ideas y opiniones - unesdoc database | united...

24

Upload: vuxuyen

Post on 19-Sep-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

I D E A S Y O P I N I O N E S

2. . . . . .

Fuentes UNESCO

está disponible en

Internet

en las rúbricas:

new o publicaciones

en nuestra dirección:

http://www.unesco.org

LOS OLVIDADOSDE ABOMEYAnne MillerHistoriadoraWhite Plains, NY (Estados Unidos)

Una de mis amigas,que conoce mi interés por África, me envióhace poco su artículo titulado "La doble vidade Abomey", publicado en su nº 80. Su des-cripción de los palacios reales de la capitaldel reino de Dahomey me ha interesado mu-cho, porque tengo la intención de viajar próxi-mamente a Benin.

Después de las investigaciones que he rea-lizado para preparar mi viaje, me ha sorpren-dido que su revista describiera la riqueza delos reyes y el esplendor de las ceremonias,sin mencionar una de las fuentes principalesde esa magnificencia: el comercio de escla-vos. Leo, por ejemplo, en la última ediciónde la Columbia Encyclopedia, que, a fines delsiglo XVII, los fon capturaban a sus vecinospara convertirlos en esclavos, que vendían anegreros europeos. En 1700, cada año salíancerca de 20.000 esclavos, especialmente deUidad, situada en lo que se llamaba la Costade los Esclavos. Para entrar en contacto di-recto con los negreros, el rey Agadya de Daho-mey (1708-1732) conquistó gran parte del sur.Dahomey continuó su expansión hacia el nor-te, vendiendo esclavos hasta el siglo XIX, apesar de los esfuerzos emprendidos por GranBretaña para poner fin al tráfico.

Dado que los esclavos y sus descendien-tes, en cierto modo, han pagado un precio muyalto por los palacios de Abomey y represen-tan también una "fuerza simbólica", es justoque se reconozca como es debido su parte deherencia.

ENAMORADOSDE LA PAZMagatto DiopPresidenteAsociación "Paix pour tous"Louga (Senegal)

Permítanme felicitar-les por la riqueza de información y la perti-nencia de las ideas que desarrolla su revista,que desde ahora es la nuestra. Por los mensa-jes que vehicula cada uno de sus números,Fuentes me parece un instrumento apropiadopara el fomento de la paz, la amistad y la tole-rancia entre los pueblos. Por otra parte, éstees el objetivo de nuestra asociación, que estáabierta a todos los jóvenes del mundo enamo-rados de la paz y de la amistad.

El mundo se presenta cada vez más comoun inmenso campo de batalla. La comunidadinternacional está poco inspirada para frenaresta degradación humana. Las intervencionesenérgicas de las Naciones Unidas para calmarlos innumerables focos de tensión, han demos-trado sus limitaciones. Nos corresponde a losjóvenes hacernos cargo de nuestro propio de-venir. Y la paz me parece un requisito indis-pensable para cualquier desarrollo futuro.

SOL PARA TODOSJare AjaylPeriodista, coordinador del Centro Internacional Artísticoy Literario JasmurIbadan (Nigeria)

Como se observa ensu tema central sobre las energías renovables(nº 81), las reservas energéticas del planetatienen sus límites. Pero aunque fueran inago-tables no se justificaría en modo alguno el en-carnizamiento con el que son explotadas ac-tualmente, desfigurando el medio ambiente yprovocando sufrimientos humanos.

Es urgente "democratizar" las fuentes deenergía, su distribución y su utilización. Pa-rece muy evidente. Entonces, ¿por qué no seadmite ni se toman las medidas necesarias? Alo mejor por culpa de los carteles que utilizanla energía como fuerza de desestabilizacióneconómica y política.

La energía solar es barata y eficaz. Yo noconozco otro elemento, aparte del aire querespiramos, que nos conceda la naturaleza contanta generosidad. Los organismos de la ONU

deberían dedicarse con mayor vigor a su de-sarrollo y su distribución planetarios. Lo úni-co que nos impide democratizar su uso parasatisfacer las necesidades energéticas del si-glo XXI, es el afán de lucro de los capitalistasy la visión a corto plazo de los políticos.

Por eso me parece que la Cumbre Solarde Harare no ha ido muy lejos, con las decla-raciones de intenciones de algunos dirigentespolíticos. La UNESCO puede y debe persua-dir a otras organizaciones internacionales y alos gobiernos para que destinen un porcenta-je de sus presupuestos anuales al desarrollode la energía solar durante los próximos cin-co o diez años. ¿Por qué no se impulsa unacampaña universal como las lanzadas para laeducación básica y la lactancia materna?

✉✉✉ ✉✉✉

✉✉✉

1997Todo el equipo de Fuentes UNESCO

les deseaunfeliz y venturoso año,y espera poder seguir

contando con su fidelidad.

❋ ❋ ❋ ❋ ❋ ❋

❋ ❋ ❋ ❋ ❋ ❋

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 3 / O C T U B R E 1 9 9 6

P R I M E R P L A N O

3. . . . .

B u e n a s u e r t e , s e ñ o r K o f i A n n a n ! L a n e c e s i t a . E n e f e c t o ,

l a t a r e a d e l s e c r e t a r i o g e n e r a l d e l a s N a c i o n e s U n i d a s

n o e s n a d a f á c i l . P e r o s e r á a ú n m á s d i f í c i l d e s p u é s q u e l a

c a m p a ñ a e l e c t o r a l r e v e l a r a e x t r a ñ a s c o n c e p c i o n e s d e l p e r f i l

r e q u e r i d o p a r a e s t e p u e s t o , y p o r c o n s i g u i e n t e , c o n c e p c i o n e s

d e u n a m i s i ó n d e l a O r g a n i z a c i ó n q u e n o a p a r e c e n e n s u

C a r t a .

E n l a m e s a d e l a s g r a n d e s n a c i o n e s h a y t a n t o s e g o s c o m o

p a r t i c i p a n t e s , p a r e c e q u e d i j o D e G a u l l e ( q u e e r a u n h á b i l

c o n o c e d o r e n l a m a t e r i a ) . To d o s l o s p a í s e s , g r a n d e s y

p e q u e ñ o s , b u s c a n - y e s l ó g i c o - h a c e r p r e v a l e r s u s i n t e r e s e s

d u r a n t e l a e l e c c i ó n . P e r o é s t a p i e r d e s u s e n t i d o c u a n d o e s o s

i n t e r e s e s p r i m a n s o b r e l o s d e l a I n s t i t u c i ó n , h a s t a e l p u n t o

d e h a c e r p a s a r c o m o p é r d i d a s o g a n a n c i a s l a m i s i ó n q u e s ó l o

e l l a p u e d e a s u m i r.

E s d i f í c i l e n t e n d e r p o r q u é s ó l o p u e d e c u m p l i r s e e s t a m i s i ó n a

c o n d i c i ó n d e q u e e l s e c r e t a r i o g e n e r a l d o m i n e p e r f e c t a m e n t e

l a l e n g u a d e M o l i è r e , d e S h a k e s p e a r e , d e C e r v a n t e s o d e

To l s t o ï . Y e s a ú n m á s d i f í c i l e n t e n d e r p o r q u é e l s e c r e t a r i o

g e n e r a l d e b e s e r, a n t e t o d o , u n b u e n g e s t o r, p o r m á s a g u d a

q u e s e a l a c r i s i s f i n a n c i e r a y a d m i n i s t r a t i v a q u e t e n g a q u e

a f r o n t a r. L a O N U n o e s u n a f á b r i c a n i u n a e m p r e s a p r i v a d a ,

s i n o u n " c e n t r o q u e a r m o n i z a l o s e s f u e r z o s d e l a s n a c i o n e s "

p a r a " e l m a n t e n i m i e n t o d e l a p a z y l a s e g u r i d a d

i n t e r n a c i o n a l e s " y c o n t r i b u i r a r e s o l v e r l o s " p r o b l e m a s

i n t e r n a c i o n a l e s d e c a r á c t e r e c o n ó m i c o , s o c i a l , c u l t u r a l o

h u m a n i t a r i o " . S u m i s i ó n e s , p u e s , p o l í t i c a , e n e l s e n t i d o r e a l

d e l t é r m i n o : l a g e s t i ó n d e l o s p r o b l e m a s d e l a c i u d a d , h o y l a

" a l d e a g l o b a l " .

E n t r e l a i m p o t e n c i a d e l o s E s t a d o s y l a o m n i p o t e n c i a d e l o s

m e r c a d o s , e n t r e l a l e g i t i m i d a d d e l a s u r n a s y l a l e g i t i m i d a d

d e l a e f i c a c i a ( m e d i d a ú n i c a m e n t e e n t é r m i n o s

m a c r o e c o n ó m i c o s ) e s i m p r e s c i n d i b l e u n s i s t e m a d e r e g u l a c i ó n ,

y s u d e s a r r o l l o s e s i t u a r á a l a c a b e z a d e l a a g e n d a d e l

n u e v o s e c r e t a r i o g e n e r a l . P o r q u e u n a m á q u i n a q u e f u n c i o n e ,

e s t á b i e n , p e r o s i f u n c i o n a e n e l v a c í o . . .

Páginas 6 a 16

PÁGINAS E IMÁGENES . . . . . . 4

HECHOS Y GESTOS . . . . . . . . . . 5

S U M A R I O

T E M A C E N T R A L

AGENDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

Educación de adultos• SIEMPRE APRENDIENDO . . . . . . . . . 18

Patrimonio• EL MUNDO RECOBRALA MEMORIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Educación• ¡ADJUDICADO, VENDIDO! . . . . . . . 22

Patrimonio• SIMBÓLICO Y EXCEPCIONAL . . . . . 23

PLANETA:

Redacción y difusión: FUENTES UNESCO, 7 place deFontenoy, 75352 Paris 07 SP. Tel. (1) 45 68 16 73. Fax:(1) 40 65 00 29.Esta revista de carácter informativo no es undocumento oficial de la UNESCO.ISSN 1014 5494

¡BUENA SUERTE!

F U E N T E S U N E S C O

Todos los artículos pueden ser librementereproduc idos . La redacc ión agradeceráel envío de una copia del artículo elegido.Las fotograf ías s in e l s igno © estarána d i s po s i c i ón de t odo s l o s med i o s decomun i c a c i ón que l a s r equ i e r an .

René LEFORT

Portada: © REUTERS/MAXPPP/HeribertoRodriguez.

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

UNA "CULTURA DE PAZ"PARA

AMÉRICA LATINA

Desmovilización:primer paso hacia una

nueva ciudadanía.

Tesoros documentalesconservados gracias

a los CD-ROM.

Símbolo de la tragediade Hiroshima.

T E X T O S E I M Á G E N E S

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

4. . . . . .

DISCOS

TRADICIÓN MUSICAL DEMALAWITierra de gran diversidadcultural, Malawi, situado en elsureste de Asia y rodeado porTanzania, Zambia yMozambique, posee una ricatradición musical. Esta graba-ción presenta una veintena de

ejemplos. Acompañados albangwe (cítara), alnyakatangale (arco musical), alxilófono, al tambor o a laspercusiones, los músicos cantanla vida de los pueblos malawis:iniciación de los adolescentes,matrimonio, retorno de losguerreros victoriosos, invocaciónde los muertos, canciones parabeber, etc. Como en la mayoríade formas musicales del país, elritmo es la excusa para bailar.

● Tradition musicale duMalawi. Musiques et musiciensdu monde. UNESCO/AUVIDIS.Precio: 145 FF.

epidermis por un Dios inasibleque me ahoga, mentido acasopor su radiante atmósfera deluces que oculta mi concienciaderramada..."

● Poesía y poética, de JoséGorostiza. Edición críticacoordinada por EdelmiraRamírez. Colección Archivos.ALLCA XX/Ediciones UNESCO,1996. Precio: 200 FF

REVISTAS

EL CORREO DE LA UNESCOAlgunos centros financieroslocales hace veinte años queelaboran fórmulas originalesdestinadas a los ignorados delos circuitos bancarios clásicos.Bajo el título Incluir a losexcluidos, el número de eneropresenta las instituciones demicrofinanciación que funcio-nan en los entornossocioculturales y económicos

más diversos, tanto urbanoscomo rurales, y que permiten"aliviar la miseria de másde mil millones de sereshumanos". Porque, "contraria-mente a una opinión muydifundida, además de serprestatarios fiables los pobresposeen un agudo sentido delahorro", como atestigua alcomienzo del informe labangladesí Sayeeda Rahman.Estén instalados en AméricaLatina, en África, en Asia o enEuropa, estos organismos"solidarios" de financiaciónestablecen nuevas formas delucha contra la pobreza yfavorecen la emancipación y laintegración sociales.

POESÍA Y POÉTICAJosé Gorostiza señalaba que lapoesía era para él "unainvestigación de ciertas esencias-el amor, la vida, la muerte,Dios- que se producen en unesfuerzo por quebrantar ellenguaje de tal manera que,haciéndolo más transparente, sepueda ver a través de él dentrode esas esencias". Este poetamexicano, pertenece alpolémico grupo de "LosContemporáneos" que"emergieron y se sumergieronen una agitada época". Laépoca de los libros verdes deeducación pública, los añosheroicos del muralismo conOrozco y Rivera, los años a lasombra de los caudillosObregón y Calles, y de un granmovimiento de la poesíalatinoamericana (Neruda,Vallejo, la Mistral, Borges)...Gorostiza es "uno de losmejores exponentes de laaplicación del rigor a laescritura", expresa EdelmiraRamírez en el prefacio de estaobra. El alto valor de su poesía"permite la posibilidad de unapluralidad de significaciones ycon ello de diversas interpreta-ciones y lecturas, inclusoantagónicas".La presente edición, Poesía ypoética de José Gorostizaintenta recopilar su obracompleta, basándose en laedición del Fondo de CulturaEconómica de México (1964), yde la edición de 1971, de laque se hizo cargo el autor. Éstaincluye: los poemas dispersospublicados en diversas revistasbajo el título Poemas nocoleccionados; la única obra deteatro del autor, poco conocida(publicada en 1924), Ventana ala calle; una selección de textosen prosa con el fin de comple-mentar los conceptos teóricossobre poesía que manejaba elautor; una historia de la obra enla que se dedica especialimportancia a el grupo de "LosContemporáneos" y su impactoen la cultura nacional, y tresestudios que analizan la obrade Gorostiza, desde el punto devista semiótico, filosófico y de suproceso de creación.Era José Gorostiza unacontradicción entre su obrapoética y su forma de ser..."Lleno de mí, sitiado en mi

LIBROS

LOS TRADUCTORES EN LAHISTORIA"Por favor, no menospreciejamás al traductor. Es el factorde la civilización humana",aconsejaba Alexandre Pushkin.Esta obra, en inglés y francés,presenta una serie de retratosde esos "pasadores de fronte-ras", algunos de los cuales hanmodificado el curso de lahistoria de las ideas: los"inventores de alfabetos" paratransmitir textos religiosos deuna cultura a otra, los queinspiraron y enriquecieron laliteratura, o aquéllos cuya obra

fue considerada eminentementesubversiva. Desde LiviusAndronicus, esclavo de origengriego que, en el siglo III hizodescubrir a los romanos lostesoros de la literatura griega,hasta Constance Garnett, quepermitió que el mundo anglo-sajón leyera los grandes autoresde la literatura rusa, pasandopor Émilie du Châtelet, quetradujo por primera vezNewton al francés, la obraintenta penetrar las motivacio-nes de esos "eslabones valiososde la larga cadena de transmi-sión de los conocimientos entregrupos y pueblos separados porla barrera lingüística", como loscalifica, en su prólogo, elpresidente de la FederaciónInternacional de Traductores.

