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editorial B O L E T I M *15 novembro 2010 . boletim trimestral . ano 4 N o dia do Catequista, o Senhor Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, pediu-nos que fôssemos exigentes uns com uns outros, tomando mão à caridade, para que tudo seja feito com verdade e amor Àquele que nos une dominicalmente em torno do banquete eucarístico. Falou-nos ainda da importância de repensar a vida e a catequese como vocação na fidelidade e comunhão com a Igreja. «Diante dos novos desafios à catequese hoje, é importante colocá-la, antes de tudo, no contexto de um projecto pastoral corajoso e aberto, numa perspectiva de evangelização e diálogo cultural. Isto, seja para evitar que a catequese fique isolada no conjunto da acção pastoral, seja para ressalvar a urgência de uma acção programática e global a serviço de um projecto pastoral bem elaborado. Somente deste modo a catequese poderá dar uma contribuição válida à obra da evangelização» (Alberich, 2007, p 55)

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Page 1: BOLETIM 1 - arquidiocese-braga.ptBOLETIM 1 editorial BOLETIM *15 novembro 2010 . boletim trimestral . ano 4 N o dia do Catequista, o Senhor Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, pediu-nos

BOLETIM 1

editorial

B O L E T I M *15novembro 2010 . boletim trimestral . ano 4

No dia do Catequista, o Senhor Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, pediu-nos que fôssemos exigentes uns com uns outros, tomando mão à caridade, para que tudo seja feito

com verdade e amor Àquele que nos une dominicalmente em torno do banquete eucarístico. Falou-nos ainda da importância de repensar a vida e a catequese como vocação na fidelidade e comunhão com a Igreja.«Diante dos novos desafios à catequese hoje, é importante colocá-la, antes de tudo, no contexto de um projecto pastoral corajoso e aberto, numa perspectiva de evangelização e diálogo cultural. Isto, seja para evitar que a catequese fique isolada no conjunto da acção pastoral, seja para ressalvar a urgência de uma acção programática e global a serviço de um projecto pastoral bem elaborado. Somente deste modo a catequese poderá dar uma contribuição válida à obra da evangelização» (Alberich, 2007, p 55)

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BOLETIM 2

Secção OPINIÃO

Repensar juntos a pastoral da Igreja em Portugal: Interpelações sócio-culturais

1. A identidade cristã, na sua novidade e diferença, é hoje posta à prova e chamada a manifestar-se em condições novas, difíceis

e fatigantes. Humanamente temos a sensação de sermos uma Igreja frágil numa sociedade também ela frágil. A Igreja encontra-se muitas vezes mergu-lhada nas mesmas incertezas que caracterizam toda a nossa sociedade. Não pode conceber e exercer a sua missão fora deste contexto geral. É chamada a permanecer com a sua identidade específica no meio das fracturas da sociedade. É precisamente nesta situação que somos interpelados a viver a experiência do “paradoxo cristão”: o poder de Deus actua na Igreja, como actuou na vida dos apósto-los, dentro e através da sua fragilidade “Basta-te a minha graça, porque a minha força manifesta-se na fraqueza” (2Cor 12,9).

2. Da expressão das inquietações e interpelações à necessidade de um discernimento espiritual: inspi-rado e guiado pelo Espírito Santo e não meramente sociológico, que nos permita ver o que Jesus Cristo espera de nós através destas inquietações e prova-ções. Como compreender e avaliar as resistências

da cultura ambiente à Tradição cristã? O que fazer para fazer face a um crescimento da indiferença em relação à fé e do desafecto em relação à Igreja?

3. Enfrentar as provas da missão a partir da fé e da sua dinâmica interna, da identidade cristã e da novi-dade da Graça em vez de procurar e denunciar obs-táculos externos aos quais responder com critérios e estratégias pontuais de defesa ou contra-ataque.

4. Campos de prova mais urgentes em ordem à missão: 4.1 Campo da transmissão da fé na sociedade secularizada, a pedir: uma atenção aos “preambula fidei”, às janelas abertas para a fé desde o pedido de baptismo para o filho, a possibilidade dos pais des-pertarem para a fé através da catequese dos filhos até ao dialogo cultural; uma revisão da iniciação e da formação cristãs que levem a uma verdadeira experiência de encontro com Cristo; uma resposta à sede e à necessidade de espiritualidade, que por sua vez alimenta a comunhão e a missão da Igreja.4.2 Campo da presença da Igreja na sociedade a pedir atenção ao acolhimento, à cultura enquanto ethos de um povo e expressão do desenvolvimento

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BOLETIM 3

da pessoa nas diversas vertentes e à caridade de proximidade aos mais frágeis e vulneráveis.4.3 Campo das realidades antropológicas a exigir uma “gramática elementar da existência cristã”, com as questões sobre a vida, o amor humano, o sofri-mento, a morte, a confiança e a esperança, o sentido da vida.4.4 Campo da comunidade cristã a requerer uma reconfiguração e reorganização da paróquia na base da comunhão e da co-responsabilidade dos vários carismas, serviços, ministérios e movimentos e na base da integração numa unidade mais vasta (por ex. na vigararia) através de um trabalho em rede.

