fisiopatologia sistema nervoso
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FISIOPATOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO
Funções
Células do sistema nervoso
Impulso nervoso
Sinapses
Patologia da transmissão do impulso nervoso
Neurotransmissores
Patologia dos neurotransmissores
Sistema nervoso autónomo
Medula
Reumatismos da medula
Encéfalo
Diencéfalo
Tronco cerebral
Cerebelo
Meninges e liquor
Sistemas do encéfalo
Nervos
Actividade eléctrica do cérebro
Integração nervosa
Sono
Memória
Patologia das áreas sensitiva e motora
Paralisia facial
Amnésia
Capítulo 1
FUNÇÕES
Do ponto de vista estrutural, o sistema nervoso divide-se em sistema nervoso
central (SNC), composto por encéfalo e medula espinhal, e sistema nervoso periférico
(SNP), composto por nervos cranianos e espinhais (motores e sensoriais), gânglios
nervosos (conjuntos de neurónios fora do SNC) e terminações nervosas motoras e
sensoriais (receptores). Os nervos são formados por feixes dos longos prolongamentos
dos neurónios. Do ponto de vista funcional, o sistema nervoso pode dividir-se em
sistema nervoso somático, que coordena as actividades dependentes da vontade, e
sistema nervoso autónomo (SNA), que controla as actividades involuntárias, como os
movimentos respiratórios, os batimentos cardíacos, a digestão, a função excretora e a
secreção de hormonas. A principal função do sistema nervoso é receber estímulos
sensoriais das várias partes do corpo e do exterior, analisar essa informação e elaborar
uma resposta gerando sinais que são transmitidos aos músculos (estriados e liso) e às
glândulas, chamados, por isso, órgãos efectores. Mas o SNC também se encarrega de
operações menos bem percebidas e que estão subjacentes à consciência, à memória, ao
raciocínio e à regulação do comportamento.
Função de recepção ou sensitiva
Por meio dos seus milhões de receptores sensoriais recebe informações sobre mudanças
que se produzem tanto no interior como no exterior do organismo.
As mudanças captadas são os estímulos.
A informação recolhida é a informação sensorial.
Função integradora
O sistema nervoso analisa a informação sensorial e toma decisões quanto à conduta a
seguir.
Função motora
O sistema nervoso reage aos estímulos por uma resposta motora
Comunicação
As comunicações nervosas são só possíveis graças a uma organização de células
diferenciadas.
As unidades nervosas ou neurónios são as unidades propagadoras e condutoras da onda
nervosa.
Os neurónios comunicam entre si propagando sinais eléctricos através das sinapses.
Organização
Constituição
Medula espinal
Conduz informação sensorial para o cérebro.
Conduz informação motora do cérebro para vários efectores.
Cérebro
Recebe informações da medula e dos seus próprios nervos (olfactivo, óptico)
Processa várias informações e inicia e coordena actividades motoras.
Substância branca e cinzenta
A substância branca é constituída por feixes de axónios rodeados por uma bainha de
mielina.
A substância branca é constituída por massas de corpos celulares e dendritos.
Na medula, a substância branca está à superfície e a cinzenta no interior.
No cérebro passa-se o contrário.
Divisões do sistema nervoso
http://faculty.washington.edu/chudler/nsdivide.html
cortesia de E. Chudler
Fig. 1.1 – Organização do sistema nervoso
Sistema nervoso central
Constituído pelo encéfalo e medula.
É o centro de regulação e integração.
Interpreta a informação sensorial e elabora as respostas.
Sistema nervoso periférico
Situado no exterior do sistema nervoso central.
È formado pelos nervos do encéfalo (nervos cranianos) e da medula (nervos
raquidianos).
Via sensitiva ou aferente
São as fibras que transportam os impulsos dos receptores sensoriais para o SNC.
As fibras aferentes somáticas transportam os impulsos da pele, órgãos dos sentidos,
músculos e articulações.
As fibras aferentes viscerais transportam os impulsos das vísceras.
Via motora ou eferente
São as fibras que transportam as ordens motoras do SNC.
Sistema nervoso somático
O sistema nervoso somático (SNS) transporta os impulsos para os músculos
esqueléticos.
É também conhecido como sistema voluntário, por depender da acção da vontade.
Sistema nervoso autónomo (SNA)
Composto por fibras viscerais.
Chama-se autónomo por ser independente da acção da vontade.
Simpático e parassimpático
São divisões do sistema nervoso autónomo.
O simpático está envolvido na luta e resposta à luta.
O parassimpático está envolvido na relaxação.
Estes sistemas têm acções opostas e enervam os mesmos órgãos.
Actuando em oposição, mantêm a homeostase.
Simpático
http://faculty.washington.edu/chudler/auto.html
cortesia de E. Chudler
Parassimpático
http://faculty.washington.edu/chudler/auto.html
cortesia de E. Chudler
Fig. 1.2 – Sistema nervoso autónomo
QUADRO 1.I
Diferenças entre simpático e parassimpático
______________________________________________________________________
Sistema Localização Fibras Neurotransmissores Pregangl Pósgang
Gânglios Órgãos
______________________________________________________________________
Simp Tor/Lomb Curtas Longas AcCol NorAdr
Parassimp Cran/Sag Longas Curtas AcCol AcCol
______________________________________________________________________
QUADRO 1.II
Acções do simpático e parassimpático
Organ Sympathetic System Parasympathetic System
Eye
Tear glands
Salivary glands
Lungs
Heart
Gut
Liver
Bladder
Dilates pupil
No effect
Inhibits saliva production
Dilates bronchi
Speeds up heart rate
Inhibits peristalsis
Stimulates glucose production
Inhibits urination
Constricts pupil
Stimulates tear secretion
Stimulates saliva production
Constricts bronchi
Slows down heart rate
Stimulates peristalsis
Stimulates bile production
Stimulates urination
The Autonomic Nervous System
Structure Sympathetic Stimulation Parasympathetic Stimulation
Iris (eye muscle) Pupil dilation Pupil constriction
Salivary Glands Saliva production reduced Saliva production increased
Oral/Nasal
Mucosa Mucus production reduced Mucus production increased
Heart Heart rate and force
increased Heart rate and force decreased
Lung Bronchial muscle relaxed Bronchial muscle contracted
Stomach Peristalsis reduced Gastric juice secreted; motility
increased
Small Intestine Motility reduced Digestion increased
Large Intestine Motility reduced Secretions and motility increased
Liver Increased conversion of
glycogen to glucose
Kidney Decreased urine secretion Increased urine secretion
Adrenal medulla Norepinephrine and
epinephrine secreted
Bladder Wall relaxed
Sphincter closed
Wall contracted
Sphincter relaxed
http://faculty.washington.edu/chudler/auto.html
cortesia de E.Chudler
Capítulo 2
CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO
Do ponto de vista estrutural, o sistema nervoso divide-se em sistema nervoso
central (SNC), composto por encéfalo e medula espinhal, e sistema nervoso periférico
(SNP), composto por nervos cranianos e espinhais (motores e sensoriais), gânglios
nervosos (conjuntos de neurónios fora do SNC) e terminações nervosas motoras e
sensoriais (receptores). Os nervos são formados por feixes dos longos prolongamentos
dos neurónios. Do ponto de vista funcional, o sistema nervoso pode dividir-se em
sistema nervoso somático, que coordena as actividades dependentes da vontade, e
sistema nervoso autónomo (SNA), que controla as actividades involuntárias, como os
movimentos respiratórios, os batimentos cardíacos, a digestão, a função excretora e a
secreção de hormonas. A principal função do sistema nervoso é receber estímulos
sensoriais das várias partes do corpo e do exterior, analisar essa informação e elaborar
uma resposta gerando sinais que são transmitidos aos músculos (estriados e liso) e às
glândulas, chamados, por isso, órgãos efectores. Mas o SNC também se encarrega de
operações menos bem percebidas e que estão subjacentes à consciência, à memória, ao
raciocínio e à regulação do comportamento.
Gliocitos
Funções
A função principal dos gliocitos é sustentar os neurónios.
Alguns separam e isolam os neurónios para os subtrair à actividade eléctrica dos
neurónios vizinhos.
Outros segregam factores neurotrópicos que guiam os neurónios jovens para a rede a
que estão destinados.
Gliocitos do SNC
Formam a nevróglia.
A maior parte possui filamentos ramificados e um corpo celular central.
São mais pequenos que os neurónios.
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/glia1.html
Cortesia de
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
Fig. 2.1 - Gliocitos
Astrocitos
São os gliocitos mais abundantes.
Têm uma forma estrelada.
Os seus numerosos prolongamentos ligam-se aos capilares e aos neurónios.
Recuperam iões potássio do meio extracelular.
Recapturam ou reciclam neurotransmissores libertados.
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/glia2.html
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
Fig. 2.2 - Astrocitos
Micróglia
Pequenas células ovóides com prolongamentos espinhosos relativamente longos.
Quando estão em repouso os seus prolongamentos estão em contacto com os neurónios
vizinhos.
Quando detectam lesões em certos neurónios, reúnem-se e migram na sua direcção.
Fagocitam microrganismos e neurónios mortos.
http://members.tripod.com/blustein/Microglia/microglia.htm
Fig. 2.3 - microglia
Ependimocitos
São células ciliadas cuboides que formam uma parede contínua ao longo das paredes do
sistema ventricular cerebral e medular.
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/glia6.html
Cortesia de
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
Fig. 2.4 – Ependimocitos
Estão ligados entre si na região apico-lateral por junções não fechadas que permitem
trocas entre as cavidades ventriculares.
Têm na região apical, ou seja no seu lume, microvilosidades e dezenas de cílios móveis.
Os cílios batem ritmicamente cerca de 200 vezes por minuto, participando assim no
fluxo do liquor.
Oligodendrocitos
Têm um pequeno número de processos citoplasmáticos.
Microfotografia de um oligodendrocito
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/glia3.html
Cortesia de
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
Fig. 2.5 – Oligodendrocitos
Estão alinhados ao longo dos axónioss espessos.
Os seus prolongamentos espessos citoplasmáticos enrolam-se à volta dos axónios
próximos, constituindo as bainhas de mielina.
Gliocitos ganglionares
Rodeiam os corpos celulares dos neurónios ganglionares.
Neurolemnocitos ou células de Schwan
Constituem as bainhas de mielina que envolvem os grandes neurónios situados no SNP.
Desempenham um papel fundamental na regeneração das fibras periféricas.
Neurolemnocitos e mielina
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/glia15.html
Cortesia de
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
http://members.tripod.com/blustein/Schwann_Cells/schwann_cells.htm
Fig. 2.6 – Neurolemnocitos
Neurónios
Características
Longevidade - podem funcionar toda uma vida.
Ausência de mitoses.
Metabolismo acelerado.
Partes do neurónio
Corpo celular.
Dendritos.
Axónio.
Partes do neurónio http://www.medtrng.com/anatomy%20lesson/bhp13.htm
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/pns1.html
Cortesia de
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
http://faculty.washington.edu/chudler/cells.html
Cortesia de E. Chudler
Universidade de Washington
Fig. 2.7 – Partes do corpo celular
Corpo celular
O corpo celular, soma ou pericarion, para lá dos organelos habituais contem inclusões,
a lipofuscina e os corpos de Nissl.
Os corpos de Nissl são uma disposição ordenada do RER onde se faz a síntese proteica.
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/neuron7.html
Cortesia de
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
http://faculty.washington.edu/chudler/cells.html
Cortesia de E.Chudler
Universidade de Washington
Fig. 2.8 – Corpos de Nissl
A lipofuscina é um pigmento disposto em grânulos amarelo pardo que são um produto
da actividade dos lisossomas que se acumula à medida que o organismo envelhece.
http://neuromuscular.wustl.edu/pathol/lipofuscin.htm
Fig. 2.9 - Lipofuscina
O citoesqueleto é formado por neurofibrilhas.
Dendritos
Os dendritos dos neurónios motores são prolongamentos curtos muito ramificados.
Representam a estrutura receptora do neurónio pois podem receber inúmeros sinais de
outros neurónios, graças à superfície que cobrem.
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/neuron9.html
Cortesia de
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
Fig. 2.10 - Dendritos
Axónios
Cada neurónio tem um axónio.
Fibra nervosa
O axónio sai de uma região cónica do corpo celular, o cone de implantação.
Em seguida retrai-se formando um prolongamento cujo diâmetro fica uniforme até ao
fim.
O axónios pode ter um comprimento superior a 1 metro.
Todos os axónios longos são designados por fibra nervosa.
Um conjunto de fibras seguindo a mesma direcção é um nervo.
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/pns1.html
Cortesia de Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
Visão esquemática de um axónios
http://www.ghettodriveby.com/axon/
Cortesia de Greg Frogh
Fig. 2.11 – Axonios
Botões terminais
O axónios na sua extremidade divide-se em ramificações terminais, os telodendros, que
podem chegar a 10000.
Os telodendros terminam numa extremidade bulbosa, os corpúsculos nervosos terminais
ou botões terminais.
O influxo nervoso propaga-se do cone de implantação aos botões terminais.
Aí o influxo induz a libertação para o espaço extracelular de neurotransmissores –
estrutura secretora.
http://synapses.clm.utexas.edu/anatomy/axon/axonsh.stm
cortesia de Synapse Web, Kristen M. Harris
http://synapses.clm.utexas.edu/anatomy/axon/axonsh.stm
cortesia de Synapse Web, Kristen M. Harris
Fig. 2.12 – Botões terminais
Transporte axonal
Os axónios, ao contrário do corpo celular e dos dendritos, não têm corpos de Nissl e
portanto não fazem síntese proteica.
A maior parte das reacções de síntese faz-se no corpo celular sendo necessário
transportar determinadas substâncias para o axónios (transporte axonal).
O transporte axonal lento ou fluxo axoplásmico, move materiais a 1-5mm/dia e só na
direcção da terminação axónica.
O transporte axonal rápido anda a 200-400 mm/dia e utiliza transportadores.
Um deles requer uma proteína com actividade ATP asica, a cinesina.
Bainhas de mielina
Definição
Os axónios estão rodeados por uma bainha formada por camadas duplas de lípidos e
proteínas, a bainha de mielina.
Esta bainha isola electricamente o neurónio, aumentando a a velocidade de condução do
impulso nervoso.
Os neurónios que têm esta estrutura dizem-se mielinizados e os que não têm,
amielinizados.
As bainhas de mielina são produzidas pelas células de Schwan e pelos oligodendrocitos.
Produção nas células de Schwan
E a mielina do SNP.
Cada célula reveste 1 mm do comprimento do axónios enrolando-se em espiral para
formar muitas camadas à sua volta.
O citoplasma e o núcleo constituem a camada mais externa.
A camada externa (neurolema) é constituída pelos neurolemocitos.
Os neurolemnocitos adjacentes não se tocam, apresentando assim a bainha intervalos
regulares, os nós de Ranvier.
http://en.wikipedia.org/wiki/Neurons
Fig. 2.13 – Nódulos de Ranvier
É ao nível dos nós que as ramificações colaterais podem emergir do axónio.
Ao nível dos nós o influxo nervoso tem de saltar de um para outro ao longo do axónios -
condução saltatoria.
http://www.students.stir.ac.uk/biology/actpot/saltat.htm
Fig. 2.14 – Condução saltatoria
Este mecanismo aumenta a velocidade de propagação.
Produção nos oligodendrocitos
É a mielina do SNC.
Deposita-se uma bainha de mielina sem neurolema.
Existem escassos nós de Ranvier.
QUADRO 2.I
Diferença entre axónios e dendritos.
Características Axónios Dendritos
Funções Aferente Eferente
Número por célula 1 Muitos
Ribossomas Não Sim
Mielina Sim Não
Proximidade das ramifica-
ções do corpo da célula Longe Próximas
Classificação estrutural dos neurónios
http://lhec.teso.net/enseignements/p1/polyp1/nerveux/fig71.html
Cortesia de J.P.Barbet
Faculte de Medecine Cochin Port-Royal
Fig. 2.15 – Tipos de neurónios
Neurónios multipolares
São os mais abundantes.
Têm numerosos dendritos e um axónio.
http://faculty.washington.edu/chudler/cells.html
Cortesia de E. Chudler~Universidade de Washington
Fig. 2.16 – Neurónios multipolares
Neurónios bipolares
http://faculty.washington.edu/chudler/cells.html
Cortesia de E.Chudler
Universidade de Washington
Fig. 2.17 – Neurónios bipolares
Têm um axónio e um dendrito saindo de lados opostos do corpo celular.
Encontram-se apenas em certos órgãos dos sentidos, nomeadamente retina e mucosa
olfactiva.
Neurónios unipolares
Têm um prolongamento único que se divide em T.
O seu prolongamento distal denomina-se prolongamento periférico e está ligado a um
receptor.
O prolongamento proximal designa-se como prolongamento central.
Alguns autores pensam que são dois axónios, um dirigindo-se centralmente e outro para
a periferia e por isso chamam-lhes pseudounipolares.
http://faculty.washington.edu/chudler/cells.html
Cortesia de E.Chudler
Universidade de Washington
Fig. 2.18 – Neurónios unipolares
Classificação funcional dos neurónios
Neurónios motores ou eferentes
Mandam mensagens do cérebro ou medula para músculos ou órgãos.
Tem dendritos curtos e axónios longos.
O corpo célular e os dendritos estão na medula.
Os axónios estão fora da medula.
Neurónios aferentes ou sensitivos
Mandam mensagens de receptores para o cérebro ou medula.
Corpo celular e dendritos fora da medula.
Corpo celular num gânglio dorsal.
Interneurónios
Ligam neurónios sensitivos a neurónios motores.
Dendritos curtos.
Axónios longo.
Totalmente situados na medula ou SNC.