● Les traducteurs dansl’histoire, bajo la dirección deJean Delisle y JudithWoodsworth. Les Presses del’Université d’Ottawa/ÉditionsUNESCO, 1995.Precio: 200 FF.

Las publicaciones de laUNESCO pueden adquirir-se en la librería y a travésde los agentes de venta deEdiciones UNESCO en lamayoría de los países. Loslibros y revistas se puedenconsultar en la bibliotecadepositaria de la UNESCOen cada Estado miembro.Informaciones y pedidosdirectos por correo, fax opor Internet: EdicionesUNESCO, 7 Place de Fon-tenoy, 75352, Paris O7 SP(France), tel.: (+33) 1)45654300; Fax (+33) 1)4568 5741, Internet:http:/w w w. u n e s c o . o rg / p u -blishing.

H E C H O S Y G E S T O S

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

5. . . . . .

(Fo

to U

NE

SC

O/

Inez

Fo

rbes

).

(Fo

to ©

Y.

Au

mee

rud

dy)

E l peinado es impecable; eltraje de una elegancia discre-

ta. A simple vista, Chiara Lubichpodría parecer una adorable abue-la, apacible pero enérgica. Noostenta ningún signo exterior defe, esta italiana de 76 años queha aceptado el Premio UNESCOde educación para la paz, dotadocon 25.000 dólares, para "la glo-ria de Dios". Sin embargo, ChiaraLubich sabe mover montañas.Desde hace 50 años dirige uno delos movimientos de apostoladolaico más importantes del mun-do: los Focolari.

Fue en Trento, donde nacióen una familia de izquierda, don-de le llegó la inspiración en 1943.En plena barbarie, decide resta-blecer un vínculo entre las perso-nas, partiendo no de la fe indivi-dual, sino de una "espiritualidadcolectiva" arraigada en la célulabásica de la sociedad: la familia.

Establecidos en 180 países,incluida China ("en Taiwan ytambién en la China comunista",afirma), los Focolari cuentan hoycon 100.000 miembros y dos mi-llones de simpatizantes, muchosde ellos jóvenes. Los hay de to-das las nacionalidades y religio-nes, predican la buena palabra y,lo que es más raro, la ponen enpráctica.

Sus iniciativas sociales y hu-manitarias abarcan desde la adop-ción y el apadrinamiento de ni-ños hasta la acogida de refugia-dos, pasando por la compañía alos enfermos muy graves y la ayu-da a los países en desarrollo. Al-gunos de ellos se han agrupadoen comunidades dentro de veinteciudades piloto (las "mariapoli"),esparcidas por los cinco continen-tes. Otros practican una "econo-mía de comunión", compartien-do los beneficios de su empresa

CHIARA LUBICH:MEDIO SANTA, MEDIO GURÚ

con los pobres y el desarrollo delas "mariapoli".

El secreto de esta formidableexpansión está en un contextofavorable -los abusos del mate-rialismo y el incremento de lasdesigualdades provocan, como

respuesta, la expansión de movi-mientos espirituales y comunita-rios de todo tipo- y un mensajesimple, articulados en torno a dosprincipios evangélicos: "Amo,luego existo" y "toda persona escandidata a la unidad". "Las co-sas que nos unen son muchas másque las que nos separan", repiteChiara Lubich. Eso explica lagran importancia que se concedeal ecumenismo y al diálogointerreligioso.

Medio santa, medio gurú,conjugando la fidelidad al Vati-cano con una gran libertad de ac-ción, Chiara Lubich obtuvo delpapa un privilegio único: estatu-tariamente, la presidencia de sumovimiento recaerá siempre so-bre una mujer. No cabe duda deque "Chiara", como la llaman susfieles, sabe hacer milagros.

Sophie BOUKHARI

Viniendo de Mauricio, estabapredestinada a la etnobo-

tánica. Recibí mi primera lecciónen los jardines de mi madre. Elque se extendía delante de la casareflejaba el pasado colonial de laisla, con su hierba recién corta-da, sus rosales y sus setos bienalineados. El jardín de detrás, sil-vestre, dejaba adivinar su ladoindio, con sus árboles del pan, suslimoneros y sus mangos. Era tanexuberante; ella cuidaba de todolo que crecía. Es interesante que,cuanto más envejecía ella, mássilvestre se hacía el jardín de de-lante. Era como si su lado indiovolviera a dominar..."

Los recuerdos de ese "paraí-so" sembraron en Yildiz Aumee-ruddy, de 35 años, las semillas deuna pasión por la exploración delas relaciones entre pueblos yplantas, lo que la convierte en lacoordinadora natural para la re-gión del Himalaya, del proyectodel mismo nombre de la UNES-CO. Ésta organiza, con el FondoMundial para la Naturaleza y losJardines Botánicos Reales (Rei-no Unido), talleres y otras activi-dades que unen a las comunida-des locales, a los investigadoresy a los gobiernos en el fomentode un uso sostenible y equitativode las plantas medicinales.

"Para mí, trabajar con lagente es tan importante como ha-cer investigación fundamental".Está acabando su doctorado enecología tropical en la Universi-dad de Montpellier (Francia),pero es en el valle de Kerinci (In-donesia) donde "más ha apren-dido" Yildiz. En 1990 obtuvo unabeca de la UNESCO, que le per-mitió pasar allí un año y medio,intentando comprender cómogestionan los pueblos indígenasesos bosques sagrados.

Por eso, cuando un grupo deexpertos se reunió en la sede dela UNESCO, los días 2 y 3 de di-ciembre, para estudiar la posibi-lidad de lanzar una iniciativa so-bre los sitios sagrados tradiciona-les del planeta -bosques, monta-ñas y ríos-, acudieron a Yildiz. Enellos, las sociedades tradiciona-les entran en contacto con sus dio-ses y sus espíritus, o construyentemplos dedicados a los antepa-sados. Esos sitios suelen ser im-portantes reservas de biodiver-sidad, que preservan especies úni-cas de plantas, insectos y anima-les.

Sobre el papel, el proyecto enestudio pretende comprendermejor las poblaciones que gestio-nan tradicionalmente esos sitios

YILDIZ AUMEERUDDY:SEMILLAS DE UNA PASIÓN

● "Dentro de dos años, lacomunidad internacionalcelebrará el cincuentenario dela Declaración Universal de losDerechos Humanos. Eso debedar motivo a un redoble deesfuerzos destinados a lograr el

y ayudarlas. "Debemos ir concuidado al ligar lo que pertene-ce íntimamente a algunos puebloscon los problemas de la biodiver-sidad, que afectan a todo el mun-do, advierte Yildiz. Este proyec-to debería tener el objetivo deaprender de la gente cómo ges-tiona sus recursos biológicos,respetando y reconociendo susmétodos culturales y sus creen-cias".

Amy OTCHET

respeto más escrupuloso posiblea los principios consagrados enella", declaró el director generalde la UNESCO el 10 dediciembre, con ocasión del DÍADE LOS DERECHOS HUMANOS."Es necesario velar más por que

la educación contribuya afomentar los ideales de noviolencia, de tolerancia, derespeto de los derechoshumanos y de democracia",añadió Federico Mayor,apelando a todos los Estados a

suscribir los instrumentosinternacionales relativos a losderechos humanos y a velar porsu aplicación.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

CARLOS GONZALES, UNO DE LOS COMANDANTES DE LA UNIDAD REVOLUCIONARIANACIONAL GUATEMALTECA, Y EL GENERAL OTTO PEREZ MOLINA, MIEMBRO DE LA

COMISIÓN GUBERNAMENTAL DE PAZ, DURANTE LA FIRMA DEL ACUERDO DEL 29 DEDICIEMBRE DE 1996. ÉSTE PONE TÉRMINO A UNA GUERRA QUE HA DURADO 36 AÑOS Y

EN LA QUE HAN MUERTO MÁS DE 100.000 PERSONAS (Foto © Reuters/MAXPPP/K. White).

T E M A C E N T R A L

TODO

S LO

S AR

T ÍCU

LOS

PUED

EN S

ER L

I BR E

MEN

TE R

E PRO

DUC I

DOS

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

7. . . . . . S i nos preguntáramos cuáles son lasfuentes potenciales de conflicto en

América Latina, primero deberíamos tra-tar de precisar de qué clase de conflictohablamos. Esto porque desde que JohanGaltung escribió acerca de la violencia es-tructural, todos comprendemos que no eslo mismo hablar de violencia directa o in-directa, o, en otros términos, de paz nega-tiva (ausencia de guerra) o positiva: con-diciones apropiadas para la satisfacción delas necesidades humanas, convivencia ar-mónica -paz social- gracias a la disminu-ción de las desigualdades, al desarrollo hu-mano sostenible, al respeto a los derechoshumanos, a la vigencia del estado de dere-cho y a la existencia de un régimen políti-co democrático.

En cuanto a lo primero, si comparamoscon la situación que prevalece en otros con-tinentes, los latinoamericanos tal vez de-beríamos sentirnos contentos al contemplarcómo los conflictos internos han ido dis-minuyendo en la región. Guatemala ha fir-mado -con la ayuda de Naciones Unidas-un acuerdo para el establecimiento de lapaz firme y duradera que ha puesto fin auna guerra interna de 36 años, con uno delos más crueles historiales en materia desufrimiento para la población civil y vio-lación tanto del derecho humanitario comode los derechos humanos. En el Salvador yen Nicaragua se transita por los senderos dela construcción de la paz desde que, gracias

al acuerdo de Esquipulas II de 1987, selogró poner fin a décadas de enfren-tamiento armado también con el auxilio -en ambos casos- de las Naciones Unidas.

Subsisten, sin embargo, intermitentesy virulentos, los conflictos internos de Co-lombia en donde varias organizacionesguerrilleras continúan desafiando al gobier-no en el marco de una muy compleja, casiinextricable madeja de interrelaciones en-tre el crimen organizado, las fuerzas arma-das, los grupos paramilitares y la guerri-lla. El Perú ha tenido mejores resultadoscon la aplicación de una política dura, ten-diente a la "solución militar" del conflictocon Sendero Luminoso y otros movimien-tos armados, pero aún subsisten las posi-bilidades de incremento de la violencia in-terna por este tipo de causas, al igual queen México, en donde las negociaciones depaz con los zapatistas no han culminado, yse han visto diferidas sine die al mismotiempo que otros grupos armados, al pare-cer más radicales e intratables han hechosu aparición en 1996.

D I F ERENDOS L IM Í TROFESPero hay también conflicto por asuntos te-rritoriales. Los diferendos limítrofes y lasreclamaciones territoriales siguen siendoun foco potencial de conflicto al extremoque, en una reciente reunión sobre asuntosde seguridad celebrada en Miami, el con-sejero del Departamento de Estado, Luigi

Einaudi, insistía en la necesidad de abor-dar esta problemática para ir encontrandosalidas negociadas y mejorando la seguri-dad hemisférica. Pasar revista a los casossubsistentes sigue siendo impresionante.Ecuador-Perú, Venezuela-Guyana, Colom-bia-Nicaragua, Bolivia-Chile, Argentina-Chile, Guatemala-Belice... y uno de lospuntos más álgidos continúa siendo el con-flicto fronterizo que opone a Quito y aLima, no sólo por el potencial peligro deque se reanuden las hostilidades, sino porlos problemas colaterales que pudieran darlugar a que se desate una carrera armamen-tista poniendo en riesgo de fracasar a lostrabajos de mediación de los países garan-tes establecidos en el protocolo de Río.

En cuanto a la subyacente violencia es-tructural que hace tambalear las columnassobre las que se ha edificado una precariapaz social, es impresionante constatar laforma en que las declaraciones de las cum-bres presidenciales y de las innumerablesreuniones de expertos y técnicos (sobredesarrollo sostenible o combate a la pobre-za) chocan con la dura y lacerante realidadque implica la subsistencia de amplios sec-tores de la población en situación de po-breza extrema, exclusión política ymarginalidad económica. Según el BancoMundial, aunque el porcentaje de pobrezaha disminuido, su número pasó de 120millones en 1980 a 160 en 1995, y esto apesar de un crecimiento demográfico más

UNA "CULTURA DE PAZ"PARA AMÉRICA LATINALas iniciativas impulsadas y apoyadas por la UNESCO pueden tener sus efectos: el 21 de diciembre,la Asamblea General de las Naciones Unidas adoptaba una resolución apelando al “fomento deuna cultura de la paz” basada en “el respeto a los derechos humanos, la democracia, la tolerancia,la diversidad cultural y la reconciliación”.El programa cultura de paz de la UNESCO nació en 1992, en primer lugar para consolidar la pazen situaciones de posconflicto y luego para prevenir también los conflictos en cualquier país.No obstante, es en los jóvenes y aún frágiles democracias de América Latina donde la Organizacióntraduce con mayor vigor este concepto en acciones. Gracias a Rigoberta Menchú Tum, embajadora debuena voluntad de la UNESCO (p.9); mediante la creación de una red regional de mediadores (p.10);ayudando a la reinserción de los soldados desmovilizados (p.11); con reuniones de responsables, parapulir el concepto de “gobernabilidad” (p.14); a través de programas radiofónicas dirigidos a lasmujeres (p.15); o revisando de arriba abajo los programas de enseñanza de la historia centradosúnicamente en los conflictos (p.16).

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

T E M A C E N T R A L

8. . . . . . lento (0,6% entre 1970 y 1995) y de unaaceleración del crecimiento económico.Desde 1990 los salarios han caído en ge-neral en términos reales y el número dedesempleados es hoy mayor que a comien-zos de la década, en casi todos los países.El contraste entre el deslumbrante lujo delos opulentos "shopping centres" y la mi-seria de los asentamientos de la gente po-bre -los excluidos del mercado- sigue sien-do una de las características más lamenta-bles del actual panorama latinoamericanoy una de las fuentes potenciales de con-flicto violento de más alto riesgo.

