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Renascimento. Uma das épocas mais
culturalmente abertas a evolução e a busca
pela perfeição que temos conhecimento.
Foi muito complicado para nós registrar em um número
determinado de páginas tamanha bagagem, pois o que
foi feito em 300 anos de processo histórico pode ser
facilmente registrado em um sem número de livros inteiros
que falem somente dessa época.
Grande parte dos maiores nomes da história
da arte fizeram seus nomes em algum dos centos do
Renascimento: a autenticidade e maturidade de Leonardo
da Vinci, a originalidade e perfeição de Michelangelo,
o cuidado e o realismo de Rafael Sanzio e a maestria e
precisão de Brunelleschi são apenas alguns exemplos,
vagos até, da genialidade que fez parte da Renascença.
O Renascimento trouxe a mente humana o desejo pela
iluminação e por diretrizes de pensamento, fosse na arte
ou na ciência, diante de uma obscuridade categórica
proveniente de uma recém-acabada Idade Média. Com isso,
houveram avanços que até hoje são valorizados, estudados
e usados tanto na arte quanto na ciência, na filosofia e em
campos do conhecimento que até mesmo passam longe
do acadêmico, despertando a curiosidade e a ânsia por
entendimento de todos que caem no profundo e vasto
caminho do conhecimento renascentista.
E d i t o r i a l
O Nascimento de Vênus (1483) - Autor: BotticelliCréditos: http://www.infoescola.com/biografias/sandro-botticelli/
Foto da Capa: Cristo Abençoado (1506) - Autor: Rafael SanzioCréditos: http://macariocampos.blogspot.com.br/
Projeto GráficoLeonardo Correia
DiagramaçãoLeonardo CorreiaLeandro Domingos
RevisãoLeonardo CorreiaLeandro Domingos
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RedaçãoLeandro Domingos
e X P E D I E N T EA Revista Apolo leva esse
nome em referência ao deus grego
do conhecimento, entre outras
atribuições, pois é o nome que
justifica a existência da nossa revista:
queremos levar conhecimento e arte
ao mesmo tempo aos nossos leitores,
de uma forma diferente, gostosa de
acompanhar e com conteúdos sempre
instigantes e curiosos.
Leonardo Correia Leandro Domingos
a R E V I S T A
E q u i p e
4 . R E N A S C E N Ç A
9 . M E S T R E S D O R E N A S C I M E N T O
7 . O renascimento do intelecto humano
Boa leitura
Um movimento artístico capaz de mudar
o rumo da história da arte. As primeiras
páginas da revista que retratam o máximo
do Renascimento, indo a partir da pintura
até a arquitetura.
Uma cobertura da exposição Mestres
do Renascimento, realizada pelo Espaço
Cultural Banco do Brasil durante esse ano.
S u m A R I O
RENASCENÇAS
ejam bem-vindos ao período da história da arte que cunhou a ideia de arte que temos hoje. A renascença (ou renascimento)
foi um movimento cultural e simultaneamente um período da história Européia, considerado como marcando o final da Idade Média e o início da Idade Moderna, tendo seu início no século XIV em Florença, na Itália e no século XVI no norte da Europa. Entre os diversos artistas do período os três mais influentes são Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti e Rafael Sanzio, pertencentes à Renascença italiana.
Por LEANDRO DOMINGOS
RENASCENÇAPietá (1499) - Autor: Michelangelo BuonarrotiCréditos: http://saintpetersbasilica.org/Altars/Pieta/Pieta.htm
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A Renascença Italiana é dividida em três fases
principais: Proto ou Pré-Renascença, Alta Renascença e
Renascença Tardia. A Pré-Renascença foi liderada pelo
escultor Donatello, o arquiteto Filippo Brunelleschi,
e o pintor Masaccio. Eles iniciaram o movimento das
fundações de forma que o desenvolvimento e
progresso fossem integrais, viabilizando a evolução e
sobrevivência das artes. Buscavam sua inspiração na
antiguidade, criando figuras realísticas que retratavam
personalidades e comportamento. O termo Pré-
Renascença abrange a grande parte da arte do século XV.
A Alta Renascença buscou criar um estilo generalizado
de arte focada no drama, presença física e equilíbrio.
Os maiores artistas desse período foram Leonardo Da
Vinci, Donato Bramante, Michelangelo, Raphael e Ticiano.
