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CAPÍTULO 2 METODOLOGIA 1- A PESQUISA DOCUMENTAL Como já foi dito anteriormente, nossa pesquisa de abordagem qualitativa, com base na Análise Crítica do Discurso aliada as teorias críticas de Letramento, possui caráter documental, uma vez que, analisa os documentos oficiais que compõem as diretrizes curriculares para o Ensino de Língua Estrangeira em Mato Grosso (2012), nem por isso se exime de seu papel social de investigar o discurso que permeia os documentos acima citados, com intuito de identificar ideologias, propostas e possibilidades de mudanças que poderão decorrer desta análise. Segundo Godoy (1995), a pesquisa qualitativa, estuda fenômenos que envolvem os seres humanos e suas relações estabelecidas em diversos ambientes. Neste sentido a pesquisa documental representa uma forma que pode se revestir de um caráter inovador, com a possibilidade de contribuir para análise e novas abordagens e leituras, no caso de alguns, temas. Apesar de termos como regra o contato do pesquisador com os sujeitos da pesquisa, não podemos nos esquivar do valor rico dos documentos, como fonte de dados e a representação de ideais e crenças presentes no contexto em que são produzidos e veiculados. Segundo a autora, a análise de materiais de natureza

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letramento crítico

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CAPTULO 2

METODOLOGIA

1- A PESQUISA DOCUMENTAL

Como j foi dito anteriormente, nossa pesquisa de abordagem qualitativa, com base na Anlise Crtica do Discurso aliada as teorias crticas de Letramento, possui carter documental, uma vez que, analisa os documentos oficiais que compem as diretrizes curriculares para o Ensino de Lngua Estrangeira em Mato Grosso (2012), nem por isso se exime de seu papel social de investigar o discurso que permeia os documentos acima citados, com intuito de identificar ideologias, propostas e possibilidades de mudanas que podero decorrer desta anlise.

Segundo Godoy (1995), a pesquisa qualitativa, estuda fenmenos que envolvem os seres humanos e suas relaes estabelecidas em diversos ambientes. Neste sentido a pesquisa documental representa uma forma que pode se revestir de um carter inovador, com a possibilidade de contribuir para anlise e novas abordagens e leituras, no caso de alguns, temas. Apesar de termos como regra o contato do pesquisador com os sujeitos da pesquisa, no podemos nos esquivar do valor rico dos documentos, como fonte de dados e a representao de ideais e crenas presentes no contexto em que so produzidos e veiculados. Segundo a autora, a anlise de materiais de natureza diversa ou que podem ser reexaminados na busca de novas interpretaes e novos caminhos constitui a pesquisa documental.

De acordo com Gil (2002, p.62-3), a pesquisa documental apresenta diversas vantagens por ser fonte rica e estvel de dados: no implicando altos custos, sem contato direto com os sujeitos da pesquisa e assim possibilita uma leitura mais profunda das fontes. Ela semelhante pesquisa bibliogrfica, segundo o autor, e o que as diferencia a natureza das fontes de pesquisa, sendo material que ainda no recebeu tratamento analtico, ou que ainda pode ser refeito de acordo com os objetivos da pesquisa.

Segundo Pdua (1997, p.62):

Pesquisa documental aquela realizada a partir de documentos, Contemporneos ou retrospectivos, considerados cientificamente. Autnticos (no fraudados); tem sido largamente utilizada nas cincias Sociais, na investigao histrica, a fim de descrever/comparar. Fatos sociais, estabelecendo suas caractersticas ou tendncias [...].

Para Martinelli (1999, p.115):

A pesquisa qualitativa se insere no marco de referncia da dialtica, direcionando-se fundamentalmente, pelos objetivos buscados. O desenho da pesquisa qualitativa deve nos dar uma visibilidade Muito clara do objeto, objetivo e metodologia, de onde partimos e, onde queremos chegar.

Conforme Demo (1985), a metodologia cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos que nos conduzem aos objetos propostas na pesquisa. Neste sentido, apresento aqui, aliada base terica j citada os caminhos percorridos durante a realizao da pesquisa, na busca de responder aos objetivos que me propus para este fim.

