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462
O CHAMADO DA FRATERNIDADE DA ROSACRUZ

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Page 1: O CHAMADO DA FRATERNIDADE DA · PDF fileO Chamado da Fraternidade da Rosacruz Análise Esotérica da Fama Fraternitatis R.C. por J. van Rijckenborgh Sub umbra alarum tuarum Jehova

O CHAMADO

DA FRATERNIDADE

DA ROSACRUZ

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O Chamadoda Fraternidade

da Rosacruz

Análise Esotérica da Fama Fraternitatis R.C.

por

J. van Rijckenborgh

Sub umbra alarum tuarum Jehova

2004

Editora Rosacruz – Jarinu – SP – Brasil

Os Segredosda Fraternidade

da Rosacruz

Análise Esotérica do Testamento Espiritual da Ordem da Rosacruz

por

J. van Rijckenborgh

I O Chamado da Fraternidade da Rosacruz (Fama Fraternitatis R. C.)

II O Testemunho da Fraternidade da Rosacruz(Confessio Fraternitatis R. C.)

III As Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreuz (Chymische Hochzeit Christiani Rosenkreutz Anno 1459)

Editora Rosacruz – Jarinu – SP – Brasil

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O Chamadoda Fraternidade

da Rosacruz

Análise Esotérica da Fama Fraternitatis R.C.

por

J. van Rijckenborgh

Sub umbra alarum tuarum Jehova

2004

Editora Rosacruz – Jarinu – SP – Brasil

Os Segredosda Fraternidade

da Rosacruz

Análise Esotérica do Testamento Espiritual da Ordem da Rosacruz

por

J. van Rijckenborgh

I O Chamado da Fraternidade da Rosacruz (Fama Fraternitatis R. C.)

II O Testemunho da Fraternidade da Rosacruz(Confessio Fraternitatis R. C.)

III As Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreuz (Chymische Hochzeit Christiani Rosenkreutz Anno 1459)

Editora Rosacruz – Jarinu – SP – Brasil

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Índice

PREFÁCIO DO AUTOR À PRIMEIRA EDIÇÃO HOLANDESA

(1939) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IX

PREFÁCIO DO AUTOR À SEGUNDA EDIÇÃO HOLANDESA

(1965) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XI

FAMA FRATERNITATIS R.C.

AO LEITOR QUE PODE COMPREENDER A SABEDORIA . . . . . . XVII

FAMA FRATERNITATIS R.C. OU MANIFESTO DA FRATERNIDADE

DA MUI LOUVÁVEL ORDEM DA ROSACRUZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XXI

ANÁLISE ESOTÉRICA DA FAMA FRATERNITATIS R.C.

INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1 A METADE DESCONHECIDA DO MUNDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

2 A ILUSÃO DA CIÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

3 O LIVRO M . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

4 DO GOLFO ARÁBICO AO EGITO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

5 OS MISTÉRIOS DE FEZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

6 A VIAGEM À ESPANHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

7 O TRIÂNGULO ÍGNEO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

8 TEOFRASTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101

9 DE VOLTA PARA A ALEMANHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111

10 A REFORMA MODERNA NA ALEMANHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123

Copyright © 1939 – Rozekruis Pers, Haarlem, HolandaTítulo original

DE ROEP DER BROEDERSCHAP VAN HET ROZENKRUIS

Traduzido da edição francesa de 1983L’APPEL DE LA FRATERNITÉ DE LA ROSE-CROIX

2004IMPRESSO NO BRASIL

Lectorium Rosicrucianum

Escola Internacional da Rosacruz Áurea

Sede [email protected]

No [email protected]

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Rijckenborgh, J. vanO chamado da Fraternidade da Rosacruz: análise

esotérica da Fama Fraternitatis R. C. / J. van Rijckenborgh ;tradução Lectorium Rosicrucianum. -- Jarinu, SP: Rosacruz, 2004. -- (Os segredos da Fraternidade da Rosacruz ; 1) 464 p.; 21cm

Título original: De roep der Broederschap van het Rozenkruis

ISBN 85-88950-15-4

1. Rosacrucianismo I. Título. II. Série.

04-5002 CDD:135.43

Índices para catálogo sistemático:1. Fraternidade da Rosacruz : Tradições esotéricas 135.43

2. Rosacrucianismo : Tradições esotéricas 135.433. Rosacruz clássica : Tradições esotéricas 135.43

Todos os direitos desta edição reservados à

EDITORA ROSACRUZCaixa Postal 39 – 13 240 000 – Jarinu – SP – Brasil

Tel (11) 4016.4234 - fax 4016.3405 www.editorarosacruz.com.br [email protected]

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Índice

PREFÁCIO DO AUTOR À PRIMEIRA EDIÇÃO HOLANDESA

(1939) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IX

PREFÁCIO DO AUTOR À SEGUNDA EDIÇÃO HOLANDESA

(1965) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XI

FAMA FRATERNITATIS R.C.

AO LEITOR QUE PODE COMPREENDER A SABEDORIA . . . . . . XVII

FAMA FRATERNITATIS R.C. OU MANIFESTO DA FRATERNIDADE

DA MUI LOUVÁVEL ORDEM DA ROSACRUZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XXI

ANÁLISE ESOTÉRICA DA FAMA FRATERNITATIS R.C.

INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1 A METADE DESCONHECIDA DO MUNDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

2 A ILUSÃO DA CIÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

3 O LIVRO M . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

4 DO GOLFO ARÁBICO AO EGITO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

5 OS MISTÉRIOS DE FEZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

6 A VIAGEM À ESPANHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

7 O TRIÂNGULO ÍGNEO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

8 TEOFRASTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101

9 DE VOLTA PARA A ALEMANHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111

10 A REFORMA MODERNA NA ALEMANHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123

Copyright © 1939 – Rozekruis Pers, Haarlem, HolandaTítulo original

DE ROEP DER BROEDERSCHAP VAN HET ROZENKRUIS

Traduzido da edição francesa de 1983L’APPEL DE LA FRATERNITÉ DE LA ROSE-CROIX

2004IMPRESSO NO BRASIL

Lectorium Rosicrucianum

Escola Internacional da Rosacruz Áurea

Sede [email protected]

No [email protected]

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Rijckenborgh, J. vanO chamado da Fraternidade da Rosacruz: análise

esotérica da Fama Fraternitatis R. C. / J. van Rijckenborgh ;tradução Lectorium Rosicrucianum. -- Jarinu, SP: Rosacruz, 2004. -- (Os segredos da Fraternidade da Rosacruz ; 1) 464 p.; 21cm

Título original: De roep der Broederschap van het Rozenkruis

ISBN 85-88950-15-4

1. Rosacrucianismo I. Título. II. Série.

04-5002 CDD:135.43

Índices para catálogo sistemático:1. Fraternidade da Rosacruz : Tradições esotéricas 135.43

2. Rosacrucianismo : Tradições esotéricas 135.433. Rosacruz clássica : Tradições esotéricas 135.43

Todos os direitos desta edição reservados à

EDITORA ROSACRUZCaixa Postal 39 – 13 240 000 – Jarinu – SP – Brasil

Tel (11) 4016.4234 - fax 4016.3405 www.editorarosacruz.com.br [email protected]

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Prefácio do autor à primeira edição holandesa

(1939)

É com grande alegria e com profundo agradecimentointerior que cumpro aqui minha missão, apresentando,antes do decorrer da primeira metade do ano de 1939,meus comentários sobre a Fama Fraternitatis R. C., deJohannes Valentinus Andreæ. É chegado o momentode abrir o testamento espiritual velado da Fraterni-dade da Rosacruz e de trazer à luz os tesouros que elecontém.

Ao longo dos séculos, o trabalho dos Irmãos daRosacruz sempre foi totalmente incompreendido. Umgrande número de esoteristas, influenciados pela magiaoriental, causaram-lhe dano incalculável com suas pu-blicações nas quais obscureceram, assim, o brilho daluz da Rosacruz com ensinamentos exóticos. Em muitasdessas obras reconhecemos o clássico inimigo, sempreocupado em sufocar a semente no campo. Entretanto,o grande trabalho de preparação ainda prossegue e,agora que a humanidade se aproxima de uma transfor-mação mundial, quando o branco e o preto deverãodefinir-se com toda a nitidez, e quando a falsidade forsubmetida a julgamento, então os selos do livro dosmistérios serão rompidos para permitir que a antiga ver-dade seja transmitida, em toda a sua pureza, àquelesque a merecem, em uma época em que esta verdadepode ser vivenciada como força.

11 A LINGUAGEM SECRETA DO VOCABULÁRIO DE AQUÁRIO 135

12 A NOVA MORADA DO ESPÍRITO SANTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147

13 OS PRINCÍPIOS BÁSICOS IMUTÁVEIS DOS ROSACRUZES . . . . 159

14 O CONTRATO SÊXTUPLO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169

15 O MÉTODO DE TRABALHO MÁGICO DOS IRMÃOS DA

ROSACRUZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181

16 O CONDE DE NORFOLK . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193

17 OS TRÊS DEGRAUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205

18 O PREGO MISTERIOSO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215

19 O SEGREDO DA ROTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 229

20 O ALTAR CIRCULAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241

21 AS TRÊS PARTES DO SEPULCRO DE C.R.C. . . . . . . . . . . . . . . . . 253

22 O VOCABULÁRIO, O ITINERÁRIO E A VIDA DE

PARACELSO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263

23 O LIVRO T . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273

24 O ELOGIO DO LIVRO T . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283

25 O MISTÉRIO DE GAZA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293

26 MINUTUS MUNDUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 303

27 A REFORMA GERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 315

28 A RELIGIÃO DOS ROSACRUZES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 325

29 OS DOIS SACRAMENTOS DOS ROSACRUZES . . . . . . . . . . . . . . . . 335

30 A CONFISSÃO POLÍTICA DOS ROSACRUZES . . . . . . . . . . . . . . . . . 345

31 O AUXÍLIO SECRETO DOS ROSACRUZES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 355

32 JESU EX OMNI PARTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 365

33 A FABRICAÇÃO DE OURO AO LONGO DOS SÉCULOS . . . . . . 375

34 O ÍNDEX PROIBIDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 387

35 UM ENCONTRO COM OS IRMÃOS MAIORES DA

ROSACRUZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 399

36 O EDIFÍCIO INVISÍVEL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 411

IX

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Prefácio do autor à primeira edição holandesa

(1939)

É com grande alegria e com profundo agradecimentointerior que cumpro aqui minha missão, apresentando,antes do decorrer da primeira metade do ano de 1939,meus comentários sobre a Fama Fraternitatis R. C., deJohannes Valentinus Andreæ. É chegado o momentode abrir o testamento espiritual velado da Fraterni-dade da Rosacruz e de trazer à luz os tesouros que elecontém.

Ao longo dos séculos, o trabalho dos Irmãos daRosacruz sempre foi totalmente incompreendido. Umgrande número de esoteristas, influenciados pela magiaoriental, causaram-lhe dano incalculável com suas pu-blicações nas quais obscureceram, assim, o brilho daluz da Rosacruz com ensinamentos exóticos. Em muitasdessas obras reconhecemos o clássico inimigo, sempreocupado em sufocar a semente no campo. Entretanto,o grande trabalho de preparação ainda prossegue e,agora que a humanidade se aproxima de uma transfor-mação mundial, quando o branco e o preto deverãodefinir-se com toda a nitidez, e quando a falsidade forsubmetida a julgamento, então os selos do livro dosmistérios serão rompidos para permitir que a antiga ver-dade seja transmitida, em toda a sua pureza, àquelesque a merecem, em uma época em que esta verdadepode ser vivenciada como força.

11 A LINGUAGEM SECRETA DO VOCABULÁRIO DE AQUÁRIO 135

12 A NOVA MORADA DO ESPÍRITO SANTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147

13 OS PRINCÍPIOS BÁSICOS IMUTÁVEIS DOS ROSACRUZES . . . . 159

14 O CONTRATO SÊXTUPLO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169

15 O MÉTODO DE TRABALHO MÁGICO DOS IRMÃOS DA

ROSACRUZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181

16 O CONDE DE NORFOLK . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193

17 OS TRÊS DEGRAUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205

18 O PREGO MISTERIOSO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215

19 O SEGREDO DA ROTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 229

20 O ALTAR CIRCULAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241

21 AS TRÊS PARTES DO SEPULCRO DE C.R.C. . . . . . . . . . . . . . . . . 253

22 O VOCABULÁRIO, O ITINERÁRIO E A VIDA DE

PARACELSO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263

23 O LIVRO T . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273

24 O ELOGIO DO LIVRO T . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283

25 O MISTÉRIO DE GAZA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293

26 MINUTUS MUNDUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 303

27 A REFORMA GERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 315

28 A RELIGIÃO DOS ROSACRUZES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 325

29 OS DOIS SACRAMENTOS DOS ROSACRUZES . . . . . . . . . . . . . . . . 335

30 A CONFISSÃO POLÍTICA DOS ROSACRUZES . . . . . . . . . . . . . . . . . 345

31 O AUXÍLIO SECRETO DOS ROSACRUZES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 355

32 JESU EX OMNI PARTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 365

33 A FABRICAÇÃO DE OURO AO LONGO DOS SÉCULOS . . . . . . 375

34 O ÍNDEX PROIBIDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 387

35 UM ENCONTRO COM OS IRMÃOS MAIORES DA

ROSACRUZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 399

36 O EDIFÍCIO INVISÍVEL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 411

IX

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X

Segundo a exigência da Rosacruz, foi observada amaior simplicidade de expressão possível; é por estemotivo que escolhemos a forma de alocução a fim deque a palavra bíblica “faze-os entrar” não encontre ne-nhum obstáculo.

Do fundo do coração, o autor espera que suas gra-ves limitações que possam atrapalhar a execução desua missão sejam abolidas pela força de Cristo. É comesta esperança que ele apresenta este livro a todos osque desejam carregar a cruz de Cristo.

Haarlem, 1939 John Twine

XI

Prefácio do autor à segunda edição holandesa

(1965)

Exatamente vinte e seis anos após a primeira edição –cabalisticamente 26 equivale ao número 8, número deSaturno, que no sentido espiritual superior é o guardiãodo portal que leva à vida libertadora – é-nos dadopublicar uma nova versão da Fama Fraternitatis R.C.,O chamado da Fraternidade da Rosacruz. Este livrorepresenta o primeiro volume da obra intitulada: Ossegredos da Fraternidade da Rosacruz, os comentáriosdo testamento espiritual dos irmãos rosacruzes.

Muitos acontecimentos anunciados, ou aos quais sealudiu na primeira edição, aconteceram nesse meio-tempo, enquanto a influência de Aquário vinha se tor-nando cada vez mais ativa. Mais do que nunca, a FamaFraternitatis R.C. é um apelo muito urgente enviadopela Fraternidade da Luz do Outro Reino. Esse apelo édirigido a todos os que, no presente, compreenderãoos sinais dos tempos e começam a ver que vivemos osdias finais do presente ciclo de manifestação.

Mediante suas forças, que penetram toda a atmosfe-ra e que tocam todos os homens, sem exceção, Aquárioainda permite que todo aquele que quiser possa per-correr o caminho da libertação e entrar no novo estadode vida para o qual os mistérios cristãos, que se encon-tram no Novo Testamento, quiseram preparar a huma-nidade.

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X

Segundo a exigência da Rosacruz, foi observada amaior simplicidade de expressão possível; é por estemotivo que escolhemos a forma de alocução a fim deque a palavra bíblica “faze-os entrar” não encontre ne-nhum obstáculo.

Do fundo do coração, o autor espera que suas gra-ves limitações que possam atrapalhar a execução desua missão sejam abolidas pela força de Cristo. É comesta esperança que ele apresenta este livro a todos osque desejam carregar a cruz de Cristo.

Haarlem, 1939 John Twine

XI

Prefácio do autor à segunda edição holandesa

(1965)

Exatamente vinte e seis anos após a primeira edição –cabalisticamente 26 equivale ao número 8, número deSaturno, que no sentido espiritual superior é o guardiãodo portal que leva à vida libertadora – é-nos dadopublicar uma nova versão da Fama Fraternitatis R.C.,O chamado da Fraternidade da Rosacruz. Este livrorepresenta o primeiro volume da obra intitulada: Ossegredos da Fraternidade da Rosacruz, os comentáriosdo testamento espiritual dos irmãos rosacruzes.

Muitos acontecimentos anunciados, ou aos quais sealudiu na primeira edição, aconteceram nesse meio-tempo, enquanto a influência de Aquário vinha se tor-nando cada vez mais ativa. Mais do que nunca, a FamaFraternitatis R.C. é um apelo muito urgente enviadopela Fraternidade da Luz do Outro Reino. Esse apelo édirigido a todos os que, no presente, compreenderãoos sinais dos tempos e começam a ver que vivemos osdias finais do presente ciclo de manifestação.

Mediante suas forças, que penetram toda a atmosfe-ra e que tocam todos os homens, sem exceção, Aquárioainda permite que todo aquele que quiser possa per-correr o caminho da libertação e entrar no novo estadode vida para o qual os mistérios cristãos, que se encon-tram no Novo Testamento, quiseram preparar a huma-nidade.

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XII

É por esse motivo que a Fama Fraternitatis R.C.,sempre nova e atual, faz novamente ressoar a mensa-gem da salvação: “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”.

Quem tem ouvidos para ouvir reconhecerá na Famae em seus comentários a verdade libertadora que, maisdo que nunca, pode ser percebida como força no decor-rer da era de Aquário.

Nosso íntimo voto, nestes tempos do fim, é que omaior número de pessoas possa ainda segurar a mãoque Cristo estende à humanidade, mediante as corren-tes de força de Aquário, para que a colheita possa sergrande, muito grande.

Haarlem, 1965 J. van Rijckenborgh

Frontispício da primeira edição conjunta da versão alemã da

Fama Fraternitatis R.C. e da versão latina da

Confessio Fraternitatis R.C., Kassel, 1615.

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XII

É por esse motivo que a Fama Fraternitatis R.C.,sempre nova e atual, faz novamente ressoar a mensa-gem da salvação: “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”.

Quem tem ouvidos para ouvir reconhecerá na Famae em seus comentários a verdade libertadora que, maisdo que nunca, pode ser percebida como força no decor-rer da era de Aquário.

Nosso íntimo voto, nestes tempos do fim, é que omaior número de pessoas possa ainda segurar a mãoque Cristo estende à humanidade, mediante as corren-tes de força de Aquário, para que a colheita possa sergrande, muito grande.

Haarlem, 1965 J. van Rijckenborgh

Frontispício da primeira edição conjunta da versão alemã da

Fama Fraternitatis R.C. e da versão latina da

Confessio Fraternitatis R.C., Kassel, 1615.

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Tradução do frontispício da edição de 1615:

Fama Fraternitatis R.C.

Este é o manifesto da Fraternidade da

mui louvável Ordem da Rosacruz,dirigido a todos os eruditos e governantes

da Europa, e também uma

Confessionunca antes impressa, escrita em latim eacompanhada de sua tradução em alemão,ora publicada e confiada a todas as almashonradas e de bom coração, devido àinstância de muitos e com o objetivo de

auxiliá-los.

De um Philomagus (amante da magia)que anseia pela Luz, Verdade e Paz,

tão caras para ele.

Impresso em Kassel, por Wilhelm Wessel,no ano de 1615.

Fama Fraternitatis R.C.

ou

Manifesto da Fraternidade da mui louvável

Ordem da Rosacruz

dirigida a todos os eruditos e governantes da Europa

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Tradução do frontispício da edição de 1615:

Fama Fraternitatis R.C.

Este é o manifesto da Fraternidade da

mui louvável Ordem da Rosacruz,dirigido a todos os eruditos e governantes

da Europa, e também uma

Confessionunca antes impressa, escrita em latim eacompanhada de sua tradução em alemão,ora publicada e confiada a todas as almashonradas e de bom coração, devido àinstância de muitos e com o objetivo de

auxiliá-los.

De um Philomagus (amante da magia)que anseia pela Luz, Verdade e Paz,

tão caras para ele.

Impresso em Kassel, por Wilhelm Wessel,no ano de 1615.

Fama Fraternitatis R.C.

ou

Manifesto da Fraternidade da mui louvável

Ordem da Rosacruz

dirigida a todos os eruditos e governantes da Europa

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XVI XVII

Marca tipográfica de Wilhelm Wessel,

impressor da primeira edição

da Fama Fraternitatis R.C.

Ao leitor que compreendea sabedoria

A sabedoria, assim diz Salomão, é um tesouro inesgo-tável para o homem, pois ela é o alento da força divi-na e um raio da glória do Todo-Poderoso. Ela é o refle-xo da luz eterna, espelho imaculado do poder divino eimagem de sua bondade. Ela ensina disciplina, discer-nimento, justiça e fortaleza. Compreende palavras vela-das e resolve enigmas, prevê sinais e prodígios e sabeo que acontecerá futuramente.

Antes da queda, esse tesouro foi privilégio absolutode nosso primeiro pai, Adão. Isso se mostra por haverele podido – após Deus, o Senhor, ter-lhe trazido todosos animais do campo e todos os pássaros do céu – dara todos o nome próprio que lhes convinha em virtudede sua natureza.

Apesar de essa maravilhosa jóia da sabedoria tersido perdida pela triste queda no pecado e, agora, tre-vas e incompreensão reinarem no mundo, Deus, oSenhor, permitiu, contudo, que essa sabedoria às vezesdesabrochasse e aparecesse para alguns de seus ami-gos. Assim, o sábio rei Salomão testemunha de simesmo que, pela sua súplica ininterrupta e pelo seuanseio, recebeu tal sabedoria de Deus, que sabia comoo mundo fora criado, compreendia a força dos elemen-tos, o começo, o meio e o fim dos tempos, conhecia aalteração dos solstícios, as mudanças das estações, os

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XVI XVII

Marca tipográfica de Wilhelm Wessel,

impressor da primeira edição

da Fama Fraternitatis R.C.

Ao leitor que compreendea sabedoria

A sabedoria, assim diz Salomão, é um tesouro inesgo-tável para o homem, pois ela é o alento da força divi-na e um raio da glória do Todo-Poderoso. Ela é o refle-xo da luz eterna, espelho imaculado do poder divino eimagem de sua bondade. Ela ensina disciplina, discer-nimento, justiça e fortaleza. Compreende palavras vela-das e resolve enigmas, prevê sinais e prodígios e sabeo que acontecerá futuramente.

Antes da queda, esse tesouro foi privilégio absolutode nosso primeiro pai, Adão. Isso se mostra por haverele podido – após Deus, o Senhor, ter-lhe trazido todosos animais do campo e todos os pássaros do céu – dara todos o nome próprio que lhes convinha em virtudede sua natureza.

Apesar de essa maravilhosa jóia da sabedoria tersido perdida pela triste queda no pecado e, agora, tre-vas e incompreensão reinarem no mundo, Deus, oSenhor, permitiu, contudo, que essa sabedoria às vezesdesabrochasse e aparecesse para alguns de seus ami-gos. Assim, o sábio rei Salomão testemunha de simesmo que, pela sua súplica ininterrupta e pelo seuanseio, recebeu tal sabedoria de Deus, que sabia comoo mundo fora criado, compreendia a força dos elemen-tos, o começo, o meio e o fim dos tempos, conhecia aalteração dos solstícios, as mudanças das estações, os

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XVIII

notário público do arquiduque Maximiliano, que tam-bém fez um excerto dos escritos teológicos deTeofrasto e redigiu uma dissertação intitulada OsJesuítas. Nesse excerto, ele deseja que todos os cristãossejam verdadeiros jesuítas – ou seja: que caminhem,vivam, estejam e permaneçam em Jesus. Visto que ele,em sua resposta à Fama, denominou os membros daFraternidade da Rosacruz de “homens mui iluminadose jesuítas autênticos”, os jesuítas, que não podiamsuportar isso, prenderam-no e, em retribuição, envia-ram-no às galés, pelo que certamente ainda receberãosua recompensa.

Agora chegou o momento em que a aurora bem-aventurada despontará no final da sombria noite deSaturno. Seu brilho fará empalidecer a claridade da luae as frágeis cintilações da sabedoria celeste, que aindaestão presentes nos homens. Essa aurora é um pressá-gio do sol maravilhoso que, por seus puros raios defogo, fará nascer o dia bem-aventurado que tantos co-rações fervorosos desejam tão ardentemente. À luzdesse dia, todos os tesouros celestes da sabedoria divi-na poderão ser reconhecidos e também todas as coisasocultas e invisíveis do mundo poderão ser vistas emverdade, de acordo com o ensinamento dos primeirospais e dos antigos sábios. Isso será o legítimo rubi real,o carbúnculo precioso e luminoso, que, diz-se, possui eenvia uma luz irradiante na escuridão, que constitui umapanacéia perfeita para todos os corpos, que pode trans-mutar os metais vis no ouro mais puro e afastar oshomens de todas as enfermidades, de todas as angústiase de todas as aflições.

Portanto, que o leitor de boa vontade possa encontraraqui uma exortação para rogar comigo intensamentea Deus, que abra o coração e os ouvidos de todos os

XIX

ciclos do ano e a posição dos astros; compreendiatambém a natureza dos animais domésticos e selva-gens; como o vento se transforma em tempestade; oque as pessoas planejam; conhecia todas as espéciesde plantas e a virtude de suas raízes, e ainda muitascoisas mais.

Não creio que seja possível encontrar alguém quenão deseje esse tesouro tão nobre e que não aspire aconquistá-lo, de todo o seu coração. Mas, como nin-guém pode chegar a essa sabedoria sem que Deusmesmo a conceda e envie do alto seu Espírito Santo,preparamos esta dissertação sobre a Fama e a Confessioda louvável Fraternidade da Rosacruz sob a forma deuma edição pública, para que todos possam lê-la, poisela anuncia e revela claramente tudo o que este mundodecaído deve esperar do futuro quanto a isso.

Por mais que essas coisas possam parecer muitoestranhas para alguns, e muitos possam supor que oque foi publicado pela Fraternidade da Rosacruz sejana verdade o fruto de uma imaginação filosófica cegae não um relato autêntico, entretanto ficará suficiente-mente claro, a partir da Confessio, que aí se encontraoculto muito mais do que se supõe. Todo aquele quenão for totalmente ignorante poderá facilmente obser-var e perceber a intenção deste livro, escrito para oshomens de nosso tempo e nas condições atuais.

Os verdadeiros discípulos da sabedoria e os reaisadeptos da arte espagírica* observarão e compreende-rão melhor essas coisas, e poderão julgá-las de formacompletamente diferente. Isso foi feito por inúmerospersonagens importantes, em especial Adam Haselmeyer,

* Termo alquímico derivado do grego spáo = separar e ageiro = reu-nir. É o equivalente da conhecida forma latina solve et coagula.

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XVIII

notário público do arquiduque Maximiliano, que tam-bém fez um excerto dos escritos teológicos deTeofrasto e redigiu uma dissertação intitulada OsJesuítas. Nesse excerto, ele deseja que todos os cristãossejam verdadeiros jesuítas – ou seja: que caminhem,vivam, estejam e permaneçam em Jesus. Visto que ele,em sua resposta à Fama, denominou os membros daFraternidade da Rosacruz de “homens mui iluminadose jesuítas autênticos”, os jesuítas, que não podiamsuportar isso, prenderam-no e, em retribuição, envia-ram-no às galés, pelo que certamente ainda receberãosua recompensa.

Agora chegou o momento em que a aurora bem-aventurada despontará no final da sombria noite deSaturno. Seu brilho fará empalidecer a claridade da luae as frágeis cintilações da sabedoria celeste, que aindaestão presentes nos homens. Essa aurora é um pressá-gio do sol maravilhoso que, por seus puros raios defogo, fará nascer o dia bem-aventurado que tantos co-rações fervorosos desejam tão ardentemente. À luzdesse dia, todos os tesouros celestes da sabedoria divi-na poderão ser reconhecidos e também todas as coisasocultas e invisíveis do mundo poderão ser vistas emverdade, de acordo com o ensinamento dos primeirospais e dos antigos sábios. Isso será o legítimo rubi real,o carbúnculo precioso e luminoso, que, diz-se, possui eenvia uma luz irradiante na escuridão, que constitui umapanacéia perfeita para todos os corpos, que pode trans-mutar os metais vis no ouro mais puro e afastar oshomens de todas as enfermidades, de todas as angústiase de todas as aflições.

Portanto, que o leitor de boa vontade possa encontraraqui uma exortação para rogar comigo intensamentea Deus, que abra o coração e os ouvidos de todos os

XIX

ciclos do ano e a posição dos astros; compreendiatambém a natureza dos animais domésticos e selva-gens; como o vento se transforma em tempestade; oque as pessoas planejam; conhecia todas as espéciesde plantas e a virtude de suas raízes, e ainda muitascoisas mais.

Não creio que seja possível encontrar alguém quenão deseje esse tesouro tão nobre e que não aspire aconquistá-lo, de todo o seu coração. Mas, como nin-guém pode chegar a essa sabedoria sem que Deusmesmo a conceda e envie do alto seu Espírito Santo,preparamos esta dissertação sobre a Fama e a Confessioda louvável Fraternidade da Rosacruz sob a forma deuma edição pública, para que todos possam lê-la, poisela anuncia e revela claramente tudo o que este mundodecaído deve esperar do futuro quanto a isso.

Por mais que essas coisas possam parecer muitoestranhas para alguns, e muitos possam supor que oque foi publicado pela Fraternidade da Rosacruz sejana verdade o fruto de uma imaginação filosófica cegae não um relato autêntico, entretanto ficará suficiente-mente claro, a partir da Confessio, que aí se encontraoculto muito mais do que se supõe. Todo aquele quenão for totalmente ignorante poderá facilmente obser-var e perceber a intenção deste livro, escrito para oshomens de nosso tempo e nas condições atuais.

Os verdadeiros discípulos da sabedoria e os reaisadeptos da arte espagírica* observarão e compreende-rão melhor essas coisas, e poderão julgá-las de formacompletamente diferente. Isso foi feito por inúmerospersonagens importantes, em especial Adam Haselmeyer,

* Termo alquímico derivado do grego spáo = separar e ageiro = reu-nir. É o equivalente da conhecida forma latina solve et coagula.

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XX

Fama Fraternitatis Rosæ Crucis

ou

Manifesto da Fraternidade da mui louvável

Ordem da Rosacruz

A TODOS OS CHEFES DE ESTADO, ILUSTRES E ERUDITOS DA EUROPA

Nós, Irmãos da Fraternidade da R.C., oferecemos nossasaudação, nosso amor e nossa oração a todos os quelêem nossa Fama de inspiração cristã.

Como o Deus único, sábio e misericordioso, tem der-ramado, nestes últimos tempos, sua graça e sua bonda-de com tanta profusão sobre o gênero humano, a fimde que ele se aprofunde ainda mais tanto no conheci-mento de seu Filho como no conhecimento da nature-za, podemos, com toda razão, falar de um tempo feliz,pois Ele não somente nos revelou e nos fez descobrira metade desconhecida e oculta do mundo, como mos-trou inúmeras obras e criaturas prodigiosas da nature-za, antes jamais vistas, e também fez surgir homensmui iluminados e dotados de nobreza de espírito que,em parte, recuperaram a honra das artes degradadas e

que ouvem e compreendem mal e lhes dê sua bênção,a fim de que, contemplando a natureza, cheios deadmiração, eles possam reconhecê-lo completamenteem sua onipotência, rendendo-lhe louvor, honra e gló-ria, e concedendo ao próximo o amor, o auxílio, o con-solo e a força, e a todos os doentes, a cura.

Amém.

XXI

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XX

Fama Fraternitatis Rosæ Crucis

ou

Manifesto da Fraternidade da mui louvável

Ordem da Rosacruz

A TODOS OS CHEFES DE ESTADO, ILUSTRES E ERUDITOS DA EUROPA

Nós, Irmãos da Fraternidade da R.C., oferecemos nossasaudação, nosso amor e nossa oração a todos os quelêem nossa Fama de inspiração cristã.

Como o Deus único, sábio e misericordioso, tem der-ramado, nestes últimos tempos, sua graça e sua bonda-de com tanta profusão sobre o gênero humano, a fimde que ele se aprofunde ainda mais tanto no conheci-mento de seu Filho como no conhecimento da nature-za, podemos, com toda razão, falar de um tempo feliz,pois Ele não somente nos revelou e nos fez descobrira metade desconhecida e oculta do mundo, como mos-trou inúmeras obras e criaturas prodigiosas da nature-za, antes jamais vistas, e também fez surgir homensmui iluminados e dotados de nobreza de espírito que,em parte, recuperaram a honra das artes degradadas e

que ouvem e compreendem mal e lhes dê sua bênção,a fim de que, contemplando a natureza, cheios deadmiração, eles possam reconhecê-lo completamenteem sua onipotência, rendendo-lhe louvor, honra e gló-ria, e concedendo ao próximo o amor, o auxílio, o con-solo e a força, e a todos os doentes, a cura.

Amém.

XXI

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XXII

imperfeitas para que o homem compreenda, finalmen-te, sua nobreza e sua majestade e perceba a razão pelaqual ele é chamado de microcosmo e a extensão de suaarte na natureza.

No entanto, isso será de pouca serventia para omundo insensato, e é por isso que a maledicência, oriso e o escárnio crescerão continuamente. Tambémentre os eruditos a arrogância e o orgulho são tão gran-des que eles não podem se reunir para, a partir de tudoo que Deus espalhou tão abundantemente em nossoséculo, coligir e produzir em conjunto um LibrumNaturæ, ou seja, um compêndio de todas as artes.Porém, um partido se opõe tanto ao outro e mantémtanta aversão, que todos continuam com o mesmorefrão: o Papa, Aristóteles, Galeno – sim, tudo o que seassemelhe a um codex – são tomados como sendo aclara luz manifestada, ao passo que, se eles ainda esti-vessem vivos, sem dúvida sentiriam grande alegria emse reorientar. Mas somos muito fracos para um traba-lho tão grande. E, ainda que na Teologia, na Física ena Matemática a verdade se oponha ao adversário clás-sico, este sempre demonstra amplamente sua malícia eseu furor, freando uma tão bela evolução por meio dosbelicosos e dos vagabundos, e tornando-a detestável.

Para levar essa reforma a cabo, nosso bem-amado eespiritualmente mui iluminado Pai e Irmão C.R., alemão,chefe e fundador de nossa Fraternidade, consagrou mui-tos sofrimentos e esforços, durante um longo tempo.

Em seu quinto ano de vida, por causa da pobrezade seus pais, embora nobres, ele foi acolhido em ummosteiro, onde aprendeu relativamente bem as duaslínguas: a grega e a latina. Depois, por causa de suaspreces e súplicas insistentes, ainda na flor da juventu-de, foi auxiliar do Irmão P.A.L., que queria empreender

Fama Fraternitatis

uma viagem ao Santo Sepulcro. Não obstante esseirmão haver morrido em Chipre, e assim não ter che-gado a ver Jerusalém, nosso Irmão C.R. não regressou,mas lançou vela em direção totalmente oposta e diri-giu-se a Damasco, propondo-se, a partir daí, a visitarJerusalém. Mas, devido a dificuldades corporais, eleteve de permanecer no lugar em que estava e, graçasaos remédios – dos quais tinha um certo conhecimen-to – conquistou a simpatia dos turcos. Por acaso, ouviufalar a respeito dos sábios de Damcar, na Arábia, esobre os milagres que realizavam, e também sobre ofato de que a natureza inteira lhes havia sido desvela-da. Com isso, o elevado e nobre espírito do IrmãoC.R.C. foi despertado, de modo que agora Jerusalém jánão lhe interessava tanto quanto Damcar. Como já nãopodia dominar seu desejo, ofereceu, mediante umacerta soma de dinheiro, seus serviços a marinheirosárabes para que o levassem a Damcar.

Quando lá chegou, não tinha mais do que dezes-seis anos – mas já possuía uma forte constituiçãoalemã. Assim como ele mesmo pôde testemunhar, ossábios o receberam não como um estrangeiro, mascomo aquele que aguardavam há muito tempo. Elestambém o chamaram por seu nome e lhe ensinaramoutros mistérios de seu mosteiro, pelo que muitose admirou. Aí ele aprendeu melhor a língua árabe, aponto de traduzir, em bom latim, já no ano seguinte, oLibrum M, que levou consigo. Nesse lugar ele adquiriutambém seus conhecimentos de Física e Matemática,dos quais o mundo poderia deveras se rejubilar, semaior fosse o amor, e menor, a inveja.

Ele retornou ao final de três anos e, munido dosalvo-conduto adequado, lançou vela do Sinus Ara-bicus (Golfo Arábico) para o Egito, onde, entretanto,

XXIII

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XXII

imperfeitas para que o homem compreenda, finalmen-te, sua nobreza e sua majestade e perceba a razão pelaqual ele é chamado de microcosmo e a extensão de suaarte na natureza.

No entanto, isso será de pouca serventia para omundo insensato, e é por isso que a maledicência, oriso e o escárnio crescerão continuamente. Tambémentre os eruditos a arrogância e o orgulho são tão gran-des que eles não podem se reunir para, a partir de tudoo que Deus espalhou tão abundantemente em nossoséculo, coligir e produzir em conjunto um LibrumNaturæ, ou seja, um compêndio de todas as artes.Porém, um partido se opõe tanto ao outro e mantémtanta aversão, que todos continuam com o mesmorefrão: o Papa, Aristóteles, Galeno – sim, tudo o que seassemelhe a um codex – são tomados como sendo aclara luz manifestada, ao passo que, se eles ainda esti-vessem vivos, sem dúvida sentiriam grande alegria emse reorientar. Mas somos muito fracos para um traba-lho tão grande. E, ainda que na Teologia, na Física ena Matemática a verdade se oponha ao adversário clás-sico, este sempre demonstra amplamente sua malícia eseu furor, freando uma tão bela evolução por meio dosbelicosos e dos vagabundos, e tornando-a detestável.

Para levar essa reforma a cabo, nosso bem-amado eespiritualmente mui iluminado Pai e Irmão C.R., alemão,chefe e fundador de nossa Fraternidade, consagrou mui-tos sofrimentos e esforços, durante um longo tempo.

Em seu quinto ano de vida, por causa da pobrezade seus pais, embora nobres, ele foi acolhido em ummosteiro, onde aprendeu relativamente bem as duaslínguas: a grega e a latina. Depois, por causa de suaspreces e súplicas insistentes, ainda na flor da juventu-de, foi auxiliar do Irmão P.A.L., que queria empreender

Fama Fraternitatis

uma viagem ao Santo Sepulcro. Não obstante esseirmão haver morrido em Chipre, e assim não ter che-gado a ver Jerusalém, nosso Irmão C.R. não regressou,mas lançou vela em direção totalmente oposta e diri-giu-se a Damasco, propondo-se, a partir daí, a visitarJerusalém. Mas, devido a dificuldades corporais, eleteve de permanecer no lugar em que estava e, graçasaos remédios – dos quais tinha um certo conhecimen-to – conquistou a simpatia dos turcos. Por acaso, ouviufalar a respeito dos sábios de Damcar, na Arábia, esobre os milagres que realizavam, e também sobre ofato de que a natureza inteira lhes havia sido desvela-da. Com isso, o elevado e nobre espírito do IrmãoC.R.C. foi despertado, de modo que agora Jerusalém jánão lhe interessava tanto quanto Damcar. Como já nãopodia dominar seu desejo, ofereceu, mediante umacerta soma de dinheiro, seus serviços a marinheirosárabes para que o levassem a Damcar.

Quando lá chegou, não tinha mais do que dezes-seis anos – mas já possuía uma forte constituiçãoalemã. Assim como ele mesmo pôde testemunhar, ossábios o receberam não como um estrangeiro, mascomo aquele que aguardavam há muito tempo. Elestambém o chamaram por seu nome e lhe ensinaramoutros mistérios de seu mosteiro, pelo que muitose admirou. Aí ele aprendeu melhor a língua árabe, aponto de traduzir, em bom latim, já no ano seguinte, oLibrum M, que levou consigo. Nesse lugar ele adquiriutambém seus conhecimentos de Física e Matemática,dos quais o mundo poderia deveras se rejubilar, semaior fosse o amor, e menor, a inveja.

Ele retornou ao final de três anos e, munido dosalvo-conduto adequado, lançou vela do Sinus Ara-bicus (Golfo Arábico) para o Egito, onde, entretanto,

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XXIV

não permaneceu por muito tempo, mas onde prestoumais atenção às plantas e às criaturas. De lá atravessouo Mar Mediterrâneo, até chegar a Fez, cidade que osárabes lhe haviam indicado. É uma verdadeira vergo-nha para nós que sábios que vivem tão longe uns dosoutros não somente estejam unidos entre si, mas tam-bém contrários a toda polêmica e dispostos a revelarseus segredos, em total confiança.

Anualmente, os árabes e os africanos se reúnem ese consultam mutuamente sobre as artes para saber sealguma coisa melhor foi descoberta ou se seus concei-tos foram superados pela experiência. Desse modo, acada ano algo novo se apresenta para melhorar aMatemática, a Física e a Magia, pois nisso os habitan-tes de Fez são muito avançados. Da mesma forma, naAlemanha não faltam atualmente eruditos, magos,cabalistas, médicos e filósofos, mas eles deveriam sermais caridosos e a maioria não deveria querer devoraro pasto sozinha.

Em Fez, ele travou conhecimento com os que cha-mamos comumente de habitantes originais, os quaislhe revelaram muitos de seus segredos, do mesmomodo que nós, os alemães, poderíamos reunir muitodo que é nosso se uma unidade semelhante reinasseentre nós e se aspirássemos à pesquisa com toda a sin-ceridade. Quanto aos habitantes de Fez, ele reconhe-ceu muitas vezes que a magia deles não era totalmen-te pura e que sua cabala havia sido corrompida por suareligião. Apesar disso, soube fazer excelente uso delae descobriu um fundamento ainda melhor para sua fé,pois esta agora concordava com a harmonia do mundointeiro, encarnada de modo maravilhoso em todos ostempos. E foi aí que se originou a bela associaçãosegundo a qual assim como em toda semente está

Fama Fraternitatis

encerrada uma árvore ou um fruto inteiro também atotalidade do vasto mundo estaria presente em um“pequeno homem”, cuja religião, política, saúde, mem-bros, natureza, palavras e obras seguiriam em uníssonoa melodia de Deus, do céu e da terra. Tudo o que esti-vesse em dissonância com isso seria erro, falsidade eobra do diabo, que é o primeiro instrumento e últimacausa da dissonância do mundo, de sua cegueira e desua ignorância. Se, no entanto, alguém pudesse exami-nar abertamente todos os homens sobre a face da terra,descobriria que o que é bom e certo sempre está emharmonia consigo mesmo, enquanto que o restante estámaculado por milhares de interpretações incorretas.

Dois anos mais tarde, o Irmão R.C. partiu de Fezrumo à Espanha, como portador de inúmeros e valio-sos tesouros, com a esperança de que aí, uma vez quehavia tirado tanto proveito de sua viagem, os sábios daEuropa ficassem muitíssimo contentes com ele e edifi-cassem agora seus estudos sobre fundamentos tãoseguros. Por isso, conversou com os eruditos, naEspanha, sobre o que faltava a nossas artes e quantoao modo de auxiliá-los, e de onde poderiam tirar indí-cios seguros para os tempos vindouros e em que deve-riam concordar com os tempos passados; saberiamcomo reformar os defeitos da Eclésia e de toda a filo-sofia moral. Ele lhes mostrou novas plantas, novas fru-tas e animais que não estavam de conformidade comas leis da antiga filosofia e lhes transmitiu novos axio-mas que poderiam resolver tudo perfeitamente.

Mas isso lhes pareceu risível e, como tudo ainda eranovo, temeram que seu grande renome sofresse, uma vezque eles deveriam, inicialmente, entregar-se novamenteao estudo e confessar que estavam perdidos há muitosanos. Além disso, eles estavam muito acostumados a essa

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não permaneceu por muito tempo, mas onde prestoumais atenção às plantas e às criaturas. De lá atravessouo Mar Mediterrâneo, até chegar a Fez, cidade que osárabes lhe haviam indicado. É uma verdadeira vergo-nha para nós que sábios que vivem tão longe uns dosoutros não somente estejam unidos entre si, mas tam-bém contrários a toda polêmica e dispostos a revelarseus segredos, em total confiança.

Anualmente, os árabes e os africanos se reúnem ese consultam mutuamente sobre as artes para saber sealguma coisa melhor foi descoberta ou se seus concei-tos foram superados pela experiência. Desse modo, acada ano algo novo se apresenta para melhorar aMatemática, a Física e a Magia, pois nisso os habitan-tes de Fez são muito avançados. Da mesma forma, naAlemanha não faltam atualmente eruditos, magos,cabalistas, médicos e filósofos, mas eles deveriam sermais caridosos e a maioria não deveria querer devoraro pasto sozinha.

Em Fez, ele travou conhecimento com os que cha-mamos comumente de habitantes originais, os quaislhe revelaram muitos de seus segredos, do mesmomodo que nós, os alemães, poderíamos reunir muitodo que é nosso se uma unidade semelhante reinasseentre nós e se aspirássemos à pesquisa com toda a sin-ceridade. Quanto aos habitantes de Fez, ele reconhe-ceu muitas vezes que a magia deles não era totalmen-te pura e que sua cabala havia sido corrompida por suareligião. Apesar disso, soube fazer excelente uso delae descobriu um fundamento ainda melhor para sua fé,pois esta agora concordava com a harmonia do mundointeiro, encarnada de modo maravilhoso em todos ostempos. E foi aí que se originou a bela associaçãosegundo a qual assim como em toda semente está

Fama Fraternitatis

encerrada uma árvore ou um fruto inteiro também atotalidade do vasto mundo estaria presente em um“pequeno homem”, cuja religião, política, saúde, mem-bros, natureza, palavras e obras seguiriam em uníssonoa melodia de Deus, do céu e da terra. Tudo o que esti-vesse em dissonância com isso seria erro, falsidade eobra do diabo, que é o primeiro instrumento e últimacausa da dissonância do mundo, de sua cegueira e desua ignorância. Se, no entanto, alguém pudesse exami-nar abertamente todos os homens sobre a face da terra,descobriria que o que é bom e certo sempre está emharmonia consigo mesmo, enquanto que o restante estámaculado por milhares de interpretações incorretas.

Dois anos mais tarde, o Irmão R.C. partiu de Fezrumo à Espanha, como portador de inúmeros e valio-sos tesouros, com a esperança de que aí, uma vez quehavia tirado tanto proveito de sua viagem, os sábios daEuropa ficassem muitíssimo contentes com ele e edifi-cassem agora seus estudos sobre fundamentos tãoseguros. Por isso, conversou com os eruditos, naEspanha, sobre o que faltava a nossas artes e quantoao modo de auxiliá-los, e de onde poderiam tirar indí-cios seguros para os tempos vindouros e em que deve-riam concordar com os tempos passados; saberiamcomo reformar os defeitos da Eclésia e de toda a filo-sofia moral. Ele lhes mostrou novas plantas, novas fru-tas e animais que não estavam de conformidade comas leis da antiga filosofia e lhes transmitiu novos axio-mas que poderiam resolver tudo perfeitamente.

Mas isso lhes pareceu risível e, como tudo ainda eranovo, temeram que seu grande renome sofresse, uma vezque eles deveriam, inicialmente, entregar-se novamenteao estudo e confessar que estavam perdidos há muitosanos. Além disso, eles estavam muito acostumados a essa

XXV

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XXVI

situação e já tinham tirado muito proveito dela. Queoutra pessoa, a quem a inquietude fosse agradável,fizesse a reforma!

Esse estribilho foi-lhe cantado também por outrasnações, o que muito o afligiu, pois de maneira algu-ma contara com isso, e estava pronto a comunicargenerosamente todas as suas artes aos eruditos, qui-sessem eles apenas dar-se ao trabalho de constatar osaxiomas infalíveis de todas as faculdades, ciências,artes e de toda a natureza. Afinal, ele estava persua-dido de que esses axiomas, como em uma esfera,deviam se dirigir a um único ponto central e, talcomo acontecia entre os árabes, deveriam servir dediretriz unicamente aos sábios, a fim de que tambémna Europa houvesse uma comunidade que dispuses-se de bastante ouro e pedras preciosas para podercomunicar isso aos reis, com a devida e respeitosafinalidade de que os soberanos fossem instruídos poressa comunidade, de modo que soubessem tudo oque Deus permite ao homem saber e pudessem, emcaso de necessidade, ser consultados, tal qual ospagãos faziam com seus oráculos.

É preciso reconhecer que o mundo, na época jáprenhe de uma tão grande comoção, atravessava asdores do parto: assim, ele engendrou heróis infatigá-veis e gloriosos que, com todas as suas energias, atra-vessaram as trevas e a barbárie, deixando para todosnós, os mais fracos, o cuidado de segui-los. Sem dúvi-da, eles foram o vértice mais alto do triângulo ígneo deonde as chamas evadir-se-ão, daqui para frente, comenergia cada vez maior, para acender, indefectivelmen-te, o último incêndio do mundo.

Teofrasto, por vocação, foi também um desses heróis.Apesar de não haver entrado em nossa Fraternidade,

Fama Fraternitatis

XXVII

não obstante, ele leu diligentemente o Livro M, o qualiluminou seu discernimento inato. Contudo, a confu-são dos eruditos e dos ignorantes impediu essehomem de se desenvolver melhor, de modo quenunca pôde falar pacificamente com outrem de suasreflexões sobre a natureza. É por isso que, em seustextos, mais zombou dos indiscretos do que se deu aconhecer inteiramente. Todavia, a harmonia mencio-nada acima achava-se profundamente ancorada nele,e ele a teria sem dúvida comunicado aos sábios, seeles fossem encontrados mais dignos de uma artesuperior do que inclinados a sutis vexações. Assim,ele desperdiçou seu tempo com uma vida livre e des-cuidada, abandonando o mundo a seu tolo prazer.

Não esqueçamos, porém, nosso amado Pai, Irmão C.R.que, após muitas viagens cansativas e após um ensina-mento verídico ofertado em vão, regressou à Alemanha,que ele – por causa da mudança iminente e da luta sin-gularmente perigosa que aí deviam ocorrer – amava decoração. Embora lá pudesse ter brilhado por sua arte,em especial pela transmutação dos metais, interessou-semais pelo céu e por seus cidadãos, os homens, do quepor toda glória. Contudo, construiu para si uma moradaapropriada e limpa, onde meditou sobre suas viagens esua filosofia e sobre as quais escreveu um relatório.Nessa casa, dedicou-se um longo tempo à Matemática efez, de todos os âmbitos da arte, muitos belos instru-mentos, dos quais, entretanto, somente chegaram aténós poucas coisas, assim como veremos em seguida.

Após cinco anos veio-lhe de novo à mente a reformadesejada. Uma vez que não conseguia o auxílio e aassistência de outrem, apesar de ser trabalhador, ágil e

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situação e já tinham tirado muito proveito dela. Queoutra pessoa, a quem a inquietude fosse agradável,fizesse a reforma!

Esse estribilho foi-lhe cantado também por outrasnações, o que muito o afligiu, pois de maneira algu-ma contara com isso, e estava pronto a comunicargenerosamente todas as suas artes aos eruditos, qui-sessem eles apenas dar-se ao trabalho de constatar osaxiomas infalíveis de todas as faculdades, ciências,artes e de toda a natureza. Afinal, ele estava persua-dido de que esses axiomas, como em uma esfera,deviam se dirigir a um único ponto central e, talcomo acontecia entre os árabes, deveriam servir dediretriz unicamente aos sábios, a fim de que tambémna Europa houvesse uma comunidade que dispuses-se de bastante ouro e pedras preciosas para podercomunicar isso aos reis, com a devida e respeitosafinalidade de que os soberanos fossem instruídos poressa comunidade, de modo que soubessem tudo oque Deus permite ao homem saber e pudessem, emcaso de necessidade, ser consultados, tal qual ospagãos faziam com seus oráculos.

É preciso reconhecer que o mundo, na época jáprenhe de uma tão grande comoção, atravessava asdores do parto: assim, ele engendrou heróis infatigá-veis e gloriosos que, com todas as suas energias, atra-vessaram as trevas e a barbárie, deixando para todosnós, os mais fracos, o cuidado de segui-los. Sem dúvi-da, eles foram o vértice mais alto do triângulo ígneo deonde as chamas evadir-se-ão, daqui para frente, comenergia cada vez maior, para acender, indefectivelmen-te, o último incêndio do mundo.

Teofrasto, por vocação, foi também um desses heróis.Apesar de não haver entrado em nossa Fraternidade,

Fama Fraternitatis

XXVII

não obstante, ele leu diligentemente o Livro M, o qualiluminou seu discernimento inato. Contudo, a confu-são dos eruditos e dos ignorantes impediu essehomem de se desenvolver melhor, de modo quenunca pôde falar pacificamente com outrem de suasreflexões sobre a natureza. É por isso que, em seustextos, mais zombou dos indiscretos do que se deu aconhecer inteiramente. Todavia, a harmonia mencio-nada acima achava-se profundamente ancorada nele,e ele a teria sem dúvida comunicado aos sábios, seeles fossem encontrados mais dignos de uma artesuperior do que inclinados a sutis vexações. Assim,ele desperdiçou seu tempo com uma vida livre e des-cuidada, abandonando o mundo a seu tolo prazer.

Não esqueçamos, porém, nosso amado Pai, Irmão C.R.que, após muitas viagens cansativas e após um ensina-mento verídico ofertado em vão, regressou à Alemanha,que ele – por causa da mudança iminente e da luta sin-gularmente perigosa que aí deviam ocorrer – amava decoração. Embora lá pudesse ter brilhado por sua arte,em especial pela transmutação dos metais, interessou-semais pelo céu e por seus cidadãos, os homens, do quepor toda glória. Contudo, construiu para si uma moradaapropriada e limpa, onde meditou sobre suas viagens esua filosofia e sobre as quais escreveu um relatório.Nessa casa, dedicou-se um longo tempo à Matemática efez, de todos os âmbitos da arte, muitos belos instru-mentos, dos quais, entretanto, somente chegaram aténós poucas coisas, assim como veremos em seguida.

Após cinco anos veio-lhe de novo à mente a reformadesejada. Uma vez que não conseguia o auxílio e aassistência de outrem, apesar de ser trabalhador, ágil e

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XXVIII

até o Último Dia e de que o mundo não verá, mesmo emsua última e mais avançada idade, nada mais valioso,pois nossas Rotæ começaram no dia em que Deus pro-nunciou seu Fiat (Faça-se) e terminarão quando ele pro-nunciar seu Pereat (Pereça). Contudo, o relógio de Deusmarca cada minuto, ao passo que o nosso não indicasenão as horas inteiras. Cremos também firmemente quenossos bem-amados pais e irmãos, tivessem eles alcan-çado nossa presente clara luz, tratariam mais rigorosa-mente o Papa, Maomé, bem como os escribas, artistas esofistas, e lhes teriam fornecido as provas de sua força dealma de fato, e não apenas mediante suspiros e desejosde realização.

Quando esses oito irmãos haviam preparado e dis-posto tudo, de modo que já nenhum trabalho espe-cial era necessário, e como cada um possuía umavisão geral da filosofia secreta e revelada, decidiramnão mais continuar juntos. Conforme a intenção ini-cial, eles se espalharam por todos os países, de modoque seus Axiomata pudessem ser examinados pro-fundamente e em segredo pelos eruditos, mas tam-bém para que se, pela observação, em um outro país,um erro aparecesse em relação a isso, eles pudessemse informar mutuamente.

Seu acordo era o seguinte:

1. Ninguém deve exercer outro ofício a não ser o de curar os doentes, e isso gratuitamente.

2. Ninguém deve ser obrigado, por causa da Fra-ternidade, a usar uma roupa especial, mas cada um deve seguir o costume do país.

Fama Fraternitatis

XXIX

infatigável, decidiu empreender esse trabalho com ape-nas poucos auxiliares e colaboradores. Por isso, convi-dou três de seus confrades de seu primeiro mosteiro,pelos quais tinha simpatia especial: Irmão G.V., IrmãoI.A. e Irmão I.O., sendo que estes últimos estavam maisfamiliarizados com as artes do que era de costumeentão. Solicitou a esses três irmãos o compromisso deserem-lhe o mais fiéis possível, diligentes e silenciosos,e de colocar por escrito, com a maior aplicação, todasas instruções que ele desse a cada um, a fim de que osfuturos membros, que deveriam ser admitidos na Ordempor causa de uma revelação especial, não fossem enga-nados por nenhuma sílaba e nenhuma letra.

Assim, a Fraternidade da Rosacruz começou comapenas quatro pessoas. A linguagem e a escrita mági-cas foram providas por elas de vasto vocabulário, queutilizamos, ainda hoje, para a honra e a glória de Deus,e onde encontramos grande sabedoria. Eles tambémescreveram a primeira parte do Livro M.

Mas como esse trabalho havia se tornado demasia-damente importante e a incrível afluência de doentesmuito os estorvava, estando, além disso, concluída anova morada, denominada Sancti Spiritus, decidiramadmitir outras pessoas em sua comunidade e fraterni-dade. Para isso foram escolhidos: Irmão R.C., filho doirmão de seu falecido pai; Irmão B., hábil pintor; G.G.e P.D., seus secretários. Assim, eram agora ao todooito, alemães, com exceção de I.A., todos celibatáriose devotados à castidade. Eles deveriam recompilar emuma só obra tudo o que o homem pudesse querer,desejar ou esperar para si.

Apesar de admitirmos sinceramente que o mundotenha melhorado muito nos últimos cem anos, estamoscertos de que nossos Axiomata permanecerão imutáveis

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XXVIII

até o Último Dia e de que o mundo não verá, mesmo emsua última e mais avançada idade, nada mais valioso,pois nossas Rotæ começaram no dia em que Deus pro-nunciou seu Fiat (Faça-se) e terminarão quando ele pro-nunciar seu Pereat (Pereça). Contudo, o relógio de Deusmarca cada minuto, ao passo que o nosso não indicasenão as horas inteiras. Cremos também firmemente quenossos bem-amados pais e irmãos, tivessem eles alcan-çado nossa presente clara luz, tratariam mais rigorosa-mente o Papa, Maomé, bem como os escribas, artistas esofistas, e lhes teriam fornecido as provas de sua força dealma de fato, e não apenas mediante suspiros e desejosde realização.

Quando esses oito irmãos haviam preparado e dis-posto tudo, de modo que já nenhum trabalho espe-cial era necessário, e como cada um possuía umavisão geral da filosofia secreta e revelada, decidiramnão mais continuar juntos. Conforme a intenção ini-cial, eles se espalharam por todos os países, de modoque seus Axiomata pudessem ser examinados pro-fundamente e em segredo pelos eruditos, mas tam-bém para que se, pela observação, em um outro país,um erro aparecesse em relação a isso, eles pudessemse informar mutuamente.

Seu acordo era o seguinte:

1. Ninguém deve exercer outro ofício a não ser o de curar os doentes, e isso gratuitamente.

2. Ninguém deve ser obrigado, por causa da Fra-ternidade, a usar uma roupa especial, mas cada um deve seguir o costume do país.

Fama Fraternitatis

XXIX

infatigável, decidiu empreender esse trabalho com ape-nas poucos auxiliares e colaboradores. Por isso, convi-dou três de seus confrades de seu primeiro mosteiro,pelos quais tinha simpatia especial: Irmão G.V., IrmãoI.A. e Irmão I.O., sendo que estes últimos estavam maisfamiliarizados com as artes do que era de costumeentão. Solicitou a esses três irmãos o compromisso deserem-lhe o mais fiéis possível, diligentes e silenciosos,e de colocar por escrito, com a maior aplicação, todasas instruções que ele desse a cada um, a fim de que osfuturos membros, que deveriam ser admitidos na Ordempor causa de uma revelação especial, não fossem enga-nados por nenhuma sílaba e nenhuma letra.

Assim, a Fraternidade da Rosacruz começou comapenas quatro pessoas. A linguagem e a escrita mági-cas foram providas por elas de vasto vocabulário, queutilizamos, ainda hoje, para a honra e a glória de Deus,e onde encontramos grande sabedoria. Eles tambémescreveram a primeira parte do Livro M.

Mas como esse trabalho havia se tornado demasia-damente importante e a incrível afluência de doentesmuito os estorvava, estando, além disso, concluída anova morada, denominada Sancti Spiritus, decidiramadmitir outras pessoas em sua comunidade e fraterni-dade. Para isso foram escolhidos: Irmão R.C., filho doirmão de seu falecido pai; Irmão B., hábil pintor; G.G.e P.D., seus secretários. Assim, eram agora ao todooito, alemães, com exceção de I.A., todos celibatáriose devotados à castidade. Eles deveriam recompilar emuma só obra tudo o que o homem pudesse querer,desejar ou esperar para si.

Apesar de admitirmos sinceramente que o mundotenha melhorado muito nos últimos cem anos, estamoscertos de que nossos Axiomata permanecerão imutáveis

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XXX

3. Cada irmão deve se apresentar anualmente, no dia C., à Casa Sancti Spiritus ou comunicar a razão de sua ausência.

4. Cada irmão deve se assegurar de ter uma pessoa de valor que possa, a seu tempo, sucedê-lo.

5. A sigla “R.C.” deve ser seu selo, insígnia e distin-tivo.

6. A Fraternidade deve permanecer secreta durante 100 anos.

Eles juraram fidelidade mútua em relação a esses seisartigos, e cinco irmãos partiram dali. Somente os IrmãosB. e D. permaneceram por um ano junto ao Pai-IrmãoC. Quando eles também partiram, permaneceram juntodele seu primo e I.O., de modo que sempre teve juntode si, durante todos os dias de sua vida, dois irmãos.

Conquanto a Igreja ainda não estivesse purificada,sabemos contudo o que eles pensavam dela e o queesperavam, cheios de anelo. Todos os anos, reuniam-se alegremente e faziam um relatório detalhado de suasatividades. Deve ter sido realmente maravilhoso lá ouvira narrativa, veraz e sóbria, de todas as maravilhas queDeus disseminou aqui e ali no mundo.

Também se pode aceitar como certo que tais pes-soas – conjuntamente orientadas por Deus e por todaa Machina Celeste, escolhidas dentre os homens maissábios que existiram em muitos séculos – viveram,entre si e com os outros, na mais elevada unidade, namáxima discrição e na mais bela vida de atos. Sua vidadecorreu em muito louvável conduta, e apesar de seucorpo estar livre de todas as doenças e dores, essas almas,

Fama Fraternitatis

contudo, não podiam ultrapassar o limiar preciso dadissolução.

O primeiro dessa Fraternidade a morrer foi I.O., pre-cisamente na Inglaterra, tal qual o Irmão C. há muitolhe profetizara. Ele era muito versado em cabala e ex-tremamente erudito, como o demonstra seu pequenolivro H. Sua fama era grande na Inglaterra, particular-mente por haver curado da lepra um jovem conde deNorfolk. Eles haviam decidido que seus sepulcros,tanto quanto possível, deveriam permanecer em segre-do, de modo que, presentemente, não sabemos ondemuitos deles se encontram. Entretanto, o lugar de cadaum foi ocupado por um sucessor apropriado. Quere-mos confessar publicamente, para a honra de Deus,que apesar de todos os segredos que possamos haveraprendido do Livro M – e embora possamos ter diantedos olhos a imagem do mundo inteiro e da sua contra-parte – não nos são conhecidas, contudo, nossas des-ditas e a hora de nossa morte, as quais o Deus onipo-tente, que quer nos ver permanentemente preparados,reservou para si.

Mas trataremos disso mais detalhadamente em nossaConfessio, onde indicamos as trinta e sete causas pelasquais tornamos conhecida a nossa Fraternidade e pro-pomos tão elevados segredos livremente, sem cons-trangimentos e sem nenhuma recompensa, e promete-mos ainda mais ouro que o rei da Espanha poderia tra-zer das duas Índias. Afinal, a Europa está grávida edará à luz uma poderosa criança que deve ser ricamen-te dotada por seus padrinhos.

Depois da morte de O., o Irmão C. não parou de tra-balhar, convocou os outros logo que foi possível, eparece provável que somente então seu sepulcro pôde

XXXI

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XXX

3. Cada irmão deve se apresentar anualmente, no dia C., à Casa Sancti Spiritus ou comunicar a razão de sua ausência.

4. Cada irmão deve se assegurar de ter uma pessoa de valor que possa, a seu tempo, sucedê-lo.

5. A sigla “R.C.” deve ser seu selo, insígnia e distin-tivo.

6. A Fraternidade deve permanecer secreta durante 100 anos.

Eles juraram fidelidade mútua em relação a esses seisartigos, e cinco irmãos partiram dali. Somente os IrmãosB. e D. permaneceram por um ano junto ao Pai-IrmãoC. Quando eles também partiram, permaneceram juntodele seu primo e I.O., de modo que sempre teve juntode si, durante todos os dias de sua vida, dois irmãos.

Conquanto a Igreja ainda não estivesse purificada,sabemos contudo o que eles pensavam dela e o queesperavam, cheios de anelo. Todos os anos, reuniam-se alegremente e faziam um relatório detalhado de suasatividades. Deve ter sido realmente maravilhoso lá ouvira narrativa, veraz e sóbria, de todas as maravilhas queDeus disseminou aqui e ali no mundo.

Também se pode aceitar como certo que tais pes-soas – conjuntamente orientadas por Deus e por todaa Machina Celeste, escolhidas dentre os homens maissábios que existiram em muitos séculos – viveram,entre si e com os outros, na mais elevada unidade, namáxima discrição e na mais bela vida de atos. Sua vidadecorreu em muito louvável conduta, e apesar de seucorpo estar livre de todas as doenças e dores, essas almas,

Fama Fraternitatis

contudo, não podiam ultrapassar o limiar preciso dadissolução.

O primeiro dessa Fraternidade a morrer foi I.O., pre-cisamente na Inglaterra, tal qual o Irmão C. há muitolhe profetizara. Ele era muito versado em cabala e ex-tremamente erudito, como o demonstra seu pequenolivro H. Sua fama era grande na Inglaterra, particular-mente por haver curado da lepra um jovem conde deNorfolk. Eles haviam decidido que seus sepulcros,tanto quanto possível, deveriam permanecer em segre-do, de modo que, presentemente, não sabemos ondemuitos deles se encontram. Entretanto, o lugar de cadaum foi ocupado por um sucessor apropriado. Quere-mos confessar publicamente, para a honra de Deus,que apesar de todos os segredos que possamos haveraprendido do Livro M – e embora possamos ter diantedos olhos a imagem do mundo inteiro e da sua contra-parte – não nos são conhecidas, contudo, nossas des-ditas e a hora de nossa morte, as quais o Deus onipo-tente, que quer nos ver permanentemente preparados,reservou para si.

Mas trataremos disso mais detalhadamente em nossaConfessio, onde indicamos as trinta e sete causas pelasquais tornamos conhecida a nossa Fraternidade e pro-pomos tão elevados segredos livremente, sem cons-trangimentos e sem nenhuma recompensa, e promete-mos ainda mais ouro que o rei da Espanha poderia tra-zer das duas Índias. Afinal, a Europa está grávida edará à luz uma poderosa criança que deve ser ricamen-te dotada por seus padrinhos.

Depois da morte de O., o Irmão C. não parou de tra-balhar, convocou os outros logo que foi possível, eparece provável que somente então seu sepulcro pôde

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XXXII

seu lugar. Por ocasião de sua instalação entre nós, comojuramento solene de fidelidade e segredo, ele nos rela-tou confidencialmente que A. lhe havia dado esperançasde que esta Fraternidade logo não seria tão secreta, masseria para a pátria inteira, a nação alemã, auxiliadora,necessária e digna de louvor – algo de que ele, N.N., emsua posição, não teria a menor razão de se envergonhar.No ano seguinte, quando estava terminando seu discipu-lado e teve a chance de viajar com um viático considerá-vel, ou uma bolsa da Fortuna, pensou – sendo um arqui-teto extremamente bom – em modificar um pouco essaconstrução e arranjá-la de uma forma mais cômoda.

No decorrer desse trabalho de renovação, eleencontrou a placa comemorativa, fundida em latão,que continha os nomes de cada membro da Fra-ternidade e algumas outras inscrições. Ele quis trans-feri-la para debaixo de uma abóbada diferente e maisbem adaptada, uma vez que os antigos haviam guar-dado o segredo do lugar e do momento da morte doIrmão C., assim como do país onde ele poderia estarenterrado; e nem nós tínhamos conhecimento disso.Nessa placa comemorativa sobressaía um grandeprego. Ao ser extraído com grande força, ele trouxeconsigo uma parte bastante grande da fina parede, ourevestimento, que recobria a porta secreta, revelando,assim, uma passagem inesperada, a partir da qualpusemos abaixo o resto da alvenaria. Com alegria eimpaciência limpamos a porta, onde se encontravaescrito em grandes letras, na parte superior: Post CXXannos patebo (Depois de cento e vinte anos serei aber-ta). Abaixo estava a data.

Rendemos graças a Deus e, na mesma noite, dei-xamos tudo no lugar, porque queríamos primeiro con-sultar nossa Rota.

Fama Fraternitatis

XXXIII

ser feito. Embora nós, seus discípulos, jamais tivésse-mos sabido até então qual foi o momento da morte denosso bem-amado Pai R.C., e não tivéssemos possuídomais nada além dos nomes dos fundadores e de todosos seus sucessores até nossos dias, ainda pudemos noslembrar de um segredo que, por meio de um misterio-so discurso sobre os cento e vinte anos, nos foi revela-do e confiado por A., sucessor de D., que, sendo o últi-mo do segundo círculo, havia vivido com muitos den-tre nós, representantes do terceiro círculo.

Mas devemos reconhecer que, depois da morte deA., nenhum dentre nós mais nada sabia de R.C. e deseus primeiros confrades, a não ser do que haviamdeixado em nossa biblioteca filosófica, onde conside-rávamos nossos Axiomata como o mais importante,as Rotæ Mundi como o mais artístico e Proteus comoo mais útil. Portanto, não sabemos com certeza se osdo segundo círculo possuíam a mesma sabedoria queos do primeiro e se a tudo tiveram acesso. No entan-to, é preciso lembrar ainda ao benévolo leitor quenão somente aquilo que aprendemos sobre o sepul-cro do Irmão C., mas também o que demos a conhe-cer aqui, foi previsto, permitido e ordenado porDeus, a quem obedecemos com tamanha fé que, namedida em que as pessoas vierem a nós com discri-ção e disposição cristã, não teremos nenhum medode revelar, publicando-os, nossos nomes de batismoe de família, nossas reuniões e o que ainda poderiamesperar de nós.

Portanto, aí está a verdade e o relato fiel da descobertado homem de Deus altamente iluminado, Irmão C.R.C.

Depois do falecimento pacífico de A. na GalliaNarbonensis, nosso Irmão bem-amado N.N. assumiu o

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XXXII

seu lugar. Por ocasião de sua instalação entre nós, comojuramento solene de fidelidade e segredo, ele nos rela-tou confidencialmente que A. lhe havia dado esperançasde que esta Fraternidade logo não seria tão secreta, masseria para a pátria inteira, a nação alemã, auxiliadora,necessária e digna de louvor – algo de que ele, N.N., emsua posição, não teria a menor razão de se envergonhar.No ano seguinte, quando estava terminando seu discipu-lado e teve a chance de viajar com um viático considerá-vel, ou uma bolsa da Fortuna, pensou – sendo um arqui-teto extremamente bom – em modificar um pouco essaconstrução e arranjá-la de uma forma mais cômoda.

No decorrer desse trabalho de renovação, eleencontrou a placa comemorativa, fundida em latão,que continha os nomes de cada membro da Fra-ternidade e algumas outras inscrições. Ele quis trans-feri-la para debaixo de uma abóbada diferente e maisbem adaptada, uma vez que os antigos haviam guar-dado o segredo do lugar e do momento da morte doIrmão C., assim como do país onde ele poderia estarenterrado; e nem nós tínhamos conhecimento disso.Nessa placa comemorativa sobressaía um grandeprego. Ao ser extraído com grande força, ele trouxeconsigo uma parte bastante grande da fina parede, ourevestimento, que recobria a porta secreta, revelando,assim, uma passagem inesperada, a partir da qualpusemos abaixo o resto da alvenaria. Com alegria eimpaciência limpamos a porta, onde se encontravaescrito em grandes letras, na parte superior: Post CXXannos patebo (Depois de cento e vinte anos serei aber-ta). Abaixo estava a data.

Rendemos graças a Deus e, na mesma noite, dei-xamos tudo no lugar, porque queríamos primeiro con-sultar nossa Rota.

Fama Fraternitatis

XXXIII

ser feito. Embora nós, seus discípulos, jamais tivésse-mos sabido até então qual foi o momento da morte denosso bem-amado Pai R.C., e não tivéssemos possuídomais nada além dos nomes dos fundadores e de todosos seus sucessores até nossos dias, ainda pudemos noslembrar de um segredo que, por meio de um misterio-so discurso sobre os cento e vinte anos, nos foi revela-do e confiado por A., sucessor de D., que, sendo o últi-mo do segundo círculo, havia vivido com muitos den-tre nós, representantes do terceiro círculo.

Mas devemos reconhecer que, depois da morte deA., nenhum dentre nós mais nada sabia de R.C. e deseus primeiros confrades, a não ser do que haviamdeixado em nossa biblioteca filosófica, onde conside-rávamos nossos Axiomata como o mais importante,as Rotæ Mundi como o mais artístico e Proteus comoo mais útil. Portanto, não sabemos com certeza se osdo segundo círculo possuíam a mesma sabedoria queos do primeiro e se a tudo tiveram acesso. No entan-to, é preciso lembrar ainda ao benévolo leitor quenão somente aquilo que aprendemos sobre o sepul-cro do Irmão C., mas também o que demos a conhe-cer aqui, foi previsto, permitido e ordenado porDeus, a quem obedecemos com tamanha fé que, namedida em que as pessoas vierem a nós com discri-ção e disposição cristã, não teremos nenhum medode revelar, publicando-os, nossos nomes de batismoe de família, nossas reuniões e o que ainda poderiamesperar de nós.

Portanto, aí está a verdade e o relato fiel da descobertado homem de Deus altamente iluminado, Irmão C.R.C.

Depois do falecimento pacífico de A. na GalliaNarbonensis, nosso Irmão bem-amado N.N. assumiu o

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XXXIV

Tudo isso é claro e evidente, assim como também ossete lados e os dois triângulos sétuplos. Então, ajoelha-mo-nos todos juntos e rendemos graças ao único Deus,sábio, onipotente e sempiterno, que nos ensinou maisdo que toda a razão humana poderia descobrir. Lou-vado seja seu nome.

Dividimos essa cripta em três partes: a cúpula, oucéu, as paredes, ou lados, o chão, ou pavimento. Sobreo céu, por ora, nada ouvireis de nós – a não ser queera dividido, em seu centro luminoso, por triângulosde acordo com os sete lados. Contudo, o que aí den-tro se encontrava, vós que aguardais a salvação deve-ríeis vê-lo de preferência com os próprios olhos, pelagraça de Deus. Cada lado estava dividido em dez espa-ços quadrados, cada um com suas figuras e sentenças,como nós as reproduzimos em nossa obra de formacondensada, com tanto cuidado e precisão quantopossível.

O chão também estava dividido em triângulos,mas, visto que ali estavam descritos o reino e o poderdo regente inferior, tais coisas não podem ser prosti-tuídas ao mundo ímpio e curioso para seu uso profa-no. Mas, quem está em harmonia com o ensinamentoceleste pisa na cabeça da antiga serpente, sem medoe sem dano, ao que nosso século é muito adequado.

Cada um dos lados tinha uma porta que davapara um cofre onde se encontravam diversos obje-tos, principalmente todos os nossos livros, os quais,aliás, já possuíamos, assim como o Vocabularium deTeofrasto Paracelso de Hohenheim e outros escritosque damos a conhecer sem dissimulação todos osdias. Também descobrimos aí seu Itinerarium e suaVitam, de onde tiramos o essencial daquilo que esta-mos relatando.

Novamente, e pela terceira vez, referimo-nos à Con-fessio, pois o que aqui revelamos será em benefíciodos dignos, mas para os indignos, isto de nada pode-rá servir, graças a Deus, pois, da mesma maneira comonossas portas foram abertas de maneira maravilhosadepois de tantos anos, da mesma forma uma porta seabrirá para a Europa logo que a alvenaria for retirada,porta que já está visível e é impacientemente espera-da por um grande número de pessoas.

Pela manhã, abrimos a porta, e surgiu uma cripta desete lados e ângulos, sendo que cada lado media cincopés de largura por oito de altura. Esse hipogeu, mesmonão tendo sido jamais iluminado pelo sol, estava clara-mente iluminado graças a um outro sol que havia sidoinstruído por ele, e que se encontrava no alto, no cen-tro da abóbada. No centro, como lápide, havia um altarcircular coberto por uma plaqueta de latão, que trazia aseguinte inscrição: A.C.R.C. Hoc universi compendiumvivus mihi sepulcrum feci (A.C.R.C. Deste compêndiodo Universo fiz para mim, em vida, um sepulcro).

O primeiro círculo ou anel estava rodeado dasseguintes palavras: Jesu mihi omnia (Jesus é tudopara mim).

No centro encontravam-se quatro figuras inscritasno círculo, cuja legenda era a seguinte:

1. Nequaquam Vacuum (Não há espaço vazio)

2. Legis Jugum (O jugo da lei)

3. Libertas Evangelii (A liberdade do Evangelho)

4. Dei Gloria Intacta (A glória de Deus é intangível)

Fama Fraternitatis

XXXV

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XXXIV

Tudo isso é claro e evidente, assim como também ossete lados e os dois triângulos sétuplos. Então, ajoelha-mo-nos todos juntos e rendemos graças ao único Deus,sábio, onipotente e sempiterno, que nos ensinou maisdo que toda a razão humana poderia descobrir. Lou-vado seja seu nome.

Dividimos essa cripta em três partes: a cúpula, oucéu, as paredes, ou lados, o chão, ou pavimento. Sobreo céu, por ora, nada ouvireis de nós – a não ser queera dividido, em seu centro luminoso, por triângulosde acordo com os sete lados. Contudo, o que aí den-tro se encontrava, vós que aguardais a salvação deve-ríeis vê-lo de preferência com os próprios olhos, pelagraça de Deus. Cada lado estava dividido em dez espa-ços quadrados, cada um com suas figuras e sentenças,como nós as reproduzimos em nossa obra de formacondensada, com tanto cuidado e precisão quantopossível.

O chão também estava dividido em triângulos,mas, visto que ali estavam descritos o reino e o poderdo regente inferior, tais coisas não podem ser prosti-tuídas ao mundo ímpio e curioso para seu uso profa-no. Mas, quem está em harmonia com o ensinamentoceleste pisa na cabeça da antiga serpente, sem medoe sem dano, ao que nosso século é muito adequado.

Cada um dos lados tinha uma porta que davapara um cofre onde se encontravam diversos obje-tos, principalmente todos os nossos livros, os quais,aliás, já possuíamos, assim como o Vocabularium deTeofrasto Paracelso de Hohenheim e outros escritosque damos a conhecer sem dissimulação todos osdias. Também descobrimos aí seu Itinerarium e suaVitam, de onde tiramos o essencial daquilo que esta-mos relatando.

Novamente, e pela terceira vez, referimo-nos à Con-fessio, pois o que aqui revelamos será em benefíciodos dignos, mas para os indignos, isto de nada pode-rá servir, graças a Deus, pois, da mesma maneira comonossas portas foram abertas de maneira maravilhosadepois de tantos anos, da mesma forma uma porta seabrirá para a Europa logo que a alvenaria for retirada,porta que já está visível e é impacientemente espera-da por um grande número de pessoas.

Pela manhã, abrimos a porta, e surgiu uma cripta desete lados e ângulos, sendo que cada lado media cincopés de largura por oito de altura. Esse hipogeu, mesmonão tendo sido jamais iluminado pelo sol, estava clara-mente iluminado graças a um outro sol que havia sidoinstruído por ele, e que se encontrava no alto, no cen-tro da abóbada. No centro, como lápide, havia um altarcircular coberto por uma plaqueta de latão, que trazia aseguinte inscrição: A.C.R.C. Hoc universi compendiumvivus mihi sepulcrum feci (A.C.R.C. Deste compêndiodo Universo fiz para mim, em vida, um sepulcro).

O primeiro círculo ou anel estava rodeado dasseguintes palavras: Jesu mihi omnia (Jesus é tudopara mim).

No centro encontravam-se quatro figuras inscritasno círculo, cuja legenda era a seguinte:

1. Nequaquam Vacuum (Não há espaço vazio)

2. Legis Jugum (O jugo da lei)

3. Libertas Evangelii (A liberdade do Evangelho)

4. Dei Gloria Intacta (A glória de Deus é intangível)

Fama Fraternitatis

XXXV

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XXXVI

Deus, seu Criador, e isso não por causa de doenças, asquais jamais conheceu no corpo nem permitia que infec-tassem outros, ou compelido por alguém, porém porhaver sido chamado pelo Espírito de Deus. Pai diletíssi-mo, irmão suavíssimo, preceptor fidelíssimo, amigo inte-gérrimo, foi ocultado aqui por 120 anos.

Imediatamente abaixo haviam assinado:

1. Pai A. Irmão R.C., cabeça da Fraternidade por eleição;

2. Pai G.V.M.P.G.;

3. Pai R.C., o mais jovem, herdeiro do Espírito Santo;

4. Pai F.B.M.P.A., pintor e arquiteto;

5. Pai G.G.M.P.I., cabalista.

Do segundo círculo:

1. Pai P.A., sucessor do Irmão I.O., matemático;

2. Irmão A., sucessor do Irmão P.D.;

3. Irmão R., sucessor do Pai C.R.C., triunfante em Cristo.

No final, estava escrito:

Ex Deo nascimur (De Deus nascemos),

in Jesu morimur (em Jesus morremos),

per Spiritum Sanctum reviviscimus (pelo Espírito Santorenascemos).

Em um outro armário havia espelhos com diversasvirtudes, e em outro lugar, sinetas, lamparinas acesas etambém algumas canções artísticas maravilhosas, tudodisposto de tal modo que, muitos séculos mais tarde,caso toda a Ordem ou Fraternidade perecesse, tudo po-deria ser reconstituído a partir unicamente dessa cripta.

Ainda não havíamos visto os despojos de nosso pai tãoatencioso e tão prudente, de modo que movemos de ladoo altar e, sob uma espessa folha de latão, surgiu diante denós um belo e glorioso corpo, intacto e sem nenhum sinalde decomposição, tal como o vemos reproduzido aqui fi-elmente, com todos os seus ornamentos e atributos.

Na mão segurava um pequeno livro de pergaminho,escrito em letras de ouro e denominado T, que é,depois da Bíblia, nosso mais precioso tesouro e quenão deve ser exposto levianamente à crítica do mundo.No final desse livreto, encontra-se o seguinte elogio:

Um grão semeado no coração de Jesus, CristianoRosacruz era oriundo de nobre e ilustre família R. C.alemã. Homem de seu século, ornamento luminoso parao futuro, dotado de imaginação sutilíssima, trabalhadorvigoroso, fora admitido nos mistérios e arcanos celestes ehumanos por revelação divina. Seu tesouro, mais quereal ou imperial, coligido por ele em suas viagens pelaArábia e pela África, e para o qual seu século ainda nãoestava maduro, guardou-o para que a posteridade o de-senterrasse, fazendo herdeiros de sua arte e de seu nomeseus amigos mais íntimos e leais. Ele construiu umpequeno mundo que correspondia ao grande em todos osmovimentos. Finalmente, após haver feito esse compên-dio dos acontecimentos passados, presentes e futuros,entregou – com mais de cem anos e em meio a abraçose últimos ósculos dos irmãos – sua alma iluminada a

Fama Fraternitatis

XXXVII

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XXXVI

Deus, seu Criador, e isso não por causa de doenças, asquais jamais conheceu no corpo nem permitia que infec-tassem outros, ou compelido por alguém, porém porhaver sido chamado pelo Espírito de Deus. Pai diletíssi-mo, irmão suavíssimo, preceptor fidelíssimo, amigo inte-gérrimo, foi ocultado aqui por 120 anos.

Imediatamente abaixo haviam assinado:

1. Pai A. Irmão R.C., cabeça da Fraternidade por eleição;

2. Pai G.V.M.P.G.;

3. Pai R.C., o mais jovem, herdeiro do Espírito Santo;

4. Pai F.B.M.P.A., pintor e arquiteto;

5. Pai G.G.M.P.I., cabalista.

Do segundo círculo:

1. Pai P.A., sucessor do Irmão I.O., matemático;

2. Irmão A., sucessor do Irmão P.D.;

3. Irmão R., sucessor do Pai C.R.C., triunfante em Cristo.

No final, estava escrito:

Ex Deo nascimur (De Deus nascemos),

in Jesu morimur (em Jesus morremos),

per Spiritum Sanctum reviviscimus (pelo Espírito Santorenascemos).

Em um outro armário havia espelhos com diversasvirtudes, e em outro lugar, sinetas, lamparinas acesas etambém algumas canções artísticas maravilhosas, tudodisposto de tal modo que, muitos séculos mais tarde,caso toda a Ordem ou Fraternidade perecesse, tudo po-deria ser reconstituído a partir unicamente dessa cripta.

Ainda não havíamos visto os despojos de nosso pai tãoatencioso e tão prudente, de modo que movemos de ladoo altar e, sob uma espessa folha de latão, surgiu diante denós um belo e glorioso corpo, intacto e sem nenhum sinalde decomposição, tal como o vemos reproduzido aqui fi-elmente, com todos os seus ornamentos e atributos.

Na mão segurava um pequeno livro de pergaminho,escrito em letras de ouro e denominado T, que é,depois da Bíblia, nosso mais precioso tesouro e quenão deve ser exposto levianamente à crítica do mundo.No final desse livreto, encontra-se o seguinte elogio:

Um grão semeado no coração de Jesus, CristianoRosacruz era oriundo de nobre e ilustre família R. C.alemã. Homem de seu século, ornamento luminoso parao futuro, dotado de imaginação sutilíssima, trabalhadorvigoroso, fora admitido nos mistérios e arcanos celestes ehumanos por revelação divina. Seu tesouro, mais quereal ou imperial, coligido por ele em suas viagens pelaArábia e pela África, e para o qual seu século ainda nãoestava maduro, guardou-o para que a posteridade o de-senterrasse, fazendo herdeiros de sua arte e de seu nomeseus amigos mais íntimos e leais. Ele construiu umpequeno mundo que correspondia ao grande em todos osmovimentos. Finalmente, após haver feito esse compên-dio dos acontecimentos passados, presentes e futuros,entregou – com mais de cem anos e em meio a abraçose últimos ósculos dos irmãos – sua alma iluminada a

Fama Fraternitatis

XXXVII

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XXXIXXXXVIII

Àquela época, o Pai O. e o Pai D. já haviam falecido.Onde pode estar o sepulcro deles? Para nós não hádúvida de que nosso irmão decano foi sepultado demodo bem especial, ou talvez também ocultado.Esperamos igualmente que nosso exemplo inciteoutras pessoas a investigarem com mais zelo sobre osnomes deles, os quais por isso revelamos, e a procurarseus túmulos. Afinal, a maior parte deles ainda é co-nhecida pelas pessoas muito idosas, e são famosospela sua medicina. Assim, nossa Gaza poderá, semdúvida, ser aumentada, ou ao menos ser mais bem ilu-minada.

Quanto ao minutus mundus, nós o encontramosguardado em um outro pequeno altar, certamente maisbelo que qualquer ser racional possa imaginar: nós nãoo reproduziremos enquanto não se houver respondidosinceramente à nossa leal Fama.

Então, recolocamos no lugar as placas, e, recoloca-do sobre elas o altar, fechamos a porta e apusemosnela todos os nossos selos. Depois disso, conforme asindicações e ordens de nossas Rotæ, divulgamos diver-sos livretos, entre os quais o M. sup. composto pelobem amado M. P., que para isso deixara de lado certasobrigações domésticas. Finalmente, de acordo comnosso hábito, novamente nos separamos, deixando osherdeiros naturais de posse de nossos tesouros. Agoraesperamos a resposta, a sentença ou o julgamento quereceberemos sobre isso dos eruditos e dos ignorantes.

Embora saibamos perfeitamente que ainda está lon-ge o tempo em que, segundo nosso desejo e expectati-va, deva se produzir uma reforma geral do divino e dohumano em toda a sua extensão, não é nada excepcio-nal que o sol, antes de se erguer, projete no céu umaluz clara ou difusa na qual alguns, que se apresentarão,

Fama Fraternitatis

virão se juntar para ampliar nossa Fraternidade emnúmero e reputação. E, graças à regra filosófica deseja-da e ditada pelo Irmão C., darão um feliz início e sebeneficiarão conosco, em humildade e amor, de nossotesouro – que já não nos poderá escapar – e suavizarãoa dor deste mundo e já não vaguearão como cegosentre as maravilhas de Deus.

Mas, para que todo cristão saiba que somos pessoas defé e confiáveis, professamos o conhecimento de JesusCristo, tal como ele é divulgado em termos claros e evi-dentes nestes últimos tempos, principalmente na Ale-manha, e como ainda é hoje – à exceção de todos osfanáticos, hereges e falsos profetas – recebido, con-quistado e propagado por determinados países.

Também nos beneficiamos de dois sacramentos,tais como eles foram instituídos, com todas as fórmu-las e cerimônias, pela Primeira Igreja Reformada.

Em matéria de política, reconhecemos o impérioromano – e a Quarta Monarquia como nosso mestre emestre dos cristãos.

Apesar de sabermos perfeitamente quais são asmudanças que estão sendo preparadas, desejamos, detodo o coração, comunicá-las aos que são instruídospor Deus, e nenhum homem poderá apossar-se, sem avontade de Deus, de nosso manuscrito, que temos emmãos, nem entregá-lo aos indignos. Entretanto, presta-remos auxílio secreto à boa causa, conforme Deus opermita ou proíba. Afinal, nosso Deus não é cegocomo a Fortuna dos pagãos, mas é o ornamento daIgreja e a honra do Templo.

Nossa filosofia não é nada nova, mas sim semelhan-te àquela que foi recebida por Adão depois de suaqueda, e que Moisés e Salomão colocaram em prática.

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XXXIXXXXVIII

Àquela época, o Pai O. e o Pai D. já haviam falecido.Onde pode estar o sepulcro deles? Para nós não hádúvida de que nosso irmão decano foi sepultado demodo bem especial, ou talvez também ocultado.Esperamos igualmente que nosso exemplo inciteoutras pessoas a investigarem com mais zelo sobre osnomes deles, os quais por isso revelamos, e a procurarseus túmulos. Afinal, a maior parte deles ainda é co-nhecida pelas pessoas muito idosas, e são famosospela sua medicina. Assim, nossa Gaza poderá, semdúvida, ser aumentada, ou ao menos ser mais bem ilu-minada.

Quanto ao minutus mundus, nós o encontramosguardado em um outro pequeno altar, certamente maisbelo que qualquer ser racional possa imaginar: nós nãoo reproduziremos enquanto não se houver respondidosinceramente à nossa leal Fama.

Então, recolocamos no lugar as placas, e, recoloca-do sobre elas o altar, fechamos a porta e apusemosnela todos os nossos selos. Depois disso, conforme asindicações e ordens de nossas Rotæ, divulgamos diver-sos livretos, entre os quais o M. sup. composto pelobem amado M. P., que para isso deixara de lado certasobrigações domésticas. Finalmente, de acordo comnosso hábito, novamente nos separamos, deixando osherdeiros naturais de posse de nossos tesouros. Agoraesperamos a resposta, a sentença ou o julgamento quereceberemos sobre isso dos eruditos e dos ignorantes.

Embora saibamos perfeitamente que ainda está lon-ge o tempo em que, segundo nosso desejo e expectati-va, deva se produzir uma reforma geral do divino e dohumano em toda a sua extensão, não é nada excepcio-nal que o sol, antes de se erguer, projete no céu umaluz clara ou difusa na qual alguns, que se apresentarão,

Fama Fraternitatis

virão se juntar para ampliar nossa Fraternidade emnúmero e reputação. E, graças à regra filosófica deseja-da e ditada pelo Irmão C., darão um feliz início e sebeneficiarão conosco, em humildade e amor, de nossotesouro – que já não nos poderá escapar – e suavizarãoa dor deste mundo e já não vaguearão como cegosentre as maravilhas de Deus.

Mas, para que todo cristão saiba que somos pessoas defé e confiáveis, professamos o conhecimento de JesusCristo, tal como ele é divulgado em termos claros e evi-dentes nestes últimos tempos, principalmente na Ale-manha, e como ainda é hoje – à exceção de todos osfanáticos, hereges e falsos profetas – recebido, con-quistado e propagado por determinados países.

Também nos beneficiamos de dois sacramentos,tais como eles foram instituídos, com todas as fórmu-las e cerimônias, pela Primeira Igreja Reformada.

Em matéria de política, reconhecemos o impérioromano – e a Quarta Monarquia como nosso mestre emestre dos cristãos.

Apesar de sabermos perfeitamente quais são asmudanças que estão sendo preparadas, desejamos, detodo o coração, comunicá-las aos que são instruídospor Deus, e nenhum homem poderá apossar-se, sem avontade de Deus, de nosso manuscrito, que temos emmãos, nem entregá-lo aos indignos. Entretanto, presta-remos auxílio secreto à boa causa, conforme Deus opermita ou proíba. Afinal, nosso Deus não é cegocomo a Fortuna dos pagãos, mas é o ornamento daIgreja e a honra do Templo.

Nossa filosofia não é nada nova, mas sim semelhan-te àquela que foi recebida por Adão depois de suaqueda, e que Moisés e Salomão colocaram em prática.

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XL

importância. Em comparação com isso, eles possuemmilhares de coisas mais importantes. E nós dizemoscom nosso amado Pai C.R.C.: Phui! aurum nisi quan-tum aurum! (Puh! Ouro – nada mais do que ouro!). Comefeito, aquele para quem a natureza inteira se revelanão se regozija por poder fazer ouro ou, como Cristodiz, que os demônios lhe obedeçam, porém por ver océu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem eseu nome escrito no Livro da Vida.

Testemunhamos também que, sob nomes alquími-cos aparecem livros e figuras que são afrontas à honrade Deus. A seu devido tempo, nomeá-los-emos e dare-mos um catálogo deles aos puros de coração. Pedimosa todos os letrados que tomem o devido cuidado comesses livros, pois o inimigo não pára de semear seujoio, até que alguém mais forte o impeça.

Conforme intenção de nosso Pai C.R.C., nós, seusirmãos, solicitamos mais uma vez a todos os sábios daEuropa que lerem nossa Fama (editada em cinco lín-guas) e nossa Confessio latina, que examinem suas artescom espírito ponderado, de maneira rigorosa e escrupu-losa, considerem a época presente com todo o zelo e nosanunciem, então, o fruto de suas reflexões, manuscritasou impressas, quer coletiva, quer individualmente, pois,apesar de não revelarmos nem nosso nome, nem o denossa assembléia, o julgamento de cada um, em qual-quer língua que seja, seguramente chegará até nós.

Além disso, quem nos revela seu nome pode estarcompletamente seguro de que tomará contato com umde nós, seja verbalmente ou, se tiver algum escrúpulo,por escrito. Porém dizemos enfaticamente que aqueleque em relação a nós tiver intenções sérias e cordiaissentirá alegria em seus bens, seu corpo e sua alma.

Fama Fraternitatis

XLI

Assim, ela não tem necessidade de colocar muitas coi-sas em dúvida, nem de refutar idéias diferentes. Mas,como a verdade sempre é simples, concisa e semelhan-te a si mesma – e, principalmente, está em harmoniacom Jesu ex omni parte (Jesus em sua manifestaçãoplena) e com todos os seus membros, assim como eleé a imagem de seu Pai e ela é sua contraparte – é erra-do afirmar: Hoc per Philosophiam verum est, sed perTheologiam falsum (Isto é verdadeiro para a Filosofia,todavia é falso para a Teologia). Afinal, o que foi admi-tido como justo por Platão, Aristóteles, Pitágoras eoutros, e aquilo que Enoque, Abraão, Moisés e Salo-mão demonstraram – principalmente o que está deacordo com a Bíblia, esse grande livro maravilhoso –converge e se torna uma esfera ou globo onde todas aspartes estão a igual distância do centro, como isso serátratado mais ampla e profundamente em nossas disser-tações crísticas.

Todavia, a fabricação ímpia e maldita do ouro, par-ticularmente em nossa época, desenvolveu-se tantoque incita muitos bajuladores extraviados, dignos dopatíbulo, a cometerem grandes vilanias e a abusar dacuriosidade e da credulidade de muitos, a ponto demuitas vezes pessoas modestas pensarem que a trans-mutação dos metais poderia ser o ápice e o fastígio daFilosofia e fazerem tudo com esta finalidade: Deus, elemesmo, deveria ser suficientemente bom para lhes per-mitir fabricar grandes quantidades de ouro e de pepi-tas de ouro. Além disso, elas esperam convencer dissoo Deus onisciente, que vê nos corações, por meio depreces levianas e de rostos constritos e amargos.

Portanto, testemunhamos oficialmente aqui que issonão é correto, sendo que a produção de ouro para osverdadeiros filósofos é algo insignificante e de pouca

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XL

importância. Em comparação com isso, eles possuemmilhares de coisas mais importantes. E nós dizemoscom nosso amado Pai C.R.C.: Phui! aurum nisi quan-tum aurum! (Puh! Ouro – nada mais do que ouro!). Comefeito, aquele para quem a natureza inteira se revelanão se regozija por poder fazer ouro ou, como Cristodiz, que os demônios lhe obedeçam, porém por ver océu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem eseu nome escrito no Livro da Vida.

Testemunhamos também que, sob nomes alquími-cos aparecem livros e figuras que são afrontas à honrade Deus. A seu devido tempo, nomeá-los-emos e dare-mos um catálogo deles aos puros de coração. Pedimosa todos os letrados que tomem o devido cuidado comesses livros, pois o inimigo não pára de semear seujoio, até que alguém mais forte o impeça.

Conforme intenção de nosso Pai C.R.C., nós, seusirmãos, solicitamos mais uma vez a todos os sábios daEuropa que lerem nossa Fama (editada em cinco lín-guas) e nossa Confessio latina, que examinem suas artescom espírito ponderado, de maneira rigorosa e escrupu-losa, considerem a época presente com todo o zelo e nosanunciem, então, o fruto de suas reflexões, manuscritasou impressas, quer coletiva, quer individualmente, pois,apesar de não revelarmos nem nosso nome, nem o denossa assembléia, o julgamento de cada um, em qual-quer língua que seja, seguramente chegará até nós.

Além disso, quem nos revela seu nome pode estarcompletamente seguro de que tomará contato com umde nós, seja verbalmente ou, se tiver algum escrúpulo,por escrito. Porém dizemos enfaticamente que aqueleque em relação a nós tiver intenções sérias e cordiaissentirá alegria em seus bens, seu corpo e sua alma.

Fama Fraternitatis

XLI

Assim, ela não tem necessidade de colocar muitas coi-sas em dúvida, nem de refutar idéias diferentes. Mas,como a verdade sempre é simples, concisa e semelhan-te a si mesma – e, principalmente, está em harmoniacom Jesu ex omni parte (Jesus em sua manifestaçãoplena) e com todos os seus membros, assim como eleé a imagem de seu Pai e ela é sua contraparte – é erra-do afirmar: Hoc per Philosophiam verum est, sed perTheologiam falsum (Isto é verdadeiro para a Filosofia,todavia é falso para a Teologia). Afinal, o que foi admi-tido como justo por Platão, Aristóteles, Pitágoras eoutros, e aquilo que Enoque, Abraão, Moisés e Salo-mão demonstraram – principalmente o que está deacordo com a Bíblia, esse grande livro maravilhoso –converge e se torna uma esfera ou globo onde todas aspartes estão a igual distância do centro, como isso serátratado mais ampla e profundamente em nossas disser-tações crísticas.

Todavia, a fabricação ímpia e maldita do ouro, par-ticularmente em nossa época, desenvolveu-se tantoque incita muitos bajuladores extraviados, dignos dopatíbulo, a cometerem grandes vilanias e a abusar dacuriosidade e da credulidade de muitos, a ponto demuitas vezes pessoas modestas pensarem que a trans-mutação dos metais poderia ser o ápice e o fastígio daFilosofia e fazerem tudo com esta finalidade: Deus, elemesmo, deveria ser suficientemente bom para lhes per-mitir fabricar grandes quantidades de ouro e de pepi-tas de ouro. Além disso, elas esperam convencer dissoo Deus onisciente, que vê nos corações, por meio depreces levianas e de rostos constritos e amargos.

Portanto, testemunhamos oficialmente aqui que issonão é correto, sendo que a produção de ouro para osverdadeiros filósofos é algo insignificante e de pouca

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Análise Esotéricada

Fama Fraternitatis R.C.

XLII

Mas aquele cujo coração for falso e estiver voltado ape-nas para o dinheiro não nos trará nenhum dano, masafogará-se-á na mais forte e profunda dor.

É preciso, com efeito, que nossa construção, mesmoque centenas de milhares de homens a tenham visto deperto, permaneça intangível, incólume, excepcional eperfeitamente oculta por toda a eternidade.

Sub umbra alarum tuarum Jehova.(À sombra de tuas asas, ó Jeová.)

Fama Fraternitatis

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Análise Esotéricada

Fama Fraternitatis R.C.

XLII

Mas aquele cujo coração for falso e estiver voltado ape-nas para o dinheiro não nos trará nenhum dano, masafogará-se-á na mais forte e profunda dor.

É preciso, com efeito, que nossa construção, mesmoque centenas de milhares de homens a tenham visto deperto, permaneça intangível, incólume, excepcional eperfeitamente oculta por toda a eternidade.

Sub umbra alarum tuarum Jehova.(À sombra de tuas asas, ó Jeová.)

Fama Fraternitatis

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3

Introdução

Aqueles que estudaram as ciências esotéricas, por poucoque seja, descobriram que em toda a extensão docosmo se desenrola uma luta espantosa e sobre-huma-na entre as potestades do bem e as potestades do mal.Ao tomar consciência das antigas religiões, dos mitos edas lendas que desde a aurora dos tempos chegaramaté nós, sereis tocados pelo indizível drama da lutaeterna, no céu e na terra, do conflito entre o negativoe o positivo, entre o bem e o mal.

Todos nós participamos desse conflito, cada umdesempenhando seu papel particular. Todos participa-mos dessa luta, desse necessário processo de purifica-ção, pois é graças a ela que chegamos à vitória. Umepisódio dessa luta pela vida desenvolve-se entre asportas do nascimento e da morte. A terra é o crisolonde fomos todos lançados, a fim de que o ouro doespírito possa libertar-se do que é inferior e transmu-tar-se no ouro da alma.

Nessa luta, cada um é chamado para fazer umaescolha. Entrareis na fila das legiões da Luz Branca oudesejais pertencer à fraternidade das trevas? Compre-endei bem: não se trata absolutamente de uma designa-ção vaga, poética ou mística, pois há efetivamente doiscampos a serem distinguidos, e é em um deles quedeveis entrar, misturando-vos inexoravelmente à luta e

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3

Introdução

Aqueles que estudaram as ciências esotéricas, por poucoque seja, descobriram que em toda a extensão docosmo se desenrola uma luta espantosa e sobre-huma-na entre as potestades do bem e as potestades do mal.Ao tomar consciência das antigas religiões, dos mitos edas lendas que desde a aurora dos tempos chegaramaté nós, sereis tocados pelo indizível drama da lutaeterna, no céu e na terra, do conflito entre o negativoe o positivo, entre o bem e o mal.

Todos nós participamos desse conflito, cada umdesempenhando seu papel particular. Todos participa-mos dessa luta, desse necessário processo de purifica-ção, pois é graças a ela que chegamos à vitória. Umepisódio dessa luta pela vida desenvolve-se entre asportas do nascimento e da morte. A terra é o crisolonde fomos todos lançados, a fim de que o ouro doespírito possa libertar-se do que é inferior e transmu-tar-se no ouro da alma.

Nessa luta, cada um é chamado para fazer umaescolha. Entrareis na fila das legiões da Luz Branca oudesejais pertencer à fraternidade das trevas? Compre-endei bem: não se trata absolutamente de uma designa-ção vaga, poética ou mística, pois há efetivamente doiscampos a serem distinguidos, e é em um deles quedeveis entrar, misturando-vos inexoravelmente à luta e

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de sua meta. Mesmo que seus esforços sejam apre-sentados sob uma falsa luz, mesmo que se tornevítima do ódio, da calúnia, da animosidade, ou dafalta de compreensão, ele neutralizará habilmenteesses ataques sem desempenhar o papel de herói oude personagem importante, pois todo e qualquerheroísmo está fora de cogitação em uma vitória quejá está assegurada de antemão. Ele sabe que todahonraria, reconhecimento e adoração pertencem aoGrande Arquiteto que tudo criou, e a Cristo, que pos-sibilita toda construção.

O pioneiro é perseverante. Jamais se desencoraja.Ele não se deixa levar pelo entusiasmo para, depois deuma atividade transbordante, cair em completa inércia.E se, às vezes, ele troveja como uma tempestade, é paradespertar os inconscientes de seu sono. O pioneiro éum conhecedor. Ele sabe o que faz, conhece a estrutu-ra do grande plano da criação, sabe que não se trata deuma derrota e que, no final, cada homem deverá che-gar a esse comportamento único. Na verdade, não hápossibilidade de alguém negar para sempre o triângulomágico da bondade, da verdade e da justiça. É por essarazão que o pioneiro torna-se tão calmo, que se man-tém em uma fria equanimidade em meio à efervescên-cia de nossa época. Mas, passo a passo, ele avança.

Em uma ampla frente de batalha, a Fraternidade daLuz põe-se a caminho. Não penseis, contudo, que setrata somente de resolver uma fórmula cósmica emsentido prático, frio e realista. Não, a grande forçamotriz por trás desse método cósmico é o amor.

O pioneiro conhece esse amor manifestado quecintila por toda parte e se reflete em cada olhar. Esseamor está em todas as coisas e todas as coisas exis-tem por ele. É a síntese de Cristo. Esse amor de Deus

Introdução

5

tornando-vos, inevitavelmente, um participante de todoo devir.

Já sabemos com antecedência qual das duas legiõessairá vitoriosa: a Luz Branca triunfará no final. Trata-se,principalmente, de assegurar a vitória no tempo maiscurto possível. Esta é a pergunta que a FraternidadeUniversal faz, continuamente: como atingiremos nossameta o mais rapidamente possível?

Esse caminhar mais ou menos rápido depende daparcela da humanidade que poderíamos chamar de agrande massa das classes médias, dotada de um poderde discernimento ainda muito pequeno, de uma ener-gia dinâmica muito escassa, e que é extremamenteconservadora – em suma, o rebanho dos inconscientes.Na verdade, é esse rebanho que mantém a fraternida-de das trevas. É por isso que encontramos na Bíbliaestas palavras, tão freqüentemente citadas: “Meu povose perde por falta de conhecimento”. Entretanto, antesque se possa vencer definitivamente o adversário tene-broso, é preciso arrancar a massa de sua inconsciênciae educá-la para permitir que ela faça uma escolha defi-nitiva: a escolha que é esperada, com toda tranqüilida-de, pela Fraternidade da Luz.

Admitamos que o buscador já tenha feito sua esco-lha, que tenha se destacado da massa, que tenha seincorporado ao grupo de pioneiros, e já tenha se pre-parado para a luta pela bondade, verdade e justiça, otriângulo mágico do franco-maçom místico.

Como podereis saber se sois um pioneiro? Um pio-neiro é um ser firmemente decidido. Após ter feito suaescolha, ele se direciona para sua meta e aproxima-sedela com grande resolução. Ele evita a agitação e osruídos inúteis. Ele não dá nenhuma importância à opo-sição. Ele vencerá gradualmente tudo o que o separa

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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de sua meta. Mesmo que seus esforços sejam apre-sentados sob uma falsa luz, mesmo que se tornevítima do ódio, da calúnia, da animosidade, ou dafalta de compreensão, ele neutralizará habilmenteesses ataques sem desempenhar o papel de herói oude personagem importante, pois todo e qualquerheroísmo está fora de cogitação em uma vitória quejá está assegurada de antemão. Ele sabe que todahonraria, reconhecimento e adoração pertencem aoGrande Arquiteto que tudo criou, e a Cristo, que pos-sibilita toda construção.

O pioneiro é perseverante. Jamais se desencoraja.Ele não se deixa levar pelo entusiasmo para, depois deuma atividade transbordante, cair em completa inércia.E se, às vezes, ele troveja como uma tempestade, é paradespertar os inconscientes de seu sono. O pioneiro éum conhecedor. Ele sabe o que faz, conhece a estrutu-ra do grande plano da criação, sabe que não se trata deuma derrota e que, no final, cada homem deverá che-gar a esse comportamento único. Na verdade, não hápossibilidade de alguém negar para sempre o triângulomágico da bondade, da verdade e da justiça. É por essarazão que o pioneiro torna-se tão calmo, que se man-tém em uma fria equanimidade em meio à efervescên-cia de nossa época. Mas, passo a passo, ele avança.

Em uma ampla frente de batalha, a Fraternidade daLuz põe-se a caminho. Não penseis, contudo, que setrata somente de resolver uma fórmula cósmica emsentido prático, frio e realista. Não, a grande forçamotriz por trás desse método cósmico é o amor.

O pioneiro conhece esse amor manifestado quecintila por toda parte e se reflete em cada olhar. Esseamor está em todas as coisas e todas as coisas exis-tem por ele. É a síntese de Cristo. Esse amor de Deus

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tornando-vos, inevitavelmente, um participante de todoo devir.

Já sabemos com antecedência qual das duas legiõessairá vitoriosa: a Luz Branca triunfará no final. Trata-se,principalmente, de assegurar a vitória no tempo maiscurto possível. Esta é a pergunta que a FraternidadeUniversal faz, continuamente: como atingiremos nossameta o mais rapidamente possível?

Esse caminhar mais ou menos rápido depende daparcela da humanidade que poderíamos chamar de agrande massa das classes médias, dotada de um poderde discernimento ainda muito pequeno, de uma ener-gia dinâmica muito escassa, e que é extremamenteconservadora – em suma, o rebanho dos inconscientes.Na verdade, é esse rebanho que mantém a fraternida-de das trevas. É por isso que encontramos na Bíbliaestas palavras, tão freqüentemente citadas: “Meu povose perde por falta de conhecimento”. Entretanto, antesque se possa vencer definitivamente o adversário tene-broso, é preciso arrancar a massa de sua inconsciênciae educá-la para permitir que ela faça uma escolha defi-nitiva: a escolha que é esperada, com toda tranqüilida-de, pela Fraternidade da Luz.

Admitamos que o buscador já tenha feito sua esco-lha, que tenha se destacado da massa, que tenha seincorporado ao grupo de pioneiros, e já tenha se pre-parado para a luta pela bondade, verdade e justiça, otriângulo mágico do franco-maçom místico.

Como podereis saber se sois um pioneiro? Um pio-neiro é um ser firmemente decidido. Após ter feito suaescolha, ele se direciona para sua meta e aproxima-sedela com grande resolução. Ele evita a agitação e osruídos inúteis. Ele não dá nenhuma importância à opo-sição. Ele vencerá gradualmente tudo o que o separa

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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se dirige impessoalmente a toda a criação; ele existepara nós, mas ele não é nosso, mesmo que ele se mani-feste em nós. Portanto, esse amor jamais será egocên-trico; o amor-próprio não encontra nele nenhum lugar;o amor por um pequeno grupo, por uma família, pelosparentes, por uma nação ou por uma raça aí não temlugar. “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que amim não é digno de mim”, diz Cristo. O verdadeiropioneiro possui um pouco dessa síntese de Cristo, eesforça-se cada vez mais por possuí-la.

Essa síntese de Cristo tem um poder irradiante. Elanão pode evitar de irradiar nas trevas deste mundo. Elaé a armadura integral da Fraternidade da Luz, a únicaarma do homem de Aquário, que combate com o fogodo amor.

Não penseis que se trata aqui de um paliativo deefeito poético ou místico. O pioneiro combate com ofogo do amor. Da mesma forma que o amor inferior eegocêntrico dilacera a humanidade, fazendo de nossasociedade um inferno, também o fogo do amor deCristo é capaz de dilacerar, pelo fogo da ação, estacomunidade de vida inferior, a fim de que, deste infer-no, nasça o céu.

Já dissemos que agora se trata de assegurar a vitóriano prazo mais breve possível. Trata-se da principalpergunta, sempre repetida, que a Fraternidade se faz:como atingir nossa meta o mais rapidamente possí-vel? Entretanto, um fator que não temos nas mãos éo fator tempo.

A inteira onda de vida humana pertence a uma sócomunidade de vida e, em tudo, o futuro depende denossa coletividade, desta frente poderosa contra oadversário tenebroso. Além de sua decisão inabalável,

O chamado da Fraternidade Rosacruz

6

da escolha bem madura e de sua perseverança, o pio-neiro se caracteriza pelo fogo do amor que irradia detodo o seu ser. Eis a santa paixão que absorve toda asua força criadora. Ele quer, na verdade, atingir o obje-to de seu amor, enlaçá-lo com seus braços. Ele seapressa o mais que pode; faz o possível para atingirsua meta e não pode descansar antes de tê-la alcança-do. Ninguém sabe ainda nem o dia nem a hora dotriunfo, pois o pioneiro não pode avaliar o fator tempo.O tempo descansa nas mãos de nossa coletividade,nesta frente comum contra o adversário.

Desse modo, nós vos trazemos para perto de nossaobra, de nossa luta, da Fraternidade da Rosacruz e desua obra de Aquário, para perto do santo método, dofogo de amor que arde no mundo inteiro a fim de ani-quilar tudo o que é inferior.

Um incêndio de amor que arde impetuoso com oobjetivo de aniquilar o que é inferior? Em nossa época?Com toda a sua corrupção, sua traição, seus assassina-tos, seu impulso sangüíneo rubro? Isso não será umpalavrório vazio, irresponsável e impossível de serdemonstrado?

Não. Em nosso tempo, realmente existe esse incên-dio de amor: é a Fama Fraternitatis, o Chamado daFraternidade da Luz Branca que queremos vos transmi-tir. Não estamos anunciando nada de novo: não temosnenhuma intenção de despertar vosso interesse paraalgum modernismo. Queremos somente vos dizer que,desde a aurora dos tempos, a Fraternidade da Luz tra-balha em favor da humanidade. Apesar da dificuldadeem reunir um número suficiente de pessoas que pu-dessem ser preparadas para o trabalho consciente, paraa construção consciente, ela tem sido extremamentebem sucedida.

Introdução

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se dirige impessoalmente a toda a criação; ele existepara nós, mas ele não é nosso, mesmo que ele se mani-feste em nós. Portanto, esse amor jamais será egocên-trico; o amor-próprio não encontra nele nenhum lugar;o amor por um pequeno grupo, por uma família, pelosparentes, por uma nação ou por uma raça aí não temlugar. “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que amim não é digno de mim”, diz Cristo. O verdadeiropioneiro possui um pouco dessa síntese de Cristo, eesforça-se cada vez mais por possuí-la.

Essa síntese de Cristo tem um poder irradiante. Elanão pode evitar de irradiar nas trevas deste mundo. Elaé a armadura integral da Fraternidade da Luz, a únicaarma do homem de Aquário, que combate com o fogodo amor.

Não penseis que se trata aqui de um paliativo deefeito poético ou místico. O pioneiro combate com ofogo do amor. Da mesma forma que o amor inferior eegocêntrico dilacera a humanidade, fazendo de nossasociedade um inferno, também o fogo do amor deCristo é capaz de dilacerar, pelo fogo da ação, estacomunidade de vida inferior, a fim de que, deste infer-no, nasça o céu.

Já dissemos que agora se trata de assegurar a vitóriano prazo mais breve possível. Trata-se da principalpergunta, sempre repetida, que a Fraternidade se faz:como atingir nossa meta o mais rapidamente possí-vel? Entretanto, um fator que não temos nas mãos éo fator tempo.

A inteira onda de vida humana pertence a uma sócomunidade de vida e, em tudo, o futuro depende denossa coletividade, desta frente poderosa contra oadversário tenebroso. Além de sua decisão inabalável,

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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da escolha bem madura e de sua perseverança, o pio-neiro se caracteriza pelo fogo do amor que irradia detodo o seu ser. Eis a santa paixão que absorve toda asua força criadora. Ele quer, na verdade, atingir o obje-to de seu amor, enlaçá-lo com seus braços. Ele seapressa o mais que pode; faz o possível para atingirsua meta e não pode descansar antes de tê-la alcança-do. Ninguém sabe ainda nem o dia nem a hora dotriunfo, pois o pioneiro não pode avaliar o fator tempo.O tempo descansa nas mãos de nossa coletividade,nesta frente comum contra o adversário.

Desse modo, nós vos trazemos para perto de nossaobra, de nossa luta, da Fraternidade da Rosacruz e desua obra de Aquário, para perto do santo método, dofogo de amor que arde no mundo inteiro a fim de ani-quilar tudo o que é inferior.

Um incêndio de amor que arde impetuoso com oobjetivo de aniquilar o que é inferior? Em nossa época?Com toda a sua corrupção, sua traição, seus assassina-tos, seu impulso sangüíneo rubro? Isso não será umpalavrório vazio, irresponsável e impossível de serdemonstrado?

Não. Em nosso tempo, realmente existe esse incên-dio de amor: é a Fama Fraternitatis, o Chamado daFraternidade da Luz Branca que queremos vos transmi-tir. Não estamos anunciando nada de novo: não temosnenhuma intenção de despertar vosso interesse paraalgum modernismo. Queremos somente vos dizer que,desde a aurora dos tempos, a Fraternidade da Luz tra-balha em favor da humanidade. Apesar da dificuldadeem reunir um número suficiente de pessoas que pu-dessem ser preparadas para o trabalho consciente, paraa construção consciente, ela tem sido extremamentebem sucedida.

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A Fraternidade Ocidental da Luz, sobre a qual fala-mos, precede todo o processo de gestação do mundoe sua intervenção na história moderna é fácil de serdemonstrada. Pensou-se que o esoterismo ocidentalfosse uma planta exótica: como sempre foi feito emoutros lugares, ainda se tenta fazer crescer algumasplantas exóticas aqui no ocidente, com maior oumenor sucesso. Conhecemos o budismo teosófico, osperigosos exercícios de ioga Mazdaznan e o humanis-mo oriental mágico dos sufis. Entretanto, estamos con-vencidos de que todas essas doutrinas importadasdesaparecerão com o tempo.

O Ocidente pede e exige algo totalmente diferente,pois não se pode colocar vinho novo em odres velhos.O Ocidente possui seu próprio esoterismo, um esote-rismo crístico. Tudo o que as eras produziram comovalores superiores encontra-se sintetizado e renovadono cristianismo. O esoterismo ocidental também exigealgo completamente diferente. Ele estabelece a neces-sidade da religião como ato: ele visa um realismo cris-tão. Não somente individual, mas, também coletivo.

Não se pode isolar o indivíduo da comunidade: o eue a comunidade formam uma unidade. Da mesma formaque o positivo e o negativo se unem e se interpenetrampara fazer nascer o novo, assim é preciso que busque-mos a renovação individual consagrando-nos uns aosoutros. Percebereis aí, provavelmente, a questão crucialde nossa época: não queremos saber de nada, porquenos agarramos ao eu e às suas exigências.

Aí também não anunciamos nada de novo. Se qui-serdes vos dar ao trabalho de ler vossa Bíblia, desco-brireis nela a prática da lei do amor ao próximo, exi-gência absoluta que constitui um dos fundamentos docristianismo. O cristianismo em forma de ação significa

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Introdução

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uma revolução mundial, uma Nova Jerusalém – não nocéu, mas aqui. Não buscamos, portanto, um comporta-mento como o dos iogues, que se afastam da terra,nem uma santificação imposta por meio de exercíciose ascetismo, que deixam o mundo do jeito que ele é.Não aspiramos ao humanitarismo, com seus dias decoletas e suas procissões em favor da paz, com seusdiáconos, seus sermões e suas associações beneficen-tes. Queremos santificar o mundo, torná-lo humano,pelo ato único e indispensável, que repousa sobre umcristianismo vivo, e não simplesmente salvar as aparên-cias por meio de uma importação oriental.

Quase tudo o que nasce no Ocidente sob a formade humanitarismo, idealismo e religião não passa deum comportamento oriental, apesar de todas as conde-nações feitas ao paganismo oriental. Se quiserdes vosdar ao trabalho de fazer um exame, descobrireis ime-diatamente essa analogia.

Nada disso, entretanto, é válido para o Ocidente.Eis o drama do nosso tempo: somos mais materializa-dos, mais individualizados do que os orientais, entre-tanto, conservamos processos de desenvolvimentoorientais que, na realidade, têm por finalidade ligar ohomem mais profundamente à matéria. É daí que, ine-vitavelmente, vem a maior confusão.

É para prevenir essa confusão ou impedi-la, tantoquanto possível, que surgiu a nova religião, o cristia-nismo, a religião para o ocidental. Para que possaexistir um avanço no futuro, é preciso que esta reli-gião e os valores que ela encerra – que são úteis paraum desenvolvimento posterior – imponham-se à hu-manidade. O cristianismo não nos ensina a nos diver-tirmos nos mundos sutis, nem a fazermos excursõespara as regiões do além. Ele ensina o verdadeiro amor

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A Fraternidade Ocidental da Luz, sobre a qual fala-mos, precede todo o processo de gestação do mundoe sua intervenção na história moderna é fácil de serdemonstrada. Pensou-se que o esoterismo ocidentalfosse uma planta exótica: como sempre foi feito emoutros lugares, ainda se tenta fazer crescer algumasplantas exóticas aqui no ocidente, com maior oumenor sucesso. Conhecemos o budismo teosófico, osperigosos exercícios de ioga Mazdaznan e o humanis-mo oriental mágico dos sufis. Entretanto, estamos con-vencidos de que todas essas doutrinas importadasdesaparecerão com o tempo.

O Ocidente pede e exige algo totalmente diferente,pois não se pode colocar vinho novo em odres velhos.O Ocidente possui seu próprio esoterismo, um esote-rismo crístico. Tudo o que as eras produziram comovalores superiores encontra-se sintetizado e renovadono cristianismo. O esoterismo ocidental também exigealgo completamente diferente. Ele estabelece a neces-sidade da religião como ato: ele visa um realismo cris-tão. Não somente individual, mas, também coletivo.

Não se pode isolar o indivíduo da comunidade: o eue a comunidade formam uma unidade. Da mesma formaque o positivo e o negativo se unem e se interpenetrampara fazer nascer o novo, assim é preciso que busque-mos a renovação individual consagrando-nos uns aosoutros. Percebereis aí, provavelmente, a questão crucialde nossa época: não queremos saber de nada, porquenos agarramos ao eu e às suas exigências.

Aí também não anunciamos nada de novo. Se qui-serdes vos dar ao trabalho de ler vossa Bíblia, desco-brireis nela a prática da lei do amor ao próximo, exi-gência absoluta que constitui um dos fundamentos docristianismo. O cristianismo em forma de ação significa

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uma revolução mundial, uma Nova Jerusalém – não nocéu, mas aqui. Não buscamos, portanto, um comporta-mento como o dos iogues, que se afastam da terra,nem uma santificação imposta por meio de exercíciose ascetismo, que deixam o mundo do jeito que ele é.Não aspiramos ao humanitarismo, com seus dias decoletas e suas procissões em favor da paz, com seusdiáconos, seus sermões e suas associações beneficen-tes. Queremos santificar o mundo, torná-lo humano,pelo ato único e indispensável, que repousa sobre umcristianismo vivo, e não simplesmente salvar as aparên-cias por meio de uma importação oriental.

Quase tudo o que nasce no Ocidente sob a formade humanitarismo, idealismo e religião não passa deum comportamento oriental, apesar de todas as conde-nações feitas ao paganismo oriental. Se quiserdes vosdar ao trabalho de fazer um exame, descobrireis ime-diatamente essa analogia.

Nada disso, entretanto, é válido para o Ocidente.Eis o drama do nosso tempo: somos mais materializa-dos, mais individualizados do que os orientais, entre-tanto, conservamos processos de desenvolvimentoorientais que, na realidade, têm por finalidade ligar ohomem mais profundamente à matéria. É daí que, ine-vitavelmente, vem a maior confusão.

É para prevenir essa confusão ou impedi-la, tantoquanto possível, que surgiu a nova religião, o cristia-nismo, a religião para o ocidental. Para que possaexistir um avanço no futuro, é preciso que esta reli-gião e os valores que ela encerra – que são úteis paraum desenvolvimento posterior – imponham-se à hu-manidade. O cristianismo não nos ensina a nos diver-tirmos nos mundos sutis, nem a fazermos excursõespara as regiões do além. Ele ensina o verdadeiro amor

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cará, entretanto, nenhum compromisso: ele exigirátudo ou nada, a renovação de vida fundamental, abso-luta, conforme as diretrizes de Cristo. E, dessa forma,acabará a vida centrada no eu, a vida direcionada parao que é terreno. Se não houver um número suficientede homens para realizar essa renovação fundamental,esse renascimento evangélico pela água e pelo espíri-to, então somente restará a possibilidade da retificação.Segundo a vontade de Deus, ela está se cumprindoagora, por meio de uma revolução cósmica, atmosféri-ca e espiritual, que se derramará sobre o mundo comuma violência irresistível.

Mesmo que a corrente de renovação escolha este últi-mo caminho, a Fraternidade da Luz, impulsionada pelatempestade de amor, tentará salvar o maior número dehomens possível da explosão apocalíptica provocadapelo decorrer natural das coisas, pela vida da humanida-de que se desviou de Deus. Assim, descobrireis o que aRosacruz tem em vista e o que ela quer, a que forças omovimento de Aquário está ligado e qual é a energia quenos impulsiona na senda da realização universal.

Deveis considerar estas palavras como uma intro-dução a uma análise dos textos autênticos dos rosa-cruzes, nos quais observareis que o movimento deAquário não é um movimento novo, engendrado e sur-gido na cabeça de alguns fanáticos espirituais. Não, abase deste movimento jaz infinitamente mais profundoe remonta à aurora da gênese da humanidade atual.

Está fora de questão que os valores do cristianismo,a própria essência do cristianismo, possam ser danifi-cados pelo impulso egoísta dos homens, pois, tal comouma falange, a Fraternidade da Luz está reunida emvolta da cruz, que é o símbolo da humanidade renas-cida em Cristo.

Introdução

11

ao próximo: todas as forças e toda a energia dinâmicasão utilizadas para trazer de volta ao aprisco a únicaovelha desgarrada.

Não vejais isto, também, como uma expressão poé-tica ou mística. Vede-o como uma de vossas diretrizescristãs, destinada a oferecer a toda a humanidade arenovação da vida. Não deveis fazer paráfrases cristãs,sejam elas elegantes, sóbrias ou imponentes, nemesconder o rosto diante da realidade. Não podeis vosenclausurar em uma ou outra filosofia e deixar as coi-sas como estão. O cristianismo vivo dirige vossa aten-ção para a realidade e exige uma auto-revolução, ouseja, uma total revolução do comportamento. Quemdecide realizar essa revolução demonstra, com isso,que está completamente liberto da influência doOriente e segue, com toda a sua consciência, sua ver-dadeira vocação.

Como essa renovação deverá ser efetuada? Issodepende inteiramente de vós. Se a humanidade conti-nuar a se opor à corrente de desenvolvimento das for-ças de Aquário, que penetram sempre mais intensa-mente em nossa atmosfera, as conseqüências serãoespantosas. Se incentivardes uns aos outros à reflexão,se compreenderdes bem a vocação ocidental, se com-preenderdes algo da intenção de Cristo e possuirdes ofermento indispensável, ou seja, uma pequena cente-lha de amor verdadeiro e de amizade, se puderdes des-pertar a massa para a ação, então poderemos escapardo desastre.

Os Irmãos Maiores da humanidade, em nome dosquais nos dirigimos a vós, levam em conta a possibili-dade de um imenso e poderoso despertar, que poderáatravessar o mundo tal qual uma tempestade. Esse des-pertar, se desenvolvido na medida suficiente, não bus-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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cará, entretanto, nenhum compromisso: ele exigirátudo ou nada, a renovação de vida fundamental, abso-luta, conforme as diretrizes de Cristo. E, dessa forma,acabará a vida centrada no eu, a vida direcionada parao que é terreno. Se não houver um número suficientede homens para realizar essa renovação fundamental,esse renascimento evangélico pela água e pelo espíri-to, então somente restará a possibilidade da retificação.Segundo a vontade de Deus, ela está se cumprindoagora, por meio de uma revolução cósmica, atmosféri-ca e espiritual, que se derramará sobre o mundo comuma violência irresistível.

Mesmo que a corrente de renovação escolha este últi-mo caminho, a Fraternidade da Luz, impulsionada pelatempestade de amor, tentará salvar o maior número dehomens possível da explosão apocalíptica provocadapelo decorrer natural das coisas, pela vida da humanida-de que se desviou de Deus. Assim, descobrireis o que aRosacruz tem em vista e o que ela quer, a que forças omovimento de Aquário está ligado e qual é a energia quenos impulsiona na senda da realização universal.

Deveis considerar estas palavras como uma intro-dução a uma análise dos textos autênticos dos rosa-cruzes, nos quais observareis que o movimento deAquário não é um movimento novo, engendrado e sur-gido na cabeça de alguns fanáticos espirituais. Não, abase deste movimento jaz infinitamente mais profundoe remonta à aurora da gênese da humanidade atual.

Está fora de questão que os valores do cristianismo,a própria essência do cristianismo, possam ser danifi-cados pelo impulso egoísta dos homens, pois, tal comouma falange, a Fraternidade da Luz está reunida emvolta da cruz, que é o símbolo da humanidade renas-cida em Cristo.

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ao próximo: todas as forças e toda a energia dinâmicasão utilizadas para trazer de volta ao aprisco a únicaovelha desgarrada.

Não vejais isto, também, como uma expressão poé-tica ou mística. Vede-o como uma de vossas diretrizescristãs, destinada a oferecer a toda a humanidade arenovação da vida. Não deveis fazer paráfrases cristãs,sejam elas elegantes, sóbrias ou imponentes, nemesconder o rosto diante da realidade. Não podeis vosenclausurar em uma ou outra filosofia e deixar as coi-sas como estão. O cristianismo vivo dirige vossa aten-ção para a realidade e exige uma auto-revolução, ouseja, uma total revolução do comportamento. Quemdecide realizar essa revolução demonstra, com isso,que está completamente liberto da influência doOriente e segue, com toda a sua consciência, sua ver-dadeira vocação.

Como essa renovação deverá ser efetuada? Issodepende inteiramente de vós. Se a humanidade conti-nuar a se opor à corrente de desenvolvimento das for-ças de Aquário, que penetram sempre mais intensa-mente em nossa atmosfera, as conseqüências serãoespantosas. Se incentivardes uns aos outros à reflexão,se compreenderdes bem a vocação ocidental, se com-preenderdes algo da intenção de Cristo e possuirdes ofermento indispensável, ou seja, uma pequena cente-lha de amor verdadeiro e de amizade, se puderdes des-pertar a massa para a ação, então poderemos escapardo desastre.

Os Irmãos Maiores da humanidade, em nome dosquais nos dirigimos a vós, levam em conta a possibili-dade de um imenso e poderoso despertar, que poderáatravessar o mundo tal qual uma tempestade. Esse des-pertar, se desenvolvido na medida suficiente, não bus-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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1Como o Deus único, sábio e misericordioso, tem derra-mado, nestes últimos tempos, sua graça e sua bondadecom tanta profusão sobre o gênero humano, a fim deque ele se aprofunde ainda mais tanto no conhecimen-to de seu Filho como no conhecimento da natureza,podemos, com toda razão, falar de um tempo feliz, poisEle não somente nos revelou e nos fez descobrir a meta-de desconhecida e oculta do mundo, como mostrou inú-meras obras e criaturas prodigiosas da natureza, antesjamais vistas, e também fez surgir homens mui ilumi-nados e dotados de nobreza de espírito que, em parte,recuperaram a honra das artes degradadas e imperfei-tas para que o homem compreenda, finalmente, suanobreza e sua majestade e perceba a razão pela qualele é chamado de microcosmo, e a extensão de sua artena natureza.

Fama Fraternitatis R.C.

Desde 1617 ouvimos falar do movimento deAquário dos rosacruzes, na Invitatio FraternitatisChristi, isto é, a Societas Christiana, que foi criada,como foi dito, “a fim de colocar Cristo em seu lugar navida real e derrubar todos os ídolos de seu pedestal”.

A magia cristã não é a coisa mais importante, comodesejariam certas pessoas; é unicamente um meio paraatingir uma meta: a edificação da verdadeira comuni-dade humana. E a Invitatio Fraternitatis Christi concluicom estas palavras: “Jamais, sob quaisquer circunstân-cias, abandonaremos a verdadeira fraternidade cristã,que, sob a cruz, exala o perfume das rosas”.

Uma etapa da luta pela vida está se desenrolandoentre as portas do nascimento e da morte. Aceitai,conosco, esta luta em favor da humanidade, impulsio-nados pela lei do amor ao próximo, e compreendendovossa missão no presente.

Acendei conosco o fogo do amor. Christus LuciferusVerus!

O chamado da Fraternidade Rosacruz

12

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1Como o Deus único, sábio e misericordioso, tem derra-mado, nestes últimos tempos, sua graça e sua bondadecom tanta profusão sobre o gênero humano, a fim deque ele se aprofunde ainda mais tanto no conhecimen-to de seu Filho como no conhecimento da natureza,podemos, com toda razão, falar de um tempo feliz, poisEle não somente nos revelou e nos fez descobrir a meta-de desconhecida e oculta do mundo, como mostrou inú-meras obras e criaturas prodigiosas da natureza, antesjamais vistas, e também fez surgir homens mui ilumi-nados e dotados de nobreza de espírito que, em parte,recuperaram a honra das artes degradadas e imperfei-tas para que o homem compreenda, finalmente, suanobreza e sua majestade e perceba a razão pela qualele é chamado de microcosmo, e a extensão de sua artena natureza.

Fama Fraternitatis R.C.

Desde 1617 ouvimos falar do movimento deAquário dos rosacruzes, na Invitatio FraternitatisChristi, isto é, a Societas Christiana, que foi criada,como foi dito, “a fim de colocar Cristo em seu lugar navida real e derrubar todos os ídolos de seu pedestal”.

A magia cristã não é a coisa mais importante, comodesejariam certas pessoas; é unicamente um meio paraatingir uma meta: a edificação da verdadeira comuni-dade humana. E a Invitatio Fraternitatis Christi concluicom estas palavras: “Jamais, sob quaisquer circunstân-cias, abandonaremos a verdadeira fraternidade cristã,que, sob a cruz, exala o perfume das rosas”.

Uma etapa da luta pela vida está se desenrolandoentre as portas do nascimento e da morte. Aceitai,conosco, esta luta em favor da humanidade, impulsio-nados pela lei do amor ao próximo, e compreendendovossa missão no presente.

Acendei conosco o fogo do amor. Christus LuciferusVerus!

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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15

1

A metade desconhecida do mundo

A Fama Fraternitatis da sublime Ordem da Rosacruznão deve ser considerada somente como uma procla-mação da existência dessa Fraternidade, como umabreve e extremamente velada síntese de sua história,como um escrito destinado a ser assimilado por umcerto número de homens eleitos, mas também comouma poderosa fórmula mágica, uma conjunção delinhas de força mágicas, ao longo das quais e com aajuda das quais, se realiza o processo de desenvolvi-mento do mundo e da humanidade.

Com exceção de algumas mutilações de poucaimportância, o texto autêntico da Fama foi preservadopara nós através dos séculos e parece que é chegadoo tempo de dar maior divulgação a esse grandioso tes-tamento espiritual da Fraternidade da Rosacruz, revelarsuas maravilhosas profundidades e atuar com essas for-ças mágicas, a fim de preparar os pioneiros da huma-nidade para uma nova tarefa.

Se apresentássemos esse trecho da Fama que aca-bamos de mencionar como introdução a este capítulocomo sendo de grande urgência para nosso tempoatual, e se quiséssemos fazer-vos ouvir esse toque detrombeta, vibrante de alegria, muito apropriado paranossos dias, então poderíeis balançar a cabeça expres-sando surpresa ou irritação e protestar ardorosamente.

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A metade desconhecida do mundo

A Fama Fraternitatis da sublime Ordem da Rosacruznão deve ser considerada somente como uma procla-mação da existência dessa Fraternidade, como umabreve e extremamente velada síntese de sua história,como um escrito destinado a ser assimilado por umcerto número de homens eleitos, mas também comouma poderosa fórmula mágica, uma conjunção delinhas de força mágicas, ao longo das quais e com aajuda das quais, se realiza o processo de desenvolvi-mento do mundo e da humanidade.

Com exceção de algumas mutilações de poucaimportância, o texto autêntico da Fama foi preservadopara nós através dos séculos e parece que é chegadoo tempo de dar maior divulgação a esse grandioso tes-tamento espiritual da Fraternidade da Rosacruz, revelarsuas maravilhosas profundidades e atuar com essas for-ças mágicas, a fim de preparar os pioneiros da huma-nidade para uma nova tarefa.

Se apresentássemos esse trecho da Fama que aca-bamos de mencionar como introdução a este capítulocomo sendo de grande urgência para nosso tempoatual, e se quiséssemos fazer-vos ouvir esse toque detrombeta, vibrante de alegria, muito apropriado paranossos dias, então poderíeis balançar a cabeça expres-sando surpresa ou irritação e protestar ardorosamente.

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nem à reconstrução de muralhas em ruínas de nossacivilização, mas significa que, por uma efusão total-mente nova de força divina, podemos nos aproximar,cada vez mais, do perfeito conhecimento de JesusCristo e da natureza.

Os alunos que, desde 1934, têm observado odesenvolvimento da Escola Espiritual Gnóstica sabemque muitos obreiros rosacruzes contribuíram grande-mente para propagar uma nova teologia, uma novacristologia, ofertada em nosso tempo sob múltiplas for-mas ao homem buscador. Todo o saber esotérico liber-tador renasceu e inúmeros conceitos novos e fatosrelacionados com a senda de libertação da humanida-de completaram e purificaram o que constituía as basesdo ensinamento interior. Mesmo as antigas revelaçõesjulgadas completas perderam seu antigo brilho e adqui-riram uma outra perspectiva, bem mais extensa.

Em sua intervenção inicial, essa irradiante onda derenovação causa uma grande inquietude nos pesquisa-dores, nos alunos iniciantes. Eles também não queremrenunciar à idéia que imaginavam possuir. Entretanto,as intensas luminosidades que se apresentam a eles osimpulsionam rumo a seu destino. Eles se dirigem paraonde o Espírito ordena.

Todavia, nunca penseis que nessa torrente impetuo-sa possa desenvolver-se uma anarquia espiritual, umtipo de aventureirismo espiritual; ou que doutrinas semsentido possam ser apresentadas sob o rótulo de gnos-ticismo. Essa torrente de força, ainda que corra comímpeto e arraste consigo todos os que se confiam a suasondas, permanece em seu leito sagrado: possui umafonte de onde jorra e uma meta para a qual corre. Trata-se de uma onda de forças de qualidade e de freqüênciavibratórias peculiares. Quem participa dessa qualidade,

Capítulo 1

17

No entanto, atrevemo-nos a transmitir-vos essas pala-vras como um surrealismo, com todas as conseqüênciasque isso acarreta.

Tais conseqüências poderiam fazer o grupo de pio-neiros, ao invés de aumentar, diminuír consideravel-mente.

Quem ousaria afirmar que nestes últimos temposinfernais de degeneração e decadência, o único Deus,sábio e misericordioso, tem derramado sua graça e suabondade sobre a humanidade? Não seria absurdo pen-sar assim? O autor que ousasse sustentá-lo não seriaum insensato? Quem escreve tais coisas merece, defato, escárnio e desprezo!

Acima de tudo, que evidente falta de amor! Quemousa alegrar-se pensando nas bases de bombas atômi-cas, graças às quais a assim chamada “paz” destemundo é preservada? Quem ousa regozijar-se diante dacorrupção da juventude que, no vazio e no desesperode seus corações e na ausência de qualquer impulsoacalentador, não encontra nenhum objetivo de vidaconcreto? Quem ousa alegrar-se diante da torrente decrimes e homicídios que aumenta e se espalha pelomundo? Quem ainda tem a coragem de buscar a luznesta noite tão negra?

Um homem desses não tem coração! Realmente,censurar os rosacruzes por sua falta de amor e falta decoração é um fenômeno bem conhecido. É o prato dodia de muitos. Pois bem, semelhante homem escrevesobre a graça e a bondade que Deus derramou tãoabundantemente sobre o mundo e a humanidade, jus-tamente nesta época. Ele vos anuncia o ano da graçado Senhor.

Essa rica torrente de graça e de bondade não se refe-re ao alimento para os impulsos naturais do homem,

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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nem à reconstrução de muralhas em ruínas de nossacivilização, mas significa que, por uma efusão total-mente nova de força divina, podemos nos aproximar,cada vez mais, do perfeito conhecimento de JesusCristo e da natureza.

Os alunos que, desde 1934, têm observado odesenvolvimento da Escola Espiritual Gnóstica sabemque muitos obreiros rosacruzes contribuíram grande-mente para propagar uma nova teologia, uma novacristologia, ofertada em nosso tempo sob múltiplas for-mas ao homem buscador. Todo o saber esotérico liber-tador renasceu e inúmeros conceitos novos e fatosrelacionados com a senda de libertação da humanida-de completaram e purificaram o que constituía as basesdo ensinamento interior. Mesmo as antigas revelaçõesjulgadas completas perderam seu antigo brilho e adqui-riram uma outra perspectiva, bem mais extensa.

Em sua intervenção inicial, essa irradiante onda derenovação causa uma grande inquietude nos pesquisa-dores, nos alunos iniciantes. Eles também não queremrenunciar à idéia que imaginavam possuir. Entretanto,as intensas luminosidades que se apresentam a eles osimpulsionam rumo a seu destino. Eles se dirigem paraonde o Espírito ordena.

Todavia, nunca penseis que nessa torrente impetuo-sa possa desenvolver-se uma anarquia espiritual, umtipo de aventureirismo espiritual; ou que doutrinas semsentido possam ser apresentadas sob o rótulo de gnos-ticismo. Essa torrente de força, ainda que corra comímpeto e arraste consigo todos os que se confiam a suasondas, permanece em seu leito sagrado: possui umafonte de onde jorra e uma meta para a qual corre. Trata-se de uma onda de forças de qualidade e de freqüênciavibratórias peculiares. Quem participa dessa qualidade,

Capítulo 1

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No entanto, atrevemo-nos a transmitir-vos essas pala-vras como um surrealismo, com todas as conseqüênciasque isso acarreta.

Tais conseqüências poderiam fazer o grupo de pio-neiros, ao invés de aumentar, diminuír consideravel-mente.

Quem ousaria afirmar que nestes últimos temposinfernais de degeneração e decadência, o único Deus,sábio e misericordioso, tem derramado sua graça e suabondade sobre a humanidade? Não seria absurdo pen-sar assim? O autor que ousasse sustentá-lo não seriaum insensato? Quem escreve tais coisas merece, defato, escárnio e desprezo!

Acima de tudo, que evidente falta de amor! Quemousa alegrar-se pensando nas bases de bombas atômi-cas, graças às quais a assim chamada “paz” destemundo é preservada? Quem ousa regozijar-se diante dacorrupção da juventude que, no vazio e no desesperode seus corações e na ausência de qualquer impulsoacalentador, não encontra nenhum objetivo de vidaconcreto? Quem ousa alegrar-se diante da torrente decrimes e homicídios que aumenta e se espalha pelomundo? Quem ainda tem a coragem de buscar a luznesta noite tão negra?

Um homem desses não tem coração! Realmente,censurar os rosacruzes por sua falta de amor e falta decoração é um fenômeno bem conhecido. É o prato dodia de muitos. Pois bem, semelhante homem escrevesobre a graça e a bondade que Deus derramou tãoabundantemente sobre o mundo e a humanidade, jus-tamente nesta época. Ele vos anuncia o ano da graçado Senhor.

Essa rica torrente de graça e de bondade não se refe-re ao alimento para os impulsos naturais do homem,

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Capítulo 1

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dessa freqüência vibratória, quem conseqüentementecorre para a mesma direção, está em sintonia com ela.

A origem e a finalidade dessas manifestações derenovação têm como base a luz do mundo, Jesus Cristo,e a manifestação do plano de Deus para o mundo e ahumanidade, a natureza perfeita. Todo ensinamentognóstico deve, assim, demonstrar-se de forma perfeitapela criação universal, pelas leis da lógica, pela práticada vida e, acima de tudo, pela palavra de Deus: a Bíblia.

