Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
SIRLEY MARQUES DA SILVA
A PRÁTICA DO PEDAGOGO NO CENTRO DE
MÍDIAS DE EDUCAÇÃO DO AMAZONAS: POR
ENTRE DESAFIOS E POSSIBILIDADES
Orientadora: Professora Doutora Rosa Serradas
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Faculdade de Ciências Sociais, Educação e Administração
Instituto de Educação
Lisboa
2017
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
SIRLEY MARQUES DA SILVA
A PRÁTICA DO PEDAGOGO NO CENTRO DE
MÍDIAS DE EDUCAÇÃO DO AMAZONAS: POR
ENTRE DESAFIOS E POSSIBILIDADES
Dissertação d e f e n d i d a e m p r o v a s
p u b l i c a s para a obtenção de Grau Mestre em
Ciências da Educação no Curso de Mestrado,
conferido pela Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias, com o Despacho
reitoral nº. 323/2017, com a seguinte composição
de Júri:
Presidente: Professor Doutor Óscar Conceição de
Sousa
Arguente: Professora Doutora Dulce Maria Morais
Franco
Orientadora: Professora Doutora Rosa Serradas
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Faculdade de Ciências Sociais, Educação e Administração
Instituto de Educação
Lisboa
2017
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Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos
não têm alicerces. Sem prioridade, os sonhos não se tornam
reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridade e corra
riscos para executar seus sonhos. Melhor é errar por tentar
do que errar por se omitir! Não tenhas medo dos tropeços
da jornada. Não podemos esquecer que nós, ainda que
incompletos, fomos o maior aventureiro da história.
(AUGUSTO CURY, 2002)
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus familiares e amigos que demonstraram confiança e muito carinho por mim, bem como a todos que nele tiveram participação direta ou indireta, contribuindo de alguma forma, para que se realizasse. Dedico especialmente aos meus pais que me conceberam a vida a Sra. Maria de Nazaré Marques e o Sr. Marcos Ribeiro da Silva, por me orientar a caminhar em trilhas corajosas e destemidas, tornando-me a ser o que sou. Aos meus filhos Geisy da Silva e Gilmar Filho e, principalmente, à minha linda e preciosa neta Clara Geovanna como incentivo à labuta. Dedico este, ao meu esposo, David Mielke, pela força, carinho, respeito e dedicação, dando-me suporte aos obstáculos que surgiram na estrada da vida.
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AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus Todo Poderoso, por me amparar e me sustentar nos momentos mais difíceis de minha vida, dando-me força, coragem e sabedoria para driblar todas essas dificuldades e
deixar-me caminhar e seguir em frente aos meus desejos, sonhos e metas.
Ao FÓRUM (Centro de Formação Estudos e Pesquisas), na pessoa do Professor Doutor Emanuel Sabino.
À Universidade Lusófona de Humanidade e Tecnologia e à Coordenação do Curso, pelo
apoio que a mim foi dispensado no caminhar dessa nova jornada;
À minha nobre orientadora, Professora Rosa Serradas, um agradecimento mais que especial, que mesmo distante foi super presente em minha vida, por conduzir-me com dedicação à
todas as etapas deste trabalho com muita dedicação e paciência, sem limitar minha concepção e meu modo inovador e criativo de ver as coisas, dando-me mostras de sua imensa
generosidade, apreço e total confiança em sua orientanda;
Aos Professores Doutores que compuseram as Bancas Examinadoras, pela disponibilidade e sugestões oferecidas em prol da melhoria deste trabalho;
Aos Assessores Pedagógicos do Centro de Mídias de Educação do Amazonas, que
participaram da pesquisa de campo, pela boa vontade em responder ao questionário e pelo carinho que tem por minha pessoa;
Ao Professor Mestre Haroldo Maia, por sua disponibilidade nos atendimentos de
documentação, nos auxílios constantes na consecução deste trabalho, na paciência em nos dar informações sobre o CEMEAM;
Ao Professor Mestre Jaspe Valle, em auxiliar e revisar todo o trabalho desenvolvido, e por
sua generosidade em contribuir para que eu crescesse intelectualmente;
Aos meus colegas de trabalho, que caminhamos juntos na luta pela valorização e reconhecimento da classe dos pedagogos;
Enfim, o meu muito mais muito obrigada a todos que de alguma forma foram coadjuvantes para esta conquista.
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RESUMO
Este estudo é resultado de uma investigação sobre a prática do pedagogo que atua no ensino
mediado por tecnologia no Centro de Mídias de Educação do Estado do Amazonas
(CEMEAM), apresentando como é constituído seu desempenho numa perspectiva em que as
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) estão inseridas no processo. Para que
houvesse uma melhor compreensão sobre o desenvolvimento da pesquisa, foi realizado à luz
de referenciais teóricos uma breve análise sobre a trajetória da Pedagogia no Brasil,
identificando seus processos históricos, além da reflexão das possibilidades do ofício do
Pedagogo na era digital. Nesse viés, foram pontuadas as mudanças ocorridas no cenário do
trabalho pedagógico, culminando no processo de ensino e aprendizagem. O objetivo principal
foi conhecer como é constituído o processo do trabalho da equipe pedagógica no CEMEAM,
abordando os avanços/recuos, pontos fortes/fracos, apresentando sugestões para o
fortalecimento das ações pedagógicas no local do estudo. A pesquisa utiliza uma abordagem
qualitativa e de campo desenvolvida no CEMEAM, sendo produzida por passos
metodológicos configurados por etapas procedimentais que organizaram toda estrutura do
estudo. Os resultados revelam que o pedagogo do CEMEAM possui modos peculiares em sua
prática, por suas atribuições exigirem uma especialialidade à luz da utilização das TICs, num
contexto de relação com educação a distância e presencial mediada por tecnologia.
Palavras-chave: Pedagogo. Tecnologias da Informação e Comunicação. Centro de Mídias de
Educação do Amazonas (CEMEAM).
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ABSTRACT
This dissertation is the result of an investigation about the practice of the pedagogue who acts
in Technology-Mediated Teaching in the Center of Media of Education of the State of
Amazonas (CEMEAM) and intends to show how its performance is constituted in a
perspective in which Information and Communication Technologies Are in the process. In
order to have a better understanding of the development of the study, a brief analysis of the
trajectory of Pedagogy in Brazil was carried out in the light of theoretical references,
identifying the historical processes until the pedagogical reflection in the digital era. In this
bias, the changes in pedagogical work were punctuated with the inclusion of Information and
Communication Technologies (ICTs) in the teaching and learning process. The main
objective was to know how the work process of the pedagogical team developed at CEMEAM
was built, addressing the advances / retreats, strengths / weaknesses, with the purpose of
evaluating and presenting suggestions for strengthening pedagogical actions at the study site.
The research uses a qualitative approach and was carried out at the CEMEAM locus, being
produced by methodological steps configured by procedural steps that organized the entire
structure of the study. The results show that the CEMEAM pedagogy has peculiarities in its
practice, because its attributions require a specialization in the light of the use of ICTs, in a
context of relationship with distance education and presence mediated by technology.
Keywords: Pedagogist. Information and communication technologies. Center for Media
Education in Amazonas (CEMEAM).
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ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ANFOPE - Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação
AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem
CAC – Caderno de Atividade Curricular
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CEE-AM – Conselho Estadual de Educação
CEMEAM – Centro de Mídias de Educação do Amazonas
CEP – Comitê de Ética em Pesquisa
CPPA – Cronograma de Planejamento e Produção de Aulas
CSA – Cronograma de Sequência de Aulas
DCN – Diretrizes Curriculares Nacionais
DLI – Dinâmica Local Interativa
EaD – Ensino a Distância
EJA – Educação de Jovens e Adultos
ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio
ER – Exame de Reavaliação
FRA – Formulário de Registro de Aula
LDBEN-1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996
MEC – Ministério da Educação
OD – Orientações Didáticas e Pedagógicas para o Professor Presencial
PA – Plano de Aula
PAA – Plano de Aula Assíncrona
PDP – Plano Didático-Pedagógico
PERP – Plano de Estudos e Recuperação e Paralela
PP – Parecer Pedagógico
PPP – Projeto Político Pedagógico
PROFORMAR – Programa de Formação e Valorização de Profissionais da Educação
SADEAM – Sistema de Avaliação de Educação do Estado do Amazonas
SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica
SCA – Sistema de Controle Acadêmico
SEDUC-AM – Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino
SIGEAM - Sistema Integrado de Gestão Educacional do Amazonas
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TICs – Tecnologias da Informação e Comunicação
UEA – Universidade do Estado do Amazonas
VSAT – Verysmall Aperture Terminal
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Índice
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 14
CAPÍTULO 1 ........................................................................................................................... 19
A TRAJETÓRIA DA PEDAGOGIA NO BRASIL E A PRÁTICA DO PEDAGOGO NA
ERA DIGITAL – UM CAMINHO NORTEADOR À COMPREENSÃO TEMÁTICA DO
ESTUDO .................................................................................................................................. 19
1.1 O início da educação formal no Brasil ............................................................................ 19
1.2 A Pedagogia no Brasil: do movimento da escola nova à utilização de novas tecnologias
no cenário educativo ............................................................................................................. 22
1.3 O pedagogo na era digital e a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação
(TICs) na Educação .............................................................................................................. 28
CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................... 36
ESTUDO EMPÍRICO: O CENÁRIO DA INVESTIGAÇÃO – ONDE/COMO SE
REALIZOU E QUEM PARTICIPOU ..................................................................................... 36
2.1 O palco da pesquisa: Centro de Mídias de Educação do Amazonas (CEMEAM) ......... 36
2.2 O trajeto metodológico percorrido: procedimentos de recolha de dados ....................... 55
2.3 Apresentação e análise dos dados da pesquisa ............................................................... 65
CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................... 68
O PROCESSO DE TRABALHO DESENVOLVIDO PELA EQUIPE PEDAGÓGICA NO
CENTRO DE MÍDIAS DE EDUCAÇÃO DO AMAZONAS ................................................. 68
3.1 O que faz a equipe pedagógica no CEMEAM? .............................................................. 68
3.2 Pontos fortes/fracos, avanços/recuos, desafios/superações enfrentados pela Assessoria
Pedagógica no CEMEAM .................................................................................................... 87
3.3 Algumas recomendações: possibilidades ao trabalho da Assessoria Pedagógica .......... 90
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 93
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 95
APÊNDICE ................................................................................................................................. I
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ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 - Total de Turmas cadastradas no CEMEAM em 2017 .........................................
Quadro 2 - Total de alunos matriculados no CEMEAM em 2017 ........................................
Quadro 3 - Turmas, comunidades e escolas atendidas pelo CEMEAM ................................
Quadro 4 - Número de Alunos Matriculados ........................................................................
Quadro 5 - Perfil da formação e ações desenvolvidas pelo Pedagogo do Ensino
Convencional .......................................................................................................
Quadro 6 - Série/Ano, Nº de Assessores e Turmas ...............................................................
49
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Encontro das águas (rios Negro e Solimões) em frente à capital amazonense .....
Figura 2 - Floresta no Amazonas e imagem de um rio (considerado estrada amazonense) ..
Figura 3 - Localização do Centro de Mídias de Educação do Amazonas (CEMEAM) ........
Figura 4 - Kit Tecnológico para mediação das aulas transmitidas ........................................
Figura 5 - Mediação entre Ministrante e Professor Presencial ..............................................
Figura 6 - Transmissão das aulas do CEMEAM para o interior do Estado do Amazonas ....
Figura 7 - Municípios que são atendidos pelo CEMEAM e número de Turmas ..................
Figura 8 - Comunidades e escolas atendidas pelo CEMEAM ...............................................
Figura 9 - Comunidades e escolas atendidas pelo CEMEAM ...............................................
Figura 10 - Comunidades e escolas atendidas pelo CEMEAM .............................................
Figura 11- Turmas, comunidades e escolas atendidas pelo CEMEAM ................................
Figura 12 - Turmas atendidas ................................................................................................
Figura 13 - Comunidades atendidas ......................................................................................
Figura 14 - Escolas atendidas ................................................................................................
Figura 15 - Dinâmica do Trabalho Pedagógico no CEMEAM – Processo de Produção do
Pacote Pedagógico e de Transmissão das Aulas ................................................
Figura 16 - Cronograma de Planejamento e Produção de Aulas ...........................................
Figura 17 - Fluxo do Planejamento dos docentes e acompanhamento do Pedagogo ............
Figura 18 - Contextualização do Processo de Produção das Aulas .......................................
Figura 19 - Avaliação do Professor Ministrante ....................................................................
Figura 20 - Documentos-Base do Pacote Pedagógico ...........................................................
Figura 21 - Documentos que o Assessor Pedagógico elabora, analisa e compartilha com o
Docente Ministrante no CEMEAM ....................................................................
Figura 22 - Súmula do ofício do Assessor Pedagógico no CEMEAM .................................
Figura 23 - Acompanhamento da transmissão da aula no estúdio ........................................
Figura 24 - Chat público/privado ...........................................................................................
Figura 25 - Momento de Interatividade .................................................................................
37
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INTRODUÇÃO
Atualmente, a educação e suas metodologias de ensino se apresentam diversificadas
à luz das novas tecnologias, rompendo com propostas tradicionais e inserindo métodos mais
avançados. A Pedagogia à luz de conhecimentos científicos e técnicos, investiga a realidade
educacional em constante transformação, para explicitar objetivos e processos de intervenção
metodológica e organizativa, referentes à transmissão/apropriação de saberes e modos de
ação. Ela visa ao entendimento global e intencionalmente dirigido, dos problemas educativos,
e para isso recorre aos aportes teóricos providos pelas demais ciências da educação. Por sua
vez, o pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa direta ou
indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação de
conhecimentos e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação humana previamente
definidos em sua contextualização histórica.
Com a inclusão e utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), a
educação se mostra bastante promissora, eficaz e verdadeiramente de boa qualidade.
Vivencia-se momentos de transformações constantes, em que a tecnologia está cada vez mais
presente na vida das pessoas, nos modos de ser, de viver, de se relacionar e, principalmente,
conviver. Trata-se de uma evolução não somente tecnológica, mas social e cultural. Dessa
forma, a educação não poderia estar ausente desse processo, pois cabe a ela formar cidadãos
situados em seu tempo e espaço, preparados para a convivência numa sociedade que seja
menos heterogênea e mais humanitária.
A pesquisa tem o propósito de dissertar sobre as práticas do pedagogo do Centro de
Mídias de Educação do Amazonas (CEMEAM) e, situa-se, principalmente, em conhecer o
desenvolvimento do trabalho da equipe pedagógica, a qual utiliza recursos tecnológicos no
acompanhamento didático/pedagógico e disponibilizados a este profissional, numa era em que
a evolução digital vem tomando força e impulsionando o desempenho educativo na sociedade,
de maneira tecnologicamente eficaz. É nesse contexto que, no CEMEAM, o pedagogo é visto
como um condutor e/ou orientador dos processos educativos, em que utiliza recursos
tecnológicos, atuando constantemente junto ao corpo docente na evolução de práticas
educativas no que diz respeito às suas habilidades e competências no processo educacional.
Nesse sentido, o estudo visou analisar e refletir sobre a prática do pedagogo no
CEMEAM numa era em que as inovações metodológicas e tecnológicas estão cada vez mais
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despontando. Diante desse contexto, compreender de que modo os pedagogos do Centro de
Mídias de Educação do Amazonas vêm desenvolvendo e aprimorando suas práticas
pedagógicas com a utilização de recursos tecnológicos, este foi um dos desafios estabelecidos
para esta pesquisa.
O interesse pela temática surgiu a partir de motivações/inquietações tanto
profissional, como de interesse pessoal, relacionados com as experiências vivenciadas pela
pesquisadora, enquanto pedagoga em escolas municipais e estaduais no período de 1992 a
2007, e do Centro de Mídias de Educação do Amazonas a partir de 2011. A partir daí passei a
constituir uma reflexão profunda sobre a prática educativa no que tange ao desenvolvimento
das competências e atribuições do papel do pedagogo tanto no Ensino Regular quanto no
Ensino Presencial com Mediação Tecnológica.
Nesta função enquanto pedagoga pude verificar como são realizados os processos
administrativos e principalmente pedagógicos e como se normatizam. Esta função também me
proporcionou a ver como o pedagogo não faz o seu verdadeiro papel que é o de desenvolver
propostas de ensino e dinamicidade junto ao professor.
Outrossim, enquanto Assessora Pedagógica do Centro de Mídias de Educação do
Amazonas, me oportunizou a cada ano fazer a análise do quão diferenciado é ser um
pedagogo que desempenha todo seu trabalho com o auxílio das mídias. O qual este
profissional e suas práticas pedagógicas, é o objeto desta pesquisa.
Além dessa experiência pedagógica, outra relação que motivou o desejo pela
temática, está relacionada à minha vivência. Nasci, e vivo numa cidade onde tudo se torna
difícil. Pois, o Estado do Amazonas é banhado de rios e lagos. Tudo se torna de complexo
acesso, o meio de transporte para se locomover para outros estados e lugares, é por via fluvial
ou aérea. Fazendo com que o ensino e as oportunidades de ensino se tornassem escassas. A
oferta de ensino é deficiente.
Dessa forma, poder contribuir com os 62 municípios do Estado do Amazonas via
mediação tecnológica, tanto me alegrou.
Outro motivo pela temática, é o fato de considerarmos, que nessa modalidade de
ensino a atuação e prática do Assessor Pedagógico como mediador, auxiliador e orientador do
processo educacional é de suma importância. Este é um dos profissionais responsáveis pela
funcionalidade do Programa Ensino Presencial com Mediação Tecnológica. A ele concerne
orientar, analisar, inferir, contribuir e principalmente incentivar os professores ministrantes
sobre o cumprimento das normas pedagógicas e sobre as especificidades do dia a dia do
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cotidiano escolar nessa modalidade de ensino. Compete também a ele, fazer este
acompanhamento via virtual ao professor presencial, auxiliando às diversas adversidades que
surgem por estarem bem distantes da capital.
Partindo dessa perspectiva, a investigação se debruça no trabalho do pedagogo que se
apropria de novas dimensões metodológicas com a inclusão das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs) e com ferramentas tecnológicas inovadoras que o Centro de Mídias de
Educação do Amazonas (CEMEAM), oferece e disponibiliza a esses profissionais. Esse novo
perfil de pedagogo se destaca por fazer uso de recursos high-tech de última geração de forma
dinâmica, criativa, inovadora e autônoma, ultrapassando o modelo de pedagogo convencional
que desenvolve seu trabalho supervisionando problemas/ações que acontecem no cotidiano da
escola, tais como organização de filas de estudantes, horários de trabalho de professores,
assessoramento da direção da escola, fiscalização sobre o comportamento de docentes e
discentes, acompanhamento do registro de notas e boletins, dentre outras ações. A realidade
atual exige de imediato profissionais totalmente inovadores, conhecedores das novas
ferramentas tecnológicas e qualificados para empreender o processo de ensino de modo
transformador.
Ademais, faz-se importante ressaltar que esta pesquisa não pretende esgotar o
assunto da temática em estudo. Mas, contribuir para o entendimento das ocorrências das
práticas que a equipe pedagógica desenvolve no CEMEAM, haja vista acredita-se que o
resultado da investigação poderá apontar um modo diferenciado e inovador nos processos
educativos da educação escolar, particularmente, no trabalho desempenhado pelo profissional.
Assim sendo, nossa intenção foi desenvolver uma pesquisa que permita um melhor
entendimento na problematização do estudo para que haja clareza na elucidação dos objetivos
propostos.
A questão central levantada para esta pesquisa é a seguinte: De que modo é
constituído o processo do trabalho da equipe pedagógica no Centro de Mídias de Educação do
Amazonas (CEMEAM) e quais os possíveis avanços/recuos, pontos fortes/fracos no
desenvolvimento das ações? Quais sugestões podem ser levantadas para possibilitar melhorias
ao trabalho da equipe pedagógica que atua no CEMEAM?
Para alcançar respostas a essa questão, foram elaborados os seguintes objetivos:
- Geral:
Conhecer como é constituído o processo do trabalho da equipe pedagógica no
Centro de Mídias de Educação do Amazonas (CEMEAM), identificando possíveis
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avanços/recuos, pontos fortes/ fracos e sugestões que possibilitem melhorias às práticas
educativas.
- Específicos:
Refletir sobre a atuação do pedagogo na educação formal, em especial, abordando o
trabalho deste profissional com a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação
(TICs).
Apresentar a organização do trabalho educacional desenvolvido pelo CEMEAM,
compreendendo sua atuação como instância diferenciada no cenário educativo amazonense.
Descrever o processo de trabalho desenvolvido pela equipe pedagógica do
CEMEAM, analisando possíveis pontos fortes/ fracos, avanços/recuos, desafios/superações e
possibilidades.
No intuito de auxiliar na consolidação da pesquisa, foi elaborado questões
norteadoras, abaixo relatadas, como meios de iluminar os caminhos da investigação:
Qual o papel do pedagogo nos processos da educação formal e de que modo este
profissional, em tempos atuais, desenvolve o trabalho pedagógico com a utilização de
recursos tecnológicos?
Como se constitui a organização do trabalho educacional desenvolvido pelo
CEMEAM e por que essa instância é considerada diferenciada no cenário educativo
amazonense?
De que modo ocorre o processo de trabalho desenvolvido pela equipe pedagógica
do CEMEAM e quais seus possíveis pontos fortes/ fracos, avanços/recuos,
desafios/superações e possibilidades?
Para uma melhor contextualização e organização do estudo, foi realizada uma
revisão de literatura visando conhecer o percurso da pedagogia no Brasil, além de enunciar de
que modo ocorre a prática do pedagogo que atua com recursos tecnológicos inovadores. Além
disso, continuar-se-á com o processo de produção de dados na compreensão da pesquisa
qualitativa e em lócus, organizando-os de maneira que pudéssemos ter clareza sobre os
procedimentos adotados na constituição da investigação e de seus resultados.