Sensory Neuron
Interneuron
Motor Neuron
Sensory Neuron
Interneuron
Motor Neuron
Muscle Contracts
Synapse
Synapse
Synapse
http://www.worldofteaching.com/powerpoints/biology/Nerves.ppt#17
http://en.wikipedia.org/wiki/Interneuron
Fig. 2.19 - Interneuronio
BIBLIOGRAFIA
http://www.med.univ-rennes1.fr/etud/neuro/index4.htm
http://www.neurosurgery.com.au/diseases.html
http://www.nethealthbook.com/articles/neurologicaldiseases.php
http://neurosurgery.ucla.edu/body.cfm?id=15
http://www.neuropat.dote.hu/
http://www.stonybrookmedicalcenter.org/body.cfm?id=1176
http://faculty.washington.edu/chudler/nsdivide.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Neurology
Células do sistema nervoso
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/glia1.html
http://members.tripod.com/blustein/Microglia/microglia.htm
http://www.medtrng.com/anatomy%20lesson/bhp13.htm
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/pns1.html
http://faculty.washington.edu/chudler/cells.html
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/neuron7.html
Mielina e condução saltatória
http://en.wikipedia.org/wiki/Neurons
http://www.students.stir.ac.uk/biology/actpot/saltat.htm
Animações – condução saltatória
http://www.brainviews.com/abFiles/AniSalt.htm
http://www.bris.ac.uk/synaptic/public/basics_ch1_2.html
http://www.tvdsb.on.ca/westmin/science/sbioac/homeo/action.htm
Neurónios
http://synapses.clm.utexas.edu/anatomy/axon/axonsh.stm
http://en.wikipedia.org/wiki/Interneuron
http://www.ninds.nih.gov/disorders/brain_basics/ninds_neuron.htm
http://www.geocities.com/acgyles/mito.html
http://cwx.prenhall.com/bookbind/pubbooks/morris2/chapter2/custom1/deluxe-
content.html
http://vv.carleton.ca/~neil/neural/neuron-a.html
Capítulo 3
IMPULSO NERVOSO
Potencial de membrana em repouso
Definição
Os neurónios respondem a estímulos e conduzem impulsos porque há um potencial
entre os dois lados da membrana, o potencial da membrana em repouso.
Pondo um voltímetro com um eléctrodo dentro e outro fora do neurónio, há uma
diferença de potencial de -70mVB.
O sinal menos significa que o neurónio é 70 mV mais negativo que o exterior.
Explicação da diferença de potencial
Há uma distribuição desigual de iões sódio e potássio há uma concentração muito maior
de sódio no exterior e de potássio no interior.
http://faculty.washington.edu/chudler/ap.html
Cortesia de E.Chudler
Universidade de Washington
Fig. 3.1 – Distribuição desigual de sódio e potássio
Esta desigualdade de distribuição deve-se à acção da bomba de sódio
http://neurobranches.chez-alice.fr/neurophy/mecamemb.html
Fig. 3.2 – Bomba de sódio
Relações iónicas na célula
A bomba de sódio produz uma concentração de iões sódio intracelulares 10 vezes
superior ao interior e de potássio 20 vezes maior no exterior.
A concentração de iões cloro e cálcio mantém-se maior no exterior.
Potencial de acção
Definição
É uma alteração muito rápida do potencial de membrana que ocorre quando é
estimulado um neurónio.
Na maior parte dos casos o potencial passa de -70 para + 30.
Houve uma despolarização.
Explicação do potencial de acção
Na figura seguinte relacionamos o estado dos canais de sódio com o potencial de acção.
http://faculty.washington.edu/chudler/ap.html
Cortesia de E. Chudler
Universidade de Washington
Fig. 3.3 – Explicação do potencial de acção
Certos estímulos mecânicos (estiramento, ondas sonoras, etc.) activam os canais de
sódio condicionados mecanicamente.
Alguns neurotransmissores como a acetilcolina abrem os canais de sódio condicionados
por ligandos.
A migração destes canais sódio para dentro da célula torna positivo o potencial de
membrana.
Criou-se o potencial excitatório pós-sináptico.
A abertura dos canais de sódio é muito curta, fechando-se de novo muito rapidamente.
Retorno ao potencial de repouso
Abrem-se os canais de potássio.
O potássio sai da célula.
O interior da célula torna-se novamente negativo.
A bomba de sódio só funcionará quando o neurónio estiver em repouso.
É a repolarização.
Limiares
Estímulo limiar
Só há potencial de acção quando a estimulação é suficiente para abrir os canais de sódio
O estímulo mínimo para desencadear um potencial de acção é o estímulo limiar.
Potencial limiar
É o potencial necessário para abrir os canais de sódio.
http://www.students.stir.ac.uk/biology/actpot/polar.htm
1. Lorsqu'un axone se dépolarise, il apparaît, pour une certaine valeur du potentiel de membrane appelée "valeur seuil", une brusque (environ 1 msec) et ample inversion de la polarisation membranaire puisque l'électrode intracellulaire passe d'une valeur négative de - 50 mV à une valeur positive de + 40 mV, soit une variation de 90 mV (pic).
2. La phase de descente du potentiel d'action (PA) est également très rapide (1 à 2 msec), le potentiel de membrane revenant alors vers son niveau initial.
3. Puis, à la fin de la phase de descente, le potentiel de membrane atteint une valeur plus négative que le niveau de son potentiel de repos (l'axone s'hyperpolarise).
4. Le retour à la valeur de potentiel initial se fait relativement plus lentement (quelques msec).
: http://neurobranches.chez-alice.fr/neurophy/potact.html
Fig. 3.4 - Limiar
Lei do tudo ou nada
Os potenciais de acção só actuam com a intensidade máxima.
Não há potenciais fracos ou parciais – ou actuam ou não actuam.
Período refractário
Período refractário absoluto
No decorrer do potencial de acção um segundo estímulo não actua.
Corresponde ao período em que os canais de sódio estão abertos.
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Action_potential.svg
Fig. 3.5 – Período refractário
Período refractário relativo
O potencial de acção só surge se o estímulo for maior que o estímulo limiar.
Corresponde ao período em que os canais de potássio estão abertos.
Animações
http://faculty.washington.edu/chudler/ap.html
Velocidade de condução
Conceito
O potencial de acção de um neurónio despolariza os neurónios adjacentes, permitindo
assim a transmissão do impulso.
Factores influenciando a velocidade de condução
Diâmetro do axónios
Quando maior for o diâmetro, mais rápida será a transmissão.
Quanto maior for a superfície, maior será o número de iões.
Mielina
Nos axónios amielinizados, os potenciais são produzidos nos sítios adjacentes sendo a
transmissão lenta.
A presença de mielina aumenta grandemente a velocidade pois a mielina como isolante
impede quase toda a fuga de cargas.
Temperatura
O frio ao contrair os vasos e dificultar a circulação, baixa a velocidade da condução.
Outros factores
O álcool, os sedativos e os analgésicos bloqueiam os canais de sódio.
Condução saltatória
Nos neurónios mielinizados o potencial de acção só ocorre nos nódulos de Ranvier.
O impulso tem de saltar sobre as bainhas de mielina, saltando de nódulo para nódulo – é
a condução saltatória.
Animação
http://www.brainviews.com/abFiles/AniSalt.htm
http://www.bris.ac.uk/synaptic/public/basics_ch1_2.html
http://www.tvdsb.on.ca/westmin/science/sbioac/homeo/action.htm
Conclusão
Para haver impulso nervoso são necessárias as condições seguintes:
Capacidade do neurónio de gerar e transmitir sinais bioeléctricos.
Existência de sinapses para se poderem transmitir sinais de uma célula para
outra.
Síntese das macromoléculas necessárias (canais iónicos, receptores, bombas,
etc.).
Formação de energia pelo metabolismo oxidativo da glicose.
Célula polarizada em repouso.
Quando há uma isquémia, os neurónios afectados não captam glicose, o que acarreta:
Diminuição da síntese de macromoléculas por falta de energia.
Incapacidade de despolarização por não se sintetizar ATP.
BIBLIOGRAFIA
Bioelectricidade
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/E/ExcitableCells.html
http://neurobranches.chez-alice.fr/neurophy/mecamemb.html
Impulso nervoso
http://faculty.washington.edu/chudler/ap.html
http://neurobranches.chez-alice.fr/neurophy/mecamemb.html
Limiares da estimulação
http://www.students.stir.ac.uk/biology/actpot/polar.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Action_potential.svg
Animações- limiares
http://faculty.washington.edu/chudler/ap.html
Potenciais pós – sinápticos
http://en.wikipedia.org/wiki/EPSP
Potencial de repouso
http://neurobranches.chez-alice.fr/neurophy/mecamemb.html
Capítulo 4
SINAPSES
Estrutura
Formas de transmissão
Este sistema de comunicação envolve um grande número de neurónios.
Nos mamíferos, esta comunicação faz-se através das sinapses, espaço entre o neurónio
terminal e o neurónio adjacente.
http://faculty.washington.edu/chudler/synapse.html
Cortesia de E. Chudler
Universidade de Washington
Fig. 4.1 - Sinapse
Estrutura da sinapse
A parte da sinapse que pertence ao neurónio inicial é a membrana pré-sináptica.
A parte que pertence ao receptor é a membrana pós-sináptica.
O espaço entre as duas é a fenda sináptica.
http://faculty.washington.edu/chudler/synapse.html
Cortesia de E. Chudler
Universidade de Washington
Fig. 4.2 – Sinapse e fenda sináptica
Terminais pré-sinápticos
É uma especialização celular para produzir, armazenar e libertar o neurotransmissor.
Vesículas sinápticas
A sua função é o armazenamento e concentração dos receptores.
As vesículas pequenas armazenam os neuroreceptores clássicos e as grandes de centro
denso os neuropeptidos.
Projecções dendríticas
São formações interligadas entre si por filamentos finos, formando a grelha pré-
sináptica.
O espaço entre as projecções deixa passar as vesículas.
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:SynapseIllustration2.png
http://neurobranches.chez-alice.fr/neurophy/lamembrane3.html
Fig. 4.3 – Características das sinapses
Mitocôndrias
Os terminais são ricos em mitocôndrias, o que mostra as suas necessidades energéticas.
http://www.coolschool.ca/lor/BI12/unit12/U12L04/Synapse.gif
Fig.4.4 – Riqueza das sinapses em mitocôndrias
Reciclagem das vesiculas
Com estimulações muito intensas, as vesículas podem gastar-se.
Embora alguns autores admitam a neoformação, a reciclagem é a grande via de
recuperação das vesículas.
Nas vesículas pequenas a dinamina participa na reciclagem.
A dinamina por ser uma proteína contráctil permite, com energia fornecida pelo GTP, a
protrusão para o citoplasma da parte da membrana onde estava a vesícula e a
consequente separação da vesícula.
A membrana recuperada cobre-se de clatrina.
Em seguida funde-se com o endossoma precoce que originará novas vesículas.
Depois de reconstruídas, as vesículas separam-se do endosoma e enchem-se de
neurotransmissor.
http://neuroscience.wustl.edu/nonetlab/ResearchF/svcycle.html
cortesia de David van Essen
Fig. 4.5 - Reciclagem
Fenda sináptica
Tem 200 a 300 nm
Encontra-se atravessada por filamentos de 50nm de espessura.
Estes filamentos poderão ser sítios de ancoragem das sinapses.
http://www.peace-files.com/ALCATRAS/3-13_Simple-Synapsis.gif
Fig. 4.6 – Fenda sináptica
Terminal pós-sináptico
Está constituído pela membrana pós-sináptica, que contem os receptores.
Localização das sinapses
Sinapses axodendriticas
Ligam os corpúsculos terminais de um neurónio aos dendritos de outro.
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/neuron12.html
Cortesia de
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
http://faculty.washington.edu/chudler/synapse.html
Cortesia de E. Chudler
Universidade de Washington
Fig. 4.7 – Sinapse axo-dendritica
Sinapses axo-somaticas
Ligam os corpúsculos terminais aos corpos celulares.
http://faculty.washington.edu/chudler/synapse.html
Cortesia de E. Chudler
Universidade de Washington
Fig. 4.8 – Sinapse axo-somatica
Sinapses axo-axonais
Ligam dois axónios
São menos numerosas
Sinapse axo-axonal
http://faculty.washington.edu/chudler/synapse.html
Cortesia de E.Chudler
Fig. 4.9 – Sinapse axo-axonal
Transmissão
Sinapses eléctricas
A despolarização da membrana pré-sináptica causa a despolarização da pós-sinaptica e
o potencial de acção propaga-se através das junções abertas.
Esta transmissão de informação é sempre excitatória pois que é feita pela despolarização
de células adjacentes.
As sinapses eléctricas são frequentes no tecido embrionário mas no decorrer do
desenvolvimento, a maior parte é substituída por sinapses químicas.
Sinapses químicas
Podem ser excitatórias ou inibitórias, pois a transmissão da informação pode ocasionar
despolarização ou hiperpolarização.
Transferência de informação nas sinapses químicas
A despolarização local abre os canais de cálcio voltagem-dependentes.
O cálcio entra na célula pré-sináptica.
O cálcio liga-se à calmodulina e desencadeia a migração das vesículas pré-sinápticas.
A vesícula funde-se com a membrana pré-sináptica e o neurotransmissor é escoado para
a fenda sináptica.
O neurotransmissor difunde-se através da fenda sináptica e liga-se aos receptores pós-
sinápticos que activam os canais ligando-dependentes.
Nesta acção esvaziam-se cerca de 300 vesiculas.
Quanto maior for o estímulo, mais vesículas serão esvaziadas.
Estes fenómenos passam-se num milionésimo de segundo.
Ca
calmodulina
Ca-calmodulina
Migração das vesículas sinápticas
Fusão das vesículas
Difusão na fenda sináptica
Ligação aos receptores
Fig. 4.10 – Transmissão do impulso
Animações
http://bcs.whfreeman.com/thelifewire/content/chp44/4402003.html
http://www.blackwellpublishing.com/matthews/nmj.html
http://science.education.nih.gov/supplements/nih2/addiction/activities/lesson2_n
eurotransmission.htm
Sinais intra e intercelulares
Cálcio
Na membrana celular há canais de cálcio condicionados pela voltagem e canais
condicionados por ligandos.
A entrada de cálcio pela abertura destes canais é reforçada pela libertação de cálcio de
fontes endógenas.
O retículo endoplasmático tem receptores chamados rianodina cuja activação por um
aumento de cálcio intracelular gera a libertação endógena de cálcio intracelular.
Estes iões cálcio são segundos mensageiros, activadores de enzimas e dos canais iónicos
dependentes de cálcio.
http://neuromuscular.wustl.edu/pathol/diagrams/chan.htm#exconcoup
Fig. 4.11 – Cálcio, segundo mensageiro
Além disso, o cálcio combina-se com a calmodulina, alterando a sus conformação
Esta alteração activa a camcinase II, enzima existente nas sinapses, estimulando a
sintetase do óxido nítrico (NOS).
Oxido nítroso
Enquanto que o cálcio é um sinal intracelular, o oxido nitroso é intercelular pois por ser
gasoso, difunde-se facilmente a partir do seu local de síntese.
Um dos substractos do NO é a guanilciclase que provoca um aumento do GMPciclico
nas células alvo.
È importante na plasticidade sináptica.
Animações
http://cgmp.blauplanet.com/pathmovie.html
Ligação ao receptor pós-sináptico
Ligação directa
O neurotransmissor actua como uma chave que abre o canal iónico.
Trata-se de um receptor ionotropico.
Ligação indirecta
Actua através de um segundo mensageiro.
Trata-se de um receptor metabotropico.
Estimulação pós-sinaptica
Potenciais excitatórios pós-sinápticos (EPSP)
São abertos os canais de sódio e potássio.
Há despolarização.
A soma de três potenciais gera um potencial de acção
http://en.wikipedia.org/wiki/EPSP
Fig. 4.14 – Potencial excitatório pós-sinaptico
Potenciais inibitórios pós-sinápticos
São abertos os canais de cloro e potássio.
Devido aos gradientes de concentração, o cloro move-se para dentro da célula e o
potássio para fora.
Há hiperpolarização.
Integração e modificação dos fenómenos sinápticos
Somação
As PPSE e PPSI duram alguns segundos.
Podem potenciar-se pela integração de impulsos vindo de muitos neurónios.
A esta integração de impulsos chama-se somação.
Somação temporal
A libertação do transmissor é feita em vagas sucessivas e aproximadas umas das outras
O primeiro impulso produz um ligeiro potencial.
Antes que este potencial se dissipe, somar-se-ão os potenciais de impulsos sucessivos.
Somação espacial
O neurónio pós-sináptico é estimulado simultaneamente por impulsos provenientes de
vários neurónios.
Facilitação
Os neurónios parcialmente polarizados são mais facilmente excitados por
despolarizações sucessivas por lá estarem próximos do limiar de excitação.
É a facilitação.
Interpretação das mensagens
A maior parte dos neurónios recebe mensagens excitatórias e inibitórias.
O cone de implantação armazena as informações e faz o balanço entre as mensagens
excitatórias e inibitórias.
Haverá despolarização ou hiperpolarização conforme o balanço for favorável à
excitação ou inibição.
Potencialização sináptica
A utilização contínua ou repetida de uma sinapse aumenta a capacidade estimuladora do
neurónio pré-sináptico.
Deve-se a um aumento de cálcio nos corpúsculos nervosos terminais.
Pode considerar-se como uma aprendizagem que aumenta a capacidade de resposta ao
longo de uma vida.
Animações
http://www.bris.ac.uk/synaptic/public/basics_ch1_3.html
BIBLIOGRAFIA
Potenciais pós – sinápticos
http://en.wikipedia.org/wiki/EPSP
Sinapses
http://faculty.washington.edu/chudler/synapse.html
http://www.coolschool.ca/lor/BI12/unit12/U12L04/Synapse.gif
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/S/Synapses.html
http://neuroscience.wustl.edu/nonetlab/ResearchF/svcycle.html
http://neurobranches.chez-alice.fr/neurophy/lasynapse.html
Animações - sinapses
http://science.education.nih.gov/supplements/nih2/addiction/activities/lesson2_neurotra
nsmission.htm
http://bcs.whfreeman.com/thelifewire/content/chp44/4402003.html
http://www.bris.ac.uk/synaptic/public/basics_ch1_3.html
Fenda sináptica
http://www.peace-files.com/ALCATRAS/3-13_Simple-Synapsis.gif
Ilustrações – sinapses
http://intro.bio.umb.edu/111-112/112s99Lect/neuro_anims/s_t_anim/WW36.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/File:SynapseIllustration2.png
http://www.blackwellpublishing.com/matthews/nmj.html
Reciclagem das vesículas
http://neuroscience.wustl.edu/nonetlab/ResearchF/svcycle.html
Tipos de sinapses
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/neuron12.html
http://faculty.washington.edu/chudler/synapse.html
Capítulo 5
PATOLOGIA DA TRANSMISSÃO DO IMPULSO NERVOSO
Esclerose múltipla
A esclerose múltipla é uma doença desmielizante do SNC.
Em alguns nervos há condução lenta ou ausente.
Anestésicos locais
Os anestésicos locais impedem a dor por bloquearem os canais de sódio voltagem-
dependentes.
Como os axónios da dor são mais pequenos, são mais sensíveis a estes fármacos.
Sindroma de Lambert-Eaton
Anticorpos contra canais de cálcio voltagem-dependentes.
Miastenia grave
Doença auto-imune.
Autoanticorpos contra receptores da acetilcolina.
Sindromas miasténicos
Redução do número de vesículas sinápticas.
Deficiência em acetilcolinesterase.
Libertação anormal de acetilcolina.
Receptores para a acetilcolina defeituosos.
Miastenia familiar infantil
Vesículas sinápticas mais pequenas que o normal.
