estudo socioeconomico das comunidades de tite e fulacunda
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Estudo Socioeconomico das Comunidades de Tite e Fulacunda, Regiao de Quinara, Guine-BissauTRANSCRIPT
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e FulacundaRegião de Quínara, Guiné-Bissau
ACEP Associação para a Cooperação Entre os Povos (Portugal)RA Rede Ajuda - Cooperação e Desenvolvimento (Guiné-Bissau)
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Em parceria comEdição
Ficha Técnica
Título: Estudo Socioeconómico das Comunidades dos Sectores de Tite e Fulacunda
Coordenação da Equipa de Estudo: Tânia Santos (ACEP) e Danilo Altair (RA)
Com participação de João Gibril Fati e Lamine Mané
Tratamento de Dados e Elaboração de Gráficos: Rui Dias Oliveira e Sónia Sousa
Edição: ACEP - Associação para a Cooperação Entre os Povos (Portugal),
com RA - Rede Ajuda (Guiné-Bissau)
Apoio Financeiro: IPAD - Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento
Criação Gráfica: Sónia Sousa
Fotografia da Capa: Liliana Azevedo
ISBN: 978-989-96229-7-5
Outubro de 2010
CONTEXTO ........................................................................................................................... 7
METODOLOGIA DE TRABALHO ................................................................................. 9
ANÁLISE DOS DADOS RECOLHIDOS ....................................................................... 11
Infra-Estruturas ................................................................................................................ 11
Actividades Económicas ................................................................................................. 19
Produção Agrícola ............................................................................................................ 21
Campo Comunitário ........................................................................................................ 28
Distribuição e Comércio .................................................................................................. 39
Formação ........................................................................................................................... 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 43
GLOSSÁRIO ......................................................................................................................... 45
ANEXOS ................................................................................................................................ 47
Índice
7
Contexto
O estudo que se segue enquadra-se no projecto de “Reforço das Organizações Co-munitárias e das suas Iniciativas de Apoio às Actividades de Produção, Transformação e Comercialização nos Sectores de Tite e Fulacunda”, co-financiado pelo IPAD.
Tem como principal objectivo reforçar o conhecimento disponível sobre a realidade social e económica das populações em causa, mas também reunir informação que possa posteriormente ser disponibilizada para acções futuras dos vários actores que actuam na região.
A Guiné-Bissau ocupa o 173º lugar, em 182 países que integram o Relatório de Desenvolvimento Humano 2009 do PNUD. Os cíclicos sobressaltos políticos e milita-res que o país tem vivido sobretudo após o conflito armado de 1998-99, explicam em grande parte a degradação dos principais indicadores socioeconómicos e os resultados limitados dos esforços de construção do bem-estar e do desenvolvimento.
Estima-se a população da Guiné-Bissau em 1.300.000 habitantes, dos quais 52% aproximadamente são mulheres e 48% são homens, 40% são muçulmanos, 10% cris-tãos e 50% animistas, pertencentes a mais de 20 etnias. A maioria da população vive em meio rural (cerca de 61%), tendo-se observado um forte êxodo rural para Bissau e consequente surgimento de bolsas de pobreza nos bairros periféricos da capital, fruto do processo de concentração urbana acelerada.
8
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
A prevalência da pobreza é muito acentuada no país: cerca de 64% da população vive com menos de dois dólares americanos por dia, e a esperança média de vida não chega aos 50 anos (47 para as mulheres e 43 para os homens). O tecido produtivo as-senta essencialmente no sector primário, no qual se destaca a exportação da castanha de caju (30% do RNB).
A crise alimentar de 2008/2009 demonstrou os riscos das apostas feitas no cajú e da consequente dependência das importações de arroz do sudeste asiático na segurança alimentar das populações da Guiné-Bissau, tendo o preço do saco de arroz duplicado em alguns meses.
No entanto, a Guiné-Bissau tem excelentes condições para o desenvolvimento da agricultura, das pescas e do turismo, bem como um elevado potencial para exploração de recursos minerais, exploração que representa simultaneamente um risco e uma opor-tunidade.
Neste contexto, importa colocar o enfoque na dimensão local da economia: produ-ção local para a satisfação de necessidades locais, defesa e valorização do património genético endémico, estruturas agro-ecológicas, agricultura camponesa, familiar, todos eles elementos que garantem a soberania alimentar das populações.
Há, além disso, uma grande assimetria entre os níveis de vida em Bissau e o resto do país, em todas as áreas - acesso à saúde, educação e rendimento.
É com a consciência destas assimetrias e também do potencial atrás referido que a zona escolhida para intervenção deste projecto está situada no Sul da Guiné, na região de Quínara.
Esta região tem cerca de 52135 habitantes e está dividida em quatro sectores: Buba, Empada, Tite e Fulacunda, sendo os dois últimos os mais ocidentais da região
9
Metodologia de Trabalho
Grupo Alvo e Critérios de Selecção
As tabancas inquiridas foram seleccionadas dentro dos sectores de Tite e Fulacunda e tiveram em conta três critérios fundamentais:
- Representatividade dos dois Sectores envolvidos;- Existência de um interveniente (líder comunitário ou representante de grupos de
mulheres) com conhecimento ou noção geral dos dados para os poder facultar;- Distribuição geográfica o menos concentrada possível (por uma questão de repre-
sentatividade e ter uma amostra mais fidedigna).Assim, foram inquiridas 18 tabancas: 9 do sector de Tite – Foia, Iussi, Miningue,
Enxude, Nã Balantana, Nova Sintra, Ponta Sadja, Salanca, e Tite; e 9 do sector de Fu-lacunda – Bissassema, Braia, Cubadjal, Fulacunda, Gamol, Lamane, M’Bam, M’Bassa e Nhala (ver croquis em Anexo 1 e 2).
As referidas tabancas têm dimensões bastante variadas (variam entre 137 e 3000 ha-bitantes por tabanca) e têm em comum todas terem agrupamentos de mulheres, mais ou menos organizados, que ajudaram ao apuramento dos dados constantes neste estudo.
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Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Métodos e Instrumentos de Trabalho e Procedimentos
Para atingir os objectivos estabelecidos, a recolha de dados junto das tabancas foi fei-ta com o auxílio de um questionário, aplicado durante uma entrevista presencial indivi-dual. Esta entrevista pré-estruturada tinha como guião de suporte o questionário (Ane-xo 3), o qual era composto por um conjunto de perguntas fechadas e abertas. Optou-se pelo preenchimento presencial do questionário devido à fraca taxa de adesão que se verifica quando os questionários são enviados e posteriormente recolhidos, devido aos diversos constrangimentos existentes (falta de infra-estruturas e de meios de contacto) e também porque facilita o diálogo entre inquiridor e inquirido, dando oportunidade de esclarecer e aprofundar certas questões, que de outra forma seria impossível.
A elaboração dos questionários e a especificação das questões pertinentes a apurar tiveram lugar no primeiro ano do projecto (2008). Procedeu-se depois à recolha dos da-dos (aplicação dos questionários) por um elemento da RA (ONG parceira do projecto).
A análise e sistematização dos dados foram feitas durante o 2º ano do projecto (entre Novembro de 2009 e Outubro de 2010).
As informações recolhidas foram organizadas numa base de dados construída no programa SPSS e depois foram alvo de análise estatística. Constituiu-se igualmente uma base de dados em Excel, para as respostas abertas. Os resultados destas análises encon-tram-se reunidos no presente relatório.
A par do inquérito foi também levado a cabo um levantamento das tabancas de cada sector e respectivos croquis (Anexos 1 e 2).
11
Análise de Dados
Infra-Estruturas
A) Estradas de Acesso
Um dos elementos fundamentais para o desenvolvimento económico de uma região e/ou país é a rede de ligações infra-estruturais existente entre diferentes zonas e países.
No caso particular da Guiné-Bissau, um país em desenvolvimento, esta preocupação é essencial, dado que pode ser um catalisador de desenvolvimento económico, princi-palmente num contexto rural.
De acordo com os dados apresentados no Quadro 1, verificamos que a maior per-centagem das tabancas inquiridas tem apenas Caminho de Terra (50%) ou Caminho e Estrada de Terra (22,2%), o que demonstra o peso bastante acentuado de acessos de fraca qualidade nas tabancas e é revelador de algum atraso a nível de infra-estruturas, tendo consequências relativamente à condição económica e cultural das tabancas.
Apenas duas das tabancas inquiridas têm estrada de alcatrão, o que significa que a entrada de veículos motorizados de porte médio e grande está altamente condicionada nas restantes tabancas.
Por fim, importa realçar a não existência de acessos em três tabancas (16,7% dos inquiridos).
A falta de infra-estruturas é sinónimo de isolamento, cultural, político, e económico – este último, talvez, o mais premente e comprometedor.
