da escola pÚblica paranaense 2009 · europeus, os chamados de africâners. todavia, a origem do...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
ÁFRICA DO SUL: do Apartheid à visibilidade da Copa do Mundo-2010
Autora: Geselei Mariusssi1
Orientadora: Geni Rosa Duarte2
Resumo: Este artigo discute parte das atividades desenvolvidas no Programa de Desenvolvimento Educacional –PDE/PR, turma 2009/2010. Trata-se do processo de implementação da Unidade Temática Investigativa de História realizada com os alunos do Colégio Estadual Vinícius de Moraes, E.F.M.P do Município de Tupãssi – PR. O trabalho, realizado durante seis encontros, contemplou estudos sobre aspectos da História da África do Sul considerando que esse país passou a ter maior visibilidade na imprensa por conta da realização da Copa do Mundo e de questões que interessam ao turismo. Levando-se em conta a atuação dos meios de comunicação, propôs-se um estudo no sentido de ampliar a compreensão de alguns aspectos do país, por ocasião da Copa do Mundo de 2010. No período de implementação do projeto na escola, as experiências foram sistematizadas, evidenciando-se sua positividade e visando o seu aperfeiçoamento e inclusão nas práticas pedagógicas, culminando com a apresentação de trabalhos realizada pelos alunos envolvidos no projeto para toda a comunidade escolar. Palavras-Chave: África do Sul; apartheid; ensino de história. 1 Introdução
Este artigo, resultado final da atividade do Programa de Desenvolvimento
Educacional - PDE/PR, tem como objetivo apresentar o estudo realizado com uma das
turmas do Colégio Estadual Vinícius de Moraes E.F.M.P da rede estadual de ensino do
Município de Tupãssi – PR.
O trabalho desenvolvido consistiu de reflexões sobre a real situação da África do
Sul hoje. Propôs-se uma discussão visando o desenvolvimento e a construção do
1 Geselei Mariussi, professora PDE – História – Colégio Estadual "Vinícius de Moraes" – Ensino Fundamental, Médio
e Profissionalizante. Tupãssi, PR. 2 Professora Dra. Geni RosaDuarte, Docente do Curso de História – Unioeste – Campus de Marechal Cândido
Rondon.
pensamento histórico através das ações de intervenção, tendo como finalidade a
positivação das relações humanas. Isso tudo, visando refletir sobre a cultura africana e
dos afro-descendentes, como previsto na lei 10.619/2003 para as escolas do país. Essa
lei traz fortes repercussões e implicações nos sistemas educacionais. O processo é
lento e vem gerando dramas, revelando preconceitos arraigados, mas também
produzindo alguns trabalhos positivos em escolas de todo país, que termina a primeira
década do século XXI com 50,6% da população constituída de negros e pardos.
Resumindo: Em 2003 foi aprovada e sancionada a Lei Federal nº 10.639/2003,
alterada pela Lei 11.645/2008, que acrescentou à Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) dois artigos: 26-A e 79-B. O primeiro estabelece o ensino da
cultura e história afro-brasileiras e Indígena nas escolas do país. Por outro lado, a
Deliberação nº 04/2006 ,do Conselho Estadual do Paraná, reza que todas as Escolas
deverão trabalhar nessa direção. Especifica que o ensino deve privilegiar o estudo da
história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira
e o papel do negro na formação da sociedade nacional. O mesmo artigo citado acima
ainda determina que tais conteúdos, devem ser ministrados dentro do currículo escolar.
Por se tratar de uma temática interdisciplinar e não uma disciplina específica; a lei
determina que os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira sejam
trabalhados no contexto de todo o currículo escolar, especialmente no âmbito das
disciplinas de Educação Artística, Literatura e História do Brasil. Já o artigo 79-B inclui
no calendário escolar o dia 20 de Novembro como o Dia Nacional da Consciência
Negra.
Essa legislação privilegia, dentro do sistema educacional, o respeito pela
diversidade cultural, referida especialmente aos afrodescendentes. Segundo Gadotti,
(...) a diversidade cultural é a riqueza da humanidade. Para cumprir sua tarefa humanista, a escola precisa mostrar aos alunos que existem outras culturas além da sua. Por isso, a escola tem que ser local como ponto de partida, mas tem que ser internacional e intercultural como ponto de chegada. (...) Escola autônoma significa escola curiosa, ousada, buscando dialogar todas as culturas e concepções de mundo. Pluralismo não significa com ecletismo, um conjunto amorfo de retalhos culturais.
Significa, sobretudo diálogo com todas as culturas, a partir de uma cultura que se abre às demais.