2- PRTICAS DISCURSIVAS E O CONTEXTO DA ANLISE

Em seu livro Discurso e Mudana Social, Fairclough (2001) nos apresenta o conceito de prticas discursivas, que para o autor envolve os processos de produo, distribuio e consumo textual, aspectos que variam de acordo com os fatores sociais, ou seja, os textos so produzidos em um determinado conceito social especfico e a partir disso e do fato de que os discursos esto em movimento constante, alguns textos so transformados em outros textos. Textos que circulam em conversaes casuais tm distribuio simples e diversa de textos institucionais, polticos ou socialmente representativos, como o caso de discurso polticos, divulgados em rede nacional e internacional, ou documentos oficiais como as Orientaes Curriculares de Mato Grosso (2012). Segundo

Fairclough (2001), para explicar o objetivo do termo investigar discursos, que utilizo anteriormente, discurso refere-se ao uso da linguagem como prtica social, ampla, como forma e (espao) em que as pessoas podem agir sobre o mundo e sobre os outros. O autor afirma ainda que o discurso moldado pela estrutura social em toda sua amplitude e que os eventos discursivos especficos oscilam em sua determinao estrutural segundo o domnio social particular ou o quadro institucional em que so gerados. Ou seja, as Orientaes Curriculares da rea da Linguagem de Mato Grosso, especificamente as que se referem ao ensino de lngua estrangeira, foco de nossos estudos, emanam no somente de um programa de governo, visando implantao da gesto democrtica de ensino, mas de uma urgente necessidade de repensar a educao em Mato Grosso e o papel do ensino de lngua Estrangeira na escola pbica, implicando em no somente apresentar uma receita de como se fazer, mas na tentativa de fazer circular o discurso da universidade, representada pelos seus pesquisadores, e na mistura desses discursos com a realidade que se vive em nossas escolas.

Compreendo assim que tais necessidades so reafirmadas, sobretudo, na construo da identidade dos professores de lngua Estrangeira de nosso Estado para ento se aplicar a construo de novos parmetros de ensino, que promovam a lngua estrangeira ao lugar de agente transformador no mundo globalizado em que vivemos.

Em uma anlise proposta sob o enfoque tridimensional da ACD (Anlise Crtica do Discurso) preciso considerar os processos de produo e interpretao, socialmente restringidos, j que a interpretao tende a possuir carter ambivalente, e por isso relevante considerar o contexto em que os textos so produzidos e interpretados, fator que diminui a fora da ambivalncia estabelecida pelas convenes e fatores mltiplos que interferem nesse processo.

Para Fairclough (2001) podemos distinguir trs aspectos dos efeitos construtivos do discurso: a construo de identidades sociais (posies do sujeito. A construo das relaes sociais e a circulao do conhecimento e crenas que correspondem a trs funes da linguagem e usas dimenses de sentido, que por sua vez interagem em todo discurso, o que Fairclough (2001) denomina funes da linguagem Identitria, Relacional e Ideacional, sendo esta ltima de relevncia para esta pesquisa. A funo Ideacional relaciona-se aos modos pelos quais os textos significam o mundo e seus processos, entidades e relaes. (Fairclough 2001:92).

Resende e Ramalho (2006), ainda em Fairclough (2001) explicam que a natureza da prtica discursiva varivel entre os diferentes tipos de discurso, de acordo com os fatores sociais envolvidos. O modelo (Fairclough, 2001, a.p. 101) representado pela figura a seguir:

Figura 1 concepo tridimensional do Discurso em Fairclough, 2001.

Nesse sentido ,as relaes entre discursos e estrutura social so dialticas e como prtica ideolgica e poltica o discurso estabelece, matem e move as relaes de poder, visto que naturaliza e transforma significados nessas relaes. Portanto os documentos oficiais, embora seja decorrncia das metas do Plano Nacional de Educao, Plano Estadual de Educao, pensados no contexto da escola Ciclada implantada no sistema organizacional de Ensino do Estado de Mato Grosso, desde 1998, no possuem carter neutro, correspondem a um ideal de educao,mais do que justificar o sistema educacional que ora sucumbe mediante os fracassos apresentados por ferramentas de medida como o IDEB (ndice de desenvolvimento Educacional) e o SAEB (Sistema de Avaliao da Educao Bsica Brasileira) que possivelmente, representa interesses econmicos, sociais e governamentais, as Orientaes curriculares (2012) propem parmetros, como guia para os profissionais da educao Bsica no sentido de apresentar um norte, ou pelo menos repensar a realidade da escola, os conceitos enraizados e as prticas j ineficientes, o que veremos em uma leitura mais profunda dos excertos analisados.