Quadro 1 - Estrada de Acesso à Tabanca
Tipo de Estrada Frequência Percentagem
Caminho de Terra 9 50
Caminho de Terra, Estrada de Terra 4 22.2
Caminho de Terra, Estrada de Alcatrão 1 5.6
Estrada de Terra e Estrada de Alcatrão 1 5.6
Não Tem 3 16.7
Total 18 100
B) Acesso à Água
Na análise das condições de vida das tabancas existem outros dados importantes. Um deles é o tipo de acesso à água, tendo em conta a tipologia representada no inquéri-to: água do rio, poço tradicional, poço tradicional melhorado e poço mecanizado.
Por poço tradicional entendeu-se um poço rudimentar feito sem recurso a materiais (apenas mão de obra) e consistido num buraco cavado na terra para captação de água (tapado ou não); por poço tradicional melhorado considerou-se um poço feito manual-mente aperfeiçoado com o uso de outros materiais como o betão e o cimento (podendo ter também uma alavanca).
Como se pode verificar no Quadro 2, uma percentagem bastante significativa das tabancas inquiridas (22,2%) não têm acesso à água de todo. Das tabancas que têm aces-so à água o meio mais frequente é o poço tradicional (22,2%), seguido de água do rio e poço tradicional melhorado (16,7%). No total, existem 6 tabancas que usam o poço tradicional melhorado. Apenas duas tabancas (11%) declararam a existência de poço mecanizado.
Apesar de, também neste aspecto haver ainda muitas fragilidades – com a existência de tabancas que não têm qualquer tipo de acesso á água, o facto de a maioria já ter algum tipo de acesso parece ser um aspecto positivo e revelador de alguma evolução deste tipo de infra-estruturas.
Quadro 2 - Acesso à Água
Tipo de Acesso Frequência Percentagem
Poço Tradicional 4 22.2
Água do Rio, Poço Tradicional Melhorado 3 16.7
Poço Tradicional, Poço Tradicional Melhorado, Poço Mecanizado
2 11
Poço Tradicional, Poço Tradicional Melhorado 2 11.1
Poço Tradicional Melhorado, Água do Rio, Poço Tradi-cional
1 5.8
Não tem 4 22.2
Não sabe / Não responde 1 6
C) Loja
A próxima questão analisada foi a existência de lojas (que poderíamos definir como comércio tradicional ou ponto de venda de produtos) e caso exista qual o tipo de pro-dutos vendidos.
Ao analisar o Gráfico 1 podemos constatar que quase metade das tabancas inquiri-das (46%) não tem lojas, o que é demonstrativo de falta de comércio tradicional e que, aliado à falta de acessos às tabancas, revela algum isolamento, preocupante, dificultan-do a acesso a produtos fundamentais (como o açúcar, óleo, etc), que se torna premente tentar resolver, numa perspectiva económica mas também, igualmente importante (ou talvez ainda mais), numa perspectiva social.
1554%
1346%
Gráfico 1 - A Tabanca Tem Loja?
Sim
Não
Nas tabancas onde existem lojas, os produtos que indicaram dispor para venda são alimentares: (34%), frutas (3%) e bebidas (11%), conforme Gráfico 2. Duas das inquiridas indicaram ter loja mas não especificaram os produtos vendidos na mesma.
334%
333%
111%
222%
Gráfico 2 - Que Produtos as Lojas Têm para Venda
Alimentares
Frutas
Bebidas
14
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
D) Mercado
A par do estudo sobre a existência de lojas, importa perceber a dinâmica relativa aos mercados municipais. Assim, as tabancas foram inquiridas sobre a existência de merca-do e, no caso de existir, a frequência semanal com que se realiza.
Como se verifica no Gráfico 3, a maioria indicou que não tem mercado (78%). Ape-nas 4 tabancas têm mercado, sendo que em 3 delas o mercado ocorre diariamente e uma delas não especifica a frequência com que ocorre.
317%
15%
1478%
Gráfico 3 - Número de Vezes que há Mercado por Semana
Todos os dias
Tem mas não especifica
Não tem
E) Infra-Estruturas
De seguida, vão ser apresentados alguns dados relativos a outro tipo de infra-es-truturas de teor comercial, cultural e social, nomeadamente a existência de “Banco de Cereais”, “Comité de Estado” (governo regional), “Mesquita”, “Polícia”.
Como se pode observar no Gráfico 4, a infra-estrutura que existe com maior fre-quência é a Mesquita (14). Polícia ou Comité do Estado só existe em duas tabancas e Banco de Cereais apenas em uma.
12
14
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Banco de Cereais
Comité do Estado
Mesquita Polícia
Gráfico 4 - Existência de Infra-Estruturas
Banco de CereaisComité do EstadoMesquita
Polícia
Com base nestes dados, é possível retirar algumas conclusões, a saber: a falta de trabalho local na produção de cereais, o que tendo em conta as lacunas ao nível dos acessos e locais de venda é um factor negativo relevante; outro factor importante é a falta de polícia nas tabancas, que parece ser um factor de alguma insegurança; no sentido inverso, é de realçar a forte presença das mesquitas nas tabancas.
F) Escolas
A par da importância de algumas infra-estruturas, capitais para o desenvolvimento das tabancas, está a educação, que principalmente em zonas tão desfavorecidas é um elemento que ganha uma importância ainda maior.
Como podemos ver no Gráfico 5, a percentagem de tabancas que têm escolas é de 61% face a 39% sem escola.
1161%
739%
Gráfico 5 - Existência de Escolas na Tabanca
Sim
Não
Dentro das tabancas com escolas, procurou-se inquirir que tipos de escolas exis-tiam, entre as seguintes opções: “escola pública, escola madrassa (islâmica), escola madrassa e escola evangélica”.
Verifica-se no Quadro 3 que: 4 das tanbancas tem apenas escola pública, 2 tem apenas escola popular, uma tem apenas escola madrassa. No entanto há 4 tabancas que registam mais do que uma escola: 2 têm simultaneamente pública e madrassa, 1 tem popular e madrassa e uma tem pública, popular., madrassa e evangélica. Sete das tabancas inquiridas não responderam a esta questão.
Quadro 3 - Que Tipo de Escolas Estão a Funcionar na Tabanca
Tipo de Escola Frequência Percentagem
Escola Pública 4 22.2
Escola Popular 2 11.1
Escola Madrassa 1 5.6
Escola Pública, Escola Madrassa 2 11.1
Escola Popular, Escola Madrassa 1 5.6
Escola Pública, Escola Popular, Escola Madrassa e Escola Evangélica
7 38.9
Não Sabe / Não Responde 1 5.6
Total 18 100
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Estudo Diagnóstico das ONG São Tomé e Príncipe
G) Saúde
O próximo ponto a analisar assenta na área da saúde, mais concretamente numa questão sobre à existência de hospitais e centros de saúde e respectiva existência de acti-vos humanos e materiais de apoio (mais concretamente, medicamentos).
Considera-se hospital uma unidade de saúde com alguma capacidade de diagnóstico e alguma capacidade para receber pessoas que necessitem de ficar em observação.
Centros de Saúde são unidades que dispõem de medicamentos e podem prestar al-guns pequenos serviços (p.e. campanhas de vacinação).
Duas das tabancas inquiridas indicaram a existência de hospital: em Tite e Lamane (Fulacunda).
Ao analisar o Gráfico 6 verificamos que apenas uma tabanca indica ter médico, en-fermeira e medicamentos sempre, e outra indica que dispõe destes meios raramente.
Quase metade das tabancas inquiridas indicaram não saber ou não respondeu a esta questão o que empobrece de certa forma a análise deste ponto, impedindo que se pos-sam tirar conclusões (dentro do universo em estudo) mais alargadas.
1 1 11 1 1
8 8 8
8 8 8
0
5
10
15
20
Médico Enfermeira Medicamentos
Gráfico 6 - Serviços de Saúde - Hospital
Não sabe/Não responde
Nunca
Raramente
Sempre
Relativamente a Centros de Saúde, apenas uma tabanca indicou existir sempre a exis-tência de médico, enfermeira e medicamentos e uma tabanca indicou haver enfermeira e medicamentos algumas vezes. Mais uma vez houve uma elevada percentagem de “não respostas”.
1 1 11 16 6 6
11 10 10
0
5
10
15
20
Médico Enfermeira Medicamentos
Gráfico 7 - Serviços de Saúde - Centro de Saúde
Não sabe/não responde
Nunca
Algumas vezes
Sempre
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Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
H) Meios de Comunicação
Relativamente às condições de comunicação, procurou-se perceber a capacidade das tabancas ao nível dos meios de comunicação, mais concretamente se têm rede de tele-móvel (uma vez que não há infra-estruturas para telefone fixo), televisão, rádio, se jor-nais e internet. São perguntas simples mas cujo estudo se revela de grande importância pois permite compreender se existem ou não meios de contacto entre as tabancas e o resto do país e do mundo.
A primeira questão incidiu, então, sobre a existência de rede de telemóvel. Como se vê no Gráfico 8, apenas 33% indica ter sempre, 39% tem algumas vezes, 22% raramente e 6% nunca.