Além disso, esses novos ensinamentos são confir-mados pelas experiências e pelos escritos de inúmeroscolaboradores que vivem nos mais diversos lugares domundo e ignoram completamente a existência uns dosoutros na esfera química do mundo material. Por trásdesses novos ensinamentos encontra-se uma poderosadinâmica, uma força irradiante de convicção, um poderdemolidor, que muitos inimigos da senda da libertaçãojá experimentaram, em detrimento próprio.

Escrevemos com a certeza de nosso saber e denossa crença: sabemos sobre o que estamos falando.Não escrevemos pela majestade do conhecimento, maspara elevar-vos até essa corrente da comunidade deDeus que provém de Jesus Cristo nosso Senhor, comu-nidade em marcha rumo ao objetivo único e perfeito,que é a realização do plano divino para o mundo epara a humanidade, a construção da maravilhosa eNova Jerusalém que deve ser gerada por cabeças, cora-ções e mãos de homens purificados em Cristo. É umaalegria indizível poder atingir cada vez mais profunda-mente esse conhecimento perfeito, e devemos dar-vosalguns esclarecimentos a respeito de sua natureza.

Os rosacruzes jamais tentaram descrever esse conheci-mento. As palavras da Fama: a fim de que ele se apro-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

18

funde ainda mais no conhecimento, demonstram quese trata de um processo de desenvolvimento eterno,sendo impossível dizer, no decorrer de determinadafase desse processo: “É bem assim que isso acontece”.

Os rosacruzes jamais fizeram outra coisa senãoapresentar propriedades desse conhecimento perfeitoe mostrar o que poderia ser realizado por suas forças.

Muitos autores esotéricos cometeram, freqüente-mente, o erro de cristalizar em seus escritos certosaspectos da sabedoria universal, a ponto de seus ensi-namentos passarem a ser considerados como axiomas.Os estudiosos dos mistérios sempre foram suas vítimas.

Por isso, onde é necessário acompanhar um certoensinamento com um comentário, utilizam-se véus;dessa forma, os profanos não podem compreender osignificado oculto e evita-se, assim, cristalizar seu pen-samento sobre falsas imagens. A Bíblia é um sublimeexemplo disso.

Direis em contrapartida que ainda hoje se faz, aquie ali, um emprego bem negativo da Bíblia. Nossa res-posta é que em todo lugar onde sua formidável exigên-cia é rejeitada como muito radical faz-se um uso nega-tivo da Bíblia. Todo ser sério, seja ortodoxo ou esoté-rico, que se aproxima da Bíblia em virtude de umacerta nobreza interior, faz isso para ajustar seu compor-tamento à linguagem desse livro e para poder, dessamaneira, perceber a palavra da salvação.

Da mesma forma, em toda a Fama Fraternitatis nãose encontram dissertações esotérico-científicas, mas,sim, linhas de força que, quando sois capazes de vosharmonizar com elas mediante uma vida verdadeira,podem ligar-vos com o conhecimento perfeito. Esseconhecimento é, pois, absolutamente individual e nãopode ser transmitido àqueles que não têm nenhuma

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dessa freqüência vibratória, quem conseqüentementecorre para a mesma direção, está em sintonia com ela.

A origem e a finalidade dessas manifestações derenovação têm como base a luz do mundo, Jesus Cristo,e a manifestação do plano de Deus para o mundo e ahumanidade, a natureza perfeita. Todo ensinamentognóstico deve, assim, demonstrar-se de forma perfeitapela criação universal, pelas leis da lógica, pela práticada vida e, acima de tudo, pela palavra de Deus: a Bíblia.

Além disso, esses novos ensinamentos são confir-mados pelas experiências e pelos escritos de inúmeroscolaboradores que vivem nos mais diversos lugares domundo e ignoram completamente a existência uns dosoutros na esfera química do mundo material. Por trásdesses novos ensinamentos encontra-se uma poderosadinâmica, uma força irradiante de convicção, um poderdemolidor, que muitos inimigos da senda da libertaçãojá experimentaram, em detrimento próprio.

Escrevemos com a certeza de nosso saber e denossa crença: sabemos sobre o que estamos falando.Não escrevemos pela majestade do conhecimento, maspara elevar-vos até essa corrente da comunidade deDeus que provém de Jesus Cristo nosso Senhor, comu-nidade em marcha rumo ao objetivo único e perfeito,que é a realização do plano divino para o mundo epara a humanidade, a construção da maravilhosa eNova Jerusalém que deve ser gerada por cabeças, cora-ções e mãos de homens purificados em Cristo. É umaalegria indizível poder atingir cada vez mais profunda-mente esse conhecimento perfeito, e devemos dar-vosalguns esclarecimentos a respeito de sua natureza.

Os rosacruzes jamais tentaram descrever esse conheci-mento. As palavras da Fama: a fim de que ele se apro-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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funde ainda mais no conhecimento, demonstram quese trata de um processo de desenvolvimento eterno,sendo impossível dizer, no decorrer de determinadafase desse processo: “É bem assim que isso acontece”.

Os rosacruzes jamais fizeram outra coisa senãoapresentar propriedades desse conhecimento perfeitoe mostrar o que poderia ser realizado por suas forças.

Muitos autores esotéricos cometeram, freqüente-mente, o erro de cristalizar em seus escritos certosaspectos da sabedoria universal, a ponto de seus ensi-namentos passarem a ser considerados como axiomas.Os estudiosos dos mistérios sempre foram suas vítimas.

Por isso, onde é necessário acompanhar um certoensinamento com um comentário, utilizam-se véus;dessa forma, os profanos não podem compreender osignificado oculto e evita-se, assim, cristalizar seu pen-samento sobre falsas imagens. A Bíblia é um sublimeexemplo disso.

Direis em contrapartida que ainda hoje se faz, aquie ali, um emprego bem negativo da Bíblia. Nossa res-posta é que em todo lugar onde sua formidável exigên-cia é rejeitada como muito radical faz-se um uso nega-tivo da Bíblia. Todo ser sério, seja ortodoxo ou esoté-rico, que se aproxima da Bíblia em virtude de umacerta nobreza interior, faz isso para ajustar seu compor-tamento à linguagem desse livro e para poder, dessamaneira, perceber a palavra da salvação.

Da mesma forma, em toda a Fama Fraternitatis nãose encontram dissertações esotérico-científicas, mas,sim, linhas de força que, quando sois capazes de vosharmonizar com elas mediante uma vida verdadeira,podem ligar-vos com o conhecimento perfeito. Esseconhecimento é, pois, absolutamente individual e nãopode ser transmitido àqueles que não têm nenhuma

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testemunhamos que surgirão entre nós homens que,cheios de força e de zelo, se consagrarão aos grandesprocessos de renovação.

Com que finalidade? Para fornecer à humanidadeum melhor nível de vida? Para assegurar a liberdadeindividual tendo em vista a satisfação dos instintosnaturais? Não! Essa grande obra foi iniciada para quecada homem compreenda sua nobreza e sua majesta-de e para mostrar-lhe a razão pela qual é chamado de“microcosmo”, reflexo do Pai, daquele que disse:“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”.

Essa grande obra foi iniciada para poder demons-trar a cada homem até que ponto, na natureza, esten-dem-se sua arte, seus poderes interiores, aquilo que eleé capaz de realizar graças às forças divinas implantadasnele. Percebeis aqui o quanto as preocupações sociais,econômicas e políticas que tanto vos inflamam se afas-tam de vós, como aspectos de vossa realidade vital cor-rompida? O aluno rosacruz não quer saber nada sobretais coisas; ele não participa disso, mesmo que estejaentre vós e queira continuar aí, como servidor.

A metade desconhecida e oculta do mundo. Por queesse conhecimento passa a ser parte de vós, quandovos aproximais de Jesus Cristo? Porque esse Deus quevem de Deus vos manda segui-lo, vos impulsiona parao caminho que vos indica. Quando prestais atenção aesse chamado divino, também estais equipados paraessa viagem. Então o conhecimento perfeito abre-separa vós como a luz do sol nascente e entrais no pólooposto, no fundo deste mundo de fenômenos, paraque, na luz original, possais penetrar as causas do sofri-mento e da espantosa corrupção deste lado do mundo.

Obras e criaturas prodigiosas da natureza, antesjamais vistas. Por que esse conhecimento passa a ser

Capítulo 1

21

O chamado da Fraternidade Rosacruz

20

afinidade espiritual sangüínea conosco. Os que pos-suem essa afinidade com o guia espiritual podem auxi-liar-se mutuamente ao verificar e classificar o que seapresenta à sua consciência. Munidos desses tesouros,eles podem entregar-se a seus trabalhos em todos ossetores da vida, sem jamais vangloriar-se disso. Issonão teria nenhum sentido e seria até mesmo perigoso.De fato, o inimigo continua a semear o joio no meiodo trigo, e o ser humano sempre busca ocasiões quepossam trazer-lhe alguma vantagem.

Em uma época como a nossa, em que tantas misti-ficações desenvolvem-se na humanidade para fazê-laestagnar, o verdadeiro buscador é intensamente ligado,pela bondade de Deus, à fonte da verdade divina a fimde que, face à corrupção e degeneração crescentes, aluz e sua força cresçam igualmente. Eis por que teste-munhamos por estas palavras nossa felicidade radiante:

Deus não somente nos revelou e nos fez descobrir ametade desconhecida e oculta do mundo, como mos-trou inúmeras obras e criaturas prodigiosas da nature-za, antes jamais vistas, e também fez surgir homensmui iluminados e dotados de nobreza de espírito que,em parte, recuperaram a honra das artes degradadas eimperfeitas para que o homem compreenda, finalmen-te, sua nobreza e sua majestade e perceba a razão pelaqual ele é chamado de microcosmo, e a extensão de suaarte na natureza.

É por essa razão que testemunhamos que será possível,pela força dessa manifestação transposta nos homenssegundo as possibilidades oferecidas por seu processode desenvolvimento pessoal, resistir ao inimigo quan-do as coisas começarem a se agravar. É por isso que

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testemunhamos que surgirão entre nós homens que,cheios de força e de zelo, se consagrarão aos grandesprocessos de renovação.

Com que finalidade? Para fornecer à humanidadeum melhor nível de vida? Para assegurar a liberdadeindividual tendo em vista a satisfação dos instintosnaturais? Não! Essa grande obra foi iniciada para quecada homem compreenda sua nobreza e sua majesta-de e para mostrar-lhe a razão pela qual é chamado de“microcosmo”, reflexo do Pai, daquele que disse:“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”.

Essa grande obra foi iniciada para poder demons-trar a cada homem até que ponto, na natureza, esten-dem-se sua arte, seus poderes interiores, aquilo que eleé capaz de realizar graças às forças divinas implantadasnele. Percebeis aqui o quanto as preocupações sociais,econômicas e políticas que tanto vos inflamam se afas-tam de vós, como aspectos de vossa realidade vital cor-rompida? O aluno rosacruz não quer saber nada sobretais coisas; ele não participa disso, mesmo que estejaentre vós e queira continuar aí, como servidor.

A metade desconhecida e oculta do mundo. Por queesse conhecimento passa a ser parte de vós, quandovos aproximais de Jesus Cristo? Porque esse Deus quevem de Deus vos manda segui-lo, vos impulsiona parao caminho que vos indica. Quando prestais atenção aesse chamado divino, também estais equipados paraessa viagem. Então o conhecimento perfeito abre-separa vós como a luz do sol nascente e entrais no pólooposto, no fundo deste mundo de fenômenos, paraque, na luz original, possais penetrar as causas do sofri-mento e da espantosa corrupção deste lado do mundo.

Obras e criaturas prodigiosas da natureza, antesjamais vistas. Por que esse conhecimento passa a ser

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O chamado da Fraternidade Rosacruz

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afinidade espiritual sangüínea conosco. Os que pos-suem essa afinidade com o guia espiritual podem auxi-liar-se mutuamente ao verificar e classificar o que seapresenta à sua consciência. Munidos desses tesouros,eles podem entregar-se a seus trabalhos em todos ossetores da vida, sem jamais vangloriar-se disso. Issonão teria nenhum sentido e seria até mesmo perigoso.De fato, o inimigo continua a semear o joio no meiodo trigo, e o ser humano sempre busca ocasiões quepossam trazer-lhe alguma vantagem.

Em uma época como a nossa, em que tantas misti-ficações desenvolvem-se na humanidade para fazê-laestagnar, o verdadeiro buscador é intensamente ligado,pela bondade de Deus, à fonte da verdade divina a fimde que, face à corrupção e degeneração crescentes, aluz e sua força cresçam igualmente. Eis por que teste-munhamos por estas palavras nossa felicidade radiante:

Deus não somente nos revelou e nos fez descobrir ametade desconhecida e oculta do mundo, como mos-trou inúmeras obras e criaturas prodigiosas da nature-za, antes jamais vistas, e também fez surgir homensmui iluminados e dotados de nobreza de espírito que,em parte, recuperaram a honra das artes degradadas eimperfeitas para que o homem compreenda, finalmen-te, sua nobreza e sua majestade e perceba a razão pelaqual ele é chamado de microcosmo, e a extensão de suaarte na natureza.

É por essa razão que testemunhamos que será possível,pela força dessa manifestação transposta nos homenssegundo as possibilidades oferecidas por seu processode desenvolvimento pessoal, resistir ao inimigo quan-do as coisas começarem a se agravar. É por isso que

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gue seja derramado, a fim de completar as coisas quedevem acontecer em breve.

O homem-animal que se entrega a suas abomina-ções nas pequenas fortalezas sangrentas de um campode concentração; o vulcão das paixões que transbordade amor sensual; o comerciante que prospera com ascorrupções de nossa sociedade; os homens e as mulhe-res tão imbuídos de humanitarismo, no seu cantinhoaconchegante – todos eles acelerarão o grande proces-so pelo seu comportamento, pelo seu instinto sangüí-neo. Sua queda significará a ressurreição da luz.

Mesmo os cafres da África e os daiaques do interiorde Bornéus terão parte ativa no desenvolvimento dascoisas pelo simples fato de serem seres humanos, porsua ligação com o sangue do Pai. Uma miséria descon-certante, uma dolorosa e terrível súplica por libertação,explodirá como um furacão. Mas cada um terá de seguiro destino de seu sangue; cada um será impelido a essedesfecho.

Quanto a nós, nós anunciamos o ano da graça doSenhor. Meu Deus, que delírio! Pregamos essa “loucu-ra” porque, por vossa indolência, por vossa insensatez,por vossa pequenez de espírito, nada conheceis devossa sublime nobreza, de vossos grandes valores.Outros, além de vós, trabalham em uma nova comuni-dade de vida, comunidade essa tão maravilhosa quenão saberíeis sequer balbuciar a primeira sílaba sobreela. Mas essa obra reclama uma efusão de sangue total-mente diferente, outro tipo de trabalho, uma oferendadiária. Aqueles que pertencem à nova comunidade dosangue constroem vosso futuro.

Em breve, onde o grito de morte estrondear comouma trovoada e onde a terra ficar saturada de lágrimasouvir-se-á o alegre júbilo dos novos construtores, pois

Capítulo 1

23

parte de vós quando vos aproximais de Jesus Cristo?Esse conhecimento passa a fazer parte de vós para queconheçais o plano de Deus que, como uma forma-pen-samento divina, irradia na metade desconhecida domundo como uma fonte de luz; para que não conhe-çais apenas as deficiências da metade do mundo emque vivemos, assim como suas causas, mas para quecompreendais também, com toda clareza, como e porque essas deficiências deverão ser compensadas e deque modo as causas maléficas deverão ser suprimidas.

É assim que surgirão espíritos profundamente ilu-minados, portadores dessa sabedoria que nasceu deCristo, para renovar nosso mundo conforme a exigên-cia de Deus, segundo a língua que é falada na metadedesconhecida do mundo. Aí está nossa alegria: saberque estaremos fortes para esse acontecimento. Nósanunciamos o ano da graça do Senhor:

O deserto e a terra árida rejubilarão.O ermo exultará e florescerá como o narciso.Então, abrir-se-ão os olhos dos cegos,e desimpedir-se-ão os ouvidos dos surdos;os coxos saltarão como cervos,e a língua dos mudos cantará de alegria,pois águas jorrarão no desertoe ribeiros no ermo.

Não vejais esse desenvolvimento como um processo quese realiza fora de vós. Cada homem dele participará eterá de tomar parte ativa nos acontecimentos grandiososque virão. O estado de vosso sangue, ou seja, a essên-cia de vossa alma, de onde provêm todas as qualida-des de vosso ser, impulsiona-vos a determinar ativa-mente vossa atitude, para que depois disso vosso san-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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gue seja derramado, a fim de completar as coisas quedevem acontecer em breve.

O homem-animal que se entrega a suas abomina-ções nas pequenas fortalezas sangrentas de um campode concentração; o vulcão das paixões que transbordade amor sensual; o comerciante que prospera com ascorrupções de nossa sociedade; os homens e as mulhe-res tão imbuídos de humanitarismo, no seu cantinhoaconchegante – todos eles acelerarão o grande proces-so pelo seu comportamento, pelo seu instinto sangüí-neo. Sua queda significará a ressurreição da luz.

Mesmo os cafres da África e os daiaques do interiorde Bornéus terão parte ativa no desenvolvimento dascoisas pelo simples fato de serem seres humanos, porsua ligação com o sangue do Pai. Uma miséria descon-certante, uma dolorosa e terrível súplica por libertação,explodirá como um furacão. Mas cada um terá de seguiro destino de seu sangue; cada um será impelido a essedesfecho.

Quanto a nós, nós anunciamos o ano da graça doSenhor. Meu Deus, que delírio! Pregamos essa “loucu-ra” porque, por vossa indolência, por vossa insensatez,por vossa pequenez de espírito, nada conheceis devossa sublime nobreza, de vossos grandes valores.Outros, além de vós, trabalham em uma nova comuni-dade de vida, comunidade essa tão maravilhosa quenão saberíeis sequer balbuciar a primeira sílaba sobreela. Mas essa obra reclama uma efusão de sangue total-mente diferente, outro tipo de trabalho, uma oferendadiária. Aqueles que pertencem à nova comunidade dosangue constroem vosso futuro.

Em breve, onde o grito de morte estrondear comouma trovoada e onde a terra ficar saturada de lágrimasouvir-se-á o alegre júbilo dos novos construtores, pois

Capítulo 1

23

parte de vós quando vos aproximais de Jesus Cristo?Esse conhecimento passa a fazer parte de vós para queconheçais o plano de Deus que, como uma forma-pen-samento divina, irradia na metade desconhecida domundo como uma fonte de luz; para que não conhe-çais apenas as deficiências da metade do mundo emque vivemos, assim como suas causas, mas para quecompreendais também, com toda clareza, como e porque essas deficiências deverão ser compensadas e deque modo as causas maléficas deverão ser suprimidas.

É assim que surgirão espíritos profundamente ilu-minados, portadores dessa sabedoria que nasceu deCristo, para renovar nosso mundo conforme a exigên-cia de Deus, segundo a língua que é falada na metadedesconhecida do mundo. Aí está nossa alegria: saberque estaremos fortes para esse acontecimento. Nósanunciamos o ano da graça do Senhor:

O deserto e a terra árida rejubilarão.O ermo exultará e florescerá como o narciso.Então, abrir-se-ão os olhos dos cegos,e desimpedir-se-ão os ouvidos dos surdos;os coxos saltarão como cervos,e a língua dos mudos cantará de alegria,pois águas jorrarão no desertoe ribeiros no ermo.

Não vejais esse desenvolvimento como um processo quese realiza fora de vós. Cada homem dele participará eterá de tomar parte ativa nos acontecimentos grandiososque virão. O estado de vosso sangue, ou seja, a essên-cia de vossa alma, de onde provêm todas as qualida-des de vosso ser, impulsiona-vos a determinar ativa-mente vossa atitude, para que depois disso vosso san-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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2No entanto, isto será de pouca serventia para o mundoinsensato: e é por isso que a maledicência, o riso e oescárnio crescerão continuamente. Também entre oseruditos a arrogância e o orgulho são tão grandes queeles não podem se reunir para, a partir de tudo o queDeus espalhou tão abundantemente em nosso século,coligir e produzir em conjunto um Librum Naturæ, ouseja, um compêndio de todas as artes. Porém, um par-tido se opõe tanto ao outro e mantém tanta aversão,que todos continuam com o mesmo refrão: o Papa,Aristóteles, Galeno – sim, tudo o que se assemelhe a umcodex – são tomados como sendo a clara luz manifes-tada, ao passo que, se eles ainda estivessem vivos, semdúvida sentiriam grande alegria em se reorientar. Massomos muito fracos para um trabalho tão grande. E,ainda que na Teologia, na Física e na Matemática averdade se oponha ao adversário clássico, este sempredemonstra amplamente sua malícia e seu furor, frean-do uma tão bela evolução por meio dos belicosos e dosvagabundos, e tornando-a detestável.

Fama Fraternitatis R.C.

o Deus único, sábio e misericordioso, derramou comtanta profusão sua graça e sua bondade sobre a huma-nidade nestes tempos, que chegaremos cada vez maisao perfeito conhecimento de seu Filho e de sua natu-reza. Eis por que vos anunciamos o ano da graça doSenhor!

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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2No entanto, isto será de pouca serventia para o mundoinsensato: e é por isso que a maledicência, o riso e oescárnio crescerão continuamente. Também entre oseruditos a arrogância e o orgulho são tão grandes queeles não podem se reunir para, a partir de tudo o queDeus espalhou tão abundantemente em nosso século,coligir e produzir em conjunto um Librum Naturæ, ouseja, um compêndio de todas as artes. Porém, um par-tido se opõe tanto ao outro e mantém tanta aversão,que todos continuam com o mesmo refrão: o Papa,Aristóteles, Galeno – sim, tudo o que se assemelhe a umcodex – são tomados como sendo a clara luz manifes-tada, ao passo que, se eles ainda estivessem vivos, semdúvida sentiriam grande alegria em se reorientar. Massomos muito fracos para um trabalho tão grande. E,ainda que na Teologia, na Física e na Matemática averdade se oponha ao adversário clássico, este sempredemonstra amplamente sua malícia e seu furor, frean-do uma tão bela evolução por meio dos belicosos e dosvagabundos, e tornando-a detestável.

Fama Fraternitatis R.C.

o Deus único, sábio e misericordioso, derramou comtanta profusão sua graça e sua bondade sobre a huma-nidade nestes tempos, que chegaremos cada vez maisao perfeito conhecimento de seu Filho e de sua natu-reza. Eis por que vos anunciamos o ano da graça doSenhor!

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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2

A ilusão da ciência

Existe um conhecimento perfeito e claro, tão sublime,tão majestoso, tão ilimitado, que ultrapassa toda e qual-quer descrição. No decorrer do capítulo anterior, falamossobre o saber radiante, e vimos como essa torrente de luzsurgiu da fonte eterna de todas as coisas. Também vimosque alguns homens foram trazidos a este mundo com opropósito de confiar a essa torrente divina todos aquelesque o desejarem e que possuírem a aptidão elementar denavegar rumo ao oceano da verdadeira vida.

Ao longo do processo de desenvolvimento do irmãorosacruz iniciante, chega um momento em que ele acre-dita que o mundo saudará essa anunciação com grandeentusiasmo. Como lhe foi permitido mergulhar na águaviva da sabedoria universal, ele é ingênuo o bastantepara supor que as pessoas responderão a seu chamadode despertar com profunda alegria. Então, ele aprendea reconhecer a precisão destas palavras da Fama: Noentanto, isto será de pouca serventia para o mundoinsensato: e é por isso que a maledicência, o riso e oescárnio crescerão continuamente. A maledicência, osrisos e as zombarias são o salário do servidor de Deusquando ele ousa falar ou testemunhar sobre essa sabe-doria universal.

Qual é a causa disso? Ela é dupla. Em primeiro lugar,há a necessidade de mudar de atitude para ligar-se à

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A ilusão da ciência

Existe um conhecimento perfeito e claro, tão sublime,tão majestoso, tão ilimitado, que ultrapassa toda e qual-quer descrição. No decorrer do capítulo anterior, falamossobre o saber radiante, e vimos como essa torrente de luzsurgiu da fonte eterna de todas as coisas. Também vimosque alguns homens foram trazidos a este mundo com opropósito de confiar a essa torrente divina todos aquelesque o desejarem e que possuírem a aptidão elementar denavegar rumo ao oceano da verdadeira vida.

Ao longo do processo de desenvolvimento do irmãorosacruz iniciante, chega um momento em que ele acre-dita que o mundo saudará essa anunciação com grandeentusiasmo. Como lhe foi permitido mergulhar na águaviva da sabedoria universal, ele é ingênuo o bastantepara supor que as pessoas responderão a seu chamadode despertar com profunda alegria. Então, ele aprendea reconhecer a precisão destas palavras da Fama: Noentanto, isto será de pouca serventia para o mundoinsensato: e é por isso que a maledicência, o riso e oescárnio crescerão continuamente. A maledicência, osrisos e as zombarias são o salário do servidor de Deusquando ele ousa falar ou testemunhar sobre essa sabe-doria universal.

Qual é a causa disso? Ela é dupla. Em primeiro lugar,há a necessidade de mudar de atitude para ligar-se à

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Entretanto, os buscadores da verdade não responderãocom sarcasmo e ironia, mas perseverarão em sua luta,movidos por intenso amor.

As personagens heróicas da pseudociência, comoMadame Curie e seu marido, deveriam tirar-nos toda avontade de rir, pois não há tanto sacrifício na base deseus esforços científicos? E no entanto... que terrívelfalta de conhecimento! Para esses heróis indiscutíveis,a verdadeira natureza da matéria radioativa continuacomo um livro fechado. Escapou a seu espírito intrépi-do tudo o que poderia ser realizado a partir do rádio,pois eles não puderam ou não quiseram aprender asabedoria divina na universidade divina.

Como é grande o número de pessoas que passarampor imensos sacrifícios para poder compreender apalavra divina a partir do texto-base dos livros sagra-dos! Não é verdade que existiram – e existem ainda –gênios matemáticos que, a partir de hipóteses da Físicae a partir de esforços imensos, aproximaram-se daquarta dimensão? Gênios que, em virtude de seu pontode partida, perderam-se na relatividade e na inversãode todos os valores? Temos todo o respeito por essestrabalhadores obstinados, mas não estamos nem umpouco inclinados a considerar seus esforços como ver-dadeira ciência. Vemos seu trabalho mais como umesporte intelectual – e somos esportivos o bastantepara admirar, até certo ponto, suas façanhas.

O instrumento bem refinado de nossos veículos nospermite muitas coisas; e o impulso de nossa inteligên-cia pode nos levar a uma grande atividade. Entretanto,para libertarmos o mundo e a humanidade, para elevá-los a uma realidade de vida superior, para fazermos denosso inferno uma verdadeira vida, é preciso bem maisdo que isso. Por isso é essencial que graveis cada vez

Capítulo 2

29

O chamado da Fraternidade Rosacruz

28

nova sabedoria; e, em segundo lugar, há o fato de ahumanidade estar presa na ilusão da pseudociência.É principalmente sobre essa ilusão que queremos falarconvosco, pois ela é a causa maior pela qual geralmen-te estamos tão pouco inclinados a nos arriscar a umanova atitude de vida.

Em certos círculos, existe o hábito de acusar a Igrejada decadência de nossa cultura. Literalmente, a Igrejaé tida como responsável por tudo. Claro que não que-remos minimizar sua pesadíssima culpa, mas não acha-mos que a culpa da ciência seja menor.

Milhões de seres humanos já se libertaram da ilusãoda Igreja, que pretende representar Jesus Cristo em atoe em verdade; também já se libertaram da ilusão daqual a Igreja é a representante, a guardiã e a detento-ra da sagrada palavra de Deus. Por outro lado, quasetodos os homens continuam prisioneiros da ilusão daciência, que afirma estar avançando rumo ao adventoda sabedoria universal. Em nossos dias, as hipótesesmais loucas dos sábios são admitidas como textos san-tos: todos aceitam suas sugestões e milhares de pes-soas confiam cegamente em suas experiências.

O trono que a Igreja ocupava durante a IdadeMédia atualmente é ocupado pela ciência. Geralmente,o interesse pela Rosacruz apresenta-se sob um ângulointelectual; por conseguinte, é nosso dever atacar vossapresunção intelectual. De fato, todos os valores verda-deiros, toda a bondade e toda a pureza apresentadaspela ciência atual são valores roubados, bens empres-tados, pois tudo isso foi revelado, há muito tempo,pelos esoteristas. Tudo o mais não passa de bobagense de perigosa impostura. Pensai somente na grandeseriedade, na grande obstinação, na grande abnegaçãocom que tantos sábios publicam suas descobertas.

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Entretanto, os buscadores da verdade não responderãocom sarcasmo e ironia, mas perseverarão em sua luta,movidos por intenso amor.

As personagens heróicas da pseudociência, comoMadame Curie e seu marido, deveriam tirar-nos toda avontade de rir, pois não há tanto sacrifício na base deseus esforços científicos? E no entanto... que terrívelfalta de conhecimento! Para esses heróis indiscutíveis,a verdadeira natureza da matéria radioativa continuacomo um livro fechado. Escapou a seu espírito intrépi-do tudo o que poderia ser realizado a partir do rádio,pois eles não puderam ou não quiseram aprender asabedoria divina na universidade divina.

Como é grande o número de pessoas que passarampor imensos sacrifícios para poder compreender apalavra divina a partir do texto-base dos livros sagra-dos! Não é verdade que existiram – e existem ainda –gênios matemáticos que, a partir de hipóteses da Físicae a partir de esforços imensos, aproximaram-se daquarta dimensão? Gênios que, em virtude de seu pontode partida, perderam-se na relatividade e na inversãode todos os valores? Temos todo o respeito por essestrabalhadores obstinados, mas não estamos nem umpouco inclinados a considerar seus esforços como ver-dadeira ciência. Vemos seu trabalho mais como umesporte intelectual – e somos esportivos o bastantepara admirar, até certo ponto, suas façanhas.

O instrumento bem refinado de nossos veículos nospermite muitas coisas; e o impulso de nossa inteligên-cia pode nos levar a uma grande atividade. Entretanto,para libertarmos o mundo e a humanidade, para elevá-los a uma realidade de vida superior, para fazermos denosso inferno uma verdadeira vida, é preciso bem maisdo que isso. Por isso é essencial que graveis cada vez

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nova sabedoria; e, em segundo lugar, há o fato de ahumanidade estar presa na ilusão da pseudociência.É principalmente sobre essa ilusão que queremos falarconvosco, pois ela é a causa maior pela qual geralmen-te estamos tão pouco inclinados a nos arriscar a umanova atitude de vida.

Em certos círculos, existe o hábito de acusar a Igrejada decadência de nossa cultura. Literalmente, a Igrejaé tida como responsável por tudo. Claro que não que-remos minimizar sua pesadíssima culpa, mas não acha-mos que a culpa da ciência seja menor.

Milhões de seres humanos já se libertaram da ilusãoda Igreja, que pretende representar Jesus Cristo em atoe em verdade; também já se libertaram da ilusão daqual a Igreja é a representante, a guardiã e a detento-ra da sagrada palavra de Deus. Por outro lado, quasetodos os homens continuam prisioneiros da ilusão daciência, que afirma estar avançando rumo ao adventoda sabedoria universal. Em nossos dias, as hipótesesmais loucas dos sábios são admitidas como textos san-tos: todos aceitam suas sugestões e milhares de pes-soas confiam cegamente em suas experiências.

O trono que a Igreja ocupava durante a IdadeMédia atualmente é ocupado pela ciência. Geralmente,o interesse pela Rosacruz apresenta-se sob um ângulointelectual; por conseguinte, é nosso dever atacar vossapresunção intelectual. De fato, todos os valores verda-deiros, toda a bondade e toda a pureza apresentadaspela ciência atual são valores roubados, bens empres-tados, pois tudo isso foi revelado, há muito tempo,pelos esoteristas. Tudo o mais não passa de bobagense de perigosa impostura. Pensai somente na grandeseriedade, na grande obstinação, na grande abnegaçãocom que tantos sábios publicam suas descobertas.

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Os homens, em sua maioria, acham que a ciênciamédica melhorou muito a saúde pública, graças aosurgimento da Química, que deveria permitir aoshomens atuais atingir uma idade mais avançada eque poderia também diminuir a mortalidade infantil.Mas nós dizemos que a ciência médica ainda não feznada pela verdadeira saúde pública; e dizemos tam-bém que seus aparentes sucessos, sustentados pelasestatísticas, não compensam os resultados terríveisdo completo envenenamento do sangue, devido àsespecialidades farmacêuticas. É por isso que muitagente, hoje em dia, voltou a usar antigos métodos decura, a utilizar remédios antigos da terapia natural eda medicina das plantas, mesmo sabendo que nãopodemos ser libertados do caos em que caímos, pornossa própria rejeição à verdadeira vida, só porcomer um pé de alface ou nos servir de um saqui-nho de ervas.

Um dia sabereis por experiência, na mais profundafibra de vosso ser, que essas palavras estão baseadasna verdade; mas, por enquanto, como diz a Fama, atéuma pretensa erudição terá mais valor do que a claraluz manifestada e do que a verdade:

E, ainda que na Teologia, na Física e na Matemática averdade se oponha ao adversário clássico, este sempredemonstra amplamente sua malícia e seu furor, frean-do uma tão bela evolução por meio dos belicosos e dosvagabundos, e tornando-a detestável.

Certo grupo, cuja ambição é dirigida por interessestenebrosos, busca manter-se graças a uma pseudo-ciência que semeia a divisão em todos os domínios.Da parte da pseudociência, há certamente orgulho e

Capítulo 2

31

mais claramente em vossa consciência o fato de a pre-tensa “ciência” atual não ser libertadora sob nenhumponto de vista. Se quereis fazer um julgamento perfei-tamente honesto e imparcial, certamente chegareis aessa conclusão.

Nem vamos considerar aqui a parcela da ciênciaque se vendeu para o adversário porque é dirigida porinteresses financeiros. Entretanto, estamos dirigindovossa atenção para a parte honesta da pseudociência eperguntamo-vos: em que medida ela é libertadora? Seráque a humanidade ficou realmente mais feliz com oprogresso da técnica? Não; entre os homens há ummedo terrível de enfrentar o sinistro dragão da técnicaque ameaça esmagar tudo com suas garras de aço esua goela que cospe fogo.

Existe realmente muita diferença, para vós, entreatravessar a água passando sobre um tronco de árvo-re caído ou sobre uma ponte metálica? Existe, paravós, uma diferença real entre beber em um copofabricado no calor sufocante de uma fábrica devidros por um homem sem camisa, que estraga seuspulmões por alguns trocados duramente ganhos oubeber vossa água no crânio de vosso tio morto, comofaziam nossos mais remotos ancestrais? Direis que atécnica moderna inventou máquinas que sopramvidros, graças às quais o trabalho do antigo sopradortornou-se inútil. Infelizmente, ela não faz isso paraajudar os pobres sopradores de vidro, mas sim paraaumentar o lucro de seus patrões. Por razões seme-lhantes, nossos ancestrais serviram-se, mais tarde, derecipientes de barro, pois não era sempre que elestinham à sua disposição crânios em número suficien-te. Além disso, esse processo de fabricação produziamuitas rachaduras.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Os homens, em sua maioria, acham que a ciênciamédica melhorou muito a saúde pública, graças aosurgimento da Química, que deveria permitir aoshomens atuais atingir uma idade mais avançada eque poderia também diminuir a mortalidade infantil.Mas nós dizemos que a ciência médica ainda não feznada pela verdadeira saúde pública; e dizemos tam-bém que seus aparentes sucessos, sustentados pelasestatísticas, não compensam os resultados terríveisdo completo envenenamento do sangue, devido àsespecialidades farmacêuticas. É por isso que muitagente, hoje em dia, voltou a usar antigos métodos decura, a utilizar remédios antigos da terapia natural eda medicina das plantas, mesmo sabendo que nãopodemos ser libertados do caos em que caímos, pornossa própria rejeição à verdadeira vida, só porcomer um pé de alface ou nos servir de um saqui-nho de ervas.

Um dia sabereis por experiência, na mais profundafibra de vosso ser, que essas palavras estão baseadasna verdade; mas, por enquanto, como diz a Fama, atéuma pretensa erudição terá mais valor do que a claraluz manifestada e do que a verdade:

E, ainda que na Teologia, na Física e na Matemática averdade se oponha ao adversário clássico, este sempredemonstra amplamente sua malícia e seu furor, frean-do uma tão bela evolução por meio dos belicosos e dosvagabundos, e tornando-a detestável.

Certo grupo, cuja ambição é dirigida por interessestenebrosos, busca manter-se graças a uma pseudo-ciência que semeia a divisão em todos os domínios.Da parte da pseudociência, há certamente orgulho e

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mais claramente em vossa consciência o fato de a pre-tensa “ciência” atual não ser libertadora sob nenhumponto de vista. Se quereis fazer um julgamento perfei-tamente honesto e imparcial, certamente chegareis aessa conclusão.

Nem vamos considerar aqui a parcela da ciênciaque se vendeu para o adversário porque é dirigida porinteresses financeiros. Entretanto, estamos dirigindovossa atenção para a parte honesta da pseudociência eperguntamo-vos: em que medida ela é libertadora? Seráque a humanidade ficou realmente mais feliz com oprogresso da técnica? Não; entre os homens há ummedo terrível de enfrentar o sinistro dragão da técnicaque ameaça esmagar tudo com suas garras de aço esua goela que cospe fogo.

Existe realmente muita diferença, para vós, entreatravessar a água passando sobre um tronco de árvo-re caído ou sobre uma ponte metálica? Existe, paravós, uma diferença real entre beber em um copofabricado no calor sufocante de uma fábrica devidros por um homem sem camisa, que estraga seuspulmões por alguns trocados duramente ganhos oubeber vossa água no crânio de vosso tio morto, comofaziam nossos mais remotos ancestrais? Direis que atécnica moderna inventou máquinas que sopramvidros, graças às quais o trabalho do antigo sopradortornou-se inútil. Infelizmente, ela não faz isso paraajudar os pobres sopradores de vidro, mas sim paraaumentar o lucro de seus patrões. Por razões seme-lhantes, nossos ancestrais serviram-se, mais tarde, derecipientes de barro, pois não era sempre que elestinham à sua disposição crânios em número suficien-te. Além disso, esse processo de fabricação produziamuitas rachaduras.

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teimosia, que freiam todo e qualquer desejo de umanova orientação. A Fama assim testemunha:

Continuam com o mesmo refrão: o Papa, Aristóteles,Galeno – sim, tudo o que se assemelhe a um codex – sãotomados como sendo a clara luz manifestada, ao passoque, se eles ainda estivessem vivos, sem dúvida senti-riam grande alegria em se reorientar.

Durante séculos, a brilhante figura de Aristóteles domi-nou o pensamento ocidental, imprimindo sua marca emtoda a ciência atual; ele acreditava poder interpretar areligião como algo proveniente do pensamento humano.Galeno, um dos mais famosos médicos da Antigüidade,apesar de ser extraordinariamente hábil e instruído,esqueceu-se de que o organismo humano é dominadopelo espírito único e perfeito, pela centelha divina.

Assim, seguindo os antigos com uma obediênciacega, já não se questiona um novo conhecimento queleve em conta as imperecíveis diretrizes cristãs. Essasfiguras científicas do célebre período da cultura greco-romana tinham uma vocação completamente diferenteda nossa. Sua missão era transmitir à humanidade asíntese de tudo o que os havia precedido, para queuma nova era, apoiada na sabedoria, pudesse adiantar-se rumo às possibilidades superiores, sob o impulso deuma nova manifestação espiritual. Infelizmente, atéhoje esse processo de renovação jamais se manifestou,e permanecemos em meio aos destroços da realidadeem ruínas, até a hora de nossa morte.

Entretanto, perto de nós, sobre as ruínas de tudo oque vai desaparecer, formam-se já os contornos de umanova realidade. Um desejo novo e uma nova possibili-dade aproximam-se, projetam-se sobre a esperança

O chamado da Fraternidade Rosacruz

32

destruída e sobre a auto-suficiência arrasada do públi-co intelectual. A calúnia, o riso, o escárnio desaparece-rão das fisionomias, e finalmente os esoteristas serãoouvidos.

Então os filhos dos profetas falarão da sabedoriadivina onipresente, que está mais próxima do quemãos e pés. Eles vos dirão como essa sabedoria podeser obtida. Eles vos incitarão a uma nova atitude devida, renovadora do sangue, nascida da força do amorde Jesus Cristo.

Então, descobrireis como se manifestará em vossoespírito uma flor imaculada, o lírio místico, o lótus detodos os videntes orientais. É a entrada nos santosátrios do pensamento abstrato, onde a sabedoria divi-na, a sabedoria universal, pode ser assimilada emforma de energia. É um caminhar na luz, “assim comoEle na luz está”.

É assim que se desenrola diante do aluno umconhecimento divino incomensurável, uma filosofiadivina: a filosofia do conhecimento mágico. Assim, sobreessa base, perto dessa porta da eternidade, reúnir-se-ãotodos os que foram chamados para o novo intelectua-lismo, todos os amantes da verdadeira sabedoria. E láestarão pensadores, poetas, construtores, todos chama-dos para todos os ramos da ciência, da arte e da reli-gião; e, saciados pela fonte única da sabedoria univer-sal, ligados uns aos outros como irmãos e irmãs, uni-dos em uma mesma corrente, eles começarão a traba-lhar, avançando rumo a um grandioso desenvolvimentode seus talentos. Na luz de Deus, seus talentos floresce-rão como uma rosa e, de mãos dadas, eles escreverãocom suas ações luminosas o Librum Naturae, o grandeLivro da Natureza, como uma verdade que ligará nova-mente todas as eternidades.

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teimosia, que freiam todo e qualquer desejo de umanova orientação. A Fama assim testemunha:

Continuam com o mesmo refrão: o Papa, Aristóteles,Galeno – sim, tudo o que se assemelhe a um codex – sãotomados como sendo a clara luz manifestada, ao passoque, se eles ainda estivessem vivos, sem dúvida senti-riam grande alegria em se reorientar.

Durante séculos, a brilhante figura de Aristóteles domi-nou o pensamento ocidental, imprimindo sua marca emtoda a ciência atual; ele acreditava poder interpretar areligião como algo proveniente do pensamento humano.Galeno, um dos mais famosos médicos da Antigüidade,apesar de ser extraordinariamente hábil e instruído,esqueceu-se de que o organismo humano é dominadopelo espírito único e perfeito, pela centelha divina.

Assim, seguindo os antigos com uma obediênciacega, já não se questiona um novo conhecimento queleve em conta as imperecíveis diretrizes cristãs. Essasfiguras científicas do célebre período da cultura greco-romana tinham uma vocação completamente diferenteda nossa. Sua missão era transmitir à humanidade asíntese de tudo o que os havia precedido, para queuma nova era, apoiada na sabedoria, pudesse adiantar-se rumo às possibilidades superiores, sob o impulso deuma nova manifestação espiritual. Infelizmente, atéhoje esse processo de renovação jamais se manifestou,e permanecemos em meio aos destroços da realidadeem ruínas, até a hora de nossa morte.

Entretanto, perto de nós, sobre as ruínas de tudo oque vai desaparecer, formam-se já os contornos de umanova realidade. Um desejo novo e uma nova possibili-dade aproximam-se, projetam-se sobre a esperança

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destruída e sobre a auto-suficiência arrasada do públi-co intelectual. A calúnia, o riso, o escárnio desaparece-rão das fisionomias, e finalmente os esoteristas serãoouvidos.

Então os filhos dos profetas falarão da sabedoriadivina onipresente, que está mais próxima do quemãos e pés. Eles vos dirão como essa sabedoria podeser obtida. Eles vos incitarão a uma nova atitude devida, renovadora do sangue, nascida da força do amorde Jesus Cristo.

Então, descobrireis como se manifestará em vossoespírito uma flor imaculada, o lírio místico, o lótus detodos os videntes orientais. É a entrada nos santosátrios do pensamento abstrato, onde a sabedoria divi-na, a sabedoria universal, pode ser assimilada emforma de energia. É um caminhar na luz, “assim comoEle na luz está”.

É assim que se desenrola diante do aluno umconhecimento divino incomensurável, uma filosofiadivina: a filosofia do conhecimento mágico. Assim, sobreessa base, perto dessa porta da eternidade, reúnir-se-ãotodos os que foram chamados para o novo intelectua-lismo, todos os amantes da verdadeira sabedoria. E láestarão pensadores, poetas, construtores, todos chama-dos para todos os ramos da ciência, da arte e da reli-gião; e, saciados pela fonte única da sabedoria univer-sal, ligados uns aos outros como irmãos e irmãs, uni-dos em uma mesma corrente, eles começarão a traba-lhar, avançando rumo a um grandioso desenvolvimentode seus talentos. Na luz de Deus, seus talentos floresce-rão como uma rosa e, de mãos dadas, eles escreverãocom suas ações luminosas o Librum Naturae, o grandeLivro da Natureza, como uma verdade que ligará nova-mente todas as eternidades.

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3Para levar essa reforma a cabo, nosso bem-amado e

espiritualmente mui iluminado Pai e Irmão C.R., ale-mão, chefe e fundador de nossa Fraternidade, consa-grou muitos sofrimentos e esforços, durante um longotempo.

Em seu quinto ano de vida, por causa da pobrezade seus pais, embora nobres, ele foi acolhido em ummosteiro, onde aprendeu relativamente bem as duaslínguas: a grega e a latina. Depois, por causa de suaspreces e súplicas insistentes, ainda na flor da juventu-de, foi auxiliar do Irmão P.A.L., que queria empreenderuma viagem ao Santo Sepulcro. Não obstante esseirmão haver morrido em Chipre, e assim não ter chega-do a ver Jerusalém, nosso Irmão C.R. não regressou,mas lançou vela em direção totalmente oposta e diri-giu-se a Damasco, propondo-se, a partir daí, a visitarJerusalém. Mas, devido a dificuldades corporais, eleteve de permanecer no lugar em que estava e, graçasaos remédios – dos quais tinha um certo conhecimento– conquistou a simpatia dos turcos. Por acaso, ouviufalar a respeito dos sábios de Damcar, na Arábia, esobre os milagres que realizavam, e também sobre ofato de que a natureza inteira lhes havia sido desvela-da. Com isso, o elevado e nobre espírito do Irmão C.R.C.foi despertado, de modo que agora Jerusalém já não lhe

Tudo o que não é verdadeiro está destinado a mor-rer. Tudo o que nasceu do eterno coração solar do Paié chamado à Vida.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

34

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3Para levar essa reforma a cabo, nosso bem-amado e

espiritualmente mui iluminado Pai e Irmão C.R., ale-mão, chefe e fundador de nossa Fraternidade, consa-grou muitos sofrimentos e esforços, durante um longotempo.

Em seu quinto ano de vida, por causa da pobrezade seus pais, embora nobres, ele foi acolhido em ummosteiro, onde aprendeu relativamente bem as duaslínguas: a grega e a latina. Depois, por causa de suaspreces e súplicas insistentes, ainda na flor da juventu-de, foi auxiliar do Irmão P.A.L., que queria empreenderuma viagem ao Santo Sepulcro. Não obstante esseirmão haver morrido em Chipre, e assim não ter chega-do a ver Jerusalém, nosso Irmão C.R. não regressou,mas lançou vela em direção totalmente oposta e diri-giu-se a Damasco, propondo-se, a partir daí, a visitarJerusalém. Mas, devido a dificuldades corporais, eleteve de permanecer no lugar em que estava e, graçasaos remédios – dos quais tinha um certo conhecimento– conquistou a simpatia dos turcos. Por acaso, ouviufalar a respeito dos sábios de Damcar, na Arábia, esobre os milagres que realizavam, e também sobre ofato de que a natureza inteira lhes havia sido desvela-da. Com isso, o elevado e nobre espírito do Irmão C.R.C.foi despertado, de modo que agora Jerusalém já não lhe

Tudo o que não é verdadeiro está destinado a mor-rer. Tudo o que nasceu do eterno coração solar do Paié chamado à Vida.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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3

O Livro M

Das brumas do passado ergue-se diante de nós umadas mais antigas histórias da Ordem da Rosacruz. Parao leitor superficial, essa história é um simples mito; é odado primitivo de um fragmento de cronologia histori-camente incerto, cuja origem é seriamente posta emdúvida por muitas pessoas. O aluno buscador, entre-tanto, mesmo não conhecendo muito bem o métodoutilizado pelos antigos iniciados para velar suas men-sagens aos olhos dos profanos, percebe através do véuo brilho da luz que ilumina o caminho. Como busca-dores da bondade, da verdade e da justiça, é nossaaspiração íntima indicar o caminho da humanidade, amarcha inexorável das coisas, o impulso cósmico doabsoluto, e abrir uma larga senda para esse processo.É por essa razão que queremos penetrar os véus a fimde poder ouvir a Fama Fraternitatis, o chamado daFraternidade da Luz, para poder ler as primeiras pági-nas do Livro M.

Muitos esoteristas, orientados negativamente, bus-caram esse misterioso Livro M de que fala a antiga lite-ratura rosacruz. Muitos nos perguntaram onde pode-riam consegui-lo, e se existia uma boa tradução. Jápossuíam tantos livros, embolorando ao lado de mui-tos outros de cunho esotérico, em sua imponentebiblioteca! Mas ainda faltava o Livro M! Quem sabe a 37

interessava tanto quanto Damcar. Como já não podiadominar seu desejo, ofereceu, mediante uma certasoma de dinheiro, seus serviços a marinheiros árabespara que o levassem a Damcar.

Quando lá chegou, não tinha mais do que dezesseisanos – mas já possuía uma forte constituição alemã.Assim como ele mesmo pôde testemunhar, os sábios oreceberam não como um estrangeiro, mas como aque-le que aguardavam há muito tempo. Eles também ochamaram por seu nome e lhe ensinaram outros mis-térios de seu mosteiro, pelo que muito se admirou.Aí ele aprendeu melhor a língua árabe, a ponto de tra-duzir, em bom latim, já no ano seguinte, o Librum M,que levou consigo. Nesse lugar ele adquiriu tambémseus conhecimentos de Física e Matemática, dos quais omundo poderia deveras se rejubilar, se maior fosse oamor, e menor, a inveja.

Fama Fraternitatis R.C.

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O Livro M

Das brumas do passado ergue-se diante de nós umadas mais antigas histórias da Ordem da Rosacruz. Parao leitor superficial, essa história é um simples mito; é odado primitivo de um fragmento de cronologia histori-camente incerto, cuja origem é seriamente posta emdúvida por muitas pessoas. O aluno buscador, entre-tanto, mesmo não conhecendo muito bem o métodoutilizado pelos antigos iniciados para velar suas men-sagens aos olhos dos profanos, percebe através do véuo brilho da luz que ilumina o caminho. Como busca-dores da bondade, da verdade e da justiça, é nossaaspiração íntima indicar o caminho da humanidade, amarcha inexorável das coisas, o impulso cósmico doabsoluto, e abrir uma larga senda para esse processo.É por essa razão que queremos penetrar os véus a fimde poder ouvir a Fama Fraternitatis, o chamado daFraternidade da Luz, para poder ler as primeiras pági-nas do Livro M.

Muitos esoteristas, orientados negativamente, bus-caram esse misterioso Livro M de que fala a antiga lite-ratura rosacruz. Muitos nos perguntaram onde pode-riam consegui-lo, e se existia uma boa tradução. Jápossuíam tantos livros, embolorando ao lado de mui-tos outros de cunho esotérico, em sua imponentebiblioteca! Mas ainda faltava o Livro M! Quem sabe a 37

interessava tanto quanto Damcar. Como já não podiadominar seu desejo, ofereceu, mediante uma certasoma de dinheiro, seus serviços a marinheiros árabespara que o levassem a Damcar.

Quando lá chegou, não tinha mais do que dezesseisanos – mas já possuía uma forte constituição alemã.Assim como ele mesmo pôde testemunhar, os sábios oreceberam não como um estrangeiro, mas como aque-le que aguardavam há muito tempo. Eles também ochamaram por seu nome e lhe ensinaram outros mis-térios de seu mosteiro, pelo que muito se admirou.Aí ele aprendeu melhor a língua árabe, a ponto de tra-duzir, em bom latim, já no ano seguinte, o Librum M,que levou consigo. Nesse lugar ele adquiriu tambémseus conhecimentos de Física e Matemática, dos quais omundo poderia deveras se rejubilar, se maior fosse oamor, e menor, a inveja.

Fama Fraternitatis R.C.

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Este relato trata do supremo dirigente da Ordem daRosacruz, daquele a quem chamamos o iluminado Paie Irmão C.R.C., que, prestai bem atenção a isto, é, aomesmo tempo, a origem de nossa Fraternidade.

Em seu quinto ano de vida, por causa da pobreza deseus pais, embora nobres, ele foi acolhido em um mos-teiro, onde aprendeu relativamente bem as duas lín-guas: a grega e a latina. Depois, por causa de suas pre-ces e súplicas insistentes, ainda na flor da juventude,foi auxiliar do Irmão P.A.L., que queria empreenderuma viagem ao Santo Sepulcro.

Alguns que tentaram analisar a Fama logo fizeram asseguintes perguntas: “O homem C.R.C. realmente exis-tiu? Quem era ele? Houve algum contemporâneo que otivesse visto? Existe alguma literatura de seu tempo quefale dele?” E por aí afora.

Todos conhecem o modus operandi da pesquisahistórica, o estudo atento e prolongado dos documen-tos, o longo desenvolvimento até que, por fim, umanova descoberta reduz a nada a obra de quase umavida toda, e é preciso começar tudo de novo. Não éesse método que vamos seguir, se bem que podemosassegurar que C.R.C. realmente existiu, que conhece-mos alguns de seus contemporâneos, que o viram eque viveram perto dele. Existem homens que são inti-mamente ligados a ele.

Portanto, vamos deixar a pesquisa histórica para falarapenas “de um homem”. Admitamos, por enquanto, queum homem chamado C.R.C. exista na atualidade, quevós todos o conheceis e que observamos sua luta. Se eleviveu ou não antigamente, hoje pouco nos importa.Assim, nós evocamos diante de vós um homem, uma

Capítulo 3

39

Rosacruz poderia colocá-lo à venda, pois a procura erarealmente grande, e com certeza pagariam um bompreço para possuí-lo.

Tivemos de decepcionar todos esses solicitantes;tivemos de rejeitar a todos os que muitas vezes se apre-sentavam com as mãos cheias de dinheiro. No entanto,é preciso dizer o seguinte: nós conhecemos o misterio-so Livro M. Nós o vimos, nós pudemos dar uma passa-da de olhos nele. Pudemos examinar e estudar algumaspáginas e assimilar seu precioso conteúdo, pelo menosna medida de nossas possibilidades. Agora, de acordocom a lei que diz que nenhum gnóstico deve guardarpara si os tesouros recebidos, encontramos na presenteobra a oportunidade de obedecer a essa lei.

As páginas do Livro M estão repletas de sinais mara-vilhosos, de curiosos caracteres. É como se estivessemvivos. Chamam, acenam, despertam pressentimentosindefiníveis e temores; às vezes fazem surgir um rego-zijo e uma alegria exuberantes. As ondas de palavrasviventes do Livro M desfilam diante de nós em linhasininterruptas. Nosso olhar fica cativado ao mesmotempo por tumultuados vagalhões e pela onda suavemas poderosa que surge de profundezas insondáveis.Sim, o Livro M fala uma linguagem mágica. Quando osselos se abrem e as fórmulas são pronunciadas, entãovem o arrebatamento dos sentidos e nós nos elevamosda matéria para subir até os espaços transparentes davida etérica, rumo ao que ninguém jamais viu.

Voltemos agora ao tema aparentemente simples daFama Fraternitatis, pois é isto que deveis compreenderprimeiramente, antes que possais ler o Livro M. Nãopoderemos explicar-vos as primeiras fórmulas do LivroM se os primeiros e indispensáveis passos não foremdados.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Este relato trata do supremo dirigente da Ordem daRosacruz, daquele a quem chamamos o iluminado Paie Irmão C.R.C., que, prestai bem atenção a isto, é, aomesmo tempo, a origem de nossa Fraternidade.

Em seu quinto ano de vida, por causa da pobreza deseus pais, embora nobres, ele foi acolhido em um mos-teiro, onde aprendeu relativamente bem as duas lín-guas: a grega e a latina. Depois, por causa de suas pre-ces e súplicas insistentes, ainda na flor da juventude,foi auxiliar do Irmão P.A.L., que queria empreenderuma viagem ao Santo Sepulcro.

Alguns que tentaram analisar a Fama logo fizeram asseguintes perguntas: “O homem C.R.C. realmente exis-tiu? Quem era ele? Houve algum contemporâneo que otivesse visto? Existe alguma literatura de seu tempo quefale dele?” E por aí afora.

Todos conhecem o modus operandi da pesquisahistórica, o estudo atento e prolongado dos documen-tos, o longo desenvolvimento até que, por fim, umanova descoberta reduz a nada a obra de quase umavida toda, e é preciso começar tudo de novo. Não éesse método que vamos seguir, se bem que podemosassegurar que C.R.C. realmente existiu, que conhece-mos alguns de seus contemporâneos, que o viram eque viveram perto dele. Existem homens que são inti-mamente ligados a ele.

Portanto, vamos deixar a pesquisa histórica para falarapenas “de um homem”. Admitamos, por enquanto, queum homem chamado C.R.C. exista na atualidade, quevós todos o conheceis e que observamos sua luta. Se eleviveu ou não antigamente, hoje pouco nos importa.Assim, nós evocamos diante de vós um homem, uma

Capítulo 3

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Rosacruz poderia colocá-lo à venda, pois a procura erarealmente grande, e com certeza pagariam um bompreço para possuí-lo.

Tivemos de decepcionar todos esses solicitantes;tivemos de rejeitar a todos os que muitas vezes se apre-sentavam com as mãos cheias de dinheiro. No entanto,é preciso dizer o seguinte: nós conhecemos o misterio-so Livro M. Nós o vimos, nós pudemos dar uma passa-da de olhos nele. Pudemos examinar e estudar algumaspáginas e assimilar seu precioso conteúdo, pelo menosna medida de nossas possibilidades. Agora, de acordocom a lei que diz que nenhum gnóstico deve guardarpara si os tesouros recebidos, encontramos na presenteobra a oportunidade de obedecer a essa lei.

As páginas do Livro M estão repletas de sinais mara-vilhosos, de curiosos caracteres. É como se estivessemvivos. Chamam, acenam, despertam pressentimentosindefiníveis e temores; às vezes fazem surgir um rego-zijo e uma alegria exuberantes. As ondas de palavrasviventes do Livro M desfilam diante de nós em linhasininterruptas. Nosso olhar fica cativado ao mesmotempo por tumultuados vagalhões e pela onda suavemas poderosa que surge de profundezas insondáveis.Sim, o Livro M fala uma linguagem mágica. Quando osselos se abrem e as fórmulas são pronunciadas, entãovem o arrebatamento dos sentidos e nós nos elevamosda matéria para subir até os espaços transparentes davida etérica, rumo ao que ninguém jamais viu.

Voltemos agora ao tema aparentemente simples daFama Fraternitatis, pois é isto que deveis compreenderprimeiramente, antes que possais ler o Livro M. Nãopoderemos explicar-vos as primeiras fórmulas do LivroM se os primeiros e indispensáveis passos não foremdados.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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É por isso que nosso Irmão C.R.C. entra no mostei-ro com a idade de cinco anos, o que quer dizer que eleé confrontado com a essência das coisas. A razão ilu-minada, a sabedoria de Mercúrio, é representada caba-listicamente pelo número cinco. Portanto, o mosteiro éaqui o símbolo da concentração.

Mas, cuidado! Já fizestes um esforço para recolherum pouco de sabedoria real? Lembrais-vos, talvez, devosso primeiro passo? Já esquecestes o labirinto de ilu-são e desespero no qual vos encontráveis? Aprendestesapenas em parte vosso grego e vosso latim, as síntesessimbólicas da razão sublime. É por isso que nasceu noIrmão C.R.C. um anseio desesperador. Ele quer ir à“Terra Santa” da razão sublime. Ele quer ir até lá, poisquer elevar-se até a perfeição. Ele quer atingir sua metaúltima e é por isso que suplica para poder empreenderessa viagem.

Vemos a mesma prece não expressada chegar avossos lábios; imagens-pensamento plenas de aspira-ção chegam até nós, vibrantes: “Vamos, também nós,em direção a essa meta única!”

Não existe nada que vos retenha, amigo! Ide, ideagora mesmo, se quiserdes. Entretanto, sabei queaqueles que empreendem essa viagem descobrirãobem depressa que ela é terrivelmente difícil, apesar deser perfeitamente realizável. É precisamente por essadificuldade ser superável que iremos convosco até ofundo, nessa obra.

Assim, tomamos o caminho junto com nosso IrmãoP.A.L., que significa os mistérios das leis naturais; e issonos conduz a Chipre. Nossa narração toma agora umagrande profundidade. Na linguagem dos mistérios,Chipre designa “Vênus”, e na linguagem dos evange-lhos, a repressão dos desejos da natureza inferior e o

Capítulo 3

41

imagem, e juntos animamos essa figura mítica até queela viva diante de nós. Chamamos esse homem de“Cristiano Rosacruz”, e dizemos mais ainda: ele é deorigem germânica, o que significa que nossa figura éum puro europeu, um ocidental.

Pois bem, esse homem ocidental deseja seguir ocaminho de um ocidental, quer dizer, o caminho indi-cado e vivido por Cristo. É por isso que o chamamosde Cristiano.

Esse ocidental procura desenvolver todos os podereslatentes que dormitam no ser de cada homem, poderesque fazem dele um filho de Deus, um Deus em devir ouvir-a-ser, que está firmemente decidido e que se esforçapor isso. Além disso, ele está pronto a percorrer o cami-nho do sacrifício total de si mesmo. É por essa razão quetambém chamamos nosso herói de Rosacruz.

Como essa figura simbólica vive plenamente diantede nós e como estamos entusiasmados com a lutaheróica iniciada por esse homem, dizemos em prece:“Querido Irmão, possa a rosa branca de Cristo resplan-decer sobre tua cruz!”

Compreendei que esse homem ocidental, esseIrmão C.R.C. deve ter “origem nobre”, o que quer dizerque ele deve ter atingido um certo grau de refinamen-to, de profundidade interior, a fim de poder começaruma obra tão grandiosa. Trata-se aqui de uma qualida-de de caráter, de uma força de alma que adorna quema possui e refina seu sangue. Quando um homemcomo esse é até certo ponto enobrecido pela vida,nasce nele uma fome irresistível por sabedoria. “Nãosomente com o coração, mas também com a razão ser-vireis ao Senhor.” Se alguém quiser percorrer a sendada humanidade até o bom fim, é necessário conhecero caminho e sondar a vontade de Deus.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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É por isso que nosso Irmão C.R.C. entra no mostei-ro com a idade de cinco anos, o que quer dizer que eleé confrontado com a essência das coisas. A razão ilu-minada, a sabedoria de Mercúrio, é representada caba-listicamente pelo número cinco. Portanto, o mosteiro éaqui o símbolo da concentração.

Mas, cuidado! Já fizestes um esforço para recolherum pouco de sabedoria real? Lembrais-vos, talvez, devosso primeiro passo? Já esquecestes o labirinto de ilu-são e desespero no qual vos encontráveis? Aprendestesapenas em parte vosso grego e vosso latim, as síntesessimbólicas da razão sublime. É por isso que nasceu noIrmão C.R.C. um anseio desesperador. Ele quer ir à“Terra Santa” da razão sublime. Ele quer ir até lá, poisquer elevar-se até a perfeição. Ele quer atingir sua metaúltima e é por isso que suplica para poder empreenderessa viagem.

Vemos a mesma prece não expressada chegar avossos lábios; imagens-pensamento plenas de aspira-ção chegam até nós, vibrantes: “Vamos, também nós,em direção a essa meta única!”

Não existe nada que vos retenha, amigo! Ide, ideagora mesmo, se quiserdes. Entretanto, sabei queaqueles que empreendem essa viagem descobrirãobem depressa que ela é terrivelmente difícil, apesar deser perfeitamente realizável. É precisamente por essadificuldade ser superável que iremos convosco até ofundo, nessa obra.

Assim, tomamos o caminho junto com nosso IrmãoP.A.L., que significa os mistérios das leis naturais; e issonos conduz a Chipre. Nossa narração toma agora umagrande profundidade. Na linguagem dos mistérios,Chipre designa “Vênus”, e na linguagem dos evange-lhos, a repressão dos desejos da natureza inferior e o

Capítulo 3

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imagem, e juntos animamos essa figura mítica até queela viva diante de nós. Chamamos esse homem de“Cristiano Rosacruz”, e dizemos mais ainda: ele é deorigem germânica, o que significa que nossa figura éum puro europeu, um ocidental.

Pois bem, esse homem ocidental deseja seguir ocaminho de um ocidental, quer dizer, o caminho indi-cado e vivido por Cristo. É por isso que o chamamosde Cristiano.

Esse ocidental procura desenvolver todos os podereslatentes que dormitam no ser de cada homem, poderesque fazem dele um filho de Deus, um Deus em devir ouvir-a-ser, que está firmemente decidido e que se esforçapor isso. Além disso, ele está pronto a percorrer o cami-nho do sacrifício total de si mesmo. É por essa razão quetambém chamamos nosso herói de Rosacruz.

Como essa figura simbólica vive plenamente diantede nós e como estamos entusiasmados com a lutaheróica iniciada por esse homem, dizemos em prece:“Querido Irmão, possa a rosa branca de Cristo resplan-decer sobre tua cruz!”

Compreendei que esse homem ocidental, esseIrmão C.R.C. deve ter “origem nobre”, o que quer dizerque ele deve ter atingido um certo grau de refinamen-to, de profundidade interior, a fim de poder começaruma obra tão grandiosa. Trata-se aqui de uma qualida-de de caráter, de uma força de alma que adorna quema possui e refina seu sangue. Quando um homemcomo esse é até certo ponto enobrecido pela vida,nasce nele uma fome irresistível por sabedoria. “Nãosomente com o coração, mas também com a razão ser-vireis ao Senhor.” Se alguém quiser percorrer a sendada humanidade até o bom fim, é necessário conhecero caminho e sondar a vontade de Deus.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Capítulo 3

43

início do realismo cristão. É somente por meio das for-ças purificadas de Vênus que podeis chegar aos misté-rios. Astrosoficamente falando, Vênus é o caminho queleva a Urano, o Cristo interior.

O chamado de Urano chega agora até vós. O únicocaminho que conduz a ele passa pelo realismo cristão,com todas as suas conseqüências amargas e desconcer-tantes. É por essa razão que nós vos conduzimos cons-tantemente até Chipre, como o fez o Irmão P.A.L. Eis oinevitável: trabalhar nas minas de cobre de Chipre.Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouvirá, sem dúvi-da alguma.

Nosso Irmão C.R.C. não regressou de Chipre. Mediantea ação, ele seguiu em direção a Damasco e depois, aDamcar. Porque, quando o homem cumpre correta-mente seu trabalho em Chipre, o resultado é o cresci-mento da alma, e ele constrói a couraça áurea, comcujo auxílio da qual pode superar a natureza inferior eo poço infernal das baixas cobiças. É somente entãoque podemos nos aproximar dos milagres de Damcar.Numerosos são aqueles que buscaram a cidade deDamcar sem encontrá-la. Numerosos são aqueles queempreenderam a viagem de Cristiano Rosacruz, segun-do os dados da Fama. Entretanto, Damcar, que nasescrituras antigas é constantemente confundida comDamasco, não é localizável geograficamente.

Contudo, Damcar, na Arábia, realmente existe.Podeis estar certos de que encontrareis essa cidade dossonhos, desde que viajeis para Chipre. Damcar é o espí-rito com o qual o aluno abraça o mundo, em uma pro-funda e intensa aspiração, a fim de erigir os muros deuma nova cidadela da verdade. Damcar é a mais eleva-da justiça divina que lança seu chamado e suplica por

O chamado da Fraternidade Rosacruz

42

ser ouvida. Damcar é o coração do espírito planetário,o fundamento da gênese do mundo. A palavra “Arábia”deve aqui ser compreendida como a morada do Leão.

Damcar, a idéia de libertação, deve provir da mora-da do Leão, o Leão de Judá, Cristo, o grande realizadoruniversal, o iniciador por excelência: o Leão – Leo – osigno de iniciação de Aquário. Aí, ao lado da fonte dosmistérios cristãos, nosso Pai C.R.C. permaneceu trêsanos, e aí ele traduziu o Livro M.

Retomemos a cronologia de nossa narração. Quandonosso herói lendário celebrou o ato absoluto do realis-mo cristão, e em abnegado serviço se doou inteiramen-te, ou melhor dizendo, quando ele integrou o ensina-mento da bondade, da verdade e da justiça em suavida, e se elevou como uma flamejante luz crística nastrevas de nossa época, ele se aproxima da essência dascoisas, mesmo estando exausto, não dando nenhumaatenção ao ódio, à oposição e às perseguições.

Ele chega a Damasco, ao átrio do templo de Damcar,de onde quer continuar sua viagem até Jerusalém. Aí,em Damasco, ele demonstra sua grande capacidade emFísica e em Ciências Naturais; isso significa que os véusque escondem a essência das coisas começam a cair. A essência da natureza começa a manifestar-se para ele.Sua aspiração por um saber superior, seu ardente dese-jo de experiência crística, sua profunda aspiração àsnúpcias alquímicas, a uma comunhão com o Cristo,finalmente se realizam. O grego e o latim dos mistérios,que ele antes compreendia parcialmente, são agoracompletamente dominados, graças ao ato.

E assim, como que por necessidade natural, eleentra em contato com os sábios de Damcar, com os ini-ciados nos mistérios cristãos. A narrativa diz:

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início do realismo cristão. É somente por meio das for-ças purificadas de Vênus que podeis chegar aos misté-rios. Astrosoficamente falando, Vênus é o caminho queleva a Urano, o Cristo interior.

O chamado de Urano chega agora até vós. O únicocaminho que conduz a ele passa pelo realismo cristão,com todas as suas conseqüências amargas e desconcer-tantes. É por essa razão que nós vos conduzimos cons-tantemente até Chipre, como o fez o Irmão P.A.L. Eis oinevitável: trabalhar nas minas de cobre de Chipre.Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouvirá, sem dúvi-da alguma.

Nosso Irmão C.R.C. não regressou de Chipre. Mediantea ação, ele seguiu em direção a Damasco e depois, aDamcar. Porque, quando o homem cumpre correta-mente seu trabalho em Chipre, o resultado é o cresci-mento da alma, e ele constrói a couraça áurea, comcujo auxílio da qual pode superar a natureza inferior eo poço infernal das baixas cobiças. É somente entãoque podemos nos aproximar dos milagres de Damcar.Numerosos são aqueles que buscaram a cidade deDamcar sem encontrá-la. Numerosos são aqueles queempreenderam a viagem de Cristiano Rosacruz, segun-do os dados da Fama. Entretanto, Damcar, que nasescrituras antigas é constantemente confundida comDamasco, não é localizável geograficamente.

Contudo, Damcar, na Arábia, realmente existe.Podeis estar certos de que encontrareis essa cidade dossonhos, desde que viajeis para Chipre. Damcar é o espí-rito com o qual o aluno abraça o mundo, em uma pro-funda e intensa aspiração, a fim de erigir os muros deuma nova cidadela da verdade. Damcar é a mais eleva-da justiça divina que lança seu chamado e suplica por

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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ser ouvida. Damcar é o coração do espírito planetário,o fundamento da gênese do mundo. A palavra “Arábia”deve aqui ser compreendida como a morada do Leão.

Damcar, a idéia de libertação, deve provir da mora-da do Leão, o Leão de Judá, Cristo, o grande realizadoruniversal, o iniciador por excelência: o Leão – Leo – osigno de iniciação de Aquário. Aí, ao lado da fonte dosmistérios cristãos, nosso Pai C.R.C. permaneceu trêsanos, e aí ele traduziu o Livro M.

Retomemos a cronologia de nossa narração. Quandonosso herói lendário celebrou o ato absoluto do realis-mo cristão, e em abnegado serviço se doou inteiramen-te, ou melhor dizendo, quando ele integrou o ensina-mento da bondade, da verdade e da justiça em suavida, e se elevou como uma flamejante luz crística nastrevas de nossa época, ele se aproxima da essência dascoisas, mesmo estando exausto, não dando nenhumaatenção ao ódio, à oposição e às perseguições.

Ele chega a Damasco, ao átrio do templo de Damcar,de onde quer continuar sua viagem até Jerusalém. Aí,em Damasco, ele demonstra sua grande capacidade emFísica e em Ciências Naturais; isso significa que os véusque escondem a essência das coisas começam a cair. A essência da natureza começa a manifestar-se para ele.Sua aspiração por um saber superior, seu ardente dese-jo de experiência crística, sua profunda aspiração àsnúpcias alquímicas, a uma comunhão com o Cristo,finalmente se realizam. O grego e o latim dos mistérios,que ele antes compreendia parcialmente, são agoracompletamente dominados, graças ao ato.

E assim, como que por necessidade natural, eleentra em contato com os sábios de Damcar, com os ini-ciados nos mistérios cristãos. A narrativa diz:

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Tenho-vos dito estas coisaspara que minha alegria permaneça em vóse vossa alegria seja completa.Este é o meu mandamento:amai-vos uns aos outrosassim como eu vos amei.Ninguém tem maior amordo que aquele que dá a vida por seus amigos.Vós sois meus amigos,se fazeis o que vos mando.Já não vos chamo servos,porque o servo não sabeo que faz o seu senhor;mas eu vos chamo amigos,porque tudo o que ouvi de meu Paieu vos dei a conhecer.Digo-vos istopara que não sejais conduzidos à infidelidade.Expulsar-vos-ão das sinagogas.Sim, virá a horaem que qualquer que vos matarjulgará prestar um serviço a Deus.E isso farão porque não conhecem ao Painem a mim.Mas eu vos disse tais coisaspara que, ao chegar aquela hora,vos lembreis de que eu vo-las havia dito.No mundo tereis tribulações,mas tende coragem:eu venci o mundo!

Assim, nessa santa festa da comunhão de vida comCristo, aprendeis a língua árabe melhor do que nunca.A Física torna-se nula perto da glória transbordante do

Capítulo 3

45

O elevado e nobre espírito do Irmão C.R.C. foi desperta-do, de modo que agora Jerusalém já não lhe interessa-va tanto quanto Damcar. Como já não podia dominarseu desejo, ofereceu, mediante uma certa soma dedinheiro, seus serviços a marinheiros árabes para queo levassem a Damcar.

Deveis compreender a narrativa da seguinte maneira:aquele que, permanecendo nas trevas, busca a luz deCristo e a ela anseia com todo o seu ser, chega a desco-brir, a partir da realização do ato-Chipre, que já não temnecessidade de buscar a luz, pois ela corre a seu encon-tro. Ela está mais próxima do que mãos e pés. “Quandoo filho pródigo retorna, o Pai vai a seu encontro”, diz aparábola. Do mesmo modo, compreendeis também oque quer dizer o autor dos Atos dos Apóstolos quandoSaulo, a caminho de Damasco, encontra Cristo.

Assim acontece com nosso herói lendário, C.R.C., eda mesma forma pode acontecer a vós. Jerusalémaproxima-se de vós quando vos aproximais dela,segundo determinadas linhas diretrizes. Conheceisagora as condições: elas representam a soma total queC.R.C. deve pagar para ser conduzido a Damcar. Aí eleé recebido como alguém conhecido; aí é celebrada afesta da unificação; aí desabrocham os botões de rosa:nasceu o homem superior, elevado do nadir, graças aoato. Tal como um franco-maçom, ele construiu para siuma morada em Damcar.

Falando mágica e astrosoficamente, pelo ato-Chipre,renovador do coração, o aluno penetra até Urano,Damcar-Cristo. Aí o peregrino a caminho de Jerusa-lém encontra seu Senhor. Aí nasce a comunhão vi-vente com aquele que é todo amor e alegria, comaquele que diz:

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Tenho-vos dito estas coisaspara que minha alegria permaneça em vóse vossa alegria seja completa.Este é o meu mandamento:amai-vos uns aos outrosassim como eu vos amei.Ninguém tem maior amordo que aquele que dá a vida por seus amigos.Vós sois meus amigos,se fazeis o que vos mando.Já não vos chamo servos,porque o servo não sabeo que faz o seu senhor;mas eu vos chamo amigos,porque tudo o que ouvi de meu Paieu vos dei a conhecer.Digo-vos istopara que não sejais conduzidos à infidelidade.Expulsar-vos-ão das sinagogas.Sim, virá a horaem que qualquer que vos matarjulgará prestar um serviço a Deus.E isso farão porque não conhecem ao Painem a mim.Mas eu vos disse tais coisaspara que, ao chegar aquela hora,vos lembreis de que eu vo-las havia dito.No mundo tereis tribulações,mas tende coragem:eu venci o mundo!

Assim, nessa santa festa da comunhão de vida comCristo, aprendeis a língua árabe melhor do que nunca.A Física torna-se nula perto da glória transbordante do

Capítulo 3

45

O elevado e nobre espírito do Irmão C.R.C. foi desperta-do, de modo que agora Jerusalém já não lhe interessa-va tanto quanto Damcar. Como já não podia dominarseu desejo, ofereceu, mediante uma certa soma dedinheiro, seus serviços a marinheiros árabes para queo levassem a Damcar.

Deveis compreender a narrativa da seguinte maneira:aquele que, permanecendo nas trevas, busca a luz deCristo e a ela anseia com todo o seu ser, chega a desco-brir, a partir da realização do ato-Chipre, que já não temnecessidade de buscar a luz, pois ela corre a seu encon-tro. Ela está mais próxima do que mãos e pés. “Quandoo filho pródigo retorna, o Pai vai a seu encontro”, diz aparábola. Do mesmo modo, compreendeis também oque quer dizer o autor dos Atos dos Apóstolos quandoSaulo, a caminho de Damasco, encontra Cristo.

Assim acontece com nosso herói lendário, C.R.C., eda mesma forma pode acontecer a vós. Jerusalémaproxima-se de vós quando vos aproximais dela,segundo determinadas linhas diretrizes. Conheceisagora as condições: elas representam a soma total queC.R.C. deve pagar para ser conduzido a Damcar. Aí eleé recebido como alguém conhecido; aí é celebrada afesta da unificação; aí desabrocham os botões de rosa:nasceu o homem superior, elevado do nadir, graças aoato. Tal como um franco-maçom, ele construiu para siuma morada em Damcar.

Falando mágica e astrosoficamente, pelo ato-Chipre,renovador do coração, o aluno penetra até Urano,Damcar-Cristo. Aí o peregrino a caminho de Jerusa-lém encontra seu Senhor. Aí nasce a comunhão vi-vente com aquele que é todo amor e alegria, comaquele que diz:

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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4Ele retornou ao final de três anos e, munido do salvo-conduto adequado, lançou vela do Sinus Arabicus(Golfo Arábico) para o Egito, onde, entretanto, não per-maneceu por muito tempo, mas onde prestou melhoratenção às plantas e às criaturas.

Fama Fraternitatis R.C.

Livro M. A linguagem viva vos envolve com seus mara-vilhosos caracteres; ela executa suas danças sagradas evos prosternais em adoração diante de sua glória.

Se pudestes seguir em pensamento o caminho do vira ser aqui traçado, e se vos esforçais realmente parasegui-lo, então podereis ler no misterioso Livro M. Emque consiste afinal esse livro? Onde está ele? Como ele é?

O Livro M é o livro da humanidade, a cosmologiaintegral da Memória da Natureza. O Livro M é o livroda magia gnóstica perfeita, o livro do fogo. O Livro Mé o livro de Mani, a síntese de toda sabedoria desde acriação do mundo até nossos dias. O Livro M é oconhecimento abstrato de tudo o que foi, que é e queserá, conhecimento que não pode ser interceptado pornenhum homem deste mundo e que nada pode cor-romper. O Livro M é o amor de Deus, que nos é mani-festado por Cristo. O Livro M é Netuno, que chega àplenitude por Urano, Cristo. O Livro M é uma forçacolossal, superior a tudo, com o auxílio da qual podeisatravessar o Golfo Arábico.

Leo, o símbolo da iniciação de Aquário, acena acada aluno da Rosacruz dizendo: Segui as pegadas doMestre e da origem de nossa Fraternidade e prestaitoda a vossa atenção ao fato de que o segredo da rea-lização se encontra nas “minas de cobre de Chipre”!

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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4Ele retornou ao final de três anos e, munido do salvo-conduto adequado, lançou vela do Sinus Arabicus(Golfo Arábico) para o Egito, onde, entretanto, não per-maneceu por muito tempo, mas onde prestou melhoratenção às plantas e às criaturas.

Fama Fraternitatis R.C.

Livro M. A linguagem viva vos envolve com seus mara-vilhosos caracteres; ela executa suas danças sagradas evos prosternais em adoração diante de sua glória.

Se pudestes seguir em pensamento o caminho do vira ser aqui traçado, e se vos esforçais realmente parasegui-lo, então podereis ler no misterioso Livro M. Emque consiste afinal esse livro? Onde está ele? Como ele é?

O Livro M é o livro da humanidade, a cosmologiaintegral da Memória da Natureza. O Livro M é o livroda magia gnóstica perfeita, o livro do fogo. O Livro Mé o livro de Mani, a síntese de toda sabedoria desde acriação do mundo até nossos dias. O Livro M é oconhecimento abstrato de tudo o que foi, que é e queserá, conhecimento que não pode ser interceptado pornenhum homem deste mundo e que nada pode cor-romper. O Livro M é o amor de Deus, que nos é mani-festado por Cristo. O Livro M é Netuno, que chega àplenitude por Urano, Cristo. O Livro M é uma forçacolossal, superior a tudo, com o auxílio da qual podeisatravessar o Golfo Arábico.

Leo, o símbolo da iniciação de Aquário, acena acada aluno da Rosacruz dizendo: Segui as pegadas doMestre e da origem de nossa Fraternidade e prestaitoda a vossa atenção ao fato de que o segredo da rea-lização se encontra nas “minas de cobre de Chipre”!

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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4

Do Golfo Arábico ao Egito

Como qualquer aluno que se aprofundou um pouconos mistérios pode saber, a Terra, o planeta no qual aonda de vida humana prossegue seu dramático com-bate, é um organismo maravilhoso e complexo. Nafilosofia esotérica, quando falamos dos mundos quenos envolvem, não precisamos dar à palavra “mundo”o significado de uma unidade limitada, mas sim o deuma parte de um grande organismo, indissoluvelmen-te unida às outras partes, que interpenetram umas àsoutras, sendo que cada uma se mantém graças a todasas demais.

Uma enorme quantidade de informações sobreesses mundos nos é fornecida e o pensamento sempretenta, de inúmeras maneiras, aumentar seu conheci-mento relativo a esse além misterioso, porém tão pró-ximo. Entretanto, a maior parte desse conhecimento foiprofundamente marcada pela natureza inferior dohomem, por seu romantismo e por seus temores.Devido a sua própria imperfeição, ele vê fenômenossupra-normais que de fato não passam de reflexos desuas próprias e maldosas formas-pensamento, que sãoanimadas periodicamente, umas após as outras, porvibrações planetárias.

Com seu romantismo que vem da nostalgia de algu-ma coisa que ele não possui, o homem descobre no 49

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Do Golfo Arábico ao Egito

Como qualquer aluno que se aprofundou um pouconos mistérios pode saber, a Terra, o planeta no qual aonda de vida humana prossegue seu dramático com-bate, é um organismo maravilhoso e complexo. Nafilosofia esotérica, quando falamos dos mundos quenos envolvem, não precisamos dar à palavra “mundo”o significado de uma unidade limitada, mas sim o deuma parte de um grande organismo, indissoluvelmen-te unida às outras partes, que interpenetram umas àsoutras, sendo que cada uma se mantém graças a todasas demais.

Uma enorme quantidade de informações sobreesses mundos nos é fornecida e o pensamento sempretenta, de inúmeras maneiras, aumentar seu conheci-mento relativo a esse além misterioso, porém tão pró-ximo. Entretanto, a maior parte desse conhecimento foiprofundamente marcada pela natureza inferior dohomem, por seu romantismo e por seus temores.Devido a sua própria imperfeição, ele vê fenômenossupra-normais que de fato não passam de reflexos desuas próprias e maldosas formas-pensamento, que sãoanimadas periodicamente, umas após as outras, porvibrações planetárias.

Com seu romantismo que vem da nostalgia de algu-ma coisa que ele não possui, o homem descobre no 49

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Capítulo 4

51

além tensões e relações que são a conseqüência de suanatureza onírica lunar, e que não têm nenhuma reali-dade fora dele próprio.

É assim que um homem religioso-ortodoxo sonhacom um Senhor sentado em um trono e com uma mul-tidão incalculável agitando palmas e soprando trombe-tas; o homem infectado pelo ocultismo imagina tambémum Mestre de olhar penetrante que lhe ensina coisasimportantes e o faz passar por uma série de iniciações.São seus temores que fazem nascer situações infernais,turbilhões tenebrosos, visões de monstros demoníacos,o ocultismo fantasmagórico dos antigos lemurianos, quesobrevive nas tribos negras e se perpetua no homembranco possuído pela angústia lemuriana como umaespécie de complexo subconsciente.

Entretanto, se chegastes a despedir-vos de todoesse negativismo – que pode apenas angustiar-vos evos empurrar para caminhos errados ou engendrarsituações indesejáveis – se pudestes chegar a rompercom o passado e tornar-vos um novo homem em todosesses aspectos, podereis aprender a conhecer os mun-dos invisíveis de um modo totalmente diferente epodereis avançar muito mais rapidamente no caminhoque vos mostra o gnosticismo ocidental e que vos ensi-na a jovem Fraternidade gnóstica da Rosacruz Áurea.

Ninguém pode compreender nada do verdadeiroesoterismo se não estiver pronto a se tornar um novohomem, no sentido completo do termo. Quandolemos, no prólogo do Evangelho de João, que “A luzbrilha nas trevas e as trevas não a compreenderam”,essa afirmação não vale somente para os homens quevivem e morrem como animais, mas também para vós.Se não romperdes a couraça de vossa natureza astralinferior, se não abandonardes o caminho do ocultismo

O chamado da Fraternidade Rosacruz

50

romântico e se não ultrapassardes vossos temores – oantigo monstro vodu – jamais vos aprofundareis nosmistérios cristãos, nem conhecereis o Cristo, nem colo-careis os pés no caminho da libertação.

Sim, batereis à porta do mistério, batereis a cadadia, porque sois agitados e alarmados por vossostemores, porque sois perseguidos pela pressão deSaturno, porque sofreis de uma nostalgia que vos cor-rói. Conheceis esta lei cósmica: “Batei, e abrir-se-vos-á”. Aqueles que baterem sem estar preparados encon-trarão, atrás da porta, o terrível rigor do julgamento eserão jogados na vida real, onde o primeiro ato deveser realizado, antes de tudo.

Bateis à porta dos mistérios porque quereis fugir domundo e de seus abismos infernais – abismos cavados,aliás, por vós mesmos. Bateis à porta dessa casa invisí-vel na qual mora nosso Senhor, que disse: “Batei, eabrir-se-vos-á”.

Bateis, bateis todos os dias, enquanto que vossotrabalho ainda não terminou; bateis tão forte com osinflados ritmos de vossa magia negra que a porta seabre com violência. Ela se abre com força: e aí está ojulgamento. E Deus aparece como o próprio juízo, cur-vado sob o peso de todas as vossas máculas, todasessas máculas que, pela negatividade, deixastes depo-sitadas atrás de vós. E escandalosamente tendes a pre-sunção de exigir um bom lugarzinho além das portas!

Por que nos declaramos contra o pacifismo atual? Nãoque não sejamos pacifistas, não que gostemos de violên-cia; certamente também não somos loucos varridos, masé porque queremos proclamar com toda a nossa força ocristianismo gnóstico e científico dos rosacruzes. Se nãopuderdes aceitar isso, tentaremos ainda trabalhar por vós,apesar de vossa magia negra, e nos esforçaremos como

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Capítulo 4

51

além tensões e relações que são a conseqüência de suanatureza onírica lunar, e que não têm nenhuma reali-dade fora dele próprio.

É assim que um homem religioso-ortodoxo sonhacom um Senhor sentado em um trono e com uma mul-tidão incalculável agitando palmas e soprando trombe-tas; o homem infectado pelo ocultismo imagina tambémum Mestre de olhar penetrante que lhe ensina coisasimportantes e o faz passar por uma série de iniciações.São seus temores que fazem nascer situações infernais,turbilhões tenebrosos, visões de monstros demoníacos,o ocultismo fantasmagórico dos antigos lemurianos, quesobrevive nas tribos negras e se perpetua no homembranco possuído pela angústia lemuriana como umaespécie de complexo subconsciente.

Entretanto, se chegastes a despedir-vos de todoesse negativismo – que pode apenas angustiar-vos evos empurrar para caminhos errados ou engendrarsituações indesejáveis – se pudestes chegar a rompercom o passado e tornar-vos um novo homem em todosesses aspectos, podereis aprender a conhecer os mun-dos invisíveis de um modo totalmente diferente epodereis avançar muito mais rapidamente no caminhoque vos mostra o gnosticismo ocidental e que vos ensi-na a jovem Fraternidade gnóstica da Rosacruz Áurea.

Ninguém pode compreender nada do verdadeiroesoterismo se não estiver pronto a se tornar um novohomem, no sentido completo do termo. Quandolemos, no prólogo do Evangelho de João, que “A luzbrilha nas trevas e as trevas não a compreenderam”,essa afirmação não vale somente para os homens quevivem e morrem como animais, mas também para vós.Se não romperdes a couraça de vossa natureza astralinferior, se não abandonardes o caminho do ocultismo

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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romântico e se não ultrapassardes vossos temores – oantigo monstro vodu – jamais vos aprofundareis nosmistérios cristãos, nem conhecereis o Cristo, nem colo-careis os pés no caminho da libertação.

Sim, batereis à porta do mistério, batereis a cadadia, porque sois agitados e alarmados por vossostemores, porque sois perseguidos pela pressão deSaturno, porque sofreis de uma nostalgia que vos cor-rói. Conheceis esta lei cósmica: “Batei, e abrir-se-vos-á”. Aqueles que baterem sem estar preparados encon-trarão, atrás da porta, o terrível rigor do julgamento eserão jogados na vida real, onde o primeiro ato deveser realizado, antes de tudo.

Bateis à porta dos mistérios porque quereis fugir domundo e de seus abismos infernais – abismos cavados,aliás, por vós mesmos. Bateis à porta dessa casa invisí-vel na qual mora nosso Senhor, que disse: “Batei, eabrir-se-vos-á”.

Bateis, bateis todos os dias, enquanto que vossotrabalho ainda não terminou; bateis tão forte com osinflados ritmos de vossa magia negra que a porta seabre com violência. Ela se abre com força: e aí está ojulgamento. E Deus aparece como o próprio juízo, cur-vado sob o peso de todas as vossas máculas, todasessas máculas que, pela negatividade, deixastes depo-sitadas atrás de vós. E escandalosamente tendes a pre-sunção de exigir um bom lugarzinho além das portas!

Por que nos declaramos contra o pacifismo atual? Nãoque não sejamos pacifistas, não que gostemos de violên-cia; certamente também não somos loucos varridos, masé porque queremos proclamar com toda a nossa força ocristianismo gnóstico e científico dos rosacruzes. Se nãopuderdes aceitar isso, tentaremos ainda trabalhar por vós,apesar de vossa magia negra, e nos esforçaremos como

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É isso que vos trará a Rosacruz Áurea, porque ela évossa amiga, porque ela vos ama.

A ordem das coisas nos impõe uma pesada tarefa enosso caminho, como obreiros da Rosacruz vivente, édos mais perigosos, pois nós todos batemos à porta esabemos que, diante de nosso repetido bater, a portase abrirá várias vezes. Em As núpcias alquímicas deChristian Rosenkreuz esse problema é exposto magis-tralmente. Quando Cristiano Rosacruz recebe a cartaque contém a resposta a seu repetido bater, a carta quetraz o convite para as núpcias, ele diz:

Após ler essa carta, pareceu-me que perderia os sen-tidos. Meus cabelos eriçaram-se, e um suor frio brotoude todos os poros. Apesar de bem saber que se tratavadas núpcias que me haviam sido anunciadas sete anosantes numa visão – as quais havia esperado por tantotempo com grande ansiedade – nunca esperei que secelebrariam em condições tão adversas e perigosas.Antes, sim, pensara que apenas bastaria comparecer àsnúpcias para ser acolhido como hóspede bem-vindo ebem-visto. Agora, porém, eu fora convidado pela provi-dência divina, de que nunca estivera inteiramenteseguro.

Realmente não sabemos como será o julgamento divi-no e sua justiça. Nós o invocamos com nossos mantrase nos sentimos tão intranqüilos quanto CristianoRosacruz com relação à resposta que lhe seria dada.Então, vamos trabalhar com toda a nossa força, a fimde suavizar, com nosso sacrifício, o julgamento quevirá e que, de conformidade com a lei, está escrito nasestrelas, nas constelações de Serpentário e de Cisne. Sefizermos nosso trabalho corretamente, construiremos o

Capítulo 4

53

Cristo, para assumir vossa indignidade, pois queremoscarregar a cruz como o único caminho para a libertação.

O que é o pacifismo atual senão um bater insisten-te e monótono à porta de um objetivo superior? Escutaisos passos de nossas mulheres marchando pela paz?A porta se abre: ela se abre com violência. E vemos umagruta flamejante, uma onda de lava borbulhante, um talarsenal de armas infernais como o mundo jamaisconheceu. O caos de uma miséria sem limite! Precisaismais disso realmente? Então continuai com vosso paci-fismo esotérico, pois o julgamento vem na mesmatoada com que recusais realizar o trabalho.

Então, temos necessidade de quê? De uma tomadade consciência segundo Aquário! Devemos nos indagarpor que o mundo se desagrega, qual é a causa disso.Quando conhecemos essa causa, “descemos ao esgo-to”, como diz o drama O Servidor na Casa1, de CharlesKennedy; limpamos o esgoto; cumprimos nossa tarefavirginiana. Mergulhamos nossos braços, por mais lim-pos que estejam, na sujidade diante da qual todosrecuam tremendo. Nós os mergulhamos na mesmalama que foi atirada ao rosto imaculado de Cristo eassim realizamos, por nosso sacrifício, o julgamentoque se torna necessário. Eis o pacifismo gnóstico, nosentido libertador do cristianismo vivo.

Assim como a religião exotérica da humanidadeconduz à cristalização, o pacifismo exotérico agrava ojulgamento por meio de sua magia negra. De repentea porta se abre e, como o homem recusa a obra, o tra-balho, o julgamento reforçado, abate-se sobre ele. Nãohá vitória sem luta! Eis a razão da descida aos esgotos,ao rompimento das correntes. Esse é nosso pacifismo.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

52 1 Kennedy, Charles R., The servant in the house, Harper and Brothers, 1908.

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É isso que vos trará a Rosacruz Áurea, porque ela évossa amiga, porque ela vos ama.

A ordem das coisas nos impõe uma pesada tarefa enosso caminho, como obreiros da Rosacruz vivente, édos mais perigosos, pois nós todos batemos à porta esabemos que, diante de nosso repetido bater, a portase abrirá várias vezes. Em As núpcias alquímicas deChristian Rosenkreuz esse problema é exposto magis-tralmente. Quando Cristiano Rosacruz recebe a cartaque contém a resposta a seu repetido bater, a carta quetraz o convite para as núpcias, ele diz:

Após ler essa carta, pareceu-me que perderia os sen-tidos. Meus cabelos eriçaram-se, e um suor frio brotoude todos os poros. Apesar de bem saber que se tratavadas núpcias que me haviam sido anunciadas sete anosantes numa visão – as quais havia esperado por tantotempo com grande ansiedade – nunca esperei que secelebrariam em condições tão adversas e perigosas.Antes, sim, pensara que apenas bastaria comparecer àsnúpcias para ser acolhido como hóspede bem-vindo ebem-visto. Agora, porém, eu fora convidado pela provi-dência divina, de que nunca estivera inteiramenteseguro.

Realmente não sabemos como será o julgamento divi-no e sua justiça. Nós o invocamos com nossos mantrase nos sentimos tão intranqüilos quanto CristianoRosacruz com relação à resposta que lhe seria dada.Então, vamos trabalhar com toda a nossa força, a fimde suavizar, com nosso sacrifício, o julgamento quevirá e que, de conformidade com a lei, está escrito nasestrelas, nas constelações de Serpentário e de Cisne. Sefizermos nosso trabalho corretamente, construiremos o

Capítulo 4

53

Cristo, para assumir vossa indignidade, pois queremoscarregar a cruz como o único caminho para a libertação.

O que é o pacifismo atual senão um bater insisten-te e monótono à porta de um objetivo superior? Escutaisos passos de nossas mulheres marchando pela paz?A porta se abre: ela se abre com violência. E vemos umagruta flamejante, uma onda de lava borbulhante, um talarsenal de armas infernais como o mundo jamaisconheceu. O caos de uma miséria sem limite! Precisaismais disso realmente? Então continuai com vosso paci-fismo esotérico, pois o julgamento vem na mesmatoada com que recusais realizar o trabalho.

Então, temos necessidade de quê? De uma tomadade consciência segundo Aquário! Devemos nos indagarpor que o mundo se desagrega, qual é a causa disso.Quando conhecemos essa causa, “descemos ao esgo-to”, como diz o drama O Servidor na Casa1, de CharlesKennedy; limpamos o esgoto; cumprimos nossa tarefavirginiana. Mergulhamos nossos braços, por mais lim-pos que estejam, na sujidade diante da qual todosrecuam tremendo. Nós os mergulhamos na mesmalama que foi atirada ao rosto imaculado de Cristo eassim realizamos, por nosso sacrifício, o julgamentoque se torna necessário. Eis o pacifismo gnóstico, nosentido libertador do cristianismo vivo.

Assim como a religião exotérica da humanidadeconduz à cristalização, o pacifismo exotérico agrava ojulgamento por meio de sua magia negra. De repentea porta se abre e, como o homem recusa a obra, o tra-balho, o julgamento reforçado, abate-se sobre ele. Nãohá vitória sem luta! Eis a razão da descida aos esgotos,ao rompimento das correntes. Esse é nosso pacifismo.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

52 1 Kennedy, Charles R., The servant in the house, Harper and Brothers, 1908.

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a permissão de atravessar o Sinus Arabicus para tomaro caminho do Egito.

O candidato que foi iniciado nos mistérios cristãos,que executou por completo o processo de assimilaçãoativa, segundo a medida das forças de que dispõe – emoutras palavras, o processo de Júpiter, cabalisticamen-te representado pelo número três – esse candidatocompreende que pode penetrar nos mundos invisíveissem se tornar vítima de toda espécie de mistificações edificuldades deploráveis. Afirmamos que ninguémpode saber nada de positivo, de real, de valioso, sobreo novo estado de consciência se não estiver plenamen-te na vida real cumprindo neste mundo sua missão deservidor da casa, em todas as situações difíceis, que sãoa conseqüência dos erros acumulados da humanidade.Em realidade, todo o conhecimento proveniente deoutras fontes, ou obtido por outros meios, apenas podeser enganoso. Do ponto de vista das conseqüências,esse conhecimento é muito mais perigoso que o paci-fismo exotérico, porque é uma zombaria do que há demais sagrado. É o julgamento que intervirá como umfogo devorador.

Assim, domínios invisíveis abrem-se agora diantede Cristiano Rosacruz. Pelo Golfo Arábico, pelo Arcodo Senhor, pela Porta do Senhor, e instruído pela luzpositiva de Cristo, conduzido por essa luz, ele entranos mundos que nos envolvem para aí estudar as plan-tas e as criaturas. A partir desse instante as coisas mani-festam-se diante dele de forma diferente, apresentandopropriedades completamente diferentes do que elehavia suposto anteriormente, em sua qualidade deobservador negativo. Agora que o medo o abandonou,agora que sua natureza astral está unificada e que seusentimento de nostalgia romântica está transformado,

Capítulo 4

55

templo que não é feito por mãos humanas, ao mesmotempo em que penetraremos na realidade das coisasinvisíveis.

Com isso, queremos orientar-nos segundo os cami-nhos indicados nos antigos testemunhos da Ordem daRosacruz:

A Confessio Fraternitatis R.C. nos coloca diante doprograma, da profissão de fé.

Na Fama Fraternitatis R.C. o aluno passa a execu-tar esse programa.

Em As núpcias alquímicas de Christian Rosenkreuzé descrito o desenvolvimento integral do caminho dainiciação cristã, depois que o objetivo, o chamado, aFama, foi realizado como tarefa individual.

No primeiro capítulo, vimos como CristianoRosacruz, graças ao ato justo, rompeu sua naturezaastral inferior. Através de Chipre, ele parte paraDamasco e, daí, para Damcar, na Arábia, onde traduz oLivro M e se aperfeiçoa em Física e Matemática.Analisando esotericamente essas indicações, compreen-demos seu significado; agora, a Fama continua:

Ele retornou ao final de três anos e, munido do salvo-conduto adequado, lançou vela do Sinus Arabicus(Golfo Arábico) para o Egito, onde, entretanto, não per-maneceu por muito tempo, mas onde prestou melhoratenção às plantas e às criaturas.

Quando o aluno estudou a sabedoria sublime e ma-gistral que está na cidade do Leão, Damcar, naArábia – ou seja: quando ele está mergulhado na rea-lidade do mistério cristão, já não apenas em pala-vras, mas em atos – ele recebe, depois de três anos,

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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a permissão de atravessar o Sinus Arabicus para tomaro caminho do Egito.

O candidato que foi iniciado nos mistérios cristãos,que executou por completo o processo de assimilaçãoativa, segundo a medida das forças de que dispõe – emoutras palavras, o processo de Júpiter, cabalisticamen-te representado pelo número três – esse candidatocompreende que pode penetrar nos mundos invisíveissem se tornar vítima de toda espécie de mistificações edificuldades deploráveis. Afirmamos que ninguémpode saber nada de positivo, de real, de valioso, sobreo novo estado de consciência se não estiver plenamen-te na vida real cumprindo neste mundo sua missão deservidor da casa, em todas as situações difíceis, que sãoa conseqüência dos erros acumulados da humanidade.Em realidade, todo o conhecimento proveniente deoutras fontes, ou obtido por outros meios, apenas podeser enganoso. Do ponto de vista das conseqüências,esse conhecimento é muito mais perigoso que o paci-fismo exotérico, porque é uma zombaria do que há demais sagrado. É o julgamento que intervirá como umfogo devorador.

Assim, domínios invisíveis abrem-se agora diantede Cristiano Rosacruz. Pelo Golfo Arábico, pelo Arcodo Senhor, pela Porta do Senhor, e instruído pela luzpositiva de Cristo, conduzido por essa luz, ele entranos mundos que nos envolvem para aí estudar as plan-tas e as criaturas. A partir desse instante as coisas mani-festam-se diante dele de forma diferente, apresentandopropriedades completamente diferentes do que elehavia suposto anteriormente, em sua qualidade deobservador negativo. Agora que o medo o abandonou,agora que sua natureza astral está unificada e que seusentimento de nostalgia romântica está transformado,

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templo que não é feito por mãos humanas, ao mesmotempo em que penetraremos na realidade das coisasinvisíveis.

Com isso, queremos orientar-nos segundo os cami-nhos indicados nos antigos testemunhos da Ordem daRosacruz:

A Confessio Fraternitatis R.C. nos coloca diante doprograma, da profissão de fé.

Na Fama Fraternitatis R.C. o aluno passa a execu-tar esse programa.

Em As núpcias alquímicas de Christian Rosenkreuzé descrito o desenvolvimento integral do caminho dainiciação cristã, depois que o objetivo, o chamado, aFama, foi realizado como tarefa individual.

No primeiro capítulo, vimos como CristianoRosacruz, graças ao ato justo, rompeu sua naturezaastral inferior. Através de Chipre, ele parte paraDamasco e, daí, para Damcar, na Arábia, onde traduz oLivro M e se aperfeiçoa em Física e Matemática.Analisando esotericamente essas indicações, compreen-demos seu significado; agora, a Fama continua:

Ele retornou ao final de três anos e, munido do salvo-conduto adequado, lançou vela do Sinus Arabicus(Golfo Arábico) para o Egito, onde, entretanto, não per-maneceu por muito tempo, mas onde prestou melhoratenção às plantas e às criaturas.

Quando o aluno estudou a sabedoria sublime e ma-gistral que está na cidade do Leão, Damcar, naArábia – ou seja: quando ele está mergulhado na rea-lidade do mistério cristão, já não apenas em pala-vras, mas em atos – ele recebe, depois de três anos,

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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de vosso coração e de vossa consciência. Com umaregularidade monótona, continuaremos a bater.

Claro que essa porta de vosso ser se abrirá, indubi-tavelmente. Quando as portas se abrirem, numerosasconseqüências se precipitarão sobre nós, de diversasformas: seremos abatidos pelo ódio, pelo ciúme, pelosmal-entendidos e pela maldição. Seremos abatidos pelapior coisa que pode atingir um cristão, à qual o pró-prio Cristo foi submetido: a acusação de ser um servi-dor do diabo e um desertor do bom, do belo e do ver-dadeiro.

Entretanto, nós mesmos e os que lutam conosco,continuaremos todos a carregar a cruz de Cristo, a cruzda alma do mundo. Continuaremos a descer ao esgotoe a mergulhar nossos braços na sujidade de nossasociedade. Continuaremos a bater sem trégua, a batersempre, com o martelo da ação, até que desponte oamor compreensivo e compassivo dos corações. Talcomo uma falange de pioneiros, atravessaremos juntoso rio da morte, a fim de que todo o negativismo e todaa falsidade ouçam os passos desses poderosos bata-lhões que atravessam o Sinus Arabicus.

Capítulo 4

57

ele vê as coisas como são realmente e pode-se efetiva-mente falar de um estudo, porque ele finalmente com-preende.

Nós também queremos tentar preparar-nos para verreal e positivamente as coisas do céu e da terra, poissomente assim progrediremos na Escola de Mistériosdo Ocidente. É de extrema importância poder perceberobjetivamente os mundos invisíveis. A terra em quevivemos, o planeta no qual nos manifestamos é, de seuponto central até o mundo do Espírito divino, um sócomplexo de campos de desenvolvimento para umnúmero quase incalculável de hierarquias de seres quecooperam parcialmente com o nosso desenvolvimentoou que dependem de nós. Por isso, é necessário tomarconhecimento, objetivamente, dessa grande diversida-de de forças e de entidades, a fim de podermos cola-borar da melhor maneira com o plano de Deus.

O homem, na sua ignorância, aprendeu a conside-rar as esferas inferiores do mundo do desejo e a esfe-ra etérica do mundo material como abismos infernais.De fato, elas apresentam tais propriedades; mas ape-nas como reflexo das ações errôneas do mundo mate-rial. Se, graças a nosso pacifismo esotérico, chegásse-mos a pacificar a sociedade humana – o que, aliás, éa única maneira possível de se chegar a isso – essasesferas de vida transformar-se-iam naquilo a queforam destinadas: campos de desenvolvimento har-moniosos, com uma vida extremamente interessante epoderosa.

O inferno só subsiste pela negação da vida verda-deira. Assim, uma grande quantidade de fenômenoshorríveis e, vistos sob luz verdadeira, anormais, não sãomais do que a conseqüência de vossa rejeição do úniconecessário, e é por isso que batemos novamente à porta

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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de vosso coração e de vossa consciência. Com umaregularidade monótona, continuaremos a bater.

Claro que essa porta de vosso ser se abrirá, indubi-tavelmente. Quando as portas se abrirem, numerosasconseqüências se precipitarão sobre nós, de diversasformas: seremos abatidos pelo ódio, pelo ciúme, pelosmal-entendidos e pela maldição. Seremos abatidos pelapior coisa que pode atingir um cristão, à qual o pró-prio Cristo foi submetido: a acusação de ser um servi-dor do diabo e um desertor do bom, do belo e do ver-dadeiro.

Entretanto, nós mesmos e os que lutam conosco,continuaremos todos a carregar a cruz de Cristo, a cruzda alma do mundo. Continuaremos a descer ao esgotoe a mergulhar nossos braços na sujidade de nossasociedade. Continuaremos a bater sem trégua, a batersempre, com o martelo da ação, até que desponte oamor compreensivo e compassivo dos corações. Talcomo uma falange de pioneiros, atravessaremos juntoso rio da morte, a fim de que todo o negativismo e todaa falsidade ouçam os passos desses poderosos bata-lhões que atravessam o Sinus Arabicus.

Capítulo 4

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ele vê as coisas como são realmente e pode-se efetiva-mente falar de um estudo, porque ele finalmente com-preende.

Nós também queremos tentar preparar-nos para verreal e positivamente as coisas do céu e da terra, poissomente assim progrediremos na Escola de Mistériosdo Ocidente. É de extrema importância poder perceberobjetivamente os mundos invisíveis. A terra em quevivemos, o planeta no qual nos manifestamos é, de seuponto central até o mundo do Espírito divino, um sócomplexo de campos de desenvolvimento para umnúmero quase incalculável de hierarquias de seres quecooperam parcialmente com o nosso desenvolvimentoou que dependem de nós. Por isso, é necessário tomarconhecimento, objetivamente, dessa grande diversida-de de forças e de entidades, a fim de podermos cola-borar da melhor maneira com o plano de Deus.

O homem, na sua ignorância, aprendeu a conside-rar as esferas inferiores do mundo do desejo e a esfe-ra etérica do mundo material como abismos infernais.De fato, elas apresentam tais propriedades; mas ape-nas como reflexo das ações errôneas do mundo mate-rial. Se, graças a nosso pacifismo esotérico, chegásse-mos a pacificar a sociedade humana – o que, aliás, éa única maneira possível de se chegar a isso – essasesferas de vida transformar-se-iam naquilo a queforam destinadas: campos de desenvolvimento har-moniosos, com uma vida extremamente interessante epoderosa.

O inferno só subsiste pela negação da vida verda-deira. Assim, uma grande quantidade de fenômenoshorríveis e, vistos sob luz verdadeira, anormais, não sãomais do que a conseqüência de vossa rejeição do úniconecessário, e é por isso que batemos novamente à porta

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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5De lá atravessou o Mar Mediterrâneo, até chegar a Fez,cidade que os árabes lhe haviam indicado. É uma ver-dadeira vergonha para nós que sábios que vivem tãolonge uns dos outros, não somente estejam unidos entresi, mas também contrários a toda polêmica e dispostosa revelar seus segredos, em total confiança.

Anualmente, os árabes e os africanos se reúnem, seconsultam mutuamente sobre as artes para saber sealguma coisa melhor foi descoberta, ou se seus concei-tos foram superados pela experiência. Desse modo, acada ano algo novo se apresenta para melhorar aMatemática, a Física e a Magia, pois nisso os habitan-tes de Fez são muito avançados. Da mesma forma, naAlemanha não faltam atualmente eruditos, magos,cabalistas, médicos e filósofos, mas eles deveriam sermais caridosos e a maioria não deveria querer devoraro pasto sozinha.

Em Fez, ele travou conhecimento com os que cha-mamos comumente de habitantes originais, os quaislhe revelaram muitos de seus segredos, do mesmo modoque nós, os alemães, poderíamos reunir muito do que énosso se uma unidade semelhante reinasse entre nós ese aspirássemos à pesquisa com toda sinceridade.

Quanto aos habitantes de Fez, ele reconheceu mui-tas vezes que a magia deles não era totalmente pura e

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5De lá atravessou o Mar Mediterrâneo, até chegar a Fez,cidade que os árabes lhe haviam indicado. É uma ver-dadeira vergonha para nós que sábios que vivem tãolonge uns dos outros, não somente estejam unidos entresi, mas também contrários a toda polêmica e dispostosa revelar seus segredos, em total confiança.

Anualmente, os árabes e os africanos se reúnem, seconsultam mutuamente sobre as artes para saber sealguma coisa melhor foi descoberta, ou se seus concei-tos foram superados pela experiência. Desse modo, acada ano algo novo se apresenta para melhorar aMatemática, a Física e a Magia, pois nisso os habitan-tes de Fez são muito avançados. Da mesma forma, naAlemanha não faltam atualmente eruditos, magos,cabalistas, médicos e filósofos, mas eles deveriam sermais caridosos e a maioria não deveria querer devoraro pasto sozinha.

Em Fez, ele travou conhecimento com os que cha-mamos comumente de habitantes originais, os quaislhe revelaram muitos de seus segredos, do mesmo modoque nós, os alemães, poderíamos reunir muito do que énosso se uma unidade semelhante reinasse entre nós ese aspirássemos à pesquisa com toda sinceridade.

Quanto aos habitantes de Fez, ele reconheceu mui-tas vezes que a magia deles não era totalmente pura e

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5

Os mistérios de Fez

Muitos estudiosos das obras dos rosacruzes clássicosobservaram que elas não se referiam apenas a acon-tecimentos antigos, quase lendários e relativos às ale-grias e às tristezas dos primeiros irmãos rosacruzes,mas que esses primeiros representantes da manifesta-ção da sabedoria ocidental falavam uma linguagemprofunda para todos os que quisessem seguir o cami-nho ocidental da realização. Vê-se claramente queessas obras tratam da grandiosa marcha da humanida-de e que elas expõem uma história do mundo emconstante movimento. Não vos surpreendais por con-siderarmos essas obras como o evangelium magnumdo estudante de esoterismo, como o reflexo gnósticodos quatro evangelhos.

Assim como a palavra de Deus não pode ser erra-dicada e assim como a luz se propaga nas trevas emmisericordioso amor, do mesmo modo os livros sagra-dos dirigem-se a vós em supremo esforço, a fim dedespertar em vosso ser a centelha divina, que pode servista como uma pálida estrela de cinco pontas quedeve transformar sua pequena luz em uma auréola dechamas. É por isso que nós nos afastamos das exege-ses e críticas banais relativas aos testamentos da antigaOrdem da Rosacruz, e partimos em viagem para a“terra santa” do saber esotérico da Fama Fraternitatis. 61

que sua cabala havia sido corrompida por sua religião.Apesar disso, soube fazer excelente uso dela e descobriuum fundamento ainda melhor para sua fé, pois estaagora concordava com a harmonia do mundo inteiro,encarnada de modo maravilhoso em todos os tempos.

E foi aí que se originou a bela associação segundo aqual assim como em toda semente está encerrada umaárvore ou um fruto inteiro, também a totalidade dovasto mundo estaria presente em um “pequenohomem”, cuja religião, política, saúde, membros, natu-reza, palavras e obras seguiriam em uníssono a melo-dia de Deus, do céu e da terra. Tudo o que estivesse emdissonância com isso seria erro, falsidade e obra dodiabo, que é o primeiro instrumento e última causa dadissonância do mundo, de sua cegueira e de sua igno-rância. Se, no entanto, alguém pudesse examinar aber-tamente todos os homens sobre a face da terra, desco-briria que o que é bom e certo sempre está em harmo-nia consigo mesmo, enquanto que o restante estámaculado por milhares de interpretações incorretas.

Fama Fraternitatis R.C.

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Os mistérios de Fez

Muitos estudiosos das obras dos rosacruzes clássicosobservaram que elas não se referiam apenas a acon-tecimentos antigos, quase lendários e relativos às ale-grias e às tristezas dos primeiros irmãos rosacruzes,mas que esses primeiros representantes da manifesta-ção da sabedoria ocidental falavam uma linguagemprofunda para todos os que quisessem seguir o cami-nho ocidental da realização. Vê-se claramente queessas obras tratam da grandiosa marcha da humanida-de e que elas expõem uma história do mundo emconstante movimento. Não vos surpreendais por con-siderarmos essas obras como o evangelium magnumdo estudante de esoterismo, como o reflexo gnósticodos quatro evangelhos.

Assim como a palavra de Deus não pode ser erra-dicada e assim como a luz se propaga nas trevas emmisericordioso amor, do mesmo modo os livros sagra-dos dirigem-se a vós em supremo esforço, a fim dedespertar em vosso ser a centelha divina, que pode servista como uma pálida estrela de cinco pontas quedeve transformar sua pequena luz em uma auréola dechamas. É por isso que nós nos afastamos das exege-ses e críticas banais relativas aos testamentos da antigaOrdem da Rosacruz, e partimos em viagem para a“terra santa” do saber esotérico da Fama Fraternitatis. 61

que sua cabala havia sido corrompida por sua religião.Apesar disso, soube fazer excelente uso dela e descobriuum fundamento ainda melhor para sua fé, pois estaagora concordava com a harmonia do mundo inteiro,encarnada de modo maravilhoso em todos os tempos.

E foi aí que se originou a bela associação segundo aqual assim como em toda semente está encerrada umaárvore ou um fruto inteiro, também a totalidade dovasto mundo estaria presente em um “pequenohomem”, cuja religião, política, saúde, membros, natu-reza, palavras e obras seguiriam em uníssono a melo-dia de Deus, do céu e da terra. Tudo o que estivesse emdissonância com isso seria erro, falsidade e obra dodiabo, que é o primeiro instrumento e última causa dadissonância do mundo, de sua cegueira e de sua igno-rância. Se, no entanto, alguém pudesse examinar aber-tamente todos os homens sobre a face da terra, desco-briria que o que é bom e certo sempre está em harmo-nia consigo mesmo, enquanto que o restante estámaculado por milhares de interpretações incorretas.

Fama Fraternitatis R.C.

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intervenção do Mestre, que a Fama chama de IrmãoP.A.L., ele é libertado das garras da matéria grosseira. Porsua vida e seu trabalho, por sua luta intensa acompanha-da de dramáticas tensões, a estrela de cinco pontas che-gou a um grau de desenvolvimento tal que o período daadolescência pode ser considerado como terminado, eum nível superior da espiral pode ser atingido.

Conduzido pelo Mestre, ele começa sua viagempelas minas de cobre de Chipre, onde pode ser cele-brado o adeus definitivo à natureza inferior. É aí, emChipre, que o Mestre se despede do discípulo. Depoisde ter recebido o auxílio indispensável, o novo irmãoretoma o caminho da auto-realização, agora com suaprópria força. A partir desse momento, as paredes, queno início eram tão necessárias, não o retêm mais: eleavança em direção à sua meta.

Que meta é essa, afinal? É a comunhão de vida coma alma da Nova Jerusalém, com Cristo, o portador e oconstrutor dos mistérios ocidentais. O aluno aspira àunião definitiva com esse realizador de vida. Desde oinício de seus esforços ele sente o toque de Cristocomo um alento sagrado que preenche todo o seu ser.Agora que todos os entraves que o impediam de pos-suí-lo definitivamente foram retirados, ele apressa opasso em direção à luz para abraçá-la, para se elevar,por essa força, à ação humana verdadeira.

É assim que, quando ele está a caminho da luz,como aluno, o grande milagre se realiza: a própria luzapresenta-se diante dele. Como muitos outros antesdele a caminho de Damasco, ele encontra a luz quan-do acreditava estar apenas a meio-caminho. Ela lhemostra o caminho para Damcar, na Arábia, a cidade doLeão, do Leão de Judá, de Cristo, o poderoso e univer-sal guia para a realização de Aquário.

Capítulo 5

63

Com Cristiano Rosacruz, o protótipo de nosso ser supe-rior, colocamo-nos a caminho, na direção dos habitan-tes originais de Fez.

Já vivenciamos uma parte das viagens de CristianoRosacruz. Conta-se que, com a idade de cinco anos, elefoi aceito em um mosteiro onde aprendeu relativamentebem as duas línguas: a grega e a latina. Muitas coisasainda deveriam ser ditas a respeito dessa citação. Essaidade de cinco anos refere-se particularmente às diferen-tes fases do discipulado no decorrer do qual o aluno,pela ação verdadeira, tem a oportunidade de intensificara luz da estrela de cinco pontas do seu corpo-alma.

Quando assim ele atinge de maneira correta a “idadede cinco anos”, chega o tempo de professar o estadode “discípulo”, estado que a Fama compara à admissãoao mosteiro. É nesse momento que o aluno prossegueseu trabalho. Um período de luta intensa tem início. Elese sente cercado de todos os lados por paredes e obs-táculos; tendo atingido uma vibração completamentediferente graças à sua vida e às suas obras, o sangueardente em seu ser não o deixa mais em paz. Estranhasvozes o chamam. Ele se sente transportado por pode-rosos impulsos. Sua intuição torna-se extremamenteaguda. Sua sabedoria penetra profundos segredos e eledá testemunho disso. Mas as paredes o retêm. Em umarrebatamento dos sentidos, ele vê irradiar, em suaofuscante beleza, a Jerusalém do mundo. Como filhodo fogo, ele quer construir a cidade da paz. Ele querque o mundo de Aquário resplandeça como uma festade luz, mas as paredes o retêm e ele se fere em suagranítica rigidez.

É assim que, como adolescente, ele luta até que final-mente as portas se abrem: Cristiano Rosacruz é admitidoem um grupo que fará a viagem à terra santa. Graças à

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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intervenção do Mestre, que a Fama chama de IrmãoP.A.L., ele é libertado das garras da matéria grosseira. Porsua vida e seu trabalho, por sua luta intensa acompanha-da de dramáticas tensões, a estrela de cinco pontas che-gou a um grau de desenvolvimento tal que o período daadolescência pode ser considerado como terminado, eum nível superior da espiral pode ser atingido.

Conduzido pelo Mestre, ele começa sua viagempelas minas de cobre de Chipre, onde pode ser cele-brado o adeus definitivo à natureza inferior. É aí, emChipre, que o Mestre se despede do discípulo. Depoisde ter recebido o auxílio indispensável, o novo irmãoretoma o caminho da auto-realização, agora com suaprópria força. A partir desse momento, as paredes, queno início eram tão necessárias, não o retêm mais: eleavança em direção à sua meta.

Que meta é essa, afinal? É a comunhão de vida coma alma da Nova Jerusalém, com Cristo, o portador e oconstrutor dos mistérios ocidentais. O aluno aspira àunião definitiva com esse realizador de vida. Desde oinício de seus esforços ele sente o toque de Cristocomo um alento sagrado que preenche todo o seu ser.Agora que todos os entraves que o impediam de pos-suí-lo definitivamente foram retirados, ele apressa opasso em direção à luz para abraçá-la, para se elevar,por essa força, à ação humana verdadeira.

É assim que, quando ele está a caminho da luz,como aluno, o grande milagre se realiza: a própria luzapresenta-se diante dele. Como muitos outros antesdele a caminho de Damasco, ele encontra a luz quan-do acreditava estar apenas a meio-caminho. Ela lhemostra o caminho para Damcar, na Arábia, a cidade doLeão, do Leão de Judá, de Cristo, o poderoso e univer-sal guia para a realização de Aquário.

Capítulo 5

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Com Cristiano Rosacruz, o protótipo de nosso ser supe-rior, colocamo-nos a caminho, na direção dos habitan-tes originais de Fez.

Já vivenciamos uma parte das viagens de CristianoRosacruz. Conta-se que, com a idade de cinco anos, elefoi aceito em um mosteiro onde aprendeu relativamentebem as duas línguas: a grega e a latina. Muitas coisasainda deveriam ser ditas a respeito dessa citação. Essaidade de cinco anos refere-se particularmente às diferen-tes fases do discipulado no decorrer do qual o aluno,pela ação verdadeira, tem a oportunidade de intensificara luz da estrela de cinco pontas do seu corpo-alma.

Quando assim ele atinge de maneira correta a “idadede cinco anos”, chega o tempo de professar o estadode “discípulo”, estado que a Fama compara à admissãoao mosteiro. É nesse momento que o aluno prossegueseu trabalho. Um período de luta intensa tem início. Elese sente cercado de todos os lados por paredes e obs-táculos; tendo atingido uma vibração completamentediferente graças à sua vida e às suas obras, o sangueardente em seu ser não o deixa mais em paz. Estranhasvozes o chamam. Ele se sente transportado por pode-rosos impulsos. Sua intuição torna-se extremamenteaguda. Sua sabedoria penetra profundos segredos e eledá testemunho disso. Mas as paredes o retêm. Em umarrebatamento dos sentidos, ele vê irradiar, em suaofuscante beleza, a Jerusalém do mundo. Como filhodo fogo, ele quer construir a cidade da paz. Ele querque o mundo de Aquário resplandeça como uma festade luz, mas as paredes o retêm e ele se fere em suagranítica rigidez.

É assim que, como adolescente, ele luta até que final-mente as portas se abrem: Cristiano Rosacruz é admitidoem um grupo que fará a viagem à terra santa. Graças à

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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símbolo das regiões espirituais nas quais só é possívelpenetrar quando nos sentimos interiormente fortes eperfeitamente preparados. É efetivamente nessas con-dições que Cristiano Rosacruz parte para o Egito atra-vés do Sinus Arabicus, o que significa que ele está pro-vido de todas as armas de luz da magia gnóstica, magiahaurida da própria fonte de Cristo. A um aluno assimequipado já não se apresentam obstáculos. Comovimos, ele chega no Egito e aí realiza seu trabalho;assim que o termina, toma imediatamente o caminhode Fez, na África do Norte, como já lhe haviam acon-selhado quando estava em Damcar.

Os estudiosos da Fama devem ter observado que aviagem de Cristiano Rosacruz descreve um círculo aoredor do Mediterrâneo, berço do mundo ocidental.Cristiano Rosacruz sai do mosteiro alemão para atingirDamasco, através de Chipre, e prossegue em direção àArábia. Ele passa pelo Egito e parte em seguida paraFez, no Marrocos. Depois de ter visitado Fez, dirige-separa a Espanha, para finalmente retornar à Alemanha.No capítulo seguinte, no decorrer do qual nós estudare-mos a permanência de Cristiano Rosacruz na Espanha,também tentaremos explicar o significado esotéricodessa linha de força que segue um traçado geográfico.Concentremo-nos agora em sua estada em Fez.

Em Fez ele travou conhecimento com os que chamamoscomumente de habitantes originais, os quais lhe revela-ram muitos de seus segredos, do mesmo modo que nós,os alemães, poderíamos reunir muito do que é nosso seuma unidade semelhante reinasse entre nós e se aspi-rássemos à pesquisa com toda sinceridade. Quanto aoshabitantes de Fez, ele reconheceu muitas vezes que amagia deles não era totalmente pura e que sua cabala

Capítulo 5

65

É dito que Cristiano Rosacruz tinha apenas dezes-seis anos quando chegou a Damcar, o que compreen-demos muito bem, pois esse é o caminho de glória ede triunfo do homem justo. Infeliz de quem tentarseguir pelo décimo-sexto caminho sendo um ser ímpioe corrompido. Existe um símbolo antigo e oculto donúmero dezesseis: um homem caindo do alto de umatorre atingida por um raio. Ninguém poderá realizar aviagem até Damcar se não aceitar seguir a preparaçãoe o método de Cristiano Rosacruz. É aí, em Damcar,que este último encontra os hierofantes dos mistériosocidentais. Eles lhe revelam certos segredos de seumosteiro; em outras palavras, eles lhe indicam certasforças fundamentais de seu veículo material, de suamanifestação material. Munido dessa nova sabedoria,ele poderá edificar um novo método de cura. A Famanos relata que, dia após dia, ele aprende a compreen-der melhor a língua árabe. Ele penetra cada vez maisprofundamente a essência das coisas, de tal modo queé capaz de traduzir o Livro M, o livro da humanidade,o evangelium magnum dos rosacruzes, o evangelhognóstico. É aí também que ele assimila a síntese deoutras ciências, o que será mais tarde um grande rego-zijo para o mundo.

Tendo assim saciado suficientemente sua sede nafonte do inesgotável conhecimento de Cristo, o alunoprossegue sua viagem, pois, como irmão dos mistérios,antes de poder começar sua tarefa essencial, ele preci-sa ter suficiente experiência de todas as forças e detodas as coisas que se encontram e que se manifestamnos diferentes domínios da matéria e do espírito.

Atravessando o Sinus Arabicus, ele empreende, por-tanto, a tão perigosa viagem ao Egito, a fim de aí pros-seguir sua preparação e seus estudos. Aqui, o Egito é o

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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símbolo das regiões espirituais nas quais só é possívelpenetrar quando nos sentimos interiormente fortes eperfeitamente preparados. É efetivamente nessas con-dições que Cristiano Rosacruz parte para o Egito atra-vés do Sinus Arabicus, o que significa que ele está pro-vido de todas as armas de luz da magia gnóstica, magiahaurida da própria fonte de Cristo. A um aluno assimequipado já não se apresentam obstáculos. Comovimos, ele chega no Egito e aí realiza seu trabalho;assim que o termina, toma imediatamente o caminhode Fez, na África do Norte, como já lhe haviam acon-selhado quando estava em Damcar.

Os estudiosos da Fama devem ter observado que aviagem de Cristiano Rosacruz descreve um círculo aoredor do Mediterrâneo, berço do mundo ocidental.Cristiano Rosacruz sai do mosteiro alemão para atingirDamasco, através de Chipre, e prossegue em direção àArábia. Ele passa pelo Egito e parte em seguida paraFez, no Marrocos. Depois de ter visitado Fez, dirige-separa a Espanha, para finalmente retornar à Alemanha.No capítulo seguinte, no decorrer do qual nós estudare-mos a permanência de Cristiano Rosacruz na Espanha,também tentaremos explicar o significado esotéricodessa linha de força que segue um traçado geográfico.Concentremo-nos agora em sua estada em Fez.

Em Fez ele travou conhecimento com os que chamamoscomumente de habitantes originais, os quais lhe revela-ram muitos de seus segredos, do mesmo modo que nós,os alemães, poderíamos reunir muito do que é nosso seuma unidade semelhante reinasse entre nós e se aspi-rássemos à pesquisa com toda sinceridade. Quanto aoshabitantes de Fez, ele reconheceu muitas vezes que amagia deles não era totalmente pura e que sua cabala

Capítulo 5

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É dito que Cristiano Rosacruz tinha apenas dezes-seis anos quando chegou a Damcar, o que compreen-demos muito bem, pois esse é o caminho de glória ede triunfo do homem justo. Infeliz de quem tentarseguir pelo décimo-sexto caminho sendo um ser ímpioe corrompido. Existe um símbolo antigo e oculto donúmero dezesseis: um homem caindo do alto de umatorre atingida por um raio. Ninguém poderá realizar aviagem até Damcar se não aceitar seguir a preparaçãoe o método de Cristiano Rosacruz. É aí, em Damcar,que este último encontra os hierofantes dos mistériosocidentais. Eles lhe revelam certos segredos de seumosteiro; em outras palavras, eles lhe indicam certasforças fundamentais de seu veículo material, de suamanifestação material. Munido dessa nova sabedoria,ele poderá edificar um novo método de cura. A Famanos relata que, dia após dia, ele aprende a compreen-der melhor a língua árabe. Ele penetra cada vez maisprofundamente a essência das coisas, de tal modo queé capaz de traduzir o Livro M, o livro da humanidade,o evangelium magnum dos rosacruzes, o evangelhognóstico. É aí também que ele assimila a síntese deoutras ciências, o que será mais tarde um grande rego-zijo para o mundo.

Tendo assim saciado suficientemente sua sede nafonte do inesgotável conhecimento de Cristo, o alunoprossegue sua viagem, pois, como irmão dos mistérios,antes de poder começar sua tarefa essencial, ele preci-sa ter suficiente experiência de todas as forças e detodas as coisas que se encontram e que se manifestamnos diferentes domínios da matéria e do espírito.

Atravessando o Sinus Arabicus, ele empreende, por-tanto, a tão perigosa viagem ao Egito, a fim de aí pros-seguir sua preparação e seus estudos. Aqui, o Egito é o

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sublime em manifestação, porque foi estabelecida paraa raça mais evoluída, isto é, a do Ocidente, e tambémporque ela está fundamentada na religião mais avança-da: o cristianismo.

De fato, o conjunto de mistérios ocidentais é o co-roamento dos antigos e antiqüíssimos mistérios. Umavez que a Fama nos traz a história do desenvolvimen-to da sétima Escola de Mistérios, Cristiano Rosacruzentra em contato com a sexta Escola de Mistérios, sim-bolicamente estabelecida em Fez, na África do Norte, afim de inteirar-se de suas artes mágicas.

Antes de consagrar-se à sua missão, o aluno, onovo irmão, portador de um mandato tão poderosocomo o de acender a luz da Gnosis, vai estudar um ins-trumento de trabalho que já foi comprovado. Não hánenhuma rivalidade entre as diversas escolas de misté-rios. Ao contrário: existe entre elas a mais estreita coo-peração, pois sua tarefa comum é o serviço para ahumanidade e é nesse ponto que suas artes mágicasestão sempre sintonizadas, mesmo que seus respecti-vos métodos sejam muito diferentes.

É assim que, tomado de profunda gratidão, Cris-tiano Rosacruz menciona sua estada em Fez; mas, com-parando a magia que aí é exercida com seu conheci-mento superior, ele constata que ela não é pura e queesse ensinamento secreto está mesclado, como é com-preensível, com uma religião pré-cristã. Entretanto, elesabe tirar excelente proveito da sabedoria aplicada emFez e aí encontra uma base ainda melhor para sua fé.

Depois do que foi exposto, pode acontecer que sintaisum novo estímulo para o estudo das religiões compa-radas. Na verdade, um tal estudo, apesar de ter grandevalor, comporta, ao mesmo tempo, um aspecto bastante

Capítulo 5

67

havia sido corrompida por sua religião. Apesar disso,soube fazer excelente uso dela e descobriu um funda-mento ainda melhor para sua fé, pois esta agora con-cordava com a harmonia do mundo inteiro, encarna-da de modo maravilhoso em todos tempos.

Possivelmente, aprendestes que existem sete mistérios,sete sistemas, sete canais pelos quais o aluno pode ele-var-se a um saber superior. Essas sete escolas são as“sete cordas” que descem no sombrio poço da vidaaqui embaixo a fim de realizar sua tarefa libertadora.Logo depois de terem atingido sua meta, os que pos-suem ou que desenvolvem essa força, o poder de sairdo poço com a ajuda dessas sete cordas, são então cha-mados, por sua vez, para içar as cordas onde estãodependurados, esperneando e ainda presos a suas cor-rentes, os candidatos aos mistérios. Aqui, expressamo-nos na linguagem simbólica de As núpcias alquímicasde Christian Rosenkreuz.

Portanto, uma escola de mistérios é uma comunida-de de trabalho mágico de seres adiantados a serviçodos homens. Conseqüentemente, enquanto manifesta-ção de força, uma escola de mistérios depende donúmero de alunos capazes que se apresentam paraseguir e progredir em tal aprendizagem. A união faz aforça! Essa lei também vale para as coisas espirituais.

Ora, as sete escolas de mistérios, as sete comunida-des de trabalho mágico, encontram-se distribuídas portodo o mundo, e, de acordo com seu lugar de trabalho,todas elas se adaptam à religião, aos costumes e aoshábitos de determinadas raças. Assim que uma raça emparticular se eleva a um nível superior da espiral, essasescolas fundem-se umas nas outras. A sétima Escola deMistérios é a mais avançada, a mais poderosa e a mais

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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sublime em manifestação, porque foi estabelecida paraa raça mais evoluída, isto é, a do Ocidente, e tambémporque ela está fundamentada na religião mais avança-da: o cristianismo.

De fato, o conjunto de mistérios ocidentais é o co-roamento dos antigos e antiqüíssimos mistérios. Umavez que a Fama nos traz a história do desenvolvimen-to da sétima Escola de Mistérios, Cristiano Rosacruzentra em contato com a sexta Escola de Mistérios, sim-bolicamente estabelecida em Fez, na África do Norte, afim de inteirar-se de suas artes mágicas.

Antes de consagrar-se à sua missão, o aluno, onovo irmão, portador de um mandato tão poderosocomo o de acender a luz da Gnosis, vai estudar um ins-trumento de trabalho que já foi comprovado. Não hánenhuma rivalidade entre as diversas escolas de misté-rios. Ao contrário: existe entre elas a mais estreita coo-peração, pois sua tarefa comum é o serviço para ahumanidade e é nesse ponto que suas artes mágicasestão sempre sintonizadas, mesmo que seus respecti-vos métodos sejam muito diferentes.

É assim que, tomado de profunda gratidão, Cris-tiano Rosacruz menciona sua estada em Fez; mas, com-parando a magia que aí é exercida com seu conheci-mento superior, ele constata que ela não é pura e queesse ensinamento secreto está mesclado, como é com-preensível, com uma religião pré-cristã. Entretanto, elesabe tirar excelente proveito da sabedoria aplicada emFez e aí encontra uma base ainda melhor para sua fé.

Depois do que foi exposto, pode acontecer que sintaisum novo estímulo para o estudo das religiões compa-radas. Na verdade, um tal estudo, apesar de ter grandevalor, comporta, ao mesmo tempo, um aspecto bastante

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havia sido corrompida por sua religião. Apesar disso,soube fazer excelente uso dela e descobriu um funda-mento ainda melhor para sua fé, pois esta agora con-cordava com a harmonia do mundo inteiro, encarna-da de modo maravilhoso em todos tempos.

Possivelmente, aprendestes que existem sete mistérios,sete sistemas, sete canais pelos quais o aluno pode ele-var-se a um saber superior. Essas sete escolas são as“sete cordas” que descem no sombrio poço da vidaaqui embaixo a fim de realizar sua tarefa libertadora.Logo depois de terem atingido sua meta, os que pos-suem ou que desenvolvem essa força, o poder de sairdo poço com a ajuda dessas sete cordas, são então cha-mados, por sua vez, para içar as cordas onde estãodependurados, esperneando e ainda presos a suas cor-rentes, os candidatos aos mistérios. Aqui, expressamo-nos na linguagem simbólica de As núpcias alquímicasde Christian Rosenkreuz.

Portanto, uma escola de mistérios é uma comunida-de de trabalho mágico de seres adiantados a serviçodos homens. Conseqüentemente, enquanto manifesta-ção de força, uma escola de mistérios depende donúmero de alunos capazes que se apresentam paraseguir e progredir em tal aprendizagem. A união faz aforça! Essa lei também vale para as coisas espirituais.

Ora, as sete escolas de mistérios, as sete comunida-des de trabalho mágico, encontram-se distribuídas portodo o mundo, e, de acordo com seu lugar de trabalho,todas elas se adaptam à religião, aos costumes e aoshábitos de determinadas raças. Assim que uma raça emparticular se eleva a um nível superior da espiral, essasescolas fundem-se umas nas outras. A sétima Escola deMistérios é a mais avançada, a mais poderosa e a mais

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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melhor para sua fé, pois esta agora concordava com aharmonia do mundo inteiro, encarnada de modo mara-vilhoso em todos tempos.

Se possuís algo disso, dia a dia, hora a hora, tor-nar-vos-eis mais positivos. Vivereis, então, uma sériede revelações ininterruptas que serão maravilhosasem sua radiosa manifestação. Passo a passo, avança-reis sobre a ponte luminosa que liga o tempo à eter-nidade, o microcosmo ao macrocosmo. Esse processode desenvolvimento é como a canção das esferas: éa canção mágica da Rosacruz Áurea.

Capítulo 5

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perigoso, como nos mostra a prática diária. Se quereisaproveitar o valor de um estudo comparado de formacorreta, deveis realizar esse estudo utilizando o únicométodo que está a vossa disposição, ou seja, o méto-do que vos ensina a Fama Fraternitatis, o método deCristiano Rosacruz, e não certamente o método chama-do de “teosófico”. Existe uma lei cósmica que ensinaque as pessoas devem primeiro chegar à autoconsciên-cia (Áries) antes de poder começar o auto-sacrifício(Peixes). Libertando-se das correntes de uma Igrejacompletamente decadente, a autoconsciência que cara-cteriza o ocidental torna indispensável que nos orien-temos primeiramente pela religião do Ocidente, mani-festada para nós pelos Senhores do Destino, ou seja, opuro cristianismo original.

Somente depois de ter sondado a base do conheci-mento cristão é que estareis preparados para penetrarnas câmaras do tesouro da sabedoria universal, otesouro dos antigos, e aí encontrar a sabedoria indis-pensável para realizar, de maneira correta, vossa tarefano Ocidente. Somente então podereis discernir asintenções dos mistérios antigos ou atuais sem vos per-der num labirinto de valores incompreensíveis queprendem a uma espiral inferior.

É com toda razão que a Fama diz que, quando seguisfalsos métodos, maculai-vos com uma multidão de opi-niões errôneas que, como a cegueira e a estupidez, estãona origem de todas as discordâncias deste mundo, o quenão vos permite realizar nem sequer um mínimo de tra-balho positivo. É somente para aqueles que conseguementrar em Damcar, a cidade do Leão, que todas as coisasatuam para o bem. Somente eles podem fazer síntesescorretas daquilo que lhes é manifestado, daquilo que épor eles analisado. Eles encontram uma base ainda

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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melhor para sua fé, pois esta agora concordava com aharmonia do mundo inteiro, encarnada de modo mara-vilhoso em todos tempos.

Se possuís algo disso, dia a dia, hora a hora, tor-nar-vos-eis mais positivos. Vivereis, então, uma sériede revelações ininterruptas que serão maravilhosasem sua radiosa manifestação. Passo a passo, avança-reis sobre a ponte luminosa que liga o tempo à eter-nidade, o microcosmo ao macrocosmo. Esse processode desenvolvimento é como a canção das esferas: éa canção mágica da Rosacruz Áurea.

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perigoso, como nos mostra a prática diária. Se quereisaproveitar o valor de um estudo comparado de formacorreta, deveis realizar esse estudo utilizando o únicométodo que está a vossa disposição, ou seja, o méto-do que vos ensina a Fama Fraternitatis, o método deCristiano Rosacruz, e não certamente o método chama-do de “teosófico”. Existe uma lei cósmica que ensinaque as pessoas devem primeiro chegar à autoconsciên-cia (Áries) antes de poder começar o auto-sacrifício(Peixes). Libertando-se das correntes de uma Igrejacompletamente decadente, a autoconsciência que cara-cteriza o ocidental torna indispensável que nos orien-temos primeiramente pela religião do Ocidente, mani-festada para nós pelos Senhores do Destino, ou seja, opuro cristianismo original.

Somente depois de ter sondado a base do conheci-mento cristão é que estareis preparados para penetrarnas câmaras do tesouro da sabedoria universal, otesouro dos antigos, e aí encontrar a sabedoria indis-pensável para realizar, de maneira correta, vossa tarefano Ocidente. Somente então podereis discernir asintenções dos mistérios antigos ou atuais sem vos per-der num labirinto de valores incompreensíveis queprendem a uma espiral inferior.

É com toda razão que a Fama diz que, quando seguisfalsos métodos, maculai-vos com uma multidão de opi-niões errôneas que, como a cegueira e a estupidez, estãona origem de todas as discordâncias deste mundo, o quenão vos permite realizar nem sequer um mínimo de tra-balho positivo. É somente para aqueles que conseguementrar em Damcar, a cidade do Leão, que todas as coisasatuam para o bem. Somente eles podem fazer síntesescorretas daquilo que lhes é manifestado, daquilo que épor eles analisado. Eles encontram uma base ainda

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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6Dois anos mais tarde, o Irmão R.C. partiu de Fez rumo àEspanha, como portador de inúmeros e valiosos tesouros,com a esperança de que aí, uma vez que havia tiradotanto proveito de sua viagem, os sábios da Europa ficas-sem muitíssimo contentes com ele e edificassem agoraseus estudos sobre fundamentos tão seguros. Por isso,conversou com os eruditos, na Espanha, sobre o que fal-tava a nossas artes e quanto ao modo de auxiliá-los, e deonde poderiam tirar indícios seguros para os tempos vin-douros e em que deveriam concordar com os tempos pas-sados; saberiam como corrigir os defeitos da Eclésia e detoda a filosofia moral. Ele lhes mostrou novas plantas,novas frutas e animais que não estavam de conformida-de com as leis da antiga filosofia e lhes transmitiu novosaxiomas que poderiam resolver tudo perfeitamente.

Mas isso lhes pareceu risível e, como tudo ainda eranovo, temeram que seu grande renome sofresse, uma vezque eles deveriam, inicialmente, entregar-se novamenteao estudo e confessar que estavam perdidos há muitosanos. Além disso, eles estavam muito acostumados a essasituação e já tinham tirado muito proveito dela. Queoutra pessoa, a quem a inquietude fosse agradável, fizes-se a reforma!