Toxinas botulinica e tetânica
Interferência na fusão das vesículas.
Redução do número de vesículas sinápticas.
Deficiência em acetilcolinesterase.
Libertação anormal de acetilcolina.
Receptores para a acetilcolina defeituosos.
Capítulo 6
NEUROTRANSMISSORES
Introdução
Definição
Um neurotransmissor deve preencher as seguintes características:
A síntese ocorre no neurónio.
Deve existir no corpúsculo nervoso terminal pré-sináptico.
A sua libertação na fenda sináptica provoca uma alteração do potencial pós-
sináptico.
Quando administrado a sua acção deve produzir os mesmos efeitos.
Deve haver um processo natural de desactivação.
Ciclo de vida
Síntese
São sintetizados pela transformação enzimática de precursores.
A síntese ocorre nos botões terminais, no soma ou por transporte para o axónios
terminal.
Armazenamento
No terminal o precursor enquanto não se liberta deve ser protegido da degradação pelos
enzimas citoplasmáticos e armazenar-se.
A acumulação dos receptores nas vesículas é um transporte activo, necessitando de
ATP.
Libertação
São libertados do terminal pré-sináptico por exocitose e difundem-se pela fenda
sináptica para a membrana pós-sináptica.
Ligação
Liga-se ao receptor situado na membrana celular pós-sinaptica.
Inactivação
Ao cessar o estímulo, os neurotransmissores devem deixar de actuar.
Podem intervir três mecanismos:
Difusão para o espaço extracelular. É um mecanismo pouco importante.
Recaptação – Os terminais têm transportadores que captam os transmissores.
Nalguns casos as moléculas são reutilizadas.
Inactivação enzimática – É o caso da acetilcolinesterase.
SINTESE Precursores
Transporte activo
ARMAZENAMENTO Vesículas
Estímulo
LIBERTAÇÃO Exocitose
Terminal pré-sinaptico
Difusão para membr. Pós-sin.
LIGAÇÃO Receptores
INACTIVAÇÃO Recaptação
Inibição
Fig. 6.1 – Ciclo de vida de um neurotransmissor
Fases da transmissão sináptica
Neurotransmissor armazenado nas vesículas
Neurotransmissor liberta-se para a fenda sináptica e combina-se com os receptores
Neurotransmissor liberta-se dos receptores e volta para a fenda sináptica
http://intro.bio.umb.edu/111-112/112s99Lect/neuro_anims/s_t_anim/WW36.htm
Cortesia de Brian White
University of Masachutecs
http://www.williamcalvin.com/Bk1/bk1ch9.htm
Fig. 6.2 – Fases da transmissão sináptica
Classificação
Pequenas moléculas
Empacotadas em pequenas vesículas.
Libertadas por exocitose em zonas relacionadas com canais de cálcio.
Grandes moléculas
Empacotadas em grandes vesículas.
Libertadas por exocitose em qualquer lugar.
QUADRO 6.I
Tipos de neurotransmissores
Neurotransmitter Types
There are many types of chemicals that act as neurotransmitter substances. Below is a
list of some of them.
Small Molecule Neurotransmitter Substances
Acetylcholine (ACh) Dopamine (DA) Norepinephrine (NE)
Serotonin (5-HT) Histamine Epinephrine
Amino Acids
Gamma-aminobutyric acid (GABA) Glycine Glutamate
Aspartate
Neuroactive Peptides - partial list!!</FONT< td>
Bradykinin beta-endorphin Bombesin calcitonin
Cholecystokinin Enkephalin Dynorphin insulin
Gastrin substance P neurotensin glucagon
Secretin somatostatin Motilin vasopressin
Oxytocin Prolactin thyrotropin angiotensin II
sleep peptides Galanin neuropeptide Y thyrotropin-
releasing hormone
gonadotropnin-
releasing hormone
growth hormone-
releasing hormone
Luteinizing
hormone
vasoactive intestinal
peptide
Soluble Gases
Nitric Oxide (NO) Carbon Monoxide
Pequenas moléculas
Acetilcolina
Fórmula
É a única pequena molécula que não é aminoácido ou derivado de aminoácidos.
Fig. 6.3 – Acetilcolina
Síntese
No cérebro forma-se a partir do acetil-CoA e da colina.
O acetil-CoA provém do metabolismo dos glucidos.
A colina não é sintetizada no organismo, provindo da alimentação.
http://www.med.unibs.it/~marchesi/nerves.html
Fig. 6.4 – Síntese da acetilcolina
Receptores
Tem dois tipos de receptores, um de acção rápida actuando sobre os canais iónicos e um
de acção lenta, actuando através da proteina G.
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/C/CellSignaling.html
Cortesia de John W. Kimbal
Fig. 6.5 – Receptores da acetilcolina
Estes receptores são designados pelo nome de inibidores – os primeiros designam-se
por nicotínicos e os segundos por muscarinicos.
A acetilcolina é libertada em todos os neurónios motores actuando sobre os músculos
esqueléticos, nos neurónios preganglionares do sistema nervoso autónomo e nos pós-
ganglionares do parassimpático.
http://www.ivy-rose.co.uk/Topics/Muscle_Anatomy-Neuromuscular-Junction_2.htm
cortesia de ivy-rose
Fig. 6.6 – Acção da acetilcolina
Receptores nicotínicos
.
São proteínas intrínsecas da membrana
Constituídos por 5 subunidades.
Os receptores nicotínicos encontram-se nas junções neuromusculares dos músculos
esqueléticos, nos neurónios pós-ganglionares do parassimpático, em muitos neurónios
do cérebro.
Receptores muscarinicos
Os receptores muscarínicos encontram-se nas junções neuromusculares dos músculos
cardíaco e liso e nas glândulas.
Acetilcolinesterase
Uma vez libertada, a acetilcolina deve ser destruida rapidamente para permitir a
repolarização.
Esta acção é realizada pela acetilcolinesterase que a hidroliza.
http://www.proteopedia.org/wiki/index.php/Acetylcholinesterase
Fig.6.7 – Destruição da acetilcolina
A acetilcolinesterase encontra-se nas terminações nervosas ancorada à membrana
plasmática através de um glicolípido.
Agonistas
São moléculas que estimulam os receptores.
QUADRO 6.I
Agonistas da acetilcolina
Agonista Origem Acção
Nicotina Tabaco Receptores nicotínicos
Muscarina Fungo Amanita muscaria Receptores muscarinicos
a-latrotoxina Aranha viúva negra Ionóforo do cálcio
Antagonistas
Impedem a libertação de acetilcolina.
QUADRO 6.II
Antagonistas da acetilcolina
Antagonista Origem Acção
Atropina Atropa belladona Receptores muscarinico0s
Toxina botulínica Clostridium botulinun Inibe libertação de acetilcol
Tubocurarina Curare Impede abertura do canal
na placa terminal.
Dopamina
Síntese
Sintetizada a partir da tirosina.
Fig. 6.8 – Síntese da dopamina
A tirosina não atravessa o cérebro.
É transportada pelo transportador dos aminoácidos neutros que também transporta
fenilalanina, triptofana, metionina e aminoácidos ramificados.
Fig. 6.9 – Transportador de aminoácidos.
Estes aminoácidos competem entre si para o transportador.
No cérebro a tirosina converte-se em DOPA pela acção da tirosina hidroxilase, enzima
necessitando de oxigénio, ferro e tetrahidrobiopteridina.
A descarboxilase dos ácidos aromáticos transforma a DOPA em dopamina, enzima
necessitando de vitamina B6.
A dopamina é o precursor da nor-adrenalina.
Receptores
Está envolvida na regulação da actividade motora.
Encontra-se nos gânglios basais envolvida nos estados de espírito, percepção sensorial e
atenção.
Há dois tipos de receptores: D1, estimulatório e D2, inibitório.
Os receptores D1 actuam estimulando a adenilciclase.
Catabolismo
Estão envolvidos dois enzimas, a mono-amino-oxidase (MAO) e catecol-o-
metiltransferase (COMT) que transformam a dopamina em ácido homovanilico.
Doença de Parkinson
O Parkinson parece ser devido a uma deficiência em dopamina.
Quando a dopamina do estriado desce 20% surgem sinais de Parkinson.
A DOPA é o tratamento mais habitual.
O deprenil, inibidor da MAO, é um bom adjuvante.
A bromocritina, agonista do D2 alivia os sintomas.
Esquizofrenia
Parece dever-se a uma hiperestimulação do D2.
Os antagonistas do D2 aliviam os sintomas enquanto que as anfetaminas, agonistas do
D2 induzem sintomas psicóticos.
A cloropromazina e o haloperidol, inibidores potentes do D2 têm uma estrutura
semelhante à DOPA, o que faz supor na inibição competitiva dos receptores.
A DOPA agrava os sintomas.
Cocaína e anfetamina
A cocaína aumenta a actividade dopaminergica inibindo a recaptação de dopamina.
A anfetamina inibe a recaptação e aumenta a libertação de dopamina.
Adrenalina e nor-adrenalina
Fórmulas
A adrenalina é a nor-adrenalina metilada.
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/surren/asumesu.htm
Fig. 6.10– Adrenalina e nor-adrenalina
Síntese
A nor-adrenalina sintetiza-se a partir da dopamina.
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/surren/asumesu.htm
Fig. 6.11– Síntese da adrenalina e nor-adrenalina
A adrenalina resulta da metilação da noradrenalina.
Receptores
Actuam através das proteínas G.
Há receptores a e b adrenergicos.
Têm subclasses – a 1 e 2, b 1,2 e 3.
Em geral os a são excitadores e os b inibidores.
A nor-adrenalina é o único receptor sintetizado dentro das vesículas.
Activa os neurónios simpático e parassimpático.
A adrenalina é produzida pela medula suprarenal.
No cérebro é utilizada por poucos neurónios.
Activa os neurónios simpáticos.
Acção dos receptores alfa-1
Contracção das arteríolas e vénulas aumentando a resistência arterial.
Os agonistas aumentam a pressão arterial.
Os antagonistas baixam.
Dilatação pupilar (midríase).
Acção dos receptores alfa-2
Vasoconstrição.
Libertação de nor-adrenalina nos receptores pré-sinápticos.
Os receptores medulares medeiam analgesia e por isso os agonistas são usados como
analgésicos epidurais.
Sedação.
Acção dos receptores beta-1
Só actuam no miocárdio.
Aumentam a contractilidade e velocidade de condução dos impulsos.
Podem provocar arritmias.
Os antagonistas são usados como anti-arritmicos.
Acção dos receptores beta-2
Vasodilatação.
Broncodilatação.
Catabolismo
São metabolizadas pela acção da MAO e da COMT –
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/surren/asumesu.htm
Fig. 6.12– Catabolismo da adrenalina e nor- adrenalina
Serotonina
A serotonina foi isolada no sangue como uma substância provocando contracções dos
músculos lisos.
Posteriormente constatou-se que era a 5-hidroxitriptamina.
http://en.wikipedia.org/wiki/Serotonin
Fig. 6.13– Formula da serotonina
Distribuição
90% encontra-se nas células enterocromafins.
Encontra-se em abundância nas plaquetas e mastocitos.
Só 1 a 2% se encontra no cérebro.
Não há equilíbrio entre a serotonina do organismo e a do cérebro.
Síntese
A serotonina do cérebro é sintetizada através da triptofana transportada pela barreira
hematoencefalica.
http://en.wikipedia.org/wiki/Serotonin
Fig. 6.14 – Síntese da serotonina
A sua maior concentração é na epífise por ter a ver com a síntese da melatonina.
Os enzimas e os cofactores não são limitadores da velocidade.
A concentração da serotonina do cérebro será assim muito sensível aos efeitos da dieta.
Receptores
Regula a atenção e outras funções cognitivas complexas como o sono e os sonhos,
comportamento alimentar, estados de espírito, regulação da dor.
Os neurónios serotoninérgicos encontram-se no cérebro e medula.
A maior parte dos receptores actua através da proteína G.
Serotonina e depressão
A falta de serotonina está frequentemente associada com depressão.
O Prozac inibe a recaptação da serotonina na sinapse, permitindo uma presença muito
mais prolongada nas sinapses.
Os inibidores da MAO provocam uma activação prolongada das sinapses
serotonérgicas.
http://universe-review.ca/I10-87-drug2.jpg
Fig.6.15 – Prozac e serotonina
Glutamato
http://en.wikipedia.org/wiki/Glutamate
Fig. 6.16 – Fórmula do glutamato
Mais de 50% dos neurónios do SNC usam o glutamato.
É o neurotransmissor excitatório mais importante.
Como neutrotransmissor excitatório é ionotropo.
Os receptores ionotropos mais importantes são o NMDA e o AMPA/kainato.
Os receptores NMDA abrem os canais de cálcio e podem ser inibidos pelo magnésio.
Os receptores AMPA abrem os canais sódio/potássio.
Como modulador é metabotropo através dos receptores mGluR que activam a
fosfolipase.
GABA
http://en.wikipedia.org/wiki/GABA
Fig. 6.17 – Fórmula do GABA
Ocorre por descarboxilação do glutamato pela acção da glutamato descarboxilase.
Glutamato GABA
CO2
Fig. 6.18– Formação do GABA
Este enzima encontra-se em muitas terminações nervosas do cérebro e nas células b do
pâncreas.
Após libertação na fenda sináptica é recapturado podendo ser reciclado ou degradado
conforme as necessidades da glia.
http://neurobranches.chez-alice.fr/neurophy/aainhib.html
Fig. 6.19 – Metabolismo do GABA
Receptores GAMA-A
São canais de cloro.
A activação destes canais gera um potencial inibitório negativo.
Têm receptores para as benzodiazepinas e barbitúricos.
As benzodiazepinas provocam um aumento da abertura do canal e os barbituricos um
aumento da duração de abertura.
Receptores GAMA-B
São metabotropos.
São receptores pré-sinápticos que modulam a libertação de GABA e outros
neurotransmissores.
Grandes moléculas
Introdução
São péptidos – neuropeptidos.
Encontram-se no hipotálamo.
Têm uma grande especificidade.
São sintetizados no RER e hidrolisados na sinapse.
Péptidos opioides
Endorfinas
Moléculas produzidas pela hipófise e hipotálamo em exercícios intensos, excitação e
orgasmo que, como os opiáceos produzem analgesia e uma sensação de bem-estar e por
isso se chamam opiáceos endógenos.
Encefalinas
Pentapeptidos que se encontram no cérebro e medula que actua sobre os receptores das
terminações sensitivas (analgesia) e sobre os receptores opioides.
Dinorfinas
Opioide cerebral com acção na regulação da dor e controle do sistema imune, actuando
também sobre os receptores opioides.
BIBLIOGRAFIA
Neurotransmissão
http://neurobranches.chez-alice.fr/neurophy/lamembrane3.html
http://themedicalbiochemistrypage.org/signal-transduction.html
http://faculty.washington.edu/chudler/chnt1.html
http://rama.poly.edu/~marc/neurtrm.htm
http://psych.hanover.edu/Krantz/neural/actionpotential.html
http://www.blauplanet.com/cgmp/
http://www.sigmaaldrich.com/Area_of_Interest/Life_Science/Cell_Signaling/Scientific
_Resources/Pathway_Slides___Charts.html
http://www.grt.kyushu-u.ac.jp/spad/index.html
Ilustração – neurotramsmissão
http://intro.bio.umb.edu/111-112/112s99Lect/neuro_anims/s_t_anim/WW36.htm
http://www.medicalook.com/human_anatomy/organs/Neurotransmitters.html
Neurotransmissores
Acetilcolina
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/C/CellSignaling.html
http://www.ivy-rose.co.uk/Topics/Muscle_Anatomy-Neuromuscular-Junction_2.htm
http://www.proteopedia.org/wiki/index.php/Acetylcholinesterase
http://neuromuscular.wustl.edu/pathol/diagrams/nachr.htm
Adrenalina e nor-adrenalina
http://dossier.univ-st-etienne.fr/lbti/www/Mednucl/AtlasEnd/surren/asumesu.htm
http://neurobranches.chez-alice.fr/neurophy/aainhib.html
Óxido nítrico
http://www.sgul.ac.uk/depts/immunology/~dash/no/synthesis.htm
Serotonina
http://en.wikipedia.org/wiki/Serotonin
http://universe-review.ca/I10-87-drug2.jpg
Glutamato
http://neurobranches.chez-alice.fr/neurophy/aainhib.html
Capítulo 7
PATOLOGIA DOS NEUROTRANSMISSORES
Dopamina
Doença de Parkinson
O Parkinson parece ser devido a uma deficiência em dopamina.
Quando a dopamina do estriado desce 20% surgem sinais de Parkinson.
A DOPA é o tratamento mais habitual.
O deprenil, inibidor da MAO, é um bom adjuvante.
A bromocritina, agonista do D2 alivia os sintomas.
Esquizofrenia
Parece dever-se a uma hiperestimulação do D2.
Os antagonistas do D2 aliviam os sintomas enquanto que as anfetaminas, agonistas do
D2 induzem sintomas psicóticos.
A cloropromazina e o haloperidol, inibidores potentes do D2 têm uma estrutura
semelhante à DOPA, o que faz supor na inibição competitiva dos receptores.
A DOPA agrava os sintomas.
Cocaína e anfetamina
A cocaína aumenta a actividade dopaminérgica inibindo a recaptação de dopamina.
A anfetamina inibe a recaptação e aumenta a libertação de dopamina.
Serotonina
A falta de serotonina está frequentemente associada com depressão.
O Prozac inibe a recaptação da serotonina na sinapse, permitindo uma presença muito
mais prolongada nas sinapses.
Os inibidores da MAO provocam uma activação prolongada das sinapses
serotonergicas.
Drogas
Podem afectar qualquer fase do ciclo de vida do neurotransmissor.
São agonistas se simulam ou estimulam a acção do transmissor e antagonistas se
bloqueiam o efeito.
Nicotina
É um agonista do receptor da acetilcolina.
Provoca relaxação e reduz o apetite.
Álcool
Reduz o fluxo de cálcio para as células.
Agonista do GABA.
Aumenta o número de sítios de ligação para o glutamato.
As doses baixas são excitadoras e as altas inibidoras.
Cocaína e crack
Inibe a recaptação de dopamina e noradrenalina.
Opiácios
Agonistas das endorfinas.
LSD
Agonista dos receptores da serotonina.
Capítulo 8
SISTEMA NERVOSO AUTONOMO
Conceitos
Em contraste com o sistema nervoso voluntário, o sistema nervoso autónomo ou
involuntário é responsável pela homeostase, mantendo um meio interno relativamente
constante, controlando funções involuntárias como a digestão, respiração e micção e
modulando a pressão sanguínea.
Embora estas acções sejam involuntárias elas podem em parte ser controladas pelos
estados de espírito.
