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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM Curso de Administração - CAD Polyelber de Carvalho Ferreira O EMPREENDEDORISMO EM ÁREAS DE LAZER: Gestão dos bares e restaurantes do Açude público do município de Pau dos Ferros - RN. PAU DOS FERROS - RN 2015

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Polyelber de Carvalho Ferreira

O EMPREENDEDORISMO EM ÁREAS DE LAZER: Gestão dos bares e restaurantes do Açude público do município de Pau dos Ferros - RN.

PAU DOS FERROS - RN 2015

Polyelber de Carvalho Ferreira

O EMPREENDEDORISMO EM ÁREAS DE LAZER:

Gestão dos bares e restaurantes do Açude público do município de Pau dos Ferros - RN.

Relatório Final de Curso apresentado ao Curso de Administração/CAMEAM/UERN, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Professor (a) Orientador (a): Laecio da Cunha Oliveira

Área: Empreendedorismo

PAU DOS FERROS - RN 2015

COMISSÃO DE ESTÁGIO

Membros:

_____________________________________________________________________ Polyelber de Carvalho Ferreira

Aluno

_____________________________________________________________________

Laecio da Cunha Oliveira Professor Orientador

_____________________________________________________________________ José Fausto Magalhães Filho

Supervisor de Estágio

_____________________________________________________________________

Wellington Ferreira de Melo Coordenador de Estágio Supervisionado

Polyelber de Carvalho Ferreira

O EMPREENDEDORISMO EM ÁREAS DE LAZER: Gestão dos bares e restaurantes do Açude público do município de Pau dos Ferros - RN.

Este Relatório Final de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de

BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO

e aprovado em sua forma final pela Banca Examinadora designada pelo Curso de

Administração/CAMEAM/UERN, Área: Empreendedorismo.

Pau dos Ferros/RN, em ______ de __________________ de ____________.

BANCA EXAMINADORA

Julgamento: ________ Assinatura: _______________________________________

Laecio da Cunha Oliveira

Orientador - UERN

Julgamento: ________ Assinatura: _______________________________________

Francisca Joseanny M. de Oliveira

Examinadora - UERN

Julgamento: ________ Assinatura: _______________________________________

Francisco Jean C. de S. Sampaio

Examinador - UERN

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por me dar saúde е forças para superar as dificuldades. Aos meus pais e irmã que com muito carinho е apoio, não mediram esforços para qυе еυ chegasse até esta etapa de minha vida.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus por sempre estar ao meu lado, iluminando o meu caminho com saúde e

forças para seguir em frente, além de levantar-me nos momentos de fraqueza, mantendo-me

persistente em alcançar as metas e objetivos traçados ao longo de minha vida.

Aos meus pais, Benedito Ferreira Filho e Maria das Graças de Carvalho, pelo amor e apoio

incondicional, por se preocuparem comigo e me apoiarem nas minhas lutas diárias em busca da

realização dos meus sonhos. E as minhas tias Maria Lúcia, Maria do Rosário e Maria Salete por

sempre me darem forças e rezarem pelo meu sucesso.

A minha irmã Polyagna Ferreira de Carvalho por me apoiar nas horas difíceis, pela alegria que

contagia, além de estar presente em todos os momentos.

A minha companheira e namorada, Francisca Kaliane Meiry de Souza Silva, que esteve

presente em minhas lutas diárias, me deu forças, teve paciência e acreditou no meu potencial.

Ao meu orientador, professor Me. Laecio da Cunha Oliveira, por sua dedicação e suporte nas

orientações no pouco tempo que lhe tinha disponível, pelos incentivos e oportunidades ao longo do

curso. Ao professor e coordenador da disciplina de estágio Me. Wellington F. de Melo, o que se

manteve preocupado e disposto a ajudar, e motivar, toda a turma com suas orientações e suportes. E a

todos os professores que se preocuparam em desempenhar com dedicação as aulas ministradas ao

longo do curso de Administração do CAMEAM/UERN, sendo assim corresponsáveis pelo nosso

crescimento intelectual.

Aos professores, Dra. Francisca Joseanny M. de Oliveira e Me. Francisco Jean C. de S.

Sampaio, por suas importantes contribuições, com sugestões para a correção e aperfeiçoamento deste

trabalho de conclusão de curso.

Ao professor José Fausto Magalhães Filho, por ter confiado em mim na realização do estágio

no acampamento do Departamento Nacional de Obras Contras as Secas – DNOCS de Pau dos Ferros

– RN, e pelos seus ensinamentos acadêmicos e profissionais. Bem como toda a sua equipe que me

acolheu prontamente e auxiliou com informações necessárias para a elaboração deste trabalho.

Aos meus amigos de infância, Alledson Freitas e Marina Amanda, que estamos juntos desde o

início de nossa jornada escolar, e aos meus amigos Adriana Cruz, Clóvis Holanda, João Batista, José

Shirley, Luciana Mendes, Paulo Wigenes, Rafaela e Rodolfo Queiroz por todos os momentos que já

passamos juntos, momentos de descontração e alegria, conquistas, estudos, e troca de experiências. E

a todos os meus colegas de turma pela vivência diária, troca de informações e experiências.

Agradeço a todos que, direta ou indiretamente, participaram da minha formação acadêmica, a

todos o meu muito obrigado!

“A vida é uma grande universidade,

mas pouco ensina a quem não sabe ser um aluno.” Augusto Cury

RESUMO

Sabendo do alto crescimento das atividades empreendedoras no mundo, bem como a sua importância

para o desenvolvimento da sociedade e economia, foi realizada uma pesquisa, na área de

empreendedorismo, com os gestores dos bares e restaurantes localizados às margens do Açude

público do munícipio de Pau dos Ferros – RN. Procurou-se identificar os desafios, as oportunidades e

os incentivos que os empresários enfrentaram desde a origem de seus empreendimentos até os dias

atuais. A pesquisa, do tipo exploratória e descritiva, cujo levantamento de dados se deu por meio de

uma aplicação de formulário aos nove empresários do ramo situados às margens do Açude. Foi feita

também uma pesquisa bibliográfica com uso de diversos autores para dar sustentação aos dados

pesquisados. Foi constatado que em relação ao perfil empreendedor desses gestores é, em sua

maioria, do sexo masculino, natural do município de Pau dos Ferros – RN, possuem ensino médio

completo, jovens de pelo menos 26 anos de idade e que se dedicam até mais de 10 horas por dia ao

seu negócio. Sobre as características dos empreendimentos constatou-se que a maioria funciona como

bar e restaurante, durante todos os dias da semana, inclusive nos feriados, sendo que domingo é o dia

da semana com maior fluxo de clientes. Esses empreendimentos têm como principal diferencial

competitivo a qualidade e a variedade de comidas. Contudo, a maioria dos empreendimentos não é

formalizada. Os empreendedores ainda concordaram que o principal desafio está relacionado à falta de

capital, e incentivos financeiros para gerir o seu negócio, e disseram que conseguem enxergar

oportunidades através das necessidades de seus clientes. Com a pesquisa observou-se que os

empreendedores são dependentes do grande potencial econômico do Açude público de Pau dos

Ferros – RN para atrair clientes e são apaixonados por aquilo que fazem. Embora todos relataram que

atualmente o maior problema que estão enfrentando é a estiagem que acarretou o desaparecimento da

clientela destes negócios.

Palavras-Chave: Empreendedorismo; Empreendedores; Bares; Restaurantes.

ABSTRACT

Knowing the high growth of entrepreneurial activities in the world, as well as its importance for the

development of society and economy, a field survey was conducted in the area of entrepreneurship,

with managers of bars and restaurants located on the margins of the public weir of Pau dos Ferros city -

RN. We sought to identify the challenges, the opportunities and the incentives that entrepreneurs faced

from the beginning of its projects to the present day. The research is exploratory and descriptive, whose

data collection occurred through an application form to nine businessmen located at weir margins. It

was also made a bibliographical research with the use of many authors to sustain the surveyed data. It

was found that compared to the entrepreneurial profile of these managers is mostly male, born in the

city of Pau dos Ferros - RN, finished high school, youth at least 26 years of age and who are dedicated

to more than 10 hours a day to your business. On the characteristics of the projects it was found that

most functions as a bar and restaurant for every day of the week, including holidays, and Sunday is the

day of the week with increased customer flow. These enterprises are mainly competitive edge quality

and variety of foods. However, most enterprises is not formalized. Entrepreneurs also agree that the

main challenge is related to the lack of capital, and financial incentives to manage your business, and

said they can see opportunities through the needs of its customers. Through research it was observed

that the entrepreneurs are dependent on the general public weir economic potential of Pau dos Ferros -

RN to attract customers and are passionate about what they do. Although all reported that currently the

biggest problem they are facing is the drought that led to the disappearance of the clientele of these

businesses.

Keywords: Entrepreneurship; Entrepreneurs; Bars; Restaurants.

LISTA DE SIGLAS

ANA – Agência Nacional de Águas.

ASSECAS - Associação dos Servidores do DNOCS.

BR – Bar/restaurante.

CAMEAM – Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia.

CEST – Coordenadoria Estadual.

CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.

COSERN – Companhia Energética do Rio Grande do Norte.

DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.

GEM – Global Entrepreneurship Monitor.

FGVCENN – Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas.

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

IBQP – Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade.

IFOCS – Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas.

IOCS – Inspetoria de Obras Contra as Secas.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

SEMARH – Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos.

SOFTEX – Sociedade Brasileira para Exportação de Software.

SUDENE – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste.

SUVALE – Superintendência do Vale do São Francisco.

TC – Trabalho de Curso.

UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figuras

Figura 1 – Logo do DNOCS. ..................................................................................................................18

Figura 2 – Ciclo empreendedor. .............................................................................................................36

Fotografias

Fotografia 1 – Construção do Açude público de Pau dos Ferros – RN. ................................................20

Fotografia 2 – Maquina trabalhando na construção do açude. ..............................................................20

Fotografia 3 – Passagem molhada/ sangradouro. .................................................................................22

Fotografia 4 – Soleira. ...........................................................................................................................22

Fotografia 5 – Primeira “sangria” do Açude de Pau dos Ferros – RN. ..................................................23

Fotografia 6 – Trator percorrendo o local da “sangria”. .........................................................................24

Fotografia 7 – Águas escorrendo pela soleira do sangradouro. ............................................................24

Fotografia 8 – Bar 1 dos Barracos. ......................................................................................................113

Fotografia 9 – Visão do cliente para o açude do bar 1 / Barracos. ......................................................113

Fotografia 10 – Bar do Galego / Barracos. ..........................................................................................113

Fotografia 11 – Visão do cliente para a barragem do Bar do Galego. .................................................114

Fotografia 12 – Área de lazer do Bar do Galego. ................................................................................114

Fotografia 13 – Bar 2 Irmãos. ..............................................................................................................115

Fotografia 14 – Empreendedor do Bar 2 Irmãos. ................................................................................115

Fotografia 15 – Bar das Poderosas. ....................................................................................................115

Fotografia 16 – Espaço físico do Bar das Poderosas. .........................................................................116

Fotografia 17 – Fachada do Barravento. .............................................................................................116

Fotografia 18 – Quiosques do Barravento. ..........................................................................................116

Fotografia 19 – Área para clientes. ......................................................................................................117

Fotografia 20 – Arborização. ...............................................................................................................117

Fotografia 21 – Visão dos clientes para o açude / Barravento. ...........................................................117

Fotografia 22 – Local para orações / Barravento. ................................................................................118

Fotografia 23 – Fachada ASSECAS. ...................................................................................................118

Fotografia 24 – ASSECAS...................................................................................................................118

Fotografia 25 – Visão do cliente para o açude / ASSECAS. ................................................................119

Fotografia 26 – Bar do Flamengo. .......................................................................................................119

Fotografia 27 – Visão lateral do Bar do Flamengo. .............................................................................119

Fotografia 28 – Prainha Bar.................................................................................................................120

Fotografia 29 – Espaço do Prainha Bar. ..............................................................................................120

Fotografia 30 – Visão dos clientes para o açude / Prainha Bar. ..........................................................120

Fotografia 31 – Adriano Bar.................................................................................................................121

Fotografia 32 – Visão do cliente para o açude / Adriano Bar. ..............................................................121

Fotografia 33 – Paisagem a frente do Prainha Bar / Janeiro. ..............................................................122

Fotografia 34 – Paisagem próxima ao Prainha Bar / Outubro. ............................................................122

Fotografia 35 – Paisagem natural do açude cheio. .............................................................................122

Fotografia 36 – Ausência de chuvas no açude / Janeiro de 2015. ......................................................123

Fotografia 37 – Impacto da estiagem no Açude público de Pau dos Ferros – RN / Outubro de 2015. 123

Fotografia 38 – O Barravento, quando a barragem estava “sangrando”. ............................................123

Fotografia 39 – Barravento no mês de Janeiro de 2015. .....................................................................124

Fotografia 40 – “Sangria” da barragem de Pau dos Ferros – RN. .......................................................124

Fotografia 41 – Moradores da barragem atravessando o sangradouro de canoa. ..............................124

Fotografia 42 – Solo rachado e garrafas PET. ....................................................................................125

Tabelas

Tabela 1 – Volumes de água dos reservatórios CEST – RN – AP. ........................................................19

Tabela 2 – Diferença de açude e barragem, segundo dados do SEMARH. ...........................................21

Tabela 3 – Caracterização das obras do Açude Pau dos Ferros-RN. ....................................................21

Tabela 4 – Caracterização hidrológica do Açude Pau dos Ferros-RN. ..................................................22

Tabela 5 – Perfil dos empreendedores ...................................................................................................62

Tabela 6 – Características dos empreendedores quanto ao tempo dedicado ao negócio próprio. ........64

Tabela 7 – Fonte de renda, qualificação e experiência dos empreendedores. .......................................65

Tabela 8 - Proprietário do estabelecimento administrado pelo empreendedor. ......................................73

Tabela 9 - Principais clientes dos empreendimentos. ............................................................................74

Tabela 10 – Dia(s) da semana com maior fluxo de clientes. ..................................................................77

Tabela 11 - Período do mês com maior fluxo de clientes. ......................................................................78

Tabela 12 – Questões relacionadas à formalização dos empreendimentos. ..........................................83

Quadros

Quadro 1 – Tipos de empreendedores ..................................................................................................39

Quadro 2 – Tipos de empreendedores segundo Dornelas (2007). ........................................................41

Quadro 3 – Virtudes de apoio que diferenciam os empreendedores dos demais no mundo dos

negócios. ................................................................................................................................................43

Quadro 4 – Virtudes superiores que diferenciam os empreendedores dos demais no mundo dos

negócios. ................................................................................................................................................44

Quadro 5 – Pré-requisitos propostos por Degen (1989).........................................................................48

Quadro 6 – Mitos que desencorajam os empreendedores a investir. ....................................................51

Quadro 7 – Alguns conceitos sobre pesquisas exploratórias e descritivas. ...........................................58

Quadro 8 – Quadro de opiniões sobre uso de tecnologias modernas para auxiliar na gestão do

empreendimento e atrair clientes. .........................................................................................................103

Quadro 9 – Quadro de sugestões dos empreendedores. ....................................................................104

Lista de gráficos

Gráfico 1 – Dados Hidrológicos do Açude de Pau dos Ferros-RN. ........................................................23

Gráfico 2 – Conceitos de empreendedor que classificam os donos dos bar/restaurantes.. ...................67

Gráfico 3 – Características dos empreendedores. .................................................................................69

Gráfico 4 – Ano que foi criado os empreendimentos. ............................................................................70

Gráfico 5 – Ramo de atividade dos empreendimentos estudados. ........................................................71

Gráfico 6 – Empreendedores que idealizaram e criaram o seu próprio negócio. ...................................72

Gráfico 7 – Responsáveis pela criação ou idealização dos empreendimentos. .....................................73

Gráfico 8 – Origem dos recursos usados para criar e instalar o negócio próprio. ..................................74

Gráfico 9– Horário de abertura dos estabelecimentos. ..........................................................................75

Gráfico 10 – Horário de fechamento dos estabelecimentos. ..................................................................76

Gráfico 11 – Dias em que os empreendimentos estão abertos. ............................................................77

Gráfico 12 – Mês (s) do ano que tem o maior fluxo de clientes. ............................................................78

Gráfico 13 – O que motivou os empreendedores a abrir o negócio próprio. ..........................................79

Gráfico 14 – Origem da mão de obra dos empreendimentos pesquisados. ..........................................80

Gráfico 15 – Quantas pessoas são empregas nos empreendimentos pesquisados. .............................81

Gráfico 16 – Principal (s) diferencial (s) competitivo dos estabelecimentos. ..........................................82

Gráfico 17 – Maiores desafio enfrentado na abertura do negócio próprio pelos empreendedores. .......85

Gráfico 18 – Maior desafio enfrentado para manter o negócio próprio. .................................................85

Gráfico 19 – Quantas vezes tentou empreender neste ramo de bar e restaurantes. .............................86

Gráfico 20 – Quantas vezes tentou criar o negócio próprio. ..................................................................87

Gráfico 21 – Empreendedores que já pensaram em desistir. ................................................................88

Gráfico 22 – Motivos que fizeram os empreendedores pensar em desistir. ...........................................88

Gráfico 23 – Diminuição do fluxo de clientes neste período, de janeiro de 2014 a janeiro de 2015,

devido à estiagem. ..................................................................................................................................89

Gráfico 24 – Percentual da diminuição do fluxo de clientes nos estabelecimentos. ..............................90

Gráfico 25 – Quantos empreendedores buscam conhecer as necessidades de seus clientes. .............91

Gráfico 26 – Como os empreendedores identificam oportunidades. .....................................................92

Gráfico 27 – Motivos que levaram os empresários a escolher essa região para empreender. ..............93

Gráfico 28 – Grau de importância da barragem na visão dos empreendedores. ...................................94

Gráfico 29 – Empreendedores que já receberam algum incentivo financeiro para a gestão do seu

negócio. ..................................................................................................................................................95

Gráfico 30 – Principais fatores positivos ditos pelos clientes sobre os empreendimentos. ....................97

Gráfico 31 – Principais fatores negativos ditos pelos clientes sobre os empreendimentos. ..................98

Gráfico 32 – Conquistas com a criação e gestão do negócio próprio. ...................................................99

Gráfico 33 – Inovações tecnológicas disponibilizadas nos bar/restaurantes para atrair clientes. ........100

Gráfico 34 – Inovações tecnológicas que os empreendedores gostariam de disponibilizar nos

bar/restaurantes . ..................................................................................................................................100

Gráfico 35 – Empreendedores que utilizam tecnologias modernas para administrar o empreendimento.

..............................................................................................................................................................101

Gráfico 36 – Clientes que pedem, ou já pediram, algum serviço tecnológico no empreendimento. ....102

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA

AGRADECIOMENTOS

EPÍGRAFE

RESUMO

LISTA DE SIGLAS

LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................16

1.1 Caracterização da Organização ...........................................................................................17

1.1.1 Histórico do DNOCS .......................................................................................................17

1.1.2 Unidade de Campo da Bacia do Rio Apodi (DNOCS - PAU DOS FERROS – RN) ........19

1.1.3 Reservatório do Açude de Pau dos Ferros – RN ............................................................20

1.1.4 Os impactos ambientais. .................................................................................................24

1.1.5 Finalidades da construção do Açude Pau dos Ferros – RN. ...........................................25

1.1.6 Manutenção ....................................................................................................................25

1.2 Situação problemática ..........................................................................................................26

1.3 Objetivos ...............................................................................................................................27

1.3.1 Geral ...............................................................................................................................27

1.3.2 Específicos ......................................................................................................................27

1.4 Justificativa ...........................................................................................................................27

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO .............................................................................................................29

2.1 Origem histórica do empreendedorismo ............................................................................29

2.1.1 Empreendedorismo no Brasil ..........................................................................................30

2.1.2 A importância do empreendedorismo para a economia e sociedade..............................32

2.2 Conceitos de empreendedorismo .......................................................................................33

2.2.1 O ensino de empreendedorismo .....................................................................................35

2.3 Conceito e definição de empreendedores ..........................................................................36

2.3.1 Empreendedor e Administrador ......................................................................................38

2.3.2 Tipos de empreendedores ..............................................................................................38

2.3.3 Características e habilidades dos empreendedores .......................................................42

2.3.4 Empreendedor inovador..................................................................................................46

2.4 Fatores determinantes na criação e gestão do próprio negócio ......................................48

2.4.1 Desafios ..........................................................................................................................49

2.4.2 Oportunidades e incentivos .............................................................................................52

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ...................................................................................................57

3.1 Definição de Pesquisa ..........................................................................................................57

3.2 Tipo de pesquisa ...................................................................................................................58

3.3 Universo e amostra ...............................................................................................................59

3.4 Coleta dos dados ..................................................................................................................60

3.5 Tratamento dos dados..........................................................................................................61

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................62

4.1 Perfil dos empreendedores ..................................................................................................62

4.2 Características dos empreendedores .................................................................................64

4.3 Características dos Empreendimentos ...............................................................................70

4.4 Desafios .................................................................................................................................84

4.5 Oportunidades e incentivos .................................................................................................91

5 CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES ...............................................................105

5.1 Conclusões..........................................................................................................................105

5.2 Sugestões e recomendações .............................................................................................107

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................109

APÊNDICE A – Fotos dos bar/restaurantes ......................................................................................113

APÊNDICE B – Fotos do Açude público de Pau dos Ferros – RN ..................................................122

APÊNDICE C – Instrumento de coleta de dados ..............................................................................126

16

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho de curso (TC) teve como objetivo abordar sobre a arte do empreendedorismo,

que até então não é algo recente, pois está presente desde os primórdios da humanidade, desde os

tempos primitivos, quando o homem “empreendia”, por exemplo, na criação de ferramentas simples a

base de pedras e ossos para a sua sobrevivência.

Então, a partir do título “o empreendedorismo em áreas de lazer: gestão dos bares e

restaurantes do Açude público do município de Pau dos Ferros – RN”, foi elaborado um projeto de

pesquisa, o qual buscou conhecer o perfil empreendedor dos gestores dos bares e restaurantes,

localizados às margens do Açude público da cidade de Pau dos Ferros – RN.

Sabe-se que tanto para iniciar uma empresa, quanto para desenvolvê-la, ou pelo menos

mantê-la ativa no mercado, o empreendedor enfrenta diversos fatores determinantes para o seu

sucesso ou fracasso, logo, isso dependerá de como ele irá agir perante essas adversidades. Tendo em

vista isso, foi elaborada a seguinte questão: Quais os desafios, oportunidades e incentivos encontrados

pelos empreendedores dos bares e restaurantes localizados às margens do Açude público do

município de Pau dos Ferros - RN?

As respostas colhidas diante do problema de pesquisa pretendem responder quais são as

adversidades que um empreendedor pode enfrentar no seu dia-a-dia, mas especificamente para o

ramo de atividade estudado (bares e restaurantes), e nesta zona rural, onde os mesmos se encontram.

Este trabalho está organizado em 5 capítulos, responsáveis em descrever todo o conjunto de

informações que irão personalizar e qualificar essa pesquisa acadêmica.

No primeiro capítulo está definido o tema, o qual direcionará os estudos para a sua realização.

Contém ainda a situação problemática, esta explicará qual problema pretende-se analisar, além das

razões para seu surgimento. Contará também com a justificativa, onde serão abordadas as razões

pelas quais foi desenvolvido esse trabalho acadêmico. Além disso, está apresentado o objetivo geral,

bem como os objetivos específicos, que darão foco a essa pesquisa, ou seja, vão direcionar de forma

precisa sobre o que deve ser pesquisado no campo de estudo. E será apresentada a caracterização da

organização, onde foi realizado o estágio obrigatório.

No segundo capítulo está descrito o referencial teórico, desenvolvido através de pesquisas

realizadas em livros e internet. Este foi elaborado para dar fundamentação teórica a todo trabalho, nele

se encontrará pensamentos, notícias, citações, passagens de autores que possam dar apoio e

sustentação na elaboração, e nos resultados, desta pesquisa.

O terceiro capítulo esclarece sobre a metodologia utilizada na realização deste TC. Nele será

explicado o tipo pesquisa, o universo e a amostra trabalhada, além de como foi realizado a coleta e

17

tratamento dos dados. Pode-se encontrar ainda, as datas em que foi aplicado tanto o pré-teste, quanto

o questionário, sendo isso importante para especificar a qual período essas conclusões se referem.

O quarto capítulo apresenta a análise e a discussão dos dados coletados com os

empreendedores dos bares e restaurantes do Açude público de Pau dos Ferros – RN. Para melhor

interpretação por parte do leitor, os dados foram tabulados e ilustrados em gráficos, seguidos por sua

explicação, uma passagem teórica de algum autor, etc.

E o capítulo 5, aborda as considerações finais, ou seja, encerra o trabalho com a sua

conclusão e as recomendações de tudo o que foi gerado de informações sobre o empreendedorismo.

1.1 Caracterização da Organização

Neste tópico será abordado um breve relato histórico com relação à caracterização da

organização1, a qual serviu como base para a realização do estágio, coleta de dados e conhecimentos.

O estudo foi desenvolvido no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), na

Unidade de Campo da Bacia do Rio Apodi, uma organização da administração indireta, do poder

Executivo Federal, localizado na cidade de Pau dos Ferros, Estado do Rio Grande do Norte. Portadora

do CNPJ 00.043.711/0009-092 e telefone: (84) 3351 – 2216. Esta unidade tem seus horários de

funcionamento pela manhã de 8h as 12h, e à tarde de 14h as 18h.

1.1.1 Histórico do DNOCS

Ao longo dos séculos, a condição climática do Nordeste Brasileiro resultou em diversas

dificuldades às famílias nordestinas. A escassez de água em decorrência dos períodos incertos de

chuvas, dentre outros fatores como as altas temperaturas e clima semiárido fazia da Catinga Brasileira

um lugar inadequado a se habitar e cultivar uma cultura, pois era comum o gado morrer de fome ou

cede, e plantações se perderem pela falta de água.

Visando diminuir os problemas encontrados no Nordeste Brasileiro e trazer uma vida melhor

para a sua população, em 1909 foi criado, através do Decreto 7.619 de 21 de outubro, a Inspetoria de

Obras Contra as Secas (IOCS), a mais antiga instituição federal a atuar no Nordeste, e o primeiro

órgão a estudar os problemas do semiárido. Sendo assim a intervenção federal neste cenário

1 Os dados e informações contidas nesse capítulo foram coletados durante o estágio na Unidade de Campo da Bacia do Rio

Apodi (DNOCS - PAU DOS FERROS – RN), e no seu site oficial, durante o período de 2014.2 e 2015.1. 2 O CNPJ utilizado é da unidade localizada em Natal – RN.

18

divergente, apoiando o homem nordestino com uma administração, envolvendo planejamento,

organização, coordenação, controle, técnicas cientificas etc., que proporcionaram melhores condições

para a vida local.

Figura 1 – Logo do DNOCS.

Fonte: DNOCS, 2014.

Após uma década de sua criação, em 1919, com o Decreto 13.687, a Organização assumiu o

nome de Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS). Logo mais, recebeu sua denominação

atual, Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, que lhe foi conferida através do Decreto-Lei

8.846 de 28 de dezembro de 1945. Em 1 de junho de 1963, com a Lei nº 4229, transformou – se em

uma autarquia federal.

Desde 1909 até por volta de 1959, o DNOCS foi a única agência do governo federal executora

de obras de engenharia na região, construindo açudes, estradas, ferrovias, portos, pontes, hospitais e

campos de pouso. Implantou também redes de energia elétrica e telegráficas, e usinas hidrelétricas.

Foi o responsável único pelo socorro às populações flageladas pelas cíclicas secas que assolam a

região, até a criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).

Além de grandes açudes, como Orós3, Banabuiú4, Araras5, houve a construção da rodovia

Fortaleza-Brasília e o início da construção da barragem de Boa Esperança. A grande quantidade de

obras construídas pelo Departamento ligadas as ações “não hídricas” (rodovias, ferrovias, linhas de

transmissão, portos etc.) foram sendo transferidos para órgãos especializados, criados ao longo do

tempo. Logo mais, transferiram-se para o Estado as redes de abastecimento urbano e à SUVALE6,

atual CODEVASF7, os Projetos públicos de Irrigação situados no vale do Rio São Francisco.