Esse estribilho foi-lhe cantado também por outrasnações, o que muito o afligiu, pois de maneira alguma

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6Dois anos mais tarde, o Irmão R.C. partiu de Fez rumo àEspanha, como portador de inúmeros e valiosos tesouros,com a esperança de que aí, uma vez que havia tiradotanto proveito de sua viagem, os sábios da Europa ficas-sem muitíssimo contentes com ele e edificassem agoraseus estudos sobre fundamentos tão seguros. Por isso,conversou com os eruditos, na Espanha, sobre o que fal-tava a nossas artes e quanto ao modo de auxiliá-los, e deonde poderiam tirar indícios seguros para os tempos vin-douros e em que deveriam concordar com os tempos pas-sados; saberiam como corrigir os defeitos da Eclésia e detoda a filosofia moral. Ele lhes mostrou novas plantas,novas frutas e animais que não estavam de conformida-de com as leis da antiga filosofia e lhes transmitiu novosaxiomas que poderiam resolver tudo perfeitamente.

Mas isso lhes pareceu risível e, como tudo ainda eranovo, temeram que seu grande renome sofresse, uma vezque eles deveriam, inicialmente, entregar-se novamenteao estudo e confessar que estavam perdidos há muitosanos. Além disso, eles estavam muito acostumados a essasituação e já tinham tirado muito proveito dela. Queoutra pessoa, a quem a inquietude fosse agradável, fizes-se a reforma!

Esse estribilho foi-lhe cantado também por outrasnações, o que muito o afligiu, pois de maneira alguma

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A viagem à Espanha

O trabalho de Aquário goza de um crescente renome edata de uma época remota. Houve quem acreditasseque esse trabalho tivesse surgido das cabeças e doscorações de certos obreiros rosacruzes orientados poli-ticamente, como se a Rosacruz e a política não seexcluíssem uma à outra.

Apesar de antiga e fora de moda, essa opinião con-tinua tomando novas formas, de acordo com as cir-cunstâncias. Na realidade, o trabalho de Aquário e seudinamismo são tão remotos quanto a luta contra eles;tão remotos que não é de admirar que muitos queconhecem e estudam a Rosacruz ignorem sua origem.Além disso, se pessoas honestas se deixam enganar ecom suas suspeitas tentam impedir nosso trabalho, issose deve exclusivamente à sua profunda ignorância noque se refere à natureza e à essência da Rosacruz.

Se pudéssemos compreender completamente a situa-ção, descobriríamos que a Rosacruz se eleva muitoacima das ações habituais dos homens, e que os ata-ques que ela sofre devem-se ao mal, que tenta portodos os meios obstaculizar e anular o desenvolvimen-to do trabalho gnóstico salvador. Mas, acontece aqui omesmo que acontece com todas as coisas. A arma diri-gida contra nós provou ser fraca nas mãos dos agresso-res e benéfica para nós, pois, desde os dias de opressão, 73

contara com isso e estava pronto a comunicar genero-samente todas as suas artes aos eruditos, quisessem elesapenas dar-se ao trabalho de constatar os axiomasinfalíveis de todas as faculdades, ciências, artes e detoda a natureza. Afinal, ele estava persuadido de queesses axiomas, como em uma esfera, deviam se dirigira um único ponto central e, tal como acontecia entre osárabes, deveriam servir de diretriz unicamente aossábios, a fim de que também na Europa houvesse umacomunidade que dispusesse de bastante ouro e pedraspreciosas, para poder comunicar isso aos reis com adevida e respeitosa finalidade de que os soberanos fos-sem instruídos por essa comunidade, de modo que sou-bessem tudo o que Deus permite ao homem saber epudessem, em casos de necessidade, ser consultados, talqual os pagãos faziam com seus oráculos.

Fama Fraternitatis R.C.

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A viagem à Espanha

O trabalho de Aquário goza de um crescente renome edata de uma época remota. Houve quem acreditasseque esse trabalho tivesse surgido das cabeças e doscorações de certos obreiros rosacruzes orientados poli-ticamente, como se a Rosacruz e a política não seexcluíssem uma à outra.

Apesar de antiga e fora de moda, essa opinião con-tinua tomando novas formas, de acordo com as cir-cunstâncias. Na realidade, o trabalho de Aquário e seudinamismo são tão remotos quanto a luta contra eles;tão remotos que não é de admirar que muitos queconhecem e estudam a Rosacruz ignorem sua origem.Além disso, se pessoas honestas se deixam enganar ecom suas suspeitas tentam impedir nosso trabalho, issose deve exclusivamente à sua profunda ignorância noque se refere à natureza e à essência da Rosacruz.

Se pudéssemos compreender completamente a situa-ção, descobriríamos que a Rosacruz se eleva muitoacima das ações habituais dos homens, e que os ata-ques que ela sofre devem-se ao mal, que tenta portodos os meios obstaculizar e anular o desenvolvimen-to do trabalho gnóstico salvador. Mas, acontece aqui omesmo que acontece com todas as coisas. A arma diri-gida contra nós provou ser fraca nas mãos dos agresso-res e benéfica para nós, pois, desde os dias de opressão, 73

contara com isso e estava pronto a comunicar genero-samente todas as suas artes aos eruditos, quisessem elesapenas dar-se ao trabalho de constatar os axiomasinfalíveis de todas as faculdades, ciências, artes e detoda a natureza. Afinal, ele estava persuadido de queesses axiomas, como em uma esfera, deviam se dirigira um único ponto central e, tal como acontecia entre osárabes, deveriam servir de diretriz unicamente aossábios, a fim de que também na Europa houvesse umacomunidade que dispusesse de bastante ouro e pedraspreciosas, para poder comunicar isso aos reis com adevida e respeitosa finalidade de que os soberanos fos-sem instruídos por essa comunidade, de modo que sou-bessem tudo o que Deus permite ao homem saber epudessem, em casos de necessidade, ser consultados, talqual os pagãos faziam com seus oráculos.

Fama Fraternitatis R.C.

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chegando; nós só temos de esperá-la”. Não dizemos issoporque, para nós, não é indiferente saber quando ecomo ela se manifestará entre os homens. Trabalhamospara o advento do novo homem, seguindo as linhas demenor resistência e, tanto quanto possível, tentamospoupar nossos irmãos e irmãs das dores mais intensas.É por isso que, como os Irmãos Maiores, ardemos comochamas vivas abrasadoras, a fim de permitir que a luz deCristo encontre uma entrada. Até o momento, tivemos asmesmas experiências que eles, ao menos em parte.

A comunidade da Rosacruz Áurea, o LectoriumRosicrucianum, assim como todos os aspectos internosda Jovem Fraternidade Gnóstica, existem e trabalhamneste mundo como instrumentos dos Irmãos Maiores,com a antiga força de outrora, à qual pertenciam, e for-mam, assim, um instrumento que pode ser manejado aserviço da bondade, da verdade e da justiça, no senti-do clássico da Gnosis universal. Aqueles que queremsaber exatamente qual é o objetivo de nosso trabalhodeveriam examinar os antigos escritos da Ordem. Hámuitas eras, eles se expressam em sua linguagem mági-ca, e não queremos desviar um só passo à direita ou àesquerda deste caminho.

Aos nossos olhos, todos os governos são bons, qual-quer que seja sua forma, contanto que andem no cami-nho de Deus. Se eles não andarem, não seremos nósque iremos conspirar contra eles, pois já sabemos queserão varridos pela violência cósmica, logo que se apre-sente o momento psicológico. Desejamos trazer para oshomens a verdade, a bondade e a justiça, no sentidognóstico, tais como elas são. Sem desvios, sem acepçãode pessoa, a fim de que a luz possa obter poder sobrenós e viver em nós. Um governo, um partido político,uma comunidade exotérica não constituem de forma

Capítulo 6

75

O chamado da Fraternidade Rosacruz

74

nosso trabalho cresceu, interior e exteriormente. Comrelação a todos os que nos atacaram, não manifestamoscertamente nenhum ódio, mas um amor cheio de com-paixão. Em um tempo como o que atravessamos, con-sideramos um privilégio o fato de sermos atacados comomensageiros de Cristo. Tal como um rochedo varridopelas tempestades da vida, achamos magnífico podercontinuar em pé, por amor a Cristo e a seus sublimesservidores.

No decorrer das eras, a Rosacruz tem sido caluniada,perseguida e mutilada pelo clássico inimigo: a magianegra. Ao longo dos séculos, o odioso monstro nãoparou de levantar sua cabeça para engolir a obra dosIrmãos Maiores; e o fato de esses ataques clássicos, tãoconhecidos na história da filosofia ocidental, manifesta-rem-se novamente na atualidade, nos preenche de gran-de alegria interior; e, apesar da preocupação diária,prova que estamos no bom caminho. Realmente, nãoestamos adaptados aos hábitos vigentes. Não somosrosacruzes por diversão: queremos seguir as pegadas denosso Pai-Irmão Cristiano Rosacruz! Não queremos nosenvolver com as lutas políticas das diversas comuni-dades exotéricas. Nosso trabalho está acima do caosdas paixões de nosso tempo. Não queremos nos deixararrastar nem para a direita, nem para a esquerda.

Compreendei bem: quando dizemos que estamosacima das coisas deste tempo, queremos dizer quenosso trabalho é solidamente fundamentado em umaforça que não é deste mundo. Assim, poderemos tra-balhar muito bem neste mundo, aqui reconhecer a ver-dade e igualmente divulgá-la.

Não dizemos, por exemplo, baseados em umameditação interior: “A realidade nova, libertadora, está

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chegando; nós só temos de esperá-la”. Não dizemos issoporque, para nós, não é indiferente saber quando ecomo ela se manifestará entre os homens. Trabalhamospara o advento do novo homem, seguindo as linhas demenor resistência e, tanto quanto possível, tentamospoupar nossos irmãos e irmãs das dores mais intensas.É por isso que, como os Irmãos Maiores, ardemos comochamas vivas abrasadoras, a fim de permitir que a luz deCristo encontre uma entrada. Até o momento, tivemos asmesmas experiências que eles, ao menos em parte.

A comunidade da Rosacruz Áurea, o LectoriumRosicrucianum, assim como todos os aspectos internosda Jovem Fraternidade Gnóstica, existem e trabalhamneste mundo como instrumentos dos Irmãos Maiores,com a antiga força de outrora, à qual pertenciam, e for-mam, assim, um instrumento que pode ser manejado aserviço da bondade, da verdade e da justiça, no senti-do clássico da Gnosis universal. Aqueles que queremsaber exatamente qual é o objetivo de nosso trabalhodeveriam examinar os antigos escritos da Ordem. Hámuitas eras, eles se expressam em sua linguagem mági-ca, e não queremos desviar um só passo à direita ou àesquerda deste caminho.

Aos nossos olhos, todos os governos são bons, qual-quer que seja sua forma, contanto que andem no cami-nho de Deus. Se eles não andarem, não seremos nósque iremos conspirar contra eles, pois já sabemos queserão varridos pela violência cósmica, logo que se apre-sente o momento psicológico. Desejamos trazer para oshomens a verdade, a bondade e a justiça, no sentidognóstico, tais como elas são. Sem desvios, sem acepçãode pessoa, a fim de que a luz possa obter poder sobrenós e viver em nós. Um governo, um partido político,uma comunidade exotérica não constituem de forma

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O chamado da Fraternidade Rosacruz

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nosso trabalho cresceu, interior e exteriormente. Comrelação a todos os que nos atacaram, não manifestamoscertamente nenhum ódio, mas um amor cheio de com-paixão. Em um tempo como o que atravessamos, con-sideramos um privilégio o fato de sermos atacados comomensageiros de Cristo. Tal como um rochedo varridopelas tempestades da vida, achamos magnífico podercontinuar em pé, por amor a Cristo e a seus sublimesservidores.

No decorrer das eras, a Rosacruz tem sido caluniada,perseguida e mutilada pelo clássico inimigo: a magianegra. Ao longo dos séculos, o odioso monstro nãoparou de levantar sua cabeça para engolir a obra dosIrmãos Maiores; e o fato de esses ataques clássicos, tãoconhecidos na história da filosofia ocidental, manifesta-rem-se novamente na atualidade, nos preenche de gran-de alegria interior; e, apesar da preocupação diária,prova que estamos no bom caminho. Realmente, nãoestamos adaptados aos hábitos vigentes. Não somosrosacruzes por diversão: queremos seguir as pegadas denosso Pai-Irmão Cristiano Rosacruz! Não queremos nosenvolver com as lutas políticas das diversas comuni-dades exotéricas. Nosso trabalho está acima do caosdas paixões de nosso tempo. Não queremos nos deixararrastar nem para a direita, nem para a esquerda.

Compreendei bem: quando dizemos que estamosacima das coisas deste tempo, queremos dizer quenosso trabalho é solidamente fundamentado em umaforça que não é deste mundo. Assim, poderemos tra-balhar muito bem neste mundo, aqui reconhecer a ver-dade e igualmente divulgá-la.

Não dizemos, por exemplo, baseados em umameditação interior: “A realidade nova, libertadora, está

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seu mosteiro, seu profundo e intenso anelo porJerusalém e seu esforço para chegar até lá, tudo issoconstitui para nós o realismo cristão, a síntese jupiteria-na, as forças que nos permitem agir na matéria pormeio das secreções das duas glândulas supra-renais.Sua permanência em Chipre, centro de adoração deVênus, simboliza a transmutação da natureza dos dese-jos inferiores, transmutação que, pela secreção da glân-dula timo, provoca uma mudança importante nocorpo. Sua chegada e sua permanência em Damascofazem que nele se expresse o poderoso metal deMercúrio, o saber superior, cujo desenvolvimento de-pende da glândula tireóide. Em seguida, ele continuaseu caminho em direção a Damcar, a cidade do Leão:o Cristo-dentro-dele desperta. As poderosas forças-Urano, que agem com as forças da hipófise, são entãoliberadas.

Quando Cristiano Rosacruz obtém, assim, o autodo-mínio, sua viagem prossegue pelo Sinus Arabicus epelo Egito, que é uma alusão ao guardião do umbral,e continua até Fez, onde assimila todos os mistériosexistentes até então, completando assim, efetivamente,seu período de preparação e de desenvolvimento.Todos os valores espirituais encapsulados na glândulapineal – a sétima rosa sobre a cruz da gênese – estãoagora à disposição do aluno na senda.

Depois dessa preparação harmoniosa e de uma es-pera de dois anos, isto é, quando os tempos estãomaduros, ele empreende a viagem para a Espanha.Poderíamos comparar a Espanha ao espírito humano, aoaspecto Plutão: é o espírito humano que se liberta comoo silencioso guardião da câmara do rei, para começarsua grande tarefa para o mundo e a humanidade naqualidade de iniciado e guardião dos mistérios.

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alguma valores permanentes, assim como nunca oforam no passado.

Portanto, é assim que o trabalho de Aquário, tãovelho quanto o mundo, manteve-se invariavelmenteinalterado. Encontramos a prova disso na Fama Frater-nitatis R.C. Assim como diz seu título, essa Fama sedirige a todos os sábios e chefes de estado da Europa. AFama do vivente cristianismo gnóstico não quer ficarafastada da ciência, nem da religião, nem da política,pois sempre foi intenção do Logos que as três manifes-tações da verdadeira humanidade – arte, ciência e reli-gião – se unissem e se fundissem na ação, na comuni-dade da verdadeira vida, a fim de que daí resultasseum campo formador de forças libertadoras e realizado-ras.

Desde tempos imemoriais, os apóstolos desse cam-po reformador do verdadeiro cristianismo, no mundomaterial, têm sido os Irmãos da Rosacruz. Eles não securvam diante das contingências, eles não buscamnenhum outro compromisso, mas fazem suas exigên-cias, advertindo e chamando dia e noite, sem cessar.Eles não trabalham de improviso, impelidos por súbitoentusiasmo, dando expressão a forças que turbilhonamdentro de si. Não! Eles trabalham segundo um sistemapreciso e bem estudado, solidamente fundamentadonos mistérios cristãos. Nesse sistema, cada colaboradoré perfeitamente preparado para sua tarefa. A naturezadessa preparação encontra-se descrita na viagem deCristiano Rosacruz. Nos capítulos precedentes, já fala-mos dessa viagem sob dois aspectos diferentes.Queremos esclarecer ainda um terceiro.

Em seu significado profundo, essa viagem tambémdiz respeito ao desenvolvimento das sete rosas da cruzda gênese. A permanência de Cristiano Rosacruz em

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seu mosteiro, seu profundo e intenso anelo porJerusalém e seu esforço para chegar até lá, tudo issoconstitui para nós o realismo cristão, a síntese jupiteria-na, as forças que nos permitem agir na matéria pormeio das secreções das duas glândulas supra-renais.Sua permanência em Chipre, centro de adoração deVênus, simboliza a transmutação da natureza dos dese-jos inferiores, transmutação que, pela secreção da glân-dula timo, provoca uma mudança importante nocorpo. Sua chegada e sua permanência em Damascofazem que nele se expresse o poderoso metal deMercúrio, o saber superior, cujo desenvolvimento de-pende da glândula tireóide. Em seguida, ele continuaseu caminho em direção a Damcar, a cidade do Leão:o Cristo-dentro-dele desperta. As poderosas forças-Urano, que agem com as forças da hipófise, são entãoliberadas.

Quando Cristiano Rosacruz obtém, assim, o autodo-mínio, sua viagem prossegue pelo Sinus Arabicus epelo Egito, que é uma alusão ao guardião do umbral,e continua até Fez, onde assimila todos os mistériosexistentes até então, completando assim, efetivamente,seu período de preparação e de desenvolvimento.Todos os valores espirituais encapsulados na glândulapineal – a sétima rosa sobre a cruz da gênese – estãoagora à disposição do aluno na senda.

Depois dessa preparação harmoniosa e de uma es-pera de dois anos, isto é, quando os tempos estãomaduros, ele empreende a viagem para a Espanha.Poderíamos comparar a Espanha ao espírito humano, aoaspecto Plutão: é o espírito humano que se liberta comoo silencioso guardião da câmara do rei, para começarsua grande tarefa para o mundo e a humanidade naqualidade de iniciado e guardião dos mistérios.

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alguma valores permanentes, assim como nunca oforam no passado.

Portanto, é assim que o trabalho de Aquário, tãovelho quanto o mundo, manteve-se invariavelmenteinalterado. Encontramos a prova disso na Fama Frater-nitatis R.C. Assim como diz seu título, essa Fama sedirige a todos os sábios e chefes de estado da Europa. AFama do vivente cristianismo gnóstico não quer ficarafastada da ciência, nem da religião, nem da política,pois sempre foi intenção do Logos que as três manifes-tações da verdadeira humanidade – arte, ciência e reli-gião – se unissem e se fundissem na ação, na comuni-dade da verdadeira vida, a fim de que daí resultasseum campo formador de forças libertadoras e realizado-ras.

Desde tempos imemoriais, os apóstolos desse cam-po reformador do verdadeiro cristianismo, no mundomaterial, têm sido os Irmãos da Rosacruz. Eles não securvam diante das contingências, eles não buscamnenhum outro compromisso, mas fazem suas exigên-cias, advertindo e chamando dia e noite, sem cessar.Eles não trabalham de improviso, impelidos por súbitoentusiasmo, dando expressão a forças que turbilhonamdentro de si. Não! Eles trabalham segundo um sistemapreciso e bem estudado, solidamente fundamentadonos mistérios cristãos. Nesse sistema, cada colaboradoré perfeitamente preparado para sua tarefa. A naturezadessa preparação encontra-se descrita na viagem deCristiano Rosacruz. Nos capítulos precedentes, já fala-mos dessa viagem sob dois aspectos diferentes.Queremos esclarecer ainda um terceiro.

Em seu significado profundo, essa viagem tambémdiz respeito ao desenvolvimento das sete rosas da cruzda gênese. A permanência de Cristiano Rosacruz em

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Assim lemos na Fama, dirigida a todos os eruditosem geral, e aos chefes de Estado da Europa em parti-cular, nesse antigo documento da Ordem da Rosacruz,o programa de Aquário, arauto da bondade, da verda-de e da justiça:

Dois anos mais tarde, o Irmão R.C. partiu de Fez rumoà Espanha, como portador de inúmeros e valiosostesouros, com a esperança de que aí, uma vez quehavia tirado tanto proveito de sua viagem, os sábios daEuropa ficassem muitíssimo contentes com ele e edifi-cassem agora seus estudos sobre fundamentos tão segu-ros. Por isso, conversou com os eruditos, na Espanha,sobre o que faltava a nossas artes e quanto ao modo deauxiliá-los, e de onde poderiam tirar indícios segurospara os tempos vindouros e em que deveriam concor-dar com os tempos passados; saberiam como corrigir osdefeitos da Eclésia e de toda a filosofia moral. Ele lhesmostrou novas plantas, novas frutas e animais que nãoestavam de conformidade com as leis da antiga filoso-fia e lhes transmitiu novos axiomas que poderiam resol-ver tudo perfeitamente.

Mas isso lhes pareceu risível e, como tudo ainda eranovo, temeram que seu grande renome sofresse, umavez que eles deveriam, inicialmente, entregar-se nova-mente ao estudo e confessar que estavam perdidos hámuitos anos. Além disso, eles estavam muito acostuma-dos a essa situação e já tinham tirado muito proveitodela. Que outra pessoa, a quem a inquietude fosse agra-dável, fizesse a reforma! Esse estribilho foi-lhe cantadotambém por outras nações.

Assim podemos ver que o mais elevado e o melhor queos mistérios e o cristianismo podem nos ofertar, a nós

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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e ao mundo, nos é entregue diariamente. Existe, é-nosofertado, mas não o queremos. Cristo disse: “Estareiconvosco até o fim do mundo”. No entanto, nós o rejei-tamos. Qual é o mérito de nosso estado de vida atual?Afinal, são numerosos os que possuem um nome céle-bre como sábios, teólogos e benfeitores da humanida-de. Imaginai, por exemplo, que sob a brilhante luz daverdade sejamos obrigados a abandonar como ilusóriotudo o que acreditamos ser de nossa propriedade, oque possuímos por autoridade e o que divulgamos.Mas, por causa do desejo de autoconservação nestemundo material, agarramo-nos à escuridão muito maisfacilmente do que à luz. Eis por que existem somenteduas possibilidades: ou aceitar a luz, ou ser aniquiladopor ela.

A história da Rosacruz Áurea adquire, assim, umenfoque dramático: a luz é ofertada, dada gratuitamen-te. Entretanto, por espírito de autoconservação, comba-temos a luz e a pisoteamos como se ela fosse um peri-go. O redentor do mundo anda entre seus bem-ama-dos, mas eles cospem-lhe no rosto, arrancam-lhe as ves-tes do corpo e se escondem atrás de sua devoção a fimde cobrir sua própria nudez.

Entretanto, compreendei bem que essa completaapatia do sagrado é apenas aparente. Aquele que sebate contra a luz aniquila-se nas trevas. É assim que oelemento superior é protegido e que uma escola demistérios se torna necessária para preservar esse ele-mento superior. É assim que se levanta a arma da magiagnóstica, arma com a qual – como é dito na FamaFraternitatis – a Fraternidade Gnóstica Universal volta-se sempre de novo para aqueles que querem escutar.

Tudo o que queremos é mostrar e oferecer aomundo e à humanidade os tesouros superiores que estão

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Assim lemos na Fama, dirigida a todos os eruditosem geral, e aos chefes de Estado da Europa em parti-cular, nesse antigo documento da Ordem da Rosacruz,o programa de Aquário, arauto da bondade, da verda-de e da justiça:

Dois anos mais tarde, o Irmão R.C. partiu de Fez rumoà Espanha, como portador de inúmeros e valiosostesouros, com a esperança de que aí, uma vez quehavia tirado tanto proveito de sua viagem, os sábios daEuropa ficassem muitíssimo contentes com ele e edifi-cassem agora seus estudos sobre fundamentos tão segu-ros. Por isso, conversou com os eruditos, na Espanha,sobre o que faltava a nossas artes e quanto ao modo deauxiliá-los, e de onde poderiam tirar indícios segurospara os tempos vindouros e em que deveriam concor-dar com os tempos passados; saberiam como corrigir osdefeitos da Eclésia e de toda a filosofia moral. Ele lhesmostrou novas plantas, novas frutas e animais que nãoestavam de conformidade com as leis da antiga filoso-fia e lhes transmitiu novos axiomas que poderiam resol-ver tudo perfeitamente.

Mas isso lhes pareceu risível e, como tudo ainda eranovo, temeram que seu grande renome sofresse, umavez que eles deveriam, inicialmente, entregar-se nova-mente ao estudo e confessar que estavam perdidos hámuitos anos. Além disso, eles estavam muito acostuma-dos a essa situação e já tinham tirado muito proveitodela. Que outra pessoa, a quem a inquietude fosse agra-dável, fizesse a reforma! Esse estribilho foi-lhe cantadotambém por outras nações.

Assim podemos ver que o mais elevado e o melhor queos mistérios e o cristianismo podem nos ofertar, a nós

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e ao mundo, nos é entregue diariamente. Existe, é-nosofertado, mas não o queremos. Cristo disse: “Estareiconvosco até o fim do mundo”. No entanto, nós o rejei-tamos. Qual é o mérito de nosso estado de vida atual?Afinal, são numerosos os que possuem um nome céle-bre como sábios, teólogos e benfeitores da humanida-de. Imaginai, por exemplo, que sob a brilhante luz daverdade sejamos obrigados a abandonar como ilusóriotudo o que acreditamos ser de nossa propriedade, oque possuímos por autoridade e o que divulgamos.Mas, por causa do desejo de autoconservação nestemundo material, agarramo-nos à escuridão muito maisfacilmente do que à luz. Eis por que existem somenteduas possibilidades: ou aceitar a luz, ou ser aniquiladopor ela.

A história da Rosacruz Áurea adquire, assim, umenfoque dramático: a luz é ofertada, dada gratuitamen-te. Entretanto, por espírito de autoconservação, comba-temos a luz e a pisoteamos como se ela fosse um peri-go. O redentor do mundo anda entre seus bem-ama-dos, mas eles cospem-lhe no rosto, arrancam-lhe as ves-tes do corpo e se escondem atrás de sua devoção a fimde cobrir sua própria nudez.

Entretanto, compreendei bem que essa completaapatia do sagrado é apenas aparente. Aquele que sebate contra a luz aniquila-se nas trevas. É assim que oelemento superior é protegido e que uma escola demistérios se torna necessária para preservar esse ele-mento superior. É assim que se levanta a arma da magiagnóstica, arma com a qual – como é dito na FamaFraternitatis – a Fraternidade Gnóstica Universal volta-se sempre de novo para aqueles que querem escutar.

Tudo o que queremos é mostrar e oferecer aomundo e à humanidade os tesouros superiores que estão

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também em nosso tempo, o antigo evangelho sejatransmitido a um mundo abatido e desconcertado.Alargamos nossa frente de batalha para mostrar a todosaqueles que querem nos escutar que damos indicaçõescorretas, falamos de valores justos e anunciamos osacontecimentos futuros. Apontamos para algumas cha-gas a serem curadas e queremos, sob o impulso da luzque nos toma em seu poder, ensinar aos homens comoeles devem viver a serviço daquele que é o grande pro-tetor e realizador de toda a vida: Cristo.

Capítulo 6

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aí para todos. Tudo o que queremos é apontar aomundo e à humanidade os graves perigos que surgemquando se persiste numa recusa brutal. Tudo o quequeremos é proteger e realizar a grande obra que nosfoi confiada, através dos abismos da noite.

A noção “Espanha” possui ainda uma outra acepção, aque faremos apenas uma simples alusão. Alguns lugaresda Europa, como a Espanha, simbolizam portas de entra-da pelas quais os egos de outras raças entram na Europapela reencarnação. Assim como no passado existiu umacultura hispânica muito avançada, em estreita conexãocom a antiga cultura árabe, no futuro haverá de surgiruma nova cultura espanhola. Pouco antes de explodir aSegunda Guerra Mundial, uma terrível luta fratricidatomou conta da Espanha, e no decorrer dessa luta deze-nas de milhares de homens foram dizimados. Essa lutaera o começo inevitável da nova ordem que deve um diaaparecer; mas, ao mesmo tempo, surgiu o perigo de queesse processo fosse reprimido pelos poderes das trevas.Como já havíamos anunciado na época, a guerra civilespanhola não aconteceu por acaso, como muitos pensa-vam. Ela anunciava um sintoma que podia ser aplicado atoda a Europa, como todos perceberam em seguida.

Seguindo as linhas cósmicas de força, uma novaidéia tentava, com esforço, espalhar-se por toda aEuropa. Ela entrou pela Espanha, do mesmo modocomo C.R.C. aí chegou com sua filosofia cristã paradirigir-se, depois de uma recusa, até a Alemanha. Eispor que inúmeros acontecimentos significativos naAlemanha já haviam sido previstos pelos esoteristas,cujas previsões também se concretizaram.

Pois bem, a serviço da bondade, da verdade e dajustiça, nosso trabalho segue em frente, a fim de que,

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também em nosso tempo, o antigo evangelho sejatransmitido a um mundo abatido e desconcertado.Alargamos nossa frente de batalha para mostrar a todosaqueles que querem nos escutar que damos indicaçõescorretas, falamos de valores justos e anunciamos osacontecimentos futuros. Apontamos para algumas cha-gas a serem curadas e queremos, sob o impulso da luzque nos toma em seu poder, ensinar aos homens comoeles devem viver a serviço daquele que é o grande pro-tetor e realizador de toda a vida: Cristo.

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aí para todos. Tudo o que queremos é apontar aomundo e à humanidade os graves perigos que surgemquando se persiste numa recusa brutal. Tudo o quequeremos é proteger e realizar a grande obra que nosfoi confiada, através dos abismos da noite.

A noção “Espanha” possui ainda uma outra acepção, aque faremos apenas uma simples alusão. Alguns lugaresda Europa, como a Espanha, simbolizam portas de entra-da pelas quais os egos de outras raças entram na Europapela reencarnação. Assim como no passado existiu umacultura hispânica muito avançada, em estreita conexãocom a antiga cultura árabe, no futuro haverá de surgiruma nova cultura espanhola. Pouco antes de explodir aSegunda Guerra Mundial, uma terrível luta fratricidatomou conta da Espanha, e no decorrer dessa luta deze-nas de milhares de homens foram dizimados. Essa lutaera o começo inevitável da nova ordem que deve um diaaparecer; mas, ao mesmo tempo, surgiu o perigo de queesse processo fosse reprimido pelos poderes das trevas.Como já havíamos anunciado na época, a guerra civilespanhola não aconteceu por acaso, como muitos pensa-vam. Ela anunciava um sintoma que podia ser aplicado atoda a Europa, como todos perceberam em seguida.

Seguindo as linhas cósmicas de força, uma novaidéia tentava, com esforço, espalhar-se por toda aEuropa. Ela entrou pela Espanha, do mesmo modocomo C.R.C. aí chegou com sua filosofia cristã paradirigir-se, depois de uma recusa, até a Alemanha. Eispor que inúmeros acontecimentos significativos naAlemanha já haviam sido previstos pelos esoteristas,cujas previsões também se concretizaram.

Pois bem, a serviço da bondade, da verdade e dajustiça, nosso trabalho segue em frente, a fim de que,

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7É preciso reconhecer que o mundo, na época já prenhede uma tão grande comoção, atravessava as dores doparto: assim, ele engendrou heróis infatigáveis e glorio-sos que, com todas as suas energias, atravessaram astrevas e a barbárie, deixando para todos nós, os maisfracos, o cuidado de segui-los. Sem dúvida, eles foramo vértice mais alto do triângulo ígneo de onde as cha-mas se evadirão, daqui para frente, com energia cadavez maior, para acender, indefectivelmente, o últimoincêndio do mundo.

Fama Fraternitatis R.C.

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7É preciso reconhecer que o mundo, na época já prenhede uma tão grande comoção, atravessava as dores doparto: assim, ele engendrou heróis infatigáveis e glorio-sos que, com todas as suas energias, atravessaram astrevas e a barbárie, deixando para todos nós, os maisfracos, o cuidado de segui-los. Sem dúvida, eles foramo vértice mais alto do triângulo ígneo de onde as cha-mas se evadirão, daqui para frente, com energia cadavez maior, para acender, indefectivelmente, o últimoincêndio do mundo.

Fama Fraternitatis R.C.

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O triângulo ígneo

Na Fama Fraternitatis, há referências ao trigonumigneum, o triângulo de fogo. Depois de sua viagemmaravilhosa, Cristiano Rosacruz chega à Espanha. Atodos aqueles que querem escutá-lo por um momento,ele oferece todos os tesouros e toda a grande sabedoriaque reuniu; entretanto, somente recebe uma recusa bru-tal como resposta. As classes governamental, científica,artística e religiosa, graças à sua sagacidade lunar, foramde opinião que os oferecimentos de Cristiano Rosacruzeram totalmente opostos a suas próprias idéias e práticasprimitivas. Se tivessem aceitado esses dons divinos livre-mente oferecidos, então, segundo descreve a Fama, issoteria prejudicado seu prestígio; ficaria evidente que elesnada sabiam e teriam de retomar seus estudos, reconhe-cendo ao mesmo tempo seus longos anos de erros;veriam, então, secar a fonte de seus rendimentos e dimi-nuírem seus tesouros.

Pois bem, depois dessa amarga experiência, queem certo sentido nos é mais ou menos conhecida,antes de continuar a narrativa da viagem de CristianoRosacruz, a Fama entrega-se a uma profunda explica-ção esotérica e filosófica, para tornar evidente aos quea estudam a nítida oposição entre a luz que se ofereceincessantemente e a treva negativa. Ela descreve a for-midável luta da Fraternidade da Luz para fazer surgir, 85

O triângulo ígneo

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O triângulo ígneo

Na Fama Fraternitatis, há referências ao trigonumigneum, o triângulo de fogo. Depois de sua viagemmaravilhosa, Cristiano Rosacruz chega à Espanha. Atodos aqueles que querem escutá-lo por um momento,ele oferece todos os tesouros e toda a grande sabedoriaque reuniu; entretanto, somente recebe uma recusa bru-tal como resposta. As classes governamental, científica,artística e religiosa, graças à sua sagacidade lunar, foramde opinião que os oferecimentos de Cristiano Rosacruzeram totalmente opostos a suas próprias idéias e práticasprimitivas. Se tivessem aceitado esses dons divinos livre-mente oferecidos, então, segundo descreve a Fama, issoteria prejudicado seu prestígio; ficaria evidente que elesnada sabiam e teriam de retomar seus estudos, reconhe-cendo ao mesmo tempo seus longos anos de erros;veriam, então, secar a fonte de seus rendimentos e dimi-nuírem seus tesouros.

Pois bem, depois dessa amarga experiência, queem certo sentido nos é mais ou menos conhecida,antes de continuar a narrativa da viagem de CristianoRosacruz, a Fama entrega-se a uma profunda explica-ção esotérica e filosófica, para tornar evidente aos quea estudam a nítida oposição entre a luz que se ofereceincessantemente e a treva negativa. Ela descreve a for-midável luta da Fraternidade da Luz para fazer surgir, 85

O triângulo ígneo

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plana compreendida entre três linhas, mas ele podeapresentar-se também como um triângulo retângulo,obtusângulo ou acutângulo; e existem também triângulosesféricos.

Na franco-maçonaria mística, o triângulo é o princí-pio básico e a finalidade última de toda construção. Nocristianismo esotérico, gnóstico, o triângulo é represen-tado pelas três cruzes sobre a colina do Gólgota. Nafilosofia rosacruz, o triângulo simboliza os três aspec-tos do ego, a saber: o espírito divino, o espírito vital eo espírito humano. Na astrosofia mágica, encontramoso triângulo de fogo traçado por Áries, Leão e Sagitário.No planetário gnóstico, vemos o triângulo irradiarcomo Urano, Netuno e Plutão, os três poderosos sinaisna constelação de Serpentário e Cisne.

Conhecemos o triângulo cósmico sob os aspectosdo Pai, do Filho e do Espírito Santo, e o triângulosupracósmico como os três aspectos do Logos. No tra-balho da Escola Espiritual Moderna da Rosacruz Áurea,que antigamente era a continuação direta da franco-maçonaria mística, vemos surgir o mesmo triângulo nasexigências de Aquário: bondade, verdade e justiça.

Certamente poderíamos escrever um livro inteirosobre esses aspectos do triângulo e até sobre os quenão citamos aqui; é exatamente por isso que devemosnos limitar na escolha dessas prodigiosas riquezas.Seguiremos apenas uma linha única de pensamentomágico, para não nos perdermos na multiplicidade daschamas irradiantes.

O triângulo é o símbolo da harmonia absoluta, umsímbolo da triunidade; três é o produto da unidadeabsoluta, o número da perfeição. Essa idéia de absolu-to, de construção integral, espalha-se, a partir do aspec-to mais elevado do Logos, semelhante a uma chama

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destas trevas e desta barbárie, homens suficientementevalorosos para aplainar o caminho para o restante dacorrente de vida humana, até o luminoso brilho de umestágio superior da espiral evolutiva. Pensando nessafalange heróica, a Fama continua:

Sem dúvida, eles foram o vértice mais alto do triânguloígneo de onde as chamas se evadirão, daqui para fren-te, com energia cada vez maior, para acender, indefec-tivelmente, o último incêndio do mundo.

Quando pensamos nessas coisas, nossa grande admira-ção, nossa profunda veneração e nossa inexprimívelgratidão dirigem-se àqueles que edificaram a Frater-nidade da Luz no Ocidente, a esses nobres espíritosque foram içados dos abismos infernais para fora dopoço da morte, não para se tornarem libertos, massim para abrir um caminho, para preparar uma sendapara todos aqueles que viriam depois deles. Uma cor-rente de amor vem a nosso encontro. Vemos um pe-queno grupo de figuras luminosas em torno do Único,em torno de Cristo, com o qual e para o qual elasquerem carregar a cruz. Esses espíritos iluminadosformam o ápice do flamejante triângulo ígneo; e ésobre esse luminoso símbolo mágico que iremos falarneste capítulo.

De fato, é preciso ver nestas linhas uma confissão, umadeclaração. Sabereis quem somos, quais são nossasintenções, qual é o trabalho que nos ocupa e até queponto estamos ligados ao triângulo ígneo.

O triângulo mágico tem muitos aspectos. Descobri-mos isso quando estudamos os triângulos geométricos.Podemos considerar o triângulo como uma superfície

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plana compreendida entre três linhas, mas ele podeapresentar-se também como um triângulo retângulo,obtusângulo ou acutângulo; e existem também triângulosesféricos.

Na franco-maçonaria mística, o triângulo é o princí-pio básico e a finalidade última de toda construção. Nocristianismo esotérico, gnóstico, o triângulo é represen-tado pelas três cruzes sobre a colina do Gólgota. Nafilosofia rosacruz, o triângulo simboliza os três aspec-tos do ego, a saber: o espírito divino, o espírito vital eo espírito humano. Na astrosofia mágica, encontramoso triângulo de fogo traçado por Áries, Leão e Sagitário.No planetário gnóstico, vemos o triângulo irradiarcomo Urano, Netuno e Plutão, os três poderosos sinaisna constelação de Serpentário e Cisne.

Conhecemos o triângulo cósmico sob os aspectosdo Pai, do Filho e do Espírito Santo, e o triângulosupracósmico como os três aspectos do Logos. No tra-balho da Escola Espiritual Moderna da Rosacruz Áurea,que antigamente era a continuação direta da franco-maçonaria mística, vemos surgir o mesmo triângulo nasexigências de Aquário: bondade, verdade e justiça.

Certamente poderíamos escrever um livro inteirosobre esses aspectos do triângulo e até sobre os quenão citamos aqui; é exatamente por isso que devemosnos limitar na escolha dessas prodigiosas riquezas.Seguiremos apenas uma linha única de pensamentomágico, para não nos perdermos na multiplicidade daschamas irradiantes.

O triângulo é o símbolo da harmonia absoluta, umsímbolo da triunidade; três é o produto da unidadeabsoluta, o número da perfeição. Essa idéia de absolu-to, de construção integral, espalha-se, a partir do aspec-to mais elevado do Logos, semelhante a uma chama

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destas trevas e desta barbárie, homens suficientementevalorosos para aplainar o caminho para o restante dacorrente de vida humana, até o luminoso brilho de umestágio superior da espiral evolutiva. Pensando nessafalange heróica, a Fama continua:

Sem dúvida, eles foram o vértice mais alto do triânguloígneo de onde as chamas se evadirão, daqui para fren-te, com energia cada vez maior, para acender, indefec-tivelmente, o último incêndio do mundo.

Quando pensamos nessas coisas, nossa grande admira-ção, nossa profunda veneração e nossa inexprimívelgratidão dirigem-se àqueles que edificaram a Frater-nidade da Luz no Ocidente, a esses nobres espíritosque foram içados dos abismos infernais para fora dopoço da morte, não para se tornarem libertos, massim para abrir um caminho, para preparar uma sendapara todos aqueles que viriam depois deles. Uma cor-rente de amor vem a nosso encontro. Vemos um pe-queno grupo de figuras luminosas em torno do Único,em torno de Cristo, com o qual e para o qual elasquerem carregar a cruz. Esses espíritos iluminadosformam o ápice do flamejante triângulo ígneo; e ésobre esse luminoso símbolo mágico que iremos falarneste capítulo.

De fato, é preciso ver nestas linhas uma confissão, umadeclaração. Sabereis quem somos, quais são nossasintenções, qual é o trabalho que nos ocupa e até queponto estamos ligados ao triângulo ígneo.

O triângulo mágico tem muitos aspectos. Descobri-mos isso quando estudamos os triângulos geométricos.Podemos considerar o triângulo como uma superfície

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de fogo até que ele seja uma chama poderosa. Essachama se avivará cada vez mais e doará ao mundo aluz derradeira.

Agora, vejamos mais de perto como esse processopode desenvolver-se. Ele somente pode acontecer deuma única maneira: seguindo o caminho da bondade,da verdade e da justiça. Estas três palavras são as pala-vras-chaves de Urano, de Netuno e de Plutão. São osnomes das três propriedades libertadoras da hipófise,da glândula pineal e do guardião silencioso, a tireóide.São os três aspectos do ego.

Isso representa o serviço de amor total, em totalauto-sacrifício aos outros, o cristianismo integral, afranco-maçonaria absoluta. São as três cruzes no lugardo crânio, onde o sangue da reconciliação corre comoum resgate para muitos. Resumindo: trata-se aqui daação integral da cabeça, do coração e das mãos doshomens. É o trabalho de Aquário, o trabalho mágico daFraternidade da Rosacruz atual. A base do triângulorepresenta o conceito da bondade, e dessa base se ele-vam, de um lado, a verdade e, de outro, a justiça, e láonde essas duas forças ascendentes se tocam realiza-sea iniciação, essa chama que se torna sempre mais bri-lhante.

O que significa a bondade ? Qual é a intenção desseprincípio de Urano? Esse princípio refere-se à forma maissublime do verdadeiro amor, ao aspecto crístico das coi-sas. O que os homens fizeram, porém, do amor? Ele setornou algo sentimental, fraco, ou um impulso provoca-do por um sentimento incontrolável, ou ainda um estadopassional levado a seu limite máximo, um amor próprioexagerado ao extremo, um apego ao romantismo esotéri-co, enfim, um meio de preencher a própria vacuidade e

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incandescente, através de todos os domínios cósmicos.Por toda parte onde aparece, essa chama ígnea de Deusacende a substância-raiz cósmica e o caos se manifesta:uma agitação intensa, vibrante, pulsante, um impulsoevolutivo. Em sua imensa compaixão, a chama de fogodivino desce ainda mais baixo e aproxima-se da terraobscura, como a luz que brilha nas trevas, como a luzque faz nascer o caos, o movimento, a crise e o julga-mento. A ponta ígnea e cortante do triângulo divinodesce e penetra o mundo como um gládio. É o espíritode Cristo que veio não para trazer a paz, mas a espada.

O aluno que perscruta o céu na vigília noturna desua vida, aí buscando descobrir a luz de Deus, vê aschamas de fogo se precipitarem e tocar sua vida. A trin-dade, o triângulo ígneo de seu ser microcósmico, é ata-cada pelo triângulo divino. A trindade humana é simbo-lizada pelos três aspectos do Espírito, que podemos dis-cernir como três núcleos, como três estrelas suavemen-te luminosas na cabeça, que são as radiações da hipó-fise, da pineal e do espaço situado atrás do sínus fron-tal, entre as sobrancelhas.

Assim que esse encontro divino é celebrado, assimque os dois ápices dos triângulos se tocam, eleva-se umintenso conflito, um perecimento da natureza inferior euma ressurreição; os dois triângulos se interpenetram e éassim que nasce a imagem dos dois triângulos entrelaça-dos, a estrela de seis pontas, o hexagrama. Esse símbolomágico do número seis era considerado pelos antigoscabalistas como o símbolo da perfeição. Todos os queestudam As núpcias alquímicas de Christian Rosenkreuzcompreendem agora por que Cristiano Rosacruz sai dopoço sombrio graças à sexta corda.

Somente um iniciado unido a Deus e possuidordesse selo de Salomão pode desenvolver seu triângulo

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de fogo até que ele seja uma chama poderosa. Essachama se avivará cada vez mais e doará ao mundo aluz derradeira.

Agora, vejamos mais de perto como esse processopode desenvolver-se. Ele somente pode acontecer deuma única maneira: seguindo o caminho da bondade,da verdade e da justiça. Estas três palavras são as pala-vras-chaves de Urano, de Netuno e de Plutão. São osnomes das três propriedades libertadoras da hipófise,da glândula pineal e do guardião silencioso, a tireóide.São os três aspectos do ego.

Isso representa o serviço de amor total, em totalauto-sacrifício aos outros, o cristianismo integral, afranco-maçonaria absoluta. São as três cruzes no lugardo crânio, onde o sangue da reconciliação corre comoum resgate para muitos. Resumindo: trata-se aqui daação integral da cabeça, do coração e das mãos doshomens. É o trabalho de Aquário, o trabalho mágico daFraternidade da Rosacruz atual. A base do triângulorepresenta o conceito da bondade, e dessa base se ele-vam, de um lado, a verdade e, de outro, a justiça, e láonde essas duas forças ascendentes se tocam realiza-sea iniciação, essa chama que se torna sempre mais bri-lhante.

O que significa a bondade ? Qual é a intenção desseprincípio de Urano? Esse princípio refere-se à forma maissublime do verdadeiro amor, ao aspecto crístico das coi-sas. O que os homens fizeram, porém, do amor? Ele setornou algo sentimental, fraco, ou um impulso provoca-do por um sentimento incontrolável, ou ainda um estadopassional levado a seu limite máximo, um amor próprioexagerado ao extremo, um apego ao romantismo esotéri-co, enfim, um meio de preencher a própria vacuidade e

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incandescente, através de todos os domínios cósmicos.Por toda parte onde aparece, essa chama ígnea de Deusacende a substância-raiz cósmica e o caos se manifesta:uma agitação intensa, vibrante, pulsante, um impulsoevolutivo. Em sua imensa compaixão, a chama de fogodivino desce ainda mais baixo e aproxima-se da terraobscura, como a luz que brilha nas trevas, como a luzque faz nascer o caos, o movimento, a crise e o julga-mento. A ponta ígnea e cortante do triângulo divinodesce e penetra o mundo como um gládio. É o espíritode Cristo que veio não para trazer a paz, mas a espada.

O aluno que perscruta o céu na vigília noturna desua vida, aí buscando descobrir a luz de Deus, vê aschamas de fogo se precipitarem e tocar sua vida. A trin-dade, o triângulo ígneo de seu ser microcósmico, é ata-cada pelo triângulo divino. A trindade humana é simbo-lizada pelos três aspectos do Espírito, que podemos dis-cernir como três núcleos, como três estrelas suavemen-te luminosas na cabeça, que são as radiações da hipó-fise, da pineal e do espaço situado atrás do sínus fron-tal, entre as sobrancelhas.

Assim que esse encontro divino é celebrado, assimque os dois ápices dos triângulos se tocam, eleva-se umintenso conflito, um perecimento da natureza inferior euma ressurreição; os dois triângulos se interpenetram e éassim que nasce a imagem dos dois triângulos entrelaça-dos, a estrela de seis pontas, o hexagrama. Esse símbolomágico do número seis era considerado pelos antigoscabalistas como o símbolo da perfeição. Todos os queestudam As núpcias alquímicas de Christian Rosenkreuzcompreendem agora por que Cristiano Rosacruz sai dopoço sombrio graças à sexta corda.

Somente um iniciado unido a Deus e possuidordesse selo de Salomão pode desenvolver seu triângulo

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Da bondade nasce, em primeiro lugar, a verdade.Enquanto não tiverdes compreendido a verdadeirabondade do coração, no sentido esotérico, será impos-sível perceber a verdade; essa razão superior, esseprincípio netuniano, nasce da bondade. Esse é o segre-do de todo conhecimento verdadeiro. A bondade écomo o cajado simbólico de Moisés. Tocais com ele arocha do conhecimento universal e a água viva daíjorra, vibrante. Sois, então, revestidos da verdade liber-tadora. Vossa visão passa a ser mais aguda, vedes a agi-tação no escuro poço deste mundo; vedes as linhasdiretrizes da libertação; e, além de vosso amor, trazeisconvosco vossa sabedoria.

Porém, novamente o príncipe deste mundo tentamatar-vos; é então que a segunda cruz é erguida nolugar do crânio. Aquele que deseja ser o assassino davida inferior é crucificado como assassino no madeiroda cruz. Juntos, o coração e a cabeça são, desse modo,dependurados, em indizível sofrimento, e as gotas desangue se multiplicam e desaparecem pouco a pouconas areias do deserto.

E vede: da bondade também procede a justiça.Quando vosso coração irradia, cheio de amor verdadei-ro e já perfurastes as fontes da verdade eterna, o ser seeleva em plena positividade e exige justiça. O clamorde Aquário ressoa no mundo inteiro: Justiça! Observaisa horda negra em sua face manchada de crimes, barraisseu caminho, mesmo que ela esteja revestida com ummanto real ou com uma veste sacerdotal para mascararseu estado moribundo. Fazeis ressoar em seus ouvidoso grito por justiça, a exigência de Plutão por uma per-feita humanidade, pois a exigência de vosso triângulo éa exigência de Deus, do Logos, da chama do fogo eter-no que desce e penetra o tempo.

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a própria impotência. E cada um diz a si mesmo: “Senão estou conseguindo nada sozinho, então vou tentarcom a ajuda de alguém”. Esse amor é a própria ima-gem da negatividade. É limitado.

A base do triângulo nos leva a uma direção total-mente diferente. Ela exige a abnegação total, o doar-seimpessoalmente à humanidade, a compaixão absolutapor aqueles que vagueiam nas trevas. Somente pode-reis ser amigas e amigos de Aquário se conhecerdesum pouco dessa intensa misericórdia por todos aque-les que, submetidos a um destino cruel, debatem-seneste poço escuro do mundo, em uma miséria inco-mensurável.

Somente quando conhecerdes essa compaixão éque podereis vos considerar “filhos” d’Aquele que car-rega a dor do mundo. Então estareis prontos a deixarpai e mãe, sim, tudo, para servir a Deus, ao mundo eà humanidade. Nesse momento é que ireis “à Espanha”para oferecerdes vossos tesouros a todos, como o fezCristiano Rosacruz, o protótipo de vosso ser superior.Exatamente como ele, vós vos defrontareis com a recu-sa, com as insinuações e as perseguições; e tambémpor vossa vez escutareis o “Crucificai-o!”

Por vosso sacrifício, a cruz se eleva no lugar do crâ-nio e os soldados proferem injúrias ao redor de vossocoração que sangra. Eles lançam sortes sobre vossaposse espiritual manifestada na ação como se ela fosseuma mercadoria. Assim, o sangue escorre gota a gota devosso corpo: é vosso amor que alimenta o mundo; eleencharca a terra para que de seu seio um dia possamsurgir melhores frutos. É assim que assentamos o princí-pio fundamental do verdadeiro amor, o auto-sacrifícioem Cristo. É daí que se elevam, como já dissemos, duasoutras forças.

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Da bondade nasce, em primeiro lugar, a verdade.Enquanto não tiverdes compreendido a verdadeirabondade do coração, no sentido esotérico, será impos-sível perceber a verdade; essa razão superior, esseprincípio netuniano, nasce da bondade. Esse é o segre-do de todo conhecimento verdadeiro. A bondade écomo o cajado simbólico de Moisés. Tocais com ele arocha do conhecimento universal e a água viva daíjorra, vibrante. Sois, então, revestidos da verdade liber-tadora. Vossa visão passa a ser mais aguda, vedes a agi-tação no escuro poço deste mundo; vedes as linhasdiretrizes da libertação; e, além de vosso amor, trazeisconvosco vossa sabedoria.

Porém, novamente o príncipe deste mundo tentamatar-vos; é então que a segunda cruz é erguida nolugar do crânio. Aquele que deseja ser o assassino davida inferior é crucificado como assassino no madeiroda cruz. Juntos, o coração e a cabeça são, desse modo,dependurados, em indizível sofrimento, e as gotas desangue se multiplicam e desaparecem pouco a pouconas areias do deserto.

E vede: da bondade também procede a justiça.Quando vosso coração irradia, cheio de amor verdadei-ro e já perfurastes as fontes da verdade eterna, o ser seeleva em plena positividade e exige justiça. O clamorde Aquário ressoa no mundo inteiro: Justiça! Observaisa horda negra em sua face manchada de crimes, barraisseu caminho, mesmo que ela esteja revestida com ummanto real ou com uma veste sacerdotal para mascararseu estado moribundo. Fazeis ressoar em seus ouvidoso grito por justiça, a exigência de Plutão por uma per-feita humanidade, pois a exigência de vosso triângulo éa exigência de Deus, do Logos, da chama do fogo eter-no que desce e penetra o tempo.

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a própria impotência. E cada um diz a si mesmo: “Senão estou conseguindo nada sozinho, então vou tentarcom a ajuda de alguém”. Esse amor é a própria ima-gem da negatividade. É limitado.

A base do triângulo nos leva a uma direção total-mente diferente. Ela exige a abnegação total, o doar-seimpessoalmente à humanidade, a compaixão absolutapor aqueles que vagueiam nas trevas. Somente pode-reis ser amigas e amigos de Aquário se conhecerdesum pouco dessa intensa misericórdia por todos aque-les que, submetidos a um destino cruel, debatem-seneste poço escuro do mundo, em uma miséria inco-mensurável.

Somente quando conhecerdes essa compaixão éque podereis vos considerar “filhos” d’Aquele que car-rega a dor do mundo. Então estareis prontos a deixarpai e mãe, sim, tudo, para servir a Deus, ao mundo eà humanidade. Nesse momento é que ireis “à Espanha”para oferecerdes vossos tesouros a todos, como o fezCristiano Rosacruz, o protótipo de vosso ser superior.Exatamente como ele, vós vos defrontareis com a recu-sa, com as insinuações e as perseguições; e tambémpor vossa vez escutareis o “Crucificai-o!”

Por vosso sacrifício, a cruz se eleva no lugar do crâ-nio e os soldados proferem injúrias ao redor de vossocoração que sangra. Eles lançam sortes sobre vossaposse espiritual manifestada na ação como se ela fosseuma mercadoria. Assim, o sangue escorre gota a gota devosso corpo: é vosso amor que alimenta o mundo; eleencharca a terra para que de seu seio um dia possamsurgir melhores frutos. É assim que assentamos o princí-pio fundamental do verdadeiro amor, o auto-sacrifícioem Cristo. É daí que se elevam, como já dissemos, duasoutras forças.

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Clamores se elevam do escuro abismo, mas tudo con-tinua como antes.

Há outros, pseudo-esoteristas, que chafurdam demaneira negativa, buscando o conhecimento oculto;estudam cosmologia e tornam-se fabricantes de horós-copos. Entretanto, não possuem nenhuma bondade,nenhum amor, nenhum espírito de auto-sacrifício; seuamor é uma idéia que consiste em falar no vazio e noimaginário e em fazer de conta; a pungente emoção desentir o sofrimento dos homens é desconhecida paraeles. Quanto à justiça, eles não querem saber dela emabsoluto. Eles nem mesmo são capazes de justiça, poisfalta-lhes a força fundamental, o amor que é a autodoa-ção total. Eles não se ocupam da justiça porque, segun-do dizem, isso é assunto de Deus, e é melhor não semeter nisso. Para eles, pregar o Evangelho é o bastante.Porém, o segundo mandamento de Cristo, a cura dosdoentes, bate à sua porta em vão, pois eles não com-preendem que a cura dos doentes consiste de fato emcurar a humanidade sofredora e cega de sua ignorân-cia quanto ao caminho de libertação, do qual testemu-nha o Evangelho, e ajudá-la a seguir verdadeiramenteesse caminho pela efetiva atitude de vida e pelo ato. Seeles recusam Cristiano Rosacruz é porque não têm oconhecimento, o discernimento; é porque ainda fazemparte, eles mesmos, dos doentes, dos que precisam sercurados!

Há também aqueles que só buscam a justiça, semamor e sem verdade. A conseqüência é uma luta terrí-vel e sangrenta, golpes irracionais, incêndios e crimescomo práticas revolucionárias.

Existem ainda aqueles grupos que representamsomente dois aspectos do triângulo. São homens queconhecem a bondade e a verdade, mas que são muito

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Assim, a terceira cruz é erigida no lugar do crânio;o segundo assassino, o espírito humano, deixa-se pre-gar na cruz, em total oferenda. Desse modo, o espíritohumano perece na natureza inferior; mas, vede, o gran-de coração do mundo lhe diz: “Em verdade, em verda-de te digo: hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.

A morte se converte, aqui, em vitória. O pontoextremo do trigonum igneum foi atingido. Como umclarão, a luz que cega a escuridão atravessa o mundo,e como um grande clamor de júbilo ressoa o trovão, ogrito de liberdade do iniciado: Consummatum est! Estáconsumado!” O selo de Salomão, formado pelos doistriângulos entrelaçados, nasceu no sangue.

Eis a obra de Aquário, a única senda que conduz à liber-tação do mundo e da humanidade. O triângulo de fogoda bondade, da verdade e da justiça coloca-se no meiode vós e vos convida para serdes companheiros nessagrandiosa construção de Deus. Não penseis que esteensinamento do triângulo se impõe exclusivamente aosalunos da Escola da Rosacruz Áurea. Não: ele tambémse apresenta para todo o restante da humanidade.

E vemos como alguns se esforçam por reagir a ele.Entretanto, como não compreendem a filosofia ociden-tal, reagem pela metade, provocando uma intensa lutano campo mundial. Somente quem responde a estes trêsaspectos pode libertar-se de suas próprias correntes.

Há muitas pessoas no mundo que tentam respon-der à exigência do amor em auto-sacrifício; mas, comonão possuem a verdade, a verdade cósmica, daí resul-ta uma justiça deformada e distorcida. Elas não sabemcomo, a partir de gládios, “forjar foices”, segundo aspalavras de Isaías. Continuam, assim, a buscar e a lutarno âmbito do humanitarismo, sem jamais ter sucesso.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Clamores se elevam do escuro abismo, mas tudo con-tinua como antes.

Há outros, pseudo-esoteristas, que chafurdam demaneira negativa, buscando o conhecimento oculto;estudam cosmologia e tornam-se fabricantes de horós-copos. Entretanto, não possuem nenhuma bondade,nenhum amor, nenhum espírito de auto-sacrifício; seuamor é uma idéia que consiste em falar no vazio e noimaginário e em fazer de conta; a pungente emoção desentir o sofrimento dos homens é desconhecida paraeles. Quanto à justiça, eles não querem saber dela emabsoluto. Eles nem mesmo são capazes de justiça, poisfalta-lhes a força fundamental, o amor que é a autodoa-ção total. Eles não se ocupam da justiça porque, segun-do dizem, isso é assunto de Deus, e é melhor não semeter nisso. Para eles, pregar o Evangelho é o bastante.Porém, o segundo mandamento de Cristo, a cura dosdoentes, bate à sua porta em vão, pois eles não com-preendem que a cura dos doentes consiste de fato emcurar a humanidade sofredora e cega de sua ignorân-cia quanto ao caminho de libertação, do qual testemu-nha o Evangelho, e ajudá-la a seguir verdadeiramenteesse caminho pela efetiva atitude de vida e pelo ato. Seeles recusam Cristiano Rosacruz é porque não têm oconhecimento, o discernimento; é porque ainda fazemparte, eles mesmos, dos doentes, dos que precisam sercurados!

Há também aqueles que só buscam a justiça, semamor e sem verdade. A conseqüência é uma luta terrí-vel e sangrenta, golpes irracionais, incêndios e crimescomo práticas revolucionárias.

Existem ainda aqueles grupos que representamsomente dois aspectos do triângulo. São homens queconhecem a bondade e a verdade, mas que são muito

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Assim, a terceira cruz é erigida no lugar do crânio;o segundo assassino, o espírito humano, deixa-se pre-gar na cruz, em total oferenda. Desse modo, o espíritohumano perece na natureza inferior; mas, vede, o gran-de coração do mundo lhe diz: “Em verdade, em verda-de te digo: hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.

A morte se converte, aqui, em vitória. O pontoextremo do trigonum igneum foi atingido. Como umclarão, a luz que cega a escuridão atravessa o mundo,e como um grande clamor de júbilo ressoa o trovão, ogrito de liberdade do iniciado: Consummatum est! Estáconsumado!” O selo de Salomão, formado pelos doistriângulos entrelaçados, nasceu no sangue.

Eis a obra de Aquário, a única senda que conduz à liber-tação do mundo e da humanidade. O triângulo de fogoda bondade, da verdade e da justiça coloca-se no meiode vós e vos convida para serdes companheiros nessagrandiosa construção de Deus. Não penseis que esteensinamento do triângulo se impõe exclusivamente aosalunos da Escola da Rosacruz Áurea. Não: ele tambémse apresenta para todo o restante da humanidade.

E vemos como alguns se esforçam por reagir a ele.Entretanto, como não compreendem a filosofia ociden-tal, reagem pela metade, provocando uma intensa lutano campo mundial. Somente quem responde a estes trêsaspectos pode libertar-se de suas próprias correntes.

Há muitas pessoas no mundo que tentam respon-der à exigência do amor em auto-sacrifício; mas, comonão possuem a verdade, a verdade cósmica, daí resul-ta uma justiça deformada e distorcida. Elas não sabemcomo, a partir de gládios, “forjar foices”, segundo aspalavras de Isaías. Continuam, assim, a buscar e a lutarno âmbito do humanitarismo, sem jamais ter sucesso.

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Rompei vossos grilhões,vinde para a luz.Arrancai a máscarade vossa face.

Atravessai os portais,agora, nesta hora.Tomai aí o fachodo fogo sagrado.

Saí, deixai vossas casas,deixai tudo para trás.Aceitai vossa vocação:tomai sobre vós a cruz.

Chamai os homensque tão penosamente vão,que gemem enquanto caminhamem seus caminhos de dor.

Acordai de vossos sonhos!Sede vigilantes! Despertai!Sede obreiros da verdade.Executai vossa tarefa!

Erguei-vos já, em bondade!Lutai pela verdade!E, com todos os heróis,buscai a justiça.

Capítulo 7

covardes diante da justiça, perdendo, dessa maneira,toda eficácia. Outros, conhecendo a bondade e a justi-ça, permanecem impermeáveis à verdade cósmica: oresultado é um imenso desvio, e os sofrimentos dahumanidade se intensificam. Por fim, há os homens queamam a verdade e a justiça, mas que não possuembondade e permanecem igualmente impotentes, poissem Cristo nenhum desenvolvimento no sentido gnós-tico é possível.

Deixemos, portanto, que esse livro misterioso que é aFama Fraternitatis fale a vós. Impelimo-vos em direçãoao triângulo ígneo e, colocando-vos diante desse sím-bolo sagrado, perguntamo-vos a qual aspecto vos sen-tis ligados e quais são os valores que recusais cons-cientemente por covardia, por falta de amor, ou porignorância.

Sabeis agora qual é o objetivo da obra de Aquário,ou seja, realizar a obra mais sublime da Fraternidadeda Rosacruz, trabalho dos mais perigosos em uma épocadegenerada como a nossa. Quem tem coragem parajuntar-se às fileiras dos heróis do mundo, daqueles quetornaram possível a Fraternidade da Luz?

Chegará um tempo em que direis: “Se pelo menoseu tivesse respondido ao chamado da Rosacruz!” Esseserá o momento em que a luz despertará em glóriatriunfal. Entretanto, já não será possível para vós serum dos portadores de luz.

Uma onda de amor vem a nosso encontro e vemosum pequeno grupo de figuras luminosas ao redor doÚnico, ao redor de Cristo, com quem e por quem elasquerem carregar a cruz, a cruz tríplice, o flamejantetriângulo ígneo. E a canção das esferas vibra sobre aescura terra:

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Rompei vossos grilhões,vinde para a luz.Arrancai a máscarade vossa face.

Atravessai os portais,agora, nesta hora.Tomai aí o fachodo fogo sagrado.

Saí, deixai vossas casas,deixai tudo para trás.Aceitai vossa vocação:tomai sobre vós a cruz.

Chamai os homensque tão penosamente vão,que gemem enquanto caminhamem seus caminhos de dor.

Acordai de vossos sonhos!Sede vigilantes! Despertai!Sede obreiros da verdade.Executai vossa tarefa!

Erguei-vos já, em bondade!Lutai pela verdade!E, com todos os heróis,buscai a justiça.

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covardes diante da justiça, perdendo, dessa maneira,toda eficácia. Outros, conhecendo a bondade e a justi-ça, permanecem impermeáveis à verdade cósmica: oresultado é um imenso desvio, e os sofrimentos dahumanidade se intensificam. Por fim, há os homens queamam a verdade e a justiça, mas que não possuembondade e permanecem igualmente impotentes, poissem Cristo nenhum desenvolvimento no sentido gnós-tico é possível.

Deixemos, portanto, que esse livro misterioso que é aFama Fraternitatis fale a vós. Impelimo-vos em direçãoao triângulo ígneo e, colocando-vos diante desse sím-bolo sagrado, perguntamo-vos a qual aspecto vos sen-tis ligados e quais são os valores que recusais cons-cientemente por covardia, por falta de amor, ou porignorância.

Sabeis agora qual é o objetivo da obra de Aquário,ou seja, realizar a obra mais sublime da Fraternidadeda Rosacruz, trabalho dos mais perigosos em uma épocadegenerada como a nossa. Quem tem coragem parajuntar-se às fileiras dos heróis do mundo, daqueles quetornaram possível a Fraternidade da Luz?

Chegará um tempo em que direis: “Se pelo menoseu tivesse respondido ao chamado da Rosacruz!” Esseserá o momento em que a luz despertará em glóriatriunfal. Entretanto, já não será possível para vós serum dos portadores de luz.

Uma onda de amor vem a nosso encontro e vemosum pequeno grupo de figuras luminosas ao redor doÚnico, ao redor de Cristo, com quem e por quem elasquerem carregar a cruz, a cruz tríplice, o flamejantetriângulo ígneo. E a canção das esferas vibra sobre aescura terra:

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8Teofrasto, por vocação, foi também um desses heróis.Apesar de não haver entrado em nossa Fraternidade, eleleu diligentemente o Livro M, o qual iluminou seu discer-nimento inato. Contudo, a confusão dos eruditos e dosignorantes impediu esse homem de se desenvolvermelhor, de modo que nunca pôde falar pacificamentecom outrem de suas reflexões sobre a natureza. É por issoque, em seus textos, mais zombou dos indiscretos do quese deu a conhecer inteiramente. Todavia, a harmoniamencionada acima achava-se profundamente anco-rada nele, e ele a teria sem dúvida comunicado aossábios, se eles fossem encontrados mais dignos de umaarte superior do que inclinados a sutis vexações. Assim,ele desperdiçou seu tempo com uma vida livre e descui-dada, abandonando o mundo a seu tolo prazer.

Fama Fraternitatis R.C.

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8Teofrasto, por vocação, foi também um desses heróis.Apesar de não haver entrado em nossa Fraternidade, eleleu diligentemente o Livro M, o qual iluminou seu discer-nimento inato. Contudo, a confusão dos eruditos e dosignorantes impediu esse homem de se desenvolvermelhor, de modo que nunca pôde falar pacificamentecom outrem de suas reflexões sobre a natureza. É por issoque, em seus textos, mais zombou dos indiscretos do quese deu a conhecer inteiramente. Todavia, a harmoniamencionada acima achava-se profundamente anco-rada nele, e ele a teria sem dúvida comunicado aossábios, se eles fossem encontrados mais dignos de umaarte superior do que inclinados a sutis vexações. Assim,ele desperdiçou seu tempo com uma vida livre e descui-dada, abandonando o mundo a seu tolo prazer.

Fama Fraternitatis R.C.

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Teofrasto

Guiados pela Fama Fraternitatis, nós vos faremospenetrar agora na tragédia do passado, apresentando-vos um homem que a Fama chama de “Teofrasto”.“Teofrasto” significa o intérprete de Deus, mas semdúvida o conheceis sob o nome de Paracelso, que sig-nifica “o sublime”.

A Fama fala desse homem relacionando-o com otriângulo ígneo, pois existe no mundo um grupo depioneiros que usam o triângulo ígneo como o sinal fla-mejante da verdadeira franco-maçonaria mística, sinalde bondade, verdade e justiça. Paracelso pertencia emação e em verdade a esse grupo de servidores domundo. Talvez saibais o que aconteceu a esse homem:médico muito hábil e muito adiantado em relação aseu tempo, era, além disso, adepto da magia superiore possuía uma sabedoria tão perfeita e tão sublime,que seus contemporâneos, enciumados, não puderamseguir suas sábias dissertações. Seu renome espalhou-se por toda a Europa e as curas que realizou foramconsideradas grandes milagres pelo público. Ele revo-lucionou toda a base da ciência médica e renovou-aradicalmente, sob todos os aspectos.

Se houvessem escutado Paracelso, muitos fatos es-tranhos da história do mundo teriam acontecido demaneira totalmente diferente e hoje não teríamos de 99

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Teofrasto

Guiados pela Fama Fraternitatis, nós vos faremospenetrar agora na tragédia do passado, apresentando-vos um homem que a Fama chama de “Teofrasto”.“Teofrasto” significa o intérprete de Deus, mas semdúvida o conheceis sob o nome de Paracelso, que sig-nifica “o sublime”.

A Fama fala desse homem relacionando-o com otriângulo ígneo, pois existe no mundo um grupo depioneiros que usam o triângulo ígneo como o sinal fla-mejante da verdadeira franco-maçonaria mística, sinalde bondade, verdade e justiça. Paracelso pertencia emação e em verdade a esse grupo de servidores domundo. Talvez saibais o que aconteceu a esse homem:médico muito hábil e muito adiantado em relação aseu tempo, era, além disso, adepto da magia superiore possuía uma sabedoria tão perfeita e tão sublime,que seus contemporâneos, enciumados, não puderamseguir suas sábias dissertações. Seu renome espalhou-se por toda a Europa e as curas que realizou foramconsideradas grandes milagres pelo público. Ele revo-lucionou toda a base da ciência médica e renovou-aradicalmente, sob todos os aspectos.

Se houvessem escutado Paracelso, muitos fatos es-tranhos da história do mundo teriam acontecido demaneira totalmente diferente e hoje não teríamos de 99

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calúnia, mas podeis facilmente imaginar. A calúniatransforma o “Hosana” em “Crucificai-o”. Quandodesejais entrar nas fileiras dos pioneiros que lutam poruma ordem mundial diferente e melhor, quando içais oestandarte da bondade, da justiça e da verdade, entãoa calúnia cai sobre vós.

O grupo de pioneiros da Rosacruz é relativamentepouco numeroso. Como é possível que homens comuma visão totalmente diferente da nossa consigamainda prestar alguma atenção em nós? Entretanto, osgrandes deste mundo vertem calúnia sobre nosso tra-balho! Haverá, entre os grandes deste mundo, um certomedo de que a história de Davi e de Golias se repita?Em todo caso, não haverá de acontecer conosco o quesucedeu outrora com o antigo ministro francêsSalengro, que se suicidou quando as ondas de calúniase derramaram sobre ele. Os alunos da Rosacruz nãose suicidam e também não se inquietam com as conse-qüências de suas palavras e de seus atos, pois em pala-vras e atos eles estão sempre sintonizados com Aqueleque chamam de Senhor de toda a vida, Cristo, que rea-liza tudo no todo.

Os alunos da Rosacruz seguem apenas uma políti-ca: a do reino de Deus. E não falamos desse reino divi-no e de sua política em termos abstratos, mas em umalinguagem concreta. É por essa razão que estão fre-qüentemente irritados conosco. Não especulamos arespeito de uma pátria celeste que está por vir, mascolocamos aqui mesmo, no mundo dos fenômenos, anecessidade urgente de construir esse reino divino, aconstrução verdadeira das cabeças, dos corações e dasmãos que estão sintonizados com o cristianismo esoté-rico. Eis por que a calúnia não nos envolve, não nostoca, e por que usamos nossa funda de Davi contra as

Capítulo 8

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lutar contra tamanha corrupção, nem estaríamos envol-vidos em conflitos entre diferentes grupos. Os ensina-mentos de Paracelso teriam conduzido a uma reformamundial de indizível importância, e não é sem razãoque a Fama fala sobre ele.

Entretanto, os feitos e os gestos desse homemforam incessantemente combatidos pela multidão deeruditos e ignorantes, de tal modo que ele jamais pôdefalar pacificamente sobre sua compreensão e sobre seuconhecimento da natureza das coisas. Como ele sabiae fazia muito mais do que os outros, era detestado eevitado por todos aqueles que, na opinião do públicoe em sua própria, deveriam ser modelos do saber e darealização, mas que infelizmente falhavam.

Foi assim que esse desmascaramento provocouuma calúnia infame. Já no tempo de Paracelso isso eratão possível quanto é hoje. Quando se trata de empu-nhar a pérfida arma da calúnia, a massa ignorante temuma ação tão rápida como nunca. Se alguém não estáde acordo com uma determinada idéia ou com umalinha de conduta estabelecida, a calúnia sempre inter-vém. Se alguém luta destemidamente neste mundo eessa ação se torna incômoda de alguma maneira paradeterminados objetivos sórdidos, a calúnia aparece.

Quando sois muito pouco conscientes, muitonegativos para distinguir a luz das trevas, quandoainda não podeis ver irradiar a verdade e conseqüen-temente sofreis as dores decorrentes de um modo devida incorreto, então recorreis imediatamente à calú-nia; mergulhados em vossa miséria, aspirais sempre aum reencontro face a face com o provocador e final-mente a calúnia vos fornece um bode expiatório. Ahistória não conta quanta pureza, quantos esforçosjustos e idéias importantes foram aniquilados pela

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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calúnia, mas podeis facilmente imaginar. A calúniatransforma o “Hosana” em “Crucificai-o”. Quandodesejais entrar nas fileiras dos pioneiros que lutam poruma ordem mundial diferente e melhor, quando içais oestandarte da bondade, da justiça e da verdade, entãoa calúnia cai sobre vós.

O grupo de pioneiros da Rosacruz é relativamentepouco numeroso. Como é possível que homens comuma visão totalmente diferente da nossa consigamainda prestar alguma atenção em nós? Entretanto, osgrandes deste mundo vertem calúnia sobre nosso tra-balho! Haverá, entre os grandes deste mundo, um certomedo de que a história de Davi e de Golias se repita?Em todo caso, não haverá de acontecer conosco o quesucedeu outrora com o antigo ministro francêsSalengro, que se suicidou quando as ondas de calúniase derramaram sobre ele. Os alunos da Rosacruz nãose suicidam e também não se inquietam com as conse-qüências de suas palavras e de seus atos, pois em pala-vras e atos eles estão sempre sintonizados com Aqueleque chamam de Senhor de toda a vida, Cristo, que rea-liza tudo no todo.

Os alunos da Rosacruz seguem apenas uma políti-ca: a do reino de Deus. E não falamos desse reino divi-no e de sua política em termos abstratos, mas em umalinguagem concreta. É por essa razão que estão fre-qüentemente irritados conosco. Não especulamos arespeito de uma pátria celeste que está por vir, mascolocamos aqui mesmo, no mundo dos fenômenos, anecessidade urgente de construir esse reino divino, aconstrução verdadeira das cabeças, dos corações e dasmãos que estão sintonizados com o cristianismo esoté-rico. Eis por que a calúnia não nos envolve, não nostoca, e por que usamos nossa funda de Davi contra as

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lutar contra tamanha corrupção, nem estaríamos envol-vidos em conflitos entre diferentes grupos. Os ensina-mentos de Paracelso teriam conduzido a uma reformamundial de indizível importância, e não é sem razãoque a Fama fala sobre ele.

Entretanto, os feitos e os gestos desse homemforam incessantemente combatidos pela multidão deeruditos e ignorantes, de tal modo que ele jamais pôdefalar pacificamente sobre sua compreensão e sobre seuconhecimento da natureza das coisas. Como ele sabiae fazia muito mais do que os outros, era detestado eevitado por todos aqueles que, na opinião do públicoe em sua própria, deveriam ser modelos do saber e darealização, mas que infelizmente falhavam.

Foi assim que esse desmascaramento provocouuma calúnia infame. Já no tempo de Paracelso isso eratão possível quanto é hoje. Quando se trata de empu-nhar a pérfida arma da calúnia, a massa ignorante temuma ação tão rápida como nunca. Se alguém não estáde acordo com uma determinada idéia ou com umalinha de conduta estabelecida, a calúnia sempre inter-vém. Se alguém luta destemidamente neste mundo eessa ação se torna incômoda de alguma maneira paradeterminados objetivos sórdidos, a calúnia aparece.

Quando sois muito pouco conscientes, muitonegativos para distinguir a luz das trevas, quandoainda não podeis ver irradiar a verdade e conseqüen-temente sofreis as dores decorrentes de um modo devida incorreto, então recorreis imediatamente à calú-nia; mergulhados em vossa miséria, aspirais sempre aum reencontro face a face com o provocador e final-mente a calúnia vos fornece um bode expiatório. Ahistória não conta quanta pureza, quantos esforçosjustos e idéias importantes foram aniquilados pela

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teve um final tão trágico. Contestamos essa crítica porqueela não tem fundamentos, e a Fama Fraternitatis nos for-nece a prova disso. De fato, o Testamento da Ordem daRosacruz nos informa que Teofrasto havia lido com zeloo Livro M e que, por vocação e inspiração, pertencia real-mente ao ápice do triângulo de fogo.

Sabeis o que é preciso entender por Livro M. Aqueleque quiser estudá-lo deverá penetrar até a cidade secre-ta de Damcar, na Arábia, a cidade da beleza, da sabedo-ria e do amor, situada no país do Leão, de Cristo, o Leãode Judá. Aqueles que conhecem o Livro M pertencemaos iniciados dos mistérios ocidentais, aos grandesguias espirituais da humanidade. Aqueles que quise-rem conhecer o Livro M devem seguir o caminho tra-çado no testamento da Ordem, o caminho de CristianoRosacruz, a senda do sacrifício pessoal, a senda da pu-rificação pessoal, o caminho da bondade, da verdade eda justiça, a senda do ato.

Segundo nosso ponto de vista, Paracelso era um dosgrandes, e nele vemos um exemplo luminoso para overdadeiro aluno da Rosacruz. A tragédia da vida deParacelso também é nossa; sua luta também é nossa; seutrabalho também é nosso. É por essa razão que quere-mos nos concentrar na essência dessa luta. Queremosfazer reviver diante de vós Teofrasto, esse herói, parapoder comparar nossa realidade à dele, ao seu sacrifício,e conseguir desse modo determinar as linhas diretrizes,o chamado e o trabalho da Rosacruz nos tempos atuais.

Assim, baseamo-nos na declaração da Fama quediz que Paracelso ficou terrivelmente abatido com asdeclarações de tantos eruditos e ignorantes:

A confusão dos eruditos e dos ignorantes impediu essehomem de se desenvolver melhor, de modo que nunca

Capítulo 8

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forças “bem visíveis” das trevas (Golias significa: bemvisível), na certeza da vitória.

Seria pretensioso falar em vitória? Não, pois, quan-do Cristiano Rosacruz, o protótipo de nosso verdadei-ro ser, recebe o convite para a festa da consumação,sua convocação carrega, com o sinal da cruz, a men-ção: “Por este sinal vencerás”. Compreendeis, certa-mente, esse simbolismo.

Assim, a calúnia atinge Paracelso, sem, entretanto, ani-quilá-lo. Ele teve o mesmo destino de muitos apósto-los da bondade, da verdade e da justiça. Ele foi assas-sinado, mas isso não o aniquilou. Seu conhecimento,seu amor e a harmonia que ele havia encontrado aca-barão por conquistar o mundo. O fogo do espírito deDeus, de Teofrasto, o intérprete divino, o fogo do fla-mejante triângulo, triunfará.

A grande tragédia da vida de Paracelso foi não terconseguido demonstrar quem ele realmente era. Ele nãoconseguiu agir como tanto gostaria de ter feito. Toda asua vida foi uma luta para resguardar sua postura espi-ritual face a seus difamadores e ainda fazer alguma coisapelo bem da humanidade sofredora. Ele alimentou umapolêmica incessante contra os inimigos da humanidadee introduziu conscientemente algumas mutilações emsuas obras, com a finalidade de frustrar todo e qualqueremprego incorreto que alguém quisesse fazer dela.Desse modo, o tempo passou sem que ele tivesse con-seguido ser o construtor que tanto gostaria de ter sido.Ele deixou a vida sem ter acabado inteiramente o quepoderia ter feito.

Como já aconteceu antes, pode ocorrer que aquelesque estudam Paracelso venham a imaginar que ele teriacometido graves faltas, que explicariam por que sua vida

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teve um final tão trágico. Contestamos essa crítica porqueela não tem fundamentos, e a Fama Fraternitatis nos for-nece a prova disso. De fato, o Testamento da Ordem daRosacruz nos informa que Teofrasto havia lido com zeloo Livro M e que, por vocação e inspiração, pertencia real-mente ao ápice do triângulo de fogo.

Sabeis o que é preciso entender por Livro M. Aqueleque quiser estudá-lo deverá penetrar até a cidade secre-ta de Damcar, na Arábia, a cidade da beleza, da sabedo-ria e do amor, situada no país do Leão, de Cristo, o Leãode Judá. Aqueles que conhecem o Livro M pertencemaos iniciados dos mistérios ocidentais, aos grandesguias espirituais da humanidade. Aqueles que quise-rem conhecer o Livro M devem seguir o caminho tra-çado no testamento da Ordem, o caminho de CristianoRosacruz, a senda do sacrifício pessoal, a senda da pu-rificação pessoal, o caminho da bondade, da verdade eda justiça, a senda do ato.

Segundo nosso ponto de vista, Paracelso era um dosgrandes, e nele vemos um exemplo luminoso para overdadeiro aluno da Rosacruz. A tragédia da vida deParacelso também é nossa; sua luta também é nossa; seutrabalho também é nosso. É por essa razão que quere-mos nos concentrar na essência dessa luta. Queremosfazer reviver diante de vós Teofrasto, esse herói, parapoder comparar nossa realidade à dele, ao seu sacrifício,e conseguir desse modo determinar as linhas diretrizes,o chamado e o trabalho da Rosacruz nos tempos atuais.

Assim, baseamo-nos na declaração da Fama quediz que Paracelso ficou terrivelmente abatido com asdeclarações de tantos eruditos e ignorantes:

A confusão dos eruditos e dos ignorantes impediu essehomem de se desenvolver melhor, de modo que nunca

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forças “bem visíveis” das trevas (Golias significa: bemvisível), na certeza da vitória.

Seria pretensioso falar em vitória? Não, pois, quan-do Cristiano Rosacruz, o protótipo de nosso verdadei-ro ser, recebe o convite para a festa da consumação,sua convocação carrega, com o sinal da cruz, a men-ção: “Por este sinal vencerás”. Compreendeis, certa-mente, esse simbolismo.

Assim, a calúnia atinge Paracelso, sem, entretanto, ani-quilá-lo. Ele teve o mesmo destino de muitos apósto-los da bondade, da verdade e da justiça. Ele foi assas-sinado, mas isso não o aniquilou. Seu conhecimento,seu amor e a harmonia que ele havia encontrado aca-barão por conquistar o mundo. O fogo do espírito deDeus, de Teofrasto, o intérprete divino, o fogo do fla-mejante triângulo, triunfará.

A grande tragédia da vida de Paracelso foi não terconseguido demonstrar quem ele realmente era. Ele nãoconseguiu agir como tanto gostaria de ter feito. Toda asua vida foi uma luta para resguardar sua postura espi-ritual face a seus difamadores e ainda fazer alguma coisapelo bem da humanidade sofredora. Ele alimentou umapolêmica incessante contra os inimigos da humanidadee introduziu conscientemente algumas mutilações emsuas obras, com a finalidade de frustrar todo e qualqueremprego incorreto que alguém quisesse fazer dela.Desse modo, o tempo passou sem que ele tivesse con-seguido ser o construtor que tanto gostaria de ter sido.Ele deixou a vida sem ter acabado inteiramente o quepoderia ter feito.

Como já aconteceu antes, pode ocorrer que aquelesque estudam Paracelso venham a imaginar que ele teriacometido graves faltas, que explicariam por que sua vida

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O chamado da Fraternidade Rosacruz

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aluno da Rosacruz tem realmente um trabalho magní-fico a realizar junto a essa negatividade. Está tão beme tão refinadamente concebido! Ele não tem nada afazer além de ser uma luz neste mundo, uma grandeluz, e deve falar algo sobre a filosofia rosacruz. E natu-ralmente também deve falar de amor, mas, nesse caso,em sentido esotérico. Compreendeis isso, não é verda-de? Ele tem de estar acima dos fenômenos históricos edeve vigiar para não queimar seus dedos no caldeirãoefervescente das feiticeiras da vida. Ele se mantém forade tudo isso, bem longe, bem seguro, bem acima detudo isso, bem no alto. Recebe a todos com um sorri-so, um sorriso de amor compreensivo: ele é uma lâm-pada de arco com a força luminosa de quinze velas.Quando ele dá a mão a alguém, dá igualmente a outro,pois Deus faz luzir seu sol sobre maus e bons; afinal,Cristo se doa a todos! Pensais que esse homem vai dei-xar por menos?

Assim, estendeis vossa mão para o bem e dais umforte aperto de mãos ao mal; desse modo, cuidais paraque nenhum dos dois escape. É assim que, pela mácompreensão do amor de Cristo, sois impulsionados amanter o mal como está e a fazer crescer os sofrimen-tos neste mundo. Tal interpretação do amor constituium dos maiores perigos para a humanidade! Ela man-tém os homens distantes da realidade e do ato verda-deiro, introduz o equilíbrio entre o branco e o negro eé desprovida de caráter: ela é negativa. Compreendeibem. Ser desprovido de caráter não significa para nósser mau, mas, sim, estúpido e ignorante. A malignida-de e os atos maus podem ser as conseqüências daimbecilidade e da ignorância. Um caráter se forma deacordo com a medida de crescimento da alma que pos-suímos.

pôde falar pacificamente com outrem de suas reflexõessobre a natureza. É por isso que, em seus textos, maiszombou dos indiscretos do que se deu a conhecer intei-ramente.

Suponhamos, por exemplo, que já tivésseis estudado oLivro M e que tivésseis penetrado até Damcar, naArábia. Compreenderíeis, então, todo o alcance da exi-gência crística no mundo das aparências; vosso ser seconsumiria no fogo do amor pela humanidade e per-ceberíeis com agudeza tudo o que se opõe à realiza-ção da lei de Cristo neste mundo; seríeis igualmentetorturados pela dor e pela tristeza causadas pelos terrí-veis sofrimentos da humanidade, por suas idéias falsase por suas ações insanas e, enfim, começaríeis a traba-lhar para fazer tudo o que deve ser feito em prol dotriunfo da luz.

Há estudiosos de ciências espirituais que se atêmunicamente a levar em consideração o objetivo final dasenda. Praticam a meditação e concentram-se no reinode Cristo. Desenham os contornos da Nova Jerusalém,versificam, escrevem e falam sobre o amor de Deusque é manifestado em Cristo. Eles dizem: “O amorexige amabilidade para com os homens; o amor é ven-tura e felicidade; o amor é paz e harmonia; o amor é ofarfalhar das palmas e o som das trombetas. O amorexige a amizade e o não-julgar, pois em todos os seresrepousa uma centelha divina e cada ser é um deus-em-devir. O amor é não-violência”. Eis como ressoam emnossos ouvidos os sons melodiosos do amor poético. Evemos as tulipas brancas e as piedosas procissões delanternas brancas, as campanhas feministas para a paze as reuniões de testemunho pela igreja e pela paz, eouvimos protestos contra a violência. E dizem que o

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aluno da Rosacruz tem realmente um trabalho magní-fico a realizar junto a essa negatividade. Está tão beme tão refinadamente concebido! Ele não tem nada afazer além de ser uma luz neste mundo, uma grandeluz, e deve falar algo sobre a filosofia rosacruz. E natu-ralmente também deve falar de amor, mas, nesse caso,em sentido esotérico. Compreendeis isso, não é verda-de? Ele tem de estar acima dos fenômenos históricos edeve vigiar para não queimar seus dedos no caldeirãoefervescente das feiticeiras da vida. Ele se mantém forade tudo isso, bem longe, bem seguro, bem acima detudo isso, bem no alto. Recebe a todos com um sorri-so, um sorriso de amor compreensivo: ele é uma lâm-pada de arco com a força luminosa de quinze velas.Quando ele dá a mão a alguém, dá igualmente a outro,pois Deus faz luzir seu sol sobre maus e bons; afinal,Cristo se doa a todos! Pensais que esse homem vai dei-xar por menos?

Assim, estendeis vossa mão para o bem e dais umforte aperto de mãos ao mal; desse modo, cuidais paraque nenhum dos dois escape. É assim que, pela mácompreensão do amor de Cristo, sois impulsionados amanter o mal como está e a fazer crescer os sofrimen-tos neste mundo. Tal interpretação do amor constituium dos maiores perigos para a humanidade! Ela man-tém os homens distantes da realidade e do ato verda-deiro, introduz o equilíbrio entre o branco e o negro eé desprovida de caráter: ela é negativa. Compreendeibem. Ser desprovido de caráter não significa para nósser mau, mas, sim, estúpido e ignorante. A malignida-de e os atos maus podem ser as conseqüências daimbecilidade e da ignorância. Um caráter se forma deacordo com a medida de crescimento da alma que pos-suímos.

pôde falar pacificamente com outrem de suas reflexõessobre a natureza. É por isso que, em seus textos, maiszombou dos indiscretos do que se deu a conhecer intei-ramente.

Suponhamos, por exemplo, que já tivésseis estudado oLivro M e que tivésseis penetrado até Damcar, naArábia. Compreenderíeis, então, todo o alcance da exi-gência crística no mundo das aparências; vosso ser seconsumiria no fogo do amor pela humanidade e per-ceberíeis com agudeza tudo o que se opõe à realiza-ção da lei de Cristo neste mundo; seríeis igualmentetorturados pela dor e pela tristeza causadas pelos terrí-veis sofrimentos da humanidade, por suas idéias falsase por suas ações insanas e, enfim, começaríeis a traba-lhar para fazer tudo o que deve ser feito em prol dotriunfo da luz.

Há estudiosos de ciências espirituais que se atêmunicamente a levar em consideração o objetivo final dasenda. Praticam a meditação e concentram-se no reinode Cristo. Desenham os contornos da Nova Jerusalém,versificam, escrevem e falam sobre o amor de Deusque é manifestado em Cristo. Eles dizem: “O amorexige amabilidade para com os homens; o amor é ven-tura e felicidade; o amor é paz e harmonia; o amor é ofarfalhar das palmas e o som das trombetas. O amorexige a amizade e o não-julgar, pois em todos os seresrepousa uma centelha divina e cada ser é um deus-em-devir. O amor é não-violência”. Eis como ressoam emnossos ouvidos os sons melodiosos do amor poético. Evemos as tulipas brancas e as piedosas procissões delanternas brancas, as campanhas feministas para a paze as reuniões de testemunho pela igreja e pela paz, eouvimos protestos contra a violência. E dizem que o

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alcançam, dizemos: “Aí está vosso assassino!” Quandotodo tipo de manobras de desvios religiosas é inventa-do, e as ovelhas sem pastor perguntam, angustiadas:“Onde está a traição?”, então dizemos: “Ela está aí nobálsamo dos textos bíblicos, aplicados no coração dospobres seres humanos desamparados!”

Eis a verdade que a lei do amor exige que expres-semos.

Escrevemos isso porque, diante de nós, ergue-se a figu-ra luminosa de Teofrasto Paracelso. Esse era umhomem que amava a verdade acima de tudo. Ele der-ramou a verdade, essa verdade plena de amor, sobreseus arrogantes contemporâneos. Não foi ele o ranco-roso, mas rancorosos foram aqueles que se retraíramsob a magnífica luz de seu amor inelutável e que final-mente o apedrejaram.

Escrevemos isso para dizer que a Rosacruz é irresis-tível. Escrevemos isso porque queremos vos dizer queos Irmãos Maiores construíram uma fortaleza inexpug-nável em meio a este mundo. Chamamos a essa forta-leza Escola de Mistérios.

Cristiano Rosacruz terminou sua viagem. Ele entrouna Espanha e ofereceu seus tesouros a todos os sábiose chefes de Estado da Europa. Entretanto, eles o insul-taram, não o aceitaram e até o expulsaram dali. Suaoferenda magnífica era destinada a todos, mas não foiaceita. O triângulo ígneo de beleza, sabedoria e amorestava pronto para irradiar neste mundo, mas o mundonão o aceitou.

Teofrasto veio também com suas dádivas: recusa-ram-nas. Teofrasto veio com sua obra: semearam arma-dilhas em seu caminho e caluniaram-no. Teofrasto veiocom sua verdade, seu protesto, seu desmascaramento:

Capítulo 8

107

Aqueles que podem estudar o Livro M chegam aDamcar por meio do ato. Sua alma tríplice já desabro-chou e, guiados pela luz da estrela de Belém, avançamaté Aquele que sustenta o Universo. Eles penetram atéa gruta natal deste mundo, e fazem a oferenda de ourode suas almas. Ao mesmo tempo em que são recebidospor José, o carpinteiro, eles querem se tornar tambémconstrutores, e juntam-se às fileiras dos verdadeirosmaçons.

Então compreendereis o que é o amor. Então sen-tireis a força triunfante do amor, o segredo do verda-deiro amor. Não se trata simplesmente de uma tensãomeditativa, de uma emissão de pensamentos carrega-dos de amor e nada mais. Isso poderia ter seu valor,mas é apenas a terça parte da panacéia curadora. Overdadeiro amor derruba os dogmas, é constantemen-te inteligente e cumpre com a exigência do momento.Assim como a verdade, o amor se dirige a todo serindigno. Ele é como um raio que ilumina a escuridão.O amor é, na verdade, protetor, estimulante, explicati-vo e desmascarador. Milhares e milhares de pessoasneste mundo se traíram e se venderam por sua própriaignorância, por sua negatividade, distanciando-se, assim,do que é essencialmente crístico. Quando os vencidosreerguem a cabeça, lançam seu grito de dor e buscambodes expiatórios, eles são colocados em falsos cami-nhos e, em sua ilusão, acalentam víboras em seus cora-ções despedaçados. Voltam-se contra seus amigos econtra os que os ajudam. Lançam no rosto de Cristo:“Crucificai-o!”

É por isso que a exigência do verdadeiro amor éindicar o branco e o preto. O homem é instigado a lutarcontra seus irmãos. Por isso dizemos: “Aí espreita a trai-ção! Ei-la!” Quando os gemidos de dor dos homens nos

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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alcançam, dizemos: “Aí está vosso assassino!” Quandotodo tipo de manobras de desvios religiosas é inventa-do, e as ovelhas sem pastor perguntam, angustiadas:“Onde está a traição?”, então dizemos: “Ela está aí nobálsamo dos textos bíblicos, aplicados no coração dospobres seres humanos desamparados!”

Eis a verdade que a lei do amor exige que expres-semos.

Escrevemos isso porque, diante de nós, ergue-se a figu-ra luminosa de Teofrasto Paracelso. Esse era umhomem que amava a verdade acima de tudo. Ele der-ramou a verdade, essa verdade plena de amor, sobreseus arrogantes contemporâneos. Não foi ele o ranco-roso, mas rancorosos foram aqueles que se retraíramsob a magnífica luz de seu amor inelutável e que final-mente o apedrejaram.

Escrevemos isso para dizer que a Rosacruz é irresis-tível. Escrevemos isso porque queremos vos dizer queos Irmãos Maiores construíram uma fortaleza inexpug-nável em meio a este mundo. Chamamos a essa forta-leza Escola de Mistérios.

Cristiano Rosacruz terminou sua viagem. Ele entrouna Espanha e ofereceu seus tesouros a todos os sábiose chefes de Estado da Europa. Entretanto, eles o insul-taram, não o aceitaram e até o expulsaram dali. Suaoferenda magnífica era destinada a todos, mas não foiaceita. O triângulo ígneo de beleza, sabedoria e amorestava pronto para irradiar neste mundo, mas o mundonão o aceitou.

Teofrasto veio também com suas dádivas: recusa-ram-nas. Teofrasto veio com sua obra: semearam arma-dilhas em seu caminho e caluniaram-no. Teofrasto veiocom sua verdade, seu protesto, seu desmascaramento:

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Aqueles que podem estudar o Livro M chegam aDamcar por meio do ato. Sua alma tríplice já desabro-chou e, guiados pela luz da estrela de Belém, avançamaté Aquele que sustenta o Universo. Eles penetram atéa gruta natal deste mundo, e fazem a oferenda de ourode suas almas. Ao mesmo tempo em que são recebidospor José, o carpinteiro, eles querem se tornar tambémconstrutores, e juntam-se às fileiras dos verdadeirosmaçons.

Então compreendereis o que é o amor. Então sen-tireis a força triunfante do amor, o segredo do verda-deiro amor. Não se trata simplesmente de uma tensãomeditativa, de uma emissão de pensamentos carrega-dos de amor e nada mais. Isso poderia ter seu valor,mas é apenas a terça parte da panacéia curadora. Overdadeiro amor derruba os dogmas, é constantemen-te inteligente e cumpre com a exigência do momento.Assim como a verdade, o amor se dirige a todo serindigno. Ele é como um raio que ilumina a escuridão.O amor é, na verdade, protetor, estimulante, explicati-vo e desmascarador. Milhares e milhares de pessoasneste mundo se traíram e se venderam por sua própriaignorância, por sua negatividade, distanciando-se, assim,do que é essencialmente crístico. Quando os vencidosreerguem a cabeça, lançam seu grito de dor e buscambodes expiatórios, eles são colocados em falsos cami-nhos e, em sua ilusão, acalentam víboras em seus cora-ções despedaçados. Voltam-se contra seus amigos econtra os que os ajudam. Lançam no rosto de Cristo:“Crucificai-o!”

É por isso que a exigência do verdadeiro amor éindicar o branco e o preto. O homem é instigado a lutarcontra seus irmãos. Por isso dizemos: “Aí espreita a trai-ção! Ei-la!” Quando os gemidos de dor dos homens nos

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9Não esqueçamos, porém, nosso amado Pai, Irmão C.R.que, após muitas viagens cansativas e após um ensina-mento verídico ofertado em vão, regressou à Alemanha,que ele – por causa da mudança iminente e da luta sin-gularmente perigosa que aí deviam ocorrer – amava decoração. Embora lá pudesse ter brilhado por sua arte, emespecial pela transmutação dos metais, interessou-semais pelo céu e por seus cidadãos, os homens, do que portoda glória. Contudo, construiu para si uma moradaapropriada e limpa, onde meditou sobre suas viagens esua filosofia e sobre as quais escreveu um relatório. Nessacasa dedicou-se um longo tempo à Matemática e fez, detodos os âmbitos da arte, muitos belos instrumentos, dosquais, entretanto, somente chegaram até nós poucas coi-sas, assim como veremos em seguida.

Fama Fraternitatis R.C.

mataram-no. O mundo não queria contemplar as mara-vilhosas vastidões do Livro M.

E então? Então erigiu-se a Escola de Mistérios, a for-taleza inexpugnável, a Escola de Mistérios do Oci-dente. Nós, a Jovem Fraternidade Gnóstica, somos avanguarda, o grupo de pioneiros, os enviados encarre-gados de vos falar dessa maravilhosa magnificência,dessa vitória que já está assegurada.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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9Não esqueçamos, porém, nosso amado Pai, Irmão C.R.que, após muitas viagens cansativas e após um ensina-mento verídico ofertado em vão, regressou à Alemanha,que ele – por causa da mudança iminente e da luta sin-gularmente perigosa que aí deviam ocorrer – amava decoração. Embora lá pudesse ter brilhado por sua arte, emespecial pela transmutação dos metais, interessou-semais pelo céu e por seus cidadãos, os homens, do que portoda glória. Contudo, construiu para si uma moradaapropriada e limpa, onde meditou sobre suas viagens esua filosofia e sobre as quais escreveu um relatório. Nessacasa dedicou-se um longo tempo à Matemática e fez, detodos os âmbitos da arte, muitos belos instrumentos, dosquais, entretanto, somente chegaram até nós poucas coi-sas, assim como veremos em seguida.

Fama Fraternitatis R.C.

mataram-no. O mundo não queria contemplar as mara-vilhosas vastidões do Livro M.

E então? Então erigiu-se a Escola de Mistérios, a for-taleza inexpugnável, a Escola de Mistérios do Oci-dente. Nós, a Jovem Fraternidade Gnóstica, somos avanguarda, o grupo de pioneiros, os enviados encarre-gados de vos falar dessa maravilhosa magnificência,dessa vitória que já está assegurada.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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9

De volta para a Alemanha

Conhecemos os efeitos da queda de uma pedra naágua. Quando ela toca a superfície da água, forma-seuma onda circular que se expande em círculos cada vezmais largos, que finalmente se dissipam. Esse movimen-to, ao qual estamos tão acostumados, é regido por umalei cósmica. Quando dois objetos se encontram, a forçaassim liberada expande-se em círculos. Em todos osdomínios da matéria e do espírito encontramos omesmo fenômeno. No que diz respeito à luz, ao som,às vibrações etéricas, às ondas de força mental e etc.,constatamos sua propagação sob a forma de ondasesféricas. É em virtude desse fenômeno que se fala, nosmeios esotéricos, de “círculos de força”. A força libera-da se estende cada vez mais longe, até perder-se noUniverso. É preciso concluir que a efusão de força quefaz nascer o movimento deve sempre repetir-se se qui-sermos criar um resultado permanente. Assim, aborda-mos uma outra lei cósmica: a da repetição.

Imaginai que um grupo de homens deva aprender areagir a uma certa vibração. A vibração ou sinfonia sono-ra é produzida e depois se dissipa em poucos instantes,escapando ao poder de assimilação. É necessário repetirincessantemente um novo som, na mesma freqüência,para que esse grupo de homens manifeste finalmentesinais de uma reação, de uma realização. Comprovado o 111

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De volta para a Alemanha

Conhecemos os efeitos da queda de uma pedra naágua. Quando ela toca a superfície da água, forma-seuma onda circular que se expande em círculos cada vezmais largos, que finalmente se dissipam. Esse movimen-to, ao qual estamos tão acostumados, é regido por umalei cósmica. Quando dois objetos se encontram, a forçaassim liberada expande-se em círculos. Em todos osdomínios da matéria e do espírito encontramos omesmo fenômeno. No que diz respeito à luz, ao som,às vibrações etéricas, às ondas de força mental e etc.,constatamos sua propagação sob a forma de ondasesféricas. É em virtude desse fenômeno que se fala, nosmeios esotéricos, de “círculos de força”. A força libera-da se estende cada vez mais longe, até perder-se noUniverso. É preciso concluir que a efusão de força quefaz nascer o movimento deve sempre repetir-se se qui-sermos criar um resultado permanente. Assim, aborda-mos uma outra lei cósmica: a da repetição.

Imaginai que um grupo de homens deva aprender areagir a uma certa vibração. A vibração ou sinfonia sono-ra é produzida e depois se dissipa em poucos instantes,escapando ao poder de assimilação. É necessário repetirincessantemente um novo som, na mesma freqüência,para que esse grupo de homens manifeste finalmentesinais de uma reação, de uma realização. Comprovado o 111

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modo inadequado começando a trabalhar na direçãocorreta. Ele sabe que um obreiro firme juntou-se aogrupo dos pioneiros.

Entretanto, o que dizer da pessoa que se consideraextremamente religiosa, totalmente voltada paraAquele que sustenta o Universo enquanto, por seucomportamento negativo, se apega a valores ultrapas-sados e, em sua ignorância, não pára de ultrajar aCristo com suas preces e seus salmos, com seu falsomisticismo? Uma pessoa como essa não conseguemudar seu ponto de vista; diante dela, devemos ape-nas calar; um caso como esse é um caso perdido.

Suponde, por exemplo, que as forças que animama Rosacruz cheguem até vós amanhã, com um fervoro-so e premente convite para servirdes à grande obra deuma determinada maneira; que elas vos roguem, vossupliquem ardentemente, dizendo: “Vinde auxiliar-nos!”, e que vós vos recuseis baseados na opinião deum esoterista, de um texto, ou de uma doutrina.

Imaginareis facilmente o quanto alguém pode rejei-tar a Cristo baseando-se em uma de suas sentenças. Ostrabalhadores na vinha do Senhor temem sempre quejá não se perceba o pulsar do tempo e as obrigaçõesque daí decorrem; que as ondas ritmadas dos impulsosde força já não sejam compreendidas e que se fiqueagarrado ao passado; que ninguém mais queira percor-rer o caminho da construção do mundo; que os sonscelestes de bondade, verdade e justiça sejam rejeitados,apagando assim as chamas do triângulo ígneo.

Aí está a constante incerteza em que permanece-mos: que, quando chegar o momento que sempre serepete, semelhante àquele no jardim do Getsêmani:“Não pudeste vigiar comigo nem uma hora?”, tenhaisadormecido sobre vossas mistificações dedicadas a Deus,

Capítulo 9

113

resultado, outra sinfonia passa a ser necessária parapermitir um novo passo na direção desejada. Alémdisso, a sinfonia sempre deve estar de acordo com aépoca, com os hábitos e com os costumes. Conse-qüentemente, os trabalhadores na vinha do Senhor,conforme alguns já observaram, devem estar semprevigilantes. O método de trabalho deve ser continua-mente adaptado às circunstâncias. O obreiro que sórepete e revive o que pertence a um círculo de forçaque já se dissipou não está preparado para ouvir asnovas composições dos inteligentes e constantesIrmãos Maiores da Rosacruz.

Não penseis jamais que a onda de vida humana éestática. Inúmeras e poderosas forças a influenciam, ecada impulso é adaptado à necessidade do momento.Essa certeza nos leva a conseqüências de amplo alcan-ce. Pensai por um instante na Igreja. Como fenômenosocial, ela apresenta dois aspectos: primeiramente, nósa conhecemos pelas manifestações humanitárias, comtodos os equívocos que isso comporta. Eis por que aRosacruz rejeita a Igreja. Esta também aparece comseus antigos valores místicos, baseados em círculos deforça anteriores. São essas últimas características daIgreja que o aluno da Rosacruz mais deplora. Por quê?Porque uma Igreja que se adapta ao mundo acelera acrise, precipita o novo devir, a explosão, enquanto quea Igreja que se compraz com valores ultrapassadosdemonstra, por sua negatividade, que seu tempo jápassou.

Na Bíblia, encontramos a seguinte afirmação: “Hámaior alegria no céu por um só pecador que se arre-pende”. Um profundo júbilo toma conta do coração deum esoterista quando ele chega a descobrir um homemenérgico que antes aplicava sua energia dinâmica de

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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modo inadequado começando a trabalhar na direçãocorreta. Ele sabe que um obreiro firme juntou-se aogrupo dos pioneiros.

Entretanto, o que dizer da pessoa que se consideraextremamente religiosa, totalmente voltada paraAquele que sustenta o Universo enquanto, por seucomportamento negativo, se apega a valores ultrapas-sados e, em sua ignorância, não pára de ultrajar aCristo com suas preces e seus salmos, com seu falsomisticismo? Uma pessoa como essa não conseguemudar seu ponto de vista; diante dela, devemos ape-nas calar; um caso como esse é um caso perdido.

Suponde, por exemplo, que as forças que animama Rosacruz cheguem até vós amanhã, com um fervoro-so e premente convite para servirdes à grande obra deuma determinada maneira; que elas vos roguem, vossupliquem ardentemente, dizendo: “Vinde auxiliar-nos!”, e que vós vos recuseis baseados na opinião deum esoterista, de um texto, ou de uma doutrina.

Imaginareis facilmente o quanto alguém pode rejei-tar a Cristo baseando-se em uma de suas sentenças. Ostrabalhadores na vinha do Senhor temem sempre quejá não se perceba o pulsar do tempo e as obrigaçõesque daí decorrem; que as ondas ritmadas dos impulsosde força já não sejam compreendidas e que se fiqueagarrado ao passado; que ninguém mais queira percor-rer o caminho da construção do mundo; que os sonscelestes de bondade, verdade e justiça sejam rejeitados,apagando assim as chamas do triângulo ígneo.

Aí está a constante incerteza em que permanece-mos: que, quando chegar o momento que sempre serepete, semelhante àquele no jardim do Getsêmani:“Não pudeste vigiar comigo nem uma hora?”, tenhaisadormecido sobre vossas mistificações dedicadas a Deus,

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resultado, outra sinfonia passa a ser necessária parapermitir um novo passo na direção desejada. Alémdisso, a sinfonia sempre deve estar de acordo com aépoca, com os hábitos e com os costumes. Conse-qüentemente, os trabalhadores na vinha do Senhor,conforme alguns já observaram, devem estar semprevigilantes. O método de trabalho deve ser continua-mente adaptado às circunstâncias. O obreiro que sórepete e revive o que pertence a um círculo de forçaque já se dissipou não está preparado para ouvir asnovas composições dos inteligentes e constantesIrmãos Maiores da Rosacruz.

Não penseis jamais que a onda de vida humana éestática. Inúmeras e poderosas forças a influenciam, ecada impulso é adaptado à necessidade do momento.Essa certeza nos leva a conseqüências de amplo alcan-ce. Pensai por um instante na Igreja. Como fenômenosocial, ela apresenta dois aspectos: primeiramente, nósa conhecemos pelas manifestações humanitárias, comtodos os equívocos que isso comporta. Eis por que aRosacruz rejeita a Igreja. Esta também aparece comseus antigos valores místicos, baseados em círculos deforça anteriores. São essas últimas características daIgreja que o aluno da Rosacruz mais deplora. Por quê?Porque uma Igreja que se adapta ao mundo acelera acrise, precipita o novo devir, a explosão, enquanto quea Igreja que se compraz com valores ultrapassadosdemonstra, por sua negatividade, que seu tempo jápassou.

Na Bíblia, encontramos a seguinte afirmação: “Hámaior alegria no céu por um só pecador que se arre-pende”. Um profundo júbilo toma conta do coração deum esoterista quando ele chega a descobrir um homemenérgico que antes aplicava sua energia dinâmica de

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mais dormir, pois uma criança soluça nas ruas de umacidade bombardeada, com as perninhas arrancadas,chamando por sua mãe”. Já ouvistes esse choro? Ouvisaquele que bate nas câmaras de vosso coração, detodo o vosso ser? Já ouvistes o soluço desses milharesde seres que, durante a guerra, foram martirizados emcâmaras de tortura?

Podeis dormir, pensando na degeneração total queatacou de todos os lados, primeiro uma grande parteda juventude, mas também um número cada vezmaior de adultos, e que os arrasta a uma velocidadevertiginosa no caminho que os leva de volta ao pontode partida lemuriano? Quando pensais nas angústiasda humanidade, no desespero de tanta gente, na sufo-cante ameaça de violência que forma o equilíbrio ins-tável sobre o qual repousa toda a construção huma-na, ficais tranqüilos? Podeis dormir quando pensaisem todo esse futuro sem perspectiva no qual a huma-nidade está engajada?

Eis por que o verdadeiro franco-maçom começa aconstruir, entre nós, uma inexpugnável cidadela daverdade, de baixo para cima. Eis por que hoje nós nosvoltamos para os oprimidos deste mundo, para nelebuscar o que está perdido. A todos eles, oferecemos oconsolo de nosso ato, de nossa nova realidade. Esta éa senda, e não existe outra.

Quem assim trabalha deseja ouvir as divinas com-posições sonoras através da quais o método de realiza-ção é transmitido. E aqueles que se recusam? Estesverão e sentirão como o chamado do Senhor transfor-ma-se em duro golpe, de tal modo que cairão por terraem sua realidade despedaçada. Seu bom Deus passa aser a justiça divina, porque a base da bondade é viola-da e a verdade, negada.

Capítulo 9

115

que vos recuseis a atender ao chamado, enquanto ocoração do mundo sangra. É essa a santa angústia deamor de todos os servidores de Cristo.

“Quando eu era menino, falava como menino, sen-tia como menino e agia como menino. Depois que metornei homem, desisti das coisas próprias de menino”,e vejo a dura e áspera realidade destes tempos. Enquanto,assustado, ergo as mãos em súplica para a libertação domundo, ouço a voz do Redentor: “Eis que estou à porta,e bato”.

Logo que percebemos a primeira batida, experi-mentamos o primeiro impulso do círculo de forçamágico. Vemos o evangelho radiante, a imagem dofuturo, o protótipo do ser verdadeiro, a sociedade dofuturo, a humanidade do futuro, a obrigação do futuro.Captamos o sentido do amor divino e, enquanto nosregozijamos com esses raios da luz divina, o oceano desons da segunda batida dada na câmara de nosso cora-ção nos envolve, fremente: “Operai a vossa salvaçãoem temor e tremor”. E colocamo-nos a caminho; toma-mos o bastão do peregrino e nos cingimos com nossomanto. Partimos para o país dos sonhos dourados, atra-vés do abismo do mal.

Mas, como um trovão, a terceira batida ressoa nasjanelas de nossa alma: “Ama a teu próximo como a timesmo!” Entregai-vos a serviço de todos em um amorem que a auto-entrega é total. O pastor não dormenem vai-se embora sem que uma única ovelha desgar-rada seja reencontrada.

Eis por que não vagamos rumo ao país dos sonhosdourados. É aqui que trabalhamos, na vida real. Vemoscomo nossos irmãos e irmãs jazem dilacerados pelaviolência infernal da besta demoníaca. E assim escreve-mos durante a Segunda Guerra Mundial: “Não podemos

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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mais dormir, pois uma criança soluça nas ruas de umacidade bombardeada, com as perninhas arrancadas,chamando por sua mãe”. Já ouvistes esse choro? Ouvisaquele que bate nas câmaras de vosso coração, detodo o vosso ser? Já ouvistes o soluço desses milharesde seres que, durante a guerra, foram martirizados emcâmaras de tortura?

Podeis dormir, pensando na degeneração total queatacou de todos os lados, primeiro uma grande parteda juventude, mas também um número cada vezmaior de adultos, e que os arrasta a uma velocidadevertiginosa no caminho que os leva de volta ao pontode partida lemuriano? Quando pensais nas angústiasda humanidade, no desespero de tanta gente, na sufo-cante ameaça de violência que forma o equilíbrio ins-tável sobre o qual repousa toda a construção huma-na, ficais tranqüilos? Podeis dormir quando pensaisem todo esse futuro sem perspectiva no qual a huma-nidade está engajada?

Eis por que o verdadeiro franco-maçom começa aconstruir, entre nós, uma inexpugnável cidadela daverdade, de baixo para cima. Eis por que hoje nós nosvoltamos para os oprimidos deste mundo, para nelebuscar o que está perdido. A todos eles, oferecemos oconsolo de nosso ato, de nossa nova realidade. Esta éa senda, e não existe outra.

Quem assim trabalha deseja ouvir as divinas com-posições sonoras através da quais o método de realiza-ção é transmitido. E aqueles que se recusam? Estesverão e sentirão como o chamado do Senhor transfor-ma-se em duro golpe, de tal modo que cairão por terraem sua realidade despedaçada. Seu bom Deus passa aser a justiça divina, porque a base da bondade é viola-da e a verdade, negada.

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que vos recuseis a atender ao chamado, enquanto ocoração do mundo sangra. É essa a santa angústia deamor de todos os servidores de Cristo.

“Quando eu era menino, falava como menino, sen-tia como menino e agia como menino. Depois que metornei homem, desisti das coisas próprias de menino”,e vejo a dura e áspera realidade destes tempos. Enquanto,assustado, ergo as mãos em súplica para a libertação domundo, ouço a voz do Redentor: “Eis que estou à porta,e bato”.

Logo que percebemos a primeira batida, experi-mentamos o primeiro impulso do círculo de forçamágico. Vemos o evangelho radiante, a imagem dofuturo, o protótipo do ser verdadeiro, a sociedade dofuturo, a humanidade do futuro, a obrigação do futuro.Captamos o sentido do amor divino e, enquanto nosregozijamos com esses raios da luz divina, o oceano desons da segunda batida dada na câmara de nosso cora-ção nos envolve, fremente: “Operai a vossa salvaçãoem temor e tremor”. E colocamo-nos a caminho; toma-mos o bastão do peregrino e nos cingimos com nossomanto. Partimos para o país dos sonhos dourados, atra-vés do abismo do mal.

Mas, como um trovão, a terceira batida ressoa nasjanelas de nossa alma: “Ama a teu próximo como a timesmo!” Entregai-vos a serviço de todos em um amorem que a auto-entrega é total. O pastor não dormenem vai-se embora sem que uma única ovelha desgar-rada seja reencontrada.

Eis por que não vagamos rumo ao país dos sonhosdourados. É aqui que trabalhamos, na vida real. Vemoscomo nossos irmãos e irmãs jazem dilacerados pelaviolência infernal da besta demoníaca. E assim escreve-mos durante a Segunda Guerra Mundial: “Não podemos

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A Fama Fraternitatis mostra muito claramente quetodos podem assimilar os valores da sabedoria ociden-tal; e nós constatamos que os fatores libertadores sãoonipresentes, mais próximos de nós do que mãos epés. Contudo, aqueles que os encontraram, que com-preenderam o sentido das batidas de martelo, essesnão se desligam de nós, não param, não medem esfor-ços, e tudo isso em razão de seu amor maravilhoso eindizível, em total auto-oferenda.

Eles não se obstinam a utilizar o método emprega-do no primeiro impulso, já desaparecido. Muito inteli-gentemente, eles compreendem que o príncipe destemundo deve ser combatido de outra maneira. É porisso que eles erigem uma cidadela em pleno país ini-migo: a Escola de Mistérios, sede da franco-maçonariamística. Eles se engajam em um combate com a hordatenebrosa e, de um modo bem estudado e contínuo,dirigem seus golpes de força sobre a vida real aquiembaixo, a fim de que as ondas de força, irradiandoamplamente, tenham, enfim, o efeito esperado. A cida-dela dos Irmãos é inexpugnável e é dela que partemos companheiros para o campo de batalha do mundo,para aí lançar as bases da construção.

Contemplemos o campo de batalha. Aí vemos aimponente tríade da arte, da ciência e da igreja, essatríade que se colocou inteiramente a serviço da bestatenebrosa. O imenso rebanho formado pelos homensda massa continua a depositar sua confiança nessesguias. A arte, a ciência e a igreja o dirigem como lhesapraz, enviando-o a lugares onde podem melhor abusardele, por meio das forças abissais. A massa é mantidana ignorância, engajada em caminhos errados, e suascontestações são desviadas para organizações humani-tárias. Os slogans e os movimentos humanitários são as

Capítulo 9

117

Não esqueçamos, para citar a Fama Fraternitatis, nossoamado Pai, Irmão C.R. que, após muitas viagens cansa-tivas e após um ensinamento verídico ofertado em vão,regressou à Alemanha, que ele – por causa da mudançaiminente e da luta singularmente perigosa que aídeviam ocorrer – amava de coração. Embora lá pudesseter brilhado por sua arte, em especial pela transmutaçãodos metais, interessou-se mais pelo céu e por seus cida-dãos, os homens, do que por toda glória.

Em nossas dissertações sobre a Fama, falamos a respei-to do resultado de um único círculo de força. O círcu-lo começa na Alemanha e se fecha na Alemanha.Seguimos o círculo completo e verificamos a maneirapela qual a sabedoria ocidental penetrou na Europa,como o cristianismo esotérico, positivo, foi transmitidoà humanidade, e como foi a reação a ele.

Cristiano Rosacruz veio ao encontro de todos comseus tesouros, mas foi rejeitado por um espírito mes-quinho de auto-afirmação. A primeira batida na portafoi dada, mas o círculo se desvaneceu sem ter tocadoas cabeças e os corações. O primeiro golpe de marte-lo caiu sobre a blindagem de aço sem sucesso aparen-te. A exigência do tempo, dos costumes e dos hábitostornou necessário um segundo golpe de martelo.Deveis observar bem que a princípio não se tratavaabsolutamente de fundar uma escola de mistérios noOcidente. A estrutura e o objetivo do cristianismo exi-gem, todavia, que seja dado à humanidade, de manei-ra direta, o que há de mais sublime, o que há de maisabsoluto. Deus mesmo se manifesta no cristianis-mo. Ele mesmo mergulha em nosso nadir para doar-se a nós. Entre Ele e vós, todo o intermediário deve ser basicamente rejeitado, por razões esotérico-cristãs.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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A Fama Fraternitatis mostra muito claramente quetodos podem assimilar os valores da sabedoria ociden-tal; e nós constatamos que os fatores libertadores sãoonipresentes, mais próximos de nós do que mãos epés. Contudo, aqueles que os encontraram, que com-preenderam o sentido das batidas de martelo, essesnão se desligam de nós, não param, não medem esfor-ços, e tudo isso em razão de seu amor maravilhoso eindizível, em total auto-oferenda.

Eles não se obstinam a utilizar o método emprega-do no primeiro impulso, já desaparecido. Muito inteli-gentemente, eles compreendem que o príncipe destemundo deve ser combatido de outra maneira. É porisso que eles erigem uma cidadela em pleno país ini-migo: a Escola de Mistérios, sede da franco-maçonariamística. Eles se engajam em um combate com a hordatenebrosa e, de um modo bem estudado e contínuo,dirigem seus golpes de força sobre a vida real aquiembaixo, a fim de que as ondas de força, irradiandoamplamente, tenham, enfim, o efeito esperado. A cida-dela dos Irmãos é inexpugnável e é dela que partemos companheiros para o campo de batalha do mundo,para aí lançar as bases da construção.

Contemplemos o campo de batalha. Aí vemos aimponente tríade da arte, da ciência e da igreja, essatríade que se colocou inteiramente a serviço da bestatenebrosa. O imenso rebanho formado pelos homensda massa continua a depositar sua confiança nessesguias. A arte, a ciência e a igreja o dirigem como lhesapraz, enviando-o a lugares onde podem melhor abusardele, por meio das forças abissais. A massa é mantidana ignorância, engajada em caminhos errados, e suascontestações são desviadas para organizações humani-tárias. Os slogans e os movimentos humanitários são as

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Não esqueçamos, para citar a Fama Fraternitatis, nossoamado Pai, Irmão C.R. que, após muitas viagens cansa-tivas e após um ensinamento verídico ofertado em vão,regressou à Alemanha, que ele – por causa da mudançaiminente e da luta singularmente perigosa que aídeviam ocorrer – amava de coração. Embora lá pudesseter brilhado por sua arte, em especial pela transmutaçãodos metais, interessou-se mais pelo céu e por seus cida-dãos, os homens, do que por toda glória.

Em nossas dissertações sobre a Fama, falamos a respei-to do resultado de um único círculo de força. O círcu-lo começa na Alemanha e se fecha na Alemanha.Seguimos o círculo completo e verificamos a maneirapela qual a sabedoria ocidental penetrou na Europa,como o cristianismo esotérico, positivo, foi transmitidoà humanidade, e como foi a reação a ele.

Cristiano Rosacruz veio ao encontro de todos comseus tesouros, mas foi rejeitado por um espírito mes-quinho de auto-afirmação. A primeira batida na portafoi dada, mas o círculo se desvaneceu sem ter tocadoas cabeças e os corações. O primeiro golpe de marte-lo caiu sobre a blindagem de aço sem sucesso aparen-te. A exigência do tempo, dos costumes e dos hábitostornou necessário um segundo golpe de martelo.Deveis observar bem que a princípio não se tratavaabsolutamente de fundar uma escola de mistérios noOcidente. A estrutura e o objetivo do cristianismo exi-gem, todavia, que seja dado à humanidade, de manei-ra direta, o que há de mais sublime, o que há de maisabsoluto. Deus mesmo se manifesta no cristianis-mo. Ele mesmo mergulha em nosso nadir para doar-se a nós. Entre Ele e vós, todo o intermediário deve ser basicamente rejeitado, por razões esotérico-cristãs.

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E entretanto – o que é perfeitamente compreensível– em nenhuma outra parte a reação foi mais violenta,em nenhuma outra parte a ação do calcanhar de ferrofoi mais esmagadora do que na Alemanha. O nacional-socialismo e o fascismo foram as últimas tentativas dereação para sufocar os coros crescentes do canto deliberdade. No baluarte da liberdade foi travado, diantede nossos olhos, um combate titânico; sofremos atroz-mente, irmãos foram jogados uns contra os outros. Aosolhos da massa ignorante, o vampiro era o timoneiro,mas os que escutaram bem puderam ouvir e aindaouvem o novo, porém tão antigo, canto da libertação.Ele nasceu e nasce do desespero e do sofrimento.

Cristiano Rosacruz voltou para a Alemanha. Nãofazemos exibição de nossos talentos e nem os esbanja-mos inutilmente. Antes de tudo, precisamos nos preo-cupar com o céu e com seus habitantes, os homens.Sejamos companheiros a serviço d’Aquele que susten-ta o Universo. Pensemos naqueles que jamais se ren-dem e trabalham sem descanso para o mundo e a hu-manidade. Percebei conosco os sons das sublimes sin-fonias de Deus: Cristiano Rosacruz voltou “para aAlemanha”.

Capítulo 9

119

prostitutas que impedem a humanidade que aspira àluz de se aproximar das verdadeiras núpcias alquími-cas, da bondade, da verdade e da justiça.

Imaginai que as autoridades dirigentes deste mundopudessem ser levadas a uma compreensão superior:seria possível, através delas, influenciar a massa. Oevangelho do amor poderia ser erigido como um ver-dadeiro edifício. É o que Cristiano Rosacruz tentoufazer, mas foi rejeitado. Teofrasto, espírito livre, tambémtentou o mesmo, mas foi apedrejado, pois se ganhamuito dinheiro com o status quo. Apesar de tudo, a luzdeve triunfar e Cristo deve nascer nas cabeças e noscorações da humanidade. É por esse motivo que se tri-lha agora o caminho do renascimento fora da opressãoe da ignomínia deste mundo. Aqueles que estão angus-tiados recebem a semente da renovação. A magia dofogo continua irresistivelmente sua obra em segredo,até que a chama incandescente da luz do mundo subaao céu. A influência espiritual que impele ao atodemonstra isso muito bem.

Foi assim que Cristiano Rosacruz voltou para aAlemanha, para fundar a Escola de Mistérios do Oci-dente. De volta à Alemanha! Foi a partir desse momentoque esse país se tornou um baluarte do novo pensar, danova vida em devir. Os espíritos foram influenciados deincontáveis maneiras. Uma nova filosofia abriu passa-gem; poetas e pensadores, inspirados pela Ordem, sur-preenderam a consciência do mundo. A grande reformaconduzida por Lutero, a formidável revolução da Igreja,que abarcou o mundo, nasceu na Alemanha. Foi naAlemanha que Marx lançou sua reforma social tambémpara o mundo inteiro. Uma série quase ininterrupta deobreiros espalhou-se da Alemanha para o mundo, com-batentes a serviço da bondade, da verdade e da justiça.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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E entretanto – o que é perfeitamente compreensível– em nenhuma outra parte a reação foi mais violenta,em nenhuma outra parte a ação do calcanhar de ferrofoi mais esmagadora do que na Alemanha. O nacional-socialismo e o fascismo foram as últimas tentativas dereação para sufocar os coros crescentes do canto deliberdade. No baluarte da liberdade foi travado, diantede nossos olhos, um combate titânico; sofremos atroz-mente, irmãos foram jogados uns contra os outros. Aosolhos da massa ignorante, o vampiro era o timoneiro,mas os que escutaram bem puderam ouvir e aindaouvem o novo, porém tão antigo, canto da libertação.Ele nasceu e nasce do desespero e do sofrimento.

Cristiano Rosacruz voltou para a Alemanha. Nãofazemos exibição de nossos talentos e nem os esbanja-mos inutilmente. Antes de tudo, precisamos nos preo-cupar com o céu e com seus habitantes, os homens.Sejamos companheiros a serviço d’Aquele que susten-ta o Universo. Pensemos naqueles que jamais se ren-dem e trabalham sem descanso para o mundo e a hu-manidade. Percebei conosco os sons das sublimes sin-fonias de Deus: Cristiano Rosacruz voltou “para aAlemanha”.

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prostitutas que impedem a humanidade que aspira àluz de se aproximar das verdadeiras núpcias alquími-cas, da bondade, da verdade e da justiça.

Imaginai que as autoridades dirigentes deste mundopudessem ser levadas a uma compreensão superior:seria possível, através delas, influenciar a massa. Oevangelho do amor poderia ser erigido como um ver-dadeiro edifício. É o que Cristiano Rosacruz tentoufazer, mas foi rejeitado. Teofrasto, espírito livre, tambémtentou o mesmo, mas foi apedrejado, pois se ganhamuito dinheiro com o status quo. Apesar de tudo, a luzdeve triunfar e Cristo deve nascer nas cabeças e noscorações da humanidade. É por esse motivo que se tri-lha agora o caminho do renascimento fora da opressãoe da ignomínia deste mundo. Aqueles que estão angus-tiados recebem a semente da renovação. A magia dofogo continua irresistivelmente sua obra em segredo,até que a chama incandescente da luz do mundo subaao céu. A influência espiritual que impele ao atodemonstra isso muito bem.

Foi assim que Cristiano Rosacruz voltou para aAlemanha, para fundar a Escola de Mistérios do Oci-dente. De volta à Alemanha! Foi a partir desse momentoque esse país se tornou um baluarte do novo pensar, danova vida em devir. Os espíritos foram influenciados deincontáveis maneiras. Uma nova filosofia abriu passa-gem; poetas e pensadores, inspirados pela Ordem, sur-preenderam a consciência do mundo. A grande reformaconduzida por Lutero, a formidável revolução da Igreja,que abarcou o mundo, nasceu na Alemanha. Foi naAlemanha que Marx lançou sua reforma social tambémpara o mundo inteiro. Uma série quase ininterrupta deobreiros espalhou-se da Alemanha para o mundo, com-batentes a serviço da bondade, da verdade e da justiça.

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10Após cinco anos veio-lhe de novo à mente a reformadesejada. Uma vez que não conseguia o auxílio e a assis-tência de outrem, apesar de ser trabalhador, ágil e infa-tigável, decidiu empreender esse trabalho com apenaspoucos auxiliares e colaboradores. Por isso, convidoutrês de seus confrades de seu primeiro mosteiro, pelosquais tinha simpatia especial: Irmão G.V., Irmão I.A. eIrmão I.O., sendo que estes últimos estavam mais fami-liarizados com as artes do que era de costume então.Solicitou a esses três irmãos o compromisso de serem-lheo mais fiéis possível, diligentes e silenciosos, e de colocarpor escrito, com a maior aplicação, todas as instruçõesque ele desse a cada um, a fim de que os futuros mem-bros, que deveriam ser admitidos na Ordem por causa deuma revelação especial, não fossem enganados pornenhuma sílaba e nenhuma letra.

Fama Fraternitatis R.C.

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10Após cinco anos veio-lhe de novo à mente a reformadesejada. Uma vez que não conseguia o auxílio e a assis-tência de outrem, apesar de ser trabalhador, ágil e infa-tigável, decidiu empreender esse trabalho com apenaspoucos auxiliares e colaboradores. Por isso, convidoutrês de seus confrades de seu primeiro mosteiro, pelosquais tinha simpatia especial: Irmão G.V., Irmão I.A. eIrmão I.O., sendo que estes últimos estavam mais fami-liarizados com as artes do que era de costume então.Solicitou a esses três irmãos o compromisso de serem-lheo mais fiéis possível, diligentes e silenciosos, e de colocarpor escrito, com a maior aplicação, todas as instruçõesque ele desse a cada um, a fim de que os futuros mem-bros, que deveriam ser admitidos na Ordem por causa deuma revelação especial, não fossem enganados pornenhuma sílaba e nenhuma letra.

Fama Fraternitatis R.C.

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10

A moderna reforma na Alemanha

Queremos tentar preencher uns aos outros com umagrande e silenciosa alegria; queremos fazer vibrar unsaos outros com a alegria do conhecimento. Quando aprece dos rosacruzes diz: “Senhor, concede-nos a ale-gria do conhecimento”, é preciso compreender o sen-tido profundo oculto nessa passagem. Não temos emvista, aqui, o prazer intelectual, e nossa atenção não éretida pelas maravilhosas riquezas contidas na arte, naciência, ou nos exercícios místicos, porém, que a precedos rosacruzes nos leva às altas torres do conhecimen-to mágico.

Um espírito refinado sente prazer em ler uma belaobra literária e se deleita com as manifestações supe-riores da arte poética; um espírito esclarecido conheceas belezas da filosofia rosacruz; mas nenhum dos doisconhece ainda as imensas e profundas alegrias do co-nhecimento mágico.

De que natureza é, pois, essa alegria do conheci-mento? Trata-se de conhecer alguma coisa tão positiva-mente, de admiti-la tão irresistivelmente, de vivenciarconscientemente algo tão absoluto, que nada nem nin-guém, nem inferno nem céu, nem dor nem provação,sim, nem mesmo o mais terrível calabouço nazista,onde reinava a morte mais tenebrosa de todos os tem-pos, possam desviar-vos do divino resplendor desse 123

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A moderna reforma na Alemanha

Queremos tentar preencher uns aos outros com umagrande e silenciosa alegria; queremos fazer vibrar unsaos outros com a alegria do conhecimento. Quando aprece dos rosacruzes diz: “Senhor, concede-nos a ale-gria do conhecimento”, é preciso compreender o sen-tido profundo oculto nessa passagem. Não temos emvista, aqui, o prazer intelectual, e nossa atenção não éretida pelas maravilhosas riquezas contidas na arte, naciência, ou nos exercícios místicos, porém, que a precedos rosacruzes nos leva às altas torres do conhecimen-to mágico.

Um espírito refinado sente prazer em ler uma belaobra literária e se deleita com as manifestações supe-riores da arte poética; um espírito esclarecido conheceas belezas da filosofia rosacruz; mas nenhum dos doisconhece ainda as imensas e profundas alegrias do co-nhecimento mágico.

De que natureza é, pois, essa alegria do conheci-mento? Trata-se de conhecer alguma coisa tão positiva-mente, de admiti-la tão irresistivelmente, de vivenciarconscientemente algo tão absoluto, que nada nem nin-guém, nem inferno nem céu, nem dor nem provação,sim, nem mesmo o mais terrível calabouço nazista,onde reinava a morte mais tenebrosa de todos os tem-pos, possam desviar-vos do divino resplendor desse 123

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aqui que o desenvolvimento do fascismo na Europanão podia ser evitado. Na realidade, esse desenvolvi-mento precipitou o processo de aniquilamento de coi-sas que deviam desaparecer. Pelo sofrimento, ele tor-nou a humanidade consciente. O mal sempre destrói asi mesmo, enquanto que a bondade, a verdade e a jus-tiça não podem ser detidas em sua marcha; as forças dobem não podem ser nem proibidas, nem aprisionadas,nem perseguidas, nem podem ser excluídas. É por issoque uma profunda alegria nos preenche, uma vez quepodemos falar que essa reforma moderna, por Cristo,ganha poder sobre os homens.

Em um dos capítulos anteriores falamos sobre avolta de Cristiano Rosacruz à “Alemanha” depois detodas as suas tristes experiências. Depois da oferendagenerosa de seu amor, de seus tesouros e de sabedo-ria, ele se chocou contra os muros da cultura egoísta,pretensiosa, capitalista, e também contra os muros damagia negra. Este último fato deu impulso a um traba-lho totalmente novo: à formação, à organização deuma falange de heróis combativos prontos para a luta.

É preciso distinguir este último método de trabalhodo primeiro método de Cristiano Rosacruz quandochegou à Espanha. O primeiro método era mais centra-do no primeiro mandamento de Cristo – “Pregai oevangelho” – na esperança ingênua de que o segundomandamento – “Curai os enfermos” – se realizassemautomaticamente, harmoniosamente, depois do cum-primento do primeiro. Teoricamente, é claro que isso éperfeitamente possível, mas, na prática, as coisas seapresentam de modo completamente diferente. É pre-ciso estar bem consciente de que a frente de batalha dacultura demoníaca não pode ser rompida pelo primeiromandamento de Cristo: “Pregai o evangelho”. Se esse

Capítulo 10

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saber. É conhecer algo tão intangível, tão grandioso epoderoso, que tendes dificuldade em conter um sorri-so de alegria, mesmo na mais tenebrosa noite terrestre,quando todos os demônios parecem estar celebrandoseu sabá infernal.

Esse saber faz irromper uma tal alegria que, paraum público atônito, chega às raias da demência. É umsaber que forma os heróis de que falam as narrativassimbólicas dos antigos profetas; essas narrativas falamtambém de legiões celestes prontas para a luta, e deforças imensas liberadas por esse sublime saber. Essesaber é aquele que faz jubilar o iniciado Paulo: “Nema altura, nem a profundidade poderá separar-nos doamor de Jesus Cristo, nosso Senhor”. Esse saber ésemelhante a uma rocha que se ergue no meio da res-saca da vida, a rocha contra a qual todas as ondas vêmquebrar-se.

Bem, um pouco desse saber nos penetrou e quere-mos aqui dar testemunho dele. Com uma tranqüila ale-gria interior, queremos esclarecer-vos a respeito damoderna reforma na Alemanha, que não pode ser ani-quilada, que se impõe com força. De fato, diversasmanifestações do mal começam a se conscientizar deque delas se aproxima um grande perigo, perigo quereside no trabalho da Fraternidade Gnóstica Universal,a Fraternidade da Luz. Trata-se de um perigo absoluta-mente intangível, como esperamos poder mostrar-vos.Essa intangibilidade está subentendida na fórmulabíblica: “Tudo posso em Cristo, que me fortalece”.

A Fraternidade da Luz, a Fraternidade da Rosacruz,não é nem anti-social, nem antinacionalista, nem comu-nista, nem anarquista, nem contra qualquer dinastia; elanão se opõe a nenhuma forma de governo e, apesar deter tudo para temer as tendências fascistas, declaramos

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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aqui que o desenvolvimento do fascismo na Europanão podia ser evitado. Na realidade, esse desenvolvi-mento precipitou o processo de aniquilamento de coi-sas que deviam desaparecer. Pelo sofrimento, ele tor-nou a humanidade consciente. O mal sempre destrói asi mesmo, enquanto que a bondade, a verdade e a jus-tiça não podem ser detidas em sua marcha; as forças dobem não podem ser nem proibidas, nem aprisionadas,nem perseguidas, nem podem ser excluídas. É por issoque uma profunda alegria nos preenche, uma vez quepodemos falar que essa reforma moderna, por Cristo,ganha poder sobre os homens.

Em um dos capítulos anteriores falamos sobre avolta de Cristiano Rosacruz à “Alemanha” depois detodas as suas tristes experiências. Depois da oferendagenerosa de seu amor, de seus tesouros e de sabedo-ria, ele se chocou contra os muros da cultura egoísta,pretensiosa, capitalista, e também contra os muros damagia negra. Este último fato deu impulso a um traba-lho totalmente novo: à formação, à organização deuma falange de heróis combativos prontos para a luta.

É preciso distinguir este último método de trabalhodo primeiro método de Cristiano Rosacruz quandochegou à Espanha. O primeiro método era mais centra-do no primeiro mandamento de Cristo – “Pregai oevangelho” – na esperança ingênua de que o segundomandamento – “Curai os enfermos” – se realizassemautomaticamente, harmoniosamente, depois do cum-primento do primeiro. Teoricamente, é claro que isso éperfeitamente possível, mas, na prática, as coisas seapresentam de modo completamente diferente. É pre-ciso estar bem consciente de que a frente de batalha dacultura demoníaca não pode ser rompida pelo primeiromandamento de Cristo: “Pregai o evangelho”. Se esse

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saber. É conhecer algo tão intangível, tão grandioso epoderoso, que tendes dificuldade em conter um sorri-so de alegria, mesmo na mais tenebrosa noite terrestre,quando todos os demônios parecem estar celebrandoseu sabá infernal.

Esse saber faz irromper uma tal alegria que, paraum público atônito, chega às raias da demência. É umsaber que forma os heróis de que falam as narrativassimbólicas dos antigos profetas; essas narrativas falamtambém de legiões celestes prontas para a luta, e deforças imensas liberadas por esse sublime saber. Essesaber é aquele que faz jubilar o iniciado Paulo: “Nema altura, nem a profundidade poderá separar-nos doamor de Jesus Cristo, nosso Senhor”. Esse saber ésemelhante a uma rocha que se ergue no meio da res-saca da vida, a rocha contra a qual todas as ondas vêmquebrar-se.

Bem, um pouco desse saber nos penetrou e quere-mos aqui dar testemunho dele. Com uma tranqüila ale-gria interior, queremos esclarecer-vos a respeito damoderna reforma na Alemanha, que não pode ser ani-quilada, que se impõe com força. De fato, diversasmanifestações do mal começam a se conscientizar deque delas se aproxima um grande perigo, perigo quereside no trabalho da Fraternidade Gnóstica Universal,a Fraternidade da Luz. Trata-se de um perigo absoluta-mente intangível, como esperamos poder mostrar-vos.Essa intangibilidade está subentendida na fórmulabíblica: “Tudo posso em Cristo, que me fortalece”.

A Fraternidade da Luz, a Fraternidade da Rosacruz,não é nem anti-social, nem antinacionalista, nem comu-nista, nem anarquista, nem contra qualquer dinastia; elanão se opõe a nenhuma forma de governo e, apesar deter tudo para temer as tendências fascistas, declaramos

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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qual a exigência prioritária da Rosacruz é a revivificaçãoda alma que possui a Gnosis, isto é, “o conhecimentoque é e que está no Pai”. Quando essa alma retoma adireção da vida humana, todas as “doenças” desapare-cem, bem como todas as degenerações humanas, ecomeça a regeneração total do homem: é somente entãoque se pode falar de um verdadeiro retorno ao Lar.

É desse modo que a Rosacruz compreende o man-dato divino de “curar os enfermos”. Quando esse pro-cesso de cura se realizar na humanidade em uma esca-la maior, conseqüentemente serão curadas também asdoenças sociais e as perturbações comuns ao gênerohumano desaparecerão, o que constituirá uma cura deincalculáveis resultados.

Em 1909, quando Max Heindel surgiu, o tempo des-sas manifestações ainda não tinha chegado. Duranteséculos os Irmãos da Rosacruz souberam disfarçar suasintenções e, nesse contexto, Max Heindel também teveuma tarefa a cumprir, servindo como introdutor dogrande movimento da Rosacruz moderna. É certo queele conheceu o grande chamado da Fraternidade parao século XX, segundo a lei fundamental: “Uma mentepura, um coração nobre e um corpo são”. Uma mentepura – verdade; um coração nobre – bondade; umcorpo são – justiça. E uma parcela de nossa grande ale-gria foi ter podido dar continuidade à grande obra,seguindo nossa vocação, sobre as bases já estabeleci-das por Max Heindel, e também de ter podido impul-sionar o trabalho da Rosacruz em direção a uma reve-lação cada vez mais grandiosa. A grande obra surgediante de nós, em imensa glória, uma glória antesjamais suspeitada.

Para seu trabalho atual no mundo, os Irmãos Maiorestêm necessidade de um grande número de auxiliares, de

Capítulo 10

127

primeiro mandamento não é seguido de um real “curaios enfermos”, todo o trabalho é vão e se reduz a umatortura mental e a uma estúpida verborragia.

É por isso que os rosacruzes estão constantementeem oposição aos movimentos de pregação.Evidentemente, entre esses grupos existem incontáveispessoas de boa vontade que, com o coração sangran-do, constatam as conseqüências de nossa cultura, lan-çando milhares de apelos ao cristianismo, ou melhor, àparcela de cristianismo que elas compreenderam. Issoé um “pregar o evangelho” em infinitos matizes segui-do da clássica conseqüência: uma recusa desavergo-nhada, um desvio de atenção, um comprometimento.O evangelho é vestido de bufão enfeitado com sinos.Os sinos soam nas igrejas e nas tardes de testemunho;em suma, em todos os feitos e gestos pseudocristãosda atualidade. É impossível derrubar facilmente osmuros da cultura negativa. É por isso que já há muitotempo os rosacruzes adotaram um novo método, epedimos insistentemente a cada um, no caso de nãocompreendê-lo ou de não querer aplicá-lo, que nãonos retenha; pois queremos ser verdadeiros compa-nheiros de nosso pai Cristiano Rosacruz.