Subsistemas
O sistema autónomo é dividido em dois subsistemas, o simpático e o parassimpático.
Alguns autores consideram um terceiro sistema, o sistema entérico.
Funções do simpático
Organ Effect
Eye Dilates pupil
Heart Increases rate and force of contraction
Lungs Dilates bronchioles
Digestive tract Inhibits peristalsis
Kidney Increases renin secretion
Pénis Promotes ejaculation
http://en.wikipedia.org/wiki/Sympathetic_nervous_system
Funções do parassimpático
O parassimpático actua entre as situações de stress permitindo o repouso, recuperação e
ganho de nova energia.
Normaliza o trajecto do sangue, desviado pelo simpático.
Normaliza as funções estimuladas pelo simpático.
Visão global
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/P/PNS.html
Autonomic Nervous System
Organ Effected
Parasympathetic
Cholinergic
Stimulation
Effects
Sympathetic
Adrenergic
Stimulation
Effects
Eye Pupil contracted Pupil dilated
Nose
Vasodilation,
copious
mucous secretion
Vasoconstriction,
reduced mucous
secretion
Mouth Copious saliva
secretion
Decreased saliva,
dryness in mouth
Gastrointestinal
tract
Nausea, vomiting,
abdominal
cramps, diarrhea,
increased
peristalsis and
tone,
sphincters relaxed
Constipation,
intestines
relax, decreased
peristalsis and
tone
Lungs Bronchi
constricted Bronchi dilated
Heart
Cardiac rate
slowed, arterial
contraction force
decreased
Cardiac rate and
contraction force
increased,
coronary arteries
dilated
http://www.elmhurst.edu/~chm/vchembook/661nervoussys.html
Fig. 8.1 – Funções do simpático e parassimpático
Transmissão do impulso
Ao contrário dos nervos motores voluntários em que a estimulação se faz por uma
célula e um neurónio, neste sistema a estimulação faz-se por dois neurónios, um pré-
ganglionar e outro pós-ganglionar.
O neurotransmissor libertado pelos neurónios pré-ganglionares é a acetilcolina.
O impulso é transmitido a um neurónio pós-ganglionar que termina no efector.
Neste caso o neurotransmissor é a nor-adrenalina ou adrenalina para o simpático e a
acetilcolina para o parasimpatico.
http://www.pharmacorama.com/Rubriques/Output/Communications_intercellulaires4.php
Fig. 8.2 – Diferentes transmissores do sistema nervoso autónomo
Os corpos celulares estão situados no SNC.
Os do simpático encontram-se nos segmentos torácicos e lombares da medula.
Os do parassimpático encontram-se no tronco cerebral (parassimpático craneano) e na
medula sagrada (parassimpático sagrado).
A medula suprarenal embora tecnicamente seja uma glândula endócrina, é de facto um
gânglio simpático modificado que segrega nor-adrenalina e adrenalina.
QUADRO 8.I
Diferenças entre simpático e parasimpatico
Característica Simpático Parassimpático
Corpos celulares T1-L2 encéfalo, S1-S2
Fibras pré-ganglionares curtas longas
Fibras pós-gangionares longas curtas
Neurotransmissores
Pré-ganglionares acetilcolina acetilcolina
Pós-ganglionares acetilcolina nor-adrenalina
______________________________________________________________________
Sistema parassimpático
Fibras de origem craniana
Estas fibras passam pelos nervos cranianos oculomotores, faciais, glossofaríngeos e
vagos.
Fibras de origem sagrada
Emergem de S2 a S4.
Os seus axónios estendem-se das raízes ventrais dos nervos raquidianos até aos seus
ramos ventrais, dando origem aos nervos pélvicos e ao hipogástrico inferior.
Sistema simpático
Emergem da medula de T1 a L2
Os neurónios pré-ganglionares formam os cornos laterais da medula, também chamados
zonas motoras viscerais.
Serve não só os órgãos internos mas também os elementos internos da pele e músculos e
os miocitos das artérias e veias.
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Sympathetic_NS.PNG
Fig. 8.3 – Ramos do simpático e parasimpatico
Reflexos viscerais
O sistema autónomo é essencialmente motor mas tem fibras sensitivas provenientes dos
neurónios sensitivos viscerais.
Os prolongamentos periféricos dos neurónios sensitivos encontram-se nos VII, IX e X
pares cranianos.
Os arcos reflexos têm os mesmos elementos dos somáticos.
Muitos dos reflexos viscerais são mecanismos reguladores da homeostase.
Duração dos efeitos
Parassimpático
A acção é curta porque a acetilcolina é ràpidamente destruída pela acetillcolinesterase.
Os neurónios pós-ganglionares são poucos, o que torna a excitação localizada.
Simpático
A acção é mais prolongada pelas seguintes razões:
A nor-adrenalina é destruída mais lentamente, por recaptação.
A adrenalina actua através de segundos mensageiros.
Quando o simpático é activado, a medula supra-renal liberta pequenas
quantidades de adrenalina.
Regulação
Tronco cerebral
A formação reticular parece exercer a influência mais directa pois nela se encontram os
centros cardiovascular e respiratório e o núcleo dos nervos oculomotores.
Hipotálamo
Alguns núcleos das suas partes anterior e mediana controlam o parassimpático.
Os núcleos da parte lateral controlam o simpático.
Córtex
Há um certo controlo voluntário das actividades viscerais
BIBLIOGRAFIA
http://www.chirosolutions.com.au/ANS_pic.html
http://faculty.washington.edu/chudler/auto.html
http://www.nda.ox.ac.uk/wfsa/html/u05/u05_010.htm
http://www.pharmacorama.com/Rubriques/Output/Communications_intercellulaires
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Sympathetic_NS.PNG
http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/autonomicnervoussystemdisorders.html
Capítulo 9
MEDULA
Introdução
Partes do sistema nervoso
Sob o ponto de vista anatómico distingue-se o sistema nervoso central compreendendo
o encéfalo e a medula e o sistema nervoso periférico compreendendo os nervos e os
gânglios.
O SNC está alojado na cavidade craniana e no canal raquidiano (medula).
É protegido e alimentado pelas meninges e líquido cefalo-raquidiano.
A medula é um importante centro de reflexos e a via de transporte de impulsos
sensitivos e motores.
Nervos raquidianos ou espinhais
Raízes ventral e dorsal
Da medula saem 31 pares de nervos espinhais.
Cada uma tem uma raiz ventral ou anterior e dorsal ou posterior.
Cada raiz é um conjunto de feixes nervosos.
A raiz posterior tem uma tumefacção oval, o gânglio espinhal, que contem numerosas
células nervosas.
A raiz dorsal é sensitiva e a ventral motora.
Raízes ventral e dorsal
http://www.medtrng.com/anatomy%20lesson/bhp13.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Medulla_spinalis_-_Section_-_English.svg
1-Corno dorsal
2- corno lateral
3- corno ventral
4-raiz dorsal
5- gânglio da raiz
dorsal
6-Raiz ventral
7- nervo espinal
8 - aferente
(sensorial)
9 – eferente
(motor)
http://bioweb.uwlax.edu/aplab/Table_of_Contents/Lab_07/Spinal_Model_2/spinal_model_2.html
Cortesia de Gillis Rick
Fig. 9.1 - Medula
É por esta razão que a secção da medula provoca uma paralisia ou insensibilidade
abaixo do nível da secção.
Nervos espinhais
Os pares de nervos espinais dividem-se em:
Cervicais – 8
Torácicos 12
Lombares – 5
Sagrados – 5
Coccígeos – 1
http://www.disabled-world.com/artman/publish/spine_picture.shtml
Fig. 9.2 – Nervos raquidianos
Neurómeros
Embora não se veja segmentação na superfície da medula, considera-se que cada
inserção de um nervo é um neurómero ou segmento espinhal.
http://www.sci-recovery.org/sci.htm
Fig. 9.3 - Neuromeros
Cauda equina
No embrião cada nervo passa horizontalmente por cada buraco vertebral.
Com o crescimento da coluna a direcção torna-se mais oblíqua, aumentando a
inclinação dos superiores para os inferiores.
Esta disposição geral imita uma cauda de cavalo, pelo que o conjunto destes nervos se
designa por vezes como cauda equina.
http://www.ghettodriveby.com/cauda-equina/
Cortesia de Greg Frogh
Fig. 9.4 – Cauda equina
Substância cinzenta
É constituída pelos corpos celulares, prolongamentos amielinizados e gliocitos.
É uma coluna interrompida cuja secção forma um H com cornos anteriores largos e
curtos, cornos posteriores longos e afilados e cornos laterais pouco desenvolvidos,
existentes apenas nos segmentos torácico e lombar superior.
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/cns1.html
Cortesia de
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
Fig. 9.5 – Substancia branca e substancia cinzenta
É formada por duas massas simétricas, ligadas por uma ponte, a comissura cinzenta
que rodeia o canal central.
É dividida em duas metades por dois sulcos, o sulco anterior e o sulco posterior.
O sulco posterior prolonga-se em profundidade por um septo delgado.
A emergência dos nervos divide cada metade em três cordões – anterior, lateral e
posterior.
http://www.medtrng.com/anatomy%20lesson/bhp13.htm
Fig. 9.6 – Substancia cinzenta
Substância branca
A substância branca encontra-se na periferia.
Tem fibras mielinizadas e não mielinizadas.
Como as não mielinizadas predominam tem uma cor branca.
Vias multineuronais
Definição
A maior parte dos feixes e tractos da medula pertencem às vias neuronais.
São vias que ligam o encéfalo à periferia do organismo.
São vias ascendentes e descendentes que contêm não só axónios medulares mas
também periféricos e cerebrais.
Características gerais
As fibras cruzam a linha mediana num ponto específico do seu trajecto
(decussação).
As relações entre a periferia e o encéfalo fazem-se por dois ou três neurónios.
Todos os feixes e tractos existem aos pares.
O T1 entra no plexo braquial.
Reflexos
Tipos de reflexos
Os reflexos somáticos implicam a contracção de músculos esqueléticos.
Os reflexos viscerais ou autónomos consistem em respostas dos músculos lisos ou
cardíacos ou de glândulas.
São respostas automáticas rápidas e predizíveis face a alterações do meio e que
ajudam a manter a homeostase.
Arco reflexo
Receptor
É o dendrito de um neurónio sensitivo.
Em resposta ao estímulo cria-se um potencial de acção, o potencial de receptor.
Se o potencial ultrapassa o limiar desencadeiam-se um ou mais impulsos nervosos.
Neurónio sensitivo
Conduz o estímulo até aos axónios terminais do nervo sensitivo, situados na medula
ou no tronco do encéfalo.
Centro integrador
É uma região do SNC.
Pode haver apenas uma sinapse entre o neurónio sensitivo e motor (reflexo
monosináptico) ou mais de um (reflexo polisináptico).
Arco reflexo
http://www.medtrng.com/anatomy%20lesson/bhp13.htm
http://webanatomy.net/anatomy/reflex_arc.jpg
Fig. 9.7 – Arco reflexo
Neurónio motor
Transmite os impulsos desencadeados pelo centro integrador para o efector.
Efector
É a parte do corpo que responde ao impulso nervoso.
Capítulo 10
TRAUMATISMOS DA MEDULA
A medula é elástica estirando-se em cada movimento a cabeça e nas flexões do
tronco.
Todavia é muito sensível à pressão directa.
Qualquer lesão da medula ou das raízes dos nervos está associada a uma perda da
função motora (paralisia) ou sensitiva (parestesias).
As lesões das células da raiz ou haste ventrais afectam a via motora e provocam
paralisias flácidas dos músculos correspondentes.
A lesão transversal da medula leva a uma perda da motilidade e sensibilidade das
regiões situadas abaixo da lesão.
Se a lesão se produz entre T1 e L1 há uma paralisia dos membros – inferiores –
paraplegia.
Se a lesão se produz na região cervical há paralisia dos quatro membros –
tetraplegia.
http://webschoolsolutions.com/patts/systems/chp3p135.gif
Capítulo 11
ENCÉFALO
Introdução
Conceitos
O encéfalo, contido na cavidade craniana, é o controle central do organismo.
Contem cerca de 100 biliões de neurónios.
Pesa cerca de 1500g.
Partes do encéfalo
Cérebro.
Cerebelo.
Diencéfalo (tálamo e hipotálamo).
Tronco cerebral (bulbo raquidiano, ponte, mesencéfalo).
Hemisférios cerebrais
http://anatomy.med.umich.edu/modules/NS_overview_module/NS_Overview_01.html
cortesia de Thomas Gest
Fig. 11.1 - Encefalo
O cérebro é constituído por duas metades, direita e esquerda, ligadas entre si pelo corpo
caloso.
http://www.nodcc.org/what_is_the_corpus_callosum.php
Cortesia de noddc
http://www.indiana.edu/~pietsch/callosum.html
Cortesia do prof Paul Pietsch
http://www.csuchico.edu/~pmccaffrey/syllabi/CMSD%20320/362unit5.html
Cortesia de Patrick Mc Caffey
Fig. 11.2 – Corpo caloso
O hemisfério esquerdo recebe as informações do lado direito do corpo e o esquerdo do
direito.
Cada hemisfério é coberto por uma camada delgada de substância cinzenta, o córtex
cerebral.
Anfractuosidades
A superfície exterior do cérebro é percorrida por sulcos ou anfractuosidades que dão ao
cérebro pregueado.
Distinguem-se quatro tipos de anfractuosidades – fendas, regos, sulcos e cisuras.
Fendas
São profundas, separando grandes regiões cerebrais.
Regos
São menos profundos.
Separam regiões no mesmo hemisfério, como os lobos.
Sulcos
Pouco profundos.
Separam as circunvoluções.
Cisuras
Anfractuosidades superficiais.
Subdividem as circunvoluções.
Pregas
Pontes de substância nervosa que ligam lobos e circunvoluções.
As pregas anastomóticas ou de comunicação unem circunvoluções adjacentes.
As pregas de passagem estendem-se de um para outro lobo.
Lobos
Alguns regos mais profundos dividem a superfície de cada hemisfério em quatro lobos,
designados pelos nomes dos ossos que os encimam – frontal, parietal, temporal,
occipital.
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Brain-anatomy.jpg
Fig. 11.3 – Lobos cerebrais
Os lobos realizam funções específicas.
Lobo frontal
http://faculty.ucc.edu/biology-potter/the_brain/sld010.htm
Fig. 11.4 – Lobo frontal
Controle dos movimentos finos.
Olfacto.
Pensamento abstracto e julgamento.
Linguagem (hemisfério esquerdo).
Lobo parietal
http://faculty.ucc.edu/biology-potter/the_brain/sld011.htm
Fig. 11.5 – Lobo parietal
Informação aferente
Algumas funções de memória
Lobo temporal
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Gray724.png
Fig. 11.6 – Lobo temporal
Sonho, memoria, emoções.
Função auditiva.
Lobo occipital
Visão.
http://faculty.ucc.edu/biology-potter/the_brain/sld012.htm
Fig. 11.7 – Lobo parietal
Áreas funcionais
Certas zonas do cérebro são especializadas.
Há áreas motora, sensitiva, visual e auditiva.
Próximo destas áreas encontram-se regiões menos bem delimitadas, os centros de
associação ou áreas secundárias que vão integrar a percepção e identifica-la.
A maior parte das vias nervosas é cruzada – as vias estão relacionadas com o hemisfério
oposto.
É por isto que no dextro o hemisfério esquerdo está mais desenvolvido, passando-se o
contrário no canhoto.
Áreas funcionais
http://universe-review.ca/I10-85-cerebrum.jpg
http://faculty.washington.edu/chudler/nsdivide.html
cortesia de E. Chudler
Fig. 11.8 – Áreas funcionais do cérebro
Área sensitiva
Área sensitiva primária
As vias da sensibilidade chegam à circunvolução parietal ascendente.
Área sensitiva associativa ou psico-sensitiva
Atrás encontra-se uma área secundária.
Nas lesões desta área os doentes sentem as sensações elementares como a dor, mas não
têm impressões de conjunto (agnosia) – não identificam os objectos que tocam.
Nesta área são também registadas imagens tácteis anteriormente adquiridas.
Na cegueira verbal, o doente não decifra as palavras escritas.
Área auditiva
Área auditiva primária
Encontra-se no meio da primeira circunvolução temporal.
Os sons agudos (base da cóclea) são recebidos atrás e os agudos (vértice da cóclea)
adiante.
Esta área descodifica a amplitude, o ritmo e a intensidade.
Área auditiva associativa ou psicoauditiva
Atrás da área auditiva primária.
Permite a interpretação dos estímulos sonoros, comparando-os com outros previamente
armazenados.
Uma lesão nesta área provoca a surdez verbal – o doente ouve o interlocutor mas não o
entende.
Linguagem
É coordenada na área de Broca situada na parte inferior do lobo frontal esquerdo,
associada à área de Wernicke.
Na sua lesão surge afasia.
Áreas motoras
http://www.waiting.com/frontallobe.html
Fig. 11.9 – Áreas motoras
Área motora primária
Situada na circunvolução frontal ascendente.
Comanda a contracção de todos os músculos.
Todo o sistema motor se projecta nesta área mas a extensão de cada centro motor
depende da precisão dos movimentos realizados pelo músculo e não da sua massa.
Área motora associativa ou psicomotora
Adiante da área motora primária
Coordena as contracções para um fim preciso (praxia).
Nas lesões desta área há apraxia – não há paralisias, mas os movimentos complexos
adquiridos com aprendizagem são esquecidos
Há casos particulares em relação à linguagem os doentes raciocinam normalmente mas
não conseguem escrever (agrafia) ou articular as palavras (anartria).
Lobos pré-frontais
http://www.brainexplorer.org/glossary/prefrontal_cortex.shtml
Fig. 11.10 – Cortex pre-frontal
Ocupam a parte anterior do lobo frontal.
Estão ligados à inteligência, capacidade de aprendizagem e personalidade.
Deles dependem as ideias abstractas e juízos de valor.
Estão associados ao humor.
Nas suas lesões observa-se grandes oscilações de humor, falta de atenção e
desaparecimento de inibições que podem levar a uma má conduta social e à agressão.
EGAS MONIZ idealizou a lobotomia pré-frontal (secção de alguns feixes que se
dirigem aos lobos pré-frontais) para tratar algumas doenças mentais e também em casos
de muito má conduta social.
Substância branca
As áreas corticais dos dois hemisférios comunicam entre si e com os centros
subcorticais pela substância branca.
É composta quase totalmente por fibras mielinizadas agrupadas em feixes.
Distinguem-se fibras comissurais, associativas e de projecção.
Fibras comissurais
Formam comissuras que ligam áreas homólogas dos hemisférios, permitindo a sua
coordenação.
