el mund intelectuao l de hidalgo -...
TRANSCRIPT
EL MUNDO INTELECTUAL DE HIDALGO
Juan HERNÁNDEZ LUNA
HIDALGO Y LA UNIVERSIDAD
H i d a l g o h a sido u n o de nuestros prohombres más discutidos
y combatidos. L o h a sido tanto, que sólo con l a l i teratura que
se h a escrito en su contra podría formarse u n a b ib l io teca de
grandes proporciones. Es cierto que l a h is tor ia se ha i d o en
cargando de deshacer las ca lumnias y de arraigar su personali
d a d cada vez más en l a conciencia n a c i o n a l , pero todavía
q u e d a n algunos cargos que, a j u i c i o de muchos, n o se h a n d i
l u c i d a d o con p l e n a satisfacción. E n t r e ellos deseo destacar
a q u í e l que acusa a H i d a l g o de fa l ta de personal idad acadé
m i c a , de fal ta de personal idad inte lectual .
Rec ién i n i c i a d a l a revolución de Dolores , u n doctor de l a
R e a l y P o n t i f i c i a U n i v e r s i d a d de M é x i c o escribe, con el t ítulo
de El Anti-Hidalgo, dieciséis cartas en contra de d o n M i g u e l
H i d a l g o y C o s t i l l a , y en u n a de ellas (en l a décima) declara
q u e l a U n i v e r s i d a d debería q u i t a r l e hasta e l título de bachi
l l e r , p o r q u e n o merecía estar " n i debaxo de las gradas p o r
d o n d e corren los albañales y se expelen las i n m u n d i c i a s " . 1
E n otro documento de l a época, en los Diálogos entre Fi-
lópatro y Acéralo, escritos p o r otro doctor de esa U n i v e r s i d a d ,
se asegura que l a insurrección de l 16 de septiembre de 1810
está condenada a l fracaso, f u n d a m e n t a l m e n t e porque H i d a l
go, su p r i n c i p a l jefe, es u n s imple c u r a s in prestigio acadé
m i c o , a q u i e n l l a m a n " d o c t o r " s in serlo, esto es, s in haber
o b t e n i d o ese t í tulo de l a U n i v e r s i d a d . " ¡ Q u é D o c t o r n i qué
calabaza! , . . N o h a creado l a U n i v e r s i d a d de M é x i c o monstruo
de esa clase. . . " 2
E l 1° de octubre de 1810, e l entonces R e c t o r de l a R e a l
y P o n t i f i c i a U n i v e r s i d a d de México , v i e n d o que en los papeles
públ icos se d a b a a H i d a l g o e l t í tulo de " d o c t o r " , ordenó que
se registrara e l archivo de l a secretaría y los l ibros en que era
costumbre asentar los grados mayores; si e l cura de Dolores
158 JUAN HERNÁNDEZ LUNA
había r e c i b i d o de l a U n i v e r s i d a d el t í tulo de Doctor , era nece
sario que se le "depusiese y borrase el grado"; en caso de no
estar graduado en e l la , había que supl icar al V i r r e y que, a
nombre de ese i lustre claustro, se ordenara hacer c i r c u l a r l a
not ic ia p o r m e d i o de l a Gaceta y e l Diario, para que entendie
r a el públ ico que "hasta ahora l a U n i v e r s i d a d tiene l a g l o r i a
de n o haber m a n t e n i d o en su seno, n i contado entre sus i n d i
viduos, s ino vasallos obedientes, fieles patriotas y acérrimos
defensores de las autoridades y t r a n q u i l i d a d públ ica" . 3
P o r l o que respecta a H i d a l g o , parece que no tenía u n a
opinión m u y favorable de l a R e a l y P o n t i f i c i a U n i v e r s i d a d de
México, según se desprende de las escasas noticias que a este
respecto poseemos. E n e l escrito en que d o n M a n u e l de F l o
res, i n q u i s i d o r fiscal d e l Santo O f i c i o , f o r m u l a c incuenta y
tres cargos contra H i d a l g o , le acusa de haber i n j u r i a d o y de
nigrado a los "beneméritos graduados" en l a U n i v e r s i d a d ,
pues tuvo l a osadía de decir "que no se había graduado de
D o c t o r en esta R e a l U n i v e r s i d a d , p o r ser su claustro u n a qua-
d r i l l a de ignorantes" . 4
E n l a contestación de H i d a l g o a los cargos hechos p o r e l
edicto de l a Inquisición, declara que es m e n t i r a que haya d i
cho que n o se había g r a d u a d o de doctor en la R e a l U n i v e r s i
d a d p o r ser su claustro u n a c u a d r i l l a de ignorantes. C u a n d o
intentó hacerlo, dice, " l o frustró l a muerte de m i padre y
después no insistí en hacerlo, porque tomé la resolución de
n o graduarme, p o r q u e n o pretendía colocación que lo exi
giera. L o que n o podré negar es que en u n a conversación
dige que si en M é x i c o se h i c i e r a n los actos l i terarios como e n
l a Sorbona, donde p a r a Doctores se presentan con todas las
teologías, dogmática, polémica, escolástica, m o r a l , con l a B i
b l i a , con l a h i s t o r i a eclesiástica, y con los diez y ocho C o n c i
lios Generales p o r l o menos, p u d i e r a haber menos doctores, o
haría que algunos estudiaran más para igualar a otros de este
nuestro claustro que n a d a h a n deseado a los de la S o r b o n a " . 5
D e los testimonios anteriores se desprende que p a r a los
ilustres doctores de l a R e a l y P o n t i f i c i a U n i v e r s i d a d de Mé
xico , H i d a l g o n o tenía u n a p e r s o n a l i d a d univers i tar ia genui-
n a y p o r lo m i s m o se le juzgaba fuera d e l ambiente académico
o f ic ia l establecido p o r e l c laustro de esa U n i v e r s i d a d , enton
ces el foco de c u l t u r a de m a y o r prestigio no sólo en l a N u e v a
EL MUNDO INTELECTUAL DE HIDALGO 159
España, s ino e n toda l a América h ispana . P a r a ellos H i d a l g o
n o era u n univers i tar io de l t i p o t r a d i c i o n a l , de los que aque
l l a u n i v e r s i d a d acostumbraba preparar . H i d a l g o , por su par
te, parece q u e no concedía i m p o r t a n c i a m a y o r a l a R e a l y
P o n t i f i c i a U n i v e r s i d a d de México, p o r q u e a l cr i t icar los "ac
tos l i t e r a r i o s " q u e e l la acostumbraba real izar p a r a otorgar los
grados académicos, deja entrever que a q u e l l a casa de estudios
era y a en esos años u n a fábrica de doctores, que dispensaba
estos títulos a manos llenas.
S i H i d a l g o , a j u i c i o de sus enemigos los realistas, no era
u n u n i v e r s i t a r i o de l t ipo de los preparados p o r l a R e a l U n i
vers idad, ¿quiere decir esto que carecía de auténtica c a l i d a d
univers i tar ia? ¿No cabe más b i e n decir que, a l ser r e p u d i a d o
de a q u e l ambiente o f i c i a l p o r n o ser vasal lo obediente y acé
r r i m o defensor de las autoridades, es p o r q u e H i d a l g o era en
e l f o n d o u n univers i tar io diferente o de nuevo cuño? Y si
H i d a l g o crit icó ios actos l i terarios de l a P o n t i f i c i a U n i v e r
s i d a d en l a f o r m a que se ha visto, ¿fué p o r q u e se consideraba
c o m o u n u n i v e r s i t a r i o d is t into de aquellos señores celosos de
sus insignias académicas? L a tesis que me p r o p o n g o demos
trar a cont inuación es que H i d a l g o era u n univers i tar io
n u e v o .