3- APRESENTAO DO DOCUMENTO

O documento base de nossa pesquisa denomina-se- Orientaes Curriculares para o Estado de Mato Grosso, publicado em 2012, contempla vria reas da educao, organizadas em cadernos especficos; o caderno que analisamos foi o da rea da Linguagem, especificamente a parte que trata do Ensino de Lngua Estrangeira, como explicitam as imagens abaixo.

Fotografia 1 Material de anlise

Fotografia 2 Apresentao do material

O caderno de Linguagem que analisamos, composto pela apresentao das Orientaes Curriculares para a Educao Bsica do Estado de Mato Grosso, e traz como base uma concepo de linguagem amparada nos Parmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998), que descrevem a linguagem como construda historicamente, no mbito da interao social, considerando as relaes humanas como mediadoras de um processo de ressignificaao e reconstruo possibilitado pelos sistemas semiticos que compem a produo humana, que por sua vez sustentam as prticas sociais. (MATO GROSSO, 2012, pag. 11). Na sequncia uma breve caracterizao da rea de Linguagens e em seguida uma descrio de Linguagens no 1 ciclo de formao Humana e respectivo quadro em que so explicitados eixos articuladores, capacidades e descritores; Linguagens no 2 ciclo de formao Humana e seu quadro de linguagens semelhante as do primeiro ciclo; Linguagens no 3 ciclo de formao Humana acompanhado de seu quadro de linguagens igualmente contendo eixos articuladores, capacidades e descritores como demonstra a imagem abaixo:

Fotografia 3 Eixos

A Bibliografia para a Lngua Estrangeira traz autores como Assis-Peterson, (2007), Faiclough (1992), Gradoll (2008), Luckesi (1997), Papa (2008), Pennycook (1994), (1992), Moita Lopes (2005,2006) Ortiz (2006), Rajagopalan ((2008), Coraccini (1996), 1999,2003), entre outros. Tais autores comungam das mudanas terico-metodolgicas que acompanham o ensino de lngua materna e estrangeira, que deixaram de servir como meio de reproduo de ideias das elites letradas no comando da sociedade para uma nova necessidade que surge com o advento da globalizao e a intensificao da interao social, que promove os intercmbios comerciais e polticos e culturais mediados pelas relaes de poder. ( Mato Grosso,2012.pag.;84,85).

O caderno de Lngua Estrangeira traz uma definio sobre a Lngua Estrangeira em sua introduo como meio de acesso ao outro e modo de explicar o mundo, considerando que na lngua formulao (formas) s existe em funo da argumentao (sentido). Em seguida recorre a seus aspectos curriculares para contextualizar o Ensino de Lngua Estrangeira Moderna em Mato Grosso. Elas apresentam s tcnicas, recurso e ao material didtico. Dedicam quatro pginas para cada Lngua estrangeira que atualmente fazem parte da grade curricular em nosso estado: Lngua Inglesa e Lngua Espanhola para descortinar os discursos e intradiscursos presentes nos textos apresentados no documento.

A anlise do documento (Orientaes Curriculares para o Ensino de Lngua Estrangeira em Mato Grosso) procedeu-se de acordo com o quadro abaixo:

Aspectos curriculares

Ensino de Lngua Estrangeira

Ensino de Lngua Inglesa

Ensino Lngua Espanhola

3

3

4

4

Quadro 1- A escolha dos excertos para anlise

Escolhi analisar o documento, pelo que considerei a base da formulao dos mesmos e o que permitiu contemplar as possibilidades de anlise que atinjam aos objetivos propostos nesta pesquisa. Primeiramente, trs excertos que dizem respeito aos aspectos curriculares, visto que envolvem a reformulao dos objetivos do Ensino de toda Lngua Estrangeira na contemporaneidade. Em seguida, apresento uma anlise de mais trs excertos sobre o que traz o documento e como ele contextualiza o ensino de lngua Estrangeira Moderna no Estado de Mato grosso. Logo aps , em relao a Lngua Inglesa, quatro trechos enfocando: 1.os efeitos da expanso global da Lngua Inglesa abordada pelas Orientaes Curriculares;2.A funo e os objetivos do Ingls na escola Pblica; 3.dois excertos com o objetivo de analisar as possibilidades que o documento vislumbra a partir da proposta de uma reforma educacional , na qual se insere o ensino de lngua Inglesa. E por fim apresento a anlise dos excertos que se referem lngua espanhola; 1. quanto aos aspectos lingusticos, conforme traz o documento ( Orientaes Curriculares para o Ensino de lngua Estrangeira em Mato Grosso, 2012) , 2. A fontica; 3. A sintaxe; 4. A enunciao.

