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Vida e Obra Chico Xavier e Allan Kardec: histórias que encantam Pág. 03 Entrevista: Souto Maior - "O artigo O materialismo mata me marcou muito" Pág. 05 Vida e obra de Kardec Livro dos Espíritos Comunhão Espírita de Brasília LIBERTAÇÃO ANO 32, Nº 19 - Agosto / 2019 REVISTA DA COMUNHÃO ESPÍRITA DE BRASÍLIA Pág. 06

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Vida e Obra

Chico Xavier e Allan Kardec: histórias que encantam

Pág. 03

Entrevista: Souto Maior - "O artigo O materialismo mata me marcou muito"

Pág. 05

Vida e obra de KardecLivro dos Espíritos

Comunhão Espíritade Brasília

L I B E R TA Ç Ã OANO 32, Nº 19 - Agosto / 2019REVISTA DA COMUNHÃO ESPÍRITA DE BRASÍLIA

Pág. 06

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EXPEDIENTE

Presidente Adilson Mariz de MoraesVice-presidente Maria Luiza Bezerra

Assessoria de Divulgação e Realização (ADR)Wagner Tadeu Duarte de Oliveira

Coordenadora de ComunicaçãoWaleska Maux

Reportagem e colaboraçãoAna Cristina Sampaio, Aline Czezacki, Arlinda Carvalho, Fernanda Pinheiro, Waleska Maux

Capa Rodrigo Castro

Diagramação Vanessa Vieira

Projeto gráfico Lucas Ramalho/Caio Silva

Edição Isabel Carvalho

Revisão Ana Cristina Sampaio

O Jornal Libertação é uma publicação da Assessoria de Divulgação e Realização (ADR), Comunhão Espírita de Brasília

Avenida L2 Sul, Quadra 604, Lote 27, CEP 70.200-640Recepção integrada (61) 3048-1801Livraria (61) 3048-1818

Escrever sobre Kardec é escrever sobre a Doutrina Espírita, pois sua vida e sua obra se confundem no cumprimento da missão de trazer ao mundo as luzes da espiritualidade superior de forma clara, objetiva e estruturada.

As humanidades dispersas nas inúmeras casas de nosso Pai são formadas por espíritos carentes de educação, em vias de evolução. Para tanto, faz-se mister espíritos de grandeza considerável para capitanear os conjuntos de almas que estertoram nos diversos palcos onde transcorre a vida.

Na Terra, ao longo da nossa história, são vários aqueles que vieram ou voltaram para impulsionar o progresso das almas aqui albergadas. De maneira geral, podemos identificar três grandes momentos do processo de educação dessas almas, quais sejam: a revelação dos dez mandamentos, cuja missão coube a Moisés; a vinda do Cristo, o grande Mestre da humanidade terrestre; e o Espiritismo, cuja responsabilidade por materializar suas ideias para os homens coube ao antigo druida Allan Kardec, reencarnado na França com o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail.

Kardec, antes de tudo, é um grande educador. Durante sua última encarnação, de início confundiu-se com um educador de homens, até que o cumprimento de suas responsabilidades diante da obra requerida o confirmaria como educador de almas. Felizes são aqueles que podem beber da fonte deixada por esse Espírito de rara grandeza e alimentar-se das informações acerca das leisque regem toda a orquestra universal nos dois lados da vida.

Neste momento em que se pretende homenageá-lo, forma melhor não há senão navegar no mar de informações por ele deixado, lançar as redes de nossa consciência desperta e pescar ao máximo, para que possamos multiplicar o saldo dessa pescaria entre aqueles que ainda permanecem na praia, confusos e inaptos para a grande viagem, sem perceberem que navegar nesse mar, agora mais que nunca, é preciso.

No meio espírita fala-se muito em “evolução do espírito”. Entendo que, por analogia, a evolução é a colheita, e não pode haver colheita sem semeadura. Logo, para que haja evolução é imprescindível que semeemos, e a semente da evolução é a educação. O processo educativo se confunde com a construção do conhecimento, cuja consequência é a evolução ou, nas palavras de Jesus, a libertação do indivíduo (Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará – João 8:32).

Quando Kardec conceituou o Espiritismo, disse que é uma ciência de observação e uma filosofia com consequências morais (Ver o livro “O que é o Espiritismo”, Preâmbulo). Por esse conceito, o mestre Lionês nos indica o caminho para a evolução. Essa indicação se assemelha com a célebre frase de Jesus, no sentido de que devemos observar para conhecer; e as consequências doconhecimento adquirido por meio das observações são as transformações morais decorrentes, que nos libertam da ignorância e dos erros que nos prendem ao padrão vibratório da humanidade terrestre. Esse entendimento nos faz compreender a frase do Cristo, proferida quando na cruz: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!” (Lucas 23:34).