L A CARRERA ACADÉMICA DE H ID ALGO
¿Qué h a b í a n estudiado aquellos universi tar ios de toga
y b irrete que H i d a l g o n o estudiara? C o m o ellos, hace p r i m e r o
u n curso de Retór ica (1765-1767) bajo l a dirección del P. José
A n t o n i o B o r d a en el C o l e g i o de los jesuítas de San Francisco
Javier de V a l l a d o l i d , hoy M o r e l i a , donde años antes había
enseñado filosofía a l célebre h u m a n i s t a Francisco Jav ier C l a -
vigero, según se desprende de l a carta que le escribe e l P. N i
colás desde Querétaro: "deseo a V . m u c h a salud, y gusto con
e l Verbum Aristotelis..6
C o m o ellos, hace en seguida u n curso de Artes o de F i l o
sofía (1767-1770) en e l C o l e g i o de San Nicolás, también de
V a l l a d o l i d , con el b a c h i l l e r d o n José J o a q u í n Menéndez V a l -
dés, q u i e n dice haber enseñado ese curso conforme a l a "doc
t r i n a d e l A n g é l i c o D o c t o r Santo T o m á s " . 7 H i d a l g o presenta
luego su e x a m e n de grado de B a c h i l l e r en Artes (30 de marzo
160 JUAN HERNÁNDEZ LUNA
de 1770) en l a R e a l y P o n t i f i c i a U n i v e r s i d a d de México . H a y
que señalar que durante su curso de Artes se dist inguió como
b u e n estudiante, como l o p r u e b a el "acto de física" que
sustentó a su regreso a V a l l a d o l i d y que mereció que su maes
tro l o d i s t i n g u i e r a con el p r i m e r lugar, así como también e l
hecho de que f i g u r a r a como presidente de las "academias"
de sus condiscípulos.
T a m b i é n como ellos, hace u n curso de T e o l o g í a (1771-
1773) en e l C o l e g i o de San Nicolás y presenta su examen p a r a
obtener e l grado de B a c h i l l e r en T e o l o g í a en la R e a l y P o n t i f i
cia U n i v e r s i d a d de M é x i c o (24 de mayo de 1773). Seguramente
H i d a l g o manifestó ampl ios conocimientos en su examen, por
que mereció l a distinción de repl icar a l día siguiente en e l
examen que sus compañeros presentaron con e l m i s m o obje
to. 8 D e regreso sustentó u n acto de l a Prelecciones d e l P. Se-
rry, que e l C o l e g i o de San Nicolás dedicó a l doctor y maestro
J u a n Ignacio de l a R o c h a .
H a s t a aquí H i d a l g o h a estudiado todo lo que l a R e a l y
P o n t i f i c i a U n i v e r s i d a d de México exigía a u n estudiante que
aspiraba a graduarse en e l doble bachi l lerato de artes y
teología. L o que ya no hace es graduarse de doctor. E l histo
r iador A l a m á n dice que no lo hizo porque a l pasar p o r M a -
ravatío perdió en e l juego los "cuatro m i l pesos" que l levaba
para e l pago de los honorar ios que l a U n i v e r s i d a d exigía
por ese concepto. 9 P e r o esto no es verdad; según se h a visto, e l
p r o p i o H i d a l g o declara que no se doctoró p o r q u e l a muerte
de su padre se lo impidió y luego porque " n o pretendía colo
cación que lo e x i g i e r a " .
P o r lo demás, l a fa l ta de doctorado n o fué óbice p a r a pro
seguir su carrera de univers i tar io . Su condición de b a c h i l l e r
le permitió aspirar a u n a de las "becas de oposición" en el
Coleg io de San Nicolás; l a obtuvo después de u n examen
en el que demostró conocimientos m u y superiores a los de sus
opositores. Esta beca le permit ió f igurar entre e l núcleo
más selecto de intelectuales d e l C o l e g i o de San Nicolás y
disfrutar de los pr iv i leg ios de pres id ir las academias de filó
sofos y teólogos, e x a m i n a r anualmente a los demás colegia
les, sust i tu ir a los profesores que p o r enfermedad o a l g u n a
otra causa fa l taban a sus clases y ayudar a l V icerrector en ce
lar durante las horas de estudio.
EL MUNDO INTELECTUAL DE HIDALGO 161
N o se g r a d u ó de doctor, pero esto n o le i m p i d e hacer u n a
b r i l l a n t e carrera docente de bachi l ler . P r i m e r o f i g u r a como
"maestro de mínimos y menores" (1779) en e l C o l e g i o de San
Nicolás, luego de Artes o Filosofía (1781), después de T e o l o
gía escolástica (1783), y f inalmente de P r i m a de T e o l o g í a
(1788). T a m p o c o i m p i d e que sus superiores l o d i s t i n g a n con
los cargos de tesorero (1787), de secretario (1788), de vice
rrector (1788) y de rector (1792) de l p r o p i o C o l e g i o de San
Nicolás. N o era doctor, pero h a b l a b a y escribía varios id io
mas: el latín, e l francés, e l i ta l iano , e l otomí, e l náhuat l y e l
tarasco. H a b í a predicado varios sermones panegíricos, mora
les y doctrinales, t r a d u c i d o de l latín l a Epístola del Doctor
Máximo San Jerónimo a Nepociano, añadiéndole algunas
notas para su m a y o r inte l igencia , y compuesto dos disertacio
nes sobre el verdadero método de estudiar Teología escolásti
ca, u n a l a t i n a y otra castellana.
C o m o se ve, toda l a carrera académica de H i d a l g o pre
senta u n r i t m o ascendente y fué, como dice e l doctor D e l a
Fuente , "br i l lant ís ima". S i n tener el t í tulo de doctor, H i d a l
go vale tanto como e l más i lustre de aquellos doctores de
bonete con borlas de l a R e a l y P o n t i f i c i a U n i v e r s i d a d de Mé
x i c o . Existe , s i n embargo, u n a di ferencia, p o r cierto enorme,
entre e l u n i v e r s i t a r i o nicolaíta H i d a l g o y aquellos universita
rios de insignias académicas. Esta di ferencia es l a siguiente.
L a c u l t u r a , e l saber de los que pasaban p o r ser los más
ilustres varones de l a P o n t i f i c i a U n i v e r s i d a d M e x i c a n a tenía
u n carácter de l u j o , de adorno, de ornato inte lec tua l , de ocio
académico. E n el prólogo a l a segunda edición de las Cons
tituciones de l a U n i v e r s i d a d se d a n o t i c i a de algunos de esos
doctores que se tenían p o r insignes. ¿Por qué l o eran? U n o
de ellos, d o n A n t o n i o Calderón, l o era p o r su felicísima me
m o r i a ; leía u n l i b r o y en seguida lo vendía, p o r q u e "recordaba
los lugares y hasta las páginas". O t r o , d o n A n t o n i o A d a r de
M o s q u e r a , l o era p o r q u e e n u n concurso "predicó repenti
namente en castellano, mexicano, coconeco y angolano" . U n
tercero, d o n P e d r o de Paz Bazconcelos, lo era porque , siendo
ciego de n a c i m i e n t o , aprendió, con sólo oír, Retórica, F i l o
sofía, T e o l o g í a y J u r i s p r u d e n c i a , con ta l perfección, que
o p o r t u n a m e n t e c i taba autores, lugares y a u n páginas. F i n a l
mente, d o n Franc isco N a r a n j o se consideraba insigne porque
102 JUAN HERNÁNDEZ LUNA
dictaba de m e m o r i a a l a vez a cuatro amanuenses otros tan
tos p u n t o s del Maestro de las Sentencias, y p o r q u e en u n
concurso d i j o de m e m o r i a u n extenso artículo de l a Suma
teológica de Santo T o m á s , comentándolo y expl icándolo de
verbo ad verbum p o r espacio de dos h o r a s . 1 0
H i d a l g o se dist ingue de estos monstruos universitarios, de
esta f a u n a de sabios de muceta y capucha, de pasmosa memo
r i a y de n o menos pasmosa erudición, p o r u n a cosa a l parecer
senci l la : p o r q u e e n él l a c u l t u r a , e l saber, e l conocimiento
a d q u i r i d o t ienen u n a misión, u n destino: e l destino y l a m i
sión de c o n t r i b u i r a l perfeccionamiento de l h o m b r e y de las
inst i tuciones que sirven a l hombre; destino y misión de trans
f o r m a r y de perfeccionar l a sociedad y l a p a t r i a en donde se
nace y se vive.