5. Algumas atitudes espirituais a encorajar5.1 Acolher a situação de secularismo e de indife-rença como apelo ao discernimento, à formação (ir ao centro da fé) e ao testemunho cristão;5.2 Praticar o diálogo ad intra e ad extra, a escuta, a proximidade, o estilo sinodal de caminhar jun-tos, recolher as intuições pastorais que surjam;5.3 Cultivar um estilo de vida cristão que possa ser interpelador (a santidade de vida no mundo);5.4 Dar um lugar particular à espiritualidade e à

oração, concretamente à “espiritualidade do aconte-cimento” (expressão de D. José Policarpo);5.5 Manifestar a visibilidade sacramental da Igreja. A visibilidade específica da Igreja é de carácter sacra-mental e não de espectáculo mediático. Requer pois que tudo o que a Igreja faz se torne acontecimento envolvente e deixe transparecer o que a anima na sua profundidade;5.6 Formar comunidades fraternas e missionárias onde se viva a comunhão e o impulso apostólico;5.7 Aprender a praticar a esperança cristã, com o elemento essencial que a caracteriza: a abertura ao invisível de Deus, à confiança no seu Amor que inspira a confiança na vida, na bondade da vida e motiva os compromissos firmes e permanentes no meio da cultura da precariedade.

“Concede-me, Senhor, eu Te peço, uma vontade que Te busque; uma sabedoria que Te encontre; uma vida que Te agrade; uma perseverança que Te espe-re com confiança e uma confiança de que no final possa possuir-Te” (S. Tomás de Aquino).

† António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

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BOLETIM 4

Secção NOTÍCIAS

Catequistas desafiados a Viver da Palavra em dia de entrega de diplomasRealizou-se no passado dia 10 de Setembro,

na Igreja Nova Matriz de Famalicão, a entrega dos diplomas aos catequistas do Arciprestado de V. N. de Famalicão que no ano pastoral 2009/2010 frequen-taram e obtiveram aprovação em duas diferentes formações realizadas no Centro Arquidiocesano de Formação de Catequistas localizado em Famalicão – Curso Acreditar e Curso de Iniciação.A entrega dos referidos diplomas decorreu no contexto de uma Vigília de Oração, presidida pelo Arcipreste de V. N. de Famalicão, o P.e Mário Martins, e que contou com a presença não só dos catequis-tas “diplomados”, mas também de outros colegas catequistas, familiares e até alguns párocos que quiseram estar com os seus catequistas neste mo-mento tão simbólico.A celebração encontrou um dos seus pontos altos na proclamação da Palavra, a partir de uma passa-gem do Evangelho de S. João, através da qual todos os discípulos de Jesus são desafiados a amar cada irmão como Jesus nos amou. Na reflexão partilhada com os presentes o P.e Mário Martins começou por lembrar “o chamamento que todos recebemos pelo Baptismo, a partir do qual nos tornamos cristãos”, realçando depois aqueles que foram chamados por Deus à missão de catequistas e, socorrendo-se da Palavra antes proclamada, lembrou que “foi Deus que os escolheu e não cada um escolheu ser catequista”!De seguida, e fazendo a ligação com o Triénio da Palavra, vivido actualmente na Arquidiocese de Bra-ga, o sacerdote referiu que “o catequista é chamado a viver da Palavra, pois para que haja verdadeiro encontro, acolher e acreditar da Palavra, é neces-sário vivê-la”! Referindo ainda que “os catequistas são aqueles que são amigos de Deus”, lembrou que é a partir dessa amizade que todos somos chama-dos a fazer a vontade de Deus, isto é, “todos somos chamados a ser apóstolos, a proclamar o Baptismo, a Vida nova trazida por Jesus”. Ao terminar, salientou

PELOS

ArciprestAdos

que “receber um diploma não é apenas um acto solene, mas sobretudo um compromisso com uma fé mais forte e mais viva! O catequista é aquele que pode e deve dar uma alegria diferente ao mundo e à vida dos outros, própria de quem vive na certeza que Jesus está sempre connosco, tal como nos prometeu”.Depois da partilha e da oração do Pai-Nosso, um segundo momento marcante – a entrega dos certificados. No total, entre aqueles que obtiveram aprovação no Curso Acreditar e/ou de Iniciação, fo-ram entregues certificados a mais de 30 catequistas provenientes de inúmeras paróquias do Arcipresta-do de V. N. de Famalicão. Já com o diploma na mão, foi a vez dos catequistas ouvirem as palavras de agradecimento, parabéns e desafio para a missão no serviço da catequese pro-feridas pelo responsável pelos Serviços de Forma-ção Arquidiocesana, Nuno Pires.A celebração terminou com a leitura de uma peque-na passagem do Evangelho de S. Mateus, através da qual todos os catequistas foram enviados a anunciar a Boa Nova, pois como outrora o disse aos seus discípulos, hoje é a cada um que Jesus lança estas palavras desafiantes, mas ao mesmo tempo reconfortantes: “Ide, ensinai todas as nações… E Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo”.

