gotas de sombra e de luz titulo 15

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O título desta obra reflete sua essência. Sintetiza as lutas que travei em minha vida, algumas das quais arrancaram dolorosamente pedaços de mim, deixando em “carne viva” minha alma. Naquele estado de espírito, escrevi “Meu Canto”, “Caos” e outras. É quase palpável a dor, a decepção e a exaustão que vivenciava ao produzi- -las. São as “Gotas de Sombras”, pois enegrecido estava meu coração...

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Gotasdesombrae deLuz

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São Paulo 2014

Gotasdesombrae deLuzmariLene romariz

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Copyright © 2014 by Editora Baraúna SE Ltda

Capa Natasha Romariz Maasri

Diagramação Jacilene Moraes

Revisão Mariana M. Benicá

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________R669g

Romariz, Marilene Soares Gotas de sombra e de luz/Marilene Soares Romariz. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2014.

ISBN 978-85-437-0099-1

1. Crônica brasileira. I. Título.

14-11135 CDD: 869.98 CDU: 821.134.3(81)-8________________________________________________________________08/04/2014 14/04/2014

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo - SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br

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Por Marilene Romariz

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sumário

Agradecimentos .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 9Prefácio .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 11Meu Canto .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 17Renascer .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 18Caos . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 20Criança de Rua . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 21Saudade do Ludovico .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 23Inocência.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 28Pequeno Cordeiro .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 32“Então... até o Natal, minha amiga” . .. .. .. .. .. .. 36“Pô, Mãe!” .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 40“Mulher de Malandro gosta de apanhar” .. .. .. .. .. 43Eu me lembro dele assim... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 46Cereja e Chantilly . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 50Ao amigo que parte para nova missão .. .. .. .. .. .. 53Fim de Plantão . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 54Aba. Pai .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 55Dor de Alma .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 57Dura Lex... Sede Lex .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 59Remédio Amargo . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 62Como Daniel na jaula dos leões .. .. .. .. .. .. .. .. 65Crianças .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 69Crianças na Enfermaria .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 70Crianças no Consultório - O Hiperativo .. .. .. .. .. 72

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Crianças no Consultório - O Artista . .. .. .. .. .. .. 74Crianças no Consultório - O Pseudoecologicamente Correto .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .75Criança em Casa .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 76Crianças na Calçada de Casa .. .. .. .. .. .. .. .. .. 77Pelo João, Obrigada Meu Senhor! . .. .. .. .. .. .. .. 79Asas de cera .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 85Guilherme .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 90Perfume Francês .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 94Errei . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 97Carcinoma Espinocelular.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 99Encaminhamento . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 101“Olhai os Lírios dos Campos” .. .. .. .. .. .. .. .. . 105Reflexões .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 108Ocaso .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 111

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aGradecimentos

À minha família,Meu norte, minha bússola, minha Estrela de Belém.

A meus filhos, Camila e Lucas,Alfa e Ômega, mel e sal em minha vida.

A meus amigos,Espelhos nos quais me enxergo, almofadas onde reclino a cabeça dolorida.

A todas as pessoas que tornaram minha vida mais difícil,Agradeço por me ensinarem humildade e paciência.

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Prefácio

Há um impulso presente em alguns indivíduos pri-vilegiados que os leva a expressar compulsivamente o que sentem, transformando em variadas formas de arte as vi-vências que, em nós, indivíduos comuns, são deixadas morrer na rotina morna do cotidiano. Sabino Romariz, poeta, consciente detentor dessa condição especial, lou-va-a como sendo um dom divino:

[...] Debalde a riqueza me cobre de insultos,A inveja tropeça na linha em que vou, Eu tenho uma estrela radiante de Artista, É um timbre infinito – foi Deus quem timbrou

E continua:

Sou órfão de amores, sou pobre de afetos,Não tenho carinhos, jamais, de ninguém, Mas tenho uma estrela suprema de Artista. E tenho uma glória que muitos não têm.1

1 ROMARIZ, Sabino (“Minha Estrela”, poema do livro “Poesias Es-colhidas – Sabino Romariz”. Penedo, Al, 1992).

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O poeta resume, como ninguém, minha própria for-ma de enxergar o artista, esse “médium” capaz de se co-municar com esferas do inconsciente e do supraconscien-te (a que Young chama “memória coletiva”, mas que, para mim, são muito mais que isso). Dessas incursões em ou-tros planos, o artista colhe impressões que, por meio dos suportes os mais diversos (sons, cores, espaços, palavras), divide conosco, mortais comuns, levando-nos a vislum-brar os caminhos especiais que trilha, fazendo-nos refletir melhor, aprender mais, sentir com mais profundidade.