Assim, entendo que a melhor forma de homenagear Kardec é estudar suas obras, divulgá-las e disseminá-las. Modificar para melhor nossos pensamentos, nossas atitudes, hábitos e comportamentos, para que ele possa nos ver caminhando para a luz e certificar-se de que valeu a pena todo o seu esforço para nos legar a Codificação Espírita.

Fraternal abraço!

por Adilson Mariz de MoraesPresidente da Comunhão Espírita de Brasília

EDITORIAL/comunhaoespirita1

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www.comunhaoespirita.org.br

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Chico Xavier e Allan Kardec: histórias que

encantam

Imagine, em pleno século XXI, um homem no alto de uma escada colhendo os frutos maduros de uma macieira e lançando-os ro-

manticamente para a mulher amada, 13 anos mais velha que ele. Essa foi uma das ilustrações feitas por Mayse Braga no domingo, dia 21 de abril, durante a palestra “As lições de Chico Xavier e Allan Kardec”, na Comunhão Espírita de Brasília, seguida de uma sessão de perguntas e respostas.

Fazendo dobradinha com o jornalis-ta e escritor Marcel Souto Maior, autor da Biografia de Allan Kardec, Mayse contou que a cena acima, protagoni-zada na vida real por Kardec, foi pre-senciada por Léon Denis (1846-1927). “E era de uma beleza tão grande que ele, ao adentrar na casa de Kardec e de sua esposa Amélie e se deparar com esse cenário romântico e bucólico, deu um passo para trás e perdeu, definiti-vamente, a oportunidade de conhecer Kardec pessoalmente”, relata Mayse.

Com o exemplo, ela quis mostrar como Allan Kardec (1804-1869) foi um homem singular, à frente do seu tempo, que enfrentou todos os preconceitos e convenções em sua vida pessoal e na missão que abraçou como decodifica-dor da Doutrina Espírita.

Na época, lembraram os palestran-tes, não era muito comum os homens se casarem com mulheres mais velhas. Além disso, os fenômenos estudados por Kardec eram vistos com precon-ceito.

Chico e as duas mil rosas brancas

Agora, imagine a rara beleza de ou-tra cena relatada por Mayse: duas mil

Por Arlinda Carvalho

Marcel Souto Maior durante palestra na Comunhão

rosas brancas sendo entregues a cada pessoa que Chico Xavier abraçou, em um congresso realizado em Brasília, na década de 70.

À medida que Mayse reacendia as memórias do médium mineiro, muitos

“Allan Kardec foi um homem singular,

à frente do seu tempo, que enfrentou todos os

preconceitos e convenções em sua vida pessoal.”

da plateia estariam pensando que só uma alma amorosa como a de Chico faria um gesto como aquele. É fato: Chico tocava os corações com o seu amor e a sua humildade.

Como a palestra coincidiu com o aniversário de Brasília (que com-pletou 59 anos), Mayse relembrou os acontecimentos que antecederam a fundação da Comunhão Espírita de Brasília, associando essas memórias às lembranças afetivas deixadas por Chico Xavier.

Brasília: terra dos grandes en-contros espirituais

“Em 1976, Chico afirmou que Brasília era a terra dos grandes encontros espi-rituais”, contou Mayse. E a Comunhão Espírita desempenharia um importante papel na divulgação do espiritismo no

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Brasil e no mundo, como já podemos comprovar nos dias atuais.

Jovens escoteiros homenageiam Chico

Outra cena comovente relatada por Mayse: jovens escoteiros nas estradas homenageando Chico por onde ele pas-sava, em uma viagem de carro que fez para Brasília, na década de 70. “Chico parava em todos os locais para abraçar os escoteiros que sabiam que ele estava chegando na cidade”, contou.

Segundo ela, as lições deixadas por Chico e por Kardec são exemplos que devem ser seguidos. “Façamos o bem sem esperar nada em troca”, destacou, ao longo da palestra.

Acontecimentos inusitados nos sets de filmagem

Em seguida, Mayse passou a palavra para Marcel Souto Maior, autor de livros sobre Chico Xavier e do livro “Kardec – A Biografia”, que deu origem ao filme "Kardec", que estreou dia 16 de maio nos cinemas. Ele falou sobre seu convívio com Chico e respondeu a perguntas sobre Allan Kardec e os bastidores das gravações do longa-metragem que conta a vida do pedagogo francês.