D u r a n t e su estancia de veintisiete años en e l C o l e g i o de
San Nicolás, H i d a l g o adquiere u n a g r a n capacidad teórica,
u n r i c o e q u i p o de técnicas mentales, u n excelente instrumen
ta l de ideas, u n vasto saber con que hacer frente a los proble
mas de su marco histórico. Pero a l m i s m o t iempo adquiere
u n a g r a n capacidad práctica, de realización, de modificación
y transformación de l a r e a l i d a d c i rcundante . Esta congruen
cia entre teoría y práctica, entre saber y rea l idad , entre cono
c i m i e n t o y v i d a , es lo que dist ingue a l univers i tar io nicolaíta
H i d a l g o de aquellos universitarios de capelo y g o l i l l a de l a
P o n t i f i c i a U n i v e r s i d a d M e x i c a n a . T e o r í a s in práctica es di le
tantismo, ocio, ornato, l u j o , pasatiempo, recreo. Práctica s in
teoría es improvisación, audacia, desconcierto, t i tubeo, con
fusión que acaba en escepticismo y en fracaso. E n e l universi
tario, e n e l in te lec tua l H i d a l g o se d a n ambas capacidades,
maravi l losamente compenetradas. Su gran di ferencia respecto
de aquel los doctores r a d i c a en que supo vertebrar su vasto
saber con l a germinación n a c i o n a l que ya bul l ía en e l seno
de l a N u e v a España; supo f u n d i r su lúcida c u l t u r a con aque
l l a m e x i c a n i d a d que ya empezaba a d i b u j a r sus contornos.
P o r eso puede hablarse con p r o p i e d a d de u n " m u n d o intelec
tua l de H i d a l g o " , de u n m u n d o p r o p i o de ideas, de u n m u n
do i n t e l e c t u a l forjado, construido p o r él m i s m o , que no en
contramos en los doctores, n i s i q u i e r a en los que pasaban
p o r más ilustres y representativos de l a R e a l y P o n t i f i c i a U n i
versidad M e x i c a n a ,
EL MUNDO INTELECTUAL DE HIDALGO 163
E L MUNDO DEL REFORMADOR UNIVERSITARIO
E n el m u n d o inte lec tua l de H i d a l g o podemos señalar u n a
p r i m e r a época, l a c o m p r e n d i d a entre e l año de 1782, en que
l l e g a a l a cátedra de T e o l o g í a escolástica en e l C o l e g i o de
S a n Nicolás, y e l de 1792, en que p o r orden superior aban
d o n a el C o l e g i o p a r a hacerse cargo d e l curato de C o l i m a . E n
tre estas dos fechas hay que colocar l a de 1784, que es e l año
e n que el deán de l a C a t e d r a l de V a l l a d o l i d , doctor d o n J o -
seph Pérez C a l a m a , convoca a todos los teólogos y estudiantes
de aquel la c i u d a d a u n concurso sobre el mejor método de
estudiar teología, ofreciendo como p r e m i o doce medal las
de p la ta a l que presentara, en latín y en castellano, l a más
b i e n pensada disertación. Sabemos que H i d a l g o part ic ipó en
a q u e l concurso y ganó e l p r e m i o con u n a Disertación sobre
el verdadero método de estudiar Teología escolástica, cuyo
texto fué p u b l i c a d o p o r p r i m e r a vez, según el test imonio que
nos ofrece d o n Francisco Banegas G a l v á n en su Historia de
México, en l a Gaceta Oficial de Michoacán en el año de 1885
o en el de 1886. 1 1 P o r e l contenido de esta disertación sabe
rnos que e l m u n d o inte lec tua l en que p o r entonces se movía
L l i d a l g o era e l de l a re forma académica, e l de l a r e f o r m a de
los métodos, de los textos, de l a orientación y contenido de l a
enseñanza. H i d a l g o vive entonces preocupado p o r transfor
m a r los usos tradicionales y r u t i n a r i o s de l a enseñanza de
l a teología en su C o l e g i o .
P o r los nombres que H i d a l g o c i ta en su Disertación se
puede juzgar hasta qué p u n t o estaba capacitado teóricamen
te p a r a e m p r e n d e r esa r e f o r m a de los estudios teológicos de
su t iempo. E n t r e ellos están Anaxágoras, L e u c i p o , Aristóte
les, Pitágoras, Séneca, Cicerón, V i r g i l i o , y además T e r t u l i a
n o , D i o n i s i o A r e o p a g i t a , San A n a c l e t o , e l P a p a A n i c e t o , San
C l e m e n t e , San C i p r i a n o , San A m b r o s i o , San Agust ín, Cle
mente V I , San Dámaso, J u a n I I I , N o t k e r L a b e o , Santo T o
más de A q u i n o , D a v i d de Dinando, G r e g o r i o I X , Inocencio
I I I , J u a n X X I , J u a n X X I I , P ío I I , J u a n Gersón, C l e m e n
te V I I , G e r a r d o V o s i o , M e l c h o r C a n o , Salmerón, S i r m o n d , e l
C a r d e n a l A g u i r r e , e l P. G o n e t , Feijóo y muchos otros.
H i d a l g o emprende u n a crítica de l a o b r a teológica del
d o m i n i c o francés J u a n B a u t i s t a G o n e t , Glypeus Theologiae
104 JUAN HERNÁNDEZ LUNA
Thomisticae, que entonces servía de texto en e l C o l e g i o de
San Nicolás. Apenas acabamos el curso de Artes, escribe H i
dalgo en su disertación, " c u a n d o nos hal lamos con el G o n e t
e n l a m a n o , y se nos persuade que n o hay más T e o l o g í a que
l a que está contenida en sus c inco tomos". Y , s in embargo,
esta o b r a contiene algunos defectos que " p a r a u n teólogo me
parecen m u y substanciales, y m u c h o más h a b i e n d o de servir
como de c a r t i l l a a los p r i n c i p i a n t e s " . Estos defectos son: l a
suma p r o l i j i d a d con que trata las cuestiones, a l grado de que
l o que e l autor diserta en dos pliegos l o podía decir en dos
planas; e l abuso de las formas escolásticas, que hace que se
p i e r d a m u c h o t iempo en las aulas; l a introducción de muchas
cuestiones filosóficas inútiles: si se entresacaran todas ellas de
los c inco tomos, apenas se podría f o r m a r u n tomo de sustan
cia; l a fa l ta de his tor ia y los pecados o faltas contra l a verdad
histórica, que l l e v a n a l estudiante a a d m i t i r fábulas como
a q u e l l a de que César ofreció a l oráculo de A p o l o u n sacrifi
cio de c i e n víctimas, cuando l a verdad es que César jamás
fué a G r e c i a y p o r l o m i s m o n o p u d o consultar e l oráculo
personalmente; y l a fa l ta de crítica, que l leva a l autor a ad
m i t i r como genuinos l ibros que según todos los críticos son
apócrifos: así, "todas las pruebas" históricas que G o n e t pre
senta p a r a demostrar que C r i s t o instituyó en l a noche de l a
cena e l sacramento de l a confirmación y que es n u l a l a consa
gración de u n obispo si n o c o n c u r r e n otros tres están tomadas
de l ibros apócrifos.
