o modelo de solow com capital humano · este artigo examina se o modelo de crescimento econômico...
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O MODELO DE SOLOW COM CAPITAL HUMANO:
O MODELO DE MRW (1992)
TEORIA MACROECONÔMICA II
PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO
UFRGS
2
Bibliografia Recomendada
MRW (1992), QJE
Charles Jones (2000, cap. 3.1)
David Romer (1996, cap. 3B)
3
Capital Humano
„Our progress as a nation can be no
swifter than our progress in education.
Our requirements for world leadership,
our hopes for economic growth, […] all
require the maximum development of
every young American's capacity.
The human mind is our fundamental
resource.“
John F. Kennedy
4
Alguns Fatos: Renda Per Capita & Escolaridade
5
Qualidade da Educação & Renda Per Capita
6
7
8
Anos médios de instrução da população (25 anos) em alguns países europeus e nos EUA em 2000.
[Fonte: Barro & Lee (2000)]
EUA 12.25
NORUEGA 11.86
SUÉCIA 11.36
SUIÇA 10.39
FINlÂNDIA 10.14
DINAMARCA 10.09
ALEMANHA 9.75
REINO UNIDO 9.35
HOLANDA 9.24
IRLANDA 9.02
AUSTRIA 8.80
BÉLGICA 8.73
GRÉCIA 8.51
FRANÇA 8.37
ESPANHA 7.25
ITÁLIA 7.00
PORTUGAL 4.91
9
Índice para Medir o Capital Humano
Taxa de escolaridade (school enrollment rate) – número de indivíduos matriculados num determinado nível de instrução x escola primária, secundária e universitária e os indivíduos na classe de idade segundo a legislação recomendada.
Formalmente: E(x) é o número de estudantes inscritos
ao nível de instrução x POP (x) população relativa a faixa de idade que deveria frequentar o nível x segundo a legislação vigente. Estes dados são fornecidos pela UNESCO.
X
X
POP
Exrateenrollment )(
10
Anos Médios de Escolaridade
Para calcular os anos médios de instrução da população ou da força de trabalho, se adota, como com relação ao capital físico, o método de inventário perpétuo (perpetual inventory method). Se parte dos anos totais de escolarsiade TS:
X
XtXXXtX
DAT
DATt
PdrESTl
h
1,1,)1(
0
0
11
Anos Médios de Escolaridade
Para calcular os anos médios de instrução da população ou da força de trabalho, se adota, como com relação ao capital físico, o método de inventário perpétuo (perpetual inventory method). Se parte dos anos totais de escolarsiade TS:
X
XtXXXtX
DAT
DATt
PdrESTl
h
1,1,)1(
0
0
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Medidas do Capital Humano
A escolaridade secundária em 1960 (ES60) é a razão bruta de matriculas. Ela refere-se ao total de matrículas, independente da idade que corresponde oficialmente ao nível de educação. As estimativas são baseadas na International Standard Classification Education (ICSED).
A educação secundária completa a provisão de educação básica que se inicia no ensino primário e visa estabelecer os fundamentos do aprendizado ao longo da vida e do desenvolvimento humano oferecendo uma instrução mais orientada e professores mais especializados.
A educação secundária pode ser vista como um requisito para o treinamento superior e para a difusão de inovações tecnológicas e de processos produtivos e administrativos. O sinal esperado para esta variável nas regressões do tipo cross country é, então, positivo.
13
Medidas Qualitativas do Capital Humano
Os dados quantitativos são importantes porque eles são usados nas análises empíricas e eles fornecem uma medida do impacto do capital humano no crescimento econômico.
Infelizmente, na maior parte dos resultados eles não são
satisfatórios. Isto não significa mas o capital humano não é imortante para o crescimento. É necessário achar medidas que avaliem qualitativamente a educação.
Outras medidas usadas como uma proxy da educação são: 1) o gasto público em educação; 2) a razão estudantes/professores; 3) a despesa com gastos em salários com professores.