Vila Nova de Famalicão

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BOLETIM 5

Realizou-se, no dia dois de Outubro, no salão Paroquial de Fão, um encontro de Catequistas do Arciprestado de Esposende, que contou

com a presença da equipa Arciprestal, promotora da acção de formação e cerca de cento e cinquenta Catequistas. O tema foi do encontro foi Lectio Divina e o Pe Her-menegildo foi o conferencista. Os cânticos ficaram ao cuidado do grupo de catequistas da paróquia de Apúlia.O Pe Rocha, responsável por este sector, começou por saudar todos os presentes e fez a apresentação da Equipa Arciprestal em exercício. De seguida, o Pe Armindo Patrão, arcipreste, agrade-ceu a presença de todos, incentivando todo o grupo a aderir a esta iniciativa e frisou a importância da mesma. A importância e a necessidade de formação dos Catequistas, como prioridade ipara a qualidade

Encontro de Catequistas do Arciprestado de Esposende

da Catequese, foram as temáticas abordadas pelo presidente da equipa Arciprestal, Carlos Ermida. Deu início à sessão de formação o Pe Hermenegildo, falando do tema a Lectio Divina, começando por dizer o que é, através da projecção de imagens de pinturas de autores famosos, e como esta prática se encontra propagada através dos tempos. A formação concluiu com um exercício prático, tendo por base o evangelho do XXXº Domingo do Tempo Comum, Ano C.Aos grupos de catequistas foi lançado o desafio de serem os primeiros a fazer este exercício e, poste-riormente, alargarem a prática à e na paróquia. Em jeito de síntese, o Pe Hermenegildo insistiu na importância e necessidade de ler e escutar a pala-vra, mais que uma vez, orar e fazer silêncio. No final da conferência houve lugar a um lanche partilhado. O próximo encontro, ainda a agendar, terá lugar na paróquia de Marinhas.

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Secção NOTÍCIAS

PELOS

ArciprestAdos

Na sala da catequese arciprestal de Vieira do Minho, sita na sede de concelho, decorreu no passado dia 6 de Novembro pelas 9 horas e

trinta minutos, o primeiro encontro de Lectio Divina do arciprestado, juntando alguns dos coordenado-res paroquiais de Vieira do Minho com a presença do Pe José Alves (assistente da catequese) e sob a coordenação da Rosa Pires (Coordenadora Arqui-diocesana da Catequese), que por muita simpatia criou os alicerces para levar estes mesmos encon-tros a todas as paróquias do arciprestado, através das referidas coordenadoras paroquiais.Estes encontros de Lectio Divina nas paróquias iniciou-se já na paróquia de Rossas, no passado dia 10 de Novembro pelas 8 horas da noite, no salão da referida paróquia, sob a orientação da coordenado-ra paroquial com o auxílio do pároco.Estes primeiros encontros incidiram na leitura dos Actos dos Apóstolos sobre a comunidade modelo, numa tentativa de pedir auxilio e força ao Espírito Santo, a fim de criar no grupo um espírito de vida comunitária que incida cada vez mais na união fraterna entre todos que se baseie no bom exem-plo para todas as crianças e jovens interessados

Lectio Divina em Vieira do Minho

em conhecer cada vez mais e melhor Jesus Cristo, servindo-o e caminhando sob as suas orientações.Refira-se ainda que já estão agendadas até ao final do ano, as reuniões de coordenadoras no arciprestado todos os primeiros sábados de cada mês, para a reali-zação destes encontros de Lectio Divina, inicialmente a nível arciprestal para posteriormente ser levado por cada coordenadora para as suas paróquias.

Estão a decorrer em Cabeceiras de Basto, encontros de Lectio Divina, com os coordena-dores paroquias. Pretende-se, antes de mais,

promover a comunhão entre catequistas coordena-dores e proporcionar meios para a realização destes exercícios em ambiente paroquial.A equipa Arciprestal de Catequese preparou três encontros sob os temas: “O Tempo” (Ecl 3, 1-8), “A missão” (Is 49,1-6) e “O Apóstolo” (Fl 3, 8-11). Dando tempo e espaço para que em íntimo diálogo, através da leitura, se escute Deus que fala, e através da oração, cada um responda com uma confiada abertura do coração.

Cabeceiras de Basto faz Lectio Divina

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BOLETIM 7

Secção FORMAÇÃO

octávio cArmo

Tempo do Advento, um dos denominados “tempos fortes” do ano litúrgico. A sua história, no Rito Romano, começa no Século VI, no sen-

tido de espera jubilosa do Natal, e a sua pré-história remonta às Gálias e à Espanha dos fins do Século IV, como preparação ascética para o Natal e a Epifania.No Século V o começo do Advento era na festa da Anunciação (18 de Dezembro - hoje, a Anunciação é comemorada em a 25 de Março). Apenas no Século X o seu início passou a ser no Domingo, quatro semanas antes do Natal.O tempo litúrgico de preparação para o Natal co-meça no domingo mais próximo da festa de Santo André Apóstolo (30 de Novembro) e abarca os qua-tro domingos seguintes. O primeiro Domingo pode começar desde o dia 27 de Novembro - o Advento terá 28 dias - até o dia 3 de Dezembro - como este ano, caso em que terá apenas 21 dias.A “feliz expectativa” do Advento assinala de forma clara que o tempo da festa não chegou; aliás, no início do Cristianismo a palavra “adventum” (“paru-sia”, em grego) utilizava-se para denominar não a primeira vinda de Jesus, mas a sua vinda definitiva no fim dos tempos, como Senhor do Universo.Quem participar nas celebrações dos primeiros três Domingos do Advento notará que esta perspectiva continua a dominar, com destaque para os profetas e para João Baptista. No entanto, a partir do dia 17 de Dezembro, a preparação do Natal fixa-se nos antecedentes próximos do nascimento de Jesus e na figura da Virgem Maria, com as célebres antífo-nas do “Ó” na Liturgia das Horas ou as tradicionais “missas do Parto”, na ilha Madeira.