Después de refutar los errores o deficiencias contenidos
en e l texto teológico de G o n e t , H i d a l g o juzga que son u n
"obstáculo a l aprovechamiento de l a j u v e n t u d " , y que p o r lo
m i s m o ese texto debe sustituirse p o r otro más m o d e r n o y de
orientación más posi t iva , como p o r e jemplo e l de " G o t t i ,
B e r t i u otro que se juzgue más a propósito" .
P e r o su p r o g r a m a de r e f o r m a u n i v e r s i t a r i a n o se agota
en l a p u r a crítica de l texto de G o n e t y e n p r o p o n e r su susti
tución p o r otro mejor. Esta crítica es sólo accidental en su
p r o g r a m a reformista, p o r q u e l o que en r e a l i d a d se propone
c o m o f u n d a m e n t a l es c a m b i a r l a orientación escolástica que
p r e d o m i n a b a en los estudios teológicos de a q u e l l a época en l a
N u e v a España. E n este aspecto su r e f o r m a no es ya local ,
s ino que reviste proporciones nacionales. L a T e o l o g í a esco-
EL MUNDO INTELECTUAL DE HIDALGO 165
lástica, dice H i d a l g o en su disertación, debe seguirse estu
d i a n d o e n México , pero es preciso que se haga de m o d o útil .
H a y u n a Escolástica común, f u n d a d a en las opiniones o "for
mas sustanciales y accidentales" de Aristóteles, que introduce
m i l cuestiones inútiles, que n o trata s ino " u n a u otra cuestión
de d o g m a " y que emplea " todo e l t i e m p o en sofismas y me
tafísicas". E s t a Escolástica, s inónimo de lucubraciones embro
l ladas y estériles, d o m i n a b a entonces en los centros educativos
de l a N u e v a España y es l a que H i d a l g o rechaza dic iendo que
los mejores teólogos l a h a n condenado p o r inúti l , y que "los
C o n c i l i o s y los Papas p r o c u r a r o n e x t e r m i n a r l a y dejarla se
p u l t a d a en sus mismas cunas". A l lado de e l la existe l a Esco
lástica metódica, "acomodada a l uso de l a Escuela, con argu
mentos y respuestas p o r e l m o d o dialéctico"; l a escolástica en
este sentido es u n mero método de exposición dialéctico y or
denado, e H i d a l g o l a juzga aceptable.
L o que H i d a l g o p r o p o n e que se haga con l a Escolástica
es v a c i a r l a de su contenido t r a d i c i o n a l y conservar su solo
n o m b r e ; p r o p o n e que se rechace l a escolástica en cuanto a su
c o n t e n i d o filosófico-teológico d o c t r i n a l y se a d m i t a sólo en
c u a n t o a su f o r m a metódica y ordenada, esto es, propone que
se conserve de l a escolástica sólo su corteza: e l método dia
léctico, l a f o r m a didáctica.
E l "verdadero m é t o d o " que h a de servir a l estudio de l a
T e o l o g í a , dice H i d a l g o , debe consistir en " j u n t a r l a escolásti
ca [considerada como método didáctico] con l a pos i t iva" . ¿Qué
ent iende H i d a l g o p o r " T e o l o g í a p o s i t i v a " , es decir, p o r l a
teología que acepta y p r o p o n e como base de su reforma aca
démica? " E s l a T e o l o g í a —dice— u n a c iencia que nos muestra
l o que es D i o s en sí, e x p l i c a n d o su naturaleza y sus atributos,
y l o que es en cuanto a nosotros, e x p l i c a n d o todo lo que h izo
p o r nuestro respeto y p a r a conducirnos a l a b ienaventuranza" .
Y ¿cómo podemos saber de Dios? S iendo " D i o s u n objeto en
teramente insensible y super ior a toda inte l igenc ia creada, n o
podemos saber de su M a j e s t a d sino l o m i s m o que se h a dig
n a d o revelarnos". Pero lo que se h a d i g n a d o revelarnos sólo
podemos saberlo p o r e l estudio de las Escrituras y de l a tra
dición apostólica. P a r a u n a perfecta i n t e l i g e n c i a de éstas hace
f a l t a conocer l a d o c t r i n a de los Padres, l a d o c t r i n a de los C o n
ci l ios , l a h is tor ia , l a cronología, l a geografía y l a crítica.
106 JUAN HERNÁNDEZ LUNA
E n esta T e o l o g í a posi t iva , que Hidalgo propone como
f u n d a m e n t o de su re forma de los estudios teológicos, encon
tramos desde luego u n a a c t i t u d anti-metafísica. Q u i e r e que
l a enseñanza n o tenga u n c o n t e n i d o o u n a orientación meta
física, p o r q u e l a metafísica es p a r a él u n a " p a l a b r a despec
t iva y casi sinónima de sofisma, de lucubraciones embrol ladas
y estéri les" . 1 2 Encontramos también en esta reforma u n a acti
t u d agnóstica, o p o r lo menos fideísta, que hace pensar que
H i d a l g o desea que l a enseñanza se oriente —como l o hace
notar d o n G a b r i e l Méndez Planearte— conforme a l a doctr i
n a de G u i l l e r m o de O c k a m , " p a r a q u i e n l a razón h u m a n a ya
n o era capaz de demostrar l a existencia, n i m u c h o menos los
atributos de D i o s " . 1 3
F i n a l m e n t e , H i d a l g o quiere acabar con la estrechez de
horizontes culturales en que vivía encerrado el estudiante
de T e o l o g í a en l a N u e v a España, ampliándolo con el cono
c i m i e n t o directo de las Escri turas, de l a tradición, de l a doc
t r i n a de los Padres de l a Iglesia, de los Conci l ios , de l a histo
r i a , de l a cronología, de l a geografía y de l a crítica. E n otros
términos, quiere con su r e f o r m a colocar los estudios teológi
cos de l a N u e v a España a l a a l t u r a de los que existían en las
más célebres universidades d e l m u n d o .
U n re formador univers i tar io , u n reformador académico,
esto fué H i d a l g o durante l a p r i m e r a época de su m u n d o inte
lectual . Quienes en M é x i c o h a n v e n i d o h a b l a n d o hasta hoy
de re forma univers i tar ia , n o parecen haberse dado cuenta de
que en H i d a l g o está u n a de las raíces más hondas de l a nueva
U n i v e r s i d a d m e x i c a n a , como tampoco parecen haber adverti
d o que las otras raíces están en Díaz de G a m a r r a , en Álzate,
en Barto lache y e n Fernández de L i z a r d i . E l m i s m o Justo
Sierra, que tan b u e n ol fato tenía p a r a l a historia , n o parece
haber lo advert ido, cuando en 1910 erige, sobre los escombros
de l a U n i v e r s i d a d c o l o n i a l m e x i c a n a , l a U n i v e r s i d a d N a c i o
n a l de México .
E L M U N D O D E L T E Ó L O G O " L U D E N S "
E n e l m u n d o i n t e l e c t u a l de H i d a l g o es posible d i s t i n g u i r
u n a segunda época, l a c o m p r e n d i d a entre 1792 y 1803. L a
p r i m e r a fecha m a r c a e l m o m e n t o en que H i d a l g o , p o r acuer-
EL MUNDO INTELECTUAL DE HIDALGO 167
d o super ior , sale de l Co leg io de San Nicolás, en donde había
v i v i d o veintis iete años y se hace cargo de l curato de C o l i m a ,
d o n d e sólo d u r a ocho meses. L a segunda fecha señala el año
e n q u e H i d a l g o deja a su h e r m a n o José Joaquín e l curato
de S a n F e l i p e T o r r e s Mochas , e n donde l levaba once años, y
pasa a l a p a r r o q u i a de Dolores. ¿Cuál es su m u n d o inte lectual
d u r a n t e estos once años? A p a r e n t e m e n t e H i d a l g o no tiene en
esta época v i d a intelectual . Sus biógrafos c o i n c i d e n en decir
q u e pasó esos años entregado a organizar reuniones, fiestas,
días de c a m p o y toda clase de diversiones; que pasaba las no
ches j u g a n d o a l tresil lo, a l mus, a l a m a l i l l a y b a i l a n d o a l son
de l a orquesta. Son años en que se h a b l a d e l H i d a l g o aficio
n a d o a l a fiesta taur ina , de l ganadero de reses bravas y d e l
a m i g o de los toreros L u n a y M a r r o q u í n . Son años en los que
se m u r m u r a de su inclinación a las mujeres y sus relaciones
c o n l a g u a p a moza Josefa Q u i n t a n a , de las cuales nacieron
sus hijas M i c a e l a y María.