3 Uma das mais importantes bacias hidrográficas da região, no município de Orós – CE, drenando uma área de 25.000 km². 4 A barragem Arrojado Lisboa, do açude Banabuiú, Banabuiú – CE. A sua bacia hidrográfica cobre uma área de 13.500 km². 5 A barragem Paulo Sarasate, do açude Araras, de Reriutaba – CE. A sua bacia hidrográfica cobre uma área de 3.520 km². 6 SUVALE – Superintendência do Vale do São Francisco. 7 CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.

19

Conforme dispõe a sua Legislação básica, o DNOCS tem por finalidade executar a política do

Governo Federal, no que se refere a: beneficiamento de áreas e obras de proteção contra as secas e

inundações; irrigação; radicação de população em comunidades de irrigantes ou em áreas especiais,

abrangidas por seus projetos; subsidiariamente, outros assuntos que lhe sejam cometidos pelo

Governo Federal, nos campos do saneamento básico, assistência às populações atingidas por

calamidades públicas e cooperação com os Municípios.

Com mais de 100 anos de serviços prestados a região nordeste, o DNOCS é uma autarquia

vinculada ao Ministério da Integração Nacional, e possuí como site oficial o www.dnocs.gov.br.

1.1.2 Unidade de Campo da Bacia do Rio Apodi (DNOCS - PAU DOS FERROS – RN)

Construída em 1956, na rua Joaquim Torquato - Vila Elianto Pignataro, sem número, Bairro

São Judas Tadeu, a Unidade de Campo da Bacia Rio Apodi, atualmente, monitora 1 Perímetro

Irrigado8 e 16 (dezesseis) açudes localizados na sua região. A Tabela a seguir apresenta os volumes

de armazenamento de água nos reservatórios da Coordenaria Estadual – CEST – RN – AP (Apodi).

Tabela 1 – Volumes de água dos reservatórios CEST – RN – AP.

Nº Nome do açude Município Vol. Acumulação (m³)

Volume Morto (1000 m³)

1 Arapuá / Angicos José da Penha 4.295.000 218.3 2 Bonito II São Miguel 10.864.756 1.222,62 3 Corredor Antônio Martins 3.706.498 428,66 4 Curraes Itaú 4.019.400 5 Flexas José da Penha 8.949.675 1.427,68 6 Lucrecia Lucrecia 24.754.573 1.206,63 7 M. Vermelha S. Melo 7.537.478 144,19 8 Marcelino Vieira M. Vieira 11.200.125 379,51 9 Pau dos Ferros Pau dos Ferros 55.881.499 924,51

10 Pilões Pilões 5.901.875 813,42 11 Riacho da Cruz II Riacho da Cruz 9.604.200 632,7 12 Santana Rafael Fernandes 7.000.000 13 Sossego Rodolfo Fernandes 2.333.125 278 14 Tesoura Francisco Dantas 3.896.000 541 15 Umarizal Umarizal 3.095.125 786 16 25 de Março Pau dos Ferros 4.722.000 **

Fonte: Banco de dados do DNOCS, 2014.

Com cerca de 16509 servidores públicos na ativa no estado do Rio Grande do Norte, a Unidade

do DNOCS em Pau dos Ferros é composta por um quadro de 15 (quinze) servidores públicos, sendo: 1

8 O Perímetro Irrigado de Pau dos Ferros é composto por 75 irrigantes familiar, possui área total de 1.716,4301 ha, tendo a área irrigada de 527,755 ha. Não Existe tomada d’água e/ ou sifão. Não há curva cota x área x volume da bacia hidráulica nem quadro de cubação.

20

Engenheiro de Pesca (atual Chefe da Unidade);1 Engenheiro Civil; 1 Assistente Social; 2 Engenheiros

Agrônomos; 5 Agentes de Serviço de Engenharia; 1 Agente de atividade de agropecuária; 2 Agentes

administrativos; 1 Motorista e 1 Agente de Portaria.

1.1.3 Reservatório do Açude de Pau dos Ferros – RN

Conhecido também como “barragem”10, o Açude localizado a 6 km do município de Pau dos

Ferros – RN, e teve início de sua construção em 1965, sendo construído com a utilização de máquinas,

materiais e técnicas para o seu surgimento ocorrer de forma natural. Esta obra foi finalizada em 1967.

A seguir, as fotografias 1 e 2 apresentam momentos da construção do Açude de Pau dos Ferros – RN.

Fotografia 1 – Construção do Açude público de Pau dos Ferros – RN.

Fonte: Acervo pessoal, 2015.

Fotografia 2 – Maquina trabalhando na construção do açude.

Fonte: Acervo pessoal, 2015.

9 Dado fornecido pela Associação dos Servidores do DNOCS (ASSECAS) em 22 de Dezembro de 2014. 10 O Açude público de Pau dos Ferros – RN é popularmente conhecido também como “Barragem pública”, pelos moradores locais e regionais. Logo, suas características não permitem que se enquadre como barragem, mas açude.

21

A Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH) disponibiliza em seu site11

as características para os termos açude e barragem, ilustrado na tabela 2.

Tabela 2 – Diferença de açude e barragem, segundo dados do SEMARH.

Açude Conjunto constituído por barragem ou barramento de um curso d'água e o respectivo reservatório ou lago formado.

Barramento ou Barragem

Obra em que o eixo principal do maciço está num plano que intercepta a seção transversal de um curso d’água e respectivos terrenos marginais, alterando as suas condições de escoamento natural, objetivando a formação de um reservatório a montante, tendo como principal finalidade a regularização das vazões liberadas à jusante, por meio de estruturas controladoras de descargas.

Fonte: SEMARH, 2015.

O DNOCS não possui registros da quantidade de trabalhadores que estiveram na construção

deste açude, e nem o quanto foi gasto na obra.

Este açude está situado entre três municípios, sendo eles, Pau dos Ferros, Rafael Fernandes e

Marcelino Viera, que quando está em sua capacidade adequada serve para abastecer os dois

primeiros e São Francisco do Oeste.

Sua capacidade é de 55.881.499 m³, com uma área drenada superior a 2 mil km² e a bacia

hidráulica 1.165,369 hectares. Quando em períodos de seca, caso ele chegue a atingir um volume de

924.512 m³, o açude pode deixar de ser utilizado12. A seguir, a tabela 3 informa as informações mais

detalhadas sobre a caracterização das obras realizadas no Açude.

Tabela 3 – Caracterização das obras do Açude Pau dos Ferros-RN.

Barragem

Tipo Terra homogênea Cota do coroamento 106,60 m Altura máxima 19,90 m Volume de terra 167.848,00 m³ Extensão pelo coroamento

580,00 m Talude de montante 2:1 e 3:1

Largura do coroamento 6,00 m Talude de jusante 2:1 Sangradouro

Tipo Soleira Espessa Altura da lâmina máxima

3,00 m

Largura 244,00 m Vazão do Projeto 2.237,30 m³/s Revanche 4,60 m Cota da soleira 102,10

Tomada d’água Tipo Galeria Tubular

Simples Comprimento 86,00 m

Fonte: Banco de dados do DNOCS, 2014.

11

www.semarh.se.gov.br. 12 Porém, com a crise da falta de água no ano de 2015, o Açude continuou sendo utilizado até o seu limite.

22

Mais adiante, a tabela 4 apresenta informações referentes à caracterização hidrológica do

Açude público de Pau dos Ferros – RN.

.

Tabela 4 – Caracterização hidrológica do Açude Pau dos Ferros-RN.

Capacidade 55.881.499 m³

Área drenada 2.050,00 km² Bacia hidráulica 1.165,369 há

Volume útil 54.956.987 m³ Volume morto 924.512 m³ Cota do porão 91,66 m

Fonte: Banco de dados do DNOCS, 2014.

Mais adiante, as fotografias 3 e 4 ilustram, respectivamente, a passagem molhada/

sangradouro, e a soleira do Açude de Pau dos Ferros – RN durante o ano de 2015.

Fotografia 3 – Passagem molhada/ sangradouro.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 4 – Soleira.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

23

Para melhor entendimento dos níveis de água já acumulado no reservatório, bem como suas

oscilações, será ilustrado a seguir, através do gráfico 1, o histórico do volume máximo e mínimo de

água acumulada no Açude público de Pau dos Ferros – RN, referentes ao período de janeiro de 1992 à

31 de outubro de 2014. Vale destacar que houve sangria nos anos de 1995,1996,1997, 2000, 2004,

2006, 2008, 2009.

Gráfico 1 – Dados Hidrológicos do Açude de Pau dos Ferros-RN.

0

10000000

20000000

30000000

40000000

50000000

60000000

70000000

80000000

AN

O

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Vo

lum

e (m

³)

Período

VOLUME MÍNIMO VOLUME MÁXIMO

Fonte: Banco de dados do DNOCS, 2014.

A seguir, ilustrado pelas fotografias 5, 6 e 7, tem-se alguns registros históricos da primeira

“sangria” do Açude Pau dos Ferros – RN.

Fotografia 5 – Primeira “sangria” do Açude de Pau dos Ferros – RN.

Fonte: Acervo pessoal, 2015.

24

Fotografia 6 – Trator percorrendo o local da “sangria”.

Fonte: Acervo pessoal, 2015.

Fotografia 7 – Águas escorrendo pela soleira do sangradouro.

Fonte: Acervo pessoal, 2015.

Os registros históricos acima foram colhidos há muito tempo, em um site informativo, para fins

escolares. Assim, por serem fotos bem antigas, infelizmente não foi possível identificar o fotógrafo das

mesmas, bem como o ano preciso.

1.1.4 Os impactos ambientais.

Como toda construção de barragens, açudes, represas etc., os impactos ambientais gerados

com o Açude de Pau dos Ferros-RN não foi diferente, ele também enfrentou dificuldades em sua

elaboração e teve suas consequências. De modo geral, sua construção, provocou a cobertura da

vegetação nativa, inundação de animais silvestres pela impossibilidade de captura de todos os

exemplares e inundação de terras férteis, as quais, apesar de serem férteis, estavam sujeitas a perdas

de safras quando da ocorrência de secas, sobretudo as prolongadas.

25

1.1.5 Finalidades da construção do Açude Pau dos Ferros – RN.

Fornecer o mínimo de segurança hídrica à cidade de Pau dos Ferros, e aos municípios

vizinhos13, no que se refere ao abastecimento humano e saciar a sede dos animais foi, talvez, o

principal fator que motivou a criação deste açude público. No entanto, a agricultura e a piscicultura

também participaram para este incentivo, como possibilitar a prática da agricultura irrigada por meio da

implantação de um Perímetro Irrigado, e fomentar o exercício da pesca.

Esta organização busca favorecer a exploração da piscicultura, para tanto existe, atualmente,

um projeto de criação de peixes em tanques-rede, ora desativado, por se encontrar o açude em pauta,

com baixíssimo volume de água.

Procura dar condições para a implantação de uma Estação de Piscicultura, a qual foi

construída, mas se encontra com as atividades minimizadas, em razão do baixíssimo volume de água

existente hoje. Limitação que está sendo contrabalançada pela perfuração de dois poços tubulares, em

processo de instalação, visto que se aguarda apenas a instalação elétrica pela Companhia Energética

do Rio Grande do Norte (COSERN).

1.1.6 Manutenção

Próximo ao açude reside um funcionário público cuja finalidade principal é estar monitorando e

verificando, diariamente, as condições do maciço da parede, bem como fazendo a leitura do nível

desse açude. O processo de medição de nível do açude está sendo informatizado pela SEMARH, em

parceria com o DNOCS.

O DNOCS trabalha juntamente a outros órgãos, como a Agencia Nacional de Águas (ANA) e o

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), para melhor

administrar os açudes, barragens e Perímetros Irrigados. O primeiro é responsável pelo maciço da

parede da barragem, já a ANA é responsável pela liberação da outorga da água, ou seja, a autorização

do uso da mesma, enquanto o IBAMA é responsável pela fiscalização com relação à pesca predatória,

desmatamento e controle de agrotóxico.

13 Como os municípios de Rafael Fernandes e São Francisco do Oeste.

26

1.2 Situação problemática

A situação problemática traz consigo um conjunto de variáveis que geram uma inquietação,

que segundo Boaventura (2009, p.34) “a escolha do tema é uma decisão do aluno, candidato a

elaborar um trabalho monográfico como uma das condições para a conclusão do curso de graduação,

bacharelado ou licenciatura”. E a proposta dessa pesquisa irá resultar na formulação de um trabalho de

conclusão do curso de Administração, pelo Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque

Maia – CAMEAM, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN.

Empreender está se tornando uma atividade bastante atraente aos olhos de muitas pessoas.

Pessoas que estão desempregadas em busca de alguma renda, ou até quem tem um bom emprego

com boa remuneração e benefícios, estáveis em cargos públicos que é tão almejado por uma grande

massa, mas por algum motivo não se contentaram em permanecer na mesma situação, e buscaram a

partir daí se tornar seu “próprio chefe” e assumir riscos em um mercado competitivo, dinâmico, mas

que se bem trabalhado, torna-se bastante lucrativo e recompensador.

Dornelas (2014) explica que os empreendedores são pessoas diferenciadas, apaixonadas pelo

o que fazem, possuindo motivação singular e não se contentando em ser mais um na multidão. Elas

querem algo a mais, querem ser reconhecidas e admiradas, além de referenciadas e imitadas, querem

deixar um legado.

A partir desse tema, pode-se dar inicio a definição de um problema de pesquisa, que é um dos

grandes desafios enfrentados, pelo graduando, para a construção de seu trabalho final de curso,

conforme Severino (2007, p. 202) “para a grande maioria, ele representa a primeira experiência de

realização de uma pesquisa”.

Como o tema é um ponto em que se deseja provar ou desenvolver, ainda torna-se uma ideia

ampla, assim tem-se a formulação de um problema de pesquisa que é mais especifico, pois ela indica e

detalha justamente qual é a dificuldade que se pretende resolver (LAKATOS; MARCONI, 2003).

Deslandes, Gomes e Minayo (2009, p.16) ainda alertam que “[...] nada pode ser intelectualmente um

problema se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática”.

Dessa maneira, foi traçado um problema de pesquisa, juntamente com objetivos específicos

que irão dar base para a construção de um relatório com informações que contribuirão para o

aprofundamento do conhecimento existente sobre a região, que foi selecionada para este trabalho

cientifico. Espera-se que, dessa maneira, seja de fundamental importância para estudos e análises

futuras, para acadêmicos, empresas, órgãos públicos, etc., pois “é a pesquisa que alimenta a atividade

de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo” (DESLANDES; GOMES; MINAYO, 2009, p. 16).

27

Assim, no decorrer dos últimos anos, a atividade empreendedora em áreas de lazer no

município de Pau dos Ferros - RN vem tendo um crescimento que merece ser estudado. Este trabalho

foca os empreendimentos da zona rural. O fato de não existir estudos sobre o empreendedorismo

nessa região, motivou a formulação desse trabalho de pesquisa científica e assim, foi elaborado como

problema de pesquisa à seguinte problemática: Quais os desafios, oportunidades e incentivos

encontrados pelos empreendedores dos bares e restaurantes localizados às margens do Açude

público do município de Pau dos Ferros - RN?

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral

Analisar as características, desafios, oportunidades e incentivos do empreendedorismo em

áreas de lazer, na gestão dos bares e restaurantes localizados às margens do Açude público do

município de Pau dos Ferros - RN.

1.3.2 Específicos

Identificar o perfil e as características dos empreendedores dos bares e restaurantes

localizados às margens do Açude público do município de Pau dos Ferros – RN.

Conhecer as características dos empreendimentos geridos pelos empresários.

Estudar os desafios encontrados desde sua origem até os dias atuais pelos gestores dos bares

e restaurantes.

Mostrar as oportunidades e incentivos que influenciaram a gestão do próprio negócio e que

foram aproveitadas no desenvolvimento de suas atividades.

1.4 Justificativa

A primeira justificativa que motivou a desenvolver este trabalho foi a necessidade de

aprofundar e ampliar os conhecimentos na área de empreendedorismo, bem como elaborar um

trabalho de curso (TC).

A segunda razão explica-se pela importância de se desenvolver um estudo sobre o

empreendedorismo em áreas de lazer, mais especificamente sobre os bares e restaurantes localizados

às margens do Açude público do município de Pau dos Ferros – RN. Podendo, dessa forma, traçar o

28

perfil dos empreendedores, formais e informais, e dos seus empreendimentos, além de conhecermos

os desafios, as oportunidade e incentivos surgidos no início, e durante, a gestão do seu próprio negócio

para se manter no mercado. E com isso, fornecer dados e informações que sirvam como base de

consulta para discentes e docentes em suas pesquisas acadêmicas.

O terceiro motivo surgiu pela importância de construir um trabalho de pesquisa que sirva como

apoio e incentivo ao desenvolvimento do empreendedorismo às margens do Açude público de Pau dos

Ferros – RN, apresentando dados e informações que auxiliem diversos tipos de organizações,

principalmente órgãos públicos, e investidores que acreditem no grande potencial econômico da região

e tenham interesse em investir. Assim, espera-se através deste trabalho, mostrando a importância do

empreendedorismo no crescimento econômico e social, influenciar o desenvolvimento do município de

Pau dos Ferros – RN e da região do Alto Oeste Potiguar.

29

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, serão apresentados os recortes teóricos dos principais autores relacionados ao

tema empreendedorismo, trazendo assim conceitos e definições, como também dados e aspectos

relevantes, que serão importantes para dar fundamentação e sustentação teórica a este trabalho de

curso.

2.1 Origem histórica do empreendedorismo

O crescimento das atividades empreendedoras ao longo dos anos vem sendo bastante

perceptível. O empreendedorismo está presente na expansão dos mercados, no mundo dos negócios,

na globalização, nas inovações tecnológicas. Com a era da internet, startups e redes sociais, como

relata Dornelas (2014), o contexto atual está favorável ao surgimento de um número cada vez maior de

empreendedores. Porém, mais adiante, será visto que os hábitos referentes ao empreendedorismo são

bem antigos.

O “empreendedorismo não é um tema novo ou modismo: existe desde sempre, desde a

primeira ação humana inovadora, com o objetivo de melhorar as relações do homem com os outros e

com a natureza” (DOLABELA, 2006, p. 29-30).

As características empreendedoras podem ser identificadas a milhares de anos atrás. Voltando

no tempo, observando a evolução da humanidade, pode-se afirmar que o homem primitivo já possuía

tal personalidade. O Homo Habilis, por exemplo, surgiu aproximadamente á 2 milhões de anos atrás,

vivia uma vida nômade, e já possuía hábitos de caça. Para a sua sobrevivência, procurava construir

diversas ferramentas e armas, com pedras, tanto para a caça quanto para a sua proteção, pois utilizava

disto para se defender de outros animais (HENRIQUE, 2009).

Posteriormente, após alguns milhares de anos, têm-se as civilizações antigas. Os egípcios são

um bom exemplo de empreendedores. Para a construção de uma pirâmide, havia a necessidade de

cerca de 30 mil homens e cerca de 20 anos de trabalho pesado, vale destacar que naquela época não

existia tecnologias, como existem nos dias de hoje, para essas grandes realizações. Na agricultura,

aproveitavam a cheia do Nilo, preparando a terra para o plantio da safra que viria. Além disso, eles têm

grande importância para as áreas como a engenharia e a matemática (HENRIQUE, 2009).

Contudo, Dornelas (2014) defende que Marco Polo pode levar os créditos sobre a primeira

definição de empreendedorismo, pois ele buscou criar uma rota comercial para o oriente. Esse

aventureiro empreendedor assinou um contrato com um homem (capitalista) para vender as suas

30

mercadorias, correndo assim riscos físicos e psicológicos para cumprir o contrato firmado. No período

da Idade Média, aquele que era conhecido como empreendedor apenas gerenciava projetos utilizando

os recursos que possuía, não assumindo assim “grandes riscos”, diferente do que Marco Polo fez

(DORNELAS, 2014).

No século XVII, teve os primeiros traços da relação entre assumir riscos e o

empreendedorismo. O empreendedor firmava uma relação com o governo para realizar algum serviço

ou fornecer produtos, onde os preços eram já estabelecidos, assim qualquer lucro ou perda era

exclusivo do empreendedor (DORNELAS, 2014).

Para muitos pesquisadores, os pioneiros, primeiros a fundamentar a definição e conceitos do

empreendedorismo, tem sua origem nos séculos XVIII e XIX, a partir da reflexão de pensadores

econômicos, como Richard Cantillon, Joseph Alois Schumpeter e Jean-Baptiste Say.

Richard Cantillon, um importante escritor e economista, foi um dos primeiros a diferenciar o

empreendedor, aquele que assumia riscos, do capitalista, que era quem fornecia o capital. Este

economista é considerado por muitos, um dos criadores do termo “empreendedorismo”. Mas foi no

século XVIII, que ambos foram finalmente diferenciados (DORNELAS, 2014).

Visto como um dos primeiros a reconhecer a função do empresário, Jean-Baptiste Say, o

caracteriza, em sua obra, como aquele que consegue reunir e combinar os diferentes meios de

produção, criando dessa maneira produtos úteis (ZEN; FRACASSO, 2008).

Já o Economista Austríaco Schumpeter (1997), considerado por alguns autores como um dos

mais importantes, faz uma associação, em sua obra, do empreendedor com o desenvolvimento

econômico, a inovação e as oportunidades nos negócios.

Do final do século XIX para o início do século XX, os empreendedores eram frequentemente

confundidos como administradores14, o que também ocorre até os dias atuais. Isso por que ambos

planejam, organizam empresas, pagam empregados, dirigem e controlam o que é desenvolvido na

organização (DORNELAS, 2014).

2.1.1 Empreendedorismo no Brasil

Com a riqueza encontrada neste país tropical, desde a vasta imensidão de terras a serem

exploradas, até a abundancia de recursos naturais, a partir do século XVII pode-se identificar o

surgimento de características empreendedoras, com a instalação dos portugueses sobre o território

brasileiro (HENRIQUE, 2009).

14 Mais adiante será abordada uma breve diferenciação entre empreendedor e administrador.

31

Diante dos diversos empreendimentos15 que surgiu, um descendente dos primeiros

empreendedores portugueses teve um grande destaque e é reconhecido até hoje como um dos

primeiros grandes empreendedores do Brasil, Irineu Evangelista de Sousa (1813-1889), mais

conhecido como o Barão de Mauá. Dono de pelo menos 24 empresas, seguiu por vários anos como o

homem mais rico do país, possuindo interesses em vários países16, negociando com presidentes,

ministros, deputados, senadores, traficantes de escravos, banqueiros, juízes, advogados, mercadores

de toda ordem e um sem número de personagens (HENRIQUE, 2009; MARINGONI, 2015).

Já nas últimas décadas, segundo Dornelas (2014), o Brasil conservava um ambiente

econômico e politico não muito favorável ao empreendedorismo, havendo a falta de informações que

pudessem auxiliar os empreendedores. Quase não se falava em empreendedorismo e em criação de

empresas até a década de 1990, foi quando surgiu o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (SEBRAE) e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (SOFTEX).

O SEBRAE é um dos órgãos mais conhecidos que fornece apoio ao micro empresário

brasileiro, dando todo o suporte necessário que se precisa para iniciar uma empresa. Busca promover

a competitividade e o desenvolvimento dos micro e pequenos empreendimentos, oferecendo palestras,

cursos, treinamentos, publicações, consultorias e outras ações que gerem aprendizado, podendo

corrigir algumas possíveis falhas nos negócios e aprimorá-los cada vez mais em busca do crescimento

contínuo (DORNELAS, 2014; PORTO, 2013).

Já com a finalidade de levar as empresas de software do país para o mercado externo, através

de várias ações que proporcionavam capacitação em gestão e tecnologia ao empresário de

informática, a SOFTEX, juntamente com outros programas criados em sua área, além de incubadoras

de empresas, cursos e universidades de informática e computação, fizeram com que o tema

empreendedorismo fosse despertado na sociedade brasileira (DORNELAS, 2014).

Porto (2013) diz que recentemente o cenário brasileiro está se modificando, proporcionando

assim um ambiente favorável e ideal para os empresários e o empreendedorismo. O autor cita algumas

iniciativas que influenciam esse meio, que foram:

Programas de incubação de empresas e parques tecnológicos;

Inserção de disciplinas de empreendedorismo na grade curricular de escolas de ensino fundamental e de instituições de ensino superior;

Programas de incentivo a inovação e transferência de tecnologia;

Criação de agencias de suporte ao empreendedorismo e à criação de negócios, como o SEBRAE.

15 Muitos dos empreendimentos, criados naquela época, eram construídos a custa humilhante do trabalho escravo. 16 Brasil, Inglaterra, França, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile.

32

Desde o ano 2000, o Brasil vem participando de uma pesquisa de “referência internacional”

sobre o desenvolvimento de empreendedorismo que ocorre em abrangência mundial, praticada em

vários países e regiões, o Global Entrepreneurship Monitor17 (GEM). Ela chegou a influenciar conceitos

sobre o empreendedorismo tanto no Brasil, quanto no mundo, estudando o comportamento

empreendedor e derrubando mitos. Esta pesquisa vem se aperfeiçoando cada vez mais com o passar

dos anos (GRECO ET AL., 2013).

No ano de 2013, a pesquisa foi efetuada através da parceria entre o Instituto Brasileiro da

Qualidade e Produtividade (IBQP), SEBRAE e o apoio técnico do Centro de Empreendedorismo e

Novos Negócios da Fundação Getulio Vargas (FGVCENN), participando dela 6918 países dos cinco

continentes, gerando assim um material bastante rico em dados e informações sobre o

empreendedorismo numa visão mundial e regional, que pode subsidiar diversas análises produtivas no

campo pedagógico e empresarial, além de revelar tendências econômicas e sociais determinantes para

a tomada de decisão (GRECO ET AL., 2013).

Sobre o perfil empreendedor no Brasil, conforme a pesquisa GEM 2013, as mulheres estão

com uma maior participação na abertura de novos negócios, representando 52% dos novos

empreendimentos com menos de três anos e meio de atividade. Das cinco regiões brasileiras, são

maioria em quatro, apenas no Nordeste possuem uma participação inferior a dos homens, com 49%,

mas por muito pouco a diferença (GRECO ET AL., 2013).

Com relação à idade dos empreendedores iniciais, a pesquisa constatou que a maioria, com

26,1%, possui de 25 a 34 anos. Enquanto os empreendedores já estabelecidos, com maioria de 24,3%

possuí idade entre 45 e 54 anos, o que mostra certa correlação entre idade do negócio e do

empreendedor (GRECO ET AL., 2013).

Se tratando do nível de escolaridade, a pesquisa GEM (2013) constatou que a maioria dos

empreendedores brasileiros, 51,9%, possui nível menor que segundo grau completo. Já 32,7% possuí

segundo grau completo, enquanto 15,4% possuí nível maior que segundo grau completo (GRECO ET

AL., 2013).

2.1.2 A importância do empreendedorismo para a economia e sociedade

Em todo o mundo, milhares de pessoas, desde jovens até adultos, de diferentes classes

sociais, estão continuamente assumindo riscos, criando inúmeros tipos de empreendimentos nos mais

17 A pesquisa GEM teve seu inicio no ano de 1999, proveniente de parceria entre Babson College e London Business School. 18 O material pesquisado informa que apenas 67 países tiveram os seus resultados divulgados na publicação de 2013.

33

diversos campos de atuação no mercado. E com isso, gerando vários empregos e introduzindo

inovações, incentivando o desenvolvimento e o crescimento econômico. Logo, as empresas surgem e

existem para produzir algo e prestar algum serviço à sociedade (CHIAVENATO, 2007).

Dolabela (2006) defende que o empreendedorismo é responsável pelo desenvolvimento social,

e implica uma ideia de sustentabilidade. Para o autor, “o empreendedorismo é a melhor arma contra o

desemprego” (DOLABELA, 2006, p.30).