Foi um período de duração curta, entre 1495 e 1520. O
Renascimento Tardio surgiu na época do saque de Roma
em 1527, forçando artistas a se mudarem para outros
centros artísticos na Itália, França e Espanha. Focaram-se
nas leis da proporção para a arquitetura, usando as novas
técnicas de perspectiva (recém-redescoberta e bastante
desenvolvida) representando mais autenticamente as três
dimensões, corpo humano e espaço. A manipulação da luz
e sombra, como o contraste de tom evidente nos trabalhos
de Ticciano, foi aprimorada com as técnicas do chiaroscuro
e do sfummato desenvolvidas por Leonardo da Vinci. Os
escultores, também, redescobriram muitas técnicas antigas
como o contraposto.
RENASCENÇAUma breve passagem pelo contexto histórico daquele que é considerado um dos movimentos artísticos mais ricos e belos da história da arte
Alegoria do Bom Governo (1328) - Autor: Ambrogio LorenzettiCréditos: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/69/Ambrogio_
Lorenzetti_Allegory_of_Good_Govt.jpg
Basílica di Santa Maria del Fiore/Duomo de Florença (1436) - Autor: BrunelleschiCréditos: http://openbuildings.com/buildings/basilica-di-santa-maria-del-fiore-profile-1402
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O Renascimento está associado ao humanismo,
o interesse crescente entre os acadêmicos europeus
pelos textos clássicos, em latim e em grego, dos períodos
anteriores ao triunfo do Cristianismo na cultura europeia.
No século XVI encontramos paralelamente ao interesse
pela civilização clássica, um menosprezo pela Idade Média,
associada a expressões como “barbarismo”, “ignorância”,
“escuridão”, “gótico”, “noite de mil anos” ou “sombrio”
(Bernard Cottret). A palavra francesa, também usada pelos
ingleses, “Renaissance”, foi cunhada pelo historiador francês
Jules Michelet e posteriormente usada pelo historiador suíço
Jacob Burckhardt no século XIX. Este termo foi usado em
contraste com a “idade das trevas”, um termo cunhado por
Petrarca, referindo-se à Idade Média. Após a introdução por
Petrarca, o termo foi considerado apropriado porque, durante
o renascimento, a literatura e a cultura, clássicas das antigas
civilizações da Grécia e de Roma foram adotadas pelos
acadêmicos e artistas na Itália, e disseminados extensamente
através da imprensa. Durante o último quarto do século XX,
no entanto, um maior número de acadêmicos começou a
achar que o Renascimento pode ter sido apenas um entre
outros movimentos. A vida cultural deixou de ser controlada
pela Igreja Católica e foi influenciada por estudiosos da
Antiguidade greco-romana chamados de humanistas.
A Renascença se iniciou na Itália graças à sua
localização central no Mar Mediterrâneo. Ela se tornou o
cento do comércio entre Europa e Eurásia, e assim, um ponto
de difusão cultural entre os europeus e muçulmanos.
Seguindo o espírito humanista do período, a
arte tornou-se mais laica em suas temáticas, buscando
motivos na mitologia clássica em adição aos temas
cristãos. Este gênero de arte costuma ser chamado de
classicismo renascentista. Os temas mais populares
incluíam os personagens bíblicos e elementos da
mitologia Grega e Romana. A arte do Renascimento
pesou sua ênfase na importância da Madonna (Nossa
Senhora) na arte. Tirando inspiração da arte Grega e
Romana, o artista renascentista também mostrava
interesse no corpo humano, particularmente no nu.
Tentaram idealizar a forma humana que foi mostrada
na perfeição e pureza do físico com expressões e
personalidade únicas. Nesse período, a lacuna dividindo
os artistas de outros pensadores da criação, tais como
os poetas, ensaístas, filósofos e cientistas, começou
a diminuir. Todas essas pessoas eram vistas como
visionários e começara a compartilhar ideias e aprender
uns com os outros. No começo, a questão primordial foi
a racionalização do espaço. A perspectiva central, cujas
regras “científicas” foram elaboradas por Brunelleschi, é
aplicada não apenas à pintura, mas também à escultura
(os baixos-relevos de Donatello, Ghiberti e Della Robbia),
à arquitetura (proporções que levam em conta a visão
a distância), à reurbanização das cidades (as praças e
avenidas em perspectiva). Já no fim do século 15, no
entanto, os artistas começam a se interessar mais por
literatura, filosofia e história do que por ótica e geometria.
Filippo Botticelli frequenta filósofos cujas teorias são
reconhecíveis em suas obras. Os três grandes que
marcam a transição para o século 16, Leonardo, Rafael e
Michelangelo, já são plenamente artistas filósofos. Daí
para frente, a arte estará mais interessada na expressão
do pensamento em imagens do que no conhecimento
objetivo do mundo.