14
O Modelo de Mankiw, Romer e Weil (1992)
MRW (1992) [Contribution to Empirics of Economic
Growth] destacaram que o modelo de Solow poderia ser
melhorado ao incluir-se o capital humano – isto é – ao
reconhecer-se que a mão-de-obra de diferentes
economias tem diferentes níveis de instrução e
qualificação.
This paper takes Robert Solow seriously. [MRW (1992)]
15
Definições de Capital Humano
Gary Becker (1962) - capital humano é
qualquer atividade que implique num custo no período corrente e que aumente a produtividade no futuro pode ser analisada dentro da estrutura da teoria do investimento.
16
As Origens da Teoria do Capital Humano
Adam Smith (1776, livro I - cap. 10) – Riqueza das Nações
17
As Origens da Teoria do Capital Humano
Alfred Marshall (1920) - Principles of Economics
The most valuable of all capital is that invested in human beings.
18
As Origens da Teoria do Capital Humano
A Escola de Chicago
Gary Becker (1960,1964)
Jacob Mincer (1960)
Theodore Schultz (1961)
19
A cronologia dos investimentos em capital humano (Jacob Mincer)
Segundo Jacob Mincer as várias categorias dos investimentos em capital humano ordem ser descritas numa cronologia do ciclo-de-vida:
1 - os recursos alocados nos cuidados das crianças e com o
desenvolvimento infantil representados pelos investimentos em pré-escola;
2 - os investimentos na educação escolar formal; 3 - investimentos em “job training”, “learning” , “job search” e
migração; 4 - investimentos em saúde e manutenção que continuam ao longo
da vida (exercícios físicos);
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Capital Humano e Crescimento Econômico
- Aukrust (1959)
- Schultz (1960, 1961)
- Uzawa (1965)
- Deninson (1962) – growth accouting
- Romer, Paul (1987, 1989)- endógeno
- Robert Lucas (1988) - endógeno
- Mankiw, Romer & Weil (1992), QJE - Solow
- Romer, David (1992) - Solow
21
O modelo discreto de investimento capital humano - os pressupostos básicos
0
Wcol
Whs
anos 65 22 18
-H
Custos diretos
Custos indiretos
Age earning profile
22
O modelo de investimento capital humano - o modelo básico em tempo contínuo
Seja:
Ci = custos marginais de uma unidade de educação e treinamento no período;
Ri= retorno do treinamento no período;
r = taxa de juros;
t = período de aprendizado ou educação;
T = período final.
23
O modelo de investimento capital humano - o modelo básico em tempo contínuo
O indivíduo irá investir em capital humano até
o ponto no qual os retornos marginais da educação sejam iguais aos custos marginais (benefícios marginais), isto é:
t -rt T -ri
Ci e di = Ri e di
0 t
24
O modelo de investimento capital humano - o modelo básico em tempo contínuo - implicações
(1) quanto maior o hiato entre T e t, maiores serão os retornos da educação – ceteris paribus;
(2) quanto menor for o sacrifício tem termos de custo Ci, envolvidos no investimento em capital humano, maior será o investimento;
(3) quanto maiores forem os retornos da educação [Ri], maiores serão os investimentos em educação;ceteris paribus;
25
Retornos Privados da Educação 1999-2000 Países da OECD
26
Retornos da Educação
Social Private
Primary Secondary Higher Primary Secondary Higher
Asia 16.2 11.1 11.0 20.0 15.8 18.2
Europe/Middle East/ North Africa 15.6 9.7 9.9 13.8 13.6 18.8
Latin America/Caribbean 17.4 12.9 12.3 26.6 17.0 19.5
OECD 8.5 9.4 8.5 13.4 11.3 11.6
Sub-Saharan Africa 25.4 18.4 11.3 37.6 24.6 27.8
World 18.9 13.1 10.8 26.6 17.0 19.0
Source: Psacharopoulos and Patrinos, World Bank 2002
27
O modelo de investimento capital humano - o modelo básico em tempo contínuo - implicações
(4) quanto maior for a taxa de juros [r], menor será a demanda por educação, ceteris paribus;
(5) os investimentos em educação tendem a ocorrer à medida em que os benefícios marginais descontados excedem os custos marginais descontados. Em outras palavras, para haver investimentos em educação, os retornos devem ser positivos.