Do Oriente para o Ocidente

Apesar desse Tempo ser muito peculiar nas Igrejas do Ocidente, o seu impulso original provavelmente veio das Igrejas Orientais, onde era comum, depois do Concílio Ecuménico de Éfeso em 431 dedicar ser-mões nos domingos anteriores ao Natal, ao tema da

«Advento» do Natal

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Anunciação. Em Ravena, na Itália (onde era grande a influência Oriental) São Pedro Crisóstomo fazia esses sermões.A primeira referência sobre o Advento é a do Bispo de Tours, França, chamado Perpétuo (461-490) que estabeleceu um jejum antes do Natal, que come-çava a 11 de Novembro (Dia de São Martinho de Tours). O Concílio de Tours (567) faz menção ao tempo do Advento, costume que se conhecia como a “Quaresma de São Martinho”.Este carácter ascético para a preparação do Natal devia-se à preparação dos catecúmenos para o Baptismo na festa da Epifania. Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante 5 Domingos.Um período de seis semanas foi adoptado pelas Igrejas de Milão e pelas Igrejas da Espanha. Na Itália somente aparece no século VI, quando foi reduzida, provavelmente pelo Papa São Leão Magno (590-604), para as quatro semanas antes do Natal.O Advento é hoje celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal os fiéis se unam aos anjos e entoem este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós.Pelo mesmo motivo, o directório litúrgico orienta que flores e instrumentos sejam usados com mode-

Secção FORMAÇÃO

ração, “para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus”.As vestes litúrgicas (casula, estola, etc.) são de cor roxa, bem como o pano que recobre o ambão, como sinal de conversão em preparação para a festa do Natal, com excepção do terceiro domingo do Advento, Domingo da Alegria, cuja cor tradicional-mente usada é o rosa, para revelar a alegria da vinda do libertador que está próxima.

Lugar espiritual

Em 2008, na celebração inicial do Advento, Bento XVI citava um texto no qual Paulo exorta os cris-tãos de Tessalonica a conservar-se irrepreensíveis “para a vinda” do Senhor. Ali lê-se “na vinda” (en tê parousia), como se, frisou o Papa, “o Advento do Senhor fosse, mais que um ponto futuro do tempo, um lugar espiritual pelo qual caminhar já no presente, durante a espera, e dentro do qual precisamente ser conservados perfeitos em cada dimensão pessoal”.“A palavra que resume esta condição particular, em que se espera algo que deve manifestar-se, mas que ao mesmo tempo se entrevê e se antegoza, é «espe-rança». O Advento é por excelência a temporada da esperança, e nele a Igreja inteira é chamada a tornar-se esperança, para si mesma e para o mundo”, disse.

[http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=76372]

ROni HeRnanDes

Porquê participar num Retiro Espiritual? Qual a sua importância? O que traz de bom para a nossa vida? Qual a sua finalidade? Onde nos

quer levar? Todas estas indagações invadem a vida de muitas pessoas. Parar um pouco e reflectir sobre a própria vida tem sido uma dificuldade para os homens e mulheres do nosso tempo. O quotidiano das pessoas nos dias de hoje tornou-se um amon-toado de afazeres. As pessoas já não têm tempo

A importância do retiro na nossa vida

para reorganizar a própria vida. Com isso, deixam de encontrar prazer e alegria nas coisas que fazem. Jesus também experimentou o silêncio, a meditação e o caminho do deserto. Neste caminho aprendeu a “escutar”. Nos próprios evangelhos percebemos que Jesus se afastava das multidões para se entregar a um momento de contemplação e meditação. A sua vida pública iniciou-se dentro de um momento de oração e recolhimento no deserto. O mesmo aconteceu com os profetas (Elias, Ezequiel, Amós, e

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Photo Credit: Larra Jungle Princess

tantos outros). Foi num momento de silêncio que eles perceberam a voz de Deus. Na contemplação sobre o sentido da vida, os profetas sentiram o chamamento de Deus e deixaram-se tocar pelo silêncio, adquirindo assim forças para desempenhar com fé e coragem a missão que lhes fora confiada por Deus. Todos nós somos chamados a caminhar por este deserto. Nele, somos convidados a silenciar o nosso interior. Somos chamados a reflectir sobre a nossa própria vida. Vivemos hoje numa sociedade marcada pelo “barulho” que não nos permite escutar o nosso interior e, também, não nos permite falar de nós mesmos. Segundo Santa Terezinha, Deus quer sempre falar-nos, mas para escutarmos é preciso deixar-nos tocar pelo Espírito. Diante do Espírito tudo se cala, somente Deus fala. Por outras palavras, as coisas tomam o seu verdadeiro sentido quando são amadurecidas pelo “silêncio do Espírito”. O filósofo Blazer Pascal escreve: o homem foi feito para pensar e a dignidade do