É com esta visão que entendo Marilene Romariz e este livro. As crônicas que ela aqui expõe, em lin-guagem simples e intimista, são pedaços de sua vida, nacos de suas emoções, fatias de seu dia a dia, anali-sadas pela mente e pela sensibilidade privilegiadas de alguém incomum, capaz de, na dor, chegar ao fundo do poço, para se erguer em seguida, usando uma capa-cidade invejável de aprender em qualquer situação, o humor que transforma lágrima em sorriso e a fé que, nela, literalmente, remove montanhas.

Porque, como seu avô, Sabino Romariz, Marilene tem uma espiritualidade exacerbada que permeia tudo o que faz e, obviamente, o que escreve. Por conta disso, só poderão perceber toda a profundidade de seus relatos aqueles que creem em Deus, no au-delà, em uma dimen-são espiritual. A experiência relatada na crônica “Pelo João, Obrigada Meu Senhor” parecerá surreal a quem não acredita que, em planos mais elevados, cada um de nós dispõe de um guardião - o “anjo da guarda” de nossas orações de infância - que constantemente vela por nós.

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Por outro lado, os que creem, como eu, serão tomados por uma enorme emoção ao constatar que algumas pou-cas pessoas, e Marilene Romariz é uma delas, têm o poder de quebrar as barreiras do plano físico e atingir um repo-sitório infinito de sabedoria e amor, obtendo, pela prece, resultados físicos ainda inexplicáveis, mas palpáveis, vi-síveis, mensuráveis, como os relatados naquela crônica.

Mas, embora embasado em profunda espiritualida-de, “Gotas de Sombras e de Luz” não tem o tom místi-co e doutrinário de livros que falam de religião. E não tem porque outros traços da personalidade da escritora nele se fazem presentes, tornando-o dinâmico, interes-sante, por vezes hilário. Sim, porque o humor, caracte-rística marcante da personalidade de Marilene Romariz, nos faz rir nos momentos mais inesperados, como nas crônicas “Crianças no Consultório”, na engraçadíssima “Pô, mãe!” e até mesmo na triste “Saudades do Ludo-vico”. Em poucos momentos esse humor se ausenta do livro e, quando se ausenta, cede lugar a uma dor aguda, penetrante, quase insuportável.

Esta enorme amplitude de sensibilidade presente nas crônicas que compõem o livro é um dos pontos que mais admiro em “Gotas de Sombras e de Luz”: ao passar da tristeza absoluta, acachapante, de “Meu Canto”, ao hu-morismo leve e despreocupado de “Remédio Amargo”, ela nos revela uma personalidade que, se tem a capacida-de de sofrer a dor mais destroçante, tem o dom invejável de, em curtíssimo espaço de tempo, reencontrar, pela fé ou pelo humor, a alegria e o equilíbrio psíquico, meca-nismo de defesa indispensável à sobrevivência da autora.

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É que Marilene Romariz é médica – e médica que exerce a profissão nos ambulatórios públicos por onde pas-sam as camadas mais pobres e mais sofridas da população. Sensível como é, com um aguçado sentido de justiça so-cial, a exposição cotidiana à dor e ao descaso a fazem sofrer como poucos – por isso há tanta tristeza em seu livro; mas a fé e o humor a recarregam rapidamente, e ela se põe de pé – por isso, ri-se tanto durante a leitura de “Gotas de Luz e de Sombras”, cujo título resume, perfeitamente, esta am-pla gama de emoções a que, ao lê-lo, o leitor será subme-tido: Amor e Desamor, Esperança e Desespero, Alegria e Dor. O que me fez pensar em Khalil Gibran. Em “O Pro-feta”, ele nos explica: “A tristeza cava em ti poços que mais tarde poderão ser preenchidos pela felicidade”. É como se a dor, ao esburacar nosso tecido emocional, ampliasse suas dobras, criando novos territórios que, em alguns seres pri-vilegiados, podem abrigar cada vez mais alegria e humor. Marilene Romariz é um deles.

Testemunha de muitas fases de sua vida, acostumei--me a comparar essa capacidade de se erguer de situações destruidoras à ação daqueles bonecos “cai-cai”, que por mais que apanhem e cheguem à lona, imediatamente se levantam. Eu queria entender a razão dessa capacidade invejável de reposição psicológica e, um dia, uma frase de Bernard Shaw ensinou-me o porquê: “A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia- -nos, conforme o metal de que somos feitos”. É isso. A personalidade de Marilene Romariz deve ser feita de um metal muito especial, extre-mamente maleável mas extremamente rígido, tão rígido e tão maleável que deve ter vindo “lá de cima”: metal com

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tais características inexiste na Terra que habitamos.Ao nos oferecer este livro, a autora se oferece a si

própria, desnudando-nos seu coração, pensar e emoções, com a mesma generosidade e transparência com que en-frenta a vida: de peito aberto, sem segundas intenções ou dissimulações, com enorme respeito pelo próximo. O mesmo respeito com que, espero, o leitor irá degustá-lo.

Rose Marie Romariz Maasri.