerrados nos estreitos limites do

materialismo procará7.7....por-se-iumá marcha, o Spiritismo se propaga portodo o inundo, desde a fria choupanado pobre até os luxuosos palácios dos

potentados, desde o alvergue do cam-

ponez analphabeto até o gabinete dosmaiores vultos da sciencia moderna.Sua força de propaganda é immensa;nada lhe pôde tolher o vôo. Feri aos

que se prestam na Terra a ensinal-o a

seus irmãos menos illuminados; elleha de continuar a progredir, porqueseus verdadeiros propagandistas esca-

pain aos vossos golpes materiaes.

Não ha sciencia no mundo que, emtempo tão limitado, conte maior nu-numero de órgãos de propaganda,contando eutre seus collaboradoreshomens eminentes de todas as classesda sociedade.

O Brazil não se escusou ao appellode seus irmãos do espaço, e em tãocurto período já conta dezenas de

grupos, disseminados por pontos di-versos de suas extensas províncias.

Quem se der ao trabalho de estudaros Grupos Spirítas do Brazil, verá

que, apezar de pequenas discordan-cias na parte puramente administra-tiva, existe em todos elles unidade euniformidade no que ha de geral esubstancial : o ensino da doutrina.E nem podia ser de outro modo,quando

s directores espirituaes são os mes-

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»WHI<'«ftnil/tI»Ott 1HHÜ Julho fimmaai i nu n 111 mfrsmamu^ur

mos, são entes em quem não dominamas idéias acanhadas do homem do

nosso planeta, ainda tão atracado.Uma cousa, porém, se torna já ne-

cessaria : E' preciso que haja um laço

intimo entre esses grupos, de modo

qne as lições recebidas por cada um

possam ser transmittidas nos outros,

afim que todos dellás aproveitem.E1 indispensável que essas peque-

nas, mastão promettedoras unidades,se reunam a uni tronco único, cujos

ramos frondosos prestam ao Brazil in-

teiro sua benéfica sombra.Não pedimos osacrificio da autóríp-

miados grupos; que cada um conti-

nue arregei'rse por seus regulamentosespeciaes, adequados ao gênero de

estudos a que se propõem ; ina-r^uehaja um centro formado oo'r delega-dos de todos elles, cuja cpjaamissão seja

temporária, e rode se incumba, dasmedidas geraes de administração da

sociedade spiríta braziíeira.Assim todos os grupos tomarão parte

nesse conselho geral, por seus delega-

dos, haverá uma união mais solida

entre os Spirítas, e todos aproveitarãodos ensinos recebidos por cada um.

Assim unidos, poderemos mais fa-

cilrnente estender a mão aos centrosspirítas de outras nações, receber

delles a luz que lhes sobra, e concor-rer por nossa parte para apressar achegada da era bemdita do reinadoda fraternidade no nosso planeta.

O illustrado Sr. Cosme Marino, re-dactor da Revista Spirita Constânciaque se publica, na capital da Repu-hlvík Arfí> 'voa; acaba de traduzir dofrancez para o hespanhol,o Catechis-mo de Moral e Religião debaixo doponto de vista da philosophia spiríta,pelo Sr. A. Bonnefont.

Ao nosso illustrado collega saúda-mos por mais este importante serviçoprestado á causa da regeneração hu-mana.

«^•símhísí.ve'*:

i® ã<M>OB5KTB.lfi

O QUARTO DA AVO"ou

A lelicSalaiie asa iasaailâa

MeIle. MONNIOT

Orilüno-vos que vos amemutuamente.

(Evaso. S. Joio, XV, I-'

At9 r-ttwinvtiMiH a» sseja;«BBB«l<i>.wi^flíBív^ía**'1- fuflííijjflssa,»,*! n Ma»fâà'hiúo «levei* «!e ^^«•««Het-i-B"a armada e expousí üeeí-íí a«I-Eai\*»*£rt fljaae B*eeeííessBí>.w úws ftjíS-5'üi!íb« .i-víelsai-íHOíaãwSasf-i «flaa «Sa-vea*.ssa?» |ía*íPVKQa4*íí5« «1*9 3rj2-^it^Yflm.

«ísa-a «Ia SSí"gesiea'a<**l« da Mia-saítcsssíiiiíle. e:avs«3E2<!>,»» «a « 51 «>faíE-uüiíi^diVJ» n a iodos «>* asai igoaasíWE^-ííiaafiíew do cc IteiioviMlor»e ôeasífi'!» iiaartlíwaííír» ns «bmíosawfsiiçmsí asa-as. «enVialificiamosi«|sae siü E'eiHaeííeH*eMfisíí=í osiitu»naaea^aw waB?>«e-í|íieía-J e« aa j»i?.*á-sóàis 4g?ae ewáivea^etaa saa 0ü*-i£«âde ia?i«igEa*íaaí,aíB «âo sje^-9!Íts«3wseEsseMí a*e.