Sobre situações inusitadas que mar-caram a produção do filme, ele respon-

deu que o primeiro fato interessante ocorreu quando o ator Leonardo Me-deiros foi escolhido para interpretar Kardec.

“Quando foi comunicado pela equi-pe de que faria o papel de Kardec, o ator contou que era sobrinho de Eurípedes Barsanulfo [outro expoente do espiri-tismo no Brasil]. A informação deixou todos boquiabertos com a ‘coincidên-cia’ aparente”, contou Marcel.

O mistério da carta-oração

Ele relatou outro fato curioso. Quan-do a equipe de filmagem chegou à ca-sa-cenário escolhida para ser a Kardec, no filme, o eletricista abriu a caixa de luz e encontrou, em seu interior, uma carta escrita à mão.

“Na verdade, era uma oração dese-jando a todos muita harmonia e muita paz no dia a dia do trabalho que estava por começar. A carta parecia ser uma mensagem direta à equipe”, conta o jornalista. “E passou a ser lida nos dias de filmagem, por alguém da equipe. Está tudo documentado”.

Livro resiste às chamas

Outra história muito curiosa que ocorreu em um dos sets de filmagem: uma réplica de O Livro dos Espíritos manteve-se intacta durante a reconsti-

Plateia durante palestra na Comunhão

Fotos: Afonso Júnior

tuição de “O Auto de Fé de Barcelona” (expressão utilizada por Kardec para se referir à queima, em praça pública, de trezentos livros espíritas, realiza-da no dia 9 de outubro de 1861, em Barcelona).

“Durante a reconstituição da cena, as chamas tomaram conta dos livros, mas esse exemplar manteve-se intacto durante muito tempo”, contou Marcel.

Perguntado sobre os ensinamentos de Kardec que mais lhe impressiona-ram, o escritor respondeu que foi o artigo “O materialismo mata”, publi-cado em um dos volumes da Revista Espírita lançada por Kardec em 1858, em Paris.

Lições que marcam

E sobre o que mais o tocou em sua convivência com Chico Xavier, ele re-sume: “A capacidade que ele tinha de olhar para o outro”.

No final da palestra, todos os pre-sentes, encantados com as lições aprendidas naquela noite, lançavam no ambiente, mesmo sem saber, incon-táveis buquês de rosas brancas para essas duas personalidades cujas vidas foram marcadas pela fé, pelo amor e pela caridade.

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N o mês de abril, o jornalista, escritor e roteirista Marcel Souto Maior esteve em Brasília para participar da divulgação do filme Kardec: a história por trás do

nome, baseado no seu livro Kardec – a Biografia.

No dia 21 de abril, ele ministrou, na Comunhão Espírita de Brasília, a palestra “As lições de Chico Xavier e Allan Kardec”, juntamente com Mayse Braga.

Ao se referirem a Kardec, os dois destacaram como ele foi um homem singular, à frente do seu tempo, que enfrentou todos os preconceitos e convenções em sua vida pessoal e na missão que abraçou como decodificador da Doutrina Espírita.

Ao Libertação, Marcel concedeu entrevista para explicar por que decidiu escrever sobre Kardec e as principais curiosidades que aconteceram nos bas-tidores do filme.

Como surgiu a ideia de escrever a bio -grafia de Allan Kardec?

Quando escrevi a biografia do Chico, em 1993, eu tive que mergulhar na obra de Kardec. Eu tinha muita pesquisa acumulada e precisava fazer esse retrato jornalístico da principal referência de Chico Xavier.

Quais foram suas fontes de pesquisa para a elaboração da biografia de Kardec?

Eu li as principais biografias sobre Kardec e toda a obra dele, várias edições diferentes, muitas delas comentadas, que me ajudaram muito. Também fui a Paris, onde percorri os principais cenários que marcaram a trajetória do professor Rivail. Outra fonte importante foram as várias edições da Revista Espírita.

Onde foram feitas as filmagens?

Em Paris e no Rio de Janeiro, em vários prédios históricos do Rio com arquitetura europeia, de tal

ENTREVISTAPor Arlinda Carvalho

“O artigo O materialismo mata me marcou muito”

forma que é impossível distinguir o que é Paris e o que é Rio de Janeiro. Todo esse trabalho de reconsti-tuição de época foi muito preciso e é impressionante a qualidade do filme.

Você concorda com a afirmação de que a temática do filme é universal e não espírita?

Sim. O filme é uma cinebiografia histórica, que reconstitui os principais marcos da transformação de um professor cético em missionário. E traz uma reflexão sobre a liberdade que temos de rever nos-sos preconceitos, encontrar novas respostas e novos caminhos. É uma obra que pode ajudar muita gente.