Sabemos que “pregar o evangelho” está inseparavel-mente ligado a “curar os enfermos”. Essa exigência derealização é de grande alcance. Alguns dentre nós pen-savam que o trabalho de cura da Rosacruz se relacionas-se exclusivamente à cura das doenças corporais. Os queconhecem um pouco das alegrias do saber descobriram,entretanto, que o trabalho rosacruz de cura se estende atodos os domínios da matéria e do espírito e que ele fazdesaparecer os males corporais, mas dirige-se essencial-mente à cura da decadência humana, conseqüência desua própria ignorância. É essa, justamente, a razão pela

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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qual a exigência prioritária da Rosacruz é a revivificaçãoda alma que possui a Gnosis, isto é, “o conhecimentoque é e que está no Pai”. Quando essa alma retoma adireção da vida humana, todas as “doenças” desapare-cem, bem como todas as degenerações humanas, ecomeça a regeneração total do homem: é somente entãoque se pode falar de um verdadeiro retorno ao Lar.

É desse modo que a Rosacruz compreende o man-dato divino de “curar os enfermos”. Quando esse pro-cesso de cura se realizar na humanidade em uma esca-la maior, conseqüentemente serão curadas também asdoenças sociais e as perturbações comuns ao gênerohumano desaparecerão, o que constituirá uma cura deincalculáveis resultados.

Em 1909, quando Max Heindel surgiu, o tempo des-sas manifestações ainda não tinha chegado. Duranteséculos os Irmãos da Rosacruz souberam disfarçar suasintenções e, nesse contexto, Max Heindel também teveuma tarefa a cumprir, servindo como introdutor dogrande movimento da Rosacruz moderna. É certo queele conheceu o grande chamado da Fraternidade parao século XX, segundo a lei fundamental: “Uma mentepura, um coração nobre e um corpo são”. Uma mentepura – verdade; um coração nobre – bondade; umcorpo são – justiça. E uma parcela de nossa grande ale-gria foi ter podido dar continuidade à grande obra,seguindo nossa vocação, sobre as bases já estabeleci-das por Max Heindel, e também de ter podido impul-sionar o trabalho da Rosacruz em direção a uma reve-lação cada vez mais grandiosa. A grande obra surgediante de nós, em imensa glória, uma glória antesjamais suspeitada.

Para seu trabalho atual no mundo, os Irmãos Maiorestêm necessidade de um grande número de auxiliares, de

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primeiro mandamento não é seguido de um real “curaios enfermos”, todo o trabalho é vão e se reduz a umatortura mental e a uma estúpida verborragia.

É por isso que os rosacruzes estão constantementeem oposição aos movimentos de pregação.Evidentemente, entre esses grupos existem incontáveispessoas de boa vontade que, com o coração sangran-do, constatam as conseqüências de nossa cultura, lan-çando milhares de apelos ao cristianismo, ou melhor, àparcela de cristianismo que elas compreenderam. Issoé um “pregar o evangelho” em infinitos matizes segui-do da clássica conseqüência: uma recusa desavergo-nhada, um desvio de atenção, um comprometimento.O evangelho é vestido de bufão enfeitado com sinos.Os sinos soam nas igrejas e nas tardes de testemunho;em suma, em todos os feitos e gestos pseudocristãosda atualidade. É impossível derrubar facilmente osmuros da cultura negativa. É por isso que já há muitotempo os rosacruzes adotaram um novo método, epedimos insistentemente a cada um, no caso de nãocompreendê-lo ou de não querer aplicá-lo, que nãonos retenha; pois queremos ser verdadeiros compa-nheiros de nosso pai Cristiano Rosacruz.

Sabemos que “pregar o evangelho” está inseparavel-mente ligado a “curar os enfermos”. Essa exigência derealização é de grande alcance. Alguns dentre nós pen-savam que o trabalho de cura da Rosacruz se relacionas-se exclusivamente à cura das doenças corporais. Os queconhecem um pouco das alegrias do saber descobriram,entretanto, que o trabalho rosacruz de cura se estende atodos os domínios da matéria e do espírito e que ele fazdesaparecer os males corporais, mas dirige-se essencial-mente à cura da decadência humana, conseqüência desua própria ignorância. É essa, justamente, a razão pela

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Desde 1909, os Irmãos já tinham conhecimento dosgraves acontecimentos que chamamos de duas guerrasmundiais; desde esse momento já tinham conhecimen-to do monstro fascista cuja goela deveria abrir-se paraengolir as massas inocentes. É por essa razão que, comsuas publicações, Max Heindel formou um grupomaduro de heróis, pronto para ser utilizado no mo-mento apropriado. Nossa grande alegria reside no fatode que esse grupo-núcleo, extremamente fortalecido eampliado pela Rosacruz, nesse meio-tempo ressurgidasob uma nova forma, é um núcleo que coopera com omecanismo da nova manifestação onde temos dedesempenhar nosso humilde papel. É-nos permitidodar testemunho a vós desses novos acontecimentos daordem mundial e da glória da vitória; e também convi-dar-vos a partir conosco para o novo país.

A chave do novo desenvolvimento mundial estádepositada na “Alemanha”. Quando Cristiano Rosacruzvoltou para a Alemanha, construiu para si, como é nar-rado na Fama, uma morada apropriada e limpa, ondemeditou sobre suas viagens e sua filosofia e sobre asquais escreveu um relatório. Nessa casa dedicou-se umlongo tempo à Matemática e fez, de todos os âmbitos daarte, muitos e belos instrumentos.

Talvez compreendais o que se deve entender por isso.É aqui que foi preparado o impulso do novo método,o de “curar os enfermos”, o da progressão mágica doevangelho. Transcorridos cinco anos, a reforma ansia-da veio-lhe à mente, embora estando ele cheio depreocupações, aventurou-se, valente e incansável, emtentá-la com alguns que estavam com ele, emboraduvidasse da ajuda e do apoio dos demais. Com essefim, solicitou de seu primeiro mosteiro três de seus

Capítulo 10

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companheiros treinados, que conheçam muito bem afilosofia e a ciência gnóstica. Se a finalidade da obrarosacruz tivesse sido anunciada antes, então o trabalhoteria sido prontamente aniquilado pelos bem conheci-dos ataques das hordas tenebrosas. Mas elas pensaramque se tratava de um simples movimento inofensivo,do tipo “pregar o evangelho”, um movimento queseguia o antigo método, pois um grupo desse tipo en-quadra-se perfeitamente com a cultura antiga. Ele man-tém em quietude e tranqüilidade milhares de seres etorna-se um precioso movimento de desvio. “Deixai-os brincar tranqüilamente com seu joguinho rosacruz.Eles não atrapalham nada e o bloco demoníaco torna-se cada vez mais forte.”

Entretanto, mediante esse sublime trabalho da Rosa-cruz, milhares de seres despertaram. Heindel tocouinumeráveis pessoas no coração e na cabeça e algumasforam escolhidas, aqui e ali, para receber uma influên-cia particular. Essas pessoas foram instruídas e coloca-das à prova durante anos, atravessando enormes difi-culdades. E no momento em que o bloco demoníacopressentiu o perigo, seus vassalos se espalharam portodos os lugares, para solapar a obra, pois ela começa-va a tornar-se perigosa para eles. Foi então que, dascinzas do sacrifício de Max Heindel e por seu amor,elevou-se restaurada a Rosacruz, como um novo instru-mento nas mãos da Fraternidade da Luz.

E agora, no momento psicológico em que a negrasombra manifestou-se, agitando-se convulsivamenteem impotente ira, nós vos falávamos da grande refor-ma, da nova aurora dos tempos. Vermelho cor de san-gue, eleva-se o sol de Aquário no horizonte. Tal comoum globo de ouro, símbolo da glória de Cristo, eleseguirá sua rota até o zênite.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Desde 1909, os Irmãos já tinham conhecimento dosgraves acontecimentos que chamamos de duas guerrasmundiais; desde esse momento já tinham conhecimen-to do monstro fascista cuja goela deveria abrir-se paraengolir as massas inocentes. É por essa razão que, comsuas publicações, Max Heindel formou um grupomaduro de heróis, pronto para ser utilizado no mo-mento apropriado. Nossa grande alegria reside no fatode que esse grupo-núcleo, extremamente fortalecido eampliado pela Rosacruz, nesse meio-tempo ressurgidasob uma nova forma, é um núcleo que coopera com omecanismo da nova manifestação onde temos dedesempenhar nosso humilde papel. É-nos permitidodar testemunho a vós desses novos acontecimentos daordem mundial e da glória da vitória; e também convi-dar-vos a partir conosco para o novo país.

A chave do novo desenvolvimento mundial estádepositada na “Alemanha”. Quando Cristiano Rosacruzvoltou para a Alemanha, construiu para si, como é nar-rado na Fama, uma morada apropriada e limpa, ondemeditou sobre suas viagens e sua filosofia e sobre asquais escreveu um relatório. Nessa casa dedicou-se umlongo tempo à Matemática e fez, de todos os âmbitos daarte, muitos e belos instrumentos.

Talvez compreendais o que se deve entender por isso.É aqui que foi preparado o impulso do novo método,o de “curar os enfermos”, o da progressão mágica doevangelho. Transcorridos cinco anos, a reforma ansia-da veio-lhe à mente, embora estando ele cheio depreocupações, aventurou-se, valente e incansável, emtentá-la com alguns que estavam com ele, emboraduvidasse da ajuda e do apoio dos demais. Com essefim, solicitou de seu primeiro mosteiro três de seus

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companheiros treinados, que conheçam muito bem afilosofia e a ciência gnóstica. Se a finalidade da obrarosacruz tivesse sido anunciada antes, então o trabalhoteria sido prontamente aniquilado pelos bem conheci-dos ataques das hordas tenebrosas. Mas elas pensaramque se tratava de um simples movimento inofensivo,do tipo “pregar o evangelho”, um movimento queseguia o antigo método, pois um grupo desse tipo en-quadra-se perfeitamente com a cultura antiga. Ele man-tém em quietude e tranqüilidade milhares de seres etorna-se um precioso movimento de desvio. “Deixai-os brincar tranqüilamente com seu joguinho rosacruz.Eles não atrapalham nada e o bloco demoníaco torna-se cada vez mais forte.”

Entretanto, mediante esse sublime trabalho da Rosa-cruz, milhares de seres despertaram. Heindel tocouinumeráveis pessoas no coração e na cabeça e algumasforam escolhidas, aqui e ali, para receber uma influên-cia particular. Essas pessoas foram instruídas e coloca-das à prova durante anos, atravessando enormes difi-culdades. E no momento em que o bloco demoníacopressentiu o perigo, seus vassalos se espalharam portodos os lugares, para solapar a obra, pois ela começa-va a tornar-se perigosa para eles. Foi então que, dascinzas do sacrifício de Max Heindel e por seu amor,elevou-se restaurada a Rosacruz, como um novo instru-mento nas mãos da Fraternidade da Luz.

E agora, no momento psicológico em que a negrasombra manifestou-se, agitando-se convulsivamenteem impotente ira, nós vos falávamos da grande refor-ma, da nova aurora dos tempos. Vermelho cor de san-gue, eleva-se o sol de Aquário no horizonte. Tal comoum globo de ouro, símbolo da glória de Cristo, eleseguirá sua rota até o zênite.

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nível bem mais elevado. Face à completa degeneraçãoda humanidade, conseqüência do encaminhamentocego dos próprios homens, haverá uma intervenção demaneira irresistível na constituição do mundo, sob aégide da Corrente da Fraternidade Universal da Luz, afim de realizar a reforma ordenada por Deus. Essareforma oferecerá a possibilidade de encontrar e per-correr a senda da regeneração, do retorno à vida origi-nal, a inúmeras pessoas que ainda se encontram sob odomínio da ilusão e ainda continuam a seguir suasautoridades.

Assim que chegaram ao poder no desencadear daSegunda Guerra Mundial, os movimentos que serviamàs potestades do mal lançaram-se contra os gruposesotéricos e, entre eles, o da Rosacruz em sua formaexterior. O verdadeiro movimento rosacruz, contudo, étão intangível quanto o ar, e os Irmãos da Luz trabalha-ram e continuam a trabalhar intensamente. Nada nemninguém pode parar a marcha triunfal; nada nem nin-guém pode estancar a reforma.

Na Europa e no mundo inteiro, em meio a forçasde desagregação que ganham terreno e nos envolvemde todos os lados, a vitória está sendo preparada. Asondas da reforma, as forças irresistíveis do corpo etéri-co de Cristiano Rosacruz, elevam-se com majestadedivina, envolvendo e penetrando todo o nosso campode vida. Somente o bloco da cultura demoníaca deve-rá temer o poder da revolução de Aquário.

Qual é o papel da Fraternidade da Rosacruz nos acon-tecimentos humanos? Segundo a exigência do Logos, é opapel de uma construção crística neste mundo para umamudança libertadora no dramático curso de desenvolvi-mento da humanidade. Quem nos reterá? Nem a altu-ra, nem a profundidade poderão separar-nos do amor de

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irmãos. A esses três solicitou o compromisso da maiorfidelidade para com ele e que fossem diligentes e abso-lutamente discretos. Dessa maneira, a Fraternidade daRosacruz começou com somente quatro pessoas.

Suponde que sejais verdadeiros servidores de Deus.Então, pensareis nos males da humanidade com o cora-ção pleno de amor. No momento apropriado, assim quevossa qualidade de amor tenha chegado à sua plenitu-de, sentireis o anelo, o intenso desejo de auxiliar ahumanidade sofredora e incitá-la, impulsioná-la ao re-nascimento da alma. Depois de cinco anos (símbolocabalístico desse estado de amadurecimento, dessa festade Pentecostes, festa da estrela áurea de cinco pontas,festa do pentagrama áureo) manifestar-se-ia nos vossospensamentos a reforma solicitada e ousaríeis tentar der-rubar as muralhas da cultura tenebrosa de maneira total-mente diferente da simples pregação. Então, a partir doclaustro de vosso desenvolvimento interior, dinamiza-ríeis as tríplices qualidades da alma, colocando-vos,assim, a serviço da grande obra, com vossos três irmãos.

Vimos que esse impulso da Ordem não foi nemserá jamais uma ilusão, pois novas forças, forças refor-madoras, sempre abrem uma senda a partir da Ale-manha. Queremos ainda dirigir vossa atenção para agrande reforma da Igreja empreendida por Lutero, soba influência da Rosacruz. Com Lutero foi dado o pri-meiro golpe na dominação ultramontana, e foi abertoo caminho para a livre pesquisa espiritual. Com Marx,a via do desenvolvimento social foi liberada de suasbarricadas, e um futuro próximo revelará que fatos dopassado serão igualmente comprovados.

O realismo cristão que animou Lutero e Marx pro-pulsionará o espírito até uma nova manifestação, a um

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nível bem mais elevado. Face à completa degeneraçãoda humanidade, conseqüência do encaminhamentocego dos próprios homens, haverá uma intervenção demaneira irresistível na constituição do mundo, sob aégide da Corrente da Fraternidade Universal da Luz, afim de realizar a reforma ordenada por Deus. Essareforma oferecerá a possibilidade de encontrar e per-correr a senda da regeneração, do retorno à vida origi-nal, a inúmeras pessoas que ainda se encontram sob odomínio da ilusão e ainda continuam a seguir suasautoridades.

Assim que chegaram ao poder no desencadear daSegunda Guerra Mundial, os movimentos que serviamàs potestades do mal lançaram-se contra os gruposesotéricos e, entre eles, o da Rosacruz em sua formaexterior. O verdadeiro movimento rosacruz, contudo, étão intangível quanto o ar, e os Irmãos da Luz trabalha-ram e continuam a trabalhar intensamente. Nada nemninguém pode parar a marcha triunfal; nada nem nin-guém pode estancar a reforma.

Na Europa e no mundo inteiro, em meio a forçasde desagregação que ganham terreno e nos envolvemde todos os lados, a vitória está sendo preparada. Asondas da reforma, as forças irresistíveis do corpo etéri-co de Cristiano Rosacruz, elevam-se com majestadedivina, envolvendo e penetrando todo o nosso campode vida. Somente o bloco da cultura demoníaca deve-rá temer o poder da revolução de Aquário.

Qual é o papel da Fraternidade da Rosacruz nos acon-tecimentos humanos? Segundo a exigência do Logos, é opapel de uma construção crística neste mundo para umamudança libertadora no dramático curso de desenvolvi-mento da humanidade. Quem nos reterá? Nem a altu-ra, nem a profundidade poderão separar-nos do amor de

Capítulo 10

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irmãos. A esses três solicitou o compromisso da maiorfidelidade para com ele e que fossem diligentes e abso-lutamente discretos. Dessa maneira, a Fraternidade daRosacruz começou com somente quatro pessoas.

Suponde que sejais verdadeiros servidores de Deus.Então, pensareis nos males da humanidade com o cora-ção pleno de amor. No momento apropriado, assim quevossa qualidade de amor tenha chegado à sua plenitu-de, sentireis o anelo, o intenso desejo de auxiliar ahumanidade sofredora e incitá-la, impulsioná-la ao re-nascimento da alma. Depois de cinco anos (símbolocabalístico desse estado de amadurecimento, dessa festade Pentecostes, festa da estrela áurea de cinco pontas,festa do pentagrama áureo) manifestar-se-ia nos vossospensamentos a reforma solicitada e ousaríeis tentar der-rubar as muralhas da cultura tenebrosa de maneira total-mente diferente da simples pregação. Então, a partir doclaustro de vosso desenvolvimento interior, dinamiza-ríeis as tríplices qualidades da alma, colocando-vos,assim, a serviço da grande obra, com vossos três irmãos.

Vimos que esse impulso da Ordem não foi nemserá jamais uma ilusão, pois novas forças, forças refor-madoras, sempre abrem uma senda a partir da Ale-manha. Queremos ainda dirigir vossa atenção para agrande reforma da Igreja empreendida por Lutero, soba influência da Rosacruz. Com Lutero foi dado o pri-meiro golpe na dominação ultramontana, e foi abertoo caminho para a livre pesquisa espiritual. Com Marx,a via do desenvolvimento social foi liberada de suasbarricadas, e um futuro próximo revelará que fatos dopassado serão igualmente comprovados.

O realismo cristão que animou Lutero e Marx pro-pulsionará o espírito até uma nova manifestação, a um

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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11Assim, a Fraternidade da Rosacruz começou com ape-nas quatro pessoas. A linguagem e a escrita mágicasforam providas por elas de vasto vocabulário, que utili-zamos, ainda hoje, para a honra e a glória de Deus, eonde encontramos grande sabedoria.

Fama Fraternitatis R.C.

Cristo, que somente pode estabelecer sua força em nóspor meio de cabeças, corações e mãos humanos.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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11Assim, a Fraternidade da Rosacruz começou com ape-nas quatro pessoas. A linguagem e a escrita mágicasforam providas por elas de vasto vocabulário, que utili-zamos, ainda hoje, para a honra e a glória de Deus, eonde encontramos grande sabedoria.

Fama Fraternitatis R.C.

Cristo, que somente pode estabelecer sua força em nóspor meio de cabeças, corações e mãos humanos.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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A linguagem secreta do vocabulário de Aquário

Na vida do aluno rosacruz sério, chega um dia em queele descobre que a Ordem da Rosacruz, a Escola deMistérios do Ocidente, nasceu de oposições e se desen-volveu a partir da dura realidade. Quando o filho daluz, o filho do fogo, provido da sabedoria que renovaa vida, volta-se para a escuridão e para as ruínas destemundo, e quando por autodefesa essa escuridão, essanegatividade, o rejeita, ele modifica sua tática. Se que-reis compreender a base espiritual da revolução deAquário, realmente é preciso que vos aprofundeisnessa tática e em sua estrutura.

Aqui já tocamos diretamente no problema crucialdesta exposição. Quando o buscador entra pela pri-meira vez em contato com a filosofia ocidental daRosacruz e é inflamado por sua mágica luminosidade,ele tende, como fez Cristiano Rosacruz quando chegouà Espanha, a querer transmitir para o restante da huma-nidade a sabedoria que a Fraternidade, tão bondosa edesinteressadamente, lhe ofereceu. Então, ele começaa divulgar os ensinamentos do cristianismo gnóstico eexperimenta naturalmente a mesma lição de CristianoRosacruz: ele passa por uma brutal e implacável rejei-ção. Ele é atacado pelo ódio e se vê preso nas redesdas forças inferiores; elas tentam manobrá-lo com oshábitos da vida comum. 135

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A linguagem secreta do vocabulário de Aquário

Na vida do aluno rosacruz sério, chega um dia em queele descobre que a Ordem da Rosacruz, a Escola deMistérios do Ocidente, nasceu de oposições e se desen-volveu a partir da dura realidade. Quando o filho daluz, o filho do fogo, provido da sabedoria que renovaa vida, volta-se para a escuridão e para as ruínas destemundo, e quando por autodefesa essa escuridão, essanegatividade, o rejeita, ele modifica sua tática. Se que-reis compreender a base espiritual da revolução deAquário, realmente é preciso que vos aprofundeisnessa tática e em sua estrutura.

Aqui já tocamos diretamente no problema crucialdesta exposição. Quando o buscador entra pela pri-meira vez em contato com a filosofia ocidental daRosacruz e é inflamado por sua mágica luminosidade,ele tende, como fez Cristiano Rosacruz quando chegouà Espanha, a querer transmitir para o restante da huma-nidade a sabedoria que a Fraternidade, tão bondosa edesinteressadamente, lhe ofereceu. Então, ele começaa divulgar os ensinamentos do cristianismo gnóstico eexperimenta naturalmente a mesma lição de CristianoRosacruz: ele passa por uma brutal e implacável rejei-ção. Ele é atacado pelo ódio e se vê preso nas redesdas forças inferiores; elas tentam manobrá-lo com oshábitos da vida comum. 135

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água da realidade; ele fustiga com a realidade, exor-tando seus ouvintes para que se preparem interior-mente para a vinda de Cristo, por meio de um com-portamento conseqüente.

Mas, fostes já batizados pela realidade inferior?Conheceis o inferno no qual viveis? Ou fostes somen-te batizados em uma igreja? No momento em que mer-gulhardes na realidade, quando vossa realidade exis-tencial vos oprimir até sufocar, quando estiverdes pre-parados para aniquilar esta realidade da separatividadedo eu para que a luz de Cristo possa se manifestar emvós, então sereis batizados com a água do Jordão, esomente então compreendereis as palavras de JoãoBatista: “Aquele que vem após mim era antes de mim.Eu não sou digno de desatar as correias das suas san-dálias”. Então sabereis que há um novo céu e umanova terra, uma nova realidade. Então conhecereisAquele que não deseja batizar-vos com água, mas comfogo; Aquele que, pelo fogo, vai aniquilar a realidadeinfernal.

Quando compreenderdes isso e já tiverdes passadopela prova dos cinco anos (aspecto cabalístico da razãosuprema da nova alma), então a nova reforma terá sen-tido para vós. Já não continuareis a pregar no deserto,às margens do Jordão!

E eis que ele chega, o homem-Jesus, o homem-alma verdadeiro. Ele vem até o Jordão. Ele se imergena água; quer ser batizado em nossa realidade. Elemergulha completamente na indizível miséria destaexistência, arriscando até mesmo a sufocar-se nela. Eleaceita inteiramente esta miséria; todas as dores doshomens manifestam-se n’Ele. “É necessário que elecresça e que eu diminua”, diz João. Quando Jesussurge dessa água, vemos o espírito de Deus descer

Capítulo 11

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Quando o obreiro chegou a esse ponto do cami-nho, os Irmãos Maiores observam seu desenvolvimen-to ulterior com grande atenção, pois ele está em umestágio extremamente crítico. Sairá ele dessa crisecomo um pássaro de fogo renascido? A reforma exigi-da dele virá outra vez à sua mente, decorridos oscinco anos? Ou ele se deterá na fronteira? Neste caso,ele estará perdido para a Escola de Mistérios. Ele jánão pode ser um livre-construtor. Chocando-se comas resistências, ele é incapaz de ultrapassá-las, e entãoestaca no estágio de efésio, como um habitante dafronteira; mas, desse modo, jamais entrará no estadode alma vivente.

Existe uma diferença incomensurável entre o cristãohumanitário e o cristão no sentido da Escola Espiritualgnóstica. O cristão humanitário é o pregador, geral-mente bem intencionado que, quando entra em ação,é o contestador, o apresentador de petições; ele tentacurar as feridas com atos filantrópicos ou humanitários,mas nem por isso é um curador. Em seu aspecto maiselevado, ele é o homem que lança palavras de protes-to inflamadas contra a decadência; ele é o pregadorviolento que exorta ao arrependimento.

Entretanto, sabei que o cristão gnóstico não énenhum pregador que exorta ao arrependimento; nãovejais em nós pregadores violentos. Nós somos bemmais perigosos! Com a ajuda de Deus, realizamos arevolução de Aquário e seguimos uma outra tática.Desejais um exemplo bíblico? Pensai, então, em JoãoBatista, o precursor de Cristo, o homem que prega nodeserto, vestido com seu manto de pêlo de camelo.De pé, no deserto deste mundo, ele diz: “Endireitai oscaminhos do Senhor, endireitai os caminhos paravosso Deus!” João batiza com a água do Jordão, a

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água da realidade; ele fustiga com a realidade, exor-tando seus ouvintes para que se preparem interior-mente para a vinda de Cristo, por meio de um com-portamento conseqüente.

Mas, fostes já batizados pela realidade inferior?Conheceis o inferno no qual viveis? Ou fostes somen-te batizados em uma igreja? No momento em que mer-gulhardes na realidade, quando vossa realidade exis-tencial vos oprimir até sufocar, quando estiverdes pre-parados para aniquilar esta realidade da separatividadedo eu para que a luz de Cristo possa se manifestar emvós, então sereis batizados com a água do Jordão, esomente então compreendereis as palavras de JoãoBatista: “Aquele que vem após mim era antes de mim.Eu não sou digno de desatar as correias das suas san-dálias”. Então sabereis que há um novo céu e umanova terra, uma nova realidade. Então conhecereisAquele que não deseja batizar-vos com água, mas comfogo; Aquele que, pelo fogo, vai aniquilar a realidadeinfernal.

Quando compreenderdes isso e já tiverdes passadopela prova dos cinco anos (aspecto cabalístico da razãosuprema da nova alma), então a nova reforma terá sen-tido para vós. Já não continuareis a pregar no deserto,às margens do Jordão!

E eis que ele chega, o homem-Jesus, o homem-alma verdadeiro. Ele vem até o Jordão. Ele se imergena água; quer ser batizado em nossa realidade. Elemergulha completamente na indizível miséria destaexistência, arriscando até mesmo a sufocar-se nela. Eleaceita inteiramente esta miséria; todas as dores doshomens manifestam-se n’Ele. “É necessário que elecresça e que eu diminua”, diz João. Quando Jesussurge dessa água, vemos o espírito de Deus descer

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Quando o obreiro chegou a esse ponto do cami-nho, os Irmãos Maiores observam seu desenvolvimen-to ulterior com grande atenção, pois ele está em umestágio extremamente crítico. Sairá ele dessa crisecomo um pássaro de fogo renascido? A reforma exigi-da dele virá outra vez à sua mente, decorridos oscinco anos? Ou ele se deterá na fronteira? Neste caso,ele estará perdido para a Escola de Mistérios. Ele jánão pode ser um livre-construtor. Chocando-se comas resistências, ele é incapaz de ultrapassá-las, e entãoestaca no estágio de efésio, como um habitante dafronteira; mas, desse modo, jamais entrará no estadode alma vivente.

Existe uma diferença incomensurável entre o cristãohumanitário e o cristão no sentido da Escola Espiritualgnóstica. O cristão humanitário é o pregador, geral-mente bem intencionado que, quando entra em ação,é o contestador, o apresentador de petições; ele tentacurar as feridas com atos filantrópicos ou humanitários,mas nem por isso é um curador. Em seu aspecto maiselevado, ele é o homem que lança palavras de protes-to inflamadas contra a decadência; ele é o pregadorviolento que exorta ao arrependimento.

Entretanto, sabei que o cristão gnóstico não énenhum pregador que exorta ao arrependimento; nãovejais em nós pregadores violentos. Nós somos bemmais perigosos! Com a ajuda de Deus, realizamos arevolução de Aquário e seguimos uma outra tática.Desejais um exemplo bíblico? Pensai, então, em JoãoBatista, o precursor de Cristo, o homem que prega nodeserto, vestido com seu manto de pêlo de camelo.De pé, no deserto deste mundo, ele diz: “Endireitai oscaminhos do Senhor, endireitai os caminhos paravosso Deus!” João batiza com a água do Jordão, a

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muda completamente de tática, pois é então admitidona Ordem.

Por que atacamos a horda tenebrosa com uma violên-cia tão grande? Por que vos incitamos a partir conosco?Por que vos descrevemos a realidade tão cruamente?Não o compreendeis? Porque queremos vos incitar àação. Qual ação? Saltar conosco na água do Jordão enela mergulhar por completo. Quando fizerdes isso,quando tiverdes coragem de aceitar essa luta heróica,tereis posto o pé no caminho que leva ao novo estadode alma.

Nestes últimos tempos, a Escola de Mistérios gozoude considerável expansão. Ela se prepara para um tra-balho grandioso e decisivo. Por isso estais perturbados;e é graças a essa perturbação que o ouro é provado epurificado; é por isso que aqueles que estão aptos sãoescolhidos, dessa maneira, para um novo trabalho.Muitos agarraram essa oportunidade. Pelo testemunhodo ato de amor, o amor desceu entre vós. Quanto maisvos esvaziardes do eu, tanto mais vossa alma crescerá.

Quando o irmão mais novo entra na Ordem, Ordemessa nascida da necessidade, ele começa a estudar asabedoria do grande “vocabulário”. A tática da Ordemfaz parte de sua instrução; como base de seu novo tra-balho, ele aprende a compreender: a luz não se deixarejeitar; ela quer triunfar. Se ela não puder triunfar como suave brilho dos raios solares libertadores que dissi-pam a escuridão, ela golpeará como um raio.

Se compreenderdes a magia da luz, sabereis comoela impulsiona as coisas naturais no mundo, com umnúmero infinito de gradações e com uma multiplicida-de imensa. A astrosofia nos explica os raios das forças

Capítulo 11

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sobre sua cabeça, sob a forma de uma pomba. Entãoele prossegue. Atravessando o deserto, ele rompe oenvoltório de Saturno: e o sol se eleva! Ele avança nalama desta existência: e o sol se eleva! É claro que eleprega o evangelho, mas, ao mesmo tempo, cura osdoentes: e o sol se eleva! Ele se sacrifica integral ecompletamente. Ele escolhe a cruz: e o sol se eleva! Ena manhã da ressurreição, eis que o sol já irradia sobreum novo mundo. Compreendeis esse chamado do sol,esse chamado de Cristo?

Agora sabeis que a Escola de Mistérios surgiu dadura realidade. Sabeis que a Escola de Mistérios nãopode ser a escola da água, mas sim a escola do fogo.Compreendeis também as conseqüências disso? NaFama, essas conseqüências são chamadas de a lingua-gem e a escrita mágicas providas de vasto vocabulário.

Quais são as conseqüências disso? Por enquanto, oshomens que escutam unicamente João Batista, boquia-bertos de admiração, cheios de interesse ou de desa-grado, ainda não podem compreender nada sobreessas coisas. Primeiro, eles devem compreender o sen-tido da vida e conhecer a realidade. É por essa razãoque a filosofia ocidental se dirige a eles, para que pos-sam medir sua realidade com essa sabedoria. Esta rea-lidade é terrível! É por isso que, avançando rapidamen-te com a filosofia ocidental, chamamos com ela:“Endireitai os caminhos do Senhor!”

Mas a horda tenebrosa, que mantém sob seu domí-nio o mundo e a humanidade, se recusa. Uma aceita-ção significaria seu fim. Por sua própria vontade, elanão faria essa escolha. É por isso que o aluno queavança no caminho da realização faz-se batizar, talcomo Jesus, na água do Jordão, e sabeis agora o que épreciso entender por esse batismo. Após o batismo, ele

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muda completamente de tática, pois é então admitidona Ordem.

Por que atacamos a horda tenebrosa com uma violên-cia tão grande? Por que vos incitamos a partir conosco?Por que vos descrevemos a realidade tão cruamente?Não o compreendeis? Porque queremos vos incitar àação. Qual ação? Saltar conosco na água do Jordão enela mergulhar por completo. Quando fizerdes isso,quando tiverdes coragem de aceitar essa luta heróica,tereis posto o pé no caminho que leva ao novo estadode alma.

Nestes últimos tempos, a Escola de Mistérios gozoude considerável expansão. Ela se prepara para um tra-balho grandioso e decisivo. Por isso estais perturbados;e é graças a essa perturbação que o ouro é provado epurificado; é por isso que aqueles que estão aptos sãoescolhidos, dessa maneira, para um novo trabalho.Muitos agarraram essa oportunidade. Pelo testemunhodo ato de amor, o amor desceu entre vós. Quanto maisvos esvaziardes do eu, tanto mais vossa alma crescerá.

Quando o irmão mais novo entra na Ordem, Ordemessa nascida da necessidade, ele começa a estudar asabedoria do grande “vocabulário”. A tática da Ordemfaz parte de sua instrução; como base de seu novo tra-balho, ele aprende a compreender: a luz não se deixarejeitar; ela quer triunfar. Se ela não puder triunfar como suave brilho dos raios solares libertadores que dissi-pam a escuridão, ela golpeará como um raio.

Se compreenderdes a magia da luz, sabereis comoela impulsiona as coisas naturais no mundo, com umnúmero infinito de gradações e com uma multiplicida-de imensa. A astrosofia nos explica os raios das forças

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sobre sua cabeça, sob a forma de uma pomba. Entãoele prossegue. Atravessando o deserto, ele rompe oenvoltório de Saturno: e o sol se eleva! Ele avança nalama desta existência: e o sol se eleva! É claro que eleprega o evangelho, mas, ao mesmo tempo, cura osdoentes: e o sol se eleva! Ele se sacrifica integral ecompletamente. Ele escolhe a cruz: e o sol se eleva! Ena manhã da ressurreição, eis que o sol já irradia sobreum novo mundo. Compreendeis esse chamado do sol,esse chamado de Cristo?

Agora sabeis que a Escola de Mistérios surgiu dadura realidade. Sabeis que a Escola de Mistérios nãopode ser a escola da água, mas sim a escola do fogo.Compreendeis também as conseqüências disso? NaFama, essas conseqüências são chamadas de a lingua-gem e a escrita mágicas providas de vasto vocabulário.

Quais são as conseqüências disso? Por enquanto, oshomens que escutam unicamente João Batista, boquia-bertos de admiração, cheios de interesse ou de desa-grado, ainda não podem compreender nada sobreessas coisas. Primeiro, eles devem compreender o sen-tido da vida e conhecer a realidade. É por essa razãoque a filosofia ocidental se dirige a eles, para que pos-sam medir sua realidade com essa sabedoria. Esta rea-lidade é terrível! É por isso que, avançando rapidamen-te com a filosofia ocidental, chamamos com ela:“Endireitai os caminhos do Senhor!”

Mas a horda tenebrosa, que mantém sob seu domí-nio o mundo e a humanidade, se recusa. Uma aceita-ção significaria seu fim. Por sua própria vontade, elanão faria essa escolha. É por isso que o aluno queavança no caminho da realização faz-se batizar, talcomo Jesus, na água do Jordão, e sabeis agora o que épreciso entender por esse batismo. Após o batismo, ele

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é inferior, nenhuma libertação da miséria e da corrup-ção, mas precipita-vos naquilo que é inferior, na reali-dade, no Jordão. O espírito de Cristo também descenessa água do Jordão e vos precede rumo à Canaã darenovação. Esse é o motivo pelo qual deveis desligar-vos da ilusão que consiste em crer que existe algocomo uma “libertação” desta realidade infernal. Não;deveis apagar, vós mesmos, este fogo infernal com ofogo de vossa ação, até que vejais enfim um novo solsubir até o zênite. Quando ousardes empreender essetrabalho, quando aceitardes essa tarefa e compreender-des essa linguagem secreta do vocabulário da revolu-ção de Aquário, então “todas as coisas serão deposita-das em vossas mãos”.

“Ora, antes da festa de Páscoa, sabendo Jesus que já erachegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai,como havia amado os seus, que estavam no mundo,amou-os até o fim. E, acabada a ceia, tendo já o diaboposto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão,que o traísse, Jesus sabendo que o Pai tinha deposita-do nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído deDeus e que ia para Deus, levantou-se da ceia, tirou asvestes e, tomando um tecido de linho, cingiu-se.Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar ospés aos discípulos e a enxugá-los com o tecido comque estava cingido. Aproximou-se, pois, de SimãoPedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?Respondeu Jesus e disse-lhe: O que eu faço, não ocompreendes tu agora, mas o compreenderás depois.”

Com certeza existem leitores que não compreendemesse simbolismo sagrado de extraordinária verdade.Para eles, essa parte do Evangelho de João está em

Capítulo 11

141

cósmicas e nós conhecemos também os poderososefeitos das radiações invisíveis dos elementos.

Existe, portanto, algo como uma ilegalidade divina:sem que o homem natural se dê conta disso, a matériagrosseira é minada até seu desmoronamento. O proces-so mantido pela horda tenebrosa volta-se contra ela. Elase destrói por sua própria natureza inferior, por causada ação mágica e revolucionária da luz e do fogo.

Diariamente, diz a Fama, o Irmão R.C. usa o grandevocabulário dessa revolução da luz para a honra e a gló-ria de Deus, e aí encontra uma grande sabedoria. Nesselivro, ele aprende a grande diferença entre as doutrinase sua prática. Os ensinamentos não são libertadores porsi mesmos; somente sua realização permite a soluçãodos problemas. Podeis comparar os ensinamentos aoelemento água e a sua realização ao elemento fogo.

Na vida natural, esses dois elementos são hostis umao outro. Essa é a razão pela qual as pessoas recuamdiante da missão do cristianismo. Desse modo, a reli-gião ocidental é enterrada sob o dogmatismo, e assimpermanece. O aluno rosacruz, porém, aspira à unidadeda água e do fogo, e é por isso que ele estabelece arevolução de Aquário neste mundo, revolução quedeve conduzir a essa unidade.

Encontramo-nos no Jordão. Aí vemos, de pé, a figu-ra de João Batista, que nos faz mergulhar na realidadedestroçada pela natureza inferior. Depois de sermosbatizados, atravessamos o deserto com ele, o Senhorde toda vida, rumo à Canaã da renovação; chegamosaté as novas núpcias onde o sangue do Senhor, o novovinho, cintila na taça; e aí construímos a nova moradapara a onda de vida humana.

Precisais compreender essa linguagem secreta; aEscola de Mistérios não visa nenhuma elevação do que

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é inferior, nenhuma libertação da miséria e da corrup-ção, mas precipita-vos naquilo que é inferior, na reali-dade, no Jordão. O espírito de Cristo também descenessa água do Jordão e vos precede rumo à Canaã darenovação. Esse é o motivo pelo qual deveis desligar-vos da ilusão que consiste em crer que existe algocomo uma “libertação” desta realidade infernal. Não;deveis apagar, vós mesmos, este fogo infernal com ofogo de vossa ação, até que vejais enfim um novo solsubir até o zênite. Quando ousardes empreender essetrabalho, quando aceitardes essa tarefa e compreender-des essa linguagem secreta do vocabulário da revolu-ção de Aquário, então “todas as coisas serão deposita-das em vossas mãos”.

“Ora, antes da festa de Páscoa, sabendo Jesus que já erachegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai,como havia amado os seus, que estavam no mundo,amou-os até o fim. E, acabada a ceia, tendo já o diaboposto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão,que o traísse, Jesus sabendo que o Pai tinha deposita-do nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído deDeus e que ia para Deus, levantou-se da ceia, tirou asvestes e, tomando um tecido de linho, cingiu-se.Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar ospés aos discípulos e a enxugá-los com o tecido comque estava cingido. Aproximou-se, pois, de SimãoPedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?Respondeu Jesus e disse-lhe: O que eu faço, não ocompreendes tu agora, mas o compreenderás depois.”

Com certeza existem leitores que não compreendemesse simbolismo sagrado de extraordinária verdade.Para eles, essa parte do Evangelho de João está em

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cósmicas e nós conhecemos também os poderososefeitos das radiações invisíveis dos elementos.

Existe, portanto, algo como uma ilegalidade divina:sem que o homem natural se dê conta disso, a matériagrosseira é minada até seu desmoronamento. O proces-so mantido pela horda tenebrosa volta-se contra ela. Elase destrói por sua própria natureza inferior, por causada ação mágica e revolucionária da luz e do fogo.

Diariamente, diz a Fama, o Irmão R.C. usa o grandevocabulário dessa revolução da luz para a honra e a gló-ria de Deus, e aí encontra uma grande sabedoria. Nesselivro, ele aprende a grande diferença entre as doutrinase sua prática. Os ensinamentos não são libertadores porsi mesmos; somente sua realização permite a soluçãodos problemas. Podeis comparar os ensinamentos aoelemento água e a sua realização ao elemento fogo.

Na vida natural, esses dois elementos são hostis umao outro. Essa é a razão pela qual as pessoas recuamdiante da missão do cristianismo. Desse modo, a reli-gião ocidental é enterrada sob o dogmatismo, e assimpermanece. O aluno rosacruz, porém, aspira à unidadeda água e do fogo, e é por isso que ele estabelece arevolução de Aquário neste mundo, revolução quedeve conduzir a essa unidade.

Encontramo-nos no Jordão. Aí vemos, de pé, a figu-ra de João Batista, que nos faz mergulhar na realidadedestroçada pela natureza inferior. Depois de sermosbatizados, atravessamos o deserto com ele, o Senhorde toda vida, rumo à Canaã da renovação; chegamosaté as novas núpcias onde o sangue do Senhor, o novovinho, cintila na taça; e aí construímos a nova moradapara a onda de vida humana.

Precisais compreender essa linguagem secreta; aEscola de Mistérios não visa nenhuma elevação do que

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Portanto, compreendei conosco a linguagem secre-ta do vocabulário da revolução de Aquário, a lingua-gem secreta da Fama Fraternitatis. Se ainda não a com-preendeis, compreendereis mais tarde que existe ape-nas um sinal, um símbolo da revolução de Aquário: acruz de Cristo. Mergulhai na realidade: construí a vitó-ria da cruz na realidade, pelo ato de amor impessoal,em meio ao deserto! Isso é Aquário, isso é o rosacrucia-nismo! Essa é a nossa tática! Quem poderá resistir a nós?

Capítulo 11

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linguagem secreta. Eles pensam em um ato ritual, naassombrosa paródia realizada pelo Papa de Roma porocasião do lava-pés anual. Para inúmeras pessoas, ocristianismo todo permanece uma linguagem secreta euma espantosa caricatura.

Entretanto, compreendereis a seguir essa linguagemsecreta, quando a pesada e dura realidade vos tiver emsuas garras, extraindo de vós o último vestígio de egoís-mo; quando o mundo aqui embaixo já tiver se tornadoum inferno tão terrível que cada passo vos custará umador infinita. Por essa mesma dor, vossos olhos se abri-rão e a linguagem secreta do vocabulário da Frater-nidade da Rosacruz se iluminará para vós. Então com-preendereis o mistério do lava-pés.

Então vereis o sublime, mergulhado na água doJordão, elevar-se em indescritível majestade, cingido porum tecido de linho puro, imaculado, símbolo do serviçode amor impessoal. Ele vem como servidor, e no tristís-simo deserto, curva-se, carregando sua cruz, em comple-ta abnegação pelo homem e pela sociedade; esse é omilagre do lava-pés, o símbolo de Peixes, o sinal da cruz.

Assim Simão Pedro, o elemento enérgico e dinâmi-co em vós, indaga: “Por que tu, Senhor? Esse sacrifícionão deveria ser realizado por cabeças humanas, cora-ções humanos e mãos humanas?” O Deus encarnado,porém, diz: “O que eu faço, não o compreendes tuagora, mas o compreenderás depois”.

Quando a vida está em chamas, quando chega omomento psicológico da luta, a cruz aí está; e é somen-te sob esse signo que o homem dinâmico poderá triun-far e que todas as coisas serão entregues em suasmãos. Sem o sacrifício de Cristo, todo o trabalho é vão.Sem nosso sacrifício, todo o trabalho de libertação éuma quimera.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Portanto, compreendei conosco a linguagem secre-ta do vocabulário da revolução de Aquário, a lingua-gem secreta da Fama Fraternitatis. Se ainda não a com-preendeis, compreendereis mais tarde que existe ape-nas um sinal, um símbolo da revolução de Aquário: acruz de Cristo. Mergulhai na realidade: construí a vitó-ria da cruz na realidade, pelo ato de amor impessoal,em meio ao deserto! Isso é Aquário, isso é o rosacrucia-nismo! Essa é a nossa tática! Quem poderá resistir a nós?

Capítulo 11

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linguagem secreta. Eles pensam em um ato ritual, naassombrosa paródia realizada pelo Papa de Roma porocasião do lava-pés anual. Para inúmeras pessoas, ocristianismo todo permanece uma linguagem secreta euma espantosa caricatura.

Entretanto, compreendereis a seguir essa linguagemsecreta, quando a pesada e dura realidade vos tiver emsuas garras, extraindo de vós o último vestígio de egoís-mo; quando o mundo aqui embaixo já tiver se tornadoum inferno tão terrível que cada passo vos custará umador infinita. Por essa mesma dor, vossos olhos se abri-rão e a linguagem secreta do vocabulário da Frater-nidade da Rosacruz se iluminará para vós. Então com-preendereis o mistério do lava-pés.

Então vereis o sublime, mergulhado na água doJordão, elevar-se em indescritível majestade, cingido porum tecido de linho puro, imaculado, símbolo do serviçode amor impessoal. Ele vem como servidor, e no tristís-simo deserto, curva-se, carregando sua cruz, em comple-ta abnegação pelo homem e pela sociedade; esse é omilagre do lava-pés, o símbolo de Peixes, o sinal da cruz.

Assim Simão Pedro, o elemento enérgico e dinâmi-co em vós, indaga: “Por que tu, Senhor? Esse sacrifícionão deveria ser realizado por cabeças humanas, cora-ções humanos e mãos humanas?” O Deus encarnado,porém, diz: “O que eu faço, não o compreendes tuagora, mas o compreenderás depois”.

Quando a vida está em chamas, quando chega omomento psicológico da luta, a cruz aí está; e é somen-te sob esse signo que o homem dinâmico poderá triun-far e que todas as coisas serão entregues em suasmãos. Sem o sacrifício de Cristo, todo o trabalho é vão.Sem nosso sacrifício, todo o trabalho de libertação éuma quimera.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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12Eles também escreveram a primeira parte do Livro M.Mas como esse trabalho havia se tornado demasiada-mente importante, e a incrível afluência de doentesmuito os estorvava, estando além disso concluída anova morada, denominada Sancti Spiritus, decidiramadmitir outras pessoas em sua comunidade e fraterni-dade. Para isso foram escolhidos: Irmão R.C., filho doirmão de seu falecido pai; Irmão B., hábil pintor; G.G. eP.D., seus secretários. Assim, eram agora ao todo oito,alemães, com exceção de I.A., todos celibatários e devo-tados à castidade. Eles deveriam recompilar em uma sóobra tudo o que o homem pudesse querer, desejar ouesperar para si.

Fama Fraternitatis R.C.

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12Eles também escreveram a primeira parte do Livro M.Mas como esse trabalho havia se tornado demasiada-mente importante, e a incrível afluência de doentesmuito os estorvava, estando além disso concluída anova morada, denominada Sancti Spiritus, decidiramadmitir outras pessoas em sua comunidade e fraterni-dade. Para isso foram escolhidos: Irmão R.C., filho doirmão de seu falecido pai; Irmão B., hábil pintor; G.G. eP.D., seus secretários. Assim, eram agora ao todo oito,alemães, com exceção de I.A., todos celibatários e devo-tados à castidade. Eles deveriam recompilar em uma sóobra tudo o que o homem pudesse querer, desejar ouesperar para si.

Fama Fraternitatis R.C.

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12

A nova Morada do Espírito Santo

Quando o aluno da Escola de Mistérios da Rosacruzsegue sua árdua senda a fim de cumprir sua tarefa, eleencontra a força para isso, pois sabe que é sustentadopela lei fundamental dos mistérios do Ocidente, leiexpressa na inscrição encontrada no túmulo simbólicode Cristiano Rosacruz: Ex Deo nascimur, in Jesu mori-mur, per Spiritum Sanctum reviviscimus, ou seja: “DeDeus nascemos, em Jesus morremos e pelo EspíritoSanto renascemos”.

Essa sentença não é somente uma máxima edifican-te, envolvida por uma certa mística, mas tem um pro-fundo significado gnóstico. Ela é o átomo-sementeprismático da filosofia ocidental, e quando o aluno daRosacruz se une a esse testemunho de fé, ele sabe oque diz e o que faz, conhecendo a força maravilhosaque aí se encontra depositada.

Todo aquele que é aceito em um dos círculos mági-cos dos mistérios deve indagar-se: “Sei realmente o quedigo? Sei realmente o que faço? Conheço verdadeira-mente alguma coisa dessa força maravilhosa, agora quenovamente pronuncio a lei fundamental dos mistériosdo Ocidente: De Deus nasci, em Jesus eu morro e peloEspírito Santo eu renasço?”

Se possuirdes uma parcela desse saber compreen-dereis também a Fama Fraternitatis, quando ela fala da 147

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A nova Morada do Espírito Santo

Quando o aluno da Escola de Mistérios da Rosacruzsegue sua árdua senda a fim de cumprir sua tarefa, eleencontra a força para isso, pois sabe que é sustentadopela lei fundamental dos mistérios do Ocidente, leiexpressa na inscrição encontrada no túmulo simbólicode Cristiano Rosacruz: Ex Deo nascimur, in Jesu mori-mur, per Spiritum Sanctum reviviscimus, ou seja: “DeDeus nascemos, em Jesus morremos e pelo EspíritoSanto renascemos”.

Essa sentença não é somente uma máxima edifican-te, envolvida por uma certa mística, mas tem um pro-fundo significado gnóstico. Ela é o átomo-sementeprismático da filosofia ocidental, e quando o aluno daRosacruz se une a esse testemunho de fé, ele sabe oque diz e o que faz, conhecendo a força maravilhosaque aí se encontra depositada.

Todo aquele que é aceito em um dos círculos mági-cos dos mistérios deve indagar-se: “Sei realmente o quedigo? Sei realmente o que faço? Conheço verdadeira-mente alguma coisa dessa força maravilhosa, agora quenovamente pronuncio a lei fundamental dos mistériosdo Ocidente: De Deus nasci, em Jesus eu morro e peloEspírito Santo eu renasço?”

Se possuirdes uma parcela desse saber compreen-dereis também a Fama Fraternitatis, quando ela fala da 147

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uma sabedoria, uma força que tudo sustenta. Já não éa fé em uma direção superior insondável, que pode serpercebida de diversas maneiras. Já não é o lamentávelbalbuciar do homem primitivo que diz: “Sim, devehaver alguma coisa”, mas o saber perfeito, o saber su-blime do investigador esotérico.

É o plano cósmico, a irresistível organização quesegue seu plano. Milhões de sistemas solares movem-se através do espaço incomensurável do sétimo domí-nio cósmico; inúmeras constelações estelares mostrama glória sem par da única força que tudo governa.Assim como um objeto que se desloca rapidamente eque precisa vencer uma certa resistência faz nascer umsom no espaço, assim também essas miríades de esfe-ras, tão diferentes em velocidade, volume e composi-ção, emitem cada uma seu próprio som em sua trajetó-ria dirigida através da matéria primordial, da substân-cia-raiz cósmica. Juntos, esses sons formam o imensocoro dos representantes de Deus.

Já ouvistes alguma vez esse oceano de sons?Conheceis um pouco de astrosofia? Certamente nãoestamos falando da astrologia dos fazedores de horós-copo que se ocupam de toda a espécie de banalidades,mas sim da linguagem de Deus, que vem a nós porintermédio de seus sublimes servidores. Então conhe-ceis a santa emoção de descobrir que, ao comando deDeus, todas as sublimes forças cósmicas colaboramconosco e que o salmista não se exprime em vão quan-do diz: “Vede, ele conhece a todos pelo nome”.

Assim, com os olhos baços de lágrimas e com asmãos postas, tereis conseguido captar um saber único,grandioso e sublime, uma prova clara de algo inexpri-mível e magnífico, ou seja, que nós, microorganismosinfinitamente pequenos em comparação com esses titãs

Capítulo 12

149

Fraternidade da Rosacruz fundada por quatro pessoas.Lemos na Fama:

Mas como esse trabalho havia se tornado demasiada-mente importante, e a incrível afluência de doentesmuito os estorvava, estando além disso concluída anova morada, denominada Sancti Spiritus, decidiramadmitir outras pessoas em sua comunidade e fraterni-dade. Para isso foram escolhidos: Irmão R.C., filho doirmão de seu falecido pai; Irmão B., hábil pintor; G.G.e P.D., seus secretários. Assim, eram agora ao todo oito,alemães, com exceção de I.A., todos celibatários e devo-tados à castidade. Eles deveriam recompilar em uma sóobra tudo o que o homem pudesse querer, desejar ouesperar para si.

Quando o pregador de uma comunidade religiosaestende os braços sobre ela para abençoá-la e pronun-cia a sua invocação: “Em nome do Pai, do Filho e doEspírito Santo”, a importante pergunta a ser feita é seesse homem sabe o que faz, pois seus próprios ensina-mentos e seu comportamento de vida deixam muito adesejar face as exigências do Pai, do Filho e do EspíritoSanto. Se ele realmente cumprisse seus ensinamentos,certamente já não poderia suportar a permanência emsua comunidade religiosa.

Depois do voto, revela-se o contraste: a ignorânciana sua prece, na sua pregação e sua cegueira frente àrealidade.

“De Deus nasci.” O que quer dizer isso? É a afirmaçãodo homem que conhece Deus, que sonda algo do divi-no mediante cabeça e coração. É a afirmação do ho-mem que percebe em todo o Universo, uma vontade,

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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uma sabedoria, uma força que tudo sustenta. Já não éa fé em uma direção superior insondável, que pode serpercebida de diversas maneiras. Já não é o lamentávelbalbuciar do homem primitivo que diz: “Sim, devehaver alguma coisa”, mas o saber perfeito, o saber su-blime do investigador esotérico.

É o plano cósmico, a irresistível organização quesegue seu plano. Milhões de sistemas solares movem-se através do espaço incomensurável do sétimo domí-nio cósmico; inúmeras constelações estelares mostrama glória sem par da única força que tudo governa.Assim como um objeto que se desloca rapidamente eque precisa vencer uma certa resistência faz nascer umsom no espaço, assim também essas miríades de esfe-ras, tão diferentes em velocidade, volume e composi-ção, emitem cada uma seu próprio som em sua trajetó-ria dirigida através da matéria primordial, da substân-cia-raiz cósmica. Juntos, esses sons formam o imensocoro dos representantes de Deus.

Já ouvistes alguma vez esse oceano de sons?Conheceis um pouco de astrosofia? Certamente nãoestamos falando da astrologia dos fazedores de horós-copo que se ocupam de toda a espécie de banalidades,mas sim da linguagem de Deus, que vem a nós porintermédio de seus sublimes servidores. Então conhe-ceis a santa emoção de descobrir que, ao comando deDeus, todas as sublimes forças cósmicas colaboramconosco e que o salmista não se exprime em vão quan-do diz: “Vede, ele conhece a todos pelo nome”.

Assim, com os olhos baços de lágrimas e com asmãos postas, tereis conseguido captar um saber único,grandioso e sublime, uma prova clara de algo inexpri-mível e magnífico, ou seja, que nós, microorganismosinfinitamente pequenos em comparação com esses titãs

Capítulo 12

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Fraternidade da Rosacruz fundada por quatro pessoas.Lemos na Fama:

Mas como esse trabalho havia se tornado demasiada-mente importante, e a incrível afluência de doentesmuito os estorvava, estando além disso concluída anova morada, denominada Sancti Spiritus, decidiramadmitir outras pessoas em sua comunidade e fraterni-dade. Para isso foram escolhidos: Irmão R.C., filho doirmão de seu falecido pai; Irmão B., hábil pintor; G.G.e P.D., seus secretários. Assim, eram agora ao todo oito,alemães, com exceção de I.A., todos celibatários e devo-tados à castidade. Eles deveriam recompilar em uma sóobra tudo o que o homem pudesse querer, desejar ouesperar para si.

Quando o pregador de uma comunidade religiosaestende os braços sobre ela para abençoá-la e pronun-cia a sua invocação: “Em nome do Pai, do Filho e doEspírito Santo”, a importante pergunta a ser feita é seesse homem sabe o que faz, pois seus próprios ensina-mentos e seu comportamento de vida deixam muito adesejar face as exigências do Pai, do Filho e do EspíritoSanto. Se ele realmente cumprisse seus ensinamentos,certamente já não poderia suportar a permanência emsua comunidade religiosa.

Depois do voto, revela-se o contraste: a ignorânciana sua prece, na sua pregação e sua cegueira frente àrealidade.

“De Deus nasci.” O que quer dizer isso? É a afirmaçãodo homem que conhece Deus, que sonda algo do divi-no mediante cabeça e coração. É a afirmação do ho-mem que percebe em todo o Universo, uma vontade,

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Não considereis esta exposição como um sermão;não queremos absolutamente uniformizar vossa cons-ciência pelo nivelamento ortodoxo cristão que está emvigor atualmente, na caricatura cristã feita pela igreja A,B ou C. Nós, rosacruzes, estamos voltados para o rea-lismo. É por isso que, antes de repetir “Em Jesus mor-remos”, queremos lembrar que nascemos de Deus, quesomos de sua linhagem.

E como estamos plenos do legítimo orgulho de per-tencer à grande hierarquia dos seres, de ter recebidoum lugar na onirevelação, vemos ao mesmo tempo oterrível fantasma da realidade. Vemos um mundo seme-lhante aos rugidos do inferno, vemos dele os atrozescontrastes e sabemos que fomos lançados neste planode socorro onde as potências inferiores mantêm ahumanidade sob seu domínio. Vemos a traição eviden-te, o sinistro abraço da besta infernal. Vemos a massaem um sabá demoníaco; a terra está embebida por nos-sas lágrimas; nossos gemidos são incontáveis e nossocoração está exausto.

E o aluno, aquele mesmo aluno que cantava comjúbilo “De Deus nasci!”, vê com profundo desesperoque a massa não conhece a origem de seu nascimen-to, que a luz brilha sobre uma terra em trevas, incapazde assimilar essa luz.

É por isso que o aluno diz, tão resoluto: “Em Jesus eumorro”. Para ele não se trata de verborragia dogmática,nem de romantismo fúnebre, nem de um suave mur-múrio. Para ele, não se trata nem de beatice, nem da ter-minologia pastosa do povo das igrejas. Trata-se de umformidável salto dentro da realidade: é um combate ex-tremamente sério com os fantasmas do mal; é um saltona natureza infernal para aí entrar em combate comtodas as forças do mal, para aí liberar a humanidade que

Capítulo 12

151

majestosos, tornamo-nos conscientes de termos sido,nós também, lançados em um processo de devir.Percebemos também que não fomos simplesmente jo-gados num dos menores corpos celestes como merosnúcleos acidentais de consciência para, no final, ser-mos triturados em uma catástrofe sideral, mas que esta-mos incluídos em um plano, um plano divino, cujoobjetivo final ultrapassa em muito nosso atual poder decompreensão.

“De Deus nasci!” O aluno repete essa frase tomadode grande positividade, pois ele compreende o podercontido nessa prece. Enquanto o homem da massa,tomado negativamente pelo grande mistério, murmura“Deve haver algo”, o candidato, pleno de reconheci-mento e de amor, levanta a cabeça para Aquele quepensou os céus – e os céus se fizeram. Ele sabe queestá em unidade com Ele; ele sabe que está no princí-pio de uma grandiosa senda e formula a seguinteprece: “Senhor, ensina-me a dominar o medo”, pelapercepção da voz interior que diz: “Sede perfeitos,como vosso Pai que está nos céus é perfeito”.

Quem, porém, disse isso? Quem falou dessa perfei-ção que podemos atingir? A grande voz chamadora deCristo. Cristo, que nos explica o santo método.

“De Deus nasci”: saído da matriz do Universo, fuienviado aqui para baixo, no tempo, para que, atraves-sando a multiplicidade dos aspectos desta ordem desocorro, eu possa elevar-me novamente, como entida-de perfeita, no plano superior que foi previsto; e, paraque eu possa renascer pelo Espírito Santo, devo mor-rer em Jesus Cristo. Toda a realização vos parece ilusó-ria, toda a realização parece absurda pois não enten-deis o sagrado método, se não estais prontos para mor-rer em Jesus Cristo.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Não considereis esta exposição como um sermão;não queremos absolutamente uniformizar vossa cons-ciência pelo nivelamento ortodoxo cristão que está emvigor atualmente, na caricatura cristã feita pela igreja A,B ou C. Nós, rosacruzes, estamos voltados para o rea-lismo. É por isso que, antes de repetir “Em Jesus mor-remos”, queremos lembrar que nascemos de Deus, quesomos de sua linhagem.

E como estamos plenos do legítimo orgulho de per-tencer à grande hierarquia dos seres, de ter recebidoum lugar na onirevelação, vemos ao mesmo tempo oterrível fantasma da realidade. Vemos um mundo seme-lhante aos rugidos do inferno, vemos dele os atrozescontrastes e sabemos que fomos lançados neste planode socorro onde as potências inferiores mantêm ahumanidade sob seu domínio. Vemos a traição eviden-te, o sinistro abraço da besta infernal. Vemos a massaem um sabá demoníaco; a terra está embebida por nos-sas lágrimas; nossos gemidos são incontáveis e nossocoração está exausto.

E o aluno, aquele mesmo aluno que cantava comjúbilo “De Deus nasci!”, vê com profundo desesperoque a massa não conhece a origem de seu nascimen-to, que a luz brilha sobre uma terra em trevas, incapazde assimilar essa luz.

É por isso que o aluno diz, tão resoluto: “Em Jesus eumorro”. Para ele não se trata de verborragia dogmática,nem de romantismo fúnebre, nem de um suave mur-múrio. Para ele, não se trata nem de beatice, nem da ter-minologia pastosa do povo das igrejas. Trata-se de umformidável salto dentro da realidade: é um combate ex-tremamente sério com os fantasmas do mal; é um saltona natureza infernal para aí entrar em combate comtodas as forças do mal, para aí liberar a humanidade que

Capítulo 12

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majestosos, tornamo-nos conscientes de termos sido,nós também, lançados em um processo de devir.Percebemos também que não fomos simplesmente jo-gados num dos menores corpos celestes como merosnúcleos acidentais de consciência para, no final, ser-mos triturados em uma catástrofe sideral, mas que esta-mos incluídos em um plano, um plano divino, cujoobjetivo final ultrapassa em muito nosso atual poder decompreensão.

“De Deus nasci!” O aluno repete essa frase tomadode grande positividade, pois ele compreende o podercontido nessa prece. Enquanto o homem da massa,tomado negativamente pelo grande mistério, murmura“Deve haver algo”, o candidato, pleno de reconheci-mento e de amor, levanta a cabeça para Aquele quepensou os céus – e os céus se fizeram. Ele sabe queestá em unidade com Ele; ele sabe que está no princí-pio de uma grandiosa senda e formula a seguinteprece: “Senhor, ensina-me a dominar o medo”, pelapercepção da voz interior que diz: “Sede perfeitos,como vosso Pai que está nos céus é perfeito”.

Quem, porém, disse isso? Quem falou dessa perfei-ção que podemos atingir? A grande voz chamadora deCristo. Cristo, que nos explica o santo método.

“De Deus nasci”: saído da matriz do Universo, fuienviado aqui para baixo, no tempo, para que, atraves-sando a multiplicidade dos aspectos desta ordem desocorro, eu possa elevar-me novamente, como entida-de perfeita, no plano superior que foi previsto; e, paraque eu possa renascer pelo Espírito Santo, devo mor-rer em Jesus Cristo. Toda a realização vos parece ilusó-ria, toda a realização parece absurda pois não enten-deis o sagrado método, se não estais prontos para mor-rer em Jesus Cristo.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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na vida real, um mergulho na realidade infernal daordem de socorro inferior pode salvar tanto o mundoquanto nós mesmos.

Prestai bem atenção a estas palavras de Cristo:“Muitos do últimos serão os primeiros”. Confirmamosessas palavras todos os dias. Nós, rosacruzes, temos omaior interesse por essa multidão cada vez maior dehomens e mulheres que, mesmo não conhecendoCristo, abre caminho até ele mediante sacrifício pessoale luta verdadeiramente altruísta. Eles serão os primei-ros, pois, por seu grande amor aos homens, fazem fun-cionar a grande lei, a lei de Cristo. O caminho, o únicocaminho de libertação, é a aceitação da cruz: “De Deusnascemos, em Jesus morremos, e pelo Espírito Santorevivemos”.

Assim chegam a vitória e a nova Morada do EspíritoSanto. Do abismo terrestre surge uma planta nova eforte: a semente semeada, segundo o plano de Deus.Ela é enviada à terra e aí morre em Cristo, e, peloEspírito Santo, a força latente é liberada e se eleva atéà luz, para dar frutos.

E agora compreenderemos a Fama Fraternitatis. Aíestão quatro Irmãos da Rosacruz. Em Cristiano Rosa-cruz percebemos a aurora de uma nova era, e é nessequatro irmãos que, segundo o simbolismo gnóstico,devemos compreender a altura do meio-dia. O sol espi-ritual, Cristo, brilha e encontrou morada nas cabeças ecorações dos homens; a luz atravessou as trevas; logoas chamas se elevarão.

Assim é escrita a primeira parte do Livro M.Iluminados interiormente pelo amor à humanidade, irra-diantes, Cristiano Rosacruz e seus companheiros pene-tram até a realidade: a cruz é carregada, pois somente

Capítulo 12

153

nasceu de Deus e que, entretanto, corre o risco de sersufocada sob o calcanhar de ferro de todos os tipos depráticas dogmáticas. É um mergulho na vida cruel,onde milhões de seres perecem e morrem na miséria eonde uma minoria se empanturra com toda espécie deexcessos. É penetrar as piedosas mentiras dos sepul-cros caiados. É desmascarar a falaciosa esperança dasalvação prometida neste plano de existência.

É o sofrimento, tantas vezes indizível, para os ver-dadeiros heróis de Deus. É, no decorrer de todos ostempos, a prisão e os campos de concentração, as per-seguições e o exílio, e a tortura e o terror. É ouvir osgolpes dos martelos pneumáticos nas fábricas de arma-mentos. É ver a fumaça dos navios de guerra prontospara o ataque. É ver os submarinos nucleares. É ooceano de sangue. E agora é hora de despertar os aba-tidos e os prisioneiros, de levantar os que caíram, paraelevá-los até a luz, para que um dia eles possam, tam-bém eles, regozijar-se no grande coro dos conscientes:“De Deus nascemos”. É a construção concreta de umanova morada, não como uma imagem ilusória e difusa,criada pela reflexão cristã, mas a construção de umanova “Morada Sancti Spiritus”, realizada por cabeças,corações e mãos. É a verdadeira franco-maçonaria. Issoé morrer em Jesus.

“De Deus nascemos, em Jesus morremos.” A únicasenda de libertação é a aceitação da cruz, a aceitaçãodo fato de estarmos neste mundo em sacrifício,demonstrando assim um puro amor aos homens, irra-diante e esplêndido, do qual todo o egoísmo cristão,todo o paganismo cristão, é expulso. Não se trata abso-lutamente de um jogo de esconde-esconde com o amorde Cristo. Trata-se de aceitá-lo tal como ele quer seraceito: seguindo-o até o Gólgota. Somente uma descida

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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na vida real, um mergulho na realidade infernal daordem de socorro inferior pode salvar tanto o mundoquanto nós mesmos.

Prestai bem atenção a estas palavras de Cristo:“Muitos do últimos serão os primeiros”. Confirmamosessas palavras todos os dias. Nós, rosacruzes, temos omaior interesse por essa multidão cada vez maior dehomens e mulheres que, mesmo não conhecendoCristo, abre caminho até ele mediante sacrifício pessoale luta verdadeiramente altruísta. Eles serão os primei-ros, pois, por seu grande amor aos homens, fazem fun-cionar a grande lei, a lei de Cristo. O caminho, o únicocaminho de libertação, é a aceitação da cruz: “De Deusnascemos, em Jesus morremos, e pelo Espírito Santorevivemos”.

Assim chegam a vitória e a nova Morada do EspíritoSanto. Do abismo terrestre surge uma planta nova eforte: a semente semeada, segundo o plano de Deus.Ela é enviada à terra e aí morre em Cristo, e, peloEspírito Santo, a força latente é liberada e se eleva atéà luz, para dar frutos.

E agora compreenderemos a Fama Fraternitatis. Aíestão quatro Irmãos da Rosacruz. Em Cristiano Rosa-cruz percebemos a aurora de uma nova era, e é nessequatro irmãos que, segundo o simbolismo gnóstico,devemos compreender a altura do meio-dia. O sol espi-ritual, Cristo, brilha e encontrou morada nas cabeças ecorações dos homens; a luz atravessou as trevas; logoas chamas se elevarão.

Assim é escrita a primeira parte do Livro M.Iluminados interiormente pelo amor à humanidade, irra-diantes, Cristiano Rosacruz e seus companheiros pene-tram até a realidade: a cruz é carregada, pois somente

Capítulo 12

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nasceu de Deus e que, entretanto, corre o risco de sersufocada sob o calcanhar de ferro de todos os tipos depráticas dogmáticas. É um mergulho na vida cruel,onde milhões de seres perecem e morrem na miséria eonde uma minoria se empanturra com toda espécie deexcessos. É penetrar as piedosas mentiras dos sepul-cros caiados. É desmascarar a falaciosa esperança dasalvação prometida neste plano de existência.

É o sofrimento, tantas vezes indizível, para os ver-dadeiros heróis de Deus. É, no decorrer de todos ostempos, a prisão e os campos de concentração, as per-seguições e o exílio, e a tortura e o terror. É ouvir osgolpes dos martelos pneumáticos nas fábricas de arma-mentos. É ver a fumaça dos navios de guerra prontospara o ataque. É ver os submarinos nucleares. É ooceano de sangue. E agora é hora de despertar os aba-tidos e os prisioneiros, de levantar os que caíram, paraelevá-los até a luz, para que um dia eles possam, tam-bém eles, regozijar-se no grande coro dos conscientes:“De Deus nascemos”. É a construção concreta de umanova morada, não como uma imagem ilusória e difusa,criada pela reflexão cristã, mas a construção de umanova “Morada Sancti Spiritus”, realizada por cabeças,corações e mãos. É a verdadeira franco-maçonaria. Issoé morrer em Jesus.

“De Deus nascemos, em Jesus morremos.” A únicasenda de libertação é a aceitação da cruz, a aceitaçãodo fato de estarmos neste mundo em sacrifício,demonstrando assim um puro amor aos homens, irra-diante e esplêndido, do qual todo o egoísmo cristão,todo o paganismo cristão, é expulso. Não se trata abso-lutamente de um jogo de esconde-esconde com o amorde Cristo. Trata-se de aceitá-lo tal como ele quer seraceito: seguindo-o até o Gólgota. Somente uma descida

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Morada Sancti Spiritus. Ele recebeu tudo o que um serhumano pode querer, desejar ou esperar:

Ex Deo nascimur,in Jesu morimur,

per Spiritum Sanctum reviviscimus.

Capítulo 12

155

dessa maneira Cristo pode ser conhecido. Quanto maisnos orientarmos desse modo na vida, maior será aafluência de doentes que querem e podem ser auxilia-dos por nós. Aqueles que sofrem chegam até nós emfilas intermináveis, estendendo os braços para umalibertação. Mas, ai! Sentimos nossa fraqueza. O quepodemos fazer neste mar de sofrimento?

Entretanto, o milagre se produz por nosso sacrifí-cio: a semente se abre na terra escura, as forças laten-tes se liberam e a nova Morada do Espírito Santo seeleva como um jovem Deus. Então, os quatro Irmãosda Rosacruz encontram seus quatro componentes enós os vemos surgir a partir desse momento como aFraternidade dos Oito. Dobrados em número, elesconstituem a fórmula da transmutação mágica deSaturno:

De Deus nascemos – Espírito.Em Jesus morremos – na matéria.Pelo Espírito Santo renascemos – em espírito, nasenda da espiritualização.

Eis o maravilhoso processo da transmutação, o proces-so de transfiguração diante do qual o cristianismo voscoloca, o processo aplicado pela Fraternidade daRosacruz. É assim que vemos a conversão de energiaem matéria e de matéria em energia. É assim que nasceo reino que não é deste mundo. Ele se eleva de umprocesso de transmutação religioso, científico e artísti-co, cumprido por cabeças, corações e mãos humanos.Eis a conversão que tencionamos.

Bem-aventurado é aquele que compreende umpouco que seja disso. Bem-aventurado é aquele que secoloca entre as fileiras dos que fundaram a nova

O chamado da Fraternidade Rosacruz

154

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Morada Sancti Spiritus. Ele recebeu tudo o que um serhumano pode querer, desejar ou esperar:

Ex Deo nascimur,in Jesu morimur,

per Spiritum Sanctum reviviscimus.

Capítulo 12

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dessa maneira Cristo pode ser conhecido. Quanto maisnos orientarmos desse modo na vida, maior será aafluência de doentes que querem e podem ser auxilia-dos por nós. Aqueles que sofrem chegam até nós emfilas intermináveis, estendendo os braços para umalibertação. Mas, ai! Sentimos nossa fraqueza. O quepodemos fazer neste mar de sofrimento?

Entretanto, o milagre se produz por nosso sacrifí-cio: a semente se abre na terra escura, as forças laten-tes se liberam e a nova Morada do Espírito Santo seeleva como um jovem Deus. Então, os quatro Irmãosda Rosacruz encontram seus quatro componentes enós os vemos surgir a partir desse momento como aFraternidade dos Oito. Dobrados em número, elesconstituem a fórmula da transmutação mágica deSaturno:

De Deus nascemos – Espírito.Em Jesus morremos – na matéria.Pelo Espírito Santo renascemos – em espírito, nasenda da espiritualização.

Eis o maravilhoso processo da transmutação, o proces-so de transfiguração diante do qual o cristianismo voscoloca, o processo aplicado pela Fraternidade daRosacruz. É assim que vemos a conversão de energiaem matéria e de matéria em energia. É assim que nasceo reino que não é deste mundo. Ele se eleva de umprocesso de transmutação religioso, científico e artísti-co, cumprido por cabeças, corações e mãos humanos.Eis a conversão que tencionamos.

Bem-aventurado é aquele que compreende umpouco que seja disso. Bem-aventurado é aquele que secoloca entre as fileiras dos que fundaram a nova

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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13Apesar de admitirmos sinceramente que o mundo tenhamelhorado muito nos últimos cem anos, estamos certosde que nossos Axiomata permanecerão imutáveis até oÚltimo Dia e de que o mundo não verá, mesmo em suaúltima e mais avançada idade, nada mais valioso, poisnossas Rotæ começaram no dia em que Deus pronun-ciou seu Fiat (Faça-se) e terminarão quando ele pronun-ciar seu Pereat (Pereça). Contudo, o relógio de Deusmarca cada minuto, ao passo que o nosso não indicasenão as horas inteiras. Cremos também firmemente quenossos bem-amados pais e irmãos, tivessem eles alcança-do nossa presente clara luz, tratariam mais rigorosa-mente o Papa, Maomé, bem como os escribas, artistas esofistas, e lhes teriam fornecido as provas de sua força dealma de fato, e não apenas mediante suspiros e desejosde realização.

Fama Fraternitatis R.C.

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13Apesar de admitirmos sinceramente que o mundo tenhamelhorado muito nos últimos cem anos, estamos certosde que nossos Axiomata permanecerão imutáveis até oÚltimo Dia e de que o mundo não verá, mesmo em suaúltima e mais avançada idade, nada mais valioso, poisnossas Rotæ começaram no dia em que Deus pronun-ciou seu Fiat (Faça-se) e terminarão quando ele pronun-ciar seu Pereat (Pereça). Contudo, o relógio de Deusmarca cada minuto, ao passo que o nosso não indicasenão as horas inteiras. Cremos também firmemente quenossos bem-amados pais e irmãos, tivessem eles alcança-do nossa presente clara luz, tratariam mais rigorosa-mente o Papa, Maomé, bem como os escribas, artistas esofistas, e lhes teriam fornecido as provas de sua força dealma de fato, e não apenas mediante suspiros e desejosde realização.

Fama Fraternitatis R.C.

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13

Os princípios básicos inegáveis dos rosacruzes

Proveniente de milhões de seres, em suspiros se elevauma aspiração: quando a humanidade se libertará dasgarras das forças demoníacas que a aprisionam compesadas correntes? As mãos se estendem para o céu e,se quisermos escutar, no silêncio, perceberemos a indi-zível tristeza que se derrama sobre a terra, como umaonda imensa. Sim, a dor da humanidade é como ummar imenso de profundezas insondáveis, violentamen-te agitado. Aí reina o desespero, a confusão e a mornaresignação. É aí que aparecem os mortos-vivos, lutan-do por suas pseudo-vidas e lançando seu grito de ago-nia: “Queremos viver!”

E vede, na beira da praia alguns seres representamo papel de salvadores. Simbolizam os gritos por liber-tação da multidão negativa, e a idéias de libertação vãoe vêm como luzes, passando apressadamente na escu-ridão, para logo serem engolidas por ela. As idéias delibertação chegam como imagens deformadas da abs-tração divina. Elas não podem ser projetadas imacula-damente no pensamento concreto, pois a vida doshomens está degradada e a integridade desapareceu.Tudo não passa de caricatura! É o jogo da morte, adança macabra de um bando de loucos que agitamguizos. Os desejos inferiores estão à espreita e já agar-raram o mundo inteiro com seus inúmeros tentáculos. 159

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Os princípios básicos inegáveis dos rosacruzes

Proveniente de milhões de seres, em suspiros se elevauma aspiração: quando a humanidade se libertará dasgarras das forças demoníacas que a aprisionam compesadas correntes? As mãos se estendem para o céu e,se quisermos escutar, no silêncio, perceberemos a indi-zível tristeza que se derrama sobre a terra, como umaonda imensa. Sim, a dor da humanidade é como ummar imenso de profundezas insondáveis, violentamen-te agitado. Aí reina o desespero, a confusão e a mornaresignação. É aí que aparecem os mortos-vivos, lutan-do por suas pseudo-vidas e lançando seu grito de ago-nia: “Queremos viver!”

E vede, na beira da praia alguns seres representamo papel de salvadores. Simbolizam os gritos por liber-tação da multidão negativa, e a idéias de libertação vãoe vêm como luzes, passando apressadamente na escu-ridão, para logo serem engolidas por ela. As idéias delibertação chegam como imagens deformadas da abs-tração divina. Elas não podem ser projetadas imacula-damente no pensamento concreto, pois a vida doshomens está degradada e a integridade desapareceu.Tudo não passa de caricatura! É o jogo da morte, adança macabra de um bando de loucos que agitamguizos. Os desejos inferiores estão à espreita e já agar-raram o mundo inteiro com seus inúmeros tentáculos. 159

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libertar-se das garras do império das potestades demo-níacas que acorrentam a humanidade.

Aí está o movimento circular das coisas; a deteriora-ção de uma das órbitas determina uma deterioraçãomais acentuada da órbita seguinte. Onde estará a espi-ral da evolução? Existirá algo que se pareça com pro-gresso? Ou tudo não passa de uma ilusão satânica? Aonda de vida humana não seria talvez senão uma mis-tificação hedionda na ordem cósmica das coisas? Se,pelo menos uma vez, a humanidade pudesse chegar alibertar-se do reino ilusório da imaginação, se pudessedesligar-se desta ilusão, se viesse a perceber realmenteas verdadeiras linhas diretrizes, as idéias cósmicas devalores eternos! Se pudésseis ver algo de tudo isso,daquilo de que se trata em definitivo! Se pudésseis veralgo da divina ordem das coisas! Ou algo d’Aquele que,como diz a Bíblia: “Permanece sempre o mesmo, deeternidade em eternidade”. Se pudésseis um dia voslibertar da filosofia mentirosa, dos poetas e pensadorespagos, remunerados profanadores de Deus; se pudés-seis rasgar os véus da ilusão e da imaginação, de talmodo que a verdade, a verdade imperecível e eterna,pudesse ser percebida, irradiante, na escuridão domundo! Bem, vós podeis fazer isso! Os princípios bási-cos inegáveis e eternos da verdade existem! Vós os pos-suís! Eles podem ser vistos e conhecidos. Eles tomamforma nos axiomas da filosofia ocidental gnóstica.

Um axioma é um princípio fundamental inegávelque não pode ser destruído pelo tempo e que, portan-to, abarca a eternidade. É a essas idéias fundamentais,a esses princípios básicos inegáveis que queremosligar-vos, na Escola Espiritual da Rosacruz Áurea. Nãose trata absolutamente de “navios que passam pelanoite escura”, deixando-nos, depois de sua passagem,

Capítulo 13

161

Como um polvo, eles derramam sobre o mundo sua es-puma infernal.

As idéias de libertação vêm como poemas, em for-mas atraentes, mas, quando tentamos agarrá-las, trans-formam-se em fantasmas, retorcidos por um riso infer-nal. As idéias de libertação chegam bem perto de nós,mas não podemos agarrá-las. São como embarcaçõesinstáveis, incapazes de sair mar afora. Com o tempo,elas envelhecem e desaparecem.

Essa é a razão desse riso e dessa maldição. Não éabsolutamente um riso alegre, mas o riso nascido damiséria, esse riso lúgubre que dilacera vossa alma. Nãoé absolutamente uma maldição de ódio, mas a maldi-ção que surge da dor, que faz cerrar os punhos e con-trair os músculos em um sobressalto de energia e que,não encontrando nenhuma saída, escapa num gritoque rasga os céus.

É por isso que rimos das idéias antigas e impo-tentes, idéias de libertação incapazes de se realiza-rem, e amaldiçoamos os valores carcomidos que ar-rastam os homens em fileiras intermináveis. Nós jánão contemplamos as miragens que aumentam osofrimento. Já não recorremos a hipóteses de umaciência corrompida, objeto de especulação dos trai-dores e demagogos.

As próprias noções de humanidade, de bondade,de verdade e de justiça não são como um jogo? Umjogo lúgubre, por detrás do qual se esconde uma rea-lidade de vida fundamentada em sangue e lágrimas?“Nós somente queremos viver, viver realmente.” Essegrito se espalha pelo mundo como um uivo. O homemque busca uma saída mais uma vez põe seus pés nasenda dos sofrimentos, resolutamente. Mais uma vez,como um suspiro, eleva-se o anseio por um fim, por

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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libertar-se das garras do império das potestades demo-níacas que acorrentam a humanidade.

Aí está o movimento circular das coisas; a deteriora-ção de uma das órbitas determina uma deterioraçãomais acentuada da órbita seguinte. Onde estará a espi-ral da evolução? Existirá algo que se pareça com pro-gresso? Ou tudo não passa de uma ilusão satânica? Aonda de vida humana não seria talvez senão uma mis-tificação hedionda na ordem cósmica das coisas? Se,pelo menos uma vez, a humanidade pudesse chegar alibertar-se do reino ilusório da imaginação, se pudessedesligar-se desta ilusão, se viesse a perceber realmenteas verdadeiras linhas diretrizes, as idéias cósmicas devalores eternos! Se pudésseis ver algo de tudo isso,daquilo de que se trata em definitivo! Se pudésseis veralgo da divina ordem das coisas! Ou algo d’Aquele que,como diz a Bíblia: “Permanece sempre o mesmo, deeternidade em eternidade”. Se pudésseis um dia voslibertar da filosofia mentirosa, dos poetas e pensadorespagos, remunerados profanadores de Deus; se pudés-seis rasgar os véus da ilusão e da imaginação, de talmodo que a verdade, a verdade imperecível e eterna,pudesse ser percebida, irradiante, na escuridão domundo! Bem, vós podeis fazer isso! Os princípios bási-cos inegáveis e eternos da verdade existem! Vós os pos-suís! Eles podem ser vistos e conhecidos. Eles tomamforma nos axiomas da filosofia ocidental gnóstica.

Um axioma é um princípio fundamental inegávelque não pode ser destruído pelo tempo e que, portan-to, abarca a eternidade. É a essas idéias fundamentais,a esses princípios básicos inegáveis que queremosligar-vos, na Escola Espiritual da Rosacruz Áurea. Nãose trata absolutamente de “navios que passam pelanoite escura”, deixando-nos, depois de sua passagem,

Capítulo 13

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Como um polvo, eles derramam sobre o mundo sua es-puma infernal.

As idéias de libertação vêm como poemas, em for-mas atraentes, mas, quando tentamos agarrá-las, trans-formam-se em fantasmas, retorcidos por um riso infer-nal. As idéias de libertação chegam bem perto de nós,mas não podemos agarrá-las. São como embarcaçõesinstáveis, incapazes de sair mar afora. Com o tempo,elas envelhecem e desaparecem.

Essa é a razão desse riso e dessa maldição. Não éabsolutamente um riso alegre, mas o riso nascido damiséria, esse riso lúgubre que dilacera vossa alma. Nãoé absolutamente uma maldição de ódio, mas a maldi-ção que surge da dor, que faz cerrar os punhos e con-trair os músculos em um sobressalto de energia e que,não encontrando nenhuma saída, escapa num gritoque rasga os céus.

É por isso que rimos das idéias antigas e impo-tentes, idéias de libertação incapazes de se realiza-rem, e amaldiçoamos os valores carcomidos que ar-rastam os homens em fileiras intermináveis. Nós jánão contemplamos as miragens que aumentam osofrimento. Já não recorremos a hipóteses de umaciência corrompida, objeto de especulação dos trai-dores e demagogos.

As próprias noções de humanidade, de bondade,de verdade e de justiça não são como um jogo? Umjogo lúgubre, por detrás do qual se esconde uma rea-lidade de vida fundamentada em sangue e lágrimas?“Nós somente queremos viver, viver realmente.” Essegrito se espalha pelo mundo como um uivo. O homemque busca uma saída mais uma vez põe seus pés nasenda dos sofrimentos, resolutamente. Mais uma vez,como um suspiro, eleva-se o anseio por um fim, por

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Constatamos, portanto, que o conhecimento dessa lu-minosa e imperecível verdade irá mudar completamen-te vossa vida.

Permiti-nos expor algumas considerações ao alunoiniciante. Existem tantas almas, belas e boas, que se con-tentam em ser servidoras, suspirando e ansiando pelofim, pela aniquilação dos valores infernais que aprisio-nam o mundo e a humanidade! Essas esperanças e essessuspiros caminham junto com a expectativa de que umaforça exterior intervirá no último momento; ou ainda queum Mestre, ou um Irmão Maior, finalmente conduzirátodos pela mão; ou de que o próprio Cristo se manifes-tará. E há uma devoção e até uma adoração pelos dog-mas cristãos que, ao serem aceitos, deveriam trazer-lhesa regeneração. Existem ainda cultos em templos, nosquais essas almas fazem suas meditações. Mas elas nadaconhecem ainda da clara e viva luz dos princípios bási-cos inegáveis, pois, desde que tenhais um mínimoconhecimento deles, já agis com mais rigor. A súplica dálugar à positividade. A partir desse momento, ergueis oestandarte da bondade, da verdade e da justiça. Escutaisa voz de Cristo, que diz: “Sede perfeitos como vosso Paique está nos céus é perfeito” e sois atingidos pelo látegodivino: “Trabalhai por vossa santificação, em temor e tre-mor!”, e já não colocais todas essas palavras no contextode vossa consciência-eu, mas no contexto da consciên-cia coletiva, na religião do amor e da abnegação. Podeisrealmente dizer adeus à negatividade do “o que possorealizar com minha força?”, porque sabeis que a forçadivina se realiza na fraqueza humana. Podeis fazer issono momento em que reconheceis as linhas diretrizes cós-micas. Eis por que o verdadeiro homem de Aquário, ofranco-maçom positivo, é tão pouco compreendido poraqueles que ainda estão diante do portal.

Capítulo 13

163

como afogados desesperados. O que Cristiano Rosa-cruz veio trazer-nos não tem nada de mistificação. Eis oque diz a Fama:

Apesar de admitirmos sinceramente que o mundo tenhamelhorado muito nos últimos cem anos, estamos certosde que nossos Axiomata permanecerão imutáveis até oÚltimo Dia e de que o mundo não verá, mesmo em suaúltima e mais avançada idade, nada mais valioso, poisnossas Rotæ começaram no dia em que Deus pronun-ciou seu Fiat e terminarão quando ele pronunciar seuPereat.

Existe uma filosofia universal e eterna que pode serconhecida por todos os que vagueiam e lutam no nadirda materialidade. Não penseis nem em livros, nem empalavras, mas pensai em uma força que se manifestanaquele que se eleva do sofrimento à ação, segundo aordem de Jesus Cristo.

Se conhecêsseis esses princípios, ganharíeis empositividade, estaríeis desligados da negatividade. Jánão recuaríeis diante das coisas, mas veríeis atravésdelas, passaríeis através delas. Então, erguer-vos-íeiscom mais firmeza contra as forças demoníacas quemantêm a humanidade acorrentada.

Prosseguindo em sua revelação, a Fama diz:

Cremos também firmemente que nossos bem-amadospais e irmãos, tivessem eles alcançado nossa presenteclara luz, tratariam mais rigorosamente o Papa,Maomé, bem como os escribas, artistas e sofistas, elhes teriam fornecido as provas de sua força de almade fato, e não apenas mediante suspiros e desejos derealização.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Constatamos, portanto, que o conhecimento dessa lu-minosa e imperecível verdade irá mudar completamen-te vossa vida.

Permiti-nos expor algumas considerações ao alunoiniciante. Existem tantas almas, belas e boas, que se con-tentam em ser servidoras, suspirando e ansiando pelofim, pela aniquilação dos valores infernais que aprisio-nam o mundo e a humanidade! Essas esperanças e essessuspiros caminham junto com a expectativa de que umaforça exterior intervirá no último momento; ou ainda queum Mestre, ou um Irmão Maior, finalmente conduzirátodos pela mão; ou de que o próprio Cristo se manifes-tará. E há uma devoção e até uma adoração pelos dog-mas cristãos que, ao serem aceitos, deveriam trazer-lhesa regeneração. Existem ainda cultos em templos, nosquais essas almas fazem suas meditações. Mas elas nadaconhecem ainda da clara e viva luz dos princípios bási-cos inegáveis, pois, desde que tenhais um mínimoconhecimento deles, já agis com mais rigor. A súplica dálugar à positividade. A partir desse momento, ergueis oestandarte da bondade, da verdade e da justiça. Escutaisa voz de Cristo, que diz: “Sede perfeitos como vosso Paique está nos céus é perfeito” e sois atingidos pelo látegodivino: “Trabalhai por vossa santificação, em temor e tre-mor!”, e já não colocais todas essas palavras no contextode vossa consciência-eu, mas no contexto da consciên-cia coletiva, na religião do amor e da abnegação. Podeisrealmente dizer adeus à negatividade do “o que possorealizar com minha força?”, porque sabeis que a forçadivina se realiza na fraqueza humana. Podeis fazer issono momento em que reconheceis as linhas diretrizes cós-micas. Eis por que o verdadeiro homem de Aquário, ofranco-maçom positivo, é tão pouco compreendido poraqueles que ainda estão diante do portal.

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como afogados desesperados. O que Cristiano Rosa-cruz veio trazer-nos não tem nada de mistificação. Eis oque diz a Fama:

Apesar de admitirmos sinceramente que o mundo tenhamelhorado muito nos últimos cem anos, estamos certosde que nossos Axiomata permanecerão imutáveis até oÚltimo Dia e de que o mundo não verá, mesmo em suaúltima e mais avançada idade, nada mais valioso, poisnossas Rotæ começaram no dia em que Deus pronun-ciou seu Fiat e terminarão quando ele pronunciar seuPereat.

Existe uma filosofia universal e eterna que pode serconhecida por todos os que vagueiam e lutam no nadirda materialidade. Não penseis nem em livros, nem empalavras, mas pensai em uma força que se manifestanaquele que se eleva do sofrimento à ação, segundo aordem de Jesus Cristo.

Se conhecêsseis esses princípios, ganharíeis empositividade, estaríeis desligados da negatividade. Jánão recuaríeis diante das coisas, mas veríeis atravésdelas, passaríeis através delas. Então, erguer-vos-íeiscom mais firmeza contra as forças demoníacas quemantêm a humanidade acorrentada.

Prosseguindo em sua revelação, a Fama diz:

Cremos também firmemente que nossos bem-amadospais e irmãos, tivessem eles alcançado nossa presenteclara luz, tratariam mais rigorosamente o Papa,Maomé, bem como os escribas, artistas e sofistas, elhes teriam fornecido as provas de sua força de almade fato, e não apenas mediante suspiros e desejos derealização.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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tivo? Por que ele bate com o martelo da bondade, daverdade e da justiça?

Porque ele aprendeu a aprofundar-se nos princí-pios básicos inegáveis do Universo; porque ele sabeque é somente seguindo essas vias que se pode feste-jar a vitória; porque ele se despediu de sua suspirosaaspiração negativa; porque ele sabe que somente pelaação da cabeça, do coração e das mãos dos homens,ainda que em fraqueza, é que a força de Deus pode sermanifestada; e, por fim, porque ele nasce para a açãomediante serviço amoroso e abnegado.

Ele se torna servidor. Não como alguém que dá gor-jetas depois de ter sido servido, mas positivamente ser-vidor na realização do grande plano de Deus para estemundo, realização que tem de ser cumprida por mãoshumanas. É por isso que ele está aqui.

Certo dia, o professor Adolf Keller indagou-se: “Oque posso fazer com minhas próprias forças?” Nósdizemos: convidamo-vos a tomar consciência dos prin-cípios básicos inegáveis da filosofia gnóstica ocidental,pois, na viva luz que daí emana, estamos convencidosde que podereis festejar essa mudança fundamental emvossa vida e, com a firmeza e a intransigência que oconhecimento do amor vos dá, podereis tomar parteconosco no combate, na crescente legião dos servido-res da humanidade.

Capítulo 13

165

Quais são as características que nos fazem reconhe-cer os homens que compreenderam algo da límpidaluz dos princípios básicos inegáveis?

O homem de Aquário tem uma profunda estimapor todo pensamento puro, por todo sistema de pen-samento; mas ele quer colocar cada pensamento ecada sistema na esfera à qual pertencem. Sem dúvida,uma religião oriental continuará necessária para mi-lhões de orientais e cumprirá sua tarefa. Entretanto,para o ocidental, outras diretrizes se impõem. Quantoa isso, uma negação ou uma confusão terá por conse-qüência acréscimo de sofrimentos, uma dor mais pro-funda, fatores obstaculizantes e uma degeneração cadavez maior. É por isso que o homem que possui o ver-dadeiro amor tem de se erguer contra esse nivelamen-to, com grande rigor e grande veemência.

Conforme relata a Fama, o aprendiz rosacruz escla-recido também se volta contra os escribas, que são asinúmeras pessoas que envenenam os espíritos pormeio de idéias negativas e perversas. Sabeis que, quan-to a este ponto, o candidato segue igualmente a sendado rigor.

Em seguida, vêm os artistas, ou seja, os magosnegros, os parasitas, todos os pretensos iniciados, emrealidade charlatães; e sabeis que acertamos nossascontas impiedosamente com todos os “artistas”, que secolocam em nosso caminho.

Para terminar, vêm os sofistas, a pseudociência quejá se vendeu ao príncipe deste mundo. São os falsosguias do povo.

É contra todos esses grupos que o homem positivodeve se erguer, intransigentemente. Por quê? É o ódioque o impulsiona? É a mesquinharia sectária? Por querazão ele se bate com tanta força contra o muro do nega-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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tivo? Por que ele bate com o martelo da bondade, daverdade e da justiça?

Porque ele aprendeu a aprofundar-se nos princí-pios básicos inegáveis do Universo; porque ele sabeque é somente seguindo essas vias que se pode feste-jar a vitória; porque ele se despediu de sua suspirosaaspiração negativa; porque ele sabe que somente pelaação da cabeça, do coração e das mãos dos homens,ainda que em fraqueza, é que a força de Deus pode sermanifestada; e, por fim, porque ele nasce para a açãomediante serviço amoroso e abnegado.

Ele se torna servidor. Não como alguém que dá gor-jetas depois de ter sido servido, mas positivamente ser-vidor na realização do grande plano de Deus para estemundo, realização que tem de ser cumprida por mãoshumanas. É por isso que ele está aqui.

Certo dia, o professor Adolf Keller indagou-se: “Oque posso fazer com minhas próprias forças?” Nósdizemos: convidamo-vos a tomar consciência dos prin-cípios básicos inegáveis da filosofia gnóstica ocidental,pois, na viva luz que daí emana, estamos convencidosde que podereis festejar essa mudança fundamental emvossa vida e, com a firmeza e a intransigência que oconhecimento do amor vos dá, podereis tomar parteconosco no combate, na crescente legião dos servido-res da humanidade.

Capítulo 13

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Quais são as características que nos fazem reconhe-cer os homens que compreenderam algo da límpidaluz dos princípios básicos inegáveis?

O homem de Aquário tem uma profunda estimapor todo pensamento puro, por todo sistema de pen-samento; mas ele quer colocar cada pensamento ecada sistema na esfera à qual pertencem. Sem dúvida,uma religião oriental continuará necessária para mi-lhões de orientais e cumprirá sua tarefa. Entretanto,para o ocidental, outras diretrizes se impõem. Quantoa isso, uma negação ou uma confusão terá por conse-qüência acréscimo de sofrimentos, uma dor mais pro-funda, fatores obstaculizantes e uma degeneração cadavez maior. É por isso que o homem que possui o ver-dadeiro amor tem de se erguer contra esse nivelamen-to, com grande rigor e grande veemência.

Conforme relata a Fama, o aprendiz rosacruz escla-recido também se volta contra os escribas, que são asinúmeras pessoas que envenenam os espíritos pormeio de idéias negativas e perversas. Sabeis que, quan-to a este ponto, o candidato segue igualmente a sendado rigor.

Em seguida, vêm os artistas, ou seja, os magosnegros, os parasitas, todos os pretensos iniciados, emrealidade charlatães; e sabeis que acertamos nossascontas impiedosamente com todos os “artistas”, que secolocam em nosso caminho.

Para terminar, vêm os sofistas, a pseudociência quejá se vendeu ao príncipe deste mundo. São os falsosguias do povo.

É contra todos esses grupos que o homem positivodeve se erguer, intransigentemente. Por quê? É o ódioque o impulsiona? É a mesquinharia sectária? Por querazão ele se bate com tanta força contra o muro do nega-

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14Quando esses oito irmãos haviam preparado e dispostotudo, de modo que já nenhum trabalho especial eranecessário, e como cada um possuía uma visão geral dafilosofia secreta e revelada, decidiram não mais conti-nuar juntos. Conforme a intenção inicial, eles se espa-lharam por todos os países, de modo que seus Axiomatapudessem ser examinados profundamente e em segredopelos eruditos, mas também para que se, pela observa-ção, em um outro país, um erro aparecesse em relação aisso, eles pudessem se informar mutuamente.

Seu acordo estabelecia o seguinte:

1. Ninguém deve exercer outro ofício a não ser o de curaros doentes, e isto gratuitamente.

2. Ninguém deve ser obrigado, por causa da Fraterni-dade, a usar uma roupa especial, mas cada um deve seguir o costume do país.

3. Cada irmão deve se apresentar anualmente, no dia C.,à Casa Sancti Spiritus ou comunicar a razão de sua ausência.

4. Cada irmão deve se assegurar de ter uma pessoa devalor que possa, a seu tempo, sucedê-lo.

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14Quando esses oito irmãos haviam preparado e dispostotudo, de modo que já nenhum trabalho especial eranecessário, e como cada um possuía uma visão geral dafilosofia secreta e revelada, decidiram não mais conti-nuar juntos. Conforme a intenção inicial, eles se espa-lharam por todos os países, de modo que seus Axiomatapudessem ser examinados profundamente e em segredopelos eruditos, mas também para que se, pela observa-ção, em um outro país, um erro aparecesse em relação aisso, eles pudessem se informar mutuamente.

Seu acordo estabelecia o seguinte:

1. Ninguém deve exercer outro ofício a não ser o de curaros doentes, e isto gratuitamente.

2. Ninguém deve ser obrigado, por causa da Fraterni-dade, a usar uma roupa especial, mas cada um deve seguir o costume do país.

3. Cada irmão deve se apresentar anualmente, no dia C.,à Casa Sancti Spiritus ou comunicar a razão de sua ausência.

4. Cada irmão deve se assegurar de ter uma pessoa devalor que possa, a seu tempo, sucedê-lo.

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14

O contrato sêxtuplo

Quando o aluno da Escola de Mistérios do Ocidente assi-milou os valores essenciais da filosofia gnóstica de acor-do com suas predisposições e seu caráter; quando, se-gundo a Fama, já pode “realizar um discurso completosobre a filosofia secreta e revelada”, então ele é enviadocomo profeta ou arauto da grande obra. Assim comoCristo enviou seus discípulos como obreiros da grandevinha, encontramos colaboradores rosacruzes que exe-cutam em todos os países da terra, de todas as maneiraspossíveis, seu serviço na grande morada da onda de vidahumana.

Agora desejamos observar mais detalhadamentequais são as regras segundo as quais o trabalho é rea-lizado. Os irmãos rosacruzes são ligados por um con-trato sêxtuplo livremente consentido. Na FamaFraternitatis o contrato sêxtuplo está formulado nes-tes termos:

1. Ninguém deve exercer outro ofício a não ser o de curaros doentes, e isto gratuitamente.

2. Ninguém deve ser obrigado, por causa da Fraterni-dade, a usar uma roupa especial, mas cada um deve seguir o costume do país. 169

5. A sigla “R. C.” deve ser seu selo, insígnia e distintivo.

6. A Fraternidade deve permanecer secreta durante 100 anos.

Fama Fraternitatis R.C.

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14

O contrato sêxtuplo

Quando o aluno da Escola de Mistérios do Ocidente assi-milou os valores essenciais da filosofia gnóstica de acor-do com suas predisposições e seu caráter; quando, se-gundo a Fama, já pode “realizar um discurso completosobre a filosofia secreta e revelada”, então ele é enviadocomo profeta ou arauto da grande obra. Assim comoCristo enviou seus discípulos como obreiros da grandevinha, encontramos colaboradores rosacruzes que exe-cutam em todos os países da terra, de todas as maneiraspossíveis, seu serviço na grande morada da onda de vidahumana.

Agora desejamos observar mais detalhadamentequais são as regras segundo as quais o trabalho é rea-lizado. Os irmãos rosacruzes são ligados por um con-trato sêxtuplo livremente consentido. Na FamaFraternitatis o contrato sêxtuplo está formulado nes-tes termos:

1. Ninguém deve exercer outro ofício a não ser o de curaros doentes, e isto gratuitamente.

2. Ninguém deve ser obrigado, por causa da Fraterni-dade, a usar uma roupa especial, mas cada um deve seguir o costume do país. 169

5. A sigla “R. C.” deve ser seu selo, insígnia e distintivo.

6. A Fraternidade deve permanecer secreta durante 100 anos.

Fama Fraternitatis R.C.

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contrato de nível muito elevado, de concepção perfeita,de nenhum modo baseado em conjeturas superficiais.Vamos tentar mostrá-lo em sua verdadeira luz.

Assim, colocamo-nos diante do primeiro artigo:Ninguém deve exercer outro ofício a não ser o de curaros doentes, e isto gratuitamente.

Sabemos que os irmãos rosacruzes realizam em suavida a grande lei de Cristo, ou seja, a de pregar o evan-gelho e de curar doentes; e essa lei pede apenas: falare agir. De fato, não deve existir nenhuma espécie deseparação entre um e outro, se bem que, segundo ométodo eclesiástico, a palavra, o evangelho, deve pre-ceder o ato, a cura.

Isso também acontece no terreno dos mistérios.Como pregador, Cristiano Rosacruz lança um chamadode despertar; mas, por esse meio, ele não obtémnenhum resultado, uma vez que é brutalmente rejeita-do em toda parte. Em sua volta para a Alemanha, eleconstrói a Escola de Mistérios, como uma fortaleza,como uma cidadela da verdade, para fazer triunfar deum só golpe a luz da verdade. Em outras palavras, elesaca a espada da Fraternidade Universal para atacar asforças demoníacas. Se tivesse continuado obstinada-mente a pregar o evangelho, a pregar a verdade e nadamais, assim como fazem atualmente todas as pessoasnegativas, ele teria sido totalmente inofensivo para asforças demoníacas. Se tivesse se contentado em pregaro evangelho, teria sido de bom grado honrado, festeja-do, e teriam até mesmo erigido uma estátua com estacomovente inscrição: “Eis o grande reformador mun-dial, infelizmente ainda incompreendido”, ao queacrescentariam internamente: “Oxalá continue assimpor muito tempo”.

Capítulo 14

171

3. Cada irmão deve se apresentar anualmente, no dia C.,à Casa Sancti Spiritus ou comunicar a razão de sua ausência.

4. Cada irmão deve se assegurar de ter uma pessoa devalor que possa, a seu tempo, sucedê-lo.

5. A sigla “R. C.” deve ser seu selo, insígnia e distintivo.

6. A Fraternidade deve permanecer secreta durante 100 anos.

Assim, à primeira vista, este contrato sêxtuplo é dosmais simples, até mesmo ingênuo e mais ou menosfrustrante. Aliás, ele já foi alvo de freqüentes zomba-rias, pois achava-se que essa lei sêxtupla era um pre-texto para comentar reprovadoramente que o autor daFama Fraternitatis quis escrever uma sátira para ridicu-larizar a Fraternidade da Rosacruz. À primeira vista, hámuitas razões para se pensar assim. Quando as cláusu-las de um trabalho gratuito devem ser definidas a fimde derrotar uma eventual ambição pelo dinheiro, quan-do alguém se preocupa com a questão de usar ou nãoum hábito da Ordem e quando se julga necessário con-feccionar um certo símbolo, pode parecer que a situa-ção espiritual de uma Ordem como essa não deve sermuito brilhante.

Entretanto, por falta de conhecimento e de visão inte-rior, esse ponto tornou-se uma pedra de tropeço paramais de um homem, e vamos frustrar todos os críticos. Ocontrato sêxtuplo não é do tipo que nasce depois de umdebate apaixonado sobre as cores de um clube, sobre asvantagens ou desvantagens de uma moda particular, oualguma coisa do gênero. Não, o contrato sêxtuplo é um

O chamado da Fraternidade Rosacruz

170

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contrato de nível muito elevado, de concepção perfeita,de nenhum modo baseado em conjeturas superficiais.Vamos tentar mostrá-lo em sua verdadeira luz.

Assim, colocamo-nos diante do primeiro artigo:Ninguém deve exercer outro ofício a não ser o de curaros doentes, e isto gratuitamente.

Sabemos que os irmãos rosacruzes realizam em suavida a grande lei de Cristo, ou seja, a de pregar o evan-gelho e de curar doentes; e essa lei pede apenas: falare agir. De fato, não deve existir nenhuma espécie deseparação entre um e outro, se bem que, segundo ométodo eclesiástico, a palavra, o evangelho, deve pre-ceder o ato, a cura.

Isso também acontece no terreno dos mistérios.Como pregador, Cristiano Rosacruz lança um chamadode despertar; mas, por esse meio, ele não obtémnenhum resultado, uma vez que é brutalmente rejeita-do em toda parte. Em sua volta para a Alemanha, eleconstrói a Escola de Mistérios, como uma fortaleza,como uma cidadela da verdade, para fazer triunfar deum só golpe a luz da verdade. Em outras palavras, elesaca a espada da Fraternidade Universal para atacar asforças demoníacas. Se tivesse continuado obstinada-mente a pregar o evangelho, a pregar a verdade e nadamais, assim como fazem atualmente todas as pessoasnegativas, ele teria sido totalmente inofensivo para asforças demoníacas. Se tivesse se contentado em pregaro evangelho, teria sido de bom grado honrado, festeja-do, e teriam até mesmo erigido uma estátua com estacomovente inscrição: “Eis o grande reformador mun-dial, infelizmente ainda incompreendido”, ao queacrescentariam internamente: “Oxalá continue assimpor muito tempo”.

Capítulo 14

171

3. Cada irmão deve se apresentar anualmente, no dia C.,à Casa Sancti Spiritus ou comunicar a razão de sua ausência.

4. Cada irmão deve se assegurar de ter uma pessoa devalor que possa, a seu tempo, sucedê-lo.

5. A sigla “R. C.” deve ser seu selo, insígnia e distintivo.

6. A Fraternidade deve permanecer secreta durante 100 anos.

Assim, à primeira vista, este contrato sêxtuplo é dosmais simples, até mesmo ingênuo e mais ou menosfrustrante. Aliás, ele já foi alvo de freqüentes zomba-rias, pois achava-se que essa lei sêxtupla era um pre-texto para comentar reprovadoramente que o autor daFama Fraternitatis quis escrever uma sátira para ridicu-larizar a Fraternidade da Rosacruz. À primeira vista, hámuitas razões para se pensar assim. Quando as cláusu-las de um trabalho gratuito devem ser definidas a fimde derrotar uma eventual ambição pelo dinheiro, quan-do alguém se preocupa com a questão de usar ou nãoum hábito da Ordem e quando se julga necessário con-feccionar um certo símbolo, pode parecer que a situa-ção espiritual de uma Ordem como essa não deve sermuito brilhante.

Entretanto, por falta de conhecimento e de visão inte-rior, esse ponto tornou-se uma pedra de tropeço paramais de um homem, e vamos frustrar todos os críticos. Ocontrato sêxtuplo não é do tipo que nasce depois de umdebate apaixonado sobre as cores de um clube, sobre asvantagens ou desvantagens de uma moda particular, oualguma coisa do gênero. Não, o contrato sêxtuplo é um

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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impessoalmente a serviço da humanidade, tomandopara si o ultraje da cruz, tornam-se incrivelmente ricos,ricos em força e em amor irradiados diretamente pelaluz. É uma força que torna incrivelmente forte e quefaz brilhar cada vez mais seguramente a vitória.

O segundo artigo diz: Ninguém deve ser obrigado, porcausa da Fraternidade, a usar uma roupa especial,mas cada um deve seguir o costume do país.

Este artigo trata do método, da tática, da finalidadeda grande obra. Aqui entende-se por “traje” esse méto-do, essa tática, essa finalidade. Cada colaborador, cadagrupo de cooperadores, dispõe de completa liberdadede ação. Os colaboradores da Rosacruz não são obri-gados a seguir um plano de trabalho determinadocomo se fosse um clichê, mas cada posto avançadodeve agir conforme as circunstâncias. Não há nenhummétodo autoritário que deva ser seguido internacional-mente; cada país deve adaptar-se aos costumes locais.Todo desvio com respeito a isso deve sempre ser cor-rigido para que cada grupo possa trabalhar para a rea-lização do grande ideal, com a maior flexibilidade pos-sível.

Nenhum dos Irmãos da Rosacruz deve ser obrigado,por causa da Fraternidade, a usar uma roupa especial.Eles não se ligam absolutamente a corporações ou amovimentos particulares, mantendo-se acima de todosos partidos para melhor cumprir sua tarefa. É necessá-rio que compreendais bem isso. Como tudo se situa nosistema e na ordem universais, é evidente que o traba-lho de organização que a construção metódica e efeti-va sejam criados onde quer que sejam úteis e necessá-rios, mas a estrutura dessa construção deve, antes detudo, tornar impossível toda tendência à cristalização.

Capítulo 14

173

Cristiano Rosacruz, porém, não caiu nessa armadi-lha. Ele quer pôr a palavra em prática, e por isso deve-mos compreender aqui que, quando os rosacruzesclássicos falam de não exercer outro ofício a não ser ode curar os doentes, isso significa a luta, o combatepela bondade, pela verdade e pela justiça. Então, des-cobrimos que os cavaleiros da Rosacruz são aqui des-critos como heróis combativos que partem para curaras enfermidades da humanidade. Não se trata de umador de cabeça ou de um desarranjo intestinal resultan-tes da transgressão das leis elementares de alimenta-ção. É claro que existe um trabalho de cura corporal,mas é apenas uma ínfima parte do grande trabalho decura que engloba toda a humanidade, um trabalho quequer banir o câncer que corrói esta sociedade; quequer reerguer o que se encontra perdido no mundo;que procura tornar a espécie humana consciente desua vocação e de sua humanidade. Essa é a “cura dosdoentes”, segundo a Ordem dos Irmãos da Rosacruz.

E ela se efetua gratuitamente. Eles não fazem issonem por ouro, nem por prata; eles não realizam essegrande trabalho nem por honra, nem por glória. Nemtampouco para serem vistos pelos homens, nem paraatingirem certas vantagens espirituais. Trata-se dahumanidade que deve ser salva, que deve ser impul-sionada para o alto, rumo à luz, que deve ser arranca-da do domínio da besta infernal. Eis o trabalho gratui-to dos irmãos rosacruzes. Para dizer a verdade, “gratui-to” não é a palavra exata. Sabeis o que eles ganham? Azombaria e o ódio, a lama da calúnia e da mentira,empecilhos mesquinhos de toda espécie, colocados emcena pelo Moloque infernal. Vendo pelo ângulo mate-rial, eis o pagamento que é recebido. “Gratuitamente”é na realidade inexato, pois aqueles que se doam

O chamado da Fraternidade Rosacruz

172

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impessoalmente a serviço da humanidade, tomandopara si o ultraje da cruz, tornam-se incrivelmente ricos,ricos em força e em amor irradiados diretamente pelaluz. É uma força que torna incrivelmente forte e quefaz brilhar cada vez mais seguramente a vitória.

O segundo artigo diz: Ninguém deve ser obrigado, porcausa da Fraternidade, a usar uma roupa especial,mas cada um deve seguir o costume do país.

Este artigo trata do método, da tática, da finalidadeda grande obra. Aqui entende-se por “traje” esse méto-do, essa tática, essa finalidade. Cada colaborador, cadagrupo de cooperadores, dispõe de completa liberdadede ação. Os colaboradores da Rosacruz não são obri-gados a seguir um plano de trabalho determinadocomo se fosse um clichê, mas cada posto avançadodeve agir conforme as circunstâncias. Não há nenhummétodo autoritário que deva ser seguido internacional-mente; cada país deve adaptar-se aos costumes locais.Todo desvio com respeito a isso deve sempre ser cor-rigido para que cada grupo possa trabalhar para a rea-lização do grande ideal, com a maior flexibilidade pos-sível.

Nenhum dos Irmãos da Rosacruz deve ser obrigado,por causa da Fraternidade, a usar uma roupa especial.Eles não se ligam absolutamente a corporações ou amovimentos particulares, mantendo-se acima de todosos partidos para melhor cumprir sua tarefa. É necessá-rio que compreendais bem isso. Como tudo se situa nosistema e na ordem universais, é evidente que o traba-lho de organização que a construção metódica e efeti-va sejam criados onde quer que sejam úteis e necessá-rios, mas a estrutura dessa construção deve, antes detudo, tornar impossível toda tendência à cristalização.

Capítulo 14

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Cristiano Rosacruz, porém, não caiu nessa armadi-lha. Ele quer pôr a palavra em prática, e por isso deve-mos compreender aqui que, quando os rosacruzesclássicos falam de não exercer outro ofício a não ser ode curar os doentes, isso significa a luta, o combatepela bondade, pela verdade e pela justiça. Então, des-cobrimos que os cavaleiros da Rosacruz são aqui des-critos como heróis combativos que partem para curaras enfermidades da humanidade. Não se trata de umador de cabeça ou de um desarranjo intestinal resultan-tes da transgressão das leis elementares de alimenta-ção. É claro que existe um trabalho de cura corporal,mas é apenas uma ínfima parte do grande trabalho decura que engloba toda a humanidade, um trabalho quequer banir o câncer que corrói esta sociedade; quequer reerguer o que se encontra perdido no mundo;que procura tornar a espécie humana consciente desua vocação e de sua humanidade. Essa é a “cura dosdoentes”, segundo a Ordem dos Irmãos da Rosacruz.

E ela se efetua gratuitamente. Eles não fazem issonem por ouro, nem por prata; eles não realizam essegrande trabalho nem por honra, nem por glória. Nemtampouco para serem vistos pelos homens, nem paraatingirem certas vantagens espirituais. Trata-se dahumanidade que deve ser salva, que deve ser impul-sionada para o alto, rumo à luz, que deve ser arranca-da do domínio da besta infernal. Eis o trabalho gratui-to dos irmãos rosacruzes. Para dizer a verdade, “gratui-to” não é a palavra exata. Sabeis o que eles ganham? Azombaria e o ódio, a lama da calúnia e da mentira,empecilhos mesquinhos de toda espécie, colocados emcena pelo Moloque infernal. Vendo pelo ângulo mate-rial, eis o pagamento que é recebido. “Gratuitamente”é na realidade inexato, pois aqueles que se doam

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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da alegria, carregando-se mutuamente com a força deamor que ultrapassa toda compreensão, esses escre-vem uma carta na qual é explicada a razão de seuimpedimento. Isso quer dizer que ninguém pode aban-donar uma construção com a qual está ocupado; queninguém pode abandonar seu posto antes que o traba-lho seja terminado. Com o sangue de seu coração, como sangue da alma, o colaborador que se encontra im-pedido escreve sua carta. A diária e ininterrupta uniãode alma dos Irmãos da Rosacruz não é absolutamenteum sonho ou uma exaltação mística, enquanto omundo miserável se esvai em seu próprio sangue.Vosso ato concreto, vosso sacrifício contínuo, é vossacarta, escrita com os caracteres ígneos do amor.

Cada irmão deve se assegurar de ter uma pessoa devalor que possa, a seu tempo, sucedê-lo. É o que diz oquarto artigo.

Compreendeis, assim, que o trabalho não sójamais pode ser interrompido, mas também não devejamais ter o mínimo atraso. Sem dúvida, conheceis oscírculos de força mágica que nascem de um foco cen-tral para depois dissipar-se nos vastos espaços damanifestação universal. Um novo impulso de força éincessantemente necessário para fazer nascer umnovo círculo de força. Assim, os irmãos rosacruzescuidam constantemente de que seus sucessores este-jam preparados. Nem bem um certo trabalho foi ini-ciado e jovens obreiros já estão prontos para tomar olugar dos antigos construtores, fragilizados pelaidade. Realmente, no trabalho exotérico, acontecemuitas vezes que as criações desaparecem com seuscriadores. Na realidade, na Escola de Mistérios, ematitude previdente e sensata, procuramos buscar e

Capítulo 14

175

Assim, por esse artigo de lei, fica evidente que aOrdem da Rosacruz é inatacável em seu trabalho mul-tiforme. Um grupo que se manifesta materialmentecomo uma unidade pode ser atacado, mas uma diver-sidade intangível em seus aspectos e seus métodos étão invulnerável quanto a própria luz. A luz se propa-ga sobre o mundo e a humanidade sob a forma de umairradiação de milhões de aspectos, penetra os recôndi-tos mais sombrios; e por toda parte em que essa luzaparece, as trevas devem desaparecer.

Assim, sem dúvida também compreendereis o que seentende pelo terceiro artigo: Cada irmão deve se apre-sentar anualmente, no dia C., à Casa Sancti Spiritus oucomunicar a razão de sua ausência.

Embora o corpo eleito dos pioneiros espirituaisesteja disperso pelo mundo inteiro, existe um contatodiário entre todos eles. É uma comunidade de vida per-manente que apaga as fronteiras e atravessa os ocea-nos.

O “dia C.” é o dies crucis, o dia da cruz, o dia deCristo; é cada dia dado por Deus. Cada dia nós vive-mos na mão do Senhor; dele, por ele e nele todas ascoisas são. Aqui não se trata de um encontro em sen-tido material, mas do encontro na casa do EspíritoSanto. Todo aquele que adquiriu qualidade de alma eteceu sua veste nupcial pode encontrar essa morada.Aí, nessa veste de Júpiter, é bom e é belo morar; é aveste mágica dos irmãos, é a espiritualização; é o jar-dim maravilhoso da Morada do Espírito Santo.

Aqueles que não podem se apresentar no momen-to em que se percebe o chamado do dies crucis, aque-les que estão ligados a seu trabalho quando se festejaa comunidade de alma dos irmãos, em bem-aventura-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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da alegria, carregando-se mutuamente com a força deamor que ultrapassa toda compreensão, esses escre-vem uma carta na qual é explicada a razão de seuimpedimento. Isso quer dizer que ninguém pode aban-donar uma construção com a qual está ocupado; queninguém pode abandonar seu posto antes que o traba-lho seja terminado. Com o sangue de seu coração, como sangue da alma, o colaborador que se encontra im-pedido escreve sua carta. A diária e ininterrupta uniãode alma dos Irmãos da Rosacruz não é absolutamenteum sonho ou uma exaltação mística, enquanto omundo miserável se esvai em seu próprio sangue.Vosso ato concreto, vosso sacrifício contínuo, é vossacarta, escrita com os caracteres ígneos do amor.

Cada irmão deve se assegurar de ter uma pessoa devalor que possa, a seu tempo, sucedê-lo. É o que diz oquarto artigo.

Compreendeis, assim, que o trabalho não sójamais pode ser interrompido, mas também não devejamais ter o mínimo atraso. Sem dúvida, conheceis oscírculos de força mágica que nascem de um foco cen-tral para depois dissipar-se nos vastos espaços damanifestação universal. Um novo impulso de força éincessantemente necessário para fazer nascer umnovo círculo de força. Assim, os irmãos rosacruzescuidam constantemente de que seus sucessores este-jam preparados. Nem bem um certo trabalho foi ini-ciado e jovens obreiros já estão prontos para tomar olugar dos antigos construtores, fragilizados pelaidade. Realmente, no trabalho exotérico, acontecemuitas vezes que as criações desaparecem com seuscriadores. Na realidade, na Escola de Mistérios, ematitude previdente e sensata, procuramos buscar e

Capítulo 14

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Assim, por esse artigo de lei, fica evidente que aOrdem da Rosacruz é inatacável em seu trabalho mul-tiforme. Um grupo que se manifesta materialmentecomo uma unidade pode ser atacado, mas uma diver-sidade intangível em seus aspectos e seus métodos étão invulnerável quanto a própria luz. A luz se propa-ga sobre o mundo e a humanidade sob a forma de umairradiação de milhões de aspectos, penetra os recôndi-tos mais sombrios; e por toda parte em que essa luzaparece, as trevas devem desaparecer.

Assim, sem dúvida também compreendereis o que seentende pelo terceiro artigo: Cada irmão deve se apre-sentar anualmente, no dia C., à Casa Sancti Spiritus oucomunicar a razão de sua ausência.

Embora o corpo eleito dos pioneiros espirituaisesteja disperso pelo mundo inteiro, existe um contatodiário entre todos eles. É uma comunidade de vida per-manente que apaga as fronteiras e atravessa os ocea-nos.

O “dia C.” é o dies crucis, o dia da cruz, o dia deCristo; é cada dia dado por Deus. Cada dia nós vive-mos na mão do Senhor; dele, por ele e nele todas ascoisas são. Aqui não se trata de um encontro em sen-tido material, mas do encontro na casa do EspíritoSanto. Todo aquele que adquiriu qualidade de alma eteceu sua veste nupcial pode encontrar essa morada.Aí, nessa veste de Júpiter, é bom e é belo morar; é aveste mágica dos irmãos, é a espiritualização; é o jar-dim maravilhoso da Morada do Espírito Santo.

Aqueles que não podem se apresentar no momen-to em que se percebe o chamado do dies crucis, aque-les que estão ligados a seu trabalho quando se festejaa comunidade de alma dos irmãos, em bem-aventura-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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homem de sua miséria material, da corrupção de suaexistência inferior; do homem que encontrou o elo entreo infinito e o finito, entre o invisível e o visível, entre aessência e a matéria, entre Deus e o homem. Esses dozedegraus nos falam da atividade espiritual e da com-preensão dos mundos materiais, da travessia da matériae da vitória sobre o Moloque tenebroso. É o sol que pro-jeta seus raios, mesclados de gotas de ouro fluido, sobreo positivo e o negativo, sobre aquele que ora com devo-ção; é o princípio ativo, que executa. É o imaculado, oimutável, sentado em seu cavalo branco como a neve,carregando o estandarte vermelho do derramamento dosangue, do sacrifício de si mesmo pelos irmãos e irmãs.

Eis o segredo da Fraternidade da Rosacruz, segredoque não se espalha em voz alta, batendo no peito:“Olhem, aqui estou eu!”, antes que o trabalho estejaterminado. Impessoalmente, do mais profundo de seuser, a Ordem da Rosacruz quer cumprir seu trabalhoaté que ele seja coroado por uma criação perfeita. Oque vós observais da Ordem, são atos de amor; é aderrubada dos muros que vos cercam. São os cem anosdo segredo.

Possa Deus vos iluminar a fim de que compreen-dais esse segredo e possais dele retirar algo para vos-sas vidas.

Capítulo 14

177

encontrar sucessores. Portanto, preparai-vos para ser-des admitidos em um novo círculo.

É lógico que, como diz o quinto artigo, a sigla “R.C.” –a palavra Rosacruz – deve ser seu selo, insígnia e distin-tivo: a cruz, símbolo do corpo, onde os poderes laten-tes devem desenvolver-se; a cruz, símbolo da persona-lidade que deve sacrificar-se em bondade, verdade ejustiça; a cruz de Cristo que se sacrificou pelo mundoe pela humanidade; a cruz de Cristo que nos revelou ocaminho do Ocidente; a cruz do sofrimento carregadapor uma interminável série de heróis, de homens emulheres que trabalham pela libertação de nossosirmãos e irmãs segundo o corpo, a alma e o espírito.

E o símbolo da rosa? Por que todas estas dores etodas estas ofensas? Por que todo este cansaço e tor-mento de espírito? Por que todos estes sacrifícios e estetrabalho? Por que este longo caminho do auto-sacrifí-cio? Por um sentimento profundo de amor pela huma-nidade, sentimento purificado pelo fogo. É o perfumeda rosa. É a sinfonia de amor tocada pelos Irmãos daRosacruz.

Para terminar, eis o sexto artigo do contrato mágico.Ele é bem mais impressionante, graças a seu significa-do oculto e genial: A Fraternidade deve permanecersecreta durante 100 anos.

Por quê?, indagaram os críticos, curiosos. O que issoquer dizer? Por que não cento e vinte e cinco, ou duzen-tos anos? Porque aqui não se trata de “cem anos” nosentido literal, mas sim no sentido de “criação perfeita”.

Diz-se que o número cem é construído, cabalistica-mente, de doze degraus. Esses doze degraus nos abreminúmeras perspectivas. Elas nos relatam a saída do

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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homem de sua miséria material, da corrupção de suaexistência inferior; do homem que encontrou o elo entreo infinito e o finito, entre o invisível e o visível, entre aessência e a matéria, entre Deus e o homem. Esses dozedegraus nos falam da atividade espiritual e da com-preensão dos mundos materiais, da travessia da matériae da vitória sobre o Moloque tenebroso. É o sol que pro-jeta seus raios, mesclados de gotas de ouro fluido, sobreo positivo e o negativo, sobre aquele que ora com devo-ção; é o princípio ativo, que executa. É o imaculado, oimutável, sentado em seu cavalo branco como a neve,carregando o estandarte vermelho do derramamento dosangue, do sacrifício de si mesmo pelos irmãos e irmãs.

Eis o segredo da Fraternidade da Rosacruz, segredoque não se espalha em voz alta, batendo no peito:“Olhem, aqui estou eu!”, antes que o trabalho estejaterminado. Impessoalmente, do mais profundo de seuser, a Ordem da Rosacruz quer cumprir seu trabalhoaté que ele seja coroado por uma criação perfeita. Oque vós observais da Ordem, são atos de amor; é aderrubada dos muros que vos cercam. São os cem anosdo segredo.

Possa Deus vos iluminar a fim de que compreen-dais esse segredo e possais dele retirar algo para vos-sas vidas.

Capítulo 14

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encontrar sucessores. Portanto, preparai-vos para ser-des admitidos em um novo círculo.

É lógico que, como diz o quinto artigo, a sigla “R.C.” –a palavra Rosacruz – deve ser seu selo, insígnia e distin-tivo: a cruz, símbolo do corpo, onde os poderes laten-tes devem desenvolver-se; a cruz, símbolo da persona-lidade que deve sacrificar-se em bondade, verdade ejustiça; a cruz de Cristo que se sacrificou pelo mundoe pela humanidade; a cruz de Cristo que nos revelou ocaminho do Ocidente; a cruz do sofrimento carregadapor uma interminável série de heróis, de homens emulheres que trabalham pela libertação de nossosirmãos e irmãs segundo o corpo, a alma e o espírito.

E o símbolo da rosa? Por que todas estas dores etodas estas ofensas? Por que todo este cansaço e tor-mento de espírito? Por que todos estes sacrifícios e estetrabalho? Por que este longo caminho do auto-sacrifí-cio? Por um sentimento profundo de amor pela huma-nidade, sentimento purificado pelo fogo. É o perfumeda rosa. É a sinfonia de amor tocada pelos Irmãos daRosacruz.

Para terminar, eis o sexto artigo do contrato mágico.Ele é bem mais impressionante, graças a seu significa-do oculto e genial: A Fraternidade deve permanecersecreta durante 100 anos.

Por quê?, indagaram os críticos, curiosos. O que issoquer dizer? Por que não cento e vinte e cinco, ou duzen-tos anos? Porque aqui não se trata de “cem anos” nosentido literal, mas sim no sentido de “criação perfeita”.

Diz-se que o número cem é construído, cabalistica-mente, de doze degraus. Esses doze degraus nos abreminúmeras perspectivas. Elas nos relatam a saída do

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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15Eles juraram fidelidade mútua em relação a esses seisartigos, e cinco irmãos partiram dali. Somente os IrmãosB. e D. permaneceram por um ano junto ao Pai-IrmãoC. Quando eles também partiram, permaneceram juntodele seu primo e I.O., de modo que sempre teve junto desi, durante todos os dias de sua vida, dois irmãos.

Conquanto a Igreja ainda não estivesse purificada,sabemos contudo o que eles pensavam dela e o que espe-ravam, cheios de anelo. Todos os anos, reuniam-se ale-gremente e faziam um relatório detalhado de suas ativi-dades. Deve ter sido realmente maravilhoso lá ouvir anarrativa, veraz e sóbria, de todas as maravilhas queDeus disseminou aqui e ali no mundo.

Também se pode aceitar como certo que tais pessoas– conjuntamente orientadas por Deus e por toda aMachina Celeste, escolhidas dentre os homens maissábios que existiram em muitos séculos – viveram, entresi e com os outros, na mais elevada unidade, na máxi-ma discrição e na mais bela vida de atos.

Fama Fraternitatis R.C.

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15Eles juraram fidelidade mútua em relação a esses seisartigos, e cinco irmãos partiram dali. Somente os IrmãosB. e D. permaneceram por um ano junto ao Pai-IrmãoC. Quando eles também partiram, permaneceram juntodele seu primo e I.O., de modo que sempre teve junto desi, durante todos os dias de sua vida, dois irmãos.

Conquanto a Igreja ainda não estivesse purificada,sabemos contudo o que eles pensavam dela e o que espe-ravam, cheios de anelo. Todos os anos, reuniam-se ale-gremente e faziam um relatório detalhado de suas ativi-dades. Deve ter sido realmente maravilhoso lá ouvir anarrativa, veraz e sóbria, de todas as maravilhas queDeus disseminou aqui e ali no mundo.

Também se pode aceitar como certo que tais pessoas– conjuntamente orientadas por Deus e por toda aMachina Celeste, escolhidas dentre os homens maissábios que existiram em muitos séculos – viveram, entresi e com os outros, na mais elevada unidade, na máxi-ma discrição e na mais bela vida de atos.

Fama Fraternitatis R.C.

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O método de trabalho mágico dos Irmãos da Rosacruz

Sem dúvida já vos indagastes por que, neste mundo,um trabalho dá certo e outro não; por que o que pare-ce forte desaparece, enquanto que o que é fraco edesconhecido manifesta-se com uma potência insus-peitada; por que o que é empreendido com grandeestardalhaço não dá resultado, enquanto que o que éfrágil e menosprezado freqüentemente alcança a vitó-ria; em resumo, por que as coisas se desenvolvem aocontrário da expectativa geral. Aos olhos surpresos dasmultidões espectadoras e sob todas as formas, serádemonstrado inevitavelmente como a pedra que, rejei-tada pelos construtores, passa a ser a pedra angular.Como em uma seqüência quase monótona, o homemdescobre que suas previsões são falsas, que suas açõestransformam-se em seus contrários.

O aluno sério deve ter compreendido há muitotempo que todas essas decepções e todo esse des-perdício de forças têm uma causa profunda. Elesaberá que deve haver algo como uma lei cósmica,uma lei natural ignorada pela maior parte da huma-nidade, lei com a qual todo o trabalho deve harmo-nizar-se para que possa haver êxito. Como já é sabi-do, o candidato busca essa lei até encontrá-la, poisele poderia sintonizar com ela seu trabalho, todas asmanifestações de sua viva aspiração à bondade, à 181

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O método de trabalho mágico dos Irmãos da Rosacruz

Sem dúvida já vos indagastes por que, neste mundo,um trabalho dá certo e outro não; por que o que pare-ce forte desaparece, enquanto que o que é fraco edesconhecido manifesta-se com uma potência insus-peitada; por que o que é empreendido com grandeestardalhaço não dá resultado, enquanto que o que éfrágil e menosprezado freqüentemente alcança a vitó-ria; em resumo, por que as coisas se desenvolvem aocontrário da expectativa geral. Aos olhos surpresos dasmultidões espectadoras e sob todas as formas, serádemonstrado inevitavelmente como a pedra que, rejei-tada pelos construtores, passa a ser a pedra angular.Como em uma seqüência quase monótona, o homemdescobre que suas previsões são falsas, que suas açõestransformam-se em seus contrários.

O aluno sério deve ter compreendido há muitotempo que todas essas decepções e todo esse des-perdício de forças têm uma causa profunda. Elesaberá que deve haver algo como uma lei cósmica,uma lei natural ignorada pela maior parte da huma-nidade, lei com a qual todo o trabalho deve harmo-nizar-se para que possa haver êxito. Como já é sabi-do, o candidato busca essa lei até encontrá-la, poisele poderia sintonizar com ela seu trabalho, todas asmanifestações de sua viva aspiração à bondade, à 181

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Cinco irmãos partiram dali. Somente os Irmãos B. e D.permaneceram por um ano junto ao Pai-Irmão C.Quando eles também partiram, permaneceram juntodele seu primo e I.O., de modo que sempre teve junto desi, durante todos os dias de sua vida, dois irmãos.

Eis toda a lei cósmica de construção, que todo traba-lho autêntico no reino de Deus deve tomar em consi-deração. Todo trabalho orientado conscientemente ounão para essa lei e efetuado em harmonia com eladeve ter êxito. Portanto, é perfeitamente evidente queo homem de Aquário, o companheiro da bondade, daverdade e da justiça, deve conhecer essa lei.

A lei de construção é caracterizada pelos númerosum, dois e cinco. Trata-se de Cristiano Rosacruz, oponto central, o único. Ele é rodeado, acompanhado acada dia por dois irmãos; e os outros cinco irmãos daOrdem dos oito partem para cumprir o trabalho. Acada ano, os dois irmãos que estão próximos do Paisão substituídos por dois dos irmãos que estavam emviagem. Estabelece-se assim uma interação permanen-te entre as noções um, dois e cinco. Os cinco que tra-balham no estrangeiro estão constantemente em conta-to com a tríade, na Casa da Ordem, a Morada doEspírito Santo. Vamos ver mais de perto o que tudoisso quer dizer.

Em relação a isso, devemos dar uma olhada nacabala, o ensinamento esotérico dos números, poissem esse ensinamento antigo é impossível resolver oenigma. Queremos fazer-vos perceber sucessivamenteas noções cabalísticas um, dois e cinco; primeiro, a par-tir de um ponto de vista individual, depois coletivo,para finalmente abarcar a natureza da lei cósmica deconstrução.

Capítulo 15

183

verdade e à justiça. O sucesso seria, assim, assegura-do com antecedência.

Encontramos essa lei, e tentamos nos harmonizarcom ela em todos os nossos trabalhos e esforços; e éindubitável que a expansão de nosso trabalho daRosacruz deve ser atribuída à compreensão dessa lei,compreensão que nós adquirimos pouco a pouco. Seconhecêsseis essa lei obteríeis com isso uma grandeajuda para vosso poder de compreensão. Poderíeismedir as coisas e os fenômenos ao vosso redor confor-me seu grau de importância, determinar a partir daívosso comportamento e poderíeis escolher o caminhocerto através da agitação frenética e caótica deste tempo.

Observemos as coisas mais detalhadamente ainda.Julgamos extremamente importante que aquele querealmente quer ser um franco-maçom, um sólido cons-trutor da nova comunidade de vida orientada para aexigência do cristianismo gnóstico, seja bem informa-do quanto a essa lei. De fato, o discipulado gnóstico éimpossível, e continua sendo uma quimera, sem a possede um conhecimento ao menos elementar da grandelei cósmica da construção.

É nossa intenção falar-vos sobre essa lei na medidade nossa compreensão. Não deveis esperar encontrarnessas palavras mais do que elas contêm. Nós pode-mos apenas ajudar-vos a começar a andar na direçãodaquilo que há muito tempo está à vossa disposição,pois a estrutura desse mandamento cósmico figura naFama Fraternitatis. Ela se encontra ao vosso alcance,envolta em um véu, magistral em sua simplicidade.

Conheceis o contrato sêxtuplo dos Irmãos da Ordemda Rosacruz. Imediatamente em seguida a esse contrato,podemos ler, na Fama, a lei cósmica de construção.Aqui está ela:

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Cinco irmãos partiram dali. Somente os Irmãos B. e D.permaneceram por um ano junto ao Pai-Irmão C.Quando eles também partiram, permaneceram juntodele seu primo e I.O., de modo que sempre teve junto desi, durante todos os dias de sua vida, dois irmãos.

Eis toda a lei cósmica de construção, que todo traba-lho autêntico no reino de Deus deve tomar em consi-deração. Todo trabalho orientado conscientemente ounão para essa lei e efetuado em harmonia com eladeve ter êxito. Portanto, é perfeitamente evidente queo homem de Aquário, o companheiro da bondade, daverdade e da justiça, deve conhecer essa lei.

A lei de construção é caracterizada pelos númerosum, dois e cinco. Trata-se de Cristiano Rosacruz, oponto central, o único. Ele é rodeado, acompanhado acada dia por dois irmãos; e os outros cinco irmãos daOrdem dos oito partem para cumprir o trabalho. Acada ano, os dois irmãos que estão próximos do Paisão substituídos por dois dos irmãos que estavam emviagem. Estabelece-se assim uma interação permanen-te entre as noções um, dois e cinco. Os cinco que tra-balham no estrangeiro estão constantemente em conta-to com a tríade, na Casa da Ordem, a Morada doEspírito Santo. Vamos ver mais de perto o que tudoisso quer dizer.

Em relação a isso, devemos dar uma olhada nacabala, o ensinamento esotérico dos números, poissem esse ensinamento antigo é impossível resolver oenigma. Queremos fazer-vos perceber sucessivamenteas noções cabalísticas um, dois e cinco; primeiro, a par-tir de um ponto de vista individual, depois coletivo,para finalmente abarcar a natureza da lei cósmica deconstrução.

Capítulo 15

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verdade e à justiça. O sucesso seria, assim, assegura-do com antecedência.

Encontramos essa lei, e tentamos nos harmonizarcom ela em todos os nossos trabalhos e esforços; e éindubitável que a expansão de nosso trabalho daRosacruz deve ser atribuída à compreensão dessa lei,compreensão que nós adquirimos pouco a pouco. Seconhecêsseis essa lei obteríeis com isso uma grandeajuda para vosso poder de compreensão. Poderíeismedir as coisas e os fenômenos ao vosso redor confor-me seu grau de importância, determinar a partir daívosso comportamento e poderíeis escolher o caminhocerto através da agitação frenética e caótica deste tempo.

Observemos as coisas mais detalhadamente ainda.Julgamos extremamente importante que aquele querealmente quer ser um franco-maçom, um sólido cons-trutor da nova comunidade de vida orientada para aexigência do cristianismo gnóstico, seja bem informa-do quanto a essa lei. De fato, o discipulado gnóstico éimpossível, e continua sendo uma quimera, sem a possede um conhecimento ao menos elementar da grandelei cósmica da construção.

É nossa intenção falar-vos sobre essa lei na medidade nossa compreensão. Não deveis esperar encontrarnessas palavras mais do que elas contêm. Nós pode-mos apenas ajudar-vos a começar a andar na direçãodaquilo que há muito tempo está à vossa disposição,pois a estrutura desse mandamento cósmico figura naFama Fraternitatis. Ela se encontra ao vosso alcance,envolta em um véu, magistral em sua simplicidade.

Conheceis o contrato sêxtuplo dos Irmãos da Ordemda Rosacruz. Imediatamente em seguida a esse contrato,podemos ler, na Fama, a lei cósmica de construção.Aqui está ela:

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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esse um que era desde o princípio, pois sois um titã deforça. Poderíeis libertar-vos de uma vez por todas dohorror e da impostura, mas suportais tudo isso porque,inconscientemente, sabeis que sois um rei, sabeis quesois um soberano. Por enquanto, contentai-vos comum sonho.

Os homens pensaram que aí, na cruz de nossa con-templação mística, deveria estar suspenso um ascetaconsumido, um homem espiritualizado e exausto detanto sofrimento, deixando transparecer uma luz supra-terrestre sobre os traços de seu rosto sofredor. Mas issoseria um erro e gostaríamos de apartar-nos dele. Vossossofrimentos, vossa dor, talvez indizível, vossa fomeespiritual, desenvolvem-se porque não quereis com-preender que sois um gigante, um titã de força. Porquenão quereis empregar a majestosa força do um, a forçada origem.

Não queremos mais a clássica glorificação do sofri-mento. Nas igrejas ortodoxas cristãs, o sofrimento éapresentado como um valor primordial. No misticismo,o exausto, o ferido até à morte, o que sangra até amorte, o apedrejado, são todos peregrinos do céu.Portanto, preconizamos outros valores. Nós sabemosque cada homem é um convocado, de filiação divina;que o um, o universal, enraíza-se em nós, que o divi-no esforça-se para chegar até nós, sacrifica-se por nós,para evoluir conosco e através de nós. É por isso queo um é o “Pai” dos números, assim como nos diz aciência cabalística.

E é a razão pela qual a noção dois deve surgir da noçãoum. No dois manifesta-se o um, o universal. No dois émanifestado o germe da forma, a partir do que não temforma. Graças a esse tesouro cabalístico, o gigante desce

Capítulo 15

185

O número um é o poderoso incognoscível, a centelhadivina da qual tudo provém, da qual tudo jorra em umabrasar de chamas. É o que era no começo; é o prelú-dio de toda construção; é a essência da criação nohomem, o grande depositário do mistério latente deDeus, por meio do qual Ele se faz conhecer ao homem.É a luz, o espírito oculto, que toca profundamente seuser. É o número do Sol, o dispensador de vida, a fontede todo mistério, da qual jorra todo o incorruptível emuma glória indizível.

Sem o um, sem essa fonte de todas as coisas, semessa centelha divina no homem, todo devir é uma ilu-são, toda humanidade é uma loucura, e a vida nãopassa de uma farsa sinistra e cruel. Sem esse um, semessa essência imortal que desce no homem para queum dia ele possa festejar a ressurreição, o Logos cria-dor é uma mistificação, um fantasma que vem ator-mentá-lo dia e noite.