Isso possibilitar responder as seguintes de pesquisa:

1-Quais as reflexes critico-reflexivas apresentadas nas Orientaes Curriculares para o Ensino de Lngua Estrangeira?

2- De que forma essas reflexes contribuem ou no para o aprimoramento das reais necessidades dos professores das escolas pblicas de Mato Grosso?

3- Quais as marcas lingusticas apresentadas no documento oficial que ensejam possibilidades de mudanas nas prticas sociais do ensino de Lngua Estrangeira, na escola pblica?

Tais anlises corroboram com o que diz Fairclough (Discurso e Mudana Social, 2001 pag. 111e 112) a respeito das prticas discursivas, as quais envolvem processos de produo, distribuio e consumo textual sendo que a natureza desses processos varia entre diferentes tipos de discurso de acordo com fatores scias, bem como os textos tambm so consumidos em contextos sociais diversos, inclusive os Institucionais, como o caso do documento oficial que ora analisamos. No h como negar que para responder as questes desta pesquisa preciso levar em considerao, no apenas o contexto de produo das Orientaes Curriculares para o Ensino de Lngua Estrangeira em Mato Grosso, mas tambm o contexto em que so digeridas.

PROCEDIMENTOS METODOLGICOS E ANLISE.

Resende e Ramalho (2006) ao citar Chouiaraki e Fairclough (1999), relatam que o discurso visto como um momento dentro das prticas sociais e de acordo o enquadre da ACD (Anlise Crtica do Discurso). Toda anlise nesta linha partir de um problema, identificado na circulao dos discursos, o que pressupe a localizao e identificao deste problema a fim de que o mesmo seja superado. Nesta etapa encaixam-se trs tipos de anlise; (1) a anlise da conjuntura que compreende o lugar e as diversas maneiras de circulao e articulao do discurso; (2) a anlise da prtica particular, que se d na interao entre os discursos e os outros momentos que o transformam; (3) a anlise do discurso orientada para a estrutura e para a interao atravs da qual se identificam as vozes do discurso e se procede anlise lingustica dos recursos utilizados no texto, que no constituem escolhas aleatrias, mas a representao das relaes de poder que, pelo e atravs do discurso se naturalizam. Dessa forma... neste trabalho busco seguir esse modelo proposto:

Figura 2 quadro 1 categorias analticas propostas no modelo tridimensional

Por fim as autoras apresentam com terceiro passo para uma anlise em ACD, a identificao da funo do problema na prtica, etapa pela qual se pode verificar, se h uma funo especfica para o problema, quais as relaes de poder envolvem as circunstancias discursivas em que o mesmo se apresenta, e partir disto, quais as formas de superar os obstculos apresentados e quais possibilidades de mudana a anlise enseja.

ANLISE

ASPECTOS CURRICULARES

Excerto 1-

As lnguas estrangeiras precisam de uma mudana de abordagem didtica para funcionar como disciplina do mesmo modo como existem naturalmente. Isto envolve a restaurao de objetivos bsicos do ensino de toda lngua estrangeira na contemporaneidade, quais sejam:

Todo discurso e ideolgico? Sugeri que as praticas discursivas so investidas ideologicamente a medida que incorporam significaes que contribuem para manter ou reestruturar as relaes de poder. Em principio, as relaes de poder podem ser afetadas pelas praticas discursivas de qualquer tipo, mesmo as cientificas e as tericas. Isso impede uma oposio categrica entre ideologia e cincia ou teoria que alguns autores que escrevem sobre linguagem/ideologia sugerem (Zima, 1981;Pecheux, 1982). Mas dai nem todo discurso e irremediavelmente ideolgico. As ideologias surgem nas sociedades caracterizadas por relaes de domina Gao com base na classe, no gnero social, no grupo cultural, e assim por diante, e. a medida que os seres humanos so capazes de transcender tais sociedades, so capazes de transcender a ideologia.( (Fairclough, 2001:121)