H a y , s i n embargo, en estos años de aparente ocio f r ivo lo ,
u n m u n d o inte lec tua l en e l que H i d a l g o vive. Es u n m u n d o
alegre, risueño, festivo, franco, c o m u n i c a t i v o , "chancero" , como
d i c e n A l a m á n y D e l a Fuente que era e l carácter de H i d a l g o en
estos años. E n este m u n d o , H i d a l g o sigue siendo el teólogo,
p e r o n o e l teólogo académico que años antes había enseñado
e n las aulas de San Nicolás l a Suma teológica de Santo T o
más, s ino e l teólogo de t e r t u l i a , b r o m i s t a y juguetón. E n l a
v i d a i n t e l e c t u a l de H i d a l g o en esta época sigue estando pre
sente l a T e o l o g í a , pero ahora es u n a teología lúdica, jugue
t o n a ; H i d a l g o juega con l a teología como juega e l jugador;
discute las cuestiones teológicas con l a a c t i t u d y el ánimo d e l
j u g a d o r . Es u n teólogo ludens, u n j u g a d o r de teología.
U n e j e m p l o elocuente de esta teología l o tenemos en l a
discusión que sostuvo e n casa d e l c u r a de T a j i m a r o a con los
mercedarios J o a q u í n H u e s c a y M a n u e l Estrada. Se dice que
estando H i d a l g o en l a mesa y hac iendo uso de su "genio chan
cero" , trató de p r o b a r los talentos d e l padre Estrada; tomó
l a Historia eclesiástica d e l A b a t e F l e u r y y, traduciéndola de l
i t a l i a n o , sostuvo que " D i o s n o castiga en este m u n d o con pe
nas temporales"; esto dió or igen a u n a acalorada discusión,
q u e se generalizó entre los comensales y en l a que terciaron
p r i n c i p a l m e n t e los mercedarios, quienes, i rr i tados p o r l a dis-
168 JUAN HERNÁNDEZ LUNA
cusión, l o d e n u n c i a r o n días después ante e l C o m i s a r i o de
V a l l a d o l i d .
E n e l cuerpo de l a d e n u n c i a , presentada p o r fray Joa
quín H u e s c a e l 16 de j u l i o de 1800, H i d a l g o aparece como
u n lector de l a Historia eclesiástica de F leury , de las fábulas
de L a F o n t a i n e , d e l Corán de M a h o m a y de varios autores
tenidos p o r jansenistas, y se le presenta discut iendo y hacien
d o travesuras teológicas sobre los Apóstoles, Santa Teresa , l a
V i r g e n , los Papas, las Sagradas Escrituras, l a Iglesia y e l San
to O f i c i o . D e los Apóstoles, según el denunciante , H i d a l g o
sostuvo en a q u e l l a discusión que " f u e r o n unos ignorantes,
p r i n c i p a l m e n t e San Judas p o r q u e d i jo : los pecadores son como
las nubes sin agua, s in darse cuenta que jamás se h a n visto n u
bes sin agua". D e Santa Teresa, que era u n a " i l u s a , p o r q u e
como se azotaba, a y u n a b a m u c h o y n o dormía, veía visiones, y
a esto l l a m a b a n revelación". D e los sacerdotes, que enseña
b a n l a m o r a l cr is t iana s i n p r i n c i p i o s , "pues si todos t u v i e r a n
unos mismos, todos sacaran unas mismas penitencias respecto
a unos mismos pecados, l o que jamás sucede". D e l Mesías,
que en " t o d o e l A n t i g u o T e s t a m e n t o n o se h a l l a u n a propo
sición c u m p l i d a " respecto a su venida , que n i n g u n o de los
textos p r u e b a que "hubiese v e n i d o " , y que tampoco consta
en el texto o r i g i n a l de l a E s c r i t u r a que haya v e n i d o . D e l a
V i r g e n , que de l a E s c r i t u r a n o se puede i n f e r i r c laramente
l a i n t e g r i d a d de su Concepción, ya que e l "texto de Isaías:
Ecce Virgo concipiet et pariet, n o p r u e b a nada, p o r q u e en e l
texto hebreo no había ta l voz Virgo, s ino l a voz Corrupta,
que s ignif ica m u j e r c o r r o m p i d a " . D e l a B i b l i a , que se estudia
"de rodi l las y con devoción, debiéndose estudiar con l iber
tad de e n t e n d i m i e n t o p a r a d i s c u r r i r lo que nos parezca, s in
temor a l a Inquis ic ión" . D e l a fornicación, que " n o es peca
do, como comúnmente se cree, s ino u n a evacuación n a t u r a l " ,
y que tampoco son pecado los "tactos i m p u r o s " , n i l a " p o l u -
lación (sic) p r o v o c a d a " , pues es u n a " m a t e r i a que n o h a de
sal ir p o r los ojos, n i p o r los oídos, n i p o r l a boca" . D e D i m a s ,
que " n o hay certeza de que esté e n e l cielo, pues a l o mejor
e l b u e n ladrón fué Gestas". D e los Reyes Magos, que " n o hay
certeza de quiénes f u e r o n " , " n i cómo habían v e n i d o " y que
es u n a " v u l g a r i d a d el creer l a concurrencia de l buey y l a
mula en e l n a c i m i e n t o " . D e las ceremonias de l a Iglesia, que
EL MUNDO INTELECTUAL DE HIDALGO 169
es " r i d i c u l a l a que consiste en enterrar los cuerpos de los
d i funtos echándoles agua b e n d i t a e incensándoles, p o r q u e
e l cuerpo d e l m u e r t o carece de sentido de c o n o c i m i e n t o y n o
sabe l o que c o n él se hace n i recibe con eso n i n g ú n prove
c h o " . De l a Inquisic ión, que su existencia es indecorosa a los
obispos, "pues estando éstos obligados, p o r derecho d i v i n o , a
c u i d a r de l pasto con que se n u t r e n sus ovejas, se h a n desen
t e n d i d o de él dejándolo encargado del T r i b u n a l " . 1 4
E n este c o n j u n t o de proposiciones hay que ver u n e jemplo
d e l carácter lúdico de esta teología h ida lguis ta . S i H i d a l g o
j u g a b a a l a teología, era porque encontraba en este juego u n a
a c t i v i d a d l i b r e , u n a m a n e r a de liberarse d e l dogma, de l a
a u t o r i d a d eclesiástica, de los cánones establecidos. " T o d o jue
go es, antes que nada, u n a ac t iv idad l i b r e " , dice H u i z i n g a .
H i d a l g o j u g a b a con l a teología, porque e l juego es ac t iv idad
l i b r e , p o r q u e e l juego es l iber tad . C o n este juego H i d a l g o des
a r r o l l a b a su capacidad de h o m b r e l i b r e . E r a u n a f o r m a de
escaparse de l a v i d a monótona de su m i n i s t e r i o , p a r a e l que
s i n d u d a n o estaba hecho, y era quizá, también, u n a f o r m a
inconsciente de protestar contra sus superiores que l o habían
arrancado de su cátedra de T e o l o g í a en e l C o l e g i o de San
Nicolás. ¡Hay que pensar p o r u n m o m e n t o l o que debió sig
n i f i c a r p a r a H i d a l g o e l que de p r o n t o , después de haber pa
sado veintisiete años en u n ambiente académico, se le arran
cara de cuajo p a r a r e c l u i r l o en u n curato!