O princípio cabalístico do um é o princípio da vidae da morte. Por que o homem vive? O que ele anela?Para que ele morre? Qual é a força misteriosa que opersegue, no decorrer da vida? Que aspiração ardenteé essa dentro dele? De onde vêm esses pensamentosde realeza que o assaltam? Por que ele persevera,enquanto a besta infernal o ataca? Por quê? Porque eleé um deus adormecido! Porque ele sonha completa-mente acordado! Porque, em sua atitude negativa, eleespera tempos melhores. Ele está suspenso na cruz destemundo como um animal inerte e gordo, como umsonhador obeso.

Vós também estais suspensos como um gigantegordo na cruz do mundo, adormecidos, fazendo asesta, enquanto vosso comportamento dialético vosexplora de todas as maneiras possíveis. Sonhais com

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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esse um que era desde o princípio, pois sois um titã deforça. Poderíeis libertar-vos de uma vez por todas dohorror e da impostura, mas suportais tudo isso porque,inconscientemente, sabeis que sois um rei, sabeis quesois um soberano. Por enquanto, contentai-vos comum sonho.

Os homens pensaram que aí, na cruz de nossa con-templação mística, deveria estar suspenso um ascetaconsumido, um homem espiritualizado e exausto detanto sofrimento, deixando transparecer uma luz supra-terrestre sobre os traços de seu rosto sofredor. Mas issoseria um erro e gostaríamos de apartar-nos dele. Vossossofrimentos, vossa dor, talvez indizível, vossa fomeespiritual, desenvolvem-se porque não quereis com-preender que sois um gigante, um titã de força. Porquenão quereis empregar a majestosa força do um, a forçada origem.

Não queremos mais a clássica glorificação do sofri-mento. Nas igrejas ortodoxas cristãs, o sofrimento éapresentado como um valor primordial. No misticismo,o exausto, o ferido até à morte, o que sangra até amorte, o apedrejado, são todos peregrinos do céu.Portanto, preconizamos outros valores. Nós sabemosque cada homem é um convocado, de filiação divina;que o um, o universal, enraíza-se em nós, que o divi-no esforça-se para chegar até nós, sacrifica-se por nós,para evoluir conosco e através de nós. É por isso queo um é o “Pai” dos números, assim como nos diz aciência cabalística.

E é a razão pela qual a noção dois deve surgir da noçãoum. No dois manifesta-se o um, o universal. No dois émanifestado o germe da forma, a partir do que não temforma. Graças a esse tesouro cabalístico, o gigante desce

Capítulo 15

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O número um é o poderoso incognoscível, a centelhadivina da qual tudo provém, da qual tudo jorra em umabrasar de chamas. É o que era no começo; é o prelú-dio de toda construção; é a essência da criação nohomem, o grande depositário do mistério latente deDeus, por meio do qual Ele se faz conhecer ao homem.É a luz, o espírito oculto, que toca profundamente seuser. É o número do Sol, o dispensador de vida, a fontede todo mistério, da qual jorra todo o incorruptível emuma glória indizível.

Sem o um, sem essa fonte de todas as coisas, semessa centelha divina no homem, todo devir é uma ilu-são, toda humanidade é uma loucura, e a vida nãopassa de uma farsa sinistra e cruel. Sem esse um, semessa essência imortal que desce no homem para queum dia ele possa festejar a ressurreição, o Logos cria-dor é uma mistificação, um fantasma que vem ator-mentá-lo dia e noite.

O princípio cabalístico do um é o princípio da vidae da morte. Por que o homem vive? O que ele anela?Para que ele morre? Qual é a força misteriosa que opersegue, no decorrer da vida? Que aspiração ardenteé essa dentro dele? De onde vêm esses pensamentosde realeza que o assaltam? Por que ele persevera,enquanto a besta infernal o ataca? Por quê? Porque eleé um deus adormecido! Porque ele sonha completa-mente acordado! Porque, em sua atitude negativa, eleespera tempos melhores. Ele está suspenso na cruz destemundo como um animal inerte e gordo, como umsonhador obeso.

Vós também estais suspensos como um gigantegordo na cruz do mundo, adormecidos, fazendo asesta, enquanto vosso comportamento dialético vosexplora de todas as maneiras possíveis. Sonhais com

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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definitiva da cruz. Isso corresponde a colocar o que ématerial, a realidade, totalmente a serviço do únicoprincípio criador, que frutifica no número maternal, odois. É a força perfeitamente preparada, que já possuiem si mesma a vitória.

Relacionando em seguida esses aspectos cabalísticos àOrdem da Rosacruz, nós nos aproximamos da essênciada lei de construção. O chefe da Fraternidade estáacompanhado por dois irmãos, enquanto cinco irmãostrabalham com todas as suas forças na grande obra.

Compreendeis agora o que significa essa comunica-ção. Dos focos de força espiritual situados no mundoé enviada uma corrente de força quíntupla permanen-te. Essa força é dinamizada, impelida a frutificar, poisantes de ser enviada é fecundada na realidade donúmero materno dois, ou seja, é mergulhada na sínte-se-Cristo.

Assim, a humanidade deve subir a escada deMercúrio entre lágrimas, para desenvolver a estrela decinco pontas. A massa deve tornar-se consciente de suaorigem divina e, abarcando-a com uma visão panorâ-mica, deve ver sua vocação, seu futuro, seu desenvol-vimento, tais como nos são mostrados no protótipo denosso mais elevado ser, Cristo. Seguindo o caminho deCristo, cumprindo a exigência do cristianismo gnóstico,o homem construirá, um dia, a nova terra, a novacomunidade de vida, como uma realidade concreta.

Na ótica da Fama Fraternitatis, a Ordem daRosacruz coloca-se diante de nós. Vemos que CristianoRosacruz construiu a Escola de Mistérios recusando omal e opondo-lhe resistência. Aí, na Escola deMistérios, o homem é consciente de sua vocação divi-na. Aí é conhecida a lei universal do amor ao próximo;

Capítulo 15

187

da cruz do negativo. Ele responde ao chamado da ori-gem. Ele aceita a essência de sua vocação e de sualuta, e talvez logo seja novamente pregado à cruz; masentão será a cruz do sacrifício; ou seja, a cruz da vitó-ria, como a de Cristo. É assim que o gigante entra pelaporta do sagrado templo com um grito de guerra:começou o processo de fecundação.

O número dois é o símbolo do casamento místico;o casamento do gigante, outrora adormecido, comCristo, o noivo celeste; as núpcias alquímicas, de ondeemanam grandes forças; o princípio latente de Deus,transformado em força, em vitória próxima, mediante aessência do ato.

Sobretudo onde os homens se reúnem para realizaro plano da criação divina pela ação das cabeças, cora-ções e mãos, aí começa o casamento alquímico com oCristo cósmico. Assim como o “um” é chamado de “oPai dos números”, assim também o valor “dois” é cha-mado de “a Mãe dos números”. O princípio matricialeterno desenvolve-se pela ação em Cristo, para que umdia o filho recém-nascido possa manter-se irradiantediante de nós, no número “cinco”.

O número cinco é o pentagrama, a estrela de cincopontas brilhando atrás da Rosacruz, o símbolo da almahumana avançada e desenvolvida. O número cinco é opentekostè que se encontra em chamas sobre a cabeçados discípulos no dia de Pentecostes. É o símbolo doEspírito Santo, o princípio portador de eternidade quechegou à plena maturidade.

O homem que possui essa qualidade de alma é umhomem rico. Ela constitui para ele um talismã protetore salutar, segundo nos diz o ensinamento dos números.É uma grande força mágica, pois significa a libertação

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definitiva da cruz. Isso corresponde a colocar o que ématerial, a realidade, totalmente a serviço do únicoprincípio criador, que frutifica no número maternal, odois. É a força perfeitamente preparada, que já possuiem si mesma a vitória.

Relacionando em seguida esses aspectos cabalísticos àOrdem da Rosacruz, nós nos aproximamos da essênciada lei de construção. O chefe da Fraternidade estáacompanhado por dois irmãos, enquanto cinco irmãostrabalham com todas as suas forças na grande obra.

Compreendeis agora o que significa essa comunica-ção. Dos focos de força espiritual situados no mundoé enviada uma corrente de força quíntupla permanen-te. Essa força é dinamizada, impelida a frutificar, poisantes de ser enviada é fecundada na realidade donúmero materno dois, ou seja, é mergulhada na sínte-se-Cristo.

Assim, a humanidade deve subir a escada deMercúrio entre lágrimas, para desenvolver a estrela decinco pontas. A massa deve tornar-se consciente de suaorigem divina e, abarcando-a com uma visão panorâ-mica, deve ver sua vocação, seu futuro, seu desenvol-vimento, tais como nos são mostrados no protótipo denosso mais elevado ser, Cristo. Seguindo o caminho deCristo, cumprindo a exigência do cristianismo gnóstico,o homem construirá, um dia, a nova terra, a novacomunidade de vida, como uma realidade concreta.

Na ótica da Fama Fraternitatis, a Ordem daRosacruz coloca-se diante de nós. Vemos que CristianoRosacruz construiu a Escola de Mistérios recusando omal e opondo-lhe resistência. Aí, na Escola deMistérios, o homem é consciente de sua vocação divi-na. Aí é conhecida a lei universal do amor ao próximo;

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da cruz do negativo. Ele responde ao chamado da ori-gem. Ele aceita a essência de sua vocação e de sualuta, e talvez logo seja novamente pregado à cruz; masentão será a cruz do sacrifício; ou seja, a cruz da vitó-ria, como a de Cristo. É assim que o gigante entra pelaporta do sagrado templo com um grito de guerra:começou o processo de fecundação.

O número dois é o símbolo do casamento místico;o casamento do gigante, outrora adormecido, comCristo, o noivo celeste; as núpcias alquímicas, de ondeemanam grandes forças; o princípio latente de Deus,transformado em força, em vitória próxima, mediante aessência do ato.

Sobretudo onde os homens se reúnem para realizaro plano da criação divina pela ação das cabeças, cora-ções e mãos, aí começa o casamento alquímico com oCristo cósmico. Assim como o “um” é chamado de “oPai dos números”, assim também o valor “dois” é cha-mado de “a Mãe dos números”. O princípio matricialeterno desenvolve-se pela ação em Cristo, para que umdia o filho recém-nascido possa manter-se irradiantediante de nós, no número “cinco”.

O número cinco é o pentagrama, a estrela de cincopontas brilhando atrás da Rosacruz, o símbolo da almahumana avançada e desenvolvida. O número cinco é opentekostè que se encontra em chamas sobre a cabeçados discípulos no dia de Pentecostes. É o símbolo doEspírito Santo, o princípio portador de eternidade quechegou à plena maturidade.

O homem que possui essa qualidade de alma é umhomem rico. Ela constitui para ele um talismã protetore salutar, segundo nos diz o ensinamento dos números.É uma grande força mágica, pois significa a libertação

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invencíveis, que combateis auxiliados pela luz dianteda qual toda escuridão deve ceder.

A lei cabalística do um, dois e cinco é a lei da trí-plice manifestação de Deus. Assim trabalha o Logos, omacrocosmo, portanto assim também deveis trabalharcomo microcosmo.

Cristiano Rosacruz – de Deus nascemos;os dois irmãos que o acompanham – em Jesus morremos; os cinco irmãos que partem – renascemos pelo EspíritoSanto.

Capítulo 15

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aí o um, o princípio eterno, se torna positivo em Cristo;aí é festejado o coroamento das núpcias alquímicas.

Os irmãos partem, assim, para países estrangeiros,carregados de uma força ativa, e viajam pelo vastomundo para resplandecer na ação de amor, na religiãodo amor: em bondade, verdade e justiça. Eles jamais secansam, jamais podem ser abatidos, pois, sob umaspecto quíntuplo, novas ondas de energia são atraídasincessantemente, em grande quantidade. Sem pararressoam os cantos de vitória. Os irmãos franco-maçonsjuntam suas pedras em um magnífico edifício que seeleva até os céus.

Se a humanidade compreendesse esse trabalho, emvez de ser vista como um gigante adormecido na cruz,como um titã de força negativa, de uma só vez se liber-taria da casa da servidão, e em grande número seapressaria rumo à terra prometida, para onde é chama-da pelo amor de Deus.

O método de trabalho dos Irmãos da Rosacruz,atualmente secreto, deverá um dia ser o método de tra-balho de toda a humanidade. E esse método secreto éa aplicação da lei cósmica de construção. Essa lei exigeque tomeis consciência de vossa origem celeste e dafinalidade de vossa vocação como espírito humano. Épreciso que compreendais bem o que diz a Bíblia:“Sois de linhagem divina”. Essa lei exige de vós quenão continueis mais a sonhar, na certeza de possuiruma centelha divina, mas que acendais essa centelhano protótipo de vosso ser mais elevado, Cristo, o Filhode Deus e o filho do homem; que sigais Cristo nocaminho que ele vos mostrará; que, sobretudo, nãocaiais em nenhuma especulação cristã.

A lei de construção exige que tomeis o caminhopara cumprir vossa tarefa. Descobrireis, então, que sois

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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invencíveis, que combateis auxiliados pela luz dianteda qual toda escuridão deve ceder.

A lei cabalística do um, dois e cinco é a lei da trí-plice manifestação de Deus. Assim trabalha o Logos, omacrocosmo, portanto assim também deveis trabalharcomo microcosmo.

Cristiano Rosacruz – de Deus nascemos;os dois irmãos que o acompanham – em Jesus morremos; os cinco irmãos que partem – renascemos pelo EspíritoSanto.

Capítulo 15

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aí o um, o princípio eterno, se torna positivo em Cristo;aí é festejado o coroamento das núpcias alquímicas.

Os irmãos partem, assim, para países estrangeiros,carregados de uma força ativa, e viajam pelo vastomundo para resplandecer na ação de amor, na religiãodo amor: em bondade, verdade e justiça. Eles jamais secansam, jamais podem ser abatidos, pois, sob umaspecto quíntuplo, novas ondas de energia são atraídasincessantemente, em grande quantidade. Sem pararressoam os cantos de vitória. Os irmãos franco-maçonsjuntam suas pedras em um magnífico edifício que seeleva até os céus.

Se a humanidade compreendesse esse trabalho, emvez de ser vista como um gigante adormecido na cruz,como um titã de força negativa, de uma só vez se liber-taria da casa da servidão, e em grande número seapressaria rumo à terra prometida, para onde é chama-da pelo amor de Deus.

O método de trabalho dos Irmãos da Rosacruz,atualmente secreto, deverá um dia ser o método de tra-balho de toda a humanidade. E esse método secreto éa aplicação da lei cósmica de construção. Essa lei exigeque tomeis consciência de vossa origem celeste e dafinalidade de vossa vocação como espírito humano. Épreciso que compreendais bem o que diz a Bíblia:“Sois de linhagem divina”. Essa lei exige de vós quenão continueis mais a sonhar, na certeza de possuiruma centelha divina, mas que acendais essa centelhano protótipo de vosso ser mais elevado, Cristo, o Filhode Deus e o filho do homem; que sigais Cristo nocaminho que ele vos mostrará; que, sobretudo, nãocaiais em nenhuma especulação cristã.

A lei de construção exige que tomeis o caminhopara cumprir vossa tarefa. Descobrireis, então, que sois

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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16Sua vida decorreu em mui louvável conduta e apesar deseu corpo estar livre de todas as doenças e dores, essasalmas, contudo, não podiam ultrapassar o limiar preci-so da dissolução.

O primeiro dessa Fraternidade a morrer foi I.O., pre-cisamente na Inglaterra, tal qual o Irmão C. há muitolhe profetizara. Ele era muito versado em cabala e extre-mamente erudito, como o demonstra seu pequeno LivroH. Sua fama era grande na Inglaterra, particularmentepor haver curado da lepra um jovem conde de Norfolk.

Fama Fraternitatis R.C.

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16Sua vida decorreu em mui louvável conduta e apesar deseu corpo estar livre de todas as doenças e dores, essasalmas, contudo, não podiam ultrapassar o limiar preci-so da dissolução.

O primeiro dessa Fraternidade a morrer foi I.O., pre-cisamente na Inglaterra, tal qual o Irmão C. há muitolhe profetizara. Ele era muito versado em cabala e extre-mamente erudito, como o demonstra seu pequeno LivroH. Sua fama era grande na Inglaterra, particularmentepor haver curado da lepra um jovem conde de Norfolk.

Fama Fraternitatis R.C.

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O conde de Norfolk

A lepra é uma das doenças mais pavorosas que podemafligir o corpo físico do homem. É um mal tão abomi-nável e tão horrível que o simples pensamento sobreuma prova como essa já é o suficiente para encher oshomens de angústia. Além disso, através dos séculos, alepra foi trazida à imaginação da humanidade como osímbolo lúgubre da mais infernal destruição, e ohomem sempre esteve em busca de sua cura.

A lepra está entre as doenças mais antigas que seconhece; um privilégio pouco invejável. Sabe-se queesse flagelo da humanidade já reinava no Egito séculosantes do nascimento de Cristo e, na Idade Média, alepra tornou-se uma doença muito propagada naEuropa, assim como a tuberculose foi outrora e comoo câncer está se tornando agora.

No século XIII existiam na Europa trinta mil leprosá-rios onde os leprosos eram isolados e tratados comopárias, como mortos-vivos. Eles traziam guizos nasmãos, para anunciar sua presença a uma certa distância.Ouvindo esse som, as pessoas fugiam do contágio quese aproximava, pois a menor ferida, o mais leve arra-nhão, era o suficiente para contrair a doença.

Existem diversas formas de lepra, mas todas consistemem uma degenerescência extremamente lenta, em umaconsumpção de diversas partes do corpo acompanhada 193

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O conde de Norfolk

A lepra é uma das doenças mais pavorosas que podemafligir o corpo físico do homem. É um mal tão abomi-nável e tão horrível que o simples pensamento sobreuma prova como essa já é o suficiente para encher oshomens de angústia. Além disso, através dos séculos, alepra foi trazida à imaginação da humanidade como osímbolo lúgubre da mais infernal destruição, e ohomem sempre esteve em busca de sua cura.

A lepra está entre as doenças mais antigas que seconhece; um privilégio pouco invejável. Sabe-se queesse flagelo da humanidade já reinava no Egito séculosantes do nascimento de Cristo e, na Idade Média, alepra tornou-se uma doença muito propagada naEuropa, assim como a tuberculose foi outrora e comoo câncer está se tornando agora.

No século XIII existiam na Europa trinta mil leprosá-rios onde os leprosos eram isolados e tratados comopárias, como mortos-vivos. Eles traziam guizos nasmãos, para anunciar sua presença a uma certa distância.Ouvindo esse som, as pessoas fugiam do contágio quese aproximava, pois a menor ferida, o mais leve arra-nhão, era o suficiente para contrair a doença.

Existem diversas formas de lepra, mas todas consistemem uma degenerescência extremamente lenta, em umaconsumpção de diversas partes do corpo acompanhada 193

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já não podia entrar publicamente na cidade, mas con-servava-se fora, em lugares desertos; e de todas as par-tes iam ter com ele.”

Não é possível explicar aqui esotericamente em deta-lhes essa importante passagem da Bíblia. Pela análise,parecer-vos-á evidente que todo o trabalho de Aquárioé esclarecido nessa passagem da Bíblia, e que aíencontra seu fundamento.

O acontecimento desenrola-se em Cafarnaum, ounos arredores; ou seja, na “cidade das consolações”. Sea horrível sociedade leprosa na qual vivemos se iden-tificasse conscientemente com as leis elementares davida assim como elas tomam forma no cristianismo, apurificação definitiva, a cura, seria absoluta e perfeita.Eis a consolação positiva que o cristianismo nos ofere-ce; graças a seus valores, nós podemos curar rápida eimediatamente essas feridas.

Pelo santo método, a humanidade poderia ser salvarapidamente. As forças demoníacas sabem disso, e épor essa razão que fazem o possível para impedir suasalvação. É por isso que utilizam a caricatura do santométodo para crucificar a Cristo a cada dia. Podeis com-bater o bem com o pretenso bem. Podeis demolir aCristo com um sermão, principalmente se esse sermãofor ortodoxo. Podeis ferir mortalmente o rosacrucianis-mo com a filosofia rosacruz.

O cristianismo, consciente e positivamente aplicado,constitui um perigo mortal para as forças demoníacas,como talvez o saibais, ou pelo menos possais pressentir.É por isso que os verdadeiros franco-maçons, os verda-deiros rosacruzes, há muito tempo deixaram de seguirunicamente o método da pregação, mas seguem tambémo método das obras, da construção, eventualmente em

Capítulo 16

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de dores terríveis. Em seguida, forma-se um abcessoque estoura e se espalha sem parar. A destruição dostecidos continua; caem os dedos dos pés e das mãos.É assim que o processo prossegue e, após anos de ili-mitado sofrimento, os pacientes são finalmente liberta-dos pela morte.

Essa propagação maléfica, essa destruição infernal,é terrível por sua extrema lentidão, pois dizem queentre a infecção e a erupção da doença passam-se dezanos. Compreendeis, portanto, que essa doença, esseflagelo da humanidade, pode facilmente servir de sím-bolo para todos os outros processos de destruição navida individual ou social.

Conseqüentemente, é evidente que a lepra pode serempregada como advertência em muitas ocasiões, poisseu papel neste mundo é atacar-vos em vosso desen-volvimento vital, eventualmente errôneo, e de fazer-vosrefletir sobre o verdadeiro sentido da vida, assim comoele vos é revelado pelo cristianismo. A lepra também éempregada esotericamente a título de advertência.Pensai, por exemplo, na cura do leproso que é relata-da no primeiro capítulo do evangelho de Marcos:

“E aproximou-se dele um leproso que, rogando-lhee pondo-se de joelhos diante dele, dizia-lhe: Se queres,bem podes limpar-me. E Jesus, movido de grande com-paixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero,sê limpo! E tendo ele dito isso, logo a lepra desapare-ceu, e ficou limpo. E, com severas advertências, logo odespediu. E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém;porém vai, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tuapurificação o que Moisés determinou, para lhes servirde testemunho.

Mas, tendo ele saído, começou a apregoar muitascoisas, e a divulgar o que acontecera; de sorte que Jesus

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já não podia entrar publicamente na cidade, mas con-servava-se fora, em lugares desertos; e de todas as par-tes iam ter com ele.”

Não é possível explicar aqui esotericamente em deta-lhes essa importante passagem da Bíblia. Pela análise,parecer-vos-á evidente que todo o trabalho de Aquárioé esclarecido nessa passagem da Bíblia, e que aíencontra seu fundamento.

O acontecimento desenrola-se em Cafarnaum, ounos arredores; ou seja, na “cidade das consolações”. Sea horrível sociedade leprosa na qual vivemos se iden-tificasse conscientemente com as leis elementares davida assim como elas tomam forma no cristianismo, apurificação definitiva, a cura, seria absoluta e perfeita.Eis a consolação positiva que o cristianismo nos ofere-ce; graças a seus valores, nós podemos curar rápida eimediatamente essas feridas.

Pelo santo método, a humanidade poderia ser salvarapidamente. As forças demoníacas sabem disso, e épor essa razão que fazem o possível para impedir suasalvação. É por isso que utilizam a caricatura do santométodo para crucificar a Cristo a cada dia. Podeis com-bater o bem com o pretenso bem. Podeis demolir aCristo com um sermão, principalmente se esse sermãofor ortodoxo. Podeis ferir mortalmente o rosacrucianis-mo com a filosofia rosacruz.

O cristianismo, consciente e positivamente aplicado,constitui um perigo mortal para as forças demoníacas,como talvez o saibais, ou pelo menos possais pressentir.É por isso que os verdadeiros franco-maçons, os verda-deiros rosacruzes, há muito tempo deixaram de seguirunicamente o método da pregação, mas seguem tambémo método das obras, da construção, eventualmente em

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de dores terríveis. Em seguida, forma-se um abcessoque estoura e se espalha sem parar. A destruição dostecidos continua; caem os dedos dos pés e das mãos.É assim que o processo prossegue e, após anos de ili-mitado sofrimento, os pacientes são finalmente liberta-dos pela morte.

Essa propagação maléfica, essa destruição infernal,é terrível por sua extrema lentidão, pois dizem queentre a infecção e a erupção da doença passam-se dezanos. Compreendeis, portanto, que essa doença, esseflagelo da humanidade, pode facilmente servir de sím-bolo para todos os outros processos de destruição navida individual ou social.

Conseqüentemente, é evidente que a lepra pode serempregada como advertência em muitas ocasiões, poisseu papel neste mundo é atacar-vos em vosso desen-volvimento vital, eventualmente errôneo, e de fazer-vosrefletir sobre o verdadeiro sentido da vida, assim comoele vos é revelado pelo cristianismo. A lepra também éempregada esotericamente a título de advertência.Pensai, por exemplo, na cura do leproso que é relata-da no primeiro capítulo do evangelho de Marcos:

“E aproximou-se dele um leproso que, rogando-lhee pondo-se de joelhos diante dele, dizia-lhe: Se queres,bem podes limpar-me. E Jesus, movido de grande com-paixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero,sê limpo! E tendo ele dito isso, logo a lepra desapare-ceu, e ficou limpo. E, com severas advertências, logo odespediu. E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém;porém vai, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tuapurificação o que Moisés determinou, para lhes servirde testemunho.

Mas, tendo ele saído, começou a apregoar muitascoisas, e a divulgar o que acontecera; de sorte que Jesus

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ficou na Inglaterra, onde morreu. Lá, na Inglaterra, fala-va-se muito sobre ele, e especialmente, assim relata aFama, porque havia curado da lepra um jovem condede Norfolk.

Já falamos a respeito do devir e do desenvolvimen-to da Escola de Mistérios da Rosacruz. Aqui, neste capí-tulo da Fama, falamos da construção do ensinamentoda sabedoria ocidental na etnia anglo-saxã. É por issoque se fala da Inglaterra, onde um dos Irmãos cumpriusua tarefa abençoada até o fim, tarefa que culminou nacura do “conde de Norfolk”.

Como devemos compreender isso? Em linguagemesotérica, sempre se faz uso de termos de nobreza paraapresentar a fina flor de uma nação, a essência espiri-tual de alguma coisa, o elemento positivo e já desen-volvido de um homem. É por isso que se fala em umconde, um jovem conde, um homem que ainda teminúmeras possibilidades de desenvolvimento, graças àsua juventude, mas cuja tarefa, cuja vocação, ainda estálonge de ser cumprida.

Ele é chamado de “conde de Norfolk”. Norfolksempre foi um berço de desenvolvimento superior.Norfolk é um dos focos de força espiritual da raçaanglo-saxã, da mesma forma que acontece em cadaetnia. Certamente poderíeis também empregar oconceito “Norfolk” de outra maneira, para dele cap-tar o significado esotérico. Já faz muito tempo queum “norfolk” é uma vestimenta especial, um envol-tório. Talvez compreendais agora de que se trataaqui. A raça anglo-saxã envolvia-se com valoresespirituais que pertenciam a um ultrapassado orbeda espiral de desenvolvimento. Mas as dificuldadessurgem cada vez que nos agarramos a qualquer coisaobsoleta, ultrapassada.

Capítulo 16

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silêncio. Falar muito de uma força enfraquece seuimpulso e oferece às forças das trevas a possibilidadede ataque. Eis por que Cristo aconselha àquele que elecurou para não falar sobre isso, mas para agir, para ata-car a natureza ilusória das coisas e, conseqüentemen-te, cumprir a lei de Moisés. Como esse conselho nãofoi cumprido, a conseqüência foi que a luz vitoriosa foiexpulsa da cidade, para locais desertos, para lugaressecretos.

O cristianismo, ou seja, o cristianismo aplicado comperfeição, é considerado pelo príncipe deste mundocomo alta traição, como um crime. Pensai no nacional-socialismo, que no seu tempo elevou oficialmente opaganismo a religião de Estado, declarando igualmen-te que, em caso de uma vitória mundial do nazismopor meio da guerra e da destruição, o cristianismodeveria ser aniquilado.

Dificilmente se imagina um testemunho mais sur-preendente, uma prova mais evidente da verdade doque aquilo que está exposto no evangelho de Marcos.O cristianismo aplicado é capaz de curar a lepra. Vossasalvação e a de vossos semelhantes está mais próximado que mãos e pés; a luz irradia e brilha sem cessar naescuridão deste mundo. Por enquanto, porém, ela estárelegada aos lugares áridos pelas forças unidas do mal.A Rosacruz luta em posição difícil, sob o fardo das insi-nuações. Ainda não é possível oferecer a taça da con-solação a uma humanidade sofredora. Passo a passo, épreciso conquistar nossa posição. Como já dissemos edemonstramos por essa passagem bíblica, a lepra é umsímbolo concreto, esotericamente falando.

Voltemos agora à Fama Fraternitatis. Ela fala sobre umdos irmãos ativos da Ordem da Rosacruz, que se sacri-

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ficou na Inglaterra, onde morreu. Lá, na Inglaterra, fala-va-se muito sobre ele, e especialmente, assim relata aFama, porque havia curado da lepra um jovem condede Norfolk.

Já falamos a respeito do devir e do desenvolvimen-to da Escola de Mistérios da Rosacruz. Aqui, neste capí-tulo da Fama, falamos da construção do ensinamentoda sabedoria ocidental na etnia anglo-saxã. É por issoque se fala da Inglaterra, onde um dos Irmãos cumpriusua tarefa abençoada até o fim, tarefa que culminou nacura do “conde de Norfolk”.

Como devemos compreender isso? Em linguagemesotérica, sempre se faz uso de termos de nobreza paraapresentar a fina flor de uma nação, a essência espiri-tual de alguma coisa, o elemento positivo e já desen-volvido de um homem. É por isso que se fala em umconde, um jovem conde, um homem que ainda teminúmeras possibilidades de desenvolvimento, graças àsua juventude, mas cuja tarefa, cuja vocação, ainda estálonge de ser cumprida.

Ele é chamado de “conde de Norfolk”. Norfolksempre foi um berço de desenvolvimento superior.Norfolk é um dos focos de força espiritual da raçaanglo-saxã, da mesma forma que acontece em cadaetnia. Certamente poderíeis também empregar oconceito “Norfolk” de outra maneira, para dele cap-tar o significado esotérico. Já faz muito tempo queum “norfolk” é uma vestimenta especial, um envol-tório. Talvez compreendais agora de que se trataaqui. A raça anglo-saxã envolvia-se com valoresespirituais que pertenciam a um ultrapassado orbeda espiral de desenvolvimento. Mas as dificuldadessurgem cada vez que nos agarramos a qualquer coisaobsoleta, ultrapassada.

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silêncio. Falar muito de uma força enfraquece seuimpulso e oferece às forças das trevas a possibilidadede ataque. Eis por que Cristo aconselha àquele que elecurou para não falar sobre isso, mas para agir, para ata-car a natureza ilusória das coisas e, conseqüentemen-te, cumprir a lei de Moisés. Como esse conselho nãofoi cumprido, a conseqüência foi que a luz vitoriosa foiexpulsa da cidade, para locais desertos, para lugaressecretos.

O cristianismo, ou seja, o cristianismo aplicado comperfeição, é considerado pelo príncipe deste mundocomo alta traição, como um crime. Pensai no nacional-socialismo, que no seu tempo elevou oficialmente opaganismo a religião de Estado, declarando igualmen-te que, em caso de uma vitória mundial do nazismopor meio da guerra e da destruição, o cristianismodeveria ser aniquilado.

Dificilmente se imagina um testemunho mais sur-preendente, uma prova mais evidente da verdade doque aquilo que está exposto no evangelho de Marcos.O cristianismo aplicado é capaz de curar a lepra. Vossasalvação e a de vossos semelhantes está mais próximado que mãos e pés; a luz irradia e brilha sem cessar naescuridão deste mundo. Por enquanto, porém, ela estárelegada aos lugares áridos pelas forças unidas do mal.A Rosacruz luta em posição difícil, sob o fardo das insi-nuações. Ainda não é possível oferecer a taça da con-solação a uma humanidade sofredora. Passo a passo, épreciso conquistar nossa posição. Como já dissemos edemonstramos por essa passagem bíblica, a lepra é umsímbolo concreto, esotericamente falando.

Voltemos agora à Fama Fraternitatis. Ela fala sobre umdos irmãos ativos da Ordem da Rosacruz, que se sacri-

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Espanha com a primeira tática teve bons resultados naInglaterra, por meio da segunda tática. Desde então,desenvolveu-se também na Inglaterra um importantetrabalho a serviço da grande Fraternidade da Luz doOcidente.

Isso nos toca porque temos a certeza de que aFama é mais do que uma descrição histórica velada dagênese da Rosacruz. A força profética da Fama éextraordinariamente grande. A Espanha, a Alemanha ea Inglaterra desempenharão um grande papel nosacontecimentos futuros.

Nossa exposição não seria completa se não estivesseligada à ciência gnóstica. É a ela que agora queremosnos dedicar.

Quanto mais um aluno da Gnosis penetra profun-damente a essência das coisas e torna-se capaz de per-ceber o que se passa por detrás do palco das agitaçõesmundiais, mais clara e positivamente ele é capaz dediscernir a luta e os combatentes das diversas forçasem jogo. Sabeis que o homem gnóstico escolhe ummétodo acelerado para seu desenvolvimento pessoal;mas é preciso que compreendais que ele também apli-ca na agitação mundial um método acelerado, nodesenvolvimento dos processos de reversão da marchada humanidade. Esses dois desenvolvimentos, o indivi-dual e o coletivo, estão estreitamente ligados um aooutro. Não se pode pensar em um sem pensar nooutro, pois um depende do outro.

Muitas pessoas, principalmente aquelas que nãocompreendem nada da verdadeira franco-maçonaria,ambicionam o desenvolvimento individual acelerado,mas consideram o desenvolvimento coletivo, a renova-ção da humanidade, como um processo que age bem

Capítulo 16

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Aqui, referimo-nos a valores que estavam deposita-dos nos antigos mistérios de Edda, os mistérios dos anti-gos druidas, e nos antigos cultos germânicos que deve-riam ser necessariamente suplantados pelos mistérioscristãos para que o homem ocidental pudesse cumprirperfeitamente sua tarefa.

Sem dúvida o leitor pode agora entender as inten-ções, inspiradas pela magia negra, das personalidadesque dirigiram o fascismo e que queriam restaurar osantigos mistérios de Edda, a civilização druídica, e oscultos germânicos, com a finalidade de frear o impul-so do cristianismo positivo e vivente. Somos forçadosa constatar que o fascismo foi mil vezes mais terrívelque a mais horrível lepra: foi o ataque mais pavorosojamais manifestado no mundo.

Agora podeis compreender e sentir qual é o signi-ficado de “a lepra do jovem conde de Norfolk”. Comimensa alegria, saudareis o progresso da Escola deMistérios da Rosacruz e descobrireis a justeza do méto-do seguido por nosso Pai Cristiano Rosacruz: depois dapregação do Evangelho, a cura dos doentes.

Cristiano Rosacruz chegou à Espanha com seusdons. Ninguém o queria. Ele colocou sua sabedoria esuas forças à disposição, mas rejeitaram-no. Então, elemudou de tática. Como estava provado que não que-riam aceitar o Evangelho libertador, ele decidiu curaros doentes, curar o mundo doente. A partir daí, o tra-balho foi colocado sob o signo da luta, sob o signo dafranco-maçonaria gnóstica, e a Escola de Mistérios foiedificada na Alemanha, o coração da Europa.

Então nos é anunciado um dos mais importantesresultados da obra começada, a cura do conde deNorfolk, que consolidou os novos mistérios na raçaanglo-saxã. O que não havia sido bem sucedido na

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Espanha com a primeira tática teve bons resultados naInglaterra, por meio da segunda tática. Desde então,desenvolveu-se também na Inglaterra um importantetrabalho a serviço da grande Fraternidade da Luz doOcidente.

Isso nos toca porque temos a certeza de que aFama é mais do que uma descrição histórica velada dagênese da Rosacruz. A força profética da Fama éextraordinariamente grande. A Espanha, a Alemanha ea Inglaterra desempenharão um grande papel nosacontecimentos futuros.

Nossa exposição não seria completa se não estivesseligada à ciência gnóstica. É a ela que agora queremosnos dedicar.

Quanto mais um aluno da Gnosis penetra profun-damente a essência das coisas e torna-se capaz de per-ceber o que se passa por detrás do palco das agitaçõesmundiais, mais clara e positivamente ele é capaz dediscernir a luta e os combatentes das diversas forçasem jogo. Sabeis que o homem gnóstico escolhe ummétodo acelerado para seu desenvolvimento pessoal;mas é preciso que compreendais que ele também apli-ca na agitação mundial um método acelerado, nodesenvolvimento dos processos de reversão da marchada humanidade. Esses dois desenvolvimentos, o indivi-dual e o coletivo, estão estreitamente ligados um aooutro. Não se pode pensar em um sem pensar nooutro, pois um depende do outro.

Muitas pessoas, principalmente aquelas que nãocompreendem nada da verdadeira franco-maçonaria,ambicionam o desenvolvimento individual acelerado,mas consideram o desenvolvimento coletivo, a renova-ção da humanidade, como um processo que age bem

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Aqui, referimo-nos a valores que estavam deposita-dos nos antigos mistérios de Edda, os mistérios dos anti-gos druidas, e nos antigos cultos germânicos que deve-riam ser necessariamente suplantados pelos mistérioscristãos para que o homem ocidental pudesse cumprirperfeitamente sua tarefa.

Sem dúvida o leitor pode agora entender as inten-ções, inspiradas pela magia negra, das personalidadesque dirigiram o fascismo e que queriam restaurar osantigos mistérios de Edda, a civilização druídica, e oscultos germânicos, com a finalidade de frear o impul-so do cristianismo positivo e vivente. Somos forçadosa constatar que o fascismo foi mil vezes mais terrívelque a mais horrível lepra: foi o ataque mais pavorosojamais manifestado no mundo.

Agora podeis compreender e sentir qual é o signi-ficado de “a lepra do jovem conde de Norfolk”. Comimensa alegria, saudareis o progresso da Escola deMistérios da Rosacruz e descobrireis a justeza do méto-do seguido por nosso Pai Cristiano Rosacruz: depois dapregação do Evangelho, a cura dos doentes.

Cristiano Rosacruz chegou à Espanha com seusdons. Ninguém o queria. Ele colocou sua sabedoria esuas forças à disposição, mas rejeitaram-no. Então, elemudou de tática. Como estava provado que não que-riam aceitar o Evangelho libertador, ele decidiu curaros doentes, curar o mundo doente. A partir daí, o tra-balho foi colocado sob o signo da luta, sob o signo dafranco-maçonaria gnóstica, e a Escola de Mistérios foiedificada na Alemanha, o coração da Europa.

Então nos é anunciado um dos mais importantesresultados da obra começada, a cura do conde deNorfolk, que consolidou os novos mistérios na raçaanglo-saxã. O que não havia sido bem sucedido na

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repente ter um fim, aparentemente por milagre, mas narealidade por meio do processo acelerado. Então sereiscapazes de fazer isso quando, guiados pelo conheci-mento superior dos mistérios e pelo amor indizível, umamor tão grande que não podereis esperar nem sequerum segundo para vos colocardes a serviço da liberta-ção, disserdes com o Senhor de toda a vida, com oCristo: “Quero, sê limpo!”

Capítulo 16

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lentamente e, conseqüentemente, elas o rejeitam. Elasnão querem ou não podem compreender que essesdois desenvolvimentos são inseparáveis. Esse compor-tamento pode nascer de uma completa falta de amorpelos homens, mas também pode vir de uma concep-ção mística errônea. Esta concepção faz que eles vivamcomo parasitas do espírito de Cristo, que até hoje nãodeixou de sofrer indizivelmente.

Em seu trabalho, o rosacruz objetiva a liberação, omais rápido possível, do espírito de Cristo, que supor-ta, tolera, e tudo sofre por nós. Como conhece a natu-reza daqueles que lutam e sabe arrancar suas máscaras,o rosacruz colabora com tudo e com todos aquelesque, seguindo as linhas de força do cristianismo apli-cado, têm como objetivo o processo de desenvolvi-mento acelerado da renovação humana. Ele influenciaesses espíritos e permanece na linha de frente de todoo desenvolvimento mundial, porque ele ama concreta-mente e se auto-sacrifica. Ele enfia a faca na chaga por-que ama, porque sabe que o processo acelerado trarárealmente a libertação do homem e do Senhor de todaa vida.

Existe uma diferença incomensurável entre o místi-co exotérico, com sua piedade às vezes evidente, e ognóstico, com sua aparente dureza, que entretanto nãoé dureza, de modo algum, mas que resulta do fato dede ele se manter objetivo e cheio de amor em meio àagitação do mundo, o que é incompreensível para ohomem não desperto.

As potestades tenebrosas deste mundo constatamfuriosas que os verdadeiros franco-maçons sempre esti-veram à frente de todas as grandes transformaçõesmundiais. Isso nos enche de alegria. O mal que proli-fera lentamente, a lepra, pode ser aniquilado, pode de

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repente ter um fim, aparentemente por milagre, mas narealidade por meio do processo acelerado. Então sereiscapazes de fazer isso quando, guiados pelo conheci-mento superior dos mistérios e pelo amor indizível, umamor tão grande que não podereis esperar nem sequerum segundo para vos colocardes a serviço da liberta-ção, disserdes com o Senhor de toda a vida, com oCristo: “Quero, sê limpo!”

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lentamente e, conseqüentemente, elas o rejeitam. Elasnão querem ou não podem compreender que essesdois desenvolvimentos são inseparáveis. Esse compor-tamento pode nascer de uma completa falta de amorpelos homens, mas também pode vir de uma concep-ção mística errônea. Esta concepção faz que eles vivamcomo parasitas do espírito de Cristo, que até hoje nãodeixou de sofrer indizivelmente.

Em seu trabalho, o rosacruz objetiva a liberação, omais rápido possível, do espírito de Cristo, que supor-ta, tolera, e tudo sofre por nós. Como conhece a natu-reza daqueles que lutam e sabe arrancar suas máscaras,o rosacruz colabora com tudo e com todos aquelesque, seguindo as linhas de força do cristianismo apli-cado, têm como objetivo o processo de desenvolvi-mento acelerado da renovação humana. Ele influenciaesses espíritos e permanece na linha de frente de todoo desenvolvimento mundial, porque ele ama concreta-mente e se auto-sacrifica. Ele enfia a faca na chaga por-que ama, porque sabe que o processo acelerado trarárealmente a libertação do homem e do Senhor de todaa vida.

Existe uma diferença incomensurável entre o místi-co exotérico, com sua piedade às vezes evidente, e ognóstico, com sua aparente dureza, que entretanto nãoé dureza, de modo algum, mas que resulta do fato dede ele se manter objetivo e cheio de amor em meio àagitação do mundo, o que é incompreensível para ohomem não desperto.

As potestades tenebrosas deste mundo constatamfuriosas que os verdadeiros franco-maçons sempre esti-veram à frente de todas as grandes transformaçõesmundiais. Isso nos enche de alegria. O mal que proli-fera lentamente, a lepra, pode ser aniquilado, pode de

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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17Eles haviam decidido que seus sepulcros, tanto quantopossível, deveriam permanecer em segredo, de modo que,presentemente, não sabemos onde muitos deles se encon-tram. Entretanto, o lugar de cada um foi ocupado porum sucessor apropriado. Queremos confessar publica-mente, para a honra de Deus, que apesar de todos ossegredos que possamos haver aprendido do Livro M – eembora possamos ter diante dos olhos a imagem domundo inteiro e da sua contra-parte – não nos sãoconhecidas, contudo, nossas desditas e a hora de nossamorte, as quais o Deus onipotente, que quer nos verpermanentemente preparados, reservou para si.

Mas trataremos disso mais detalhadamente em nossaConfessio, onde indicamos as trinta e sete causas pelasquais tornamos conhecida a nossa Fraternidade e pro-pomos tão elevados segredos livremente, sem constrangi-mentos e sem nenhuma recompensa, e prometemosainda mais ouro que o rei da Espanha poderia trazerdas duas Índias. Afinal, a Europa está grávida e dará àluz uma poderosa criança que deve ser ricamente dota-da por seus padrinhos.

Depois da morte de O., o Irmão C. não parou de tra-balhar: convocou os outros logo que foi possível; e pare-ce provável que somente então seu sepulcro pôde ser feito.Embora nós, seus discípulos, jamais tivéssemos sabido

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17Eles haviam decidido que seus sepulcros, tanto quantopossível, deveriam permanecer em segredo, de modo que,presentemente, não sabemos onde muitos deles se encon-tram. Entretanto, o lugar de cada um foi ocupado porum sucessor apropriado. Queremos confessar publica-mente, para a honra de Deus, que apesar de todos ossegredos que possamos haver aprendido do Livro M – eembora possamos ter diante dos olhos a imagem domundo inteiro e da sua contra-parte – não nos sãoconhecidas, contudo, nossas desditas e a hora de nossamorte, as quais o Deus onipotente, que quer nos verpermanentemente preparados, reservou para si.

Mas trataremos disso mais detalhadamente em nossaConfessio, onde indicamos as trinta e sete causas pelasquais tornamos conhecida a nossa Fraternidade e pro-pomos tão elevados segredos livremente, sem constrangi-mentos e sem nenhuma recompensa, e prometemosainda mais ouro que o rei da Espanha poderia trazerdas duas Índias. Afinal, a Europa está grávida e dará àluz uma poderosa criança que deve ser ricamente dota-da por seus padrinhos.

Depois da morte de O., o Irmão C. não parou de tra-balhar: convocou os outros logo que foi possível; e pare-ce provável que somente então seu sepulcro pôde ser feito.Embora nós, seus discípulos, jamais tivéssemos sabido

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Os três degraus

A Fama Fraternitatis fala de três degraus, de três esca-das ou ainda de três círculos que podemos reconhecerna Ordem da Rosacruz. Quem observar superficialmen-te os antigos livros da Ordem será rapidamente induzi-do a erro se tentar compreender o significado dessestrês degraus, pois diversos fatores, aparentemente con-traditórios, impedirão que veja a essência das coisas eo levarão a ler como que num livro fechado.

O aluno, entretanto, sabe muito bem que os anti-gos livros da Ordem são escritos herméticos quedevem ser lidos de um modo especial, dos quais elesomente compreenderá a linguagem e o contextoquando estiver de posse dessa chave hermética. Odado abstrato toma vida diante dele em uma luxurian-te visão primaveril e ele descobre uma fonte inesgotá-vel e tão desconcertante de riqueza, tão surpreenden-te, que percebe perfeitamente a exatidão das palavrasde Johann Valentin Andreæ: “Nada será nem poderáser manifestado além do que está escrito na FamaFraternitatis.”

O testamento espiritual da Ordem da Rosacruz é,conseqüentemente, um presente incomparável que osIrmãos Maiores vos oferecem gratuitamente, um atoefetivo de amor, tão grandioso que mal podeis sustê-lo.Seu conteúdo vos dá tudo de que precisais e tentamos 205

até então qual foi o momento da morte de nosso bem-amado Pai R.C., e não tivéssemos possuído mais nadaalém dos nomes dos fundadores e de todos os seus sucesso-res até nossos dias, ainda pudemos nos lembrar de umsegredo que, por meio de um misterioso discurso sobre oscento e vinte anos, nos foi revelado e confiado por A.,sucessor de D., que, sendo o último do segundo círculo,havia vivido com muitos dentre nós, representantes do ter-ceiro círculo.

Mas devemos reconhecer que, depois da morte de A.nenhum dentre nós nada mais sabia de R.C. e de seusprimeiros confrades, a não ser do que haviam deixadoem nossa biblioteca filosófica, onde considerávamos nos-sos Axiomata como o mais importante, as Rotæ Mundicomo o mais artístico e Proteus como o mais útil. Por-tanto, não sabemos com certeza se os do segundo círcu-lo possuíam a mesma sabedoria que os do primeiro e sea tudo tiveram acesso. No entanto, é preciso lembrarainda ao benévolo leitor que não somente aquilo queaprendemos sobre o sepulcro do Irmão C., mas tambémo que demos a conhecer aqui, foi previsto, permitido eordenado por Deus, a quem obedecemos com tamanhafé que, na medida em que as pessoas vierem a nós comdiscrição e disposição cristã, não teremos nenhum medode revelar, publicando-os, nossos nomes de batismo e defamília, nossas reuniões e o que ainda poderiam esperarde nós.

Fama Fraternitatis R.C.

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Os três degraus

A Fama Fraternitatis fala de três degraus, de três esca-das ou ainda de três círculos que podemos reconhecerna Ordem da Rosacruz. Quem observar superficialmen-te os antigos livros da Ordem será rapidamente induzi-do a erro se tentar compreender o significado dessestrês degraus, pois diversos fatores, aparentemente con-traditórios, impedirão que veja a essência das coisas eo levarão a ler como que num livro fechado.

O aluno, entretanto, sabe muito bem que os anti-gos livros da Ordem são escritos herméticos quedevem ser lidos de um modo especial, dos quais elesomente compreenderá a linguagem e o contextoquando estiver de posse dessa chave hermética. Odado abstrato toma vida diante dele em uma luxurian-te visão primaveril e ele descobre uma fonte inesgotá-vel e tão desconcertante de riqueza, tão surpreenden-te, que percebe perfeitamente a exatidão das palavrasde Johann Valentin Andreæ: “Nada será nem poderáser manifestado além do que está escrito na FamaFraternitatis.”

O testamento espiritual da Ordem da Rosacruz é,conseqüentemente, um presente incomparável que osIrmãos Maiores vos oferecem gratuitamente, um atoefetivo de amor, tão grandioso que mal podeis sustê-lo.Seu conteúdo vos dá tudo de que precisais e tentamos 205

até então qual foi o momento da morte de nosso bem-amado Pai R.C., e não tivéssemos possuído mais nadaalém dos nomes dos fundadores e de todos os seus sucesso-res até nossos dias, ainda pudemos nos lembrar de umsegredo que, por meio de um misterioso discurso sobre oscento e vinte anos, nos foi revelado e confiado por A.,sucessor de D., que, sendo o último do segundo círculo,havia vivido com muitos dentre nós, representantes do ter-ceiro círculo.

Mas devemos reconhecer que, depois da morte de A.nenhum dentre nós nada mais sabia de R.C. e de seusprimeiros confrades, a não ser do que haviam deixadoem nossa biblioteca filosófica, onde considerávamos nos-sos Axiomata como o mais importante, as Rotæ Mundicomo o mais artístico e Proteus como o mais útil. Por-tanto, não sabemos com certeza se os do segundo círcu-lo possuíam a mesma sabedoria que os do primeiro e sea tudo tiveram acesso. No entanto, é preciso lembrarainda ao benévolo leitor que não somente aquilo queaprendemos sobre o sepulcro do Irmão C., mas tambémo que demos a conhecer aqui, foi previsto, permitido eordenado por Deus, a quem obedecemos com tamanhafé que, na medida em que as pessoas vierem a nós comdiscrição e disposição cristã, não teremos nenhum medode revelar, publicando-os, nossos nomes de batismo e defamília, nossas reuniões e o que ainda poderiam esperarde nós.

Fama Fraternitatis R.C.

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dos mistérios são liberadas forças construtivas e fortifi-cantes, necessárias ao cumprimento do trabalho.

Na explicação esotérica, essa força é ofertada a todosos alunos que, não importa em que degrau se encon-trem, queiram compreender a grande verdade que daíemana e assimilá-la por uma necessidade interior.

É na linguagem de Aquário que a luz dos mistériosé transmitida à humanidade que caminha nas trevas.Na linguagem de Aquário, a exigência perfeita, a maissublime e poderosa, o Cristo das escrituras, faz-seconhecer a cada pessoa de modo que ninguém possadizer: “Vede, eu não o conheci”. Na linguagem deAquário, Cristo resplandece como a plenitude do amorque quer ofertar o bálsamo do auxílio e da consolaçãoe, assim, ele também é o portador da espada, que luta,por seu poder divino, contra a injustiça e a falsidade.Aquário é a mão estendida àquele que está perdido, afim de que o mais vil, o mais degenerado e o maispisoteado possam se elevar até o sublime.

E assim sucede que a Rosacruz se dirige a umpúblico leitor variado. E então, descobrimos nessa lin-guagem, falada ou escrita de um modo metódico, umagrande diversidade de línguas, como aquilo que ocor-reu com os apóstolos no dia de Pentecostes: “Cada umos ouvia falar na sua própria língua”. É por isso quenos julgam rigorosos demais, cristãos demasiado orto-doxos e por isso nos rejeitam. Julgam que somos muitoracionais, muito científicos, e se afastam. Tomam-nospor ateus e fogem de nós. Aos olhos de muitos esta-mos ébrios como o apóstolo Pedro no dia dePentecostes. Eis por que o rosacruz, tanto nos temposantigos como nos modernos, é às vezes colocado“entre os malfeitores”. Somos perigosamente ébrios aseus olhos. Eis por que tantos tentam fazer perecer este

Capítulo 17

207

ajudar-vos a ler essa linguagem maravilhosa, a fim depoderdes alçar vossa realidade de vida a essa sabedoria.

Assim, impelidos pela aspiração interior de com-preender, colocamo-vos diante das três escadas daRosacruz. Elas se erguem diante de vós até uma alturainsondável, e nós queremos subir por elas como queem uma exaltação de nossos sentidos.

O primeiro degrau é chamado Fama ou Mercúrio; osegundo é chamado Confessio ou Júpiter; o terceiro échamado Núpcias Alquímicas, novamente, Mercúrio.

A primeira escada comporta cinco degraus; asegunda comporta três; a terceira comporta novamen-te cinco degraus. Às vezes, as escadas são também cha-madas de “círculos”, sendo que cada um deles é divi-dido em segmentos.

O primeiro círculo é do mais puro cristal; o segun-do círculo brilha como um carbúnculo ou uma turque-sa; o terceiro círculo é de água-marinha.

Aqui tendes a chave hermética do que significam astrês escadas da Fama Fraternitatis. Se esse livro fosselido apenas por alunos adiantados, poderíamos pararpor aqui, pois o Mestre fala por símbolos à consciên-cia imaginativa. Um símbolo é, para o aluno, o que umlivro volumoso é para outra pessoa. Entretanto, emuma publicação de caráter geral sempre dirigida a trêsgrupos de homens, o tema a ser tratado tem de serexposto sempre de três modos se pretendemos umacerta abrangência e se queremos cumprir a exigênciada Fraternidade. Assim, devemos escrever na lingua-gem dos mistérios, devemos dar uma explicação esoté-rica e devemos falar na linguagem de Aquário.

Por que seguimos esse método? É sempre desejávelproceder desse modo? Quando se escreve na linguagem

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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dos mistérios são liberadas forças construtivas e fortifi-cantes, necessárias ao cumprimento do trabalho.

Na explicação esotérica, essa força é ofertada a todosos alunos que, não importa em que degrau se encon-trem, queiram compreender a grande verdade que daíemana e assimilá-la por uma necessidade interior.

É na linguagem de Aquário que a luz dos mistériosé transmitida à humanidade que caminha nas trevas.Na linguagem de Aquário, a exigência perfeita, a maissublime e poderosa, o Cristo das escrituras, faz-seconhecer a cada pessoa de modo que ninguém possadizer: “Vede, eu não o conheci”. Na linguagem deAquário, Cristo resplandece como a plenitude do amorque quer ofertar o bálsamo do auxílio e da consolaçãoe, assim, ele também é o portador da espada, que luta,por seu poder divino, contra a injustiça e a falsidade.Aquário é a mão estendida àquele que está perdido, afim de que o mais vil, o mais degenerado e o maispisoteado possam se elevar até o sublime.

E assim sucede que a Rosacruz se dirige a umpúblico leitor variado. E então, descobrimos nessa lin-guagem, falada ou escrita de um modo metódico, umagrande diversidade de línguas, como aquilo que ocor-reu com os apóstolos no dia de Pentecostes: “Cada umos ouvia falar na sua própria língua”. É por isso quenos julgam rigorosos demais, cristãos demasiado orto-doxos e por isso nos rejeitam. Julgam que somos muitoracionais, muito científicos, e se afastam. Tomam-nospor ateus e fogem de nós. Aos olhos de muitos esta-mos ébrios como o apóstolo Pedro no dia dePentecostes. Eis por que o rosacruz, tanto nos temposantigos como nos modernos, é às vezes colocado“entre os malfeitores”. Somos perigosamente ébrios aseus olhos. Eis por que tantos tentam fazer perecer este

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ajudar-vos a ler essa linguagem maravilhosa, a fim depoderdes alçar vossa realidade de vida a essa sabedoria.

Assim, impelidos pela aspiração interior de com-preender, colocamo-vos diante das três escadas daRosacruz. Elas se erguem diante de vós até uma alturainsondável, e nós queremos subir por elas como queem uma exaltação de nossos sentidos.

O primeiro degrau é chamado Fama ou Mercúrio; osegundo é chamado Confessio ou Júpiter; o terceiro échamado Núpcias Alquímicas, novamente, Mercúrio.

A primeira escada comporta cinco degraus; asegunda comporta três; a terceira comporta novamen-te cinco degraus. Às vezes, as escadas são também cha-madas de “círculos”, sendo que cada um deles é divi-dido em segmentos.

O primeiro círculo é do mais puro cristal; o segun-do círculo brilha como um carbúnculo ou uma turque-sa; o terceiro círculo é de água-marinha.

Aqui tendes a chave hermética do que significam astrês escadas da Fama Fraternitatis. Se esse livro fosselido apenas por alunos adiantados, poderíamos pararpor aqui, pois o Mestre fala por símbolos à consciên-cia imaginativa. Um símbolo é, para o aluno, o que umlivro volumoso é para outra pessoa. Entretanto, emuma publicação de caráter geral sempre dirigida a trêsgrupos de homens, o tema a ser tratado tem de serexposto sempre de três modos se pretendemos umacerta abrangência e se queremos cumprir a exigênciada Fraternidade. Assim, devemos escrever na lingua-gem dos mistérios, devemos dar uma explicação esoté-rica e devemos falar na linguagem de Aquário.

Por que seguimos esse método? É sempre desejávelproceder desse modo? Quando se escreve na linguagem

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completo na senda do serviço, de absoluta autonega-ção, da construção do corpo-alma, da consolidação daeternidade no tempo.

O homem verdadeiro entrará, pleno de júbilo,nesse segundo círculo, para, dali, ascender ao terceirodegrau. Depois de ter entrado pela porta cristalina dasabedoria, o neófito vê o faiscante carbúnculo e a cin-tilante turquesa como duas gotas de sangue que sim-bolizam sua renovação. Ou seja: a exigência de Júpiter,o realismo cristão, o caminho de cruz rumo à colina doGólgota, onde o sangue do sacrifício corre como res-gate por muitos.

E então, encontra-se ali, talhada na rocha da reali-zação, a escada de água-marinha de Jacó, a escada deMercúrio, o caminho da realização. Assim que o anjodeslocar vossos quadris – os quadris de Sagitário –durante vossa senda do serviço (atentem para isto)subireis pela escada que leva ao céu e ouvireis a vozque soa como o rumorejar de muitas águas: “Bem,servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor”.

O primeiro degrau, a Fama, é o reconhecimento dasenda do serviço. O segundo degrau, a Confessio, éprofessar a fé; testemunhar desse saber, desse conheci-mento, significa o ato, a realização. Sabeis agora o queo aluno rosacruz compreende mediante sua profissãode fé. Ele sofre por isso, ele se sacrifica por isso. Elenão fala, ele atua. O terceiro degrau, as Núpcias alquí-micas, é a união com a sabedoria soberana, com o bemsupremo, com Cristo, a realização.

O primeiro degrau é o reconhecimento daFraternidade da Rosacruz, os ensinamentos da sabedo-ria ocidental. O segundo degrau significa seguir e cum-prir as diretrizes, até nos mínimos detalhes.

Capítulo 17

209

trabalho. Eis por que ele é rodeado de uma onda decalúnias. Eis por que um muro de fúria impotente seergue: porque trabalhamos conforme o santo método,com essas forças invencíveis que desmascaram o mal eperturbam todos, despertando-os de seu sinistro sonodo egoísmo.

Existem, portanto, três degraus, três escadas, três cír-culos. Tendes de ascender todos eles, penetrá-los todos.

A primeira escada e seu aspecto quíntuplo, nós achamaremos sabedoria ou humanidade. O que eleva ohomem acima de todos os outros reinos naturais daterra? O que o diferencia dos outros seres vivos denosso mundo? É sua capacidade de pensar, o maior emais belo tesouro que pode ser dado a todos.

Graças ao pensar, nós nos elevamos acima do ani-mal. Graças ao pensar, tornamo-nos seres racionais,que podem compreender as obras e as maravilhas deDeus. Graças ao pensar, percebemos um pouco doamor inesgotável que se manifesta a nós no Espíritode Cristo. Graças ao pensar, abrimos o mysteriummagnum, e comprovamos nossas intuições. Graçasao pensar, começa a história da cultura, o homem co-meça a construir, o homem começa a experimentar.Graças ao pensar, ele toma consciência de sua origemdivina, vê as linhas diretrizes que levam à realizaçãoe apressa-se para o alto, e coloca o pé no segundodegrau.

É com grande hesitação que o aluno coloca o pénesse segundo círculo de três aspectos. Trata-se daaplicação de leis conhecidas, do desenvolvimento efe-tivo de valores latentes conhecidos, a fim de provocaro nascimento do Cristo interior. Trata-se de superar osopostos, da vitória do positivo sobre o negativo, dabatalha a travar contra a magia negra, em sacrifício

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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completo na senda do serviço, de absoluta autonega-ção, da construção do corpo-alma, da consolidação daeternidade no tempo.

O homem verdadeiro entrará, pleno de júbilo,nesse segundo círculo, para, dali, ascender ao terceirodegrau. Depois de ter entrado pela porta cristalina dasabedoria, o neófito vê o faiscante carbúnculo e a cin-tilante turquesa como duas gotas de sangue que sim-bolizam sua renovação. Ou seja: a exigência de Júpiter,o realismo cristão, o caminho de cruz rumo à colina doGólgota, onde o sangue do sacrifício corre como res-gate por muitos.

E então, encontra-se ali, talhada na rocha da reali-zação, a escada de água-marinha de Jacó, a escada deMercúrio, o caminho da realização. Assim que o anjodeslocar vossos quadris – os quadris de Sagitário –durante vossa senda do serviço (atentem para isto)subireis pela escada que leva ao céu e ouvireis a vozque soa como o rumorejar de muitas águas: “Bem,servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor”.

O primeiro degrau, a Fama, é o reconhecimento dasenda do serviço. O segundo degrau, a Confessio, éprofessar a fé; testemunhar desse saber, desse conheci-mento, significa o ato, a realização. Sabeis agora o queo aluno rosacruz compreende mediante sua profissãode fé. Ele sofre por isso, ele se sacrifica por isso. Elenão fala, ele atua. O terceiro degrau, as Núpcias alquí-micas, é a união com a sabedoria soberana, com o bemsupremo, com Cristo, a realização.

O primeiro degrau é o reconhecimento daFraternidade da Rosacruz, os ensinamentos da sabedo-ria ocidental. O segundo degrau significa seguir e cum-prir as diretrizes, até nos mínimos detalhes.

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trabalho. Eis por que ele é rodeado de uma onda decalúnias. Eis por que um muro de fúria impotente seergue: porque trabalhamos conforme o santo método,com essas forças invencíveis que desmascaram o mal eperturbam todos, despertando-os de seu sinistro sonodo egoísmo.

Existem, portanto, três degraus, três escadas, três cír-culos. Tendes de ascender todos eles, penetrá-los todos.

A primeira escada e seu aspecto quíntuplo, nós achamaremos sabedoria ou humanidade. O que eleva ohomem acima de todos os outros reinos naturais daterra? O que o diferencia dos outros seres vivos denosso mundo? É sua capacidade de pensar, o maior emais belo tesouro que pode ser dado a todos.

Graças ao pensar, nós nos elevamos acima do ani-mal. Graças ao pensar, tornamo-nos seres racionais,que podem compreender as obras e as maravilhas deDeus. Graças ao pensar, percebemos um pouco doamor inesgotável que se manifesta a nós no Espíritode Cristo. Graças ao pensar, abrimos o mysteriummagnum, e comprovamos nossas intuições. Graçasao pensar, começa a história da cultura, o homem co-meça a construir, o homem começa a experimentar.Graças ao pensar, ele toma consciência de sua origemdivina, vê as linhas diretrizes que levam à realizaçãoe apressa-se para o alto, e coloca o pé no segundodegrau.

É com grande hesitação que o aluno coloca o pénesse segundo círculo de três aspectos. Trata-se daaplicação de leis conhecidas, do desenvolvimento efe-tivo de valores latentes conhecidos, a fim de provocaro nascimento do Cristo interior. Trata-se de superar osopostos, da vitória do positivo sobre o negativo, dabatalha a travar contra a magia negra, em sacrifício

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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pôs os pés no caminho da gênese humana, adquirin-do, assim, o pensar, a faculdade de pensar, como umabaliza, como uma luz na senda da auto-realização.

A luta titânica começa, portanto, no primeirodegrau: é o despertar que leva da imperfeição à perfei-ção. É desligar-se da complexidade de atos errôneos eascender à renovação de vida. Quem realizará esse atoheróico e atingirá essa supra-humanidade? Será isso umassunto para sonhos quiméricos, um tema sobre o qualpode-se compor canções cheias de anelo?

Não, a realidade nos faz ver exatamente o contrário.Quando a humanidade saiu das brumas do passadolibertando-se da autoridade e rompeu seus laços paraseguir a luz de Mercúrio, o braseiro infernal da ligaçãocom o eu tomou o lugar da ligação cósmica, do estadoparadisíaco. Assim como a criança escapa ao olhar damãe e corre rumo ao perigo, o homem-criança tambémescapou à antiga lei para colocar-se sob a nova lei. Aochegar a um país desconhecido, os perigos se precipi-tam sobre ele, perigos representados pelas forças dastrevas e pelos falsos profetas e todos os entraves conhe-cidos pelo homem que busca a libertação.

Como a humanidade pode sair dessa crise? Comoela se desligará de toda essa miséria? Existe somente umcaminho: a escalada do segundo degrau! O que querdizer isso? Compreendei bem: trata-se de autoliberta-ção; trata-se de chegar a vosso destino humano, de che-gar à pedra de água-marinha. Fala-se incessantementede “conversão”. Esse conceito, apesar de justo a princí-pio, foi distorcido e, na prática, tornou-se anticristão.É preciso perder-se a si mesmo, a serviço de todos,abandonar o “eu” a serviço da humanidade.

Ora, os homens giram em círculos, com seu eusobre um altar, e exigem adoração, ajuda, reconforto,

Capítulo 17

211

Quando tiverdes atravessado esse segundo degrau,podereis dizer, como o autor da Fama, Johann ValentinAndreæ: “Eu pertenço ao terceiro círculo”. Entãoencontrareis o sepulcro de Cristiano Rosacruz, onde overdadeiro eu reconstruído está depositado, em res-plandecente magnificência, com todos os seus orna-mentos, tendo o Livro T encerrado em suas mãos.

Muitos procuraram o sepulcro de CristianoRosacruz e obras volumosas discorreram sobre estaconstrução maravilhosa descrita na Fama: o verdadei-ro templo rosacruz. Alguns pesquisadores nos disse-ram: “Esse templo fica perto de Berlim”. Um amigo ale-mão nos assegurava, há alguns anos, que ele deviaencontrar-se no sul da Alemanha. Não acrediteis emnenhum daqueles que violentam a verdade dessa ma-neira. O templo da Rosacruz e o sepulcro da ressurrei-ção de Cristiano Rosacruz são onipresentes: eles estãodentro de vós mesmos. A cripta se forma à medida quesubis os primeiros degraus; e abrireis o sepulcro quan-do o trabalho estiver consumado.

Na Fama, o primeiro degrau é também chamado deAxiomata; o segundo, de Rotæ Mundi; e o terceiro, deProteus. Os axiomas são os princípios básicos inegáveisda vida universal, princípios que é preciso conhecer; asRotæ Mundi são as rodas da humanidade, que, em har-monia com os axiomas, deve prosseguir na direçãocorreta; e Proteus, o deus do mar, Netuno, vos conduzda humanidade à supra-humanidade, da supra-huma-nidade à perfeição divina, segundo a exigência deCristo: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito ovosso Pai que está nos céus”.

É a partir desses dados que se edifica a obra daRosacruz. Desde tempos imemoriais, a humanidade

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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pôs os pés no caminho da gênese humana, adquirin-do, assim, o pensar, a faculdade de pensar, como umabaliza, como uma luz na senda da auto-realização.

A luta titânica começa, portanto, no primeirodegrau: é o despertar que leva da imperfeição à perfei-ção. É desligar-se da complexidade de atos errôneos eascender à renovação de vida. Quem realizará esse atoheróico e atingirá essa supra-humanidade? Será isso umassunto para sonhos quiméricos, um tema sobre o qualpode-se compor canções cheias de anelo?

Não, a realidade nos faz ver exatamente o contrário.Quando a humanidade saiu das brumas do passadolibertando-se da autoridade e rompeu seus laços paraseguir a luz de Mercúrio, o braseiro infernal da ligaçãocom o eu tomou o lugar da ligação cósmica, do estadoparadisíaco. Assim como a criança escapa ao olhar damãe e corre rumo ao perigo, o homem-criança tambémescapou à antiga lei para colocar-se sob a nova lei. Aochegar a um país desconhecido, os perigos se precipi-tam sobre ele, perigos representados pelas forças dastrevas e pelos falsos profetas e todos os entraves conhe-cidos pelo homem que busca a libertação.

Como a humanidade pode sair dessa crise? Comoela se desligará de toda essa miséria? Existe somente umcaminho: a escalada do segundo degrau! O que querdizer isso? Compreendei bem: trata-se de autoliberta-ção; trata-se de chegar a vosso destino humano, de che-gar à pedra de água-marinha. Fala-se incessantementede “conversão”. Esse conceito, apesar de justo a princí-pio, foi distorcido e, na prática, tornou-se anticristão.É preciso perder-se a si mesmo, a serviço de todos,abandonar o “eu” a serviço da humanidade.

Ora, os homens giram em círculos, com seu eusobre um altar, e exigem adoração, ajuda, reconforto,

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Quando tiverdes atravessado esse segundo degrau,podereis dizer, como o autor da Fama, Johann ValentinAndreæ: “Eu pertenço ao terceiro círculo”. Entãoencontrareis o sepulcro de Cristiano Rosacruz, onde overdadeiro eu reconstruído está depositado, em res-plandecente magnificência, com todos os seus orna-mentos, tendo o Livro T encerrado em suas mãos.

Muitos procuraram o sepulcro de CristianoRosacruz e obras volumosas discorreram sobre estaconstrução maravilhosa descrita na Fama: o verdadei-ro templo rosacruz. Alguns pesquisadores nos disse-ram: “Esse templo fica perto de Berlim”. Um amigo ale-mão nos assegurava, há alguns anos, que ele deviaencontrar-se no sul da Alemanha. Não acrediteis emnenhum daqueles que violentam a verdade dessa ma-neira. O templo da Rosacruz e o sepulcro da ressurrei-ção de Cristiano Rosacruz são onipresentes: eles estãodentro de vós mesmos. A cripta se forma à medida quesubis os primeiros degraus; e abrireis o sepulcro quan-do o trabalho estiver consumado.

Na Fama, o primeiro degrau é também chamado deAxiomata; o segundo, de Rotæ Mundi; e o terceiro, deProteus. Os axiomas são os princípios básicos inegáveisda vida universal, princípios que é preciso conhecer; asRotæ Mundi são as rodas da humanidade, que, em har-monia com os axiomas, deve prosseguir na direçãocorreta; e Proteus, o deus do mar, Netuno, vos conduzda humanidade à supra-humanidade, da supra-huma-nidade à perfeição divina, segundo a exigência deCristo: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito ovosso Pai que está nos céus”.

É a partir desses dados que se edifica a obra daRosacruz. Desde tempos imemoriais, a humanidade

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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18Portanto, aí está a verdade e o relato fiel da descobertado homem de Deus altamente iluminado, Irmão C.R.C.

Depois do falecimento pacífico de A. na GalliaNarbonensis, nosso Irmão bem-amado N.N. assumiu oseu lugar. Por ocasião de sua instalação entre nós,como juramento solene de fidelidade e segredo, ele nosrelatou confidencialmente que A. lhe havia dado espe-ranças de que esta Fraternidade logo não seria tãosecreta, mas seria para a pátria inteira, a nação alemã,auxiliadora, necessária e digna de louvor – algo de queele, N.N., em sua posição, não teria a menor razão dese envergonhar. No ano seguinte, quando estava termi-nando seu discipulado e teve a chance de viajar comum viático considerável, ou uma bolsa da Fortuna,pensou – sendo um arquiteto extremamente bom – emmodificar um pouco essa construção e arranjá-la deuma forma mais cômoda.

No decorrer desse trabalho de renovação, ele encon-trou a placa comemorativa fundida em latão, que con-tinha os nomes de cada membro da Fraternidade ealgumas outras inscrições. Ele quis transferi-la paradebaixo de uma abóbada diferente e mais bem adapta-da, uma vez que os antigos haviam guardado o segre-do do lugar e do momento da morte do Irmão C., assimcomo do país onde ele poderia estar enterrado; e nem

consolação celeste, intercessão divina – em resumo,ajuda cosmológica e astrológica para o rei “eu”. Oshomens que não falam de si mesmos, que não pedemnada para eles, são extremamente raros.

Não preconizamos e não ensinamos o abandono daconsciência-eu, como o oriental que, sentado no meioda maior desordem, pode meditar e partir em busca desonhos no vazio. Vede o que o cristianismo ensina:perder-se a si mesmo a serviço de todos. “Quem per-der a sua vida por amor de mim, achá-la-á.” Aí está ogrande segredo dos mistérios do Ocidente, o grandesegredo do cristianismo, o do segundo degrau.

Se desejais um corpo puro, a pureza do comporta-mento e da alimentação não será suficiente, como tam-pouco será suficiente a pureza de pensamento. Tudoisso já foi tentado pelas antigas religiões. O cristianis-mo dá um passo a mais, ensinando-vos que somentepodeis ser puros se vosso ambiente for puro, se vossopaís for puro, se o mundo for puro. Compreendei bema ligação do individual com o coletivo, de um homemcom todos os homens. Se perderdes isso de vista, todoo progresso e toda a meditação celeste continuarãolimitados e não passarão de mistificações criminosas.Sem a renovação mundial, sem a libertação mundialpor meio do homem e para o homem, todo e qualquerprogresso é impossível.

Essa é a segunda tarefa, o amor desinteressado erenovador do sangue, graças ao qual nós salvamos omundo e a humanidade, segundo o exemplo de Cristo,que disse: “Sede meus seguidores”.

Assim, aproximamo-nos do terceiro degrau, damanifestação, da realização: um novo céu e uma novaterra!

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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18Portanto, aí está a verdade e o relato fiel da descobertado homem de Deus altamente iluminado, Irmão C.R.C.

Depois do falecimento pacífico de A. na GalliaNarbonensis, nosso Irmão bem-amado N.N. assumiu oseu lugar. Por ocasião de sua instalação entre nós,como juramento solene de fidelidade e segredo, ele nosrelatou confidencialmente que A. lhe havia dado espe-ranças de que esta Fraternidade logo não seria tãosecreta, mas seria para a pátria inteira, a nação alemã,auxiliadora, necessária e digna de louvor – algo de queele, N.N., em sua posição, não teria a menor razão dese envergonhar. No ano seguinte, quando estava termi-nando seu discipulado e teve a chance de viajar comum viático considerável, ou uma bolsa da Fortuna,pensou – sendo um arquiteto extremamente bom – emmodificar um pouco essa construção e arranjá-la deuma forma mais cômoda.

No decorrer desse trabalho de renovação, ele encon-trou a placa comemorativa fundida em latão, que con-tinha os nomes de cada membro da Fraternidade ealgumas outras inscrições. Ele quis transferi-la paradebaixo de uma abóbada diferente e mais bem adapta-da, uma vez que os antigos haviam guardado o segre-do do lugar e do momento da morte do Irmão C., assimcomo do país onde ele poderia estar enterrado; e nem

consolação celeste, intercessão divina – em resumo,ajuda cosmológica e astrológica para o rei “eu”. Oshomens que não falam de si mesmos, que não pedemnada para eles, são extremamente raros.

Não preconizamos e não ensinamos o abandono daconsciência-eu, como o oriental que, sentado no meioda maior desordem, pode meditar e partir em busca desonhos no vazio. Vede o que o cristianismo ensina:perder-se a si mesmo a serviço de todos. “Quem per-der a sua vida por amor de mim, achá-la-á.” Aí está ogrande segredo dos mistérios do Ocidente, o grandesegredo do cristianismo, o do segundo degrau.

Se desejais um corpo puro, a pureza do comporta-mento e da alimentação não será suficiente, como tam-pouco será suficiente a pureza de pensamento. Tudoisso já foi tentado pelas antigas religiões. O cristianis-mo dá um passo a mais, ensinando-vos que somentepodeis ser puros se vosso ambiente for puro, se vossopaís for puro, se o mundo for puro. Compreendei bema ligação do individual com o coletivo, de um homemcom todos os homens. Se perderdes isso de vista, todoo progresso e toda a meditação celeste continuarãolimitados e não passarão de mistificações criminosas.Sem a renovação mundial, sem a libertação mundialpor meio do homem e para o homem, todo e qualquerprogresso é impossível.

Essa é a segunda tarefa, o amor desinteressado erenovador do sangue, graças ao qual nós salvamos omundo e a humanidade, segundo o exemplo de Cristo,que disse: “Sede meus seguidores”.

Assim, aproximamo-nos do terceiro degrau, damanifestação, da realização: um novo céu e uma novaterra!

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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18

O prego misterioso

É com muitos detalhes que a Fama fala da romanescadescoberta do sepulcro de Cristiano Rosacruz, do que seencontrava nele, assim como de outras particularidadesdiretamente ligadas a essa descoberta. Mas o assunto émuito extenso para poder ser tratado por inteiro em umsó capítulo; é por essa razão que queremos primeira-mente dirigir vossa atenção para os fatos anteriores aessa descoberta. Eis o que a narração nos relata:

Um dos Irmãos, conhecido sob o nome de Irmão A.,herdeiro por vocação, morreu na Gallia Narbonensis.Antes de sua morte, ele já havia escolhido um sucessor,designado anonimamente como Irmão N.N. Este últimoprestou juramento de fidelidade e de silêncio, esclarecen-do a seus confrades que antes de sua morte o Irmão A. lhehavia dito que a Fraternidade não deveria mais trabalharem segredo por muito mais tempo, mas que ela passaria aser um auxílio necessário e glorioso para a pátria alemã.

O novo irmão terminou seu tempo de aprendiza-gem e preparou-se, em seguida, para partir em viagem,uma vez que seus meios assim o permitiam. Entretanto,antes de dar seqüência a seu projeto, ele decidiu – poisera arquiteto – modificar um pouco as dependênciasonde ele habitava na casa da Fraternidade.

No decorrer desse trabalho, ele encontrou umaplaca comemorativa, fundida em latão, sobre a qual 215

nós tínhamos conhecimento disso. Nessa placa come-morativa sobressaía um grande prego. Ao ser extraídocom grande força, ele trouxe consigo uma parte bas-tante grande da fina parede, ou revestimento, que reco-bria a porta secreta, revelando, assim, uma passageminesperada, a partir da qual pusemos abaixo o resto daalvenaria. Com alegria e impaciência limpamos aporta onde se encontrava escrito em grandes letras, naparte superior: DEPOIS DE CENTO E VINTE ANOS SEREI ABER-TA. Abaixo estava a data.

Fama Fraternitatis R.C.

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O prego misterioso

É com muitos detalhes que a Fama fala da romanescadescoberta do sepulcro de Cristiano Rosacruz, do que seencontrava nele, assim como de outras particularidadesdiretamente ligadas a essa descoberta. Mas o assunto émuito extenso para poder ser tratado por inteiro em umsó capítulo; é por essa razão que queremos primeira-mente dirigir vossa atenção para os fatos anteriores aessa descoberta. Eis o que a narração nos relata:

Um dos Irmãos, conhecido sob o nome de Irmão A.,herdeiro por vocação, morreu na Gallia Narbonensis.Antes de sua morte, ele já havia escolhido um sucessor,designado anonimamente como Irmão N.N. Este últimoprestou juramento de fidelidade e de silêncio, esclarecen-do a seus confrades que antes de sua morte o Irmão A. lhehavia dito que a Fraternidade não deveria mais trabalharem segredo por muito mais tempo, mas que ela passaria aser um auxílio necessário e glorioso para a pátria alemã.

O novo irmão terminou seu tempo de aprendiza-gem e preparou-se, em seguida, para partir em viagem,uma vez que seus meios assim o permitiam. Entretanto,antes de dar seqüência a seu projeto, ele decidiu – poisera arquiteto – modificar um pouco as dependênciasonde ele habitava na casa da Fraternidade.

No decorrer desse trabalho, ele encontrou umaplaca comemorativa, fundida em latão, sobre a qual 215

nós tínhamos conhecimento disso. Nessa placa come-morativa sobressaía um grande prego. Ao ser extraídocom grande força, ele trouxe consigo uma parte bas-tante grande da fina parede, ou revestimento, que reco-bria a porta secreta, revelando, assim, uma passageminesperada, a partir da qual pusemos abaixo o resto daalvenaria. Com alegria e impaciência limpamos aporta onde se encontrava escrito em grandes letras, naparte superior: DEPOIS DE CENTO E VINTE ANOS SEREI ABER-TA. Abaixo estava a data.

Fama Fraternitatis R.C.

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transportar essa placa para um lugar mais apropriado.Talvez pudesse existir um pintor ou um desenhista que,por pouco dotado de imaginação que fosse, soubesserepresentar a descoberta de um modo sugestivo, paragrande satisfação dos observadores superficiais. Então,vamos descobrir o que está escondido atrás dessa porta!

Não. Não vamos fazer isso! Esse antecedente históricotem um significado tão extraordinário que, sem com-preender isso, certamente veríeis a seqüência de ummodo totalmente errado e desprovido de todo o sentidoreal. Antes de poder penetrar até o cerne do problema,é preciso conhecer a cena a fundo. É preciso que explo-remos completamente o caminho e o desembaracemosdos objetos sobre os quais poderíeis tropeçar mais tarde.

Gostaríamos de perguntar: o que sabemos, de fato,de Cristiano Rosacruz? Ele é uma personalidade conhe-cida historicamente?

O primeiro a nos dizer alguma coisa concreta sobreele é Johann Valentin Andreæ, que afirma na Famaque ele mesmo nunca o viu. O modo como se fala dosublime chefe da Fraternidade nas antigas obras autên-ticas dos rosacruzes demonstra claramente que o nomedo homem “Cristiano Rosacruz” é utilizado simbolica-mente para caracterizar a Escola de Mistérios doOcidente e, portanto, como um nome simbólico quefaz alusão ao cerne da filosofia cristã.

O personagem Cristiano Rosacruz não é menos realpara nós: reconhecemos plenamente a poderosa enti-dade que, sob esse nome, há muitos séculos, saiu dasfileiras da Fraternidade Universal de Cristo*.

Capítulo 18

217

estavam gravados os nomes de todos os irmãos. Elequis retirar essa placa da parede onde estava fixada,para transportá-la para outro lugar. Para isso, arrancouo grande prego que a fixava à parede. Seu esforço foital, que um pedaço da parede destacou-se com a placae, para seu grande espanto, surgiu uma porta escondi-da pela parede. Ele chamou seus irmãos presentes noedifício e, entusiasmados por essa descoberta, demoli-ram juntos toda a parede, de maneira a desimpedir aporta. Sobre essa porta, estava inscrito: Após cento evinte anos serei aberta.

Essa história parece ser bem explícita para precisar dequalquer comentário. De fato, quando se faz a restau-ração de construções antigas, sempre se encontra umaquantidade enorme de objetos de tempos passados. Osmuseus, repletos de antiguidades, não são a melhorprova disso? Assim como é hoje, também foi no passa-do, e é bem natural que os irmãos da Rosacruz dasgerações recentes fizessem descobertas em antigashabitações, aí encontrando toda espécie de objetosdesconhecidos por eles. Mas deixemos agora essesantecedentes sem importância e dirijamo-nos para oassunto de que nos ocupamos e somemos esses deta-lhes a algumas particularidades históricas que possuí-mos sobre as atividades da Ordem para continuar coma parte seguinte, que apresenta maior interesse.

Acima de tudo, deveríamos dar uma olhada nosaspectos romanescos desse acontecimento, e podería-mos atrair vossa atenção sobre o prego misterioso, doqual tantas coisas decorrem; ou sobre as escavações dasantigas criptas; sobre a súbita descoberta da velha placacomemorativa; sobre as lembranças do passado; sobrea reverência que testemunham os irmãos que quiseram

O chamado da Fraternidade Rosacruz

216* Ver De Wereldbroederschap van het Rozenkruis, (A Fraternidade mun-dial da Rosacruz) 1964, por Catharose de Petri e J. van Rijckenborgh.

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transportar essa placa para um lugar mais apropriado.Talvez pudesse existir um pintor ou um desenhista que,por pouco dotado de imaginação que fosse, soubesserepresentar a descoberta de um modo sugestivo, paragrande satisfação dos observadores superficiais. Então,vamos descobrir o que está escondido atrás dessa porta!

Não. Não vamos fazer isso! Esse antecedente históricotem um significado tão extraordinário que, sem com-preender isso, certamente veríeis a seqüência de ummodo totalmente errado e desprovido de todo o sentidoreal. Antes de poder penetrar até o cerne do problema,é preciso conhecer a cena a fundo. É preciso que explo-remos completamente o caminho e o desembaracemosdos objetos sobre os quais poderíeis tropeçar mais tarde.

Gostaríamos de perguntar: o que sabemos, de fato,de Cristiano Rosacruz? Ele é uma personalidade conhe-cida historicamente?

O primeiro a nos dizer alguma coisa concreta sobreele é Johann Valentin Andreæ, que afirma na Famaque ele mesmo nunca o viu. O modo como se fala dosublime chefe da Fraternidade nas antigas obras autên-ticas dos rosacruzes demonstra claramente que o nomedo homem “Cristiano Rosacruz” é utilizado simbolica-mente para caracterizar a Escola de Mistérios doOcidente e, portanto, como um nome simbólico quefaz alusão ao cerne da filosofia cristã.

O personagem Cristiano Rosacruz não é menos realpara nós: reconhecemos plenamente a poderosa enti-dade que, sob esse nome, há muitos séculos, saiu dasfileiras da Fraternidade Universal de Cristo*.

Capítulo 18

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estavam gravados os nomes de todos os irmãos. Elequis retirar essa placa da parede onde estava fixada,para transportá-la para outro lugar. Para isso, arrancouo grande prego que a fixava à parede. Seu esforço foital, que um pedaço da parede destacou-se com a placae, para seu grande espanto, surgiu uma porta escondi-da pela parede. Ele chamou seus irmãos presentes noedifício e, entusiasmados por essa descoberta, demoli-ram juntos toda a parede, de maneira a desimpedir aporta. Sobre essa porta, estava inscrito: Após cento evinte anos serei aberta.

Essa história parece ser bem explícita para precisar dequalquer comentário. De fato, quando se faz a restau-ração de construções antigas, sempre se encontra umaquantidade enorme de objetos de tempos passados. Osmuseus, repletos de antiguidades, não são a melhorprova disso? Assim como é hoje, também foi no passa-do, e é bem natural que os irmãos da Rosacruz dasgerações recentes fizessem descobertas em antigashabitações, aí encontrando toda espécie de objetosdesconhecidos por eles. Mas deixemos agora essesantecedentes sem importância e dirijamo-nos para oassunto de que nos ocupamos e somemos esses deta-lhes a algumas particularidades históricas que possuí-mos sobre as atividades da Ordem para continuar coma parte seguinte, que apresenta maior interesse.

Acima de tudo, deveríamos dar uma olhada nosaspectos romanescos desse acontecimento, e podería-mos atrair vossa atenção sobre o prego misterioso, doqual tantas coisas decorrem; ou sobre as escavações dasantigas criptas; sobre a súbita descoberta da velha placacomemorativa; sobre as lembranças do passado; sobrea reverência que testemunham os irmãos que quiseram

O chamado da Fraternidade Rosacruz

216* Ver De Wereldbroederschap van het Rozenkruis, (A Fraternidade mun-dial da Rosacruz) 1964, por Catharose de Petri e J. van Rijckenborgh.

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mesmos criastes. Os homens ainda não estão suficien-temente conscientes da situação, da meta imensa emisteriosa de sua existência. Se estivessem suficiente-mente conscientes, rejeitariam a teologia humana, quese adapta tão bem às relações sociais.

Marx tinha toda razão ao dizer: “A consciência doshomens é formada por suas relações sociais”. O modode produção na vida material determina, geralmente, avida social, política e espiritual (tal como o homem dia-lético moderno compreende esta última). Em váriosmeios, muita gente se irritou com essa frase marxista;entretanto, ela é perfeitamente cristã e cientificamentecorreta. Bondade e verdade, conhecimento e compreen-são, só podem surgir da verdadeira justiça. Na matéria,na luta material, o espírito deve libertar-se de suas limi-tações: deveis libertar Cristiano Rosacruz de seu túmulo.

Ora, se vos libertardes por um momento de todosos preconceitos, vereis diante de vós uma meta lumi-nosa: essa meta nós a chamamos de “CristianoRosacruz”. Ora, o que sabeis a respeito dele? Tudo!Como estudiosos do esoterismo, sabeis a respeito deletudo o que vosso estado de consciência vos permiteassimilar. Ele vos exorta a aproximar-vos dele imitandosua vida, lutando, construindo um edifício, para tornar-vos dignos dele. Com essa finalidade, ele vos dá osmeios de chegar a isso, por intermédio dos Senhoresda Sabedoria.

Assim como já mencionamos, antes de tudo tendesvossos axiomas, vossos princípios irrefutáveis, quepodem ser demonstrados pelo conhecimento de pri-meira-mão. Um axioma é uma rocha de saber, umarocha que desafia os séculos: é a filosofia esotérica, talcomo ela se desenvolve a partir do cristianismo po-sitivo, do livro sagrado que é a Bíblia. Em seguida, os

Capítulo 18

219

É assim que, para nós, ele é ao mesmo tempo oauto-realizador do ensinamento libertador de Cristo,novamente divulgado por ele, o protótipo de nossoverdadeiro e mais profundo ser, o homem alma-espíri-to, o verdadeiro homem de Aquário.

Assim, Cristiano Rosacruz é o espírito que aindanão nasceu em nós, o espírito que deve desenvolver-se completamente, segundo a finalidade de cada de-senvolvimento, o espírito que deve despertar como en-tidade autocriadora, segundo as palavras de Cristo:“Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Paique está no céu”.

À pergunta: “O que sabemos, de fato, sobreCristiano Rosacruz, como aparição histórica?” é eviden-te que daremos uma resposta completamente diferen-te do que precede, se considerarmos a figura esotéricade Cristiano Rosacruz.

Por detrás de nossa existência há um objetivo mis-terioso, um objetivo tão grandioso, tão vasto, tão glo-rioso, tão poderoso, que não podemos apreendê-locom nossa faculdade de pensar em seu atual estado dedesenvolvimento. Não daremos a essa meta o nome de“céu”, como o faz a ortodoxia cristã. Jamais existiu umsó teólogo ortodoxo que não pudesse ser comparadoao maior dos especuladores da Bolsa. O teólogo espe-cula a respeito de um céu sobre o qual ele ainda nãoadquiriu nenhum conhecimento de primeira-mão. Nãoexiste nenhum céu no sentido teológico. Vosso céu éaqui, e os homens conseguiram transformá-lo proviso-riamente em um inferno.

E é porque aqui embaixo os homens tornaram ascoisas tão desesperadoras que os teólogos especulamsobre um mundo celeste onde não poderíeis ser devo-rados e onde poderíeis escapar ao inferno que vós

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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mesmos criastes. Os homens ainda não estão suficien-temente conscientes da situação, da meta imensa emisteriosa de sua existência. Se estivessem suficiente-mente conscientes, rejeitariam a teologia humana, quese adapta tão bem às relações sociais.

Marx tinha toda razão ao dizer: “A consciência doshomens é formada por suas relações sociais”. O modode produção na vida material determina, geralmente, avida social, política e espiritual (tal como o homem dia-lético moderno compreende esta última). Em váriosmeios, muita gente se irritou com essa frase marxista;entretanto, ela é perfeitamente cristã e cientificamentecorreta. Bondade e verdade, conhecimento e compreen-são, só podem surgir da verdadeira justiça. Na matéria,na luta material, o espírito deve libertar-se de suas limi-tações: deveis libertar Cristiano Rosacruz de seu túmulo.

Ora, se vos libertardes por um momento de todosos preconceitos, vereis diante de vós uma meta lumi-nosa: essa meta nós a chamamos de “CristianoRosacruz”. Ora, o que sabeis a respeito dele? Tudo!Como estudiosos do esoterismo, sabeis a respeito deletudo o que vosso estado de consciência vos permiteassimilar. Ele vos exorta a aproximar-vos dele imitandosua vida, lutando, construindo um edifício, para tornar-vos dignos dele. Com essa finalidade, ele vos dá osmeios de chegar a isso, por intermédio dos Senhoresda Sabedoria.

Assim como já mencionamos, antes de tudo tendesvossos axiomas, vossos princípios irrefutáveis, quepodem ser demonstrados pelo conhecimento de pri-meira-mão. Um axioma é uma rocha de saber, umarocha que desafia os séculos: é a filosofia esotérica, talcomo ela se desenvolve a partir do cristianismo po-sitivo, do livro sagrado que é a Bíblia. Em seguida, os

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É assim que, para nós, ele é ao mesmo tempo oauto-realizador do ensinamento libertador de Cristo,novamente divulgado por ele, o protótipo de nossoverdadeiro e mais profundo ser, o homem alma-espíri-to, o verdadeiro homem de Aquário.

Assim, Cristiano Rosacruz é o espírito que aindanão nasceu em nós, o espírito que deve desenvolver-se completamente, segundo a finalidade de cada de-senvolvimento, o espírito que deve despertar como en-tidade autocriadora, segundo as palavras de Cristo:“Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Paique está no céu”.

À pergunta: “O que sabemos, de fato, sobreCristiano Rosacruz, como aparição histórica?” é eviden-te que daremos uma resposta completamente diferen-te do que precede, se considerarmos a figura esotéricade Cristiano Rosacruz.

Por detrás de nossa existência há um objetivo mis-terioso, um objetivo tão grandioso, tão vasto, tão glo-rioso, tão poderoso, que não podemos apreendê-locom nossa faculdade de pensar em seu atual estado dedesenvolvimento. Não daremos a essa meta o nome de“céu”, como o faz a ortodoxia cristã. Jamais existiu umsó teólogo ortodoxo que não pudesse ser comparadoao maior dos especuladores da Bolsa. O teólogo espe-cula a respeito de um céu sobre o qual ele ainda nãoadquiriu nenhum conhecimento de primeira-mão. Nãoexiste nenhum céu no sentido teológico. Vosso céu éaqui, e os homens conseguiram transformá-lo proviso-riamente em um inferno.

E é porque aqui embaixo os homens tornaram ascoisas tão desesperadoras que os teólogos especulamsobre um mundo celeste onde não poderíeis ser devo-rados e onde poderíeis escapar ao inferno que vós

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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o terceiro elemento da Fama, Proteus, que é conside-rado pela Fama o mais útil. O que podeis possuir dosaxiomas e da Arte Real se não andais na senda de ser-viço em abnegação, em doação total de tudo o queestá em vós e vos pertence? De modo contrário, pelaabnegação e pela verdadeira ação, adquiris a salvaçãoverdadeira e eterna. Aqueles que seguem Proteus, odeus do mar, o servidor de Netuno, penetram cada vezmais profundamente na Arte Real, nos axiomas e nasRotæ Mundi.

A verdadeira história original da descoberta do homemdivino profundamente iluminado, Irmão CristianoRosacruz, é a seguinte:

Há um aluno que tem suficiente conhecimento dosmistérios para compreender o que se espera dele.Dispondo de suficiente qualidade de alma, conquistadaa serviço do amor, ele decide seguir o caminho indica-do por Proteus, o servidor de Netuno. Ele deixa suacasa para adquirir a verdadeira salvação, e põe-se acaminho a serviço da bondade, da verdade e da justiça.

E, imediatamente, vêm as provas, as duras provas.Ele precisa aprender a perder a si mesmo inteiramente,a entregar-se totalmente, no altar do serviço. Ele devetransmutar sua natureza inferior completamente, purifi-cando-se inteiramente na força de Cristo, seu Senhor.Ele deve compreender que essa purificação em Cristonão depende absolutamente de uma autoridade dogmá-tica com rosto piedoso, mas de um esforço heróico, deuma empreitada terrível, de intensa dor. É uma mortesegundo a vida inferior, uma morte segundo a natureza.O aluno deve aprender que essa descida é apenas apa-rente, uma morte aparente como diz Cristo, quando falade Lázaro: “Esta enfermidade não é para a morte, mas

Capítulo 18

221

ensinamentos cosmológicos, o conhecimento que dizrespeito à senda e ao homem verdadeiro, e tudo o quea eles se associa.

Assim como o expressa a Fama, dispondes emseguida das Rotæ Mundi, ou seja, da ciência dos astros,da santa ciência astrosófica, ciência que nada tem a vercom as especulações astrológicas do pretenso esoteris-ta. Trataremos desse ponto mais pormenorizadamente,pois, antes de penetrar no sepulcro de CristianoRosacruz, os irmãos consultam suas Rotæ, seus “ciclos”,isto é, examinam suas condições astrosóficas pessoais.É necessário que saibamos como um irmão rosacruzemprega a astrologia e como ele não a emprega.

Como um terceiro presente na senda, a Fama citaProteus, um princípio netuniano sobre o qual já fala-mos e que atrai a atenção sobre as faculdades autocria-doras do espírito humano, isto é, a senda netuniana daauto-iniciação.

A Fama considera os axiomas como os mais impor-tantes, pois a filosofia é a base de toda ciência, de todaarte, de toda religião. Se sois insuficientemente treina-dos filosoficamente, a arte, a ciência e a religião verda-deiras continuam a ser, para vós, valores ocultos.

A Fama denomina as Rotæ Mundi, a ciência dosastros, a mais elevada de todas, porque essa ciência, deorigem divina, é a Arte Real por meio da qual dirigimosnossos axiomas e, na prática, empregamos, no momen-to psicológico correto, os valores adquiridos. Esse é osegredo de todo poder de organização. Para aprenderessa Arte Real, temos necessidade de algo completa-mente diferente da tagarelice sobre horóscopos easpectos, tão em moda em nossos dias.

Então, como aprenderemos essa Arte Real, pivô detodo bom êxito esotérico? Podeis aprendê-la buscando

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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o terceiro elemento da Fama, Proteus, que é conside-rado pela Fama o mais útil. O que podeis possuir dosaxiomas e da Arte Real se não andais na senda de ser-viço em abnegação, em doação total de tudo o queestá em vós e vos pertence? De modo contrário, pelaabnegação e pela verdadeira ação, adquiris a salvaçãoverdadeira e eterna. Aqueles que seguem Proteus, odeus do mar, o servidor de Netuno, penetram cada vezmais profundamente na Arte Real, nos axiomas e nasRotæ Mundi.

A verdadeira história original da descoberta do homemdivino profundamente iluminado, Irmão CristianoRosacruz, é a seguinte:

Há um aluno que tem suficiente conhecimento dosmistérios para compreender o que se espera dele.Dispondo de suficiente qualidade de alma, conquistadaa serviço do amor, ele decide seguir o caminho indica-do por Proteus, o servidor de Netuno. Ele deixa suacasa para adquirir a verdadeira salvação, e põe-se acaminho a serviço da bondade, da verdade e da justiça.

E, imediatamente, vêm as provas, as duras provas.Ele precisa aprender a perder a si mesmo inteiramente,a entregar-se totalmente, no altar do serviço. Ele devetransmutar sua natureza inferior completamente, purifi-cando-se inteiramente na força de Cristo, seu Senhor.Ele deve compreender que essa purificação em Cristonão depende absolutamente de uma autoridade dogmá-tica com rosto piedoso, mas de um esforço heróico, deuma empreitada terrível, de intensa dor. É uma mortesegundo a vida inferior, uma morte segundo a natureza.O aluno deve aprender que essa descida é apenas apa-rente, uma morte aparente como diz Cristo, quando falade Lázaro: “Esta enfermidade não é para a morte, mas

Capítulo 18

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ensinamentos cosmológicos, o conhecimento que dizrespeito à senda e ao homem verdadeiro, e tudo o quea eles se associa.

Assim como o expressa a Fama, dispondes emseguida das Rotæ Mundi, ou seja, da ciência dos astros,da santa ciência astrosófica, ciência que nada tem a vercom as especulações astrológicas do pretenso esoteris-ta. Trataremos desse ponto mais pormenorizadamente,pois, antes de penetrar no sepulcro de CristianoRosacruz, os irmãos consultam suas Rotæ, seus “ciclos”,isto é, examinam suas condições astrosóficas pessoais.É necessário que saibamos como um irmão rosacruzemprega a astrologia e como ele não a emprega.

Como um terceiro presente na senda, a Fama citaProteus, um princípio netuniano sobre o qual já fala-mos e que atrai a atenção sobre as faculdades autocria-doras do espírito humano, isto é, a senda netuniana daauto-iniciação.

A Fama considera os axiomas como os mais impor-tantes, pois a filosofia é a base de toda ciência, de todaarte, de toda religião. Se sois insuficientemente treina-dos filosoficamente, a arte, a ciência e a religião verda-deiras continuam a ser, para vós, valores ocultos.

A Fama denomina as Rotæ Mundi, a ciência dosastros, a mais elevada de todas, porque essa ciência, deorigem divina, é a Arte Real por meio da qual dirigimosnossos axiomas e, na prática, empregamos, no momen-to psicológico correto, os valores adquiridos. Esse é osegredo de todo poder de organização. Para aprenderessa Arte Real, temos necessidade de algo completa-mente diferente da tagarelice sobre horóscopos easpectos, tão em moda em nossos dias.

Então, como aprenderemos essa Arte Real, pivô detodo bom êxito esotérico? Podeis aprendê-la buscando

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Agora podereis compreender que somente umaluno como esse, que chegou a esse ponto, pode irmais longe! Sem que ele tenha se submetido a esseprocesso natural, a iniciação não passa de uma fanta-sia criminosa. Por toda parte existem milhares de “ini-ciados” como esses, que passam por profetas ou porseres muito avançados, enquanto que sua vida real édiametralmente oposta à exigência da construção. Todosesses iniciados especulam interminavelmente sobre omisticismo e o dogmatismo e tagarelam sobre o amor,sobre Deus e sobre Cristo.

É por isso que podeis certamente compreendernossa santa indignação, nossos protestos veementes, epor que desmascaramos com toda a nossa energiaesses iniciados, esses traidores da bondade, da verda-de e da justiça. Quem realmente quiser ajudar omundo deve ser arquiteto, franco-maçom; deve passara sê-lo, seguindo o método esboçado na Fama: mor-rer, perecer na Gallia Narbonensis, segundo a exigên-cia do cristianismo evangélico.

O caminho de iniciação agora está aberto diante doherói simbólico de nossa história. Como autoconstru-tor, como auto-realizador, ele está ativamente ocupadocom as transformações de seu próprio edifício, paratorná-lo cada vez mais e mais bem adaptado ao servi-ço que deve realizar. Enquanto está ocupado com essetrabalho de renovação interior, ele encontra a placacomemorativa, fundida em latão, que traz os nomesdos irmãos e muitos outros detalhes.

Em sentido esotérico, o latão é o metal espiritual, aposse espiritual dos valores de Vênus e de Júpiter, daalma emocional e da alma consciente, a partir da trans-mutação da natureza amorosa, pelo serviço amoroso àhumanidade, em abnegação – o que exprime bem o

Capítulo 18

223

para a glória de Deus”, a fim de que Deus, o Deus inte-rior, o ser verdadeiro, Netuno, Cristiano Rosacruz, sejaglorificado por ela, seja despertado para a vida.

Vemos isso acontecer em nossa história. O aluno,vamos chamá-lo de Irmão A., herdeiro por vocação, istoé, herdeiro da salvação, da verdadeira salvação em JesusCristo, morre. Ele perece completamente, ele expira naGallia Narbonensis, ou seja, no país das duras provas.

E dele, da tumba da natureza inferior, eleva-se seusucessor, um novo homem, um Lázaro, o que querdizer: “o homem desassistido”. Poderíamos tambémchamar esse homem de “homem sem nome”, pois elejá não quer ser um “eu”, apesar de ninguém ter perso-nalidade mais forte do que ele. Ele é e não quer sermais do que um servidor, um servidor da humanidade.

Esse Irmão N.N., o impessoal, o renascido segundoo espírito, escutou a palavra de advertência de Cristo:“Aquele que não renuncia a tudo quanto tem, não podeser meu discípulo”. Eis o meio de progredir na senda:auxiliar o mundo inteiro e conduzi-lo à vida. É assimque o irmão renascido chega na Ordem e, depois de terterminado seu discipulado, planeja partir em viagem.

Quando sois assim renascidos, ressuscitados do mun-do inferior, libertados do egoísmo pela morte na GalliaNarbonensis, somente então estais prontos para partirnessa viagem para divulgar o evangelho e curar os enfer-mos; então sois penetrados por uma nova vocação e soischamados de “arquitetos”, isto é, construtores, franco-maçons. E todos os que se dizem franco-maçons devemcompenetrar-se bem do fato de que o verdadeiro franco-maçom é aquele que morreu para a natureza inferior naGallia Narbonensis. Somente este último pode ser útil àhumanidade, porque ele sacrificou voluntariamente seu“eu”, segundo a exigência do Evangelho.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Agora podereis compreender que somente umaluno como esse, que chegou a esse ponto, pode irmais longe! Sem que ele tenha se submetido a esseprocesso natural, a iniciação não passa de uma fanta-sia criminosa. Por toda parte existem milhares de “ini-ciados” como esses, que passam por profetas ou porseres muito avançados, enquanto que sua vida real édiametralmente oposta à exigência da construção. Todosesses iniciados especulam interminavelmente sobre omisticismo e o dogmatismo e tagarelam sobre o amor,sobre Deus e sobre Cristo.

É por isso que podeis certamente compreendernossa santa indignação, nossos protestos veementes, epor que desmascaramos com toda a nossa energiaesses iniciados, esses traidores da bondade, da verda-de e da justiça. Quem realmente quiser ajudar omundo deve ser arquiteto, franco-maçom; deve passara sê-lo, seguindo o método esboçado na Fama: mor-rer, perecer na Gallia Narbonensis, segundo a exigên-cia do cristianismo evangélico.

O caminho de iniciação agora está aberto diante doherói simbólico de nossa história. Como autoconstru-tor, como auto-realizador, ele está ativamente ocupadocom as transformações de seu próprio edifício, paratorná-lo cada vez mais e mais bem adaptado ao servi-ço que deve realizar. Enquanto está ocupado com essetrabalho de renovação interior, ele encontra a placacomemorativa, fundida em latão, que traz os nomesdos irmãos e muitos outros detalhes.

Em sentido esotérico, o latão é o metal espiritual, aposse espiritual dos valores de Vênus e de Júpiter, daalma emocional e da alma consciente, a partir da trans-mutação da natureza amorosa, pelo serviço amoroso àhumanidade, em abnegação – o que exprime bem o

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para a glória de Deus”, a fim de que Deus, o Deus inte-rior, o ser verdadeiro, Netuno, Cristiano Rosacruz, sejaglorificado por ela, seja despertado para a vida.

Vemos isso acontecer em nossa história. O aluno,vamos chamá-lo de Irmão A., herdeiro por vocação, istoé, herdeiro da salvação, da verdadeira salvação em JesusCristo, morre. Ele perece completamente, ele expira naGallia Narbonensis, ou seja, no país das duras provas.

E dele, da tumba da natureza inferior, eleva-se seusucessor, um novo homem, um Lázaro, o que querdizer: “o homem desassistido”. Poderíamos tambémchamar esse homem de “homem sem nome”, pois elejá não quer ser um “eu”, apesar de ninguém ter perso-nalidade mais forte do que ele. Ele é e não quer sermais do que um servidor, um servidor da humanidade.

Esse Irmão N.N., o impessoal, o renascido segundoo espírito, escutou a palavra de advertência de Cristo:“Aquele que não renuncia a tudo quanto tem, não podeser meu discípulo”. Eis o meio de progredir na senda:auxiliar o mundo inteiro e conduzi-lo à vida. É assimque o irmão renascido chega na Ordem e, depois de terterminado seu discipulado, planeja partir em viagem.

Quando sois assim renascidos, ressuscitados do mun-do inferior, libertados do egoísmo pela morte na GalliaNarbonensis, somente então estais prontos para partirnessa viagem para divulgar o evangelho e curar os enfer-mos; então sois penetrados por uma nova vocação e soischamados de “arquitetos”, isto é, construtores, franco-maçons. E todos os que se dizem franco-maçons devemcompenetrar-se bem do fato de que o verdadeiro franco-maçom é aquele que morreu para a natureza inferior naGallia Narbonensis. Somente este último pode ser útil àhumanidade, porque ele sacrificou voluntariamente seu“eu”, segundo a exigência do Evangelho.

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E sobre a porta está escrito em grandes letras:Depois de 120 anos serei aberta.

Cento e vinte é o número de Proteus, o servidor deNetuno, o número da verdadeira salvação que é obti-da quando seguimos os passos de Cristo.

Assim possamos nós entrar no sepulcro de nossoPai Cristiano Rosacruz.

Capítulo 18

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realismo cristão. Essa transmutação, essa fusão, purificavossa faculdade de pensamento e constitui uma placacomemorativa, colocando-vos em condição de com-preender cada vez melhor os axiomas e a Arte Real.

Quando, como nosso herói, estais ocupados com aautoconstrução impessoal, descobris de repente a placacomemorativa de latão; vossa faculdade de pensamen-to é bruscamente capaz de ver e assimilar as onipresen-tes abstrações divinas, e vosso ser é preenchido por umsaber que ultrapassa todo o conhecimento terrestre.

O aluno, preenchido de uma alegria inexprimívelpor essa dádiva divina, apodera-se dessa sabedoria a fimde depositá-la em um lugar melhor: em seu coração.Com lágrimas de gratidão, erguendo em seu coração umaltar, ele cai em adoração diante do incompreensívelamor divino que se comunica com ele e quer gravar seumistério sobre a placa comemorativa de latão.

É nesse momento que ele encontra o local mara-vilhoso. Quando, na Gallia Narbonensis, o renasci-do vai festejar sua união com o pensamento abstra-to manifestado nele, quando ele o entende para efe-tuar a renovação de seu coração, então esse pontoúnico e maravilhoso é arrancado como um prego,para em seguida ser vivificado. Esotericamente, esseponto também é chamado o sexto prego, ou a sextacorda, corda pela qual Cristiano Rosacruz, de acordocom As Núpcias Alquímicas, é içado para fora dopoço. Os outros cinco pontos devem ser identifica-dos com as cinco pontas do pentagrama, os cincopontos do corpo-alma.

Assim é liberada a porta do sepulcro de CristianoRosacruz, o sepulcro do Cristo interno; as paredes sãodemolidas com júbilo e o “batei e abrir-se-vos-á” écumprido.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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E sobre a porta está escrito em grandes letras:Depois de 120 anos serei aberta.

Cento e vinte é o número de Proteus, o servidor deNetuno, o número da verdadeira salvação que é obti-da quando seguimos os passos de Cristo.

Assim possamos nós entrar no sepulcro de nossoPai Cristiano Rosacruz.

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realismo cristão. Essa transmutação, essa fusão, purificavossa faculdade de pensamento e constitui uma placacomemorativa, colocando-vos em condição de com-preender cada vez melhor os axiomas e a Arte Real.

Quando, como nosso herói, estais ocupados com aautoconstrução impessoal, descobris de repente a placacomemorativa de latão; vossa faculdade de pensamen-to é bruscamente capaz de ver e assimilar as onipresen-tes abstrações divinas, e vosso ser é preenchido por umsaber que ultrapassa todo o conhecimento terrestre.

O aluno, preenchido de uma alegria inexprimívelpor essa dádiva divina, apodera-se dessa sabedoria a fimde depositá-la em um lugar melhor: em seu coração.Com lágrimas de gratidão, erguendo em seu coração umaltar, ele cai em adoração diante do incompreensívelamor divino que se comunica com ele e quer gravar seumistério sobre a placa comemorativa de latão.

É nesse momento que ele encontra o local mara-vilhoso. Quando, na Gallia Narbonensis, o renasci-do vai festejar sua união com o pensamento abstra-to manifestado nele, quando ele o entende para efe-tuar a renovação de seu coração, então esse pontoúnico e maravilhoso é arrancado como um prego,para em seguida ser vivificado. Esotericamente, esseponto também é chamado o sexto prego, ou a sextacorda, corda pela qual Cristiano Rosacruz, de acordocom As Núpcias Alquímicas, é içado para fora dopoço. Os outros cinco pontos devem ser identifica-dos com as cinco pontas do pentagrama, os cincopontos do corpo-alma.

Assim é liberada a porta do sepulcro de CristianoRosacruz, o sepulcro do Cristo interno; as paredes sãodemolidas com júbilo e o “batei e abrir-se-vos-á” écumprido.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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19Rendemos graças a Deus e, na mesma noite, deixamostudo no lugar, porque queríamos primeiro consultarnossa Rota.

Novamente, e pela terceira vez, referimo-nos àConfessio, pois o que aqui revelamos será em benefíciodos dignos, mas para os indignos, isto de nada poderáservir, graças a Deus, pois, da mesma maneira comonossas portas foram abertas de maneira maravilhosadepois de tantos anos, da mesma forma uma porta seabrirá para a Europa logo que a alvenaria for retirada,porta que já está visível e é impacientemente esperadapor um grande número de pessoas.

Fama Fraternitatis R.C.

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19Rendemos graças a Deus e, na mesma noite, deixamostudo no lugar, porque queríamos primeiro consultarnossa Rota.

Novamente, e pela terceira vez, referimo-nos àConfessio, pois o que aqui revelamos será em benefíciodos dignos, mas para os indignos, isto de nada poderáservir, graças a Deus, pois, da mesma maneira comonossas portas foram abertas de maneira maravilhosadepois de tantos anos, da mesma forma uma porta seabrirá para a Europa logo que a alvenaria for retirada,porta que já está visível e é impacientemente esperadapor um grande número de pessoas.

Fama Fraternitatis R.C.

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O segredo da rota

Já demos um passo abrindo o misterioso túmulo deCristiano Rosacruz. Prosseguiremos analisando essahistória maravilhosa que, como vereis, é uma dasincomparáveis dádivas que nos são concedidas pelosIrmãos Maiores da Rosacruz.

Ficará claro para vós que as comunicações de que trataa Fama podem perfeitamente ser designadas pelo termo“revelação”; revelação que, se a compreenderdes, poderáser de grande importância para vosso desenvolvimentopessoal, para o desenvolvimento de vosso trabalho. Algunspoderiam pensar que essa revelação apresenta alguns peri-gos; também queremos atrair vossa atenção para a obser-vação feita pelo autor da Fama a respeito deste ponto:

...o que aqui revelamos será em benefício dos dignos,mas para os indignos, isto de nada poderá servir, gra-ças a Deus, pois, da mesma maneira como nossas por-tas foram abertas de maneira maravilhosa depois detantos anos, da mesma forma uma porta se abrirápara a Europa logo que a alvenaria for retirada, portaque já está visível e é impacientemente esperada porum grande número de pessoas.

Queremos acrescentar que o véu da história da Fama,que foi erguido por nós até um certo ponto – porque 229

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O segredo da rota

Já demos um passo abrindo o misterioso túmulo deCristiano Rosacruz. Prosseguiremos analisando essahistória maravilhosa que, como vereis, é uma dasincomparáveis dádivas que nos são concedidas pelosIrmãos Maiores da Rosacruz.

Ficará claro para vós que as comunicações de que trataa Fama podem perfeitamente ser designadas pelo termo“revelação”; revelação que, se a compreenderdes, poderáser de grande importância para vosso desenvolvimentopessoal, para o desenvolvimento de vosso trabalho. Algunspoderiam pensar que essa revelação apresenta alguns peri-gos; também queremos atrair vossa atenção para a obser-vação feita pelo autor da Fama a respeito deste ponto:

...o que aqui revelamos será em benefício dos dignos,mas para os indignos, isto de nada poderá servir, gra-ças a Deus, pois, da mesma maneira como nossas por-tas foram abertas de maneira maravilhosa depois detantos anos, da mesma forma uma porta se abrirápara a Europa logo que a alvenaria for retirada, portaque já está visível e é impacientemente esperada porum grande número de pessoas.

Queremos acrescentar que o véu da história da Fama,que foi erguido por nós até um certo ponto – porque 229

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Temos aqui a oportunidade de mostrar a diferençaessencial entre o místico e o gnóstico. Ambos cons-troem um corpo-alma. Ambos, por seu comportamen-to, extraem a essência que permite o desenvolvimentodos éteres superiores. Quando o corpo-alma já atingiusua maturidade plena, ambos possuem uma intuiçãoaguda e estabelece-se uma relação com o mundo doespírito de vida, que é o domínio da força crística.Então, acontece um influxo permanente de grandesforças que permite às pessoas em questão chegarem àmaturidade, a uma ampla visão de todas as coisas davida, a uma identificação cotidiana com os valores san-tos, que ultrapassam de longe a compreensão dohomem comum.

Mas, enquanto o místico contenta-se com esse esta-do supra-humano, o gnóstico vai mais longe. O porquê dessa diferença não pode ser explicado com pre-cisão, pelo menos por enquanto, apesar de termos asensação de que o gnóstico dispõe de mais amor aopróximo do que o místico. É bem certo que o gnósti-co manifesta um amor ao próximo mais dinâmico queo amor ao próximo do místico. Enfim, enquanto o mís-tico contenta-se em produzir e espargir a força de amora serviço das forças dirigentes, o gnóstico, pelo contrá-rio, quer integrar-se com as forças dirigentes, querreforçar a ordem mágica do serviço, quer orientarconscientemente as chamas de seu amor, a fim de queelas possam ser utilizadas tão eficazmente quanto pos-sível. Algo dentro de seu ser o leva a isso; e para poderfazê-lo, ele deve, ele quer penetrar o mistério de suaexistência, e por isso busca o conhecimento das coisasdetrás do véu. Portanto, ele deve perceber consciente-mente os domínios invisíveis, a fim de poder descobrira origem das coisas e trabalhar como um cidadão de

Capítulo 19

231

a porta que leva aos Mistérios torna-se visível graças àvontade e à ação harmoniosa dos pioneiros doOcidente logo poderá ser aberta – sempre será a causaque impede que os incapazes e indignos transponhamo umbral da sublime realização. É por isso que escre-vemos exclusivamente para aqueles que têm ouvidospara ouvir e olhos para ver e que, assim, podem com-preender as intenções do evangelho esotérico.

O restante de nossos leitores achará que nossasexplicações são tolas ou totalmente incompreensíveis,ao passo que alguns, mesmo não compreendendonada da linguagem dos mistérios, serão tomados deum interesse tão intenso que não poderá mais abando-ná-los. A estes últimos, indicamos novamente nossosoutros livros e nossos ensinamentos acessíveis a todos.

Quando o aluno da Escola de Mistérios atingiu ameta principal e cumpriu o mandato mais importante emais difícil do evangelho esotérico, isto é, quando seueu, sua personalidade, sua natureza autoconservadorafoi totalmente auto-sacrificada a serviço daquele queestá mais próximo do que mãos e pés – portanto,quando ele morreu segundo sua natureza inferior naGallia Narbonensis, o país das duras provas – então elese torna arquiteto, mestre-construtor e franco-maçom.Nessa altura de seu desenvolvimento, ele já liquidouuma grande parte das dívidas do passado e prepara-separa construir.

Ora, para efetuar essa construção com todo sucessopossível, ele primeiro vai fazer algumas modificações noedifício em que habita. O aluno tornou-se um discípuloda Escola de Mistérios e deve fazer algumas mudançasnos veículos em que habita, pois deverá principalmentedinamizar as qualidades de alma já desenvolvidas, ouseja, o corpo-alma, e dotá-lo de consciência.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Temos aqui a oportunidade de mostrar a diferençaessencial entre o místico e o gnóstico. Ambos cons-troem um corpo-alma. Ambos, por seu comportamen-to, extraem a essência que permite o desenvolvimentodos éteres superiores. Quando o corpo-alma já atingiusua maturidade plena, ambos possuem uma intuiçãoaguda e estabelece-se uma relação com o mundo doespírito de vida, que é o domínio da força crística.Então, acontece um influxo permanente de grandesforças que permite às pessoas em questão chegarem àmaturidade, a uma ampla visão de todas as coisas davida, a uma identificação cotidiana com os valores san-tos, que ultrapassam de longe a compreensão dohomem comum.

Mas, enquanto o místico contenta-se com esse esta-do supra-humano, o gnóstico vai mais longe. O porquê dessa diferença não pode ser explicado com pre-cisão, pelo menos por enquanto, apesar de termos asensação de que o gnóstico dispõe de mais amor aopróximo do que o místico. É bem certo que o gnósti-co manifesta um amor ao próximo mais dinâmico queo amor ao próximo do místico. Enfim, enquanto o mís-tico contenta-se em produzir e espargir a força de amora serviço das forças dirigentes, o gnóstico, pelo contrá-rio, quer integrar-se com as forças dirigentes, querreforçar a ordem mágica do serviço, quer orientarconscientemente as chamas de seu amor, a fim de queelas possam ser utilizadas tão eficazmente quanto pos-sível. Algo dentro de seu ser o leva a isso; e para poderfazê-lo, ele deve, ele quer penetrar o mistério de suaexistência, e por isso busca o conhecimento das coisasdetrás do véu. Portanto, ele deve perceber consciente-mente os domínios invisíveis, a fim de poder descobrira origem das coisas e trabalhar como um cidadão de

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a porta que leva aos Mistérios torna-se visível graças àvontade e à ação harmoniosa dos pioneiros doOcidente logo poderá ser aberta – sempre será a causaque impede que os incapazes e indignos transponhamo umbral da sublime realização. É por isso que escre-vemos exclusivamente para aqueles que têm ouvidospara ouvir e olhos para ver e que, assim, podem com-preender as intenções do evangelho esotérico.

O restante de nossos leitores achará que nossasexplicações são tolas ou totalmente incompreensíveis,ao passo que alguns, mesmo não compreendendonada da linguagem dos mistérios, serão tomados deum interesse tão intenso que não poderá mais abando-ná-los. A estes últimos, indicamos novamente nossosoutros livros e nossos ensinamentos acessíveis a todos.

Quando o aluno da Escola de Mistérios atingiu ameta principal e cumpriu o mandato mais importante emais difícil do evangelho esotérico, isto é, quando seueu, sua personalidade, sua natureza autoconservadorafoi totalmente auto-sacrificada a serviço daquele queestá mais próximo do que mãos e pés – portanto,quando ele morreu segundo sua natureza inferior naGallia Narbonensis, o país das duras provas – então elese torna arquiteto, mestre-construtor e franco-maçom.Nessa altura de seu desenvolvimento, ele já liquidouuma grande parte das dívidas do passado e prepara-separa construir.

Ora, para efetuar essa construção com todo sucessopossível, ele primeiro vai fazer algumas modificações noedifício em que habita. O aluno tornou-se um discípuloda Escola de Mistérios e deve fazer algumas mudançasnos veículos em que habita, pois deverá principalmentedinamizar as qualidades de alma já desenvolvidas, ouseja, o corpo-alma, e dotá-lo de consciência.

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Em nossa história, o prego se encontra fixado auma placa de latão, símbolo de um centro de forças daalma; e esse centro de forças é percebido no aluno, pormeio de clarividência, em um dos pontos onde ocorpo-alma está ligado ao restante do organismo.Depois do esforço pessoal, e no momento psicológico,o prego pode ser arrancado, como conseqüência daauto-rendição e da nova atitude de vida, conforme aexigência do Sermão da Montanha. Então, o corpo-alma desliga-se também de outros pontos, e começa alibertação espiritual, tal como foi descrita de inúmerasmaneiras pelos esoteristas clássicos, e também deforma detalhada nos relatos iniciáticos dos Evangelhos.Trazemos somente à vossa memória a história do des-pertar de Lázaro, o homem “desassistido” que, comoaluno da Escola de Mistérios, se alça para fora dotúmulo do nascimento pela força do Cristo interno. Sevos aprofundardes nessa história, notareis logo a seme-lhança com a história do templo sepulcral de CristianoRosacruz, o túmulo do ser superior, do Cristo-internoque foi libertado pelo arquiteto que efetuou as mudan-ças necessárias em sua casa, a fim de poder cumprirsua vocação como aluno.

Então, o prego é arrancado e o aluno encontra aporta que dá acesso ao sepulcro; entretanto, antes deentrar, eis o que diz a Fama:

Na mesma noite, deixamos tudo no lugar, porque que-ríamos primeiro consultar nossa Rota.

Antes que o discípulo possa dar o passo decisivo,nesse momento supremo, ele deve conhecer suas con-dições astrosóficas e comportar-se em harmonia comelas. Não penseis que o fato de “consultar a rota” tenha

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dois mundos, a serviço de Deus para o mundo e ahumanidade.

A diferença de valores entre o místico e o gnóstico,em relação à grande obra da humanidade torna-se,portanto, evidente. Aí onde o místico junta suas mãosem oração, pedindo pela paz; aí onde o místico, ser-vindo-se de sua faculdade intuitiva, aponta muito acer-tadamente os erros nesta sociedade enferma e chamaos homens à reflexão, o gnóstico, em contrapartida,põe-se a trabalhar. Ele emprega suas forças dinâmicasa fim de derrotar definitivamente o inimigo. Ele põe ospés no campo de batalha para uma ação imediata, e fazisso a partir dos domínios do espírito e da vida, segun-do a lei do Evangelho.

Ora, para poder adquirir esse conhecimento de pri-meira mão, para que essa consciência possa participardos domínios superiores, é necessário libertar o corpo-alma das limitações materiais. Isso porque esse corpo-alma, que deve ser desenvolvido por nós mesmos, é abase de nossa consciência no mundo do Espírito, e aqualidade desse corpo-alma, desse veículo etérico, deter-mina a natureza de nossas experiências supra-materiais.

Existem muitos métodos negativos, próprios damagia negra, que permitem ao homem tornar-se maisou menos consciente nas regiões do Além, sem que ocorpo-alma esteja presente. Ora, a consciência desper-ta no Além, sem que o corpo-alma esteja presente, levasempre à aquisição de poderes muito indesejáveis,assim como o são as experiências disso resultantes.

Durante o discipulado, o aluno começa seu traba-lho de arquiteto; ele aprende a prover o corpo-alma delinhas de força. O corpo-alma está ligado, em certospontos, ao organismo material, e a Fama dá o nome de“prego” a um desses pontos.

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Em nossa história, o prego se encontra fixado auma placa de latão, símbolo de um centro de forças daalma; e esse centro de forças é percebido no aluno, pormeio de clarividência, em um dos pontos onde ocorpo-alma está ligado ao restante do organismo.Depois do esforço pessoal, e no momento psicológico,o prego pode ser arrancado, como conseqüência daauto-rendição e da nova atitude de vida, conforme aexigência do Sermão da Montanha. Então, o corpo-alma desliga-se também de outros pontos, e começa alibertação espiritual, tal como foi descrita de inúmerasmaneiras pelos esoteristas clássicos, e também deforma detalhada nos relatos iniciáticos dos Evangelhos.Trazemos somente à vossa memória a história do des-pertar de Lázaro, o homem “desassistido” que, comoaluno da Escola de Mistérios, se alça para fora dotúmulo do nascimento pela força do Cristo interno. Sevos aprofundardes nessa história, notareis logo a seme-lhança com a história do templo sepulcral de CristianoRosacruz, o túmulo do ser superior, do Cristo-internoque foi libertado pelo arquiteto que efetuou as mudan-ças necessárias em sua casa, a fim de poder cumprirsua vocação como aluno.

Então, o prego é arrancado e o aluno encontra aporta que dá acesso ao sepulcro; entretanto, antes deentrar, eis o que diz a Fama:

Na mesma noite, deixamos tudo no lugar, porque que-ríamos primeiro consultar nossa Rota.

Antes que o discípulo possa dar o passo decisivo,nesse momento supremo, ele deve conhecer suas con-dições astrosóficas e comportar-se em harmonia comelas. Não penseis que o fato de “consultar a rota” tenha

Capítulo 19

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dois mundos, a serviço de Deus para o mundo e ahumanidade.

A diferença de valores entre o místico e o gnóstico,em relação à grande obra da humanidade torna-se,portanto, evidente. Aí onde o místico junta suas mãosem oração, pedindo pela paz; aí onde o místico, ser-vindo-se de sua faculdade intuitiva, aponta muito acer-tadamente os erros nesta sociedade enferma e chamaos homens à reflexão, o gnóstico, em contrapartida,põe-se a trabalhar. Ele emprega suas forças dinâmicasa fim de derrotar definitivamente o inimigo. Ele põe ospés no campo de batalha para uma ação imediata, e fazisso a partir dos domínios do espírito e da vida, segun-do a lei do Evangelho.

Ora, para poder adquirir esse conhecimento de pri-meira mão, para que essa consciência possa participardos domínios superiores, é necessário libertar o corpo-alma das limitações materiais. Isso porque esse corpo-alma, que deve ser desenvolvido por nós mesmos, é abase de nossa consciência no mundo do Espírito, e aqualidade desse corpo-alma, desse veículo etérico, deter-mina a natureza de nossas experiências supra-materiais.

Existem muitos métodos negativos, próprios damagia negra, que permitem ao homem tornar-se maisou menos consciente nas regiões do Além, sem que ocorpo-alma esteja presente. Ora, a consciência desper-ta no Além, sem que o corpo-alma esteja presente, levasempre à aquisição de poderes muito indesejáveis,assim como o são as experiências disso resultantes.

Durante o discipulado, o aluno começa seu traba-lho de arquiteto; ele aprende a prover o corpo-alma delinhas de força. O corpo-alma está ligado, em certospontos, ao organismo material, e a Fama dá o nome de“prego” a um desses pontos.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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igualmente sobre a onda de vida humana, colaboran-do, assim, com o plano divino.

Sabeis que a ciência astrológica é baseada nessesfatos. Contudo, existem dois métodos pelos quais sepode praticar essa ciência e aprender a linguagem deDeus em nossa vida. Trata-se do método material e dométodo espiritual. Tendes algumas noções do métodomaterial, que oferece a seus adeptos apenas uma satis-fação parcial e temporária. Quanto ao método espiri-tual, designado na Fama como a “consulta da Rota”,este vai ser agora o objeto de vossa atenção.

O aluno que escolheu a profissão de arquiteto, que,portanto, perseverou até o discipulado espiritual, sabeque dispõe de uma polaridade particular com certasforças também presentes em nosso zodíaco. Ele conhe-ce uma prática espiritual por meio da qual pode secolocar na mesma freqüência vibratória dessas ener-gias. Esse ato sagrado, que podeis comparar no máxi-mo com um ato de oração – apesar de ele estar muitoacima disso – permite ao aluno perceber as diferentesrelações e tensões, as correntes positivas e negativas,segundo sua natureza e sua essência, desde que elastenham relação com seu próprio estado de vida.

Essa astrologia espiritual ultrapassa de longe a ciên-cia astrológica exotérica comum. Poder exercer essaciência verdadeiramente espiritual é a meta do autênti-co aluno da Rosacruz. Quando assim o quer – o queacontece apenas quando ele se encontra justificado porseus santos esforços a serviço da humanidade – a Rota,a roda do nascimento e da morte, passa girando dian-te de seu poder de percepção quadridimensional, a fimde que ele possa se harmonizar completamente com aexigência da vida cósmica que deve aprender a viver.Aí está o segredo da Rota, segredo no qual o aluno

Capítulo 19

235

qualquer relação com a doentia verborragia astrológicado traficante de coisas ocultas. Trata-se de um trabalhoelevado e santo, no qual o discípulo se empenha nanoite que precede seu despertar espiritual. É umaexperiência mágica, tão poderosa, tão indizível, quedela podeis fazer apenas uma idéia aproximada. É umaexperiência da qual apenas nos aproximamos peloconhecimento de primeira-mão, resultante do exercícionetuniano mágico-astrosófico da Rota.

Tentaremos fazer-vos compreender essa santa ope-ração. É possível que, então, rejeiteis as banalidadesastrológicas e deixeis de brincar com essa ciência divi-na, com essa Arte Real. Conheceis as sublimes citaçõesda Bíblia: “Deus é luz”, “O Universo anuncia a glóriade Deus e o firmamento é a obra de suas mãos”. E vóssabeis que essas palavras não são, absolutamente,arroubos poéticos, porém literalmente exatas. OUniverso apresenta uma ordem supracósmica, umacoerência supra-humana; os sistemas planetários eestelares estão a tal ponto interligados, a tal pontointerdependentes, que seria preciso ter a visão bemestreita para não ver um conjunto de intenções e deleis superiores em relação às quais devemos estar beminformados para aprender a conhecer as exigências dodivino arquiteto. A astrosofia nos dá a chave da lingua-gem de Deus que está inscrita no firmamento.

A cosmologia nos mostra claramente que não exis-te matéria morta. O Universo inteiro é um só oceanode força viva onde se exprimem todas as centelhasdivinas, em uma infinita diversidade de nuanças.Mutuamente dependentes, todas essas forças manifes-tam numerosas interações, impelindo umas às outrasrumo à realização. Portanto, é lógico e cientificamentedemonstrável que todas essas forças cósmicas influem

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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igualmente sobre a onda de vida humana, colaboran-do, assim, com o plano divino.

Sabeis que a ciência astrológica é baseada nessesfatos. Contudo, existem dois métodos pelos quais sepode praticar essa ciência e aprender a linguagem deDeus em nossa vida. Trata-se do método material e dométodo espiritual. Tendes algumas noções do métodomaterial, que oferece a seus adeptos apenas uma satis-fação parcial e temporária. Quanto ao método espiri-tual, designado na Fama como a “consulta da Rota”,este vai ser agora o objeto de vossa atenção.

O aluno que escolheu a profissão de arquiteto, que,portanto, perseverou até o discipulado espiritual, sabeque dispõe de uma polaridade particular com certasforças também presentes em nosso zodíaco. Ele conhe-ce uma prática espiritual por meio da qual pode secolocar na mesma freqüência vibratória dessas ener-gias. Esse ato sagrado, que podeis comparar no máxi-mo com um ato de oração – apesar de ele estar muitoacima disso – permite ao aluno perceber as diferentesrelações e tensões, as correntes positivas e negativas,segundo sua natureza e sua essência, desde que elastenham relação com seu próprio estado de vida.

Essa astrologia espiritual ultrapassa de longe a ciên-cia astrológica exotérica comum. Poder exercer essaciência verdadeiramente espiritual é a meta do autênti-co aluno da Rosacruz. Quando assim o quer – o queacontece apenas quando ele se encontra justificado porseus santos esforços a serviço da humanidade – a Rota,a roda do nascimento e da morte, passa girando dian-te de seu poder de percepção quadridimensional, a fimde que ele possa se harmonizar completamente com aexigência da vida cósmica que deve aprender a viver.Aí está o segredo da Rota, segredo no qual o aluno

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qualquer relação com a doentia verborragia astrológicado traficante de coisas ocultas. Trata-se de um trabalhoelevado e santo, no qual o discípulo se empenha nanoite que precede seu despertar espiritual. É umaexperiência mágica, tão poderosa, tão indizível, quedela podeis fazer apenas uma idéia aproximada. É umaexperiência da qual apenas nos aproximamos peloconhecimento de primeira-mão, resultante do exercícionetuniano mágico-astrosófico da Rota.

Tentaremos fazer-vos compreender essa santa ope-ração. É possível que, então, rejeiteis as banalidadesastrológicas e deixeis de brincar com essa ciência divi-na, com essa Arte Real. Conheceis as sublimes citaçõesda Bíblia: “Deus é luz”, “O Universo anuncia a glóriade Deus e o firmamento é a obra de suas mãos”. E vóssabeis que essas palavras não são, absolutamente,arroubos poéticos, porém literalmente exatas. OUniverso apresenta uma ordem supracósmica, umacoerência supra-humana; os sistemas planetários eestelares estão a tal ponto interligados, a tal pontointerdependentes, que seria preciso ter a visão bemestreita para não ver um conjunto de intenções e deleis superiores em relação às quais devemos estar beminformados para aprender a conhecer as exigências dodivino arquiteto. A astrosofia nos dá a chave da lingua-gem de Deus que está inscrita no firmamento.

A cosmologia nos mostra claramente que não exis-te matéria morta. O Universo inteiro é um só oceanode força viva onde se exprimem todas as centelhasdivinas, em uma infinita diversidade de nuanças.Mutuamente dependentes, todas essas forças manifes-tam numerosas interações, impelindo umas às outrasrumo à realização. Portanto, é lógico e cientificamentedemonstrável que todas essas forças cósmicas influem

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edifício algumas modificações, impelido a isso pelorealismo cristão: “Eis que destruirei este templo e o ree-dificarei em três dias”. Ele vê a meta final brilhar dian-te de si, e a porta aparece. Entretanto, antes de abri-la,o discípulo sai na noite para consultar sua Rota. Eis quedesce sobre ele o êxtase da existência cósmica: “O fir-mamento anuncia a obra de suas mãos”. “Entra nogozo do teu Senhor.”

Capítulo 19

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penetra quando chega o tempo, quando ele está pron-to para engajar-se na senda da realização superior.

Por que falamos dessas coisas? Porque é necessárioque saibais que o espírito da Rosacruz é completamen-te diferente daquele que fala convosco em todos osoutros lugares. Deveis compreender que possuís ogrande privilégio de poder assimilar, no templo daRosacruz, a sabedoria que é para todos.

Sabemos que toda a humanidade, sem exceção,deverá percorrer o caminho indicado pela FamaFraternitatis, caminho onde se encontra a exigência daverdadeira vida, a exigência de bondade, de verdade ede justiça. Todo ser humano deverá começar a conhe-cer a força crística em seus múltiplos aspectos, poistambém deverá libertar o Cristo interno, o verdadeiroser, do túmulo da servidão.

Na porta do túmulo está escrito: Depois de 120 anosserei aberta. O número cento e vinte é a designaçãocabalística de Júpiter, o signo da obra de Cristo realiza-da neste mundo, obra que celebra sua ascensão nonúmero da perfeição, o número três, ou seja, cento evinte.

Como arquiteto divino, que nos dá o exemplo,Cristo nos diz, referindo-se a seu próprio ser: “Eis quedestruirei este templo e o reedificarei em três dias”. Esua ressurreição no terceiro dia é conhecida por todos.A linguagem da Fama talvez passe a ser mais com-preensível para vós, e o caminho talvez se converta emum poço de luz: Depois de 120 anos serei aberta; no ter-ceiro dia eu me erguerei do túmulo da servidão e fes-tejarei a libertação.

O discípulo, o arquiteto, conhece a exatidão dessaspalavras, e é por isso que ele efetua em seu próprio

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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edifício algumas modificações, impelido a isso pelorealismo cristão: “Eis que destruirei este templo e o ree-dificarei em três dias”. Ele vê a meta final brilhar dian-te de si, e a porta aparece. Entretanto, antes de abri-la,o discípulo sai na noite para consultar sua Rota. Eis quedesce sobre ele o êxtase da existência cósmica: “O fir-mamento anuncia a obra de suas mãos”. “Entra nogozo do teu Senhor.”

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penetra quando chega o tempo, quando ele está pron-to para engajar-se na senda da realização superior.

Por que falamos dessas coisas? Porque é necessárioque saibais que o espírito da Rosacruz é completamen-te diferente daquele que fala convosco em todos osoutros lugares. Deveis compreender que possuís ogrande privilégio de poder assimilar, no templo daRosacruz, a sabedoria que é para todos.

Sabemos que toda a humanidade, sem exceção,deverá percorrer o caminho indicado pela FamaFraternitatis, caminho onde se encontra a exigência daverdadeira vida, a exigência de bondade, de verdade ede justiça. Todo ser humano deverá começar a conhe-cer a força crística em seus múltiplos aspectos, poistambém deverá libertar o Cristo interno, o verdadeiroser, do túmulo da servidão.

Na porta do túmulo está escrito: Depois de 120 anosserei aberta. O número cento e vinte é a designaçãocabalística de Júpiter, o signo da obra de Cristo realiza-da neste mundo, obra que celebra sua ascensão nonúmero da perfeição, o número três, ou seja, cento evinte.

Como arquiteto divino, que nos dá o exemplo,Cristo nos diz, referindo-se a seu próprio ser: “Eis quedestruirei este templo e o reedificarei em três dias”. Esua ressurreição no terceiro dia é conhecida por todos.A linguagem da Fama talvez passe a ser mais com-preensível para vós, e o caminho talvez se converta emum poço de luz: Depois de 120 anos serei aberta; no ter-ceiro dia eu me erguerei do túmulo da servidão e fes-tejarei a libertação.

O discípulo, o arquiteto, conhece a exatidão dessaspalavras, e é por isso que ele efetua em seu próprio

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20Pela manhã, abrimos a porta e surgiu uma cripta desete lados e ângulos, sendo que cada lado media cincopés de largura por oito de altura. Esse hipogeu, mesmonão tendo sido jamais iluminado pelo sol, estava clara-mente iluminado graças a um outro sol que havia sidoinstruído por ele, e que se encontrava no alto, no cen-tro da abóbada. No centro, como lápide, havia umaltar circular coberto por uma plaqueta de latão, quetrazia a seguinte inscrição: A.C.R.C. HOC UNIVERSI COM-PEMDIUM VIVUS MIHI SEPULCRUM FECI (A.C.R.C. Deste com-pêndio do Universo fiz para mim, em vida, um sepul-cro).

O primeiro círculo ou anel estava rodeado dasseguintes palavras: JESU MIHI OMNIA (Jesus é tudo paramim).

No centro encontravam-se quatro figuras inscritasno círculo, cuja legenda era a seguinte:

1. NEQUAQUAM VACUUM (Não há espaço vazio)2. LEGIS JUGUM (O jugo da lei)3. LIBERTAS EVANGELII (A liberdade do evangelho)4. DEI GLORIA INTACTA (A glória de Deus é intangível)

Tudo isso é claro e evidente, assim como também os setelados e os dois triângulos sétuplos. Então, ajoelhamo-nos

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20Pela manhã, abrimos a porta e surgiu uma cripta desete lados e ângulos, sendo que cada lado media cincopés de largura por oito de altura. Esse hipogeu, mesmonão tendo sido jamais iluminado pelo sol, estava clara-mente iluminado graças a um outro sol que havia sidoinstruído por ele, e que se encontrava no alto, no cen-tro da abóbada. No centro, como lápide, havia umaltar circular coberto por uma plaqueta de latão, quetrazia a seguinte inscrição: A.C.R.C. HOC UNIVERSI COM-PEMDIUM VIVUS MIHI SEPULCRUM FECI (A.C.R.C. Deste com-pêndio do Universo fiz para mim, em vida, um sepul-cro).

O primeiro círculo ou anel estava rodeado dasseguintes palavras: JESU MIHI OMNIA (Jesus é tudo paramim).

No centro encontravam-se quatro figuras inscritasno círculo, cuja legenda era a seguinte:

1. NEQUAQUAM VACUUM (Não há espaço vazio)2. LEGIS JUGUM (O jugo da lei)3. LIBERTAS EVANGELII (A liberdade do evangelho)4. DEI GLORIA INTACTA (A glória de Deus é intangível)

Tudo isso é claro e evidente, assim como também os setelados e os dois triângulos sétuplos. Então, ajoelhamo-nos

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20

O altar circular

Descemos novamente ao sepulcro de CristianoRosacruz para continuar nossas buscas com o auxíliodas indicações que nos são dadas na Fama. Para vossaorientação, repetimos que esse sepulcro simboliza omistério da existência individual, conjunto de forças ede possibilidades maravilhosas que formam esse fielreflexo do macrocosmo, o microcosmo, confirmandoassim as palavras: “Somos todos criados à imagem esemelhança de Deus”.

O ensinamento hermético dos rosacruzes deseja des-velar o segredo desse microcosmo; ele quer ensinar deque maneira podereis despertar para a única vida verda-deira o protótipo de vosso ser superior, ou seja, CristianoRosacruz, libertando-o do túmulo da servidão na matériapara então ascender às realizações superiores.