A todos o nossos assignauíes envia-mos com o presente numero, comobrinde, o Catechismo Spiríta que nosfoi ofrertado pelo Sr. Dr. EwertonQuadros.

Se, apezar dos melhoramentos in-traduzidos pelo actual Sr. Directorgeral dos correios, algum Sr. assig-nante deixar de receber, rogamos oobséquio de reclamar iinmediata-mente.

TRADUZIDO POR II. O.

IIIELIZA, DONA DE CAZA

((.'nnlinuaoiíuj

Não é íi mini que se deve apresentartal idéia, minha prima, respondeu Klyza ;não a comprehenuo. Não será verdade qneem nossa idade se tem sempre necessi-dade de aprender, de interrogar, de ins-truir-st?? Pois bem, não é, por certo, nasociedade de pessoas jovens como nós queganharemos muito.

Aquelles qne ainda não concluiramseus estudos podem pensar assim, disseasperamente Mathilde, porém, asses nãodeveriam fallar senão em referencia a si.

Eu não tinha intenção de vos offen-der, cara Mathilde, continuou Klyza tirai-damente; julgava que om qualquer idadepodia-se desejar adquirir mais instrãçcãó.

Não vos fatigaes! exclamou Fanny;quererieis que a educação durasse toda avida? Obrigidissima! Quanto a mim tra-tarei de acabar com cila promptarnente,trabalhando depressa. Mamãe disse queme daria o teu professo-; elle é bom'.'

Estou certa que o estimarei--, disseElyza; mas voltando ao que eu dizia a res-peito de nossa avó : não creiacs que as

Fomos'honrados com a visita dosII li ri; Sr. DomingosJosé de Castro, ne-

gociante em Campos,e Ernesto Castro,acadêmico em S. Paulo.

Aos nossos distinetos confrades de-sejamos feliz viagem e que continuema derramar a luz do Spiritismo, com a

perseverança e denodo como sempretem feito, apezar do fanatismo de ai-

guns, e indifferentismo de muitos, su-

porem que a verdade pode ser abafada,/e que-es obstáculos que.se lh,e oppõíéma deterão na sua marcha.

Avante, pois, trabalhadores do pro-gresso, lembrae-vos que a felicidadenão é deste mundo, e que os espinhosterrestres se transformarão em floresna vida espiritual.

lições que elle. me dá sejam enfadonhasou fatigantes; em sua conversação é queas encontro. Ella tem visto tantas cousasdurante, sua vida, que nada é tão inferes-sante e instruetivo como suas narrativas.

Oh ! nesse caso estamos de aecordo,disse Fanny; gosto tanto de historias! Etutambém, não é verdade Matilde?

Isso depende das historias e da ma-neira de contal-as, respondeu Mathilde.

l)izei-me, minha prima, perguntou derepente Eanny, porque razão temos emnosso quarto tantas e tão lindas caixinhas,frasquinhos, e tantos outros armamentos?

Elyza corou e exitou.Ernfirn respondeu :

Queria que elle vos agradasse.Então tudo isto vos pertence?A vós como a mini actualmente :

escolhei desses objectos, en vpl-o snpplicòi,os que possam vos agradar ou a Mathilde,

Não poderíamos ter nenhum prazerem despojar-vos, disse Mathilde, assim,minha prima, tornae a levar para o vossoqu irtò tudo o que de lá tirasteis; nos vol-0pedimos.Isto vos pertence particularmente,continuou Elyza, mostrando ás duas ir-mãs a pequena e bella estatua da SantaVirgem; troqueia para vol-a offertar;aeeitareis, eu o espero, esta piedosa lem-branca.

.._°D(>. hoa vontade, minha prima, res-pó.ndeu Mathilde, olhando com indiffe-rença os traços suaves e puros, com queestava representada a DiviriaMãe; muitovos agradeço vossa delicada attenção.

Eu também, disse Fanny; confessareientretanto que preferiria este admirávelfrasquinho?

Aceitae o frasco também, cara Fanny-,eu vol-o rogo.

Sois muito boa realmente! exclamouFanny, abraçando Klyza. Então Mathilde!não é verdade que amaes esta gentil pri-minha ?

O Centro Spirita Antônio de Pàduarealisou uma sessão magna no dia 13de Junho próximo passado.

A's7 horas da noite, depois de abertaa sessão oecupou a tribo na o oradoroírícial e em seguida os diversos re-

presentantes, manifestando-se depoisos Cuias do Grupo.

Fizeram-se representar as Socie-dades :

Psychologica Fiateruidade, e Aca-demica Deus Christo e Caridade.