O estudo se compõe com este momento introdutório, seguido de três capítulos e das
considerações finais. O primeiro capítulo contextualiza à luz de teorias, uma reflexão sobre a
trajetória da pedagogia no Brasil e a atuação do pedagogo na era digital, com ênfase à
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abordagem que este profissional desempenha seu trabalho utilizando recursos tecnológicos
inovadores. Concernente ao segundo, este apresenta o estudo empírico, apresentando o
cenário da pesquisa, destacando o trabalho educacional desenvolvido pelo CEMEAM, além
de expressar o caminho metodológico percorrido e os participantes da investigação. Quanto
ao último capítulo do texto dissertativo, o mesmo relata e analisa o processo do trabalho
desenvolvido pela equipe de pedagogos no CEMEAM, destacando seus pontos fortes/ fracos,
avanços/recuos, desafios/superações. Por fim, são apresentadas as considerações finais,
enfatizando a importância da pesquisa desenvolvida e sugerindo possibilidades de ações ao
processo de trabalho do pedagogo no CEMEAM.
Ademais, faz-se importante ressaltar que esta pesquisa não pretende esgotar o
assunto da temática em estudo. Mas, contribuir para o entendimento das ocorrências das
práticas que a equipe pedagógica desenvolve no CEMEAM, haja vista acreditarmos que o
resultado da investigação poderá apontar um modo diferenciado e inovador nos processos
educativos da educação escolar, particularmente, no trabalho desempenhado pelo pedagogo,
como também propiciar um novo olhar para este profissional que ao longo dos anos vem
tentando consolidar sua própria autonomia e identidade. Assim sendo, acredita-se que foi
desenvolvido uma pesquisa que permitiu um melhor entendimento sobre a proposta do estudo
para que haja clareza na elucidação dos objetivos propostos.
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CAPÍTULO 1
A TRAJETÓRIA DA PEDAGOGIA NO BRASIL E A PRÁTICA
DO PEDAGOGO NA ERA DIGITAL – UM CAMINHO NORTEADOR À
COMPREENSÃO TEMÁTICA DO ESTUDO
Este capítulo estabelece um diálogo à luz de referenciais teóricos, tecendo uma breve
análise sobre a trajetória da Pedagogia no Brasil, identificando os processos históricos
constituídos e, posteriormente realiza uma reflexão do Pedagogo na era digital, sendo visto
como um profissional com possibilidades de atuar numa dinâmica marcada por inovações
digitais tecnológicas, utilizando recursos das Tecnologias da Informação e Comunicação
(TICs) no contexto educativo formal. Considera-se ser fundamental o diálogo desenvolvido
neste capítulo, para melhor compreender sua articulação com a contextualização do estudo
dissertativo.
1.1 O início da educação formal no Brasil
Neste tópico disserta-se sobre o início da educação escolar no Brasil, marcado pela
vinda dos jesuítas, os quais foram os precursores e protagonistas no cenário brasileiro.
Posteriormente, são discutidas as marcas educativas deixadas por Marquês de Pombal à luz
dos ideais do Iluminismo.
1.1.1 A concepção: a educação desenvolvida pelos jesuítas
Etimologicamente e conceitualmente, a pedagogia surge na Grécia Clássica, onde na
sua concepção, o termo “paidagogos” significava “aquele que conduz a criança” (“agogôs, ”
que conduz”). No decorrer da história, ela foi alcançando novos rumos e, nos dias atuais, tem
como foco o desenvolvimento do ensino, da aprendizagem e da ciência na área da educação.
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No Brasil, a pedagogia inicia sua trajetória a partir do ano de 1549, através da
colonização portuguesa, com a atuação dos padres jesuítas, entretanto, fundamentada
principalmente na catequização e na formação de mão de obra, em especial, dos povos
indígenas, sendo que estes últimos por sua vez, sofreram massacres irreparáveis em sua
sociedade, cultura e modos de organização de vida. Sendo os jesuítas considerados os
primeiros socializadores de um modelo educativo tradicional em território brasileiro. Sobre
essa fase jesuítica, Leite (1965), Teixeira Soares (1961), Azevedo (1976), Serrão (1980),
Avellar (1983), Holanda (1989) e Almeida (2000), têm um posicionamento similar, pois todos
descrevem o que sinalizou Ribeiro (1998, p 28):
“A vinda dos padres jesuítas, em 1549, não só marca o início da história da
educação no Brasil, mas inaugura a primeira fase, a mais longa dessa história, e,
certamente a mais importante pelo vulto da obra realizada e, sobretudo, pelas
consequências que dela resultaram para nossa cultura e civilização.”
A partir daí os jesuítas começaram a atuar por muito tempo em terras brasileiras,
fortalecendo a atitude e os objetivos de Portugal para o crescimento de suas colônias,
auxiliando na fiscalização, no controle e na defesa de nosso território e de outros países que se
interessavam pelas terras do Brasil. Portanto, não se pode negar que a vinda dos Jesuítas ao
Brasil, influenciou fortemente na metodologia, na moralidade, na religiosidade e costumes
europeus.
Nesse contexto, salienta-se que a missão dos jesuítas era de converter os povos
indígenas à fé católica, e para isso, fez-se necessário a aprendizagem das habilidades de
leitura e escrita como instrumentos para alcançar a catequização. Então, passaram a ensinar as
crianças indígenas nas aldeias, dando início à constituição das primeiras instituições escolares
nos aldeamentos. Mattos (1958) chama essa fase de período “heroico” (1549-1570) e período
de consolidação e expansão (1570-1759), o primeiro, visto como momento das consolidações
missionárias/evangelizações e o segundo, observado como momento da concepção dos
colégios. Isso denota que o projeto inicial dos jesuítas era de catequizar, converter e
conquistar almas indígenas para serem “salvas”.
Posteriormente, a Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola, na Europa,
muito pressionado pelas elites católicas, italianas, espanholas, portuguesas e francesas, iniciou
a educação no Brasil. Nesse período existiam dois tipos de ambientes escolares: os
aldeamentos e os colégios jesuítas. Nos aldeamentos, os jesuítas se dedicavam à educação e a
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catequização; já nos colégios, eles tinham um cuidado maior, pois estavam ensinando os
filhos da elite colonial, por serem herdeiros dos detentores de poder e com elevadíssimo nível
cultural.
Após quase três séculos de domínio e controle da educação desenvolvida pelos
jesuítas, Teixeira Soares (1961), Azevedo (1976), Serrão (1982), Almeida (2000), Holanda
(1989), salientam que, por entre glórias e derrotas, os Jesuítas da Companhia de Jesus
acabaram fundando o ensino escolar no Brasil, no entanto, encerram suas atividades com a
chegada da Modernidade Educacional, que se deu por meio do Iluminismo.
1.1.2 O tempo de Marquês de Pombal e o Iluminismo
A partir de 1759, ocorreu as Reformas Pombalinas, período em que Marquês de
Pombal, influenciado pelas ideias iluministas, expulsa os jesuítas do Brasil. O Iluminismo
surge na Europa e foi considerado o primado da razão, estendendo-se entre os séculos 17 e 18.
No ideal dos iluministas1, Boto (1996, p. 21) analisa que a partir do século 18 existe:
“[...] uma intensificação do pensamento pedagógico e da preocupação com a
atitude educativa. Para alguns filósofos e pensadores do movimento francês, o
homem seria integralmente tributário do processo educativo a que se submetera. A
educação adquiriu sob tal enfoque, perspectiva totalizadora e profética, na medida
em que, por intermédio dela, poderiam ocorrer as necessárias reformas sociais
perante o signo do homem pedagogicamente reformado.”
Para Teixeira Soares (1961), Carvalho (1978), Serrão (1980 e 1982), Avellar (1983),
Cardoso (1990), Ribeiro (1998), Holanda (1993) e Cruz (1994), as reformas elaboradas e
criadas por Marquês de Pombal, em seu mandato como Ministro, visavam à transformação e
adaptação da sociedade portuguesa aos movimentos sociais, culturais, econômicos e políticos
que estavam a ocorrer na Europa do século 18.
1 Para Carvalho (1978), o iluminismo português pode ser caracterizado diferentemente do modelo encontrado
nas demais reações europeias (França, Inglaterra, Alemanha), pois apresentou algumas peculiaridades.
Entretanto, apesar de reconhecer as peculiaridades presentes em cada nação, foi sempre um programa
pedagógico, uma atitude crítica preocupada com os problemas sociais e com as intenções de reformulação e da
cultura social.
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Em 1772, fazendo parte de seu estatuto e colocando como prioridade no governo
pombalino a educação, esta passa a ser responsabilidade do Estado, no entanto, pela primeira
vez com a proposta de laicidade, tornando-se independente do clero e da igreja. Pombal tinha
a clareza de que era necessário transformar a educação, com isso, surge à proposta do sistema
das Aulas Régias, atendendo ao ensino elementar de letras e humanidades, bem como
provendo classes de Gramática Latina, Grego e Retórica. Nesse sistema proposto, o Professor
Régio (como era chamado), deveria ser um profissional concursado para ministrar aulas sobre
uma única disciplina, ao contrário do professor da era jesuítica, que ministrava aulas sobre
diversos componentes disciplinares, visto como centralizador de saberes. Entretanto, não
havia um professor suficiente preparado para este novo modelo de educação, com isso, os
estudantes brasileiros elitizados optavam a ingressar nas Universidades de Coimbra. Inferimos
que a proposta de Aulas Régias, embora tenha rompido com o controle da educação jesuítica,
continuava pautado na ótica do tradicionalismo com toque do pensamento eclesiástico. Isso é
conferido por Carvalho (1978), Avellar (1983) e Ribeiro (1998), os quais afirmam que o
conteúdo da reforma pombalina, sob a égide de seus principais inspiradores, Luis Antonio
Verney2 e Antônio Nunes Ribeiro Sanches
3, considerados pensadores modernos, apresentou
uma proposta fundada no ensino tradicional, e eclesiástico. No entanto seguindo esse
raciocínio, pode-se dizer que não houve rompimento definitivo ao ensino da proposta
jesuítica, sendo alterado somente aos conteúdos e a metodologia educacional.
1.2 A Pedagogia no Brasil: do movimento da escola nova à utilização de novas
tecnologias no cenário educativo
Com o objetivo de renovar e reconstruir o sistema educacional no Brasil desponta na
década de 1930, precisamente no ano de 1932, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova
(o Movimento Escolanovista), encabeçado por Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo,
Lourenço Filho, Cecília Meireles, Armanda Álvaro Alberto, Lourenço Filho e Rui Barbosa.
2 Luis Antonio Verney (1713-1792), nasceu na cidade de Lisboa. Oriundo de uma família francesa de boas
condições financeiras, não possuía prestígio social por ser uma família estrangeira. É considerado o mais
importante difusor do espírito iluminista da cultura portuguesa. 3 Antonio Nunes Ribeiro Sanches (1699-1782), nasceu na cidade de Pernamacor e pertencia a uma família de
cristãos-novos. Estudou na Guarda, em Coimbra e em Salamanca; formou-se em medicina; e foi escritor. Sua
obra mais famosa foi cartas sobre a educação da mocidade.
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Entre 1932 e 1969, a Pedagogia Nova predominou, e isso provocou mudança no modelo
Tradicional.
Mais adiante, coordenado por Lourenço Filho, surgia o Movimento Escolanovista, o
qual propusera que todo o processo educacional público deveria ocorrer de forma prática, e
nesse contexto, o ato de ler e escrever seriam elementos básicos para uma formação de boa
qualidade. Foi através do Movimento da Escola Nova que se impulsionou à Implantação das
Universidades Brasileiras, inserindo a profissionalização dos professores. Um dos pilares da
Universidade Brasileira foi a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, no Rio de
Janeiro; depois em São Paulo, como informa Brzezinski (1996) que, a partir daí surge o Curso
de Pedagogia, o qual teve como maior objetivo formar professores para o ensino secundário.
Dar-se início com o Movimento da Escola Nova a pedagogia no Brasil, que ao longo
de sua história vem travando lutas e conflitos constantes sobre a sua estruturação e,
apresentando dificuldades/desafios quanto à falta de condições devidas e necessárias à
qualificação em seus processos formativos e o modo como vem sendo tratado pelo poder
público. Infelizmente, por essas razões, a formação dos profissionais de pedagogia tem se
constituído num grande desafio em nosso país. Isso faz com que, ferisse os preceitos
garantidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, em especial em seu
artigo 64, regendo o seguinte:
“A formação de profissionais de educação para administração, planejamento,
inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em
cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da
instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.” (Brasil,
1996, art. 64)
Mesmo depois da Grécia Clássica em que os “paidagogos” que eram chamados de
condutores de crianças, e que faziam realmente este trabalho, que era de conduzir as crianças.
Mesmo a partir do ano de 1932 com o início da Escola Nova, não se chegou a um consenso,
quanto à verdadeira formação e atuação dos profissionais da educação, no caso os formados
em pedagogia. Apesar do tempo em andamento referente ao curso de Pedagogia, ainda se
questiona: qual a identidade deste curso? O que realmente a pedagogia investiga? Em que
área o pedagogo deve atuar?
Devido a essa dicotomia de identidades, no decorrer dos anos de 1980, a Associação
Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE) - encetou o movimento
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para a redefinição do pedagogo. Num primeiro momento, a docência foi identificada como
“[...] base da identidade profissional do educador.” (Libâneo, 2010, p. 13)
Conforme visto, a docência passa a ser base da identidade do pedagogo. No entanto,
através do processo de desenvolvimento social e econômico do país e com a ampliação e
acesso à escola, intensificaram as exigências de qualificação docente em função das crianças e
adolescentes trazerem para dentro das escolas visões de mundo totalmente diversificada, e
devido também às necessidades escolares se descentralizarem. Foi nesse percurso que a
Pedagogia aos poucos foi se constituindo com novas formas de atuação. Seguindo essa linha
de raciocínio, as Diretrizes Curriculares Nacionais (Brasil, 2006, p. 6) asseguram que:
“[...] para o Curso de Pedagogia aplica-se à formação inicial para o exercício da
docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos
cursos de Ensino Médio de Modalidade Normal e com cursos de Educação
Profissional, na área de serviços de apoio escolar; bem como outras áreas nas quais
sejam previstos conhecimentos pedagógicos. A formação oferecida abrangerá,
integralmente à docência, a participação da gestão e avaliação de sistemas de
instituições de ensino geral, e a elaboração, a execução, o acompanhamento de
programas e as atividades educativas.”
Nóvoa (1995) chama atenção que a identidade do pedagogo está atrelada ao processo
de constituição da profissão docente, de instalação da escola pública no Brasil e de produção
de uma profissão. Nesse sentido, a docência entendida como a base da formação profissional
do pedagogo, explica perfeitamente a relação dialética da formação de professores e, portanto,
do curso de Pedagogia.
“A profissão docente exerce-se a partir da adesão coletiva (implícita ou explícita) a
um conjunto de normas e de valores. No princípio do século XX, este “fundo
comum” é alimentado pela crença generalizada nas potencialidades da escola e na
sua expansão ao conjunto da sociedade. Os protagonistas desse desígnio são os
professores, que vão ser investidos de um importante poder simbólico. A escola e a
instrução encarnam o progresso: os professores são os seus agentes. A época da
glória do modelo escolar também é o período de ouro da profissão docente.”
(Nóvoa, 1995, p 19)
Libâneo (2010) tece uma crítica sobre o exercício da Pedagogia. Para este estudioso,
sua ação não pode se reduzir à docência, pois seu papel na sociedade educativa vai além de
produzir conhecimentos, haja vista que participa, media e contribui com esses novos
ensinamentos.
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“A redução da formação do pedagogo à docência, o esvaziamento da teoria
pedagógica, acabaram por descaracterizar o campo teórico-investigativo da
Pedagogia e das demais ciências da educação, retirando da universidade os estudos
sistemáticos do campo científico da educação e da possibilidade de formar o
pedagogo para as pesquisas específicas na área e para o exercício profissional.”
(Libâneo, 2010, p 11)
Luck (2004) destaca que o papel do pedagogo se constitui na junção de suas lutas e
dificuldades, no sentido de sempre proporcionar o que for de melhor para o professor - um
assessoramento de qualidade no processo ensino e aprendizagem.
No entanto, esse processo educacional intermediado pela ação pedagógica vem ao
longo dos anos sendo desprestigiada, pois conforme Libâneo (2010), os legisladores todos
esses anos desde 1939, tentaram equacionar a formação do pedagogo stricto senso a formação
de professores num curso só, mas foram reincidentes as tentativas de reduzi-lo a formação de
professores.
O currículo do curso de Pedagogia aos poucos foi se moldando para acompanhar as
exigências do mercado, inserindo novas características em referência ao pedagogo
especialista, este por sua vez, como define Pimenta (2006, p. 76) é aquele profissional que
atua nos “[...] sistemas escolares, movimentos sociais, organizações comunitárias, empresas,
sindicatos, áreas de saúde, instituições culturais”.
Segundo este pesquisador, as competências do pedagogo vão muito além da
docência, pois é visto como um “[...] profissional formado na dimensão da compreensão e
transformação das práxis educativas”, tendo como missão “[...] redirecionar em possibilidades
educativas as diversas instâncias educacionais da sociedade [...] mídia, atividades de
recreação e lazer, as diferentes instituições culturais.” (Pimenta, 2006; p.105)
Entretanto, observa-se que a real transformação somente será possível com uma
nova (re) organização do currículo do curso de Pedagogia, para que a formação deste
profissional se constitua a luz do pensamento de Nóvoa (1995), Libâneo (2010) e Pimenta
(2006).
Nessa configuração, este profissional não deve mais ser visto exclusivamente como
um professor, mas sim como um condutor e mediador de novas metodologias educacionais,
orientando e acompanhando professores, bem como demais profissionais de outras instâncias
que necessitem do acompanhamento pedagógico. Para Libâneo (2010, p. 14):
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“A ação pedagógica não se resume a ações docentes, de modo que, se todo trabalho
docente é trabalho pedagógico, nem todo trabalho pedagógico é trabalho docente.
Nesse caso o pedagogo representa um ser bastante significativo na esfera
educacional, pois sua contribuição na formação de educadores se faz necessária e
de grande valor.”
Ademais, pode-se salientar que, no Brasil, todas as atividades educacionais vêm se
tornando cada vez mais abrangentes e amplas, devido às mudanças que estão sendo inseridas
nas áreas sociais, econômicas, culturais e, principalmente, tecnológicas. Devido às atividades
educacionais estarem se adequando à essas mudanças, faz-se necessário que o pedagogo
acompanhe e adquira a novos conhecimentos, habilidades e faça o compartilhamento de suas
novas experiências. Sendo assim, a pedagogia não deve se resumir apenas aos moldes de
ensinar e de aprender, nem mesmo de constituir procedimentos, ou técnicas de ensino, mas
em pensar em novas propostas metodológicas, com inovações que visem o bom
desenvolvimento e desempenho de professores e alunos.
Inovação e Mudança são necessidades apontadas no campo educacional, como
exigências da qualidade de ensino e modernização do processo educativo. Este, já está sendo
incluindo neste contexto, pois, as novas tecnologias já estão fazendo parte do ambiente
escolar. E o pedagogo diante dessa realidade, composta de inovações e mudanças, deverá
estar atento a todos os movimentos e processos no âmbito educacional, enriquecendo e se
apropriando cada vez mais de saberes pedagógicos, profissionais e tecnológicos. Deste a
profissão de pedagogo e especialista em educação caminha de maneira evolutiva e
progressista na história da educação brasileira.
Mesmo com a evolução educacional, percebe-se que o aprender e o ensinar
necessitam de alternâncias e transformações criativas, para chamar a atenção dos alunos, no
sentido, desses se sentirem atraídos pela escola. Ainda, que o modelo tradicionalista esteja
presente no dia a dia das pessoas e nos ambientes escolares.
É bem interessante, porque o Ensino à Distância (Ead) surge justamente, para dar um
upgrade na educação, sinalizando inovações no novo milênio. Fazendo com que, o modelo
tradicionalista abra espaço para o novo.
“Afinal a pedagogia é a engenharia mais fina jamais inventada pela espécie
humana. Agora vem ainda mais incrementada pelo apoio que recebe das novas
tecnologias, conclamando a todos os pedagogos a serem autores inequívocos para
fazer de cada aluno um autor.” (Demo, 2009, p 112)
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Sendo a pedagogia a engenharia mais bem inventada é importante ressaltar, que a
pedagogia atualmente se faz uso de ferramentas tecnológicas, tais ferramentas servem como
suporte para o pedagogo, como para a educação. Vale salientar, que esses instrumentos já
existiam desde o século 19. Nesse período a prática educativa se utilizava de vários
instrumentos tecnológicos, dentre os quais se cita a correspondência escrita ou impressa.
Naquela época considerada como meios de ensino e vários outros. Atualmente, essa prática
vem acompanhada das mudanças ocorridas, sobretudo, nos avanços das Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs), apresentando relevância nos setores públicos e privados,
abrangendo todos os setores da sociedade civil. Werthein (2000, p. 71) destaca que:
“[...] a expressão ‘sociedade da informação’, passou a ser utilizada, nos últimos
tempos desse século, como substituta para o conceito complexo de ‘sociedade pós-
industrial’ e como forma de transmitir o conteúdo específico do novo paradigma
técnico-econômico.”
As tecnologias, sobremaneira, mudaram em quantidade, qualidade e velocidade das
informações em tempos contemporâneos. Conforme Lopes (2009, p. 1000), a:
“[...] capacidade tecnológica e desenvolvimento regional influenciam-se
reciprocamente: a um padrão elevado espacial de adoção de novas tecnologias será
de esperar que correspondam novas atividades inovadoras, originando novas
estruturas territoriais, através da instalação de empresas mais avançadas ou da
reestruturação das existentes, mais eficientes e competitivas.”
Igualmente, a pedagogia com a contribuição das novas tecnologias sela parcerias
para a construção de um novo modelo pedagógico educacional, onde o espaço físico da sala
de aula e de outras instâncias está dando lugar ao cibernético4, ou à construção de redes de
aprendizagens, pelo fato de poder permitir de forma que professores e alunos possam
aprender juntos e cooperar entre si. Para Levy apud Fava (2014, p. 70):
“[...] a estruturação de redes de aprendizagens em que todos se alinham ele chama
de comunidade de conhecimento, permitindo a agregação das velhas e novas
metodologias na busca de ferramentas digitais no processo de ensino e
aprendizagem.”