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Implicações da teoria do capital humano: com relação aos custos
(i) qualquer fator que reduza os custos da educação deve levar a um aumento das matriculas escolares;
Assim, bolsas de estudo, desconto, crédito educativo, cursos noturnos, cursos de fim de semana (mestrado profissional), curso com prazo de jubilamento estendido, devem tornar as matriculas mais atrativas.
29
Implicações da teoria do capital humano: com relação a idade
(ii) as matriculas nas escolas e universidade estão concentradas entre os jovens adultos.
Isto ocorre por duas razões principais:
(1) as pessoas mais velhas permanecerão menos tempo no mercado de trabalho para recuperar os custos do seu investimento;
(2) a segunda razão pela qual as matriculas declinam com a idade são que os custos de oportunidade são maiores quanto mais velho fica o indivíduo.
30
Implicações da teoria do capital humano: com relação a continuidade na força de trabalho
(iii) Uma terceira predição da teoria do capital humano é que as pessoas que não esperam trabalhar de forma contínua na força de trabalho devem ter menores taxas de matriculas. A razão disto é que ela tem menos tempo para recuperar seu investimento.
Esta predição é sustentada pela tendência da participação das mulheres no mercado de trabalho com carreira interrompida, que tem um menor retorno do capital humano.
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Implicações da teoria do capital humano: com relação aos diferenciais de rendimento
(iv) Uma quarta predição do modelo é que as pessoas com mais anos de educação devem também ter maiores rendimentos nos seus anos de pico.
Isto é devido a duas razões fundamentais: (1) altos rendimentos são necessários para compensar
os custos incorridos com os anos adicionais de escolaridade;
(2) as pessoas com mais anos de educação tem menos
anos para recuperar seus investimentos em educação;
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Capital Humano e a Facilidade da Adoção de Novas Tecnologias
Uma mão de obra educada deve ser considerada como sendo um insumo tanto para os processos de inovação tecnológica (engenheiros, físicos, matemáticos, estatísticos, médicos, biólogos etc.) como de difusão tecnológica.
A capacidade de uma nação de adotar e implementar uma nova tecnologia seria função de seu estoque prévio de capital humano.
33
Capital Humano e a facilidade da adoção de novas tecnologias
- Nelson & Phelps (1966), ERA
- Finnis Welch (1970), JPE
- Barro & Sala-i-Martin (1994)
- Paul Romer (1990)
34
Contribuições ao crescimento econômico em países da OECD: 1990-98
Source: OECD Economic Outlook, December 2000, Table A3.1; OECD Education at a Glance 2001, pp.48-52.
35
Mankiw, Romer, and Weil, 1992
Título: A Contribution to the Empirics of Economic Growth
Fonte: Quarterly Journal of Economics v107, n2 (May 1992): 407-37
Este artigo examina se o modelo de crescimento econômico de Solow é consistente com as varições internacionais nos padrões de vida. Ele mostra que o modelo de Solow ampliado que inclua a acumulação de capital humano, bem como a acumulação de capital físico prove uma excelente descrição para os dados de cross country. O artigo também examina as implicações do modelo de Solow para a hipótese de convergência em termos de padroes de vida, isto é, se os países pobres tendem a crescer mais rapidamente que os países ricos. Como veremos, a evidência apresentada por MRW (1992) indica que, mantida constante da taxa de crescimento populacional e a taxa de investimento, os países convergem a taxa predita pelo modelo de Solow.
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Objetivo do Modelo de MRW (1992)
Apresentar um modelo simples de acumulação de capital físico e humano e de crescimento.