O renascimento do intelecto humano
O Homem Vitruviano (1490) - Autor: Leonardo da VinciCréditos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Da_Vinci_Vitruve_Luc_Viatour.jpg
A Madona e a Criança (1505) - Autor: Rafael SanzioCréditos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Raffaello_Madonna_Cowper.jpg
Notas
sfumatto: é o nome da técnica artística usada para gerar gradientes perfeitos na criação de luz e sombra de um desenho ou de uma pintura
chiaroscuro: É uma “palavra em italiano que significa literalmente “claro-escuro”. Técnica que faz uso da noção de tridimensão.
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Antonio Manetti descreve os artistas desse período
como “mestres de artes mistas e de engenho”. Artes, na
Florença da época, eram as corporações de artesãos e
comerciantes que governavam a cidade desde o século 14.
Além delas, com maior prestígio, havia as artes liberais, que
se aprendiam pelos livros e não pela experiência prática.
Os “mestres de artes mistas” não eram uma coisa nem
outra. Já não se identificavam com o saber artesanal das
corporações, transmitido de pai para filho; tampouco com
o saber escolar dos acadêmicos. Buscavam conhecimentos
empíricos, quando necessário (engenharia, fundição dos
metais, fabricação de cores), embora não se restringissem
a nenhuma das profissões tradicionais. Em sua maioria, não
liam latim, mas dispunham de tratados de ótica e geometria
traduzidos e consultavam cientistas e matemáticos sempre
que fosse preciso. Eram leitores vorazes da nova literatura
em vulgar (Dante, Petrarca, Boccaccio) e estudavam história.
A cultura deles se definia em função dos projetos em que
estavam envolvidos – uma igreja, um monumento, um
quadro. Enfim, não eram nem artesãos nem filósofos. Pela
primeira vez na história, eram artistas.
Enfim, o Renascimento não foi um renascer,
mas uma invenção. A invenção da arte, como ainda
hoje a entendemos.
O Rapto das Sabinas (1581-82) - Autor: GiambolognaCréditos: http://praarte.blogspot.com.br/2011/02/maneirismo.html
Adoração da Santíssima Trindade (1511) - Autor: Albrecht DürerCréditos: http://virusdaarte.net/wp-content/uploads/2013/03/adosatri.jpg
Castelo de Chambord (1519) - Autor: Leonardo da VinciCréditos: http://www.pliniocorreadeoliveira.info/
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MESTRES DORENASCIMENTO
A exposição trouxe a São Paulo as principais belezas do Renascimento, cobrindo seu início tímido em Florença até se
espalhar pela Europa durante o século XVI.
Castelo de Chambord (1519) - Autor: Leonardo da VinciCréditos: http://www.pliniocorreadeoliveira.info/
Por LEONARDO CORREIA
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A exposição Mestres do Renascimento
aconteceu em São Paulo durante o mês
de julho até o final do mês de setembro e
atraiu cerca de 290 mil pessoas durante
esse período. Pessoas de vários lugares de São Paulo e até
mesmo de outros estados vieram admirar e estudar as obras
de arte, as esculturas e os objetos provenientes de coleções
particulares, cedidas gentilmente ao Centro Cultural Banco
do Brasil, organizador da exposição.
Como é sabido, o movimento renascentista teve
muitas formas de expressão interligadas entre si por meio de
certos padrões, mas não foi um movimento uniforme, pois
em cada local onde o movimento se fez presente, se fez de
formas diferentes. Dessa forma, a organização da exposição
se preocupou em catalogar e distribuir as obras pelos
três andares do prédio onde o Centro Cultural funciona
de forma que o espectador vivenciasse o ciclo natural de
desenvolvimento do movimento, começando com as
É importante ressaltar que a mostra abarcou não
somente a Itália Renascentista, mas passou também pela
Europa no geral, mostrando com sucesso as diferentes
facetas de um movimento tão expansivo quanto foi o
Renascimento.
A exposição terminou, mas mesmo após o seu final,
sua organização bem estruturada desde a entrada decorada
com um Sanzio até a mostra das mais simples iluminuras
não nos deixa esquecer a genialidade que constituiu séculos
de uma bagagem histórica e de conhecimento profundo.
manifestações iniciais em Florença, berço da Renascença,
passando por locais como Urbino (cidade de Rafael Sanzio),
Milão e Roma.
A exposição não reuniu somente as pinturas de cada
local, mas também se preocupou em mostrar as esculturas
e a arquitetura pertencente ao movimento, uma vez que
o Renascimento não se restringiu somente a pintura.
Organizadas de forma bem sucedida, as esculturas e as
peças arquitetônicas se misturavam as pinturas, criando uma
linha do tempo perfeita que proporcionou uma experiência
renascentista incrível.
A Renascença no centro de SP
CréditosFoto da matéria: Rosemar SchickFotos da exposição: Danilo Verpa/Folhapress