4 Utiliza de forma consistente os recursos da internet.
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Segundo Melo Neto (2007, p. 111), “[...] a aprendizagem cooperativa assistida por
computador, pode ser um caminho considerado nesses processos que não se limite à distância.
O que deve ser valorizado é a troca de conhecimento em rede”.
Essa aprendizagem assistida nos dias atuais se mostra eficiente, proveitosa e
enriquecedora, pois proporciona a alunos e professores um acompanhamento pedagógico
eficaz e satisfatório, sobremaneira que todos obtenham um ensino de qualidade e que através
da aprendizagem cooperativa todos possam ser partícipes, ocorrendo assim, mudanças
positivas, tanto no comportamento dos alunos, como em seu conhecimento.
Diante do exposto, espera-se que esta aprendizagem cooperativa com a utilização de
recursos das TICs possam realmente atender e chegar ao alcance de todos os atores da
educação de forma facilitadora e edificadora, contribuindo com aspectos que proponham a
eficácia do saber, para que seja alcançado resultados concretos e proveitosos, dando
verdadeiro sentido a ação educativa. Considerando o posicionamento de Gadotti (2011), o
qual observa que a essência da vida está na educação e que esta para metamorfosear precisa
ser livre, seguindo o curso da vida. A pedagogia em toda sua trajetória busca fazer com que
todos no cenário educativo tenham sua liberdade, e nessa mesma linha de contribuição, o
pedagogo da era digital é livre para desenvolver competências e habilidades renovadas e
empreendedoras.
1.3 O pedagogo na era digital e a utilização das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs) na Educação
A utilização da internet passou a ser um dos meios mais usados pelas pessoas para se
comunicar, pesquisar e coletar informações de maneira rápida e acessível. Portanto, sua
utilização promove uma dinâmica na vida das pessoas, devido seus impactos constantes que,
ao longo de seu surgimento vem se propondo a fazer, transformando suas necessidades
básicas e transformando-se a si mesmos.
O advento das Tecnologias da Informação e Comunicação, o acesso e as facilidades
à web trouxeram ao mundo virtual novos conceitos e novos aprendizados no campo do
trabalho pedagógico. Dessa feita, vive-se uma nova era - a era da informação, da
comunicação, da interação, da tecnologia e, principalmente, das metamorfoses nos processos
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educacionais. Um novo paradigma no contexto pedagógico e na construção de saberes está
surgindo.
Conforme Fava (2014, p. 13):
“Quando o mundo mudava devagar, olhar para o futuro era uma arte ascética,
eremita mística, envolta em segredos, extraída de entranhas, quase sempre produto
de incorretas profecias, divinamente inspiradas nas sibilas dos oráculos da
antiguidade. Com a descoberta de novos meios de comunicação, a informação está
acessível a qualquer hora, em qualquer tempo.”
A inclusão das tecnologias da informação e comunicação contribuem
satisfatoriamente no cenário pedagógico, oferecendo-lhe possibilidades e melhorias de acesso
à informação, minimizando os problemas e situações relacionadas ao tempo e ao espaço,
permitindo ampliar alternativas e potencializar a comunicação entre professores, pedagogos,
alunos e comunidade em geral. Além do mais, os recursos tecnológicos na educação somaram
bastante na prática do pedagogo na era digital. Olhando por este ângulo, pode-se dizer que
grandes são os desafios, mas inúmeras são as possibilidades para fazer com que a educação se
constitua numa prática, inovadora e de boa qualidade.
É neste contexto pedagógico e tecnológico, que o pedagogo na era digital, procura
sobrepor seu trabalho utilizando-se de ferramentas tecnológicas atuais. Partindo desse
princípio, pode-se inferir que a educação e suas metodologias de ensino se apresentam
diversificadas quando suas propostas centrais ocorrem à luz das novas tecnologias,
ultrapassando propostas tradicionais, com a inserção de métodos inovadores. Tal cenário
educativo mostra à sociedade escolar, modelos de aprendizados edificantes ao fazer
pedagógico com possibilidade de as aulas serem mediadas pelo computador, utilizando a
tecnologia em rede e a exploração de uma diversidade de recursos midiáticos a seu dispor.
“Os impactos deste processo [O uso da Web e seus recursos, como as redes sociais]
na capacidade de aprendizagem social dos sujeitos tem levado ao reconhecimento
de que a sociedade em rede está modificando a maioria das nossas capacidades
cognitivas. Raciocínio, memória, capacidade de representação mental e percepção
estão sendo constantemente alteradas pelo contato com os bancos de dados,
modelização digital, simulações interativas, e etc.” (Brennand, 2006, p 202)
A utilização de recursos como a carta, o correio, o fax, o telefone, o rádio, e a
televisão, entre outras ferramentas tecnológicas, estão sendo substituídas, por equipamentos
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mais inovadores, contendo várias funções. Como por exemplo, o celular (telefone móvel),
nele a pessoa pode acessar vários dispositivos como assistir TV, ouvir o rádio, ouvir música,
enviar e-mail, enviar mensagem de texto, jogar, tirar foto, enfim existem muitos outros tipos
de acessibilidade. Ou seja, os celulares de última geração possibilitam e facilitam ao homem
manusear de várias aplicabilidades ao mesmo tempo. A TV interativa vem sendo usada,
produzida e consumida, de maneira dinâmica pelas pessoas e pelo cenário educativo. Os
jovens se comunicam bem mais através destes tipos de equipamentos, do que utilizar-se de
outros tipos de mecanismos.
Vive-se numa sociedade do conhecimento em rede. As chamadas redes sociais estão
cada vez mais se expandindo como Face book, Instagram, Whatsapp, abrindo espaço para
novas reflexões e construção do conhecimento e troca de experiências, proporcionando o
compartilhamento do ensino apreendido e aprendido em grupos. Até porque, o conhecimento
pode ocorrer num processo de partilhamento coletivo, como também pela distribuição de
saberes e de aprendizados.
Conforme Gabriel (2013, p. 9), “[...] a Era da Informação vem cedendo lugar à Era
da Inovação”. Pedagogos da Era Digital vem aos poucos se adequando à era tecnológica,
como forma de renovação e exigência do mundo moderno. Por outro lado, sabe-se que tal
adequação não é tarefa fácil, pois com certeza trata-se de um processo cheio de obstáculos e
de desafios. Para Demo (2009, p. 77), “[tecnologicamente correta] é a pedagogia que assume
o desafio de integração das novas tecnologias, não para nelas se afogar, mas para renascer”.
Assim, desde a era jesuítica a educação brasileira, vem tomando rumos evolutivos, e
naturalmente, a pedagogia vem também tomando seu espaço. O “renascimento” da pedagogia
quebra paradigmas, deixando para trás aquele pedagogo informante, centralizador,
tradicionalista, com suas práticas incondizentes à formação. Este modelo de pedagogo não se
ampara mais neste novo cenário educativo, que ora se apresenta e que, por sua vez, se rende
ao novo. Este novo perfil pedagógico se destaca metamorfoseando-se com a inclusão de
metodologias educacionais pedagógicas, modernas e competentes.
De qualquer forma, mesmo que o novo se apresente, é importante informar que ainda
existe resistência em se apropriar de inovações.
Fava (2014 p. 34) enfatiza que “com o advento da era digital, novamente estamos
vivenciando uma transmutação de época”. Com o uso das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs) e do computador, um pedagogo contemporâneo, inovador e progressista
é aquele que procura dominar saberes oriundos das TICs. É interessante, porque está visível a
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evolução das mídias e das tecnologias, a sucessão e a formação das pessoas no mercado de
trabalho, este progresso está mais presente na vida das pessoas. Através das inserções e
inovações tecnológicas, o pedagogo na era digital tem a necessidade de adequar sua
metodologia ao tempo presente.
De acordo com Moraes (2010, p. 123):
“Com o aparecimento das mídias eletrônicas, entre elas a informática e a
telemática, modificações importantes e significativas estão ocorrendo nas formas
de conceber, armazenar e transmitir o saber. As mudanças técnicas provocadas por
essas tecnologias requerem e produzem novas formas de representação, dando
origem a novos modos de conhecimento.”
No Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), ocorre a troca de experiências e
ensinamentos, formando-se grupos, justamente para se comunicarem e disponibilizarem
materiais didáticos para todos de maneira online. De acordo com Lévy (2015), esse processo
constitui um modo peculiar de produzir coletivamente, com a participação ativa dos atores
envolvidos. Ele destaca que tal procedimento constitui um ciberespaço, o qual promove a
inteligência coletiva, sendo esta última “[...] uma inteligência distribuída por toda parte,
incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização
efetiva das competências” (Lévy, 2015; p.29). Esta troca de informações e de acessos que
estão sendo feito por pedagogos, professores e alunos formam grupos de estudos que são
intermediados pelo computador. Nesse viés, é constituído o que Lévy (2015) chama de
inteligência coletiva.
À luz da reflexão supramencionada, verifica-se que ser um pedagogo na era digital se
resume numa tarefa difícil, no entanto, esta promove conhecimento e domínio das TICs e de
outras técnicas e conteúdos necessários à prática pedagógica. Assim, a escola torna-se um
espaço coletivo e democrático nas tomadas de decisões, coordenando de maneira apropriada
os projetos educacionais revolucionários.
Nas palavras de Fava (2014, p. 70), “[O processo de ensino-aprendizagem tornou-se
coletivo; para tanto, deve-se usufruir da enorme inteligência coletiva presente em qualquer
instituição de ensino [...]”. Dessa maneira, a proposta do Ensino Mediado por Tecnologia com
sua metodologia distinta baseia todo seu trabalho pedagógico através da inteligência coletiva,
haja vista que alunos, professores, pedagogos, gestores, dentre outros, participam ativamente
da troca de informações e saberes. Pois, frente a inteligência coletiva:
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“[...] é, possível utilizá-la para escolha, organização, disponibilização dos
conteúdos, para o planejamento e elaboração das atividades de aprendizagem
efetivas, para a busca de ferramentas digitais para o ensino, para a interação das
velhas com as novas metodologias de ensino-aprendizagem.” (Fava, 2014, p 70)
Assim, a troca de informação dos grupos e a associação efetiva de competências fez
com que o pedagogo na era digital e na contemporaneidade, não fosse mais visto como
alguém que assumisse as diversas funções na escola, mas sim, se apropriasse do seu
verdadeiro papel na sociedade que é ser um condutor e/ou mediador entre as partes, ora do
ensino e aprendizagem, ora entre o professor e o aluno. E, que sua plataforma de trabalho,
seja de maneira inovadora - uma vez que, este pedagogo, faz a conexão de saberes
pedagógicos entre professores, alunos e sociedade e, com isso, fortalece sua profissão.
Por esse prisma, as ferramentas tecnológicas tornam-se primordiais nas mãos deste
especialista educacional. Por outro lado, salienta-se que a utilização das ferramentas digitais
pelo pedagogo deverá promover o aprimoramento do manuseio e do domínio dos recursos
tecnológicos disponíveis à prática pedagógica, fortalecendo ainda mais suas habilidades e
competências no processo educacional.
Enfatiza-se que a educação não se resume a um conjunto de procedimentos ou
técnicas de se ensinar e aprender, mas aos domínios teóricos e práticos necessários ao mundo
moderno. Tais domínios fazem com que determinados profissionais da esfera educacional,
especialmente o pedagogo, vá se adequando às novas perspectivas que este mundo
contemporâneo oferece, superando desafios e possibilidades, os quais no século 21 vêm
tomando força; um desses desafios, sem dúvida é como manusear as ferramentas digitais, pois
estas permitem uma melhor forma de uso das TICs.
Segundo Morin (2005, p. 89) “[...] para conhecer, não se pode isolar uma palavra,
uma informação; é necessário ligá-la a um contexto e mobilizar os saberes, a cultura, para
chegar a um conhecimento apropriado e oportuno da mesma”.
Assim sendo, as mudanças e transformações são necessárias no contexto educativo e
pedagógico, e devem ser desenvolvidas com urgência, considerando que a dinâmica que gira
em torno das TICs é constante. Carecendo, também, de contínua atualização e processos
formativos. Nesse sentido, o pedagogo na era digital precisa aprender e compreender que a
dinamização para o fazer pedagógico é complexa e que o mesmo precisa saber desenvolver
para poder ter condições de aplicá-las. De acordo com Perrenoud (2001, p. 19):
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação 33
“[...] o ensino é muito mais que um revelador das disposições individuais. É um
sistema de ação, uma organização que transforma as pessoas, suas competências,
assim como suas atitudes, suas representações, seus gostos. É um sistema que
pretende instruir, exercer sua influência.”
De modo igual, para Benavente (2013, p.2):
“À luz de um determinado modelo de desenvolvimento econômico e social
cresceram e generalizaram-se os sistemas educativos e as escolas modernas. Mas a
legitimidade do estado- nação nasce na igualdade dos direitos de todos os cidadãos,
numa lógica democrática universalista. A escola das sociedades modernas é” a
escola para todos”, aquela em que se confia para formar o cidadão nacional.”
Nessa perspectiva os sistemas educativos modernos, formam o cidadão em um
cidadão nacional, através da igualdade de direitos iguais. A sociedade, a escola e todos de um
modo geral vão se adequando a era moderna. É necessário que as mudanças e desafios, nos
quais a escola está aos poucos se inserindo, como também se reestruturando, é que o
pedagogo na era digital vem revolucionando sua maneira de trabalhar a educação de maneira
próspera e inovadora. Hoje as mudanças se faz a um ritmo tão rápido que tem lugar dentro de
uma mesma geração (Enguita, 2001) mesmo que esteja numa amplitude global controlada
pelas tecnologias digitais que invalidam as culturas locais, devendo manter-se seguro com
seus conhecimentos.
Não se pode negar que praticar o “novo” é sempre contestador. Segundo Candau
(2012, p. 61):
“No mundo atual, a consciência de que estamos vivendo mudanças profundas, que
ainda não somos capazes de compreender adequadamente, é cada vez mais aguda.
Esta realidade provoca em muitas pessoas insegurança, incerteza e suscita as mais
variadas reações, de perplexidade, inquietude, medo assim como, também, de
busca e criatividade.”
Reforçando, que no mundo atual nas últimas décadas as Tecnologias da Informação e
Comunicação tem afetado fortemente todas as esferas da sociedade seja social, cultural ou
econômica. E, como consequência desta crescente evolução muitos setores em especial a
educacional, tem apresentado grandes alterações. Como assegura a Comisión Europea (2012,
p.10) 5 “a revolução digital abriu grandes oportunidades para melhorar a qualidade, a
5 Tradução da autora
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
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acessibilidade e a equidade na educação, reduzindo barreiras sociais e permite que as pessoas
aprendam em qualquer lugar a qualquer momento individual e flexível”. As barreiras
educacionais estão sendo rompidas pela era digital, de maneira em que todos possam se sentir
iguais perante a inclusão tecnológica.
Moran (2007) enfatiza que a realidade no campo educacional está cada vez mais se
modificando. Para este autor, esse cenário exige maior empreendimento e qualificação por
parte dos educadores e, concomitantemente, da equipe pedagógica de uma escola. “Com as
escolas cada vez mais conectadas à internet, os papéis do educador se multiplicam,
diferenciam e complementam, exigindo uma grande capacidade de adaptação, de criatividade
diante de novas situações, propostas, atividades.” (Moran, 2007; p. 37)
Ora, se na atualidade as inovações tecnológicas estão a cada minuto se despontando,
a prática do pedagogo na era digital necessita ser reconstruída, pois Schön6 apud Jordão
(2007) apontou a necessidade de se repensar à epistemologia da prática, fundamentada na
reflexão a partir de situações concretas. Diante disso, este pedagogo, através de práticas
distintas, desenvolve ações que visem possibilitar, acompanhar e conduzir seu trabalho na
orientação e assessoramento juntamente com o professor. Sua atuação nesse sentido deverá
consistir-se de auxílio, assistência e orientação, pois é dessa forma que é realizado o fazer
pedagógico junto ao professor.
A participação do pedagogo na construção e condução deste saber passa a ser um
compromisso não só deste profissional, mas um comprometimento que deve ser assumido por
todos envolvidos no processo de construção educativa. Assim, conhecer e habituar-se às
ferramentas as quais serão utilizadas na concretização do processo educativo e que irão fazer
parte do dia a dia de professores e alunos - deverá ser reflexão constante no papel do
pedagogo. E a utilização das TICs poderá facilitar essas articulações.
“O uso criterioso da Tecnologia da Informação e Comunicação como apoio no
processo ensino-aprendizagem proporciona ao aluno o acesso a uma poderosa
ferramenta coadjuvante da construção de novos conhecimentos. Também contribui,
sobremaneira, para a superação de barreiras vinculadas à estrutura curricular
tradicional, possibilitando a integração do aluno às diferentes maneiras de
aprender.” (Oliveira, 2007, p 29)
6 Schön, D. (1983). The reflexive practitioner. Londres: Temple Smith.
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação 35
Considerando o exposto, nota-se que, para ser um pedagogo na era digital,
dominador das TICs e dos conhecimentos necessários à sua prática e adequar o seu fazer ao
mundo atual é preciso estar em constante atualização, mesmo diante do movimento dialético
das inovações midiáticas, além da apropriação dos conteúdos e saberes referentes à formação
– que deverá esta última ser contínua e rica em conhecimento. Este deve ser o perfil de
profissional do século 21.
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação 36
CAPÍTULO 2
ESTUDO EMPÍRICO: O CENÁRIO DA INVESTIGAÇÃO –
ONDE/COMO SE REALIZOU E QUEM PARTICIPOU
Neste capítulo serão apresentados o estudo empírico e a construção do caminho
metodológico da pesquisa. Para isso foi debruçado, primeiramente, sobre o Centro de Mídias
de Educação do Amazonas (CEMEAM) – que é o palco onde ocorreu a investigação in lócus,
possibilitando a produção de dados para análise do estudo. Posteriormente, será narrado o
tracejo metodológico percorrido, detalhando os procedimentos adotados na elaboração e
consolidação da pesquisa.
2.1 O palco da pesquisa: Centro de Mídias de Educação do Amazonas (CEMEAM)
Pode-se observar ao longo da história que inúmeras mudanças ocorreram na
educação referente e no que compete ao trabalho do pedagogo. No Amazonas não foi
diferente. Em função disso, torna-se necessário neste estudo apresentar resumidamente, o
processo evolutivo da educação mediada por tecnologia no Estado do Amazonas, considerado
pioneiro no Brasil ao utilizar os mais diversificados e modernos recursos tecnológicos
digitais, com o objetivo de ampliar, atingir e incluir a educação em seus municípios, atingindo
os mais distantes espaços geográficos amazonenses.
O Estado do Amazonas7 possui uma população de mais de quatro milhões de
habitantes, e tem como capital a cidade de Manaus. É uma região que engloba uma
diversidade populacional, pois tem entre seus habitantes – ribeirinhos indígenas e ruralistas. O
Amazonas está situado no centro da Região Norte do Brasil, limitando-se ao norte com o
Estado de Roraima, com a Venezuela e Colômbia; ao Leste com o Estado do Pará; ao Sudeste
7 Amazonas é uma das 27 unidades federativas do Brasil, sendo a maior delas em território, com uma área de
1 559 159,148 km², constituindo-se na nona maior subdivisão mundial, sendo maior que as áreas
da França, Espanha, Suécia e Grécia somadas. Seria o décimo sexto maior país do mundo em área territorial,
pouco superior à Mongólia. É maior que a Região Nordeste com seus nove estados, e equivale a 2,25 vezes a
área do estado norte-americano do Texas. A área média de seus 62 municípios é de 25 335 km², superior à área
do estado brasileiro de Sergipe.
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação 37
com o Estado do Mato Grosso; ao Sul com o Estado de Rondônia e com a Bolívia; e ao
Sudoeste com o Estado do Acre e com o Peru.
A planície amazônica é formada de Várzea e Igapós (Planície de Inundação), e de
Terras Firmes. A malha hidrográfica viária desta região é composta por rios e lagos, suas
estradas aquáticas são utilizadas como meios de comunicação e transportes. Diante desse tipo
de locomoção que existe no Estado do Amazonas, é que se tornam difícil o acesso dos jovens,
adolescentes, senhores e senhoras nas salas de aula, na educação formal. Mesmo com todas
essas dificuldades de locomoção o Estado do Amazonas foi destaque no ano de 2016 no
exame do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
Figura 1
Encontro das águas (rios Negro e Solimões) em frente à capital amazonense
Fonte: Google
Conforme Maia (2014), desenvolver a educação escolar no Amazonas é bem
complexo devido suas características climáticas e geográficas. Mas não é impossível.
“Face ao contexto, levar educação a todos os rincões de um Estado com dimensões
continentais como é o Amazonas não é tarefa simples. Aliados à imensidão, vários
outros obstáculos apresentam-se, tais como: as características climáticas e
geográficas peculiares da Região Amazônica; os meios de locomoção; a vazante
dos rios, que são suas principais vias trafegáveis; a falta de profissionais docentes
com qualificação em todos os componentes curriculares da segunda etapa da
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação 38
Educação Básica. Essas são apenas algumas das dificuldades que transformam essa
tarefa em um verdadeiro desafio. ” (Maia, 2014, p 47)
Figura 2
Floresta no Amazonas e imagem de um rio (considerado estrada amazonense)
Fonte: Google
No ano de 2001, o Estado começou a dar os primeiros passos de inovação
tecnológica na educação formal. Foi nesse ano que a Universidade do Estado do Amazonas
(UEA), criou o Programa de Formação e Valorização de Profissionais da Educação
(PROFORMAR), visando o atendimento à política do governo brasileiro concernente à
formação de professores que atuavam no ensino fundamental, mas que não possuíam a
certificação para o magistério.
“O Programa de Formação e Valorização dos Profissionais da Educação –
Proformar, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) – foi pensado para
atender a uma solicitação da Secretaria de Estado e Educação e Qualidade do
Ensino, com o objetivo de cumprir os dispositivos legais da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, que determinou a qualificação obrigatória de
professores, feita em curso superior, independente do nível de ensino: fundamental
ou médio. A mesma Lei estabeleceu a “Década da Educação” como tempo
necessário para que todos os Estados da Federação pudessem se organizar,
estabelecer programas específicos de formação de professores e profissionalizar as
carreiras do magistério do Ensino Fundamenta.” (Barbosa, 2008, p 22)
Conforme Barbosa (2008), o PROFORMAR formou 7.454 professores no interior do
Estado do Amazonas e a 1.887 professores na capital Manaus, totalizando 9.341 alunos.