As mais importantes são a comissura anterior do cérebro e o corpo caloso.
http://www.csuchico.edu/~pmccaffrey/syllabi/CMSD%20320/362unit5.html
cortesia de Patrick Mc Caffey
Fig. 11.11 – Fibras comissurais
Fibras associativas
Transmitem o influxo nervoso no interior do mesmo hemisférMio.
As fibras curtas ligam circunvoluções adjacentes e as longas ligam os diferentes lobos
entre si.
Fibras de projecção
Ligam o córtex ao resto do sistema nervoso, aos receptores e aos efectores.
Ventrículos cerebrais
Introdução
O líquido cefaloraquidiano circula no cérebro e medula através de cavidades especiais
que constituem o sistema ventricular.
Há quatro ventrículos.
Os ventrículos invadem os lobos frontal, temporal e occipital.
Todos os ventrículos têm o plexo coroideu que produz o líquido cefalo-raquidiano.
Ventrículos laterais
Os ventrículos laterais ( I e II) são grandes cavidades mergulhadas nos hemisférios
Terceiro ventrículo
Comunicam com o terceiro ventrículo bastante estreito, situado no diencéfalo pelo
foramen interventricular ou buraco de Monro
http://www.cancerhelp.org.uk/cancer_images/brain-ventricles.gif
http://lecerveau.mcgill.ca/flash/i/i_01/i_01_cr/i_01_cr_ana/i_01_cr_ana.html
cortesia de Bruno Dubuc
Fig. 11.12 – Ventrículos cerebrais
Quarto ventriculo
O terceiro ventrículo comunica com o quarto por um canal que atravessa o mesencéfalo,
o aqueduto do mesencéfalo ou aqueduto de Sylvius.
Está situado entre a ponte e o cerebelo.
A sua parte inferior comunica com o canal central da medula.
Comunica com a cavidade subaracnoideia pelo canal de Magendie.
http://faculty.washington.edu/chudler/vent.html
cortesia de E.Chudler
http://www.hydroassoc.org/education_support/learning/brain-physiology/
Fig. 11.13– Quarto ventrículo
Hidrocéfalo
É uma expansão anormal dos ventrículos causada pela acumulação de liquor.
O liquor acumulado comprime o sistema nervoso porque não se pode expandir contra a
cavidade craniana, aumentando a pressão intracraniana.
A causa mais frequente do hidrocelo é a obstrução do aqueduto de Sylvius.
http://www.med.nyu.edu/patientcare/library/article.html?ChunkIID=11771
http://www.lucinafoundation.org/birthdefects-hydrocephalus.html
cortesia de Julie Drake
Fig. 11.14 - Hidrocéfalo
Gânglios basais
Definição
Grupos de núcleos subcorticais encontrados nos dois lados do tálamo
http://lecerveau.mcgill.ca/flash/d/d_06/d_06_cr/d_06_cr_mou/d_06_cr_mou.html
cortesia de Bruno Dubuc
http://thalamus.wustl.edu/course/cerebell.html
cortesia de David van Essen
Fig. 11.15 – Gânglios basais
O maior grupo de núcleos é o corpo estriado constituído pelos núcleo caudado, putame,
globo pálido, nucleus accumbens e substância negra.
Os núcleos comunicam entre si.
http://thalamus.wustl.edu/course/cerebell.html
cortesia de David van Essen
http://www.csuchico.edu/~pmccaffrey/syllabi/CMSD%20320/362unit5.html
cortesia de Patrck Mc Caffrey
Fig. 11.16 – Núcleos dos gânglios basais
Núcleo caudado
Começa atrás do lobo frontal e curva-se para o lobo occipital.
Envia mensagens para o lobo frontal, na sua maioria provenientes do sistema límbico.
É responsável por avaliar coisas que não estão correctas e resolver a situação – p.ex.:
porta aberta-feche a porta
A sua hiperactividade está relacionada com a doença obcessiva convulsiva.
Putame
Abaixo e atrás do caudado.
O putame e o caudado constituem o neostriatum.
Envolvida na coordenação de movimentos automáticos – condução, linhas de
montagem.
Globo pálido
Dentro do putame.
Recebe impulsos do putame e caudado.
Envia impulsos para a substância negra.
Nucleus acumbens
Abaixo dos outros núcleos.
Recebe impulsos do córtex pré-frontal.
Envia impulsos para o globo pálido.
Substância negra
Situada na parte superior do mesencéfalo, abaixo do tálamo.
A sua cor deve-se à neuromelanina.
Tem duas partes – pars compacta e pars reticulata.
PARS COMPACTA
Usa neurónios dopamínicos.
Envia sinais para o estriado.
Parece envolvida nos circuitos de recompensa.
SUBSTANTIA RETICULATA
A maior parte dos neurónios são gabaérgicos.
Controla os movimentos dos olhos.
Patologia
O mau funcionamento dos gânglios basais pode originar discinésias (alterações do
movimento). Não há paralisias mas apenas uma desordem no controle e regulação dos
movimentos voluntários.
Há duas formas de discinésia – hipercinetica e hipocinetica.
DISCINÉSIA HIPERCINÉTICA
Há um aumento incontrolado da actividade motora.
As discinésias hipercinéticas mais frequentes são a coreia de Huntington.
É uma doença genética.
Deve-se à morte das células do núcleo caudado.
É caracterizada por movimentos sacudidos e desordenados (dansa de S.Vito).
Outras doenças deste grupo são a coreia de Sydenham, atetose, hemibalismo, distonia e
tiques.
DISCINÉSIA HIPOCINÉTICA
Dificuldade no iníciodos movimentos (acinesia) ou falta ou redução da amplitude dos
movimentos (bradicinesia).
A mais importante é a doença de Parkinson.
Deve-se à morte das células da substância negra com a falta consequente de dopamina e
melanina.
Corpo amigdaloide
Encontra-se sobre a cauda do núcleo caudado.
Sob o ponto de vista anatómico pertence aos núcleos basais, mas pertence
funcionalmente ao sistema límbico.
Desempenha um papel em certas actividades cognitivas e emocionais.
BIBLIOGRAFIA
Anatomia do cérebro
http://www.waiting.com/frontallobe.html
http://yourtotalhealth.ivillage.com/brain-nervous-system.html?pageNum=3#3
http://library.thinkquest.org/TQ0312238/cgi-bin/view.cgi
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http://www.theodora.com/anatomy/the_brain_or_encephalon.html
Anatomia comparada do cérebro
http://www.brainmuseum.org/sections/index.html
Áreas funcionais
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Corpo caloso
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Ilustrações – cérebro
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Lobos cerebrais
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Ilustrações – ventrículos cerebrais
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Divisões do sistema nervoso
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http://thalamus.wustl.edu/course/cerebell.html
http://www.shockmd.com/2008/01/20/6-different-locations-for-deep-brain-stimulation-
in-depression/
http://www.sci.uidaho.edu/med532/basal.htm
http://www.neuroanatomy.wisc.edu/coro97/s/C2.HTM
Capítulo 12
DIENCÉFALO
Introdução
É coberto pelos hemisférios cerebrais e forma com eles o cérebro.
É composto pelo tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo.
http://www.crystalinks.com/thirdeyepineal.html
cortesia de crystalinks
Fig. 12.1 - Diencefalo
Tálamo
Anatomia
É uma estrutura ovóide de 3mm de comprimento situada acima do mesencéfalo.
Formado por pares de massas ovais de substância cinzenta formando as paredes laterais
do terceiro ventrículo.
http://www.thebrainwiki.com/pmwiki.php?n=Forebrain.Thalamus
http://www.cerebromente.org.br/n15/mente/evolution_intelligence.html
Fig. 12.2 - Tálamo
As porções direita e esquerda estão ligadas pela comissura cinzenta que cruza o terceiro
ventrículo.
A comissura cinzenta tem algumas zonas de substância branca.
Uma delas, a lâmina medular externa divida a comissura cinzenta num grupo nuclear
anterior, nuclear interno e nuclear externo.
O tálamo é a principal estação de transmissão para os impulsos sensitivos.
Núcleos
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Gray713.png
Fig. 12.3 – Núcleos do tálamo
Em cada grupo talâmico existem núcleos que exercem funções específicas.
Alguns são núcleos de transmissão e outros de associação (ligam-se a áreas de
associação do cérebro).
Núcleos de transmissão
Ventrais anteriores (funções motoras).
Ventrais laterais (funções motoras).
Ventrais posteriores (gosto e sensações somáticas).
Geniculados internos (audição).
Geniculados externos (visão).
Núcleos de associação (centros de sinapses)
Anterior.
Medial.
Pulvinar e dorsal lateral.
Núcleo reticular
Delgada camada de células que cobre os outros núcleos.
Funções sensoriais
Visuais
As fibras do nervo óptico estacionam nos núcleos geniculados externos.
As lesões deste núcleo provocam hemianopia.
Auditivas
Os impulsos auditivos estacionam nos núcleos geniculados internos.
As lesões de um dos núcleos têm pouco efeito na audição porque as sensações auditivas
são transmitidas bilateralmente.
Somatosensoriais
Os impulsos dirigem-se para os núcleos ventrais posteriores.
A lesão causa perda das sensações de um dos lados do corpo.
Paradoxalmente alguns doentes têm sensações dolorosas – dor atalamica.
Funções motoras
A interrupção dos impulsos para os núcleos ventral anterior e lateral pode provocar
ataxia.
A interrupção dos impulsos dos gânglios basais para os mesmos núcleos pode causar
acinesia.
Funções cognitivas
Estão relacionadas com os núcleos de associação.
Núcleos anteriores
Os núcleos anteriores recebem aferentes do sistema límbico.
Desempenha um papel no comportamento de sobrevivência e na memória.
As lesões podem causar amnésia profunda.
Núcleos médios
Recebem aferentes dos sistemas olfactivo e límbico.
Envolvem o pensamento, juízos de valor e estados de espírito.
Núcleos pulvinar e dorsal lateral
Chamam a atenção para objectos que interessem ao campo visual mas não são fonte de
percepção visual consciente.
Núcleo reticular
Inibe os outros núcleos.
Influi sobre a concentração e atenção.
Hipotálamo
Anatomia
Está situado abaixo do tálamo.
Não tem barreira hematoencefálica.
Forma o pavimento e parte das paredes laterais do terceiro ventrículo.
Parcialmente protegido pela sela turca e pelo esfenoide.
http://thalamus.wustl.edu/course/hypoANS.html
cortesia de David van Essen
Wash.Univ. Sch. Med
Fig. 12.4 - Hipotálamo
Regiões
Região mamilar
http://thalamus.wustl.edu/course/hypoANS.html
cortesia deDavid van Essen
Fig. 12.5 – Região mamilar
Porção mais posterior do hipotálamo.
Adjacente ao mesencéfalo.
Tem duas pequenas formações arredondadas, os corpos mamilares, estação de
transmissão para reflexos relacionados com o olfacto.
Região tubérica
Situada na zona média.
É a região mais ampla do hipotálamo.
NÚCLEOS
Dorsomedial.
Ventromedial.
Arqueado.
INFUNDIBULO
Estrutura em forma de haste que liga a hipófise ao hipotálamo.
TUBER CINEREUM
Massa elevada de substância cinzenta.
Encontra-se uma região ligeiramente elevada, a eminência media, onde se encontram os
neurónios que sintetizam as hormonas que regulam as secreções do lobo anterior da
hipófise.
Estas hormonas são libertadas para as redes capilares da eminência média para se
dirigirem ao lobo anterior da hipófise.
Região supraoptica
http://thalamus.wustl.edu/course/hypoANS.html
cortesia de David vanEssen
Fig. 12.6 - Região supraoptica
Encontra-se acima do quiasma óptico.
Contem os núcleos paraventricular, supraóptico, hipotalâmico anterior e
supraquiasmático, que se reúne para formar o feixe supraóptico-hipofisário que se dirige
do infundibulo para a hipófise anterior.
Este feixe transporta a ocitocina e hormona antidiurética, sintetizadas nos núcleos, para
a hipófise posterior.
Região preóptica
Está adiante da região supraóptica.
Regula certas actividades autónomas.
Hipotálamo e homeostase
Os impulsos sensitivos provenientes de todas as partes do organismo acabam no
hipotálamo.
O hipotálamo tem receptores próprios como os osmoreceptores, termoreceptores.
Funções fundamentais do hipotálamo
Regulação do sistema nervoso autónomo
Dirige os centros do tronco cerebral e medula.
Regula assim a tensão arterial, contracções cardíacas, motilidade digestiva, respiração
entre outras acções.
Reacções emocionais e comportamento
Tem muitas ligações com as áreas associativas corticais e da parte inferior do tronco
cerebral.
É a base do sistema límbico
Tem os núcleos associados à percepção do prazer, medo, cólera, ritmos, pulsões
biológicas.
Temperatura corporal
Conforme a informação do centro termoregulador desencadeia mecanismos de
arrefecimento (sudação) ou de aquecimento (calafrios).
Ingestão de alimentos
Regula o apetite através de dois centros, o centro do apetite e o centro da saciedade.
Equilíbrio hídrico e sede
Os osmoreceptores detectam os aumentos da concentração de solutos e desencadeiam a
libertação de hormona antidiurética.
As mesmas condições estimulam o centro da sede.
Ciclo vigília-sono
Pelo núcleo supra-quiasmático (relógio biológico do organismo) regula o ciclo do sono
através das informações trazidas pelas vias visuais sobre claridade e obscuridade.
Sistema endócrino
Rege a secreção das hormonas hipofisária pelas hormonas de libertação.
Os núcleos supraópticos e paraventriculares produzem respectivamente hormona
antidiurética e ocitocina.
Epitálamo
Anatomia
Colocado na parte posterior do diencéfalo.
Forma o teto do terceiro ventrículo.
Parte mais pequena e mais antiga do diencéfalo.
Composição
Epifise.
Habenula.
http://www.sci.uidaho.edu/med532/epithala.htm
Fig. 12.7 - Epitálamo
Habenula
Constituída pelo trígono da habenula, gânglio da habenula e núcleos habenulares,
interno e externo.
Os núcleos habenulares estão ligados pela comissura interhabenular.
Ligada ao sistema límbico.
Regula algumas funções do sistema autónomo.
Participa na regulação da tiróide.
http://www.scholarpedia.org/article/Habenula
Fig. 12.8 - Habenula
Epifise
Será estudada nas glândulas endócrinas.
Subtálamo
Anatomia
Existe apenas nos mamíferos.
Localizado adiante do tálamo e ao lado do hipotálamo.
http://www.sci.uidaho.edu/med532/subthalamus.htm
Fig. 12.9 - Subtálamo
Funções
Geração de movimentos rítmicos.
Em gatos, a estimulação do subtálamo aumenta a micção.
A estimulação do hipotálamo é um método eficaz de tratamento da doença de
Parkinson.
BIBLIOGRAFIA
Epitálamo
http://www.sci.uidaho.edu/med532/epithala.htm
http://www.scholarpedia.org/article/Habenula
Hipotálamo
http://thalamus.wustl.edu/course/hypoANS.html
Tálamo
http://www.neuroanatomy.wisc.edu/coro97/contents.htm
http://thalamus.wustl.edu/course/basvis.html
Capítulo 13
TRONCO CEREBRAL
É a extensão inferior do encéfalo que o liga à medula.
Partes
Mesencéfalo.
Ponte.
Bulbo.
1-cortex cerebral
2-cerebelo
3-quiasma óptico
4-protuberancia
5- bulbo
6-medula
http://bioweb.uwlax.edu/aplab/Table_of_Contents/Lab_07/Thalamus_4/thalamus_4.html
Cortesia de Gillis Rick
http://www.infovisual.info/03/043_en.html
Fig. 13.1 – Tronco cerebral
Mesencéfalo
Anatomia
É a região mais pequena do tronco cerebral.
Está acima da ponte.
Contem os núcleos dos nervos oculomotor (III) e troclear (IV).
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Midbrainsuperiorcolliculus.png
Fig. 13.2 - Mesencefalo
Pedunculos cerebrais
São duas dilatações existentes na face ventral.
Assemelham-se a pilares verticais sustentando o cérebro.
Aqueduto do mesencéfalo
É atravessado pelo aqueduto do mesencéfalo, que une os terceiro e quarto ventrículos.
Separa os pedúnculos cerebrais da parte dorsal do mesencéfalo.
Teto do mesencéfalo
É a parte dorsal do mesencéfalo.
É constituído por quatro núcleos, os tubérculos quadrigémios ou coliculi.
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Gray711.png
Fig. 13.3 – Teto do mesencefalo
Tubérculos quadrigéemios inferiores
São parte integrante da via auditiva.
Todos os neurónios pertencentes a esta via fazem sinapse nestes núcleos.
Tubérculos quadrigémios superiores
Regulam os movimentos reflexos dos olhos e cabeça quando se segue um objecto.
Pavimento
Nervos
Tractos ascendentes da medula para o cérebro.
Núcleos para o trigemio (V), abducens (VI), facial (VII) e vestibulocóclear (VIII).
Núcleo vermelho
Tem este nome pela sua cor devida à sua grande irrigação e à existência de um
pigmento ferroso
É uma estação de transmissão de certas vias motoras
Participa na regulação das actividades motoras inconscientes
Lemnisco medial
Banda de fibras brancas que se estendem pelo bulbo, protuberância e mesencéfalo.
Contem axónios que transportam impulsos do tacto do bulbo para o tálamo.
Protuberância
Definição
Colocada entre o mesencéfalo e o bulbo raquidiano.
Região proeminente.
A sua face posterior é parte da parede anterior do quarto ventrículo.
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Gray768.png
http://faculty.une.edu/com/fwillard/Cerebellum/pages/Cbell0256.htm
Fig. 13.4 - Protuberância
Fibras
A protuberância é constituída fundamentalmente por fibras, longitudinais e transversais.
As fibras longitudinais são tractos ascendentes e descendentes, fazendo comunicação
entre os centros cerebrais superiores e a medula.
As fibras transversais formam os pedúnculos cerebelosos médios ligando os dois lados
da ponte ao cerebelo.
Núcleos
Núcleos para o trigemio (V), abducens (VI), facial (VII) e ramos vestibulares do
vestibulocóclear (VIII).
Centro pneumotaxico participando na regulação do ritmo da respiração.
Centro apneustico, regulador do sono.
Bulbo raquidiano
Anatomia
Parte inferior do tronco cerebral.
Continua-se com a medula.
O canal central da medula continua no bulbo onde se alarga para constituir o quarto
ventrículo.
http://faculty.ucc.edu/biology-potter/the_brain/sld018.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Illu_pituitary_pineal_glands.jpg
Fig. 13.5 – Bulbo raquidiano
Pirâmides
Dilatações proeminentes da face anterior.
Como são mais largas próximo da protuberância chamam-se pirâmides.
Consistem em tractos descendentes responsáveis pelo controle consciente dos músculos
esqueléticos.