Pareciera que no se comprende -o nose quiere comprender- que no es suficien-te abordar la problemática de la desigual-dad y de la pobreza a través de paliativoscomo los fondos especiales (que ademásduplican el trabajo de los ministerios e ins-tituciones estatales) y que, si se desea salirdel abismo de la pobreza es necesario queel Estado formule políticas coherentes y degran envergadura para promover -sobreto-do- el desarrollo en el campo de la educa-ción y de la salud. Es cierto que se han lo-grado grandes progresos en este sector du-rante las últimas décadas: la esperanza devida pasó de 54 años en 1969 a 69,5 en1990; el índice de mortalidad infantil pasóde 159 por mil a 47 por mil y la poblaciónque asiste a la escuela primaria, del segun-do y del tercer grado, pasó de 40 a 122

millones. Sin embargo, los niveles mediosen materia de educación y de salud son muybajos en una región que muestra tal gradode desarrollo económico. Elevarlos supo-ne una reforma drástica de los sistemas fis-cales a fin de dotarse internamente de losrecursos financieros indispensables paraacometer tan magna e ineludible empresa.

Toda la problemática de la llamadagobernabilidad que se encuentra tan demoda hoy en día, radica en última instan-cia en este punto nodal: la legitimidad delos gobiernos depende de la medida en quesean capaces de satisfacer las demandas delas mayorías de la población, pero, si no lohacen, hay que prever conflictos y estalli-dos sociales que pondrán en peligro dichagobernabilidad democrática.

Por otra parte, hay que prever que tam-bién el fenómeno de la etnicidad es unafuente potencial de conflictos si no se atien-den los reclamos indígenas por el respetoa sus derechos culturales. Hay que estarconscientes de que, si bien el fin de la gue-rra fría ha traido la disminución y pérdidade importancia de las contradicciones ideo-lógicas, a su vez ha provocado la eclosiónde las contradicciones de tipo cultural ycivilizatorio. Los mayas guatemaltecos omexicanos, los quechuas o los aymarás delaltiplano andino que reclaman respeto a susidiomas y costumbres tienen derecho a serescuchados y atendidos por las sociedades

U N A M O R A L " E N A C C I Ó N "

"En la cultura de la guerra los conflictos se resuelven por la violencia, física o simbólica. En cambio, lacultura de la paz es inseparable del recurso al diálogo, la mediación y el reconocimiento del otro comoigual en derecho y dignidad, ya se trate de las relaciones entre Estados, comunidades y grupos sociales,entre gobernantes y gobernados o entre el hombre y la mujer. Así, la cultura de paz podría definirse comoel conjunto de valores, actitudes y comportamientos, modos de vida y acción que, inspirándose en ella,reflejan el respeto de la vida, de la persona humana, de su dignidad y sus derechos, el rechazo de laviolencia, comprendidas todas las formas de terrorismo, y la adhesión a los principios de libertad, justicia,solidaridad, tolerancia y entendimiento tanto entre los pueblos como entre los grupos y las personas".

"Sin embargo, la cultura de paz no puede identificarse con un pacifismo abstracto o una toleranciapasiva que apele al cese de hostilidades y la violencia sin proponer las medidas adecuadas para corregirlas situaciones de injusticia, desigualdad u opresión. Como es una moral 'en acción', la cultura de pazsupone el compromiso decidido de trabajar por la edificación de un mundo 'aceptable para todos', segúnlas palabras de Archibald MacLeish*. Supone la construcción de un marco de vida conforme con la nociónde dignidad humana, en el que todos los excluidos, los aislados y los marginados encontrarían la posibi-lidad de una verdadera reinserción social; supone la eliminación de la pobreza y su cortejo de males;supone compartir más equitativamente la prosperidad y el saber, y la posibilidad de que toda personapueda obtener una educación, aunque sea con retraso; supone también la consolidación de los procesosdemocráticos porque sólo la democracia puede garantizar el derecho al derecho y el respeto de todos losderechos".

(Extractos de la Estrategia a Plazo Medio de la UNESCO, 1996-2001)

*Poeta norteamericano que inspiró ampliamente la Constitución de la UNESCO.

nacionales o de lo contrario también entorno a este fenómeno pueden producirserespuestas violentas provenientes de losmovimientos etnonacionalistas.

Un último asunto -pero no el menos im-portante- tiene que ver con el crimen orga-nizado. Un artículo recientemente publi-cado en el semanario británico The Econo-mist revela que el número de asesinatos esseis veces mayor en América Latina queen el resto del mundo. Colombia represen-ta la mitad de los secuestros cometidos enel mundo; 100 millones de dólares de res-cate se entregan anualmente. Según TheEconomist, la región gasta entre el 13% yel 15% de su PNB en su seguridad públicay privada. Si algún sentido tiene el con-cepto de "seguridad hemisférica" deberíaser el que alude a la necesidad de que lastareas relacionadas con el combate a lasmafias de narcotraficantes, depredadoresde recursos del patrimonio cultural y natu-ral (en particular las maderas preciosas delbosque tropical húmedo) sea en realidaduna responsabilidad compartida entre Was-hington y América Latina, ya que no sedebe seguir combatiendo este flagelo sóloa base de represión y medidas policialesque no están en capacidad de solucionar-lo: se requiere de una acción decisiva paraprevenir y castigar estos fenómenos delic-tivos en los lugares en donde se origina, esdecir, en los centros urbanos en donde seubica la demanda. Más que declaracionesretóricas se necesita una acción concerta-da, fruto de negociaciones multilateralesentre latinoamericanos y norteamericanos.

LA V ÍA DE LA INTEGRAC IÓNFinalizamos mencionando el hecho de quelos procesos de integración parecen ser elcamino a seguir para promover la existen-cia de una América Latina con seguridad,paz y desarrollo. Convocado por el CLAIPen 1995 se celebró en Guatemala el Pri-mer Congreso Latinoamericano de relacio-nes Internacionales e Investigaciones parala Paz con un tema general relacionado conla construcción de la paz y la democracia.El segundo Congreso, que se efectuará enBuenos Aires en octubre de 1997, ha to-mado como tema central "Integración, pazy desarrollo": son signos de los tiempospero también evidencia de una clara con-ciencia de lo que se necesita para asegurarla paz en la región.

Luis Alberto PADILLASecretario general del Consejo Latinoamericano

de Investigación para la Paz (CLAIP)

T E M A C E N T R A L

TODO

S LO

S AR

T ÍCU

LOS

PUED

EN S

ER L

I BR E

MEN

TE R

E PRO

DUC I

DOS

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

9. . . . . .

INDÍGENA, MADRE, Y DE "LA TIERRA DEL MAÍZ"Para Rigoberta Menchú, Premio Nobel y embajadora de buena voluntad de la UNESCO, la paz debearraigarse en el diálogo de culturas y el reparto del poder. En Guatemala y en todas partes...

R e t r a t o

Es urgente la necesidad de recobrar elverdadero contenido de la paz , al vin-

cularla a la cultura", declara RigobertaMenchu, cuando define el sentido de cul-tura de paz. "Significa apreciar la vida delas personas y su utilidad, así como apre-ciar la importancia del diálogo entre lasculturas y del reparto de las responsabili-dades".

Para esta mujer de 37 años que ha lu-chado desde la adolescencia por los dere-chos de los indígenas de Guatemala, querepresentan alrededor del 60% de la po-blación, hay que saber respetar y admirarlas maravillas de cada cultura, de "cadajardín mysterioso: en la gente, en un niñohay inmensos valores que descubrir y apro-vechar, sobre todo porque en los niños estála parte más viva de nuestro futuro".

Y añade: "especialmente en los paísesdonde hay conflictos, donde los conflictosson potenciales, cultura de paz significaprevenirlos y buscar soluciones pacíficas".De ahí que para ella, cultura de paz no sedesvincula de la búsqueda de la democra-cia y de las reformas sociales. "Asumir unacultura de paz significa que la justicia seajusta y que los bienes de la humanidad seandistribuidos de manera equitativa".

P R I M E R A S V Í C T I M A SAhora que se firman los acuerdos de pazen Guatemala, la embajadora de buena vo-luntad de la UNESCO y Premio Nobel dela Paz, (1992) envía un mensaje a las muje-res que han sufrido la humillación y el ol-vido. "Arquitectas de tantos valores y pri-meras víctimas de los conflictos", debenautoestimarse y hacer uso de su sabiduríapara que se les devuelva el respeto y el lu-gar merecidos.

"Las mujeres y otras minorías tienenque superar su condición de víctimas y sucondición de protagonistas de la memoriahistórica, sin negarla pero reafirmándolapara construir un futuro diferente", expli-ca. En este sentido subraya que "nuestrassociedades necesitan mujeres que imagi-nen el futuro, que sueñen con un futurocreativo sin temor a recorrer nuevos ca-minos".

Para Rigoberta Menchú, "una mujercon imaginación es una mujer que no sólosabe proyectar la vida de una familia, la

de una sociedad, sino también el futuro deun milenio". Por su experiencia - "soy in-dígena y soy madre" -, sabe que esos desa-fíos, esas metas tienen un costo: "nuevoshábitos y una vida familiar perturbada".

Según Rigoberta Menchú, la UNESCOha sido una gran escuela. Inspirada por sulabor, intenta con Federico Mayor "incul-car grandes metas: una nueva ética, unacultura de paz y una educaciónintercultural que favorezca el diálogo y los

lazos de amistad". Desde la UNESCO ob-serva que en su trabajo "los problemas ysus planteamientos son universales"."Cuando vuelvo al campo guatemalteco,me encuentro con comunidades, alcaldíase indígenas que también trabajan buscan-do alternativas para una nación multi-étnica y multicultural". Estos objetivos sontambién indispensables para resolver losconflictos de la humanidad como por ejem-plo en Somalia o en Rwanda. En cuanto asu misión piensa que "en el seno de laUNESCO, tanto otras personalidadescomo yo misma construiremos algo en co-mún para las juventudes venideras".

Esta toma de conciencia de lo univer-sal de los problemas no le impide recordar

su pasado, ella quien a los 21 años, perdióa sus padres y a su hermano, asesinadospor las fuerzas armadas en 1980. "Perte-nezco a la tierra del maiz", recuerda, ha-ciendo alusión a la cosmogonía tradicio-nal de los Mayas. Estos pensaban que ellugar donde aparecía la Vía Láctea comouna franja vertical en la noche representa-ba a la vez una mazorca - su cereal básico- y el origen del mundo. Rigoberta Menchúhabla y escribe en español pero piensa ensu lengua materna y extrae de la filosofíaMaya la confianza y la esperanza que laaniman. "Pienso que la felicidad está entodo... Me siento feliz cuando descubrocosas nuevas, como si fuera una niña, perotambién cuando estoy con mi familia a laque considero fundamental. Y ver a perso-nas que aman Guatemala, los indígenas yque se dedican a construir diariamente unmundo mejor...también me vuelven feliz".

PROYECTO COMÚNDurante 30 años los guatemaltecos hanaprendido a sufrir la pena y la guerra peroahora "tenemos una agenda en común, hom-bres y mujeres, indígenas y no indígenas:los acuerdos de paz permiten, por primeravez, que todos seamos ciudadanos respon-sables. Tenemos ahora la esperanza de unverdadero futuro democrático".

Pero no se establece una cultura de pazsolamente con ideales. Sobre el terreno, losproblemas de un millón de refugiados ma-yas (uno de cada tres) que huyeron de laguerra desde comienzos de los años 80, sonmuy concretos. "Hay que soñar pero tam-bién hay que actuar", continúa RigobertaMenchú, antes de hablar de la inaugura-ción, en noviembre pasado, de 84 vivien-das en un pueblito de Guatemala.

"Darle una tierra a refugiados guate-maltecos que han permanecido 14 años enel exilio y que no tenían nada, es para míuna obra concreta, un motivo de orgullo"."Lo más importante para nosotros es latierra, base de la vida y del futuro", expre-sa Rigoberta Menchú, y concluye quecuando experimenta la desesperanza y laimpotencia ante la realidad, busca fuerzasen sí misma o en la tierra y la naturaleza."Porque en los momentos difíciles, ayudana saber quién es uno".

" N U E S T R A S S O C I E D A D E S N E C E S I T A NM U J E R E S Q U E I M A G I N E N E L F U T U R O "

( F o t o U N E S C O ) .

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

T E M A C E N T R A L

debe ser accesible y flexible teniendo encuenta la diversidad de los casos que sepresentan.

En Colombia también, los ombudsmentrabajan por los grandes diarios del país,en defensa de los lectores. "Si usted comolector se siente afectado en su buen nom-

bre o en su honra, considera que lainformación publicada en el perió-dico es parcializada, o si opina quese desconocieron sus derechos, debecomunicarse con el Defensor delLector . Él atiende su reclamo y de-termina si hay razón en la queja y siel periódico se equivocó" , explica-ba el gran diario El Tiempo duranteel nombramiento de su defensor.

La declaración de Antigua Gua-temala fomenta este tipo de iniciati-va: "el ejercicio de la libertad de opi-nión, de expresión y de informacióncomo parte de los derechos huma-nos y de las libertades fundamenta-les es una fuente esencial para el for-talecimiento de una cultura de paz".Ésta preconiza además que "la plenaparticipación y el fortalecimiento dela de las mujeres es esencial para eldesarrollo de la cultura de paz".

"La paz es un proceso complejoy cooperativo que todos debemosconstantemente impulsar, fortalecery acrecentar. La complejidad de esteproceso deviene precisamente deque, como lo advierte la UNESCO,

la paz no es sólo la ausencia de guerra,sino que tiene que ver con la construcciónde una efectiva cultura, nacional e inter-nacional de respeto a la dignidad de la per-sona y de la observancia de la ley", obser-va Jorge Madrazo, presidente de la comi-sión mexicana de los derechos humanos.

La ampliación de la red creada en Gua-temala, que recibió el aval del InstitutoInternacional del Ombudsman durante susexta conferencia internacional, realizadaen Argentina en octubre pasado, ocuparáun buen lugar en el programa de la próxi-ma reunión de la Federación Latinoameri-cana de Defensores de la Paz en el próxi-mo mes de abril.

Leticia RODRIGUEZen Antigua Guatemala

y Sue WILLIAMS

10. . . . . .