Devido às inúmeras dificuldades ocorridas e a malha hidrográfica do Amazonas ser bastante
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desafios e possibilidades
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação 39
extensa e complexa, foi que a equipe responsável pelo programa, buscou soluções de
melhorias ao ensino e “[...] elegeram a plataforma tecnológica destinada à educação mediada
pela TV” (Barbosa, 2008, p. 24). Portanto, o PROFORMAR foi a primeira experiência de
ensino mediado por tecnologia no Amazonas, considerado inovador e diferenciado dos
métodos convencionais utilizados.
Já em 2007, o Amazonas deu sequência ao Ensino Presencial Mediado por TV, com
a criação do projeto Ensino Presencial Mediado por Tecnologia do Centro de Mídias de
Educação do Amazonas (CEMEAM), sendo este o pioneiro nesta modalidade de ensino na
educação básica no cenário educacional brasileiro. Desde então, o CEMEAM passou a
disponibilizar a inclusão da educação formal básica, abrangendo os 62 municípios do
Amazonas à luz de uma proposta educacional inovadora, utilizando os mais modernos
recursos tecnológicos digitais. A imagem a seguir (figura 3) mostra onde fica localizado o
Centro de Mídias de Educação do Amazonas. Na contextualização da imagem, tem-se o mapa
do Brasil, o mapa do Estado do Amazonas, do município de Manaus e a localização específica
de onde se encontra o CEMEAM.
Figura 3
Localização do Centro de Mídias de Educação do Amazonas (CEMEAM)
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
O CEMEAM é um departamento da Secretaria de Educação do Estado do Amazonas,
e iniciou suas atividades no ano de 2007. No entanto, foi em meados de 2004 que fez o
primeiro levantamento de demandas pautado no contexto geográfico amazonense, procurando
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
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identificar locais nos municípios onde não possuíam escolas para que, então pudesse
organizar a estrutura e implementação do ensino mediado. Em 2005, iniciou a elaboração do
Projeto Político Pedagógico; em 2006, o Centro de Mídias de Educação do Amazonas recebeu
a aprovação do Conselho Estadual do Amazonas (CEE-AM), garantida na Resolução 27 de
2006, para o funcionamento do curso de Ensino Médio Presencial com Mediação
Tecnológica, para se trabalhar de forma modular. Em 2007 iniciam-se as aulas no CEMEAM.
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, na Seção III, Art. 32
incisos IV, § 4° argumenta o seguinte: “O Ensino Fundamental será presencial, sendo o
ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações
emergenciais”. Através desta possibilidade, em 2009, o CEMEAM ampliou o acesso ao
ensino fundamental (6º ao 9º ano), abrindo espaço ao uso de novas tecnologias e marchou em
direção da redução da distorção idade/série, oferecendo este nível de ensino nas comunidades,
de acordo com a realidade e anseios específicos de cada localidade, onde o acesso tornou-se
realidade. Já em 2012, o ensino é ampliado com a Educação de Jovens e Adultos (EJA)
atendendo o 1º segmento (2º ao 5º ano do ensino fundamental) e o 2º segmento (6º ao 9º ano
do ensino fundamental). E, em 2017, foi oferecido o Ensino Médio (1º ao 3º ano) presencial
com mediação tecnológica na modalidade da EJA.
O tempo estipulado para formação dos discentes é organizado do seguinte modo: 4
(quatro) anos para o ensino fundamental; 3 (três) para o ensino médio; 3 (três) anos para 4ª e
5ª fases da EJA. O turno vespertino atende séries finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e
EJA ensino médio (1º ano). No turno noturno são atendidas as seguintes séries: 1º, 2º e 3º
anos do ensino médio e EJA 4ª e 5ª fase do ensino fundamental.
O CEMEAM tem como princípio o desenvolvimento de políticas educacionais e
tecnológicas voltadas para o aprimoramento do trabalho pedagógico realizado pelos
professores em sala de aula mediada por tecnologia e pelos pedagogos organizando e
orientando os processos e propostas educacionais. A principal ação dentre essas políticas foi
propiciar um intenso processo de discussão sobre a teoria e a metodologia de ensino e levar a
cabo, a construção curricular para todas as etapas da educação básica.
Atualmente, o CEMEAM oferece uma metodologia inovadora, com proposta
curricular modular, diferente da rede convencional, e conta com a implantação de rede de
serviços de comunicação multimídia (dados, voz e imagens) e autonomia para atender aos 62
municípios amazonenses. Essa metodologia do ensino com mediação tecnológica no modelo
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e-learning8, soma, nesse modelo específico, tecnologias de comunicação de ponta a conteúdos
escolares, e estes últimos planejados e estruturados em objetos de aprendizagens diversos,
direcionados ao processo de construção do conhecimento dos estudantes, numa performance
exclusiva de ensino presencial com mediação tecnológica, de forma que, no atendimento dos
62 municípios amazonenses, cada sala de aula recebe vários equipamentos, compondo um kit
tecnológico. Esse kit congrega 01 (um) rack, 01 (uma) TV 42 polegadas, 01 (um)
computador, 01 (um) mouse e 01 (um) microfone, conforme se pode ver na imagem abaixo.
Figura 4
Kit Tecnológico para mediação das aulas transmitidas
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Foto: Sirley Marques da Silva.
O corpo docente do CEMEAM é formado por profissionais efetivos do quadro da
Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (SEDUC-AM), sendo estes
qualificados e abertos a mudanças para novas formas de ensinar e aprender, através do ensino
mediado por tecnologia. Estes docentes compreendem a estrutura logística de diversas
comunidades do interior do Estado, diante disso são sensíveis aos problemas diversos que se
sucedem no decorrer do ano, como cheia dos rios e falta de energia. Frente à essas questões,
8 O e-learning (do inglês electronic learning, “aprendizagem eletrônica”) corresponde a um modelo de ensino
não presencial apoiado em tecnologia. Atualmente, o modelo de ensino/aprendizagem eletrônico assenta no
ambiente online, aproveitando as capacidades da Internet para comunicação e distribuição de conteúdos.
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desenvolvem ações visando superar possíveis prejuízos no processo ensino/aprendizagem,
com o intuito de que nenhum aluno saia prejudicado.
A metodologia de ensino desenvolve aulas ao vivo, transmitidas pela televisão,
proferidas pelo Professor Ministrante9, onde os alunos as assistem na sala de aula da escola de
sua comunidade. O ensino é ofertado por uma plataforma moderna de telecomunicação,
possibilitando a veiculação de conteúdos programáticos modular seriado, através de solução
de videoconferência, incluindo acesso simultâneo à internet em banda larga e alocação de
uma equipe técnica multidisciplinar para apoiar o trabalho pedagógico e técnico do
CEMEAM, na manutenção e operacionalização do ensino mediado.
Atualmente, o CEMEAM conta com a colaboração de 51 professores ministrantes. E,
conforme o Sistema de Controle Acadêmico-SCA (um sistema criado para se obter todas as
informações como lançamento de notas dos professores presenciais, matrícula dos alunos,
cadastramento de professores, etc.), o CEMEAM possui um total de 300 professores
presenciais10
.
Por sua vez, em sala de aula, o professor presencial, efetivamente recepcionará a aula
juntamente com os alunos. Essa interlocução colaborativa (professor ministrante e professor
presencial) é fundamental para que a apreensão do conhecimento seja construída
significativamente. É sob a orientação do Professor Presencial que fica presente em sala de
aula, que ocorre a interatividade entre o professor ministrante e o aluno, fazendo esta
interação por uma webcam que transmite sua imagem e voz, resultando num diálogo efetivo,
em tempo real, garantindo a completa comunicação entre os participantes do processo de
ensino e aprendizagem. Ressalta-se, inclusive, a importância do momento da Dinâmica Local
Interativa (DLI)11
, que requer o olhar atento de todos os sujeitos (professores ministrantes,
presenciais e assessoria pedagógica). A DLI é, portanto, um dos indicadores qualitativos para
o feedback entre os condutores/mediadores da ação pedagógica em sala de aula.
Nessa metodologia diferenciada de ensino, o aluno assiste às aulas em tempo real,
garantindo a completa participação e comunicação entre os participantes do processo ensino e
9 Professor Ministrante é o docente que planeja e ministra as aulas em estúdio no CEMEAM. Possui formação
acadêmica de pós-graduação (especialista, mestre ou doutor), habilitado para a área de conhecimento,
vinculado ao componente curricular o qual ministra aulas. 10
Professor mediador do processo de ensino e aprendizagem e que fica na sala de aula com a turma que se
forma. É o docente que faz a mediação entre Professor Ministrante e alunos e também acompanha todo
desenvolvimento intelectual dos discentes em sala de aula. 11
Trata-se de um momento da aula onde os alunos desenvolvem respostas às atividades propostas pelo Professor
Ministrante.
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
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aprendizagem. Porém, esse modelo de plataforma de ensino, mesmo sendo com aulas em
tempo real, ou seja, síncronas12
, também ocorrem atividades assíncronas13
, estas últimas
elaboradas pelo professor ministrante para serem desenvolvidas num eventual dia que não
houver aula por motivos de pontos facultativos estabelecidos pelas autoridades locais. Esta
atividade assíncrona é enviada para o professor presencial para que o mesmo a repasse aos
alunos num momento diferenciado das datas do calendário do ano letivo.
As aulas são planejadas pelos professores ministrantes das diversas áreas do
conhecimento e são transformadas em conteúdos televisivos, formatadas em uma central de
produção educativa para TV e transmitidas ao vivo, diariamente, para todas as salas de aula
das diversas comunidades e municípios amazonenses, em horário regular. Os conteúdos são
abordados, com o uso de diversos recursos midiáticos, games e objetos de aprendizagem
inovadores como EVOBook e Homem digital em 3D. Na aula em tempo real, o Professor
Ministrante faz a mediação entre os objetos de conhecimento (que são os conteúdos) e os
estudantes; e o Professor Presencial atua localmente, como ativador do processo de
aprendizagem dos estudantes.
Figura 5
Mediação entre Ministrante e Professor Presencial
Fonte: dados do Centro de Mídias de Educação do Amazonas (CEMEAM), 2017.
12
Aula/atividade síncrona com mediação tecnológica – é uma atividade didática, com mediação dos
conhecimentos e interatividade em tempo real – via IPTV, que objetiva o desenvolvimento de competências e
habilidades dos alunos, por meio de objetos de aprendizagens diversos, detalhados no planejamento curricular.
Os professores ministrantes fazem a exposição do conteúdo, por IP-TV e interagem com as turmas, ao vivo, para
esclarecimento de dúvidas e exposição de opiniões e argumentações que venham contribuir com o tema da aula
do dia, bem como corrigir os exercícios e as atividades planejadas. 13 Aula/atividade assíncrona (presencial em sala de aula) – é a atividade didática presencial com mediação dos
conhecimentos, com livre organização dos espaços e tempos escolares, que objetiva o desenvolvimento de
competências e habilidades dos alunos, por meio de objetos de aprendizagem, específicos detalhados no
planejamento curricular. As aulas são elaboradas pelos professores ministrantes, encaminhadas por e-mail e via
IP.TV mediadas pelos professores presenciais, sendo realizadas durante o período de aulas do componente
curricular em transmissão. Compõem o cronograma de aulas e contribuem com o enriquecimento e cumprimento
da carga horária.
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No ensino presencial com mediação tecnológica, conforme já apontado, a aula
acontece em tempo real, sendo realizada por meio de um sistema via satélite, com interação
de áudio e vídeo, onde a solução de interatividade é a videoconferência, operacionada por
conexão de internet em banda larga. A tecnologia consiste em TV Digital Interativa sobre IP-
TV (via Satélite), em uma Plataforma VSAT (Verysmall Aperture Terminal).
Figura 6
Transmissão das aulas do CEMEAM (via satélite) para o interior do Estado do Amazonas
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
Nesta plataforma, de certa forma, o ensino é considerado igualmente ao
convencional, não no sentido da metodologia diferenciada que ocorre por meio das TICs, mas
devido a interatividade que acontece entre alunos e professores ministrante e presencial, sendo
considerada, através desse meio de comunicação, uma atividade bastante participativa e
produtiva. Diante dessa educação e-learning e b-learning14
, o aluno poderá ter autonomia
intelectual e pensamento crítico, além de compreender os fundamentos científicos e
tecnológicos do processo produtivo e educativo no ensino e aprendizagem.
O CEMEAM vem numa busca constante de aprimoramento dos seus objetivos, com
o intuito de atingir melhores índices educacionais no Estado do Amazonas. Nesse contexto, o
ensino com mediação tecnológica apresenta o quadro atual dos objetivos, missão, visão,
valores que compõem a filosofia da instituição.
O CEMEAM tem como objetivo:
14
B-Learning: Blended Learnig curso à distância oferecido pela Internet de cujo programa constam atividades
síncronas, assíncronas e encontros presenciais (Litto & Formiga, 2012).
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Assegurar ensino de qualidade social, com mediação tecnológica às comunidades
rurais do Estado do Amazonas com ênfase na formação humana, científica e tecnológica,
proporcionando a autonomia intelectual e a formação multidimensional dos estudantes, bem
como o seu desenvolvimento cidadão.
A sua missão é:
Ampliar e diversificar o atendimento aos alunos da rede pública de ensino do
Estado do Amazonas, oferecendo uma educação inovadora e de qualidade por meio das
tecnologias da informação e comunicação com ênfase na interatividade.
E, como visão procura:
Tornar-se referência mundial no atendimento da Educação Básica com a
mediação tecnológica, via satélite, integrada aos ambientes virtuais de aprendizagem.
Seus valores se constituem em:
Inovação;
Inclusão;
Autonomia.
E tem com metas:
✓ Formação continuada dos professores;
✓ Melhoria das taxas de rendimento e avaliação externa;
✓ Integração de novas tecnologias: realidade aumentada;
✓ Integração de novas tecnologias: software de aprendizagem 3D;
✓ Acompanhar o treinamento dos professores no uso das lousas digitais;
✓ Implementação do acompanhamento pedagógico on-site;
✓ Atualização da Proposta Pedagógica Curricular.
A ação de impacto efetivo é imediata para a administração central e com largo
alcance social, ampliando a oferta de vagas com efetivo atendimento à demanda reprimida
nos municípios e comunidades rurais, disponibilizando uma infraestrutura de suporte aos
gestores do poder público, via comunicação social, e promovendo a inclusão digital dos
municípios e respectivas comunidades rurais, por meio do acesso à Internet naquelas que
ainda não usufruem da plataforma educacional.
O processo de ensino e aprendizagem envolve elementos essenciais que são
indissociáveis na ação pedagógica: os conteúdos escolares; as relações de ensino; o processo
de avaliação; a definição de planos de ação e de planejamento de ensino; a definição de
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recursos didáticos. Por serem essenciais, devem ser objetos de permanente reflexão e
considerados na definição clara dos objetivos da escola - no sentido de esta realizar a sua
função social.
O Centro de Mídias de Educação do Amazonas, com o Ensino Presencial Mediado
por Tecnologia, tendo como finalidade garantir a inclusão educacional e a conclusão da
educação básica de milhares de jovens e adultos, com uma metodologia distinta e inovadora.
Nesse contexto, visando uma educação de boa qualidade compromissada com a comunidade
educacional, o CEMEAM precisa de um pedagogo especialista para auxiliar os professores
ministrantes na construção de suas aulas, acompanhando o fluxo da proposta de ensino e das
aulas midiatizadas. O pedagogo do CEMEAM exerce suas atribuições na ótica das TICs,
passando a adotar métodos diferenciados e inovadores em sua prática, constituindo
conhecimento nas práxis do fazer pedagógico no ensino mediado por recursos tecnológicos.
Ademais, o CEMEAM foi criado para viabilizar o ensino, aproximar alunos e
professores e levá-los a fazer uma reflexão de que fazer Educação neste país, ainda é
prioridade. E, que valorizar a liberdade e a livre expressão, no processo de ensino e
aprendizagem e principalmente dentro de uma perspectiva intercultural, interdisciplinar e
multicultural é sobremaneira importante, e o que norteia todos esses aspectos é justamente a
ação pedagógica que é o que os torna significativa neste campo educacional.
Suas atividades são desenvolvidas através de uma metodologia de ensino não
convencional, bem distinta, com características de Educação a Distância (EaD), prevendo
aulas ao vivo, transmitidas pela televisão, cujo objetivo é o de ampliar e diversificar o
atendimento aos alunos da rede pública de ensino do Estado do Amazonas, oferecendo uma
educação inovadora e de boa qualidade, por meio das tecnologias da informação e
comunicação, com ênfase na interatividade.
A Educação a Distância (EaD) é o termo genérico usado no Brasil para designar
modos de formação ou de aprendizagem on-line, cuja mediação estudante-professor-
conhecimento é feita por meio da utilização de alguma tecnologia e que, por isso, diferencia
do modelo presencial clássico e, também, do ensino ao vivo/presencial com mediação
tecnológica, como é o caso do CEMEAM. Nessa proposta de ensino não convencional com
características de EaD, o ensino presencial com mediação tecnológica tem como base os
seguintes pressupostos metodológicos: a interatividade, a presencialidade e a mediação.
A interatividade é uma atividade pedagógica bidirecional em que os sujeitos do
processo educativo, professores e alunos, se inter-relacionam em tempo real com interface
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
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tecnológica e digital. A tecnologia permite aos docentes a mediação do conhecimento há
milhares de alunos em um contexto plural de aprendizagem, ressignificando o espaço
educativo virtual em um contexto singular de interação, que é a sala de aula convencional.
A presença às aulas em sala de aula, durante toda a jornada de estudos que
tradicionalmente compõe-se de 4 horas diárias de efetivo trabalho escolar, ocorre em
simultâneos e contínuos momentos de interação com professores e alunos. No modelo
pedagógico do ensino presencial com mediação tecnológica, o conceito de presencialidade,
além de cumprir as 800h/a obrigatórias do modelo clássico, supera os limites de tempo e
espaço de aprendizagem. Os recursos de interatividade por videoconferência permitem a
presencialidade, pois garantem o acesso e a permanência dos alunos em salas de aulas das
comunidades rurais nos diversos pontos de acesso à plataforma virtual. A presencialidade às
aulas pressupõe a participação e interação efetiva dos integrantes no processo educativo:
professores ministrantes, professores presenciais e alunos. As assistências às aulas ocorrem
diariamente na sala de aula convencional durante todo o ano escolar.
No ensino presencial com mediação tecnológica, a mediação tem dois sentidos
epistemológicos: mediação do conhecimento e mediação tecnológica.
A mediação do conhecimento é a tarefa efetiva dos Professores Ministrantes do
Centro de Mídias e ocorre de maneira planejada em função das habilidades e competências a
serem desenvolvidas pelos alunos durante o processo escolar. Na aula, em tempo real, o
Professor Ministrante atua como mediador entre os objetos de conhecimento, que são os
conteúdos e os alunos. O Professor Presencial participa do processo de mediação orientando o
desenvolvimento das dinâmicas locais interativas, projetos de pesquisa e atividades de
extensão das aulas.
Segundo a Psicologia Moderna, os conhecimentos encontram-se nas zonas de
desenvolvimento proximal15
e, através do processo de mediação, passam a conhecimentos
efetivos, resultando no desenvolvimento cognitivo real dos alunos. Para que ocorra a
aprendizagem, os alunos devem atuar sobre o objeto do conhecimento. Nesse sentido, o
modelo pedagógico dessa proposta curricular se destaca por assegurar aos alunos experiências
15
Zona de Desenvolvimento Proximal Iminente (ZDI) é um conceito elaborado por Vygotsky, e define a
distância entre o nível de desenvolvimento atual, determinado pela capacidade de resolver um problema sem
ajuda, e a gama de possibilidades, determinado através de resolução de um problema sob a orientação de um
adulto ou em colaboração com outro companheiro. Quer dizer, é a série de informações que a pessoa tem a
potencialidade de aprender, mas ainda não completou o processo, conhecimentos fora de seu alcance atual,
mas potencialmente atingíveis.
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desafios e possibilidades
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação 48
de aprendizagens desafiadoras, com uso da tecnologia, levando-os à reflexão, à crítica, à
criação, à produção e à interação com as mais diversas possibilidades de aprender a aprender.
A mediação do conhecimento é assegurada pela mediação tecnológica, tendo como
suporte a moderna plataforma tecnológica e educacional do CEMEAM. Mediar o processo de
aprendizagem requer dos docentes, além do planejamento intelectual dos conteúdos e
habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos, o conhecimento dos diversos recursos
midiáticos disponíveis na Central de Produção Educativa de TV para produção e criação das
aulas.
É requerido também dos docentes o conhecimento das ferramentas básicas de
interatividade, como chat público, chat privado e redes sociais, pois estas são estratégias de
mediação dos conhecimentos a serem exploradas durante as aulas.
Os resultados desse processo cognitivista, com interface tecnológica e digital, são as
aprendizagens efetivas dos alunos e o alcance dos objetivos educacionais. Nesse contexto, a
formação continuada dos educadores é condição essencial para que os Professores Presenciais
e Ministrantes tenham total domínio das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs)
disponíveis no CEMEAM.
Figura 7
Municípios que são atendidos pelo CEMEAM e número de Turmas
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desafios e possibilidades
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Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
Quanto ao quantitativo aproximado de alunos matriculados, o Sistema de Controle
Acadêmico (SCA) apresentam esse número de turmas cadastradas do ano de 2017.
Quadro 1
Total de Turmas cadastradas no CEMEAM em 2017
TURNO NOTURNO 1837
EJA 2º SEGMENTO 104
4ª FASE 36
5ª FASE 68
EJA MÉDIO MODULAR 34
ENSINO MÉDIO 1699
1º ANO 537
2º ANO 636
3º ANO 526
TURNO VESPERTINO 214
EJA MÉDIO MODULAR 5
ENSINO FUNDAMENTAL 209
6º ANO 47
7º ANO 43
8º ANO 49
9º ANO 70
TOTAL GERAL 2051
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
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desafios e possibilidades
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Quadro 2
Total de alunos matriculados no CEMEAM em 2017
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
O sistema utilizado pelo CEMEAM (SCA) é um tipo de sistema virtual, que serve
para controlar e registrar as notas, frequências dos alunos e os conteúdos das aulas, porém os
Professores Presenciais também se utilizam do diário físico, pois numa eventual queda de
energia, eles mantêm as notas e a frequência lançadas manualmente. Tal sistema serve fazer e
saber todo o processo dos registros feitos pelos Professores Presenciais.