Decussação das pirâmides
Próximo da sua terminação, os nervos descendentes cruzam ou decussam para formar
um X.
Como consequência cada hemisfério rege os movimentos voluntários do lado oposto do
corpo.
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Gray687.png
Fig. 13.6 – Decussação das piramides
São duas estruturas ovais que fazem saliência na superfície anterior, lateralmente às
margens superiores das pirâmides.
Enviam ao cerebelo informações sobre o estiramento dos músculos e articulações.
Núcleos de nervos cranianos
Emergem raízes dos nervos vestíbulo-cóclear (VIII), glossofaringeos (IX), vagos X,
acessórios (XI) e hipoglossos (XII).
Núcleos cóclear e vestibular
Os nervos vestibulo-cócleares fazem sinapse com os núcleos cócleares e com vários
núcleos vestibulares na protuberância e no bulbo.
Os núcleos vestibulares participam no envio de ordens motoras para a manutenção do
equilíbrio.
Núcleos gracile e cuneiforme
Encontram-se na parte dorsal do bulbo.
Associados ao lemnisco medial.
São ponto de paragem das informações sensitivas que se dirigem da medula para o
tálamo (segunda paragem).
Centros reguladores
Centros cardiovasculares
O centro cardíaco actua sobre a força e frequência das contracções cardíacas.
O centro vasomotor age sobre os músculos lisos dos vasos, regulando a pressão arterial.
Centros respiratórios
Regulam o ritmo e a amplitude da respiração.
http://www.medicalook.com/human_anatomy/organs/Medulla_oblongata.html
Fig. 13.7 – Centros respiratórios
Outros centros
Vomito.
Soluços.
Espirro.
Salivação.
Tosse.
BIBLIOGRAFIA
Bulbo raquidiano
http://faculty.ucc.edu/biology-potter/the_brain/sld018.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Gray687.png
http://www.medicalook.com/human_anatomy/organs/Medulla_oblongata.html
Mesencéfalo
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Midbrainsuperiorcolliculus.png
Protuberância
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Gray768.png
http://faculty.une.edu/com/fwillard/Cerebellum/pages/Cbell0256.htm
Tronco cerebral
http://library.med.utah.edu/kw/hyperbrain/syllabus/syllabus4.html
http://www.neuroanatomy.wisc.edu/virtualbrain/Index.html
http://www.infovisual.info/03/043_en.html
http://songweaver.com/brain/index.html
Capítulo 14
CEREBELO
Está situado na fossa posterior do crânio.
Atrás da protuberância e medula.
Separado da medula pelo aqueduto de Sylvius e quarto ventrículo.
Contem cerca de 5º% dos neurónios do encéfalo embora represente apenas 10% do seu
volume.
Contem cerca de 200 milhões de fibras aferentes.
http://lecerveau.mcgill.ca/flash/d/d_06/d_06_cr/d_06_cr_mou/d_06_cr_mou.html
cortesia de Bruno Dubuc
Fig. 14.1 - Cerebelo
Partes do cerebelo
Hemisférios
Tal como o cérebro, o cerebelo é coberto pelos hemisférios cerebelosos.
Dois hemisferios divididos em lobos.
Os hemisférios estão separados um dos outros por uma estrutura delgada, o vermis.
http://faculty.une.edu/com/fwillard/Cerebellum/pages/Cbell0253.htm
http://www.stonybrookmedicalcenter.org/body.cfm?id=1177
cortesia de
Roberta Seidman
Stony Book University Hospital
Fig. 14.2 - Vermis
O cerebelo divide-se em arquicerebelo, paleocerebelo e neocerebelo.
Estas designações têm a ver com a sua antiguidade.
Arquicerebelo
Também conhecido por vestibulocerebelo.
Colocado no lóbulo floconodular, longo lobo cilíndrico, colocado acima do quarto
ventrículo.
Constituído por:
Flóculos, a parte mais antiga do cerebelo.
Nódulo, parte mais estreita e inferior do vermis.
Recebe fibras dos núcleos vestibulares inferior e medial e envia fibras para os núcleos
vestibulares, criando um sistema retroactivo que permite a manutenção do equilíbrio.
Participa também na coordenação dos movimentos oculares.
Paleocerebelo
Também conhecido por espinocerebelo.
Segunda parte mais velha do cerebelo.
Controla a propiocepção relacionada com o tono muscular.
Recebe aferentes dos tractos espinocerebelosos ventral e dorsal que conduzem
informações sobre a posição e forças actuando sobre as pernas.
Neocerebelo
Também conhecido por cerebrocerebelo
Envolvido na coordenação dos movimentos através de neurotransmissores inibitórios
como o GABA.
Envolvido na coordenação motora fina, particularmente nos movimentos finos dos
dedos, como a dactilografia.
Núcleos profundos
Estão colocados profundamente dentro de cada hemisfério.
São os núcleos dentado, emboliforme, globoso e fastigal.
Os seus axónios projectam-se para o tronco cerebral enviando mensagens para outras
partes do sistema nervoso.
http://www.stonybrookmedicalcenter.org/body.cfm?id=1177
Cortesia de
Roberta Seidman
Stony Book University Hospital
Fig. 14.3 – Núcleo dentado
Células de Purkinje
São células situadas no córtex que regulam os núcleos profundos, inibindo a sua
actividade.
Estão localizadas no córtex lateral.
http://www.stonybrookmedicalcenter.org/body.cfm?id=1177
cortesia de
Roberta Seidman
Stony Brook University Hospital
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/cns9.html
Cortesia de
Thomas F. Fletchet
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
Fig. 14.4 – Células de Purkinje
Pedúnculos cerebelosos
São feixes de fibras nervosas que ligam o cerebelo ao tronco cerebral.
Têm fibras aferentes e eferentes e por isso a informação corre nas duas direcções.
Pedúnculo cerebral superior ou brachium conjuntivum
Liga o cerebelo ao mesencéfalo.
É a maior via eferente do cerebelo.
Enviam informações para o lobo frontal através do núcleo vermelho.
As fibras aferentes conduzem informações aferentes da parte inferior do corpo.
Pedúnculo cerebeloso médio ou brachium pons
É o maior dos pedúnculos.
Liga o cerebelo á protuberância.
Através desta conexão o cerebelo recebe uma cópia dos movimentos musculares
conduzida pelo tracto piramidal para os neurónios motores inferiores.
Pedículo cerebeloso inferior ou corpos restiformes
Ligam o cerebelo aos núcleos vestibulares e à formação reticular.
Recebe informação propioceptiva da parte superior do corpo.
Propiocepção e cinestesia
Propiocepção
Informações sensoriais recebidas dos músculos, articulações e tendões sobre pressão,
movimento, vibração, posição, dor muscular e equilíbrio.
http://lecerveau.mcgill.ca/flash/d/d_06/d_06_cr/d_06_cr_mou/d_06_cr_mou.html
cortesia de Bruno Dubuc
Fig. 14.5 – Vias
Cinestesia
Informações vindas dos feixes musculares sobre os movimentos das pernas.
Vias aferentes
http://www.neuroanatomy.wisc.edu/cere/text/p1/S/c1.htm
Fig. 14.6 - Propiocepção
O tracto ventroespinocerebeloso contém fibras propioceptivas da parte inferior do
corpo.
Os axónios decussam seguindo um trajecto contralateral, para posteriormente se
cruzarem de novo para terem um trajecto final ipsilateral.
Entram no cerebelo pelo pedúnculo cerebeloso superior.
O tracto dorsoespinocerebeloso informa o cerebelo sobre alterações da força,
intensidade e tensão dos movimentos musculares.
http://www.csuchico.edu/~pmccaffrey/syllabi/CMSD%20320/362unit5.html
cortesia de Patrick Mc Caffrey
Fig. 14.7 Vias que passam pelo cerebelo
Vias eferentes
Conduzem mensagens recebidas pelos núcleos reticulares.
O tracto vestibulocerebeloso transmite informações dos canais semicirculares através
do núcleo vestibular.
Entra no cerebelo pelo pedúnculo cerebeloso inferior.
Funções do cerebelo
Não inicia os movimentos mas coordena-os.
Recebe informações sensoriais.
Processa a informação sensorial e envia sinais para o córtex motor.
Retroacção
Compara o estado actual da posição das pernas e corpo e compara-os com a posição
desejada, enviando sinais para conseguir o objectivo desejado.
Capítulo 15
MENINGES E LIQUOR
Meninges
Definição
O encéfalo é envolvido por três membranas protectoras, as meninges.
São de fora para dentro a duramater, aracnoideia e piamater.
Estão separadas por dois espaços concêntricos, a cavidade epidural, cavidade subdural e
a cavidade subaracnoideia.
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Illu_meninges.jpg
Fig. 15.1 - Meninges
Duramater
Bainha tubular espessa e fibrosa.
Estende-se para baixo da terminação da medula.
Termina-se num fundo de saco pontiagudo ao nível da segunda vértebra sagrada.
É ricamente enervada e vascularizada.
Como é a única região enervada é a principal responsável pelas dores de cabeça.
Foice do cérebro
Prega em forma de foice que penetra na fissura longitudinal do cérebro e separa os
hemisférios cerebrais.
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Gray769.png
Fig. 15.2 – Foice do cérebro
Foice do cerebelo
Pequena lamina vertical que prolonga a foice do cérebro e se estende até ao vermis
separando os hemisférios cerebelosos.
Tenda do cerebelo
Prega quase horizontal que penetra na fissura transversa do cérebro.
Assemelha-se a uma tenda que encima o cerebelo.
Seios da duramater
Os dois folhetos da duramater estão soldados, excepto em certos lugares onde delimitam
os seios da duramater.
São seios venosos que recolhem os seios venosos do encéfalo e o envia para as veias
jugulares interna.
São os seios sagital, recto, inferior e transverso.
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Gray1196.png
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Hirnhaut.png
Fig. 15.3 – Seios da duramater
Aracnoideia
Bainha delgada separada da piamater pela cavidade subaracnoideia.
Projecta-se para os seios pelas vilosidades ou granulações aracnoideias que atravessam
a duramater e penetram nos seus seios.
Faz passar o liquor para o sangue venoso dos seios.
http://www.csuchico.edu/~pmccaffrey//syllabi/CMSD%20320/362unit3.htmlMc
Cortesia de Patrick Mc Caffrey
Fig. 15.4 - Aracnoideia
Piamater
Ligada intimamente à medula.
Envia septos delgados para a medula.
De cada uma das suas superfícies laterais parte uma banda estreita, o ligamentum
denticulatum, que se liga à superfície interna da duramater.
Adere fortemente ao encéfalo revestindo todos os sulcos e fissuras do córtex.
É percorrida por um grande número de pequenos vasos sanguíneos.
Bainhas da piamater envolvem segmentos curtos de pequenas artérias que penetram no
tecido cerebral.
Funde-se com o ependima, revestimento membranoso dos ventrículos para formar os
plexos coroideus, que produzem o liquor.
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/men1.html
Cortesia de
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
Fig. 15.5 - Visão de conjunto das meninges
Espaço epidural
Espaço potencial que pode existir entre a duramater e o crânio.
Se houver uma hemorragia cerebral o sangue pode colectar-se aqui.
Esta situação ocorre frequentemente em adultos como consequência de uma lesão
cerebral fechada.
Espaço subdural
Espaço potencial entre a duramater e a aracnoideia.
Quando há hemorragia cerebral o sangue pode acumular-se aqui e empurra a parte
inferior da medula.
Se a hemorragia continuar pode haver lesão cerebral devido à pressão exercida.
Cavidade subaracnoideia
Separa a aracnoideia da piamater.
Contem líquido cefaloraquidiano.
Cortesia de Emanuel Tanne
http://www.ihrfoundation.org/intracranial/hypertension/info/C16
http://vanat.cvm.umn.edu/neurHistAtls/pages/men3.html
Cortesia de
Thomas F. Flechter
College of Veterinary Medicine, University of Minnesota
Fig. 15.6 – Cavidade subaracnoideia
Liquor
O encéfalo e a medula são protegidos pelo líquido cefalo-raquidiano ou liquor.
Este líquido circula continuamente pela cavidade subaracnoideia e pelos ventrículos.
Composição
O liquor é um filtrado do plasma.
Na totalidade do sistema nervoso existem entre 80 e 150 ml.
Contem proteínas, glicose, acido láctico e alguns catiões e aniões
Funções
Protecção mecânica
Protege o encéfalo e medula contra traumatismos.
Faz que o cérebro flutue, evitando que seja esmagado pelo seu próprio peso flutuando, o
cérebro perde 97% do seu peso.
Embora o encéfalo seja bastante irrigado, o liquor contribui para a sua alimentação.
Alem disso pequenas alterações da composição iónica do liquor podem alterar os
potenciais pós-sinápticos e os potenciais de acção.
Nutrição
É um meio de intercâmbio de nutrientes e produtos de eliminação entre o sistema
nervoso e o sangue.
Trajecto do liquor
O liquor formado nos plexos coroideus dos ventriculos laterais flui para o terceiro
ventrículo.
Aí os plexos acrescentam mais líquido.
Através do aqueduto de Sylvius atravessa o mesencéfalo para se dirigir ao quarto
ventrículo onde se forma mais líquido.
Seguidamente penetra no espaço subaracnoideu onde é reabsorvido.
Hidrocefalia
Um bloqueio causado por exemplo por um tumor pode impedir esta drenagem do
liquor.
O liquor acumula-se nos ventrículos – aumento a pressão – é a hidrocefalia.
No lactante como as fontanelas não estão fechadas, o crânio aumenta de volume.
No adulto o líquido comprime o tecido nervoso.
Barreira hemato-encefalica
Conceito
Os vasos sanguíneos estão separados do tecido nervoso pela interposição de lâminas
basais e quantidades variáveis de tecido conjuntivo, dependendo do tamanho do vaso.
No SNC, a fronteira entre os vasos e o tecido nervoso foi há muito reconhecido como
especial, pois muitas substâncias que deixam rapidamente os vasos para entrar noutros
tecidos não o fazem no tecido nervoso. Esta restrição selectiva de substâncias
transportadas pelo sangue no SNC chama-se barreira hemato-encefálica e reside nas
junções apertadas existentes entre as células endoteliais dos capilares encefálicos. Por
outro lado, poucas vesículas de pinocitose se observam nos capilares do SNC,
restringindo ainda mais o transporte transepitelial. O perinervno também constitui uma
barreira, regulando o microambiente dentro dos feixes de fibras nervosas nos nervos
periféricos.
No entanto, existem algumas partes do SNC que não estão protegidas de
eventuais substâncias transportadas pelo sangue. É o caso da neuro-hipófise, da
substância nigra e dos núcleos cinzentos do cérebro, sendo uma possível explicação o
facto de substâncias circulantes serem necessárias para controlar a actividade neuro-
secretora no sistema nervoso e do sistema endócrino.
Mecanismo
Esta barreira é assegurada pelas junções fechadas dos capilares.
Esta barreira não é uniforme, dependendo das regiões p.ex. os centros com actividade
reguladora necessitam de ter contacto com moléculas sensoras.
Esta barreira não impede a entrada de moléculas lipossolúveis que difundem facilmente
através dos fosfolípidos da membrana.
É o caso do álcool, nicotina, alguns medicamentos, anestésicos.
Capítulo 16
SISTEMAS DO ENCÉFALO
São o sistema límbico e a formação reticular.
Sistema límbico
Anatomia
http://en.wikipedia.org/wiki/Limbic_system
http://www.csuchico.edu/~pmccaffrey/syllabi/CMSD%20320/362unit5.html
cortesia de Patrick Mc Caffrey
Fig. 16.1 – Sistema límbico
Grupo de estruturas situadas na face anterior dos hemisférios cerebrais e no diencéfalo
Rodeiam o vértice do tronco cerebral (limbus=franja).
Compreendem partes do rinencéfalo, uma parte do corpo amigdaloide, o hipotálamo e
os núcleos anteriores do tálamo.
Uma comissura, a fornix ou trígono cerebral, e alguns feixes ligam as várias regiões
do sistema límbico.
Funções
Diz-se que é o cérebro emocional ou afectivo.
O corpo amigdaloide e parte do rinencéfalo desempenham um papel importante nas
emoções, particularmente nas reacções aos cheiros.
O hipotálamo é o centro das funções autónomas e das reacções emocionais.
Este sistema interage também com a região pré-frontal ligando o cérebro afectivo ao
cérebro cognitivo.
Formação reticular
Anatomia
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Gray701.png
Fig. 16.2 – Formação reticular
Região contínua ao tronco cerebral estendendo-se pela medula (a partir da decussação),
protuberância e mesencéfalo.
Compreende agregados celulares (núcleos) de vários tamanhos e tipos.
Os núcleos estão emaranhados numa rede fibrosa que lhes dá um aspecto reticulado.
Uma das características das células reticulares é a grande colateralização combinada
com grandes ramos dos axónios, ascendentes e descendentes.
Este arranjo permite uma organização pós-sináptica complexa em que a informação flui
facilmente.
http://www.ghettodriveby.com/reticular-formation/
Cortesia de Greg Frogh
Fig. 16.3 – Formação reticular
Tamanho das células
Gigantocelulares
Células muito grandes.
Magnocelulares
Tamanho grande ou médio.
Parvocelulares
Tamanho pequeno.
Zonas da formação reticular
Rafe
Situa-se no meio do tronco cerebral.
As suas células estão espalhadas entre as fibras que decussam.
O seu neurotransmissor é a serotonina que em geral tem efeitos inibitórios
Zona paramediana
Os seus núcleos projectam-se para o cerebelo.
Tem funções motoras.
Zona medial
É a maior via eferente da formação reticular.
Projecta-se para o hipotálamo, tálamo e medula.
Tem funções motoras.
Zona lateral
Tem células parvocelulares com axónios ascendentes e descendentes curtos que se
terminam na zona medial.
Recebe aferentes sensitivos da medula, nervos cranianos e cérebro.
É uma zona de associação aferente.
Zona intermédia
Só existe na medula.
Envolvida na regulação autónoma da respiração, frequência cardíaca e pressão
sanguínea.
Funções
Estação sensorial
Recebe aferentes somáticos e viscerais, incluindo visuais e olfactivos.
Transmite informações sensoriais ao tálamo.
Tem um efeito pronunciado na vigília e na atenção.
Efeito tónico nos motoneurónios
A acção deve-se às vias eferentes.
Sistema reticular activador ascendente
Como os neurónios da formação reticular chegam ao hipotálamo, tálamo, cerebelo e
medula, controlam a excitação do encéfalo no seu conjunto.
São as células reticulares que mantêm o estado de vigília.
Este ramo da formação reticular é o sistema reticular activador ascendente.
Este sistema filtra o grande número de informações sensoriais que lhe chegam.