Mais uma vez, a linguagem secreta dos escritosherméticos vos é apresentada, a fim de que todosaqueles que podem ver e que têm ouvidos para ouvirpossam refletir sobre sua vocação, como filhos deDeus, e empreender sua tarefa na grande hierarquiadas entidades humanas. É por essa razão que entra-mos novamente nesse sepulcro, local do novo nasci-mento, com as mãos unidas em oração e apagandotoda a curiosidade humana, em nossa aspiração pelaluz e pela verdade. Limitando-nos dentro da multidão 241

todos juntos e rendemos graças ao único Deus, sábio,onipotente e sempiterno, que nos ensinou mais do quetoda a razão humana poderia descobrir. Louvado sejaseu nome.

Fama Fraternitatis R.C.

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O altar circular

Descemos novamente ao sepulcro de CristianoRosacruz para continuar nossas buscas com o auxíliodas indicações que nos são dadas na Fama. Para vossaorientação, repetimos que esse sepulcro simboliza omistério da existência individual, conjunto de forças ede possibilidades maravilhosas que formam esse fielreflexo do macrocosmo, o microcosmo, confirmandoassim as palavras: “Somos todos criados à imagem esemelhança de Deus”.

O ensinamento hermético dos rosacruzes deseja des-velar o segredo desse microcosmo; ele quer ensinar deque maneira podereis despertar para a única vida verda-deira o protótipo de vosso ser superior, ou seja, CristianoRosacruz, libertando-o do túmulo da servidão na matériapara então ascender às realizações superiores.

Mais uma vez, a linguagem secreta dos escritosherméticos vos é apresentada, a fim de que todosaqueles que podem ver e que têm ouvidos para ouvirpossam refletir sobre sua vocação, como filhos deDeus, e empreender sua tarefa na grande hierarquiadas entidades humanas. É por essa razão que entra-mos novamente nesse sepulcro, local do novo nasci-mento, com as mãos unidas em oração e apagandotoda a curiosidade humana, em nossa aspiração pelaluz e pela verdade. Limitando-nos dentro da multidão 241

todos juntos e rendemos graças ao único Deus, sábio,onipotente e sempiterno, que nos ensinou mais do quetoda a razão humana poderia descobrir. Louvado sejaseu nome.

Fama Fraternitatis R.C.

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razão o saber e o conhecimento vos faltam? Por que nãose vê nesse sepulcro mais do que uma capela funeráriadecorada com algum simbolismo maçônico? Porque oshomens ainda estão muito longe do círculo externo; por-que os homens não conhecem o perpetuum mobile, oimpulso eterno e dinâmico do Jesu mihi omnia; porqueeles nada sabem do princípio crístico que desce ao piná-culo da realização humana: o mestre Jesus.

Certamente a expressão “Jesus é tudo para mim” ébem conhecida. Ela foi pichada nos muros e pregada nasparedes das igrejas, e essas palavras santas são utilizadasem sentido ímpio e deplorável. Essa expressão evocapara a massa o “doce Jesus” que nos liberta do infernoterrestre e nos “reboca” até o porto da eternidade.

Quando pensa no conceito de “tudo”, o homemegoísta vê tentáculos que agarram tudo. A supremarealização é tudo possuir, tudo agarrar, mesmo pelosangue e pela morte. O conceito de “tudo” é o deus doegoísmo e, assim, Jesus é o fiador que aprova essa cul-tura. É o “doce Jesus” que nos dá tudo; e é assim queo mundo morre, justificado por sua ortodoxia, lutandoaté o último momento pelos despojos, por esse tudo,em uma viagem verdadeiramente infernal.

Vivemos em um mundo onde a morte está em todaparte, à espreita. Em todos os reinos da natureza, a mortetem a última palavra. Com ela, cai a cortina; a existênciaé incessantemente agarrada pelos tentáculos desse polvotenebroso. “Comamos, bebamos e nos alegremos, porqueamanhã morreremos.” Apesar disso, mesmo inconsciente-mente, todo homem sabe e realmente está convencido deque a morte é antinatural, de que existe alguma coisaestranha, inverossímil, no desenrolar desta existência. Demodo vago, as promessas divinas penetram nele comoalusões a um período em que a morte será tragada,

Capítulo 20

243

de idéias que chegam até nós, colocamo-vos diantedo altar circular:

No centro, como lápide, havia um altar circular cober-to por uma plaqueta de latão, que trazia a seguinteinscrição:

A.C.R.C. Deste compêndio do Universo fiz para mim, em vida, um sepulcro.

O primeiro círculo ou anel estava rodeado das seguintespalavra:

Jesus é tudo para mim.

No centro encontravam-se quatro figuras inscritas nocírculo, cuja legenda era a seguinte:

1. Não há espaço vazio2. O jugo da lei3. A liberdade do Evangelho4. A glória de Deus é intangível.

Tudo isso é claro e evidente, assim como também os setelados e os dois triângulos sétuplos. Então, ajoelhamo-nos todos juntos e rendemos graças ao único Deus,sábio, onipotente e sempiterno, que nos ensinou maisdo que toda a razão humana poderia descobrir.Louvado seja seu nome.

Antes que possais pronunciar essa prece de gratidão eexperimentar a suprema felicidade que faz os alunosprogredirem com alegria em seu caminho, é precisoque saibais, e é preciso também que conheçais. Por que

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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razão o saber e o conhecimento vos faltam? Por que nãose vê nesse sepulcro mais do que uma capela funeráriadecorada com algum simbolismo maçônico? Porque oshomens ainda estão muito longe do círculo externo; por-que os homens não conhecem o perpetuum mobile, oimpulso eterno e dinâmico do Jesu mihi omnia; porqueeles nada sabem do princípio crístico que desce ao piná-culo da realização humana: o mestre Jesus.

Certamente a expressão “Jesus é tudo para mim” ébem conhecida. Ela foi pichada nos muros e pregada nasparedes das igrejas, e essas palavras santas são utilizadasem sentido ímpio e deplorável. Essa expressão evocapara a massa o “doce Jesus” que nos liberta do infernoterrestre e nos “reboca” até o porto da eternidade.

Quando pensa no conceito de “tudo”, o homemegoísta vê tentáculos que agarram tudo. A supremarealização é tudo possuir, tudo agarrar, mesmo pelosangue e pela morte. O conceito de “tudo” é o deus doegoísmo e, assim, Jesus é o fiador que aprova essa cul-tura. É o “doce Jesus” que nos dá tudo; e é assim queo mundo morre, justificado por sua ortodoxia, lutandoaté o último momento pelos despojos, por esse tudo,em uma viagem verdadeiramente infernal.

Vivemos em um mundo onde a morte está em todaparte, à espreita. Em todos os reinos da natureza, a mortetem a última palavra. Com ela, cai a cortina; a existênciaé incessantemente agarrada pelos tentáculos desse polvotenebroso. “Comamos, bebamos e nos alegremos, porqueamanhã morreremos.” Apesar disso, mesmo inconsciente-mente, todo homem sabe e realmente está convencido deque a morte é antinatural, de que existe alguma coisaestranha, inverossímil, no desenrolar desta existência. Demodo vago, as promessas divinas penetram nele comoalusões a um período em que a morte será tragada,

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de idéias que chegam até nós, colocamo-vos diantedo altar circular:

No centro, como lápide, havia um altar circular cober-to por uma plaqueta de latão, que trazia a seguinteinscrição:

A.C.R.C. Deste compêndio do Universo fiz para mim, em vida, um sepulcro.

O primeiro círculo ou anel estava rodeado das seguintespalavra:

Jesus é tudo para mim.

No centro encontravam-se quatro figuras inscritas nocírculo, cuja legenda era a seguinte:

1. Não há espaço vazio2. O jugo da lei3. A liberdade do Evangelho4. A glória de Deus é intangível.

Tudo isso é claro e evidente, assim como também os setelados e os dois triângulos sétuplos. Então, ajoelhamo-nos todos juntos e rendemos graças ao único Deus,sábio, onipotente e sempiterno, que nos ensinou maisdo que toda a razão humana poderia descobrir.Louvado seja seu nome.

Antes que possais pronunciar essa prece de gratidão eexperimentar a suprema felicidade que faz os alunosprogredirem com alegria em seu caminho, é precisoque saibais, e é preciso também que conheçais. Por que

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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não está de acordo com o Senhor de toda a vida,vosso esforço é estéril.

Existe em vós uma profunda aspiração à paz, umaaspiração que é humana e cultivada. Mas essa paz éimpossível se, como aluno, não sabeis atravessar o pri-meiro círculo das coisas, aceitando Jesus Cristo segun-do sua exigência. “Sim”, alguém dirá, “entretanto, aobra de paz neste mundo está em total harmonia comas palavras de Cristo”. Pois bem, tenta-se realizar tra-balhos descomunais, com pinceladas de verdade, masé um trabalho de Sísifo, um jogo infantil, mesmo que,às vezes, seja muito agradável.

Os homens querem a paz, e ao mesmo tempo que-rem conservar tudo. Naturalmente, nesse “tudo” a pazestá incluída. É vosso instinto natural que vos faz dese-jar que vos deixem ficar a sós com vossa presa sem ser-des molestados. Mas existem homens que ainda estãolonge de ter tudo; que também desejam muitas coisasmais. E existem milhões de seres que absolutamentenão possuem bens terrestres. Milhões que vivem emorrem na mais abjeta pobreza e nas maiores priva-ções. Acreditais que eles possam contentar-se com apaz, nessas condições? Os instintos e as exigências danatureza não conhecem limites em nenhum ser huma-no, a não ser que ele renasça em Jesus Cristo. Então,conforme a exigência de sua lei libertadora, começa-serealmente a viver, a anelar, a trabalhar. Então as causasda discórdia serão reconhecidas e atacadas.

Não há espaço vazio! No centro do altar circular encon-travam-se quatro figuras inscritas no círculo, cuja legen-da era a seguinte: Não há espaço vazio. Isso quer dizerque deveis destruir as ilusões da consciência-eu e os obs-táculos da existência individual, criados por vós mesmos.

Capítulo 20

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quando o que é temporal será dissolvido no eterno.Os teólogos apagaram esse saber inconsciente insti-tuindo um céu futuro, face à morte terrestre: aqui, amorte horrenda; lá no alto, o céu e seu repouso eter-no. Entretanto, muitas pessoas sabem que isso é umamistificação; que, se aqui o homem aceita a morte emtodos os seus aspectos, a consciência da personalida-de também não pode ser mantida do outro lado. Épor isso que a luz deve atravessar este mundo comseus raios. Eis por que certa vez o professor DeHartog falou a respeito da “eternidade que devepenetrar no tempo”. Por isso Aquário vos chamusca,vos faz arder em chamas e vos queima com seu triân-gulo de fogo, para que Deus possa nascer entre oshomens e para que a morte possa ser vencida. Porisso o santo de Deus, Cristo, desce ao mundo mortalpara nos ensinar a imortalidade. Por isso colocamos otúmulo de vosso próprio ser diante do espírito e dize-mos com voz forte: “Ergue-te! Sai de tua tumba! Deixaque Cristo te ilumine!”

Jesu mihi omnia! O aluno toma esse chamado para siporque ele sabe! Porque ele sabe que Cristo, na formado homem Jesus, acolheu nossa forma terrestre mor-tal para restituir-nos as forças perdidas, a fim de quemediante sua aplicação possamos experimentar aeternidade no tempo. Jesus é tudo para mim não é,portanto, nem uma sentença religiosa, nem uma ex-pressão piedosa na terminologia dos rosacruzes, massignifica aceitar com alegria e júbilo o plano divino delibertação. Cada um deve aprender a viver conformeessa lei. É por isso que Cristo diz: “Sem mim, nadapodeis fazer”. Quando vosso comportamento, qual-quer que seja ele e onde quer que ele se manifeste,

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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não está de acordo com o Senhor de toda a vida,vosso esforço é estéril.

Existe em vós uma profunda aspiração à paz, umaaspiração que é humana e cultivada. Mas essa paz éimpossível se, como aluno, não sabeis atravessar o pri-meiro círculo das coisas, aceitando Jesus Cristo segun-do sua exigência. “Sim”, alguém dirá, “entretanto, aobra de paz neste mundo está em total harmonia comas palavras de Cristo”. Pois bem, tenta-se realizar tra-balhos descomunais, com pinceladas de verdade, masé um trabalho de Sísifo, um jogo infantil, mesmo que,às vezes, seja muito agradável.

Os homens querem a paz, e ao mesmo tempo que-rem conservar tudo. Naturalmente, nesse “tudo” a pazestá incluída. É vosso instinto natural que vos faz dese-jar que vos deixem ficar a sós com vossa presa sem ser-des molestados. Mas existem homens que ainda estãolonge de ter tudo; que também desejam muitas coisasmais. E existem milhões de seres que absolutamentenão possuem bens terrestres. Milhões que vivem emorrem na mais abjeta pobreza e nas maiores priva-ções. Acreditais que eles possam contentar-se com apaz, nessas condições? Os instintos e as exigências danatureza não conhecem limites em nenhum ser huma-no, a não ser que ele renasça em Jesus Cristo. Então,conforme a exigência de sua lei libertadora, começa-serealmente a viver, a anelar, a trabalhar. Então as causasda discórdia serão reconhecidas e atacadas.

Não há espaço vazio! No centro do altar circular encon-travam-se quatro figuras inscritas no círculo, cuja legen-da era a seguinte: Não há espaço vazio. Isso quer dizerque deveis destruir as ilusões da consciência-eu e os obs-táculos da existência individual, criados por vós mesmos.

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quando o que é temporal será dissolvido no eterno.Os teólogos apagaram esse saber inconsciente insti-tuindo um céu futuro, face à morte terrestre: aqui, amorte horrenda; lá no alto, o céu e seu repouso eter-no. Entretanto, muitas pessoas sabem que isso é umamistificação; que, se aqui o homem aceita a morte emtodos os seus aspectos, a consciência da personalida-de também não pode ser mantida do outro lado. Épor isso que a luz deve atravessar este mundo comseus raios. Eis por que certa vez o professor DeHartog falou a respeito da “eternidade que devepenetrar no tempo”. Por isso Aquário vos chamusca,vos faz arder em chamas e vos queima com seu triân-gulo de fogo, para que Deus possa nascer entre oshomens e para que a morte possa ser vencida. Porisso o santo de Deus, Cristo, desce ao mundo mortalpara nos ensinar a imortalidade. Por isso colocamos otúmulo de vosso próprio ser diante do espírito e dize-mos com voz forte: “Ergue-te! Sai de tua tumba! Deixaque Cristo te ilumine!”

Jesu mihi omnia! O aluno toma esse chamado para siporque ele sabe! Porque ele sabe que Cristo, na formado homem Jesus, acolheu nossa forma terrestre mor-tal para restituir-nos as forças perdidas, a fim de quemediante sua aplicação possamos experimentar aeternidade no tempo. Jesus é tudo para mim não é,portanto, nem uma sentença religiosa, nem uma ex-pressão piedosa na terminologia dos rosacruzes, massignifica aceitar com alegria e júbilo o plano divino delibertação. Cada um deve aprender a viver conformeessa lei. É por isso que Cristo diz: “Sem mim, nadapodeis fazer”. Quando vosso comportamento, qual-quer que seja ele e onde quer que ele se manifeste,

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no nadir da materialidade. Quando podereis libertar-vos desse jugo? Como diz o iniciado Paulo, vós o pode-reis quando vós mesmos vos tornardes uma lei.Quando tiverdes cumprido a lei e quando tiverdesdesenvolvido vossa consciência pessoal segundo suasexigências.

Então, sereis libertados do curso circular das coisas,da monótona e dolorosa seqüência das coisas que ospoetas cantaram; então podereis afastar o altar circularpara que o ser superior, o verdadeiro ser, a consciên-cia universal possa elevar-se a uma glória imensurável.

Como começareis essa grande obra? De que manei-ra deveis cumprir a lei e seguir a Cristo no caminhoque ele vos mostra?

A liberdade do Evangelho! Não estais abandonados àincerteza, pois diante de vós irradia a luz do Evangelho.Aí está diante de vós o Livro dos Livros, como a tercei-ra figura na placa de latão da realização de vida. NoEvangelho, como uma consolação proveniente de ummundo superior, resplandece diante de vós a realiza-ção, isto é, a imortalidade que abrasa com suas chamastodos os domínios da matéria e do Espírito e que res-soa até vós no cântico: “Onde está, ó morte, o teu agui-lhão? Onde está ó inferno, a tua vitória?”

No sepulcro de Cristiano Rosacruz, em vosso eumais profundo, despojais o evangelho da roupagem debufão na qual ele foi envolvido, e aceitais essa pode-rosa ajuda divina segundo vosso mais profundo saberesotérico. Numa primeira abordagem, esse evangelho épara vós como um fardo de chumbo, como a pressãode um peso enorme, pois ele vos demole por comple-to devido a sua exigência; ele fende vossa naturezainferior tal qual uma espada; ele começa uma luta, ele

Capítulo 20

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Todo homem possui, como Paracelso nos expôsmagistralmente, uma consciência universal e uma cons-ciência da personalidade, o eu. O eu, a consciência dapersonalidade, é a manifestação visível da consciênciauniversal, assim como o sol material é a manifestaçãovisível do sol espiritual. Segundo a consciência da perso-nalidade, somos entidades distintas, somos egos; segun-do a consciência universal, somos os núcleos por meiodos quais a consciência universal pode crescer. Segundoa consciência da personalidade, somos o andarilho soli-tário, o peregrino, o errante e o pobre diabo destemundo. Segundo a consciência universal, participamosdo grande todo da manifestação universal. Segundo aconsciência da personalidade, nosso planeta está perdi-do no espaço infinito; segundo a consciência universal,vemos como todos os mundos se interpenetram para for-mar uma unidade gloriosa. Não há espaço vazio!

Segundo a consciência da personalidade em seuestado ainda imperfeito, sois ciumentos e egoístas,cheios de ódio e ficais completamente desamparadosquando um outro vos precede no caminho do desen-volvimento. É por isso que Cristo desce até vossodesespero, para vos mostrar as possibilidades por meiodas quais podeis conformar vossa consciência pessoalcom a exigência da consciência universal, à qual per-tenceis. É por isso que “haverá alegria no céu por umpecador que se arrepende”, diz a Bíblia. E isso não éuma simples frase mística, mas uma realidade tão natu-ral quanto o pão que precisamos comer para manternosso corpo com vida.

O jugo da lei! Tudo o que falamos até agora explica ojugo das duras leis sob as quais vos curvais, explicavossa condição de escravos, explica todas as tensões

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no nadir da materialidade. Quando podereis libertar-vos desse jugo? Como diz o iniciado Paulo, vós o pode-reis quando vós mesmos vos tornardes uma lei.Quando tiverdes cumprido a lei e quando tiverdesdesenvolvido vossa consciência pessoal segundo suasexigências.

Então, sereis libertados do curso circular das coisas,da monótona e dolorosa seqüência das coisas que ospoetas cantaram; então podereis afastar o altar circularpara que o ser superior, o verdadeiro ser, a consciên-cia universal possa elevar-se a uma glória imensurável.

Como começareis essa grande obra? De que manei-ra deveis cumprir a lei e seguir a Cristo no caminhoque ele vos mostra?

A liberdade do Evangelho! Não estais abandonados àincerteza, pois diante de vós irradia a luz do Evangelho.Aí está diante de vós o Livro dos Livros, como a tercei-ra figura na placa de latão da realização de vida. NoEvangelho, como uma consolação proveniente de ummundo superior, resplandece diante de vós a realiza-ção, isto é, a imortalidade que abrasa com suas chamastodos os domínios da matéria e do Espírito e que res-soa até vós no cântico: “Onde está, ó morte, o teu agui-lhão? Onde está ó inferno, a tua vitória?”

No sepulcro de Cristiano Rosacruz, em vosso eumais profundo, despojais o evangelho da roupagem debufão na qual ele foi envolvido, e aceitais essa pode-rosa ajuda divina segundo vosso mais profundo saberesotérico. Numa primeira abordagem, esse evangelho épara vós como um fardo de chumbo, como a pressãode um peso enorme, pois ele vos demole por comple-to devido a sua exigência; ele fende vossa naturezainferior tal qual uma espada; ele começa uma luta, ele

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Todo homem possui, como Paracelso nos expôsmagistralmente, uma consciência universal e uma cons-ciência da personalidade, o eu. O eu, a consciência dapersonalidade, é a manifestação visível da consciênciauniversal, assim como o sol material é a manifestaçãovisível do sol espiritual. Segundo a consciência da perso-nalidade, somos entidades distintas, somos egos; segun-do a consciência universal, somos os núcleos por meiodos quais a consciência universal pode crescer. Segundoa consciência da personalidade, somos o andarilho soli-tário, o peregrino, o errante e o pobre diabo destemundo. Segundo a consciência universal, participamosdo grande todo da manifestação universal. Segundo aconsciência da personalidade, nosso planeta está perdi-do no espaço infinito; segundo a consciência universal,vemos como todos os mundos se interpenetram para for-mar uma unidade gloriosa. Não há espaço vazio!

Segundo a consciência da personalidade em seuestado ainda imperfeito, sois ciumentos e egoístas,cheios de ódio e ficais completamente desamparadosquando um outro vos precede no caminho do desen-volvimento. É por isso que Cristo desce até vossodesespero, para vos mostrar as possibilidades por meiodas quais podeis conformar vossa consciência pessoalcom a exigência da consciência universal, à qual per-tenceis. É por isso que “haverá alegria no céu por umpecador que se arrepende”, diz a Bíblia. E isso não éuma simples frase mística, mas uma realidade tão natu-ral quanto o pão que precisamos comer para manternosso corpo com vida.

O jugo da lei! Tudo o que falamos até agora explica ojugo das duras leis sob as quais vos curvais, explicavossa condição de escravos, explica todas as tensões

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Toda a bênção e toda a graça radiam de teu ser.Escreveste com teu dedo os caracteres da natureza,e ninguém os pode ler sem ter sido instruído em tua Escola.É por isso que nós, que tudo vemos em tuas divinas mãos,erguemos os olhos a ti, que te dignas a nos sustentar.Senhor, nosso Deus, nós não te louvamos,nós não te honramos, ó Rei da Honra,pois tudo veio de ti e te pertence,tudo retorna a ti e tudo desabrocha por teu amor e tua força.Nada pode escapar de tuas mãos,tudo deve servir à tua glória e à tua magnificência.Só tu és Deus e mais ninguém.Fazes o que queres com teu braço poderoso.Ninguém pode escapar a ti.Ó tu, que és tudo em todos,tu, esplêndido criador de algo a partir do nada;vive em mim, a fim de que eu viva em ti. Amém.

Capítulo 20

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vos incendeia com seu fogo de amor até que não pos-sais mais oferecer resistência, até que pereçais naregião das provas inferiores.

A glória de Deus é intangível! E então vem a vitória.Com a força de um furacão, os coros rejubilam: Deigloria intacta, a glória de Deus é intangível. Acimado tempo e do espaço, acima de todo elemento infe-rior, acima do campo de batalha de nosso vir-a-serpermanece uma certeza eterna: a glória de Deus, oplano de Deus para o mundo e a humanidade éintangível. Não há altura, nem profundidade, nemdistância que possam separar-vos daquele que vosfaz triunfar, que depositou em vós, tal como umasemente, tal como uma possibilidade criadora laten-te, a força da vitória.

Os sete lados e os dois triângulos sétuplos começamagora a gravar nitidamente seus valores em vossa cons-ciência. O que é o sétimo lado de vosso ser? É a forçado Espírito Santo, a fonte do plexo sacro acumuladaem vós, a força criadora superior, latente na natureza.Eis os dois triângulos sétuplos, a dupla força doEspírito Santo, a espada de dois gumes que fendevossa vida inferior para vos permitir finalmente cele-brar a festa de Pentecostes, a festa da coroação da almapela qual vossa consciência-eu é tragada na vitória.

Assim, para todos os que têm ouvidos para ouvir,tudo isso é claro e transparente. Aqueles que têm ouvi-dos para escutar essa voz e olhos para ver a luz que semanifesta nas trevas, esses se prosternam para agrade-cer a Deus Todo-Poderoso, Todo-Sábio e Todo-Eterno,por seu amor inexprimível. Dei gloria intacta!

E com profunda devoção, fundamentada no sabergnóstico, formulamos a antiga prece dos rosacruzes:

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Toda a bênção e toda a graça radiam de teu ser.Escreveste com teu dedo os caracteres da natureza,e ninguém os pode ler sem ter sido instruído em tua Escola.É por isso que nós, que tudo vemos em tuas divinas mãos,erguemos os olhos a ti, que te dignas a nos sustentar.Senhor, nosso Deus, nós não te louvamos,nós não te honramos, ó Rei da Honra,pois tudo veio de ti e te pertence,tudo retorna a ti e tudo desabrocha por teu amor e tua força.Nada pode escapar de tuas mãos,tudo deve servir à tua glória e à tua magnificência.Só tu és Deus e mais ninguém.Fazes o que queres com teu braço poderoso.Ninguém pode escapar a ti.Ó tu, que és tudo em todos,tu, esplêndido criador de algo a partir do nada;vive em mim, a fim de que eu viva em ti. Amém.

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vos incendeia com seu fogo de amor até que não pos-sais mais oferecer resistência, até que pereçais naregião das provas inferiores.

A glória de Deus é intangível! E então vem a vitória.Com a força de um furacão, os coros rejubilam: Deigloria intacta, a glória de Deus é intangível. Acimado tempo e do espaço, acima de todo elemento infe-rior, acima do campo de batalha de nosso vir-a-serpermanece uma certeza eterna: a glória de Deus, oplano de Deus para o mundo e a humanidade éintangível. Não há altura, nem profundidade, nemdistância que possam separar-vos daquele que vosfaz triunfar, que depositou em vós, tal como umasemente, tal como uma possibilidade criadora laten-te, a força da vitória.

Os sete lados e os dois triângulos sétuplos começamagora a gravar nitidamente seus valores em vossa cons-ciência. O que é o sétimo lado de vosso ser? É a forçado Espírito Santo, a fonte do plexo sacro acumuladaem vós, a força criadora superior, latente na natureza.Eis os dois triângulos sétuplos, a dupla força doEspírito Santo, a espada de dois gumes que fendevossa vida inferior para vos permitir finalmente cele-brar a festa de Pentecostes, a festa da coroação da almapela qual vossa consciência-eu é tragada na vitória.

Assim, para todos os que têm ouvidos para ouvir,tudo isso é claro e transparente. Aqueles que têm ouvi-dos para escutar essa voz e olhos para ver a luz que semanifesta nas trevas, esses se prosternam para agrade-cer a Deus Todo-Poderoso, Todo-Sábio e Todo-Eterno,por seu amor inexprimível. Dei gloria intacta!

E com profunda devoção, fundamentada no sabergnóstico, formulamos a antiga prece dos rosacruzes:

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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21Dividimos essa cripta em três partes: a cúpula, ou céu,as paredes, ou lados, e o chão, ou pavimento. Sobre océu, por ora, nada ouvireis de nós – a não ser que eradividido, em seu centro luminoso, por triângulos deacordo com os sete lados. Contudo, o que aí dentro seencontrava, vós, que aguardais a salvação, deveríeis vê-lo de preferência com os próprios olhos, pela graça deDeus. Cada lado estava dividido em dez espaços qua-drados, cada um com suas figuras e sentenças, comonós as reproduzimos em nossa obra, de forma conden-sada, com tanto cuidado e precisão quanto possível.

O chão também estava dividido em triângulos, mas,visto que ali estavam descritos o reino e o poder do regen-te inferior, tais coisas não podem ser prostituídas aomundo ímpio e curioso para seu uso profano. Mas, quemestá em harmonia com o ensinamento celeste pisa nacabeça da antiga serpente, sem medo e sem dano, ao quenosso século é muito adequado.

Fama Fraternitatis R.C.

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21Dividimos essa cripta em três partes: a cúpula, ou céu,as paredes, ou lados, e o chão, ou pavimento. Sobre océu, por ora, nada ouvireis de nós – a não ser que eradividido, em seu centro luminoso, por triângulos deacordo com os sete lados. Contudo, o que aí dentro seencontrava, vós, que aguardais a salvação, deveríeis vê-lo de preferência com os próprios olhos, pela graça deDeus. Cada lado estava dividido em dez espaços qua-drados, cada um com suas figuras e sentenças, comonós as reproduzimos em nossa obra, de forma conden-sada, com tanto cuidado e precisão quanto possível.

O chão também estava dividido em triângulos, mas,visto que ali estavam descritos o reino e o poder do regen-te inferior, tais coisas não podem ser prostituídas aomundo ímpio e curioso para seu uso profano. Mas, quemestá em harmonia com o ensinamento celeste pisa nacabeça da antiga serpente, sem medo e sem dano, ao quenosso século é muito adequado.

Fama Fraternitatis R.C.

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As três partes do sepulcro de C.R.C.

Assim, seguimos o caminho do aluno em seu esforçopara encontrar o acesso ao segredo da cripta e nós nosreunimos em volta do altar circular para entender o sig-nificado das estranhas sentenças que aí estavam inscri-tas. E a Fama vos convida a um exame mais comple-to, a uma pesquisa mais aprofundada da natureza devosso eu mais íntimo, para que desveleis o mistério devossa existência e para que possais seguir o caminhodo Pai, conforme vossa vocação, como filhos de Deus!

Dividimos essa cripta em três partes: a cúpula, ou céu,as paredes, ou lados, e o chão, ou pavimento. Sobre océu, por ora, nada ouvireis de nós – a não ser que eradividido, em seu centro luminoso, por triângulos deacordo com os sete lados. Contudo, o que aí dentro seencontrava, vós, que aguardais a salvação, deveríeis vê-lo de preferência com os próprios olhos, pela graça deDeus. Cada lado estava dividido em dez espaços qua-drados, cada um com suas figuras e sentenças, comonós as reproduzimos em nossa obra, de forma conden-sada, com tanto cuidado e precisão quanto possível.

O chão também estava dividido em triângulos, mas,visto que ali estavam descritos o reino e o poder do regen-te inferior, tais coisas não podem ser prostituídas aomundo ímpio e curioso para seu uso profano. Mas, quem 253

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As três partes do sepulcro de C.R.C.

Assim, seguimos o caminho do aluno em seu esforçopara encontrar o acesso ao segredo da cripta e nós nosreunimos em volta do altar circular para entender o sig-nificado das estranhas sentenças que aí estavam inscri-tas. E a Fama vos convida a um exame mais comple-to, a uma pesquisa mais aprofundada da natureza devosso eu mais íntimo, para que desveleis o mistério devossa existência e para que possais seguir o caminhodo Pai, conforme vossa vocação, como filhos de Deus!

Dividimos essa cripta em três partes: a cúpula, ou céu,as paredes, ou lados, e o chão, ou pavimento. Sobre océu, por ora, nada ouvireis de nós – a não ser que eradividido, em seu centro luminoso, por triângulos deacordo com os sete lados. Contudo, o que aí dentro seencontrava, vós, que aguardais a salvação, deveríeis vê-lo de preferência com os próprios olhos, pela graça deDeus. Cada lado estava dividido em dez espaços qua-drados, cada um com suas figuras e sentenças, comonós as reproduzimos em nossa obra, de forma conden-sada, com tanto cuidado e precisão quanto possível.

O chão também estava dividido em triângulos, mas,visto que ali estavam descritos o reino e o poder do regen-te inferior, tais coisas não podem ser prostituídas aomundo ímpio e curioso para seu uso profano. Mas, quem 253

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apegados-à-terra, e esses vapores fazem adoecer ocorpo e o espírito. Conhecemos também os parapsicó-logos, os homens que querem fazer do supra-sensíveluma ciência acadêmica, com toda a bagagem das cáte-dras de ensino, dos livre-docentes e das autoridadesdoutorais; homens que querem perscrutar com o inte-lecto o plano de Deus, a natureza de Deus.Conhecemos os astrólogos que, por sua ligação com acultura perso-caldaica em vidas anteriores, consideramtudo sob a forma de aspectos, de planetas e de luna-ções. Conhecemos ainda os piramidólogos, que tentamexplicar a natureza de Deus a partir das pedras, sem amínima renovação interior. Vemos essas inúmeras pes-soas que buscam e buscam e que estendem a mão paraagarrar o mistério impenetrável sem conseguir o míni-mo resultado.

Entretanto, essas coisas têm de ser reconhecidas! Éintenção das coisas que um dia conheçais sua razãooculta. Mas, para isso, existe apenas um caminho:quanto ao que está no centro luminoso vós, que aguar-dais a salvação deveríeis vê-lo de preferência com ospróprios olhos, pela graça de Deus.

O vazio entre vós e o mistério impenetrável é comoum finíssimo véu; a natureza das coisas divinas está maispróxima do que mãos e pés porque ela habita em vós,porque o plano de Deus permanece em vós. Entretanto,nada está mais distante quando não quereis mais con-formar vossa vida com a exigência do plano divino.

O aspirante à vida superior que compreende umpouco dessa exigência e que a aplica neste mundocomo um franco-maçom consciente percebe um aspec-to dessa parte superior da abóbada cósmica e da pró-pria câmara sepulcral como um reflexo do macrocos-mo. Mundos se abrem diante dele; passo a passo, ele

Capítulo 21

255

está em harmonia com o ensinamento celeste pisa nacabeça da antiga serpente, sem medo e sem dano, ao quenosso século é muito adequado.

Aí estão os dados da Fama, ofertados à vossa reflexão,e nós vos rogamos que examineis conosco essa lingua-gem aparentemente enigmática.

Colocamo-vos diante da cúpula ou céu, macrocos-micamente vista como os domínios superiores, como otríplice Logos solar: Pai, Filho e Espírito; e, microcos-micamente, como o tríplice ego: o espírito humano, oespírito vital e o espírito divino, em suas relações como corpo material.

Colocamo-vos diante das paredes ou lados, ou seja,diante da estrutura cósmica do plano de desenvolvi-mento no interior do qual vossa evolução se realiza, ediante da natureza de vossa personalidade consideradaem seu aspecto individual: o modus operandi de vossoego na onimanifestação.

Colocamo-vos diante do chão ou pavimento, que éa vida positiva em sua limitação material grosseira,como homens e como humanidade.

Concentremo-nos inicialmente na parte superior, e per-miti-nos começar perguntando: Que sabeis dos mun-dos que nos rodeiam? Que sabeis do grande mistériocósmico?

Incontáveis mãos ímpias estenderam-se para essemistério. Os teólogos falam sobre Deus e sobre Cristo,sobre as forças superiores do céu e do inferno, comsua audácia universitária, mas sem o mínimo conheci-mento de primeira-mão; os sacerdotes tentam ligar-vosa um mundo sobre o qual nada sabem. Os espíritas eclarividentes se aquecem no vapor negro e espesso dos

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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apegados-à-terra, e esses vapores fazem adoecer ocorpo e o espírito. Conhecemos também os parapsicó-logos, os homens que querem fazer do supra-sensíveluma ciência acadêmica, com toda a bagagem das cáte-dras de ensino, dos livre-docentes e das autoridadesdoutorais; homens que querem perscrutar com o inte-lecto o plano de Deus, a natureza de Deus.Conhecemos os astrólogos que, por sua ligação com acultura perso-caldaica em vidas anteriores, consideramtudo sob a forma de aspectos, de planetas e de luna-ções. Conhecemos ainda os piramidólogos, que tentamexplicar a natureza de Deus a partir das pedras, sem amínima renovação interior. Vemos essas inúmeras pes-soas que buscam e buscam e que estendem a mão paraagarrar o mistério impenetrável sem conseguir o míni-mo resultado.

Entretanto, essas coisas têm de ser reconhecidas! Éintenção das coisas que um dia conheçais sua razãooculta. Mas, para isso, existe apenas um caminho:quanto ao que está no centro luminoso vós, que aguar-dais a salvação deveríeis vê-lo de preferência com ospróprios olhos, pela graça de Deus.

O vazio entre vós e o mistério impenetrável é comoum finíssimo véu; a natureza das coisas divinas está maispróxima do que mãos e pés porque ela habita em vós,porque o plano de Deus permanece em vós. Entretanto,nada está mais distante quando não quereis mais con-formar vossa vida com a exigência do plano divino.

O aspirante à vida superior que compreende umpouco dessa exigência e que a aplica neste mundocomo um franco-maçom consciente percebe um aspec-to dessa parte superior da abóbada cósmica e da pró-pria câmara sepulcral como um reflexo do macrocos-mo. Mundos se abrem diante dele; passo a passo, ele

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está em harmonia com o ensinamento celeste pisa nacabeça da antiga serpente, sem medo e sem dano, ao quenosso século é muito adequado.

Aí estão os dados da Fama, ofertados à vossa reflexão,e nós vos rogamos que examineis conosco essa lingua-gem aparentemente enigmática.

Colocamo-vos diante da cúpula ou céu, macrocos-micamente vista como os domínios superiores, como otríplice Logos solar: Pai, Filho e Espírito; e, microcos-micamente, como o tríplice ego: o espírito humano, oespírito vital e o espírito divino, em suas relações como corpo material.

Colocamo-vos diante das paredes ou lados, ou seja,diante da estrutura cósmica do plano de desenvolvi-mento no interior do qual vossa evolução se realiza, ediante da natureza de vossa personalidade consideradaem seu aspecto individual: o modus operandi de vossoego na onimanifestação.

Colocamo-vos diante do chão ou pavimento, que éa vida positiva em sua limitação material grosseira,como homens e como humanidade.

Concentremo-nos inicialmente na parte superior, e per-miti-nos começar perguntando: Que sabeis dos mun-dos que nos rodeiam? Que sabeis do grande mistériocósmico?

Incontáveis mãos ímpias estenderam-se para essemistério. Os teólogos falam sobre Deus e sobre Cristo,sobre as forças superiores do céu e do inferno, comsua audácia universitária, mas sem o mínimo conheci-mento de primeira-mão; os sacerdotes tentam ligar-vosa um mundo sobre o qual nada sabem. Os espíritas eclarividentes se aquecem no vapor negro e espesso dos

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Lemos que Maria, ouvindo essas palavras, alegra-seplenamente, e que o pequeno em seu ventre estreme-ce de alegria. É a libertação do espírito vital que estáse aproximando, espírito que, nascido do Pai, do espí-rito divino, atuará como governante da personalidade.Sem dúvida alguma essas coisas são difíceis de enten-der. É a linguagem da parte superior da abóbada, é afilosofia dos rosacruzes. Trata-se da obra de construçãode Deus neste mundo. Se quereis colaborar com essaconstrução, será preciso que vos esforceis para com-preender essa palavra de Deus, isto é, a linguagemdessa parte superior do sepulcro.

A tarefa que o espírito humano deve cumprir nogrande processo a fim de compreender essa linguagemé essencial para todo e qualquer progresso dentro daEscola de Mistérios da Rosacruz. É por isso que todasas forças das trevas estão sempre fazendo os maioresesforços para isolar, para velar esse centro de nossainteligência, para encobri-lo e acorrentá-lo à naturezados desejos inferiores. Assim como na Atlântida as for-ças das trevas isolaram outrora o corpo material docorpo vital, atualmente elas tentam isolar toda a perso-nalidade, e com ela a ligação da faculdade intelectual,do ego, do espírito tríplice.

A tática desse ataque é simples e ele poderia facil-mente ser repelido se existisse um conhecimento sufi-ciente dessas coisas; mas cuidai para não assimilar esseconhecimento por meio da compreensão intelectual, quesempre estamos tentando satisfazer. O conhecimentoaqui mencionado é adquirido pela percepção espiritual,resultado de um crescimento espiritual na vida real. É aesse conhecimento que nos referimos; é por isso que aBíblia clama: “O meu povo se perde por falta de conhe-cimento”. No entanto, o aluno que, seguindo a senda do

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penetra por detrás do véu. Ele toma parte do conheci-mento de primeira-mão, da realidade do triângulo lumi-noso do centro, e exclama: “Nascido de Deus, morto emJesus, renascido pelo Espírito Santo”. Ele sabe que foiintroduzido pelo Filho na natureza do Pai, para que ofogo do Espírito o inflame. Ele vê como esse triânguloluminoso, como essa tríplice manifestação divina irradiasetuplamente de todos os lados. Ele conhece os seteselos de Deus, as sete forças da realização universal; elasvêm até ele como Gabriel, a força sétupla que está dian-te de Deus, quando, assim como o sacerdote Zacarias,ele traz ao mundo e à humanidade a oferenda de ondesobe o perfume de suas forças de alma realizadas.

O aluno chega a conhecer o milagre de sua próprialuz espiritual tríplice, inflamada pela luz de Deus. Aqui,o “Abre-te, Sésamo!” deve ser pronunciado pelo espíri-to humano que, na câmara do rei, envolve o átomo-semente da faculdade de pensar. Esse espírito humanoé a rosa branca, a figura de João, o precursor de Cristoem nós. Quando o espelho do poder de pensar, oátomo-semente, se ilumina lentamente no desertodesta vida graças à ação justa, o espírito humano, nomomento psicológico, encontra acesso ao mundo dopensamento abstrato, onde o plano de Deus irradiacomo um triângulo luminoso que se manifesta setupla-mente. Daí resulta uma relação consciente do ego como mundo do pensamento abstrato; a criança João logopoderá nascer. E “Isabel”, ou seja, a certeza em nós deque Deus, o Pai, prestou juramento de que não aban-donaria a obra de suas mãos, anuncia em uma idadeavançada – pois o combate foi longo e difícil – essepróximo nascimento a “Maria”, que simboliza a revira-volta interna, essa verdadeira revolução resultante dotoque crístico.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Lemos que Maria, ouvindo essas palavras, alegra-seplenamente, e que o pequeno em seu ventre estreme-ce de alegria. É a libertação do espírito vital que estáse aproximando, espírito que, nascido do Pai, do espí-rito divino, atuará como governante da personalidade.Sem dúvida alguma essas coisas são difíceis de enten-der. É a linguagem da parte superior da abóbada, é afilosofia dos rosacruzes. Trata-se da obra de construçãode Deus neste mundo. Se quereis colaborar com essaconstrução, será preciso que vos esforceis para com-preender essa palavra de Deus, isto é, a linguagemdessa parte superior do sepulcro.

A tarefa que o espírito humano deve cumprir nogrande processo a fim de compreender essa linguagemé essencial para todo e qualquer progresso dentro daEscola de Mistérios da Rosacruz. É por isso que todasas forças das trevas estão sempre fazendo os maioresesforços para isolar, para velar esse centro de nossainteligência, para encobri-lo e acorrentá-lo à naturezados desejos inferiores. Assim como na Atlântida as for-ças das trevas isolaram outrora o corpo material docorpo vital, atualmente elas tentam isolar toda a perso-nalidade, e com ela a ligação da faculdade intelectual,do ego, do espírito tríplice.

A tática desse ataque é simples e ele poderia facil-mente ser repelido se existisse um conhecimento sufi-ciente dessas coisas; mas cuidai para não assimilar esseconhecimento por meio da compreensão intelectual, quesempre estamos tentando satisfazer. O conhecimentoaqui mencionado é adquirido pela percepção espiritual,resultado de um crescimento espiritual na vida real. É aesse conhecimento que nos referimos; é por isso que aBíblia clama: “O meu povo se perde por falta de conhe-cimento”. No entanto, o aluno que, seguindo a senda do

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penetra por detrás do véu. Ele toma parte do conheci-mento de primeira-mão, da realidade do triângulo lumi-noso do centro, e exclama: “Nascido de Deus, morto emJesus, renascido pelo Espírito Santo”. Ele sabe que foiintroduzido pelo Filho na natureza do Pai, para que ofogo do Espírito o inflame. Ele vê como esse triânguloluminoso, como essa tríplice manifestação divina irradiasetuplamente de todos os lados. Ele conhece os seteselos de Deus, as sete forças da realização universal; elasvêm até ele como Gabriel, a força sétupla que está dian-te de Deus, quando, assim como o sacerdote Zacarias,ele traz ao mundo e à humanidade a oferenda de ondesobe o perfume de suas forças de alma realizadas.

O aluno chega a conhecer o milagre de sua próprialuz espiritual tríplice, inflamada pela luz de Deus. Aqui,o “Abre-te, Sésamo!” deve ser pronunciado pelo espíri-to humano que, na câmara do rei, envolve o átomo-semente da faculdade de pensar. Esse espírito humanoé a rosa branca, a figura de João, o precursor de Cristoem nós. Quando o espelho do poder de pensar, oátomo-semente, se ilumina lentamente no desertodesta vida graças à ação justa, o espírito humano, nomomento psicológico, encontra acesso ao mundo dopensamento abstrato, onde o plano de Deus irradiacomo um triângulo luminoso que se manifesta setupla-mente. Daí resulta uma relação consciente do ego como mundo do pensamento abstrato; a criança João logopoderá nascer. E “Isabel”, ou seja, a certeza em nós deque Deus, o Pai, prestou juramento de que não aban-donaria a obra de suas mãos, anuncia em uma idadeavançada – pois o combate foi longo e difícil – essepróximo nascimento a “Maria”, que simboliza a revira-volta interna, essa verdadeira revolução resultante dotoque crístico.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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tica e filosófica, explica-se a noção de totalidade; é uminfluxo ininterrupto de forças cósmicas, graças a umaeliminação de obstáculos. Essas forças são designadascabalisticamente pelo número dez, em alusão ao influ-xo de energia de Vulcano, que emana da base mágicada pirâmide, o quadrado. Essa concepção é puramen-te evangélica. Acreditamos ter sido Rudolf Steinerquem chamou a atenção de seus alunos para o fato deque, quando se fala em “décima hora” no evangelhode João, é sempre com relação a um influxo de forçascósmicas. Quando Cristo encontra seus primeiros discí-pulos, é dito: “E era a décima hora”.

Encontramos igualmente nos evangelhos os setevezes dez quadrados, as setenta forças, sob a forma damissão dos setenta discípulos que devem passar porsua prova. Essa elevação, esse aperfeiçoamento da per-sonalidade, resulta do milagre realizado pelo aluno; ossetenta quadrados, os setenta discípulos, as setenta for-ças o impulsionam até a terceira parte do sepulcro, afim de edificar sua própria construção com a ajuda des-sas imagens e dessas máximas, guiado pelo triânguloluminoso de irradiação sétupla.

O chão também estava dividido em triângulos, mas, vistoque ali estavam descritos o reino e o poder do regenteinferior, tais coisas não podem ser prostituídas ao mundoímpio e curioso para seu uso profano.

Estais finalmente colocados na base da vida dialética,com os pés solidamente fincados neste lugar de mortee de destruição. A luz do triângulo reflete-se nestemundo: “Assim como é em cima, assim é embaixo”.Com o auxílio dessa luz, estareis aptos a transformar “oque é embaixo” em “o que é em cima”.

Capítulo 21

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Senhor, sabe ligar o espírito humano ao mundo dopensamento abstrato chega ao saber universal absolu-to, a um saber perto do qual o poder intelectual nãopassa de uma caricatura.

Essa fonte de saber, à qual aludimos, permite-voscompreender o que se entende por “parede” ou ladosda abóbada sepulcral.

Um explorador exotérico dessa linguagem da Famadisse: “Se as medidas indicadas – cinco pés de largurae oito de altura – devem ser consideradas como exataspara cada uma dessas paredes, então é impossível queelas possam ser divididas, cada uma, em dez quadra-dos. Aqui estamos diante de um dilema: ou essesdados são inexatos, ou a divisão dessa superfície supe-rior em dez quadrados é descrita com uma intençãoespecial.”

Essa intenção certamente existe. Quando o alunoconsegue entrar conscientemente no mundo do pensa-mento abstrato, ele descobre que não se trata somentede um plano de Deus, mas também de uma força deDeus. No aspirante que atinge esse ponto de desenvol-vimento manifesta-se um influxo de forças cósmicasque penetram até as fibras mais tênues de sua perso-nalidade, preenchendo-a inteiramente com uma novavida, uma eternidade no tempo.

Essas forças são diferentes umas das outras em seuaspecto; elas podem ser utilizadas de muitas maneiras;diversas imagens podem ser tiradas daí, e por elas,diversos aforismos podem ser expressos; imagens eaforismos que estão fielmente transcritos nas publica-ções da Ordem.

Ora, a luz sétupla do triângulo na abóbada irradiaao longo das sete paredes e manifesta-se em sete vezesdez quadrados. De início, por essa designação cabalís-

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tica e filosófica, explica-se a noção de totalidade; é uminfluxo ininterrupto de forças cósmicas, graças a umaeliminação de obstáculos. Essas forças são designadascabalisticamente pelo número dez, em alusão ao influ-xo de energia de Vulcano, que emana da base mágicada pirâmide, o quadrado. Essa concepção é puramen-te evangélica. Acreditamos ter sido Rudolf Steinerquem chamou a atenção de seus alunos para o fato deque, quando se fala em “décima hora” no evangelhode João, é sempre com relação a um influxo de forçascósmicas. Quando Cristo encontra seus primeiros discí-pulos, é dito: “E era a décima hora”.

Encontramos igualmente nos evangelhos os setevezes dez quadrados, as setenta forças, sob a forma damissão dos setenta discípulos que devem passar porsua prova. Essa elevação, esse aperfeiçoamento da per-sonalidade, resulta do milagre realizado pelo aluno; ossetenta quadrados, os setenta discípulos, as setenta for-ças o impulsionam até a terceira parte do sepulcro, afim de edificar sua própria construção com a ajuda des-sas imagens e dessas máximas, guiado pelo triânguloluminoso de irradiação sétupla.

O chão também estava dividido em triângulos, mas, vistoque ali estavam descritos o reino e o poder do regenteinferior, tais coisas não podem ser prostituídas ao mundoímpio e curioso para seu uso profano.

Estais finalmente colocados na base da vida dialética,com os pés solidamente fincados neste lugar de mortee de destruição. A luz do triângulo reflete-se nestemundo: “Assim como é em cima, assim é embaixo”.Com o auxílio dessa luz, estareis aptos a transformar “oque é embaixo” em “o que é em cima”.

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Senhor, sabe ligar o espírito humano ao mundo dopensamento abstrato chega ao saber universal absolu-to, a um saber perto do qual o poder intelectual nãopassa de uma caricatura.

Essa fonte de saber, à qual aludimos, permite-voscompreender o que se entende por “parede” ou ladosda abóbada sepulcral.

Um explorador exotérico dessa linguagem da Famadisse: “Se as medidas indicadas – cinco pés de largurae oito de altura – devem ser consideradas como exataspara cada uma dessas paredes, então é impossível queelas possam ser divididas, cada uma, em dez quadra-dos. Aqui estamos diante de um dilema: ou essesdados são inexatos, ou a divisão dessa superfície supe-rior em dez quadrados é descrita com uma intençãoespecial.”

Essa intenção certamente existe. Quando o alunoconsegue entrar conscientemente no mundo do pensa-mento abstrato, ele descobre que não se trata somentede um plano de Deus, mas também de uma força deDeus. No aspirante que atinge esse ponto de desenvol-vimento manifesta-se um influxo de forças cósmicasque penetram até as fibras mais tênues de sua perso-nalidade, preenchendo-a inteiramente com uma novavida, uma eternidade no tempo.

Essas forças são diferentes umas das outras em seuaspecto; elas podem ser utilizadas de muitas maneiras;diversas imagens podem ser tiradas daí, e por elas,diversos aforismos podem ser expressos; imagens eaforismos que estão fielmente transcritos nas publica-ções da Ordem.

Ora, a luz sétupla do triângulo na abóbada irradiaao longo das sete paredes e manifesta-se em sete vezesdez quadrados. De início, por essa designação cabalís-

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22Cada um dos lados tinha uma porta que dava para umcofre onde se encontravam diversos objetos, principal-mente todos os nossos livros, os quais, aliás, já possuía-mos, assim como o Vocabularium de TeofrastoParacelso de Hohenheim e outros escritos que damos aconhecer sem dissimulação todos os dias. Também des-cobrimos aí seu Itinerarium e sua Vitam, de onde tira-mos o essencial daquilo que estamos relatando.

Em um outro armário havia espelhos com diversasvirtudes, e em outro lugar, sinetas, lamparinas acesas etambém algumas canções artísticas maravilhosas, tudodisposto de tal modo que, muitos séculos mais tarde,caso toda a Ordem ou Fraternidade perecesse, tudopoderia ser reconstituído a partir unicamente dessacripta.

Fama Fraternitatis R.C.

O iniciado executa esse trabalho com a ajuda dassetenta grandes forças que adquiriu e segundo um sis-tema de trabalho inteiramente em conformidade com aestrutura do mundo, ou seja: a base sobre a qual eledeve erigir sua construção está completamente subme-tida ao poder dos regentes inferiores, das forças doabismo, dos valores negativos que por sua natureza seopõem a toda evolução. E é sobre a base dessa estru-tura que vossa construção deve ser erigida.

Esse santo método é inatacável, de um grande dina-mismo e triunfa com certeza absoluta sobre todo equalquer obstáculo. Mas aplicá-lo é uma tarefa árdua:exige cabeças, corações e mãos. É a luta com o fogoda bondade, da verdade e da justiça, das sete chamasdo triângulo.

Com o auxílio dessa visão, colocamo-vos diante da gran-de obra, diante do trabalho do amor. Oramos para quetambém possais, um dia, entrar no sepulcro de CristianoRosacruz e contemplar as três partes irradiantes.

Mais próxima do que mãos e pés está a força quese dirige a vós, com o auxílio da qual podereis pisarsem temor nem medo a cabeça da antiga serpente.Assim podereis juntar-vos aos coros dos vulcanianos dapeça de teatro Perseu: “Gloria, Gloria in excelsis Deo.Nele reside a harmonia de milhões de coisas”.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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22Cada um dos lados tinha uma porta que dava para umcofre onde se encontravam diversos objetos, principal-mente todos os nossos livros, os quais, aliás, já possuía-mos, assim como o Vocabularium de TeofrastoParacelso de Hohenheim e outros escritos que damos aconhecer sem dissimulação todos os dias. Também des-cobrimos aí seu Itinerarium e sua Vitam, de onde tira-mos o essencial daquilo que estamos relatando.

Em um outro armário havia espelhos com diversasvirtudes, e em outro lugar, sinetas, lamparinas acesas etambém algumas canções artísticas maravilhosas, tudodisposto de tal modo que, muitos séculos mais tarde,caso toda a Ordem ou Fraternidade perecesse, tudopoderia ser reconstituído a partir unicamente dessacripta.

Fama Fraternitatis R.C.

O iniciado executa esse trabalho com a ajuda dassetenta grandes forças que adquiriu e segundo um sis-tema de trabalho inteiramente em conformidade com aestrutura do mundo, ou seja: a base sobre a qual eledeve erigir sua construção está completamente subme-tida ao poder dos regentes inferiores, das forças doabismo, dos valores negativos que por sua natureza seopõem a toda evolução. E é sobre a base dessa estru-tura que vossa construção deve ser erigida.

Esse santo método é inatacável, de um grande dina-mismo e triunfa com certeza absoluta sobre todo equalquer obstáculo. Mas aplicá-lo é uma tarefa árdua:exige cabeças, corações e mãos. É a luta com o fogoda bondade, da verdade e da justiça, das sete chamasdo triângulo.

Com o auxílio dessa visão, colocamo-vos diante da gran-de obra, diante do trabalho do amor. Oramos para quetambém possais, um dia, entrar no sepulcro de CristianoRosacruz e contemplar as três partes irradiantes.

Mais próxima do que mãos e pés está a força quese dirige a vós, com o auxílio da qual podereis pisarsem temor nem medo a cabeça da antiga serpente.Assim podereis juntar-vos aos coros dos vulcanianos dapeça de teatro Perseu: “Gloria, Gloria in excelsis Deo.Nele reside a harmonia de milhões de coisas”.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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O vocabulário, o itinerário e a vida de Paracelso

Sabeis que a cortina do templo de Jerusalém rasgou-sequando Cristo fez seu sacrifício, no lugar do crânio,para o mundo e para a humanidade. Esperamos queconheçais o profundo significado desse acontecimento.A situação exclusiva do sacerdócio levítico foi reduzi-da a nada no momento em que, graças ao sacrifício desangue de Cristo, seu ser ligou-se ao de todos nós. Daías palavras “Nele vivemos, movemo-nos e temos nossoser”, pronunciadas mais tarde por Paulo, adquiriramtodo o seu poder. O sumo sacerdote já não será oúnico a poder penetrar por detrás do véu que leva aoSanto dos Santos, mas pelo ato de Cristo, o Santo dosSantos está aberto a cada homem que queira entrar notemplo da realização. Já não haverá um grupo sacerdo-tal especialmente eleito como um vínculo entre o invi-sível e o visível, como um fator unificador entre Deuse o homem; mas, a partir desse momento, a iniciação,a libertação e a filiação divina tornaram-se possíveispara cada entidade humana que aceita submergir emCristo. Por essa manifestação de Deus, o sacerdócio doAntigo Testamento foi definitivamente destronado, e anós foram-nos dadas a elevada condição real e sua vir-tude: o sacerdócio individual.

Então, um raio rasga o véu em dois e nos encontra-mos no deserto da existência dialética, e escutamos a 263

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O vocabulário, o itinerário e a vida de Paracelso

Sabeis que a cortina do templo de Jerusalém rasgou-sequando Cristo fez seu sacrifício, no lugar do crânio,para o mundo e para a humanidade. Esperamos queconheçais o profundo significado desse acontecimento.A situação exclusiva do sacerdócio levítico foi reduzi-da a nada no momento em que, graças ao sacrifício desangue de Cristo, seu ser ligou-se ao de todos nós. Daías palavras “Nele vivemos, movemo-nos e temos nossoser”, pronunciadas mais tarde por Paulo, adquiriramtodo o seu poder. O sumo sacerdote já não será oúnico a poder penetrar por detrás do véu que leva aoSanto dos Santos, mas pelo ato de Cristo, o Santo dosSantos está aberto a cada homem que queira entrar notemplo da realização. Já não haverá um grupo sacerdo-tal especialmente eleito como um vínculo entre o invi-sível e o visível, como um fator unificador entre Deuse o homem; mas, a partir desse momento, a iniciação,a libertação e a filiação divina tornaram-se possíveispara cada entidade humana que aceita submergir emCristo. Por essa manifestação de Deus, o sacerdócio doAntigo Testamento foi definitivamente destronado, e anós foram-nos dadas a elevada condição real e sua vir-tude: o sacerdócio individual.

Então, um raio rasga o véu em dois e nos encontra-mos no deserto da existência dialética, e escutamos a 263

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mentares noções de cristianismo. A prova de que nãoqueremos nada além de vos transmitir a intenção ori-ginal e a clareza divina da sabedoria primordial darosacruz, vós a encontrareis neste trecho da Fama:

...tudo disposto de tal modo que, muitos séculos maistarde, caso toda a Ordem ou Fraternidade perecesse,tudo poderia ser reconstituído a partir unicamente dessacripta.

Se, por qualquer circunstância que seja, toda a sabedo-ria esotérica viesse a extinguir-se, ela poderia renascera partir de nosso próprio ser. A Rosacruz não desejasenão ajudar-vos, com infinito amor, a aprender a ver-vos e conhecer-vos como filhos de Deus.

A sabedoria divina expressa-se na criação. Muito jáfoi falado sobre a sabedoria divina para toda a huma-nidade, mas ninguém jamais entendeu isso a não ser apartir do momento em que Cristo começou a irradiarem vossa vida e vivenciastes suas palavras: “Amarás oSenhor teu Deus de todo o teu coração (amor), e detoda a tua alma (ação), e de todo o teu entendimento(supremo conhecimento)”. “Deus nunca foi visto poralguém; o Filho unigênito, que está no seio do Pai,esse o fez conhecer.” No Filho, podeis vivenciar o Pai.

Mesmo estudando toda a literatura, antes quevenha a regeneração jamais poderemos contemplarnem compreender a sabedoria da Rosa e da Cruz comosíntese de Cristo. Do que precede, vemos que toda asabedoria está perdida para vós e que não vos restanenhum rastro sequer da Fraternidade da Luz; e, noentanto, essa sabedoria está sepultada no imo de vossoser. É esse o tesouro que a Fama quer vos mostrar. Elanão pode explicá-lo para vós; ela quer mostrá-lo para

Capítulo 22

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voz de Cristo: “Sem mim nada podeis”. Essa é a lingua-gem do cristianismo.

O homem que não conheceu Cristo, que não com-preende o cristianismo, busca um ídolo. Sempre esco-lheis esse ídolo conforme vossas inclinações; seja aigreja, vosso partido, um clube de bridge, vosso espor-te, vosso filho, vossa sociedade rosacruz ou qualqueroutra coisa. E vosso ídolo vos faz mentir, enganai-vosa vós mesmos e aos outros. Brincais de ser homens,mas sois animais.

Com o passar dos anos, muitas pessoas nos repro-varam dizendo que nos afastamos do caminho rosa-cruz, que nosso gnosticismo era pura invencionice denossa parte, e que havia pontos importantes que entra-vam em conflito com o que era ensinado em outroslugares. De fato, muitas pessoas já falaram e escreve-ram sobre a Rosacruz, mas seria melhor que tivessemse calado. Do mesmo modo, muitos falam sobre o cris-tianismo, mas dele fazem uma caricatura que desonrao divino.

Se quereis aproximar-vos da Fama Fraternitatis,tendes o direito de ouvir a verdade. É por isso quesempre sentimos essa vocação como uma chicotada, enunca deixamos de vos dizer que a filosofia rosacruznunca foi e nunca quis ser outra coisa a não ser o cris-tianismo da realidade, nada mais que “um grão semea-do no coração de Jesus Cristo”.

A tarefa, a maneira de trabalhar, o objetivo daEscola de Mistérios passaram a ser totalmente diferen-tes desde o tempo de João Batista. A Escola deMistérios da Rosacruz não deseja desempenhar o papelde intermediário entre vós e o mistério divino; ela jánão poderia. Tudo o que podemos dizer a esse respei-to não passa de bobagens desprovidas das mais ele-

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mentares noções de cristianismo. A prova de que nãoqueremos nada além de vos transmitir a intenção ori-ginal e a clareza divina da sabedoria primordial darosacruz, vós a encontrareis neste trecho da Fama:

...tudo disposto de tal modo que, muitos séculos maistarde, caso toda a Ordem ou Fraternidade perecesse,tudo poderia ser reconstituído a partir unicamente dessacripta.

Se, por qualquer circunstância que seja, toda a sabedo-ria esotérica viesse a extinguir-se, ela poderia renascera partir de nosso próprio ser. A Rosacruz não desejasenão ajudar-vos, com infinito amor, a aprender a ver-vos e conhecer-vos como filhos de Deus.

A sabedoria divina expressa-se na criação. Muito jáfoi falado sobre a sabedoria divina para toda a huma-nidade, mas ninguém jamais entendeu isso a não ser apartir do momento em que Cristo começou a irradiarem vossa vida e vivenciastes suas palavras: “Amarás oSenhor teu Deus de todo o teu coração (amor), e detoda a tua alma (ação), e de todo o teu entendimento(supremo conhecimento)”. “Deus nunca foi visto poralguém; o Filho unigênito, que está no seio do Pai,esse o fez conhecer.” No Filho, podeis vivenciar o Pai.

Mesmo estudando toda a literatura, antes quevenha a regeneração jamais poderemos contemplarnem compreender a sabedoria da Rosa e da Cruz comosíntese de Cristo. Do que precede, vemos que toda asabedoria está perdida para vós e que não vos restanenhum rastro sequer da Fraternidade da Luz; e, noentanto, essa sabedoria está sepultada no imo de vossoser. É esse o tesouro que a Fama quer vos mostrar. Elanão pode explicá-lo para vós; ela quer mostrá-lo para

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voz de Cristo: “Sem mim nada podeis”. Essa é a lingua-gem do cristianismo.

O homem que não conheceu Cristo, que não com-preende o cristianismo, busca um ídolo. Sempre esco-lheis esse ídolo conforme vossas inclinações; seja aigreja, vosso partido, um clube de bridge, vosso espor-te, vosso filho, vossa sociedade rosacruz ou qualqueroutra coisa. E vosso ídolo vos faz mentir, enganai-vosa vós mesmos e aos outros. Brincais de ser homens,mas sois animais.

Com o passar dos anos, muitas pessoas nos repro-varam dizendo que nos afastamos do caminho rosa-cruz, que nosso gnosticismo era pura invencionice denossa parte, e que havia pontos importantes que entra-vam em conflito com o que era ensinado em outroslugares. De fato, muitas pessoas já falaram e escreve-ram sobre a Rosacruz, mas seria melhor que tivessemse calado. Do mesmo modo, muitos falam sobre o cris-tianismo, mas dele fazem uma caricatura que desonrao divino.

Se quereis aproximar-vos da Fama Fraternitatis,tendes o direito de ouvir a verdade. É por isso quesempre sentimos essa vocação como uma chicotada, enunca deixamos de vos dizer que a filosofia rosacruznunca foi e nunca quis ser outra coisa a não ser o cris-tianismo da realidade, nada mais que “um grão semea-do no coração de Jesus Cristo”.

A tarefa, a maneira de trabalhar, o objetivo daEscola de Mistérios passaram a ser totalmente diferen-tes desde o tempo de João Batista. A Escola deMistérios da Rosacruz não deseja desempenhar o papelde intermediário entre vós e o mistério divino; ela jánão poderia. Tudo o que podemos dizer a esse respei-to não passa de bobagens desprovidas das mais ele-

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da emoção que os comoveu quando obtiveram pelaprimeira vez o conhecimento dessas pérolas de sabe-doria. O aluno recebeu uma compreensão muito valio-sa sobre sua constituição sétupla, e quanto mais seaprofunda nisso, mais estará em condição de intensifi-car a luz de seu triângulo e enviá-la para baixo, aolongo das sete paredes, e mais poderá perceber opoderoso mistério de Deus depositado em sua criaçãoe em sua criatura. De fato, ele possui inúmeras revela-ções espirituais, nas quais lhe é permitido ler, e ele asdescobre também nos outros, como uma posse positi-va.

No entanto, apesar de rejubilar-se sinceramentecom isso, falta-lhe a posse de alguma coisa essencial,o mais importante, ou seja, o Vocabulário, o Itinerárioe a Vida de Teofrasto Paracelso de Hohenheim. Aí estáo maior tesouro que os irmãos da Rosacruz descobri-ram no sepulcro de C.R.C. Com ânimo puro, diaria-mente eles tomam conhecimento desse tesouro, doqual são extraídos todos os comunicados do verdadei-ro Irmão R.C.

Sem dúvida alguma, já descobristes o que contémesse vocabulário, esse guia e essa vida, pois definitiva-mente é muito simples. A chave dessa sabedoria estáoculta no nome simbólico Teofrasto Paracelso deHohenheim. O vocabulário nós o recebemos deTeofrasto, que quer dizer: o intérprete de Deus. OItinerário ou guia, nós o recebemos de Paracelso, quequer dizer: o sublime. E a verdadeira vida, nos é des-crita por de Hohenheim, o homem que habita umamorada elevada, o Castelo Mont Salvat.

Quando viveis “a vida” de acordo com a exigênciafixada pela vontade de Deus; quando seguis o caminhodaquele que vos diz: “Sede meus seguidores”, um novo

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vós para que, compreendendo vossa maravilhosariqueza, coloqueis as mãos no arado, comeceis a traba-lhar, aceiteis tomar as armas para conquistar o “reinoque está em vós”. É esse tesouro escondido em vós quevamos descrever, conforme as indicações da Fama.

Se pudésseis, conforme descrito na Fama, chegar atal ponto de conseguir que o triângulo iluminado emvosso ser – ou seja, a “consciência do Pai” em vós –começasse a manifestar-se no alto do sepulcro – oponto mais alto do mistério de vosso mais profundoser – como bondade, verdade e justiça, experimenta-ríeis uma maravilhosa iluminação. As luzes do triângu-lo se manifestariam setuplamente; veríeis vosso serirradiar como um candelabro de sete braços no santuá-rio de Deus. A luz divina em vós se espalharia pelassete paredes do sepulcro e vossa natureza sétuplaabrir-se-ia como um livro. Descobriríeis que cada umde vossos sete veículos possui uma chave que vos per-mitirá penetrar cada mistério desses veículos:

Cada um dos lados tinha uma porta que dava para umcofre onde se encontravam diversos objetos, principal-mente todos os nossos livros, os quais, aliás, já possuía-mos, assim como o Vocabularium de Teofrasto Paracelsode Hohenheim e outros escritos que damos a conhecersem dissimulação todos os dias. Também descobrimos aíseu Itinerarium e sua Vitam, de onde tiramos o essencialdaquilo que estamos relatando.

Quando estudamos a maravilhosa constituição dohomem à luz da filosofia esotérica, constatamos quepossuímos um tesouro de conhecimentos sobre esseassunto. Com o passar das eras, inúmeros mistériosforam revelados, e muitos são aqueles que se lembram

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da emoção que os comoveu quando obtiveram pelaprimeira vez o conhecimento dessas pérolas de sabe-doria. O aluno recebeu uma compreensão muito valio-sa sobre sua constituição sétupla, e quanto mais seaprofunda nisso, mais estará em condição de intensifi-car a luz de seu triângulo e enviá-la para baixo, aolongo das sete paredes, e mais poderá perceber opoderoso mistério de Deus depositado em sua criaçãoe em sua criatura. De fato, ele possui inúmeras revela-ções espirituais, nas quais lhe é permitido ler, e ele asdescobre também nos outros, como uma posse positi-va.

No entanto, apesar de rejubilar-se sinceramentecom isso, falta-lhe a posse de alguma coisa essencial,o mais importante, ou seja, o Vocabulário, o Itinerárioe a Vida de Teofrasto Paracelso de Hohenheim. Aí estáo maior tesouro que os irmãos da Rosacruz descobri-ram no sepulcro de C.R.C. Com ânimo puro, diaria-mente eles tomam conhecimento desse tesouro, doqual são extraídos todos os comunicados do verdadei-ro Irmão R.C.

Sem dúvida alguma, já descobristes o que contémesse vocabulário, esse guia e essa vida, pois definitiva-mente é muito simples. A chave dessa sabedoria estáoculta no nome simbólico Teofrasto Paracelso deHohenheim. O vocabulário nós o recebemos deTeofrasto, que quer dizer: o intérprete de Deus. OItinerário ou guia, nós o recebemos de Paracelso, quequer dizer: o sublime. E a verdadeira vida, nos é des-crita por de Hohenheim, o homem que habita umamorada elevada, o Castelo Mont Salvat.

Quando viveis “a vida” de acordo com a exigênciafixada pela vontade de Deus; quando seguis o caminhodaquele que vos diz: “Sede meus seguidores”, um novo

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vós para que, compreendendo vossa maravilhosariqueza, coloqueis as mãos no arado, comeceis a traba-lhar, aceiteis tomar as armas para conquistar o “reinoque está em vós”. É esse tesouro escondido em vós quevamos descrever, conforme as indicações da Fama.

Se pudésseis, conforme descrito na Fama, chegar atal ponto de conseguir que o triângulo iluminado emvosso ser – ou seja, a “consciência do Pai” em vós –começasse a manifestar-se no alto do sepulcro – oponto mais alto do mistério de vosso mais profundoser – como bondade, verdade e justiça, experimenta-ríeis uma maravilhosa iluminação. As luzes do triângu-lo se manifestariam setuplamente; veríeis vosso serirradiar como um candelabro de sete braços no santuá-rio de Deus. A luz divina em vós se espalharia pelassete paredes do sepulcro e vossa natureza sétuplaabrir-se-ia como um livro. Descobriríeis que cada umde vossos sete veículos possui uma chave que vos per-mitirá penetrar cada mistério desses veículos:

Cada um dos lados tinha uma porta que dava para umcofre onde se encontravam diversos objetos, principal-mente todos os nossos livros, os quais, aliás, já possuía-mos, assim como o Vocabularium de Teofrasto Paracelsode Hohenheim e outros escritos que damos a conhecersem dissimulação todos os dias. Também descobrimos aíseu Itinerarium e sua Vitam, de onde tiramos o essencialdaquilo que estamos relatando.

Quando estudamos a maravilhosa constituição dohomem à luz da filosofia esotérica, constatamos quepossuímos um tesouro de conhecimentos sobre esseassunto. Com o passar das eras, inúmeros mistériosforam revelados, e muitos são aqueles que se lembram

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As portas desaparecem em suas paredes e vemos osespelhos polidos das virtudes; em outros lugares, ouvi-mos os sinos de prata da beleza da alma em nobrestons. Vemos as lâmpadas acesas da Virgo Lucifera, quemargeiam a senda da realização, e lemos os maravilho-sos versos artísticos, versos que nos explicam os valo-res eternos.

Eis que se erguem as sete portas do mistério divinomicrocósmico, como um candelabro sétuplo no templode Deus. Pela primeira porta somos religados à realida-de da matéria grosseira, ao lugar onde nossa constru-ção deve ser estabelecida. Pela segunda porta com-preendemos bem o quanto esse trabalho é essencialpara o caminho da espiritualização e como se manifes-ta o fruto nascente. Pela terceira porta, vemos as abun-dantes fontes de forças cósmicas. Pela quarta porta, ocaminho nos conduz à vida de Paracelso, à grandiosae profunda experiência de vida. Depois, na quintaporta, o vocabulário, a razão superior, vem-nos ilumi-nar. Pela sexta porta, o itinerário, tornamo-nos profetasna casa de Deus. E pela sétima porta, a própria vida éalcançada: “Ó Santo Espírito, desce sobre nós!”

E quando essa grande viagem termina, e o consum-matum est é pronunciado, o véu se rasga em dois comum clamor de trovão, e no sepulcro de C.R.C. brilha otemplo de Deus; e a arca de sua eterna aliança comseus filhos torna-se visível como um livro aberto:Teofrasto Paracelso de Hohenheim.

Capítulo 22

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ser cresce em vós, Teofrasto Paracelso de Hohenheim,o intérprete de Deus, que vive segundo a “vontade deDeus” e que chega a Hohenheim, a cidade no alto damontanha, depois de consumada a peregrinação.

Esse vocabulário, vós não podeis comprá-lo, nemdescobri-lo nas velhas bibliotecas. Esse itinerário, nãopodeis lê-lo com vossos olhos materiais. E esse lugarsublime, no Mont Salvat, não o podeis atingir pornenhum meio de transporte moderno. Essa tríplicemanifestação de Deus, vós a experimentais como a ver-dadeira linguagem dos sete lados do sepulcro: o planode Deus oculto em vós: Teofrasto; Paracelso: a viagemcomeçada – submergido em Cristo; a regeneração pelofogo sagrado sobre a montanha Hohenheim.

Vede, todo o secretismo desaparece para os pesquisa-dores de livros misteriosos. O próprio Deus penetra noser do peregrino fatigado para conduzi-lo à luz do soleterno. Na escuridão desta terra, um pouco dessa luz éirradiada pelos iniciados modernos; é a luz do sacerdó-cio por eles adquirido, é Teofrasto Paracelso deHohenheim. Esse homem, que um dia poderá se expri-mir através de vosso próprio ser, não é um intermediá-rio; nem um sacerdote que conduz o leigo ao céu con-forme a antiga lei. É o portador de luz no deserto destemundo, que dá testemunho da luz de Deus. É assimque o milagre se desenrola diante de nós:

Em um outro armário havia espelhos com diversasvirtudes, e em outro lugar, sinetas, lamparinas acesas etambém algumas canções artísticas maravilhosas, tudodisposto de tal modo que, muitos séculos mais tarde, casotoda a Ordem ou Fraternidade perecesse, tudo poderiaser reconstituído a partir unicamente dessa cripta.

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As portas desaparecem em suas paredes e vemos osespelhos polidos das virtudes; em outros lugares, ouvi-mos os sinos de prata da beleza da alma em nobrestons. Vemos as lâmpadas acesas da Virgo Lucifera, quemargeiam a senda da realização, e lemos os maravilho-sos versos artísticos, versos que nos explicam os valo-res eternos.

Eis que se erguem as sete portas do mistério divinomicrocósmico, como um candelabro sétuplo no templode Deus. Pela primeira porta somos religados à realida-de da matéria grosseira, ao lugar onde nossa constru-ção deve ser estabelecida. Pela segunda porta com-preendemos bem o quanto esse trabalho é essencialpara o caminho da espiritualização e como se manifes-ta o fruto nascente. Pela terceira porta, vemos as abun-dantes fontes de forças cósmicas. Pela quarta porta, ocaminho nos conduz à vida de Paracelso, à grandiosae profunda experiência de vida. Depois, na quintaporta, o vocabulário, a razão superior, vem-nos ilumi-nar. Pela sexta porta, o itinerário, tornamo-nos profetasna casa de Deus. E pela sétima porta, a própria vida éalcançada: “Ó Santo Espírito, desce sobre nós!”

E quando essa grande viagem termina, e o consum-matum est é pronunciado, o véu se rasga em dois comum clamor de trovão, e no sepulcro de C.R.C. brilha otemplo de Deus; e a arca de sua eterna aliança comseus filhos torna-se visível como um livro aberto:Teofrasto Paracelso de Hohenheim.

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ser cresce em vós, Teofrasto Paracelso de Hohenheim,o intérprete de Deus, que vive segundo a “vontade deDeus” e que chega a Hohenheim, a cidade no alto damontanha, depois de consumada a peregrinação.

Esse vocabulário, vós não podeis comprá-lo, nemdescobri-lo nas velhas bibliotecas. Esse itinerário, nãopodeis lê-lo com vossos olhos materiais. E esse lugarsublime, no Mont Salvat, não o podeis atingir pornenhum meio de transporte moderno. Essa tríplicemanifestação de Deus, vós a experimentais como a ver-dadeira linguagem dos sete lados do sepulcro: o planode Deus oculto em vós: Teofrasto; Paracelso: a viagemcomeçada – submergido em Cristo; a regeneração pelofogo sagrado sobre a montanha Hohenheim.

Vede, todo o secretismo desaparece para os pesquisa-dores de livros misteriosos. O próprio Deus penetra noser do peregrino fatigado para conduzi-lo à luz do soleterno. Na escuridão desta terra, um pouco dessa luz éirradiada pelos iniciados modernos; é a luz do sacerdó-cio por eles adquirido, é Teofrasto Paracelso deHohenheim. Esse homem, que um dia poderá se expri-mir através de vosso próprio ser, não é um intermediá-rio; nem um sacerdote que conduz o leigo ao céu con-forme a antiga lei. É o portador de luz no deserto destemundo, que dá testemunho da luz de Deus. É assimque o milagre se desenrola diante de nós:

Em um outro armário havia espelhos com diversasvirtudes, e em outro lugar, sinetas, lamparinas acesas etambém algumas canções artísticas maravilhosas, tudodisposto de tal modo que, muitos séculos mais tarde, casotoda a Ordem ou Fraternidade perecesse, tudo poderiaser reconstituído a partir unicamente dessa cripta.

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23Ainda não havíamos visto os despojos de nosso pai tãoatencioso e tão prudente, de modo que movemos delado o altar e, sob uma espessa folha de latão, surgiudiante de nós um belo e glorioso corpo, intacto e semnenhum sinal de decomposição, tal como o vemosreproduzido aqui fielmente, com todos os seus orna-mentos e atributos.

Na mão segurava um pequeno livro de pergaminho,escrito em letras de ouro e denominado T, que é, depoisda Bíblia, nosso mais precioso tesouro e que não deveser exposto levianamente à crítica do mundo.

Fama Fraternitatis R.C.

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23Ainda não havíamos visto os despojos de nosso pai tãoatencioso e tão prudente, de modo que movemos delado o altar e, sob uma espessa folha de latão, surgiudiante de nós um belo e glorioso corpo, intacto e semnenhum sinal de decomposição, tal como o vemosreproduzido aqui fielmente, com todos os seus orna-mentos e atributos.

Na mão segurava um pequeno livro de pergaminho,escrito em letras de ouro e denominado T, que é, depoisda Bíblia, nosso mais precioso tesouro e que não deveser exposto levianamente à crítica do mundo.

Fama Fraternitatis R.C.

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O Livro T

Na vida, nos mundos materiais e imateriais, existemcoisas e valores que não podem nem devem ser expos-tos à crítica de homens imperfeitos. Existem formas decrítica que são mais perigosas do que um veneno mor-tal, e mais esmagadoras do que uma pedra de moinho.Como a delicada flor de primavera que nos oferece suabeleza em um puro e jubiloso impulso de manifestaçãoe freqüentemente passa a ser vítima das caprichosasmudanças de temperatura dos primeiros meses da pri-mavera, assim a crítica pode reduzir a nada os hinos deverdade pelas dissonâncias agudas que rasgam as vibra-ções da alma, tornando mais lento o desenvolvimentoda consciência-alma que está para nascer.

Os construtores do mundo, com seus aprendizes eseus companheiros, os trabalhadores na forja destemundo, todos esses guardiães das frágeis chamas da luzda sabedoria novamente manifestada, sabem como acrítica sufocante pode destruir a vida que está nascen-do e como pode paralisar o desenvolvimento da ener-gia. A marcha do pioneiro também é uma marcha herói-ca, e sua luta é uma luta heróica. Mal começou um tra-balho a serviço do reino da luz e ele já é assaltado peloslobos da crítica. A crítica dos ignorantes, a dos invejo-sos, a dos irados e a dos vaidosos; eles chegam todos,em diversos grupos, para sufocar a nova manifestação. 273

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O Livro T

Na vida, nos mundos materiais e imateriais, existemcoisas e valores que não podem nem devem ser expos-tos à crítica de homens imperfeitos. Existem formas decrítica que são mais perigosas do que um veneno mor-tal, e mais esmagadoras do que uma pedra de moinho.Como a delicada flor de primavera que nos oferece suabeleza em um puro e jubiloso impulso de manifestaçãoe freqüentemente passa a ser vítima das caprichosasmudanças de temperatura dos primeiros meses da pri-mavera, assim a crítica pode reduzir a nada os hinos deverdade pelas dissonâncias agudas que rasgam as vibra-ções da alma, tornando mais lento o desenvolvimentoda consciência-alma que está para nascer.

Os construtores do mundo, com seus aprendizes eseus companheiros, os trabalhadores na forja destemundo, todos esses guardiães das frágeis chamas da luzda sabedoria novamente manifestada, sabem como acrítica sufocante pode destruir a vida que está nascen-do e como pode paralisar o desenvolvimento da ener-gia. A marcha do pioneiro também é uma marcha herói-ca, e sua luta é uma luta heróica. Mal começou um tra-balho a serviço do reino da luz e ele já é assaltado peloslobos da crítica. A crítica dos ignorantes, a dos invejo-sos, a dos irados e a dos vaidosos; eles chegam todos,em diversos grupos, para sufocar a nova manifestação. 273

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Não sabereis nada, não vereis nada, enquanto não voselevardes para essa verdade, enquanto não a penetrardese não começardes a vivenciá-la, pelo menos parcial-mente. O que tiverdes vivenciado será para vós umarealidade, mas o resto continuará oculto, e ainda tereisde guardar uma certa distância. Se recebêsseis algosem estardes enobrecidos para tanto, seríeis danifica-dos, seríeis queimados. É por essa razão que se diz,quando insistis em fazer perguntas: “Compreendereisisso mais tarde”.

Entretanto, os homens não estão todos no mesmoponto de desenvolvimento espiritual. Um utilizoumelhor que o outro as oportunidades do passado eassim, mais adiantado, está apto a experimentar esse“compreender” antes desse outro que o segue. Existe,portanto, uma sabedoria que é compreendida poralguns. Existe, portanto, uma luz que é vista poralguns. Existe, portanto, uma vida que é conhecida poralguns.

Aqueles que ainda estão de fora vêem essa maravi-lhosa progressão na vida desses poucos, uma vida quenão pode ser experimentada por eles. Aqueles queestão de fora vêem uma ação na vida de alguns, açãoque não pode ser imitada por eles. Isso faz muitosdeles ficarem furiosos, torna-os venenosos e, por suascríticas e outros métodos de luta, eles passam ao ata-que. É então que deve ser demonstrado se o pioneiroé forte o bastante, se ele não é um pretensioso, um fan-farrão, se ele pode resistir à prova de força e manter-se forte na tempestade de violência que se desencadeiasobre ele.

Uma parte da verdade universal foi revelada àhumanidade, e essa verdade é violentada. As forçasdemoníacas apossaram-se dela, colocaram-na diante de

Capítulo 23

275

Em seu próprio círculo, os antigos trabalhadoresconhecem a luta contra os fazedores de lapis spita-lauficus – como os chama o autor das NúpciasAlquímicas – essas pessoas que se infiltram na EscolaEspiritual, impulsionadas por todo tipo de intenções,exceto pelo único necessário: a busca da luz e oimpulso interior de, com essa luz, libertar das trevasa humanidade. Quando Cristo, o Deus na carne,começa seu trabalho, a voz da “fina flor da socieda-de” ressoa e diz com um encolher de ombros e umsorriso de desdém: “Pode vir alguma coisa boa deNazaré?”

Por isso, se assimilardes alguma coisa dessa lutaheróica e de seus perigos, compreendereis que amanifestação da luz neste mundo não pode ser der-ramada sob um impulso de amor negativo, de modoque os mentirosos se sintam à vontade, mas que épreciso enxergar aí um plano estratégico da Frater-nidade da Luz; devemos falar aqui de uma estratégiaque se expressa pelas conhecidas palavras: “Os moi-nhos de Deus moem devagar, porém finamente –Deus não abandona a obra de suas mãos”.

Na verdade, deveis compreender que a humani-dade foi cercada pelos hierofantes de Cristo e que,de acordo com as leis cósmicas, essas forças serãocolocadas em ação até a vitória. Quando a verdademanifesta-se à humanidade, ela o faz de uma manei-ra especial. Ela não se espalha inteiramente, apesarde ser onipresente; ela apenas ilumina uma parte docaminho para a massa, embora ele possa ser conhe-cido por inteiro. A respeito disso, diz a Bíblia: “Nelevivemos, movemo-nos e temos o nosso ser”.

Sabeis algo sobre isso? Vedes algo desse Cristo ede sua força? Compreendeis que estais nele?

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Não sabereis nada, não vereis nada, enquanto não voselevardes para essa verdade, enquanto não a penetrardese não começardes a vivenciá-la, pelo menos parcial-mente. O que tiverdes vivenciado será para vós umarealidade, mas o resto continuará oculto, e ainda tereisde guardar uma certa distância. Se recebêsseis algosem estardes enobrecidos para tanto, seríeis danifica-dos, seríeis queimados. É por essa razão que se diz,quando insistis em fazer perguntas: “Compreendereisisso mais tarde”.

Entretanto, os homens não estão todos no mesmoponto de desenvolvimento espiritual. Um utilizoumelhor que o outro as oportunidades do passado eassim, mais adiantado, está apto a experimentar esse“compreender” antes desse outro que o segue. Existe,portanto, uma sabedoria que é compreendida poralguns. Existe, portanto, uma luz que é vista poralguns. Existe, portanto, uma vida que é conhecida poralguns.

Aqueles que ainda estão de fora vêem essa maravi-lhosa progressão na vida desses poucos, uma vida quenão pode ser experimentada por eles. Aqueles queestão de fora vêem uma ação na vida de alguns, açãoque não pode ser imitada por eles. Isso faz muitosdeles ficarem furiosos, torna-os venenosos e, por suascríticas e outros métodos de luta, eles passam ao ata-que. É então que deve ser demonstrado se o pioneiroé forte o bastante, se ele não é um pretensioso, um fan-farrão, se ele pode resistir à prova de força e manter-se forte na tempestade de violência que se desencadeiasobre ele.

Uma parte da verdade universal foi revelada àhumanidade, e essa verdade é violentada. As forçasdemoníacas apossaram-se dela, colocaram-na diante de

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Em seu próprio círculo, os antigos trabalhadoresconhecem a luta contra os fazedores de lapis spita-lauficus – como os chama o autor das NúpciasAlquímicas – essas pessoas que se infiltram na EscolaEspiritual, impulsionadas por todo tipo de intenções,exceto pelo único necessário: a busca da luz e oimpulso interior de, com essa luz, libertar das trevasa humanidade. Quando Cristo, o Deus na carne,começa seu trabalho, a voz da “fina flor da socieda-de” ressoa e diz com um encolher de ombros e umsorriso de desdém: “Pode vir alguma coisa boa deNazaré?”

Por isso, se assimilardes alguma coisa dessa lutaheróica e de seus perigos, compreendereis que amanifestação da luz neste mundo não pode ser der-ramada sob um impulso de amor negativo, de modoque os mentirosos se sintam à vontade, mas que épreciso enxergar aí um plano estratégico da Frater-nidade da Luz; devemos falar aqui de uma estratégiaque se expressa pelas conhecidas palavras: “Os moi-nhos de Deus moem devagar, porém finamente –Deus não abandona a obra de suas mãos”.

Na verdade, deveis compreender que a humani-dade foi cercada pelos hierofantes de Cristo e que,de acordo com as leis cósmicas, essas forças serãocolocadas em ação até a vitória. Quando a verdademanifesta-se à humanidade, ela o faz de uma manei-ra especial. Ela não se espalha inteiramente, apesarde ser onipresente; ela apenas ilumina uma parte docaminho para a massa, embora ele possa ser conhe-cido por inteiro. A respeito disso, diz a Bíblia: “Nelevivemos, movemo-nos e temos o nosso ser”.

Sabeis algo sobre isso? Vedes algo desse Cristo ede sua força? Compreendeis que estais nele?

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dos anjos: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra aoshomens boa vontade”.

Compreendeis que isso é algo completamente dife-rente das tagarelices a respeito do solstício de invernoe que, assim, podeis celebrar diariamente vossa festade Natal com aquele que é a vida e a alma de tudo?Compreendeis que agora já lestes um pouco do LivroT, do Livro Theos, do livro de Deus que é, depois daBíblia, depois da verdade manifestada, nosso mais pre-cioso tesouro? Compreendeis que essa posse tão indi-vidual, essa unidade, não pode ser exposta à crítica domundo?

Na mão segurava um pequeno livro de pergaminho,escrito em letras de ouro e denominado T, que é, depoisda Bíblia, nosso mais precioso tesouro e que não deve serexposto levianamente à crítica do mundo.

Quem é o homem que tem na mão esse pergaminho?É o protótipo simbólico da mais elevada realizaçãohumana, aquele que, no sepulcro do nadir da vida,consegue consumar a obra.

Existe uma morte que não envolve nenhum horror;existe uma morte que resplandece como uma maravi-lhosa claridade; existe uma morte que provoca umaexplosão de júbilo; existe uma morte cheia da majesta-de da ressurreição. Essa morte, que é a própria vitória,podeis celebrá-la se conseguirdes retirar a pesada placade latão, obtida por uma síntese de Vênus e Júpiter.Não compreendais isso de um modo esotérico-científi-co, pois já sabeis o bastante a respeito de Vênus eJúpiter. Vedes essas duas claras luzes do sistema solar,radiantes e esplêndidas no céu noturno estrelado, epensais em vossos problemas astrológicos. Mas o que

Capítulo 23

277

sua carruagem, vestida de bobo da corte, para camu-flar sua carga infernal. Assim cativa, a verdade nãopode se manifestar plenamente e se torna um meio deamordaçar a massa pelo poder da estupidez. No entan-to, essa estratégia, esse sacrifício da verdade que vai atéo ponto de deixar-se aprisionar pela besta demoníaca,conduz à vitória, pois a própria verdade nada podefazer a não ser falar e ser a verdade, e assim triunfar.

Portanto, anunciamos uma “boa nova, que um diaserá motivo de grande alegria para todos os povos”.Todos os que cumprem a verdade já manifestada, talcomo ela brilha na palavra de Deus; todos os que dei-xam falar através de si o Evangelho da bondade, ver-dade e justiça, não apenas com os lábios, mas com acabeça, o coração e as mãos, como golpes de martelona forja deste mundo, esses serão conduzidos a umanova manifestação. “Vede, anunciamos uma boa nova,que um dia será motivo de grande alegria para todosos povos, pois hoje nasceu o Salvador, Cristo, oSenhor. E o envolveram em faixas e o puseram emuma manjedoura, na gruta do nascimento, para queeste Deus-de-Deus nos conduza das profundezas daterra até o cimo do Monte Salvat”.

Esse Cristo manifesta-se a nós sob inúmeras formasde indizível magnificência. Segundo uma de suas mani-festações, ele se apresenta neste mundo como umherói combativo com suas chamejantes palavras dePerseu: “Sereis demolidos por mim”; segundo umaoutra manifestação, ele é, para o aluno, a tenra criançaenvolvida em faixas, deitada na manjedoura, protegidacontra os odiosos ataques da crítica pelos braços deuma mãe cheia de ternura. O aluno que realmentequer ser um pastor para o pobre rebanho abatido eoprimido junta as mãos em adoração e ouve o canto

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dos anjos: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra aoshomens boa vontade”.

Compreendeis que isso é algo completamente dife-rente das tagarelices a respeito do solstício de invernoe que, assim, podeis celebrar diariamente vossa festade Natal com aquele que é a vida e a alma de tudo?Compreendeis que agora já lestes um pouco do LivroT, do Livro Theos, do livro de Deus que é, depois daBíblia, depois da verdade manifestada, nosso mais pre-cioso tesouro? Compreendeis que essa posse tão indi-vidual, essa unidade, não pode ser exposta à crítica domundo?

Na mão segurava um pequeno livro de pergaminho,escrito em letras de ouro e denominado T, que é, depoisda Bíblia, nosso mais precioso tesouro e que não deve serexposto levianamente à crítica do mundo.

Quem é o homem que tem na mão esse pergaminho?É o protótipo simbólico da mais elevada realizaçãohumana, aquele que, no sepulcro do nadir da vida,consegue consumar a obra.

Existe uma morte que não envolve nenhum horror;existe uma morte que resplandece como uma maravi-lhosa claridade; existe uma morte que provoca umaexplosão de júbilo; existe uma morte cheia da majesta-de da ressurreição. Essa morte, que é a própria vitória,podeis celebrá-la se conseguirdes retirar a pesada placade latão, obtida por uma síntese de Vênus e Júpiter.Não compreendais isso de um modo esotérico-científi-co, pois já sabeis o bastante a respeito de Vênus eJúpiter. Vedes essas duas claras luzes do sistema solar,radiantes e esplêndidas no céu noturno estrelado, epensais em vossos problemas astrológicos. Mas o que

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sua carruagem, vestida de bobo da corte, para camu-flar sua carga infernal. Assim cativa, a verdade nãopode se manifestar plenamente e se torna um meio deamordaçar a massa pelo poder da estupidez. No entan-to, essa estratégia, esse sacrifício da verdade que vai atéo ponto de deixar-se aprisionar pela besta demoníaca,conduz à vitória, pois a própria verdade nada podefazer a não ser falar e ser a verdade, e assim triunfar.

Portanto, anunciamos uma “boa nova, que um diaserá motivo de grande alegria para todos os povos”.Todos os que cumprem a verdade já manifestada, talcomo ela brilha na palavra de Deus; todos os que dei-xam falar através de si o Evangelho da bondade, ver-dade e justiça, não apenas com os lábios, mas com acabeça, o coração e as mãos, como golpes de martelona forja deste mundo, esses serão conduzidos a umanova manifestação. “Vede, anunciamos uma boa nova,que um dia será motivo de grande alegria para todosos povos, pois hoje nasceu o Salvador, Cristo, oSenhor. E o envolveram em faixas e o puseram emuma manjedoura, na gruta do nascimento, para queeste Deus-de-Deus nos conduza das profundezas daterra até o cimo do Monte Salvat”.

Esse Cristo manifesta-se a nós sob inúmeras formasde indizível magnificência. Segundo uma de suas mani-festações, ele se apresenta neste mundo como umherói combativo com suas chamejantes palavras dePerseu: “Sereis demolidos por mim”; segundo umaoutra manifestação, ele é, para o aluno, a tenra criançaenvolvida em faixas, deitada na manjedoura, protegidacontra os odiosos ataques da crítica pelos braços deuma mãe cheia de ternura. O aluno que realmentequer ser um pastor para o pobre rebanho abatido eoprimido junta as mãos em adoração e ouve o canto

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belo e glorioso corpo, intacto e sem nenhum sinal dedecomposição, tal como o vemos reproduzido aqui fiel-mente, com todos os seus ornamentos e atributos.Inflamado pelo Espírito de Deus, tendo morrido emCristo, eis diante de vós o verdadeiro ser superior, ima-gem de sua imagem, o Livro T na mão direita, renasci-do pelo Espírito Santo. Uma semente, como um tesou-ro áureo, semeada no coração de Jesus.

Assim, explicamos a mais profunda experiência dosirmãos rosacruzes. Colocamo-vos diante dos fatos dasalvação que estão escritos em letras de ouro no LivroT, o Livro Theos, o microcosmo novamente vivificado.Ouvimos os alegres sons dos cânticos dos anjos e oscoros dramáticos da colina do Gólgota; e mesclamosesses cantos aos coros majestosos da aurora da ressur-reição: “O Senhor, em verdade, ressuscitou!”

No entanto, não alcançastes esse ponto. Num arre-batamento dos sentidos, nós vos mostramos o futuro,mas o sepulcro de C.R.C. ainda está hermeticamentefechado para vós. E sobre suas portas está gravado:Depois de 120 anos serei aberta.

O que significa isso? Significa que, antes de poderentrar, tendes de celebrar o Pentecostes, a festa deJúpiter, isto é, tendes de fazer brilhar neste mundo ofogo criador em ação concreta de bondade, de verda-de e de justiça. Eis por que ouvimos aqui o clamor deSalutaris, no drama Perseu, que clama à humanidadecom voz tonitruante: “Sereis demolidos por mim!”

Capítulo 23

279

vos escapa é que deveis vivenciar essas duas forças emvosso próprio ser.

Essas duas forças, que juntas formam a pesadaplaca de latão, são as que simbolizam vosso sangue eo dominam. Vosso sangue é vossa vida; vosso sangueé vossa paixão natural; vosso sangue é vossa auto-afir-mação; vosso sangue é a rubra ilusão. Vosso sangue éa base de vossa existência, a sede de vossa alma. Étodo o vosso ser na manifestação no nadir, vossa cons-ciência individual. É preciso que retireis do lugar essapesada placa da auto-afirmação; é preciso que ouseissacrificar essa “preciosa seiva”, gota a gota, pelomundo e pela humanidade. Tudo o que possuís, deveisquerer ofertar. Aquele que não quer morrer essa mortediária “que não quiser perder sua vida por amor demim, não pode ser meu discípulo”, diz Cristo.

Para poder retirar essa pesada placa, é preciso pri-meiro removerdes o altar circular, isto é, executar seumandato, assimilar sua sabedoria. Uma das máximasdo altar era: Jesu mihi omnia, assim como já dissemos.É preciso estarmos prontos para seguir o Cristo divino,que se manifestou como Jesus, no caminho que elequer nos indicar. Jesu mihi omnia!

Qual é o caminho? O caminho da cruz! A oferendadiária na luta da bondade, da verdade e da justiça. Essecaminho vos conduz à verdadeira placa de latão; raste-jais de joelhos na lama de vossa existência; escalais acolina do Gólgota em vossa caminhada até a cruz. Asbatidas de martelo ressoam e acompanham, como umcanto sinistro, o sacrifício do sangue. O sangue docoração goteja, sem parar, na árida colina.

E, ó Deus, a placa cede! A morte transforma-se emum canto de alegria estática e radiante. A luz da ressur-reição brilha como um sol, e surgiu diante de nós um

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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belo e glorioso corpo, intacto e sem nenhum sinal dedecomposição, tal como o vemos reproduzido aqui fiel-mente, com todos os seus ornamentos e atributos.Inflamado pelo Espírito de Deus, tendo morrido emCristo, eis diante de vós o verdadeiro ser superior, ima-gem de sua imagem, o Livro T na mão direita, renasci-do pelo Espírito Santo. Uma semente, como um tesou-ro áureo, semeada no coração de Jesus.

Assim, explicamos a mais profunda experiência dosirmãos rosacruzes. Colocamo-vos diante dos fatos dasalvação que estão escritos em letras de ouro no LivroT, o Livro Theos, o microcosmo novamente vivificado.Ouvimos os alegres sons dos cânticos dos anjos e oscoros dramáticos da colina do Gólgota; e mesclamosesses cantos aos coros majestosos da aurora da ressur-reição: “O Senhor, em verdade, ressuscitou!”

No entanto, não alcançastes esse ponto. Num arre-batamento dos sentidos, nós vos mostramos o futuro,mas o sepulcro de C.R.C. ainda está hermeticamentefechado para vós. E sobre suas portas está gravado:Depois de 120 anos serei aberta.

O que significa isso? Significa que, antes de poderentrar, tendes de celebrar o Pentecostes, a festa deJúpiter, isto é, tendes de fazer brilhar neste mundo ofogo criador em ação concreta de bondade, de verda-de e de justiça. Eis por que ouvimos aqui o clamor deSalutaris, no drama Perseu, que clama à humanidadecom voz tonitruante: “Sereis demolidos por mim!”

Capítulo 23

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vos escapa é que deveis vivenciar essas duas forças emvosso próprio ser.

Essas duas forças, que juntas formam a pesadaplaca de latão, são as que simbolizam vosso sangue eo dominam. Vosso sangue é vossa vida; vosso sangueé vossa paixão natural; vosso sangue é vossa auto-afir-mação; vosso sangue é a rubra ilusão. Vosso sangue éa base de vossa existência, a sede de vossa alma. Étodo o vosso ser na manifestação no nadir, vossa cons-ciência individual. É preciso que retireis do lugar essapesada placa da auto-afirmação; é preciso que ouseissacrificar essa “preciosa seiva”, gota a gota, pelomundo e pela humanidade. Tudo o que possuís, deveisquerer ofertar. Aquele que não quer morrer essa mortediária “que não quiser perder sua vida por amor demim, não pode ser meu discípulo”, diz Cristo.

Para poder retirar essa pesada placa, é preciso pri-meiro removerdes o altar circular, isto é, executar seumandato, assimilar sua sabedoria. Uma das máximasdo altar era: Jesu mihi omnia, assim como já dissemos.É preciso estarmos prontos para seguir o Cristo divino,que se manifestou como Jesus, no caminho que elequer nos indicar. Jesu mihi omnia!

Qual é o caminho? O caminho da cruz! A oferendadiária na luta da bondade, da verdade e da justiça. Essecaminho vos conduz à verdadeira placa de latão; raste-jais de joelhos na lama de vossa existência; escalais acolina do Gólgota em vossa caminhada até a cruz. Asbatidas de martelo ressoam e acompanham, como umcanto sinistro, o sacrifício do sangue. O sangue docoração goteja, sem parar, na árida colina.

E, ó Deus, a placa cede! A morte transforma-se emum canto de alegria estática e radiante. A luz da ressur-reição brilha como um sol, e surgiu diante de nós um

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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24Um grão semeado no coração de Jesus, CristianoRosacruz era oriundo de nobre e ilustre família alemã.Homem de seu século, ornamento luminoso para ofuturo, dotado de imaginação sutilíssima, trabalhadorvigoroso, fora admitido nos mistérios e arcanos celestese humanos por revelação divina. Seu tesouro, maisque real ou imperial, coligido por ele em suas viagenspela Arábia e pela África, e para o qual seu séculoainda não estava maduro, guardou-o para que a pos-teridade o desenterrasse, fazendo herdeiros de sua artee de seu nome seus amigos mais íntimos e leais. Eleconstruiu um pequeno mundo que correspondia aogrande em todos os movimentos. Finalmente, apóshaver feito esse compêndio dos acontecimentos passa-dos, presentes e futuros, entregou – com mais de cemanos e em meio a abraços e últimos ósculos dos irmãos– sua alma iluminada a Deus, seu Criador, e isso nãopor causa de doenças, as quais jamais conheceu nocorpo nem permitia que infectassem outros, ou compe-lido por alguém, porém por haver sido chamado peloEspírito de Deus. Pai diletíssimo, irmão suavíssimo,preceptor fidelíssimo, amigo integérrimo, foi ocultadoaqui por 120 anos.

Imediatamente abaixo haviam assinado:

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24Um grão semeado no coração de Jesus, CristianoRosacruz era oriundo de nobre e ilustre família alemã.Homem de seu século, ornamento luminoso para ofuturo, dotado de imaginação sutilíssima, trabalhadorvigoroso, fora admitido nos mistérios e arcanos celestese humanos por revelação divina. Seu tesouro, maisque real ou imperial, coligido por ele em suas viagenspela Arábia e pela África, e para o qual seu séculoainda não estava maduro, guardou-o para que a pos-teridade o desenterrasse, fazendo herdeiros de sua artee de seu nome seus amigos mais íntimos e leais. Eleconstruiu um pequeno mundo que correspondia aogrande em todos os movimentos. Finalmente, apóshaver feito esse compêndio dos acontecimentos passa-dos, presentes e futuros, entregou – com mais de cemanos e em meio a abraços e últimos ósculos dos irmãos– sua alma iluminada a Deus, seu Criador, e isso nãopor causa de doenças, as quais jamais conheceu nocorpo nem permitia que infectassem outros, ou compe-lido por alguém, porém por haver sido chamado peloEspírito de Deus. Pai diletíssimo, irmão suavíssimo,preceptor fidelíssimo, amigo integérrimo, foi ocultadoaqui por 120 anos.

Imediatamente abaixo haviam assinado:

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O elogio do Livro T

O templo do átrio da Rosacruz Áurea atual abriga entresuas paredes uma comunidade heterogênea. Se pudés-semos classificar o público interessado conforme seucredo, suas convicções, seu modo de pensar e suaorientação política, descobriríamos uma diversidadeincrível; ficaríamos muito surpresos diante de mentali-dades tão divergentes aqui reunidas para formar umcírculo. Se já vos indagastes se uma influência especiale particular emanaria da Rosacruz ou agiria sobre ogrande público, ou se a Rosacruz poderia levar as pes-soas a desligarem-se mais ou menos de alguns de seushábitos materiais e intelectuais comuns, aqui encontra-reis uma resposta.

O átrio da Rosacruz é um círculo de uma composi-ção tão diversificada que não se encontra nada seme-lhante em nenhum grupo, Igreja, ou comunidade. Doponto de vista religioso, intelectual, social ou político,quase todos os grupos e subgrupos que conhecemosna vida moderna estão aqui representados. E com umpouco de reflexão, descobriremos que não se trataabsolutamente de um encontro fortuito de circunstân-cias particulares, mas de uma influência perfeitamenteconsciente chamada intencionalmente à vida. A magiada Rosacruz penetrou em todas as subdivisões da vidasocial para aí executar sua obra reformadora e, sem o 283

1. Pai A. Irmão R.C., cabeça da Fraternidade por eleição;2. Pai G.V.M.P.G.;3. Pai R.C. o mais jovem, herdeiro do Espírito Santo;4. Pai F.B.M.P.A., pintor e arquiteto;5. Pai G.G.M.P.I., cabalista.

Do segundo círculo

1. Pai P.A., sucessor do Irmão I.O., matemático;2. Irmão A., sucessor do Irmão P.D.;3. Irmão R., sucessor do Pai C.R.C., triunfante em Cristo.

No final, estava escrito:

Ex Deo nascimur,in Jesu morimur,

per Spiritum Sanctum reviviscimus.

Fama Fraternitatis R.C.

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O elogio do Livro T

O templo do átrio da Rosacruz Áurea atual abriga entresuas paredes uma comunidade heterogênea. Se pudés-semos classificar o público interessado conforme seucredo, suas convicções, seu modo de pensar e suaorientação política, descobriríamos uma diversidadeincrível; ficaríamos muito surpresos diante de mentali-dades tão divergentes aqui reunidas para formar umcírculo. Se já vos indagastes se uma influência especiale particular emanaria da Rosacruz ou agiria sobre ogrande público, ou se a Rosacruz poderia levar as pes-soas a desligarem-se mais ou menos de alguns de seushábitos materiais e intelectuais comuns, aqui encontra-reis uma resposta.

O átrio da Rosacruz é um círculo de uma composi-ção tão diversificada que não se encontra nada seme-lhante em nenhum grupo, Igreja, ou comunidade. Doponto de vista religioso, intelectual, social ou político,quase todos os grupos e subgrupos que conhecemosna vida moderna estão aqui representados. E com umpouco de reflexão, descobriremos que não se trataabsolutamente de um encontro fortuito de circunstân-cias particulares, mas de uma influência perfeitamenteconsciente chamada intencionalmente à vida. A magiada Rosacruz penetrou em todas as subdivisões da vidasocial para aí executar sua obra reformadora e, sem o 283

1. Pai A. Irmão R.C., cabeça da Fraternidade por eleição;2. Pai G.V.M.P.G.;3. Pai R.C. o mais jovem, herdeiro do Espírito Santo;4. Pai F.B.M.P.A., pintor e arquiteto;5. Pai G.G.M.P.I., cabalista.

Do segundo círculo

1. Pai P.A., sucessor do Irmão I.O., matemático;2. Irmão A., sucessor do Irmão P.D.;3. Irmão R., sucessor do Pai C.R.C., triunfante em Cristo.

No final, estava escrito:

Ex Deo nascimur,in Jesu morimur,

per Spiritum Sanctum reviviscimus.

Fama Fraternitatis R.C.

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tisfação corroendo a porta de vossa alma. Nós conhe-cemos todos vós que quereis professar e vivenciarJesus Cristo e vossa busca por um grupo no qual pos-sais expressar vosso amor por ele. Nós vos conhece-mos, humanitaristas de todas as orientações que, comvossa pureza, vosso amor ao próximo e vossa nature-za disposta ao sacrifício, ainda assim vos sentis comoque cambaleando pelo mundo, sem apoio e sem posi-tividade.

Nós vos conhecemos todos, todos vós que sois nos-sos inimigos. Os teólogos, que lêem estas linhas comantipatia no coração porque, consternados, percebemuma teologia leiga desenvolvida pela Rosacruz Áurea,um conhecimento de Deus, uma Gnosis à qual elesjamais poderão ser promovidos com louvor, porque éum conhecimento e uma força que existem para todos.Nós vos conhecemos, vós que sois ortodoxos e queachais que ainda estais ligados a vossas igrejas, vós queperscrutais nossas palavras para ver se elas estão bemde acordo com vossos conceitos.

Assim, nessa diversidade de nuanças e de qualida-des, estais ligados a nós, e devemos chamar-vos deamigos. Nós vos envolvemos com a magia da Rosacruze vos trazemos nossa mensagem, cumprindo nossatarefa para convosco. Nós vos trazemos um Cristo quenão conheceis, e que, de qualquer forma, não quereis.Nós vos trazemos esse santo de Deus que está aprisio-nado pelos poderes deste mundo, que está diante dajustiça terrestre, essa justiça que se sintoniza plenamen-te com a mentalidade da horda sanguinária; e gritaiscom essa horda: “Que seu sangue caia sobre nós e nos-sos filhos”. Essa é a magia da Rosacruz que vos faz pro-nunciar, clamar ou sussurrar este mantra: “O seu san-gue caia sobre nós e sobre nossos filhos”.

Capítulo 24

285

saber, estareis muitas vezes em contato com esse traba-lho em vossa vida, cooperareis com ele e até mesmovos servireis dessa magia.

Aqui, todas as coisas colaboram para um bom fim.Não penseis em uma organização ilegal, perigosa, por-que nenhum movimento trabalha tão abertamentequanto a Rosacruz Áurea; e, quando os irmãos rosacru-zes se encontram e se reconhecem, eles também ficamsempre surpresos com a simplicidade e inteligência damagia ocidental.

Assim, dirigimo-nos a homens de natureza e neces-sidades espirituais muito diferentes, mas que, apesarde tudo, formam um círculo com a ajuda do qual rea-lizamos um grande trabalho, um trabalho de desenvol-vimento de forças que vos conduzem ou para vossaqueda, ou para vossa ressurreição. E nós nos rejubila-mos muito por serdes sempre e sempre tocados pelamagia da Rosacruz.

Não penseis que somente afirmamos isso como pro-paganda de algo misterioso. Somos inimigos de todotipo de segredos, uma vez que temos só uma coisa paraanunciar: Jesus Cristo, em seu aspecto verdadeiro.

Nós vos conhecemos, nós vos conhecemos todos!Amigos, interessados e inimigos, nós vos conhecemos!Nós vos conhecemos, irmãos e irmãs protestantes,atormentados pela teologia exotérica como por um ali-mento indigesto; amigos protestantes, mortos espiri-tualmente nos caminhos batidos de vossas igrejas. Nósconhecemos os amigos católicos que, libertos das ilu-sões do incenso e do exibicionismo dos rituais e dasvestes sacerdotais, começam a reconhecer a verdadei-ra natureza de sua Igreja-mãe “fora da qual não há sal-vação”. Nós vos conhecemos todos, todos vós que, jádesligados de vossas igrejas, sentis a solidão e a insa-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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tisfação corroendo a porta de vossa alma. Nós conhe-cemos todos vós que quereis professar e vivenciarJesus Cristo e vossa busca por um grupo no qual pos-sais expressar vosso amor por ele. Nós vos conhece-mos, humanitaristas de todas as orientações que, comvossa pureza, vosso amor ao próximo e vossa nature-za disposta ao sacrifício, ainda assim vos sentis comoque cambaleando pelo mundo, sem apoio e sem posi-tividade.

Nós vos conhecemos todos, todos vós que sois nos-sos inimigos. Os teólogos, que lêem estas linhas comantipatia no coração porque, consternados, percebemuma teologia leiga desenvolvida pela Rosacruz Áurea,um conhecimento de Deus, uma Gnosis à qual elesjamais poderão ser promovidos com louvor, porque éum conhecimento e uma força que existem para todos.Nós vos conhecemos, vós que sois ortodoxos e queachais que ainda estais ligados a vossas igrejas, vós queperscrutais nossas palavras para ver se elas estão bemde acordo com vossos conceitos.

Assim, nessa diversidade de nuanças e de qualida-des, estais ligados a nós, e devemos chamar-vos deamigos. Nós vos envolvemos com a magia da Rosacruze vos trazemos nossa mensagem, cumprindo nossatarefa para convosco. Nós vos trazemos um Cristo quenão conheceis, e que, de qualquer forma, não quereis.Nós vos trazemos esse santo de Deus que está aprisio-nado pelos poderes deste mundo, que está diante dajustiça terrestre, essa justiça que se sintoniza plenamen-te com a mentalidade da horda sanguinária; e gritaiscom essa horda: “Que seu sangue caia sobre nós e nos-sos filhos”. Essa é a magia da Rosacruz que vos faz pro-nunciar, clamar ou sussurrar este mantra: “O seu san-gue caia sobre nós e sobre nossos filhos”.

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saber, estareis muitas vezes em contato com esse traba-lho em vossa vida, cooperareis com ele e até mesmovos servireis dessa magia.

Aqui, todas as coisas colaboram para um bom fim.Não penseis em uma organização ilegal, perigosa, por-que nenhum movimento trabalha tão abertamentequanto a Rosacruz Áurea; e, quando os irmãos rosacru-zes se encontram e se reconhecem, eles também ficamsempre surpresos com a simplicidade e inteligência damagia ocidental.

Assim, dirigimo-nos a homens de natureza e neces-sidades espirituais muito diferentes, mas que, apesarde tudo, formam um círculo com a ajuda do qual rea-lizamos um grande trabalho, um trabalho de desenvol-vimento de forças que vos conduzem ou para vossaqueda, ou para vossa ressurreição. E nós nos rejubila-mos muito por serdes sempre e sempre tocados pelamagia da Rosacruz.

Não penseis que somente afirmamos isso como pro-paganda de algo misterioso. Somos inimigos de todotipo de segredos, uma vez que temos só uma coisa paraanunciar: Jesus Cristo, em seu aspecto verdadeiro.

Nós vos conhecemos, nós vos conhecemos todos!Amigos, interessados e inimigos, nós vos conhecemos!Nós vos conhecemos, irmãos e irmãs protestantes,atormentados pela teologia exotérica como por um ali-mento indigesto; amigos protestantes, mortos espiri-tualmente nos caminhos batidos de vossas igrejas. Nósconhecemos os amigos católicos que, libertos das ilu-sões do incenso e do exibicionismo dos rituais e dasvestes sacerdotais, começam a reconhecer a verdadei-ra natureza de sua Igreja-mãe “fora da qual não há sal-vação”. Nós vos conhecemos todos, todos vós que, jádesligados de vossas igrejas, sentis a solidão e a insa-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Então isso significa que o rosacrucianismo consisteinteiramente no cristianismo conscientemente aplicado?Sim! Então todo o rosacrucianismo só quer saber deJesus Cristo e sua crucificação? Sim!

Então, o movimento rosacruz se considera umaespécie de corpo eclesiástico evoluído, liberto de cer-tas máculas? Não, mil vezes não! A filosofia rosacruzexplica insistentemente que viver o Cristo, ou seja, pro-fessar o Cristo, em toda a extensão da exigência divi-na, só é possível quando se possui a Gnosis da mani-festação humana, quando se compreende o plano divi-no para o mundo e para a humanidade.

Na linguagem evangélica, esse conhecimento estáligado ao homem-Pedro, conhecedor do plano. E é porisso que Cristo diz a respeito dele: “Sobre esta pedraedificarei a minha igreja”. É sobre essa dispensação deDeus que o homem sacerdotal e real realizará, um dia,as grandes obras de Deus. Esse conhecimento doplano não é, de maneira alguma, um objetivo final,mas um meio de poder executar o mandamento deDeus: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito ovosso Pai que está nos céus” e “Sede meus imitadores”.

Nada podemos fazer se tantas pretensas filosofiasrosacruzes vazias de força são propagadas nestemundo. Quando retornamos à fonte dos mistérios rosa-cruzes, ao testamento espiritual da Fraternidade daRosacruz, descobrimos a verdade. E, graças a Deus,esse testamento chegou até nós em forma velada, vela-da com grande sabedoria, para impedir que forçasdemoníacas falsifiquem essa linguagem, ou que elaperca sua força pela prática dos teólogos.

Agora nós vos colocamos diante da fórmula que finali-za o Livro T: De Deus nascemos, em Jesus morremos e

Capítulo 24

287

Milhões de nossos semelhantes percorrem seuscaminhos na ignorância. Eles caíram tão baixo quenossa cultura sem rumo é aceita por eles como coisanormal. Eles não conhecem a Cristo em seu verdadei-ro aspecto, eles não o conhecem tal como ele submer-ge no ser do homem-Jesus. Seu ser e seu ensinamentoforam levados até eles de forma falsificada; os gruposque se intitulam “sua Igreja” o traíram. É por isso queno templo da Rosacruz aporta uma multidão imensa,vinda de todos os lugares e de todas as esferas de vida,para ser colocada diante de Sua enorme exigência e deSua realidade.

Só podeis reagir de duas maneiras: ou aceitando-osegundo sua exigência e sua realidade, com todas asconseqüências que daí decorrem, ou gritando:“Crucificai-o!” E, quando tentais permanecer neutrosdiante dessa escolha, sois arrastados no turbilhão dosacontecimentos, para uma queda ou uma ressurreição.

“O seu sangue caia sobre nós e sobre nossosfilhos.” E agora o que importa é ligar-vos consciente-mente a essa certeza. O esoterismo nos explica clara-mente quando e de que maneira o espírito de Cristouniu-se a nós. O sangue de Cristo vibra na inteira,totalmente ignorante e nauseantemente covarde huma-nidade, não importando se ela reage com uma blasfê-mia ou com uma grata aceitação.

O sangue de Cristo vos traz uma vivência dinâmicada realidade, a realidade de que existe uma só manei-ra de salvar o mundo e a humanidade, ou seja, o cami-nho da purificação do sangue e da renovação do san-gue em Cristo, ou dito de modo gnóstico-científico:através das núpcias alquímicas de C.R.C., através daalquimia dos rosacruzes, do triângulo de fogo, da forçasétupla que está no centro luminoso.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Então isso significa que o rosacrucianismo consisteinteiramente no cristianismo conscientemente aplicado?Sim! Então todo o rosacrucianismo só quer saber deJesus Cristo e sua crucificação? Sim!

Então, o movimento rosacruz se considera umaespécie de corpo eclesiástico evoluído, liberto de cer-tas máculas? Não, mil vezes não! A filosofia rosacruzexplica insistentemente que viver o Cristo, ou seja, pro-fessar o Cristo, em toda a extensão da exigência divi-na, só é possível quando se possui a Gnosis da mani-festação humana, quando se compreende o plano divi-no para o mundo e para a humanidade.

Na linguagem evangélica, esse conhecimento estáligado ao homem-Pedro, conhecedor do plano. E é porisso que Cristo diz a respeito dele: “Sobre esta pedraedificarei a minha igreja”. É sobre essa dispensação deDeus que o homem sacerdotal e real realizará, um dia,as grandes obras de Deus. Esse conhecimento doplano não é, de maneira alguma, um objetivo final,mas um meio de poder executar o mandamento deDeus: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito ovosso Pai que está nos céus” e “Sede meus imitadores”.

Nada podemos fazer se tantas pretensas filosofiasrosacruzes vazias de força são propagadas nestemundo. Quando retornamos à fonte dos mistérios rosa-cruzes, ao testamento espiritual da Fraternidade daRosacruz, descobrimos a verdade. E, graças a Deus,esse testamento chegou até nós em forma velada, vela-da com grande sabedoria, para impedir que forçasdemoníacas falsifiquem essa linguagem, ou que elaperca sua força pela prática dos teólogos.

Agora nós vos colocamos diante da fórmula que finali-za o Livro T: De Deus nascemos, em Jesus morremos e

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Milhões de nossos semelhantes percorrem seuscaminhos na ignorância. Eles caíram tão baixo quenossa cultura sem rumo é aceita por eles como coisanormal. Eles não conhecem a Cristo em seu verdadei-ro aspecto, eles não o conhecem tal como ele submer-ge no ser do homem-Jesus. Seu ser e seu ensinamentoforam levados até eles de forma falsificada; os gruposque se intitulam “sua Igreja” o traíram. É por isso queno templo da Rosacruz aporta uma multidão imensa,vinda de todos os lugares e de todas as esferas de vida,para ser colocada diante de Sua enorme exigência e deSua realidade.

Só podeis reagir de duas maneiras: ou aceitando-osegundo sua exigência e sua realidade, com todas asconseqüências que daí decorrem, ou gritando:“Crucificai-o!” E, quando tentais permanecer neutrosdiante dessa escolha, sois arrastados no turbilhão dosacontecimentos, para uma queda ou uma ressurreição.

“O seu sangue caia sobre nós e sobre nossosfilhos.” E agora o que importa é ligar-vos consciente-mente a essa certeza. O esoterismo nos explica clara-mente quando e de que maneira o espírito de Cristouniu-se a nós. O sangue de Cristo vibra na inteira,totalmente ignorante e nauseantemente covarde huma-nidade, não importando se ela reage com uma blasfê-mia ou com uma grata aceitação.

O sangue de Cristo vos traz uma vivência dinâmicada realidade, a realidade de que existe uma só manei-ra de salvar o mundo e a humanidade, ou seja, o cami-nho da purificação do sangue e da renovação do san-gue em Cristo, ou dito de modo gnóstico-científico:através das núpcias alquímicas de C.R.C., através daalquimia dos rosacruzes, do triângulo de fogo, da forçasétupla que está no centro luminoso.

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de Deus, porque ele sabe que, somente dessa maneirae por essa oferenda, a regeneração, o renascimentopelo Espírito Santo pode, enfim, manifestar-se na vidado homem e na comunidade.

Portanto, o homem é uma semente, o princípio deuma vida maravilhosa, sem começo nem fim. Nós pres-sentimos as forças que estão ocultas nessa semente.Nós pressentimos seu divino criador, sua vocação e suadivindade. Uma vez desenvolvida, essa semente serácapaz, um dia, de alimentar os que têm fome. Assim,semeamos esse grão no sangue do coração de JesusCristo e o grande milagre da manifestação tem início.

Por seu caminho da cruz a serviço da bondade, daverdade e da justiça, Cristiano Rosacruz, o seguidor deCristo, desenvolve seus poderes dinâmicos, simboliza-dos pelas rosas. Nascido de nobre e ilustre linhagemdivina, Cristiano Rosacruz, por seus indefectíveis traba-lhos e revelação divina, tem acesso ao tesouro queultrapassa a riqueza de reis e imperadores, reunido nodecorrer de suas viagens através da vida real, e transmi-tido a nós, seus herdeiros. Com a idade de mais de 100anos, ele consumou seu sacrifício. Chamado pelo espí-rito de Deus, ele permaneceu oculto nesse lugar duran-te 120 anos e espargiu seu sangue da alma para todos.

A filosofia rosacruz é uma semente plantada nocoração de Jesus, uma força de alma nascida do planode Deus, morta em Cristo-Jesus, transformada em umaforça dinâmica, uma herança para todos nós, na rege-neração do Espírito Santo. Que esse sangue caia sobretodos nós e nossos filhos!

Capítulo 24

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pelo Espírito Santo renascemos. E no inicio desse elogio:Um grão semeado no coração de Jesus, CristianoRosacruz.

Esse início explica tudo. Quando o aluno rosacruzmergulha no plano divino e nele é erigido um poucodesse saber inabalável, tal como uma rocha, como umapedra – não por compreensão intelectual, um conheci-mento certificado por um diploma ou pelo resultadode um exame, mas por um saber interior, um saberuniversal em seu sangue, e por seu sangue – então elesabe que nascemos de Deus. Dele, por ele e para elesão todas as coisas. Aqui, não se trata somente do tes-temunho nascido de uma devoção refinada: “Deus égrande”, mas é esse onipotente inefável, que se mani-festa ao aluno na glória majestosa, na sabedoria subli-me, na mescla de cores de seu plano de criação. Issoé experimentar impessoalmente o amor divino pelaalma, pelo coração e pela razão.

Quando o aluno rosacruz pronuncia o mantra “DeDeus nascemos”, ele sabe que o plano de Deus, doqual lhe é permitido compreender algo, dá-lhe umamissão; que ele deve testemunhar desse plano; queesse plano deve crescer nele e chegar à maturidade. E,por isso, ele sabe que deve seguir Jesus, em quem oCristo se manifestou.

Por isso, ele sabe que deve aniquilar-se em Jesus,morrer em Jesus, e segui-lo, a ele que, vindo em formahumana, foi obediente até a morte, sim – até a mortena cruz: “Para que, em nome de Jesus Cristo, se dobretodo o joelho dos que estão nos céus e na terra, edebaixo da terra, e toda a língua confesse: Cristo Jesusé o Senhor, para a glória de Deus-Pai”.

Assim, o aluno se identifica com seu caminho dacruz através da noite dos tempos, para fortalecer a luz

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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de Deus, porque ele sabe que, somente dessa maneirae por essa oferenda, a regeneração, o renascimentopelo Espírito Santo pode, enfim, manifestar-se na vidado homem e na comunidade.

Portanto, o homem é uma semente, o princípio deuma vida maravilhosa, sem começo nem fim. Nós pres-sentimos as forças que estão ocultas nessa semente.Nós pressentimos seu divino criador, sua vocação e suadivindade. Uma vez desenvolvida, essa semente serácapaz, um dia, de alimentar os que têm fome. Assim,semeamos esse grão no sangue do coração de JesusCristo e o grande milagre da manifestação tem início.

Por seu caminho da cruz a serviço da bondade, daverdade e da justiça, Cristiano Rosacruz, o seguidor deCristo, desenvolve seus poderes dinâmicos, simboliza-dos pelas rosas. Nascido de nobre e ilustre linhagemdivina, Cristiano Rosacruz, por seus indefectíveis traba-lhos e revelação divina, tem acesso ao tesouro queultrapassa a riqueza de reis e imperadores, reunido nodecorrer de suas viagens através da vida real, e transmi-tido a nós, seus herdeiros. Com a idade de mais de 100anos, ele consumou seu sacrifício. Chamado pelo espí-rito de Deus, ele permaneceu oculto nesse lugar duran-te 120 anos e espargiu seu sangue da alma para todos.

A filosofia rosacruz é uma semente plantada nocoração de Jesus, uma força de alma nascida do planode Deus, morta em Cristo-Jesus, transformada em umaforça dinâmica, uma herança para todos nós, na rege-neração do Espírito Santo. Que esse sangue caia sobretodos nós e nossos filhos!

Capítulo 24

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pelo Espírito Santo renascemos. E no inicio desse elogio:Um grão semeado no coração de Jesus, CristianoRosacruz.

Esse início explica tudo. Quando o aluno rosacruzmergulha no plano divino e nele é erigido um poucodesse saber inabalável, tal como uma rocha, como umapedra – não por compreensão intelectual, um conheci-mento certificado por um diploma ou pelo resultadode um exame, mas por um saber interior, um saberuniversal em seu sangue, e por seu sangue – então elesabe que nascemos de Deus. Dele, por ele e para elesão todas as coisas. Aqui, não se trata somente do tes-temunho nascido de uma devoção refinada: “Deus égrande”, mas é esse onipotente inefável, que se mani-festa ao aluno na glória majestosa, na sabedoria subli-me, na mescla de cores de seu plano de criação. Issoé experimentar impessoalmente o amor divino pelaalma, pelo coração e pela razão.

Quando o aluno rosacruz pronuncia o mantra “DeDeus nascemos”, ele sabe que o plano de Deus, doqual lhe é permitido compreender algo, dá-lhe umamissão; que ele deve testemunhar desse plano; queesse plano deve crescer nele e chegar à maturidade. E,por isso, ele sabe que deve seguir Jesus, em quem oCristo se manifestou.

Por isso, ele sabe que deve aniquilar-se em Jesus,morrer em Jesus, e segui-lo, a ele que, vindo em formahumana, foi obediente até a morte, sim – até a mortena cruz: “Para que, em nome de Jesus Cristo, se dobretodo o joelho dos que estão nos céus e na terra, edebaixo da terra, e toda a língua confesse: Cristo Jesusé o Senhor, para a glória de Deus-Pai”.

Assim, o aluno se identifica com seu caminho dacruz através da noite dos tempos, para fortalecer a luz

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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25Àquela época, o Pai O. e o Pai D. já haviam falecido.Onde pode estar o sepulcro deles? Para nós não há dúvi-da de que nosso irmão decano foi sepultado de modobem especial ou talvez também ocultado. Esperamosigualmente que nosso exemplo incite outras pessoas ainvestigarem com mais zelo sobre os nomes deles, osquais por isso revelamos, e a procurar seus túmulos.Afinal, a maior parte deles ainda é conhecida pelas pes-soas muito idosas, e são famosos pela sua medicina.Assim, nossa Gaza poderá, sem dúvida, ser aumentada,ou ao menos ser mais bem iluminada.

Fama Fraternitatis R.C.

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25Àquela época, o Pai O. e o Pai D. já haviam falecido.Onde pode estar o sepulcro deles? Para nós não há dúvi-da de que nosso irmão decano foi sepultado de modobem especial ou talvez também ocultado. Esperamosigualmente que nosso exemplo incite outras pessoas ainvestigarem com mais zelo sobre os nomes deles, osquais por isso revelamos, e a procurar seus túmulos.Afinal, a maior parte deles ainda é conhecida pelas pes-soas muito idosas, e são famosos pela sua medicina.Assim, nossa Gaza poderá, sem dúvida, ser aumentada,ou ao menos ser mais bem iluminada.

Fama Fraternitatis R.C.

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O mistério de Gaza

Há uma antiga e profunda lenda, a de Sansão, no Livrodos Juízes do Antigo Testamento. Se a lerdes à luz doconhecimento esotérico, a história da humanidade seabrirá diante de vós com todas as suas tensões, seusclaros e escuros, com todas as suas tragédias. Que-remos ligar vossa alma a essa história, para banhar-vosmais uma vez nas belezas da Fama Fraternitatis.

Trata-se, portanto, de Sansão, que era um nazareno,ou seja, um eleito, um homem que estava acima damassa; o homem cuja força maravilhosa estava escon-dida em seus cabelos. Ele tinha sete cachos de cabelosque representavam a força sétupla do Espírito Santo, aforça criadora perfeita, a força da epigênese, que oenvolvia como um manto. Esse homem segue rumo àcidade de Gaza, a cidade dos filisteus.

A cidade de Gaza, vós a conheceis muito bem. Éonde tendes vossa morada, o mundo no qual existis,mergulhados na escuridão. É a cidade das forças ocul-tas, a cidade na qual se erguerá, um dia, uma podero-sa fortaleza, quando tiverdes descoberto as forças queaí se encontram escondidas, as quais deveis empregarda maneira correta.

Sim, os segredos de Gaza são grandes e muito pro-fundos e extremamente difíceis de desvelar. Encontrareismuitos obstáculos se, como eleitos e como verdadeiros 293

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O mistério de Gaza

Há uma antiga e profunda lenda, a de Sansão, no Livrodos Juízes do Antigo Testamento. Se a lerdes à luz doconhecimento esotérico, a história da humanidade seabrirá diante de vós com todas as suas tensões, seusclaros e escuros, com todas as suas tragédias. Que-remos ligar vossa alma a essa história, para banhar-vosmais uma vez nas belezas da Fama Fraternitatis.

Trata-se, portanto, de Sansão, que era um nazareno,ou seja, um eleito, um homem que estava acima damassa; o homem cuja força maravilhosa estava escon-dida em seus cabelos. Ele tinha sete cachos de cabelosque representavam a força sétupla do Espírito Santo, aforça criadora perfeita, a força da epigênese, que oenvolvia como um manto. Esse homem segue rumo àcidade de Gaza, a cidade dos filisteus.

A cidade de Gaza, vós a conheceis muito bem. Éonde tendes vossa morada, o mundo no qual existis,mergulhados na escuridão. É a cidade das forças ocul-tas, a cidade na qual se erguerá, um dia, uma podero-sa fortaleza, quando tiverdes descoberto as forças queaí se encontram escondidas, as quais deveis empregarda maneira correta.

Sim, os segredos de Gaza são grandes e muito pro-fundos e extremamente difíceis de desvelar. Encontrareismuitos obstáculos se, como eleitos e como verdadeiros 293

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ma dos homens para purificá-los pelo amor de Cristo.Ele não quer falar do alto, como um enviado divino,açoitando-os com sua força. Ele se liga a eles como umdos seus.

Mas, enquanto Sansão assim espalha seu amor, osguardiães se postam na porta da cidade para matá-lo.Entretanto, com suas forças, ele derruba as portas dacidade e sai, livre. Sua declaração de amor ainda foi vã.

Com grande inteligência, ele arrisca uma segundatentativa. “E depois disto, aconteceu que se afeiçoou auma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila.”O nome “Dalila” significa: fraco, delicado. Novamente,em uma tentativa heróica, Sansão busca aqui os aspec-tos mais marcantes e mais sensíveis do que está ligadoà terra e, no vale de Soreque, com todo o seu amor etoda a sua inteligência, ele se esforça para cumprir suavocação nos braços tentaculares de Dalila.

A natureza receptiva e tenra dessa jovem era comoum pântano negro; o hálito da morte encheu seu peitoe a traição irradiou do espelho turvo de seu pensamen-to. Os príncipes dos filisteus vieram até ela e lhe disse-ram: “Persuade-o e vê em que consiste a sua grandeforça, e com que poderíamos assenhorear-nos dele eamarrá-lo, para assim o afligirmos; e te daremos, cadaum, mil e cem moedas de prata”.

E Dalila procura onde está a força de Sansão, paraentregá-lo. Por três vezes ela tenta entregá-lo, e por trêsvezes Sansão bebe da amarga taça da traição.

Mas seu amor é mais forte que sua aversão. Nãopodendo ganhar de modo algum seu amor puro, ele sedecide pelo auto-sacrifício. Mais uma vez, não vejaisaqui um banal romance histérico, não vejais aqui ohomem que se prostitui com o que é indigno. Vede maiso sacrifício do santo de Deus, no amor de Jesus Cristo.

Capítulo 25

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juízes, como Sansão, fordes a Gaza para julgar os filis-teus. Assim como ele, vós vos aniquilareis, enquantocelebrais vossa ressurreição nesse aniquilamento, pelosmistérios de Gaza. Gaza é uma cidade no país dos filis-teus. Conheceis esse país, vós o conheceis muito bem.É o país das trevas espessas, o país da submissão à vidainferior, o país da vida monstruosa. São as forçasdemoníacas que se apoderaram de Gaza, a fim de queseus mistérios não possam ser desvendados, a não serpor heróicos esforços, por um nazareno, por umhomem pleno da graça de Deus.

E eis que aparece Sansão, na plenitude da forçacrística, paramentado com seu manto de cabelos dou-rados; ele chega em Gaza. Ele, temido pelos filisteuscomo se fosse uma víbora; ele, que com seu ser oni-potente soltou sua fúria contra eles e os enfrenta emseu território. Prestai atenção ao que se segue, e espe-ramos que, lendo, possais compreendê-lo muito bem.O que existe de mais belo, de mais puro, de mais pro-fundamente secreto, é aprisionado logo de início pelashordas demoníacas e odiosamente maltratado.

É na cidade de Gaza, na cidade repleta de mistériosdivinos, onde nasceram e estão conservados os maismagníficos bens espirituais, que reinam os filisteusdentro de suas fortalezas. O nazareno de Deus parterumo a Gaza; e eis que ele é inflamado por um gran-de amor pelos filisteus, por todos esses homens deolhos ardentes de paixão que, cheios de ódio, procu-ram matá-lo.

“Sansão partiu rumo a Gaza, viu uma mulher eentrou em sua casa.” Não deveis absolutamente vernesta história um perverso romance de amor. Esse fortede Deus busca o princípio portador de eternidade nahumanidade infante caída na corrupção; ele se aproxi-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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ma dos homens para purificá-los pelo amor de Cristo.Ele não quer falar do alto, como um enviado divino,açoitando-os com sua força. Ele se liga a eles como umdos seus.

Mas, enquanto Sansão assim espalha seu amor, osguardiães se postam na porta da cidade para matá-lo.Entretanto, com suas forças, ele derruba as portas dacidade e sai, livre. Sua declaração de amor ainda foi vã.

Com grande inteligência, ele arrisca uma segundatentativa. “E depois disto, aconteceu que se afeiçoou auma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila.”O nome “Dalila” significa: fraco, delicado. Novamente,em uma tentativa heróica, Sansão busca aqui os aspec-tos mais marcantes e mais sensíveis do que está ligadoà terra e, no vale de Soreque, com todo o seu amor etoda a sua inteligência, ele se esforça para cumprir suavocação nos braços tentaculares de Dalila.

A natureza receptiva e tenra dessa jovem era comoum pântano negro; o hálito da morte encheu seu peitoe a traição irradiou do espelho turvo de seu pensamen-to. Os príncipes dos filisteus vieram até ela e lhe disse-ram: “Persuade-o e vê em que consiste a sua grandeforça, e com que poderíamos assenhorear-nos dele eamarrá-lo, para assim o afligirmos; e te daremos, cadaum, mil e cem moedas de prata”.

E Dalila procura onde está a força de Sansão, paraentregá-lo. Por três vezes ela tenta entregá-lo, e por trêsvezes Sansão bebe da amarga taça da traição.

Mas seu amor é mais forte que sua aversão. Nãopodendo ganhar de modo algum seu amor puro, ele sedecide pelo auto-sacrifício. Mais uma vez, não vejaisaqui um banal romance histérico, não vejais aqui ohomem que se prostitui com o que é indigno. Vede maiso sacrifício do santo de Deus, no amor de Jesus Cristo.

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juízes, como Sansão, fordes a Gaza para julgar os filis-teus. Assim como ele, vós vos aniquilareis, enquantocelebrais vossa ressurreição nesse aniquilamento, pelosmistérios de Gaza. Gaza é uma cidade no país dos filis-teus. Conheceis esse país, vós o conheceis muito bem.É o país das trevas espessas, o país da submissão à vidainferior, o país da vida monstruosa. São as forçasdemoníacas que se apoderaram de Gaza, a fim de queseus mistérios não possam ser desvendados, a não serpor heróicos esforços, por um nazareno, por umhomem pleno da graça de Deus.

E eis que aparece Sansão, na plenitude da forçacrística, paramentado com seu manto de cabelos dou-rados; ele chega em Gaza. Ele, temido pelos filisteuscomo se fosse uma víbora; ele, que com seu ser oni-potente soltou sua fúria contra eles e os enfrenta emseu território. Prestai atenção ao que se segue, e espe-ramos que, lendo, possais compreendê-lo muito bem.O que existe de mais belo, de mais puro, de mais pro-fundamente secreto, é aprisionado logo de início pelashordas demoníacas e odiosamente maltratado.

É na cidade de Gaza, na cidade repleta de mistériosdivinos, onde nasceram e estão conservados os maismagníficos bens espirituais, que reinam os filisteusdentro de suas fortalezas. O nazareno de Deus parterumo a Gaza; e eis que ele é inflamado por um gran-de amor pelos filisteus, por todos esses homens deolhos ardentes de paixão que, cheios de ódio, procu-ram matá-lo.

“Sansão partiu rumo a Gaza, viu uma mulher eentrou em sua casa.” Não deveis absolutamente vernesta história um perverso romance de amor. Esse fortede Deus busca o princípio portador de eternidade nahumanidade infante caída na corrupção; ele se aproxi-

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agora resplandecerá pelo ato de amor que sabe demo-lir o que é ímpio:

“Alegrando-se-lhes o coração, disseram os filisteus:‘Mandai vir Sansão, para que nos divirta’. Mandaram,pois, vir do cárcere Sansão, que os divertia. Logo o colo-caram entre as colunas do templo de Gaza. E Sansãodisse ao jovem que lhe segurava a mão: ‘Deixa-me apal-par as colunas em que se sustém a casa, para que meencoste a elas’. Ora, a casa estava cheia de homens e demulheres; e também ali estavam todos os chefes dosfilisteus. No telhado, havia cerca de três mil pessoas,entre homens e mulheres, que olhavam, enquantoSansão os divertia.

Então Sansão clamou ao Senhor, e disse: ‘SenhorJeová, peço-te que te lembres de mim e esforça-me agora,só esta vez, ó Deus’. E Sansão agarrou as duas colunascentrais, sobre as quais repousava o edifício; uma com amão direita, outra com a mão esquerda. E disse: ‘Morraeu com os filisteus!’ E inclinou-se com força, e a casa caiusobre os príncipes e sobre todo o povo que nela havia; eforam mais os mortos que matou na sua morte do que osque matara na sua vida.”

Possa Deus fazer-vos compreender esta história. É osanto de Deus, o homem possuído por Deus que, emum último ato de amor, derrama o sangue de sua almapor todos; o homem que penetra no templo da magiademoníaca de Gaza, que sabe agarrar as duas colunasdo meio, uma com a mão direita cheia de dinâmica fir-meza, e a outra com a mão esquerda, cheia de amorsublime e radiante; o homem que se inclina com todaa sua força, tal qual um gigante divino, pelo mundo epela humanidade.

Capítulo 25

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Então, Sansão lhe abriu todo o seu coração e lhedisse: “Nunca subiu navalha à minha cabeça... se vies-se a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e meenfraqueceria e seria como qualquer outro homem.

Vendo, pois, Dalila que já lhe descobrira todo o seucoração... Então, ela o fez dormir sobre os seus joelhos,e chamou a um homem, e rapou-lhe os sete cachos docabelo de sua cabeça; e começou a afligi-lo, e retirou-se dele a sua força.”

Assim, o santo de Deus, o eleito do Altíssimo sacri-fica toda a sua força criadora, toda sua santa força espi-ritual para o mundo e a humanidade. Ele se despoja detudo o que é indigno, para que seu sacrifício de amorpossa, um dia, revelar os mistérios de Gaza.

A história, porém, não termina aí. É aí que ela real-mente começa a ter toda a sua importância: “Então, osfilisteus pegaram nele, e lhe arrancaram os olhos, efizeram-no descer a Gaza, e amarraram-no com duascadeias de latão, e andava ele moendo no cárcere”.

O riso sarcástico ressoa e o dinheiro, a prata, tineno seio de Dalila, a fraca. O homem carregado de forçadivina está mutilado; seu claro olhar de vitória lhe foiretirado; e, ligado ao cobre da Vênus das paixões infe-riores, ele é impelido ao trabalho monótono na prisãodeste mundo, em Gaza, no meio do grande mistério.Bondade, verdade e justiça estão acorrentadas nosredemoinhos infernais da horda demoníaca.

Mas os cabelos de sua cabeça, mal tinham acabadode ser cortados, começam a crescer exatamente comoeram antes. E Sansão planeja ainda um outro sacrifício,o sacrifício mais supremo que um homem pode reali-zar. Ele não consumará mais um sacrifício de amor quefaça apelo ao amor mútuo; ele não espalhará mais seuamor sobre a perversa manifestação de Dalila: ele

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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agora resplandecerá pelo ato de amor que sabe demo-lir o que é ímpio:

“Alegrando-se-lhes o coração, disseram os filisteus:‘Mandai vir Sansão, para que nos divirta’. Mandaram,pois, vir do cárcere Sansão, que os divertia. Logo o colo-caram entre as colunas do templo de Gaza. E Sansãodisse ao jovem que lhe segurava a mão: ‘Deixa-me apal-par as colunas em que se sustém a casa, para que meencoste a elas’. Ora, a casa estava cheia de homens e demulheres; e também ali estavam todos os chefes dosfilisteus. No telhado, havia cerca de três mil pessoas,entre homens e mulheres, que olhavam, enquantoSansão os divertia.