Quadro 3 Turmas, comunidades e escolas atendidas pelo CEMEAM
ANO TURMAS
ATENDIDAS
COMUNIDADES ESCOLAS
2007 239 199 199
2008 555 301 307
2009 856 365 371
2010 974 397 402
2011 1303 526 528
2012 1664 646 655
2013 1959 745 762
2014 2129 798 824
TURNO NOTURNO 28727
EJA 2º SEGMENTO 1898
4ª FASE 668
5ª FASE 1230
EJA MÉDIO MODULAR 622
ENSINO MÉDIO 26207
1º ANO 8448
2º ANO 9982
3º ANO 7777
TURNO VESPERTINO 3416
EJA MÉDIO MODULAR 18
ENSINO FUNDAMENTAL 3398
6º ANO 703
7º ANO 780
8º ANO 798
9º ANO 1117
TOTAL GERAL 32143
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2015 2008 778 803
2016 2072 806 825
2017 1705 720 733
Fonte: SIGEAM - Sistema Integrado de Gestão Educacional do Amazonas (2017).
Com as informações contidas no quadro acima, percebe-se o crescimento de turmas,
comunidades e escolas atendidas no percurso desses 10 anos de existência do CEMEAM,
mostrando o quanto de 2007 até 2017 o Centro de Mídias de Educação do Amazonas
alavancou em termos de atendimentos.
As imagens abaixo (figuras 8, 9 e 10) nos mostram algumas comunidades e escolas
que são atendidas pelo CEMEAM. Geralmente, elas se localizam em áreas de difícil acesso, e
bem distante da sede dos municípios e da capital amazonense.
Figura 8
Comunidades e escolas atendidas pelo CEMEAM
Fonte: Google
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Figura 9
Comunidades e escolas atendidas pelo CEMEAM
Fonte: Google
Figura 10
Comunidades e escolas atendidas pelo CEMEAM
Fonte: Google
O quadro a seguir (quadro 4) nos mostra a expansão no número de matriculados,
entre os anos de 2007 a 2016. Diante dessa demanda e grande aumento de matriculados,
verifica-se que o CEMEAM durante seu ofício vem se tornando um centro de inovação
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tecnológica nos processos de ensino e aprendizagem, fomentando para jovens, adolescentes,
senhores e senhoras o conhecimento através das tecnologias da comunicação e informação
(TICs), e que sua proposta de aprendizagem com os métodos didático-pedagógicos oferecidos
estão transformando todos esses estudantes em cidadãos com visão tecnologicamente
construtivista.
Quadro 4
Número de Alunos Matriculados
Alunos
Matriculados
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
5170
10229
14289
17117
22364
26796
29627
31062
28804
29790
Fonte: SIGEAM- Sistema Integrado de Gestão Educacional do Amazonas (2017).
Os gráficos abaixo (figuras 11, 12, 13 e 14) nos mostram a evolução de
atendimentos, do número de matriculados e de comunidades atendidas pelo CEMEAM desde
sua implementação até o ano atual.
Figura 11
Turmas, comunidades e escolas atendidas pelo CEMEAM
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
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Figura 12
Turmas atendidas
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
Figura 13
Comunidades atendidas
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
Figura 14
Escolas atendidas
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
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desafios e possibilidades
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O crescente número de matriculados é significativo, pois revela um movimento de
inclusão de alunos que até alguns anos estavam fora da sala de aula devido não ter escolas
para atendimento. Nesse sentido, o CEMEAM vem se tornando um centro de referência que
diferencia a educação no cenário brasileiro. Para Perrenoud (2001, p. 143):
“Diferenciar é dar aos alunos mais desprovidos ocasiões de aprender, de agir e de
interagir. Não significa necessariamente encarregar-se deles de modo individual,
nem colocá-los em uma relação de assistência ou de apoio pedagógico, mas
interessar-se por eles muito de perto, acompanha-los continuamente, mesmo que
seja de longe, mantê-los sob o olhar do professor, mesmo que benevolente.”
É esse ensino diferenciado que o CEMEAM procura transmitir aos seus educandos,
mesmo distantes geograficamente, eles são tratados como pessoas que necessitam do
acompanhamento pedagógico com o intuito de formá-los e prepará-los para exercerem sua
cidadania e superarem os desafios da vida. Desse modo, o CEMEAM vem se aprimorando
através de sua forma peculiar de fazer educação, se mantendo e cumprindo sua finalidade –
que é de assegurar o acesso à educação para todos os amazonenses através dos recursos
tecnológicos digitais e inovadores.
2.2 O trajeto metodológico percorrido: procedimentos de recolha de dados
Demo (2009, p. 53) nos adverte que pesquisar é um ato que pode promover
melhorias na qualidade da vida humana, possibilita informação e promove emancipação. Para
este autor,
“Em termos cotidianos, pesquisa não é um ato isolado, intermitente, especial, mas
atitude processual de investigação diante do desconhecido e dos limites que a
natureza e a sociedade nos impõem. [...] faz parte do processo de informação, como
instrumento essencial para a emancipação.”
A pesquisa tem como objetivo principal de estudo – conhecer como é constituído o
processo do trabalho da equipe pedagógica no Centro de Mídias de Educação do Amazonas
(CEMEAM), identificando possíveis avanços/recuos, pontos fortes/ fracos e sugestões que
possibilitem melhorias às práticas pedagógicas. Para chegar ao alcance deste objetivo,
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação 56
produzimos processos metodológicos, sabendo que para se desenvolver pesquisa é primordial
definir e traçar a metodologia a ser adotada, devido esta tornar-se o percurso do pensamento,
aliando-se à realidade existente a qual dará tenacidade à investigação. “A metodologia inclui
as concepções teóricas de abordagem, o conjunto de técnicas que possibilitam a construção da
realidade e o sopro divino do potencial criativo do investigador.” (Minayo, 2002; p. 16)
Com o intuito de alcançar o objetivo principal proposto, esta pesquisa se orientou por
uma abordagem qualitativa visando compreender que, quando se trata de Educação, não se
deve deter-se apenas em aspectos quantitativos ou qualitativos, mas ter em vista a necessidade
de um aprofundamento, com a imersão da subjetividade nas análises para que a realidade seja
explicada em sua totalidade e com sustentação teórica. Minayo (2001) assevera que a
investigação qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças,
valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos
e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Além disso,
introduz ainda “[...] a questão do significado e da intencionalidade como inerentes aos atos, às
relações e às estruturas sociais, sendo estas últimas tomadas tanto no seu advento quanto na
sua transformação, como construções humanas significativas.” (Minayo, 2001; p. 28)
Trata-se também de uma pesquisa de campo, desenvolvida in lócus, no Centro de
Mídias de Educação do Amazonas (CEMEAM). Segundo Marconi e Lakatos (2016, p. 45):
“Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações
e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta,
ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, de descobrir novos
fenômenos ou as relações entre eles.”
A pesquisa também exige o amparo das técnicas e dos instrumentos metodológicos
que serão utilizados, pois tais recursos permitirão a aproximação do objeto em estudo. Assim
sendo, esta investigação possui suporte teórico-metodológico visando o alcance de uma
caracterização científica, rigorosa e séria, contribuindo para o desenvolvimento e ampliação
dos temas que se debruçam em torno do objeto em estudo.
A partir do próximo subtópico será apresentado como se deu a produção dos dados
recolhidos em fontes teóricas, documentais e através do instrumento de coleta (questionário
aplicado aos participantes da pesquisa) visando à consolidação da pesquisa. Posterior a esta
etapa, será exposto aos participantes da pesquisa os critérios adotados para escolha dos
mesmos. Em seguida, será feito o detalhamento, a organização e análise dos resultados da
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desafios e possibilidades
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investigação. Foi considerado que o procedimento de recolha dos dados substanciou e
oxigenou todo movimento produzido no estudo, direcionando os passos metodológicos
estabelecidos.
2.2.1 Dados recolhidos em fontes teóricas
Com o objetivo de compreender a contextualização do objeto em estudo, se delineou
a literatura especializada para formatar um quadro teórico que desse conta dos temas que
dialogam com o mesmo, tais como: o cenário histórico da educação formal no Brasil e a
pedagogia em contexto, o ofício do pedagogo escolar, o pedagogo na era digital, as
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e seu uso na Educação, Educação a
Distância, os aspectos sociogeográficos do Estado do Amazonas e a educação formal em
contexto, o PROFORMAR amazonense, o Centro de Mídias de Educação do Amazonas e o
desenvolvimento de seu trabalho, etc. Tais temas possibilitaram a criticidade e a reflexão,
além da elaboração de inferências ao longo do estudo.
Nesse percurso foi primordial o embasamento teórico de autores/pesquisadores como
Lévy (2010), Freire (2011), Demo (2009), Fava (2014), dentre outros. A constituição do
levantamento de referenciais se consolidou no acervo do CEMEAM, em obras de acervo
próprio, nas bibliotecas setoriais dos cursos de Pedagogia das universidades públicas de
Manaus-AM, nas pesquisas virtuais em sites confiáveis como o da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e de revistas eletrônicas que
abordam o tema Educação e Novas Tecnologias.
Após esses procedimentos, foram realizadas sessões de leitura para a síntese das
ideias e elaboração do diálogo estabelecido com o referencial teórico, com a finalidade de
entender todos os aspectos analisados. Nesse contexto, foram utilizados diversos autores da
educação, sociologia, filosofia e importantes teóricos que se debruçam sobre as Tecnologias
da Informação e Comunicação (TICs). Isso tudo permitiu um novo olhar para as possíveis
mudanças educacionais e de transformação no cenário educativo amazonense, permeadas com
os avanços tecnológicos educativos, unindo a construção do saber pedagógico com recursos
didáticos inovadores na formação e no trabalho do pedagogo.
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2.2.2 Dados recolhidos em fontes documentais
A importância da análise das fontes documentais foi essencial para conhecer os
diversos documentos produzidos e analisados pelo pedagogo que trabalha no CEMEAM.
Todos os documentos averiguados ficam disponíveis na plataforma do google drive, onde o
pedagogo os visualiza e opera diversas ações dinâmicas, estabelecendo um diálogo constante
com os professores ministrantes e presenciais à luz desses documentos. As fontes
documentais utilizadas na prática do pedagogo do CEMEAM deram suporte para que esta
pesquisa fosse realizada. Os documentos selecionados para análise foram:
1) Cronograma de Sequência de Aulas (CSA): é o documento que explicita o
detalhamento das aulas a serem ministradas no CEMEAM, com a indicação do componente
curricular, nome dos professores ministrantes, carga horária, dias letivos, data e número da
aula, além de conteúdos/temas gerais, detalhamento dos conteúdos, aulas de revisão e as
avaliações a serem realizadas no período letivo em que será ministrado o referido componente
curricular.
2) Plano Didático-Pedagógico (PDP): trata-se de um documento que objetiva
organizar, acompanhar, executar, tomar decisões e avaliar os resultados do processo
educativo, buscando o envolvimento dos sujeitos: assessoria pedagógica, professores
ministrantes e professores presenciais. Resulta num mecanismo de mobilização e articulação
dos objetivos e metas educacionais. O PDP é também, num sentido restrito, um planejamento
descritivo das competências, habilidades, conteúdos, metodologias e processos de avaliação
definidos para cada componente curricular, a fim de orientar a seleção dos objetos de
aprendizagem, em cada etapa de produção de aulas. É um documento produzido pelos
professores ministrantes em duplas e por componente curricular, no início de cada ano letivo,
que orienta a elaboração do cronograma de aulas, além das demais etapas do fluxo de trabalho
pedagógico a ser cumprido pelos professores ministrantes, assessoria pedagógica e empresa
gestora de produção educativa para TV. Para desenvolver uma base de conhecimento para o
planejamento das aulas e a atuação do trabalho intelectual, o professor ministrante tem como
fonte de pesquisa, referências atualizadas, bem como as diretrizes do Ministério da Educação
(MEC), a internet e os resultados de avaliações anteriores. O PDP é organizado em cada
período letivo de cada componente curricular com os seguintes itens: a) definição das
competências e habilidades do Componente Curricular; b) seleção de conteúdo; c) seleção de
recursos midiáticos para a aula; d) elaboração dos instrumentos de avaliação: DLI’s,
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avaliações e questões para a aula de interatividade, temas de projetos a serem desenvolvidos,
bem como questões suplementares extensivas às aulas.
3) Plano de Aula (PA): é o instrumento de sistematização do trabalho docente que
traz especificados os conteúdos, metodologias, recursos, estratégias, número da aula e
habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos como resultado do processo de aprendizagem.
É o roteiro para a produção da aula televisiva, com o detalhamento dos conteúdos, dinâmicas
locais interativas (DLIs), momentos de interatividade, e indicação dos recursos metodológicos
a serem utilizados na aula como cartelas, vídeos, textos, tabelas, gráficos, ilustrações,
realidade aumentada, EVObooks, imagens etc., com as possíveis indicações das fontes dos
recursos, a fim de orientar as demais etapas de produção da aula.
4) Plano de Aula Assíncrona (PAA): é o ofício que organiza as diretrizes e ações
do trabalho do docente presencial quando não ocorrer aulas mediadas nos estúdios. Possui
uma proposta didática com mediação dos conhecimentos, com livre organização dos espaços
e tempos escolares, que objetiva o desenvolvimento de competências e habilidades dos
alunos, por meio de objetos de aprendizagem específicos e detalhados no planejamento
curricular. As aulas são elaboradas pelos professores ministrantes, encaminhadas por e-mail e
via IP.TV16
ao professor presencial. Elas são realizadas durante o período de aulas do
componente curricular em transmissão, num momento que não conflite com as aulas
ministradas nos estúdios do CEMEAM. Compõem o cronograma de aulas e contribuem com
o enriquecimento e cumprimento da carga horária.
5) Orientações Didáticas e Pedagógicas para o Professor Presencial (OD): é uma
ferramenta pedagógica, criteriosamente elaborada pelo professor ministrante, destinada à
orientação dos professores presenciais, visando assegurar um melhor desempenho desse
professor na sala de aula e, consequentemente, melhor aproveitamento dos educandos. Nas
ODs, além do conteúdo da aula e dinâmicas locais interativas, são destacadas as questões
(situações-problemas) a serem dialogadas na interatividade, bem como sugestões de como o
professor presencial deverá proceder mediante o tema e as problematizações propostas pelo
professor ministrante.
6) Caderno de Atividade Curricular (CAC): o CAC destina-se aos educandos do
CEMEAM, tendo por finalidade favorecer a ampliação das competências cognitivas dos
16
IP é um acrônimo para a expressão inglesa “INTERNET PROTOCOL” ou protocolo de internet, usado entre
duas máquinas em rede para encaminhamentos dos dados. Neste caso IP.TV refere-se a internet mediada por
televisão.
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estudantes através dos estudos extensivos ao currículo, com conteúdos e atividades dos
componentes curriculares das diferentes áreas de conhecimento. Não é uma apostila
preparatória para exames, mas sim, um material pedagógico auto instrucional, de natureza
formativa e ampla que se destina a suplementar o processo de ensino aprendizagem, portanto
apoia-se em objetos de aprendizagem significativos e intencionalmente produzidos,
apresentando um diálogo contextualizado, transversal e interdisciplinar. Trata-se de um
documento a ser estudado pelos alunos no período em que o Componente Curricular esteja
sendo ministrado, sendo fundamental que o professor ministrante suscite no educando: a
curiosidade e o interesse de ir além, participando efetivamente de atividades (fóruns, blogs,
chats) permanentes que envolvam a pesquisa e que o subsidie na equação de questões
disponibilizadas na Rede Social do Centro de Mídias, promovendo assim, um processo
contínuo de formação com as atividades de extensão curricular. Os conteúdos abordados nos
CACs objetivam aprofundar os conhecimentos adquiridos nas aulas síncronas e assíncronas
dos componentes curriculares. Nesse sentido, devem ser organizados por unidade de estudos
integrando uma diversidade de exercícios, atividades e pesquisas voltados para a revisão,
reavaliação e consolidação da aprendizagem dos estudantes, promovendo também a revisita a
conhecimentos essenciais para os exames das avaliações externas como SAEB (Sistema de
Avaliação Externa Brasileiro), Prova Brasil, ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio),
SADEAM (Sistema de Avaliação de Educação do Estado do Amazonas).
7) Exame de Reavaliação (ER): o estudante que no 9º ano do Ensino Fundamental
e/ou no 3º Ano do Ensino Médio não obteve 6,0 (seis) pontos para a aprovação, em até 2 e 3
componentes das respectivas séries, será submetido a processos especiais de recuperação e ao
ER nos componentes curriculares com baixo rendimento, pois estes não terão direito à
Progressão Parcial. O ER deverá ser aplicado ao final do ano letivo em curso.
8) Avaliação A e B e Gabaritos (AVA, AVB, GAVA e GAVB): as avaliações devem
contemplar os conteúdos das aulas e devem seguir os critérios específicos, a fim de
diagnosticar as necessidades de aprendizagem dos estudantes, bem como a evolução da
aprendizagem dos mesmos. Os gabaritos enunciam as respostas corretas das avaliações e
norteiam a correção das mesmas pelo professor presencial.
9) Plano de Estudos e Recuperação e Paralela (PERP): é o instrumento de
sistematização do trabalho docente que traz especificados os conteúdos que foram trabalhados
durante a aula, realizando a revisão dos conteúdos mais relevantes que foram abordados no
decorrer da unidade. Esse documento é elaborado pelo professor ministrante para auxiliar o
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estudante que não conseguiu aprovação nas avaliações A e B, dando-lhe uma nova chance de
aprovação/recuperação no desempenho do componente curricular que está sendo ministrado.
10) Formulário de Registro de Aula (FRA): a cada término de aula, o pedagogo deve
preencher este formulário, que nele especifica quantas turmas estão logadas, se houve
problemas na interação da aula, quantas turmas iniciaram e quantas finalizaram, e etc.
11) Cronograma de Planejamento e Produção de Aulas (CPPA): este documento
deve ser registrado pelo pedagogo, detalhando todos os passos do componente curricular no
que concerne ao planejamento, produção e transmissão das aulas, seguindo um fluxo
estabelecido pelo pedagogo juntamente com o professor ministrante.
12) Parecer Pedagógico (PP): é o documento que registra as ocorrências do trabalho
do professor ministrante. Nele, o pedagogo detalha como foi o processo de planejamento,
além de discorrer os pontos fortes e frágeis ocorridos no processo.
Considera-se ter sido imprescindível analisar esses documentos, os quais
contribuíram no desenvolvimento do estudo em pauta. Igualmente, os subsídios que os
mesmos trouxeram facilitaram a compreensão do trabalho do pedagogo no CEMEAM.
2.2.3 Dados recolhidos por questionário
Segundo Marconi e Lakatos (2012, p. 89), “[...] toda pesquisa implica no
levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas
empregados”. Nessa ótica e visando conhecer como ocorre a prática do pedagogo no
CEMEAM, foi elaborado um questionário (apêndice I) com questões abertas e fechadas e que
atenderam os objetivos propostos na pesquisa, bem como deram conta de trazer respostas às
questões norteadoras do estudo. Nesse sentido, o questionário foi elaborado de forma
semiestruturada, segundo Triviños (1987) é indicado por caracterizar uma forma essencial de
registro de evidências.
Em função do pedagogo do CEMEAM utilizar recursos tecnológicos digitais, a
pesquisadora deste estudo optou por elaborar esse questionário na plataforma do google, num
campo chamado google formulário. O instrumento de produção de dados foi construído em
formato digital e disponibilizado no google drive e os participantes da investigação tiveram
acesso online para responder as questões no tempo que tiveram disponibilidade e julgaram ser
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pertinente. Nesse sentido, sua aplicação foi definida em horário estabelecido pelos atores
envolvidos atendendo agendas individuais.
O instrumento de recolha de dados utilizado para esta pesquisa contempla uma
organização de questões. As questões foram selecionadas com o intuito de conhecer como se
dá a prática do pedagogo no CEMEAM, marcada por uma era evolutiva em que as
ferramentas digitais estão cada vez mais se despontando e se renovando. Dessa feita, o
questionário elaborado conta em sua composição com 10 (dez) questões e dividido em três
partes. Na primeira parte consta um texto explicativo dos objetivos da investigação,
garantindo os preceitos éticos estabelecidos pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) os quais
regem sobre a confidencialidade das respostas e o anonimato dos participantes. Ainda neste
tópico é feito um agradecimento referente à livre colaboração dos participantes. A segunda
parte expressa questões pessoais dos investigados, tais como idade, gênero, formação, etc.
Quanto à terceira e última parte, esta é composta por questões destinadas a conhecer os
posicionamentos dos participantes em referência à sua prática pedagógica e ao uso de recursos
tecnológicos disponibilizados na ferramenta tecnológica do google drive na atuação de suas
funções.
Segue como ficou organizada cada questão do questionário elaborado para este
estudo:
Questão 1) Do ponto de vista pedagógico e prático, qual sua percepção sobre
compartilhar/discutir as ações de planejamento/atuação e efetivação numa perspectiva de
rede? – Essa questão foi levantada para conhecer de que modo o processo das ações
pedagógicas numa perspectiva de plataforma digital facilita (ou não) o trabalho do Assessor
Pedagógico no CEMEAM.
Questão 2) Que ações realizadas no CEMEAM estão ligadas diretamente ao trabalho
pedagógico? – Essa pergunta foi feita com o intuito de conhecer as ações desempenhadas pelo
CEMEAM e de que modo elas atingem o trabalho do Assessor Pedagógico, tais como as
políticas que o Departamento institui e como elas refletem nas atividades do pedagogo do
local.
Questão 3) As ferramentas digitais ofertadas pelo CEMEAM facilitam o trabalho do
pedagogo? – Referente à essa questão, a pesquisadora procurou saber se as ferramentas
tecnológicas contribuem (ou não) efetivamente com a prática do pedagogo no CEMEAM.