Os Grupos Spirítas :

Francisco de Paula, Leonardo,Geor-

ge Wilson, Menezes, Benedicto,AmorFraternal, João Baptista, Resignação,Fraternidade, Amor á Verdade, Tra-balhadores da Ultima Hora, JoãoEvangelista, e Centro Positivista.

As Redacções :Da Revista Spiríta Braziíeira, e

desta folha.—«:»—

Do Catechismo spirita do Dr. Ewer-ton Quadros transcrevemos a seguinte

DKDICATOitIA

Deixai, pequeninas bellas,

que um vosso irmão mais velho,vds mostre, em frases singelas,as flores do Evangelho.

Para vós d'esse jardim,perenne e sempre viçoso,seja colhido por mimum ramalhete mimoso,

Se a ofterta é simples e pobre,é bòa a minha intenção.Aceitai. E' bom e nobreo que dieta o coração.

Ensetou a publicação emSevilla umnovo jornal spiríta intitulado La Lu-chu. Ao novo campeão das verdadesspirítas desejamos longa vida e prós-peri dades.

Certamente, respondeu politicamenteMathilde.

A coragem de Elyza estava prestes aextinguír-se.

Quantos golpes tinha já recebido no co-ração!

Apreciar tão mal a felicidade de pos-suir uma avó como a Sra. Valbrum !

Receber com tanta frieza a encantadoraimagem da Mãe do Salvador !...

Ser insensível as provas de affeição deuma prima tão dedicada!

Porém, Elisa lembrou-se dos conselhosde sua avó recordoú-sc mais que tudodestas palavras:Occupa-tc menos de ti para cuidaresmais dos outros.

E notando então que Mathilde entriste-cera, recriminou-se por não ter ainda ten-tado consolal-a, captando sua confiança eprovocando suas expansões.

Ella fallou a principio sobre Raul e Ar-tinir, cuja ausência, parecia á terna meninadevia o principal pezar das irmãs.

Mathilde respondeu com uma certa ne-gligencia.

Via-se facilmente que alimentava excel-lentes sentimentos relativamente a seusirmãos exaltou suas qualidades com ardor

Fanííy declarou que gostava mais deArthuiy porque Raul queria já parecerhomem, como Mathilde senhora.

Entretanto, ajuntou ella, Arthur éinsuportável às vezes com suas teimas, masjulgo que é muito bom.

Como! julgaes? disse Elyza* conhe-cei-os sem duvida bastante, para ter dissocerteza.

Eu! ao contrario, disse Fanny; não' conheço quasi meuft irmãos, eu vol-o as-

seguro, fira tão raro estarmos juntos!Não se dirá, retorquio Mathilde com

impaciência, que nunca nos reuníamos emcasa !

Estávamos todos em casa durante así ferias, Mathilde; mas, nem por isso via

CATECHISMO SPIRITA

O incançavel editor o Sr. SaràphimJosé Alves acaba de editar o Catechis-mo Spiríta do Sr. Dr. Ewerton Qua-dros dedicado às meninas.

E' um trabalho simples, mas de

grande alcance, dictado inedianiinica-mente pelo espirito de umhomerà queoecupou elevada posição no clero e nalitteratura brasileira.

Seu fim é pôr ao alcance de todos osentendimentos, os problemas mais se-rios a mais dignos de oecupar a at-tenção do homem, sobre o sen verda-deiro destino na creação.

E'â intelligencia juvenil daquellas

que aceitaram do Creador a missãosanta de educadora do homem futuro,

que o autor se dirige principalmente ;é nesse terreno, que elle quer espargiras fecundas sementes das mais purasflores, que lhes devem embalsamar oambiente, quando soar-lhe a hora decumprirem o promettido, de obrarem,com consciência e plena responsabili-dade, como filhas, como esposas eeomo mães.

Ao illustrado aptor que nos mimo-seou com alguns exemplares, agrade-cemos a delicada ofterta e fazemosvotos para que continue com a suahábil pena a enriquecer a bibliothecaspiríta.

-«.»-

O Sexto Districto de Campos, quetem á sua frente, como redactor prin-cipal, o illustrado collega o Sr. JoãoBarreto, em seu numero especial de 17do próximo passado, contem um im-

por ban te artigo sob o titulo ; A escola

positivista e o espiritualismo.

Esse artigo, que representa um tra-balho medianimico, escripto sob o

ponto de vista spiritico, vem assig-nado pelo inspirado poeta Dr, Bitten-court Sampaio.

mais meus irmãos, que andavam por foratodo o dia, nem mamãe (pie ia quasi to-das as noites ao espectaculo ou ás reuniõese que durante o dia fazia visitas com.igo.