633%
739%
422%
16%
Gráfico 8 - Rede de Telemóvel
Sempre
Algumas vezes
Raramente
Nunca
Relativamente aos outros meios de comunicação analisados, cujos resultados estão expostos no Gráfico 9, podemos verificar que a situação se complica mais do que relati-vamente à existência de telefone, visto que apenas 8 tabancas têm acesso a rádio sempre, no que respeita a televisão, uma delas tem sempre e outra algumas vezes e não há acesso de todo a jornais e a internet.
1
8
1
16
10
18 17
02468
101214161820
Televisão Rádio Jornais Internet
Gráfico 9 - Outros Meios de Comunicação
Não sabe/não responde
Nunca
Algumas vezes
Sempre
Podemos concluir que a rádio é o meio de comunicação por excelência das tabancas, uma vez que é o que existe em maioria e o principal meio de acesso a informação, sendo este facto coerente com o aumento do número de rádios comunitárias nos últimos anos
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Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
.I) Meios de Transporte
De seguida passamos para a análise dos meios de transporte. É também uma ques-tão importante, porque permite compreender a capacidade de mobilidade terrena, se pudermos colocar assim, face a um tipo de mobilidade mais global e não física, como os meios de comunicação que analisámos anteriormente. Temos vindo a perceber que existem imensas lacunas nas tabancas e que existe um grande desequilíbrio entre o que podemos considerar respostas positivas (elementos que constituem mais valias para as populações) e – para manter uma escala coerente – as respostas negativas (elementos que revelam as fragilidades das tabancas e respectivas populações, e que necessitam, portanto, de resolução).
Como se verifica no Gráfico 10, relativamente aos meios de transporte que existem diariamente, apenas 4 tabancas indicaram a candonga, 13 dispõem de bicicleta, 4 de moto, 2 de carro, 2 de canoa e 3 de camião. Alguns dias por semana há candonga em uma tabanca, bicicleta em 3, moto em 1 e carro em 1 também.
Das tabancas inquiridas 11 indicaram nunca ter candonga, 2 indicaram nunca ter bi-cicleta, 12 indicaram nunca ter moto, 12 indicaram nunca ter carro, 13 indicaram nunca ter canoa e 14 indicaram nunca ter camião.
4
13
42 2 3
1
3
1
1
11
2
12
12 1314
2 13 3
1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Candonga Bicicleta Moto Carro Canoa Camião
Gráfico 10 - Meios de Transporte
Não sabe/não responde
Nunca
Alguns dias por semana
Todos os dias
Estes valores consubstanciam ainda mais a ideia de isolamento em que as tabancas destes dois sectores se encontram. Todos estes aspectos, enquadrados num contexto de falta de mercados de abastecimento e de falta de instituições de saúde, são um alerta para a dificuldade em que as populações das tabancas vivem, no que concerne às difíceis condições de vida.
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Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Actividades Económicas
O próximo aspecto a analisar insere-se no âmbito das actividades económicas das tabancas. Este é um ponto importante, pois permite compreender melhor a dinâmica das tabancas e até que ponto podemos vislumbrar alguma independência económica e produtiva das mesmas e respectivos membros populacionais.
A) Tipo de Actividades
A primeira questão incidiu sobre as actividades económicas existentes nas tabancas. Como é possível verificar no Gráfico 11, a actividade que existe com maior frequência (nas 18 tabancas em análise) é a agricultura, seguindo-se a criação de gado (16), a pesca (14) e o comércio (5). As actividades relacionadas com a confecção e costura de roupas e com transportes existem apenas em uma tabanca.
18
14
16
5
1 1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Gráfico 11 - Actividades Económicas Praticadas na Tabanca
Agricultura
Pesca
Criação de Gado
Comércio
Confecção e Costura de Roupas
Transportes
B) Actividades Geradoras de Rendimento
Para compreender o peso que estas actividades têm nas tabancas, questionou-se também, quais as actividades, dentro do universo das que são praticadas, que permitem um maior fluxo de rendimento às diversas famílias das tabancas.
Segundo as respostas obtidas, as actividades que geram mais rendimento são: agri-cultura (18), criação de gado (10) e pesca (9), havendo um nítido destaque para a agri-cultura (Gráfico 12).
De realçar que, apesar de o comércio ser uma actividade existente em 5 tabancas, apenas duas a indicaram como uma das actividades mais geradoras de rendimento.Por fim, a confecção e costura de roupas, existente em uma tabanca não foi indicada como
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Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
actividade geradora de rendimento.
18
910
21
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Gráfico 12 - Actividades que Geram Mais Rendimento
Agricultura
Pesca
Criação de Gado
Comércio
Confecção e Costura de Roupas
Transportes
Podemos concluir que as tabancas permanecem ainda bastante dependentes do sec-tor agrícola, principalmente se também incluirmos a criação de gado e pesca como principais actividades geradoras de rendimento para as famílias.
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Produção Agrícola
Dada a importância do sector agrícola, o próximo ponto a analisar refere-se à pro-dução de quatro produtos específicos e bastante significativos no contexto das tabancas: Arroz, Cajú, Produtos Hortícolas e Produtos Frutícolas.
O objectivo desta parte do inquérito era a de inferir, em primeiro lugar, os meses de produção de cada um dos membros, atrás referidos, em segundo perceber qual o principal objectivo específico de cada um deles, em terceiro, a quantidade produzida no último ano e por fim duas questões relativamente à “evolução da produção” e a “evo-lução dos preços”.
A) Meses de Produção
Sobre a primeira podemos concluir que, no caso da produção de arroz (Gráfico 13), esta é feita no segundo semestre do ano, mais concretamente nos meses de Junho a Novembro, principalmente. Apenas uma das tabancas não respondeu a esta questão.
433
56
1117
1818
1713
61
5 10 15 20
JaneiroFevereiro
MarçoAbril
Maio JunhoJulho
AgostoSetembro
OutubroNovembroDezembro
Não sabe/não responde
Gráfico 13 - Meses de Produção de Arroz
Relativamente à produção de cajú, esta é feita apenas de Janeiro a Julho (Gráfico 14), sendo a maior incidência nos meses de Abril, Maio, Junho, em que a totalidade das tabancas que responderam a esta questão (16) faz produção de cajú.
411
13161616
8
2
5 10 15 20
JaneiroFevereiro
MarçoAbril
Maio JunhoJulho
AgostoSetembro
OutubroNovembroDezembro
Não sabe/não responde
Gráfico 14 - Meses de Produção de Cajú
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Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Quanto à produção de produtos hortícolas, esta é feita de Setembro a Fevereiro, com maior frequência de Novembro a Janeiro (12) e em Outubro (11), como se observa no Gráfico 15.
124
211
1212
6
0 2 4 6 8 10 12 14
JaneiroFevereiro
MarçoAbril
Maio JunhoJulho
AgostoSetembro
OutubroNovembroDezembro
Não sabe/não responde
Gráfico 15 - Meses de Produção de Produtos Hortícolas
A produção de produtos frutícolas é feita durante todo o ano (Gráfico 16), com maior incidência nos meses de Junho (9), Maio (8) e Abril (7).
466
78
96
344
32
6
2 4 6 8 10
JaneiroFevereiro
MarçoAbril
Maio JunhoJulho
AgostoSetembro
OutubroNovembroDezembro
Não sabe/não responde
Gráfico 16 - Meses de Produção de Produtos Frutícolas
B) Objectivos da Produção
As tabancas foram inquiridas sobre a finalidade da produção de cada tipo de produ-tos que cultivam, com as seguintes opções: a produção é mais para venda; a produção é mais para consumo na família e troca directa por outros produtos; a terceira opção é uma combinação das duas opções anteriores, que denominamos ambas, para facilitar a leitura.
Como é visível no Gráfico 17, a venda como finalidade da produção apenas foi apresentada relativamente aos produtos hortícolas (1) e frutícolas (1). O arroz é princi-palmente para consumo próprio e troca directa (13) e só em 3 das tabancas é produzido
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Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
com ambas as finalidades – consumo e venda. O cajú é produzido para venda e consu-mo próprio simultaneamente em todas as tabancas que responderam (16). Os produtos hortícolas e frutícolas tanto são produzidos para venda como para consumo próprio.
1 1
13
5 5
3
14
65
2
4
67
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Arroz Cajú Produtos Hortícolas
Produtos Frutícolas
Gráfico 17 - Finalidade da Produção
Mais para venda
Mais para consumo na família e troca directa por outros produtos
Ambas
Não sabe/não responde
C) Quantidade da Produção
Relativamente à quantidade da produção no último ano (ver gráfico 18) verificamos que existem enormes lacunas na recolha da informação, devido à percentagem elevada de respostas “Não sabe/não responde”.
No entanto, dos dados de que se dispõe, podemos concluir que no caso do arroz há 2 tabancas que produzem menos de uma tonelada, 3 que produzem entre 1 a 5 tonela-das e 2 que produzem mais de 15 toneladas. As restantes não responderam ou não têm dados viáveis. Relativamente ao cajú, 2 produzem entre 1 a 5 toneladas, 2 entre 5 a 15 e 3 mais de 15 toneladas. Nenhuma produz menos de 1 tonelada. As restantes não respon-deram ou não dispõem de estimativas. Os produtos hortícolas e frutícolas apresentam um padrão de respostas idêntico: 1 produz entre 1 a 5 toneladas, 13 não responderam e 4 não tinham dados viáveis.