3
Foi nessa perspectiva que esse trabalho foi proposto: Partiu-se do pressuposto
de que o conhecimento que os alunos têm da história da África em geral e da África do
Sul, ainda é muito deficiente, o que gera preconceitos. A proposta caminhou na direção
de discussão da história do país para compreensão da diversidade étnico e cultural.
Em 2007, a população da África do Sul era estimada em 47,9 milhões de
habitantes. O país possui onze línguas oficiais reconhecidas na constituição, além de
muitas outras apenas faladas. O inglês é o idioma mais usado na vida pública e
comercial, embora seja apenas a quinta língua doméstica mais falada. O país é
etnicamente diversificado. Embora 79,6% da população seja negra, essa categoria não
é nem linguisticamente nem culturalmente homogênea, pois seus integrantes falam
línguas bantu diferentes, das quais apenas nove são oficialmente reconhecidas.4
Historicamente a África do Sul é, pois, um país com grande diversidade de
habitantes e povos que, ao longo dos séculos, foram deixando as suas marcas. Por
essa razão, há autores que consideram que ela pode bem ter sido o berço da
humanidade.
As civilizações africanas mostram diversidade bastante expressiva do ponto de
vista cultural e lingüístico. Por isso, muitos estudiosos, especialmente aqueles ligados
ao movimento negro contemporâneo, têm centrado suas reflexões visando propor
mudanças no processo de construção de conhecimento da civilização e da história da
África negra, com reflexos expressivos na própria dinâmica escolar. Porém, fica muito
claro que a imagem do africano na nossa sociedade ainda continua sendo a do
selvagem acorrentado à miséria, imagem construída pela insistência e persistência das
representações do continente africano como a terra dos macacos, dos leões, dos
homens nus e dos escravos.
Do ponto de vista educacional, considera-se a questão do apartheid, vigente na
África do Sul até algumas décadas atrás, uma problemática bastante expressiva. Talvez
em nenhuma outra parte do mundo a questão racial tenha assumido picos ou ganhado
3 GADOTTI, M. Diversidade Cultural e educação para todos. Rio de Janeiro: Graal, 1992. P. 23 4 Disponível em: <HTTP://pt.wikipedia.org/wiki.org/portal:%C3%81fricadosul> Acesso em 02 jun. 2011
proporções tão acentuadas como nesse país. Conforme Demetrio Magnoli5, o
apartheid, que quer dizer “desenvolvimento separado”, oficializou-se em 1948 com a
posse do primeiro-ministro Daniel François Malan, descendente dos colonizadores
europeus, os chamados de africâners. Todavia, a origem do sistema data de 1911,
quando os chamados africâners (que são os descendentes de agricultores holandeses
que emigraram para a África do Sul) e os britânicos estabeleceram uma série de leis
visando consolidar seu controle sobre a população negra.
Foi então, criada a estrutura política, social e econômica do apartheid,
consubstanciado em restrições legais de moradia e acesso da população negra. Na
prática, os negros estavam confinados às terras das reservas, só podendo ocupar os
guetos urbanos na condição de “visitantes temporários”, mediante o uso de passes.
Dessa forma também toda representação política ficava nas mãos dos brancos. Os
mestiços e asiáticos possuíam representantes consultivos, mas quando a política de
segregação racial foi oficializada e tornou-se questão legal e constitucional, além de
territorial, foram criadas residências diferenciadas por raças, para brancos, negros,
asiáticos e mestiços separadamente.
Por um lado a história da África do Sul deveria ser problematizada para superar o
maniqueísmo de que todos os povos locais são vítimas dos colonizadores europeus.
Não é isso que acontece: a mídia enfatiza as informações da atualidade de maneira
que tudo parece estar presente apenas naquele momento. Deve essa história, no
ambiente escolar, ser mostrada em suas múltiplas possibilidades, deixando
transparecer os conflitos e as mudanças. Precisamos desconstruir certas informações a
que são vinculadas pela imprensa, pois esta por vezes, produz narrativas que
contribuem para o exercício de dominação da população. A força da mídia cria e destrói
personalidades (ou heróis) na hora que convém. O que fazem os meios de
comunicação para tornar óbvios e inquestionáveis os seus noticiários?
Isso trouxe a necessidade de se ampliar discussões e informações sobre a África
do Sul, bem como suas questões relativas a economia, sociedade. A implementação
do projeto foi pautada em seis encontros, realizados com o terceiro ano A, do período
5 MAGNOLI, Demetrio. África do Sul. Os Racismos como instituição conflitos internos e pressões externas o futuro
da África do Sul. São Paulo: Editora Contexto, 1998 – p.41
matutino do Colégio Estadual Vinícius de Moraes. E.F.M.P. Essas foram as ações
desenvolvidas:
A primeira ação consistiu de uma exposição da proposta de trabalho da Unidade
Investigativa de História à Equipe pedagógica, professores e direção do Colégio
Estadual Vinícius de Moraes. A apresentação se deu em forma de colóquio. Toda a
equipe docente apoiou a iniciativa, já que a mesma visava à conscientização da
população discente quanto a importância da cultura afro-brasileira e africana, como
proposta na lei.