O que mais o impressionou nos ensinamen-tos de Kardec?

Um artigo denominado “O materialismo mata”, publicado em um dos volumes da Revista Espírita lançada por Kardec em 1858, em Paris. Foi um texto que me marcou muito.

Marcel Souto Maior

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Livro dos Espíritos inaugura codificação e a Era da VerdadePor Ana Cristina Sampaio

“Das cinco obras fundamentais que compõem a codificação do espiritismo, esta

foi a primeira, o marco inicial da doutrina.”

Em abril de 2017, o mundo, e especialmente o Brasil, come-morou os 160 anos de um dos livros mais controversos e polêmicos já editados: O Livro dos Espíritos, codificado pelo francês Alan Kardec.

É fundamentalmente sobre moral, ética, justiça, amor e perdão, abor-dados de maneira lógica e racional, que os espíritos que responderam às 1019 perguntas feitas por Kardec falam em seu Livro.

Das cinco obras fundamentais que compõem a Codificação do Espi-ritismo, esta foi a primeira, o marco inicial da doutrina que acabou por trazer uma profunda repercussão no pensamento e na visão de vida de considerável parcela da humanidade.

A obra é dividida em quatro gran-des livros: As Causas Primeiras, no qual os espíritos explicam o que é Deus e a origem da criação; Mundo Espírita ou Dos Espíritos, onde estão descritos os detalhes da vida no mundo espiritual; Leis Morais, que delineia a conduta do homem na Terra com base na justiça, caridade, progresso, igualdade e amor; e Esperanças e Consolações, que trata das penas e gozos, como a perda de entes queridos, a expiação e o arrependimento, enfim, a justiça divina na perspectiva reencarnacionista.

Para o presidente da Comunhão Espírita de Brasília, Adilson Mariz, O Livro dos Espíritos marca o início de uma nova era para a Humanidade - a Era da Verdade: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jó 8,32). A Humanidade amadurecida, capaz de absorver novas revelações, recebe das mãos dos espíritos superiores, entre eles Allan Kardec, a luz a guiá-la na estrada tormentosa da vida", afirma Mariz.

Por Isabel Carvalho

Vida e obra de Kardec“Fora da caridade não há salvação. A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade

que fizermos para os outros.”

Hippolyte Leon Deni-zard Rivail nasceu em Lyon, na França em 3 de outubro de

1804. Cresceu numa família cató-lica e desde cedo demonstrou pro-pensão para o estudo das ciências e da filosofia. Casou-se em 1832 com Amélie Gabrielle Boudet e, como pedagogo, dedicou-se à luta pela democratização do ensino públi-co, mantendo, em sua residência,

cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia, Astronomia e outros.

Em 1854, Rivail ouviu falar pela primeira vez do fenômeno das “mesas girantes”. E aos 53 anos, depois de pôr à prova o invisível, Rivail mudou de vida e de nome para dar voz aos espíritos. Começou, então, a utilizar o nome Allan Kardec, um homem cada vez mais conhecido, admirado, e também perseguido.

Convencido de que os movimentos e as respostas complexas das mesas deviam-se à intervenção de espíritos, dedicou-se à compreensão espiritual dos fenômenos científicos, filosóficos e religiosos, iniciando em 18 de abril de 1857 a publicação das cinco obras da Codificação do Espiritismo: O Evangelho Segundo o Espiritismo, o Livro dos Médiuns, o Livro dos Espíritos, O Céu e o Inferno e a Gênese. Surgindo mais tarde, para completar o pentateuco, as obras “O que é Espiritismo” e “Obras Póstumas”. Kardec faleceu, em 1869, em decorrência da ruptura de um aneurisma, quando trabalhava numa obra sobre as relações entre o magnetismo e o espiritismo.

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Livro dos MédiunsPor Aline Czezacki

O “Livro dos Médiuns” é uma das obras básicas do espiritismo, e foi o segundo a ser codificado por Allan Kardec. Como o próprio autor coloca, é um complemento do “Livro dos Espíritos”. Publicada

em janeiro de 1861, na França, a obra tem como objetivo prin-cipal explicar como acontece o contato ente desencarnados e encarnados que vivem na Terra. Por meio de perguntas feitas aos espíritos, são respondidas 199 questões que esclarecem questões sobre mediunidade e as relações entre matéria e espírito.

“Considerado um livro essencial à compreensão de manifestações que afetam

ambos os espíritas e não-espíritas.”