Ella levar-te-ia se o quizesseis.Rello divertimento! Parar diante decinqüenta portões, para deixar cartões devisita : e se por desgraça se encontra emcasa as pessoas, passar lim quarto de horaa enfastiar-se diante dellas, firme, perli-lada cm uma cadeira, cmquanto ellas de-sejam interiormente, tanto quanto vósmesai >, o fim da visita.

Porque, pois, fazer visitas, perguntouElyza.

Fanny não 6 mais do que uma criançaredarguio

'Mathilde, ella não pôde ainda

conversar em uma sala, eis o motivo porque se enfastia ahi.

-- Porém tu, que conversas tão bem, eque tens o direito de fazel-o, minha carairmã, te divertes muito durante essas vi-zitas de cerimonia ?

-- Não, disse Mathilde, porém são, essesos direitos da sociedade, e é precizo sub-metter-se a elles. Quando se quer ter umacerta posição neila, relações numerozas,convites, divertimentos em fim, deve-sepagar essa vantagens com alguns sacri-liei os.

-- Acho estravagante entretanto, disseElyza, a obrigação de visitar pessoas, quenão se deseja encontrar. Mas, sem duvida,disse ella sorrindo, isto é uma idéa dematuto.

-- Pois bem, minha prima, neste pontosou provinciana, exclameuFanny; porquerazão tomar-se tão incommodo com pes-soas que não se estimam.

-- Acabo de dizcl-o, retorquio Mathilde,póde-se furtar a essa obrigação desde que,não se queira freqüentar a sociedade.

-- Valem tanto os gozos da sociedade,para que sejáo pagos tão caros? pergun-tou Elyza,

(Continua).

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(CoiiliiiuugSò)

CAPITULO VII

DOS DEVERES PAItA COM NOSSOS PAES

Quaes são os nossos devcres para comnossos pacs ?

O amor, o respeito, a obediência e oauxilio, na medida de nossas forças.

Que devores temos para com elles,

quando chegarem á velliice?Vendo-os com as forças aíquebra-

das e as faculdades diminuídas pelaidade, devemos prover ás suas nices-sidades e evitar-lhos as menores con-trariedades.

Em que se'funda esse sentimento de.amor c reconhecimento que devemostributar a nossos pães?

Nos factos : de nos amarem ellesmais que tudo no mundo, de lhes de-vermos o nascimento, de terem cui-dado de nosso entretenimento e edu-cação, e de nos collocarem em estadode ganharmos nosso sustento com onosso trabalho : É' o pagamento deuma divida que contrabimos para comelles, e que nunca conseguiremos sa-tisfazer integralmente.

Podemos condemnal-os, quando ellescommettam uma falta ?

Não temos o direito de aceusar anossos pães; devemos, o quanto fôr

possível, attenuar as conseqüênciasmás que lhes resultem de suas faltas.

Devemos esconder seus defeitos aosollws dos extranhos ?

Sim ; seria uma prova de ingratidão

patenteal-os.Em que caso podemos negar-lhes a

obediência, para prestal-a antes a es-tranhos ?

Somente quando elles nos queiramforçar a praticar actos máos.

Como elevemos resistir-lhes quandoelles assim pratiquem?

Os pães amam muito a seus filhos,

para exigir delles o que não seja bom;entretanto, se o facto se desse, deve-mos resistir-lhes, sem jamais desres-

peital-os, 'fazendo-lhes ver que não

Dodemos obrar contra os dictames dax

nossa consciência.Que deveres temos a cumprir para

com nossos irmãos e irmãs?Ser o seu maior amigo, depositar

nelles toda a nossa confiança, amal-os,aconselhal-os e soccorrel-js.

CAPITULO VIII

DOS DEVERES PARA COM O PRÓXIMO

Temos devores a cumprir para com opróximo ?

Sim; porque cada dia nós precisa-mos uns dos outros, cDeus não nos

poz na Terra para vivermos em egois-tico isolamento.

Quaes os nossos deveres de todos os diaspara com os nossos semelJiantes?

Não devemos mostrar-lhes máohumor, escarnecer delles ou amofi-nal-os; temos a obrigação de ser amigode todos, de não nos precipitarmos emjulgar dos defeitos dos outros, porquenós também temos os nossos; final-mente cumpre que lhes prestemos

sempre esses pequenos serviços, e quecom elles observemos as convenien-cias, donde nasce a ainisada.

Podemos mentir?Nunca: a mentira ó sempre uma

falta seria. Se alguma cousa nos im-pedesde dizer a verdade, devemos ca-lar-nos, ou declarar corajosamente quenão podemos responder á questão quenos dirigem.

Não ha mentiras innocentes, que aninguém prejudicam ?