A segunda ação, foi à apresentação passo a passo da Unidade Temática
Investigativa de História aos alunos que participariam da implementação. No início a
reação dos alunos foi de dúvidas, quando eles se perguntavam se iriam conseguir
realizar esses trabalhos, pois reconheciam não saberem quase nada sobre a África do
Sul. Alguns disseram saber apenas que a Copa do Mundo de Futebol tinha sido
realizada naquele país. Porém, aos poucos foram se interessando pela temática e
ressaltaram que seria muito bom fazer parte de desse projeto.
Na terceira ação investigou-se o conhecimento prévio dos estudantes sobre a
África do Sul, por meio de um questionário com perguntas simples sobre a localização
geográfica desse país, se é um Continente ou um País e se a África é um continente
somente de negros, entre outras. Como reações imediatas dos alunos surgiram
perguntas como as que se seguem: “Professora onde nós vamos achar essas
respostas?” “Eu nunca ouvi falar disso!” “Eu não sei fazer!” “Por quê você quer saber
isso?” “É claro que na África só tem negros”.
Após os questionamentos iniciou-se uma intervenção pedagógica, ressaltando-
se a discussão sobre questões raciais, preconceitos, desigualdades. Aos poucos os
estudantes foram entendendo que, ao longo do desenvolvimento da Unidade Temática
Investigativa de Historia, iriam encontrar as respostas para as questões propostas e
para outras possíveis dúvidas. Por se tratar de uma temática interessante, os alunos
participaram ativamente das atividades demonstrando muito interesse e boa vontade
em relação ao trabalho.
De início fez-se necessário trabalhar com informações cronológicas relativas à
História do país. Iniciou-se a discussão com informações sobre os primeiros contatos
dos europeus com a região que hoje é a África do Sul. Para salientar as temporalidades
desses contatos, foram discutidos pequenos trechos como o que segue:
Os europeus entraram em contato com a região hoje chamada África do Sul em 1487, quando o navegador português Bartolomeu Dias chegou ao Cabo da Boa Esperança, ponto estratégico na rota comercial para as Índias e habitada por diversas etnias. Essa região foi povoada por imigrantes holandeses, franceses, alemães a partir séc. XVII, quando a África do Sul passou por muitos conflitos de domínio, racismo e preconceito que perduraram por muitos anos só terminando em 1991 com o fim do apartheid em locais públicos na África do Sul.6
A quarta ação consistiu na apresentação dos filmes: O Poder de Um Jovem
(1992, EUA, direção de John G. Avildsen) e Invictus (2009, EUA, dirigido por Clint
Eastwood,).
Os filmes foram vistos em dias diferentes. Para garantir que todos os estudantes
assistissem aos filmes, proporcionaram-se três sessões em diferentes horários, para a
apresentação de cada filme. O primeiro filme, O Poder de um Jovem, aborda a trajetória
de um órfão de família inglesa, o pequeno PK, (Stephen Dorff), que, aterrorizado pela
crença política de sua família, procura ajuda com o único amigo, pois tinha que vencer
alguns medos. Um gentil e experiente prisioneiro (Morgan Freeman) o ensina a lutar
boxe e é através da luta que PK ajuda todos os demais prisioneiros. “O pequeno
quando é esperto vence o grande, diz o amigo, primeiramente com a cabeça, depois
com o coração”. Pensando nessas palavras do velho amigo, PK amadurece
exatamente lutando com os seus punhos e com o coração. Com isso ele descobre o
que uma pessoa pode fazer para acabar com as injustiças.
No filme Invictus, o então recentemente eleito presidente, Nelson Mandela
(Morgan Freeman) tinha consciência de que a África do Sul continuava sendo um país
racista e economicamente dividido, em decorrência do apartheid. A proximidade da
Copa do Mundo de Rúgbi, pela primeira vez realizada no país, fez com que Mandela
resolvesse usar o esporte para unir a população. Para tanto chama Francois Pienaar
6 HERNANDEZ, Leila Maria Gonçalves Leite A África na sala de aula. Visita à história contemporânea. 2.ed. ver.- São
Paulo: Selo Negro, 2008 p. 255
(Matt Damon), capitão da equipe sul-africana e o incentiva para que treine a equipe a
fim de que a seleção nacional fosse campeã.