seu pensamento começa por si mesmo. Por isso, diante de tudo aquilo que o homem faz no seu quotidiano, é preciso afastar-se um pouco para meditar e pensar na grandeza de Deus. [O silêncio do homem em Blazer Pascal, p. 89]. Essa reflexão da vida contribui para o progresso significativo da vida do homem. Portanto, é bom deixar de lado a vida confusa e compli-cada e tomar como base primeira a oração, a meditação, a reflexão e o silêncio. Não tenhamos medo de renovar a nossa vida com este Deus que é misericórdia e compai-xão. Que saibamos sempre privilegiar o Retiro Espiritual como um crescimento maduro e necessário para a nossa vida, e que seja este um bom momento para confrontar a nossa vida com a vida de Jesus. Que nos dias actuais, a ve-locidade das informações, do barulho e dos afazeres do dia-a-dia não nos impeça de tirar sempre um minutinho para ouvir, escutar e estar sempre com Deus.

[http://blogpaulinos.blogspot.com/2010/09/importancia-do-retiro-em-nossa-vida.html]

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BOLETIM 10

PaDRe JOHn MccLOskey

Abre as páginas da lista telefónica. Lá encon-trarás uma lista de advogados, consultores financeiros, picheleiros, electricistas, farma-

cêuticos, banqueiros e até mesmo preparadores físicos. Todas essas pessoas sabem mais acerca do seu negócio do que nós. Por isso, pagamos-lhes para nos ajudarem na sua especialidade. Alguns de-les consultamo-los regularmente, inclusive, alguns também são bons amigos. Todos os seus conselhos destinam-se a ajudar-nos na vida presente.

Adicionalmente, encontrarás dezenas de listas de pessoas como psicólogos, psiquiatras, psicoterapeu-tas e outros. Apesar destes profissionais de saúde

poderem desempenhar uma útil função, às vezes, actuam como substitutos dos directores espiritu-ais dando respostas erradas ou infelizes para os problemas espirituais. Os seus conselhos dependem da sua experiência particular que é muitas vezes baseadas em teorias naturalistas ou ideologias que podem fazer mais mal que bem.

A única questão verdadeiramente com valor é aquela do jovem rico do Evangelho. O que devo fazer de bom, para alcançar a vida eterna? O que leva a outras pergunta. “Como posso alcançar a santidade? Quem é Deus para mim? A resposta de Deus a estas perguntas pode chegar por diferentes caminhos. Simplesmente seguindo os Dez Manda-mentos, como está escrito nos nossos corações, na

O que é a direcção Espiritual?

Secção FORMAÇÃO

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lei natural e vem até nós através da Palavra de Deus, é um bom começo como Jesus aconselhou o jovem rico. Também podemos ver a Revelação Divina que nos chega pela Sagrada Escritura e pela Tradição - os conselhos da Igreja através do ensino autorizado e dos sacramentos. Assim, podemos ver o estado da nossa vida actual e as experiências da nossa vida passada para termos boas indicações sobre o que Deus quer de nós no momento presente.

No entanto, para encontrar as respostas a estas questões, cada católico deveria ter um director espiritual. Como o Beato Josemaría Escrivá apon-tou: “Não te ocorreria construir uma boa casa para viver na terra sem consultar um arquitecto? Como queres avançar sem direcção espiritual e alcan-çar a tua santificação para viver eternamente no céu?“Isto é verdade para todos, não só para o pobre, o simples, o analfabeto mas especialmente para o satisfeito com o seu sucesso. Escrivá segue dizendo: “Tu crês que realmente és alguém: os teus estudos, o teu trabalho de investigação, as tuas publicações, a tua posição social, o teu apelido, a tua actuação política, o cargo que ocupas, o teu património, a tua idade, já não és uma criança! …Precisamente por tudo isto, precisas mais do que os outros, de um director para a alma. Podes ter vários ou mesmo muitos durante o curso da vida. Ele dar-te-á as respostas às tuas perguntas conforme

mudem as circunstâncias e cresçam “em sabedoria e graça”. Além de que, não te cobrará.

cada um de nós é singular

Cada pessoa é um filho singular de Deus com o seu particular código genético, temperamento e experiências de vida. Deus tem um plano específico para cada um. Discernir esse plano particular deve ser o contínuo fim de cada cristão sério. Como Deus normalmente prefere trabalhar através de causas secundárias, surge directamente dos tempos apos-tólicos, a prática de procurar orientação espiritual de uma pessoa sábia e prudente, que possa guiar-nos ao longo do caminho da santidade com todas as suas inesperadas voltas e mudanças.Dificilmente, encontraremos, ao longo da história, san-tos canonizados que não tenham recebido direcção espiritual com regularidade. Afinal, até a nossa Bem-aventurada Mãe, a Imaculada Conceição, encontrou a sua vocação, através das palavras do Arcanjo Gabriel. E ainda perguntou como sucederia tudo isso.

Onde procurar?