Em sua obra, Teoria do Desenvolvimento Econômico, “Schumpeter argumenta que os

empreendedores são a força motriz do crescimento econômico, ao introduzir no mercado inovações

que tornam obsoletos os produtos e as tecnologias existentes” (BARROS; PEREIRA, 2008). Malheiros,

Ferla e Cunha (2005) reforçam que os países que conservam uma cultura empreendedora possuem

perspectivas muito maiores de crescimento econômico.

Apesar de Dornelas (2014) afirmar que o empreendedorismo é um combustível propulsor para

o crescimento econômico, pela criação de empregos e prosperidade, o mesmo alerta que “a criação de

empresas por si só não leva ao desenvolvimento econômico, a não ser que esses negócios foquem

oportunidades no mercado” (DORNELAS, 2014, p.18).

O Brasil recebeu a responsabilidade de sediar a copa do mundo de futebol em 2014 e as

olimpíadas em 2016, que são dois grandes e importantes eventos que geram oportunidades no

mercado, o que promete estimular a criação e o desenvolvimento de novos negócios no país, e dessa

maneira alavancar o empreendedorismo (DORNELAS, 2014). Porém, conforme matéria disponibilizada

pelo G1 em 2014, a copa do mundo de 2014 não trouxe tudo aquilo que se esperava, por exemplo, o

setor da indústria teve percas na produção, a grande quantidade de feriados é uma das justificativas

para isso. Logo, os setores de cervejas, bares, hotéis, turismo, vestuários, calçados e artigos

esportivos, dentre outros ramos, conseguiram se beneficiar com o evento (ALVARENGA, 2014).

Real (2012, p.20) traduz o momento atual dizendo que “vivemos em uma sociedade

empreendedora, em uma economia empreendedora. Assim, nada mais natural do que praticarmos uma

gestão empreendedora”.

2.2 Conceitos de empreendedorismo

O estudo sobre o empreendedorismo cresce cada vez mais com o passar dos dias, por ser

algo novo e recente, existem diversos conceitos propostos por vários autores e estudiosos, que o

caracterizam por diversos ângulos e visões. Logo mais, serão abordados alguns desses conceitos,

sabendo desde já, conforme Ries (2012, p.3), que “o empreendedorismo é um tipo de administração”.

34

O empreendedorismo tem sua origem de uma livre tradução que se faz do termo

Entrepreneurship, que se caracteriza através da organização de recursos necessários, como o

processo de iniciar uma atividade empresarial, assumindo os riscos e recompensas resultantes pelo

negócio, englobando ideias de iniciativa e inovação (REAL, 2012; DOLABELA, 2006). Segundo

Dolabela (2006), este termo implica uma concepção de mundo, uma forma de ser e de se relacionar.

Segundo Chiavenato (2007, p.51), “criar um negócio novo a partir do nada costuma ser o

caminho mais utilizado quando se discute um novo empreendimento. Uma nova empresa representa

uma oportunidade significativa para muitos empreendedores”.

Logo, abrir uma empresa é apenas uma das infinitas formas e maneiras de empreender. O

empreendedorismo é abrangente, contempla toda e qualquer atividade humana, pode ser utilizado por

diversos tipos de profissões e carreiras. Podem ser empreendedores o colaborador de uma empresa, o

pesquisador, funcionário público, como também políticos e governantes, ONGs, o artista, escritor, o

poeta que publica seus versos, porque é necessário compartilhar os resultados do seu trabalho

(DOLABELA, 2006).

Real (2012, p.19) relata que o “empreendedorismo é a atividade empreendedora de alguém

que está engajado num empreendimento, reconhece viável uma ideia para um produto ou serviço, um

negócio, e o leva adiante”.

Dessa maneira, Chiavenato (2007) complementa, defendendo que o campo do

empreendedorismo é grande e abrangente, segundo o autor, ele:

[...] não trata apenas de pequenas empresas e novos empreendimentos. Não aborda apenas a criação de novos produtos ou serviços, mas, sim, inovações em todos os âmbitos do negócio – produtos, processos, negócios, ideias – enfim, uma grande variedade de aplicações inovadoras que ainda estão longe de serem esgotadas (CHIAVENATO, 2007, p.261).

Na visão de Dornelas (2014, p.28) “[...] o termo ‘empreendedorismo’ pode ser definido como o

envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em

oportunidades. A perfeita implementação dessas oportunidades leva à criação de negócios de

sucesso”. O que provoca ganhos econômicos, com a criação de novos produtos e organizações,

influenciados pelas oportunidades encontradas (PORTO ET AL., 2013). Com isso, pode-se resumir, a

partir das palavras de Real (2012, p.19) que “o comprometimento com o empreendedorismo leva à

inovação, que se nutre na mudança para criar valor [...]”.

Como o mercado de trabalho é bastante concorrido, e está saturado de indivíduos que estão à

procura por vagas de trabalho e bons empregos, além dos demais fatores existentes, pode-se

encontrar uma solução no ato de empreender, pois segundo Greco et al. (2013, p.19), “[...] o

35

empreendedorismo é uma opção real de ocupação e renda para milhões de pessoas” no mercado.

Além disso, Dolabela (2006) destaca a sua grande importância, por promover ao indivíduo a geração

de autonomia, autorrealização e a busca do sonho, conforme o autor, o “empreendedorismo é uma das

manifestações da liberdade humana” (DOLABELA, 2006, p.30).

2.2.1 O ensino de empreendedorismo

Devido a sua grande importância para o desenvolvimento econômico, bem como o

desenvolvimento e bem estar da sociedade, o empreendedorismo passou a ser alvo de estudos e

discussão por autores que questionam a possibilidade de ensiná-lo.

Com relação ao ensino sobre empreendedorismo, conforme Malheiros, Ferla e Cunha (2005),

em seu livro, é possível sim aprender, desenvolver e estimular todas as características, qualidades e

virtudes do empreendedor.

Até algum tempo atrás, acreditava-se que o empreendedor nascia com suas habilidades, com

o seu diferencial e era predestinado a obter sucesso nos negócios que iniciava. Já quem não possuía

características empreendedoras, era desencorajado a seguir o caminho do empreendedorismo. Hoje,

isso funciona de forma diferente, pois se acredita que as características empreendedoras podem ser

ensinadas e apreendidas por qualquer pessoa, e o sucesso deste indivíduo irá depender de vários

fatores internos e externos ao seu negócio, do seu perfil empreendedor e administrador das

adversidades que encontrará no seu dia a dia no empreendimento (DORNELAS, 2004).

Dolabela (2006, p.61-62) confirma a importância do ensino do empreendedorismo dizendo que

“o estudo do comportamento do empreendedor é considerado hoje fonte de novas formas para a

compreensão do ser humano em seu processo de criação de riquezas e de realização pessoal”.

Porém, o autor alerta que embora o empreendedorismo esteja entre as áreas que mais se pesquisa e

se publica resultados, o mesmo ainda não é considerado uma ciência. Desta maneira, por enquanto,

não existem paradigmas e padrões capazes, por exemplo, de caracterizar, a partir de determinadas

circunstâncias, um empreendedor de sucesso.

Diferente do que Dolabela defende, Malheiros, Ferla e Cunha (2005) definem o

empreendedorismo não como um traço de personalidade, e sim, como um comportamento. Dessa

forma, segundo eles “[...] as pessoas podem aprender a agir como empreendedores, usando para isso

ferramentas baseadas no interesse em buscar mudanças, reagir a elas e explorá-las como

oportunidade de negócios” (MALHEIROS; FERLA; CUNHA, 2005, p. 17).

36

Contudo, “os empreendedores inatos continuam existindo e sendo referências de sucesso, mas

muitos outros podem ser capacitados para a criação de empresas duradouras” (DORNELAS, 2004,

p.29).

2.3 Conceito e definição de empreendedores

Existem varias definições e conceitos criados para traduzir o termo empreendedor. Para muitos

autores, essa palavra teve a sua origem na França, da expressão entrepreneur, cujo significado se

remete a aquele que assume riscos e começa algo novo (CHIAVENATO, 2007).

Uma das mais antigas definições foi proposta pelo economista Joseph Schumpeter (1949,

apud DORNELAS, 2014, p.28), que dizia que “o empreendedor é aquele que destrói a ordem

econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de

organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”.

Já os autores Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010, p. 129) ainda acrescentam que para

Schumpeter “[...] o empreendedor não é necessariamente alguém que investe o capital inicial ou

inventa o novo produto, mas sim a pessoa com a ideia do negócio. Ideias são enganosas, mas nas

mãos de empreendedores elas se tornam poderosas e também lucrativas”.

Na figura 2, proposto por Real (2012, p.22), tem-se uma ilustração do ciclo empreendedor, ou

seja, quais as fases um empreendedor passa no processo de criar um negócio próprio.

Figura 2 – Ciclo empreendedor.

Fonte: Real (2012).

37

Inicialmente, o empreendedor passa por um período de observação e análise do ambiente em

que está inserido, buscando assim identificar oportunidades a partir das necessidades das pessoas, ou

seja, da demanda do mercado. Após essa análise ser realizada, e claro, identificando uma

oportunidade de investimento no ambiente, surge para o empreendedor uma ideia, em como solucionar

essa “carência” no mercado e suprir essas demandas existentes. Assim, analisa os riscos e retornos e

passa investir nesse meio, inovando ou criando algo que não existe, correndo riscos calculados, entre

nada dar certo, mas também de colher grandes resultados com o sucesso do seu empreendimento

(REAL, 2012).

À vista disso, o comportamento do empreendedor pode ser explicado pela visão de Dolabela

(2006, p.31). Segundo o autor:

O empreendedor é um insatisfeito que transforma seu inconformismo em descobertas e propostas positivas para si mesmo e para os outros. É alguém que prefere seguir caminhos não percorridos, que define a partir do indefinido, acredita que seus atos podem gerar consequências. Em suma, alguém que acredita que pode alterar o mundo.

Então o empreendedor é um farejador de oportunidades. Ele deve estar atento, principalmente,

a aquelas oportunidades que surgem rapidamente e são inesperadas, pois ele deve ser ágil antes que

outros aventureiros a aproveite. O empreendedor pode ser considerado a energia da economia, uma

alavanca de recursos e impulsionador de talentos, uma dinâmica de ideias (CHIAVENATO, 2007).

Segundo Porto et al. (2013), ser empreendedor significa ter a capacidade de:

Ter uma iniciativa;

Imaginação fértil para gerar ideias inovadoras;

Flexibilidade para adaptar as ideias;

Criatividade para transformar as ideias em oportunidades de negócio;

Motivação para pensar conceitualmente;

Visão, perceber e entender a mudança como uma oportunidade.

Contudo, Dolabela (2006) defende que não se considera empreendedor aquela pessoa que

apenas adquiriu uma empresa e a gerencia, sem ao menos ter introduzido uma inovação, seja na

forma de vender seus produtos e serviços, seja nos métodos de produção, ou até na maneira de tratar

os clientes da empresa. “De forma mais sucinta, um empreendedor é uma pessoa que imagina,

desenvolve e realiza visões” (PORTO ET AL., 2013, p.1).

38

2.3.1 Empreendedor e Administrador

Para início, todas as pessoas são administradoras. Durante o dia-a-dia de cada indivíduo,

existem diversas situações que requer tomada de decisões. Definir objetivos e metas pessoais á

cumprir, como plano de carreira, acompanhar e analisar o orçamento doméstico para efetuar alguma

compra, ou reduzir custos e gastos, planejar a época das férias, programar uma viajem, entre diversas

outras situações, as decisões administrativas estão presentes em praticamente tudo, sendo que sua

importância irá variar de forma proporcional à complexidade das circunstâncias (MAXIMIANO, 2000).

Os administradores de empresas podem atuar em vários níveis hierárquicos da organização,

desde a supervisão elementar até o nível de dirigente máximo. Como também pode trabalhar em vários

tipos de especializações da área (Administração financeira, Recursos Humanos, administração

mercadológica, etc.). O Administrador define estratégias, dimensiona recursos, planejando sua

aplicação, desenvolve diagnósticos, soluciona problema, e ainda promove inovações e competitividade

(CHIAVENATO, 2003).

Dornelas diz que (2014, p.20) “todo empreendedor necessariamente deve ser um bom

administrador para obter sucesso, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor”. O

empreendedor tem algo mais, pelas as suas características e atitudes.

O autor afirma que empreendedores são administradores, mas diferentes de alguns gerentes e

executivos de organizações tradicionais, os empreendedores são mais visionários, possuindo ainda

tem uma característica singular que é conhecer como poucos o negócio em que atua. Eles se

preocupam mais com os aspectos estratégicos e com o constante planejamento a partir de uma visão

de futuro, porém, muitas das vezes, acabam tendo dificuldades em lidar com a tomada de decisões do

dia a dia (DORNELAS, 2014).

2.3.2 Tipos de empreendedores

Como é de se observar, os empreendedores são moldados e compostos por diferentes

características que podem variar de pessoa para pessoa, ou seja, não existe somente um tipo de

empreendedor. Diversos autores e estudos esclarecem a existência de uma variação entre tipos de

empreendedores, cada um categorizado a partir de seus traços de personalidades e comportamentos,

que são marcantes em meio ao universo de características possíveis de serem despertadas.

O consultor e palestrante, professor de empreendedorismo, Marcos Hashimoto explicou em

uma de suas matérias, publicadas em maio de 2012 no site da Revista Pequenas Empresas & Grandes

39

Negócios – PEGN, a classificação de alguns tipos de empreendedores. O quadro 1 apresenta as

seguintes classificações e definições discutidas pelo professor Marcos Hashimoto (2012).

Quadro 1 – Tipos de empreendedores

Tipos19 Descrição

Sidepreneur

Também conhecido como “plano B”, muito comum no Brasil, é o funcionário que tem um emprego formal, mas mantém também um negócio paralelo. Normalmente, o negócio é conduzido por uma pessoa de confiança, e o empreendedor é apenas um sócio investidor ou atua nos bastidores, sem que sua dedicação chegue a comprometer o seu emprego. Costuma ser uma etapa inicial para testar o negócio antes de tomar a decisão de abandonar o emprego, uma forma de renda adicional ou uma preparação para a aposentadoria.

Solopreneur

Também conhecido como o “one man show”, é aquele empreendedor solitário que ou acha que todas as pessoas são incompetentes ou tem medo que as pessoas lhe passem a perna ou roubem a sua ideia. Por isso, prefere ter funcionários em vez de sócios. Tipicamente, esses empreendedores têm negócios de pequena escala e baixo poder de crescimento, até porque crescer significa descentralizar o poder e ele tem pavor disso. Não confundir com o profissional autônomo, pois esse só é empreendedor no modelo copreneur.

Copreneurs

Pode significar tanto “couple”, quando há uma sociedade entre o marido e a esposa, quanto “Coop”, quando é uma cooperativa entre profissionais autônomos. No caso do “couple”, é o início típico de negócios de natureza familiar. Ambos dividem funções na empresa e preparam seus filhos para servirem como mão de obra e, futuramente, assumir os negócios. No caso do “Coop”, também dividem funções e responsabilidades, mas o número de associados é maior.

Everypreneur

Só conduz pequenos negócios sem especialização, com modelos de negócios simples, mas de fácil gestão. Como a competitividade é baixa, o potencial de crescimento, pequeno, e as margens, reduzidas, esses empreendedores só são bem-sucedidos quando possuem vários negócios. Eles não são necessariamente iguais, mas todos são ligados a uma oportunidade mercadológica. Geralmente são bons gestores ou bons vendedores.

Adventurepreneur

São os empreendedores aventureiros, que só se interessam por negócios inovadores, de alto impacto, diferentes do que existe. Precisam da adrenalina da incerteza, adoram ser desafiados e possuem grande capacidade de se adaptar e improvisar. Fracassam muito também, mas não ligam porque, quando ganham, ganham muito. Quanto maior o patrimônio que acumulam, mais alto costumam voar em suas aventuras empreendedoras.

Socialpreneur

São os empreendedores sociais, já bem conhecidos no Brasil, mas não são focados apenas no impacto social de suas iniciativas. O sufixo “preneur” significa que ele tem visão de negócio em uma atividade social que gera receita e é autossustentável. Pode ser também um empreendimento que tenha em seu propósito alguma forma de impacto na sociedade.

Ecopreneur

São os empreendedores ambientais – o mesmo que os socialpreneurs, mas com foco no impacto ambiental. Eles se concentram no impedimento do fim de algo importante para o ambiente ou na substituição de forma limpa de algo prejudicial para o ambiente. Mas a visão de negócio continua também

Fonte: Adaptado de Marcos Hashimoto (2012).

19 O autor deixou os termos originais (em inglês) para melhor compreensão. Segundo ele, não fazia sentido traduzi-los para o português.

40

Quadro 1 – Continuação.

Mompreneur/dadpreneur

Ao contrário do que se pode imaginar, não são negócios conduzidos pelo pai ou pela mãe. Esses empreendedores são da família, ou seja, conduzem suas vidas familiares como um negócio, tendo orçamento, planejamento, metas e objetivos, desenvolvimento pessoal, distribuição de funções, recompensas por meritocracia, gestão do patrimônio e investimentos etc.

Teenpreneur

Um campo de estudo em ascensão, os jovens empreendedores se caracterizam por terem muitas boas ideias, muita garra e disposição, apesar da pouca estrutura e maturidade. São jovens influenciados pelas histórias inspiradoras de grandes empreendedores e que cultivam sonhos, mais do que ganhos financeiros. Acreditam que podem mudar o mundo e esperam ganhar dinheiro fazendo isso.

Fempreneur

Outro tipo de empreendedor em franco crescimento são as mulheres empreendedoras. No Brasil, elas representam a maioria dos empreendedores e são tipicamente caracterizadas como esposas que têm uma atividade para complementar a renda familiar. Adotam modelos de gestão baseados no relacionamento pessoal e são multifuncionais, conciliando a exigência do negócio com seus papéis de dona de casa, mãe e esposa.

Franchisepreneur

Ao contrário do que muitos pensam, quem tem uma franquia pode ser empreendedor também. Esses empreendedores geralmente têm mais de uma unidade de uma franquia e conseguem influenciar o franqueador a adotar inovações e promover mudanças na rede. Não são muitos, mas são fundamentais para o crescimento e o desenvolvimento das redes.

Serialpreneur

São os empreendedores seriais. Não gostam de rotina e ficam entediados quando o negócio entra em ritmo de cruzeiro, mesmo que bem-sucedido. Preferem vender o negócio ou contratar alguém para conduzi-lo e se engajar em outro negócio nascente, no qual possa se dedicar de corpo e alma para tirá-lo do chão e fazê-lo prosperar.

Childrenpreneur

Crianças podem ter negócios? Claro que não. Na verdade, esse termo expressa crianças que têm perfil empreendedor e já fazem pequenas transações comerciais com os colegas, usando os fundamentos de comprar barato e vender caro. Não gostam de depender de ninguém, prezam qualquer oportunidade de expressar sua autonomia e vivem inventando coisas, sejam brinquedos, brincadeiras, artefatos ou qualquer coisa que os mantenham ativos.

Technopreneur

Os empreendedores digitais são jovens programadores que desenvolvem sistemas ou aplicativos e usam a internet para ganhar dinheiro com isso. Para muitos, é apenas um hobby, mas vários empreendedores de sucesso começaram suas carreiras com essas atividades. São nerds da computação, muito inteligentes e autoconfiantes, mas só se tornam empreendedores de fato se aceitarem desenvolver outras competências.

Elderpreneur

Os empreendedores da terceira idade são geralmente aposentados que querem se manter ativos ou precisam de uma renda extra. Têm a seu favor uma ampla vivência e experiência no mercado em que atuaram e boas reservas financeiras. Por outro lado, não têm mais a energia e a disposição para começar um negócio do zero. Seus bons parceiros em potencial seriam os teenpreneurs.

Etnopreneur

São os empreendedores de minorias. Geralmente são aqueles que montam seus negócios para atender a necessidades de uma comunidade étnica ou cultural fechada, como judeus, maçons, colônias de imigrantes como a italiana ou a japonesa. Seus investidores, fornecedores e mercado são geralmente membros da própria comunidade, justamente por essas limitações são negócios de baixo potencial de crescimento.

Fonte: Adaptado de Marcos Hashimoto (2012).

41

Em uma pesquisa realizada com 399 empreendedores para a elaboração de seu livro,

Dornelas (2007) descreveu 8 tipos de empreendedores mais comuns, que estão ilustrados a seguir no

quadro 2.

Quadro 2 – Tipos de empreendedores segundo Dornelas (2007).

O Empreendedor Nato

(Mitológico)

Esses empreendedores são visionários, otimistas, e estão à frente do seu tempo. Geralmente são os mais conhecidos e aclamados, muitas vezes, começaram do nada e criam grandes impérios. Eles se comprometem 100% para realizar seus sonhos.

O Empreendedor que Aprende (Inesperado)

É normalmente uma pessoa que, quando menos esperava, se deparou com uma oportunidade de negócio e tomou a decisão de mudar o que fazia na vida para se dedicar ao negócio próprio. É o caso clássico de quando a oportunidade bate à porta.

O Empreendedor Serial (Cria Novos Negócios)

É aquela pessoa apaixonada não apenas pelas empresas que cria, mas principalmente pelo ato de empreender. Assim, não se contenta em criar um negócio e ficar à frente dele até que se torne uma grande corporação. Sua habilidade maior é acreditar nas oportunidades e não descansar enquanto não as vir implementadas. Ao concluir um desafio, precisa de outros para se manter motivado.

O Empreendedor Corporativo

São geralmente executivos muito competentes, com capacidade gerencial e conhecimento de ferramentas administrativas. Trabalham de olho nos resultados para crescer no mundo corporativo, assumem riscos e têm o desafio de lidar com a falta de autonomia, já que nunca terão o caminho 100% livre para agir. Além do mais, não se contentam em ganhar o que ganham, logo, adoram planos com metas ousadas e recompensas variáveis.

O Empreendedor Social

Suas características são similares às dos demais empreendedores, mas a diferença é que se realizam vendo seus projetos trazerem resultados para os outros e não para si próprios. Tem como missão de vida construir um mundo melhor para as pessoas, criando oportunidades para aqueles que não têm acesso a elas. De todos os tipos de empreendedores é o único que não busca desenvolver um patrimônio financeiro, ou seja, não tem como um de seus objetivos ganhar dinheiro, mas prefere compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento das pessoas.

O Empreendedor por

Necessidade

Este tipo de empreendedor cria o próprio negócio porque não tem alternativa, ou seja, não tem outra opção a não ser trabalhar por conta própria. Geralmente se envolve em negócios informais, desenvolvendo tarefas simples, prestando serviços e conseguindo como resultado pouco retorno financeiro.

O Empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar)

O empreendedor herdeiro aprende a arte de empreender com exemplos da família, e geralmente segue seus passos. Muitos começam bem cedo a entender como o negócio funciona e a assumir responsabilidades na organização, e acabam por assumir cargos de direção ainda jovens. O desafio do empreendedor herdeiro é multiplicar o patrimônio recebido. Empresas familiares fazem parte da estrutura empresarial de todos os países, e muitos impérios foram construídos nos últimos anos por famílias empreendedoras, que mostraram habilidade de passar o bastão a cada nova geração.

Fonte: Adaptado de Dornelas (2007).

42

Quadro 2 – Continuação.

O “Normal” (Planejado)

Este empreendedor “faz a lição de casa” através de um bom planejamento, ele busca minimizar riscos, se preocupa com os próximos passos do negócio, tem uma visão de futuro clara e trabalha em função de metas.

Fonte: Adaptado de Dornelas (2007).

Porto et al. (2013, p.2) afirma que “o empreendedorismo, na maior parte dos casos, é dividido

entre aqueles que surgem por oportunidade e aqueles que ocorrem pela necessidade”.

2.3.3 Características e habilidades dos empreendedores

Os empreendedores possuem diversas características e habilidades que chegam a variar de

empreendedor para empreendedor. Eles possuem diversas virtudes e qualidades que são importantes

e indispensáveis para o sucesso de uma organização, seja ela de pequeno ou de grande porte.

Tomando como base uma empresa pequena, o empreendimento depende essencialmente do

empreendedor para poder atingir ou não os objetivos, metas pré-estabelecidas, e principalmente o

sucesso dela, pois “cabe a ele muitas vezes exercer, simultaneamente, o papel de dono da ideia e o de

gerente das ações que serão colocadas em prática” (MALHEIROS; FERLA; CUNHA, 2005, p. 22).

Malheiros; Ferla; Cunha (2005) citam algumas características que o empreendedor deve ter

para ser bem-sucedido, que são:

Ter iniciativa;

Buscar identificar oportunidades;

Ter perseverança,

Ter comprometimento;

Buscar qualidade;

Correr riscos calculados;

Saber determinação de metas significativas;

Buscar informações;

Ser capaz de detalhar, monitorar e de persuadir;

Independência;

Autoconfiança;

E saber trabalhar em parceria.

Esses autores ainda tratam algumas dessas características como virtudes. Eles afirmam que

existem dois tipos de virtudes que diferenciam os empreendedores dos demais no mundo dos

negócios, que são as virtudes de apoio e as superiores. Sendo a primeira importante e necessária,

enquanto que a segunda está presente apenas nos “verdadeiros empreendedores”. Nos quadros 3 e 4

43

têm-se, respectivamente, a descrição dessas virtudes, indicadas pelos autores, seguidas por suas

definições e de outros autores.

Quadro 3 – Virtudes de apoio que diferenciam os empreendedores dos demais no mundo dos negócios.

Virtude

Malheiros, Ferla e Cunha (2005)

Outros autores

Visão

Liga o hoje, momento conhecido, ao amanhã que é desconhecido, criando assim um futuro a partir de uma montagem de fatos, esperanças, sonhos, oportunidades e perigos. Ter uma visão significa saber para onde quer ir ou chegar.

Os empreendedores “[...] têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua vida e o mais importante: tem a habilidade de implementar seus sonhos.” (DORNELAS, 2014, p.23). Conforme Dolabela (2006) ele é orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo.

Energia

Os empreendedores são seres carregados de energia. Estão constantemente em busca de alguma coisa para fazer, eles não gostam de perder tempo.

Dolabela (2006) afirma que o empreendedor é um trabalhador incansável, capaz de se dedicar intensamente ao trabalho, concentrando seus esforços para atingir os resultados. “Eles se dedicam 24 horas por dia, sete dias por semana, ao negócio.” (DORNELAS, 2014, p.23).

Comprometimento

Os empreendedores estão sempre dispostos a se sacrificar ou despender esforço pessoal, fora do comum, para concretizar um projeto.

Segundo Dolabela (2006), os empreendedores creem no que fazem, assim “implementam suas ações com total comprometimento.” (DORNELAS, 2014, p.23)

Liderança

Possuindo forte capacidade de liderança, o empreendedor é capaz de agregar pessoas em torno de si e movê-las em direção aos objetivos por ele determinados.

Dornelas (2014) defende que o empreendedor sabe valorizar, estimular e recompensar seus funcionários, sendo assim respeitado e adorado por eles através de seu senso de liderança incomum. Ele sabe que para se chegar ao sucesso e obter êxito, precisa e depende de uma equipe de profissionais competentes.

Obstinação

O empreendedor quando entra em uma disputa por uma causa ou um ideal, busca só sair como vencedor. Não conseguindo vencer da primeira vez, não desiste, volta com carga total assim que for possível, usando estratégias alternativas, a fim de enfrentar os desafios e superar os obstáculos.

Segundo Dornelas (2014), eles são determinados e dinâmicos. O empreendedor atropela as adversidades e ultrapassa os obstáculos, com uma vontade ímpar de “fazer acontecer”.

Fonte: Adaptado de Malheiros, Ferla e Cunha (2005), Dornelas (2014) e Dolabela (2006).

44

Quadro 3 – Continuação.

Capacidade de Decisão/Concentração

A tomada de decisão é parte de um processo que começa com a identificação de um problema e termina apenas quando uma determinada alternativa for escolhida./ O empreendedor tem um senso apurado de prioridade e concentra-se naquilo que é realmente importante.

Dornelas (2014) diz que o empreendedor não é inseguro, pois este sabe tomar a decisão correta na hora certa, principalmente nos momentos difíceis e de adversidades, fator chave para o seu sucesso.

Fonte: Adaptado de Malheiros, Ferla e Cunha (2005), Dornelas (2014) e Dolabela (2006).