Por Aline Czezacki

Existe céu e inferno? Anjos e demônios? O que acontece após a morte? Estas e outras dúvidas que cercam muitas pessoas são esclarecidas por Allan Kardec no livro “O Céu e o Inferno”, umas

das principais obras da Doutrina Espírita. O livro explica, à luz do Espiritismo, as consequências futuras das ações terrenas, mostrando, com detalhes e exemplos práticos, o que ocorre com a alma depois que desencarnamos.

O leitor também vai encontrar esclarecimentos sobre concei-tos espíritas de céu, inferno e purgatório. Assim como esclarecer que as vidas futuras têm reflexo das nossas boas e más ações, que as penas nunca são eternas, e que é possível encontrar o

Resumo da Obra “Céu e o Inferno”, de Allan Kardec

“O livro explica, à luz do Espiritismo, as consequências futuras das ações terrenas.”

Considerado um livro essencial à compreensão de manifes-tações que afetam ambos os espíritas e não-espíritas, quem lê este livro começa a compre-ender sobre ocorrências que são muitas vezes tomadas como fê-nomenos incompreendidos, mas que podem ser compreendidos e usados para trazer o bem ao meio social. Como bem explica Kardec, na introdução de seu livro, “nossa obra não se destina exclusivamente aos médiuns, mas a todos os que estejam em condições de ver e observar os fenômenos espíritas”.

caminho para a evolução espiri-tual através do perdão, reconhe-cimentos das faltas cometidas e boas ações que realizamos aos que prejudicamos no passado.

A obra foi originalmente publicada na França, em 1º de agosto de 1865, e só foi tradu-zida oficialmente para o por-tuguês em 1875, por Joaquim Carlos Travassos, sob o pseu-dônimo Fortúnio. Antes disso, a obra circulava pelo país em francês.

A obra foi concebida com o mesmo critério e cuidado das demais obras kardequianas. Pesquisa metódica, informações obtidas através de reuniões mediúnicas.

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O Evangelho Segundo o Espiritismo, terceiro livro do PentateucoPor Arlinda Carvalho

Estruturada em 28 capítulos, a obra tem por objetivo o estu-do do ensino moral de Jesus, contido nos quatro Evangelhos

da Bíblia Sagrada: Mateus, Lucas, Marcos e João.

O prefácio, que traz uma mensagem de O Espírito da Verdade, é muito importante nesse livro, pois resume o verdadeiro caráter e o objetivo do Espiritismo.

Segundo o trabalhador espírita Alaciel Franklin de Almeida, estudioso do tema, o livro ajuda a pessoa a compreender as razões do sofrimento, evitando a revolta e obtendo consolação.

“ O Evangelho Segundo o

Espiritismo deve ser livro de

cabeceira e leitura obrigatória para

quem deseja o aprimoramento.”“Toda a obra é orientada para ajudar o

leitor a cumprir o que recomendou Jesus e, assim, evoluir como espírito, ou seja, atingir o Reino de Deus”, resume o professor Alaciel.

O Evangelho Segundo o Espiritismo deve ser livro de cabeceira e leitura obrigatória para quem deseja o aprimoramento moral, a partir da reforma íntima.

A Gênese: publicada há mais de 150 anos, explica acontecimentos atuais Por Fernanda Pinheiro

Encontrar explicações lógicas e racio-nais para entender o momento pelo qual o mundo passa é um desafio que pode ser resolvido com a ajuda

da obra escrita por Alan Kardec e publicada há 151 anos. Em 1868, o codificador da doutrina Espírita escreveu “A Gênese – os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, livro que ana-lisa a origem do planeta Terra e traz respostas para inquietações comuns ainda nos dias atuais.

Dividida em 18 capítulos, "A Gênese" ainda aborda a questão dos milagres e explica os fatos extraordinários e as predições contidas no Evan-gelho. "Com a racionalidade que Kardec tinha, ele

pontuou toda a codificação. Religião é fé, ciência e pesquisa e todas as descobertas do homem", sin-tetiza Mayse Braga, médium e palestrante espírita.

Segundo Mayse, a primeira parte do livro aborda o começo do mundo de forma lógica, sem interpretações misteriosas e mágicas. A segunda traz explicações sobre a ligação dos chamados milagres com a origem divina de Cristo. "Ele afir-mava: 'um dia farás o que eu faço', prenunciando a evolução psíquica e energética que produz fenômenos tidos como milagrosos", explica.

Por fim, "A Gênese" foca nos sinais dos tempos com explicações sobre a transforma-

ção e maturação da sociedade humana. Mayse afirma que a mensagem deixada nessa parte do livro é a de que "o processo de evolução do mundo está ligado à sua humanidade. Evoluir para a perfeição é o que move esse progresso".