37
Pressupostos (i) o produto é dado por: 1--
Y(t) = K(t) H(t) [A(t) N(t)] > 0 ; > 0 e + < 1 Y - produto ; H – estoque de capital humano;
K – estoque de capital físico; N – número de trabalhadores; –
A(t) nível tecnológico; Há retornos constantes de escala quando levamos em conta, K, N e
H.
38
Pressupostos
(ii) no que se refere a taxa de crescimento do capital e da força de trabalho temos que:
K(t) = sk Y(t) N(t) = nN(t)
sk – é a fração do produto devotado a acumulação de capital físico. Aqui, assumimos, por simplificação, que não há depreciação do capital físico.
39
Pressupostos
(iii) assumimos que há uma taxa de progresso tecnológico que é constante e exógena:
A(t) = g A(t)
Taxa de crescimento do progresso tecnológico
40
Pressupostos
(iv) a acumulação do capital humano é modelada do mesmo modo que o capital físico:
H(t) = shY(t)
onde: sh é a fração de recursos que é alocada a
acumulação de capital humano.
41
A Dinâmica da Economia
(v) assumimos que:
k = (K/AN) ; h = (H/AN) e y = Y/NA.
Isto implica que:
y(t) = k (t) h(t)
Função de produção na sua forma intensiva
42
A Dinâmica da Economia
2
k(t) = [K(t)/A(t)N(t)] – {[K(t)/A(t)N(t)] } * [A(t)N(t) + N(t) A(t)] = [skY(t)/A(t)N(t)] – [K(t)/A(t)N(t)]{[N(t)/N(t)] + [A(t)/A(t)] = sky(t) – (n+g) k(t)
43
A Dinâmica da Economia
k (t) = skk(t) h(t) – (n+g)k(t)
Esta é a equação fundamental de acumulação de capital físico da economia.
44
A Dinâmica da Economia
Quando k = 0, temos que:
skk h = (n+g)k
Esta condição é equivalente a: (1- ) 1/(1-) /(1-)
k = [sk/(n+g)] h ou k = [sk/(n+g)] h
45
A Dinâmica da Economia 1/(1-) /(1-)
k = [sk/(n+g)] h
As combinações de k e h que satisfazem esta condição são vistas abaixo. Dado que < (1-) a segunda derivada de k com relação a h ao longo deste locus é negativa, o que implica que a taxa de variação do estoque de capital é crescente em h.
●
Assim, a direita de k=0 o locus k é positivo e a direita é negativo.
46
A Dinâmica da Economia
0
k
h
k = 0
k < 0
k > 0
k*
47
A Dinâmica da Economia
h(t) = shk(t) h(t) - (n+g) h(t) quando h(t) = 0 temos que: 1/ (1-)/)
shk h = (n+g) ou k = [(n+g)/sh] h
Visto que 1- > , sua derivada é positiva, sendo h positivo acima deste locus, e a direita ele é negativo.
48
A Dinâmica da Economia
0
k
h
h > 0
h < 0
h = 0
49
A Dinâmica da Economia
0
k
h
h > 0
h = 0
k = 0
k < 0
k > 0
h < 0
h > 0
k > 0
h < 0
k < 0
E
h*
k*
50
A Dinâmica da Economia
O ponto E é globalmente estável: qualquer que seja o
ponto inicial da economia, ela converge para o ponto E,
e lá permanece.
Quando a economia alcança o ponto E, ela está sobre a
sua trajetória de crescimento balanceado.
51
Os valores de k* e h* no estado estacionário
HKHH
n
ssk HK
1
11
*
HkKK
n
ssh HK
1
11
*
52
A Dinâmica da Economia
0
k
h
h = 0
ko = 0
E
h*
k*
k1 = 0
53
A Dinâmica da Economia
Na trajetória de crescimento balanceado, k, h e y são
constantes e o total do capital físico (K), do capital
humano (H) e do produto (Y) estão crescendo a taxa
(n+g) e capital físico por trabalhador (k), o capital
humano por trabalhador (h) e o produto por trabalhador
(y) estão crescendo a taxa [g].