Quadro 4 – Virtudes superiores que diferenciam os empreendedores dos demais no mundo dos negócios.

Virtude

Malheiros, Ferla e Cunha (2005)

Outros autores

Criatividade

O empreendedor é uma personalidade criativa que está sempre buscando novas formas de satisfazer os clientes e muitas vezes criando novas necessidades.

Segundo Júnior (2009, p.213) a “criatividade implica viver desafios”.

Independência

O empreendedor não gosta de estar sob o controle dos outros, pois a autonomia é um dos seus grandes objetivos. Ele se apresenta sempre autoconfiante. Mantém seu ponto de vista mesmo diante da oposição ou de resultados desanimadores. Expressa confiança na sua própria capacidade de realizar tarefas difíceis e de enfrentar grandes desafios.

Conforme Dornelas (2014, p.23), os empreendedores “querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio destino.”

Entusiasmo/Paixão

Os empreendedores são entusiasmados, apaixonados por aquilo que fazem. Eles dedicam suas vidas a uma ideia que, em determinado momento, se torna um ideal.

Chiavenato (2007) explica que não é possível alguém construir uma empresa com desinteresse e apatia. Segundo Costa (2002), ter paixão pelo o que se faz é o primeiro e grande passo para o sucesso. Pois, conforme Pesce (2012, p.59), a “paixão é uma das coisas que realmente fazem você dar o melhor de si”.

Fonte: Adaptado de Malheiros, Ferla e Cunha (2005), Dornelas (2014), Dolabela (2006), Júnior (2009) Chiavenato (2007), Costa (2002) e Pesce (2012).

Com relação à paixão que o empreendedor tem pelo o que faz, a autora Pesce (2012, p.59)

explica a sua importância informando que ela mantem a pessoa focada “[...] em sua missão de longo

prazo e também torna o trabalho divertido. A paixão lhe dá coragem para sair de sua zona de conforto

e desvendar terrenos desconhecidos”.

45

Também pode ser observado, através da análise dos quadros, que as virtudes de apoio não

são somente características referentes a empreendedores, pois podem ser comuns a outros grupos e

pessoas, como os bons administradores. Porém as virtudes superiores clareiam a diferença entre o

empreendedor com os demais “participantes do jogo”. É por meio dessas virtudes que o empreendedor

“constrói impérios e modificar o mundo” (MALHEIROS; FERLA; CUNHA, 2005, p. 29).

Ainda existem umas características essências de empreendedores de sucesso, elencados por

Malheiros, Ferla e Cunha (2005), que são:

Assumir riscos;

Identificar oportunidades;

Conhecimento;

Organização.

Dolabela (2006) afirma que o empreendedor gosta do risco, mas que faz de tudo para

minimizá-lo, ou seja, assume riscos moderados, por isso, para este autor, ele não é considerado um

aventureiro. Mas sabe-se que o ato de assumir riscos de maneira cuidadosa é uma das principais

características da personalidade empreendedora, e para Dornelas (2014) o empreendedor é um

aventureiro, o autor explica que “[...] o verdadeiro empreendedor é aquele que assume riscos

calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando as reais chances de sucesso” (DORNELAS, 2014, p.24).

Ele ainda defende que “para o empreendedor, quanto maior o desafio, mais estimulante será a jornada

empreendedora” (DORNELAS, 2014, p.24). Pesce (2012, p.73) acrescenta ainda dizendo que “o maior

erro de todos é acomodar-se e não correr riscos”.

Quanto às oportunidades, Dolabela (2006) a caracteriza como algo que é atraente e durável,

pois tem hora certa, além disso, ancora-se em um produto ou serviço que cria ou adiciona valor para

seu comprador. Já Dornelas (2014, p.47), esclarece que “o que conta não é ser o primeiro a pensar e

ter uma ideia revolucionária, mas, sim, o primeiro a identificar uma necessidade de mercado e saber

como atendê-la, antes que outros o façam”.

Os empreendedores sabem que quanto maior for o domínio e o conhecimento sobre o ramo,

ao qual o seu negócio está inserido, maiores serão as chances de obterem êxito e sucesso naquilo que

fazem, por essa razão, eles são sedentos pelo conhecimento e aprendem continuamente. Eles buscam

conhecer as coisas que são interessantes ou que julgam ser importantes e necessárias para alcançar

seus objetivos e metas. Os empreendedores criam um método próprio de aprendizagem, aprendendo a

partir do que fazem, ou seja, a partir de suas experiências. Eles aprendem de forma indefinidamente

(DORNELAS, 2014; DOLABELA 2006; FILION, 1991).

46

Com relação à organização, Dornelas (2014, p.24) explica que “os empreendedores sabem

obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros, de forma racional,

procurando o melhor desempenho para o negócio”.

O autor Real (2012) também elenca algumas características empreendedoras, como a

agressividade à concorrência, e a pró-atividade. De acordo com Filion (1991, p.64) “a forma de atuação

do empreendedor é essencialmente proativa, já que ele identifica coisas novas que deverá aprender,

tendo em vista as coisas novas que deseja realizar”.

Degen (1989) relata que para ser empreendedor é preciso esquecer que trabalhará, por

exemplo, de segunda-feira a sexta-feira, apenas às 40 horas por semana, das 8 às 18 horas, e claro,

com intervalo para almoço. Pois é comum para o empreendedor, seja ele bem sucedido ou não,

trabalhar 7 dias por semana, de 12 a 16 horas por dia. Logo, “ele sabe o valor de seu tempo e procura

utilizá-lo trabalhando arduamente na consecução dos seus objetivos” (DEGEN, 1989, p.16).

Por outro lado, o preço que se paga para obter a independência pode ser alto demais, visto

que dedicar e investir tantas horas de trabalho, como foi dito, acaba sacrificando diversos aspectos da

vida pessoal do empreendedor, principalmente o lazer e a família. Mas para alguns, vale a pena se

arriscar nesse mundo (DEGEN, 1989).

De modo geral, pode-se resumir o empreendedor, como alguém que está disposto a trabalhar

arduamente para realizar uma oportunidade, pois ele sabe aproveitar as oportunidades que cruzam o

seu caminho. O empreendedor tem sede por realização pessoal e poder, assim dão tudo de si, a fim

de atingir os seus objetivos (MALHEIROS; FERLA; CUNHA, 2005, P.48).

2.3.4 Empreendedor inovador

Uma das principais características dos empreendedores é a habilidade de gerar inovações em

seu empreendimento. Sabendo disso, este tópico apresenta algumas opiniões e ideias, de alguns

autores, relacionadas à importância que tem as inovações para a criação e gestão de

empreendimentos.

Para Hashimoto (2006), a inovação requer um conjunto bem diversificado de atitudes mentais e

ações por parte do empreendedor. Diferente de empresas possuidoras de atitudes que valorizam os

status quo e o controle, a inovação é imprevisível, ambígua e uma aventura incerta. “A inovação

também pode ser vista como uma ferramenta importante para o empreendedor, os meios pelos quais

exploram as alterações como uma oportunidade para um negócio ou um serviço diferente” (PORTO ET

AL., 2013, p.1).

47

Na visão de Dornelas (2014, p.29), “o empreendedor revolucionário é aquele que cria novos

mercados, ou seja, o indivíduo que cria algo único, como foi o caso de Bill Gates, criador da Microsoft,

que revolucionou o mundo com o sistema operacional Windows©”. Mas o autor ainda lembra que

muitos dos empreendedores conseguem ser bem-sucedidos, mesmo criando seus empreendimentos

em mercados já existentes. Segundo Motta (2001), a maioria das inovações, além de gerar melhorias

na qualidade dos produtos e serviços, aumenta a eficiência empresarial. Assim, Robbins (2005, p.17),

relata que as:

Organizações bem-sucedidas de hoje precisam fomentar a inovação e dominar a arte da mudança ou serão candidatas à extinção. O sucesso irá para as organizações que mantém sua flexibilidade, continuamente aprimoram sua qualidade e enfrentam a concorrência colocando um constante fluxo de produtos e serviços inovadores no mercado.

Contudo, Dornelas (2014) alerta que o empreendedor deve estar sempre bem informado, pois

é a partir dessas informações que ele poderá desenvolver novas ideias. Para o autor, o empreendedor

deve estimular sua criatividade para a geração dessas novas ideias, porém não se preocupando de

início se ela é viável ou não, pois essa seleção só irá ocorrer em uma etapa seguinte, após ter várias

ideias em mãos. Logo, Hashimoto (2006, p.4) afirma que “[...] nem sempre o empreendedor gera a

idéia ou inova, mas tem papel fundamental na transformação de qualquer idéia, dele ou de terceiro, em

um projeto ou produto de sucesso”.

Hashimoto (2006) ainda explica que muitas empresas atuais tem dificuldade em inovar, pois

confundem inovação com criatividade, além do mais, elas precisam de uma inovação que não seja

qualquer. Para o autor:

Elas necessitam da inovação empreendedora, de resultados, incremental, normalmente pouco perceptível e que surge e cresce sem grande alarde, além da busca deliberada e organizada por mudanças e da análise conjuntural das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para a inovação econômica e sócia (HASHIMOTO, 2006, p.115).

Traduz então, que a inovação é marcada por sua originalidade, além do mais, ela pode ser

utilizada como uma solução criativa na resolução de problemas e no encaro a concorrentes. Assim,

qualquer pequena mudança pode ser considerada uma inovação (HASHIMOTO, 2006).

48

2.4 Fatores determinantes na criação e gestão do próprio negócio

Neste capítulo serão tratados alguns fatores que influenciam de forma direta ou indireta na

criação e gestão de empreendimentos, sendo eles capazes de levar o empreendedor ao sucesso,

como também ao fracasso em suas atividades.

A ideia de um negócio pode surgir para o empreendedor, através da observação de atividades,

de culturas, sociedades, hábitos sociais e de consumo, e até mesmo por meio de contatos com amigos,

por exemplo. Essa ideia também pode ser influenciada pelas próprias habilidades e aptidões dos

empreendedores, por seus gostos e características pessoais, o que também nem sempre está ligado e

vinculado à experiência prévia do ramo escolhido para iniciar o negócio próprio (PORTO ET AL., 2013).

Dentre uma grande variedade de motivos existentes para se criar uma empresa, ou abrir um

negócio próprio, Degen (1989) cita algumas razões mais comuns, que seriam:

A vontade de ganhar muito dinheiro, mais do que seria possível na condição de empregado;

O desejo de sair da rotina e levar suas próprias ideias adiante;

A vontade de ser seu próprio patrão e não ter que dar satisfações a ninguém sobre seus atos;

A necessidade de provar a si e aos outros de que é capaz de realizar um empreendimento;

E o desejo de desenvolver algo que traga benefícios, não só pra si, mas para a sociedade.

O autor ainda destaca os dois primeiros pontos, onde, segundo ele, a maioria das empresas de

sucesso foi criada por homens e mulheres que possuíam uma vontade de ganhar muito dinheiro e, em

outros casos, pelo desejo de sair da rotina a qual estavam submetidos.

Ao iniciar uma empresa, Malheiros, Ferla e Cunha (2005, p. 24) afirmam que o empreendedor

“[...] será aquele que tomará as decisões e suas características influirão muito nesse arriscado negócio.

É preciso muita determinação e perseverança. A criatividade será necessária não só para iniciar, mas

também para sustentar o negócio ao longo do tempo”.

Degen (1989) afirma que existem cinco pré-requisitos a serem analisados para a abertura de

um novo empreendimento, onde o empreendedor deve ter respostas positivas para os mesmos.

Conforme o autor, respostas positivas indicarão que o futuro empresário terá grandes chances de

sucesso. Os pré-requisitos estão apresentados a seguir, no quadro 5.

Quadro 5 – Pré-requisitos propostos por Degen (1989).

Conceito de negócio

Consiste na descrição da necessidade do grupo de clientes aos qual o empreendedor pretende atender com seus produtos ou serviços. Assim, permite a ele simular situações de compras com potenciais clientes, buscando testar suas ideias e identificar problemas para serem corrigidos.

Fonte: Degen (1989).

49

Quadro 5 – Continuação

Conhecimento

O empreendedor precisa ter o conhecimento necessário para gerar seus produtos ou serviços.

Contatos

É importante que o futuro empreendedor mantenha contatos com seus possíveis colaboradores (ex.: clientes, fornecedores, sócios, investidores, etc.), antes de iniciar o novo empreendimento.

Recursos

É importante que o futuro empreendedor disponha de todos os recursos necessários para a viabilização de seu empreendimento.

Encomendas

O empreendedor precisa ter certeza de que contará com um número necessário de clientes para realizar as vendas e manter a empresa, logo, não há atividade comercial sem clientes.

Fonte: Degen (1989).

Independente do ramo que for escolhido, o empreendedor precisa decidir aonde irá instalar o

seu negócio próprio. De acordo com Chiavenato (2007), essa escolha irá depender de vários fatores,

que variarão conforme o campo em que a empresa pretende atuar, ou seja, haverá diferença se ela é

produtora de bens para se ela for prestadora de serviços, se está no setor industrial ou comercial etc. O

autor assegura que a localização ideal é aquela em que todos os fatores são atendidos com total ou

parcial satisfação.

Contudo, Degen (1989) relata que a elaboração de um bom plano de negócio aumenta

significativamente as chances de se obter sucesso com um novo empreendimento.

2.4.1 Desafios

Sabe-se que o ambiente empresarial é recheado por obstáculos, desafios que estão

constantemente influenciando as decisões dos donos de empresas para sobreviverem no mercado

competitivo. Assim, neste tópico será discutido sobre esses fatores desafiantes que se impõem aos

empreendedores, tanto para criar o seu empreendimento, como para mantê-lo.

Como relata Chiavenato (2007), as empresas não vivem isoladas do mundo e nem são

absolutas, pois operam em um ambiente geral composto por uma multiplicidade de variáveis que estão

constantemente interagindo, de forma dinâmica, entre si. São variáveis econômicas, sócias,

tecnológicas, culturais, legais, demográficas e ecológicas, que segundo o autor, causam impactos

profundos em qualquer empresa.

Logo, apesar de o mercado estar cada vez mais competitivo e dinâmico para as empresas,

Greco et al. (2013) defende que há sempre espaço para o empreendedor conseguir vencer os seus

obstáculos, e assim implantar suas ideias e construir o seu empreendimento. Kiyosaki, Fleming e

Kiyosaki (2012, p.9) afirmam que:

50

Os verdadeiros empresários agem quando os tempos estão ruins. Eles realmente não se importam com as oscilações do mercado. Estão sempre em busca de melhores produtos e melhores processos. Então, quando alguém diz: “Poxa, há menos oportunidades agora”, é porque essa pessoa é perdedora.

Os autores Malheiros, Ferla e Cunha (2005) explicam que o desafio é proporcional ao

obstáculo, quanto maior este, maior será o desafio. E para o empreendedor os obstáculos existem e

surgiram para serem ultrapassados, e não comtemplados. Ou seja, o empreendedor tem uma visão

diferente com relação aos obstáculos que lhe são impostos. Á vista disso, hoje já se tem conhecimento

que:

[...] são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade (DORNELAS, 2014, p.9).

Todavia, Malheiros, Ferla e Cunha (2005, p.18), destacam que “[...] para ser empreendedor em

meio a uma economia instável é necessário ter iniciativa e estar preparado para assumir os riscos e

compromissos necessários”. Assim o empreendedor, não deve permitir que venha a ser atingido pelo

medo de fracassar em sua jornada, e nem de se sentir inseguro e incapaz de gerir e administrar o seu

negócio próprio, pois esses tipos de sentimentos negativos podem e devem limitar, restringir e

prejudicar o potencial empreendedor do empresário (GRECO ET AL., 2013).

Entretanto, muitos autores fortalecem a ideia de que o empreendedor sabe lidar com o

fracasso, com essas dificuldades e tropeços que as adversidades do mundo dos negócios lhes

acarretam. Por exemplo, Kiyosaki, Fleming e Kiyosaki (2012) defende que a recessão econômica é o

melhor momento para iniciar um negócio próprio. O exemplo de grandes empresas como a Microsoft e

a Disney, além de outras grandes, presentes no índice da bolsa de valores de Nova York, surgiram em

meios a recessões. Segundo eles, “[...] durante uma incerteza econômica, as pessoas se tornam

criativas. Elas saem de suas zonas de conforto e tomam a iniciativa de se ajustar às suas despesas. É

o melhor do velho empreendedorismo. Em épocas de fraqueza, os fortes emergem” (KIYOSAKI;

FLEMING; KIYOSAKI, 2012, p.10).

Dolabela (2006) também defende que o empreendedor ver fracasso como um resultado como

outro qualquer e, além disso, ele acaba apreendendo com os resultados negativos, retirando assim,

uma lição e aprendizagem dos próprios erros que foram cometidos, para assim não serem repetidos.

Pesce (2012) traz uma boa justificativa para isso quando afirma que apreender com os erros é a chave

para o sucesso, pois existem muitos fundadores que obtiveram sucesso em seus negócios,

simplesmente por apreender com seus próprios erros. A autora, ainda ressalta o quanto é importante

51

ter paixão por aquilo que se faz, pois isso faz com que o empreendedor não deixe as falhas o

derrotarem, ele aprende com elas.

Sabe-se então que um dos pontos mais comuns, vistos como barreiras, que estão à frente do

futuro empresário para montar o seu próprio negócio é o fator dinheiro. Porém, Degen (1989) avisa que

é necessário desacreditar de alguns mitos que desencorajam os empreendedores a investir em um

empreendimento, quando o assunto é dinheiro. Esses mitos estão representados no quadro 6.

Quadro 6 – Mitos que desencorajam os empreendedores a investir.

É preciso dinheiro para fazer dinheiro;

Segundo as pesquisas realizadas pelo autor, a maioria dos empreendedores bem-sucedidos começaram seus negócios sem dinheiro. De fato, é mais fácil iniciar uma empresa com recursos financeiros disponíveis, porém, conforme o autor, a escassez disso se torna um pretexto para esconder outros fatores que anulam o potencial empreendedor, como a preocupação com a imagem social e a falta de disposição para assumir riscos.

É feio ter dívidas;

Se o empreendimento é considerado viável, não há problemas em assumir dividas, afinal elas fazem parte de toda atividade empreendedora. Mas se o empreendimento é inviável, possivelmente terá problemas com ou sem as dividias.

Uma boa capitalização faz um bom negócio;

Contando que o empreendimento mantenha uma boa margem de lucro sobre suas vendas, ou seja, uma alavancagem financeira positiva ou taxa de retorno superior ao custo financeiro do seu endividamento, ele permanecerá numa situação boa, mesmo estando 100% endividado.

Começar sem dinheiro é

começar pequeno;

De acordo com o autor, a dimensão do empreendimento depende, principalmente, do seu ponto de equilíbrio operacional e da capacidade do empreendedor de arrecadar dinheiro dos sócios, investidores, fornecedores e clientes.

Meu negócio não pode começar sem dinheiro;

Os únicos negócios que não podem começar sem dinheiro, são os empreendimentos que não possuem uma boa ideia, inviáveis, de baixo lucro e crescimento limitado, pois não conseguirão atrair investimentos de ninguém.

Somente aventureiros conseguem começar

sem dinheiro.

Conforme o autor, muitas pessoas honestas estão, diariamente, criando negócios sem dinheiro e obtendo sucesso.

Fonte: Adaptado de Degen (1989).

Para iniciar o negócio sem dinheiro, Degen (1989, p. 248), cita algumas atitudes e posições

que o empreendedor deve tomar para seguir em frente, que são:

Desacreditar dos mitos que foram citados anteriormente, no quadro 6.

Ter grande necessidade de realização;

Estar disposto a trabalhar duro;

Não se abater com as dificuldades e as negativas que for encontrando;

Conseguir contagiar a todos, com grande entusiasmo, quanto à oportunidade de negócio.

52

Contudo, Dornelas (2014) defende que o futuro empreendedor deve investir em uma área que

conhece e que tenha afinidade, ou que pelo menos um de seus sócios a tenha. Para o autor, investir

em um ramo cujo conhecimento sobre ele é muito pouco, as chances de se obter sucesso são

mínimas, mesmo que seja uma área bastante lucrativa. Daí a importância do empreendedor gostar de

atuar na área e ter paixão pelo seu negócio e pelas atividades que realiza. “O que deve ficar claro é

que o empreendedor deve pensar muito bem em que vida quer levar, projetar mentalmente as

dificuldades pelas quais passará e se questionar se está disposto a encarar o desafio” (DORNELAS,

2014, p.50).

2.4.2 Oportunidades e incentivos

Outros fatores que também estão presentes na jornada do empreendedor são as

oportunidades, encontradas no ambiente em que estão inseridos, e os incentivos que são ofertados a

esses empresários como fator motivador para impulsioná-los a continuar desenvolvendo suas ideias

empreendedoras.

Existem incentivos governamentais e fiscais, conforme Malheiros, Ferla e Cunha (2005), para

aquelas empresas que estão trabalhando, e buscando produzir seus produtos ou prestar seus serviços,

de modo que não agridam o meio ambiente, que realizam projetos sociais em prol da justiça e da

igualdade, em outras palavras, empresas que buscam o desenvolvimento sustentável. De acordo com

Dolabela (2006, p.145),:

Os formadores de opinião, líderes em qualquer área, e os órgãos de mídia devem fortalecer e incentivar a imagem do empreendedor. As grandes empresas, comprometidas com a sociedade, devem ser chamadas a colaborar diretamente no suporte às PME, oferecendo financiamentos, parcerias, encomendas.

Se tratando das oportunidades, Dornelas (2014) afirma que elas, na maioria das vezes, são

únicas. E o empreendedor pode passar vários anos sem ter a chance de aproveitar uma oportunidade

no seu negócio, como, por exemplo, desenvolver um novo produto, conquistar um novo mercado

consumidor, ou até mesmo firmar uma parceria de extrema importância que possa lhe proporcionar um

grande diferencial competitivo perante a sua concorrência.

Diz-se que a oportunidade é como uma deusa que nos ilumina e nos acena por breves e curtos momentos, e que são poucos os afortunados que estão na sua mira. Na verdade, estes “afortunados” nada mais são que empreendedores que possuem a percepção aguçada e estão abertos às oportunidades (HASHIMOTO, 2006, p.121).

53

Segundo Degen (1989) é preciso ter predisposição e criatividade por parte do empreendedor

para identificar as oportunidades. A predisposição para explorar o mundo, observar empreendimentos,

e enxergar oportunidades por traz de seus anúncios e fachadas, seu funcionamento e as razões para

seu sucesso, mediocridade ou fracasso. E assim se utilizar da sua criatividade para começar a associar

suas observações, e desenvolver uma fórmula de sucesso sobre um tipo de negócio ou outro que

foram analisados.

Hashimoto (2006) defende que as oportunidades estão sempre presentes no cotidiano, e

surgem, às vezes, quando e onde menos o empreendedor pode esperar. Por exemplo, podem estar

por detrás de algum problema a ser solucionado, alguma necessidade que o mercado tem carência a

ser suprida, alguma tendência de moda, e até mesmo podem ser identificadas em um simples

comentário feito por uma dona de casa. Assim, o empreendedor deve sempre estar atento á tudo o que

acontece em sua volta.

Logo mais, Degen (1989) cita oito fórmulas mais comuns no processo de identificar as

oportunidades, que são:

Identificação de necessidades;

Observação de deficiência;

Observação de tendências;

Derivação da ocupação atual;

Procura de outras aplicações;

Exploração de hobbies;

Lançamento de moda;

Imitação do sucesso alheio;

Para o autor, “[...] a fórmula mais direta para identificar oportunidades de negócios é procurar

necessidades que não estão sendo satisfeitas e desenvolver os produtos ou serviços para satisfazê-

las, a um custo que os consumidores estejam dispostos a pagar” (DEGEN, 1989, p.22). Enquanto que

“para identificar oportunidades de negócios através da observação de tendências, o empreendedor tem

de compreender as tendências que influenciam o nosso dia-a-dia e tentar prever quais e quando vão

ocorrer mudanças e como vão nos afetar” (DEGEN, 1989, p.26).

Segundo Dolabela (2006), não existe uma “receita de bolo”, nem checklists para conseguir

identificar e agarrar as oportunidades que surgem no ambiente, para o autor, tudo irá depender da

capacidade do empreendedor. Logo, o autor também não descarta que pode haver desafios referentes

à identificação dessas oportunidades, por exemplo, quando elas estiverem presentes e enterradas em

dados contraditórios, inconsistências, lacunas de informações e outros demais tipos de vácuos, caos

do mercado etc. Mas, por outro lado, quanto mais imperfeito for o mercado, mais abundantes são as

54

oportunidades. Além disso, os autores Kiyosaki, Fleming e Kiyosaki (2012, p.10) defendem que “o

momento de novas oportunidades ocorre em tempos econômicos difíceis”.

“O mar está para peixe? É a pergunta que todo pescador faz, diariamente, antes de partir para

a pesca em alto-mar. A mesma pergunta fazem os empreendedores quando analisam o investimento

em algum novo negócio” (CHIAVENATO, 2007, p.29).

Após identificar as oportunidades, Dornelas (2014, p.53) alerta para que o empreendedor faça

uma análise sobre alguns aspectos que devem ser bem estudados, que são:

1. A qual mercado ela atende? 2. Qual o retorno econômico que ela proporcionará? 3. Quais são as vantagens competitivas que ela trará ao negócio? 4. Qual é a equipe que transformará essa oportunidade em negócio? 5. Até que ponto o empreendedor está comprometido com o negócio?

De acordo com Dornelas (2014), os mercados mais atrativos para o empreendedor investir em

um novo negócio, são os de maior potencial em crescimento e cobertura de mercado, pois possibilitam

que haja um crescimento mais rápido da participação produto ou serviço, além do fortalecimento da

marca, no seu mercado consumidor. O autor ainda defende que “é importante que se faça uma

criteriosa análise das reais possibilidades de retorno econômico do empreendimento, pois não adianta

simplesmente ser líder de mercado se o retorno financeiro não compensar o esforço do

empreendimento” (DORNELAS, 2014, p.56).

Com relação ao terceiro ponto, Dornelas (2014, p.57) explica que as “vantagens competitivas

estão necessariamente ligadas a diferenciais que proporcionam um ganho para o consumidor”. Neste

caso, Cauduro (2013) alerta que existem duas antigas formas de ser diferente no mercado, que seria

por ter o menor preço ou o por fornecer o melhor produto. Então cabe ao empreendedor criar outra

exclusividade, seja através da embalagem do produto, ou até mesmo no modo como ele é entregue ao

cliente da empresa.

Para Hashimoto (2006), essas vantagens competitivas, criadas pelas organizações, seja

através de seus processos produtivos ou por meio dos seus produtos, são de grande importância para

que estas empresas, ao longo prazo, sejam bem-sucedidas. Com relação a essa estratégia

competitiva, Porter (1989, p.1), explica que ela “[...] é a busca de uma posição competitiva favorável em

uma indústria, a arena fundamental onde ocorre a concorrência. A estratégia competitiva visa a

estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinem a concorrência na

indústria”.

55

Se tratando da equipe, “de nada adianta identificar uma oportunidade, criar um protótipo de um

produto, o mercado ser espetacular e promissor, o empreendedor ter desenvolvido um bom pano de

negócios, se ele e sua equipe não estiverem à altura do negócio criado” (DORNELAS, 2014, p.58). Já

com relação ao último ponto, Dornelas (2014) alerta que o empreendedor precisa se identificar com a

ideia e a oportunidade de negócio surgida.

Assim, Degen (1989) também sugere alguns fatores para serem analisados e considerados

para a escolha da oportunidade identificada, que são:

A sazonalidade;

Efeitos da situação econômica;

Controle governamental;

Dependência de elementos de disponibilidade e custo incerto;

Ciclo de vida do setor – expansão; estagnação ou retração;

Lucratividade;

Mudanças que estão ocorrendo no setor;

Efeitos da evolução tecnológica;

Grau de imunidade à concorrência;

Atração pessoal;

Barreiras à estrada.

