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Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL

RCFRCFRCFRCF REVISTA CIENTÍFICA DA FACHASULREVISTA CIENTÍFICA DA FACHASULREVISTA CIENTÍFICA DA FACHASULREVISTA CIENTÍFICA DA FACHASUL

ISSN 1981ISSN 1981ISSN 1981ISSN 1981----5727572757275727

v.1 v.1 v.1 v.1 –––– n.n.n.n.4444 –––– JJJJaneiroaneiroaneiroaneiro----JunhoJunhoJunhoJunho 2002002002009999 SemestralSemestralSemestralSemestral

3

EXPEDIENTE DIREÇÃO INSTITUCIONAL Prof. Wilton Paulino Junior Profa. Sandra Mendonça Paulino CONSELHO EDITORIAL Prof. Esp.Adm. Luiz Carlos Bianchi Filho Profa. Msc Alessandra Cristina Conforte Profa. Msc Simone Pereira da Silva Profa. Msc. Sandra Cristina Miotto Gouvêa Bibliotecário João Paulo Lisboa Campaneri REVISÃO Profa. Msc Alessandra Cristina Conforte Profa. Sandra Cristina Miotto Gouvêa Prof. Esp.Adm. Luiz Carlos Bianchi Filho Bibliotecário João Paulo Lisboa Campaneri

PERIODICIDADE Semestral TIRAGEM 300 exemplares RCF Os artigos, aqui publicados, são de responsabilidade dos autores. COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO Gráfica e Editora Image – Santa Fé do Sul-SP Trabalhos para publicação e correspondência deverão ser remetidas para: CONSELHO EDITORIAL DA RCF Endereço Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL Rua Vinte e Oito, 615 – Centro Cx.P. 009 CEP 79560-000 – Chapadão do Sul-MS Fone: (67)3562-2703 www.fachasul.com.br e-mail: [email protected]

Elaborada pelo Bibliotecário João Paulo Lisboa Campaneri - CRB1 0458

Revista Científica da Fachasul - RCF / Fachasul - Faculdade de Administração de Chapadão do Sul. - Vol. 01, n. 04 (jul./dez. 2009) -- Chapadão do Sul: Fachasul, 2009.

Semestral ISSN 1981-5727

1. Administração - Periódicos. 2. Ciências Contábeis - Periódicos. 3. Conhecimento Gerais. I. Faculdade de Administração de Chapadão do Sul. II. Título

CDD 21. ed. 657 CDD 21. ed. 658

4

EDITORIAL

O Ensino Superior no Brasil foi construído em torno de três eixos fundamentais para

trabalhar a educação, sendo: ensino, pesquisa e extensão.

A existência de periódicos especializados produzidos nas mais diferentes áreas das

faculdades e universidades se torna um instrumento de extrema necessidade para o

desenvolvimento desses três eixos mencionados acima, onde se torna possível a extensão do

conhecimento produzido não só na parte interior da Instituição, mas também na parte exterior

através da prática de cada indivíduo envolvido para uma melhor execução de suas tarefas

profissionais realizadas no seu dia-a-dia.

A publicação do primeiro número da RCF, criada pelas coordenadoras dos cursos de

Ciências Contábeis e Administração, tem a finalidade de divulgar a produção científica e

cultural de professores, acadêmicos e colaboradores com o intuito de levar informações à

comunidade interessada.

A Revista Científica da FACHASUL - RCF vem inteiramente imbuída no espírito

tridimensional inerente às Instituições de Ensino Superior para o exercício de sua função

social, bem como, adequando-se a política orientadora das atividades da Faculdade de

Chapadão do Sul no esforço de capacitação crescente do quadro de docentes, discentes e

comunidade; no atendimento às demandas da sociedade chapadense e no desenvolvimento de

produção científica que se articule com todas as necessidades sociais.

Embasada em crescentes mudanças culturais, políticas, sociais e econômicas, essa

revista, projeto desde a criação da Instituição, busca corresponder às expectativas de

qualidade, de competências geradas em um contexto de profundas transformações, de

produção científica e de comprometimento com a região de pessoas envolvidas para um

aprimoramento em seu ensino superior.

Agradecemos as coordenações, direção, professores e colaboradores que participam

desta iniciativa. Francis Bacon disse: “A leitura faz o homem completo; a conversa torna-o

ágil, o escrever torna-o preciso”, que é o que pretendemos que nossos leitores façam.

Equipe editorial

5

SUMÁRIO

ADOÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE AGRICULTURA DE PRECISÃO: UMA ABORDAGEM PRÁTICA LOEFF, Lívia Cibele de Freitas Castro CRUZ, Fabiano Andrei Bender da

05

ENDOMARKETING: UMA VISÃO EMPRESARIAL ARCHILLA, Josiane SILVA, Simone Pereira da

20

REMUNERAÇÃO POR COMPETÊNCIAS COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO URBANEK, Rosinélia de Fátima PEREIRA FILHO, Maurício Longo Baptista

38

A ÉTICA E A IMPORTANCIA DO CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NOVAES, Prisciane Bueno VIEIRA, Djesica Vandressa Henrichsen

51

A IMPORTÂNCIA DA DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE CARGOS PARA AS ORGANIZAÇÕES PAULA, Ovídio Machado de SILVA, Simone Pereira

62

A PERÍCIA CONTÁBIL E SUA IMPORTÂNCIA PARA O PODER JUDICIÁRIO CEOLIN, Maira SILVA, Simone Pereira da

77

6

ADOÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE AGRICULTURA DE PRECISÃO:

UMA ABORDAGEM PRÁTICA

LOEFF, Lívia Cibele de Freitas Castro1

CRUZ, Fabiano Andrei Bender da2

RESUMO: O presente artigo tem como objetivo a investigação do uso e impactos das tecnologias de Agricultura de Precisão (AP) em algumas propriedades rurais na região de Chapadão do Sul. Os dados utilizados neste trabalho foram primários, isto é, obtidos mediante questionários aplicados a produtores de grãos e fibras no segundo semestre de 2009, especificamente entre 20/10/2009 à 06/11/2009. A pesquisa de campo foi aplicada diretamente aos produtores rurais ou seus respectivos responsáveis pela utilização da AP. Para isso, adotou-se como recurso teórico os princípios e processos da AP. Podemos concluir com este trabalho que a soja é a cultura predominante na região, e que os produtores entrevistados plantam em média uma faixa de 1.000 a 4.000 ha. Os gestores possuem um perfil familiar, exceto duas empresas rurais que plantam as maiores áreas e possuem um perfil profissional. Algumas dificuldades foram citadas pelos mesmos como a manutenção dos equipamentos utilizados em AP, pois há recurso escasso de mão-de-obra especializada na região, fazendo com que estes possam ter problemas na eficácia de utilização destes equipamentos. Os impactos quanto ao aumento da produtividade foram considerados de médio a alto e com relevante importância nas questões de: mudanças significativas no gerenciamento, redução de custos de produção e referentes ao meio ambiente. Palavras-Chave: Tecnologia. Agricultura de Precisão. Impacto. Produtividade. ABSTRACT : The aim of this article is the use and the impacts of the technologies of the Precision Agriculture (AP) on some rural properties in the region of Chapadão do Sul. The data used in this study was primary, that is, it was obtained through questionnaires given to the producers of grains and fiber in the second half of 2009, specifically from 20/10/2009 to 06/11/2009. The field research was applied directly to the rural producers or their managers responsible for the use of AP. To this end, it was adopted as a theoretical resource the principles and the process of the AP. With this study we can conclude that the soybean is the dominant culture in the region, and that the interviewed producers planted on average from 1,000 to 4,000 ha. The producers have a family profile, except for two rural enterprises that plant the larger areas and have a professional profile. Some difficulties were mentioned by them, such as maintenance of equipment used in AP because there is a lack of specialized workforce in the region, causing them some problems in the efficient use of the equipment. The impacts on the increased productivity were considered medium to high importance and relevance of the issues: significant changes in management, reduction of production costs and environmental concerns. Key-Words: Technology. Precision Agriculture. Impact. Productivity.

1 Bacharelanda em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul - FACHASUL. 2 Professor e Orientador.

7

1 INTRODUÇÃO

No passado agricultura era

entendido como todo o conjunto de

atividades desenvolvidas no meio rural,

das mais simples às mais complexas, quase

todas dentro das próprias fazendas. Dentro

deste conceito, a economia era dividida nos

setores primário, secundário e terciário,

incluindo no primeiro setor o conjunto de

todas as atividades desenvolvidas no meio

rural, inclusive as agroindustriais. Com a

modernização e evoluções tecnológicas

deste setor, viu-se a necessidade de criar

um novo conceito mais abrangente que

interligasse toda a cadeia produtiva

(ARAÚJO, 2005).

Em 1957, John Davis e Ray

Goldberg, professores da Universidade

Harvard, nos Estados Unidos da América,

lançaram um conceito para entender a nova

realidade da agricultura, criando o termo

agribusiness, e definindo-o como “...o

conjunto de todas as operações e

transações envolvidas desde a fabricação

dos insumos agropecuários, das operações

de produção nas unidades agropecuárias,

até o processamento e distribuição e

consumo dos produtos agropecuários “in

natura” ou industrializados” (RUFINO,

1999 apud ARAÚJO, 2005, p. 16).

A partir do conceito de Agricultura

para Agronegócio, constata-se uma

evolução no sentido de entender toda a

cadeia que envolve o Agronegócio, desde a

montante até a jusante como sendo o

conjunto de todos os processos realizados e

recursos utilizados nos processos

produtivos. Assim, conforme Neves;

Zylbersztajn; Neves (2006, p. 36), os

agronegócios abrangem a agricultura, o

fornecimento dos insumos para a

agricultura, a distribuição varejista e as

agroindústrias. São atividades altamente

complexas e que envolvem centenas de

milhares de atores. No agronegócio,

sempre que um agente sofre um abalo, o

conjunto todo sente alguma conseqüência.

De acordo com Ribeiro (2006, p. 1)

a globalização é um processo social que

promove mudança na estrutura política e

econômica das sociedades, significando

economicamente a integração dos

mercados em âmbito mundial.

É importante salientar a

importância da globalização que hoje

direciona produção, comercialização,

tecnologias, causando impactos diretos no

agronegócio brasileiro. No Brasil, segundo

Araújo (2005, p. 28), o agronegócio foi

estimado, para o ano de 2004, em

aproximadamente R$ 524,8 bilhões,

significando mais de 30% do PIB. O

8

agronegócio brasileiro tem grande

importância na balança comercial,

participando com mais de 40% da pauta de

exportações e sendo altamente

superavitário, de modo a contribuir

sensivelmente para evitar os déficits

comerciais no Brasil.

Sendo estas empresas integrantes

desta cadeia sistêmica que é o agronegócio,

torna-se fundamental o conhecimento, por

parte dos gestores que atuam no nível

estratégico, dos cenários mundiais para os

mercados de soja, algodão, milho, carnes,

pois qualquer alteração das ofertas e

demandas nesses mercados tem um

impacto direto nestas empresas.

Há também que se considerar que

estas empresas atuam em um mercado

globalizado e cita-se como exemplo a

formação do preço da soja como

commoditie: no Brasil não se comercializa

soja nos dias de sábado e domingo e de

feriados nos Estados Unidos, porque

nesses dias a Bolsa de Mercadorias de

Chicago não funciona. A CME (Chicago

Mercantile Exchange) observa os feriados

oficiais dos Estados Unidos cujas

negociações de mercadorias nesses dias

não se realizam. Os horários de abertura e

fechamento são também afetados pelos

dias de negociação anterior e posterior aos

feriados em ambos, pregão ao vivo e on-

line (CME GROUP, 2009).

O’Brien (2004, p. 3) relatou que a

tecnologia de informação pode ajudar

todos os tipos de empresas a melhorarem a

eficiência e eficácia de seus processos de

negócios, tomadas de decisões gerenciais e

colaboração de grupos de trabalho e com

isso pode fortalecer suas posições

competitivas em um mercado em rápida

transformação.

Em entrevista para Comciencia

(2003), o pesquisador Walter Belik

defende que a decisão de implementar uma

nova tecnologia no campo não deve ser

unilateral, apenas do capitalista que aplica

investimentos no campo, mas uma decisão

que respeite os interesses dos trabalhadores

envolvidos, levando em conta as condições

econômicas, sociais e fiscais. Ainda para

Belik, existem poucos estudos que avaliam

o impacto das novas tecnologias no

emprego agrícola, sobretudo que sejam

anteriores à sua implementação,

diferentemente da questão ambiental e dos

riscos para a saúde humana, priorizados na

legislação e nas discussões para a liberação

de certas tecnologias.

Tradicionalmente, os produtores

manejam a fertilidade do solo e adubação

de grandes culturas através de amostragem

de solo de uma determinada área assumida

como uniforme. Com base nessa

interpretação, aplica-se uma única dose de

fertilizantes e corretivos para um talhão,

9

gleba ou até mesmo para uma fazenda

inteira. Em certos casos, o produtor se

baseia em uma recomendação regional

genérica para adubação da cultura, sem

realizar análises de solo. No entanto, as

propriedades físicas e químicas do solo

variam dentro da mesma área.

Rotineiramente, produtores que

almejam altas produtividades tendem a

aplicar em média, mais fertilizantes e

corretivos que o necessário. Diante de um

cenário com elevação nos preços de

fertilizantes desde meados de 2007, cujos

custos operacionais representam cerca de

um terço dos custos de produção de fibras

e grãos, diminuir o desperdício de

corretivos e fertilizantes sem contudo,

diminuir a produtividade é uma estratégia

que pode fazer a diferença entre lucro e

prejuízo na lavoura.

De acordo com Araújo (2005, p.

71) a evolução tecnológica na agropecuária

foi muito rápida nas últimas décadas,

fazendo com que os empresários rurais que

desejam aumentar produtividade e

conseqüentemente obterem lucros, se

sujeitem as freqüentes mudanças e

adaptações. Atualmente devemos ampliar a

imagem de produtor rural para empresário

rural, visto que se deve ter uma visão

sistêmica de toda cadeia produtiva.

As evoluções ocorreram em várias

áreas, como, por exemplo, química

(herbicidas, inseticidas, fungicidas,

produtos veterinários, hormônios e outros),

genética vegetal (hibridações e

transgênicos), mecanização agrícola

(subsolagem, semeadoras, etc.),

microeletrônica (softwares, internet e

comércio eletrônico), novos materiais

(variedades, processados e insumos),

manejo (plantio direto e

superadensamento) (ARAÚJO, 2005).

Neste contexto é que se apresenta o

interesse em implantar a tecnologia de

agricultura de precisão no intuito de

acompanhar essas tecnologias que vem

auxiliar o empresário rural nas tomadas de

decisões.

A agricultura tem passado por uma

serie de transformações, tornando a

atividade cada vez mais competitiva e

exigindo do produtor maior nível de

especialização, capacidade de

gerenciamento e profissionalismo. A

viabilização da atividade, com a obtenção

de lucro satisfatório, está sempre em risco

em decorrência de fatores controláveis e

incontroláveis que definem a produção

agrícola. Portanto, a aplicação dos recursos

disponíveis de forma eficiente é

indispensável para o sucesso da atividade.

Para que isso ocorra é crucial a obtenção

de informações sobre os fatores de

produção que interagem na lavoura e sobre

10

como eles podem ser maximizados (PIRES

et al., 2004).

A Agricultura de Precisão (AP) é

um sistema de gerenciamento que surgiu

com esse objetivo. Seu crescimento foi

alavancado por avanços tecnológicos

envolvendo sistema de posicionamento

global (GPS), sensoriamento remoto,

aplicação de insumos em taxas variáveis,

sistema de informação geográfica (SIG),

entre outros. Esses produtos tecnológicos

possibilitam visualizar e manejar a área

agrícola de acordo com a variabilidade

espacial e temporal dos fatores

edafoclimáticos, diferentemente do que era

possível ate então, quando a área era

considerada uniforme e, portanto,

manejada como tal. No entanto, a

Agricultura de Precisão meramente

baseada em soluções tecnológicas

milagrosas vem aos poucos evoluindo para

uma situação mais promissora e que

realmente demonstre potencialidade e

resultados.

Segundo Chancellor e Goronea

(1994), a agricultura de precisão é utilizada

para o manejo da variabilidade espacial em

campo através da determinação das

informações referenciadas espacialmente,

como de nutrientes que afetam a fertilidade

do solo e aplicações para o controle de

pragas e plantas daninhas. O resultado é a

otimização da produção, redução de custos

com a mínima aplicação de produtos

químicos correspondendo a um mínimo

impacto ambiental. A tecnologia AP se

baseia na coleta de informações sobre

produtividade, atributos químicos e físicos

dos solos, condições da cultura e do

terreno, associando-as a sua localização, as

quais podem ser expressas na forma de

mapas digitais. Além disso, estas

informações são, geralmente, coletadas em

forma de amostragem, que neste caso,

apresentam uma dependência espacial, o

que exige adequação do seu tratamento

estatístico.

Segundo Usery; Pocknee; Boydell

(1995), dentre as tecnologias associadas à

agricultura de precisão estão o GPS e/ou

DGPS, sensores contínuos de dados,

sensoriamento remoto, VRT (Variable

Rate Treatment), ou seja, aplicação por

taxa variável, e o GIS.

Através de informações precisas e

consistentes sobre a fertilidade do solo

(RABOBANK, 2008), aliado a

informações sobre as perspectivas dos

mercados das commodities cultivadas e a

capacidade de investimentos (recursos

próprios, acesso a financiamentos), o

produtor tem melhores parâmetros para

tomada de decisões de maneira a otimizar

o retorno financeiro. Utilizando a

agricultura de precisão, essa otimização

pode se dar através da correção da acidez

11

do solo e da adubação equilibrada das

culturas, possível economia em corretivos

e fertilizantes e maior produtividade das

culturas em longo prazo.

Geralmente os produtores que

adotam essas práticas conseguem

economias que variam entre 5% e 20% no

consumo de calcário, fósforo e potássio,

principalmente no caso da soja

(RABOBANK, 2008, p. 1).

Para que a agricultura de precisão

gere bons resultados através de

informações e recomendações confiáveis, é

fundamental que as etapas de coleta das

amostras, assim como a elaboração e a

interpretação dos mapas de fertilidade

sejam bem feitas. Para tanto, o produtor

deve dispor de equipe qualificada, ou

terceirizar o processo junto a empresas

especializadas em consultoria de

agricultura de precisão, já que aplicações

de corretivos e fertilizantes baseadas em

dados inconsistentes podem ter efeito

prejudicial.

Outro ponto a ser considerado é a

baixa disponibilidade de assistência técnica

qualificada em equipamentos de precisão,

principalmente em regiões de fronteira

agrícola. Em situações em que os períodos

ideais de semeadura são curtos, caso

ocorram avarias em equipamentos de

precisão e não houver disponibilidade de

assistência técnica em tempo hábil, o

produtor opta por desativar esses

equipamentos e volta aplicar fertilizantes e

corretivos em taxas fixas, não perdendo

assim, as melhores épocas para instalação

das culturas. Desta maneira, é importante

que o produtor verifique antes do

investimento, a disponibilidade de serviços

de suporte a equipamentos de precisão na

sua região.

Dessa forma, o presente trabalho

teve como objetivo investigar na região de

Chapadão do Sul, o uso e impactos das

tecnologias de AP.