Durante a apresentação dos filmes, os alunos mostraram-se muito concentrados
e interessados, expressando por vezes reações de revolta e ou admiração diante de
algumas cenas. Visando à melhor interpretação da mensagem, após cada filme,
distribuiu-se aos estudantes um roteiro para análise, que continha as seguintes
questões: Qual o enredo? Qual a idéia ou a mensagem do filme? Qual a cena de maior
impacto? Qual a contribuição do filme para o estudo da disciplina e para a sua
formação pessoal?
Deixados à vontade para iniciarem os comentários sobre os filmes, os
estudantes começaram pelas cenas de maior impacto, No filme O Poder de Um Jovem,
destacaram a cena em que o menino PK perde seu pai, e sua mãe o manda para um
colégio interno. Por ser descendente de inglês sofreu todas as humilhações que um ser
humano suporta. Volta para casa quando a mãe morre. Tendo que vencer os medos, é
entregue a um líder espiritual que ensina a ele como ser um menino forte. Seu único
amigo, por ser estrangeiro e ilegal no país, é obrigado por lei a permanecer na prisão.
PK passa a frequentar o local e ali conhece um prisioneiro, que lhe ensina boxe, e a
lutar por seus direitos, e alia-se e aos sul africanos que lutavam contra a segregação
racial. Relataram também a mensagem central do filme: a luta de um rapaz contra a
opressão dos brancos ao lado de muitos negros que viviam em bantustões. Já adulto
PK se apaixona por Maria que, mesmo contra as ordens do pai, foge para ajudá-lo a
dar aulas às escondidas numa universidade onde ensinam gratuitamente a língua
proibida no local, onde somente era permitido o inglês. Sempre tendo que fugir da
perseguição da polícia, em uma das fugas Maria morre, PK enfrenta mais uma perda
em sua vida. Uma das alunas relatou o seguinte “As pessoas quando têm força de
vontade e coragem fazem a diferença na vida de muitos. PK foi um grande homem que
através da luta pela igualdade e dignidade de milhares de sul-africanos nos mostra o
quanto somos pequenos”. Este filme também contribuiu para melhor entendimento e
conhecimento da história da África do Sul, sobre o que foi o apartheid e também noções
sobre a cultura daquele povo, que por muitos anos viveu sob a pressão dos europeus.
Vale salientar que a mensagem serve para todos: Todos os humanos são iguais,
independentemente de cor, raça, ou condição social.
O filme Invictus, mostrou uma África do Sul diferente: apresenta a figura de
Nelson Mandela, primeiro presidente negro, e sua luta para unir o povo. Sabendo que
seu país ainda permanecia dividido pela discriminação racial e econômica, consegue
seu objetivo através do time de Rúgbi, esporte praticado por brancos e odiado por
negros e totalmente desacreditado. Um aluno relatou a mensagem de Mandela a todo
povo sul-africano pedindo paz para os jovens revoltosos; que deixassem sua armas,
pois as mesmas não eram necessárias. No momento da posse como presidente jurou
solenemente ser leal ao país no qual tanto tinha sofrido e disse: “Nunca, mais este país
sofrerá a experiência da opressão de uns sobre os outros ou a indignidade de ser visto
como a escoria do mundo”. Outro fato relatado foi o de que Mandela procurou o líder do
time de Rúgbi para em uma conversa simples e dar-lhe apoio pedindo a este que
acreditasse no potencial do seu time, pois só assim toda população estaria unida por
meio do esporte, já que o Mundial de Rúgbi de 1995 seria na África do Sul. O time teria
que vencer, realizando uma bela campanha para ser campeão. Outro aspecto
ressaltado foi a humildade de Mandela em não pensar em vingança contra os
opressores e sim mostrar-lhes que os negros que tinham sido oprimidos também eram
capazes de governar aquele país em pé de igualdade, dando as mesmas
oportunidades e direitos a todos que ali residiam. Nos comentários finais uma aluna
disse: “Belo exemplo de vida dessas pessoas que tanto lutaram para ter uma África
melhor; graças a suas ações, hoje podemos conhecer coisas deste país que nunca
tínhamos ouvido falar e quem poderia imaginar que Nelson Mandela fosse alguém tão
cheio de qualidades?”