© P L A N T U

La construcción y fortalecimiento deuna cultura de paz implican el cono-

cimiento, respeto, protección y desarro-llo de los derechos humanos" proclama ladeclaración de los siete participantes en elForo Iberoamericano de Ombudsmen so-bre Derechos Humanos y Cultura de Pazorganizado en Antigua Guatemala, enjunio de 1996, bajo los auspicios de laUNESCO. De esta reunión nació unared regional de ombudsmen para unacultura de paz, que debe trabajar enestrecha colaboración con el progra-ma Cultura de Paz de la Organización.

El papel del ombudsman, o máscomúnmente llamado defensor delpueblo, se ha desarrollado considera-blemente en América latina, paralela-mente al proceso de democratización.Abogados, procuradores, mandatariosy presidentes de comisiones de dere-chos humanos trabajan a menudo enun contexto difícil y peligroso para ga-rantizar el respeto de los derechos hu-manos y del ciudadano. También es-tán implicados en actividades educa-tivas para sensibilizar a todos los sec-tores de la población en el conocimien-to de estos derechos, la necesidad deinterpretarlos, ampliarlos, hacerlos co-nocer y respetar, con el objeto de esta-blecer un modo de vida más cuidado-so de los demás y más justo.

"El ombudsman es un agente depaz, para construirla y conservarla",expresaba el portorriqueño Adolfo De Cas-tro.

En Colombia, por ejemplo, el abogadoReynaldo Botero, miembro de la Asocia-ción Iberoamericana de Ombudsmen(quien no asistió a la reunión), pasó dosaños y medio defendiendo los derechos delos pobres en la región del Valle del Cauca.Su trabajo consistía, en gran parte, en ex-plicar a los ciudadanos sus derechos so-ciales, económicos y medioambientales(algunos de los cuales no figuraban en laConstitución colombiana antes de 1991),y ayudarles a recolectar elementos de prue-ba para llevar los casos a los tribunales.Durante su trabajo, por ejemplo, ayudó acomunidades indígenas y negras del pací-fico a documentar un expediente contra lasretroexcavadoras, nacionales y extranjeras,

LOS NUEVOS GUARDIANES DE LA PAZ

O m b u d s m e n

Los ombudsmen están muy implicados en la democratización en América Latina. Su misión consisteen hacer respetar y enseñar los derechos humanos y del ciudadano.

que explotaban el oro con la autorizacióndel gobierno, contaminando los ríos, fuen-te esencial de su subsistencia. En otro he-cho que conmovió mucho a la población,los elementos recogidos por el defensor delpueblo, ayudaron a enriquecer el expedien-te, que llevaría a la condenación de cuatro

policías (dos están en prisión, y dos tienenorden de captura) por el asesinato de tresjóvenes negros de las comunas de Cali,dentro de una operación de exterminaciónde los más pobres, llevada a cabo por lapolicía. Botero trabajó igualmente en larecolección de información sobre el asesi-nato de más de 250 personas por parte degrupos paramilitares y regularmente se in-formaba sobre las condiciones de los dete-nidos en las prisiones, facilitándoles el ser-vicio de abogados que trabajan para ladefensoría del pueblo.

No es un trabajo para los timoratos nipara los burócratas. Un ombudsman o de-fensor del pueblo, explica De Castro, debeser "independiente", "tener credibilidad"y "sensibilidad" y poseer un "profundo res-peto por la verdad y la ética". También

T E M A C E N T R A L

TODO

S LO

S AR

T ÍCU

LOS

PUED

EN S

ER L

I BR E

MEN

TE R

E PRO

DUC I

DOS

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

11. . . . . .

¿ Q U É V A A S E R D E E L L O S ?( F o t o © G A M M A L I A I S O N ) .

Los acuerdos de paz están firmados. Ofi-cialmente, la guerra terminó. Pero

¿qué pasará con esos soldados sin hogar,trabajo, y a veces, familia? ¿Qué lugar re-serva la nueva sociedad a esos héroes delayer, que ahora son penosas reminiscen-cias del pasado? Demasiadas veces aban-donados a su suerte, reaccionan de la úni-ca forma que conocen: cogiendo las armas.

En Nicaragua, cerca de 147.000 solda-dos de ambos campos han sido desmo-vilizados desde la firma de los acuerdosde paz de 1990. No se ha previsto ningunaestrategia a largo plazo para reintegrarlosy las promesas gubernamentales de tierrasy vivienda a cambio de las armas se handesvanecido en gran parte. Con un índicede desempleo de casi un 60%, unos servi-cios sociales reducidos al mínimo y unadesnutrición en aumento, la frustración yla cólera han vencido a los ex combatien-tes. En las regiones del norte, donde la aus-teridad ha provocado recortes en la poli-cía, la justicia, los servicios gubernamen-tales locales e incluso el aparato militar,las bandas armadas de antiguos soldadoshan tomado las riendas.

SONAR A VAC ÍOPara desactivar esta situación explosiva, en1991 se creó una organización no guber-namental, el Centro de Estudios Interna-cionales (CEI), con el fin de estudiar y apli-car estrategias de construcción de la paz.Lo primero que hizo fue reconocer la im-portancia capital y los rasgos comunes delos antiguos soldados de ambos bandos: un60% tiene menos de 25 años, la mayoríason agricultores y a todos les cuesta acep-tar la nueva realidad social. Como señalauno de los fundadores del centro, Alejan-dro Bendana, no les interesa continuar laguerra, pero los discuros oficiales de re-conciliación suenan a vacío en sus oídos yellos tienen su propia definición. Y cita ajefes de ex combatientes: "La reconcilia-ción ¿con quién, con qué? ¿Con la pobre-za? No hablemos de eso como una prome-sa en el aire, sino como una arma paraluchar por nuestra dignidad, nuestros de-rechos y nuestras familias". "Nos dimoscuenta, explica Bendana, de que ya no setrata de saber quién lucha en cada bando.El enemigo de todos es la pobreza".

N i c a r a g u a

LA LUCHA DE LOS EX COMBATIENTESLas promesas oficiales no logran desarmar a los ex combatientes. Ellos quieren pruebasde que la nueva sociedad les da una oportunidad de convertirse en ciudadanos plenos.

Partiendo del principio de que los an-tiguos soldados deben desempeñar un pa-pel positivo en la sociedad de la posgue-rra, el CEI ha creado una red de "promoto-res de paz", formada por ex combatientesque tratan de desarmar a las tropassandinistas y a los guerrilleros de la Resis-tencia (palabra preferida a Contra), y deque adopten formas de lucha no violentas.Utilizan el contacto directo, la negociacióny la formación. Les enseñan la vida en so-ciedad: escuchar, comunicar, organizar yfomentar la participación, controlar elestrés, practicar la no violencia activa yvalorar la formación. Con un objetivo:transformar la energía que se dedica a laguerra en una fuerza de construcción de la

paz. "No podemos dar ni tierra ni trabajo,afirma Alejandro Bendana. Ni convencera las comunidades ni a las familias paraque acojan a los soldados. Pero podemosayudarles a ganarse la estima de la socie-dad estimándose a sí mismos".

Son 100 personas que trabajan en 30zonas de conflicto. Su éxito les ha validoel respeto de todos. En el distrito septen-trional de Waslala, por ejemplo, "ahora lagente puede dormir tranquila" y los cam-pesinos que habían abandonado sus gran-jas por miedo a ser secuestrados, robados

o asesinados, empiezan a volver. "Hemosconseguido desmovilizar a dos grupos ar-mados, 'Los Berlines', considerados alta-mente peligrosos, y la banda de 'El Cha-rro'" , cuenta con orgullo Carlos AguilarLópez, promotor de paz. El Charro con-trolaba todos los transportes públicos y laactividad comercial de la región, y las ne-gociaciones para establecer un alto el fue-go no daban ningún fruto.

INT ERMED IAR IOSDesmovilizar a un grupo armado es unalabor complicada, explica AlejandroBendana. Los promotores de paz tienen quevencer la desconfianza de los combatien-tes, así como la incomprensión, el miedo yla incredulidad de las autoridades civiles ymilitares. Así, investigan a todo combatien-te que desarman. "Preguntamos a la poli-cía, a los habitantes de la zona donde ope-ra la banda, hablamos con los antiguossoldados, cuenta Vida Lainez, del distritode Mulukuku. Una vez están desmovili-zados, los presentamos a las víctimas y siéstas identifican a un combatiente, les lle-vamos ante la justicia".

"La comunidad sabe, en general, quiénestá en la montaña y porqué, añade Ben-dana. Normalmente los culpables no dejanlas armas hasta que el ejército o el Go-bierno les ofrecen la amnistía y diversasventajas. Los promotores actúan entoncesde intermediarios. También se puede con-seguir que una banda abandone a su jefeidentificado como criminal".

Los métodos de los promotores de lapaz llaman la atención de otros puntos con-flictivos del globo. Con el apoyo econó-mico de la UNESCO, se está creando unared Sur-Sur para enseñar esos métodos asoldados desmovilizados de Mozambique,Zimbabwe y Guatemala; Colombia y ElSalvador se están inspirando en ellos.

"Desmovilizar a soldados no significasacarles del atolladero comprándolos oentreteniéndolos con formaciones que nonecesariamente desembocan en un empleo,concluye Alejandro Bendana. Los ex sol-dados no reclaman privilegios, sino laigualdad de oportunidades y el reconoci-miento de sus necesidades específicas".

Sue WILLIAMS

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

H E C H O S E N C I F R A S

12. . . . . .

¿DEMOCRATIZACIÓN Y EXTREMA POBREZA?Es la paradoja de América Latina. Globalmente rica en relación con las otras grandes regionesen desarrollo, el porcentaje de pobres, el aumento de las desigualdades o de la violencia, rara vez

DESIGUALDADES SIN IGUAL

PORCENTAJE DE LA POBLACIÓN RURAL QUE VIVE EN LA EXTREMA POBREZA. EL MÁS RECIENTE DISPONIBLE ESTÁ ALREDEDOR DE1990. Fuente: Informe sobre el Desarrollo Humano, PNUD, 1996.

LA POBREZA PERSISTE

RELACIÓN ENTRE LOS INGRESOS DEL 20% DE LOS MÁS RICOS Y DEL 20% DE LOS MÁS POBRES. LA MÁS RECIENTE DISPONIBLEESTÁ ALREDEDOR DE 1990. Fuente: Informe sobre el Desarrollo Humano, PNUD, 1996.

En el gráfico se muestra la relación entrelos ingresos del 20% más pobre y del 20%más rico en América Latina. En resumen,si esta relación es de 10, cuando una per-sona que pertenece al 20% más pobre tie-ne un ingreso de 1 dolar, una persona quepertenece al 20% más rico tiene un ingre-so de 10 dólares.

América Latina está en cabeza de lasdesigualdades evaluadas de esta manera.En los países de los que se poseen estadís-ticas, esta relación sólo está por debajo de10 en Bolivia. En los países industria-lizados, en general, es inferior (5,8 en Ale-mania, 4,3 en Japón, 8,9 en Estados Uni-dos), así como en los países más poblados(4,1 en Bangladesh, 6,5 en China, 4,7 enIndia).

En general, de los 10 países que pre-sentan mayores desigualdades desde estepunto de vista, cinco son latinoamericanos,y tres de ellos ocupan los primeros lugaresde esta clasificación.

Cuando América Latina tiene un ingresoper cápita que la sitúa muy por delante deÁfrica, los Estados Árabes e incluso el con-junto de Asia, su porcentaje de poblaciónque vive en la extrema pobreza, tanto enzonas rurales como urbanas, la acerca a paí-ses con un nivel de vida medio mucho másbajo.

El porcentaje de pobres en zonas urba-nas es siempre inferior al de zonas rurales,en una proporción que varía entre un déci-mo y la mitad.

Globalmente, el Banco Interamericanode Desarrollo estima que más de las dosquintas partes de la población son pobres.Y lo más grave es que a pesar de que suporcentaje haya disminuido en los años se-senta y setenta, desde hace quince años si-gue siendo más o menos el mismo. Estoquiere decir que el número total de pobresaumenta considerablemente, debido a lacontinuación -aunque más lenta- del cre-cimiento demográfico.

MÉXICO

GUATEMALA

COSTARICA

VENEZUELA

ARGENTINA BRASIL

PERÚCOLOMBIA

29

86

66

45

30

80

43

72

23

42

BOLIVIA

URUGUAY

%

HONDURAS

8,6

32,1

17,415,5

12,710,8

15,113,5

10,3

16,2

MÉXICOGUATEMALA

COSTARICA

VENEZUELABRASIL

PERÚ

COLOMBIA

BOLIVIA CHILE

H E C H O S E N C I F R A S

TODO

S LO

S AR

T ÍCU

LOS

PUED

EN S

ER L

I BR E

MEN

TE R

E PRO

DUC I

DOS

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

13. . . . . .

Nota: en cada uno de los cuadros fueron selec-cionados los países más poblados, de los quese tenían datos.

Infografía: Alexandre Darmon.

Los datos que se presentan en el gráfico, yque muestran el número de homicidios quese cometen anualmente por cada 100.000habitantes, deben ser observados con pru-dencia, pues la definición de homicidio, yespecialmente la exactitud del registro, va-ría de un país a otro.

Incluso dejando de lado el caso parti-cular de Colombia, y con la única excep-ción de Paraguay, cuyo índice es equiva-lente al de los países desarrollados (Ale-mania, 3; Japón, 1; Estados Unidos, 9),América Latina es, muy por encima delresto del mundo, la región más violenta.El índice medio es superior a 20 y se apro-xima a 40 en los países andinos.

En el mismo estudio, un experto esti-ma que el costo directo de las actividadesilegales en Colombia, oficialmente regis-tradas, como la falsificación de la monedao los delitos comunes (sin contar el tráficode armas), representa el 15% del PIB deese país.

ÍNDICE DE HOMICIDIOS POR 100.000 HABITANTES. Fuente: Luis Ratinoff en Hacia un enfoque integrado del desarrollo: ética,violencia y seguridad ciudadana, Banco Interamericano de Desarrollo, 1996.

SONDEO REALIZADO POR LATINOBARÓMETRO Y PRESENTADO EN THE ECONOMIST, 30/11-6/12/1996.

NÚMERO UNO EN VIOLENCIA

De acuerdo con el sondeo presentado en elgráfico, los latinoamericanos tienen unamuy mala opinión de la forma en que fun-cionan sus democracias. Apenas una quin-ta parte está satisfecha. Los descontentos,a diferentes niveles, son cerca de cuatroveces más numerosos.

La razón es muy sencilla: para forjarseuna percepción de sus sistemas democrá-ticos, los latinoamericanos no se conten-tan con juzgar únicamente las elecciones,efectivamente libres -al menos formalmen-te- y que desembocan normalmente en unaalternativa de poder. También juzgan elcomportamiento de sus clases dirigentes,y aún más, su capacidad, o mejor dicho, suincapacidad de resolver las inmensas difi-cultades socioeconómicas de la región.