Onde encontrar um director espiritual? Temos de fazer como dizem em Wall Street, com a “devida diligência”. Isto é, fazer uma cuidadosa pesquisa antes de escolher um director espiritual, talvez mais do que encontrar um esposo ou escolher a escola

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BOLETIM 12

certa. Antes de mais, estás a procurar uma pessoa a que, em parte, lhe estás a confiar a salvação e santificação de tua alma imortal. Recorda-te que és o “cliente” e que por isso podes precisas de várias experiências até encontrares a pessoa certa ou organização que é mais adequado para as tuas necessidades.

O teu director espiritual pode ser um sacerdote ou um leigo. Uma possibilidade é ver entre os amigos quem claramente leva a sério a sua vida interior e apostólica. Uns ajudam os outros. Pede uma referên-cia. Se vês neles um esforço sério para a santidade, sem dúvida que estão a tirar proveito de um bom director espiritual.

Um segundo caminho é procurar uma pessoa, um sacerdote ou leigo, em quem vejas profunda piedade, sabedoria, experiência, maturidade, zelo pelas almas e inquestionável fidelidade a todos os ensinamentos da Igreja. Não precisa de formação específica em Direcção Espiritual. As características mencionadas são suficientes para dar aulas ou para um título. Afinal, o primeiro director espiritual de Karol Wotyla era alfaiate. Então, trata de conseguir junto dele um tempo para ti. Garanto-te que tem uma longa fila de clientes.

A terceira maneira de encontrar um director espiri-tual cada vez mais popular e acessíveis, é aproveitar a formação para leigos das congregações religiosas e das várias instituições seculares. Aí encontrarás a espiritualidade bem definida, complementada por actividades formativas e litúrgicas, tanto individuais como colectivas, doutrinais e ascéticas à medida da tua situação particular. Com frequência, pro-porcionam a sacerdotes e leigos, mergulhos numa espiritualidade particular.

com que frequência?

E sobre a direcção espiritual em si? Deverás procu-rar fazê-la de modo regular, geralmente não menos do que mensal e, muitas vezes semanal ou quinze-nal. Apesar das necessidades variarem, geralmente, uma sessão bem preparada de direcção espiritual não precisa mais de meia hora. É bom perceber as resoluções tomadas pelas poucas palavras de con-selho normalmente dadas. Estas resoluções devem ser trazidas à oração e à acção e, em seguida, falar

sobre eles, se possível, na próxima reunião. Trata de não deixar nunca o encontro sem definir o próximo compromisso.

De que falar? Muitas ou poucas coisas? Talvez queiras definir as regras com o próprio director. Certamente que, a qualidade e a quantidade da tua oração, a leitura espiritual e vida sacramental devem ser sempre tratadas. A tua luta para viver como cristão no casamento e na família, trabalho, amiza-des e vida social deve normalmente ser considerada particularmente. Requer um esforço especial dirigido às áreas da vida que precisas melhorar, esses defeitos ou falhas que te impedem de fazer progressos mais rápidos rumo à santidade.

Com o tempo, os esforços para partilhar a fé de uma forma natural, com aqueles que te rodeiam, também pode ser um tópico de discussão. Esses esforços podem ter bons resultados pela graça de Deus em reconciliações, conversões e vocações. E, sim, de vez em quando podes simplesmente ter a necessidade de te libertares de inesperadas ale-grias e tristezas que vêm na peregrinação para a casa de Deus, teu Pai. Se és acompanhado por um Sacerdote na direcção espiritual, também podes receber o Sacramento da Penitência, agregando a graça sacramental aos outros dons recebidos pela abertura e docilidade da conversa com o u director espiritual.

Os católicos são agora mais de um billião “a cruzar o limiar da esperança”, mas infelizmente, quantos como Thomas Merton, falando de si mesmo em “A montanha de sete pisos”, dizem “relegados à fileira da frieza, estupidez e sem energia, os cristãos indiferentes vivem uma vida que é quase animal e quantos apenas fazem um esforço para manter vivo o alento da graça nas suas almas “

Merton diz:” Eu deveria ter procurado direcção es-piritual completa e constante.” A direcção espiritual é um passo importante para nos ajudar a identifi-carmo-nos com Cristo, para que possamos ajudar a construir, através da nossa oração e do sacrifício a “civilização do amor e da verdade “ que João Paulo II, previa para as próximas décadas.

[http://www.catholicity.com/mccloskey/direccionespiritual.html]

Secção FORMAÇÃO

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BOLETIM 13

Secção CADERNO TEMÁTICO

Apontamentos para a história da Catequese na Arquidiocese de Braga

ROsa MaRia GOnçaLves PiRes

A catequese, na Arquidiocese de Braga, e no último século teve, com o Arcebispo D. Manuel Vieira de Matos, a 11 de Fevereiro de 1916, um