23
21 1
223
8 8
13 13
3 34 4
0
2
4
6
8
10
12
14
Arroz Cajú Produtos Hortícolas
Produtos Frutícolas
Gráfico 18 - Quantidades Produzidas por Ano (estimativa)
menos de 1 tonelada
entre 1 e 5 toneladas
entre 5 e 15 toneladas
mais de 15 toneladas
não sabe/não responde
Não tem dados viáveis
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Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
D) Evolução da Produção
Por fim, vamos analisar a evolução, nos dois últimos anos, de dois dados importan-tes: da produção e dos preços, dos respectivos produtos em estudo.
Relativamente às quantidades produzidas, no caso do arroz, 6 tabancas julgam ter aumentado, 9 dizem ter diminuído e em 2 manteve-se igual.
No caso do cajú, 14 tabancas dizem que a produção tem diminuído, enquanto 3 responderam que tem aumentado. Quanto aos produtos hortícolas, 8 dizem ter aumen-tado, 1 diz ter diminuído, 3 dizem ter-se mantido igual. No que respeita aos produtos frutícolas 5 dizem ter aumentado, 3 dizem ter diminuído, 4 dizem ter-se mantido igual.
6
3
8
5
9
14
1
32
34
1 1
6 6
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Arroz Cajú Produtos Hortícolas
Produtos Frutícolas
Gráfico 19 - Evolução da Produção
Tem aumentado
Tem diminuído
Manteve-se igual
Não sabe/não responde
Quanto à questão da evolução dos preços, para o arroz e cajú têm aumentado (à excepção de uma tabanca que respondeu que o preço do arroz se manteve igual). Para os produtos hortícolas 1 tabanca diz terem aumentado, para 6 têm diminuído e para 5 mantiveram-se iguais e para os frutícolas a tabanca também diz terem aumentado, para 4 têm diminuído e para 7 mantiveram-se iguais.
1617
1 1
6
4
1
5
7
1 1
6 6
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Arroz Cajú Produtos Hortícolas
Produtos Frutícolas
Gráfico 20 - Evolução dos Preços
Tem aumentado
Tem diminuido
Manteve-se igual
Não sabe/não responde
25
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
E) Qualidade da Produção
Após a análise da evolução de alguns produtos importantes para a economia rural das tabancas, vamos tentar aprofundar um pouco mais o sector da agricultura, nome-adamente, no estudo da produção de sementes, de controlo de pragas, de utilização/necessidade de utensílios, principais dificuldades sentidas, entre outros.
Centrando-nos agora na multiplicação de sementes verificamos a maioria das tabancas (83%) recorre a esta prática (Gráfico 21).
211%
16%
1583%
Gráfico 21 - Multiplicação de Sementes
Não
Não sabe/não responde
Sim
Das 15 tabancas que indicaram fazer multiplicação de sementes, o tipo de sementes com que o fazem são maioritariamente de arroz (56%), mandioca (16%), milho (8%) e tomate (8%), como se constata no Gráfico 22. É feita ainda por duas tabancas a multi-plicação de sementes de badjiki (rosela) e candja (quiabos).
Assim, a única semente que a generalidade das tabancas utilizam é a do arroz, en-quanto as outras sementes são típicas de tabancas específicas. A generalização da se-mente do arroz faz sentido se atentarmos que é um alimento essencial para a subsistên-cia das famílias.
28% 2
8%
14%
14%
416%
14%
1456%
Gráfico 22 - Multiplicação de Sementes - De que Produtos
Milho
Tomate
Badjiki/ Rosela
Candja/QuiabosMandioca
Alface
Arroz
26
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Relativamente à enxertia de plantas (Gráfico 23) percebemos que na maioria das tabancas que respondeu a esta questão não há enxertia de plantas (8 tabancas) e nas quatro em que é feita é apenas de mangas.
845%
422%
633%
Gráfico 23 - Enxertia das Plantas
Não há Enxertia das Plantas (frutas)
Mangas
Não sabe/não responde
O próximo ponto analisado foi o controlo de pragas por métodos naturais (ver Grá-fico 24) que consiste numa tentativa de compreensão da evolução de alguns métodos de preservação da qualidade da produção. Ao analisar o quadro percebemos que, antes de mais, 44,4% dos resultados são “não respostas” (Não sabe/não responde). Apenas a restante percentagem dos inquiridos respondeu a esta questão tendo 22,2% dito que não há controlo, 16,7% fazem-no através de casca de bissilão, 11,1% através de produ-tos naturais e 5,6% através de fezes de animais e casca de bissilão.
Ao observar os dados verificamos que a prática de controlo de pragas não é, de todo, alargada às tabancas, o que é denotativo de algumas fragilidade produtiva e baixa disseminação de práticas produtivas.
422.2%
316.7%
15.6%
844.4%
211.1%
Gráfico 24 - Controlo de Praga através de Métodos Naturais
Não há controlo
Através de casca de bissilão
Através de fezes e casca de bissilão
Não sabe/não responde
Uso de produtos naturais
F) Instrumentos Existentes
Temos vindo a verificar a importância da produção de arroz, tanto de um ponto de vista comercial, mas também, e igualmente importante, para a subsistência das famílias.
Nesse sentido, a próxima abordagem aos inquiridos foi no sentido de perceber a existência generalizada, ou não, de equipamentos de descascadora de arroz. Pela análise das respostas vemos que existe uma percentagem esmagadora de tabancas que não tem descascadora de arroz (83%), face a apenas 11% (que correspondem a duas tabancas) que respondem positivamente à questão colocada.
27
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
1583%
211%
16%
Gráfico 25 - Equipamentos: Descascadora de Arroz
Não tem
Tem
Não sabe/não responde
Ao mesmo tempo, foi inquirido, de forma mais genérica, a existência e proliferação de instrumentos e máquinas agrícolas nas tabancas.
Relativamente aos instrumentos agrícolas, verificamos pelas respostas apresentadas no gráfico 26, que enxadas (16), catanas (15) e ancinhos (11) são os que existem nas tabancas de forma mais generalizada. Seguidamente foram indicados os baldes (5), re-gadores (4) e arado, que existe em apenas uma das tabancas.
11
15
16
5
4
1
0 5 10 15 20
Ancinhos
Catana
Enxada
Baldes
Regador
Arado
Gráfico 26 - Instrumentos Agrícolas
Quanto às máquinas agrícolas, como se verifica no Gráfico 27, apenas uma tabanca das 18 inquiridas dispõe de uma. Ora, isto significa que as técnicas de trabalho produ-tivo são bastante manuais e, nesse sentido, parece ser mais um factor explicativo para o aumento dos preços do arroz, para a produção no sentido principal de subsistência dos agregados familiares, paralelo à ideia de dificuldades comerciais nas tabancas, que os dados parecem indicar e comprovar.
1688.9%
15.6%
15.6%
Gráfico 27 - Máquinas Agrícolas
Não tem
Tem
Não sabe/não responde
28
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Campo Comunitário
O próximo ponto a analisar incide sobre a existência e funcionamento de campos comunitários.
A) Existência de Campo Comunitário
Como exposto no Gráfico 28, 94% das tabancas revelaram a existência de campos comunitários nas mesmas.
1794%
16%
Gráfico 28 - Existência de Campo Comunitário
Sim
Não
B) Propriedade do Campo
Relativamente à propriedade do campo comunitário (campo de cultivo) foi estabe-lecida a seguinte tipologia: “é da propriedade do grupo comunitário” ou “é da proprie-dade de alguns membros do grupo comunitário”. Verificou-se uma maior incidência percentual na primeira opção da com 89% de percentagem de respostas, o que imprime, nos grupos, uma concepção valorativa de índole democrática que parece ser positiva.
1689%
211%
Gráfico 29 - Propriedade do Campo Comunitário
É da propriedade do grupo
É da propriedade de alguns membros do grupo
C) Tamanho
O próximo subponto assenta na tentativa de perceber o tamanho dos campos de cultivo. A tipologia que pareceu mais apropriada, de forma a ter uma percepção mais generalizada, foi a de dividir as respostas em: “Não tem medida exacta”, “de 150 metros quadrados até 300 metros quadrados” e “mais de 300 metros quadrados”. Estabelecida a tipologia de agrupamento das respostas podemos então verificar que a metade dos in-
29
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
quiridos não sabe ou não respondeu a esta questão, e 33% respondeu que não tem me-dida exacta, o que demonstra e resulta numa falta de conhecimento acerca do tamanho real dos campos comunitários de cultivo. Apenas 3 tabancas souberam informar sobre o tamanho exacto dos campos, tendo 2 delas campos com um tamanho entre 150 e 300 metros quadrados e a última um campo com mais de 300 metros quadrados.