Questão 4) Como é realizada a comunicação entre o Assessor Pedagógico do
CEMEAM e os professores presenciais? – A pergunta em questão teve a intenção de conhecer
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como ocorre a comunicação entre os Assessores Pedagógicos do CEMEAM e os Professores
Presenciais das diversas comunidades atendidas, identificando as motivações que levam a
estabelecer esse diálogo e as necessidades de comunicação entre ambos.
Questão 5) Como é realizado o processo de planejamento e acompanhamento das
aulas no CEMEAM e quais as etapas a serem seguidas na prática do pedagogo? – Essa
pergunta foi considerada fundamental para se obter dados referentes ao ofício do pedagogo no
CEMEAM. As etapas desenvolvidas pelo Assessor Pedagógico revelam parâmetros
norteadores da prática deste profissional no Departamento.
Questão 6) O CEMEAM possui instrumentos necessários para o alcance dos
resultados satisfatórios no acompanhamento pedagógico? - A questão levantada revela-se
imprescindível para identificar pontos fortes/fracos, avanços/recuos no trabalho do Assessor
Pedagógico no CEMEAM.
Questão 7) Numa perspectiva de execução de ações pedagógicas, há entraves que
emperrem estas ações? No caso de respostas afirmativas, quais? – Essa questão visou analisar
sobre o acesso e a oportunidade de se deparar com o novo e com o complexo (como lidar com
a educação mediada por tecnologia), com a falta de investimentos e as dificuldades que o
trabalho desenvolvido pelo Assessor Pedagógico no CEMEAM enfrenta cotidianamente.
Questão 8) Quais ações são/foram realizadas pela equipe pedagógica com a
finalidade de se construir processos formativos para os Professores Ministrantes do
CEMEAM? - Toda e qualquer ação criada com finalidades de aprendizados, serve para que,
tanto pedagogos quanto professores troquem conhecimentos entre si. Por isso, essa pergunta
foi questionada com objetivo de se conhecer as propostas de formação oferecidas pela equipe
pedagógica do CEMEAM aos professores ministrantes do Departamento.
Questão 9) Em sua opinião, quais ações fora o processo de planejamento, produção e
acompanhamento das aulas, também são atribuições do Assessor Pedagógico do Centro de
Mídias de Educação do Amazonas? - O mundo contemporâneo exige que profissionais do
século XXI, principalmente na área educacional, devem se apropriar de múltiplas atividades.
Nesse sentido, a nona questão procura identificar outras ações desenvolvidas pela equipe
pedagógica no CEMEAM que não estejam relacionadas com o processo do planejamento,
produção e acompanhamento das aulas.
Questão 10) O CEMEAM promove algum tipo de formação (contínua) aos seus
pedagogos, como participação em seminários, congressos, palestras? - Para que se possa ser
um profissional antenado, com ideias evolutivas e inovadoras, é necessário que o pedagogo
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação 64
esteja em contínuo aprimoramento educacional. Essa questão visou conhecer de que modo
ocorre a formação da equipe pedagógica do CEMEAM em eventos reconhecidos e com fins
de fortalecer as aprendizagens e conhecimentos na atuação desses profissionais.
2.2.4 Quem participou
A seleção dos participantes da pesquisa atendeu aos seguintes critérios:
- Ser funcionário público do Sistema Estadual de Ensino do Amazonas (SEDUC-
AM);
- Prestar serviço público educacional no Centro de Mídias de Educação do
Amazonas (CEMEAM-SEDUC/AM);
- Atuar como pedagogo no Centro de Mídias de Educação do Amazonas
(CEMEAM-SEDUC/AM);
No CEMEAM atuam um total de 20 (vinte) Assessores Pedagógicos. O questionário
elaborado para recolha de informações foi designado a todos, no entanto, somente 12 (doze)
Pedagogos aceitaram participar da investigação, dando suas respostas às questões elaboradas
no instrumento de recolha de dados.
Desse total de 12 (doze) participantes, 03 deles desenvolvem seu trabalho junto ao
ensino fundamental (6º ao 9º ano) nos turnos matutino e vespertino; 02 trabalham com as 4ª e
5ª fases da EJA, nos turnos vespertino e noturno; 02 executam seu trabalho com a EJA (1º ano
vespertino), nos turnos vespertino e noturno; e 05 acompanham as três séries/anos do ensino
médio, nos turnos vespertino e noturno.
Dos participantes que atuam no ensino fundamental (6º ao 9º ano), 3 (três) são do
sexo feminino e nenhum do sexo masculino. Destes, 3 (três) desenvolvem seu trabalho como
pedagogo há mais de 15 (quinze) anos. Dos participantes que atuam nas 4ª e 5ª fases da EJA,
1 (um) é do sexo feminino e 1 (um) do masculino. Destes, 2 (dois) desenvolvem seu trabalho
como pedagogo há aproximadamente 17 (dezessete) anos. Dos participantes que atuam na
EJA (1º ano vespertino), 2 (dois) são do sexo feminino e nenhum do masculino. Destes, 2
(dois) desenvolvem seu trabalho como pedagogo há 15 (quinze) anos. E dos participantes que
acompanham as três séries/anos do ensino médio, 4 (quatro) são do sexo feminino e 1 (um) do
masculino. Destes cinco, 3 (três) desenvolvem seu trabalho como pedagogo há
aproximadamente 20 (vinte) anos, e 2 (dois) há aproximadamente 17 (dezessete) anos.
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
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Os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
destacando como seria realizado o momento da aplicação do questionário, conscientizando-os
sobre os direcionamentos legais à luz dos preceitos éticos da pesquisa, estabelecidos na
Resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde (Procedimentos da Ética em Pesquisa).
A assinatura desse termo serviu para resguardar o anonimato e a confidencialidade dos dados
produzidos e para conscientizá-los da participação livre e esclarecida.
2.3 Apresentação e análise dos dados da pesquisa
Os dados empíricos produzidos através do movimento da recolha de dados por meio
do material teórico levantado, dos documentos analisados e do questionário aplicado aos
participantes da pesquisa – foram organizados de modo que conseguissem responder aos
objetivos propostos na investigação.
Particularmente quanto aos dados enunciados no questionário, utilizou-se um recurso
metodológico denominado de Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), o qual se refere à “[...]
uma estratégia metodológica, com vista a tornar mais clara uma dada representação social e o
conjunto das representações que conforma um claro imaginário” (Lefèvre, 2000; p. 19). Trata-
se de um procedimento de tabulação e organização de dados qualitativos, permitindo ao
pesquisador o entendimento claro e a distinção necessária e fundamental, entre descrição e a
interpretação dos impasses da pesquisa qualitativa, permitindo agregar técnicas sistemáticas e
padronizadas sem reduzi-las a quantidade.
“O DSC é uma reunião, agregação ou soma não- matemática de pedaços isolados
de depoimentos, de modo a formar um todo discursivo coerente, em que uma das
partes se reconheça enquanto constituinte deste todo e este todo como constituído
por estas partes.” (Lefèvre, 2000, p 29)
Essa técnica consiste basicamente em analisar as opiniões individuais, que ao passar
pela análise do pesquisador, exige o uso das operações de abstração e conceituação, e que são
transformadas em produtos cientificamente tratados, mantendo, pois, as características
naturais e reconhecíveis da fala do dia a dia, mas extraindo-se as ideias centrais.
Considerando a organização feita, a análise sobre o trabalho do pedagogo no
CEMEAM se constituiu em face das seguintes categorias: a) O que faz a equipe pedagógica
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
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no CEMEAM?; b) Pontos fortes/ fracos, avanços/recuos, desafios/superações enfrentados pela
Assessoria Pedagógica no CEMEAM; c) Algumas recomendações: possibilidades ao trabalho
da Assessoria Pedagógica. Essas categorias serão discutidas e apresentadas no capítulo a
seguir.
2.2.4.1 Resultado dos Dados Recolhidos por Questionário
Figura 15
75% são do sexo
feminino; e 16,7% em
grande maioria estão
entre os 41 a 46 anos.
75% estão entre os 41 -47
e 75% entre os 41/50 anos
Do ponto de vista pedagógico e
prático, qual sua percepção de
compartilhar/ discutir as ações de
planejamento/ atuação e efetivação
numa perspectiva de rede?
BOM / EXCELENTE
As ferramentas digitais ofertadas
pelo CEMEAM facilitam o
trabalho do pedagogo?
SEMPRE/NA MAIORIA DAS
VEZES
Como é realizado o processo de
planejamento e acompanhamento
das aulas pelo CEMEAM?
Como é realizado o processo de
planejamento e acompanhamento das
aulas no CEMEAM. Quais etapas a
serem seguidas?
PLANEJAMENTO/PROCEDIMENTOS
O CEMEAM possui instrumentos
necessários para o alcance de
resultados satisfatórios no
acompanhamento pedagógico?
Numa perspectiva de execução de ações pedagógicas, há entraves que emperram estas
ações? Se sim quais?
91,7% SIM, 8,3% NÃO
Internet , falta de funcionamento adequado nos
setores do CEMEAM e realidade geográfica.
1
4
3
5 6
O CEMEAM promove algum tipo de
aperfeiçoamento (contínuo) aos pedagogos, como
participação em seminários, congressos, palestras?
Que ações realizadas no
CEMEAM, estão ligadas
diretamente ao trabalho
pedagógico?
TODAS AS AÇÕES
2
7
Quais ações foram realizadas pela equipe pedagógica com a
finalidade de capacitar os professores ministrantes?
PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO REUNIÕES PERIÓDICAS
8 Na sua opinião quais ações fora o processo
de acompanhamento das aulas, também são
atribuições do Assessor Pedagógico do
CEMEAM?
• Acompanhamento pós-aula;
• Atendimento aos alunos da
FAB;
• Jornadas e formações
pedagógicas.
1
0
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
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2.2.4.2 Síntese
Figura 16
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
Fomento de Políticas Públicas Educacionais e
formativas, alcançando melhores condições de
vida de homens e mulheres amazônicos;
Surgimento de propostas inovadoras e de
boa qualidade para o ensino público;
Superação de dificuldades e desafios
marcados pelas peculiaridades sócias
geográficas da região, tornando-se referência
na área pedagógica brasileira;
Metamorfose das boas práticas pedagógicas
amazônicas e brasileiras, possibilitando
surgimento de espaços formativos que
conduzem a constituições de competências
sólidas;
Promoção da otimização da qualificação
profissional, contextualizada com suas
realidades formativas e sociais.
9
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação 68
CAPÍTULO 3
O PROCESSO DE TRABALHO DESENVOLVIDO PELA
EQUIPE PEDAGÓGICA NO CENTRO DE MÍDIAS DE EDUCAÇÃO DO
AMAZONAS
Este capítulo irá tratar especificamente da atuação do Assessor Pedagógico no Centro
de Mídias de Educação do Amazonas, conhecendo os processos de trabalho desenvolvidos
por este profissional. Nessa ótica, iniciaram-se as análises descrevendo as exigências e
especificidades atribuídas ao Pedagogo do CEMEAM para que possa se tornar membro da
equipe pedagógica do Departamento.
Também foi realizado uma breve análise comparativa entre as funções desenvolvidas
pelo Pedagogo das escolas convencionais e o Assessor Pedagógico do Centro de Mídias de
Educação do Amazonas. Adicionalmente, foi narrado sobre o trabalho desenvolvido pelo
Assessor Pedagógico no CEMEAM e, em seguida, identificaram-se os pontos fortes/ fracos,
avanços/recuos, desafios/superações enfrentados pela Assessoria Pedagógica no CEMEAM
no que concerne à execução de suas funções e, em seguida, foi realizada algumas
recomendações com vistas a possibilitar melhorias às práticas à equipe da Assessoria
Pedagógica. Essas categorias de análise contribuíram para atender e consolidar os objetivos
propostos nesta investigação.
3.1 O que faz a equipe pedagógica no CEMEAM?
Os dados empíricos recolhidos por meio de fontes documentais e do questionário
elaborado – permitiram chegar às respostas dessa categoria de análise. Nesse sentido, o a ser
apresentado exibe detalhadamente sobre o trabalho desenvolvido pela equipe pedagógica no
CEMEAM, narrando o processo de acompanhamento pedagógico referente ao planejamento,
produção e transmissão das aulas, além de apontar outras atividades recorrentes às atribuições
do pedagogo no Centro de Mídias de Educação do Amazonas.
O Assessor Pedagógico para atuar no CEMEAM, por sua vez, é exigido apresentar
perfil que compreenda sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), deve ser
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
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dinâmico, inovador, motivador, eficiente, comprometido com as tarefas educacionais, e
principalmente, ser um mediador e colaborador no processo ensino/aprendizagem. Para ser
Assessor Pedagógico do CEMEAM, este profissional passa por um teste interno, aplicado
pela Direção do Departamento, respondendo questões de múltiplas escolhas e dissertativas –
todas voltadas à temática das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Além disso,
ele deve obrigatoriamente ser licenciado em Pedagogia, e ainda ter no mínimo um curso de
especialização lato sensu. Ao ingressar no cargo, a Secretaria Estadual de Educação do
Amazonas (SEDUC-AM) passa a exigir do Pedagogo do CEMEAM o curso de Mestrado na
área da Educação.
Este profissional deve ainda atender múltiplas tarefas relacionadas tanto no
desempenho das funções dos Professores Ministrantes, como também dos Professores
Presenciais e alunos. Deverá ter compreensibilidade da sua característica principal, que é
justamente o de planejar, decidir, coordenar, acompanhar, auxiliar, avaliar, colaborar,
assessorar e executar ações de maneira planificada. Ademais, conhecer os segmentos e os
elementos de distribuição de trabalho do CEMEAM, envolvendo os demais profissionais dos
diversos setores que compõem a instância do Departamento.
É nesse contexto de exigências da boa qualidade de ensino e modernização do
processo educativo que o Assessor Pedagógico opera suas atividades no CEMEAM. Isso
porque o Departamento desenvolve uma plataforma de ensino diferenciada, haja vista que
todas as deliberações do Departamento são realizadas com o uso de recursos tecnológicos
modernos. É, portanto, nessa conjuntura de atribuições que o especialista Pedagogo ou
Assessor Pedagógico como é chamado no CEMEAM-SEDUC-AM, desenvolve seu trabalho,
adotando uma prática metodológica diferenciada e inovadora comparada com os moldes das
práticas pedagógicas convencionais. Em face disso, foi questionado: Por que essa prática é tão
diferente das adotadas pelas escolas convencionais, uma vez que, tanto o pedagogo do ensino
convencional quanto o Assessor Pedagógico do ensino mediado por tecnologia auxiliam e
orientam os processos educacionais em seus locais de trabalho?
Para responder essa questão, se apresenta no quadro a seguir (quadro 5) as
atribuições do Pedagogo que atua no ensino convencional. Posteriormente, será mostrado as
tarefas atribuídas ao Assessor Pedagógico do CEMEAM. O intuito não é desmerecer nenhum
nem outro, mas sim, comprovar as diferenças previstas pela SEDUC-AM aos dois grupos.
Esse quadro encontra-se em conformidade com o Regimento Interno da Secretaria de Estado e
Educação e Qualidade de Ensino (SEDUC-AM) e na Lei nº 4.163, de 9 de março de 2015.
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Quadro 5
Perfil da formação e ações desenvolvidas pelo Pedagogo do Ensino Convencional
Formação/perfil (Desejável) Atividades básicas e/ou descrição sumárias
das atribuições
1) Graduação/Licenciatura na área
educacional com especialização na
área de formação ou em educação.
1) Coordenar, planejar, acompanhar e avaliar
todo o trabalho pedagógico das escolas sob sua
responsabilidade: realizar assessoramentos
pedagógicos de forma a articular e integrar as
atividades pedagógicas das escolas estaduais.
2) Conhecimento Pedagógico (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação –
LDB, Plano Nacional/Estadual de
Educação, Parâmetros Curriculares).
2) Planejar, coordenar, orientar, fornecer
subsídios e estimular a ação dos educadores (o
corpo docente) garantindo a unidade do
planejamento pedagógico e a eficiência de sua
execução.
3) Conhecimentos básicos em
informática (operação de software de
texto, planilha, apresentação, correio
eletrônico, navegação de internet);
3) Orientar os professores na solução de
problemas de metodologias e técnicas didáticas e
bibliográficas, avaliação escolar e recursos
didáticos;
4) Experiência docente e/ou
Coordenação na área administrativa
ou pedagógica de no mínimo 3 (três)
anos.
4) Acompanhar e participar de reuniões
pedagógicas com gestores, pedagogos e
professores, e demais formações pontuais e
continuadas e outras atividades afins.
5) Noções sobre projetos e programas
de Gestão (pessoas, financeiro,
administrativo);
5) Desenvolver outras atividades correlatas com a
função.
Fonte: SEDUC-AM Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino do Amazonas (2015).
Dessa forma, percebe-se que as atribuições do Pedagogo do ensino convencional são
amplas e complexas. Neste contexto, o trabalho desenvolvido por este profissional deve
proporcionar ao educando uma formação que construa o exercício pleno da cidadania,
assegurando-lhe autonomia intelectual a aprendizagem de conhecimentos, haja vista que a
sociedade contemporânea em constante processo de transformação e mudanças exige futuros
profissionais capazes de lidar com suas múltiplas funções. Nessa ótica, o trabalho
proporcionado (pelo menos nas diretrizes oficiais) pelo pedagogo da escola convencional
deve, portanto, possibilitar a compreensão das superestruturas da sociedade do conhecimento,
do trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia, em constante mudanças e interações,
exigindo cada vez mais, a multidimensionalidade da formação humana a ser assegurada no
currículo, o qual, por sua vez, deve ser relevante e pertinente tendo como resultado a
formação integral do aluno.
Entretanto desempenhar essas funções pelo pedagogo na escola convencional não é
tarefa fácil. Pelo que foi percebido um dos grandes obstáculos para o exercício desse ofício
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
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está relacionado com o reduzido número de profissionais concursados nas escolas
amazonenses. Muitas delas nem sequer dispõe de nenhum Pedagogo. Outras quando tem,
possui de forma genérica somente um. Face à essa dificuldade, muitos Pedagogos
desenvolvem suas funções operando outras incumbências, tais como: fazendo reuniões com
pais de alunos, fazendo registros de ocorrências cotidianas na escola, fiscalizando o trabalho
de professores, organizando filas, verificando a merenda escolar e o cardápio semanal,
assessorando a direção da escola, etc. Isso destoa daquilo que foi designado a este profissional
para atuação na escola, fugindo das diretrizes estabelecidas no quadro acima.
Por sua vez, as competências e as habilidades do Assessor Pedagógico do Centro de
Mídias de Educação do Amazonas são de fato executadas e sua principal marca que diferencia
suas práticas das do Pedagogo da escola convencional não se referem às atribuições
estipuladas nas diretrizes do quadro 5, uma vez que tais designações também são de
competência ao ofício do Assessor Pedagógico do CEMEAM. Mas sim, o que difere – é a
metodologia do ensino mediado por tecnologia que utiliza os mais modernos recursos
tecnológicos para subsidiar o exercício do seu trabalho.
A partir daqui traça-se todo o processo da jornada de trabalho deste Assessor
Pedagógico do CEMEAM, mostrando as etapas e as fases que este especialista desenvolve
cotidianamente e quais procedimentos adotam em seu fazer pedagógico e que suas práticas
com a utilização das TICs são diferenciadas e inovadoras. Com tais características, foi
considerado mostrar que o transcurso educativo da atuação e eficácia das ações do Assessor
Pedagógico do Centro de Mídias de Educação do Amazonas, requer uma atenção especial,
pois para que haja uma educação verdadeiramente de boa qualidade e conectada às novas
tecnologias, é necessário que este profissional conheça todas as atividades, fases e trâmites
para executar seu modus operandi17
.
Metaforicamente falando, pode-se dizer que a prática do Assessor Pedagógico do
CEMEAM é parecida aos estágios da metamorfose e conversão da lagarta em uma borboleta,
em que se inicia o processo de planejamento pelas ideias (pode-se comparar aqui aos ovos),
posteriormente entra em cena o plano de ação/proposta curricular (geração da lagarta) e, logo
após – todo o processo de transformação daquilo que se pensou naquilo que se pratica, como a
17
Modus operandi (plural: modi operandi) é uma expressão em latim que significa “modo de
operação”. Utilizada para designar uma maneira de agir, operar ou executar uma atividade seguindo
procedimentos. Esses procedimentos são como se fossem códigos. Em administração de empresas, modus
operandi designa a maneira de realizar determinada tarefa segundo um padrão pré-estabelecido que dita as
maneiras de como agir em determinados processos.
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
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construção, desenvolvimento, adaptação, inserção, mudança e transformação (aqui pode-se
dizer que “tudo se tornou belo” e realizado – a borboleta).
Nessa dinâmica operacional, o processo de metamorfose inicia-se com o
planejamento e momentos de reuniões entre o Assessor Pedagógico e o Professor Ministrante,
para que juntos possam pensar no planejamento curricular para o ano letivo, priorizando as
diretrizes mais gerais regidas pela proposta curricular nacional e inserindo temas regionais. O
intuito é preparar o aluno para conhecer aquilo que lhe torna competente na realização das
avaliações em larga escala, como também situá-lo quanto às questões regionais nas quais
encontra-se inserido. Ademais, ocorre um planejamento curricular que prepara o estudante
para a vida, tornando-o conhecedor de múltiplos saberes, da ciência, das técnicas, das
políticas e de diversas culturas. A convocação para o início do planejamento se dá mediante a
oficialização via e-mail, feita pelo Assessor Pedagógico; e todos participam estabelecendo um
diálogo coletivo na construção de objetivos com foco no desenvolvimento do processo
pedagógico anual.
Após esse momento de planejamento, o Assessor Pedagógico disponibiliza
documentos-padrão no Google drive para que o Professor Ministrante possa elaborar o pacote
pedagógico: Planejamento Curricular, o Plano Didático Pedagógico, o Cronograma de
Sequência das Aulas, os Planos de Aula e as Orientações Didáticas, o Plano de Estudos de
Recuperação Paralela e o Caderno de Atividades Complementares. Todos esses documentos
são construídos online, utilizando os mais diversos recursos tecnológicos, como cartelas,
gravações internas (nos estúdios do CEMEAM) e externas (fora dos estúdios do CEMEAM),
animações, EVObooks, realidade aumentada, vídeos instrutivos, clipes musicais,
documentários, filmes, etc.