A biografia de Nelson Mandela chamou muito a atenção dos estudantes. Sua
luta contra o Apartheid foi bastante produtiva. Durante a Copa do Mundo de 2010, esse
ex-presidente foi seguidamente citado e homenageado. Impossível pensar no processo
sem se referir ao personagem. Segue breve relato sobre ele:
Nelson Mandela nasceu no ano de 1918 em um vilarejo da província da Cidade
do Cabo. Essa de etnia Xhosa, grupo que vivia na região do Transkei. Era bisneto e
filho de chefe do povo Thembu. Seu nome de batismo era Rolihlahla Mandela, que
significava “agitador de arvores” em xhosa. Foi o primeiro membro de sua família a
frequentar uma escola, aos 7 anos de idade. Mais tarde com a morte do pai, foi para
outra escola próxima ao palácio do chefe da tribo, onde uma professora lhe dá o nome
de Nelson Mandela, sem nunca terem lhe dito o porquê. Nesta época Mandela estava
sendo preparado para ser um conselheiro do filho do rei do povo Thembu. Aos 16 anos
ele e mais 25 meninos, todos da mesma idade, num ritual onde se reuniu a elite da vila,
foram apresentados os novos homens daquela sociedade.
Em 1934 Mandela foi mandado para Fort Beaufort, cidade que tinha as escolas
que recebiam a maior parte dos filhos da elite de Thembu. Ali ele tomou gosto pela
corrida e pelo boxe. Nesta cidade iniciou o curso de bacharel em direito na
Universidade de Fort Hare, ali conheceu aquele que viria ser seu grande amigo Oliver
Tombo. Pela primeira vez Mandela se envolveu com o movimento estudantil, realizando
num boicote contra as políticas universitárias, sendo por isso mesmo expulso. Mais
tarde foi para Johanesburgo, onde terminou sua graduação na Universidade da África
do Sul (UNISA) por correspondência. Ainda jovem e estudante de direito Mandela se
envolveu em alguns conflitos na oposição ao regime do apartheid, que negava aos
negros direitos políticos, sociais e econômicos. Em 1942 uniu-se ao CNA, Congresso
Nacional Africano, juntamente com outros jovens.
Em 1948 com a vitória do Partido Nacional do africâners, que apoiavam a política
de segregação racial, Mandela torna-se o mais novo e ativo membro no CNA, fazendo
parte do Congresso. Casa-se com Evelyn com quem teve quatro filhos. Mais tarde foi
condenado a nove meses de prisão e trabalhos forçados. Sai da prisão e em 1952 abre
seu primeiro escritório de advocacia na África do Sul com seu amigo Oliver R. Tambo.
Em 1955 apresentou e divulgou a Carta da Liberdade, documento que consta de alguns
itens importantes para a causa antiapartheid. Quando o CNA cai na ilegalidade,
Mandela é detido e sentenciado a cinco anos de prisão por ter se ausentado do País e
incentivado greves. Em 1964 é condenado a prisão perpétua, por sabotagem e por
ajudar outros países a invadir a África do Sul. Por ser líder, sabia que podia ser
condenado à pena de morte, porém não recuou e acrescentou ser “culpado por lutar
pelos direitos humanos e pela liberdade, culpado por combater leis injustas, culpado por
lutar pelo seu próprio povo oprimido”. No seu depoimento final, falou por quatro horas,
terminando com estas palavras – as últimas que falaria em público até ser finalmente
solto da prisão em 1990:
Durante a minha vida, dediquei-me a essa luta do povo africano. Lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Acalentei o ideal de uma sociedade livre e democrática na qual as pessoas viviam juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal pelo qual estou preparado para morrer.7
Enviado para a Ilha de Robben Island, para onde levou somente alguns livros,
Mandela passou os piores anos de sua vida. Mas, aprendeu a ter paciência e ocupar
sua mente. Só tinha autorização para uma visita e receber uma carta a cada seis
meses, Mandela tornou-se um líder admirado por todos os prisioneiros “dizia que
mesmo que fizesse os piores serviços, nada estava abaixo de um líder”.
Nos 27 anos que ficou preso Mandela tornou-se um lema em todas as
campanhas de oposição ao apartheid. Durante os anos 1970 ele recusou uma revisão
de pena e em 1985, foi proposto a ele a liberdade condicional em troca de não mais
incentivar a luta armada. Mandela rejeitou a oferta de imediato e disse: “Somente
homens livres podem negociar, prisioneiros não podem apresentar contratos, não
posso e não vou dar nenhuma garantia, em uma época na qual eu e você, o povo, não
somos livres. Sua liberdade e a minha não podem ser separadas”. Mandela continuou
preso até 1990, quando pressões internacionais e as campanhas do CNA conseguiram
que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos de idade, por ordem do então
presidente da África do Sul Frederik W. de Klerk, dando inicio assim à transição do
regime de minoria no comando do apartheid,. Mandela ganhou respeito internacional
por sua luta pelos direitos humanos e em prol da reconciliação interna e externa
daquele país, e recebeu o Premio Nobel da Paz em 1993.
Mandela tornou-se o preso político mais famoso do mundo até os dias atuais. E
em maio de 1994, assumiu o como primeiro presidente negro da África do Sul.