3 MATERIAL E MÉTODOS

Os dados utilizados neste trabalho

foram primários, isto é, obtidos mediante

questionários aplicados a agentes do

sistema de produção de grãos e fibras do

Município de Chapadão do Sul, Estado do

Mato Grosso do Sul, no segundo semestre

de 2009, especificamente entre 20/10/2009

à 06/11/2009.

Para a obtenção de um índice

satisfatório de respostas, o questionário

procurou ser o mais curto possível, com

perguntas e instruções formuladas

objetivamente, tendo em vista a clareza,

visando à importância de desenhar o

questionário de forma que os entrevistados

o respondessem sem dificuldades. A

12

técnica de levantamento de dados utilizada

foi de entrevista individual e presencial,

apesar das dificuldades de agenda e de

obtenção de informações dos produtores

sobre seu negócio. Nas empresas maiores,

com gestão profissional, o questionário foi

respondido pelos profissionais

responsáveis pela AP No entanto, este

procedimento foi o escolhido, por

proporcionar condições para maior

interação, comprometimento e

envolvimento do entrevistado com os

dados fornecidos.

O levantamento dos dados ocorreu

a partir de uma lista de produtores rurais

associados ao Sindicato Rural de Chapadão

do Sul, sendo selecionados produtores que

adotam AP. Uma vez que o número de

associados usuários de AP era menor que

20, adicionaram-se alguns produtores da

região da Copper, município de Água

Clara, MS.

A pesquisa de campo foi aplicada

diretamente aos produtores rurais ou seus

respectivos responsáveis pela utilização da

AP, adotando-se como recurso teórico os

princípios e processos da A.P.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O índice de respostas obtido foi

satisfatório, uma vez que num universo de

20 amostras consultadas, 100%

responderam ao questionário completo da

pesquisa.

A Figura 1 ilustra a área cultivada

relativa aos 20 produtores e/ou empresas

rurais na região de Chapadão do Sul, onde,

num total de 112.343 ha ocupados coma as

culturas de soja, milho safrinha, algodão e

milho de verão, onde predominantemente,

ocorre o cultivo da soja (68.545 ha; 74%),

seguido de milho safrinha (20.146 ha;

21,8%), algodão (13.434 ha; 14,6%) e

milho verão (10.218; 11,0%).

Segundo dados do IBGE (2009), a

área cultivada no município de Chapadão

do Sul, na safra 2008/2009 foi de 75.000

ha, 13673 ha e 30000 ha, respectivamente

para as culturas de soja, algodão e milho,

incluindo safra de verão e safrinha.

Comparando-se os resultados obtidos com

os dados do IBGE, fica evidente que a

amostragem representou satisfatoriamente

no que diz respeito à área cultivada, o que

pode ser explicado pela inclusão de 3

empresas que cultivam soja em área maior

que 10.000 ha, 9 produtores que exploram

entre 1.000 e 4.000 ha e 8 que realizam

suas atividades em áreas menores que

1.000 ha, localizados especificamente na

região da Copper (Água Clara, MS).

Figura 1 - Área cultivada com diferentes

culturas

13

68.545

20.146

1343410218

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

ha

Culturas

Soja

Milho safrinha

Algodão

Milho

Todas as empresas entrevistadas

cuja adoção de tecnologias de AP ocorre

em alguma etapa do processo produtivo

exploram 92197 ha, produzindo

204.059,00 t de soja em grãos, sendo 74%

dessa área cultivados com soja, o que

acarreta na geração de 853 empregos

diretos ou indiretos (Tabela 1). Ressalta-se

que tais empregos incluem o cultivo de

todas as culturas (Figura 1), pois o

questionário não especificou a ocupação

por culturas distintas, haja vista que a mão-

de-obra é a mesma, independentemente do

cultivo na propriedade.

Tabela 1 - Características das empresas.

Características Quantidade

Número de empresas 20

Produção soja (t) 204.059

Área (ha) 68.545

Pessoal ocupado 853

Segundo a unidade de gestão

(Tabela 2), 20% das empresas

entrevistadas são integrantes de um grupo

e os 80% restante são independentes, onde

10% (2 empresas) são de caráter

profissional e familiar e 90%

exclusivamente familiar. A maioria das

propriedades rurais em Chapadão do Sul

possui um perfil de gestão familiar, onde

se passa de geração para geração, cujos

filhos que estão iniciando as atividades

profissionais na maioria possuem formação

em Agronomia ou áreas afins. Ressalta-se

que um empreendimento rural, seja ele

14

familiar ou não, deve ser gerido

eficientemente como forma de garantir sua

inserção no mercado e, por conseqüência,

sua sustentabilidade (BATALHA et al.,

2004).

Tabela 2 - Características das empresas quanto ao grupo ou unidade de gestão.

Grupo ou unidade Gestão

Grupo Independente Profissional Familiar

4 16 4 18

A Figura 2 resume os resultados da

taxa de adoção para as diferentes

tecnologias de AP. As tecnologias de AP

de mais elevada taxa de adoção são o

sistema de direcionamento via satélite em

alguma operação mecânica envolvida no

sistema de produção (100%) e a aplicação

de calcário, gesso, fósforo e potássio em

taxa variável, que foi de 95%. Dentre

outras tecnologias com elevadas taxas de

adoção, destacam-se a amostragem de solo

em gride (80%), seguido de uso de piloto

automático (70%). Pode-se verificar,

também, que as tecnologias com as

menores taxas de adoção são imagens de

satélite (20%), fotografias aéreas (10%),

monitor de colheita/mapeamento (0%),

sensor de plantas daninhas/doenças (0%) e

mapeamento da condutividade elétrica do

solo (0%). Isso indica a incipiência dessas

tecnologias que ainda não estão

perfeitamente desenvolvidas e/ou

divulgadas na região, demonstrado pelo

fato do desconhecimento das referidas

tecnologias por parte dos entrevistados.

Figura 2 - Taxa de adoção da AP

segundo tecnologias.

15

95

95

95

95

80

75

100

70

20

10

0

0

0

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Aplicação de calcário em taxa variável

Aplicação de gesso em taxa variável

Aplicação de fósforo em taxa variável

Aplicação de potássio em taxa variável

Amostragem de solo em gride

Aplicação de insumos em taxa variável

Sistema de direcionamento via satélite (barra de luz)

Piloto automático

Imagens de satélite

Fotografias aéreas

Monitor de colheita e mapeamento

Sensor de plantas daninhas e e sensor de doenças

Mapeamento da condutividade elétrica do solo

%

De acordo com a Figura 3, nos

próximos cinco anos espera-se expansão

do uso de AP, o que foi demonstrado por

55% dos entrevistados, concordando com

Tcshiedel e Ferreira (2002), que relataram

tendência da AP se tornar cada vez mais

comum nas propriedades rurais, uma vez

que, segundo Coelho (2005), a

implementação de tecnologias de

agricultura de precisão pode ter economia

de recursos financeiros, humanos e de

tempo, através das experiências vividas em

outros países principalmente os Estados

Unidos, onde há mais de 20 anos vêm-se

desenvolvendo as tecnologias de

agricultura de precisão.

Quanto à adoção, há pretensão em

manter o uso de AP por 40% dos

entrevistados, havendo desinteresse pela

tecnologia ao ponto de reduzir a utilização

da mesma por 5% dos entrevistados, o que

pode ser explicado, segundo Matoso e

Garcia (2006), além da necessidade de

equipamentos de baixo custo, que a adoção

de AP em larga escala depende de

tecnologias de uso mais simples e mais

eficientes, maior percepção de

lucratividade pelo uso dessas tecnologias e

treinamento de mão-de-obra especializada.

Na Figura 3 é ilustrada a aceitação

das tecnologias de AP, cuja expansão da

utilização é apontada por 55% dos

entrevistados, demonstrando satisfação dos

mesmos. Conforme Mantovani (2006) a

AP é um conceito inovador de agricultura

que começou a ser disponibilizado

recentemente no mercado brasileiro e

apesar de ser um tema relativamente novo,

muitos avanços têm sido obtidos nos países

desenvolvidos, principalmente em

máquinas e implementos que permitem o

manejo localizado.

16

Figura 3 - Percepção do uso da AP.

55%

40%

5%

Expandir Manter Diminuir

Na Tabela 3 verifica-se que a maior

parte dos entrevistados (50%) revelou

haver mudanças significativas e de alta

importância no gerenciamento da empresa

ao adotarem a tecnologia AP, enquanto que

o aumento de produtividade foi

considerado de média importância pela

maioria dos entrevistados (70%). A

redução de custos a partir da adoção de

tecnologias de AP foi considerada de alta

importância por 55% dos usuários de AP,

enquanto que apenas 30% relataram que a

redução do impacto sobre o meio ambiente

seja de alta importância quando se utilizam

as tecnologias de AP.

Tabela 3 - Importância dos impactos das práticas da AP nas propriedades.

Importância

Impactos Alta Média Baixa Não relevante

Mudanças significativas no gerenciamento 10 8 1 1

Permitiu aumentar a produtividade 5 14 0 0

Reduziu os custos de produção 11 8 0 0

Permitiu reduzir os danos ao meio ambiente 6 7 3 3

17

A alta importância da redução de

custos acarretada pela adoção de

tecnologias de AP observada no presente

estudo está em conformidade com os

resultados obtidos por Lambert e

Lowenberg-Deboer (2000) que a partir de

108 casos estudados nos EUA,

comprovaram uma tendência positiva de

lucratividade na adoção dessa técnica,

indicando que em 63% desses casos houve

lucros e retornos positivos com a adoção

da agricultura de precisão, em 26% os

resultados foram incertos e em 11% os

resultados foram negativos.

Há uma divergência entre os

entrevistados quanto à produtividade em

relação aos autores citados, devido ao uso

de AP no máximo de 2 anos. Por ser pouco

tempo de aplicação, ainda não se tem

dados consistentes, pois, conforme

Mantovani (2006), há necessidade de se

complementar a análise de produtividade,

com mapas de produtividade de pelo

menos 3 anos, para se conhecer a

variabilidade temporal e de acrescentar a

avaliação econômica nos mapas de

produtividade, visando estabelecer o custo

de produção por área.

Silva e Vale (2007) demonstraram

que para as culturas de milho e soja o

sistema de precisão apresentou maior

lucratividade do que no sistema

convencional, atribuindo a maior

produtividade obtida pela tecnologia de

precisão. Entretanto, os autores ressaltaram

que os custos operacionais totais são

inferiores no sistema convencional.

Menegatti et al. (2006)

comprovaram na cultura de cana-de-

açúcar, que a AP é uma ferramenta capaz

de racionalizar o uso de insumos ao aplicá-

los localizadamente em taxa variada,

agindo sobre o solo, trazendo uniformidade

ao meio produtivo com aumento da

produtividade.

Redução da ordem de 15% no uso

de fertilizantes e corretivos nas culturas de

algodão, soja e milho em Montividiu, GO,

foi registrada pela Agropecuária Peeters,

conforme análise do coordenador da

consultoria operacional de produção da

empresa, Charles Peeters (PORTAL RIPA,

2007). Segundo ele, os maiores benefícios

em curto prazo são a redução de custos,

devido à economia de insumos, e o

aumento da produtividade em um período

de três anos, conforme a região e a

condição do solo. “A terra deixa de ter

manchas ruins e sua produtividade média

aumenta”, avalia.

Os resultados de estudos sobre

viabilidade econômica da agricultura de

precisão são variáveis por muitas razões,

tais como diferentes condições naturais,

distintas situações de produção, diferentes

metodologias de análises econômicas,

18

dificuldades em mensurar os benefícios da

tecnologia da informação e de melhoria da

proteção ambiental (ROBERT, 2002).

Os resultados sugerem de acordo

com Molin (2001) que a agricultura de

precisão será uma técnica sem grandes

generalizações, exigindo estudo detalhado

de cada caso, tanto na tomada de decisões

para a aplicação localizada de insumos,

como na interpretação dos resultados

financeiros.

Com relação aos impactos com uso

de tecnologias de AP, 70% dos

entrevistados consideraram como média a

alta importância a redução nos efeitos

sobre o meio ambiente, o que de acordo

com Tcshiedel e Ferreira (2002), para

aquelas propriedades rurais que pretendem

maximizar os lucros e minimizar os danos

ambientais, há uma tendência de

crescimento da utilização de tecnologia de

AP.

CONCLUSÕES

• A soja é a cultura predominante

dentre os usuários de AP, com área

cultivada entre 1.000 a 4.000 ha;

• A gestão em sua maioria é de perfil

familiar;

• As tecnologias de AP tendem a

expansão, porém a escassez de

mão-de-obra especializada foi

apresentada como dificuldade em

sua utilização;

• A maior parte dos produtores ainda

está em fase de adequação ao uso

de AP;

• O aumento da produtividade foi

considerado de média a alta

importância quanto aos impactos;

• Os entrevistados consideraram alta

a importância na redução de custos,

devido à economia de insumos,

conforme a região e a condição do

solo, bem como ao aumento de

produtividade;

• Grande parte destes (70%) relatou

média a alta importância a redução

nos efeitos sobre o meio ambiente;

• Sugerimos que se façam novos

estudos em período maior que três

anos de uso de AP no intuito de

verificar os resultados em longo

prazo.

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21

ENDOMARKETING: UMA VISÃO EMPRESARIAL

ARCHILHA, Josiane3

SILVA, Simone Pereira da4

Resumo: Na atualidade o diferencial competitivo das empresas são seus colaboradores que devem estar comprometidos para a obtenção dos objetivos organizacionais, comprometimento este que vem por meio do endomarketing. O endomarketing trabalha com o seu público interno que também é cliente da empresa e necessita estar motivado para demonstrar a imagem da empresa frente a seus clientes externos de forma eficiente para fidelizá-los.

Palavras-Chaves: Endomarketing. Comunicação Interna. Público Interno. Cultura. Clima

Organizacional.

Abstract: In the present time the competitive differential of the companies is its collaborators who must be engaged for the attainment of the organizacionais objectives, comprometimento this that comes by means of endomarketing. Endomarketing works with its internal public who also is customer of the company and needs to be motivated to demonstrate to the image of the company front its external customers of efficient form to fidelizar them.

Words-Keys: Endomarketing. Internal Communication. Public Intern. Culture.

Organizacional Climate.

3 Bacharelanda em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL. 4 Mestre em Gestão Agroindustrial pela Universidade para o Desenvolvimento da Região do Pantanal – UNIDERP, professora e orientadora da bacharelanda.

22

1 INTRODUÇÃO

Atualmente nas empresas se tem

muitas metas para cumprir e assuntos para

planejar, documentos para conferir e

arquivar, resultados para gerar, quando

tudo é cumprido ou não, acaba-se

esquecendo quem é que é fundamental

para tudo realizar, às vezes as empresas só

pensam em resultados, lucros e se esquece

de quem foi o principal em todo o

processo: seu colaborador ou cliente

interno.

O endomarketing entra nessa parte

a valorização do seu funcionário,

mostrando lhe o quanto ele é importante e

quanto a organização precisa dele para

tudo, para cumprir as metas, para o

controle e para a organização, fazendo ele

saber o quanto é importante e como ele

pode se comprometer com a organização.

Brum (2000, p. 88) define

endomarketing como “um conjunto de

ações de marketing para o público interno

que tem como objetivo tornar comum,

entre funcionários de uma mesma empresa,

objetivos, metas e resultados”. As ações

devem ser utilizadas de forma adequada a

fim de que os funcionários e os familiares

destes façam uma imagem positiva da

empresa. Essas ações são de interesse do

funcionário em sintonia com os principais

interesses da organização, para um

resultado satisfatório.

As empresas buscam a satisfação

de seus clientes externo, mas, no entanto,

os empreendimentos possuem dois

clientes, os externos e os internos. Para que

o cliente interno esteja comprometido com

a empresa, comprando os produtos ou

utilizem da prestação de serviços da

organização, além auxiliar no processo da

consolidação da imagem da empresa;

devem ser oferecidos qualidade de vida no

trabalho.

O objetivo deste artigo é conhecer o

que é endomarketing como uma forma de

visão empresarial.

2 METODOLOGIA

2.1 Delineamento da Pesquisa

Através de estudos exploratórios, o

pesquisador, em contato com experiência

de vários trabalhos já feitos por outros, via

levantamento bibliográfico, entre outros,

encontra os elementos necessários para o

estudo e obtenção de determinados

resultados. Para Mattar Neto (2005, p. 34)

“por meio dos estudos exploratórios o

23

pesquisador é provido de maior

conhecimento sobre o tema ou problema

em estudo, conseguindo assim maior

experiência”.

Este estudo trata de um trabalho

exploratório que visa à proposição de um

instrumento que servirá de orientação ao

Endomarketing: uma visão empresarial.

Caracteriza-se pela pesquisa descritiva,

exploratória, com enfoque teórico e a

realizado através de pesquisa bibliográfica.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Empresa

As empresas têm suas finalidades e

objetivos, com o intuito de atingir suas

metas e conseqüentemente seus resultados

almejados, através de um planejamento

estratégico5 eficiente.

5 Planejamento Estratégico - O

planejamento estratégico se volta para o alcance de resultados, através de um processo contínuo e sistemático de antecipar mudanças futuras, tirando vantagem das oportunidades que surgem, examinando os pontos fortes e fracos da organização, estabelecendo e corrigindo cursos de ação a longo prazo. Portanto, é essencialmente um processo gerencial, que se concentra nos níveis hierárquicos mais elevados da organização e que não pode ser concebido como atividade clássica de planejamento, delegável a comissões ou grupos de planejamento. Constitui a essência da gerência de alto nível sobre a qual recai o maior peso da responsabilidade externa e interna pelos rumos da organização (MOTTA, 2004, p.32).

A empresa é uma organização com finalidades próprias e cujo comportamento orienta-se para a consecução de propósitos ou objetivos identificáveis. Quando explicitados dentro de uma empresa, os objetivos passam a ser instrumentos de múltiplas finalidades na avaliação de desempenhos, no controle, na coordenação, bem como em todas as fases do processo decisório. É tão elevada a potencialidade de sua presença freqüente, que os objetivos chegam a ser usados como base de uma visão integrada de todo o processo administrativo, no que é conhecido por administração por objetivos (ANSOFF, 1997, p. 25).

Uma organização que pode exercer

atividades particulares, publica ou privada,

oferecendo bens e serviços de diversas

formas, com o objetivo de atender alguma

necessidade humana.

A declaração de visão é a declaração da direção em que a empresa pretende seguir, ou ainda, um quadro do que a empresa deseja ser. Trata-se ainda da personalidade e caráter da empresa. Assim, a declaração de visão de uma empresa deveria refletir as aspirações da e suas crenças (PLACONÁ, 2008, p. 01).

Os empreendedores necessitam ter

visão de futuro da empresa, apetecer aonde

ela quer chegar, como e quando isso irá

acontecer. Neste sentido, torna-se possível

identificar oportunidades e ameaças ao

negócio.

24

Placoná (2008, p. 02) relata que

pode-se seguir os passos abaixo com o

intuito de criar a declaração de visão de

uma empresa:

Selecione um pequeno grupo de funcionários dedicados de vários níveis de sua empresa; Peça ao grupo que identifique os valores da empresa, ou seja, o conjunto de crenças e princípios que orienta as atividades e operações da empresa, independente de seu porte; Abra um espaço para que as pessoas manifestem livremente suas idéias; Quando a equipe estiver satisfeita com seu trabalho, acrescente detalhes finais e envie a alta administração.