Já com relação às ideias que os empreendedores têm a partir das oportunidades que

enxergam, Dolabela (2006, p.60-61) diz que:

É comum empreendedores fazerem segredo da sua idéia por medo de que alguém a copie. Nada mais enganoso. É importante que a idéia seja discutida, criticada. As idéias são diferentes das oportunidades e nascem no interior das pessoas. A mesma idéia pode significar um negócio promissor para uma pessoa enquanto para outra talvez permaneça como simples idéia.

Para Dornelas (2014) é importante que o empreendedor discuta suas ideias, por exemplo, com

outros empreendedores experientes e conselheiros, amigos próximos e clientes em potencial, para

assim não deixar que o ânimo pela ideia o deixe cego em sua visão analítica. Pois, como afirma

Dolabela (2006, p.71), “a oportunidade deve se adequar à pessoa, ou seja, a mesma oportunidade

pode ser interessante para um e não para outro”. Dornelas (2014), ainda destaca que independente da

ideia ser única ou não, o importante é como o empreendedor se utilizará dela, de modo que faça a

empresa crescer.

Por fim, podem-se resumir as características das oportunidades, conforme Dolabela, (2006)

como sendo atraentes e duráveis, com hora certa, e que se ancoram em um produto ou serviço,

gerando ou adicionando valor para seu comprador. E Hashimoto (2006, p.122) ainda alerta que

56

“ninguém persegue uma oportunidade se não quiser. [...]. Assim, por mais que esteja exposto a todas

as fontes de oportunidades possíveis, se o indivíduo não tiver interesse, nenhuma delas será

detectada”.

57

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

O presente capítulo vem tratar dos procedimentos metodológicos aplicados na realização desta

pesquisa. Será discutido sobre a metodologia, a qual deu auxílio à elaboração de um instrumento de

pesquisa, assim como possibilitou o estudo sobre os empreendedores de bares e restaurantes no

Açude público de Pau dos Ferros – RN, bem como responder ao problema de pesquisa, juntamente

com os objetivos gerais e específicos propostos neste projeto de TC, e pelo relatório de estágio.

Primeiramente, para além dar fundamentação a esta pesquisa, a pesquisa bibliográfica

forneceu o suporte necessário para se desenvolver o referencial teórico. Ela, conforme Gil (2002, p.44)

“[...] é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos

científicos”. Sendo assim, é importante que o pesquisador analise a veracidade das informações

coletadas e dos dados obtidos, verificando se há incoerência ou contradições que possam apresentar,

caso sejam coletados na internet, deve-se ficar atento à confiabilidade e fidelidade das fontes

consultadas (PRODANOV; FREITAS, 2013).

3.1 Definição de Pesquisa

Muitas das vezes a natureza e a finalidade de uma pesquisa são mal compreendidas por parte

de alguns alunos e professores, o que faz dela apenas uma cópia de informações desordenadas ou de

várias opiniões sobre um assunto, às vezes, não referenciadas adequadamente (PRODANOV;

FREITAS, 2013). “O importante aqui é compreender a pesquisa como um processo de produção de

conhecimento para a compreensão de uma dada realidade, isto é, que auxiliem na sua interpretação”

(TOZONI-REIS, 2009, p. 7).

Dessa maneira, para o conceito de “pesquisa”, usamos a definição proposta por Marconi e

Lakatos (2003, p.155), o qual julga ser “[...] um procedimento formal, com método de pensamento

reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou

para descobrir verdades parciais”. Além disso, geralmente, ela é exigida quando não há informações

suficientes que possam responder a determinado problema, ou quando estas informações não possam

ser adequadamente relacionadas ao mesmo, isso por estarem em um estado de desordem (GIL, 2002).

Então, para se desenvolver um projeto de pesquisa, é necessário seguir alguns passos para a

sua elaboração. Marconi e Lakatos (2003) citam seis passos necessários.

58

1. Seleção do tópico ou problema a ser pesquisado para a investigação científica; 2. Definição e diferenciação de forma clara e objetiva do problema como base para a

investigação; 3. Levantamento de dados e informações de trabalho; 4. Coleta, sistematização e classificação dos dados para a análise; 5. Análise e interpretação dos dados e informações coletadas; 6. Relatório do resultado da pesquisa por meio de gráficos e tabelas.

Assim, sabendo da existência desses passos, requeridos para a realização de uma pesquisa,

Gil (2002) esclarece que a determinação da estrutura utilizada para a elaboração de um projeto de

pesquisa irá depender tanto do tipo de pesquisa que será realizada, como também de quem irá

elaborar ela, ou seja, não existem regras fixas para isso. Logo, é necessário que o projeto de pesquisa

esteja bastante claro, e detalhado, sobre como será realizado, para assim ser mais bem avaliado em

todo o seu processo.

3.2 Tipo de pesquisa

O presente estudo se enquadra na classificação “quanto aos fins” como pesquisa exploratória,

pois busca estudar e conhecer o perfil dos empreendedores, formais e informais, dos bares e

restaurantes existentes às margens do Açude público do município de Pau dos Ferros – RN, bem como

as características de seus empreendimentos, os desafios, as oportunidades e incentivos no ramo de

atividade pesquisada. Da mesma forma, se classifica como pesquisa descritiva, já que serão expostos

os dados e informações coletadas, criando, assim, condições de identificar novas oportunidades que

estimulem e impulsionem o desenvolvimento do empreendedorismo local e em áreas de lazer.

A seguir, o quadro 7 apresenta alguns conceitos de pesquisas exploratórias e descritivas,

proposto por alguns autores:

Quadro 7 – Alguns conceitos sobre pesquisas exploratórias e descritivas.

Autores Pesquisa exploratória Pesquisa descritiva

Gil (2002)

[...] têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema [...]. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições.

Têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.

Fonte: Adaptado de Gil (2002), Prodanov e Freitas (2013) e Vergara (2004).

59

Quadro 7 – Continuação.

Prodanov e Freitas (2013)

Possui planejamento flexível, o que permite o estudo do tema sob diversos ângulos e aspectos.

Visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.

Vergara (2004)

É realizada em áreas na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado.

Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação.

Fonte: Adaptado de Gil (2002), Prodanov e Freitas (2013) e Vergara (2004).

Quanto aos meios, a metodologia utilizada nesta pesquisa foi o levantamento. De acordo com

Gil (2002, p. 50), esse tipo de pesquisa se caracteriza pela:

[...] interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados.

Ainda, pode-se definir que este estudo se utilizou de métodos quantitativos e qualitativos para

a realização da pesquisa. Onde, Deslandes, Gomes e Minayo (2009) caracterizam a primeira como

“objetiva e científica”, e a segunda como “subjetiva e impressionista”.

Quanto à análise quantitativa, Prodanov e Freitas (2013, p.69) dizem que “[...] significa traduzir

em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las”. Já a análise qualitativa, que irá

qualificar o perfil dos empreendedores, bem como os desafios, oportunidades e incentivos identificados

através do instrumento de pesquisa aplicado, Deslandes, Gomes e Minayo (2009, p.21), explicam que

ela “[...] trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos

valores e das atitudes.” A pesquisa qualitativa tem como base, a interpretação dos fenômenos

estudados, bem como a atribuição de significados para os mesmos (PRODANOV; FREITAS, 2013).

3.3 Universo e amostra

De acordo com Rudio (2007), a pesquisa científica não possuí interesse em realizar estudos

em indivíduos de forma isolada, ou seja, ela busca, primeiramente, estabelecer uma generalização,

fazendo observações e estudos sobre grupos. Para isso realiza estudos em grupos de indivíduos,

também conhecidos como ”população” ou “universo”, em seu campo de observação.

O universo de uma pesquisa compreende ao conjunto de todos os elementos (empresas,

pessoas, produtos etc.) que possuam as características necessárias para servir como objeto de estudo,

60

já a amostra ou população amostral é parte deste universo, selecionada por algum critério de

representatividade (VERGARA, 2004).

Assim, o presente estudo utilizou como universo os empreendedores, formais e informais, dos

bares e restaurantes existentes às margens do Açude público do município de Pau dos Ferros-RN,

sendo eles um total de 9 (nove) empreendedores, onde 2 (dois) gerenciam negócios formais e 7 (sete)

empreendem negócios informais.

Então, sobre a amostra, este estudo utilizará o censo para a coleta de dados, visto que contará

com todos os empreendedores que possam colaborar em responder o instrumento de pesquisa

proposto. De acordo com Gil (2002, p.51), “quando o levantamento recolhe informações de todos os

integrantes do universo pesquisado, tem-se um censo”.

3.4 Coleta dos dados

Este trabalho teve a aplicação de um instrumento de coleta de dados, representado pelo

formulário, contendo perguntas objetivas e subjetivas, com todos os empreendedores, que se

enquadravam nos critérios propostos pelo problema de pesquisa, durante o período de 14 (quatorze)

de fevereiro a 1 (um) de março de 2015.

Para garantir a confiabilidade desse instrumento de pesquisa, Rudio (2007, p.114) defende que

ele tem que ter validade e fidedignidade, pois “[...] um instrumento é válido quando mede o que se

pretende medir e fidedigno quando aplicado à mesma amostra oferece consistentemente os mesmos

resultados”, então foi realizado um pré-teste.

Sabe-se que a aplicação de um pré-teste dos instrumentos de pesquisa é muito importante,

pois ele serve, segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 165), para “[...] verificar até que ponto esses

instrumentos têm, realmente, condições de garantir resultados isentos de erros”. Muitos pesquisadores

negligenciam essa tarefa, que é importância para identificar e eliminar possíveis problemas, presentes

no instrumento, dessa forma, validando ele para o levantamento de dados (GIL, 2002; MARCONI,

LAKATOS, 2003). Com isso, o pré-teste dessa pesquisa foi realizado no período de 1 a 6 de dezembro

de 2014, aplicado com quatro empreendedores dos bares e restaurantes (Assecas, Bar do Flamengo e

Prainha Bar e Bar 2 Irmãos), localizados no Açude público de Pau dos Ferros – RN. Esta avaliação foi

muito importante, de modo que foi possível readaptar algumas perguntas ao questionário, bem como a

eliminação e acréscimo de outros questionamentos.

A seleção deste instrumento de coleta de dados ocorreu pela avaliação do público alvo, sendo

este, os empreendedores, a fim de conhecer suas atividades diárias e os fatores influentes na sua

gestão empreendedora. O formulário, de acordo com Vergara (2004, p. 55), é “[...] um meio termo entre

61

questionários e entrevista”, onde o aluno que estará realizando a pesquisa levará os questionários até

os informantes, questionando de forma oral o seu roteiro de entrevista e os preenchendo

pessoalmente, ou seja, é um contato face a face com o entrevistado (MARCONI; LAKATOS, 2003).

Além do mais, o formulário tornou-se mais prático de ser utilizado, visto que não exigiu tanto

tempo e atenção dos entrevistados, pois estes não precisariam ler e nem escrever, apenas responder

aos questionamentos, ou seja, podiam continuar realizando suas atividades (descongelando peixe,

limpando mesas, cozinhando, entre outras atividades.) e responder a pesquisa ao mesmo tempo.

3.5 Tratamento dos dados

O tratamento dos dados vem a ser, conforme Vergara (2004, p. 59), o momento em que “[...] se

explica para o leitor como se pretende tratar os dados a coletar, justificando por que tal tratamento é

adequado aos propósitos do projeto”.

Após a aplicação do pré-teste, e posteriormente o instrumento de pesquisa para a coleta de

dados e informações, segue-se para a análise dos mesmos. Nessa etapa, é importante que seja bem

organizado os dados colhidos para ser feito a tabulação dos resultados, e o seu estudo. Segundo Gil

(2002) essa análise dos dados deve ser realizada observando os objetivos que foram estabelecidos,

bem como ao plano da pesquisa elaborado, podendo até exigir, em alguns casos, o uso de técnicas de

alta sofisticação.

Os dados subjetivos colhidos durante a pesquisa, sobre os empreendedores, foram analisados

de forma qualitativa, bem como relacionados às bases teóricas coletadas para a fundamentação deste

trabalho de curso. E terá a análise quantitativa das questões objetivas propostas aos entrevistados,

através de métodos estatísticos. Serão utilizadas também, ferramentas como o software Microsoft

Excel, para auxiliar na elaboração final dos resultados colhidos como na criação de gráficos, para

assim, as informações e resultados finais serem mais claros e precisos sobre o conteúdo a que se

trata, e melhorar a interpretação para o leitor deste estudo.

62

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo será abordada uma das principais partes desse trabalho de curso. Aqui, será

tratada a análise e a discussão dos dados colhidos durante a realização da pesquisa, aplicada com os

empreendedores dos bares e restaurantes localizados no Açude público de Pau dos Ferros – RN.

A construção desta parte do trabalho baseia-se em autores presentes no referencial teórico,

elaborado para dar fundamentação à pesquisa. Eles irão auxiliar no entendimento sobre a realidade

estudada e discutida. As discussões das questões seguem de modo que possam responder o objetivo

geral, bem como os objetivos específicos propostos para serem estudados e analisados.

De modo geral, aqui serão analisados e discutidos os desafios, as oportunidades e os

incentivos encontrados pelos donos de bares e restaurantes localizados às margens do Açude20

público do município de Pau dos Ferros – RN, bem como as características desses empreendedores e

de seus empreendimentos.

4.1 Perfil dos empreendedores

Primeiramente, buscou-se estudar o perfil dos empreendedores do Açude público de Pau dos

Ferros – RN, o que além de ser um ponto básico em qualquer trabalho acadêmico, este tópico é de

fundamental importância para conhecer quem são esses empresários e suas características, e assim

traçar um perfil completo dos donos de bares e restaurantes estudados.

A seguir, a tabela 5 apresenta o resultado sobre o perfil dos donos dos bares e restaurantes do

Açude de Pau dos Ferros – RN, contendo assim informações sobre o gênero, naturalidade, estado civil,

faixa etária e grau de instrução dos empreendedores.

Tabela 5 – Perfil dos empreendedores

Gênero

Masculino 78% Feminino 22%

Naturalidade Pau dos Ferros – RN 67%

Santa Cruz – RN 11% Rafael Fernandes – RN 11%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

20 Serão utilizados termos como “barragem” e “açude” para se referir ao Açude de Pau dos Ferros – RN, logo, como já foi mencionado anteriormente, na “caracterização da organização”, o mesmo não é classificado oficialmente como barragem, mas é conhecido popularmente como Barragem pública de Pau dos Ferros – RN. Então aqui será utilizado ambos os termos.

63

Tabela 5 – Continuação.

Belém do Brejo do Cruz – PB 11%

Estado civil Casados 33%

Divorciados 33% Solteiros 22%

União estável 11% Faixa etária

Entre 26 e 30 anos 33% Entre 31 e 35 anos 11% Entre 36 e 40 anos 11% Entre 41 e 45 anos 11% Entre 46 e 50 anos 11% Acima de 51 anos 22%

Grau de instrução Ensino médio (2º grau) completo 44%

Ensino fundamental (1º grau) completo 22% Ensino fundamental (1º grau) incompleto 33%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Analisando a tabela 5, com relação ao gênero dos empresários, observa-se que o número de

pessoas do sexo masculino é bem superior ao do sexo feminino. Com 78%, os homens se mostram em

grande peso, já as mulheres estão apenas com 22% de participação nos empreendimentos21, assim,

uma diferença de 56% entre ambos. Já na pesquisa GEM do ano de 2013, as mulheres estão com uma

maior participação no mercado e na abertura de novos negócios no Brasil, representando 52% dos

novos empreendimentos com menos de três anos e meio de atividade. Contudo, mesmo as mulheres

sendo maioria em quatro das cinco regiões brasileiras, no Nordeste possuem uma participação inferior

a dos homens, com 49%, mas ainda é muito pouca a diferença (GRECO ET AL., 2013).

Sobre a naturalidade, observa-se que 67% dos empresários são de Pau dos Ferros – RN.

Logo, 11% é natural da cidade de Santa Cruz – RN, 11% do município de Rafael Fernandes, e 11% de

Belém do Brejo do Cruz – PB. Assim, além de possuir um forte número de empreendedores nascidos

na localidade, o que pode supor a existência de uma boa cultura empreendedora, a região atrai

investidores de outras cidades, fortalecendo a ideia de que esse açude possui um grande potencial

econômico, tanto para o município de Pau dos Ferros – RN, quanto para as cidades vizinhas.

Se tratando do estado civil, percebe-se que os empreendedores casados e divorciados estão

em maior quantidade em comparação com os demais, sendo eles 33% cada um. Com um número

próximo a estes, 22% permanecem solteiros, e 11% mantêm uma união estável. Neste caso, observa-

se que quase metade dos empreendimentos, 44%22, são empresas familiares.

21 Vale destacar que os resultados dessa pesquisa são referentes a parcela de empreendedores ligadas aos bares e restaurantes, pois os resultados seriam diferentes caso a pesquisa envolvesse empreendedores de outros ramos de trabalho. 22 Soma dos valores de “casado” com “união estável”.

64

Em relação a faixa etária, nota-se pela tabela 5 que 33% dos empreendedores possuem idade

entre 26 e 30 anos. Registou-se também que cada faixa etária de 31 a 35 anos, 36 a 40 anos, 41 a 45

anos, e 46 a 50 anos, são representadas por 11%. Já os demais, segundo mais presente entre os

empreendedores, com 22%, são aqueles que possuem idade acima de 51 anos. Contudo, nota-se que

até os 35 anos de idade estão quase metade dos empreendedores, ou seja, existe um grande número

de empresários jovens atuando na região. A pesquisa GEM do ano de 2013 constatou no Brasil, com

relação à idade dos empreendedores iniciais, que 26,1% possuem de 25 a 34 anos. Enquanto que os

empreendedores já estabelecidos com 24,3% têm idade entre 45 e 54 anos, assim verifica-se certa

correlação entre idade do negócio e do empreendedor (GRECO ET AL., 2013).

Enquanto para o grau de instrução dos empreendedores, nota-se que 44% possuem o ensino

médio (2º grau) completo, 33% ainda o ensino fundamental (1º grau) incompleto, e 22% concluíram

pelo menos o ensino fundamental. De modo geral, percebe-se que esses empreendedores não detêm

de um alto grau de escolaridade, não tão distante da realidade apresentada pela pesquisa GEM do ano

de 2013. Segundo ela, a maioria dos empreendedores brasileiros, 51,9%, possui nível menor que

segundo grau completo. Já 32,7% possuem, pelo menos, segundo grau completo, enquanto que

apenas 15,4% têm nível maior que segundo grau completo (GRECO ET AL., 2013).

4.2 Características dos empreendedores

Neste tópico serão analisadas e discutidas as características dos empreendedores. Aqui,

buscou-se conhecer as principais características e traços de personalidades desses empresários,

atuantes nessa área de lazer.

Na tabela 6 estão apresentadas algumas informações referentes às características dos

empreendedores quanto a sua dedicação ao negócio próprio.

Tabela 6 – Características dos empreendedores quanto ao tempo dedicado ao negócio próprio.

Horas dedicadas por dia ao negócio próprio

Mais de 10 horas 78% Entre 8 e 10 horas 11% Entre 6 e 8 horas 11%

Dias que se dedica ao negócio próprio Segunda-feira 89%

Terça-feira 89% Quarta-feira 89% Quinta-feira 100% Sexta-feira 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

65

Tabela 6 – Continuação.

Sábado 100%

Domingo 100% Feriados 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Verificando-se a tabela 6, percebe-se que em relação às horas dedicadas ao empreendimento,

78% dos donos de bares e restaurantes se dedicam mais de 10 horas, por dia, ao seu negócio.

Enquanto 11% se dedica entre 8 e 10 horas, e 11% entre 6 e 8 horas diárias. Dessa maneira, pode ser

afirmado que os resultados obtidos atingiram as expectativas, identificando uma realidade provocada

pelo empreendedorismo, onde os empreendedores trabalham de forma integral. De acordo com

Dolabela (2006), o empreendedor é um trabalhador incansável, capaz de se dedicar de forma intensa,

e por bastante tempo, ao seu empreendimento. Ele sabe concentrar seus esforços para atingir os

resultados esperados (DOLABELA, 2006).

Em relação sobre quais dias cada empresário se dedica ao seu negócio, percebe-se que pelo

menos 89%, ou seja, a maioria dos empreendedores se dedica todos os dias da semana, incluindo

feriados. Onde 89% trabalham nos dias de segunda-feira, terça-feira e quarta-feira. Enquanto 100% se

dedicam nos demais dias da semana (quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo) e feriados.

Observando esse empenho dos empresários, pode-se concordar com Degen (1989) quando

relata que para ser empreendedor é preciso esquecer que trabalhará, por exemplo, de segunda-feira a

sexta-feira, apenas às 40 horas por semana, das 8 às 18 horas, e claro, com intervalo para almoço.

Pois é comum para o empreendedor, seja ele bem sucedido ou não, se dedicar 24 horas por dia, sete

dias da semana, de domingo a domingo, ao seu empreendimento (DORNELAS, 2014).

Por outro lado, apesar dessa dedicação ser admirável, o preço que se paga para obter a

independência pode ser alto demais, visto que investir tantas horas e dias de trabalho, como

mencionado anteriormente, acaba sacrificando diversos aspectos da vida pessoal do empreendedor,

principalmente o lazer e a família. Porém, para alguns aventureiros, vale a pena se arriscar nesse

mundo (DEGEN, 1989).

A seguir, a tabela 7 apresenta mais características encontradas sobre os empreendedores.

Tabela 7 – Fonte de renda, qualificação e experiência dos empreendedores.

Possuem outra fonte de renda

Sim 22% Não 78% Qualificaram-se com algum curso na área de atuação

Não, mas pretende se qualificar 56% Não, e não pretende se qualificar 44%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

66

Tabela 7 – Continuação.

Experiência relacionada este tipo de negócio antes de empreender

Sim 33% Não 67%

Forneceu ou fornece algum tipo de qualificação para os colaboradores. Não 89%

Não respondeu 11%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Observando a tabela 7, no que se refere a questão dos empreendedores terem outra fonte de

renda, além do bar/restaurante, identificou-se que 78% não dispõe de outra fonte de renda além da

proveniente do seu negócio, assim, estão dependendo exclusivamente de seus empreendimentos para

construir uma “riqueza” e se sustentarem, juntamente com seus dependentes. No entanto, 22%

afirmaram ter uma segunda fonte de renda, o que é importante para aumentar o ganho e proporcionar

a construção de um capital. Desses 22%, metade informou ser servidor público, outra parte é pescador.

Posteriormente, os entrevistados foram questionados se realizaram algum curso de

qualificação na área de atuação de seus negócios, e constatou-se que 100% dos entrevistados nunca

realizaram um curso de qualificação. Logo, 56% afirmaram que pretendem buscar alguma qualificação

em seu ramo de atividade. Enquanto 44% não mostraram interesse em se capacitarem e qualificarem.

Porém, mesmo buscando se qualificar ou não, através de cursos, em sua área de atuação, a

experiência em um ramo de negócio conta bastante como diferencial competitivo, e fator motivacional,

para se abrir e sustentar uma empresa. Afinal, ter conhecimento em uma área de mercado pode gerar

confiança, e segurança, ao futuro empreendedor sobre sua decisão.

Assim, analisando a tabela 7, em relação à experiência dos empreendedores no ramo de seu

negócio, antes de iniciá-lo, percebe-se que 67% dos empresários não tiveram nenhuma experiência

ligada a sua área de atuação, assim, traduz-se que a grande maioria se arriscou em empreender, no

ramo de bares e restaurantes, sem ao menos possuir o conhecimento que poderia ter sido adquirido

pela vivência e experiência na área. Logo, 33% dos entrevistados afirmaram já terem atuado no ramo.

Então, para esses 33%, foi perguntado sobre a experiência que haviam adquirido, e descobriu-

se que 11% trabalhou 5 anos como garçom, enquanto que 11% trabalhou até 15 anos nessa área.

Logo, os outros 11% não informou a origem de sua experiência. Para Degen (1989) o conhecimento no

ramo é importante para se abrir um negócio, segundo o autor, o empreendedor precisa ter

conhecimento necessário para gerar seus produtos ou serviços, e por isso, o elencou como um dos 5

cinco pré-requisitos (exposto no quadro 5) para se abrir o negócio próprio.

Do mesmo modo, Dornelas (2014) defende que o futuro empreendedor deve investir em uma

área que conhece e que tenha afinidade, ou que pelo menos um de seus sócios a tenha. Para o autor,

investir em um ramo cujo conhecimento sobre ele é muito pouco, as chances de se obter sucesso são

67

mínimas, mesmo que seja uma área bastante lucrativa. Daí a importância do empreendedor gostar de

atuar na área e ter paixão pelo seu negócio e pelas atividades que realiza.

Em seguida, ainda ilustrado na tabela 7, os empreendedores foram questionados se fornecem

ou se já forneceram algum tipo de qualificação para os seus colaboradores, afinal sabe-se da grande

importância disto como um fator competitivo para as empresas aprimorarem seus serviços, atrair novos

clientes, satisfazer os que já são fieis a organização, e assim conquistarem uma fatia de mercado cada

vez maior, ou pelo menos se manterem equilibrados perante a concorrência e as exigências de

qualidade de seus consumidores. E notou-se que, apesar de 11% não ter respondido essa pergunta,

praticamente todos os empreendedores, 89%, relataram não oferecer qualquer tipo de qualificação

para seus colaboradores. E essa realidade não favorece aos empresários que buscam o sucesso de

seus negócios, Dornelas (2014) relata que é necessário o empreendedor ter uma equipe qualificada a

altura do seu negócio para atender as exigências do mercado, pois não adianta o empresário identificar

uma boa oportunidade, em um mercado promissor, se sua equipe não estiver preparada.

Então, para traçar melhor o perfil desses empreendedores, foi questionado sobre qual tipo de

empreendedor se encaixava cada entrevistado. Esta pergunta foi umas das que mais necessitou das

explicações do entrevistador para que os entrevistados a entendessem, de forma mais precisa, sobre o

que se tratava a questão, afinal ela apresentava termos técnicos que não se enquadravam e nem se

familiarizavam com o vocabulário e conhecimento dos donos de bares e restaurantes do Açude de Pau

dos Ferros – RN.

A seguir, o gráfico 2 ilustra os resultados colhidos na pesquisa referentes aos tipos de

empreendedores que cada dono de bar/restaurante julgava se enquadrar.

Gráfico 2 – Conceitos de empreendedor que classificam os donos dos bar/restaurantes..

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

68

Com base no gráfico 2, verifica-se que os empreendedores dos bares e restaurantes do Açude

de Pau dos Ferros – RN se classificam em três tipos. Sendo observado o empreendedor por

oportunidade em sua maioria, representado por 67% dos empresários. Muitos deles relataram estar

exercendo suas atividades, na região, devido às oportunidades de mercado que foram identificadas e

acolhidas. Como já citado anteriormente em uma das questões, por exemplo, alguns se aproveitaram

da experiência adquirida, e usaram a seu favor para a criação do negócio próprio, outros ainda

destacaram só pelo fato de ocupar aquele espaço avistaram a oportunidade de empreender.

Como a maioria dessas pequenas empresas surgiram pelas oportunidades enxergadas pelos

empreendedores, acredita-se na existência de um grande potencial econômico da região, pois, de

acordo com Dornelas (2014), os negócios, que surgem focados em oportunidades no mercado, podem

provocar o desenvolvimento econômico.

Contudo, a pesquisa ainda identificou a existência de empreendedores herdeiros, mas apenas

22% do total. Alguns desses empreendedores comentaram a grande satisfação de gerir um negócio

que lhes foi deixado pelos seus pais. Talvez, seja esse um fator motivacional para gerir o

empreendimento, pois além de ser uma organização que irá gerar renda, os empresários tinha um

sentimento a mais, em um ponto de vista mais simbólico e familiar. Dornelas (2007) relata que este tipo

de empreendedor geralmente começa cedo a entender como funciona um negócio, pois aprende a arte

de empreender com exemplos da família, desse modo acaba seguindo seus passos, assumindo

responsabilidades na organização da família, e até mesmo a sua direção, ainda jovem. Seu desafio é

multiplicar o patrimônio recebido (DORNELAS, 2007).