E' um erro. Offendemos com ella anós mesmos, rebaixamo-nos a nossosolhos, tornamo-nos hypocritas e osbons espíritos que nos cercam, tom odireito de desprezar-nos.

Devemos sempre cumprir nossa pa-lavra?

Certamente, o homem de bem sótem uma palavra. Nunca prometta-mos sem retiactir antes ; mas, umavez que nos co m pro me t ternos a fazeruma cousa, façamol-a, mesmo que issonos custe e desagrade.

Temos nós obrigações a cumprir paracom os estranhos, quanto na desgraça?

Sim; devemos auxilial-os nos limi-tes de nossas forças; dar a esmola aospobres, mesmo quando elles não n'apeçam; fornecer trabalho aos quedelle precisam para viver; consolaraos affiictos, e servir a todos que re-clamam os nossos serviços.

Toda a esmola que fazemos é útil?Não. Os donativos feitos a Deus e

aos santos são inúteis, porque ellesnão precisam nem se apro vu tam disso;devemos antes empregal-os no allivioda miséria.

Ha esmolas prejudiciaes?Sim; as que concorrem, para ali-

mentar a preguiça e os vícios dos queas recebem, e as que vão servir paraa propagação de doutrinas errôneas eperniciosas.

Temos deveres moraes a cumprir paracom os nossos superiores ?

Sim; devemos respeitar aos que nosinstruem e nos dão os meios de ga-nhar a nossa subsistsncia, e bem as-sim a todos os homens superiores porsuas virtudes, intelligencia e grandesacções.

Quaes são as nossas obrigações paracom os nossos servos e os nossos infe-riores ?

Devemos sempre ter em mente queelles são nossos irmãos em Deus ; serbrandos com elles, pagar-lhes pon-tualinente o salário a que fazem jus enunca os desprezar.

Como podemos saber o que devemosfazer ou não fazer em relação ao nossopróximo ?

Applicando a segminte sentença deJesus : Fazei aos outros o que quere-rieis que vos fizessem, se estivesseisem seu lugar; e nunca o que não de-sejarieis que vos fizessem,nas mesmascondições.

(Continua).

Desencarnou o notável spiríta Sr.Pierre Mairesse, membro activo doGrupo do Familistôre de Guise» /

Do Moniteur de Bruxellas de 15 deAbril, transcrevemos :

« Até o presente temos consideradoo planeta Marte no numero dos maisatrasados.

No livro que nos foi generosamenteõffertado pelo Sr. Uelleber, de Cinci-nati, do qual já demos conta no nossonumero anterior, encontramos a opi-nião contraria.

O espirito que se coinmunica porescripta directa, descreve o estado in-tellectual,scientifico e moral de Martecomo muito superior ao estado actualdo nosso globo.

A este respeito, o Banner of Lighds 17 de Fevereiro do corrente anno,fazendo o elogio deste livro, emitteuma opinião scientifica digna de men-cionar-se : «é razoável, diz, supor que

.Marte está mais adiantado que nossoplaneta, pois é conforme ás leis natu-raes : com effeito na hygpotese que aseparação, do Globo do Sol; esses doisplanetas e sua projecção no espaço ti-vesse tido lugar ao mesmo tempo;Marte, mais pequeno e mais afastadodo sol, do que o nosso planeta, deveter-se esfriado e por-se em condicçãode habitabiltdade para uma raça hu-mana, muitos milhares de annos antesque o nosso planeta.

-«:»-

UNIÃO SPIRITA

Em Lyon acaba de realisar-se aAssembléa Spiríta, convocada pelosiniciadores da Federação Franco,Belgae Latina, afim de org-anisar-se a uniãoSpiríta Lyounaise.

A reunião teve lugar no salão doTheatro Elyseu; achando-se reunidosmais de mil e duzentos Spiritas.

Lê-se na Gazeta de Noticias de 21 domez próximo passado :

« A directoria do « Centro SpirítaTorteroli », fundado hontem nos salõesdo Lyceu dé Artes e Ofrlcios, ficou as-sim constituída : presidente, Ignaciode Almeida Juary; vice-presidente,Platão Cavalcante de Albuquerque :secretários, Seraphim Pereira e Com-tijo; thesoureiro, Miquelino Cantu.

A distineta Redac. da Boa Nova doPará em seu n. 19 do corrente anno,diz que vae interromper, por limitadotempo, a publicação da folha.

Expondo a causa da interrupção, oestar retardada a remessa do novomaterial encominendado nos Estados-Unidos, termina promettondo recorrerás columnas da imprensa se tiver pre-cisão de rechassar algum golpe.