633%
211%1
6%
950%
Gráfico 30 - Tamanho Aproximado do Campo
Não tem medida exacta
De 150 até 300 metros quadrados
Mais de 300 metros quadrados
Não sabe/não responde
D) Organização do Trabalho
Por fim, importava perceber quais as condições das mulheres ao nível da sua parti-cipação no trabalho (aspecto quantitativo) e a forma como esse trabalho se desenvolve (aspecto qualitativo) para ter uma pequena ideia da dinâmica que as mulheres têm den-tro do trabalho comunitário.
Relativamente à questão, “Quantas mulheres trabalham no campo comunitá-rio?” (ver Gráfico 31), 44,4% respondeu “entre 1 a 50 mulheres”, 16,7% respondeu “entre 50 a 100 mulheres, e apenas 2 tabancas responderam “entre 100 a 150 mulheres” e “mais de 150 mulheres”. De realçar que, à semelhança da questão anterior, uma per-centagem significativa de tabancas (27,8%) não soube responder a esta questão.
527.8%
844.4%
316.7%
15.6%
15.6%
Gráfico 31 - Nº de Mulheres que Trabalham no Campo Comunitário
Não sabe/não responde
Entre 1 a 50 mulheres
Entre 50 a 100 mulheres
Entre 100 a 150 mulheres
Mais de 150 mulheres
30
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Quanto à forma de organização do trabalho (Gráfico 32) a totalidade das tabancas que respondeu (16) indicaram que cada mulher cultiva uma parcela. Existia no inquérito a opção “cada mulher trabalha no campo e depois dividem os produtos”, mas nenhuma das inquiridas escolheu esta opção.
1689%
211%
Gráfico 32 - Organização do Trabalho no Campo Comunitário
Cada mulher cultiva uma parcela
Não sabe/não responde
E) Frequência de Utilização
De um ponto de vista mais genérico, importa conhecer a dinâmica de trabalho das tabancas e dos respectivos grupos. Assim, as tabancas foram questionadas sobre em que meses do ano trabalham na horticultura.
Como se constata no Gráfico 33, os meses em que mais tabancas trabalham em horticultura são Outubro, Novembro e Dezembro (12 tabancas), seguindo-se de Janei-ro (7), Fevereiro (4), Setembro (4), Julho (3) e Agosto (3). No mês de Março apenas 2 tabancas desenvolvem actividades nesta área e em Abril e Maio apenas uma.
7
4
21 1
3 34
12 12 12
6
0
2
4
6
8
10
12
14
Gráfico 33 - Meses do Ano em que se Trabalha na Horticultura
Continuando na mesma a lógica, a próxima pergunta colocada foi a disponibilidade para trabalhar mais tempo, caso fosse necessário, no campo comunitário. Dividiu-se numa tipologia que incluia as respostas “Sim, até 6 horas”, “Sim, até 9 horas”, “Sim, mais de 9 horas”, “Sim, mas não específica o número de horas”, “Não sabe/não res-ponde” e “Não”.
De acordo com os dados recolhidos, percebe-se que, apesar de haver uma frequência
31
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
elevada de “Não sabe/não responde” (5), ninguém responder que não estaria disposto a rtabalhar mais horas caso fosse necessário.
Das respostas positivas obtidas 7 tabancas estariam dispostas a trabalhar até 9 horas a mais, 3 até 6 horas a mais, 2 mais de 9 horas e 1 delas respondeu que sim sem especi-ficar o número de horas que estaria disposta a trabalhar.
5
3
7
2
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Não sabe/não responde
Sim, até 6 horas a mais
Sim, até 9 horas a mais
Sim, mais de 9 horas
Sim mas não especifica o nº de horas
Gráfico 34 - Se fosse necessário, poderiam trabalhar mais horas no campo comunitário?
F) Tipo de Produtos
Uma questão importante, que não poderia deixar de ser estudada, é “Quais os hor-tícolas que são produzidos no campo comunitário?” É uma questão relevante pois per-mite ter uma ideia concreta da dinâmica produtiva, especialmente no que concerne os principais produtos que são produzidos no âmbito específico do cultivo comunitário.
Como pode ser analisado no Gráfico 35, existe uma grande variedade de produtos hortícolas produzidos, que variam de tabanca para tabanca.
Os que são mais comummente produzidos em tabancas diferentes são: o Tomate (8), Candja (6), Badjiki (5), Arroz (5), Cebola (5) e Djagatu (4).
São ainda produzidos: Alface (2), Mandioca (2), Sukulbembé (2), Pimentão (2), Re-polho (2), Cenoura (1), Malagueta (1), Mancarra (1), Feijão (1) e Milho (1).
8
2
6
5
4
5
2
1
1
1
2
5
1
2
2
1
Tomate
Alface
Candja/Quiabos
Badjiki/Rosela
Djagatu
Arroz
Mandioca
Milho
Feijão
Mancarra
Sukulbembé
Cebola
Malagueta
Repolho
Pimentão
Cenoura
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Gráfico 35 - Hortícolas Produzidos
32
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
G) Finalidade da Produção
Depois de analisar o tipo de produtos produzidos, tornou-se necessário também analisar qual a finalidade desta produção. Os resultados desta questão encontram-se expostos no Gráfico 36, podendo algumas tabancas acumular várias finalidades: 12 ta-bancas produzem para consumo na família, 11 para troca directa por outros produtos, 6 para venda e 6 não responderam a esta questão.
De realçar que das 18 tabancas inquiridas apenas 6 afirmam produzir hortícolas com o objectivo de venda, o que mostra, mais uma vez a falta de dinamismo económico.
1211
6 6
Consumo na Família
Troca Directa
Venda N.S./N.R.
02468
101214
Gráfico 36 - Finalidade dos Produtos Produzidos no Campo Comunitário
Consumo na Família
Troca Directa
Venda
N.S./N.R.
H) Sementes
A multiplicação de sementes no campo comunitário também foi abordada no ques-tionário.
Numa primeira fase, as tabancas foram questionadas sobre se faziam ou não multiplicação de sementes? Como se verifica no Gráfico 37, metade (50%) das tabancas inquiridas indicaram fazer multiplicação de sementes, 33% indicou não fazer e 17% não respondeu.
950%
633%
317%
Gráfico 37 - Multiplicação de Sementes
Sim
Não
Não sabe/não responde
Quanto à questão “Se sim, quais são as sementes que multiplica?”, das 9 tabancas que disseram fazer multiplicação de sementes todas indicaram o tipo de sementes de que faziam multiplicação, estando os resultados estão apresentados no Gráfico 38. Há
33
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
uma grande diversidade do tipo de sementes multiplicadas, sendo as que aparecem com mais frequência as de tomate (25%), Arroz (25%), Candja (15%), Milho (10%) e Djaga-tu (10%). É ainda feita a multiplicação de sementes de Badjiki, Sukulbembé e Mandioca.
525%
315%
210%
525%
15%
15%
15%
210%
Gráfico 38 - De Que Sementes é Feita Multiplicação
Tomate
Candja
Djagatu
Arroz
Milho
Badjiki
Sukulbembé
Mandioca
A par da multiplicação das sementes, colocou-se também a questão relativa a multi-plicação de plantinhas e “Se sim, quais as plantinhas que costumam comprar?”
Conforme o Gráfico 39, apenas uma das tabancas indicou fazer multiplicação de plantinhas, e quando questionada sobre o tipo de plantinhas de que fazia multiplicação citou somente a manga.
18%
1292%
Gráfico 39 - Multiplicação de Plantinhas
Sim
Não
O último grupo deste ponto incluía as questões: “Costuma comprar sementes?” e “Se sim, quais as sementes que costuma comprar?”.
Relativamente à primeira questão, apenas 3 tabancas disseram comprar sementes (Gráfico 40). A maioria (55%) indicou não comprar e 28% não respondeu a esta ques-tão.
34
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
317%
1055%
528%
Gráfico 40 - Compra de Sementes
Sim
Não
Não sabe/não responde
Quanto ao tipo de sementes que costumam comprar, cujos resultados se apresen-tam no Gráfico 41, as 3 tabancas que compram sementes compram de cebola e 2 delas compram de candja e tomate. As sementes de repolho, pimentão, pimenta e badjiki são apenas adquiridas por uma das tabancas.
Quando questionadas sobre onde costumavam comprar as sementes todas respon-deram Bissau.
3
1 1
2
1 1
2
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
Gráfico 41 - Que Sementes Compram
Cebola
Repolho
Pimentão
Candja
Pimenta
Badjiki
Tomate
As tabancas foram ainda questionadas sobre a compra de plantinhas, mas dado que a totalidade das inquiridas não respondeu, não foi possível tirar conclusões sobre este ponto.
I) Acesso à Água
O próximo ponto a abordar, as condições de acesso à água para irrigação dos cam-pos comunitários: tipo de acesso e frequência.
Como se verifica no Gráfico 42, quando questionadas sobre o tipo de acesso à água de que dispunham para irrigação dos campos comunitários cultivados, 10% respondeu que era através de poço tradicional, 11% através de poço tradicional e melhorado e 5% através de poço melhorado. 28% das inquiridas não respondeu a esta questão.