A visão empresarial conduz a

tomada de decisões coerentes com a

realidade de mercado existente da empresa,

antecipando a eventos futuros ou possíveis

falhas no processo empresarial. Portando, a

empresa que não tem visão empresarial,

deve criar a sua junto com sua equipe de

trabalho, para que no fechamento de cada

negócio, seus colaboradores tenham

conhecimento da visão que a organização

tem.

3.2 Marketing

3.2.1 Conceito

O marketing contemporâneo tende

ao levantamento de informações

competentes para atrair e fidelizar clientes,

através do relacionamento duradouro entre

empresa e consumidor. Relacionamento

este que se desenvolvem através de

estratégias estabelecidas pela organização,

demonstrando através de seu produto ou

prestação de serviço, presteza e

confiabilidade.

Como a intenção de entender e atender o mercado, esta não é uma definição filosófica, ela é antes operacional. Para que possamos atender ao consumidor, precisamos primeiro, entendê-lo, isto é, identificar com o que ele quer, para depois, esforçar-nos para atender aos seus desejos, o resto é adereço (RICHERS, 2000, p. 05).

As organizações realizam

transações que proporcionem benefícios a

seus clientes, por meio da satisfação de

suas necessidades e desejos, onde acontece

à troca, a empresa oferecendo um produto

ou prestação de serviço e em equivalência,

atendendo as necessidades de seus clientes.

“Envolve a identificação e a

satisfação das necessidades humanas e

sociais. Para defini-lo de uma maneira bem

simples, podemos dizer que ele ‘supre

necessidades lucrativamente” (KOTLER,

2002, p. 04).

O marketing cria valor ao produto

ou prestação de serviço, fidelizando o

25

cliente e atingindo a lucratividade

organizacional.

3.2.2 Marketing Interno

No marketing interno o funcionário

começa a ter a visão do empregado como

cliente, conhecendo a necessidade do

cliente e como o mesmo gosta de ser

atendido e suas necessidades supridas e

alcançando os objetivos da empresa.

Marketing interno é a visão do empregado como cliente e a visão de cargos como produtos e, a partir daí, um esforço para oferecer um produto interno que satisfaça os desejos e necessidades destes clientes, enquanto se procura alcançar os objetivos da organização(LAS CASAS apud PEREIRA & OTTOBONI, 2004, p. 23).

Esta nova abordagem a definição de

marketing, deixar passar de ser

exclusivamente uma relação cliente e

vendedor, tornando-se uma forma do

colaborador de uma empresa ser orientado

para o cliente.

“O objetivo do marketing interno é

tratar os empregados como um grupo de

clientes” (KOTLER, 2002, p. 58).

O endomarketing utiliza-se do

marketing interno para que o funcionário

da organização possa comprar o produto

conhecendo seus benefícios e para que

realmente serve, verificando se aquele

produto é importante para o cliente e se

suprira os desejos, pois, o colaborador

vende o que conhece e utiliza.

A comunicação interna e o

endomarketing andam lado a lado, pois um

precisa do outro para ter seus objetivos

cumpridos. A comunicação interna torna-

se a informação clara e explicita para todos

os funcionários e o endomarketing é o

marketing para os funcionários, colocando

os funcionários como clientes e verificando

se está atendendo as necessidades, tanto

em produtos e serviços como em

reconhecimento.

3.3 Comunicação Interna

A comunicação interna pode

acontecer através da troca de informações

entre duas pessoas. Essa forma de troca de

informações leva a empresa a identificar

falhas, trocar idéias que conduzem a uma

tomada de decisão hábil.

“A comunicação interna é a

comunicação empresa/empregado. É a

informação, decorrente de uma decisão,

que deve sair da parte de cima da pirâmide

organizacional e descer até a base”

(BRUM, 2000, p. 35).

A qualidade da comunicação

auxilia o processo de gestão de uma

26

organização que pode executar a

comunicação interna através de reuniões,

boletins eletrônicos, intranet, e-mail.

Cerqueira (2002, p. 67) comenta

que o endomarketing, estabelece um forte

componente de comunicação integrada, ou

seja, uma comunicação nos dois sentidos:

a) estabelece base de

relacionamento interpessoal que

desenvolve positivamente a

auto-estima das pessoas;

b) facilita a prática da empatia e da

afetividade:

• Consolida a base cultural

estabelecida, bem como acelera

qualitativamente a sinergia do

comprometimento, através do

reconhecimento e valorização do

ser humano;

• Faz com que as chefias envolvidas

e não comprometidas com o

desenvolvimento cultural corram o

risco de serem identificadas. São

elas, as chefias comprometidas, que

garantem o desenvolvimento

adequado dos projetos básicos de

endomarketing;

• Estabelece a prática inicial dos

valores essenciais que a empresa

escolheu para nortear as atitudes

das pessoas para o

comprometimento com seus

sistemas tecnológicos, bem como

para o estabelecimento de clima

adequado nas relações

interpessoais. São obrigatórios no

início do processo de implantação

do endomarketing e estabelecem a

sinergia do comprometimento.

O endomarketing estabelece um

entendimento nos dois sentidos, tanto do

cliente quanto da organização. Para o

endomarketing funcionar os dois lados tem

que fazer seus papéis e assim chegando ao

seu objetivo final.

Bekin (1995, p. 23) relata que as

organizações mais modernas utilizam os

seguintes veículos de comunicação:

• 1º Veículo: Boletim Eletrônico

Diário

O boletim eletrônico diário é um

informativo enviado por correio eletrônico

(e-mail) a todos os usuários que tenham

acesso à email corporativo. O conteúdo

pode ser composto por notícias da

organização, negócios, acontecimentos

diários, comunicados executivos,

novidades, avisos, dicas entre outros. As

27

comunicações regionais acrescentam-se às

notícias corporativas, com isso o

colaborador tem a percepção de uma

empresa única o mesmo tempo que leêm

um boletim com sua cara.

• 2º Veículo: Jornal Corporativo

O Jornal pode ser trabalhado como

um veículo de integração entre o

colaborador, a família e a empresa. Pode

ser enviado para a casa dos colaboradores,

dessa forma passa a ser um veículo

informativo sobre o negócio, prêmios,

metas, eventos, notícias, resultados entre

outros. É importante que os colaboradores

participem da escolha da gráfica e editorial

do jornal, para que sintam envolvidos e

representados com o veículo.

• 3º Veículo: Jornal Mural

O jornal mural é uma forma de

disponibilizar e compartilhar informações

de forma rápida e fácil a todos os

colaboradores, considerando que 75% do

aprendizado se dá pelos apelos visuais. O

jornal deve ser disponibilizado em áreas de

grande circulação na empresa. No caso de

empresas de grande porte onde existem

unidades em outras localidades do país, as

demais áreas da empresa devem receber o

conteúdo básico e o ideal seria interessante

acrescentar as notícias locais.

• 4º Veículo: Intranet

Com os avanços tecnológicos, a

intranet passou a ser um veículo de

comunicação que pode atingir vários

públicos simultaneamente sem restrições

geográficas. Para que a intranet funcione

de forma eficaz deve ser um canal

interativo e criativo de comunicação.para

acesso rápido a informações e serviços da

empresa. Este veículo tem um papel

fundamental para a comunicação interna na

medida em que se pode disponibilizar

dados e ser um instrumento de participação

dos colaboradores, como exemplo:

enquetes, campanhas, divulgação de

parcerias.

• 5º Veículo: Hot Line

É conhecido como um canal direto

para ouvir os colaboradores e dar retorno a

cada questionamento, atingindo todos os

funcionários sem exclusão. A mecânica

consiste em ligar para o ramal, dar

sugestões, e reclamações ou perguntas, e

depois receber retorno em relação a dúvida

do colaborador. Os pré-requisitos para

sucesso deste veículo de comunicação são:

28

transparência na condução das questões

abordadas e liberdade de expressão de

perguntas ou respostas.

• 6º Veículo: SPAM

São emails enviados ao

colaboradores divulgando assuntos

importantes que devem ser de

conhecimento de toda organização. Pode

ser uma mensagem do presidente, anúncio

de um novo produto, anúncio de um

projeto que abrange toda organização,

informação de instrumentos normativos de

interesse comum e outros. Essa ferramenta

permite que as informações cheguem ao

seu destino, porém não mede se ocorreu

entendimento por parte do receptor.

Estes veículos de comunicação

levam as informações a quem se pretende,

tornando-se uma ferramenta estratégica

para a condução do processo de trabalho de

forma competente. Cada veículo de

comunicação tem a sua importância para as

empresas, cabe cada empreendimento de

acordo com sua estrutura organizacional

escolher o veículo ou veículos de

comunicação que melhor satisfaz as

necessidades de comunicação da

organização.

3.4 Clima e Cultura Organizacional

O clima organizacional serve para

verificar a qualidade do “clima” dentro da

organização, os tratamentos internos dos

funcionários e o tratamento dos cargos

superiores com seus subordinados.

“O termo clima organizacional,

“refere-se especificamente às propriedades

motivacionais do ambiente organizacional,

ou seja, àqueles aspectos da organização

que levam à provocação de diferentes

espécies de motivação nos seus

participantes” (CHIAVENATO, 2000, p.

56).

A organização deve ter um clima

eficiente para que os resultados finais

sejam mais rápidos e eficazes, deixando os

funcionários felizes e com motivação para

o trabalho.

A cultura organizacional impacta o cotidiano da organização: as suas decisões, as atribuições de seus funcionários, as formas de recompensas e punições, as formas de relacionamento com seus parceiros comerciais, seu mobiliário, o estilo de liderança adotado, o processo de comunicação, a forma de como seus funcionários se vestem e se portam no ambiente de trabalho, seu padrão arquitetônico, sua propaganda e assim por diante (LUZ apud FORNO, 2005, p. 14).

A cultura organizacional mostra a

analogia da empresa, demonstrando os

29

relacionamentos e comportamentos que

acontecem na organização e qual o

comportamento que a empresa quer que

seja seguido por seus colaboradores,

através disto, é criado às normas e

procedimentos organizacionais.

3.5 Endomarketing

3.5.1 Conceitos

As organizações têm que valorizar

cada dia mais seu mercado interno

(colaboradores), junto com os seus

funcionários, pois eles são primordiais para

o crescimento e a sobrevivência das

organizações.

“Endomarketing significa “o

esforço de marketing realizado

internamente nas empresas, procurando

promover entre as pessoas de uma

organização um sistema de valores que

estimule a ação de servir o cliente”

(COBRA; RIBEIRO, 2004, p.231).

Nas empresas o bem mais valioso

que se tem e muitas vezes são esquecidos e

mal feitos é a informação, pois, a

informação é a maior e melhor estratégia

entre funcionário e empresa.

“Toda organização tem um

mercado interno, composto de

empregados, que deve receber a primeira

atenção, e, a não se que isso seja feito

adequadamente, o sucesso das operações

da empresa em seus mercados externos

finais será colocado em

risco”(GRÔNRROSS apud FORNO, 2005,

p.102).

O resultado do endomarketing

depende tanto do cliente

interno/funcionário como da empresa em

que está inserida, pois o endomarketing é

para atrair seu cliente interno, mas a

empresa tem que saber fazer.

O endomarketing por si só não é capaz de trazer resultados positivos para a empresa. Ele é resultado de uma filosofia criada para tratar os relacionamentos do empregado com a empresa, reforçando condições de motivação e participação, agindo mais ao nível de cultura organizacional. O sucesso ou fracasso de um modelo estratégico fundamentado na participação e no engajamento dos empregados dependerá, em muito, da congruência dos interesses desses com os da empresa e do retorno que ambos obterão. Ou seja, o endomarketing existe para atrair e reter seu primeiro cliente; o cliente interno, possibilitando significativos resultados para as empresas e, também, atraindo e retendo clientes externos (TOFANI, 2007, p. 01).

O Endomarketing tem como uma

de suas principais funções atraírem e reter

seu cliente interno, os fazendoeles

conhecerem quais são as metas, objetivos e

funções da organização. O Endomarketing

tem que ser usado e conhecido tanto pelos

30

funcionários quanto pela organização, pois

é viável para os dois a implantação e a

utilização do Endomarketing.

3.5.2 Ferramentas do Endomarketing

Para se colocar em pratica o

endomarketing é preciso algumas técnicas

para todos conhecer a realidade da

organização, quais são as metas e quais são

os resultados já alcançados, e assim todos

estarem andando na mesma sintonia.

Brum (2000, p. 66) é mais

específica, assinalando os objetivos que

determinam a escolha de cada instrumento:

• Vídeos - institucionais ou de

apresentação dos produtos. Estes,

têm como objetivo colocar a equipe

interna em contato direto com a

realidade em que o seu produto é

utilizado;

• Manuais - técnicos, educativos ou

de integração. Prestam-se à

apresentação de produtos, serviços,

lançamentos e tendências, esta

última em relação à tecnologia e à

moda.

• Os vídeos utilizados para a

integração contribuem para a

divulgação em geral, ou, para

reforçar algum aspecto da cultura

organizacional;

• Revistas com histórias em

quadrinhos;

• Jornal interno com a utilização de

vários encartes, como, por

exemplo, área de recursos

humanos, projetos, produção e

associação de funcionários. Pode

ser utilizada, também, a versão do

jornal de parede;

• Cartazes motivacionais

informativos ou em forma de

quebra-cabeça - tem por objetivo

transmitir novas informações para a

equipe interna;

• Canais diretos - reuniões com a

diretoria, presidência ou ouvidoria;

• Palestras internas - têm por

objetivo apresentar as novidades da

empresa, as tendências e a evolução

que a mesma teve;

• Grife interna - registro em roupas

(uniformes), bonés e acessórios;

• Memória, ou seja, o resgate da

história da empresa, com o objetivo

de passar a evolução da mesma, às

pessoas que a desconhecem;

• Rádio interna;

31

• Vídeo jornal para a divulgação de

lançamentos, pronunciamentos de

diretores e gerentes;

• Intranet ; e,

• Convenções internas: uso da

equipe interna para divulgação de

atividades.

As empresas que se utilizam das

ferramentas do endomarketing se tornam

eficientes no processo de fazer com que

seus colaboradores estejam comprometidos

para o atingir dos objetivos da organização.

3.5.3 Implantação do Endomarketing

Para a implantação do

endomarketing, tem que se conhecer e

valorizar alguns fundamentos básicos do

dia-a-dia, sabendo que o cliente interno é

fundamental para a empresa e assim poder

oferecer um ótimo serviço e atendimento

para o cliente externo.

Bekin (1995, p. 40), para se criar

um processo de endomarketing , este deve

partir de três premissas básicas:

1. Estamos num mercado orientado

para o cliente. Clientes só podem

ser conquistados e retidos com um

serviço excelente;

2. funcionários têm expectativas e

constituem o primeiro mercado

para a organização. Assim,

funcionários devem ser tratados

como clientes e valorizados como

pessoas;

3. excelência de serviços para os

clientes e gerenciamento de

recursos humanos significam

envolver e comprometer os

funcionários com os objetivos e

decisões da empresa.

O endomarketing visa tornar a

organização competitiva colocando de

acordo com as exigências do mercado,

fazendo a ficar interessada na participação

de seus clientes internos na estrutura

organizacional. Conhecendo as normas e

metas para melhores resultados.

Bekin (1995, p. 45) propõe

instrumentos relevantes para implementá-

lo, quais sejam:

1. Prioridade para a motivação do

grupo de trabalho, desenvolvendo a

parceria, a cooperação e a lealdade;

2. Valorização do indivíduo dentro do

seu grupo;

32

3. Integração baseada nos valores e

objetivos da empresa;

4. Reforço contínuo de uma atitude

baseada em valores

compartilhados;

5. Recompensas e prêmios dirigidos

ao grupo para que todos se

beneficiem dos resultados

positivos;

6. Criação de um ambiente de

interação dentro da empresa;

7. Envolvimento dos funcionários no

planejamento e na tomada de

decisões;

8. Estímulo à iniciativa e atitude

criativa;

9. Delegação de poderes de acordo

com a natureza da função exercida;

10. Remuneração adequada.

Bekin (1995, p. 47) ainda comenta

que para um bom funcionamento de

endomarketing deve utilizar algumas

etapas:

• Analise do ambiente externo e

interno;

• Diagnostico da situação;

• Determinar os objetivos;

• Criação das estratégias;

• Levantamento dos custos;

• Avaliação final.

Ponce (1999) apud Simões (2001,

p. 22 ), relata que “é proposto um guia para

implementação de um projeto de

endomarketing, incluindo as atividades,

meios e estratégias que o melhor

caracterizam”. Ressalva-se que a

abrangência, a complexidade e a relevância

de cada um dos aspectos que o compõe

dependerão das especificidades da

organização e de seus objetivos

estratégicos. A estruturação e a

implementação de um projeto de

endomarketing devem, portanto, considerar

as seguintes etapas:

1. Análise do ambiente: busca

caracterizar o ambiente externo e interno

da empresa. O ambiente externo inclui os

aspectos que influenciam fortemente as

relações de trabalho entre a organização, o

empregado e o cliente, ou seja, os fatores

econômicos, políticos, legais, tecnológicos

e sócio-culturais. Já a caracterização do

ambiente interno inclui a identificação

geral da empresa, ou seja, o levantamento

de suas filosofias, políticas, estratégias,

missão, objetivos e metas;

33

2. Diagnóstico da situação: visa

analisar e avaliar os diferentes fatores

(positivos e negativos, internos e externos)

presentes na relação organização-

empregado-cliente que influenciam na

realização dos objetivos organizacionais.

Para tanto, no foco interno, podem ser

utilizados questionários auto-preenchíveis

ou discussões em grupo junto à alta

administração, cujos resultados permitirão

conhecer as percepções e opiniões do

pessoal em relação à situação de trabalho,

bem como focos de tensão entre as áreas

funcionais, pouca consciência dos

empregados em relação à missão,

problemas de baixa moral no grupo e falta

de conhecimento sobre o papel

desempenhado. Já no foco externo,

pesquisas mercadológicas são de grande

utilidade ao identificarem a percepção do

cliente final em relação à qualidade do

atendimento, entrega dos produtos, dentre

outras causas de satisfação ou

descontentamento. Finalizado, o

diagnóstico da situação permite à

organização conhecer claramente suas

principais ameaças e oportunidades;

3. Determinação dos objetivos do

projeto de endomarketing: com base no

diagnóstico da situação elaborado

anteriormente, torna-se possível listar os

objetivos (gerais e específicos) que

potencializarão as oportunidades e

minimizarão as ameaças identificadas. Em

termos gerais, os objetivos podem ser

classificados em dois níveis: estratégico

(que consiste em assegurar que os

empregados sejam motivados a atingir uma

performance orientada para o cliente e para

o serviço) e tático (que visa garantir a

venda de serviços, campanhas e esforços

de marketing aos empregados). Como

exemplo, seguem alguns objetivos que

podem ser alcançados com a aplicação de

um programa de marketing interno:

• integrar a participação de todos os

elementos da organização;

• criar, encorajar e destacar

continuamente os papéis dos

empregados na organização;

• desenvolver um produto que seja,

ao mesmo tempo, orientado para o

reconhecimento dos empregados e

capaz de desenvolver nos mesmos

valores orientados para satisfação

do cliente;

• identificar as necessidades dos

empregados e desenvolver

programas ou produtos para

satisfazer tais necessidades;

• selecionar e reter os melhores

profissionais;

34

• facilitar as trocas dentro da

organização, de modo a contribuir

para a construção, harmonia e

fortalecimento dos

relacionamentos;

• estabelecer canais adequados de

comunicação interpessoal, a fim de

eliminar conflitos e fatores de

insatisfação entre os funcionários;

• implementar uma administração

participativa;

• gerenciar os recursos humanos da

organização com base em uma

perspectiva de marketing;

• criar e promover idéias, projetos ou

valores úteis à empresa;

• questionar e resolver problemas de

estrutura, funcionamento,

comunicação e organização ou

abordar novos problemas;

• vencer resistências;

• identificar os fatores de satisfação e

insatisfação dos clientes em relação

a sua interação com a organização;

• assegurar que os empregados

obtenham informação contínua.