Então Sansão clamou ao Senhor, e disse: ‘SenhorJeová, peço-te que te lembres de mim e esforça-me agora,só esta vez, ó Deus’. E Sansão agarrou as duas colunascentrais, sobre as quais repousava o edifício; uma com amão direita, outra com a mão esquerda. E disse: ‘Morraeu com os filisteus!’ E inclinou-se com força, e a casa caiusobre os príncipes e sobre todo o povo que nela havia; eforam mais os mortos que matou na sua morte do que osque matara na sua vida.”

Possa Deus fazer-vos compreender esta história. É osanto de Deus, o homem possuído por Deus que, emum último ato de amor, derrama o sangue de sua almapor todos; o homem que penetra no templo da magiademoníaca de Gaza, que sabe agarrar as duas colunasdo meio, uma com a mão direita cheia de dinâmica fir-meza, e a outra com a mão esquerda, cheia de amorsublime e radiante; o homem que se inclina com todaa sua força, tal qual um gigante divino, pelo mundo epela humanidade.

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Então, Sansão lhe abriu todo o seu coração e lhedisse: “Nunca subiu navalha à minha cabeça... se vies-se a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e meenfraqueceria e seria como qualquer outro homem.

Vendo, pois, Dalila que já lhe descobrira todo o seucoração... Então, ela o fez dormir sobre os seus joelhos,e chamou a um homem, e rapou-lhe os sete cachos docabelo de sua cabeça; e começou a afligi-lo, e retirou-se dele a sua força.”

Assim, o santo de Deus, o eleito do Altíssimo sacri-fica toda a sua força criadora, toda sua santa força espi-ritual para o mundo e a humanidade. Ele se despoja detudo o que é indigno, para que seu sacrifício de amorpossa, um dia, revelar os mistérios de Gaza.

A história, porém, não termina aí. É aí que ela real-mente começa a ter toda a sua importância: “Então, osfilisteus pegaram nele, e lhe arrancaram os olhos, efizeram-no descer a Gaza, e amarraram-no com duascadeias de latão, e andava ele moendo no cárcere”.

O riso sarcástico ressoa e o dinheiro, a prata, tineno seio de Dalila, a fraca. O homem carregado de forçadivina está mutilado; seu claro olhar de vitória lhe foiretirado; e, ligado ao cobre da Vênus das paixões infe-riores, ele é impelido ao trabalho monótono na prisãodeste mundo, em Gaza, no meio do grande mistério.Bondade, verdade e justiça estão acorrentadas nosredemoinhos infernais da horda demoníaca.

Mas os cabelos de sua cabeça, mal tinham acabadode ser cortados, começam a crescer exatamente comoeram antes. E Sansão planeja ainda um outro sacrifício,o sacrifício mais supremo que um homem pode reali-zar. Ele não consumará mais um sacrifício de amor quefaça apelo ao amor mútuo; ele não espalhará mais seuamor sobre a perversa manifestação de Dalila: ele

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todos eles se consumiram para vos trazer seus dons deamor. Vede como eles se entregaram totalmente e, comum esforço supremo, encontraram Dalila no vale deSoreque. Vede como eles foram derrubados e pisotea-dos, aprisionados e mutilados. Vede como, por fim,eles agarraram as colunas deste templo de falsidade,uma com a mão direita e a outra com a mão esquerda,e como este edifício da horda demoníaca desabou comuma violência ensurdecedora. Vede como eles deramtodo o sangue de suas almas para o mundo e para ahumanidade, por vós e por nós.

Pedimo-vos que busqueis seus túmulos, a essênciade seu sacrifício, e que daí desenterreis o testamentoespiritual que eles deixaram. Sabe-se qual é a profissãodeles: juízes da humanidade. Sabe-se qual é sua apa-rência: é a da alma esclarecida, que ama em ação e emverdade. Sua glória está estabelecida. Ela brilha comoseu protótipo nos antigos anais da Bíblia.

Pedimo-vos que investigueis esses sacrifícios, queabrais esses túmulos de ouro, para que o mistério deGaza seja conhecido e se eleve como um feixe de luzneste mundo tenebroso: a panacéia para o imensosofrimento da humanidade, o “abre-te, Sésamo” detudo o que foi, é e será. Eis o mistério de Gaza: Cristo-Jesus nascido entre nós, inflamando seus filhos a açõesde bondade, verdade e justiça.

E Sansão disse: “Morra eu com os filisteus!” e incli-nou-se com força. E Deus disse: “E nos últimos diasacontecerá que do meu Espírito derramarei sobre todaa carne”. Acontecerá que os obreiros da Rosacruzmoderna partirão para a casa deste mundo para bus-car, repletos de amor, aqueles que estão ligados à terra.Eles procurarão ajudá-los, ligarão suas vidas novamen-te a tudo o que tende ao pecado e à indignidade

Capítulo 25

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O resultado desse sacrifício ultrapassa tudo o queele havia feito antes; o edifício da falsidade desmoronasobre os príncipes das trevas sufocantes e sobre seuslacaios. E, quando as nuvens de poeira se dissipam, eos gritos de morte dos pregadores da mentira se calam,então, do túmulo da expiação eleva-se o mistério deGaza, a panacéia para os construtores enfermos e aba-tidos deste mundo: Jesus Cristo, o Senhor de nossavida, sem o qual nada podemos.

Desse modo, nós vos reintroduzimos na esfera daFama Fraternitatis, o chamado da Fraternidade da Luz.Quando o elogio do Livro T ressoou e a magia do ExDeo nascimur, in Jesu morimur, per Spiritum Sanctumreviviscimus realizou sua obra, a Fama prossegue:

Àquela época, o Pai O. e o Pai D. já haviam falecido.Onde pode estar o sepulcro deles? Para nós não há dúvi-da de que nosso irmão decano foi sepultado de modobem especial ou talvez também ocultado. Esperamosigualmente que nosso exemplo incite outras pessoas ainvestigarem com mais zelo sobre os nomes deles, osquais por isso revelamos, e a procurar seus túmulos.Afinal, a maior parte deles ainda é conhecida pelas pes-soas muito idosas, e são famosos pela sua medicina.Assim, nossa Gaza poderá, sem dúvida, ser aumentada,ou ao menos ser mais bem iluminada.

Queremos que compreendais essa linguagem. Elevai-vos ao esoterismo da lenda de Sansão e vede! Vede osrepresentantes da humanidade trabalhando abertamen-te ou às ocultas como gênios reformadores do mundoou como simples operários dinâmicos na vinha. Vedecomo todos eles amaram a humanidade. Vede como

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todos eles se consumiram para vos trazer seus dons deamor. Vede como eles se entregaram totalmente e, comum esforço supremo, encontraram Dalila no vale deSoreque. Vede como eles foram derrubados e pisotea-dos, aprisionados e mutilados. Vede como, por fim,eles agarraram as colunas deste templo de falsidade,uma com a mão direita e a outra com a mão esquerda,e como este edifício da horda demoníaca desabou comuma violência ensurdecedora. Vede como eles deramtodo o sangue de suas almas para o mundo e para ahumanidade, por vós e por nós.

Pedimo-vos que busqueis seus túmulos, a essênciade seu sacrifício, e que daí desenterreis o testamentoespiritual que eles deixaram. Sabe-se qual é a profissãodeles: juízes da humanidade. Sabe-se qual é sua apa-rência: é a da alma esclarecida, que ama em ação e emverdade. Sua glória está estabelecida. Ela brilha comoseu protótipo nos antigos anais da Bíblia.

Pedimo-vos que investigueis esses sacrifícios, queabrais esses túmulos de ouro, para que o mistério deGaza seja conhecido e se eleve como um feixe de luzneste mundo tenebroso: a panacéia para o imensosofrimento da humanidade, o “abre-te, Sésamo” detudo o que foi, é e será. Eis o mistério de Gaza: Cristo-Jesus nascido entre nós, inflamando seus filhos a açõesde bondade, verdade e justiça.

E Sansão disse: “Morra eu com os filisteus!” e incli-nou-se com força. E Deus disse: “E nos últimos diasacontecerá que do meu Espírito derramarei sobre todaa carne”. Acontecerá que os obreiros da Rosacruzmoderna partirão para a casa deste mundo para bus-car, repletos de amor, aqueles que estão ligados à terra.Eles procurarão ajudá-los, ligarão suas vidas novamen-te a tudo o que tende ao pecado e à indignidade

Capítulo 25

299

O resultado desse sacrifício ultrapassa tudo o queele havia feito antes; o edifício da falsidade desmoronasobre os príncipes das trevas sufocantes e sobre seuslacaios. E, quando as nuvens de poeira se dissipam, eos gritos de morte dos pregadores da mentira se calam,então, do túmulo da expiação eleva-se o mistério deGaza, a panacéia para os construtores enfermos e aba-tidos deste mundo: Jesus Cristo, o Senhor de nossavida, sem o qual nada podemos.

Desse modo, nós vos reintroduzimos na esfera daFama Fraternitatis, o chamado da Fraternidade da Luz.Quando o elogio do Livro T ressoou e a magia do ExDeo nascimur, in Jesu morimur, per Spiritum Sanctumreviviscimus realizou sua obra, a Fama prossegue:

Àquela época, o Pai O. e o Pai D. já haviam falecido.Onde pode estar o sepulcro deles? Para nós não há dúvi-da de que nosso irmão decano foi sepultado de modobem especial ou talvez também ocultado. Esperamosigualmente que nosso exemplo incite outras pessoas ainvestigarem com mais zelo sobre os nomes deles, osquais por isso revelamos, e a procurar seus túmulos.Afinal, a maior parte deles ainda é conhecida pelas pes-soas muito idosas, e são famosos pela sua medicina.Assim, nossa Gaza poderá, sem dúvida, ser aumentada,ou ao menos ser mais bem iluminada.

Queremos que compreendais essa linguagem. Elevai-vos ao esoterismo da lenda de Sansão e vede! Vede osrepresentantes da humanidade trabalhando abertamen-te ou às ocultas como gênios reformadores do mundoou como simples operários dinâmicos na vinha. Vedecomo todos eles amaram a humanidade. Vede como

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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26Quanto ao minutus mundus, nós o encontramos guar-dado em um outro pequeno altar, certamente mais beloque qualquer ser racional possa imaginar: nós não oreproduziremos enquanto não se houver respondidosinceramente à nossa leal Fama.

Então, recolocamos no lugar as placas, e, recoloca-do sobre elas o altar, fechamos a porta e apusemos nelatodos os nossos selos. Depois disso, conforme as indica-ções e ordens de nossas Rotæ, divulgamos diversos livre-tos, entre os quais o M. sup. composto pelo bem amadoM.P., que para isso deixara de lado certas obrigaçõesdomésticas. Finalmente, de acordo com nosso hábito,novamente nos separamos, deixando os herdeirosnaturais de posse de nossos tesouros. Agora esperamosa resposta, a sentença ou o julgamento que recebere-mos sobre isso dos eruditos e dos ignorantes.

Fama Fraternitatis R.C.

somente para elevá-los, assim como Cristo seguiu entreas mulheres de má fama e entre os pecadores. Eles serãoaprisionados e perseguidos, surrados e menosprezados.Entretanto, persistirão em seu sacrifício. Eles procurarãoo lado mais delicado e receptivo da natureza humana,para orientá-la para o bem; mas serão atacados e seusolhos serão obscurecidos, e entre risos de zombaria e deódio, serão atados à pedra de moinho.

No entanto, um dia, quando for chegada a hora, osacrifício supremo será celebrado, para que o mistériode Gaza seja proclamado. Sacrificando-se, eles dirão:“Que nossa alma morra com os filisteus”; e seus dedostateantes buscarão as colunas do templo da casa destemundo: e eles se inclinarão com grande força. É dessemodo que nossa Gaza, nosso tesouro, será aumentada.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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26Quanto ao minutus mundus, nós o encontramos guar-dado em um outro pequeno altar, certamente mais beloque qualquer ser racional possa imaginar: nós não oreproduziremos enquanto não se houver respondidosinceramente à nossa leal Fama.

Então, recolocamos no lugar as placas, e, recoloca-do sobre elas o altar, fechamos a porta e apusemos nelatodos os nossos selos. Depois disso, conforme as indica-ções e ordens de nossas Rotæ, divulgamos diversos livre-tos, entre os quais o M. sup. composto pelo bem amadoM.P., que para isso deixara de lado certas obrigaçõesdomésticas. Finalmente, de acordo com nosso hábito,novamente nos separamos, deixando os herdeirosnaturais de posse de nossos tesouros. Agora esperamosa resposta, a sentença ou o julgamento que recebere-mos sobre isso dos eruditos e dos ignorantes.

Fama Fraternitatis R.C.

somente para elevá-los, assim como Cristo seguiu entreas mulheres de má fama e entre os pecadores. Eles serãoaprisionados e perseguidos, surrados e menosprezados.Entretanto, persistirão em seu sacrifício. Eles procurarãoo lado mais delicado e receptivo da natureza humana,para orientá-la para o bem; mas serão atacados e seusolhos serão obscurecidos, e entre risos de zombaria e deódio, serão atados à pedra de moinho.

No entanto, um dia, quando for chegada a hora, osacrifício supremo será celebrado, para que o mistériode Gaza seja proclamado. Sacrificando-se, eles dirão:“Que nossa alma morra com os filisteus”; e seus dedostateantes buscarão as colunas do templo da casa destemundo: e eles se inclinarão com grande força. É dessemodo que nossa Gaza, nosso tesouro, será aumentada.

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MINUTUS MUNDUS

Na primeira Epístola aos Coríntios, Paulo fala de umgrande mistério que um dia será pressentido, conheci-do e vivido pela humanidade, um mistério que um diarealizará o que foi dito: “A morte foi tragada pela vitó-ria”, e, em um brado de alegria, fará a humanidadeexclamar: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Ondeestá, ó inferno, tua vitória?”

Esse mistério diz respeito a uma transformação quese imporá ao homem, uma força que se desenvolverádentro dele.

Esse mistério se realizará “em um instante, ao soarda última trombeta, os mortos ressuscitarão incorruptí-veis e nós, nós seremos transformados”. Nessa tão fala-da virada dos tempos, “o corruptível se revestirá daincorruptibilidade e o mortal, da imortalidade”.

É possível que conheçais essas palavras da Epístolaaos Coríntios, que muitas vezes elas tenham ocupadovossos pensamentos e vossas conversações; e talveztenhais balançado a cabeça diante de coisas incom-preensíveis que fazem parte dessa Epístola, sobretudose vos aproximastes dessas palavras sem conhecimentoesotérico. De fato, o iniciado Paulo fala sobre um mis-tério, mas não o revela. E ele o faz propositalmente,pois essas coisas não podem ser conhecidas por meiode uma explicação racional, por uma compreensão 303

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MINUTUS MUNDUS

Na primeira Epístola aos Coríntios, Paulo fala de umgrande mistério que um dia será pressentido, conheci-do e vivido pela humanidade, um mistério que um diarealizará o que foi dito: “A morte foi tragada pela vitó-ria”, e, em um brado de alegria, fará a humanidadeexclamar: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Ondeestá, ó inferno, tua vitória?”

Esse mistério diz respeito a uma transformação quese imporá ao homem, uma força que se desenvolverádentro dele.

Esse mistério se realizará “em um instante, ao soarda última trombeta, os mortos ressuscitarão incorruptí-veis e nós, nós seremos transformados”. Nessa tão fala-da virada dos tempos, “o corruptível se revestirá daincorruptibilidade e o mortal, da imortalidade”.

É possível que conheçais essas palavras da Epístolaaos Coríntios, que muitas vezes elas tenham ocupadovossos pensamentos e vossas conversações; e talveztenhais balançado a cabeça diante de coisas incom-preensíveis que fazem parte dessa Epístola, sobretudose vos aproximastes dessas palavras sem conhecimentoesotérico. De fato, o iniciado Paulo fala sobre um mis-tério, mas não o revela. E ele o faz propositalmente,pois essas coisas não podem ser conhecidas por meiode uma explicação racional, por uma compreensão 303

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que se vê contrariado em sua auto-afirmação. Alguémo precede no caminho da glória e da honra. Alguémestá tomando o lugar que ele tanto desejou. E assimcomo uma raposa que prega a Paixão, vindes compalavras piedosas, com frases rebuscadas, com os olhosbrilhantes de emoção e até, se isto der certo, com algu-mas lágrimas, para cometer vossos atentados, para vosimpor.

Não podeis servir a Cristo e ao mesmo tempo vosauto-afirmar. Essa auto-afirmação vos torna agressivose dissimulados, fazendo nascer a impudência nestemundo. As primeiras palavras de um homem invejososão: “Não pensem que sou invejoso!” No mesmo ins-tante, o aluno põe-se em guarda, pois, a partir dessemomento, a obra a que ele quer servir impessoalmen-te encontra-se em perigo. As armadilhas da raposa logose tornarão evidentes.

Ainda que conhecêsseis de cor o que vos é revela-do da filosofia rosacruz, ainda que tivésseis um conhe-cimento enciclopédico da Bíblia e fôsseis promovidoscom louvor em alguma ciência qualquer, isso não teriao mínimo significado se não quisésseis anular vossaauto-afirmação. É por essa razão que, no átrio daEscola de Mistérios da Rosacruz Áurea, no LectoriumRosicrucianum, é feito todo o possível para expulsarvossa auto-afirmação. Se, honestamente, quiserdesrefletir, descobrireis que quase tudo em vós é auto-afir-mação. É por auto-afirmação que arrumais ou pintaisos cabelos, que vos maquiais, que utilizais expressõesfaciais, que comprais e endireitais vossas gravatas ecuidais de vossas roupas. Entretanto, aqueles que vosconhecem vêem através de vós.

Outros fazem exatamente o contrário. Eles se mos-tram tão mal arrumados e tão repulsivos quanto possível.

Capítulo 26

305

intelectual. Elas somente podem ser vividas; não háoutro caminho.

Acreditais que possuís a sabedoria; mas vossa posseainda é muito pequena. Tendo apenas algumas diretri-zes, deveis aprender o restante por experiência. Éimpossível dar-vos uma sabedoria perfeita, simples-mente dizendo: “Lede isto, estudai, e então começai aagir”. Não podeis compreender a sabedoria universal amenos que estejais interiormente enobrecidos paratanto; o restante manifesta-se a vós sob um espessovéu. Se quiserdes compreender essa sabedoria sem oenobrecimento interior, chegareis ao disparate ou àrejeição.

O mistério de Paulo é chamado, na filosofia rosa-cruz e na Fama Fraternitatis, de minutus mundus. Aesse respeito, diz a Fama:

Quanto ao minutus mundus, nós o encontramos guar-dado em um outro pequeno altar, certamente mais beloque um ser racional possa imaginar: nós não o reprodu-ziremos enquanto não se houver respondido sincera-mente à nossa leal Fama.

Sabeis que a nobreza interior é o resultado de umavida verdadeiramente consagrada a serviço de Cristo; esem ele, nada podemos. Ao mesmo tempo, é precisosaber o que entendemos por “vida verdadeira”. A vidaverdadeira tem de estar fundamentada sobre nosso trí-plice princípio: bondade, verdade e justiça, aplicadoaté às mínimas fibras de vossa existência. Viver verda-deiramente é querer ser impessoal, não querer seimpor e conhecer a autonegação.

A auto-afirmação, por exemplo, provoca o grandepecado da inveja. Um homem invejoso é um homem

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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que se vê contrariado em sua auto-afirmação. Alguémo precede no caminho da glória e da honra. Alguémestá tomando o lugar que ele tanto desejou. E assimcomo uma raposa que prega a Paixão, vindes compalavras piedosas, com frases rebuscadas, com os olhosbrilhantes de emoção e até, se isto der certo, com algu-mas lágrimas, para cometer vossos atentados, para vosimpor.

Não podeis servir a Cristo e ao mesmo tempo vosauto-afirmar. Essa auto-afirmação vos torna agressivose dissimulados, fazendo nascer a impudência nestemundo. As primeiras palavras de um homem invejososão: “Não pensem que sou invejoso!” No mesmo ins-tante, o aluno põe-se em guarda, pois, a partir dessemomento, a obra a que ele quer servir impessoalmen-te encontra-se em perigo. As armadilhas da raposa logose tornarão evidentes.

Ainda que conhecêsseis de cor o que vos é revela-do da filosofia rosacruz, ainda que tivésseis um conhe-cimento enciclopédico da Bíblia e fôsseis promovidoscom louvor em alguma ciência qualquer, isso não teriao mínimo significado se não quisésseis anular vossaauto-afirmação. É por essa razão que, no átrio daEscola de Mistérios da Rosacruz Áurea, no LectoriumRosicrucianum, é feito todo o possível para expulsarvossa auto-afirmação. Se, honestamente, quiserdesrefletir, descobrireis que quase tudo em vós é auto-afir-mação. É por auto-afirmação que arrumais ou pintaisos cabelos, que vos maquiais, que utilizais expressõesfaciais, que comprais e endireitais vossas gravatas ecuidais de vossas roupas. Entretanto, aqueles que vosconhecem vêem através de vós.

Outros fazem exatamente o contrário. Eles se mos-tram tão mal arrumados e tão repulsivos quanto possível.

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intelectual. Elas somente podem ser vividas; não háoutro caminho.

Acreditais que possuís a sabedoria; mas vossa posseainda é muito pequena. Tendo apenas algumas diretri-zes, deveis aprender o restante por experiência. Éimpossível dar-vos uma sabedoria perfeita, simples-mente dizendo: “Lede isto, estudai, e então começai aagir”. Não podeis compreender a sabedoria universal amenos que estejais interiormente enobrecidos paratanto; o restante manifesta-se a vós sob um espessovéu. Se quiserdes compreender essa sabedoria sem oenobrecimento interior, chegareis ao disparate ou àrejeição.

O mistério de Paulo é chamado, na filosofia rosa-cruz e na Fama Fraternitatis, de minutus mundus. Aesse respeito, diz a Fama:

Quanto ao minutus mundus, nós o encontramos guar-dado em um outro pequeno altar, certamente mais beloque um ser racional possa imaginar: nós não o reprodu-ziremos enquanto não se houver respondido sincera-mente à nossa leal Fama.

Sabeis que a nobreza interior é o resultado de umavida verdadeiramente consagrada a serviço de Cristo; esem ele, nada podemos. Ao mesmo tempo, é precisosaber o que entendemos por “vida verdadeira”. A vidaverdadeira tem de estar fundamentada sobre nosso trí-plice princípio: bondade, verdade e justiça, aplicadoaté às mínimas fibras de vossa existência. Viver verda-deiramente é querer ser impessoal, não querer seimpor e conhecer a autonegação.

A auto-afirmação, por exemplo, provoca o grandepecado da inveja. Um homem invejoso é um homem

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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um avanço de força em força, até que a morte seja tra-gada pela vitória. O mistério do iniciado Paulo e ominutus mundus referem-se à nova vida que nasceráde vós e por vós.

Estudemos isso mais detalhadamente, com base nessesdois aspectos provenientes da Epístola aos Coríntios eda Fama Fraternitatis.

Oculto no homem, existe um complexo de forçassecretas que trazem consigo a possibilidade de umacriação perfeita. Esse conjunto de forças maravilhosas,assim como suas propriedades, em relação ao homemem manifestação, foi denominado minutus mundus, oupequeno mundo, o microcosmo. Quando, por meio deuma vida verdadeira, o homem desenvolve essas pro-priedades, essas forças, o resultado é uma grandetransformação em seus veículos. A isso denominamos,em nossa filosofia, iluminação ou espiritualização.Sábios como Einstein abordam esses conceitos de umaforma diferente, demonstrando cientificamente as gran-des transformações no macrocosmo, o grande mundo.

Compreendeis que uma transformação no pequenomundo, no minutus mundus, deve seguir paralelamen-te a uma transformação no grande mundo. Quandoesses dois processos convergentes chegarem a umcerto ponto de desenvolvimento, então, em um piscarde olhos, no momento psicológico, no soar da últimatrombeta, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nósseremos transformados.

Se pertenceis àqueles que experimentaram em suaprópria carne os danos da exegese ortodoxa não pode-reis reprimir um arrepio ao ouvir falar em trombetas. Apoesia bíblica das trombetas de muitos de nossosirmãos e irmãs ortodoxos é terrivelmente triste. Para

Capítulo 26

307

Por auto-afirmação! “Vocês estão vendo como sou inde-pendente?” Essas pessoas fugiram para a oposição, opo-sição às pessoas “de bem”, que fazem a mesma coisa,porém de outra maneira. Mas o método das pessoas “debem” custa caro, e a maioria não pode segui-lo. Se nãose pode chamar a atenção dos outros por estar bem arru-mado, então chama-se a atenção de outra maneira.

Depois de dar uma olhada rápida na vida nestemundo – vida cuja falsidade salta aos olhos dos seresmais avançados, compreendereis que a nobreza inte-rior é difícil de ser conquistada. Compreendereis queuma porção de coisas deve acontecer em vossa vidaantes de estardes prontos para abandonar a vossa auto-afirmação; que é preciso patinhar em um oceano demisérias antes de poder compreender algo do mistériopauliniano.

A verdadeira vida é a condição de todo desenvolvi-mento. O minutus mundus é um mistério de uma bele-za inimaginável; mas essa beleza não pode ser oferta-da a vós antes que tenhamos recebido vossa respostaa nossa Fama, ao chamado da Fraternidade da Luz,para alcançar a verdadeira vida.

Todo o vosso conhecimento, todo o vosso fervor,toda a vossa arte nada significam se não sabeis aban-donar vosso eu. A autopresunção exsuda das fisiono-mias e, com esse comportamento, os homens se envol-vem mutuamente com mentiras e traições. Eles caemna teia da aranha. Tudo é pose, falsidade, vida de apa-rências. Tudo é angústia, luta e método vampiresco.Daí as palavras: “Vai, vende tudo o que tens e segue-me” e “Qualquer de vós que não renuncia a tudo quan-to tem não pode ser meu discípulo”.

É sobre essa base de vida estabelecida por Cristoque se abre diante de vós a nova vida, e que realizais

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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um avanço de força em força, até que a morte seja tra-gada pela vitória. O mistério do iniciado Paulo e ominutus mundus referem-se à nova vida que nasceráde vós e por vós.

Estudemos isso mais detalhadamente, com base nessesdois aspectos provenientes da Epístola aos Coríntios eda Fama Fraternitatis.

Oculto no homem, existe um complexo de forçassecretas que trazem consigo a possibilidade de umacriação perfeita. Esse conjunto de forças maravilhosas,assim como suas propriedades, em relação ao homemem manifestação, foi denominado minutus mundus, oupequeno mundo, o microcosmo. Quando, por meio deuma vida verdadeira, o homem desenvolve essas pro-priedades, essas forças, o resultado é uma grandetransformação em seus veículos. A isso denominamos,em nossa filosofia, iluminação ou espiritualização.Sábios como Einstein abordam esses conceitos de umaforma diferente, demonstrando cientificamente as gran-des transformações no macrocosmo, o grande mundo.

Compreendeis que uma transformação no pequenomundo, no minutus mundus, deve seguir paralelamen-te a uma transformação no grande mundo. Quandoesses dois processos convergentes chegarem a umcerto ponto de desenvolvimento, então, em um piscarde olhos, no momento psicológico, no soar da últimatrombeta, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nósseremos transformados.

Se pertenceis àqueles que experimentaram em suaprópria carne os danos da exegese ortodoxa não pode-reis reprimir um arrepio ao ouvir falar em trombetas. Apoesia bíblica das trombetas de muitos de nossosirmãos e irmãs ortodoxos é terrivelmente triste. Para

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Por auto-afirmação! “Vocês estão vendo como sou inde-pendente?” Essas pessoas fugiram para a oposição, opo-sição às pessoas “de bem”, que fazem a mesma coisa,porém de outra maneira. Mas o método das pessoas “debem” custa caro, e a maioria não pode segui-lo. Se nãose pode chamar a atenção dos outros por estar bem arru-mado, então chama-se a atenção de outra maneira.

Depois de dar uma olhada rápida na vida nestemundo – vida cuja falsidade salta aos olhos dos seresmais avançados, compreendereis que a nobreza inte-rior é difícil de ser conquistada. Compreendereis queuma porção de coisas deve acontecer em vossa vidaantes de estardes prontos para abandonar a vossa auto-afirmação; que é preciso patinhar em um oceano demisérias antes de poder compreender algo do mistériopauliniano.

A verdadeira vida é a condição de todo desenvolvi-mento. O minutus mundus é um mistério de uma bele-za inimaginável; mas essa beleza não pode ser oferta-da a vós antes que tenhamos recebido vossa respostaa nossa Fama, ao chamado da Fraternidade da Luz,para alcançar a verdadeira vida.

Todo o vosso conhecimento, todo o vosso fervor,toda a vossa arte nada significam se não sabeis aban-donar vosso eu. A autopresunção exsuda das fisiono-mias e, com esse comportamento, os homens se envol-vem mutuamente com mentiras e traições. Eles caemna teia da aranha. Tudo é pose, falsidade, vida de apa-rências. Tudo é angústia, luta e método vampiresco.Daí as palavras: “Vai, vende tudo o que tens e segue-me” e “Qualquer de vós que não renuncia a tudo quan-to tem não pode ser meu discípulo”.

É sobre essa base de vida estabelecida por Cristoque se abre diante de vós a nova vida, e que realizais

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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ceberão os sons da última trombeta. O resultado seráuma regeneração dos diversos domínios da matéria edo espírito; os limites entre a terceira e a quarta dimen-sões deixarão de existir – entre o aquém e o além –pois a morte, o tridimensional, será totalmente tragadapela percepção das forças da quarta dimensão, forçasdesenvolvidas em Cristo. E a palma da verdadeira pazque ultrapassa toda a compreensão será assim ofertadaa todos os que forem dignos dela.

Compreendei que essa supressão de limites entre aterceira e a quarta dimensões transformará totalmentea vida. Já não conheceremos a morte como a temos desuportar atualmente. A matéria já não será a base daconsciência, mas, por influência dos éteres puros, serátransmutada em uma substância etérica mais sutil. E,no momento em que as coisas se realizarem – Paulodiz que será em um piscar de olhos, em um instante –aqueles que se encontram no reino dos mortos pode-rão livremente entrar em contato com os que viven-ciam uma encarnação nas antigas condições materiais.Portanto, é um estágio de transição.

Para aqueles que vivem na vida tridimensional, osmortos serão despertados incorruptíveis pela modifica-ção da vibração que se imporá a eles. O corruptível, otridimensional, deve se revestir do incorruptível, o qua-drimensional, como uma conseqüência do últimotoque de trombeta, isto é, a elevação da vibração per-ceptível de nosso campo de desenvolvimento provoca-da por aqueles que conhecem a verdadeira vida.

Mas compreendereis também que essas coisas atraemum julgamento, pois esse novo estado será ao mesmotempo catastrófico. Só poderão adaptar-se a ele aquelesque possuírem qualidades de alma e nobreza suficiente,isto é, que tiverem desenvolvido suficientemente a veste

Capítulo 26

309

eles, as trombetas e as palmas são atributos celestes,ofertados a cada um daqueles que tiveram o privilégiode entrar no céu. Eles teriam de soprar eternamentesuas trombetas e agitar incessantemente suas palmas,sempre clamando “paz, paz!” e “aleluia!” Isso é mais doque muitos de nós podem suportar.

Sim, é assim que os assuntos espirituais são ridicu-larizados. Durante nossa juventude, muitas vezes tortu-ramos nosso espírito pensando na felicidade que pode-ria haver nesse som de trombetas e no quanto aqueleque está sentado no trono é capaz de suportar. Essamonotonia e essa cacofonia celestes são o resultado eas odiosas conseqüências de querermos tomar o misté-rio de Deus com mãos ímpias.

Quando, depois de um processo de mútua harmo-nia, os desenvolvimentos do macrocosmo e do micro-cosmo alcançam um certo ponto crucial, a vibração denosso campo de desenvolvimento emite no espaço umsom completamente diferente. Imaginai que tocais emuma tecla de um órgão com um objeto pesado e quelentamente, bem lentamente, acionais o fole. Em umdeterminado momento, quando a pressão do ar permi-tir, o som da tecla pressionada se tornará audível eaumentará até o fortíssimo. No princípio quase imper-ceptível, o som penetrará finalmente vossa consciênciae tocará vosso ser.

Ora, essa é a natureza dos toques das trombetascelestes. Quando, com seu poder regenerador, as for-ças do bem se reúnem, elas produzem um som noespaço, a saber, uma vibração espiritualizadora e revo-lucionária. Ela é quase imperceptível no início, nãosendo ouvida por aqueles que seguem curvados sob opeso da matéria, mas que, pela liberação repetida eintensificada de forças sempre renovadas, um dia per-

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ceberão os sons da última trombeta. O resultado seráuma regeneração dos diversos domínios da matéria edo espírito; os limites entre a terceira e a quarta dimen-sões deixarão de existir – entre o aquém e o além –pois a morte, o tridimensional, será totalmente tragadapela percepção das forças da quarta dimensão, forçasdesenvolvidas em Cristo. E a palma da verdadeira pazque ultrapassa toda a compreensão será assim ofertadaa todos os que forem dignos dela.

Compreendei que essa supressão de limites entre aterceira e a quarta dimensões transformará totalmentea vida. Já não conheceremos a morte como a temos desuportar atualmente. A matéria já não será a base daconsciência, mas, por influência dos éteres puros, serátransmutada em uma substância etérica mais sutil. E,no momento em que as coisas se realizarem – Paulodiz que será em um piscar de olhos, em um instante –aqueles que se encontram no reino dos mortos pode-rão livremente entrar em contato com os que viven-ciam uma encarnação nas antigas condições materiais.Portanto, é um estágio de transição.

Para aqueles que vivem na vida tridimensional, osmortos serão despertados incorruptíveis pela modifica-ção da vibração que se imporá a eles. O corruptível, otridimensional, deve se revestir do incorruptível, o qua-drimensional, como uma conseqüência do últimotoque de trombeta, isto é, a elevação da vibração per-ceptível de nosso campo de desenvolvimento provoca-da por aqueles que conhecem a verdadeira vida.

Mas compreendereis também que essas coisas atraemum julgamento, pois esse novo estado será ao mesmotempo catastrófico. Só poderão adaptar-se a ele aquelesque possuírem qualidades de alma e nobreza suficiente,isto é, que tiverem desenvolvido suficientemente a veste

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eles, as trombetas e as palmas são atributos celestes,ofertados a cada um daqueles que tiveram o privilégiode entrar no céu. Eles teriam de soprar eternamentesuas trombetas e agitar incessantemente suas palmas,sempre clamando “paz, paz!” e “aleluia!” Isso é mais doque muitos de nós podem suportar.

Sim, é assim que os assuntos espirituais são ridicu-larizados. Durante nossa juventude, muitas vezes tortu-ramos nosso espírito pensando na felicidade que pode-ria haver nesse som de trombetas e no quanto aqueleque está sentado no trono é capaz de suportar. Essamonotonia e essa cacofonia celestes são o resultado eas odiosas conseqüências de querermos tomar o misté-rio de Deus com mãos ímpias.

Quando, depois de um processo de mútua harmo-nia, os desenvolvimentos do macrocosmo e do micro-cosmo alcançam um certo ponto crucial, a vibração denosso campo de desenvolvimento emite no espaço umsom completamente diferente. Imaginai que tocais emuma tecla de um órgão com um objeto pesado e quelentamente, bem lentamente, acionais o fole. Em umdeterminado momento, quando a pressão do ar permi-tir, o som da tecla pressionada se tornará audível eaumentará até o fortíssimo. No princípio quase imper-ceptível, o som penetrará finalmente vossa consciênciae tocará vosso ser.

Ora, essa é a natureza dos toques das trombetascelestes. Quando, com seu poder regenerador, as for-ças do bem se reúnem, elas produzem um som noespaço, a saber, uma vibração espiritualizadora e revo-lucionária. Ela é quase imperceptível no início, nãosendo ouvida por aqueles que seguem curvados sob opeso da matéria, mas que, pela liberação repetida eintensificada de forças sempre renovadas, um dia per-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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processo alquímico da regeneração em Jesus Cristo,nosso Senhor. É aí, nos vastos espaços do invisível, queeles compõem o credo magistral: “Morte, onde está teuaguilhão? Inferno, onde está tua vitória?”

Capítulo 26

311

imortal da alma. O mundo fenomênico se apresentaráem uma claridade luminosa, como um fogo, como aaurora boreal da vibração de Cristo que, durante anoite, alarma alguns, enquanto outros sentem esse sinaldo vindouro toque de trombeta com jubilosa aspiração.

A filosofia da Rosacruz, da Escola de Mistérios daRosacruz Áurea, coloca-se diante de vós para convidar-vos a colaborar conscientemente com esse processo.Ela quer transmitir-vos os segredos do minutus mun-dus, desde que tenhais dado vossa resposta ao chama-do da Fraternidade, por meio de uma vida verdadeira,pela ação de bondade, de verdade e de justiça. Essessegredos foram preservados para vós e é por isso quea Fama diz:

Então, recolocamos no lugar as placas, e, sobre elas, oaltar, fechamos a porta e apusemos nela todos os nossosselos. [...] Agora esperamos a resposta, a sentença ou ojulgamento que receberemos sobre isso dos eruditos e dosignorantes.

Pode acontecer que, por meio de uma vida verdadei-ra, o último toque de trombeta soe para o aluno nocampo celeste de seu minutus mundus. Na mesmahora ele é alçado a uma nova possibilidade de vida.Em princípio, ele venceu a morte, apesar de sua imor-talidade de fato ter de esperar que processos objetivosnaturais do grande mundo estejam suficientementeadiantados para que igualmente, de modo geral, otoque de trombeta se levante como uma tempestade.

O aluno construiu uma ponte áurea sobre as coisasainda não consumadas; ele se reúne a todos os que lhesão aparentados segundo a alma. Em todas as esferas, elese reúne à legião daqueles que trabalham no poderoso

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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processo alquímico da regeneração em Jesus Cristo,nosso Senhor. É aí, nos vastos espaços do invisível, queeles compõem o credo magistral: “Morte, onde está teuaguilhão? Inferno, onde está tua vitória?”

Capítulo 26

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imortal da alma. O mundo fenomênico se apresentaráem uma claridade luminosa, como um fogo, como aaurora boreal da vibração de Cristo que, durante anoite, alarma alguns, enquanto outros sentem esse sinaldo vindouro toque de trombeta com jubilosa aspiração.

A filosofia da Rosacruz, da Escola de Mistérios daRosacruz Áurea, coloca-se diante de vós para convidar-vos a colaborar conscientemente com esse processo.Ela quer transmitir-vos os segredos do minutus mun-dus, desde que tenhais dado vossa resposta ao chama-do da Fraternidade, por meio de uma vida verdadeira,pela ação de bondade, de verdade e de justiça. Essessegredos foram preservados para vós e é por isso quea Fama diz:

Então, recolocamos no lugar as placas, e, sobre elas, oaltar, fechamos a porta e apusemos nela todos os nossosselos. [...] Agora esperamos a resposta, a sentença ou ojulgamento que receberemos sobre isso dos eruditos e dosignorantes.

Pode acontecer que, por meio de uma vida verdadei-ra, o último toque de trombeta soe para o aluno nocampo celeste de seu minutus mundus. Na mesmahora ele é alçado a uma nova possibilidade de vida.Em princípio, ele venceu a morte, apesar de sua imor-talidade de fato ter de esperar que processos objetivosnaturais do grande mundo estejam suficientementeadiantados para que igualmente, de modo geral, otoque de trombeta se levante como uma tempestade.

O aluno construiu uma ponte áurea sobre as coisasainda não consumadas; ele se reúne a todos os que lhesão aparentados segundo a alma. Em todas as esferas, elese reúne à legião daqueles que trabalham no poderoso

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27Embora saibamos perfeitamente que ainda está longe otempo em que, segundo nosso desejo e expectativa, devase produzir uma reforma geral do divino e do humanoem toda a sua extensão, não é nada excepcional que osol, antes de se erguer, projete no céu uma luz clara oudifusa na qual alguns, que se apresentarão, virão sejuntar para ampliar nossa Fraternidade em número ereputação. E, graças à regra filosófica desejada e dita-da pelo Irmão C., darão um feliz início e se beneficia-rão conosco, em humildade e amor, de nosso tesouro –que já não poderá escapar – e suavizarão a dor destemundo e já não vaguearão como cegos entre as mara-vilhas de Deus.

Fama Fraternitatis R.C.

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27Embora saibamos perfeitamente que ainda está longe otempo em que, segundo nosso desejo e expectativa, devase produzir uma reforma geral do divino e do humanoem toda a sua extensão, não é nada excepcional que osol, antes de se erguer, projete no céu uma luz clara oudifusa na qual alguns, que se apresentarão, virão sejuntar para ampliar nossa Fraternidade em número ereputação. E, graças à regra filosófica desejada e dita-da pelo Irmão C., darão um feliz início e se beneficia-rão conosco, em humildade e amor, de nosso tesouro –que já não poderá escapar – e suavizarão a dor destemundo e já não vaguearão como cegos entre as mara-vilhas de Deus.

Fama Fraternitatis R.C.

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27

A reforma geral

A Escola da Rosacruz colocou-se a serviço de umaconstrução divina que é chamada na Fama de “a refor-ma geral”. Essa reforma, ou para ser mais explícito,essa revolução de Aquário, será de uma importânciacapital. Ela não dirá respeito somente às coisas e àssituações divinas ou celestes, indissoluvelmente ligadasa ela. A reforma de Aquário é um impulso cósmico, umacontecimento universal que engloba todos os domí-nios da matéria e do espírito. Ela está relacionada comuma manifestação de forças que se elevam bem acimados instintos primitivos da massa. É preciso que pen-seis bem nisso antes de julgar o trabalho aquariano daRosacruz Áurea atual.

A reforma de Aquário é um impulso divino que levaa novas relações entre todas as dimensões do macrocos-mo e, segundo as leis naturais, o microcosmo, o peque-no mundo que aqui designa a comunidade humana,também deve adaptar-se. Achamos que é nosso deverprevenir-vos sobre essa transformação, fazer-vos desistirde vos ater a valores e a situações que são diametral-mente opostos a essa intervenção cósmica.

Essa advertência é dirigida à humanidade com gran-de força, com uma santa paixão, e até hoje ela é com-preendida apenas por alguns e rejeitada com violênciae ódio pela grande maioria. Não estamos especulando 315

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A reforma geral

A Escola da Rosacruz colocou-se a serviço de umaconstrução divina que é chamada na Fama de “a refor-ma geral”. Essa reforma, ou para ser mais explícito,essa revolução de Aquário, será de uma importânciacapital. Ela não dirá respeito somente às coisas e àssituações divinas ou celestes, indissoluvelmente ligadasa ela. A reforma de Aquário é um impulso cósmico, umacontecimento universal que engloba todos os domí-nios da matéria e do espírito. Ela está relacionada comuma manifestação de forças que se elevam bem acimados instintos primitivos da massa. É preciso que pen-seis bem nisso antes de julgar o trabalho aquariano daRosacruz Áurea atual.

A reforma de Aquário é um impulso divino que levaa novas relações entre todas as dimensões do macrocos-mo e, segundo as leis naturais, o microcosmo, o peque-no mundo que aqui designa a comunidade humana,também deve adaptar-se. Achamos que é nosso deverprevenir-vos sobre essa transformação, fazer-vos desistirde vos ater a valores e a situações que são diametral-mente opostos a essa intervenção cósmica.

Essa advertência é dirigida à humanidade com gran-de força, com uma santa paixão, e até hoje ela é com-preendida apenas por alguns e rejeitada com violênciae ódio pela grande maioria. Não estamos especulando 315

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sacrifício pela humanidade, eleva-se da terra sombriaum raio de luz: a escada que leva ao templo branco.

“Mas ai”, dizem os aflitos, “esse sacrifício é bembonito, essa marcha heróica denota coragem e força,mas de que adianta os puros e alvos degraus de már-more do templo branco descerem até a morte?Ninguém sobe! Para que serve esse sacrifício?” A epo-péia de Jesus Cristo e de seus servidores é um arreba-tamento dos sentidos, um sonho vago. Vede, o contor-no da imagem se dissolve e nós despertamos com umgrito. Nós ouvimos os gritos de morte e os discursosfanfarrões dos ditadores. Meu Deus, que delírio!

“Tende coragem mesmo na dor, mesmo que sangreo coração.” Sabemos que depois da passagem dos tem-pos virá uma reforma geral, tanto das coisas divinasquanto das coisas humanas, inteiramente em harmoniacom nossa aspiração e nossa expectativa. Tendes tam-bém um pouco desse conhecimento, desse saber liber-tador e irresistível da reforma de Aquário? Nós sabe-mos! Por que vós não sabeis nada desses clarões divi-nos? Porque medis a matéria com vosso egocentrismoe sois muito covardes para erguer a cabeça, essa cabe-ça curvada que só vê os escuros torrões de terra.

Se quisésseis elevar-vos e livrar-vos um pouco dapoeira, descobriríeis algo maravilhoso. Pois a Famaestá correta quando diz que, antes de nascer, o sol gerano céu o lusco-fusco da manhã.

Essa luz já apareceu! Aurora, a deusa do alvorecer.Aurora, a luz matinal. Aurora, a promessa da luz nas-cente.

Conheceis essa Aurora como experiência mágica?Os lábios dessa deusa já tocaram vossa fronte com umbeijo sagrado? Ela já veio a vosso encontro na câmarado rei? Talvez já tenhais cantado em coro o cântico de

Capítulo 27

317

sobre nenhum tipo de revolução humana, pois não nosqueremos desviar um só passo da senda que leva àscoisas do Pai. Falamos abertamente sobre a verdade,sem visar as conseqüências, pois nossa advertência dizrespeito à humanidade inteira, da extrema esquerda àextrema direita.

De fato, sabemos que ainda está longe o tempo emque, segundo nosso desejo e expectativa, deva se produ-zir uma reforma geral do divino e do humano em todasua extensão. Uma reforma que não é anunciada pornenhuma organização internacional, mas que é exigidae impulsionada por Jesus Cristo. Agora, depois denossa advertência, que era necessária do ponto de vistagnóstico, esperamos a resposta e o julgamento dos eru-ditos e dos ignorantes, assim como diz a Fama.

Invariavelmente, no decorrer de toda a históriamundial, o efêmero, o mortal, tem expulsado a verda-deira vida e pregado na cruz os portadores da bonda-de, da verdade e da justiça. Ao longo das eras, tentaramutilizar os portadores de luz para ações pérfidas.Pretenderam, por exemplo, fazê-los servir às tendênciasnacionalistas: “Senhor, restaurarás tu neste tempo oreino a Israel?”, mas o Senhor buscou um reino que nãoé deste mundo. Então: “Seja crucificado!” Assim as coi-sas acontecem: a mensagem de Aquário é vilipendiada.

Por que as forças que querem servir a Cristoseguem sempre esse caminho? Porque esse é o cami-nho da vitória, o caminho do sacrifício: “A pedra rejei-tada pelos construtores tornou-se a pedra angular”,sobre a qual toda a falsidade se despedaçará. Agora jánão vos advertimos, porque, graças ao trabalho dospioneiros, seu ser está ligado ao vosso ser. Pelo saltopara baixo, a senda para o alto foi aberta. Pelo sanguevertido no Gólgota, pelo último suspiro exalado em

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sacrifício pela humanidade, eleva-se da terra sombriaum raio de luz: a escada que leva ao templo branco.

“Mas ai”, dizem os aflitos, “esse sacrifício é bembonito, essa marcha heróica denota coragem e força,mas de que adianta os puros e alvos degraus de már-more do templo branco descerem até a morte?Ninguém sobe! Para que serve esse sacrifício?” A epo-péia de Jesus Cristo e de seus servidores é um arreba-tamento dos sentidos, um sonho vago. Vede, o contor-no da imagem se dissolve e nós despertamos com umgrito. Nós ouvimos os gritos de morte e os discursosfanfarrões dos ditadores. Meu Deus, que delírio!

“Tende coragem mesmo na dor, mesmo que sangreo coração.” Sabemos que depois da passagem dos tem-pos virá uma reforma geral, tanto das coisas divinasquanto das coisas humanas, inteiramente em harmoniacom nossa aspiração e nossa expectativa. Tendes tam-bém um pouco desse conhecimento, desse saber liber-tador e irresistível da reforma de Aquário? Nós sabe-mos! Por que vós não sabeis nada desses clarões divi-nos? Porque medis a matéria com vosso egocentrismoe sois muito covardes para erguer a cabeça, essa cabe-ça curvada que só vê os escuros torrões de terra.

Se quisésseis elevar-vos e livrar-vos um pouco dapoeira, descobriríeis algo maravilhoso. Pois a Famaestá correta quando diz que, antes de nascer, o sol gerano céu o lusco-fusco da manhã.

Essa luz já apareceu! Aurora, a deusa do alvorecer.Aurora, a luz matinal. Aurora, a promessa da luz nas-cente.

Conheceis essa Aurora como experiência mágica?Os lábios dessa deusa já tocaram vossa fronte com umbeijo sagrado? Ela já veio a vosso encontro na câmarado rei? Talvez já tenhais cantado em coro o cântico de

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sobre nenhum tipo de revolução humana, pois não nosqueremos desviar um só passo da senda que leva àscoisas do Pai. Falamos abertamente sobre a verdade,sem visar as conseqüências, pois nossa advertência dizrespeito à humanidade inteira, da extrema esquerda àextrema direita.

De fato, sabemos que ainda está longe o tempo emque, segundo nosso desejo e expectativa, deva se produ-zir uma reforma geral do divino e do humano em todasua extensão. Uma reforma que não é anunciada pornenhuma organização internacional, mas que é exigidae impulsionada por Jesus Cristo. Agora, depois denossa advertência, que era necessária do ponto de vistagnóstico, esperamos a resposta e o julgamento dos eru-ditos e dos ignorantes, assim como diz a Fama.

Invariavelmente, no decorrer de toda a históriamundial, o efêmero, o mortal, tem expulsado a verda-deira vida e pregado na cruz os portadores da bonda-de, da verdade e da justiça. Ao longo das eras, tentaramutilizar os portadores de luz para ações pérfidas.Pretenderam, por exemplo, fazê-los servir às tendênciasnacionalistas: “Senhor, restaurarás tu neste tempo oreino a Israel?”, mas o Senhor buscou um reino que nãoé deste mundo. Então: “Seja crucificado!” Assim as coi-sas acontecem: a mensagem de Aquário é vilipendiada.

Por que as forças que querem servir a Cristoseguem sempre esse caminho? Porque esse é o cami-nho da vitória, o caminho do sacrifício: “A pedra rejei-tada pelos construtores tornou-se a pedra angular”,sobre a qual toda a falsidade se despedaçará. Agora jánão vos advertimos, porque, graças ao trabalho dospioneiros, seu ser está ligado ao vosso ser. Pelo saltopara baixo, a senda para o alto foi aberta. Pelo sanguevertido no Gólgota, pelo último suspiro exalado em

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ilumina as trevas. É essa luz que se religa e se integraa todos os que, na terra, no preguiçoso curso dos tem-pos, fizeram o sacrifício do nascimento da luz derra-mando seu sangue-alma sobre os lugares mais tenebro-sos. As trevas estão ligadas a vós. Apoderando-se delas,vós as acorrentais, pelo sacrifício da alma, à luz que seaproxima como um julgamento de Deus; pois lá ondesurge a luz, as trevas desaparecem.

Colocamo-vos diante desse alvorecer que anuncia achegada da luz. Agora, somente podereis fazer duascoisas: ou odiar essa deusa, ou amá-la. Ser indiferente,ignorar ou andar com a cabeça baixa vos impulsiona-rá, sem dúvida, para o lado das trevas. Se amais Aurora,o vitorioso alvorecer da luz crística, nós vos chamamospara uma ação que vai exigir toda a vossa energia, todaa vossa inteligência e todo o vosso sacrifício, pois,impulsionados pelo beijo de Aurora, conforme as pala-vras da Fama:

... alguns, que se apresentarão, virão se juntar paraampliar nossa Fraternidade em número e reputação. E,graças à regra filosófica desejada e ditada pelo Irmão C.,darão um feliz início e se beneficiarão conosco, emhumildade e amor, de nosso tesouro – que já não pode-rá escapar – e suavizarão a dor deste mundo e já nãovaguearão como cegos entre as maravilhas de Deus.

Consideramos de grande importância e um grande pri-vilégio divino poder ligar-vos a essa Fraternidade, poderdar-vos a oportunidade de subir os degraus do templobranco. E também por poder oferecer-vos algumas “-regras filosóficas”, uma parte dos tesouros do neognos-ticismo, uma parte desses tesouros que nada têm a vercom uma sabedoria transmitida, mas que cintilam como

Capítulo 27

319

Hiawatha a essa deusa, um canto que vibra como oCântico dos Cânticos: “Como és formosa, amada minha!”

Vede, as pálidas brumas se abrem e se colorem tor-nando-se a maravilhosa veste do alvorecer. Conheceisesse êxtase, quando, pela primeira vez, a luz de umanova aurora vos toca e vibra em vosso ser em indizívelemoção? Então, como Hiawatha, estendeis a mão aessa deusa, essa mensageira de Hélios, o deus-sol, ebalbuciais: “Ó Deus emanado de Deus, de quem, porquem e em quem são todas as coisas, louvamos e glo-rificamos teu nome!”

Conheceis essa experiência, quando a aurora dopensamento abstrato vem iluminar vossas trevas?Então sabeis que as trevas têm de desaparecer. Entãosabeis que o vento se levanta, às vezes como o levetoque de uma árvore, ou de uma folha. É o beijo deAurora, a deusa do alvorecer, a mensageira de Hélios,o deus-sol.

Sabemos que haverá uma reforma geral das coisasdivinas e humanas, e sabemos que antes do nascerdesse sol aparecerá Aurora, a deusa do alvorecer.

E Aurora já apareceu! Podeis vê-la; basta que dese-jeis erguer a cabeça. Sentis as trevas estremecerem aover sua bela figura. Experimentais a última garra dahorda demoníaca em fuga, que quer vos arrastar parauma profundeza insondável. Experimentais o terrordaqueles que odeiam a luz.

Eis o grande drama de nosso tempo. Quem poderesistir à luz? Quem pode impedir o sol de nascer?Vede, a deusa do alvorecer aí está; vede sua veste deluz. Não é um absurdo supor que é possível recusaresse alvorecer? Quanto mais acumulais nuvens nestehorizonte libertador da humanidade, mais profunda eflamejante será a aurora, mais intensa será a luz que

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ilumina as trevas. É essa luz que se religa e se integraa todos os que, na terra, no preguiçoso curso dos tem-pos, fizeram o sacrifício do nascimento da luz derra-mando seu sangue-alma sobre os lugares mais tenebro-sos. As trevas estão ligadas a vós. Apoderando-se delas,vós as acorrentais, pelo sacrifício da alma, à luz que seaproxima como um julgamento de Deus; pois lá ondesurge a luz, as trevas desaparecem.

Colocamo-vos diante desse alvorecer que anuncia achegada da luz. Agora, somente podereis fazer duascoisas: ou odiar essa deusa, ou amá-la. Ser indiferente,ignorar ou andar com a cabeça baixa vos impulsiona-rá, sem dúvida, para o lado das trevas. Se amais Aurora,o vitorioso alvorecer da luz crística, nós vos chamamospara uma ação que vai exigir toda a vossa energia, todaa vossa inteligência e todo o vosso sacrifício, pois,impulsionados pelo beijo de Aurora, conforme as pala-vras da Fama:

... alguns, que se apresentarão, virão se juntar paraampliar nossa Fraternidade em número e reputação. E,graças à regra filosófica desejada e ditada pelo Irmão C.,darão um feliz início e se beneficiarão conosco, emhumildade e amor, de nosso tesouro – que já não pode-rá escapar – e suavizarão a dor deste mundo e já nãovaguearão como cegos entre as maravilhas de Deus.

Consideramos de grande importância e um grande pri-vilégio divino poder ligar-vos a essa Fraternidade, poderdar-vos a oportunidade de subir os degraus do templobranco. E também por poder oferecer-vos algumas “-regras filosóficas”, uma parte dos tesouros do neognos-ticismo, uma parte desses tesouros que nada têm a vercom uma sabedoria transmitida, mas que cintilam como

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Hiawatha a essa deusa, um canto que vibra como oCântico dos Cânticos: “Como és formosa, amada minha!”

Vede, as pálidas brumas se abrem e se colorem tor-nando-se a maravilhosa veste do alvorecer. Conheceisesse êxtase, quando, pela primeira vez, a luz de umanova aurora vos toca e vibra em vosso ser em indizívelemoção? Então, como Hiawatha, estendeis a mão aessa deusa, essa mensageira de Hélios, o deus-sol, ebalbuciais: “Ó Deus emanado de Deus, de quem, porquem e em quem são todas as coisas, louvamos e glo-rificamos teu nome!”

Conheceis essa experiência, quando a aurora dopensamento abstrato vem iluminar vossas trevas?Então sabeis que as trevas têm de desaparecer. Entãosabeis que o vento se levanta, às vezes como o levetoque de uma árvore, ou de uma folha. É o beijo deAurora, a deusa do alvorecer, a mensageira de Hélios,o deus-sol.

Sabemos que haverá uma reforma geral das coisasdivinas e humanas, e sabemos que antes do nascerdesse sol aparecerá Aurora, a deusa do alvorecer.

E Aurora já apareceu! Podeis vê-la; basta que dese-jeis erguer a cabeça. Sentis as trevas estremecerem aover sua bela figura. Experimentais a última garra dahorda demoníaca em fuga, que quer vos arrastar parauma profundeza insondável. Experimentais o terrordaqueles que odeiam a luz.

Eis o grande drama de nosso tempo. Quem poderesistir à luz? Quem pode impedir o sol de nascer?Vede, a deusa do alvorecer aí está; vede sua veste deluz. Não é um absurdo supor que é possível recusaresse alvorecer? Quanto mais acumulais nuvens nestehorizonte libertador da humanidade, mais profunda eflamejante será a aurora, mais intensa será a luz que

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Uma grande alegria preenche nosso ser: a alegriade saber que haverá uma reforma geral, tanto das coi-sas divinas como das coisas humanas, em total corres-pondência com nossa mais santa aspiração e com oque Jesus Cristo, nosso Senhor, nos transmitiu.Sentimos o beijo ardente de Aurora sobre nossas fron-tes; ele nos foi dado na câmara do rei, no dia doPentecostes interior; e nós balbuciamos: “Como és for-mosa, amada minha!”

Ó Deus emanado de Deus, de quem, por quem eem quem são todas as coisas, louvamos e glorificamosteu nome.

Capítulo 27

321

diamantes, resplandecendo com uma beleza cada vezmais intensa.

Não penseis que esses valores vos sejam ofertadoscom grande estardalhaço e muita pompa e em fórmulasmatemáticas. A característica desse trabalho é: simplici-dade e modéstia. O autêntico aluno rosacruz é reconhe-cido por isso. Ele segue seu caminho com simplicidadee modéstia. Ele não quer impor-se. Com imenso amor,ele oferece seus tesouros, que lhe foram revelados pelobeijo de Aurora, e busca caminhos muito simples paraoferecer esses dons a quem os queira.

É assim que construímos o grupo de pioneiros, queacordou “pela manhã, quando começava a clarear”.Muitos vêem, então, afastarem-se deles as dificuldadesque antes os mergulhavam em uma angústia mortal. Hámuitos entre nós que são maravilhosamente iluminados.Também há muitos que, antes mortalmente atormenta-dos por seus complexos, renascidos em Cristo, erguema cabeça com o alegre sorriso que pressagia a vitória.

Sim, entre nós, muitos tornaram-se novos homens enão seguem mais seu caminho cegamente. Eles com-preenderam a linguagem de Aurora, a linguagem que,como um rumor da brisa da manhã entre as árvores eos arbustos, murmura: “Acorda, vê, a tua salvaçãovem!” Existem muitos entre nós que caminham comoque embriagados de êxtase no conhecimento das mara-vilhosas obras de Deus e sondam o plano divino parao mundo e para a humanidade.

Desse modo, apresentamo-vos o grupo de pioneirosda Aurora, e perguntamo-vos: “Quereis ir conosco aoencontro da luz que se eleva? Quereis preparar conos-co sua chegada e sua vitória? Quereis, juntamenteconosco, despertar todos aqueles que desejam erguer acabeça para entrar na alegria do conhecimento?”

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Uma grande alegria preenche nosso ser: a alegriade saber que haverá uma reforma geral, tanto das coi-sas divinas como das coisas humanas, em total corres-pondência com nossa mais santa aspiração e com oque Jesus Cristo, nosso Senhor, nos transmitiu.Sentimos o beijo ardente de Aurora sobre nossas fron-tes; ele nos foi dado na câmara do rei, no dia doPentecostes interior; e nós balbuciamos: “Como és for-mosa, amada minha!”

Ó Deus emanado de Deus, de quem, por quem eem quem são todas as coisas, louvamos e glorificamosteu nome.

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diamantes, resplandecendo com uma beleza cada vezmais intensa.

Não penseis que esses valores vos sejam ofertadoscom grande estardalhaço e muita pompa e em fórmulasmatemáticas. A característica desse trabalho é: simplici-dade e modéstia. O autêntico aluno rosacruz é reconhe-cido por isso. Ele segue seu caminho com simplicidadee modéstia. Ele não quer impor-se. Com imenso amor,ele oferece seus tesouros, que lhe foram revelados pelobeijo de Aurora, e busca caminhos muito simples paraoferecer esses dons a quem os queira.

É assim que construímos o grupo de pioneiros, queacordou “pela manhã, quando começava a clarear”.Muitos vêem, então, afastarem-se deles as dificuldadesque antes os mergulhavam em uma angústia mortal. Hámuitos entre nós que são maravilhosamente iluminados.Também há muitos que, antes mortalmente atormenta-dos por seus complexos, renascidos em Cristo, erguema cabeça com o alegre sorriso que pressagia a vitória.

Sim, entre nós, muitos tornaram-se novos homens enão seguem mais seu caminho cegamente. Eles com-preenderam a linguagem de Aurora, a linguagem que,como um rumor da brisa da manhã entre as árvores eos arbustos, murmura: “Acorda, vê, a tua salvaçãovem!” Existem muitos entre nós que caminham comoque embriagados de êxtase no conhecimento das mara-vilhosas obras de Deus e sondam o plano divino parao mundo e para a humanidade.

Desse modo, apresentamo-vos o grupo de pioneirosda Aurora, e perguntamo-vos: “Quereis ir conosco aoencontro da luz que se eleva? Quereis preparar conos-co sua chegada e sua vitória? Quereis, juntamenteconosco, despertar todos aqueles que desejam erguer acabeça para entrar na alegria do conhecimento?”

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28Mas, para que todo cristão saiba que somos pessoas defé e confiáveis, professamos o conhecimento de JesusCristo, tal como ele é divulgado em termos claros e evi-dentes nestes últimos tempos, principalmente naAlemanha, e como ainda é hoje – à exceção de todos osfanáticos, hereges e falsos profetas – recebido, conquis-tado e propagado por determinados países.

Fama Fraternitatis R.C.

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28Mas, para que todo cristão saiba que somos pessoas defé e confiáveis, professamos o conhecimento de JesusCristo, tal como ele é divulgado em termos claros e evi-dentes nestes últimos tempos, principalmente naAlemanha, e como ainda é hoje – à exceção de todos osfanáticos, hereges e falsos profetas – recebido, conquis-tado e propagado por determinados países.

Fama Fraternitatis R.C.

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28

A religião dos rosacruzes

No primeiro capítulo da Primeira Epístola aos Coríntios,lemos:

“Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nossoSenhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisae que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos,em um mesmo sentido e em um mesmo parecer... EstáCristo dividido?... Porque Cristo enviou-me não parabatizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de pala-vras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. Porque apalavra da cruz é loucura para os que perecem; maspara nós, que somos salvos, é o poder de Deus....aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pre-gação. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos bus-cam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado”.

Neste testamento da Fraternidade da Rosacruz, que é aFama Fraternitatis, nossa atenção foi atraída paraAurora, a deusa luminosa do alvorecer da nova mani-festação espiritual, para que cada um contemple amensageira de Hélios, o deus solar, e se aproxime dotemplo branco para aí receber os ricos tesouros daFraternidade. Eis o que lemos:

Mas, para que todo cristão saiba que somos pessoas de fée confiáveis, professamos o conhecimento de Jesus Cristo, 325

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A religião dos rosacruzes

No primeiro capítulo da Primeira Epístola aos Coríntios,lemos:

“Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nossoSenhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisae que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos,em um mesmo sentido e em um mesmo parecer... EstáCristo dividido?... Porque Cristo enviou-me não parabatizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de pala-vras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. Porque apalavra da cruz é loucura para os que perecem; maspara nós, que somos salvos, é o poder de Deus....aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pre-gação. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos bus-cam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado”.

Neste testamento da Fraternidade da Rosacruz, que é aFama Fraternitatis, nossa atenção foi atraída paraAurora, a deusa luminosa do alvorecer da nova mani-festação espiritual, para que cada um contemple amensageira de Hélios, o deus solar, e se aproxime dotemplo branco para aí receber os ricos tesouros daFraternidade. Eis o que lemos:

Mas, para que todo cristão saiba que somos pessoas de fée confiáveis, professamos o conhecimento de Jesus Cristo, 325

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glosar o cristianismo e que a essência dessa manifesta-ção de sabedoria pertence aos mistérios mais ocultosde vosso ser.

Muitas pessoas se sentirão chocadas. Não existemtantas que se acreditam imunizadas contra todamácula estranha, estando bem recobertas de um ver-niz cristão? Para dizer a verdade, o verniz é bemespesso, mas recobre muita falsidade. Esse vernizexterior é a cal sobre os sepulcros; ora, trata-se doestado interior de vossa alma! O cristianismo é umacultura interior, uma reforma interior, uma revoluçãointerior, a posse de uma luz interior. Por isso preci-sais retirar vosso verniz, vosso ungüento, e aproxi-mar-vos do que é santo pelo não-saber, pelo não-possuir, assim como em As núpcias alquímicas,tendo chegado ao templo da realização, CristianoRosacruz confessa finalmente: “A soma de todo osaber é que nada sabemos”.

Se podeis colocar-vos nesse estado espiritual, apesardas distâncias, vossos seres se ligarão a uma comuni-dade espiritual. Então, todo o saber hipotético e a cul-tura do eu cairão por terra. Assim, existe a possibilida-de de perceberdes o doce murmúrio de Aurora, adeusa do alvorecer. Ela vos promete o tesouro doura-do da luz que a segue. Uma luz que não é ofertada,mas que deve ser conquistada. Uma luz que só podedescer nos corações preparados dos homens que setornaram inteiramente vazios no não-saber e no não-possuir, que jogaram fora todo o seu lastro.

Esse estado de espírito não vos arranca nenhumgrito de alegria, mas sim o sentimento cruel de ter sidoabandonado por Deus. É um estado de angústia.Conheceis a magia da angústia?

Capítulo 28

327

tal como ele é divulgado em termos claros e evidentesnestes últimos tempos, principalmente na Alemanha, ecomo ainda é hoje – à exceção de todos os fanáticos,hereges e falsos profetas – recebido, conquistado e propa-gado por determinados países.

Quando escutais esse testemunho tão resumidamenteformulado, sois inclinados a tomá-lo unicamente comouma informação e a continuar a sondar as mágicas pro-fundezas dos ensinamentos dos antigos rosacruzes,pois, certamente, já conheceis o cristianismo! Se per-guntássemos a noventa por cento de nossa populaçãomundial de raça branca: “Conheceis o cristianismo?”, aresposta seria: “Como podeis perguntar semelhantecoisa? Não tendes algo mais novo a dizer? Nenhumaoutra coisa?” Milhões de pessoas que se encontram nasdiversas igrejas desconfiariam bastante da nossa per-gunta: “Ridículo! Nós não conhecemos o cristianismo?Que insolência!”

E os teólogos, que se dizem doutores na revelaçãoda salvação cristã, olhar-nos-iam assustados e diriam:“Irmãos, vindes certamente de um país pagão e bemdistante, pois todos os homens que estão aqui, quemoram aqui, devem agradecer-nos por seus conheci-mentos cristãos”. E imaginai também se perguntásse-mos a nossos leitores: conheceis o cristianismo? Nãopara obter dados estatísticos, mas para colocar emnossa indagação toda a sua força dinâmica estimulan-te. Supomos que todos responderiam: “Sim, nós oconhecemos”.

Ora, nós temos a impertinência de afirmar que nãosabeis nada a respeito do cristianismo, nada a respei-to de sua manifestação admirável e de suas fulguran-tes claridades. Afirmamos que não fazeis mais do que

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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glosar o cristianismo e que a essência dessa manifesta-ção de sabedoria pertence aos mistérios mais ocultosde vosso ser.

Muitas pessoas se sentirão chocadas. Não existemtantas que se acreditam imunizadas contra todamácula estranha, estando bem recobertas de um ver-niz cristão? Para dizer a verdade, o verniz é bemespesso, mas recobre muita falsidade. Esse vernizexterior é a cal sobre os sepulcros; ora, trata-se doestado interior de vossa alma! O cristianismo é umacultura interior, uma reforma interior, uma revoluçãointerior, a posse de uma luz interior. Por isso preci-sais retirar vosso verniz, vosso ungüento, e aproxi-mar-vos do que é santo pelo não-saber, pelo não-possuir, assim como em As núpcias alquímicas,tendo chegado ao templo da realização, CristianoRosacruz confessa finalmente: “A soma de todo osaber é que nada sabemos”.

Se podeis colocar-vos nesse estado espiritual, apesardas distâncias, vossos seres se ligarão a uma comuni-dade espiritual. Então, todo o saber hipotético e a cul-tura do eu cairão por terra. Assim, existe a possibilida-de de perceberdes o doce murmúrio de Aurora, adeusa do alvorecer. Ela vos promete o tesouro doura-do da luz que a segue. Uma luz que não é ofertada,mas que deve ser conquistada. Uma luz que só podedescer nos corações preparados dos homens que setornaram inteiramente vazios no não-saber e no não-possuir, que jogaram fora todo o seu lastro.

Esse estado de espírito não vos arranca nenhumgrito de alegria, mas sim o sentimento cruel de ter sidoabandonado por Deus. É um estado de angústia.Conheceis a magia da angústia?

Capítulo 28

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tal como ele é divulgado em termos claros e evidentesnestes últimos tempos, principalmente na Alemanha, ecomo ainda é hoje – à exceção de todos os fanáticos,hereges e falsos profetas – recebido, conquistado e propa-gado por determinados países.

Quando escutais esse testemunho tão resumidamenteformulado, sois inclinados a tomá-lo unicamente comouma informação e a continuar a sondar as mágicas pro-fundezas dos ensinamentos dos antigos rosacruzes,pois, certamente, já conheceis o cristianismo! Se per-guntássemos a noventa por cento de nossa populaçãomundial de raça branca: “Conheceis o cristianismo?”, aresposta seria: “Como podeis perguntar semelhantecoisa? Não tendes algo mais novo a dizer? Nenhumaoutra coisa?” Milhões de pessoas que se encontram nasdiversas igrejas desconfiariam bastante da nossa per-gunta: “Ridículo! Nós não conhecemos o cristianismo?Que insolência!”

E os teólogos, que se dizem doutores na revelaçãoda salvação cristã, olhar-nos-iam assustados e diriam:“Irmãos, vindes certamente de um país pagão e bemdistante, pois todos os homens que estão aqui, quemoram aqui, devem agradecer-nos por seus conheci-mentos cristãos”. E imaginai também se perguntásse-mos a nossos leitores: conheceis o cristianismo? Nãopara obter dados estatísticos, mas para colocar emnossa indagação toda a sua força dinâmica estimulan-te. Supomos que todos responderiam: “Sim, nós oconhecemos”.

Ora, nós temos a impertinência de afirmar que nãosabeis nada a respeito do cristianismo, nada a respei-to de sua manifestação admirável e de suas fulguran-tes claridades. Afirmamos que não fazeis mais do que

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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No templo da Luz existe, quanto a isso, uma unanimi-dade de testemunho nascida da magia da angústia edepois alçada à loucura da cruz. Aí existe uma perfei-ta unidade de espírito e de opinião. Aí Cristo não estádividido. Os valores cristãos não podem desenvolver-se aqui e ali como unidades independentes; o ensina-mento da sabedoria ocidental extrai sua força de suacoesão, de sua concentração de sentidos e de opiniões,de sua inabalável dinâmica, de sua força demolidora.

Quando essa magnífica unidade fundamentada nabondade, na verdade e na justiça e alçada à loucura dacruz conscientemente desejada não está presente, afalta de unidade da multidão tocada pelo cristianismoé desenvolvida e os homens se perdem na “pluralida-de de idéias”, como é dito em um ritual dos rosacru-zes. Então, a verdade se esfacela e são reconhecidosapenas fragmentos que aparecem, aqui e ali, preserva-dos por mãos humanas. Não penseis que apreciamosos fragmentos desse cálice do Graal estilhaçado: nósqueremos confessar Jesus Cristo em sua perfeição.

E é por essa razão que, em nome de Jesus Cristo,nosso Senhor, nós vos rogamos que sejais unânimesem vosso testemunho, para que não exista nenhumadivisão entre nós; ao contrário, formai um todo solida-mente unido por um só espírito e uma só opinião. Ocristianismo não pode ser fragmentado. Cristo não nosenviou para atingir um objetivo particular em um ououtro ensaio humanístico, para prover de algumascomodidades o inferno em que vivemos. Cristo nosenviou para anunciar o Evangelho. Não com grandilo-qüência, mas como um testemunho, para que a cruz deCristo não seja obstada, nem sua força roubada.

Essa cruz é a integridade do verdadeiro sacrifício, aauto-rendição e a autonegação absolutas, o não-saber

Capítulo 28

329

Nós a conhecemos e rogamos a Deus para que tam-bém possais conhecê-la. É o estado que tentamos descre-ver-vos, o estado do não-saber e do não-possuir.

Seria o turbilhão da angústia das ilusões perdidas edos ideais despedaçados? Seria a angústia das afliçõese das tensões do futuro? Não! Essa magia da angústiaé o medo, a angústia torturante do homem-Jesus que,na solidão do Jardim de Getsêmani, encontra seus dis-cípulos dormindo como animais cansados. É o estadoda alma-vivente que, em sua Patmos de solidão e, namais profunda aflição, com um suspiro que rasga oscéus, invoca seu Deus, o Espírito que ela espera. É ofogo da regeneração, é o vale das sombras da morteonde tendes de submergir inteiramente sós enquantovossos melhores amigos estão perto de vós e adorme-cidos; onde vossas palavras são rasgadas como trapos,onde o abandono de Deus toma conta de vós e ondeo céu é de cobre. Essa magia do medo, que tereis deconhecer um dia, é a loucura da cruz.

Quando tiverdes experimentado essa loucura,quando vos tiverdes arrastado por esse jardim, absolu-tamente conscientes, depois de uma decisão amadure-cida, só então podereis falar de cristianismo, só entãocompreendereis alguma coisa do cristianismo dos rosa-cruzes.

Enquanto não fordes tomados por essa loucura,vosso cristianismo não passará de um jogo, de um refi-namento humanitarista, de um paganismo cristão. Eagora, não podeis deixar passar as palavras da Fama:

... para que todo cristão saiba que somos pessoas de fé econfiáveis, professamos o conhecimento de Jesus Cristo,tal como ele é divulgado em termos claros e evidentesnestes últimos tempos.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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No templo da Luz existe, quanto a isso, uma unanimi-dade de testemunho nascida da magia da angústia edepois alçada à loucura da cruz. Aí existe uma perfei-ta unidade de espírito e de opinião. Aí Cristo não estádividido. Os valores cristãos não podem desenvolver-se aqui e ali como unidades independentes; o ensina-mento da sabedoria ocidental extrai sua força de suacoesão, de sua concentração de sentidos e de opiniões,de sua inabalável dinâmica, de sua força demolidora.

Quando essa magnífica unidade fundamentada nabondade, na verdade e na justiça e alçada à loucura dacruz conscientemente desejada não está presente, afalta de unidade da multidão tocada pelo cristianismoé desenvolvida e os homens se perdem na “pluralida-de de idéias”, como é dito em um ritual dos rosacru-zes. Então, a verdade se esfacela e são reconhecidosapenas fragmentos que aparecem, aqui e ali, preserva-dos por mãos humanas. Não penseis que apreciamosos fragmentos desse cálice do Graal estilhaçado: nósqueremos confessar Jesus Cristo em sua perfeição.

E é por essa razão que, em nome de Jesus Cristo,nosso Senhor, nós vos rogamos que sejais unânimesem vosso testemunho, para que não exista nenhumadivisão entre nós; ao contrário, formai um todo solida-mente unido por um só espírito e uma só opinião. Ocristianismo não pode ser fragmentado. Cristo não nosenviou para atingir um objetivo particular em um ououtro ensaio humanístico, para prover de algumascomodidades o inferno em que vivemos. Cristo nosenviou para anunciar o Evangelho. Não com grandilo-qüência, mas como um testemunho, para que a cruz deCristo não seja obstada, nem sua força roubada.

Essa cruz é a integridade do verdadeiro sacrifício, aauto-rendição e a autonegação absolutas, o não-saber

Capítulo 28

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Nós a conhecemos e rogamos a Deus para que tam-bém possais conhecê-la. É o estado que tentamos descre-ver-vos, o estado do não-saber e do não-possuir.

Seria o turbilhão da angústia das ilusões perdidas edos ideais despedaçados? Seria a angústia das afliçõese das tensões do futuro? Não! Essa magia da angústiaé o medo, a angústia torturante do homem-Jesus que,na solidão do Jardim de Getsêmani, encontra seus dis-cípulos dormindo como animais cansados. É o estadoda alma-vivente que, em sua Patmos de solidão e, namais profunda aflição, com um suspiro que rasga oscéus, invoca seu Deus, o Espírito que ela espera. É ofogo da regeneração, é o vale das sombras da morteonde tendes de submergir inteiramente sós enquantovossos melhores amigos estão perto de vós e adorme-cidos; onde vossas palavras são rasgadas como trapos,onde o abandono de Deus toma conta de vós e ondeo céu é de cobre. Essa magia do medo, que tereis deconhecer um dia, é a loucura da cruz.

Quando tiverdes experimentado essa loucura,quando vos tiverdes arrastado por esse jardim, absolu-tamente conscientes, depois de uma decisão amadure-cida, só então podereis falar de cristianismo, só entãocompreendereis alguma coisa do cristianismo dos rosa-cruzes.

Enquanto não fordes tomados por essa loucura,vosso cristianismo não passará de um jogo, de um refi-namento humanitarista, de um paganismo cristão. Eagora, não podeis deixar passar as palavras da Fama:

... para que todo cristão saiba que somos pessoas de fé econfiáveis, professamos o conhecimento de Jesus Cristo,tal como ele é divulgado em termos claros e evidentesnestes últimos tempos.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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ocupa em tudo isso a Escola de Mistérios da Rosacruz,com seus sublimes ensinamentos mágicos e seu esfor-ço dinâmico?

Esse significado gnóstico-científico somente podeser compreendido por aqueles que conhecem a magiada angústia, ou que já a conheceram, ou que um diavão querer conhecê-la. Esses sabem que, se buscamostoda a nossa força em uma pregação vivente, ou seja,no resplendor real e efetivo de um Cristo crucificadoem nós, demoliremos e destruiremos o mundo tridi-mensional segundo sua natureza inferior e, assim, pro-vocaremos a regeneração e a espiritualização do mundomaterial, grosseiro.

Esse é o grupo de pioneiros que, segundo as pala-vras de Paulo, pratica essa santa magia. Ele irradia umaluz nesta noite sombria. E, aqui e ali, fragmentos dessaluz são interceptados, e os homens brincam com eles;brincam de ir à igreja ou à universidade. Os salmos res-soam pelo ar e as orações são enviadas ao alto.

Mas, quando brincam com fragmentos, com fachosde luz, então surgem a desunião, a inverdade, a faltade coragem e de determinação. E o rebanho é disper-sado, impelido pelos inescrupulosos, cuja divindade éo ouro terrestre, e pelas forças tenebrosas que temema cruz da vitória como temeriam uma pestilência.

Pelos salmos e pela música gregoriana, pelas pre-ces e por sermões lacrimejantes, ressoam, todavia – emais do que nunca – ano após ano, os gritos dos ago-nizantes e dos feridos, torturados pelas bombas dashordas tenebrosas. Tudo isso é o resultado da desu-nião, que se transforma em bestialidade. Tudo issoprovocado, entretanto, principalmente pelo estremeci-mento diante da loucura da cruz e pelo ódio contra ela.Quando a luz brilha nas trevas, a falsidade e a mística

Capítulo 28

331

e o não-querer. Para aqueles que seguem seu caminhosem compreender, essa palavra é pura loucura, comple-tamente irresponsável do ponto de vista econômico. Emresumo: fanática demais, pouco flexível. Mas, para aque-les que sabem, essa palavra é uma força, um mantra.

Examinemos o sentido científico e esotérico do queacabamos de expor, pois a compreensão comum daopinião pública considera nossa pregação como loucu-ra: “Aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura dapregação”.

Há pessoas que pedem sinais, provas, o conhecimen-to de primeira mão, antes de tratar de sua regeneraçãoindividual. Há pessoas que, impulsionadas pelo medo daexistência, pedem sinais numa experiência espiritista. Háos que buscam sabedoria, ciência, explicações ocultas ecientíficas, não místicas, mas bem intelectuais. Outrosdizem: “Eu sigo o caminho da razão; esta é minha linha;mais tarde talvez escolha a linha do coração”.

“Mas nós pregamos a Cristo crucificado”, diz Paulocom grande ênfase. E nós, dizem os irmãos rosacruzes,

... professamos o conhecimento de Jesus Cristo, tal comoele é divulgado em termos claros e evidentes nestes últi-mos tempos, principalmente na Alemanha, e comoainda é hoje – à exceção de todos os fanáticos, hereges efalsos profetas – recebido, conquistado e propagado pordeterminados países.

E, portanto, também nós pregamos um Cristo crucifica-do por meio da angústia do Getsêmani e do: “Deusmeu, Deus meu, por que me desamparaste?”

Qual é o significado mágico dessas palavras? Qualé o grande significado gnóstico-científico desse com-portamento de vida cuja tônica não muda? Que lugar

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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ocupa em tudo isso a Escola de Mistérios da Rosacruz,com seus sublimes ensinamentos mágicos e seu esfor-ço dinâmico?

Esse significado gnóstico-científico somente podeser compreendido por aqueles que conhecem a magiada angústia, ou que já a conheceram, ou que um diavão querer conhecê-la. Esses sabem que, se buscamostoda a nossa força em uma pregação vivente, ou seja,no resplendor real e efetivo de um Cristo crucificadoem nós, demoliremos e destruiremos o mundo tridi-mensional segundo sua natureza inferior e, assim, pro-vocaremos a regeneração e a espiritualização do mundomaterial, grosseiro.

Esse é o grupo de pioneiros que, segundo as pala-vras de Paulo, pratica essa santa magia. Ele irradia umaluz nesta noite sombria. E, aqui e ali, fragmentos dessaluz são interceptados, e os homens brincam com eles;brincam de ir à igreja ou à universidade. Os salmos res-soam pelo ar e as orações são enviadas ao alto.

Mas, quando brincam com fragmentos, com fachosde luz, então surgem a desunião, a inverdade, a faltade coragem e de determinação. E o rebanho é disper-sado, impelido pelos inescrupulosos, cuja divindade éo ouro terrestre, e pelas forças tenebrosas que temema cruz da vitória como temeriam uma pestilência.

Pelos salmos e pela música gregoriana, pelas pre-ces e por sermões lacrimejantes, ressoam, todavia – emais do que nunca – ano após ano, os gritos dos ago-nizantes e dos feridos, torturados pelas bombas dashordas tenebrosas. Tudo isso é o resultado da desu-nião, que se transforma em bestialidade. Tudo issoprovocado, entretanto, principalmente pelo estremeci-mento diante da loucura da cruz e pelo ódio contra ela.Quando a luz brilha nas trevas, a falsidade e a mística

Capítulo 28

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e o não-querer. Para aqueles que seguem seu caminhosem compreender, essa palavra é pura loucura, comple-tamente irresponsável do ponto de vista econômico. Emresumo: fanática demais, pouco flexível. Mas, para aque-les que sabem, essa palavra é uma força, um mantra.

Examinemos o sentido científico e esotérico do queacabamos de expor, pois a compreensão comum daopinião pública considera nossa pregação como loucu-ra: “Aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura dapregação”.

Há pessoas que pedem sinais, provas, o conhecimen-to de primeira mão, antes de tratar de sua regeneraçãoindividual. Há pessoas que, impulsionadas pelo medo daexistência, pedem sinais numa experiência espiritista. Háos que buscam sabedoria, ciência, explicações ocultas ecientíficas, não místicas, mas bem intelectuais. Outrosdizem: “Eu sigo o caminho da razão; esta é minha linha;mais tarde talvez escolha a linha do coração”.

“Mas nós pregamos a Cristo crucificado”, diz Paulocom grande ênfase. E nós, dizem os irmãos rosacruzes,

... professamos o conhecimento de Jesus Cristo, tal comoele é divulgado em termos claros e evidentes nestes últi-mos tempos, principalmente na Alemanha, e comoainda é hoje – à exceção de todos os fanáticos, hereges efalsos profetas – recebido, conquistado e propagado pordeterminados países.

E, portanto, também nós pregamos um Cristo crucifica-do por meio da angústia do Getsêmani e do: “Deusmeu, Deus meu, por que me desamparaste?”

Qual é o significado mágico dessas palavras? Qualé o grande significado gnóstico-científico desse com-portamento de vida cuja tônica não muda? Que lugar

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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fragmentária caem em meio à confusão. Elas tropeçamna verdade e se suicidam. Assim, a falsidade aniquila asi mesma pela inflexibilidade do aço, pela perseveran-ça dinâmica da luz da cruz.

Vede, em nome da Escola de Mistérios da Rosacruz,nós vos anunciamos Jesus Cristo, Jesus Cristo crucifica-do. Por esse santo de Deus sereis demolidos paraconhecer, um dia, a angústia do abandono de Deus,porque, em um amor radiante, quereis salvar a huma-nidade que está, neste exato momento, em vias decometer suicídio.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

332

29Também nos beneficiamos de dois sacramentos, taiscomo eles foram instituídos, com todas as fórmulas ecerimônias, pela Primeira Igreja Reformada.

Fama Fraternitatis R.C.

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fragmentária caem em meio à confusão. Elas tropeçamna verdade e se suicidam. Assim, a falsidade aniquila asi mesma pela inflexibilidade do aço, pela perseveran-ça dinâmica da luz da cruz.

Vede, em nome da Escola de Mistérios da Rosacruz,nós vos anunciamos Jesus Cristo, Jesus Cristo crucifica-do. Por esse santo de Deus sereis demolidos paraconhecer, um dia, a angústia do abandono de Deus,porque, em um amor radiante, quereis salvar a huma-nidade que está, neste exato momento, em vias decometer suicídio.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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29Também nos beneficiamos de dois sacramentos, taiscomo eles foram instituídos, com todas as fórmulas ecerimônias, pela Primeira Igreja Reformada.

Fama Fraternitatis R.C.

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29

Os dois sacramentos dos rosacruzes

Na Fama, fala-se que os irmãos rosacruzes se benefi-ciam de dois sacramentos, tal como foram instituídospela Primeira Igreja Reformada. Quando examinamosde que sacramentos se trata aqui, descobrimos que sãoo do batismo e o da santa ceia, sacramentos tidos emalta estima pela Escola de Mistérios do Ocidente.Vejamos agora que valores gnóstico-científicos, queforças e que magia estão na base desses dois sacra-mentos, pois também aqui compreenderemos, certa-mente, que a ciência gnóstica vê mais longe, além dasinterpretações teológicas, que levaram a Igreja a umaaplicação incompreensível e sem força.

Quando nos indagamos o que são os sacramentos,a resposta deve ser a seguinte: um sacramento é uminstrumento de graça, um meio pelo qual uma forçasanta é introduzida em nosso ser. No Catecismo deHeidelberg é dito: “Os sacramentos são símbolos eselos sagrados e visíveis, estabelecidos por Deus paraque sua utilização nos permita melhor compreender apromessa do evangelho e selá-la em nós”. Em outraspalavras, trata-se de um método graças ao qual umacerta força é comunicada ao homem, criando nele con-seqüências duradouras.

Para o aluno da Escola Espiritual, essas coisas nãoparecem nada estranhas, pois ele sabe, por seus estudos, 335

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Os dois sacramentos dos rosacruzes

Na Fama, fala-se que os irmãos rosacruzes se benefi-ciam de dois sacramentos, tal como foram instituídospela Primeira Igreja Reformada. Quando examinamosde que sacramentos se trata aqui, descobrimos que sãoo do batismo e o da santa ceia, sacramentos tidos emalta estima pela Escola de Mistérios do Ocidente.Vejamos agora que valores gnóstico-científicos, queforças e que magia estão na base desses dois sacra-mentos, pois também aqui compreenderemos, certa-mente, que a ciência gnóstica vê mais longe, além dasinterpretações teológicas, que levaram a Igreja a umaaplicação incompreensível e sem força.

Quando nos indagamos o que são os sacramentos,a resposta deve ser a seguinte: um sacramento é uminstrumento de graça, um meio pelo qual uma forçasanta é introduzida em nosso ser. No Catecismo deHeidelberg é dito: “Os sacramentos são símbolos eselos sagrados e visíveis, estabelecidos por Deus paraque sua utilização nos permita melhor compreender apromessa do evangelho e selá-la em nós”. Em outraspalavras, trata-se de um método graças ao qual umacerta força é comunicada ao homem, criando nele con-seqüências duradouras.

Para o aluno da Escola Espiritual, essas coisas nãoparecem nada estranhas, pois ele sabe, por seus estudos, 335

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um novo mundo em bondade, verdade e justiça gra-ças à força de cabeças, corações e mãos, podem,pela força mantrâmica do batismo, ligar seu filhocom a essência crística descendente, para que seufilho, selado por essa força, cumpra sua tarefa, comoum herói.

É preciso que descubrais como, nos círculos ecle-siásticos, menospreza-se totalmente o significado dobatismo, e como, nos círculos ortodoxos, faz-se ummau uso desse santo sacramento. De fato, quando acriança é batizada, o coração primitivo dos pais e o dosacerdote se acalmam e, pelo milagre sacramental, ospais supõem que seu filho esteja em segurança.Infelizmente, a criança está em uma situação bem maisprecária do que antes, pois uma profunda discordân-cia, um desdobramento marcante de sua personalidadeo impulsiona para o caos das imperfeições. Por quê?Bem, pela magia do batismo, a criança é tomada pelacorrente involutiva de Cristo, com a intenção, comoensina o Catecismo de Heidelberg, de fazê-la com-preender a promessa e a exigência do evangelho e deselá-las nela. O batismo, portanto, liga a criança a ummandato evangélico. Geralmente, porém, educamosnossos filhos para terem um comportamento diametral-mente oposto ao evangelho.

É por isso, também, que as coisas se transformamem seus contrários: a magia do batismo, que deveriaser uma fonte de força permanente pela ação verdadei-ra de cabeças, corações e mãos, torna-se, assim, umgrande poder destruidor. A corrente descendente pro-voca, desse modo, um curto-circuito; o fogo explodede todos os lados apesar dos salmos e do ressoar doscânticos, provocado justamente por eles e pelo mauuso do sacramento. Eis o lento suicídio da Igreja.

Capítulo 29

337

que o ensinamento dos mantras, o ensinamento dasfórmulas de força repousa sobre a mesma base. Noentanto, jamais deveis cair no erro de pensar que ummantra, simples ou complexo, possa ter o mesmo valorque um sacramento. O simples fato de estes dois sacra-mentos – o batismo e a santa ceia – terem sido instituí-dos por Cristo é a melhor prova disto.

Na realidade, o ensinamento dos mantras está total-mente entrelaçado com nossa vida cotidiana. Certossons, certas palavras nos tocam e produzem resultadosquando chegam até nós em circunstâncias especiais. Ésobre essa base que repousa o ensinamento dos mantrase, quando descobrimos a chave vibratória e a polaridadede um ser humano, é possível edificar ao redor dele todoum sistema de mantras. A magia sempre fez uso disso.

O aluno tem de compreender que existem duascorrentes cósmica: uma que leva para baixo – a corren-te involutiva, o batismo – e a outra que leva para o alto– a corrente evolutiva, a santa ceia. Conseqüen-temente, o batismo é o sacramento, a dispensação dagraça, a magia involutiva; a santa ceia é o sacramento,o caminho da graça, a magia que nos eleva, depois queo processo de involução chegou ao seu final.

É por isso que o batismo das crianças – desde queseja administrado com a plena colaboração dos doispais – torna-se muito compreensível, muito lógico emuito necessário. Quando a dupla unidade cósmicahomem-mulher gera uma criança, quando o ato deamor tomou forma, os pais sabem que seu filho, de iní-cio completamente inconsciente da vida real, um diairromperá através dela, e terá de aceitar sua tarefa erealizar seu trabalho.

Os pais que compreendem o sentido da vida eentendem o sentido da missão humana, que é edificar

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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um novo mundo em bondade, verdade e justiça gra-ças à força de cabeças, corações e mãos, podem,pela força mantrâmica do batismo, ligar seu filhocom a essência crística descendente, para que seufilho, selado por essa força, cumpra sua tarefa, comoum herói.

É preciso que descubrais como, nos círculos ecle-siásticos, menospreza-se totalmente o significado dobatismo, e como, nos círculos ortodoxos, faz-se ummau uso desse santo sacramento. De fato, quando acriança é batizada, o coração primitivo dos pais e o dosacerdote se acalmam e, pelo milagre sacramental, ospais supõem que seu filho esteja em segurança.Infelizmente, a criança está em uma situação bem maisprecária do que antes, pois uma profunda discordân-cia, um desdobramento marcante de sua personalidadeo impulsiona para o caos das imperfeições. Por quê?Bem, pela magia do batismo, a criança é tomada pelacorrente involutiva de Cristo, com a intenção, comoensina o Catecismo de Heidelberg, de fazê-la com-preender a promessa e a exigência do evangelho e deselá-las nela. O batismo, portanto, liga a criança a ummandato evangélico. Geralmente, porém, educamosnossos filhos para terem um comportamento diametral-mente oposto ao evangelho.

É por isso, também, que as coisas se transformamem seus contrários: a magia do batismo, que deveriaser uma fonte de força permanente pela ação verdadei-ra de cabeças, corações e mãos, torna-se, assim, umgrande poder destruidor. A corrente descendente pro-voca, desse modo, um curto-circuito; o fogo explodede todos os lados apesar dos salmos e do ressoar doscânticos, provocado justamente por eles e pelo mauuso do sacramento. Eis o lento suicídio da Igreja.

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que o ensinamento dos mantras, o ensinamento dasfórmulas de força repousa sobre a mesma base. Noentanto, jamais deveis cair no erro de pensar que ummantra, simples ou complexo, possa ter o mesmo valorque um sacramento. O simples fato de estes dois sacra-mentos – o batismo e a santa ceia – terem sido instituí-dos por Cristo é a melhor prova disto.

Na realidade, o ensinamento dos mantras está total-mente entrelaçado com nossa vida cotidiana. Certossons, certas palavras nos tocam e produzem resultadosquando chegam até nós em circunstâncias especiais. Ésobre essa base que repousa o ensinamento dos mantrase, quando descobrimos a chave vibratória e a polaridadede um ser humano, é possível edificar ao redor dele todoum sistema de mantras. A magia sempre fez uso disso.

O aluno tem de compreender que existem duascorrentes cósmica: uma que leva para baixo – a corren-te involutiva, o batismo – e a outra que leva para o alto– a corrente evolutiva, a santa ceia. Conseqüen-temente, o batismo é o sacramento, a dispensação dagraça, a magia involutiva; a santa ceia é o sacramento,o caminho da graça, a magia que nos eleva, depois queo processo de involução chegou ao seu final.

É por isso que o batismo das crianças – desde queseja administrado com a plena colaboração dos doispais – torna-se muito compreensível, muito lógico emuito necessário. Quando a dupla unidade cósmicahomem-mulher gera uma criança, quando o ato deamor tomou forma, os pais sabem que seu filho, de iní-cio completamente inconsciente da vida real, um diairromperá através dela, e terá de aceitar sua tarefa erealizar seu trabalho.

Os pais que compreendem o sentido da vida eentendem o sentido da missão humana, que é edificar

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realizada, ele pode espiritualizá-la lentamente, graças àmagia da santa ceia. Podereis então compreender facil-mente o que deve acontecer quando alguém se ligaindignamente à magia da santa ceia. O caos da petrifi-cação, o resultado do falso batismo é atravessado pelamagia da santa ceia, que deve espiritualizar valores nãoexistentes.

Segundo a visão gnóstica, aqui encontramos acausa de todos os males cancerosos, que atacam tãofreqüentemente os órgãos sexuais, porque o homememprega sua força criadora de maneira errônea. Ovinho da santa ceia, como aspecto do sangue, repre-senta a espiritualização, a purificação do sangue e suatransmutação em sangue da alma, ou éteres-fogo daalma, enquanto que o pão, o aspecto corporal deCristo, simboliza a transmutação e a espiritualização daestrutura atômica da personalidade. Portanto, é cienti-ficamente certo que toda pessoa que, de um modoindigno, coma desse corpo e beba desse sangue ou,em outras palavras, que evoque a magia desse sacra-mento sem ser digno, provoca, consciente ou incons-cientemente, uma fermentação, um envenenamento dosangue, assim como uma enfermidade do metabolis-mo. É essa a razão pela qual Paulo, falando sobre essesperigos, adverte os coríntios “que não se reúnam paraum julgamento”.

Ora, a Escola de Mistérios do Ocidente, aFraternidade da Rosacruz, faz uso desses dois sacra-mentos, assim como diz a Fama Fraternitatis; noentanto, é necessário que compreendais bem o sentidodessa comunicação. Toda magia aplicada pelaFraternidade da Luz está ligada a esses dois sacramen-tos. Existe uma magia que se ocupa de impulsionar omundo e o homem rumo à ação, e existe uma magia

Capítulo 29

339

Além disso, é bom observar que o sacramento dobatismo é administrado com água. A água tem umagrande força de cristalização; da mesma maneira queos continentes arianos se ergueram das águas, a simbó-lica água viva de Cristo tem uma influência cristalizan-te. É preciso que o homem construa, com essa águaviva, um mundo de verdade, uma ordem no caos, umacidade de portas de cristal. A realidade, a ordem natu-ral atualmente fragmentada, deve ser restabelecida pelaforça crística, segundo o sentido da corrente involutivadescendente. Se o homem recusa esse mandato, umprocesso de cristalização totalmente diferente se insta-la, o da petrificação de todos os valores culturais: adegeneração da arte, da ciência e da religião.

Referimo-nos às sábias palavras do iniciado Paulo,quando diz: “Mas não é primeiro o espiritual, senão oanimal”. Primeiro vem o natural, o restabelecimento darealidade, atualmente fragmentada no homem e nasociedade, por meio da força crística, por meio damagia do batismo, pela essência da vida divina quedesce na corrupção; e em seguida vem o espiritual, odevir do Cristo-em-vós, pela magia da santa ceia, gra-ças à qual obtendes a participação em sua vida e emseu sangue, e sois admitidos na corrente evolutiva dasforças cósmicas que, pela transmutação, espiritualizamtoda a criação.

Imaginai o homem que, tomado do verdadeiro batis-mo, se põe a trabalhar na força crística, com o empe-nho de toda a sua vida; verdadeiro construtor domundo, franco-maçom que penosamente acrescentapedra sobre pedra no muro da nova cidadela da ver-dade. Graças à magia do batismo, ele transforma ocaos em razão divina, e logo que uma de suas obras é

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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realizada, ele pode espiritualizá-la lentamente, graças àmagia da santa ceia. Podereis então compreender facil-mente o que deve acontecer quando alguém se ligaindignamente à magia da santa ceia. O caos da petrifi-cação, o resultado do falso batismo é atravessado pelamagia da santa ceia, que deve espiritualizar valores nãoexistentes.

Segundo a visão gnóstica, aqui encontramos acausa de todos os males cancerosos, que atacam tãofreqüentemente os órgãos sexuais, porque o homememprega sua força criadora de maneira errônea. Ovinho da santa ceia, como aspecto do sangue, repre-senta a espiritualização, a purificação do sangue e suatransmutação em sangue da alma, ou éteres-fogo daalma, enquanto que o pão, o aspecto corporal deCristo, simboliza a transmutação e a espiritualização daestrutura atômica da personalidade. Portanto, é cienti-ficamente certo que toda pessoa que, de um modoindigno, coma desse corpo e beba desse sangue ou,em outras palavras, que evoque a magia desse sacra-mento sem ser digno, provoca, consciente ou incons-cientemente, uma fermentação, um envenenamento dosangue, assim como uma enfermidade do metabolis-mo. É essa a razão pela qual Paulo, falando sobre essesperigos, adverte os coríntios “que não se reúnam paraum julgamento”.

Ora, a Escola de Mistérios do Ocidente, aFraternidade da Rosacruz, faz uso desses dois sacra-mentos, assim como diz a Fama Fraternitatis; noentanto, é necessário que compreendais bem o sentidodessa comunicação. Toda magia aplicada pelaFraternidade da Luz está ligada a esses dois sacramen-tos. Existe uma magia que se ocupa de impulsionar omundo e o homem rumo à ação, e existe uma magia

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Além disso, é bom observar que o sacramento dobatismo é administrado com água. A água tem umagrande força de cristalização; da mesma maneira queos continentes arianos se ergueram das águas, a simbó-lica água viva de Cristo tem uma influência cristalizan-te. É preciso que o homem construa, com essa águaviva, um mundo de verdade, uma ordem no caos, umacidade de portas de cristal. A realidade, a ordem natu-ral atualmente fragmentada, deve ser restabelecida pelaforça crística, segundo o sentido da corrente involutivadescendente. Se o homem recusa esse mandato, umprocesso de cristalização totalmente diferente se insta-la, o da petrificação de todos os valores culturais: adegeneração da arte, da ciência e da religião.

Referimo-nos às sábias palavras do iniciado Paulo,quando diz: “Mas não é primeiro o espiritual, senão oanimal”. Primeiro vem o natural, o restabelecimento darealidade, atualmente fragmentada no homem e nasociedade, por meio da força crística, por meio damagia do batismo, pela essência da vida divina quedesce na corrupção; e em seguida vem o espiritual, odevir do Cristo-em-vós, pela magia da santa ceia, gra-ças à qual obtendes a participação em sua vida e emseu sangue, e sois admitidos na corrente evolutiva dasforças cósmicas que, pela transmutação, espiritualizamtoda a criação.

Imaginai o homem que, tomado do verdadeiro batis-mo, se põe a trabalhar na força crística, com o empe-nho de toda a sua vida; verdadeiro construtor domundo, franco-maçom que penosamente acrescentapedra sobre pedra no muro da nova cidadela da ver-dade. Graças à magia do batismo, ele transforma ocaos em razão divina, e logo que uma de suas obras é

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gue e a carne daquele que está mais próximo do quemãos e pés, a fim de que, saciando-vos, ultrapasseis aporta cristalina que leva à libertação. Somente então seelevará o cântico dos iniciados:

Eis a porta do Senhor,que será atravessada pelo povo liberto.

Capítulo 29

341

que se ocupa de impulsionar o mundo e o homempara recolher os frutos dessa ação pela obra da espiri-tualização.

A magia negra é a imagem deformada dessa ordemde coisas. As forças das trevas adaptam o primeirosacramento de modo negativo para cristalizar a huma-nidade e, assim, consolidar seu reinado; elas tambémpraticam sua magia da santa ceia, a fim de prolongarseu campo de ação nos domínios invisíveis, precipitan-do as causas degenerativas da morte, após uma espiri-tualização negativa. Portanto, não se trata absoluta-mente de um tipo de ministério sacerdotal, muitoembora, por certas razões, grupos de alunos da Rosa-cruz se reúnam, aqui e ali, para a realização de algunsrituais sacramentais. Segundo as instituições de nossoSenhor Jesus Cristo, cada homem deve ser seu própriosacerdote, e a dupla unidade cósmica homem-mulherdeve aqui também aceitar a responsabilidade de suaprópria ligação.

O batismo da Rosacruz é um batismo impessoalpara que, inflamados pelo espírito de Deus, vos ren-dais a Cristo. A santa ceia da Rosacruz é um ministérioimpessoal, um apelo à transmutação pela ligação alquí-mica com o Senhor de toda vida, a fim de que o renas-cimento pelo Espírito Santo possa ser celebrado combase no aniquilamento em Cristo.

Em primeiro lugar, todo impulso sacramental verda-deiro deve lançar-vos na realidade do inferno terrestre,a fim de aí instalar a ação ardente em bondade, verda-de e justiça, para que um dia a passiflora do amor ver-dadeiro, exumada da noite, floresça em um mundonovo e feliz. Eis por que a água viva de Cristo cai gotaa gota no mundo da morte, para que vós vos batizeise construais a porta cristalina; eis por que existe o san-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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gue e a carne daquele que está mais próximo do quemãos e pés, a fim de que, saciando-vos, ultrapasseis aporta cristalina que leva à libertação. Somente então seelevará o cântico dos iniciados:

Eis a porta do Senhor,que será atravessada pelo povo liberto.

Capítulo 29

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que se ocupa de impulsionar o mundo e o homempara recolher os frutos dessa ação pela obra da espiri-tualização.

A magia negra é a imagem deformada dessa ordemde coisas. As forças das trevas adaptam o primeirosacramento de modo negativo para cristalizar a huma-nidade e, assim, consolidar seu reinado; elas tambémpraticam sua magia da santa ceia, a fim de prolongarseu campo de ação nos domínios invisíveis, precipitan-do as causas degenerativas da morte, após uma espiri-tualização negativa. Portanto, não se trata absoluta-mente de um tipo de ministério sacerdotal, muitoembora, por certas razões, grupos de alunos da Rosa-cruz se reúnam, aqui e ali, para a realização de algunsrituais sacramentais. Segundo as instituições de nossoSenhor Jesus Cristo, cada homem deve ser seu própriosacerdote, e a dupla unidade cósmica homem-mulherdeve aqui também aceitar a responsabilidade de suaprópria ligação.

O batismo da Rosacruz é um batismo impessoalpara que, inflamados pelo espírito de Deus, vos ren-dais a Cristo. A santa ceia da Rosacruz é um ministérioimpessoal, um apelo à transmutação pela ligação alquí-mica com o Senhor de toda vida, a fim de que o renas-cimento pelo Espírito Santo possa ser celebrado combase no aniquilamento em Cristo.

Em primeiro lugar, todo impulso sacramental verda-deiro deve lançar-vos na realidade do inferno terrestre,a fim de aí instalar a ação ardente em bondade, verda-de e justiça, para que um dia a passiflora do amor ver-dadeiro, exumada da noite, floresça em um mundonovo e feliz. Eis por que a água viva de Cristo cai gotaa gota no mundo da morte, para que vós vos batizeise construais a porta cristalina; eis por que existe o san-

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30Em matéria de política, reconhecemos o império romano– e a Quarta Monarquia como nosso mestre e mestre doscristãos.

Fama Fraternitatis R.C

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30Em matéria de política, reconhecemos o império romano– e a Quarta Monarquia como nosso mestre e mestre doscristãos.

Fama Fraternitatis R.C

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30

O testemunho político dos rosacruzes

Na Fama, lemos também sobre o testemunho políticodos rosacruzes, testemunho do qual nenhum aluno sin-cero da Rosacruz jamais se afastou. Queira Deus queseja sempre assim no futuro. Não é sem razão que tira-mos nossa orientação política das narrativas da Fama,seguindo o exemplo da Ordem, pois nesta época satu-rada de violência, é bom determinarmos nosso pontode vista e darmos nosso testemunho. Nós o fazemoscom muita satisfação, porque em diversos meios nosquais a atividade rosacruz suscitou alguma inquietudemuitas idéias errôneas são expressas quanto a esse tes-temunho. Lemos na Fama:

Em matéria de política reconhecemos o império romano– e a Quarta Monarquia como nosso mestre e mestre doscristãos.

Tendes aqui o testemunho político da Rosacruz, aorientação política da Escola de Mistérios do Ocidente.A brevidade desse parágrafo político dos rosacruzesdeve certamente vos agradar, e sem dúvida vos farásupor que por trás desse enigmático preâmbulo escon-de-se um sentido profundo. Pressentimos aqui umafórmula cujo esclarecimento poderia ser importante.Neste capítulo iremos nos ocupar dessa fórmula. 345

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O testemunho político dos rosacruzes

Na Fama, lemos também sobre o testemunho políticodos rosacruzes, testemunho do qual nenhum aluno sin-cero da Rosacruz jamais se afastou. Queira Deus queseja sempre assim no futuro. Não é sem razão que tira-mos nossa orientação política das narrativas da Fama,seguindo o exemplo da Ordem, pois nesta época satu-rada de violência, é bom determinarmos nosso pontode vista e darmos nosso testemunho. Nós o fazemoscom muita satisfação, porque em diversos meios nosquais a atividade rosacruz suscitou alguma inquietudemuitas idéias errôneas são expressas quanto a esse tes-temunho. Lemos na Fama:

Em matéria de política reconhecemos o império romano– e a Quarta Monarquia como nosso mestre e mestre doscristãos.

Tendes aqui o testemunho político da Rosacruz, aorientação política da Escola de Mistérios do Ocidente.A brevidade desse parágrafo político dos rosacruzesdeve certamente vos agradar, e sem dúvida vos farásupor que por trás desse enigmático preâmbulo escon-de-se um sentido profundo. Pressentimos aqui umafórmula cujo esclarecimento poderia ser importante.Neste capítulo iremos nos ocupar dessa fórmula. 345

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mas como Jó, juntamente com o bem, os tormentos, eque esses tormentos são cientificamente corretos. “Daia César o que é de César!”

Se reconhecemos a realidade das coisas e se aceita-mos seu curso de crescimento segundo as leis naturais,então nos integramos às suas leis inequívocas. A Bíblia,por exemplo, apresenta a santidade do casamentocomo uma exigência cósmica e, não obstante, estabe-lece as leis do divórcio pela boca de Moisés no VelhoTestamento e pela boca de Paulo no Novo Testamento.Assim, nenhum ser humano terá descanso e catástrofeapós catástrofe golpeará o mundo e a humanidadeenquanto o estado desenvolvido segundo as leis natu-rais não se harmonizar com a exigência divina pormeio de mãos, cabeças e corações humanos.

É por isso que na declaração política de Jesus Cristoo “dai a César o que é de César” é contrabalançadopelas palavras flamejantes “e a Deus o que é de Deus”.Nada de dividir vossa atenção entre “um pouco disto,um pouco daquilo”, pois não se pode servir a doissenhores – a Deus e a Mamon, nem de viver seis diasconforme vossos instintos naturais e no domingo ir àmissa ou à procissão. Nenhuma brincadeira de escon-de-esconde entre as exigências divinas e vossas cobi-ças, porém um verdadeiro atravessar, um verdadeiroromper a realidade factual pela espada do Espírito. Éum ataque da exigência divina contra a caricatura dasociedade humana; uma denúncia clara e aberta detudo o que é mau, falso e incorretamente desenvolvi-do; uma declaração aberta de bondade, verdade e jus-tiça, no sentido do plano divino para o mundo e paraa humanidade, plano explicado pelo Filho, por Cristo.

É assim que se desenvolve o conflito entre a nossaordem natural e a ordem espiritual de Jesus Cristo, a fim

Capítulo 30

347

Em matéria de política, reconhecemos o império romano– e a Quarta Monarquia como nosso mestre e mestre doscristãos.

Para sentir um solo bem firme sob nossos pés, colo-quemos lado a lado com essa frase as palavras bemconhecidas de Jesus Cristo: “Dai, pois, a César o que éde César, e a Deus o que é de Deus”.

Em alguns círculos, considera-se que essas palavrasde Cristo são um meio prático de fugir a uma tentativade envolvê-lo com as complicações políticas de seutempo. Entretanto, nós vos dizemos que não se trataabsolutamente de uma fuga, mas de uma referênciadireta ao único comportamento político que pode serseguido por um cristão.

“Dai a César o que é de César.” O aluno do esote-rismo reconhece aqui um estado de fato que se formounaturalmente e se manifesta de maneira lógica em rela-ção a um nível de desenvolvimento espiritual e mate-rial atingido por um povo ou por uma etnia. Ignoraresse estado, não aceitá-lo como tal, em sua utilidade eem sua necessidade, seria uma falta de compreensãoesotérica e científica. De fato, como alunos daRosacruz, sabeis, graças a pesquisas esotéricas, queuma lógica pode ser observada no desenrolar das coi-sas, e que cada povo preparou, em um passado longín-quo, as causas de sua decadência ou de sua prosperi-dade atuais. O caminho de dor do indivíduo ou dacoletividade tem um antecedente a partir do qual oaparecimento da enfermidade pode ser explicado.

Quando estais enfermos, podeis detestar ou maldi-zer vossa enfermidade; isso não impede que ela conti-nue presente e que sejais obrigados a levá-la em conta.Nesse sentido, o aluno deve aceitar, não com fatalismo,

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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mas como Jó, juntamente com o bem, os tormentos, eque esses tormentos são cientificamente corretos. “Daia César o que é de César!”

Se reconhecemos a realidade das coisas e se aceita-mos seu curso de crescimento segundo as leis naturais,então nos integramos às suas leis inequívocas. A Bíblia,por exemplo, apresenta a santidade do casamentocomo uma exigência cósmica e, não obstante, estabe-lece as leis do divórcio pela boca de Moisés no VelhoTestamento e pela boca de Paulo no Novo Testamento.Assim, nenhum ser humano terá descanso e catástrofeapós catástrofe golpeará o mundo e a humanidadeenquanto o estado desenvolvido segundo as leis natu-rais não se harmonizar com a exigência divina pormeio de mãos, cabeças e corações humanos.

É por isso que na declaração política de Jesus Cristoo “dai a César o que é de César” é contrabalançadopelas palavras flamejantes “e a Deus o que é de Deus”.Nada de dividir vossa atenção entre “um pouco disto,um pouco daquilo”, pois não se pode servir a doissenhores – a Deus e a Mamon, nem de viver seis diasconforme vossos instintos naturais e no domingo ir àmissa ou à procissão. Nenhuma brincadeira de escon-de-esconde entre as exigências divinas e vossas cobi-ças, porém um verdadeiro atravessar, um verdadeiroromper a realidade factual pela espada do Espírito. Éum ataque da exigência divina contra a caricatura dasociedade humana; uma denúncia clara e aberta detudo o que é mau, falso e incorretamente desenvolvi-do; uma declaração aberta de bondade, verdade e jus-tiça, no sentido do plano divino para o mundo e paraa humanidade, plano explicado pelo Filho, por Cristo.

É assim que se desenvolve o conflito entre a nossaordem natural e a ordem espiritual de Jesus Cristo, a fim

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Em matéria de política, reconhecemos o império romano– e a Quarta Monarquia como nosso mestre e mestre doscristãos.

Para sentir um solo bem firme sob nossos pés, colo-quemos lado a lado com essa frase as palavras bemconhecidas de Jesus Cristo: “Dai, pois, a César o que éde César, e a Deus o que é de Deus”.

Em alguns círculos, considera-se que essas palavrasde Cristo são um meio prático de fugir a uma tentativade envolvê-lo com as complicações políticas de seutempo. Entretanto, nós vos dizemos que não se trataabsolutamente de uma fuga, mas de uma referênciadireta ao único comportamento político que pode serseguido por um cristão.

“Dai a César o que é de César.” O aluno do esote-rismo reconhece aqui um estado de fato que se formounaturalmente e se manifesta de maneira lógica em rela-ção a um nível de desenvolvimento espiritual e mate-rial atingido por um povo ou por uma etnia. Ignoraresse estado, não aceitá-lo como tal, em sua utilidade eem sua necessidade, seria uma falta de compreensãoesotérica e científica. De fato, como alunos daRosacruz, sabeis, graças a pesquisas esotéricas, queuma lógica pode ser observada no desenrolar das coi-sas, e que cada povo preparou, em um passado longín-quo, as causas de sua decadência ou de sua prosperi-dade atuais. O caminho de dor do indivíduo ou dacoletividade tem um antecedente a partir do qual oaparecimento da enfermidade pode ser explicado.

Quando estais enfermos, podeis detestar ou maldi-zer vossa enfermidade; isso não impede que ela conti-nue presente e que sejais obrigados a levá-la em conta.Nesse sentido, o aluno deve aceitar, não com fatalismo,

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beis um pouco desse estado real das coisas, entãopodeis compreender o toque de trombeta do desper-tar: “Dai a Deus o que é de Deus!” Então, o testemu-nho político dos rosacruzes aparecerá diante de vóscom toda a sua clareza:

Em matéria de política reconhecemos o império romano– e a Quarta Monarquia como nosso mestre e mestre doscristãos.

Esse testemunho é tirado das palavras de Cristo: “Dai aCésar o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Osrosacruzes admitem aqui que o mundo é quase inteira-mente possuído pela ordem cultural de Roma, queaumentou através dos séculos; uma ordem cultural queembora atacada pela Reforma – com a qual os rosacru-zes colaboraram, de início – ainda hoje é extremamentepoderosa. Esse império romano, essa hierarquia romanaque até mesmo nos países mais puritanos faz sentir seupoder triunfante através de várias expressões culturais, eque desenvolveu uma civilização que se afasta do cami-nho que a humanidade deve percorrer, segundo o man-damento cósmico, ou se encontra parcialmente em opo-sição a ele, é agora contrabalançado pelos rosacruzespela Quarta Monarquia, ou o Quarto Reino.

O que é a Quarta Monarquia? É a designação caba-lística do reino de Jesus Cristo. A Quarta Monarquia é osímbolo da realização e da manifestação da luz que,segundo o prólogo do Evangelho de João, brilha nomundo, mesmo que as trevas não possam reconhecersua presença. A Quarta Monarquia significa a completaseparação entre a natureza da luz e a das trevas. Ela ésimbolizada na magia por um imperador que segura namão esquerda um globo terrestre encimado por uma

Capítulo 30

349

de que, graças a esse jogo e contra-jogo de forças, anova vida possa surgir no tempo. É por isso que ainquietude, um profundo desgosto e um grande medoreinam entre os homens. A horda salta nos carrosséiscom seus sinos tilintantes, as danceterias se enchem depares que pulam e os balanços sobem com suas cargasaté o céu para em seguida mergulhar na matéria. Asorgias sexuais rugem como a besta do abismo do plexosacro. A humanidade geme como um animal ferido e,devido ao impulso da centelha divina que jaz dentrodela, tenta disfarçar sua profunda dor. Ela esconde suador atrás da máscara das falsas alegrias e reprime adolorosa realidade das coisas com uma brutalidade ili-mitada. “Máscaras nos sorriem”, assim diz alguém, emáscaras cantam hinos nacionalistas, e também aqui,consciente ou inconscientemente, vão a pique. A espa-da de Jesus Cristo está cravada no corpo das nações,corpo esse inflamado pela injustiça e sacudido pelafebre, apesar da pretensa prosperidade na qual se ani-quila uma grande parte da humanidade.

O Logos não vos deixa tranqüilos nem por umsegundo. Vossos nervos são atacados, o câncer se apro-xima sorrateiramente e a nostalgia aperta vossa gargan-ta com sua garra estranguladora. Sim, muita gente aindase compraz em se saciar das panelas de carne das coi-sas inferiores, voltando para nós suas máscaras caretei-ras, marcadas por um grande sorriso, até o momentoem que este se transforma em um grito pungente.

Conheceis as dores desta terra sob todas as suashorríveis formas? Conheceis o inexprimível sofrimentodos espíritos ligados à terra, que exalam suas dores emum grito que rasga os céus e, com raiva impotente,atacam tudo o que está a seu alcance? Se conheceisum pouco desse incomensurável sofrimento, se perce-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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beis um pouco desse estado real das coisas, entãopodeis compreender o toque de trombeta do desper-tar: “Dai a Deus o que é de Deus!” Então, o testemu-nho político dos rosacruzes aparecerá diante de vóscom toda a sua clareza:

Em matéria de política reconhecemos o império romano– e a Quarta Monarquia como nosso mestre e mestre doscristãos.

Esse testemunho é tirado das palavras de Cristo: “Dai aCésar o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Osrosacruzes admitem aqui que o mundo é quase inteira-mente possuído pela ordem cultural de Roma, queaumentou através dos séculos; uma ordem cultural queembora atacada pela Reforma – com a qual os rosacru-zes colaboraram, de início – ainda hoje é extremamentepoderosa. Esse império romano, essa hierarquia romanaque até mesmo nos países mais puritanos faz sentir seupoder triunfante através de várias expressões culturais, eque desenvolveu uma civilização que se afasta do cami-nho que a humanidade deve percorrer, segundo o man-damento cósmico, ou se encontra parcialmente em opo-sição a ele, é agora contrabalançado pelos rosacruzespela Quarta Monarquia, ou o Quarto Reino.

O que é a Quarta Monarquia? É a designação caba-lística do reino de Jesus Cristo. A Quarta Monarquia é osímbolo da realização e da manifestação da luz que,segundo o prólogo do Evangelho de João, brilha nomundo, mesmo que as trevas não possam reconhecersua presença. A Quarta Monarquia significa a completaseparação entre a natureza da luz e a das trevas. Ela ésimbolizada na magia por um imperador que segura namão esquerda um globo terrestre encimado por uma

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de que, graças a esse jogo e contra-jogo de forças, anova vida possa surgir no tempo. É por isso que ainquietude, um profundo desgosto e um grande medoreinam entre os homens. A horda salta nos carrosséiscom seus sinos tilintantes, as danceterias se enchem depares que pulam e os balanços sobem com suas cargasaté o céu para em seguida mergulhar na matéria. Asorgias sexuais rugem como a besta do abismo do plexosacro. A humanidade geme como um animal ferido e,devido ao impulso da centelha divina que jaz dentrodela, tenta disfarçar sua profunda dor. Ela esconde suador atrás da máscara das falsas alegrias e reprime adolorosa realidade das coisas com uma brutalidade ili-mitada. “Máscaras nos sorriem”, assim diz alguém, emáscaras cantam hinos nacionalistas, e também aqui,consciente ou inconscientemente, vão a pique. A espa-da de Jesus Cristo está cravada no corpo das nações,corpo esse inflamado pela injustiça e sacudido pelafebre, apesar da pretensa prosperidade na qual se ani-quila uma grande parte da humanidade.

O Logos não vos deixa tranqüilos nem por umsegundo. Vossos nervos são atacados, o câncer se apro-xima sorrateiramente e a nostalgia aperta vossa gargan-ta com sua garra estranguladora. Sim, muita gente aindase compraz em se saciar das panelas de carne das coi-sas inferiores, voltando para nós suas máscaras caretei-ras, marcadas por um grande sorriso, até o momentoem que este se transforma em um grito pungente.

Conheceis as dores desta terra sob todas as suashorríveis formas? Conheceis o inexprimível sofrimentodos espíritos ligados à terra, que exalam suas dores emum grito que rasga os céus e, com raiva impotente,atacam tudo o que está a seu alcance? Se conheceisum pouco desse incomensurável sofrimento, se perce-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Oferecemos estas palavras a todos aqueles que,desejando salvar a humanidade, seguem uma sendaexperimental fundamentada no humanitarismo ou emtendências revolucionárias. Existe apenas uma solução:a Quarta Monarquia! É com ela que os rosacruzes per-correm o mundo e a humanidade para que um dia asrosas da bondade, da verdade e da justiça se elevem,pela ação verdadeira de cabeças, corações e mãos –inflamados pelo fogo de Pentecostes, o criador das for-mas. Ou como diz Salutaris na obra Perseu: “O mundonavega em um oceano de sangue, que continuaráfluindo até que o último homem compreenda o crimede suas mãos”.

Nenhuma paz será trazida pelos matemáticos dapolítica se eles não forem impulsionados pelo podero-so alento da triunidade divina:

A bondade do Pai,a obediência do Filho, pleno de amor,e a acolhida da pureza do Espírito Santo,pela Quarta Monarquia.

Capítulo 30

351

cruz, na mão direita um tridente como cetro, e que temos símbolos do Sol e da Lua em seu peito.

Compreendereis esse simbolismo. É o segundoaspecto do Logos, o espírito de Cristo, que – graças àforça de formação, à força do Espírito Santo, represen-tado pelo tridente netuniano da total manifestaçãoespiritual neste mundo – vai governar como rei. E vós,estudantes de astrologia, sabeis que a força quádrupla,o quadrado, representa a pressão da matéria e o dua-lismo de nossa ordem natural. A Quarta Monarquia deJesus Cristo é a espada que inicia a luta com o mundoe a humanidade. Então, segundo a exigência da ordemcósmica – e prestai atenção a isto – não falamos denosso querido Senhor, tão doce e gentil, pois estaría-mos mergulhados em um arrebatamento místico e frou-xo, mas, sim, da força crística que vem atacar-vos diae noite e, como uma espada, despedaça vossa hipocri-sia e, enfim, como uma força quádrupla, cria em vóstensões das quais não podeis livrar-vos, a não ser deduas maneiras: pela queda ou pela regeneração.

Eis nossa política, nosso testemunho político.Reconhecendo a realidade, nós a atacamos com omandato evangélico e medimos cada fenômeno pelasanta lei de Jesus Cristo:

Em matéria de política reconhecemos o império romano– e a Quarta Monarquia como nosso mestre e mestre doscristãos.

Com toda a força que existe em nós, dizemos que háum só caminho, um só método para impulsionar vossarealidade para uma espiral superior: é a Quarta Monar-quia, o homem-deus que diz: “Não vim trazer a paz,mas a espada”.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Oferecemos estas palavras a todos aqueles que,desejando salvar a humanidade, seguem uma sendaexperimental fundamentada no humanitarismo ou emtendências revolucionárias. Existe apenas uma solução:a Quarta Monarquia! É com ela que os rosacruzes per-correm o mundo e a humanidade para que um dia asrosas da bondade, da verdade e da justiça se elevem,pela ação verdadeira de cabeças, corações e mãos –inflamados pelo fogo de Pentecostes, o criador das for-mas. Ou como diz Salutaris na obra Perseu: “O mundonavega em um oceano de sangue, que continuaráfluindo até que o último homem compreenda o crimede suas mãos”.

Nenhuma paz será trazida pelos matemáticos dapolítica se eles não forem impulsionados pelo podero-so alento da triunidade divina:

A bondade do Pai,a obediência do Filho, pleno de amor,e a acolhida da pureza do Espírito Santo,pela Quarta Monarquia.

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cruz, na mão direita um tridente como cetro, e que temos símbolos do Sol e da Lua em seu peito.

Compreendereis esse simbolismo. É o segundoaspecto do Logos, o espírito de Cristo, que – graças àforça de formação, à força do Espírito Santo, represen-tado pelo tridente netuniano da total manifestaçãoespiritual neste mundo – vai governar como rei. E vós,estudantes de astrologia, sabeis que a força quádrupla,o quadrado, representa a pressão da matéria e o dua-lismo de nossa ordem natural. A Quarta Monarquia deJesus Cristo é a espada que inicia a luta com o mundoe a humanidade. Então, segundo a exigência da ordemcósmica – e prestai atenção a isto – não falamos denosso querido Senhor, tão doce e gentil, pois estaría-mos mergulhados em um arrebatamento místico e frou-xo, mas, sim, da força crística que vem atacar-vos diae noite e, como uma espada, despedaça vossa hipocri-sia e, enfim, como uma força quádrupla, cria em vóstensões das quais não podeis livrar-vos, a não ser deduas maneiras: pela queda ou pela regeneração.

Eis nossa política, nosso testemunho político.Reconhecendo a realidade, nós a atacamos com omandato evangélico e medimos cada fenômeno pelasanta lei de Jesus Cristo:

Em matéria de política reconhecemos o império romano– e a Quarta Monarquia como nosso mestre e mestre doscristãos.

Com toda a força que existe em nós, dizemos que háum só caminho, um só método para impulsionar vossarealidade para uma espiral superior: é a Quarta Monar-quia, o homem-deus que diz: “Não vim trazer a paz,mas a espada”.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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31Apesar de sabermos perfeitamente quais são as mudan-ças que estão sendo preparadas, desejamos, de todo ocoração, comunicá-las aos que são instruídos por Deus,e nenhum homem poderá apossar-se, sem a vontade deDeus, de nosso manuscrito, que temos em mãos, nementregá-lo aos indignos. Entretanto, prestaremos auxí-lio secreto à boa causa, conforme Deus o permita ouproíba. Afinal, nosso Deus não é cego como a Fortunados pagãos, mas é o ornamento da Igreja e a honra doTemplo.

Fama Fraternitatis R.C.

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31Apesar de sabermos perfeitamente quais são as mudan-ças que estão sendo preparadas, desejamos, de todo ocoração, comunicá-las aos que são instruídos por Deus,e nenhum homem poderá apossar-se, sem a vontade deDeus, de nosso manuscrito, que temos em mãos, nementregá-lo aos indignos. Entretanto, prestaremos auxí-lio secreto à boa causa, conforme Deus o permita ouproíba. Afinal, nosso Deus não é cego como a Fortunados pagãos, mas é o ornamento da Igreja e a honra doTemplo.

Fama Fraternitatis R.C.

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O auxílio secreto dos rosacruzes

No testemunho político dos rosacruzes, dissemos queneste mundo invariavelmente reconhecemos a situaçãoatual, tal como ela foi formada, segundo as leis danatureza. Apesar de esta situação continuar sendo dia-metralmente oposta à vontade de Deus e de sua lei, orosacruz a aceita porque a vê como o resultado natu-ral do povo de onde ele veio e do país onde ele habi-ta. Com coragem, o rosacruz aceita os resultados dospecados coletivos que se expressam em sua nação,adaptando-se totalmente às leis de seu país e testemu-nhando um respeito adequado pelo governo, sem, noentanto, cair em adoração exagerada pelo “espírito deraça”. O aluno rosacruz não é um revolucionário, nosentido social, político ou científico do termo.

Entretanto, não penseis que, quando reconhecemoso estado natural, nos apegamos aos hábitos e à nega-tividade; e que, mergulhando na vida de nossa nação,sofrendo com ela suas dores, seus pecados, suas limi-tações, deixamos de fazer qualquer esforço e deixamosde agir para mudar a ordem natural à qual todos nóspertencemos.

Dissemos que reconhecemos a Quarta Monarquiacomo nosso mestre e mestre dos cristãos. Já dissemos queessa designação cabalística reporta-se à natureza deCristo e que, como uma espada, traspassamos a ordem 355

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O auxílio secreto dos rosacruzes

No testemunho político dos rosacruzes, dissemos queneste mundo invariavelmente reconhecemos a situaçãoatual, tal como ela foi formada, segundo as leis danatureza. Apesar de esta situação continuar sendo dia-metralmente oposta à vontade de Deus e de sua lei, orosacruz a aceita porque a vê como o resultado natu-ral do povo de onde ele veio e do país onde ele habi-ta. Com coragem, o rosacruz aceita os resultados dospecados coletivos que se expressam em sua nação,adaptando-se totalmente às leis de seu país e testemu-nhando um respeito adequado pelo governo, sem, noentanto, cair em adoração exagerada pelo “espírito deraça”. O aluno rosacruz não é um revolucionário, nosentido social, político ou científico do termo.

Entretanto, não penseis que, quando reconhecemoso estado natural, nos apegamos aos hábitos e à nega-tividade; e que, mergulhando na vida de nossa nação,sofrendo com ela suas dores, seus pecados, suas limi-tações, deixamos de fazer qualquer esforço e deixamosde agir para mudar a ordem natural à qual todos nóspertencemos.

Dissemos que reconhecemos a Quarta Monarquiacomo nosso mestre e mestre dos cristãos. Já dissemos queessa designação cabalística reporta-se à natureza deCristo e que, como uma espada, traspassamos a ordem 355

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De hora em hora, de segundo em segundo, existe umaforça divina que deseja descer em nós, que desejamorar entre nós, tendo como objetivo sintonizar a terrae seus habitantes com a harmonia das esferas, deelevá-los e impulsioná-los a cumprir seu destino defilhos do Pai. Entretanto, sem vós, essa força divinanada pode fazer para atingir esse objetivo. Ela deve semanifestar através de vós e despertar-vos para umacolaboração consciente para o devir universal. É porisso que é dito: “A criação de Deus está oculta nohomem. Somos partes de sua criação, engrenagens dagrande realização universal. Conseqüentemente, seudevir, o coroamento da criação, depende da colabora-ção consciente, do devotamento consciente de cabe-ças, corações e mãos humanos”.

O ser divino, capaz de nos aniquilar a todos emuma fração de segundo e de nos apagar da manifesta-ção das coisas, nos eleva, em um amor insondável, eisso desde o princípio, até nos tornarmos colaborado-res na execução de seu plano. Um colaborador somen-te tem valor real e edifica uma obra justa quando, emlivre amor, começa a construir a partir de uma com-preensão inteligente do plano.

É por isso que, desde a aurora dos tempos, Deustenta encontrar acesso em vós para sua vontade e suasabedoria, e isso como conseqüência de vossa resolu-ção livre e pessoal.

Segundo a Bíblia, o Pai manifestou um amor tãogrande por nós “que enviou seu Filho, para que todoaquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eter-na”. Ora, o que há de melhor, mais santo e mais gran-dioso que Deus possa vos ofertar vem até vós peloCristo, para vos despertar para vossa vocação real:“Trabalhai por vossa salvação, em temor e tremor”.

Capítulo 31

357

natural das coisas com a ordem espiritual de JesusCristo. Isso, não por palavras, mas por atos; pois todaa magia rosacruz, a magia do Ocidente, tem por finali-dade realizar a ordem espiritual de Jesus Cristo. Comessa magia atacamos o estado de fato, de baixo até emcima, de alto a baixo. Essa grandiosa obra pode serrealizada em completa harmonia com as leis nacionaisem vigor e a serem criadas. Esse trabalho é tão radical,tão direto, tão dinâmico, tão irresistível e capaz deenvolver o mundo inteiro em um amor tão demolidorque, vós, se soubésseis algo dele, como buscadoressérios da bondade, da verdade e da justiça, já não vosdeixaríeis levar por ambições políticas ou por outrasambições sociais que ainda pudésseis ter.

Existe um auxílio secreto que a Rosacruz dá a tudoo que é proveitoso para a realização do grande objeti-vo; um auxílio que é dado a todos aqueles que podemser considerados verdadeiros obreiros na vinha. Nossaintenção, neste capítulo, é de esclarecer-vos quanto aesse auxílio secreto.

Como alunos da Rosacruz, sabeis que as exigênciasde Cristo só podem ser aplicadas quando um númerosuficiente de homens está pronto para realizá-las em simesmos e as transmutam com a alma, com o coraçãoe com a razão. Quando houver um número suficientede homens desapegados e prontos a sondar as relaçõesdo macrocosmo com o microcosmo, o plano divinopara o mundo e para a humanidade, e também pron-tos para penetrar no essencial do ensinamento univer-sal que abarca eternidades, então se desenvolverá nes-ses homens uma nova força, capaz de realizar umanova criação, por seu poder único, radiante e demoli-dor. Essa força é denominada, nos antigos anais rosa-cruzes, de “o auxílio secreto”.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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De hora em hora, de segundo em segundo, existe umaforça divina que deseja descer em nós, que desejamorar entre nós, tendo como objetivo sintonizar a terrae seus habitantes com a harmonia das esferas, deelevá-los e impulsioná-los a cumprir seu destino defilhos do Pai. Entretanto, sem vós, essa força divinanada pode fazer para atingir esse objetivo. Ela deve semanifestar através de vós e despertar-vos para umacolaboração consciente para o devir universal. É porisso que é dito: “A criação de Deus está oculta nohomem. Somos partes de sua criação, engrenagens dagrande realização universal. Conseqüentemente, seudevir, o coroamento da criação, depende da colabora-ção consciente, do devotamento consciente de cabe-ças, corações e mãos humanos”.

O ser divino, capaz de nos aniquilar a todos emuma fração de segundo e de nos apagar da manifesta-ção das coisas, nos eleva, em um amor insondável, eisso desde o princípio, até nos tornarmos colaborado-res na execução de seu plano. Um colaborador somen-te tem valor real e edifica uma obra justa quando, emlivre amor, começa a construir a partir de uma com-preensão inteligente do plano.

É por isso que, desde a aurora dos tempos, Deustenta encontrar acesso em vós para sua vontade e suasabedoria, e isso como conseqüência de vossa resolu-ção livre e pessoal.

Segundo a Bíblia, o Pai manifestou um amor tãogrande por nós “que enviou seu Filho, para que todoaquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eter-na”. Ora, o que há de melhor, mais santo e mais gran-dioso que Deus possa vos ofertar vem até vós peloCristo, para vos despertar para vossa vocação real:“Trabalhai por vossa salvação, em temor e tremor”.

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natural das coisas com a ordem espiritual de JesusCristo. Isso, não por palavras, mas por atos; pois todaa magia rosacruz, a magia do Ocidente, tem por finali-dade realizar a ordem espiritual de Jesus Cristo. Comessa magia atacamos o estado de fato, de baixo até emcima, de alto a baixo. Essa grandiosa obra pode serrealizada em completa harmonia com as leis nacionaisem vigor e a serem criadas. Esse trabalho é tão radical,tão direto, tão dinâmico, tão irresistível e capaz deenvolver o mundo inteiro em um amor tão demolidorque, vós, se soubésseis algo dele, como buscadoressérios da bondade, da verdade e da justiça, já não vosdeixaríeis levar por ambições políticas ou por outrasambições sociais que ainda pudésseis ter.

Existe um auxílio secreto que a Rosacruz dá a tudoo que é proveitoso para a realização do grande objeti-vo; um auxílio que é dado a todos aqueles que podemser considerados verdadeiros obreiros na vinha. Nossaintenção, neste capítulo, é de esclarecer-vos quanto aesse auxílio secreto.

Como alunos da Rosacruz, sabeis que as exigênciasde Cristo só podem ser aplicadas quando um númerosuficiente de homens está pronto para realizá-las em simesmos e as transmutam com a alma, com o coraçãoe com a razão. Quando houver um número suficientede homens desapegados e prontos a sondar as relaçõesdo macrocosmo com o microcosmo, o plano divinopara o mundo e para a humanidade, e também pron-tos para penetrar no essencial do ensinamento univer-sal que abarca eternidades, então se desenvolverá nes-ses homens uma nova força, capaz de realizar umanova criação, por seu poder único, radiante e demoli-dor. Essa força é denominada, nos antigos anais rosa-cruzes, de “o auxílio secreto”.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Portanto, não se trata absolutamente de ser tomadopor uma profunda comoção mística cujo objetivo aindaestá obscuro, mas sim de um reencontro com Ele, nacasa sobre a montanha, de onde se avista a vastaregião como uma paisagem panorâmica aos pés doaluno, e de onde ele examina, com visão clara, o quedeve acontecer em seguida. Quando, desse modo,como um raio, o tríplice fogo divino toca o plexosacro, emana dessa fonte a reação humana, como umaresposta ao chamado do Pai, e o aluno diz, comooutrora diziam os profetas: “Fala, Senhor, pois teuservo te escuta”.

Então, a água viva, o fogo do Espírito Santo, seeleva, emanando do aluno que está neste mundo, paradar a tríplice resposta. O timo sangra como um feri-mento aberto, de onde flui a síntese da alma em vos-sos corações. Da alta torre da câmara do rei dispara ofogo saturnino da justiça fustigante, como a luz celes-tial nas trevas deste mundo; e, produzido pela laringeespiritualizada, o som mágico é manifestado, e o fiatcriador é emitido como um toque de trombeta.

Essa força tríplice inflamada pela tríplice luz divinaé o auxílio secreto que os rosacruzes concedem atodos os que são dignos dele. É com esse auxílio secre-to que os rosacruzes continuam sua luta em meio à agi-tação dos povos, hora após hora, segundo após segun-do. Com essa força eles atacam tudo o que não está deacordo com a exigência das coisas. É assim que aFama Fraternitatis diz: ...apesar de sabermos perfeita-mente quais são as mudanças que estão sendo prepara-das. Então, repetimos estas palavras: Nós sabemosquais as mudanças que advirão; e, de acordo comnossa vocação, aspiramos de todo coração a comuni-cá-las àqueles que são instruídos por Deus, para que

Capítulo 31

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É preciso que compreendais essa tarefa em um sen-tido limitado e também em um sentido mais amplo,universal. Todos nós precisamos uns dos outros, pois ahierarquia da onda de vida humana é um só corpo.“Sem mim, nada podeis”, diz Cristo, como um dos nos-sos; e, em um sentido figurado, nós vos dizemos, e vósa nós: “Sem mim, nada podeis fazer”. Se, como parteconsciente desse grande corpo, vos recusardes a acei-tar vossa vocação real, então Cristo deverá desaparecertemporariamente de nosso meio, pois, devido a vossarecusa, ele não poderá manifestar nenhuma força aqui,assim como diz a Bíblia.

Suponhamos que um homem que segue o caminhoda iniciação na Escola de Mistérios do Ocidenteligue-se consciente e inteligentemente à força divinajá mencionada, força que somente pode manifestar-se no foco divino localizado no homem, e, por meiodele, inflamar o mundo e a humanidade. A força divi-na, que apresenta três aspectos, penetra no homemcomo uma espada chamejante, da cabeça ao plexosacro, através do canal do fogo serpentino, a colunavertebral.

Nesse homem desperta imediatamente um órgão depercepção interna, representado simbolicamente emAs núpcias alquímicas pela virgem que toca CristianoRosacruz pelas costas quando ele é tomado pela tem-pestade do Espírito. Graças a esse órgão de percepçãointerna, o aluno enxerga o objetivo pelo qual a forçadivina comunicou-se a ele. Como a João em Patmos, émostrado ao aluno o que deve acontecer em breve, ede que maneira ele pode cooperar com o coroamentoda vocação real da humanidade, trabalho pelo qualCristo sofre até hoje dores indizíveis.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Portanto, não se trata absolutamente de ser tomadopor uma profunda comoção mística cujo objetivo aindaestá obscuro, mas sim de um reencontro com Ele, nacasa sobre a montanha, de onde se avista a vastaregião como uma paisagem panorâmica aos pés doaluno, e de onde ele examina, com visão clara, o quedeve acontecer em seguida. Quando, desse modo,como um raio, o tríplice fogo divino toca o plexosacro, emana dessa fonte a reação humana, como umaresposta ao chamado do Pai, e o aluno diz, comooutrora diziam os profetas: “Fala, Senhor, pois teuservo te escuta”.

Então, a água viva, o fogo do Espírito Santo, seeleva, emanando do aluno que está neste mundo, paradar a tríplice resposta. O timo sangra como um feri-mento aberto, de onde flui a síntese da alma em vos-sos corações. Da alta torre da câmara do rei dispara ofogo saturnino da justiça fustigante, como a luz celes-tial nas trevas deste mundo; e, produzido pela laringeespiritualizada, o som mágico é manifestado, e o fiatcriador é emitido como um toque de trombeta.

Essa força tríplice inflamada pela tríplice luz divinaé o auxílio secreto que os rosacruzes concedem atodos os que são dignos dele. É com esse auxílio secre-to que os rosacruzes continuam sua luta em meio à agi-tação dos povos, hora após hora, segundo após segun-do. Com essa força eles atacam tudo o que não está deacordo com a exigência das coisas. É assim que aFama Fraternitatis diz: ...apesar de sabermos perfeita-mente quais são as mudanças que estão sendo prepara-das. Então, repetimos estas palavras: Nós sabemosquais as mudanças que advirão; e, de acordo comnossa vocação, aspiramos de todo coração a comuni-cá-las àqueles que são instruídos por Deus, para que

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É preciso que compreendais essa tarefa em um sen-tido limitado e também em um sentido mais amplo,universal. Todos nós precisamos uns dos outros, pois ahierarquia da onda de vida humana é um só corpo.“Sem mim, nada podeis”, diz Cristo, como um dos nos-sos; e, em um sentido figurado, nós vos dizemos, e vósa nós: “Sem mim, nada podeis fazer”. Se, como parteconsciente desse grande corpo, vos recusardes a acei-tar vossa vocação real, então Cristo deverá desaparecertemporariamente de nosso meio, pois, devido a vossarecusa, ele não poderá manifestar nenhuma força aqui,assim como diz a Bíblia.