GRAN INSATISFACCIÓN

se iguala en países mucho más pobres. La democratización está lejos de eliminar estos males,lo que genera cada vez más insatisfacción.

NICARAGUA

ECUADOR PARAGUAY

12

24

77

117

2016

5

MÉXICOBRASIL

COLOMBIAARGENTINA HONDURAS

¿Está usted satisfecho con el funcionamientode la democracia en América Latina?

6%

Satisfecho: 20%No muy satisfecho:28%

De ninguna manera satisfecho: 46%

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

T E M A C E N T R A L

14. . . . . .

L AT R A N S P A R E N C I A

D E L P R O C E S OE L E C T O R A L

D E B EA R R A I G A R S E

M Á S( F o t o ©G A M M A /

L I A I S O N / J o nM i t c h e l l ) .

En América Latina, si bien es cierto quedesde los años ochenta hay una resti-

tución de sistemas democráticos, que handesplazado a las dictaduras, militares ociviles, los problemas socioeconómicos queenfrentan se pueden transformar en unriesgo permanente", explica el ex presiden-te de México, Miguel de la Madrid. Lasalertas -intentos de golpes de Estado, ase-sinatos de candidatos a las presidenciales,retorno de los elegidos a métodos de go-bierno "enérgicos", etc.- no faltan y recuer-dan la urgencia de encontrar un nuevoaliento para esas frágiles democracias.

"Lo primero que hay que hacer es crearespacios de debate, reunir a todas las per-sonas que reflexionan fuera del pensamien-to único", resume el peruano Jorge NietoMontesinos, coordinador del proyecto dela UNESCO "Una nueva cultura para unnuevo siglo", también llamado Demos. Sufórmula es sencilla: abrir un foro de re-flexión a todas las élites políticas (cargospúblicos, opositores, dirigentes sindicales,líderes juveniles, ex guerrilleros, etc.) eintelectuales con que cuenta América La-tina. La UNESCO ha organizado ya cincoreuniones en 1995 y 1996, con cerca de150 personalidades.

¿Qué se deduce de ellas? La necesidad"de elevar el nivel de la política, añadeNieto. Hoy se observa un alejamiento delos políticos de la sociedad civil y un au-mento de la corrupción, que hipotecan lacapacidad de los gobernantes para resis-tir las presiones exteriores, aunque sea endetrimento de sus electores. Mientras, des-de hace 10 años, aumenta la contestación

G o b e r n a b i l i d a d

TAN LEGÍTIMAS COMO EFICACESPara consolidar las jóvenes democracias de América Latina, no basta con garantizar la alternancia.Es necesario pasar a una "democracia económica y social" que esté fuera del "pensamiento único".

frente a los efectos de la política neoliberal,los tecnócratas y los economistas se hanconvertido en decisores en materia de po-lítica social y por ende de política a secas.Este proceso conduce a un desmante-lamiento del Estado y al desplazamientode la toma de decisiones hacia los orga-nismos internacionales. Así es como go-biernos de distintos colores se encuentransiguiendo la misma política. La prioridadde las prioridades es, pues, reconstruir lacapacidad de cada nación para definir supropia política". Sí, pero ¿para hacer qué?¿Cómo se puede reducir la división entre

ricos y pobres en el continente mas des-igual del mundo? La respuesta está en dospalabras: "gobernabilidad democrática".Este concepto evoca una sabia dosificaciónde democracia tradicional y de eficacia enla gestión de los asuntos económicos y so-ciales.

Para que los gobernantes puedan ape-lar a una "legitimidad de origen" adquiri-da en el marco de elecciones libres, debegarantizarse la transparencia del procesoelectoral. Esto exige una reforma del sis-tema de financiación de los partidos polí-ticos, "sobre todo si se piensa en el eleva-do costo de las campañas, opina de la Ma-drid. Somos de la opinión que es preferi-ble establecer un régimen que se apoye enla financiación pública, pero que permitala participación limitada del sector priva-do", para evitar que los cargos, una vez asu-midas sus funciones, tengan que pagar una"factura" demasiado elevada.

Si establecer una democracia represen-tativa es una condición necesaria, no es

suficiente para garantizar la estabilidad yel progreso de la sociedad. Ahora hay quepasar a la "democracia económica y so-cial". La perpetuación de la democracia nodepende únicamente de la voluntad de loscargos públicos de garantizar un Estado dederecho, sino de su capacidad para resol-ver problemas muy concretos: recesióneconómica, reducción del ahorro interno yde la capacidad adquisitiva, avance de laextrema pobreza y del tráfico de drogas,que corroe la sociedad y los medios políti-cos. Para resistir las tentaciones demagó-gicas y precaverse ante una contestaciónque acaba encarnándose en movimientosviolentos, los demócratas deben conseguiruna "legitimidad de eficacia": necesitanaplicar las reformas capaces de respondera las exigencias sociales cada vez mayo-res y más complejas, "que derivan de laacumulación de retrasos frente a los cam-bios generados por la globalización".

LOS D I EZ MANDAMIENTOSAsí pues, deben elevar su nivel de compe-tencia en materia de gestión económica yde comprensión de las transformacionessociales. Por eso Demos desearía crear, en-tre otras, una "escuela de gobernabilidad"."Supongamos que 15 políticos de la regiónquieran saber más sobre el modo de nego-ciar con el Fondo Monetario Internacio-nal, explica Nieto. Podrían reunirse conex presidentes, ministros y funcionarios delFondo. Esto puede parecer banal, pero nolo es, porque hay muchos políticos latinoa-mericanos que desconocen este tipo demecanismo y a los que no les queda másremedio que remitirse a unos técnicos for-mados en escuelas norteamericanas".

El proyecto Demos terminará con laCumbre Regional para el Desarrollo Polí-tico y los Principios Democráticos, en Bra-silia en julio de 1997. Se presentarán susconclusiones, en el informe Principios de-mocráticos y cultura política, en una cartaética -los diez mandamientos del políticoresponsable- y en una declaración final, queante todo busca un eco en la prensa parasensibilizar a la opinión pública. Porqueelevar los umbrales de educación y de in-formación de los ciudadanos, es otro im-perativo absoluto en América Latina.

S. B.

T E M A C E N T R A L

TODO

S LO

S AR

T ÍCU

LOS

PUED

EN S

ER L

I BR E

MEN

TE R

E PRO

DUC I

DOS

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

15. . . . . .

Yo le dije que cogiera sus cosas y selargara; pero no se fue..."

"¿Cómo? Ella no puede decir nada.¡Échala!"

"Los dos se equivocan... Las mujerestienen los mismos derechos que los hom-bres. Una mujer que haya vivido durantetres años con el mismo hombre, tiene losmismos derechos que si estuviera casadacon él".

"¡Buenos Tiempos Mujer!", exclamaun coro de voces femeninas que anunciael final de este programa que pretende abrirel camino a un tiempo mejor en El Salva-dor. En otro diálogo, una empleada emba-razada se enfrenta a su patrón y le recuer-da la ley, es decir, que no puede despedirlaporque va a tener un hijo, y logra conser-var su empleo. Un niño lee una carta queha enviado a la radio: "Quería escribir an-tes pero me da vergüenza. Papá le pega amamá todo el rato. También nos da a mí ya mi hermano... Creo que no nos quiere..."

B U E N O S Y M A L O S"Buenos Tiempos Mujer" es un programaradiofónico de media hora que, con un des-pliegue de malos, de buenos, de moral yde música, recrea escenas de la vida coti-diana, intentando demostrar que la calidadde vida puede mejorar si lo hacen las rela-ciones humanas. Temas hasta hace pocotabú, como la violencia doméstica, los de-rechos de las mujeres, la salud, laautoestima y el medio ambiente se abor-dan en este programa, que transmiten 40radios de todo el país.

Se trata de la pieza clave del programade la UNESCO para una cultura de paz enEl Salvador, que contribuye a reunificar lasociedad tras 12 años de guerra civil. Éstafinalizó en 1992, pero la sociedad siguedividida. "La cotidianidad de la guerra, laviolencia de unos contra otros, han aca-bado desgarrando el tejido social, opinaCecilia Gallardo, ministra de educación.Todo el problema está en reconstruirlo; hayque actuar sobre las percepciones y lossentimientos de cada uno".

Para ello es importante promover el res-peto de sí mismo. "Uno no puede lucharpara cambiar la vida si no se quiere a símismo, comenta una animadora del progra-ma. Con la guerra, la muerte estaba tan

E l S a l v a d o r

ENTRAR EN LA ONDA DE LA PAZEl programa de radio "Buenos Tiempos Mujer" se centra en la educación de las mujeres para rehacerun tejido social desgarrado por doce años de guerra civil.

cerca que la única preocupación era so-brevivir, sin pensar en una vida mejor. Peroahora es eso lo que necesitamos". Por esolas mujeres son el eje central de "¡BuenosTiempos Mujer!" "La educación no formal

pretende provocar unos cambios rápidosy las mujeres son la base. A pesar de sumarginación, son ellas las que asumen lamayor parte de responsabilidades en elhogar, en la educación y en la economíainformal del país. En más del 70% de loshogares, la mujer es el elemento más esta-ble del proceso educativo", comenta unaespecialista en educación.

En un año, el programa ha creado unared de 60 corresponsales locales, prepara-das para utilizar el material y las técnicasperiodísticas. Por otra parte, un equipo de25 monitoras, asistidas por 150 ani-madoras, se hacen cargo de 3.000 mujeresen el marco de campañas educativas. Ellasrefuerzan el mensaje del programa con laayuda de material gráfico, historietas, car-teles y juegos de sociedad que fomentan ladiscusión.

La propietaria de una radio participan-te y el director de la cadena nacional detelevisión, señalan que "la radio es popu-lar porque el elevado índice de analfabe-tismo constituye un obstáculo considera-ble para otros medios de comunicación.Está muy cerca de la gente. Se puede es-cuchar haciendo otra cosa". Que el pro-grama se emita por radios comerciales quepuede escuchar todo el mundo, permiteabrir el debate sobre los temas que hasta

ahora se ha tenido miedo a abordar. La par-ticipación de otros agentes sociales -repre-sentantes del Gobierno, asociaciones feme-ninas, etc.- legitima las soluciones que seproponen.

Otra ventaja del programa es que la in-formación procede de la comunidad, locual constituye un estímulo permanente ala creación y la motivación. Esta fórmulaha permitido realizar los ajustes necesarios,tanto de forma como de contenido, pararesponder a necesidades concretas. Segúnuna encuesta reciente, el 95% de las per-sonas interrogadas están satisfechas con elprograma.

Está claro que los acuerdos de alto elfuego son sólo un comienzo para el retor-no de la paz y que ésta sólo puede venir dela propia sociedad. La educación tiene unafunción esencial en este sentido, siempreque se base en un conocimiento profundode las condiciones de vida de todos los sal-vadoreños.

La realización de actividades lúdicas yrecreativas con fines educativos, es espe-cialmente oportuna en un país donde ungran número de hombres y mujeres ha te-nido que entrar en la edad adulta con ape-nas 8 o 10 años. El programa no pretenderecuperar una infancia perdida, pero intentaque el aprendizaje sea divertido, comuni-cando un poco de la alegría robada duran-te todos los años de guerra.

Deborah BARRY,El Salvador

L A S M U J E R E SS O N E L E J ED E L P R O C E S OE D U C A T I V O( F o t oU N E S C O ) .

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

T E M A C E N T R A L

La Historia General de América Latina describe, en nueve volúmenes, la historia delas diversas sociedades de la región. Esta colección fue dirigida por un comité científicointernacional formado por 21 miembros, bajo la presidencia del historiadorvenezolano Germán Carrera Damas, y fue lanzada en 1989. Más que atenerse alas fechas, conquistas o héroes militares a los cuales se refieren estas obras engeneral, esta colección tiene un enfoque antropológico de las "sociedades origina-les", su primer contacto con los europeos y el establecimiento de nuevas sociedadesdurante la colonia, el nacimiento de las naciones latinoamericanas y su desarrollohasta nuestros días. Los manuscritos de cuatro volúmenes ya están terminados y laversión definitiva de los cinco restantes estará lista en el transcurso del año.

HISTORIA GENERAL DE AMÉRICA LATINA

Protegidos por las mismas murallas queresistieron el ataque de piratas ingle-

ses en el siglo XVII, expertos en educa-ción se reunieron hace algunas semanaspara hablar del pasado de América latina.Pero esta vez, reunidos en el puerto amu-rallado de Cartagena de Indias (Colombia)su interés era analizar, y de paso repeler,otra clase de corsarios de final de milenio:los que han asediado la enseñanza de lahistoria a través de los textos escolares, yla han convertido en una asignatura quetiene como únicos protagonistas a los po-líticos y a los militares, y como escenarioprincipal los campos de batalla.

Ex presidentes, cancilleres, ministrosde educación y académicos de diversos paí-ses fueron, en efecto, citados por la UNES-CO, la Corporación Integral para el Desa-rrollo Cultural y Social (CODECAL), elConvenio Andrés Bello (SECAB), en tor-no a una conferencia internacional quebuscaba una cosa: evitar que la historia nosólo siga siendo mal contada, sino que ade-más no se transforme en un factor genera-dor de violencia. "Una historia, aseguróPedro Henríquez Guajardo, secretario eje-cutivo del SECAB, comprendida no comola sucesión de agudas confrontaciones en-tre naciones, sino como el entramado derelaciones estructurales, dinámicas ypotenciadoras del escenario para la coope-ración, la solidaridad y la integración".

L A F O R M A Y E L F O N D OPara la UNESCO, la SECAB y CODECALes imprescindible, en efecto, rediseñar laforma y el fondo de la historia que se en-seña a los niños, con los aportes de histo-riadores y académicos que han ido más alláde la simple compilación cronológica dehechos y de personajes fuera de contextoy que han ignorado al verdadero protago-nista: el pueblo. En esta misma orientaciónla UNESCO está preparando la HistoriaGeneral de América Latina (ver recuadro).

Todos los asistentes parecieron estar deacuerdo. incluso el mayor general ManuelJosé Bonnet, comandante de las FuerzasArmadas de Colombia: "La vida tiene mu-chas historias que pueden desviarnos delcamino hacia la verdad. Si contamos conuna narrativa unificada del pasado, éstanos puede llevar más rápido al acuerdo,

LA HISTORIA NO ES COMO LA PINTAN

E n s e ñ a n z a

Expertos proponen replantear la enseñanza de la historia para que, en lugar de enumerarenfrentamientos y conflictos, ayude a reconstruir la paz.

pero sólo si está montada con un objetivocomún. Un ejemplo sería describir en lahistoria de Colombia cuándo la conviven-cia ha sido buena, mala o regular, resal-tando las variables que contribuyeron adarle cualquiera de esas características yevitar así repetir los errores".