marco miliário na história da catequese. Publica uma nota pastoral que contém doutrina pedagógica e normas orgânicas. Em 1918, no sínodo Arquidiocesano convocado pelo mesmo Arcebispo, são dados esta-tutos à Confraria de Doutrina Cristã, e, em Novembro do mesmo ano, é promulgado o Regulamento para ensino da doutrina em toda a Província.Em 1924, Mons Mariz publicou o resumo da Doutri-na Cristã; em 1925 aparece o Catecismo de Doutrina Cristã; em 1932, realiza-se em Braga, o Congresso Catequístico Nacional; em 1934, D. António Bento Martins Júnior decreta que se realize em toda a Arquidiocese certames catequísticos; em 1937, reaparece, novamente editado, o Catecismo da Doutrina Cristã; em 1945 Metodologia Catequística, Cânticos para Certames Catequísticos, Catecismo dos Pequeninos e Catecismo de Perseverança do Mons Ferreira da Silva.Aparece o Catecismo Nacional, em 1953, e o movi-mento de adaptação inicia-se na Arquidiocese sob a responsabilidade dos seus impulsionadores, Mons António de Araújo Costa e Mons Daniel Machado. Criam os Secretariados regionais da Catequese e promovem a formação de presbíteros e catequistas. Juntamente com o Cónego José Leite Araújo, Padre Hilário de Barros, o Mons Ferreira da Silva e o Cóne-go Joaquim Fernandes formam a Equipa Arquidio-cesana da Catequese.

Em Abril de 1959 é realizada a semana de estudos catequísticos, no Seminário Conciliar, para sacer-

dotes, seminaristas, religiosos, alunas das escola do Magistério primários e catequistas. Desta semana de reflexão sai a proposta de criação do secreta-riado diocesano de catequese. No mês seguinte foi nomeado Coordenador o Padre Dr. António de Castro Xavier.De 3 a 5 de Agosto de 1959 realiza-se um curso de actualização catequística para o clero, no Semi-nário de S. Tiago, Braga, com representação de 24 arciprestados. É manifestada a necessidade de criar uma revista diocesana de Catequese.Em Agosto de 1962 realiza-se a II Semana de Es-tudos Pastorais onde foi traçado o programa para uma acção mais ampla, mais metódica e, como consequência mais profunda.Entendera-se então ser necessário e urgente realizar o seguinte programa mínimo: - «um curso de actua-lização catequística em cada Arciprestado, um curso de iniciação catequística em cada paróquia, cursos elementares nos Arciprestados maiores, e, associa-tivamente nos de menores dimensões, um curso Complementar em Braga, e cursos de alta cultura religiosa para pessoas diplomadas, nas cidades principais da Arquidiocese, e ainda a revitalização em todas as paróquias da Associação da Doutrina Cristã, alfobre de vocações catequísticas e fonte de luz para as famílias das crianças atingidas, e, final-mente, que se aproveitassem escrupulosamente a providencial oportunidade de ir às Escolas Oficiais dar a aula de Religião e de Moral, para atingir assim as crianças que porventura vegetam em ambientes familiares divorciados da Igreja, realizando este apostolado através dos mesmos professores, ou, sendo necessário e possível, pelo Pároco ou seu delegado».

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BOLETIM 14

Secção CADERNO TEMÁTICO

Surge então o número 1 do Boletim Mensal de Catequese da Arquidiocese de Braga, Doutrina, em 2 de Fevereiro de 1964 sob direcção e administração da equipa arquidiocesana, publicada até ao verão de 1972.

É juridicamente criado o Secretariado Arquidio-cesano da Catequese em 1964 e nomeado, como Secretário, o Padre Miguel Ângelo Pinheiro Gomes.

BasesBase i

É juridicamente criado o Secretariado Arquidiocesa-no da Catequese, cuja função será:1. manter contacto com o secretariado nacional2. coordenar a actividade dos Secretariados Regio-nais que existem – ou porventura venham a existir -, e promover o desenvolvimento da sua acção catequética, de modo a conseguir-se uniformidade na Arquidiocese.

Base ii

Será função do Secretariado Regional:1. servir de elo de ligação entre o Secretariado Dio-cesano e os Secretariados Paroquiais;2. coordenar e promover o movimento na região, nomeadamente pela realização de cursos de inicia-ção, cursos elementares, certames etc…

Base iii

Será função do Secretariado Paroquial:1. manter contacto íntimo com o Secretariado Regional e por ele com o Arquidiocesano;2. revitalizar a Confraria da doutrina Cristã, promo-ver a Semana Paroquial do Ensino Religioso e da Festa da Doutrina Cristã e uniformizar o ensino da catequese ao nível escolar.

Base iv

1. Os Secretariados ficam sob a alta direcção e ins-pecção do Conselho Arquidiocesano da Catequese a que preside o Venerado Prelado.

2. Ao Secretariado Arquidiocesano presidirá a Equi-pa Arquidiocesana da Catequese.3. Ao Secretariado Regional presidirá o Delegado Regional assistido pelas equipas arciprestais.4. Ao Secretariado Paroquial presidirá o Pároco, assistido pela direcção da C.D.C..

Base v

Serão fonte de receita dos Secretariados a per-centagem de lucro na venda de livros e material didáctico.