Em vista da promessa do illustradocollega, a redacção de um orgam evo-lucionista como o Reformador, inspi-rado pelo espirito de colleguismo não

pôde deixar de offertar as suas colum-nas para que desempenhe o seu com-

promisso, tomando por divisa as idéas

que representam as seguintes pala-vras que transcrevemos :

« A Boa Nova está sagrada, cava-lheiro da gloriosa causa do Christia-nismo e da verdadeira civilisacão. »

RECEBEMOS:

A Phalange, orgam da Mocidade.Propõe-se a defender os direitos de

todas as classes sociaes, especialmentea acadêmica.

Que seus esforços sejam coroados domelhor exíto, é o que desejamos.

3).*'

¦:.

Revista Spiritista Constância, anno6.", n. 5.

Orgmam official da Sociedade SpirítaConstância de Buenos-Ayres.

Rev ista Bonaerense La Fraternidad,anno 2.", n. 10.

* *

A Revista Sptrita de Pariz, Monitorinivarsal do Spiritualismo experi-mental, n. 6, anno 26.

Le Messager, jornal spiríta que sepublica em Liege, anno 11, n. 22e 23.

O Industrial revista de industria eartes, n.,6.

Esta importante Revista, começoudeste numero em deante a ser iilus-trada com nítidas gravuras de diver-sos machinismo empregados pela in-dustria estraugeira, e se oecupará dosprocessos de manipulação e fabricaçãode produetos industriaes, de plantasagrícolas e de objectos artísticos.

E! a mais importante publicaçãodeste genera, pois vem prestar relê-vantes serviços á industria e artes.

Felicitamos aos illustrados collegaspela brilhante phase que encetaram.

Agradecemos.

SECÇÃO ECLÉTICA

O que é o Sípiriíismo

Introducção ao conhecimento do mundoinvisível pela manifestação dos espi-ritos contendo o resumo dos princípiosda doutrina sjriríta e a resposta ásprincipaes objecções.

POR

ALLAN-KARDECSem caridade não ha salvação.

CAPITULO IPEQUENA CONFERÊNCIA SPIRÍTA

2.» DIALOGOO SCEPT1CO

(Continuação)O MARAVILHOSO E O 'SOBRENATURAL

Visitante.— O Spiritismo tende evi-dentemente a fazer reviver as crençasfundadas no maravilhoso e no sobre-natural;ora,no nosso século positivo,isso me parece difficil, porque é acre-ditar as superstições e os erros popu-lares de que a ráíâp faz justiça.

Allan-Kardec. — Uma idéa não ésupersticiosa senão porque é falsa;ella deixa de sel-o desde que é reco-nhecida verdadeira.

A. questão é pois de saber se ha ounão manifestações de Espíritos; oranão podem taxar a cousa de supersti-ciosa em quanto não ti verdes provadoque ella não existe.

Dizeis : minha razão recusa-se aisso, mas todos os que nella crêem, e

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4 BÍBíB^BMSABííBBfc — «8S8 .Bsoilh» II

que não são tolos, invocam tambémsua razão e além disso os façtos.

Qual das duas razões deve ser pre-férivel 1

0 grande juiz aqui é o futuro, comoo tem sido em todas as questões scièn-tiíicas e industriaes taxados de absur-das e de impossíveis em sua origem.

Julgaes á priori segundo vossa opi-mão, nós não julgamos senão depoisde ter visto e observado por muitotempo.

Açcrescentamos mais que o Spiri-tismo esclarecido, como o está hoje,tende pelo contrario a destruir asidéias supersticiosas, porque elle mos-tra o que lia do verdadeiro e falso unscrenças populares, o tudo o que a ig*-norancia e os prejuízos tém aella jun-tado de absurdo.

Vou mais longe, e digo que é preci-samente o positivismo do século quefaz adoptar o Spiritismo, e que é a elle

que deve em parte a sua rápida pro-pagação, e não como alguns preten-dem, a uma recrudesçència de amorao maravilhoso e ao sobrenatural.

O sobrenatural desapparece dèantedo facho da sciencia, da philosophia eda razão, como o Deus do Paganismodas luzes do Çlirisfianismo.

O sobrenatural é o que está fura dasleis da natureza.

O Positivismo nada admitte foradessas leis; mas elle as conhece to-das ?

Em todos os tempos, os phenomenoscuja causa era desconhecida tem sidoreputados sobrenaturaes.

Cada nova lei descubertapsiascien-ciá L~IH iVitu rSoilãr 05 limites do so-brenatural ; pois bem ! o Spiritismovem revelar uma nova lei segundo a

qual a conversação com o Espirito deum morto, materialmente fallando,repousa sobre uma lei tão naturalcomo a que a electricidade permittcestabelecer entre dois indivíduos a

quinhentas léguas de distancia ; e as-sim a respeito de todos os outros phe-nomenos spirítas.