No es un descubrimiento nuevo. Lasinvestigaciones realizadas por investigado-res y pedagogos en Colombia, Ecuador,Perú y Venezuela -recogidas en la publica-ción La enseñanza de la historia como es-trategia de integración, presentada en laconferencia por los educadores Jaime DíazCastañeda y Jaime Ospina Ortiz- encon-traron que la enseñanza de la historia, talcomo está concebida hoy, no cumple unafunción educadora. "Lamentablemente,aseguró Díaz Castañeda, no se está forman-do a los niños para ejercer la ciudadaníani para tener una cultura cívica sino parala desintegración y el antagonismo". Ni si-quiera el contexto mundial está presente."En 11 de los 13 textos analizados no haymención de organismos internacionales".

En ello estuvo de acuerdo el embaja-dor de Perú ante la UNESCO, Juan Mi-guel Bákula: "En América Latina es muypoco lo que se ha adelantado en la bús-queda de propuestas que, más allá del re-lato y del aporte documental sobre el pa-sado, intenten dar explicaciones que ayu-den a interpretar el porvenir".

Cinco mesas de trabajo se dedicaron atrabajar para sentar las bases para el estu-dio de una historia que rompa con los pro-vincialismos y los nacionalismos estrechos."No podemos seguir siendo hijos de una

cultura de beligerancia, guerra, caudillosy autoritarismo, decía uno de los partici-pantes. Los textos deben sembrar los valo-res culturales de nuestros pueblos para for-jar la identidad que hemos ido perdiendo".

Durante los trabajos se recomendó, porejemplo, crear una cátedra para la integra-ción y la paz en América Latina. Se de-mandó fortalecer las universidades fronte-rizas, la investigación sobre la historia delas fronteras, conflictos y acercamientosentre las naciones de la región.

En sus conclusiones, la conferenciaexigió además diseñar un estatuto para elhistoriador, y elaborar una legislación parala circulación del libro. Pidió además re-dactar nuevos textos de enseñanza prima-ria y secundaria sobre la historia, y orga-nizar pasantías e intercambios para estu-diantes y profesores. Se acordó crear unfondo para becas de profesores de prima-ria, secundaria y universidad, y fortalecerla red de archivos latinoamericanos.

Hacer que la historia sea un instrumen-to para la paz, título del documento de tra-bajo, parece una utopía realizable. Comodijo Augusto Ramírez Ocampo, represen-tante especial del director general de laUNESCO, Federico Mayor: "Que el próxi-mo milenio sea el fin de la historia de laguerra, de las imposiciones de fuerza, yllegue en cambio la solución pacífica delas diferencias entre las naciones o entrelos individuos". Parece ser una paradoja,pero será la historia la que lo dirá.

Germán HERNANDEZen Bogotá

16. . . . . .

✁Dirigirse a: Ediciones UNESCO, Servicio de ventas, 7 place de Fontenoy, 75352 Paris 07 SP.

Apellido Nombre

Calle Código postal y ciudad PaísFavor enviar ejemplares de la obra Cultura democrática: un desafío para las escuelas, por el precio de 35 FFla unidad (más 30 FF por el gasto de envío). Adjunto un cheque por la suma equivalente.

“El respeto de los derechos humanos exige

conocimientos, actitudes y un aprendizaje

práctico...”

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

P L A N E T A

To d o s l o s a r t í c u l o s p u e d e n s e rl i b r e m e n t e r e p r o d u c i d o s .

F U E N T E S U N E S C O

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

18. . . . . .

"La incapacidad de los educadores tradi-cionales para responder a la enorme de-manda de educación de adultos, la sumer-ge en una grave crisis", defiende el italianoPaolo Federighi, presidente de la Asocia-ción Europea de Educación de Adultos. Unacrisis tan grave, opina, que las estructuraseducativas, empezando por los sistemas deeducación formal, sufren las peores dificul-tades para analizarla, y aún más para for-mular propuestas de actuación para supe-rarla. Esto explica, según Paolo Federighi,el carácter farragoso y finalmente inconclu-so de los trabajos de la ConferenciaPaneuropea sobre la Educación y la Forma-ción de los adultos (es su denominación ofi-cial). Más de 200 participantes procedentesde 40 países, entre ellos Estados Unidos, Ca-nadá e Israel, participaron en ella del 12 al15 de diciembre en Barcelona; también es-tuvieron presentes el Consejo de Europa, laOCDE y la Unión Europea.

Antes, la educación de adultos preten-día, fundamentalmente, ofrecer una especiede "sesión de recuperación" a todos aqué-llos que el sistema educativo tradicionalhabía dejado en la cuneta y no querían per-manecer en ella. Aparte, asociaciones nogubernamentales realizaban una acción so-cial, especialmente en el ámbito de la alfa-betización.

E L C A M I N O S E G U R OLos "gloriosos treinta" están lejos: la revo-lución científica y tecnológica está en suapogeo y la educación de adultos, que an-tes era "un lujo", según Abrar Hasan, de laOCDE, es ahora "un imperativo". Efectiva-mente, la capacidad de aprender a cambiarde oficio a lo largo de toda la vida, más quea iniciarse por necesidad en un nuevo ofi-cio, parece ser el camino seguro para salirde la crisis. Esta primacía de los "recursoshumanos" alimentaría el motor de la inno-vación y de la adaptación de la economía,bases del crecimiento de ésta, que a su vezcondicionaría la eliminación del mal mayor:el desempleo. Según el responsable del De-partamento Federal de Educación de Adul-tos de Estados Unidos, Ronald Pugsley, cer-ca de la mitad de los trabajadores norteame-ricanos están, desde este punto de vista, enuna categoría "de riesgo", ya que no poseenlos conocimientos básicos necesarios para

E d u c a c i ó n d e a d u l t o s

SIEMPRE APRENDIENDOTrabajo, política, familia, salud, ocio y mucho más: todo cambiatan deprisa que es imprescindible aprender constantemente.

prepararse directamente para los empleosque predominarán en los próximos 25 años.Y estas lagunas son igual de patentes enlos demás países industrializados.

A estas leyes de oro de la economíavienen a sumarse unas exigencias de tipopolítico. En su conferencia inaugural, el exprimer ministro francés Michel Rocarddestacó de entrada que, "entre la amenazade un mundo embrutecido por el consumopasivo y el conformismo anestesiante, y ladel incremento de una violencia ligada alos integrismos del idioma, la sangre o lascreencias, lo que está amenazado es la de-mocracia". Frente a la creciente compleji-dad de nuestro mundo, sometido a los po-deres económico, técnico-científico y pe-riodístico (que nos traslada de la democra-cia representativa a una "democracia deopinión"), hay que "restaurar la primacíade la razón", mediante "la adquisición per-manente de conocimientos", para "crear elhombre ilustrado del siglo XXI". Es nece-saria una educación permanente en el ejer-cicio de los "derechos y responsabilidadesintelectuales de los ciudadanos" (el temade una de las cinco comisiones), erigidaen "último baluarte" de la democracia.

L A D E M A N D A S E D I S PA R AAdemás, ya que las obligaciones de la vidaprivada, al agudizarse o al multiplicarse,lo invaden todo, habrá que aprender toda-vía más "a ser", es decir, a contenerlas ydominarlas. Ya que el tiempo de trabajodisminuirá, tanto anualmente como en elconjunto de la vida, con la reducción pro-gresiva de la edad de jubilación, ese mis-mo tipo de aprendizaje será indispensablepara saber ocupar con provecho y satisfac-ción el tiempo libre. Ya que el coste de lamedicina curativa se hace prohibitivo, ha-brá que mejorar la educación de la saludpreventiva.

La demanda se dispara, pues, en dosdirecciones. Según un reciente estudio delInstituto de Educación de la UNESCO, consede en Hamburgo, el número de indivi-duos de 16 a 56 años que siente la necesi-dad de una formación continua y que nopuede satisfacerla, se sitúa entre la quintay la cuarta parte en los seis países indus-trializados estudiados. El abanico de nece-sidades por satisfacer no cesa de abrirse,

Lo s pa í s e s d e A s i a O r i en t a l han r eg i s t r a -do en l o s ú l t imo s año s uno s í nd i c e s d ec r e c im i en t o en t r e e l 6% y e l 10% , pe romás de un t e r c i o d e l o s pob r e s d e lp l ane t a v i v e en e s a r eg i ón . Ba j o e l t í t u l oL A PA R A D O J A A S I Á T I C A , e l n º 25 deEFA 2000 , en i ng l é s y f r an c é s , l l ama l aa t en c i ón s ob r e e l c on t r a s t e en t r e e lc r e c im i en t o e c onóm i c o y l a ma rg i na c i ónso c i a l , que c a r a c t e r i z a a l c on t i n en t e : l o sr e su l t ado s e c onóm i c o s d e l o s " t i g r e s " yl a s d i f i c u l t ade s que en cuen t r a l a ap l i c a -c i ón de l p r i n c i p i o d e l a edu ca c i ón pa rat odo s . E l A s i a d e l Su r, po r e j emp l o , e s l aún i c a r eg i ón de l mundo en de sa r r o l l odonde l o s ga s t o s edu ca t i v o s no han au -men tado c on r e s pe c t o a l PNB de sde 1990 .

Noventa y un expertos de 16 paísesfrancófonos se reunieron en laUNESCO los días 5 y 6 de diciembre,para hablar de nuestra futura manerade informar y de comunicar. El colo-quio sobre "PROSPECTIVA TECNOLÓ-GICA DE LA INFORMACIÓN A LASPUERTAS DEL SIGLO XXI", organi-zado por la Academia Francófona deIngenieros, debatió especialmentesobre los problemas de los paísesafricanos para incorporarse a lanueva sociedad de la información, ylos cambios sociales y de comporta-miento que generan los instrumentosde comunicación.

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

P L A N E T A

19. . . . . .

CONFERENCIA INTERNACIONAL SOBRE LA EDUCACIÓN DE LOS ADULTOS, Hamburgo, julio de 1997

abarcando desde el trabajador inmigradoa quien una asociación "humanitaria" en-seña la lengua del país de acogida, paraintentar sacarlo del desempleo, hasta elejecutivo en pleno ascenso social, al queun gabinete privado de expertos inicia enlos últimos métodos de gestión, pasandopor la joven jubilada que quiere aprove-char su tercera vida para volver a o descu-brir los bancos de la universidad.

En conjunto, la oferta sigue marcadapor unas carencias flagrantes. Es ciertoque, según el mismo estudio, entre un 14%y un 43% de los adultos siguieron, en elaño anterior a la encuesta, una formaciónde una duración de más de seis horas, lo

que representa 75 millones de adultos so-bre 200 millones (38%). Este porcentajesupera el 50% en los países más avanza-dos en la materia, como los del norte deEuropa. "Pero en realidad está aparecien-do una sociedad de educación dual", afir-man los autores del estudio del IEU. Pri-mero, entre un tercio y la mitad de los in-dividuos o de sus familias ha tenido queasumir el costo de esa formación en unaproporción comprendida entre la terceraparte y la mitad de los casos. La contribu-ción de los poderes públicos es más quemodesta, ya que no supera el 20%. En Es-tados Unidos, por ejemplo, según RonaldPugsley, el departamento de educación deadultos del gobierno federal sólo disponede 500 millones de dólares anuales -"lasautoridades nacional y local sólo traba-jan al margen", reconoce-, cuando lasempresas dedican más de 200.000 millo-nes, pero "sobre todo para mejorar lacualificación de ejecutivos y directivos".Dicho de otro modo, no sólo la educaciónde adultos sirve prioritariamente, en ge-neral, a los intereses de las empresas cuan-do se centran en sus necesidades de manode obra cualificada a corto plazo, sino queahonda el "abismo de cualificación", yaque beneficia en primer lugar a los más

cualificados. Un participante llegó a afir-mar que, en la práctica, esa educación seopone al objetivo que persigue. Por eso sehizo hincapié en la "contextualización dela oferta" (la expresión hizo furor), que sig-nifica ofrecer una formación con calenda-rios, contenidos y localizaciones tan varia-das como las necesidades, aptitudes y dis-ponibilidades de los alumnos.

Pero además es necesario que todas es-tas variantes se enmarquen en un todo co-herente. La pregunta que Abrar Hasan for-muló con mayor claridad ofuscó a los par-ticipantes, en su mayoría procedentes de or-ganismos públicos o parapúblicos, así comode asociaciones: ¿por qué, a pesar de su cre-

cimiento, la educación de adultos siguesiendo "un sector de segunda, estructuraly económicamente débil?" "¿Por qué lasestrategias nunca han dado lugar a una po-lítica?" ¿Por qué "la rigidez o la inflexibi-lidad del establishment educativo nunca sehan superado" para conseguir la indispen-sable "integración vertical" entre educaciónde adultos y educación inicial? ¿Por qué hasucedido lo mismo con la "integración ho-rizontal" -igual de indispensable- entre laspolíticas de educación de adultos y las quese desarrollan en el ámbito laboral, delempleo, de lo social? El peso de los con-servadurismos y los corporativismos, o lasdivergencias sobre los objetivos finales,¿llegan a impedir la confluencia de esfuer-zos de las instituciones educativas, por muydistintas que sean? Sin embargo habrá quepagar ese precio para que la educación deadultos se convierta al fin en una educa-ción para todos y, al mismo tiempo, en unaeducación a lo largo de toda la vida.

De la conferencia no salió una estrate-gia operativa para la educación de adultos,que pudieran seguir sus numerosos agen-tes. Esto hace aún más crucial la cita deHamburgo.

R. L., Barcelona

La reunión de Barcelona fue la tercera conferencia regional preparatoria de laquinta conferencia internacional sobre la educación de los adultos.Las dos anteriores conferencias preparatorias se celebraron en septiembre enJomtien (Tailandia), para la región de Asia-Pacífico, y en octubre en Dakar, paraÁfrica. Les sigue la de El Cairo, este mes, para los Estados árabes, y la de febreroen Brasilia, para Latinoamérica y el Caribe.