4. Concepção das estratégias que

viabilizarão o programa: as estratégias

consistem nas atividades por meio das

quais os objetivos finais serão alcançados.

A seguir, é sugerida uma abordagem

baseada no composto de marketing para a

concepção das mesmas:

• produto ou serviço: trata-se dos

incentivos que deverão ser

oferecidos aos diferentes segmentos

da organização a fim de assegurar a

valorização dos empregados e

estimular o comprometimento dos

mesmos. Podem ser: políticas de

treinamento que focalizam a

maneira adequada de como tratar o

cliente; políticas de remuneração

benefício; políticas de

recrutamento, seleção e avaliação

de desempenho; perspectivas de

carreira e promoção;

reconhecimento pelo bom

desempenho; relacionamento no

ambiente de trabalho; processo de

comunicação e identificação com a

empresa;

• preço: performance ou

desempenho que os diferentes

segmentos deverão oferecer à

organização em troca do produto ou

serviço oferecido pela empresa.

Deve ser estabelecido de forma

explícita;

35

• promoção: constituída pelos

veículos de comunicação por meio

dos quais o produto ou serviço será

comunicado ou promovido, tais

como: material escrito (jornais

internos com informação sobre a

organização), vídeo ou

apresentações pessoais;

• distribuição: contempla todos os

canais reais da empresa (chefes,

supervisores, líderes, a função de

RH, a de marketing , dentre outros).

Não deve se limitar ao ambiente

interno da organização, a fim de

garantir a venda de uma imagem

positiva como empregadora e, com

isto, captar os potenciais candidatos

que tenham perfis compatíveis com

os valores praticados.

5. Levantamento dos custos de

implementação: um projeto de

endomarketing requer um maior

engajamento dos recursos humanos

(incluindo demanda de tempo em todos os

níveis da organização), mudanças

significativas no comportamento, uma

equipe de desenvolvimento e

implementação do programa e um

orçamento (que, muitas vezes, funciona

mais como um redirecionador de custos e

recursos).

6. Determinação dos

instrumentos de avaliação: nesta fase,

são especificados parâmetros a serem

utilizados para verificar se os resultados

esperados foram atingidos. O

acompanhamento da eficácia do plano

servirá de retroalimentação, a fim de

corrigir eventuais falhas ainda no estágio

de desenvolvimento do programa. É

também nesta etapa que são definidas

medidas para avaliar o impacto do

programa em intervalos de tempo

determinados. Tais medidas podem incluir

pré e pós testes de percepções,

comportamentos e opiniões dos

empregados e clientes atingidos.

Na implantação do endomarketing,

tem varias fases a ser seguido, conhecer e

diagnosticar, colocar os objetivos e

estratégias em pratica, levantar custos e ver

se deu certo ou não. Cada fase desta tem

que ser clara, objetiva, sincera e franca,

para se ter o resultado almejado. Não pode

ter cobertura de algum objetivo ou

esconder alguma estratégia, tudo tem que

ser bem claro e igual para todos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A comunicação interna torna-se

uma ferramenta estratégica para empresa

36

na qual a troca informações com seus

colaboradores é de suma importância para

o desenvolvimento do processo produtivo.

Os funcionários através do clima e da

cultura organizacional promovem a

valorização dos colaboradores, a satisfação

dos clientes e torna a empresa lucrativa.

O endomarketing é extremamente

importante para o nosso dia-a-dia e saber

como pode mudar a empresa e a

valorização do seu cliente interno, e com o

endomarketing vem às metas e objetivos

que ficam mais fácil de concretizá-los com

a satisfação dos funcionários. Através do

endomarketing o funcionário de uma

organização torna-se um aliado para

identificar falhas e solucionar problemas,

motiviando-o e informando-o sobre a

empresa, se tornando um atuante da

empresa.

As organizações que tem visão

empresarial utilizam-se do endomarketing

para melhor administrar a sua empresa.

Portanto, o endomarketing, não resolve

todos os problemas das empresas, mas

auxilia por meio da visão empresarial no

processo de comprometimento,

colaboração e satisfação do seu público

interno.

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Organizacional e qualidade em serviços:

37

Estudo de Caso em laboratório de análises

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Universidade Federal de Santa Maria,

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39

REMUNERAÇÃO POR COMPETÊNCIAS COMO DIFERENCIAL

COMPETITIVO

URBANEK, Rosinélia de Fátima6

PEREIRA FILHO, Maurício Longo Baptista7

_________________________________________________________________________________________________________

Resumo: Inseridas em um contexto de competitividade extremada e comoditização de ofertas, as organizações sentem cada vez mais necessidade de criar formas de se diferenciar da concorrência. Para tanto, as oportunidades que se apresentam como maneiras eficientes atualmente de singularização estão ligadas aos recursos organizacionais, ou seja, aquilo que a empresa tem, faz e controla. Nesse universo, os recursos humanos ganham notoriedade à medida que se mostram como o fator mais difícil de ser copiado pela concorrência, e ainda, eficaz na tarefa de incrementar o desempenho organizacional por meio do comprometimento do individuo com a organização. Esse comprometimento pode ser alcançado na maneira de se recompensar o esforço do colaborador, e, nessa abordagem, a remuneração por competências pode ser entendida como a maneira de se estimular o empregado por meio do pagamento de seu esforço proporcionalmente ao valor que ele é capaz de agregar à organização. Palavras-Chave: Recursos Humanos. Remuneração por Competências. Diferenciação. Abstract: Inserted in a context of distinguished competitiveness and homogenization of offers, the organizations feel each time more necessity to create forms of if differentiating of the competition. For in such a way, the chances that if present as efficient ways currently of singularization are on to the organization resources, that is, what the company has, it makes and it controls. In this universe, the human resources gain notoriety to the measure that if they show as the factor most difficult of being copied by the competition, and, still efficient in the task to develop the organization performance by means of the compromising of the individual with the organization. This compromising can be reached in the way of if to reward the effort of the collaborator, and, in this boarding, the remuneration for abilities can be understood as the way of if proportionally stimulating the employee by means of the payment of its effort to the value that it is capable to add to the organization. Keywords: Human Resources. Remuneration for Abilities. Differentiation. ___________________________________________________________________________

6 Bacharelanda em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL. 7 Especialista em Gestão Empresarial e Marketing pela UNISALESIANO/INBRAPE de Lins - SP, professor e orientador da bacharelanda.

40

1 INTRODUÇÃO

Em um mundo de mudanças

rápidas, queda de barreiras, disseminação

da informação e acesso facilitado a

tecnologias, empresas e consumidores

passaram a adotar um comportamento de

forte interatividade, aumentando-se a

competitividade dos mercados e tornando-

se difícil para a maioria das empresas criar

vantagens sobre suas concorrentes. Assim,

fatores que antes eram considerados únicos

ou vantajosos, hoje, representam uma

oferta padronizada e comum à maioria das

organizações.

Partindo – se dessa realidade, as

empresas passaram a entender que um

caminho viável para oferecer diferenciais

sobre seus concorrentes reside nos recursos

organizacionais, ou seja, os fatores que a

empresa controla, entre eles, os recursos

humanos.

Organizações modernas investem

em pessoas como recursos para criarem

vantagem competitiva. Uma organização

sempre faz coisas melhores, com mais

eficiência e eficácia quando ela tem uma

equipe motivada que se compromete com o

que está fazendo. Todas as dimensões da

empresa estão nas mãos das pessoas, são

elas que fazem tudo, em qualquer

segmento. Investir e valorizar as pessoas

são formas da empresa obter um retorno

significativo que faz a diferença quando se

compara a outras organizações.

Essa valorização se dá por meio de

recompensas e dos componentes desse

sistema, entre eles, a remuneração:

Os elogios, as promoções, as participações em congressos e eventos, os acessos a programas de capacitação, e com certeza o mais importante que é a remuneração. Para que se tenha um bom relacionamento com o empregado a remuneração tem que ser bem administrada (FRANÇA, 2007, p. 65).

Percebe-se a importância da gestão

adequada das pessoas da organização como

forma de projetar vantagens sobre a

concorrência por meio da eficiência

alcançada pelo comprometimento. Desta

forma, a desafio passa a ser justamente

comprometer o empregado com os

resultados da organização, onde a

remuneração ou recompensa joga papel

fundamental. Remunerar o empregado

proporcionalmente ao esforço realizado

apresenta-se então como caminho a ser

seguido pelas empresas que buscam formas

de incrementar sua competitividade.

O objetivo deste artigo é apresentar

a remuneração por competências sob uma

41

abordagem teórica, não só como uma

tendência, mas como ferramenta aplicável

às organizações que vivem em mercados

muito concorridos e precisam de

diferenciais para manter sua

competitividade alta.

2 METODOLOGIA

Vergara (2009) defende que a

pesquisa seja classificada quanto aos fins e

aos meios. Para tanto a presente pesquisa

classifica-se como:

Quanto aos fins – descritiva e

explicativa, pois apresenta a remuneração

por competências como maneira de criar

diferenciação competitiva pelas empresas,

por meio da individualização das

recompensas oferecidas aos empregados

face às habilidades por ele oferecidas.

Quantos aos meios – bibliográfica,

desenvolvida a partir de material já

elaborado, onde foram consultados livros,

pesquisas pela internet que abordam o

assunto, localizando os principais pontos

de enfoque do tema abordado.

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO

3.1 Estratégias Competitivas das

Empresas Modernas

A estratégia competitiva visa

estabelecer uma posição lucrativa e

sustentável contra as forças que

determinam a concorrência da empresa. A

escolha da estratégia competitiva passa

invariavelmente por questões ligadas a

atratividade dos mercados pretendidos e a

posição competitiva ocupada dentro dele.

De acordo com Porter (1991),

estratégia competitiva é a busca de uma

posição competitiva favorável em uma

empresa, na arena fundamental onde

ocorre a concorrência, ou seja, o mercado.

Assim, quaisquer aspectos ou

características que configurem vantagem

sobre os demais concorrentes do mercado

são consideradas formas de se

potencializar a competitividade.

Quando dois ou mais fornecedores de produtos ou serviços disputam o mesmo público-alvo, ou o mesmo mercado comprador ou consumidor, algumas estratégias competitivas acabam sendo adotadas, explicita ou implicitamente. Formalmente chama-se de estratégia competitiva aquilo que um fornecedor decide fazer para que, na mente dos clientes ou consumidores, seus produtos ou serviços tenham alguma distinção e mereçam a preferência deles (COSTA, 2007, p.169-170).

Dentro desse conceito, as empresas

modernas têm dificuldade de conseguir tal

diferenciação em virtude justamente da

comoditização da maioria das ofertas, ou

seja, simplesmente pelo fato de a grande

maioria das organizações modernas terem

42

a possibilidade de oferecer tudo, ou quase

tudo, que sua concorrente oferece.

Destarte, estratégias baseadas em recursos

da organização se apresentam como fator

potencialmente útil e eficiente de

posicionamento competitivo.

3.2 Estratégias baseadas em Recursos

(RBV)

Como visto, as organizações

atualmente buscam por estratégias que a

tornem mais vantajosa aos olhos dos

consumidores. Face às peculiaridades da

competitividade atual, elas procuram novas

oportunidades de atuação levando-se em

consideração o que se faz, tem ou se pode

fazer ou ter.

Assim, as organizações conseguem

uma vantagem competitiva ao adquirir ou

desenvolver recursos, os quais são

definidos, segundo Tofoli (1984) apud

Wernerfelt (1995) como qualquer coisa

que pode ser pensada como um ponto forte

ou uma fraqueza de uma organização.

Dentro desse conceito, a visão

baseada em recursos (Resource Based

View - RBV) torna-se uma linha alternativa

complementar de formulação de estratégias

competitivas, que tem como foco os

recursos que a organização possui ou pode

possuir para desempenhar suas atividades.

O objetivo central da RBV é fazer com que os gestores pensem nas vantagens competitivas como o resultado da gestão eficaz de seus recursos, e não como uma simples constatação de uma posição superior da organização relativamente aos seus concorrentes (COSTA, 2007, p. 172).

A RBV apresenta-se dessa forma

como meio viável de diferenciação apoiada

na gestão dos fatores que a empresa

controla ou possui.

Antônio (2001) apud Tiergarten e

Alves (2008) afirma que, para definir uma

estratégia baseada nos recursos a empresa

deve primeiramente identificar e avaliar

esses recursos e descobrir quais ela pode

desenvolver algum tipo de vantagem.

Dentre todos os fatores analisados nesse

caso, figura entre os mais importantes os

recursos humanos e sua alta capacidade de

geração de valor. Os recursos humanos não

podem ser copiados pelas concorrentes,

então, à medida que geram benefícios

econômicos para a organização, tem o

potencial de se tornar uma grande fonte de

vantagem no cenário competitivo do

mercado.

3.3 Pessoas como Recursos e Gestão de

Pessoas

43

Percebe-se um crescimento na

valorização dos recursos humanos, nessa

abordagem, o empregado é o principal

agente do desempenho organizacional, e,

diante dessa importância, é ele que a

empresa precisa administrar, gerir e

valorizar, dada a sua capacidade de agregar

valor por meio de seu trabalho.

De acordo com França (2007), um

conjunto de métodos, políticas, técnicas e

práticas definidas com objetivo orientar o

comportamento humano e as relações

humanas de maneira a maximizar o

potencial do capital humano no ambiente

de trabalho.

Diante das mudanças ora elencadas,

as empresas estão buscando controlar e

usar a seu favor ao máximo os fatores

organizacionais. Segundo França (2007),

decorrem das mudanças ambientais as

mudanças em fatores organizacionais

como estrutura organizacional,

organização da produção, organização do

trabalho, sistema de controle e relações de

trabalho.

O perfil desejado pelas

organizações, portanto, muda em

decorrência das necessidades de adaptação

dos fatores ambientais, ou seja, o mercado

de concorrência extremada e diferenciação

volátil. Hoje a empresa está exigindo

pessoas com mais capacitação, de fácil

adaptação e que se comprometam com o

trabalho de forma responsável para que

assim busquem o resultado coletivo.

A exigência de um profissional

ideal requer uma nova forma de

remuneração para o mesmo. Então, na

gestão de pessoas a gestão da remuneração

é uma das tarefas mais importantes e

complexas, tornando-se mais evidente com

as atuais mudanças ambientais e

organizacionais.

O sistema de remuneração é visto

de forma diferente pela organização e

pelos empregados. Para os empregados o

objetivo da remuneração é a obtenção de

ganhos cada vez maiores através de um

bom desempenho no trabalho; para a

organização o sistema de remuneração visa

um comprometimento dos empregados

com os objetivos da empresa, obtendo

resultados que compensem os custos da

folha de pagamento.

A política de remuneração precisa estar integrada às demais políticas de gestão de Recursos Humanos – relações sindicais, carreiras, avaliação de desempenho, contratação e treinamento- a fim de que haja otimização conjunta do sistema. Alterações em um a política irão requerer alterações nas demais, a fim de que haja coerência entre elas (FRANÇA, 2007, p. 68).

Um sistema de recompensas

adequado é criado apartir da definição de

critérios que diferenciem os empregados de

44

acordo com a contribuição que trazem para

a organização.

De acordo com França (2007, p.

10), “os dois principais conjuntos de

critérios são:

1. Os que têm como referência o

mercado de trabalho;

2. Os que têm como referência

os padrões internos de

equidade.

“Enquanto o primeiro faz uso de

informações externas e visa tornar o

sistema de recompensas mais competitivo,

o segundo baseia-se em informações

internas e está preocupado em garantir às

pessoas um ambiente de segurança e

justiça.” (FRANÇA, 2007, p. 68).

Partindo-se desse princípio têm se

usado critérios de determinação da

remuneração que mostrem o nível de

agregação de valor do colaborador para a

organização. A agregação de valor pode

ser entendida como sendo a contribuição

ou entrega do empregado para a empresa.

No que tange então à administração

remuneratória, afirma-se que deve haver

uma relação de troca justa entre os

colaboradores e a empresa, e os

funcionários que mais agregam valor

recebam maior remuneração.

De acordo com França (2007),

antigamente as organizações se utilizavam

do cargo como elemento para avaliar o

valor agregado pelos profissionais.

A realidade é outra, pois as

organizações estão valorizando mais as

competências do indivíduo. Diante desse

fato, indicadores estáticos do grau de

agregação de valor como por exemplo o

cargo não estão sendo levado em

consideração, e todas as organizações têm

de procurar outras formas de mensuração

da agregação de valor, porém todas têm o

indivíduo e não o seu cargo como foco de

observação.

3.4 Administrando Pessoas por

Competências

3.4.1 Gestão por Competências

Mensurar a capacidade do

indivíduo e o grau de agregação de valor

que essa capacidade potencialmente pode

conferir a empresa baseia e justifica a

tendência atual das empresas apostarem na

gestão por competências.

De acordo com Fischer (1998)

apud Bertolini (2004), gestão por

competências é uma nova tendência na

45

gestão de pessoas e desenvolve as

seguintes atividades:

a) Captação de pessoas:

visando a adequar as

competências necessárias

às estratégias de negócios

formuladas, as

organizações buscam por

pessoas que tenham um

nível educacional elevado

e, para tal, se valem de

programas para atrair

novos talentos;

b) Desenvolvimento de

competências, visto que as

organizações contam com

a possibilidade de

desenvolver competências

dos indivíduos mediante as

mais diversas formas, com

o intuito de adequá-las às

necessidades

organizacionais;

c) Remuneração por

competência, que é uma

prática utilizada por

organizações preocupadas

em resguardar o

conhecimento tácito de

seus colaboradores e

mantê-los na organização.

Envolve: participação nos

resultados, remuneração

variável e remuneração

baseada nas competências

desenvolvidas;

d) Gerir suas competências

traz à organização a

possibilidade de definir

padrões de desempenho,

divulgar os perfis das

competências necessárias

para a obtenção de

resultados em seus

processos e apontar

indicadores que permitam

nortear os investimentos

de capacitação das

pessoas. Isso também

possibilita á empresa estar

consciente das possíveis

melhorias em seus

processos internos, pois

estes são dirigidos por

pessoas.

As competências pessoais e

organizacionais são os fatores que tornam

a organização eficaz fazendo com que ela

consiga alcançar todos os seus objetivos,

gerando os benefícios necessários para a

melhor satisfação de seus clientes. Diante

disso, pode-se dizer que o sistema de

gestão por competências compreende o

futuro da organização.