O Spiritismo repudia pela parteque lhe toca todo o effeito maravi-lhoso, isto é, fora das leis da natureza;elle não faz nem milagres nem pro-digios; mas explica, em virtude deuma lei, certos eífeitos reputados atéhoje milagres e prodígios e por issomesmo demonstra a possibilidadedelles.

Elle amplia assim o domínio da sei-encia, é por isso que elle é em si umasciencia, mas a descuberta desta novalei acarretando conseqüências moraes,o código dessas conseqüências fazdelle ao mesmo tempo uma doutrina

philosophica.Debaixo deste ultimo ponto de vis-

ta, elle corresponde ás aspirações dohomem pelo que toca ao futuro; mascomo elle apoia sua tlleoria do futurosobre bases positivas e racionaes porisso que elle convence ao espirito po-sitivo do século ; é que coinprehende-reis quando vos tiverdes dado ao tra-balho de estudal-o.

(Continua).

GÊNESE ORGÂNICA.

ESCALA U')S SERES OlUiANICOS.

Entre o reino vegetal e o reino ani-mal, não existe limite clistihctMiientetraçado.

Nos extremos dos dons reinos estãoos zoophitos ou animaes plantas, cujonome indica que elles pertencem aambos : é o traço da união.

('orno os animaes, as plantas, nas-cem, vivem, crescem, nutrem-se, res-

piram, reproduzem-se e morrem.Como elles,para viver, precisam de

luz, calor eagua; si são privadas des-seselementos, aniquilam-se e morrem;a absoi-pcfio do ar viciado e de subs-tancias delotereas os envenena.

Seu caracter distihçtivo, o mais fri-sante, é de estar preza ao solo e delletirar a sua nutricção sèm deslocar-se.

O zbophito tem a apparencia exte-riòr da planta, como planta está presoao solo ; como animal, a vida nelle émais acentuada; tira sua nutrição domeio ambiente.

Um gráo acima, o animal é livre evai buscar sua nutrição; são dessa or-dem as iiinünieraveis variedades de

polyposde corpos gelatinosos, sem or-gãos bem distinetos, e que só differemdas plantas pela locomoção ; depoisVem, na ordem do desenvolvimentodos órgãos, da actividade vital e doiustineto : cs helmínthoá ou vermesintestinaés; os mclluscos, animaescarnudos sem ossos, dos quaes unsSão nus como as lesmas, as polpas ou

polvos; e outros são guarnecidos deconchas, como os caracóes, as ostras ;os crustáceos, cuja pelleê revistida deuma cresta dura, como os camarões,os

goiaes ; os uísectos nos quaes a vidatoma nma actividade prodigiosa e semanifesta o instineto industrioso,comoa formiga, a abelha, a aranha.

Alguns passam por uma mefcamor-

phose, como a lagarta, que se trans-forma em elegante borboleta.

Vem depois a ordem dos vertebra-dos, animaes de esqueleto ósseo, quecomprehende os peixes, os reptis, ospássaros, e em fira os mamíferos cujaorganisàção é a mais completa.

Si considerar-se só os dons pontosextremos da cadeia, por certo que nãose achará analogia alguma apparente;mas si passar-se de um annel a outrosem solução de continuidade, che-ga-se, sem transição brusca,da plantaaos animaes vertebrados.

Comprehénder-se-ha então que osanimaes de organisàção complexa po-dem ser uma transformação, ou, poroutra, um desenvolvimento gradual,aprincipi > insensível, da espécie iinme-diatamente inferior, e assim, de gráoem gráo,até o ser primitivo elementar;

Entre a bolota e o carvalho, a dife-rença é grande, e portanto, si seguir-se passo a passo o desenvolvimento dabolota, chega-se ao carvaltio, e nin-guem se admirará que ella proceda deuma semente tão pequena.

Si pois a bolota encerra os elemen-tos latentes próprios á formação deuma arvore gigante, porque razão não

acontecerá o mesmo tio insecto ao ele-

phaute 1Dessa forma, coinpréhende-Se que

só existe geração expontânea para osseres orgânicos elementares : as espe-cies superiores seriam os produetos dastransformações suecessivas desses mes-mos seres, á medida que as condiçõesclimatericas lhes fossem propicias.

Cadaespccie adquirindoa faculdadede reproduzir-se, os cruzamentos trou-xeram innümeraveis variedades ; edepois, uma vez a espécie installada,em condições de vitalidade durável,

quem nos dirá que os germens primi-tivos donde ella sahio não desappare-cèram como inúteis?

Quem nos dirá q-ué.o nosso insectoactüal não será o mesmo que aquelle

que,de transformação ein trausfpr-inação, produziu o elephante ?

Assim se explicaria a razão porquenão existe geração expontânea entreos animaes de organisàção complexa.