E l 17 de d i c i emb re , l a UNESCO , l aFunda c i ón Na c i ona l d e C i en c i a s Po l í t i c a s( F r an c i a ) y e l I E P ( c an t e r a de l a s é l i t e sf r an c e sa s , má s c ono c i do c omo " S c i en c e s -Po " ) f i rma ron un a cue rdo decoope ra c i ón en va r i o s c ampo s : e du ca c i ón ,f o rmac i ón , i n ve s t i ga c i ón , do cumen ta c i ón ,e t c . E s t e a c u e r d o s e t r a d u c i r á e s p e c i a l -men t e en CURSOS PARA ESTUD IAN-T ES de l I E P en l a UNESCO , s e s i one s def o rmac i ón de f un c i ona r i o s d e l a O rgan i -z a c i ón en e l I E P, l a e l e c c i ón c on j un t a deexpe r t o s que pa r t i c i p en en l a s m i s i one sde l a UNESCO y e l a c c e s o mu tuoa l o s c en t r o s d e do cumen ta c i ón y dea r ch i vo .

El director general, Federico Mayor, yel presidente de RadiotelevisiónItaliana (RAI), Enzo Siciliano, firma-ron el 17 de diciembre un acuerdoque compromete a la UNESCO aapoyar la traducción y la difusión, enlas distintas regiones del mundo, de laENCICLOPEDIA DE CIENCIASFILOSÓFICAS. Realizada por la RAI yel Instituto Filosófico de Nápoles, estaenciclopedia multimedia estáestructurada en torno a 800 entrevis-tas con eminentes filósofos del mundoentero. Está disponible en papel,cinta, disquete y CD-ROM.

Una ve i n t ena de edu cado re s , p r o f e s o r e sun i v e r s i t a r i o s y l i n gü i s t a s eu ropeo s s er eun i e r on en Luxembu rgo de l 28 a l 30de nov i embre , en e l ma r c o de uns em ina r i o o r gan i zado po r l a UNESCO yt i t u l ado " L engua s meno s ex t end i da s ,f o rmac i ón de mae s t r o s y c u l t u r a de paz " .P r opu s i e r on l anza r una c ampaña ae s c a l a eu ropea pa ra s en s i b i l i z a r a l o sf u t u r o s d o c e n t e s e n e lM U LT I L I N G Ü I S M O y e lmu l t i c u l t u r a l i smo . E s pe c i a lmen t e s e l e spod r í a o f r e c e r un c u r s o s ob r e e s t e t ema ,c on e l f i n d e que l a i n t eg ra c i óneu ropea no s e r ea l i c e s i s t emá t i c amen t een de t r imen t o de l a s l e ngua s m ino r i t a -r i a s .

E d u c a c i ó n d e a d u l t o s

P L A N E T A

To d o s l o s a r t í c u l o s p u e d e n s e rl i b r e m e n t e r e p r o d u c i d o s .

F U E N T E S U N E S C O

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

"U N A H I S T O R I A F O T O G R Á F I C A " ,p e l í c u l a f r an c e sa de Na t a cha De fon t a i ne ,r e c i b i ó e l P r ime r G ran P r em io de l XXFe s t i v a l I n t e r na c i ona l d e C i n e de A r t e yPedagóg i c o , r ea l i z ado en l a UNESCO de l22 de nov i embre a l 3 de d i c i emb re .Fo t og ra f í a s y t e s t imon i o s r e v i v en l ah i s t o r i a y l a r ea l i dad s o c i a l d e Ma l í ,d e sde l o s año s c i n cuen t a ha s t a nue s t r o sd í a s . A l l í s e dan c i t a s u s d i s t i n t o s

p r o t agon i s t a s que , s u c ed i endo a l g r i o t ,han t e j i d o una r ed de am i s t ad y dee s t ima en t r e gene ra c i one s . E s t a ob ra f ues e l e c c i onada en t r e 62 pe l í c u l a s d e 13pa í s e s .

20. . . . . .

D E L A T R A D C I Ó N O R A L A L R E P O RTA J E .

L A C R Ó N I C A R A D Z I V I L L , E L E J E M P L O M Á SA N T I G U O D E A R T E R U S O D E L A

I L U M I N A C I Ó N Q U E H A S O B R E V I V I D O( F o t o © M . D u n n ) .

Las bibliotecas nunca habían estado tan re-pletas de obras y de documentos, y cada vezse dispone de medios más sofisticados paraconservarlos. Y sin embargo, siguen de-sapareciendo tesoros documentales de granvalor, víctimas de guerras, de catástrofesnaturales o del paso del tiempo. El siglo XXha sido el más destructor de patrimoniodocumental de la historia del planeta, comorecuerda un estudio realizado por la Biblio-teca Real de Holanda, en el marco del pro-grama Memoria del Mundo, lanzado en1992. Su objetivo es fomentar y facilitar laconservación del patrimonio documentalmundial, ampliando su acceso.

Desde Alejandría hasta Sarajevo, sonmuchas las bibliotecas y las colecciones dearchivos que han sido víctimas de la gue-rra. "Las mayores pérdidas se produjerondurante las dos guerras mundiales, cuentaAbdelaziz Abid, coordinador del programa,principalmente en Polonia e incluso en Ale-mania. En Dresde, por ejemplo, desapare-cieron todas las bibliotecas". Después de1945, numerosos regímenes totalitarios ri-valizaron en el arte de la purga y del encar-nizamiento sistemáticos sobre los libros,como en China y en Camboya. Más recien-temente, en Afganistán se han destruido bi-bliotecas enteras.

A M E N A Z A S C O R R I E N T E SLas catástrofes también devoran pedazosenteros de este patrimonio. Todavía se re-cuerda el incendio que destrozó cerca de 3,6millones de obras de la biblioteca de la Aca-demia de Ciencias de San Petersburgo, en1988. Pero el frenesí destructor de las per-sonas y de la naturaleza no son sus únicosenemigos. El paso del tiempo y las condi-ciones climáticas son otras amenazas co-rrientes que resultan, a la larga, casi igualde temibles, especialmente en las zonas tro-picales. Más frágil que los sitios naturalesy culturales, el patrimonio documental estáintegrado por materiales sintéticos natura-les u orgánicos, químicamente poco esta-bles y sujetos a la descomposición. "El ene-migo número uno es el agua, omnipresenteen el aire, explica Dietrich Schüller, presi-dente del subcomité de tecnología. Despuésla luz, que deteriora los colores, y el calor.Cuanto más elevada es la temperatura, másse aceleran los procesos químicos".

P a t r i m o n i o

EL MUNDO RECOBRA LA MEMORIALos tesoros documentales del planeta, durante mucho tiempoolvidados, deben protegerse y estar al alcance de la mayoría.

La memoria del mundo es también víc-tima de la modernización de sus soportes,explica Abid. "El papel reciente y la pelí-cula se conservan mal. El periódico tieneuna calidad especialmente mala; se pul-veriza al cabo de 50 años". "Las escritu-ras cuneiformes de Babilonia aún se pue-den leer, pero algunos disquetes de hacepocos años son inutilizables porque en estetiempo han cambiado los programas, aña-de Dietrich Schüller. De manera general,estamos frente a una paradoja: cuanto másviejo es un documento, mayor es sulongevidad".

En total, un centenar de colecciones yde bibliotecas del mundo entero están in-ventariadas hasta el momento en la Listadel Patrimonio Documental en Peligro, ela-borada en el marco del programa. La bi-blioteca nacional de Egipto, por ejemplo,está amenazada por la humedad, la ine-xistencia de una auténtica política de con-servación y la falta de personal cualifica-do, además de ser el paraíso terrestre delas ratas y ratones cairotas. En Moscú, sonprincipalmente los robos y el peligro deincendios y de inundaciones lo más temi-do. En la Europa central y oriental, entre

Los templos de Abu Simbel, en(Egipto), el Taj Mahal (India), Yenné(Malí), el conjunto arqueológico deMérida (España) y el sitio de Palenque(México) se fundieron recientementeen oro y plata. El 11 de diciembre sepresentaron y pusieron en circulación,en Madrid, las MONEDAS CONMEMO-RATIVAS que representan a esos cincolugares destacados del patrimonio.Son el fruto de un acuerdo firmado acomienzos de año entre la UNESCO yla Fábrica Nacional de Moneda yTimbre (FNMT), que realizará dosseries. Los derechos reales que paguela FNMT irán a la UNESCO parafinanciar actividades de promoción yde salvaguarda de los sitios inscritosen la Lista del Patrimonio Mundial. Yase recibió un anticipo de 25.000dólares.

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

P L A N E T A

21. . . . . .

Hasta ahora, el programa ha realizado alrededor de diez CD-ROM y CDinteractivos, a título meramente "demostrativo", señala Abdelaziz Abid.

Tres de esos CD se refieren a los más bellos manuscritos e incunables de laBiblioteca Nacional de Praga (República Checa). Otros presentan documentos deun valor excepcional: los tratados de astronomía del observatorio turco de Kandilli,la crónica medieval rusa de Radzivill (que relata la historia de los pueblos euro-peos), manuscritos búlgaros de los siglos XI a XVII sobre Santa Sofía, cerca de500 manuscritos yemenitas, etc.

El último de la colección agrupa 3.000 postales africanas que datan de laépoca colonial.

LA PRUEBA DE LOS DIEZ DISCOS COMPACTOS

el 70% y el 80% del patrimonio documen-tal requiere una intervención inmediata.

Aunque algunos de estos peligros pue-den evitarse, ese patrimonio raramente re-cibe una atención adecuada. Al ser menosespectacular y menos popular que los mo-numentos y los sitios, es el pariente pobrede las políticas de conservación. "Pregún-tele a la gente si tiene sentido proteger losmonumentos y construir museos, y le res-ponderá que sí porque todos han visitadoo han oído hablar del Taj Mahal y de laspirámides de Guiza. Pero pocos son cons-cientes de que las fotografías se vuelvenamarillas y se pierden", se lamenta DietrichSchüller.

Para sensibilizar a la opinión pública,el programa se lanzó en 1996 con la iden-tificación, a escala mundial, de las colec-ciones de manuscritos, de archivos, de gra-baciones sonoras, de películas, etc., que tie-nen una dimensión universal. Por ejemplo:una serie de manuscritos que explica el na-cimiento de la escritura coreana.

El objetivo es constituir un registro delpatrimonio documental, parecido a la Lis-ta del Patrimonio Mundial. Hasta ahora losEstados han presentado una veintena de ex-pedientes. Un comité consultivo formadopor 14 especialistas se reunirá el próximoseptiembre para examinarlos y presentarsus recomendaciones al director general dela UNESCO. La inscripción de una colec-ción en el registro, una especie de etiquetade calidad, podrá ayudar a su propietario,sea público o privado, a conseguir los fon-dos necesarios para restaurarla y conser-varla.

En general, la norma básica a seguir"cabe en tres palabras, resume Schüller:aire seco, frescura y oscuridad. Como es

lógico, los países del Sur están mal situa-dos". Porque las medidas preventivas ne-cesarias requieren unas inversiones consi-derables, tanto en material adecuado (cli-matización, sistemas de almacenamiento,encuadernaciones, etc.) como en formacióndel personal.

"Heredamos una memoria destruida,fragmentada, dispersa. Pero ahora tene-mos la posibilidad de disponer de nuevastecnologías que nos permiten recomponerlos pedazos, al menos virtualmente", aña-de Abid, en referencia a un método costo-so pero prometedor: la digitalización. Losdocumentos se escanean y generalmente sealmacenan en discos compactos. Esta téc-nica presenta la doble ventaja de preservarlos originales y de multiplicar las posibili-dades de acceso a su contenido. "Los so-portes pueden cambiar -entonces habráque transferir los datos a los nuevos-, perotodo parece indicar que la digitalizacióndurará mucho tiempo, opina Abid. Permi-te una reproducción fácil y de la mismacalidad que el original digital, al contra-rio que la fotografía o la imprenta. Ade-más, la información puede viajar a travésde las redes".

Pero el principal inconveniente de estemétodo es su costo, a menudo prohibitivo."La otra cara de la moneda son tambiénlos riesgos de manipulaciones, de uso noautorizado, de reproducción pirata", aña-de Abid. Un tema que se abordará duranteuna importante conferencia internacionalque se celebrará en Montecarlo del 10 al12 de marzo de 1997, organizada por laUNESCO.

Sophie BOUKHARI

"Unamos nue s t r o s e s f ue r zo s a l o s d e l aAu t o r i dad Pa l e s t i na pa ra que t odo sj un t o s hagamos de l a c i udad de l aNav i dad una c i udad - f a r o de l a human i -dad , una u rbe de paz y de p r o spe r i dad " ,

d e c l a r ó F ede r i c o Mayo r a l i n augu ra r enRoma una expo s i c i ón i t i n e r an t e def o t og ra f í a s , que r ep r e s en t a l o s t e s o r o sh i s t ó r i c o s y r e l i g i o s o s d e Be l én , a s í c omol a u r ban i za c i ón aná rqu i c a y l a c on t am i -na c i ón que l o s amenazan . E s t a expo s i c i óns e i n s c r i b e en una c ampaña de l aUNESCO de s t i nada a r e c auda r l o s 2 , 26m i l l one s de dó l a r e s ne c e sa r i o s pa ra l ar ea l i z a c i ón de l p r oye c t o B E L É N 2 0 0 0 .S u ob j e t i v o e s r ehab i l i t a r l a c i udadan t i gua y r e s t au ra r s u s monumen to s ,d e sa r r o l l ando e l t u r i smo y l a s a c t i v i da -de s gene rado ra s de emp l eo l i g ada s a l ac on s e r va c i ón de l pa t r imon i o c u l t u r a l .

Conservadores, arqueólogos, arqui-tectos e ingenieros tienen dos años y515.000 dólares para darle todo suesplendor al MONASTERIO DEPROBOTA, situado al noreste deRumania. Este santuario, que posee lapinturas murales más antiguas (sigloXVI) y bellas de la Moldavia rumana,constituye un ejemplo perfecto de laarquitectura religiosa de la época deEsteban el Grande. Financiado por elFondo Japonés para la Preservacióndel Patrimonio Cultural Mundial, elproyecto de restauración del monaste-rio goza también de la ayuda de laUNESCO, que proporciona eldirector y los asesores internaciona-les, así como el equipamiento impor-tado y los materiales no disponibleslocalmente.

L A T U M B A D E R A Q U E L , L U G A R S A G R A D O PA R AL A S T R E S R E L I G I O N E S D E L L I B R O( F o t o U N E S C O / J . B a e c q u e ) .

P a t r i m o n i o

P L A N E T A

To d o s l o s a r t í c u l o s p u e d e n s e rl i b r e m e n t e r e p r o d u c i d o s .

F U E N T E S U N E S C O

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

22. . . . . .

C I N C O M I L O N E SD E

T E L E S P E C T A D O R E SV I E R O N L O SP R O G R A M A S

E S P E C I A L E S AF A V O R D E L O S

N I Ñ O S C O ND I F I C U L TA D E S

( F o t o U N E S C O /H i e n L a m D u c ) .