35
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
1056%
15%
211%
528%
Gráfico 42 - Tipo de Acesso à Água
Poço tradicional
Poço melhorado
Poço tradicional e poço melhorado
Não sabe/não responde
Sobre a questão de terem acesso à água durante todo o ano, 56% das tabancas indi-cou que não, 22% declarou que sim, e igual percentagem não respondeu (Gráfico 43).
422%
1056%
422%
Gráfico 43 - Acesso à Água Durante Todo o Ano
Sim
Não
Não sabe/não responde
Às tabancas que referiram não ter acesso durante todo o ano, foi também pergunta-do quais os meses em que não têm água para irrigar o campo.
Conforme exposto no Gráfico 44, podemos observar que 13 tabancas indicaram não ter água em Abril e Maio, 11 não têm em Junho, 9 não têm em Março, 8 em Julho, 6 em Fevereiro e 3 em Janeiro, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro.
3
6
9
13 1311
8
3 3 3 3 35
02468
101214
Jane
iro
Feve
reir
o
Mar
ço
Abr
il
Mai
o
Junh
o
Julh
o
Ago
sto
Sete
mbr
o
Out
ubro
Nov
embr
o
Dez
embr
o
N.S
./N
.R.
Gráfico 44 - Se Não Tem Acesso Todo o Ano, Quais os Meses em que Não Tem Água para Irrigar o Campo
36
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Esta situação é reveladora da dificuldade que existe em termos de cultivo, pois não havendo acesso à água para irrigar os campos dificilmente se consegue aumentar e me-lhorar a produção agrícola e, como vimos anteriormente, a agricultura é fundamental para a subsistência das tabancas.
J) Práticas Utilizadas
A par da preocupação em perceber as condições de acesso à água para a produção e para a vivência das populações, importa de seguida compreender o tipo de práticas que utilizam para o labor agrícola, para perceber de que forma as práticas usadas afectam também a eficácia da produção.
Em primeiro lugar, foi colocada a questão de como adubavam a terra e que tipo de fertilizante era utilizado.
Das 18 tabancas em análise, apenas 8 indicaram adubar a terra e todas indicaram como tipo de fertilizante “Fezes de Vaca” (Gráfico 45).
844%
1056%
Gráfico 45 - Se Usa Fertilizantes e De Que Tipo
Fezes de vaca
Não sabe/não responde
Também 8 tabancas afirmaram ter práticas de combate ás pragas. Destas 4 indicaram usar casca de bissilão, 2 usam plantas medicinais, 1 cinzas e as restantes não responde-ram (Gráfico 46).
4
12
11
02468
1012
Casca de Bissilão Cinzas Plantas medicinais
Não sabe/não responde
Gráfico 46 - Tipo de Práticas Naturais Utilizadas
K) Instrumentos Existentes
Mantendo-nos na linha do trabalho no campo comunitário, a seguinte questão co-locada no inquérito remete para “Quais as ferramentas que utilizam no campo?” Esta questão incluía uma série de opções de resposta e pela análise dos dados pudemos chegar à conclusão (gráfico 47) de que os utensílios utilizados são catanas (12), enxadas (11), ancinhos (9), baldes (7), regadores (3) e pás (2).
37
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
9
1211
7
23
2
0
2
4
6
8
10
12
14
Ancinhos Catanas Enxadas Baldes Pás Regadores N.S/N.R.
Gráfico 47 - Ferramentas Usadas no Trabalho no Campo
A par desta preocupação, existe outra que é a de compreender a “propriedade dos instrumentos de trabalho”, dentro de opções de resposta que incluía “cada mulher é dona dos seus instrumentos de trabalho”, “os instrumentos de trabalho pertencem a todo o grupo” e “são emprestados por outras pessoas/organizações”.
Podemos averiguar que existe uma distribuição equilibrada (Gráfico 48) entre as três opções de resposta, com 22% para a primeira opção e 28% para a segunda e terceira opções e 22% de não respostas (“Não sabe/não responde”).
Isto demonstra que sensivelmente metade dos instrumentos de trabalho são perten-ça ou das mulheres ou, pelo menos, de grupos específicos, o que nos pode levar a aferir que existe alguma autonomia no que concerne à posse de instrumentos de trabalho. Se atentarmos ainda ao facto de a agricultura, como temos vindo a concluir, ser muito tradicional ou até familiar – como se sugeriu atrás – revela um aspecto positivo já que a capacidade de trabalho endógena tem alguma relevância.
422%
528%
528%
422%
Gráfico 48 - Propriedade dos Instrumentos de Trabalho
Cada mulher é dona dos seus instrumentos de trabalho
Os instrumentos de trabalho pertencem a todo o grupo
São emprestados por outras pessoas/organizações
Não sabe/não responde
A questão posterior consiste na “necessidade de quantas ferramentas de trabalho” dos grupos comunitários nas tabancas. Dentro do conjunto de respostas possíveis, apre-sentadas na grelha de inquérito, era pedido que indicassem a quantidade específica para cada instrumento. O que se verificou, de modo generalizado, foi que a maioria das res-
38
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
postas – maioria esmagadora, importa referir – demonstra a necessidade de ferramentas de trabalho mas não especifica a quantidade, o que é demonstrativo de duas coisas: uma primeira, e a mais óbvia e imediata, a necessidade comum de obter mais ferramentas para o trabalho no campo comunitário; a segunda, e esta de índole mais alargada, a falta de capacidade para se numerar quantitativamente as necessidades, ou seja, existe uma enorme dificuldade, que temos vindo a descrever ao longo do estudo, em, a par da per-cepção das dificuldades, informar de forma detalhada as lacunas existentes na tabanca, o que, naturalmente, dificulta a obtenção de uma visão conceptual, valorativa e empírica das necessidades e obstáculos das tabancas.
L) Dificuldades Sentidas
As dificuldades da produção agrícola não se encontram apenas na falta ou não de ferramentas, apesar de naturalmente, e dentro do contexto especifico das tabancas, ser um elemento de estudo importante. Nesse sentido, procurou-se alargar um pouco mais a discussão e estudo sobre as principais dificuldades, ao colocar-se a questão “Quais as principais dificuldades que encontram na produção agrícola (hortícola/frutícola)?” .
Analisando o Gráfico 49, vamos em primeiro lugar s começar pelas dificuldades com maior frequência de respostas: as opções “falta de ferramentas” (16), “dificuldades no combate às pragas” (16), “dificuldades no acesso à agua” (16), “falta de sementes” (15) e “falta de estacas” são as mais citadas, logo são as dificuldades mais comummente sen-tidas pelas tabancas inquiridas. A falta de ferramentas, de sementes ou de acesso à água influi directamente no volume da produção, fazendo com que a quantidade produzida seja inferior à que potencialmente poderia ser produzida. A dificuldade no combate às pragas é, também uma questão fundamental e constitui um obstáculo enorme, pois pode alterar significativamente a qualidade e quantidade da produção, podendo ser mui-to prejudicial para a estrutura económica, já de si débil, das tabancas.
São também citadas dificuldades de outro tipo: “falta de tempo para plantar”(2), “má qualidade da terra”(2) e “falta de terras disponíveis”(1).
16 16 1615
13
2 21
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Gráfico 49 - Principais Dificuldades encontradas na Produção Agrícola
Dificuldades no Acesso à Água
Dificuldades no combate às Pragas
Falta de Ferramentas
Falta de Sementes
Falta de Estacas
Falta de Tempo Para Plantar
Má Qualidade da Terra
Falta de Terras Disponíveis para Cultivar
N.S./N.R.
39
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Distribuição e Comércio
Este ponto pretende explorar o que acontece aos produtos após a fase de produção: o armazenamento, o tipo de produtos vendidos, os mercados onde estes são vendidos e como são transportados.
A) Armazenamento
Os resultados a seguir apresentados são importantes no sentido de serem demons-trativos da natureza familiar da produção agrícola, se não vejamos: à questão “Onde são armazenados os produtos hortícolas/frutícolas?” (Gráfico 50) 78% respondeu “em casa da família”.
Uma das respostas recai ainda sobre o armazém da família e outra num armazém comunitário.
1478%
15%
16%
211%
Gráfico 50 - Onde são armazenados os produtos hortícolas/frutícolas
Em casa da família
Num armazém da família
Num armazem comunitário
Não sabe/não responde
B) Tipo de Produtos Vendidos
Quanto ao tipo de produtos de que as tabancas dispõem para venda, estes são muito diversos (Gráfico 51), destacando-se o tomate (6) e a cebola (6) como produtos que mais tabancas têm disponíveis para venda.
6
6
3
2
2
2
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0 1 2 3 4 5 6 7
Tomate
Cebola
Alface
Candja
Djagatu
Arroz
Mancarra
Mandioca
Baguitchi
Nhambi
Batata
Feijão
Abóbora
Limão
Banana
Pimenta
Caju
Repoulho
Cenoura
Sukulbembe
Gráfico 51 - Tipo de Produtos para Venda
C) Meios de Transporte Utilizados
Foi colocada, também, na grelha de inquérito a pergunta “Como transportam os produtos hortícolas/frutícolas para vender?” A maior percentagem incide na opção “a pé” com 33,3% (Quadro 4). Este dado compreende duas concepções, a primeira trans-mite a percepção das dificuldades que existem em os produtores estabelecerem planos de negócio, por mais basilares que sejas, devido a dificuldades logísticas; ao mesmo tempo, encontramos paralelismos com outros dados estudados atrás e consubstanciam a noção de economia muito débil e deficitária na Guiné.