Assim, a taxa de crescimento de longo prazo no modelo
de Solow, com capital humano, é determinada pela taxa
exógena de progresso técnico.
54
A Dinâmica de Transição
Durante a transição entre as duas trajetórias de crescimento balanceado, o produto por trabalhador está crescendo tanto pela razão usual de que A está crescendo e porque k e h estão também crescendo. Portanto, o produto por trabalhador está crescendo a uma taxa maior do que g.
Quando a economia alcança a sua nova trajetória de crescimento balanceado, k, h são devo constantes e a taxa de crescimento do produto por trabalhador retorna a g.
55
A Dinâmica de Transição
Assim, vemos que, um aumento permanente na taxa de poupança (sk) leva a apenas um aumento temporário na taxa de crescimento da economia.
Portanto, em termos de implicações qualitativas, o modelo de Solow como capital humano tem implicações quase idênticas ao modelo original desenvolvido por Solow (1956).
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Implicações Quantitativas
Seja k* e h* os valores de k e h sobre a trajetória de crescimento balanceado. Visto que
k = h = 0
na trajetória de crescimento balanceado, temos que: Skk* h* = (n+g)k* Shk h* = (n+g)h*
57
Implicações Quantitativas
Tomando o logaritmo da expressões anteriores temos que:
ln(sk) + ln(k*) + ln(h*) = ln (n+g) + ln(k*)
ln (sh) + ln k* + ln(h*) = ln (n+g) + ln (h*)
58
Implicações Quantitativas
Resolvendo estas duas equações lineares para k* e h*, obtemos:
ln(k*) = [(1-)/(1--)] lnsk + [/(1--)]lnsh - (1/1--) ln (n+g)
ln(h*) = [(1-)/(1--)] lnsk + [(1- )/(1--)]lnsh - (1/1--) ln (n+g)
Dado que a função de produção implica que:
ln(y*) = ln(k*) + ln (h*)
59
Implicações Quantitativas
Substituindo as expressões anteriores em ln(y*), obtemos:
ln(y*)= [/(1--)]ln(sk) + [ /(1--)]ln(sh) - [ + /(1--)]ln(n+g)
Para obtermos algumas implicações quantitativas do modelo, é necessário termos algumas estimativas de (a participação do capital humano no produto).
60
61
O que nos mostram os resultados da tabela II?
Os resultados da tabela II corroboram com as hipóteses do modelo de Solow ampliado (com capital humano), mostrando que os coeficientes sobre o investimento [ln(I/Y)], escolaridade [ln(SCHOOL)] e [ln (n+g+)] somam zero.
A principal conclusão obtida destas equações é que, adicionando-se o capital humano ao modelo de Solow, melhora-se seu desempenho explicativo.
62
O que nos mostram os resultados da tabela II?
A inclusão do capital humano ao modelo de Solow permite eliminar, também, algumas anomalias – tais como os elevados coeficientes do investimento e do crescimento populacional que surgem quando o modelo padrão é confrontado com os dados.
Por fim, os parâmetros estimados parecem ter valores razoáveis e com os sinais previstos pelo modelo.
63
Conclusão
As evidências obtidas por MRW (1992) sugerem que um
modelo que mantém o pressuposto de retornos
decrescentes do capital, mas adota uma visão mais
ampla do capital do que a visão tradicional que leva em
conta apenas o capital físico, nos mostra que a
participação do capital próxima a 1 do que a 1/3 e
provê uma boa aproximação para os dados de cross
country.
64
Conclusão
O modelo se ajustou bem aos dados, indicando
valores para a participação do capital físico e
humano razoáveis e a regressão estimada
explicou cerca de 80% das varições cross-
country no produto por trabalhador.
65
Conclusão
Segundo eles, uma função de produção
consistente com os parâmetros estimados seria:
1/3 1/3 1/3
Y = K H N
66
Conclusão
Os resultados de MRW (1992) indicaram que a elasticidade-renda com respeito ao estoque de capital físico não é substancialmente diferente da participação da renda.