Un vestido de Audrey Hepburn, un traje delcampeón de fórmula 1 Michael Schumachery una corbata de Helmut Kohl, son algunosde los objetos subastados recientemente abeneficio de proyectos educativos para ni-ños de la calle, niños discapacitados, refu-giados, que viven en la extrema pobreza oen zonas de conflicto.

La subasta fue uno de los actos que seretransmitieron durante la telemaratón es-pecial "RTL/UNESCO/Niños desampara-dos" que se celebró en Alemania, organiza-da por la embajadora especial de la UNES-CO para los niños desamparados, Ute-Hen-riette Ohoven, y la esposa del director ge-neral de RTL (el mayor grupo audiovisualeuropeo), Daniele Thoma.

Durante dos días, el 28 y el 29 de no-viembre, la telemaratón permitió recaudarcuatro millones de dólares, que se entrega-ron a la UNESCO a fines de diciembre.Están destinados a seis proyectos educati-vos de Alemania, Suráfrica, Bielorrusia,Bosnia y Herzegovina, Brasil y México,apoyados por la UNESCO en el marco desu programa "Niños desamparados".

Los proyectos fueron presentados du-rante la telemaratón por sus padrinos Ute-Henriette Ohoven, Pelé, ministro extraor-dinario de Deportes de Brasil y embajadorde buena voluntad de la UNESCO, MichaelSchumacher, enviado especial de laUNESCO para la educación y el deporte, elcantante pop Howard Carpendale, el tenorPlácido Domingo y Hans-Dietrich Gens-cher, ex ministro alemán de asuntos exte-riores.

E d u c a c i ó n

¡ADJUDICADO, VENDIDO!Una telemaratón y una subasta han permitido recaudar cuatromillones de dólares para la educación de los niños desamparados.

Otras figuras bien conocidas del mun-do de las artes, de la cultura, de la políticay del deporte participaron en esa maratón,la mayor operación de recogida de fondosde la televisión alemana, que siguieron cin-co millones de telespectadores.

La embajadora de buena voluntad dela UNESCO Montserrat Caballé hizo un

llamamiento a los donativos y cantó, consu hija Montserrat Monti, "Our time hascome", un himno compuesto especialmentepara la telemaratón. Para esta ocasión secreó también un reloj Swatch.

"Todos los que participaron hicieronmuy bien su trabajo, declaró Ute-HenrietteOhoven. Parecía que luchaban por su pro-pio hijo. Los espectadores también lo en-tendieron así, al parecer. La suma que he-mos recogido es un auténtico récord y selo agradezco mucho a todos los que hancontribuido".

Lanzada en Alemania en 1993, con suactiva participación y en estrecha colabo-ración con la Comisión Nacional de laUNESCO de Alemania, la campaña de re-cogida de fondos "UNESCO-Niños desam-parados" ha recaudado hasta el momentounos 10 millones de dólares, gracias a nu-merosos actos de prestigio. El programaque financia tiene tres objetivos: la coope-ración técnica sobre el terreno para el de-sarrollo de la educación básica; la sensibi-lización de la opinión pública en las nece-sidades educativas de los niños desampa-rados; y la ampliación del número de agen-tes que trabajan en este ámbito.

Se ha dado un nuevo pa so en e l l a r gop ro c e so de r eda c c i ón de una DECLARA-C IÓN UN IVERSAL SOBRE E L GENO-MA HUMANO , c on l a ap roba c i ón , e l 17de d i c i emb re , d e un an t ep roye c t o det ex t o po r pa r t e de l a c om i s i ón j u r í d i c ade l C om i t é I n t e r na c i ona l d e B i o é t i c a . A lc abo de t r e s año s de d i s c u s i ón y der ev i s i ón , e l t ex t o p r o c l ama que e lc on j un t o de c e r c a de 100 .000 gene s quede t e rm inan l a he r en c i a , c on s t i t u ye " unpa t r imon i o c omún de l a human i dad " . E lp r oye c t o s e p r e s en t a rá pa ra s u adop c i ónen l a Con f e r en c i a Gene ra l d e l a UNESCOan t e s d e f i n d e año .

"THE A.B.C. OF CYCLONE REHABILI-TATION" proporciona todos los datosbásicos sobre meteorología y arquitec-tura, los diagramas y estudios decasos necesarios para reconstruir lasescuelas derrumbadas por los ciclo-nes. Este sencillo manual está profusa-mente ilustrado, con el fin de explicara los neófitos los principios de unaconstrucción sólida y duradera.☛ Unidad de arquitectura para la educación

La f a l t a d e c omun i c a c i ón imp i de e ld e sa r r o l l o d e med i o s pa ra c on s e r va r ypu r i f i c a r e l agua en Á f r i c a , op i na ron l o sr ep r e s en t an t e s d e o r gan i za c i one si n t e rna c i ona l e s y de ONG de o cho pa í s e sf r an có f ono s de l a r eg i ón , r eun i do s enNuak cho t (Mau r i t an i a ) l o s d í a s 4 y 5 denov i embre . E l s em ina r i o , o r gan i zadoden t r o de l p r oye c t o de l a UNESCO" M u j e r e s y a g u a " ( v e r F u e n t e s n º 8 4 ) ,p r e t end í a e s t imu l a r l a c oope ra c i ón en t r el o s s e r v i c i o s púb l i c o s re s pon sab l e s d e l age s t i ón de l o s R ECURSOS DE AGUA e nl a s z ona s á r i da s y s em iá r i da s , y l a smu j e r e s que l o s u t i l i z an . Re comendó l ac r ea c i ón de una r ed r eg i ona l d e i n ve s t i -gado r e s y de o r gan i za c i one s l o c a l e s , a s íc omo de p r og ramas de f o rmac i ón ei n t e r c amb i o de expe r i en c i a s .

F U E N T E S U N E S C O N ° 8 6 / E N E R O 1 9 9 7

P L A N E T A

La ga l a - c on c i e r t o " E s t r e l l a s d e l ba l l e tr u s o " , a b ene f i c i o d e LA F EN IC E , e lc é l eb r e t ea t r o v ene c i ano i n c end i ado enene ro de 1996 , p e rm i t i ó r e c auda r l a

s uma de 50 .000 F F. E l 20 de d i c i emb r e ,ba i l a r i n e s e s t r e l l a d e l Bo l c ho i , d e l t e a t r oK i r ov de San Pe t e r s bu rgo y de i n s t i t u c i o -ne s mo s cov i t a s f amosa s , r ep r e s en t a r onob ra s de Cha i kov sk i , R i smk i -Kó r s akov,Ra chman inov, S c hube r t , S a i n t - Saën s , e t c .

El violinista francés David Grimal, laarpista holandesa Godelive Schramay el violoncelista húngaro TamasVarga son los premiados por laTribuna Internacional de JÓVENESINTÉRPRETES, celebrada en Lisboa(Portugal) en noviembre pasado, bajoel patrocinio de la UNESCO y delConsejo Internacional de Música.Seleccionados entre 32 candidatos de19 países, fueron invitados a darconciertos. Sus grabaciones serántransmitidas por los miembros de laUnión Europea de Radiodifusión.

23. . . . . .

FUENTES UNESCO es una revista mensual pu-blicada por la Organización de las Naciones Unidaspara la Educación, la Ciencia y la Cultura (tel: 33 145681673; fax: 33 1 45685654). Las edicionesen inglés y francés se realizan enteramente en lasede; las ediciones en español y catalán, con el Cen-tro UNESCO de Cataluña, Mallorca 285, 08037 Bar-celona, España; la edición en chino, con la AgenciaXINHUA, 57 Xuanwumen Xidajie, Beijing, China;la edición en portugués, con la Comisión Nacionalpara la UNESCO, Avenida Infante Santo nº 42, 5º,1300 Lisboa, Portugal.Responsable de la publicación: R. Lefort. Re-dactores: S. Williams, S. Boukhari, A. Otchet. Se-cretaria de redacción: C. Mouillère. Versión enespañol: L. Sampedro (París), E. Kouamou (Bar-celona). Compaginación: G. Traiano. F. Ryan. Se-cretaría y difusión: D. Maarek.Fotograbado e impresión en los talleres de laUNESCO. Distribución a través de los servicios es-pecializados de la UNESCO.

L A C Ú P U L A D E G E N B A K U( F o t o U N E S C O / M i c h i o I d e ) .

El 6 de diciembre, el Comité del Patrimo-nio Mundial añadió 35 nuevos sitios a laLista de la UNESCO, elevando su númeroa 506. Entre esos lugares de interés natu-ral, cultural o histórico, o bien de una be-lleza excepcional, hay uno que ha llamadola atención de la prensa: el Memorial de laPaz de Hiroshima, conocido también conel nombre de Cúpula de Genbaku.

No se trata de una maravilla arquitec-tónica. En realidad es una ruina conserva-da expresamente en ese estado. Lo que ori-ginalmente no era más que un simple pa-bellón de exposición, construido en 1910,es hoy uno de los vestigios más desgarra-dores de la explosión atómica que golpeó

Hiroshima el 6 de agosto de 1945, matan-do y quemando a cerca de 140.000 perso-nas. Cuatro Km2 de la ciudad quedaron re-ducidos a cenizas, mientras la bola de fue-go lo destruía casi todo a su paso. El pabe-llón se salvó gracias a la extraña casuali-dad que le situó a menos de 150 metrosdel núcleo de la explosión. Las ondas dechoque descendieron hacia el edificio peroen seguida se apartaron de él. Así sobrevi-vió el pabellón con su cúpula.

"A los ojos del Comité del PatrimonioMundial, Hiroshima tiene varios valoresimportantes y complementarios, explicaBernd von Droste, director del Centro delPatrimonio Mundial. Es el único sitio en elmundo que presenta con tanta intensidad unaprueba física del trágico acontecimiento que

P a t r i m o n i o

SIMBÓLICO Y EXCEPCIONALVestigio de la tragedia de Hiroshima, el Memorial de la Paz acabade ser inscrito en la Lista del Patrimonio Mundial. Debate.

prácticamente puso fin a la Segunda Gue-rra Mundial. Al recordarnos a quienes mu-rieron durante la explosión y más tarde,por los efectos de las radiaciones, la Cú-pula de Genbaku nos muestra que el usode armas nucleares es una tragedia".

Cuando el Comité -que representa a 21países- alcanzó un consenso para inscribirla cúpula en la Lista, China expresó sus"reservas" en una declaración anexa a ladecisión: "Durante la Segunda GuerraMundial, fueron los demás países y pue-blos asiáticos quienes sufrieron las pérdi-das más importantes en vidas humanas ylos daños materiales más graves. Pero hoytodavía quedan algunas personas que in-tentan negar este hecho histórico". A loschinos les preocupa que la inscripción dela cúpula en la Lista se utilice "con finesperjudiciales".

C I R C U N S P E C C I Ó NEstados Unidos, por su parte, decidió"apartarse" de la decisión, porque "le preo-cupa la falta de contexto histórico". Estepaís declaró que "los acontecimientos queprecedieron el uso del arma atómica porEstados Unidos, para poner fin a la Se-gunda Guerra Mundial, son esencialespara la comprensión de la tragedia deHiroshima" y solicitó "encarecidamente alComité que juzgara la oportunidad de ins-cribir sitios de guerra en la Lista del Pa-trimonio Mundial".

Según von Droste, el Comité se mues-tra circunspecto cuando se trata de sitiosasí. "Teme que esos monumentos despier-ten viejas animosidades y dividan, cuandola UNESCO persigue todo lo contrario:unir a los pueblos". Los sitios culturalessuelen inscribirse tanto por su estética úni-ca como por sus cualidades simbólicas.Pero Genbaku únicamente ha sido acepta-do debido a su "significación universal",un criterio estatutario que sólo puedeinvocarse "en caso de circunstancia excep-cional", según la Convención del Patrimo-nio Mundial. Sus autores introdujeron estacláusula únicamente para poder incorpo-rar a la Lista el campo de concentración deAuschwitz, lo que se hizo en 1979. Ahoraacaba de servir por segunda vez.

A. O.

La SALUD DE LOS ADOLESCENTES será el tema de un taller que se llevará a cabo en la

Sede del 10 al 14 de febrero y que reune varias instituciones de las Naciones Unidas. Los problemas

relacionados con LA MIGRACIÓN Y LA URBANIZACIÓN centrarán las discusiones del

Comité Internacional del Programa Metropolis que se reunirá en la Sede los días 11 y 12 de febrero. Se

espera la asistencia de unos 150 representantes de ONG a una consulta colectiva sobre LA

ALFABETIZACIÓN Y LA EDUCACIÓN PARA TODOS , que se realizará en

Uagadugú (Burkina Faso) del 17 al 21 de febrero. Los temas tratarán esencialmente sobre los medios para

asegurar la igualdad de acceso entre los sexos. Expertos en distintas disciplinas debatirán en la Sede, el 20

de febreo, sobre las repercusiones sociales, culturales y económicas del TURISMO tomando como ejemplo

el caso de Turquía. "CIUDADES DE RIESGO én caso de catástrofe ambiental: una agenda para

la UNESCO" será el tema de un seminario científico que se realizará en la Sede el 4 de marzo. En cooperación

con la organización caritativa AMAR, un coloquio será organizado en la Sede, del 5 al 7 de marzo sobre las

"CIVILIZACIONES EUROPEAS E ISLÁMICAS- un espacio permanente de diálogo".

Unos cincuenta directores de institutos de DERECHOS HUMANOS se reunirán en la Sede los

días 6 y 7 de marzo para preparar el cincuentenario de la firma de la Declaración Universal de los Derechos

Humanos. Representantes de los países de Asia Oriental y del Sudeste se reunirán en Yakarta (Indonesia)

del 7 al 18 de marzo para discutir sobre la instalación de materiales pedagógicos de alfabetización para las

poblaciones olvidadas de las zonas urbanas: niños de la calle y habitantes de los tugurios. El DÍA

INTERNACIONAL DE LA MUJER será celebrado el 18 de marzo por el conjunto del

sistema de las Naciones Unidas. Cerca de 400 expertos se reunirán en Monte-Carlo (Mónaco) del 10 al 12

de marzo en el primer Congreso Internacional de INFOÉTICA: aspectos éticos, jurídicos y sociales de la

información numérica.

El PRÓXIMO TEMA CENTRAL se sumergirá en los tesoros absorbidos por el mar: el faro de

Alejandría y los restos del Titanic. Efectivamente, un proyecto de convención internacional pretende proteger

este patrimonio ampliamente saqueado, que puede proporcionar una gran cantidad de informaciones históricas.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○A G E N D A○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

U N E S C OFUENTES