Pero además d e l sapiente jugador de teología, encontra
mos en esta época a l traductor d e l teatro clásico francés y a l
d i rector de escena. Desde su curato, H i d a l g o crea u n m u n d o
e x q u i s i t o de arte y belleza, donde él vive y l l e v a a v i v i r a su
p u e b l o . T r a d u c e comedias de Molière y tragedias de R a c i n e ,
y n o sólo las traduce, s ino que las hace representar en su cu
rato , seleccionando personalmente a los intérpretes, aleccio
nándolos y dirigiéndolos, y d i s p o n i e n d o todo l o referente a l
escenario y a los trajes de sus personajes, según su p a p e l y
l a época. Es e l m u n d o de l Tartufo, d e l Avaro y d e l Misántro
po, e n presencia de cuyos personajes H i d a l g o ríe y enseña a
reír a su p u e b l o , p o r q u e l a r isa es ya u n a f o r m a de r o m p e r
las cadenas de l a opresión en que vive l a N u e v a España desde
hace trescientos años. Es e l m u n d o de Andromaca, Británico,
Esther, Mitridates, Fedra, Berenice, Bay aceto, Ifigenia y Ata-
170 JUAN HERNÁNDEZ LUNA
lía, frente a cuyos personajes H i d a l g o respira y hace respirar
a su p u e b l o e l aire de l a conspiración y de l a rebeldía.
E L MUNDO DEL CURA " F A B E R "
H a s t a e l año de 1803 vive H i d a l g o en este m u n d o de jue
go y teatro; en ese año a b a n d o n a el curato de San F e l i p e T o
rres M o c h a s p a r a hacerse cargo de l a p a r r o q u i a de Dolores . Su
l legada aquí m a r c a el comienzo de u n a tercera época en
su m u n d o inte lectual , que abarca hasta e l 16 de septiembre
de 1810, fecha en que m a r c h a frente a l ejército insurgente
en pos de l a i n d e p e n d e n c i a de México.
E l m u n d o inte lec tua l e n que vive H i d a l g o durante estos
siete años podría decirse que es el m u n d o d e l c u r a faber, de l
cura obrero. Es l a época en que se aprecia con más c l a r i d a d
a l inte lectual , a l u n i v e r s i t a r i o que supo a r t i c u l a r teoría y
práctica, saber y realización. Es también l a época en que se
ve que en e l in te lec tua l H i d a l g o l a inte l igenc ia y e l saber
t ienen u n a misión que c u m p l i r : l a de perfeccionar a l h o m b r e
y a las inst i tuciones que le s irven, l a de hacer más justa y
más h u m a n a l a v i d a de su p u e b l o y de su patr ia .
P a r a c u m p l i r con su destino de inte lectual , H i d a l g o con
cibe u n p l a n de transformación i n d u s t r i a l , polít ica y m i l i t a r
que a p l i c a a l a modesta c o m u n i d a d d e l p u e b l o de Dolores
y que es u n p l a n d i g n o de los más grandes reformadores socia
les que h a tenido e l m u n d o . L o que H i d a l g o quiere con él es
ensayar en Dolores u n a simiente de v i d a h u m a n a nueva, más
dichosa, más feliz, que en e l fu turo n o padezca ya l a miser ia
y explotación d e l régimen c o l o n i a l , y que después pueda ex
tenderse p o r todas las regiones de l a N u e v a España.
E l aspecto i n d u s t r i a l de su p l a n lo real iza ins ta lando en
uno de los solares de l a p a r r o q u i a u n sistema de pequeñas
industrias, f o r m a d o p o r u n a alfarería, u n a herrería, u n a car
pintería, u n telar, u n a curtiduría y u n a talabartería; también
hace que se p l a n t e n moreras p a r a fomentar l a i n d u s t r i a de l
gusano de seda, m a n d a traer de L a H a b a n a abejas p a r a for
m a r colmenares y dispone que se s iembren mi l lares de vides
en las huertas de todo el p u e b l o .
Consagra su i n t e l i g e n c i a y su saber a hacer progresar ese
sistema de industr ias . P o r las noches reúne a los obreros de
EL MUNDO INTELECTUAL DE HIDALGO 171
sus talleres y les lee l ibros que tratan de las industr ias que
c u l t i v a n y luego les hace explicaciones de los textos leídos
hasta hacérselos comprender. Y , n o conforme con esto, a l día
siguiente v i s i ta los talleres p a r a comprobar si sus obreros rea
l i z a n sin d i f i c u l t a d e l saber a p r e n d i d o por las noches.
Desgraciadamente carecemos de noticias acerca de todos
los l ibros q u e H i d a l g o leía entonces para mantener en cons
tante avance sus industrias. Sólo sabemos que consultaba e l
Método para sembrar las moreras y morales, escrito p o r José
A n t o n i o Álzate p o r o r d e n d e l V i r r e y R e v i l l a g i g e d o e impreso
e n 1793; unas Lecciones de comercio y de economía política
d e l P. A n t o n i o Genovesi , y u n Diccionario de ciencias y artes,
q u e pertenecía a l a b i b l i o t e c a de d o n José María Bustamante .
P e r o es evidente que este c u r a faber manejaba otros l ibros ,
q u e algún día l a investigación histórica nos revelará, p o r q u e
sus biógrafos están de acuerdo en af irmar que su curato fué
entonces u n e m p o r i o de c u l t u r a i n d u s t r i a l y técnica, u n a ver
dadera escuela de artes y oficios.
E l b u e n éx i to que H i d a l g o alcanzó con el desarrol lo de
estas industr ias fué tan completo, que en l a alfarería l legó a
p r o d u c i r loza m u y semejante a l a porcelana extranjera; en l a
seda y en l a l a n a logró hacer tejidos de m u y b u e n a clase;
de l a s iembra de viñas y de l a cría de abejas consiguió obte
ner v i n o y cera de m u y b u e n a ca l idad. C o n esto dió nuevos
elementos de r i q u e z a a l p u e b l o de Dolores y desarrolló e l
espíritu de empresa comerc ia l entre l a población, ya que todos
los productos industr ia les los f iaba a los pobres, quienes los
l l e v a b a n a vender a las poblaciones próximas y de regreso
pagaban su i m p o r t e . E l bienestar que H i d a l g o consiguió pro
p o r c i o n a r c o n este ensayo i n d u s t r i a l a todos los habitantes d e l
l u g a r fué tan efectivo, que todavía en 1874 d o n P e d r o José
Sotelo, " e l ú l t imo de los pr imeros soldados de l a Independen
c i a " , recuerda en su Memoria que aquellos años gozó e l pue
b l o de Dolores de u n a " v i d a angel ical y t r a n q u i l a a l l a d o d e l
Señor C u r a . . 1 5
H a s t a h o y no se h a estudiado como lo merece este ensayo
de pedagogía i n d u s t r i a l que realizó H i d a l g o en Dolores, pero
n o creo exagerado decir que, así como en l a Disertación en
contramos u n a de las raíces más vigorosas de l a U n i v e r s i d a d
d e l M é x i c o i n d e p e n d i e n t e , en ese ensayo hay que buscar
172 JUAN HERNÁNDEZ LUNA
u n o de los antecedentes históricos más valiosos de l a enseñan
za politécnica, que constituye hoy u n capítulo t a n i m p o r t a n t e
de l a educación n a c i o n a l . D e aquí que las ideas de H i d a l g o se
presenten como el p u n t o de p a r t i d a de u n a renovación n o
sólo de l a v i d a univers i tar ia , s ino también de l a enseñanza
politécnica.