Esta conclusão indica que, ao contrário da sugestão de Romer, que o capital recebe aproximadamente o seu retorno social, o que implica que não há substanciais externalidades com relação a acumulação de capital físico.
67
Conclusão
O modelo de MRW (1992) prediz a existência de convergência controlando-se os determinantes da renda sobre a trajetória de crescimento balanceado ou a convergência condicional.
Eles estimaram que a velocidade de convergência situou-se em torno de 2 % a.a., o que implica que um país alcançaria seu crescimento balanceado em torno de 35 anos.
68
69
70
A taxa de convergência quando é incluída o capital humano
Os resultados empíricos vistos nas tabelas IV e V do artigo, indicam que a inclusão do capital humano no modelo de Solow aumenta a velocidade de convergência, quando comparados com os resultados sem capital humano.
Portanto, a inclusão do capital humano ajuda a explicar alguns dos resultados que a primeira vista pareciam ser anômalos do ponto de vista do modelo padrão de livro texto.
71
A taxa de convergência quando é incluída o capital humano
Outro ponto importante a se destacar com
relação a estas duas tabelas é o aumento do
poder explicativo das equações estimadas como
visto pelo R2.
72
Conclusão Geral I [cf. MRW (1992, p. 433)
... our results indicate that the Solow model is consistent
with the international evidence if one acknowledges the
importance of human as well physical capital. The
augumented Solow model says that diferences in saving,
education, and population growth should explain cross-
country differences in income per capita. Our examination
of data indicates that these three variables explain most
of the international variation.
73
Conclusão Geral II [cf. MRW (1992, p. 409)
Overall, the findings reported in this paper cast doubt on the recent trend
among economists to dismiss the Solow growth model in favour of
endogenous-growth models that assume constant or increasing returns to scale
in capital. One can explain much of the cross-country variation in income while
mantaing the assumption of decreasing returns. This conclusion does not
imply, however, that Solow model is a complete theory of growth: one would
like also to understand the determinants od saving, population growth, and
worldwide technological change, all of which the Solow model treats as
exogenous. Nor does it imply that endogenous-growth model are not
important, for they may provide the right explanation of worldwide
technological change. Our conclusion does imply, however, that the Solow
model gives the right answers to the question it is designed to adress.
Capital Humano e Crescimento Econômico
Resultados de uma
controvérsia recente
75
Regressões de Cross-Country: Crescimento Econômico & Educação
Estudo: Barro (1991)
Período: 1960-85
Proxy para o capital humano: taxa de escolaridade (school enrolment rate)
Interpretação do Impacto: um aumento de 1 p.p na taxa de escolaridade primária (secundária) está associada com um aumento de 2.4 (3.0) p.p na taxa de crescimento do PIB
76
Regressões de Cross-Country: Crescimento Econômico & Educação
Estudo: Levine & Reneult (1992)
Período: 1960-1989
Proxy para o capital humano: taxa de escolaridade secundária em 1960.
Interpretação do Impacto: uma aumento de 1 p.p na taxa de escolaridade secundária está associada com um aumento entre 2,5 a 3,7 p.p em termos de taxa de crescimento per capita.
77
Regressões de Cross-Country: Crescimento Econômico & Educação
Estudo: Murphy, Schleifer e Vishny (1992)
Período: 1970-1985
Proxy para o capital humano: taxa de escolaridade primária em 1960.
Interpretação do Impacto: um aumento de 1 p.p na taxa de escolaridade primária está associada com um aumento de 2.2 p.p na taxa de crescimento per capita.
78
Regressões de Cross-Country: Crescimento Econômico & Educação
Estudo: Hanushek & Kim (1995)
Período: 1960-1990
Número de países: 98
Proxy para o capital humano: anos médios de escola secundária de adultos masculinos no ínicio do período.
Interpretação do Impacto: um ano extra de escolaridade dos homens está associada com um aumento de 0.36 p.p na taxa de crescimento per capita.