E apenas 11% considera-se empreendedor normal, este utiliza um bom planejamento para

montar e gerir o seu negócio. Dornelas (2007) afirma que ele “faz a lição de casa”, pois busca

minimizar riscos, se preocupando com os próximos passos do negócio. Este tipo de empreendedor tem

uma visão clara sobre o futuro, assim trabalha em função de metas (DORNELAS, 2007).

Por fim, para conhecer melhor esses empresários, estes foram questionados sobre quais eram

suas características como empreendedor. Para isso, foi utilizada uma pergunta fechada, com opções

que foram criadas a partir das definições de Dornelas (2014).

A seguir, o gráfico 3 ilustra o resultado relacionado as características dos empreendedores dos

bares e restaurantes do Açude público de Pau dos Ferros – RN.

69

Gráfico 3 – Características dos empreendedores.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Analisando o gráfico 3, verifica-se que 89% apontou como sua principal característica ser

otimista e apaixonado pelo o que faz. Isso é bastante positivo para o empreendedorismo na região e

para os empreendedores, bem como para aqueles que estão ligados diretamente ou indiretamente a

esses empreendimentos, pois ter paixão pelo o que se faz é o primeiro e grande passo para o sucesso,

a paixão é uma das coisas que realmente fazem uma pessoa dar o melhor de si (COSTA, 2002;

PESCE, 2012). Segundo Pesce (2012), a paixão mantém a pessoa focada em sua missão, seja de

curto, médio ou de longo prazo, além do mais, torna o trabalho divertido. Ela proporciona a coragem

para sair de sua zona de conforto, e desvendar terrenos desconhecidos (PESCE, 2012).

Outros dois pontos mais elencados pelos gestores, foram a habilidade de saber explorar

oportunidades e de serem organizados, citadas por 56%, cada uma. Sobre essa primeira habilidade,

nota-se que os empreendedores se mostram preparados para atender necessidades do mercado,

afinal, Dornelas (2014, p.47) relata que “o que conta não é ser o primeiro a pensar e ter uma ideia

revolucionária, mas, sim, o primeiro a identificar uma necessidade de mercado e saber como atendê-la,

antes que outros o façam”.

Ainda, percebe-se que alguns dos empresários têm cuidado com suas tomadas de decisões,

logo, 44% afirmaram assumir riscos calculados. Sobre isso, Dornelas (2014) defende que o verdadeiro

empreendedor assume os riscos de forma calculada, os gerenciando e, principalmente, avaliando as

suas reais chances de obter sucesso. Aos olhos desse aventureiro, quanto maior for o desafio

enfrentado, mais estimulante será sua jornada empreendedora (DORNELAS, 2014). Para Pesce (2012,

p.73), “o maior erro de todos é acomodar-se e não correr riscos”.

70

Identificou-se também que 22% dos empresários se consideram dedicados ao seu

empreendimento, enquanto 11% julgam-se determinados. E apenas 11% declaram-se visionários, uma

característica que era esperada estar mais presente entre esses empresários. Para Dornelas (2014,

p.23) os empreendedores “[...] têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua vida e o mais

importante: tem a habilidade de implementar seus sonhos”.

4.3 Características dos Empreendimentos

Neste tópico, serão analisadas e discutidas as características dos bares e restaurantes

localizados às margens do Açude público do município de Pau dos Ferros – RN.

Primeiramente, buscou-se identificar o ano que cada negócio deste foi criado, e assim analisar

o tempo de sobrevivência até os dias atuais. Resultados ilustrados pelo gráfico 4.

Gráfico 4 – Ano que foi criado os empreendimentos.

11% 11% 11% 11% 11%

22%

11% 11%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

1995 1996 2000 2002 2003 2010 2012 2015

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Analisando o gráfico 4, percebe-se que o surgimento de bares e restaurantes próximo ao

Açude de Pau dos Ferros – RN ocorreu exatamente há duas décadas, onde 11% surgiu no ano de

1995. Provando desta forma que o empreendedorismo não está sendo algo novo na região, Dolabela

(2006, p. 29-30) explica que o “empreendedorismo não é um tema novo ou modismo: existe desde

sempre, desde a primeira ação humana inovadora, com o objetivo de melhorar as relações do homem

com os outros e com a natureza”.

71

Seguindo a análise do gráfico, observa-se que de 1995 até 2003, 8 anos após o primeiro

empreendimento ter sido criado, surgiram 55% das empresas que hoje atuam no mercado local. E

desta data até o ano atual, 2015, foram criados mais 44%. Vale destacar que ao longo desses anos

surgiram outros empreendimentos na região, onde alguns até obtiveram sucesso, mas foram

temporários e acabaram encerrando suas atividades por diversos motivos.

Prosseguindo com a pesquisa, buscou-se identificar e diferenciar os empreendimentos com

relação ao seu ramo de atividade, ou seja, quantos desses negócios funcionam como bar e quantos

são considerados restaurantes, ou ainda mesmo, quantos são tanto bar, como restaurante. A seguir, o

gráfico 5, demonstra o resultado.

Gráfico 5 – Ramo de atividade dos empreendimentos estudados.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

A partir da análise do gráfico 5, percebe-se que não foi encontrado empreendimento

classificado apenas como restaurante. Logo, a grande maioria, 78%, realizam suas atividades no ramo

tanto de bar, como de restaurante. Uma vez que possuem uma estrutura física e características, em

seu funcionamento, capazes de atender a um público bem maior dos que prezam por suas atividades

voltadas apenas para o ramo de bar, representado por 22% do total.

Observando essa escolha de ramo para se iniciar uma atividade empresarial, Dornelas (2014)

relata que os mercados mais atrativos para o empreendedor investir em um novo negócio, são os de

maior potencial em crescimento e cobertura de mercado, pois possibilitam que haja um crescimento

mais rápido da participação produto ou serviço, além do fortalecimento da marca, no seu mercado

consumidor. O autor ainda defende que “é importante que se faça uma criteriosa análise das reais

possibilidades de retorno econômico do empreendimento, pois não adianta simplesmente ser líder de

72

mercado se o retorno financeiro não compensar o esforço do empreendimento” (DORNELAS, 2014,

p.56).

Em seguida, o empreendedor foi questionado se foi ele mesmo quem idealizou e criou o seu

negócio próprio, caso o contrário, informasse quem lhe gerou a ideia de negócio. E foi encontrado o

seguinte resultado, para a primeira pergunta, exposto no gráfico 6.

Gráfico 6 – Empreendedores que idealizaram e criaram o seu próprio negócio.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Observando os dados contidos no gráfico 6, percebe-se que pouco menos da metade dos

empreendedores, 44%, confirmaram que são os próprios responsáveis pela idealização e criação dos

seus empreendimentos. De acordo com Chiavenato (2007, p.51), “criar um negócio novo a partir do

nada costuma ser o caminho mais utilizado quando se discute um novo empreendimento. Uma nova

empresa representa uma oportunidade significativa para muitos empreendedores”. Segundo Porto et al.

(2013), a ideia de um empreendimento pode surgir para o empreendedor, através da observação de

atividades, de culturas, sociedades, hábitos sociais e de consumo, e até mesmo por meio de contatos

com amigos, por exemplo. Essa ideia também pode ser influenciada pelas próprias habilidades e

aptidões dos empreendedores, por seus gostos e características pessoais, o que também nem sempre

está ligado e vinculado à experiência prévia do ramo escolhido para iniciar o negócio próprio.

Retomando a análise do gráfico, nota-se que 56%, ou seja, pouco mais da metade dos

empreendedores afirmaram que não foram os responsáveis pela idealização ou criação do seu

negócio. À vista disso, esses empresários deram os créditos para seus idealizadores, informando a

pesquisa quem seriam os responsáveis, exposto no gráfico 7.

73

Gráfico 7 – Responsáveis pela criação ou idealização dos empreendimentos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Através do gráfico 7, nota-se que, para os que responderam “não” na questão anterior, 20%

dos empreendedores relataram que seu negócio foi idealizado ou criado a partir de uma parceria do

governo federal com o municipal. Já outros 20%, apontaram o DNOCS como idealizador. Enquanto a

maioria, 60%, relatou ser alguém da família o responsável, onde para 20% foi uma prima, e 40% o

próprio pai. Então percebe-se que a maior parte dos negócios criados não teve sua origem tão distante

desses empresários, ou seja, se não foi ele, foi alguém próximo, um familiar. Conforme Dornelas

(2007), muitos impérios foram construídos nos últimos anos por famílias empreendedoras, que

mostraram habilidade de passar o bastão a cada nova geração.

Logo mais, foi perguntado aos empresários sobre quem são os proprietários do

estabelecimento que administram. As respostas estão apresentadas na tabela 8.

Tabela 8 - Proprietário do estabelecimento administrado pelo empreendedor.

Apenas o empreendedor 56%

Sociedade Familiar 44%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Observando a tabela 8, percebe-se que pouco mais da metade dos estabelecimentos, 56%,

pertencem apenas ao empreendedor. Logo, com uma diferença de apenas 12%, 44% dos

empreendimentos têm como dono uma sociedade familiar. Então, apesar de alguns empreendimentos

não terem sido idealizados ou criados pelo próprio empreendedor, como ilustra os gráficos 6 e 7 sendo

até por órgãos públicos, os proprietários desses negócios se dividem apenas entre sociedade familiar e

74

pelo próprio empresário, e mesmo a primeira estando bastante presente entre os empreendimentos, a

maioria deles ainda mantém o empreendedor como único dono.

A seguir, o gráfico 8 irá informar sobre quais foram os recursos utilizados para criar e instalar

as empresas em questão.

Gráfico 8 – Origem dos recursos usados para criar e instalar o negócio próprio.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Com base no gráfico 8, nota-se que 56% dos bares e restaurantes instalados na barragem de

Pau dos Ferros – RN foram criados e instalados com recursos próprios do empreendedor. Enquanto

que 22% desses empresários apontaram órgãos públicos como responsáveis. E apenas uma minoria

de 11% relatou ter usado recursos de terceiros (exemplo: empréstimos, financiamento etc.), e outros

11% utilizaram recursos de sócios.

Outra questão, presente no formulário, buscava identificar qual seria o principal público que

cada empreendimento atendia, ou seja, quem seriam os clientes mais frequentes dos bares e

restaurantes pesquisados. As respostas estão ilustradas a seguir, na tabela 9.

Tabela 9 - Principais clientes dos empreendimentos.

Público em geral 44%

Moradores da região 33% Amigos 22% Casais 22%

Famílias 22%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

75

Analisando a tabela 923, nota-se que 44% relataram que seus clientes mais frequentes é o

público em geral, enquanto 33% apontaram os moradores da própria região. Outros públicos como

“amigos”, “casais” e “famílias”, foram citados por 22%, cada um. De modo geral, verificou-se que esses

empreendimentos estão abertos para receber um público bastante variável, seja para um momento

familiar ou com amigos. O ambiente estudado mostra ter opções que podem acolher todo o público.

A seguir, no gráfico 9, tem-se representado os horários de abertura desses estabelecimentos.

Gráfico 9– Horário de abertura dos estabelecimentos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Percebe-se, com o gráfico 9, que a partir das 7 horas, os bares e restaurantes já começam a

funcionar, com a abertura de 33% dos estabelecimentos, e após ás 8 horas, mais da metade já estão

realizando suas atividades, pois, nesse horário, mais 33% já começam a funcionar. Já às 9 horas,

abrem mais 22% dos empreendimentos, enquanto que apenas 11% começam suas atividades às 11

horas da manhã. Então se percebe que estes negócios abrem cedo, apesar de alguns abrem próximo

ao horário de almoço. A seguir, o gráfico 10, informa o horário de fechamento desses

estabelecimentos.

23 Para esta questão, os empreendedores podiam citar mais de um público, contando que fossem os mais presentes no seu estabelecimento (Por exemplo: Amigos + moradores da região; Casais + Famílias etc.).

76

Gráfico 10 – Horário de fechamento dos estabelecimentos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Observa-se, com o gráfico 10, que a partir das 15 horas, os bares e restaurantes estudados

começam a encerrar suas atividades comercias, e até às 18 horas (final da tarde) mais da metade

estão fechando, onde 11% fecham às 15 horas, outros 11% às 16 horas, mais 11% às 17 horas, e mais

22% às 18 horas.

À noite, poucos estabelecimentos estão funcionando, pois mais 22% fecham às 19 horas,

ficando apenas 22% desses empreendimentos abertos neste turno, onde 11% concluem suas

atividades às 23 horas e os outros 11% às 24 horas.

Muitos empreendedores relataram que este horário é apenas para “fechar as portas do

negócio”, ou seja, o estabelecimento encerra suas atividades, mas continua atendendo aos clientes

que já estavam no local, ai continuam em funcionamento até estes consumidores saíam do local.

A pesquisa também buscou identificar quais eram os dias que esses empreendimentos

estariam abertos para receber seus clientes, ilustrado pelo gráfico 11, e assim poder traçar melhor o

perfil de funcionamento dessas empresas. E verificou-se que pelos menos 78% dos bares e

restaurantes da barragem estão em funcionamento durante todos os dias da semana, mesmo nos

feriados. Segunda-feira é o dia da semana que tem menos negócios abertos, e mesmo assim

ultrapassa a metade, com 78%. Nos dias de terça-feira e quarta-feira estão funcionando 89% dos

empreendimentos. Já nos dias de quinta-feira, sexta-feira, sábado, domingo e feriados todos os

estabelecimentos se encontram abertos para atender seus clientes.

77

Gráfico 11 – Dias em que os empreendimentos estão abertos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Geralmente, muitos donos de bares e restaurantes folgam no dia de segunda-feira para

descansar, resolver algum problema, reorganizar algo do seu empreendimento, entre outros motivos.

Assim, alguns dos empreendedores aproveitam essa folga tida por uns como uma oportunidade para

abrir o negócio e vender mais.

Então, sabendo dos dias que esses empreendimentos funcionam, foi questionado aos

empreendedores quais dias tinham um maior fluxo de clientes, cujo resultado está exposto na tabela

10.

Tabela 10 – Dia(s) da semana com maior fluxo de clientes.

Sábado 44%

Domingo 100% Segunda-feira 22%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Examinando a tabela 10, nota-se que o final de semana é o período em que há o maior fluxo

de clientes nos estabelecimentos, principalmente no domingo, onde 100% dos empreendedores

confirmaram essa informação. Já, com relação ao sábado, 44% dos empresários afirmaram haver um

aumento no número de clientes, enquanto que na segunda-feira, somente 22%. Contudo, como foi

mencionado anteriormente, é interessante destacar a segunda-feira como um dia estratégico para

alguns empreendedores, pois como boa parte dos empreendimentos se encontram fechados, esses

bares e restaurantes acabam acolhendo uma boa quantidade de clientes que buscam um local para

seu lazer, inclusive, encontram-se nesse meio de consumidores outros donos de bares, que retiram

esse dia para o seu lazer.

78

A pesquisa também buscou identificar qual o período, do mês, tinha um maior fluxo de clientes,

cujas respostas estão na tabela 11.

Tabela 11 - Período do mês com maior fluxo de clientes.

1 a 5 56%

6 a 10 22% 26 a 31 56%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Com base na tabela 11, verifica-se que o inicio e o final do mês são os períodos com maior

fluxo de clientes. Logo, 56% dos empreendedores apontaram, para o final do mês, o período de 26 a

31, e para o inicio do mês de 1 a 5. Já 22% relataram que há um maior fluxo de clientes entre o dia 6

para o dia 10. Contudo, 11% ainda acrescentou que era “imprevisível”24 identificar qual o melhor

período.

Logo mais, buscou-se identificar quais os meses do ano havia o maior fluxo de clientes nos

bares e restaurantes do Açude de Pau dos Ferros – RN. O resultado está exposto no gráfico 12.

Gráfico 12 – Mês (s) do ano que tem o maior fluxo de clientes.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Observando o gráfico 12, percebe-se que o mês mais movimentado de clientes nesses

estabelecimentos, confirmado por 67% dos empresários, é o mês de dezembro, seguido pelo mês de

janeiro, indicado por 44%, e fevereiro, mencionado por 33%. Contudo, nesse período, a região é

beneficiada por chuvas que chegam a encher o açude, o que melhora o ambiente natural, como a

24 Não consta no gráfico, pois se tratou de uma informação não quantitativa, além de ser uma complementação dada pelo empreendedor.

79

paisagem e o próprio clima, tornando o local mais agradável e aconchegante. Muitos empreendedores

ainda destacaram que quando o açude está cheio, o número de clientes aumenta de uma forma

bastante considerável.

Seguindo a análise do gráfico, nota-se também que os meses de março, junho e julho foram

citados por 22%, cada um, enquanto que abril, maio e novembro por 11%. Para os meses de agosto,

setembro e outubro, verifica-se que esses empreendimentos não são tão movimentados. Além do que

está ilustrado no gráfico, 11% dos entrevistados não puderam responder a pergunta, visto que

iniciaram suas atividades empresarias neste ano, de 2015, e, dessa maneira, não tinham passado por

essa experiência exigida pela pergunta.

De modo geral, percebe-se que ao chegar o mês de dezembro, há um aumento significativo no

fluxo de clientes desses bares e restaurantes. Mas com o passar dos meses de janeiro, fevereiro e

março, essa quantidade vai reduzindo gradativamente.

Posteriormente, procurou-se identificar os motivos que levaram cada empreendedor a montar o

seu negócio próprio. A seguir, o gráfico 13, ilustra os resultados da pesquisa.

Gráfico 13 – O que motivou os empreendedores a abrir o negócio próprio.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Com base no gráfico 13, verifica-se que 33% dos empreendedores tiveram como principal

motivo, para abrir o negócio próprio, o desejo de ganhar dinheiro para completar a renda da família. Já

dar continuidade ao negócio familiar e a autonomia e independência ficaram numa segunda posição,

citada por 22% dos empresários. Enquanto que o fato de “gostar de trabalhar” e o motivo de

“sobrevivência” ficaram por último, mencionados por 11%.

80

Então, observando esses motivos que levaram essas pessoas a empreender, percebe-se que

a maioria, com exceção do fato de gostar de trabalhar ou pra manter o negócio da família funcionando,

apontou, de forma indireta, o fato de querer ganhar dinheiro, seja pra sobreviver, ganhar independência

e autonomia, etc. E em meio a um universo de fatores que motivam a alguém a investir em um negócio

próprio, Degen (1989) destaca que a maioria das empresas de sucesso foi criada por homens e

mulheres que possuíam uma vontade de ganhar muito dinheiro e, em outros casos, pelo desejo de sair

da rotina a qual estavam submetidos.

De acordo com Dornelas (2014), o empreendedorismo não é só constituído de processos, mas

é um envolvimento de processos e pessoas, transformando as ideias em oportunidades, e se bem

aproveitadas, leva a criação de negócios de sucesso. Assim, procurou-se conhecer um pouco sobre o

perfil das equipes que são lideradas por esses empresários, assim, os mesmos foram questionados a

respeito de seus colaboradores.

Primeiramente, buscou-se saber se os colaboradores eram moradores da barragem. As

respostas são apresentadas a seguir, no gráfico 14.

Gráfico 14 – Origem da mão de obra dos empreendimentos pesquisados.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Observando o gráfico 14, nota-se que 67%, ou seja, maioria dos colaboradores dos bares e

restaurantes da barragem é morador da própria região. Assim, pode-se presumir que estes

empreendimentos são importantes geradores de empregos, e renda, para a localidade. De acordo com

Dolabela (2006, p.30), “o empreendedorismo é a melhor arma contra o desemprego”. Além disso, 22%

desses negócios têm funcionários tanto da barragem, como de outras regiões. E apenas 11%,

trabalham apenas com pessoas que moram fora, em outras cidades.

81

Para aqueles empreendedores que contratavam pessoas de fora de sua localidade,

questionou-se de onde vinham, e constatou-se, de modo geral, que existem colaboradores residentes

nas cidades de Pau dos Ferros – RN, Marcelino Vieira – RN e Portalegre – RN. Percebe-se assim, que

os benefícios da empregabilidade e geração de renda, não só afetam a localidade, mas também as

cidades vizinhas.

Em seguida, os empreendedores informaram quantas pessoas empregavam em seu negócio

próprio. As respostas estão apresentadas no gráfico 15.

Gráfico 15 – Quantas pessoas são empregas nos empreendimentos pesquisados.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Com o gráfico 15, repara-se que a maioria dos empreendedores empregam pelo menos 4

pessoas em seus estabelecimentos, onde 33% empregam acima de 5 pessoas, 11% empregam 5

pessoas, e 22% mantém 4 colaboradores. Enquanto que outros 11% têm 2 colaboradores, e 22%

empregam apenas 1 pessoa. Então, além de empregarem pessoas de outras cidades, a quantidade

empregada, por estabelecimento, não é tão baixa para estes tipos de empreendimentos. De acordo

com Dornelas (2014), o empreendedorismo é um combustível propulsor para o crescimento

econômico, pela criação de empregos e prosperidade.

Seguindo para outro ponto de vista da pesquisa, foi questionado aos empreendedores sobre

seus diferenciais competitivos, ou seja, quais as vantagens competitivas eles têm perante sua

concorrência. Segundo Dornelas (2014, p.57), as “vantagens competitivas estão necessariamente

ligadas a diferencias que proporcionam um ganho para o consumidor”. A seguir, o gráfico 16 apresenta

os diferenciais competitivos elencados pelos próprios gestores.

82

Gráfico 16 – Principal (s) diferencial (s) competitivo dos estabelecimentos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Analisando o gráfico 16, percebe-se que o diferencial competitivo mais citado pelos gestores,

sobre os seus empreendimentos, é a qualidade e a variedade dos produtos oferecidos, mencionado por

67%. O segundo ponto mais citado, por 56%, foi a localização do empreendimento, assim, por estarem

próximo ao açude sentem-se privilegiados com sua posição geográfica. Já 22% consideram os seus

preços, baixos e acessíveis, um diferencial competitivo.

Contudo, para Cauduro (2013), o empreendedor deve buscar uma nova maneira de ser

diferente no mercado, além de oferecer um produto ou serviço a um menor preço ou ter o melhor

produto, pois segundo o autor, isso já são métodos antigos, diga-se que ultrapassado, para ele o

empreendedor deve buscar outra exclusividade, como, por exemplo, inovando na embalagem de um

produto, ou mesmo no modo como ele é entregue ao seu comprador.

Outra característica dita por 11% dos gestores, como diferencial, foi que no seu

estabelecimento não era permitido ligarem sons automotivos, ou seja, o som era do próprio ambiente, o

que permitia mais conforto aos clientes para ficarem a vontade, e poder conversar em um ambiente

mais tranquilo. Outro ponto elencado, por 11%, foi a arborização, uma área verde, atrativa e natural,

que o ambiente fornecia para acolher a clientela. Enquanto que outros 11%, relataram que as mulheres

que trabalhavam no estabelecimento, eram o seu diferencial competitivo.

Conforme Hashimoto (2006), essas vantagens competitivas, criadas pelas organizações, seja

através de seus processos produtivos ou por meio dos seus produtos, são de grande importância para

que estas empresas, ao longo prazo, sejam bem-sucedidas.

83

Em seguida, os empreendedores responderam questões relacionadas à formalização dos seus

empreendimentos. A tabela 12 apresenta as respostas referentes ao conhecimento dos

empreendedores sobre os benefícios da formalização.

Tabela 12 – Questões relacionadas à formalização dos empreendimentos.

Empreendedores que conhecem os benefícios da formalização.

Sim 22% Não 78%

Quantos têm o negócio formalizado Sim 22% Não 78% Razão para os empreendimentos não serem formalizados.

Falta de informação 57% Falta de incentivo a formalização 14%

Burocracia 14% Não vê vantagem na formalização 14%

Quantos pretendem formalizar o negócio próprio. Sim 43% Não 14%

Não sabe informar 43%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Nota-se com a tabela 12, que 78% dos empreendedores não têm conhecimento sobre os

possíveis benefícios que a formalização do seu empreendimento poderia lhes oferecer, enquanto 22%

conhecem essas vantagens. Então, para esses 22% foi pedido que citassem quais benefícios

conheciam, e assim mencionaram que o SEBRAE oferecia cursos, e a facilidade de créditos para os

empreendedores formais.

Logo mais, foi perguntado para cada empreendedor se o seu negócio próprio era formalizado.

Verificou-se que poucos empreendimentos, 22%, são formalizados. Enquanto 78% dos

estabelecimentos não são formalizados. Sabendo disso, para os primeiros, foi perguntado qual o ano a

empresa foi formalizada, e descobriu-se que metade desses 22% foi no ano de 2003, enquanto que a

outra parte teve sua formalização recentemente, no ano de 2015.

Percebe-se que é proporcional o número de empreendimentos não formalizados, com o

número de empreendedores que não conhecem os benefícios da formalização.

Então, para aqueles empreendedores que não formalizaram seu negócio próprio, foi

perguntado qual seria o razão, e foi identificado que o principal motivo foi a falta de informação,

afirmado por 57%. Durante a aplicação dos formulários notou-se que havia essa carência de

conhecimento, por parte de alguns donos de bares e restaurantes, onde muitos nem sabiam a

existência da formalização de empreendimentos.

84

Ainda, 14% relataram que não existia incentivos para eles se formalizarem, enquanto que

outros 14% defendem que existe muita burocracia para isso. E os outros 14% não se interessam, pois

não vêm vantagem em formalizar sua empresa.

E para finalizar essa etapa, foi perguntado aos donos dos bares e restaurantes se pretendiam

formalizar o seu negócio próprio, onde 43% disseram que pretendem formalizar o empreendimento,

enquanto que na mesma proporção, 43% afirmaram não saber se formalizarão. E apenas 14%

confirmou não ter interesse. Logo, um dos empreendedores que afirmou pretender formalizar o seu

negócio, já estava encaminhado a documentação para isso.

4.4 Desafios

Sabe-se que todo e qualquer negócio enfrenta dificuldades ao longo do tempo, pois lidam com

um mercado que está cada dia mais competitivo e dinâmico. Segundo Greco et al. (2013, p.19), “abrir a

empresa, ganhar clientela e sobreviver diante de um mercado cada vez mais competitivo e globalizado

ainda é uma tarefa difícil, mas sempre há espaço para vencer os obstáculos e ter seu próprio negócio”.

Afinal, como Dornelas (2014, p.9) defende, que:

[...] são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade.

Assim, este tópico irá tratar sobre alguns desafios observados pelos empreendedores dos

bares e restaurantes do Açude de Pau dos Ferros – RN, na gestão de seus empreendimentos, desde

sua criação até os dias atuais.

Inicialmente foi perguntado aos empresários qual foi o maior desafio na abertura do seu

negócio próprio. Os resultados, expostos no gráfico 17, informam que 78%, neste caso, a maioria dos

empreendedores afirmaram que a falta de capital próprio foi o maior desafio enfrentado na abertura de

seu empreendimento. Segundo Degen (1989), o fator dinheiro não pode ser um empecilho ao

empreendedor que deseja montar um negócio próprio, para isso, ele cita alguns mitos25, e algumas

atitudes, que o empreendedor deve tomar para seguir sua jornada.

25 Os mito estão representados no quadro 5, enquanto as atitudes estão descritas logo após o quadro 6.

85

Gráfico 17 – Maiores desafio enfrentado na abertura do negócio próprio pelos empreendedores.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Continuando a análise do gráfico, percebe-se igualmente 11% apontou a falta de qualificação,

nas atividades do seu ramo, e brigas judiciais. Segundo Malheiros, Ferla e Cunha (2005, p. 24), o

empreendedor, ao iniciar a empresa, “[...] será aquele que tomará as decisões e suas características

influirão muito nesse arriscado negócio. É preciso muita determinação e perseverança. A criatividade

será necessária não só para iniciar, mas também para sustentar o negócio ao longo do tempo”.

Então, além de identificar qual o maior desafio enfrentado pelos empreendedores para abrir o

seu negócio, buscou-se saber também qual o maior desafio enfrentado para mantê-lo ao longo do

tempo. Os resultados da questão estão expostos a seguir, no gráfico 18.