46

3.4.2 Tendências da Remuneração

A competitividade organizacional

foi um dos motivos que levaram as

empresas a adotar mais de um sistema de

remuneração. Para tanto, deve se

considerar a estratégia, todo o contexto

organizacional e analisar conhecimento,

habilidades e competências dos

colaboradores da organização.

De acordo com Picarelli (2000)

apud França (2007), a grande tendência da

remuneração é a utilização de remuneração

estratégica, que faz uso de todos os

componentes do composto remuneratório:

salário, benefícios, remuneração variável.

As tendências de cada componente

da remuneração, de acordo com França

(2007, p.79), são:

a) Salário: ampliação do uso do

conceito de competências para

balizar recompensas;

b) Benefícios: uso de planos de

benefícios flexíveis;

c) Remuneração variável: aumento

da sua participação no composto

remuneratório, em detrimento da

parcela fixa. Além disso, a

utilização de incentivos para os três

níveis de resultado (individual,

grupal e organizacional), embora

com a predominância do segundo

nível, tendo em vista o atual desejo,

por parte das organizações, de

estimular o trabalho em equipe e a

cooperação a fim de que haja

convergência de esforços

individuais em torno de objetivos

organizacionais.

A grande tendência da remuneração

é a remuneração por habilidades e

competências, que já vem sendo usada por

um número crescente de organizações.

3.5 Remuneração por Competências e

Habilidades

O pagamento por competências e

habilidades tem como foco a pessoa e não

o cargo para diferenciar os salários. O

colaborador é reconhecido por suas

competências e habilidades,

independentemente do cargo que ocupa

dentro da organização, seu salário é pago

de acordo com elas, ou seja, quanto mais o

empregado for capacitado para seu

trabalho e quanto mais valor ele agrega à

organização maior será o seu pagamento.

A adoção de sistemas de compensação baseados em habilidades fundamenta-

47

se na crença de que as pessoas desempenham um importante papel na geração de resultados para as organizações, e que a capacidade de contribuição individual para os resultados deve ser muito influenciada pela capacidade pessoal, a qual afeta diretamente a natureza de seu trabalho (HIPÓLITO, 2006, p. 58).

Mais capacitação e novas

habilidades são essenciais para que a

organização alcance o sucesso, tornando-se

fatores competitivos diante do mercado,

pois a empresa será diferenciada por ter

profissionais altamente capacitados e

motivados trabalhando por ela.

Para que a empresa possa pagar por

competência e habilidades ela precisa

identificar as habilidades que os

profissionais desenvolvem e utilizam,

podendo assim, reconhecer, valorizar e

estimular a aquisição das competências

essenciais para o desempenho do trabalho

dentro da organização.

O mapeamento das habilidades a

serem valorizadas na organização parte de

uma das seguintes propostas

metodológicas:

a) Inicia-se com a análise dos cargos

atuais e das características dos

profissionais que obtém os

melhores desempenhos na

execução desses cargos. As

características que diferenciam

estes profissionais dos demais é que

devem ser valorizadas e

estimuladas, na medida em que

justificam um desempenho

superior. (COFSKY, 1999 apud

HIPÓLITO, 2006, p. 59);

b) Alternativamente, sugere-se que se

faça uma reflexão dos objetivos

estratégicos da organização, para,

baseando-se neles, identificar-se as

capacidades universais necessárias

para atingi-los. São essas

capacidades que subsidiarão a

construção das habilidades

individuais a serem almejadas.

(HIPÓLITO, 2006, p. 59).

A organização precisa divulgar as

habilidades que vão ser recompensadas

assim que elas forem identificadas e

desenvolver medidas de verificação da

aquisição dessas medidas.

As habilidades dos profissionais

são identificadas quando eles demonstram

que podem utilizar elas em seu trabalho na

empresa sem precisar de nenhuma

supervisão.

O pagamento por competências e

habilidades traz grande vantagem para a

empresa, pois motiva o colaborador a

adquirir habilidades específicas e estimula

48

a multi-funcionalidade e a flexibilidade da

força de trabalho, e, tais fatores

possibilitam a eficientização das atividades

operacionais.

3.6 A Remuneração por Competências

como Diferencial

O sistema de remuneração por

competências e habilidades traz resultados

positivos para a organização desde que

haja a interação entre a empresa e o

colaborador.

A organização precisa conhecer os

motivos que levam os indivíduos a

cooperar. Para Simon (2002) apud

Chiavenato (2007), os indivíduos estão

dispostos a cooperar sempre que as suas

atividades dentro da organização

contribuam diretamente para o alcance de

seus objetivos pessoais. Em outros termos,

os indivíduos fazem contribuições à

organização sempre que recebam dela os

incentivos e alicientes desejados.

Incentivos (alicientes ou induzimentos ou recompensas) são pagamentos feitos pela organização a seus colaboradores (salários, prêmios de produção, benefícios sociais, oportunidades, satisfação profissional). Cada tipo de incentivo possui um correspondente valor de utilidade (função-utilidade) que é eminentemente subjetivo e varia de indivíduo para indivíduo.

Contribuições são pagamentos que cada colaborador efetua à organização que está ligado (trabalho, dedicação, pontualidade, assiduidade, esforço pessoal etc.). Cada tipo de contribuição possui um correspondente valor para a organização (função-utilidade) que varia conforme os objetivos organizacionais, a cultura organizacional etc. Daí as varia modalidades de comportamento à disposição do colaborador (CHIAVENATO, 2007, p. 164).

A interação psicológica entre

empregado e organização, de acordo com

Chiavenato (2007), é basicamente um

processo de reciprocidade onde a

organização realiza certas coisas para e

pelo colaborador e inibe-se de fazer outras,

remunera-o, dá-lhe segurança e status;

reciprocamente, o colaborador responde

trabalhando e desempenhando suas tarefas.

A organização espera que o empregado

obedeça à sua autoridade, e, por seu turno,

o empregado espera que a organização se

comporte corretamente com ele e opere

com justiça. A organização reforça sua

expectação por meio do uso da autoridade

e do poder de que dispõe, enquanto o

empregado reforça sua expectação por

meio de certas tentativas de influir na

organização ou de limitar sua participação.

O processo de realizar expectativas mútuas e satisfazer necessidades mútuas na relação entre um homem e sua organização de trabalho foi conceitualizado como um processo de reciprocidade, que é o processo de desenvolver um contrato psicológico

49

entre uma pessoa e uma companhia ou qualquer outra instituição onde ela trabalha, é um processo complementar em que o indivíduo e a organização se tornam parte um do outro (CHIAVENATO, 2007, p. 166-167).

Quanto mais a organização investe

na capacitação de seus colaboradores, mais

eles agregam valor a ela, e com o sistema

de remuneração por competências e

habilidades, onde o colaborador recebe de

acordo com sua contribuição para a

organização ele estará sempre motivado a

buscar novas habilidades para o seu

trabalho, aperfeiçoando-se cada vez mais.

Com isso a organização cria um diferencial

competitivo, ou seja, um diferencial

competitivo utilizando seus recursos

humanos, o mais importante uma vez que

eles não podem ser copiados por outras

empresas.

Para tanto, faz-se necessário o

chamado equilíbrio organizacional, que de

acordo com Chiavenato (2007), se dá por

meio de:

a) “Uma organização é um sistema de

comportamentos sociais inter-

relacionados, de numerosas

pessoas, que são os colaboradores

da organização”;

b) Cada colaborador e cada grupo de

colaboradores recebem incentivos

(recompensas) em troca dos quais

faz contribuições à organização;

c) Todo colaborador somente manterá

sua participação na organização

enquanto os incentivos

(recompensas) que lhe são

oferecidos forem iguais ou maiores

(medidos em termos de valores que

representam para o colaborador e

das alternativas que se lhe

oferecem) do que as contribuições

que lhe são exigidas;

d) As contribuições trazidas pelos

vários grupos de colaboradores

constituem a fonte na qual a

organização se supre e se alimenta

dos incentivos que oferece aos

colaboradores;

e) A organização será solvente, e

continuará existindo somente

enquanto as contribuições forem

suficientes para proporcionar

incentivos em quantidade bastante

para induzirem os colaboradores à

prestação de contribuições.

Para garantir a sobrevivência e

eficácia da organização, deve-se manter o

equilíbrio organizacional, onde se motiva

os colaboradores a continuar fazendo parte

da organização remunerando-os com as

50

quantias que eles percebem adequadas às

suas habilidades.

Assim, quando a organização age

de forma correta com seus colaboradores

fazendo com que eles realmente se sintam

importantes para a empresa, se sintam

parte dela, certamente o desempenho deles

na organização será melhor. A

competência, a capacidade inovadora e o

desempenho positivo dos colaboradores

levam a empresa a alcançar uma condição

singular de eficiência e eficácia capaz de

lhe conferir um diferencial baseado no

desempenho de seu corpo funcional, alheio

às dificuldades de se competir em um

mercado cada vez mais homogêneo.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diferenciais competitivos são em

síntese tudo o que a empresa pode oferecer

aos consumidores para se distinguir de

seus concorrentes. No entanto, esses

diferenciais tornaram-se difíceis de se

alcançar em virtude da homogeneização da

grande maioria das ofertas e empresas, ou

seja, hoje, tudo o que uma empresa faz

pode ser facilmente copiado ou adaptado

pela concorrência pelas peculiaridades

oferecidas pela competitividade global.

A empresa precisa identificar e

conhecer mais seus recursos internos e sua

capacidade, se posicionar diante do

mercado, utilizar melhor o conjunto de

competências da organização e com isso

estabelecer uma estratégia, fazendo com

que essas competências adquiram a

propriedade de competência essencial

fazendo com que ela se torne fonte de

vantagem competitiva.

Assim, novas abordagens se

apresentam como alternativa às

necessidades de diferenciação que as

empresas têm, entre elas, a diferenciação

por meio dos recursos, onde os recursos

humanos ou pessoas da organização

ganham importância à medida que

oferecem potencias de diferenciação de

uma forma muito distinta e singular.

Porém, para se valer das vantagens

oferecidas pelo desempenho de suas

pessoas, a organização precisa criar um

mecanismo de comprometimento onde a

figura humana é valorizada e incluída

dentro de um processo de recompensa

proporcional ao desempeno que ela

oferece. Remuneração por competências se

apresenta dentro desse contexto como a

ferramenta capaz de aumentar a eficiência

e incrementar a competitividade

organizacional por meio do desempenho

otimizado das pessoas em resposta aos

estímulos de recompensa diferenciados.

51

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Lindolfo Galvão de; OLIVEIRA, Patricia Morilha de. Competências ou cargos: uma análise das tendências das bases para o instrumental de recursos humanos. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 08, n. 4, out./dez. 2001. Disponível em: <http://www.portalfea.ufjf.br/arquivos/__texto_5.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2009. BERTOLINI, Eni Aparecida Silveira. Competências: uma ferramenta para o desenvolvimento organizacional. Revista Técnica. FIPEP, São Paulo-SP, v. 4, n. 1,p. 73-84, jan./jun. 2004. Disponível em: <http://www.ipep.edu.br/portal/publicacoes/revista/revista4pdfv4/6V4eni.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2009. CANTERI, Sandra Batistel. Vantagem competitiva: gestão de recursos, habilidades e competências. 2008. Artigo em Hipertexto. Disponível em: <http://www.pg.cefetpr.br/incubadora/wp-content/themes/4o_epege/vantagem-competitiva.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2009. CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos Humanos: Fundamentos Básicos. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2007. COSTA, Eliezer Arantes. Gestão Estratégica: da empresa que temos para a empresa que queremos. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Práticas de Recursos Humanos-PRH: Conceitos,

Ferramentas e Procedimentos. São Paulo: Atlas, 2007. HIPOLITO, Antônio Monteiro. Administração Salarial: A remuneração por Competências como Diferencial Competitivo. São Paulo: Atlas, 2006. PORTER, Michael E. Competição: Estratégias Competitivas Essenciais. Tradução de Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus, 1991. TIERGARTEN, Michele; ALVES, Carlos Alberto. A visão baseada em recursos (rbv) como estratégia empresarial: um estudo das principais abordagens a partir de um quadro de referenciais teóricos. Revista Universo Brasileiro, v. 02, ano 02, p. 61-74, jan./jun. 2008. Disponível em: <http://www.salesianolins.br/areaacademica/materiais/graduacao/Prof_Eduardo_Tofoli/Estrat%E9gias%20Empresariais/Textos/A%20VIS%C3O%20BASEADA%20EM%20RECURSOS%20(RBV)%20COMO.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2009. VERGARA, Sylvia Constant. Projeto e relatórios de pesquisa em administração. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 94 p. WERNERFELT, Birger. The resource-based view of the firm: ten years after. Strategic Management Journal, v. 16, Mar. 1995, p. 171-174. Artigo em Hipertexto. Disponível em: <http://www.salesianolins.br/areaacademica/materiais/graduacao/Prof_Eduardo_Tofoli/Estrat%E9gias%20Empresariais/Textos/A%20VIS%C3O%20BASEADA%20EM%20RECURSOS%20(RBV)%20COMO.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2009.

52

A ÉTICA E A IMPORTANCIA DO CONTROLE INTERNO NA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

NOVAES, Prisciane Bueno

VIEIRA, Djesica Vandressa Henrichsen

Resumo: A contabilidade é regida pela lei nº. 4.320 de 17 de março de 1964, está lei estatui normas gerais de direito financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, torna se responsável por controlar todo o patrimônio a fim de evitar que ocorram erros contábeis. A contabilidade pública tem a responsabilidade de controlar todo o patrimônio público exceto os de propriedade pública (praças, ruas), e também é responsável por todos os processos realizados em uma entidade pública da arrecadação da receita a fixação da despesa. A administração pública torna-se todo equipamento do estado, preocupado em assegurar os interesses públicos, visando satisfazer as necessidades da coletividade seu principal objetivo consite em garantir os interesses públicos, visando melhorias em todas as áreas de interesse público.

Palavras-chave: ética, controle interno, empresa, administração, contabilidade.

Abstract: The accounts are governed by law no. 4320 March 17, 1964, is the law lays down general rules for the financial law for the establishment and control of budgets and balances of the Union of States, Municipalities and Federal District, it is responsible for controlling all the assets to avoid accounting errors that occur. The public accounting has the responsibility to control any public property except for public property (parks, streets), and is also responsible for all processes carried out in a public collection of the revenue of the establishment of expenses. The government makes sure all equipment in the state, concerned to ensure the public interests in order to meet the needs of the community their main goal consists in securing the public interest, seeking improvements in all areas of public interest.

Keywords: Ethics, internal control, business administration, accounting.

53

1 INTRODUÇÃO

Com a evolução da contabilidade

e com o crescimento do mercado, administrar

as empresas se tornou uma atividade não muito

fácil, toda empresa precisa ter controle e agir

com ética. É através da ética e do controle que

a empresa poderá saber como anda sua

situação, se o que foi pretendido como meta

esta sendo cumprido, necessitando de

funcionários com muita ética profissional para

dar andamento nas atividades.

O controle interno possibilita a

administração relatórios imediatos e com total

fidedignidade, visando manter o patrimônio da

entidade preservado sem atos ilícitos. Segundo

Castro a finalidade do controle da

administração pública em sentido amplo, “é de

verificar se o gestor aplica os recursos que lhe

são repassados de maneira responsável,

eficiente e moral”.

A ética profissional é de fundamental

importância, para um bom desempenho nas

funções dos colaboradores e na no andamento

da empresa ou organização, é a partir dela que

todos vão saber o que é certo ou errado a se

fazer, o código de ética deve servir como

auxilio em caso de duvida ao executar alguma

ação.

O objetivo deste artigo é

demonstrar a importância do controle

interno na administração pública, tendo um

administrador ético.

2. METODOLOGIA

De acordo com Vergara (2006) a

metodologia a ser utilizada para uma pesquisa,

pauta-se quanto aos fins e quanto aos meios. A

presente pesquisa será quanto aos fins

explicativa e descritiva, apresentando

explicações sobre os procedimentos contábeis

necessários para contabilização de um órgão

público para que o mesmo não venha a

apresentar erros em seus demonstrativos

contábeis. E quanto aos meios será

bibliográfica baseada em livros, periódicos e

sites relacionados ao assunto que darão suporte

para o referencial teórico.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 CONTABILIDADE

Considera-se a contabilidade uma

ciência muito antiga, há relatos que ela tenha

54

surgido junto com as primeiras manifestações

humanas, mas foi com o desenvolvimento do

comercio que ela se tornou de suma

importância, pois os comerciantes tinham a

necessidade de controlar suas operações de

vendas.

A contabilidade é regida pela lei nº.

4.320 de 17 de março de 1964, está lei “estatui

normas gerais de direito financeiro para a

elaboração e controle dos orçamentos e

balanços da União, dos Estados, dos

Municípios e do Distrito Federal” (JULIAO,

2001, p. 109).

A contabilidade torna-se o controle e o

planejamento de toda entidade sócio

econômica, auxiliando o administrador a

cumprir com suas funções dando mais

segurança e fidedignidade.

Contabilidade é a ciência que tem como objeto de estudo o Patrimônio das entidades; seus fenômenos, variações, tanto no aspecto quantitativo quanto qualitativo, realiza os registros dos fatos e atos de natureza economico-financeira que afetam este mesmo patrimônio e estuda suas consequências na dinâmica financeira (WIKIPÉDIA, 2009).

Para Medeiros (2009) contabilidade “é

a ciência que tem como objetivo observar,

registrar e informar os fatos econômico-

financeiros acontecidos dentro de um

patrimônio pertencente a uma entidade;

mediante ao seu conjunto de princípios,

normas, técnicas e procedimentos próprios”.

A contabilidade torna se responsável

por controlar todo o patrimônio a fim de evitar

que ocorram erros contábeis, e também para ter

um controle sobre toda a empresa gerar

relatórios imediatos com total fidedignidade. A

contabilidade não é importante somente para as

empresas, mas também para a vida de cada

individuo, sempre precisa-se saber quais são os

patrimônios, qual o valor que tem em caixa, e

também nas atividades comerciais, quanto

pode-se gastar, quanto irá receber. A

contabilidade precisa estar presente em toda

transação comercial.

3.2 CONTABILIDADE PÚBLICA

A contabilidade pública tem a

responsabilidade de controlar todo o

patrimônio público exceto os de propriedade

pública (praças, ruas), e também é responsável

por todos os processos realizados em uma

55

entidade pública da arrecadação da receita a

fixação da despesa.

A Contabilidade Pública é um ramo da ciência contábil e tem o objetivo de captar, registrar e interpretar os fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das entidades que compõem a Administração Direta e Indireta dos entes públicos (união, Estados, Municípios e Distrito Federal), (FURTADO, 2009).

A contabilidade pública tem como

principal objeto o patrimônio público, mas

também controla a fixação da despesa e a

previsão da receita prevista no orçamento

público, faz a conferência entre previsão e a

realização (da despesa e da receita). A

contabilidade também se preocupa com todas

as ações do administrador sejam no orçamento

ou simplesmente no administrativo, tem como

principal objeto de análise o patrimônio da

entidade, e seu objetivo consiste em mostrar a

situação desse patrimônio como ele se

encontra, quais fatores que ajustam alterações

no mesmo fornecendo assim informações

favoráveis a tomadas de decisões.