Após a conclusão da elaboração do pacote pedagógico feita pelo Professor
Ministrante, este comunica ao Assessor Pedagógico (via e-mail) sobre a produção concluída.
Em seguida, o Pedagogo do CEMEAM, passa a analisar todo o conteúdo do referido pacote,
como também faz sugestões com o intuito de contribuir pedagogicamente para o
fortalecimento da produção intelectual desenvolvida pelo Professor Ministrante. Em seguida,
este Professor procede aos ajustes necessários e comunica novamente ao Assessor sobre esta
etapa concluída. Logo após, o Assessor Pedagógico comunica (via e-mail) a empresa
responsável (Produtora) para transformar o pacote pedagógico em aulas transmissíveis pelo
estúdio. Todavia, é pertinente a observação que todas as ações do Assessor Pedagógico
ocorram o tempo todo, acompanhando o processo antes, durante e depois das transmissões
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
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das aulas. Isso porque tal acompanhamento certifica todas as etapas efetivadas tanto pelo
Professor Ministrante quanto pelo Professor Presencial.
Figura 17
Dinâmica do Trabalho Pedagógico no CEMEAM – Processo de Produção do Pacote
Pedagógico e de Transmissão das Aulas
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
O trabalho desenvolvido pelo Assessor Pedagógico no CEMEAM se constitui no
acompanhamento do processo supracitado e, mais especificamente, dando suporte pedagógico
para uma série/ano da educação básica, auxiliando e contribuindo com os diversos
componentes curriculares e com seus Professores Ministrantes que compõe tal série. Além
disso, dá suporte aos Professores Presenciais (via chat e e-mail) quanto às orientações
pedagógicas cotidianas, além de outras necessidades apontadas (como problemas com
logística) por esses últimos docentes.
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Quadro 6
Série/Ano, Nº de Assessores e Turmas
SÉRIE/ANO Nº DE ASSESSORES Nº DE TURMAS
6º ANO 01 47
7º ANO 01 43
8º ANO 01 49
9º ANO 01 70
EJA ENS. MÉDIO 02 34
1º ANO ENS. MÉDIO 02 537
2º ANO ENS. MÉDIO 02 636
3º ANO ENS. MÉDIO 02 526
EJA 4ª FASE 01 36
EJA 5ª FASE 01 68
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
Conforme o quadro 6, o número de Assessores Pedagógicos é maior no ensino
médio, devido haver número de turmas bem mais expressivas, por cada município
amazonense. É a partir desta etapa de acompanhamento por série/ano que se inicia a longa
jornada deste profissional e dos outros atores envolvidos no processo educativo do ensino
presencial mediado por tecnologia no CEMEAM, levando a educação escolar básica há
milhares de alunos do imenso cenário amazonense.
Como se pode observar a metodologia de ensino adotada pelo Centro de Mídias de
Educação do Amazonas se diferencia da escola convencional. No entanto, não se trata de uma
tarefa simples, como nos afirma Perrenoud (2011, p. 46): “[...] a prática pedagógica não é
assim tão simples”. Realmente, a prática pedagógica desenvolvida pela plataforma virtual no
CEMEAM se torna bastante distinta, porém foi considerado como inovadora. Essa
metodologia diferenciada atende à uma série de etapas e cada uma representa um processo
evolutivo e significativo para concretização do planejamento até a transmissão das aulas
mediadas por tecnologia. E o Assessor Pedagógico acompanha diretamente todo o processo,
com o intuito de garantir a boa qualidade das aulas e dos conhecimentos produzidos. Nesse
contexto, é importante ressaltar que o fluxo dos processos adotados no CEMEAM segue as
normatizações da Base Curricular da Legislação Brasileira, com carga horária curricular
designada para cada componente, calendário escolar de cada ano/série, etc.
Conforme visto, são diversos os procedimentos que o Assessor Pedagógico deve
seguir no CEMEAM. Nesse sentido, para facilitar o acompanhamento de todos os processos,
a Assessoria Pedagógica criou um fluxograma (Cronograma de Planejamento e Produção das
Aulas- CPPA), disponível no google drive, onde registra/controla o passo a passo e visualiza
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
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as ações implementadas em cada etapa. Esse registro é importante porque os participantes da
pesquisa consideraram que, para se realizar um trabalho midiatizado, este se torna complexo,
pois o atendimento a uma metodologia modular envolve diversos processos e cumprimento
dos mesmos. Dessa forma, os Assessores Pedagógicos este fluxograma vem mostrar como é
conduzido o passo a passo de todo trabalho pedagógico, como se processa e qual o caminho a
ser seguido de forma eficaz e dialogando com todos que fazem parte dessa dinâmica, onde a
culminância é propiciar uma aprendizagem significativa aos discentes do CEMEAM. O
fluxograma também mostra o passo a passo de todo o material produzido pelo Professor
Ministrante, até chegar a etapa final que é a transmissão dessas aulas via IPTV.
Figura 18
Cronograma de Planejamento e Produção de Aulas
Fonte: dados da pesquisa, 2017.
A figura 16 apresenta o documento que permite o acompanhamento do
planejamento, da análise e da produção das aulas. Conforme dito acima, trata-se de um
instrumento pedagógico que segue uma sequência lógica de atividades, determinando o tempo
adequado de cada etapa do trabalho no ensino mediado por tecnologia.
O organograma a seguir (figura 17) apresenta o Fluxo do Planejamento dos
Professores Ministrantes juntamente com o acompanhamento do Assessor Pedagógico.
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Figura 17
Fluxo do Planejamento dos docentes e acompanhamento do Pedagogo
Fonte: dados do Centro de Mídias de Educação do Amazonas (CEMEAM), 2017.
A figura 17 enuncia que o Professor Ministrante ao produzir suas aulas,
primeiramente deve fazer uma pré-análise de todo conteúdo proposto, visando identificar as
relações contextuais com o currículo mais amplo ao mais específico. Nessa etapa, ele consulta
livros, faz pesquisas na internet, identifica imagens para as aulas, consulta vídeos, etc. O
acervo tecnológico tem por finalidade dinamizar e enriquecer didaticamente o e aprendizado
dos alunos. Ao concluir esta etapa, o Professor Ministrante libera a Unidade de Ensino (via e-
mail) ao Assessor Pedagógico para que seja feita a análise e, no final, este realiza o parecer
pedagógico. Posteriormente, inicia-se o processo de produção das aulas, conforme se pode ver
na imagem a seguir (figura 18).
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Figura 18
Contextualização do Processo de Produção das Aulas
Fonte: dados do Centro de Mídias de Educação do Amazonas (CEMEAM), 2017.
A figura 18 revela a contextualização do processo de produção das aulas até a
transmissão das mesmas. Após as propostas das as aulas receberam análise do Assessor
Pedagógico, elas entram no processo de produção e são transformadas já com a inserção de
recursos midiáticos, como imagens, animações e vídeos, slides/cartelas, etc. Em seguida, são
devolvidas novamente ao Professor Ministrante e ao Pedagogo para seja realizado o checklist
118
, para que os mesmos verifiquem se não tem nenhum tipo de erro e aprovação desta fase.
Após este processo, a produtora responsável inicia os trâmites técnicos para que as aulas
sejam transmitidas via satélite (IP.TV).
18
Momento em que tanto o Professor Ministrante quanto o Assessor Pedagógico verificam se a produção segue a
orientação feita por esses dois profissionais.
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Figura 19
Avaliação do Professor Ministrante
Fonte: dados do Centro de Mídias de Educação do Amazonas (CEMEAM), 2017.
A figura 19 destaca sobre como se dá a avaliação do Professor Ministrante. Ao final
de cada componente curricular ministrado pelo docente do estúdio, o Assessor Pedagógico
realiza com a colaboração do Professor Presencial essa avaliação, através do sistema via
IP.TV.
A participação do Assessor Pedagógico nas atividades didático-pedagógicas faz-se
relevante, pelo fato do mesmo analisar e acompanhar toda criação e implementação dos
processos. Portanto, quando nos referimos ao trabalho do Assessor Pedagógico, pode-se dizer
que é amplo e complexo, devido a demanda de atribuições que este profissional tem e a
quantidade de procedimentos que o mesmo adota em seu ofício.
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desafios e possibilidades
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3.1.1 Súmula do ofício do Assessor Pedagógico no CEMEAM
O Planejamento das aulas deve ser desenvolvido e, no final, elaborado pelo Professor
Ministrante com assessoria do Pedagogo - uma composição de produtos chamada de Pacote
Pedagógico19
. Esse pacote é composto por 4 (quatro) unidades de estudos20
com as propostas
que irão culminar nas aulas e, cada unidade, dependendo do componente curricular e da carga
horária deste componente, compreende em média aproximadamente 21 (vinte e um)
documentos, que são chamados de formulários, os quais são gerados e alimentados no google
drive. Os formulários a serem utilizados para a elaboração do pacote pedagógico devem ser
copiados da pasta “Documentos Padrão”, verificando a revisão atualizada do documento,
evitando assim a utilização de documentos obsoletos. Com o intuito de contextualizá-los para
melhor compreender suas especificidades na complexidade dos processos pedagógicos,
abaixo foi feito destaque dos mesmos para esse fim.
Figura 20
Documentos-Base do Pacote Pedagógico
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
Os documentos elaborados no CEMEAM com avaliação da Assessoria Pedagógica
constituem-se em Documentos-Base e Documentos-Padrão. Os Documentos-Base elaborados
19
O pacote pedagógico contempla os seguintes instrumentos: AV-A, AV-A-G, AV-B, AV-B-G, CAC, CSA,
OD, ODA, ODR, PA, PAA, PAR, PDP, PERP, PERP-G, PEPP, PEPP-G, ERF, ERF-G, EIPP, EIPP-G, EFPP,
EFPP-G, ER, ER-G. 20
Compreende-se por unidade de estudo o percentual de 25% da carga horária total do conteúdo do componente
curricular.
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pela Assessoria Pedagógica são: Calendário Escolar, Estrutura Curricular, Cronograma de
Sequência de Aulas, Cronograma de Planejamento e Produção de Aulas. Tratam-se de
formulários que iluminam toda estrutura dos processos de planejamento e produção de aulas
no CEMEAM. Os Documentos-Padrão são pensados, elaborados e analisados pelo Assessor
Pedagógico, para que o mesmo dê suas contribuições e orientações ao Professor Ministrante.
O pacote pedagógico contempla os seguintes instrumentos:
Plano Didático Pedagógico- PDP;
Cronograma de Sequência de Aula- CSA;
Plano de Aula- PA;
Plano de Aula de Revisão- PAR;
Plano de Aula Assíncrona- PAA;
Plano de Aula Simulado- PA/SIM;
Orientações Didáticas-OD;
Orientações Didáticas Assíncronas- ODA;
Orientações Didáticas de Revisão- ODR;
Avaliações A e B e Gabaritos A e B;
Plano de Estudos de Recuperação Paralela- PERP;
Plano de Estudos de Recuperação Paralela- Gabarito- PERP-G;
Plano de Estudos de Progressão Parcial (aplicado nas 4 unidades de estudo) –
PERP G;
Exame de Recuperação Final- ERF;
Exame Inicial de Progressão Parcial e Gabarito- EIPP;
Exame Final de Progressão Parcial e Gabarito- EFPP;
Exame de Reavaliação (EFPP);
Caderno de Atividade Curricular- CAC;
Simulados I, II, III- SIM;
Gabarito do Simulado I, II, III-SIM-G;
Cronograma de Planejamento e Produção de Aulas – CPPA;
Formulário de Registro de Aula- FRA.
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Figura 21
Documentos que o Assessor Pedagógico elabora, analisa e compartilha com o
Docente Ministrante no CEMEAM
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
O fluxograma abaixo (figura 22) identifica os passos que o Assessor Pedagógico
realiza em sua prática, juntamente com os Docentes Ministrantes no CEMEAM.
Figura 22
Súmula do ofício do Assessor Pedagógico no CEMEAM
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Elaboração própria.
Neste contexto, abaixo foi citado algumas atividades primordiais e etapas que devem
ser acompanhadas e desenvolvidas pelo Pedagogo do CEMEAM:
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1) Na elaboração de calendários e cronogramas do fluxo de produção das aulas por
série/ano;
2) Em reuniões pedagógicas sobre as etapas do Planejamento Pedagógico;
3) Na orientação individualizada para o planejamento das aulas na formação
continuada;
4) Em reuniões periódicas de acompanhamento.
5) Na realização da análise das aulas via GDrive;
6) No atendimento individualizado desses docentes;
7) No acompanhamento das aulas via chat privado e chat público;
8) No acompanhamento das notas e de alunos matriculados junto ao SCA (Sistema
de Controle Acadêmico);
9) No acompanhamento dos alunos da FAB (Força Aérea Brasileira), que estudam no
exterior, através da plataforma mediada por tecnologia;
10) Na orientação pedagógica das etapas do processo de planejamento das aulas;
11) Informa o Professor Ministrante (por e-mail) sobre os formulários disponíveis
para elaboração do Cronograma de Planejamento e produção de Aulas;
12) Responde a notificação do Professor Ministrante (via e-mail) sobre o
recebimento do pacote pedagógico, por unidade de estudo;
13) Analisa e faz orientações didáticas nos documentos do pacote pedagógico (por
unidade de estudo e com comentários no Gdrive) de acordo com o Cronograma de
Planejamento e Produção de Aulas;
14) Comunica (por e-mail) à produtora e ao Professor Ministrante, da disponibilidade
do pacote pedagógico (por unidade de estudo/bimestre), para a roteirização21
;
15) Acompanha o processo de roteirização, produção e transmissão das aulas e
Saber+ (Reforço e Dicas de conteúdos), de acordo com o Cronograma de Acompanhamento
Pedagógico;
16) Alimenta a Planilha de Acompanhamento Pedagógico;
17) Notifica o Professor Ministrante (via e-mail, com cópia para a Coordenação
Adjunta Pedagógica (CAP) e Direção do CEMEAM) sobre o não cumprimento do
Cronograma de Planejamento e Produção de Aulas, comunicando o prazo estabelecido de 2
dias para a solução;
21
A roteirização é o primeiro momento do processo de produção das aulas, onde a Produtora responsável chama
o Professor Ministrante e apresenta propostas para a formatação e uso dos recursos tecnológicos diversos.
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18) Notifica o Professor Ministrante (via documento físico), caso o não cumprimento
das etapas de produção de aulas persista, solicitando ciência do mesmo, encaminhando a
notificação à CAP para devidas providências;
19) Emite o parecer pedagógico, com orientações didáticas sobre a unidade de estudo
referente aos módulos que serão/foram ministrados, e com a síntese do processo de análise e
acompanhamento do planejamento das aulas;
20) Faz cópia do pacote pedagógico da unidade de estudo em formato documento do
GDrive e move para a pasta Materiais Compartilhado Estúdios, exceto PA, 5 dias antes do
início da unidade de estudo;
21) Faz cópias das avaliações A, B, PERP e respectivos gabaritos e move-as para a
pasta Materiais Compartilhado Estúdios, apenas no dia da avaliação;
22) Acompanha a realização do check list final22
no Switcher (operador de estúdio
em parceria com o Professor Ministrante), 30 minutos antes da transmissão da aula. Nos casos
de utilização de recursos midiáticos como evobook, realidade aumentada ou uso de links da
web durante a aula, esse check list deve ser realizado com 1 hora antes do início da
transmissão;
23) Preenche o Formulário de Registro de Acompanhamento (FRA) ao final da
transmissão da aula;
24) Orienta e acompanha os Professores Presencias (via chat público, chat privado e
e-mail), durante e pós transmissão das aulas;
25) Orienta o planejamento dos simulados23
e acompanha sua aplicação;
26) Acompanhar as aulas via IP.TV;
27) Acompanhamento das reposições das aulas, quando por motivos de força maior
(como no caso das enchentes dos rios dificultando a continuação das aulas na comunidade
atingida por determinado período) for necessário. Caso o Professor Presencial tenha alguma
dificuldade com a transmissão da aula, o Assessor Pedagógico encaminha todo material da
aula (via e-mail, ou por CD-ROM ‘Disco compacto’), disponibilizado pelo próprio
CEMEAM;
22
Check list final é o momento em que o Assessor Pedagógico juntamente com o Professor Ministrante e com os
técnicos responsáveis pela transmissão - conferem no estúdio (minutos antes da transmissão das aulas) a aula
produzida para início da referida transmissão. 23
Os simulados referem-se a momentos de preparação dos discentes para realização das avaliações externas do
Ministério da Educação (MEC), como o SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica).
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28) Encaminhamento de respostas/soluções às dúvidas do Professor Presencial sobre
os conteúdos e avaliações. Se por ventura a turma não compreendeu a aula ministrada, ou teve
alguma dificuldade de entendimento na avaliação, esta dúvida é retirada e orientada pelo
Assessor pedagógico. A contribuição e assistência do Assessor Pedagógico junto ao Professor
Presencial são de suma importância, uma vez que este docente recebe todas as instruções e
suas solicitações são atendidas, quando possível em tempo real através da utilização do chat
privado ou público e/ou através de informativos transmitidos por meio do IP.TV. O Assessor
Pedagógico ainda orienta este professor sobre suas atribuições em sala de aula. Atribuições
essas que vão desde: chegar no horário estabelecido pelo CEMEAM para receber o roteiro das
aulas, receber os alunos com cordialidade e motivação, aplicar as avaliações e planos de
estudos, registrar notas e frequências no diário físico e online no Sistema de Controle
Acadêmico (SCA).
Visando contextualizar a súmula do ofício do Assessor Pedagógico no CEMEAM,
foi elaborado abaixo um resumo (em fases) sobre as várias etapas dos processos que
compõem o desenvolvimento do seu trabalho junto com o Professor Ministrante, Professor
Presencial e com os processos de produção e transmissão das aulas:
- Fase 1: Planejamento – É o momento em que o Assessor Pedagógico orienta o
Professor Ministrante sobre todas as etapas e processos do planejamento que resultará na
produção do pacote pedagógico. Para isso, realiza inúmeras reuniões com fins de estabelecer
um diálogo permanente com o docente, visando a fortalecer as produções para que as
propostas se tornem ricas de conhecimento sobre os conteúdos a serem trabalhados nas
unidades de estudos.
- Fase 2: Parecer Pedagógico – Após o processo de planejamento ser concretizado e
elaborado, o Assessor Pedagógico elabora um parecer referente à análise pedagógica do
material produzido pelo Professor Ministrante. Ele recebe o material produzido e, cumprindo
os prazos estabelecidos no fluxo, executa tal parecer, propondo sugestões que possam
enriquecer a aula. Assim, é de fundamental importância o olhar pedagógico minucioso em
relação ao quantitativo de conteúdos a ser ministrados, verificando a compatibilidade com o
tempo disponível de exposição, bem como analisando a pertinência das habilidades propostas,
se estão contempladas com uma educação verdadeiramente de boa qualidade. Em seguida, o
parecer pedagógico é enviado ao Professor Ministrante responsável pela produção do material
do componente curricular com a solicitação dos ajustes ou não. Após o feedback, todo
material é encaminhado à produtora por unidade de estudo.
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- Fase 3: Envio do Material à Produtora – O Assessor Pedagógico, responsável pelo
acompanhamento do componente curricular, executa a análise final minuciosamente ajustada
e encaminha o pacote pedagógico à Produtora.
- Fase 4: Produção das Aulas (junto com a Produtora) – a) Roteirização: é a
transformação dos planos de aulas em roteiro televisivo. É um processo que ocorre entre um
dos roteiristas que trabalha na Produtora e Professor Ministrante, com o acompanhamento do
Assessor Pedagógico, para formatação, seleção e adequação dos recursos midiáticos para as
aulas; b) Arte: setor responsável pela criação das cartelas, ilustrações e animações, assim
como pela reconstrução de imagens respeitando os padrões de exibição, e pelas demais
criações de itens de caráter visual, a serem utilizados como recursos nas aulas; c) Edição:
setor responsável por criar e editar vídeos que serão exibidos na aula, respeitando o tempo
máximo de 3 minutos, mesmo que o vídeo seja elaborado pela equipe de produção; d) Áudio:
setor responsável por desenvolver os recursos de áudio para as aulas, ou seja, as locuções de
textos, de animações, entre outros, levando em conta o ritmo, as pausas, a pronúncia e a
entonação correta que facilite o entendimento do aluno; e) Revisão: momento em que o
Professor Ministrante com a assessoria do Pedagogo do CEMEAM faz a revisão de todos os
itens que compõem a aula: cartelas, vídeos, áudios, etc. Caso haja alguma eventual correção,
deve ser feita em tempo hábil de modo a não causar nenhum prejuízo pedagógico; e) Envio do
pacote pedagógico ao Professor Presencial: o pacote pedagógico, uma vez aprovado, é
enviado (via IP.TV) para os Professores Presenciais, por intermédio do suporte técnico que
atende cada série/ano, cinco dias antes do início do componente curricular ser transmitido.
- Fase 5: Transmissão e acompanhamento – a) Acompanhamento da transmissão da
aula: cada assessor ou assessora pedagógica realiza esse acompanhamento, ora no estúdio, ora
pelo IP.TV, dando suporte ao Professor Ministrante ou fazendo inferências quando
necessário, ao longo do período da referida transmissão, visando a melhoria da atuação do
docente ministrante.
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Figura 23
Acompanhamento da transmissão da aula no estúdio
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Foto: Sirley Marques da Silva.
b) Acompanhamento dos Professores Presenciais: estes são acompanhados pelo
Assessor Pedagógico via chat público ou privado e, em caso de problemas técnicos, são
atendidos pelos suportes técnicos; c) Chat Público e Privado: o atendimento ao chat é feito
diariamente, com o intuito de responder às solicitações do Professor Presencial e dos
discentes em relação à aula ou questões de cunho administrativo, pedagógico e técnico. O
Professor Presencial é orientado a registrar no Formulário de Registro de Ocorrência (FRO),
questões específicas que fogem da rotina diária das aulas, e estas são encaminhadas aos
setores responsáveis.