Quadro 4 - Como Transportam os Produtos Hortícolas para Vender
Tipo de Transporte Frequência Percentagem
A pé 6 33.3
De canoa 1 5.6
A pé e de carro 1 5.6
Não sabe / Não responde 6 33.3
Pé, Canoa 1 5.6
A pé, de carro e canoa 3 16.7
Total 18 100
D) Mercados de Venda
Tentou, ainda, apurar-se, em que mercados os produtos atrás referidos eram vendi-dos. No entanto, 78% dos inquiridos não respondeu a esta questão, não sendo possível chegar a conclusões relevantes.
Podemos, apesar disso, observar que das 4 tabancas que responderam 3 vendem os produtos em Bissau e 1 delas vende em Buba e Bissau simultaneamente.
317%
15%
1478%
Gráfico 52 - Mercados Onde Vendem os Produtos
Bissau
Buba e Bissau
Não sabe/não responde
E) Dificuldades Sentidas
Quando questionada sobre as dificuldades sentidas ao nível da comercialização dos produtos, mais uma vez a maior parte não respondeu (Gráfico 53). As que responderam citaram dificuldades como: falta de transporte (3), produção insuficiente para venda (2), falta de clientes (1) e o preço elevado dos transportes (1).
3
2
1
1
11
0 2 4 6 8 10 12
Não têm transporte até aos mercados
A produção não chega para se poder vender
Não há clientes para os produtos
O transporte para os mercados é muito caro, não tem espaço para vender no
mercado
Não sabe/não responde
Gráfico 53 - Dificuldades de Venda
FormaçãoNo âmbito de apurar necessidades de formação, segundo a percepção das inquiridas,
foi ainda feita uma questão sobre o tipo de experiências que gostariam de visitar, se fosse possível.
Apenas uma das tabancas inquiridas não respondeu a esta questão. Das 16 tabancas que responderam, 16 gostariam de visitar produções hortícolas e frutícolas, 13 de mul-tiplicação de sementes, 12 gostariam de visitar produções de arroz e 4 de multiplicação de plantinhas.
Esta forte expressão das inquiridas relativamente a esta questão, demonstra que de facto há uma consciência sobre a falta de conhecimento que existe em matéria de técni-cas e práticas produtivas, que poderiam melhorar a produtividade agrícola das tabancas.
16
1213
4
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Gráfico 54 - Tipos de Experiências que Gostaria de Visitar
Produção hortícola e Frutícola
Produção de arroz,
Multiplicação de sementes
Multiplicação de Plantinhas
43
Considerações Finais
O presente estudo reveste uma utilidade concreta imediata, tendo possibilitado um melhor conhecimento em relação à organização comunitária e actividades económicas das populações de dos Sectores de Tite e Fulacunda, que não tinham sido alvo de qual-quer intervenção de desenvolvimento depois da independência, até 2008, ano em que decorre a primeira fase do “Projecto de reforço das organizações comunitárias e das suas iniciativas de apoio às actividades de produção, transformação e comercialização nos Sectores de Tite e Fulacunda”. Irá ser útil quer para todos os actores que estejam ou venham a intervir na região, servindo de base para diagnósticos de necessidades em futuros projectos.
Importa aqui salientar os elementos mais prementes do estudo como a falta de infra-estruturas (estradas de acesso às tabancas, poço melhorado ou mecanizado, lojas ou mercados) e o difícil acesso a serviços de saúde, escolas públicas, meios de comuni-cação e meios de transporte. Estas condições concorrem para o isolamento económico, político e cultural da região.
No que concerne o acesso à informação, é de realçar o papel fundamental desempenhado pelas rádios comunitárias, sendo a rádio o meio de comunicação e in-formação mais difundido nos Sectores em estudo.
As principais actividades económicas são a agricultura, a criação de gado e a
44
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
pesca – tendo em conta que Tite está situado nas margens do Rio Geba e uma parte do Sector de Fulacunda é banhada pelo Rio Grande de Buba.
Cajú e arroz são os principais cultivos, sendo o arroz produzido sobretudo para con-sumo das famílias. Uma parte da produção hortícola e frutícola é para venda, mas não é significativa. A produção é baseada em técnicas rudimentares que limitam a produção em maiores quantidades bem como o potencial gerador de rendimentos.
Aliada à falta de métodos de produção eficazes e de conhecimentos sobre o processo produtivo, há igualmente uma escassez de equipamentos e instrumentos de produção, até para os produtos em que se baseia a actividade agrícola das tabancas.
Os campos comunitários existentes na generalidade das tabancas têm aqui um papel importante porque permitem que a comunidade tenha uma parcela para cultivar (mesmo que sejam produtos para consumo próprio) e alivia de certa forma uma das dificuldades citadas, que é a falta de terrenos para cultivar.
Não foi possível apurar o tamanho destes campos, mas existe um elevado nú-mero de mulheres a trabalhar em cada um, cultivando cada uma a sua parcela.
Os tipos de alimentos que são cultivados nestes são basicamente os mesmos que são cultivados nos campos particulares e as dificuldades são também semelhantes (acesso à água, falta de instrumentos, etc).
Além dos constrangimentos do processo produtivo, estes existem também no que se refere ao armazenamento (sendo este feito nas casas de família), de distribuição (a forma de transporte para venda é feita maioritariamente a pé) e na venda (afastamen-to dos principais mercados e falta de infra-estruturas).
Apesar disso, há uma consciência generalizada, nas comunidades e tabancas de que realmente as actividades económicas poderiam ser melhoradas e dinamizadas com recurso a mais materiais e formação e a novos métodos de combater tanto os fe-nómenos naturais (como as pragas) como as condições passíveis de alteração através de intervenção humana (falta de infra-estruturas, utensílios, informação, etc).
Há, então, noção de que apesar dos elevados níveis de pobreza e das condições
de subsitência que se vivem em zonas mais isoladas, há ainda muito por e para fazer por forma a melhorar a vida das comunidades das tabancas.
45
Glossário
Bagigna, baguitchi, candja, djagatu, nhambi, sukulbembé: diferentes tipos de produtos hortícolas
Bissilão: Khaya senegalensis (nome científico) árvore de grande porte
Bolanha: campo de cultivo de arroz inundado
Candonga: transporte colectivo
Madrassa: escola de aprendizagem em língua árabe
Mancarra: amendoim
Tabanca: aldeia
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Anexos
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Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Anexo I - Croqui de Tite
49
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Anexo 2 - Croqui de Fulacunda
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Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Anexo 3 – Questionário
QUESTIONÁRIO DE LEVANTAMENTO
I – Caracterização do Agrupamento de mulheres
1. Nome do Grupo__________________________________________2. Nome do responsável do grupo______________________________3. CONTACTO do responsável do grupo________________________4. Actividades da Associação _______________________________________5. Data de criação do grupo ___/________________/_________ 6. ESTATUTO__________ 6.1 Legalização Sim____ Não____7. Breve historial da criação do grupo (objectivos, afinidades entre os membros).7.1 Quantos membros tem o grupo? 7.2 Quando formaram o grupo?7.3 Porque decidiram formar o grupo?7.4 Quem pode entrar / fazer parte do grupo?
II Tabanca
1. Nome da Tabanca _________________________________2.Nº aproximado de famílias que vivem na tabanca _________3. Nº aproximado de pessoas que vivem na tabanca ________4. Nº de pessoas por família (aproximado) ________________
5. A Tabanca tem?
Infra-Estruturas Sim Não Que Tipo?Estrada de acesso à tabanca Qual o tipo de estrada de
acesso à tabanca?- Caminho de Terra __- Estrada de Terra __- Estrada de Alcatrão __
Acesso à água Qual tipo de Acesso a água existe na tabanca?
Água do rio __ Poço Tradicional __Poço Tradicional melhorado
__Poço Mecanizado __
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Loja Que produtos a Loja tem para Venda?
Mercado Numa semana quantas vezes há mercado?
Banco de Cereais O Banco de Cereais está a funcionar?