7STENGEL, RICHARD. Os Caminhos de Mandela: lições de vida, amor e coragem. trad. Douglas Kim- São Paulo,
2010, p.63. As informações biográficas apresentadas são também desse livro.
Voltando à implementação das ações na escola: A quinta ação foi uma pesquisa
sobre a África do Sul. Propôs-se que os alunos fizessem uma pesquisa sobre aspectos
importantes da política, economia e sociedade e sobre a biografia de Nelson Mandela.
Verificados todos os resultados da pesquisa, colocou-se em ordem cronológica,
organizou-se uma exposição sobre a África do Sul. Em enormes banners com dados e
imagens a exposição foi organizada passo a passo com a participação ativa dos
estudantes que durante semanas envolveram-se com a preparação da exposição.
Estavam empolgados, envolvidos, davam sugestões. Ficou evidente nesse momento a
evolução da aprendizagem dos alunos e o interesse pelo assunto em questão.
A última ação descrita neste artigo foi a realização da tão sonhada exposição,
em dia determinado pela direção do Colégio, e apresentada para toda a comunidade
escolar. No dia da exposição os estudantes, divididos em equipes, responsabilizaram-
se por explicar os banners aos visitantes: alunos, professores, pais do Colégio Estadual
Vinícius de Moraes e também das escolas municipais que visitaram a exposição.
Os resultados apresentados mostram que podemos romper barreiras e valorizar
a identidade cultural e a história deste povo e desse continente, cujos antepassados
ergueram com trabalho escravo as bases deste país e que com sua cultura,
contribuíram para uma identidade nacional das mais originais.
As tensas relações entre brancos e negros fazem parte do cotidiano escolar na
construção de praticas educativa e pedagógica, e inúmeras vezes são simuladas como
harmoniosas ou tratadas como singulares e normais pela sociedade. Não seria mais
inteligente o debate saudável o respeito às diferenças, e dar um basta a todo tipo de
preconceito? Podendo assim ajudar a articular uma perspectiva afrobrasileira para a
própria comunidade afro, pois no Brasil é comum argumentar que tais procedimentos
seria uma postura de exclusão, racista e não aplicável à realidade do país.
Consideramos, pois, de fundamental importância a inclusão do ensino de história e
cultura afro-brasileira e africana no currículo da educação básica, por saber que a
instituição escolar tem um papel fundamental no combate ao preconceito e à
discriminação, porque participa na formulação de atitudes e valores essenciais a
formação da cidadania de nossos educandos.
Somente o conhecimento da história da África, da África do Sul e do negro
poderá contribuir para se desfazer os preconceitos e estereótipos ligados ao segmento
afro-brasileiro, e africano presente em nosso dia a dia, além de contribuir para o resgate
da auto-estima de milhares de crianças e jovens negros que se vêem marginalizados
por uma escola de padrões eurocêntricos, que nega a pluralidade étnico-cultural de
nossa formação educacional.
O desconhecimento da realidade da África do Sul por parte da maioria da
população brasileira e até dos nossos alunos, facilita para a imprensa mostrar aquilo
que nós gostaríamos de ver e que nem sempre é a realidade. A tendência da imprensa
tais como: revistas, Jornais, TV, internet, é sempre de construir a noticia de uma forma
que irá agradar ao público. A visão que o público terá será parcial e dificilmente se
problematizará a desigualdade, a pobreza, a criminalidade, doenças, moradores de rua,
desemprego. Como sabemos os truques da Imprensa sempre funcionam para chamar
atenção de seus leitores e os jornais apresentam sofisticadas relações para o
funcionamento de mecanismos verbal x visual, ou visual e sonoro.
A complexidade dos procedimentos e efeitos de montagem pode ser discutida a
partir do detalhamento da estrutura da notícia e a temporalidade vista pelo
telespectador naquele momento.
Ciro Marcondes Filho (assevera que tudo o que o telejornalismo produz é rápido
demais, emocional e superficial: “Tudo vai direto para o lixo, tudo é esquecido, tudo
desaparece instantaneamente. Nenhuma noticia sobrevive, nenhum relato é
suficientemente trabalhado para criar raiz, tudo evapora” 8.
No livro O Beijo de Lamourette, Darnton relata sua experiência como jornalista
ainda em estágio no The New York Times, que já no final do verão em Newark. Ele já
tinha redigido muitas matérias, mas sem que seu nome aparecesse em nenhuma delas.