O sistema reticular e o cérebro filtram 99% dos estímulos sensoriais registados.
Filtra os sinais repetitivos, familiares ou fracos, mas deixa chegar os impulsos pouco
habituais, importantes ou intensos.
É inibido pelos centros do sono situados no hipotálamo e noutras regiões do encéfalo.
O álcool, os hipnóticos e os tranquilizantes reduzem a sua actividade.
As lesões graves deste sistema podem levar a um coma irreversível.
Capítulo 17
NERVOS
O nervo é um órgão em forma de cordão, pertencendo ao sistema nervoso periférico
Os gânglios são acumulações de corpos celulares de neurónios.
Estrutura
O axónio é rodeado por uma camada delgada de tecido conjuntivo, o endonervo
Uma bainha mais espessa de conjuntivo, o perinervo agrupa os neurónios em fascículos
e o epinervo agrupa os fascículos para formar nervos.
1 - Epinervo
2 - perinervo
3 - feixes
http://bioweb.uwlax.edu/aplab/Table_of_Contents/Lab_06/Neuron_Model_1/neuron_model_1.html
Cortesia de Cortesia de Gillis Rick
Fig. 17.1 – Estrutura dos nervos
Os nervos dividem-se em espinais e cranianos
Regeneração das fibras
Degenerescencia walleriana
As lesões dos nervos são graves porque os neurónios maduros não se dividem.
Se a lesão é grave ou próxima do corpo celular pode ser destruída toda a célula assim
como os neurónios estimulados pelo axónio.
Em poucas horas a parte do axónio situada a aval da lesão começa a desintegrar-se, por
falta de nutrimentos – degenerescência walleriana. Este processo propaga-se para a
extremidade distal a partir da lesão, fragmentando completamente o axónio.
Regeneração
Os macrófagos que migram para a zona da lesão juntamente com os neurolemocitos já
presentes, fagocitam a mielina em decomposição e os restos dos axónios.
Feita esta limpeza os neurolemocitos intactos proliferam devidos à acção mitogénios
libertados pelos macrófagos migram para a sede da lesão onde libertam factores de
crescimento e de adesão que favorecem o crescimento dos axónios.
Os axónios em regeneração crescem 1 a 5mm por dia.
Quanto mais afastadas estiverem as extremidades mais fraca é a possibilidade de cura
porque os tecidos adjacentes invadem os espaços livres, entravando o crescimento.
As fibras do sistema nervoso central, ao contrário do sistema nervoso periférico, nunca
regeneram.
Step 1
Cell Body Respose
This starts with the decentralization of the nucleus
Step 2
Metabolic Reaction
Increased number of ribosomes around the nucleus
Step 3
Immune Ressponse
Macrophages start attacking the Schwann cells of the distal segment
Step 4
Nervous System Reaction
All adjacent neurons start extending sprouts of their axons to the target of the injured neuron
Step 5
Enzymatic Action
Step 6
Rapid Cell Division
The Shwann cell at the end of the proximal segment starts a rapid mitotic division in attempt to locate the target tissue
for
Step 7
Formation of Growth Path
The chain of the Schwann cells that reaches the target tissue will serve as a path for the growth of the axon
Step 8
Axon Growth and death of the Extra Schwann cells
the remainder of the axon in the proximal tubule starts growing in the tube prepared by the Schwann cells. In the
mean time, the Schwann cell s who did not make it to the target cells will start dying phagocytes
Step 9
Death of Sprouts
The re-innervation of the target tissue by the regenerating neuron leads to an automatic death of the sprouts of the
adjacent neurons.
Step 10
Return To Normal
After prper and complete of innervation the nucleus return to the center of the soma and the number of the ribosomes
declines and the neuron looks normal again.
http://staff.jccc.net/aalarabi/axonreg.html#2
Fig. 17.2 – Regeneração dos nervos
Terminações motoras
Corpúsculos nervosos terminais
http://www.ndsu.nodak.edu/instruct/tcolvill/135/neuron.htm
cortesia de Tom Colvill
Fig.17.3 – Corpúsculos nervosos terminais ou telodendros
As fibras que enervam os músculos formam terminações nervosas ( sinapses)
Quando um axónio atinge o miocito-alvo, ramifica-se em teledendros cujas
extremidades, os corpúsculos nervosos terminais contêm mitocondrias e vesículas
sinápticas.
Quando um influxo nervoso atinge o corpúsculo, a acetilcolina liberta-se das vesículas
por exocitose, difunde-se através da fenda sináptica, liga-se aos receptores do sarcolema
e desencadeia um potencial de acção.
http://www.ndsu.nodak.edu/instruct/tcolvill/135/neuron.htm
cortesia de Tom Colvill
Fig. 17.4 – Libertação de acetilcolina na fenda sinaptica
Junções com os músculos
As terminações dos neurónios motores viscerais formam junções com os músculos
lisos, músculos cardíacos e vísceras.
Estas junções são muito mais simples que as neuromusculares.
Os axónios motores autónomos ramificam-se sucessivamente.
Cada ramificação forma sinapses consecutivas com as células efectoras.
Varicosidades axonais
O axónio que serve um músculo liso ou uma glandula, mas não o músculo cardíaco,
apresenta uma série de ramificações, as varicosidades axonais contendo mitocondrias e
vesículas sinápticas.
As vesículas sinápticas têm como neurotransmissores a acetilcolina ou a nor-adrenalina.
Como a fenda sináptica é maior, as respostas motoras viscerais são mais lentas que as
somáticas.
Nervos cranianos
Do encéfalo emergem doze pares de nervos cranianos. Os dois primeiros pares nascem
no prosencéfalo e os outros do tronco cerebral.
http://thalamus.wustl.edu/course/brstem.html
Cortesia de
David van Essen, Washing Univ. Sch. Med
Fig. 17.5 – Origem dos nervos cranianos
Todos os nervos excepto os vagos servem a cabeça e o pescoço.
Na maior parte dos casos os nomes dos nervos indicam as principais estruturas que
servem ou as suas principais funções.
É costume numera-los de I a XII da extremidade rostral para a caudal.
I par ou nervos olfactivos
Emergem das células receptoras olfactivas da mucosa nasal, atravessam a lâmina
crivada do etmóide e fazem sinapse no bulbo olfactivo.
Do bulbo olfactivopartem os feixes olfactivos que passam sob o lobo frontal e penetram
nos hemisférios cerebrais para terminarem na área olfactiva primária.
http://www.instantanatomy.net/headneck/nerves/cranial/iolfactory.html
Cortesia de
Robert Whitaker
Fig. 17.6 – Origem dos nervos olfactivos
Células olfactivas
etmoide
bulbo olfactivo
área olfactiva primária
Fig. 17.7 – Trajecto do nervo olfactivo
As fracturas do etmóide ou as lesões das fibras olfactivas primárias provocam a perda
total ou parcial do olfacto (anosmia).
II par ou nervos ópticos
Os nervos ópticos são constituídos pelas fibras que emergem da retina.
Estas fibras atravessam o canal óptico, situado na parte posterior do esfenoide.
Os dois nervos convergem no quiasma óptico em que parte das suas fibras se cruzam
(decussação).
http://www.instantanatomy.net/headneck/nerves/cranial/iioptic.html
Cortesia de Robert Whitaker
Fig. 17.8 – Decussação
Em seguida as fibras fazem sinapse no tálamo e dirigem-se á área visual primária como
radiações ópticas
Fig. 17.9 – Via óptica
A lesão de um dos nervos ópticos leva à cegueira do olho servido pelo nervo.
A lesão da via visual a aval do quiasma provoca perdas visuais parciais.
III par ou nervos oculomotores
As fibras saem da parte ventral do mesencéfalo, atravessam a órbita pela fissura
orbitária superior para se dirigirem para os olhos.
Tem fibras simpáticas, fibras parassimpáticas e algumas propioceptivas.
As fibras somáticas enervam os músculos oblíquo inferior, recto superior, recto inferior
e recto mediano e o levantador da pálpebra superior.
As fibras parasimpáticas enervam o esfíncter da pupila e o músculo ciliar.
As suas fibras aferentes provêm dos propioceptores dos músculos.
Este nervo faz parte com os IV e VI pares dos nervos que enervam os músculos
oculares.
http://www.instantanatomy.net/headneck/nerves/cranial/iiiivvioculomotortrochlearabducent.html
Fig. 17.9 – Nervos que enervam os músculos oculares
A sua paralisia impede os movimentos do olho para cima, para baixo e para dentro,
dirigindo-se o olho para fora (estrabismo divergente).
A paralisia do músculo levantador da pálpebra leva à ptose (pálpebra descaída).
IV par ou nervos trocleares ou pateticos
As fibras emergem da parte dorsal do mesencéfalo, contornam-na e entram nas órbitas
pelas fissuras orbitárias superiores, juntamente com os nervos oculomotores.
São nervos essencialmente motores.
Enervam o músculo oblíquo superior.
As fibras aferentes provêm dos propioceptores do oblíquo superior.
A sua lesão ou paralisia causa diplopia e dificulta os movimentos infero-laterais dos
olhos.
http://en.wikipedia.org/wiki/Trochlear_nerve
Fig. 17.10 – Nervo troclear
V par ou nervos trigémios
São os maiores nervos cranianos.
Estendem-se da protuberância até à face, sendo os principais nervos sensitivos da face.
Dividem-se em três ramos – nervos oftálmico, maxilar e mandibular.
Transmitem impulsos aferentes associados ao tacto, temperatura e dor.
http://mywebpages.comcast.net/wnor/cranialnerves.htm
cortesia do dr. Wnor
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Gray778_Trigeminal.png
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Gray784.png
Fig. 17.11– Ramos do trigemio
Os corpos celulares dos neurónios sensitivos dos seus três ramos estão situados nos
gânglios semilunares ou de Gasser.
http://www.umanitoba.ca/cranial_nerves/trigeminal_neuralgia/manuscript/anatomy.html
Fig. 17.12 – Gânglio de Gasser
Os nervos mandibulares contêm algumas fibras motoras que enervam os músculos da
mastigação.
Existem ainda algumas fibras parassimpáticas motoras para os músculos cardíaco e
lisos.
VI par ou abducens
As fibras emergem da parte inferior da protuberância e entram nas órbitas pela fissura
orbitária superior.
Tem uma função mista mas essencialmente motora.
Enervam o recto lateral
A sua paralisia impede os movimentos laterais do olho, causando o estrabismo
convergente.
http://www.med.yale.edu/caim/cnerves/cn6/cn6_1.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Abducens_nerve
Fig. 17.13– Nervo abducens
VII par ou nervos faciais
Emergem da protuberância ao lado do abducens, entram no temporal pelo meato
auditivo interno e dirigem-se para o buraco estilo-mastoideu.
São nervos mistos.
São os principais nervos motores da face.
Tem quatro componentes com funções distintas – ramos motores branquial e visceral,
ramo sensorial especial e ramo sensorial geral.
O ramo motor branquial enerva os músculos da expressão facial.
O ramo visceral motor fornece enervação parasimpática às glândulas salivares,
membranas mucosas da faringe e ao palato.
O ramo sensorial especial transmite sensações de gosto os dois terços anteriores da
língua.
O ramo sensorial geral transmite sensações da pele do pavilhão auricular e duma
pequena área atrás do ouvido.
O ramo branquial representa a maior parte do nervo facial.
Os outros três ramos são referidos como nervo intermédio e são envolvidos por uma
bainha diferente da do ramo branquial.
http://mywebpages.comcast.net/wnor/cranialnerves.htm
cortesia do dr. Wnor
http://www.face-and-emotion.com/dataface/anatomy/peripheralnerves.jsp
Fig. 17.14 – Ramos do facial
VIII par ou nervos vestíbulo-cócleares
As fibras nascem nos aparelhos da audição e do equilíbrio, atravessam o meato auditivo
interno e penetram no tronco cerebral.
Dividem-se em dois ramos, o nervo cóclear em que as fibras aferentes vêm dos
receptores da audição no caracol e o nervo vestibular cujas fibras provêm dos
receptores do equilíbrio dos canais semicirculares.
Fig. 17.16 - Vestibulo-cocleares
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Gray789.png
Fig. 17.15– Nervos vestibulococleares
As lesões do nervo cóclear ou dos receptores cócleares provocam a surdez central ou
nervosa.
As lesões do nervo vestibular causam vertigens e perda do equilíbrio assim como
nistagmo (movimento involuntário dos olhos).
IX par ou glossofaringeos
As fibras emergem do bulbo, saem do crânio pelo foramen jugulare e dirigem-se para a
garganta.
São nervos mistos que enervam uma parte da língua e da faringe.
Enervam os músculos da parte superior da faringe associados à deglutição e ao reflexo
nauseoso e transmitem as informações propioceptivas que daí provêm.
Fornecem fibras motoras parasimpáticas às parótidas.
As fibras sensitivas conduzem impulsos associados ao gosto, tacto, pressão e dor da
mucosa da faringe e parte posterior da língua.
Transmitem ainda os impulsos dos quimioreceptores do glomo carotideo e dos
baroreceptores do seio carotideo, participando assim na regulação do O2 e CO2 e da
pressão arterial.
http://mywebpages.comcast.net/wnor/cranialnerves.htm
cortesia do dr. Wnor
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Gray791.png
Fig. 17.17 – Ramos do glossofaringeo
As suas lesões dificultam a deglutição (disfagia) e as sensações gustativas ao ácido e
amargo.
X par ou nervos vagos
São os únicos nervos cranianos que se estendem para lá da cabeça e pescoço.
As fibras emergem do bulbo, atravessam o crânio pelo foramen jugulare e descem ao
longo do pescoço para atingir o tórax e abdómen.
É o veículo do parassimpático.
As fibras motoras parassimpáticas servem o coração, pulmões e vísceras abdominais.
Transmitem impulsos sensitivos das vísceras torácicas e abdominais, baroreceptores,
quimioreceptores e papilas gustativas da parte posterior da língua.
Compreendem as fibras propioceptivas dos músculos da faringe e laringe, intervindo na
deglutição.
http://mywebpages.comcast.net/wnor/cranialnerves.htm
cortesia do dr. Wnor
http://www.instantanatomy.net/headneck/nerves/cranial/xvagus.html
cortesia de Robert Whitaker
Fig. 17.18 – Ramos do vago
http://www.neuroanatomy.wisc.edu/virtualbrain/Images/08B.jpg
Cortesia de K.P.Chitwood
Fox Valley Technical College
Fig. 17.19 – Enervação das vísceras abdominais
A sua paralisia provoca afonia e disfagia e perturba a motilidade digestiva.
A sua destruição total é mortal por falta de oposição à actividade do simpático.
XI par ou nervos acessórios
São os únicos nervos cranianos provindo da união de uma raiz craniana com uma
espinal.
A raiz craniana emerge da parte lateral do bulbo.
A raiz espinal nasce na medula de C1 a C3, entra no crânio pelo foramen magnum e
une-se à raiz craniana.
O nervo sai do crânio pelo foramen jugulare e em seguida as raízes divergem.
As fibras cranianas unem-se ao vago e dão fibras motoras à laringe, faringe e véu do
paladar.
A raiz espinal fornece fibras motoras ao trapézio e esterno-cleido-mastoideu e também
transmite as sensações propioceptivas.
http://mywebpages.comcast.net/wnor/cranialnerves.htm
cortesia do dr. Wnor
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Gray791.png
Fig. 17.20 – Ramos do XI par
As lesões da raiz espinal provocam uma rotação da cabeça para o lado da lesão devido à
paralisia do esterno-cleido-mastoideu e a uma dificuldade de levantamento da espádua
pela paralisia do trapézio.
XII par ou nervos hipoglossos
As fibras nascem de várias raízes situadas no bulbo, saem do crânio pelo canal do
hipoglosso e atingem a língua.
Enervam os músculos extrínsecos e intrínsecos da língua e encaminham as informações
propioceptivas.
Permitem os movimentos da língua servindo para a mastigação, deglutição e fonação.
http://mywebpages.comcast.net/wnor/cranialnerves.htm
cortesia do dr. Wnor
Fig. 17.21 – Ramos do hipoglosso
BIBLIOGRAFIA
http://info.med.yale.edu/caim/cnerves/
http://www.gwc.maricopa.edu/class/bio201/cn/cranial.htm
http://www.anatomie-humaine.com/-Anatomie-des-nerfs-craniens-.html
http://www.neuroanatomy.wisc.edu/cn/cn.htm
http://www.meddean.luc.edu/lumen/MedEd/GrossAnatomy/h_n/cn/cn1/mainframe.htm
http://library.med.utah.edu/kw/hyperbrain/syllabus/syllabus1.html
http://www.lumen.luc.edu/lumen/meded/grossanatomy/h_n/cn/cn1/mainframe.htm
http://www.theodora.com/anatomy/the_cranial_nerves.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Cranial_nerves
http://home.comcast.net/~wnor/cranialnerves.htm
http://thalamus.wustl.edu/course/brstem.html
I par
http://www.instantanatomy.net/headneck/nerves/cranial/iolfactory.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Olfactory_nerve
http://en.wikipedia.org/wiki/Anterior_olfactory_nucleus
http://www.med.yale.edu/caim/cnerves/cn1/cn1_4.html
II par
http://www.instantanatomy.net/headneck/nerves/cranial/iioptic.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Optic_nerve
http://www.med.harvard.edu/AANLIB/cases/caseM/mr1_t/023.html
http://home.comcast.net/~wnor/lesson3.htm
III par
http://www.instantanatomy.net/headneck/nerves/cranial/iiiivvioculomotortrochlearabdu
cent.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Oculomotor_nerve
http://en.wikipedia.org/wiki/Oculomotor_nucleus
http://www.med.umich.edu/lrc/coursepages/M1/anatomy/html/atlas/n2a4p4.html
http://www.meddean.luc.edu/Lumen/MedEd/GrossAnatomy/h_n/cn/cn1/cn3.htm
IV par
http://en.wikipedia.org/wiki/Trochlear_nerve
http://en.wikipedia.org/wiki/Trochlear_nucleus
http://www.med.umich.edu/lrc/coursepages/M1/anatomy/html/atlas/n2a4p4.html
http://www.meddean.luc.edu/Lumen/MedEd/Grossanatomy/h_n/cn/cn1/cn4.htm
V par
http://www.umanitoba.ca/cranial_nerves/trigeminal_neuralgia/manuscript/anatomy.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Trigeminal_nerve
http://www.meddean.luc.edu/Lumen/MedEd/Grossanatomy/h_n/cn/cn1/cn5.htm
VI par
http://www.med.yale.edu/caim/cnerves/cn6/cn6_1.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Abducens_nerve
http://www.meddean.luc.edu/Lumen/MedEd/GrossAnatomy/h_n/cn/cn1/cn6.htm
VII par
http://mywebpages.comcast.net/wnor/cranialnerves.htm
http://www.ghorayeb.com/FacialNerveBranchesDiagram.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Facial_nerve
http://www.emedicine.com/ent/topic8.htm#
http://www.med.harvard.edu/AANLIB/cases/caseM/mr1_t/015.html
VIII par
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Gray789.png
http://en.wikipedia.org/wiki/Vestibulocochlear_nerve
http://www.meddean.luc.edu/Lumen/MedEd/GrossAnatomy/h_n/cn/cn1/cn8.htm
IX par
http://mywebpages.comcast.net/wnor/cranialnerves.htm
http://www.theodora.com/anatomy/the_glossopharyngeal_nerve.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Glossopharyngeal_nerve
http://www.meddean.luc.edu/Lumen/MedEd/GrossAnatomy/h_n/cn/cn1/cn9.htm
X par
http://www.instantanatomy.net/headneck/nerves/cranial/xvagus.html
http://www.neuroanatomy.wisc.edu/virtualbrain/Images/08B.jpg
http://en.wikipedia.org/wiki/Vagus_nerve
http://www.meddean.luc.edu/Lumen/MedEd/grossanatomy/h_n/cn/cn1/cn10.htm
http://www.med.yale.edu/caim/cnerves/cn10/cn10_1.html
http://www.dartmouth.edu/~humananatomy/figures/chapter_24/24-7.HTM
XI par
http://mywebpages.comcast.net/wnor/cranialnerves.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Accessory_nerve
http://www.meddean.luc.edu/Lumen/MedEd/GrossAnatomy/h_n/cn/cn1/cn11.htm
http://www.med.yale.edu/caim/cnerves/cn11/cn11_1.html
XII par
http://mywebpages.comcast.net/wnor/cranialnerves.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Hypoglossal_nerve
http://www.meddean.luc.edu/Lumen/MedEd/GrossAnatomy/h_n/cn/cn1/cn12.htm
Capítulo 18
ACTIVIDADE ELÉCTRICA DO CEREBRO
O cérebro funcionando normalmente está numa actividade eléctrica constante.