3.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A administração pública torna-se todo

equipamento do estado, preocupado em

assegurar os interesses públicos, visando

satisfazer as necessidades da coletividade.

“Administrar é gerir os serviços públicos;

significa não só prestar serviço executá-lo,

como também, dirigir, governar, exercer a

vontade com o objetivo de obter um resultado

útil” (Mello apud Kohama, 2008, p. 09).

Administração pública (ou gestão pública) é, em sentido orgânico ou subjectivo, o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como das demais pessoas coletivas públicas (tais como as autarquias locais) que asseguram a satisfação das necessidades coletivas variadas, tais como a segurança, a cultura, a saúde e o bem estar das populações.Uma pessoa empregada na administração pública diz-se servidor público ou funcionário público (WIKPEDIA, 2009).

A administração pública é a

organização da empresa trabalha com e através

de pessoas para garantir os interesses públicos,

utilizando os recursos disponíveis sem

desperdícios.

É o conjunto de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos do governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade (MEIRELLES, 2004, p.64).

56

O principal objetivo consite em

garantir os interesses públicos, visando

melhorias em todas as áreas de interesse

público, reger interesses de acordo com a lei, a

moral e a finalidade dos bens, no âmbito

federal, estadual ou municipal, visando ao bem

comum a todos. Todo o serviço realizado visa

em benfeitorias à sociedade, portanto esse

serviço ele tem que ser exposto para a

sociedade que é a principal interessada, que

poderá estar pedindo e cobrando os serviços

que acharem necessário.

3.4 ÉTICA PROFISSIONAL

Quando se busca conceitos sobre ética

profissional, chega-se sempre em varias

normas que levam as pessoas a adquirir

hábitos, formação do caráter e os deveres e

direitos que cada profissional deve ter para

viver em harmonia com seus companheiros de

trabalho.

No dicionário Ferreira

(2004, p. 305), ética é:

É.ti.ca. sf. 1. Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal. 2. Conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano.

A Ética não tem um significado

absoluto do bem e do mal; esses termos podem

apresentar conceito desigual quando se

considera a tradição, ideologia, cultura, de um

grupo de pessoas.

Lopes Sá (2000, p.33), em seus

escritos, comenta que:

A ética é um estado de espírito é quase hereditário e vem da formação e do meio social no qual a criança teve sua personalidade moldada, burilada para ingressar no convívio da sociedade, que é o que popularmente se denomina berço; e moral é adquirida por meio da educação formal e da experiência de vida.

Quando se analisa a ética ao

caráter do indivíduo, veremos que ela é algo

que se forma pela convivência, que vem desde

a infância, a família tem uma grade parte nessa

formação, pois é ela quem passa os valores

morais para a criança, que levara para a vida

adulta. Além da família tem os amigos ou

grupo de pessoas do convívio que também são

indicadores do bem e do mal ou do certo e do

errado.

A ética tem sido vista como a coisa

certa, pois a pessoas ou profissional que tem e

trabalham com ética tem sempre mais

credibilidade tanto na vida pessoal quanto

57

profissional, uma pessoa que tem ética respeita

os valores e assim tornando o ambiente onde

vive ou trabalha mais entonado.

Ao se buscar conceitos da Ética

Profissional chega-se sempre em varias normas

que levam a pessoa a adquirir hábitos,

formação do caráter, os deveres e os direitos

que cada profissional deve ter para viver em

harmonia com seus companheiros de trabalho.

A ética profissional e a aplicação da ética geral no campo das atividades profissionais; a pessoa tem que estar imbuída de certos princípios ou valores próprios do ser humano para vivê-los nas suas atividades de trabalho. De um lado, ela exige a deontologia, isto é, o estudo dos deveres específicos que orientam o agir humano no seu campo profissional; de outro lado, exige a deciologia, isto é, o estudo dos direitos que a pessoa tem ao exercer suas atividades (CAMARGO, 1999, p. 31/32).

Já para Lopes Sá (2000, p.40) diz que

“Falar sobre Ética é falar de uma parte

essencial não só na vida pessoal, como também

na vida de qualquer profissional”.

A ética é o direito e o anseio de

Justiça, mas ela pode ser compreendida como

algo que pode ser aprendido dia a dia, ela é um

grande investimento que vale a pena; é um

patrimônio para as pessoas, e um grande passo

na vida de uma empresa.

3.5 A ÉTICA NA PROFISSÃO

CONTÁBIL

O profissional contábil, diante de

tantos problemas e regras do dia a dia, deve ter

persistência, apego e honradez para não

denegrir sua imagem, cometendo erros por

falta de ética profissional.

Camargo (1999, p. 32) afirma que a

“ética profissional é intrínseca à natureza

humana e se explicita pelo fato de a pessoa

fazer parte de um grupo de pessoas que

desenvolvem determinada ação na produção de

bens ou serviços”.

Segundo Lopes Sá (1996, p. 131) “a

ausência de responsabilidade para com o

coletivo gera, como conseqüência natural, a

irresponsabilidade para a qualidade do

trabalho.”

Os autores acima dizem que a ética é

essencial na vida humana, é a partir dela que as

pessoas fazem parte de um grupo de pessoas, e

a falta de ética seria irresponsabilidade do

individuo dentro do grupo.

58

De acordo com o CFC (2003) as

responsabilidades dos contadores ao

desenvolverem suas atividades profissionais

são:

• Competência

- Através do desenvolvimento consecutivo de

seus conhecimentos e capacidades, manter um

nível adequado de competência profissional.

- Desempenhar o seu comprometimento

profissional de acordo com as leis, e

regulamentações de padrões técnicos.

- Ordenar demonstrativos concluídos e claros,

e, após as devidas análises, fazer indicações.

• Confidencialidade

- Não evidenciar informações confidenciais

obtidas ao longo de seus trabalhos, a menos

que seja autorizado, ou quando for legalmente

obrigado.

- Informar os submissos com os devidos

cuidados a respeito da confidencialidade da

informação obtida na execução dos trabalhos e

monitorar suas atividades a fim de certificar o

sigilo da informação.

- Não utilizar informações confidenciais para

obter vantagens ilegalmente, seja ela de

interesse pessoal ou de terceiros.

• Integridade

- Fugir de conflitos e aconselhar as devidas

partes quanto a qualquer possível conflito.

- Não participar de qualquer atividade que

prejudique o cumprimento de suas obrigações

éticas.

- Não aceitar qualquer agrado, favor ou

hospitalidade que influencie ou venha a

influenciar suas decisões.

- Não adulterar os verdadeiros objetivos da

organização e da ética.

- Saber e informar as limitações profissionais.

• Objetividade

- Informar as informações de forma clara e

objetiva.

- Demonstrar aos usuários toda informação

relevante que, possivelmente, venha intervir na

compreensão dos demonstrativos, notas

explicativas e recomendações apresentadas.

59

Diante das afirmações feitas pode-se

afirmar que a ética profissional torna-se um

conjunto de normas que guia todos os

profissionais mostrando qual será a melhor

conduta á seguir dentro de sua profissão.

3.6 CONTROLE INTERNO

No processo administrativo o controle

torna-se uma das principais funções, pois

consiste em cuidar se as atividades que estão

sendo efetuadas são as que foram planejadas.

O controle nos permite analisar os resultados

das atividades, com resultados padrões afim de

se corrigi-los se necessário.

O controle interno tem por

responsabilidade fiscalizar e acompanhar todas

as ações exercidas na administração pública de

caráter orçamentário, financeiro, contábil e

patrimonial, objetivando se a assegurar os

princípios de economicidade, eficiência,

legalidade, moralidade e publicidade na

aplicação do dinheiro público, apoiando o

controle externo no exercício de sua missão

institucional. Um dos métodos mais eficaz

na proteção ao patrimônio, sendo assim, a

existência de um controle interno torna-se de

extrema importância, não só da administração,

como também da comunidade, com o intuito

de garantir maior eficiência e eficácia nas

ações dos governos. Devido à decorrência de

agravamentos impostas àqueles que

eventualmente descumprirem normas e

princípios constitucionais relativos aos gastos

púbicos. Pode-se dizer, então, que um controle

interno, contendo valores éticos e princípios

morais, será fiel a legislação, sendo um grande

auxiliador dos gestores públicos.

A palavra controle interno público está

ligada à idéia de poder, de se ter o domínio da

situação. Controlar significa impor limites,

saber tudo que se acontece dentro da entidade.

O controle interno foi implantado devido a

grande necessidade de se ter um controle do

patrimônio, imediato e com total

fidedignidade, em todos os setores é necessário

ter um tipo de controle para observar o que

esta sendo foi feito na entidade, se esse é o

melhor método de trabalhar, se é realmente o

que a entidade precisa para manter-se

organizada e nos padrões de regularidade.

O Sistema de controle interno público

possui um sistema primoroso, transparente e de

atualização; serve ao órgão público objetivos

60

que lhes são próprios, mantêm a eficácia

aplicação dos recursos públicos, acatando aos

padrões de eficiência e de economicidade dos

recursos públicos.

O Controle interno público possui uma

ação preventiva, auxiliando que atos ilícitos,

incorretos ou inadequados não aconteçam ao

órgão publico, tornando-se um instrumento de

suma importância.

O controle interno compreende o plano de organização e todos os métodos e medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a exatidão e fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas operações e estimular o seguimento das políticas administrativas prescritas (CREPALDI, 2007, P. 269).

O controle interno é o sistema que

demonstra a real situação do patrimônio do

patrimônio público, visando preservá-lo,

demonstrando também como manter os setores

organizados, a exatidão dos documentos com

total fidedignidade auxiliando assim na tomada

de decisões para um melhor futuro da entidade

pública e da sociedade. O controle é uma

ferramenta muito importante se for utilizado

correto, explorado se consegue muita coisa

dentro da empresa, um bom administrador

deve explorar o controle.

A finalidade do controle é a de assegurar que a administração atue em consonância com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico, como os da legalidade, moralidade, finalidade pública, publicidade, motivação, impessoalidade; em determinadas circunstancia abrange também o controle chamado de mérito e que diz respeito aos aspectos discricionários da atuação administrativa (CASTRO apud DI PIETRO 2007, p. 95).

A atuação do sistema de controle

interno é realizada antes, durante e depois dos

atos administrativos, considera-se um conjunto

de tarefas de diferentes tipos e por varias

pessoas mais com um único objetivo. O

controle interno ele veio para somar com os

outros controles já existentes, somente para

garantir a eficiência, eficácia e a fidedignidade

das ações administrativas.

O Controle Interno público na entidade

tem como objetivo a segurança do patrimônio

público, gerando eficiência na execução do

objetivo social. O sistema de controle interno

busca evitar desvios, perdas e desperdícios;

assegurando o cumprimento de normas

administrativas e legais e demonstrando a

identificação de erros, fraudes e seus

respectivos responsáveis.

61

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O comportamento ético representa um

grande valor na sociedade de hoje, mais ainda

temos algumas falhas no comportamento ético

das pessoas, das sociedades e organizações.

Há varias irregularidades na conduta humana

que podem estar presentes nas organizações,

não-governamentais, nas empresas privadas ou

no próprio Estado. À ética veio para dar uma

auxilio e ajudar a consertar essas

irregularidades do ser humano, fazendo assim

com que a empresa vá bem e o colaborador

trabalhe corretamente.

Ética se torna muito importante ao

administrador que for o responsável pelo

controle interno, pois ele que irá controlar as

atividades, tomar decisões e passar a

atualização de programas. Através do controle

que é possível ver a situação real das entidades

tanto financeira como patrimonial, ter

relatórios fieis e imediatos que ajudam nas

tomadas de decisões procurando sempre

garantir a integridade da entidade.

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geral e profissional. Petrópolis, RJ: Vozes,

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CASTRO apud DI PIETRO. Direito

administrativo, 18 ed., p. 636.

63

A IMPORTÂNCIA DA DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE CARGOS

PARA AS ORGANIZAÇÕES

PAULA, Ovídio Machado de8

SILVA, Simone Pereira da9

Resumo: As empresas em geral, no passado, nunca se preocuparam com questão da descrição de cargos e agora estamos vivendo o momento de não apenas falar, mas agir, e rápido, porque se trata de um assunto de suma importância; é necessário que medidas sejam tomadas rapidamente, mesmo que as empresas adotem um sistema de gestão de pessoas com alta tecnologia da informação. É ainda necessária a descrição de cargos, pois é esta que vai orientar os Recursos Humanos em diversos seguimentos tais como: recrutamento e seleção, hierarquia, treinamentos e qualificação entre outros. Dentro do trabalho apresentado foca-se a importância da descrição de cargos na empresa, algumas medidas cabíveis que são de grande valor para que não ocorram erros de perfil na seleção de pessoas, evita-se choque entre funções o que tornará o colaborador mais eficiente e eficaz e assim melhoram-se as relações interpessoais no trabalho. Palavras Chaves: Recursos Humanos. Recrutamento de Pessoas. Seleção de Pessoas. Descrição de Cargos Abstract: The companies to some in the past never if had in general worried about question of the description of Positions and now we are living the moment not only to say, but to act, and fast, because she is about a subject of utmost importance and is necessary that measured they are taken quickly, exactly that the companies adopt a system of management of people with high tecnoligia of the information, is necessary the description of positions, therefore she is this that goes to guide the Human resources in diverse pursuings as, Conscription and election, hierarchy, training and qualification among others. Inside of the presented work foca it Importance of the description of positions in the company, some cabíveis measures that are of great importance to prevent errors of profile in the election of people, to prevent shock between functions what it will become the efficient collaborator most efficient and will improve the interpersonal relations in the work. Keys -Word: Human resources. Conscription of People. Election of People. Description of Positions

8 Bacharelando em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL. 9 Mestre em Gestão Agroindustrial pela Universidade para o Desenvolvimento da Região do Pantanal – UNIDERP, professora e orientadora do bacharelando.

64

1 INTRODUÇÃO

As empresas de acordo com o

mercado ao qual estão inseridas, precisam

recrutar e selecionar os melhores

profissionais do mercado, além de oferecer

oportunidades de aumentar seus

conhecimentos e desenvolver habilidades,

pessoas estas que saibam trabalhar em

equipe, com boa comunicação, e outros

aspectos que fazem o bom profissional.

A descrição de cargos nas

empresas, é fator que irá contribuir no

processo para escolha de um bom

colaborador, com isso a empresa deverá

manter em seu quadro de funcionários,

pessoas com conhecimento e habilidades

suficientes para inovar o processo

produtivo, aumentando a produtividade,

com menor custo possível e maior

qualidade.

A descrição e analise de cargos é de

suma importância para as organizações,

pois mostra os caminhos que o colaborador

deve seguir dentro da empresa para que

ambos alcancem seus objetivos.

Quando a empresa tem estas

funções bem definidas, as pessoas podem

se especializar em suas tarefas,

aumentando habilidade e agilidade e

conseqüentemente a produtividade.

O objetivo deste artigo é

demonstrar a importância da descrição e

análise de cargos para as empresas.

2 METODOLOGIA

Segundo Vergara (2006) a pesquisa

deve ser classificada quanto aos fins e

quanto aos meios. A presente pesquisa

classifica-se como:

Quanto aos fins – é classificada

como descritiva, exploratória e

metodológica, pois a mesma aborda a

importância da descrição e análise de

cargos para as empresas, desenvolvida

mediante análise teórica, respeitando uma

estrutura de coleta de dados e interpretação

dos mesmos.

Quanto aos meios – é uma pesquisa

bibliográfica, a qual foi desenvolvida a

partir de material já elaborado, constituído

por livros, periódicos, artigos e consultas

na internet.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Administração de Recursos

Humanos

65

O capital intelectual apresenta-se

como o maior patrimônio da empresa, uma

vez que de nada adianta grandes

investimentos em estruturas físicas,

tecnologia de informação, se não investir

em pessoas. Por isso é necessária uma boa

administração de recursos humanos para

recrutar, treinar, motivar e promover a

melhoria contínua dos colaboradores.

“Administração é uma ciência que

estuda os principais problemas das

empresas, visando melhorar o seu

desempenho através de planejamento,

organização, direção e controle”.

(CHIAVENATO, 2002, p. 45).

As empresas, que buscam alcançar

a eficiência e eficácia organizacional,

utilizam-se de um planejamento

estratégico, além de conhecer e analisar

suas fraquezas e oportunidades, forças e

ameaças.

A administração de Recursos Humanos é a denominação do quadro pessoal de uma empresa ou organização. Refere-se à própria razão de ser das políticas e programas de recursos humanos, resumida com ação orientada para garantir à empresa recursos humanos disponíveis, adequados e motivados com os objetivos organizacionais e operacionais da empresa, sejam os de curto prazo, sejam os de longo prazo”. (TOLEDO, 2000, p. 67).

A empresa para conseguir alcançar

seus objetivos, sua missão e

institucionalizar seus valores deve

administrar os seus recursos humanos,

criando um clima organizacional para que

os funcionários estejam motivados a

produzirem de forma eficiente. Para tanto,

a empresa deve investir na oferta de

qualidade de vida de seus colaboradores.

Chiavenato (2002, p. 22) relata que

a Administração de Recursos Humanos

tem como objetivos principais:

• criar, manter e desenvolver um

contingente de pessoas com

habilidades, motivação e satisfação

para realizar os objetivos da

organização;

• criar, manter e desenvolver

condições organizacionais de

aplicação, desenvolvimento e

satisfação plena das pessoas,

alcance dos objetivos individuais; e

• alcançar eficiência e eficácia

através das pessoas.

Sendo assim, torna-se um grande

desafio para os administratores dos

Recursos Humanos estarem treinados e

preparados para gerenciar pessoas,

compreender a grande extensão do

gerenciamento dos recursos humanos,

focar, além do ambiente empresarial, a

formação e desenvolvimento de equipes,

66

na busca de resultados planejados pela

empresa, o que se pode conseguir atráves

da seleção de pessoas, avaliação de

desempenho, treinamentos, conhecimento

e remuneração.

3.2 Descrição de Cargos:

As organizações criam os cargos

para mostrarem as atividades e

responsabilidades que cada colaborador

deve realizar para a sobrevivência da

organização em um cenário competitivo.

O cargo pode ser entendido como uma composição de todas as atividades desempenhadas por uma pessoa (o ocupante) que podem ser englobadas em um todo unificado e que está posicionado no organograma da empresa (CHIAVENATO, 2000, p. 43).

Os cargos fazem parte da estrutura

organizacional da empresa, demonstrando

as habilidades e competências necessárias

para a sua ocupação e a hierarquia:

subordinação de subordinados.

Descrever um cargo significa relacionar o que o ocupante faz como faz, sob quais condições faz e por que faz. A descrição de cargo é um retrato simplificado do conteúdo e das principais responsabilidades do cargo. Ela define o que o ocupante faz, quando faz, como faz, onde faz e por que faz. O formato comum de uma descrição de cargo inclui o título do cargo, o sumário das atividades a serem desempenhadas e as principais responsabilidades do cargo. Muitas vezes, inclui também as relações de comunicação do cargo com outros cargos (CHIAVENATO, 2004, p. 200).

As empresas que visam alcançar o

sucesso devem investir na gestão de

pessoas, as quais devem desenvolver uma

descrição de cargos compatível como o

tamanho da empresa.