Realizou-se em 25 de Agosto de 1964, no Paço Arquiepiscopal, a Assembleia Magna da Catequese, sob presidência do Senhor Arcebispo Primaz e com a presença de todos os Arciprestes e das Equipas Arciprestais da Catequese.1

Foi em 20 de Novembro de 1966 que se realizou, no Noviciado Teresiano, o segundo Encontro Diocesano de Catequistas para entrega de diplo-mas a todas as catequistas que haviam concluí-do, nos últimos três anos, os cursos de Formação Catequística. 2

Realizou-se a primeira reunião de trabalho com os delegados Arciprestais do Secretariado no dia 25 de Julho.3

Em Novembro de 1970, a Orgânica do Secreta-riado Diocesano4 é apresentada sob forma de equipas de trabalho, nomeadamente, Cursos de Iniciação, Curso Elementar, Estágios, Escola Primá-ria, Família, Doutrina e Livraria. No ano seguinte, as equipas Família e Livraria deixaram de fazer parte da referida orgânica.Em 1972 é nomeado Coordenador do Secretaria-do Diocesano da Catequese o P.e Manuel Azeve-do Oliveira O Secretariado dedica-se particularmente à forma-ção, nomeadamente, através da realização de cursos de iniciação, curso geral e estágios para catequistas.Em 3 de Novembro de 1977, a Arquidiocese de Braga é desmembrada para dar lugar à Diocese de Viana do Castelo.

1 Doutrina, Revista de Catequese 8-9, Braga, Setembro - Outubro de 1964 (pg.128)2 Doutrina, Revista de Catequese 12, Braga, Dezembro de 1966 (pg.160)3 Doutrina, Revista de Catequese 8-9, Braga, Agosto - Setembro de 1967 (pg.120)4 Doutrina, Revista de Catequese 70, Braga, Novembro de 1970 (pg.17)

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BOLETIM 15

Nos anos 80 é publicado pela Livraria Diário do Minho o manual Curso de Iniciação – esquemas para catequistas, utilizado na formação inicial de catequistas.Em 20 de Julho de 2003 é nomeado Coordenador do Departamento Arquidiocesano da Catequese o P.e Luís Miguel Figueiredo Rodrigues5, toma posse em 13 de Setembro durante a Terceira Assembleia de Catequistas da Arquidiocese de Braga, na cripta da Basílica do Sameiro.6 Secretariado Diocesano da Catequese passa a designar-se Departamento Arquidiocesano da Catequese (DAC).Em 2004 são estabelecidas as Orientações para as Equipas Arciprestais de Catequese e revistas em 2009.É desenvolvido o sítio da catequese na internet e em simultâneo é construída a base de dados de catequistas, que é continuamente actualizada.Em 2007 é constituído o Serviço de Formação para gerir a formação de catequistas na Arquidiocese, e posteriormente, outros agentes de pastoral.Os coordenadores e assistentes das equipas arciprestais de catequese juntamente com os coordenadores dos serviços DAC, constituem a coordenação diocesana, que reúne trimestralmente, desde 2007, com a missão de analisar e coordenar a actividade catequética na Arquidiocese.

O Directório Geral de Catequese publicado em 1997, contextualiza a catequese na igreja particular (Diocese) e na sua missão evangelizadora.«O anúncio, a transmissão e a experiência vivida do Evangelho realizam-se na Igreja particular ou Diocese. A Igreja particular é constituída pela co-munidade dos discípulos de Jesus Cristo que vivem

5 Diário do Minho, 20/07/2003 - http://www.diariodominho.pt/conteudo/2060/contactos.php6 Diário do Minho, 12/09/2003 - http://www.diariodominho.pt/conteudo/3611/contactos.php

inseridos num determinado espaço sócio-cultural. Em cada Igreja particular, «está presente a Igreja universal com todos os seus elementos essenciais». Realmente, a Igreja universal, fecundada pelo Espírito Santo no dia do Pentecostes como primeira célula, «concebe as Igrejas particulares, como filhas, e exprime-se através delas». A Igreja universal, como Corpo de Cristo, manifesta-se, assim, como «Corpo das Igrejas».A Igreja particular edifica-se e reune-se à volta de duas colunas, que são o anúncio do Evangelho e a Eucaristia. Tal como a Igreja universal, também ela «existe para evangelizar».A catequese é uma acção evangelizadora fun-damental de cada Igreja particular. Por meio da catequese, a diocese oferece um processo formativo a todos os seus membros e a todos aqueles que se aproximam com a intenção de se entregarem a Je-sus Cristo, um processo formativo que lhes permita conhecer, celebrar, viver e anunciar o Evangelho no contexto do seu próprio horizonte cultural. Deste modo, a confissão da fé, que é a meta da catequese, pode ser proclamada pelos discípulos de Cristo «nas nossas próprias línguas». Também hoje, tal como no Pentecostes, a Igreja de Cristo, «presente e activa nas Igrejas particulares, «fala todas as línguas», pois, como árvore que cresce, lança as suas raízes em todas as culturas.» (DGC 217-218)

Olhando a história da catequese na Arquidiocese e conscientes da missão evangelizado da igreja, parti-cularmente na Diocese, levantam-se as questão:– a catequese tem cumprido a sua acção evangeli-zadora?– que necessidades se destacam hoje?– que se espera da igreja particular?

Para discussão sobre questões estará aberto o fó-rum no sítio da catequese, em www.diocese-braga.pt/catequese.

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centro cultural e pastoral da arquidioceserua de S. Domingos, 94 B • 4710-435 Braga • tel. 253 203 180 • fax 253 203 190 [email protected] • www.diocese-braga.pt/catequese

impressão: empresa do diário do minho lda.

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