- Sim :__- Não __
Comité do Estado
Mesquita
Polícia
Outras. Quais
___________________
5.1 A tabanca tem escola? Sim__ Não___5.2 Que tipo de escolas estão a funcionar na Tabanca?
Escolas a funcionar na TabancaEscola públicaEscola popular
Escola madrassaOutra. Qual _______________________
5.3 Acesso a cuidados de saúde
Onde fica Como se desloca
Quanto tem-po demora
Tem médico Tem enfer-meira
Tem medica-mentos
Hospital Sempre __
Algumas
vezes __
Raramente __
Nunca __
Sempre __
Algumas
vezes __
Raramente __
Nunca __
Sempre __
Algumas
vezes __
Raramente __
Nunca __
Posto de Saúde
Sempre __
Algumas
vezes __
Raramente __
Nunca __
Sempre __
Algumas
vezes __
Raramente __
Nunca __
Sempre __
Algumas
vezes __
Raramente __
Nunca __
52
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
5.4 Na tabanca há acesso a:
Meios de comuni-cação
Sempre Algumas vezes Raramente Nunca
Telefone Rede de Tele-móvelTelevisão RádioJornalInternet Outro. Qual? ___________
5.5. Quais os meios de transporte disponíveis para deslocações?
Meios de transporte
Todos os dias
Alguns dias por semana
Um dia por semana
Duas vezes por mês
1 vez por mês
Nunca
CandongaBicicletaMoto Carro Canoa CamiãoOutro. Qual? _________
6. Actividades Económicas na Tabanca
6. 1 Quais as actividades económicas que são praticadas pelos moradores da tabanca?
Tipos de actividades Económicas XXAgriculturaPescaCriação de gadoComércioConfecção e costura de roupasConstrução civilArtesanato Transportes
53
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Outra. Qual? _________________
6.2 Das actividades praticadas, quais as que geram mais rendimento para as famílias?
Tipos de actividades Económicas XXAgriculturaPescaCriação de gadoComércioConfecção e costura de roupasConstrução civilArtesanato Transportes Outra. Qual? _________________
6.3 Quais os produtos agrícolas produzidos na tabanca?
Produtos Agrícolas produzidos na tabanca
Meses do ano em que se faz trabalha na produção
A produção é
+ para venda
A produção é + para consumo na família e troca directa por outros produtos?
1. Arroz2. Caju 3 Hortícolas4. Frutícolas 5. 6.
6.4 Que quantidades foram produzidas no último ano, dos produtos?
Produtos Agrícolas produzidos na taban-ca
Quantidade produzida no último ano (estimativa)
1. Arroz2. Caju 3. Hortícolas4. Frutícolas 5. 6.
54
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
6.5 Qual a evolução da produção ao longo dos últimos 2 anos?
Produtos Agrícolas pro-duzidos na tabanca
Tem aumentado Tem diminuído Manteve-se igual
1. Arroz2. Caju 3. Hortícolas4. Frutícolas 5. 6.
6.6 Qual a evolução dos preços ao longo dos últimos 2 anos?
Preços dos produtos agrícolas vendidos
Tem aumentado Tem diminuído Manteve-se igual
1. Arroz2. Caju 3. Hortícolas4. Frutícolas 5. 6.
6.7 No trabalho agrícola, na tabanca, é feita:
Tipos de práticas Sim Não Quais?Multiplicação de sementesEnxertia das plantas (frutas)PesticidasControlo de praga através de métodos naturaisOutros? Quais
6.8 Na tabanca existe:
Equipamentos Sim Não Quais? Quantas?Descascadora de arrozInstrumentos agrícolasMáquinas agrícolas (tractores, etc.)Outras. Quais? ______________
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Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
7. Trabalho em Campo comunitário do Grupo
7.1 O Grupo tem um campo comunitário?Sim __ Não __
7.2 A quem pertence o campo comunitário?
Propriedade do campo de cultivo XX1. É propriedade do grupo2. É propriedade de alguns membros do grupo3. É da comunidade, tendo sido cedido ao grupo 4. É do Estado, tendo sido cedido ao grupo 5. Outro. Qual_________________
7.3 Qual o tamanho aproximado do campo
7.4 Quantas mulheres trabalham no campo comunitário
7.5 Como se organiza o trabalho das mulheres no campo comunitário
Organização do trabalho no campo comunitário XX1. Cada mulher cultiva uma parcela 2.Cada mulher trabalha no campo e depois divi-dem os produtos 3. Outro. Qual___________________
7.6 Quanto tempo trabalham na horticultura?
Tempo de trabalho no campo comu-nitário
Meses de Bolanha Meses sem trabalho na Bolanha
Todos os dias3 dias por semana1 dias por semana2 vezes por mêsMenos de 2 vezes por mês
7.7 Quais os meses do ano em que trabalham na horticultura
56
Estudo Socioeconímico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Multiplicação de plantinhasOutra. Qual?______________________________
Assinatura do Animador Rural do Projecto ________________________Assinatura do Responsável do Grupo________________
7.8 Se fosse necessário, poderiam trabalhar mais horas no campo comunitário?
Sim Quantas mais horas poderiam trabalhar? __Não
7.9 Quais os hortícolas que cultivam no campo comunitário (dizer primeiro os que produzem mais até aos que menos produzem)
Nome do Produto Meses de cultivo Meses de colheita1º2º3º4º5º
7.10 Os produtos produzidos no campo comunitário são para:
Nome do Produto (co-piar os nomes do quadro acima)
Para venda Para troca por outros produtos
Para consumo na família
1º2º3º4º5º
7.11 Fazem multiplicação de sementes?Sim __ Não ___
7.12 Quais as sementes que fazem multiplicação? __________________________
7.13 Fazem multiplicação de plantinhas?Sim __ Não ___
7.14 Quais as plantinhas que fazem multiplicação? __________________________
7.15 Costumam comprar sementes?
Sim Quais as sementes que compram? ______________________________
Onde? ________________________
57
Estudo Socioeconómico das Comunidades de Tite e Fulacunda
Não
7.16Costumam comprar plantinhas?
Sim Quais as plantinhas que compram? ______________________________
Onde? ________________________
Não
7.17 Qual o acesso a água que usam para regar no campo comunitário
Tipo de acesso a água XX Quantos Qual a capacidade de água que têm (estima-tiva)
1. Poço tradicional2. Poço melhorado 3. Fontanário público4. Transporte de água a partir do rio5. Reservatório de água 5. Outro. Qual __________________
7.18 O grupo tem acesso a água ao longo de todo o ano para regar o campo comu-nitário?
Sim __ Não ___
7.19 Se não têm acesso todo o ano, quais os meses em que Não tem agua para irrigar o campo?_______________________________________
7.20 Como adubam a terra?
Tipo de adubos XX Que tipo de adubos Fertilizante naturalFertilizante sintético / químicoNão usa adubos
7.21 Que práticas usa para combater as pragas?
Tipo de combate a pragas XX Que tipo?Pesticidas sintéticosPlantas própriasOutras práticas naturais
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Não usa práticas de combate às pragas
7.22 Quais as ferramentas que usam no trabalho no campo?
Ferramentas XX Quantas têm 1.Catanas2.Enxadas3.Pás4.Ancinhos5.Regadores6.Baldes7. Carrinhos de mão
8.Outro. Qual__________________
7.23 A quem pertencem os instrumentos de trabalho?
Instrumentos de trabalho XX1.Cada mulher é dona dos seus instrumentos de trabalho 2.Os instrumentos de trabalho pertencem a todo o grupo 3.São emprestados por outras pessoas / organi-zações4.Outro. Qual? ________________
7.24 Quais as ferramentas de trabalho de que necessitam?
Ferramentas Quantas1.Catanas2.Enxadas3.Pás4.Ancinhos5.Regadores6.Baldes7.Carrinhos de mão8.9.
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7.25 Quais as principais dificuldades que encontram na produção agrícola (hortíco-las / frutícolas)
Dificuldades XX ObservaçõesFalta de sementesMá qualidade das sementesFalta de estacas Má qualidade das estacas Dificuldades em combater pragasFalta de terras disponíveis para cultivarDiminuição das chuvasMá qualidade da terraDificuldades no acesso a águaFalta de tempo para plantar Falta de ferramentasOutra. Qual? ________________________
7. Distribuição e Comércio dos produtos
7.26 Onde são armazenados os produtos hortícolas / frutícolas?
Local de armazenamento dos produtos XXEm casa da famíliaNum armazém da famíliaNum armazém comunitárioOutro. Qual? _____________________
7.27 Dos produtos que cultivam no campo comunitário, quais são os produtos que vendem?
Nome do Produto Onde vendem Preço de vendaNenhum1º2º
60
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3º4º5º
7.28 Como transportam os produtos hortícolas / frutícolas para vender?
Não transportam
A pé
De Carro
De bicicleta
De camião
De moto
De canoa
Outro. Qual______________
7.29 Quais os mercados onde vendem os produtos?
Mercados Qual o transporte que usam Qual o preço do transporte? Quanto tempo demoram até ao local de venda?
1. Buba
2. Bissau
3.
7.30 Quais as principais dificuldades na venda dos produtos
Dificuldades na venda dos produtos XX
Não têm transporte até aos mercados
O transporte para os mercados é muito caro
Não tem espaço para vender no mercado
A produção não chega para se poder vender
Não há clientes para os produtos
Os produtos ficam estragados no transporte
Outras. Quais? _____________________________
8. Formação
8.1 Se pudesse fazer visitas a outros locais para conhecer experiencias de trabalho em agricultura, que tipos de experiencias gostariam de conhecer?
Tipos de locais a visitar XX
Produção hortícola e frutícola
Produção de arroz
Multiplicação de sementes
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