Suponhamos que um homem que segue o caminhoda iniciação na Escola de Mistérios do Ocidenteligue-se consciente e inteligentemente à força divinajá mencionada, força que somente pode manifestar-se no foco divino localizado no homem, e, por meiodele, inflamar o mundo e a humanidade. A força divi-na, que apresenta três aspectos, penetra no homemcomo uma espada chamejante, da cabeça ao plexosacro, através do canal do fogo serpentino, a colunavertebral.

Nesse homem desperta imediatamente um órgão depercepção interna, representado simbolicamente emAs núpcias alquímicas pela virgem que toca CristianoRosacruz pelas costas quando ele é tomado pela tem-pestade do Espírito. Graças a esse órgão de percepçãointerna, o aluno enxerga o objetivo pelo qual a forçadivina comunicou-se a ele. Como a João em Patmos, émostrado ao aluno o que deve acontecer em breve, ede que maneira ele pode cooperar com o coroamentoda vocação real da humanidade, trabalho pelo qualCristo sofre até hoje dores indizíveis.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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o princípio diretor central da comunidade dos santos eo princípio regenerador do templo interior da persona-lidade devotada a Deus. Essa força das forças, esseDeus de Deus, esse Criador onipotente que tanto amouo mundo e a humanidade, que nos enviou seu Filhounigênito para que pudéssemos entrar na glória eternae imperecível, supra-humana, não tem nenhum interes-se em nos guiar como cegos no caminho da realizaçãoautomática negativa, porém nos inflama como portado-res de archotes conscientes de sua sabedoria, de suavontade e de sua atividade; para oferecer seu amor,transformado em uma força de vida em seus filhos, atodos aqueles que são instruídos por Deus, a todosaqueles que anelam pelo Espírito.

O que era desde o princípio,o que ouvimos,o que vimos com os nossos olhos,o que contemplamose as nossas mãos tocaram,a respeito do verbo da vida,pois a vida foi manifestada,e nós a temos visto,e dela testificamos,e vos anunciamos a vida eterna,que estava com o Pai,e a nós foi manifestada.O que vimos e ouvimos,isso vos anunciamos,para que vós também tenhais comunhão conosco.Ora, a nossa comunhão é com o Paie com seu Filho, Jesus Cristo,em comunhão com o fogo do Espírito Santo.

Capítulo 31

361

possamos colaborar o mais conscientemente possívelcom a realização do que deve acontecer em breve.

A linguagem que falamos é somente para aquelesque compreendem a força de seu ser e que são eno-brecidos para isso; ninguém pode fazer dela uma possecomum; nenhum indigno é capaz de roubá-la de nós.Com isso, referimo-nos às forças das trevas que, nãoobstante seguirem um processo similar, são inflamadaspelo plexo solar e não têm o órgão de visão interior doaluno que foi despertado em Deus. Bem que elas gos-tariam de possuir essa visão sublime para poder reali-zar seus pérfidos desígnios.

Desse modo, com a força secreta dos rosacruzes,que não pode ser transferida a terceiros e que tambémnão pode ser roubada, os Filhos da Luz influenciarãotodos os trabalhos positivos deste mundo, demolindo oque é ímpio e impulsionando o indigno à regeneração– não em um processo humano revolucionário tridimen-sional, mas conforme os impulsos divinos o permitamou impeçam, impulsos divinos que incessantemente ilu-minam o aluno em seu caminho rumo ao Espírito, pois

...nosso Deus não é cego como a Fortuna dos pagãos,mas é o ornamento da Igreja e a honra do Templo.

A Fortuna pagã é o elemento especulativo por meio doqual o homem ligado a sua paixão natural se arrisca demuito bom grado. A Fortuna é a deusa cega, em pésobre um globo, e que tem em seus braços a cornucó-pia da abundância da terra-mãe, para quem os cobiço-sos estendem suas mãos ávidas, sem levar em conta ointeresse dos outros.

Nosso Deus, porém, “que pensou o céu, e ele sefez” é o ornamento da Igreja e a honra do Templo. Ele é

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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o princípio diretor central da comunidade dos santos eo princípio regenerador do templo interior da persona-lidade devotada a Deus. Essa força das forças, esseDeus de Deus, esse Criador onipotente que tanto amouo mundo e a humanidade, que nos enviou seu Filhounigênito para que pudéssemos entrar na glória eternae imperecível, supra-humana, não tem nenhum interes-se em nos guiar como cegos no caminho da realizaçãoautomática negativa, porém nos inflama como portado-res de archotes conscientes de sua sabedoria, de suavontade e de sua atividade; para oferecer seu amor,transformado em uma força de vida em seus filhos, atodos aqueles que são instruídos por Deus, a todosaqueles que anelam pelo Espírito.

O que era desde o princípio,o que ouvimos,o que vimos com os nossos olhos,o que contemplamose as nossas mãos tocaram,a respeito do verbo da vida,pois a vida foi manifestada,e nós a temos visto,e dela testificamos,e vos anunciamos a vida eterna,que estava com o Pai,e a nós foi manifestada.O que vimos e ouvimos,isso vos anunciamos,para que vós também tenhais comunhão conosco.Ora, a nossa comunhão é com o Paie com seu Filho, Jesus Cristo,em comunhão com o fogo do Espírito Santo.

Capítulo 31

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possamos colaborar o mais conscientemente possívelcom a realização do que deve acontecer em breve.

A linguagem que falamos é somente para aquelesque compreendem a força de seu ser e que são eno-brecidos para isso; ninguém pode fazer dela uma possecomum; nenhum indigno é capaz de roubá-la de nós.Com isso, referimo-nos às forças das trevas que, nãoobstante seguirem um processo similar, são inflamadaspelo plexo solar e não têm o órgão de visão interior doaluno que foi despertado em Deus. Bem que elas gos-tariam de possuir essa visão sublime para poder reali-zar seus pérfidos desígnios.

Desse modo, com a força secreta dos rosacruzes,que não pode ser transferida a terceiros e que tambémnão pode ser roubada, os Filhos da Luz influenciarãotodos os trabalhos positivos deste mundo, demolindo oque é ímpio e impulsionando o indigno à regeneração– não em um processo humano revolucionário tridimen-sional, mas conforme os impulsos divinos o permitamou impeçam, impulsos divinos que incessantemente ilu-minam o aluno em seu caminho rumo ao Espírito, pois

...nosso Deus não é cego como a Fortuna dos pagãos,mas é o ornamento da Igreja e a honra do Templo.

A Fortuna pagã é o elemento especulativo por meio doqual o homem ligado a sua paixão natural se arrisca demuito bom grado. A Fortuna é a deusa cega, em pésobre um globo, e que tem em seus braços a cornucó-pia da abundância da terra-mãe, para quem os cobiço-sos estendem suas mãos ávidas, sem levar em conta ointeresse dos outros.

Nosso Deus, porém, “que pensou o céu, e ele sefez” é o ornamento da Igreja e a honra do Templo. Ele é

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32Nossa filosofia não é nada nova, mas sim semelhanteàquela que foi recebida por Adão depois de sua queda, eque Moisés e Salomão colocaram em prática. Assim, elanão tem necessidade de colocar muitas coisas em dúvi-da, nem de refutar idéias diferentes. Mas, como a verda-de sempre é simples, concisa e semelhante a si mesma –e, principalmente, está em harmonia com JESU EX OMNI

PARTE (Jesus em sua manifestação plena) e com todos osseus membros, assim como ele é a imagem de seu Pai eela é sua contraparte – é errado afirmar: Isto é verdadei-ro para a Filosofia, todavia é falso para a Teologia.Afinal, o que foi admitido como justo por Platão,Aristóteles, Pitágoras e outros, e aquilo que Enoque,Abraão, Moisés e Salomão demonstraram – principal-mente o que está de acordo com a Bíblia, esse grandelivro maravilhoso – converge e se torna uma esfera ouglobo onde todas as partes estão a igual distância do cen-tro, como isto será tratado mais ampla e profundamenteem nossas dissertações crísticas.

Fama Fraternitatis R.C.

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32Nossa filosofia não é nada nova, mas sim semelhanteàquela que foi recebida por Adão depois de sua queda, eque Moisés e Salomão colocaram em prática. Assim, elanão tem necessidade de colocar muitas coisas em dúvi-da, nem de refutar idéias diferentes. Mas, como a verda-de sempre é simples, concisa e semelhante a si mesma –e, principalmente, está em harmonia com JESU EX OMNI

PARTE (Jesus em sua manifestação plena) e com todos osseus membros, assim como ele é a imagem de seu Pai eela é sua contraparte – é errado afirmar: Isto é verdadei-ro para a Filosofia, todavia é falso para a Teologia.Afinal, o que foi admitido como justo por Platão,Aristóteles, Pitágoras e outros, e aquilo que Enoque,Abraão, Moisés e Salomão demonstraram – principal-mente o que está de acordo com a Bíblia, esse grandelivro maravilhoso – converge e se torna uma esfera ouglobo onde todas as partes estão a igual distância do cen-tro, como isto será tratado mais ampla e profundamenteem nossas dissertações crísticas.

Fama Fraternitatis R.C.

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32

JESU EX OMNI PARTE

Quando um aluno da Rosacruz, depois de um laborio-so esforço, penetra um pouco a essência da filosofiarosacruz, ele toma profunda consciência das palavrasdo Eclesiastes. Essas palavras, aparentemente quasesempre fatalistas e pessimistas, proclamam: “O que foi,isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornaráa fazer; de modo que nada novo há debaixo do sol. Háalguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Jáfoi nos séculos passados, que foram antes de nós”.Quando o Eclesiastes leva seus ouvintes invisíveis atra-vés da cinzenta realidade, ele descobre que existe umasó realidade, um só começo, um só fim, que é o Logos,Deus; e que tudo isso não pára de girar em espirais emtorno desta única exigência: a gênese do divino no céue na terra.

Quando o aluno da Escola de Mistérios doOcidente começa a investigar a magia da luz, ele des-cobre que a verdade é sempre simples, concisa e seme-lhante a si mesma, que ela abraça a ilusão do tempopela eternidade, com seus braços plenos de amor. Domesmo modo, quando a Rosacruz se apresenta a vós,fazendo ressoar sua voz, soar suas trombetas, lançan-do um amplo e claro apelo a fim de vos despertar paraa luz e de vos tirar da vida dilacerante, ela não o fazpor meio de um chamado para algo novo, dizendo 365

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JESU EX OMNI PARTE

Quando um aluno da Rosacruz, depois de um laborio-so esforço, penetra um pouco a essência da filosofiarosacruz, ele toma profunda consciência das palavrasdo Eclesiastes. Essas palavras, aparentemente quasesempre fatalistas e pessimistas, proclamam: “O que foi,isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornaráa fazer; de modo que nada novo há debaixo do sol. Háalguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Jáfoi nos séculos passados, que foram antes de nós”.Quando o Eclesiastes leva seus ouvintes invisíveis atra-vés da cinzenta realidade, ele descobre que existe umasó realidade, um só começo, um só fim, que é o Logos,Deus; e que tudo isso não pára de girar em espirais emtorno desta única exigência: a gênese do divino no céue na terra.

Quando o aluno da Escola de Mistérios doOcidente começa a investigar a magia da luz, ele des-cobre que a verdade é sempre simples, concisa e seme-lhante a si mesma, que ela abraça a ilusão do tempopela eternidade, com seus braços plenos de amor. Domesmo modo, quando a Rosacruz se apresenta a vós,fazendo ressoar sua voz, soar suas trombetas, lançan-do um amplo e claro apelo a fim de vos despertar paraa luz e de vos tirar da vida dilacerante, ela não o fazpor meio de um chamado para algo novo, dizendo 365

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milhares de experiências, agora que o sangue de tan-tas pessoas é derramado, e ainda será, a Rosacruz vematé vós e vos diz: “Nossa filosofia não é uma novainvenção, nascida da cabeça deste ou daquele sapatei-ro filósofo”. Quando falamos de “nossa” filosofia, nãoinsistimos na palavra “nossa”, pois nada é dado pornós. Nela não há nada que possais considerar comoposse pessoal, como se se tratasse de vossos móveis ede vossos míseros tostões.

Diante de vós é colocado um ensinamento, um sis-tema de evolução do divino em conexão com os ensi-namentos que Adão recebeu depois de sua queda.

Provavelmente isso não vos diz nada, pois Adãonão passa de um nome para vós; ou então vós o vedescomo os antigos pintores o imaginaram. Em Londres,vimos uma pintura de Adão representada como umhomem primitivo, um bronco peludo que faria atémesmo King-Kong fugir. E Eva era terrível, sem comen-tários. Aparentemente o pintor os havia visto em seuestado humano-divino, pois os dois ainda estavam nus.

O autor da Fama Fraternitatis certamente não esta-va olhando essa pintura quando falou sobre os ensina-mentos que Adão recebeu depois da queda. De acor-do com o significado bíblico, ele vê Adão como o sím-bolo da humanidade que está ligada à exigência divi-na pelo amor inexprimível do segundo aspecto doLogos, pelo amor de Cristo, mediador e instrutor eter-no. A humanidade está ligada a essa exigência parapreenchê-la, penetrá-la, aprofundá-la por intermédiode sua razão sempre buscadora, para enfim realizá-lapela força do Espírito Santo. Portanto, não precisaisbuscar os ensinamentos de Adão em nenhuma livraria,pois vós mesmos sois Adão; esses ensinamentos estãoem vós e ao vosso redor. E podereis aplicá-los como

Capítulo 32

367

“Vede isto, vinde, é novo!”, embora se trate do fato pro-digioso de religar-vos com a verdade que abarca eter-nidade, a verdade testemunhada pelos pioneiros desdea fundação do mundo e pela qual eles derramaram seusangue, a verdade sobre a qual os profetas falaram eque todas as religiões, cada uma segundo sua vocação,cantaram. Trata-se da única exigência, da exigênciadivina que sempre continuou inflexível: a realização doplano divino por meio de cabeças, corações e mãoshumanos.

Essa exigência divina nos cerca como um muro, euma aflição imensa encontra-se diante desse muro,uma aflição causada pela ignorância e pela negação.Esse muro da vontade, da sabedoria e da atividadedivinas tornou-se um muro de lamentações, o murodas lamentações de Jerusalém, diante do qual os can-tores judeus exprimem sua ardente aspiração por meiode salmodias ritmadas, a fim de enternecer a Deus erevogar sua exigência.

Compreendeis que o sábio Pregador não ataca averdade universal, porém a vós? Ele não diz “Cessai debuscar e tatear”, mas fulmina vosso entretenimentocom coisas e sistemas pretensamente novos que vosenvolvem por um momento, pois precisais preenchervosso tempo, não é mesmo? Atacando vossa obra frag-mentária, ele constata que não há senão um modo devos desligar desta tristeza, desta incomensurável dor,deste indizível sofrimento divino e humano, a saber:viver e realizar a verdade universal que se libera dosvéus do passado e se perde nos longínquos horizontesdo futuro.

Tudo aqui embaixo é agitação e conduz a um gran-de cansaço; e à vossa volta se erguem os muros da exi-gência divina. E agora que a humanidade já passou por

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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milhares de experiências, agora que o sangue de tan-tas pessoas é derramado, e ainda será, a Rosacruz vematé vós e vos diz: “Nossa filosofia não é uma novainvenção, nascida da cabeça deste ou daquele sapatei-ro filósofo”. Quando falamos de “nossa” filosofia, nãoinsistimos na palavra “nossa”, pois nada é dado pornós. Nela não há nada que possais considerar comoposse pessoal, como se se tratasse de vossos móveis ede vossos míseros tostões.

Diante de vós é colocado um ensinamento, um sis-tema de evolução do divino em conexão com os ensi-namentos que Adão recebeu depois de sua queda.

Provavelmente isso não vos diz nada, pois Adãonão passa de um nome para vós; ou então vós o vedescomo os antigos pintores o imaginaram. Em Londres,vimos uma pintura de Adão representada como umhomem primitivo, um bronco peludo que faria atémesmo King-Kong fugir. E Eva era terrível, sem comen-tários. Aparentemente o pintor os havia visto em seuestado humano-divino, pois os dois ainda estavam nus.

O autor da Fama Fraternitatis certamente não esta-va olhando essa pintura quando falou sobre os ensina-mentos que Adão recebeu depois da queda. De acor-do com o significado bíblico, ele vê Adão como o sím-bolo da humanidade que está ligada à exigência divi-na pelo amor inexprimível do segundo aspecto doLogos, pelo amor de Cristo, mediador e instrutor eter-no. A humanidade está ligada a essa exigência parapreenchê-la, penetrá-la, aprofundá-la por intermédiode sua razão sempre buscadora, para enfim realizá-lapela força do Espírito Santo. Portanto, não precisaisbuscar os ensinamentos de Adão em nenhuma livraria,pois vós mesmos sois Adão; esses ensinamentos estãoem vós e ao vosso redor. E podereis aplicá-los como

Capítulo 32

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“Vede isto, vinde, é novo!”, embora se trate do fato pro-digioso de religar-vos com a verdade que abarca eter-nidade, a verdade testemunhada pelos pioneiros desdea fundação do mundo e pela qual eles derramaram seusangue, a verdade sobre a qual os profetas falaram eque todas as religiões, cada uma segundo sua vocação,cantaram. Trata-se da única exigência, da exigênciadivina que sempre continuou inflexível: a realização doplano divino por meio de cabeças, corações e mãoshumanos.

Essa exigência divina nos cerca como um muro, euma aflição imensa encontra-se diante desse muro,uma aflição causada pela ignorância e pela negação.Esse muro da vontade, da sabedoria e da atividadedivinas tornou-se um muro de lamentações, o murodas lamentações de Jerusalém, diante do qual os can-tores judeus exprimem sua ardente aspiração por meiode salmodias ritmadas, a fim de enternecer a Deus erevogar sua exigência.

Compreendeis que o sábio Pregador não ataca averdade universal, porém a vós? Ele não diz “Cessai debuscar e tatear”, mas fulmina vosso entretenimentocom coisas e sistemas pretensamente novos que vosenvolvem por um momento, pois precisais preenchervosso tempo, não é mesmo? Atacando vossa obra frag-mentária, ele constata que não há senão um modo devos desligar desta tristeza, desta incomensurável dor,deste indizível sofrimento divino e humano, a saber:viver e realizar a verdade universal que se libera dosvéus do passado e se perde nos longínquos horizontesdo futuro.

Tudo aqui embaixo é agitação e conduz a um gran-de cansaço; e à vossa volta se erguem os muros da exi-gência divina. E agora que a humanidade já passou por

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mas é falso segundo a Religião e a Teologia”. Não vejaiseste termo “Teologia” no sentido que lhe é dado hoje,mas sim como o verdadeiro conhecimento de Deus, aexplicação de Deus que está harmoniosamente ligadaà verdadeira ciência.

Mas como pode ser comprovado esse ensinamento daFama? Como podemos refletir sobre ele, examiná-lo,compreendê-lo? No contexto do aprisionamento tridi-mensional, como podemos aceitar como já demonstra-da a unidade da religião e da ciência, a estreita ligaçãodesses dois pilares de toda evolução humana?

Existe uma tal possibilidade? Sim, ela existe! Pois oque foi admitido como justo por filósofos realmenteesclarecidos, como Platão, Aristóteles, Pitágoras e outros,e ressaltado por mestres da história da religião da huma-nidade como Enoque, Abraão, Moisés e Salomão, tudoconverge para o livro maravilhoso: a Bíblia.

A Bíblia foi-nos dada pelos Senhores do Destino,que não podem enganar-se. Tudo o que é necessáriopara nosso desenvolvimento espiritual nós podemosencontrar na Bíblia. E, nesse livro maravilhoso, encon-tramos a unidade da religião e da ciência. De acordocom isso, a Rosacruz esforça-se para nos fazer com-preender esse livro conforme sua verdadeira natureza;para libertá-lo de toda desfiguração e disparate exoté-rico, e oferecê-lo às almas buscadoras.

Tudo converge e se torna uma esfera ou globo onde todasas partes estão a igual distância do centro.

Em As núpcias alquímicas de Christian Rosenkreuz, oscandidatos, cavaleiros do Tosão de Ouro, todos provi-dos de um poder interior chamado de “o pajem”, são

Capítulo 32

369

Moisés e Salomão o fizeram; Moisés, a força da realiza-ção; Salomão, o sábio, o contemplador refinado dascoisas desconhecidas.

Essa sabedoria, não humana, mas divina, não podeser colocada em dúvida nem combatida. Bem que ten-tamos fazer isso, pois ela se opõe ao instinto natural, àautoconservação. Essa sabedoria é como uma espadapela qual somos traspassados. E então, nos revoltamos.

Quando a Rosacruz se coloca diante do homemcom essa exigência divina, ele oferece mil objeções; aexigência não é suficientemente intelectual, ou entãonão é misticamente libertadora, ou então é radicaldemais; não damos atenção suficiente à convicção pes-soal, atacamos “as casas de oração”, e assim as pessoascomeçam a defender-se. Primeiro, educadamente, de-pois até grosseiramente. Mas a sabedoria universal, quea Rosacruz deve transmitir em virtude de sua vocação,não pode ser mudada conforme o gosto de cada um.É o próprio homem que deve ser transformado confor-me a exigência dessa sabedoria.

Então, ele se torna brutal e procura matar o salva-dor de nossas almas e, se precisar, até vendê-lo portrinta moedas de prata. Mas a sabedoria não pode seraniquilada. Após cada assalto, ela brilha mais bela,como uma visão de sonho irreal. Não se pode extermi-nar a Rosacruz.

Essa verdade, sempre semelhante a si mesma, estáem perfeita concordância com Jesu ex omni parte.Gostaríamos de traduzir essas palavras, ou melhor, detranscrevê-las como “Jesus Cristo conforme sua manifes-tação perfeita”. A filosofia rosacruz está absolutamentede acordo com essa afirmação. E, como esse Deus nacarne é a imagem fiel de seu Pai, será impossível dizer:“Isto é verdadeiro segundo a Filosofia, segundo a Ciência,

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mas é falso segundo a Religião e a Teologia”. Não vejaiseste termo “Teologia” no sentido que lhe é dado hoje,mas sim como o verdadeiro conhecimento de Deus, aexplicação de Deus que está harmoniosamente ligadaà verdadeira ciência.

Mas como pode ser comprovado esse ensinamento daFama? Como podemos refletir sobre ele, examiná-lo,compreendê-lo? No contexto do aprisionamento tridi-mensional, como podemos aceitar como já demonstra-da a unidade da religião e da ciência, a estreita ligaçãodesses dois pilares de toda evolução humana?

Existe uma tal possibilidade? Sim, ela existe! Pois oque foi admitido como justo por filósofos realmenteesclarecidos, como Platão, Aristóteles, Pitágoras e outros,e ressaltado por mestres da história da religião da huma-nidade como Enoque, Abraão, Moisés e Salomão, tudoconverge para o livro maravilhoso: a Bíblia.

A Bíblia foi-nos dada pelos Senhores do Destino,que não podem enganar-se. Tudo o que é necessáriopara nosso desenvolvimento espiritual nós podemosencontrar na Bíblia. E, nesse livro maravilhoso, encon-tramos a unidade da religião e da ciência. De acordocom isso, a Rosacruz esforça-se para nos fazer com-preender esse livro conforme sua verdadeira natureza;para libertá-lo de toda desfiguração e disparate exoté-rico, e oferecê-lo às almas buscadoras.

Tudo converge e se torna uma esfera ou globo onde todasas partes estão a igual distância do centro.

Em As núpcias alquímicas de Christian Rosenkreuz, oscandidatos, cavaleiros do Tosão de Ouro, todos provi-dos de um poder interior chamado de “o pajem”, são

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Moisés e Salomão o fizeram; Moisés, a força da realiza-ção; Salomão, o sábio, o contemplador refinado dascoisas desconhecidas.

Essa sabedoria, não humana, mas divina, não podeser colocada em dúvida nem combatida. Bem que ten-tamos fazer isso, pois ela se opõe ao instinto natural, àautoconservação. Essa sabedoria é como uma espadapela qual somos traspassados. E então, nos revoltamos.

Quando a Rosacruz se coloca diante do homemcom essa exigência divina, ele oferece mil objeções; aexigência não é suficientemente intelectual, ou entãonão é misticamente libertadora, ou então é radicaldemais; não damos atenção suficiente à convicção pes-soal, atacamos “as casas de oração”, e assim as pessoascomeçam a defender-se. Primeiro, educadamente, de-pois até grosseiramente. Mas a sabedoria universal, quea Rosacruz deve transmitir em virtude de sua vocação,não pode ser mudada conforme o gosto de cada um.É o próprio homem que deve ser transformado confor-me a exigência dessa sabedoria.

Então, ele se torna brutal e procura matar o salva-dor de nossas almas e, se precisar, até vendê-lo portrinta moedas de prata. Mas a sabedoria não pode seraniquilada. Após cada assalto, ela brilha mais bela,como uma visão de sonho irreal. Não se pode extermi-nar a Rosacruz.

Essa verdade, sempre semelhante a si mesma, estáem perfeita concordância com Jesu ex omni parte.Gostaríamos de traduzir essas palavras, ou melhor, detranscrevê-las como “Jesus Cristo conforme sua manifes-tação perfeita”. A filosofia rosacruz está absolutamentede acordo com essa afirmação. E, como esse Deus nacarne é a imagem fiel de seu Pai, será impossível dizer:“Isto é verdadeiro segundo a Filosofia, segundo a Ciência,

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Claro, nossa filosofia não é nenhuma nova inven-ção. Ela é a voz de Deus, que nos impulsiona a seguiro caminho que ele quer nos mostrar. Não fiquemos,pois, diante do muro das lamentações, esse muro cons-truído por nós mesmos, lamentando-nos de nossossofrimentos e de nossos desejos. Vamos trabalhar, nacerteza sagrada de que, onde quer que estejamos, esta-mos todos eqüidistantes do divino centro radiante – epouco importa em que estado estejamos.

Tende coragem mesmo na dor,mesmo que sangre o coração.Cristo os véus nebulosos rasgou,libertação surge em seu grande amor.

Capítulo 32

371

enviados para realizar uma livre pesquisa no castelo dainiciação. No decorrer de sua viagem de pesquisa,Cristiano Rosacruz chega a uma imensa esfera. Paraseu profundo espanto, ele descobre que estão indica-das nessa esfera áurea todas as moradas dos Cavaleirosdo Tosão de Ouro e de que modo se pode abri-lo echegar até seu centro.

Cristiano Rosacruz penetra até o coração dessaesfera e se vê como que dentro de um sublime plane-tário. Ele vê os corpos celestes girando através doespaço; ele descobre a grandiosa concepção do planode Deus. Em um arrebatamento dos sentidos, ele vê aunidade do Universo, todas as coisas sobre as quaisnós e tantos outros já falaram e sobre as quais aindafalaremos em nossas dissertações crísticas, no passado,no presente e no futuro; todas as coisas que um dia vósmesmos lereis no grande livro da vida formam umaesfera, uma forma universal.

Nós vos convidamos a seguir conosco os passos deCristiano Rosacruz e a penetrar no coração dessa esfera.Nós aí vemos a luz que aquece e purifica o mundo, Jesuex omni parte, Jesus Cristo, o Senhor de toda a vida. Enós, em nossos locais de trabalho neste mundo, comoverdadeiros franco-maçons que constroem uma verda-deira cidadela na qual a verdade poderá habitar entrenós, sabemos, nós e todos os nossos irmãos e irmãs daonda de vida humana, que estamos eqüidistantes desseponto luminoso, radiante e cheio de amor, que nos dis-pensa um saber universal e uma mensagem cheia degraça, mensagem que toma forma no Evangelho.Enquanto nos aquecemos nesse áureo coração solar doPai, vemos as estrelas seguindo seu curso e os planetasrealizando suas órbitas através da substância original. OUniverso inteiro anuncia a obra de suas mãos.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Claro, nossa filosofia não é nenhuma nova inven-ção. Ela é a voz de Deus, que nos impulsiona a seguiro caminho que ele quer nos mostrar. Não fiquemos,pois, diante do muro das lamentações, esse muro cons-truído por nós mesmos, lamentando-nos de nossossofrimentos e de nossos desejos. Vamos trabalhar, nacerteza sagrada de que, onde quer que estejamos, esta-mos todos eqüidistantes do divino centro radiante – epouco importa em que estado estejamos.

Tende coragem mesmo na dor,mesmo que sangre o coração.Cristo os véus nebulosos rasgou,libertação surge em seu grande amor.

Capítulo 32

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enviados para realizar uma livre pesquisa no castelo dainiciação. No decorrer de sua viagem de pesquisa,Cristiano Rosacruz chega a uma imensa esfera. Paraseu profundo espanto, ele descobre que estão indica-das nessa esfera áurea todas as moradas dos Cavaleirosdo Tosão de Ouro e de que modo se pode abri-lo echegar até seu centro.

Cristiano Rosacruz penetra até o coração dessaesfera e se vê como que dentro de um sublime plane-tário. Ele vê os corpos celestes girando através doespaço; ele descobre a grandiosa concepção do planode Deus. Em um arrebatamento dos sentidos, ele vê aunidade do Universo, todas as coisas sobre as quaisnós e tantos outros já falaram e sobre as quais aindafalaremos em nossas dissertações crísticas, no passado,no presente e no futuro; todas as coisas que um dia vósmesmos lereis no grande livro da vida formam umaesfera, uma forma universal.

Nós vos convidamos a seguir conosco os passos deCristiano Rosacruz e a penetrar no coração dessa esfera.Nós aí vemos a luz que aquece e purifica o mundo, Jesuex omni parte, Jesus Cristo, o Senhor de toda a vida. Enós, em nossos locais de trabalho neste mundo, comoverdadeiros franco-maçons que constroem uma verda-deira cidadela na qual a verdade poderá habitar entrenós, sabemos, nós e todos os nossos irmãos e irmãs daonda de vida humana, que estamos eqüidistantes desseponto luminoso, radiante e cheio de amor, que nos dis-pensa um saber universal e uma mensagem cheia degraça, mensagem que toma forma no Evangelho.Enquanto nos aquecemos nesse áureo coração solar doPai, vemos as estrelas seguindo seu curso e os planetasrealizando suas órbitas através da substância original. OUniverso inteiro anuncia a obra de suas mãos.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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33Todavia, a fabricação ímpia e maldita do ouro, particular-mente em nossa época, desenvolveu-se tanto que incitamuitos bajuladores extraviados, dignos do patíbulo, acometerem grandes vilanias e a abusar da curiosidade eda credulidade de muitos, a ponto de muitas vezes pessoasmodestas pensarem que a transmutação dos metais pode-ria ser o ápice e o fastígio da Filosofia e fazerem tudo comesta finalidade: Deus, ele mesmo, deveria ser suficiente-mente bom para lhes permitir fabricar grandes quantida-des de ouro e de pepitas de ouro. Além disso, elas esperamconvencer disso o Deus onisciente, que vê nos corações, pormeio de preces levianas e de rostos constritos e amargos.

Portanto, testemunhamos oficialmente aqui que issonão é correto sendo que a produção de ouro para os ver-dadeiros filósofos é algo insignificante e de pouca impor-tância. Em comparação com isso, eles possuem milhares decoisas mais importantes. E nós dizemos com nosso amadoPai C.R.C.: Phui! Aurum nisi quantum aurum! (Puh! Ouro– nada mais do que ouro!). Com efeito, aquele para quema natureza inteira se revela não se regozija por poder fazerouro ou, como Cristo diz, que os demônios lhe obedeçam,porém por ver o céu aberto e os anjos de Deus subirem edescerem e seu nome escrito no Livro da Vida.

Fama Fraternitatis R.C.

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33Todavia, a fabricação ímpia e maldita do ouro, particular-mente em nossa época, desenvolveu-se tanto que incitamuitos bajuladores extraviados, dignos do patíbulo, acometerem grandes vilanias e a abusar da curiosidade eda credulidade de muitos, a ponto de muitas vezes pessoasmodestas pensarem que a transmutação dos metais pode-ria ser o ápice e o fastígio da Filosofia e fazerem tudo comesta finalidade: Deus, ele mesmo, deveria ser suficiente-mente bom para lhes permitir fabricar grandes quantida-des de ouro e de pepitas de ouro. Além disso, elas esperamconvencer disso o Deus onisciente, que vê nos corações, pormeio de preces levianas e de rostos constritos e amargos.

Portanto, testemunhamos oficialmente aqui que issonão é correto sendo que a produção de ouro para os ver-dadeiros filósofos é algo insignificante e de pouca impor-tância. Em comparação com isso, eles possuem milhares decoisas mais importantes. E nós dizemos com nosso amadoPai C.R.C.: Phui! Aurum nisi quantum aurum! (Puh! Ouro– nada mais do que ouro!). Com efeito, aquele para quema natureza inteira se revela não se regozija por poder fazerouro ou, como Cristo diz, que os demônios lhe obedeçam,porém por ver o céu aberto e os anjos de Deus subirem edescerem e seu nome escrito no Livro da Vida.

Fama Fraternitatis R.C.

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A fabricação de ouro ao longo dos séculos

No decorrer de seus estudos sobre a filosofia ociden-tal, os alunos da Rosacruz provavelmente terão toma-do conhecimento de publicações sobre a antiga alqui-mia dos rosacruzes, sobre a tão misteriosa obra dosesoteristas da Idade Média: a fabricação do ouro a par-tir dos metais vis. Sem dúvida, conheceis as gravurasencontradas em livros antigos, nas quais homens aus-teros, cheios de dignidade, cobertos por grossas roupasde lã debruçam-se sobre seus alambiques e retortas,enquanto estranhos vapores tentam escapar pelasbocas escancaradas das chaminés. Segundo as lendas,os alquimistas deviam exercer sua profissão de prefe-rência à noite, enquanto os homens dormiam: o peri-go de ser descoberto era menor. É claro que os labo-ratórios dos alquimistas da Idade Média atraíram aatenção de milhares de pessoas, e uma multidão incal-culável dedicou-se a investigar seus livros para aí des-cobrir seus métodos.

Conforme a sugestão da Fama Fraternitatis, vamosagora dirigir vossa atenção para a fabricação do ouro,essa arte mágica tão avidamente cobiçada. Esperamose rogamos que nos seja concedido encontrar o métodode explorar o caminho que conduz a riquezas inco-mensuráveis. Para começar, permiti dizer-vos o seguin-te: os antigos alquimistas não se escondiam à noite por 375

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A fabricação de ouro ao longo dos séculos

No decorrer de seus estudos sobre a filosofia ociden-tal, os alunos da Rosacruz provavelmente terão toma-do conhecimento de publicações sobre a antiga alqui-mia dos rosacruzes, sobre a tão misteriosa obra dosesoteristas da Idade Média: a fabricação do ouro a par-tir dos metais vis. Sem dúvida, conheceis as gravurasencontradas em livros antigos, nas quais homens aus-teros, cheios de dignidade, cobertos por grossas roupasde lã debruçam-se sobre seus alambiques e retortas,enquanto estranhos vapores tentam escapar pelasbocas escancaradas das chaminés. Segundo as lendas,os alquimistas deviam exercer sua profissão de prefe-rência à noite, enquanto os homens dormiam: o peri-go de ser descoberto era menor. É claro que os labo-ratórios dos alquimistas da Idade Média atraíram aatenção de milhares de pessoas, e uma multidão incal-culável dedicou-se a investigar seus livros para aí des-cobrir seus métodos.

Conforme a sugestão da Fama Fraternitatis, vamosagora dirigir vossa atenção para a fabricação do ouro,essa arte mágica tão avidamente cobiçada. Esperamose rogamos que nos seja concedido encontrar o métodode explorar o caminho que conduz a riquezas inco-mensuráveis. Para começar, permiti dizer-vos o seguin-te: os antigos alquimistas não se escondiam à noite por 375

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nunca, sois expulsos do mundo que acreditastes serencantado. A própria vida vos toma de assalto. Aquelescom quem vossa felicidade estava associada morrem,deslizando por detrás dos véus do além. Não com abela harmonia das estrelas, no giro da roda do tempo,mas arrancados de vós com um grito mortal.

Uma dor surda persiste em vosso coração e umnovo desejo, um desejo de reunião, vos agarra comgrande força. Vossos filhos frustram vosso desejo deverdadeira felicidade. Eles destroem vossas ilusões. Aesperança frustrada oprime vosso coração. Como umatempestade, esse desejo se inflama, até que finalmen-te, cansados de lutar, aniquilados, soçobrais nesse marvermelho dos desejos insaciáveis, com todos os vossostanques de guerra.

O que vem a ser essa cobiça, esse desejo insaciávelsecular? O que vem a ser esse violento impulso emvosso sangue, que ora vos faz ofegar de tanto esforço,ora vos corta o fôlego para que possais compreendero que ele significa? De onde vêm esses redemoinhosvermelhos, que nunca param de girar?

A reposta dos alquimistas é surpreendente. Elesdizem que o desejo é uma força que vos é enviadapelos hierofantes de Cristo; é o Senhor de toda vidaque vem ao vosso encontro no caminho da humanida-de. Um grande espanto toma conta da multidão. Comopode acontecer isso? Não foram os místicos que nospreveniram quanto às destruidoras chamas dos dese-jos? Não são os gnósticos que nos mostram o não-desejar, que eles tentam despertar em nós? E nós? Jánão falamos aqui, ainda há pouco, sobre a libertaçãodo turbilhão dos desejos? Então, como se explica isso?Os irmãos rosacruzes estariam fazendo referência aum dom crístico que nos faz mergulhar, por meio das

Capítulo 33

377

detrás de portas chaveadas e trancadas com barras deferro, mas trabalhavam e sofriam por vós; queriam vosenriquecer, a ponto de o mundo não poder mais con-ter vossos tesouros.

Existem três tipos de fabricação de ouro: a fabricação doouro da consciência do eu, a fabricação do ouro da cons-ciência da alma e a fabricação do ouro da consciência doEspírito. O ouro do eu caracteriza-se pela radiação ver-melha da força dos desejos, o ouro da alma é visto comoa força da misericórdia, e o ouro do Espírito aparece nobrilho ofuscante de uma nova criação.

Quem não conhece a rubra chama dos desejos?Quem é que não está quase a toda hora nesse fogodevorador? Quem não conhece o imenso sofrimentodos desejos? Sois arrastados por um desejo tão vastoquanto o mundo. Vossos olhos perscrutam o horizon-te, e medis a distância entre o atual e o que pode seratingido. Vossos músculos se tencionam e o nervosis-mo vos faz tremer com o frio deste mundo. Desejais ocalor, e não há calor. Desejais o amor, e não há amor.Desejais a paz, enfim a paz, e, ó Deus!, não há paz.

Vemos vossos pensamentos assustados protestarem,pois há homens que acreditam ter encontrado seumundo encantado ao lado de uma pessoa amada, outalvez ao lado de uma posse material que eles roemcomo um cão rói um osso. Encontrastes vosso sossego,e uma paz tranqüila desceu sobre vossa agitação.Vossos olhares mergulham na pessoa que amais, ousaboreais, com um sorriso largo, vossa parte no quechamais os bens desta terra.

Sois, porém, como uma criança grande. Logo queas chamas rubras sobem cada vez mais alto e que ashierarquias de Marte vos tocam mais violentamente que

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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nunca, sois expulsos do mundo que acreditastes serencantado. A própria vida vos toma de assalto. Aquelescom quem vossa felicidade estava associada morrem,deslizando por detrás dos véus do além. Não com abela harmonia das estrelas, no giro da roda do tempo,mas arrancados de vós com um grito mortal.

Uma dor surda persiste em vosso coração e umnovo desejo, um desejo de reunião, vos agarra comgrande força. Vossos filhos frustram vosso desejo deverdadeira felicidade. Eles destroem vossas ilusões. Aesperança frustrada oprime vosso coração. Como umatempestade, esse desejo se inflama, até que finalmen-te, cansados de lutar, aniquilados, soçobrais nesse marvermelho dos desejos insaciáveis, com todos os vossostanques de guerra.

O que vem a ser essa cobiça, esse desejo insaciávelsecular? O que vem a ser esse violento impulso emvosso sangue, que ora vos faz ofegar de tanto esforço,ora vos corta o fôlego para que possais compreendero que ele significa? De onde vêm esses redemoinhosvermelhos, que nunca param de girar?

A reposta dos alquimistas é surpreendente. Elesdizem que o desejo é uma força que vos é enviadapelos hierofantes de Cristo; é o Senhor de toda vidaque vem ao vosso encontro no caminho da humanida-de. Um grande espanto toma conta da multidão. Comopode acontecer isso? Não foram os místicos que nospreveniram quanto às destruidoras chamas dos dese-jos? Não são os gnósticos que nos mostram o não-desejar, que eles tentam despertar em nós? E nós? Jánão falamos aqui, ainda há pouco, sobre a libertaçãodo turbilhão dos desejos? Então, como se explica isso?Os irmãos rosacruzes estariam fazendo referência aum dom crístico que nos faz mergulhar, por meio das

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detrás de portas chaveadas e trancadas com barras deferro, mas trabalhavam e sofriam por vós; queriam vosenriquecer, a ponto de o mundo não poder mais con-ter vossos tesouros.

Existem três tipos de fabricação de ouro: a fabricação doouro da consciência do eu, a fabricação do ouro da cons-ciência da alma e a fabricação do ouro da consciência doEspírito. O ouro do eu caracteriza-se pela radiação ver-melha da força dos desejos, o ouro da alma é visto comoa força da misericórdia, e o ouro do Espírito aparece nobrilho ofuscante de uma nova criação.

Quem não conhece a rubra chama dos desejos?Quem é que não está quase a toda hora nesse fogodevorador? Quem não conhece o imenso sofrimentodos desejos? Sois arrastados por um desejo tão vastoquanto o mundo. Vossos olhos perscrutam o horizon-te, e medis a distância entre o atual e o que pode seratingido. Vossos músculos se tencionam e o nervosis-mo vos faz tremer com o frio deste mundo. Desejais ocalor, e não há calor. Desejais o amor, e não há amor.Desejais a paz, enfim a paz, e, ó Deus!, não há paz.

Vemos vossos pensamentos assustados protestarem,pois há homens que acreditam ter encontrado seumundo encantado ao lado de uma pessoa amada, outalvez ao lado de uma posse material que eles roemcomo um cão rói um osso. Encontrastes vosso sossego,e uma paz tranqüila desceu sobre vossa agitação.Vossos olhares mergulham na pessoa que amais, ousaboreais, com um sorriso largo, vossa parte no quechamais os bens desta terra.

Sois, porém, como uma criança grande. Logo queas chamas rubras sobem cada vez mais alto e que ashierarquias de Marte vos tocam mais violentamente que

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Prometida, transportados pela dinâmica de vosso dese-jo de salvação.

Então, vede: quando escapais das coisas com as quaistentais abafar vosso desejo, as rubras chamas cedem,para vos abrir passagem. Entrais no deserto de um novocontinente, onde uma nova luta se apresenta, como umprocesso natural, marcado a fogo em vós pelos hierofan-tes de Cristo. Junto com o ouro da autoconsciência – acobiça – é preciso desenterrar o ouro da alma do deser-to arenoso deste mundo.

E no novo país, na sinfonia eterna entre a luz e astrevas, ouvis novamente “o mesmo cântico das coisasseculares”: o ouro do eu vos empurra ao abandonoconsciente do eu, para que o ouro da alma desperte.A nova força crística, que vos inquieta, impulsiona-vos incessantemente contra o rochedo de vossa auto-conservação e, com grande dor, atravessais o desertodurante os quarenta anos simbólicos. Nos alambiquese nas retortas de vosso laboratório interior, o ouro daalma começa a separar-se, o ouro do verdadeiroamor humano, o ouro do amor ao próximo e damisericórdia.

Entretanto, assim como a luta contra os desejosinferiores desperta um outro desejo mediante forçamortificadora, assim também o ouro da misericórdiaaumentará vossa dor. À medida que o desejo de sal-vação se fizer presente em vós e que vosso amor aopróximo tiver se desenvolvido, a autoconservaçãoem vosso próprio ser, no homem e na sociedade,abrirá abismos diante dos quais torcereis as mãos emdesespero.

Tentais lançar pontes e achar compromissos e ten-tais exaltar-vos na arte, na ciência e na religião, buscan-do uma beleza de alma refinada. Compondes belos

Capítulo 33

379

hierarquias de Marte, nesse Mar Vermelho que separaos continentes?

Sim, o novo conhecimento esotérico descobriu averdade em meio a essas contradições aparentes; eledescobriu a verdade libertadora que faz surgir nestemundo a bondade e a justiça. É com o ouro vermelhodo desejo que podemos comprar a entrada que conduzao caminho. É cientificamente certo que a força dodesejo jaz oculta no homem e não pode ser extirpadadele. Desde o princípio, todos foram inflamados porum desejo desenfreado, não para morrer nessa cobiçaardente, mas para finalmente poder triunfar por esseouro. Em tempos muito remotos, os hierofantes deCristo nos fizeram mergulhar no nadir, por meio dodesejo; e, quanto mais profundo o mergulho, tanto maisfortes são sua pressão e seu poder de sucção.

O desejo é esse fermento de Marte, duro como oaço, em nosso sangue; é essa energia dinâmica, essedom divino mediante o qual sois incessantemente fus-tigados, agitados e empurrados para frente, rumo a umnovo alvorecer. É a força com a qual tentais manter-vospara fazer vosso eu triunfar. Mas descobrireis que essaforça ultrapassa vossa consciência-eu e demole a auto-conservação. Os muros que edificais à vossa volta sãodemolidos, vossos bem-amados morrem e vossa possematerial é constantemente violada.

A cobiça desperta em vós uma fome que não podeser apaziguada, mesmo que nadeis em dinheiro. Pelacobiça, entrais em todo tipo de dificuldades, causadaspela vossa busca pelas coisas materiais. Em vossa ilu-são, atolais-vos em pecados; mas a fome dos desejosinferiores não pode ser aplacada antes de descobrirdeso objetivo deste impulso divino: empurrar-vos para adecisão de buscar, com todas as vossas forças, a Terra

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Prometida, transportados pela dinâmica de vosso dese-jo de salvação.

Então, vede: quando escapais das coisas com as quaistentais abafar vosso desejo, as rubras chamas cedem,para vos abrir passagem. Entrais no deserto de um novocontinente, onde uma nova luta se apresenta, como umprocesso natural, marcado a fogo em vós pelos hierofan-tes de Cristo. Junto com o ouro da autoconsciência – acobiça – é preciso desenterrar o ouro da alma do deser-to arenoso deste mundo.

E no novo país, na sinfonia eterna entre a luz e astrevas, ouvis novamente “o mesmo cântico das coisasseculares”: o ouro do eu vos empurra ao abandonoconsciente do eu, para que o ouro da alma desperte.A nova força crística, que vos inquieta, impulsiona-vos incessantemente contra o rochedo de vossa auto-conservação e, com grande dor, atravessais o desertodurante os quarenta anos simbólicos. Nos alambiquese nas retortas de vosso laboratório interior, o ouro daalma começa a separar-se, o ouro do verdadeiroamor humano, o ouro do amor ao próximo e damisericórdia.

Entretanto, assim como a luta contra os desejosinferiores desperta um outro desejo mediante forçamortificadora, assim também o ouro da misericórdiaaumentará vossa dor. À medida que o desejo de sal-vação se fizer presente em vós e que vosso amor aopróximo tiver se desenvolvido, a autoconservaçãoem vosso próprio ser, no homem e na sociedade,abrirá abismos diante dos quais torcereis as mãos emdesespero.

Tentais lançar pontes e achar compromissos e ten-tais exaltar-vos na arte, na ciência e na religião, buscan-do uma beleza de alma refinada. Compondes belos

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hierarquias de Marte, nesse Mar Vermelho que separaos continentes?

Sim, o novo conhecimento esotérico descobriu averdade em meio a essas contradições aparentes; eledescobriu a verdade libertadora que faz surgir nestemundo a bondade e a justiça. É com o ouro vermelhodo desejo que podemos comprar a entrada que conduzao caminho. É cientificamente certo que a força dodesejo jaz oculta no homem e não pode ser extirpadadele. Desde o princípio, todos foram inflamados porum desejo desenfreado, não para morrer nessa cobiçaardente, mas para finalmente poder triunfar por esseouro. Em tempos muito remotos, os hierofantes deCristo nos fizeram mergulhar no nadir, por meio dodesejo; e, quanto mais profundo o mergulho, tanto maisfortes são sua pressão e seu poder de sucção.

O desejo é esse fermento de Marte, duro como oaço, em nosso sangue; é essa energia dinâmica, essedom divino mediante o qual sois incessantemente fus-tigados, agitados e empurrados para frente, rumo a umnovo alvorecer. É a força com a qual tentais manter-vospara fazer vosso eu triunfar. Mas descobrireis que essaforça ultrapassa vossa consciência-eu e demole a auto-conservação. Os muros que edificais à vossa volta sãodemolidos, vossos bem-amados morrem e vossa possematerial é constantemente violada.

A cobiça desperta em vós uma fome que não podeser apaziguada, mesmo que nadeis em dinheiro. Pelacobiça, entrais em todo tipo de dificuldades, causadaspela vossa busca pelas coisas materiais. Em vossa ilu-são, atolais-vos em pecados; mas a fome dos desejosinferiores não pode ser aplacada antes de descobrirdeso objetivo deste impulso divino: empurrar-vos para adecisão de buscar, com todas as vossas forças, a Terra

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trindade emana do eterno coração solar de Jesus Cristo,o mediador entre o plano de Deus e a criação segun-do o Espírito Santo.

Essa força de Deus que traz a bem-aventurançavem, a princípio, a nosso encontro por meio das hierar-quias de Marte, para que, pela pressão do desejo, nasçao anseio por salvação. E para desenvolver esse desejode salvação e aí fazer resplandecer a exigência de Deus,o Antigo Testamento coloca junto a esse dom divino alei que diz respeito às coisas inferiores: Não cobiçarás!

Os Senhores de Vênus vêm, em seguida, ofertar osegundo impulso de Cristo: o próprio mediador desceentre nós como um dos nossos para que, caminhandoem sua luz, possais, vós mesmos, produzir o segundoouro: o ouro da alma.

Entretanto, agora que a ação motriz do desejo estápresente e que o ouro imaterial da alma, como possi-bilidade de triunfo sobre a vida e a morte em Cristo,tornou-se vossa posse, como um novo dom, as hierar-quias de Urano, o terceiro impulso crístico, intervêmpara vos incitar à decisão pessoal de utilizar os donsadquiridos nas retortas cheias de vosso ser mais pro-fundo, para uma nova criação, para um novo nasci-mento, que engloba todos os domínios da matéria edo espírito.

Agora, vede como o esforço dos irmãos da Rosacruzpara ensinar a todos esse método de modo mágico,em Cristo, foi interpretado e empregado pelo vulgopara obter um ganho inferior e como, sob a máscarade rosacruzes:

...incita muitos bajuladores extraviados, dignos do patí-bulo, a cometerem grandes vilanias e a abusar da curio-

Capítulo 33

381

poemas, semeais no deserto. Cantais cantos saturadosde ritmos acalentadores. Sabeis emocionar por meio depalavras e por vosso romantismo.

Sois, porém, grandes simuladores. Tentais aniquilaro impulso divino com a falsidade. No deserto destemundo, envolveis com as forças de vossa alma o cadá-ver de nossa civilização. Colais textos bíblicos e senten-ças humanitárias nos muros de vossa noite.

Entretanto, com tudo isso, não podeis apagar vossador. Não vos restam senão as sombrias chamas rubrasde vosso desejo e o estrangulamento de vossa alma.Eis por que um terceiro passo deve ser dado nessecaminho, para que o ouro do espírito possa surgir. É aetapa da realização. Entretanto, aqueles que queremdar esse passo devem fazê-lo com profunda sincerida-de e com grande força. Eis por que uma pessoa à qualnos sentimos extremamente ligados nos disse: “Aquisão requeridos heróis e heroínas”.

Trata-se, aqui, de tornar-se um verdadeiro cristão,de saber realmente viver as exigências do cristianismo.É neste ponto que derramamos nosso desejo e nossaforça de alma na energia do Espírito Santo. É assim querealizamos verdadeiramente a vocação humana. É assimque nos tornamos construtores, franco-maçons. Então,já não há nenhuma busca, nenhuma experimentaçãoem proveito próprio, mas, sim, uma concordância totalcom a exigência daquele que é a alma de todos. Eis oalquimista, o mago que, debruçado sobre suas retortasmágicas, delas extrai o ouro imaculado do Espírito, emperfeita autonegação, para chegar a uma criação abso-lutamente nova.

Esse é o segredo da tríplice fabricação do ouro,segredo que tem permanecido imutável ao longo dosséculos. O ouro tríplice é assim chamado porque essa

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trindade emana do eterno coração solar de Jesus Cristo,o mediador entre o plano de Deus e a criação segun-do o Espírito Santo.

Essa força de Deus que traz a bem-aventurançavem, a princípio, a nosso encontro por meio das hierar-quias de Marte, para que, pela pressão do desejo, nasçao anseio por salvação. E para desenvolver esse desejode salvação e aí fazer resplandecer a exigência de Deus,o Antigo Testamento coloca junto a esse dom divino alei que diz respeito às coisas inferiores: Não cobiçarás!

Os Senhores de Vênus vêm, em seguida, ofertar osegundo impulso de Cristo: o próprio mediador desceentre nós como um dos nossos para que, caminhandoem sua luz, possais, vós mesmos, produzir o segundoouro: o ouro da alma.

Entretanto, agora que a ação motriz do desejo estápresente e que o ouro imaterial da alma, como possi-bilidade de triunfo sobre a vida e a morte em Cristo,tornou-se vossa posse, como um novo dom, as hierar-quias de Urano, o terceiro impulso crístico, intervêmpara vos incitar à decisão pessoal de utilizar os donsadquiridos nas retortas cheias de vosso ser mais pro-fundo, para uma nova criação, para um novo nasci-mento, que engloba todos os domínios da matéria edo espírito.

Agora, vede como o esforço dos irmãos da Rosacruzpara ensinar a todos esse método de modo mágico,em Cristo, foi interpretado e empregado pelo vulgopara obter um ganho inferior e como, sob a máscarade rosacruzes:

...incita muitos bajuladores extraviados, dignos do patí-bulo, a cometerem grandes vilanias e a abusar da curio-

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poemas, semeais no deserto. Cantais cantos saturadosde ritmos acalentadores. Sabeis emocionar por meio depalavras e por vosso romantismo.

Sois, porém, grandes simuladores. Tentais aniquilaro impulso divino com a falsidade. No deserto destemundo, envolveis com as forças de vossa alma o cadá-ver de nossa civilização. Colais textos bíblicos e senten-ças humanitárias nos muros de vossa noite.

Entretanto, com tudo isso, não podeis apagar vossador. Não vos restam senão as sombrias chamas rubrasde vosso desejo e o estrangulamento de vossa alma.Eis por que um terceiro passo deve ser dado nessecaminho, para que o ouro do espírito possa surgir. É aetapa da realização. Entretanto, aqueles que queremdar esse passo devem fazê-lo com profunda sincerida-de e com grande força. Eis por que uma pessoa à qualnos sentimos extremamente ligados nos disse: “Aquisão requeridos heróis e heroínas”.

Trata-se, aqui, de tornar-se um verdadeiro cristão,de saber realmente viver as exigências do cristianismo.É neste ponto que derramamos nosso desejo e nossaforça de alma na energia do Espírito Santo. É assim querealizamos verdadeiramente a vocação humana. É assimque nos tornamos construtores, franco-maçons. Então,já não há nenhuma busca, nenhuma experimentaçãoem proveito próprio, mas, sim, uma concordância totalcom a exigência daquele que é a alma de todos. Eis oalquimista, o mago que, debruçado sobre suas retortasmágicas, delas extrai o ouro imaculado do Espírito, emperfeita autonegação, para chegar a uma criação abso-lutamente nova.

Esse é o segredo da tríplice fabricação do ouro,segredo que tem permanecido imutável ao longo dosséculos. O ouro tríplice é assim chamado porque essa

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Que aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça.Esperamos e rogamos que possais compreender esta lin-guagem.

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sidade e da credulidade de muitos, conforme o lamentoda Fama Fraternitatis.

Comparai a tríplice magia da Fraternidade da Rosacruzaos esforços de uma multidão incontável que abusa dasanta magia para diversos objetivos, a fim de satisfazera curiosidade, de enriquecer ou de ganhar a vida, poisninguém ousou aceitar o desafio da palavra flamejan-te: “Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça, etodas as outras coisas vos serão acrescentadas”.

Um apelo “às armas” deve ressoar aqui, pois os ver-mes roem sem parar o grão dourado; às armas para con-servar a pureza de nossas intenções a serviço dos IrmãosMaiores da Rosacruz. É por isso que dizemos, conformeas palavras da Fama, com nosso bem amado Pai C.R.C.:“Irra! – nada mais do que ouro!”; mas ele se regozija “emver o céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem,e seu nome escrito no Livro da Vida”. Agora, prestai aten-ção às palavras da Primeira Epístola aos Coríntios:

Semeia-se o corpo em corrupção,ressuscitará em incorrupção.Semeia-se em ignomínia,ressuscitará em glória.Semeia-se em fraqueza,ressuscitará em força.Semeia-se corpo animal,ressuscitará corpo espiritual.Se há corpo animal,há também corpo espiritual.

E nesse sentido também está escrito: “O primeiro homem,Adão, foi feito alma-vivente; o último Adão, espírito vivi-ficante” – pela tríplice fabricação do ouro.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Que aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça.Esperamos e rogamos que possais compreender esta lin-guagem.

Capítulo 33

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sidade e da credulidade de muitos, conforme o lamentoda Fama Fraternitatis.

Comparai a tríplice magia da Fraternidade da Rosacruzaos esforços de uma multidão incontável que abusa dasanta magia para diversos objetivos, a fim de satisfazera curiosidade, de enriquecer ou de ganhar a vida, poisninguém ousou aceitar o desafio da palavra flamejan-te: “Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça, etodas as outras coisas vos serão acrescentadas”.

Um apelo “às armas” deve ressoar aqui, pois os ver-mes roem sem parar o grão dourado; às armas para con-servar a pureza de nossas intenções a serviço dos IrmãosMaiores da Rosacruz. É por isso que dizemos, conformeas palavras da Fama, com nosso bem amado Pai C.R.C.:“Irra! – nada mais do que ouro!”; mas ele se regozija “emver o céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem,e seu nome escrito no Livro da Vida”. Agora, prestai aten-ção às palavras da Primeira Epístola aos Coríntios:

Semeia-se o corpo em corrupção,ressuscitará em incorrupção.Semeia-se em ignomínia,ressuscitará em glória.Semeia-se em fraqueza,ressuscitará em força.Semeia-se corpo animal,ressuscitará corpo espiritual.Se há corpo animal,há também corpo espiritual.

E nesse sentido também está escrito: “O primeiro homem,Adão, foi feito alma-vivente; o último Adão, espírito vivi-ficante” – pela tríplice fabricação do ouro.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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34Testemunhamos também que sob nomes alquímicos apa-recem livros e figuras que são afrontas à honra de Deus.A seu devido tempo, nomea-los-emos e daremos um catá-logo deles aos puros de coração. Pedimos a todos os letra-dos que tomem o devido cuidado com esses livros, pois oinimigo não pára de semear seu joio, até que alguémmais forte o impeça.

Fama Fraternitatis R.C.

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34Testemunhamos também que sob nomes alquímicos apa-recem livros e figuras que são afrontas à honra de Deus.A seu devido tempo, nomea-los-emos e daremos um catá-logo deles aos puros de coração. Pedimos a todos os letra-dos que tomem o devido cuidado com esses livros, pois oinimigo não pára de semear seu joio, até que alguémmais forte o impeça.

Fama Fraternitatis R.C.

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34

O Índex proibido

Um violento combate é empreendido neste mundo:um combate entre os poderes do bem e os poderes domal, um combate entre dois desenvolvimentos deconsciência: a consciência saturnina em harmonia como plano divino, o estado de consciência nascido nodesejo de salvação, em Cristo; e a consciência saturni-na nascida da negação do plano divino, o início e oestabelecimento do satanismo. O homem atual é umamistura desses dois estados de consciência e a intensae furiosa luta que se dá fora dele também acontecedentro de seu próprio ser. A energia dinâmica, base detoda a atividade autocriadora do espírito humano éessa força assombrosa, transmitida a nosso sistema dedesenvolvimento pelos hierofantes de Cristo. Ela faznascer a consciência humana, pela sua interação coma forma que nós habitamos, confirmando, assim, aspalavras da Bíblia: “Eis que este é posto para queda epara ressurreição de muitos”.

Para compreender como as coisas acontecem,observai bem que neste mundo todos os fenômenosemanam de uma única força. A consciência divina nas-cente, assim como o satanismo, emanam da mesmafonte. Graças ao plano de livre desenvolvimento queestá na base da onda de vida humana, o homem podeempregar a água da vida que flui da fonte de todas as 387

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O Índex proibido

Um violento combate é empreendido neste mundo:um combate entre os poderes do bem e os poderes domal, um combate entre dois desenvolvimentos deconsciência: a consciência saturnina em harmonia como plano divino, o estado de consciência nascido nodesejo de salvação, em Cristo; e a consciência saturni-na nascida da negação do plano divino, o início e oestabelecimento do satanismo. O homem atual é umamistura desses dois estados de consciência e a intensae furiosa luta que se dá fora dele também acontecedentro de seu próprio ser. A energia dinâmica, base detoda a atividade autocriadora do espírito humano éessa força assombrosa, transmitida a nosso sistema dedesenvolvimento pelos hierofantes de Cristo. Ela faznascer a consciência humana, pela sua interação coma forma que nós habitamos, confirmando, assim, aspalavras da Bíblia: “Eis que este é posto para queda epara ressurreição de muitos”.

Para compreender como as coisas acontecem,observai bem que neste mundo todos os fenômenosemanam de uma única força. A consciência divina nas-cente, assim como o satanismo, emanam da mesmafonte. Graças ao plano de livre desenvolvimento queestá na base da onda de vida humana, o homem podeempregar a água da vida que flui da fonte de todas as 387

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de um reino natural só poder manter-se matando edevorando outro reino. Quando, pela queda, entramosno nadir da materialidade, tivemos de sofrer a mortepara poder desenvolver a consciência-eu. A esse res-peito, a Fama Fraternitatis observa que foram dados aAdão, isto é, à humanidade, em sua queda, ensinamen-tos universais para que, orientando-se por eles, elesoubesse como realizar sua peregrinação na região damorte e assim triunfar o mais rapidamente possíveldesta natureza da morte.

No entanto, somente quando o homem possuirexperiência e maturidade suficientes poderá aplicaresses ensinamentos universais. Por isso, percebemosaqui um grande perigo. No estágio experimental,seguindo o caminho da menor resistência e seguindo oimpulso de sua natureza autoconservadora, o homemconstrói uma consciência que se afasta de Deus, eentão o satanismo desenvolve-se nitidamente dentrodele, antes mesmo que ele possa se dar conta disso.

Não haveria também uma falha nesse raciocínio?Claro! O homem peca muitas, muitíssimas vezesantes de tomar consciência disso. Ele escolhe as tre-vas, às vezes com a maior das boas intenções. Serálógico, isto é, estará em harmonia com a perfeição doLogos, que o homem seja sacrificado antes de saberque ele é um objeto de sacrifício? Será esse o amordivino? A ordem divina? Não descobrimos aqui umasituação não prevista pelo plano divino, uma manchanegra na perfeição divina?

Não julgueis tão apressadamente! No momento emque as conseqüências desse perigo ameaçavam grave-mente o livre desenvolvimento do mundo e da huma-nidade, de tal modo que se poderia falar de um fim,Deus mesmo veio à humanidade. A descida no nadir, tão

Capítulo 34

389

coisas de duas maneiras: ou para uma queda, ou parauma ressurreição. Tal é a ordem natural que se mani-festa em todos os domínios da matéria e do espírito.Com a língua, o homem pode louvar a Deus, mas comesse mesmo órgão, pode maldizê-lo. Com a laringe, eleé capaz de produzir sons articulados: palavras de com-paixão e de amor; mas também corrosivas palavras deódio. Com a mão, ele pode auxiliar e assim realizar aexigência de Deus; mas com essa mesma mão, podecausar devastação e direcionar uma bomba. Se quiser-des refletir a esse respeito, descobrireis que com cadaórgão é possível realizar ações honestas ou desonestas,sob o impulso dinâmico do desejo.

Entretanto, o resultado dessas duas ações é diferen-te, apesar de emanarem da mesma fonte. Essas duasmaneiras de agir têm como conseqüência uma amplia-ção da consciência; ambas criam uma experiência maisampla. Mas o homem que escolhe a parte boa crescena direção da luz, enquanto que o outro cresce na dire-ção das trevas. Inúmeras vezes, no presente ou no pas-sado, a humanidade escolheu a parte ruim. Por essarazão, sua manifestação atual é um jogo dramáticoentre luz e trevas, com muita treva e muito pouca luz.

Um leitor preparado do ponto de vista filosófico des-cobrirá, sem dúvida, uma falha nesse raciocínio. Defato, deve haver uma causa que nos leva a escolher omal em lugar do bem. E é por isso que a consciênciaé perturbada.

Podemos descobrir essa causa primeira? Claro, poisa encontraremos na natureza e nas propriedades domundo material onde nossa peregrinação se efetuaneste momento. A ordem mundial do nadir não se man-tém senão pelo ser da morte, o que é provado pelo fato

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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de um reino natural só poder manter-se matando edevorando outro reino. Quando, pela queda, entramosno nadir da materialidade, tivemos de sofrer a mortepara poder desenvolver a consciência-eu. A esse res-peito, a Fama Fraternitatis observa que foram dados aAdão, isto é, à humanidade, em sua queda, ensinamen-tos universais para que, orientando-se por eles, elesoubesse como realizar sua peregrinação na região damorte e assim triunfar o mais rapidamente possíveldesta natureza da morte.

No entanto, somente quando o homem possuirexperiência e maturidade suficientes poderá aplicaresses ensinamentos universais. Por isso, percebemosaqui um grande perigo. No estágio experimental,seguindo o caminho da menor resistência e seguindo oimpulso de sua natureza autoconservadora, o homemconstrói uma consciência que se afasta de Deus, eentão o satanismo desenvolve-se nitidamente dentrodele, antes mesmo que ele possa se dar conta disso.

Não haveria também uma falha nesse raciocínio?Claro! O homem peca muitas, muitíssimas vezesantes de tomar consciência disso. Ele escolhe as tre-vas, às vezes com a maior das boas intenções. Serálógico, isto é, estará em harmonia com a perfeição doLogos, que o homem seja sacrificado antes de saberque ele é um objeto de sacrifício? Será esse o amordivino? A ordem divina? Não descobrimos aqui umasituação não prevista pelo plano divino, uma manchanegra na perfeição divina?

Não julgueis tão apressadamente! No momento emque as conseqüências desse perigo ameaçavam grave-mente o livre desenvolvimento do mundo e da huma-nidade, de tal modo que se poderia falar de um fim,Deus mesmo veio à humanidade. A descida no nadir, tão

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coisas de duas maneiras: ou para uma queda, ou parauma ressurreição. Tal é a ordem natural que se mani-festa em todos os domínios da matéria e do espírito.Com a língua, o homem pode louvar a Deus, mas comesse mesmo órgão, pode maldizê-lo. Com a laringe, eleé capaz de produzir sons articulados: palavras de com-paixão e de amor; mas também corrosivas palavras deódio. Com a mão, ele pode auxiliar e assim realizar aexigência de Deus; mas com essa mesma mão, podecausar devastação e direcionar uma bomba. Se quiser-des refletir a esse respeito, descobrireis que com cadaórgão é possível realizar ações honestas ou desonestas,sob o impulso dinâmico do desejo.

Entretanto, o resultado dessas duas ações é diferen-te, apesar de emanarem da mesma fonte. Essas duasmaneiras de agir têm como conseqüência uma amplia-ção da consciência; ambas criam uma experiência maisampla. Mas o homem que escolhe a parte boa crescena direção da luz, enquanto que o outro cresce na dire-ção das trevas. Inúmeras vezes, no presente ou no pas-sado, a humanidade escolheu a parte ruim. Por essarazão, sua manifestação atual é um jogo dramáticoentre luz e trevas, com muita treva e muito pouca luz.

Um leitor preparado do ponto de vista filosófico des-cobrirá, sem dúvida, uma falha nesse raciocínio. Defato, deve haver uma causa que nos leva a escolher omal em lugar do bem. E é por isso que a consciênciaé perturbada.

Podemos descobrir essa causa primeira? Claro, poisa encontraremos na natureza e nas propriedades domundo material onde nossa peregrinação se efetuaneste momento. A ordem mundial do nadir não se man-tém senão pelo ser da morte, o que é provado pelo fato

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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pertadas na ordem natural; entretanto, neste mundo,deveremos cumprir nosso mandato divino pela forçade cabeças, corações e mãos, em bondade, verdade ejustiça. Cristo não nos salva de nossa tarefa não cum-prida, nem da realidade fragmentada. Ele nos salvapara o cumprimento de nossa tarefa, para o restabele-cimento dessa realidade fragmentada, mediante a libe-ração das forças divinas latentes em nós.

Essa concepção é o ponto capital que diferencia aGnosis dos rosacruzes da teologia ortodoxa. É por issoque nós vos ligamos novamente à Fama Fraternitatis:

Testemunhamos também que sob nomes alquímicos apa-recem livros e figuras que são afrontas à honra de Deus.A seu devido tempo, nomea-los-emos e daremos um catá-logo deles aos puros de coração. Pedimos a todos os letra-dos que tomem o devido cuidado com esses livros, pois oinimigo não pára de semear seu joio, até que alguémmais forte o impeça.

Neste mundo, é empreendido um grandioso combateentre os poderes do bem e os do mal. Quando ohomem se redescobre neste mundo como unidadecriadora consciente, ele sabe que possui a energiadinâmica já citada e o ensinamento universal que semanifestou a ele sob inúmeras formas, de pleno acor-do com seu nível de desenvolvimento. No meio damorte, o homem realmente seguiu o caminho da expe-riência, porém, por falta de experiência, ele desenvol-veu, sob o impulso da natureza terrestre, a consciênciaapartada de Deus, o satanismo. Quando o homemtoma consciência da miséria desta natureza inferior, elese torna apto para renascer em Cristo a fim de assumirsua verdadeira vocação.

Capítulo 34

391

angustiante, tornou-se necessária depois da queda nopecado; assim, no momento supremo, Deus mesmoaproximou-se da humanidade. E falamos na linguagemdo livro sagrado: “Deus amou o mundo de tal manei-ra, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aque-le que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.Esse santo de Deus, essa força das forças, pronuncia omantra libertador para aqueles que pecam por ignorân-cia: “Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem”.

Assim, por meio de um raciocínio filosófico, quise-mos mostrar que chegastes a uma crise estrutural eespiritual nesta vida, situação na qual, se quereisseguir o caminho da salvação, não podeis darnenhum passo ou avançar um milímetro sem JesusCristo. Ele veio inflamar nossa ordem natural com suaordem espiritual, para nos salvar. As palavras que elepronunciou: “Sem mim, nada podeis fazer” são, por-tanto, perfeitamente precisas do ponto de vista eso-térico-científico. Quisemos mostrar-vos por que osrosacruzes escolheram a cruz de Cristo como únicomeio possível de libertar a humanidade de seu indi-zível sofrimento, para que um dia as rosas da realiza-ção final possam finalmente florescer. No caminho detodo ser humano, Cristo se faz ouvir neste chamado:“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimi-dos, e eu vos aliviarei”, cansados de vossa luta eoprimidos pelo satanismo de vossa natureza de dese-jos inferiores, que desenvolveu-se dentro de vós aolongo dos séculos.

Poderíamos continuar parafraseando esse texto,mas à luz da Rosacruz não deixamos ninguém partirantes de tê-lo religado à sua tarefa. Cristo quer ser paranós aquele que nos liberta do impasse das tensões des-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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pertadas na ordem natural; entretanto, neste mundo,deveremos cumprir nosso mandato divino pela forçade cabeças, corações e mãos, em bondade, verdade ejustiça. Cristo não nos salva de nossa tarefa não cum-prida, nem da realidade fragmentada. Ele nos salvapara o cumprimento de nossa tarefa, para o restabele-cimento dessa realidade fragmentada, mediante a libe-ração das forças divinas latentes em nós.

Essa concepção é o ponto capital que diferencia aGnosis dos rosacruzes da teologia ortodoxa. É por issoque nós vos ligamos novamente à Fama Fraternitatis:

Testemunhamos também que sob nomes alquímicos apa-recem livros e figuras que são afrontas à honra de Deus.A seu devido tempo, nomea-los-emos e daremos um catá-logo deles aos puros de coração. Pedimos a todos os letra-dos que tomem o devido cuidado com esses livros, pois oinimigo não pára de semear seu joio, até que alguémmais forte o impeça.

Neste mundo, é empreendido um grandioso combateentre os poderes do bem e os do mal. Quando ohomem se redescobre neste mundo como unidadecriadora consciente, ele sabe que possui a energiadinâmica já citada e o ensinamento universal que semanifestou a ele sob inúmeras formas, de pleno acor-do com seu nível de desenvolvimento. No meio damorte, o homem realmente seguiu o caminho da expe-riência, porém, por falta de experiência, ele desenvol-veu, sob o impulso da natureza terrestre, a consciênciaapartada de Deus, o satanismo. Quando o homemtoma consciência da miséria desta natureza inferior, elese torna apto para renascer em Cristo a fim de assumirsua verdadeira vocação.

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angustiante, tornou-se necessária depois da queda nopecado; assim, no momento supremo, Deus mesmoaproximou-se da humanidade. E falamos na linguagemdo livro sagrado: “Deus amou o mundo de tal manei-ra, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aque-le que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.Esse santo de Deus, essa força das forças, pronuncia omantra libertador para aqueles que pecam por ignorân-cia: “Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem”.

Assim, por meio de um raciocínio filosófico, quise-mos mostrar que chegastes a uma crise estrutural eespiritual nesta vida, situação na qual, se quereisseguir o caminho da salvação, não podeis darnenhum passo ou avançar um milímetro sem JesusCristo. Ele veio inflamar nossa ordem natural com suaordem espiritual, para nos salvar. As palavras que elepronunciou: “Sem mim, nada podeis fazer” são, por-tanto, perfeitamente precisas do ponto de vista eso-térico-científico. Quisemos mostrar-vos por que osrosacruzes escolheram a cruz de Cristo como únicomeio possível de libertar a humanidade de seu indi-zível sofrimento, para que um dia as rosas da realiza-ção final possam finalmente florescer. No caminho detodo ser humano, Cristo se faz ouvir neste chamado:“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimi-dos, e eu vos aliviarei”, cansados de vossa luta eoprimidos pelo satanismo de vossa natureza de dese-jos inferiores, que desenvolveu-se dentro de vós aolongo dos séculos.

Poderíamos continuar parafraseando esse texto,mas à luz da Rosacruz não deixamos ninguém partirantes de tê-lo religado à sua tarefa. Cristo quer ser paranós aquele que nos liberta do impasse das tensões des-

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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pavorosa só terá uma única saída: a aniquilação final,a rejeição nas trevas exteriores.

Portanto, aí está o combate. Combate das forçasque se opõem ao plano divino e que, conhecendo suadegradação, engajaram-se em uma luta desesperadacontra as forças que possuem a consciência divina. Umafrontamento desses não é direto, pois se o fosse,veríamos que a luta viraria imediatamente a favor dosIrmãos da Luz. Não. Essa luta é um combate complica-do e visa um grande e pesado despojo: a massa, ohomem como animal de rebanho. Apostando todos osseus poderes, as forças das trevas lutam pela vida oupela morte e por sua autoconservação, que dependede seu poder sobre a massa, da estupidez desta, de seudesenvolvimento desenfreado, de onde sai o auto-ani-quilamento do indivíduo livre, em desenvolvimento.

O mal só pode se manter em vós se lhe ofereceisabrigo, se o deixais entrar. Quando vós o expulsais, ouo afastais pela força crística, acaba-se o reino das tre-vas em vós. Assim, podeis compreender que o maldeste mundo, que o reino das trevas, somente podemanter-se neste mundo, nesta sociedade, quandoencontra uma morada. E quando essa morada não lheé oferecida espontaneamente, ele se apodera dela, poruma manifestação de poder autoritária ou totalitária,pela opressão, pela escravidão.

Essas manifestações, porém, não passam de gros-seiras expressões provocadas pela angústia, pelo dese-jo de autoconservação das malditas forças das trevas. Averdadeira batalha travada é extremamente refinada eé realizada por intelectos altamente desenvolvidos. Aíestá: o espírito humano é conduzido pelo labirinto dascoisas, acorrentado à multiplicidade de idéias, pormeio da ciência materialista e bitolada, pela arte

Capítulo 34

393

É claro que podeis recusar essa salvadora mão deDeus porque não quereis aceitar a exigência do cris-tianismo, a exigência da autonegação, uma vez queconsiderais a reforma de vossa vida, que será o resul-tado da realização em Cristo, como a antítese de vossoimpulso natural, porque não desejais fazer a oferendapela qual a montanha da purificação poderia ser esca-lada. Se fordes um ser desse tipo, eis o que será vossofuturo:

Cristo, que quer vossa ressurreição, se transformaráem uma força que se manifestará nesta natureza atra-vés de uma queda. A energia dinâmica, a voz queclama pelo devir, entrará em interação com os veículosque habitais, reforçando assim, dia após dia, vossaconsciência apartada de Deus. Deveis levar em contaque uma consciência desse tipo cresce bem mais rapi-damente do que a consciência do ser que busca alibertação divina, e descobrireis que vossa consciênciasatânica passará a ser, muito rapidamente, bem maismarcante que a dos outros homens.

Por vossa atitude, por vosso olhar, por vossaspalavras, por vosso grande poder intelectual, adqui-rireis muito rapidamente um grande poder sobremuitas pessoas. Vossa ampla consciência vos colo-cará em relação com as forças ocultas da natureza,e entrareis em contato com homens que, antes devós, já seguiram um caminho semelhante. Uma vezchegados a esse ponto, sereis colocados pela últi-ma vez diante de uma escolha: ou seguir o caminhode regresso, ou prosseguir no caminho antidivino.

Se escolherdes este último, sereis aceitos nas filei-ras dos irmãos das trevas, e nenhum retorno será pos-sível. A partir desse momento, vossa consciência apar-tada de Deus será cortada do plano divino. Essa queda

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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pavorosa só terá uma única saída: a aniquilação final,a rejeição nas trevas exteriores.

Portanto, aí está o combate. Combate das forçasque se opõem ao plano divino e que, conhecendo suadegradação, engajaram-se em uma luta desesperadacontra as forças que possuem a consciência divina. Umafrontamento desses não é direto, pois se o fosse,veríamos que a luta viraria imediatamente a favor dosIrmãos da Luz. Não. Essa luta é um combate complica-do e visa um grande e pesado despojo: a massa, ohomem como animal de rebanho. Apostando todos osseus poderes, as forças das trevas lutam pela vida oupela morte e por sua autoconservação, que dependede seu poder sobre a massa, da estupidez desta, de seudesenvolvimento desenfreado, de onde sai o auto-ani-quilamento do indivíduo livre, em desenvolvimento.

O mal só pode se manter em vós se lhe ofereceisabrigo, se o deixais entrar. Quando vós o expulsais, ouo afastais pela força crística, acaba-se o reino das tre-vas em vós. Assim, podeis compreender que o maldeste mundo, que o reino das trevas, somente podemanter-se neste mundo, nesta sociedade, quandoencontra uma morada. E quando essa morada não lheé oferecida espontaneamente, ele se apodera dela, poruma manifestação de poder autoritária ou totalitária,pela opressão, pela escravidão.

Essas manifestações, porém, não passam de gros-seiras expressões provocadas pela angústia, pelo dese-jo de autoconservação das malditas forças das trevas. Averdadeira batalha travada é extremamente refinada eé realizada por intelectos altamente desenvolvidos. Aíestá: o espírito humano é conduzido pelo labirinto dascoisas, acorrentado à multiplicidade de idéias, pormeio da ciência materialista e bitolada, pela arte

Capítulo 34

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É claro que podeis recusar essa salvadora mão deDeus porque não quereis aceitar a exigência do cris-tianismo, a exigência da autonegação, uma vez queconsiderais a reforma de vossa vida, que será o resul-tado da realização em Cristo, como a antítese de vossoimpulso natural, porque não desejais fazer a oferendapela qual a montanha da purificação poderia ser esca-lada. Se fordes um ser desse tipo, eis o que será vossofuturo:

Cristo, que quer vossa ressurreição, se transformaráem uma força que se manifestará nesta natureza atra-vés de uma queda. A energia dinâmica, a voz queclama pelo devir, entrará em interação com os veículosque habitais, reforçando assim, dia após dia, vossaconsciência apartada de Deus. Deveis levar em contaque uma consciência desse tipo cresce bem mais rapi-damente do que a consciência do ser que busca alibertação divina, e descobrireis que vossa consciênciasatânica passará a ser, muito rapidamente, bem maismarcante que a dos outros homens.

Por vossa atitude, por vosso olhar, por vossaspalavras, por vosso grande poder intelectual, adqui-rireis muito rapidamente um grande poder sobremuitas pessoas. Vossa ampla consciência vos colo-cará em relação com as forças ocultas da natureza,e entrareis em contato com homens que, antes devós, já seguiram um caminho semelhante. Uma vezchegados a esse ponto, sereis colocados pela últi-ma vez diante de uma escolha: ou seguir o caminhode regresso, ou prosseguir no caminho antidivino.

Se escolherdes este último, sereis aceitos nas filei-ras dos irmãos das trevas, e nenhum retorno será pos-sível. A partir desse momento, vossa consciência apar-tada de Deus será cortada do plano divino. Essa queda

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Nós vimos o rosto daquele que um dia triunfará;nós o vimos em um arrebatamento dos sentidos: é ovosso rosto, em uma manifestação divinizada.

Capítulo 34

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decadente, com o auxílio da religiosidade de nossaépoca, que maldiz o vir-a-ser divino.

Muitas imposturas apresentam-se nos domínios daarte, da ciência e da religião sob nomes alquímicos, pre-tendendo trazer a regeneração. Essas imposturas ente-nebrecem a magnificência de Deus e trabalham embenefício do grupo da ordem das trevas, que é tortura-do por uma angústia extrema.

A Jovem Fraternidade Gnóstica, que se colocou aserviço de Jesus Cristo, não pode empregar métodosdesse tipo. Não faria qualquer sentido forçar-vos atomar vosso lugar nas legiões da luz. As forças da luznão podem interferir de modo autoritário mesmo que,em vossa nostalgia, vós o suplicásseis. Os raios de luznão podem iluminar o céu quando o próprio sol aindanão se levantou no horizonte.

É por isso que vimos até vós com um premente cha-mado que se dirige ao que há de superior em vós, ao queé realizado em vós pelo Cristo, a fim de vos admitir emnossas fileiras, a serviço da bondade, da verdade e da jus-tiça. É unicamente pela luz, com os métodos da luz, quepoderemos triunfar. E quem fez essa escolha como alunoé muito bem orientado para demonstrar sua ação, notempo certo, de maneira adequada. Ao aluno puro decoração é revelado integralmente o “Índex proibido”, ométodo imoral e tenebroso das malditas forças das trevas,para que, como um apóstolo, ele possa mais tarde atacarconosco o inimigo e arrancar o joio, a erva daninha.

Convidamos todos aqueles que são instruídos peloamor de Deus que tomem o devido cuidado com esseslivros, pois o inimigo não pára de semear seu joio. Nósvos chamamos à tarefa de cabeças, corações e mãos,ligados ao Senhor do Amor, para que sejais um sím-bolo flamejante neste mundo tenebroso.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Nós vimos o rosto daquele que um dia triunfará;nós o vimos em um arrebatamento dos sentidos: é ovosso rosto, em uma manifestação divinizada.

Capítulo 34

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decadente, com o auxílio da religiosidade de nossaépoca, que maldiz o vir-a-ser divino.

Muitas imposturas apresentam-se nos domínios daarte, da ciência e da religião sob nomes alquímicos, pre-tendendo trazer a regeneração. Essas imposturas ente-nebrecem a magnificência de Deus e trabalham embenefício do grupo da ordem das trevas, que é tortura-do por uma angústia extrema.

A Jovem Fraternidade Gnóstica, que se colocou aserviço de Jesus Cristo, não pode empregar métodosdesse tipo. Não faria qualquer sentido forçar-vos atomar vosso lugar nas legiões da luz. As forças da luznão podem interferir de modo autoritário mesmo que,em vossa nostalgia, vós o suplicásseis. Os raios de luznão podem iluminar o céu quando o próprio sol aindanão se levantou no horizonte.

É por isso que vimos até vós com um premente cha-mado que se dirige ao que há de superior em vós, ao queé realizado em vós pelo Cristo, a fim de vos admitir emnossas fileiras, a serviço da bondade, da verdade e da jus-tiça. É unicamente pela luz, com os métodos da luz, quepoderemos triunfar. E quem fez essa escolha como alunoé muito bem orientado para demonstrar sua ação, notempo certo, de maneira adequada. Ao aluno puro decoração é revelado integralmente o “Índex proibido”, ométodo imoral e tenebroso das malditas forças das trevas,para que, como um apóstolo, ele possa mais tarde atacarconosco o inimigo e arrancar o joio, a erva daninha.

Convidamos todos aqueles que são instruídos peloamor de Deus que tomem o devido cuidado com esseslivros, pois o inimigo não pára de semear seu joio. Nósvos chamamos à tarefa de cabeças, corações e mãos,ligados ao Senhor do Amor, para que sejais um sím-bolo flamejante neste mundo tenebroso.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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35Conforme intenção de nosso Pai C.R.C., nós, seusirmãos, solicitamos mais uma vez a todos os sábios daEuropa que lerão nossa Fama (editada em cinco lín-guas) e nossa Confessio latina, que examinem suas artescom espírito ponderado, de maneira rigorosa e escrupu-losa, considerem a época presente com todo o zelo e nosanunciem, então, o fruto de suas reflexões, manuscritasou impressas, quer coletiva, quer individualmente, pois,apesar de não revelarmos nem nosso nome nem o denossa assembléia, o julgamento de cada um, em qual-quer língua que seja, seguramente chegará até nós. Alémdisso, quem nos revela seu nome pode estar completa-mente seguro de que tomará contato com um de nós, sejaverbalmente ou, se tiver algum escrúpulo, por escrito.

Fama Fraternitatis R.C.

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35Conforme intenção de nosso Pai C.R.C., nós, seusirmãos, solicitamos mais uma vez a todos os sábios daEuropa que lerão nossa Fama (editada em cinco lín-guas) e nossa Confessio latina, que examinem suas artescom espírito ponderado, de maneira rigorosa e escrupu-losa, considerem a época presente com todo o zelo e nosanunciem, então, o fruto de suas reflexões, manuscritasou impressas, quer coletiva, quer individualmente, pois,apesar de não revelarmos nem nosso nome nem o denossa assembléia, o julgamento de cada um, em qual-quer língua que seja, seguramente chegará até nós. Alémdisso, quem nos revela seu nome pode estar completa-mente seguro de que tomará contato com um de nós, sejaverbalmente ou, se tiver algum escrúpulo, por escrito.

Fama Fraternitatis R.C.

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Um encontro com os Irmãos Maiores da Rosacruz

Os hierofantes dos mistérios da Rosacruz falam aoaluno em cinco linguagens, impessoalmente. Toda asua sabedoria, toda a sua vontade dinâmica, toda a suaatividade se expressam nessas linguagens e, para vosindicar as condições elementares que levam a isso, aFama Fraternitatis da Rosacruz veio habitar entre nós.

A primeira linguagem falada pelos hierofantes dosmistérios ocidentais é a de Jesus Cristo, nosso Senhor.Os caracteres dessa linguagem não se apresentam avós pelos caminhos já batidos da teologia, nem pelostratados de qualquer comunidade esotérica. As belasfiguras dessa linguagem não podem ser lidas e com-preendidas senão por aqueles que são instruídos porDeus. Essa linguagem, profundamente vivente, é defundamental importância. Não se trata de um amontoa-do de conceitos truncados e ilusórios que formam fra-ses, mas sim de uma alta magia que irradia com bele-za ofuscante. Ler essa linguagem, poder lê-la, significavivê-la e sentir sua magia.

Não podeis evitar essa linguagem; tendes de apren-dê-la. Muitas pessoas acham que ela é difícil de sercompreendida, alegando que a gramática é complicadae intrincada e que suas exigências lingüísticas são anti-naturais. Pois uma dessas exigências não seria: “Quemama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é 399

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Um encontro com os Irmãos Maiores da Rosacruz

Os hierofantes dos mistérios da Rosacruz falam aoaluno em cinco linguagens, impessoalmente. Toda asua sabedoria, toda a sua vontade dinâmica, toda a suaatividade se expressam nessas linguagens e, para vosindicar as condições elementares que levam a isso, aFama Fraternitatis da Rosacruz veio habitar entre nós.

A primeira linguagem falada pelos hierofantes dosmistérios ocidentais é a de Jesus Cristo, nosso Senhor.Os caracteres dessa linguagem não se apresentam avós pelos caminhos já batidos da teologia, nem pelostratados de qualquer comunidade esotérica. As belasfiguras dessa linguagem não podem ser lidas e com-preendidas senão por aqueles que são instruídos porDeus. Essa linguagem, profundamente vivente, é defundamental importância. Não se trata de um amontoa-do de conceitos truncados e ilusórios que formam fra-ses, mas sim de uma alta magia que irradia com bele-za ofuscante. Ler essa linguagem, poder lê-la, significavivê-la e sentir sua magia.

Não podeis evitar essa linguagem; tendes de apren-dê-la. Muitas pessoas acham que ela é difícil de sercompreendida, alegando que a gramática é complicadae intrincada e que suas exigências lingüísticas são anti-naturais. Pois uma dessas exigências não seria: “Quemama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é 399

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autêntica, livre da força dos sentidos inferiores, livrepara uma nova ordem mundial. Então sereis inflama-dos por uma outra idealidade sobre a qual falareis etestemunhareis. Se necessário, rompereis e atacareiscomo um raio flamejante tudo o que houver de ímpioe imperfeito em vossos semelhantes, a fim de regene-rá-los, para que se tornem portadores de archotes.

Logo, porém, esse bramir juvenil e esse chispeartransformam-se, no aluno, na maturidade do conheci-mento, o que o conduz à terceira linguagem rosacruz.Como os antigos, ele terá sonhos. Cortejos coloridos deidealidade, considerados em um arrebatamento dossentidos, agora são avaliados e pesados, conforme aprimeira exigência do Evangelho. Trata-se aqui de umprocesso alquímico. Ampliado, refletido com maturida-de e sentido profundamente em todas as suas sutilezas,surge o sonho da realização.

Nos olhos dos irmãos e das irmãs que já atingiramessa fase de desenvolvimento, percebemos uma luzmuito profunda, uma claridade maravilhosa e uma pro-funda nostalgia. É que seus olhos contemplaram o mis-tério que eles mesmos construíram, conforme as indi-cações dos hierofantes. Eles não vos podem dizer oque viram nos sonhos que sonharam em vigília. Elesnão podem fazer poemas ou cânticos, pois nuncapoderíeis compreendê-los. Não; eles devem construir,devem se tornar franco-maçons, devem apresentar sualinguagem de sonho como um edifício, com a dinâmi-ca de cabeças, corações e mãos.

Esta é a quarta linguagem dos alunos da Rosacruz:a dinâmica da construção, o cinzelar dos caracteresígneos e flamejantes do evangelho através da ação.Podeis fazê-lo por meio daquele que é por toda a eter-nidade.

Capítulo 35

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digno de mim”? Uma outra regra imposta não é: “Vai,vende tudo o que tens e segue-me”? E: “Trabalhai pelavossa salvação em temor e tremor”?

Quem, pois, pode aprender essa linguagem? Quemseria assim insensato para iniciar-se nessa linguagemcriativa? Isso não é possível no contexto que nos é tãofamiliar!

Por isso foi criada uma linguagem auxiliar, com mui-tas adequações e numerosas simplificações. Muitas con-cessões foram acordadas e a genialidade da linguagemfoi definitivamente mutilada, e sua beleza transformou-seem caricatura. Apesar de tudo, ninguém pode subtrair-seà primeira linguagem, a de Jesus Cristo, nosso Senhor.Muitos buscadores tentaram fazê-lo, e muitos outros vãocontinuar tentando, em vão. Todos girarão em falso, nocaos dos valores inferiores, atormentados pela sinfoniainfernal do satanismo. Até que chega a hora em que oaluno, o pioneiro, está pronto para estudar os verdadei-ros caracteres da maravilhosa linguagem de Cristo, comtodas as conseqüências daí decorrentes.

Então, ele será conduzido à segunda linguagem doshierofantes de Cristo, que constitui uma fase superiordo caminho. Fostes primeiramente colocados diante daformidável exigência do Evangelho, em total disponibi-lidade para aceitá-la, aonde quer que o caminho vosleve. Agora sois conduzidos aos átrios da capacidadecriadora. Quando os últimos dias de vossa autoconser-vação primitiva chegarem ao fim, e quando, com umsuspiro, apressardes o passo para ir ao encontro deCristo, o espírito de Deus se derramará sobre vós.Conforme as palavras dos Atos dos Apóstolos, vos tor-nareis como um novo homem, renovado segundo oespírito, começareis a ter “visões”, visões de novas pos-sibilidades, de novas revelações, de uma vida humana

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autêntica, livre da força dos sentidos inferiores, livrepara uma nova ordem mundial. Então sereis inflama-dos por uma outra idealidade sobre a qual falareis etestemunhareis. Se necessário, rompereis e atacareiscomo um raio flamejante tudo o que houver de ímpioe imperfeito em vossos semelhantes, a fim de regene-rá-los, para que se tornem portadores de archotes.

Logo, porém, esse bramir juvenil e esse chispeartransformam-se, no aluno, na maturidade do conheci-mento, o que o conduz à terceira linguagem rosacruz.Como os antigos, ele terá sonhos. Cortejos coloridos deidealidade, considerados em um arrebatamento dossentidos, agora são avaliados e pesados, conforme aprimeira exigência do Evangelho. Trata-se aqui de umprocesso alquímico. Ampliado, refletido com maturida-de e sentido profundamente em todas as suas sutilezas,surge o sonho da realização.

Nos olhos dos irmãos e das irmãs que já atingiramessa fase de desenvolvimento, percebemos uma luzmuito profunda, uma claridade maravilhosa e uma pro-funda nostalgia. É que seus olhos contemplaram o mis-tério que eles mesmos construíram, conforme as indi-cações dos hierofantes. Eles não vos podem dizer oque viram nos sonhos que sonharam em vigília. Elesnão podem fazer poemas ou cânticos, pois nuncapoderíeis compreendê-los. Não; eles devem construir,devem se tornar franco-maçons, devem apresentar sualinguagem de sonho como um edifício, com a dinâmi-ca de cabeças, corações e mãos.

Esta é a quarta linguagem dos alunos da Rosacruz:a dinâmica da construção, o cinzelar dos caracteresígneos e flamejantes do evangelho através da ação.Podeis fazê-lo por meio daquele que é por toda a eter-nidade.

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digno de mim”? Uma outra regra imposta não é: “Vai,vende tudo o que tens e segue-me”? E: “Trabalhai pelavossa salvação em temor e tremor”?

Quem, pois, pode aprender essa linguagem? Quemseria assim insensato para iniciar-se nessa linguagemcriativa? Isso não é possível no contexto que nos é tãofamiliar!

Por isso foi criada uma linguagem auxiliar, com mui-tas adequações e numerosas simplificações. Muitas con-cessões foram acordadas e a genialidade da linguagemfoi definitivamente mutilada, e sua beleza transformou-seem caricatura. Apesar de tudo, ninguém pode subtrair-seà primeira linguagem, a de Jesus Cristo, nosso Senhor.Muitos buscadores tentaram fazê-lo, e muitos outros vãocontinuar tentando, em vão. Todos girarão em falso, nocaos dos valores inferiores, atormentados pela sinfoniainfernal do satanismo. Até que chega a hora em que oaluno, o pioneiro, está pronto para estudar os verdadei-ros caracteres da maravilhosa linguagem de Cristo, comtodas as conseqüências daí decorrentes.

Então, ele será conduzido à segunda linguagem doshierofantes de Cristo, que constitui uma fase superiordo caminho. Fostes primeiramente colocados diante daformidável exigência do Evangelho, em total disponibi-lidade para aceitá-la, aonde quer que o caminho vosleve. Agora sois conduzidos aos átrios da capacidadecriadora. Quando os últimos dias de vossa autoconser-vação primitiva chegarem ao fim, e quando, com umsuspiro, apressardes o passo para ir ao encontro deCristo, o espírito de Deus se derramará sobre vós.Conforme as palavras dos Atos dos Apóstolos, vos tor-nareis como um novo homem, renovado segundo oespírito, começareis a ter “visões”, visões de novas pos-sibilidades, de novas revelações, de uma vida humana

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Pois bem, se quisésseis considerar cuidadosamenteessa oferta, esse convite, se quisésseis indagar e sondartoda a arte mágica que a ela se encontra ligada, expe-rimentaríeis a profundidade e a plenitude desse gran-dioso trabalho. Vivenciar uma parte desse trabalho levaao desejo de ser um obreiro, um co-realizador dessagrande obra.

É por isso que da Fama Fraternitatis emana umchamado a todos os que são instruídos por Deus paraque examinem, com espírito ponderado, suas artes demaneira rigorosa e escrupulosa, considerem a épocapresente com todo o zelo e nos anunciem, então, ofruto de suas reflexões, manuscritas ou impressas, quercoletiva, quer individualmente. Pois somente pratican-do com zelo esse trabalho a serviço da humanidade épossível chegar à experiência pessoal do encontrocom os hierofantes da Rosacruz. Eis o que eles nosdizem na Fama:

...pois, apesar de não revelarmos nem nosso nome nemo de nossa assembléia, o julgamento de cada um, emqualquer língua que seja, seguramente chegará até nós.Além disso, quem nos revela seu nome pode estar com-pletamente seguro de que tomará contato com um denós, seja verbalmente ou, se tiver algum escrúpulo, porescrito.

Desse comunicado, extraímos os seguintes pontos, quequeremos analisar:

1. os irmãos da Rosacruz não revelarão seus nomes;

2. o valor essencial de cada um será perfeitamente reconhecido pelos Irmãos da Rosacruz;

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E eis que se apresenta o quinto degrau do caminhodo pentagrama. O Templo Branco irradia e ilumina,como o átrio de tudo o que era, que é e que um diaserá. Não como uma exigência do Evangelho que vemvos perturbar; nem como um ideal brilhante como umpainel luminoso; nem como uma visão de sonho bemtrabalhada do buscador mergulhado na contemplação;nem como um edifício em vias de construção, obra deum pedreiro que maneja suas ferramentas com zelo nocanteiro deste mundo; mas, sim, como a esplêndidademonstração do objetivo atingido.

O Templo Branco! O que isso quer dizer? É difícil falarsobre esse assunto. Realizar ou construir o TemploBranco seria uma satisfação pessoal para o buscador queencontrou a meta, ou então um libertar-se da realidadeinfernal da morte? Não. O Templo Branco é uma força,estabelecida e desenvolvida pelos hierofantes dos misté-rios de Cristo, capazes de fazê-lo graças ao amor divino.Assim, todo aluno que, da maneira descrita, atinge essaforça, torna-a mais dinâmica e mágica. À medida quemuitos alunos a ampliam, ela se torna mais luminosa edesce mais profundamente nas regiões da morte, até atin-gir as regiões infernais, para despedaçar o que é ímpio.

O Templo Branco é construído com a argamassa doamor; suas pedras são feitas de um material vivente,nascido da autonegação e da renúncia, realizado pormãos, cabeças e corações humanos, que descobriramque tudo podem em Cristo, que lhes dá a força. Sobreessa força do templo é dito que, de acordo com amedida de seu volume e possibilidade, os dias de tri-bulação serão encurtados, pois onde a luz aparece astrevas têm de fugir. Essa é a intenção essencial damagia rosacruz, magia para a qual sois por essas pala-vras aqui convidados de todo o coração.

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Pois bem, se quisésseis considerar cuidadosamenteessa oferta, esse convite, se quisésseis indagar e sondartoda a arte mágica que a ela se encontra ligada, expe-rimentaríeis a profundidade e a plenitude desse gran-dioso trabalho. Vivenciar uma parte desse trabalho levaao desejo de ser um obreiro, um co-realizador dessagrande obra.

É por isso que da Fama Fraternitatis emana umchamado a todos os que são instruídos por Deus paraque examinem, com espírito ponderado, suas artes demaneira rigorosa e escrupulosa, considerem a épocapresente com todo o zelo e nos anunciem, então, ofruto de suas reflexões, manuscritas ou impressas, quercoletiva, quer individualmente. Pois somente pratican-do com zelo esse trabalho a serviço da humanidade épossível chegar à experiência pessoal do encontrocom os hierofantes da Rosacruz. Eis o que eles nosdizem na Fama:

...pois, apesar de não revelarmos nem nosso nome nemo de nossa assembléia, o julgamento de cada um, emqualquer língua que seja, seguramente chegará até nós.Além disso, quem nos revela seu nome pode estar com-pletamente seguro de que tomará contato com um denós, seja verbalmente ou, se tiver algum escrúpulo, porescrito.

Desse comunicado, extraímos os seguintes pontos, quequeremos analisar:

1. os irmãos da Rosacruz não revelarão seus nomes;

2. o valor essencial de cada um será perfeitamente reconhecido pelos Irmãos da Rosacruz;

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E eis que se apresenta o quinto degrau do caminhodo pentagrama. O Templo Branco irradia e ilumina,como o átrio de tudo o que era, que é e que um diaserá. Não como uma exigência do Evangelho que vemvos perturbar; nem como um ideal brilhante como umpainel luminoso; nem como uma visão de sonho bemtrabalhada do buscador mergulhado na contemplação;nem como um edifício em vias de construção, obra deum pedreiro que maneja suas ferramentas com zelo nocanteiro deste mundo; mas, sim, como a esplêndidademonstração do objetivo atingido.

O Templo Branco! O que isso quer dizer? É difícil falarsobre esse assunto. Realizar ou construir o TemploBranco seria uma satisfação pessoal para o buscador queencontrou a meta, ou então um libertar-se da realidadeinfernal da morte? Não. O Templo Branco é uma força,estabelecida e desenvolvida pelos hierofantes dos misté-rios de Cristo, capazes de fazê-lo graças ao amor divino.Assim, todo aluno que, da maneira descrita, atinge essaforça, torna-a mais dinâmica e mágica. À medida quemuitos alunos a ampliam, ela se torna mais luminosa edesce mais profundamente nas regiões da morte, até atin-gir as regiões infernais, para despedaçar o que é ímpio.

O Templo Branco é construído com a argamassa doamor; suas pedras são feitas de um material vivente,nascido da autonegação e da renúncia, realizado pormãos, cabeças e corações humanos, que descobriramque tudo podem em Cristo, que lhes dá a força. Sobreessa força do templo é dito que, de acordo com amedida de seu volume e possibilidade, os dias de tri-bulação serão encurtados, pois onde a luz aparece astrevas têm de fugir. Essa é a intenção essencial damagia rosacruz, magia para a qual sois por essas pala-vras aqui convidados de todo o coração.

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pessoa ligada ao mundo da ilusão. Eles sabem que osatanismo logo mancharia essa pessoa com as maisinfames calúnias.

Portanto, anonimato não é, absolutamente, umamodéstia excessiva, mas, sim, um método que permi-te trabalhar da maneira correta. Quando o anonima-to precisa ser abandonado em certos aspectos do tra-balho, o obreiro encontra uma resistência redobrada.É por isso que ele deve seguir o caminho de menorresistência.

No passado, publicamos algumas pequenas obrassob um pseudônimo. Sabemos que muitos dos que nosodeiam (e um aluno da Rosacruz é freqüentementeodiado), ignorando quem era o autor, leram e releramcom muito prazer esses livros e até os recomendarampara outras pessoas. É assim que, por nosso amorimpessoal, superamos o ódio deles. Se entendeis algosobre magia, sabeis o que isso significa. É por isso queos hierofantes não se dão a conhecer pelo nome,embora visitem reuniões humanas.

Não vos inquieteis: seguir esse método permite,todavia, reconhecer na multiplicidade a unidade. Cadaaluno se faz reconhecer por seu valor nuclear, por seuprincípio-alma moral-racional. Semelhante atrai seme-lhante; surge, então, imediatamente uma ligação inte-rior com o hierofante, especialmente quando esse valornuclear atingiu uma intensidade suficiente.

Como é reconhecido esse valor espiritual nuclear,essa unidade na diversidade? Pela luz! Assim como emtodos os domínios da matéria e do espírito nós conhe-cemos Deus e sua magnificência pela luz, assim tam-bém o homem será igualmente reconhecido pela luzque desenvolveu em seu universo microcósmico. Suaqualidade de alma corporificada emite uma cor, um tom.

Capítulo 35

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3. esse valor essencial, o princípio-alma moral-racional,de cuja força vivemos, é a condição para entrar emligação com eles;

4. essa ligação pode ser verbal, face a face;

5. ou por escrito.

Os discípulos da Rosacruz sabem que os hierofantes dosmistérios se envolvem em um completo anonimato.Toda a ilusão egocêntrica é excluída de antemão. Osprincípios do cristianismo – auto-sacrifício e autonega-ção – exigem o abandono total do eu, da afirmação dapersonalidade: “Quem perder sua vida por amor demim, diz Cristo, achá-la-á”. Uma consciência de simesmo completamente nova aparece, então, no lugarda antiga; uma autoconsciência totalmente diferente quejá não terá necessidade de manter-se nesta natureza damorte nem de lutar por um lugar ao sol. Entretanto, elaserá uma consciência vitoriosa, renascida no EspíritoSanto e plenamente consciente de sua tarefa criadoraem todos os domínios do Espírito e da matéria; umaconsciência que não virá para tomar, mas para elevar oque está em queda e receber o que está perdido.

Entretanto, compreendei bem: esse anonimato nãoé coqueteria nem é motivado por um auto-engrandeci-mento espiritual, mas simplesmente algo que acontecenaturalmente. Os homens se chamam uns aos outrospor nomes, para se reconhecerem, para poderem tra-balhar juntos na ordem social comum. Os que pos-suem a autoconsciência renovada em Cristo certamen-te dão a conhecer sua força, seu amor e sua razão. Elessabem muito bem, porém, que essa força poderia serviolentada e mal assimilada se fosse confiada a uma

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pessoa ligada ao mundo da ilusão. Eles sabem que osatanismo logo mancharia essa pessoa com as maisinfames calúnias.

Portanto, anonimato não é, absolutamente, umamodéstia excessiva, mas, sim, um método que permi-te trabalhar da maneira correta. Quando o anonima-to precisa ser abandonado em certos aspectos do tra-balho, o obreiro encontra uma resistência redobrada.É por isso que ele deve seguir o caminho de menorresistência.

No passado, publicamos algumas pequenas obrassob um pseudônimo. Sabemos que muitos dos que nosodeiam (e um aluno da Rosacruz é freqüentementeodiado), ignorando quem era o autor, leram e releramcom muito prazer esses livros e até os recomendarampara outras pessoas. É assim que, por nosso amorimpessoal, superamos o ódio deles. Se entendeis algosobre magia, sabeis o que isso significa. É por isso queos hierofantes não se dão a conhecer pelo nome,embora visitem reuniões humanas.

Não vos inquieteis: seguir esse método permite,todavia, reconhecer na multiplicidade a unidade. Cadaaluno se faz reconhecer por seu valor nuclear, por seuprincípio-alma moral-racional. Semelhante atrai seme-lhante; surge, então, imediatamente uma ligação inte-rior com o hierofante, especialmente quando esse valornuclear atingiu uma intensidade suficiente.

Como é reconhecido esse valor espiritual nuclear,essa unidade na diversidade? Pela luz! Assim como emtodos os domínios da matéria e do espírito nós conhe-cemos Deus e sua magnificência pela luz, assim tam-bém o homem será igualmente reconhecido pela luzque desenvolveu em seu universo microcósmico. Suaqualidade de alma corporificada emite uma cor, um tom.

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3. esse valor essencial, o princípio-alma moral-racional,de cuja força vivemos, é a condição para entrar emligação com eles;

4. essa ligação pode ser verbal, face a face;

5. ou por escrito.

Os discípulos da Rosacruz sabem que os hierofantes dosmistérios se envolvem em um completo anonimato.Toda a ilusão egocêntrica é excluída de antemão. Osprincípios do cristianismo – auto-sacrifício e autonega-ção – exigem o abandono total do eu, da afirmação dapersonalidade: “Quem perder sua vida por amor demim, diz Cristo, achá-la-á”. Uma consciência de simesmo completamente nova aparece, então, no lugarda antiga; uma autoconsciência totalmente diferente quejá não terá necessidade de manter-se nesta natureza damorte nem de lutar por um lugar ao sol. Entretanto, elaserá uma consciência vitoriosa, renascida no EspíritoSanto e plenamente consciente de sua tarefa criadoraem todos os domínios do Espírito e da matéria; umaconsciência que não virá para tomar, mas para elevar oque está em queda e receber o que está perdido.

Entretanto, compreendei bem: esse anonimato nãoé coqueteria nem é motivado por um auto-engrandeci-mento espiritual, mas simplesmente algo que acontecenaturalmente. Os homens se chamam uns aos outrospor nomes, para se reconhecerem, para poderem tra-balhar juntos na ordem social comum. Os que pos-suem a autoconsciência renovada em Cristo certamen-te dão a conhecer sua força, seu amor e sua razão. Elessabem muito bem, porém, que essa força poderia serviolentada e mal assimilada se fosse confiada a uma

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dos santos”: o contato diário ininterrupto com os san-tificados na vida e pela vida, a ligação diária com aforça do Templo Branco.

Aqueles que vivem nessa comunhão dos santosfalam-nos desse grande arrebatamento que consisteem ser alçado a ela. É como sentir a eternidade notempo; saber-se uno com todas essas rosas brancasque foram dessedentadas no sangue do coração deJesus Cristo. É a grande aliança dos servidores deDeus, aliança que exige, como única condição de par-ticipação, o valor nuclear citado, desenvolvido no tra-balho da bondade, da verdade e da justiça. Podeisimaginar a grande alegria daqueles a quem foi permi-tido ultrapassar a porta de cristal dessa comunidadedivina pela primeira vez?

Esse contato com os hierofantes estabelece-se deviva voz ou por escrito. Existem duas expressões edesenvolvimentos do conhecimento de primeira-mão,simbolizados na Fama como: verbalmente, ou se tiveralgum escrúpulo, por escrito. O aspecto verbal diz res-peito àquilo que é conhecido pessoalmente, à faculda-de esotérica de percepção espiritual, enquanto que oaspecto escrito diz respeito ao encontro com os hiero-fantes pela via do fogo espinal espiritual.

Este último método é seguido quando o aluno,como franco-maçom neste mundo, está tão ligado aseu trabalho, que não pode aplicar os métodos pelosquais seu corpo pode ser levado ao estado requeridopara um contato verbal, sem precisar abandonar seutrabalho. Compreendereis muito bem que a esse res-peito não há escolha. O trabalho é prioritário; é pormeio dele que a santificação se desenvolve, em con-cordância com as potencialidades edificadas ao longodas vidas anteriores.

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Esse tom é multidimensional e contém em si todos osfatores pelos quais é reconhecido.

Compreendei bem que o aluno que atinge esseestado de vida encontra em seu trabalho uma felicida-de suprema. O fato de ser reconhecido pelos hierofan-tes não é a aspiração mais importante para ele.Principalmente por ser ele, como princípio divino per-feito, uma entidade autocriadora que não pode serfreada em seu trabalho. Assim como Deus, que é a pró-pria luz, ordena e as coisas são, o aluno inflamado pelaluz divina pode cumprir seu trabalho libertador inde-pendentemente de qualquer hierofante. O encontrocom os Irmãos Maiores é provocado por causas bemdiferentes, como veremos adiante.

Assim, o aluno chega a uma grande calma. Nelenão existe nenhum desejo lancinante de ser reconheci-do, pois ele detém nas próprias mãos a magia do reco-nhecimento. Ele sabe que tudo depende do desenvol-vimento interior do princípio-alma moral-racional. Issonão nos é presenteado, porém deve ser desenvolvidono próprio ser. Todos os homens que correm atrás doreconhecimento de sua “importância” deveriam pensarnisso! Como ato, o óbolo da viúva tinha um grande sig-nificado, embora ela não exigisse nenhum reconheci-mento. Ela se afastou, envergonhada, dessa pretensa“gente importante”, mas Cristo a descobriu em sua tãohonesta simplicidade.

Assim acontece, no momento psicológico certo, o con-tato com os hierofantes dos mistérios. Em que consis-te esse contato? É uma experiência oculta, terrível, comguardiães do umbral e exercícios respiratórios?

Não; é o que o catecismo de Heidelberg e tambémos místicos e os gnósticos chamavam de “a comunhão

O chamado da Fraternidade Rosacruz

406

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dos santos”: o contato diário ininterrupto com os san-tificados na vida e pela vida, a ligação diária com aforça do Templo Branco.

Aqueles que vivem nessa comunhão dos santosfalam-nos desse grande arrebatamento que consisteem ser alçado a ela. É como sentir a eternidade notempo; saber-se uno com todas essas rosas brancasque foram dessedentadas no sangue do coração deJesus Cristo. É a grande aliança dos servidores deDeus, aliança que exige, como única condição de par-ticipação, o valor nuclear citado, desenvolvido no tra-balho da bondade, da verdade e da justiça. Podeisimaginar a grande alegria daqueles a quem foi permi-tido ultrapassar a porta de cristal dessa comunidadedivina pela primeira vez?

Esse contato com os hierofantes estabelece-se deviva voz ou por escrito. Existem duas expressões edesenvolvimentos do conhecimento de primeira-mão,simbolizados na Fama como: verbalmente, ou se tiveralgum escrúpulo, por escrito. O aspecto verbal diz res-peito àquilo que é conhecido pessoalmente, à faculda-de esotérica de percepção espiritual, enquanto que oaspecto escrito diz respeito ao encontro com os hiero-fantes pela via do fogo espinal espiritual.

Este último método é seguido quando o aluno,como franco-maçom neste mundo, está tão ligado aseu trabalho, que não pode aplicar os métodos pelosquais seu corpo pode ser levado ao estado requeridopara um contato verbal, sem precisar abandonar seutrabalho. Compreendereis muito bem que a esse res-peito não há escolha. O trabalho é prioritário; é pormeio dele que a santificação se desenvolve, em con-cordância com as potencialidades edificadas ao longodas vidas anteriores.

Capítulo 35

407

Esse tom é multidimensional e contém em si todos osfatores pelos quais é reconhecido.

Compreendei bem que o aluno que atinge esseestado de vida encontra em seu trabalho uma felicida-de suprema. O fato de ser reconhecido pelos hierofan-tes não é a aspiração mais importante para ele.Principalmente por ser ele, como princípio divino per-feito, uma entidade autocriadora que não pode serfreada em seu trabalho. Assim como Deus, que é a pró-pria luz, ordena e as coisas são, o aluno inflamado pelaluz divina pode cumprir seu trabalho libertador inde-pendentemente de qualquer hierofante. O encontrocom os Irmãos Maiores é provocado por causas bemdiferentes, como veremos adiante.

Assim, o aluno chega a uma grande calma. Nelenão existe nenhum desejo lancinante de ser reconheci-do, pois ele detém nas próprias mãos a magia do reco-nhecimento. Ele sabe que tudo depende do desenvol-vimento interior do princípio-alma moral-racional. Issonão nos é presenteado, porém deve ser desenvolvidono próprio ser. Todos os homens que correm atrás doreconhecimento de sua “importância” deveriam pensarnisso! Como ato, o óbolo da viúva tinha um grande sig-nificado, embora ela não exigisse nenhum reconheci-mento. Ela se afastou, envergonhada, dessa pretensa“gente importante”, mas Cristo a descobriu em sua tãohonesta simplicidade.

Assim acontece, no momento psicológico certo, o con-tato com os hierofantes dos mistérios. Em que consis-te esse contato? É uma experiência oculta, terrível, comguardiães do umbral e exercícios respiratórios?

Não; é o que o catecismo de Heidelberg e tambémos místicos e os gnósticos chamavam de “a comunhão

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Que possamos, assim, vos chamar para essa comunhãodos santos conforme o catecismo de Heidelberg:

Creio em Deus-Pai, todo-poderoso criador do céu eda terra, de quem, por quem e em quem são todas ascoisas.

Creio em Jesus Cristo, seu filho unigênito, que semanifestou à humanidade para inflamar a luz de Deusnos homens; concebido do Espírito Santo, da força derealização, nascido da Virgem Maria, o princípio huma-no correspondente; que sofreu sob Pôncio Pilatos, ajustiça terrestre da ordem natural tridimensional sepa-rada de Deus; que morreu e foi sepultado, desceu aosinfernos, preenchendo a esfera etérica do mundo mate-rial, tornando, assim, perfeito seu sacrifício de amor erestabelecendo a ordem natural rompida; que, no ter-ceiro dia, ressuscitou dos mortos, ascendeu aos céus, eestá sentado à direita de Deus-Pai, todo-poderoso, glo-rificado em todos os domínios do espírito e da maté-ria; de onde virá para julgar os vivos e os mortos;quando, pela força de todos os seus filhos, ele queima-rá o mal, visando a renovação.

Por isso creio no Espírito Santo, que dá forma àidéia divina. Por isso creio na santa Igreja crística uni-versal, que será o resultado da bondade, da verdade eda justiça, e que me conduzirá à comunhão dos santos,a comunidade dos hierofantes dos mistérios. Creio noperdão dos pecados, na ressurreição da carne, o triun-fo sobre a lei da morte, e, por isso, em uma autênticavida eterna.

“Corro para apanhá-lo, pois eu também fui apanhadopor Jesus Cristo”.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

408

36Porém dizemos enfaticamente, que aquele que, emrelação a nós, tiver intenções sérias e cordiais, sentiráalegria em seus bens, seu corpo e sua alma. Mas aque-le cujo coração for falso ou estiver voltado apenas parao dinheiro não nos trará nenhum dano, mas se afoga-rá na mais forte e profunda dor. É preciso, com efeito,que nossa construção, mesmo que centenas de milharesde homens a tivessem visto de perto, permaneça intan-gível, incólume, excepcional e perfeitamente oculta portoda a eternidade.

À sombra de tuas asas, ó Jeová!

Fama Fraternitatis R.C.

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Que possamos, assim, vos chamar para essa comunhãodos santos conforme o catecismo de Heidelberg:

Creio em Deus-Pai, todo-poderoso criador do céu eda terra, de quem, por quem e em quem são todas ascoisas.

Creio em Jesus Cristo, seu filho unigênito, que semanifestou à humanidade para inflamar a luz de Deusnos homens; concebido do Espírito Santo, da força derealização, nascido da Virgem Maria, o princípio huma-no correspondente; que sofreu sob Pôncio Pilatos, ajustiça terrestre da ordem natural tridimensional sepa-rada de Deus; que morreu e foi sepultado, desceu aosinfernos, preenchendo a esfera etérica do mundo mate-rial, tornando, assim, perfeito seu sacrifício de amor erestabelecendo a ordem natural rompida; que, no ter-ceiro dia, ressuscitou dos mortos, ascendeu aos céus, eestá sentado à direita de Deus-Pai, todo-poderoso, glo-rificado em todos os domínios do espírito e da maté-ria; de onde virá para julgar os vivos e os mortos;quando, pela força de todos os seus filhos, ele queima-rá o mal, visando a renovação.

Por isso creio no Espírito Santo, que dá forma àidéia divina. Por isso creio na santa Igreja crística uni-versal, que será o resultado da bondade, da verdade eda justiça, e que me conduzirá à comunhão dos santos,a comunidade dos hierofantes dos mistérios. Creio noperdão dos pecados, na ressurreição da carne, o triun-fo sobre a lei da morte, e, por isso, em uma autênticavida eterna.

“Corro para apanhá-lo, pois eu também fui apanhadopor Jesus Cristo”.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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36Porém dizemos enfaticamente, que aquele que, emrelação a nós, tiver intenções sérias e cordiais, sentiráalegria em seus bens, seu corpo e sua alma. Mas aque-le cujo coração for falso ou estiver voltado apenas parao dinheiro não nos trará nenhum dano, mas se afoga-rá na mais forte e profunda dor. É preciso, com efeito,que nossa construção, mesmo que centenas de milharesde homens a tivessem visto de perto, permaneça intan-gível, incólume, excepcional e perfeitamente oculta portoda a eternidade.

À sombra de tuas asas, ó Jeová!

Fama Fraternitatis R.C.

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36

O edifício invisível

Nascemos de Deus,morremos em Jesus,renascemos pelo Espírito Santo.

Conheceis esse mágico chamado da Rosacruz. São aspalavras finais do Livro T, encontrado no sepulcro deC.R.C.: Ex Deo nascimur, in Jesu morimur, per SpiritumSanctum reviviscimus.

Essas palavras, vós já as escutastes muitas vezes,vós as tendes lido freqüentemente, e talvez pronuncia-do inúmeras vezes; mas não as compreendeis! Elasprovavelmente vos tocaram, despertando em vós umaveneração tranqüila, mas não compreendestes suaforça mágica. Se a tivésseis compreendido, teríeis per-cebido, sem dúvida, que um grandioso mistério estáescondido por trás dessas palavras. É por isso queouvis, mas não compreendeis; vedes, mas não perce-beis; sentis, mas não experimentais.

Há bens espirituais que a cada dia se impõem avós; eles vos são ofertados gratuitamente e poderiamenriquecer-vos grandemente. Existem forças que vosacompanham no caminho como uma mão estendida:elas poderiam tornar-vos muito dinâmicos. Mas tudoisso passa diante de vós sem que percebais. 411

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36

O edifício invisível

Nascemos de Deus,morremos em Jesus,renascemos pelo Espírito Santo.

Conheceis esse mágico chamado da Rosacruz. São aspalavras finais do Livro T, encontrado no sepulcro deC.R.C.: Ex Deo nascimur, in Jesu morimur, per SpiritumSanctum reviviscimus.

Essas palavras, vós já as escutastes muitas vezes,vós as tendes lido freqüentemente, e talvez pronuncia-do inúmeras vezes; mas não as compreendeis! Elasprovavelmente vos tocaram, despertando em vós umaveneração tranqüila, mas não compreendestes suaforça mágica. Se a tivésseis compreendido, teríeis per-cebido, sem dúvida, que um grandioso mistério estáescondido por trás dessas palavras. É por isso queouvis, mas não compreendeis; vedes, mas não perce-beis; sentis, mas não experimentais.

Há bens espirituais que a cada dia se impõem avós; eles vos são ofertados gratuitamente e poderiamenriquecer-vos grandemente. Existem forças que vosacompanham no caminho como uma mão estendida:elas poderiam tornar-vos muito dinâmicos. Mas tudoisso passa diante de vós sem que percebais. 411

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Surgindo das angústias da auto-afirmação, simulta-neamente se desenvolve o ódio. Nossa autoconsciên-cia é uma arma com a qual são enfrentados os inimi-gos desta natureza, com um olhar perscrutador e pene-trante. Um desejo ardente e profundo nos impulsionaa lutar pela auto-afirmação. Colocamos o pé na nucado nosso semelhante. Os mais fortes ganham, poispisam com mais força. É por isso que se diz, com umavoz impregnada de respeito: “Ele vai longe!”

Mas, atenção! Aqueles que tiveram tanto sucessonão estão tranqüilos nem satisfeitos. A cobiça os impe-le para frente, cada vez mais longe. A luta se intensifi-ca; e o intelecto toma proporções perigosas. Quandonão podemos mais dar pontapés, dar patadas grossei-ras ou usar a garra de Daâh2, o homem primitivo, faze-mos o mesmo usando máquinas de guerra concebidaspor cérebros engenhosos. Em seguida, vêm o ardil e atraição, e também os salmos e os livros de orações.Mas ninguém ainda está satisfeito. O desejo continua anos empurrar para longe, cada vez mais longe, passan-do sobre cadáveres e sobre cidades.

Somente os velhos, cansados de seus assassínios,quase não podendo mais arrastar suas presas, perma-necem sobre seus monturos, devorados pelos desejos,até o dia em que a morte vem libertá-los.

Outros se perguntam para que pode servir essedesejo, essa rubra paixão que os inflama. E esta é a res-posta que eles dão a si mesmos: o desejo é o instintosexual. Eles buscam o outro, a imagem cósmica delesmesmos, que possui uma polarização sexual oposta,para matar seu desejo. Mas o desejo não pode ser morto.

Capítulo 36

413

“Pelo Espírito de Deus inflamados; em Jesus Cristo, oSenhor, submergidos; pelo fogo do Espírito Santorenascidos.”

É por trás dessa magia que resplandece o edifícioinvisível. Os hierofantes de Cristo irradiam nestemundo uma manifestação tríplice, que indicamos comodesejo, sacrifício e criação, ou como autoconsciência,renovação do sangue e consciência espiritual.

O desejo desperta no homem um impulso vital,impelindo-o à manifestação. É a força elementar queimpulsiona todos os reinos naturais, tendo em vista odesempenho, o acasalamento, a manutenção e o desen-volvimento. Essa ardente cobiça ilumina as trevas terre-nas e, guiado pelo jogo de chamas rubras, o homem des-cobre a si mesmo e a seus semelhantes. Ele desperta nodeserto deste mundo. Ele, Adão, esse sopro de Deusinflamado por seu Espírito em um fogo inextinguível, dánome a tudo ao seu redor e dirige-se para o paraíso deseus primeiros dias. Surge uma aspiração inexprimível,um desejo ilimitado, uma grande necessidade de realiza-ção, suscitada pelas fornalhas ardentes das cobiças, atétornar-se um estrondoso vulcão. Surge a nostalgia dameta, e também uma corrida desenfreada para alcançá-la. Mas onde está essa meta, e como alcançá-la?

O homem é impelido através de um deserto, semser deixado em paz um instante sequer pelos desejosque aspiram ardentemente a ser satisfeitos. Desse bra-seiro rubro se eleva a consciência. O homem começaa perceber melhor como essas mesmas cobiças brilhamnos olhos de seu semelhante e como o fogo também oinflamou com o mesmo braseiro ardente. Toda ahumanidade é lançada nesse cadinho e, hora apóshora, nesse violento processo purificador, a consciên-cia deve crescer.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

412

2 Ver o romance Les âges, Daâh, le premier homme, de EdmondHaraucourt, Paris 1914

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Surgindo das angústias da auto-afirmação, simulta-neamente se desenvolve o ódio. Nossa autoconsciên-cia é uma arma com a qual são enfrentados os inimi-gos desta natureza, com um olhar perscrutador e pene-trante. Um desejo ardente e profundo nos impulsionaa lutar pela auto-afirmação. Colocamos o pé na nucado nosso semelhante. Os mais fortes ganham, poispisam com mais força. É por isso que se diz, com umavoz impregnada de respeito: “Ele vai longe!”

Mas, atenção! Aqueles que tiveram tanto sucessonão estão tranqüilos nem satisfeitos. A cobiça os impe-le para frente, cada vez mais longe. A luta se intensifi-ca; e o intelecto toma proporções perigosas. Quandonão podemos mais dar pontapés, dar patadas grossei-ras ou usar a garra de Daâh2, o homem primitivo, faze-mos o mesmo usando máquinas de guerra concebidaspor cérebros engenhosos. Em seguida, vêm o ardil e atraição, e também os salmos e os livros de orações.Mas ninguém ainda está satisfeito. O desejo continua anos empurrar para longe, cada vez mais longe, passan-do sobre cadáveres e sobre cidades.

Somente os velhos, cansados de seus assassínios,quase não podendo mais arrastar suas presas, perma-necem sobre seus monturos, devorados pelos desejos,até o dia em que a morte vem libertá-los.

Outros se perguntam para que pode servir essedesejo, essa rubra paixão que os inflama. E esta é a res-posta que eles dão a si mesmos: o desejo é o instintosexual. Eles buscam o outro, a imagem cósmica delesmesmos, que possui uma polarização sexual oposta,para matar seu desejo. Mas o desejo não pode ser morto.

Capítulo 36

413

“Pelo Espírito de Deus inflamados; em Jesus Cristo, oSenhor, submergidos; pelo fogo do Espírito Santorenascidos.”

É por trás dessa magia que resplandece o edifícioinvisível. Os hierofantes de Cristo irradiam nestemundo uma manifestação tríplice, que indicamos comodesejo, sacrifício e criação, ou como autoconsciência,renovação do sangue e consciência espiritual.

O desejo desperta no homem um impulso vital,impelindo-o à manifestação. É a força elementar queimpulsiona todos os reinos naturais, tendo em vista odesempenho, o acasalamento, a manutenção e o desen-volvimento. Essa ardente cobiça ilumina as trevas terre-nas e, guiado pelo jogo de chamas rubras, o homem des-cobre a si mesmo e a seus semelhantes. Ele desperta nodeserto deste mundo. Ele, Adão, esse sopro de Deusinflamado por seu Espírito em um fogo inextinguível, dánome a tudo ao seu redor e dirige-se para o paraíso deseus primeiros dias. Surge uma aspiração inexprimível,um desejo ilimitado, uma grande necessidade de realiza-ção, suscitada pelas fornalhas ardentes das cobiças, atétornar-se um estrondoso vulcão. Surge a nostalgia dameta, e também uma corrida desenfreada para alcançá-la. Mas onde está essa meta, e como alcançá-la?

O homem é impelido através de um deserto, semser deixado em paz um instante sequer pelos desejosque aspiram ardentemente a ser satisfeitos. Desse bra-seiro rubro se eleva a consciência. O homem começaa perceber melhor como essas mesmas cobiças brilhamnos olhos de seu semelhante e como o fogo também oinflamou com o mesmo braseiro ardente. Toda ahumanidade é lançada nesse cadinho e, hora apóshora, nesse violento processo purificador, a consciên-cia deve crescer.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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2 Ver o romance Les âges, Daâh, le premier homme, de EdmondHaraucourt, Paris 1914

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dança mortal até que – com risos ou suspiros, com gri-tos de desespero ou explosões de fúria, o grito demorte ressoa – finalmente, o buscador descobre aspalavras: In Jesu morimur, em Jesus Cristo, o Senhor,morremos.

Existe apenas uma possibilidade de compreender afinalidade dos desejos e não nos queimarmos em suaschamas. Essa única possibilidade é Jesus Cristo, aessência do auto-sacrifício e da auto-negação nelemanifestadas. Depois do desenrolar dos acontecimen-tos, quando o fogo dos desejos conduz à morte, Cristodiz: “Aquele que perder sua vida por mim conserva-la-á”. “Vinde a mim, todos os que estais cansados e opri-midos, e eu vos aliviarei.”

Isso não significa o que os teólogos querem vos fazercrer, ou seja, que quando estais fatigados das orgias dosdesejos e não sois mais do que um farrapo, nada vosresta senão ir ter com nosso amado Senhor, para que elevos dê a paz, uma espécie de aposentadoria espiritual.

Não. É preciso que compreendais essas palavras daseguinte maneira: pelo Cristo, o caminho vos é mostra-do e a força vos é dada, a fim de orientar em sentidocorreto a dinâmica do desejo para que ele já não vosconduza a uma queda, mas a uma ressurreição supra-sensorial. E se mal conseguis alcançar essa justiça divinapor já estardes corrompidos em vossa vida, a ponto dese poder falar com acerto de um farrapo, então, no amorde Cristo, encontrareis a possibilidade de continuar ocaminho que inevitavelmente tendes de percorrer.

Não se trata, portanto, de uma “aposentadoria”, masde um novo mandato, de um mistério divino quevos é confiado e que transforma vosso desejo em dese-jo de salvação. Tendes de trilhar o caminho da cruz,o caminho do Gólgota, o caminho do serviço amoroso

Capítulo 36

415

Depois da fascinante embriaguez, ele lança suas laba-redas sempre mais alto e fortemente, como o lendáriodragão de mil cabeças. O desejo é uma força que nãoé deste mundo, e essa força somente pode alcançar arealização em um reino que não é deste mundo.

É por isso que sois uma alma escravizada quandocontinuais a jogar o antigo jogo, que sempre conduznecessariamente aos mesmos resultados. Qual um bandode desenfreados, a humanidade luta neste nadir. Ospunhos cerrados golpeiam violentamente sobre o edifí-cio invisível; e os que entram usando métodos negativossão expulsos com um “sorvo de esquecimento”, e se en-contram novamente no abismo de fogo da cobiça.

Inflamados pelo Espírito de Deus. Esta não é uma sen-tença de um tratado, porém um fogo, uma força quesatura o sangue, que vos fustiga dia e noite para que che-gueis a um impasse absoluto quanto ao vosso eu.

Então buscais o mistério de salvação, procurais umasolução. Buscastes e deveis continuar a buscar. Vossacobiça vos perseguiu até a “terra de ninguém” e aí bus-cais os estímulos que convêm aos desejos humanos,pois no meio de todas as experiências anteriores amorte zombava de vós e a aflição não parava deaumentar.

Vós vos tornastes muito humanos, respondendoaos homicidas: “Por favor, nada de sangue; isso não ébom”. E ao estrangulador: “Não aperte tanto; isso dói”.E aos vândalos: “Não façais tanto barulho; isso não éeducado”. Fundamos associações, ordens, sociedades.Escrevemos livros muito belos e edificantes. Mas ofogo da gruta dos desejos toma conta dos livros e dasassociações, das ordens e das sociedades; e todos dan-çam nesse braseiro infernal. De sua tríplice chamasaem as ígneas salamandras que vos arrastam nessa

O chamado da Fraternidade Rosacruz

414

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dança mortal até que – com risos ou suspiros, com gri-tos de desespero ou explosões de fúria, o grito demorte ressoa – finalmente, o buscador descobre aspalavras: In Jesu morimur, em Jesus Cristo, o Senhor,morremos.

Existe apenas uma possibilidade de compreender afinalidade dos desejos e não nos queimarmos em suaschamas. Essa única possibilidade é Jesus Cristo, aessência do auto-sacrifício e da auto-negação nelemanifestadas. Depois do desenrolar dos acontecimen-tos, quando o fogo dos desejos conduz à morte, Cristodiz: “Aquele que perder sua vida por mim conserva-la-á”. “Vinde a mim, todos os que estais cansados e opri-midos, e eu vos aliviarei.”

Isso não significa o que os teólogos querem vos fazercrer, ou seja, que quando estais fatigados das orgias dosdesejos e não sois mais do que um farrapo, nada vosresta senão ir ter com nosso amado Senhor, para que elevos dê a paz, uma espécie de aposentadoria espiritual.

Não. É preciso que compreendais essas palavras daseguinte maneira: pelo Cristo, o caminho vos é mostra-do e a força vos é dada, a fim de orientar em sentidocorreto a dinâmica do desejo para que ele já não vosconduza a uma queda, mas a uma ressurreição supra-sensorial. E se mal conseguis alcançar essa justiça divinapor já estardes corrompidos em vossa vida, a ponto dese poder falar com acerto de um farrapo, então, no amorde Cristo, encontrareis a possibilidade de continuar ocaminho que inevitavelmente tendes de percorrer.

Não se trata, portanto, de uma “aposentadoria”, masde um novo mandato, de um mistério divino quevos é confiado e que transforma vosso desejo em dese-jo de salvação. Tendes de trilhar o caminho da cruz,o caminho do Gólgota, o caminho do serviço amoroso

Capítulo 36

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Depois da fascinante embriaguez, ele lança suas laba-redas sempre mais alto e fortemente, como o lendáriodragão de mil cabeças. O desejo é uma força que nãoé deste mundo, e essa força somente pode alcançar arealização em um reino que não é deste mundo.

É por isso que sois uma alma escravizada quandocontinuais a jogar o antigo jogo, que sempre conduznecessariamente aos mesmos resultados. Qual um bandode desenfreados, a humanidade luta neste nadir. Ospunhos cerrados golpeiam violentamente sobre o edifí-cio invisível; e os que entram usando métodos negativossão expulsos com um “sorvo de esquecimento”, e se en-contram novamente no abismo de fogo da cobiça.

Inflamados pelo Espírito de Deus. Esta não é uma sen-tença de um tratado, porém um fogo, uma força quesatura o sangue, que vos fustiga dia e noite para que che-gueis a um impasse absoluto quanto ao vosso eu.

Então buscais o mistério de salvação, procurais umasolução. Buscastes e deveis continuar a buscar. Vossacobiça vos perseguiu até a “terra de ninguém” e aí bus-cais os estímulos que convêm aos desejos humanos,pois no meio de todas as experiências anteriores amorte zombava de vós e a aflição não parava deaumentar.

Vós vos tornastes muito humanos, respondendoaos homicidas: “Por favor, nada de sangue; isso não ébom”. E ao estrangulador: “Não aperte tanto; isso dói”.E aos vândalos: “Não façais tanto barulho; isso não éeducado”. Fundamos associações, ordens, sociedades.Escrevemos livros muito belos e edificantes. Mas ofogo da gruta dos desejos toma conta dos livros e dasassociações, das ordens e das sociedades; e todos dan-çam nesse braseiro infernal. De sua tríplice chamasaem as ígneas salamandras que vos arrastam nessa

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Quanto mais alunos houver que desejem seguir ocaminho de desenvolvimento descrito, tanto mais esseTemplo Branco tornar-se-á grandioso e poderoso paraque, nesse fogo, um dia, as trevas desapareçam. É ométodo dos hierofantes de Cristo. Esse método nãotem nada de espetacular, mas constrói uma cidadelainexpugnável. É por isso que a Fama Fraternitatis ter-mina assim:

É preciso, com efeito, que nossa construção, mesmo quecentenas de milhares de homens a tenham visto de perto,permaneça intangível, incólume, excepcional e perfeita-mente oculta por toda a eternidade.

À sombra de tuas asas, ó Jeová!

Eis nossa alegria:

A glória de Deus é intangível.Eis que ele nos envia seu anjo:Nascemos de Deus,morremos em Jesus,o Senhor,renascemos pelo Espírito Santo.

Amém.

Capítulo 36

417

em auto-sacrifício, para que, onde as linhas horizontale vertical se cruzam, o coração espiritual se abra comouma rosa branca.

Somente quando tiverdes recebido essa rosa brancaouvireis a música mágica provinda da floresta da reali-zação, os coros do edifício invisível: Per SpiritumSanctum reviviscimus – pelo Espírito Santo renascemos.

Existe um plano divino para o mundo e para a huma-nidade. Esse plano deve ser realizado por mãos, cabe-ças e corações humanos. Quando, morrendo emCristo, o aluno da Rosacruz está em condição de fazermorrer o desejo desta natureza, consuma-se um mila-gre, desde que esse processo esteja suficientementeadiantado. Ele renasce, então, pelo Espírito Santo, noEspírito Santo. O plano de Deus realizou-se por ele enele, e ele erige neste mundo o edifício invisível, en-quanto a sinfonia da realização, executada por todosos glorificados no Espírito Santo, ressoa esplêndida emaravilhosa como o Templo Branco.

Esse Templo Branco não é um sonho, absoluta-mente, e não representa nenhuma agradável promes-sa mística para quem está cansado de lutar. EsseTemplo Branco, essa grandiosa catedral invisível, podeser medido em todas as suas dimensões, pois suaforça, sua bondade e sua dinâmica inflexibilidade vi-vem em entidades humanas e se manifestam por inter-médio delas.

Esse Templo Branco é uma das manifestações dacomunhão dos santos. É uma força invisível, mas sem-pre uma força; um edifício invisível, mas sempre indes-trutível; uma força irresistível, projetada em nossomundo infernal; a força dos rosacruzes, com a qual oshierofantes dos mistérios atacam o mundo.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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Quanto mais alunos houver que desejem seguir ocaminho de desenvolvimento descrito, tanto mais esseTemplo Branco tornar-se-á grandioso e poderoso paraque, nesse fogo, um dia, as trevas desapareçam. É ométodo dos hierofantes de Cristo. Esse método nãotem nada de espetacular, mas constrói uma cidadelainexpugnável. É por isso que a Fama Fraternitatis ter-mina assim:

É preciso, com efeito, que nossa construção, mesmo quecentenas de milhares de homens a tenham visto de perto,permaneça intangível, incólume, excepcional e perfeita-mente oculta por toda a eternidade.

À sombra de tuas asas, ó Jeová!

Eis nossa alegria:

A glória de Deus é intangível.Eis que ele nos envia seu anjo:Nascemos de Deus,morremos em Jesus,o Senhor,renascemos pelo Espírito Santo.

Amém.

Capítulo 36

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em auto-sacrifício, para que, onde as linhas horizontale vertical se cruzam, o coração espiritual se abra comouma rosa branca.

Somente quando tiverdes recebido essa rosa brancaouvireis a música mágica provinda da floresta da reali-zação, os coros do edifício invisível: Per SpiritumSanctum reviviscimus – pelo Espírito Santo renascemos.

Existe um plano divino para o mundo e para a huma-nidade. Esse plano deve ser realizado por mãos, cabe-ças e corações humanos. Quando, morrendo emCristo, o aluno da Rosacruz está em condição de fazermorrer o desejo desta natureza, consuma-se um mila-gre, desde que esse processo esteja suficientementeadiantado. Ele renasce, então, pelo Espírito Santo, noEspírito Santo. O plano de Deus realizou-se por ele enele, e ele erige neste mundo o edifício invisível, en-quanto a sinfonia da realização, executada por todosos glorificados no Espírito Santo, ressoa esplêndida emaravilhosa como o Templo Branco.

Esse Templo Branco não é um sonho, absoluta-mente, e não representa nenhuma agradável promes-sa mística para quem está cansado de lutar. EsseTemplo Branco, essa grandiosa catedral invisível, podeser medido em todas as suas dimensões, pois suaforça, sua bondade e sua dinâmica inflexibilidade vi-vem em entidades humanas e se manifestam por inter-médio delas.

Esse Templo Branco é uma das manifestações dacomunhão dos santos. É uma força invisível, mas sem-pre uma força; um edifício invisível, mas sempre indes-trutível; uma força irresistível, projetada em nossomundo infernal; a força dos rosacruzes, com a qual oshierofantes dos mistérios atacam o mundo.

O chamado da Fraternidade Rosacruz

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LECTORIUM ROSICRUCIANUMESCOLA INTERNACIONAL DA ROSACRUZ ÁUREA

www.lectoriumrosicrucianum.org.br [email protected]

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LIVROS PUBLICADOS PELA

EDITORA ROSACRUZ

OBRAS DEJ. VAN RIJCKENBORGH • O advento do novo homem

• A arquignosis egípcia – vol. I, II, III e IV• Christianopolis• Dei Gloria Intacta• Análise esotérica do testamento espiritual

da Ordem da Rosacruz: Vol.I: O chamado da Fraternidade da RosacruzVol.II: Confessio da Fraternidade da RosacruzVol.III: As núpcias alquímicas de Christian

Rosenkreuz - t.1Vol.IV: As núpcias alquímicas de Christian

Rosenkreuz - t.2• Filosofia elementar da Rosacruz moderna• Um novo chamado• O Nuctemeron de Apolônio de Tiana• O remédio universal

CATHAROSE DE PETRI • Cartas• A Rosacruz Áurea• O selo da renovação• Sete vozes falam• Transfiguração

CATHAROSE DE PETRI E • O caminho universalJ. VAN RIJCKENBORGH • A Gnosis universal

• A grande revolução• O novo sinal• Reveille!

MIKHAIL NAIMY • O livro de Mirdad

KARL VON ECKARTSHAUSEN • Algumas palavras do mais profundo do ser

HERMES TRSMEGISTO • Do castigo da alma

OUTROS TÍTULOS • O evangelho dos doze santos• Trabalho a serviço da humanidade• O caminho da Rosacruz no dias atuais

LIVROS PARA A MOCIDADE • Histórias do roseiral • A luz sobre a montanha de cristal• Os pequenos órfãos

REVISTA PENTAGRAMA Uma edição bimestral que se propõe a atrair a atenção dos leitores para o desenvolvimento da humanidade

EDITORA ROSACRUZCaixa Postal 39 – 13 240 000 – Jarinu – SP – BrasilTel (11) 4016.4234 - fax 4016.3405 www.editorarosacruz.com.br [email protected]

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Rosenkreuz - t.1Vol.IV: As núpcias alquímicas de Christian

Rosenkreuz - t.2• Filosofia elementar da Rosacruz moderna• Um novo chamado• O Nuctemeron de Apolônio de Tiana• O remédio universal

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MIKHAIL NAIMY • O livro de Mirdad

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HERMES TRSMEGISTO • Do castigo da alma

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IMPRESSO PELA GEOGRÁFICA

A PEDIDO DA EDITORA ROSACRUZ EM AGOSTO DE 2004.