Certo dia, quando não tinha nada melhor para fazer, conferiu um boletim de ocorrência
sobre um menino cuja bicicleta tinha sido roubada num parque. Sabia que a editoria
não publicaria, mas de qualquer forma escreveu quatro parágrafos sobre o caso, para
8 MARCONDES Filho, Ciro. O Capital da Noticia. Jornalismo como produção social da segunda natureza. 2. ed. São Paulo: Ática,1989. P. 89
exercitar a redação e mostrou para um dos jornalistas durante uma pausa no jogo de
pôquer. Ele explica: que não poderia escrever esse tipo de matéria direto como se
fosse um press-release. E num minuto o jornalista experiente datilografou uma versão
totalmente diferente, inventando detalhes à medida que ia precisando. Saiu algo assim:
Todas as semanas, Billy guardava sua mesada de 25 centavos em seu porquinho. Ele queria comprar uma bicicleta. O grande dia finalmente chegou. Ele escolheu uma brilhante Schwin vermelha, e saiu com ela para dar uma volta pelo parque. Durante uma semana, todos os dias ele pedalava orgulhosamente pelo mesmo caminho. Mas ontem três desordeiros caíram sobre ele no meio do parque. Arrancaram-no da bicicleta e fugiram com ela. Machucado e sangrando, Billy se arrastou para casa, até o pai, George F. Wagner, 43 Elm Strret. Não se preocupe filho, disse seu pai. Vou lhe comprar uma nova bicicleta, e você poderá usá-la para distribuir jornais e ganhar dinheiro para me reembolsar. Billy espera começar o trabalho logo. Mas nunca mais ira pedalar de novo pelo parque9
.
Darnton, então, se voltou para o telefone, com uma série de perguntas para o Sr.
Wagner: Billy ganhava mesada? Ele a poupava num porquinho? Qual era a cor da
bicicleta? O que o Sr. Wagner lhe disse depois do roubo? E em seguida tinha detalhes
suficientes para preencher o novo modelo da matéria. Então escreveu uma nova
matéria segundo o novo estilo, que foi publicada no dia seguinte num box especial, na
parte superior da primeira página, trazendo seu nome. A matéria teve efeito,
principalmente na Elm Street, onde os vizinhos de Wagner fizeram uma vaquinha para
uma nova bicicleta, pelo que o Sr. Wagner lhe contou mais tarde. Disse também que o
encarregado do parque ficou transtornado e telefonou para explicar como eram feitas
as patrulhas e que estavam sendo tomadas novas medidas para proteger os cidadãos
na àrea de Alm Street. Ficou surpreso ao descobrir que tocou em várias cordas ao
recorrer a sentimentos e figuras corriqueiras: o menino e a sua bicicleta, as economias
no porquinho, os valentões sem coração, o pai consolador. A história parecia
9 Darton, Robert. O Beijo de Lamourette, Mídia, Cultura e Revolução. São Paulo: Companhia das Letras,
1995, p. 93
estranhamente antiquada. Ele conclui que a história toda parecia muito antiquada, e
que,exceto pela bicicleta, ela podia ter saído da metade do século XIX.10
Outra experiência significativa que ele relata, quando voltou à redação do The
Times depois de ter trabalhado em Londres:
[...]Uma de minhas primeiras matérias foi sobre um maníaco homicida que tinha espalhado os membros de suas vitimas em soleiras de casas de West Side. Redigi o artigo como se tivesse compondo um novo artigo canard: “Un homme de 60 anos ans coupé em morceaux.[...] Détails horribles!!! (Um homem de sessenta anos cortado em pedaços. [...] Detalhes horríveis !!!). Quando conclui o artigo vi um dos grafites rabiscados nas paredes da sala da imprensa na delegacia de Manhattan: “Todas noticias que couber a gente publica”. O grafiteiro queria dizer que os artigos só são publicados no jornal se tiver espaço, mas ele também podia estar expressando uma verdade mais profunda: as matérias jornalísticas precisam caber em concepções culturais previas relacionada com a notícia. Mas 8 milhões de pessoas vivem todos os dias de suas vidas na cidade Nova York e eu me senti assoberbado pela distância entre suas experiências, quaisquer que fossem, e as histórias que liam no The Times.11
Quase sempre lemos as reportagens apresentadas nos jornais pela ênfase do
seu titulo e acompanhamos, através de repórteres, porta-vozes oculares da multidão, a
construção de versões do que “realmente acontece”. A exemplo da verdade que existia
na reportagem que foi reeditada do roubo da bicicleta, ela será uma estratégia
A Copa do Mundo foi vista pela maioria da população mundial pela TV, que é um
dos meios de comunicação mais utilizados pela mídia, para apresentar elementos
simultaneamente para os telespectadores que estará frente à transmissão das noticias,
principalmente os jogos do Brasil. As notícias simples são acompanhadas de
informações, que vão formando opiniões. As notícias podem compartilhar algo com os
que a recebem, caso se refiram às experiências concretas – caso do roubo da bicicleta
– ou podem apenas estar referida àquilo que o jornal pretende passar.