U n i d a a l a renovación económica e i n d u s t r i a l , concibió
H i d a l g o l a renovación política de su p u e b l o de Dolores. P a r a
e l lo abre de par en par las puertas de su curato a todas las cla
ses sociales, d a n d o i g u a l trato a l pobre que a l potentado, al
i n d i o que a l mestizo. Y con su conversación de h o m b r e cul to ,
v a inculcándoles las ideas de l i b e r t a d y de i n d e p e n d e n c i a y
suscitando en sus espíritus e l descontento y l a i n c o n f o r m i d a d
contra e l gobierno de los gachupines. P a r a que su p l a n de
transformación polít ica sea completo, este cura faber estudia
artillería y fabricación de armas, y hace f u n d i r en los talleres
de su p a r r o q u i a los cañones que m u y p r o n t o h a n de disparar
e n Dolores . Su p l a n es tan completo que las bandas de música
que organiza entre los indios son, según e l test imonio de d o n
Fermín de Reygadas, que visitó Dolores p o r estos años, más
" p r o p i a s p a r a l a campaña que para e l e s t r a d o " . 1 6 Y hoy sabe
mos que era tan consciente este p l a n de transformación polí
t ica en l a m e n t a l i d a d de H i d a l g o , que concibió u n "regla
m e n t o de l a revolución" o u n " p l a n de operaciones" de l a
revolución de Independencia , en e l que estaban previstos los
lugares p o r donde el ejército insurgente había de pasar y en
donde h a b í a n de expedirse los decretos de confiscación de bie
nes a los europeos, de abolición de l a esclavitud, del reparto
de tierras, etc.
E L AFRANCESADO
P o r las críticas que los escritores realistas hacen a H i d a l
go en e l m o m e n t o de iniciarse e l m o v i m i e n t o de Independen
cia , y p o r l a declaración que el P b r o . J o s e p h Mart ín García
de C a r r a s q u e d o r indió ante el Santo O f i c i o en 1811, podemos
destacar todavía otro rasgo d e l m u n d o inte lec tua l de H i d a l
go: l a serie de autores p r o h i b i d o s que L l i d a l g o leía en esos
años y que son en su mayoría franceses.
E l autor de El Anti-Hidalgo a f i r m a en su carta cuarta
que e l C u r a de Dolores predicaba a sus feligreses u n a nueva
EL MUNDO INTELECTUAL DE HIDALGO 173
m o r a l y "citábales en apoyo de esta m o r a l reengendradora de
poblac iones muchos textos de Ruso, V o l t e r , R a y n a l , D i d e -
rot , y promesas de l a f a m i l i a Bonapartuna, que aseguraban
f e l i c i d a d , l i b e r t a d e i n d e p e n d e n c i a " . Añade que con estas
"doctr inas y magníficas promesas disponía y ganaba los cora
zones, haciéndose, como de C a t i l i n a dice Cicerón, grave con
los viejos, ameno y chistoso con los jóvenes, atrevido con los
valientes y libertino con los viciosos".
E l m i s m o autor declara en su carta décimaquinta que H i
dalgo , c o n t a m i n a d o de l "pus gá l ico" de l a filosofía, quiere
rea l i zar en l a N u e v a España "todas las hipótesis de D i d e r o t ,
H e l v e c i o , Ruso y otros aún peores, estableciendo el estado de
p u r a a n i m a l i d a d y ser su régulo" . Y , en l a carta duodécima,
l o juzga como u n re formador rel igioso que quiere trasplantar
a este re ino e l c u l t o y fiestas que "deseaba V o l t e r y puso en
práctica Robespierre en París. A q u é l l l o r a b a l a muerte de u n a
cómica i m p u r a d i c i e n d o en su epitaf io que era digna de los
altares. E l segundo dió públ ica veneración a u n a prost i tuta
e n e l p r i n c i p a l t e m p l o de París, l a que hacía e l papel de el
dios de la naturaleza o de la naturaleza diosa. E l n icho de San
P e d r o y San P a b l o l o o c u p a r o n las estatuas de M a r a t y otros
regicidas. C o n q u e pariier, et eodem modo, según t u estilo y
d o c t r i n a , harán p a p e l de santas tus concubinas y las de tus
compinches; y en vez de las efigies de los santos, entrarás tú
c o n A l l e n d e , A l d a m a y Abasolo, pues tan dignos sois como
M a r a t y demás jacobinos sanguinarios. . . "
E n otra carta, en l a octava, e l m i s m o autor lo presenta
v i v i e n d o ya conforme al estado n a t u r a l de Rousseau. " U n o s
d i c e n que ya, según el sistema de R u s o , has e m p r e n d i d o e l
estado que él l l a m a natural, v i v i e n d o en las cuevas de los
montes como las bestias, y a l m o d o de las bestias; y que empe
zabas a andar en cuatro pies, parte p o r elección rusoyana, y
parte p o r necesidad aculqueña" .
- D o n Fermín de Reygadas asegura a l f i n a l de l número ca
torce de El Aristarco que H i d a l g o era u n jacobino, "ciega
mente enamorado de l a venenosa d o c t r i n a de Vol tayre y Ros-
seau, cisternas e n que se h a r t a con ansiedad l a hidrópica sed
de los que aspiran a hacer en e l m u n d o u n papel s i n g u l a r
p o r u n a f lamante filosofía, que sabe b r i n c a r las barrancas de
l o vedado".
174 JUAN HERNÁNDEZ LUNA
F r a y J o s e p h J i m e n o , mis ionero apostólico, ex lector de sa
grada teología y ex guardián d e l C o l e g i o Apostól ico de l a San
ta C r u z de Querétaro, dice en su contestación a l manif iesto
de H i d a l g o : "ancioso se entregó a beber q u a n t o le fué posi
ble e l veneno de los l ibert inos , de los impíos, de los materia
listas, de los irreligiosos y ateístas, ten iendo sus delicias en l a
lectura de Vol tayre , que l o era todo, y más descarado y procaz
que todos". Y añade: " s i n d u d a H i d a l g o h a a p r e n d i d o de
V o l t a y r e a desacreditar l a rel igión con bufonadas y descara
das bur las . . ."
V o l t a i r e y Rousseau n o son los únicos autores franceses
q u e Hidalgo leía en esta época de su m u n d o inte lectual . E n
l a acusación que el P b r o . García de Carrasquedo hizo e l 21
de j u n i o de 1811 ante e l Santo O f i c i o , se asegura que H i d a l g o
leía cont inuamente a los teólogos e historiadores franceses
Serry, C a l m e t , N a t a l A l e j a n d r o , R o l l i n , Bossuet, F l e u r y , V a -
nière, B u f f o n , así como a Molière y R a c i n e .
A d e m á s de los autores franceses mencionados, declara Gar
cía de Carrasquedo que Hidalgo leía a Demóstenes, Esquines
y Cicerón, a l i t a l i a n o Genovesi , a l jesuíta español J u a n A n
drés y a l jesuíta m e x i c a n o C l a v i g e r o .
C o m p l e t a r e m o s e l cuadro de autores que H i d a l g o leía en
esta época si agregamos que en e l E d i c t o de l a Inquisición se
sostenía que las "ideas revo luc ionar ias" , las "erradas creen
cias" y los procedimientos de Hidalgo " s o n m u y iguales, así
como l a d o c t r i n a , a los de l pérfido L u t e r o en A l e m a n i a " , y
que en e l sermón de fray P e d r o Br ingas se dice que H i d a l g o
se h a convert ido en u n " f i e l discípulo e i m i t a d o r d e l infame
N a p o l e ó n " . 1 7
E L MEXICANO UNIVERSAL
Éste es e l esquema de l m u n d o inte lec tua l de H i d a l g o .