79
Regressões de Cross-Country: Crescimento Econômico & Educação
Estudo: Judson (1998)
Período: 1960-1990
Proxy para o capital humano: medida construída para o estoque de capital humano.
Interpretação do Impacto: o aumento de 1 p.p na taxa de crescimento do capital humano está associada cin 11 p.p de aumento na taxa de crescimento do PIB.
80
Regressões de Cross-Country: Crescimento Econômico & Educação
Estudo: Barro & Lee (1994)
Período: 1965-1985
Número de países: 95
Proxy para o capital humano:
Interpretação do Impacto: um ano extra de escolaridade secundária masculina está associada a um aumento de 1.4 % de aumento na taxa de crescimento do PIB.
81
Heckman e Kleenow (1997)
Comparando o coeficiente da educação nas equações do PIB em amostras cross-country com o coeficiente da educação dos modelos microeconômicos a la Mincer, verificam que as estimativas macro e microeconômicas são muito semelhantes, o que parece levar a concluir que não existem externalidades do capital humano.
82
Krueger and Lindahl (1998 e 2000)
Questionam os resultados da literatura macroeconômica que sugeriam que não havia ligação entre os aumentos de educação e crescimento econômico.
Depois de corrigirem as equações para os erros de medida concluíram que os efeitos das variações da educação no crescimento econômico são, pelo menos, da ordem de magnitude das estimativas microeconômicas da rentabilidade da educação. Também verificaram que a taxa de crescimento não depende do nível inicial de educação.
83
De la Fuente and Domenech (2000)
Mostram que o resultado contra-intuitivo da educação não ter influência no crescimento tinha a ver com deficiências dos dados sobre o capital humano utilizado nos outros estudos.
Depois de removerem as deficiências dos dados da OCDE mostram que o capital humano é um fator de produção crucial para explicar o crescimento econômico.
84
Cohen and Soto (2001)
Apresentam uma nova base de dados sobre o capital humano. Esta base de dados tenta incorporar toda a informação disponível de um grande número de fontes:
(i) base de dados da OCDE sobre educação; (ii) Censos nacionais; (iii) surveys publicados pelaUNESCO’s Statistical Yearbook; (iv) censos acessíveis nas páginas dos institutos nacionais de
estatística.
85
Encontraram um valor estimado para a rendibilidade
da educação de 8,4% o qual está … fairly much in line
with the average return obtained from micro data.
Para testarem a robustez do resultado obtido
estimaram uma regressão da taxa de crescimento do
rendimento per capita no aumento dos anos de
educação. O resultado obtido de 8% é muito
semelhante ao acima.
Cohen and Soto (2001)
86
Quando o nível educacional foi colocado como variável explicativa
na equação de crescimento, aparece como não significativamente
diferente de zero. Isto leva-los a concluir:
this settles, at least for these data [the data used in this authors’ paper],
the long standing opposition between the effects of levels and the effects of
the increase of human capital on growth. We find quite simply that levels
are correlated to levels and growth rates to growth rates. Again in this
paper we see that human capital seems to have social returns that are
identical to the private ones.
Cohen and Soto (2001)
87
Sites Sugeridos
http://www.nber.org/papers/w7911 - International Data on
Educational Attainment Updates and Implications – Barro & Lee (2000)
http://www.nuff.ox.ac.uk/Economics/Growth/refs/humanc.htm
http://www.unesco.org.br/
http://post.economics.harvard.edu/faculty/mankiw/data/contr1.pdf
http://www.tfhe.net/
88
Sites Sugeridos
http://www.worldbank.org/research/growth/ddbarle2.htm
http://www.nber.org/pub/barro.lee/
http://www.cid.harvard.edu/ciddata/ciddata.html
http://www.cid.harvard.edu/ciddata/Appendix%20Data%20Tables.xls
http://papers.nber.org/papers/W8365
FIM
TEORIA MACROECONÔMICA II
PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO
UFRGS