Esta theoria, sem ser admittlda deum modo clifinitiyo, é a que tende evi-dentemehte á predominar hoje mi sei-encia ; ella é aceita pelos observado-res sérios como a mais racional.

O HOMEM CORPOItAT..r '

No ponto de vista corporal, e pura-mente anatômico, o homem pertence áclasse dos mamíferos, da qual apenasdiffere pelas nuancas da forma exte-rior ; no mais, tem a mesma cpmposi-ção chiniica que todos os animaes, osmesmos órgãos, as mesmas funeções eos mesmos modos de nutrição, de res-piração, de secreção, de reprodução ;nasce, vive e morre nas mesmas con-dições, e pela morte o corpo se decom-põe como o de tudo quanto vive.

Não ha no sangue, na carne, nosossos, um átomo differente daquellesque se acham nos corpos dos animaes;como elles, morrendo, dá á terra, ooxygeneo, o hydrogeneo, o carbono, oazoto que se achavam combinadospara o formar, e vão, por novas com-binações, formar novos corpos mine-raesyegetaes e animaes,

A analogia é tão grande, que se es-tud.. suas funeções orgânicas em cer-tos animaes, quando as experiênciasnão podem ser feitas nelle próprio.

Na classe dos mamíferos o homempertence á ordem dos bimanos.

Immédiatamerite abaixo vem qua-dromanos (animaes de quatro mãos)oumacacos, entre elles alguns, como osorangotango, o chimpanzé, o jocko,affectam os modos do homem á talponto que por muito tempo se os desi-gnou sob o nome de hamens dos bos-ques: andam sobre os pés como o ho-ínein, sgrvem-so de bastões,construemcabanas,e levam os alimentos á boceacom a mão, signaes característicos.

Por pouco qae se obsene a escalados seres vivos sob o ponto de vista doorganismo, reconhece-se que, desde olichen, até á arvore, e desde o zoo-phyto até o homem,existe uma cadeiaelevando-se g-radualmente sem solu-ção de continuidade e da qual todos osannei-; tem um ponto de contacto com

o annel precedente; seguindo tpcisso á

passo a serie dos seres' se poderá dizer(/ue cada espécie é um aperfeiçoamento,uma transformação da espécie immcdia-lamente inferior.

Visto que o corpo do homem estánas condições idênticas dos outros cor-pis, chimica e constit-icionalmente,que elle nasce, vivo e morre do mes-mo modo, que elle deve ser formadonas mesmas condições.

Apezar de que isso possa ferir o seuorgulho, o homem deve se resignar asó ver em sou corpo mr/terial o ultimoannei do animalidade sobre a terra.

O inexorável argumento dos factosahí está,contra o qual elle protestariaem vão.

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Mas, quanto mais o corpo díminuede valor a seus olhos, mas augmentade importância o principio espiritual ;se o primeiro o põe ao nível do bruto,o segundo o eleva a uma altura in-commensuravel.

Nós vemos o circulo onde pára oanimal ; nós não vemos o limite ondepode attingir o Espirito do homem.

O materialismo pôde vôr por abi queo Spiritismo, longe de temer as des-cobertas da sciencia e seu positivismo,vai adiante e os provoca, por tor cer-teza que o principio espiritual, quetem sua existência própria, não podepor isso soffrer.

O Spiritismoque marchade accordocom o materialismo sobre o terreno damatéria ; elle admitte tudo quantoeste admitte ; mas onde este pára, oSpiritismo vae além.

O Spiritismo e o materialismo sãocomo dous viajores que caminhamjuntos, partindo de um mesmo ponto ;chegados á uma certa distancia, umdiz :

<c Eu não posso ir mais longe ; » ooutro continua o seu caminho e desço-bre um inundo novo.

Porque razão pois o primeiro dizque o segundo é louco,porque este,en-trevendo novos horisontes, quer fran-quear o limite onde convém ao outroparar ?

Christovão Colombo não foi tambémtratado como louxo,porque acreditavaem um mundo além doOceano?

Quantos loucos sublimes não contaa historia que fizeram avançar a hu-manidade, aos quaes se teceu coroasdeqois de lhes ter lançado lama !

Pois bem !O Spiritismo,essa loucura do século

dezenove, segundo aquelles que que-aem ficar na barraca terrestre, nosdescobre um mundo inteiro, inundomuito mais importante para o homemdo que a America, porque todos os ho-meus não vem á America, emquantoque todos, sem excepção, vão para omundo dos Espíritos, fazendo inces-santes travessias de um para o outro.

Chegados ao ponto em que nos acha-mos da Gênese, o materialismo pára,emquanto que o Spiritismo continuanas investigações no domínio da Ge-nese espiritual.

'IvroGUAPiiiA do REFORMADOR

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