Em primeira instancia, o documento oficial traz uma definio de Lngua Estrangeira como certo referencial de pertencimento ao mundo atual, permeado pelas diversas possibilidades, provocadas pelos inmeros meios de comunicao, com destaque para a internet, reforadas pelo advento da globalizao, que sugere como condio de sobrevivncia, o uso da Linguagem, no caso da Lngua estrangeira como ferramenta de acesso as relaes, sociais, econmicas e culturais que estar neste contexto exige. Para tanto, prope para o ensino de LE, uma mudana de abordagem didtica, a fim de funcionar como disciplina. O uso do verbo modalizador precisar em: precisam de uma mudana de abordagem didtica para funcionar como disciplina do mesmo modo como existem naturalmente, trazem um apelo ao senso dos consumidores do discurso veiculado, (a escola) no sentido de rever as abordagens adotadas at ento, em funo de se enquadrar nas necessidades apresentadas pelas OCENS, e assim reformular os objetivos bsicos de toda lngua estrangeira na contemporaneidade, o que remete ao sentido de fazer parte do mundo (Globalizao). No so mais as necessidades apenas das escolas Estaduais de Mato Grosso, mas do mundo, isso d certa amplitude s concepes ideolgicas que esse trecho carrega.

O conceito de hegemonia nos auxilia nessa tarefa, fornecendo para o discurso lento uma matriz - uma forma de analisar a pratica social qual pertence o discurso em termos de relaes de poder, isto e, se essas relaes de puder reproduzem, reestruturarn-ou desafiam as hegemonias existentes como um modelo uma forma de analisar a prpria pratica discursiva como um modo de luta hegemnica,que reproduz, reestrutura ou desafia as ordens de discurso existentes. Isso fortalece o conceito de investimento poltico das praticas discursivas e, j que a hegemonia tem dimenses ideolgicas, e uma forma de avaliar o investimento ideolgico das praticas discursivas. ( Fairclough 2001:126)

Excerto 2-

Objetivos

1 - Ensinar a lngua em funo do seu uso prtico na oralidade e na escrita visando conseguir um nvel de proficincia que torne possvel a interao com indivduos que tm essa lngua como materna; (MATO GROSSO, 2012, pag.:(86)

4 - Instaurar uma postura relativizadora do que naturalmente se considera nico:lngua, cultura, valores e comportamentos prprios, contribuindo, assim, para formao de uma postura crtica;(MATO GROSSO, 2012,Pag.:(86)

Os objetivos destacados foram por mim selecionados, por considerar relevante a percepo de uma concepo de linguagem implcita nos objetivos acima citados sob uma perspectiva sciointeracionista da linguagem baseada nas teorias de Vigotsky (1978) em que os termos ensinar e interao explicitam.

Lois Holzman, Fred Newman, (1993) ponderam que para Vygotsky, a mente (uma atividade psicolgica (uma unidade histrica) compreensvel historicamente porque histrica). Ela literalmente criada ou produzida atravs da participao em (e da interiorizao de) formas de atividade socioculturais-histricas:

Cada funo no desenvolvimento cultural da criana aparece duas vezes: primeiro, no nvel social e, mais tarde, no nvel individual; primeiro entre pessoas (interpsicolgico) e depois dentro da criana (intrapsicolgico). Isso se aplica igualmente a toda ateno voluntria, memria lgica e formao de conceitos. Todas as funes mentais superior esse originam como relaes reais entre pessoas. (VYGOTSKY, 1978: 57, apud HOLZMAN, LOIS, NEWMAN, FRED, 1993 )

Nestes termos a aquisio da linguagem, especificamente de uma nova Lngua (LE) se d na interao social. Convm questionar agora, se apesar das teorias Vigostkianas serem presentes no cotidiano de ns professores de LE ou de LM, qual o reflexo disto em nossa prtica? Embora reformulado, o objetivo 1 me parece bem conhecido dos professores da rea de Linguagens, haja vista os Parmetros curriculares Nacionais e outros documentos oficiais.

texto

VOCABULRIO

GRAMATICA

COESO

ESTRUTURA TEXTUAL

Prtica discursiva

PRODUO

DISTRIBUIO

CONSUMO

CONTEXTO

FORA

COERNCIA

INTERTEXTUALIDADE

Prtica social

IDEOLOGIA

SENTIDO

PRESSUPOSIES

METFORAS

HEGEMONIA

ORIENTAES ECON}OMICAS,

CULTRURAIS, IDEOLGICAS

PRTICA DISCURSIVA

TEXTO

PRTICA SOCIAL