C o m o se puede ver, es u n m u n d o dinámico, en m o v i m i e n t o ,
en constante renovación con l a lectura de nuevos l ibros y con
l a aceptación de nuevas ideas; n o u n m u n d o rígido, estable,
a n q u i l o s a d o , petr i f icado, dogmático. N o es su m u n d o inte
lectua l , como se h a d i c h o últ imamente, algo hecho exclusiva
mente de c u l t u r a católica, de l a c u l t u r a cr is t iana en cuyo seno
H i d a l g o v iv ió y actuó como u n "fervoroso cr is t iano" , como
EL MUNDO INTELECTUAL DE HIDALGO 175
u n " b u e n catól ico" y hasta como u n " g u a d a l u p a n o de todo
corazón" . T a m p o c o es su m u n d o inte lec tua l algo puramente
afrancesado, i lustrado, enciclopedista, como los historiadores
v i e n e n r e p i t i e n d o desde el siglo pasado. H i d a l g o fué, es cier
to, u n verdadero cristiano, y l o supo ser en momentos difíci
les, c u a n d o l a decadencia d e l régimen c o l o n i a l había corrom
p i d o a los grandes magnates de l a Iglesia católica. H i d a l g o
fué también el afrancesado, y l o fué asimismo en momentos
difíciles, en que serlo s ignif icaba u n escándalo p a r a l a Iglesia
y u n " i s m o " p r o h i b i d o p o r el Santo O f i c i o , ya que "afrance
sado" equival ía entonces a l o que hoy es e l izquierdista , avan
zado, r a d i c a l , extremista. E l m u n d o inte lec tua l de H i d a l g o
fué e l de l b u e n crist iano y e l d e l afrancesado, es cierto,
p e r o fué algo más: fué u n m u n d o de vasta c u l t u r a , de a m p l i o
saber, u n m u n d o grande, u n macrocosmos. H i d a l g o supo lo
grar con su inte l igenc ia excepcional u n resumen, u n com
p e n d i o m a r a v i l l o s o d e l m u n d o u n i v e r s a l de l a cu l tura . E n su
m u n d o están presentes los clásicos grecolatinos, Demóstenes
y Esquines , Anaxágoras y L e u c i p o , Pitágoras y Aristóteles, Sé
neca, Cicerón y V i r g i l i o ; los clásicos de l a filosofía patrística,
T e r t u l i a n o y San A m b r o s i o , D i o n i s i o A r e o p a g i t a y, el mayor
de todos, San Agust ín; e l gran clásico de l a filosofía escolástica
m e d i e v a l , Santo T o m á s de A q u i n o ; e l clásico teólogo renacen
t ista M e l c h o r C a n o ; los clásicos d e l teatro francés R a c i n e y M o
l iere ; e l g r a n español Feijóo; los egregios mexicanos C l a v i g e r o
y Álzate, así como u n a pléyade de ilustres teólogos, humanistas,
filósofos e historiadores de l a I t a l i a , de l a F r a n c i a y de l a A l e
m a n i a cultas de entonces. Su m u n d o inte lec tua l es u n a uni-
versitas, u n a verdadera u n i v e r s i d a d . P e r o n o u n a univers idad
q u e se define p o r las borlas, los bonetes y las togas carnava
lescas de que tanto se enorgul lecían los ilustres doctores cíe l a
R e a l y P o n t i f i c i a U n i v e r s i d a d C o l o n i a l , s ino u n a univers idad
e n l a que e l sentido u n i v e r s a l de l a c u l t u r a al terna con los
lat idos de l o n a c i o n a l , de l o m e x i c a n o . L a univers idad, el
m u n d o inte lec tua l de H i d a l g o , es u n a simbiosis de grandes
porciones de savia n a c i o n a l , de v i d a m e x i c a n a y de vigorosas
corrientes de pensamiento universa l . S u rango de inte lectual
u n i v e r s a l n o impidió a H i d a l g o tener abierta l a m i r a d a p a r a
escrutar las exigencias de su p u e b l o y ancho e l corazón para re
coger sus anhelos de l iberación. D e esta simbiosis de univer-
176 JUAN HERNÁNDEZ LUNA
sa l idad y m e x i c a n i d a d nació nuestra independencia . P o r
eso e l nicolaíta, e l inte lectual , e l univers i tar io H i d a l g o es e l
p r i m e r m e x i c a n o universa l , en q u i e n universa l idad y m e x i
c a n i d a d se conjugan; él es e l p r i m e r gran univers i tar io me
x i c a n o , c o n cuyo e jemplo tendrá que irse modelando l a u n i
vers idad m e x i c a n a de mañana.
N O T A S
1 El Anti-Hidalgo. Cartas de un Dr. mexicano al Br. D. Miguel
Hidalgo y Costilla, ex-cura de Dolores, ex-sacerdote de Cristo, ex-cristia-
no, ex-americano, ex-hombre y generalísimo capataz de salteadores y ase
sinos, en HERNÁNDEZ Y DÁVALOS, Colección de documentos para la historia
de la Guerra de Independencia, México, 1877-1882, vol. II , p. 654.
2 Diálogos entre Filópatro y Aceraio sobre la revolución de Inde
pendencia,, en HERNÁNDEZ Y DÁVALOS, op. cit., vol . II , p. 696 (Diálogo
primero).
3 " E l Rector de l a Universidad avisa al Virrey que don M i g u e l H i
dalgo y Costil la no ha recibido el grado de Doctor", en HERNÁNDEZ Y DÁVALOS, op. cit., vol . I I , p. 126.
4 "Escrito del Inquisidor Fiscal, formulando cincuenta y tres cargos
al Sr. H i d a l g o " , en HERNÁNDEZ Y DÁVALOS, op. cit., vol. I, p. 13o.
5 " E l Señor Hidalgo acompaña una solicitud en la que contesta los
cargos que se le hicieron en el edicto de la Inquisición", en HERNÁNDEZ Y DÁVALOS, op. cit., vol . I, pp. 186-190.
6 Jesús ROMERO FLORES, Documentos para la biografía del historiador
Clavijero, México, 1945, p. 18.
1 Gabr ie l MÉNDEZ PLANCARTE, Hidalgo, reformador intelectual, Méxi
co, 1945, p. 17.
8 Julián BONAVIT, Historia del Colegio Primitivo Nacional de San
Nicolás de Hidalgo, M o r e l i a , 1940, p. 65.
9 Lucas A L A M Á N , Historia de Méjico, México, 1849, vol . I, pp. 351-
352.
10 Emeterio VALVERDE TÉLLEZ, Apuntaciones históricas sobre la filoso
fía en México, México, 1896, p p . 65-66.
11 Francisco BANEGAS G A L V Á N , Historia de México, México, 1938, l i b .
I, pp. 164 ss.
12 G . MÉNDEZ PLANCARTE, op. cit., p. 25.
13 G . MÉNDEZ PLANCARTE, Op. cit., p. 33.
14 "Causa seguida al Sr. Hidalgo por la Inquisición de México", en
HERNÁNDEZ Y DÁVALOS, op. cit., vol . I, pp. 78-92.
15 Memorias del último de los primeros soldados de la, Independencia
Pedro José Sotelo, dedicadas al C. L i c . Sebastián Lerdo de Tejada; en
HERNÁNDEZ Y DÁVALOS, op. cit., vol . I I , pp. 320-330.
16 El Aristarco, publicación semanaria refutando el manifiesto del
EL MUNDO INTELECTUAL DE HIDALGO 177
Sr. Hidalgo. Continuación del discurso contra el fanatismo de los rebel
des de Nueva España, por D o n Fermín de Reygadas, en HERNÁNDEZ Y DÁVALOS, op. cit., vol . I I , p. 792.
17 Fray Diego M i g u e l BRINGAS Y ENCINAS, sermón predicado en l a Igle
sia parroquia l de Guanajuato, por orden de D . Félix María Calleja, el 7
de diciembre de 1810, en la Antología del Centenario, México, 1910, vol .
I, p p . 129-147.