Figura 24
Chat público/privado
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Foto: Sirley Marques da Silva.
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d) Interatividade: a interatividade é o momento em que os Professores Ministrantes e
Presenciais, juntamente com a participação dos alunos, dialogam simultaneamente com as
comunidades para esclarecimento de dúvidas, exposição de opiniões e argumentações
relacionadas ao conteúdo da aula, bem como para corrigir os exercícios propostos. O Assessor
Pedagógico acompanha esse momento, identificando como ocorre o diálogo estabelecido,
visando fortalecer a orientação para esse fim.
Figura 25
Momento de Interatividade
Fonte: dados da pesquisa, 2017. Foto: Sirley Marques da Silva.
Vale enfatizar sobre o complexo trabalho desenvolvido pelo Assessor Pedagógico no
CEMEAM. Logo, os conteúdos, as metodologias, os recursos midiáticos, os procedimentos/
estratégias perpassam pela criteriosa análise da assessoria pedagógica, visando à boa
qualidade do ensino/aprendizagem. Nesse viés, todos os processos desenvolvidos por este
profissional traduzem-se em novas significações/ressignificações de aprendizagens para o
educando da área rural e para a inovação da educação no Estado do Amazonas.
3.2 Pontos fortes/fracos, avanços/recuos, desafios/superações enfrentados pela Assessoria
Pedagógica no CEMEAM
As informações compartilhadas pelos participantes da pesquisa apontam pontos
fortes e pontos frágeis no desenvolvimento da metodologia do ensino mediado por tecnologia
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no CEMEAM como o do trabalho do Assessor Pedagógico. Neste contexto, observe os
seguintes resultados:
No que diz respeito às ações pedagógicas compartilhadas e discutidas em rede pelo
Assessor Pedagógico, as respostas nos mostram que 50% dos participantes consideram
MUITO BOM realizar o trabalho do Assessor neste modo peculiar; 50% respondeu
EXCELENTE. Assim sendo, inferimos que essas respostas concretizam que a prática do
Assessor Pedagógico no CEMEAM usufrui de uma maior agilidade nas ações desenvolvidas e
economia de tempo e materiais, além de favorecer uma comunicação mais eficiente. Nessa
ótica, Levy (2010, p. 95-95) considera o compartilhamento/planejamento e vários outros
processos em rede como um ciberespaço, passando a ser concebido como um:
“[...] espaço de comunicação onde o conjunto dos sistemas de comunicação
eletrônicos (aí incluídos os conjuntos de redes hertizianas e telefônicas clássicas),
na medida em que transmitem informações provenientes de fontes digitais ou
destinadas à digitalização. [...] a perspectiva da digitalização geral das informações
provavelmente tornará o ciberespaço o principal canal de comunicação e suporte de
memória da humanidade a partir do início do próximo século.”
Em referência aos pontos fortes/avanços na prática do Pedagogo do CEMEAM, os
participantes responderam que os recursos tecnológicos utilizados para a gestão do trabalho
do Assessor Pedagógico no CEMEAM são vistos como instrumentos que reproduzem
satisfação em suas práticas. Nesse caso, o ensino presencial mediado por tecnologia mostra
que os recursos digitais utilizados servem de grande êxito nos resultados positivos alcançados
no desempenho do ofício deste profissional. Silva (2011, p. 86) nos diz que:
“A qualidade revolucionária desse mecanismo de aprendizagem é incalculável:
cada indivíduo verdadeiramente aprendendo na sua própria velocidade e seguindo
sua própria intuição para traçar o caminho da construção do seu conhecimento.
Caem por terra as barreiras convencionais, como o ensino em que as matérias estão
apresentadas de forma estanque, isoladas umas das outras, ou a mentalidade
conservadora de educadores, individualmente ou em grupo, detendo o avanço de
alunos para patamares de conhecimento cada vez mais altos porque “todos devem
seguir o mesmo ritmo e itinerário”. Alunos cada vez mais autônomos na sua
aprendizagem, professores cada vez menos meros entregadores de conhecimento e
mais “arquitetos” das atividades de aprendizagem dos seus estudantes - essas são as
metas possíveis quando os recursos educacionais abertos (REAs) estão disponíveis
e amplamente usados.”
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Outros aspectos vistos pelos participantes como pontos fortes/avanços e positivos ao
trabalho desenvolvido pela Assessoria Pedagógica referem-se às ações que implantadas e
fomentam momentos de formação, o próprio planejamento diferenciado, o processo de
produção e transmissão das aulas, o acompanhamento da prática pedagógica dos Professores
Ministrantes e Presenciais e a elaboração de documentos que propiciam o planejamento e
supervisão do processo pedagógico desenvolvido no CEMEAM. Todos os participantes
responderam que os diversos processos desenvolvidos e implementados pela Assessoria
Pedagógica são favorecidos pelas ferramentas digitais, tornando o trabalho do Pedagogo do
CEMEAM exclusivo e inédito. Com base nessas informações, Fava (2014, p. 83) considera
que essas ferramentas são vistas como “[...] inovadoras, potentes e induzem à novos
comportamentos a cada dia, facilitando a didática e metodologia no ensino”.
Em referência aos pontos considerados frágeis/retrocessos pelos participantes da
pesquisa, estes manifestaram algumas questões: a) a ausência de momentos de formação,
orientação e de diálogo físico com o Professor Presencial (o diálogo ocorre apenas por IP.TV
e pelo chat público/privado), dificulta algumas ações da Assessoria no desempenho do seu
ofício; b) o fluxo é pesado e gera uma sobrecarga de trabalho, pois o pedagogo analisa
simultaneamente unidades de diferentes componentes; c) encaminhamento à Assessoria
Pedagógica de demandas/problemas que fogem do ofício do pedagogo, constituindo em
dificuldades para resoluções e perda de tempo nos processos; d) falta de um maior
investimento para contratação de pedagogos no acompanhamento pedagógico nas salas de
aulas das comunidades; e) a ociosidade e dificuldade da internet que oscila constantemente
nos momentos de transmissão das aulas, dificultando os trabalhos.
Concernente à superação/desafios frente aos problemas enunciados, as respostas dos
participantes caminharam para um parecer uníssono, constituindo um único pensamento. Em
linhas gerais, eles responderam que, uma vez que o trabalho pedagógico demanda de
múltiplas tarefas e sendo mediado por tecnologia demanda ainda mais. Porém, todos inseridos
nesse contexto educativo, mantêm-se firmes e unidos, e vão superando os desafios que
surgem no dia a dia do trabalho com muita motivação e boa vontade.
“O sucesso da gestão do conhecimento depende, entre outras coisas, do
comprometimento da alta administração com os programas de criação e difusão do
conhecimento nas organizações; a cultura organizacional deve valorizar a
experimentação, o aprendizado a inovação; a alta administração deve estimular a
resolução de problemas por meio de equipes multidisciplinares, o que favorece a
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criatividade e o compartilhamento do conhecimento; os sistemas de informação
utilizados pelas organizações devem ser um instrumento de circulação do
conhecimento.” (Castillo, 2011, p 125)
Assim a classe dos Assessores Pedagógicos se integra e se une como membros de um
Departamento que promove conhecimento de forma diferenciada, autêntica, inovadora e
pedagogicamente eficiente e com sucesso. Nesse fio condutor de pensamento, corrobora-se
com Libâneo (2001, p. 22-23), quando analisa que a pedagogia envolve trabalho com uma
realidade complexa, sendo necessário que invista na explicitação da natureza do seu objeto,
no refinamento dos seus instrumentos de investigação, na incorporação dos desenvolvimentos
científicos e tecnológicos e que se insira na gama de práticas e movimentos sociais de cunho
intercultural e interdisciplinar, promovendo uma educação que luta pela justiça, pela
solidariedade, pela paz e pela vida.
3.3 Algumas recomendações: possibilidades ao trabalho da Assessoria Pedagógica
A área educacional nos últimos anos tem sofrido muitas transformações no que diz
respeito aos paradigmas, com a inserção das Tecnologias da Informação e Comunicação
(TICs). No entanto, no que se refere ao ofício do Assessor Pedagógico do Centro de Mídias
de Educação do Amazonas, inferimos que este especialista no exercício de suas atribuições
vem acompanhando de maneira eficiente essas metamorfoses. Para Libâneo (2001, p. 5):
“O mundo assiste hoje à 3.ª Revolução Industrial, caracterizada pela
internacionalização da economia, por inovações tecnológicas em vários campos,
como a informática, a microeletrônica, a bioenergética. Nessas transformações
tecnológicas e científicas levam à introdução, no processo produtivo, de novos
sistemas de organização do trabalho, mudança no perfil profissional e novas
exigências de qualificação dos trabalhadores, o que acaba afetando de forma
positiva o ensino.”
Em linhas gerais, pode-se dizer que a pedagogia no Brasil ainda não vivencia uma
era tecnologicamente transformadora que contemple demandas de inovações científicas com a
apropriação, domínio e utilização dos recursos tecnológicos digitais e novos sistemas que
possam ser inseridos no processo de produção do trabalho pedagógico.
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O advento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) trouxe ao
CEMEAM uma nova tendência em seus modos particulares de fazer a educação. A
metodologia desenvolvida pelo ensino mediado por tecnologia faz com que os profissionais
da Assessoria Pedagógica procurem, cada vez mais, desenvolver suas competências e
habilidades com estreito diálogo e conhecimento relacionados às ferramentas tecnológicas
digitais atuais.
Em face desta pesquisa e de seus resultados, sinaliza-se a relevância do CEMEAM
poder proceder a alguns ajustes no desempenho do trabalho do Pedagogo: a) que a
comunicação entre a equipe pedagógica seja bem eficiente e alinhada, e que todos se sintam
integrados e comprometidos com o seu fazer pedagógico; b) que aconteçam, pelo menos duas
vezes no ano letivo, encontros entre a Assessoria Pedagógica e Professores Presenciais, para
que eles tenham a oportunidade de conversar e se conhecer, saindo da virtualidade para um
contato presencial, além de trocar experiências e conhecimentos; c) que a SEDUC-AM possa
ampliar o número de pedagogos para conseguirem dar conta das inúmeras atividades para
exercerem de forma mais tranquila; d) que a SEDUC-AM possa comprar constantemente
equipamentos modernos que deem conta das dinâmicas inovadoras dos inventos tecnológicos
constantes; e) que a internet seja melhorada, para se tornar mais eficiente nos processos que
envolvam o trabalho do CEMEAM; f) que haja uma valorização dos profissionais da
educação, não somente no CEMEAM, mas em toda a Rede de Ensino que compõe a SEDUC-
AM, para que estes se tornem felizes e satisfeitos com sua profissão; g) que haja incentivo de
formação dos pedagogos em cursos de nível stricto sensu, valorizando o conhecimento
científico e que este resulte em ações a serem desenvolvidas na educação básica.
No entender de Morin (2000), para possuir características inerentes e promissoras de
um profissional do futuro, é necessário que as novas gerações se correspondam aos sete
saberes, atendendo justamente as necessidades educacionais. Nessa ótica, foi realizada
algumas recomendações à luz desses saberes necessários à educação ideal do futuro descrita
por Morin (2000). Isso porque foi considerado que tais saberes devam estar incluídos na
prática do Assessor Pedagógico do CEMEAM, ao mesmo tempo em que, concluímos que
estes profissionais estão inseridos num novo modelo de se operacionar o trabalho da
assessoria pedagógica:
1. O erro e a ilusão: por mais que o pedagogo foque suas atenções nas
dificuldades e nos erros, é necessário enfrentar os riscos, pois diz Morin (2000) que inserir o
estudo de caráter mental, cerebral e cultural, promoverá e eliminação do erro e da ilusão.
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2. Princípios de um conhecimento pertinente: esse saber nos mostra que é
necessário promover o conhecimento. Isso já se percebe ocorrer no trabalho da Assessoria
Pedagógica no CEMEAM. Entretanto, o fortalecimento desse conhecimento implicará na
busca constante por processos de formação que envolvam aspectos empíricos, teóricos e
científicos, resultando numa prática promissora. “O conhecimento do mundo como mundo é
necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital.” (Morin, 2000; p. 35)
3. Ensinar a condição humana: conforme Morin (2000), a condição humana está
numa era global, em que a humanidade deva reconhecer a diversidade cultural inerente a tudo
que lhe condiz. Fica aqui declarado à Assessoria do CEMEAM sobre a observação constante
para os aspectos socioculturais dos estudantes, possibilitando pensar e realizar ações que
dialoguem com essas questões.
4. Ensinar a identidade terrena: esse saber é uma demonstração de que todos no
mundo planetário estão interligados. Portanto, cabe aos Pedagogos do CEMEAM, refletir
sobre isso e reconhecer sobre a importância do trabalho coletivo, resultando no pensamento
uníssono das ações a serem implementadas.
5. Enfrentar as incertezas: através da ciência adquirimos certezas, no entanto,
converte-se inseguros a alguns domínios. Algumas informações adquiridas nos fazem
abandonar algumas concepções, na maneira de prever o futuro. É um desafio que deve ser
considerado todos os dias pela Assessoria Pedagógica do CEMEAM, visando a superar os
desafios que são lançados cotidianamente.
6. Ensinar a compreensão: reestruturar a razão está bem distante da pedagogia,
pois é preciso, aprender a compreensão. Compreendendo evitam-se muitos problemas.
7. A ética do ser humano: Morin (2000) preserva o ensino de forma global, o qual
seria necessário que existisse um controle mútuo na sociedade, ou seja, controle do indivíduo
na sociedade e a sociedade no indivíduo, existindo, dessa forma, de fato, a democracia.
Dessa forma, foram introduzidos esses pensamentos como possibilidades ao ofício
do Assessor Pedagógico do CEMEAM e como reflexão nesta pesquisa, para que o fazer
pedagógico desse profissional alcance uma educação verdadeiramente de boa qualidade e que
esses saberes/conhecimentos sejam aplicados na vida. Com essas possibilidades de melhoria
de uma visão de futuro ideal, desejamos que haja uma evolução promissora na área
educacional, para que todos possam ter e oferecer uma aprendizagem excepcionalmente
significativa.
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CONCLUSÃO
O estudo desenvolvido nos possibilitou percorrer por um cenário que desvelou várias
etapas de conhecimento, culminando em momentos que ficarão marcados em nossa memória.
As etapas constituídas na pesquisa, desde a revisão de literatura até seus resultados,
contribuíram na compreensão de que, para se entender o presente, é necessário voltar ao
passado e, por conseguinte, idealizar o futuro de forma promissora.
No contexto do texto dissertativo foi possível compreender, de forma súmula, como
ocorreu a trajetória da Pedagogia no Brasil, considerando os momentos percorridos pela
educação jesuítica, os quais foram precursores da educação básica no país, e estes iniciaram e
marcaram seu ofício com o processo de catequização dos povos indígenas. Posteriormente,
com o advento do período pombalino e o iluminismo muitas transformações ocorreram na
educação escolar brasileira e nos modos da atuação da Pedagogia, com ênfase à utilização das
novas tecnologias da informação e comunicação no palco educativo, em especial, pelo
Pedagogo, responsável pelas orientações concernentes aos processos e trabalhos de cunho
pedagógico. No entanto, esses avanços não se configuram como simples acontecimentos
decorrentes do sistema clássico da educação formal, como se fossem ocorrências naturais,
pois o processo educativo foi se moldando e se tornando distinto daquele praticado nos
tempos coloniais, por missionários e representantes do governo e, as TICs contribuíram
fortemente para um novo olhar às práticas educativas em ambiente escolar.
Adicionalmente, o estudo apresentou o caminho metodológico constituído,
apontando cada fase alcançada, destacando o Centro de Mídias de Educação do Amazonas
como palco investigativo da pesquisa empírica, onde foram processados e produzidos os
dados que serviram de base às análises feitas. Estudar/pesquisar um determinado fenômeno,
em especial na área educacional, propicia a oportunidade de construir/desconstruir/reconstruir
quantas vezes forem necessárias para que haja entendimento do processo evolutivo do homem
em prol de uma educação igualitária e humanizadora, caminhando à justiça social. É o que
nos motiva para que, no âmbito da sociedade atual, esta investigação seja vista com olhar
científico que poderá provocar uma verdadeira metamorfose no palco da educação.
Por fim, verificamos que, Educação e Novas Tecnologias são temas indissociáveis no
currículo do CEMEAM, haja vista que sua proposta é valorizar a relação sujeito-objeto do
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desafios e possibilidades
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conhecimento no contexto de aprendizagem significativa com interface tecnológica e digital.
A escola é o lugar da construção do conhecimento e do diálogo crítico, e as Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs), incorporadas a esse contexto, despontam como o
diferencial metodológico que gera a inserção digital e social dos alunos, promovendo a
aprendizagem na educação básica em rede.
A criação do Centro de Mídias de Educação do Amazonas, pelo que analisamos,
caminha no avanço/fomento das políticas públicas educacionais e formativas que objetiva por
melhores condições de vida de milhares de homens e mulheres amazônicos (as), apresentando
propostas inovadoras e de boa qualidade junto ao ensino público. E o Assessor Pedagógico do
CEMEAM, nesse viés, encontra-se apto e atuando na educação amazônica e brasileira
desenvolvendo sua prática pautada numa metodologia diferenciada na ótica das TICs, com
dinamismo e responsabilidade social, colaborando para a consolidação de tal objetivo.
Os resultados da pesquisa nos permitem apontar que, o CEMEAM é um palco
diferenciado que produz educação e, o Pedagogo desse Centro de Mídias amazonense, é um
mediador e orientador de todos os processos constituídos nesse cenário. Ademais, apraz-nos
registrar que, embora esses profissionais vivam/convivam com inúmeras dificuldades/desafios
marcados pelas peculiaridades sociogeográficas da região, mesmo assim têm conseguido
superá-los e vêm se tornando referências na área pedagógica brasileira - por seus modos
específicos e diferenciados no que confere ao ofício de seu trabalho com fundamentos
tecnológicos avançados e modernos.
Considerando os apontamentos e as reflexões feitos, encerramos aqui esta pesquisa,
com o seguinte pensamento: a metamorfose das boas práticas pedagógicas amazônicas e
brasileiras, somente serão possíveis no momento em que houver espaços formativos que
conduzam a constituição de competências sólidas promovendo a otimização da qualificação
profissional. Para isso, as angústias e anseios dos assessores pedagógicos oriundos das
expectativas da profissão devem ser analisados e contextualizados com as suas realidades
formativas e sociais. Tal relevância posta em evidência poderá dar condições para que esse
profissional consiga superar suas limitações formativas, estando apto para ser protagonista de
seu ofício, adquirindo capacidade para o desenvolvimento das competências necessárias a
serem desenvolvidas no palco da educação. É nesse caminho que analisamos caminhar o
Centro de Mídias de Educação do Amazonas e seus Assessores Pedagógicos.
Sirley Marques da Silva, A prática do pedagogo no centro de mídias de educação do Amazonas: por entre
desafios e possibilidades
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação 95
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação I
APÊNDICE
Questionário aplicado aos participantes da pesquisa
Disponibilizado através da plataforma do google docs em:
https://docs.google.com/a/seduc.net/forms/d/1m0uOPpn2y9wXwuEiTU9vjbMzdlYcUYaWW
fbQ-o6HVKo/edit
Questionário
Prezado (a),
Este questionário tem como propósito recolher dados para a elaboração de um trabalho
de investigação. Tem como objetivo, saber como é desenvolvido a prática pedagógica do
pedagogo do Centro de Mídias de Educação do Amazonas, numa era em que as Tecnologias
da Comunicação e Informação, estão cada vez mais presentes na vida de educandos e
educadores. Buscando mostrar que através do uso de objetos e recursos educacionais virtuais,
o trabalho do pedagogo se torna bastante significativo e distinto aos moldes do pedagogo do
sistema convencional.
Espera-se por meio deste instrumento, detectar as problemáticas e responder aos
objetivos propostos por este trabalho. Mostrando as potencialidades e dimensões pedagógicas
oferecidas pelo CEMEAM, a fim de buscar melhorias no campo pedagógico a partir da
contribuição dos profissionais da educação, que voluntariamente participarão das entrevistas.
O questionário é anônimo e confidencial e os dados recolhidos não serão utilizados
para outros fins além deste trabalho.
Assim, sua contribuição é muito importante; procure responder a todas as questões de
acordo com vossa opinião.
Desde já agradeço sua colaboração e disponibilidade.
- Qual sua idade? ______
- Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação II
1- Do ponto de vista pedagógico e prático, qual sua percepção de compartilhar/discutir as
ações de planejamento/ atuação e efetivação numa perspectiva de rede?
( ) Ruim
( ) Bom
( ) Excelente
2- Que ações, realizadas no Centro de Mídias de Educação do Amazonas, estão ligadas
diretamente ao trabalho pedagógico?
3- As ferramentas digitais ofertadas pelo CEMEAM facilitam o trabalho do pedagogo?
( ) Sempre
( )Na maioria das vezes
( )Nunca
4- Como é realizada a comunicação do Assessor Pedagógico, junto aos professores
presenciais?
( ) chat público
( ) chat privado
( ) outros ( telefone celular, telefone fixo)
5- Como é realizado o processo de planejamento e acompanhamento das aulas no CEMEAM.
Quais as etapas a serem seguidas na prática do pedagogo?
6- O CEMEAM possui instrumentos necessários para o alcance de resultados satisfatórios no
acompanhamento pedagógico?
( ) Sim
( ) Não
( ) Talvez
7- Numa perspectiva de execução de ações pedagógicas, há entraves que emperram estas
ações?
( ) Sim
( ) Não
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação III
No caso de respostas afirmativas, quais?
8- Quais ações são/foram realizadas pela equipe pedagógica com a finalidade de capacitar os
professores ministrantes?
9- Na sua opinião quais ações fora o processo de acompanhamento das aulas. Também são
atribuições do Assessor Pedagógico do Centro de Mídias de Educação do Amazonas?
10- O CEMEAM promove algum tipo de aperfeiçoamento (contínuo) aos pedagogos, como
participação em seminários, congressos, palestras ?
( ) Sim
( ) Não
( ) Às vezes
( ) Raramente
Outro:
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação IV
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação V
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação VI
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação VII
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação VIII
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação IX
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, FCSEA, Instituto de Educação X