Gráfico 18 – Maior desafio enfrentado para manter o negócio próprio.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

86

De acordo com o gráfico 18, percebe-se que o fator dinheiro continua sendo um desafio

encontrado pelos empreendedores na gestão do negócio próprio, pois a maioria, 67% do total, apontou

a falta de capital de giro como o maior problema para manter o empreendimento. Os demais relataram

a briga judicial, a falta de incentivos por parte do governo municipal, e a diminuição do fluxo de clientes

no estabelecimento, totalizando 11% cada um.

Para Dornelas (2014), o empreendedor deve analisar bem qual o ramo irá atuar e que vida

quer levar, devendo assim, analisar quais os desafios e dificuldades que pode enfrentar ao longo de

sua jornada, e principalmente, se questionar se está disposto a encarar isso. Contudo, os autores

Malheiros, Ferla e Cunha (2005) explicam que o desafio é proporcional ao obstáculo, quanto maior

este, maior será o desafio. E para o empreendedor os obstáculos existem e surgiram para serem

ultrapassados, e não comtemplados. Ou seja, o empreendedor tem uma visão diferente com relação

aos obstáculos que lhe são impostos.

Com base nessas dificuldades enfrentadas pelos empreendedores, questionou-se quantas

vezes eles tentaram criar seu negócio próprio, nessa área de bar e restaurante. Foi encontrada o

seguinte resultado, apresentado no gráfico 19.

Gráfico 19 – Quantas vezes tentou empreender neste ramo de bar e restaurantes.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

A partir do gráfico 19, nota-se que quase todos os empreendedores, 89%, relataram que essa

foi a primeira vez que tentaram empreender na área de bar ou restaurante. Logo, 11% não respondeu a

questão. Assim, entende-se que esses empresários não tinham tanta experiência neste tipo de ramo,

pelo menos na parte gerencial, pois alguns relataram ter trabalhado neste tipo de empreendimento,

antes de empreender, como mostra a tabela 7.

87

Além de identificar se os empreendedores já buscaram empreender na área de bares e

restaurantes, procurou saber se também já haviam tentado criar outro tipo de negócio em um ramo

diferente desse, e assim, conhecer melhor quantas vezes e o que esses empresários já enfrentaram

para se estabelecer no mercado de trabalho. A seguir, no gráfico 20 tem-se apresentado quantas vezes

os empreendedores já empreenderam afim de um negócio próprio.

Gráfico 20 – Quantas vezes tentou criar o negócio próprio.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Analisando o gráfico 20, percebe-se que pouco mais da metade desses empreendedores, 67%,

estão gerindo ainda o seu primeiro empreendimento, pois estes responderam que essa foi a primeira

vez e nunca haviam tentado empreender. Contudo, 22% relataram que já haviam tentado montar um

negócio próprio, como criar um crediário, abrir um deposito de material de construção, etc. E 11% não

respondeu a questão.

Conforme Chiavenato (2007), as empresas não vivem isoladas do mundo e nem são absolutas,

pois operam em um ambiente geral composto por uma multiplicidade de variáveis que estão

constantemente interagindo, de forma dinâmica, entre si. São variáveis econômicas, sócias,

tecnológicas, culturais, legais, demográficas e ecológicas, que segundo o autor, causam impactos

profundos em qualquer empresa. Então, sobre esse meio de dificuldades que os empreendedores

enfrentam tanto para se estabelecer, como para se manter estáveis no mercado, foi perguntado a

esses empresários se já haviam pensado em desistir de sua carreira empreendedora, e obteve-se as

seguintes respostas, apresentadas no gráfico 21.

88

Gráfico 21 – Empreendedores que já pensaram em desistir.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Com o gráfico 21, percebe-se que 56% nunca pesaram em desistir da carreira, enquanto 44%

afirmaram já ter pensado em abandonar o seu negócio, e desistir da jornada empreendedora. Logo,

Greco et al. (2013) defendem que o empreendedor não deve permitir que venha a ser atingido pelo

medo de fracassar em sua jornada, e nem de se sentir inseguro e incapaz de gerir e administrar o seu

negócio próprio, pois esses tipos de sentimentos, negativos, podem e devem limitar, e prejudicar, o

potencial empreendedor do empresário.

Então, para estes que responderam “sim”, foi perguntado o que os motivou a querer desistir, e

obteve-se como resposta o seguinte, ilustrado no gráfico 22.

Gráfico 22 – Motivos que fizeram os empreendedores pensar em desistir.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

89

Analisando o gráfico 22, verifica-se que a metade dos empreendedores, 50%, que afirmaram já

ter pensado em desistir26, relataram que o motivo foi a estiagem que hoje afeta a região, provocando a

redução do volume de água na barragem, e consequentemente uma paisagem “triste” para o ambiente,

levando a redução de clientes nos empreendimentos.

Já 25% desses empreendedores pensaram em desistir devido a problemas financeiros, e 25%

devido ao estresse. Estar trabalhando com esse tipo de negócio requer, como em muitas outras áreas,

bastante paciência e dedicação por parte do empreendedor para lidar com diversos tipos de situações,

principalmente por lidar diretamente com pessoas que, muitas das vezes, estão sobre o efeito do álcool

e acabam perdendo sua boa postura e podendo provocar, entre vários outras situações,

desentendimentos no local. Além do mais, trabalhar com bar ou restaurante prende bastante o

empresário e sua família a rotina, onde os dias marcados para o lazer (finais de semana e feriados) são

os que mais exigem de seu trabalho, tendo que proporcionar o lazer para os seus clientes, e muitas

das vezes ele se esquece do próprio lazer, somente vivendo aquela rotina, podendo provocar stress e

acumular doenças psicológicas.

Observando a atual crise, ocasionada pela ausência de chuvas e diminuição do reservatório de

águas de Pau dos Ferros – RN, e consequentemente o desaparecimento de clientes muito bem

apresentado e detalhado no gráfico 24, questionou-se aos empreendedores sobre a diminuição do

fluxo de clientes, ilustrado no gráfico 23.

Gráfico 23 – Diminuição do fluxo de clientes neste período, de janeiro de 2014 a janeiro de 2015, devido à estiagem.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

26 Explicação referente aos empreendedores que responderam ter pensado em desistir, ilustrado pelo gráfico 21.

90

Com o gráfico 23, percebe-se que quase todos os empreendedores, 89%, afirmaram que

houve diminuição no fluxo de clientes nos estabelecimentos nesse período de seca enfrentado pela

região. Contudo, 11% relatou que não chegou a sofrer com isso. Para esses 89% foi perguntado qual o

percentual da diminuição de fluxo de clientes, cujo resultado está ilustrado no gráfico 24.

Gráfico 24 – Percentual da diminuição do fluxo de clientes nos estabelecimentos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Verifica-se, com o gráfico 24, que a metade dos empreendedores, 50%, afirmaram que o

número de clientes no seu estabelecimento diminuiu em 90%, enquanto outros 25% relataram que o

fluxo de clientes diminuiu em 100%. Já 12,5% desses empresários afirmaram que a queda de clientes

foi de 80%, e outros 12,5% disseram que diminuiu em 50%. Com isso, percebe-se que a redução do

número de consumidores nos bares e restaurantes da barragem foi bastante significativa, e isso,

consequentemente, gera uma economia instável, ou seja, prejuízos para o comercio regional. Assim,

em meio a essa instabilidade, o empreendedor deve ter iniciativa e estar preparado para assumir os

riscos e compromissos necessários para salvar o negócio e desenvolvê-lo no mercado (MALHEIROS,

FERLA E CUNHA, 2005).

Então, a partir dessa situação, foi perguntado aos empresários se eles utilizavam alguma

estratégia para atrair e manter os seus clientes. Logo, 100% responderam que “não” criam nenhuma

estratégia. Essa situação não se assemelha com o que é proposto pelos autores Kiyosaki, Fleming e

Kiyosaki (2012). Segundo eles, os verdadeiros empresários não se importam com as oscilações de

mercados, pois sempre estão em buscando melhorias nos seus produtos, processos ou serviços. Nos

tempos difíceis, enquanto uns enxergam menos oportunidades no mercado, esses empresários agem,

e não se tornam perdedoras.

91

4.5 Oportunidades e incentivos

Se tratando de empreendedorismo, sabe-se que alguns fatores estão, geralmente, presentes

no cotidiano dos empresários, como as oportunidades que lhes cercam constantemente, e incentivos

que surgem ao longo do tempo. Assim, o presente capítulo vem tratar de responder uma parte dos

objetivos proposto por esse trabalho, mostrar as oportunidades e incentivos que influenciaram os

empreendedores na gestão do seu próprio negócio e que foram aproveitadas no desenvolvimento de

suas atividades.

De acordo com Dolabela (2006), as oportunidades se caracterizam como sendo atraentes e

duráveis, com hora certa, ancorando-se em um produto, ou serviço, que irá gerar ou adicionar valor

para seu comprador. Sabendo disso, a pesquisa buscou conhecer, primeiramente, se os

empreendedores desses bares e restaurantes buscavam conhecer as necessidades dos seus clientes,

e obteve-se o seguinte resultado, ilustrado no gráfico 25.

Gráfico 25 – Quantos empreendedores buscam conhecer as necessidades de seus clientes.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Com base no gráfico 25, percebe-se que a maioria dos donos dos bares e restaurantes da

barragem, 67%, busca conhecer as necessidades de seus clientes, identificando quais os produtos e

serviços mais desejados, e quais as melhorias poderiam ser feitas nos estabelecimentos. Logo 33%

desses empresários afirmaram que não procuram saber as necessidades dos seus clientes.

Para aqueles que responderam “sim”, foi perguntado como eles faziam para descobrir as

necessidades dos seus clientes e qual a frequência para esta análise. Então, desses 67%, todos

relataram que colhem essas informações através de conversas informais com seus clientes. Logo,

92

muitos informaram que estão diariamente buscando saber o que seus consumidores desejam, já outros

relataram que essa busca de informações não é tão frequente. Mas, mesmo encontrando esse índice

de empreendedores, que buscam conhecer as necessidades dos clientes, nenhum afirmou criar

estratégias para atrair ou manter clientes, como citato anteriormente, descrito após o gráfico 24.

Em seguida, os empreendedores foram questionados sobre como identificavam as

oportunidades nos seus empreendimentos. Nesse processo de identificação de oportunidades, Degen

(1989) cita oito formulas mais comum, como a: Identificação de necessidades do mercado consumidor;

observação de deficiências dos concorrentes; observação de tendências de mercado; derivação da

ocupação atual; procura de outras aplicações; exploração de hobbies; lançamento de moda; e a

imitação de algum sucesso alheio. O gráfico 26 apresenta as respostas dos empreendedores.

Gráfico 26 – Como os empreendedores identificam oportunidades.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Verifica-se, com o gráfico 26, que 56% buscam encontrar as oportunidades, para o seu

negócio, através da identificação das necessidades dos seus clientes, sendo assim objetivos na busca

pela satisfação dos consumidores. De acordo com Degen (1989, p.22), “[...] a fórmula mais direta para

identificar oportunidades de negócios é procurar necessidades que não estão sendo satisfeitas e

desenvolver os produtos ou serviços para satisfazê-las, a um custo que os consumidores estejam

dispostos a pagar”. Já 33% identificam as oportunidades através da observação das tendências de

mercado, o que exige do empreendedor a capacidade de estar sempre atento ao cotidiano, e assim

entender quais as tendências irão influenciar o seu dia-a-dia, e ao seu empreendimento. Com isso, ele

deve buscar prever quando elas poderão acontecer e qual o impacto irão causar, o empreendedor tem

que se preparar conforme suas análises e objetivos (DEGEN, 1989). E 11% identificou as

93

oportunidades através da deficiência dos concorrentes, ou seja, o que concorrente não oferece para o

cliente, estes buscam dispor em seu negócio como diferencial.

Contudo, Dolabela (2006) afirma que não existe uma “receita de bolo”, nem checklists para

conseguir identificar e agarrar as oportunidades que surgem no ambiente, para o autor, tudo irá

depender da capacidade do empreendedor. Logo, ele também não descarta que pode haver desafios

referentes à identificação dessas oportunidades, por exemplo, quando elas estiverem presentes e

enterradas em dados contraditórios, inconsistências, lacunas de informações e outros demais tipos de

vácuos, caos do mercado etc. Mas, por outro lado, relata que quanto mais imperfeito for o mercado,

mais abundantes são as oportunidades.

Em seguida, ilustrado pelo gráfico 27, os gestores dos bares e restaurantes responderam o

“por que” de terem escolhido aquela região para empreender, já que é de grande importância saber

escolher bem o local para iniciar o negócio próprio. Segundo Chiavenato (2007), a escolha irá

depender de vários fatores, que variaram conforme o campo em que a empresa pretende atuar, ou

seja, haverá diferença de fatores se ela é produtora de bens para se ela for prestadora de serviços, se

está no setor industrial ou comercial etc. O autor assegura que a localização ideal é aquela em que

todos os fatores são atendidos com total ou parcial satisfação.

Gráfico 27 – Motivos que levaram os empresários a escolher essa região para empreender.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Observando o gráfico 27, percebe-se que a maioria dos empreendedores dos bares e

restaurantes já possuía alguma ligação com a região, antes mesmo de abrir o seu negócio próprio, pois

44% já moravam na localidade, enquanto 22% deram comunidade a negócios da família, e 11%

94

aproveitou a oportunidade da área já pertencer a sua família. Assim, 77% foram motivadas a

empreender na barragem por ter algum vinculo com a região, seja por morar, ou por ter família no local.

E 11%, disse que o motivo foi o local ser reservado, ideal para aqueles clientes que querem

ficar distante da cidade. E outros 11% afirmou que está atuando naquela localidade por que ganhou

uma licitação, para administrar o empreendimento que ia ser construído na época.

Em seguida, depois de os empreendedores relatarem o motivo que o fizeram escolher a região

para montar o seu negócio próprio, e sabendo que o Açude público do município de Pau dos Ferros –

RN pode, de forma direta ou indireta, atrair turistas e possíveis clientes, questionou-se aos empresários

sobre qual o grau de importância da barragem, em sua visão, para o seu estabelecimento. O gráfico 28

ilustra o resultado dessa questão.

Gráfico 28 – Grau de importância da barragem na visão dos empreendedores.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Com o gráfico 28, comprova-se o quanto a barragem é importante para o comercio da região,

pois quase todos os empreendedores, 89%, afirmaram que ela tem muita importância, segundo eles,

ela influencia fortemente no fluxo de clientes dos estabelecimentos. Praticamente todos destacaram a

grande importância do açude, qualificando o como sendo “ótima”, “indispensável”. Eles afirmam que ela

é a melhor coisa, não só para o seu estabelecimento, mas também para toda a região, e quando está

cheia, ou “sangrando”, os bares e restaurantes lotam fácil. Alguns ainda disseram que quando ela está

cheia, melhora cerca de 90% a 100% o movimento.

Contudo, 11% relatou que a barragem pouco influência no fluxo de clientes do seu

estabelecimento. Esta minoria afirmou que iniciou seu empreendimento achando que a barragem seria

de fundamental importância para atrair consumidores, mas com o passar do tempo, principalmente com

95

a grande seca que atinge a região, observou que não houve oscilação negativa no número de clientes.

Acredita que consegui gerar um novo atrativo que suprisse a necessidades dos clientes para o seu

estabelecimento. Não dependendo da visão para barragem, ela criou um ambiente natural atrativo, mas

também ressaltou a importância da água da barragem para manter esse cenário. Conforme Kiyosaki,

Fleming e Kiyosaki (2012), as pessoas se tornam mais criativas durante uma incerteza econômica, pois

saem de suas zonas de conforto e tomam a iniciativa pela mudança, por melhorias, ou seja, os fortes

emergem durante essas épocas de fraqueza.

Dolabela (2006), também defende que o empreendedor ver fracasso como um resultado como

outro qualquer e, além disso, ele acaba apreendendo com os resultados negativos, retirando assim,

uma lição e aprendizagem dos próprios erros que foram cometidos, para assim não serem repetidos.

Pesce (2012) traz uma boa justificativa para isso quando afirma que apreender com os erros é a chave

para o sucesso, pois existem muitos fundadores que obtiveram sucesso em seus negócios,

simplesmente por apreender com seus próprios erros. A autora, ainda ressalta o quanto é importante

ter paixão por aquilo que se faz, pois isso faz com que o empreendedor não deixe as falhas o

derrotarem, ele apreende com elas.

Observando essas respostas sobre a importância desse açude para esses empreendimentos,

percebesse que não é por acaso que pouco mais da metade dos empreendedores elencou a

localização do seu estabelecimento como diferencial competitivo, ilustrado ainda pelo gráfico 16.

Posteriormente, foi perguntado a esses gestores se haviam recebido algum tipo de incentivo

financeiro para a gestão do seu negócio, cujas respostas estão expostas no gráfico 29.

Gráfico 29 – Empreendedores que já receberam algum incentivo financeiro para a gestão do seu negócio.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

96

Conforme o gráfico 29 percebe-se que a grande maioria dos empreendedores, 78%, nunca

recebeu incentivos financeiros para a gestão do seu empreendimento, enquanto apenas 22%

confirmaram já ter recebido. De acordo com Malheiros, Ferla e Cunha (2005), existem incentivos

governamentais e fiscais para aquelas empresa que estão trabalhando, e buscando produzir seus

produtos ou prestar seus serviços, de modo que não agridam o meio ambiente, que realizam projetos

sociais em prol da justiça e da igualdade, em outras palavras, empresas que buscam o

desenvolvimento sustentável.

Para esses 22% foi pedido que informassem de onde surgiu esse incentivo. Assim obteve-se

como resposta que 50% ganharam incentivos da família, enquanto que a outra parcela, de 50%,

recebeu incentivos financeiros de órgãos públicos.

Assim, depois de identificar se esses donos de bares receberam, ou não, incentivos

financeiros, e como buscam identificar as oportunidades, expostos no gráfico 26, surgiu a curiosidade

de saber se eles já deixaram de aproveitar alguma oportunidade em seu empreendimento. Nesse

questionamento, 100% responderam nunca terem deixado de aproveitar alguma oportunidade, que

tenha surgido ao longo do tempo, no seu empreendimento. Dornelas (2014) afirma que as

oportunidades, na maioria das vezes, são únicas. Segundo ele, o empreendedor pode passar vários

anos sem ter a chance de aproveitar uma oportunidade em seu negócio, como, por exemplo,

desenvolver um novo produto, conquistar um novo mercado consumidor, ou firmar uma parceria de

extrema importância que possa lhe proporcionar um grande diferencial competitivo perante a sua

concorrência.

Contudo, alguns empreendedores destacaram outros tipos de oportunidades que não

aproveitaram, por exemplo, em relação ao seu desenvolvimento acadêmico e profissional, ou seja,

alguns relataram que poderiam ter crescido mais profissionalmente se tivessem aproveitado os estudos

e ingressado na universidade. Assim:

Diz-se que a oportunidade é como uma deusa que nos ilumina e nos acena por breves e curtos momentos, e que são poucos os afortunados que estão na sua mira. Na verdade, estes “afortunados” nada mais são que empreendedores que possuem a percepção aguçada e estão abertos às oportunidades (HASHIMOTO, 2006, p.121).

Posteriormente, já sabendo que boa parte desses empreendedores buscava conhecer as

necessidades dos seus clientes, ou seja, percebe-se que alguns deles podem manter um melhor

contato, feedback, dos seus consumidores sobre o seu empreendimento. Então, foi perguntado a

esses gestores qual era o principal fator positivo, dito pelos clientes, na gestão de seu

empreendimento. A seguir, o gráfico 30, apresenta o resultado da questão.

97

Gráfico 30 – Principais fatores positivos ditos pelos clientes sobre os empreendimentos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Observando o gráfico 30, verifica-se que a comida desses empreendimentos é um grande

atrativo da região, pois pouco mais da metade dos empreendedores, 56%, afirmaram que já escutaram

elogios, vindo de clientes, sobre a qualidade da mesma. Outro fator observado foi que o “peixe frito” é

um prato bastante apreciado por quem frequenta esses bares e restaurantes da barragem, muito

elogiado pelos consumidores.

Já 44% dos empreendedores relataram que muitos clientes elogiam a localização do seu

estabelecimento, seja por se encontrar próximo a água da barragem, proporcionando um melhor

ambiente para banhos, ou por ter uma paisagem agradável, principalmente quando comparados a

bares e restaurantes localizados na cidade, já que estes não dispõem dessa vantagem competitiva. E

33% enfatizaram, especificamente, esse fator, a área verde e o ambiente natural, que seria o agrado do

cliente pelo contado direto com a natureza.

E finalizando a questão, 11% dos donos dos bares e restaurantes informou que os clientes já

comentaram que os preços das bebidas estão com um bom valor. Enquanto outros 11% relatou que já

escutaram dos clientes, como ponto positivo, o atendimento do seu estabelecimento.

Após saber quais pontos positivos esses empresários já escutaram de seus clientes, foi

perguntado, o que eles já haviam escutado como fator negativo, ou seja, o que os consumidores já

reclamaram e sobre o que pediram melhorias.

A seguir, o gráfico 31 apresenta os principais fatores negativos ditos pelos clientes sobre os

empreendimentos.

98

Gráfico 31 – Principais fatores negativos ditos pelos clientes sobre os empreendimentos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Observando o gráfico 31, percebe-se que a maioria dos empreendedores, 56%, respondeu que

não sabia informar ou não tinha escutado reclamações vindas de seus clientes, logo essa porcentagem

deixa rastros de dúvida a respeito disso, afinal sempre existe algum cliente que expressa sua opinião

ou sugestão de melhoria para a organização que frequenta. Assim, leva-se a crer que alguns desses

gestores podem ter optado em não apontar suas “fraquezas” para esta pesquisa.

Seguindo a análise do gráfico, percebe-se que 22% dos estabelecimentos já receberam

reclamações sobre o atendimento, podendo, por exemplo, estar relacionado à demora no preparo das

comidas, ou ao despacho delas nas mesas, como também na maneira de tratamento dos gestores e

colaboradores com seus clientes, etc.

Já em 11% dos bares e restaurantes foi encontrado reclamações com relação ao

estacionamento, e foi observado, durante a realização da pesquisa, que alguns empreendimentos não

detêm de um bom espaço para acolher os veículos dos seus consumidores, seja por falta de sombra,

espaço, ou pelo acesso ser difícil, principalmente para quem tem pouca prática em dirigir carro, ou

moto.

Teve também reclamações sobre a estrutura do empreendimento em 11% dos negócios. E

sobre a falta de internet (Wi-fi), informado por 11% dos empreendedores. Notando-se assim, que a

presença de tecnologias modernas, nos negócios da região, é um fator importante para o agrado da

clientela.

Em seguida, foi perguntado quais foram as conquistas desses empresários com a criação e

gestão dos seus negócios, cujo resultado da questão está exposto no gráfico 32.

99

Gráfico 32 – Conquistas com a criação e gestão do negócio próprio.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Analisando o gráfico 32, verifica-se que a principal conquista presente entre a maioria dos

empreendedores, 67%, foi que a geração de recursos financeiros, proporcionada pelo negócio próprio,

possibilitou a ajuda no sustento da família. Já a melhoria da qualidade de vida foi citada por 44%.

Sobre os benefícios proporcionados pelo empreendedorismo, Dolabela (2006) destaca a sua grande

importância por promover ao individuo a geração de autonomia, autorrealização e a busca do sonho,

conforme o autor, o “empreendedorismo é uma das manifestações da liberdade humana” (DOLABELA,

2006, p.30).

Dentre essas vantagens oportunizadas pelo empreendedorismo, 33% dos empresários

relataram que conquistaram a sua independência econômica, e outros 22% conseguiram comprar mais

utensílios pessoais. Assim, percebe-se o quanto pode ser transformada a vida de quem se arrisca na

jornada empreendedora, conquistando a independência econômica e melhoria na qualidade de vida.

Posteriormente, os empreendedores foram questionados a respeito de tecnologias que utilizam

para atrair seus clientes e melhor administrar os empreendimentos, pois se sabe que elas são fontes

de novas oportunidades, e dependendo da situação ou do momento tornam-se grandes inovações,

gerando assim um forte diferencial competitivo perante a concorrência. Outro fator, que também

motivou a fazer questionamentos sobre esse assunto, foi devido os bares e restaurantes se localizarem

na zona rural, ou seja, até que ponto esses empreendimentos se utilizam de tecnologias modernas.

Schumpeter afirma que quando o empreendedor introduz inovações no mercado, torna ultrapassados

os produtos e tecnologias já existentes (BARROS; PEREIRA, 2008).

Então, foi perguntado quais as tecnologias os empreendedores disponibilizavam para atrair

clientes, cujas respostas estão apresentadas a seguir, pelo gráfico 33.

100

Gráfico 33 – Inovações tecnológicas disponibilizadas nos bar/restaurantes para atrair clientes.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Com o gráfico 33, percebe-se que a tecnologia mais presente, entre os empreendimentos, é o

som ambiente. Enquanto que a televisão está em segundo lugar, usada em 56% desses bares e

restaurantes. Assim, percebe-se que o básico dos aparelhos se encontra em boa parte dessas

empresas. Já 44% disponibilizam internet (Wi-Fi) para a clientela conectarem seus notebooks, tabletes,

celulares. E 11% possuí máquinas para receber pagamentos com cartão de crédito ou débito. Então,

sabendo já quais são as tecnologias existentes, foi perguntado aos empreendedores que tipo de

tecnologias gostaria de disponibilizar para atrair ou manter seus clientes. Resultado no gráfico 34.

Gráfico 34 – Inovações tecnológicas que os empreendedores gostariam de disponibilizar nos bar/restaurantes .

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

101

Analisando o gráfico 34, percebe-se que, dentre as inovações tecnológicas existentes, 44%

dos empreendedores gostariam de instalar uma televisão para seus clientes. Assim, todos aqueles

empreendimentos que não possuem esse aparelho quer disponibilizá-lo, já que os outros 56% já o têm,

como pode ser visto pelo gráfico 33. Alguns empreendedores ainda relataram sua importância em dias

de partidas de futebol, pois atraem clientes, torcedores que ficam assistindo os jogos e consumindo os

produtos do estabelecimento.

Observa-se também que 22% desses empresários querem implementar a internet como

atrativo no seu negócio, visto que 44%27 já disponibilizam. E apenas 11% ainda pretendem instalar um

som ambiente, enquanto que 78% já oferecem isso. Nota-se também, que 11% mostrou interesse em

usar maquina para o recebimento de pagamentos, por meio de cartão de crédito ou de débito.

Enquanto que 11% quer instalar pontos de recarga de bateria de celular em seu estabelecimento.

Em seguida, os empreendedores foram questionados se utilizam algum tipo de tecnologia para

melhor administrar o seu negócio próprio. O gráfico 35 ilustra o resultado dessa questão.

Gráfico 35 – Empreendedores que utilizam tecnologias modernas para administrar o empreendimento.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Pode ser observado, através do gráfico 35, que quase todos os empreendedores não utilizam

tecnologias, (como computador e internet) para gerir o seu empreendimento, porém, 11% afirmou

dispor disso. Infelizmente esse tipo de administração ainda não é tão presente nesses

empreendimentos, o que poderia ajudar de forma bastante significativa, seja no controle de

mercadorias, ou finanças.

27 Ilustrado no gráfico 33.

102

Posteriormente, os empreendedores relataram se algum cliente já havia pedido que fosse

disponibilizado algum tipo de tecnologia em seu estabelecimento, e se atenderam ao pedido deles. As

respostas estão apresentadas a seguir, pelo gráfico 36.

Gráfico 36 – Clientes que pedem, ou já pediram, algum serviço tecnológico no empreendimento.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Conforme o gráfico 36 pode-se notar que 56%, ou seja, pouco mais da metade dos

empreendedores afirmaram que já receberam pedidos, vindos de seus clientes, para disponibilizar

algum tipo de tecnologia no seu estabelecimento. Enquanto que 44% relataram que nunca aconteceu

isso.

“O mar está para peixe? É a pergunta que todo pescador faz, diariamente, antes de partir para

a pesca em alto-mar. A mesma pergunta fazem os empreendedores quando analisam o investimento

em algum novo negócio” (CHIAVENATO, 2007, p.29). Então, observando esses pedidos, vindos dos

clientes, e traduzindo os como oportunidades para esses empresários investir em seu negócio próprio,

foi questionado a eles, que responderam “sim”, se investiram na tecnologia solicitada.