10
Idem p. 94
11 Idem, p. 96
Outra ideia ligada à televisão e ao telejornalismo é a de “espetacularização”.
Para Marcondes Filho, a ideia de espetáculo se liga mais fortemente a TV do que a
qualquer outro veiculo. Telejornais são como shows da vida, extraem dos fatos toda a
sua explosividade e os transformam em variedade e diversão.
Na África do Sul tudo foi apresentado como um show, incluindo a pobreza, a
miséria, a diversidade cultural e nada foi problematizada.
Vale a pena reproduzir as palavra de Abdias Nascimento, ativista do Movimento
Negro no Brasil, em entrevista concedida à revista Raça Brasil 12, que faz um breve
relato dizendo: “Ainda quero ver o negro mandando neste país. E vou ver! O negro que
realizou realmente a construção do nosso país, e não só no sentido material, não só na
cana-de-açúcar, no café, no algodão, não somente na produção dessas riquezas, mas
também o que contribuiu na riqueza intelectual, cultural e esportiva”. É o negro acreditar
no negro. É preciso que acreditassem em nós, no potencial de nossos irmãos para
mudarmos definitivamente este estado de coisas. Esse descrédito vem após séculos de
desmoralização que homens e mulheres foram submetidos aqui neste país, sempre
tivemos empregos ruins, fomos desprestigiados, nunca fomos valorizados e
remunerados descentemente, nunca investiram em nossas capacidades e nunca
tivemos dignidade. Parece que o negro já nasce incompetente, e isso vem do tempo da
escravidão. Por quase todo sec. XX este desrespeito, violação dos direitos humanos de
homens e mulheres negras.
Neste Projeto procurei problematizar com os alunos a história da África do Sul,
levando-se em conta que os meios de comunicação se constituem num material
ideológico para a classe dominante. Temos muito que aprender e desvendar os
mistérios desse País, a mídia irá mostrar só o que é bom, aquilo que é interessante aos
olhos dos visitantes mas conheceremos os caminhos do preconceito do racismo e da
segregação, presentes na vida da maior parte da população ainda hoje.
Ao concluir o Projeto de Intervenção Pedagógica, pode-se dizer que os objetivos
propostos foram alcançados. No decorrer dos encontros realizando reflexões sobre a
cultura afro-brasileira e africana que proporcionou um maior entendimento da temática
12
Revista Raça Brasil, Edição 136 ...........
em questão e os alunos entenderam que esta prática política e cultural dos afro-
descendentes esta presente e decorrem de processos históricos de longa data e que
valores e atitudes são adquiridos com o conhecimento cientifico.
Assim após realização das atividades nos encontros com os alunos estes
demonstraram muito interesse e envolvimento nos debates. Também foi importante a
utilização de filmes já mencionados anteriormente no qual ocorreu uma interação,
trocaram idéias, e de como seria a vida daquela população tão sofrida durante a
segregação racial na África do Sul, ocorreram indagações como: será que a geração de
hoje superou todos esses conflitos, guerras que ocorreram? Será que este país está
realmente preparado para sediar uma Copa do Mundo, com tantos problemas sociais
que se encontra naquele país? Percebi a participação de todos num coletivo
fortalecendo assim o interesse cada vez mais pelas questões que envolvem o
preconceito, a discriminação pelos menos favorecidos, ou seja, os afro-brasileiros.
A construção de uma identidade própria de forma alguma implica numa postura
excludente ou discriminatória. Trata-se do fortalecimento da personalidade, fator
necessário e anterior à capacidade de oferecer colaboração e solidariedade. Se eu
estou enfraquecido pouco posso fazer para ajudar o outro; à medida que me defino e
me reconheço, posso colaborar com o outro em condição de igualdade. A necessidade
de um mundo democrático não é eliminar as diferenças, mas com elas conviver pacífica
e harmoniosamente. Da mesma forma as diferenças não devem ser transformadas em
desigualdades, mas valorizadas em um contexto de respeito mútuo e bom convívio.
Essas diferenças enriquecem e enaltecem o meio cultural e a identidade nacional.13
Em síntese, com a realização das atividades propostas do projeto de Intervenção
Pedagógica conclui que realmente podemos fazer a diferença com nossos alunos e que
somente através da educação e que teremos os meios para se chegar a um consenso.
Sabemos que uma das bases fundamentais dos direitos humanos é o princípio que
todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
13
NASCIMENTO, Elisa Larkin (Org.). Sancofa: matrizes africanas da cultura brasileira. Rio de Janeiro: Eduerj, 1996. p. 37
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