Quadro 01 - O conteúdo do Cargo Segundo a Descrição de Cargos.

CONTEÚDO DO CARGO

O QUE FAZ Tarefas e atividades a executar

QUANDO FAZ Periodicidade: diária, mensal, anual,

esporádica.

COMO FAZ Através de: pessoas, máquinas e

equipamentos, materiais, dados e informações.

ONDE FAZ Local e ambiente de trabalho

POR QUE FAZ Objetivos do cargo

Metas e resultados a atingir

Fonte: Chiavenato (2000).

67

Conforme o quadro 01, a descrição

de cargos, demonstra o que o ocupante faz,

quando faz, como faz, onde faz, por que

faz as tarefas realizadas na empresa,

implicando para cada cargo o grau de

responsabilidade.

A descrição de cargos permite obter informações que servem para o desenvolvimento favorável do sistema de avaliação dos cargos. A análise da descrição de cargos é a base fundamental de todo um sistema de administração de salários, pois, das informações que seu uso deriva é que é possível estabelecer critérios e técnicas de remuneração. E tudo isto resulta de que para valorar cargos é preciso antes conhecê-los (ZIMPECK, 1992, p. 40).

A descrição do cargo demonstra o

perfil do funcionário que ocupará o cargo,

como nível de escolaridade, cursos

realizados, tempo de experiência na área,

facilitando o processo de recrutamento e

seleção de pessoas, ou seja, selecionado a

pessoa adequada para cada cargo, evitando

assim, a rotatividade de pessoal.

As regras acima mencionadas

demonstram como deve ser elaborada a

descrição de cargos em uma empresa,

montando através disto o seu organograma,

determinado a hierarquia dos cargos, cujos

mesmos são formados pelas funções, onde

essas são formadas pelo conjunto de

tarefas e ou atribuições.

3.2.1 Titulação e Classificação do Cargo:

Para formação de um cargo, é

necessário um conjunto de tarefas, as quais

formam uma função que vem a formar um

cargo, cujo mesmo entra em uma ordem

hierárquica, sendo que este cargo

específico após receberem seus limites

deverá ser titulado, ou seja, deverá receber

o nome de acordo com a função exercida

pelo o ocupante, quase sempre esse título

nasce pela necessidade da empresa.

“Tanto a descrição quanto a

especificação de cargos consistem

basicamente num trabalho de redação. Por

isso recomenda-se a observância dos

seguintes princípios; clareza, precisão,

concisão e impessoalidade” (RISK, 2002,

p.42).

Os cargos deverão ser criados de

acordo com as necessidades e organização,

onde as especificações das atividades

deverão ser relatadas de forma clara e

objetiva, descrição dos cargos relata as

tarefas, responsabilidades e os requisitos

básicos para ocupação do mesmo. È

através da classificação dos cargos que a

empresa pode atribuir responsabilidade nas

funções, além determinar a importância do

68

cargo dentro do sistema administrativo da

empresa.

A titulação é a atribuição de títulos

à cargos existentes na organização. Os

títulos têm de estar de acordo com as

tarefas que são descritas, refletindo a idéia

principal do cargo, além de serem curtos e

objetivos. (SILVA, 2002).

A titulação dos cargos refere a

idéia geral das atribuições do cargo, deve

ser escolhido um título universal,

figurando uma imagem geral das tarefas.

“A classificação de cargos é o

processo de comparar o valor relativo dos

cargos a fim de colocá-los em uma

hierarquia de classes” (CHIAVENATO,

2000, p. 229).

As organizações trabalham com

sistema de hierarquia, cujas mesmas são

preenchidas pelos cargos, que são

classificados e distribuídos através do

organograma da empresa. Neste sentido,

encontra-se em anexo A – o modelo de

questionário para descrição e análise de

cargos.

3.2.2 Avaliação de Cargos:

Para um processo de seleção de

pessoas eficiente, o administrador de

recursos humanos, antes de contratar um

novo empregado, deverá efetuar um

levantamento das vagas existentes e quais

os requisitos básicos para a ocupação do

cargo.

“Análise de cargo é um processo

sistemático de coletar informações para

tomar decisões a respeito de cargos. A

análise de cargos identifica as tarefas,

deveres e responsabilidades de um cargo

particular” (CHIAVENATO, 2000, p.

178).

É de grande importância que tenha

as descrições dos cargos sempre

atualizados, pois estas informações é que

fornecerão subsídios para escolha do perfil

do cargo. Na busca por melhores condições

de trabalho e por status profissional, as

pessoas buscam sempre realizações em

outras organizações, causando altos índices

de rotatividade de pessoal.

Portanto, cabe ao profissional de

recursos humanos criar demanda pela

procura de emprego na empresa através de

programas de incentivo aos colaboradores,

para que possam se realizar

profissionalmente dentro da organização.

Durante o processo de avaliação de cargos, os diretores e gerentes têm uma oportunidade de discutir e rever as responsabilidades de cada cargo. É muito comum o diretor comercial ter uma idéia diferente sobre o que o gerente financeiro faz ou deveria fazer. Ou o diretor financeiro ficar surpreso com as reais

69

responsabilidades do gerente de vendas (ZIMPECK, 1992, p. 45).

Através da avaliação e análise dos

cargos é que uma equipe pode projetar os

caminhos que a organização deverá seguir,

deixando limitado a os deveres, obrigações

e autonomia de cada colaborador,

independente da função que exerce, ou

seja: não precisa ninguém dizer o que devo

ou como devo fazer.

Pela avaliação é estabelecido o valor relativo a cada cargo, com vistas a construir uma hierarquia entre eles. Portanto, pelo processo de avaliação, os cargos são analisados e comparados de forma a colocá-los em

ordem de importância. Além de ordenar os cargos, a avaliação irá permitir o estabelecimento da estrutura salarial que por sua vez, determinará consistentemente os salários a serem pagos. Portanto, é através da avaliação de cargos que se neutraliza o efeito de decisões arbitrárias para a determinação dos salários (PONTES, 2005, p. 40).

A hierarquia e a importância dos

cargos são fundamentais para criação do

salário, uma vez que as habilidades e

conhecimentos dos ocupantes deverão ser

conhecidos no recrutamento e seleção. O

salário nem sempre é o maior motivador do

desempenho do colaborador, pois existem

outros fatores motivacionais no trabalho

que antecedem o salário.

Quadro 02 - Fatores de Especificações na Análise de Cargos.

Requisitos mentais � Instrução necessária � Experiência anterior � Iniciativa � Aptidões

Requisitos físicos � Esforço físico � Concentração visual ou mental � Destreza ou habilidades � Compleição física

Responsabilidades

por

� Supervisão de pessoas � Material, equipamentos ou ferramental � Dinheiro, títulos ou documentos � Contatos internos ou externos

Condições de

trabalho

� Ambiente físico � Riscos de acidentes

Fonte: Chiavenato (2000).

Os fatores de especificações na

análise de cargos são requisitos básicos

para que sirva de subsídio para

recrutamento de novos colaboradores, pois

estabelecem informações fundamentais

para recrutamento de pessoal em busca de

um perfil pré-requisitado pelo cargo. Esses

fatores também oferecem informações

imprescindíveis para a procura de

treinamentos e também para implantação

70

dos procedimentos de segurança no

trabalho.

Chiavenato (2000, p. 34) ainda

comenta que as especificações da análise

do cargo são:

1 - Área Mental: determina

conhecimentos teóricos ou práticos

necessários para que o ocupante do cargo

desempenhe adequadamente suas funções.

Os requisitos ou fatores mais comuns dessa

área são: instrução ou conhecimento,

experiência, iniciativa e complexidade das

tarefas.

• Conhecimento/Instrução: serão

analisadas as aptidões mentais

exigidas pelo cargo e que

normalmente são adquiridas através

da escolaridade ou experiência

prática equivalente, mas de

natureza puramente teórica;

• Experiência: os conhecimentos

exigidos por um cargo, indicam as

habilidades exigidas em termos

teóricos. Após a aquisição desses

conhecimentos, em quanto tempo,

aproximadamente, precisaria um

ocupante em condições normais de

eficiência para desempenhar

corretamente suas atividades.

• Treinamentos Específicos:

necessidade de treinamento

adicional aos conhecimentos

requeridos;

• Iniciativa/Complexidade: relato da

complexidade da tarefa, do grau de

supervisão recebida pelo ocupante

para o desempenho das suas

atividades e do discernimento,

julgamento ou decisão exigidos

para a solução de problemas.

2 - Área Física: determinam os

desgastes físicos impostos ao ocupante do

cargo em decorrência de tensões,

movimentos, posições assumidas, etc. Os

requisitos ou fatores mais comuns são:

esforço físico, concentração mental e

visual, destreza ou habilidade e compleição

física.

• Esforço Mental/Visual: observa a

atenção mental e/ou visual aplicado

no exercício da função. Deverá ser

indicado o grau em que tais fatores

ocorrem, o tempo de sua duração e

a fadiga conseqüente que produzem

sobre o ocupante;

• Esforço Físico: tem como objetivo

analisar o grau de fadiga produzido

no ocupante, após o final de uma

jornada de trabalho. Outros

requisitos: Posições assumidas,

71

aparência, idade, peso, altura,

estado civil, audição etc.

3 - Área de Responsabilidades:

determina as exigências impostas ao

ocupante do cargo para impedir danos à

produção, ao patrimônio e à imagem da

empresa. Os requisitos ou fatores mais

comuns são as responsabilidades por:

erros, supervisão, numerários, títulos ou

documentos, contatos, dados confidenciais,

material, ferramentas e equipamentos.

• Responsabilidade por Erros:

considera o risco de ocorrência de

erros na execução do trabalho, que

possam afetar a imagem da empresa

ou trazer prejuízos financeiros para a

mesma;

• Responsabilidade por Supervisão:

considera a extensão da supervisão

exercida, verificando o número de

subordinados e a natureza da

supervisão (complexidade das tarefas

e supervisão recebida). Considera a

necessidade de planejamento e

organização das atividades da área de

trabalho, como treinamento,

orientação e verificação das tarefas

executadas;

• Responsabilidade por Numerário,

Título ou Documentos: considera a

responsabilidade exigida do ocupante

pela guarda e manuseio de dinheiro,

títulos e documentos, bem como a

possibilidade de perda dos mesmos;

• Responsabilidade por Contatos:

considera a freqüência, a importância

e as dificuldades impostas pelos

contatos, para se obter resultados de

trabalho. Também se deve observar a

quem são dirigidos, em que sentido

(horizontal ou vertical), externos ou

internos;

• Responsabilidade por Dados

Confidenciais: considera a

responsabilidade por se trabalhar

diretamente com dados, informações

ou projetos confidenciais da

empresa, cujo deslize poderá

comprometer seriamente seus

resultados;

• Responsabilidade por Materiais,

Ferramentas ou Equipamentos:

considera a responsabilidade por

materiais ou produtos, sob a

responsabilidade do ocupante do

cargo e a extensão e probabilidade de

prejuízos financeiros ou operacionais

que possam resultar em razão do

exercício do cargo.

4 - Área de Condições de

Trabalho: determina o ambiente onde é

desenvolvido o trabalho e os riscos que

está submetido o ocupante do cargo. Os

72

requisitos ou fatores mais comuns são:

ambiente de trabalho e riscos.

• Ambiente de Trabalho: quais os

elementos que existem no local de

trabalho, isolados ou concomitantes e

que podem afetar o conforto, a

disposição, ou a própria saúde do

empregado? Quais entre os seguintes

se aplicam e qual o grau de sua

incidência: pó, umidade, chuva,

vibrações, reagentes, temperatura,

fumaça, limalha, radiações, sol,

ventilação, confinamento, odores,

graxas, corrosivos, ruídos, tóxicos,

etc. Quais os equipamentos de

proteção existentes e que contribuem

para reduzir ou eliminar a incidência

de tais elementos?;

• Riscos de Acidentes: a quais

acidentes o ocupante estaria exposto

no seu trabalho e qual a seriedade ou

gravidade destes acidentes? Quais

equipamentos de proteção à

disposição do empregado? Em que

grau eles contribuem para reduzir a

seriedade dos possíveis acidentes?

Através do treinamento admissional

o colaborador conhece a empresa de forma

global, onde iniciando-se pela área de

recursos humanos, controle de qualidade,

saúde ocupacional e segurança no trabalho,

onde o recrutado passa conhecer seus

direitos e obrigações, além da ética

profissional que poderá ser vinculada ao

código de ética da empresa.

Geralmente, quando há muitos

cargos na empresa aparecem complicações,

pois o número de funções e atividades se

avoluma. Surge então a necessidade de

aplicar métodos sistemáticos para

estabelecer uma estrutura que reflita os

valores relativos de todas as funções

existentes na empresa (ZIMPECK, 1992).

Sempre que uma empresa entra em

dificuldade financeira, o primeiro setor a

ser atingido é o de recursos humanos,

principalmente na redução do quadro de

funcionários, portanto devem-se criar

apenas os cargos extremamente

necessários. Segue em anexo B – o quadro

de exemplo de descrição e análise de

cargos.

3.3 Métodos de Análise de Cargo:

Para a análise de cargo é necessário

que a empresa use de métodos ou critérios

para avaliar se as tarefas, deveres e ou

responsabilidade do servidor está de acordo

com a exigência da função, para

posteriormente haver a avaliação do

desempenho do colaborador na mesma.

73

Há uma variedade de métodos para avaliar o desempenho humano. Avaliar o desempenho de um grande número de pessoas dentro das organizações utilizando de critérios de equidade e justiça e, ao mesmo tempo estimulando as pessoas, não é tarefa fácil. Por esta razão, muitas organizações constroem seus próprios sistemas de avaliação ajustados as características peculiares do seu pessoal. É comum o desdobramento desses sistemas de avaliação e, pessoal de direção e gerencia (predominando a visão estratégica), mensalistas(predominando a visão tática) e horistas (predominando visão operacional). Os métodos tradicionais de avaliação do desempenho mais utilizados são: escala gráficas, escolha forçada, pesquisa de campo, incidentes críticos e lista de verificação. (CHIAVENATO, 2004, p. 230).

Toda e qualquer avaliação deverá ser

feita com critério, no caso dos recursos

humanos, para avaliar o desempenho dos

colaboradores, deve-se ser mais criterioso,

não causando injustiça ou arbitrariedade, o

que poderá influenciar na desmotivação do

colaborador.

A empresa deve escolher entre os

vários métodos citados, aquele que tenha

melhor identificação com as características

individuais e as necessidades da mesma,

ressaltando que a esta escolha é de grande

importância para aproveitar melhor o

potencial do colaborador no sentido de

promoções e ou melhoria salarial. É de suma

importância para o funcionário saber que

está sendo avaliado e que o mesmo tenha

conhecimento como está seu desempenho na

função, podendo investir em aquisição dos

seus conhecimentos no sentido de aprimorar

seus pontos fortes e reduzir seus pontos

fracos.

3.3.1 Escolha Forçada:

O método da escolha forçada é um

método de análise dos colaboradores de uma

organização que utiliza montagem de frases,

revelando o perfil do funcionário em relação

ao cargo.

Para eliminar a superficialidade, a generalização e subjetividade-aspectos característicos do método de escala gráfica surgiu o método da escolha forçada. Consiste em avaliar o desempenho das pessoas através de blocos de frases descritivas que focalizam determinados aspectos do comportamento. Cada bloco é composto de duas, quatro ou mais frases. O avaliador deve escolher forçosamente apenas uma ou duas frases em cada bloco que mais aplicam ao desempenho do funcionário e a frase que mais se distancia dele. Daí a denominação de escala forçada. (CHIAVENATO, 2004, p. 230).

Este método avalia o desempenho

das pessoas por meio, da elaboração de

frases descritivas sobre o comportamento

do colaborador da empresa.

Chiavenato (2004, p. 233) comenta

as vantagens e desvantagens do método da

escolha forçada são:

74

Vantagens:

1) Propicia resultados mais confiáveis

e isentos de influencias subjetivas e

pessoais, pois elimina o efeito da

estereotipação (hallo effect);

2) Sua aplicação e simples e não exige

preparo intenso ou sofisticado dos

avaliadores.

Desvantagens:

1) Sua elaboração e montagem são

complexas, exigindo um

planejamento muito cuidadoso e

demorado;

2) é um método fundamentalmente

comparativo e discriminativo e

apresenta resultados globais;

Discrimina apenas empregados

bons, médios e fracos, sem

informações maiores;

3) Quando utilizado para fins de

desenvolvimento de RH necessita

de uma complementação de

informações de necessidade de

treinamento, potencial de

desenvolvimento etc;

4) Deixa o avaliador sem noção

alguma do resultado da avaliação

que faz a respeito de seus

subordinados.

É um método onde deve ser bem

definido o objetivo principal da avaliação,

pois tem grande vantagem por eliminar a

influencia pessoal do avaliador, porém é

limitado as opções de expressão do avaliado.

3.3.2 Pesquisa de Campo:

É um excelente método de avaliação,

pois envolve os gerentes e especialistas da

área de recursos humanos, onde poderá

analisar os recursos existentes (mão de obra)

e planejar estrategicamente como atingir as

necessidades reais do cargo e ou função.

Baseia-se no princípio da responsabilidade de linha e da função de staff no processo de avaliação do desempenho. Requer entrevistas entre um especialista em avaliação com os gerentes (linha) para, em conjunto, avaliarem o desempenho dos respectivos funcionários. O método se desenvolve em quatro etapas: entrevista de avaliação inicial; entrevista de análise complementar; planejamento das providências e acompanhamento posterior dos resultados. (CHIAVENATO, 2004, p. 232).

Prós e Contras:

Prós:

75

1. Envolve responsabilidade de linha (o

gerente avalia) e função de staff, o

(DHR) Acessora na avaliação do

desempenho;

2. Permite planejamento de ações para

o futuro (como programa de

treinamento, orientação e

aconselhamento, etc.);

3. Enfatiza a melhoria do desempenho e

o alcance de resultados;

4. Proporciona profundidade na

avaliação do desempenho;

5. Permite relação proveitosa entre

gerente de linha e especialista de

staff.

Contras:

1. Custo operacional elevado por exigir

a acessória de especialista.

2. Processo de avaliação lento e

demorado.

3. Pouca participação do avaliado, tanto

na tanto na avaliação como nas

providencias.

Este método que apresenta com

vantagens superiores às desvantagens, uma

vez que pode avaliar se realmente o

funcionário está atendendo às necessidades

imposta pelo cargo, porém é um processo

demorado e com custos elevados.

3.3.2.1 Métodos dos Incidentes Críticos:

Este método, apesar de fácil

montagem poderá ser falho diante do

potencial do colaborador, uma vez que

avalia apenas as extremidades.

É um método de avaliação do desempenho simples e que se baseia nas características extremas (incidentes críticos), que representam desempenhos altamente positivos (sucesso) ou negativos (fracasso), ou seja, se preocupa com os desempenhos excepcionais, sejam positivos ou negativos. Cada fator de avaliação do desempenho é transformado em incidentes críticos ou excepcionais, para avaliar os pontos fortes e fracos de cada

funcionário. (CHIAVENATO, 2004, p. 233).