Parte desta actividade pode ser registada por um electroencefalograma.
Cada pessoa apresenta um traçado electroencefalográfico próprio de especificidade
comparável às impressões digitais.
A amplitude reflecte o número de neurónios produzindo um potencial de acção ao
mesmo tempo.
Os depressores estão associados a traçados muito lentos e a epilepsia a muito rápidos.
Numa tentativa de simplificação podem-se agrupar as ondas cerebrais em quatro
classes.
Ondas alfa
Ondas de fraca amplitude, lentas e síncronas.
Frequência media de 8 a 13 ciclos/seg ou Hz.
Indicam um estado de vigília difusa, de relaxação mental.
http://en.wikipedia.org/wiki/Encephalogram
Fig. 18.1 – Ondas alfa
Ondas beta
Mais irregulares que as alfa.
Frequência de 14 a 25 Hz.
Produzem-se em estado de vigília activa.
http://en.wikipedia.org/wiki/Encephalogram
Fig. 18.2 – Ondas beta
Ondas teta
Ainda mais irregulares.
Frequência de 4 a 7Hz.
Normais nas crianças, são anormais nos adultos acordados.
http://en.wikipedia.org/wiki/Encephalogram
Fig. 18.3 – Ondas teta
Ondas delta
Grande amplitude.
Frequência pequena (4Hz ou menos).
Surgem no sono profundo ou quando o sistema reticular ascendente como na anestesia.
Anormais no adulto acordado.
http://en.wikipedia.org/wiki/Encephalogram
Fig. 18.4 – Ondas delta
Ondas gama
Frequências de 26-100 Hz
Frequente numa alta actividade mental, medo, existência de grandes problemas para
resolver
http://en.wikipedia.org/wiki/Encephalogram
Fig. 18.5 – Ondas gama
Capítulo 19
INTEGRAÇÃO NERVOSA
Integração sensorial
Sensação é a consciência das variações do meio interno e do ambiente.
Percepção é a interpretação consciente das sensações.
Organização geral
O sistema somestésico recebe o influxo de vários receptores especializados conforme as
modalidades sensitivas e transmite-as ao córtex por feixes e tractos sensitivos
ascendentes.
Esta via é em geral constituída por um sistema de três neurónios – o neurónio de
primeira ordem ou aferente, o neurónio de segunda ordem no corno dorsal da medula ou
no bulbo e o neurónio de terceira ordem no tálamo.
A integração nervosa tem três níveis: receptores, vias ascendentes, percepção.
Receptores
Os neurónios dos receptores sensoriais reagem aos estímulos transformando-os em
impulsos nervosos por transdução.
Vias ascendentes
Alguns prolongamentos centrais dos neurónios sensitivos podem fazer sinapses com os
neurónios motores da substância cinzenta da medula podendo desencadear reflexos,
outros fazem sinapse com neurónios do corno dorsal e outros fazem sinapse nos núcleos
do bulbo.
Os influxos sensitivos atingem a área somestésica tomando os axónios de vias
ascendentes paralelas a via anterolateral ou extralemniscal e a via lemniscal.
As informações propioceptivas dos músculos e tendões são transportadas para o
cerebelo pelo tracto espinocerebeloso.
Percepção
É a última fase do tratamento sensorial.
Trata-se da consciência dos estímulos e da discriminação das suas características.
Quando a informação chega ao tálamo, este reconhece vagamente a origem do influxo e
percebe vagamente as suas modalidades.
Todavia são as áreas somestésicas do cérebro que o fazem com exactidão, precisando os
seguintes aspectos:
Detecção perceptiva
É a capacidade de detectar que houve um estímulo.
É consequência da soma dos vários impulsos transmitidos pelos receptores.
Avaliação da intensidade
É a capacidade de quantificar o estímulo.
A quantificação faz-se pela frequência dos potenciais de acção.
Discriminação espacial
É a capacidade de as áreas somestésicas detectarem o local ou o modo de estimulação.
Discriminação das características
Resulta da apreciação de estímulos transportados por diferentes receptores sensoriais.
Discriminação das qualidades
É a capacidade em distinguir submodalidades de uma sensação.
Na discriminação analítica conservam-se as qualidades próprias - numa mistura de sal e
açúcar sentem-se os dois gostos.
Na discriminação sintética as qualidades surgem misturadas – o chocolate é uma
mistura de doce e amargo.
Reconhecimento das formas
É a capacidade em reconhecer uma forma conhecida, uma forma desconhecida ou uma
forma com sentido.
Integração motora
Organização geral
Tem na mesma três níveis, mas difere do sistema sensitivo por ter efectores (fibras
musculares) e vias descendentes em vez de ascendentes.
Os mecanismos fundamentais articulam-se em três níveis – nível segmentar, nível de
projecção, nível de programação.
Nível segmentar
É o nível mais baixo da hierarquia motora.
É composto pelas redes segmentares da medula.
Uma rede segmentar é constituída por alguns neurónios da substância cinzenta que
activam o corno ventral de um único segmento medular que irá activar um grupo
preciso de miocitos esqueléticos.
Estas redes gerem a locomoção e outras actividades motoras.
Nível da projecção
Os diferentes segmentos da medula são regidos pelo nível de projecção.
Este nível compreende as áreas motoras do córtex e os núcleos motores do tronco
cerebral.
Os axónios destes neurónios projectam-se para a medula formando tractos de projecção
descendentes, as vias piramidal e extrapiramidal.
Via piramidal
O córtex projecta-se para a medula no tracto cortico-espinhal ou piramidal.
Este tracto origina-se nas áreas motora e pré-motora.
O tracto dirige-se para a protuberância e chega à superfície ventral da medula onde é
visível sob a forma de um feixe piramidal, um de cada lado, conhecido como as
pirâmides.
Os tractos direito e esquerdo decussam ao nível da medula caudal formando a
decussação das pirâmides.
http://www.neuroanatomy.wisc.edu/Bs97/TEXT/P1/S/VENT.HTM
Cortesia de
Kay Chitwood
Fox Valley Technical College
Fig. 19.1 – Integração motora
As fibras que se cruzam enervam os músculos das pernas.
Algumas fibras que não decussam constituem o tracto cérebro-espinhal mediano que
enerva os músculos axiais e do tronco.
Os músculos da cintura são enervados pelos tractos mediano e lateral.
Os tractos cortico-nucleares enervam os núcleos motores dos nervos cranianos situados
no tronco cerebral.
Via extra-piramidal
Os núcleos dos gânglios basais estabelecem conexões com retroacção com as diferentes
áreas motoras do córtex.
O córtex projecta fibras para os gânglios basais que por sua vez se projectam para o
tálamo que os reenvia para o córtex.
Nível da programação
Sistemas de pré-comando
A programação diz respeito à coordenação da actividade motora particularmente o
início e paragem dos movimentos, coordenação destes com a postura, bloqueio dos
movimentos indesejáveis, regulação do tono muscular.
Estes sistemas são os sistemas de pré-comando que regem os impulsos vindos dos
centros motores do córtex.
Cerebelo
O cerebelo é o órgão chave deste sistema.
É o ultimo crivo dos impulsos ascendentes, oferecendo a retroacção necessária para
corrigir rapidamente os erros da actividade motora.
Recebe também informações das áreas motoras.
Coordena os músculos agonistas e antagonistas – sinergia.
Como não tem ligações com a medula, age sobre as áreas motoras através do nível de
projecção do tronco cerebral.
Núcleos basais
Não recebem fibras sensitivas somáticas e não mandam eferentes para a medula.
Recebem influxos de todas as áreas corticais.
Emitem para a área pré-motora através do tálamo.
Em repouso inibem os diferentes centros motores do cérebro e quando entram em
actividade iniciam-se os movimentos coordenados.
Patologia
Lesões do cerebelo
As lesões do cerebelo impedem a sinergia, surgindo ataxia, o que implica movimentos
lentos, hesitantes e imprecisos com marcha titubeante.
Um sinal simples desta lesão é a incapacidade de levar os dedos ao nariz com os olhos
fechados.
Devido à diminuição do tono muscular há dissimetria – incapacidade de medir a
amplitude dos gestos.
Lesões dos núcleos basais
As suas afecções provocam discinésia – alterações do tono e da postura e movimentos
involuntários como tremores, movimentos amplos e irregulares dos dedos.
É o que se passa no Parkinson e na Coreia.
Capítulo 20
SONO
Conceitos
O sono é uma inconsciência parcial a que se pode por cobro por uma estimulação.
Esta definição distingue o sono do coma pois este último não responde a estímulos.
Embora a actividade cortical diminua durante o sono, funções como a respiração,
regulação da pressão arterial, frequência cardíaca, mantêm-se.
Até 1950 pensava-se que o sono era um acto passivo. Hoje sabe-se que não é assim.
Há neurotransmissores, como a nor-adrenalina e a serotonina, que mantêm o estado
vigil e outros como a adenosina, que induzem o sono.
Fases do sono
Sono lento
30 a 45 minutos após adormecer distinguem-se quatro estádios de sono cada vez mais
profundos que constituem o sono lento.
Estadio 1
Sono ligeiro, podendo-se ser acordado facilmente.
Os olhos movem-se lentamente.
A actividade muscular diminui
No electroencefalograma há ondas alfa que são substituídas gradualmente pelas teta.
Estadio 2
Param os movimentos oculares.
As ondas cerebrais tornam-se mais lentas mas irregulares.
Surgem repentinamente picos de ondas de grande amplitude (12 a 14 Hz), os fusos do
sono.
Estadio 3
Surge em geral 20 minutos após o estádio 1.
Sono mais profundo.
Aparecem ondas delta.
É frequente sonhar.
Estádio IV
Há quase exclusivamente ondas delta.
Os sinais vitais diminuem.
A motilidade digestiva aumenta.
Músculos esqueléticos relaxados.
O sonho é raro.
Nesta fase podem surgir enurese e sonambulismo.
Os estádios III e IV são denominados de sono profundo porque o acordar é difícil.
Sono paradoxal ou REM
Cerca de 90 minutos após adormecer o traçado electroencéfalográfico torna-se muito
irregular e vai retrogradando para os outros estádios até chegar ao estádio I e recomeçar
um novo ciclo.
É esta característica que justifica o nome paradoxal.
Estas alterações acompanham-se de um aumento da temperatura corporal e dos sinais
vitais, assim como de uma diminuição da motilidade intestinal.
Os olhos deslocam-se rapidamente sobre as pálpebras, donde o nome de sono MOR
(Movimentos oculares rápidos) ou REM (Rapid Eye Movements).
Um ciclo de sono dura 90 a 110 minutos.
O sono lento representa 75-80% do sono total.
http://facweb.furman.edu/~einstein/general/index.htm
Fig. 20.1 – Fases do sono
Capítulo 21
MEMÓRIA
Memória é a capacidade do organismo em armazenar, reter e rechamar a informação.
A memória baseia-se em três operações fundamentais.
Codificação
Processamento e combinação da informação recebida.
Armazenamento
Criação de um registo permanente da informação codificada.
Rechamada
Rechamada da informação armazenada.
Tipos de memória
Memória de curta e longa duração
Memória sensorial
Corresponde ao momento inicial em que o facto é sentido.
A sua duração vai de segundos a milisegundos.
Memória a curto termo
Armazena temporariamente os acontecimentos que surgem.
A duração da retenção vai de segundos a horas.
É a antecâmara da memória a longo prazo.
A sua capacidade limita-se a sete ou oito unidades de informação.
http://facweb.furman.edu/~einstein/general/index.htm
Fig. 21.1 – Memoria a curto termo
Memória a longo termo
Tem uma capacidade ilimitada.
Requer atenção, repetição e ideias associadas.
O processo de armazenar informações na memória a longo prazo chama-se
consolidação.
Declina com a idade.
Distingue-se a memória semântica ligada a factos e conhecimentos gerais e a memória
episódica ligada a circunstâncias particulares.
http://facweb.furman.edu/~einstein/general/index.htm
Fig. 21.2 – Memoria a longo termo
Memória de trabalho
É a capacidade de manter presente informação que irá ser usada para estabelecer
estratégias de acção.
Factores influenciando a transferência de informação
Estado emocional
A qualidade da aprendizagem depende da vigilância, motivação e estimulação.
Quando de um acontecimento emocionante, a transferência é quase instantânea.
Repetição
O armazenamento é facilitado pela repetição dos factos.
Associação a dados já armazenados
Memória automática
Os factos que se integram a longo termo nem sempre são formados conscientemente.
Categorias de memória
O cérebro distingue entre a memória nos factos da aprendizagem implícita e trata-os e
armazena-os de modos diferentes.
Memória declarativa ou memória dos factos
Está ligada a dados explícitos como nomes, caras, palavras, datas.
Está ligada os pensamentos conscientes e à capacidade de manejar símbolos e à
linguagem.
É também conhecida como memória explícita.
Pode ser episódica se reconstrói os acontecimentos de uma forma seriada e semântica
se recorda factos adquiridos.
Memória processual
É uma aprendizagem menos consciente, quase sempre ligada a actividades motoras.
É por esta razão que também se chama memória implícita.
Anatomia da memória
A incorporação e o armazenamento das percepções sensoriais na memória declarativa
estão associadas ao hipocampo, corpo amigdaloide, os dois ligados ao sistema límbico,
diencéfalo, cortex pré-frontal e telencéfalo.
As lesões do hipocampo ou do corpo amigdaloide levam apenas a uma ligeira perda da
memória mas a destruição total das duas estruturas provoca uma amnésia global.
Fisiologia da memória
Receptores NMDA
Os receptores NMDA parecem desempenhar um papel importante na memória.
Chamam-se assim por serem receptores do N-metil- d –aspartato (NMDA).
Os receptores também têm sítios de ligação para o glutamato e aspartato.
É constituído por duas subunidades, codificadas geneticamente.
Alguns receptores encontram-se no hipocampo e outros noutras partes do cérebro.
A sua activação leva a um influxo de cálcio nas células pós-sinãpicas.
Ver animação em http://www.bris.ac.uk/Depts/Synaptic/info/glutamate.html
A activação ocorre quando o NMDA, glutamato ou glicina se ligam ao receptor, abrindo
um canal de cálcio.
O magnésio bloqueia o canal.
Quando o magnésio é removido e o receptor é activado, os iões cálcio e sódio entram
para a célula e o potássio sai.
Esta activação cria uma potencialização a longo termo, que está na génese da memória.
Monóxido de azoto
As alterações bioquímicas necessárias para a potencialização a longo termo também se
passam no neurónio pré-sináptico provocando a libertação de glutamato.
Esta acção parece dever-se a mensageiros retrógrados que difundem a partir do neurónio
pós-sinaptico.
O NO parece ser o mensageiro mais importante.
Capítulo 22
PATOLOGIA DAS AREAS SENSITIVA E MOTORA
Área sensitiva associativa ou psico-sensitiva
Nas lesões desta área os doentes sentem as sensações elementares como a dor, mas não
têm impressões de conjunto (agnosia) – não identificam os objectos que tocam.
Nesta área são também registadas imagens tácteis anteriormente adquiridas.
Na cegueira verbal, o doente não decifra as palavras escritas.
Área auditiva associativa ou psicoauditiva
Permite a interpretação dos estímulos sonoros, comparando-os com outros previamente
armazenados.
Uma lesão nesta área provoca a surdez verbal – o doente ouve o interlocutor mas não o
entende.
Área motora associativa ou psicomotora
Coordena as contracções para um fim preciso (praxia).
Nas lesões desta área há apraxia – não há paralisias, mas os movimentos complexos
adquiridos com aprendizagem são esquecidos.
Há casos particulares em relação à linguagem os adoentes raciocinam normalmente mas
não conseguem escrever (agrafia) ou articular as palavras (anartria).
Capítulo 23
PARALISIA FACIAL
A paralisia facial ou de Bell manifesta-se pela paralisia dos músculos faciais do lado
atingido, dores nos ouvidos e olhos, pose, descaimento do canto da boca e perda parcial
do gosto.
Deve-se a um edema e inflamação do nervo causados pelo vírus herpes simplex tipo I.
The "Bell's smile" is characterized by an asymmetry caused by paralysis of one side of the face.
http://en.wikipedia.org/wiki/Bell's_palsy
Fig. 23.1 – Paralisia facial
Capítulo 24
AMNÉSIA
Definição
Perda de memória grave, podendo interferir com a capacidade de aprender.
Causas
As causas mais frequentes são o alcoolismo crónico, tumores cerebrais, concussões e
encefalites.
Tipos
Amnésia retrógrada
Esquecimento de acontecimentos sucedidos antes.
Amnésia anterógrada
Esquecimento de acontecimentos sucedidos depois.
Amnésia global transitória
Amnésia de curta duração que começa por uma amnésia anterógrada seguida de uma
retrógrada.
Em geral é devida a uma isquémia cerebral.