Então desses 56%, 80% afirmara terem investido na tecnologia solicitada, e 20% disseram que

pretendiam investir, ou seja, percebe-se que esses empresários acolhem as oportunidades, e buscam

satisfazer sua clientela. De acordo com Hashimoto (2006), uma pessoa só persegue uma oportunidade

se ela quiser, pois o ambiente pode estar repleto de oportunidades, mas se o empreendedor não tiver

interesse, elas nunca serão detectadas.

Então, após saber dessas questões sobre a utilização e implementação de tecnologias

modernas nesses estabelecimentos, foi perguntado a opinião desses empreendedores a respeito do

103

uso das mesmas, para auxiliar na gestão do empreendimento e para atrair clientes. O resultado dessa

questão está ilustrado a seguir, pelo quadro 8.

Quadro 8 – Quadro de opiniões sobre uso de tecnologias modernas para auxiliar na gestão do empreendimento e atrair clientes.

Opinião Frequência

Muito importante para satisfazer os clientes. 33%

Importante. 22%

Uma boa ideia e alternativa para atrair clientes. 11%

É importante, nos dias atuais, para atender melhor as necessidades dos clientes. 11%

É bom, dá mais conforto para o cliente. 11%

Não tem. 11%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

A partir da análise do quadro 8, pode-se observar que os empreendedores dos bares e

restaurantes da barragem de Pau dos Ferros – RN opinaram de forma positiva a respeito da

importância do uso das tecnologias, tanto para atrair e manter clientes, como para gerir um negócio.

Contudo, muitos desses empreendedores mostraram ter dificuldade na hora de responder

essas questões relacionadas às tecnologias, pois relataram que não tinham tanta afinidade e

conhecimento sobre essa realidade. Dornelas (2014) alerta que o empreendedor deve estar sempre

bem informado, pois é a partir dessas informações que ele poderá desenvolver novas ideias para o seu

empreendimento.

Porém alguns entrevistados confirmaram a grande importância que é investir nessas

tecnologias modernas, principalmente, disponibilizar internet (Wi-Fi) para a clientela. Eles destacaram

que, hoje em dia, quem não está inserido nesse meio tende a perder clientes. Alguns desses

empresários relataram que escutaram elogios de clientes por ter disponibilizado internet no seu

estabelecimento, dizendo que iriam frequentar mais vezes o local, já que outros empreendimentos não

ofereciam tal serviço.

“Schumpeter argumenta que os empreendedores são a força motriz do crescimento

econômico, ao introduzir no mercado inovações que tornam obsoletos os produtos e as tecnologias

existentes” (BARROS; PEREIRA, 2008).

Em seguida, para identificar se os empreendedores tinham pretensões futuras em continuar

com os seus empreendimentos, foi perguntado se pensavam em ampliá-los. E foi constatado que

100%, ou seja, todos os empreendedores pretendem ampliar o seu negócio próprio. A partir disso,

entende-se que esses empresários desejam continuar atuando neste ramo de atividade, apesar das

dificuldades enfrentadas no momento atual.

104

E por fim, após saber que muitos desses empreendedores já pensaram em desistir, que

enfrentaram diversos tipos de barreiras, ou seja, a partir de suas experiências, foi pedido para deixarem

alguma sugestão para quem deseja empreender. Então foi elaborado um quadro de sugestões,

ilustrado a seguir, pelo quadro 9.

Quadro 9 – Quadro de sugestões dos empreendedores.

Bar e Restaurante Sugestão

BR128 Não ter medo de errar. Buscar sempre a melhor qualidade.

BR2 Buscar investir na qualidade dos serviços, produtos e atendimento.

BR3 Analisar bem o que, e aonde, vai investir.

BR4 Se aparecer uma oportunidade de negócio a pessoa deve encarar, de preferência tendo experiência na área.

BR5 Fazer uma autoanálise. Analisar as dificuldades do que vai investir, principalmente, se for usar capital de terceiros.

BR6, BR7, BR8, BR9 Sem sugestões

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Com base no quadro 9, pode-se notar, de forma geral, que esses empresários sugerem, ao

futuro empreendedor, “atenção” para quando for montar seu empreendimento, realizando uma

autoanálise sobre seu potencial, bem como aos demais fatores que estão ligados a sua ideia, e assim

refletir se está disposto a enfrentar tal jornada. Logo, ele não deve ficar preso ao medo de errar, e sim,

sempre buscar o ideal que é estar constantemente investindo na qualidade de seus produtos, serviços,

etc.

Essas dicas são bastante valiosas para quem deseja se aventurar numa jornada

empreendedora, afinal partiram de experiências de pessoas que estão atuando há 20 anos no

mercado, como mostra o gráfico 4.

28 As fotos de cada bar/restaurante estão ilustradas no apêndice A.

105

5 CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

O presente capítulo irá abordar todas as conclusões que foram obtidas com o desenvolvimento

deste trabalho, tomando como base não só os dados coletados na realização da pesquisa, mas as

observações feitas durante a aplicação dos questionários, e a vivência neste meio. Será apresentado

também, algumas sugestões e recomendações às quais possam ajudar a todos aqueles que estão

envolvidos, de forma direta e indireta, a este forte potencial empreendedor existente às margens do

Açude público da cidade de Pau dos Ferros – RN.

Espera-se com estas conclusões, sugestões e recomendações, um caráter útil para futuros

pesquisadores cujo tenham em mente desenvolver trabalhos similares a este.

5.1 Conclusões

A partir de todos os dados e informações colhidas na realização deste trabalho de conclusão

de curso, pode-se afirmar que ele foi de grande importância para conhecer toda a realidade sobre

empreendedorismo em bares e restaurantes, existentes às margens do Açude público do município de

Pau dos Ferros – RN, bem como a sua influência para a movimentação da economia local e regional.

Foi possível desenvolver um trabalho cujos resultados foram satisfatórios, a vista do que havia

sido planejado. Assim, todos os objetivos traçados para a realização desta pesquisa foram atendidos.

Inicialmente a pesquisa buscou identificar o perfil e as características dos empreendedores dos

bares e restaurantes, localizados às margens do Açude público do município de Pau dos Ferros – RN.

E assim, verificou-se que esses empreendedores, em sua maioria, são do sexo masculino, um público

jovem com idade a partir de 26 anos, com ensino médio completo, e naturalidade na própria cidade do

seu empreendimento, em Pau dos Ferros – RN. Com relação ao estado civil, a maioria se divide entre

pessoas casadas e divorciadas.

Contatou-se também que quase todos os empresários se dedicam ao seu negócio mais de 10

horas29 por dia, de segunda a segunda, cuja principal fonte de renda provém do mesmo. Contudo,

antes de montá-lo, nenhum deles se qualificou através de algum curso, mas uma parte já possuía

alguma experiência relacionada à área, pois já havia trabalhado neste ramo antes de empreender, por

exemplo, como garçom. E ainda, quase todos os empreendedores se consideram otimistas e

apaixonados pelo o que fazem.

29 Alguns até moram no próprio empreendimento, ou residem próximo a ele.

106

O segundo objetivo pretendeu conhecer as características dos empreendimentos geridos pelos

empresários. De modo geral, notou-se que a maioria funciona como bar e restaurante, não idealizados

ou criados pelo próprio empreendedor, operam durante todos os dias da semana, inclusive nos

feriados, sendo que domingo é o dia da semana com maior fluxo de clientes. Estes também contam em

sua equipe de colaboradores os moradores da própria região da barragem. Sobre o horário de

funcionamento, alguns iniciam suas atividades a partir das 7 horas e finalizam às 24 horas. Existentes

no Açude público de Pau dos Ferros – RN desde 1995, esses empreendimentos têm como principal

diferencial competitivo a qualidade e a variedade de comidas. Contudo, a maioria não é formalizada.

O terceiro objetivo buscou estudar os desafios encontrados pelos gestores dos bares e

restaurantes, desde a origem dos seus empreendimentos até os dias atuais. E dentre tudo o que foi

coletado, pode-se apontar como principais desafios enfrentados por esses empresários, a falta de

capital inicial para a abertura do empreendimento, a falta de capital de giro para mantê-lo no mercado,

e o grande período de seca o qual hoje afeta a região, provocando, segundo os empresários, uma forte

redução no fluxo de clientes em seus estabelecimentos. Contudo, apesar dos desafios enfrentados

todos pretendem ampliar o seu negócio próprio.

O quarto objetivo procurou mostrar as oportunidades e incentivos que influenciaram os

empreendedores na gestão do seu negócio próprio, e aproveitadas no desenvolvimento de suas

atividades. Em sua maioria, esses empresários aproveitaram a oportunidade de já morar na região

para montar o seu negócio, acreditam nunca terem deixado de aproveitar alguma oportunidade nos

estabelecimentos, e as identificam através das necessidades de seus clientes, logo nunca receberam

incentivo financeiro para a gestão do empreendimento. Além do mais, o Açude público de Pau dos

Ferros – RN é uma grande fonte de oportunidades para o empreendedorismo local, visto que influencia

fortemente no fluxo de pessoas na região.

Também se buscou verificar qual a presença de tecnológicas modernas em cada

empreendimento. Constatou-se que os empreendedores, em sua maioria, disponibilizam som ambiente

e televisão para o maior conforto de seus clientes, logo, não utilizam tecnologias mais modernas para

melhor gerenciar o negócio próprio, por exemplo, com serviços viabilizados pelo computador e internet.

No decorrer dessas questões, notou-se também que parte dos empresários não se familiarizava

quando falava em tecnologias, assim tinham dificuldade em responder as perguntas.

De modo geral, este trabalho trouxe um universo de informações importantes para o

conhecimento do perfil e desenvolvimento do empreendedorismo nos bares e restaurantes existentes

na região pesquisada. Diante de tudo, pode-se perceber que no Açude público de Pau dos Ferros – RN

existe uma riqueza de oportunidades a serem exploradas por meio do empreendedorismo.

107

5.2 Sugestões e recomendações

A partir de tudo o que foi analisado nos resultados da pesquisa, bem como a experiência vivida

na região e nesse ambiente de empreendedorismo, foi possível traçar algumas sugestões e

recomendações.

Um ponto bastante interessante e importante a ser implementado na localidade, seria a

divulgação de métodos e técnicas para reaproveitamento de restos de comidas e materiais (ex.:

garrafas de plástico, saquinhos de papel e plástico, etc.), como também o incentivo a reciclagem

através de parcerias com outras empresas, além de propagar pelo ambiente placas, fiscais, pessoas

capacitadas que possam instruir os empreendedores, habitantes locais e visitantes com informações

sobre a importância da preservação do meio ambiente. Afinal, esses comerciantes causam impactos

diretos à natureza a qual precisa ser preservada, sendo que nem todo mundo entende como deve agir

diante disto, como também, há muitos clientes que não colaboram com bons atos e hábitos. No

apêndice B, a fotografia 42 irá exemplificar essa situação.

Sugere-se também, mais informação sobre a importância de tecnologias modernas para os

empreendedores. Apesar de hoje já existir torres provedoras de internet e celulares para a população

da barragem, seria interessante uma maior atenção por parte da prefeitura em levar conhecimento para

estes empresários, os quais até então, em sua maioria, não possuem tanta informação sobre sua

importância, ou pelo menos não atendem as exigências do mundo moderno. É muito importante manter

vivo o empreendedorismo, e seu desenvolvimento progressivo nessa região repleta de oportunidades.

Outro fator observado foi que a maioria dos empreendedores não conhecia os benefícios que

poderia ter com a formalização de seu negócio próprio, além de alguns nem saber da existência disto.

É interessante que órgãos como o SEBRAE, e a própria prefeitura da cidade, possam passar esse

conhecimento para os empreendedores sobre a formalização do seu negócio, afinal esses empresários

merecem conhecer isto e serem incentivados a participar desse sistema, e assim colher os benefícios,

o que irá, de forma direta ou indireta, agregar valor competitivo e qualidade ao mercado local.

Sugere-se ainda, que algum órgão público disponibilize uma página na internet dos produtos e

serviços oferecidos por cada bar/restaurante, criando-se cardápios diferenciados e com padrões de

qualidade exigida pelo mercado. Além disso, criar eventos gastronômicos nesta região, para que os

clientes, visitantes e turistas possam avaliar, e premiar, os melhores pratos e serviços de cada

bar/restaurante localizado nas proximidades do Açude público de Pau dos Ferros-RN.

Esse trabalho de curso é recomendado para todos aqueles que buscam informações a cerca

do empreendedorismo e seus fatores influentes, como desafios e oportunidades. Espera-se que ele

108

possa ser aproveitado como fonte de pesquisa por outros acadêmicos na realização de trabalhos

científicos, e por possíveis empresas que buscam conhecimento para investir na região.

Por fim, recomenda-se ainda para órgãos públicos e ONG’s interessadas em fornecer apoio às

empresas locais, como através do oferecimento de cursos e disseminação de informações em prol de

um melhor desenvolvimento do empreendedorismo local. Em resumo, que seja útil a todos aqueles que

desejam conhecer um pouco mais sobre o empreendedorismo, mas especificamente sobre os bares e

restaurantes que estão localizados às margens do Açude público do município de Pau dos Ferros –

RN.

109

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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113

APÊNDICE A – Fotos dos bar/restaurantes

Neste apêndice serão apresentadas as fotos dos bar/restaurantes estudados na pesquisa.

Fotografia 8 – Bar 1 dos Barracos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 9 – Visão do cliente para o açude do bar 1 / Barracos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 10 – Bar do Galego / Barracos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

114

Fotografia 11 – Visão do cliente para a barragem do Bar do Galego.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 12 – Área de lazer do Bar do Galego.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

As fotos ilustradas até aqui, são referentes aos bares e restaurantes que estão localizados em

um lugar conhecido como “barracos”. São empreendimentos que se localizam próximo ao Açude de

Pau dos Ferros – RN.

As fotografias 9 e 11 simulam a visão do cliente no bar observando a barragem, mas,

infelizmente por conta da seca, não há paisagem das águas que deveriam estar bem próximas dos

estabelecimentos.

A seguir, estão ilustradas as fotos dos demais empreendimentos.

115

Fotografia 13 – Bar 2 Irmãos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 14 – Empreendedor do Bar 2 Irmãos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 15 – Bar das Poderosas.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

116

Fotografia 16 – Espaço físico do Bar das Poderosas.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 17 – Fachada do Barravento.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 18 – Quiosques do Barravento.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

117

Fotografia 19 – Área para clientes.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 20 – Arborização.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 21 – Visão dos clientes para o açude / Barravento.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

118

Fotografia 22 – Local para orações / Barravento.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 23 – Fachada ASSECAS.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 24 – ASSECAS.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

119

Fotografia 25 – Visão do cliente para o açude / ASSECAS.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 26 – Bar do Flamengo.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 27 – Visão lateral do Bar do Flamengo.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

120

Fotografia 28 – Prainha Bar.

Fonte: Acervo pessoal, 2013.

Fotografia 29 – Espaço do Prainha Bar.

Fonte: Acervo pessoal, 2013.

Fotografia 30 – Visão dos clientes para o açude / Prainha Bar.

Fonte: Acervo pessoal, 2013.

121

Fotografia 31 – Adriano Bar.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 32 – Visão do cliente para o açude / Adriano Bar.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

122

APÊNDICE B – Fotos do Açude público de Pau dos Ferros – RN

Fotografia 33 – Paisagem a frente do Prainha Bar / Janeiro.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 34 – Paisagem próxima ao Prainha Bar / Outubro.30

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 35 – Paisagem natural do açude cheio.

Fonte: Toinho Dutra31, 2015.

30 As fotografias 30, 33 e 34 são registros de um mesmo local que fica a frente do Prainha Bar.

123

Fotografia 36 – Ausência de chuvas no açude / Janeiro de 2015.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 37 – Impacto da estiagem no Açude público de Pau dos Ferros – RN / Outubro de 2015.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 38 – O Barravento, quando a barragem estava “sangrando”.

Fonte: Toinho Dutra, 2015.

31 Fotos coletadas na rede social, diretas da página pessoal do fotografo profissional Toinho Dutra.

124

Fotografia 39 – Barravento no mês de Janeiro de 2015.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

Fotografia 40 – “Sangria” da barragem de Pau dos Ferros – RN.

Fonte: Toinho Dutra, 2015.

Fotografia 41 – Moradores da barragem atravessando o sangradouro de canoa.

Fonte: Toinho Dutra, 2015.

125

Fotografia 42 – Solo rachado e garrafas PET32.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

32 Fotografia retirada do centro da barragem, local que antes era coberto por água. Além das grandes rachaduras do solo, foram encontradas garrafas PET.

126

APÊNDICE C – Instrumento de coleta de dados

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM

Curso de Administração – CAD

Prezado empreendedor,

O seguinte formulário é exclusivamente de cunho acadêmico, e seus resultados serão

utilizados unicamente a fim de traçar o perfil e as características dos empreendedores dos bares e

restaurantes às margens do Açude público de Pau dos Ferros-RN, bem como responder quais os

desafios, incentivos e oportunidades na gestão de um negócio nesta Região do Alto Oeste Potiguar.

Atenciosamente,

Polyelber de Carvalho Ferreira.

Parte 1 – Perfil do Empreendedor

1. Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino

2. Natural de Qual município? ________________________.

3. Estado Civil:

( ) Solteiro. ( ) Casado. ( ) União Estável.

( ) Divorciado. ( ) Outro. Qual? ____________________________.

4. Faixa etária:

( ) Menos de 20 anos. ( ) Entre 21 e 25 anos. ( ) Entre 26 e 30 anos. ( ) Entre 31 e 35 anos.

( ) Entre 36 e 40 anos. ( ) Entre 41 e 45 anos. ( ) Entre 46 e 50 anos. ( ) Acima de 51 anos.

5. Grau de instrução:

( ) Ensino Fundamental (1º Grau) Incompleto. ( ) Ensino Fundamental (1º Grau) Completo. ( ) Ensino Médio (2º Grau) Incompleto.

( ) Ensino Médio (2º Grau) Completo. ( ) Superior Incompleto. ( ) Superior Completo. ( ) Pós-graduação. ( ) Sem escolaridade

Parte 2 – Características do Empreendedor

6. Quantas horas por dia você dedica ao seu negócio próprio?

( ) Menos que 06 horas. ( ) Entre 06 e 08 horas.

( ) Entre 08 e 10 horas. ( ) Mais de 10 horas.

127

7. Quais os dias que você se dedica ao seu negócio próprio? ( ) Segunda feira. ( ) Terça feira. ( ) Quarta feira.

( ) Quinta feira. ( ) Sexta feira. ( ) Sábado.

( ) Domingo. ( ) Feriados.

8. Você tem outra fonte de renda, além do seu negócio próprio?

( ) Sim. ( ) Não. Se sim, qual? ________________________________________

9. Você buscou qualificar-se, com algum curso, na área de atuação do seu negócio próprio? ( ) Sim, qualifiquei-me antes de abrir o negócio próprio. ( ) Sim, busquei qualificação após a abertura do negócio próprio. ( ) Não, mas pretendo buscar a qualificação na área de atuação do negócio próprio. ( ) Não, e não pretendo me qualificar na área de atuação do negócio próprio.

10. Você teve alguma experiência relacionada este tipo de negócio, antes de empreendê-lo? ( ) Sim. ( ) Não. Se sim, como foi essa experiência? Quanto tempo? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11. Você forneceu ou fornece algum tipo de qualificação para seus colaboradores? ( ) Sim. ( ) Não.

12. Quais dos conceitos de empreendedor você se enquadra: ( ) O Empreendedor Nato (Mitológico). ( ) O Empreendedor por oportunidade. ( ) O Empreendedor que Aprende (Inesperado). ( ) O Empreendedor por Necessidade. ( ) O Empreendedor Serial (Cria Novos Negócios). ( ) O Empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar). ( ) O “Normal” (Planejado).

13. Quais são suas características como empreendedor – Segundo Dornelas (2014)? ( ) É visionário. ( ) Sabe explorar oportunidades. ( ) É determinado e dinâmico. ( ) É dedicado.

( ) É otimista e apaixonado pelo o que faz. ( ) É organizado. ( ) Assume riscos calculados.

Parte 3 - Características do Empreendimento

14. Qual o ano em que foi criado o seu negócio próprio? _________________________

15. Qual o ramo de atividade do seu negócio? ( ) Bar ( ) Restaurante

128

( ) Bar e Restaurante. 16. Você quem idealizou e criou o seu próprio negócio?

( ) Sim. ( ) Não. Se não, quem foi? _______________________________________________.

17. Quem são os proprietários do estabelecimento que você administra? ( ) Apenas você. ( ) Sociedade Familiar. ( ) Pertence a Terceiros.

( ) Sociedade com Terceiros. ( ) Outra __________________

18. Seu negócio próprio foi criado e instalado para funcionamento:

( ) Com recursos próprios. ( ) Com recursos de sócios.

( ) Com recursos de terceiros. ( ) Através de órgão públicos.

19. Quem são os principais clientes deste empreendimento?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

20. Qual o horário de funcionamento deste empreendimento? Das __________horas, as ___________ horas.

21. Quais os dias de funcionamento deste empreendimento?( ) Segunda feira. ( ) Terça feira. ( ) Quarta feira.

( ) Quinta feira. ( ) Sexta feira. ( ) Sábado.

( ) Domingo. ( ) Feriados.

22. Qual o(s) dia(s) da semana com maior fluxo de clientes?

( ) Segunda feira. ( ) Terça feira. ( ) Quarta feira.

( ) Quinta feira. ( ) Sexta feira.

( ) Sábado. ( ) Domingo.

23. Qual o período do mês com maior fluxo de clientes?

( ) 1 a 5. ( ) 6 a 10.

( ) 11 a 15. ( ) 16 a 20.

( ) 21 a 25. ( ) 26 a 31.

24. Qual (s) o (s) mês (s) do ano que tem o maior fluxo de clientes?

( ) Janeiro. ( ) Fevereiro. ( ) Março. ( ) Abril.

( ) Maio. ( ) Junho. ( ) Julho. ( ) Agosto.

( ) Setembro. ( ) Outubro. ( ) Novembro. ( ) Dezembro.

25. Por qual motivo você abriu o negócio próprio?

( ) Sobrevivência. ( ) Complementar a renda familiar. ( ) Autonomia e independência. ( ) Continuidade ao negócio familiar. ( ) Outros:

____________________________________________________________________________________________________________________________

129

26. De onde vem a mão de obra de sua empresa?

( ) São moradores da própria barragem. ( ) São moradores de outra região. ( ) São moradores da barragem e de outra (s) região (es).

Se tem moradores de outra região. Qual (s)? ____________________________________________________________________________________________________________________________

27. Quantas pessoas você emprega no seu negócio próprio? ( ) Somente eu, não emprega mais ninguém. ( ) 1 pessoa. ( ) 2 pessoas.

( ) 3 pessoas. ( ) 4 pessoas. ( ) 5 pessoas. ( ) +5 pessoas.

28. Qual (s) o (s) principal (s) diferencial (s) competitivo do seu estabelecimento?

( ) Preços baixos. ( ) Localização do empreendimento. ( ) Qualidade e variedades de produtos. ( ) Qualidade dos serviços.

( ) outros: _____________________________________________________________________________________________

29. Você conhece os benefícios da formalização?

( ) Sim. ( ) Não. Se sim, quais? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

30. Seu negócio é formalizado? ( ) Sim. ( ) Não. Se sim, foi formalizado em qual ano? ________________________________________

31. (Apenas se Não for formalizado) Por quê seu negócio próprio não é formalizado? ( ) Falta de informação. ( ) Falta de incentivo à formalização. ( ) Burocracia. ( ) Não vê vantagem na formalização.

( ) Outro motivo: ______________________________________________________________

32. (Apenas se Não for formalizado) Você pretende formalizar o seu negócio próprio?

( ) Sim. ( ) Não.

Parte 4 – Desafios

33. Qual o maior desafio enfrentado na abertura do seu negócio próprio? ( ) Falta de capital inicial.

130

( ) Falta de incentivo de órgãos do governo. ( ) Falta de qualificação. ( ) Concorrência alta.

( ) Outro: ______________________________________________________________

34. Qual o maior desafio enfrentado para manter o seu negócio próprio? ( ) Falta de capital de giro. ( ) Falta de incentivo do governo municipal. ( ) Falta de qualificação.

( ) Concorrência alta. ( ) Outro: ______________________________________________________________

35. Quantas vezes você tentou empreender neste ramo de bar e restaurantes?

( ) Essa foi a primeira vez, não havia tentado antes. ( ) 2 vezes.

( ) 3 vezes. ( ) 4 vezes. ( ) Mais de 4 vezes.

36. Quantas vezes você tentou criar o seu negócio próprio? E em quais ramos?

( ) Essa foi a primeira vez, não havia tentado antes. ( ) 2 vezes.

( ) 3 vezes. ( ) 4 vezes. ( ) Mais de 4 vezes.

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

37. Você já pensou em desistir? ( ) Sim. ( ) Não. Se sim, por quais motivos? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

38. Neste período, de janeiro de 2014 a janeiro de 2015, devido a seca da barragem, houve

diminuição no fluxo de clientes? ( ) Sim. ( ) Não. Se sim, em qual percentual ou proporção? _______________________________________________________________________

39. Nesse período de seca da barragem, você utiliza alguma estratégia para atrair clientes? ( ) Sim. ( ) Não. Se sim, qual (s)? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Parte 5 – Oportunidades e incentivos

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40. Você busca conhecer as necessidades dos seus clientes? ( ) Sim. ( ) Não. Se sim, com qual frequência? E de que maneira? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

41. Como você identifica oportunidades neste negócio: ( ) Identificação de necessidades dos clientes; ( ) Observando as deficiências dos concorrentes;

( ) Observando as tendências de mercado; ( ) Limitação da visão dos concorrentes.

42. Porque escolheu essa região para seu negócio?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

43. Na sua visão, qual o grau de importância da barragem pro seu estabelecimento? ( ) Muito importante, pois influencia fortemente no fluxo de clientes. ( ) Tem importância, mas influencia de maneira moderada no fluxo de clientes. ( ) Tem importância, mas pouco influencia no fluxo de clientes. ( ) Não tem importância.

44. Você já recebeu algum tipo de incentivo financeiro para a gestão do seu negócio? ( ) Sim ( ) Não Justifique? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

45. Você deixou de aproveitar alguma oportunidade no seu empreendimento? ( ) Sim. ( ) Não. Se sim, qual (s)? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

46. Qual o principal fator positivo dito pelos clientes sobre a gestão deste empreendimento? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

47. Qual o principal fator negativo dito pelos clientes sobre a gestão deste empreendimento?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

48. Quais foram as suas conquistas com a criação e gestão do seu negócio próprio? ( ) Independência econômica. ( ) Ajudar no sustento familiar.

( ) Melhoria da qualidade de vida. ( ) Comprar os utensílios pessoais.

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( ) Outros: ______________________________________________________________

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Parte 6 – Inovações tecnológicas

49. Quais as inovações tecnológicas que você disponibiliza para atrair clientes?

( ) Televisão. ( ) Som ambiente. ( ) Internet. ( ) Cartão de Crédito ou débito.

( ) Outros: ____________________________________________________________________________________________

50. Quais as inovações tecnológicas você gostaria de disponibilizar para atrair clientes?

( ) Televisão. ( ) Som ambiente ( ) Internet. ( ) Cartão de Crédito ou débito.

( ) Outros: ____________________________________________________________________________________________

51. Você utiliza alguma tecnologia moderna (computador, internet, etc.) para melhor administrar

seu empreendimento? Se sim, qual(s)? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

52. Os consumidores pedem ou já pediram que você disponibilizasse algum meio tecnológico no seu estabelecimento? ( ) Sim. ( ) Não. Se sim, você investiu na tecnologia solicitada ou pretende disponibilizar? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

53. Qual a sua opinião sobre o uso de tecnologias modernas para auxiliar na gestão do empreendimento e atrair clientes? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

54. Você pensa em ampliar o seu negócio próprio? ( ) Sim. ( ) Não.

55. Quais as sugestões pra quem deseja criar um negócio próprio em área de lazer? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Obrigado por sua colaboração!

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