Este método busca avaliar o

comportamento do colaborador na função,

mensurando suas forças e fraquezas, uma

vez que comportamento do ser humano,

apresenta algumas características

excepcionais que podem levar o individuo

a resultados positivos ou negativos, cujos

mesmos são registrados e avaliados pelo

chefe imediato.

76

Prós e Contras:

Prós:

1. Avalia o desempenho

excepcionalmente bom e

excepcionalmente ruim;

2. Enfatiza os aspectos excepcionais do

desempenho. As exceções positivas

devem ser realçadas e melhor

aplicadas, enquanto as exceções

negativas devem ser eliminadas ou

corrigidas;

3. Método de fácil montagem e fácil

utilização.

Contras:

1- Não se preocupa com aspectos

normais do desempenho;

2- Peca por fixar-se em poucos aspectos

do desempenho. Daí, sua

tendenciosidade e parcialidade.

(CHIAVENATO, 2004, p. 235).

Nesta avaliação, o avaliador busca

mensurar os extremos do comportamento

humano, não se preocupando com os

aspectos normais, buscando assim a corrigir

seus erros e melhorar suas qualidades.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste trabalho, fica claro a

importância da descrição de cargos dentro

a empresa, pois uma descrição bem

formalizada contribui para o bom

desempenho das atividades e ou execução

das tarefas, diminuindo assim os riscos de

atritos dentro da equipe de trabalho,

conseqüentemente melhorando as relações

interpessoais no trabalho.

Toda empresa busca no seu

objetivo final cumprir sua missão proposta,

no entanto para isso é necessário que um

bom planejamento estratégico seja feito, o

que ajudará a garantir que essa empresa se

perpetue no mercado. Porém tudo isso

poderá ser em vão caso não tenha uma

equipe de colaboradores engajada no

processo.

Durante esta pesquisa bibliográfica,

ficou claro que não adianta apenas

contratar um bom profissional não basta,

mas é necessário que seja acompanhado e

avaliado seu desempenho na empresa, para

isso foi estudado os métodos de avaliação

do desempenho de função, o qual é de

grande importância para melhor

aproveitamento do profissional, onde tanto

este quanto a empresa poderá conhecer

suas forças e fraquezas e corrigi-las.

77

Portanto é de suma importância a

avaliações de desempenho das atividades,

uma vez que dentre os vários métodos

existente, é bastante que a empresa escolha

o que mais se identifique com suas

políticas para atingir seus objetivos e sua

missão, pois esta avaliação vai direcionar

melhor a carreira do funcionário dentro da

empresa podendo auxiliar tanto a

organização quanto o colaborador na busca

de melhorar suas potencialidades e reduzir

suas fraquezas, tornando-se assim mais

eficiente e eficaz.

REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de

Pessoas: o novo papel dos recursos humanos

nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier,

2000. 457 p.

CHIAVENATO, Idalberto. Remuneração, benefícios e relações de trabalho: como

reter talentos na organização. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. PONTES, Benedito Rodrigues. Administração de cargos e salários. 11. ed. São Paulo: LTR, 2005. RISK, Eloah N. V. M. Apostila Gestão do Capital Intelectual. Faculdades Fleming. 2002. Disponível em: <www.faculdadesfleming.com.br/revista/ed4.pdf>. Acesso em: 20 set. 2009. SILVA, Mateus de Oliveira. Cargos e salários. In: BOOG, Gustavo; BOOG, Magdalena (Coord.). Manual de gestão de pessoas e equipes. São Paulo: Gente, 2002. Cap. 27. TOLEDO, F. de. Administração de pessoal, desenvolvimento de recursos humanos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2000. VERGARA, Sylvia Constant. Projeto e relatórios de pesquisa em administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 96 p. ZIMPECK, B G. Administração de salários. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1992. ZIMPECK, Beverly Glen. Administração de Salários: Sistemas e Métodos de: análise e descrição de cargos, pesquisas e escalas salariais, avaliação de desempenho, avaliação de cargos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1990.

78

A PERÍCIA CONTÁBIL E SUA IMPORTÂNCIA PARA O PODER

JUDICIÁRIO

CEOLIN, Maira

SILVA, Simone Pereira da

Resumo: Este artigo apresenta a perícia contábil como uma importante ferramenta para o poder judiciário, seus principais conceitos serão analisados. A perícia judicial objetiva sanar questões técnicas pertinentes a contabilidade, a averiguação dos fatos resulta na possibilidade de afirmar com exatidão e segurança, sanando as duvidas inerentes ao litígio e oferecendo informações de caráter elucidativo perante a causa. Muitos são os casos de ações judiciais para os quais requer a perícia contábil, alicerçada em provas, a perícia contábil é algo específico e especial, sendo ás vezes decisivas em um julgamento.

Palavras-chave: contabilidade, perícia, perito, judiciário.

Abstract: This paper presents the accounting expertise as an important tool for the judiciary, its key concepts will be analyzed. A preliminary judicial remedy objective technical matters pertaining to accounting, to investigate the facts results in the ability to say with accuracy and safety, clearing the doubts inherent in litigation and providing information of a plain towards the cause. There are many cases of legal actions for which requires accounting expertise, based on evidence, accounting expertise is something specific and special, and sometimes decisive in a trial. Keywords: accounting, expertise, expert, judicial.

79

1 INTRODUÇÃO

A ciência contábil tem entre seus atributos, assegurar a qualidade das informações a

seus usuários de maneira tempestiva, transparente e fidedigna.

A perícia é a maneira de explicar, através do laudo pericial, a verdade de fatos

ocorridos não admitido por interessados, investigados por especialista no assunto, os quais

servirão de prova onde o juiz se baseia para solucionar determinado processo.

O Perito Contábil tem sido uma figura de destaque como auxiliar da justiça, por sua

contribuição na elucidação dos fatos, sendo este o responsável em levar a autoridade

julgadora um laudo que possibilita a conclusão do processo. Para que haja uma decisão justa

por parte dos juízes, tornam-se necessário que esses profissionais ao prolatarem suas

sentenças as façam baseados em provas.

A Prova Pericial é o objeto da perícia, visto que sua essencialidade é buscar a verdade,

objetivo principal do processo. O laudo é uma peça onde o perito demonstra o resultado de

seu trabalho, por conseguinte deve ser rigorosamente redigido, pois, do contrário pode levar

seu executor a perder um excelente e bem sucedido trabalho.

Este estudo é destinado a demonstrar a importância de Perícia Contábil, bem como

enfocar a importância de sua aplicação prática como instrumento a ser utilizado pelo Poder

Judiciário no momento da tomada de suas decisões a cerca das controvérsias onde o mesmo é

chamado a intervir.

2 METODOLOGIA

A metodologia utilizada nessa pesquisa pode ser definida quanto as meios e quanto

aos fins, baseada nos critérios definidos por Vergara (2006).

Quanto aos meios a pesquisa é bibliográfica, demonstrando através de estudos,

consultas a livros, artigos, revistas e sites, conteúdos relacionados a Perícia Contábil.

80

Quanto aos fins a pesquisa é explicativa e descritiva, correspondendo a idéia de

descrever motivos que de alguma forma venham a contribuir para o entendimento quanto a

importância e relevância da Perícia Contábil para o Poder Judiciário.”

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 Conceito de Perícia

A expressão perícia originou-se do latim Peritia, que significa conhecimento

adquirido pela experiência. Ferreira (1975, p. 1069), a define como: “vistoria ou exame de

caráter técnico e especializado”.

Segundo Fonseca (2000, p.37,38) a perícia contábil é uma área de especialização da

contabilidade que vem desapontando com amplo e promissor campo de atuação do contador,

sendo um importante ramo da Contabilidade, e para sua realização faz-se necessário

profissional especializado que esclarece questão sobre o patrimônio das pessoas físicas e

jurídicas.

A Resolução 858/99, do Conselho Federal de Contabilidade, em seu item 13.1.1

afirma que a perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos

destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa

solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou parecer pericial contábil, em

conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for

pertinente.

Para Palombo Alberto (2000, p.35) a perícia contábil é um instrumento técnico-

científico de constatação, prova ou demonstração, quanto a veracidade de situações, coisas ou

fatos oriundos das relações, efeitos e haveres que fluem do patrimônio de quaisquer entidades.

A perícia é a maneira de explicar por meio de um laudo, a verdade dos fatos ocorridos

não admitido por interessados, investigados por especialistas e que servirão de prova onde o

juiz se baseia para solucionar o processo.

Segundo o professor Sá (2008) perícia contábil é:

81

“é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião” (SA, 2008, p. 2).

Sá (2009, p. 57) também afirma que perícia contábil é a que visa servir de prova,

esclarecendo o juiz sobre assuntos em litígio que merecem seu julgamento, objetivando fatos

relativos ao patrimônio aziendal ou de pessoas.

A perícia judicial objetiva sanar questões técnicas pertinentes à contabilidade. A

averiguação dos fatos resulta na possibilidade de afirmar com exatidão e segurança,

sanando as dúvidas inerentes ao litígio e oferecendo informações de caráter elucidativo

perante a causa.

3.2 Composição

A perícia abrange tudo o que está acerca da matéria analisada, devendo ser

considerados todos os elementos pertinentes à formação de opinião.

Lopes de Sá (2008, p.6) apresenta o método de uma perícia como sendo

basicamente analítico, e salienta a extrema necessidade de:

1. identificar-se bem o objetivo;

2. planejar competentemente o trabalho;

3. executar o trabalho baseado em evidências inequívocas, plenas e totalmente

confiáveis;

4. ter muita cautela na conclusão e só emiti-la depois de que se esteja

absolutamente seguro sobre os resultados.

5. concluir de forma clara, precisa, inequívoca.

Para Lopes de Sá (2008, p. 9), são requisitos da Perícia Contábil: “a objetividade, a

precisão, a clareza, a fidelidade, a concisão, a confiabilidade inequívoca baseada em

materialidades e a plena satisfação da finalidade”.

82

Fases da Perícia

Segundo o Antônio Lopes de Sá o ciclo da perícia contábil judicial compõe-se de três

fases: preliminar, operacional e final.

"Fase Preliminar:

1. A perícia é requerida ao juiz, pela parte interessada na mesma;

2. O juiz defere a perícia e escolhe o Perito;

3. As partes formulam quesitos e indicam seus assistentes;

4. Os Peritos são cientificados da indicação;

5. Os Peritos propõem honorários e requerem depósito;

6. O juiz estabelece prazo, local e hora para início.

Fase Operacional

7. Início da perícia e diligências;

8. Curso do trabalho;

9. Elaboração do laudo.

Fase Final

10. Assinatura do laudo;

11. Entrega do laudo;

12. Levantamento dos honorários;

13. Esclarecimentos (se requeridos).

83

Em todas as fases, existem prazos e formalidades a serem cumpridas." (Sá, 2008, p. 58

e 59).

3.4 Espécies de Perícia

Conforme Palombo Alberto (2007, p. 38), a perícia tem espécies distintas,

identificáveis e indefiníveis segundo os ambientes que é instalada a atuar. Os ambientes que

lhes definirão as características, podem ser do ponto de vista mais geral, o ambiente judicial, o

ambiente semijudicial, o ambiente extrajudicial e o ambiente arbitral. Decorrem então serem

quatro as espécies de perícia: a perícia judicial, a perícia semijudicial, a perícia extrajudicial e

a perícia arbitral.

3.4.1 Perícia Judicial

No entendimento de Sá (2005, p. 63) “perícia contábil judicial é a que visa servir de

prova, esclarecendo o juiz sobre assuntos em litígio que merecem seu julgamento, objetivando

fatos relativos ao patrimônio aziendal ou de pessoas”. Dentro do processo judicial de acordo

com o Código de Processo Civil - CPC, o juiz será assistido por perito, quando a prova do

fato depender de conhecimento técnico ou científico. Após a admissão da prova pericial

contábil o juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para entrega do laudo, conforme

art. 421 do Código de Processo Civil – CPC.

3.4.2 Perícia Extrajudicial

É aquela realizada fora do judiciário, por vontade das partes. Seu objetivo poderá ser:

demonstrar a veracidade ou não do fato em questão, discriminar interesses de cada pessoa

envolvida em matéria conflituosa; comprovar fraude, desvios, simulação entre outras.

84

Magalhães, Souza e Favero (2004, p. 63) apresentam como exemplos de perícia

extrajudicial “casos de avaliações de imóveis, máquinas, veículos, equipamentos e afirma que

na integralização de capital com bens, em sociedades anônimas, as perícias são obrigatórias,

por força da legislação societária, particularmente da lei nº. 6.404/76”.

3.1.3 Perícia Arbitral

É a realizada por um perito, e, embora não seja judicialmente determinada, tem valor

de perícia judicial, mas sua natureza é extrajudicial, pois as partes litigantes escolhem as

regras que serão aplicadas na arbitragem.

Para Ornelas (2003, p.44) “as partes interessadas poderão fazer incluir nos contratos

procedimento arbitral para solução das controvérsias advindas da execução desses contratos,

de forma privada, através de árbitros ou Tribunal Arbitral”. Conceitualmente, a arbitragem é

um método extrajudicial para solução de conflitos, no qual o árbitro desempenha função

semelhante à do juiz estatal.

3.1.4 Perícia Semijudicial

É a perícia realizada no meio estatal por autoridades policiais, parlamentares ou

administrativas que têm poder jurisdicional, por estarem sujeitas a regras legais e regimentais.

Conforme afirma Alberto (1996, p. 54): “esta espécie de perícia subdivide-se segundo

o aparato estatal atuante, em policial (nos inquéritos), parlamentar (nas comissões

parlamentares de inquéritos ou especiais) e administrativo-tributária (na esfera da

administração pública tributária ou conselhos de contribuintes), e classifica em semijudiciais

porque as autoridades policiais, parlamentares ou administrativa têm algum poder

jurisdicional, ainda que relativo e não com a expressão e extensão do poder jurisdicional

classicamente enquadrável como pertencente ao poder judiciário e, ainda, por estarem sujeitas

a regras legais e regimentais que se assemelham às judiciais.”

85

3.5 Perito Contábil

Perito é uma palavra originária do latim peritus, que quer dizer o que sabe por

experiência. Em linguagem comum significa o experiente, o que conhece o assunto, o versado

na matéria. No sentido jurídico, significa o técnico.

O Conselho Federal de Contabilidade, na Resolução nº 857/99, determina as

normas profissionais do perito, em seu item 2.1.1: “Perito é o Contador regularmente

registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de

pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiência, da matéria

periciada”.

Para Amaral Santos (1983 apud ORNELAS, 2003, p. 50), o perito

“é uma pessoa que, pelas qualidades especiais que possui, geralmente de natureza científica ou artística, supre as insuficiências do juiz no que tange à verificação ou apreciação daqueles fatos da causa que para tal exijam conhecimentos especiais ou técnicos”.Para Sá (2008, p.7 e 8) o profissional que executa a Perícia contábil precisa ter um conjunto de capacidade, que são suas qualidades e, dentre essas qualidades inerentes a esse tipo de profissional, as principais são:

Legal - É a que lhe confere o título de Bacharel em Ciências Contábeis e o registro

no Conselho Regional de Contabilidade.

Profissional - Essa qualidade caracteriza-se por:

o Conhecimento técnico da contabilidade;

o Conhecimento prático da tecnologia contábil;

o Experiência em perícia;

o Perspicácia;

o Perseverança;

o Sagacidade;

o Conhecimento geral das ciências afim à contabilidade;

86

o Indole criativa e intuitiva.

Ética - é a capacidade que está estabelecida no Código de Ética profissional do

Contador e na norma emanada do Conselho Federal de Contabilidade.

Moral – é a capacidade estribada na virtude das atitudes pessoais do profissional.

3.6 Laudo Pericial

Lopes de Sá (2008, p. 36) afirma que “A manifestação literal do perito sobre fatos

patrimoniais devidamente circunstanciados gera a peça tecnológica denominada Laudo

Pericial Contábil”. Por conseguinte, enfoca o laudo tal qual uma sustância, aduzindo-o

como um julgamento que deve ter suas bases solidificadas no conhecimento do

profissional contábil, na presença fática que resultou no objeto da perícia: “Laudo pericial

contábil é uma peça tecnológica que contém opiniões do perito contador, como o

pronunciamento, sobre questões que lhe são formuladas e que requerem seu

pronunciamento” (2008, p. 38).

Laudo Pericial Contábil é a peça escrita, na qual os peritos contábeis expõem, de

forma circunstanciada, as observações e estudos que fizeram e registram as conclusões

fundamentadas da Perícia (Alberto, 2007, p. 108).

O Laudo Pericial é um documento completo, desenvolvido pelo perito, onde nele

materializa-se a prova pericial, é também sobre ele que as partes irão oferecer seus

comentários, aceitando-o ou criticando-o.

Deve o perito, organizar e desenvolver o conteúdo do laudo contábil de forma lógica e

tecnicamente correta, sem abusar dos termos para oferecer aos leitores e usuários um perfeito

entendimento.

87

3.7 Importância da Perícia Contábil para o poder judiciário

Muitos são os casos de ações judiciais para os quais requer a perícia contábil.

Alicerçada em provas, a perícia é algo específico e especial, sendo às vezes decisiva em um

julgamento.

Segundo Sá (2008, p. 187), há um sem-números de ações ordinárias de caráter

tipicamente litigioso que motivam duvidas e uma gama muito grande postulações nesse

sentido admitindo a quase totalidade a participação pericial.

Havendo interesse, pode-se propor uma ação, pois “toda pessoa que se acha no

exercício de seus direitos tem capacidade para estarem juízo” (art. 7º do Código de Processo

Civil).

Nas ações ordinárias podem ser objeto de exames todo o elemento contábil que tenha

condições de oferecer prova sobre os fatos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma decisão judiciária justa será alcançada pelo poder judiciário quando um laudo for

claro e bem elaborado, não deixando perguntas sem respostas e dúvidas sem esclarecimento.

Quando se trata de cumprir a missão de bem servir a justiça, de revelar por completo,

de responder quesitos elaborados de má-fé, espera-se do perito judicial um comportamento

perspicaz, sereno e inteligente para que a verdade seja liberada por completo e com clareza.

REFERÊNCIAS

ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia Contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 1996.

88

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – CPC. Rio de Janeiro: Auriverde, 1988.SÁ, Antônio

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de

Janeiro: Nova Fronteira, 1975.

FIGUEREDO, Álvaro Nelson Menezes de. Roteiro Prático das Perícias Judiciais. Rio de

Janeiro: Forense, 1999.

LONARDONI, Mário. Perícia Contábil: Uma abordagem teórica, ética, legal e

operacional. São Paulo: Atlas, 1995.

Lopes de. Perícia Contábil. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

MAGALHÃES, Antônio de Deus F; SOUZA, Clóvis de; FAVERO, Hamilton Luiz;

MOURA, Ril. Perícia Contábil Judicial e Extrajudicial. 2° ed. Rio de Janeiro: Ed.

Freitas Bastos, 2007.

OLIVEIRA, Juarez de. Código de Processo Civil. São Paulo: Saraiva, 1997.

ORNELAS, Martinho Maurício Gomes de. Perícia Contábil. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000.

VERGARA, Sylvia Constant. Projeto e relatórios de pesquisa em administração. 7. ed.

São Paulo: Atlas, 2006.

ZANNA, Remo Dalla. Prática de Perícia Contábil. 2. ed. São Paulo: IOB Thomson, 2007.

89

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